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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Não precisamos de uma nova Religião nem de uma nova Filosofia

De fato: não precisamos de uma nova Religião nem de uma nova Filosofia. Precisamos, isto sim, é de RE-ligião, de FILO-sofia, quer dizer, necessitamos buscar, dentro de nós, o nosso Deus, o Cristo Interno, com Quem devemos Re-atar, conscientemente, as relações. Uma vez que o encontremos e o ouçamos, seremos FILÓ-sofo, amigo da sabedoria. Essa é a verdadeira sabedoria, perfeitamente individualizada às nossas necessidades. Ninguém melhor do que nosso Verdadeiro Eu para compreender-nos e intuir-nos a melhor forma de viver.

É útil o estudo dos Evangelhos se pudermos pôr de lado as formas convencionais de interpretação e se pudermos neutralizar as induções materialistas dos nossos sentidos. Para isso, basta que leiamos e meditemos calmamente ficando, depois, em silêncio, para que a Deidade interna nos instrua. Mas, precisamos de calma e de concentração. O nervosismo e a preocupação movimentam o nosso Corpo de Desejos e comprometem a recepção mental. Se estivermos preocupados ou nervosos, respiremos profunda e calmamente e peçamos que o Cristo se levante do fundo da barca do nosso corpo-templo e, estendendo Seus poderosos braços, acalme as ondas das emoções e os ventos dos pensamentos errantes. De toda maneira, o acalmar e concentrar são preâmbulos indispensáveis ao contato com o Cristo. Pode suceder, também, que hajamos estado a conversar frivolidades e ouvindo até coisas maliciosas. Limpemos a Mente e as emoções. Isso representa tirar as sandálias, para pisar um solo santo, de encontro com o Senhor. Aí podemos ler, meditar e silenciar, pedindo ao Cristo que nos instrua.

Realmente, os Evangelhos continuam sendo atualíssimos, continuam a desafiar-nos que os vivamos, para sermos realmente felizes. Quando tivermos atingido esse ponto, aí sim, virão ensinamentos mais altos; será quando o Cristo entregar seu Reino ao Pai, a fim de que recebamos d’Ele orientação mais elevada. Mas, quem chegou a esse ponto? Os sofrimentos internos e sociais, as guerras, as doenças, são macabros atestados de como projetamos, de dentro de nós, as sombras de nossas discórdias às Leis da Natureza.

A Filosofia Rosacruz apareceu, no começo deste século, para orientar, pela razão, os Egos ocidentais que não aceitam o Cristo simplesmente pela fé. É uma Filosofia de ação Cristã, racional, atualizadíssima, que vai preparar a humanidade para uma forma de Religião mais alta, o Cristianismo Esotérico, para a próxima Era de Aquário. Ela pode servir-nos de segura orientação, porque os Irmãos Maiores que a estruturaram são Elevados Iniciados que já passaram pelas nove Iniciações Menores e pelas quatro Iniciações Maiores ou Cristãs.

Precursores que já foram até o fim do caminho desse Esquema de Evolução e pensando naqueles que ficaram para trás, amorosamente voltaram para ajudá-los, prevenindo-os da melhor forma para vencer os obstáculos da jornada. Eles podem olhar lá de cima do grande monte e vislumbrar claramente os caminhos que levam ao cume. Daí Eles serem muito tolerantes com todas as formas religiosas e filosóficas que se criaram para ajudar a humanidade. No entanto, eles indicam um caminho mais curto, um caminho do MEIO, para os que tenham coragem de vencer a si mesmos e de renunciar ao ilusório, como o “atleta que fica com o mínimo de roupas, para melhor vencer a corrida”.

A Fraternidade Rosacruz não é uma nova filosofia. É Sabedoria antiquíssima que surge para a NOVA criatura. À medida que nos renovamos, nos aparecem meios mais elevados de orientação. Simplesmente isso! A Sabedoria nada tem de nova. O método sim é adequado às necessidades internas do povo a quem se dirige. Eis a razão de ser da Fraternidade Rosacruz, que busca livrar o Aspirante das ilusões e miragens do Caminho no deserto, mostrando-lhe, seguramente, as vias de chegar à Terra Prometida, dentro dele mesmo.

