O Natal é a época Santa do ano, ocasião em que o Raio Crístico retorna esplendoroso ao nosso Planeta. Sem a aura rejuvenescedora, curadora e fortalecedora do Cristo, penetrando anualmente em nosso globo terrestre, grande parte da Onda de Vida humana estaria inexoravelmente perdida. Esse grande presente Natalino que recebemos é a mais profunda manifestação do amor nascido eternamente de Deus-Pai.
Max Heindel, o grande místico ocultista, descreve de forma divinamente inspirada (no livro Coletâneas de um Místico – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz) a natureza do Amor Cósmico, com estas palavras: “o Espírito do Amor nasce eternamente do Pai, dia após dia, hora após hora, para o universo solar para nos redimir do mundo da matéria que nos envolve em suas garras mortais”. Este tema é particularmente oportuno para meditarmos durante esta época.
Por outro lado, causa-nos compaixão a ideia de que a maioria das pessoas faz do Natal, tornando-o um evento mais social e comercial do que místico. É verdade que o relacionamento entre nós se torna mais ameno e que há uma tendência geral à confraternização. Falta, porém, uma vivência mais mística: as pessoas acabam por se preocupar mais com presentes, ceias e coisas do gênero.
Falta um aprofundamento no significado desta festividade religiosa que se revestiu de um caráter mundano. Falta, enfim, o verdadeiro espírito do Natal!
Nós, Estudantes Rosacruzes, ou Estudantes dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, não podemos transigir com nossos princípios e valores. Devemos vivenciar os conhecimentos que recebemos. Se as circunstâncias nos obrigam ao cumprimento dos nossos deveres sociais, participando da ceia natalina em companhia dos nossos familiares, façamo-lo digna e moralmente, mostrando os nossos valores Cristãos. Abstenhamo-nos de carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins), de bebidas alcoólicas, do uso de quaisquer materiais advindos de partes dos corpos de quaisquer tipos de animais e quaisquer outros excessos. Guardemo-nos contra a pusilanimidade de violentar nossos princípios, apenas para não desagradar alguém (lembremos do ensinamento do Cristo: “sim, sim…não, não”). Sejamos firmes e coerentes em nossas convicções e estaremos contribuindo, com esse exemplo, para o estabelecimento do Reino de Deus aqui na Terra.
Não nos esqueçamos de oficiar o lindo e profundo Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa que nos ajudará e muito em nos manter firmes e a criar um ambiente mais voltado para a significância real do Natal.
Se a tradição nos aconselha a dar presentes materiais, façamo-lo consoante nossas posses e com dignidade. Nada de presentes luxuosos ou fúteis. Porque não dar algo edificante? Dar presentes úteis e que reconhecidamente podem preencher uma necessidade justa de um amigo, de uma amiga ou de um parente é uma postura sensata.
Porém, o Natal verdadeiro se constitui de presentes espirituais. São aquelas dádivas que revelam a presença do Cristo em nossas vidas. E a maior dessas dádivas é o amor!
O amor deve fluir espontaneamente do nosso coração ao coração das pessoas. Deus é Amor! Somos parte de Deus e o amor que d’Ele se irradia em ilimitada medida também existe dentro de nós, aguardando apenas oportunidade de liberar. Que este Natal nos seja mais intenso em amorosidade.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – novembro/dezembro/1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Dezembro de 1914
Esse é o momento em que o desejo de bons votos está na ordem do dia. “Um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo” são saudações que logo serão ouvidas em toda parte, e em conformidade com esse velho costume, os trabalhadores de Mt. Ecclesia também estendem aos Estudantes Rosacruzes de todos os lugares as habituais saudações dessa estação.
Mas, enquanto nós, cordialmente, desejamos uma próspera jornada e bom ânimo uns aos outros para o próximo ano, e ainda que os votos dos outros possam ser encorajadores e gratificantes, certamente eles são de menor importância. Contudo, o que desejamos a nós mesmos, individualmente, é o que é de máxima importância. Se o mundo inteiro conspirasse contra nós e nos hostilizasse por causa desse desejo, mesmo assim deveríamos ser bem-sucedidos, desde que sempre fôssemos capazes de nos manter na intensidade e na persistência suficientes nesse desejo. Desejamos riquezas? Elas podem ser nossas pelo exercício da vontade. Se queremos poder e popularidade, eles também estão à nossa disposição, desde que envolvamos nosso desejo com um ardor irresistível. Estamos doentes, fracos ou debilitados de alguma outra forma? Também podemos nos livrar dessas doenças no nosso Corpo por um desejo intenso por saúde. As restrições sociais ou dificuldades nas condições familiares desaparecerão ante o desejo sincero daquilo que realmente se deseja.
