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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que Cristo nasceu, para nós, durante a passagem do Sol por Capricórnio em dezembro?

Resposta: Enquanto o Sol entra em Câncer, no mês de julho o Senhor Cristo ascende ao Seu próprio mundo, o Mundo do Espírito de Vida. Esse é o reino onde a unidade e a harmonia reinam supremas, onde cessa toda a separatividade, onde reina a Fraternidade Universal. Cristo vive nesse Mundo cotidianamente, exatamente como nós vivemos aqui, no Mundo Físico, quando estamos encarnados.

O Mundo do Espírito de Vida também é a esfera de consciência que os primeiros Discípulos de Cristo contataram no Dia de Pentecostes. Isso será alcançado por toda a humanidade avançada no fim do presente Período Terrestre.

Por meio da operação do Cristo Cósmico é aqui que o Filho ou o princípio da Palavra e o segundo aspecto da Trindade, nosso Abençoado Senhor, contata a Hierarquia Criadora de Câncer, Querubins. Esses Seres celestiais são os guardiões de todos os lugares Sagrados no Céu e na Terra. Eles guardam até mesmo o maior mistério da vida. Sob a orientação do Senhor Cristo esse mistério sagrado é transmitido para baixo, de Câncer para o seu Signo oposto, Capricórnio, e fornecido para a Hierarquia Criadora dos Arcanjos ou Hierarquia Criadora de Capricórnio.

Foi por essa razão que o Salvador do Mundo, que veio para a Terra proclamando o mistério do Espírito Santo, teve o início da Sua primeira vinda sob o Signo de Capricórnio.

Para isso ter ocorrido, houve um tempo em que as forças de Capricórnio permearam a Terra para que fosse possível o nascimento do Mestre Jesus, da descendência de Davi, que se converteu no portador, cedendo o Corpo Denso e o Corpo Vital para Cristo (que como todo Arcanjo só sabe construir, como corpo mais denso, o Corpo de Desejos).

E assim, desde a Sua primeira vinda, a força Crística dourada, todo ano, recomeça o seu trabalho de auxílio para nos salvar, descendo da fonte do Sol, tocando a partir do lado externo da atmosfera terrestre no Equinócio de Setembro, passando pelo Mundo do Desejo durante novembro (Escorpião), passando pela Região Etérica do Mundo Físico durante dezembro (Sagitário) e chegando ao centro da Terra no Solstício de Dezembro (Capricórnio).

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Influência de Seres mais que Interplanetários

No princípio desse Grande Dia de Manifestação, Deus nos diferenciou dentro de si mesmo e nos deu o nome de Espíritos Virginais. Por isso que se diz que: “Em Deus vivemos, nos movemos e temos o nosso ser

Como lemos em no Livro do Gênesis: 1:26: “Os Elohim disseram: ‘Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança’”.

Com isso, todas as qualidades de Deus estão contidas em cada um de nós, ainda que latentes. Além delas também há um atributo importante de Deus contido em cada um de nós: o germe da vontade que torna possível originarmos novas causas, exercitando nosso poder criador. Assim, durante a Evolução essas qualidades latentes vão se transformando em poderes dinâmicos, enquanto a vontade independente produz a chamada Epigênese, a qual dá a Evolução algo mais que o simples desdobramento ou desenvolvimento de qualidades latentes.

Deus, nosso criador, é Uno. É assim que ele se apresenta no Seu Mundo, o Mundo de Deus. Quando deseja se manifestar torna-se Trino, torna-se Tríplice: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Como nós fomos criados à Sua imagem e semelhança, também, quando não manifestado, somos uno: um Espírito Virginal. É assim que nos apresentamos no nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais, no nosso Plano Cósmico, o primeiro Mundo logo abaixo do Mundo de Deus (veja detalhes nos diagramas 6 e 14 do Livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Quando nos manifestamos, tornamo-nos Tríplice:

.. Espírito Divino, imagem e semelhança da VontadeDeus Pai.

.. Espírito de Vida, imagem e semelhança da SabedoriaDeus Filho.

.. Espírito Humano, imagem e semelhança da Atividade – Deus Espírito Santo.

Deus se manifesta na criação. Criando os Mundos e tudo que neles há. Diferenciando dentro de Si tudo que hoje existe. Mundos esses que são campos de oportunidade de evolução para as infinitas formas de vida. Ele é o Macro e o Microcosmo.

Nós, criados a Sua imagem e semelhança, mas como Deuses em formação, nos manifestamos na peregrinação pelos diversos Mundos que ele criou.

Como diz São Paulo em sua Epístola aos Romanos 8:16-17: “… somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros: herdeiros de Deus”. Somos o microcosmos.

Diz uma lenda que quando Deus criou os Mundos, disse aos Espíritos Virginais: “Meus filhos, eis a nossa morada. Percorra-a e conheça tudo que nela há. Pois, Eu a fiz para vocês”. E nós, filhos obedientes e cheios de gratidão, iniciamos a nossa peregrinação.

Lógico que em nosso Mundo (Mundo dos Espíritos Virginais) estávamos mais bem acomodados. Tínhamos a consciência divina. Mas não a consciência do “eu”, de indivíduos separados. Éramos omniscientes como Deus, mas não conscientes de nós mesmos.

Deus tem essa consciência individual. A consciência de diferenciar Ele de outro Deus de outro Sistema Solar. E aqui encontramos o objetivo dessa peregrinação pelos Mundos que Deus nos criou: tornarmo-nos conscientes de nós mesmos, como indivíduos separados. Convertendo-nos, Espíritos Virginais, em seres humanos e depois em Deuses.

Afinal, como disse S. Paulo: “Não sabeis que sois Deus em formação?

Contudo, em que consiste essa peregrinação?

Simplesmente, na nossa passagem pelos cinco Mundos mais densos situados logo abaixo do nosso Mundo, o Mundo dos Espíritos Virginais.

E quais são eles?

¨      Mundo do Espírito Divino

¨      Mundo do Espírito de Vida

¨      Mundo do Pensamento

¨      Mundo do Desejo

¨      Mundo Físico

A passagem por esses Mundos tem como objetivos:

1-conhecermos como eles funcionam,

2-conhecermos para que servem,

3-conhecermos quais são as leis que os regem

E, principalmente, para mostrarmos ao nosso Deus, nosso criador, a gratidão que o temos por nos dar essa oportunidade de evolução.

Ora, para podermos passar por cada um desses Mundos existe uma Lei Cósmica que diz: “Nenhum ser, por mais elevado que seja, pode funcionar em qualquer Mundo sem um veículo construído com material desse Mundo”. Um exemplo claro está aqui quando da necessidade da cessão dos Corpos Vital e Denso de Jesus para que Cristo pudesse aparecer entre nós.

Assim, tínhamos que ter um veículo construído com material de cada um desses Mundos.

Então, vejamos:

¨ Para o Mundo do Espírito Divino, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Divino

¨ Para o Mundo do Espírito de Vida, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito de Vida

¨ Para a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, temos a nossa expressão como Espírito Tríplice: o veículo Espírito Humano

Todavia, e para a Região Concreta do Mundo do Pensamento, para o Mundo do Desejo e o Mundo Físico?

Não tínhamos veículos próprios. Além disso, não sabíamos como construí-los. Tudo bem, tínhamos veículos para o Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida e a Região Abstrata do Mundo do Pensamento, mas não sabíamos como trabalhar lá. E o que dizer do Mundo do Desejo e do Mundo Físico que nem veículos tínhamos?

Aqui entra a regra de ouro que permeia toda a evolução em todo o Universo: “O Serviço amoroso e desinteressado para com os outros”.

Em outras palavras: desde o início de tudo fomos ajudados, de um modo que sem essa ajuda não teríamos condições sequer de começar. Desde aqui começa a nossa ingratidão. Pois se estivéssemos conscientes da imensa importância dessa ajuda, o serviço amoroso e desinteressado seria praticado em nossas vidas como um hábito qualquer, sem a necessidade do mais mínimo esforço, mas… um dia aprenderemos.

Afinal, quem nos ajudou?

Como sempre acontece nessas horas, em qualquer Esquema de Evolução, seres mais superiores na escala evolutiva que nós.

Na terminologia Rosacruz esses seres são conhecidos como:

¨ Hierarquias Divinas ou Hierarquias Criadoras

¨ Ou Jerarquias Divinas ou Jerarquias Criadoras

.. Ou, ainda, Hierarquias Zodiacais ou Hierarquias Divinas

Primeiro, penetramos no Mundo do Espírito Divino. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Divino. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Aí apareceu a primeira Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Chama. Assim chamados devido:

¨ à brilhante luminosidade dos seus corpos

¨ aos seus grandes poderes espirituais

Encontramos na Bíblia com o nome de Tronos na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima luz dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Química do Mundo Físico (sólidos, líquidos e gasosos) e, assim, construir um Corpo Denso (o nosso corpo físico).

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Denso a Hierarquia Criadora dos Senhores da Chama.

Mas, eles fizeram mais.  Foram eles que nos ajudaram:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito Divino

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Divino, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Divino e o Corpo Denso.

Depois, penetramos no Mundo do Espírito de Vida. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito de Vida. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu a segunda Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Sabedoria.

Encontramos na Bíblia com o nome de Dominações na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo uma fortíssima sugestão dos seus corpos, projetavam suas imagens sobre a superfície desse nosso Planeta Terra. E através dessas projeções implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo Vital. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais dessa Região Etérica do Mundo Físico (Éter Químico, de Vida, Luminoso e Refletor) e, assim, construir um Corpo Vital.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo Vital a Hierarquia Criadora dos Senhores da Sabedoria.

Agora, nesse momento tínhamos, também, que ser ajudados para despertar o nosso veículo Espírito de Vida.

Para isso, recebemos ajuda de outra Hierarquia:  são conhecidos como Querubins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Sabedoria.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Espírito de Vida

¨ a despertar o nosso veículo Espírito de Vida, para podermos funcionar nesse Mundo

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito de Vida e o Corpo Vital.

Está aqui, também, porque foram os Querubins que se prostraram na porta do Jardim do Éden quando fomos de lá expulsos.

Como lemos no Livro do Gênesis: 3:23-24:

O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, para que ele cultivasse a terra donde tinha sido tirado. E expulsou-o; e colocou ao oriente do Jardim do Éden Querubins armados de uma espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da vida

Em seguida, penetramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Lembrem-se, já tínhamos o veículo: o Espírito Humano. Faltava somente saber como utilizá-lo. Afinal não sabíamos como se manifestar.

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Individualidade.

Encontramos na Bíblia com o nome de Virtudes na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais do Mundo do Desejo (emoções, sentimentos, desejos) e, assim, construir um Corpo de Desejos.

Portanto, devemos a possibilidade de construir um Corpo de Desejos a Hierarquia Criadora dos Senhores da Individualidade.

Agora, nesse momento, tínhamos, também que sermos ajudados para despertar o nosso veículo Espírito Humano.

Para isso, recebemos a ajuda de outra Hierarquia: são conhecidos como Serafins, seres mais desenvolvidos que os Senhores da Individualidade.

Foram eles que nos ajudaram a:

¨ a penetrar no Mundo do Pensamento, mais precisamente: na Região do Pensamento Abstrato

¨ a despertar o nosso veículo Espírito Humano, para podermos funcionar na Região Abstrata do Mundo do Pensamento

Está aqui o porquê da relação entre o Espírito Humano e o Corpo de Desejos.

Daqui por diante perdemos definitivamente a nossa omnisciência. Vimo-nos forçados a dirigir a nossa consciência para dentro, ali encontrando-nos separados e à parte de todos os outros.

E foi assim que nos vimos encerrados dentro de um tríplice véu.

O véu externo, o Espírito Humano, cerrou a consciência ao sentimento da unidade da Vida convertendo-nos em Ego, seres separados, prontos para sermos indivíduos.

Até esse ponto o que tínhamos para funcionar?

.. Um Corpo Denso

.. Um Corpo Vital

.. Um Corpo de Desejos

.. Um Espírito Divino

.. Um Espírito de Vida

.. Um Espírito Humano

Ainda tínhamos mais uma Região para penetrarmos: a Região Concreta do Mundo do Pensamento.

Percebam que essa Região é que liga os Mundos inferiores:

.. Região Química do Mundo Físico

.. Região Etérica do Mundo Físico

.. Mundo do Desejo

Aos Mundos superiores:

.. Mundo do Espírito Divino

.. Mundo do Espírito de Vida

.. Mundo do Espírito Humano

Então apareceu outra Hierarquia Criadora, chamada Senhores da Mente.

Encontramos na Bíblia com o nome de Poderes das Trevas na Epístola de São Paulo aos Colossenses 1:16.

Nesse nosso Período Terrestre, essa Hierarquia alcançou o estado de Criador, um Deus Criador.

Emitindo a substância formadora dos seus corpos, implantou na nossa vida evolucionante o Átomo-semente da nossa Mente. Através desse Átomo-semente é que podemos agregar os materiais da Região Concreta do Mundo do Pensamento (pensamentos-formas) e, assim, construir uma Mente.

Portanto, devemos a possibilidade de construir uma Mente à Hierarquia Criadora Senhores da Mente.

Com a Mente tornamo-nos capazes de focalizar e podemos focalizar nossos propósitos ou objetivos, enquanto Egos, em nossos veículos mais densos, pois precisávamos de algo que unisse o nosso Tríplice Espírito a esse Tríplice Corpo. Ela é o meio de união entre a Personalidade e a Individualidade, nós, o Ego.

E, assim, graças a um belo Serviço amoroso e desinteressado estamos aqui podendo evoluir, construir a nossa Tríplice Alma, fruto do nosso trabalho no nosso Tríplice Corpo.

Graças a esse serviço prestado é que temos o exemplo a seguir de: “o Serviço Amoroso e desinteressado para com os outros é o caminho mais curto, mais seguro e o mais agradável que nos conduz a Deus”.

Ah! E que fim deram essas Hierarquias Criadoras?

.. Os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins elevaram-se da existência limitada à libertação

.. Os Senhores da Sabedoria, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Vida, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Divino

.. Os Senhores da Individualidade, que nos ajudaram com o nosso Espírito de Humano, evoluíram e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito de Vida

.. Outra Hierarquia apareceu, conhecida como Senhores da Forma, e nos ajudam até hoje desenvolvendo o nosso veículo Espírito Humano

.. Os Senhores da Mente continuam nos ajudando nesse veículo mais recente, a Mente

.. O nosso Corpo de Desejos, dado pelos Senhores da Individualidade, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Arcanjos

.. E o nosso Corpo de Vital, dado pelos Senhores da Sabedoria, são objetos de ajuda da Hierarquia Criadora dos Anjos

Faltou um veículo. Qual? O Corpo Denso.

Pois é, qual a Hierarquia Criadora que está nos ajudando, nessa especialização de um corpo formado por sólidos, líquidos e gases?

A Hierarquia Criadora dos Espíritos Virginais, ou seja, nós mesmos!

E por quê?

Porque o mesmo serviço amoroso e desinteressado que todos esses Seres mais que Interplanetários prestaram a nós, também, estamos e sempre devemos prestar a todos os seres que necessitarem de Corpos Densos para evoluir.

Em particular, nesse momento do atual Esquema de Evolução, o Reino de vida mineral ou a Onda de Vida Mineral.

Ou seja, nessa Esquema de Evolução estamos nos desenvolvendo para sermos especialistas em construção e utilização de corpos formados de matéria da Região Química do Mundo Físico, de modo a poder ajudar Ondas de Vida que necessitam desse corpo para se manifestar nessa Região. Do mesmo modo que:

.. os Anjos são especialistas em corpos formados de matéria da Região Etérica do Mundo Físico

.. os Arcanjos são especialistas em corpos formados de matéria do Mundo do Desejo

.. os Senhores da Mente são especialistas em corpos formados de matéria da Região Concreta do Mundo do Pensamento

.. E assim por diante

Demonstremos a nossa gratidão a Deus e a todos esses Seres que nos ajudam nesse Esquema de Evolução, servindo ao irmão e à irmã no nosso entorno, sempre focando na sua divina essência e sempre da única maneira que é correta: amorosa e desinteressadamente, utilizando para isso todas as formas que temos: pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, palavras, atos, obras e ações.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

De tempos em tempos, Estudantes de ocultismo de diversas partes do mundo nos perguntam qual deveria ser a atitude deles perante a guerra[1] e qual o propósito dela sob o ponto de vista espiritual. Já indicamos a posição dos Ensinamentos Rosacruzes referentes ao objetivo da guerra em vários artigos nossos, qual seja: para as pessoas se voltarem para Deus pela consolação devido à profunda angústia, tristeza e arrependimento delas, e para romper o véu que existe entre os Mundos visível e invisíveis, ajudando um considerável número de pessoas a adquirir a visão espiritual e a capacidade de se comunicar com aqueles que já passaram para o além. Mas, embora as explicações fornecidas satisfaçam a maioria dos Estudantes de ocultismo em até certo ponto, outros há que não se convenceram ainda; eles procuram algo mais diretamente relacionado com as condições estabelecidas. (trecho da Carta aos Estudantes nº 92).

É isso que trataremos nesse livreto.

Há 2 meios de você acessar esse livreto:

1.Em formato PDF (para download): O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – em PDF

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – audiobook

3.Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/@fraternidaderosacruzcampinasbr/videos

aqui:

O Lado Oculto da Guerra – Uma Operação de Catarata Espiritual – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz – videobook

4.Para ler no próprio site:

O LADO OCULTO DA GUERRA

– UMA OPERAÇÃO DE CATARATA ESPIRITUAL

Por

Max Heindel

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Inglês, War an Operation for Spiritual Cataract – 1st Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – November 1915; 2nd Part in Rays from the Rose Cross Magazine – a Magazine of Mystic Light – December 1915; 3rd Part in Rays from the Rose Cross – a Magazine of Mystic Light – January 1916

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

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SUMÁRIO

PREFÁCIO.. 5

CAPÍTULO I – A PARTE DA GUERRA TRAVADA NOS MUNDOS INVISÍVEIS. 8

CAPÍTULO II – EXEMPLOS DA ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS DE RAÇA, CONFUNDIDOS COM OUTROS SERES DIVINOS. 15

CAPÍTULO III – VISÃO ESPIRITUAL ABERTA TEMPORARIAMENTE.. 21

CAPÍTULO IV – SOLICITANDO UMA EXPLICAÇÃO AO IRMÃO MAIOR.. 24

CAPÍTULO V – “OS DEZESSEIS CAMINHOS PARA A DESTRUIÇÃO”. 30

PREFÁCIO

Você já deve ter estudado, no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.

Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.

Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.

Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisível e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.

Max Heindel

CAPÍTULO I – A PARTE DA GUERRA TRAVADA NOS MUNDOS INVISÍVEIS

De fato, seria novidade para a grande maioria das pessoas, se lhes disséssemos que a grande guerra[2] que está sendo travada tão arduamente na Europa, envolvendo uma grande destruição de corpos humanos e de construções muitas centenárias, testemunhas da civilização, esteja sendo travada com mais ferocidade nos Mundos invisíveis e que os participantes do lado oculto da vida têm ainda mais em jogo do que as coisas que são consideradas valiosas neste mundo, como aquisição territorial, indenização financeira, etc. Tal é, no entanto, o caso. A guerra começou nos Mundos invisíveis antes de se cristalizar em ação física. E lá deve cessar, antes de uma paz permanente ser negociada. Quem vê e conhece também sabe que essa grande influência espiritual que causou a guerra foi instigada pelos Espíritos de Raça dos vários países, que se ampliaram com o intenso patriotismo demonstrado por toda parte entre os povos da Europa.

Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povo, como mostramos na palestra nº 13 do Livro Cristianismo Rosacruz, cuja tema “Anjos como fatores de evolução” [3] e embora muitas pessoas possam zombar e caçoar, os fatos permanecem.

CAPÍTULO II – EXEMPLOS DA ATUAÇÃO DOS ESPÍRITOS DE RAÇA, CONFUNDIDOS COM OUTROS SERES DIVINOS

Cada Espírito de Raça luta através do seu povo e por seu povoe embora muitas pessoas possam escarnecer, os fatos permanecem.

Instâncias e evidências dessa liderança invisível na guerra atual[4] podemos ver na Retirada dos Aliados de Mons[5]. Afirmou-se, com confiança, que vários oficiais haviam presenciado então um curioso fenômeno na forma de uma estranha nuvem que se interpôs entre os alemães e os britânicos. Essa afirmação foi confirmada por um correspondente do jornal “Light” de 8 de maio, afirmando que “na ação de retaguarda, houve um momento especialmente crítico, quando a cavalaria alemã avançava rapidamente e superava em muito as nossas forças; de repente, vimos uma espécie de nuvem luminosa ou neblina, que se interpôs entre os alemães e nossos homens. Nessa nuvem parecia haver objetos brilhantes se movendo. No momento em que apareceu, o ataque alemão pareceu receber um xeque. Os cavalos podiam ser vistos empinando e deixaram de avançar”. Essa intervenção angelical, na opinião do narrador, salvou toda a força da aniquilação.

A história anterior parece ser a mesma narrada pelo Dr. R. F. Horton[6] em um sermão recente na Igreja de Brighton, em Manchester. Ele descreve a ocorrência relatada a ele por tantas testemunhas que, se algo pode ser estabelecido por evidência corroborativa, deve ser verdade. “Uma seção da linha de batalha”, disse o Dr. Horton, “estava em perigo iminente e parecia que seria derrubada e eliminada. Alguns dos homens presentes viram uma companhia de Anjos interposta entre eles e a cavalaria alemã, quando os cavalos dos alemães bateram os pés. Evidentemente os animais viram o que os nossos homens viram. Os soldados alemães tentaram trazer os cavalos de volta para a linha, mas eles fugiram e isso foi a salvação dos nossos homens”. Outro relato, derivado de outras testemunhas da ocorrência, é citado em uma carta conforme a seguir.

“No domingo passado encontrei a senhorita Marrable, filha do conhecido cônego Marrable, e ela me disse que conhecia os oficiais que tinham visto os Anjos que salvaram nossa ala esquerda dos alemães, quando eles os atacaram durante a Grande Retirada de Mons.”.

“Eles esperavam aniquilação, pois estavam quase indefesos quando, para seu espanto, os alemães ficaram atordoados e nem sequer tocaram em suas armas ou se mexeram, até que nos viramos e escapamos por alguma encruzilhada.”

“Um dos amigos da senhorita Marrable, que não era um homem religioso, disse a ela que viu uma tropa de Anjos entre nós e o inimigo e tem sido um homem transformado desde então. Ela conheceu o outro homem em Londres, na semana passada, e perguntou a ele se ele ouviu falar sobre a maravilhosa história dos Anjos. Ele disse que os viu pessoalmente. Enquanto ele e sua companhia estavam recuando, eles ouviram a cavalaria alemã correndo atrás deles. Eles correram para um lugar onde pensaram que um abrigo pudesse ser feito com alguma esperança de segurança, mas antes que pudessem alcançá-lo a cavalaria alemã estava sobre eles; então se viraram e enfrentaram o inimigo, esperando a morte instantânea; então, para sua surpresa, viram entre eles e o inimigo uma tropa inteira de Anjos. Os cavalos dos alemães se viraram apavorados e dispararam. Os homens puxavam suas rédeas, enquanto os pobres cavalos se afastavam na direção oposta aos nossos homens. Ele jurou que viu os Anjos, a quem os cavalos alemães viram claramente, talvez até mesmo os soldados alemães, e isso deu aos nossos homens tempo para chegar ao pequeno forte, ou qualquer que fosse o abrigo, e se salvarem”.

Uma contribuição adicional para esses registros da Retirada de Mons foi fornecida pelo Sr. Lancaster, um clérigo de Weymouth, em seu sermão de 30 de maio. O reitor leu no púlpito uma carta de um soldado da linha de frente que se encontrava em Retirada de Mons e dizia, na carta, que o seu regimento estava sendo perseguido por muitos homens da cavalaria alemã, da qual se refugiaram em uma grande pedreira onde os alemães os encontraram e estavam a ponto de matá-los. Naquele momento, afirmou o autor da carta, toda a borda superior da pedreira estava forrada de Anjos, que foram vistos por todos os soldados e pelos alemães. Os alemães pararam de repente, deram meia-volta e galoparam em alta velocidade. O narrador acrescenta que isso é atestado não apenas pelos Tommies[7], mas também pelos oficiais do regimento.

Vemos aqui certas variantes do que aparentemente seja a mesma história; mas, no primeiro caso a aparição surge apenas como uma nuvem estranha; no segundo, como uma nuvem com objetos brilhantes movendo-se dentro dela; e no terceiro, quarto e quinto aparece definitivamente como uma companhia de Anjos. Não parece improvável que a mesma aparição tenha se mostrado com essas variações devido ao acordo entre ela, o temperamento psíquico e o desenvolvimento do observador.

É um fato oculto e óbvio para quem é dotado de visão espiritual que um Espírito de Raça governa seu povo na forma de uma nuvem. Nele, ou dentro dele, eles realmente vivem, movem-se e têm o seu ser. Seus pensamentos e ideias os permeiam com o que é chamado de “espírito nacional” e é bastante concebível que sob a tensão e o estresse da batalha, um ou outro dos Espírito de Raça, vendo seu povo em terrível aflição, ofereça ajuda e se interponha entre eles e seus inimigos.

Se voltarmos à Bíblia, encontraremos uma ocorrência semelhante na época em que os israelitas foram tirados do Egito. Eles foram então perseguidos pelo exército do Faraó, e El Shaddai (em hebraico, Deus Todo-poderoso), o Senhor dos Exércitos, que os guiou na forma de uma coluna de nuvem, interpôs-Se entre os israelitas e os egípcios até que as águas do mar se dividiram e eles estivessem prontos para atravessar. Então o pilar de nuvem foi até eles de novo e os guiou pela água. Seus inimigos, que os seguiram, foram engolidos pelo mar.

Em circunstâncias normais, as pessoas podem não ser capazes de perceber essas vibrações mais elevadas e sentir os seres que estão sempre ao nosso redor, invisíveis, mas, ainda assim, muito mais vivos do que nós, potentes também como fatores para o bem ou para o mal. Mas quando chega um momento de grande estresse, quando um grupo de homens se encontra em um canto muito apertado, por assim dizer, cara-a-cara com a morte, quando a tensão nervosa é elevada a um nível suficientemente alto, eles começam a sentir o mundo suprafísico e os seres que estão com eles. Essa tem sido a regra em todas as épocas. Sir Walter Scott[8], em um dos seus livros, conta certos casos de natureza semelhante; mas, embora a manifestação sobrenatural, em cada caso citado, tenha sido testemunhada por muitas pessoas, Sir Walter Scott procura desacreditar seu testemunho e menosprezar a ocorrência como superstição, um método que tem sido seguido por vários jornais ingleses em relação à ocorrência na Retirada de Mons.

Ele diz que “mesmo no campo da morte e em meio ao próprio cabo de combate mortal, uma forte crença operou a mesma maravilha que até agora mencionamos como ocorrendo na solidão e em meio à escuridão, e aqueles que estavam, eles próprios, à beira do mundo dos espíritos ou ocupados em enviar outros para as regiões sombrias imaginavam ter visto a aparição dos seres a quem sua mitologia nacional associava a tais cenas. Nesses momentos de batalha indecisa, em meio à violência, pressa e confusão de ideias inerentes à situação, os antigos gregos supunham ver suas divindades Castor e Pólux lutando na vanguarda para seu encorajamento; o escandinavo viu as Valquírias, as Escolhedoras dos Mortos; e os católicos não foram menos facilmente levados a reconhecer na guerra São Jorge ou São Tiago bem na frente da luta, mostrando-lhes o caminho da conquista. Tais aparições sendo geralmente visíveis para uma multidão, em todos os tempos foram apoiadas pela maior força do testemunho”.

O primeiro exemplo citado por Sir Walter Scott é do livro História Verdadeira da Conquista da Nova Espanha de Don Bemal Diaz del Castillo[9], um dos companheiros do célebre Cortez em sua conquista mexicana. Depois de obter uma grande vitória contra todas as probabilidades, ele menciona o relato inserido na contemporânea crônica de Gomara, de que São Tiago apareceu em um cavalo branco na vanguarda do combate e levou seus amados espanhóis à vitória.

É muito curioso observar a convicção interna do cavaleiro castelhano de que o boato surgiu de um engano, cuja causa ele explica por sua própria observação, enquanto ao mesmo tempo não se atreve a negar o milagre. O honesto conquistador reconhece que ele mesmo não viu essa aparição angélica; ou melhor, ele viu um cavaleiro chamado Francisco de Moria montado em um cavalo castanho e lutando arduamente no mesmo lugar onde São Tiago supostamente teria aparecido. No entanto, em vez de concluir que toda a sua companhia estivesse alucinada, o devoto Conquistador exclama: “Pecador que sou, quem sou eu para ter visto o abençoado Apóstolo!”.

CAPÍTULO III – VISÃO ESPIRITUAL ABERTA TEMPORARIAMENTE

Segue-se o outro exemplo do que Sir Walter Scott chama de “o caráter infeccioso da superstição”.

“No ano de 1686, nos meses de junho e julho, diz o honesto cronista, muitos ainda vivos podem testemunhar isso sobre o Crossford Boat, aproximadamente dois quilômetros abaixo de Lanark, especialmente no Mains, na água de Clyde, muitas pessoas se reuniram por várias tardes, onde houve chuvas de gorros, chapéus, revólveres e espadas que cobriram as árvores e o chão; companhias de homens armados marchando em ordem à beira-mar; grupos conhecendo grupos e passando por outros; depois todos caindo no chão e desaparecendo; outras companhias imediatamente apareciam marchando da mesma maneira… Fui lá três tardes e, como observei, dois terços das pessoas viram e um terço não viu; embora eu não pudesse ver qualquer coisa, havia tanto medo e tremor naqueles que viam, que era perceptível a todos os que não viam.

“Havia um cavalheiro de pé ao meu lado que falava como muitos outros e disse: ‘Um bando de malditos bruxos e bruxas que têm a segunda visão! O diabo não vejo’; e imediatamente houve uma mudança perceptível em seu semblante. Com tanto medo e tremor como qualquer mulher que vi ali, ele gritou: ‘Todos vocês que não veem, não digam coisa alguma; pois eu os convenço de que é fato e discernível para todos os que não são cegos’; então aqueles que viram disseram que aparência as armas tinham, qual era seu comprimento e largura; também falaram que cabo as espadas tinham, se eram pequenos, de três barras ou do tipo Highland Guard, e os nós dos gorros, se pretos ou azuis. Aqueles viram, sempre que estavam no exterior, observaram um gorro e uma espada cair no caminho.

No segundo livro de Samuel, no capítulo 22, nos versículos de 7 a 18, lemos.

Na minha angústia invoquei a Iahweh, ao meu Deus lancei meu grito, ele escutou do seu Templo a minha voz e o meu clamor chegou aos seus ouvidos. “E a terra tremeu e vacilou, os fundamentos do céu se abalaram (pela sua ira eles oscilaram); fumo se elevou de suas narinas e da sua boca um fogo devorador (carvões inflamados saíam dele). Ele inclinou os céus e desceu, uma névoa escura debaixo dos seus pés; cavalgou um querubim e alçou voo, planou sobre as asas do vento. Fez das trevas a sua companhia e sua tenda, treva d’água, nuvem sobre nuvem; um fulgor adiante dele inflamou granizo e brasas de fogo. Iahweh trovejou desde os céus, o Altíssimo fez ouvir a sua voz; disparou setas e as espalhou, fez cintilar os relâmpagos e os dissipou. O leito dos mares apareceu, os fundamentos do mundo se descobriram, pela repreensão de Iahweh e ao sopro do vento de suas narinas. Enviou das alturas e me tomou, e me tirou das águas profundas; livrou-me do feroz inimigo, de adversários mais fortes do que eu.”.

