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Sol transitando pelo Signo de Câncer (junho-julho)

À medida que o Sol atinge o ponto mais alto de sua ascensão norte, o Cristo também sobe para o reino espiritual descrito na Bíblia como o Trono do Pai. Isso é conhecido na terminologia Rosacruz como o Mundo do Espírito Divino, a morada do Deus desse Sistema Solar.

Enquanto o Sol transita pelo Signo de Câncer, Cristo ascende ao Trono do Pai, onde se banha em Sua transcendente glória. Ali se renova e se revitaliza, atraindo mais e mais forças espiritualizadas para prosseguir o Seu ministério terreno quando volte a penetrar nos reinos da humanidade, no Equinócio de Setembro. Durante Sua permanência nos céus, o Planeta Terra, clarividentemente observado, aparece luminoso por Suas radiações; e o observador comprova, no mais profundo do seu ser, o significado de Sua afirmação: “Toda a autoridade sobre o céu e sobre a terra me foi entregue.” (Mt 28:18).

Câncer é o Signo mais profundamente místico, o principal Signo feminino. Em harmonia com esse fato, o Signo contém um pequeno aglomerado de estrelas dispostas que se assemelha a uma manjedoura. Do coração de Câncer surgem as águas da vida eterna, em que são germinadas formas-sementes que animam todos os reinos da Terra. O Solstício de Junho ocorre quando o Sol entra em Câncer (em torno de 21 de Junho) e também está em sintonia com o princípio da fecundidade.

Como Signo mãe cósmica, Câncer é o portal por meio do qual os Egos humanos veem ao renascimento.

Os antigos representavam Câncer como uma mulher com a Lua a seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Esse símbolo foi empregado por São João na Revelação (Livro do Apocalipse) para representar o triunfante regresso do feminino caído, a Eva do Gênesis, a seu estado divino original. Essa figura exaltada feminina representa os Grandes Iniciados da Hierarquia de Câncer conhecidos como Querubins. Um dos mais altos Iniciados dessa Hierarquia é a Mãe Cósmica do universo a que esse Planeta Terra pertence.

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Os Quatro Evangelhos Segundo: São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os Evangelhos são, na verdade, fórmulas de Iniciações.

Sob o panorama de Cristo-Jesus, os Evangelhos apontam para caminhos de libertação e Iniciação nos Mistérios do ser, aproximam o contato com o divino em nós e representam a vida nova, impulsionada com o regenerador Batismo de Fogo, no reverenciado dia de Pentecostes.

Os três primeiros Evangelhos, de São Mateus, de São Marcos e de São Lucas, são sinóticos (sin – conjunto; ópticos – visão). Portanto, descrevem, empregando uma narrativa histórica, os episódios que fundamentam os ensinamentos do glorioso Mestre, o Cristo. Algumas passagens são ilustradas de forma praticamente idêntica pelos três evangelistas.

Por outro lado, o Evangelho Segundo São João aborda o Ministério do Salvador com mais profundidade e abrangência cósmica. Enaltece o poder luminoso de Cristo como o Unigênito Filho de Deus, como Co-criador e herdeiro das moradas celestes. Não apenas como mensageiro de verdades espirituais, mas como o Caminho, a Verdade e a Vida em Si mesmo.

Os Evangelhos sinóticos relatam com mais ênfase os aspectos exotéricos e humanos da vida do Messias da Galileia. O Evangelho Segundo São João se concentra na visão esotérica: os sublimes e íntimos ensinamentos na Judeia.

O Evangelho Segundo São Marcos (FOGO-AR, com predominância do FOGO) realça a força pró-realizadora do caráter enobrecido pelo Fogo Crístico e focaliza o poder transmutador e purificador capaz de subjugar a natureza inferior. Demonstra o calor penetrante e disseminador da Boa Nova que estenderá o reino do amor a todas as criaturas. Ele fala pouco sobre a Lei. Seu livro foi direcionado mais aos não judeus, pois sabia conviver com os gentios. Alguns teólogos afirmam que ele escreveu para os romanos, um povo cujo ideal concentrava-se no poder. Assim, descreve o Cristo como conquistador poderoso. É o mais curto, o mais simples e talvez o mais antigo de todos. Apresenta Cristo-Jesus vencendo a força titânica dos demônios, dominando as tempestades, enfermidades e até a morte. Faz apologia do verdadeiro serviço, realizado de forma espontânea e desinteressada.

O Evangelho Segundo São Mateus (AR – FOGO, com predominância do elemento ar) combina o bom senso e a lógica (qualidades aéreas) como norteadores da Lei e da Ordem. Também ressalta os dilemas e crises provenientes do calor ígneo que inflama na consciência do fervoroso aspirante espiritual em pleno processo de iluminação. São Mateus enfatiza o cumprimento da Lei, pois seu Evangelho tinha por alvo os judeus. Como sabia que aguardavam ansiosos a vinda do Prometido, anunciado no Antigo Testamento, anuncia Cristo-Jesus como o Messias e, por meio das citações dos profetas, mostra o esperado Messias conforme já prenunciava a própria tradição hebraica. São Mateus apela à razão, à natureza masculina do ser humano. Destaca os confrontamentos inerentes à realização interna. Revela os choques entre as forças espirituais e terrenas. Seu Método Iniciático adverte sobre os percalços e desafios a serem ativamente superados durante o glorioso processo de cristificação da personalidade humana.

O Evangelho Segundo São Lucas (ÁGUA-TERRA, com predominância da ÁGUA) enaltece a simplicidade, a sensibilidade, e o olhar voltado para as mazelas humanas. Engrandece a natureza devocional, evidenciando o poder inspirador do elemento Água. Também destaca a importância da ciência do conhecimento corretamente aplicado (Terras Altas) como superação das trevas da ignorância (Terras Baixas). São Lucas apresenta em seu Evangelho um Messias voltado a todos os seres humanos, especialmente os humildes, revelando um Deus misericordioso. É um Evangelho mais singelo, toca nos valores mais internos, fala de Anjos, dos Profetas e do Templo Sagrado. Ensina o recolhimento, a oração, a tranquila jornada pelo íntimo. Contrapondo São Mateus, é místico e acolhedor, eleva os padrões femininos da natureza humana. São Lucas, mesmo sendo médico e homem de ciência, não encobre os milagres operados pelo Mestre, inclui o maior número de curas entre os evangelistas. São Lucas apresenta Cristo-Jesus como o “Filho do Homem”. Nele encontramos a mais terna simpatia humana e a perspectiva de libertar a humanidade da cegueira espiritual. Seu método é dirigido aos gentios, ressaltando a benevolência de Deus e o amor dedicado a seus filhos.

