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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Porta da Vida e da Morte

Assim, pois, o Zodíaco e os Astros são como um livro no qual nós podemos ler a história da Humanidade durante os estados passados e, também, nos dá uma chave para futuro que está diante de nós. No famoso Zodíaco do Templo de Denderah, Câncer não estava representando como hoje. Lá era representado por um escaravelho. Este escaravelho era o símbolo da alma, e Câncer sempre foi conhecido antigamente, como ainda hoje entre os místicos, como sendo a esfera da alma, a porta da Vida no Zodíaco, de onde os espíritos que vem renascer entram em nossa condição sublunar. Está, portanto, governado muito apropriadamente pela Lua, que é o Astro da fecundação, e é notável que vemos Capricórnio, que é o Signo oposto, ser regido por Saturno, o Planeta da morte e do caos. Saturno é desenhado simbolicamente como “O segador com sua foice e sua ampulheta nas mãos”.

Estes dois Signos opostos são, portanto, os pontos nos quais gira a evolução da alma. Câncer e Capricórnio, respectivamente, marcam o ponto de maior ascensão do Sol no hemisfério norte e o ponto de descida mais inferior, no hemisfério sul. Observamos que durante os meses de junho e julho, quando o Sol está na esfera do Câncer e Signos aliados, a fecundação e o crescimento estão na ordem do dia. Mas quando o Sol está em Capricórnio temos a época em que a natureza está morta. Os frutos são então consumidos e por nós assimilados.

Como a dança circular do Sol entre os doze Signos determina as estações do ano quando o vemos “direito”, produzindo germinação de miríades de sementes, enterradas no solo assim como o acasalamento da fauna, que então faz o mundo mais alegre com as vistas e os sons da vida em manifestação e na outra ocasião deixa o mundo mudo, confuso e abatido com a tristeza sob o domínio de Saturno, assim também pelo movimento mais lento e para trás conhecido como a Precessão dos Equinócios, é que se produz a grande mudança que se conhece como Evolução. Com efeito, essa Precessão do Sol determina, o nascimento e a morte das raças, das nações e de suas religiões, pois o Zodíaco e seus Signos são a representação simbólica do nosso desenvolvimento passado, presente e futuro.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – dezembro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Origem das suas Doenças está em sua Mente com as Emoções e os Desejos que Você justifica por meio dela

Dois advogados, associados na prática forense, tiveram uma séria divergência. Como resultado, dissolveram a sociedade. Depois de pouco tempo, um deles foi hospitalizado em virtude da pressão sanguínea elevada. À medida que a animosidade entre os sócios foi acentuada, a pressão do sangue aumentou.

O médico encarregado do caso tentou inutilmente aplicar todos os seus métodos de socorro. Sabendo algo a respeito da altercação entre os dois sócios, sugeriu finalmente que o único remédio eficaz para o seu paciente fosse ele reconciliar todas as discordâncias com o seu antigo sócio e esquecer tudo. Providenciou um encontro entre os dois, no qual dissecaram a coisa toda. Finalmente, concordaram em restabelecer a sociedade e esquecer as divergências do passado. Dentro de uma semana a pressão sanguínea do paciente retornou ao normal.

O ódio ou uma hostilidade arraigada constitui o uso mais ineficaz que uma pessoa possa fazer de sua Mente. Isso poderá causar muitos distúrbios, até mesmo nos olhos. Trata-se de uma das principais causas do glaucoma, uma doença dos olhos que cega totalmente a 20.000 pessoas por ano e faz com que um grande número de pessoas, que varia de cinco a dez vezes essa quantidade, venha a perder a visão de um olho.

Os especialistas descobriram que a pressão ocular aumenta sempre que uma pessoa começa a sofrer pela ação de outra. No Instituto de Psicanálise de Chicago, 2/3 dos casos de glaucoma foram tidos como bastante relacionados com algum evento emocional, tal como um conflito interno e crônico.

Os estudos feitos no Hospital de Nova Iorque e no Colégio Médico de Cornell, pelos Drs. Stewart Wolf e Harold G. Wolf, mostram que a raiva reprimida ou o ressentimento acarretam não apenas indisposições tais como uma pressão alta da corrente sanguínea, mas também indigestões e outras dores. O Dr. N. C. Oilbert, da Northwestern University, diz que a mesma emoção causa, frequentemente, ataques de angina pectoris (dor no peito) e que “provoca mais aflições e ataques do que qualquer outro distúrbio emocional”.

A cura mais rápida dos males causados pela cólera ou hostilidade represadas é o esquecimento. Quando esquecemos uma divergência, a coisa se desfaz, a causa desaparece. Não se tem de aturar mais o desgaste e a ruptura da Mente.

Outra emoção desagradável que provoca dificuldades sem fim é o aborrecimento, juntamente ao medo. Os males mais frequentes, resultado do aborrecimento, são as úlceras estomacais. Muitas vezes o aborrecimento causa sintomas de úlceras sem a ocorrência do fato físico. Na Clínica Mayo, um estudo do estômago feito com 15.000 pacientes mostrou que apenas 20% tivessem uma base física, concreta, para as suas queixas.

Uma das principais causas da alta pressão do sangue é o aborrecimento reprimido ou o ressentimento que se receia admitir. Talvez você abrigue uma aversão intensa à sua esposa, ao seu marido, ao seu irmão, à sua irmã ou alguém muito próximo; porém, você, por dever, reprime esse sentimento, procurando manter as aparências de uma relação familiar amistosa. Você gostaria de chorar no ombro de alguém, mas receia fazer com que ele penetre em seu íntimo.

Seria difícil comentar todos os males que possam resultar do aborrecimento ou do medo, mas devemos dizer que até o câncer faz parte deles. O Dr. Lawrence Le Shan, do Union, do Theological Seminary de Nova Iorque, diz que as histórias de ocorrência do câncer em pacientes por ele estudados revelam costumeiramente um modelo característico. Como exemplo, uma pessoa que contrai o câncer em idade avançada poderá ter sofrido um trauma psíquico ou um choque emocional durante a infância. Ele reporta, a partir desses estudos, que as relações emocionais trazem dores e desânimos; por exemplo, atribuindo um evento a uma falta que tenha praticado, a vítima responde com sentimento de culpa e autocondenação, sendo que o aborrecimento cria o desespero.

Diz ele que as viúvas, os viúvos e as mulheres e os homens divorciados ou separados são mais suscetíveis ao câncer do que os que mantêm um relacionamento sério, sincero e duradouro.

O Dr. Schindler, outra autoridade no assunto, comenta que 1/3 de todas as doenças de pele tratadas por dermatologistas é produzido pela reação dos vasos sanguíneos à ansiedade, ao aborrecimento, ao desgosto, etc. Muitos outros males podem ocorrer devido às tensões emocionais, inclusive a úlcera péptica, a bronquite asmática, a enxaqueca, a colite ulcerativa, a artrite reumatoide, a hipertensão e o hipertireoidismo.

Um estudo realizado com 1.660 residentes, na cidade de Nova Iorque, revelou que mais de 80% apresentavam sintomas de distúrbios emocionais, variando de brandos a acentuados. Assim, apenas uma pessoa entre cinco foi julgada suficientemente livre de problemas emocionais para ser considerada em bom estado.

“A maior parte de nossas emoções mais desagradáveis produz tensão muscular”, diz o Dr. Schindler. “Um dos primeiros lugares a apresentar tensão é o grupo de músculos da parte posterior do pescoço. Caso os músculos do esôfago inferior se contraiam, a coisa será séria”.

Uma vez que as tensões emocionais tenham participação tão importante nas dores físicas, as autoridades médicas são favoráveis a que os médicos recebam aulas de diagnóstico psiquiátrico no decorrer de seus cursos regulares de formação médica. O Dr. G. G. Robinson, do Hospital Johns Hopkins, acentuou essa necessidade já faz vinte anos.

Realmente, o “médico da família” costuma estar em uma posição mais favorável para diagnosticar os distúrbios emocionais do que o especialista, mormente em comunidades muito agrupadas, em que está familiarizado com todos os membros da família. Ele conhece os seus problemas financeiros e sociais, suas esperanças, ambições, frustrações e a maior parte das influências que modelam o comportamento perante a vida.

Diferentemente do desdobramento dos males orgânicos, um fato encorajador em matéria de males psicossomáticos é que nós, e apenas nós, possamos fazer o máximo em relação a eles. Um psiquiatra poderá unicamente nos ajudar a analisar os fatos.

Contudo, nenhum psiquiatra pode fazer com que nós paremos de odiar, de nos aborrecer, de nos atemorizar ou invejar. Ele nos poderá ajudar a localizar o mal, dizendo qual é sua causa, advertindo-nos de suas consequências e dando a coragem para que possamos superar o estado mental que o agrava; no entanto, o fator mais importante da cura somos nós mesmos, por meio da nossa força de vontade.

Para vencer o efeito destruidor das emoções, os médicos recomendam que o paciente assuma uma derivação criadora (um desvio positivo do ambiente interno ao externo) que faça com que sua Mente pense em algo fora de si próprio: substituir as fricções mentais por atividades físicas auxilia o reajustamento.

Os médicos sugerem que se aprenda a gostar de pessoas, cultivar amizades e criar uma disposição alegre. Cultivar o interesse por fazer coisas em benefício de outros, dizem, e dessa forma projetar nossa Mente para além de si mesma e de seus sentimentos discordantes.

Quando começamos a ter interesse genuíno em outras pessoas, esquecemos os próprios aborrecimentos íntimos e percebemos que não sejam, afinal, o pesadelo que imaginamos.

Tudo isso é o que podemos verificar claramente utilizando nossos sentidos físicos, ou seja, os efeitos de causas que não conseguimos identificar pelos nossos sentidos. Pois aprendemos na Fraternidade Rosacruz, em seu processo de Cura Rosacruz, que a doença é uma manifestação de ignorância, o único pecado. E que curar definitivamente (e não remediar) é a demonstração do conhecimento aplicado, a única salvação. Então, a doença é a manifestação da ignorância das leis que regem o Universo, cuja transgressão traz, como consequência, a enfermidade e a dor. Também aprendemos que Cristo é a incorporação dos Princípios da Sabedoria. Portanto, a saúde plena e permanente pode ser conquistada na mesma proporção em que o Cristo conquista nosso coração, ou seja: se forme em nós, o Cristo Interno.

Por meio dos Estudos Bíblicos Rosacruzes aprendemos que o pecado ou o agir erroneamente é a causa direta das doenças. Por exemplo, de acordo com o Levítico, a lepra era o resultado da calúnia. Míriã certa feita viu surgir-lhe a lepra logo a seguir ter falado mal de Moisés durante os anos no deserto (Nm 12); em Salmos, 31: “Por ser perverso e injusto resultou em dor nos ossos”; em Lamentações 1-20: “Devido a angústia, dores fortes nas vísceras”; em Jeremias 8:18: “Devido a profunda tristeza, dores fortes no coração”.

Hipócrates, o “Pai da Medicina”, viveu no quinto século A. C. Dedicou-se a arte de curar, fazendo-o com extrema amorosidade. Tratava o paciente como um todo: Corpo, Mente e Espírito. Atribuiu-se-lhe uma frase célebre: “Não há doenças, mas doentes”. Os doentes da alma acabam por adoecer fisicamente. A dor serve para alertar. O sofrimento significa que algo está errado.

Como a humanidade reluta em compreender e viver essas verdades, as Hierarquias Criadoras utilizam as alternâncias para alertá-la quanto às suas transgressões. Assim, “bem e mal”, “bom e mau”, “dor e prazer”, “alegria e tristeza”, servem de parâmetros para avaliação de conduta e estabelecimento de relação causa e feito. Se sofremos é porque produzimos alguma desarmonia. Só a harmonia nos trará a plenitude.

Entre os primeiros Cristãos acreditava-se que “as doenças provinham de sete pecados: a calúnia, o fluxo menstrual (hemorragia* – ver: Mt 9:20-22; Mc 5:22-43 e Lc 8:40-56), o falso testemunho, a falta de castidade, a arrogância, o roubo e a inveja”.

Cristo Jesus enfatizava, frequentemente, as mesmas verdades em suas conversas com os Doze, como no caso em que, após curar um paralítico dizendo: “Tem ânimo, meu filho, teus pecados estão perdoados. Levanta-te toma o teu leito e vá para tua casa“, “Ele lhes perguntou: “O que é mais fácil dizer: teus pecados estão perdoados ou dizer levanta-te e anda?”.

Notem: embora condições ambientais, mudanças climáticas, acidentes ou fatores hereditários, etc., pareçam constituir as causas determinantes da enfermidade, sua origem encontra-se em nós mesmos, em nossa conduta moral. Nossas doenças provêm de uma errônea maneira de viver, pensar e sentir. São o resultado de erros passados ou presentes. Decorrem de nosso descuido em não atender ao chamamento interno de nossa consciência que, constantemente, procura sobrepor-se a nossa natureza inferior.

“Vamos começar distinguindo os conceitos de duas palavras que, por razões históricas e descuidos, são mau interpretadas e, até, achadas com os mesmos significados: curar e sarar.A principal diferença consiste em haver ou não haver cooperação do paciente.

Uma pessoa pode curar outra com massagens ou drogas. Nestes casos, o paciente mantém-se passivo. Não há dúvida de que com tais tratamentos podem desaparecer as afecções e o doente restabelecer-se, mas em geral seu restabelecimento é apenas temporário.

A palavra cura vem latim com o sentido primitivo de ‘cuidado’, ‘atenção’, ‘diligência’, ‘zelo’. O verbo curo, curare, de largo emprego, com o significado de ‘cuidar de’, ‘olhar por’, ‘dar atenção a’, ‘tratar’.

A evolução semântica da palavra cura, tanto em latim, como nas línguas românicas, operou-se em várias direções, sempre em torno da ideia de ‘cuidar de’, ‘exercer ação sobre’, ‘tratar’.

Então para mudar a situação, para curar o sintoma, tomamos um remédio que até funciona  bem. Só que esquecemos que o nosso corpo fala e se expressa através de sensações de conforto, desconforto, dor, aumento de temperatura, etc., querendo nos avisar que algo está errado. Por exemplo, que comemos demais, bebemos demais, trabalhamos demais, estamos com fome, que estamos com sono, com frio, ou super-aquecidos. Tudo isto leva a um desequilíbrio dentro do nosso sistema. A função do sintoma é o da auto preservação do organismo. Precisamos aprender a ouvir o corpo/sintoma.

É importante reconhecer o valor e o poder dos remédios, uma vez que estando com dor, desconforto, não conseguimos elaborar, pesquisar, ou compreender a causa deste desconforto, sintoma, etc. neste momento da nossa vida. Os remédios são muito importantes sim, como uma espécie de bengala.”.

Já sarar vem do latim sanare, e evoluiu para sanar em espanhol e sarar em português (a substituição de n por r que se operou na língua portuguesa é explicada pela seguinte sequência na passagem do latim vulgar para o português arcaico: sanare > saar > sar > sarar).  Sarar é ‘ficar são’, ‘recuperar a saúde’, ‘tornar uma pessoa sã’, ‘dar saúde a (quem está doente)’, ‘emendar’. Assim, “Sarar” é radicalmente diferente porque, neste caso, se exige que o paciente coopere espiritual e fisicamente com quem cura. Ou seja: sarar é curar com a cooperação ativa do paciente.

Portanto, para sarar de uma doença: o paciente mantém-se ativo, o paciente coopera espiritual e fisicamente com quem cura. Com isso, o único resultado possível: a cura definitiva para o sofrimento do doente: “lição aprendida…ensino suspenso”!!!!

Agora, vejamos a relação da sentença: “A sem Obras é Morta”, que lemos na Epístola de São Tiago, Cap. 2, Versículo 20, e os trabalhos da cura definitiva, do sarar.

Para isso note que todos os casos em que Cristo sarou alguém, essa pessoa tinha que fazer alguma coisa: ou seja: tinha que cooperar com o Grande Médico, antes que a sua cura se efetuasse.

Alguns exemplos: “Estende a tua mão“, e quando a pessoa assim fazia, sua mão ficava sanada. Dizia a outro: “Toma o teu leito e anda“, e quando isso era feito, desaparecia a enfermidade. Ao cego mandou: “Vai e banha-te no lago de Siloé“, ao leproso: “Vai ao sacerdote e oferece o teu donativo“, etc.

Em todos os casos havia necessidade da cooperação ativa da parte daquele que desejava ser sanado. Eram simples pedidos, mas tais como eram, tinham que ser atendidos e a obediência auxiliava o trabalho do Curador.

O auxílio prestado pelo Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz é efetivo e real. Há mais de um século promove a Cura de muitas doenças e enfermidades. Cabe, entretanto, ao paciente colaborar, fazendo a sua parte. Cumpre-lhe observar certos princípios, sem o que tudo resultará em malogro. Enfatizando a importância de tais princípios, recordemos algumas passagens do Novo Testamento, em que Cristo-Jesus realizou algumas curas: Mateus – cap. 9, vers. 2: “E eis que lhe trouxeram um paralitico deitado num leito. Vendo-lhe a fé, Cristo Jesus disse: Tem bom ânimo filho: estão perdoados os teus pecados. Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa”.

“A cura permanente só é alcançada no final do ciclo de um processo, onde a doença é o último elo da corrente. Devido a Seus poderes cósmicos, Cristo-Jesus podia, com facilidade, curar instantaneamente qualquer pessoa de qualquer doença. Entretanto, se o enfermo não houvesse aprendido a lição concernente aos seus erros, sua enfermidade cedo ou tarde reapareceria. Somente quando o Átomo-semente em seu coração, que carrega a gravação de todos os esforços mal direcionados (pecados), tiver sido limpo pela repetição, reforma, e restauração, Cristo dirá ‘Levanta-te, estás livre’. Isto porque o Mestre pode mandar ‘Levanta-te e anda’, mas somente o próprio ser humano pode tornar isto possível, a fim de que Ele declare: ‘Teus pecados estão perdoados’”.

Quer buscar ajuda no Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz ou entender melhor como funciona a Cura Rosacruz? É só acessar aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/como-solicitar-inscricao-no-departamento-de-cura-rosacruz/

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1970-Fraternidade Rosacruz-SP-com adições da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Maio de 2023

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Maio de 2023

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil edita o informativo: Ecos.

Informação

As reuniões presenciais abertas ao público ocorrem na nossa sede situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos às 17hs.

É necessário que os interessados em participar presencialmente avisem antecipadamente pelo fone: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

Informação. 1

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Maio/2023: 3

Junho – Sol transitando pelo Signo de Câncer 4

Material produzido pelas Reuniões Dominicais de Estudos: 5

Estudos Bíblicos Rosacruzes: 1º Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus. 5

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo 2 – Mundo do Desejo – P.2. 9

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Mundo do Pensamento. 11

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.1. 15

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.2. 17

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Maio: 19

Por que devemos renascer?. 19

A Tendência da Fraternidade Rosacruz. 20

Evangelhos: Quatro Fórmulas de Iniciação. 22

O que é Mount Ecclesia?. 23

O Autêntico Estudante Rosacruz Demonstra Sinceridade no Seu Propósito. 25

A maternidade é Sagrada e, como tal, Deve Ser Reverenciada. 27

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes. 29

1)       Pergunta: Hitler não deveria vagar para Saturno e, de lá, ir para o Caos, por ter perdido a alma pelas crueldades indescritíveis que praticou?. 29

2)       Pergunta: Max Heindel nos diz — em “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, volume 2, pergunta 6, que nos Mundos invisíveis muitas pessoas vivem exatamente como aqui, inclusive tendo casa e comida. Mas em que região isso ocorre, no Mundo do Desejo? Acontece antes que essas pessoas decidam entrar no Purgatório e daí seguir sua jornada rumo aos Planos mais elevados?. 30

3)       Pergunta: Por que a Terra não tem um Espírito Planetário que lhe seja próprio ou inerente?. 30

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 31

Datas de Cura: 32

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Maio/2023:

Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/

Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:

– Facebook: https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/

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– YouTube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas

  • Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)
  • Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento), tanto do Serviço do Templo, como o de Serviço de Cura, como os das datas especiais: Equinócios, Solstícios e Véspera de Noite Santa.

Junho – Sol transitando pelo Signo de Câncer

No Calendário Mensal da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil, o Estudante Rosacruz encontra todas as datas e períodos para várias atividades, eventos, oficiações e orientações, como o Trânsito do Sol. Para acessá-lo, é só clicar aqui: Calendário: Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2023 A Hierarquia de Câncer, que mantém sobre a Terra o modelo cósmico da exaltação do divino feminino em toda a Criação. A Hierarquia Criadora de Câncer é chamada, inclusive na Bíblia,  de Querubins. O trabalho dessa Hierarquia consiste em guardar os lugares sagrados. Flutuavam sobre o Sanctum Sanctorum. Nas águas de Câncer se formam os germens da vida que animam a cada indivíduo dos reinos mineral, vegetal, animal e humano. Esse impulso vital eleva, progressivamente, do mineral para o vegetal, do vegetal para o animal, do animal para o ser humano e do ser humano para o Anjo, já que toda a evolução está sob a supervisão da Hierarquia.

Material produzido pelas Reuniões Dominicais de Estudos:

Estudos Bíblicos Rosacruzes: 1º Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus

Primeiramente vamos ver Algumas Advertências importantes quando estudamos a Bíblia por meio dos Ensinamentos Rosacruzes. A Bíblia é um livro de “chaves” e mistérios. Em nada ela difere de todos os livros sagrados das antigas Religiões, que tinham uma parte pública (exotérica) e outra oculta (esotérica). São Paulo, em suas Epístolas, nos adverte que até o dia de hoje, na leitura do “No Antigo Testamento, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo ele é tirado; contudo, até hoje, sempre que leem a Moisés, está posto um véu sobre o coração deles; mas todas as vezes que algum deles se “converter” ao Senhor, o véu lhe é tirado.” (IICor 3:14-16). E isso porque somos “ministros não da letra, mas do espírito, pois a letra mata, mas o espírito vivifica” (IICor 3:16). Mostremos, pois, nessas aparentes contradições, o sentido oculto nas entrelinhas, “o espírito da letra”.

Sabemos, pelos Ensinamentos Rosacruzes que os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação. O de São Mateus começa no Natal ou no Sagrado Nascimento porque é um dos 3 que são as fórmulas dos Mistérios ou Iniciações Menores.

Antes de falarmos da genealogia de Jesus, como nos foi dado por São Mateus, lembremos que Jesus pertence à nossa humanidade, ou seja é um ser humano, ou um Espírito Virginal da Onda de Vida humana, exatamente como um de nós. Assim, estudando o ser humano Jesus na Memória da Natureza podemos segui-lo em suas vidas anteriores, renascido aqui inúmeras vezes: durante um certo tempo na sua evolução, de 1000 em 1000 anos (com a manifestação de sexo aqui alternado: uma vez homem, outra vez mulher) e depois, evoluindo espiritualmente, não mais de 1000 em 1000 anos e nem mais alternadamente homem e mulher. Já quando renasceu como Jesus, não era um indivíduo comum. Tinha desenvolvimento uma Mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente humanidade. Um Corpo Denso mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Denso construído por qualquer outro ser humano. E, obviamente, um Corpo Vital mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo Vital construído por qualquer outro ser humano. E, com certeza absoluta, um Corpo de Desejos mais próximo da perfeição do que qualquer outro Corpo de Desejos construído por qualquer outro ser humano. Além de um Corpo Mental, ao invés de um veículo Mente, como temos. Pois esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitos renascimentos aqui, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.

Vamos enumerar a genealogia de Jesus, conforme nos dado por São Mateus:

1.         Abraão

2.         Isaac

3.         Jacó

4.         Judá

5.         Farés

6.         Esrom

7.         Aram

8.         Aminadab

9.         Naasson

10.       Salmon

11.       Booz

12.       Jobed

13.       Jessé

14.       Davi

15.       Salomão

16.       Roboão

17.       Abias

18.       Asa

19.       Josafá

20.       Jorão

21.       Ozias

22.       Joatão

23.       Acaz

24.       Ezequias

25.       Manassés

26.       Amon

27.       Josias

28.       Jeconias

29.       Salatiel

30.       Zorobabel

31.       Abiud

32.       Eliacim

33.       Azor

34.       Sadoc

35.       Aquim

36.       Eliud

37.       Eleazar

38.       Matã

39.       Jacó

40.       José, o esposo de Maria, da qual nasceu

41.       Jesus

Nesse Capítulo São Mateus mostra 41 gerações sendo que na última ele considera a geração vinda de Maria, totalizando 42 gerações. Obviamente não se quis mostrar aqui todos os renascimentos de Jesus aqui (com certeza houve muito mais!) e muito menos que todas essas pessoas foram renascimentos anteriores de Jesus. O único que é nos revelado como um renascimento anterior de Jesus foi  Salomão. E só nos foi revelado porque há coisas importantes para compreendermos com essa revelação, como já estudamos na Filosofia Rosacruz.

Há que se tomar muito cuidado em interpretações usando o significado dos nomes aqui expostos: devido a dificuldades de grafia, a chance de “fantasiar” é enorme. Sugerimos não perder tempo, nem em tentar, nem em ler.

Dentre várias coisas que São Mateus quis ensinar aqui, da parte esotérica, podemos ver alguns exemplos (muitos outros podemos ter, mas vamos nos ater ao tempo limitado): como alguns grandes Iniciados, por meio de fornecer Corpos para vários Egos, foram auxiliando para que Jesus pudesse chegar a esse nível de perfeição no Corpo Denso e, consequentemente, no Corpo Vital. Imaginem se alguns deles não quisessem ter filhos pelos motivos que hoje ouvimos: “dá muito trabalho”, “deforma meu corpo”, “colocá-lo nesse mundo? Nem pensar!”, “cria-lo é um preço de apartamento ou de um carrão!”.

Se decompormos 42 pela Matemática Esotérica, teremos  4+2 = 6; 1+2+3+4+5+6=21; 2+1=3. Ou seja: como sempre o número 3 significa “chegou-se a um nível necessário e suficiente para atender o era preciso”. No caso de Jesus: ter os melhores Corpos possíveis para que Cristo pudesse iniciar o seu Plano de Salvação estando aqui, entre nós. Estudem a vida e os acontecimentos de alguns desses nomes, como Davi, Salomão, Jeconias e outros na Bíblia e veja a evolução espiritual deles, para ter mais exemplos.

Vamos ver agora a questão da revelação à José sobre o nascimento de Jesus (vers. 18 a 25). Para isso, lembremos que Maria, a mãe de Jesus, a Virgem Maria, possuía a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. Já era uma elevada Iniciada. O pai,  José, também era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal. Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de Jesus de Nazaré veio ao mundo num Corpo puro e sem paixões.

Como falamos antes, esse Corpo era o melhor, o mais próximo à perfeição que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus, nessa encarnação, era cuidar e desenvolver o seu Corpo até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que devia servir. Jesus surgiu do povo comum, não foi um levita, classe para quem era uma herança o sacerdócio. Ainda que não surgisse de uma classe de instrutores, seus ensinamentos foram superiores aos de Moisés.

Quando fazemos o Curso Bíblico Rosacruz,  aprendemos que “conhecer alguém” no contexto colocado significa ter que se relacionar sexualmente para, por meio de um sentimento de paixão e posse, egoisticamente, criar condições de fornecer um Corpo Denso a um Ego com um único interesse: garantir que em renascimentos futuros, também se tenha a condição de receber um Corpo Denso.

José e Maria, como dissemos, como elevados Iniciados não precisavam disso. Iniciados quando precisam fazer o sacrifício de terem relações sexuais a fim de garantir um Corpo Denso a um ser até mais elevado do que os dois, o faz sem “conhecer”, ou seja, sem paixão ou sentimento algum inferior.

Por isso é feito como sacrifício, ou seja, um SACRO-OFÍCIO. Depois desse sacrifício, nunca mais tiveram relações sexuais. Por quê? Porque não precisaram mais fazer o sacrifício para fornecer um Corpo Denso a algum ser elevado. Imagine o regozijo de Maria e de José quando descobriram que tal SACRO-OFÍCIO redundou na fecundação e em todo um período de gravidez (em uma época que a taxa de natimorto era enorme!) que terminou bem-sucedido com o nascimento de um ser humano tão elevado que seria o que cederia os Corpos Denso e Vital para o Arcanjo Cristo!

Por fim, vamos a alguns detalhes:

•          No versículo 22:  “Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor havia dito pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel”. Isso se refere à Isaias no Capítulo 7 e versículo 14 do seu Livro no Antigo Testamento. No Novo Testamento veremos muitas confirmações dos Profetas que manifestaram suas profecias no Antigo Testamento.

•          O “Anjo do Senhor” aqui é o Anjo Gabriel,  o que guarda e guia o Espírito da Maternidade. Ele envia Anjos ministros para abençoar toda mãe. Esses mensageiros angélicos cuidam e dirigem um espírito para a mãe e o lar onde ele vai se desenvolver. Todas as canções de ninar e de acalanto compostas por inspirados músicos acham-se sintonizadas com a palavra-chave do Anjo Gabriel.

•          Logicamente, José, segundo um elevado Iniciado, podia funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico e conversar tranquilidade com os seres que vivem lá, inclusive os Anjos. •          Sobre: “grávida pelo Espírito Santo”. Sabemos que o Espírito Santo (Jeová) é a energia criadora da Natureza, e a energia sexual é seu reflexo no ser humano. Tudo que se relaciona com a propagação da espécie humana, quando tal ato é executado como um Sacro-ofício (como era feito antes da “Queda do Homem”) é executado sob a direção dos Anjos, por sua vez, guiados por Jeová. Ou seja, todas as vezes que utilizamos a energia sexual criadora do modo santo, como se deve, manifestamos o Espírito Santo. Exatamente como fez José e Maria.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo 2 – Mundo do Desejo – P.2

Se você quiser assistir uma apresentação sobre essa parte do Mundo do Desejo é só acessar esse vídeo aqui: https://youtu.be/U4Adq_nM88c

Vamos definir alguns Termos Rosacruzes utilizados nesse trecho sobre o Mundo do Desejo:

Segundo a Fraternidade Rosacruz o que é o Mundo do Desejo?

É de onde obtemos material para formamos os nossos desejos, sentimentos e as nossas emoções. E para isso temos um veículo formado com material desse Mundo: o Corpo de Desejos.

No Mundo do Desejo tudo está em movimento constante. Ele está dividido em 7 Regiões com materiais de diferentes densidades e, mais: a taxa de vibração da matéria do Mundo do Desejo: muitíssima mais elevada do que a da matéria do Mundo Físico.