Porém, existe o outro lado. O desejo é uma faca de dois gumes, e o que parecia ser o maior bem, enquanto se contempla, pode se mostrar uma maldição, quando alcançamos a posse definitiva do que desejamos. A maior fortuna pode sucumbir em poucas horas por um terremoto ou uma queda do mercado financeiro, e a pessoa rica sempre teme a possibilidade de perder suas posses. Para sermos populares, devemos estar à disposição de todos; nós nem descansamos, nem temos tempo para fazer o que queremos. Doenças do nosso Corpo que parecem espinhos na carne, que parecem roubar todas as alegrias da vida e das quais gostaríamos de nos livrar, podem ser a maior das bênçãos, ainda que disfarçadas. S. Paulo tinha um problema de saúde e rogou ao Senhor, que lhe disse: “A minha graça te basta”[1]. O mesmo pode acontecer com as condições desarmônicas familiares etc. Em todos os relacionamentos humanos há certas lições a serem aprendidas para o nosso próprio bem e, portanto, devemos ser muito cuidadosos para não desejar o fim dos nossos sofrimentos sem antes e sempre acrescentar as palavras que Cristo proferiu durante a Paixão na Cruz, no Jardim do Getsemani. Mesmo que o Seu corpo tentasse se esquivar da tortura que O aguardava, Ele disse: “Pai, faça a Tua vontade e não a minha”[2]. Devemos sempre relembrar que só há uma coisa pela qual podemos orar com fervor ilimitado e total intensidade, e que é o que podemos agradar a Deus.
E agora, queridos amigos e queridas amigas, a Fraternidade Rosacruz é uma associação composta de muitos membros individuais. Você é um deles e se juntará a nós como um Estudante Rosacruz para desejarmos a nós mesmos, à Fraternidade Rosacruz, as maiores bênçãos da graça de Deus durante o ano de 1915, para que possamos ser mais eficazes em fazer a nossa parte da obra de Deus na Terra e apressar o dia da vinda de Cristo? E você desejará isso com tanta intensidade que você trabalhará para essa finalidade, durante todo o ano com zelo e fervor?
Que Deus abençoe a Fraternidade Rosacruz e a torne um fator mais eficiente em Sua obra no mundo.
(Carta nº 49 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: 2Cor 12:9
[2] N.T.: Lc 22:42
Resposta: A Lei da Analogia é válida em todo lugar. É a chave mestra para todos os mistérios, e você verá que aquilo que se aplica ao nível microcósmico (como no ser humano), se aplica também ao nível macrocósmico (como em Deus) ou ao Poder Divino. Atualmente, a Onda de Vida animal está sendo guiada por Espíritos de fora[1]. Num período posterior, os Espíritos Virginais da Onda de Vida dos animais se tornarão Espíritos internos residentes e aprenderão a guiar os veículos – os Corpos – deles sem ajuda proveniente de qualquer fonte. O mesmo aconteceu com o Planeta Terra, como é afirmado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz e em vários outros textos da nossa Literatura Rosacruz. Até há pouco mais de 2000 anos, Jeová era responsável e guiava o Planeta Terra de fora, da mesma forma que os animais são guiados pelos Espíritos-Grupo de fora. O Planeta Terra foi mantido em sua órbita graças ao Seu poder e Jeová foi o “Deus Supremo” até aquele momento.
No entanto, após a transformação realizada no Gólgota, o Espírito de Cristo penetrou até o centro do Planeta Terra para que nos ajudar a desenvolver faculdades que estavam fora das atribuições de Jeová. Jeová nos deu as Leis que nos mantinham sob controle, mas Cristo nos deu o amor. O conjunto das Leis de Jeová é uma força restritiva aplicada de fora; o amor de Cristo é uma energia propulsora aplicada de dentro. Assim, o Cristo está agora guiando o Planeta Terra em sua órbita, a partir do interior do Planeta, e assim continuará até que tenhamos aprendido a vibrar com esse atributo, o amor, por meio do qual seremos capazes de aplicar o poder ao nosso próprio Planeta, guiando-o na órbita dele a partir de dentro.
Cristo é o mais elevado Iniciado do Período Solar e, como tal, Ele tem a Sua morada no Sol. Ele é o Sustentador e o Preservador de todo o nosso Sistema Solar. Em certo sentido, é correto dizer que Ele habita nosso Planeta Terra como um Raio, embora isso não transmita uma ideia exata do que ocorre. Talvez compreendamos melhor o assunto mediante uma ilustração. Vamos comparar o grande Espírito Solar a um refinador de metais – ou seja, uma pessoa que se dedica à técnica de refino de metais, que visa obter a maior pureza possível do metal. Ele tem em sua fornalha vários cadinhos e observando todos eles. O calor funde esses metais e lança suas impurezas para o topo de cada cadinho. O refinador, gradualmente, vai desbastando os cadinhos até que o metal esteja totalmente limpo e brilhante, a ponto de se poder ver o rosto refletido neles. Da mesma forma, podemos ver Cristo direcionar Sua atenção de um Planeta a outro e, quando Ele se volta para o nosso Planeta Terra, por exemplo, Sua imagem é refletida justamente nesse Planeta. Contudo, não é uma imagem inanimada. É um ser vivo, sensível e capaz de perceber e sentir tudo, tão cheio de vida e sentimentos que nós mesmos, em nosso atual estado mortal, habitando esses Corpos terrenos, não podemos ter sequer uma pequena ideia dessa faculdade de sentir possuída pelo Espírito Planetário da Terra.