O Evangelho Segundo São João (TERRA-ÁGUA, com predominância da TERRA) alia ensinamentos que mergulham nas profundezas da divina essência humana (ÁGUA), com uma incomparável compreensão das Dimensões Arquitectônicas que permeiam as forças geradoras e sustentadoras do Cosmos (TERRA). São João tinha em mente as necessidades dos Cristãos de todas as nações. Nesse sentido, apresenta as verdades mais profundas do Novo Testamento dentre as quais se destacam os ensinamentos sobre a Divindade do Cristo e do Espírito Santo. Inaugura o Evangelho discorrendo sobre o Verbo e a Luz dos Homens (o Filho). O mesmo Verbo, em expressão menor, se encontra no íntimo de cada ser humano. O Amor-Sabedoria emanado pelo Filho, o Cristo, é o próprio Poder Coesor empregado como força atrativa para tornar possível a edificação de qualquer forma manifestada. Se o Verbo é vida, cuja vida é a luz dos seres humanos, então as trevas são ausência de luz e vida. As trevas são a morte. Contudo, as trevas são ilusão, porque Deus está em tudo e Deus é Luz. Sem o Verbo nada foi feito, Ele é o Fiat Criador que amolda a substância-raiz-cósmica primordial, dando origem às formas. O Verbo assim se faz carne no sentido de manifestação. Bastaria o primeiro capítulo para revelar a profundidade do Evangelho Segundo São João.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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Uma Delineação do Caminho Iniciático: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida – ninguém vem ao Pai senão por Mim”

Uma Delineação do Caminho Iniciático: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida – ninguém vem ao Pai senão por Mim”

Essa frase de Cristo, encontrada no 14º Capítulo do Evangelho de São João, é algo transcendentalmente profundo e significativo a ponto de merecer zelosos estudos e reverente meditação por parte do estudante esotérico. É uma delineação do caminho Iniciático.

Em virtude de São João ter conhecimentos atinentes ao Período Júpiter e pelo fato de ter sido o “discípulo amado” de Cristo, podemos imaginar a grandiosidade de seus ensinamentos. A interpretação dos ensinamentos de Cristo, tais como os apresentados por São João, à luz do ocultismo, distancia-se muito do significado pretendido pelos cristãos populares. Após essa ligeira apreciação, vamos considerar essa frase pelo seu revestimento eminentemente transcendental.

Surge imediatamente dentro da unidade da frase uma trindade. A unidade é o “EU SOU”, desdobrando-se na trindade “O Caminho, a Verdade e a Vida”. Sabemos que o “EU SOU” é o Cristo. Os três aspectos acham-se na trindade.

O que é o “Caminho”? Sem dúvida é o “EU SOU”, o Espírito Perfeito e Absoluto em quem não há trevas, como afirma São João na Primeira Epístola, ao expressar a verdade de que DEUS É LUZ. Também encontramos referência análoga nos primeiros versículos do Evangelho já mencionado, onde lemos algo a respeito do Verbo (O LOGOS), de quem foi feito tudo o que existe. O “EU SOU” é o Espírito Absoluto pelo qual o aspirante deve encontrar o caminho. Por meio do nosso Espírito caminhamos no Espírito de Cristo.

A segunda pergunta é esta: o que é a Verdade do “EU SOU”? Ele intentava dizer aos seres humanos que ninguém conhece a Verdade Absoluta. Ele tinha em si a Verdade, pois achou-se no “ABSOLUTO”. Temos então de encontrar o ABSOLUTO que sempre existiu em Cristo desde o princípio das coisas. O ABSOLUTO apresenta-se pela existência da ETERNIDADE. Essa é a Verdade de que Cristo fala, da existência desde a eternidade do passado para a eternidade do futuro. Assim, a Verdade é a eternidade.

Chegamos assim ao terceiro aspecto da frase: eu sou a vida. Coincide novamente com os primeiros versículos do primeiro Capítulo: e a Luz era a vida dos homens. Cristo é a vida, o terceiro aspecto do “EU SOU” no espírito infinito do Poder, Sabedoria e Criação. A Criação coincide com a vitalidade manifesta, objetiva em todas as criações; por isso o Caminho, a Verdade e a Vida manifestam-se objetivamente. O universo é vitalizado por intermédio de Cristo. “NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS E NINGUÉM VEM AO PAI SENÃO POR MIM”.

Resumindo: o “EU SOU” é o “ESPÍRITO ABSOLUTO”. Seu primeiro aspecto é o Caminho, que é o Seu Espírito. Seu segundo aspecto é a Verdade, que é a Eternidade. Seu terceiro aspecto é a Vida, que é a Sua manifestação objetiva.

Como os três aspectos divinos encontram-se na Centelha Divina do ser humano, deduz-se que ao seu devido tempo o candidato reconheça a união dos aspectos em si mesmo, o que o leva à união com o Cristo e, consequentemente, com o Pai.

(de Francisco F. Preuss – Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1970)

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Livro: Uma Defesa a Favor de Judas Iscariotes Relativa a Traição de Jesus Cristo 

A personalidade de Judas Iscariotes representa uma das mais impressionantes figuras da história de Jesus Cristo.

Desde o princípio da cristandade, jamais uma criatura foi tão odiada. Este ódio, faz-se sentir ainda hoje, decorridos mais de dois mil anos.

Este ódio criado no seio da cristandade vem encontrando sua continuidade durante séculos, gerando seus efeitos desfavoráveis dentro da própria comunidade cristã.

Dizemos desfavorável porque, não se pode conceber, absolutamente, que houvesse ou haja ódio em Cristo, o Senhor do AMOR.

Vamos ver onde está a origem desse sentimento tão negativo para com essa figura importante.

1. Para fazer download ou imprimir:

F. Ph. Preuss – Uma Defesa a Favor de Judas Iscariotes Relativa a Traição de Jesus Cristo

2. Para estudar no próprio site:

Uma Defesa a Favor de Judas Iscariotes Relativa a Traição de Jesus Cristo

Por

F. PH. PREUSS

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – 1974

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

Parte I – Contextualização

Parte II – A Traição

PARTE I – CONTEXTUALIZAÇÃO

A personalidade de Judas Iscariotes representa uma das mais impressionantes figuras da história de Jesus Cristo.

Desde o princípio da cristandade, jamais uma criatura foi tão odiada. Este ódio, faz-se sentir ainda hoje, decorridos quase dois mil anos. Verificamos este fato pela simples razão de se fabricarem bonecos que são dependurados em árvores e queimados logo após serem surrados.

A alegria das crianças é enorme, quando veem Judas receber o merecido castigo.

E este ato, é feito com pleno consentimento dos adultos, que trazem até seus filhos esta velha tradição que pode ser historicamente confirmada. Na atualidade há um sensível declínio dessas práticas grotescas nas grandes cidades. Se bem que não estejam totalmente apagadas. Este ódio criado no seio da cristandade vem encontrando sua continuidade durante séculos, gerando seus efeitos desfavoráveis dentro da própria comunidade cristã. Dizemos desfavorável porque, não se pode conceber, absolutamente, que houvesse ou haja ódio em Cristo, o Senhor do AMOR.

