Arquivo de categoria Ritual do Serviço de Funeral

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Réquiem Rosacruciano

Observação — numerosos pedidos foram feitos para que um serviço fúnebre que os membros da Fraternidade Rosacruz e outras pessoas, que veem a vida como nós, possam usar, ao se despedirem do corpo de um amigo, fosse ensinado. Portanto, publicamos um relatório estenográfico do discurso de despedida que Max Heindel fez para Frances Lyon, nossa estimada amiga e colega de trabalho.

Depois da música de órgão, o público cantou “Mais perto de Ti, meu Deus”. O Emblema do Funeral Rosacruz, uma cruz branca e pura com uma rosa branca no centro, foi então revelado e Max Heindel deu a saudação Rosacruz, como de costume.

“Minhas queridas irmãs e irmãos, que as rosas floresçam em vossa cruz”. O público respondeu: “Na vossa também”.

Max Heindel então disse:

Uma das provas do valor da religião é o conforto que nos dá quando a dor e a tristeza põem à prova nossos corações. Para cumprir sua missão a religião deve trazer-nos conforto, particularmente por ocasião da separação final de nossos entes queridos. Quando a morte nos aflige, quando Deus quer terminar a vida terrena atual dos nossos parentes e amigos, quando nossos recursos humanos tenham sido esgotados, então procuramos, na religião, a coragem e a fortaleza que nos permita suportar a carga da nossa grande perda e da nossa tristeza.

Como preenchem esses requisitos os Ensinamentos Rosacruzes? Em primeiro lugar, eles nos dizem que a morte não é o fim; e, também, como, sob a Lei de Consequência, o fruto de nossas ações nesta vida, sejam boas ou más, deve ser colhido em algum tempo futuro, pois a Bíblia nos diz: “Aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá”.

Sabemos ser impossível cancelar nossos atos bons ou maus pelo simples fato de morrer, como também o é compensar nossos credores mudando-nos para outra cidade. A dívida continua existindo e, algum dia, e em algum lugar, deve ser liquidada. Nossas recompensas também são devidas, em momento oportuno, e a lei imutável da causalidade, portanto, envolve a continuidade da vida e o renascimento em algum momento futuro, conforme expresso por Sir Edwin Arnold:

“O espírito jamais nasceu!

O espírito nunca deixará de ser!

Nunca houve tempo em que ele existisse;

O fim e o princípio são sonhos,

O espírito permanece para sempre independente dos nascimentos e das mortes;

A morte não tem nenhuma influência sobre ele,

Embora pareça morta sua habitação”

“Assim como tiramos uma roupa usada

E apanhamos outra, dizemos:

‘Hoje usarei essa!’

Assim também o espírito abandona sua veste de carne

E parte para voltar a ocupar

Nova habitação, recém-construída”.

Alegramo-nos quando uma criança nasce e choramos quando a morte chega, porque não percebemos que tal conduta é exatamente o oposto do que deveria ser. Na verdade, o espírito está aprisionado nesta capa de barro desde o nascimento, estando sujeito por muitos anos às dores, sofrimentos e enfermidades das quais toda carne é herdeira. Verdadeiramente, a existência concreta é necessária para aprender certas lições — e dessa forma o espírito se beneficia —; mas logicamente, se o choro deve ser tolerado, então devemos chorar quando o espírito nasce neste mundo e devemos nos alegrar quando a morte chega para liberá-lo da dor e do desconforto da existência física.

E, se pudéssemos ver e conhecer o alívio que eles sentem, certamente nos alegraríamos. Pense em como uma pobre alma, acorrentada a uma cama de tortura por anos, deve se sentir, ao despertar no mundo invisível, capaz de mover-se livremente e sem dor para onde quiser. Eles se sentem cheios de alegria e não é nosso dever refrear nosso próprio sentimento de perda, que está realmente enraizado no egoísmo, e nos alegrar com eles, oferecendo-os a Deus para que Ele acelere sua nova jornada?

Aprouve a Deus chamar nossa amiga Frances para uma obra maior, para campos mais amplos em outro mundo, onde ela não precisa de um corpo físico e, por isso, deixou esta vestimenta. Assim como uma criança comparece à escola dia após dia, para adquirir conhecimentos, tendo noites de descanso entre os dias de escola, enquanto desenvolve o seu corpo da infância até a estatura do adulto, assim também o espírito frequenta a escola da vida durante uma sucessão de vidas habitando uma série de corpos terrestres de qualidade sempre melhorada, com os quais ganha experiência. É como disse Oliver Wendell Holmes:

“Constrói mansões mais duradouras, minha alma,

À medida que passam as velozes estações!