Vamos agora definir cada uma das 7 Regiões do Mundo do Desejo e compreender que tipo de material de desejos, emoções e sentimentos se colher de cada uma dessa Regiões para que possamos criar os nossos desejos, sentimentos e nossas emoções:

  1. Região da Paixão e Desejo Sensual: é a 1ª Região e a mais inferior das 3 Regiões inferiores. Onde colhemos materiais para termos os mais sórdidos, baixos, piores e destruidores desejos, emoções e sentimentos.
  2. Região da Impressionabilidade: é a 2ª Região das 3 Regiões inferiores. Onde colhemos materiais para termos os desejos, emoções e sentimentos que nos impressionam de uma forma “neutra”. Mas, para muitos, hoje geram impressões negativas que nos impressionam, até nos paralisando ou perdendo a consciência. Exemplos: “É tão impressionável que desmaia quando vê sangue”. Estar morrendo de pressa, mas vai ver na praça “um homem engolido uma espada ou se enrolando em uma cobra e coisas assim”. Reduz a velocidade do carro e passar bem devagar em um acidente olhando atentamente para “ver se vê alguma coisa”. A paralisia e o parar de pensar diante de algo que temos medo.
  3. Região dos Desejos: é a 3ª Região das 3 Regiões inferiores. Onde colhemos materiais para termos os desejos, emoções e sentimentos egoístas; muitos dos quais transformamos em ações (devido a facilidade da Força de Atração), para sofrermos as consequências e gerarmos “dívidas de destino”.
  4. Região do Sentimento: é a 4ª Região ou Região central do Mundo do Desejo. Onde colhemos materiais para termos os sentimentos: impulsionam à ação (via Força de Atração ou Força de Repulsão): Sentimento de Interesse; ou desligam qualquer relação com o desejo, emoção ou sentimento sobre o assunto: Sentimento de Indiferença.
  5. Região da Vida Anímica: é a 5ª Região ou 1ª Região das três Regiões superiores. Daqui robustecemos a nossa Alma Emocional, alimento para aumento da consciência do nosso veículo Espírito Humano. Onde colhemos materiais para termos os desejos, emoções e sentimentos de cuidar do próximo. Exemplo:  cuidar ou ajudar a vida de um Ego aqui renascido no seu crescimento, seja físico ou espiritual; a maternidade explica bem esses tipos de desejos, emoções e sentimentos.
  6. Região da Luz Anímica: é a 6ª Região ou 2ª Região das três Regiões superiores. Daqui robustecemos a nossa Alma Emocional, alimento para aumento da consciência do nosso veículo Espírito Humano. Onde colhemos materiais para termos os desejos, emoções e sentimentos de onde começamos a ver coisas que não víamos, aumentando a nossa luz espiritual interna: aumenta o foco alterando os valores da nossa vida aqui; vemos as coisas boas, “tiramos nossas tapeiras”; todas as coisas prevalecem para o bem.
  7. Região do Poder Anímico: é a 7ª Região ou 3ª Região das três Regiões superiores. Daqui robustecemos a nossa Alma Emocional, alimento para aumento da consciência do nosso veículo Espírito Humano. Onde colhemos materiais para termos os desejos, emoções e sentimentos de dedicação à parte espiritual da nossa vida: por meio da nossa vontade em aumentar o nosso poder de controle sobre a nossa vida aqui priorizando a realização espiritual cada vez mais.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Mundo do Pensamento

Se você quiser assistir uma apresentação sobre essa parte do Mundo do Pensamento é só acessar esse vídeo aqui:  Parte 1 – https://youtu.be/1FizVoKRAfg e Parte 2 – https://youtu.be/lRjQqqEVm5k  

Vamos definir alguns Termos Rosacruzes utilizados nesse trecho sobre o Mundo do Pensamento:

Segundo a Fraternidade Rosacruz o que é o Mundo do Pensamento?

É o Mundo onde buscamos o material para criarmos as nossas ideias e conclusões e elaborarmos os nossos Pensamentos-Formas (nossas ideias projetadas através da Mente e revestida de material da Região do Pensamento Concreto). Se compõe de sete Regiões de diversas qualidades e densidades e, à semelhança do Mundo Físico, é dividido em duas principais divisões: a Região do Pensamento Concreto, que       compreende as quatro Regiões mais densas e a Região do Pensamento Abstrato, que       compreende as três Regiões de substâncias mais sutis. A quarta subdivisão do Mundo do Pensamento, a mais       elevada das quatro subdivisões contidas na Região do Pensamento Concreto – é a pátria da Mente humana. Ali se encontra uma versão muito mais clara da Memória da Natureza do que no Éter Refletor.

Assim, a Região do Pensamento Concreto: compreende as quatro Regiões mais densas do Mundo do Pensamento. Suprem a matéria mental com a qual incorporamos e concretizamos nossas ideias. É onde formamos os nossos pensamentos-formas. Nossa Mente é formada por substância da Região do Pensamento Concreto.

E a Região do Pensamento Abstrato: compreende as três Regiões de substâncias mais sutis. Estas três divisões superiores são a base para o pensamento abstrato. É de onde criamos as nossas ideias e conclusões. É onde nós, o EGO, funcionamos e a partir daqui trabalhamos nas Regiões e Mundos abaixo. É também o Mundo em que o Anjo Jeová, o mais elevado Iniciado dos Anjos, vive. O ser que exerce o aspecto Espírito Santo, Movimento, o terceiro aspecto de Deus. Temos um veículo formado de material dessa Região: o Espírito Humano.

Vamos agora definir cada uma das 7 Regiões do Mundo do Pensamento e compreender que tipo de material de ideias e pensamento-forma se pode colher de cada uma dessa Regiões para que possamos criar as nossas ideias e os nossos pensamentos-formas:

  1. Região do Mundo do PensamentoRegião Continental: É a primeira subdivisão e, portanto, a mais densa da Região do Pensamento Concreto e, assim, a primeira Região do Mundo do Pensamento. Na Região Continental é onde se encontram os Arquétipos das formas físicas (dos Reinos, Mineral, Vegetal, Animal e Humano, que evoluem nesse Esquema de Evolução). Qualquer modificação que ocorra aqui em qualquer forma da Região Química do Mundo Físico (note: qualquer coisa composta de Sólidos, Líquidos e Gases) tem que primeiro ocorrer no Arquétipo dessa forma na Região Continental. Enquanto não ocorrer a modificação no Arquétipo dessa forma, não ocorrerá a modificação na forma da Região Química do Mundo Físico.
  2. Região do Mundo do PensamentoRegião Oceânica: Na Região Oceânica é onde se encontra as Forças que atuam pelos quatro Éteres (Químico, de Vida, Luminoso e Refletor) da Região Etérica do Mundo Físico. Para todos os seres que possuem Corpo Vital (os vegetais, os animais e os Seres Humanos). É nessa Região que podemos ver uma vitalidade fluente e pulsante, fluindo por todas as Formas, ou seja: a mesma vida em todas as Formas. Aqui um Clarividente voluntário e treinado comprova o quanto é verdadeira a máxima de que “Toda Vida é Una”. Corpo Vital: É o que usamos para podermos funcionar na Região Etérica do Mundo Físico (Aliás, nós, os animais e as plantas). Ele é o condutor da “vitalidade” que torna possível praticarmos as ações.
  3. Região do Mundo do PensamentoRegião Aérea: Aqui é onde se encontra os Arquétipos dos desejos, dos sentimentos e das emoções que compõe os materiais do Mundo do Desejo. Aqui todas as atividades do Mundo do Desejo parecem com as condições atmosféricas. Por exemplo, para um Clarividente voluntário treinado ele percebe os sentimentos, os desejos e as emoções de prazer e de alegria como se fossem o beijo das brisas da estação do verão. Para um Clarividente voluntário treinado, aqui ele percebe os desejos, as emoções e os sentimentos resultantes de aspirações espirituais como o suspiro do vento nas copas das árvores. Aqui as paixões das nações em guerra se assemelham aos lampejos dos relâmpagos. Nessa atmosfera da Região do Pensamento Concreto encontram-se também as imagens das emoções do ser humano e dos animais, ou seja, dos seres dos três Reinos que possuem Corpo de Desejos.
  4. Região do Mundo do PensamentoRegião das Forças Arquetípicas: É a Região Central e é a Região mais importante dos cinco Mundos (Mundo Físico, Mundo do Desejo, Mundo do Pensamento, Mundo do Espírito de Vida e Mundo do Espírito Divino) onde se efetua a nossa evolução total. Repare: De um lado, para baixo, estão as Regiões de material mais denso do que essa 4ª Região, ou seja: as três Regiões inferiores do Mundo do Pensamento, mais o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. Do outro lado, para cima, estão as de material mais sutil do que essa 4ª Região, ou seja: as três Regiões superiores, a 5ª, a 6ª e a 7ª Região do Mundo do Pensamento – a Região do Pensamento Abstrato, mais o Mundo do Espírito de Vida e o Mundo do Espírito Divino. Essa Região é onde reside as Forças Arquetípicas que dirigem a atividade dos Arquétipos na Região do Pensamento Concreto. Essa Região é o ponto focal onde nós (o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui como Ego, ou o Tríplice Espírito ou, ainda, a Individualidade) nos refletimos na matéria (ou seja: no nosso Tríplice Corpo ou Personalidade). É dessa Região que trabalhamos na matéria de maneira formativa (ou seja: dando “formas” a matéria). Note bem: todas as formas que produzimos trabalhando nas três Regiões inferiores do Mundo do Pensamento, no Mundo do Desejo e no Mundo Físico são somente e tão somente reflexos do nosso trabalho real, espiritual, criador que fazemos nas três Regiões superiores do Mundo do Pensamento (a Região Abstrata do Mundo do Pensamento), no Mundo do Espírito de Vida e no Mundo do Espírito Divino (utilizando os veículos que temos em cada um desses lugares).
  5. Região do Pensamento AbstratoRegião que contém a Ideia Germinal do Desejo e da Emoção dos Animais e do Ser Humano: É a quinta Região do Mundo do Pensamento, e assim a primeira Região do Pensamento Abstrato. Como o próprio nome indica aqui é que origina as ideias que poderão ser revestidas de material de desejos, emoções e sentimentos, quando e se forem manifestadas. Aqui esse princípio se acha no primeiríssimo estágio de desenvolvimento. É nessa Região que se origina o nosso veículo Espírito Humano, o nosso terceiro aspecto divino, ou seja, o terceiro aspecto do nosso Tríplice Espírito.
  6. Região do Pensamento Abstrato – Região que contém a Ideia Germinal da Vida Mineral, Vegetal, Animal e Humana: É a segunda Região do Pensamento Abstrato e, assim, a sexta Região do Mundo do Pensamento. Nessa Região, a que contém a Ideia Germinal da Vida Mineral, Vegetal, Animal e Humana é que se origina as ideias que poderão ser revestidas de material de vitalidade, quando e se forem manifestadas. Aqui esse princípio se acha no primeiríssimo estágio de desenvolvimento.
  7. Região do Pensamento Abstrato – Região que contém a Ideia Germinal da Forma Mineral, Vegetal, Animal e Humana: É a terceira Região do Pensamento Abstrato e, assim, a sétima e a mais sutil Região do Mundo do Pensamento. A região que contém a Ideia Germinal da Forma Mineral, Vegetal, Animal e Humana é onde se origina as ideias que poderão ser revestidas de forma, quando e se forem manifestadas. Aqui esse princípio se acha no primeiríssimo estágio de desenvolvimento.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.1

Se quiser assistir uma apresentação sobre essa parte, eis um vídeo muito legal: https://youtu.be/R3_19B-wzr8

Como se define Reinos de Vida na Fraternidade Rosacruz?

Antes de tudo, repare que é uma definição esotérica e não exotérica, já que a ciência moderna tem uma classificação diferente e que está sempre mudando.

Na verdade, Reinos de vida são correntes de vida, formadas por Espíritos, criadas por Deus que evoluem conjunta, mas separadamente em um Esquema de Evolução. Como Deus é infinito, também são infinitos os Reinos de vida que existem.  No entanto, presentemente, somente 4 Reinos de vida nos interessam, a saber: Reino mineral, Reino Vegetal, Reino Animal e Reino Humano, que são justamente os Reinos que evoluem diretamente conosco nesse atual Esquema de Evolução. As diferentes características deles que aparecem nesse diagrama é o que vamos discutir durante o estudo desse Capítulo II.

Reino mineral: Como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos minerais. O Espírito-Grupo dos minerais está na Região do Pensamento Abstrato. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período presente, o Período Terrestre. Eles possuem somente 1 Corpo, justamente o que vemos deles, o Corpo Denso. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Transe Profundo. Atualmente formam vários dos Estratos do Planeta Terra. Todas as formas químicas são compostas por eles. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vulcano. Todos eles, sem exceção, são inertes devido à falta de veículos sutis. O estado mineral é a meta final das formas de todos os reinos quando alcançam o máximo de degeneração (exe. Carvão de pedra, granito e outros que veremos no Conceito).

Reino vegetal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos vegetais. O Espírito-Grupo dos vegetais está na Região do Pensamento Concreto e são uma das funções dos Anjos. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período Lunar. Eles possuem 2 Corpos: o Corpo Denso e o Corpo Vital e no Corpo Vital somente os Éteres Químicos e de Vida são ativos. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Consciência sem Sonhos. Atualmente é a melhor forma de obtermos todos os componentes alimentares necessários para o nosso Corpo Denso. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vênus. São fundamentais e imprescindíveis para podermos viver aqui e de diversas formas.

Reino animal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a Onda de Vida dos animais. O Espírito-Grupo dos vegetais está no Mundo do Desejo e são uma das funções dos Arcanjos. Eles iniciaram sua evolução aqui no Período Solar. Eles possuem 3 Corpos: o Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos, no Corpo de Desejos somente com materiais das 3 Regiões inferiores. O nível de consciência dos minerais atualmente é o de Consciência com Sonhos. Eles atingirão o estado humano, ou seja, o estágio de humanidade, como nós, somente no Período de Vênus. São os irmãos mais jovens, ou menores, de nós, os seres humanos.Reino animal: Também, como os outros 3 é a Hierarquia Criadora que chamamos de Espíritos Virginais. É a nossa Onda de Vida, a humana. Somos um indivíduo: um Ego manifestado aqui, uma Individualidade. Temos o livre arbítrio. Temos uma Personalidade separada. Somos o Reino mais elevado dos 4. Iniciamos nossa evolução no Período de Saturno. Possuímos Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos e o veículo Mente. A consciência normal é a de vigília. Meta é ser especialista em matéria da Região Química. Atingiremos o maior estado criador no Período de Vulcano.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Capítulo II – Os Quatro Reinos – P.2

Se quiser assistir uma apresentação sobre essa parte, eis um vídeo muito legal: https://youtu.be/Pw1slyrUcGc  

  • Sol Invisível: Sol Espiritual é, na realidade, nosso Pai que está nos céus. N’Ele vivemos, nos movemos e temos a nosso ser. Os poderes do Deus Solar estão por trás do Sol físico, visível.
  • Sol Visível: O Sol é o mais aproximado símbolo visível de Deus. Ele é um véu para Aquele que está por trás. O Sol visível é o Campo de Evolução dos Arcanjos.
  • Força Vital do Sol: Rodeia-nos como um fluido incolor, e que é absorvida pelo Corpo Vital através da contraparte etérica do baço (ou baço etérico).
  • Força Vital gerada pelo Corpo Vital: O Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que nos rodeia, por meio do baço etérico. Essa Força Vital permeia todo o organismo e os Clarividentes a veem como um fluido de cor rosa pálido, pois foi transmutada ao entrar no Corpo Denso. Essa força vital gerada flui por todos os nervos e acionam os músculos governados pelos nervos.
  • Enfermidade/Doença: “A enfermidade é como um fogo invisível, que se manifesta como febre, tumores, câncer e outras doenças, através do qual o PAI tenta dissolver as cristalizações que acumulamos em nossos corpos. É a forma como o PAI tenta purificar o organismo e libertá-lo das condições que acumulamos ao transgredir as Leis da Natureza”. A doença sempre tem uma causa Espiritual. A doença é uma manifestação da ignorância, o único pecado. A doença é a consequência da violação das Leis da Natureza
  • Saúde: A Saúde perfeita é definida como “uma Mente pura, um Coração nobre e um Corpo são”, que significa a saúde dos nossos três Corpos e do veículo Mente. Saúde é “não transgressão as Leis da Natureza”. A saúde no Corpo Denso é a consequência direta dos nossos pensamentos, sentimentos, desejos e nossas emoções que são expressos por nossas palavras, obras, ações e nossos atos. Portanto, para manter a vitalidade do Corpo Denso: “faze com que as palavras de nossos lábios e as meditações de nosso coração sejam sempre agradáveis ao Senhor”.
  • Estado Saudável: Durante a saúde o Corpo Vital especializa uma superabundância de Força Vital. Em estado saudável, a grande força destas irradiações repele os germes, vírus, micróbios e todos os micro-organismos, inimigos da saúde do Corpo Denso.
  • Auxiliares Invisíveis: São Estudantes Rosacruzes consagrados e dedicados que alcançaram, no mínimo, o grau de Probacionista. Durante o dia vive uma vida de pureza e serviço amoroso e desinteressado prestado ao próximo, utilizando os seus veículos. Durante o sono, utilizando o seu Corpo-Alma, trabalha em grupos sob a direção dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, orientados ainda por um Auxiliar Invisível que durante o dia é um profissional da saúde.
  • Veículos superiores: Temos 3 veículos superiores: Espírito Divino, Espírito de Vida, Espírito Humano.
  • : É o reconhecimento das realidades espirituais e dos princípios morais como sendo da mais alta autoridade e de supremo valor. A fé é sempre ativa, completa em si mesma. São Tiago, 2:17-18: “Assim também a fé se não tiver obras, é morta em si mesma. Dirá, então, alguém: ‘Tu tens a fé e eu tenho as obras: mostra-me a tua fé sem obras e eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé’”.
  • Contraparte Etérica: Temos um corpo etérico, que é o Corpo Vital. O Corpo Denso é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Ele é composto de materiais da Região Etérica do Mundo Físico, ou seja, dos quatros Éteres.
  • Mundo do Desejo Planetário: Mundo do Desejo do nosso Planeta é o Corpo de Desejos do Planeta Terra. É o Campo de Evolução para diferentes Reinos de vida, em diferentes estados de desenvolvimento.  O Mundo do Desejo Planetário está em movimento fluídico incessante. É essa energia que faz com que tudo que está no Mundo Físico tenha movimento, esteja vibrando.
  • Espírito Planetário: São as inteligências espirituais internas que são os responsáveis pela evolução de todos os seres vivos em cada Planeta do nosso Sistema Solar. No nosso Sistema Solar temos 7 Espíritos diante do Trono de Deus. Os 7 Espíritos diante do Trono ou os 7 Espíritos Planetários é uma classe de seres que também estão em evolução nesse Esquema de Evolução criados por Deus. São tão elevados (em relação a nós) que são chamados “Ministros de Deus”.
  • Centros de Percepção do Corpo de Desejos: Permite a percepção das coisas dos Mundos invisíveis, como o Mundo do Desejo. São sensíveis a vibrações similares às que chamamos de imagens, sons e sentimentos. Esses centros estão em constante movimento, rodopiando rapidamente de tal forma a poder estar no mesmo instante na parte superior e na inferior do Corpo de Desejos. Na grande maioria das pessoas, esses centros de percepção acham-se latentes.

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Maio:

Por que devemos renascer?

“Pode-se, porém, perguntar: por que devemos renascer? Por que devemos voltar a esta limitada e miserável existência terrena? Por que não podemos adquirir experiência nesses Reinos superiores sem necessidade de vir a Terra? Estamos cansados desta enfadonha e penosa vida terrena!

Tais queixas estão baseadas em mal-entendidos de várias classes. Em primeiro lugar, compreendamos e gravemos profundamente em nossa memória que o propósito da vida não é a felicidade, mas sim a experiência. A tristeza e a dor são nossos mais benévolos mestres (!). As alegrias da vida não são mais que coisas fugazes (!!).”

Pelos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz, muitos de nós, Espíritos Virginais, da Onda de Vida Humana, ainda devemos renascer aqui no Mundo Físico, o baluarte da evolução, e viver as experiências já determinadas lá no Terceiro Céu.

Precisamos encontrar forças, coragem, arregaçar as mangas e passar aqui o tempo necessário para a aquisição de experiências, como também, pagarmos nossas dívidas de destino, contraídas em vidas passadas, quando prejudicamos alguém ou muitos, fazendo-os sofrer das mais diversas formas.

Como já dissemos outra vezes, a Fraternidade Rosacruz nos ajuda nessa grande caminhada. Graças ao trabalho dos Irmãos Maiores, há Centros espalhados pelo mundo inteiro, e hoje com as facilidades da internet, podemos adiantar nossa caminhada em muito.

Nosso trabalho é aqui, no Mundo Físico, então aqui, vamos trabalhar, dando o nosso melhor todos os dias.

Que cada um de nós, Aspirantes à vida superior, cientes dos nossos trabalhos aqui, ajudemos de alguma forma levar essa Grande Obra adiante, ajudando ainda mais nossos irmãos e irmãs de toda parte.

Vamos trabalhar e tentar estender o mais que pudermos nossa passagem por aqui, na Terra, e cumprir fielmente com nossas promessas e crescer espiritualmente, o mais que pudermos também.

Por fim, não nos esquecemos, da mesma forma que os Anjos se tornaram especialistas em matéria etérica, os Arcanjos em matéria de desejos e os Senhores da Mente em matéria mental, nós os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana temos objetivo de nos tornarmos especialistas em matéria química desse Mundo Físico. E para isso, devemos aprender tudo que precisamos a partir daqui, renascendo vida após vida. Um Irmão Maior, por exemplo, já aprendeu!!

A Tendência da Fraternidade Rosacruz

É de suma importância e sempre que possível, pararmos um pouco e meditarmos sobre a Fraternidade Rosacruz, essa grande Obra que, sem dúvida alguma, é totalmente Aquariana.

Muitas pessoas acham que vivemos tempos difíceis hoje, porém vivemos a aurora de novos tempos, temos que visar o bem coletivo, o crescimento espiritual de uma grande maioria Cristã.

As pessoas que têm Cristo como seu único Ideal, portanto despojadas de preconceitos e crenças ultrapassadas, mantêm-se sintonizadas com as vibrações da Nova Era, a de Aquário.

A Fraternidade Rosacruz foi concebida dentro de um espírito futurista.

Sua orientação respeita, acima de tudo, o livre arbítrio de cada um.

Procura emancipar todo Aspirante à vida superior de toda limitação e dependência externa, objetivando dar-lhe condições de tornar-se um perfeito cidadão do mundo, e que prega, com certeza, o bem.

Esse Movimento Rosacruz, porém, é uma Escola onde os Estudantes não são guiados cegamente, pois reúne princípios superiores, inalteráveis ao esforço Crístico, pois há um Caminho a ser percorrido.

Temos por trás desse grande Movimento uma ajuda esclarecedora, observadores conscientes, respeitando a liberdade de todos, mas estimulando-os, compreendendo-os como um pedagogo incomparável: os Irmãos Maiores.

Há, portanto, uma grande força espiritual mantendo a Fraternidade.

Entendemos a Fraternidade Rosacruz como algo interno, vivente, formado com grande esforço e aspiração a ideais elevados e harmoniosos.

Há uma missão de fazer florescer nos corações de cada irmão e irmã as bases do Cristianismo Esotérico, a Religião do futuro.

Vemos, então, que a Fraternidade Rosacruz foi engendrada com e por amor.

Sabemos que o Amor une e edifica, portanto, a tendência nesse grande e maravilhoso Movimento, Fraternidade Rosacruz, é crescer. Façamos a nossa parte percorrendo seriamente o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e divulgando-o.

Evangelhos: Quatro Fórmulas de Iniciação

Aprendemos nos Estudos Bíblicos Rosacruzes que os quatro Evangelhos são fórmulas de Iniciação e quando bem o entendemos, quando o interpretamos corretamente, nos tira das ilusões, nos incomodam, nos faz refletir e pensar sobre a vida que vivemos aqui.

Por exemplo, o Evangelho Segundo São João, em 13, 16-20, nos mostra o evento na vida de Cristo Jesus do “Lava pés”, e se bem entendido, vemos a extrema humildade de Cristo, este Ser maravilhoso, o Deus Filho, onde Ele nos mostra que não basta falar, saber, achar bonito a humildade, mas há que praticar.

Um Ser como o Cristo, o Regente do Planeta Terra, e que é Deus Filho, é de tamanha grandeza, sempre mostrou humildade; curava as pessoas, pedindo apenas que fossem e não pecassem mais, ensinava pelo exemplo, não condenava, não humilhava, chamava à razão, e sempre saia de cena discretamente, sem aplausos, sem holofotes: isso é o serviço amoroso e desinteressadamente, focado na divina essência do irmão e da irmã e, ainda, o mais anonimamente possível; não é digno de O seguirmos?

Ele, sendo Deus, sempre se mostrou simples, humilde, com palavras sábias, com gestos firmes e desconcertantes, mas de ajuda, para se pensar.

Hoje o que temos visto muito é justamente o contrário para uma grande maioria: querendo reconhecimento, aplausos, holofotes, fama, poder, dinheiro, as pessoas querem ser servidas, querem luxos, carrões, ótimos resorts onde são servidos o tempo todo, muitas vezes sem se importar com os irmãos ou as irmãs que os servem, etc.

O que menos vemos hoje são pessoas humildes, vivendo na simplicidade (isso não implica desleixo), servindo aos outros, buscando mais a parte espiritual do que a vida material. Muito triste isso!

É uma pena, pois se todos tivessem Cristo como Ideal de vida a ser seguido, tudo seria bem diferente, não haveria tanta ganância, materialismo, egoísmo, egocentrismo, fama, poder, gastos desnecessários, supérfluos, etc.

O que se deveria fazer hoje era: “viver mais renascido aqui, só que cada vez com menos bens e valores materiais, e cada vez com mais bens e valores espirituais”; era ser simples tendo somente aquilo que precisa para viver e não aquilo que se quer para viver, era ser humilde de coração, servindo aos semelhantes e aos mais necessitados que estão a sua volta o melhor que puder, era buscar construir o Corpo-Alma, esse veículo tão importante no crescimento espiritual e fundamental para darmos o próximo passo nesse Esquema de Evolução. Atualmente só não busca a parte espiritual quem não tem vontade (os que vivem arrumando desculpas para não o fazer), com isso o tempo vai passando, e quando se quiser “se dedicar a parte espiritual”, se quiser correr atrás do “do que será definido como tempo perdido”, poderá ser tarde demais para essa vida aqui. Quem sabe na próxima, daqui mais ou menos a 1000 anos?

O que é Mount Ecclesia?

Mount Ecclesia é um local pitoresco localizado na cidade de Oceanside, Califórnia (sul da Califórnia) e é a localização da sede internacional da Fraternidade Rosacruz (a The Rosicrucian Fellowship).

É também o local onde está Templo de Cura Espiritual, chamado “A Ecclesia”, situado no promontório de uma elevada mesa (ou seja, de um acidente geográfico caracterizado por uma área elevada de solo com um topo plano, rodeada por todos os lados por escarpas inclinadas.) com vista para o Vale do Rio San Luis Rey e a Missão Franciscana San Luis Rey de Francia fundada em 1798.

Em 7 de abril de 1995, foi adicionado ao Registro Nacional de Lugares Históricos como o Templo da Fraternidade Rosacruz.

Mount Ecclesia foi inaugurada em 28 de outubro de 1911, por meio de uma cerimônia da implantação de uma grande Cruz trilobada com as iniciais C.R.C. — significando Christian Rose Cross, o líder maior da Ordem Rosacruz — pintado em letras douradas nas três extremidades superiores – e com uma roseira trepadeira vermelho-sangue.

O Templo de Cura Espiritual, chamado “A Ecclesia” foi erguido com o propósito de fornecer meios mais poderosos para a cura de doenças e enfermidades, utilizando o processo de Cura Rosacruz, e dedicado em 25 de dezembro de 1920.

As Reuniões de Cura Espiritual Rosacruz são realizadas nesse local sagrado em um horário regular todos os dias pelos Probacionistas que dedicaram suas vidas a essa obra Rosacruz.

Desde a sua fundação, a Fraternidade Rosacruz observa fielmente a condição básica, estabelecida por seu fundador, Max Heindel, de que nenhum preço, quotas, taxas ou quaisquer outros tipos de pagamentos financeiros devem ser cobrados pelos Ensinamentos Rosacruzes.

O arquétipo da fundação de Mount Ecclesia, o mais alto ideal ou missão, é se tornar um Centro Espiritual no mundo, como um esforço “para unir e harmonizar uns com os outros, ensinando uma Religião que é tanto científica quanto artística, e reunir todo o Cristianismo Esotérico em uma só grande Fraternidade Cristã.”.

A paisagem de Mount Ecclesia, com suas 24 estruturas (23 edifícios e a área cônica da entrada principal), os belos jardins de rosas e uma maravilhosa vegetação preservada — no meio de uma das áreas de desenvolvimento imobiliário mais caras e intensivas do mundo, no sul da Califórnia — tornou-se um paradigma de equilíbrio paisagístico entre o desenvolvimento de um ambiente construído e a conservação do ambiente natural.

Como em todos os templos solares, o portal do Templo de Cura Espiritual (A Ecclesia) está voltado para o leste (o nascer do Sol). Em frente ao portal estão duas palmeiras.

O portal é constituído por uma estrutura triangular assente em duas colunas redondas (pilastras), contendo ao centro um triângulo equilátero com o ‘olho que tudo vê’.

As colunas fundem os estilos grego e romano, cada uma com um capitel coroado por um globo rematado.

A arquitetura redonda do edifício de 12 lados é composta por arcos redondos e estreitas janelas redondas internas.

Sua grande cúpula é composta por uma cúpula coroada por um globo dourado com remate de luzes.

O portal interno e o interior do Templo são ornamentados com símbolos alquímicos e astrológicos.

É um templo solar dedicado à chegada da Era de Aquário.

O Autêntico Estudante Rosacruz Demonstra Sinceridade no Seu Propósito

Ao estudar e praticar os ensinamentos que temos na Fraternidade Rosacruz, que é uma Escola Filosófica de Cristianismo Esotérico, isto é, interno, vamos nos desenvolvendo espiritual exatamente do modo que Cristo nos ensinou – na Sua primeira vinda –, isto é: de dentro para fora.

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz as realidades do Cristianismo Esotérico, com uma clara compreensão do significa dizer que “somos feitos à imagem e semelhança de Deus”.

Se somos seguidores dos Ensinamentos de Cristo precisamos levar, também, uma vida de pureza – até onde conseguimos, dado que somos limitados – e, aqui sim sem limites, uma vida focada em servir amorosa e desinteressadamente o irmão ou a irmã que está ao nosso lado (o próximo) considerando unicamente a divina essência nele ou nela oculta (o que nos faz esquecer todos os defeitos dele ou dela), pois isso é a base da fraternidade!

Aprendemos a significância esotérico do evento bíblico onde “Cristo expulsou os mercadores do Templo”, o que nos leva a pensar, a refletir, a meditar que para haver paz dentro do nosso “templo interno” – que é realmente o que somos –, é preciso limpá-lo dos desejos, sentimentos e emoções inferiores, do egoísmo, da vanglória, do orgulho, das riquezas, do poder e da fama mundanos.

Estudamos na Fraternidade Rosacruz a trajetória de Cristo (desde antes de “aparecer entre nós”, passando pela Sua primeira vinda e depois que partiu “para preparar o lugar para nós”), onde aqui pessoalmente pregou o Evangelho e curou os enfermos, viveu os mandamentos básicos da Sua mensagem, mostrando como devemos agir para nos elevar espiritualmente e ajudar eficazmente aquele ou aquela que precisa e que quer ser ajudado ou curado de fato.

Para nós, Aspirantes à vida superior – Estudantes Rosacruzes – Cristo é um Ideal que buscamos atingir, para isso muito nos ajuda a Fraternidade Rosacruz, que por meio dos ensinamentos nos fornecidos pelos Irmãos Maiores – seres humanos exatamente como nós, mas que se esforçaram e por mérito chegaram a um elevadíssimo nível de conhecimento – e, assim, conhecedores da natureza humana, nos ensinam  racional e devocionalmente (em um equilíbrio perfeito) como realizar essa gigantesca tarefa de transmutação, pelos caminhos paralelos e simultâneos do Coração e da Mente.

O autêntico Estudante Rosacruz demonstra sinceridade no seu propósito, buscando o bem coletivo, não guardam os Ensinamentos Rosacruzes para si mesmos, mas os vive, os pratica e os divulga no dia a dia, no cotidiano. São Cristãos conscientes; sabem que a tarefa é difícil, porém não é impossível, que tudo é questão de estudar, entender e vivenciar o Cristianismo Esotérico.

E isso é aberto é possível para qualquer um que queira: elevar-se espiritualmente; basta ter muita força de vontade e persistir, persistir e persistir. Afinal, como nos ensina Max Heindel: “o único fracasso é deixar de tentar, é deixar de lutar”.

A maternidade é Sagrada e, como tal, Deve Ser Reverenciada

Apesar de os “Dias das Mães” tem sido definido, desde o início, como um “evento para alavancar o comércio”, dado a quantidade de pensamentos positivos, desejos, emoções e sentimentos superiores criados por tantos filhos e filhas nesse dia, em direção às respectivas mães, vale a pena, aproveitar esse ambiente para “entender” esotericamente essa missão que, quando renascemos aqui com um ser do sexo feminino, podemos ter a graça de Deus em exercê-la.