Assim, durante um certo período, Sua energia é transmitida sobre essa imagem como um foco e, embora estando realmente no Sol, o Cristo Cósmico sente tudo o que está acontecendo no Planeta Terra, como se Ele estivesse realmente presente aqui. Essa imagem interior, que deve ser completamente compreendida, não é uma imagem no sentido comum da palavra, mas é uma contraparte, um elemento do Cristo Solar e, por meio dela, Ele conhece, sente e percebe tudo que acontece no Planeta Terra, como se Ele mesmo estivesse verdadeiramente presente. Note que já repeti isso, mas trata-se de um assunto que deve ser repetido inúmeras vezes, pois é algo que deve ser muito bem compreendido. Isto é o que realmente significa onipresença. Assim, enquanto o Cristo é o Espírito residente do Sol, Ele também é o Espírito Planetário da Terra e deve continuar a exercer essa função de auxiliar-nos — sentindo tudo, suportando tudo o que acontece ou acontecerá com Sua presença real, por nossa causa.
Vamos analisar, por um momento, aquilo que chamamos de Planeta Terra — ou seja, a sua origem. A solidificação começou no Período Solar, quando não conseguíamos vibrar na alta taxa exigida para permanecer no centro do Sol. Assim, gradualmente, nos afastamos do centro do Sol e até sermos projetados no espaço[2]. A frequência vibratória foi, gradualmente, baixando até a metade da Época Atlante e, então, o Planeta Terra se cristalizou, por assim dizer, em uma massa pétrea. Assim, nós mesmos fizemos o Planeta Terra como ele é, e se não tivéssemos recebido ajuda, não teríamos conseguido nos livrar das malhas da matéria. Jeová, de fora, procurou nos ajudar por meio das Leis. Conhecer a Lei e segui-la nos teria ajudado, desde que tivéssemos a força necessária para segui-la. Entretanto, nenhum ser humano é justificado pela Lei e por meio dela todo Espírito se torna ainda mais enredado. Portanto, era preciso dar um novo impulso que inscrevesse a Lei dentro dos nossos corações. Há uma grande diferença entre o que fazemos, porque devemos fazer, por medo de um “mestre externo” que fornece uma retribuição justa para cada ofensa, e o impulso interno que nos impele a fazer o que é certo porque é certo.
Reconhecemos o que é certo quando a Lei está inscrita em nossos corações e, então, obedecemos aos seus ditames, inquestionavelmente, ainda que isso possa fazer todo o nosso ser vibrar de dor.
Desse modo, somos coletivamente os Espíritos Planetários da Terra. Algum dia, teremos que guiar o veículo que criamos. Jeová o guiou de fora por meio de Leis. Entretanto, como isso não foi suficiente para nos levar ao ponto de individualização, em que seremos capazes de cuidar de nós mesmos, Cristo veio até nós como Salvador e está nos ajudando até chegar o momento em que teremos desenvolvido, internamente, uma natureza amorosa que seja suficiente para fazer o Planeta Terra flutuar. Logo, não houve quaisquer outros Espíritos Planetário da Terra. O Cristo está aqui apenas temporariamente para nos ajudar e, no tempo devido, será nosso privilégio receber a tarefa de conduzir o nosso Planeta Terra como queremos e devemos. O aumento da força vibratória já tornou o Planeta Terra muito menos densa, bastante mais leve e, com o passar do tempo, ele se tornará novamente etérico, como já foi. Ela deixará de estar morta no pecado. E se tornará viva no amor.
(Pergunta nº 99 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: que chamamos de Espíritos-Grupo.
[2] N.T. Já no Período Terrestre, na Época Hiperbórea.
Bem no fundo do nosso coração existe o anseio místico que foi implantado no primeiro Natal, quando a luz de Cristo fixou um lugar definido dentro e sobre este denso Planeta Terra.
A história do nascimento de Cristo quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, traz a cada um de nós uma verdade fundamental que eleva todo o nosso ser a uma altura não alcançada até então, à medida que nossas faculdades espirituais evoluem e funcionem para perceber e aceitar tal verdade.
Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6) carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem é o Graal?”. E a resposta indica uma elevada percepção espiritual:
Se tu foste por Ele convidado,
De ti o fato não será afastado…
À terra para Ele nenhum caminho conduz,
E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,
Quando Ele próprio o Guia não é.
Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro de nós.
A minúscula chama interior, que é a chama de Cristo, está adormecida dentro de nós. Ela agora recebe um estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, nos tornemos um fator poderoso na nossa própria e o primeiro passo em direção a Deus-Pai, por meio do Cristo, o Deus-Filho.
Já alcançamos um estágio nesse Esquema de Evolução que percebemos o nosso veículo de expressão, um conjunto de Corpos e uma Mente, já o vivificamos, de modo que, entre os “animais” da nossa natureza inferior, na manjedoura ou no local de alimentação das nossas faculdades animais, o “bebê” da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.
Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável.
Em uma data, que hoje chamamos de 25 de dezembro, nasceu o Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital – depois, quando tinha 30 anos de idade – ao Cristo, a Luz do Mundo, o portador da Luz espiritual para todos nós. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do “Cristo místico”. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos:
1. O nascimento da “paz na terra aos homens de boa vontade”. A entrega de uma nova Lei a nós, expressa aqui: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13:34).
