Cristo considerou a morte o maior dos terrores e sabia que somente Ele poderia restaurar a fé do ser humano em uma vida imortal e lhe dar a certeza de ser um Espírito glorificado. Ele deixou essas palavras de conforto, que devem trazer consolo e fé a todos os que acreditem n’Ele: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, credes também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas: se não fosse assim, eu teria contado a vocês. E se eu for e preparar um lugar para vocês, voltarei e vos receberei para mim mesmo; para que onde eu estou, vós também estejais.” (Jo 14:1-3).
Quer saber mais sobre isso? É só acessar aqui: A Casa do Nosso Pai – Nosso Grande Vizinho Próximo
Resposta: No momento do Batismo, Jesus cedeu tanto os Corpos Denso e Vital, como os respectivos Átomos-sementes ao Arcanjo Cristo. Durante a Crucificação, porém, os dois Átomos-sementes lhe foram devolvidos.
No período entre o Batismo e a Crucificação, o ser humano Jesus formou um veículo etérico do mesmo modo que um Auxiliar Invisível Iniciado forma e, obviamente um Corpo Denso total, ou parcial, quando e se há necessidade de materialização; porém, um material que difere do Átomo-semente não pode ser permanentemente apropriado.
Desintegra cedo quando o poder da Vontade que o formou é retirado. Assim sendo, esse Corpo não era permanente. Quando os Átomos-sementes de seus Corpos Denso e Vital lhe foram devolvidos, Jesus formou um novo Corpo Vital, no qual esteve e ainda está funcionando, trabalhando com as igrejas desde os planos internos.
Nunca retomou um Corpo Denso, apesar de estar perfeitamente capacitado a fazê-lo. Provavelmente, a razão pela qual nunca mais usou um Corpo Denso se deve ao fato de que seu trabalho não tem ligação alguma com coisas materiais.
Por outro lado, Jesus chegou a um estado evolutivo em que poderia escolher livremente se continuava ajudando as populações da Terra, ou se ingressava numa outra Evolução como Auxiliar.
(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e Publicado na Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1974- Fraternidade Rosacruz-SP)
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Pintura: The Baptism Of Jesus – Gustave Doré
O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.
Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.
Nesse Estudo vamos detalhar a significância esotérica desses dois ensinamentos que o próprio Cristo nos mandou nos tornarmos.
Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 5 – Versículos de 17 a 19
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Resposta: A Fraternidade Rosacruz é uma Escola Filosófico-Cristã por excelência. Cristo veio para dissolver toda a influência separatista. O ideal Fraternidade Rosacruz é unificador, não se coadunando com qualquer movimento oposto ao sentimento de unidade. A Fraternidade Rosacruz se mantém coerente a esses princípios, não dotando quaisquer aparatos exteriores que possam distingui-la das outras entidades congêneres.
A cerimônia, as vestes, as insígnias constituíam parte essencial das duas primeiras Dispensações (ambas Antigas e Jeovísticas), grandemente influenciada pelos Espíritos de Raça.
Esta influência alimentou sobremaneira o sentimento separatista, criando um antagonismo entre Raças, nações, credos, povos, clãs, famílias, tribos, gangues e afins.
Dentro do Cristianismo Popular, os credos e os dogmas também engendraram essa separação, muito embora se fundamentassem nos mesmos princípios básicos Cristãos.
O verdadeiro Cristão esoterista – que preconiza o Cristianismo Esotérico – não se preocupa com distinções exteriores. Usa uma “insígnia” dentro de si mesmo por ter desenvolvido o Poder Crístico. Pelos seus frutos o conheceremos e sua vida dedicada ao próximo, mediante a prática do amor Crístico e do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, faculta-lhe tecer um “hábito”, não uma vestimenta sombria e austera, mas um manto luminoso chamado Corpo-Alma, composto dos dois Éteres Superiores do seu Corpo Vital.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Muitas pessoas costumam se queixar de que a espiritualização “dá muito trabalho e muita preocupação”. E elas estão certas! A incorreção está no fato que, encaram esse trabalho como um obstáculo à realização do que se propõe, e não como um meio para despertar as próprias potencialidades, latentes emcada um de nós.