 Se acompanhamos as tendências, vira e mexe, há tentativas em menosprezar a maternidade e caracterizando-a como algo enfadonha, sofredora, “deformadora do corpo”, “prisioneira e restritora de um modo de vida” e outros adjetivos, todos de cunho egoísta.

No entanto, a maternidade quando analisada sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes é um dos atos mais nobres a que uma mulher pode aspirar, além de ser um dos mais importantes a que possa se submeter.

Isso porque as responsabilidades e os privilégios da maternidade, se encarada com reverencia e seriedade, pode ser uma das experiências mais gratificantes no plano físico, além de, logicamente, proporcionar grande crescimento anímico, crescimento da alma da mãe.

Oras, a mãe providencia o veículo inicial que irá ser utilizado pelo Ego que está a caminho do renascimento. É no útero da mãe, quando há a fecundação, onde o Átomo-semente do Corpo Denso do Ego, que está se preparando nascer, que está na cabeça do espermatozoide que fecundou o óvulo, e a matriz do Corpo Vital já está lá – no útero da mãe – é que se desenvolve todo o novo Corpo Denso desse Ego. A mãe exerce um trabalho importantíssimo nesse que é um dos momentos mais difíceis para o Ego: “morrer” nos Mundos espirituais para uma vez mais, “nascer” na Região Química do Mundo Físico, o Mundo material.

Uma vida pura, vivida sob os ditames das Leis de Deus, é o melhor preparo para a maternidade. Quanto mais experiência a mãe adquire ao procurar dar o melhor tratamento possível aos seus veículos, mais capaz ela será de trabalhar com a criança. Certamente, não importa que direção a vida tenha tido nos anos anteriores a concepção; tão logo uma mulher tome consciência de que está grávida, é de sua responsabilidade esforçar-se para ter bons pensamentos e praticar atos que beneficiem seu futuro filho ou sua futura filha.

A maternidade é sagrada e, como tal, deve ser reverenciada. Crianças devem nascer de uniões inspiradas pelo amor mais profundo e altruísta e ideais espirituais os mais elevados possíveis, porque assim, e somente assim pode a promessa de uma mais nobre humanidade ser cumprida e as crianças de um novo tipo de ser humano nascerem.

O maior poder conquistado do universo é o Amor e um elemento poderoso pode produzir esse poder e força — a maternidade. O amor de mãe poderá, algum dia, reger o mundo. Então, não mais haverá guerras e brigas.

Quando nós reconhecermos essa gloriosa missão de produzir crianças que criarão um estado de harmonia, paz, boa vontade e amor fraternal, isso nos fará compreender a resposta à prece: “O Reino vem; Ele será feito na Terra tanto como no Céu”. Então entenderemos verdadeiramente: “Paz na terra e a boa vontade entre os homens”. “Toda mulher é uma mãe em potencial e pode, por meio da maternidade, transmutar sua natureza inferior em elevados poderes espirituais para o seu próprio desenvolvimento. Toda mãe é, literalmente, a mãe de um Deus em gestação.” – por Augusta Foss Heindel

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes

1)     Pergunta: Hitler não deveria vagar para Saturno e, de lá, ir para o Caos, por ter perdido a alma pelas crueldades indescritíveis que praticou?

Resposta: Nosso irmão Hitler (sim, ele é nosso irmão, filho do mesmo Deus que criou cada um de nós) não há como ter certeza de que ele perdeu seus Átomos-sementes devido as atrocidades que ele fez. Sim, ele cometeu coisas atrozes e indignas de um ser humano. Mas, e os outros que estavam com ele? Ah! fizeram só porque ele mandou? É assim que devemos pensar? Aqui não há uma pessoa só que é culpada, não é mesmo? Até o povo alemão que estava renascido naquela época tem uma grande parcela de culpa, não é?

Por outro lado, você já estudou outros irmãos e irmãs que foram tão – ou até mais – atrozes e indignas do que Hitler. E que não são considerados porque não há registros testemunhais, nem imprensa e muito menos vontade? Consegue nos citar alguns, para efeito de comparação?

Hoje temos, em torno, de 10 mil irmãos e irmãs que morrem de fome POR DIA! E isso já há alguns anos!! Quem são os irmãos e irmãs culpados dessa atrocidade e desumanidade? Consegue elencá-los ou você nos dirá que é a ONU ou o “conjunto de países mais ricos” ou “os homens mais ricos do mundo”?

Cuidemo-nos para não nos cristalizarmos, ao focarmos em “efeitos” e não em “causas”, em querer achar um único culpado por algo, quando há muito mais culpados do que pensamos.

Quando se diz que em tempo de pandemia e em tempo de guerra é que a Ciência material mais avança – e onde há muitas pessoas que ficam milionárias – há algo muito errado na tabela de valores da nossa humanidade, não?

2)Pergunta: Max Heindel nos diz — em “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, volume 2, pergunta 6, que nos Mundos invisíveis muitas pessoas vivem exatamente como aqui, inclusive tendo casa e comida. Mas em que região isso ocorre, no Mundo do Desejo? Acontece antes que essas pessoas decidam entrar no Purgatório e daí seguir sua jornada rumo aos Planos mais elevados?

Resposta: Sim, isso ocorre nas 3 Regiões superiores do Mundo do Desejo. Isso só ocorre depois do Ego passar pelo Purgatório e pelo Primeiro Céu. Normalmente, lá vivemos, referente ao tempo que contamos aqui, um terço do tempo da nossa última vida. Dependendo de como vivemos a última vida aqui, trabalhamos muito lá, seja nas reconstruções da fauna, da flora, dos ambientes de evolução, na aprendizagem de construções de Corpos Densos (em material de desejos, a partir dos Arquétipos) de irmãos e irmãs que estão se preparando para nascer. Como a matéria de desejos é extremamente plástica, dependendo do nosso desejo, podemos construir casas, lares, cidades, caminhos, jardins, e até uma rotina de dia a dia. Só não há uma coisa lá: descanso, pois não temos o Corpo Denso que é necessário revitalizar todas as noites. Não há noite nem dia. É um eterno momento de atividades. É o paraíso. O “Jardim do Éden”.

Pergunta: Por que a Terra não tem um Espírito Planetário que lhe seja próprio ou inerente?

Resposta: Não tem porque a grande maioria dos Egos humanos que estão usando esse Campo de Evolução (o Planeta Terra atual) para trilhar esse Esquema de Evolução cristalizou esse Campo a um nível tão intenso que quase todo o Campo foi perdido – e para que isso não ocorresse quase uma segunda Lua (como campo de desintegração) teve que ser criada para que os Egos humanos que foram os responsáveis por essa cristalização pudesse continuar evoluindo em um Campo de Evolução menos intenso e os demais pudesses continuar na Terra. Se isso ocorresse, TODOS sem exceção sofreria um grande atraso nesse Esquema de Evolução. Graças à Deus houve um Ser que se sacrificou para que isso não ocorresse e nos apresentou um Plano de Salvação que é para seguirmos, difícil sim, mas foi feito para conseguirmos chegar até o seu fim.

Antes, simplesmente não tinha; agora, é o Cristo; no futuro, será a humanidade divinizada. Por que os outros planetas têm Espíritos Planetários e a Terra, não? Resposta: Como ocorreu com todos os outros Planetas (exceto Marte) era para a Onda de Vida humana assumir o papel de Espírito Planetário, tão logo ela atingisse o desenvolvimento espiritual para tal. No entanto, devido a nos cristalizarmos na matéria e nos atrasar, Cristo teve que vir e, dentre outras coisas, assumir como Regente do Planeta Terra.

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz.

Em seguida oficie o Ritual do Serviço Devocional de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.

Datas de Cura:

Junho: 06, 12, 19, 26

Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.” Isaías 53:4-5

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Travessia

A peregrinação do Espírito – nossa – em evolução é uma longa travessia.

Travessia é, também, a vida, o dia, a circunstância.

Em períodos infinitamente grandes até aos mais fugazes, nós estamos sempre transitando, recolhendo meios para realização do nosso destino: a dinamização das faculdades latentes, que nos torna à estatura d’Aquele que nos emanou.

Em toda a literatura espiritualista, quer esotérica, quer exotérica, figuram sempre, como expressivo símbolo, as travessias: as viagens, o êxodo, atravessar rios e mares, etc. É sempre alegoria de transições de consciência, no processo de expansão do ser e de um povo.

O caminho a percorrer está sempre dentro de nós. Nunca é externo. O exterior é simples meio para atingirmos o fim, que é a realização interna. O caminho não é marcado por distância, senão por expansão de consciência. Por isso disse Cristo: “EU SOU O CAMINHO…”. Ninguém pode chegar à união com o Pai Universal, com o Criador, senão pelo encontro e expansão do “Eu interno”. Pelo semelhante atingimos o semelhante. Pelo dissemelhante nos isolamos e nos afastamos. Tal é o sentido de Religião e de queda: uma questão vibratória.

Deus, no céu (superior, elevado) é Luz, é Vida (em vibração mais alta). Satanás (o adversário, em nós, a natureza inferior), no inferno (inferior estado de consciência) é treva, é morte.

Na mitologia greco-romana temos o relato do mergulho do espírito na matéria e as transições pelas quais poderá alcançar as delícias de Eliseu – a ilha dos escolhidos e dos heróis – que se distinguiram na batalha da vida, nos desafios da evolução.

Quando Júpiter dividiu seu Reino, coube a Plutão o governo do Hades. Ele raptou Prosérpina (Perséfone) para sua esposa. Hermes (Mercúrio) levava para o Hades os mortos e os entregava, às margens do primeiro rio (rio Estige = tenebroso) ao barqueiro Caronte que os atravessava e, na margem oposta os deixava sob a vigilância do cão Cérbero (de três cabeças), para que de lá não fugissem. Os maus sofriam castigos de remorso e o suplício da Hidra, serpente de 50 cabeças.

O Hades tinha cinco rios: o Estige (tenebroso), Aqueronte (das penas), Flegeton (do fogo), Cocito (dos lamentos) e Lete (do esquecimento).

Mito não é fantasia, e sim uma alegoria. Aqui temos o relato de como a Centelha Divina mergulhou no Esquema de Evolução, envolvendo-se sucessivamente nos Corpos que formou, com auxílio das Hierarquias Criadoras (Prosérpina raptada às regiões inferiores), unindo-se à Morte (Plutão, regente de Escorpião, correspondente à oitava Raça, da morte), isto é, perdendo consciência de Si próprio identificando-se como um ser humano, aparentemente separado e à parte do Espírito.

Quem nos mantém nessa ilusão é o intelecto condicionado (Hermes), cada vez que renascemos (voltamos aos planos inferiores) e somos vinculados aos Átomos-sementes dos três Corpos (Cérbero, cão de três cabeças).

Pelo mau uso do sexo (suplício da Hidra, relativa à Câncer, que governa a vida geradora) e ignorantes transgressões (que provocam remorsos) vamos despertando a consciência pela dor inevitável (Lei de Consequência).

A maioria da humanidade vive mergulhada como num sono (irmão gêmeo da morte, que habitava o Hades), gerando os sonhos (vida irreal) e julgando-se o que não é (Morfeu, o criador das formas nos sonhos). Oportuno é lembrar que, no mito, o sono e seu filho Morfeu trazem na mão uma papoula, da qual se extrai o ópio, símbolo da inconsciência em que mergulhamos.

Para libertar-nos desse estado há cinco transições (cinco rios). Do ponto de vista comum, do ser humano em geral, significa transcender os cinco sentidos pela metanóia ou ligação com o Espírito de Verdade, o Consolador em nós (Mente abstrata), portal para uma vida mais ampla, dos escolhidos (Eliseu). Daí por diante, os cinco rios representam as cinco primeiras iniciações, para superarmos em definitivo todas as diferenças humanas e nos identificarmos em essência, com nossos semelhantes e com toda a Criação.

Os Evangelhos relatam que o Cristo e seus Apóstolos atravessaram muitas vezes o Mar da Galileia, sempre com missões diferentes. Essas passagens aludem à missão do Espírito (Cristo) nos corpos (apóstolos), aparentemente numa rotina diária, mas em verdade, sempre submetido a novos desafios, a oportunidades renovadas de elevação.  A vida parece igual; os dias parecem repetir-se num monótono ritmo. Mas, o espiritualista, ao despertar, enxerga em tudo novas facetas e renovados convites de desdobramento de consciência. Cada vez que aceita esse desafio e aproveita essa oportunidade, ele faz uma transição.

Na tradição Cristã encontramos a vida de São Cristóvão, padroeiro dos viajantes e dos transportes em geral. É representado por um homem com uma criança ao ombro, atravessando o rio com auxílio de um cajado comprido. É uma maravilhosa alegoria! Representa o ser humano consciente de sua missão, que reconhece, ama e obedece ao Eu verdadeiro e superior, buscando ser um canal impessoal de Sua vontade.

São Cristóvão era um homem forte (internamente) e desejava servir alguém que lhe fosse superior em coragem e força. Conheceu um rei extraordinário e passou a servi-lo. Um dia falaram em “diabo” e o rei se persignou. Cristóvão estranhou e perguntou ao rei: “Por que fazes o sinal da cruz ao ouvires falar em diabo?”. O monarca lhe respondeu: “Por que é um poder temível”. Falou Cristóvão: “se ele é mais forte que ti, então servirei a ele”. Foi em busca de Satanás e passou a servi-lhe, até que um dia, vendo uma luz, o diabo tapou os olhos e fugiu. Cristóvão o abandonou e, indo ao encontro da luz, perguntou-lhe: “Que devo fazer para servi-la?”, E a Luz orientou-o: “Vai ajudar os viajantes na travessia daquele rio perigoso”. E o levou até lá, dizendo: “é uma tarefa difícil e ninguém a aceita”. Desde então, Cristóvão se tornou um servidor da Luz, para atravessar a vau os viajantes.

Um dia foi acordado, madrugada ainda, por um menininho que lhe pedia para ajudá-lo a atravessar o rio. Cristóvão, admirado por vê-lo só, não ousou fazer-lhe perguntas: sua tarefa era ajudar a travessia. Além disso, o menino era singularmente seguro de si.

Pô-lo no ombro e se meteu no rio. Quando chegou ao meio, inexplicavelmente as águas começaram a subir e a correnteza se tornava cada vez mais forte, ameaçando arrastá-lo. Para complicar a situação, o menino começou a tornar-se cada vez mais pesado.  Cristóvão concentrou toda sua imensa força e coragem e a duras penas chegou à outra margem, exausto. Desceu docemente a criança dos ombros e, olhando- a profundamente, observou: “Meu Deus! Eu parecia estar carregando o mundo! E por que o rio se tornou inopinadamente cheio e impetuoso?”.

O menino sorriu e respondeu: “Agora te chamarás Cristóforo, ou aquele que conduz o Cristo, ajudando o Senhor a levar a cruz do mundo”. E desapareceu.

Todos nós podemos nos transformar em Cristóforos, quando assumirmos conscientemente nosso destino espiritual. Temos de reunir recursos internos, confiança própria e poder. Temos de passar a servir à Luz interna, depois de nos convencermos da inutilidade de servir ao poder ambicioso, à fama vaidosa, ao apego de bens e ao amor sensual. Temos que deixar de servir à natureza inferior e reconquistar nossa verdadeira identidade.

Então, começaremos a repartir com os outros nossa experiência dessa transição de consciência para a vida real, até que, inesperadamente, quando estivermos internamente maduros, sejamos provados para ser admitidos à iniciação.

A Igreja descanonizou S. Cristóvão, devolvendo à estória seu caráter alegórico. Os Cristãos esotéricos guardam carinhosamente a lenda, pela esplêndida mensagem que encerra.

Se executamos cada vez mais eficientemente o Exercício Esotérico da Observação perceberemos que há sempre pessoas diferentes que ajudamos a atravessar e que atravessam em nossa experiência. Isso quer dizer que devemos tomar consciência da vida, aproveitando os ensinamentos que ela nos oferece continuamente. Cada circunstância tem sua razão de ser e se ela nos envolveu, é porque temos relação com ela: devemos encontrar essa relação dentro de nós. Cada lição, cada acontecimento, cada pessoa que acorre à nossa experiência é um barqueiro, é uma ajuda, para realizarmos com mais proveito a travessia. Ao mesmo tempo servimos de barqueiro aos outros. Cada qual tem sua contribuição a dar na travessia, de vez que a Individualidade, a Epigênese, nos concede faculdades pessoais, que os outros não possuem e que podem completar os recursos deles.

De modo especial, o barqueiro é o que reúne mais recursos e os oferece com amor aos demais. Segundo a necessidade interna, somos sempre atraídos para a pessoa ou circunstância que mais nos pode edificar, mesmo que sua aparência seja negativa.

Desse modo, a travessia de cada ato ou de cada dia, enriquece-se e se torna atraente, pela variedade de contribuições. Ajudamos os outros a atravessar e eles nos ajudam igualmente na transição. Queiramos ou não, a vida é uma Fraternidade, que tende a se tornar luminosa e valiosa, na medida em que tomamos consciência do servir. Cada encontro é um mistério e uma revelação quando nos dispomos a dialogar e permutar amorosamente os recursos anímicos.

Pena é que a travessia se faz inconscientemente. A maioria evolui com muita dor, envolvendo-se na correnteza do rio da vida (circunstâncias) e machucando-se nas pedras. Essa inconsciência e ilusão de separatividade ao espírito fazem com que a Personalidade se apegue ao exterior, identificando-se com tudo que o cerca, de modo negativo e egoísta. Se ajudarmos alguém na travessia, fazemos questão de que ele nos elogie, nos agradeça ou retribua de alguma forma. Só a essência serve pelo servir. Quando a pessoa é um instrumento consciente de seu Espírito, sabe que a tarefa é atravessar a si e aos demais. Sua missão termina aí.

O servir amoroso e desapegado é importante. Ele aproveita melhor os meios de evolução e faz a pessoa progredir mais depressa. É uma travessia mais rápida e mais agradável, porque não se apega aos meios evolutivos, mas os usa bem e enquanto são úteis. É como construir uma jangada, atravessar o rio e depois abandoná-la na outra margem. O apegado se sobrecarrega, retardando a jornada: leva a jangada e as tralhas nas costas.  Ora, à medida que evoluímos no caminho, os meios se tornam diferentes. Novos níveis determinam novas necessidades. Os níveis ultrapassados devem ser abandonados.

A pessoa apegada se identifica com os meios. Está sempre vivendo no passado, negligenciando as oportunidades presentes e a renovação inevitável. Ainda mais: deixa-se contaminar pelos meios, devido ao errôneo relacionamento com eles. Há uma estória referente a esse ponto, conforme segue.

Dois monges, em meio à jornada, defrontaram um rio e já se dispunham a atravessá-lo quando veio uma jovem pedir-lhes que a ajudassem na travessia. Um deles se negou e o outro, de boa vontade, tomou-a nos braços e a carregou até à outra margem. Separaram-se dela e continuaram seu caminho. Depois de meia hora de mutismo, o outro monge disse ao companheiro que ajudou a moça: “Irmão, estou muito triste com você! Jamais pude supor que você agisse de tal modo!”. O outro, admirado, perguntou: “De que você está falando?”. “Da moça – respondeu ele – da jovem que você estreitou nos braços, na travessia do rio!”. “Como? – contestou o monge – eu a deixei na outra margem e você ainda está com ela?”

A mensagem é clara: a moça representa, para um monge, uma tentação. Tentações também são todas as coisas mundanas que, encontrando um ponto fraco em nosso íntimo, possam afetar-nos. As coisas não são, em si, nem boas nem más; nem pecaminosas nem virtuosas. Quem lhes confere qualidades é o ser humano, segundo seu íntimo. Uma pessoa especializada pode e deve viver no mundo, para servir de “sal da terra”. Se o sal não se misturar à comida, de que servirá? Em si, o sal é intragável e a comida insossa. Se soubermos nos relacionar, sem identificação nem apreciação viciosa, com o mundo, ele nos ajuda a evoluir. Tal é a lição do monge que não se negou a ajudar a moça na travessia do rio. O fato de tomá-la nos braços, de estreitá-la obrigatoriamente, ao segurá-la e transportá-la, não o contaminou nem lhe despertou paixões e cobiça. Já o outro monge, progredindo por outros meios e evitando tudo o que chama “pecaminoso”, está, em verdade, recalcando desejos e pode cair facilmente através da insatisfação, um dia. Por si, julga o outro.

Outro pormenor interessante se pode sacar da estória: não há virtude em evitar os desafios da vida e recluir-se numa vida contemplativa e de exclusiva prática devocional. A virtude decorre da experiência e da superação do errôneo relacionamento com os meios evolutivos. Não há nada mal. Até no aparente mal há o bem em gestação. Deus é Onipresente e Ele é Luz e Amor. Tudo, afinal, resulta proveitoso à evolução.

Os Senhores do Destino ou Anjos do Destino utilizam os meios mundanos como incentivo para promover a evolução. A fama, o poder, o dinheiro e o amor são as grandes molas da ação humana. É fazendo que se aprende. As atividades em si não são boas nem más. Quando obrigatoriamente nos metemos nelas, vamos aprendendo a transcendê-las, no que refere ao apego, aos abusos, etc.; não que isso sirva de pretexto para chafurdarmos no que é reconhecidamente prejudicial. Referimo-nos aos inevitáveis desafios e tentações da vida.

O monge que levou a moça ensina isso: ao servir, foi servido. O estímulo do amor, da fama, do poder, da fortuna, dinamiza nossas faculdades e nos ajudam a fazer grandes travessias – as transições para melhor. Aprendemos e deixamos as falhas que a prática vai revelando.

Ao contrário, quem se omite para não ser tentado, mais facilmente poder cair nas armadilhas de sua natureza inferior. Suas críticas, sua malícia, são reflexos de seus recalques.

Realmente, a evolução não se processa apenas no que chamam de “ocultismo”, referindo-se a fenômenos, a desenvolvimento de faculdades etc. A espiritualidade é cultivo interno; é regeneração de caráter. Ela abrange toda a Personalidade viciada e condicionada, devolvendo ao intelecto, as emoções, aos sentimentos e ao Corpo Denso, condições de servirem como instrumentos eficazes do Espírito, por meio da regeneração dos hábitos.

Certa vez um discípulo, exultante, correu ao Mestre e lhe disse: “Mestre, consegui! Consegui!”. O Mestre, calmamente lhe perguntou: “Conseguiste o que, meu filho?” “Consegui cruzar o rio, andando por cima das águas. Consegui a levitação! Levei trinta anos! Mas consegui!” – exclamou o discípulo, cheio de euforia. O Mestre ficou sério alguns minutos e depois lhe observou: “Que pena! Quanta coisa melhor poderias ter feito nesses trinta anos!”.

De fato, a evolução é global. Os meios estão na própria vida de todos os dias: nas coisinhas costumeiras. A evolução está no modo como fazemos, como encaramos, como utilizamos: e tudo isso depende de nosso íntimo, de nosso conhecimento da verdade, da vivência, do amor.

Os fenômenos são decorrências inevitáveis da espiritualização do ser, mas não o fim, em si mesmo. No fundo, a busca de fenômenos esconde a pretensão da Personalidade, de distinguir-se, de parecer melhor e maior que os demais, impressionando-os com algo incomum. Não é por isso que se mede a espiritualidade. Há muito paranormal com limitação e falhas gritantes.

É importante meditarmos sobre a travessia e o modo como utilizamos os meios, para realizá-la de modo mais eficaz, rápido e agradável. Seja pelas lições do rio da vida, seja pelas constantes tarefas diárias (travessias do Cristo com os apóstolos, no Mar da Galileia), seja pelo poder da vontade persistente e da coragem (Cristóforo), seja pelos meios que nos facilitam mais, através do apego e discernimento; seja, enfim, pelos estímulos comuns da existência (ajudar a moça) – importante é que façamos a travessia para níveis mais altos; importante é que sigamos o interno impulso que nos chama para frente e para cima. Todavia, mais feliz o que tem a coragem e a paciente perseverança de se regenerar diariamente a fim de que a ascese decorra com segurança.

(por Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Rosacruz – novembro/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Normas Alimentares básicas, afinal: nosso maior erro dietético é comer demais

Antes de tudo, é um grande erro sentar-se à mesa e comer um prato substancioso, quando se está cansado. É igualmente errado começar a comer quando se está com pressa.

O comer depressa é sempre perigoso.

Se estivermos nervosos, irritáveis ou cansados, é aconselhável comermos pouco. O estômago acha-se sob uma tremenda influência nervosa enquanto está digerindo a comida; de maneira que, quando estivermos cansados, tomemos algum alimento simples, leve, talvez algum líquido, ou uma fruta com biscoitos, ou ainda uma fatia de pão com manteiga.

Um ou dois copos de leite constituem um excelente alimento nesses casos.

Estando-se fatigado, o melhor é reclinar-se e descansar, deixando o comer para depois. Em geral, as pessoas de tendência nervosa sofrerão depois de tomarem uma refeição pesada e completa, estando cansadas. Tenho ajudado muitos de meus clientes que sofriam de indigestão nervosa, recomendando-lhes que descansassem na cama, durante meia hora antes de comer e uma hora depois.

Quando uma pessoa adoece, precisa, muitas vezes, seguir uma dieta especial; mas, os que têm saúde, não necessitam de sistemas especiais de alimentação. O que devem fazer é comer uma quantidade normal de alimentos comuns e não pensar, então, na digestão.

Devem confiar na natureza, e ela terminará o trabalho!

Não deve haver repreensões ou censuras durante o comer. Não é difícil encontrar pessoas bem-intencionadas arruina a saúde dos filhos, dos responsáveis e até de outra pessoa por tratar de corrigir-lhes as faltas à hora da refeição. A hora da refeição é a única ocasião de que se dispõe para todos juntos ficarem juntos, muitas vezes, em raros momentos!

Nesses momentos de “boa intenção”, se considera as “faltas de Maria” e os “defeitos de João”. Este mau costume perturba a digestão de um, e tornando-o mal-humorado. Outras vezes se fala de negócios à hora de comer. Se não se põe termo a essa péssima mania, bem depressa irá destruir a saúde e a felicidade de todos a sua volta. Fácil desenvolver uma indigestão nervosa.

A primeira coisa que aprendemos acerca do efeito que exerce um ânimo perturbado sobre a digestão deduzimo-la da observação nos animais mediante o Raio X.

Se quisermos ter boa digestão, devemos aprender a comer com alegria. À hora da refeição é que devemos nos alegrar e rir. A livre conversação das crianças favorece a digestão. A atmosfera da sala de jantar deve ser de jovialidade e esperança. Falemos de nossas próximas férias; relatemos, à mesa, incidentes alegres e que provoquem riso.

Às vezes até parece que temos uma indigestão (algo que não caiu bem). Outras vezes parece ser um caso de dispepsia nervosa. Olhe a lista de todos os pratos de cada refeição que está se fazendo e comendo e, mais ou menos, a quantidade de cada um. Pode-se se assustar pela quantidade e pela péssima distribuição e qualidade. Experimente fazer três pratos variados em cada refeição.

Muitas pessoas sofrem de indigestão em virtude da multiplicidade dos manjares. Provam um pouco disto e um pouco daquilo, e não parecem compreender que é difícil, para a natureza, segregar sucos gástricos capazes de digerir tantos alimentos diferentes de uma só vez.

O estômago segrega, para cada alimento, uma espécie adequada de suco. As experiências feitas com um cão têm demonstrado que, se estamos acostumados a um regime de pão e leite, sofreremos indigestão ao mudarmos repentinamente para um regime cárneo. Certo investigador descobriu que se requer 21 dias para se acostumar o estômago de um cão a uma mudança radical de regime. Há uma espécie de suco gástrico para o pão e para o leite; e uma outra espécie para a carne; e essa é, provavelmente, a razão porque temos dificuldades com nosso estômago quando ingerimos quinze pratos diferentes numa só refeição.

Se tiver algum distúrbio gástrico experimente fazer do seu primeiro prato de um almoço comum a sopa. Por quê? Por duas razões:

Primeira: um líquido dessa espécie, ingerido ao princípio da comida, favorece a secreção do suco gástrico; e, em segundo lugar, ajuda a encher o estômago e contribui, assim, para evitar que se coma em excesso.

Um erro muito comum é a ingestão de sopa ou outros alimentos quentes. Não só prejudica o paladar e os tecidos da língua e da boca, como também o estômago.

Os alimentos demasiado quentes são realmente debilitantes para o estômago, e algumas autoridades consideram que a ingestão deles predispõe certas pessoas a úlceras e mesmo ao câncer. A sopa é, também, melhor quando contém pedaços de pão tostado ou biscoito, de modo a precisar alguma mastigação, para ser ingerida.

As bebidas geladas são também prejudiciais à maioria das pessoas. A temperatura do estômago deve alcançar certo grau para que possa verificar-se a digestão; e quando se ingerem bebidas ou sobremesas muito frias, como sucede nos casos dos gelados, reduz-se a temperatura estomacal, ficando perturbada, por um momento, a digestão. Sob o ponto de vista dos nervos, há também inconveniente em beber grande quantidade de água gelada em um dia de muito calor.

O hábito de comer entre as refeições pode ser, para você, uma das causas da perda de apetite, perturbações de digestão e má saúde, especialmente entre as que são nervosas. Para outros, não. Procure se autotestar.

Ensinem as crianças, desde os cinco ou seis anos, a comer três vezes ao dia, em horas fixas. Pode ser que para ela o comer entre as refeições estraga o apetite, isto é, diminui diretamente a força dos sucos gástricos. Para outras, não. Procure observar!

Cada qual deve determinar, por sua própria experiência, o número de refeições de que necessita. Experimentem, com prudência, e descubram o que mais lhe convém.

Creio que o nosso maior erro dietético é comer demais. Há, naturalmente, alguns que comem deficientemente. Procure se ajustar se alimentando sempre de alimentos orgânicos, frutas, legumes, verduras, grãos, ovos, leite, mel. “Abra menos e descasque mais”!

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – janeiro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Fome por Abundância

Por paradoxal que seja, a verdade é que há muita gente desnutrida e faminta em meio à abundância. Segundo os nutricionistas e os profissionais que estudam o assunto, isso se deve, principalmente, ao excesso de alimentação, bem como ao consumo de alimentos inapropriados.

Afinal, o Corpo Denso se nutre somente de substâncias capazes de ser digeridas e assimiladas. Os elementos inaproveitáveis se convertem em venenos dentro do organismo.

As pessoas consomem, em excesso, uma gama variada de alimentos desvitalizados, antinaturais, nocivos, malsãos.

Como resultado veem sua saúde em progressiva decadência. As enfermidades e doenças, especialmente as de natureza degenerativa, alcançam proporções aterradoras. Os indivíduos mesmo aparentemente saudáveis, ou quando se crê que o são, ao passarem por um exame médico, revelam sofrer de uma ou outra doença ou enfermidade. Mais dia menos dia acabarão num leito de hospital, numa mesa de cirurgia ou no túmulo (ou em um crematório).

Frequentemente ouve-se dizer que algum amigo, alguma amiga ou conhecido ou conhecida, repentinamente se viu acometido de diabetes, asma, trombose coronária, infarto, acidente vascular, câncer, ou algum outro mal degenerativo. Os órgãos de comunicação também noticiam casos de pessoas que foram internadas em um hospital ou morreram vitimadas por um ataque cardíaco fulminante, um acidente vascular cerebral fatal, na flor da idade.

A alimentação adequada não constitui apenas um medicamento efetivo para as doenças ou enfermidades físicas, como também para as mentais. As deficiências do processo metabólico, o qual consiste em converter os alimentos em energia, tecidos e secreções no corpo humano, se originam de dietas pobres, com açúcar e farinhas brancas em demasia e escassez de frutas, verduras, legumes e hortaliças.