Tendo em vista dar algumas explicações a respeito da atitude de Judas, devemos levar em consideração os atuais tempos materialistas nos círculos farisaicos em contradição flagrante com o Divino Cristo Espiritual e Ideal.

A ocupação real de Judas era zelar pelo bem-estar físico de Cristo e os demais companheiros, sendo ele o caixa, esmoler e provedor dos pobres. Há-se, também, de se ter em mente que TODOS os Discípulos foram escolhidos por Cristo, inclusive Judas. Cada um deles representava, em suas qualidades internas, uma atividade necessária na marcha da evolução. Iniciava-se, portanto, com a vinda de Cristo, um novo ciclo dessa atividade, uma Nova Era, um movimento maravilhoso e surpreendente, ao qual o Sumo Pontífice e sua hierarquia não tinham acesso. Não compreenderam eles, porém, a mudança dos tempos, isto é, o princípio de uma nova atividade da alma humana, que procurava afastar-se das leis exteriores da vida, firmando-se na lei interior. A hierarquia clerical fora golpeada pela mansidão do Cristo. E o que fazia essa hierarquia? Refugiava-se nas más compreendidas leis mosaicas, as quais executavam rigorosamente.

O Novo Testamento, com relação a Judas, comete tantos erros quanto o Velho Testamento, com respeito às leis de Moisés. Referem-se à Judas como sendo ele um legítimo traidor de Cristo, o que não é uma realidade. A narrativa da traição nos Evangelhos, mostra-nos, de fato, uma traição, mas… com toda legalidade espiritual. O amigo leitor não deverá se admirar com essas palavras, pois, no decurso das explicações, daremos confirmação às mesmas. A própria Sagrada Escritura apresenta ao pesquisador sincero, bem como aos atuais fariseus, profuso material de estudos, provando que, sem o Sacrifício do Senhor, Ele nunca teria sido chamado de: Salvador, o Messias da humanidade. O que desejamos demonstrar é que, a chamada traição foi preparada pelo próprio Cristo! A Profecia tinha que ser cumprida; portanto, Judas levou a traição à efeito com pleno consentimento do Senhor.

Daremos, a seguir, provas do que acima dissemos.

Leiamos as palavras de Cristo, no Evangelho de São João, capítulo 15, versículo 16, quando falando aos Discípulos, diz o seguinte:

“Não fostes vós que me escolheram a mim, ao contrário, EU vos escolhi a vós para que deis frutos e que o vosso fruto permaneça”.

Por essas palavras compreendemos que o Senhor escolhera a Judas para que também desse os seus devidos frutos, cooperando dessa forma com AQUELE que o havia escolhido. O homem de Cariotes havia sido escolhido para realizar um serviço especial dentro do plano estabelecido. Cristo assim o fez porque o conhecia perfeitamente e sabia que, somente ele poderia executar tal classe de serviço, ou seja: a traição, tão necessária ao cumprimento das profecias. No Salmo 22, podemos encontrar o vaticínio do mesmo acontecimento.

Agora perguntamos: teria Judas Iscariotes razões especiais para agir dessa forma com relação ao Senhor? Caso ele não houvesse levado a efeito tal traição, o que teria acontecido a humanidade? Porventura teria sido salva? O capítulo 15, versículo 14, ensina-nos o seguinte:

 “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que EU vos mando”.

O versículo 19, diz:

“Se vós fosseis do mundo, o mundo vos amaria; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele Eu vos escolhi, por isso o mundo vos odeia”.

Estes versículos nos mostram claramente a atividade espiritual de Cristo sobre os seus Discípulos. Eles haviam sido escolhidos para confirmar e participar da Vida Espiritual com o Mestre. Não apenas deveriam ser iluminados pela presença da AURA DO CRISTO SOLAR, como também dar início a transmutação de seus corpos, constituindo-se dessa forma, numa vanguarda espiritualizante de uma futura humanidade. Na perfeita obediência atenderam à própria libertação espiritual (Pentecostes), em virtude das qualidades recebidas da AURA DE CRISTO. As amarras impostas pela lei até então, haviam chegado a seu fim. A constante transmissão das forças solares sobre os Discípulos, devia ser extraordinária, pois, o Hierofante, Cristo, lhes transmitia, francamente, o Espírito de Vida, consumando esse trabalho na Iniciação de Pentecostes. Cristo lhes havia dito que não mais eram do mundo, e que, todos sofreriam como Ele, profecia então cumprida, porquanto todos sofreram a morte de Cruz, exceto São João, que foi exilado para a Ilha de Patmos. Repetimos novamente: Cristo havia escolhido seus Discípulos, e conhecendo perfeitamente as capacidades internas de cada um, dava-lhes os devidos ensinamentos e os iniciava. Este fato nos faz sentir que a Escola Essênia encontrava em Cristo, a lógica e natural sequência dos ensinamentos espirituais para o mundo moderno. A cristandade tinha que se iluminar com a Luz que se encontrava no mundo (Cristo), Luz esta que constantemente era irradiada dos planos estelares. Na escolha dos Discípulos, notamos que o próprio Judas recebeu do Senhor a mesma consideração dada aos demais, recebendo, como eles, obrigações e deveres, sendo respeitado como qualquer outro.

Parte II – A Traição

Após esta digressão que se fazia necessária, voltamos ao assunto em pauta:

A TRAIÇÃO

Na Santa Ceia, quando estavam todos reunidos na mesa, Cristo, dando o pão molhado à Judas, perante os demais Discípulos, diz o seguinte: “Aquilo que deves fazer, faze-o já”.

Cristo tinha conhecimento de Sua Missão, e, portanto, era natural a Sua obediência às Escrituras, que, cerca de 1.000 anos antes já havia anunciado: “Eis que teu Rei virá a ti, justo e salvador, pobre e montado sobre um jumento, um asno, filho de jumenta” (Zacarias, Capítulo 9, Versículo 9-10).

O mesmo fato é também descrito cerca de 1.000 anos depois, no Evangelho de Lucas, no Capítulo 19, Versículo 33 e 35: “Quando eles (os Discípulos) soltaram o jumento, seus donos lhes perguntaram: Porque o soltais?

Responderam: Porque o Senhor o precisa. Então o trouxeram e, pondo suas vestes sobre ele, ajudaram Jesus a montar”.

Mui importante de observação é que, Zacarias, 1.000 anos antes, profetizara a mesma coisa que Lucas, Discípulo de Jesus, descreve em seu Evangelho.