Abandona tua cripta anterior!

Que cada novo templo, melhor que o anterior,

Te separes do céu com cúpula maior,

Até que afinal te libertes,

Trocando tua concha por um oceano irrequieto de vida!”

Portanto, sabemos que Frances vai voltar, porque ela precisa voltar, em algum local, algum dia, com um corpo melhor e mais nobre do que esta vestimenta frágil que ela descartou. Sabemos que, pela lei imutável da causalidade, ela precisa retornar; isso é tão certo quanto a pedra que, atirada ao ar, cai de volta à terra; ela vai retornar para que, por repetidas vidas de amizade e relacionamentos, sua natureza amorosa possa ser ampliada e aprofundada dentro do Oceano de Amor em que tudo deve se misturar: gota com gota. A morte, então, perdeu seu aguilhão, no que nos diz respeito, não porque somos problemáticos e amamos menos nossos amigos ou parentes, mas porque estamos firmemente convencidos, porque temos conhecimento real e absoluto de que não existe Morte.

A morte não existe. Os Astros escondem-se

para elevarem-se sobre novas terras.

E sempre brilhando no diadema celeste

espalham seu fulgor incessantemente.

                        A morte não existe. As folhas do bosque

                        convertem em vida o ar invisível;

                        as rochas quebram-se para alimentar

                        o musgo faminto que nelas nascem.

A morte não existe. O chão que pisamos

converter-se-á, pelas chuvas do verão,

em grãos dourados ou doces frutos,

ou em flores com as cores do arco-íris.

                        A morte não existe. As folhas caem,

                        as flores murcham e secam;

                        esperam apenas, durante as horas do inverno,

                        pelo hálito morno e suave da primavera.

A morte não existe; embora lamentamos

quando as lindas formas familiares,

que aprendemos a amar, sejam afastadas

dos nossos braços

                        Embora com o coração partido,

                        vestido de luto e com passos silenciosos,

                        levemos seus restos a repousar na terra,

                        e digamos que eles morreram.

Eles não morreram. Apenas partiram

para além da névoa que nos cega aqui,

para nova e maior vida

dessa esfera mais serena.

                        Apenas despiram suas vestes de barro,

                        para revestirem-se com traje mais brilhante;

                        não foram para longe,

                        não foram “perdidos”, nem partiram.

Embora invisível aos nossos olhos mortais,

continuam aqui e nos amando;

nunca se esquecem

dos seres amados que deixaram.

                        Por vezes sentimos sobre nossa fronte febril

                        sua carícia, um hálito balsâmico.

                        Nosso espírito os vê, e nossos corações

                        sentem conforto e calma.

Sim, sempre junto a nós, embora invisíveis

continuam nossos queridos espíritos imortais

pois todo o universo infinito de Deus

É VIDA. – A MORTE NÃO EXISTE! .

Não temos motivos para afligir-nos porque o Cordão Prateado partiu-se e o corpo está para retornar ao pó de onde veio, pois sabemos que o espírito que chamamos de Frances nesta vida esteja mais vivo do que nunca; na verdade, está conosco agora e tão visível para alguns de nós como quando habitou a vestimenta que agora enviamos ao fogo para que os elementos possam ser transmutados em outras formas pela alquimia da natureza.

Antes de enviá-lo ao Crematório, cantaremos o Hino de Encerramento Rosacruz usado no Serviço do Templo Rosacruz.

Os serviços feitos no corpo de Frances Lyons foram realizados na Pró-Ecclesia, no dia 31 de agosto, às oito horas da manhã, e o corpo foi então enviado para San Diego, onde o crematório o reduziu a cinzas.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de dezembro/1912 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Serviço de Funeral

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Serviço de Funeral

 

  1. Preparar o ambiente com músicas elevadas
  2. Um membro, de preferência de sexo oposto ao do orador, convida os presentes a cantarem, de pé, a terceira estrofe “Mais perto, meu Deus, de Ti”:

“Deixa-me ver o caminho

Que ao céu me conduz;

Tudo o que Tu me dás

São dádivas de consolo.

Os anjos chamam-me;

Mais perto quero estar,

Mais perto quero estar,

Meu Deus, de Ti!”

