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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Emprego da Astrologia Rosacruz e como Você a Emprega

Há dias recebi de um amigo, que não compreende por que tenho confiança na Astrologia, um recorte da revista americana “News-week”, número de 12 de outubro de 1959. Apresento aos Amigos a tradução desse artigo, porque representa preciosa lição para nós.

“Para Bruce King, tudo o que está escrito nas estrelas, seja a Conjunção de Vênus com Marte, seja a de qualquer outro corpo celeste, representa dinheiro.

King, mais conhecido como Zolar, o mais popular astrólogo do mundo, é autor de aproximadamente 70% de todos os horóscopos vendidos no Estados Unidos. Seu lucro pelas predições: cerca de 150.000 dólares por ano.

Na última semana, King assinou contrato para colocar seus novos horóscopos para 5 anos (5 dólares cada um) nas 2.200 lojas de F.W. Woolworth antes da chegada do Ano Novo. Depois, puxando uma baforada de seu cigarro, concedeu uma entrevista, pela primeira vez durante seus 25 anos de astrólogo, em seu escritório em New York, sem turbante e sem olhar para a bola de Cristal.

Não sou adivinho, disse o senhor de 62 anos chamado Zolar (ZO de zodíaco e LAR de solar). Tudo o que faço com a astrologia é levantar o mapa da vida de uma pessoa. Ele mostra como a vida pode ser conduzida, mas nem os homens nem as mulheres são sujeitos ao destino.

Cada homem forma o seu próprio destino.

King recebe, no mínimo, umas 10.000 cartas por ano pedindo conselhos (que são fornecidos a 3 dólares, isto é, 800 cruzeiros cada um). Dessas cartas, 80% são de mulheres, concluindo-se, portanto, que a maioria das cartas trata de assuntos do coração. A pergunta feita com mais frequência, disse King, é: ‘Quando me casarei?’. A resposta para os nascidos em princípio de abril é: ‘Urano favorece o amor e as amenidades da vida… durante o mês de outubro’.

Tendo sido corretor de fundos, King se ligou com a Astrologia durante a crise porque lhe pareceu que os astrólogos eram as únicas pessoas que tinham algum dinheiro. Imaginou e organizou a venda de horóscopos e mais tarde expandiu suas vendas por intermédio da cadeia de lojas de Woolworth Kresge e Mc Cory.

Ele estima em mais de 50 milhões o número de horóscopos vendidos por ano.

Agora, sua linha de acessórios astrológicos (?), todos remetidos pelo correio em envelopes sem indicação de conteúdo, inclui tudo, desde cartões de predição e de indicações astrológicas de aniversário, até seu livro mais vendido (best-seller): ‘Segredos Astrológicos do Amor, das Emoções e do Casamento’.”

Esse é o artigo, meus Amigos.

Agora vamos à lição que ele encerra. Vamos responder sinceramente às seguintes perguntas:

Que uso você faz dos seus conhecimentos de Astrologia Rosacruz? Você a usa como uma ciência sagrada, que nos revela o segredo dos Equinócios e do sacrifício anual do Cristo para podermos sobreviver?

Ou a emprega vendendo predições (ainda que não por dinheiro, mas por fama e poder ilusórios), com informações de quando os Signos são propícios?

Nessa última hipótese, você se compara aos vendilhões do templo no tempo de Cristo e está prostituindo a divina prerrogativa de obtenção de ganho para si.

Quando você é provado por uma série de incidentes de “azar” você vai olhar o seu tema para ver se Marte e Saturno estão em conflito e se conforma com isso?

Ou você enfrenta a situação sabendo que isto é mais uma prova oferecida para o seu crescimento espiritual?

Você aceita um outro pedaço de sobremesa sabendo que está sobrecarregando o maravilhoso instrumento que vem construindo laboriosamente desde o princípio da criação, com a desculpa de ter Júpiter em Câncer? O nosso Corpo deve ser o instrumento do Ego e não um brinquedo dos desejos.

O conhecimento da Lei do Renascimento foi ocultado ao ser humano deliberadamente, para que ele possa aproveitar ao máximo seu tempo durante sua curta vida terrestre em se concentrar sobre as coisas materiais.

As doze Hierarquias Criadoras – chamadas, também de Hierarquias Zodiacais – que têm conduzido o desenvolvimento desse universo solar têm uma concepção da existência muito acima da concepção que o ser humano dela possui. Podemos dizer que a concepção humana está para a concepção das Hierarquias Criadoras como a concepção de uma estátua (se pudesse conceber algo) estaria para a concepção do artista que a criou. O trabalho atual das Hierarquias Criadoras nesse Planeta Terra é desenvolver o SERVIÇO (Peixes) e a PUREZA (Virgem) em toda a humanidade, para que possamos compreender nossas próximas lições que serão: AMIZADE (Aquário) e CONTROLE PRÓPRIO (Leão). Aprendemos a lição do SERVIÇO sobrepondo aos nossos desejos egoístas o cuidado para com nossa família, nossa comunidade e nossa pátria. Se tivermos bastante fé para agirmos assim, estaremos nos preparando adequadamente, pois Cristo aconselhou-nos a não nos preocuparmos com o amanhã. Nosso Pai Celeste sabe o que precisamos.

Será preciso irmos mais além? Max Heindel nunca nos teria ensinado Astrologia Rosacruz se tivesse pensado que ela seria pedra de tropeço a qualquer um dos seus seguidores.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Interpretação Astrológica do Salmo 23

1 – O SENHOR é o meu pastor, não me faltará.

2 – Deitar-me faz em verdes pastos guia-me mansamente às águas tranquilas.

3 – Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor de seu nome

4 – Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte não temeria mal algum, porque tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam.

5 – Preparas uma mesa perante mim na presença de meus inimigos; unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda.

6 – Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão por todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para sempre.

Salmo 23:1-6

Temos a impressão de que esse Salmo foi escrito especialmente para nós que vivemos nestes dias de inquietação e insegurança, porque:

  1. Pela repetição de suas palavras adquirimos uma sensação de paz e segurança;
  2. Embora simples como uma oração infantil, elas são mais profundas do que qualquer filosofia;
  3. Não sendo uma oração nem uma promessa (sendo a última linha uma profecia) apenas são um canto de fé a Deus;
  4. Ele conta as belezas do mundo, a generosidade de Deus e suas bênçãos, nós não nos pertencemos, mas sim a Deus;
  5. Pelo uso deste Salmo em forma de oração – recorremos às 12 Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras ou, ainda, Hierarquias Zodiacais.

A Bíblia revela-se em seus verdadeiros significados por meio de sete chaves. Entretanto, neste trabalho vamos analisá-la por meio da chave astrológica, compreendendo que a palavra “Senhor” se refere à Lei Cósmica.

O SENHOR É O MEU PASTOR – A Lei Cósmica é o nosso Pastor ou a nossa Guia em nossa peregrinação através da matéria. Áries, “cabeça” do Círculo Zodiacal, é a primeira ou a maior das 12 Hierarquias Criadoras em virtude de se encontrar muito próximo à Luz, Deus, perdendo em glória apenas em relação ao Esplendor Central.

Apenas sabemos que esses Seres se identificaram como o Pai ou Princípio Vontade.

Para ajustamento de nossas vidas ao Plano Divino, torna-se necessário grande esforço, grande atividade anímica, porque o Corpo de Desejos é o elemento de ação com o qual nós contamos desde o tempo em que, por nossa própria iniciativa, nos propomos a dirigi-lo quando a Mente era apenas um germe. Não é, pois, de se admirar que nos deparemos com grandes dificuldades, devido a essa união do Corpo de Desejos – de ação e de emoção – com a Mente.

A realização da vida superior requer a separação desses dois veículos.

Adicionalmente, nos servirmos do cérebro para dirigir e operar em todas as funções corporais, porém apenas podemos usar algumas áreas cerebrais. Restam áreas não despertas, próprias de uma vida mais ampla que virá, depois de removermos as barreiras autocriadas.

NÃO ME FALTARÁ – Existe o suficiente para todas as necessidades, tanto de ordem material, como espiritual. Quando tivermos conhecimento dos mistérios e trabalharmos com eles, por meio do uso controlado das forças correspondentes que estão dentro de nós, superaremos todas as carências do amanhã.

Primeiramente, necessitamos estabelecer “internamente” a ordem e harmonia usando o pensamento e a palavra para criar apenas o que estiver tonalizado com a harmonia do Universo.

Nossa segunda necessidade é desenvolver a determinação, a constância necessária para manter nossos pensamentos até que o propósito seja cumprido. Touro reflete-se na laringe. Temos a palavra, então.

Quando admitimos que a laringe é um órgão criador, acautelamo-nos com nossas palavras, o nosso mais elevado privilégio. Lembremo-nos das palavras de CristoToda palavra ociosa que o homem fala, terá que dar conta dela no dia do julgamento.” (Mt 12:36-37).

A Natureza não é pródiga em dádivas, mas quando nos conformamos com suas Leis, “NÃO NOS FALTARÁ”.

DEITAR-ME FAZ EM VERDES PASTOS – Somos levados ao campo da Mente e por isso ao Signo de Gêmeos. Ele é um Signo dual, expressa forma positiva e negativa, os polos do Espírito bem como contrastes expressos no plano físico da matéria.

Foram os Senhores da Mente que implantaram o germe mental na parte superior do Corpo de Desejos, criando uma união íntima entre ele e o poder emocional.

Gêmeos reflete-se em nosso Corpo Denso por meio dos pulmões que, ao se desenvolverem pelo aumento do oxigênio no sangue, torna possível à nós levá-lo ao íntimo dos nossos veículos e iniciar, assim, a expressão de Individualidade. Nós, o Ego, controlamos nossos veículos por meio do calor do sangue.

Jeová – o Espírito Santo –, o Senhor dos Espíritos de Raça, iniciou seu controle sobre nós por meio do ar que inalamos e o sangue que circula através dos pulmões.

Atingiu, assim, a evolução a sua mais elevada forma de contrastes. Começamos a gerar, levamos a nossa consciência para a nossa forma exterior.

Daí, então, nossa Mente embrionária, operando com alguma clareza, nos mostrou a nós mesmos como uma forma entre outras formas. Assim, o contraste entre as formas se tornou para nós um estado de separação, estado que em a Natureza não existe, e que se trata apenas de uma nossa ilusão mental. Eis que então o nosso maior problema é o de compreender a nossa unidade com todos no universo. Essa Unidade se revelará quando a Mente se espiritualizar por meio da nossa natureza emocional.

A Mente é a ferramenta, a razão, o archote por cuja luz nos ajusta os pequenos fragmentos da Verdade.

São Paulo, diz: “Agora conhecemos em parte, porém conheceremos com também somos conhecidos.” (ICor 13:12). Tal são os “verdes pastos” da Mente.

GUIA-ME MANSAMENTE ÀS ÁGUAS TRANQUILAS – Agora nos deparamos com o Signo de Câncer, cujos Querubins nos despertaram o Espírito de Vida, o segundo Aspecto da Divindade e a contraparte da Sabedoria ou do Princípio Materno de Deus.

Câncer, o segundo dos grandes Signos Maternos, é ativo na forma de colocar em ação o pensamento de Deus na substância física. Sob Touro a palavra criadora põe a vida em movimento rítmico, ao longo das linhas determinadas pela Vontade Divina. O princípio Materno em Câncer recebe e mantém o quadro vivente do Plano, como se estivesse refletido na superfície profunda e quieta da “lagoa”, imprimindo esse quadro vivente do Plano sobre cada semente de vida em cada forma na concepção, “cada uma em conformidade com a sua espécie”.  Podemos realmente dizer que a “mãe Natureza” é o Signo de Câncer. Quando a operação das formas de Câncer é compreendida, entendemos o mistério da vida em si mesmo.

Presentemente podemos censurar os quadros que, diariamente, e passam através do nosso espelho mental, aceitando aquilo que é bom, acionando o poder criador de nossos corações a fim de que se manifeste em nossas vidas o mais prontamente possível. Também procuramos desenvolver a visão interna que nos proporcionará a simpatia que compreende, estimula e cura. O Princípio Materno de Câncer trabalha, nutre, bem como concebe. Reflete-se no estômago, preparando o alimento para a digestão, ao passo que nos seios provê a nutrição para o recém-nascido. A Luz rege o Sistema Nervoso Simpático que controla todas as funções involuntárias do Corpo Denso. A vida atual causa, em todos nós, quase que uma contínua tensão, produzindo contrações nervosas e musculares que interferem no fluir da força vital em todo organismo. Portanto, na preparação da meditação, acalmamos a Mente, relaxamos toda a tensão, abrindo as portas do santuário interno; mas também libertando, para mais grandiosas ações, as forças que sustentam nossos Corpos.

Compreenderemos então as palavras: Ele “guia-me mansamente às águas tranquilas”.

REFRIGERA MINHA ALMA – É no lar do Signo do Sol – representado em nossos Corpos Densos pelo coração – que temos a explicação dessa frase. Os Senhores da Chama, a Hierarquia Criadora de Leão, nos deram o germe do Corpo Denso e despertaram o nosso Espírito Divino, ainda em formação. Segundo os Ensinamentos Rosacruzes, o Sol é o símbolo mais aproximado que temos de Deus. É o Véu daquilo que está oculto. Por isso São João nos fornece uma melhor definição: “Deus é Luz, Deus é Amor (IJo 1:5 e IJo 4;8) e penetrando o Universo com Sua Vida fluindo como uma corrente de fogo Vivo em toda a Natureza.

Ainda São João nos diz que “A vida era a Luz dos homens, e a Luz brilhava nas trevas e as trevas não a compreenderam.” (Jo 1:5). As trevas representam nossa Mente concreta, ligando-nos ao Mundo da forma.

Quando nossos esforços se encaminham penetrantemente em direção às trevas (o véu da matéria), apressamos a elaboração da Alma Consciente, a frutificação das experiências do Espírito relacionadas com o Corpo Denso.

GUIA-ME PELAS VEREDAS DA JUSTIÇA – Isso nós devemos aos Senhores da Sabedoria que no Período Solar nos deram o germe do Corpo Vital, atualmente composto de quatro Éteres, utilizados na elaboração da Alma Intelectual.

Mercúrio, o Mensageiro de Virgem e o Planeta da razão, nos ajuda a desenvolver, claramente, o discernimento necessário para analisar e classificar nossas conclusões. Por meio do discernimento os frutos da experiência são absorvidos, afetando decididamente o Corpo Vital, usado por nós como um departamento de compensação para todas as nossas atividades. Virgem tem seu reflexo no Corpo Denso por intermédio dos intestinos e de suas funções (os processos de seleção e de absorção). Pela ligação desse núcleo mental com uma forte devoção a ideais de pureza, de serviço e da verdade seremos levados a caminhos de real utilidade

POR AMOR DE SEU NOME – Pelo estudo do Plano Divino, o alvo essencial é o equilíbrio entre os polos positivo e negativo do ser. Entre o Espírito e a Matéria, a Vida e a Forma, entre o Criador e a Sua vasta Criação.

A confusão existente no mundo é um reflexo daquilo que criamos em nossa consciência. Agora, por intermédio dos Senhores da Individualidade, que nos deram o germe do Corpo de Desejos no Período Lunar, disciplinamos esse Corpo de Desejos e formamos a Alma Emocional. Vênus indica a parte vital desempenhada pelo amor e pela pureza na realização do equilíbrio simbolizado por Libra. Vênus é o salvador do bem, conservando-o para crescimento evolucionário. Repete-se em nosso Corpo Denso por meio dos rins, onde os elementos indispensáveis são conservados por meio da filtração da corrente sanguínea. Assim o Amor e a Pureza nos tornam aptos a joeirar o verdadeiro do falso, na Lei Cósmica por Amor ao Seu Nome.

AINDA QUE EU ANDASSE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, NÃO TEMERIA MAL ALGUM – Sob Escorpião todo o trabalho requerido fundamenta-se na ligação de tudo aquilo que aprendemos durante a nossa peregrinação na matéria. Deparamo-nos aqui com o mistério da vida. Necessitamos de compreender que o Espíritomove-se sobre as águas do profundo” dentro de nós, vertendo através do canal formado por nossos desejos, criando em nós e em nossas vidas as condições correspondentes àqueles desejos. De acordo com as leis da vida, se harmonizará cada um dos departamentos do nosso ser nos tornando vitoriosos sobre a vida e a morte. Por meio de Escorpião temos a oportunidade de fundir nossas qualidades mediante a junção dos raios de Vênus (Touro) e Marte (Escorpião) pelo refinamento e redireção dessa grande força vital. Dessa forma, nossa consciência se desperta para o glorioso significado da vida, proporcionando-nos criar o “Novo Céu” e a “Nova Terra” para onde toda a Onda de Vida humana está se movendo.

TUA VARA E TEU CAJADO ME CONSOLAM – Em Sagitário, os Senhores da Mente mantêm a visão do nosso alvo diante de nós, com Júpiter dissolvendo as barreiras que levantamos ao redor de nossa consciência. São aquelas barreiras que nos mantêm confinados àquilo que está de acordo com nossos sentidos. Sagitário é o Signo por meio do qual o Fogo Criador do Espírito Santo flui para criar em nós a Mente superior – Deus-Mente – que, livre da escravidão das formas, se relaciona com as Leis e Princípios subjacentes em todas as formas, criando como Deus cria. O Espírito Santo procede da união do Pai (Princípio da Vontade) e do Filho (Princípio da Sabedoria). Daí ser a mensagem de Sagitário a de juntar os poderes da Mente e do Coração para que, assim, todos ascendam ao Trono de Deus. Impelida pelo trabalho de realização anímica, a Mente superior desenvolve-se para manter nossos veículos em grande eficiência, refletindo-se na espiritualização do Corpo Denso, do Corpo Vital e do Corpo de Desejos por meio da elevação vibratória de cada célula. Daí então a força criadora começa a fluir como ouro líquido, ascendendo lentamente em direção ao seu objetivo situado no cérebro, para aí acionar as Glândulas Endócrinas Corpo Pituitário (hipófise) e a Pineal (conarium ou epífise cerebral). O fêmur representa Sagitário no Corpo Denso, tornando possível a rapidez e a liberdade de ação. O movimento no Caminho da Iniciação é obtido por meio da Divindade interna.

PREPARAS UMA MESA PERANTE MIM NA PRESENÇA DE MEUS INIMIGOS – O pensamento é a semente e dele brota a ação e a manifestação. Um quadro mental na frente de Deus é a semente da qual surgiu todo o Universo, bem como todo o trabalho das inúmeras ordens de Seres de variados poderes para executar seu Plano. Nossa Onda de Vida particular é apenas uma definida parte do Plano de Deus como qualquer outra Hierarquia Criadora que nos precedeu na infindável procissão que se estende desde a argila até Deus.

A nossa parte não poderá ser cumprida eficientemente se não soubermos quem e o que somos, de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos. Em Capricórnio temos a delineação completa do Plano. Saturno, mensageiro de Capricórnio, cuja força tem relação com o princípio e o fim da manifestação:

  1. Situa os limites do Universo;
  2. Cristaliza os pensamentos de Deus em formas dentro das substâncias de todos os planos;
  3. Ajuda a conscientização do Ego humano na consciência física;
  4. Manifesta-se na vitória do Espírito sobre a matéria e na nossa volta a Deus.

Estudando o Plano de Deus compreendemos que a forma deve ser usada somente para desenvolvimento da consciência e poder da chispa de vida interna. Capricórnio reflete-se em nossos Corpos Densos nos joelhos, funcionando como acomodações para o movimento, adaptável tanto mental como fisicamente.

Precisamos compreender a importância dos nossos Corpos, servos do Ego, que requer persistente concentração para o cumprimento do Plano de Deus. Assim procedendo superaremos o “eu inferior”.

UNGES A MINHA CABEÇA COM ÓLEO, O MEU CÁLICE TRANSBORDA – Em Aquário temos uma visão da Forma Divina em operação através das 12 Hierarquias Criadoras e Espíritos Planetários do nosso Sistema Solar. Operam como intermediários de Deus, como Fonte e Centro de toda a Vida, em “quem vivemos, nos movemos e temos nosso ser.” (At 17:28). Cada um tem uma parte de responsabilidade no desenvolvimento do Plano Divino, alcançando a unidade na diversidade, antes que possamos merecer a primogenitura como filhos de Deus.

Estamos no ponto mais crítico de nossa evolução, donos de uma vontade livre, de Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos fortemente desenvolvidos. Por meio dos Anjos, que é a Hierarquia de Aquário, fluem correntes do Amor Divino provendo nossas necessidades. As leis Cósmicas podem tornar-se conhecidas por intermédio de Saturno e de Urano, esse impulsionando-nos a investigar os segredos da Natureza e, também, nos levando à originalidade, estimulando o crescimento espiritual e individual.

Saturno, assistindo-nos, possibilita a coordenação dessas conclusões e de pô-las em prática. Se se tornam rígidas, Urano quebra-as. Saturno clama por justiça, ordem, dever e senso de responsabilidade. Por intermédio de associações, empenhados em esforços cooperativos, ascendemos pela influência de Urano ao altruísmo e, dessa forma, preparamo-nos para a Era de Aquário.

Necessitamos aprender a trabalhar em conjunto para um bem comum, desenvolvendo todos nossos poderes ao máximo, tal como fazem as células em nosso organismo físico (a unidade na diversidade). A coordenação dos movimentos está relacionada – em Aquário – com os tornozelos em nossos Corpos Densos.

Quando essa coordenação é usada na movimentação para frente, no sentido evolutivo, realmente podemos dizer: “Tu unges minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.”.

CERTAMENTE QUE A BONDADE E A MISERICÓRDIA ME SEGUIRÃO TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA E HABITAREI NA CASA DO SENHOR PARA SEMPRE – O Signo de Peixes revela, por intermédio das profundezas do misticismo, as sombras dolorosas que atraímos sobre nós em virtude do nosso rompimento com nossos guardiães espirituais, ao assumir a responsabilidade dos nossos atos. A Lei de Causa e Efeito se torna necessária porque frustramos a Lei Cósmica. Ao tomar conhecimento da conexão entre semear e colher, Peixes se torna o portão luminoso da libertação. O Dia da Libertação depende de nós. Podemos reclamar nossos direitos de primogenitura como filhos de Deus e enveredar pelo reto Caminho. Se assim fizermos, devemos passar pelo Tabernáculo no Deserto e, por meio da Iniciação, encontrar a Verdade que nos tornará livres.

Em relação ao Corpo Denso, os pés se relacionam com o Signo de Peixes representando a base que suporta todo o Corpo Denso. Assim, a influência de Peixes é o fundamento sobre o qual repousa nossa vida espiritual. É por meio da libertação que vem a compreensão, e certamente a bondade e a misericórdia nos seguirão todos os dias de nossas vidas e habitaremos na “casa do Senhor” para sempre.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – abril/1973 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hierarquias Zodiacais – Sagitário: Liberdade, Justiça e Visão

(*) Advertência:

A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º grau até 20º grau);

Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela.

Astros nas Casas:

  1. Os Astros no Signo Ascendente podem modificar a descrição;
  2. Astros colocados na 12ª Casa e que se encontram dentro de seis graus dessa podem modificar a descrição.

Em tais casos o Estudante deve usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.

(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)

O verdadeiro sagitariano pode ser uma das mais nobres e agradáveis personalidades dentre os vários tipos encontrados no Zodíaco. Sobressai-se não só quanto ao corpo, mas também quanto a Mente e Coração e são dignos de uma atenção especial.

Virgílio disse: “Feliz é o homem que é capaz de aprender a causa das coisas”.

A profundidade do sagitariano, acrescentada à sua felicidade natural e bom temperamento, mostra que o sucesso já lhe é peculiar. A pessoa de Sagitário compreende e manifesta o fato de que o “gênio” se desenvolve com a solidão e o caráter com a luta e o correr da vida.

Tendo seus pés no chão, são práticos e como sua consciência está ligada às esferas celestes, o sagitariano preserva o divino no relacionamento entre níveis inferiores e superiores de manifestação. Aceita e avalia, baseado na verdade e na justiça, os elementos necessários para o reconhecimento da liberdade e tolerância perante as forças da vida.

Análise, solidariedade, equilíbrio de poder e uma força criadora se movimentam dentro do coração da criança de Sagitário. Assim como o símbolo desse Signo é meio-humano, meio-animal (Centauro), que se levanta do mais baixo para o mais alto através da aspiração, assim também é o movimento dessa Hierarquia Criadora, do domínio do presente para o do futuro. A aspiração e o idealismo do sagitariano o manterá em constante procura e luta pelo amor, pela beleza e perfeição que ele, instintivamente, sabe que a vida oferece. Mesmo que suas aspirações estejam muito além das, normalmente, almejadas pelo ser humano, ele sempre se movimentará no sentido de obter o ideal e a meta a que se propôs.

Visando os Astros, a consciência humana, uma vez libertada das limitações de credo e do dogma, vai se movimentar em harmonia com o coro da liberdade. Pouca restrição é necessária com esse Espírito vibrante e Sagitário logo aprende que a liberdade está reservada àqueles que fazem um progresso definitivo na grande escola da vida. Podemos estar ligados ao passado, mas estamos livres para o futuro. A vida e a ação de hoje dão a medida do progresso futuro. Devemos olhar para nós próprios a cada dia que passa, sob a luz de uma análise honesta.

Precisamos aceitar nossas qualidades e construir sobre o que possuímos de bom, avaliando cada fraqueza e tentação, dirigindo, conscientemente, nossa força de vontade, esforçando-nos para corrigir os fatores suspeitos e as ações censuráveis.

Desta maneira, o sagitariano ou outra pessoa qualquer poderá obter um quadro preciso de sua Personalidade. Os sagitarianos, muitas vezes, não usufruem de certos privilégios e bênçãos na vida, devido ao fato de não verem coisas que são óbvias. Suas tendências são para se dirigirem a um alvo ou um ideal que estão muito além do seu alcance. Raramente atingem seu objetivo total, mas, mesmo assim, vão sempre além do ponto de partida. Contudo, muitas experiências maravilhosas e válidas são perdidas, não são vistas ou apreciadas, porque os sagitarianos precisam aprender a julgar todas as coisas com igual interesse, lembrando-se que o esforço sério e sincero para alcançar seus ideais e objetivos é a principal meta na vida. Toda a experiência é válida, porque o agir contribui para o crescimento do caráter. O sucesso na realização das ambições da vida obtém-se pelo equilíbrio e objetividade. Todas as outras coisas encontrarão expressão, mas ficam, normalmente, subordinadas ao caminho principal ou ideal.

Cada uma das Hierarquias Criadoras estudadas (de Áries a Escorpião) representa uma força de intensa magnitude, manifestando-se em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos da humanidade lições que ajudam no desenvolvimento dos poderes espirituais. Isto é verdadeiro nas cinco primeiras Hierarquias Criadoras, de Áries até Leão, cuja força e ação fincaram os alicerces sobre os quais outros princípios criadores puderam agir. Com Virgem, Libra e Escorpião entramos num domínio de manifestação diretamente associada à nossa evolução atual. Em Escorpião, consideramos o Caminho da Regeneração, o que nos ajudou a compreender e a fazer uso correto da força criadora deste Signo da Água, intenso e emocional. Já vimos que o Ego foi equilibrado pela balança de Libra. Uma vez pesado, testado e preparado para a Iniciação, o Aspirante à vida superior passa por testes cruciais que revelam a sua habilidade e força para servir com os Irmãos Maiores, que se dedicaram inteiramente à eterna perpetuação da vida e do serviço.

O Despertar da Mente Superior – com o domínio do princípio criador de Escorpião, a regeneração, um novo impulso, uma força espiritual ardente é, então, acrescentada às manifestações da unidade criadora que se fez conhecida da humanidade. Sagitário vem atirando suas flechas (ideais) em nossas Mentes e esta expressão suprema do fogo criador desperta a Mente superior, não o Corpo Denso. Precisamos aprender a não fugir dos dardos e das flechas pontiagudas de Sagitário, pois elas não ferem quando são recebidas. Por outro lado, seu alvo é nos levar para grandes alturas e imensos triunfos. A necessidade de nos movermos, além da capacidade inerente a cada um, é uma luta intensa; mas, embora direto, proposital, muitas vezes brusco e sempre franco, Sagitário tem sempre em seu coração os melhores motivos e os mais bondosos interesses em relação aos outros.

Quando Sagitário dedica-se para conseguir despertar em outros os instintos superiores, mesmo que isso leve tempo, é um sinal de amor e devoção e esse esforço supremo é certo que resultará em iluminação. Quando Sagitário reconhece em outros a pureza de propósitos e a afinidade espiritual, liga-se a esses Egos de tal maneira que testa os indivíduos até seu limite. Quanto maior o amor, mais forte e mais duradouras serão as promessas, porém, maiores também serão os testes e as tentações de maneira a quebrar e frustrar o empenho perfeito do Ego.

Sagitário pode se sair bem ao ajudar as pessoas a vencer essas fraquezas humanas, fazendo sentir que problemas menores necessitam de considerações e reações menores. Mesmo que o impulso e a impaciência rompam esse relacionamento, a ligação espiritual de um pelo outro nunca morre. Atenção a detalhes permitirá unidade de objetivos e coordenação de esforços. O amor floresce na luz e a verdade é restaurada e renovada à medida que a fé e a confiança se misturam com a devoção. Será que a experiência em coisas tristes, transformada em esplendor espiritual, me admitirá na sua presença Sagrada? Você entende e aceita as lutas da minha vida?

Essas são as perguntas que o Ego apresenta a Sagitário, à medida que minhas lutas me conduzem ao Caminho, a procura da união eterna com a Fonte de tudo que existiu anteriormente.

Sagitário possui o poder de vida acumulada e quando este princípio nos é dado, nossas vidas irradiam em grandeza e o Ego se eleva na recepção de energia dessa entidade divina. Uma vez que tenhamos contatado essa grande Hierarquia Criadora, corremos e nunca mais paramos. O ar livre será o lar das crianças de Sagitário e uma vida livre lhes é dada para que possam criar, em planos superiores, sobre uma força totalmente nova.

Nunca Sagitário deu tanto para o mundo e suas flechas furam a aura da Terra e aqueles que estão dentro dela, de modo que o Espírito de Deus possa entrar pelas aberturas e feridas por elas causadas. Estamos sendo constantemente atingidos e devemos receber tudo o que Sagitário nos envia, aberta e conscientemente. Se não abrirmos nossos corações para seus ideais e força, Ele necessitará furar a superfície com dardos puros da verdade, até que a sabedoria profunda se torne inata no ser humano. Júpiter, o hábil ajudante de Sagitário, está sempre conosco e se correspondermos aos princípios de Júpiter, encontraremos uma verdade que queima como fogo e um fogo que purifica … o fogo do Espírito Virginal manifestado, o Ego.

Construindo para o futuro – O fogo espiritual de Sagitário é tão grande que não podemos suportá-lo por muito tempo; mas este poder criador virá sempre, pois ele continua a construir de maneira renovada, em esferas superiores.

Assim como Áries representa a sempre presente Força Vital do Universo e Leão nos leva de volta ao passado e possui um registro imortal de nossas ações, Sagitário constrói para o futuro. A capacidade para a ação futura é dada por meio da força da Epigênese (que cria valores novos e originais a partir de modelos antigos) que o ser humano combina o fogo da vida (Áries) com a força do amor (Leão) para tornar possível as experiências futuras (vidas) através do fogo reprodutivo do Espírito (Sagitário).

Estes elementos são essencialmente espirituais e particularmente criativos porque os Signos envolvidos são ardentes e masculinos: Áries, Leão e Sagitário.

Os sagitarianos são Espíritos livres e toleram certas condições por tempo limitado. Quando se movimentam, expressam claramente suas convicções em termos definidos. Não ficam parados e estagnados uma vez que a força potencial esteja dirigida para os canais apropriados. A ação traz a experiência e essa assegura o crescimento, à medida que a vida se desenvolve. O sucesso dependerá, em grande parte, da combinação e utilização da sabedoria e do julgamento.

Quando Sagitário é atraído por um interesse profundamente religioso ou filosófico, o uso dos princípios cósmicos se torna um guia na vida, o que levará a uma satisfação intensa, particularmente aonde uma presença divina e uma reta postura espiritual sejam elementos inerentes. Estes fatores fortalecem-se durante as muitas vidas até que suas manifestações venham à tona, sobressaindo-se.

Sagitário, o Signo da 9a Casa, é regido por Júpiter. Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e algumas Conjunções) para com Júpiter oferecem oportunidade de combinar os elementos indicados pelos Astros (Sol, Lua e Planetas) concernentes. Onde Vênus e Urano, Mercúrio e Netuno estejam envolvidos, lições importantes, como respeito às “oitavas planetárias”, são dadas.

A influência de Vênus, quando usada corretamente, é uma dádiva a toda a humanidade. A beleza, doçura e o carinho que Vênus pode nos transmitir, faz com que adquira um lugar nos corações de homens e mulheres que nenhum outro Astro possui. Urano, o Planeta do altruísmo e do pensamento original, amante da liberdade e vibrante em todos os aspectos, tende a desenvolver um amor que abrange toda a humanidade. Sua ação é, talvez, mais sutil do que a de Vênus, porém mais duradoura.

Quando juntos, Vênus e Urano podem produzir o maior amor e a mais pura expressão de afeição e devoção que se pode imaginar (mais ainda quando com Aspectos benéficos em Sagitário e/ou com Júpiter). Naturalmente, as tendências de Vênus à fraqueza e a se deixar levar por temperamentos negativos devem ser superadas. Contudo, com Urano envolvido, toda esta energia pode ser até estimulante, emocionante e se transformar, para sempre, no mais produtivo canal.