2. O nascimento da consciência Crística para aqueles que, verdadeiramente, aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.
Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do “Ego no Corpo Denso”.
A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Na Iniciação, o candidato, por meio da visão espiritual, vê a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduz ao Cristo interior. Em seu coração ecoa uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. (Lc 2:14). Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei” (Lc 2:11), os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.
Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, sabedoria e movimento foram derramados sobre a criança recém-nascida, a Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.
Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, derramam sobre nós, ainda que fracos e sofredores, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso nesse Esquema de Evolução seria, para cada um de nós, muito mais difícil e prolongado.
Os Magos, elevados Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e pelo conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do “Salvador do mundo”. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três Raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao “Salvador do Mundo”, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.
Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Tríplice Espírito.
O outro trouxe o incenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos, simbolizando o nosso Tríplice Corpo.
E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que nós (por meio do nosso Tríplice Espírito), trabalhando sobre o nosso Tríplice Corpo, extraímos por meio da experiência no Mundo Físico: a Tríplice Alma.
Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.
Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme esse Fogo vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. O discernimento deles lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.
A Estrela que simboliza a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o “Salvador do mundo”.
Naquele dia o ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (que significa nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.
Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?
Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.
Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2:2). Ele, que ilumina a cada um de nós que viemos ao mundo, permanecendo iluminando o nosso Caminho (querendo a gente ou não).
Afinal, como símbolo da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz a Deus-Pai. Pois foi Cristo que nos ensinou: “Para onde Eu vou, vós também ireis” (Jo 14:2).
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
No encerramento do Ritual do Serviço Devocional do Templo da Fraternidade Rosacruz há uma exortação que a seguinte: “nos tornemos melhores homens e mulheres e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, a serviço da Humanidade.”.
Os excelsos seres mentores do nosso Esquema de Evolução necessitam de pontos de apoio aqui no Mundo material – que é a Região Química do Mundo Físico – para realizarem seu trabalho de regeneração (parte do Plano de Salvação inaugurado por Cristo, na Sua primeira vinda). Não fosse assim, pouco ou nada conseguiriam. A face do Planeta Terra se tornaria uma verdadeira desolação, em virtude das nossas falhas e, muitas vezes, insistências em querer destruir esse Campo de Evolução.
Cooperar com seres humanos elevados espiritualmente e com todas as Hierarquias Criadoras, além de um inigualável privilégio, é um dever. Todos aqueles ligados aos movimentos espiritualistas têm colhido grandes bênçãos, como resultado de seu esforço em procurar se aperfeiçoar espiritual e moralmente. Como muito recebem, cabe-lhes, em contrapartida, a responsabilidade de dar, fazendo, assim, cumprir a Lei de Deus.
Quem aceita, voluntariamente, a missão de servir se põe em sintonia com a Fonte Suprema de todas as coisas: Deus. Quanto mais ajuda, percebe como crescem suas qualidades, seus talentos e suas possibilidades de colaborar em esferas cada vez mais amplas. Converte-se em um canal por onde fluem todas as dádivas divinas.
É essa a condição de meio de expressão das forças espirituais: não esqueçamos que “amém” significa “assim seja”. Terminemos sempre nossas preces com esta poderosa expressão de fé e confiança no Poder Divino, na presença luminosa e sábia que é Cristo, o Ser sublime que nos fornece vida, e que habita em nós, no coração de cada um, saibamos ou não. Assim nos compenetraremos, cada vez mais, da verdade de que Cristo, não age por nós, mas sim por meio de nós. Os Seus ‘milagres’ são a maneira d’Ele de utilizar sabiamente as Leis de Deus. Quando deixamos que a nossa vontade se apoie, firmemente, nas Leis de Deus, vemos que Cristo pode criar tudo através de nós e fazer, assim, todos os milagres.
O requisito fundamental para servirmos de canais de ajuda e cura é estarmos sintonizados com o Cristo em nós mesmos. Por isso constitui valioso exercício, uma ou duas vezes ao dia, recolhermo-nos por alguns minutos, procurando nos conscientizar da Divina Presença e de nossa unidade com Deus-Pai – para isso é mister fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, durante o dia, de Concentração e Meditação. Isso é muito importante porque além de nos ensejar proteção contra os maus pensamentos ou sentimentos desejos e/ou más emoções – tão comuns, principalmente nos ambientes de trabalho, do lar e até de alguns outros lugares – poderá nos converter em meios de manutenção de equilíbrio e bem-estar.
Para muitos, essa prática pode parecer inédita ou até surpreendente. Mas não é verdade. Se consultarmos a Bíblia verificaremos inúmeros casos em que alguém ou algumas pessoas serviram de instrumento ou de canal para que se operassem “prodígios” ou “milagres”.
No capítulo 5 do Evangelho Segundo S. Lucas, por exemplo, vemos como um grupo de homens, pela intensidade de sua fé no poder curador do Cristo, se tornou o instrumento para a realização da cura[1]. E assim, em várias passagens encontramos fatos idênticos.
