A Revelação de São João, o Divino – A Visão de Patmos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Revelação de São João, o Divino – A Visão de Patmos

Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do Testemunho de Jesus. No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando: ‘Escreve o que vês, num livro, e envia-o às sete Igrejas: a Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia’. Voltei-me para ver a voz que me falava; ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro e, no meio dos candelabros, alguém semelhante a um filho de Homem, vestido com uma túnica longa e cingido à altura do peito com um cinto de ouro. Os cabelos de sua cabeça eram brancos como lã branca, como neve; e seus olhos pareciam uma chama de fogo. Os pés tinham o aspecto do bronze quando está incandescente no forno, e sua voz era como o estrondo de águas torrenciais. Na mão direita ele tinha sete estrelas, e de sua boca saía uma espada afiada, com dois gumes. Sua face era como o sol, quando brilha com todo seu esplendor.” (Ap 1:9-16).

Quando São João diz que “estava numa ilha chamada Patmos” nos dá a chave da natureza das suas visões, porque a palavra “Patmos” significa iluminação. Nos tempos anteriores a Cristo a expressão “ilha de Patmos” era usada como referência à Iniciação. Por meio do progresso iniciatório “o amado Discípulo” estava apto para, “em Espírito” ou no estado de consciência requerido, ver nos planos elevados e lá funcionar em corpos invisíveis.

Estudando o Livro da Revelação vemos que ele foi escrito dentro do místico número sete e isso constitui um de seus aspectos fundamentais. Assim: São João teve sete visões nas quais recebeu as mensagens para as sete igrejas. Existem sete Anjos ante o trono, tendo sete lâmpadas de fogo e sete trombetas. Há sete castiçais, os sete selos do “livro” e os sete trovões. O significado do uso desse número pode ser compreendido pelos ensinamentos da ciência oculta que nos revela a natureza setenária do ser humano: um Tríplice Espírito, um Tríplice Corpo ligados uns aos outros pela Mente. No Corpo Vital do indivíduo existem sete centros espirituais, os quais quando despertos e desenvolvidos expressam os poderes espirituais do Espírito interno.

Por ser o ser humano um Todo setenário e, seguindo o Axioma Hermético de que “como em cima, é embaixo”, a mensagem de São João é particularmente dirigida (podemos supor que aquela mensagem que deve ser escrita no “livro” por São João) e enviada às sete Igrejas, contém informações a respeito desse Todo que o compõe e seu campo de evolução que também é setenário. Em outras palavras, as sete igrejas são uma forma simbólica de expressão que se refere aos sete centros no ser humano os quais devem ser dinamizados no processo de desenvolvimento espiritual, cada centro relacionado com um dos sete Mundos que compõem sua evolução (para os Estudantes Rosacruzes que quiserem se aprofundar mais no assunto sobre os centros corporais e sua relação com os Mundos que compõem sugerimos o estudo do livro “O Mistério das Glândulas Endócrinas” da Fraternidade Rosacruz). Todo ser humano, sendo um Deus em formação, eventualmente obterá o destino da Divindade.

A descrição dada por aquele que fala a São João com “uma grande voz, como uma trombeta“, sugere um Poderoso Ser da onda de vida Arcangélica. A tremenda vibração emanada de tal Ser constituirá uma “veste que irá até aos pés“, enquanto o cabelo – “branco como a neve” – e os olhos – “como a flama do fogo” – indicam a pureza e o poder espiritual de tão exaltado Ser. A afiada “espada de dois fios” sugere o poder positivo-negativo do Espírito desenvolvido a um alto grau.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – dezembro/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP) 

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