Mercúrio e Netuno são indicadores do potencial espiritual. À medida que evoluímos, nossa compreensão passa das qualidades do enfoque geral de Mercúrio para a compreensão divina de Netuno. O relacionamento desses Planetas é, portanto, muito próximo, visto que as ações de um se fundem com o desenrolar do outro. Novamente, com Sagitário e/ou Júpiter envolvidos, Mercúrio e Netuno formam um paralelo de suma importância. O resultado poderá ser uma compreensão divina expressa na escrita, na fala e no ensino, se o Aspirante à vida superior souber tirar proveito desses aspectos.

Sagitário é a criança, cuja imaginação está fora deste mundo. O fato de viver em um estado sonhador, de belas e elevadas visões, talvez inacessíveis ideais, não impede a felicidade final. Com uma atitude positiva, Sagitário sabe que a ajuda virá e que o sucesso será uma realidade. Onde quer que Sagitário esteja, as aspirações naturais serão bem-sucedidas e imbuirá, nos outros, as flechas da verdade.

Assim como recebemos nossas forças da Mãe Terra, também olhamos e procuramos nos lugares elevados, um sinal daquilo que está por vir. Sagitário não se detém em nada, mas dá somente o suficiente para o dia. Este é o Fogo do Espírito. Andamos, hoje, em sintonia com a força que constrói o amanhã.

(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em dezembro de 1981)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Quatro Graus para Chegarmos a Deus

Nesse Esquema de Evolução traçado para todos, nós, os Espíritos Virginais, passamos por quatro grandes etapas de educação e de percepção de Deus, nosso criador:

A primeira, Seres muito mais evoluídos (chamados de Hierarquias Criadoras ou Hierarquias Divinas ou, ainda, Hierarquias Zodiacais) agem sobre nós, de fora, dando-nos auxílio externo, ajudando-nos a construirmos nossos corpos: o Denso, o Vital, o de Desejos e o veículo Mente (os nossos veículos de evolução) – enquanto permanecemos inconscientes do Mundo Físico ao nosso redor. Nessa etapa, adorávamos a Deus por meio do medo, a Quem começamos a perceber a existência. Fazíamos sacrifícios para agradá-lo. Passamos a fase do fetichismo.

A segunda etapa, com os veículos já construídos, somos colocados sob a direção dos chamados Mensageiros Divinos e Reis, a quem nós vemos, e a cujas ordens tínhamos que obedecer. Esses Mensageiros Divinos ficaram conhecidos como:

  • Senhores de Vênus” – que num tempo bem longínquo nos iniciaram na Arte da forma, através da música, pintura, escultura e arquitetura e do domínio da palavra como forma de criação nesse Mundo Físico;
  • Senhores de Mercúrio” – que, também num tempo bem longínquo, começaram a nos ensinar como nos dominar, como alcançar o domínio próprio, a utilizar esse Corpo Denso como mais um veículo, por meio do qual pudéssemos sair e voltar nele à vontade e a funcionar nos veículos superiores independentemente do Corpo Denso.

Quase no final desta etapa, após o trabalho destes Mensageiros Divinos, com quem convivíamos no cotidiano, e o chamávamos de deuses, fomos ensinados a adorar somente um único Deus invisível, criador de todas as coisas.

Assim, nessa etapa, aprendemos a olhar a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre. Fazíamos sacrifícios externos por avareza, esperando que Deus nos dê cem por um, ou para livrar-nos do castigo imediato, como: pragas, guerras, doenças, etc.

A terceira etapa somos ensinados a reverenciar as ordens de um Deus a Quem não vemos. Aprendemos a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro no Inferno.

A quarta e última etapa, aprendemos – e muitos ainda aprenderão – a elevar-nos sobre toda a ordem, a converter-nos em uma lei em nós mesmos. Conquistamo-nos a nós mesmos, aprendemos a viver voluntariamente, em harmonia com a Ordem da Natureza, que é a Lei de Deus. Nessa etapa chegamos a um ponto em que podemos agir bem sem pensar na recompensa ou no castigo, simplesmente porque “é justo agir retamente”. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com este princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

Durante a nossa evolução passamos por todas essas etapas. Ainda hoje, todos nós, seres humanos, estamos distribuídos por elas. Alguns ainda permaneceram na primeira etapa, outros na segunda, na terceira e na quarta. Isso ocorre devido ao grau de evolução da pessoa.

Considerando a nossa história aqui na Terra, experimentamos pela primeira vez a primeira etapa há muito tempo atrás, numa Época chamada Lemúrica. Nessa Época fomos treinados a ver e gerar fenômenos físicos.

Práticas de como fazer acontecer e aparecer coisas nesse Mundo Físico. Isso porque estávamos muito focados nos Mundos espirituais, os Mundos invisíveis aos olhos físicos. Não víamos com clareza o Mundo Físico. Então tudo que fazíamos acontecer nesse Mundo nos impressionava.

Adorávamos o desconhecido por meio de qualquer peça constituída de matéria física. Buscávamos “ver” a Deus nesse Mundo Físico associando-O a alguma peça material. O fetichismo era necessário e próprio para essa etapa de evolução. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

Assim, tudo que se relaciona com fenômenos expressos nesse Mundo Físico, e obviamente o fetichismo, são reminiscências da nossa passagem na Época Lemúrica, há muito tempo atrás. Se hoje, alguém utiliza, é porque está revivendo a reminiscência daquela longínqua Época. Assim, os que praticam atualmente o fetichismo estão muito atrasados e como que vivendo ainda naquela longínqua Época.

Àqueles a quem o fenômeno no Mundo Físico ainda o impressiona, o faz temer e o fascina, possui fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que os ajudarão a se libertarem dessas reminiscências, a fim de poderem aprender lições mais avançadas.

Já na segunda etapa experimentamos nossas lições pela primeira vez, também há muito tempo, numa Época chamada Atlante. Mais especificamente, quando fizemos parte de uma das sete Raças que construímos lá, uma Raça conhecida como Semitas Originais. Então, fomos ensinados a esquecer dos fenômenos e fetiches – afinal, já estávamos suficientemente voltados para o Mundo Físico! Então, fomos ensinados a adorar um Deus invisível e a esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

Temos muitos exemplos de ensinamentos dessa fase lendo o Antigo Testamento. Como passagem que mostra a nova orientação de adoração de vários deuses para adoração de um único Deus vemos no Livro do Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses além de mim“.

E ainda, no Livro do Êxodo 20:5-6: “Eu sou um Deus ciumento que puno a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos“.

Com esse recado, fomos ensinados a: se seguíssemos o preceito de Deus, seríamos abençoados e cobertos de bens materiais, no entanto, se nos afastássemos dos caminhos orientados por Ele, sofreríamos todos os males. A escolha era nossa. Éramos livres para escolher, mas sofreríamos as consequências dos nossos próprios atos.

Nasciam as Religiões de Raça, a Religião do Espírito Santo, as Religiões de Jeová, que muito nos ensinaram, e o livre arbítrio, que muito nos ensina. Assim, os que ainda vivem olhando a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre; os que ainda vivem sacrificando por avareza, esperando que Deus lhe dê cem por um, ou para livrar-se do castigo imediato, como doenças, guerras, pragas, pobreza, estão atrasados e vivendo como ainda estivessem naquela longínqua Época.

Àqueles a quem de Deus deve-se esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores possuem fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que o ajudarão a se libertar dessas reminiscências a fim de poderem aprender lições mais atuais.

Já a terceira etapa, experimentamos, pela primeira vez, somente nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Popular através da Religião Cristã, a Religião do Filho.

Por meio dele, foi nos dada a Doutrina Cristã: a vinda do Cristo, a Trindade, a Imaculada Concepção, a Crucificação, a Salvação, a Condenação Eterna, a Conversão, a Confissão e Absolvição, o Perdão dos Pecados, à espera da segunda vinda do Cristo.

Aqui somos ensinados a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro do Inferno. Todo o Novo Testamento nos orienta para o Cristianismo. Indica como não devemos ser hipócritas, nem idólatras, nem buscar recompensas em benefícios materiais quando adoramos a Deus. Por exemplo, lemos no Evangelho Segundo São Mateus 6:1: “Evitai praticar a justiça diante dos homens para serdes vistos. Do contrário, não tereis recompensa do Pai, que estás nos céus“. Quando orarmos a Deus, temos a seguinte orientação, no Evangelho Segundo São Mateus 6:5-8: “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas das praças para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a recompensa (a recompensa humana de serem cortejados). Mas quando rezares, entra no quarto, fecha a porta e reza ao Pai que vê no oculto. E o Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa. E nas orações não faleis muitas palavras como os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa das muitas palavras. Não os imiteis; pois o Pai já sabe de vossas necessidades antes mesmo de pedirdes“.

Várias são as passagens em que Cristo nos ensina que não é mais para ofereceremos sacrifícios externos: Eis uma no Evangelho Segundo São Mateus: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício.” (Mt 6:13).

O modelo de oração que o Cristão deve fazer é dado no Evangelho Segundo São Mateus: 6:7-13, conhecida como a Oração do Senhor ou “Pai Nosso”: “Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. Portanto, orai desta maneira: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa Vontade, assim na Terra, como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’”.

Há nela sete orações distintas e separadas, uma para cada um dos sete princípios do Ser Humano: o Tríplice Corpo, o Tríplice Espírito e o para o veículo Mente. Nessa etapa, já não devemos mais nos preocupar em acumular bens aqui na Terra. Afinal, o trabalho que tínhamos que fazer aqui já bem o fizemos!

Conquistamos a Região Química do Mundo Físico, transformando-a num paraíso para a evolução. Agora, nosso propósito é somente fornecer condições para utilizarmos as oportunidades para construir o Corpo que utilizaremos na próxima fase da nossa evolução: o Corpo-Alma. Assim, todo trabalho que envolve a conquista dessa Região Química deve ser substituído por tarefas que ajudem na conquista da próxima Região, ou seja: a Região Etérica do Mundo Físico.

Por isso que no Evangelho Segundo São Mateus 6:19-21, lemos: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração“.
E, complementando, no versículo 24: “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro“.

E para aqueles que vivem apenas se preocupando com as aparências, com o supérfluo, com o que um se veste ou outro deveria vestir, com o que os que estão ao seu redor fazem ou não fazem, ou com os prazeres da vida, quem sabe se lessem, compreendessem e vivessem o que o Evangelho Segundo São Mateus nos fala em 6:25-30 acordariam dessa ilusão e aproveitariam melhor a sua curta passagem nessa Terra:
Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a roupa, por que andais preocupados? Aprendei dos lírios do campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé?“.

Finalmente, a última etapa de educação e de percepção de Deus, nosso criador, é a etapa que representa o ponto em que podemos agir bem e sem pensar em recompensas ou em castigos, mas simplesmente porque “é justo agir retamente”.

Fazemos o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com esse princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

Esta etapa experimentamos, pela primeira vez, também nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Esotérico, trazido por Cristo, também pela Religião Cristã, a Religião do Filho.

Em particular, todos os Estudantes de todas as Escolas de Mistérios ocidentais – que preparam o Aspirante à vida superior para se desenvolver a fim de se candidatar às Iniciações Menores e as Iniciações Maiores ou Cristãs –, como o é a Fraternidade Rosacruz, estão procurando alcançar essa etapa. De modo geral, será alcançada na Sexta Época, a Nova Galileia, quando a Religião Cristã unificadora abrirá os corações dos seres humanos que estiverem aptos para isso.

Então, os seres humanos formarão novamente uma fraternidade, tendo Cristo como o Grande Guia Unificador.

A ideia de Raça será sobrepassada e a lei de unificação dada por Cristo no Novo Testamento e pouco compreendida: “Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14:26-27), que agora tentamos viver um pouquinho – muitas vezes a vivemos empurrados pelas lições do destino – será o nosso cotidiano e viveremos felizes, porque formaremos uma grande fraternidade, independente da raça, nação, família, posição social, sexo, simpatia, tamanho, aparência e de todas as ilusões impostas pela nossa Personalidade.

Por enquanto, tentemos colocar em prática os Ensinamentos Rosacruzes – conhecidos como Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – que não são nada mais, nada menos do que os ensinamentos Cristãos e bíblicos trocados em miúdos, adiantando-nos para a próxima etapa a fim de sermos os vanguardeiros, os indicadores do caminho, os servidores para os nossos irmãos e para as nossas irmãs que vem atrás, no trabalho de ajudá-los a chegarem lá e, juntos, formarmos a Fraternidade Universal que é o grande destino coletivo de todos nós.

Enquanto isso, a fim de aproveitarmos cada pequeno momento de mais uma passagem aqui na Terra, retirando a quintessência de cada pequena lição que passamos, gravemos os versículos 33 a 34 do capítulo 6 do Evangelho Segundo São Mateus: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu fardo.“.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Jardins Mágicos

Este livro temos uma representação simbólica da comunhão angelical com o ser humano por meio de flores.

Já no Prelúdio vemos uma descrição de como é a relação entre os Anjos, os Espíritos-Grupo de todo Reino Vegetal, e as flores.

1. Para fazer download ou imprimir (e ter acesso as figuras, que muito ajudam na compreensão):

Livro: Os Jardins Mágicos-Corinne Heline

2. Para estudar no próprio site:

OS JARDINS MÁGICOS

Por

Corinne Heline

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

3ª Edição em Inglês, Magic Gardens – 1971 – editada por The Rosicrucian Fellowship

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

DEDICATÓRIA

Dedicado à

MAX HEINDEL

cuja

apreciação

e encorajamento foram

os maiores responsáveis pela

geração dessa páginas.

Na Terra das Flores os sussurros do

céu podem se tornar audíveis para crianças;

pois também as hostes celestes

têm um jeito de “dizer isso com as flores”.

ÍNDICE

DEDICATÓRIA.. 3

PRELÚDIO – O Senhor Deus plantou um Jardim.. 8

O JARDIM DA ALMA.. 11

A FLOR DA PAZ – A Lenda do Jasmim.. 15

A ANÊMONA – A Alma dos Ventos. 18

O IDÍLIO DE NARCISO – Um Prelúdio para Aquelas que esperam ser Mamães. 21

A LEMBRANÇA DA ALMA – A Lenda do Alecrim.. 31

UMA DIVINA AVENTURA COM UM NARCISO E O MAR.. 35

UMA LENDA DO HELIOTRÓPIO.. 37

O AMARANTO DOURADO.. 40

SINOS ASTRAIS – O Ministério da Fúcsia. 42

UM CALENDÁRIO FLORAL – A Lenda da Poinsétia. 45

UMA MENSAGEM DE AMOR – Como Cresceu a Violeta Branca. 50

ALMAS-JUVENIs – A Mensagem do Amor-Perfeito. 53

AS FLORES DE ACÁCIA.. 58

O AMOR NASCIDO DA DOR – A Lenda da Flor da Paixão. 62

UMA SINFONIA DE LÍRIOS. 65

A CATEDRAL DA NOITE.. 68

O CAMINHO DAS TREVAS – O Cereus que Floresce à Noite. 80

A LUZ DOURADA – Uma Lenda da Goldenrod. 83

A MISSÃO DA PAPOULA – Uma Folha do Coração da Noite. 87

VALE DAS LÁGRIMAS – Como Surgiu o Salgueiro Chorão. 92

IDEIAIS PERDIDOS – A Canção de uma Calçada da Cidade para uma Flor Destruída. 95

IMORTELLE – A Flor da Alma. 99

A COROA DA MATERNIDADE – O Lírio do Vale. 102

SACRIFÍCIO E SERVIÇO – Uma Lenda do Visco. 105

A ETERNA ROSA BRANCA – Uma Lenda da Noite Santa. 108

O carvalho falante

para o ancião falou,

mas qualquer árvore

me falará

sobre as verdades

que eu sei que conquistei.

Mas aqueles que querem falar e contar,

e aqueles que não querem ser ouvintes,

nunca ouvirão uma sílaba

dos lábios de nenhuma árvore.

         – Mary Carolyn Davies

         PRELÚDIOO Senhor Deus plantou um Jardim

O Senhor Deus plantou um jardim

Nos primeiros dias claros do mundo,

E ele colocou lá um anjo guardião

Em uma vestimenta de luz desfraldada.

O beijo do sol para o perdão,

O canto dos pássaros para o júbilo,

Alguém está mais perto do coração de Deus em um jardim

Do que em qualquer outro lugar da Terra.

 Por Dorothy Frances Gurney

Cada flor carrega uma marca Estrelada, declarou o clarividente iluminado, Paracelso. Do Zodíaco veem os verdadeiros segredos de Deus. Os Anjos Estrelares são os transmissores e as flores se tornam símbolos de suas comunicações. Quanto mais próxima for nossa comunhão com os Anjos, mais profundo será o nosso entendimento dos mistérios do Reino vegetal e maior será a nossa compreensão do ministério espiritual do mundo das flores.

Cada uma das Hierarquias Zodiacais cria seus próprios padrões de flores cósmicas nos reinos celestes. Esses padrões estão em conformidade com a forma, o tamanho, a cor e o tom – cada flor canta – com a nota-chave do seu Signo. Esses protótipos cósmicos são perfeitos em todos os detalhes. Nos céus mais elevados, eles vivem e florescem em uma beleza tão maravilhosa que inspirou muitas lendas que lhe proporciona uma forma humilde para trazer à Terra uma leve concepção de sua glória transcendente dos Mundos superiores e, também, o significado deles para os povos da Terra. Imbuídos de vida eterna, eles nunca desaparecem, mas vivem e florescem com um esplendor cada vez maior através dos tempos.

É a partir desses padrões perfeitos nos Mundos celestiais, que os Anjos constroem os reflexos que nós, que vivemos na Terra, conhecemos como flores e que, quando assim compreendidos, nos tornamos um dos mais sublimes mestres terrestres. Cada família de flores têm seu próprio trabalho especial para realizar. Cada planta traz, no fundo de seu coração, uma mensagem para a família humana.

Nos primeiros estágios de seu desenvolvimento, as flores, mesmo lindas, não tinham fragrância, pois o perfume é a alma da flor, e a alma só é adquirida por meio do serviço.

Cada família de flores foi formada pelos Anjos para representar alguma qualidade ou atributo específico a ser despertado no ser humano. À medida que as hostes angélicas imprimem esse ideal em um arquétipo floral, sua corporificação física se torna um arauto radiante dessa mensagem celestial. Portanto, as flores são, literalmente, um meio de contato entre os Iluminados e aqueles que vivem na Terra, sua fragrância se desenvolve e aumenta como um belo testemunho de seu trabalho como mediadores. À medida que o ser humano se tornar cada vez mais sensível, começará a interpretar essa linguagem das flores, e na medida em que o faz e vive de acordo com seu alto idealismo em seus contatos diários com seus semelhantes, o perfume de nossas amigas flores se intensifica, e as cores se tornarão mais requintadas e as pétalas delicadas terão maior durabilidade.

Cada planta traz em suas forças vitais a assinatura de sua criação estelar. Essa impressão criadora toma forma dentro do coração da semente, e aquele que possui a “visão abençoada” pode observar, dentro dela, a imagem completa da planta que mais tarde virá a ter uma expressão física na Terra. Da mesma forma, aqueles que possuem a “sabedoria interior” podem discernir a mensagem que as flores trazem sobre as realidades do céu, e que estão aguardando manifestação no plano físico.

À medida que o ser humano aprenda a responder aos ideais incutidos pelos seres angélicos nos corações das flores, ele também desenvolverá uma qualidade de alma que irradiará em fragrância rara e bela. Ele caminhará em uma aura de luz radiante e conhecerá a glória de uma vida imortal que nunca desaparecerá.

O JARDIM DA ALMA

Um jardim é uma coisa adorável

Deus sabe!

Terreno de rosas,

Piscina adornada,

Gruta coberta com samambaias.

A verdadeira escola de paz;

E ainda o tolo

afirma que Deus não está.

Não Deus! Nos jardins! quando a véspera é fria?

Não, mas eu tenho um sinal –

Tenho certeza de que Deus está em mim.

 Por Thomas Edward Brown.

Porque o ambiente físico é apertado e limitado, e uma vez que a alma deve ter liberdade para crescer e se expandir, para estudar e sonhar, chegam regozijosas peregrinações em horizontes mais amplos, em campos de exploração mais extensos, distantes, irrestritos, livres. Na página em branco de um pergaminho infinito, o Dedo da Verdade imprime muitas lições indeléveis. Das altas esferas nos céus, essas lições são levadas para a terra, onde lutam para se expressar, muitas vezes nebulosas, outras vezes nítidas, mas nunca com a clareza cristalina que existe lá no alto.

Numa dessas viagens, avistei ao longe algo que parecia uma grande mancha de sangue carmesim no horizonte. Ao me aproximar, descobri um enorme jardim de rosas vermelhas. De todos os lados, elas acenavam com as lindas cabeças ou estendiam as mãos macias e aveludadas para me abraçar. Seus corações suntuosos emitiam um perfume glamoroso que me cativou, embora o excesso fosse enjoativo e repugnante. O forte aroma do ar era quebrado apenas pelo zumbido das asas dos pássaros de plumagem brilhante, enquanto passavam, gloriosamente coloridos, porém, curiosamente silenciosos.

Apesar das cores radiantes que marcavam esse jardim, ele era desprovido de qualquer som. Eu parecia sentir apenas uma vaga corrente subterrânea de inquietação que permeava todas as coisas, e acima da revelação de cores pairava um silêncio profundo e impenetrável.

A frente caminhava uma donzela, o próprio espírito do jardim encarnado em toda a sua beleza brilhante e apaixonada. Ela acariciou um cacho de rosas vermelhas, mas muito rapidamente, elas murcharam, e quando ela atirou para longe, num gesto de cansaço, elas caíram murchas a seus pés, estranhamente como cinzas de esperanças e sonhos desfeitos.

Enquanto eu ansiava intensamente por conhecer o mistério deste lugar sedutor, uma voz surgiu do silêncio: “Esse é o jardim do amor sensual em toda a sua beleza evanescente e fugaz; é o jardim da rosa vermelha que representa o amor que é apenas humano. Aqui, cada alma retorna muitas vezes e permanece por muito tempo, vagando por esse selva emaranhada de beleza carmesim. É somente após uma longa jornada através das lágrimas e sombras que o coração desperta para a compreensão de que as rosas que crescem aqui nunca podem se tornar imortais. O glamour desse jardim nunca pode ser eterno”.

Relutante em ir, porém, com um desejo inato de partir, me afastei, e assim que os meus olhos se afastaram das estranhas luzes do jardim carmesim, surgiu diante de minha visão outro recinto. Aqui o ar era mais claro, mais fino, mais raro. Ao contrário da apatia inquietante do Jardim das Rosas Vermelhas, a própria atmosfera estava carregada de um apelo impulsivo, clamoroso e suplicante que pressionou minha alma até que ela recuou tremendo, com medo de se aventurar mais longe.

Esse jardim também estava cheio de rosas, não carmesim como no outro, mas de um rosa brilhante. Havia uma grande quantidade delas crescendo de todas as maneiras concebíveis. Cada perfume com uma intensidade que parecia ter um apelo insistente em direção a algum objetivo superior. Inúmeros pássaros permaneceram aqui também. Eles eram com muitas tonalidades mais claras do que os do jardim carmesim e de suas gargantas musicais fluíram um refrão melodioso.

Aqui, também, vagou uma bela donzela incorporando o próprio espírito de seu entorno. Com sorrisos nos lábios e sonhos ternos nos olhos, ela juntou cachos de rosas e os segurou contra o rosto. Diferentemente das rosas vermelhas, estas não murcharam rapidamente, mas brilhavam com luzes revigoradas e puras como ideais recém-despertados.

“Eu poderia ficar aqui para sempre”, murmurei.

“Sim”, respondeu a voz, “pois esse é o Jardim das Rosas Cor-de-rosa; é o lar da aspiração, formado pela mistura da rosa vermelha do amor humano com a rosa branca da pureza. A alma deve passar por muitas experiências de vida antes de poder construir seu santuário de pureza. Muitas pétalas são rasgadas e despedaçadas durante a formação. Muitos construtores de rosas descobrem que suas flores apresentam um tom carmesim muito profundo para viver nesse jardim, então ele deve recomeçar a construí-la novamente. Mas, a cada dia as rosas ficam mais bonitas e as pétalas ficam mais brilhantes com novos ideais e novas aspirações manifestados”.

Mais uma vez fui impulsionada e impelida em direção ao que parecia ser uma estrela brilhante no horizonte, mas, quando visto de perto, provaram ser dois portões formados por luzes brilhantes que jogava para frente e para trás, e entre os quais fluíam correntes que pareciam um rio brilhante. Era a única entrada que dava a um outro jardim fechado. Maravilhada e calada, aproximei-me dos portões, quando mais uma vez a voz sussurrou: “Você não pode entrar aqui. Você deve primeiro ser libertada de todas as manchas da terra”.

Oh, o brilho indescritível desse jardim. Nada aqui além de rosas brancas! Uma infinidade de flores se fundi em uma rara harmonia de som; o ar estava tão trêmulo de luz que brilhava diante de olhos humanos como gotas de orvalho girando em fios de prata. Aquilo que teria sido apenas silêncio para os ouvidos humanos estremeceu com a melodia, e cada flor branca e perfeita exalava sua bênção em música universal.

Como uma figura de luz, o Espírito branco do Jardim, portando uma das flores perfeitas, aproximou-se dos portões perto dos quais ela parou e falou assim: “Essa rosa branca é imortal; é o ideal da realização da alma. Cada espírito deve construir seus próprios portões de luz individuais e, no brilho dessa luz, descobrir dentro de si a glória de seu próprio Jardim de Rosas Brancas, o lugar interior de paz. Ore – medite – compreenda – realize”.

Relutantemente, fui arrastada de volta aos caminhos da terra novamente. Abrindo minha janela para saudar o sol da manhã, uma rosa vermelha, uma rosa cor de rosa e uma rosa branca acenaram para mim do jardim abaixo, enquanto um passarinho cantava em uma árvore próxima.

A FLOR DA PAZ – A Lenda do Jasmim

“Oh, se de fato as nações tivessem plantado uma rosa

Ao invés de uma concha no caminho de seus inimigos”.

Os Anjos conversam entre si e com os mortais por meio da cor. Uma reunião de Anjos, quando envolvidos em orações de cura para a concessão de bênçãos sobre à humanidade, aparecem como uma glória de nuvens matizadas, que salpicam o céu nas horas do amanhecer ou no pôr do Sol.

Particularmente, em dias que foram reservados como feriados nacionais em comemoração daqueles que entregaram suas vidas nos campos de batalha de seu país, os Anjos que trabalham mais intimamente com o ser humano são, particularmente, ativos em transmitir pensamentos e orações pela paz em todo o mundo. Dentro de cada coração receptivo, eles instilam esse ideal e, em cada Mente receptiva, imprimem seu nobre impulso e poder. Os Anjos são auxiliados, nesse trabalho, por aqueles na Terra que abnegadamente colocaram suas vidas no altar do sacrifício para o bem de seu país.

O branco é a luz que impregna uma terra ao observar nacionalmente a sagrada memória de seus mortos em tempos de guerra. Acima das altas hastes de mármore que se erguem tão orgulhosamente em direção ao azul do céu, e sob as quais dormem os homenageados, os Anjos pairam em poderosas companhias de paz. Seus corais são do tempo em que a guerra não existirá mais. Eles cantam sobre o dia vindouro da fraternidade, quando os corações de toda a humanidade estiverem indissoluvelmente unidos por laços de amizade e amor. Enquanto cantam sobre esse mundo mais nobre e pacífico, sua semelhança é impressa nos Éteres em padrões ideais que se estendem pelos céus onde todos aqueles, cuja visão interior está ativa, podem ver e saber o que é. Nesta imagem celestial de promessa pode-se ver o regozijo das pessoas, o brilho de seus semblantes e o amor e a confiança que todos têm uns pelos outros. Seus belos domicílios são adornados com obras de arte e recobertos de cachos de frutas e flores. Pináculos delgados brilhando como silhuetas de tapeçarias antigas são formados entre as estrelas. É um reino de delícias pela beleza, harmonia e graça eternas, uma terra que nunca pode ser devastada por estilhaços ou bombas. Seus portões estão sempre abertos para quem deseja entrar e saborear aquela paz maravilhosa que ultrapassa todo o entendimento.

Foi uma imagem como essa que o profeta Isaías viu quando escreveu: “Eles transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; nação não levantará espada contra nação, nem aprenderão mais a guerra. — Eles não ferirão nem destruirão em toda a minha montanha sagrada; porque a terra se encherá do conhecimento de Deus, como as águas cobrem o mar”.

Os Anjos também parecem extasiados de regozijo pela beleza divina desse ideal que eles elaboram acima da Terra e que, pelo poder e ritmo de suas canções celestiais, parecem incutir nas próprias almas dos seres humanos. Tão poderosas são suas radiações e tão intensos os ritmos, que toda a Terra está começando a sentir o significado de uma paz mundial.

Flutuando através das vastas extensões etéreas, hostes de Anjos reúnem algumas das flores mais belas, brancas e perfumadas que adornam a Terra da Paz Eterna. Essas flores eles trazem para os corredores habitualmente frequentados de poeira da terra. Eles são de brancura etérica e doçura celestial, pois de todas as flores, o Jasmim é o mais perfumado.

A brancura nevada da flor de Jasmim reflete a paz divina; sua fragrância, as orações dos Anjos. Do coração dessa flor oriunda de uma semente, flâmulas de boa vontade irradiam para todo o mundo; de suas pétalas são transmitidos os poderes.

Durante as horas silenciosas da noite, quando as estrelas sozinhas vigiam as cidades sepulcrais brancas construídas para a memória daqueles que morreram para a melhoria do ser humano, os Anjos fazem uma pausa para cantar sobre o dia que se aproxima, quando esses terrenos silenciosos não existirão mais. Então, será quando a fragrância do Jasmim, a flor da paz, pairando em uma magia branca e curativa acima do coração do mundo adormecido.

A ANÊMONA – A Alma dos Ventos

Ensine-me o segredo da tua formosura,

Que sendo sábio, eu posso aspirar a ser

Tão bonito em pensamento, e tão expresso

Verdades imortais para a mortalidade terrestre.

Embora, também, a capacidade da minha alma seja menor

Agradeço a você, ó doce anêmona[1].

Por Madison Cawein[2].

Quanto mais espiritual uma pessoa se tornam, mais completamente cada objeto de seu conhecimento exterior, corresponde simbolicamente à sua vida interior e ao desenvolvimento de seus poderes espirituais. Assim, o Reino da Flor reflete as qualidades do ser humano com quem ele é, na verdade, relacionados em um sentido mais profundo do que geralmente se reconhece. As flores são um verdadeiro livro inscrito com as assinaturas da alma. Neles são expressos os elementos mais sutis da natureza humana.

As flores que dormem no coração da Mãe Terra durante os longos meses de inverno e despertam com a chegada das forças da maré da primavera, revestindo toda a natureza com novos mantos de vegetação e cor, são símbolos apropriados dessa divindade inata dormindo dentro do coração de cada ser humano – que, quando despertado, faz com que ele se afaste do velho e se ligue ao novo.

Foi a compreensão dessa iluminação mística que animou o enlevado canto da alma de Isaías: “Levanta-te e cantai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho é como o orvalho das ervas[3]. São Paulo fez referência a esse mesmo processo de transfiguração quando escreveu: “nem todos dormiremos, mas todos seremostransformados[4].

Para comemorar esse extraordinário processo de transformação na vida do ser humano, os Anjos moldaram uma flor. Essa flor é formada pela doçura e pelo perfume dos ventos, e derrama sua beleza fragrante sobre o mundo na alegre Época da Ressurreição.

A anêmona, flor da transformação, está envolta em todo o mistério do período inicial, quando os Anjos caminhavam com os seres humanos e os instruíam na tradição das ciências celestiais. Adônis, de acordo com a antiga lenda, era o amado da deusa Vênus. Mesmo morto, o sangue fluiu de suas feridas e, ao tocar a terra, misturou-se com as lágrimas de luto de Vênus, e vejam! Lá surgiu em milagre a anêmona, a adorável e frágil flor dos ventos.

No sangue está o mistério dos processos de transformação do ser humano, cuja tônica é a pureza. O corpo de um ser Iluminado é sempre adornado com flores ou estrelas interiores. Esses são centros de luz ou ímãs de força espiritual. Assim, a anêmona é a representação daquela força formada dentro do próprio templo sagrado do ser humano por meio do poder redentor do amor, ou a deusa Vênus da antiga lenda.

Por um dia, a anêmona leva a mensagem desse extraordinário milagre da alma para a Terra e, então, suas tênues pétalas se fecham e o espírito da sua beleza é levado de volta ao céu, para adicionar nova vibração e significado à canção dos Anjos sobre a futura emancipação do ser humano.

Mas seja teu sangue uma flor

… Para tal mudança?

Daí uma flor, de cor rosa semelhante

Como aquelas árvores produzem, cujos frutos encerram,

dentro da casca flexível, seus grãos roxos.

Sandys’ Ovid, livro X[5].

O IDÍLIO DE NARCISO – Um Prelúdio para Aquelas que esperam ser Mamães

Parecia

Como se a água estivesse viva.