Tudo isso sempre foi uma realidade. Apenas agora que um número cada vez maior de pessoas começa a se sensibilizar a essa verdade. Como disse Salomão, no Livro de Eclesiastes: “O que foi, será, o que se fez, se tornará a fazer: nada há de novo debaixo do sol!” (Ecl 1:9).
Assim, consciente dessa responsabilidade, o Aspirante à vida superior deve se manter sempre calmo, paciente, humilde, simples, esperançoso, confiante e equilibrado diante de todas as circunstâncias. Não deve permitir que a dúvida ou a preocupação ofusquem sua visão interior, ou que alguma condição adversa venha a perturbá-lo. Sabe que o amor divino é expresso no mundo através dos canais humanos. Não procura, entretanto, fazer valer a sua vontade, mas sim a de Deus-Pai (“Pai, faça-se sempre a Sua vontade, e não a minha”).
Não é o que realizamos, nem a extensão de nossa influência, que nos torna importantes a Deus, mas, quão desejosos estamos por deixar que Seu amor encontre expressão, por meio de nós, exatamente onde estamos. Dessa forma, Ele pode, realmente, criar tudo através de nós, e realizar os assim chamados “milagres”.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)
[1] N.R.: 1Certa vez em que a multidão se comprimia ao redor dele para ouvir a palavra de Deus, à margem do lago de Genesaré, 2viu dois pequenos barcos parados à margem do lago; os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo num dos barcos, o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; depois, sentando-se ensinava do barco às multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo; lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas, lançarei as redes”. 6Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam. 7Fizeram então sinais aos sócios do outro barco para virem em seu auxílio. Eles vieram e encheram os dois barcos, a ponto de quase afundarem. 8À vista disso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!”. 9O espanto, com efeito, se apoderara dele e de todos os que estavam em sua companhia, por causa da pesca que haviam acabado de fazer; 10e, também, de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão”. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens”. 11Então, reconduzindo os barcos à terra e deixando tudo, eles o seguiram.
Cura de um leproso — 12Estava ele numa cidade, quando apareceu um homem cheio de lepra. Vendo a Jesus, caiu com o rosto por terra e suplicou-lhe: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. 13Ele estendeu a mão e, tocando-o, disse: “Eu quero. Sê purificado!”. E imediatamente a lepra o deixou. 14E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse: “Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote, e oferece por tua purificação conforme prescreveu Moisés, para que lhes sirva de prova”. 15A notícia a seu respeito, porém, difundia-se cada vez mais, e acorriam numerosas multidões para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, permanecia, retirado em lugares desertos e orava.
Cura de um paralítico — 17Certo dia, enquanto ensinava, achavam-se ali sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todos os povoados da Galileia, da Judéia e de Jerusalém; e ele tinha um poder do Senhor para operar curas. 18Vieram então alguns homens carregando um paralítico numa maca; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante dele. 19E como não encontravam um jeito de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com a maca no meio dos assistentes, diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os escribas e os fariseus começaram a raciocinar: “Quem é este que diz blasfêmias? Não é só Deus que pode perdoar pecados?”. 22Jesus, porém, percebeu seus raciocínios e respondeu-lhes: “Por que raciocinais em vossos corações? 23Que é mais fácil dizer: Teus pecados estão perdoados, ou: Levanta-te e anda? 24Pois bem! Para que saibais que o Filho do Homem tem o poder de perdoar pecados na terra, eu te ordeno — disse ao paralítico — levanta-te, toma tua maca e vai para tua casa”. 25E no mesmo instante, levantando-se diante deles, tomou a maca onde estivera deitado e foi para casa, glorificando a Deus. 26O espanto apoderou-se de todos e glorificavam a Deus. Ficaram cheios de medo e diziam: “Hoje vimos coisas estranhas!”
Os importantes passos da vida de nosso Salvador, Cristo, conforme narrados pelos quatro Evangelhos, compõem o esquema geral de Iniciação para todos nós, enquanto desenvolvemos gradualmente o Espírito do Cristo em nosso interior, o Cristo Interno.
Os quatro Evangelhos descrevem, dramaticamente e em símbolos, os incidentes que serão encontrados no nosso Caminho da Santidade.
Sabemos que havia três seres dentre os Discípulos mais íntimos do Cristo que alcançaram o pináculo da Iniciação. E os Evangelhos contêm um maravilhoso relato de do elevado contatos deles com a Memória da Natureza. Os três Discípulos eram: João, o bem-amado ou, em outras palavras, o mais avançado; Tiago, o primeiro a sacrificar sua vida pelos preceitos da nova Religião instituída por Cristo – o Cristianismo, e Pedro, a rocha, simbolizando o poder da fé e obras, sobre as quais a Religião Cristã foi estabelecida. Diz o Evangelho que “os levou para o Monte”[1], explica Max Heindel que esse é um termo místico significando a Iniciação.
Max Heindel não foi um intérprete das Escrituras, segundo o seu próprio entendimento. As informações mencionadas foram colhidas através de visão espiritual e contato pessoal com a Região do Pensamento Concreto, na qual o Iniciado pode examinar as verdadeiras gravações feitas na Memória da Natureza.