Em sua exaltação espiritual, Zacarias fala com o Senhor – isso é evidente! E assim decorrem-se os acontecimentos, como se impressos numa chapa fotográfica, em negativo, e revelada com a chegada do Salvador, inclusive o drama final de Jesus e Judas.

A declaração de Zacarias no Capítulo 11, Versículo 10 é impressionante:

“Tomei a minha vara (Justiça e Suavidade) para desfazer o pacto que havia estabelecido com todos os povos”.

A consequência do desfeito da união entre Deus e seus povos é relatada no Versículo 12 de Zacarias:

“Eu lhes disse (à Hierarquia); se parece bem aos vossos olhos, dai-me o que me é devido, senão, deixai-o” (trata-se das 30 moedas).

No 13º Versículo fala o Senhor a Zacarias: “Arrojo isto no oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles”.

A expressão: EM QUE FUI AVALIADO, é muito significativa. Quem diz isso é o Senhor.

“Tomei (o Profeta) as trinta moedas de prata, arrojei-as na Casa do Senhor” (Zacarias aí faz o papel de Judas).

Esse Versículo coincide ainda com o Versículo 5 do Capítulo 27 de São Mateus: “Então, Judas, atirando para o Santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se”.

A essa altura, verificamos que Judas rompeu bruscamente os laços que o ligavam a seu povo, pois, impôs-se a si mesmo a justiça, que lhe foi negada na hora em que, arrependido, acusa-se perante os sacerdotes de haver acusado sangue inocente. Esta passagem firma-se, ainda, com o Capítulo 11, Versículo 14 de Zacarias: “Então quebrei a minha segunda vara, os laços, para romper a irmandade entre Judá e Israel”.

Lembremo-nos que Judá representa todo o povo Judeu, e os Israelitas representam os escolhidos, os adiantados. Judas provocou a separação entre aqueles que seguiam a lei e os que aceitaram os princípios cristãos, chamados de Israelitas-cristãos. Ao mesmo tempo, coincide que Pilatos, por não achar falha em Cristo, quebra a sua varinha e lava as mãos, em sinal de inocência no caso.

Lendo a seguir São Mateus 26, Versículo 2, encontramos o seguinte:

“Sabeis que daqui a dois dias celebrar-se-á a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado”.

Havia, naquela mesma hora, uma reunião no Sinédrio, deliberando tirar a vida de Jesus. São Mateus, Capítulo 26, Versículo 4, diz o seguinte:

“Então os principais dos sacerdotes e anciães do povo, reuniam-se no palácio do Sumo-sacerdote, Caifás, e deliberavam tirar a vida de Jesus, prendê-lo por dolo e matá-lo”.

Na verdade, como ensina a Escritura, não havia necessidade de criar-se um pretexto para prender Jesus, pois, os sacerdotes e Cristo sempre se encontravam no Templo ou nos arredores de Jerusalém. Deve haver, assim, por base da traição, algo mais importante, mais transcendental. Vejamos que em Zacarias está apontado o drama de Cristo. Tentemos desvendar a palavra traição. Segundo o dicionário, é: um ato secreto, de um inimigo da vítima, que deve ser traída.

Novamente levamos o leitor a Escritura pela qual Zacarias predisse a traição do Senhor. No Capítulo 11, Versículo 11 de Zacarias e também no Profeta Jeremias, e ainda conforme o Evangelho de São Mateus, Capítulo 27, Versículo 9, e Capítulo 26, Versículo 12, onde Cristo falando aos Discípulos diz: “Derramando este perfume sobre o meu corpo, ela (Madalena) o fez para o meu sepultamento”.

Verificamos que, não somente Cristo sabia de Sua morte, como também Madalena e os Discípulos, pois Ele declarava todas estas coisas perante eles. Nessa mesma hora crítica, poderíamos perguntar: – Se todos sabiam da hora dramática de Cristo, porque não se ausentaram de Jerusalém, sendo que, Judas, ainda não O havia traído ou entregue? O Capítulo 26, Versículo 14 de São Mateus, explica:

“Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes indo ter com os sacerdotes propôs: Que me quereis dar, eu vo-lo entregarei?

E pagaram-lhe trinta moedas de prata”.

Confirma-se aí o colóquio de Zacarias com o Senhor.

Verificamos que coincide, tanto da parte de Cristo como da dos Discípulos, inclusive Madalena, o Sinédrio e os Profetas, saberem, pela mesma fonte, da Paixão em processamento e sua procedência. O veredito espiritual foi a condenação e o sacrifício pela morte de cruz, como porta de salvação para a humanidade. E assim também deveria ser o veredito humano, em cumprimento à profecia. A Plenipotência Divina apresentou-se por meio do corpo físico de Jesus e das Escrituras antiga e nova. A Paixão, sem dúvida, foi coordenada e admitida pela Hierarquia Espiritual. No caso de Judas, apóstolo do Cristo, não se deve encontrar anátema, mas sim a coordenação harmônica dos acontecimentos em propósito. A coragem de Judas faz-se sentir ainda mais impressionante em face de seu auto aniquilamento. As afirmações acima recebem ainda maior apoio quando lemos o Versículo 18 do mesmo Capítulo 26: “Ide à cidade, ter com certo homem, e dizei-lhe: O MESTRE MANDA DIZER: O MEU TEMPO ESTÁ PRÓXIMO; EM TUA CASA CELEBRAREI A PÁSCOA COM OS MEUS DISCÍPULOS”.

Nota-se, nestas palavras proféticas de Cristo, enviadas a seu amigo, (o evangelista não diz o seu nome) que o acontecimento máximo de sua existência está próximo, acontecimento este ligado à história do Mestre e de toda humanidade. O Capítulo 26, Versículo 21 de São Mateus, diz:

“Enquanto comiam declarou Jesus: Em verdade vos digo, que um dentre vós me traíra”.

Sentimos que os acontecimentos se precipitam, chegando à sua máxima culminância na Paixão, em seu ato final.

Um deles teria que ser o instrumento para esse fim e entre eles pairava a grande interrogação:

“Serei porventura eu?” (Versículo 22).

O Versículo 23 coloca os Discípulos entre a alternativa de trair o Mestre, quando diz: “Aquele que mete comigo a mão no prato, esse me trairá”.

Houve então silêncio e suspense, pois, não se sabia ainda, qual dentre eles teria coragem de tal prova. E Cristo, cheio de mansidão e pena, diz:

“O Filho do Homem vai como está escrito a seu respeito, mas, ai daquele por intermédio de quem será traído. Melhor lhe fora não ter nascido”.

Essas palavras não se tratam, absolutamente, de uma ameaça, como geralmente é entendido nas Igrejas populares. O Versículo 25 define o acontecimento: “Judas perante todos, mete a mão no prato do Mestre dizendo: Então sou eu Mestre? Prontamente responde Jesus: Tu o disseste”.