São sérios e bem conhecidos os transtornos devidos ao consumo exagerado de gorduras. Para evitá-las recomenda-se não ingerir alimentos gordurosos ou frituras, tomar diariamente alguns copos de água não muito gelada e comer frutas, no mínimo, três vezes ao dia.

O suco de frutas não deve ser conservado durante muito tempo após sua extração, pois dez ou quinze minutos após perderá a maior parte de suas enzimas, ou seja, essas partículas que conduzem a atividade vital ao corpo. O suco de vegetais cultivados em solos tratados com adubo orgânico é incomparavelmente mais rico em enzimas que os procedentes de solos adubados quimicamente. Os agricultores deveriam levar em conta esse fato e, graças à Deus, há muitos que já levam!

A desnutrição campeia entre pessoas habituadas a uma dieta composta de “alimentos incompletos ou de enganoso poder nutritivo, como batatas fritas, doces, chocolate, refrescos e afins. O pior de tudo é que o dano produzido é muito sério, afetando quem se habitua a tão equivocada dieta, como também a seus descendentes.

Uma alimentação à base de gorduras animais é a causa do crescente registro de enfermidades e doenças cardiovasculares. O excesso de gorduras conduz a uma degeneração prematura do fígado, do coração, do pâncreas, dos rins e das artérias. E como os efeitos prejudiciais dos maus hábitos alimentares não se notam de imediato, atribui-se a outras causas as doenças e enfermidades que provocam.

São poucos os indivíduos capazes de atribuir os resfriados, a asma, a artrite, os males cardíacos e desvios mentais às condições tóxicas do organismo. Encontramos no estômago a origem de muitas enfermidades e doenças.

Dá-se pouca importância ao verdadeiro valor nutritivo dos alimentos que, ao invés de recomendar-se consumi-los em seu estado natural – frescos e crus – considera-se um avanço econômico e tecnológico, o funcionamento de indústrias voltadas a enlatar, desidratar e conservar por meios químicos produtos tais como o leite, frutas, verduras, legumes, ovos e outras substâncias. Tal consumo equivale a forrar o estômago com pedras ou algo parecido. “Que homem há entre vós a quem, se seu filho pedir pão, dar-lhe-á pedra? E se lhe pedir peixe, dar-lhe-á uma serpente?” (Mt 7:9-10).

 (Traduzido de texto do Departamento de Cura da The Rosicrucian Fellowship e Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1978)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Base Racional da Astrologia Rosacruz

Max Heindel

Um correspondente escreveu para pedir uma prova da veracidade da Astrologia Rosacruz. Por que Saturno rege os joelhos e Júpiter, os pés? Ele teve um diálogo com alguém e deseja saber o que pode ser dito sobre esse assunto.

A mera negação da verdade da Astrologia Rosacruz por alguém, porque não lhe agrada, não pode afetar a verdade ou falsidade da Astrologia Rosacruz ou de qualquer outra ciência. Tenhamos em mente que, para ser considerada válida, uma opinião sobre qualquer assunto deve ser o resultado de estudo e investigação. Podemos dizer, ainda, que ninguém merece ser convencido, se não estiver disposto a investigar, até certo ponto, o assunto que ele ousa criticar.

Pessoalmente, o escritor sempre teve como prática nunca falar espontaneamente sobre esses assuntos entre estranhos, embora sempre disposto a apresentar evidências quando a oportunidade se apresenta; pois, sempre se descobriu que “uma pessoa convencida contra a sua vontade não muda sua opinião de verdade”.

Há, no entanto, muitas provas da verdade e da base lógica da Astrologia Rosacruz. Um antigo provérbio caseiro diz que “a prova do pudim está em comê-lo” e certamente não pode haver melhor prova da verdade da Astrologia Rosacruz do que a de que ela funcione na vida diária. Muitas vezes tem sido o privilégio do escritor ver o cético sarcástico se tornar um defensor ardente dessa ciência, quando um ou dois testes provaram a ele a verdade da Astrologia Rosacruz. Ficaria, assim, tão impaciente com aqueles que ridicularizavam essa ciência ou negavam sua base racional quanto já havia ficado com aqueles que advogavam a exatidão da ciência sagrada.

Se você quiser satisfazer um cínico desdenhoso, pegue seu próprio horóscopo ou algum assunto intimamente relacionado com ele e aplique a Astrologia Rosacruz nisso. Você descobrirá então que não importa quão dura seja a cabeça dele, a Astrologia Rosacruz abrirá caminho; sim, mesmo que a cabeça dele seja tão dura que exija um trem para forçá-lo a aceitar a validade da Astrologia Rosacruz. Até isso será suprido, como mostra o caso mencionado no Conceito Rosacruz do Cosmos, em que o escritor disse a um homem para ficar em casa em dois determinados dias; para evitar principalmente os bondes e outros veículos de locomoção, sejam eles de que natureza for; pois de outra forma ele sofreria um acidente que afetaria certas partes específicas do corpo. Quando ele, descuidadamente, desconsiderou esse conselho, ficou ferido em um acidente ferroviário como consequência e foi submetido a um sofrimento severo de três meses, antes de poder escrever uma explicação sobre o seu descuido.

Ele disse na carta, que ainda temos: “Este acidente aprofundou meu respeito pela Astrologia Rosacruz”. Sim e não é de admirar; ele “comeu o pudim e o pudim provou ser verdadeiro”. Portanto, ele agora é um fervoroso defensor da Astrologia Rosacruz e faz palestras sobre esse assunto, entre outros. Algumas previsões podem se tornar realidade, se feitas um pouco antes do evento acontecer, porque a sugestão do Astrólogo Rosacruz atua como fator para o cumprimento da profecia. Mas, certamente ninguém pode explicar o caso aqui citado sobre ou qualquer hipótese semelhante. As colisões ferroviárias, geralmente, não são causadas por sugestões, nem uma determinada pessoa é enviada a tal cena para receber ferimentos de natureza grave em certas partes do corpo que foram definitivamente mencionadas na previsão.

Portanto, acreditamos sinceramente que mesmo o campeão da coincidência, o Prof. Proctor, famoso pela pirâmide, não poderia ter fornecido um comentário que explicasse com sucesso todas as diferentes fases dessa profecia e o seu cumprimento.

A predição acima foi baseada na máxima astrológica de que Gêmeos rege os ombros, Touro rege o pescoço e o cerebelo e Câncer, o peito; pois, duas dessas partes foram atingidas no acidente. Observações semelhantes realizadas por astrólogos mostram que Capricórnio, regido por Saturno, rege os joelhos, e Júpiter rege Peixes, o Signo dos pés.

Outra história ferroviária

Enquanto o acidente relatado em nosso artigo sobre “A lógica da Astrologia” foi previsto apenas três meses antes de acontecer, previmos outro acidente ferroviário mais ou menos na mesma época, ou seja, no verão de 1906. Mas, esse acidente não deveria acontecer até agosto de 1909, aproximadamente. Chamaremos o sujeito desse acidente de Sr. X. Vimos que em agosto de 1909 ele faria uma viagem de trem por prazer e que sofreria um acidente, mas escaparia ileso. Vimos também que em setembro de 1909, um mês depois, faria uma longa viagem em conexão com um importante empreendimento literário; mas, não imaginamos, na época, o quão intimamente nós mesmos estaríamos associados com o cumprimento desse assunto.

Enquanto isso, o escritor foi para a Alemanha, onde recebeu as instruções que resultaram na disseminação dos Ensinamentos Rosacruzes pelo mundo ocidental. E depois de escrever o Conceito Rosacruz do Cosmos e as Vinte Palestras (Cristianismo Rosacruz), ele foi para o oeste novamente, para Seattle, durante a Exposição do Pacífico de Yukon no Alaska, em 1909. Lá ele novamente encontrou o Sr. X. e, em agosto, quando suas palestras foram concluídas, aquele cavalheiro o convidou para dar uma corrida até o Parque Yellowstone. Depois dessa viagem de lazer e de um descanso, ele propôs que fôssemos a Chicago, para ter o Conceito Rosacruz do Cosmos publicado.

O escritor estava muito ocupado com a obra literária em mãos, no entanto, para aceitar o convite para o Parque Nacional de Yellowstone; então o Sr. X. foi sozinho. Entre Gardner Junction e o parque, seu trem descarrilou; todos os passageiros ficaram consideravelmente abalados, mas ninguém se feriu. Após o seu retorno, nós dois fomos para Chicago, onde o Conceito Rosacruz do Cosmos foi publicado e, dessa forma, a previsão feita três anos antes foi cumprida. Deve-se dizer, no entanto, que nós dois havíamos esquecido a previsão até mais tarde, quando o Sr. X. trouxe o horóscopo onde ela estava, pois ele o encontrou enquanto folheava alguns documentos.

Esse certamente é outro caso que desafiará, com sucesso, a explicação de que a sugestão causou a realização. Que humano poderia organizar um acidente ferroviário três anos antes de ele acontecer e garantir a segurança dos passageiros? O escritor sabia muito pouco sobre os Rosacruzes naquela época e não sonhava então com a boa sorte reservada para ele como seu mensageiro. Ele teve apenas uma experiência pessoal do poder da alma latente dentro dele e não desenvolveu nem pensou em desenvolver a faculdade da escrita. Ele não tinha vontade alguma de se tornar um autor e, portanto, não poderia sugerir um importante empreendimento literário que levaria o Sr. X. a Yellowstone (e depois a Chicago), em setembro de 1909. Só há uma explicação possível: as estrelas contaram a história e era verdade.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de novembro/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livro: As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – Esme Swainson

Você já ouviu falar dos doze Signos do Zodíaco, aqueles grupos de estrelas que formam uma faixa ao redor da Terra, através da qual o Sol parece passar, durante o ano, e a Lua em sua jornada, a cada vinte e oito dias.

Contos e lendas sobre os Signos do Zodíaco foram contados por milhares de anos, pois eles são muito, muito velhos, talvez mais velhos do que a nossa Terra. As crianças na China, no Egito, na Babilônia, Pérsia e Arábia sabiam muito sobre eles, e olharam para cima e os encontraram no céu, como você pode fazer agora.

Os nomes que os povos antigos lhes davam não eram sempre os mesmos que os nossos, mas as histórias que contaram sobre eles eram semelhantes.

Você pode se perguntar se alguns desses contos são verdadeiros. Bem, parte deles é, mas outras partes você deve descobrir por si mesmo. Se você faz aniversário no mesmo dia como Rex ou Zendah você encontrará que algumas de suas aventuras acontecerão a você, durante o sono ou acordado, ou você quererá fazer muitas das coisas que eles gostaram muito de fazer.

Há 4 meios de você acessar esse Livro:

1. Em formato PDF (para download ou imprimir):

Esme Swainson – As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

Esme Swainson – As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – audiobook

3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured

aqui:

Esme Swainson – As Aventuras de Rex e Zendah no Zodíaco – videobook

4. Para estudar no próprio site:

AS AVENTURAS DE REX E ZENDAH NO ZODÍACO

Por

Esme Swainson

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

1ª Edição em Inglês, 1932, The Adventures of Rex and Zendah

In The Zodiac, editada pela The Rosicrucian Fellowship

2ª Edição em Inglês, 1981, The Adventures of Rex and Zendah

In The Zodiac, editada pela The Rosicrucian Fellowship

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

INTRODUÇÃO

PRÓLOGO

A AVENTURA

A TERRA DOS PEIXES

NA TERRA DO HOMEM DO JARRO

A TERRA DE CAPRICÓRNIO

NA TERRA DO ARQUEIRO

NA TERRA DO ESCORPIÃO-ÁGUIA

A TERRA DA BALANÇA

A TERRA DE VIRGEM

A TERRA DO LEÃO

A TERRA DO CARANGUEJO

A TERRA DOS GÊMEOS

A TERRA DE TOURO

A TERRA DO CARNEIRO

EPÍLOGO

INTRODUÇÃO

O Carneiro vem correndo na primavera,

Sua saída é uma coisa mais calma,

Em seguida vem o Touro com passo pesado;

A terra vem ele que se lança com a cabeça.

Os Gêmeos celestiais dançam pelo ar

A alegria ou tristeza deles fixam o olhar.

O Caranguejo rasteja fora do largo oceano

Atrás de sua rocha, ele se esconde muitas vezes.

Com dignidade o Leão se estabelece;

Tão justo e verdadeiro ele governa suas terras.

A Virgem segura um feixe de milho;

Olha para o seu trabalho quando ela nasce,

Para o próximo, a Balança provada e verdadeira

Pesará as coisas que você deveria fazer.

O que se segue é uma coisa curiosa:

Escorpião com sua picada cruel.

O Arqueiro seguinte, tão sábio e selvagem,

Parece um homem velho e uma criança.

A Cabra do Mar sobe a montanha alta.

Seu lema, “alcançar ou morrer”.

O Homem com o Jarro de água no alto

Derrama sua sabedoria do céu.

Por fim, dois Peixes nadam no mar;

Devem trazer Paz e Unidade.

Você já ouviu falar dos doze Signos do Zodíaco, aqueles grupos de estrelas que formam uma faixa ao redor da Terra, através da qual o Sol parece passar, durante o ano, e a Lua em sua jornada, a cada vinte e oito dias.

Contos e lendas sobre os Signos do Zodíaco foram contados por milhares de anos, pois eles são muito, muito velhos, talvez mais velhos do que a nossa Terra. As crianças na China, no Egito, na Babilônia, Pérsia e Arábia sabiam muito sobre eles, e olharam para cima e os encontraram no céu, como você pode fazer agora.

Os nomes que os povos antigos lhes davam não eram sempre os mesmos que os nossos, mas as histórias que contaram sobre eles eram semelhantes.

Na Babilônia, o Signo que chamamos de Leão era o Grande Cão, e os Gêmeos tinham um pastor para cuidar deles, para que eles não entrassem em trapaças, suponho, como os gêmeos costumam fazer!

Os chineses representam o Zodíaco tanto quanto nós, mas eles têm duas Virgens sentadas com as mãos dobradas, em vez de uma, e um Dragão, em vez de uma Cabra do Mar, e às vezes, todos os Signos são bem assentados em pequenas estandes, como aqueles que você vê nas lojas em vasos chineses antigos.

Você pode reconhecer os mesmos Signos, também, nos quadros egípcios, onde a cabra do mar é, muitas vezes, retratada como um crocodilo, enquanto na Arábia antiga o Carneiro, Touro e a Cabra têm um deus montado em suas costas, e os Peixes têm um deus sentado entre eles.

O Ano Novo zodiacal não começa quando o nosso começa e talvez você queira saber o porquê o Carneiro não “se apressa dentro” de janeiro, em primeiro lugar.

O Ano Novo não começa em primeiro de janeiro para cada nação, e muitas centenas de anos atrás era o costume celebrar isso com o próprio tempo solar, ou seja, no dia vinte e um de março, pois o Sol sempre dizia qual era o começo do novo ano, apesar das leis que os seres humanos fazem. Os velhos romanos reconheceram isso por um longo tempo, até que um dos imperadores decidiu que iria alterar o calendário.

O Sol, a Lua e as Estrelas formam um relógio gigante e calculam seu tempo da mesma forma, não importa o que dizemos, e não faz muito tempo que os seres humanos, na Inglaterra, contavam seu dia, mês e ano de um modo tão atabalhoado que não concordava com o tempo medido pelo Sol, e quando tentaram acertar, tiveram que perder onze dias para endireitar as coisas.

O que aconteceu com as crianças que tiveram aniversários naquela época eu não sei; foi ruim o suficiente, como algo parecido em dizer que temos um mês de fevereiro com vinte nove dias em um ano bissexto! No entanto, apenas para mostrar que o Sol sabe melhor do que os adultos; ele lhe dá um aniversário exatamente o mesmo todos os anos, mesmo se você nasce no dia vinte e nove; só que nem sempre é no mesmo dia.

As estrelas que compõem os grupos que são chamadas de os Signos do Zodíaco podem ser observadas em uma noite clara; você os verá melhor antes que a Lua se levante, e talvez os mais fáceis de encontrar sejam os Gêmeos, pois as duas grandes estrelas, que devem estar sobre sua cabeça são facilmente vistas, uma abaixo da outra. Não muito longe, você encontrará um conjunto de sete pequenas estrelas chamadas Plêiades e estas estão no Signo do Touro. Elas são, às vezes, chamadas as sete irmãs e se supunha que uma delas teriam feito algo errado e por isso era tímida e se escondia atrás das outras. A menos que seus olhos sejam muito afiados você não poderá vê-la.

“Esses contos são verdadeiros?” Você pode se perguntar. Bem, parte deles é, mas qual parte você deve descobrir por si mesmo. Se você faz aniversário no mesmo dia que Rex ou Zendah você perceberá que algumas de suas aventuras acontecerão a você, durante o sono ou acordado, ou você quererá fazer muitas das coisas que eles gostavam muito de fazer.

Agora nós devemos começar a aventura.

PRÓLOGO

Rex e Zendah viviam no campo, numa casa ao lado de um morro coberto de pinheiros que, como Zendah costumava dizer, cantavam para o sol adormecer à noite. Rex pensava que eles fossem as antenas que transmitiam as mensagens das fadas para os habitantes das estrelas.

Todas as manhãs, do seu quartinho viam o Sol erguer-se sobre os montes do lado oposto, e à noite, geralmente observavam as estrelas acenderem seus luzeiros a pouco e pouco – isto é, quando acontecia de estarem acordados.

Durante o inverno, por vezes, levantavam-se da cama para espiar a cintilante estrela do Cão que então estava alta nos céus para tomar conta da terra depois que Órion guardava sua espada e acendia as luzes do seu cinturão para que todos vissem.

O aniversário de Rex era em 27 de março, pouco depois de o Sol ter entrado no Signo do Cordeiro (Áries). Rex era ligeiro e alegre; tinha olhos castanhos e cabelo ondulado, da cor da castanha madura. Alguns dos seus amigos diziam que seus cabelos eram tão quentes quanto seu gênio, mas ele nunca ficava zangado por muito tempo.

O aniversário de Zendah era em 26 de novembro, ocasião em que o Sol está no Signo do Arqueiro (Sagitário). Tinha lindos cabelos louros, grandes olhos azuis e tinha pena de que seus cabelos fossem apenas ligeiramente ondulados e não tanto quanto os de Rex! Seu maior prazer era montar o pequeno “pônei” que seu pai lhe dera quando fez 12 anos.

Nenhum dos dois gostava de ficar dentro de casa, e passavam quase todo o tempo correndo no campo à procura de aventuras de qualquer espécie.

No inverno gostavam de sentar-se perto da lareira, enquanto o vento uivava na copa dos pinheiros, ouvindo as histórias que sua mãe contava sobre pássaros e animais, ou então olhavam pelo telescópio do papai e procuravam descobrir todos os nomes das estrelas. Foi então que aconteceu a Grande Aventura – mas – é bom que vocês a leiam.

A AVENTURA

Nesta noite particular, em 20 de março, Rex e Zendah haviam conversado muito tempo sobre estrelas antes de irem dormir, e por isso Zendah não se surpreendeu quando acordou e se deparou com uma figura amarelo-brilhante em pé ao lado de sua cama.

– “Rex”, gritou, “acorda! Hermes, o mensageiro dos deuses, está aqui no quarto! Acorda, antes que ele se vá!”.

Ambos se sentaram na cama e ficaram observando a figura do mensageiro.

Viram que tinha asas nos pés e que ele trazia seu báculo com as duas serpentes enroladas tal como seu pai lhes havia contado.

Hermes sorriu e disse:

– “Vocês querem, realmente, saber tudo sobre o Zodíaco? O Pai Tempo disse que vocês poderão vir comigo e viajar pelas terras do Zodíaco esta noite se quiserem”.

– “Mas não levará muito tempo?”, perguntou Zendah, “que dirá mamãe se não nos encontrar aqui?”.

– “Aqueles que atravessam os portões dourados da entrada dos doze Signos, um segundo antes da meia-noite, poderão ter todas as aventuras antes do relógio bater as doze badaladas – todo mundo sabe que nesse preciso momento o tempo não existe”.

– “Oh! Que maravilhoso!”, disseram ambas as crianças, pulando da cama e dançando alegremente, “vamos partir logo”.

– “Um momento”, disse Hermes sorrindo, “vocês têm de usar seu corpo estelar; o corpo físico de vocês é muito pesado; vocês não podem ir com ele às estrelas”.

Então levou-os até a janela e disse-lhes para olharem para Sirius, a estrela mais brilhante da Constelação do Cão, e manifestarem o ardente desejo de visitá-la.

Quando eles o fizeram, sentiram uma curiosa sensação de estarem afundando, ficando cada vez menores e mais compactos até que, de repente, – zás – parecia que havia dois Rex e duas Zendah, um adormecido sobre a cama e outro muito bem acordado, com um corpo brilhante circundado por interessante nuvem de várias cores.

– “Agora vocês estão usando seu corpo estelar”, disse Hermes, “e podem voar comigo até os Portões Dourados”.

Imediatamente partiram pelo espaço, – deixando no trajeto a Lua e outras coisas estranhas – até que chegaram à entrada das terras do Zodíaco. Os portões ficam exatamente entre os Peixes e o Cordeiro (Peixes e Áries).

Como eram bonitos esses portões! Brancos, com reflexos de inúmeras cores! Por vezes pareciam feitos de fogo dourado, outras vezes de fogo prateado; olhando-os de novo, pareciam diferentes. Algo de sua cor vocês podem perceber em noite fria quando há lenha acesa numa fogueira; às vezes, podem também observar um lampejo de seu brilho quando o Sol está a ponto de desaparecer para seu descanso noturno.

A uma palavra de Hermes, os portões se abriram, e as felizes crianças entraram. Milhares de lindas formas vieram ao seu encontro.

– “Os Anjos!”, murmurou Zendah. Hermes conduziu-os a um templo de mármore branco, que tinha sete degraus maciços que conduziam ao pórtico da entrada. Dentro havia um hall circular com doze cômodos, havendo um Anjo em cada um. Os Anjos vestiam lindos mantos de cores diferentes, tendo uma brilhante estrela na fronte.

Os viajantes não puderam ver muito do que havia lá dentro, porque havia muita luz e esta era muito forte; parecia que a luz mudava constantemente; mostrava primeiro uma cor, depois outra. Subitamente a luz tornou-se cintilante e do branco mais puro e nesta ocasião ouviu-se uma voz dizer:

– “Que desejam estas crianças mortais?”.

– “Oh, grande Ser, permite-nos visitar as terras dos doze Signos”, falou Hermes, “a fim de que estas crianças, ao voltar à terra, possam contar aos outros a obra do Zodíaco, como o fizeram os Sábios de antigamente”.

– “Bem pensado”, disse a voz.

– “Vão, crianças, e não percam os talismãs mágicos que os Guardiães de cada Signo lhes darão”.

Conservando seus rostos voltados para a luz até atingirem a entrada do Hall, foram conduzidos por Hermes, fora do templo até o primeiro portão.

Ao passarem por esse portão, viram portas de espaço, nas paredes de nuvens que circundavam toda aquela terra; foi para uma dessas portas no lado esquerdo, que Hermes os conduziu.

– “Eis a entrada para o Signo dos Peixes”, disse ele.

– “Mas por que?”, perguntaram Rex e Zendah, “não começamos pelo Signo do Cordeiro, já que nos ensinaram que Áries é o primeiro da lista?”.

– “Porque na Terra dos Astros tudo é ao contrário. Na terra, se vocês quiserem ter uma boa vista do campo, têm que começar a subir a montanha desde a parte inferior até atingirem o cimo, e tendo visto tudo, vocês descem outra vez ao vale e contam aos seus amigos tudo o que viram no seu passeio. A terra é como um espelho e nela se reflete tudo o que acontece nas estrelas, e como vocês sabem, em um espelho tudo é invertido.

Quando vocês voltarem para casa e quiserem usar os talismãs que os guardiães dos Signos lhes derem, vocês começarão com o talismã de Áries, o Cordeiro. Tomem este rolo e não o percam, pois nele estão escritas as “palavras de passe” para todos os Signos; o Guardião de cada portão pedirá essa “palavra de passe” antes de vocês poderem entrar”.

Hermes despediu-se e deixou-os para continuarem a jornada, mas lhes disse, com seu alegre sorriso, que eles o veriam de novo quando menos esperassem.

A TERRA DOS PEIXES

Antes de baterem na porta dos peixes, ficaram alguns minutos olhando para ela – pois era muito difícil encontrar onde bater. Os lados da porta eram como duas grandes ondas e entre elas apareciam linhas de água em movimento, não parando um momento, e brilhando com todas as cores que se veem numa concha. Girando, no centro do portão, havia dois peixes, um seguindo o outro; um cor de cobre e o outro tinha cor parecida com a do zinco. No meio desse bonito portão havia uma pérola de grande valor, maravilhosa na forma e na cor, que, como um espelho, refletia um rosto que mudava constantemente de feições. Em um momento esse rosto era hediondo e no momento seguinte era belo, tão bonito que dificilmente poderia alguém deixar de gostar dele.

Zendah viu um búzio no chão, junto ao portão.

– “Sopra-o”, disse Rex. “Nos contos de fadas que nós lemos, sempre se toca uma corneta na entrada do castelo do gigante”.

Zendah soprou o búzio. Soou uma nota suave, e todo movimento do portão cessou; os peixes pararam de nadar em roda e colocaram-se um de cada lado da pérola, ficando assim:

– “Quem pede para entrar” gritou uma voz. “Dê a palavra de passe”.

– “Rex e Zendah”, disseram as crianças, “e a palavra de passe é AMOR”.

– “Pela virtude do Amor, entrem, Rex e Zendah”, disseram várias vozes, e o portão abriu-se lentamente.

Enquanto o portão se abria, Zendah olhou para Rex com espanto e exclamou:

– “Veja, Rex, veja! É só mar!”

As crianças estavam paradas sobre a macia areia de uma praia, e tanto quanto sua vista abrangia, viam milhas e milhas de ondas agitadas, pontilhadas de pequenas ilhas.

Longe, no mar alto, na maior das ilhas, erguia-se um castelo construído em madrepérola.

Logo apareceu perto delas um lindo bote com duas crianças dentro: um menino com cabelos cor de palha e uma menina, tão loura que seus cabelos brilhavam como prata.

O bote tinha o formato de um peixe voador e podia elevar-se no ar e voar, à vontade de quem o dirigia.

-”Vamos voar” gritou Rex, mal se sentaram no bote. O bote elevou-se no ar levemente, depois mergulhou nas ondas e novamente se elevou, porque parecia não poder subir a grande altura sobre as ondas.

Mostraram às crianças que o bote era movido por eletricidade. No fundo do bote, exatamente sob o banco onde estava sentada a menina que dirigia o bote, havia placas de cobre. Essa menina calçava sapatos estranhos; o pé esquerdo tinha sola de cobre e o pé direito, sola de zinco; quando queria que o bote navegasse, ela apertava ambos os pés contra as placas de cobre do fundo; quando queria que o bote navegasse nas águas, apertava somente o pé direito; e apertava o pé esquerdo, com sola de cobre, quando queria fazer o bote parar.

Como as crianças ouvissem um cântico curioso enquanto navegavam e não vissem pássaros, perguntaram de onde vinha tal cântico.

-”São os peixes”, disseram seus guias. São domesticados e cantam para nós, já que não temos pássaros na Terra dos Peixes”.

Passaram por inúmeros botes semelhantes ao em que estavam e logo chegaram ao Castelo de Pérola. Depois de desembarcarem em um pequeno cais andaram por um caminho coberto por diferentes espécies de conchas, por entre duas filas de meninas vestidas com túnicas cor de malva pálido. Seus sapatos eram lindos e todas as jóias que usavam estavam nos pés.

Em parte alguma do castelo havia cores brilhantes. As paredes eram cor de marfim; os pilares pareciam feitos de feldspato translúcido que lembravam a névoa que certa vez eles haviam visto de manhã, à beira-mar, quando o Sol brilhava através dela. Todas as paredes e pilares, quando tocados, emitiam um som musical, e todas as pessoas que eles encontravam no caminho levavam um instrumento musical.

Depois de passarem por muitas salas e por escada encaracoladas, pararam afinal na sala do trono e viram o Rei Netuno. Seu trono era feito de conchas marinhas, com estofo de seda violeta. Em sua mão segurava uma vara longa, feita de um metal esbranquiçado e brilhante, em cuja extremidade havia pontas e em cada uma delas, uma pérola.

– “O Tridente de Netuno”, murmuraram um para o outro. Netuno deu-lhes as boas-vindas e virando-se para uma bela senhora que estava a seu lado disse-lhe para mostrar às crianças as maravilhas do país.

– “A Rainha Vênus passa  muitas horas nesta terra, ajudando-me”, disse Netuno, “e ela entende de crianças mais do que eu”.

Elas foram conduzidos a todos os quartos do castelo; em um deles, encontraram uma orquestra composta de crianças, cada uma tocando um instrumento diferente; a música que tocavam era a mais bonita que já jamais ouviram. Uma ou duas delas, sentadas quietinhas num canto, pareciam nada fazer.

– “Por que não estão tocando com os outros? Estão de castigo?”, perguntou Rex.

– “Qual nada”, disse Vênus, “estão escutando a música dos Anjos e escrevendo-a para que os outros possam tocá-las”.

Em outro aposento encontraram todos atarefados em escrever e toda a vez que uma das crianças parava e parecia estar pensando profundamente, aparecia sobre sua cabeça uma pequena nuvem com centenas de pequenos quadros.

– “Estão escrevendo estórias e poesias”, disse Vênus, respondendo a pergunta mental das crianças”. Todos esses pequenos quadros que vocês veem na nuvem, são as ideias que lhes chegam”.

Deixando esses aposentos e descendo as escadas, chegaram a um anexo ao castelo onde havia várias espécies de animais, alguns feridos nas orelhas, pássaros com asas ou pernas quebradas, e outros com outras doenças. Crianças de todas as idades tentavam ligar os membros quebrados deles ou curar-lhes as feridas. Rex e Zendah olharam para seu guia com olhares interrogativos.

– “Quando os animais são feridos na terra, vêm para cá para se curarem”, disse Vênus olhando em volta.

“As crianças também deviam vir aqui para aprenderem a ser bondosas e a amar todos os animais, pois aqui temos hospitais onde tanto as pessoas como os animais são curados. Mas antes de vocês partirem, vou mostrar-lhes algo muito precioso”, disse Vênus.

Entrando em outro bote voador semelhante ao primeiro eles foram conduzidos a uma ilha próxima do Castelo de Pérola. Era muito pequena e quase que completamente coberta por um Templo de vidro, circular, guardado por dois cavaleiros cobertos por armaduras brilhantes e com escudos onde se via gravado um emblema de uma Taça Prateada em fundo azul. Os cavaleiros também pediram a palavra de passe e, tendo-a recebido, deixaram as crianças entrar.

Nada havia no interior a não ser um altar num dos cantos e um grande espelho. Sobre o altar brilhava intensa luz como a da Lua cheia; dentro dessa luz puderam ver a taça de cristal que cintilava como diamante, ou melhor, mais parecia o Sol brilhante numa gota de orvalho.

– “Crianças”, disse Vênus “quando o Rei Artur veio viver entre as estrelas, trouxe consigo a Taça Mágica, que tem o poder de dar aquilo que cada um mais deseja. Mas vocês devem estar certos daquilo que desejam. Deve ser algo que vocês possam repartir com aqueles que vocês amam. Essa taça não voltará à terra enquanto os seres humanos brigarem uns com os outros. Apontando para o espelho, ela disse: “neste espelho, se seus olhos forem bastante forte, vocês poderão ver tudo o que aconteceu ou o que venha a acontecer. Vou dar-lhe um espelhinho mágico semelhante a este, Zendah, e se você usá-lo bem, quando estiver em dificuldades, você saberá exatamente o que fazer.

– “Rex use esta pérola, e toda a vez que você pegar nela, lembre-se da palavra de passe desta terra e assim fazendo, procure levar de volta à terra, outra vez, o Santo Cálice”, concluiu Vênus.