Um dos mais importantes pontos desse relato é que os Discípulos averiguaram, durante a sua Iniciação, a realidade do Renascimento, uma vez que Moisés e Elias eram expressões de um mesmo espírito. Esse fato ilustrava o que o Cristo havia lhes dito a respeito de João Batista: “Esse é Elias, que devia vir”[2].
Dessa forma, fica mais e mais aparente que o Cristo ensinava reservadamente aos seus Discípulos o fato do Renascimento. Porém, essa doutrina deveria constituir um ensinamento esotérico por muito tempo, conhecido somente de alguns pioneiros. É da maior significação que o trabalho real de Cristo-Jesus começou após a Transfiguração, quando preparou setenta pessoas como mensageiras e as enviou em grupos de dois para cada lugar onde elas deveriam ir.
Nos lugares onde eram bem recebidas, deviam ficar, curar os enfermos e pregar as boas novas. Quando não as recebiam, deveriam sacudir “o próprio pó das suas sandálias”.
Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que há três passos importantes no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz: o primeiro, quando o Estudante Rosacruz dá o primeiro passo, atraindo a atenção do Irmão Maior; o segundo, quando é admitido para o Probacionismo e assume a solene obrigação de servir a Humanidade por meio do sacrifício de sua natureza inferior (“eu inferior) ao Eu superior, ocasião em que a sua aura se mescla com a do Irmão Maior. O próximo passo é o Discipulado: não poderá mais voltar atrás, já que caminho do Discipulado foi comparado com a torre de uma igreja: estreita-se gradativamente até o topo, encontrando a solitária cruz.
Aí é o ponto máximo de provação do Aspirante à vida superior e os grandes problemas de disciplina espiritual aparecem, inicialmente, como dificílimos. No entanto ele deve continuar a trabalhar consciente e inconscientemente para frente e para cima, rumo ao próximo passo que é o de Irmão Leigo ou Irmã Leiga, para o grande clímax que na história do mais nobre de todos que tenham percorrido o Caminho do Cristão Místico foi chamado de Transfiguração.
A Transfiguração representa uma ocorrência, durante a qual um processo de transfiguração se efetua no corpo do Iniciado. A essência das experiências vividas e a união da Mente com o Coração produzem uma luz radiante que penetra todos os seus Corpos e veículos.
Temos agora uma melhor compreensão a respeito da Transfiguração, conforme narrada nos Evangelhos. Devemos lembrar que foram os veículos de Jesus que ficaram temporariamente afetados pelo Espírito de Cristo na Transfiguração. Escreve Max Heindel: “A Transfiguração, de acordo como é revelada na Memória da Natureza, mostra o corpo do Cristo de um branco deslumbrante, assim evidenciando Sua ligação com o Deus-Pai, o Espírito Universal. Não há nada no mundo tão raro e precioso como aquele extrato do ser humano: o Cristo Interno. E quando cresce, ele brilha através do corpo transparente como a Luz do Mundo”.
O estudo cuidadoso da vida de Cristo-Jesus, conforme relatada pelos Seus Discípulos, nos quatro Evangelhos, mostrará que Ele deixou a Sua orientação para qualquer tipo de problema que nós, como Aspirantes à vida superior, eventualmente encontraremos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Derramando a Sua enorme força espiritual sobre nós, Ele acalma as tempestades do excesso emocional, cura a grande enfermidade que é a ignorância, devolve a visão aos cegos pelo materialismo, expulsa os demônios do ódio e do egoísmo, derrotando o último grande adversário: o medo da morte. Aqui temos o verdadeiro sentido da redenção: a vitória sobre a alienação do ser humano dele mesmo, dos outros e de Deus!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: At 1:12
[2] N.R.: Mt 11:14
O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.
Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Nesse Estudo vamos detalhar o que são as Bem-aventuranças, como se capacitar para vivenciá-las e algumas significâncias esotéricas das primeiras Bem-aventuranças.
Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 5 – Versículos de 10 a 12
Para os outros Capítulos, clique aqui
Resposta: Talvez uma razão fundamental para tanto distúrbio e violência entre nós seja o fato de que nós estamos atravessando um período em que forças antagônicas lutam por dominar a nossa consciência e o mundo que nos cerca.
A Filosofia Rosacruz afirma “o caminho evolucionário da Humanidade está indissoluvelmente ligado as Hierarquias Criadoras que regem os Astros e são os Signos do Zodíaco”.
A passagem do Sol e dos Astros através dos doze Signos zodiacais assinala o nosso progresso no tempo e no espaço. “Presentemente, o Sol, pelo movimento chamado de Precessão dos Equinócios, percorre o Signo de Peixes, encerrando uma Era de superstição e escravidão intelectual. Estamos já penetrando na Órbita de Influência de Aquário, um Signo intelectual, científico e altruísta. Desta forma sofremos a ação de vibrações Astros diferentes em nossa consciência e ao nosso redor”.
Os menos evoluídos são incapazes de manter-se num ponto de equilíbrio desejável para um progresso mais seguro.