No trecho acima, Davi dá uma descrição do Senhor dos Exércitos saindo para guerra para ajudar seus seguidores. E no décimo capítulo de Daniel (6-7) é dito como esses Arcanjos realmente ajudam uma nação contra outra a fim de trazer vitória ou derrota onde quer que seja necessário punição ou recompensa.

Daniel nos diz que “seu corpo tinha a aparência do Crisólito e seu rosto o aspecto do relâmpago seus olhos como lâmpadas de fogo, seus braços e suas pernas como o fulgor do bronze polido, e o som de suas palavras como o clamor de uma multidão. Somente eu, Daniel, vi esta aparição. Os homens que estavam comigo não viam a visão e, no entanto, um grande tremor se abateu sobre eles, a ponto de fugirem para se esconderem.” (Esse é outro caso em que um viu, enquanto outros sentiram a presença).

O Arcanjo disse a Daniel (10-13): “O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio em meu auxílio. Eu o deixei afrontando os reis da Pérsia”.

Então ele disse: “Sabes por que vim ter contigo? Mas vou anunciar-te o que está escrito no Livro da Verdade. Tenho de voltar para combater o Príncipe da Pérsia: quando eu tiver partido, deverá vir o Príncipe de Javã. Ninguém me presta auxílio para estas coisas senão Miguel, vosso Príncipe, meu apoio para me prestar auxílio e me sustentar.” (Dn 10:20a-21b e 11:1).

Do exposto fica claro que em todas as épocas, quando as pessoas estavam em grande estresse, sua visão espiritual foi aberta de forma temporária.

CAPÍTULO IV – SOLICITANDO UMA EXPLICAÇÃO AO IRMÃO MAIOR

Vamos ver, agora, como a guerra é realmente uma operação para remover a catarata espiritual, um meio de abrir permanentemente a visão espiritual da humanidade.

Por muitos meses um assunto tem sido o principal nas Mentes de milhões de pessoas no mundo ocidental: a saber, a guerra. Foi lamentada por todos; todos os combatentes tentaram se desculpar por participar e buscaram colocar a responsabilidade sobre os ombros dos seus adversários. Assim, pela primeira vez na história do mundo, os senhores da guerra admitem que a guerra seja um erro. Toneladas de tinta e papel têm sido usadas pelas potências em conflito para culpar seus inimigos e poderem se desculpar, aliviando uma consciência dolorida. Mas nem desculpas nem tentativas de incriminação podem aliviar os corações doloridos de milhões de pessoas que clamam por uma solução para o problema e, às vezes, perguntam se Deus ainda Se importa com o Seu mundo ou se Ele está permitindo passivamente esse terrível massacre.

Para chegar a uma compreensão correta do assunto é necessário perceber que cada ser humano é cercado por uma aura sutil que é invisível para a maioria das pessoas, mas prontamente percebida por aquele que cultivou sua percepção espiritual. Essa aura é colorida de acordo com as vibrações que cada indivíduo estabelece em seu interior, por seus gostos e desgostos; é um índice de cor preciso do seu caráter. À medida que seus hábitos mudam, essa nuvem de cores assume diferentes tonalidades. Através dessa aura ele vê o mundo como através de um vidro e colore todos com quem entra em contato, de modo que imagina que eles tenham as mesmas virtudes e vícios que ele próprio possui e, com base no princípio de que quando um diapasão é tocado, ele evoca sons em outros de igual afinação, ele realmente evoca naqueles que encontra os traços que estão em si mesmo, um fato dentro da experiência de todos. Quem nunca foi despertado para a raiva, quando na presença de alguém que perdeu a paciência; quem ainda não sentiu irritabilidade, ao discutir qualquer assunto com um homem irritável? Da mesma forma, as nações se veem através da nuvem invisível do nacional Espírito de Raça e imaginam umas às outras como muito diferentes do que realmente são.

É significativo que homens e mulheres ingleses que viviam na Alemanha antes do início da guerra estivessem firmemente convencidos de que aquele país estivesse certo, antes de serem obrigados a voltar para casa; e que os alemães que residiam na Inglaterra fossem igualmente fanáticos em seu apoio a esse país, denunciando a Alemanha como agressora. No entanto, seu retorno à sua terra nativa, onde respiraram o espírito de Raça nacional, logo mudou sua atitude e todos começaram a ver “o outro lado” e apresentar sua fidelidade ao seu próprio Espírito de Raça.

Assim sendo, a guerra não é o resultado de ódio individual, pois não ouvimos que os soldados nas trincheiras confraternizavam sempre que surgisse uma oportunidade? Mas é o trabalho dos Espíritos de Raça que guiam as nações em seu caminho de progresso; ou melhor, deveríamos dizer, é permitido por eles, pois são os Irmãos da Sombra, as forças negras que fomentaram o lado maligno da vida nacional; orgulho, arrogância e busca de prazer para afastar a humanidade do lado mais sério da vida. Portanto, os espíritos raciais das nações, que estão sempre trabalhando para o bem, permitiram esta guerra não exatamente como um castigo, mas um meio de trazê-las de volta ao verdadeiro propósito da existência.

Isso já é conhecido há muito tempo pelo escritor, mas ele sabia e sentia no íntimo do seu coração que deveria haver outro propósito maior e que o bem a ser alcançado deveria ser proporcional ao sofrimento envolvido em sua obtenção; portanto, deve ser um grande e maravilhoso bem, uma bênção para a humanidade de inestimável importância. Mas o quê? Recordemos as palavras de Cristo: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Sempre consideramos a paz como um ideal, no entanto, e não conseguimos conciliar essa sentença com o Sermão da Montanha. Será que há uma virtude oculta na guerra que não percebemos até agora, uma virtude que possa justificá-la como um meio para um fim? Esse era um problema desconcertante.

Longos meses este escritor sofreu em silêncio por causa da terrível carnificina que vem acontecendo na Europa. Não é fácil trabalhar todas as noites entre as cenas angustiantes do campo de batalha, trazendo socorro aos feridos e trabalhando com os mortos de muitas nações, nos mundos invisíveis, em um esforço para aliviar sua angústia e acalmar seu ressentimento e, ao mesmo tempo, manter-se suficientemente preparado para continuar o trabalho na sede durante o dia. Durante esse tempo, estudantes de vários países pediram que tomássemos uma posição a favor do lado que eles defendiam e escrevêssemos nossas ideias sobre a guerra. Naturalmente, não tomaríamos posição contra qualquer um de nossos irmãos. A Fraternidade inclui o mundo inteiro e o amor universal nunca foi mais necessário do que agora. Nós nos esforçamos por lhe dar a expressão mais completa possível. E quanto à “escrita”: enquanto sentíamos e sabíamos que o resultado dessa grande calamidade deveria ser bom, não tínhamos luz e nunca foi nosso costume lidar com chavões ou encher nossas páginas com palavras, apenas palavras; então trabalhamos e oramos por luz, mês após mês, até que finalmente o suspense se tornou insuportável.

Ultimamente, a agonia daquela vasta massa de humanidade entre a qual trabalhamos há tantos meses parecia concentrar-se em nossa presença como um grande “Por quê?” escrito em letras de sangue e chamas durante nossas horas de vigília e, embora sozinho e tudo estivesse exteriormente quieto, o som daquele enorme “Por quê?” parecia preencher o Céu e a Terra em seu apelo intensamente apaixonado por uma resposta.

Por fim, não aguentei mais e quando o Irmão Maior que é o meu mentor apareceu em resposta ao meu grito de angústia, fiz a pergunta. A regra da Grande Ordem é que os Irmãos Leigos devem usar todos os esforços para resolver seus próprios problemas e apenas pedir ajuda como último recurso; contudo, até então tímido por causa disso, a agonia de um milhão de seres humanos parecia subir pela minha garganta quando eu o vi tão calmo e sereno: “Sei que o seu coração não é calejado, Irmão, que bate com tanta compaixão pelos milhões que até mesmo essa agonia de simpatia que agora dilacera o meu peito é nada em comparação; como então você pode ficar tão calmo enquanto milhões de pessoas sofrem inacreditavelmente! Qual é o propósito desse conflito cruel?”.

Nunca a música soou tão docemente ao meu ouvido; nunca experimentei uma sensação de alívio tão grande, uma modificação tão completa de sentimentos. Eu parecia saltar do pântano do desespero para o pináculo do louvor e da ação de graças, quando a resposta veio naquela voz sempre vibrante de bondade e compaixão, mas nessa ocasião essas qualidades foram tão intensificadas que as palavras não conseguem descrever.

Pare com sua tristeza, meu Irmão, e tenha bom ânimo; se você tivesse um amigo que tivesse perdido a visão por causa de uma catarata e ele fosse forçado a se submeter a uma operação, você provavelmente sentiria pena da dor atual, mas você se alegraria com a restauração iminente de sua visão e, talvez, na alegria da antecipação, você quase esquecesse a dor presente.

Da mesma forma, no caso desta guerra, o mundo, que se tornou espiritualmente cego, não admitirá pelo intelecto coisa alguma que não possa provar como demonstra um problema matemático. A dúvida e o ceticismo cresceram como enormes ervas daninhas entre os líderes do pensamento e os levou à louca busca do prazer; agora, a indulgência dos sentidos e a indiferença em relação a qualquer coisa que contribua para o crescimento da alma são características comuns entre as massas. Nem a pregação nem a oração podem despertar o mundo. Portanto, os Líderes Invisíveis da Evolução permitiram aos Irmãos da Sombra tentar os governantes das nações e, assim, os cães da guerra foram soltos junto do que parecem ser resultados absolutamente calamitosos.

Mas alegre-se, esta é na realidade uma operação de catarata espiritual em grande escala. É a sentença de morte da era do agnosticismo e do ceticismo em relação às verdades espirituais, pois abrirá a visão espiritual de tantos que seu testemunho terá sentido para aqueles que permanecem cegos; assim, o mundo ocidental se voltará para Deus com um novo zelo que não poderia ser despertado por mil anos de pregação.

Como lhes ensinamos no início e como está registrado no Conceito Rosacruz do Cosmos, a humanidade ainda está na parte mais perigosa do caminho do progresso, que chamamos de “os 16 Caminhos para a destruição”, e nunca em todas as anteriores corridas chegou tão perigosamente perto da beirada. Mas regozijai-vos e novamente digo: regozijai-vos! Pois o perigo já passou, a guerra salvou o mundo de um destino infinitamente pior e logo ressoará com louvor a Deus pela bênção forjada pela maldição da guerra.

Como os nossos leitores que não estão familiarizados com os Ensinamentos Rosacruzes podem não entender a referência aos 16 Caminhos e sua relação com esse problema e, também, como pode não ser intuitivo a todos o que se entende por “operação de catarata espiritual”, ou como a guerra pode abrir a visão espiritual, continuaremos este artigo no próximo mês com o propósito de elucidar esses pontos. Enquanto isso, os seguintes artigos do Literary Digest mostrarão que a previsão feita já começa a ser verificada.

CAPÍTULO V – “OS DEZESSEIS CAMINHOS PARA A DESTRUIÇÃO”

No parágrafo final do nosso artigo sobre esse assunto afirmamos que o ser humano está agora passando pelo período mais perigoso do seu desenvolvimento: “as Dezesseis Raças”. E que a guerra salvou a humanidade de um destino infinitamente pior do que o atual massacre em massa. Os fatos são os seguintes: durante o desenvolvimento da humanidade em nosso atual Período Terrestre, a Terra mudou para proporcionar ao ser humano o ambiente adequado à sua constituição versátil e aos requisitos evolutivos. As grandes divisões de tempo ocupadas por essas mudanças são chamadas de Épocas. As Época Polar, Época Hiperbórea, Época Lemúrica e Época Atlante já passaram; agora estamos na Época Ária. Quando ela acabar, outra Época, a Época Nova Galileia, será inaugurada.

Durante as duas primeiras Épocas, o ser humano era tão inocente da sua Individualidade quanto as crianças atualmente; mas, no final da Época Lemúrica alguns eram diferentes da maioria e formavam o que poderia ser chamado de Raça. Havia sete Raças na Época Atlante; cinco nasceram desde então e mais duas devem aparecer na Época Ária; uma delas nascerá no início da Época Nova Galileia. Com a última das dezesseis Raças, a humanidade estará novamente unida em Amor e Fraternidade, mas enquanto os líderes da evolução tiveram muito tempo para guiar a humanidade nas primeiras Épocas, em que longos períodos de tempo foram consumidos na evolução de uma certa faculdade, nos períodos de tempo em que há Raças, por essas serem comparativamente evanescentes, há um grande perigo de que algumas pessoas possam ficar tão enredadas no ideal de Raça que não consigam prosseguir para o próximo estágio superior; portanto, as Dezesseis Raças são chamadas de “os dezesseis caminhos para a destruição”.

As mudanças mais profundas na formação geológica da Terra e na constituição fisiológica do ser humano ocorreram no último terço da Atlântida (na Época Atlante), quando a Época Ária estava prestes a ser inaugurada, porque essas Épocas sempre se sobrepõem, de modo que uma começa antes que a anterior esteja inteiramente terminada. As mudanças foram as seguintes.

  1. A densa e escura névoa que pairava sobre a Atlântida condensou-se e a chuva encheu as bacias da Terra, deixando a atmosfera limpa. Então o arco-íris, fenômeno impossível na atmosfera nebulosa, tornou-se visível pela primeira vez.
  2. A respiração, que havia sido realizada por órgãos semelhantes a guelras durante a Época Atlante, foi alterada para o método atual de inalar diretamente o ar e absorver parte dele para dentro do sangue; ou seja, o oxigênio.
  3. Então o ser humano também começou a ver seus semelhantes em contornos nítidos, cada um diferente dos outros.

Essas mudanças geológicas e fisiológicas tiveram, como dissemos, consequências de longo alcance e são diretamente responsáveis pela opressão individual e pela guerra, como veremos.

Durante as Épocas anteriores, quando o Espírito moldava o veículo que estava destinado a habitar, o ser humano, em formação, quase não tinha consciência física e mesmo nos primeiros dois terços da Atlântida, quando o Espírito entrou em sua morada, a consciência se concentrava principalmente nos Mundos espirituais e a neblina escura impossibilitava que os atlantes percebessem claramente o Corpo Denso uns dos outros; mas eles viam a alma e “caminhavam com Deus”, o Divino Hierarca que os guiava como Pai, pois Ele era visível para eles como uma entidade espiritual. Portanto, tudo era paz.

Então veio o dilúvio e limpou a atmosfera com os seguintes resultados: aqueles que evoluíram a visão física, viram seus semelhantes com clareza e aprenderam a diferenciar entre “Eu” e “Você”, “Meu” e “Teu”, lançando as bases para o egoísmo e a luta. Assim, a humanidade, como um todo, não podia mais ser guiada por um líder, mas foi subdividida e guiada por vários Espíritos de Raça que, como “poderes do ar”, assumiram o controle da laringe e dos pulmões do povo. A cada respiração as pessoas inalavam esse Espírito de Raça, até que ele penetrou todo o seu ser e suas cordas vocais vibraram em seu tom peculiar, tornando a fala de um grupo diferente da de outras Raças; assim, ele envolveu todo o seu povo como uma nuvem, colorindo ambos, o povo e as paisagens, da sua terra natal, com suas próprias vibrações de cores específicas; isso foi sentido por todos os seus dependentes como um vínculo sagrado que os une uns aos outros e à terra que habitam. Tão forte é o domínio sobre o pulmão, a laringe e a terra mantido pelo Espírito de Raça, que seu povo lutará até o último suspiro pela língua materna e pela pátria.

Esse sentimento de companheirismo incutido pelo Espírito de Raça em seus dependentes é chamado de patriotismo. Era o objetivo dos Espíritos de Raça, fomentando o amor pela família, educar a humanidade a amar sua nação ou seus compatriotas. Através do patriotismo eles esperavam gerar o altruísmo, que transcende todas as fronteiras imaginárias no mapa, em um esforço para abraçar a todos no amor universal.

No entanto, em vez de realizar esse nobre propósito, o patriotismo, o amor à família e à pátria fomentaram, em muitos, o ódio a todas as outras nações junto ao desejo de persegui-las e submetê-las ao seu próprio engrandecimento. Na medida em que qualquer Raça, nação ou povo fez isso, provou ser contrária ao bem universal, pois deve ser lembrado que as Raças são apenas um aspecto da Personalidade, somente os corpos são carimbados com características raciais, mas os Espíritos não estão sob tais restrições ilusórias, quando desencarnados.

Assim, há grande perigo de que, por excesso de patriotismo, os Espíritos se tornem tão enredados nos grilhões da família e do país que não deixem a Raça quando o impulso evolutivo seguir adiante, esforçando-se para perpetuar a Raça indefinidamente, procurando renascer repetidamente nela, como os judeus fizeram e, assim, ir para a ruína através de um daqueles dezesseis caminhos de destruição, como os Irmãos Maiores chamam as dezesseis Raças. Por isso Cristo disse: “Não vim trazer a paz, mas a espada”. Portanto, as nações Cristãs têm sido as mais militantes sobre a Terra, talvez com exceção dos maometanos, que são seus parentes, e há amplo testemunho em quase toda guerra para mostrar que um número de pessoas teve sua visão espiritual aberta, pelo menos temporariamente, de modo que a guerra sempre foi um meio de remover a catarata espiritual que nos cega para a unidade de toda a vida.

Nas três Épocas anteriores, o ser humano não sabia que possuía um Corpo Denso, embora o usasse como usamos nossos pulmões, independentemente do fato de nunca os termos vistos; ele estava inconsciente do nascimento e da morte, também, embora tenha passado por ambos repetidamente, pois sua consciência estava focada nos Mundos espirituais e permaneceu ininterrupta pelas vicissitudes do Corpo. Porém, no alvorecer da Época Ária, quando a atmosfera clareou, ele se percebeu fisicamente e aprendeu que a consciência que anima o Corpo Denso o deixa frio e morto, após um período mais longo ou mais curto. O véu da carne escondia os Mundos espirituais, onde moram os chamados mortos, da visão física dele, como uma catarata espiritual que se adensou com o passar do tempo, até que hoje em dia aqueles que não negam ativamente a existência dos Mundos interiores se resignaram à ideia de que nada pode ser conhecido do estado dos chamados de mortos.

Por causa dessa falsa ideia, essa cegueira, a dor intensa pela perda de entes queridos que estão além da nossa visão física, obscureceu os olhos de todo o mundo. Lágrimas correram em torrentes dos olhos dos enlutados, mas não em vão: pois cada lágrima suaviza a catarata espiritual, cada pontada de dor pela perda de um ente querido é um corte pela faca do Grande Cirurgião que se esforça para restaurar nossa visão espiritual, para que possamos continuar nosso companheirismo com os amigos e com as amigas que abandonaram a espiral mortal. E tão certo como o desejo de crescer desenvolveu e aperfeiçoou o canal alimentar e a luz preexistente construiu o olho para sua percepção, assim também e com certeza o desejo intenso por nossos entes queridos que ultrapassaram o limiar da morte quebrará a casca da catarata e abrirá nossa visão espiritual. Aqueles que vivem a chamada “vida superior” e são fortalecidos em tempos de angústia por uma compreensão mais avançada do fenômeno da morte, muitas vezes, sentem que a intensa dor dos enlutados que ignoram esses fatos é imprópria e prejudicial à saúde do Espírito que abandonou o Corpo Denso. E assim é, quando expresso durante os primeiros dias após a mudança; mas, ao mesmo tempo, essa dor intensa e a tensão incidentes com a aproximação da morte são os meios pelos quais a multidão, que percorre o Caminho da Evolução, acabará por preencher a lacuna e recuperar a consciência espiritual. Assim sendo, ela toma o lugar dos Exercícios Esotéricos dados nas Escolas de Mistérios, como a Fraternidade Rosacruz.

A criação da prisão corporal emparedou o Espírito e excluiu os Mundos espirituais de seu alcance.

A destruição dos corpos dos Discípulos, como um sacrifício vivente, restaura seu contato consciente com os Mundo invisíveis, despertando sua visão espiritual por um processo de magia branca.

A destruição do corpo de outra pessoa pelo sacrifício na guerra tem o mesmo efeito. Os vapores do sangue, o rugido dos tiros, os gritos dos feridos e moribundos, sejam audíveis ou inaudíveis, mas carregados da mais intensa dor e tristeza, são sentidos por todos como um poder psíquico que tende a atrair cada um dos participantes à beira da Grande Divisão e, que maravilha que os olhos deles estejam temporariamente abertos e eles vejam os habitantes dos reinos suprafísicos que estão sempre entre nós, mas particularmente quando e onde alguém esteja passando pela fronteira da nossa esfera para a deles.

Além disso, aqueles que morreram também não são passivos; o seu desejo de ser visto por seus entes queridos é um grande fator para estabelecer a comunicação. Muitos casos foram registrados, comprovando esse fato; há o da mãe que, por exemplo, se materializou e chamou seus pequeninos para longe de um poço que estava sendo cavado, embora ela não possuísse os segredos da Iniciação. Seu intenso desejo forjou para ela uma temporária vestimenta física. Ora, quanto mais não pode ser feito quando meses ou anos de matança aumentaram a tensão nervosa de milhões de pessoas, todas ansiando por relações com algum ente querido nesse ou no outro mundo! Esse grande desejo resultará um despertar permanente da visão espiritual de um número de pessoas grande demais para ser ignorado!

Em todas as câmaras da morte estamos perto do portal dos Mundos invisíveis e um grande número daqueles que estão desmaiando vê seus entes queridos esperando ao redor da cama para recebê-los, regozijando-se pela morte, que os libertou do Corpo Denso e os fez nascer no Além. A tensão nervosa sentida pelo homem e pela mulher comum é extraordinariamente alta e propícia para provocar a ligeira extensão da visão necessária para perceber a multidão que espera do outro lado; não fosse o horror irracional que os faz fugir quando ocorrem manifestações e esconder o fato de terem visto alguma coisa, muitos saberiam que não há morte, mas que a continuidade da vida é um fato na natureza.

Esse processo é lento, no entanto; e periodicamente as pessoas se afundam em um estado de incredulidade e indiferença. Então as guerras são permitidas para acelerar a evolução pela matança massiva que separa o Espírito do seu Corpo Denso. As pessoas são, então, desviadas da busca do prazer para enfrentar os fatos da Vida e da Morte.

Portanto, a guerra fará mais que mil anos de pregação, para acabar com a era do agnosticismo e levar o povo a Deus, além disso, quando esse contato com os Mundos espirituais for restabelecido, não poderá haver mais guerras, pois todos aprenderão que há, na realidade, não o judeu, nem o gentio, nem o grego ou o romano, que todas as Raças são manifestações ilusórias e evanescentes e que somos todos filhos de Deus, assim, através da carnificina, o perigo de destruição nas Raças terá passado e a humanidade começará a expressar o ideal da próxima Raça que é a Fraternidade Universal.

Assim, o propósito da guerra é despertar a visão espiritual através da dor e da saudade intensa por aqueles que faleceram. É também o propósito de fazer com que aqueles que partiram se esforcem para retornar e gerar a visão espiritual em todos os combatentes, pela tensão e pelo estresse da batalha, restabelecendo assim a comunicação entre os dois Mundos, roubando da morte seu terror e promovendo elevando ideais, em vez das preocupações sórdidas da existência concreta.

FIM


[1] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.

[2] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial

[3] N.T.: CONFERÊNCIA Nº 13 – OS ANJOS COMO FATORES DA EVOLUÇÃO

Quando falamos de evolução, a ideia disso no ocidente é, principalmente, focada no materialismo. Acostumamo-nos a olhar a matéria pelo ponto de vista puramente científico: que o nosso Sistema Solar procede daquilo que, uma vez, foi uma incandescente nebulosa, cujas correntes foram geradas e postas em um movimento a partir de um movimento espontâneo. Essa nebulosa assumiu a forma esférica e lançou de si anéis conforme se contraía. Esses anéis se romperam e formaram, assim, os Planetas que se esfriaram e se solidificaram. Pelo menos um Planeta – nossa Terra – espontaneamente gerou organismos simples que mais tarde, pelo processo evolutivo, se tornaram cada vez mais complexos, elevando-se na escala através dos Radiados (ouriços, estrelas do mar, etc.), depois pelos Moluscos (ostras, mexilhões, etc.) e daí pelos Articulados (caranguejos, lagostas, etc.) até as espécies vertebradas. Após percorrer as quatro classes de vertebrados – Peixes, Répteis, Aves e Mamíferos – esse impulso evolutivo espontâneo alcançou o seu mais elevado estágio no ser humano, que é considerado a fina flor da evolução – a mais elevada inteligência do Cosmos.

O cientista materialista expressará desprezo ou impaciência com tudo aquilo que sugere a existência de um Deus, ou mesmo de qualquer outro agente externo, como totalmente desnecessária para explicar o universo. Em apoio a essa sua posição, ele pega uma vasilha com água e despeja nela um pouco de óleo. A água representa o espaço, e o óleo a nebulosa incandescente. A seguir, ele começa a mexer o óleo, girando-o na vasilha até formar uma “bola” no centro, e essa vai engrossando mais nas bordas, formando um anel, até se desprender desse anel. Isso formará uma esfera menor e revolve sobre a massa central como um Astro em volta do Sol. Então, o cientista pode, triunfalmente, se voltar e indagar com um sorriso compassivo: “Agora, você viu quão natural é isso, como é supérfluo o seu Deus?”.

Na verdade, é de causar pasmo a constatação de quão obtusas podem ser as mais brilhantes inteligências quando influenciadas por noções preconcebidas. É de pasmar também que alguém, capaz de idealizar essa excelente demonstração, seja ao mesmo tempo incapaz de ver que ele próprio representa, em sua experiência, o Autor do nosso sistema a quem chamamos Deus, porque a experiência jamais teria sido imaginada, nem o óleo jamais teria sido posto a girar sobre a água, formando algo semelhante a um sistema planetário, não fora o pensamento e a ação atuarem sobre a matéria. Por isso, ao invés de provar a “superficialidade” da existência de Deus, sua demonstração da teoria nebular prova, no sentido mais amplo, a absoluta necessidade de uma Causa Primeira – seja ela chamada Deus ou tenha qualquer outro nome. Percebendo isso foi que Herbert Spencer, o grande pensador do século XIX, rejeitou essa teoria. Contudo, foi por sua vez incapaz de explicar satisfatoriamente a origem do sistema solar independentemente da mesma, que considerou falha. A ciência, pois, embora não queira reconhecê-lo, também apoia a teoria da origem do mundo que requer a ação inteligente de um ser ou seres estranhos à matéria do universo: um Criador ou Criadores.

Propriamente compreendida, essa teoria está em perfeita harmonia com a Bíblia que nos fala de um certo número de diferentes Seres que tomam parte ativa na evolução da Terra e das criaturas que nela vivem. Ouvimos falar de Anjos, Arcanjos, Querubins, Serafins, Tronos, Principados, Poder das Trevas, Poder dos Ares, etc., de modo que a Mente indagadora não pode deixar de perguntar: “Quem são todos eles? Que papel desempenharam no passado?  Qual o seu trabalho no presente?”. Porque a Mente indagadora não pode acreditar que os Anjos sejam seres humanos transformados pela morte em entidades espirituais cujo único prazer e única tarefa consiste em soprar uma trombeta e dedilhar uma harpa, quando na vida terrena eram incapazes até de distinguir uma nota de outra. Tal suposição contraria a razão e está em desacordo com todos os métodos da Natureza, que exige que nos esforcemos para desenvolver nossas faculdades.

Os ensinamentos ocultos – em harmonia com a Bíblia e com as modernas teorias científicas – e que se encontram no Capítulo “Análise Oculta do Gênesis” de “Conceito Rosacruz do Cosmos” dizem que o corpo que agora é a Terra nem sempre foi tão denso e sólido como no presente, mas que já passou por três Períodos de desenvolvimento antes de chegar ao atual Período Terrestre, e que, “após este, haverá ainda mais outros três antes de completar-se nossa evolução”.

Durante os três Períodos precedentes à nossa atual condição, isto que agora é a Terra, juntamente com o ser humano sobre ela, foram ambos gradativamente solidificados a partir de um sutil estado etéreo até outro de densidade muito maior do que é presentemente. Enquanto a “Involução” – o processo de consolidação – prosseguia, o Espírito que agora é o Ego humano construía um corpo ou um veículo para cada grau de densidade. Trabalhava inconscientemente, mas nisso era ajudado por diferentes Hierarquias espirituais, tais como os Tronos, os Querubins e os Serafins.

Quando o máximo de densidade foi alcançado, o Espírito teve a consciência despertada para si mesmo como um Ego separado no mundo material. Esse foi o ponto decisivo para o retorno, pois, uma vez consciente, o Espírito não pode continuar submergindo-se na matéria. Assim, à medida que sua consciência espiritual paulatinamente desponta, ele também aos poucos espiritualiza seus corpos, deles extraindo a alma que é a essência do poder de cada um.

Desse modo, ele se elevará gradativamente das regiões materiais mais densas, juntamente com a Terra, durante o resto do Período Terrestre e nos três Períodos subsequentes.

Nos primórdios da evolução, o tríplice “Espírito Virginal” estava “desnudo” e era inexperiente. Sua Involução implicava na construção de corpos, o que ele conseguiu inconscientemente com a ajuda de poderes superiores. Quando seus corpos foram concluídos e o Espírito tornou-se consciente, então a Evolução teve início. Mas esta exige crescimento anímico, que só pode ser alcançado mediante os esforços individuais do espírito no ser humano, o Ego, que ao final desta fase possuirá poder anímico como fruto de sua peregrinação através da matéria. E será daí uma Inteligência Criadora.

Os Rosacruzes deram aos sete Períodos de desenvolvimento os nomes dos Astros que regem os dias da semana porque, usando o termo em seu sentido mais amplo, tais Períodos são os Sete Dias da Criação. Significam também metamorfoses da Terra, nada tendo a ver com os Astros no céu, exceto que as condições que eles representam aproximam-se das dos Astros de mesmo nome, como segue: 1) Período de Saturno; 2) Período Solar; 3) Período Lunar; 4) Período Terrestre (cuja primeira metade é chamada “Marciana” e a segunda “Mercurial”, segundo o exposto no “Conceito Rosacruz do Cosmos”); 5) Período de Júpiter; 6) Período de Vênus; 7) Período de Vulcano.

Nossa evolução começou na Terra como ela era no quente e escuro Período de Saturno, em que a matéria era constituída de uma substância gasosa extraída da Região do Pensamento Concreto. Ali, o Espírito Divino (que é o mais elevado aspecto do tríplice “Espírito Virginal”, feito à semelhança de Deus) foi despertado pelos Senhores da Chama, também chamados Tronos no esoterismo Cristão, os quais irradiaram de si próprios o germe do pensamento-forma como contraparte material do Espírito Divino. Esse pensamento-forma foi mais tarde aperfeiçoado e consolidado na forma do Corpo Denso do ser humano, pelo que o seu mais elevado Espírito e o mais inferior dos seus corpos são frutos do Período de Saturno.