Nada se adquire sem trabalho e sem esforço próprio. É necessário, especialmente no princípio, quando estivermos dando os nossos primeiros passos no Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, certo esforço para aprender a progredir, um esforço que implica em muita renúncia a defeitos e imperfeições.
E é extraordinário notar como achamos, no início, que temos só este ou aquele defeito, que se corrigirmos determinadas tendências, estaremos já realizados em uma boa extensão; e é extraordinário, também, percebermos, quando chegamos a certa etapa desse Caminho, já tendo percorrido um longo trecho da nossa peregrinação, que todos aqueles defeitos já corrigidos e outros, e mais outros com os quais não contávamos e que foram aparecendo no nosso trabalho, nada mais foram do que um princípio de correção apenas, que o nosso trabalho exige uma reforma completa.
Que no início estávamos completamente errados; que pensávamos errado; sentíamos errado; vivíamos errado; servíamos errado; que tudo aquilo que nos parecia certo, de repente nos aparece com a surpreendente necessidade de uma reforma total e o que ainda existe em nós, como remanescente das imperfeições de todo aquele trabalho, deve também ser transmutado em algo melhor. Nesse momento, olhando para frente, pode acontecer que fraquejemos, desesperando ante tão esmagadora revelação interna. Mas isso não acontecerá, se já tivermos como escape aquelas reformas iniciais realizadas anteriormente.
Daí pode-se observar, mais uma vez, a imensa bondade e a Sabedoria de Deus, e como é feito o Seu maravilhoso trabalho de equilíbrio e de auxílio ao aperfeiçoamento da Humanidade. Ele vai mostrando aos poucos os nossos defeitos, e só quando já tivermos certo lastro de realizações que possa nos sustentar diante de uma revelação mais profunda, só então, Ele nos permite encararmos a verdade de nossas próprias insignificâncias, para que, amadurecidos em certo sentido, possamos prosseguir na parte mais dura da escalada, que será, ou pelo menos deverá ser, o total, o completo, o amplo conhecimento de nós mesmos, através de um perfeito despertar de nossa própria consciência. E é neste momento, quando são mostrados a nós o que foi o nosso passado e o que deverá ser o nosso presente, que compreendemos, não só à necessidade de ser modesto, como se deixar integrar no sentimento de humildade, não pensando em sermos humilde, mas atingindo esse estado de humildade dentro de nós mesmos. E, então, o mundo passa a adquirir nova feição, certas coisas a que dávamos valor, modificam sua aparência diante dos nossos olhos. Outras coisas que nos irritavam antes, passam a se apresentar sob um novo aspecto, e podemos sentir, então, o que é o amor Crístico, que é esse sentimento imenso que deve ser realizado, despertando a nossa própria divindade. Atingimos, assim, a própria inteligência e o próprio coração na eternidade das coisas, embora esse estado possa ser, no nosso primeiro encontro com a verdade, apenas um vislumbre, para com o tempo, reaparecer nos momentos esparsos, que vão se aproximando mais e mais, até se tornarem num bloco único de nossa realização interna.
Eis por que, quando alguém desiste já de início da Escola de Preparação para a Iniciação Rosacruz, a Fraternidade Rosacruz, é que não possui ainda a fibra necessária para poder enfrentar, mais tarde, a dura revelação do seu próprio nada; tampouco poderá compreender a necessidade real de vir a ser uma criatura nova, completa e radicalmente modificada. Perde-se, assim a oportunidade de reconhecer, nesse trabalho que tanto o assustou, um empreendimento maravilhoso, o único empreendimento realmente digno de ser realizado, e para o qual todos nós viemos a esse mundo: desenvolver nossos poderes espirituais latentes, como Cristo nos ensinou em Sua primeira vinda.
Por isso, todos nós, que participamos e que temos a felicidade de participar dessa grandiosa obra, que foi legada pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz por intermédio de Max Heindel a todos nós, só temos que nos congratular com esses elevados Seres que nos orientam, pedindo a Deus para que possamos a cada dia enobrecer mais e mais a Fraternidade Rosacruz, com nossos bons exemplos e com nosso trabalho, tanto individual, como coletivo, a serviço de toda a Humanidade.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1967 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O Esoterismo, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz, é um conhecimento transformador. É uma forma de espiritualidade elevada. Podemos considerá-lo como um “caminho para a salvação”. E, sim, existe um elo entre o Esoterismo da Fraternidade Rosacruz e a questão da doença ou enfermidade e da cura definitiva.