Outro ponto a considerar: os separatistas Espíritos de Raça, engendrando diferentes Religiões, costumes, idiomas, tradições, leis, etc., influenciam grande parte da Humanidade, promovendo atritos e guerras. Lembrando que o objetivo dessas Religiões de Raça – mantidas pelos Espíritos de Raça é para que a pessoa que está sob tais Religiões se esforcem para conquistar o seu Corpo de Desejos. Somente com o unificante poder do Cristo, pode-se eliminar a força dos Espíritos de Raça, removendo assim a causa principal da violência.
Cristo encontra-se além dos outros Arcanjos, pois é o mais elevado Iniciado do Período Solar; o Arcanjo que aprendeu tudo que um Arcanjo deve aprender nesse Esquema de Evolução. Seu veículo inferior é o Espírito de Vida, não usando outro mais denso. O Mundo do Espírito de Vida é o primeiro mundo cósmico, ou seja: o Mundo onde não existe a separatividade, somente a Fraternidade. Unicamente pelo poder do Espírito de Vida é que o sentimento extremado de nacionalidade pode ser superado e a Fraternidade Universal tornar-se uma realidade.
Deve também ser lembrado que ao final de ciclos evolutivos (que é o momento que estamos: final da Era de Peixes, mas já na Órbita de Influência da Era de Aquário) renascem muitos Egos poucos evoluídos, os quais recebem assim sua oportunidade final de avançar suficientemente a ponto de não se perderem de seu grupo evolucionário. É desnecessário dizer que os Egos menos evoluídos são provocadores das ondas de violência, desejando atingir seus objetivos.
Outro fator a ser considerado diz respeito às dívidas de Destino Maduro (aquelas que só podem ser resgatadas através da expiação) geradas no passado por indivíduos e nações. Desde os tempos em que começamos a fazer uso do nosso livre arbítrio, o egoísmo e a crueldade compuseram parte do cenário terrestre. Debaixo da Lei de Causa e Efeito toda maldade deve ser resgatada com sofrimento, dor ou algo parecido. Se vivemos pela espada, morreremos pela espada. Se não acontecer em uma existência, sobrevirá na outra. Somos livres para decidir por um curso de ação, porém, essa liberdade nos traz a consequente responsabilidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz junho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Resposta: As adversidades são mais benéficas que os fatos agradáveis que nos sucedem. O indivíduo comum – mormente o que não se dedica aos estudos espirituais esotéricos dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – dificilmente aceitará ou compreenderá esta afirmação, mas o Aspirante à vida superior, por certo, reconhecerá a verdade subjacente nestas palavras.
Em uma de suas “Cartas aos Estudantes”, Max Heindel afirma categoricamente: ” As provas são um sinal de progresso e uma causa de grande regozijo”[1]. E segue explicando que, uma vez alguém reconheça suas responsabilidades espirituais e enverede pelo caminho da espiritualidade, passa a receber contínuas oportunidades de expiar as “dívidas morais” contraídas em vidas passadas sob a Lei de Causa e Efeito.
Todo ato perverso cometido e todo pensamento desarmonioso emitido devem ser compensados. Deve haver restituição, seja diretamente a pessoa atingida, seja por meio de serviço altruísta prestado a outrem. Se o indivíduo sofre, é porque violou as Leis da Natureza – que são as Leis de Deus – e não pela vontade de um “Deus caprichoso”.
As adversidades que se manifestam como privações e sofrimento, em realidade, são oportunidades de aprendermos nossas lições – lembrando: que nós mesmo escolhemos! – e, consequentemente, crescer moral, mental e espiritualmente. Devemos expiar, aprender e crescer. Cabe-nos superar todos os resíduos de destino. Isso é imprescindível se desejamos ser suficientemente puros para conquistar o elevado grau de espiritualidade, exigível na culminação de nossos esforços para o despertamento do Cristo interno. Naturalmente, quanto mais rápido isso acontecer, mais aptos estaremos para assumir nossa responsabilidade de servir à Humanidade.
Mais capacitados, ainda, estaremos para ajudar nossos semelhantes a trilharem o mesmo Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz que agora estamos percorrendo.
Cada prova a nos atormentar, cada dilema a nos confundir, cada sensação de dor ou conflito – seja existencial ou espiritual – a nos abalar, representam oportunidades de crescimento. O recebimento dessas oportunidades é, em si mesmo, um sinal de progresso.
As Potestades Superiores estão conscientes de nossos primeiros esforços no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Reconhecendo nosso empenho sincero, imediatamente fazem com que as provas se interponham em nossa caminhada.
Entendidos dessa forma, esses obstáculos são, inquestionavelmente, grandes bênçãos em nossas vidas!
Os benefícios que as provações nos trazem dependem de nossa atitude em relação a elas. Se deploremos nosso destino, só nos preocupamos; se, de alguma forma, reagimos negativamente, fazendo concessões à natureza inferior, perderemos a oportunidade de progredir. Se não aprendermos a lição da primeira vez, podemos estar seguros de que outra oportunidade se oferecerá e, provavelmente bem mais desagradável.
Não podemos fugir indefinidamente. O fracasso da primeira vez significa uma segunda prova ou quantas mais forem necessárias. Neste caso, a adversidade já deixou de ser uma benção para se converter num obstáculo ao nosso progresso.