Ele mesmo,

Apaixonado por si próprio, permaneceu imóvel

De um olhar longo e firme, como o escultural mármore de Parian;

E viu, como em um espelho, dois doces olhos,

Seu próprio reflexo, como se fossem estrelas.

por Ovid.[6].

I

Muitas das fábulas da antiguidade são baseadas nos Mistérios Secretos. Os gregos contam a lenda da ninfa da floresta Narciso que, ao olhar longa e firmemente a sua imagem espelhada na água de uma lago cristalino, se apaixonou por seu próprio e lindo reflexo. Essa água mística sempre estava estranhamente parada e tinha a aparência de prata derretida. Para esse lugar tranquilo, os pastores nunca conduziam seus rebanhos, nem qualquer animal da montanha se aproximava dele: nem foi desfigurado com folhas ou galhos que poderiam cair nele.

A água é um símbolo do plano etérico ou reflexo da natureza. Todas as verdades espirituais são refletidas nessa água silenciosa prateada, e aquele que é suficientemente sábio, esteja ele nessa esfera terrestre ou nos reinos mais elevados, pode ler nessas reluzentes páginas. É aqui que linhas tênues de luz, como novelos emaranhados, marcam o contato da alma com a alma e mantêm intactos os padrões estabelecidos em muitos encontros de vida do passado.

Narciso, o jovem radiante, é aquele que aprendeu a ler esse pergaminho místico, visível somente para a visão cultivada impessoal. Quando Narciso se enamorou por sua bela personalidade, suas lágrimas caíram na água e distorceram a sua imagem. Os olhos, que ainda são canais para as lágrimas, não conseguem discernir as letras nessas folhas tênues. É aqui que os Egos, ao entrarem na vida terrena, encontram seu legítimo lugar, e onde as mães, que são suficientemente sábias, podem se encontrar e conhecê-los no seu íntimo.

Por amor a si mesmo, Narciso perdeu sua beleza radiante (seus contatos espirituais), e quando ele morreu, angustiadamente houve lamentação entre as ninfas aquáticas. É o amor pela personalidade, que sempre faz com que essas águas infinitas se turvem no esquecimento. O corpo de Narciso se desvaneceu, mas em sua memória os Anjos colocaram nas margens desse lago prateado uma flor que leva o seu nome e que, em seu esplendor e beleza perfumada, carrega a marca de sua história.

No gramado ele colocou a cabeça cansada,

A morte fechou os olhos que amavam o charme de seu dono

Nenhum cadáver estava naquele lugar, eles encontraram uma flor,

Amarela no centro, com pétalas brancas como a neve.

Por Ovid

“O visível é passageiro, o invisível é eterno. O céu se reflete na terra”. Assim falam os Anjos na beleza mágica das flores de Narciso.

II

“Os seres humanos são o que suas mães os fazem. Quando cada um sai do ventre de sua mãe, a porta dos presentes se fecha atrás dele”.

Por Emerson[7]

As largas colunatas de um antigo pórtico sinuoso, cintilam suave e branco no crepúsculo violeta-acinzentado que se aprofunda. A casa fala em tons baixos e abafados de mistério e respira romance cor-de-rosa. Tentáculos de videiras perfumadas se agarram suavemente à grande varanda e formam uma fricção com o céu azul através do qual as estrelas noturnas brilham como velas de prata.

Uma jovem mulher se senta perdida nas maravilhas incessantes do entardecer que se aproxima. Essa é a sua hora favorita do dia. O crepúsculo sempre traz o êxtase dos sonhos. Para ela, a noite é como um grande pássaro preto que, com penas macias e fofas, cobre o coração do dia e o embala para descansar. Fantasias arejadas voam por sua Mente como melodias, em parte cantadas e em parte tocadas em cordas enfadadas. Desde a infância tem sido assim. Ela sempre se esforçou para encontrar na alma alguma verdade rara que sempre a escapa, deixando apenas uma sombra de vaga insatisfação que ainda é tingida de alguma exaltação estranha.

“Oh, como eu espero”, ela meditou, “que o pequenino que está vindo para mim em breve, recolherá as madeixas da vida que as abandonei e as desvendei; espero que seja capaz de encontrar e, de alguma forma, dar ao mundo os significados internos das coisas que eu descobri e das quais sei que a forma externa é apenas um mero simbolismo – algo que será um acréscimo duradouro à beleza e à verdade do mundo”.

Ela então sonhou, e seus sonhos estavam perfumados enquanto as sombras caíram, e o inquieto pássaro negro da noite aninhava-se suavemente ao redor do coração do dia, entoando uma canção adormecida de extrema doçura.

Nos reinos dos não nascidos, um Ego, novamente, aguarda ansiosamente o retorno à Terra. Sonhos elevados de se tornar um artista famoso havia escolhido na vida terrena anterior. Mas esses sonhos não foram realizados. Obstáculos, um após o outro, frustraram suas aspirações. No entanto, nem tudo estava perdido. Das dificuldades e decepções, ele aprendeu a suportar bravamente a cruz da derrota e a coroa dos anseios impossíveis.

Durante o tempo de preparação para o renascimento nos reinos mais elevados, essa alma havia trabalhado para encontrar a razão de seu fracasso, de modo que pudesse, agora, construir de novo um corpo sobre bases melhores do que havia no passado. Recebendo o chamado para outra vida terrena, ele respondeu alegremente. A música em sua alma de artista respondeu aos sonhos de desejo dessa futura mãe. Mantendo as cores dos reinos mais elevados sempre em sua consciência, ele saiu mais uma vez com grande esperança e nobre propósito de trazer seus ideais à realização terrena.

III

O sol da tarde entrou pela janela, inundando o lindo apartamento com uma luz suave e dourada. O quarto era grande e magnificamente mobiliado. Com raras tapeçarias e com tesouros artísticos de muitas partes do mundo que o adornavam, evidenciando um bom gosto cultivado e grande riqueza.

Ao lado da janela aberta estava a dona desse rico domicílio, uma mulher jovem e bela. Seus olhos, vagando por seus belos bens, cintilavam de prazer, sua cor se intensificava e toda a sua atitude denotava exultação ao pensar na criança com quem logo seria capaz de compartilhar esses tesouros mundanos. Em breve, ela deveria receber sob sua guarda uma alma que estava empenhada em outra peregrinação na forma terrena.

Com orgulho, ela espera um filho, e muitos são os planos que ela faz para a vida dele. Sua posição social e riqueza ilimitada darão a ele oportunidades que poucos possuem. Ela pensa e planeja, a aspiração sendo sua companheira constante, à medida que os dias se estendem e se transformam nas semanas na qual ela está ajudando a construir a casa terrena para seu novo herdeiro.

Os acordes de sua aspiração se estendem até o plano onde as almas estão aguardando o renascimento; nesse reino, eles suscitam a resposta de um Ego de disposição semelhante, cuja ânsia de retornar à vida terrena é tão forte quanto o desejo dessa futura mamãe de proporcionar a oportunidade.

Um Ego fortemente atraído pelos desejos da Terra anseia pelo mundo da forma e as oportunidades que lhe são ofertadas para exercer as faculdades adicionais adquiridas, durante o intervalo de espera entre as vidas terrenas. Pela lei da atração, os desejos e as ambições mundanos, da futura mamãe e do Ego que aguarda o renascimento, atraíram os dois para uma união ainda mais estreita, até que cada um encontre a realização no outro.

IV

Novamente, uma mulher, jovem e bela, está pensando no tempo em que uma alma será confiada aos seus cuidados. Mas não há esperanças de grandes ambições, sem fantasias sonhadoras; apenas a vida simples e prática de todos os dias. Seus pensamentos não vagam além do presente ou, se o fazem, ela os traz de volta bruscamente. “Qual é a utilidade de perder tempo com conjecturas extravagantes?”, ela se pergunta. “A vida presente é tudo o que sabemos com certeza. Nossos cinco sentidos não podem nos dar mais. Vou ficar satisfeita com esta vida e vivê-la como a considero, deixando todas as especulações fantasiosas para aqueles que têm tempo para se dar ao luxo”.

E, assim ela viveu sua vida dia após dia, completamente inconsciente de que uma mãe, por meio de seus pensamentos, seus sonhos e suas aspirações estão moldando o caráter, a condição e a atmosfera da alma em que um Ego, quando entra, toma forma.

Dos muitos Espíritos que aguardam um retorno à vida terrena, não há nenhum para quem os planos internos guardem tanto tédio e monotonia quanto para o materialista. Tendo falhado em reconhecer a realidade dos Mundos espirituais, ele cegou sua própria consciência para sua existência. Não tendo, além disso, feito qualquer preparação para a vida após a morte, ele sai daqui cego e de mãos vazias e com muito pouco ou nada para trabalhar, enquanto está nos planos internos. Assim, esse intervalo torna-se um período de espera cansativa pelo retorno a outra experiência física.

Um Ego que esperou durante todo esse intervalo de tempo sombrio recebe o convite de uma futura mãe com alegria. Assim, a mulher que fechou os olhos à luz das coisas espirituais, abre a porta do seu coração para acolher essa alma que entra.

V

O Ego que vai renascer, ao se preparar para o trabalho da vida terrena vindoura, é obscurecido e permeado pelo Espírito Universal. Este mesmo Espírito inquieto demais e protetor encontra a mais sublime manifestação na Terra no amor materno. A mãe de Mente espiritualizada está sintonizada com o Princípio Feminino Cósmico e coopera, de forma compreensiva (sob permanentemente), com a Lei universal da Vida e do Amor. São as mães que se tornarão as portadoras da tocha da Nova Raça.

A futura mãe da Nova Era, vivendo no topo das montanhas do pensamento, frequentemente experimenta êxtases que quase impressionam até mesmo sua alma pura com sua beleza indescritível. Envolvida no esplendor do Espírito, com o qual ela está trabalhando conscientemente e para quem está moldando um novo corpo, ela se torna uma luz para todas as futuras mães, pela qual podem ver mais claramente o privilégio divino que é delas ao darem inclinação pré-natal a uma alma que chega. Ao sintonizar seus pensamentos e sua vida com o bom, o belo e o verdadeiro, faz dela uma vestimenta mística com a qual se envolve e, também, o Ego que se aproxima, com o qual está ligada por laços de outras vidas. Com muitos regozijos está se aproximando o dia em que toda mulher se ajoelhará diante desse santuário da Verdade e, assim, ganhará uma coroa de eterna imortalidade para sua fronte.

VI

A velha casa ainda respira romance em tons de rosa doce e sussurra mensagens misteriosas do passado. A pequena Tecelã dos Sonhos[8] ainda está sentada atrás das colunatas brancas e observa o mundo cada vez mais escuro. Como sempre, ela se deleita com o mistério e a beleza da vida.

Aquele que veio até ela nos últimos anos é, agora, um mestre da cor. Suas pinturas são poemas vivos. Ele parece ter captado todas as suas fantasias aéreas e as tecido em uma harmonia de luzes e sombras mais etéreas do que qualquer outra que o mundo já conheceu. Eles são ecos estremecedor de música que foram abafados apenas para cantar em tons coloridos. Eles mantêm a luz de fogos estranhos, um toque do sangue do coração, um perfume de flores imortais, uma sagrada beleza interior da alma. Para essa mãe, agora vem a felicidade adicional de perceber que ela havia usado suas próprias faculdades artísticas para ajudar o Ego que se tornou seu filho. Vivendo seu ideal todos os dias, ela impregnou sua consciência com sua verdade, isso tudo inconsciente, ela abriu a porta das dádivas para um Espírito maravilhoso entrar.

VII

Uma mulher de cabelos grisalhos e um rosto, no qual a decepção desenhou muitas linhas, está sentada ao lado da janela de um magnífico apartamento. Enquanto seus olhos vagueiam pelos tesouros à sua frente, ela pensa com tristeza no passado e se lembra de quantos anos atrás, ao lado daquela mesma janela, ela havia planejado um futuro tão brilhante para o filho que seria seu. Com o coração dolorido, ela revê sua juventude tão cheia de promessas.

Ainda está em sua lembrança que, com o passar dos anos, suas ambições pareciam se tornar insaciáveis. Ele cumpriu os planos que ela tinha para ele – e muito mais. No entanto, sua vida não foi cheia de sonhos mundanos a serem realizados, com o acúmulo de mais riquezas para seu tesouro já inchado e a conquista de uma posição social mais elevada, que ele não tinha tempo ou pensamento para o amor ou a mãe. Recentemente, ele sucumbiu a uma breve doença em um país estrangeiro.

“De que adianta!”, ela gemeu em seu coração. “Depois que todas as minhas ambições foram realizadas, o que eles me deram? Eu o havia planejado muito antes de vir até mim. Ele mais do que cumpriu minhas maiores esperanças de glória terrena. Ainda assim onde está a felicidade? Estou propensa a acreditar que aquele que busca conquistas mundanas é, afinal, apenas um caçador de arco-íris. Eu gostaria de poder viver minha vida novamente”.

As lágrimas caíram em seu rosto pálido. E ao longe, lágrimas de gotas de chuva caíram sobre o túmulo recém-construído e ecoaram: “Um caçador de arco-íris”.

VIII

Uma mãe que se gabava de sua lógica sadia, de seu bom senso e de sempre ter “os pés no chão” sentava-se observando com olhos de adoração uma menina esguia que se reclinava no divã. Por seus movimentos, pode-se perceber que a menina é cega. De repente, a menina exclamou: “Mãe, não é uma desgraça tão terrível ser cega fisicamente quando se pode ver luzes interiores tão maravilhosas como eu. Elas são tão brilhantes, tão deslumbrantes, e todas parecem estar dançando. Às vezes, ouço a música flutuante mais estranha e, no entanto, tudo parece estar dentro de mim. Não consigo descrever, mas nessas horas não tenho consciência de que possuo um corpo físico. Parece que vivo em pleno ar. Temos sofrido juntas tantas vezes por causa de minha enfermidade, e agora um pensamento tão estranho me ocorre, querida mãe; talvez eu tenha vivido outra vida em algum lugar, e talvez eu fosse como você é agora, cética em relação a todas as coisas que não podem ser provadas pelos cinco sentidos e condenando amargamente, como você faz, todos aqueles que tem outras crenças. Então, porque eu era cega para as coisas espirituais, e possivelmente retirei a luz dos outros, a Lei fez com que eu ficasse fisicamente cega agora. Tem uma parte de mim que ainda quer acreditar nas suas teorias materialistas, mas, minha mãe, quando essas experiências maravilhosas vêm a mim, então duvidar é inútil, eu sei”.

Com as vidas que são dedicadas a trabalharem juntas para o mais elevado, com corações transbordando de amor pela humanidade e com almas perfumadas com o aroma das boas ações, a mãe espiritualmente desperta e a sábia a quem ela concedeu renascer adequadamente, estão se aproximando do anoitecer de suas atividades terrenas. A vida tem sido para elas uma alegre canção de serviço, uma sinfonia de aspiração e idealismo na qual os tons de terra suaves e sombreados durante o dia se misturam com os tons triunfantes da noite. Suas vidas uniram a realização consciente de Auxiliares Invisíveis com seu maravilhoso ministério do dia. Elas possuem a chave que abre a porta de presentes para os Egos que aguardam uma oportunidade para novas experiências terrenas. Elas encontraram a luz direcionando para o novo dia da maternidade desperta, quando uma maior compreensão permitirá aos iluminados a viver e trabalhar em perfeita harmonia com a Lei Cósmica.

As mães, então, em reconhecimento do tempo sagrado quando estão preparando um novo templo que é o corpo para um Espírito que irá renascer, ascenderão com a bem-aventurada Maria à região montanhosa da consciência, lá para se encontrarem e reivindicarem os seus.

A LEMBRANÇA DA ALMA – A Lenda do Alecrim

 Ali está o alecrim – que é para a recordação.

Por Shakespeare[9]

Frequentemente, há duas almas que caminham juntas pelas estradas da vida. Uma dessas duas está vestida com a luz da manhã e usa a beleza do nascer do sol. Ele irradia a alegria da primavera, o regozijo da criação. Seu hálito é o perfume das flores e a sua voz a música da esperança no coração da juventude.

Enquanto ele toca seu arco de luz sobre um violino mágico vibrante com harmonia, a música regozijosa transfigura a face de toda a natureza e ecoa através do espaço infinito. Uma luz difusa suaviza a paisagem, o mar cintila em uma cadência suave; e as flores se curvam sob o esplendor de uma nova beleza. Tudo se transforma. O mundo inteiro canta um hino de regozijo.

O jovem músico desenvolve seu arco como se fosse repiques de risadas: “Veja como a terra, o ar e o céu me obedecem! Onde quer que eu vá, tudo é meu. O belo fica mais belo ao meu toque; o justo infinitamente mais justo. Eu sou a alma de todas as coisas, pois sou a Alma do Regozijo”.

Outro, atraído pelo poder da música, se aproxima e se acerca dele com os braços estendidos. O companheiro da Alma do Regozijo permaneceu imóvel durante o feitiço lançado pela música fascinante. Seu olhar fixo contém o mistério de visões distantes, e seu rosto, a Tristeza e Angústia Profundas do conhecimento profundo. Há nele um perfume de flores estranhas, flores que cresceram em solidão nas alturas varridas pelo vento em meio a neves eternas.

No silêncio cada vez mais profundo, ele puxa o violino para perto do coração e começa a tocar. Primeiro, há uma nota de lamento terno que parece extraído das próprias cordas do coração, gradualmente se fundindo em um canto choroso e lamentoso. Por fim, o som se transforma em uma tempestade selvagem de agonia que, finalmente, termina em uma tremulação de resignação.

A face da natureza muda em uníssono com os humores do violino. Os ventos soluçam por entre as árvores, blocos de nuvens flutuantes obscurecem a lua, as ondas do mar batem sobre a costa como as batidas agonizantes de algum grande coração ferido. Enquanto a música desvanece no silêncio, uma estranha beleza sobrenatural envolve a noite. As nuvens desaparecem contra o céu escuro-azulado. Sobre caminhos ásperos e pedregosos, flores da primavera não plantadas por mãos humanas. O mar murmura uma canção de ninar envolta pela luz do luar mais formoso do que qualquer mortal conheça. Em todos os lugares, as flores desabrocham com uma beleza terna e ardente que é lustrosa com uma resplandecência que lembra as lágrimas.

À medida que essa música inusitada passa para outros reinos, a beleza sobrenatural da noite envolve o músico. Ele se levanta, uma chama viva estremecendo com anseios indizíveis e desejos não expressos, verdades insondáveis. Ele se volta para a Alma do Regozijo que está transfixada pela admiração.

“Você diz que torna o belo mais belo, o justo, infinitamente mais justo. Você sempre cria; você constrói de novo. Mas eu ressuscito, eu transmuto. O árido eu o torno belo. O horrível, o malformado, eu traduzo numa nova vida. Acho beleza onde antes não existia; arranco a paz das profundezas e faço com que ela viva nas alturas. Trago perfeição, conclusão. Mesmo você, Oh Alma do Regozijo, nunca poderá ser conhecida no seu íntimo sem mim, pois eu sou a Alma da Dor”.

Aquele que havia estado tão perto da Alma do Regozijo agora se vira e avança ansiosamente para encontrar esse Ser estranho, uma nova luz despontando em seus olhos. A Alma da Dor estende suas mãos em terna bênção dizendo: “Ó Espírito do Homem, eu te abençoo”.

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No silêncio profundo da alma, dormem muitos segredos esquecidos que o Espírito conheceu antes de renascer nesses véus cegantes de carne, altos anseios claros que intuitivamente tateia em seus momentos profundos, e que em tais momentos relampejam como vagas lembranças de algum tempo distante.

Antes que os Espíritos deixem sua morada celestial para outro período de experiência aqui, na sombria Terra, clara é a visão e esse conhecimento superior. É apenas o manto da mortalidade que obscurece o conhecimento dos verdadeiros valores da vida e causa as buscas incessantes e inquietas que levam à desilusão e à dor. Os Anjos estão tristes por causa dessa cegueira mortal e, assim, no fundo do coração de uma de suas flores de amor eles entoaram uma canção que é mais ou menos assim:

“A vida não é feita de prazer, mas de experiência. Quer suas notas mais profundas soem em alegria ou em lágrimas, a alma que carrega o legado mais rico em seu retorno a Deus é aquela que viveu plenamente cada momento da vida, extraindo ao máximo a essência de sua experiência e construindo-o, em ouro, a sua aura resplandecente”.

Assim canta o pequeno Alecrim, a flor da lembrança, para todos aqueles que farão uma pausa e ficarão quietos por um tempo suficiente para ouvir sua canção. “Só aquele que encontrou as lágrimas que brilham no coração por cada júbilo e êxtase e que medita à luz de cada dor é sábio o suficiente para ouvir o canto do Alecrim e recordar”. Assim, os Anjos cantam enquanto exalam uma bênção perfumada sobre suas pétalas estreladas.

UMA DIVINA AVENTURA COM UM NARCISO E O MAR

Eu vaguei por uma pista de luz dourada,

E encontrei um vale intocado, por ninguém trilhado,

E com o narciso para assistente

Eu desnudei minha alma para todos os bosques – e para Deus.

Por Stephen Moylan Bird[10]

Um dia, enquanto vagava pelo mar, símbolo daquela inquietante e maternal Sobre-alma[11], na qual despejo todas as minhas fantasias e que me devolve em sonhos tão raros que tateio por palavras para expressá-los, eu estava lendo um conjunto de desconhecidos e lindos poemas sobre o renascimento e pareciam apenas à beira da lembrança. O mar gritava com uma música estranha e insistente: “’Você não se lembra? Você não se lembra? Aproxima-te. Abaixe mais. Deixe-me pegar sua mão e levar para além das limitações físicas, através do vasto passado e acima de horizontes infinitos, para vistas do amanhã. Um poder maravilhoso é meu, que um dia também será seu para comandar”.

A única companheira de meu sonho era uma flor perfeita que se aninhava por perto e parecia palpitar em solidariedade com meu profundo amor pelo mar. Ao contemplar seu coração radiante, ela me devolveu reflexões místicas e indizíveis em Seu perfume.

Enquanto eu lia e refletia, decidi deixar de lado a minha flor companheira sonhar no centro de um lago calmo e adormecido entre as pedras. Logo minha consciência externa estava arrebatada em seguir as aventuras de uma alma para qual a morte e o nascimento não eram mais que um sono e um esquecimento. De repente, a subida da maré varreu as rochas e carregou minha florzinha para o mar. Corri pela praia, mas sem sucesso. Três ondas enormes rolaram sobre ela. À medida que cada onda a atingia, as pequeninas pétalas se dobravam como acontece com a dor. Desprezada, as lágrimas vieram, e eu estendi os meus braços com um grito: “Ó meu amado mar! Como você pode? Como você pode? Quando eu te amo tanto”.

Então, alguma coisa naquele momento me instigou para que me virasse e observasse o sol se pondo atrás das colinas que estava cintilando como grandes pilhas de folhas de junco esmagadas, peneiradas em canteiros de violetas. Maravilhosamente confortado, como sempre, por chegar perto do belo, me afastei. Olhando de relance para o lago aninhado entre as pedras, vi um objeto vagando à deriva. Aproximando-me, caí de joelhos na areia, pois ali estava a minha flor, sem nenhuma mancha ou hematoma, tão doce e bela como se tivesse se aninhado imperturbável no centro de algum calmo jardim. Estendi os braços com um grito de agradecimento ao meu amado mar.

A resposta veio em meio a um ressonante redemoinho azul claro de risos: “Você não se lembra? Você não se lembra? Aproxima-te. Incline mais. Deixe-me pegá-la pela mão e levá-la para longe acima de horizontes infinitos para as vistas do amanhã. Um poder maravilhoso é meu, que um dia também será seu para comandar”.

UMA LENDA DO HELIOTRÓPIO

Filhos de tão gentil nascimento,

Aqui essas flores se encontram,

Amor que nunca tocou a Terra completamente,

Eles – e você e eu.[12]

Por B. R. O. Low

Sobre a ampla e brilhante estrada da Vida, a alma de uma Mulher está em pé meditando. Em seu braço ela carrega uma cesta cheia de pacotes, e sobre ela fixa os seus olhos pensativamente. Depois de longo tempo, ela retira um pacote que tem uma estranha luminosidade; e sobre ele está gravado: “O que o Mundo Conhece como Amor”. Então, abre o pacote com muito cuidado e, por algum tempo, olha para aquele brilho um tanto estranho, depois o deixa de lado dizendo com tristeza: “Nada além de enfeites, nada além de algo superficialmente atraente ou glamoroso, mas de pouco valor real”. Ela escolhe outro pacote de luz cintilante, às vezes emitindo uma escrita brilhante e, novamente, em um exame mais minucioso, vê apenas um brilho pálido. Este está assinalado como “Ambição”. Depois de um tempo, ela também coloca este de lado com um suspiro cansado e examina por algum tempo e com seriedade o restante do conteúdo da cesta. Finalmente, ela escolhe um próximo ao fundo da cesta. Está rotulado como “Posses Mundanas”. Observando-o ansiosamente por um tempo ela também o vê, começando a desmoronar e desvanecendo. “Cinzas e frutos do mar morto”, ela murmura amargamente, jogando-o fora.

Ela abre outro pacote que está bem usado e parece ter sido muito manuseado. Este é chamado de “Fama”. É frio ao tocar, então ela tenta aquecê-lo colocando-o contra o coração dela. Não encontrando resposta, ela se vira e diz: “Não há felicidade aqui, devo procurar mais”. Vê um que parece estar encolhendo e, ainda assim, com admiração ela desembrulha o pacote acinzentado e lilás e se agarra ao último dos pacotes. Sobre este está gravado “Morte”. Enquanto ela o examina com curiosidade, surge dançando na sua frente o que parece ser uma bolha de Fadas, tudo fluindo com uma luz rara que não parece pertencer à Terra. Por um momento, ela paira bem acima de sua cabeça; então, enquanto ela se esforça para alcançá-la, ela flutua para os Éteres azuis; mas sempre que está prestes a desaparecer, ela desvia graciosamente e se aproxima da Terra novamente, iluminando a brilhante estrada da Vida pelo longo caminho por onde quer que sua sombra seja lançada.

Quando a luz incide sobre ela, o pacote cinza em suas mãos se derrete. “O meu sonho de amor que os Anjos me deram”, a alma da mulher chora baixinho. “O amor que sobrevive a eternidade e o imenso ciclo de vidas; o verdadeiro amor de alma pela alma que em seu idealismo e pureza não conhece limites e transmuta até a própria morte em vida”.

Ela cai de joelhos em adoração, enquanto aquela nova luz estranha precipita sobre ela, envolvendo-a com onda após onda de esplendor quase celestial.

Na região onde os Anjos aguardam em oração as decisões da alma de uma mulher, ressoa um cântico de louvor e ação de graças. Para comemorar a chegada deste novo ideal ao mundo, eles fizeram com que uma flor nascesse. Suas flores são tão emplumadas que dificilmente podem suportar a luz do dia, pois a flor não pode ser mais forte do que a concepção que a gerou. Azul é a cor do amor espiritual, portanto azul é o tom da cor com que esta flor, recém-chegada do Mundo celeste, sussurra sua mensagem à alma da mulher. Tão frágeis são as pétalas que é como se os Anjos as tivessem simplesmente emprestado à humanidade como promessa ou prenúncio de um sonho ainda não totalmente realizado. No momento, as flores em toda sua beleza perfeita podem viver na atmosfera terrestre apenas por um curto período; sob o pensamento dos humanos, e o toque logo murcham e escurecem, deixando apenas uma lembrança fugaz do ideal que simbolizam.

À medida que a beleza e pureza da mensagem que essa pequena flor retém na fragrância roxa de seu coração, torna-se mais profundamente implantada na alma da mulher, e à medida que a sagrada concepção da qual nasceu, derrama sua bênção por todo o mundo, essa pequenina mensageira dos Anjos, a mais etérea de todas as flores, gradativamente, perderá sua tênue fragilidade e alegrará por mais tempo os corações daqueles que aprenderam a ler seu significado na beleza perfeita de seu desabrochar.

O AMARANTO DOURADO

Sua coroa foi tecida com amaranto e ouro;

Amaranto imortal, uma flor que uma vez

No Paraíso, rapidamente pela árvore da vida

Começou a florescer.

Por Milton[13]

Quando o chamado da Terra soa no Céu, multidões de Espíritos somente com seus Átomos-sementes são reunidos pelos Anjos guardiões, e aqueles que estão prontos para uma nova experiência humana são preparados para responder aos chamados.

Os Egos, em seu estado de consciência no Mundo celeste, sabem que a bondade e a verdade, a vida e o amor são imortais. À medida que cada alma encontra seu lugar na longa descida processional para trilhar os caminhos da Terra novamente, o brilho desse conhecimento interior, sem entraves da carne, se espalha para longe até que as multidões aparecem transformadas em uma glória como de fogos descendo.

Um Anjo poderoso está diante dos confins exteriores do plano terrestre, segurando em suas mãos um cálice estrelado que pisca e cintila, como se estivesse definido com os mais brilhantes sóis dos céus. Envolto sobre esse cálice está uma bela flor que leva o nome de amaranto, que significa “eterno” ou “imortal”.

Cada Espírito que retorna, ao passar por trás dos véus da mortalidade, participa desse cálice e, enquanto ele bebe, o Anjo coloca em sua mão uma dessas frágeis flores douradas. Esse é o Cálice do Esquecimento, o cálice que faz com que o ser humano esqueça de que não existe a morte. Tudo é vida. A alma é imortal e cada extensão da terra é apenas uma página do livro da vida. Apenas por referência a todo esse livro, o significado das múltiplas experiências da vida pode ser razoavelmente interpretado e adequadamente compreendido. Mas, uma vez que há muito conteúdo nas páginas anteriores, que ainda não somos fortes o suficiente para ler com serenidade, é bom que nem tudo seja lembrado. Portanto, é que alguns que apreendem essas verdades interiores têm chamado esse cálice de Poção da Compaixão e o Anjo que o carrega, o Mensageiro da Caridade.

Para cada Ego que chega, esse Anjo benéfico dá uma flor dourada da imortalidade para servir como um lembrete da vida eterna, para que essa grande verdade jamais possa ser esquecida. Poucos mantiveram essa florzinha dentro de seus corações, onde ela vive e floresce em beleza perpétua. Esses são os professores de pessoas que percorrem o mundo proclamando verdades espirituais a todos os que desejam ouvir. Porém, a maior parte perdeu sua preciosa flor e tropeça cegamente nas estradas da vida terrena, o Espírito tateando incerto, sempre desejando recuperar sua herança perdida e inestimável de conhecimento.

Os gregos possuindo, como possuíam, muita compreensão do Mundo interior, coroaram seus heróis e seus mortos com uma grinalda amarantino, como um símbolo da eventual recuperação por todos os seres humanos dessa sabedoria interior.

SINOS ASTRAIS – O Ministério da Fúcsia

Eu já viajei muito nos reinos de ouro.

Por Keats[14]

As pequenas flores que “escrevem música no ar”

No branco silencioso do Céus, não há linha de demarcação entre o dia e a noite; todas as coisas e todos os seres são continuamente banhados por um brilho dourado e luminoso que não conhece superação nem lentidão no desenvolvimento ou progresso. No entanto, quando as sombras se alongam sobre a Terra:

“Galhos de carvalhos altos encantados por estrelas cuidadosas,

Sonhe, e então sonhe a noite toda sem se mexer”.

Uma quieta calma, após um ruído, cai sobre as “cortes do Céus”; os Anjos cantam com mais suavidade, e a música de seus movimentos parece respirar em cadências mais suaves. Esse é o único sinal naquela terra brilhante que indica que a escuridão da noite desceu sobre a Terra.

Além desse silêncio suavizado repica, em certos intervalos, a música dos sinos, música que muitas vezes pode ser ouvida mesmo na Terra por aqueles que ouvem seu toque. Esses sinos tocam em certos momentos específicos, quando a batida do coração da Terra está mais intimamente sintonizada com o coração dos Céus. Essas horas mortais são conhecidas como meia-noite e amanhecer.

Os sinos astrais emitem o chamado para que legiões de Espíritos saiam em missões de Amor e misericórdia em prol de todos aqueles que sofrem, e por outros que conquistaram o privilégio, por meio de tal serviço, de ascender aos reinos espirituais para receber instruções dos Anjos. É verdade que o poeta expressou essa visão ao se referir às “escadas do altar do grande mundo que se inclinam das trevas até Deus[15].

Aqueles que ouviram a música desses sinos estão sempre conscientes da melodia etérica que soa para sempre em seus corações; com facilidade a alma se eleva em êxtase em resposta à memória que ela evoca.

Os Anjos também adoram ouvir essa música dos sinos das Fadas e, no ritmo de seus compassos, formaram uma flor que capta o eco e o espalha novamente pelo mundo. As flores fúcsia[16] são réplicas angelicais desses sinos astrais. Apenas à meia-noite e ao amanhecer elas ficam trêmulos com a melodia; as pétalas delicadas se dobram sob o influxo de harmonia, e os ternos pistilos[17] balançam ritmicamente enquanto ecoam, em música suave, o toque desses conjuntos de sinos celestiais.

Há certos grupos de Anjos que trabalham exclusivamente com o Reino Vegetal; permeiam a semente com o Éter de Vida para que os poderes adormecidos possam despertar em resposta às forças da mãe Terra. Eles moldam ternamente as folhas, pétalas, os estames[18] e os pistilos; suavemente eles colorem cada veia delicada, enquanto modelam padrões minuciosos e intrincados de rara beleza e graça. Os mortais seriam cautelosos ao lidar com esses raros dons dos Anjos, se acaso pudessem observar o amor reverente e o cuidado dispensado à formação deles.