No Período Solar, a Terra alcançou a densidade do Mundo do Desejo, convertendo-se em algo assim como um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade. Então, os Querubins despertaram o segundo aspecto do Espírito Virginal tríplice: o Espírito de Vida. Sua contraparte – o Corpo Vital – nasceu aí como pensamento-forma e foi feito para interpenetrar o Corpo Denso germinal que se tinha consolidado e alcançado a mesma densidade da Terra. Foi, portanto, formado de matéria de desejos.

Ao fim das condições a que chamamos Período Solar, o ser humano possuía um duplo espírito e um duplo corpo.

No Período Lunar, a densidade da Terra aumentou a tal ponto que alcançou o estado de matéria que constitui a chamada Região Etérica. Era então um núcleo ígneo envolto em vapor e recoberto por uma atmosfera de nevoeiro quente ou de gás também vaporoso e quente. Quando a água esquentava pela proximidade com o núcleo ígneo, dele se afastava evaporando-se para o exterior; e quando resfriada pelo contato com o espaço externo, o vapor tornava a descer em direção ao núcleo ígneo.

Dessa substância úmida é que se formou o corpo mais denso dos “humanos aquáticos”. O pensamento-forma do Corpo Denso havia se consolidado em um gás úmido; o pensamento-forma do nosso atual Corpo Vital havia descido até o Mundo do Desejo, pois da matéria desse Mundo foi formado, conforme vimos anteriormente. O pensamento-forma do nosso atual Corpo de Desejos foi acrescentado a esse duplo corpo no Período Lunar, tendo sido os Serafins que despertaram aí o terceiro aspecto do Espírito Virginal: o Espírito Humano. Foi então que o Espírito Virginal se tornou um “Ego”, de modo que, ao fim do Período Lunar, o ser humano nascente possuía um Tríplice Espírito e um Tríplice Corpo, a saber:

1) o Espírito Divino e sua contraparte – o Corpo Denso;

2) o Espírito de Vida e sua contraparte – o Corpo Vital;

3) o Espírito Humano e sua contraparte – o Corpo de Desejos.

O Tríplice Corpo é a “sombra” do Tríplice Espírito, lançada na Região do Pensamento Concreto nos três Períodos que precederam o atual Período Terrestre. Desde ali, todos esses pensamentos-forma condensaram-se: 1 grau o Corpo de Desejos, 2 graus o Corpo Vital e 3 graus o Corpo Denso, antes de alcançarem sua presente densidade.

Os Senhores da Chama (Tronos), os Querubins e os Serafins trabalharam para o ser humano voluntariamente e por puro Amor. De uma evolução como a nossa, eles nada podiam aprender. Agora que já se retiraram no atual Período Terrestre, os “Poderes” (Exusiai) do Cristianismo Esotérico – chamados Senhores da Forma pelos Rosacruzes – assumiram um encargo especial, porque este é um Período eminentemente da “Forma” e foi essa Hierarquia espiritual quem deu a todas as coisas suas atuais, definidas e nítidas formas concretas, as quais eram incipientes e indistintas nos Períodos anteriores.

Além das Hierarquias espirituais mencionadas, houve outros que ajudaram, mas vamos ater-nos somente aos seres que alcançaram no desenvolvimento a condição de humanos nos três Períodos precedentes. Esses seres avançaram naturalmente, de modo que a humanidade do Período de Saturno estão agora três passos à frente dos humanos atuais, sendo conhecidos como “Senhores da Mente”. A humanidade do Período Solar encontra-se dois passos adiante de nós e são chamados “Arcanjos”. E a humanidade do Período Lunar acha-se apenas um passo à nossa frente: são os “Anjos”.

Os Períodos são dias da Criação e, entre cada dois Períodos, há um intervalo de repouso ou atividade subjetiva – uma Noite Cósmica, análoga à noite de sono restaurador que desfrutamos entre um dia e outro de nossa vida terrena. Quando a vida em evolução emerge do “Caos” na aurora de um novo Período, efetua-se em primeiro lugar uma recapitulação um grau à frente do trabalho realizado nos Períodos anteriores, antes de iniciar-se a obra do novo Período. Assim é alcançado o apogeu da perfeição capaz de ser atingida.

Portanto, a evolução do ser humano sobre a Terra, tal como se acha agora constituída, divide-se em “Épocas”, nas quais ele primeiro recapitula o seu passado, indo depois em frente às condições que prefiguram desenvolvimento e que só alcançarão expressão plena em Períodos futuros.

Na primeira – ou Época Polar – “Adão” ou humanidade – foi formado de “terra”. Atravessava ele aquela fase puramente mineral do Período de Saturno em que possuía somente o Corpo Denso, modelado por ele próprio sob a orientação dos Senhores da Forma. Estava submerso no então escuro e gasoso Astro que acabava de emergir do caos, “sem forma e vazio”, como diz a Bíblia. Pois, do mesmo modo que as framboesas são formadas de pequenas bagas, assim foi a nossa “mãe Terra” formada da multidão de corpos densos parecidos com minerais de todos os reinos, e as correntes de vida que se expressavam como minerais, animais e homens, trabalhavam para libertá-los.

Na segunda – ou Época Hiperbórea – disse Deus: “Haja luz”, e o calor transformou-se em uma nuvem incandescente idêntica àquela do Período Solar. Nessa Época, foi o Corpo Denso do ser humano interpenetrado por um Corpo Vital, ficando a flutuar de um lado para outro sobre a Terra ígnea como uma enorme coisa em forma de saco. O ser humano era então como as plantas porque dispunha dos mesmos veículos que estas possuem agora, enquanto os Anjos o auxiliavam a organizar seu Corpo Vital, conforme continuam fazendo até o presente.

Isso pode parecer uma anomalia, já que os Anjos são a humanidade do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Mas não é, porque somente no Período Lunar a Terra em evolução condensou-se em Éter, tal como o que agora forma a substância de nosso Corpo Vital. A humanidade de então (os atuais Anjos) aprenderam ali a construir seus corpos mais densos de matéria etérea, assim como aprendemos a construir os nossos com matéria sólida, líquida e gasosa da Região Química. E nisso os Anjos tornaram-se peritos, conforme seremos também na construção de nossos Corpos Densos ao fim do Período Terrestre.

Eles estão, portanto, especialmente preparados para ajudar as outras Ondas de Vida em funções que digam respeito às importantes expressões do Corpo Vital. Ajudam assim na formação e manutenção das plantas, dos animais e do ser humano, relacionando-se muito de perto com a assimilação, crescimento e propagação desses reinos. Os Anjos anunciaram o nascimento de Isaac ao fiel Abraão, mas foram também os arautos da destruição de Sodoma por abusar-se ali das funções criadoras. O Anjo Gabriel (não Arcanjo, de acordo com a Bíblia) predisse os nascimentos de Jesus e João. Outros Anjos já haviam anunciado os nascimentos de Samuel e Sansão.

Os Anjos atuam particularmente nos Corpos Vitais dos vegetais porque a corrente de vida que anima esse reino iniciou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos e trabalhavam com os vegetais do mesmo modo que agora trabalhamos com os minerais. Há, portanto, uma afinidade especial entre o Anjo e o Espírito-Grupo das plantas. Pode-se assim explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também alcançou enorme estatura na segunda Época – ou Época Hiperbórea – que estava principalmente a cargo dos Anjos. A mesma coisa se dá com a criança em sua segunda Época setenária de vida, porque então os Anjos podem trabalhar mais amplamente sobre ela de maneira que, ao fim dessa Época, aos quatorze anos, a criança alcança a puberdade e torna-se apta a reproduzir sua espécie – também com a ajuda dos Anjos.

A terceira – ou Época Lemúrica – apresentava condições análogas ao Período Lunar, embora mais densas. O núcleo ígneo da Terra ficava ao centro. Envolvendo-o, havia uma fervilhante camada de água em ebulição que, por sua vez, era envolvida na parte mais externa por uma atmosfera vaporosa de “neblina ardente”, pois assim “havia Deus dividido a terra das águas”, segundo o Gênese. Com a umidade mais densa do vapor, podia o ser humano viver em ilhas com crostas sólidas em formação espalhadas num mar de águas ferventes. Sua forma era então completamente firme e sólida, possuía tronco e membros e a cabeça começava a formar-se. O Corpo de Desejos foi acrescentado e aí o ser humano passou ao encargo dos Arcanjos.

Temos aqui outra vez o que se parece com uma anomalia, pois os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar, Período em que nasceu o Corpo Vital, quando o ser humano não possuía ainda Corpo de Desejos. A dificuldade, porém, se desvanece quando recordamos que cada veículo nosso é a sombra de um dos aspectos do Espírito, conforme dissemos anteriormente, e que tais veículos não foram dados por essas Hierarquias. Essas simplesmente ajudam o ser humano no aperfeiçoamento de determinado veículo, dada a sua especial aptidão para trabalhar com a matéria dele. Os Arcanjos são educadores do nosso Corpo de Desejos, pois se fizeram peritos na construção e uso de tal veículo quando eram humanos no Período Solar. Nesse Período, eles construíram o seu corpo mais denso com “matéria de Desejos”, da mesma forma que agora construímos nosso corpo mais denso com matéria química mineral.

Os Arcanjos são também o principal apoio do Espírito-Grupo animal, porque os atuais animais começaram como minerais no Período Solar. Na Época Lemúrica, o ser humano encontrava-se em idêntica situação à daqueles na Época atual: o Espírito estava fora do corpo que tinha de dirigir, ainda que os corpos de todos já tivessem sido impregnados com o germe da personalidade individual, conforme esclareceremos a seguir. Desse modo, os seres humanos não eram tão fáceis de guiar como os animais do presente, pois o espírito separado de cada um desses ainda está inconsciente. O desejo então predominava, necessitando por isso de uma forte sujeição. Isso foi feito em alguns dos mais dóceis entre a nascente humanidade da Época Lemúrica, os quais, no devido tempo, vieram a ser instrutores dos demais. A grande maioria, contudo, não recebeu tal vantagem.

Na quarta – ou Época Atlante – teve início o verdadeiro trabalho do Período Terrestre. O Tríplice Espírito estava destinado a entrar no Tríplice Corpo e converter-se num Espírito interno para alcançar pleno domínio sobre seus veículos, mas faltava ainda o elo da Mente. Tal elo, nós o devemos aos Senhores da Mente que haviam antes impregnado os corpos com a sensação de personalidade separada. Essa preponderou sobre a primitiva sensação de unidade com o todo, possibilitando a cada um colher experiências individuais de condições semelhantes.

Os Senhores da Mente alcançaram o estado humano no Período de Saturno. Não eram “deuses” vindos de uma evolução anterior como os Querubins e os Serafins. Daí a tradição oriental de os chamar de “A-suras” – “Não-deuses” – e a Bíblia os denominar “Poderes das Trevas”, em parte porque procederam do escuro Período de Saturno e em parte porque os considera como o mal. São Paulo apóstolo fala do nosso dever de lutar contra eles.

São Paulo estava certo, mas é bom compreendermos que não existe nada absolutamente de mal, e que no passado eles foram os benfeitores do gênero humano. O mal não é outra coisa senão o bem mal colocado ou não desenvolvido. Por exemplo: suponhamos um especialista em fabricação de órgãos que construa um, todo especial – sua obra-prima. Nesse caso, ele é uma encarnação do bem. Mas se ele leva o órgão até a igreja e, mesmo não sendo músico, insiste em tocá-lo substituindo o organista, então ele representa o mal.

Quando os Senhores da Mente eram humanos no Período de Saturno e a Terra era constituída de substância da Região do Pensamento Concreto, aí começamos nossa evolução como minerais. Então, os Senhores da Mente aprenderam a construir seus corpos mais densos com esses minerais, do mesmo modo que agora construímos nossos corpos dos presentes minerais. Assim, especializaram-se no uso dessa “matéria mental”, estabelecendo também, portanto, uma relação extraordinariamente íntima conosco.

Chegado o tempo em que o Tríplice Corpo estava pronto para que o Espírito nele habitasse, o ser humano precisou da Mente para servir como elo entre o Espírito e o corpo. Mas isso os deuses não lhe podiam dar. Era demasiado para eles. Os Arcanjos e os Anjos ainda não podiam criar, mas os Senhores da Mente já haviam alcançado o terceiro Período além daquele em que tinham sido humanos, tornando-se, pois, Inteligências Criadoras. Assim, puderam naturalmente preencher a lacuna irradiando de si a substância de que está formada a nossa Mente.

Procedendo de tal forma, nossa Mente tinha de ser, como é de fato, naturalmente separatista e inclinada a ressentir-se da autoridade. Devia ser o instrumento do infante Espírito no governo do Tríplice Corpo e um freio ao desejo imoderado. Contudo, ela veio acrescentar ao desejo a poderosa astúcia, depois paixão e malvadez, sendo por si mesma mais difícil de domar que um potro selvagem. À Mente, agrada mais dominar o inferior do que obedecer ao superior. Por conseguinte, a paixão e a perversidade predominaram na Época Atlante. A raça degenerou e então tornou-se imperiosa a criação de outra e sob diferentes condições.

Entretanto, a atmosfera quente e vaporosa da Lemúria havia-se esfriado e condensado, convertendo-se em espesso nevoeiro na Época Atlante. Ali viveram os “niebelungen” (“filhos da névoa”) das velhas lendas, que foram os atlantes. Então, Deus ordenou que “as águas se juntassem em um lugar e que aparecesse a terra seca”. A névoa condensou-se gradualmente, caindo em torrentes e inundando os vales da Atlântida. A raça perversa pereceu, com exceção de uns poucos, conhecidos depois como “o povo eleito”, e escolhidos para serem o núcleo da atual raça ariana e herdarem a terra prometida: a Terra como é agora constituída. Esses poucos foram salvos conforme relatado diversamente nas histórias de Noé e Moisés, esse tirando o povo de Deus do Egito (Atlântida) e guiando-o através do Mar Vermelho (o dilúvio ou inundação atlântica), onde o Faraó (o malvado rei atlante) pereceu com todos os seus seguidores.

As Hierarquias espirituais têm sido seriamente embaraçadas em seus esforços para ajudar o ser humano desde a Época em que esse recebeu a luz da razão e se lhe abriu o entendimento, porque então tinha de lidar com assuntos dos quais não possuía o menor conhecimento, como por exemplo a propagação da espécie. Por ignorar as Leis Cósmicas que a regiam, o parto tornou-se doloroso e a morte converteu-se na experiência mais frequente e desagradável. Severas medidas impuseram-se, portanto, para controlar a natureza inferior. Isso foi feito por Jeová, o mais alto Iniciado do Período Lunar e regente dos Anjos, auxiliado nessa tarefa pelos Arcanjos, que são os Espíritos de Raça (Dn 12:1).

Jeová ajudou o ser humano a controlar a Mente e a dominar o Corpo de Desejos impondo leis e decretando castigos para as transgressões. O temor de Deus opôs-se então aos desejos da carne, e assim foi o pecado manifestado ao mundo.

Os Arcanjos, como Espíritos de Raça, lutavam a favor ou contra uma nação por intermédio de outra para castigar aquela em que houvesse pecado (Dn 10:20).

Eram os Anjos que faziam vicejar ou secar os trigais e vinhedos; os que aumentavam ou diminuíam os rebanhos; os que multiplicavam ou reduziam a família, conforme fosse necessário recompensar ou punir o ser humano por sua obediência ou transgressão às leis do Chefe dos Espíritos de RaçaJeová. Sob o reinado desse, todas as Religiões de Raça – Confucionismo, Taoísmo, Budismo, Judaísmo, etc. – floresceram e atuaram no Corpo de Desejos como Religiões do Espírito Santo. Jeová ajudou o ser humano a dominar o Corpo de Desejos porque esse foi obtido no Período Lunar.

Mas a Lei conduz ao pecado, pois é separatista. Além disso, o ser humano deve aprender a agir bem, independentemente do medo. Portanto, Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, veio para ensinar a Religião do Filho, que atua sobre o Corpo Vital, obtido no Período Solar. Ele ensinou que o Amor é superior à Lei. O amor perfeito lança fora o temor e liberta a humanidade do racismo, da casta e do nacionalismo, conduzindo-o à Fraternidade Universal, que será um fato quando o cristianismo for vivenciado.

Quando o Cristianismo houver espiritualizado plenamente o Corpo Vital, um passo ainda mais elevado será dado com a Religião do Pai, o qual, como o mais alto Iniciado do Período de Saturno, ajudará o ser humano a espiritualizar o corpo que obteve nesse Período: o Corpo Denso. Então, até a Fraternidade Universal será superada. Não haverá mais eu ou tu, porque todos serão conscientemente “Um” em Deus, e o ser humano terá sido emancipado da tutela dos Anjos, dos Arcanjos e dos Poderes ainda maiores.

[4] N.T.: o autor se refere à Primeira Guerra Mundial.

[5] N.T.: A Grande Retirada, também conhecida como a Retirada de Mons, foi a longa retirada para o rio Marne em agosto e setembro de 1914 pela Força Expedicionária Britânica (BEF) e pelo Quinto Exército Francês. As forças franco-britânicas na Frente Ocidental na Primeira Guerra Mundial foram derrotadas pelos exércitos do Império Alemão na Batalha de Charleroi (21 de agosto) e na Batalha de Mons (23 de agosto). Uma contraofensiva do Quinto Exército, com alguma ajuda do BEF, na Primeira Batalha de Guise (Batalha de St. Quentin 29-30 de agosto) não conseguiu acabar com o avanço alemão e a retirada continuou sobre o Marne. De 5 a 12 de setembro, a Primeira Batalha do Marne encerrou a retirada aliada e forçou os exércitos alemães a se retirarem em direção ao rio Aisne e a lutar na Primeira Batalha do Aisne (13 a 28 de setembro). Tentativas recíprocas de flanquear os exércitos adversários ao norte, conhecidas como Corrida para o Mar, ocorreram de 17 de setembro a 17 de outubro.

[6] N.T.: Robert Forman Horton (1855-1934), escritor inglês e pastor da Igreja Protestante Não-Conformista.

[7] N.T.: gíria britânica na época que quer dizer soldado sem patente.

[8] N.T.: Sir Walter Scott, PRSE (1771-1832) foi um romancista, poeta, dramaturgo e historiador escocês, o criador do verdadeiro romance histórico. Principais obras: A dama do lago (1810); Waverley (1814); Guy Mannering (1815); Rob Roy (1817); Ivanhoé (1819); Uma lenda de Montrose (1819); Kenilworth (1821); Peveril of the peak (1822); Woodstock (1826); Ano de Geirstein (1829). Ivanhoé é a mais conhecida e tornou-se filmes, seriados e peças de teatro.

[9] N.T.: Bernal Díaz del Castillo (1492-1584) foi um conquistador e cronista espanhol, que escreveu um relato da conquista espanhola do México liderada por Hernán Cortés, junto de quem serviu.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto

A Arca da Aliança é importante e repleta de grande significância mística, merecendo nossa atenção, que o aroma do serviço voluntário seja representado como uma doce fragrância perfumada de incenso, enquanto o odor do pecado, do egoísmo e das transgressões da lei, representado pelo sacrifício compulsório no Altar do serviço, é nauseante. Não se precisa, pois,  de muita imaginação para compreender que a nuvem de fumaça, que subia continuamente das carcaças queimadas dos animais sacrificados, exalava um cheiro nauseante, forte e muito ruim para mostrar a destacada repugnância disso, enquanto o contínuo incenso oferecido no Altar, antes do segundo véu, por antítese, mostrava a beleza e a sublimidade do serviço altruísta, exortando o Maçom Místico, como um filho da luz, a deliberadamente evitar um e a continuar a acreditar firmemente no outro.

Também é bom deixar bem claro que o serviço não consiste, somente, em realizar grandes feitos. Alguns que são chamados de heróis foram, em suas vidas cotidianas, bons e simples, e se destacavam apenas nas ocasiões em que era necessário. Os mártires foram inseridos no calendário dos santos porque morreram por uma causa; entretanto, o maior heroísmo, o grande martírio é, às vezes, fazer as pequenas coisas que ninguém nota e se sacrificar no serviço simples aos outros.

Vimos, anteriormente, que o véu na entrada do pátio exterior e o véu em frente à Sala Leste do Tabernáculo eram confeccionados em quatro cores – azul, vermelho, púrpura e branca. Porém, o segundo véu, que dividia a Sala Leste do Tabernáculo da Sala Oeste, diferia em relação à caracterização dos outros dois. Foi forjado com as figuras dos Querubins. Porém, não consideraremos o significado desse fato até que abordemos o assunto da Lua Nova e da Iniciação, mas agora examinaremos o segundo recinto do Tabernáculo, a sala ocidental, chamado de Santíssimo ou Santo dos Santos. Atrás do segundo véu, nessa segunda sala, nenhum mortal poderia passar a não ser o Sumo Sacerdote e, mesmo assim, era permitido a ele entrar somente uma vez por ano, a saber, no Yom Kippur, no Dia da Expiação, e somente após a mais solene preparação e com o maior reverente cuidado. O Santo dos Santos era revestido com a solenidade de outro mundo; estava repleto de uma grandeza sobrenatural. O Tabernáculo inteiro era o santuário de Deus, mas, aqui nesse local estava a certeza absoluta da Sua presença, a morada especial da Glória Shekinah, e qualquer ser mortal tremia ao se apresentar dentro desses recintos sagrados, como deveria acontecer com o Sumo Sacerdote, no Dia da Expiação.

No Livro do Êxodo, na Bíblia, em 25:10-22 e 37:1-9 lemos: “Fareis uma arca de madeira de acácia; seu comprimento será de dois côvados e meio, sua largura de um côvado e meio, e sua altura de um côvado e meio. Tu a recobrirás de ouro puro por dentro, e farás por fora, em volta dela, uma bordadura de ouro.  Fundirás para a arca quatro argolas de ouro, que porás nos seus quatro pés, duas de um lado e duas de outro. Farás dois varais de madeira de acácia, revestidos de ouro,  que passarás nas argolas fixadas dos lados da arca, para se poder transportá-la. Uma vez passados os varais nas argolas, delas não serão mais removidos. Porás na arca o testemunho que eu te der.

Farás também uma tampa de ouro puro, cujo comprimento será de dois côvados e meio, e a largura de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.

A Arca da Aliança ficava na parte mais ocidental da Sala Oeste (o Sanctum Sanctorum), extremo oeste de todo o Tabernáculo. Era um receptáculo vazio que continha o Pote de Ouro do Maná, a Vara de Aarão que floresceu e as Tábuas da Lei, que foram dadas a Moisés. Enquanto essa Arca da Aliança permanecia no Tabernáculo no Deserto, as duas varas ficavam colocadas sempre dentro dos quatro anéis da Arca, para que ela pudesse ser levantada e transportada a qualquer momento. Mas, quando a Arca finalmente foi transportada para o Templo de Salomão, as varas foram retiradas. Isso tem um significado simbólico de grande importância. Sobre a Arca pairavam os Querubins, e entre eles habitava a não criada glória de Deus.

Aqui”, disse Ele a Moisés, “Eu virei a ti, e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel.”[1].

A glória do Senhor, vista acima do Propiciatório, tinha a aparência de uma nuvem. O Senhor disse a Moisés: “Fala a Aarão teu irmão: que ele não entre em momento algum no santuário, além do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca. Poderá morrer, pois apareço sobre o propiciatório, em uma nuvem[2].

Essa manifestação da divina presença foi chamada entre os judeus de Glória Shekinah. Sem dúvida, sua aparência era de uma maravilhosa glória espiritual, da qual é impossível formar qualquer concepção adequada.

Fora dessa nuvem, a voz de Deus era ouvida com uma profunda solenidade quando Ele era consultado em prol do povo.

Quando o Aspirante tinha se qualificado para entrar nesse local, atrás do segundo véu, ele encontrava tudo escuro (aos olhos físicos), e era preciso que ele tivesse outra luz, interior. Quando ele chegou pela primeira vez ao portão oriental do Templo, estava “pobre, nu e cego”, pedindo LUZ. Então, lhe foi mostrada a luz fraca que surgia na fumaça acima do Altar do Sacrifício, e lhe disseram que ele deveria desenvolver, para avançar, dentro de si mesmo essa chama, resultado do remorso pelas transgressões à Lei. Mais tarde, ele recebeu a luz mais brilhante na Sala Leste do Tabernáculo, que procedia do Candelabro de Sete Braços; em outras palavras, ele recebeu a luz do conhecimento e da razão para que por ela pudesse avançar, ainda mais, no caminho. Contudo, era necessário que ele desenvolvesse, dentro de si e ao seu redor, pelo serviço, outra luz, o “Traje de Bodas” dourado, que também é a luz do Cristo do Corpo-Alma. Por meio de vidas dedicadas ao serviço, essa gloriosa essência da alma penetrava, gradualmente, em toda a sua aura até ficar envolta por uma luz dourada. Só quando tivesse desenvolvido essa luz interna, ele poderia entrar nos recintos sombrios do segundo Tabernáculo, como às vezes é chamado, o Santo dos Santos.

Deus é luz; se andarmos na luz como Ele está na luz, seremos fraternais uns com os outros.” Isso geralmente é usado para indicar apenas a Fraternidade dos Santos, mas, de fato, se aplica também à Fraternidade que temos com Deus. Quando o Discípulo entra no segundo Tabernáculo, a LUZ dentro de si vibra com a LUZ da Glória Shekinah entre os Querubins, e ele realiza a Fraternidade com o Fogo do Pai.

Assim como os Querubins e o Fogo do Pai, que pairavam sobre a arca, representam as Hierarquias Divinas que guiavam a humanidade durante sua peregrinação pelo deserto, assim também a Arca que era encontrada ali representava o ser humano em seu desenvolvimento mais elevado. Havia, como já foi dito, três coisas dentro da Arca: o Pote de Ouro do Maná, o Bastão que floriu e as Tábuas da Lei.

Quando o Aspirante estava no portão oriental como filho do pecado, a lei estava fora dele, como orientador para trazê-lo a Cristo. Exigia com severidade implacável um “olho por olho e dente por dente”. Cada transgressão trazia uma recompensa justa, e o ser humano estava circunscrito por todos os lados por leis que o ordenavam a fazer certas coisas e a não fazer outras. Contudo quando, por meio de sacrifício e serviço, ele finalmente chegou ao estágio de evolução representado pela Arca na sala ocidental do Tabernáculo, as Tábuas da lei estavam dentro dele. Então, ele se emancipou de toda a interferência externa em suas ações – não que ele infringisse alguma lei, mas porque ele trabalhava com elas. Assim como aprendemos a respeitar o direito de propriedade dos outros e, portanto, nos tornamos emancipados do mandamento “Não furtarás”, também aquele que guarda todas as leis, porque deseja fazê-lo, não precisa mais de um orientador externo, mas de bom grado obedece em todas as coisas, porque ele é um servo da lei e trabalha com ela, por escolha e não por necessidade.


[1] N.T.: Ex 25:22

[2] N.t.: Lv 16-2

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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A Sala Oeste do Templo do Tabernáculo no Deserto

Para entrar na Sala Oeste propriamente dito também há um véu que pende. Essa Sala Oeste do Santuário,também é chamada de Santos dos Santos (Sanctum-Sanctorum).

Vimos, anteriormente, que o véu na entrada do pátio exterior e o véu em frente à Sala Leste do Tabernáculo eram confeccionados em quatro cores – azul, vermelho, púrpura e branca. Porém, o segundo véu, que dividia a Sala Leste do Tabernáculo da Sala Oeste, diferia em relação à caracterização dos outros dois. Foi forjado com as figuras dos Querubins. Só que agora os Querubins não segurava mais em suas mãos a espada flamejante (como era quando fomos expulsos do Jardim do Éden); em lugar dela, segurava uma flor, um símbolo pleno de significado místico. Vamos a ele:

Se compararmos o ser humano com a flor perceberemos, então, a grande importância e significado desse emblema: A flor, contém o órgão gerador da planta. Seu verde pedúnculo leva a seiva, o sangue vegetal, incolor e sem paixão. Realiza a fecundação da maneira mais pura e casta. Seus órgãos reprodutores são projetados para cima, para o Sol. É um espetáculo de rara beleza ! Já, nós, os seres humanos revestimos nosso amor de paixão e temos os nossos órgãos sexuais, utilizados na geração, voltados para a terra, escondendo-os com vergonha devido a essa mácula de nossa paixão. Nós nos alimentamos pela boca e na direção de cima para baixo. A planta recebe alimento pelas raízes, forçando-o para cima. Por fim, nós exalamos o mortífero dióxido de carbono (CO2), enquanto a planta inala esse veneno, transmuta-o e devolve o puro, doce e perfumado oxigênio (O2).

Lembrando, então que no Livro do Gênesis encontramos a descrição da expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden por eles terem comido do fruto proibido da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. Em conseqüência de seu pecado, os Querubins montam guarda diante do portão, brandindo uma espada flamejante para impedir que o ser humano, por meio do acesso à Árvore da Vida, possa adquirir os segredos do Corpo Vital e aprender, desse modo, a imortalizar sua imperfeita forma física. Agora, no segundo Véu (aquele que dá acesso à Sala Oeste), os Querubins não seguram mais em suas mãos a espada flamejante. Em lugar dela, segura uma flor, um símbolo pleno de significado místico, como vimos. Isso retrata a conquista de um Iniciado, cujo corpo está misticamente descrito como um jardim florido. Nesse jardim, os dois principais centros de flores são o coração, a estrela diurna do corpo, e a glândula pituitária, o mais elevado dos dois centros espiritualizados da cabeça. E para chegarmos a isso temos que praticar a pureza nos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos. E como iniciamos isso? Parando de gerar destino ruim. Praticando os exercícios descritos na última parte do Conceito. Persistência, persistência e persistência. Eis a chave para a nossa conquista!

Examinemos o segundo recinto do Tabernáculo, a sala ocidental, chamado de Santíssimo ou Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum). Atrás do segundo véu, nessa segunda sala, nenhum mortal poderia passar a não ser o Sumo Sacerdote e, mesmo assim, era permitido a ele entrar somente uma vez por ano, a saber, no Yom Kippur, no Dia da Expiação, e somente após a mais solene preparação e com o maior reverente cuidado. O Santo dos Santos era revestido com a solenidade de outro mundo; estava repleto de uma grandeza sobrenatural. O Tabernáculo inteiro era o santuário de Deus, mas, aqui nesse local estava a certeza absoluta da Sua presença, a morada especial da Glória Shekinah, e qualquer ser mortal tremia ao se apresentar dentro desses recintos sagrados, como deveria acontecer com o Sumo Sacerdote, no Dia da Expiação.

A Sala Ocidental do Tabernáculo era tão escura como os céus quando o luminar menor, a Lua, está no lado ocidental dos céus, ao entardecer, junto com o Sol; isto é, na Lua Nova, que inicia um novo ciclo em um novo Signo do Zodíaco.

A Sala Oeste é o umbral da Libertação. Através dele, seremos conduzidos a reinos mais elevados, onde um maior desenvolvimento anímico poderá ser conseguido alcançar.