O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz tem fundamentos filosóficos. Por um lado, aceita os ganhos das ciências material sobre doença, anatomia, fisiologia e, por outro lado, se baseia em uma concepção do universo que abrange uma história do Universo, da Terra e da Humanidade; bem como da Astrologia Rosacruz, anatomia, fisiologia e das Leis que regem o ser humano e o Universo. Nesse sentido, sabemos que nós somos dotados de vários Corpos e veículos. O conceito de “Corpo” não deve ser entendido no sentido da anatomia clássica, ou seja, de elementos individualizados. O conceito de “Corpo” tem a ver com realidades virtuais, de Mundos e suas Regiões e não de conjuntos de órgãos, tecidos, sistemas e membros relacionados entre si. Se o Corpo Denso está ao alcance dos órgãos sensoriais, o mesmo ocorre com os outros Corpos que são apenas perceptíveis por quem desenvolveu a visão dos Mundos onde esses Corpos ou veículos funcionam. Por exemplo, quem desenvolveu a visão do Mundo do Desejo veem o Corpo de Desejos como uma espécie de “envelope ovoide que se estende 40 ou 50 centímetros para fora do Corpo Denso. Podemos resumir as funções de cada Corpo assim: Corpo Denso é o instrumento da ação nessa Região Química do Mundo Físico; Corpo Vital é o que proporciona a vitalidade, se compõe de Éteres e funcionamos nele na Região Etérica do Mundo Físico; Corpo de Desejos que estimula à ação; a Mente pela qual manifestamos nossos pensamentos aqui e que refreia os impulsos, proporcionando um objetivo à ação. Assim, somos um Ego (um Espírito Virginal manifestado aqui como um Tríplice Espírito) que agimos e reunimos as experiências da ação. A cada parte do Corpo Denso há a mesma parte no Corpo Vital. No Corpo de Desejos há centros de percepção que quando estão em atividade se parecem com vórtices permanecendo sempre na mesma posição relativa com respeito ao Corpo Denso.
Sabemos que o Universo atua e se transforma com energia. Essa energia é percebia por nós sob a forma de quatro Éteres do Corpo Vital, que são Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor. A densidade e a consistência deles é que determinam o estado de saúde. Por exemplo: o Éter Químico nos permite assimilar nosso alimento e a nos desenvolver, mas o Éter Refletor é o Éter da memória que armazena experiências passadas.
A energia solar entra no nosso Corpo Denso pelo baço etérico. De lá, por meio dos nervos etéricos, chega ao Plexo Celíaco, ou Plexo Solar, onde está o Átomo-semente do Corpo Vital. E aqui se transforma no Fluido Vital Solar. Esse Fluido é que mantém a saúde do nosso Corpo Denso. Quando não o temos suficiente, ficamos doentes ou enfermos.
Assim, a saúde resulta de vários elementos: a saúde é o resultado da harmonia entre todos os nossos componentes do nosso Corpo Denso e da harmonia cósmica (harmonia com as Leis de Deus). A doença é uma realidade cosmobiológica e espiritual. No entanto, há casos em que é necessário passar pela doença ou enfermidade para nos fazer mudar, mas sob essas circunstâncias a doença é um precursor de um desenvolvimento espiritual correspondente. Naturalmente, neste caso, a doença ou enfermidade deve ser considerada uma bênção e não uma maldição. Primeiro de tudo, ela decorre de uma falta de harmonia, ou seja, uma não conformidade com o que acabamos de descrever acima. Também pode resultar de uma condição de Destino Maduro. Por exemplo, muitas vezes as doenças nos órgãos que compõe o sentido da visão são causadas por crueldade extrema em uma vida passada.