Ela não manda “matar os desejos” nem se sentar em meditação ou fazer longos retiros e jejuns, negligenciando os deveres familiares e fugindo aos desafios da vida social. Não! Dá condições de nós, Aspirante à vida superior, haurirmos o alimento anímico no próprio ambiente em que vivemos e lutamos e, nos momentos que nos sobram, buscar a Deus, estudar as verdades espirituais que foram mantidas pela Ordem Rosacruz, livres da conspurcação materialista, de modo que estabeleça no íntimo um Templo. Se nós, Estudantes Rosacruzes, recebemos a oportunidade desse contato com a Fraternidade Rosacruz e a aproveitamos, consideramos isso uma graça de Deus. Mas, se nós temos a oportunidade e não reconhecemos nada de superior nos ensinamentos da Fraternidade Rosacruz e não sentimos vibrar o íntimo à Mensagem dela, é porque não chegou a nossa hora. Ainda estamos verdes; ainda precisamos de “viver e sofrer” até que “encontremos” tempo para o cultivo da Alma, por julgar que isso é a coisa mais importante do mundo.

Então podemos começar a escalada. Aí compreendemos o que é “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.

Compreendem isso, meu Amigo e minha Amiga?

(por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de julho/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pregar o Evangelho

Ninguém, acendendo uma candeia, coloca-a em lugar secreto, nem debaixo do alqueire; mas no castiçal, para que os que entrem vejam a luz” (Lc 11: 33).

Vós sois a luz do mundo… Assim, resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5: 14:16).

Quando alguém faz o compromisso consciente de seguir a Cristo, ele se torna uma luz que brilha em um mundo de trevas. Ou seja, começa a irradiar uma luminosidade espiritual que cresce com o tempo até se tornar esplendorosa e brilhante. A afirmação de que uma candeia é colocada à vista do público se refere ao fato de que o Cristão, de posse da luz espiritual, deve deixá-la brilhar diante de todos os seres humanos, a fim de que a luz possa ser acesa neles.

Assim, vemos que o indivíduo Crístico tem a obrigação de “pregar o Evangelho”. Os Cristãos que trabalham nos moldes da Fraternidade Rosacruz têm uma obrigação particular a esse respeito, por causa do seu conhecimento intelectual sobre assuntos espirituais, o que pode aumentar muito a eficácia da sua fé e de suas boas obras.

“Divulgar os Ensinamentos”, em sentido espiritual, refere-se a uma técnica baseada no princípio envolvido no exemplo de dois diapasões do mesmo tom. Quando um é tocado próximo ao outro, esse último começa a vibrar no mesmo tom daquele. Da mesma forma, a espiritualidade em um indivíduo evoca a espiritualidade do outro. Naturalmente, o primeiro deve possuir um grau de semelhança com o Cristo em si mesmo ou seus esforços para “pregar o Evangelho” ao segundo indivíduo não provocarão uma resposta espiritual.

Torna-se claro, então, que a dimensão espiritual deve ser buscada seriamente; do contrário, não teríamos um “Evangelho” verdadeiro para pregar. Promulgar um conjunto de escritos, o estabelecimento de organizações, a distribuição de livros ou a solicitação de aumento no número dos membros pode nos fazer acreditar que estamos cumprindo nossa obrigação; no entanto, a menos que experimentemos o Cristo como uma presença viva em nossas vidas diárias, tais atividades externas servem apenas para nos desviar da verdadeira obrigação, que é acender a luz em nossos corações e compartilhá-la.

Porque Deus, que ordenou que a luz brilhasse das trevas, brilhou em nossos corações para nos dar a luz do conhecimento da Sua glória na face de Jesus Cristo.” (IICor 4:6).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho-agosto/1995 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Quatro Evangelhos Segundo: São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que os Evangelhos são, na verdade, fórmulas de Iniciações.

Sob o panorama de Cristo-Jesus, os Evangelhos apontam para caminhos de libertação e Iniciação nos Mistérios do ser, aproximam o contato com o divino em nós e representam a vida nova, impulsionada com o regenerador Batismo de Fogo, no reverenciado dia de Pentecostes.

Os três primeiros Evangelhos, de São Mateus, de São Marcos e de São Lucas, são sinóticos (sin – conjunto; ópticos – visão). Portanto, descrevem, empregando uma narrativa histórica, os episódios que fundamentam os ensinamentos do glorioso Mestre, o Cristo. Algumas passagens são ilustradas de forma praticamente idêntica pelos três evangelistas.

Por outro lado, o Evangelho Segundo São João aborda o Ministério do Salvador com mais profundidade e abrangência cósmica. Enaltece o poder luminoso de Cristo como o Unigênito Filho de Deus, como Co-criador e herdeiro das moradas celestes. Não apenas como mensageiro de verdades espirituais, mas como o Caminho, a Verdade e a Vida em Si mesmo.

Os Evangelhos sinóticos relatam com mais ênfase os aspectos exotéricos e humanos da vida do Messias da Galileia. O Evangelho Segundo São João se concentra na visão esotérica: os sublimes e íntimos ensinamentos na Judeia.