(Quer saber mais? Faça os Cursos de Filosofia Rosacruz (todos gratuitos) e/ou consulte o Livro  Iniciação Antiga e Moderna – Max Heindel)

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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07-Mês de Julho: Depois de Chegar ao Trono ou Casa do Pai, Senhor Cristo se prepara para voltar ao Seu Mundo

Mês de Julho: Depois de Chegar ao Trono ou Casa do Pai, Senhor Cristo se prepara para voltar ao Seu Mundo

Enquanto o Sol entra em Câncer, no mês de Julho o Senhor Cristo ascende ao Seu próprio mundo, o Mundo do Espírito de Vida. Esse é o reino onde a unidade e a harmonia reinam supremas; também, é a esfera de consciência que os primeiros discípulos de Cristo contatou no Dia de Pentecostes. Isso será alcançado por toda a humanidade avançada no fim do presente Período Terrestre.

Por meio da operação do Cristo Cósmico, é aqui que o Filho ou o princípio da Palavra e o segundo aspecto da Trindade, nosso Abençoado Senhor, contata a Hierarquia de Câncer, Querubins. Esses Seres celestiais são os guardiões de todos os lugares Sagrados no céu e na terra. Eles guardam até mesmo o maior mistério da vida. Sob a orientação do Senhor Cristo esse mistério sagrado é transmitido para baixo, de Câncer para o seu Signo oposto, Capricórnio, e fornecido para os Arcanjos. Foi por essa razão que o Salvador do Mundo, que veio para a Terra proclamando o mistério do Espírito Santo, nasceu sob o Signo de Capricórnio. A observância conhecida eclesiasticamente como a Festividade de São João, o precursor do Cristo, ocorre durante a estação do Solstício de Junho.

Em julho a alma da Terra está impregnada de puro êxtase. O céu se inclina, enquanto a Terra é elevada. No intercâmbio divino de forças espirituais o Casamento Místico entre o céu e a Terra é consumado. Em um intervalo de quatro dias, as correntes de desejos são acalmadas de tal modo que as forças espirituais vão se tornando cada vez mais operantes. A Terra vai, então, sendo literalmente inundada com a luz pura e branca do espírito. O discípulo que aprende como se sintonizar com esse influxo poderoso receberá um despertar jamais sonhado de consciência espiritual.

(Você pode ter mais material para estudos em: Interpretação Mística da Páscoa – Alegorias Astronômicas da Bíblia – Max Heindel; O Maravilhoso Livro das Épocas – Vol. VI – Vol. VII – Vol. X – Corinne Heline)

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Corpo, Alma e Espírito em um Espírito Virginal da Onda de Vida humana e seu desenvolvimento

De acordo com a Bíblia o ser humano é composto de três partes: Corpo, Alma e Espírito.

Cada um de nós é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana. Um ser que começou o seu desenvolvimento no Período de Saturno e o terminará no Período de Vulcano, pelo menos no que se refere a este Grande Dia de Manifestação.

Um membro da Onda de Vida dos Espíritos Virginais. Diferenciados dentro de Deus como chispas de uma Chama, com as mesmas qualidades dela e capazes de se expandir até se converter em chamas.

E os Elohim formaram o homem à sua semelhança e imagem” (Gn 1:27). Portanto, em todos os Espíritos Virginais estão contidas todas as possibilidades de Deus, inclusive o germe da vontade independente, o livre arbítrio, que nos torna capazes de originar novas fases, além das latentes, fases originais, o que corresponde à faculdade da Epigênese.

Vemos, portanto, que é um fato que: “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”. Nada pode existir fora de Deus.

A Onda de Vida dos Espíritos Virginais forma a Hierarquia Criadora de Peixes. Uma Hierarquia Criadora é um grupo de seres duplos ou bissexuais que coletivamente são Deus (chamados de Elohim no Gênesis) e que trabalham ativamente para se cumprir o plano evolutivo criado por Deus neste Grande Dia de Manifestação – em Gn 22:1: “Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército”.

Como cada Hierarquia Criadora tem seu trabalho no Plano Evolutivo de Deus, nós também temos o nosso. E temos, ao nosso cargo, a Evolução da Onda de Vida que começou no Período Terrestre e que hoje anima os minerais.

Atualmente estamos trabalhando com eles por meio da imaginação, dando-lhes formas, fazendo com eles: livros, edifícios, pontes, máquinas, carros, etc…

Perceba que só trabalhamos com as formas minerais dos três reinos inferiores. Contudo, não podemos trabalhar com a vida que as anima. Isso porque, atualmente, a nossa Mente está no estado ou forma “mineral”. Tempo virá em que poderemos “imaginar formas que viverão e crescerão”. E depois, criar “coisas com vida, sensíveis e capazes de crescer”. E por último, seremos capazes de “imaginar a criação de seres que viverão, crescerão, sentirão e pensarão”.

Em harmonia com o Esquema da Evolução, traçado por Deus, cada Hierarquia só entra em atividade quando tenham sido criadas condições necessárias para o seu trabalho. Os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, nós, só entraram em atividade quando as Hierarquias Criadoras prepararam as condições para o seu desenvolvimento.

Cada Hierarquia tem o seu trabalho. Por exemplo, os Anjos, a Hierarquia Criadora de Aquário, têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico. Tornaram-se especialistas na matéria dessa região. Para isso tiveram que descer a essa Região e aprender como lidar com tal matéria. Foi-lhes fornecido todo tipo de ajuda para tal, desde alimentação até instruções, experiências e orientação. Conquistarão e expandirão sua consciência nos quatro Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico.

Do mesmo modo, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana têm como objetivo conquistar, dominar e funcionar conscientemente na Região Química do Mundo Físico. Devem se tornar especialistas na matéria dessa Região. Peritos na construção das formas constituídas de substâncias minerais químicas. Para isso tivemos que descer a essa Região e estamos aprendendo como lidar com tal matéria. Tivemos que adquirir a consciência de nós próprios. Portanto, “somos a vida que se juntou à forma, para, por meio de Deus, obter consciência”. Aperfeiçoaremos os nossos veículos e expandiremos a nossa consciência nos cinco Mundos superiores a essa Região do Mundo Físico, por nosso esforço e vontade. Estamos aprendendo, através da experiência, como fazer isso.

O Espírito é um só, entretanto, observado do Mundo Físico, ele refrata-se em três aspetos: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano. Como Deus, que nos criou, refrata-se em três: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Cada um desses aspectos corresponde a um aspecto da Deidade.

E na oração o Pai-Nosso, fornecida por Cristo, cada um expressa a sua adoração. O Espírito Humano é a contraparte do Espírito Santo (Jeová): “Santificado seja O vosso nome”. Ele expressa a ATIVIDADE, o MOVIMENTO, atributos do Espírito Santo.

O Espírito de Vida é a contraparte do Filho (Cristo): “Venha a nós o Vosso reino”. O reino do Filho, da Fraternidade Universal. Ele expressa o AMOR, a SABEDORIA.

O Espírito Divino é a contraparte do Pai: “Faça-se a Tua vontade”. Reverenciando a onipotência do Pai. Ele expressa o Poder, a Vontade.

Durante a involução, conforme nós passamos por cada Mundo vindo em direção à Região Química do Mundo Físico, foi despertado cada um desses aspectos, por cada uma das Hierarquias Criadoras que nos ajudaram.

Assim, quando entramos no Mundo do Espírito Divino, foi despertado o nosso Espírito Divino pelos Senhores da Chama.

Descendo a um grau a mais de densidade, mergulhamos no Mundo do Espírito de Vida. Então, foi despertado o nosso Espírito de Vida pelos Querubins.

Depois, descemos a mais um grau de densidade, e entramos na Região Abstrata do Mundo do Pensamento. Quando, então, foi despertado o nosso terceiro aspecto: o Espírito Humano, pelos Serafins. Quando isso aconteceu, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana perderam a onisciência, pois essa Região é a primeira Região separatista, de cima para baixo.

Assim, já não podendo descerrar seus véus (os três aspectos) para observar as coisas exteriores (espirituais) ou perceber os outros, nos vimos forçados a dirigir a consciência para dentro, ali encontrando nosso próprio “EU” ou EGO, separado e à parte de todos os outros à nossa volta. Foi assim que os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana se viram envoltos no seu Tríplice Espírito.

Perceba que é o Espírito Humano que encerrou o Espírito Virginal. É a capa externa – é o Ego.

Portanto, o Ego humano é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana envolto em um Tríplice Véu de matéria que obscurece sua consciência divina original.

Nosso atual Esquema de Evolução é dividido em duas partes: a involução e a evolução. Durante a involução, o Ego mantém a ilusão da separatividade. O Ego vai descendo na matéria, entrando em Mundos e em Regiões de maior densidade.

Assim, já é fácil deduzir que o Espírito Virginal da Onda de Vida humana precisava funcionar conscientemente no Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico. Entretanto, para funcionar num determinado Mundo (ou Região desse Mundo) e expressar as qualidades que lhe são realizáveis é necessário construir um veículo formado de matéria desse Mundo. Para funcionarmos na Região Química do Mundo Físico precisamos de um Corpo Denso. Para expressar vida e crescimento, ou as outras qualidades da Região Etérica do Mundo Físico, precisamos de um Corpo Vital. Para expressar sentimentos, desejos e emoções precisamos de um Corpo formado de matéria do Mundo do Desejo, ou seja, de um Corpo de Desejos. E para manifestar o pensamento, precisamos de um veículo formado de matéria da Região do Pensamento Concreto, ou seja, de uma Mente. Esses são os instrumentos que utilizamos atualmente; cada um em seu estágio de evolução; todos interpenetrados; sendo que a Mente é o elo entre esse Tríplice Corpo e o nosso Tríplice Espírito.

Para que pudéssemos possuir cada um desses Corpos e veículos, as Hierarquias Criadoras nos deram o germe, ou irradiaram de si mesmo o germe de cada um deles.

No Período de Saturno, os Senhores da Chama irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Denso. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado ápice do coração.

No Período Solar, os Senhores da Sabedoria irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Vital. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado Plexo Celíaco.

No Período Lunar, os Senhores da Individualidade irradiaram de si mesmo o germe do Corpo de Desejos. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado fígado.

E, por fim, agora no Período Terrestre, os Senhores da Mente irradiaram de si mesmo o germe do veículo Mente. Esse germe foi desenvolvido e tem no seu Átomo-semente sua expressão e que se encontra na posição relativa ao local chamado meio do sinus frontal.

Cada um desses germes serviu para o Ego humano (ou o Espírito Virginal envolto no Tríplice Espírito) aprender a construir cada corpo e veículo durante a involução.

Eles continham, e ainda contêm, o núcleo para a formação de cada Corpo e de cada veículo.

Hoje cada um desses Átomos-sementes forma parte de todos os veículos já usados por um Ego humano. Esses Átomos-sementes estão ligados entre si pelo Cordão Prateado, enquanto estamos aqui renascidos, nesta vida. E é esse Cordão Prateado que mantém unidos os veículos: Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e Mente.

Durante a involução, ou seja, do início do Período de Saturno até à Época Atlante no Período Terrestre as energias dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana estavam dirigidas para dentro, para a construção desses Corpos e veículos. Essas energias são as mesmas que o ser humano hoje emprega para construir casas, pontes, estradas e qualquer coisa que melhore as condições externas na Região Química do Mundo Físico.

O caminho que compreende a involução e evolução desse Esquema de Evolução é a peregrinação dos Espíritos Virginais da Onda de Vida humana da total inconsciência à consciência individual.

Hoje nos reconhecemos como um indivíduo, um ser pensante, unidos no Corpo místico de Deus, mas separados um do outro, um criador, como o nosso Pai que nos criou.

Esses Corpos e veículos são os instrumentos de trabalho do Ego humano. Como diz São Paulo em ICor 15:44-45: “Se há um corpo animal <Corpo Denso e Vital>, também há um espiritual <Corpo de Desejos e Mente>. Como está escrito: ‘o primeiro ser humano, Adão, foi feito alma vivente; o segundo Adão é Espírito vivificante’”.

É por meio deles que o Ego humano obtém a experiência. Como disse São Paulo em ICor 6:13-20: “Não sabeis que o vosso corpo é Templo do Espírito Santo, que habita em vós, O qual recebeste de Deus (…), glorificam, pois, a Deus no vosso corpo”.

Assim, cada aspecto do Tríplice Espírito trabalha sobre um dos três Corpos.

Novamente, na oração do Pai-Nosso podemos ver como isso se dá: O Espírito Divino pede à sua contraparte, o Deus Pai, pelo Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia”.

O Espírito de Vida pede à sua contraparte, Deus Filho, pelo Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

O Espírito Humano pede à sua contraparte, Deus Espírito Santo, pelo Corpo de Desejos: “não nos deixeis cair em tentação”.

Por fim, os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) se juntam na súplica pela Mente ao Pai, Filho e Espírito Santo: “livrai-nos do mal”.

Vale a pena lembrar que qualquer trabalho sobre um Corpo reflete em todos os outros. Por isso é importantíssimo o Aspirante à vida superior cuidar de cada um dos seus Corpos da melhor maneira possível. Sem isso é impossível se desenvolver espiritualmente em uma Escola como a Fraternidade Rosacruz.

Os três aspectos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano), ou nossos veículos superiores, possuem assentos particulares no Corpo Denso.

O Espírito Humano possui um assento na Glândula Pineal e no sistema nervoso cérebro-espinhal. O Espírito de Vida possui um assento no Corpo Pituitário e no coração. O Espírito Divino possui um assento na impenetrável área conhecida como raiz do nariz.

Quando nós obtivemos o domínio dos nossos corpos por meio do foco mental, da Mente, começamos a desenvolver a Alma, trabalhando de dentro dos nossos Corpos. A Alma também é Tríplice. Cada vez que agimos bem, praticamos boas ações, servindo altruisticamente, a Alma Consciente cresce, e o Espírito Divino a assimila do Corpo Denso, assentando sua consciência. Cada vez que sentimos o bem, esforçando-nos por ter desejos e sentimentos superiores, emoções elevadas, alimentamos a nossa Alma Emocional e o Espírito Humano a assimila do Corpo de Desejos. Cada vez que exercitamos a nossa memória, originando a simpatia, ligando as experiências, alimentamos a nossa Alma Intelectual e o Espírito de Vida a assimila do Corpo Vital. Portanto, a Alma nada mais é do que o produto espiritualizado dos nossos Corpos; é a quintessência desses, o seu poder ou a sua força. É através desse trabalho que o Ego humano adquire a perfeição de cada um dos Corpos.

E nesse trabalho, percorrendo a parte conhecida como evolução desse Esquema de Evolução, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana vão da consciência de vigília (que temos agora) à onisciência, da impotência à onipotência. A evolução da vida, da consciência e da forma; a tríplice manifestação do Espírito Virginal da Onda de Vida humana, completando o Plano de Deus que nos criou neste Grande Dia de Manifestação.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Por um Estudante

A matéria contida neste livro foi compilada de trabalhos de Max Heindel e contém informações muito valiosas de como nosso Sistema Solar e tudo que está dentro dele foi criado pelo grande Ser solar, que conhecemos pelo nome sagrado de Deus.

Informações, até agora desconhecidas, nos foram fornecidas em relação às várias ondas de vida que surgiram, incluindo a nossa, sua evolução passada e futura, seu destino final, e o papel que a música desempenhou, desde o início, no desenvolvimento do grande esquema cósmico, e que continuará a desempenhar até que o som final seja emitido e a perfeição realizada.

1. Para fazer download ou imprimir:

A Escala Musical e o Esquema de Evolução – Compilado por Um Estudante

2. Para estudar no próprio site:

A ESCALA MUSICAL

E O

ESQUEMA DE EVOLUÇÃO

 

Compilado por

Um Estudante de Max Heindel

Fraternidade Rosacruz

 

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

The Musical Scale and the Scheme of Evolution

1ª Edição em Inglês, 1949, The Rosicrucian Fellowship

1ª Edição em Português, Fraternidade Rosacruz-SP.

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

DEDICATÓRIA

Este pequeno volume é dedicado a Max Heindel, em reconhecimento aos maravilhosos ensinamentos transmitidos por ele a seus estudantes, que não conseguem como expressar em palavras sua gratidão.

MAX HEINDEL

ÍNDICE

DEDICATÓRIA.. 3

MAX HEINDEL.. 3

PREFÁCIO.. 5

Capítulo I – Assim como era no Princípio. 6

Capítulo II – O Monocórdio do Ser Humano. 11

Capítulo III – O Poder da Música. 14

Capítulo IV – A Correlação da Música com o Deus Solar 19

Capítulo V – Nossos Arquétipos Musicais. 26

Capítulo VI – As Oitavas Musicais e o Esquema Cósmico. 32

Capítulo VII – Nosso Espírito-Grupo, Jeová e Nossa Própria Onda de Vida  43

Capítulo VIII – A Harmonia das Esferas. 51

Capítulo IX – O Arquétipo e o Corpo Denso. 56

Capítulo X – O Poder Curador da Música. 59

Capítulo XI – Os Auxiliares Invisíveis e a Cura. 63

Capítulo XII – A Música como um Poder Construtor 69

Capítulo XIII – O Cérebro, a Oficina Física do Ser Humano. 74

Capítulo XIV – Desenvolvendo a Eficiência da Mente e do Cérebro. 80

Capítulo XV – Os Veículos do Ser Humano, um Instrumento Musical Composto  89

PREFÁCIO

A matéria contida neste livro foi compilada de trabalhos de Max Heindel e contém informações muito valiosas de como nosso Sistema Solar e tudo que está dentro dele foi criado pelo grande Ser solar, que conhecemos pelo nome sagrado de Deus. Informações, até agora desconhecidas, nos foram fornecidas em relação às várias ondas de vida que surgiram, incluindo a nossa, sua evolução passada e futura, seu destino final, e o papel que a música desempenhou, desde o início, no desenvolvimento do grande esquema cósmico, e que continuará a desempenhar até que o som final seja emitido e a perfeição realizada.

Mount. Ecclesia

 Novembro 1949

Capítulo I – Assim como era no Princípio

Todo o Sistema Solar é um imenso instrumento musical, citado na mitologia grega como sendo a “Lira de Sete Cordas de Apolo”. Os Signos do Zodíaco podem ser considerados como a caixa sonora da harpa cósmica e os sete Planetas são as cordas; emitem sons diferentes conforme passam pelos diversos Signos e, portanto, influenciam a humanidade de diferentes maneiras. Se essa harmonia falhasse por um só instante ou se se produzisse a menor dissonância nessa orquestra celestial, todo o Universo será destruído.

Max Heindel

O método usado pelas Hierarquias Criadoras para ajudar o ser humano a desenvolver seus poderes latentes foi planejado de acordo com os veículos que ele necessitava para contatar as várias regiões, onde o trabalho ligado ao seu desenvolvimento devia ser realizado. Os veículos necessários eram um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente; e o método usado pelos grandes Seres para construir esses veículos estava e está correlacionado com os diferentes Períodos evolucionários na Terra, e cada um foi e continua sendo permeado por uma determinada nota‑chave.

A arquitetura, que se relaciona com a construção das formas, foi a primeira lição dada à humanidade. O ser humano iniciou essa tarefa no Período de Saturno, quando começou a reunir o material necessário para construir um Corpo Denso. Nesse período, sua consciência era o mais profundo estado de transe. Ele trabalhava, automaticamente, sob a direção dos Senhores da Chama, a onda de vida de Leão, cuja nota‑chave é Si bemol Maior (Bb ou Sib M). A arquitetura está, portanto, correlacionada com o Período de Saturno da existência terrestre, e o Corpo Denso, que começou a se desenvolver no início daquele Período, foi impregnado daquele tom particular.

Toda construção arquitetônica, da mais diminuta célula até Deus, está baseada na lei cósmica e é executada consoante a certos modelos prescritos, e qualquer desvio do plano geral é a causa das anomalias e incongruências. Tais desvios produzem o mesmo efeito que tocar uma nota falsa em um acorde musical.

A escultura, que determina o contorno das formas, foi a segunda tarefa de desenvolvimento dada à humanidade. Esse trabalho teve seu início no Período Solar da existência do mundo, quando a formação do Corpo Vital se tornou necessária para dar forma ao Corpo Denso.

A consciência do ser humano, naquela época, era de sono profundo e ele desempenhava seu trabalho, automaticamente, sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Chama (Leão), os Senhores da Sabedoria (Virgem) e os Querubins (Câncer). A escultura está correlacionada ao Período Solar e ao Corpo Vital; e esse veículo sempre determina a direção em que uma determinada força é usada e, portanto, ela procura dar o contorno correto para todas as formas. A nota‑chave de Leão é Si bemol Maior (Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior)), a de Virgem é Dó natural (C ou Do), e a nota‑chave de Câncer é Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior).

A pintura foi a terceira arte que o ser humano começou a desenvolver. Seu impulso se deve à tentativa de reproduzir os quadros vistos no Período Lunar da existência da Terra, dos quais o ser humano se recorda vagamente através da sua visão de consciência pictórica. O trabalho do Período Lunar era feito, automaticamente, sob a direção das seguintes ondas de vida: os Senhores da Sabedoria (Virgem), os Senhores da Individualidade (Libra) e os Serafins (Gêmeos). A nota‑chave de Virgem é Dó natural (C ou Do), a de Libra é Ré Maior (D ou Ré), e a de Gêmeos é Fá Sustenido Maior (F sharp ou F# ou Fá sustenido).

A pintura está correlacionada ao Período Lunar e ao Corpo de Desejos, e ambos começaram seu desenvolvimento neste Período. Pitágoras, um mestre ocultista, afirmou que o mundo surgiu do caos pela harmonia do som e foi construído de acordo com os princípios da escala musical: que os sete Planetas, que regem o destino dos mortais, têm um movimento harmonioso e intervalos que correspondem aos intervalos musicais, tornando os vários sons tão perfeitamente harmonizados que eles produzem a mais doce melodia, que é de tal grandeza sonora que se torna inaudível para o ser humano, pois sua audição é incapaz de recebê‑la.

Pitágoras representou a distância da Terra à Lua como um tom inteiro; da Lua a Mercúrio um semitom; de Mercúrio a Vênus um semitom; de Vênus ao Sol um tom inteiro e um semitom; do Sol a Marte um tom inteiro; de Marte a Júpiter um semitom; de Júpiter a Saturno um semitom; de Saturno ao Zodíaco um tom inteiro e um semitom. Isso forma um intervalo de sete tons, a base da harmonia universal.

Max Heindel afirmou que Pitágoras não estava romanceando quando falava da música das esferas, pois cada uma das órbitas celestes tem seu tom definido, e juntas entoam uma sinfonia celestial. Ele corrobora as declarações de Pitágoras, isto é, que cada estrela tem sua própria nota‑chave e viaja ao redor do Sol em velocidades tão variadas, que sua posição não pode ser repetida a não ser depois de aproximadamente vinte e seis mil anos. A harmonia celeste muda a cada momento da vida. À medida que ela muda, também as pessoas no mundo alteram suas ideias e ideais. O movimento circular dos Planetas ao redor do Sol, no tom da sinfonia celestial criada por eles, marca o progresso do ser humano ao longo do caminho da evolução. Os ecos, desta música celestial, chegam até nós aqui no Mundo Físico. São nossas posses mais preciosas, muito embora sejam tão fugazes quanto uma quimera e não possam ser permanentemente criados. No Primeiro Céu, esses ecos são, naturalmente, muito mais belos e permanentes, e no Mundo do Pensamento, onde o Segundo e Terceiro Céus estão localizados, se encontra a esfera do som.

Em nossa vida terrena estamos tão imersos nos pequenos ruídos e sons de nosso limitado meio‑ambiente, que somos incapazes de ouvir a música produzida pelas esferas em marcha. O verdadeiro músico, quer consciente ou inconscientemente, sintoniza‑se com a Região do Pensamento Concreto[1], onde ele pode ouvir uma sonata ou uma sinfonia inteira como um único acorde resplandecente que, mais tarde, transpõe para uma composição musical de sublime harmonia, graça e beleza. O ser humano tem sido comparado a um monocórdio – instrumento musical de uma única corda – que se estende da Terra aos confins longínquos do Zodíaco.

A vontade do ser humano teve sua origem na vontade de Deus, e o músico, por meio de sua própria força de vontade, ouve esse poder da vontade de Deus, expressa em sons e tons, permeando o Sistema Solar. E, através de sua própria habilidade criadora, nascida da vontade e da imaginação, ele é capaz de reproduzir em sons e tons, tanto os tons do poder‑vontade de Deus, que criou o Sistema Solar, quanto Suas ideias tonais imaginativas, por meio das quais Ele materializou o Sistema Solar. A Arquitetura, a escultura e a pintura foram impressas no ser humano pelos grandes Seres espirituais, e essas artes se tornaram parte da sua natureza. Entretanto, é através do poder da própria vontade do ser humano que o músico é capaz de perceber os tons expressos pela vontade de Deus e, até certo ponto, reproduzi‑los. Essa é a origem de nossa música no Mundo Físico, criação própria do ser humano.

A música produz expressões de tom que procedem do poder mais elevado de Deus e do ser humano, isto é, da vontade e, portanto, podemos facilmente ver que o ser humano está construindo para si uma terrível causa, ao profanar a música, ao introduzir nela todos os tipos de dissonâncias, ruídos estridentes e penetrantes, gemidos e desarmonias que afetam os nervos. Um conhecido filósofo expressou bem uma grande verdade cósmica quando disse: “Deixem‑me escrever a música para uma nação e não me preocuparei com quem faça suas leis”. O termo músico aqui usado não se aplica ao cantor ou ao executante musical comum, mas a mestres criadores de música, tais como Beethoven[2], Mozart[3], Wagner[4], Liszt[5], Chopin[6] e outros da mesma classe. A arquitetura pode ser comparada à música congelada; a escultura à música aprisionada; a pintura à música lutando para se libertar; a música à livre e flutuante manifestação do som.

Capítulo II – O Monocórdio do Ser Humano

A corda única do monocórdio encontra sua contraparte na medula espinhal do ser humano, cuja parte inferior está conectada aos órgãos de reprodução, e a parte superior ao cérebro, órgão físico que está relacionado ao pensamento. Os Espíritos de Lúcifer estão trabalhando particularmente com a medula, e governam a parte da medula espinhal que controla os nervos motores (ação) e que consomem a energia dinâmica armazenada no corpo pelo sangue. A seção da medula que governa a função responsável pela manutenção e o bem-estar do corpo está sob controle dos Anjos. A parte da medula que marca e registra as sensações transmitidas pelos nervos é controlada pelos Mercurianos. O gás espiritual espinhal, que enche o canal central da medula espinhal, é o campo de ação da grande Hierarquia espiritual de Netuno.

Os Espíritos Lucíferos fazem seus trabalhos através do poder da nota chave soada por Marte. Os Anjos fazem seu trabalho através do poder da nota chave soada pela Lua. Os Netunianos fazem através do poder da nota chave soada por Netuno. As vibrações produzidas por essas quatro notas chave estão, continuamente, interferindo na medula espinhal e com a essência do espírito espinhal, no canal central da medula. Na humanidade comum, o fogo espiritual espinhal se encontra, por assim dizer, adormecido, e permanecerá assim até que o Espírito seja capaz de obter melhor controle de dois de seus veículos, o Corpo de Desejos e a Mente; e essa essência ígnea é uma força de vida que constrói ou destrói, dependendo da maneira como é usada.

De acordo com o precedente, é fácil perceber que os Astros que mais rigorosamente afetam a medula espinhal – o monocórdio do ser humano – na parte física são Marte, Lua e Mercúrio; e que, nos mais avançados da raça Ária, a vibração de Netuno está começando a ser sentida. A música é composta de três elementos primários: melodia, harmonia e ritmo. A melodia se compõe de uma sucessão de sons harmoniosos sentidos pelos nervos auditivos que estão conectados ao cérebro – um órgão físico que contata a Mente. Portanto, é através do veículo Mente que o Espírito é capaz de sentir a melodia produzida no plano físico. Um idiota ou uma pessoa insana não respondem à melodia.

A harmonia consiste em uma agradável mistura de tons e está relacionada aos sentimentos ou emoções. Sentimentos ou emoções são expressões do Corpo de Desejos, em consequência, a harmonia pode ter um efeito tanto sobre o ser humano como sobre os animais, pois ambos possuem Corpos de Desejos. O ritmo é um movimento medido e balanceado, e é expresso pela força vital que aciona gestos e outros movimentos físicos. O Corpo Vital absorve uma superabundância de força vital (energia solar) que transmite ao Corpo Denso para mantê-lo vivo e em funcionamento. Assim, o ritmo está correlacionado ao Corpo Vital. As plantas têm um Corpo Vital e, portanto, são sensíveis ao ritmo.

O ser humano tem dentro de seu cérebro sete cavidades que durante a vida são comumente consideradas vazias. Na realidade, essas cavidades estão cheias de uma essência do espírito, sendo que cada cavidade tem seu próprio tom e cor. Os tons produzidos por essas cavidades estão correlacionadas àqueles dos Sete Espíritos diante do Trono: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio. As cavidades ou ventrículos, começando pela frente do cérebro, são:

(1) ventrículo olfativo,

(2) ventrículo lateral,

(3) terceiro ventrículo,

(4) quarto ventrículo,

(5) Corpo Pituitário,

(6) Glândula Pineal.

A sétima cavidade é o crânio, que reúne todos os elementos em um grande todo.

O sistema solar é um vasto instrumento musical. Assim como existem doze semitons na escala cromática, temos no céu doze Signos do Zodíaco e, assim como temos as sete teclas brancas ou tons no teclado do piano, temos os sete Planetas. Os Signos do Zodíaco podem ser considerados como a caixa de ressonância da harpa cósmica, e os sete Planetas são as cordas influenciando a humanidade de diversas maneiras. Na Bíblia notamos como a lira de sete cordas de Davi representa, astrologicamente, as notas chave da corrente planetária sétupla. A nota chave de cada Planeta é composta da quintessência de seus sons agregados.

Uma amalgamação das tristezas e alegrias de nossa Terra, os sons de seus ventos e mares, o ritmo de toda as suas forças viventes combinadas, formam seu tom ou nota-chave. Da mesma maneira, e em escala sempre ascendente, soam as notas de toda a corrente planetária, sendo que sua união constitui a sublime Música das Esferas … “Não existe a menor orbe que observes que, em seu movimento, não cante como um Anjo”. Assim escreveu o grande poeta iniciado, Shakespeare. Essa música celestial é o produto daquele Verbo ao qual São João se referia quando escreveu: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus … e nada do que foi feito, foi feito sem Ele” (Jo 1:1-3).

Capítulo III – O Poder da Música

A música é, portanto, na saúde a mestra da perfeita ordem e é a voz da obediência dos Anjos, a companheira do curso das esferas celestes; e na depravação, ela é também a mestra da perfeita desordem e desobediência.

Ruskin

Na música, entre a melodia e o ritmo, encontramos a harmonia, que pode ou se elevar e se misturar com a vibração do pensamento puro, melodia, ou descer se misturando com o movimento puro da atividade impulso. Se o puro elemento melódico na música, que carrega a vibração da vontade de Deus e do Espírito, for omitido em uma composição, então, o poder diretor não estará lá para controlar as atividades dos Corpos de Desejo e Denso e, então, os desejos se revelam em excitação e, estando sem o poder controlador da razão, o resultado provavelmente será um desastre. É a probabilidade da harmonia se misturando com o impulso que explica a razão pela qual é possível para a chamada música moderna, que tende a trazer confusão ao invés de coerência unificante, poder se tornar realidade.