Os Anjos ficam muito tristes diante da lamentável visão da mutilação impensada e intencional do seres humanos aos seus preciosos filhos das flores e, assim, quando os pequenos Sinos Fúcsias repicam sobre a Terra, um eco dos doces conjuntos de sinos astrais dos Céus, tropas de Anjos das flores voam em todo o mundo e reúnem as flores que foram machucadas e dilaceradas, ou deixadas de lado, pelos desatentos e incompreensíveis para murchar e morrer. Depois de imprimir uma bênção nas formas físicas cansadas e frágeis, os Anjos retiram ternamente as essências vitais e as carregam como fitas de teia de arrasto de volta aos Céus, para serem usadas novamente em seus gentis ministérios de construção de outros padrões de flores com os quais possa abençoar e embelezar a casa terrestre da humanidade.

Não está longe o tempo em que a ciência verificará essas verdades o suficiente para que cada um compreenda algo da dor e do regozijo experimentados pelos habitantes do Mundo das Flores.

E é a minha crença, que cada flor

Aproveite o ar que respira.

Assim canta Wordsworth[19], sumo sacerdote entre os poetas das flores. Mas, suas palavras são ignoradas, exceto por aqueles poucos que, com uma “visão abençoada” perceberam algo do ministério angelical de seu trabalho com a vida vegetal.

Enquanto isso, os pequenos Sinos Fúcsia fazem soar um chamado à meia-noite e ao amanhecer, convocando os Anjos da misericórdia para ministrar a todos os que afligem e sofrem nos distantes reinos da Terra das Flores.

UM CALENDÁRIO FLORAL – A Lenda da Poinsétia

Quando eles beberam profundamente

Dos copos cheios de orvalho,

Você pôde ouvir suas risadas douradas

Por todo o jardim.

Por Clinton Scollard [20]

Em tempos remotos, quando o ser humano caminhava na terra de mãos dadas com os Anjos, conhecendo apenas sua inocência imaculada e irradiando apenas sua beleza perfeita, e que nenhum pensamento maldoso ainda havia impregnado sua consciência e nem projetava suas sombras no ambiente externo, e as flores eram reflexos da consciência, todas brilhavam no mais puro branco, fazendo do mundo um verdadeiro jardim de sonho de beleza pura e perfumada.

À medida que o tempo passava e as vibrações de uma poderosa estrela abriram os portais da matéria para a entrada do ser humano, e o Espírito tornou-se mais firmemente enredado em sua forma material, as pétalas delicadamente sensíveis gradualmente captaram e mantiveram as cores dadas a elas pelos vários pensamentos e emoções da humanidade, e apenas as mais raras e belas almas-flores foram capazes de florescer em toda a sua pureza primitiva.

Mas, por muito tempo cresceu uma flor tão branca que competia com o sopro das neves da montanha; o pescoço do cisne era pálido ao lado dela. A tradição afirma que, onde quer que uma alma pura vivesse sem maculas no mundo, essas flores desabrochariam em abundância. Ao longo do caminho, impregnados de meditações elevadas, estas almas brilhavam tão formosamente quanto os pensamentos que refletiam.

Na primeira Noite Santa, quando os pastores estavam vigiando as colinas da Judeia, e a Estrela dourada os guiou em seu caminho para a manjedoura sagrada, seu caminho foi salpicado com essas flores brancas místicas, nas quais os raios da Estrela do Oriente transformaram em prata cintilante.

Quando o Santo carregava a cruz na subida íngreme do Gólgota, o chão estava acarpetado de branco com sua beleza. Elas se aglomeraram amorosamente ao redor de Seus pés machucados, como se de bom grado pudessem consertar os pregos cruéis e a coroa de espinhos. Silenciosamente, suas faces brancas assistiam o apelo mudo da encenação da Crucificação. As frágeis pétalas estremeceram em compaixão com os tremores cósmicos que ocorreram quando o Espírito Mestre rompeu seu cativeiro de carne.

Enquanto o sangue escorria devido a perfuração dos pregos e da coroa de espinhos, uma gota sagrada caiu profundamente no coração de uma pequena flor branca. Lá está aninhado. Quase imperceptivelmente, as pétalas se curvaram sob a homenagem; então suavemente, gentilmente elas flamearam em carmesim. Por todo o coração da Terra, essa força foi sentida, resultando em que, onde quer que essas flores místicas florescessem, elas mudariam de branco puro para vermelho-sangue.

A alma mais pura de todo o mundo das flores através dos tempos deve banhar seu coração no sangue do Cristo e dar ao mundo sua mensagem através da beleza das pétalas flamejantes.

I

É chegado o tempo de encerramento do ano-flor, e a cada mês de pétala foi transformado em fragrantes feixes de memória. Os Tecedores da Terra das Flores se reúnem em um conselho para decidir qual flor será considerada sagrada no Natal.

Que flor é justa o suficiente para representar o mês do Nascimento Cósmico? Em sedas pinhões de vento, mensagens foram enviadas às Deidades Guardiãs dos meses, pedindo-lhes que viessem e apresentassem suas reivindicações perante o conselho do Mundo das Flores.

Cantando a canção adormecida do inverno em notas fracas da luz do Sol cintilante, chega o pálido janeiro vestido com vestes de zibelina. Seus braços brancos como a neve estão carregados com frágeis sinos de jacinto que estremecem em música suave ao canto de saudade que sua alma deve sempre cantar do Silêncio e do Sono.

Perto do fim dos dias curtos, do outro lado da borda oeste de um céu baixo e escuro, fevereiro traça uma linha dourada, enquanto do coração cinza da Terra ela coleta gotas de lágrimas, transmutando-as em narcisos dourados de promessa para o mundo cansado. Milagres que ela traz à terra e ao céu, pois seu nome é Esperança.

Março envolve a Terra em véus de um verde vago e tenro, e permanece com as mãos entrelaçadas e ansiosas, enquanto a alma do mundo desempenha o prelúdio da vida ressuscitada. Violetas tão azuis quanto o céu para o qual eles deixaram seus olhos, brotam de seus pensamentos, pois o nome interno de março é Aspiração.

A virgem Abril, coberta de lágrimas cintilantes, se curva sobre o mundo cansado. Reunindo sua dor e tristeza, ela pressiona lábios de lírio sobre eles. Quando eles são preenchidos com uma consciência sagrada de paz, ela os molda na doçura do lírio e os comissiona a soprar sobre a humanidade o segredo de sua alma – a Conquista.

Maio, com uma risada alegre, sussurra profundamente no coração da floresta, fazendo-a abrir as portas de seu tesouro para ela. Em seguida, ela se envolve em guirlandas de Fadas para despertar o espírito da beleza. Pois maio é a alma da Harmonia que traz à vida as belezas latentes de todo o Mundo das Flores.

O jovem Junho, a Alma do Amor, numa música extática de sonhos, mergulha o pincel nos pigmentos do céu, no carmesim do crepúsculo, nas brumas brancas da madrugada, no rubor róseo do nascer do Sol e no âmbar do crepúsculo. Ela adiciona a isso o brilho suave da luz das estrelas e o doce sopro de sonhos que brotam dos corações humanos, quando, eis que o mundo conhece o nascimento de uma rosa.

Descansando preguiçosamente sobre almofadas azuis e nebulosas do céu, com colchas formadas por nuvens brancas e felpudas, respirando um incenso destilado dos corações de milhões de papoulas de tons suaves, repousa o calmo julho, a Casa do Repouso.

Elevando-se fileiras e mais fileiras de flores majestosas que moldaram suas pétalas com o ouro da luz do Sol e teceram em seus corações o amor de seu Deus, que representa o mês da glória que é o próprio sopro do Sol – majestoso agosto, a Alma da Beleza Perfeita.

Setembro, a mãe cósmica, cujo nome mais íntimo é Pureza e Paz, brilha no céu, construindo os tesouros de seus pensamentos secretos em ricos ramos de hastes douradas ondulantes para acariciar o mundo e torná-lo mais justo, enquanto ela o mantém em seu coração.

Na calma quietude, interrompida apenas por um suspiro intermitente por entre as árvores, outubro, a Alma da Meditação, inclina a cabeça. Antes de todos os lugares e ao redor dela, florestas magníficas estão derramando lágrimas douradas, em parte melancólicas, pela beleza decadente que vem, e lágrimas escarlate com medo pela desolação que se aproxima.

Com aparência semelhante e passo imponente chega novembro real, coroado pelo tesouro conquistado e atributos dourado, e carregando o crisântemo real. Este amado desabrochar de seu coração nasceu de uma consciência de excesso de orgulho. Novembro respira tentação, e tão sutilmente que até os Anjos mais brilhantes caíram diante dela.

Uma canção de conquistas proclama a chegada de dezembro, cujo coração é o Sacrifício. Suas flores são maravilhosamente altas e imponentes, com pétalas carmesim que envolvem um coração de ouro. Involuntariamente, os Tecedores da Terra das Flores prestam homenagem a eles, enquanto as belezas dos outros meses permanecem um pouco esquecidas. Durante todos os longos anos, a gota sagrada de sangue viveu no coração da pequena flor sussurrando dia a dia o significado místico de sua mensagem até que, preenchida com a alegria de saber, as pétalas flamejantes cresceram e o coração de ouro se expandiu no perfeição de sua beleza imponente. Pois, enquanto as pétalas brancas brilhavam com sangue carmesim, essa mais pura alma-flor despertou para a beleza de sua missão cósmica e sabia que também deveria assumir a cor do corpo e sair para o Mundo das Flores para trazer sua alma de volta para uma compreensão da pureza e do amor que se manifestam apenas nas pétalas do mais puro branco.

E assim acontece a cada ano, quando a vida de Cristo nasce na Terra na época do Natal, o espírito da Poinsétia[21] surge em lindos mantos sacrificais de vermelho para levar sua mensagem ao Mundo das flores e dos seres humanos.

UMA MENSAGEM DE AMOR – Como Cresceu a Violeta Branca

Junto a relva

Lá pode ser visto

Um pensamento de Deus

Em branco e verde.

É tão sagrado

E o cuidado tão humilde

Que você apreciaria

A Sua graça e o seu dom natural.

E não destruir

A flor viva?

Então você deve agradecer

e cair de joelhos.

Por Anna B. deBary

Há um grupo de espíritos por quem os Anjos são muito afáveis durante o intervalo entre as vidas terrenas. Esse grupo é composto de seres que estão se esforçando para vir ao mundo, mas são impedidos de fazê-lo pela Lei do Destino, uma vez que ainda há lições que devem, primeiro, ser aprendidas nas regiões iluminadas dos Mundos espirituais. Nesse grupo estão reunidos Egos que enfrentarão árduas lições em outro dia terrestre e que devem, portanto, estar bem-preparados para enfrentar as pesadas provações e situações difíceis que estão por vir. Os Anjos, sabendo disso, lhes concede muitos pensamentos amorosos e ternos cuidados para que eles utilizem durante esse tempo de preparação.

Entre uma futura mãe e o Ego, cujo corpo físico está se formando sob o coração, há uma faixa magnética como um cordão prateado reluzente. Esse “cordão” contém a história do relacionamento passado entre eles e os laços precedentes que ligavam a alma com a alma e a vida com a vida. Assim, não é no primeiro encontro terrestre entre Egos que acontece o relacionamento íntimo como mãe e filho.

Quando o Espírito se aproxima dos confins do Mundo Físico e, então, é forçado a voltar atrás, o reajuste às condições do plano interno torna-se, necessariamente, muito difícil. Tal pessoa está envolvida no pagamento de dívidas pesadas frustrando, deliberada e reiteradamente, os planos de outras pessoas, resistindo e derrotando a realização de esforços humanitários nobremente concebidos.

Sempre há muita dor, tristeza e angústias profundas associadas numa tentativa frustrada de reentrar na vida terrena novamente, e esse sofrimento aumenta tremendamente o vínculo entre o Ego e os futuros pais. Às vezes, até os Anjos devem ocultar o rosto da sombra que essa tristeza se molda, enquanto o cordão prateado que une mãe e filho é desconectado e flutua como uma teia de renda etérea atada fortemente pela névoa de lágrimas.

As almas que chegaram tão perto de um ambiente físico estão claramente conscientes da dor de seus pais terrenos e se esforçam para amenizar essa profunda tristeza, tanto quanto esteja ao seu alcance. Acompanhados pelos Anjos, muitas vezes, eles flutuam pelos lares que foram preparados para eles e deixam uma bênção de amor e graça como um lembrete gentil da presença deles. Mas, infelizmente, nem sempre é possível para os olhos marejados de uma tristeza profunda discernir a vinda deles ou para os ouvidos entorpecidos ouvirem seus sussurros suaves, que eles aprenderam com seus mestres Anjos a recolher a tênue teia do cordão prateado que prendia a mãe ao filho, ligando coração a coração, e que se tornou tão pesado com as lágrimas que o vínculo foi rompido.

A partir desse fio etéreo, os Anjos formaram frágeis pétalas de flores do mais puro branco e exalando em seus lábios uma fragrância delicada tão doce e profunda quanto o vínculo de amor entre uma mãe e seu filho, ainda não nascido. Essas pequenas flores delicadas foram espalhadas por toda a Terra como uma mensagem de amor do espírito aos não nascidos para as futuras mães. É assim que a Violeta Branca passou a viver no mundo dos seres humanos.

ALMAS-JUVENIS – A Mensagem do Amor-Perfeito

Uma verdadeira história para crianças e para adultos também.

Comemorativo do ministério de cura de M. W.

E há amores-perfeitos – isso é para pensamentos.

Por Shakespeare[22]

Essa é a história de um de nossos irmãos mais jovens que conheceu uma vida terrena, somente por alguns breves meses e, ainda assim, naquela época mostrou tanto amor e abnegação que as crianças e, também, os adultos, fariam bem em segui-los.

Amor-perfeito era uma gatinha cinzenta e desamparada com um rosto em forma de flor pensativamente triste, de olhos grandes e suaves que guardavam memórias de muitas experiências tristes. Pois os olhos dos animais contam suas numerosas vidas terrenas, do mesmo modo que os olhos dos seres humanos e para a sua história se faz necessário apenas saber como lê-los.

Um dia, enquanto tentava descobrir o que tinha o grande mundo, Amor-perfeito caiu e suas pequenas costas frágeis se quebraram. Sob o peso da dor, seus grandes olhos ficaram mais pensativamente tristes e o rosto em forma de flor se tornou mais fino e mais nitidamente definido.

Nesse tempo, uma Fada madrinha abençoada encontrou Amor-perfeito e a levou para morar em uma bela casa à beira-mar. Então, todos os dias difíceis acabaram, pois a bela senhora tinha uma verdadeira compreensão divina para com seus irmãos mais novos e não deixou nada por fazer para preencher os dias do Amor-perfeito com cuidado e ternura, para que a pequena vida pudesse colher todos os benefícios dessa experiência terrena. Mas, apesar de tudo, o corpinho ficou mais frágil e mais atenuado. O minúsculo Corpo Vital podia ser visto por olhos ocultos, às vezes, por estar quase livre da forma física, e foi somente através de sua resposta devotada ao amor e bondade derramados sobre ela para que fosse capaz de permanecer no plano terrestre.

Ao longo dos dias, enquanto a Fada madrinha estava envolvida em seus trabalhos de cura, Amor-perfeito se sentava na janela e observava os Auxiliares Invisíveis – ela pensava que eram Anjos – enchendo o quarto da Fada madrinha com belos pensamentos e imagens. Quando a Fada madrinha voltava para casa à noite, ela os reunia para o futuro trabalho, ajudando a aliviar as tristezas do mundo. Embora Amor-perfeito fosse incapaz de raciocinar sobre essas questões, instintivamente, ela sabia que aqueles lindos seres estavam trazendo amor e felicidade para sua Fada madrinha, pois quando ela entrava na sala, o seu rosto se iluminava como se o sol brilhasse por trás dela. Então, o pequeno coração batia muito rápido sob seu pequeno casaco cinza, e luzes dançantes brilhavam dentro de seus olhos ternos. Mas aqueles que não entendem, apenas viam uma pequena gatinha cinza ronronando no parapeito da janela.

Do lado de fora da janela, da casa da Fada madrinha, crescia uma linda roseira branca, e Amor-perfeito logo descobriu que ela usava as rosas para algum propósito especial em seu trabalho, já que as cuidava com muita cautela e sempre demonstrava a mais profunda satisfação e gratidão ao encontrar uma flor perfeita. À noite, Amor-perfeito estava acostumada a observar os Espíritos da Natureza modelando as flores. Nos dias solitários antes de encontrar a Fada madrinha, ela havia passado por todos e agora que descobriu o quanto a roseira significava para sua guardiã, ela escolheu torná-la sua responsabilidade particular. Nas noites de Lua Cheia, os Espíritos da Natureza eram especialmente ativos. Nessas horas, Amor-perfeito ficava sentada observando-os cuidadosamente durante toda a noite. Às vezes, seu corpinho ficava muito cansado e a dor das costas quebrada era quase insuportável. Mas não eram suas vigílias noturnas um serviço e um sacrifício de amor? Foi com esse espírito que Amor-perfeito, imóvel e em silêncio, observou os Espíritos da Natureza por horas, enquanto eles moldavam as pétalas tenras, e ficava com os olhos fixos nas belas Fadas enquanto exalavam fragrâncias nos corações das flores. Mas, de todo esse desempenho etérico, os olhos humanos não viam mais do que uma gatinha cinza olhando fixamente para a noite.

Devido a sua atenção amorosa que aquelas rosas cresciam, Amor-perfeito se sentiu ricamente recompensada quando viu sua Fada madrinha aparecer pela manhã para colher e levar com ternura as flores brancas perfumadas em sua bela missão de cura. Sempre que a oportunidade aparecia, Amor-perfeito andava ao lado de sua amada protetora, enquanto sua pouca força permitia, e quando ela não podia ir mais longe, ainda a seguia com seus olhos tristes até que a figura da amada se perdia de vista por completo, além das colinas. Voltando para casa sozinha, o corpinho de Amor-perfeito ficou tão cansado que ela foi forçada a descansar muitas vezes à sombra da grama alta à beira do caminho, mas o tempo todo o coraçãozinho batia feliz e o rosto melancólico iluminava-se com lembranças de ternas carícias e palavras gentis.

Apesar do grande amor que mantinha vivo o coração fiel de Amor-perfeito, o domínio sobre o corpo frágil diminuiu. Um dia a dor era quase insuportável, mas ela rastejou até onde cresciam as rosas brancas para observar a chegada da Fada madrinha. Exatamente, naquele dia ela chegou mais tarde do que o normal, pois muitas pessoas solicitavam seus serviços amorosos. Frequentemente, o pequeno corpo deficiente de Amor Perfeito tentava se erguer ao ouvir passos distantes, e a luz fraca brilharia de novo nos olhos sombreados. Mas quando o crepúsculo caiu sobre o mar, o corpinho cansado caiu para a frente na grama, e quando a Fada madrinha chegou, o coração gentil havia parado de bater. Com ternura, ela ergueu o corpo frágil e levou-a embora, pois na grandeza de seu coração ela encontrou lugar para todas as criaturas de Deus. Ninguém é tão pequeno e bastante humilde para escapar do amor dela.

Com reverência, ela colocou o corpinho de Amor-perfeito sob as rosas brancas, onde tantas vezes manteve suas longas vigílias. E agora, para aqueles que veem, quando a luz da Lua está cheia e os Espíritos da Natureza estão mais ocupados, muitas vezes, entre as sombras, surge uma pequena forma cinzenta saltando tão forte quanto as próprias Fadas, pois o pequeno dorso não está mais com a aparência irregular ou disforme. E muitas vezes, quando os belos Anjos estão enchendo a sala com pensamentos de amor pela Fada madrinha, o rostinho em forma de flor está ao lado deles. E eles também sorriem ternamente para isso, pois em seus grandes corações nenhum amor é pequeno por demais para passar despercebido ou não ser recompensado. Mas para aqueles que não podem ver tudo isso, há apenas um pequeno monte sob a grama, no qual as pétalas de rosa branca caem suavemente como flocos de neve perfumada.

Os belos serviços que os Anjos prestam ao ser humano não abrangem toda a sua missão na Terra. Nossos irmãos mais novos do Reino Animal também estão sob seus cuidados protetores. Aqueles que tratam dos negócios do Pai nos Mundos celestiais sabem que não há separação real entre os vivos e os mortos, por isso eles voltam frequentemente para inundar suas antigas moradas terrenas com amor e bênçãos. Em tênues formas de sombra, os animais também revisitam seus antigos lares e ficam perto daqueles a quem amavam durante a manifestação na Terra.

Naquela grande abertura de luz que divide o que é visto do que não é visto e do que é perceptível ou não, e que para o conhecimento da morte aparece como uma porta ou passagem, representa um ser glorioso que dirige e orienta a todos aqueles que passam de um lado para outro entre os Mundos internos do real e os externos que são seus reflexos. Esse belo ser é conhecido como a Maria Divina, a Senhora Abençoada com Mãos de Luz – mãos tão iluminadas por causa de seu ministério constante e amoroso por todas as coisas vivas. De suas mãos derramam raios de luz resplandecente que inundam eternamente essa Ponte de Transição entre os vivos e os mortos.

Na linguagem das flores, os Anjos tornam tangível essa verdade para todos aqueles que irão recebê-la, e assim eles moldaram a primorosa Amor-perfeito como um reflexo das multidões de rostos de bebês que muitas vezes pairam sobre os entes queridos a quem foram emprestados por tão breve estada. Em suas pétalas de veludo estão inscritas as orações amorosas de bebês que circundam a Terra quando os Anjos penduram as cortinas do crepúsculo, marcadas pelas estrelas dos céus.

E é assim que essa amada florzinha leva o nome de Amor-perfeito – pense em mim – pense em mim.

AS FLORES DE ACÁCIA

A luz que você carrega que ainda não vejo

Será um farol para você e para mim,

Ainda assim, serei seu guia.

— Mensagem da Mulher para o Homem

Ao final da tarde a luz minguante brilhava, refletida em um trecho do mar suave e longo. Faixas cinzentas de nuvens pairavam pesadas sobre o horizonte, encerrando o dia com aquela sensação de proximidade do infinito e aquela liberdade da alma que o espírito do mar sempre proporciona. Um homem e uma mulher estavam juntos na areia, olhando para a imensa porção de águas escuras, enquanto a maré vazante batia contra a costa fazendo um som característico, mas baixinho, como um coração aflito. O ritmo foi quebrado por uma gaivota grasnando baixinho pelo seu companheiro. Quando a luz da tarde foi se obscurecendo, uma longa linha dourada rastejou através do banco de nuvens e destacou em relevo os contornos de um barco se aproximando da costa. À medida que o barco se aproximava, o rosto da mulher se iluminava, enquanto uma sombra caía sobre as feições do homem. A mulher se voltou para o homem e, com um sorriso radiante, estendeu as suas mãos solicitantes para que fossem seguradas.

– “Você vem comigo?”, ela perguntou a ele.

Ele se virou e olhou fixamente para as águas cinzentas.

– “Você não está vendo a luz dourada que rapidamente rompe as nuvens cinzentas?

– Oh, mas você vem? – ela perguntou novamente – “pois, atrás daquela cortina de ouro que a cada dia estava mais transparente, já posso ver as Colinas Azuis da Realização agigantando-se contra o céu com sua crista brilhante de sonhos. Suas alturas são tão deslumbrantes que ainda não ouso tentar olhar para elas; mas se você vier comigo, juntos encontraremos seus picos mais elevados”.

– “Não consigo ver nada”, declarou o homem, “a não ser os bancos de nuvens suspensos sobre o mar. Por que devemos embarcar em águas desconhecidas em busca de uma aventura estranha, quando há tanto a fazer aqui? Por que você não pode ficar comigo e nos dar por satisfeitos com as coisas como elas são, sermos feliz no viver, amarmos e trabalharmos no mundo que conhecemos?”.

A mulher desviou seu olhar triste para longe, enquanto respondia:

– “Realmente, para compreender e fazer o nosso melhor trabalho com o que sabemos, devemos ter algum conhecimento do desconhecido. Meu trabalho deve alcançar os efeitos que são vistos e tocar as causas que não são vistas. Você não consegue perceber que não há barreira entre nós, exceto aquela que seu próprio pensamento inferior criou? Ambos estamos seguindo o mesmo caminho, só que você escolheu o lado que foi suavizado e nivelado pelos muitos renascimentos, enquanto eu estou seguindo o caminho solitário que poucos ousaram percorrer até agora. Enquanto seguirmos nossos caminhos separados, a Obra deve permanecer incompleta e iremos tropeçar, mutilados e incapacitados, devido a falhas miseráveis e aos equívocos. A realização perfeita do nosso compromisso só pode vir por meio de uma combinação harmoniosa do nosso duplo poder. Por muitos milhares de anos, através das estranhas complexidades da vida, nós nos tocamos e nos separamos, apenas para descobrir em cada novo encontro, sombreado por vagas lembranças e perturbado por sonhos, em parte, familiares. Por quanto tempo mais você vai atrasar na realização de um plano que é divino em sua plenitude?”.

– “Não entendo”, respondeu o homem; “Não consigo ver e não sinto o chamado estranho que lhe atrai. Parece-me que você é vítima de estranhas fantasias, de noções bizarras que não têm nenhum fundamento na realidade e na verdade. Você está disposta a esquecer o amor e o dever por sonhos utópicos”.

A mulher olhou para ele com compaixão enquanto ouvia, contudo, uma ternura ansiosa, meio maternal, tomou conta dela. Quando ele parou de falar, ela gentilmente respondeu:

– “Se eu não tivesse conhecido esse grande amor, nunca teria encontrado a chave que abre a porta dos mistérios da vida. Nenhuma mulher pode começar a compreender a divindade que dorme no âmago das coisas, até que tenha encontrado o seu próprio ser divino através do amor da alma”.

Seu rosto ficou extasiado enquanto ela continuava: “No caminho que leva ao topo daquelas Colinas Azuis da Realização posso ouvir a batida do coração de séculos, à medida que os homens e as mulheres da Onda de Vida Humana escalam juntos, e aquela luz indescritível que coroa seu ápice é um reflexo dos rostos daqueles que encontraram a verdade que lá habita. Há um cordão invisível e sutil que se estende entre o homem e a mulher, ligando-os sempre juntos, e até mesmo não percebido por muitos, mas, ainda assim, é a força mais poderosa em todo o universo. Quando o homem compreender essa lei, ele saberá que não pode machucar a mulher sem machucar a si mesmo. A mulher saberá que não pode se levantar sem puxar o homem.”. Com essas palavras, ela fez uma pausa e, olhando para ele com o amor de longos séculos brotando em seus olhos, ela continuou: “Nenhum dos dois pode ir sozinho. Há uma altura que só pode ser atingida quando o homem e a mulher sobem de mãos dadas”.

O barco se aproximou da areia e esperou como um estranho pássaro pronto para voar. A mulher se virou e olhou para o homem de forma minuciosa e com seriedade. Mais uma vez, ela falou com ternura:

– “A alma da mulher salta para as estrelas em um salto nas asas da intuição, e lá ela espera pacientemente enquanto o homem escala lenta e laboriosamente pela longa escada da razão e do intelecto, mas os dois devem se encontrarem e se reunirem para sempre no cume da Consumação Divina. Estarei sempre à sua espera, ó alma da minha alma”. Beijando-o na testa com reverência, ela se virou cambaleando em direção ao barco, cega pelas lágrimas.

Mudo, silencioso, com uma estranha dor no coração, o homem observou o barco deslizar sobre as águas cinzentas. À medida que aumentava a distância entre eles, sentiu sensivelmente puxando a corda que os unia e, ao mesmo tempo, uma estranha premonição angélica o emocionou, de que algum dia ele também viajaria por aquele mesmo caminho. Quase inconscientemente, ele se esforçou para imaginar as Colinas Azuis do Sonho contra o horizonte e, ao fazê-lo viu a grande névoa se abrir sobre o barco e uma estrela dourada brilhar sobre ele. Ao mesmo tempo, o cordão invisível se alongava e se alongava, mas ele sentia em seu coração que nunca poderia se quebrar.

Todos os dias, os Anjos enviam seus Auxiliares através do mundo terreno para reunir todos os ideais e concepções que nascem da humanidade. Eles estão sempre à espreita de belos sonhos que flutuam através dos Éteres; eles reúnem a essência de nobres aspirações e a fragrância de muitas ações que são desconhecidas e pouco divulgadas: esses eles carregam para os reinos que os Anjos chamam de lar, e lá eles são modelados em flores que os Anjos devolvem novamente à Terra. Cada flor nasce de uma bela concepção, ou tipificam algum ideal nobre que vive no coração da humanidade.

Para simbolizar o belo vínculo entre o homem e a mulher, os Anjos geraram a Acácia. E é por isso que foi escolhido por uma das Fraternidades místicas mais importantes, cujos ritos são fundados no amálgama dos princípios masculino e feminino, para uso cerimonial como um símbolo de Vida Eterna e de Amor.

O AMOR NASCIDO DA DOR – A Lenda da Flor da Paixão

Oh coração, oh sangue que congela

Sangue que queima,

Retornos da Terra

Por séculos inteiros de loucura,

Barulho e pecado,

Feche-os,

Com seus triunfos e suas glórias e o repouso – o amor é o melhor.

Por Robert Browning

As emoções pertencentes aos planos inferiores do Reino conhecido como Desejo, emitem suas notas de vida em uma massa rodopiante de forma e cor e, aqui também, os Anjos encontram trabalho para fazer. Fora desse redemoinho de sorrisos e lágrimas, de esperanças e decepções, de medo e dor, em que a maior parte da humanidade constrói tão inconscientemente, ainda assim, constantemente, os Anjos auxiliares estão ativamente empenhados em tecer padrões de flores que tomarão forma e crescerão na Terra. Muitas flores vivem e florescem como símbolos dessa influência gerada pelos pensamentos e desejos de homens e mulheres no mundo.

Há um vasto jardim onde as flores deslumbrantes florescem com uma beleza carmesim e exuberante. Até o Sol parece captar o reflexo de sua luz vívida e brilhante, com uma tonalidade mais avermelhado. Todo o ar está parado e carregado com um perfume lânguido, pois este é o jardim onde só crescem as flores da paixão. Nas primeiras horas da madrugada, quando a essência espiritual do céu está sendo soprada sobre a Terra e, assim, é mais fácil despertar a alma do ser humano para as realidades da vida, e novamente na hora mística do crepúsculo, quando a Terra mantém uma conversa silenciosa com as estrelas, uma bela Fada entra suavemente neste jardim e caminha ansiosamente por seus variados caminhos. Frequentemente, ela tenta pressionar as pétalas carmesim contra o peito, mas elas apenas deixam uma mancha de tonalidade escura e sombria, e preenchem seu coração com um estranho desejo. Ela deve se afastar por muito tempo desconsolada – pois o Espírito de Felicidade nunca pode encontrar aqui um lugar permanente para habitar.

As flores do jardim tornam-se mais abundantemente exuberantes e de uma beleza selvagem, enquanto a cada visita o Espírito de Felicidade se torna mais frágil e atenuado, até que, finalmente, sua presença gentil é como uma lembrança de alguma coisa doce.

Um dia ela entrou no jardim muito devagar, mas ainda se curvando ansiosamente sobre as flores brilhantes, com seus dedos frágeis mal tendo forças para fazer sua costumeira impressão escarlate em seu peito. Quando ela se vira cansada, cai inconsciente no chão, enquanto um pólen leve e nauseante penetra rapidamente sobre ela até que ela quase se perde de vista.

De repente, um vento frio sopra sobre o jardim e todas as flores da paixão inclinam docilmente em suas hastes, enquanto uma flor rara e branca, que não parece pertencer à Terra, permanece como uma presença sagrada no meio delas.

Sob essa nova influência, o Espírito de Felicidade revive e luta para ficar de pé. Ansiosamente, ela banha seu coração ferido na suavidade de seu perfume, e seus dedos perdem suas manchas carmesim em meio ao veludo de suas pétalas.

As Flores da Paixão inclinam cada vez mais em seus caules até que seus rostos estejam completamente escondidos na poeira, enquanto a estranha flor branca cresce mais alta e mais bela e enchendo o jardim com sua glória celestial.

“A Felicidade é um atributo da alma muito raro para ser tratado com ociosidade”, dizem os Anjos, inclinando sobre a borda do mundo, olham para o jardim prostrado abaixo. “A Flor do Amor não nasceu naquele dia mais cedo, pois a Felicidade não poderia mais ter sobrevivido em meio a tanta solidão e dor”.

Uma grande onda de luz inunda o jardim. Não se pode dizer se vem da flor branca que ergue seu rosto tão orgulhosamente para as estrelas, ou dos rostos dos Anjos com asas dobradas e mãos quietas que se ajoelham para orar.

UMA SINFONIA DE LÍRIOS

O sopro do crepúsculo caiu suavemente no jardim, como alguma melodia de fragrância assustadora e pouco lembrada. Uma sinfonia em branco e dourado, o jardim estava todo lindo e silencioso e sob o céu um pôr-do-sol tingido de opalina [23]. Lírios, lírios – havia lírios por toda parte. A partir de exóticos raros, impregnados pelo seu rico perfume, às pequeninas flores brancas com que os beijos da floresta em seus lábios.