No entanto, se a doença ou enfermidade é uma consequência de atos, ações ou obras de vidas passadas, não é uma punição, pois Deus não pune, e a doença tem um valor pedagógico. Dor e sofrimento são feitos para nos fazer aprender lições que não quisemos aprender de outra forma.
Não há causas hereditárias para a doença ou enfermidade, porque explicar o comportamento pela Lei da Hereditariedade cancela a responsabilidade e a hereditariedade é usada como um álibi para maus hábitos. O que parece ser “hereditariedade” é, na verdade, a expressão da Lei de Associação e quanto mais cedo reconhecermos que devemos vencer os nossos maus hábitos e cultivar a virtude em seu lugar, em vez de atribuí-los à Lei da Hereditariedade, tanto melhor para nós. Por outro lado, a doença ou enfermidade pode ser causada pelo consumo de bebidas alcoólicas e todas as formas tabaco.
O Método de Cura da Fraternidade Rosacruz está de acordo com a cosmobiologia. Nesse Método, existem dois tipos de remédios para doenças: aqueles da medicina clássica e, em um nível mais alto, aqueles que se baseiam principalmente no poder espiritual chamado de Panaceia Universal ou Panaceia de Cura. Nesse Método, os Curadores (que são todos Auxiliares Invisíveis) transmitem ao Paciente o Poder Divino ou a Força Divina de Cura. A Panaceia pode ser sempre utilizada para curar qualquer tipo de doença ou enfermidade. Com o seu uso as partículas cristalizantes que envolvem os centros espirituais do Corpo do Paciente são dissipadas.
Existem três fatores no Método de Cura Rosacruz: primeiro, o Poder Curador do nosso Pai Celestial; a seguir, o Curador, um Auxiliar Invisível e, por fim o ânimo obediente do Paciente sobre o qual possa agir o Poder Curador de Deus-Pai por intermédio do curador, de tal forma que dissipe todas as doenças ou enfermidades do Corpo. Assim, a cura decorre de um ato de fé que mobiliza o Paciente e o torna o agente de sua cura. Nesse sentido há uma distinção entre tratar (ato em que o Paciente é passivo, também chamado de remediar) e curar (processo em que o Paciente é ativo). O Paciente tem que compreender que a doença ou a enfermidade é a consequência da violação das Leis da Natureza, e se voltar ou continuar fazendo as mesmas coisas que fazia, a doença ou a enfermidade retornará. Note que o tratar ou remediar é um processo físico. Já o curar é radicalmente diferente porque, neste caso, se exige que o Paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura.
Foi assim que os milagres de Cristo-Jesus, “o mestre curador”, foram obtidos. Cristo mobilizava o Poder do Espírito para curar pessoas que tinham fé neste poder. Como evidência da necessidade de se ter fé no Método de Cura, podemos estudar na Bíblia: “E Ele não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58).
O Poder Divino é chamado de a Panaceia Universal. A Panaceia é enviada por Deus para curar o ser humano. Essa “essência espiritual” é enviada a nós e nos fornece um impulso para que nos recomponhamos e retomemos o controle das células do nosso Corpo para restabelecer o funcionamento físico harmonioso.
Podemos nos perguntar: como um Paciente pode se beneficiar da Panaceia Universal? Note que a Cura Rosacruz opera a partir da transferência. Há sim a necessidade do comprometimento do Paciente. Se pelo contrário, o Paciente não acredita no poder de cura do Curador, seria melhor chamar um médico ou uma médica em quem ele confie, porque a saúde e a doença dependem muito do estado de espírito da pessoa que sofre.
Uma ponte deve ser estendida entre os planos superiores e inferiores. Quando Cristo utilizou o Corpo de Jesus na Terra e curou os enfermos, Ele, que era o Senhor do Sol, encerrava em Si a síntese das vibrações dos Astros, da mesma maneira que a oitava musical contém todas as tonalidades da escala e, portanto, podia emitir de Si mesmo a influência astral corretiva necessária e suficiente em cada caso. Ele sentia a desarmonia e sabia imediatamente como desfazê-la em virtude de Seu exaltado desenvolvimento. Diferentemente dos Curadores de hoje, Cristo não precisava despertar um Poder de Dura. Ele não precisava de preparação prévia, mas alcançava resultados imediatos ao substituir, com harmonia, a discórdia astral causadora da doença ou enfermidade que ele queria curar. Só em um caso recorreu à lei superior e disse: “Levanta-te; teus pecados estão perdoados” (Lc 5:23-24 e Mc 2:9-11).