Antes da 1ª Guerra Mundial, as condições psíquicas do ser humano eram tão malignas, e suas emoções tão inconscientemente excitadas e a um nível tão alto, que foram compelidas a encontrar uma saída e se exteriorizar em ação, mas de alguma forma intensificada. Como os Espíritos de Lúcifer se regozijam e crescem por meio da intensidade de sentimentos, foi essa a sua oportunidade de penetrar e insinuar na consciência humana uma forma intensificada de atividade rítmica e, como um resultado, apareceu o “ragtime”[7]. A guerra chegou. As emoções se elevaram ainda mais e condições desconcertantes introduziram o “blues”[8] – reclamações, prantos e lamentos; tudo agitando febrilmente. A tendência descendente estava agora em plena liberdade de ação, e o “jazz”[9] apareceu como música – afoitamente fantástico e delirantemente grotesco.

O “swing”[10], considerado um degrau mais baixo, seguido do “jazz”, vindo depois o “jitterbug”[11] que, em toda sua atordoante e maníaca histeria de massa, arrebatou o país. Desde então, esses barulhentos ruídos, mais ou menos demoníacos, têm, gradualmente, tomado o lugar da música celestial, e os nervos das vítimas, desgastados e estimulados, devido a esses barulhos cruciantes, rapidamente se rompem, causando uma variedade de formas sem esperanças de demência. Agora, a menos que alguma força seja acionada em uma ação que, literalmente force as massas a um estado de espírito de mais tranquilidade e reflexão, certamente condições ainda piores prevalecerão. Se isso não puder ser feito, ou for considerado desaconselhável pelos grandes Seres que estão dirigindo a evolução da humanidade, então, alguma forma de salvação terá que ser providenciada para os que a merecem. E os restantes serão simplesmente eliminados por uma tremenda conflagração cósmica de algum tipo, em data mais adiante – possivelmente em um outro Dia de Manifestação, e a estes desafortunados serão dados oportunidades para recuperar suas perdas.

Enfrentando tais fatos tremendamente aterrorizantes, em que direção o ser humano deverá procurar o remédio e o mais rapidamente possível? É possível procurar e encontrar no passado ou no futuro, podendo encontrar uma pista que, quando aplicada, salvará a situação.

A história sempre se repete. O continente lemuriano foi destruída por cataclismos vulcânicos, quando uma parcela de seu povo deixou de progredir. A Atlântida foi destruída pela água quando seu povo mergulhou de tal forma no mal, que se tornou insensível para receber às instruções que lhe foram dadas por seus líderes sábios. A Época Ária se ergueu do grande abismo, e outra oportunidade foi dada à humanidade para continuar com sua evolução. Agora, o ser humano, novamente se vê escorregando perigosamente próximo ao final de uma descida. Pitágoras, considerado um dos maiores videntes, dizia a seus alunos que a lira era o símbolo secreto da estrutura humana – que o Corpo representava a forma física, as cordas, os nervos e o músico que a reproduziu, representavam o Espírito do ser humano. “Tocando em seus nervos”, ele dizia, “o Espírito criou uma função harmoniosa e normal que, porém, a qualquer momento, pode ser facilmente modificada para a dissonância, se a natureza do ser humano se tornar corrompida”. Nota‑se aqui o aviso oculto.

Novamente, Platão, um grande filósofo grego e estudante dos Mistérios, desaprovou a ideia de que a música se destinava unicamente a criar emoções alegres e agradáveis, contudo sustentou que ela deveria inculcar o amor por tudo que é nobre, e uma aversão por tudo que é mesquinho, degradante e baixo, e que nada poderia influenciar mais fortemente o íntimo do ser humano do que a melodia e o ritmo. Estava tão firmemente convencido desse fato, que não concordou com a introdução de uma nova e presumivelmente enervante escala musical, pois acreditava que ela iria pôr em perigo o futuro de toda uma nação; que não era possível alterar uma única nota, sem abalar os próprios alicerces do Estado.

Mais tarde, Platão afirmou que a música que enobrece a Mente (melodia) é de uma categoria mais elevada do que aquela que simplesmente apela para os sentidos. Insistiu, energicamente, que era dever supremo da Legislatura suprimir toda música de caráter lascivo, e encorajar somente a que fosse pura e dignificante. O máximo cuidado deveria ser tomado na seleção de toda música instrumental, porque a ausência de palavras poderia tornar seu significado duvidoso, tornando difícil prever se ela exerceria uma influência benéfica ou prejudicial sobre as pessoas; o gosto popular, sempre sendo estimulado para a parte sensual e, aparentemente atraente, mas tendo na realidade nenhum valor ou integridade (barulhento), devia ser tratado com o merecido desprezo. Temos aqui a resposta para a maneira sensível de mudar as condições indesejáveis: substituir as práticas do mal, às quais produzem resultados mais ou menos calamitosos, por atividades positivas, de vibrações elevadas, que levem maiores benefícios para um maior número de pessoas.

Evitando o “ragtime”, o “jazz”, o “swing”, o “bebop”[12] e outros sons, nada da verdadeira música seria perdida. Em seu apelo para os desejos sensuais e sentimentais, por meio de uma variedade excessiva das denominadas combinações harmônicas, de sucessões dissonantes de intervalos entre notas, provenientes da complexidade da música moderna e seus acordes perturbadores, nenhum elemento novo foi realmente introduzido, mas simplesmente uma confusão e um excesso de elaboração dos elementos antigos. No elemento musical rítmico, super-enfatizado, encontrado em certos tipos da chamada música popular, a verdadeira experiência musical não pode descer, por meio da harmonia, para uma atividade de movimento artístico, mas é forçada a baixar para rotações físicas ao extremo.

As três divisões primárias da música – melodia, harmonia e ritmo – estão correlacionadas aos três poderes primários de Deus: Vontade, AmorSabedoria e Atividade. A Vontade, que inclui intelecto e razão, unida ao Amor-Sabedoria, produz um modo de Atividade correlacionado ao equilibrado, balanceado ritmo (atividade) celestial de Deus, que ordenou os átomos de nosso Sistema Solar, na matriz das várias formas preparadas para elas pelos poderes da energia de amor do Criador. Separando‑se a Vontade (melodia) do Amor (harmonia), e se unindo o Amor com a Atividade (ritmo), e os dois, sendo privados do poder dirigente da Vontade (intelecto e razão), podem produzir qualquer tipo de monstruosidade que as forças do mal podem desejar formar. Descontroladas, suas atividades maléficas certamente poderão destruir, com o tempo, uma nação. Nenhuma tentativa de revolucionar a arte da música pode produzir resultados desejados, a menos que comece com o princípio artístico de coerência, e com um equilíbrio correto dos três elementos dos quais a música é composta: melodia, harmonia e ritmo.

Capítulo IV – A Correlação da Música com o Deus Solar

Elementos da Música

Triplicidade de DeusAspectos de Deus

Expressão

1 – MelodiaPaiVontadeInteligência
2 – HarmoniaCristoAmorSentimento
3 – RitmoJeováAtividadeMovimento

Melodia, o mais elevado poder da música, inclui razão, intelecto e julgamento. Quando a harmonia e o ritmo se unem e se divorciam da melodia, temos uma sucessão de tons não dirigidos pela inteligência, que despertam os sentimentos (harmonia) e se expressam em uma série de movimentos (moções) giratórios, fora da realidade e sensuais. Isso pode levar à forma mais baixa de excessos emocionais (atividade), alguns dos quais o regente de banda de jazz, Benny Goodman[13], descreve como o tipo de indivíduo que chuta o que encontra pela frente; o tipo valentão que arremessa garrafas, que grita, que parece ter a doença de São Vito[14]; quando os pés sapateiam fora do tempo e os braços se sacodem com o ritmo, girando como um moinho de vento em um furacão; e a histeria das massas, um tipo de pesadelo – e tudo como reação da música que está sendo tocada em algumas de nossas escolas, na maioria das vezes em lugares públicos e universalmente nos salões de dança.

Exatamente aqui se situa a forma de música enervante (que reduz o vigor da força mental ou moral) mencionada por Platão, como um perigo para o futuro de qualquer nação. O Sr. Goodman menciona, particularmente, como quando Ziggy Elman[15], ao soprar em seu trompete “uma nota aguda e prolongada que penetrava na pessoa, lhe arrepiando a espinha”, fazia os dançarinos perderem o autocontrole, e quando Gene Krupa[16] produzia uma série de notas em sua bateria, semelhantes a uma metralhadora, eles agitavam seus olhos esbugalhados e começavam a sacudir freneticamente a cabeça e os braços.

Do ponto de vista físico, há um grande perigo em tocar uma nota prolongada e aguda em um instrumento.

Cada pessoa tem sua própria nota-chave localizada na parte inferior detrás da cabeça, na base do cérebro. Se essa nota for tocada lenta e calmamente, ela construirá e descansará o Corpo, tonificará os nervos e restaurará a saúde. Se, por outro lado, se esta nota-chave for tocada de uma maneira dominante, barulhenta e prolongada, ela matará, do mesmo modo que uma bala disparada de uma arma; portanto, em uma multidão, existe sempre o perigo de ser tocada uma nota aguda, dominante e prolongada em qualquer instrumento; e o contínuo ruído das explosões de jazz nos tímpanos das crianças, provavelmente, desenvolverá uma raça de neuróticos.

Notemos que a chamada música “jazz” é uma profanação da força de Cristo (harmonia) e da Egoística energia criadora (ritmo). A primeira profanação da força Jeovística ocorreu durante a Época Lemúrica e é designada como a “Queda do Homem”. Esse desvio do caminho da evolução, projetada e apresentada por Jeová foi causado pelos Espíritos Lucíferos (prestemos atenção) que se revelam e evoluem por meio da intensidade do sentimento. A natureza de uma emoção não lhes é tão essencial como a intensidade, de acordo com seu propósito. Portanto, eles excitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso estágio atual de evolução do que os sentimentos de alegria e amor.

Consequentemente, esses seres não hesitam em profanar ambas as forças de Deus, do amor (Cristo) e as da vida (Jeová), para realizar seus propósitos. Eles são hábeis ao apresentarem, inteligentemente, discórdias dissimuladas em nossa música, e enfatizando-as com instrumentos de sons altos e barulhentos como corneta, trompete, trombone, saxofone, bateria e outros. Quando conseguem introduzi-las, vemos sua influência nefasta se manifestando em todos os lugares. Em nossa literatura, encontramos essas dissonâncias mostradas nas formas de sexo e em todos os tipos criminosos de histórias excitantes; na pintura, em figuras distorcidas e grotescas de todos os tipos; na escultura, a nudez desnecessária retratando toda sorte de incongruências. A beleza, habilidade artística e estética, em todos os lugares induzindo para o mau gosto e indo para o lado grosseiro – muitas vezes se aproximando da verdadeira vulgaridade, na forma mais baixa de indecência.

À medida que a visão espiritual do ser humano se torna mais clara e sua vontade individual mais forte, ele vai, gradualmente, se libertando da influência dos Espíritos Lucíferos e se alinhando com a força de Cristo, que é o Amor. Então, a Vontade (melodia) e o Amor (harmonia) desenvolverão a Atividade (ritmo), um novo poder (Epigênese), cuja força promoverá o progresso espiritual do ser humano com uma rapidez até agora desconhecida. Os Espíritos Lucíferos percebem que a humanidade, por meio do poder combinado da Vontade e do Amor, será capaz de se libertar de suas influências e do seu controle parcial.

Eles sabem, também, que o corpo do ser humano é construído e sustentado pelo poder da música. Agora, se os seres humanos podem perverter essa música até ao ponto em que desordene seu Corpo Denso por meio do sistema nervoso, não sendo mais capaz de obter a quantidade necessária da essência da Alma Consciente para desenvolver seu poder de vontade, esses seres podem continuar a retê-lo em parcial servidão e usá-lo para seu próprio benefício; e isso é, exatamente, o que eles têm feito. Esses seres não têm qualquer desejo de prejudicar a humanidade, mas como precisam dos corpos dos seres humanos para trabalhar, não pretendem liberá-los enquanto necessitarem desses veículos e tiverem o poder de dominá-los. Aqueles que aceitam a chamada nova música e permitem que ela penetre neles, são os que terão seu desenvolvimento espiritual atrasado.

Aqueles que se recusam a aceitá-la e permanecem fora de sua influência, o quanto for possível, terão seu progresso espiritual pouco ou nada prejudicado. Os que são responsáveis pela produção dessa chamada música, e aqueles cujos nervos se tornaram irremediavelmente alterados por ouvi-la, serão permitidos a irem para a guerra como soldados e enfermeiras a fim de serem afastados das atuais condições terrestres e lhes dar uma oportunidade futura para recomeçar a vida em um ambiente melhor. Os Espíritos Lucíferos, através da desobediência absoluta ao plano cósmico, malograram enormemente seu esquema de evolução, e agora estão aproveitando todos os meios possíveis para reaver seu estado perdido.

Toda essa informação foi dada à humanidade por meio dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, e uma libertação do domínio de Lúcifer é oferecida a todos por meio do desenvolvimento do poder de amor de Cristo e de sua união com a vontade do Pai, ambos encontrados, como réplica, em toda a humanidade. Relembremos que o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, o livro dado à humanidade pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz que, dirigidos pelo Arcanjo Cristo, estão incumbidos da atual evolução da humanidade, e este livro foi miraculosamente espalhado pelo mundo, e seu preço foi mantido tão baixo que está disponível para todos que estejam prontos para receber as verdades reveladas nele.

A Vontade melódica do Pai, unindo-se com o Amor harmônico do Cristo tem o poder de produzir uma ativa vibração rítmica, cuja força não pode ser detida e nem seu objetivo desviado, pois é essa mesma energia manifestada pelo Deus de nosso Sistema Solar que trouxe tudo o que É como criação, e tem o poder de levar tudo ao Caos a qualquer momento que Ele o desejar. Portanto, é absolutamente impossível para qualquer das criações de Deus, das mais avançadas em Suas ondas de vida até as mais jovens em evolução, definitivamente frustrar o pleno desenvolvimento de Seus planos, pois eles são tão eternos e inabaláveis em Seus processos como o é Deus em Si mesmo.

É possível, no entanto, que membros de uma determinada onda de vida, ou mesmo indivíduos dela, se rebelem e, consequentemente, frustrem seu próprio progresso evolutivo, apesar de toda a assistência que lhes está sendo dispensada por aqueles que são mais sábios e mais avançados que essa onda de vida. Em tais casos, os responsáveis por essa evolução, às vezes, permitem que esses seres prossigam e destruam seus próprios físicos por sua própria desobediência, causada pela própria ignorância dos resultados benéficos obtidos por meio da administração divina; tudo isso acontece para que possam retornar à Terra em uma data futura, sob uma influência melhor e um ambiente mais aperfeiçoado, isento de todo ódio e do desejo de destruir seus semelhantes. Essas mudanças são realizadas na Região do Purgatório[17], por agentes benfeitores, purificadores e ativos.

Quando uma onda de vida, uma nação, uma comunidade ou mesmo um indivíduo se esforçam ao máximo para seguir o exemplo do Cristo, manifestando Seus preceitos em suas vidas diárias, todos podem ficar certos de que as coisas necessárias para ajudar no seu próprio desenvolvimento, sejam, aparentemente boas ou más, virão até eles. Se as lições são aprendidas e praticadas corretamente resultarão em um bem inestimável e num efeito benéfico, não só para si próprio como também para as pessoas que se relacionam nas suas vidas diárias.

Todas as condições no mundo de hoje estão sendo levadas a mudanças enormes, tão grandes em sua magnitude que quase não podem ser concebidas por nossa atual consciência limitada. Mais duas sub-raças vão evoluir e cada uma irá trilhar seu próprio percurso, que será curto; os preparativos já começaram para o desenvolvimento dos precursores da sexta grande raça, cujo aumento de consciência, desenvolvimento físico e mental, e surpreendentes realizações espirituais os colocarão na dianteira dos super-seres humanos da Terra. Então, um grande continente certamente emergirá do leito do Oceano Pacífico, cuja vastidão, beleza tropical e abundância material que não podem ser concebidas e nem imaginadas pelo atual ser humano mortal.

Como existe uma razão definida entre a quantidade de terra e de água a ser mantida para que a Terra preserve seu equilíbrio gravitacional, será necessário que certa quantidade de terra imerja no oceano para equilibrar o que emergiu dele. Essa terra levará consigo muitos de seus habitantes, que se envolveram na materialidade e tal método terá que ser aplicado para quebrar essa condição cristalizada e adaptar o ser humano para um crescimento futuro. No entanto, nada é perdido no Reino de Deus. Os atrasados e mesmo fracassados poderão retornar, pois tão generoso é o Criador que, na plenitude do tempo, Ele reúne até mesmo aqueles desafortunados e os ajuda a começar, novamente, em um ambiente apropriado sob a direção de grandes Seres que, com infinita paciência tomaram a seu cargo a tarefa hercúlea de redimir e reconstruir aquilo que parecia estar perdido.

Antes de prosseguirmos, é conveniente explicar algo do processo de criação em relação ao nosso Sistema Solar, como foi revelado pela Ordem Rosacruz, que diz o seguinte: o Deus do nosso Sistema Solar criou sete regiões distintas, nas quais Ele está conduzindo a evolução de todas as coisas criadas por Ele. Os nomes dessas regiões (dito Mundos), começando com os primeiros desenvolvidos são: o Mundo de Deus, o Mundo das Espíritos Virginais, o Mundo do Espírito Divino, o Mundo do Espírito de Vida, o Mundo do Pensamento, o Mundo do Desejo e o Mundo Físico. O Mundo do Pensamento é dividido em duas partes: Região do Pensamento Abstrato e Região do Pensamento Concreto. O Mundo Físico também tem duas divisões: Região Etérica e Química.

O Deus do nosso Sistema Solar cria ondas de vida que consistem em um incontável número de Espíritos Virginais e classificados por Ele de acordo com a época em que foram criadas. O nome da primeira onda de vida criada por Ele é Áries, a segunda Touro, a terceira Gêmeos, a quarta Câncer, a quinta Leão, a sexta Virgem, a sétima Libra, a oitava Escorpião, a nona Sagitário, a décima Capricórnio, a décima primeira Aquário, e a décima segunda Peixes. Esses mesmos nomes são, também, usados no Zodíaco, mas se referem a um esquema de criação totalmente diferente. As mencionadas ondas de vida dos seres estão espalhadas pelos sete Mundos. A décima segunda onda de vida, a Pisciana, é composta da nossa atual humanidade, e quando habitam os Corpos Densos se encontram no Região Química do Mundo Físico. O tempo necessário para prosseguir o trabalho de certas fases da evolução é dividido em períodos: o Período de Saturno, seguido do Período Solar, Período Lunar, Período Terrestre, Período de Júpiter, Período de Vênus, e por último, o Período de Vulcano, que é seguido por uma noite cósmica de repouso.

Capítulo V – Nossos Arquétipos Musicais

No alvorecer da criação nada existia, até que um arquétipo foi construído pela primeira vez. Ao formar um Sistema Solar, o primeiro poder de Deus é a Vontade, desejo de criar, e ela desperta o segundo poder, Amor Sabedoria. Esta segunda força, através do poder da Imaginação, concebe a ideia (arquétipo) de um Sistema Solar; então, o terceiro poder, Atividade, trabalhando na substância Cósmica, produz o movimento, e o poder melódico, harmônico e rítmico constrói um arquétipo distinto para tudo que adquire forma, desde o barro até Deus. Na Quarta Região do Pensamento Concreto são encontrados os arquétipos de todas as formas que se manifestam aqui no Mundo Físico. Lá, porém, todos os objetos sólidos da Terra aparecem como cavidades vazias (oca), de onde o som de uma nota chave básica é continuamente emitido. Um arquétipo é uma cavidade oca que vibra e canta, que vive, se move e cria, da mesma forma que um instrumento mecânico produzido pelo ser humano que trabalha sem ter compreensão disso. Parece como um molde de gesso aqui nesse Mundo. Assim como o gesso é colocado no molde de gesso e ali forma uma estátua, também os átomos físicos são dispostos em um molde idêntico e formam um corpo vivente, seja ele de uma planta, de um animal ou de um ser humano. Cada arquétipo emite um tom musical harmonioso, e é esse som que atrai e modela os átomos físicos, dando-lhes a forma.

Em todo ser humano, na região da medula oblongada[18], na parte superior da medula espinhal, há uma chama que pulsa e vibra de uma maneira maravilhosa. É colorida, com raios diferentes de acordo com a natureza individual de cada ser humano. Esse fogo emite um som cantante como o zumbido de uma abelha, e este som é a nota chave do Corpo Denso, emitida também pelo arquétipo. O tom do arquétipo muda durante a vida e, como ele muda, assim também o Corpo Denso sofre certas mudanças.

Todo ato do ser humano tem um efeito direto sobre o arquétipo de seu corpo. Se o ato praticado está em harmonia com as leis da vida e evolução, ele fortalecerá o arquétipo e o proporcionará uma vida mais longa, na qual o indivíduo terá o máximo de experiência e alcançará o crescimento anímico em proporção à sua condição de vida e à sua capacidade de aprender. Assim, uma menor quantidade de renascimentos será necessária para que ele alcance a perfeição que para alguém que se esquiva do desafio da vida e tenta escapar de suas responsabilidades ou empregam seus esforços de maneira destrutiva. Nesse último estilo de vida, o arquétipo é forçado e se rompe mais cedo. Como foi citado, aqueles cujos atos são contrários à lei, abreviam suas vidas e têm que procurar novos renascimentos, muito mais vezes do que os que vivem em harmonia com a lei. Isso é aplicado a todos, sem exceção, mas tem maior significado nas vidas daqueles que estão trabalhando conscientemente com as leis da evolução do que na dos outros que não estão. O conhecimento desses fatos deveria aumentar uma centena de vezes o nosso zelo e entusiasmo para fazer o bem. Mesmo que comecemos, como se pode dizer, “tarde na vida”, ainda assim podemos facilmente acumular mais “tesouros” nesses últimos poucos anos do que o fizemos em muitas vidas anteriores. Acima de tudo, também estamos nos preparando para começar mais cedo na próxima vida.

Existem doze ondas de vida distintas, que trabalham com a humanidade, algumas, desde o início do Período de Saturno. Seus nomes são: Áries (Xeophim), Touro (Teraphim), Gêmeos (Serafim), Câncer (Querubim), Leão (Senhores da Chama), Virgem (Senhores da Sabedoria), Libra (Senhores da Individualidade), Escorpião (Senhores da Forma), Sagitário (Senhores da Mente), Capricórnio (Arcanjos), Aquário (Anjos), Peixes (Espíritos Virginais, ou humanidade). Cada uma dessas ondas de vida tem uma nota-chave diferente: Áries, Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior); Touro, Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior); Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), Câncer é Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior), Leão é Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior), Virgem Dó natural (C ou Do), Libra é Ré Maior (D ou Re), Escorpião Mi Maior (E ou Mi), Sagitário Fá Maior (F ou Fá), Capricórnio Sol Maior (G ou Sol), Aquário Lá Maior (A ou Lá), Peixes Si Maior (B ou Si). A nota-chave de uma peça musical é a tônica ou o tom fundamental sobre o qual a composição musical é construída.

Todo o período da involução e evolução do ser humano está fundamentado na escala musical, que é de origem celestial. Max Heindel nos diz que a humanidade passou por três estágios elementares antes do Período de Saturno, e esses estágios estão representados no lado esquerdo do teclado do piano por Lá, Lá sustenido e Si. O Período de Saturno começa com o som representado por Dó baixo no teclado do piano e sobe até Si, cujo tom está incluído, perfazendo 12 notas, 7 das quais são brancas e 5 pretas[19]. Os Sete Irmãos da Ordem da Rosacruz saem pelo mundo e trabalham entre a humanidade. Cinco não são vistos no mundo. Antes da humanidade perder o contato com a Região Espiritual do Pensamento Concreto, ela sabia que essa era uma região de tons musicais e que esses tons permeavam e construíam todos os arquétipos de todas as coisas existentes nos mundos inferiores, incluindo ela própria; portanto, tinha todos esses tons dentro de si mesma. Sabia que todos os seres humanos eram instrumentos musicais vivos, cujos tons eram ouvidos por eles próprios através de um tipo de percepção sensorial interna.

A superconsciência do ser humano sabe tudo isso, como também conhece o poder tremendo contido nesses tons musicais. Tendo perdido o poder de controlar essa força interior ou mesmo de contatá-la verdadeiramente dentro de si, o ser humano procurou, por meio de instrumentos musicais, reproduzir os tons vagamente percebidos em sua memória meio submersa. No lugar do ser humano, um instrumento musical internamente consciente, temos agora instrumentos musicais criados pelo ser humano; e esses instrumentos expressam alguma fase de sua natureza interna. Os instrumentos de sopro estão correlacionados à melodia – a vontade o intelecto, a cabeça, o pensamento – e o ar ou a melodia que emitem é facilmente memorizada. Os instrumentos de cordas estão correlacionados à harmonia – a emoção, a imaginação, o coração – e despertam sentimentos de felicidade, alegria, prazer, dor, tristeza, saudade e arrependimento. Os instrumentos de percussão estão correlacionados com o movimento do ritmo – músculos, ação dos membros superiores e inferiores – e estimulam, em seus ouvintes, o desejo da ação, tais como marchar, dançar, bater palmas, bater os pés em tempo rítmico.

O próprio ser humano é realmente um tríplice instrumento musical, mas, em seu estado atual de consciência, ele perdeu o contato com o conhecimento de seus poderes internos temporariamente. No entanto, em algum ponto no futuro, ele irá restabelecer esse contato, primeiro pelo sentido, depois por uma percepção interna, ouvindo realmente a nota chave de seu próprio Corpo Denso soando na parte de trás e inferior de sua cabeça. Esse tom o conectará com a lira de sete cordas localizada no cerebrum[20]. Portanto, somente é uma questão de tempo de desenvolvimento até que ele seja capaz de criar por meio do poder musical da palavra falada. Além do mais, será capaz de contatar os tons musicais usados na construção dos seus Corpos Vital e de Desejos e, através de uma consciência objetiva de seu trabalho, se tornará tão consciente desses veículos e de como eles funcionam, como agora o é de seu Corpo Denso.

É o Espírito que vê, ouve, cheira, saboreia e sente, e não os seus órgãos dos sentidos. Na verdade, eles são totalmente inúteis para tais propósitos quando o Espírito está ausente do Corpo. Eles são apenas instrumentos por meio dos quais o Espírito entra em contato com o Mundo Físico; contudo, o Espírito em si mesmo é dotado de todas essas faculdades, e mais ainda quando está funcionando nos planos invisíveis, durante o tempo em que o Corpo está dormindo, ou ainda quando, como um Iniciado, deixa o Corpo conscientemente e funciona nas regiões mais elevadas. Quando a consciência de vigília diária contatar, conscientemente, os sentidos do Espírito, o ser humano estará preparado para iniciar o trabalho referente à Iniciação, pois os sentidos de seu Espírito vão lhe revelar, passo a passo, conscientemente, tudo o que se passou desde que iniciou seu trabalho de desenvolvimento no Período de Saturno, e tudo isso será realizado por meio do poder da palavra falada – som musical.

Então, o ser humano aprenderá, conscientemente, por meio da visão, como os grandes Anjos Estelares, dirigidos e auxiliados pelo Deus do Sistema Solar, criaram tudo o que nele existe. Verá como, pelo poder do som musical, as várias ondas de vida foram criadas e trazidas até seu atual estado de evolução. Ele não deve parar aqui, pois, por seus próprios esforços, poderá progredir e aprender sobre o desenvolvimento futuro que está reservado a futuras revoluções e períodos. Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, que é Deus. No Período de Saturno, os tons emitidos por Ele e Seus auxiliares são representados pelos sons produzidos pela oitava mais baixa da escala musical. Foram esses tons, começando com o mais baixo, que construíram sucessivamente os sete Globos nos quais toda a vida existia e iniciou, assim, seu lento desenvolvimento.

As teclas brancas de todas as oitavas musicais produzem os tons construtores, positivos; e as teclas pretas produzem os tons assimilativos, negativos; ambos os tons são necessários para produzir os resultados (vontade, amor, atividade   pai, mãe, filho/filha; assim como é em cima, assim é embaixo). As ondas de vida que trabalharam conosco durante o Período de Saturno foram Áries, Touro e Leão. A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). A nota chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior) e a nota chave de Leão é Si Maior. Note que as teclas pretas no piano são assimilativas, e foi durante a Primeira Revolução do Período de Saturno que os leoninos, Senhores da Chama, conseguiram implantar na estrutura evoluinte do ser humano, o germe do Corpo Denso. Nessa época, o ser humano era Espírito diferenciado puro, colocado na Região do Espírito Divino, que é a região da vontade pura.

São os sentidos internos do ser humano, tomados coletivamente, que no tempo devido, o capacitarão para se manifestar em qualquer plano, sem ajuda de órgãos especializados que tenham relação com esse plano, e o farão compreender a consciência objetiva de vigília. Quando esse estado de desenvolvimento for alcançado, o ser humano poderá ver, ouvir, cheirar, degustar e sentir o tato com todo o seu Corpo Denso. Mais tarde, ele será capaz de exercitar os mesmos sentidos da mesma maneira (controle pela vontade) em relação ao seu Corpo Vital, depois em relação ao seu Corpo de Desejos e, ainda mais tarde, em relação ao seu veículo mental. Todo esse desenvolvimento se manifestará por meio do poder da palavra falada de Deus, o Criador do nosso Sistema Solar.

O primeiro sentido interno ou espiritual a ser contatado pela consciência objetiva de vigília do ser humano será a audição (som); em seguida o tato, depois o paladar, o olfato, e finalmente a visão. O método usado para fazer esse contato com os sentidos internos ou espirituais, é a concentração. A concentração é uma manifestação unidirecional, realizada pelo Espírito por meio do poder de sua vontade, pelo qual o Espírito é capaz de excluir, absolutamente, todas as condições físicas da consciência objetiva de vigília e de fazer essa consciência ciente de seus (do Espírito) poderes espirituais internos, enquanto o Espírito ainda está dentro de seus quatros veículos interpenetrados – os Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente.

Capítulo VI – As Oitavas Musicais e o Esquema Cósmico

O piano não é o resultado do esforço do ser humano para reproduzir os tons do seu próprio eu interior, mas é um produto da percepção do ser humano materializada na música, e, consequentemente, é um instrumento puramente terrestre. Portanto, não é apenas um instrumento interessante, mas um instrumento valiosíssimo para aqueles verdadeiros músicos que são capazes de contatar a autêntica música do mundo celestial, trazê-la à Terra e fazendo com que o ser humano produza um instrumento capaz de reproduzi-la[21]. Ainda que todos os instrumentos mecânicos e o rádio sejam de grande utilidade, nunca substituirão o piano, para aqueles que aprenderam o valor dos acordes correlacionados ao desenvolvimento do Espírito e de todos os seus veículos.