Para a Mulher com o Coração de Lágrimas, eles trouxeram uma mensagem de paz de suas profundezas perfumadas. Em sua beleza pura e branca com corações dourados, ela os comparou a sua própria criança Lily, uma garotinha que costumava brincar por lá, há muito tempo. Mas foi então que a Mulher manteve a luz do verão em seu coração.

Uma noite, quando as estrelas estavam brilhando e os lírios inclinavam suas cabeças sob uma dor de gotas de orvalho peroladas, a alma da criança Lily foi levada aos cuidados de Deus tão suavemente, da mesma maneira como a doçura de seu jardim flutuou para cima nas asas da noite. Era por causa do coraçãozinho que os amava tanto, que os lírios se tornaram mais belos e as flores mais doces. Quando a Mulher com o Coração de Lágrimas os enrugou em sua dor, eles espalharam um perfume que era como uma bênção sobre ela. Às vezes, ela até imaginava que a alma de sua filha Lily respirava novamente em sua beleza e que o aroma de seu amor brotava de seus corações perfeitos.

Uma noite de outono, quando os ventos tocavam pequenas melodias menores com as folhas rugosas, e os lírios, como memórias assombradas, ficaram brancos e elevados e ainda assim, a Mulher com o Coração de Lágrimas viu quando se ajoelhou entre eles, uma criança adormecida, meio escondida em suas sombras perfumadas. Uma pequena criança abandonada talvez, mas semelhante em sua maravilhosa justiça para com a criança Lily de muito tempo atrás. O cabelo dourado estava emaranhado entre as pétalas brancas e macias. As mãos daquela criança agarraram uma quantidade de flores murchas contra o peito. Ela havia vagado por este santuário guardado apenas pelos Lírios sentinela. Mas eles não perceberam a diferença e se agruparam com tanto amor em torno dessa linda cabeça como se aninharam sobre o terno coração que por tanto tempo permanecera frio e quieto.

De alguma forma estranha, em que a tristeza se mesclava com uma espécie de doçura menor, e a ternura se mesclava com a dor, a pequenina sorriu com a essência de seus sonhos mais profundos do Coração de Lágrimas da Mulher. O sopro dos lírios sonolentos tomou conta dela em cadências de música oral, enquanto essas palavras em ritmos cadenciados de fragrância, despertavam em seu coração uma melodia persistente: “Quem receber uma dessas crianças em Meu nome, a Mim recebe.”[24].

Os sorrisos que cruzaram o rostinho eram para a Mulher com o Coração de Lágrimas como as carícias de um raio de sol em mármore delicadamente cinzelado. Os olhos que de repente se abriram e cruzaram com os dela, eram estrelas que haviam descido do céu, ainda retendo um pouco do azul de seu cenário celestial. Com toda a intuição de uma criança, ela sentiu o desejo do amor materno inclinar-se sobre ela. Estendendo suas mãozinhas desatentas de infância, mas feliz, sua risada infantil despertou um eco no Coração de Lágrimas da Mulher que se fechava de tristeza, já que a pequena sepultura foi feita como uma cicatriz na bela face do jardim. Ao reunir a criança em sua vida solitária, suas lágrimas caíram suavemente sobre os lírios esmagados e iluminaram-nos quando um novo amor despertou em seu coração.

Com o nascimento deste amor veio à luz de uma grande compreensão, aquela que se encontra inevitavelmente na sombra de um amor que é matizado com o divino. Ali ao lado da pequena cama onde os doces sonhos da criança Lily haviam adquirido forma tangível nas flores de Lírio que se curvavam sobre ela, a Mulher com o Coração de Lágrimas aprendeu que o Amor é a chave mágica da vida e de seus infinitos mistérios. A imutável lei da compensação foi investida de um poder e uma beleza que ela nunca havia conhecido antes.

Ela percebeu como é infinitamente bom saber que não há nuvem escura demais para que a luz do sol se dissolva e nenhum rosto tão belo que não esteja manchado de lágrimas e mesmo assim ser tão belo para eles. Só o amor purifica o pecado, torna a tristeza sagrada e põe a resignação como uma estrela na fronte da dor.

O incenso das esperanças enterradas retornou a ela, revivificado no glorioso tema que os Anjos cantam diante do Trono de Deus: “E agora permanece a fé, a esperança e o amor, porém, a maior destas virtudes é o Amor.[25].

No panorama dos anos subsequentes, cheios de possibilidades se estendendo diante dela, a tonalidade da dor que sombreava todas as coisas, desapareceu. O mundo estava em tonalidades dourados. Ela sabia que os acordes de amor, pelo conhecimento da fraternidade de toda a humanidade, tocavam profundamente em seu coração, respirando através de sua alma a inefável harmonia, de sua unidade com o Infinito. Esta é a concepção divina do Amor.

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No decorrer da noite, os ventos vergaram os lírios sobre seus caules delgados, o pequeno monte abaixo deles estava coberto com a ternura verde da doçura do coração. E a fragrância do jardim parecia derreter em uma música – uma Sinfonia de Lírios.

A CATEDRAL DA NOITE

“Uma asa de Anjo bate em cada janela,

Mas apenas os ouvintes ouvem e se levantam.”

Por Anon

Os suaves portais de cor púrpura abrem no crepúsculo, e lá estava a vasta Catedral da Noite, empoeirada de anseios e sombreada por sonhos, repleta de pontas de chamas douradas que brilham e cintilam, e derramam seus segredos sobre o coração de um mundo adormecido.

O interior dessa imponente catedral é o lar de harmonia e ritmo inefável. A vasta extensão é apoiada por infinitas colunas panorâmicas espirais formadas em uma requintada simetria. Permanecendo como a alma de algum mármore raro transformado no Espírito da Juventude, da Inocência, da Alegria e da Beleza, elas emitem um etérico esplendor de Luz. Entre essas colunas, os corredores perfumados conduzem a um altar cintilando em sua brancura de neve como o mais puro alabastro[26]. Em perspectivas maravilhosas, essas colunatas como fadas, estendem-se ao longe, e são mais belas à medida que vão recuando, até se perderem sobre o altar em um êxtase branco e luminoso.

De repente, a luz se intensificou. As notas de um coro triunfal soaram ao longe, aproximando-se cada vez mais, até que toda a vasta catedral estivesse vibrando com a música. Gradualmente, cada átomo do espaço é preenchido – preenchido com os espíritos de crianças pequenas, alegres, radiantes, livres.

Nos seus lares físicos, enquanto os pequenos corpos estão repousando no sono, as almas flutuam pela silenciosa Catedral da Noite. Aqui, eles formam belas amizades com outras almas de crianças que também estão temporariamente libertas de seus corpos terrestres. Guiadas e dirigidas pelos Anjos, que são professores sábios e amorosos, eles estão aprendendo, por meio de brincadeiras alegres, a tecer com fios de ouro em suas vidas terrenas alguns reflexos tênues do Mundo celeste. Esses lindos Anjos reúnem esses espíritos em procissões longas e vestidas de branco, que percorrem seus incontáveis caminhos pela Catedral. Primeiro eles entram no Salão do Silêncio, guardado por imensos portões de ouro que sempre se abrem, convidando qualquer um a entrar, e nunca fechando a não ser ao som de uma palavra falada quando, por alguma magia estranha, eles se tornam barreiras imensas e impenetráveis, bloqueando as belezas primorosas que está além deles.

As paredes deste Sala são compostas por inúmeros mosaicos construídos de sonhos. Eles formam uma sinfonia de cores vivas e iridescentes (furta-cor). Alguns dos padrões são estranhamente fantasiosos, outros são cativantemente belos, enquanto outros são tão bizarros e estranhos que existem aqueles que ficam perdidos em admiração diante deles. Cada um que entra aqui, encontra um padrão para estudar. (Pois não somos todos sonhadores no coração?) Alguns desses sonhos cintilam e brilham com todo o esplendor de uma vida sempre crescente porque foram trazidos à fruição na Terra; outros, meio envoltos nas sombras do crepúsculo, estão lentamente desaparecendo nas coisas escuras esquecidas. Eles são incapazes de suportar porque nunca receberam vida no “mundo dos homens”. (O que se vê é que muitas das mais belas almas, mesmo assim, com desejo ardente estão se afastando).

O chão desta Sala do Silêncio é de luz suave e se compara a névoa de um dia de primavera que se eleva toda prata e creme do coração de um rio. As paredes se tornam mais claras e luminosas, à medida que mais alto eles se ascendem, até que se perdem em um esplendor indescritível no espaço infinito. Os padrões estão mudando constantemente à medida que novos sonhadores entram no Salão e lá inscrevem seus sonhos. Uma das principais verdades ensinadas pelos mestres Anjos é o valor inestimável da alma a ser adquirido frequentando a Sala do Silêncio, e a importância que assume em termos de conhecimento, orientação e conforto nos tempos que virão para toda a humanidade.

Ao deixar este Salão, muitas das crianças veem um belo Espírito, distinguível onde quer que ela vá por meio da joia usada em seu peito. Essa joia fica maior e aumenta a luminosidade a cada serviço prestado a um necessitado. Ao conceder tal ajuda, ela brilha com uma luz gloriosa. Este é o Espírito de Serviço. Ela nunca é encontrada sozinha, mas de todas as formas entre as multidões. Onde o escuro sombrio do outono, são mais longos e profundos, a luz da joia preciosa em seu coração brilha como uma estrela de amor caindo sobre um mundo cansado e acalmando-o em uma paz infinita.

Os raios brilhantes do Sol do Espírito de Amor resplandecem e transfiguram aqueles cujos corações e mãos estão aprendendo a seguir seus caminhos de ajuda ministerial. À medida que as almas avançam em conjunto, elas encontram a entrada para uma vasta sala, uma sala cujas dimensões são indescritíveis. Através de seus portais sempre abertos, os raios de uma Estrela brilhante lançam sua luz, e todos que cruzam seu raio de ação, nele devem entrar. O interior desta sala é formado por numerosas bainhas de pérolas. Os pisos que se estendem por uma distância infinita e as paredes cujos limites estão além da visão são todos mais iluminados com seu brilho suave. A luz aqui é tranquila e moderada como a luz de uma Lua nova brilhando nas florestas profundas. Roubando pelo ar, estão as melodias menores sonhadoras tocadas em harpas de ouro.

Alguns daqueles a quem a Estrela guiou até a porta veio com lamentos e gritos doloridos de dor; outros veem de boa vontade com sinais de gratidão pelo que eles reconhecem como uma oportunidade de aprender lições importantes e muito necessárias. Após sua permanência terrena, cada alma deve novamente cruzar este mesmo limiar, pois é aqui que a Lei de Causa e Efeito imprime seu registro na forma retratada. Os mortais conheceram esse lugar como a Sala da Tristeza e do Pesar Profundos. Suas joias mais preciosas são formadas pelas lágrimas cristalizadas da humanidade. Inúmeras pérolas belíssimas de sacrifício e renúncia podem ser encontradas aqui. Esses são mostrados àqueles que têm olhos para ver por meio dos Anjos que servem como professores. Todos os dias pérolas são adicionadas na bela estrutura; nenhum está perdida. É por isso que a sala deve ser tão grande e seus limites são incomensuráveis.

A coisa mais bonita nessa grande sala de luz é o Altar das Pérolas. Cada gema é perfeita em tamanho, cor e forma e é iluminada com uma beleza suave e amorosa. Essas são as lágrimas cristalizadas das mães. É nesse altar que os espíritos tristes se aproximam de Deus. É aqui que a próprio Sala da Tristeza e do Pesar Profundos vive quando está longe de sua casa no Mundo celestial. Nesse reino elevado, ela sempre se encontra perto do Espírito de Amor. É assim que a tristeza sempre paira sobre a glória branca do Amor. Esse é o ensinamento dos Anjos às almas das crianças visitantes, e esse conhecimento está profundamente gravado em seus corações para que as experiências terrenas, quando retornam, possam se tornar mais compreensíveis. Depois de tal instrução, muitos reconhecem, intuitivamente, a Sala da Tristeza e do Pesar Profundos como doce, justo e amigável, e assim perdendo todo o medo, saúdam-na com os braços abertos. A Sala da Tristeza e do Pesar Profundos está sempre vestido de branco, simbolizando o fato de que ela não se arrepende. Quando uma alma reconhece sua verdadeira missão, a tristeza desaparece porque se transmutou em amor. Os Egos dessas crianças são instruídos a lembrar que, para um Espírito desperto, a tristeza é apenas o cadinho no qual se testa a força de caráter.

Ao lado da entrada dessa vasta Sala da Tristeza e do Pesar Profundos encontra-se uma figura que parece a própria essência da luz. Cercado por um halo de vibração palpitante, que se estende muito além da linha de visão e penetrando profundamente no coração de tudo que toca, ele atrai um eco em esplendores refletidos. Muitas almas veem da Sala da Tristeza e do Pesar Profundos, algumas acompanhadas e outras sozinhas, mas este Espírito brilhante lança, em cada um e em todos, um raio de luz. Poucos entre eles têm consciência da luz que os circunda, e com exceção das almas raras e excepcionais podem ver o Espírito sublime.

Esse Espírito, raramente, é visível para aqueles que aparecem acompanhados; quando visto, é quase sempre, por quem anda sozinho. Os Anjos explicam que este é o sublime Espírito da Verdade. Em sua verdadeira casa, no Mundo celestial, ele vive mais perto de Deus do que qualquer outro Espírito, exceto o do Amor. Embora os Egos possam permanecer na luz que emana dele, porém, podem nunca se aproximar do grande Espírito. Quando alguém tenta alcançá-lo, ele sempre recua; no entanto, a LUZ SE TORNA MAIOR. Jamais, alguém estará consciente da plena glória desta grande luz, exceto aqueles que trazem em seus corações uma impressão da Sala da Tristeza e do Pesar Profundos.

Em grandes grupos, as almas das crianças se reúnem em torno do glorioso Altar Branco da Catedral. Este é o altar do Amor e é iluminado com a luz branca e pura que desce do próprio trono de Deus. A luz que emana deste altar inunda o edifício majestoso em todo o seu comprimento, largura e profundidade. Os Anjos explicam para as crianças como a luz sempre retrata o amor. Nunca pode haver luz sem amor, visto que o último é a causa do primeiro. Sempre que observarem a luz de um novo dia, eles devem se lembrar que é uma expressão do amor de Deus pelo mundo. Sempre que virem o Sol, o coração de nosso Sistema Planetário, eles devem saber que ele também é um símbolo do amor de Deus.

Pairando sobre esse altar está muitos almas aguardando a convocação para renascer. Cada um, como o chama o Anjo da Vida, reúne uma oferta do altar do Amor para levar em seu coração ao mundo, pois esses são os mais doces mensageiros de Deus para o ser humano. Além do altar do Amor está a entrada para o que parece ser o domínio da Terra Sombria. À medida que as crianças se aproximam dessa entrada, elas hesitam como se uma onda de dor as envolvesse; uma escuridão sombria permeia o espaço que é delineado por um friso suave de lágrimas. Incontáveis pequeninos envoltos nas sombras suaves são vagamente discerníveis, e o que parecia um grito lamurioso como de sons de arrependimento de orquestras formadas por sombras.

Os Anjos explicam que essa é a casa daqueles que estão esperando para retomar suas vidas terrenas, e que quando o Anjo da Vida os chamar, eles devem ir, cada um para o seu lar, onde serão estrangeiros e desconhecidos, e onde não serão bem-vindo. É por isso que, intuitivamente, evitam sair pelo fato de estarem envoltos em sombras. Eles não vivem tão perto do grande altar do Amor como aqueles que vão para os lares de amor, onde sua chegada é esperada com ternura e ansiosa expectativa. Esses pequeninos da Terra Sombria, às vezes, se esquecem de levar uma oferta do altar do Amor, quando vão para o mundo terreno, e por causa dessa falta em seus corações, suas vidas serão muito difíceis até que encontrem o amor por meio do serviço aos outros. Como semeamos, devemos colher: esses desafortunados semearam na escuridão; agora eles devem colher sombras até que a tristeza e o sofrimento os tenham levado à realização da Lei perfeita.

De repente, através do ar, são subtraídas harmonias inefáveis que surgem de um jogo sinfônico de cores. Lavandas suaves derretem em cinzas requintados, e tons de violeta se entrelaçam com rosa em tons mutáveis de beleza tão raros e delicados que parecem apenas sonhos delirantes. Cada cor respira na suave e indescritível fragrância musical – fechando os acordes meio lamentosos, apenas para se perder na distância com ecos de Fadas. Flutuando, mudando, tecendo e se separando, eles abrem perspectivas atraentes de um mundo de sonho à frente. Montanhas e prados, vales e planícies cobertos de flores se estendem em uma beleza estranha e sobrenatural iluminada e irradiada por um Sol dourado. A luz penetrou no coração de cada árvore e flor e deixou ali um raio de si mesma para testemunhar a glória da luz e do amor. O ar é tão luminoso com essas cores cintilantes que nenhum olho mortal poderia suportar o brilho por muito tempo.

Do coração desta terra dos sonhos vem uma figura feminina de majestade sobrenatural, mas não tão bela quanto os Anjos. Ela é assistida por muitas belas figuras que estão espalhando papoulas com cheiro de sonho ao longo de seu caminho. Doces imortais e o perfume de tranquilidade se mesclam com a fragrância de seus pensamentos em terna saudação. “Quem você acha que eu sou?”, ela pergunta. As crianças ficam em silêncio em um êxtase reverente. “Eu sou o Espírito da Morte”, responde ela.

Para as exclamações de alegria que saúdam esse anúncio, ela oferece mais informações sobre si mesma. “Sim, eu sei”, diz ela, “que a pobre humanidade iludida sempre me imaginou como uma criatura carregando uma caveira e ossos cruzados, ou em outras formas aterrorizantes que instilam nos mortais um medo geral de minha presença; mas se eles apenas entendessem, me reconheceriam como um amigo. Quanto mais o ser humano aprende de mim, mais ele saberá de si mesmo”.

Carinhosamente acariciando os grupos que se reuniam ao seu redor, ela continua: “Amo todos os que vêm a mim e levo cada um ao meu coração como uma mãe faz com um filho cansado. Afinal, quase todos são apenas crianças – alguns deles muito cansados e a maioria extremamente assustados com a mudança. Ensinem ao mundo, meus pequeninos, quando vocês voltarem, que não há nada a temer. A morte é apenas uma passagem de um sonho para a realidade – a realidade que está por trás do sonho. Todos esses que me atendem recebem e cuidam dos pequeninos que vêm da Terra e não têm nenhum dos seus entes queridos aqui para encontrá-los e ajudá-los a se acomodarem em seu novo ambiente. O serviço que presto com o maior prazer”, acrescenta baixinho, “é acalmar um coração cansado e dar descanso a uma alma cansada”.

A cortina de cores se levanta, novamente, revelando cenas de beleza fascinante e respirando música tão estranhamente doce que até mesmo os Anjos são obrigados a fazer uma pausa para ouvir; o Espírito da Morte diz às crianças que neste mundo de cores cada movimento emite um som. O ar é tão rarefeito e as vibrações tão suaves que as almas podem ouvir o som das coisas crescendo; as árvores, flores e a grama se unem em uma música de maravilhosa harmonia. Soma-se a isso a sinfonia composta pelos tons emitidos dos pensamentos e movimentos dos Anjos e de seus responsáveis.

Com relação a essa música dos reinos mais sutis, o Anjo da Morte diz a seus ávidos ouvintes: “Os Espíritos da Natureza também fornecem essa música ao mundo, mas aqueles que vivem na Terra estão tão imersos em sons da materialidade que não podem ouvir essa música celestial. Por causa de sua sensibilidade, os pássaros chegam perto o suficiente da música do Mundo celestial para sugerir que pelo menos ressoe essas harmonias celestiais.”.

“Dos tons de cores dos planos superiores, as flores captaram seus matizes variados, e os pensamentos de amor dos Anjos são transmitidos em sua fragrância. Seus pensamentos de amor, beleza e verdade assumem a forma de flores nessa esfera. Esses Anjos moldam essas flores terrestres e as devolvem para enriquecer sua vida. Além disso, os Anjos imprimem seus próprios pensamentos de amor nessas mesmas flores que se tornam, por assim dizer, uma emanação de seu próprio ser. Portanto, da próxima vez que inalar a fragrância de uma flor, lembre-se de que está recebendo uma mensagem de amor do Anjo que a criou. Também, o que foi dito sobre os belos pensamentos se aplica aos pensamentos poucos nobres. Eles também acabam sendo externalizados. Eles ficam congelados e áridos e acabam murchando e estragando as flores da bondade e da verdade. No entanto, em pouco tempo o Espírito de Amor irá permear o Mundo Físico de tal forma que todos os pensamentos rudes e inverídicos serão dissolvidos. Assim, a Terra se tornará sintonizada com as oitavas superiores, e seus habitantes verão e compreenderão muitas coisas que até então não sabiam. E o mais incrível acima de tudo, é que ninguém terá medo da morte. Todos perceberão sua verdadeira missão. Ajude-nos a tornar este dia mais próximo”.

Seu sorriso era como a fragrância branca do luar, onde uma vez mais as cores se separaram. Quando elas se fecharam novamente, o belo espírito desapareceu, não deixando nenhum som, exceto a música de sua partida.

Contudo, o tempo passa rápido e outras lições ainda precisam ser dadas aos filhos antes que o amanhecer que se aproxima os chame para retomar para suas vidas terrenas. Assim guiados por seus Anjos-professores, eles avançam em direção a um jardim onde muitos pessoas estão sendo instruído a utilizar os lindos tons de cores do pôr-do-sol na pintura. À medida que as multidões avançam, passam por um belo Espírito em pé meio na sombra e meio na luz. Devido a pressa, apenas alguns prestam atenção em sua presença. Nessa caminhada, em longos intervalos, alguém se afasta desta multidão e por um pequeno tempo, vai até lá para tocar a bainha de sua vestimenta. Quando isso acontece, uma alegria imensa ilumina seu semblante; de outro modo, fica entristecido por tantos que passam despercebidos por ela. Esse é o Espírito da Memória, cujo lugar deve permanecer por muito tempo nas sombras. Rara é a alma que toca suas vestes e, assim, carrega uma lembrança do Mundo celestial para a consciência da vida terrena. Para cada um que faz esse contato, há uma alegria no coração do Espírito da Memória, pois essas almas despertas tornam-se professores na Terra das verdades da vida eterna.

Aquele que veio ao Espírito da Memória é dotado de uma visão que vê a luz além das sombras, da mesma forma de quando vemos o arco-íris brilhando entre as nuvens de tempestade. Tal pessoa compartilha alegremente as tristezas da humanidade no esquecimento de si mesma. Ele caminha de boa vontade nos lugares sombrios para que outros que lutam ali possam receber mais luz solar. Com gratidão escolhe os caminhos difíceis, pois sabe que é seguindo o caminho da dor, que tão rapidamente se condicionou a estar diante do Santuário do Espírito.

Assim, os Egos que conhecemos enquanto crianças se encontram no meio de um jardim de Fadas que parece ser feito de arco-íris. Doze belos espíritos estão agrupados em um semicírculo perto da entrada. Os Anjos-professores explicam que esses são os Espíritos das Horas.

“Existem doze para as horas do dia e doze para as horas da noite. Eles cercam a Terra e seu círculo nunca é quebrado. Os doze Espíritos que guardam a noite estão agora no mundo onde formam o outro semiarco do círculo.”.

“Esses Anjos da Noite estão ocupados reunindo os belos pensamentos e as boas ações que deixaram sua impressão na Terra durante o dia. Retornando aos Anjos, que vocês veem trabalhando aqui e que os transformam em cores com as quais pintam o céu. Sob a orientação do Espírito do Amanhecer e do Espírito do Pôr do Sol, hostes de Anjos auxiliares que estão ensinando entidades desencarnadas a trabalhar com as cores da Terra. Embora pareçam transparentes, eles são, na realidade, muito mais intensos e cintilam e brilham com o esplendor da própria vida, aqui estão os vermelhos brilhantes da vida humana graduando-se na oitava superior dos tons de rosa; as forças laranja que magnetizam a existência física e fazem soar o apelo para o serviço à humanidade; verdes suaves que acalmam em doce compaixão; azuis de harmonia e felicidade derretendo-se no azul suave dos sonhos místicos, e alfazema que respiram tristezas divinamente nascidas, ascendendo às luzes violetas do espírito.

“Toda essa gama de cores é ofuscada pelos tons gloriosos do amor. Cada dia deve haver um pouco de ouro no pôr do Sol, porque tem havido pensamentos de amor no mundo, e este é seu reflexo dourado. Bem distante, no interior do jardim, estão outros seres que trabalham com cores que nenhuma palavra pode descrever. Eles não estarão disponíveis para uso na Terra até que as crianças que são atraídas aqui, noite após noite, tenham crescido e aprendido como aplicá-los em suas vidas terrenas. Então, a Terra será suficientemente rarefeita para entrar em contato com essas cores mais sutis”.

Próximo à entrada do jardim, um chafariz jorra águas perfumadas de matizes multicoloridos. Sobre as miríades de flores perfumadas em sua névoa calmante, sonhando estão algumas que se assemelham às místicas flores de lótus do oriente. Os espíritos que conhecemos quando crianças aprendem que essa é a Fonte da Esperança. Suas águas nunca se acalmam, pois, “a esperança é a última que morre”. As vestes do Espírito da Esperança são formadas por todas as esperanças multicoloridas que vivem no mundo, e as flores místicas em sua testa veem do coração das águas.

Enquanto as crianças se deleitam com as belezas arrebatadoras do jardim, elas veem vários internos de Terra Sombria se aproximando da fonte. Em resposta às suas indagações, os Anjos dizem-lhes que cada um, antes de ir para a vida terrena, fazem a visita na Fonte da Esperança. Como já aprendemos, as almas da Terra das Sombras, às vezes, não conseguem receber uma oferenda do Altar do Amor. Mas eles nunca partem sem participar das Águas da Esperança que estão em constante renovação.

Agora, o círculo das Horas está mudando em um ritmo de compassos majestosos. Os espíritos da noite são vistos à distância, e os Anjos das horas da manhã estão se aproximando da entrada do mundo, enquanto o amanhecer aparece no horizonte em uma glória multicolorida. O tom predominante de sua vinda soa a nota dourada do Amor, pois é o Amor que está chamando os Egos que ainda estão ligados por corpos terrestres e que, em resposta ao chamado, deslizam suave e silenciosamente para longe.

As mães sábias agem, suavemente, quando almas preciosas voltam para elas nos braços da manhã. Eles se curvam e veem a luz do céu que ainda permanece em seus olhos. Eles se ajoelham em adoração diante da fragrância angelical de seus lábios.

O CAMINHO DAS TREVASO Cereus que Floresce à Noite

“Verdades maravilhosas e tão maravilhosas variedades,

Deus escreveu naquelas estrelas acima,

Mas não menos nas flores brilhantes sob de nós

Suporta a revelação de Seu amor.”

Por Longfellow[27]

Os Anjos são divididos em grupos de acordo com seu talento e habilidade, da mesma forma que os seres humanos. E como nós, cada um desses vários grupos tem um diferencial distintivo ou uma função. No entanto, há uma diferença muito importante entre as características de identificação dos humanos e dos Anjos. Entre os Anjos, o significado de lealdade ao grupo é uma questão de realização e não um mero motivo decorativo a ser anexado à pessoa exterior. É, exclusivamente, uma qualidade da alma, um desenvolvimento do espírito e, portanto, só pode ser vista por aqueles que têm olhos para ver.

Há um grupo que realiza um serviço particularmente colorido e bonito para o ser humano, em reconhecimento, onde essas pessoas usam em suas testas uma joia de luz cintilante como uma estrela. Eles são daquele grupo que observa a tristeza causada pela morte na Terra, e que se dedicam em buscar o seu alívio. Seu serviço prossegue ininterruptamente e, em sua execução, eles são, entre todos os Anjos, os mais abençoados. O Anjo da morte é sempre seguido por uma sequência brilhante desses Anjos auxiliares que cantam as glórias da vida imortal. Eles enchem a câmara silenciosa da morte com uma torrente de luz e poder que chega como um suave bálsamo celestial aos corações dos aflitos – uma emanação daquela grande paz que ultrapassa todo o entendimento.

Muitas pessoas terão que testificar que em seus insuportáveis momentos de profunda separação e tristeza causados pela perda de um bem-amado, eles têm a consciência da presença desses mensageiros angélicos. Certamente, entre os muitos e variados ofícios de amor e serviço prestados aos seres humanos por esses irmãos angélicos, este é um dos mais belos e de longo alcance em seus efeitos. Eles não apenas aliviam a agonia da separação, mas colocam dentro do coração entristecido uma minúscula flor da esperança a ser nutrida no amor até que cresça, se expanda e floresça em uma certeza da consciência de que não existe morte.

Visto que esta é a realização mais gloriosa que o ser humano pode conhecer vivendo na Terra, a concepção da flor que a incorpora é de uma analogia esplendorosa. Essa flor é a do Cereus que desabrocha à noite.

Esta transição é apenas uma morte que não é morte.”. Assim, canta as vozes angélicas a todos os corações receptivos, e durante todo o tempo, enquanto a flor da estrela brilhante da esperança cria raízes e, por fim, dá origem a novas flores. Mas isto não é tudo; ainda resta muito trabalho a ser feito antes que o véu do desespero, da dúvida e da incerteza que obscurece a visão das massas seja levantado. E enquanto isso for verdade, o lindo Cereus floresce apenas à noite e, apesar da beleza e magnitude de suas flores, vive apenas algumas horas na atmosfera opressiva e incompatível da Terra.

Isto é, somente quando as longas sombras da noite caem e a Terra se silencia na calma bênção da noite que se aproxima, é que as pétalas brancas do Cereus começam a se desdobrar. Quando a mística hora da meia-noite se aproxima, seu doce coração dourado é exposto às estrelas. Uma das mais perfumadas de todas as flores, sendo elevada com as orações dos Anjos, ela se ergue como uma sentinela branca de luz proclamando as boas novas de um novo dia que acaba de romper sobre o mundo em que “a morte será tragada pela vitória” e “Deus enxugará todas as lágrimas”.

Quando a compreensão do ser humano sobre esta verdade tiver se tornado clara e forte, e ele tiver aprendido a “andar na Luz assim como Ele na Luz está”, o belo Cereus, símbolo deste reconhecimento da vida imortal, possuirá força renovada que o capacitará para desdobrar suas pétalas macias, mesmo antes do Sol do meio-dia. Ainda assim, ele deve dobrar suas asas sobre a doçura de seu coração e esperar o dia em que o ser humano viverá na consciência de sua natureza eterna, após o que sua glória etérica e passageira se tornará imortal na Terra.

A LUZ DOURADA – Uma Lenda da Goldenrod

Goldenrod[28]

“Quando os emaranhados à beira do caminho pegarem fogo

No sol baixo de setembro,

Quando as flores dos raios de verão

Caírem e murcharem uma a uma,

Alcançando através de arbustos e sarças

Uma sobrancelha suntuosa de coração e fogo

Ostentando alto, o vento balançou a pluma,

Admirável com a riqueza da flor nativa –

Goldenrod!

A natureza encontra-se desalinhada, pálida,

Com ela febril em pedaços –

Dia a dia os pulsos falham

Mais perto de seu coração pulsante.

No entanto, porventura mantém esse apertado,

Armazenamento de ouro puro e genuíno

Rápido você volta forte e livre

Espécie de toda a riqueza a ser,

Goldenrod!”

Por Elaine Goodale Eastman

Assim como o indivíduo aprende a compreender e comemorar o mistério da mudança das estações, assim também os Anjos sabem e mantêm vigília sagrada nesses tempos sagrados. Entretanto, sempre devemos lembrar que a Onda de Vida Angélica atinge um plano muito mais elevado de consciência espiritual do que o ser humano. Consequentemente, os Anjos conhecem um significado mais profundo e recebem um influxo maior de êxtase espiritual na época dos quatro festivais solares sazonais.

Assim como o ser humano trabalhou em épocas passadas com o Reino Animal e o ajudou na formação de seus corpos, assim são os Anjos prestando ajuda ao Reino Vegetal.

Uma de suas tarefas mais gratificantes tem sido incorporar no Reino das Flores os mais elevados ideais e as mais nobres concepções do ser humano. Alegremente, eles tecem toda a fragrância e beleza de seus pensamentos e ações mais elevados em símbolos de flores de terna beleza.

O quão jubiloso é sua alegria quando descobre que alguém, apesar de ainda estar usando uma vestimenta de carne, é capaz de ver e compreender seu trabalho com as flores e, ainda, interpretar as mensagens místicas que estão inscritas em cada pétala colorida.

Há uma época do ano em que os cientistas chamam de Equinócio de Setembro e que o Místico conhece como a estação do grande influxo espiritual. Os Anjos, também, observam reverentemente este festival sagrado, pois eles têm o privilégio de ver, lá do alto nos reinos etéricos, aquele Raio de Luz Cósmica que desce gradualmente sobre a Terra, envolvendo e impregnando o Planeta até que, para os olhos não cegos pelo véu da mortalidade, tudo parece se tornar um corpo de ouro vibrante e radiante.

Essa Luz torna-se mais brilhante e mais poderosa até que penetra no próprio coração da Terra. É o momento em que os Anjos não podem mais conter seu grande regozijo pelo serviço de redenção que eles sabem, que está sendo realizado tanto para a humanidade como para o Planeta no qual ela habita. E, com isso, eles enchem o mundo todo com suas canções de regozijo.