Com isso os Discípulos ouviram a sentença antes proferida por Jesus. O Versículo 47, fala da chegada de Judas com uma turba, armada de espadas e cacetes.

Entretanto, o Versículo 48 fala a respeito da amizade do Mestre para com o seu Discípulo. Ambos tinham ciência dos acontecimentos. O citado Versículo diz o seguinte:

“Ora o traidor havia dado este sinal: Aquele que eu beijar, este prendei”.

O Versículo 49 diz: “E logo aproximando-se de Jesus, disse-lhe: SALVE MESTRE, e o beijou”.

O Versículo 50 ainda diz: “Jesus disse a Judas: AMIGO, para que viestes?”.

Ambos sabiam que se tratava de suas mortes. É muito difícil crer que um traidor verdadeiro beije sua vítima, e nesse caso, o próprio Mestre que o escolhera!

Também, seria difícil crer que o Mestre Jesus chamasse a seu Discípulo de amigo, se não o fosse realmente. Porém, Cristo tinha razões suficientes para chamá-lo de amigo. Nos Evangelhos segundo São Marcos e São Lucas, os acontecimentos são idênticos. No Evangelho segundo São João encontramos algumas diferenças, que a seguir veremos. Em São João, Capítulo 13, Versículo 23, 24, 25 e 26, encontramos o seguinte:

“Ora ali estava aconchegado a Jesus um dos Discípulos que Ele amava”.

A esse, Simão Pedro fez um sinal dizendo: “Pergunte a quem Ele se refere? Então aquele Discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe: Senhor quem é? Respondeu Jesus: É aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado. Tomou, pois, um pedaço de pão e tendo-o molhado, deu-o à Judas, filho de Simão Iscariotes”.

Podemos constatar nesse diálogo, como resposta à pergunta do Discípulo amado, e ainda de Simão Pedro que fizera o sinal, que Jesus apontou, inequivocamente aquele que O havia de trair.

Esse apontamento o fez Jesus abertamente, perante todos os Discípulos. Judas recebeu o pão molhado por Jesus à vista de todos que perceberam a sua tragédia, e, no entanto, ninguém o deteve quando saiu a dar cumprimento àquilo que havia sido ordenado por Jesus.

O Versículo 27, diz o seguinte:

“E após o bocado, imediatamente entrou nele (em Judas) Satanás: O que pretendes fazer, faze-o depressa”.

Nesse Versículo vemo-nos perante um enigma, pelo que o próprio Jesus se fez culpado da tragédia, pois, somente após ter dado a Judas o pão molhado, entrou nele Satanás. E ainda mais: Jesus ainda ordena a Judas, conforme as palavras do Evangelista: “O que pretendes fazer, faze-o depressa”. Judas recebeu o bocado molhado diante de todos, como sinal de que a hora havia chegado e nenhum discípulo foi contrário. Todos concordaram, senão, o teriam detido com toda certeza. Mas tal acontecimento era essencial, não se podendo contradizer a escritura, pois a salvação da humanidade era o alvo da chegada de Cristo à Terra, não podendo ninguém agir contra essa definição. Se aceitarmos a versão de que somente após haver recebido o bocado, entrou Satanás em Judas, é lógico que antes do bocado não estava nele. Pela lógica poderíamos dizer que Jesus era cumplice de Satanás e que Judas era vítima de uma cilada. CLARO ESTÁ QUE NÃO PENSAMOS ASSIM! Mas, tratando-se de um processo comum, o advogado teria que atender a lógica do caso, chegando à conclusão que acusamos de blasfema. Já dissemos que por detrás do caso há um enigma, e que, da forma descrita pelos Discípulos evangelistas, quase de forma semelhante há realmente uma traição, consentida e justificada por todos.

Outra pergunta pode ser feita: Jesus sendo justo e vidente, deu o bocado à Judas. Mas se o tivesse dado a outro Discípulo, teria esse cumprido a ordem?

Qual deles teria tanta coragem, tratando-se de trair o FILHO DO HOMEM, que se sujeitava ao PAI?

Mais um pormenor: A hora máxima de Jesus e Judas foi quando Jesus se dirigia a Judas com as palavras: “O que pretendes fazer, faze-o depressa”. Esta é uma ordem, não a Judas, mas ao Espírito do Mal, Satanás. É muito esquisita esta versão, mas foi a última vez que Cristo falou ao Espírito do mal, subordinando-o à sua vontade, a Sua Ordem. E Satanás obedeceu.

Procurando penetrar ainda mais no drama de Jesus e de Judas encontramos o seguinte quadro: “Ele (Judas) tendo recebido o bocado, saiu logo, e era noite”.

Quando ele saiu, disse Jesus: Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado Nele.”

Se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar (São João, Capítulo 13, Versículo 30, 31, 32).

Estes Versículos constrangem o simples pensador, pelo fato de Cristo ser glorificado no Pai, como também o Pai em Cristo por meio de traição de Judas. Se torna embaraçoso à nossa compreensão a palavra “traição”, em se falando da glorificação do Pai e do Filho por seu intermédio, pois, não se pode crer que os “Dois” se façam glorificar por meio de traição de Judas e em sua consequente morte. Pela lógica, e humanamente pensando, uma traição não é gloriosa e nem tampouco pode trazer glória alguma.

Admitindo-se haver uma glorificação entre o Pai e o Filho, não teria Judas também recebido sua devida recompensa? Sem dúvida, pois, a Lei Universal recompensa. Vemos morto de um lado Jesus e de outro Judas. Dois homens que ajudaram a completar a marcha da evolução humana, a favor da evolução cósmica. Não podemos, por conseguinte, excluir uma pessoa por meio da qual se completa um ciclo evolutivo. Julgando humanamente o caso, cremos que, como estavam as Leis Divinas em operação, tendo o Cristo que afastar-se do corpo de Jesus, a palavra “traição” não se apresenta em desafetos ou mesmo em exageros emocionais. A situação era definida e clara. A Lei Divina regia os acontecimentos e não homens. Vemos assim, de um lado, o sacrifício de Jesus, morto, e do outro lado de Jerusalém, Judas Iscariotes, Discípulo de Jesus também morto, em favor da libertação dos homens.

FIM

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ritual do Serviço do Solstício de Junho

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Ritual do Serviço do Solstício de Junho

1) Preparar o ambiente com músicas elevadas

2) Um membro, de preferência de sexo oposto ao do orador, convida os presentes a cantarem, de pé, o Hino Rosacruz de Abertura

3) O Leitor ilumina e descobre o Símbolo Rosacruz e apaga as luzes, exceto a que o ilumina e auxilia na leitura:

4) Em seguida dirige aos presentes a saudação Rosacruz:

    Queridas irmãs e irmãos: (Fixa o Símbolo)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

(Todos respondem: “E na vossa também

    (Todos sentam, menos o oficiante)

5) Leitura do Ritual do Solstício de Junho:

Estamos agora no Solstício de Junho, estação durante a qual a manifestação física sobre a Terra atinge o seu máximo.

