A Estação da Alegria

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Estação da Alegria

A Estação da Alegria

“Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida, com a Tua face me encherás de júbilo” (At 2: 28).
Estas palavras de São Pedro no seu sermão no Dia de Pentecostes, quando o Confortador apareceu com a descida do Espírito Santo em cumprimento da promessa do Cristo, anunciavam uma alegria espiritual de felicidade futura. Foi seguindo o conhecimento da vida conforme Cristo ensinou que ele conseguiu a intensa alegria dessa vida. São Pedro foi, sem dúvida, a figura principal na formação do cristianismo do primeiro século, pois ele foi a pedra sobre a qual Cristo construiria Sua Igreja e a ele foram dadas as chaves do Reino do Céus. Crê-se que São Pedro foi martirizado durante o reinado de Nero no ano 65, aproximadamente.

São Pedro, um pescador galileu, na organização do cristianismo recebeu ajuda e assistência do douto e missionário São Paulo. A religião Cristã desenvolveu-se como uma instituição promotora de uma fé e de uma teologia. Mais tarde foram criadas as igrejas, dioceses, bispados, clero, etc.

Foi o imperador Teodósio I que fez do cristianismo a religião oficial do Império Romano. Apesar da discórdia entre os cristãos que disputavam acerca de conclusões teológicas e que se denunciavam e excomungavam reciprocamente, Teodósio, no Credo de Nicéia, declarou que Cristo era da mesma natureza, isto é, da mesma substância de Deus. Isto ainda é aceito como verdade pelas igrejas ortodoxas Romana, Anglicana, Oriental e outras.

Com a queda do Império Romano, os bispos de Roma passaram a exercer a autoridade civil e eclesiástica, daí, surgindo o Papado que habilitou o Bispo de Roma a coroar, na Basílica de São Pedro, Carlos Magno como Imperador Romano. Daí surgiu a luta pela supremacia entre o rei e o pontífice, entre a igreja e o estado, que agora está sendo resolvida pelo uso da pragmática.

A alegria de São Pedro baseava-se na prova e na fé de sua crença na RESSURREIÇÃO fortalecida pela vinda do Confortador ou Espírito Santo no Dia de Pentecostes. Este é o ponto crucial de toda religião cristã: não existe a morte, pois, o Credo de Nicéia estabelece: “Creio na Ressurreição do corpo e na vida eterna”.

Como isto é verdadeiro nesta estação do ano! Tempo de prazer e de alegria, com a natureza ornada ao máximo. Este tempo de beleza é o trabalho Dele, que deseja CONFORTAR-NOS e trazer Alegria ao Mundo, radiante e expressiva. O canto de alegria surge dos pássaros, dos animais e das plantas que dão tudo em troca do amor que lhes deu o Cristo que partiu. Descem sobre o místico, vibrações de consciência que podem enchê-lo de alegria à sua aproximação, como sucedeu com São Pedro.

Este período de júbilo, esta harmonia de formas, é o triunfo do Espírito sobre a Terra, e a manifestação do ritmo do amor. O Senhor mostrou-nos Sua Face e foi benigno conosco. Com o Espírito Santo, ou, como ensina a Filosofia Rosacruz, com o Espírito Humano assumindo o trabalho do Cristo nesta estação lembremo-nos do primeiro dos três passos a dar, isto é, que pela união com o Eu Superior o ser humano se sobrepõe a sua natureza interior.

Este primeiro passo é o que mais nos interessa atualmente. O primeiro auxílio que nos foi dado para consegui-lo foram as Religiões de Raça que ajudaram a humanidade a conquistar o Corpo de Desejos, preparando-o para sua união com o Espírito Santo a fim de ser extraída a alma emocional. O efeito total deste auxílio viu-se no Dia de Pentecostes, pois o Espírito Santo é o Deus das Raças e todas as línguas são Sua Expressão. Quando os Apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo, falaram várias línguas. Seus Corpos de Desejos haviam sido suficientemente purificados para produzir a união necessária e isto nos mostra o que o discípulo conseguirá algum dia: o poder de falar todas as línguas, pois, então, a diferenciação em Raças separadas terá terminado.