  • O Leitor descobre o Símbolo Rosacruz
  • Em seguida dirige aos presentes a saudação Rosacruz:

Queridas irmãs e irmãos: (Fixa o Símbolo)

“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”
 (Todos respondem: E na vossa também)

(Todos se sentam, menos o oficiante)

Dediquemos um momento à meditação silenciosa sobre o Amor, a Paz e a tranquilidade.

(Terminado um minuto o Oficiante faz a seguinte alocução)

“Não quero, porém, Irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não tem esperança”.

“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele.” (I Tessalonicenses Capítulo 4, Versículos de 13 a 14).

“Mas alguém dirá: como ressuscitarão os mortos? E com que corpos virão?”

“Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer!”

“E quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas simples grãos, como de trigo, ou outra semente qualquer”.

“Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente (ser humano) o seu próprio corpo”.

“Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos seres humanos, e outra é a carne dos animais, e outra a dos peixes, e outra é a das aves”.

“E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra dos terrestres”.

“Uma é a glória do Sol, e outra a glória da Lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela”.

“Assim, também, a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção: ressuscitará em incorrupção”.

“Semeia-se desprezível, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor”.

“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual”. (Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios, Capítulo 15, Versículos de 35 a 44).

Uma das provas do valor da Religião é o conforto que nos dá quando a dor e a tristeza põem à prova nossos corações. Para cumprir sua missão a religião dever trazer-nos conforto, particularmente por ocasião da separação final de nossos entes queridos. Quando a morte nos aflige, quando Deus quer terminar a vida terrena atual dos nossos parentes e amigos, quando nossos recursos humanos tenham sido esgotados, então procuramos na religião a coragem e a fortaleza que nos permita suportar a carga da nossa grande perda e da nossa tristeza.

Como preenchem esses requisitos os Ensinamentos Rosacruzes? Em primeiro lugar, eles nos dizem que a morte não é o fim; e também como, sob a Lei de Consequência, o fruto de nossas ações nesta vida, sejam boas ou más, deve ser colhido em algum tempo futuro, pois a Bíblia nos diz: “Aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá”.

Sabemos ser impossível cancelar nossos atos bons ou maus pelo simples fato de morrer, como também o é compensar nossos credores mudando-nos para outra cidade. A dívida continua existindo e, algum dia, e em algum lugar, deve ser liquidada.

Regozijamo-nos quando nasce uma alma, isto é, quando é encerrada em vestimenta de barro; mas nos lamentamos quando ela abandona esta forma por ocasião a morte, porque não podemos perceber que essa conduta é exatamente o contrário do que deveria ser. O Espírito é aprisionado nesta camada de barro quando nasce neste Mundo Físico, para, durante muitos anos, sujeitar-se às dores, sofrimentos e enfermidades que são a herança da carne. Porém a vida física é necessária para que a alma possa aprender as lições na escola da vida.

Se devêssemos entregar-nos à tristeza, isto deveria ser quando o espírito nasce neste Mundo, mas deveríamos regozijar-nos quando a morte chega para libertá-lo do sofrimento e dos incômodos da existência física. Se pudéssemos ver e sentir o alívio que sentem nossos entes queridos quando se libertam de um corpo doente, em verdade ficaríamos felizes e não mais nos lamentaríamos. Imaginem uma pobre alma que esteja prisioneira num leito, doente, quando desperta no mundo invisível onde pode mover-se à vontade, livre da dor.

Não desejaríamos boa viagem a esta alma, em vez de nos lamentarmos?

Deus chamou nosso Amigo (a) (dizer o nome dele (a)) para cumprir uma maior tarefa, em campo maior, em outro mundo onde ele (a) não necessita de Corpo físico e, por isso, ele (a) abandonou o que possuía.

(Faça um pequeno resumo das qualidades e atividades passadas do Amigo (a))

Assim como uma criança comparece à escola dia após dia, para adquirir conhecimentos, tendo noites de descanso entre os dias de escola, enquanto desenvolve o seu corpo da infância até a estatura do adulto, assim também o espírito freqüenta a escola da vida durante uma sucessão de vidas habitando uma série de corpos terrestres de qualidade sempre melhorada, com os quais ganha experiência. É como disse Oliver Wendell Holmes:

“Constrói mansões mais duradouras, minha alma,

À medida que passam as velozes estações!

Abandona tua cripta anterior!

Que cada novo templo, melhor que o anterior,

Te separes do céu com cúpula maior,

Até que afinal te libertes,

Trocando tua concha por um oceano irrequieto de vida!”