Todos os anos uma onda espiritual de vitalidade penetra na Terra por ocasião do Solstício de Dezembro para impregnar as sementes adormecidas na Terra e para dar nova vida ao mundo em que vivemos. Este serviço é feito durante os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, enquanto o Sol transita pelos Signos zodiacais de Capricórnio, Aquário e Peixes, respectivamente.

Do ponto de vista cósmico, o Sol nasce quando Virgem, a Virgem Celestial, desponta no horizonte à meia-noite de 24 de dezembro, trazendo consigo a Imaculada Criança. Durante os meses que se seguem, o Sol passa pelo violento Signo de Capricórnio onde, segundo o mito, todos os poderes das trevas se concentram numa frenética tentativa de matar o portador da Luz, o que é uma fase do drama solar, que é representado misticamente na história do rei Herodes e na fuga do Menino para o Egito, para escapar à morte.

Quando o Sol entra no Signo de Aquário, o aguador, em Fevereiro, temos o tempo das chuvas e das tempestades; e assim como o Batismo consagra misticamente o Salvador à sua obra de Serviço, assim também as correntes de humildade que descem sobre a Terra amaciam-na, para que possa produzir os frutos que preservarão as vidas dos que vivem sobre ela.

Vem depois a passagem do Sol pelo Signo de Peixes, os peixes. Nessa ocasião, as reservas do ano precedente estão quase consumidas e o alimento do ser humano é escasso. Temos então o longo jejum da Quaresma que representa misticamente, para o aspirante, o mesmo ideal mostrado cosmicamente pelo Sol. Há, nessa ocasião, o Carnaval, o “carne-vale” dos latinos, que significa o adeus à carne, pois todo aquele que aspira à vida superior, deve, em alguma ocasião, dizer adeus à natureza inferior com todos os seus desejos e preparar- se para a Páscoa que então se aproxima.

Em Abril, depois de o Sol cruzar o Equador Celeste e entrar no Signo de Áries, o cordeiro, a Cruz se ergue como o símbolo místico do fato que o candidato à vida superior deve aprender a renunciar ao envoltório mortal e começar a subida ao Gólgota, “o lugar do crânio” e daí atravessar o limiar do mundo invisível. Finalmente, imitando a ascensão do Sol aos Signos do céu setentrional, para permitir com os seus raios quentes o crescimento das sementes no solo que foi revitalizando pela onda Crística durante os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro, o candidato deve aprender que o seu lugar é com o Pai e que por fim, deverá subir até esse exaltado lugar.

Assim é que, presentemente, durante a estação que culmina a 21 de junho, o Grande Espírito de Cristo atinge o Mundo do Espírito Divino, o Trono do Pai. Durante os meses de Julho e Agosto, enquanto o Sol está em Câncer e Leão, o Cristo está reconstruindo Seu Espírito de Vida, veículo que Ele trará ao mundo e com ele rejuvenescerá a Terra e os reinos de vida que evoluem sobre ela.

Sem esta onda mística anual de energia vital do Cristo Cósmico, a vida física seria uma impossibilidade. Não haveria pão nem vinho físicos, nem a essência espiritual transubstanciada preparada alquimicamente com o sangue do coração do discípulo. A existência física é a escola ou laboratório no qual aprendemos a transmutar o metal básico das nossas naturezas inferiores no brilho esplendoroso da Pedra Filosofal, tornando assim possível a nossa libertação para esferas mais elevadas, onde o nosso exaltado Ideal, o Cristo, está presentemente.
Existem agentes por trás de todas as manifestações da Natureza – inteligências de diferentes graus de consciência, construtores e destruidores, que desempenham importantes papéis na economia da Natureza. O Solstício de Junho é o tempo de atividade dos duendes da terra e das entidades similares, no que se refere ao desenvolvimento material no nosso planeta, como muito bem o mostrou Shakespeare no seu imortal “Sonho de uma Noite de Verão”.

Pela ação semi-inteligente dos Silfos, são elevadas da superfície do mar, as partículas extremamente divididas de água evaporada, preparadas pelas Ondinas. Os Silfos transportam-nas tão alto quanto podem antes que sobrevenha a condensação parcial e sejam formadas as nuvens. Eles conservam consigo essas partículas de água até serem forçados pelas Ondinas a soltá-las.

Quando falamos que está havendo um temporal, estão sendo travadas batalhas na superfície do mar e no ar, algumas vezes com a ajuda das Salamandras que acendem as centelhas que unirão o hidrogênio e o oxigênio separados, e enviam suas setas inspiradoras de medo, em ziguezague, pelos céus escuros acompanhadas dos enormes estrondos de trovão que reboam na atmosfera, enquanto que as Ondinas triunfalmente, arremessam as gotas de água recuperadas à terra, para serem novamente devolvidas ao seu elemento materno.

Os pequenos Gnomos se ocupam com as plantas e com as flores. É seu serviço tingi-las com os inúmeros matizes de cores que deleitam nossos olhos. Eles também talham os cristais em todos os minerais e modelam as preciosas gemas que brilham nos diademas de ouro. Sem eles não haveria ferro para nossas máquinas, nem ouro para comprá-las; estão presentes em toda parte e a proverbial abelha não é mais operosa do que eles; à abelha, no entanto, é dado crédito pelo trabalho que faz, enquanto que os pequenos Espíritos da Natureza que representam tão importante papel no serviço do mundo, são desconhecidos, menos para uns poucos que são chamados de loucos ou sonhadores.

No Solstício de Junho as atividades físicas da Natureza estão no seu máximo, e por isso a “Noite de São João” é o grande Festival das Fadas que trabalham na construção do universo material, que alimentam o gado, que amadurecem o grão e que saúdam com alegria e agradecem a crista da onda de força, que é a ferramenta que usam para modelar as flores, então estonteante variedade de delicadas formas conforme seus arquétipos e para tingi-las de inúmeras matizes que fazem a delícia e o desespero dos artistas!

Nessa grandiosa noite, todos esses pequenos servidores se reúnem para o Festival das Fadas, vindos dos pântanos e das florestas, dos vales e das clareiras. Realmente eles cozinham e fazem os seus alimentos etéricos e posteriormente dançam em êxtases de alegria – a alegria de terem cumprido suas importantes tarefas na economia da Natureza.