Às vezes, há aqueles que são puros, o suficiente, para vislumbrar essa grande Luz e captar o ecoar desse coro angelical, e por isso chamamos esse tempo de êxtase espiritual de Noite Santa. Os Anjos dedicam, reverentemente, muito tempo no serviço de transmitir um pouco da essência desta Luz Divina em seu protótipo espiritual, as flores. Após a conclusão de seu trabalho e, em suas suaves plumas de brilho dourado, floresce a cada ano desde meados de setembro, outubro, novembro até meados de dezembro a flor que simboliza a emanação da própria cor de Cristo, a Goldenrod exala um reflexo dos raios do Sol.

Uma antiga lenda Gaulesa torna Setembro o sinônimo de paz, porque este foi o mês do nascimento da Mãe Imaculada daquele que cujo nome é Paz. Para comemorar essa verdade em flores, os Anjos deram à Terra uma preponderância de flores douradas desde os meados de setembro, outubro, novembro até meados de dezembro.

Um poeta que captou essa mensagem canta:

Oh, paz! a mais bela criança do céu

A quem foi dado o reinado silvestre.

Durante os meses em que a luz dourada do Cristo Cósmico está impregnando a Terra, os Anjos a envolveram com flores da mesma cor adorável. O principal deles é a Goldenrod que carrega a mensagem do novo ingresso de Vida e Luz, quando “a paz está na Terra e no ar”.

Essas flores brilhantes, tecidas pelos Anjos para espalhar as mensagens do amor de Cristo entre os seres humanos, foram apropriadamente escolhidas como a flor nacional pelos grandes pioneiros do novo mundo, cujo ideal é a Paz e cujo Sonho é a Fraternidade. E é assim que, durante os meses sagrados do Ingresso do Cristo na Terra, este sagrado símbolo de Sua vinda dá as boas novas em chuvas de flores e anuncia em sua beleza aquele coro angelical que logo ressoará: “Paz na Terra e boa vontade entre homens”.

A MISSÃO DA PAPOULA – Uma Folha do Coração da Noite

“A flor do sono balança sua cabeça por entre o trigal,

Pesada com sonhos como aquele com pão.”

Por Francis Thompson[29]

A longa linha de prédios brancos e regulares ficam tensos com o silêncio sob as mãos silenciosas da noite. Em sua beleza suave e mística, estrelas trêmulas iluminam a escuridão. O mundo dorme em meio ao silêncio flutuante. Dentro dos amplos salões há sombras grotescas e luzes suaves e sombreadas que aumentam e diminuem.

O silêncio flamejante é interrompido por tons ásperos de campainhas, ou o suave tom monótono do sono interrompido por soluços, respirações intermitentes de dor e passos apressados de enfermeiras vestidas de branco em suas missões suaves.

Deitado em um berço esplendido, uma figura envolta em bandagens se agita incansavelmente, tremendo e gemendo como se lutasse contra inimigos intangíveis e invisíveis aos olhos mortais. As luzes sombreadas brilham e cintilam com o sopro irregular do vento noturno, mostrando em contornos tênues as estranhas figuras curvadas sobre o corpo prostrado.

Através da luz suave, figuras tênues dançam em alegria demoníaca. Elevando-se acima da cama e incitando os seres estranhos a maiores esforços, há um espectro horroroso de se ver. A figura malformada parece fazer parte das sombras fantásticas que giram sobre o quarto mal iluminado. Dos braços oscilantes projeta-se uma varinha com um ponto vermelho brilhante e opaco. Quando esse ser estranho concentra seu olhar sobre esse ponto, a sala se enche instantaneamente de forças sinistras em uma atmosfera de vermelho escuro. Pegando as ondas dessas cores espessas, estes vários demônios pequenos se prendem nas mãos e nos pés de sua vítima, fazendo-o se contorcer em paroxismos[30] de agonia, para seu deleite sádico.

De repente, uma figura benéfica aparece em cena e quase paralisa os demônios. Uma luz em tons de rosa enche o quarto. Agora, o Espírito de Cura, como sempre, chega para lutar pelo corpo do homem. Envolto em uma aura de serviço amoroso, o Espírito medita: “Oh, corpo de homem, quão pouco você me compreendeu. Quão mais perto posso chegar até a natureza do que de você! A Terra me entrega seus segredos. Meu é o suave calmante que o atrai para as florestas. Vivo na fragrância perfumada que o saúda das colinas. As flores me conhecem e os animais me procuram. Mas você, oh homem sozinho, que a Mente colocou no caminho entre as flores e os deuses, me repele. Somente quando os limites da dor lhe prostrarem poderei provar meu poder. Venham, mensageiros do sono, meus servidores mais fiéis”.

Aqui o opalescente[31], na luz rosada se aprofunda, e inúmeras pequenas Fadas tropeçam nos travesseiros, espalhando pétalas perfumadas de sono sobre o corpo agora quieto. Gradualmente, os músculos ficam menos tensos e os traços distorcidos relaxam. Em vão os demônios jogam fora seus pensamentos malignos de vermelho escuro. Eles são instantaneamente capturados e transformados em tons de rosa suaves e sombreados de amor e cura à medida que a noite avança.

Mas os olhos mortais podem ver apenas enfermeiras vestidas de branco ocupadas com seus cuidados gentis.

Entre as sombras escuras de um quarto distante, o Espírito da Cura permanece desconsolado. Em vão os mensageiros tranquilizadores espalham pétalas perfumadas de sono pela cama. Seu brilho suave e rosado se transforma em tons persistentes acinzentado, e logo eles estremecem e se enrugam com uma doçura em declínio.

Até os demônios parecem ter se cansado de ver o sofrimento de suas vítimas, enquanto as artérias incham e inflamam sob suas cruéis barras carmesins.

Nenhum som praticado por ouvidos mortais consegue interromper o silêncio, exceto a respiração da enfermeira toda vez que ela se inclina sobre seu paciente com as mãos calmantes.

De repente, uma onda de luz paira sobre a cama, e de seu esplendor ecoa uma voz: “Pare com suas negociações sobre este último remanescente de minha mortalidade. Eu sou o Ego que moldou esses átomos na sua forma atual; assim, o poder de desintegrá-los é meu. Através de milhares de anos e grandes esforços, encontrei o caminho que leva à paz infinita. Pela luz do Conhecimento Cósmico, aprendi quão pobre é este frágil cortiço em que moro. Oh, minha casa, juntos trabalhamos e sofremos, e do seu coração minha alma construirá um templo mais nobre para habitar. A respeito desses átomos, antes que eu delibere a sua volta à ordem que é o caos, deixarei a marca da divindade”.

Quando a voz se cala, uma luz trêmula percorre o corpo. Por um instante ela repousa sobre a cabeça e forma uma auréola de glória quando o Cordão Prateado é rompido e uma alma ansiosa é libertada.

A Mente física sabe apenas que a respiração ofegante cessou e que a morte com sua solene majestade veio reivindicá-la.

A longa fila de edifícios brancos e regulares aguarda o despertar sob o céu da manhã. As estrelas desaparecem nas volumosas dobras brancas de suas vestes. O mundo está se agitando para o milagre do dia. Os primeiros raios do sol nascente entram por uma janela aberta e iluminam os cantos de sua escuridão habitual. Dentro do quarto reina um silêncio suave. Apenas algumas pétalas frágeis, como folhas de rosa murchas, pendem pesadamente acima da cama em evidência do combate que acabara de ser travado ali com tanta ferocidade.

Mas os olhos físicos veem apenas uma figura vestida de branco curvando-se ternamente sobre a forma silenciosa.

Os Anjos desejavam dar ao ser humano, por meio do mundo das flores, um símbolo das infinitas complexidades da noite, quando o corpo é colocado de lado para descansar e restaurar seus poderes, enquanto o espírito interior toma liberdade de voar para horizontes distantes. “Noites brancas”, diz Walter Pater[32], “não devem ser noites de negro esquecimento, mas passadas em contínuos sonhos apenas meio velado pelo sono”.

Estas noites brancas de lembrança! Quão abençoado é o privilégio deles. Conhecem o chamado do navio afundando, a dor das enfermarias do hospital, o grito do mineiro sepultado, a voz do campo de batalha, os presos delirantes em um prédio em chamas, as dúvidas ou a calma daqueles que fazem a transição da morte.

Ainda são poucos os que guardam essas horas na santa recordação e assim, a flor construída em torno desse ideal é tão frágil e tênue quanto essa memória flutuante. Suas pétalas agitam e caem com o menor balançar dos ventos. As atividades da prolongada recordação das noites do ser humano darão maior força e resistência à Papoula que, entretanto, oscila em toda a sua frágil beleza, indicativo das atividades aladas da alma humana quando separada e livre de seu caixilho físico do dia.

Se os ouvidos embotados da Terra não forem muito pesados, pode-se escutar e ouvir acima desses campos de flores cadenciadas e ondulantes a música das Fadas da Canção da Papoula: “Participe do meu sono e se lembre”.

VALE DAS LÁGRIMAS – Como Surgiu o Salgueiro Chorão

“Pelo pequeno rio

Mesmo assim, intenso e pardo,

O cantar dos graciosos salgueiros

Mergulhando suavemente.

Elas eram donzelas de água

Há muito tempo atrás

Que eles se inclinam tão tristemente

Olhando para baixo?

No crepúsculo enevoado

Você pode ver seus cabelos,

Donzelas de água chorando

Isso já foi tão justo”

Por Walter Prichard Eaton

Os longos e graciosos festões da Árvore do Salgueiro sempre foram expressivos de lamentação. Num dos salmos mais belos de Davi, que descreve a tristeza dos israelitas exilados, aprendemos sobre lamentações ao som de harpas, e que os instrumentos assim usados foram mais tarde pendurados no salgueiro. Assim, a árvore se tornou um emblema de tristeza e, portanto, muitas vezes se diz de quem está triste que “Ele pendurou sua harpa em um salgueiro”.

O Salgueiro sempre foi associado à tristeza que vem pela morte. Nos primeiros cerimoniais de sacrifício, as vítimas eram enfeitadas com seus galhos, e hoje em dia é uma das decorações favoritas daquele solo sagrado em que os corpos dos mortos amados são sepultados. Há uma razão especial para isso, que era conhecida e compreendida pelo ser humano antes que o véu que separa a terra dos vivos da dos mortos se tornasse tão denso como agora.

De todos aqueles que permanecem na Terra, muitos já aprenderam como é prudente e correto orar pelos entes queridos que passaram para o outro lado, mas, ainda, poucos sabem que um dos primeiros deveres impostos àqueles que fazem a passagem é orar pelos aflitos que ficaram conscientemente neste Mundo Físico. E é assim que orações de amor, força, cura e coragem são continuamente levadas de um lado para o outro entre o Céu e a Terra. A cada dia se conhece a agonia da despedida e a da dor, que só pode ser amenizada por meio desse intercâmbio de orações amorosas entre os que estão na Terra e os que estão no lado invisível da vida.

Essas orações de amor se elevam e descem em correntes de força viva ou de luz que repousa sobre a Terra em um esplendor contínuo, pois o pensamento é criativo e seu intercâmbio entre corações recém-separados é uma fonte de poder que os Anjos reúnem e usam em seus esforços para atenuar o véu que agora paira entre o visível e o invisível. A cada ano que passa, multidões crescentes dão alegre testemunho da eficácia dessa obra.

Para que os filhos da Terra ainda cegos, e para que possam ter uma percepção crescente dessa comunhão contínua entre o “aqui” e o “lá”, devem moldar a essência dessas orações de cura na forma da sombra dessa bela árvore. A intensidade das orações enviadas para o alto da terra é construída em suas raízes e tronco. As Mensagens amorosas das almas recém-libertas das limitações da escravidão física, inclina-se em uma terna e pendente bênção entrelaçadas em seus galhos para cair sobre corações que ainda estão solitários e rostos que ainda estão manchados de lágrimas.

O verde é a tonalidade da cor da simpatia e da compaixão, e é nos verdes mais suaves e ternos que os Anjos envolvem essa árvore, um símbolo de lágrimas. Diariamente sussurram, curvando-se sobre ela: “Não há morte para quem ama, porque o amor é vida e a vida é amor”.

A Árvore do Salgueiro deve suportar este sinônimo de lágrimas até que os filhos e filhas da Terra compreendam essa mensagem em que os Anjos imprimiram dentro de seu coração, pois somente a partir da separação na morte é que não poderá mais existir.

IDEIAIS PERDIDOS – A Canção de uma Calçada da Cidade para uma Flor Destruída

Eu usei este dia como uma roupa desgastada e malfeita

Impaciente por estar no meio disso,

E até, como eu o tirei dos meus ombros,

Essa joia ficou presa no meu cabelo.

Por Anon

A cada ano, um número crescente de pessoas estão percebendo a proximidade das hostes angélicas ao mundo dos seres humanos, porém, poucos ainda estão cientes do significado de seus serviços. Há muito tempo essa Terra teria sido dissolvida no caos se não fosse pelos cuidados amorosos deles.

É maravilhosa a visão das hostes luminosas acima de nossas cidades adormecidas durante as horas noturnas. Os maus pensamentos, as más palavras e ações dos seres humanos pairam acima, como grandes aves de rapina negras, prontas para descer novamente em forma de doença, carência, aflição e de vários outros males que o Ego nunca deveria conhecer.

Todas as noites surgem hostes de Anjos servidores para dissipar essas forças miasmáticas na glória do seu amor transformador. Atarefados durante as horas silenciosas eles precipitam chuvas de bênçãos douradas sobre a Terra adormecida, e quando as barras multicoloridas da aurora opalescente brincam no céu eles voam em seu caminho, cercados por uma mistura de cores e canções através do horizonte distante e são invisíveis para a visão humana nos esplendores das brumas etéricas. Seus olhos amorosos e brilhantes vasculham o mundo em busca de sofredores humanos que estão desamparados ou perdidos, e quando estão sempre prontos para curar e abençoar.

Uma noite, durante as vigílias silenciosas, um ser luminoso desceu com toda a glória de uma estrela cadente e inclinou-se sobre uma flor que tinha sido pisoteada e avariada, sendo esquecida em uma rua deserta da cidade. “Uma flor avariada significa ideais perdidos”, murmurou o Anjo. “Em algum lugar nessa noite, um coração está pesado de tristeza”.

O Anjo inclinou-se sobre a florzinha e, ao fazê-lo, tomou consciência da sonoridade musical, música que se elevava em ondas de estranha beleza tonal das profundezas inferiores. Então ele soube que estava ouvindo um eco das experiências do dia que acabara de encerrar, pois ainda perduravam na impressão o que havia acontecido nas ruas da cidade.

As extensas calçadas de uma metrópole são os teclados brancos da humanidade sobre os quais tocam os variados passos. Estendendo-se sempre calmos e quietos, eles absorvem e retêm essa música humana. Oh, o sofrimento agitado que estremece por meio de alguma nota! Aquele que tem uma boa audição pode ouvir a música de gotas de lágrimas caindo – caindo. Em alegres arpejos vêm os passos da juventude, tão leves quanto o brilho da manhã e tão perfumados de esperança quanto as flores da floresta antes que o Sol do meio-dia tenha roubado o orvalho de seus corações.

As vacilantes notas de tons menores de desespero, às vezes, se insinuam nas harmonias, tão prolongadas que as próprias calçadas são tocadas com simpatia. A corrida apressada da multidão, já sem fôlego, esperaria e ouviria se eles pudessem ouvir até mesmo o seu sussurro mais fraco. Mas, infelizmente, eles estão tão atentos, mediante ao simples conhecimento externo, que passaram descuidadamente, e somente as calçadas – os longos teclados brancos da humanidade – registram a canção da tristeza.

Em delicados trinados que estremecem com doçura humana, suavemente como a música da catedral soa os passos da futura mãe. Na beleza de sua passagem brilha o mistério de algum sonho encantado.

Formando um profundo subtom ao som da música, segue os passos dos solitários. Tantos são as notas que soam daqui que, às vezes, parece que os outros tons estão todos abarrotados. No entanto, são belos para os ouvidos atentos — aqueles tons de pés solitários. Alguns deles se misturam em raras combinações, produzindo uma música que o mundo nunca teria conhecido.

Em toda essa orquestra pulsante e ecoante, sempre soa uma nota insistente percorrendo as luzes e sombras, cantando em oitavas de maiores e prelúdios de menores – o Poderoso Acorde das Aspirações Insatisfeitas. Oh, a música ansiosa dessa multidão em busca, vagando sem rumo ou procurando ansiosamente! Um legato de súplicas inconscientes lamenta, por quê? Por quê? Por quê? seguido por um vasto crescendo de tons de soluço perguntando Onde? Onde? Onde?

À medida que as sombras se alongam, lá vem a música cansada e sem som, feita por pés cansados. Você já ouviu isso e se perguntou por que em todo o mundo de Deus deveria haver uma nota dissonante na hora que anuncia a passagem do dia quando toda a Terra está cercada de oração?

Você já ouviu o suspiro suave que sussurra no coração da noite na incessante correria da música dançante dos passos daqueles que, indiferentes à sua beleza incomparável, buscam apenas os lampejos do prazer?

Mas para aqueles que entendem – oh, a suave compensação da noite! A noite suave e inclinada com seu vasto coração de estrelas. E o réquiem da escuridão que acalma as feridas e as mágoas reunidas na correria do dia!

Ouça a música das calçadas com suas mil notas de rodapé. Ouça as notas vacilantes, esperançosas, cansadas, radiantes, sonhadoras e saudosas que juntas formam um coro que se mistura em uma unidade divina de estranha beleza, uma estupenda canção de sombra da cidade.

Assim que o Anjo ergueu a pequena flor e a colocou suavemente contra seu coração, ele suspirou suavemente, dizendo: “E aquele que eleva sua alma acima das mãos apegadas à Terra pode ouvi-la cantar”.

IMORTELLE – A Flor da Alma

“O alto que provou ser muito alto,

O heroico para a Terra demasiado difícil,

A paixão que saiu do chão

Para se libertar do céu,

Música é enviada até Deus

pelo apaixonado e o poeta.

Bastando que Ele ouvisse uma vez

Nós vamos ouvi-la aos poucos.”

Por Robert Browning[33]

O ar estava muito quieto no Jardim da Alma; e uma tranquilidade tomou conta do lugar. A ampla Calçada da Meditação que se estendia em direção aos Portões do Conhecimento estava cercada, de ambos os lados, com o suave Jasmim da Memória. O Caminho da Retrospecção, margeado de ervas agridoces, escureceu-se no silêncio de distantes vagas que conduziam ao próprio Santuário da Oração. Aqui o ar era fresco e reconfortante, e cheio da fragrância dos lírios brancos que se amontoavam ao redor do Santuário e que elevavam seus rostos puros às estrelas, carregados com o incenso que ascende da aspiração sagrada.

Diante desse santuário, a Mulher com o Coração Cansado gostava mais de ficar. Aqui ela lutou para encontrar dentro de sua alma torturada uma doce paz que envolvia o santuário da Oração. No dia de Bach, quando suas forças permitiam, ela recomeçava a peregrinação que a conduzia às encostas longínquas do jardim, sempre nuas e frias.

“Foi aqui que enterrei meu sonho de felicidade”, ela sussurrou em meio às lágrimas.

Essa extremidade do jardim sempre foi estranhamente estéril. Em vão a Mulher do Coração Cansado havia plantado bálsamo e ternura sobre ele. Ela regou as plantas em crescimento com suas lágrimas, mas elas caíram e murcharam, deixando o lugar vazio e sem vida. Era como uma ferida no coração que nunca pode ser curada.

“Foi um sonho tão terno”, ela pensou, “todos velados nos mistérios que ocultam as coisas celestes do conhecimento humano, e tudo muito frágil e bonito para suportar o brilho manchado da Terra. Assim, os Anjos que me deram, o levaram de volta para o céu, que é seu lar legítimo e lá, algum dia, o encontrarei novamente”. Enquanto a Mulher do Coração Cansado se encontrava pensativa, ainda assim, estava consciente de uma presença brilhante pairando sobre dela. O ar ficou estranhamente doce e puro, como se tivesse acabado de vir do alto de alguma montanha. Ela soube então, que um Anjo estava diante dela, pois os Anjos tem acesso livre no ir e vir no Jardim da Alma.

Do silêncio uma voz sussurrou: “Você ainda não aprendeu que qualquer coisa grande e boa que foi dada à Terra nunca pode ser perdida? Seu sonho daquele puro e perfeito amor de alma por alma destrancou os portões do Céu, e no esplendor de sua luz você verá, através dos próximos anos, o amor nos corações dos homens e das mulheres se tornando uma coisa sagrada. O animalesco será elevado ao celestial e o sensual tornará divino. Mesmo que você deva sempre seguir seu caminho sozinha, seu coração encontrará paz em saber que o ideal que a sua alma acalentou ao longo dos anos solitários deve, um dia, se tornar real nos corações da humanidade”.

Quando a voz cessou, o jardim ficou muito quieto e parecia envolto em fragrância. Maravilhosa, a Mulher do Coração Cansado abriu os olhos e olhou a sua volta. O lugar que há muito era frio e estéril estava coberto com uma massa maravilhosa de Imortelles, a flor do despertar da alma.

Acho que Deus deve ter sorrido sobre o jardim.

A COROA DA MATERNIDADE – O Lírio do Vale

Deus não poderia estar em todos os lugares e por isso fez as mães”

Um dia, o grande Anjo Gabriel, que é o criador de todas as flores que estão sobre a Terra, reuniu seus Anjos, enchendo suas mãos e corações de doce paz celestial, e mandou-os espalhar essa paz celestial sobre as dores do mundo. Ele, também, os instruiu para lhe trazer, no fim do dia, a coisa mais bonita da terra, para transformá-la numa flor rara e perfeita, e para devolvê-la a Terra, a fim de servir de auxílio e inspiração para as crianças.

Todos esses Anjos partiram, alegremente, para cumprir sua bela missão, exceto um dentre eles, mais jovem e tímido que os outros, foi ficando para trás, caminhando lentamente.

“O que é que vou dar?”, pensou, enquanto ele flutuava silenciosamente sobre os vales e colinas, envoltas em nuvens. “O mundo inteiro me parece tão bonito.”

As horas passaram rapidamente e os Anjos retornaram triunfalmente ao céu, um seguido do outro, trazendo, todos eles, uma coisa maravilhosa que tinham colhido da Terra. Um havia colhido a névoa perolada do amanhecer; outro trouxe o orvalho que repousa na pétala interna de uma rosa; outro trouxe a música que se eleva dentro de uma catedral e um outro capturou os sonhos do coração de uma filha jovem.

Quando as sombras da noite começaram a cair, o pequeno Anjo ficou cada vez mais triste e suas asas pareciam cada vez mais pesadas; então, passando perto de uma janela aberta, de repente ele parou e olhou para dentro da casa: uma jovem mãe ajoelhada, em profunda adoração ante uma pequena cama, onde um bebê estava dormindo. Um sorriso brotou do seu rosto fofinho e, como se o Anjo tivesse se inclinado para ouvir, a mamãe sussurrou: “Oh! Pequena flor bem-amada, que acaba de vir do paraíso, não olhe para trás nos seus sonhos, você foi separado, recentemente, dos Anjos da guarda? Traga ao meu coração um pouco de luz celestial, com a qual eu possa protegê-lo e orientá-lo”.

E quando ela se curvou para beijar o rosto sorridente dele, murmurou respeitosamente: “Meu Deus, eu Te agradeço pelo mais maravilhoso de todos os presentes: a coroa da maternidade”.

Quando ela olhou para cima, uma lágrima brilhante, com toda a beleza e glória do amor maternal, apareceu sob os cílios da criança adormecida. Houve, de repente, um farfalhar suave de asas e o pequeno Anjo, com a lágrima apertada em seu coração, retornou feliz, ao seu lar celestial.

Ao cruzar as “Portas”, o Anjo Gabriel estava sentado em seu grande trono branco, juntamente com os demais. “Então, pequeno Anjo retardatário”, grunhiu, ternamente, vendo-o se aproximar, “Qual é a coisa mais bonita que você me trouxe da Terra?”.

“Ah, Anjinho retardatário”, ele repreendeu com ternura, enquanto ela se aproximava, “qual é a coisa mais linda que você me trouxe da terra?”

Timidamente, ele deslizou para fora de seu coração, a lágrima de um amor de mãe.

Quando o Anjo Gabriel a viu, sua face ficou tão bonita, que mesmo os Anjos nunca a tinha visto assim. Ele, delicadamente, a pegou e a segurou em suas mãos, e foi cercado por um halo de luz de tal forma que todos os Anjos baixaram a cabeça e oraram.

____:____

Ele ficou em silêncio por um longo tempo e, quando, enfim, ele estendeu suas mãos para eles, e disse: “O lírio do vale é o presente dos Anjos às mães do Mundo”.

SACRIFÍCIO E SERVIÇO – Uma Lenda do Visco

Toda a estrada

É rigorosa

Vida e morte

O toque do amor transfigura,

E tudo o que mente

Entre

O amor santifica,

Uma vez que a centelha celestial é acesa,

Uma vez no amor, dois corações unidos,

Nunca mais

Será que foi tudo

Como antes.

Por Robert Browning

Quando os Anjos retornam ao céu vindo de seu trabalho diário no mundo, muitas vezes, contam suas experiências uns aos outros. E muitas vezes o Anjo Gabriel, que é seu Mestre – pois os Anjos aprendem coisas maravilhosas o tempo todo, assim como as crianças da Terra – muitas vezes ouve essas histórias e, às vezes, também conta as coisas que encontrou no reino onde as lágrimas fluem.

Certa vez, quando ele reuniu seus Anjos auxiliares, contou essa história a eles no crepúsculo dos céus:

Um homem e uma mulher andaram de mãos dadas por muitos anos sobre a Terra e conheceram uma felicidade tão rara e bela que outros mortais não a compreendiam. Um dia, enquanto caminhavam juntos sob a sombra de grandes árvores, a mulher disse: “Rezo para que nos seja possível demonstrar que nosso amor é maior do que qualquer outro antes”.

O homem sorriu e respondeu: “Esse também é o desejo que guardo em meu coração”.

“Aqui”, disse o Anjo Gabriel, “estão as duas almas que procurei no mundo até encontrar”. E fez com que uma imagem se formasse no coração da mulher, na qual se diz estar caminhando sozinha. E fez soar um refrão na Mente do homem que ecoava: “Conhecer o maior amor é sacrificar a Personalidade e trabalhar apenas para o bem do todo”.

Eles se entreolharam longa e seriamente, e então a mulher perguntou ansiosamente: “Oh, diga-me, isso não quer dizer que eu posso suportar qualquer outra coisa!” O homem respondeu tristemente: “Significa apenas isso”.

Eles permaneceram em silêncio por um longo tempo e então o homem sussurrou baixinho: “Você é forte o suficiente para isso?”. Todas as tristezas do mundo pareciam sussurrando, enquanto a mulher murmurava soluçando: “Eu sou”.

Ela se agarrou a ele enquanto sussurrava tristemente: “E você – você pode continuar sozinho?”. A dor de todas as despedidas que já aconteceram pareceu preencher o silêncio enquanto o homem respondia lentamente: “Eu posso”.

Os caminhos por onde andaram juntos não os conheciam mais. Enquanto um esplendor radiante do Espírito envolvia seu trabalho, seus corações humanos estavam partidos pela tristeza daquela despedida.

“Eles vieram para os Mundos celestes?”, questionaram os Anjos ansiosamente, “Vamos encontrá-los e confortá-los”.

O Anjo Gabriel sorriu compreensivamente e respondeu: “Eles ainda não são heróis, pois ambos são jovens e tem muito o que fazer no mundo dos humanos, antes que possam conhecer um tempo de descanso, mas olhe para isso”, disse ele, segurando um caixão cheio de joias brilhantes. “Todos os dias, ao crepúsculo, a mulher, cansada e solitária, vem ao santuário de oração, e ali recolhi algumas das lágrimas que caem de seu coração; e todos os dias, ao crepúsculo, o homem com os pés doloridos e cansado, vem ao santuário de oração, e eu recolhi algumas das lágrimas que caem de seu coração. Eu guardo as lágrimas neste caixão, e quando o homem e a mulher vierem morar conosco, esse será meu presente para recebê-los”.

“Mas não há lágrimas aqui agora”, disseram os Anjos. “O caixão está cheio de pérolas que são preenchidas com um brilho maravilhoso”.

“Você não sabe”, disse o Anjo Gabriel, “que aquelas lágrimas foram formadas de sacrifício e serviço, as duas joias mais brilhantes da coroa do Mestre? E não há lágrimas no céu, quando eu as trouxe aqui elas se transformaram em joias como os atributos de que foram formadas.

“E agora que flor você dará aos filhos da Terra para comemorar minha história?”, perguntou Gabriel.

Os Anjos se reuniram ao redor do caixão de joias que pareciam refletir o brilho de seus rostos e pesavam muito. Quando voltaram para o Anjo Gabriel, uma massa de bagas branco-pérola brilhou em seus corações como lágrimas que brilham com o brilho terno de um amor que é divino.

Assim, o Visco é imortal como sempre pertencente aos amantes.

A ETERNA ROSA BRANCA – Uma Lenda da Noite Santa

“Branco como um silêncio incorporado;

Um verdadeiro êxtase de branco;

Um casamento de silêncio e luz,

Branco, branco como a maravilha imaculada

Da Eva recém-desperta no Paraíso;

Não, branco como o angelical de uma criança,

Que olha nos próprios olhos de Deus.”

Harriet McEwen Kimball[34]

O Espírito da Maternidade está onde os portais do tempo guardam as fronteiras da Terra Invisível, vestido com longos mantos de branco esvoaçante que se perdem na distância como sonhos sem fim. Em torno de sua linda cabeça está envolto um véu enevoado, tecido de fios de sorrisos e lágrimas que se prendem suavemente ao redor de sua garganta como leves apertos de mãos. Seus olhos são faróis acesos brilhando como estrelas gêmeas de esperança. Ao seu redor, e muito distante, brilha uma luz suave, que é um mero reflexo da luz do amor em seu coração. Em suas mãos ela segura uma maravilhosa rosa branca que parece ser feita de uma multidão de rostos de crianças. Cada pétala macia reflete um semblante brilhante, tornando um conjunto tão encantadoramente adorável e carregado de tanta ternura que todo o mundo cansado se torna mais brilhante por meio de sua luz.

Milhões de almas ansiosas que sentem o desejo de retornar à vida terrena estão constantemente lotando os portais do Tempo. Cada um fica sob a sombra da grande rosa branca, e a cada um a quem é concedida a oportunidade de caminhar novamente pelos caminhos da Terra, o Espírito da Maternidade concede uma pétala dessa rosa. Para cada pétala que é removida, outra vem tomar o seu lugar. Enquanto houver almas que anseiam pela experiência terrena, as pétalas não devem continuar a se renovar, pois, nunca murchando e nunca caindo, a Rosa Branca Eterna, em todos os seus requintados mistérios, idealiza além do mundo.

No coração da Noite Santa, todas as almas que irão encontrar seus lares terrestres no próximo ano, partem em viagem. Quando o mundo todo estiver cheio de amor e cada coração estiver transbordando de paz e boa vontade, será muito fácil para os corpos tênues dos Egos atraídos para a Terra penetrar nos corações e lares de sua escolha. Assim, na Noite Santa, uma nova onda de ternura envolve cada futura mãe; mãos macias a acariciam; rostos de flores curvam-se sobre ela; e belas lembranças a banham como acordes de uma música quase esquecida. A suave fragrância de pétalas de rosas brancas a traz para uma consciência mais nova e mais etérea.

Ah, a felicidade requintada que acena nessa Noite Santíssima para as mães, enquanto os Anjos cantam a chegada do Menino.

____//____

Ao longo de um horizonte interminável, sombra de nuvens cinza-lavanda; aqui e ali a face brilhante de uma estrela pode ser vista. Um brilho prateado de névoa cobre todas as coisas, com apenas um ocasional respingo de luz malva olhando para anunciar o amanhecer que se aproxima. A névoa suave agita-se suavemente como uma cortina de um lado para o outro, abrindo os braços ternos para saudar o retorno das pequenas almas de suas jornadas amorosas. Milhares de Querubins felizes, seus rostos brilhando com um brilho de luar, deslizam por trás das brumas prateadas para aguardar seu chamado Estelar no próximo ano.

F I M


[1] N.T.: Belas e encantadoras, as anêmonas são flores da primavera. Por trás de seu nome incomum, mitologia grega: deriva da palavra “anemone” – junção de “Ánemos”, deus do vento, e “one”, sufixo que diz respeito à filha, ou seja, filha de Ánemos. Por isso, é conhecida também como flor do vento.

[2] N.T.: do poema: To a Wind-Flower.

[3] N.T.: Is 26:19

[4] N.T.: ICor 15:51

[5] N.T.: George Sandys, Ovid’s Metamorphosis (1632)

[6] N.T.: Pūblius Ovidius Nāsō (43 AC-17/18 DC), conhecido em inglês como Ovid foi um poeta romano que viveu durante o reinado de Augusto. Ele foi contemporâneo do mais velho Virgílio e Horácio, com quem é frequentemente classificado como um dos três poetas canônicos da literatura latina. O erudito imperial Quintiliano considerou-o o último dos elegistas amorosos latinos. Embora Ovídio tenha desfrutado de enorme popularidade durante sua vida, o imperador Augusto o baniu para uma província remota no Mar Negro, onde permaneceu até sua morte.

[7] N.T.: Ralph Waldo Emerson (1803-1882) foi um famoso escritor, filósofo e poeta estadunidense.