O teclado do piano disponibiliza, bem à frente do músico, suas 88 teclas (52 brancas e 36 pretas), que produzem 124 tons. As teclas brancas produzem 52 (7[22]) dos 124 (7[23]) tons e as teclas pretas produzem 72 (9[24]) tons. Nove (9) é o número da humanidade e sete (7) é o número dos três (3) poderes espirituais do ser humano[25], mais seus quatro (4) veículos: Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso. Existem cinco (5) linhas na pauta musical e quatro (4) espaços – novamente, cinco (5) e quatro (4) igual a nove (9), o número da humanidade. Há sete (7) letras na escala musical: C, D, E, F, G, A, B[26]; que ocupam a mesma posição na pauta musical. Há 7 notas na escala musical, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si; que mudam de posição na pauta. Por exemplo, se a escala é Dó natural, o primeiro Dó é encontrado na linha abaixo da pauta.

Se há um sustenido do Dó[27], ele pode ser colocado na segunda linha da pauta. Se assim o for, então um bemol do Dó[28] deve ser colocado no primeiro espaço da pauta, etc. Cada uma das ondas de vida pertencente ao nosso Sistema Solar -Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes – tem sua própria nota-chave.

A nota-chave de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior) que tem cinco bemóis, a saber: Sol bemol, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Touro é Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior), que tem 3 bemóis, a saber: Lá bemol, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior), que tem 6 sustenidos, a saber: Lá sustenido, Dó sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Câncer é Lá sustenido Maior, que tem 4 bemóis, a saber, Lá bemol, Si bemol, Ré bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Leão é Si sustenido Maior, que tem 2 bemóis, a saber, Si bemol e Mi bemol.

A nota-chave de Virgem é Dó natural Maior e não tem sustenido ou bemol.

A nota-chave de Libra é Ré Maior, e tem 2 sustenidos, ou seja, Fá sustenido, Dó sustenido.

A nota-chave de Escorpião é Mi Maior e tem 4 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido e Ré sustenido.

A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem 1 bemol, a saber, Si bemol.

A nota-chave de Capricórnio é Sol Maior e tem 1 sustenido, a saber, Fá sustenido.

A nota-chave de Aquário é Lá Maior e tem 3 sustenidos, Fá sustenido, Dó sustenido e Sol sustenido.

A nota-chave de Peixes é Si Maior, e tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido, Dó sustenido, Sol sustenido, Ré sustenido, Lá sustenido (Mi e Si são as únicas não sustenidos).

Os 12 semitons da oitava estão em conformidade com os 12 meses do ano e as 12 ondas de vida criadas pelo Deus do nosso Sistema Solar, como, também as 12 Hierarquias Criadoras que compõem o Zodíaco. Os 7 tons, representados por Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, estão de acordo com os 7 Espíritos diante do Trono. As 5 teclas escuras na oitava representam as cinco ondas da vida, Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão, que primeiro trabalharam com nossa humanidade. As 7 teclas claras representam as ondas de vida hierárquicas, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes, que ainda estão trabalhando com a humanidade durante o Período Terrestre. À medida que os mistérios ocultos são revelados, compreendemos, de imediato, o significativo fato de que, do princípio ao fim das complexidades do mundo, existe um princípio metódico verdadeiro que nunca se desvia nas suas manifestações.

Uma das primeiras coisas a se tornar aparente para o verdadeiro estudante do ocultismo é o fato de que o Cosmos é construído sobre os aspectos 1-3-5-7-10 e 12, e que os 12 semitons da oitava musical correspondem, em todos os detalhes, ao esquema cósmico – de fato, isso confunde um pouco: quando lembramos que na oitava musical é necessário contatar o mundo do tom, o Segundo Céu, localizado na Região Concreta do Mundo do Pensamento, que, embora comparativamente intangível aos sentidos físicos, ainda é a verdadeira base da manifestação material. Vemos esse mesmo esquema numérico representado tanto no Espírito individualizado como em Deus, o Criador do nosso Sistema Solar. Por exemplo: Deus é um (1). Seus três (3) poderes são Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade. Seus sete (7) auxiliares planetários, na Bíblia, são chamados os Sete Espíritos diante do Trono.

O ser humano possui três (3) poderes, designados como Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano, um elo (1) da Mente, e seus três (3) veículos inferiores – os Corpos de Desejos, Vital e Denso – dos quais ele extrai uma essência Tríplice (3) chamada Alma[29]. Antes de prosseguir, é bom rever os seguintes fatos: a escala cromática inclui todos os tons da oitava, tanto as teclas brancas como pretas, tomadas em ordem regular começando pelo Dó. O Dó está sempre antes de duas teclas pretas agrupadas no piano. Existem doze (12) tons na escala cromática[30]. A escala diatônica é composta apenas pelos tons produzidos pelas teclas brancas do piano – nenhuma tecla preta. Há sete (7) tons (teclas) na escala diatônica[31]. Notemos outras semelhanças com essas escalas: existem doze (12) cores, sete (7) visíveis e cinco (5) invisíveis à visão física. Existem doze (12) orifícios no corpo, sete (7) visíveis e cinco (5) invisíveis.

Existem doze (12) grandes ondas de vida evoluindo em nosso esquema de evolução, cinco (5) das quais completaram seu trabalho e se retiraram da manifestação: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer e Leão. As outras sete (7) estão ativas durante o Período Terrestre: Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes. A regra geral para um acorde na música é: duas notas na clave de Fá (positiva e negativa) e três na clave de Sol, a trindade. Dois mais três (2+3) somam cinco (5), o número dos sentidos do ser humano, como estão desenvolvidos atualmente. Um acorde na música é composto de uma combinação de tons que se misturam harmoniosamente quando tocados juntos, sendo que o tom mais baixo é a raiz ou nota-chave, e as outras duas notas, que formam o acorde, devem estar em harmonia com essa determinada nota, do contrário o resultado será uma dissonância.

Em toda parte da natureza encontramos o tom manifestado, como também o número, a cor e a forma; e isso sem exceção. A primeira oitava completa da escala cromática contendo 12 tons, dos quais procedem todos os temas celestiais, forneceu os tons usados durante o Período de Saturno. Durante cada um dos Sete Períodos, nossa onda de vida mergulha na matéria e sai dela novamente sete (7) vezes. Na aurora do Período de Saturno os Senhores da Mente (onda de vida de Sagitário) eram a humanidade; a onda de vida Arcangélica estava em um estágio semelhante à do animal; a onda de vida Angélica estava no estágio semelhante à do vegetal e a nossa própria onda de vida estava em um estágio semelhante aos minerais. O veículo mais inferior de cada onda de vida era constituído da substância da Região do Pensamento Concreto, e o único veículo do ser humano, o germe de seu atual Corpo Denso, também era feito dessa substância.

A onda de vida Ariana trabalhou com os vários veículos dessas quatro ondas de vida, – Senhores da Mente, Arcanjos, Anjos e nossa própria onda de vida (Peixes) – por meio do poder incorporado no tom Ré bemol, a onda de vida Taurina pelo poder produzido por Mi bemol, e a onda de vida Leonina pela força contida em Lá sustenido. As ondas de vida de Ariana e Taurina foram as primeiras a aparecer, preparando as condições apropriadas para o futuro desenvolvimento das quatro ondas de vida que evoluíram durante o Período de Saturno. Então, durante a primeira imersão (Revolução) de nossa própria onda de vida (Pisciana), quando essa tinha alcançado o ponto mais inferior (Região do Pensamento Concreto), por meio do poder da nota-chave Lá sustenido, os Leoninos[32] irradiaram de seus próprios corpos para os nossos, o germe do nosso atual veículo Denso. Mais tarde, durante nossa sétima imersão (Revolução) na Região do Pensamento Concreto, essa mesma onda de vida dos Leoninos, pelo poder da nota-chave Lá sustenido, despertaram a passiva força do nosso Espírito Divino.

Assim, a humanidade, ao final do Período de Saturno, possuía o germe do Corpo Denso, construído da substância da Região do Pensamento Concreto, e um Espírito Divino desperto, que mais tarde se desenvolveria no poder da Vontade. Durante o Período de Saturno, as várias ondas de vida envolvidas começaram a trabalhar no Mundo do Espírito Divino, depois entraram no Mundo do Espírito de Vida, em seguida na Região do Pensamento Abstrato e, finalmente, na Região do Pensamento Concreto (4). Após cada imersão completa (Revolução) na matéria que foram 7 em 7 globos, descansaram no Mundo dos Espíritos Virginais (1) assimilando tudo o que tinham contatado e preparando-se para outro Dia de Manifestação. Quatro (4) Mundos e mais um são cinco (5), o número de Cristo, indicando o tremendo poder que esse grande Ser se tornou no esquema da evolução.

Depois que todas as sete (7) imersões (revoluções) se completaram ao longo período de assimilação e descanso, onde toda a vida evoluinte se juntou, se misturando livremente desde a mais elevada até a mais inferior, as altas vibrações, por indução, elevaram as mais inferiores a um grau considerável. Isso aconteceu entre cada um dos Sete Períodos: Saturno, Solar, Lunar, Terrestre, de Júpiter, de Vênus e de Vulcano. A segunda oitava da escala cromática forneceu os sons musicais usados durante o Período Solar, e as primeiras ondas de vida a aparecer foram as de Leão, Senhores da Chama, nota-chave Lá sustenido, Virgem, Senhores da Sabedoria, nota-chave Dó em segunda oitava; Libra, Senhores de Individualidade, nota-chave Ré; Escorpião, Senhores da Forma, nota-chave Mi. Seguiram-se as de Sagitário, Senhores da Mente, nota-chave Fá, depois Capricórnio, Arcanjos, nota-chave Sol; Aquário, Anjos, nota-chave Lá, e depois Peixes, nossa própria onda de vida, nota-chave Si. Os Arcanjos foram a humanidade do Período Solar.

Durante a sexta imersão (Revolução) na matéria de nossa atual humanidade, a onda de vida de Câncer, os Querubins, cuja nota-chave é Sol sustenido, reapareceu e por meio do poder incorporado em sua nota-chave, despertou a passiva força do nosso Espírito de Vida. Ao final do Período Solar, nossa onda de vida possuía o germe aperfeiçoado do que se tornaria um Corpo Denso; depois o germe de um Corpo Vital, um Espírito Divino que despertou e um Espírito de Vida também despertado, que mais tarde se manifestaria como poder do Amor-Sabedoria. Durante o Período Solar, as várias ondas de vida começaram seu trabalho no Mundo do Espírito de Vida, depois entraram na Região do Pensamento Abstrato, depois na Região do Pensamento Concreto e, por último, no Mundo do Desejo. Após cada imersão completa na matéria (Revolução) – 7 delas sobre 7 globos – todas descansaram no Mundo do Espírito Divino, novamente assimilando tudo o que haviam contatado, e se preparando para outro Dia de Manifestação.

O veículo mais inferior da onda de vida evoluinte era, então, composto de substância do Mundo do Desejo. Notemos que, após o término do Período Solar, seguiu outro grande período de descanso assimilativo. A terceira oitava da escala cromática forneceu os sons musicais usados durante o Período Lunar. Na aurora do Período Lunar, começaram a aparecer as várias ondas de vida em evolução. Primeiro surgiram os Senhores da Sabedoria, Virgem, trazendo consigo os veículos germinais do ser humano em evolução; os Senhores da Individualidade, Libra, foram os seguintes imediatos e tiveram a tarefa especial da evolução material do Período Lunar. Durante o Período de Saturno, o Corpo Denso germinal do ser humano começou a desenvolver os órgãos dos sentidos. A música era no tom Lá sustenido, a nota-chave de Leão (Si bemol Maior (B flat Major ou Bb ou Sib Maior)). Para sustenizar uma letra (ou nota), toca-se a tecla preta logo acima dela.

Para bemolizar uma letra (ou nota), toca-se a tecla preta logo abaixo dela. Se a chave de Lá sustenido (ou Si bemol) foi usada para desenvolver os órgãos dos sentidos no germe do Corpo Denso, então, os tons da escala de Lá sustenido (ou Si bemol) podem ser usados para fornecer a continuidade desse desenvolvimento. A escala Lá sustenido contém quatro notas sustenidas: Lá sustenido, Si sustenido, Ré sustenido, Mi sustenido e três notas dobradas sustenidos: Fá dobrado sustenido, Dó dobrado sustenido, Sol sobrado sustenido. Os acordes são:

A escala Si bemol contém duas notas bemolizadas, mas observem que as notas, exceto os sustenidos e bemóis, são exatamente as mesmas. As notas são bemolizadas são Si e Mi.

Os Senhores da Chama exerceram a liderança durante o Período de Saturno; e como sua escala musical, Lá sustenido (ou Si bemol), continha os tons usados ​​para despertar o poder do Espírito Divino, que é a Vontade, então, esses mesmos tons possuem um imenso valor para futuramente desenvolver ainda mais esse poder tão elevado do Espírito, a Vontade.

Na segunda imersão (Revolução) na matéria, no Período Solar, a onda de vida de Virgem (Senhores da Sabedoria) irradiou de seus próprios corpos o germe do Corpo Vital do ser humano, incluindo todas as possibilidades que ele possuía, e o implantou no próprio corpo do ser humano. A onda de vida de Virgem tem Dó natural como sua nota-chave; e consequentemente, os acordes pertencentes a essa escala, a escala de Dó natural, quando tocados, ajudarão no desenvolvimento futuro das potencialidades do Corpo Vital. Esses acordes são:

Algumas das potencialidades do Corpo Vital são crescimento, desenvolvimento das percepções sensoriais, propagação, desenvolvimento e ação das glândulas e de todos os órgãos físicos, que utilizem da substância etérica, possuídos pelo Corpo Físico. Durante a sexta imersão (Revolução) na matéria, no Período Solar, a onda de vida de Câncer despertou o germe do Espírito de Vida. A nota-chave de Câncer é Sol sustenido Maior (Lá bemol), e os tons de acordes pertencentes a essa onda de vida é que foram usados ​​para obter os resultados.

Os acordes pertencentes a Sol sustenido Maior são:

Se os tons de Sol sustenido Maior (Lá bemol) despertaram o germe do Espírito de Vida, esses mesmos tons musicais ajudarão a estimular e a desenvolver poderes potenciais do Espírito de Vida. A terceira oitava da escala cromática forneceu os tons musicais usados durante o Período Lunar. No Período Lunar, durante a terceira imersão (Revolução) em substância mais densa do corpo, a onda de vida de Libra, Senhores da Individualidade, irradiaram de si mesmos o germe que mais tarde se desenvolveu no Corpo de Desejos do ser humano. O nota-chave de Libra é Ré Maior, e os tons pertencentes a essa escala, representados pelos seus acordes, é que foram usados para realizar esse trabalho. Os acordes pertencentes a Ré Maior são encontrados na escala que usa dois sustenidos. As notas sustenidas são Dó e Fá.

Os acordes dessa escala são:

Os tons encontrados nos acordes em Ré Maior ajudarão a desenvolver o Corpo de Desejos, de acordo com o perfeito padrão cósmico. Durante a quinta imersão (Revolução) em substância mais densa no Período Lunar, a onda de vida de Gêmeos, os Serafins, reapareceram e despertaram, até então passivo, o Espírito Humano. A nota-chave da onda de vida de Gêmeos é Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior). As notas sustenidas são: Lá, Dó, Ré, Mi, Fá e Sol (todas sustenidas, exceto o Si). Os acordes de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior) são:

Os tons usados para estimular e ajudar a promover o desenvolvimento do Espírito Humano são encontrados nos tons de acordes pertencentes à tonalidade de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior).

No final do Período Lunar, o terceiro grande Dia Cósmico, encontramos as seguintes condições: as ondas de vida, por meio do poder de seus respectivos tons musicais incorporados em escalas e acordes, trabalharam sobre o desenvolvimento do ser humano: Áries Ré bemol; Touro, Mi bemol; Gêmeos, Fá sustenido; Câncer, Sol sustenido Maior; Leão, Lá sustenido; Virgem, Dó natural; Libra, Ré Maior. Como resultado de seus trabalhos, o espírito-ser humano possuía despertos os poderes do Espírito: Divino e de Vida e Humano os Corpos: Denso, Vital e de Desejos, muito pouco desenvolvidos, e que estavam ainda no início de sua manifestação. Os tons usados pelas ondas de vida em seus trabalhos são encontrados no piano, começando com Ré bemol na extremidade inferior do teclado e se estendendo até ao Dó central, no meio do teclado. Nessa época, o ser humano ainda estava fora de seus veículos e, todo o trabalho que executava era automático e dirigido pelos grandes Seres mencionados acima, que estavam encarregados de sua evolução.

Capítulo VII – Nosso Espírito-Grupo, Jeová e Nossa Própria Onda de Vida

No final do Período Lunar houve uma divisão no Globo ou no Planeta na qual estávamos evoluindo, e esse Planeta menor foi arremessado ao espaço. Esse Planeta se condensou muito rapidamente e permanecendo o campo da nossa evolução até o final do Período Lunar. Com relação a essa época, Max Heindel diz: “Imagine um imenso globo girando no espaço como um satélite ao redor de globo de origem. É o Corpo do Grande Espírito, Jeová. Assim como agora somos constituídos de carne macia e ossos duros, assim também a parte central do Corpo de Jeová era mais densa que a externa, que era nebulosa e semelhante à nuvem. Embora sua consciência interpenetrasse o todo, ele próprio aparecia principalmente na nuvem, juntamente com seus Anjos e outras Hierarquias Criadoras. Desse grande firmamento de nuvens pendiam milhões de cordões, cada um com sua própria bolsa fetal, pairando próximo à densa parte central da nuvem. E, assim como a corrente vital da mãe humana circula por meio do cordão umbilical, nutrindo o embrião durante a vida pré-natal com o propósito de desenvolver um veículo onde o espírito possa habitar independentemente quando o período de gestação for completado, também, a vida divina de Jeová nos cobria na nuvem e acompanhou toda a família humana durante aquele estágio embrionário de nossa evolução. Éramos, então, tão incapazes de iniciativa como o feto o é hoje”.

No final do Período Lunar, as partes divididas do globo original foram dissolvidas e imersas no Caos geral, que precedeu a reorganização do globo para o Período Terrestre. No Período Terrestre, a onda de vida de Virgem, os Senhores da Sabedoria, nota-chave Dó natural (também Dó central do Piano), se encarregaram do desenvolvimento do Espírito Divino, o poder-vontade do ser humano. Os acordes de Dó natural são encontrados no Capítulo VI. A onda de vida de Libra, os Senhores da Individualidade, estava suficientemente avançada para despertar o segundo poder do ser humano, o poder do amor do Espírito de Vida de atração e coesão, colocado sob seus cuidados. Sua nota-chave é Ré Maior e, também, os acordes de Ré Maior podem ser encontrados no Capítulo VI.

A onda de vida de Escorpião, os Senhores da Forma, se encarregaram do terceiro poder do ser humano, o Espírito Humano, que é o poder da sua atividade e se manifesta como fecundação – o poder de produzir e crescer. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior, e tem 4 sustenidos, a saber, Dó sustenido, Ré sustenido, Fá sustenido e Sol sustenido. Os acordes são:

Durante a quarta imersão na matéria (ou Revolução), na Época Atlante, a onda de vida de Sagitário, os Senhores da Mente, irradiaram de si mesmos para o interior do nosso ser, o núcleo do material com o qual estamos, agora, procurando construir uma Mente organizada. A Mente é formada pela substância das quatro Regiões do Pensamento Concreto. A segunda Região contém os arquétipos da vitalidade universal; a terceira contém os arquétipos do desejo e da emoção; a quarta região contém as forças arquetípicas da mente humana, sendo que a primeira, ou região mais inferior, contém os arquétipos da forma.

A Região das Ideias Germinais, na Região do Pensamento Abstrato, é refletida na primeira Região do Pensamento Concreto. As Ideias Germinais de Vida, na Região do Pensamento Abstrato, são refletidas na segunda Região do Pensamento Concreto, e a Região das Ideias Germinais Abstratas do Desejo e das Emoções são refletidas na terceira Região de Pensamento Concreto. Na última parte da Época Lemúrica uma pequena parte da nossa humanidade estava suficientemente desenvolvida para que pudesse receber o germe da Mente. A nota-chave de Sagitário é Fá Maior e tem um bemol, que é o Si. Os acordes são:

Observe que esse acorde está correlacionado com a Mente, o último veículo adquirido pelo ser humano e o menos desenvolvido dos quatro que possui: Denso, Vital, de Desejos e Mente. Aqui temos a chave para o rápido desenvolvimento mental, os acordes de Fá Maior, que contém Si bemol (Sib). Max Heindel afirma que as tonalidades musicais ou encantamentos são usadas em todas as ordens ocultas e para todos os propósitos. Nas ordens ocultas, como a dos Rosacruzes, a nota-chave do encantamento entoado em cada grau é de uma medida vibratória diferente da nota-chave de todos os outros graus e aquele que não possuir a chave é incapaz de se harmonizar nesse grau, se sentindo paralisado, como se houvesse uma muralha invisível de vibração circundando o Templo.

Max Heindel afirma ainda que a música tem uma missão maior do que simplesmente a de nos proporcionar prazer. De fato, a Harmonia das Esferas é a base de toda evolução, pois sem ela não poderia haver qualquer progresso; e no momento em que nossos ouvidos estabelecem harmonia com ela, alcançaremos a “chave” para todo avanço. Ele diz que no Segundo Céu o Espírito possui o conhecimento dos sete Planetas, que formam a caixa de ressonância e as sete cordas da lira de Apolo. Os Senhores da Mente, Sagitário, só trabalham com a humanidade no plano terrestre, pois não tratam com nada que seja inferior à substância mental. Os Arcanjos são especialistas em construir Corpos a partir da substância do desejo e, portanto, são capazes de ensinar o ser humano e aos animais a moldar e usar o Corpo de Desejos. A nota-chave dos Arcanjos, a onda de vida de Capricórnio, é Sol Maior. Sua escala tem um sustenido, a saber, Fá sustenido (Fá#). Seus acordes são:

Os Anjos são extremamente experientes na construção do Corpo Vital, pois no Período Lunar, quando eram humanos, o Éter era o estado mais denso da matéria. Devido a sua habilidade de construir e modelar o Éter, eles são realmente os instrutores do ser humano, do animal e das plantas, em relação às funções vitais, incluindo a propagação e nutrição. A nota-chave dos Anjos, os Aquarianos, é Lá Maior. Sua escala tem 3 sustenidos, ou seja, Fá sustenido (Fá#), Dó sustenido (Dó#), Sol sustenido (Sol#). Seus acordes são:

Nossa própria onda de vida humana está aprendendo a se tornar perita na construção de Corpos a partir da substância física e, portanto, as pessoas estão ficando aptas a se tornarem instrutoras para o reino mineral, quando os membros desse reino estiverem suficientemente individualizados para utilizar formas distintas.

Já estamos começando a modelar vários minerais em formas individuais. A nota-chave da humanidade, os piscianos, é Si Maior. Sua escala tem 5 sustenidos, a saber, Fá sustenido (Fá#), Dó sustenido (Dó#), Sol sustenido (Sol#), Ré sustenido (Ré#) e Lá sustenido (Lá#). Seus acordes são:

A nota-chave da onda de vida de Áries é Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). Sua escala contém 5 bemóis, a saber, Sol bemol (Solb), Si bemol (Sib), Ré bemol (Réb), Mi bemol (Mib), Lá bemol (Láb). Seus acordes são:

A nota-chave da onda de vida de Touro é Mib maior. Sua escala contém 3 bemóis, a saber, Láb, Sib, Mib. Seus acordes são:

Cada parte do corpo do ser humano foi construído pelas notas-chave vibratórias das doze grandes ondas da vida assistidas pelos Sete Espíritos diante do Trono: Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus, Mercúrio, mais a ação de Netuno, Lua terrestre. Os poderes espirituais do ser humano foram despertados por algumas das doze grandes ondas da vida, como mencionado nos capítulos anteriores.

Esse trabalho foi e continua sendo executado em toda a humanidade, independentemente do Signo Solar planetário do indivíduo. Todos esses grandes Auxiliares Invisíveis estavam, ou estão agora, executando suas atividades sob a direção do Deus do nosso Sistema Solar, e são, por assim dizer, Seus embaixadores terrestres. O Deus do nosso Sistema Solar cria em ondas de vida, como já mencionado. Doze dessas ondas de vida têm os mesmos nomes que os Signos do Zodíaco e serão usadas mais tarde por Eles como Signos de Seu próprio Zodíaco, quando Ele se dissolver na unidade para formar o invólucro de um Sistema Solar para um outro Deus.

As ondas de vida de Áries e Touro estão agora no Mundo de Deus; as ondas de vida de Gêmeos, Câncer e Leão estão no Mundo dos Espíritos Virginais; a onda de vida de Virgem está no Mundo Espírito Divino; a onda de vida de Escorpião está na Região do Pensamento Abstrato do Mundo do Pensamento; a onda de vida de Sagitário está na Região do Pensamento Concreto no Mundo do Pensamento; a onda de vida de Capricórnio está no Mundo do Desejo; a onda de vida de Aquário está na Região Etérica do Mundo Físico; e a onda de vida de Peixes está na Região Química do Mundo Físico. Isso não significa que os seres pertencentes a essas doze ondas de vida estejam confinados dentro dos limites de uma determinada Região ou Mundo.

Essas regiões são simplesmente seus lares; eles estão livres para prestar serviço em muitas outras localidades ou em outros planos, da mesma forma que nossa própria onda de vida, durante a atual manifestação, funciona em Mundos tão elevados quanto o Mundo do Pensamento Abstrato. Quanto mais compreendermos a criação, melhor entenderemos a música e vice-versa. Por exemplo, um acorde perfeito é formado da primeira, terceira e quinta letras ou notas na escala. As letras são C, E, G; as notas são Dó, Mi, Sol, sendo que tanto as letras quanto as notas representam o mesmo tom. Para sabermos qual a onda de vida planetária que rege espiritualmente um Período devemos primeiro atentar para a onda de vida humana daquele período.

Os Sagitarianos ou Senhores da Mente eram a humanidade do Período de Saturno. Agora, começando por Sagitário conte mais cinco ondas de vida para cima e chegaremos à onda de vida de Leão ou Senhores da Chama, que tinham aos seus cuidados os impulsos espirituais começando a agir sobre a humanidade do Período de Saturno. Lembremos que a nota-chave de Leão é Lá sustenido (musicalmente usado: Sib Maior – Bb Major), cuja música está relacionada com o trabalho feito para o crescimento do Corpo Denso e o despertar do Espírito Divino. Assim, qualquer música escrita na tonalidade de Lá sustenido (Bb Major) favorecerá o trabalho executado durante o Período de Saturno. A humanidade do Período Solar eram os Capricornianos ou Arcanjos.

Começando aqui e contando para cima até cinco, encontramos os Virginianos ou Senhores da Sabedoria, como a onda de vida encarregada dos impulsos espirituais que estavam começando a atuar sobre a humanidade do Período Solar. A nota-chave de Virgem é Dó natural. O trabalho especial que estava sendo feito se relaciona com o crescimento do Corpo Vital e o despertar do Espírito de Vida. Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Dó natural ajudará o trabalho iniciado no Período Solar. A humanidade do Período Lunar era a dos Aquarianos ou Anjos. Começando com eles e contando para cima até cinco, encontramos a onda de vida de Libra ou dos Senhores da Individualidade, encarregados dos impulsos espirituais que estavam agindo sobre a humanidade do Período Lunar. A nota-chave de Libra é Ré Maior. O trabalho especial que estava sendo feito se refere ao crescimento do Corpo de Desejos e o despertar do Espírito Humano.

Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Ré Maior ajudará o trabalho iniciado no Período Lunar. A humanidade do Período Terrestre é a dos Piscianos, nossa própria onda de vida. Começando com Peixes e contando para cima até cinco, encontramos as ondas de vida de Escorpião ou Senhores da Forma, encarregados dos impulsos espirituais que agora estão sendo dirigidos para nós, a humanidade do Período Terrestre. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior. O trabalho especial que está sendo feito durante o Período Terrestre se refere ao desenvolvimento do veículo Mente. Consequentemente, qualquer música escrita na tonalidade de Mi Maior ajudará o crescimento da Mente, que é o trabalho do Período Terrestre. O propósito da regência espiritual é principalmente dar os impactos necessários para que atuem como um estímulo de ação na onda de vida inferior, sobre a qual o impacto é dirigido, pois todo desenvolvimento é o resultado de algum tipo de atividade musical.

Resumindo o que foi dito, encontramos:

Os acordes relacionados aos três poderes do Espírito e aos quatro veículos do ser humano, como também, toda música escrita na nota-chave dos acordes, podem ser efetivamente usados para desenvolver os três poderes espirituais do ser humano e os seus quatro veículos.

Capítulo VIII – A Harmonia das Esferas

A Harmonia das Esferas não está composta de tom único; varia de dia a dia e de mês a mês, conforme o percurso do Sol e dos Planetas através de cada Signo. Há, também, variações anuais periódicas devido à Precessão dos Equinócios. Há real e uma infinita variedade na Música das Esferas, e que realmente deve acontecer, pois a constante mudança da vibração espiritual é a base de toda a evolução física e espiritual. Nos meses de março e abril predominam os tons de Áries e Marte, propícios à germinação, renovação de vida e crescimento nos reinos humano e vegetal. Se pudéssemos ter uma leve ideia da Música das Esferas nessa época, ouviríamos canções de Páscoa como:

Jesus Cristo ressuscitou hoje, Aleluia!

Nosso dia sagrado e triunfante, Aleluia!

Aquele que na Cruz pregado, Aleluia!

Sofreu para nos resgatar da perdição, Aleluia![33]

Cristo Jesus é a personificação do amor espiritual; portanto, a música composta na tonalidade de Libra (Ré Maior), regida por Vênus, o Planeta do amor, está em total harmonia com a Sua vibração, e com a desse grande Ser. Em junho e julho, os tons produzidos por Câncer e pela Lua predominam, auxiliados pelos tons de Leão e pelo Sol, os quais tendem a amadurecer os processos iniciados pelos tons energizantes de março, abril, maio e junho. Durante junho, julho, agosto e setembro, o amor e a vida agem intensamente nos corações em regozijos, pois são Mestres na luta pela existência, enquanto o Sol é exaltado nos céus do norte até ao máximo de seu poder na época do Solstício de Junho. Essa é a época em que o Cristo, tendo alcançado o trono do Pai (o Mundo do Espírito Divino), depois de ter completado Seu trabalho terrestre por mais um ano, é saudado pelas hostes celestiais, os Senhores da Sabedoria, que também habitam lá.

Em honra a esse grande Ser, que deu a Sua vida até a exaustão, é apropriado nos juntarmos àquele coro celeste cantando:

Aclamem todos o poder do nome de (Cristo) Jesus!

Deixe os Anjos prostrarem-se;

Tragam o diadema real

E como o Senhor de todos, coroem-No[34].

A nota-chave de Leão é Lá sustenido Maior (musicalmente Si bemol). O Sol, seu Regente, e sua palavra-chave é Vida. A nota-chave de Câncer é Sol Maior e sua palavra-chave é a fecundação. Em setembro, outubro, novembro e dezembro os tons de Virgem, cuja nota-chave é Dó natural, e a palavra-chave de Mercúrio, razão energizada pelos tons de Escorpião, nota-chave é Mi Maior e pela palavra-chave de Marte, energia dinâmica, se prepararam para o encontro com a força dos raios do Cristo que se aproxima, na sua descida anual à Terra, e cujas poderosas vibrações espirituais estão na atmosfera da Terra e a humanidade seria capaz usá-las, com maior proveito, se conhecesse os fatos e redobrasse seus esforços para prestar o serviço amoroso e desinteressado aos seus semelhantes.