Muito contritos, nas pontas dos pés, voltaram ao pórtico do Templo, trazendo consigo seus presentes; retomaram o bote voador, deixando a Rainha Vênus, com um sorriso em seus lábios, em pé sobre os degraus da escada. Voltaram à praia e saíram pelo portão da Terra dos Peixes, e uma vez fora, passaram a procurar pela Terra do Aquário, por vezes conhecido como, “O Homem do Jarro”.

NA TERRA DO HOMEM DO JARRO

As crianças estavam paradas agora no lado externo do segundo portão. Este era muito diferente do primeiro; parecia feito de nuvens de movimento rápido e acima delas podia-se ver um grande globo verde tendo uma estrela no meio.

Rex encontrou uma vara que parecia ter vida, caída perto do portão. As instruções do rolo diziam que ele devia usá-la para conseguir entrar.

– “Não vejo onde possa bater”, disse ele para Zendah, mas no momento em que levantou a mão com a vara, uma faísca, como um relâmpago, saiu do extremo desta em direção ao globo verde em cima do portão. Subitamente as nuvens desapareceram e os meninos viram que o globo descansava sobre uma grossa coluna verde. Atravessadas no meio do portão estavam duas serpentes; uma de prata, por cima, e outro de bronze, por baixo:

Gravado por cima das serpentes aparecia o símbolo de duas mãos dadas:

– “Quem veio chamar o guardião das Grandes Distâncias?”, gritou uma voz.

– “Rex e Zendah, da terra”, responderam elas.

– “Dê a palavra de passe”.

– “Fraternidade”, respondeu Rex.

– “Entrem, Rex e Zendah, pelo espírito da Fraternidade, na terra do Aquário”.

Os portões rangeram. Os dois encontraram-se no começo de uma larga estrada que se estreitava quando se olhava para longe, em frente. De cada lado dessa estrada saíam outras cinco estradas, ficando assim o terreno dividido em onze partes, tendo ao longo de cada uma delas lindas casas.

Logo viram vindo, ao longe, um homem envolto em uma túnica feita de um material que eles nunca viram antes. Parecia uma malha de proteção e embora não fosse de metal, brilhava qual escamas de uma cobra em furta-cor, ora verde, ora laranja, ora púrpura. Sobre esta malha havia uma vestimenta feita de vários quadrados coloridos. Em torno dos tornozelos tinham aros com joias que brilhavam como a vara do portão. Ele deu as boas-vindas às crianças e convidou-as a verem o Rei.

O homem bateu as mãos por cima da cabeça e imediatamente uma máquina voadora prateada desceu, e eles entraram nela. Voaram alto, por cima da grande estrada central e chegaram logo ao castelo, com a velocidade do pensamento. Homens altos, vestidos como seu guia, estavam parados de cada lado ao longo do lance das escadas, e todos eles faziam gestos de saudação quando eles passavam, juntando a mão direita com a esquerda.

O castelo estava cheio de belas estátuas e ornamentos de toda espécie e eram tantos que não dava tempo de verificar a sua variedade.

– “Rex”, murmurou Zendah, “parece o museu Britânico, só que muito mais bonito”.

Passaram pelo grande hall e por fim chegaram diante do trono, feito de muitos metais estranhos. O tapete onde estavam o trono e as cortinas que lhe ficaram por trás, eram feitos de quadrados verdes e laranja, alternados.

Um homem idoso, de semblante sério e longa barba, estava sentado no trono. Vestia túnica verde escuro, em cuja bainha havia muitas crisólitas e raios de azevinho com bagas vermelhas e por baixo tinha uma vestimenta de fino linho branco. Segurava uma ampulheta e a seu lado permanecia um homem escuro com os olhos penetrantes e uma coroa que parecia luzir com brilhantes raios de fogo. Sua roupa também mudava de cor cada vez que se olhava para ela.

– “Sejam bem-vindos, crianças”, disse o velho Rei. “Vocês conhecem o meu nome; sou o pai tempo, por vezes chamado Saturno. Aqui, na terra do Homem de Jarro, muito do meu trabalho é feito pelo Rei Urano, que é mais velho do que eu, embora pareça mais jovem. Ele mostrará a vocês as maravilhas desta terra”.

– “Vamos primeiro às minas”, disse Urano, descendo do trono. Deixando o palácio entraram novamente na máquina voadora, e partiram para as montanhas onde chegaram logo.

Urano levou-os ao interior de uma montanha em que havia cavernas profundas nas quais homens trabalharam com máquinas curiosas, diferente de qualquer outra que tinham visto antes.

– “Estas são minas de rádium”, disse Urano. “Vejam!”, e ele apertou um botão de uma máquina que estava próxima das paredes da caverna. Imediatamente uma espécie de espada desceu e cortou uma abertura na rocha. Do corte saiu uma torrente de metal cintilante que brilhava como o Sol. Parecia ter vida e as crianças não conseguiam olhar para ele além de um instante.

– “Temos desse metal na terra?”, perguntou Rex.

– “Sim, mas não muito. Quando a Terra era muito jovem, pusemos boa quantidade nela, mas com o tempo, quase toda irradiação voltou para cá, restando somente um metal pesado que vocês chamam chumbo; mas esse metal pertence na realidade, a outra Terra”.

– “Que pena! Gosto mais deste!”, disse Zendah.

– “Algum dia os homens aprenderão a transformar o chumbo novamente em rádium; mas isso não é para já”, disse Urano sorrindo.

Deixando as cavernas eles subiram ao topo da montanha onde havia uma construção com telhado de vidro, cuja porta de entrada era alcançada por meio de centenas de degraus. Aí eles viram todas as variedades de máquinas voadoras sendo construídas.

Em um canto perceberam certo número de pessoas em pé em altos pilares, abrindo os braços, pulando de lá de cima e planando até chegar ao chão como se tivessem asas.

– “Que fazem eles?”, perguntou Zendah.

– “Praticam o voo sem máquinas; todos podem fazer isso se aprenderem a usar seu corpo astral apropriadamente; mas sem ele não é fácil, não”.

Novamente fora, em um lindo vale viram blocos de mármore nos quais homens e mulheres esculpiam estátuas, algumas, apenas começadas e outras terminadas.

Zendah desejava muito poder fazer o mesmo, e Urano deu-lhe uma pequena ferramenta e disse-lhe que quando chegasse em casa experimentasse, mas praticasse primeiro com a argila.

– “Eu preferia poder enviar mensagens pelo ar’, disse Rex.

As crianças foram levadas para outro prédio onde havia inúmeros fios passados de uma parede à outra. Rex viu uma grande placa de ebonite com botões de prata e Urano disse-lhe: pode apertar um dos botões e desejar intensamente.

– “Pense na mensagem que você quer mandar e ela chegará ao seu destino”, disse Urano.

– “Só pensar?”, perguntou Rex. “Basta isso?”

– “Sim, isso basta, mas você deve pensar firme e ao mesmo tempo olhar nesse espelho ao lado”.

Rex pensou em sua mãe e desejou que ela soubesse as maravilhas que eles estavam vivendo.

Ele viu sua mãe em casa, sentada perto da lareira, e uma pequena bola luminosa, cheia de quadros das suas aventuras, partiu como um relâmpago até chegar perto dela e então desapareceu.

Ela sorriu e disse para si mesma: “Que lindos sonhos estão tendo as crianças”.

– “Algum dia”, disse Urano, “as pessoas não precisarão mais de fios para mandarem suas mensagens; apenas ficarão sentadas, pensarão firmemente, e as mensagens chegarão ao destino. As crianças poderão fazê-lo mais facilmente do que os adultos”.

– “O povo desta terra faz outras coisas interessantes?”, perguntou Zendah.

– “Sim; aqueles lá estão desenhando lindas catedrais e outros edifícios e aqueles”, apontou para outra parede, “estão aprendendo a armazenar o relâmpago e a utilizá-lo para movimentar máquinas em substituição ao carvão ou à gasolina”.

Enormes chamas passaram de um lugar para o outro, estremecendo por vezes o edifício – era como se fosse uma grande apresentação de fogos de artifícios! Eles viram centelhas saírem aos milhares de bolas brilhantes que iam de um lado a outro. Essas bolas apresentavam diversas colorações variando de conformidade com a altura de que eram vistas. As mais baixas eram vermelhas e amarelas, mudando para o verde, ao passo que as mais altas eram azuis e púrpura. Um homem estava parado em um dos lados da sala e apontava para uma máquina no lado oposto. Quando fazia isso, parecia que jorrava do seu dedo uma torrente de fogo colorido e a máquina punha-se em movimento sem outro auxílio.

Foi muito maravilhoso, mas Urano apenas sacudiu a cabeça quando Rex perguntou como foi feito. “Você vai descobrir algum dia, meu filho”, ele disse, “se você pensar bastante”. Então, levando-os para o portão de entrada, ele deu a Rex uma ponte mágica minúscula que, ele disse, permitiria que ele enviasse seus pensamentos como Relâmpago onde quer que ele desejasse, se ele a segurasse e usasse a senha. Para Zendah, ele deu um pendente feito de duas cobras, como aquelas no portão, cada um segurando uma safira em sua boca. Eles nunca souberam como eles saíram daquela terra. De repente viram um clarão de luz, o chão tremeu, e eles estavam na frente do portão seguinte, o de Capricórnio.

A TERRA DE CAPRICÓRNIO

O portão seguinte estava muito parado – não havia movimento de nenhuma espécie. Parecia sólido e pesado; seu ornamento central era uma montanha, com um pequeno edifício no pico mais elevado. Os pilares eram entalhados com cabeça de bode na parte superior, e nas bases tinham uma guarnição de rabos de peixes.

Rex não sabia como poderiam entrar, pois não viram campainha nem nada em que bater, nem mesmo um pau para bater no portão.

Subitamente Zendah disse: “Existe um pequeno buraco de fechadura lá em cima do portão, Rex, mas não sei como poderemos alcançá-lo; e mesmo que chegássemos lá, não temos chave. Todavia, você pode subir nos meus ombros para ver se chega até a fechadura”.

Rex subiu-lhe aos ombros, mesmo assim não alcançou a fechadura. Pulou então para o chão e as crianças se entreolharam, desanimadas.

– “Isto é cansativo”, disse Rex, olhando para o portão. “Veja aquelas letras, Zendah. Eu não as havia visto antes”.

Ficaram surpresos ao verem escritas no portão as seguintes palavras:

“Se não conseguir da primeira vez, tente, tente novamente”.

De súbito Zendah percebeu uma enorme pedra próxima do portão. Havia um raio de luz vindo debaixo dela, então ela disse: “Tentemos mover esta pedra e talvez encontremos a solução”. Ambos empurraram a pesada pedra; no fim de alguns minutos a pedra foi afastada e embaixo dela encontraram uma caixa de pedra branca.

Dentro dela havia uma pequena chave feita de um metal escuro que parecia pesado. De fato, era muito pesado, pois, juntos, com dificuldade conseguiram levantá-la. Depois de puxarem por um tempo deixaram-na cair para pegarem um pouco de ar. Então Zendah segurou a chave com ambas as mãos e ao fazê-lo Rex gritou: “Zendah, Zendah você está ficando cada vez mais alta! “. Ele viu-a crescer como um pé de feijão e em poucos minutos estava tão alta que alcançou a fechadura e pôde colocar a chave nela. Ao terminar de fazer isso, voltou instantaneamente ao seu tamanho normal, e ouviram uma voz que dizia:

– “Quem encontrou o segredo da entrada da Terra do Bode? “.

Os meninos responderam: “Rex e Zendah”.

– “Deem a palavra de passe!”

– “Perseverança”, responderam as crianças.

– “Entrem, Rex e Zendah, pela virtude da perseverança”.

Aos poucos, bem lentamente, o portão abriu-se e um vento frio fez com que tremessem ao passar pelo umbral.

Que visão tiveram!! Filas e filas de montanhas, umas cobertas de neve e outras de pedras cinzentas. O Sol acabava de surgir e enquanto olhavam as montanhas, elas foram mudando do cinzento para lindas cores azul e púrpura e à proporção que o sol se fazia mais alto no céu, iam-se tornando em cor de rosa, alaranjado, até ficarem com a cor que tinham durante o inverno as montanhas do lugar onde viviam.

– “Está frio aqui”, disse Zendah, batendo com os pés, “mas eu gosto de subir montanhas”.

Voltaram-se ao ouvir passos e viram uma mulher idosa, com cabelos grisalhos, que se dirigia para elas.

Segurava um bastão e vestia roupa de alpinista, feita de material esverdeado, amarrada com um cinto de couro castanho-escuro.

– “Vocês vão ver que esta terra é difícil”, disse ela, balançando a cabeça gravemente para as crianças, “mas eu lhe darei a força dos pés do bode e vocês poderão subir a montanha”.

Assim falando, tocou-lhes os pés com seu bastão e, para seu espanto, verificaram que podiam subir as encostas da montanha com toda facilidade.

– “O que teria acontecido, se você não tocasse nossos pés com o seu bastão? “, perguntou Zendah.

– “Seus joelhos se dobrariam, vocês cairiam, e nunca teriam podido atingir o cume da montanha”, disse a senhora.

Subiram, subiram, atravessando grandes bosques da faia, aqui e ali, homens cortavam algumas, preparando-as para serem trabalhadas lá embaixo, no sopé da montanha.

Próximo ao cume, encontraram um lindo jardim com fileiras de álamos e de seixos, tão bem arrumadinhos que Rex imaginou ver soldados em marcha.

No centro, havia um palácio negro, que brilhava como mármore polido, mas disseram-lhe que era feito de azeviche.

No palácio de azeviche encontraram o Rei Saturno que sorriu quando eles entraram e lhes disse que era nessa casa que ele era encontrado mais frequentemente.

– “Receio que vocês só achem interessante esta Terra do Capricórnio quando virarem adultos e, virando-se para um jovem que estava sentado ao seu lado, que tinha os cabelos semelhantes aos de Rex, acrescentou:

– “Vocês conhecerão todas as nossas maravilhas por meu filho, Marte, que é jovem e ficará contente por ter uma desculpa para fazer outra coisa que não seja permanecer sentado, quieto, ao meu lado, todo o dia!”.

Marte ergueu-se com um sorriso e saíram, lançando um olhar, à medida que passavam, nos diversos cômodos do palácio onde viviam homens e mulheres falando, falando tanto que vocês pensariam que deviam estar cansados de tanto tagarelar.

Em outra dependência viram pessoas cercadas de livros e rolos de papel com centenas de selos verdes e vermelhos pendentes, havia livros nas prateleiras, livros nas mesas, livros no chão em montes; eram tantos livros que quase não se viam as pessoas!

– “Alguns destes estão estudando tudo sobre leis, de modo a poderem orientar seus reis a dirigirem seus países”, explicou Marte, e outros escrevem livros para serem armazenados nas livrarias e bibliotecas para que muitas pessoas possam lê-los.

As crianças acharam que isso era enfadonho, e então Marte levou-os fora do palácio onde viram centenas de bodes e cabras, grandes e pequenos, cinzentos, brancos e malhados, correndo montanhas acima e abaixo, nunca escorregando nem caindo quando saltavam de um penhasco para outro.

– “Não existem outros animais aqui? “, perguntou Zendah.

Marte mostrou-lhe uma lagoa escura, próxima ao sopé de uma das montanhas. Lá viram centenas de crocodilos.

– “Não gosto deles, nem do seu cheiro”, gritou Zendah.

Marte riu. “Feche os olhos”, ordenou, e disse uma palavra mágica.

– “Pode abri-los agora”. Quando Zendah abriu os olhos, todos os crocodilos haviam virado cabras que subiam as margens da lagoa tão depressa quanto podiam.

Pouco depois chegaram a uma fenda na montanha, e engatinhando por ela chegaram a uma espécie de caverna semelhante a um pequeno elevador – em todo caso parecia um pequeno quarto, com cadeiras de um lado. Depois de se terem sentado, o quarto tornou-se subitamente escuro e zás – bum!  Sua respiração quase parou e eles viram uma luz fraca.

– “Fiquem quietos, bem quietos se quiserem ver os gnomos trabalhando”, sussurrou Marte, quando chegaram a uma estreita passagem dentro da gruta. Estavam na beira de um rochedo olhando para uma caverna embaixo.

Lá, centenas de pequeninos homens marrons andavam de um lado para outro. Alguns olhavam para uns caldeirões nos quais ferviam metais. Outros empurravam pequenos carros cheios de metal fundido e viravam os carros, derramando o metal quente nas frestas das rochas.

– “Que fazem eles” sussurrou Rex.

“Estão pondo chumbos nos veios das rochas para que possa escorrer até a terra e os seres humanos possam encontrar minas de chumbo, se cavarem bem fundo. Os metais têm de ser postos na terra, antes que os seres humanos os possam achar. Agora vamos ver o que fazem eles com as árvores que vocês viram sendo derrubadas nos declives da montanha”.

Passaram a um grande edifício no qual os troncos das árvores eram reduzidos a tábuas lisas. Algumas eram polidas até ficarem como espelhos; as crianças podiam ver seus rostos refletidos nelas. Por toda a parte, todas as coisas eram feitas de madeira: mesas, brinquedos, botes e caixas. Num canto, um homem arrumava pequenos triângulos e quadrados diminutos, coloridos, formando um desenho parecido com o de um tapete.

– “Como demora fazer isso! “, suspirou Zendah, lembrando-se que não gostava de ficar sentada, quietinha por muito tempo.

– “Ele vem fazendo isso há 84 anos”, replicou Marte. “Como você vê é preciso ter muita paciência para fazer isso, e essa, é uma das coisas que se aprende aqui”.

As crianças começavam a sentir-se cansadas com a subida porque o poder do bastão mágico começava a declinar, e por isso Marte carregou-as para cima de uma montanha muito alta, cujo cume parecia estar acima das nuvens.

Afinal chegaram diante da porta de um edifício de cristal que tinha cinco lados, como uma estrela. Sobre a porta, liam-se as seguintes palavras:

“O SILÊNCIO É DE OURO”

No pórtico da entrada próxima a uma janela que subia do chão até o teto, estava sentado um velhote. A janela tinha uma abertura na parte superior por onde um telescópio apontava para o céu estrelado. O velhote estava no meio de uma porção de mesas cobertas com livros e papéis desenhados com círculos e números fantásticos. Como Marte levasse as crianças perto dele levantou o olhar dos cálculos que fazia.

– “Datas de nascimentos, por favor”, foi tudo o que disse.

– “27 de março e 26 de novembro”, responderam Rex e Zendah.

O velhote riu e disse:

– “Por favor, um de cada vez”.

Escreveu seus nomes num grande livro que estava a seu lado. Querendo saber o porquê ele queria as datas de seus nascimentos, Rex e Zendah ficaram olhando para ele, mas o velhote mergulhou novamente em seus cálculos e as crianças viram então que Marte esperava por eles à porta.

Deixando esta antecâmara, chegaram à entrada do “hall” principal.

Marte disse-lhe para que o seguissem devagar e mansamente. No centro, pendia uma lâmpada suspensa ao teto por uma corrente dourada que brilhava quando balançava com o vento. Embaixo da lâmpada estava uma mesa em cujas pernas havia serpentes entalhadas, e em cima dela, sobre uma almofada cor de púrpura, havia um livro encadernado em veludo branco. Várias correntes e cadeados estavam amarrando o livro e na capa do livro lia-se em letras de ouro:

“SABER É PODER”

Um anjo verde estava ajoelhado em cada canto, enquanto um outro permanecia atrás da lâmpada, vigiando para que o livro nunca saísse dali.

– “Este é o livro no qual toda a sabedoria do mundo está escrita, em todas as línguas”, disse Marte. “Está fechado com sete cadeados, e a pequena chave que vocês acharam na porta da entrada desta terra, abre um deles, mas enquanto vocês não visitarem todas as terras do Zodíaco não serão capazes de ler nenhuma de suas palavras. A lâmpada é como a lâmpada de Aladim; pode dar a vocês tudo o que desejarem. Antes de partirem, o Pai Tempo dará a vocês uma cópia dessa lâmpada e ensinará vocês como usá-la”.

Marte carregou-as pelo lado da montanha até o palácio de azeviche[1]. O Pai Tempo sorriu quando as viu. Lendo seus pensamentos disse-lhes:

– “Então vocês querem ler o livro da sabedoria, hein, crianças? Algum dia vocês o farão. Tome Zendah, dou-lhe um exemplar da lâmpada; você deve descobrir onde esfregar e quantas vezes; depois, vocês devem usar essa descoberta juntamente com a palavra de passe desta terra, isto é, Perseverança. Você, Rex, pode usar esta estrela de cinco pontas feita de jade, para lembrar-se desta terra”.

Marte conduziu-os até as portas do palácio. Despediram-se e as crianças correram montanha abaixo chegando à porta de entrada dessa terra mais depressa do que esperavam. Pudera! É muito mais fácil descer uma montanha do que subi-la! Eles não sabiam ao certo o que pensar da terra do Capricórnio porque, como disse Zendah, lá as coisas eram muito confusas, e, lá fazia muito frio.

NA TERRA DO ARQUEIRO

As crianças estavam muito contentes diante dos portões da terra seguinte, pois mesmo de fora, pareciam agradáveis e acolhedores. Lembraram as crianças o fogo que sua mãe acendia na lareira, no inverno, porque lançavam chamas azuis e depois esverdeadas.

Havia figuras em movimento sobre estes portões, como os primeiros que eles visitaram, mas não puderam vê-las bem, devido às luzes cintilantes que saíam da sua superfície. A única coisa que eles puderam ver claramente foi um rolo de papel com letras prateadas perto da parte superior dos portões. Depois de observá-lo cuidadosamente durante algum tempo, as crianças viram que lá estava escrito:
“APONTA PARA A ESTRELA E ACERTA NA LUA”

– “O que você acha que isto significa? Perguntou Rex.

– “Tem algo a ver com atirar”, respondeu Zendah, “devemos procurar alguma coisa para atirar”.

Procuraram em redor e logo acharam um arco muito pequenino pendurado de um lado do portão, e uma pequena bolsa de setas do outro lado.

– “Não podemos, ambos, usá-lo ao mesmo tempo”, explicou Rex. “Eu, penso que sou melhor atirador”.

Apanhou o arco e apontou uma seta para o portão, mas errou e acertou no pilar da esquerda. Apontou novamente e acertou o pilar da direita.

– “Pensei que você fosse melhor atirador”, riu Zendah. “Experimente apontar mais alto”.

Rex apontou para um lugar acima do portão e acertou num pequeno escudo bem abaixo do rolo de papel que ele não havia percebido antes.

Imediatamente todo o portão ficou iluminado, podendo ver-se ao centro uma seta grande, de fogo. De cada lado estava um personagem, metade ser humano e metade cavalo; um deles estava vestido com linda armadura e o outro com peles grosseiras como um selvagem.

Uma voz pediu a palavra de passe e responderam: “Liberdade”.

– “Entrem, livremente, Rex e Zendah, na terra do Arqueiro”, ouviu-se em resposta. Como nas outras terras, os portões abriram-se imediatamente.

Um jovem vestido com uma pequena túnica azul, pernas nuas e sandálias como os antigos gregos, correu ao encontro delas. Segurava, com uma correia dois elegantes galgos. Levantando sua mão direita num gesto de saudação, deu-lhes as boas vindas e convidou-as a segui-lo.

Era uma terra linda com planícies onduladas, cobertas de grama e cercadas de pequenas cadeias de montanhas.

Aqui e ali, graciosos templos com pilares resplandecentes de diferentes pedras coloridas, como aqueles que ainda se podem ver na Grécia ou em Roma. Levando um apito de prata aos lábios, o guia fez soar uma nota limpa e imediatamente surgiram quatro magníficos cavalos.

– “Sabem montar?”, perguntou ele.

– “Sim”, gritaram as crianças. Porque já haviam passeado a cavalo nos campos próximos de sua casa.

Rex montou num cavalo preto, Zendah, num cavalo branco e o guia ficou de pé, com um pé sobre um cavalo marrom e o outro num cinza. Com as rédeas nas mãos, ele dirigia os quatro cavalos. Partiram e com alegres gritos de animação os cavalos voavam como o vento pelos caminhos. Os cavalos, não estavam encilhados e as crianças seguravam nas crinas dos cavalos, porque estes iam tão velozes que era necessária toda atenção para não caírem.

Por toda parte viam quantidade de cavalos de todas as cores e tipos perseguindo caça e correndo, alguns com cavaleiros, outros com cabeça de ser humano e corpo de cavalo da cintura para baixo. Havia também muitos cães ajudando na brincadeira. Pararam repentinamente defronte de um pátio pavimentado com pedras quadradas, brancas e pretas. Desmontando, o jovem amarrou as rédeas dos cavalos em um anel em um dos postes do portão.

As crianças seguiram-no do centro do pátio até uma curiosa construção feita de metal branco brilhante, com nove lados e nove janelas, uma em cada lado. Não parecia haver caminho de entrada, a não ser voando através de uma janela!

 

Em torno de cada janela havia uma guarnição de pedra, entalhada com folhas e sinais fantásticos, e em cima de cada uma, uma espécie de pássaro surgindo de chamas.

Seu guia fez um som baixo, interessante, e de súbito toda a frente do edifício abriu-se, e eles se encontraram olhando para dentro de um estábulo feito inteiramente de pedra purpúrea, polida como espelho.

– “Veja, Rex, veja!”, gritou Zendah, “É Pégaso, o cavalo voador”.

Na verdade, vindo em sua direção, estava o mais bonito cavalo branco que elas jamais viram. Seu pelo era brilhante como seda, e logo atrás dos seus ombros havia duas grandes asas prateadas que ele mantinha dobradas ao longo do seu dorso enquanto não voava. Zendah chegou-se perto dele e fez-lhe uma carícia no focinho.

– “Podemos dar um passeio nele?”, perguntou ela.

– “Não creio que vocês possam dirigi-lo”, disse-lhes o guia sacudindo a cabeça,  “e se vocês não puderem, como ele pode voar por toda parte, até mesmo para as estrelas que vocês têm dificuldades para ver, poderá levá-los para uma delas de onde será muito difícil vocês voltarem.

Quando tiverem aprendido todas as palavras de passe das terras do Zodíaco, talvez então estejam aptos a montá-lo e a darem um passeio pela via Láctea. Nosso Rei dará a vocês um apito de estanho; não será fácil soprar a nota exata para chamar Pégaso, mas quando vocês conseguirem, ele virá e vocês poderão montá-lo.

Depois de deixarem o estábulo, desceram uma planície coberta da mais linda grama curta e musgo; um verdadeiro tapete de relva, por toda a parte havia bancos cobertos de relva uns diante dos outros como se fossem degraus de uma escada.

Crianças, homens e mulheres estavam sentados nessas ondulações, olhando outros que estavam no espaço central, tomando parte em toda a espécie de corrida e de jogos.

– “Como parecem alegres e bem-humorados”, disse Rex depois de ter observado uma das corridas. “Parece que não se preocupam nada com se perdem ou ganham”.

Mal foram pronunciadas essas palavras e viram dois garotos que pareciam se importar! Eles acabavam de terminar uma corrida, ao mesmo tempo, empatados, e estavam discutindo para ver a quem cabia a coroa de folhas de figueira, que era o prêmio da corrida.

O jovem foi até eles e disse: “Se vocês não chegam a um acordo terão de ir à presença do Rei”.

Chamando mais dois cavalos para aqueles garotos, todos eles montaram e saíram percorrendo as verdes campinas até chegarem a um castelo que tinha nove torres com espirais pontudos. Homens vestidos com longas túnicas e capacetes brancos vieram ao seu encontro, e os acompanharam desde a entrada até a sala principal. Aí eles viram sentado no seu trono, o mais alegre Rei jamais visto, com face rosada e olhos azuis e pestanejantes.

– “Com certeza esse rei tem algum parentesco com o velho Rei Repolhudo”, pensaram as crianças, pois parecia que ele estava pronto para rir, mesmo quando estava sério! Não era possível a ninguém ficar triste olhando para ele; tinha que se sentir feliz”.

Os pajens que estavam de serviço, mostraram a Rex e Zendah algumas almofadas nos degraus próximos do trono, e depois de se curvarem para o Rei que lhes deu um dos seus alegres sorrisos, eles se sentaram.

Dois outros pajens trouxeram os dois contendores à presença do Rei Júpiter (pois esse era o seu nome), que pareceu sério por alguns minutos, enquanto ouvia a história.

– “Que bobos são vocês”, disse ele, “Não tem a mínima importância quem chegou primeiro, pois que ambos correram o melhor que puderam. Vocês conhecem o ditado que está por cima da entrada, desta terra: TODOS PODEM APONTAR PARA A ESTRELA, MAS ENQUANTO NÃO TIVEREM PRÁTICA, NÃO ESPEREM ALCANÇÁ-LA”.

Então Júpiter dividiu a coroa entre os dois que ficaram muito satisfeitos. Júpiter levantou-se do trono e bateu palmas.

“Tragam o banquete, e que meus alegres músicos toquem suas melhores músicas para mostrarem a Rex e Zendah como os súditos do Rei Júpiter podem ser alegres e felizes”.

 Em alguns minutos apareceram mesas, e pratos maravilhosos de frutas e bolos e sobremesas foram colocados diante deles. Havia uma abundância de tudo; todos tentavam fazer as crianças se sentirem em casa e mostravam a eles presentes com figos, damascos para levarem com eles. Eles não sabiam o que fazer primeiro – agradecer a todos, comer as frutas, ou ouvir as músicas, que eram muito lindas. Neste momento um velhote que estava sentado na ponta da mesa, se levantou e ergueu sua mão. “Vamos cantar nossa música de agradecimento aos anjos, por nos ajudarem a cuidar de todas estas frutas.” Um glorioso hino de louvor foi cantado por todos, depois do qual as crianças foram levadas novamente diante do trono do rei Júpiter.

Lá Zendah recebeu o prometido apito, e Rex recebeu uma estrela de nove pontas feita de carbúnculo e muito desapontados ouviram que era hora de partir. Eles nunca estiveram em um lugar onde todos eram tão generosos e nenhum outro lugar que ficaram tão chateados de terem que partir.

Finalmente seu guia trouxe os cavalos à porta do palácio e eles montaram. Desta vez ele deixou que guiassem seus próprios cavalos de volta ao portão. Centenas de pessoas acompanharam-nos para se despedirem. Enquanto estavam do lado de fora e os portões se fechavam gradualmente ouviram vozes chorando e dizendo: “Adeus, adeus, voltem logo, ficaremos muito felizes em revê-los.”

“Eu amei esta Terra do Arqueiro” Zendah falou.

“Claro que amou”, retrucou Rex. “É seu próprio Signo!”

NA TERRA DO ESCORPIÃO-ÁGUIA

 

Depois que os portões da terra do Arqueiro se fecharam completamente, Rex e Zendah procuravam a entrada da próxima Terra, mas não viram nenhum vestígio dela.

– “Como podemos tentar abrir um portão que não parece existir?” – disse Rex. “Talvez Hermes venha nos ajudar”.

Para passar tempo, eles sentaram-se no chão e começaram a olhar para a lista de palavras chave que Hermes lhes dera. Enquanto eles abriam a lista, Zendah percebeu pequenos pedaços de pedras brilhantes, que pareciam ir um em direção dos outros, quando ela os remexia com os pés.

Ela sentou-se quietinha e observou. Não eles não se moviam: deve ter sido sua imaginação. Nesse momento, Rex deixou cair o canivete que havia tirado do seu bolso; como isso acontecera ele nunca soube, mas, para seu espanto, os estranhos pedaços de pedra moveram-se para o canivete e arrumaram-se em volta dele.

– “Por que será – ela falou – que parecem partes de um quebra-cabeças?”.

Apanharam algumas pedrinhas.

– “Você acha que pode ser um quebra-cabeça, Rex?” – perguntou Zendah – “Vamos tentar fazer uma palavra juntando algumas”.

Juntaram uma quantidade dessas pedrinhas esquisitas, escuras e brilhantes e viram que podiam fazer várias palavras com elas. Afinal fizeram a palavra “SEGREDO”.