[8] N.T.: do Livro “The Weaver of Dreams” de Edna G. Thorne que é um conto surpreendentemente bem escrito, permeado por algo que evoca pena e tristeza, mas delicado e expressando uma bela filosofia cristã.

[9] N.T.: da obra Hamlet 

[10] N.T.: Poeta americano (1897-1919).

[11] N.T.: termo cunhado por Emerson em: “The Over-Soul”, um ensaio de Ralph Waldo Emerson, publicado pela primeira vez em 1841. Com a alma humana como assunto principal, vários temas gerais são tratados: (1) a existência e a natureza da alma humana; (2) a relação entre a alma e o ego pessoal; (3) o relacionamento de uma alma humana com outra; e (4) o relacionamento da alma humana com Deus.

[12] N.T.: Heliotropo ou heliotrópio é uma variedade de calcedónia de cor verde-claro a verde-escuro, com pontuações vermelhas (devidas a jaspe ou a óxidos de ferro). O nome tem raiz grega, significando trópico solar.

[13] N.T.: John Milton (1608-1676), Paradise Lost. Paraíso Perdido (em inglês: Paradise Lost) é um poema épico do século XVII, escrito por John Milton, originalmente publicado em 1667 em dez cantos. Uma segunda edição foi publicada em 1674 em doze cantos, com pequenas revisões do autor. O poema narra as penas dos anjos caídos após a rebelião no paraíso, o ardil de Satanás para fazer Adão e Eva comerem o fruto proibido da Árvore do Conhecimento, e a subsequente Queda do homem.

[14] N.T.: John Keats foi um poeta inglês. Foi o último dos poetas românticos do país, e, aos 25, o mais jovem a morrer.

[15] N.T.: do poema: The Here and the Hereafter, de Alfred Tennyson, In Memoriam A.H.H. (1849)

[16] N.T.: Fúcsia, da fam. das onagráceas, que reúne 100 espécies na América Central e do Sul, arbustos em sua maioria, geralmente escandentes, ou árvores com flores solitárias ou em corimbos, quase sempre campaniformes, grandes, vistosas, carnosas e pêndulas, com os lobos do cálice maiores que as pétalas e longos estames, e bagas vermelhas, ger. comestíveis; brinco-de-princesa, lágrima, mimo. São especialmente cultivadas por seu alto valor ornamental; as flores contêm fucsina, e combinam uma, duas ou mais cores ao tom de cor-de-rosa homônimo (fúcsia).

[17] N.T.: corresponde ao conjunto de órgãos femininos das flores das Angiospermas: o estigma, o estilete, e o ovário.

[18] N.T.: O estame é o órgão masculino das plantas que produzem flores: Angiospermas. Um estame é constituído por três partes: antera, conectivo e filete.

[19] N.T.: William Wordsworth foi o maior poeta romântico inglês que, ao lado de Samuel Taylor Coleridge, ajudou a lançar o romantismo na literatura inglesa com a publicação conjunta, em 1798, das Lyrical Ballads.

[20] N.T.: (1860-1932) foi um poeta e escritor de ficção americano.

[21] N.T.: também designada pelos nomes de manhã de Páscoa (em Portugal), bico-de-papagaio, rabo-de-arara e papagaio (no Brasil), cardeal, flor-do-natal, ou estrela-do-natal é uma planta originária do México, onde é espontânea. É uma planta muito utilizada para fins decorativos, especialmente na época do Natal, devido às suas folhas semelhantes a pétalas de flores vermelhas.

[22] N.T.: William Shakespeare (1564–1616) – Hamlet, act 4, scene 5, lines 199-201; 204-20

[23] N.T.: é um cristal especial, criado pelo ser humano a partir de outras pedras como a Opala e a Dolomita

[24] N.T.: Mt 18:5

[25] N.T.: ICor 13:13

[26] N.T.: Alabastro é uma designação aplicada a dois minerais distintos: gesso e calcita. Atenção, não confundir este “gesso” com o gesso em pó ou Gesso de Paris; quando se fala aqui de alabastro de gesso, trata-se de um mineral estruturado e não o pó de gesso obtido por mistura

[27] N.T.: do poema Voices of the Night 1839

[28] N.T.: As goldenrods são plantas características no leste da América do Norte, onde ocorrem cerca de 60 espécies. Eles são encontrados em quase todos os lugares – nas florestas, pântanos, nas montanhas, nos campos e ao longo das estradas – e formam uma das principais glórias florais do outono, desde as Grandes Planícies até o Atlântico.

[29] N.T.: Francis Thompson (1859-1907) foi um poeta católico místico inglês.

[30] N.T.: espasmo agudo ou convulsão

[31] N.T.: A opalescência é a propriedade óptica de um material transparente ou translúcido que lhe dá um aspecto ou uma tonalidade leitosa, com reflexos irisados que recordam a opala

[32] N.T.: Walter Horatio Pater (1839-1894) foi um ensaísta e crítico literário inglês.

[33] N.T.: do poema Abt Vogler de Robert Browning (1812-1889) foi um poeta e dramaturgo inglês

[34] N.T.: Harriet McEwen Kimball (1834-1917) foi uma poetisa americana, compositora de hinos e filantropa.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Criação, os Arquétipos (formados de som) e o que tem a haver com as 12 Hierarquias Criadoras

Existem doze as Hierarquias Criadoras (ou Hierarquias Zodiacais) distintas que têm trabalhado com a humanidade desde o início do Período de Saturno. Seus nomes são:

Cada uma dessas Hierarquias Criadoras possui uma nota-chave:

  • Áries: Réb maior
  • Touro: Mib maior
  • Gêmeos: Fá# maior
  • Câncer: Sol# maior
  • Leão: Lá# maior
  • Virgem: Dó natural maior
  • Libra: Ré maior
  • Escorpião: Mi maior
  • Sagitário: Fá maior
  • Capricórnio: Sol maior
  • Aquário: Lá maior
  • Peixes: Si maior

A nota-chave de uma peça musical é a nota tônica ou o tom fundamental sobre o qual a composição musical é construída.

O período total da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial.

Max Heindel nos diz que a humanidade passou por três estágios elementares antes do Período de Saturno, e estes estágios estão representados na extremidade inferior do teclado do piano por: Lá, Lá# e Si.

O Período de Saturno começa com o som representado por Dó baixo no teclado do piano e sobe até Si, cujo tom está incluído, perfazendo 12 notas, 7 das quais são brancas e 5 escuras. Sete Irmãos da Ordem da Rosacruz saem pelo mundo e trabalham entre a humanidade. Cinco não são vistos no mundo.

Antes dos seres humanos perderem contato com a Região do Pensamento Concreto eles sabiam que essa era uma Região de sons musicais e que esses sons permearam e construíram todos os Arquétipos de todas as coisas existentes no Mundo do Desejo e no Mundo Físico, incluindo eles próprios, portanto, tinham esses sons dentro de si mesmos.

Sabiam que eram instrumentos musicais vivos, cujos sons eram ouvidos por eles próprios através de um tipo de percepção sensorial interna. A superconsciência do ser humano sabe tudo isto, como também conhece o poder tremendo contido nesses sons musicais.

Tendo perdido o poder de controle desta força interior e também de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano tem procurado, por meio de instrumentos musicais, reproduzir externamente os sons vagamente percebidos em sua memória meio submersa.

 (trecho do Livro: A Escala Musical e o Esquema de Evolução, digitalmente publicado pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Influência de Seres mais que Interplanetários

No princípio desse Grande Dia de Manifestação, Deus nos diferenciou dentro de si mesmo e nos deu o nome de Espíritos Virginais. Por isso que se diz que: “Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser

Como lemos em no Livro do Gênesis: 1:26: “Os Elohim disseram: ‘Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança’”.

Com isso, todas as qualidades de Deus estão contidas em cada um de nós, ainda que latentes. Além delas também há um atributo importante de Deus contido em cada um de nós: o germe da vontade que torna possível originarmos novas causas, exercitando nosso poder criador. Assim, durante a Evolução essas qualidades latentes vão se transformando em poderes dinâmicos, enquanto a vontade independente produz a chamada Epigênese, a qual dá a Evolução algo mais que o simples desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes.

Deus, nosso criador, é Uno. É assim que ele se apresenta no Seu Mundo, o Mundo de Deus. Quando deseja se manifestar torna-se Trino, torna-se Tríplice: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Como nós fomos criados à Sua imagem e semelhança, também, quando não manifestado, somos uno: um Espírito Virginal. É assim que nos apresentamos no nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais, no nosso Plano Cósmico, o primeiro Mundo logo abaixo do Mundo de Deus (veja detalhes nos diagramas 6 e 14 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Quando nos manifestamos, tornamo-nos Tríplice:

.. Espírito Divino, imagem e semelhança da VontadeDeus Pai.

.. Espírito de Vida, imagem e semelhança da SabedoriaDeus Filho.

.. Espírito Humano, imagem e semelhança da Atividade – Deus Espírito Santo.

Deus se manifesta na criação. Criando os Mundos e tudo que neles há. Diferenciando dentro de Si tudo que hoje existe. Mundos esses que são campos de oportunidade de evolução para as infinitas formas de vida. Ele é o Macro e o Microcosmo.

Nós, criados a Sua imagem e semelhança, mas como Deuses em formação, nos manifestamos na peregrinação pelos diversos Mundos que ele criou.

Como diz São Paulo em sua Epístola aos Romanos 8:16-17: “… somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros: herdeiros de Deus”. Somos o microcosmos.

Diz uma lenda que quando Deus criou os Mundos, disse aos Espíritos Virginais: “Meus filhos, eis a nossa morada. Percorra-a e conheça tudo que nela há. Pois, Eu a fiz para vocês”. E nós, filhos obedientes e cheios de gratidão, iniciamos a nossa peregrinação.

Lógico que em nosso Mundo (Mundo dos Espíritos Virginais) estávamos mais bem acomodados. Tínhamos a consciência divina. Mas não a consciência do “eu”, de indivíduos separados. Éramos omniscientes como Deus, mas não conscientes de nós mesmos.

Deus tem essa consciência individual. A consciência de diferenciar Ele de outro Deus de outro Sistema Solar. E aqui encontramos o objetivo dessa peregrinação pelos Mundos que Deus nos criou: tornarmo-nos conscientes de nós mesmos, como indivíduos separados. Convertendo-nos, Espíritos Virginais, em seres humanos e depois em Deuses.

Afinal, como disse S. Paulo: “Não sabeis que sois Deus em formação?

Contudo, em que consiste essa peregrinação?

Simplesmente, na nossa passagem pelos cinco Mundos mais densos situados logo abaixo do nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais.

E quais são eles?

¨      Mundo do Espírito Divino

¨      Mundo do Espírito de Vida

¨      Mundo do Pensamento

¨      Mundo do Desejo

¨      Mundo Físico

A passagem por esses Mundos tem como objetivos:

1-conhecermos como eles funcionam,

2-conhecermos para que servem,

3-conhecermos quais são as leis que os regem

E, principalmente, para mostrarmos ao nosso Deus, nosso criador, a gratidão que o temos por nos dar essa oportunidade de evolução.

Ora, para podermos passar por cada um desses Mundos existe uma Lei Cósmica que diz: “Nenhum ser, por mais elevado que seja, pode funcionar em qualquer Mundo sem um veículo construído com material desse Mundo”. Um exemplo claro está aqui quando da necessidade da cessão dos Corpos Vital e Denso de Jesus para que Cristo pudesse aparecer entre nós.

Assim, tínhamos que ter um veículo construído com material de cada um desses Mundos.

Então, vejamos:

¨ Para o Mundo do Espírito Divino, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Divino

¨ Para o Mundo do Espírito de Vida, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito de Vida

¨ Para a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Humano

Todavia, e para a Região Concreta do Mundo do Pensamento, para o Mundo do Desejo e o Mundo Físico?

Não tínhamos veículos próprios. Além disso, não sabíamos como construí-los. Tudo bem, tínhamos veículos para o Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida e a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, mas não sabíamos como trabalhar lá. E o que dizer do Mundo do Desejo e do Mundo Físico que nem veículos tínhamos?

Aqui entra a regra de ouro que permeia toda a evolução em todo o Universo: “O Serviço amoroso e desinteressado para com os outros”.

Em outras palavras: desde o início de tudo fomos ajudados, de um modo que sem essa ajuda não teríamos condições sequer de começar. Desde aqui começa a nossa ingratidão. Pois se estivéssemos conscientes da imensa importância dessa ajuda, o serviço amoroso e desinteressado seria praticado em nossas vidas como um hábito qualquer, sem a necessidade do mais mínimo esforço, mas… um dia aprenderemos.

Afinal, quem nos ajudou?

Como sempre acontece nessas horas, em qualquer Esquema de Evolução, seres mais superiores na escala evolutiva que nós.

Na terminologia Rosacruz esses seres são conhecidos como:

¨ Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras

¨ Ou Jerarquias Divinas ou Jerarquias Criadoras

.. Ou, ainda, Hierarquias Zodiacais ou Hierarquias Divinas

Primeiro, penetramos no Mundo do Espírito Divino. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Divino. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Aí apareceu a primeira Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Chama. Assim chamados devido:

¨ à brilhante luminosidade dos seus corpos

¨ aos seus grandes poderes espirituais

Encontramos na Bíblia com o nome de Tronos na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima luz dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Química do Mundo Físico (sólidos, líquidos e gasosos) e, assim, construir um Corpo Denso (o nosso corpo físico).

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Denso a Hierarquia Criadora dos Senhores da Chama.

Mas, eles fizeram mais.  Foram eles que nos ajudaram:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito Divino

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Divino, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Divino e o Corpo Denso.

Depois, penetramos no Mundo do Espírito de Vida. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito de Vida. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu a segunda Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Sabedoria.

Encontramos na Bíblia com o nome de Dominações na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima sugestão dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Vital. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Etérica do Mundo Físico (Éter Químico, de Vida, Luminoso e Refletor) e, assim, construir um Corpo Vital.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Vital a Hierarquia Criadora dos Senhores da Sabedoria.

Agora, nesse momento tínhamos, também, que ser ajudados para despertar o nosso veículo Espírito de Vida.

Para isso, recebemos ajuda de outra Hierarquia:  são conhecidos como Querubins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Sabedoria.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito de Vida

¨ a despertar o nosso veículo Espírito de Vida, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito de Vida e o Corpo Vital.

Está aqui, também, porque foram os Querubins que se prostraram na porta do Jardim do Éden quando fomos de lá expulsos.

Como lemos no Livro do Gênesis: 3:23-24:

O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado. E expulsou-o; e colocou ao oriente do Jardim do Éden Querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida

Em seguida, penetramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Humano. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Individualidade.

Encontramos na Bíblia com o nome de Virtudes na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais do Mundo do Desejo (emoções, sentimentos, desejos) e, assim, construir um Corpo de Desejos.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo de Desejos a Hierarquia Criadora dos Senhores da Individualidade.

Agora, nesse momento, tínhamos, também que sermos ajudados para despertar o nosso veículo Espírito Humano.

Para isso, recebemos a ajuda de outra Hierarquia: são conhecidos como Serafins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Individualidade.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Pensamento, mais precisamente: na Região do Pensamento Abstrato

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Humano, para podermos funcionar na Região Abstrata do Mundo do Pensamento

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Humano e o Corpo de Desejos.

Daqui por diante perdemos definitivamente a nossa omnisciência. Vimo-nos forçados a dirigir a nossa consciência para dentro, ali encontrando-nos separados e à parte de todos os outros.

E foi assim que nos vimos encerrados dentro de um tríplice véu.

O véu externo, o Espírito Humano, cerrou a consciência ao sentimento da unidade da Vida convertendo-nos em Ego, seres separados, prontos para sermos indivíduos.

Até esse ponto o que tínhamos para funcionar?

.. Um Corpo Denso

.. Um Corpo Vital

.. Um Corpo de Desejos

.. Um Espírito Divino

.. Um Espírito de Vida

.. Um Espírito Humano

Ainda tínhamos mais uma Região para penetrarmos: a Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Percebam que essa Região é que liga os Mundos inferiores:

.. Região Química do Mundo Físico

.. Região Etérica do Mundo Físico

.. Mundo do Desejo

Aos Mundos superiores:

.. Mundo do Espírito Divino

.. Mundo do Espírito de Vida

.. Mundo do Espírito Humano

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Mente.

Encontramos na Bíblia com o nome de Poderes das Trevas na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Nesse nosso Período Terrestre, essa Hierarquia alcançou o estado de Criador, um Deus Criador.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente da nossa Mente. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais da Região Concreta do Mundo do Pensamento (pensamentos-formas) e, assim, construir uma Mente.

Portanto, devemos a possibilidade de construir uma Mente à Hierarquia Criadora Senhores da Mente.

Com a Mente tornamo-nos capazes de focalizar e podemos focalizar nossos propósitos ou objetivos, enquanto Egos, em nossos veículos mais densos, pois precisávamos de algo que unisse o nosso Tríplice Espírito a esse Tríplice Corpo. Ela é o meio de união entre a Personalidade e a Individualidade, nós, o Ego.

E, assim, graças a um belo Serviço amoroso e desinteressado estamos aqui podendo evoluir, construir a nossa Tríplice Alma, fruto do nosso trabalho no nosso Tríplice Corpo.

Graças a esse serviço prestado é que temos o exemplo a seguir de: “o Serviço Amoroso e desinteressado para com os outros é o caminho mais curto, mais seguro e o mais agradável que nos conduz a Deus”.

Ah! E que fim deram essas Hierarquias Criadoras?

.. Os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins elevaram-se da existência limitada à libertação

.. Os Senhores da Sabedoria, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Vida, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Divino

.. Os Senhores da Individualidade, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Humano, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito de Vida

.. Outra Hierarquia apareceu, conhecida como Senhores da Forma, e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Humano

.. Os Senhores da Mente continuam nos ajudando nesse veículo mais recente, a Mente

.. O nosso Corpo de Desejos, dado pelos Senhores da Individualidade, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Arcanjos

.. E o nosso Corpo de Vital, dado pelos Senhores da Sabedoria, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Anjos

Faltou um veículo. Qual? O Corpo Denso.

Pois é, qual a Hierarquia Criadora que está nos ajudando, nessa especialização de um corpo formado por sólidos, líquidos e gases?

A Hierarquia Criadora dos Espíritos Virginais, ou seja, nós mesmos!

E por quê?

Porque o mesmo serviço amoroso e desinteressado que todos esses Seres mais que Interplanetários prestaram a nós, também, estamos e sempre devemos prestar a todos os seres que necessitarem de Corpos Densos para evoluir.

Em particular, nesse momento do atual Esquema de Evolução, o Reino de vida mineral ou a Onda de Vida Mineral.

Ou seja, nessa Esquema de Evolução estamos nos desenvolvendo para sermos especialistas em construção e utilização de corpos formados de matéria da Região Química do Mundo Físico, de modo a poder ajudar Ondas de Vida que necessitam desse corpo para se manifestar nessa Região. Do mesmo modo que:

.. os Anjos são especialistas em corpos formados de matéria da Região Etérica do Mundo Físico

.. os Arcanjos são especialistas em corpos formados de matéria do Mundo do Desejo

.. os Senhores da Mente são especialistas em corpos formados de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento

.. E assim por diante

Demonstremos a nossa gratidão a Deus e a todos esses Seres que nos ajudam nesse Esquema de Evolução, servindo ao irmão e à irmã no nosso entorno, sempre focando na sua divina essência e sempre da única maneira que é correta: amorosa e desinteressadamente, utilizando para isso todas as formas que temos: pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que são os conceitos de Polaridades, Vibrações e Oitavas aplicados durante a nossa Evolução aqui

Sabemos que há milhões de anos atrás, na Época Lemúrica desse Período Terrestre, metade da nossa força sexual criadora foi dirigida, pelos Anjos, para cima, para o lugar onde fica agora a nossa cabeça, para construirmos o nosso cérebro e a nossa laringe. Eles utilizaram a medula espinhal para transportar essa metade da força sexual criadora.

O objetivo disso foi transformar o nosso estado antigo de criadores divinos passivos, orientados em tudo por seres superiores, para criadores dinâmicos, conscientes e verdadeiros auxiliares de Deus no Seu atual Plano Divino. Portanto, através do uso do cérebro e da laringe podemos, agora, criar nesse Mundo Físico.

Assim, como o cérebro e a laringe foram criados a partir da metade da nossa força sexual, há uma forte relação deles com essa força sexual. Podemos perceber isso: no desenvolvimento pré-natal do feto, na mudança de voz que ocorre quando o menino alcança a puberdade e em alterações da capacidade mental consciente que se segue quando há abuso desenfreado da função geradora.

O ser humano é impelido a gerar filhos físicos pelo raio de amor de Vênus. Também, o ser humano é impelido a gerar filhos mentais e a expressá-los através da fala, pela laringe, pelo raio da razão de Mercúrio.

Portanto, Mercúrio e Vênus são criadores em suas funções: Vênus no plano físico e Mercúrio no plano mental. Ambos relacionados com os nossos Corpo Denso (ou físico) e Mente presentes.

Netuno é a oitava superior de Mercúrio. Porque é de sua mesma natureza. Só que Mercúrio é o portador da luz para o Sol físico, enquanto Netuno é o portador da luz para o Sol espiritual, chamado Vulcano entre os ocultistas, o qual é visível atrás do Sol visível. Por isso, poucos seres humanos atuais são capazes em absoluto de poder responder a ele.

Mercúrio é associado à razão e inteligência humana. Ele rege o sistema nervoso cérebro-espinhal – a bem da verdade, no cérebro, somente o hemisfério direito – meio de comunicação entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.

Netuno é associado à razão e inteligência sub e super-humana. Ele rege o canal espinhal ou medula espinhal, meio de comunicação entre o espírito e os mundos superiores.

Enquanto Mercúrio rege o hemisfério cerebral direito, Netuno rege sua oitava superior: a Glândula Pineal.

Enquanto Mercúrio rege o sistema nervoso cérebro-espinhal, Netuno rege sua oitava superior: a medula espinhal.

A intelectualidade, regida por Mercúrio, elevou-nos acima do animal e nos fez seres humanos.

A espiritualidade, regida por Netuno, a seu tempo, nos elevará acima do estado humano, fazendo-nos divinos.

É através de Netuno, que nós, com o nosso Espírito Divino, expressamos a luz e a vida do nosso Deus Pai como Vontade.

É essa Vontade que nós focalizamos no nosso Sistema Nervoso Voluntário do nosso Corpo Denso, governado por Mercúrio, e que, agindo através do cérebro, estimula o nosso corpo para a palavra e para a ação.

Assim expressamos a nossa vontade nesse Corpo Denso que agora habitamos.

Urano é a oitava superior de Vênus. Porque é de sua mesma natureza em um grau muito mais sutil, pois suas atrações são tão espirituais que não podem ser sentidas pelo ser humano comum de maneira completa. Por isso que o ser humano comum responde mais o lado negativo de Urano.

Vênus é associado às ligações amorosas e às relações consanguíneas. Ele rege a laringe meio de expressão entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.

Urano é associado a um amor mais abrangente, o altruísmo. Ele rege a segunda medula espinhal, meio de transmutação de todo o amor pessoal e inferior de Vênus em altruísmo, aquele sentimento que não exige correspondência no amor concedido aos outros.

Enquanto Vênus rege a laringe, Urano rege sua oitava superior: a Corpo Pituitário.

É através de Urano, que nós, com o nosso Espírito de Vida, expressamos o amor do Cristo. É esse amor que nós focalizamos no nosso Corpo Vital, onde Vênus estimula o nosso corpo a buscar a propagação da espécie e seu crescimento.

Assim expressamos o nosso amor e imaginação nesse Corpo Denso que agora habitamos.

O objetivo da construção dessa segunda medula espinhal, através da transmutação do amor de Vênus pelo altruísmo de Urano, é conquistar o domínio sobre o segmento simpático da atual medula espinhal e sobre o hemisfério cerebral esquerdo.

Assim, através da dupla medula espinhal tornamo-nos uma unidade criadora completa tanto no plano físico como no plano espiritual, pois voltamos totalmente a força sexual criadora para cima através dessa dupla medula, iluminada e elevada em energia potencial pelos fogos espirituais da espinha provenientes de: Netuno (vontade) e Urano (amor e imaginação).

“Quanto mais inferior seja o grau de consciência ocupado por um ser humano, na escala de evolução, tanto mais responderá aos raios astrais. Contrariamente, quanto mais elevado seja esse grau de consciência na subida da realização, mais o ser humano controlará e sobreporá as vibrações referidas, libertando-se das rédeas das Hierarquias Divinas” – Augusta Foss e Max Heindel.

As Hierarquias Zodiacais nos vigiam, similarmente a vigilância exercida amorosamente, tal como os pais responsáveis para impedir que seus filhos pequenos, em sua ignorância, cometam tolices que poderiam prejudicá-los ou invalidá-los para o resto da vida. Só que no caso das Hierarquias Divinas, são utilizados os Aspectos astrais (Sol, Lua e Planetas).

Na Época Lemúrica recebemos o que atualmente conhecemos como Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos e o domínio do nosso Corpo Denso tornou-se um pouco maior com o desenvolvimento do sangue vermelho.

Houve a separação dos sexos e começamos a construir o cérebro e a laringe. A partir daqui temos seres humanos do sexo masculino e do sexo feminino e a necessidade da união entre eles para a procriação da espécie humana no Planeta Terra. O Mundo do Desejo era real para nós. Víamos o Mundo do Desejo tão nítido como vemos hoje o Mundo Físico. Nesse último tudo era novidade.

Corríamos perigo permanentemente porque pouco conhecíamos desse Mundo Físico. Perigo de destruir nossos veículos (Corpo Denso, Vital e de Desejos). Com o objetivo de nos ajudar a aprender utilizar esses nossos corpos, fomos colocados sob regras, leis e mandamentos.

O temor era a nota-chave daquela dispensação, pois: “o temor a Deus é o princípio da sabedoria.” (Pb 9:10).

A fim de que pudéssemos ter todas as gradações evolutivas individuais necessárias para o nosso desenvolvimento – e assim, aprender – foi adotada a influência dos Astros como instrumento. A vantagem disso é manter o livre arbítrio – pois “as estrelas compelem, mas não impelem” – e garantir todo tipo de gradação possível, como uma escada contínua de aprendizagem.

Nessa primeira etapa vieram as influências de Marte e da Lua. O regime era de disciplina. De Marte tínhamos a disposição em conquistar, em ganhar, em acumular, em garantir a sobrevivência aqui nesse Planeta com os nossos veículos. Isso nos ajudou muito a focar toda a nossa atenção aqui na Região Química do Mundo Físico. Através de suas influências inferiores buscávamos apenas a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores, nas relações com os nossos semelhantes e, mais praticamente, com o sexo oposto.

Da Lua tínhamos a disposição em procurar o sexo oposto para procriar, garantindo a espécie humana no Planeta Terra e a focalização da nossa atenção na nossa incipiente personalidade: Corpo Denso, Vital e parte inferior do Corpo de Desejos. Para frear esse ímpeto descontrolado, o que poria em risco as pessoas em sua volta, já que incitava o egoísmo na conquista desse Mundo, veio a influência de Saturno.

A disciplina foi o preço pago pela liberdade ignorante de ação. Através de Saturno veio o látego da necessidade. As enérgicas manifestações se revelavam como: raios, trovões, terremotos e epidemias.

Já na Época Atlante, terminamos de construir o cérebro e a laringe e recebemos o, que hoje conhecemos como, Átomo-semente da Mente. Precisávamos desenvolvê-la e aprender a usá-la. Saturno muito ajudou nisso.

A disciplina individual feita por meio de: mandamentos, ordens e leis, de tributos a serem pagos aos Guias Divinos, os sacrifícios dos melhores bens materiais que cada um possuía, conforme a ofensa que houvesse cometido contra a lei, foi ajudando-nos a entender como tudo funcionava nesse Mundo Físico.

Gradualmente, o construtivo Marte e o sagaz Saturno fertilizaram o cérebro lunar em aprimoramento e, com o tempo, aprendemos a construir instrumentos físicos que nos ajudaram a realizar nossas primitivas ambições, a utilizar a astúcia e a se comunicar uns com os outros.

Ainda hoje em dia, uma boa parte da humanidade não evoluiu muito a esse respeito. Responde quase só à natureza inferior e às paixões animalescas. Seus prazeres são grosseiros e sensuais. Seu lema é: “vamos comer, beber e se divertir”. Seus prazeres se encaminham principalmente às bebidas alcoólicas e à prática do sexo. Para um homem assim, a mulher é um objeto de prazer egoísta e um animal de carga, e para a mulher, em relação ao homem, o mesmo raciocínio vale. Nesse caso, só o látego da necessidade, expresso por Saturno, o fará adiantar na senda da evolução.

Conforme fomos evoluindo, respondendo e aprendendo com as influências da Lua, de Marte e Saturno, adquirimos a oportunidade de aprendermos mais lições de como melhor utilizar nossos veículos aqui na Região Química do Mundo Físico.

Foi então que apareceram as influências de Mercúrio e Vênus.

Mercúrio para nos dar novo impulso ao nosso desenvolvimento mental e moral e elevar a bestial imaginação lunar a fim de respondermos ao mais inteligente e lógico raciocínio de Mercúrio.

Vênus para refinar as nossas emoções e elevar a bestial paixão marciana, a fim de respondermos ao mais formoso e terno amor de Vênus.

Vênus, ou como se expressaram, os Senhores de Vênus ensinaram-nos as artes plásticas, a pintura e a escultura (isso explica o mistério dos antigos monumentos). Ajudaram a colocar: beleza, leveza e harmonia nas nossas formas físicas, no nosso Corpo Denso. Ou seja: os ensinamentos de Vênus eram dados para serem inculcados e tornarem-se parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma.

Mercúrio, ou como se expressaram, os Senhores de Mercúrio ensinaram-nos a como utilizar o pensamento para o nosso proveito e proveito do próximo. Ajudaram-nos a pensar, raciocinar antes de sair agindo.

Naturalmente, na mulher predomina a faculdade da imaginação de Vênus, em razão da sua função maternal, cuja faculdade modela o Corpo. Daí que a compleição feminina apresente as graciosas linhas de uma beleza natural, ao passo que o homem predomina o intelecto, patrocinado por Mercúrio, tornando-se expoente da razão.

Também, nesse momento, aos poucos, o Sol começou a iluminar o nosso ponto de vista sobre a vida. Ajudando-nos a trabalhar com a nossa Individualidade (Tríplice Espírito), vamos dissipando parcialmente as nuvens de Saturno.

De Vênus aprendemos a dar tudo de nós aos que nos amamos, mas somente aos que nos amamos. Bem diferente de Marte, que sempre quer que retenhamos tudo para nós mesmos. Para chegar a isso tivemos que aprender a nos dominar até certo ponto, pelo menos para convertermos em um ser civilizado e participar da família dos tempos modernos.

Agora não faz mais sentido admirar as proezas típicas de Marte, e que considerávamos virtude, a valentia de atacar os outros e arrebatar-lhes as propriedades.

Triste é ver que ainda hoje esse impulso primitivo se impõe nas guerras econômicas e de conquista. A esperança é que os vislumbres que presenciamos do amor de Vênus substituindo os traços egoístas de Marte se tornem cada vez mais frequentes.

De qualquer modo, até agora, falamos do nosso desenvolvimento buscando somente o interesse pelas coisas que temos direito de propriedade: meu dinheiro, a minha família, os meus bens, os meus filhos, etc.

Os outros não nos importa. Somente importa a nós e a aqueles a quem amamos. Orgulhamo-nos das qualidades morais – orgulho de Vênus – e das qualidades intelectuais – orgulho de Mercúrio – dos nossos entes queridos. Dos outros chega a até ser difícil reconhecer se há alguma qualidade.

Ora, para evoluirmos, precisamos substituir o desejo de apropriação e aquisição egoísta de bens pelo impulso de beneficiar o nosso semelhante. Ou devemos substituir esse nosso egoísmo pelo altruísmo. Mas, como?

Através do advento da influência de Júpiter. Tal influência assinala aquele proeminente estado de altruísmo. Assim, para que possamos responder prontamente à influência de Júpiter devemos cultivar o altruísmo e vencer o egoísmo proveniente do poder raciocinador de Mercúrio, da valentia e paixão instintiva da Lua e de Marte.

O amor de Júpiter reconhece a essência e não leva em conta o Corpo. Responder a influência de Júpiter significa ter um grande coração e o manifestar em qualquer assunto ou momento relacionado com suas emoções ou com as coisas do mundo.

Nesse ponto a nossa natureza emocional terá, necessariamente, de ser elevada. E para isso, a influência de Urano inicia. Urano nos confere uma sabedoria intuitiva, independente do raciocínio. No mesmo instante ele transforma o amor que fixa num só objeto ou ser em compaixão, que se expande e incluí tudo o que vive, tudo o que se move e existe.

Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:

  • Marte, Vênus e Urano representam três gradações no nosso desenvolvimento emocional.
  • Marte, nós respondemos como paixão animal e buscamos somente a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores em todas as nossas relações.
  • Vênus, nós respondemos amenizando a brutalidade dos nossos desejos e paixões através do amor aos nossos entes e posses, estando prontos a fazer qualquer sacrifício por eles.
  • Urano, nós respondemos transformando a paixão marciana em compaixão e em faculdade da intuição, o amor venusiano que se dirige a um ente determinado, para todos os seres; é o amor divino, sobreposto às considerações materiais de toda espécie; sobreposto a Personalidade.