Apresentamos aqui a letra e a música que podem ser de grande valia a cada um de nós para o seu desenvolvimento evolutivo:

Oh, adorem o Rei, todos que são gloriosos no além,

E com gratidão, cantem Seu maravilhoso amor;

Nosso Amparo e Defensor, o Venerável dos Dias vem,

Envolvido em grande luz e cingido com louvor[35].

Verdadeiramente é assim; pois a medida em que Cristo desce para à Terra, uma canção harmoniosa, rítmica e vibratória, uma hosana é cantada pelas hostes celestiais enchendo a atmosfera da Terra e atuando sobre todos, como um impulso em direção à aspiração espiritual. Durante dezembro, janeiro, fevereiro e março, os tons do filantrópico Sagitário, nota-chave Fá Maior, regido pelo otimista e benevolente Planeta Júpiter, cuja palavra-chave é idealismo, e o quieto e metódico Capricórnio, nota-chave Sol Maior, regido pelo conservador e perseverante Saturno, cuja palavra-chave é obstrução, com suas sistemáticas atividades construtivas, preparam a Terra para receber o raio do amor de Cristo e nutri-la, até que esteja preparada para a liberação, até o centro da Terra e, então, começa sua viagem para fora, em direção a periferia da Terra, alcançando-a na época do Equinócio de Março.

Quando os dias são curtos e as noites longas, na Noite Santa[36], o raio do Espírito de Cristo alcança o centro da Terra. Aqui Ele permanece por três dias e três noites liberando de Si mesmo a germinante força do Espírito Santo que, lentamente, vai permear a Terra e frutificá-la para o próximo ano. Sem esse poder vitalizante e energizante liberado pelo Cristo, a Terra permaneceria fria, estéril e sombria; todos os seres viventes pereceriam e todo progresso ordenado seria frustrado, no que se refere ao nosso atual esquema de desenvolvimento. Portanto, seria mais apropriado que na época Santa do Natal emanássemos nosso sincero reconhecimento e adoração, juntando-nos às hostes celestiais, entoando canções de louvor sintonizadas à música celestial, dada a nós pelo grande músico e mestre Felix Mendelssohn[37]:

Ouçam! Os Anjos mensageiros cantam;

Glória ao recém-nascido Rei;

Paz na Terra e suave misericórdia,

Deus e pecadores reconciliados;

Alegre, que todas as nações se elevam,

Junta-te ao triunfo dos céus; com a hoste angelical proclamar, Cristo nasce em Belém.[38]

As ondas de vida Hierárquicas e os Signos zodiacais não são os únicos auxiliares da humanidade para ajudá-la em sua evolução. Os Sete Espíritos ante o Trono: Marte, Mercúrio, Vênus, Terra, Saturno, Júpiter e Urano prestaram e estão prestando um grande serviço à humanidade e, no momento, em contato muito íntimo com a humanidade. Cada um desses Planetas têm uma nota-chave própria, e é através do poder vibratório delas que os Planetas são capazes de prestar auxílio. Quando o Espírito inicia os preparativos para o renascimento, ele constrói o arquétipo criativo de sua forma física no Segundo Céu, a Região do Pensamento Concreto do Mundo do Pensamento, com a assistência dos Sete Espíritos ante o Trono. Esse arquétipo é um modelo ou um molde sonoro, vibrante, uma cavidade oca posta em ação pelo Espírito, com uma certa força que é proporcional ao tempo a ser vivido na Terra.

Até que o arquétipo cesse de vibrar, a forma correspondente, construída dos elementos químicos da Terra, continuará a existir. A Região do Pensamento Concreto é o reino do som, onde a Harmonia das Esferas, uma música verdadeiramente celestial, impregna tudo que lá existe, assim como a atmosfera da Terra circunda e envolve tudo aqui. Podemos dizer que todas as coisas nessa região estão envolvidas e permeadas por música – vivem e crescem por meio da música. Tudo isto demonstra, claramente, que nossa música terrena não aconteceu por acaso, mas foi estabelecida sobre bases encontradas nos Mundos espirituais mais elevados, cuja origem está na palavra falada de Deus, o Criador do nosso Sistema Solar.

Capítulo IX – O Arquétipo e o Corpo Denso

Observemos que as notas da escala musical são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si[39], que formam um intervalo de sete tons, a base da Harmonia das Sete Esferas. As vibrações de Urano e Netuno só atuaram no progresso material do ser humano muito depois da época de Pitágoras, quando começou a sentir suas vibrações. Os tons desses dois Planetas, acrescentados aos sete, perfazem nove, o número da humanidade.

Os sete tons maiores da escala, quando tocados corretamente, possuem dentro de si os poderes criativos e construtores de Deus. A manifestação dos tons menores é subjetiva ou assimilativa por natureza, portanto, não criativa. O lar dos cinco tons menores é o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato).

Quando o Espírito abandona o Corpo Denso (físico) no momento da morte, ele passa pelo Mundo do Desejo, Mundo do Pensamento Concreto (Segundo Céu) e Mundo do Pensamento Abstrato (Terceiro Céu), onde permanece algum tempo antes de voltar a renascer na Terra. Quando chega o momento do renascimento, ele deixa o Mundo do Pensamento Abstrato e penetra no Mundo do Pensamento Concreto. Ali, a Música das Esferas põe, imediatamente, o Átomo-semente do Corpo Denso em vibração, e um desses sete Planetas vibra, em particular harmonia com o Átomo-semente do Corpo Denso do Espírito. Cada tom planetário é modificado para se adaptar ao tom básico desse Planeta, em harmonia com o denso Átomo-semente do Corpo físico do Espírito, tornando-se, assim, o Regente planetário dessa próxima vida terrena do Espírito.

Quando os tons dos vários Planetas se chocam com o Átomo-semente do Corpo Denso, cada um deles ajuda a construir o arquétipo do Espírito, e mais tarde, as linhas de força vibratórias formadas no arquétipo, atraem e ordenam adequadamente os átomos densos do Corpo físico. Assim, tanto o arquétipo quanto o Corpo Denso expressam, de forma acurada, a Harmonia das Esferas exatamente como foi tocada durante o período da construção arquetípica. O período de tempo transcorrido desde o momento em que o Espírito deixa o Terceiro Céu (Região do Pensamento Abstrato do Mundo do Pensamento), até que penetre no Corpo de sua futura mãe, é muito mais longo do que o período de gestação (9 meses) e varia de acordo com a complexidade da estrutura necessária pelo Espírito que procura renascer.

Nem o processo da construção do arquétipo é contínuo; pois sob certos Aspectos (Quadraturas, Oposições, Trígonos, Sextis, Conjunções e Paralelos), os Astros podem produzir notas às quais os poderes vibratórios do Átomo-semente podem não responder; e, mais uma vez, o Espírito simplesmente sussurra tons que já aprendeu e, assim empenhado, aguarda um novo tom que possa utilizar para construir melhor o organismo pelo qual deseja se expressar. Também é necessário tempo para atrair o material que se precisa nas várias regiões do Mundo do Desejo (7 Regiões), para construir um novo Corpo de Desejos, onde o arquétipo controla a quantidade do material e o Átomo-semente do Corpo de Desejos controla a sua qualidade.

Na Região Etérica do Mundo físico, esse material precisa ser atraído para um novo Corpo Vital, mas fica a cargo do Anjos do Destino e seus agentes a separação de uma parte desse material para formar a matriz etérica para o Corpo Denso, que será construído mais tarde. Lembremo-nos de que estamos agora trabalhando sob influência dos sete tons no meio do teclado do piano, que é a oitava do meio, havendo três oitavas de cada lado dela. As lições pertencentes às três oitavas abaixo devem ser, por nós, completadas. As lições pertencentes à oitava do meio são as que estamos aprendendo. Note que as lições pertencentes aos tons da oitava mais inferior no teclado do piano – Período de Saturno – estavam empenhadas na construção do Corpo Denso e no despertar dos poderes negativos do Espírito Divino. As lições pertencentes à segunda oitava do teclado do piano – Período Solar – estavam correlacionadas aos tons produzidos por essa oitava e estavam empenhadas na construção do Corpo Vital (Virgem, nota-chave Dó natural), e no despertar dos poderes negativos do Espírito de Vida, a onda de vida de Câncer, nota-chave Sol sustenido Maior (musicalmente Lá bemol). As lições, pertencentes aos tons da terceira oitava no teclado do piano – Período Lunar – estavam correlacionadas aos tons produzidos por essa oitava. Elas dizem respeito à construção do Corpo de Desejos (Libra, nota-chave Ré Maior) e ao despertar dos poderes negativos do Espírito Humano (Gêmeos, nota-chave Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# Maior)). As lições pertencentes aos tons da quarta ou oitava do meio – Período Terrestre – se relacionam com a construção do veículo Mente e com o seu desenvolvimento; o mais importante desses tons para a humanidade atual é Fá Maior, a nota-chave dos Senhores da Mente, os Sagitarianos.

O ser humano tendo adquirido seus Corpos: Denso, Vital, de Desejos e o veículo Mente, precisa aprender a cuidar deles e mantê-los em condições saudáveis durante o Período Terrestre, o que depende quase inteiramente do estado da Mente. Em geral, a Mente forma uma perfeita conexão entre o Espírito e seus quatro veículos, mas é possível que essa conexão se torne falha ou mesmo completamente rompida, e então, sérios transtornos mentais poderão advir. As doenças mentais podem ocorrer na união da Mente descontrolada com o Corpo de Desejos, ou pelo prolongado som violento de uma ou de todas as vibrações astrais, sejam da Lua, de Mercúrio, Urano ou Netuno. Usadas dessa maneira, elas têm o poder de destruir não só a própria Mente, mas também o Corpo Denso, Vital e de Desejos, enquanto que vibrações de baixa intensidade, suaves e rítmicas desses Astros suavizam e curam.

Capítulo X – O Poder Curador da Música

A vibração é vida manifestada, e é a origem de todas as coisas criadas que existem ou sempre existiram. A inércia, seu oposto, resulta em separação, desintegração e deterioração. Música e cor, ambas, são o produto de certos graus do poder vibratório. Os graus vibratórios harmoniosos são saudáveis, criadores e construtivos; os discordantes são destrutivos, fazem perder a integridade e são susceptíveis à dissolução. O som é a origem da cor e tão somente um som claro e melodioso pode produzir uma cor bela, atraente e inspiradora.

O espectro solar reflete sete cores distintas: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta. Existem sete tons produzidos no teclado do piano pelas teclas brancas de uma oitava. Dó corresponde ao vermelho, Ré ao laranja, Mi ao amarelo, Fá ao verde, Sol ao azul, Lá ao índigo e Si ao violeta. Quando uma oitava musical termina, outra começa e progride exatamente com duas vezes mais vibrações que as usadas na primeira oitava, e as mesmas notas são repetidas em uma escala mais delicada. É o mesmo que ocorre com o olho normal: quando essa escala é completada na cor violeta, outra oitava mais delicada de cores, invisíveis, com duas vezes mais vibrações, terá início e progredirá de acordo com a mesma lei. Áries tem a regência geral da cabeça e dos vários órgãos dentro da cabeça e sobre os olhos; mas o nariz está sob a regência de Escorpião. Assim, uma doença de algum desses órgãos, exceto o nariz, será beneficiada pela música tocada suavemente na escala de: Ré bemol Maior (D flat Major, Db ou Reb Maior). Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Áries são: a dor de cabeça, a nevralgia, o coma e as condições de transe, as doenças do cérebro e hemorragias cerebrais. O tratamento para combater essas doenças é a música tocada suavemente na tonalidade de: Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior). Touro rege o pescoço, a garganta, o palato, a laringe, as tonsilas, a mandíbula inferior, os ouvidos, a região occipital do cérebro, o cerebelo, a vértebra atlas[40], as vértebras cervicais, as artérias carótidas, as veias jugulares e os vasos sanguíneos menores. A música tocada suavemente na tonalidade de Mi bemol Maior (E flat Major ou Eb ou Eb Maior) é de grande benefício quando um desses órgãos começa a mostrar sinais de doença. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Touro são: o bócio, a difteria, a crupe e a apoplexia. Como cada Signo sempre reage sobre o Signo oposto, as aflições em Touro também podem produzir as doenças venéreas, a constipação ou menstruação irregular. Gêmeos rege os braços e as mãos, os ombros, os pulmões, a glândula timo e a caixa torácica superior. Qualquer doença em uma dessas partes pode ser tratada por música tocada suavemente na tonalidade de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior). Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Gêmeos são: a pneumonia, as doenças pulmonares, a pleurisia, o bronquite, a asma e a inflamação do pericárdio. Música tocada suavemente na nota-chave de Fá sustenido Maior (F sharp Major ou F# ou F# Maior) é benéfica para neutralizar a atividade dessas doenças. Câncer rege o esôfago, o estômago, o diafragma, o pâncreas, as mamas, os vasos lácteos, os lóbulos superiores do fígado e o ducto torácico. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Câncer são a indigestão, o gás no estomago, a tosse, os soluços, a hidropisia, a melancolia, a hipocondria, a histeria, os cálculos biliares e a icterícia. Doenças mencionadas sob a regência de Câncer são neutralizadas por música tocada suavemente em Sol sustenido (musicalmente: Lá bemol) Maior[41]. Leão rege o coração, a região dorsal da coluna vertebral, a medula espinhal e a aorta. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Leão são: a regurgitação, a palpitação, os desmaios, o aneurisma, a meningite espinhal, a curvatura da coluna vertebral, a arteriosclerose, a angina do peito, a hiperemia, a anemia e a hidremia. Música tocada suavemente na nota-chave de Lá sustenido (musicalmente Si bemol) Maior[42] traz alívio para quem sofre dessas doenças. Virgem rege a região abdominal, os intestinos grosso e delgado, os lobos inferiores do fígado e o baço. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Virgem produzem: a peritonite, a tênia e desnutrição, a interferência na absorção do quilo, a febre tifoide, a cólera e o apendicite. A melhor música tocada para aliviar qualquer uma das aflições mencionadas é a de Dó natural[43] suavemente executada. Libra rege os rins, as suprarrenais e a região lombar da espinha, o sistema vasomotor e a pele. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Libra são: a poliúria ou supressão da urina, a inflamação dos ureteres, que conectam os rins com a bexiga, a doença de Bright[44], o lumbago, a eczema e outras doenças de pele. A música para o tratamento dessas doenças deve ser tocada suavemente na tonalidade de Ré Maior[45]. Escorpião rege: a bexiga, a uretra, os órgãos genitais em geral, também o reto e o cólon descendente, a flexura sigmoide, a próstata e os ossos nasais. Algumas das doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Escorpião são: o catarro nasal, as adenoides, o pólipo, as doenças do útero e dos ovários, as várias doenças venéreas, o estrangulamento e alargamento da glândula da próstata, as irregularidades da menstruação, a leucorreia, a hérnia, os cálculos renais e a litíase. A nota-chave de Escorpião é Mi Maior[46]. Música tocada suavemente nesse tom dissipa as doenças de Escorpião. Sagitário rege: os quadris e as coxas, o fêmur, o íleo, as regiões do cóccix e sacral da coluna vertebral, as artérias e veias ilíacas e os nervos ciáticos. Música tocada suavemente na tonalidade de Fá Maior[47] é o melhor tratamento quando alguma dessas partes do corpo sofrem das doenças próprias dessas partes. Capricórnio rege: a pele, os joelhos e tem também uma ação reflexa sobre o estômago, que é governado pelo Signo oposto, Câncer. Música tocada suavemente na tonalidade de Sol Maior[48] é melhor para curar as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Capricórnio, que são: o eczema e outras doenças de pele, a erisipela, a hanseníase e os distúrbios digestivos. Aquário rege: os tornozelos, os membros desde os joelhos até os tornozelos, e tem uma ação reflexa em seu Signo oposto, Leão; daí aflições em Aquário produzirem as varizes, provocar a entorse de tornozelo, as irregularidades da ação do coração e a hidropisia. A nota-chave de Aquário é Lá Maior[49]. Música tocada suavemente nesse tom é melhor para curar as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Aquário. Peixes governa os pés e os dedos dos pés. Também exerce efeito reflexo sobre região abdominal governada pelo Signo oposto Virgem; portanto, as aflições neste Signo indicam os problemas e as deformações dos pés, as doenças intestinais e a hidropisia; também desejo por bebida e drogas que podem levar ao delirium-tremens. Música tocada suavemente na tonalidade de Si Maior[50] é melhor para as doenças atribuídas às partes do Corpo regidas por Peixes.

Capítulo XI – Os Auxiliares Invisíveis e a Cura

O Serviço de cura espiritual da Fraternidade Rosacruz é realizado pelos Probacionistas que trabalham à noite, enquanto estão fora de seus Corpos Densos que ficam adormecidos. Eles são chamados de Auxiliares Invisíveis porque não podem ser vistos pela visão física. Seu trabalho de cura depende dos seguintes fatores principais: o tom do Corpo Vital do paciente e do Probacionista Auxiliar Invisível curador devem estar em perfeita harmonia (isso está sob os cuidados dos Irmãos Maiores).

O Probacionista Auxiliar Invisível, em sua consciência de vigília, deve ter decidido se tornar um Auxiliar para a cura no plano invisível. Esses Auxiliares Invisíveis devem ser Probacionistas, porque ao estarem nesse degrau eles começam a vibrar em uníssono com os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz e, a cada manhã, quando realizam seu exercício matinal de Concentração, eles fortalecem essa vibração.

Os Auxiliares Invisíveis são de valor inestimável pela seguinte razão: o Corpo Vital do paciente, sobre o qual os Auxiliares Invisíveis trabalham, tem um tom particular (que é determinado pelo Signo Ascendente), e os Auxiliares Invisíveis são selecionados pelos Irmãos Maiores e enviados para trabalhar nos pacientes cujo grau de vibração, ou tom do Corpo Vital, esteja em perfeita harmonia com o do Auxiliar Invisível. Essa é a chave para o sucesso do trabalho efetuado pelos Auxiliares Invisíveis.

O Probacionista Auxiliar Invisível, em sua consciência de vigília, conformou sua Mente para estar disposto a ser um trabalhador no plano invisível, e estando sintonizado com a vibração dos Irmãos Maiores, estes supervisionam o seu trabalho. Essa é a razão pela qual um (a) enfermeiro (a) Probacionista, em nosso estabelecimento para o tratamento de pessoas que estão convalescendo ou estão doentes (ou enfermo), é de valor inestimável, pois esse (a) enfermeiro (a) está sintonizada tanto com a nota-chave do Corpo Vital do paciente, como com a vibração (o tom) dos Irmãos Maiores, que são os mentores de todo o trabalho espiritual realizado aqui.

Como ninguém nunca se torna um Auxiliar Invisível até que conforme a sua Mente para se tornar um, e uma vez que o desenvolvimento da Mente é o principal trabalho do Período Terrestre, é absolutamente necessário considerarmos como esse desenvolvimento mental é alcançado. Nenhum desenvolvimento espiritual pode ser alcançado sem a ajuda da Mente, pois a Mente é o elo entre o Espírito e seus veículos inferiores. Os poderes do Espírito são desenvolvidos pela essência da alma, pábulo, alimento extraído do Tríplice Corpo; a Mente é o único meio de transmitir essa essência alimentar para o Espírito.

Quanto mais desenvolvida for a Mente, mais eficiente ela se tornará como condutora do pábulo dos três veículos – Corpo Denso, Vital e de Desejos – para o Espírito. No Período Terrestre, os Senhores da Mente irradiaram de si mesmos para dentro dos seres humanos, o germe da Mente. A nota-chave dos Senhores da Mente (Sagitarianos) é Fá Maior. Sua escala tem um bemol, a saber, Si bemol. Qualquer música escrita no tom de um bemol tenderá a influenciar e a desenvolver os poderes mentais da humanidade. Exemplos: America; Work, for the Night is Coming[51]; Where He Leads Me I Will Follow[52].

Os acordes de Fá Maior são:

O Espírito está inteiramente no Mundo Físico enquanto vive sua vida terrena, exceto quando o Corpo está adormecido ou inconsciente por qualquer causa. Durante as horas de vigília, o Espírito está habitando e contatando conscientemente o Mundo exterior por meio do poder da Mente. Quanto mais desenvolvida for a Mente, melhor o Espírito será capaz de contatar o Mundo exterior. No momento atual, a Mente é uma nuvem disforme, que penetra e circunda a cabeça.

A Mente ainda não desenvolveu nenhum órgão. Age como um espelho que reflete o Mundo exterior e capacita o Espírito a transmitir seus comandos por meio de pensamentos e palavras, e compelir à ação. O Espírito gera o pensamento e injeta-o na Mente, a Mente passa-o para os centros cerebrais e estes transmutam-no em incentivos à ação. Entretanto, atualmente, a Mente não está focada de um modo a ser capaz de dar uma clara e verdadeira imagem daquilo que o Espírito imagina. Não está concentrada em um ponto, excluindo todo o resto. Consequência: produz imagens distorcidas e nebulosas.

Daí a necessidade de experiências para mostrar as imperfeições de uma primeira concepção, e em seguida, efetuar novas concepções e ideias, até que a imagem produzida pelo Espírito na substância mental, seja reproduzida na substância física. Na melhor das hipóteses, somos capazes de moldar por meio da Mente apenas aquelas imagens relacionadas à forma, porque a Mente só começou a atuar no Período Terrestre e, portanto, está agora em sua forma ou estágio mineral, daí; portanto estamos limitados às formas minerais em nossas ações.

Podemos imaginar maneiras e meios de trabalhar com as formas minerais dos três reinos inferiores, mas pouco ou nada podemos fazer com Corpos vivos. É certo que enxertamos galhos vivos em árvores vivas, partes vivas de animais ou seres humanos em outras partes vivas, mas não é com a vida que estamos trabalhando; é somente com a forma. Na verdade, estamos fazendo condições diferentes, mas a vida, que já habitou a forma, faz as conexões permanentes e não é o ser humano que faz.

Todas as formas criadas pelo ser humano são inanimadas e, continuarão a ser assim até que a Mente se torne viva – isto é, até que alcance um estágio semelhante ao da planta em seu desenvolvimento. Três das Glândulas Endócrinas estão intimamente ligadas à Mente do ser humano. As sete Glândulas Endócrinas, mencionadas por Max Heindel como as sete rosas na cruz do Corpo Vital, são centros espirituais correlacionados com Netuno, Urano, Mercúrio, Vênus, Sol e Júpiter. Netuno é o regente da Glândula Pineal[53], Urano da Pituitária[54], Mercúrio da Tiroide, Vênus do Timo, Sol do Baço e Júpiter das duas Suprarrenais.

A nota-chave de cada um desses Astros, ao tocar continuamente seu tom, aos poucos está despertando o centro espiritual correspondente à Glândula com o qual está relacionado. Quando o centro espiritual em cada uma dessas Glândulas se tornar desperto e em atividade dinâmica, as sete Glândulas endócrinas conectarão o Espírito ao plano invisível com o qual cada Astro está correlacionado.

O tom de Júpiter, regente das duas suprarrenais, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessas duas Glândulas e, assim, ajudará o ser humano a aprender a lição pertencente à Região Química do Mundo Físico.

O tom do Sol, regente do baço, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes à Região Etérica do Mundo Físico.

O tom de Vênus, regente da Glândula timo, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Desejo. O tom de Mercúrio, regente da Glândula tiroide, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Pensamento.

O tom de Urano, regente do Corpo Pituitário, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Espírito de Vida.

O tom de Netuno, regente da Glândula Pineal, despertará e desenvolverá gradualmente os poderes espirituais em potencial dessa Glândula e, assim, ajudará o ser humano a aprender as lições pertinentes ao Mundo do Espírito Divino.

Capítulo XII – A Música como um Poder Construtor

No progresso evolutivo da humanidade existem, atualmente, quatro classes distintas de pessoas, a saber: os fracassados, que são aqueles que definitivamente fracassaram no esquema atual e terão que voltar ao início (em outro Período de Saturno) e começar tudo novamente; os atrasados, que se trabalharem com afinco o suficiente, terão a oportunidade de alcançar nosso atual esquema de evolução e prosseguir nele; as massas, que estão lentamente aprendendo suas lições e, sem dúvida, serão bem sucedidas; e os pioneiros, aqueles que avançaram e, consequentemente, são a vanguarda da evolução.

Os seres do último grupo estão se tornando instrutores e líderes da humanidade. Os principais, entre eles, são os Irmãos Leigos, os Adeptos e os Irmãos Maiores que compõem os membros das sete Escolas de Mistérios Menores e as cinco de Mistérios Maiores que hoje existem na Terra. No passado longínquo, as principais lições do ser humano estavam relacionadas à construção do Corpo, incluindo os Corpos Denso, Vital e de Desejos, e enquanto realizava esse trabalho, ele era dirigido e ajudado pelas onze Hierarquias Criadoras das ondas de vida que precederam as suas próprias, e pelas mais avançadas pertencentes a ela também.

Do Período de Saturno até a Época Lemúrica do Período Terrestre o ser humano era hermafrodita e capaz de produzir Corpos por meio do duplo poder de sua própria força criadora, isto é, seu poder de atividade germinadora. Ele era insensato e, portanto, fazia seu trabalho de forma automática, estando o Espírito inteiramente fora de seus veículos. Um registro de todo o trabalho feito era fielmente impresso nos Átomos-semente de seus três veículos: Corpos Denso, Vital e de Desejos, que ele então possuía.

Haviam somente três Átomos-semente, um para cada um de seus três veículos, até que lhe foi dado o germe da Mente, o que resultou em quatro veículos e quatro Átomos-semente. Todos os Corpos são construídos por meio do poder incorporado dentro de seu próprio Átomo-semente, que é uma partícula minúscula, invisível e sonora da substância do Espírito, e é propriedade exclusiva daquele a quem foi dada.

Quando os membros da nossa onda de vida progrediram o suficiente para estarem prontos para o próximo passo na evolução, houve uma separação dos poderes positivos e negativos da força da atividade germinadora em cada um deles, sendo que metade dessa força foi dirigida para cima, para construir um cérebro e uma laringe, e o ser humano, então, cessou de ter o poder de produzir novos corpos sem o auxílio de outro ser humano. Na metade da onda de vida, a força vital positiva foi dirigida para cima e, na outra metade, a força negativa foi canalizada para cima. Aqueles em que a força positiva foi dirigida para cima foram chamadas fêmeas, e aqueles em que a força negativa foi voltada para cima, foram denominados machos.

Como resultado, a mulher é positiva no plano mental (Região Concreta do Mundo do Pensamento), e o homem é negativo; enquanto a mulher é negativa no plano físico, o homem é positivo. Uma das razões para construção de um cérebro e de uma laringe era que a humanidade estava prestes a receber o germe da Mente e precisava de um veículo físico com o qual pudesse conectá-lo com o Mundo Físico, pois, o Espírito ainda não havia sido capaz de contatá-lo, exceto em uma consciência de sono com sonhos.

Outra razão foi que a força geradora também tinha que ser elevada à cabeça e os atuais órgãos da geração iam se atrofiar e, gradualmente, se tornarem extintos. O Espírito, então, reproduziria o seu veículo denso através do poder do pensamento e da palavra falada, usando o cérebro e a laringe como seus instrumentos. O Espírito, guiado e dirigido pelos Anjos, construiu o cérebro e a laringe pelo poder do amor. A nota-chave da humanidade é Si Maior (5 sustenidos).

A nota-chave dos Anjos é Lá Maior (3 sustenidos), e a nota-chave dos Senhores da Mente (Sagitário), que irradiaram o germe da Mente de si próprios para dentro de nós, é Fá Maior (1 bemol). Portanto, estas notas-chave, seus acordes e qualquer música escrita na escala pertencente à nota-chave de Fá Maior, Si Maior e Lá Maior ajudarão o desenvolvimento dos poderes da Mente e do cérebro, de maneira que possam expressar as coisas que o Espírito deseja objetivar no Mundo Físico.

Os Senhores da Mente (Sagitário), nota-chave Fá Maior (1 bemol), os acordes e a canção, Nearer, my God, to Thee[55]:

A onda de vida Angélica, nota-chave Lá Maior (3 sustenidos), os acordes e canção, The Home Over There[56]:

A nota-chave da humanidade é Si Maior (5 sustenidos), e os acordes e canção, Star-Spangled Banner[57]:

Músicas escrita no tom de Si Maior (5 sustenidos) é difícil de ser encontrada.

Exemplos de música escrita em Lá Maior (3 sustenidos), nota-chave da onda de vida Angélica) são: Will There Be Any Stars in My Crown?[58], O Think of a Home Over There[59] e O Come All Ye Faithful[60]. Era intenção das Hierarquias Criadoras que quando o cérebro do ser humano estivesse completo, os Senhores de Mercúrio, Irmãos Maiores de nossa atual humanidade que sobressaíram em inteligência, deveriam ensinar a humanidade a usar o cérebro como um veículo da Mente; mas esse plano foi frustrado pelos Espíritos Lucíferos, que eram os atrasados da onda de vida Angélica.

Esses seres de Marte obtiveram acesso ao cérebro do ser humano por meio da medula espinhal, na qual eles, por serem etéricos, entraram; e agora regem o hemisfério esquerdo do cérebro. Esta parte da onda de vida Angélica que manteve seu trabalho na evolução no Período Lunar, desenvolveu o poder de raciocínio e o de obter conhecimento sem o uso de um cérebro; mas os atrasados da onda de vida Angélica, tendo se rebelado contra o plano evolucionário de Jeová, não desenvolveram esse poder.

No Período Terrestre, as condições haviam mudado; para desenvolver o poder da razão e obter conhecimento, era necessário um cérebro para associar os Lucíferos com as atividades do Mundo Físico, a fim de desenvolver neles esse poder. Assim, após a humanidade desenvolver um cérebro, os Lucíferos entrando no canal espinhal da humanidade e, dessa maneira, ganharam acesso ao seu cérebro (que os associou ao Mundo Físico) e assim, atraíram a atenção do ser humano para seu Corpo Denso, do qual não havia ainda tomado consciência, bem como para o Mundo Físico ao seu redor, onde agora iria ganhar conhecimento para progredir em seu desenvolvimento.

Eles assim procederam para que pudessem se beneficiar, pois, estando ligados ao cérebro do ser humano, estavam capacitados a ganhar o conhecimento que o ser humano adquiriu e, assim, evoluir através dele.

Marte trabalha com as forças solares, e seus raios agem diretamente sobre o terceiro poder da humanidade, a atividade. Esses raios, sendo positivos, desenvolvem uma forte constituição, resistência física, energia, coragem e autoconfiança.

Uma das manifestações da atividade é a germinação – uma força vital – na qual os marcianos instilaram intenso desejo e paixão que, por sua vez, despertaram essas emoções na humanidade. Fizeram isso com um propósito egoísta. Os Espíritos Lucíferos deleitam-se com a intensidade de sentimento e desenvolvem-se por meio dessa vibração. A natureza do desejo ou da emoção não tem importância para eles, mas a intensidade sim. Portanto, eles excitam as paixões humanas de natureza inferior, que são mais intensas em nosso atual estágio de evolução do que nossos sentimentos de regozijo ou amor.