As religiões do Espírito Santo, as Religiões de Raça, destinam-se a elevação da raça humana por meio do sentimento de parentesco limitado a um grupo, família, tribo ou nação, e é este Deus de Raça que recebe as preces pelas vitórias nas batalhas, pelas chuvas, pelo aumento material dos rebanhos e pela repleção dos celeiros. Como essas preces são feitas pelo Corpo de Desejos por coisas temporais, não são puras como deveriam ser para conseguirem nosso desenvolvimento espiritual. A parte da Prece do Senhor que pede pelo Corpo de Desejos é: “Não nos deixes cair em Tentação” – a tentação de desejar as coisas dos outros seres humanos.

Esta alegre estação do ano dá expressão a sua vibração em palavras para exprimir o pensamento, que é o mais alto privilégio humano. Para podermos fazer isso precisamos de uma laringe vertical que nos permita falar. Foi quando o Ego entrou na posse dos seus veículos que se tornou necessário usar parte da sua força criadora para a construção do cérebro e da laringe.

A laringe foi construída enquanto o Corpo Denso estava curvado, do mesmo modo que fica o embrião humano, quando em gestação. À medida que o Corpo Denso se endireitava e ficava em pé, parte do órgão criador permaneceu com a parte superior do Corpo Denso e mais tarde transformou-se em laringe e cérebro.

Dessa forma a entidade evoluinte obteve a consciência cerebral do mundo externo a custa da metade do seu poder criador, que antes era usado, integralmente, para exteriorizar outro ser.

Agora tem o poder de criar e exprimir o pensamento. A laringe é mantida pelo poder do sexo que, quando purificado, torna-se poder anímico que, a seu tempo, invalidará os órgãos sexuais e o ser humano, então, falará o VERBO criador.

No simbolismo da Rosacruz achamos a rosa de brancura imaculada colocada no centro da cruz, representando o lugar da laringe, pois aí esta o poder criador puro que gera a magia da cura.

Durante este mês o Sol está passando pelo segundo Signo da Trindade Criadora, o Signo do princípio criador materno, Touro, regido pela senhora do amor, Vênus, e assistido pela Rainha da Noite, a Lua. A riqueza da Mãe Terra espalha-se diante de nós para nosso júbilo e felicidade.

Acabamos de passar pelo mês apaixonado de Marte, introdutor, no início do Ano Novo, do princípio gerador masculino, no qual dominaram as atividades materiais, e estamos agora gozando o produto feminino da Senhora da Graça, Vênus, no qual o crescimento espiritual é manifestado na beleza da vida na forma.

Aquilo que fora paixão, agora foi transformado em amor por intermédio do Cristo, o Confortador, inundando a Terra com alegria e felicidade, à medida que a Voz da Natureza faz-se ouvir pela Música das Esferas. Os trabalhadores foram convocados, o Fiat Criador foi proferido e a restauração do Templo da Terra está em andamento. Coalisão e unidade sob o vínculo da Deusa do Amor reflete a vida do Cristo.

Neste tempo, em que a aquisição das necessidades físicas é soberana para a preservação, é bom para nós lembrarmos que o espírito, como o corpo, também precisa de alimento para seu crescimento e evolução. Seu alimento consiste em atos e feitos de bondade, de consideração para com os outros e no esquecimento de si.

A canção de júbilo em nossos corações, por aquilo que nos tem sido feito, deve encontrar seu ECO nos outros quando, por nossa parte, fizermos algo por eles, pois, o Crescimento da Alma depende das Ações. Sua alma enfraquecerá se você alimentá-la com livros e não acrescentar um átomo ao seu Corpo-Alma. A menos que você ponha em prática o que aprendeu, o conhecimento produzirá dano considerável, pois somos responsáveis pelo que conhecemos e devemos por em bom uso os nossos talentos.

No juízo final será perguntado o que fez você é não o que você sabe. “E, se Deus assim veste a erva que está no campo e amanhã é lançada ao forno, quanta mais a vós, homens de pouca fé” (Mt 6: 30).

(Revista Serviço Rosacruz – 05/80 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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