Sob a influência da Lua éramos dóceis e aceitávamos tudo sem questionar. Gostávamos de sermos guiados e orientados em tudo. Tínhamos uma mentalidade parecida com as das crianças, isto é, facilmente controlável, de modo a estar sempre pronto a ceder. Vivíamos num mundo de ilusões e sonhos, completamente autômatos.

Quando estávamos prontos, veio Mercúrio e nos ajudou a formar ideias e pensamentos. A utilizar a Mente como veículo poderoso para vivermos aqui nesse Planeta. Aprendemos a raciocinar. Mas é o frio poder raciocinador de Mercúrio que nos ajuda a alimentar o nosso egoísmo e como levar vantagens sobre os nossos semelhantes.

Aprendemos a raciocinar logicamente e chegar a conclusões através dessa sequência. Aprendemos a deduzir. Ou seja, aprendemos a ser frios e calculistas, a ter uma atitude mental constante.

Entretanto, não podemos explicar a razão do porquê a resposta que sempre encontramos é adequada e correta. Mas deve existir um modo de conseguir isso. Mas, como? Através da influência de Netuno. Só através dele é que podemos obter a resposta a qualquer pergunta, com a vantagem de poder explicar a razão por que aquela resposta é adequada e correta.

Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:

  • Lua, Mercúrio e Netuno representam três gradações no nosso desenvolvimento mental.
  • Lua, nós respondemos sendo autômato, guiado em tudo, facilmente controlável, sem opinião própria, levado ao sabor do vento.
  • Mercúrio, nós respondemos questionando tudo, raciocinando; tendo ideias de tudo o que ocorre a nossa volta, procurando respostas sem ter a certeza de que ela é completa e certa.
  • Netuno, nós respondemos pelo poder da ideação, um poder criador que, mais do que qualquer outra qualidade, mostra a nossa semelhança com Deus: a Epigênese. Sob sua influência encontramos respostas adequadas e corretas para todos os nossos questionamentos.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hierarquias Zodiacais – Gêmeos: Intelecto e Sabedoria

O ser humano é uma essência espiritual a quem foi dada a Sabedoria Divina. A emanação espiritual ofusca o ser humano em cada um dos seus renascimentos. O ser humano é, portanto, não um novo Espírito, mas o mesmo que já renasceu muitas vezes antes. O elementoespiritual se desenvolve gradualmente e começa a se tornar ativo já na criança. Não é absorvido de imediato, mas desperta gradualmente, à medida que o ser humano cresce e chega à razão e à inteligência.

Muitos vivem, casam-se e morrem sem chegar a possuir, por completo, o raio divino da sabedoria que, sozinho, pode transformar o indivíduo em um ser humano imortal. Há uma grande diferença entre a Individualidade (vida) e a Personalidade (forma), sendo que a Personalidade é uma máscara mutável que o raio individual produz.

A única maneira de se desenvolver uma Individualidade mais forte e maior é agindo. Cada ato cria um novo impulso que, acrescentando à energia já existente, aumenta sua força. Resolva e ouse obedecer às Leis de Deus e você se tornará seu próprio senhor e possuirá poder sobre tudo.

Deus é vida e a expressão das inúmeras forças de vida é encontrada perto de nós. Vida nos Mundos espirituais é chamada consciência. Vida no Mundo do Pensamento é chamada inteligência. Vida no Mundo Físico é chamada força.

O ser humano chega próximo à consciência na experiência mística da iluminação, na ocasião em que um raio divino desperta uma resposta em sua natureza superior; mas a constituição atual do ser humano não é capaz de manter esse estado enlevado constantemente e com consistência.

As energias fluem de acordo com as restrições que se vão apresentando e atuam em harmonia com os modelos dos Arquétipos da vida. Essas forças arquetípicas revelam as leis dominantes que governam todas as ações. A força, por si própria, não tem um objetivo, a menos que esteja dirigida pelo intelecto, embora a inteligência esteja, normalmente, limitada à esfera das manifestações objetivas.

Na Filosofia Rosacruz aprendemos que o universo é criado pela consciência (vontade), apoiado pela sabedoria (conhecimento aplicado com amor) e, finalmente, desintegrado pela força (atividade).

Olhe a seu redor. Um instrumento musical não inventa o som, ele obedece à mão de um musicista. Quanto mais perfeito for o instrumento, mais doce será a música. A luz não se origina nas belas joias, mas é um reflexo, e quanto mais pura for a joia maior será sua radiação brilhante.

Do mesmo modo, o ser humano não deu origem ao pensamento, à vontade e à inteligência. Ele é um espelho no qual os poderes de Deus e da Natureza são refletidos, um instrumento através do qual o desejo eterno se expressa. Em outras palavras, em uma pequena gota de orvalho temos a réplica em miniatura do oceano universal e isso é compreendido pela inteligência. Todas as forças superiores estão contidas no ser humano, mesmo assim ele é apenas uma imitação do ser humano universal, até que desperte para as forças ocultas da criação, que estão dentro dele.

A força da visão não vem do olho, nem o ouvir vem do ouvido, nem o sentir vem dos nervos. É o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida manifestado aqui – que vê, ouve e sente através destes órgãos físicos. Sabedoria, razão e pensamento não estão contidos no cérebro, mas essas qualidades pertencem ao Espírito invisível que sente através do coração e pensa usando como instrumento de leitura dos seus cinco sentidos o cérebro. Todas essas forças estão contidas no universo invisível e se manifestam através de suas formas materiais representativas.

Uma perfeita manifestação da força só pode ocorrer em um instrumento perfeitamente construído. Se o canal for imperfeito, a manifestação será imperfeita, mas isso, de maneira nenhuma, indica que a força original seja imperfeita. A menos que o intelecto humano descubra o princípio evidente nas formas manifestadas, o raio divino faltará. A sabedoria tem de encontrar sua resposta no Coração de seu futuro criador. É bem verdade quando se diz que a imaginação é a causa de muitas doenças e a fé é a cura de todas. Gêmeos – filho da sabedoria – responde a seu mais alto chamado. Entenda e se apegue ao imenso significado de sua herança no Mundo Físico. A luz e a vida do universo necessitam de um olho com o qual possam ver a necessidade de expressão, resultante da crescente manifestação das forças zodiacais, as forças criadoras do universo. Para aumentar a atenção para com a consciência de Deus, e para reproduzir uma esfera maior de atividade, os princípios cósmicos penetraram muito profundamente na matéria.

Aprendemos que Signos precisam ser reconhecidos como VIDA, não como forma, mas como grandes Seres Criadores. Precisamos convidá-los a trabalhar conosco, como amigos. Reconhecemos a função espiritual de todas as Hierarquias Criadoras.

Áries e Touro têm sido mostrados como representando uma mistura de forças positivas e negativas (vontade e amor) do Pai e é devido a essa união que toda nossa criação existe como a conhecemos hoje. Esses grandes Seres são diretamente responsáveis por todo o desenrolar e desenvolvimento que acontece no universo.

Áries, a vontade, é a força de vida do Pai, unida à Touro, o princípio feminino passivo na Natureza, e ambos no útero do tempo produziram o campo de operações no qual as Hierarquias Criadores subsequentes foram capazes de atuar. Todos os outros Signos (ou Hierarquias Zodiacais) são filhos deles.

Áries, como Caminho do Espírito, e Touro, o primeiro dos Signos femininos e a grande mãe Terra, se uniram para dar vida, luz e amor aos Signos seguintes do Zodíaco.

O resultado da realização dessas Hierarquias Criadoras está além da compreensão humana; são espíritos muito velhos e foram esquecidos pelos mortais. Sabe-se que eles nos deram alguma ajuda no início do nosso Esquema de Evolução e, tendo completado seu trabalho, desapareceram da existência limitada, para a liberação. Não mais representam Hierarquias Criadoras ativas que ajudam o progresso do ser humano ou dependam da aceitação dele das Leis da Vida e do Universo.

Depois que as forças de Áries e Touro formaram a base para manifestações futuras, Gêmeos chegou à Terra, com suas mãos estendidas, oferecendo o duplo presente: a inteligência e a sabedoria. Todos os presentes de Gêmeos são duplos – ele é a divina hermafrodita. Para as mulheres ele vem como homem, para os homens vem como mulher.

Quando entramos em contato com Gêmeos, somos recebidos nas portas de uma espaçosa mansão por Mercúrio, seu servo e amigo. Quando nos viramos para examinar o lar dessa importante personagem, notamos muitas coisas curiosas. Para alguns são mostrados terríveis e violentos pecados secretos, para outros botões perfumados e pensamentos de pura beleza e para outros, ainda, são mostradas joias ofuscantes. Alguns dos nativos de Gêmeos habilidosamente pegarão essas joias e as esconderão sob seus casacos, mas Mercúrio se vira para esconder um sorriso, pois sabe que as joias perderão sua luz e seu brilho quando longe de seu verdadeiro lar. Esses filhos necessitam disciplina, mas Mercúrio ainda não os punirá, pois ele é simplesmente um guia para aqueles que viajam no caminho da vida. Ele é o instrumento através do qual muitas experiências necessárias são focalizadas. Mercúrio sabe que quando os nativos de Gêmeos aprendem sua lição, não mais serão perturbados e confundidos por tentações.

A casa de Gêmeos

A casa de Gêmeos está construída em um local alto e tem duas grandes torres. Em uma há muitos trabalhos inteligentes produzidos pelos cérebros dos seres humanos, na outra estão escondidos os sinais e símbolos secretos. Na segunda está guardado o báculo (a vara, o cajado, o cetro) de Mercúrio, o boné alado e as sandálias que são dadas a seu mensageiro, quando há trabalho a ser feito. Da primeira torre, vem a indicação do lugar para onde Mercúrio será enviado e o trabalho que deve tomar forma pela realização e consumação do ser humano. Da segunda torre, Gêmeos traz para fora um símbolo que abre o Coração do ser humano para o qual a mensagem é levada.

(*) Advertência:

A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º graus até 20º graus)

Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela

Astros nas Casas:

  1. Os Astros no Signo Ascendente podem modificar a descrição.
  2. Astros colocados na 12ª Casa e que se encontram dentro de seis graus deste podem modificar a descrição

Em tais casos o Estudante dever usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.

(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)

Os nativos de Gêmeos precisam perceber que essa Hierarquia Criadora traz em si uma grande força divina para o uso do ser humano. Gêmeos desperta o ser humano – em formação – e dá a ele um campo de operação no qual o Ego possa continuar a agir. O plano de Deus é lei e ordem e todas as coisas no universo tem um lugar importante no Esquema da Evolução e em cada partícula que nos cerca. Todo desenvolvimento da humanidade depende igualmente tanto do avanço das coisas maiores como das menores da criação. Gêmeos deve aprender bem essa lição: as almas jovens aprendem pelas experiências amargas e as almas velhas pela observação.

É por isso que esse grande Ser manda seu mensageiro, Mercúrio, com uma indicação de trabalho que deve tomar forma, porque pelo seu duplo talento: inteligência e sabedoria, ele possui o símbolo que abrirá o Coração daquele para quem a mensagem é dirigida. As qualidades mentais e espirituais desse Signo dão aos nativos de Gêmeos suas mais fortes características e proporcionam uma bênção interior maravilhosa e que pode ser observada pelo seu esplendor radiante.

Gêmeos é inquieto e se movimenta de cômodo em cômodo, abrindo e fechando portas e lugares secretos, pois procura a verdade e a encontrará. As formas externas pouco significam para Gêmeos, só o conteúdo tem valor para ele. Gêmeos não está interessado no que ouve ou no que lhe é mostrado. Olha além das cenas aparentes para encontrar a verdade. Mercúrio pode ser considerado o mediador das forças que lutam pelo controle da alma humana. Mercúrio é o Deus da Inteligência e como o mercúrio químico, ele age como um solvente (de acordo com os alquimistas) ao procurar harmonizar os diversos opostos celestiais.

Fatos remotos são rapidamente desvendados, assim como impurezas são eliminadas à medida que a harmonia se estabelece.

Gêmeos subirá sempre rapidamente, pois ele está ávido para respirar os Éteres mais finos que são encontrados lá em cima. Seu lar deveria ser as estrelas e com luz dourada.

Gêmeos não pode ser confinado – não enquanto a verdade puder iluminar o caminho do ser humano. Mercúrio carregará a tocha da razão até que ela encontre uma resposta nos corações da humanidade e, também, até que a sabedoria se torne suprema. Seus símbolos são inteligência e sabedoria e com as mãos entrelaçadas de amor e amizade levará essas dádivas para todos os nativos de Gêmeos. O geminiano tem a faculdade excepcional de ser capaz de compreender muitos pontos de vista que dizem respeito a uma decisão e, portanto, essas pessoas são, frequentemente, hesitantes quanto a posições a tomar e nem sempre reconhecem sua força potencial. Gêmeos é um Signo positivo, masculino. Quando crianças são, muitas vezes, incompreendidas, mas são, do mesmo modo, capazes de desprezar essa compreensão. O geminiano tem a aptidão de adquirir hábitos por meio do contato e associações com outras pessoas. Não obstante, muitas experiências indesejáveis possam ocorrer nos primeiros anos de formação, o geminiano tem a habilidade de se descartar das condições negativas sem necessidade de muita ajuda. Toda criança de Gêmeos deveria ser exercitada mentalmente e receber ajuda positiva dos pais, professores e parentes próximos. Uma palavra encorajadora vinda de alguém mais puro que nós pode nos animar a um maior esforço moral, que talvez não pensássemos possuir e julgássemos estar muito além de nossa força. Contudo, é nossa própria força latente que produz essa reação e essa força emerge. Do mesmo modo, uma inteligência maior do que a nossa própria inteligência, um Ego mais puro, alguém mais consciente da própria divindade, pode nos ajudar a revelar a energia divina que está em nós, porque é essa revelação que nos eleva a um plano mais elevado. O geminiano, em particular, reagirá favoravelmente ao estímulo de uma força superior, mas o caráter, a fibra moral, deve se tornar uma parte inerente de sua natureza para ter um valor permanente.

Não tente esconder coisas do geminiano, pois como Mercúrio eles são observadores – nada lhes escapa! Naturalmente propensos a sonhos e visões, fantasias e imaginações, os reflexos mentais e emocionais são estimulados ao extremo. Com essas reações, o geminiano precisa de muito carinho e atenção.

Os nativos de Gêmeos precisam estudar seriamente e, acima de tudo, precisam aprender a começar e terminar o que começam. Coisas soltas, deixadas de lado, representam oportunidades perdidas que fazem a diferença entre os dois tipos desse Signo: o positivo e o negativo. Aceitar responsabilidades e aprender a realizá-las em face às dificuldades não é tarefa fácil para o geminiano, mas é esse o caminho do desenvolvimento para ele.

Em todas as experiências da vida, os problemas e as dificuldades encontradas pela humanidade se tornam mais trágicas quando ampliadas, no entanto, quando o geminiano dá importância e pensa profundamente na sua própria jornada pela vida, é certo que ocorrerá um verdadeiro despertar. Uma resposta intuitiva para as ocasiões e condições da vida, ajuda muito.

Coordenação física e o uso construtivo da energia – mesmo em grau mínimo – é uma indicação de harmonia interior e de controle para os geminianos.

A força da alma vem da paz, da harmonia e das experiências da vida que ajudam a compreender os problemas alheios. Uma pessoa atenta procura aprender pela observação. Gêmeos pensa. Se ele puder evitar tomar partido, se envolver emocionalmente, é certo que desenvolverá mais seus talentos e habilidades e reconhecerá seus valores espirituais.

As lições devem ser absorvidas, mas não necessariamente através só de experiências ruins!

É trabalho do Espírito (Sol) transformar os estados negativos em atitudes positivas dinâmicas. Com o cultivo das forças latentes, tiramos a sabedoria da experiência. A liberdade de expressão crescerá e despertará estados superiores de consciência. Gêmeos não está satisfeito com condições limitadas e precisa externar todas as suas forças para merecer o ideal progressivo que procura. As qualidades versáteis e adaptáveis desses nativos são típicas e assim pegando um pouco aqui, um pouco ali, eles vão construindo uma base sólida, assegurando o seu crescimento. Um raio divino abre seu Coração e de seu interior as forças criadoras da vida iluminam o caminho com uma radiação brilhante. A consciência despertada do ser humano e dirigida para esse estado superior desenvolverá um canal para o fluxo de energias muito fortes.

A sabedoria circunda o ser humano desenvolvido como uma veste dourada de suaves tons espirituais. A essência da alma é o veículo espiritualizado de pureza radiante que o ser humano desperto possui. Gêmeos recebe, do mesmo modo, uma grande força de vida do universo invisível e das Hierarquias Criadoras. A sabedoria está à disposição do refinado filho de Gêmeos, que deve deixar Mercúrio levá-lo por seu caminho.

Fique atento e observe profundamente. O caminho de Mercúrio e Gêmeos é razão e inteligência e o fruto desse trabalho consciente e elevado é a sabedoria.

Nenhuma lição é de valor real como princípio ativo de vida se a sua verdade for assimilada superficialmente.” (Max Heindel).

(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em junho de 1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hierarquias Zodiacais – Touro: A Força Coesiva do Universo

Todas as forças do Universo estão potencialmente contidas no ser humano e o seu Corpo Denso representa as forças da natureza. “Tanto em cima, como em baixo”, mas primeiro em cima e depois em baixo. Não devemos somente comparar o microcosmos e o macrocosmos porque eles são essencialmente um em suas forças; na verdade é o mesmo na constituição de seus elementos. A Astrologia é incompreensível para aqueles que não podem perceber o verdadeiro caráter dos Astros.

Nossas vidas são construídas sobre princípios superiores, elaborados em detalhes sob leis definidas. Existem grandes Seres que incorporam esses princípios e cujas atividades são as leis da criação. Do mesmo modo encontramos hostes de seres inferiores que agem como veículos para essas atividades.

Ao meditarmos sobre a amplitude da ação das órbitas celestes, percebemos que o Corpo Denso é apenas uma reprodução das mesmas forças que formaram as estrelas no céu. O sucesso do ser humano em absorver, por completo, as forças destas Hierarquias Criadoras depende exclusivamente dele próprio. Embora a vida e as forças coesivas do universo, exemplificadas nas duas primeiras forças de vida, Áries e Touro, se associem para produzir um campo de ação de força intensa e grande potencialidade, a essência espiritual do ser humano vem da mais elevada emanação de Deus, o Pai. As estrelas não nos compelem a nada que não queiramos aceitar, a nada que não desejamos.

A Individualidade do ser humano é respeitada

Deus respeita a Individualidade do ser humano e não penetrará em sua consciência até que essa se abra para lhe dar as boas-vindas. O Estudante Rosacruz anseia tirar a tristeza dos ombros da humanidade atormentada, porém, uma das lições mais difíceis de se aprender é que a atitude de cada inteligência espiritual em relação ao Espírito evolutivo é aquela de esperar pelo convite que dissipará a escuridão. Não é falta de compreensão, é uma sabedoria profunda. O ser humano não deve ser compelido; ele precisa ser livre. A vida evolui e o ser humano não é um escravo, mas um Deus em formação e seu crescimento não pode ser forçado, mas sim desejado, de dentro. A liberdade de ação é a força inerente do Espírito.

O Corpo, através do qual a vida opera, seja Astro ou ser humano, vem dos elementos e é uma partícula cristalizada formada com o propósito de adquirir experiências. A Alma vem das estrelas e o Espírito de Deus. Tudo que o intelecto pode conceber vem das estrelas e por estrelas não estamos nos referindo aos corpos físicos dos Planetas, mas a estados de consciência que existem no cosmos e que são representados pelas estrelas. Essas nobres e sublimes Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras, suas vidas, leis e seus princípios, são incorporados sob formas que permitem, a essa grande consciência, criar meios de vida e atividades futuras em uma escala muito maior do que a anterior.

Para realizar esse imenso projeto as Hierarquias Criadoras – Áries e Touro, em especial – trabalharam por livre vontade, para estabelecer uma base sobre a qual manifestações futuras da vontade do Pai possam se tornar evidentes.

Sendo uma força unificadora importante – um símbolo do princípio feminino na natureza – Touro surge para unir e combinar suas suaves e doces influências místicas com o poder arrebatador e a força enfatizada na atividade dinâmica da primeira das grandes Hierarquias Criadoras, Áries.

Através do poder da palavra, Deus criou tudo que existe no Universo, mas a manifestação completa dessa criação ainda não foi alcançada. As faculdades potenciais latentes estão sempre presentes, mas até que uma consciência se desenvolva e seja capaz de dirigir a força de maneira inteligente, não haverá um canal apropriado para a ação completa. Nosso próprio Esquema setenário de Evolução foi fundamentado no princípio de vida ligado ao princípio do amor e fez-se evidente sob a forma de duas grandes Hierarquias Criadoras: Áries e Touro.

Touro: Manifestação Feminina

Touro é a manifestação feminina da vida e sua expressão é suave, sedutora, doce, delicada e calma. Touro tem uma força nascida do amor, uma força unificadora que desafia a vontade dos elementos quando se propõe, com firme propósito, a realizar sua missão na Terra.

Touro é a grande mãe da Terra, que dá a vida e fertilidade. Todas as coisas vivas provêm de seu seio. Seu amor é um grande amor pela natureza e pelos seres humanos, criativo e possessivo, pois ela é muito pessoal e materna. O amor de Touro é um amor de sacrifícios e o maior sacrifício é dar a vida, algumas vezes no Mundo Físico outras nos Mundos superiores.

Touro une e funde seu corpo no abraço apaixonado de Áries. Não se quebra sob uma força intensa, mas adapta-se à vontade de seu amante. É nessa reação calorosa, nessa força unificante que se cria tudo que há de vir. Touro não se entrega sem reservas, abranda e resfria o temperamento de seu amante com delicadeza, paciência nascida da compreensão, amor, carinho firme e duradouro. Está ciente de que ele nada pode fazer por si só e, então, de própria vontade, sacrifica seu corpo pela criação de coisas ainda maiores do que as anteriores.

(*) Advertência:

A descrição aqui apresentada é mais exata conforme a cúspide da 1ª Casa esteja mais próxima do ou no segundo decanato do Signo (10º graus até 20º graus)

Quando os 3 últimos graus de um Signo estão ascendendo, ou quando os 3 primeiros graus ascendem no momento do nascimento, diz-se que a pessoa nasceu “na cúspide” entre dois Signos, e, então, a natureza básica dos Signos envolvidos são mescladas no corpo dela

Astros nas Casas:

  1. Os Astros no Signo Ascendente podem modificar a descrição.
  2. Astros colocados na 12ª Casa e que se encontram dentro de seis graus deste podem modificar a descrição

Em tais casos o Estudante dever usar seu conhecimento do caráter dos Astros em conjunto com a descrição do Signo.

(Veja mais no Livro: Mensagem das Estrelas – O Signo Ascendente – Max Heindel e Augusta Foss Heindel)

Isto não é um amor pessoal, mas, muitas vezes, os nativos de Touro se perdem em vidas possessivas, obscurecendo assim a própria visão. Não é um sacrilégio que esses grandes Seres criadores permaneçam na escuridão, quando a luz do Espírito está sempre esperando elevar a humanidade acima da escravidão pessoal? É fácil ver que as características negativas dos nativos de Touro estão ligadas a fatos materiais da vida humana de hoje e não a potencial força de vida, amor e criação.

A beleza é a criação desse Signo, porque belo é também o nascimento. A beleza na arte e na cor, a força da criação em outro plano, representativa de uma fase de consciência tocada somente por uma profunda onda de sentimento, de grande poder e vida. Vênus, a filha de Touro, portanto, surge com todo seu doce charme, cor, curvas e maciez agradável de se tocar.

Touro não tem nenhum ardor ou fogo real, mas seu amor queima devagar e sempre. Áries é seu marido e amante, e todos os outros Signos são seus filhos. Esses Espíritos são velhos, porém, continuam sempre a trabalhar e a se desenvolver, embora os filhos de Áries e Touro raramente reconheçam seus divinos privilégios.

Emoções vulgares estão muito longe da Mente dos nativos de Touro. A força moral está construída sobre as mais puras intenções e quando os filhos de Touro começam a reconhecer e a desenvolver suas potencialidades criadoras, a mais firme e estável força do bem estará presente. Uma grande força supera a fraca e uma emoção mais forte pode tornar uma mais fraca, inativa. Se a emoção forte for de caráter elevado e nobre, irá, em consequência, elevar a mais baixa. Se a mais baixa for a mais forte, o resultado será a degradação. As emoções superiores evoluem e desenvolvem-se das mais baixas e, através do autocontrole e do esforço próprio, os vícios podem transformar-se em virtudes. Emoções, sentimentos e desejos não podem ser exterminados ou apagados, mas podem ser modificados para níveis mais altos. Os filhos de Touro podem sofrer críticas por suas emoções. O amor tem muitas formas, mas o verdadeiro amor de Touro é a força que une toda partícula do Universo e é o atributo mais forte do Espírito.

Amor é força divina. Corpo, Alma e Espírito tornam-se um só, como resultado da força coesiva dessa Hierarquia Criadora. Toda vez que uma forma é concebida, uma radiação ocorre, como um raio vindo de Deus, que provê o futuro ser humano com o Espírito. A qualidade adicional da Alma é continuamente absorvida e renovada, o que forma a essência espiritual do ser humano.

A experiência em cada renascimento abranda e molda a Vida numa grande força anímica. Somente experiências contínuas constroem a Alma que, por sua vez, juntando-se ao impulso inicial da própria vida, caminha para glorificar para sempre, nosso Pai no Céu.

Atributos divinos acendem uma chama correspondente. A vida surge para o próximo nascimento de uma Alma que, por sua vez, é irradiada e absorvida pelo Espírito.

A espiritualidade não deve ser considerada um estado de alto desenvolvimento intelectual. É o despertar para um estado de consciência completamente diferente e mais elevado do que aqueles geralmente encontrados nos planos materiais. Esse despertar pode ocorrer em pessoas de alto desenvolvimento intelectual, mas acontece com maior frequência naqueles que não são sofisticados e aqueles puros de Coração e de Mente.

Essa força criativa existe em Touro numa intensidade que oprime seus filhos, a menos que seus corações já tenham sido abrandados por um desenvolvimento extenso. Tendências sutilmente femininas expressas com o Sol (Espírito), em um Signo passivo e receptivo, indicam qualidades místicas elevadas.

Os pontos principais do taurino são determinação, autoconfiança, persistência, obstinação em alcançar seu objetivo e, geralmente, conseguem alcançá-lo com esse poder inato, agindo resolutamente, oferecendo uma excelente qualidade de força sobre a qual se pode construir e é bem possível, para os nativos de Touro, renascerem sob as circunstâncias e condições que ofereçam oportunidades para que desenvolvam inteiramente a verdadeira força desse Signo.

Em situação privilegiada, Touro é capaz de dirigir, amparar e ajudar muitos com a beleza, calma e simplicidade de uma personalidade inspirada, transmitindo pensamentos espiritualmente iluminados, que nascem da meditação e da contemplação das forças superiores com uma certeza prática. Touro reconhece a necessidade da perseverança e da concentração para alcançar o sucesso. Os nativos de Touro nada perdem do que está acontecendo ao seu redor, embora possam dar a impressão de que não estejam prestando atenção, mas na realidade estão concentrados nos objetivos que pretendem alcançar, porque vão às raízes de tudo a que se propõem.

Têm certeza de tudo e são completos, esmerados e cautelosos, mas são propensos a sentir rancor por uma familiaridade imprópria, especialmente em amizades recentes. O taurino desenvolvido e intelectual pode exercer uma influência poderosa naqueles que o cercam. Possuem um vigoroso magnetismo que atrai outros, e como a luz do Espírito que cresce em esplendor cada vez maior e aquece tudo que toca, eles preparam os corações dos seres humanos para uma pureza verdadeira, para reconhecerem a bondade em toda criação de Deus.

Touro possui valores venusianos: amor, beleza, arte e harmonia. Possui emoções cheias de graça e os instintos cultos da humanidade.

Têm muito orgulho da dignidade pessoal e muitas vezes não perdoam, e essa é uma manifestação de sua pior característica, a inflexibilidade. Não se adaptam à certas condições o que favorece a cristalização. São constantes e leais com aqueles que amam, mas raramente, ou nunca, demonstram estes sentimentos exteriormente. Têm um grande potencial para a devoção.

Pelo menos exteriormente eles tendem a manter todas as convenções da vida; são conservadores e raramente visionários. Possuem profundas qualidades místicas que estão escondidas dentro deles. No casamento e na afeição são possessivos e minuciosos, embora amorosos, à sua maneira. Uma das principais tarefas para o nativo de Touro é aprender a receber, acatar e adotar novas ideias.

Quando têm tendências dominadoras tornam-se demasiadamente pessoais e possessivos, não estando expressando sua força interior e seu caráter.

Sua natureza calma, delicada e amorosa pode ter dificuldades em expressar seus verdadeiros sentimentos àqueles que não podem ver a beleza que abrigam em seus corações.

A força da natureza interior de um indivíduo será determinada pelo Sol. Para o iluminado taurino, combinações e Aspectos astrológicos benéficos asseguram-lhe meios de expressar a sua mensagem mística. Mesmo naqueles mapas onde muitos Aspectos benéficos estão dirigidos para um Astro, pode-se alertar para a habilidade do indivíduo de usar as faculdades representadas da melhor maneira possível. Contudo, ninguém possui nada que não seja adquirido.

Portanto, as faculdades de que se dispõem devem ter sido adquiridos com um propósito. Quando encontramos o Sol de Touro com Aspectos benéficos com Marte, temos uma indicação positiva de que essa pessoa possuirá fogo e vida, assim como as características mais fracas da natureza feminina. Mesmo quando o Aspecto formado for uma Quadratura: é melhor ter qualquer Aspecto ligado a Marte do que nenhum, porque isso gera atividade e ação que resulta em experiência, em desenvolvimento da alma, em progresso espiritual. Certamente algumas configurações são mais fortes que outras. Procure sempre a relação entre Marte e Saturno. Se estão com Aspectos benéficos, eles mostram onde os esforços constantes devem ser aplicados e algumas vezes com muita luta. Quanto estão com Aspectos adversos, mostram uma possível redenção dos erros passados. Isso, em consequência, produz crescimento e permite uma oportunidade de serviço, que deve ser bem aproveitada nessa vida, aqui e agora. Ao aceitar essa filosofia e ao viver uma existência dedicada àquilo a que se propôs, o nativo de Touro verá aumentada, no futuro, sua esfera de ação para o benefício do Corpo, da Alma e do Espírito. Ele é capaz de combinar os muitos desafios da vida com uma compreensiva aceitação das mensagens iluminadas e significativas que estão a sua disposição nessa grande Hierarquia Criadora.

Touro rege o Cerebelo

Para compreender alguns pontos que virão a seguir, devemos lembrar que Touro governa o cerebelo ou a parte posterior do crânio, o lugar dos movimentos involuntários e, também, o centro dos reflexos. Em uma determinada época, a humanidade que evoluía era guiada por influências externas que agiam diretamente sobre esses centros subjetivos.

Em linha com o progresso evolutivo do ser humano uma individualização acontece. Isso é obtido quando o indivíduo é libertado dessas influências de direção e alcança meios pelos quais a consciência pode desenvolver-se em uma força dinâmica. Sem perder essa força positiva podemos, através da Meditação, colocarmo-nos em harmonia com a Lei Divina.

Ao sermos receptivos e ao corresponder à vontade dessas forças superiores, tornamo-nos canais autoconscientes para uma verdade e uma sabedoria que iluminam verdadeiramente o nosso caminho.

Não devemos supor que a manifestação ativa desses grandes princípios ou Hierarquias atuem ou ajam imediatamente. Ao contrário, essas faculdades são desenvolvidas somente por constante atenção a toda oportunidade disponível e em todos os planos de consciência, vida após vida, através de eons de tempo.

Experiências completas, conseguidas através de todas as tarefas executadas, ajudam o desenvolvimento da alma individual e a visão interior.

Ao mesmo tempo a imaginação é uma das mais fortes características femininas, e seu desenvolvimento consciente ou inconsciente, terá um papel importantíssimo para a natureza de um nativo de Touro.

Num mapa individual, onde indicações femininas estão preponderantemente ativas, será benéfico procurar atividades fortes e equilibradas nos Signos masculinos do Zodíaco. Quando isso acontece, o iluminado taurino pode harmonizar os dois caminhos, o místico e o oculto. Quando for construída uma ponte entre esses pontos radiantes, as limitações materiais enfraquecem e não exercem mais força sobre o Espírito em desenvolvimento. Olhar além das condições temporais, compreender o verdadeiro significado do amor, juntar o valor espiritual, a força produtiva, desenvolver a compreensão, ser um exemplo vivo desses ideais, aí está o verdadeiro desafio para Touro e, também, para aqueles cuja escolha esteja dirigida para as linhas avançadas do esforço. Quanto mais lutarmos por um ideal mais provas e testes encontraremos em nosso caminho.

O sacrifício de Touro produzindo vida contínua é uma qualidade extraordinária. Sem sua força coesiva-unificante, seu poder de unir pelo amor, não haveria muitas das coisas organizadas que existem no Reino de Deus. Essa polaridade, a combinação do positivo com o negativo, do masculino com o feminino, é que fazem a força dos mais inteligentes filhos desse Signo.

(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz-SP em maio de 1982)

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