O Evangelho Segundo São Marcos (FOGO-AR, com predominância do FOGO) realça a força pró-realizadora do caráter enobrecido pelo Fogo Crístico e focaliza o poder transmutador e purificador capaz de subjugar a natureza inferior. Demonstra o calor penetrante e disseminador da Boa Nova que estenderá o reino do amor a todas as criaturas. Ele fala pouco sobre a Lei. Seu livro foi direcionado mais aos não judeus, pois sabia conviver com os gentios. Alguns teólogos afirmam que ele escreveu para os romanos, um povo cujo ideal concentrava-se no poder. Assim, descreve o Cristo como conquistador poderoso. É o mais curto, o mais simples e talvez o mais antigo de todos. Apresenta Cristo-Jesus vencendo a força titânica dos demônios, dominando as tempestades, enfermidades e até a morte. Faz apologia do verdadeiro serviço, realizado de forma espontânea e desinteressada.

O Evangelho Segundo São Mateus (AR – FOGO, com predominância do elemento ar) combina o bom senso e a lógica (qualidades aéreas) como norteadores da Lei e da Ordem. Também ressalta os dilemas e crises provenientes do calor ígneo que inflama na consciência do fervoroso aspirante espiritual em pleno processo de iluminação. São Mateus enfatiza o cumprimento da Lei, pois seu Evangelho tinha por alvo os judeus. Como sabia que aguardavam ansiosos a vinda do Prometido, anunciado no Antigo Testamento, anuncia Cristo-Jesus como o Messias e, por meio das citações dos profetas, mostra o esperado Messias conforme já prenunciava a própria tradição hebraica. São Mateus apela à razão, à natureza masculina do ser humano. Destaca os confrontamentos inerentes à realização interna. Revela os choques entre as forças espirituais e terrenas. Seu Método Iniciático adverte sobre os percalços e desafios a serem ativamente superados durante o glorioso processo de cristificação da personalidade humana.

O Evangelho Segundo São Lucas (ÁGUA-TERRA, com predominância da ÁGUA) enaltece a simplicidade, a sensibilidade, e o olhar voltado para as mazelas humanas. Engrandece a natureza devocional, evidenciando o poder inspirador do elemento Água. Também destaca a importância da ciência do conhecimento corretamente aplicado (Terras Altas) como superação das trevas da ignorância (Terras Baixas). São Lucas apresenta em seu Evangelho um Messias voltado a todos os seres humanos, especialmente os humildes, revelando um Deus misericordioso. É um Evangelho mais singelo, toca nos valores mais internos, fala de Anjos, dos Profetas e do Templo Sagrado. Ensina o recolhimento, a oração, a tranquila jornada pelo íntimo. Contrapondo São Mateus, é místico e acolhedor, eleva os padrões femininos da natureza humana. São Lucas, mesmo sendo médico e homem de ciência, não encobre os milagres operados pelo Mestre, inclui o maior número de curas entre os evangelistas. São Lucas apresenta Cristo-Jesus como o “Filho do Homem”. Nele encontramos a mais terna simpatia humana e a perspectiva de libertar a humanidade da cegueira espiritual. Seu método é dirigido aos gentios, ressaltando a benevolência de Deus e o amor dedicado a seus filhos.

O Evangelho Segundo São João (TERRA-ÁGUA, com predominância da TERRA) alia ensinamentos que mergulham nas profundezas da divina essência humana (ÁGUA), com uma incomparável compreensão das Dimensões Arquitectônicas que permeiam as forças geradoras e sustentadoras do Cosmos (TERRA). São João tinha em mente as necessidades dos Cristãos de todas as nações. Nesse sentido, apresenta as verdades mais profundas do Novo Testamento dentre as quais se destacam os ensinamentos sobre a Divindade do Cristo e do Espírito Santo. Inaugura o Evangelho discorrendo sobre o Verbo e a Luz dos Homens (o Filho). O mesmo Verbo, em expressão menor, se encontra no íntimo de cada ser humano. O Amor-Sabedoria emanado pelo Filho, o Cristo, é o próprio Poder Coesor empregado como força atrativa para tornar possível a edificação de qualquer forma manifestada. Se o Verbo é vida, cuja vida é a luz dos seres humanos, então as trevas são ausência de luz e vida. As trevas são a morte. Contudo, as trevas são ilusão, porque Deus está em tudo e Deus é Luz. Sem o Verbo nada foi feito, Ele é o Fiat Criador que amolda a substância-raiz-cósmica primordial, dando origem às formas. O Verbo assim se faz carne no sentido de manifestação. Bastaria o primeiro capítulo para revelar a profundidade do Evangelho Segundo São João.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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