Cristo, impregnado de Lei superior, portanto com Poder Divino, pôde curar restabelecendo uma harmonia que não se limita à harmonia biológica, mas tem a ver também com a harmonia cósmica que contribui para o funcionamento tanto dos Corpos como da Mente.
Sabemos que temos uma concepção biocósmica e o tratamento da doença ou enfermidade deve ser qualificado como tal. A cura passa, também, por um diagnóstico astrológico do Paciente, pois o Método de Cura da Fraternidade Rosacruz depende do conhecimento das dissonâncias astrais, que são a causa da doença ou da enfermidade, e do conhecimento da influência que remediará essa discórdia.
Ou seja, também é uma questão de Astroterapia que é tão útil quanto, de acordo com suas Leis de Compatibilidade e Receptividade, o Paciente se curar com menos esforço sob posições astrais favoráveis. Portanto, os Curadores levantam o horóscopo do paciente e então, conhecendo a doença ou enfermidade, eles entram em um estado de receptividade por meio de Exercícios Esotéricos Rosacruzes. Estes últimos são os meios mais eficientes para entrar em harmonia com Cristo. A prática desses Exercícios conduz a um dom de intuição que permite perceber o sofrimento dos outros, enquanto se encontra uma forma de lhes dar consolo e apoio.
Por que curar? Porque, do ponto de vista do ocultismo, o fato de vivermos ou morrermos é irrelevante, pois a morte não significa aniquilação, mas apenas uma mudança de consciência em relação a outras esferas. Prolongar a vida do veículo, que é o Corpo Denso aqui, permite reunir experiências e estender o desenvolvimento espiritual da pessoa aqui na Terra, que é o baluarte da evolução. O ato de curar é, portanto, tornado relativo. A vida aqui é importante, a saúde também, mas a vida aqui e a saúde vêm depois do desenvolvimento espiritual.
Na verdade, uma pessoa doente pode invocar energia por si mesma. A doença ou enfermidade física pode ser curada pelo poder espiritual, mas há que ter uma noção de “quantidade de Poder”, união de poderes introduzida pelo elemento social. Uma pessoa doente ou enferma recebe ajuda de um grupo de indivíduos: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Esses irmãos são auxiliados mundialmente pelos Estudantes Rosacruzes e por qualquer pessoa que queira ajudar, a cada semana, quando a Lua passa por um Signo Cardinal – as chamadas Datas de Cura – que colocam seus pensamentos em uníssono em um momento chamado 18h30, independentemente dos fusos horários ou qualquer outro horário, pois o pensamento é um fluido transmitido por todo o Planeta que atingirá seu objetivo (se quiser se preparar para facilitar criar tais pensamentos de Cura, antes de se concentrar, oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura). O número de pessoas focadas nesse momento aumenta o poder espiritual em uma progressão geométrica.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Era uma vez dois garotos que se chamavam Roberto e Carlos. Roberto tinha oito anos, Carlos nove.
Eram dois meninos que não se separavam, embora não fossem irmãos. Os pais de ambos eram vizinhos e se davam muito bem. Roberto e Carlos iam à escola juntos diariamente e voltavam contentes. Nunca foram vistos brigando, discutindo ou com brincadeiras impróprias. Havia ocasião até que um dormia na casa do outro.
Era uma amizade sincera que encantava a todos, pela atitude exemplar de ambos e pelo respeito mútuo.
Os pais de Carlos eram mais pobres do que os de Roberto, porém, isto não afetava a amizade daqueles bons vizinhos, até a fortificava devido ao exemplar convívio dos dois filhos que cooperavam entre si nos momentos difíceis.
Certo dia Carlos ficou acamado. Roberto, que era um garoto de bons princípios e um tanto realista, não ficou desesperado. Seus pais, cujas conversas eram elevadas, amparavam fortemente o menino, ajudavam-lhe de forma mental e moral, o que muito contribuía para que o filho ficasse tranquilo.