Se reconhecermos em cada prova a sua verdadeira natureza; se encararmos o problema de frente, com alegria e otimismo, convictos de que no final tudo se resolverá satisfatoriamente, então, veremos como as coisas não são tão amargas como imaginávamos. Se reagimos a cada dificuldade, inspirados nos Ensinamentos Cristãos – como preconizados pela Fraternidade Rosacruz –, nos cuidando de, sob a mais extrema provação, agir compassivamente, fazendo o possível para promover a harmonia, daremos um grande passo em direção a nossa meta espiritual. Aprenderemos importantes lições de uma forma menos dolorosa e seremos beneficiados com um crescimento anímico inimaginável. Então, certamente, a adversidade terá sido um privilégio.
As provas, como bem o sabemos, assumem formas diversas. Vão desde o mais evidente até o incrivelmente sutil. Chegam a nos desafiar em assuntos de bem-estar físico e estabilidade emocional. Entram em nossas relações com a família, os amigos e conhecidos. Importuna-nos no trabalho e perturbam nosso descanso. Frustram nossos planos e interferem com nossas esperanças e nossos ideais.
Em certo sentido, é correto afirmar que estamos sendo constantemente provados. E se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos, então passaremos todas nossas provas gloriosamente.
Considere por um momento o significado desta afirmação: “Se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos”. Há, dentro de nós, uma pequena voz chamada consciência, dizendo como nos portar em qualquer eventualidade.
Devemos responder com paciência e amor, não importa que injustamente pareçamos ser tratados por outro indivíduo. Sabemos que se alguém necessita de ajuda, devemos prestá-la, deixando de lado nossos interesses pessoais. Sabemos, também, que em momentos de dificuldades econômicas, aparentemente sem solução, se apresentam, por si mesmas, saídas alternativas, quando recorremos a meditação e oração – como nos ensinam a Filosofia Rosacruz. E sabemos, ainda, que nossas aparentes tribulações perdem importância quando, observando o mundo ao redor, constatamos a situação muito mais desesperadora de outras pessoas. Aí, então, nos sentimos impelidos a aliviar seus sofrimentos.
Se, depois de estudarmos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, nos perguntarmos como agiria o Cristo em uma determinada situação, logo o saberíamos. O Cristo em todas as circunstâncias seria compassivo, paciente, compreensivo e amoroso. E nós podemos agir dessa forma… se o quisermos. Afirmar tudo isso é fácil, e crer também. Difícil é fazê-lo! Mas, podemos manifestar essas elevadas virtudes… se o quisermos. Isso, claro, é difícil, porque via de regra “não o queremos”. Nossa natureza de desejos predomina sobre a razão e obtém o melhor do nosso Eu Superior. Os sentimentos de altruísmo sucumbem ante a tirania da Personalidade e o amor fraternal é vencido pela satisfação de si mesmo.
Quando fracassamos em uma de nossas provas podemos estar certos de que isso aconteceu por uma razão egoísta. É muito mais cômodo retribuir com a mesma moeda e tratar com agressividade alguém que nos tenha acusado injustamente, ou agindo de má fé. Requer-se um caráter altamente evoluído para “caminhar o outro quilômetro”[2], procurar a “divina essência oculta” dentro de tal pessoa e se sobrepor as suas palavras vilipendiosas.
É egoísmo fugir de uma situação, porque a fuga, naquele momento, parece ser o caminho mais fácil, uma forma de alívio ou a saída para não encarar o problema de frente.
É egoísmo nos preocupar, nos impacientar, alimentar temores, porque isso é desperdiçar tempo valioso que melhor seria empregado em propósitos construtivos.
Em realidade, é egoísmo fazer coisa que nos impeça de passar por uma prova, porquanto consiste numa recusa em progredir. O crescimento de um indivíduo acrescenta muito à evolução da Onda de Vida humana. Caso uma só pessoa relute em fazer sua parte, impedirá que nossa Onda de Vida avance um pouco mais.
Se alguém considera exagerada esta afirmação lembre-se de que “uma corrente e tão forte como seu elo mais fraco”. Qualquer pessoa incapaz de assumir sua responsabilidade e se empenhar no seu fortalecimento mental, moral e espiritual, está debilitando a corrente que é a nossa Onda de Vida.
Não esqueçamos: esta mesma Onda de Vida está destinada a evoluir até o ponto de, vestida com o Dourado Traje de Bodas – o Corpo-Alma-, se tornar capaz de fazer a Terra levitar no espaço, liberando o Espírito de Cristo dos grilhões que o prendem ao nosso Planeta.
Se pensarmos como fracasso em passar por uma prova constitui um obstáculo à consumação desse glorioso dia, talvez sejamos mais persistentes e escrupulosos em nossos esforços.
Então, aprendamos a aceitar nossas adversidades como bênçãos, recordando que procedendo assim ajudaremos a nós mesmos, a nossos semelhantes e ao Espírito de Cristo.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1986 – Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Carta ao Estudante nº 72 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
[2] N.R.: Mt 5:39
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
*******************
FIM