É um axioma científico que a natureza não tolera nada que não tenha seu uso; os parasitas e os zangões são uma abominação; o órgão que se tornou inútil, atrofia-se: assim acontece com a perna ou com o olho que não são mais usados. A Natureza tem serviço a fazer e exige o trabalho de todos para que justifiquem sua existência e para que continuem fazendo parte dela. Isto se aplica tanto à planta e ao planeta como ao homem, aos animais e também às fadas. Todos têm seu serviço a cumprir; todos são trabalhadores e suas atividades são a solução para muitos dos múltiplos mistérios da Natureza.

Devemos tentar compreender perfeitamente estes ensinamentos a fim de que possamos aprender a apreciar esta estação do ano com exatidão.

Que calamidade cósmica seria se nosso Pai Celestial deixasse de prover os meios para o nosso sustento e existência física, todos os anos! O Cristo do ano passado não nos poderá salvar da fome física assim como a chuva que caiu no último ano não poderá molhar o solo para inchar as milhões de sementes que agora repousam na terra à espera das atividades germinais da Vida do Pai, para começarem a crescer; o Cristo do ano passado não poderá novamente acender em nossos corações as aspirações espirituais que nos incitam a avançar no caminho como também o calor do último verão não nos poderá aquecer agora. O Cristo do ano passado deu-nos o Seu Amor e a Sua Vida até ao último alento, sem medida nem limite; quando Ele nasceu na Terra, no último Natal, Ele dotou de vida as sementes adormecidas que cresceram e gratuitamente encheram os nossos celeiros com o pão da vida física; Ele prodigalizou sobre nós o amor que o Pai Lhe deu e quando esgotou totalmente Sua Vida, Ele morreu na Páscoa para novamente subir ao Pai, como um rio, por evaporação, sobe ao céu. Mas o Amor Divino circula interminavelmente; assim o nosso Pai Celeste nos ama como um pai ama seus filhos, pois Ele conhece a nossa dependência e a nossa fraqueza física e espiritual.

Devemos, portanto, aproveitar vantajosamente as oportunidades que são oferecidas a nós nesta estação que hoje se inicia para que a próxima vinda do Espírito de Cristo nos encontre mais bem adaptados para responder com maior facilidade às poderosas vibrações espirituais com as quais seremos então banhados.

Concentremo-nos agora sobre Amor Divino e Serviço.

6) O período de concentração deve se prolongar por uns 5 minutos

7) Após o que recobre o Símbolo e acende as luzes

8) Todos cantam o Hino Rosacruz de Encerramento

9) Proferir a seguinte exortação de despedida:

“E agora, queridas irmãos, que vamos partir, de volta ao mundo material, levemos a firme resolução de expressar, em nossas vidas diárias, os elevados ideais de espiritualidade que aqui recebemos, para que, dia a dia, nos tornemos melhores homens e mulheres, e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes, na obra benfeitora dos irmãos Maiores, a Serviço da Humanidade”.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução

O Cristianismo desempenha um papel único, incisivo e capital na história da humanidade. É de certa forma, o ponto central de retorno entre a involução e a evolução. Daí que sua luz seja tão resplandecente.

Em nenhuma parte, se encontra esta luz tão viva como no Evangelho de São João. E, em verdade, pode dizer-se que é nele tão somente que aparece com toda sua força.

No entanto, não é assim que a teologia contemporânea concebe este Evangelho.

Do ponto de vista histórico, ela o considera como inferior aos três Evangelhos sinóticos, e até há quem o suspeite de apócrifo. O mero fato de que sua redação tenha sido atribuída ao segundo século depois de Jesus Cristo, fez com que os teólogos e as escolas de crítica o considerassem uma obra de poesia mística e de filosofia alexandrina. 

Em compensação, o Ocultismo considera o Evangelho de São João de modo muito diferente.

Durante a Idade Média existiu uma série de fraternidades que viram no Evangelho de São João o seu ideal e a fonte principal da verdade cristã. Essas fraternidades chamavam-se, os Irmãos de São João, os Albigenses, os Cátaros, osTemplários, os Rosacruzes. Todos eram ocultistas práticos e faziam deste Evangelho sua Bíblia. Pode admitir-se que as lendas do Santo Graal, de Parsifal e de Lohengrin tenham saído dessas fraternidades, como sendo a expressão das suas doutrinas secretas.

Todos esses irmãos de diversas Ordens consideravam-se os precursores de um cristianismo individual, do qual possuíam o segredo, e cujo pleno desenvolvimento e florescimento estavam reservados ao futuro. E este segredo só era encontrado no Evangelho de São João.

Encontravam ali uma verdade eterna, aplicável a todo os tempos, uma verdade que regenerava a Alma totalmente, desde que fosse vivida nas profundidades do próprio ser. Não se lia, então, o Evangelho de São João como se fosse um escrito literário, mas como servindo de instrumento místico. A fim de compreendermos aquela verdade eterna, teremos que nos abstrair momentaneamente do seu valor histórico.

Os primeiros quatorze versículos deste Evangelho, representavam para os Rosacruzes, objeto de uma meditação quotidiana e de um exercício espiritual.

Atribuía-lhes um poder mágico que realmente tem, para os ocultistas. Eis aqui o efeito que produzem, pela repetição constante, sem se cansar: feita sempre à mesma hora e todos os dias, se obtém a visão de todos os acontecimentos que conta o Evangelho podendo serem vividos interiormente.

É assim que, para os Rosacruzes, a Vida de Cristo significava o Cristo ressuscitando do fundo de cada Alma. Ademais, criam, naturalmente na existência real e histórica de Cristo, porque, conhecer o Cristo interior, significa reconhecer igualmente, o Cristo exterior.

Um espírito materialista poderia dizer atualmente: O fato de que os Rosacruzes tenham tido essas visões, prova porventura, a existência real de Cristo? A isso responderia o ocultista: – Se não existisse o olho para ver o Sol este não existiria, mas se não houvesse o Sol no céu, tão pouco poderia existir o olho para vê-lo, posto que foi o Sol que construiu o olho no decurso dos tempos para que pudesse perceber a luz. Similarmente, o Rosacruz diria: – o Evangelho de São João desperta os sentidos internos, porém, se não existisse um Cristo vivente, seria impossível fazê-lo viver dentro de si mesmo.

A Obra de Jesus Cristo não pode ser compreendida em sua imensa profundidade, a não ser estabelecendo as diferenças entre os antigos mistérios e O Mistério Cristão.

Os mistérios antigos celebravam-se em Templos-escolas. Os Iniciados, pessoas que haviam despertado, tinham aprendido, igualmente, a obrar sobre o seu corpo elétrico e, portanto, eram “duas vezes nascidos”, porque sabiam ver a verdade de dois modos: diretamente pelo sono e pela visão astral, e indiretamente, pela visão sensível e lógica. A Iniciação pela qual tinham que passar se chamava: Vida, Morte e Ressureição. O Discípulo passava três dias no túmulo, em um sarcófago, dentro do Templo; seu espírito ficava liberto do corpo, porém, ao terceiro dia, respondendo à voz do Hierofante, seu espírito voltava para o corpo, retornando dos confins do Cosmos donde conhecera a Vida Universal.