Imediatamente um ruído curioso por trás deles fez que eles se voltassem. Era um ruído semelhante ao ruge-ruge das sedas e eles viram algo que parecia com água correndo ligeira sobre pedras num leito de rio, depois de muita chuva.

Viram então um movimento, onde antes parecia nada haver. No fundo do leito do rio havia inúmeras linhas parecendo água movendo-se em espiral, elevando-se aos poucos, indo de um lugar para o outro, ligeiras, para cima e para baixo até formarem um funil, uma tromba d’água, tão alta, quanto uma casa e com cerca de oito pés de largura no alto.

No fundo, sua cor era púrpura escura quase preta; mas as linhas móveis tornaram-se mais claras, mais avermelhadas, até parecerem de uma linda cor carmesim. Então formou-se no fundo do funil uma bolha que aos poucos foi subindo até em cima, para rebentar sem ruído.

Mais sete bolhas se formaram, uma maior do que a outra, subiram, e quando a última, a oitava, rebentou, toda a água desapareceu e eles viram o portão que dava acesso àquela Terra. Era feito de ferro primorosamente trabalhado, com a figura de uma enorme águia bem no topo.

Nenhuma voz pediu a palavra de passe; o portão abriu-se subitamente com um som estridente, e subitamente fechou-se logo que o transpuseram.

Na sua frente o caminho estava bloqueado por grandes rochas sobrepostas que fechavam também os lados, até onde estava o portão que agora desaparecera.

Não era possível avançar nem retroceder, mas parecia haver uma entrada, pois uma corrente de água escura passava sob a pedra próxima de seus pés.

“Vamos tentar dando a palavra de passe” – disse Zendah – “Pode ser que aqui seja como a caverna de Ali-Babá”.

E eles murmuraram: “PODER”.

Oito vezes essa palavra ecoou pelas pedras, como se fora um coro de pessoas invisíveis zombando deles. Mas súbito apareceu uma passagem bem à sua frente e um bote estava na água nesta entrada.

Elas entraram no bote e, sem qualquer aviso, ele partiu em grande velocidade, como se o rio descesse pela montanha. Passaram por cavernas tão negras como azeviche; atravessaram torrentes tão rápidas que o bote estremecia tanto ao ponto de pensarem que seriam lançados fora dele! Por vezes as águas eram geladas e eles viam blocos de gelo, de todas as formas e tamanhos, espichando-se para cima, de ambos os lados como se fossem os pilares de uma catedral. Depois passaram por um lugar que era tão quente quanto era frio o lugar que haviam deixado. Fontes de água fervente lançavam-se para o teto da caverna e elas mal podiam respirar.

Quiseram parar o bote, mas não puderam porque as paredes da caverna pareciam vivas e eram revestidas de vidros coloridos que pareciam as joias que sua mamãe usava no pescoço.

Afinal o bote foi lançado em terra aberta e parou ao lado de um outeiro onde cresciam sabugueiros e amieiros. No outeiro estava de pé um personagem que eles reconheceram. Era Marte. Pularam do bote e correram para ele.
– “Vocês não demoraram a encontrar o segredo da entrada da caverna, disse ele, “e estou muito satisfeito porque a viagem subterrânea não amedrontou vocês. Na terra do Escorpião-Águia vocês terão de descobrir muitas coisas por vocês mesmos. Agora escolham: querem ir para leste ou para oeste?”.

– “Oeste” – disse Zendah, falando primeiro, antes que Rex pudesse decidir. Logo que ela falou, desceu uma carruagem voadora puxada por quatro águias.

Subiram na carruagem e voaram sobre campos gelados, passando por cachoeiras; subiram até muitas milhas de altura, até que o ar se tornou mais quente e chegou até eles um perfume parecido com o de um jardim.

Desceram da carruagem. Estavam num terreno extenso e plano, cheio de canteiros com ervas. Algumas eram conhecidas porque no jardim de sua casa havia delas, mas a grande maioria, eles jamais haviam visto antes.
– “Como cheiram bem” – disse Rex indo de um canteiro para outro, apanhando aqui e ali uma folha enquanto iam e vinham pelas aleias – “Mas porque são precisas tantas?

– “Elas têm muitos usos como vocês verão” – respondeu Marte, levando-os mais longe. No meio do jardim das ervas havia uma casa comprida e baixa; dentro dela viram muitas mulheres pondo as ervas em bandejas para secar, e depois passando-as por peneiras e por fim colocando-as em garrafas. Viram as ervas, em outra parte da casa, sendo fervidas em grandes vasilhas para servirem de remédios que os médicos usam para curar pessoas doentes.
– “Existe uma erva para cada doença; basta que o povo se dê ao trabalho de descobri-la” – disse Marte.

No centro da construção havia um quarto com janelas de vidros pelas quais as crianças viram oito homens idosos em torno de uma mesa sobre a qual havia um vaso de vidro arrolhado. Para seu espanto, viram que o vaso estava cheio de um líquido de cor linda que se movia e pulava como se quisesse sair do vaso. Era de linda cor carmesim, semelhante a vinho com centenas de bolhas douradas. Era tão bonito que pediram para levar um pouco para casa, mas disseram-lhes que ainda não estava pronto e que quando ficasse pronto curaria todas as doenças.

– “É o Elixir da Vida que os antigos alquimistas sempre tentaram fazer, e eles vieram da Terra para esta terra para descobrirem como fazê-lo” – disse Marte.

Outra coisa interessante que eles viram foi uma porção de pessoas fazendo óculos. O interessante é que não havia dois pares de formato semelhante e cada um tinha vidros de uma cor diferente.

Pediram para olhar um desses óculos. Todas as pessoas puseram-se a rir e disseram em coro:

– “Vocês já têm um par”.

De onde vieram os óculos subitamente, eles não tinham ideia, mas Rex estava com óculos cor de rosa e Zendah com óculos azuis.

Que maravilhas viram por esses óculos! Podiam ver dentro da terra, como se esta fosse transparente, ver onde estavam os poços de petróleo e ver correntes d’água subterrâneas. Olhando para os rios, viram que estavam cheios de ondinas brincando uma com as outras. No ar, viram milhares de figuras pequeninas que antes não haviam visto e perceberam algumas delas em torno das flores com pincéis e paletas de tinta, colocando as cores nos bastões que se abriam e nos frutos. Aqueles óculos eram mágicos; “Todo mundo tem um par”, disse Marte, “mas muito poucas pessoas sabem como usá-los e a maioria nem sabe que os possui”.

Saindo da fábrica de óculos, viram, num pátio próximo, um poço profundo coberto com uma grande pedra de mármore. 

Marte retirou a pedra e eles viram que o poço estava seco. Na areia do fundo do poço rastejavam alguns bichos escamosos que pareciam lagostas, apenas eles que tinham um ferrão na extremidade das caudas que mantinham curvadas por cima de suas costas.

– “Estes não deviam estar aqui!”, disse Marte. “Já foram todas bonitas águias, mas toda vez que uma criança pertencente a esta terra diz uma palavra má ou grosseira, uma das nossas águias vira escorpião”.

– “E nunca mais volta a ser águias?” – perguntou Zendah, sentindo muita pena das pobres águias condenadas a rastejar em vez de voar.

– “Oh, sim, mas as crianças devem fazer três boas ações antes que eles possam virar águias de novo”.

Elas viram muitas outras coisas curiosas; todas estavam ocultas, e, para se tornarem visíveis, tinham de pronunciar uma palavra mágica. Afinal chegaram ao palácio do rei. A entrada do terreno era através de grandes campos de papoulas de todas as cores, e a fragrância delas fez Zendah bocejar tanto e se sentir tão cansada que para evitar que caísse no sono apressaram-na a subir as escadas do palácio.

Este palácio estava sobre oito pilares e tinha um fosso em toda a volta, de modo que todo o palácio se refletia na água do fosso; a ponte de acesso parecia feita de nuvens e cada passo que Rex e Zendah davam era como se andassem em flocos de algodão. Mulheres vestindo capas vermelho-escuro e com véus em suas cabeças, presos por um ornamento em forma de serpente, estavam em pé nas passagens e corredores para saudar a Marte e às crianças levantando a mão. Meninos-pajens de olhos negros penetrantes e com cachos de cabelos escuros ondulados, afastaram as cortinas do salão central.

A parte superior do salão era feita de mármore preto e branco e o trono era uma grande pedra verde salpicada de pequenos pontos vermelhos. De cada lado havia grandes vasos de ferro nos quais cresciam brancas papoulas tão grandes quanto árvores pequenas.

Uma lâmpada de luz vermelha pendia do teto defronte ao trono e braseiros de cada lado desprendiam nuvens de fumaça aromática. Havia alguém sentado no trono, vestindo roupa de cor carmesim róseo debruada com bordados de várias cores e ricamente cravejada de joias. Não puderam ver o rosto do rei porque estava coberto por oito véus, mas viram que usava uma coroa cravejada de joias cintilantes.

Uma voz profunda apresentou-lhes as boas-vindas e ordenou que seu assistente enchesse a taça e desse às crianças a bebida da lembrança. “Porque sem isto vocês não serão capazes de lembrar o que viram na Terra do Escorpião-Águia.” Uma mulher alta estendeu-lhes uma taça lindamente lapidada, cheia com líquido vermelho, ao mesmo tempo que passava a mão sobre os olhos delas. Era uma beberagem estranha, muito doce enquanto bebiam, mas deixando um gosto amargo na boca depois de bebida.

Devolvendo a taça, olharam para o trono e viram atrás dele uma figura carmesim com asas – um grande Ser que atingia quase o teto do salão, tendo uma estrela cintilante na cabeça.

Era um dos quatro Guardiães dos Ventos, disseram-lhe, e a Quarta parte do mundo estava a seu cargo. O Guardião Verde vivia na Terra do Homem do jarro, mas antes de beber da água da lembrança, eles não podiam ver nenhum dos quatro Guardiães.

Estavam embevecidos olhando para as lindas asas carmesim e para a estrela cintilante do Anjo até que a voz do rei os despertou.

 – “Tragam o Capacete de Invisibilidade”, ordenou o rei.

Um pajem entrou trazendo uma almofada de cetim carmesim, mas eles não viram nada nela. Este “nada” foi posto na cabeça de Zendah. Ela sentiu como se estivesse pondo um chapéu na sua cabeça, só que não via o que era e quando o chapéu foi colocado nela, Rex não mais a viu; ela tornara-se invisível.

Em torno do pescoço de Rex foi pendurado um cordão vermelho com um pendente feito de um topázio em formato de águia.

– “O capacete invisível ajudará vocês a verem as coisas ocultas, e servirá para torná-los invisíveis na terra, como ficaram aqui.

– “Vocês já ficaram muito tempo nesta terra, mas ainda tem muito o que ver”, disse o Rei, “e eu mandarei vocês rapidamente para a próxima Terra”.

O Rei levantou-se e elevando as mãos para cima da cabeça falou uma palavra estranha que jamais se lembraram qual foi.

O assoalho pareceu levantar-se, tudo ficou escuro, e a primeira coisa que eles perceberam é que estavam ao lado de fora do portão, e, como tinha acontecido antes de entrarem não viram nenhum sinal dele.

“Este é o segundo terremoto”, disse Zendah.

A TERRA DA BALANÇA

No momento em que as crianças se voltaram e viram o portão seguinte, exclamaram: “Que lindo!”
De certo era o portão mais bonito de todos os que já viram. Os pilares eram semelhantes a pessegueiros, com cachos de frutos pendentes dos ramos. O portão propriamente dito era de cobre polido tendo em cima um sol de cobre meio mergulhado num mar também de cobre. Cada raio do sol tinha uma mãozinha na ponta.

No centro do portão erguia-se outro pilar em cuja extremidade, que ficava justamente sob o sol de cobre já mencionado, havia uma balança de dois pratos. Um dos pratos estava erguido no ar e o outro abaixado com uma bola que cintilava com muitas cores.

– “Esta é a terra da Balança”, disse Rex; “não me admira se antes de podermos entrar tivermos de procurar algo para botar no outro prato a fim de equilibrar a balança”.

– “O melhor que fazemos é procurar logo para ver se temos algo para colocar lá”, disse Zendah, examinando os bolsos. Neles encontrou apenas um lenço. Rex achou apenas o canivete que deixara cair nas proximidades do portão anterior.

Ficando nas pontas dos pés, colocaram esses objetos no prato da balança; nada aconteceu. Mas já suspeitavam que não seria suficiente.

Olhando em torno, viram no pilar central uma pequena caixa onde se lia:

“PROCURA BEM; ESCOLHE SABIAMENTE”

Abrindo a caixa, encontraram dentro dela pequenas bolsas de ouro, alguns corações também de ouro, pequenas espátulas e vários livros pequenos. Rex apanhou as bolsas de ouro e empilhou-as no prato da balança, mas esta não se moveu. Apanhou então uma porção de espátulas que colocou no prato. Nada; a bola continuava em baixo. Tentaram com os livrinhos, mas não obtiveram resultados.

– “Bem só ficou faltando uma coisa”, disse Zendah; “talvez dê certo”. Apanhou os corações de ouro e colocou-os no prato da balança. Imediatamente a balança começou a movimentar-se, para cima para até que ficou em equilíbrio, com os dois pratos nivelados.

Nessa ocasião ouviram-se vozes entoando um acorde, acompanhadas de sons musicais.

– “Dê a palavra de passe do equilíbrio perfeito”.

– “Harmonia”, responderam as crianças.

O portão abriu-se tão silenciosa e gentilmente que ficaram maravilhados de não ouvir um som.

Lá dentro estava de pé o Pai Tempo. Olharam para ele espantados pois estava tão diferente. Não estava com a capa que aparecera na Terra de Capricórnio; agora vestia uma túnica branca prateada, coberta de pedras cintilantes e de ornamentos verdes. Lembraram-se daqueles magníficos dias de sol no inverno, quando a neve cintilava como diamante nos pinheiros. Ele sorriu vendo o seu espanto e disse-lhes:

– “Eu só visto esta túnica quando venho visitar a Rainha Vênus. Em geral, nas outras terras, todos esperam me ver sério, mas não sou assim tão severo. Vocês verão quando me conhecerem melhor. Aprendam tudo o que puderem aqui e reflitam. A Rainha Vênus lhes dirá como”.

Apanhou sua capa escura e sua ampulheta em um nicho próximo ao portão pelo qual saíra, fechando-se após sua passagem.

– “Refletir, refletir em que? – Perguntou Rex.

– “Tenho certeza de que não sei,”, disse Zendah, “mas espero que logo saberemos”.

Começaram a olhar em volta; tudo era muito amável; o céu estava iluminado pelo mais bonito crepúsculo como jamais viram. O perfume de várias flores chegava até eles, mas era difícil identificar tais flores porque a fragrância era muito diferente daquela a que estavam acostumados em casa.

Sete estradas abriam-se defronte deles e por uma delas, vinham em sua direção um homem e uma mulher de braços dados. Era agradável olhar para esse casal, mas o que surpreendia era que eles não caminhavam pelo chão, nem pela grama, mas flutuavam um pouco acima do solo. Ambos trajavam roupas da mesma cor azul profunda que o mar mostra quando o sol quente do verão a ilumina e em sua cintura traziam cintos de cobre com camadas de opalas. Não pareciam ser sólidos pois, por vezes as crianças julgaram ver através deles.

Quando chegaram perto de Rex e Zendah, a eles se juntou outro casal e os quatro entoaram o acorde que ouviram na estrada. Imediatamente surgiram centenas de pequeninas fadas segurando um tapete de várias cores que mais parecia uma nuvem ao pôr do sol. Com sorrisos e gestos, as fadas convidaram as crianças a se sentarem nesse tapete, quando deslizou gentilmente e iniciaram a viagem.

Viajando assim tão gentilmente que mal perceberam que havia se levantado do solo. Era muito mais fácil verem tudo enquanto passavam e pensaram que era o melhor meio de transporte que foi utilizado até agora.  

Coisa curiosa eles puderam observar: todas as casas estavam suspensas no ar; nenhuma estava construída em terra firme. Não puderam compreender como eram feitos os alicerces.

Por toda a parte viram lindos jardins cheios de flores, lírios, violetas e rosas, todas floridas nas quais centenas de abelhas sugavam o néctar.

Ouvindo uma música em surdina, perceberam que eram as fadas cantando para adormecer as flores a fim de poderem depositar nelas o mel que as abelhas encontrariam no dia seguinte. Acima de suas cabeças precipitaram-se os sons de uma música gloriosa que fez com que olhassem para cima e viram o palácio.

O palácio era feito de nuvens; suas torres e ameias, multicores: vermelho, alaranjado, verde, púrpura e aquele azul bonito que você vê no céu durante o crepúsculo de um dia claro. Subindo sempre, chegaram à entrada. Ao seu encontro vieram fadas para saudá-los e orná-los com colares feitos de rosas que colocaram em volta dos seus pescoços.

Descendo do tapete, subiram os degraus mágicos do castelo e entraram na antecâmara. Por toda a parte, havia flores e fadas. Logo chegaram a um corredor com muitos quartos, sete dos quais tinham o mesmo tamanho, mas diferiam na cor; vermelho, alaranjado, verde, amarelo, azul, violeta e índigo.

Cada quarto parecia mais bonito que o anterior e quando passavam pelos umbrais dos quartos, ouvia-se uma nota musical. Cada quarto agia sobre eles de modo diferente. Passando pelo quarto vermelho, eles sentiam-se cheios de vida e de energia; nada os perturbava e caminhavam através desse quarto como que marchando; de fato, a nota musical desse quarto soava como marcha para eles. No quarto alaranjado eles sentiam-se como se estivessem ao sol; queriam sentar-se a gozar desse sol e planejar sobre o que desejavam fazer.

O quarto amarelo fê-los sentirem-se capazes, Rex pensou nas somas que não conseguira no colégio e imediatamente achou todas as respostas às questões que não soubera responder. Zendah lembrou-se de todas as datas da História que, para ela, sempre foram difíceis de guardar.

No quarto verde Zendah lembrou-se que não havia dado comida aos seus coelhos na noite anterior e que não ajudara sua mãe na jardinagem conforme havia prometido, enquanto Rex lembrou-se do rapaz de perna quebrada que morava na casinha isolada da estrada e que lhe pedira para ler um livro para ele.

O quarto azul dava a sensação de estarem numa igreja e eles o atravessaram nas pontas dos pés e falavam murmurando. Imaginaram ver Anjos em torno, e ouviram um órgão tocando, como ouviam aos domingos.
O quarto violeta, eles nunca puderam explicar exatamente como se sentiram dentro dele. Era uma sensação parecida com a que tiveram na terra dos Peixes e no Templo do Santo Graal.

Finalmente entraram no quarto azul marinho, no grande hall. Lá no fim, viram a Rainha Vênus sorrindo para eles, sentada em seu trono de marfim. O trono era alto e seu espaldar curvava-se para a frente por cima da cabeça da rainha dando a impressão que ela estava sentada dentro de uma bola de marfim.

No trono havia uma bonita almofada azul e por trás dele, nas paredes, pendiam cortinas de seda azul coberto com pinturas de várias cores. Por toda a parte viam-se vasos com flores e as pessoas presentes tinham grinaldas na cabeça. A Rainha Vênus estava vestida de pura seda branca bordada em azul com opalas.

As crianças correram para ela e seguraram suas mãos.

– “Sentem-se nas almofadas, perto de mim”, disse ela, “e reflitam.” As crianças entreolharam-se e murmuraram:

– “De novo, refletir? Que quer dizer isso?”

Sentando-se nas almofadas que lhe foram designadas, e observavam. Chegavam à sala muitas pessoas com o rosto triste, melancólicas e irritadas. A Rainha Vênus voltava-se para elas, murmurava algumas palavras nos seus ouvidos e mandava-as sair acompanhadas por um dos presentes.

Em pouco tempo voltavam, completamente diferentes, e beijando as mãos da Rainha, retiravam-se da sala.

– “Vocês querem saber o que se passa com essas pessoas?”, perguntou Vênus às crianças. Rex fez que sim com a cabeça.

– “Todos sentem-se infelizes ou estão descontentes. Vem aprender a fazer a paz em vez de serem causadores de perturbações no mundo. Eles não compreendem que cada um tem sua nota musical particular, sua cor própria, e se eles não usarem sua nota própria, sairão do tom. Por isso mando tais pessoas através dos quartos pelos quais vocês já passaram, para que encontrem sua nota musical e aprendam a usá-la corretamente. Depois eles voltam para a terra com sua tonalidade restaurada e não mais se queixam.

Tudo tem sua nota própria; prestem atenção às quedas d’água e ao vento que sopra entre as árvores e vocês ouvirão suas tônicas. Até as estrelas tem seu acorde. Ouçam!” A Rainha ergueu sua mão e todos na sala se silenciaram.

Ela levantou-se e entoou algumas notas de um acorde. No ar, sobre os assistentes apareceu uma lira com sete cordas. A primeira corda vibrou e emitiu um som, depois a segunda, a terceira, a quarta, até que as sete cordas vibraram conjuntamente. Sobre a lira relampejou uma estrela que desapareceu em seguida. Eles jamais ouviram sons iguais, tão sublimes que eles sentiram medo e foram para perto da Rainha Vênus.

Rindo do receio deles, ela disse: – “Esta é a música dos sete Planetas; na Terra, somente os poetas e os grandes músicos podem ouvi-la. Os grandes músicos nunca ficam satisfeitos com o seu trabalho porque é muito difícil transportar a música das esferas para o papel, a fim de que outras pessoas possam tocá-la. Se vocês sempre pensarem em coisas bonitas e procurarem causar felicidade por onde andarem poderão voltar a esta Terra e ouvir de novo a música dos Planetas, porque esta é a “Terra da Harmonia”.

– “Foi isso o que o Pai Tempo quis dizer quando disse a vocês para refletirem; reflitam antes de falar, para que não pronunciem palavras más que vão ferir e prejudicar a harmonia do mundo. Reflitam antes de agir, para verem se o que vão fazer será de ajuda para os outros e não para vocês mesmos”.

– “Para que vocês se lembrem desta terra tomem esta estrela de opala com cinco pontas, Zendah. E você Rex, tome esta pequena lira de sete cordas para com ela tentar fazer músicas de verdade para o mundo”.

As crianças beijaram as mãos de Vênus ao se despedirem dela, e disseram que se sentiam muito entristecidos por terem de deixá-la, mas Vênus sorriu e disse-lhes que eles a veriam de novo antes de regressarem para casa.
Fora do palácio retomaram o tapete mágico e voaram para o portão. Em vez de saírem pelo portão aberto, os meninos sentiram que passavam através do portão fechado.

O tapete e as fadas desapareceram, e eles desceram lentamente até o chão, no lado de fora.

A balança pendia novamente para um lado. O sol, que se punha no alto do portão, desapareceu sob o mar de cobre e aos poucos fez-se a escuridão.

A TERRA DE VIRGEM

A entrada para a próxima terra se fazia por meio de um pórtico cujos pilares eram inteiramente cobertos por espigas de milho seguras por meio de folhas entre as quais apareciam ramos de frutas e flores. Lembraram-se do festival da colheita.

Na base de cada um dos pilares havia uma bacia com água; em torno de cada bacia havia palavras gravadas.

Numa estava escrito: “Somente com mãos e pés limpos podem entrar nesta terra”. E na outra: “O asseio é quase religiosidade”.

O espaço entre os pilares não era fechado por portão, mas parecia coberto de pés de milho mais altos do que as crianças. Não se via nenhum caminho e quando as crianças tocavam os pés de milho com as mãos sentiam que eles eram duros, não dobravam. Não havia nenhuma passagem entre os pés de milho.

Zendah olhou para o rolo que Hermes lhes dera e mostrou a Rex o que lá estava escrito: “Quando chegarem à Terra da Virgem, lavem as mãos na água das bacias e esvaziem-nas diante dos pés de milho entre os pilares: depois pronunciem a palavra de passe”.

Dirigiram-se para as bacias e começaram a lavar as mãos. Rex lavou as mãos em uma e Zendah na outra.

– “Você acha que nós devemos lavar em ambas as bacias?”, perguntou Rex.

– “É claro, bobinho”, disse Zendah. “Suponho que sejam espécies diferentes de água. Senti isso quando pus minhas mãos dentro delas”. Sentando-se no chão, Zendah pôs os pés nas águas de ambas as bacias.

– “Não vejo necessidade de fazer isso”, resmungou Rex, pensando que estavam perdendo tempo com tanta lavagem. Todavia, Zendah mostrou a Rex que numa das bacias estava escrito sobre limpeza de pés e mãos e Rex concordou que era melhor lavar os pés também. Depois de se lavarem, despejaram a água como estava ordenado. Na areia apareceram as seguintes palavras: PUREZA e SERVIÇO. Essas palavras formaram-se lentamente e logo desapareceram. Uma voz assustou-os – “Sejam bem-vindas crianças, enfim”.

Olharam para cima e viram que, envergando com as duas mãos, onde antes havia pés de milho que não dobravam, estava Hermes.

– “Vocês se conduziram muito bem até aqui sem mim”, disse Hermes, “mas nunca me afastei de vocês, embora vocês não me percebessem. Era eu quem “soprava” nos seus ouvidos quando vocês não sabiam o que fazer”.
Chamou-os para perto de si e afastando os pés de milho com uma das mãos, com a outra apontou para um caminho que havia atravessando o milharal.

Caminharam por extensos milharais, por grandes plantações de aveia, cevada, trigo e outras espécies de grãos.

Tudo madurinho, pronto para ser colhido. No fim do caminho encontraram uma bonita cidade onde várias mulheres, vestidas, de amarelo – cor de milho maduro – foram ao seu encontro. Essas mulheres pareciam não ver Hermes, e falaram direto com as crianças.

– “Lavaram seus pés? “, perguntou uma.

– “Suas mãos estão limpas? “, perguntou outra.

– “Espero que vocês não tragam a menor partícula de sujeira para a Terra da Virgem”, disse uma terceira.

Rex e Zendah ficaram atarantados e olharam para Hermes para saber o que deviam dizer.

– “Senhoras”, disse ele, “não há necessidade de fazerem tais perguntas. Estariam bem empregadas para muita gente: não para essas crianças que estão usando seu corpo astral que, como sabem, está sempre limpo. Além disso, eles não poderiam entrar nesta terra sem usarem antes a água das bacias do portão”.

As mulheres inclinaram-se solenemente para as crianças que seguiram com Hermes pela cidade ensolarada. Por toda a parte viam-se pequenas casas com jardins, cada um diferente dos outros.

 

Umas coisas tinham esses jardins em comum; não se via nenhuma erva daninha, e em todos eles havia canteiros de flores e passeios limpos, sem uma pedra fora do lugar. Era tudo tão bem arrumadinho que chegaram a ter receio de passar por ali.

Passando além desses lugares floridos chegaram à cidade principal que Hermes disse chamar-se cidade da Perfeição.

Lá havia lindas casas limpas que, na maioria, pareciam lojas dos mais variados negócios. Dentro delas, escreventes trabalhavam afanosamente escrevendo em enormes livros, fazendo soma de parcelas com várias ordens de algarismos.

Todas as paredes eram cobertas de prateleiras divididas em centenas de repartições, cheias de papéis e todas rotuladas com nomes diferentes. Pessoas andavam apressadas pondo ou tirando papéis dessas repartições.

Estavam muito atarefadas para poderem explicar às crianças, que também não se mostraram muito interessados até que Hermes lhes explicou que aquilo que ali escreviam era de grande utilidade para outras terras porque lá se escreviam e conservavam guardadas as coisas importantes que aconteciam.

De lá foram ter a um grande quarto abaixo dos escritórios que muito os interessou.

Era o maior laboratório que já haviam visto. Homens e mulheres de aventais brancos, auxiliados por vários rapazes da idade de Rex, estavam agrupados em torno de pequenas chamas azuis de gás, observando tubos de vidro de formas estranhas.

Outros esmagavam coisas em almofarizes. De quando em quando havia explosões nos vidros e todos se juntavam em redor anotando em seus cadernos de apontamento.

Um homem tirava o suco de várias frutas, enchia vidros com ele e experimentava o efeito de gotas de líquidos coloridos sobre eles. Esses resultados também eram anotados.

– “O que estão fazendo?”, perguntou Rex.

– “Tentam descobrir quais as coisas que têm maior valor alimentício para as pessoas comerem”.

Rex replicou: – “Pensei que os melhores alimentos fossem o de melhor gosto.”

Hermes riu: – “Temo que nem todos pensem assim nesta terra.”

Daí eles passaram por um corredor até uma sala verde cheia de plantas e de flores desabrochadas; muitas delas desconhecidas para eles.

– “Por que?”, perguntou Zendah, depois de andar de uma planta para outra, “elas não se parecem nem um pouco com as que temos em casa?”.

O jardineiro-chefe chegava nesse momento e respondeu:

– “Não, não são: aqui as Fadas nos ajudam desenvolver novas espécies de frutas e flores. Vejam: assim é que fazemos, mas primeiramente precisamos ver se as estrelas dizem ser o tempo propício”. Dirigiu-se para um livro pendurado num dos cantos da sala e correu seu dedo por uma página.

– “Bem, em cinco minutos poderemos começar”.

Tirou uma pequena escova de uma caixa e dirigindo-se a uma planta branca semelhante a um lírio que crescia próximo, tirou um pouco de pólen dos seus estames e depositou-o no longo talo verde que crescia no centro de uma magnífica flor vermelha.

– “Agora”, disse, “devemos atá-lo num saquinho de musselina para que ninguém o toque. Quando as sementes amadurecerem, veremos delas nascer um lindo lírio, vermelho com pintas brancas ou então branco com pintas vermelhas. Não podemos afirmar como será porque tudo depende das Fadas”.

Depois, deu-lhes um pêssego com gosto de abacaxi e uma maçã almiscarada, sem sementes.
Mostrou-lhes uma rosa azul e uma ervilha amarelo-brilhante.

– “Todas essas flores e esses frutos são descobertos aqui, antes de vocês poderem produzi-los na terra”, disse ele.
Zendah segurou em seu braço.

– “Quando poderemos produzir uma rosa azul?”, perguntou. Ele balançou a cabeça misteriosamente.
– “Quando o jardineiro-chefe for morar com vocês”, respondeu.

Eles não queriam mais sair dali. Afinal, Hermes disse-lhes que se apressassem e levou-os a um jardim cercado por altas paredes de pedras. As paredes eram cobertas por árvores frutíferas. No meio do jardim havia um canteiro hexagonal cheio de lírios brancos Madonna. No centro desse canteiro havia uma árvore estranha; suas folhas brilhavam como prata e os frutos cintilavam como joias de diversas cores. No alto do galho mais elevado havia uma maçã dourada que brilhava como o sol.

– “Esta é a coisa mais valiosa desta Terra”, disse Hermes, “a maçã Dourada do conhecimento e da cura. Em todo o universo só existe este exemplar. Algumas das pessoas que vocês acabaram de ver estão tentando fazer nascer outras árvores semelhantes a esta. Conseguiram fazer uma maça prateada que fará muito benefício, mas ainda não descobriram como fazer nascer a maçã verdadeira”. Saindo desse pátio, penetraram no palácio. Aí, como em toda parte, tudo estava onde devia estar; nada faltava, embora não fosse tão bonito nem tão confortável quanto o Palácio de Vênus.

As paredes eram cobertas de linho branco e amarelo. Pequenas correntes d’água passavam por canais nos corredores de modo que para se entrar nos quartos era preciso passar pela água. Isso era para evitar a entrada de poeira nos quartos.

Na sala maior, bem no fundo, havia um dossel sob o qual estavam sentados cinco homens sábios em torno de uma mesa redonda. Havia uma cadeira vazia na mesa; a diferença entre essa cadeira e as outras estava em ser mais belamente entalhada. Hermes disse que essa era a sua cadeira, mas que sempre estava tão ocupado como mensageiro dos deuses que os cinco homens governavam por ele quando estava ausente.

– “Meu irmão Vulcano também ajuda, mas está tão ocupado em forjar obras de arte que também não tem muito tempo para governar. Pouca gente sabe quando ele está aqui”.