Roberto se ofereceu para fazer companhia ao seu amiguinho, enquanto acamado.
E com Carlos ficava o tempo todo, ora lendo belas histórias, ora pondo-o a par das lições do dia, para que Carlos não ficasse alheio aos pontos dados pela professora.
Era maravilhoso verificar a abnegação existente entre os dois amiguinhos.
Já havia passado quinze dias e Carlos nada de se levantar nem apresentar melhoras. A doença dele deixava os médicos titubeantes, sem atinar com o que dificultava a cura.
Uma noite, lá pelas dez horas, quando todos estavam ocupados na casa de Carlos, Roberto, sem dizer nada, fechou a porta do quarto e se ajoelhou, junto a cama do enfermo que dormia, e se pôs a orar, pedindo a Cristo, Divino Médico, que inspirasse os médicos ou que fizesse um milagre, curando a seu colega. Enquanto estava concentrado, fazendo sua prece, aconteceu-lhe um fato singular, para ele que desconhecia o fenômeno.
Viu, sem estar assustado, uma forma ovoide de tamanho regular, brilhante se aproximar da cama. Seu coração se encheu de alegria. Sua oração fora ouvida!
Continuou orando, quieto, quando Roberto acordou. Assim que o seu amigo abriu os olhos, falou-lhe: “Você vai ficar bom. Cristo vai atender ao meu pedido; você vai ver”!
– Mas, eu já estou bom – respondeu Carlos. Vi um médico entrar no quarto. Colocou as mãos dentro de meu estômago, e depois que as tirou disse que já estava curado.
– Mas como é que eu não vi médico nenhum aqui? – disse Roberto
– Porém, disse Carlos, eu vi um homem de avental branco, dizendo que eu não precisava me preocupar; que eu ficaria na cama mais sete dias de convalescença e depois voltaria a ir à escola. Disse mais, que estava atendendo a um pedido feito de coração, do meu melhor amigo, que é você.
Roberto ao ouvir isto, não pode se conter. Chorou não de tristeza, mas de reconhecimento a Cristo e aquele médico, Auxiliar Invisível que viera recuperar o seu bom amigo Carlos.
Quando Roberto e Carlos contaram este fato a seus pais, estes se entreolharam, como a dizer: – Deus se esconde dos grandes, mas se revela aos pequeninos que são mais puros de coração.
(Publicada na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)
A cruz é o símbolo oculto da vida humana em sua relação com as correntes vitais. O madeiro vertical superior nos representa, o ser humano, que recebemos a energia solar verticalmente e a Força Crística do interior da Terra. O madeiro horizontal configura o corpo animal, por cuja espinha dorsal perpassa as correntes circulantes pelo nosso Planeta. O madeiro vertical inferior simboliza o Reino vegetal.
A cruz representa o conflito entre as duas naturezas aludidas por S. Pedro quando nos ensinou (IPd 2:1): “Eu vos rogo que vos abstenhais dos desejos carnais que lutam contra a alma”. Sob tal ponto de vista são muito significativas as palavras de Cristo: “Se alguém quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Lc 9:23).
É comum ouvir falar de sofrimentos, de alguma limitação física ou alguma dura experiência como uma “cruz” que se carrega. Em certo sentido a comparação é exata, se a aflição é causada por outrem. Como exemplo podemos citar o sofrimento do Cristo pela Humanidade, seu confinamento a um mundo de baixa vibração, como o nosso.
Que comparação podemos estabelecer entre essa limitação do Mestre e os nossos pesares, por grandes que sejam? No entanto, recebemos nossa cruz em proporção as nossas forças. Mas, a cruz que tomamos após Cristo é a mesma vida terrestre que lhe dedicamos no serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta nos irmãos, nas irmãs e em nós – que é a base da Fraternidade.
A doença ou enfermidade pode nos deixar preocupados, porém, se constitui uma parte de nossa cruz, chega a se converter em benção, até a saúde se refletir no Corpo Denso.
Nestes conturbados dias, quem serão aqueles que tomarão a sua cruz e seguirão o Mestre amado?
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)