E assim, transformado, era “duas vezes nascido”.

Os maiores autores gregos falaram com entusiasmo e sagrado respeito destes mistérios.

Platão chegara a afirmar que somente o Iniciado merecia o qualificativo de “homem”. Mas, esta Iniciação encontrou em Cristo, o seu verdadeiro coroamento. O Cristo é a Iniciação condensada na vida suprassensível, assim como o gelo é água solidificada. O que se via nos mistérios antigos se realizava historicamente, em Cristo, no mundo físico. A morte dos Iniciados não era mais que uma morte parcial no Mundo Etérico. A morte de Cristo foi uma morte completa no Mundo Físico.

Pode considerar-se a ressurreição de Lázaro como um momento de transição, com um passo da Iniciação antiga para a Iniciação Cristã.

No Evangelho de São João, o próprio João só aparece depois de se mencionar a morte de Lázaro.

“O Discípulo que Jesus amava”, era, também, o maior dentre todos os Iniciados. Foi aquele que passou pela morte e a ressurreição, e que ressuscitou ante a voz do próprio Cristo.

João é o Lázaro “saído” do túmulo depois de sua Iniciação. Já São João vivera a morte de Cristo”. Tal é a mística via que se oculta nas profundidades do Cristianismo.

As Bodas de Canaã, cuja descrição se lê igualmente neste Evangelho, encerram um dos mais profundos mistérios da história espiritual da humanidade. Referem-se às seguintes palavras de Hermes: “Oque está acima é igual ao que está abaixo”. Nas Bodas de Canaã, a água se transformava em vinho. A este fato dá-se um sentido simbólico e universal, que é o seguinte: no culto religioso o sacrifício da água era substituído, por algum tempo, pelo sacrifício do vinho.

Houve um tempo, na história da humanidade, em que não se conhecia o vinho.

Só nos tempos “védicos” conheciam-no. Pois bem, enquanto o homem não bebera líquido alcóolicos, a ideia das existências precedentes e da pluralidade das vidas, era uma crença universal, da qual ninguém duvidava.

Desde que a humanidade começou a beber vinho, a ideia da reencarnação foi-se obscurecendo rapidamente, acabando por desaparecer de todo da consciência popular. E tão somente os Iniciados conservaram-na, porque se abstinham de beber vinho.

O álcool exerce sobre o organismo uma ação particular, especialmente sobre o Corpo Etérico, onde se elabora a memória, O álcool veda esta memória, obscurecendo-a em suas profundidades íntimas. O vinho faz procurar o esquecimento segundo se diz, porém, não é somente um esquecimento superficial e momentâneo, senão um esquecimento profundo, duradouro; um obscurecimento verdadeiro da forçada memória no Corpo Etérico. Por este motivo, quando os homens começaram a beber vinho, foram perdendo pouco a pouco, o sentimento espontâneo da reencarnação ou renascimento.

A crença no renascimento e na lei do Destino Maduro, tinha uma influência poderosa, não só sobre os indivíduos, como sobre o seu sentimento social. Esta crença fazia-lhes aceitar a desigualdade das condições humanas e sociais. Quando o infeliz obreiro trabalhava nas Pirâmides do Egito, quando o hindu da última casta esculpia os templos gigantescos no coração das montanhas, dizia-se que outra existência o recompensaria pelo trabalho suportado.

Que seu amo já havia passado por provas similares, se era bom, ou que passaria mais tarde por outras mais penosas, se era injusto e mau.

Ao aproximar-se o Cristianismo, a humanidade tinha que atravessar uma época de concentração sobre a obra terrestre. Era-lhe necessário trabalhar para o melhoramento da vida, pelo desenvolvimento do intelecto, do conhecimento racional e científico da Natureza. A consciência da reencarnação devia, pois, perder-se durante dois mil anos, e o que se empregou para obter um tal objetivo foi o vinho.

Tal é a origem do culto de Baco, deus do Vinho e da embriaguez (forma popular do Dionísio dos Antigos Mistérios que, entretanto, possui outro sentido). Tal é, também, o sentido simbólico das Bodas de Canaã. A água servia para os antigos sacrifícios, e o vinho para os novos.

As palavras de Cristo: “Felizes aqueles que não viram e que, entretanto, acreditaram”, se aplicam à nova era em que o homem entregue por completo à sua obra terrestre, não tinha a lembrança das suas vidas anteriores, nem a visão direta do Mundo Divino.

O Cristo nos deixou um testamento na cena do Monte Tabor, naTransfiguração que teve lugar diante de Pedro, Tiago e João. Os discípulos viram-no entre Elias e Moisés. Elias representava o CAMINHO DA VERDADE; Moisés a VERDADE mesma, e o Cristo a VIDA que resume ambas. Por isto só ELE podia dizer: “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”.

Assim, tudo se resume e se concentra, tudo se aclara e se intensifica, tudo se transfigura em Cristo, o Evangelho de São João remonta o passado da Alma Humana, até sua mesma fonte, e prevê seu futuro até sua confluência com Deus, porque o Cristianismo não é somente uma força do passado, mas também, uma força do futuro.
Com os Rosacruzes, o novo ocultismo ensina a buscar o Cristo Interior em cada homem, e o Cristo futuro em toda a Humanidade.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 03/73 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Porque os Apóstolos que tiveram morte violentas, bem como os primeiros Cristãos, não sofreram na carne

 

Muitos dos primeiros Cristãos sofreram por causa de suas crenças religiosas.

Dos onze Discípulos fiéis, todos, exceto São João, teve morte violenta.

Enquanto em Roma, São João foi jogado em um caldeirão de óleo em chamas, mas estava protegido por um Auxiliar Invisível e saiu ileso, São Paulo e dez dos seus Discípulos foram mortos de diferentes maneiras.
Muitos dos primeiros Cristãos foram executados.

Neste contexto, gostaria de dizer algo que os Estudantes Rosacruzes devem saber: foi dito que os Apóstolos não sofreram, como as pessoas comuns sofrem quando são mortos, porque eles foram assistidos pelos Seres Superiores.

Com isso um grande sofrimento foi evitado por meio do envio do Anjo da Morte para cortar o Cordão Prateado, no momento que eles estavam prestes a serem torturados e, portanto, os egos foram retirados de seus Corpos a tempo de salvá-los do sofrimento.

Grupos de Auxiliares Invisíveis e Anjos levaram seus Egos e seus veículos superiores para o céu, deixando seus inanimados Corpos Densos à ira de seus inimigos.

É um grande alívio saber isso.

(IH – de Amber M. Tuttle)

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