Eles olharam para uma oficina ao lado da sala. Lá viram Vulcano martelando folhas de metal. Muitos jovens faziam inúmeras coisas úteis, desde vasos e bacias até pequenos baldes. Era notável a delicadeza dos detalhes e o polimento dado a cada peça. Voltando à sala grande, Hermes apanhou em um prato uma bonita maçã colorida e deu-a a Zendah. Olhando-a surpresa, Zendah verificou que era de metal embora parecesse verdadeira.

– “Esta é uma cópia da maçã da saúde”, disse Hermes, “mas poderá fazer passar a dor de cabeça quando você cheirar, também cura uma porção de outros males”.

Nas mãos de Rex, Hermes depositou um alfinete com feitio de lírio, cuja cabeça era de jaspe, dizendo-lhe para conservá-lo como lembrança da Terra de Virgem.

De um outro prato tirou um grande pedaço de bolo e partindo-o ao meio deu um pedaço a cada um.
– “Em parte alguma vocês encontrarão pão que satisfaça tanto como este da Terra da Pureza”, disse.

De fato, depois de terem provado, Rex e Zendah concordaram que jamais provaram pão tão delicioso.

De regresso ao portão de entrada, passavam por todas as casas tão limpinhas e de novo chegaram aos campos de milho. Hermes mostrou-lhes o caminho e acenou com a mão.

Elas penetraram no caminho mostrado e logo chegaram ao lado de fora da Terra da Virgem, próximo do portão seguinte.

A TERRA DO LEÃO

Rex e Zendah ficaram por algum tempo diante do portão do Leão admirando-o. De fato, eles não podiam decidir qual o mais bonito: se esse ou o portão da Balança.

Era feito de ouro: algumas partes foscas e outras tão polidas que podiam refletir os raios de luz. De cada lado, havia uma alta torre. A porta estava entre elas; era de sistema levadiço. Um sol de ouro constituía a porta enquanto os raios do sol formavam as barras que a completavam. Havia uma pequena portinhola em cada torre, com uma campainha em forma de cabeça de leão.

Rex dirigiu-se para uma delas e bateu: abriu-se a portinha e apareceu um rosto que perguntou:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”, responderam.

– “Dê a palavra de passe”.

– “”, disseram ao mesmo tempo as crianças.

Ouviu-se uma fanfarra de trombetas e o portão foi suspenso deixando passagem livre por uma ponte que conduzia a outra porta.

Dirigiram-se para essa porta que se abriu lentamente diante deles, mas aí eles pararam de súbito; barrando seu caminho, havia dois leões que pareciam ferozes, um com juba preta e outro com juba castanha. O pior era que os leões não estavam presos e pareciam prontos a pular se quisessem. Eles não podiam regressar porque a ponte tinha sido suspensa, deviam seguir para a frente.

Zendah teve uma inspiração! O pão que Hermes lhes dera na Terra da Virgem! Ela ainda tinha umas migalhas. Pondo a mão no bolso, tirou-as e timidamente ofereceu-as aos leões.

Bem podem vocês imaginar quão grande foi a surpresa delas quando os leões comeram as migalhas, começaram a ronronar e estiraram as cabeças para serem acariciados. De certo seu ronronar era mais parecido com um longínquo trovão, comparado com o ronronar do gato delas em casa.

– “Eles serão muito bons se vocês forem valentes, mas evitem que qualquer covarde penetre nesta Terra”, disse uma voz.

Olhando em direção da voz, eles viram um cavaleiro vestido com armadura dourada, sobre a qual havia um manto de linho branco onde se via bordado um coração vermelho sobre uma cruz também vermelha.

Tomou as crianças pela mão e gritou:

– “Em nome do Rei, abram a porta”. Abriu-se a porta e eles se viram defronte de uma estrada cheia de pessoas todas vestidas com lindas roupas de ouro, carmesim e púrpura.

Cavaleiros armados, pajens com trombetas, servos com bandeiras e uma banda composta de todas as espécies de instrumentos musicais estavam organizados em fila.

Um magnífico coche aproximou-se parando diante deles e foram convidados a entrar nele.

O bombo deu um sinal e a banda começou a tocar; todos, em procissão partiram pela estrada, o coche com Rex e Zendah no meio. O povo, postado aos lados da estrada acenava com bandeiras, enquanto eles passavam.

Olhando pela janela enquanto viajavam, perceberam que não havia casas pequenas. Todas as casas eram em centro de jardim próprio onde cresciam centenas de girassóis e malmequeres; quelidônias formavam um tapete dourado no chão. Chegando afinal ao palácio, viram que estava situado em um parque circular limitado por uma larga alameda de magníficos cedros, igualmente espaçadas, havia doze entradas que conduziam ao palácio, cada uma ensombrada por cedros. A sombra era necessária já que o Sol brilhava fortemente, pois era sempre verão na Terra do Leão.

Descendo do coche em um dos portões, caminharam sobre lindo tapete purpúreo em direção à entrada principal, escoltados por vários pajens.

Dois arautos foram ao seu encontro e precedendo-os na sala do trono, tocaram as trombetas: as cortinas abriram-se; eles pararam e olharam em torno espantados, pois a sala era circular como o parque e as paredes feitas de ouro, enquanto o chão era um enorme rubi. Essa grande sala levava a cinco outras menores cujas paredes também eram de ouro. Pendentes do teto, defronte do trono, havia sete lâmpadas vermelhas acesas. Ao lado do trono, braseiros aromatizavam o ar com fumaça perfumada, tal como na Terra do Escorpião-Águia.

Servos, bem como os grandes senhores, tinham bordados em suas túnicas corações vermelhos e dourados. Um carrilhão de sinos bateu doze pancadas; no mesmo instante todos se voltaram para o trono de ouro cujos braços eram formados por dois leões. Um sol, semelhante àquele do portão da entrada, estava entalhado no encosto do trono. As nuvens de fumaça perfumadas enchiam o ambiente, e elas julgaram ver estranhos animais, montanhas e gigantes, mas, luzindo além deles, perto do teto da sala, via-se uma estrela brilhante. A nuvem de fumaça dissipou-se e eles viram a estrela brilhando na fronte de um Anjo de asas de ouro, era tão alto que ia do chão ao teto. A nuvem de incenso localizou-se sobre o trono e à medida que se dissipava, aparecia uma luz brilhante, tão brilhante que Rex e Zendah cobriram seus olhos. Ninguém pode olhar para o sol.

Uma voz profunda e suave deu-lhes as boas vindas, e olhando para o trono viram lá, sentado, um formoso jovem. Era jovem, mas parecia sábio e bondoso. Seus cabelos ondulados lembravam raios de sol. Sua veste era amarelo-brilhante, algo parecida, com armadura de escamas feitas de pequenas folhas de ouro e trazia ao pescoço uma pesada corrente da qual pendia um rubi em forma de coração. Com uma das mãos segurava uma bola de cristal com uma cruz em cima, e com outra, um cetro de ouro. Enquanto eram conduzidos a cadeiras próximas ao trono, viram no fundo da sala uma cortina ligeiramente suspensa, deixando ver um palco.
Uma orquestra oculta tocou uma abertura. Terminada essa, seguiu-se uma peça sobre as aventuras de um jovem que procurava um tesouro oculto.

Por toda a parte encontrava dificuldades: em cavernas sombrias, os gnomos se opunham à sua passagem; no mar, furiosas tempestades faziam com que as ondas caíssem em cima dele, e por várias vezes esteve a ponto de naufragar. Do ar, fadas sopravam fortes ventos, para impedir que ele chegasse à ilha do Tesouro de Ouro e quando chegou, um círculo de fogo, antes de poder escalar a Montanha do Tesouro. Durante a subida da Montanha, animais ferozes opunham-se ao seu avanço e embora tivesse de combater durante todo o seu caminho não sofria nenhum dano porque enfrentava todos os perigos sem temor. Chegando em cima, viu um dragão postado na entrada da caverna. Depois de duro combate o dragão foi vencido e o jovem entrando na câmara secreta, achou o Coração de Rubi que é o tesouro da Terra do Sol; um coro de vozes acompanhado pela orquestra entoou um cântico de regozijo, saudando o vencedor. As cortinas desceram e a peça terminou.

Depois da representação, dois pajens conduziram-nos para uma das salas laterais onde eles viram crianças estudando mapas. Um dos pajens explicou que eles estavam se preparando para serem dirigentes e reis e por isso deviam saber e compreender como se fazia tudo antes de poderem mostrar aos outros como se fazem as coisas.
Rex pensou que era muito duro aprender para ser rei. Mais ainda quando viu que aquelas crianças passavam o tempo de folga aprendendo a correr, a pular e a usar todas as espécies de armas ofensivas para poderem proteger seus súditos em caso de ataque embora eles nunca combatessem a não ser para proteger alguém.

Os pajens escoltaram-nos de volta ao grande salão onde mais uma vez ficaram de pé em frente ao rei. De uma almofada segurada por um servo, o rei tirou uma corrente com um rubi pendente e colocou-a em torno do pescoço de Zendah. Essa corrente parecia com a que ele mesmo usava.

Vocês sabem a palavra de passe desta Terra, disse ele, “conserve seu coração bondoso para todos, e procure o que há de melhor em cada pessoa. Fazendo assim seu rubi brilhará esplendorosamente”.

Voltando-se para Rex colocou em suas mãos um bastão de ouro com um rubi numa das extremidades.

– “Isto dar-lhe-á poder para dirigir e organizar em qualquer parte que você esteja, mas lembre-se que você não deve ordenar ninguém a fazer algo que você mesmo não possa fazer. Agora vocês devem partir e como esta é a Terra do Terceiro Guardião dos ventos, vocês viajarão velozmente para o portão de entrada”.

Todos se levantaram e fez-se silêncio no grande salão. Ouviram sussurrar outra palavra estranha, que eles não conheciam. Uma voz depois de outra foram-se unindo até surgir um coro de belíssima música cantado por centenas de vozes.

À medida que as vozes iam-se juntando ao coro, começou a soprar um vento que aos poucos foi aumentando de velocidade.

Ao final, o rei levantou-se e cantou uma palavra em linda tonalidade. As vozes do coro foram sumindo em um murmúrio.

O salão estremeceu, como aconteceu na Terra do Escorpião-Águia, e imediatamente se encontraram do lado de fora da Terra do Leão.

– “O terceiro terremoto”, disse Rex.

A TERRA DO CARANGUEJO

Rex e Zendah sentaram-se, para recobrar o fôlego depois de sua súbita saída da Terra do Leão. Se vocês não estão habituados aos terremotos, eles lhes tirarão o fôlego, embora, como no caso que vimos, eles contribuam para economizar o tempo. Poucos minutos depois elas levantaram-se e começaram a procurar o portão do Caranguejo. Primeiramente tiveram de esfregar bem os olhos porque não podiam distinguir onde estava o portão por causa do nevoeiro.

Era como se procurasse ver o monte que ficava além do quintal de sua casa em manhã enevoada.

Mas, à medida que acomodavam a vista, a névoa foi-se dissipando e eles viram um portão de prata, brilhante. Os pilares altos na lateral eram duas velas de prata e o portão no centro era circular; no centro do portão, um gigantesco caranguejo sustinha entre suas garras uma lua crescente que brilhava como a própria Lua. Na carapaça do caranguejo havia dois sinais, como notas musicais, lado a lado.

Em torno do portão havia palavras escritas, difíceis de ler porque o portão girava sem parar. Num determinado momento, a Lua crescente estava na parte superior do portão, para pouco tempo depois aparecer a Lua decrescente na parte inferior. No lugar das dobradiças, existiam estranhas peças de prata parecidas com as garras do caranguejo. Havia um sulco nas garras, onde o portão estava encaixado e onde deslizava, girando, girando. Em cada metade do portão havia uma fechadura e as crianças ficaram embaraçados, sem saber qual das duas servia para abri-lo, mas primeiro eles precisavam encontrar a chave.

Zendah foi a primeira a ver uma portinha num dos pilares, esculpida em formato de caranguejo: tocando-a com seus dedos, ela abriu-se. Dentro, encontrou uma chave de prata.

Rex tentou abrir a fechadura do lado direito do portão. Introduziu a chave e virou deste lado e depois do outro. Ouviu o ruído característico de fechadura que se abre, mas o portão não se abriu. Concluiu então que também não abriria a outra fechadura, sobre a qual se lia a palavra “TENTE”.

Subitamente, Zendah exclamou:

– “Olhe! É uma das palavras que havia no portão de Capricórnio!”

Tirando do seu bolso a chave de chumbo que havia achado naquela Terra, ela introduziu-a na fechadura da esquerda e viu que servia.

De repente o portão parou de mover-se, com a Lua crescente na parte superior, e então puderam ler as palavras que não conseguiram ler enquanto ele se movia.

Lá estava escrito:

– “Para Leste ou para Oeste, o lar é melhor!”

Ao longe, ouviram uma voz suave dizendo:

– “Queridas crianças, sabem a palavra de passe? “

Ouvindo isso ficaram espantados, pois reconheceram a voz de sua mãe. Mas responderam:

– “Paciência”.

Mais surpreendidos ainda ficaram quando o caranguejo, se desprendendo do portão e batendo suas garras, mostrou-lhes o caminho no lugar que ele havia ocupado. Depois que pularam, o caranguejo voltou ao seu lugar e disse:

– “Torna a girar, ó círculo da lua noturna!”

Querendo ver o que sucedia, olharam para trás e viram recomeçar a dança do caranguejo e da lua.
Não viram ninguém na entrada dessa Terra. Era noite e havia muito nevoeiro e, espantados, ouviram murmurarem:
– “Sim é”. – “Não, vai primeiro e vê”. – “Não há pressa”. Até que se admiraram do que era aquilo e se perguntaram quem estaria lá.

Aos poucos seus olhos se acostumaram à névoa e viram à sua frente um caminho que seguia por uma floresta de grandes árvores; pequenos riachos faziam ruído ao passarem sobre as pedras, como uma miniatura de cachoeira. Uma grande lua amarelada surgiu aos poucos por trás das árvores e, afinal, eles puderam distinguir as coisas como se estivessem iluminadas pela luz do dia. As vozes se aproximavam, Zendah virou-se para Rex e disse baixinho:

– “Estou certa de ter visto algumas crianças escondidas atrás das árvores”.

Sim, elas estavam. Um rosto brejeiro apareceu por trás de um tronco desaparecendo em seguida. O mesmo aconteceu com outros.

Rex impacientou-se.

– “Saiam e sejamos amigos”, gritou ele. – “Não tenham medo pois não lhes faremos mal”.

Em um ou dois minutos, estavam cercados de inúmeras crianças, algumas vestidas com roupas que brilhavam como prata e outras com roupas verde e violeta. Quase todas eram pálidas, de cabelos brancos e moviam-se muito devagar. O chefe, uma menina, disse a Zendah:

– “Desculpem-nos sermos tão lentos. Temos tão poucas visitas aqui e não sabíamos que eram vocês. Somos muito medrosos até conhecermos bem as pessoas”.

Dando-lhes as mãos, foram pelo caminho até onde havia duas grandes pedras e uma terceira por cima que Rex ficou espantado, pensando quem teria tido tanta força para colocá-la onde estava.

Todos dançaram em torno das pedras, cantando linda canção que dizia algo acerca do sagrado fogo da lareira, conforme Rex e Zendah conseguiam pegar das palavras que entendiam.

Os dois estavam tão interessados em descobrir o que é que eles cantavam que não perceberam a chegada de uma figura alta que permaneceu sorrindo no meio do círculo, observando os arredores. Subitamente repararam naquela figura e atravessando a roda, penduraram-se no pescoço da senhora, exclamando:

– “Mamãe, mamãe, como veio até aqui! Jamais pensamos encontrá-la aqui entre as estrelas!”.

As outras crianças olharam atônitas. – “É sua mãe?”, perguntaram as crianças. “Ela é a senhora Maria que vem aqui quase todas as noites contar-nos histórias”.

Mamãe balançou a cabeça.

– “Sim esta é a minha terra, como a Terra do Arqueiro é a sua Zendah, mas vocês devem ficar muito quietinhos porque esta noite é uma noite especial. É a noite da véspera de Solstício de Verão e todas as fadas se reúnem para sua festa que principia antes da Lua Cheia”.

Muito quietos, nas pontas dos pés, todos se dirigiam para uma moita de salgueiro onde havia um gramado. Sentaram-se por trás de seus arbustos.

Ouviram uma nota clara, límpida, saída por clarins da fada e logo quatro morcegos passaram voando à luz do luar, cada um conduzindo uma pequena fada às costas. Voando em círculos, baixando até que as fadas puderam pular para o chão. Depois que as fadas desceram, os morcegos foram se dependurar nas árvores próximas, usando para isso os ganchos que possuem nas asas.

De um botão de rosa silvestre, um pequeno pássaro castanho iniciou um belo cântico cheio de trinados. Ao som dessa música as quatro fadas puseram-se a dançar agitando suas varinhas mágicas. Por onde as varinhas passavam nasciam centenas de cogumelos e de fungos.

Ouviram-se de novo os clarins das fadas e as árvores se afastaram abrindo uma clareira e as ninfas verdes e marrons saíram da floresta e tomaram lugar sobre a grama, embaixo das árvores.

Aproximando-se, viam-se, ao longe, centenas de fadas tendo à sua frente a Rainha Titânia e o Rei Oberam precedidos por estranha procissão de caranguejo e de lagostas, caminhando sobre suas patinhas traseiras.

Quando todos entraram na clareira, sentaram-se. As quatro fadas menores ficaram ao centro e tocaram estranhos instrumentos musicais feitos de conchas e caramujos, com cordas de teia de aranha. Rex e Zendah estavam certos de já terem ouvido antes essa música quando estiveram no bosque perto de sua casa, mas nessa ocasião não sabiam que era a música das fadas. Tinham de prestar muita atenção às fadas que dançavam ao som daquela estranha música, pois não conservava a mesma figura por mais de dois minutos seguidos; às vezes eram grandes, outras vezes menores; às vezes se pareciam com flores, outras vezes com caranguejos.

No fundo da clareira havia um banco de musgos, de cada lado do banco cresciam botões de rosas brancas e centenas de margaridas. Defronte do banco havia um pequeno banhado onde cresciam violetas aquáticas e lírios brancos.

Ao anoitecer a Lua surgia por trás dos salgueiros, a esquerda do banhado. Subiu aos poucos até que parou exatamente por cima do banhado, refletindo-se nas suas águas. Nesse preciso instante, parecia que a lua despedia raios que batiam na água e voltavam, tecendo um gigantesco véu de luar mostrando todas as cores do arco-íris, só que mais pálidas, com menos brilho do que quando se vê durante o dia.

Quando ficou pronto, apareceu um oval de espessa névoa no centro. Aos poucos o oval foi-se tornando maior até que apareceu linda mulher com uma coroa de prata, em pé sobre a superfície do banhado. Tinha cabelos da cor de buganvília e olhos azuis claro. Todas as fadas se voltaram para ela e quando ela subiu no banco de musgos cantaram linda canção de saudação:

Salve a senhora Lua!

Salve a Rainha da Noite!

Se a Lua e Câncer (Caranguejo) aparecem juntos.

As fadas saúdam-na!

Com voz que mais parecia um murmúrio de brisa de verão passando pelas árvores, o Espírito da Lua falou.

– “Salve, filhos dos bosques, das árvores e dos arroios! Passaram bem desde o nosso último encontro? Tens algo a pedir?”

– “Tudo bem, grande Rainha”, responderam inúmeras vozes. A Rainha continuou: – “Apareçam, crianças humanas, vocês viram minha terra; agora venham receber os presentes de recordação que temos para dar àqueles que nos visitam”.

Muito espantados, por não saberem que tinham sido vistos, Rex e Zendah vieram para a Luz do Luar, segurando as mãos de sua mãe.

– “Não preciso lembrar-lhes, pois vocês têm em casa uma excelente mestra”, disse a Lua sorrindo, “o que essa Terra significa para todos os que amam o lar, mas lembrem-se que bondade e paciência o tornam muito mais bonito, portanto dou a você, Rex, uma couraça de prata para proteger todos aqueles mais fracos que você, e lembre-se que o núcleo mais suave tem a couraça mais forte.

“Para você, Zendah, dou o conjunto de pulseiras de prata com muitas pedras de lua. Uma vez a cada ano, você poderá assistir as fadas e aprender o que elas e a Lua podem ensinar a você”. Agitando sua varinha de prata, um caranguejo grande e verde-roxo se curvou na frente deles e lhes mostrou uma pequena carruagem, puxado por gatos brancos, apenas grande o suficiente para os dois. Sua mãe os beijou e sussurrou: “Eu vou ver vocês presentemente”, e eles voltaram para a entrada. Mais uma vez, o portão parou de girar e o caranguejo de prata desceu da Lua crescente para deixá-los passar. Eles estavam apenas se preparando para saltar, quando uma risada alegre os cumprimentou e o rei Júpiter entrou. “Então vocês terminaram sua visita à Terra do Caranguejo”, disse ele. “Estou um pouco atrasado, mas vou ver o último dos deleites.” E ele ficou de um lado e acenou sua mão para eles enquanto passavam o portão. O caranguejo retomou sua postura de segurar a lua crescente, e o portão começou a girar mais uma vez.

“Quem pensou em ver a mãe na Terra do Caranguejo?”, Disse Zendah. “Eu me pergunto: ela vai se lembrar quando chegarmos em casa?”. “Eu suspeito que ela vai”, respondeu Rex, “ela sempre parece lembrar de tudo”.

A TERRA DOS GÊMEOS

O portão da terra dos Gêmeos era delicado e arejado, quase tão fino quanto uma teia de aranha. Dava a impressão que se poderia passar por ele, mas ao mesmo tempo se sentia que ele barrava a passagem. Sua principal característica é que se movia de leve, constantemente, de modo que nunca se sabia para qual parte dele se estava olhando.

Bem no centro havia um ponto de interrogação cercado por borboletas de metal cujas asas eram extraordinariamente lindas, como nunca se viu em borboletas reais. Os pilares do portão eram estranhos. Um era preto, tendo em cima a cabeça de uma criança carrancuda; o outro era dourado e encimado por uma cabeça de uma criança sorridente.

Rex e Zendah observaram atentamente o portão, embora seu movimento constante dificultasse a observação, procurando um modo de entrar. Estavam ansiosos para entrar pois parecia uma terra alegre.

– “Não vejo nada que nos ajude”, disse Rex, “acho melhor vermos no livro de Hermes”.

Abriram o rolo e onde havia o símbolo da Terra dos Gêmeos, leram: “Observe o lado direito do portão; lá você verá um canudo de prata. No lado esquerdo você achará uma taça dourada, cheia com um líquido. Rex deverá fazer com o canudo uma bolha perfeita e Zendah deverá soprá-la até levá-la exatamente em cima do ponto de interrogação que há no portão; nessa ocasião os Guardiães irão ver o sinal e pedirão a palavra de passe”.

– “Que beleza!” exclamou Rex, “temos de fazer bolhas de sabão e isso é fácil”.

– “Eu não acho que será tão fácil quanto parece”, replicou Zendah, balançando a cabeça.

Logo encontraram o canudo e a taça dourada e Rex sentou-se no chão, próximo ao portão, enquanto Zendah ficou de pé, perto, para tentar soprar as bolhas na direção ordenada, logo que Rex as fizesse.

Não foi fácil. Primeiramente nenhuma das bolhas era perfeita e quando Rex conseguiu fazer uma, ela, ao soltar-se do canudo, desceu até ao chão e eles não conseguiram fazer com que subisse antes de arrebentar. Tentaram inúmeras vezes até que uma bolha perfeita subiu lentamente mas arrebentou quando atingiu o lado esquerdo do portão. Outra bolha perfeita foi soprada contra o lado direito do portão onde arrebentou. Somente na terceira tentativa Zendah conseguiu soprar a bolha na direção certa. A bolha foi subindo, subindo, brilhando com as cores do arco-íris. As crianças esperavam ansiosamente até que ela atingiu a parte de cima do ponto de interrogação onde “bang”, arrebentou. No mesmo instante ouviram um riso e duas vozes gritaram:

– “Digam-nos os nomes deste portão”.

– “Alegria e Vivacidade”, responderam as crianças.

As vozes disseram:

– “Entre Zendah com alegria e Rex com vivacidade”.

O portão dividiu-se ao meio e abriu-se rapidamente com um movimento súbito.

Uma multidão de meninos e meninas correram para eles e puxaram-nos para dentro, todos falando ao mesmo tempo.

– “Venham comigo.” “De onde vieram?” “Como se chamam?”  “Vou mostrar-lhes nossa escola”. “Não, deixem-me levá-los à nossa”, disseram várias crianças.

Rex e Zendah foram puxados de um lado para outro, ficando sem saber para onde ir. Era certo que nenhuma daquelas crianças era tímida!

Afinal, um jovem alto e magro, com um alegre piscar de olhos empurrou os outros para o lado e tomando Rex e Zendah pelas mãos gritou:

– “Que vergonha, crianças! Vocês estão desconcertando nossos visitantes e dando-lhes a impressão que não sabemos o que queremos, embora seja verdade que qualquer um, nesta terra, tenham dificuldade em decidir-se”.

Voltando-se para Rex e Zendah, perguntou;

– “Estão com suas asas?”

Balançando a cabeça negativamente, perguntaram:

– “Que asas?”

– “Oh! Penso que vocês tenham de esperar até que Hermes chegue”, disse o jovem, “mas até lá pedirei às borboletas que lhes emprestem umas”.

O jovem segurava uma vara de aveleira que girou duas vezes sobre sua cabeça. Imediatamente centenas de borboletas amarelas e azuis e de libélulas circundaram-nos. A maior das libélulas, grande como um passarinho, trazia em sua boca dois pares de asas sobressalentes, o jovem apanhou-as e amarrou-as aos pés das crianças.

– “Agora vocês já podem viajar para qualquer parte da Terra dos Gêmeos, com rapidez, tanto pra frente como pra trás. Que querem conhecer primeiro?”, perguntou ele, pois via que ambos estavam ansiosos para fazer perguntas.

– “Por que parece não haver pessoas idosas aqui?”, perguntou Rex. O rapaz sorriu e disse:

– “Por uma razão. Não nos inquietamos e somos tão felizes que sempre permanecemos jovens, e qualquer um que venha viver aqui, mesmo por pouco tempo, se banha na fonte da juventude. Venham ver”.

Foram suavemente pelo ar, passando sobre belas florestas onde cresciam campânulas azuis e buganvílias sobre as quais esvoaçavam milhares de borboletas de todas as cores. Chegaram por fim a um bosque de aveleiras, dentro do qual havia uma fonte de um líquido que brilhava feito prata. O líquido movia-se devagar para a frente e para trás em ondas largas, embora não soprasse nem a mais ligeira brisa. O ar estava perfeitamente parado, mas no bosque de aveleiras parecia ventar. O guia convidou-os a sentarem-se e observar.

Logo surgiram voando duas crianças trazendo consigo uma senhora idosa que não tinha asas nos pés. As crianças desceram-na gentilmente num dos lados da fonte segurando-a pelas mãos enquanto a senhora atravessava a fonte.

Para surpresa de Rex e Zendah, quanto mais a senhora penetrava na fonte, mais jovem se tornava; quando chegou ao outro lado já estava completamente rejuvenescida e em seus pés haviam crescido asas. Quando ela viu o que lhe sucedera, elevou-se no ar com um grito de alegria e juntou-se aos outros jovens que a esperavam na margem da fonte.

– “Realmente não há velhos aqui”, disse-lhes o guia levantando-se para reiniciar sua viagem. “Todos os habitantes daqui passam pela fonte da juventude e enquanto aqui viverem, permanecerão jovens. Só que muitas vezes esquecem quando vão morar em outras terras”.

Saindo da floresta, voaram para a Cidade de Hermes, onde viram os moradores ocupados em diversos afazeres, sempre ocupados, como se tivessem o cérebro nas mãos. Como na Terra do Homem do Jarro (Aquário), encontraram hábeis escultores, outros pintavam quadros ou tocavam com perícia instrumentos de música. Outros escreviam ou iluminavam manuscrito ou gravavam em cobre. Mas o que quer que fizessem, todos pareciam que poderiam deixar seus trabalhos para fazerem os trabalhos dos outros e tão bem quanto os seus próprios.

Por toda a parte os trabalhos eram diferentes. Em uma sala um jovem falava a respeito de suas viagens pelas estrelas. Disseram a Rex e Zendah que aquela era uma terra de conferencistas e que qualquer um podia falar bem, embora os habitantes das outras terras dissessem que eles falavam demais.

Por onde quer que andassem, viam centenas de bolhinhas flutuando no ar. No salão de conferências viram luzes coloridas e de formas bizarras, triângulos, cubos etc. Seu guia explicava que essas figuras luminosas eram pensamentos que se viam mais facilmente ali do que em outras partes, porque lá tudo era muito vivaz e o ar claro.

Por fim chegaram ao palácio de Hermes. Foi bom que tivessem asas nos pés pois não poderiam atingir o castelo de outra forma.

O castelo consistia de duas torres circulares, muito altas e estreitas ligadas por magnífica ponte pênsil que balançava ao sopro da brisa. A entrada principal ficava no meio da ponte.

Todo castelo assentava em um mar de mercúrio e se movia neste mar, incessantemente. Unicamente ao meio dia e à meia noite em ponto, o castelo estava no meio e essa era a ocasião em que se podia voar para a entrada. Você nunca conseguiria andar até lá.

– “Agora”, disse-lhe o guia, observem atentamente e sigam-me no momento em que o castelo estiver no meio, pois de outra forma vocês não poderão ver Hermes enquanto estiverem nesta terra”.

Ouviram-se badalar de sinos do alto da torre da esquerda. Quando pararam de soar, duas notas profundas saíram dos sinos da torre da direita. Chegara o momento. Eles tinham que voar para a entrada com a velocidade do pensamento e estavam sem fôlego quando chegaram aos degraus da escadaria. Imediatamente o castelo pôs-se a mover, novamente, mas de onde eles estavam parecia-lhes que a terra é que se movia e não o castelo.

No pórtico, dois pagens, um menino e uma menina, puxaram as cortinas. Eram tão parecidas que Rex e Zendah exclamaram:

– “Mas vocês parecem gêmeos!”

Os dois se entreolharam e sorriram;

– “Só os gêmeos são empregados no palácio de Mercúrio”.

Tudo era em pares, até as paredes de onde pendiam espelhos coloridos de tal maneira que se você parasse um instante, veria dois de você. Atravessando a ponte e subindo ao topo das torres, entraram na sala do trono que estava suspenso e ladeado por cortinas amarelas amarradas a báculos lá em cima, nas paredes.

Os pagens disseram que essas cortinas eram mudadas constantemente, havendo um modelo diferente para cada dia, pois, quem naquela terra desejaria ver sempre a mesma coisa?

No meio da sala havia espelhos, como nos corredores, e também estátuas de homens correndo ou voando. Em cima pendiam inúmeras fileiras de sinos de prata. No fim da sala, erguiam-se duas plataformas, cada uma com um trono: um amarelo e o outro, púrpura. Hermes estava sentado no amarelo. Sorriu e deu-lhes as boas-vindas.

– “Imagino que vocês querem saber o porquê tenho dois tronos, não? Quando todos, nesta terra, fazem tudo direito, uso o trono amarelo, mas quando encontro algo errado, o que acontece às vezes, uso o trono cor de púrpura”.

– “Toquem os sinos de boas-vindas”, gritou ele elevando seu cetro. Os sinos executaram alegre canção.

– “Tudo aqui é juventude, atividade e prazeres, mas há também uma lição a aprender”.

Dizendo isto, Hermes levou-os a um pequeno quarto situado ao lado da sala. Aí viram uma caixa sobre a mesa, cercada de estranhos instrumentos. Sobre as paredes liam-se as palavras:

“Não calunies, nem dês ouvidos às calúnias”

A caixa é a de Pandora. Faz muito tempo, os deuses deram uma caixa aos seres humanos dizendo-lhes que ela lhes traria felicidade enquanto não a abrissem. Mas Pandora era muito curiosa e abriu-a. Imediatamente saíram da caixa todos os males e doenças que os deuses aí haviam encerrado. Só a esperança permaneceu dentro da caixa.