Sabemos que nosso (a) Amigo (a) voltará algum dia, em algum lugar, com um corpo melhor e mais aperfeiçoado do que o corpo que agora abandonou. Sabemos que por ação da imutável Lei de Consequência, ele (a) deve voltar para que, por meio de vidas repetidas e de reiteradas amizades, seu natural amor possa aumentar e submergir num oceano de Amor.

A morte perdeu seu aguilhão no que diz respeito a nós, não porque tenhamos ficado endurecidos ou que amemos menos nossos parentes e amigos, mas porque estamos convencidos que temos provas absolutas de que a morte não existe. Não temos motivos para afligir-nos porque o cordão prateado partiu-se e o corpo esteja para retornar ao pó de onde veio, pois sabemos que o espírito de nosso (a) Amigo (a) está mais vivo que nunca, e que está presente entre nós, embora invisível para muitos.

Entregamos à terra (ou fogo se for cremado) as vestimentas que este Espírito habitou, para que seus elementos possam ser transferidos a outras formas pela alquimia da natureza.

Como disse o poeta Arnold:

“O espírito jamais nasceu!

O espírito nunca deixará de ser!

Nunca houve tempo em que ele existisse;

O fim e o princípio são sonhos,

O espírito permanece para sempre independente dos nascimentos e das mortes;

A morte não tem nenhuma influência sobre ele,

Embora pareça morta sua habitação “

“Assim como tiramos uma roupa usada

E apanhamos outra, dizemos:

‘Hoje usarei esta!’

Assim também o espírito abandona sua veste de carne

E parte para voltar a ocupar

Nova habitação, recém-construída”.

Elevemos uma prece pedindo ajuda de Deus para que nosso (a) Irmão (ã) que partiu possa logo receber seu novo serviço no outro lado

(Terminar cantando ou falando a última estrofe do Hino de Encerramento:)

Deus te guarde até retornar
Faze a vida virtuosa
No ideal da Cruz de Rosas
Até quando a voltes a saudar.


6. Segue o Serviço no Crematório ou no Cemitério

Serviço no Crematório ou no Cemitério

Agora, entregamos esta roupagem de carne já usada que se tornou muito pequena para o Espírito que conhecemos pelo nome de (dizer o nome do Amigo (a)) aos elementos dos quais veio. Nosso Amigo (a) não foi para longe; ele (a) está entre nós embora invisível para aqueles a quem amou. Ele (a) está livre e revestido (a) do corpo apropriado para a vida superior a qual partiu; assim desejamos-lhe sucesso em seu novo ambiente.

A morte não existe

A morte não existe. Os Astros escondem-se

para elevarem-se sobre novas terras.

E sempre brilhando no diadema celeste

espalham seu fulgor incessantemente.

                        A morte não existe. As folhas do bosque

                        converte em vida o ar invisível;

                        as rochas quebram-se para alimentar

                        o musgo faminto que nelas nascem.

A morte não existe. O chão que pisamos

converter-se-á, pelas chuvas do verão,

em grãos dourados ou doces frutos,

ou em flores com as cores do arco-íris.

                        A morte não existe. As folhas caem,

                        as flores murcham e secam;

                        esperam apenas, durante as horas do inverno,

                        pelo hálito morno e suave da primavera.

A morte não existe; embora lamentamos

quando as lindas formas familiares,

que aprendemos a amar, sejam afastadas

dos nossos braços

                        Embora com o coração partido,

                        vestido de luto e com passos silenciosos,

                        levemos seus restos a repousar na terra,

                        e digamos que eles morreram.

Eles não morreram. Apenas partiram

para além da névoa que nos cega aqui,

para nova e maior vida

dessa esfera mais serena.

                        Apenas despiram suas vestes de barro,

                        para revestirem-se com traje mais brilhante;

                        não foram para longe,

                        não foram “perdidos”, nem partiram.

Embora invisível aos nossos olhos mortais,

continuam aqui e nos amando;

nunca se esquecem

dos seres amados que deixaram.

                        Por vezes sentimos sobre nossa fronte febril

                        sua carícia, um hálito balsâmico.

                        Nosso espírito os vê, e nossos corações

                        sentem conforto e calma.

Sim, sempre junto a nós, embora invisíveis

continuam nossos queridos espíritos imortais

pois todo o universo infinito de Deus

É VIDA. – A MORTE NÃO EXISTE!       

                                                                       (John McCheery)

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