– “Quando as nossas crianças ficam muito faladoras, muito curiosas ou turbulentas, são trazidas para cá a fim de se lembrarem da velha história”.

– “Veem esses instrumentos? Os seres humanos os fizeram na terra para com eles fecharem a boca dos que falam muito. Nós conservamos cópias deles aqui como um aviso contra o falar demasiado”.

Voltaram ao salão do trono. Os pagens vinham constantemente trazer cartas e mensagens a Hermes. Era difícil compreender como Hermes podia atender a todos eles. Finalmente um pagem trouxe lindos pares de asas, semelhantes às que Hermes usava nos pés, e deu-os a ambos, para substituírem as asas da libélula que haviam usado até então.

– “Agora vocês possuem os sapatos da ligeireza. Eles servem para muitos fins, como vocês verão, mas usem apenas no serviço aos outros. As asas da libélula não servem para trabalhos pesados. Algumas de minhas crianças acham que servem, mas logo verificam que não podem voar longe. A joia que lhes dou é a calcedônia; ela é a palavra de passe desta terra, lembrarão a vocês para serem os verdadeiros mensageiros dos deuses, levando a esperança e a alegria onde vocês forem. Tornarei a encontrá-los no último portão para levá-los de volta à casa. Agora não posso mais ficar porque nosso Senhor, o Sol, mandou-me chamar”.

Voltando, passaram pela ponte pênsil e pelo lago de mercúrio. Passaram pela cidade de Hermes onde algumas crianças entravam em edifícios que pareciam escolas. Passaram pelo bosque de borboletas e pela fonte da juventude. Chegaram ao portão de entrada e o mesmo grupo de crianças que os recebeu gritou-lhes, enquanto os portões se fechavam:

– “Não se esqueçam de como se fazem bolhas de alegria!

A TERRA DE TOURO

Uma muralha de pedra, sólida e preta apareceu aos olhos de Rex e Zendah quando se aproximaram da terra do touro. Levantava-se reta e lisa; não se via uma falha. Mais ou menos a seis pés de altura do chão havia muitas esculturas; rostos pequenos, pássaros e animais semelhantes aos que foram descobertos nas escavações feitas nos desertos do Egito. Os rostos eram esculpidos, sobressaindo ligeiramente da superfície da muralha e o conjunto escultural tinha por fundo linda pedra azul para fazer com que as esculturas sobressaíssem.

Defronte da muralha o chão era arenoso; tão seco que a cada passo que se dava erguia-se uma nuvem de poeira. Elas sabiam que era difícil encontrar o Portão do touro, pois estava escondido, e por isso começaram a examinar cuidadosamente toda a muralha. De súbito, Zendah tropeçou em alguma coisa no chão. Afastou a areia com as mãos e encontrou um alçapão de pedra, quadrado, tendo no meio uma argola de cobre que repousava num cavado feito de pedra. Rex pegou a argola e deu-lhe um puxão, mas a argola não se moveu. Zendah também tentou, mas nada conseguiu.

Súbito, Zendah lembrou: “Espera Rex, temos de botar no cavado em que está a argola, o pó azul que Hermes nos deu, e colocar as joais que ganhamos na Terra do Escorpião-Águia e na do Homem do Jarro, nos dois chifres, e a joia do Leão por baixo. Depois disso esperar para ver o que acontece”.

Olharam para as instruções que Hermes lhes dera para se certificarem se era isso que deveriam fazer. Era isso mesmo. Zendah ajoelhou-se e pôs o pó no cavado e arrumou as joais da maneira ordenada. Um minuto depois, subiu uma espiral de fumaça do pó e a terra tremeu tão forte que Rex e Zendah caíram um de cada lado do alçapão.

Ao se levantarem constataram estar ao lado de uma abertura feita no chão. O alçapão estava suspenso de um lado como uma tampa de caixa. As joias enfileiradas adiante, prontas para eles apanharem-nas de novo. A abertura do alçapão era o princípio de uma escada de pedra. Juntos pensaram que ali estava a entrada da Terra do Touro. Desceram a escada até o fundo onde viram um arco com uma porta de pedra na qual havia uma aldrava para bater, em forma de cabeça de touro. Rex deu duas pancadas e ouviu-se uma voz:

– “Quem é?”

– “Rex e Zendah”.

– “A palavra chave?”, perguntou de novo a voz.

– “Força”.

A porta caiu para trás e eles tiveram de pisar nela para poderem entrar. O Guardião do portão era uma figura grande e usava um capacete semelhante a cabeça de um touro. Que figura esquisita!

À entrada estava parada uma robusta mulher usando vestido branco com cinto azul. Seus ombros estavam encobertos completamente por um colar chato, de pedras azuis. Uma bandana de cobre mantinha seus cabelos castanhos-escuros em ordem. Na frente da bandana havia um ornamento feito de chifre.

– “Sejam bem-vindos à Terra do Touro”, disse ela. “Possa nossa amizade durar tanto quanto são fortes e duradouros os nossos alicerces”. Afastando-se para um lado, conduziu-as para dentro onde estava parado um carro puxado por dois bois brancos com uma coroa de flores nos chifres. Depois das crianças subirem no carro, ela subiu na frente e dirigiu a carruagem.

As estradas eram largas e lisas, muito bem conservadas. Não viajaram rápido, mas assim tiveram tempo para olhar os arredores. A primeira parte da terra pela qual passaram era campo; por toda parte viram homens e mulheres atarefados em arar e plantar. Todos pareciam saudáveis e vigorosos. A maioria possuía esplêndida cabeleira castanho escuros e grandes olhos também dessa cor. Todos cantavam enquanto trabalhavam. Onde havia muitos juntos, podia-se ouvir quase que um concerto. Em alguns lugares as sementes já germinavam. Parecia não haver lugar que não fosse cultivado.

Pouco adiante viram homens abrindo novas estradas e fazendo as fundações de edifícios. Os edifícios eram fortes e bem feitos. As paredes muito grossas e feitas de pesados blocos de pedra. Parecia que durariam para sempre depois de prontos.

Nas casas já habitadas, verificaram que cada uma tinha um pequeno campo onde um touro ou uma vaca pastava ou estava deitado, aquecendo-se ao sol. De fato,  havia, tanto gado nessa terra quanto cavalos na Terra do Arqueiro.

Logo chegaram à Cidade do Touro. Era um quadrado perfeito, tendo aos lados altas e maciças paredes nas quais havia entradas frente ao norte, ao sul, a leste e a oeste. A carruagem parou no portão norte e eles seguiram seu guia a pé pela cidade. As ruas estavam cheias de pessoas; e como trabalhavam! Parecia que tinham tudo que você possa imaginar para vender. Havia mercadores de todas as parte do mundo tentando vender suas mercadorias ou barganhando com os donos de lojas.

Em algumas lojas havia nas vitrines toda a sorte de coisas boas para comer. Só de olhá-las, ficava-se com fome. As crianças pararam na entrada de uma joalheria pois nunca viram, em parte alguma, tanta joia de ouro, nem pedras tão bonitas. Zendah quis comprar algumas para levar para casa, mas… não encontrou dinheiro nos bolsos de sua “roupa estelar”.

Estava difícil afastá-los dali porque havia muitas coisas bonitas para se ver; mas afinal, foram para a parte central do mercado, onde se erguia o edifício principal da terra. Havia uma fonte em cada canto, surgindo das costas de quatro touros de mármore, pois este grande edifício, como toda a cidade, era um quadrado perfeito. O portão de entrada estava guardado por homens com capacetes semelhantes ao que usava o Guardião da entrada da Terra. Suas túnicas curtas eram azuis e seus escudos brancos, com um touro preto como ornamento.

Rex e Zendah estavam certos de que esse palácio não poderia sair dali; era tão sólido e tão estável quanto era móvel e aéreo o palácio de Hermes. Já no seu interior, ficaram embasbacados; estavam na parte mais bonita do edifício; cada parede, soalho ou corredor era de desenho diferente feito de pedra de várias cores e feitios. Para poderem entrar na sala principal tiveram de afastar as cortinas de cor azul celeste. O teto da sala estava pintando de forma a parecer o céu estrelado. Ao redor havia grandes pilares com figuras pintadas semelhantes àquelas da entrada da terra.

O trono tinha por braços touros entalhados e em cima, na parede que ficava por trás, havia grande janela em forma de Lua crescente.

Uma mulher que estava sentada no trono sorriu-lhes e pouco depois viram que ela era a Rainha Vênus, embora parecesse bem diferente, o que fez com que não a reconhecessem imediatamente. Seu vestido estava todo dobrado ao seu redor, em tantas dobras que ela estava quase escondida, mas seu pescoço e seus braços estavam nus. Usava magnífico colar de esmalte azul com correntes de esmeraldas pendentes e em sua cabeça tinha uma coroa feita de estreita tira de cobre com dois chifres curvados e entre eles brilhava um círculo de prata.

Já era tarde porque a noite começara a cair enquanto eles chegaram ao palácio. A lua cheia apareceu brilhando através da janela bem por cima da cabeça da Rainha. Nesse preciso instante um órgão, no fundo do salão, começou a tocar suavemente e vozes em coro cantaram uma canção de boas vindas que, em constante crescente, terminou fortíssimo.

No momento de silêncio que se seguiu, Rex e Zendah viram a figura do quarto grande Anjo, com uma estrela na fronte, muito semelhante aos outros Anjos que haviam visto, com a única diferença que este possuía asas azuis.

Abriram-se as cortinas e uma procissão de pagens apareceu conduzindo bandejas de cobre. Era o festival das Ofertas da Terra. Essas ofertas consistiam em sedas, sementes, buquês de violetas, ornamentos de ouro e de prata, tudo tão bonito! No fim de tudo apareciam vasilhas cheias de moedas de ouro e de prata.

Mercadores de todas as cores e raças davam suas graças. Arquitetos trouxeram seus planos. Durante todo o tempo que durou a procissão de dádivas, o coro entoou a canção da Abundância da Terra.

Cada pagem, à medida que entrava, ocupava determinado lugar a direita ou à esquerda do trono. Depois de terem entrado todos os pagens, Rex e Zendah viram que estavam esperando por eles, para se apresentarem diante do trono.

Ficaram muito encabulados pois nada tinham para oferecer.

A Rainha Vênus sorriu e disse:

– “Não esperamos que nossas visitas nos façam ofertas; ao contrário, somos nós que lhes damos algo, para levarem consigo. Por certo já perceberam que nesta terra há abundância de tudo o que proporciona conforto e bem estar. Eis aqui a bolsa mágica que nunca se esvazia desde que você dê um pouco do seu conteúdo a outro que dele precise, toda vez que você gastar algum dinheiro com você. Ela lhe dará riqueza, Rex, mas use-a com sabedoria. A você Zendah, concedo o Dom da voz, Dom mais precioso do que o ouro”.

Tendo tocado a garganta da menina com sua varinha ornada com violetas, Vênus colocou-lhe em torno do pescoço um colar de esmeraldas. Zendah sentiu vontade de cantar.

Vênus acenou com a cabeça, dando sinal aos músicos, e antes que pudesse perceber o que fazia, Zendah estava cantando sozinha.

Rex ficou admirado, pois nunca ouvira a irmã cantar, antes. Quando Zendah terminou a canção, a Rainha Vênus acenou-lhes e ambos subiram os degraus do trono rapidamente. Vênus abraçou-os e beijou-os.

– “Agora, sentem-se aí defronte, nessas almofadas, para vocês serem transportados ao portão da próxima Terra”.

O órgão tocou um acorde lento e de novo as vozes do coro entoaram algumas palavras que não compreenderam. Ao final, a própria Rainha Vênus juntou-se ao coro.

As luzes como que se apagaram e eles foram descendo, descendo, como se estivessem penetrando na terra e, de repente, um súbito barulho como se fechasse uma porta e mais uma vez, com o quarto terremoto, estavam do lado de fora do Portão do Touro.

A TERRA DO CARNEIRO

Rex e Zendah logo perceberam estar próximos do último portão, o do carneiro, porque começou a ficar tão quente que rapidamente se viraram para olhar.

Pela primeira vez em todas as suas aventuras, Rex e Zendah estavam realmente assustados. Por um momento, chegaram a ter medo. Onde esperavam encontrar um portão, havia uma muralha de chamas cintilantes, impetuosas, crepitantes, tão alta que parecia tocar o céu. Pararam para olhar e viram todas as tonalidades de uma floresta queimando: verde, azul, vermelho e lilás, onde, antes viam somente amarelo. Cada cor parecia emitir uma nota musical, sendo fascinante  vê-las e agradável ouvi-las.

– “O último portão!” disse Rex após alguns minutos. “E parece ser o mais difícil de transpor. Veja, entre as chamas há uma buzina, mas como faremos para atingi-la e fazer soar o alarme?”

– “Bem”, replicou Zendah, “CORAGEM é a palavra chave desta terra. Será melhor vermos se podemos chegar perto dela”.

De mãos dadas, pouco a pouco eles foram se aproximando. Estranho como possa parecer, o calor não aumentava à medida que eles se aproximavam do portão. Afinal chegaram bem perto das chamas. Rex, ousadamente esticou seu braço e verificou que podia pôr a mão na buzina sem se queimar. Tocou-a; houve um outro som do outro lado do portão. As chamas dividiam-se, formando dois pilares recurvados e enrolados na parte superior, como chifres.

Unia-os uma espécie de corrente de fogo vermelho, da qual pendia uma cortina de chamas de cor rosada. Os pilares eram dourados e muito brilhantes. A buzina de dentro tornou a soar, vindo após, a pergunta: – “Quem ousa chegar a este portão?”

As crianças responderam conforme estava nas instruções:

– “Rex e Zendah, com coragem, ousam penetrar na Terra do Carneiro”.

– “Atravessem o fogo”, mandou a voz.

Isso parecia difícil. As crianças entreolharam-se por um ou dois minutos, mas nenhum deles disse ao outro que estava com medo. Aproximaram-se mais do portão e viram que a cortina de chamas abriu-se pelo meio, possibilitando a entrada sem que se queimassem, embora as chamas fossem ameaçadoras. Atravessando a cortina de chamas, chegaram a uma terra de sol ardente. O ar era tão brilhante que eles sentiram vontade de pular e cantar de entusiasmo.

Ninguém os esperava como acontecera em algumas outras terras. À sua frente estendia-se grande campo silvestre com florestas enormes, selvagens, mas bonitas. Não se via nenhuma estrada. Perto, encontraram duas machadinhas que, evidentemente, eles deviam apanhar, pois havia um cartaz no qual se lia:

“Usem-me; servirei para desbravar caminhos difíceis”.

– “Não parece haver nenhum caminho”, disse Rex, apanhando as machadinhas e dando uma a Zendah. “Gostaria de saber que direção devemos tomar”.

– “Sigamos o Sol”, propôs Zendah. “Devemos chegar a algum lugar”.

Partiram por aquela terra selvagem, trepando pedras, atravessando bosques onde tiveram de abrir caminho usando as machadinhas. Isso era mais divertido do que enfadonho. Afinal, depois de algum tempo, chegaram a campos cultivados e viram algumas casas. Ao saírem do bosque, depararam com enorme carneiro branco. Dos chifres enfeitados do carneiro pendiam campainhas. Os campos estavam cheios de ovelhas, mas o carneiro, de alguma maneira, fez Rex e Zendah compreenderem que o deviam seguir. Era por certo, um carneiro sábio!

Lá se foram eles atrás do carneiro.

O sol estava muito quente e a brisa era forte, mas eles sentiam-se vigorosos e podiam caminhar sem cansaço. Afinal chegaram a uma estrada cheia de casas. Da maior delas saía barulho de máquinas e de pancadas de martelo. Pararam para olhar, pois todas as portas e janelas desta casa estavam abertas. Dentro, vários homens trabalhavam com ferramentas, máquinas e forjas, alguns malhando o ferro aquecido ao rubro.

– “Que estão fazendo?” perguntaram a um homem que saía da casa.

– “Tudo o que se pode fazer com o ferro”, respondeu o homem. “Todas as ferramentas que se usam no campo para arar e colher, e agora, triste é dizê-lo, fazem também espadas e canhões e todas as coisas que os seres humanos precisam na guerra. Teremos de fazer essas coisas até que os seres humanos acabem de combater. Então, a energia do carneiro será utilizada somente para fazer ferramentas úteis”.

Durante alguns minutos ficaram observando aquela afanosa colmeia humana, vendo as centelhas pular do ferro, de quando em quando. Por fim, recomeçaram a seguir o carneiro. Pela estrada vinha ruidoso grupo de cavaleiros que resplandeciam ao sol. Parando seus cavalos perto, Rex e Zendah verificaram que eram cavaleiros vestidos com armadura real. O chefe saudou-os com sua espada.

– “O Rei quer vê-los imediatamente”, disse ele, “e mandou buscá-los. Montem ligeiro e sigam-nos”.

Deram um cavalo a cada um. As crianças radiantes reconheceram que aqueles eram os mesmos cavalos que montaram na Terra do Arqueiro. Também já haviam-se encontrado com o chefe dos cavaleiros antes, na Terra do Leão e assim sentiram-se à vontade.

Rex foi convidado a encabeçar a tropa por ser uma visita especial, já que estava visitando sua própria terra. Cavalgaram depressa, o vento revolvia seus cabelos, tal a velocidade com que iam. Atravessaram clareiras onde havia cabanas; passaram por cidades que pareciam ter sido acabadas de edificar, até que por fim chegaram à Cidade de Marte.

O palácio estava numa elevação. Era todo construído de mármore vermelho polido. Era esplendoroso e brilhava como fogo sob os raios do sol. Não pararam um momento, subiram logo as escadas que conduziam à entrada do palácio, onde os outros cavaleiros vieram ao seu encontro. Estes últimos traziam túnicas brancas sobre suas armaduras, com o emblema da cruz e do carneiro bordado a ouro e vermelho. Alguns deles – não muitos – tinham túnicas vermelhas e cruzes brancas. Cada cavaleiro tinha um pagem, um rapazinho de cabelos ruivos que ia a frente, carregando a espada e o elmo do cavaleiro, que estavam todos esplendidos, feitos também de aço forjado.

Rex e Zendah foram escoltados através das passagens e da longa escadaria de degraus de pedra verde-escuro até em cima, onde encontraram um homem idoso vestindo hábito de monge.

– “Vocês têm algo muito importante a fazer”, disse ele. “Nesta sua visita, que é a última, recebemos ordens de sagrá-los Cavaleiros do Sol, se prestarem juramento. O fogo pelo qual passaram no portão de entrada foi a primeira prova. Vocês prometem, Rex e Zendah, falar sempre a verdade, não terem medo, combater pelos fracos e serem leais ao nosso Rei?”

Os meninos responderam: – “Sim”.

O senhor idoso colocou-lhes então sobre os ombros uma longa capa com uma cruz vermelha na parte posterior e mandou que o seguissem até a sala e que não falassem até receber ordem para isso. Era uma sala muito bonita, tão alta que não se via o teto. As paredes eram de  cor-de-rosa pálido; os pilares de magnífico vermelho, como uma papoula. Cavaleiros, em suas armaduras brilhantes, permaneciam em “sentido” ao longo das paredes que tinham bandeiras de todos os países espalhadas, algumas novas, outras gastas ou rasgadas. O trono não estava no lugar habitual, mas no centro da sala. Frente a ele, no fundo da sala, havia um altar. A janela por trás do altar tinha a forma curiosa de uma espada, indo do chão ao teto. O punho da espada formava o diâmetro de uma estreita janela circular com doze divisões, cada uma com vidro de cor diferente.

Devagar, seguiram o senhor idoso até o trono onde estava o Rei Marte sentado, vestido com maravilhosa roupagem vermelha e dourada, tendo à cabeça uma coroa de aço polido. Marte cumprimentou-os e disse-lhes:

– “Fui comissionado por nosso Senhor, o Sol, para sagrá-los seus cavaleiros, esta é grande honra. Vocês prometeram obedecer as leis dos cavaleiros e assim, quando chegar o momento oportuno, vocês me seguirão até as almofadas que estão diante do altar. Vejam que o fogo do altar não está aceso; somente uma vez por ano o sol acende o Fogo Sagrado para mostrar que a Terra despertou para seu trabalho anual com seu auxílio. É nessa ocasião que são admitidos aqueles que se qualificam para serem sagrados Cavaleiros do Sol”.

Defronte do altar, do lado direito, estava em pé um arauto com uma trombeta. De cada lado, sentados, seis tambores. Os tambores rufaram. Marte deixou seu trono e caminhou até defronte do altar. Rex e Zendah seguiram-no e ajoelharam-se nas almofadas. Ouviu-se uma nota clara, tocada na trombeta e nesse momento um grande facho de luz solar brilhou através da janela em forma de espada, atingiu o altar em seu percurso, brilhando sobre Marte e as crianças ajoelhadas aos seus pés.

A madeira aromática incendiou-se e nuvens de fumaça ergueram-se no ar. Nas nuvens de fumaça viram o rosto do senhor Sol sorrindo para eles, desaparecendo a seguir. Enquanto eles estavam banhados pela luz do sol, Marte retirou sua espada e batendo com ela levemente no ombro de cada uma das crianças, exclamou:

– “Levanta-te, Cavaleiro do Sol, toma tua Espada de Luz semelhante à do Rei Artur e, com coragem e destemor, combate o Dragão do Egoísmo no mundo, sem jamais desesperar, seja qual for a dificuldade da tarefa”.

As crianças levantaram-se. Os pagens cingiram-nos com cintos vermelhos e entregaram-lhes espadas luzidias em cujas copas seus nomes apareciam feito diamantes brilhantes. Todos os cavaleiros que estavam na sala desembainharam as espadas e saudaram-nos. Foi um lindo espetáculo ver tantas espadas brilhando no ar.

Logo depois, os dois tomaram seus lugares, já como cavaleiros, ao lado de Marte e esperaram que este assinasse os passaportes, para que os cavaleiros pudessem, durante o próximo ano, seguir para terras estrangeiras onde combateriam a favor dos oprimidos.

Marte disse a cada um deles, enquanto apunha seu selo vermelho sobre o passaporte:

– “Segue com coragem, irmão, e vence todas as dificuldades”.

Aos poucos o facho de luz solar foi-se extinguindo. Marte virou para as crianças e disse-lhes que era hora de partirem. Saudando-o com suas espadas novas, fizeram meia volta e saíram do palácio, tomando de novo seus cavalos que os esperavam na entrada.

Os cavaleiros os seguiram até o portão de entrada e depois de saudá-los com suas espadas, as crianças logo estavam do lado de fora do portão.

– “Nossas aventuras terminaram, Zendah”, suspirou Rex; “agora voltemos para casa”.

– “E vocês verão que isso não é fácil sem mim”, gritou uma voz. Voltando-se viram Hermes.

– “Bem, vamos rápido. Quando chegarem em casa, ajudarei vocês a se lembrarem de tudo o que viram e ouviram. Estão ansiosos para usar os talismãs? Então, cada mês, pensem na palavra de passe corresponde e logo verão que poderão usar o talismã durante todo o mês. O uso que vocês poderão fazer deles, depende da prática. Vejam: aqui estão as outras chaves para abrir o Livro da Sabedoria; estas chaves vocês poderão usar quando forem mais velhos”.

Hermes segurou-os pelas mãos e voou de volta para a terra, tão depressa que não tiveram tempo de contar até dois e já estavam no seu quarto.

– “Agora”, disse Hermes, “saiam bem devagar dos seus trajes estelares para se lembrarem de tudo pela manhã”. Tocou-os com seu báculo e a primeira coisa que eles lembraram é que estavam sentados na cama, o sol alto, brilhando pela janela e sua mãe dizendo:

– “Vocês demoraram a levantar hoje”.

Eles pularam juntos da cama – “Oh! Mamãe, passamos momentos deliciosos. Estivemos na Terra das Estrelas com Hermes. Você se lembra de nos ter encontrado na Terra do caranguejo?”

Mamãe sorriu – ‘Então vocês também se lembraram? Vocês estão de parabéns, pois não são todas as crianças que Hermes leva às Terras do Zodíaco”.

EPÍLOGO

AS AVENTURAS CHEGARAM AO FIM. Mas vocês poderão encontrar as portas da entrada das Terras do Zodíaco se por elas procurarem. Vocês verão que será mais fácil visitar umas terras do que outras. De certo isso depende de qual fada tenha sorrido sobre o berço de cada um, quando nasceu, dando-lhe o talismã e a palavra de passe do seu signo natalício. Se foi o Rei Netuno quem sorriu para você ou se foi a Senhora Lua, você terá para contar, quando acordar, aventuras ainda mais excitantes do que as de Rex e Zendah. E então você poderá escrevê-las para outras crianças lerem.

Melhor que tudo, se você conseguir persuadir Hermes, o mensageiro dos Deuses, a tocá-lo com seu báculo mágico e a dar-lhes seus sapatos alados, eles serão seu passaporte para todas as Terras das Estrelas.

F I M


[1] N.T.: minério de cor negra

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Valor Medicinal e Nutritivo dos Sucos Vegetais Crus

Grande parte das vitaminas, como dos sais minerais contidos no Reino Vegetal, são destruídos no processo de preparo dos alimentos, ocorrendo que o que seria completo se comido cru, não o é ao ser submetido à cocção.

Conhecendo-se as grandes propriedades alimentícias e curativas das frutas e de muitos vegetais, com o fito de fazê-los perfeitamente digeríveis, devemos reduzi-los a líquido (sucos) em seu estado cru. De acordo com experiências realizadas com doentes e sãos, os sucos de vegetais evitam e contribuem para a cura das enfermidades abaixo relacionadas:

ACNE, MANCHAS e PÚSTULAS da Pele: Cenoura e beterraba, misturando o suco de ambas.

AMÍGDALAS e CACHUMBA: Tomate e beterraba, alternando esses com cenoura.

ANEMIA: Cenoura, salsa verde, espinafre, aipo e beterraba.

APENDICITE: Salsa verde e espinafre, por vezes juntos, outras, alternando.

ARTRITE: Aipo e cenoura.

ASMA, BRONQUITE, CATARRO NASAL e SINUSITE: Rabanete e cenoura, com um pouco de suco de limão, eliminando da dieta a clara de ovo, cremes, açúcar e as féculas.

CÂNCER, QUISTOS e TUMORES: Cenoura, alternando com alface e aipo.

CIRCULAÇÃO DEFICIENTE: Repolho e beterraba, algumas vezes misturados, outras, separados.

DIABETES: Ver dieta especial.

ECZEMA: Cenoura, beterraba, aipo, alternando.

PRISÃO DE VENTRE: Repolho, espinafre, aipo e um pouco de limão.

OLHOS, CATARATAS, CONJUNTIVITE: Cenoura e salsa verde, algumas vezes juntos, outras, alternando.

GASTRITE: Cenoura e aipo.

GOTA: Cenoura e agrião.

CORAÇÃO (afecções): Cenoura e beterraba.

HEMORROIDAS: Cenoura e agrião.

INDIGESTÃO ou DIGESTÃO TRABALHOSA: Aipo e cenoura.

INSÔNIA: Suco de aipo ao deitar-se.

FÍGADO, RINS, INFLAMAÇÃO DA BEXIGA e HIDROPSIA: Cenoura e salsa verde.

NERVOSISMO, NEURASTENIA e EPILEPSIA: Aipo, alface, cenoura.

OBESIDADE: cenoura, aipo e repolho.

SANGUE, PRESSÃO ALTA: Aipo, beterraba e alho.

PRESSÃO BAIXA: Cenoura e salsa verde.

TUBERCULOSE: Suco de batata crua, sem a fécula, para o que se liquefaz e deixa em repouso para que aquela assente, tirando-se então o líquido. Tome-se misturado, em partes iguais com suco de cenoura e um pouco de azeite de oliva, tudo bem batido com uma gema de ovo.

ÚLCERA, COLITE: Suco de cenoura, alternando com cenoura misturada com um pouco de creme de leite fresco.

VEIAS E VARIZES: Cenoura, espinafre e nabo.

PEDRAS NA VESÍCULA BILIAR E NOS RINS: Beterraba, algumas vezes com cenoura, outras, com pepino.

Para a cura de MOLÉSTIAS CRÔNICAS deve tomar-se um litro diário do líquido que se menciona, exceto da salsa e do agrião, que não devem passar de 100 gramas, e combinando-os sempre em não menos de meio litro de cenoura e aipo. Para a CONSERVAÇÃO DA SAÚDE basta tomar pequenas porções diárias, alternando diferentes vegetais e frutas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1977 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Algumas Correlações do Signo de Câncer

SIGNO: Câncer, o caranguejo

QUALIDADE: Cardinal; ou consciência dirigida ativa e dinamicamente para o interesse em objetivos específicos.

ELEMENTO: Água; ou sensitivo, sentimento consciente relacionando à qualidade da alma das coisas. Entre outras coisas, o elemento Água representa os fluídos, o Corpo de Desejos, o Mundo do Desejo e a Alma.

NATUREZA ESSENCIAL: protetivo

ANALOGIA FÍSICA: rio, córregos, queda d´água, água corrente.

ASTRO REGENTE: A Lua. Porque ela é capaz de expressar suas funções mais fácil e livremente quando está situada nesse Signo. A Lua representa o impulso para expressar a autoconfiança, para experimentar  a autoconsciência e o esforço para o crescimento pessoal. Então, a Lua representa o impulso para sermos conscientes das próprias qualidades da alma.

CASA CORRESPONDENTE: a 4ª Casa corresponde a Câncer e representa o desejo para agir e progredir baseado na suficiência individual e no desenvolvimento interno.

ANATOMIA ESOTÉRICA: representa a Alma Consciente.

ANATOMIA EXOTÉRICA: específica: esôfago, estômago, pâncreas, diafragma, duto torácico, seios e útero.

FISIOLOGIA: Governa o processo fisiológico da digestão, a ação peristáltica, osmose, mecanismo de transporte ativo e o ciclo menstrual na mulher. As forças da Lua são ativas na fêmea durante a gravidez ajudando a construir o corpo do bebê. Durante a primeira (bebê) e a segunda (meninice) infância essas forças são proeminentes em regular o crescimento e o desenvolvimento do Corpo Denso e, também, tem um efeito no processo do nascimento e da maturidade do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e da Mente.

TABERNÁCULO NO DESERTO: simboliza o Sumo Sacerdote quando ele está de pé em frente a escura Sala Oeste do templo. Nessa posição ele representa o Ego que conscientemente entrou nos reinos superiores da natureza em completo controle das suas faculdades espirituais.

MITOLOGIA GREGA: Dois primitivos deuses lunares são Demeter e Persephone (mãe e filha), cujas mitologias são altamente simbólicas sobre o ritmo e os ciclos da fertilidade, criatividade, desenvolvimento e a revelação encontrada no ser humano e na Natureza. Gea (Terra) e Rhea estão intimamente conectadas com a Terra, mas seus papéis importantes no início da criação, em auxiliar o estabelecimento da ordem inicial das coisas, estão intimamente associadas com a operação das forças lunares. Isso reflete o fato oculto de que a Lua foi, um dia, parte da Terra, tendo sido arrojada para longe no início da Época Lemúrica. Há também uma certa quantidade de sapiência lunar encontrada nas mitologias de Artemis e Hestia.

CRISTIANIDADE CÓSMICA: Câncer é o Signo do Solstício de Junho, o tempo do ano quando as forças espirituais estão mais distantes do ser humano, ou seja, quando ele pode se concentrar melhor no lado físico de sua existência e aplicar a si mesmo para aprender as lições que estão disponíveis aqui, no Mundo Físico. Durante esse tempo, o Cristo Cósmico repouso no seio do Pai e renova as suas forças que Ele gastou totalmente para nosso benefício durante todo o ano que passou.

(traduzido da Revista: Rays from the Rose Cross – julho/1977 pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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