De acordo com o exposto, observamos que os Lucíferos se associaram à humanidade por duas razões principais, a saber: para obterem contato com seu cérebro e assim adquirirem conhecimento através de suas experiências no Mundo Físico, e para poderem induzir forte paixão e assim, fazê-la evoluir pela intensidade do sentimento despertado.

Capítulo XIII – O Cérebro, a Oficina Física do Ser Humano

O cérebro está dividido em três partes principais: o cérebro (grande cérebro superior), o cerebelo (pequeno cérebro central) e a medula oblongata (pequeno cérebro inferior). O cérebro é usado pelo Espírito para expressar a consciência física e pensamento direto. É o instrumento usado pelo Espírito para expressar seus poderes mais elevados no plano físico – a vontade. O cerebelo é a parte do cérebro que o Espírito usa para realizar a coordenação em relação aos movimentos do corpo, ligando as separadas atividades nervosas a uma ação equilibrada e harmoniosa através do poder unificante da coesão.

O cerebelo está correlacionado ao segundo aspecto do ser humano, o poder do amor-sabedoria. A medula oblongata é aquela parte do cérebro usada pelo Espírito para controlar o batimento cardíaco, a contração dos vasos sanguíneos e a respiração. Sem essa atividade cerebral, os processos da vida física não poderiam continuar. A medula oblongata é, portanto, ligada ao terceiro poder do ser humano, sua atividade em manifestação. O cérebro é permeado pela substância do Corpo Vital, do Corpo de Desejos e pela substância do Pensamento Abstrato e Concreto.

É, portanto, a oficina física particular do Espírito com seu material próprio e com todos os seus vários veículos, convenientemente reunidos e prontos para serem usados. Impressões causadas pelo Mundo exterior atingem o Espírito por meio de um ou dos cinco sentidos físicos, por meio do canal do Corpo Vital.

O Espírito, o ser humano real, é o pensador. O processo de pensar é o seguinte: a vontade desperta a imaginação e visualiza uma ideia composta de substância de Pensamento Abstrato, que permeia o cérebro; essa ideia de Pensamento Abstrato é então projetada pelo poder da vontade na lente da Mente, que transfere a ideia para a substância de Pensamento Concreto contida naquela parte do veículo mental do indivíduo, que permeia o cérebro.

Aqui, a ideia é revestida pela substância do Pensamento Concreto e é agora um pensamento-forma. O pensamento-forma, assim criado, é projetado na substância do Mundo do Desejo, que permeia o cérebro. Essa substância do Mundo do Desejo dá ao pensamento-forma poder para agir, o que geralmente resulta em algum tipo de manifestação. No estudo do pensamento e da Mente, lembremo-nos que o pensamento é um poder do Espírito, e o veículo mental ou Mente – composto de substância do Pensamento Concreto – é o veículo que liga o Espírito ao seu cérebro etérico e físico. O veículo mental está harmonizado com Fá Maior ou um Bemol, e sua escala começa com Fá. O Corpo Vital está harmonizado com Dó natural e sua escala começa com Dó.

O Corpo Denso está em sintonia com Lá Sustenido Maior, que tem dois bemóis. Portanto, toda música escrita nesses três tons tem um efeito decisivo sobre a Mente, sobre o cérebro do Corpo Vital e sobre o cérebro do Corpo Físico, e todos estão intimamente conectados com o Espírito e com o desenvolvimento de seus poderes potenciais que são: vontade (poder do Espírito Divino), amor-sabedoria (poder do Espírito de Vida) e atividade de germinação (poder do Espírito Humano). O pensamento está correlacionado com a vontade, o primeiro poder do Espírito. Ele se expressa primeiro como uma ideia, que ainda não adquiriu forma. Depois o segundo poder do Espírito, o amor, atrai substância do Pensamento Concreto para a ideia e, então, temos um pensamento-forma.

Um pensamento-forma pode ser puramente mental, se não for alterado pelo desejo. No entanto, no nosso presente estágio de evolução, poucos pensamentos estão isentos de algum grau de desejo. O Mundo do Pensamento é o reino da música e o lar da onda de vida Sagitariana, os Senhores da Mente; consequentemente, seria completamente impossível produzir um pensamento-forma separado da música. Quando o pensamento-forma está revestido pela substância de desejo, a cor é acrescentada a ele, uma vez que o Mundo do Desejo é o reino da cor. Para resumir a construção do pensamento-forma: o Espírito desperta sua vontade. O poder da vontade produz uma vibração irradiante, musical, que se manifesta como som. O som produz uma ideia.

A ideia toma forma e um pensamento passa a existir. O pensamento-forma é colorido pela substância do desejo. Uma forma flutuante colorida é produzida. Os pensamentos não são silenciosos. Eles falam em uma linguagem inconfundível e transmitem com muito mais precisão do que com as palavras, e permanecem até que a força que seu criador empregou para produzi-los tenha sido gasta. Como eles soam em um tom peculiar à pessoa que os deu o gerou, é comparativamente fácil para o ocultista treinado descobrir sua procedência, buscando a fonte que os originou. Falta espontaneidade aos pensamentos-forma; eles agem mais ou menos como autômatos. Eles se movem e atuam somente em uma direção, de acordo com a vontade do pensador, que é o poder motivador interno. Quem estudou este assunto, sabe quantas pessoas são ativadas pelos pensamentos-forma que pensam ser delas mesmas, mas que, na verdade, se originaram na Mente de outra pessoa.

É dessa maneira que o que chamamos de opinião pública é formada. Pensadores poderosos que possuem determinadas ideias sobre algum assunto em particular, criam e irradiam pensamentos-forma de si próprios, e outros menos positivos ou simpatizantes à ideia expressa naqueles errantes pensamentos-forma, julgam que os pensamentos se originaram dentro deles e os adotam como seus. Assim, gradualmente, um certo sentimento cresce até que o pensamento original iniciado por um único indivíduo pode se tornar não somente aceito, mas também defendido por toda uma comunidade, um estado ou mesmo uma nação. Pensamentos expressos em palavras faladas se tornam muito mais poderosos, particularmente, se pronunciados por um orador vigoroso.

Os Pensamentos-forma diminuem em poder, na proporção da distância percorrida por eles. A distância percorrida e a persistência que os tornam efetivos dependem da força, da exatidão e clareza do pensamento original. De maneira geral, os pensamentos-forma podem ser agrupados em três classes específicas:

  1. Um pensamento-forma pode ter a aparência do pensador. Isso frequentemente acontece. Uma pessoa pode desejar intensamente estar em um determinado lugar e, como resultado, o pensamento adquire forma e viaja para aquele lugar determinado. Muitos clarividentes inexperientes viram tais pensamentos-forma de amigos ou parentes e, não conhecendo a natureza do que viram, ficaram muito perturbados por eles. O clarividente treinado reconhece-os imediatamente.
  2. O pensamento-forma que adquire a forma de algum objeto material. Por exemplo, uma pessoa pode pensar em um livro favorito, e imediatamente aquele livro, quando ela o invoca, aparece em sua aura como o pensamento-forma de um livro; ou pode ser de uma flor predileta, ou até mesmo um amigo. O arquiteto constrói um pensamento-forma da casa que ele deseja construir; o artista constrói um pensamento-forma do quadro que deseja pintar; o escritor constrói um pensamento-forma dos personagens, do cenário, etc., que ele deseja usar em seu livro. Lembremos que é a vontade do indivíduo que origina pensamentos-forma, e esses têm uma certa quantidade de vontade incorporada neles. Frequentemente, depois que são criados, eles procuram se manter dentro da consciência do pensador, a ponto de se tornarem, muitas vezes, indesejáveis, especialmente se o pensador mudou sua ideia a respeito do assunto que eles representam. A única maneira de nos livrar de tais pensamentos desagradáveis é por meio da indiferença. Se tentarmos lutar contra eles, a força adicional despendida irá mantê-los vivos e irá trazê-los a Mente com mais frequência.

Pensamento-forma construído pela inveja e cobiça

  1. Pensamentos que adquirem uma forma totalmente própria expressando sua natureza inerente. Pensamentos-forma de ódio assumem formas ameaçadoras horríveis; a raiva forma figuras pontudas e afiadas; a avareza e a inveja formam massas de substância iguais a ganchos que se projetam como para agarrar o objeto desejado e puxá-lo para si; o amor se manifesta como nuvens rosadas; a devoção como lindos objetos graduando do azul claro até o branco; a oração cria a forma de um funil voltado para cima, para o espaço. Todos esses pensamentos-forma parecem estar cheios de vida e vibram em um grau intensamente elevado. Naturalmente, todos têm cor e som.

Oração e a Resposta ao Alto

Pensamentos-forma dirigidos a um indivíduo produzem um resultado muito interessante. Ou eles encontram entrada na aura do indivíduo, ou ricocheteiam da aura daquela pessoa e retornam ao remetente. Todo pensamento-forma carrega um determinado grau de vibração, e só pode afetar o indivíduo que tenha uma vibração semelhante. Se um pensamento-forma é gerado por um motivo maligno e é enviado a uma determinada pessoa, se não há nenhuma vibração semelhante dentro da aura dessa pessoa, então ela não pode, de maneira alguma, afetar a aruá dela. Consequentemente, ela retorna ao seu criador, ricocheteando com a mesma força com que foi enviado. Todos os impactos externos alcançam o Espírito de um indivíduo através do Corpo Vital, cujos dois Éteres superiores, o Luminoso e Refletor, formam o Corpo-Alma.

É esse veículo que repele todos os maus pensamentos, contanto que esteja suficientemente organizado, pois age como um bumerangue, isto é, reverte para aquele que enviou o pensamento maligno, com o mesmo mal que desejou provocar na pessoa alvejada. Se os frequentadores de certos tipos de salões de dança, de casas de jogos e lugares similares pudessem ver os enxames de pensamentos-forma arremessando-se de um lado para outro, e ouvir os tons barulhentos, sensuais, insinuantes, emitidos por eles, abandonariam tais lugares tão rapidamente como sairiam de um hospital ou de um edifício infectado pela peste bubônica; e esses lugares devem ser evitados, pois essas vibrações pervertidas só servem para instigar o mal e fortalecê-lo.

Capítulo XIV – Desenvolvendo a Eficiência da Mente e do Cérebro

Infelizmente, na atualidade, nenhum de nós é completamente bom, e não podemos esconder de nós mesmos o fato que, muitas vezes, o bem que deveríamos fazer, não o fazemos, e os atos maus que deveríamos evitar, frequentemente os praticamos. Com muito mais frequência, nossas boas resoluções não são cumpridas, e agimos erradamente porque julgamos mais fácil ou mais agradável fazê-lo assim; tudo isso realça o fato de que, até certo ponto, somos todos ativados pelo “eu inferior”; isso abre caminho para que os maus pensamentos nos atinjam e procure nos influenciar. A principal questão a ser lembrada aqui é que todo ato, seja bom ou mau, é dirigido pelo pensamento.

Portanto, cada indivíduo está auxiliando no trabalho executado pelas forças do bem ou do mal. Consequentemente, cabe a nós mantermos uma vigilância constante sobre nossos pensamentos, pois se eles são íntegros, nossos atos serão sempre dirigidos para o bem. Existem quatro maneiras pelas quais a Mente, dirigida pelo Espírito, usa o cérebro como um veículo de expressão do pensamento:

  1. O pensamento é lançado contra o Corpo de Desejos, para impelir a ação.
  2. O pensamento é impresso no cérebro por meio do sangue, por meio da ação do Éter Refletor.
  3. A memória superconsciente, que é inerente ao Espírito de Vida, é capaz de imprimir-se diretamente sobre o Éter Refletor do Corpo Vital, sem a necessidade de se revestir da substância do desejo.
  4. O Espírito de Vida pode transmitir sua mensagem diretamente ao coração que, no mesmo instante, a conduz para o cérebro por meio do nervo pneumogástrico[61].

O cérebro é construído, praticamente, pelas mesmas substâncias que as outras partes do Corpo, com a adição do fósforo que é uma característica peculiar do cérebro. A proporção e variação que essa substância é encontrada é proporcional ao estado e estágio de inteligência do indivíduo, que supra seu cérebro com essa substância necessária. A maioria das verduras e frutas contém uma certa quantidade de fósforo, que também é encontrado nas uvas, cebolas, sálvia, feijão, cravo da índia, abacaxi e nas folhas e talos da beterraba, da cenoura, da linhaça e nas folhas do nabo. O método para assimilar o fósforo em maior quantidade não é pelo metabolismo químico, mas por um processo alquímico de crescimento da alma.

O fósforo no cérebro é a avenida de ingresso do impulso divino. Literalmente, é o portador da luz, mas não a luz propriamente dita, é aquela luz que vem do Espírito. Consequentemente, à medida que nos tornamos capazes de assimilar aquela substância (fósforo), ficamos plenos de luz e começamos a brilhar internamente. Note, no entanto, que o fósforo é somente um meio físico que capacita a luz espiritual a se expressar utilizando o cérebro físico. A luz, propriamente dita, é o produto do Espírito, e se torna mais intensa com o crescimento da alma, que capacita o cérebro a assimilar uma quantidade crescente de fósforo. O crescimento da alma é conseguido por meio do serviço amoroso e desinteressado para com os outros. A Bíblia declara que, “Pois, quem faz o mal odeia a luz e não vem para a luz <que o revelará>. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus <por uma consciência iluminada>” [62].

Em seguida, vamos ver como a Mente, que é o elo entre o Espírito e o cérebro, pode ser aperfeiçoada:

  1. A concentração é um dos grandes auxílios, e por meio desse exercício a Mente se torna focada.
  2. Estudos por meio do pensamento abstrato, tal como: a matemática, o estudo dos Períodos, Globos e Revoluções em relação à Evolução terrestre[63]. Isso liberta a Mente da influência do Corpo de Desejos.
  3. Preservando o estado fluídico da adaptabilidade; em outras palavras, mantendo a Mente aberta para que não se torne cristalizada em uma linha de pensamento, mas possa estar sempre pronta para investigar novas ideias.
  4. Estudo sobre religião, que emancipa a Mente da influência do desejo, pois é de suma importância que tenhamos somente os tipos de pensamentos corretos em nossa Mente. Pensamentos de caráter semelhante serão atraídos para nós pelos pensamentos já existentes em nossa Mente, e se a nossa Mente estiver centrada em coisas espirituais, assim como os semelhantes atraem semelhantes, assim também, nossos pensamentos espirituais crescerão e aumentarão e se tornarão um poder para o bem no mundo.

Pensamentos-forma poderosos, sejam bons ou maus, com muita frequência, se tornam animados por elementais[64] que, por sua natureza, atraem o bem ou o mal para nós, causando um efeito realmente poderoso sobre o nosso bem-estar. Na música, os tons maiores expressam júbilos, alegrias, esperança, satisfação, aspiração, etc.; enquanto os tons menores produzem um lamento de tristeza, um gemido de mágoa, um suspiro de depressão, etc. Naturalmente, os elementais brilhantes e alegres são atraídos pelos bons pensamentos-forma, que são sempre simétricos e vivazes em suas colorações; enquanto os elementais de baixa vibração são atraídos por pensamentos-forma melancólicos, insípidos, repugnantes em forma e sombrios na cor.

Então, eles tocam suas notas-chave individuais no interior da nossa aura, enchendo nossa atmosfera imediata com luminosidade e alegria, ou então, com tristeza, temor, malícia, etc., conforme o caso. Além disso, os elementais desprendem um odor muito particular. Os elementais de escala maior exalam certos perfumes semelhantes àqueles desprendidos pelas flores de cheiro doce. Os de tom menor desprendem um tipo de odor depressivo, debilitante similar àquele do gambá, e alguns deles cheiram quase tão mal quanto corpos em decomposição. Nesses momentos, alguns destes pensamentos-forma são vistos nas auras das pessoas e muitos deles já foram sentidos pelo olfato. Eis um fato que vale a pena saber. Pensamentos-forma são mantidos vivos e fortalecidos pela repetição dos mesmos pensamentos, os quais originalmente os construíram.

Pensamento-forma originado por uma bênção

Se os pensamentos não são repetidos, as formas gradualmente se desintegram e os elementais, que os animam, vão para outro lugar onde estabelecerão morada. Portanto, nós temos isso em nosso poder para nos livrarmos de ambos: tanto dos pensamentos-forma como dos elementais que não desejamos que permaneçam ao nosso redor. O medo, a preocupação, a melancolia, as queixas, as manifestações temperamentais, etc., podem encher tanto uma aura com visões e cheiros desagradáveis, que pode tornar uma pessoa um incômodo público. À luz do que foi dito, é fácil compreender porque a presença de algumas pessoas nos encorajam, enquanto outras causam um efeito desanimador aos que entram em contato com elas.

Não devemos pensar que todos os pensamentos-forma que vibram em tons maiores ou menores são animados por elementais, mas alguns deles certamente são e quando um elemental anima um pensamento-forma, se sua própria vibração for maravilhosa, alegre e vibrante, o pensamento-forma vibra em um tom maior. No entanto, se sua vibração for sombria, melancólica, morosa, triste, deprimida, é atraída para pensamentos-forma que vibram em um tom menor. Tudo isso está em harmonia com a lei cósmica de que semelhante atrai semelhante. Assim, é evidente que todo indivíduo tem dentro de si uma galeria de imagens e um instrumento musical muito complexo. Na verdade, ele leva consigo duas distintas galerias de imagens: uma no Átomo-semente do seu Corpo Denso e a outra em sua aura.

A primeira galeria mencionada ele é capaz de esconder dentro de si próprio, mas a segunda está à vista de todos os clarividentes que são capazes de ver as auras e os pensamentos-forma. A qualidade do instrumento musical do ser humano depende do seu estágio de desenvolvimento. Os elementais, como vimos, respondem a um único tom, seja maior ou menor. O ser humano, por outro lado, se tornou capaz de responder a sete tons distintos, representados pelos sete tons da escala musical, ou seja, Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, e muitas de suas variações, tanto na escala maior, quanto na menor. Sabemos que a aura é composta dos veículos Vital, de Desejos e Mental. Cada aura tem uma cor básica.

Max Heindel afirma que a cor básica do americano (raça branca) é laranja. A cor, no entanto, varia continuamente de acordo com o estado emocional do ser humano. Por exemplo, tomemos um indivíduo belicoso que está tentando incitar uma greve em uma indústria. Naturalmente, ele está muito excitado, e embora a cor básica de sua aura seja laranja escura, essa cor, naquele momento, irá ser substituída por uma tonalidade escarlate brilhante. O contorno de seu Corpo de Desejos será como o corpo de um porco espinho, com seus espinhos saindo em todas as direções, prontos para atacar. Pensamentos de medo e preocupação dão à aura uma cor cinzenta, semelhante ao aço. Aqueles que possuem tais auras são chamados de homens ou mulheres de aço.

Eles têm medo de milhares de coisas que nunca acontecem, cristalizando uma armadura ao seu redor que parece protegê-los de interferências externas, mas que, na realidade, encerram os próprios pensamentos-forma perturbadores dentro de sua própria aura e lá são alimentados e avivados por cada pensamento semelhante gerado por eles. Tais auras estão afinadas em um tom menor, que soa como uma canção triste que pode ser sentida pelas pessoas sensitivas e, frequentemente, leva algum tempo para que elas se livrem do sentimento de depressão que isso gera. Essa barreira áurica saturnina é tão forte que é preciso um choque violento para rompê-la; às vezes, é até necessário retirar tais pessoas de seu antigo ambiente e colocá-las em outros lugares totalmente diferentes.

Pensamento-forma originado pelo medo

Elas parecem estar dentro de uma concha, por assim dizer, e suas conchas saturninas precisam ser quebradas para podermos ter acesso a essas pessoas e tirá-las de seu estado deplorável. Muitas vezes, um susto repentino pode formar essa concha instantaneamente, como frequentemente acontece durante batalhas terríveis. Então, a vítima entra em estado de choque, o que na verdade é, na maioria dos casos, o repentino medo sofrido pela vítima ofendem certos nervos, resultando em uma ausência do poder de coordenação, necessário para pensar claramente, deixando a pobre vítima tão incapaz de se ajudar, como seria incapaz de fugir se estivesse trancada em uma cela de prisão.

Há ocasiões em que outro forte choque pode quebrar a concha e restabelecer a ordem e o ritmo harmonioso no desordenado sistema nervoso. Mais uma vez, o tempo sabe fazer o ajuste necessário. Toda vez que pensamentos de preocupação e medo são aceitos, eles diminuem a vibração de todos os veículos do indivíduo, o que tende a congelar as correntes do Corpo de Desejos e a construir uma concha azul de aço, na qual a pessoa que, habitualmente, alimenta o medo e a preocupação, algum dia se encontrará isolada do amor, da compaixão e da ajuda de todo o mundo. Portanto, devemos nos esforçar para sermos bem-dispostos, mesmo sob circunstâncias adversas, caso contrário, estaremos na séria condição descrita acima.

Podemos observar, pelo que foi dito, que existem diferentes graus nos quais esse envoltório da concha pode ser cristalizado e o correspondente alívio pode ser dado; mas a única segurança positiva reside em jamais permitir que isso se inicie. O efeito do medo e da preocupação sobre o Corpo de Desejos é diferente de todas as outras emoções. Geralmente, a emoção tende a excitar o Corpo de Desejos e a formar suas correntes em algum padrão específico, que persistem até que essa emoção cesse. O efeito da preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparado à água que está prestes a se congelar sob uma temperatura em declínio. O medo pode ser comparado a essa mesma água quando congelou, pois, as correntes do Corpo de Desejos estão quase imóveis e é praticamente impossível despertar qualquer outra atividade emocional nelas.

Não há nada mais eficaz quanto uma música alegre para elevar a vibração das vítimas que estão com medo e preocupadas, pois é necessária uma vibração acelerada para dissolver a concha de aço, construída por elas mesmas. Nenhum indivíduo consegue permanecer melancólico por muito tempo, se seu ser estiver inundado por música inspiradora. Outro tipo de pensamentos-forma assustadores de se ver são os criados pela raiva, ódio, ira, fúria, cólera, etc. Esses pensamentos-forma produzem correntes vermelhas sinuosas no Corpo de Desejos, cheias de objetos pontiagudos, semelhantes a adagas que se contorcem e se retorcem, e finalmente explodem na aura, enchendo-a de formas rodopiantes de uma cor vermelha escura e sombria. A raiva desperta a vibração do Corpo de Desejos sem que o veículo tenha controle de si mesmo, causando uma ruptura temporária entre o Ego e a Mente de um lado, e o Corpo de Desejos, o Corpo Vital e Corpo Denso, de outro.

Todos os tipos de música marcial são dominados pelo ritmo e tendem a excitar o Corpo de Desejos em atividades erráticas. A música onde a melodia e a harmonia predominam são as adequadas para acalmar o Corpo de Desejos, quando esse está recebendo estímulos nocivos e restitui-lo à normalidade. Maus pensamentos-forma, na aura, têm um movimento centrífugo. Bons pensamentos-forma têm um movimento centrípeto. Tanto os bons como os maus, geralmente, são compostos em tons maiores, exceto os de melancolia, depressão, medo, preocupação, tristeza, etc., que são em tons menores, na sua expressão.

Como os pensamentos-forma de cada indivíduo são compostos de acordo com a sua nota-chave particular, tempo virá em que seremos capazes de descobrir o criador de cada pensamento-forma que contatamos, por meio do próprio tom específico. Na verdade, como afirma a Bíblia, as coisas que nos parecem estar ocultas serão proclamadas, não do alto dos telhados, mas da nossa própria aura individual.

Capítulo XV – Os Veículos do Ser Humano, um Instrumento Musical Composto

O pensamento pertence ao mais alto poder do Espírito, que é a vontade. Portanto, à medida que os poderes potenciais da vontade se desenvolvem, assim também acontece com o poder do pensamento; e tempo virá em que o ser humano, por meio do poder de pensamento e da imaginação, será capaz de criar coisas por meio da palavra falada. Todas as coisas na natureza foram criadas por meio da Palavra de Deus, que se fez carne. O som (a música), ou pensamento falado, será a próxima força da humanidade em manifestação, uma força que fará da humanidade seres humanos criadores como Deus.

No entanto, esse passo para frente não pode ser realizado até que o desenvolvimento do ser humano na escola da vida o tenha preparado para usar esse enorme poder para o bem de todos, independentemente do interesse próprio. Portanto, é extremamente necessário que cada indivíduo aprenda, por si mesmo, como realizar esse desenvolvimento da maneira mais rápida e segura. O ser humano tem conhecimento do método, mas depende especificamente dele se colocará isso em prática ou não. Os poderes potenciais do ser humano, o Espírito, são: a Vontade, que é o poder de fazer, instigar a ação; Amor-Sabedoria, que é, conjuntamente, o poder de atração, coesão e união e Atividade, que é o poder da germinação, criação e desenvolvimento.

Um dos maiores auxiliares do Espírito, no desenvolvimento de seus poderes potenciais para a eficiência dinâmica, é a música, pois manifesta esses mesmos poderes de Deus em um estado aperfeiçoado. Seu poder da vontade está expresso na melodia, seu poder de Amor-Sabedoria está expresso na harmonia e seu poder de Atividade está expresso no ritmo. O poder do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com a Vontade, e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de sua vontade. O Espírito de Vida do ser humano está correlacionado com o Amor-Sabedoria e o desenvolvimento desse poder significa o aprimoramento de suas potencialidades de Amor-Sabedoria.

O poder do Espírito Humano do ser humano desenvolve sua habilidade para criar. O poder ou a Vontade do Espírito Divino do ser humano está correlacionado com o Corpo Denso, e o poder do Espírito Humano está correlacionado com o Corpo de Desejos. Isso fornece três fontes diretas, das quais o Espírito obtém ajuda no desenvolvimento de seus poderes potenciais. Não há ajuda maior no desenvolvimento dos poderes potenciais do Espírito do que a música, pois ela é composta das três partes, que a correlacionam aos poderes potenciais do Espírito.

A boa música eleva a vibração de cada uma das fontes de desenvolvimento do Espírito, a saber, o Espírito Divino, o Espírito da Vida, o Espírito Humano e o elo da Mente, que conecta o Espírito aos seus Corpos: Denso, Vital e de Desejos. O despertar da vibração dessas sete fontes de poder desenvolve os poderes do Espírito. Porém, a chamada música discordante reduz suas vibrações, e a continuação desse tipo de música resultará na perda de poder e desintegração dos quatro veículos inferiores. Faremos, a seguir, um resumo da causa e de como a música ajuda a desenvolver os poderes potenciais do Espírito: a nota-chave do Espírito Divino é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior, escrita na escala com cinco bemóis) e qualquer música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o poder do Espírito Divino, despertando-o de um estado comparado à dormência.

Os acordes dessa escala são encontrados no Capítulo VI: Abide with Me[65] e Onward Christian Soldiers[66] são dois hinos bem conhecidos e escritos no tom de Si bemol Maior. A nota-chave do Espírito de Vida é Sol sustenido Maior (musicalmente, Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior), escrita na escala com quatro bemóis). A música escrita nessa escala ajuda a desenvolver os poderes do Espírito da Vida, despertando-os para a atividade. Os acordes de Sol sustenido Maior (musicalmente, Lá bemol Maior (A flat Major ou Ab ou Lab Maior)) são dadas no Capítulo VI. Já o Corpo Denso ou Físico de cada indivíduo vibra em uníssono com a vibração da onda de vida de Leão. Portanto, a nota-chave do Corpo Denso é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) e toda a música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o Corpo Denso do ser humano.

Os principais acordes de Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) são encontrados no Capítulo VI. Como foi dito anteriormente, o germe do Corpo Denso foi dado à humanidade pela onda de vida de Leão; e como esse germe carregava a vibração da nota-chave de Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) daquela onda de vida, o Corpo Denso ou físico de cada indivíduo vibra em uníssono com a vibração da onda de vida de Leão. Portanto, a nota-chave do Corpo Denso é Lá sustenido Maior (musicalmente, Si bemol Maior) e toda a música escrita nesse tom ajuda a desenvolver o Corpo Denso do ser humano. O germe do Corpo Vital foi dado à humanidade pela onda de vida de Virgem.

Consequentemente, o Corpo Vital vibra com a nota-chave dessa onda de vida que é Dó natural. Toda música cuja nota-chave é Dó natural ajuda a desenvolver os poderes do Corpo Vital. Os acordes de Dó natural são encontrados no Capítulo VI.

O germe do Corpo de Desejos foi uma dádiva da onda de vida de Libra e carrega a vibração de Libra que é sintonizada em Ré maior. Portanto, toda música escrita nesse tom ajuda a desenvolver os poderes do Corpo de Desejos. Os acordes de Ré maior são encontrados no Capítulo VI.

O germe da Mente foi dado à humanidade pela onda de vida sagitariana e, portanto, vibra na sua nota-chave, que é Fá Maior. Toda música escrita na tonalidade do Fá Maior ajuda a desenvolver os poderes da Mente, cujo desenvolvimento é uma das maiores realizações a serem alcançadas durante a presente Época Ária. Muitas das músicas escritas nesse tom, são, particularmente, canções populares e religiosas; duas delas são: Work, for the Night I Coming[67], e America, My Country, ‘Tis of Thee[68]. Os acordes de Fá Maior são encontrados no Capítulo VII. A música contém dentro de si os três grandes poderes primários de Deus: Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade; e são esses poderes dinâmicos combinados que têm sido usados pelo Criador desde o início da manifestação.

São João, o grande revelador, cita que no princípio era o Verbo; e Max Heindel afirma que foi o majestoso ritmo da Palavra de Deus que transformou a substância primitiva, Arche, nas numerosas formas que compõem o mundo dos fenômenos; e além disso, que essa Palavra de Deus ainda soa para manter as órbitas em marcha e para impeli-las à frente em seus caminhos circulares; e que a Palavra Criadora continua a produzir formas de eficiência cada vez maiores como um meio de expressar a vida e a consciência. É a enunciação harmoniosa das sílabas consecutivas na Palavra Criadora Divina que marca os estágios sucessivos no desenvolvimento, tanto do mundo quanto do ser humano; e quando a última sílaba for soada e a Palavra completa pronunciada, a humanidade terá alcançado o grau mais próximo da perfeição, tanto quanto é possível no atual esquema de evolução.

Todo o Sistema Solar é um vasto instrumento musical, fato este conhecido por todos os estudantes ocultistas avançados. Eles percebem que os doze semitons na escala cromática estão correlacionados com os doze Signos do Zodíaco, e que as sete teclas brancas, ou tons inteiros, no teclado do piano estão correlacionados com os Sete Espíritos diante do Trono, comumente designados como: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno e Urano, que trabalham por meio das vibrações enviadas por eles mesmos. O ocultista avançado estabelece uma relação entre: os Signos do Zodíaco, a caixa de ressonância da harpa cósmica e os sete Planetas para com as cordas, cujos planetas emitem sons diferentes à medida que passam pelos vários Signos Zodiacais e, portanto, influenciam a humanidade de várias maneiras.

Um fato surpreendente, até desconhecido e não percebido, é que cada indivíduo é, em si mesmo, um instrumento musical, onde várias partes de sua composição total estão correlacionadas, através de tons vibratórios, aos Sete Espíritos diante do Trono e aos doze Signos do Zodíaco, todos os quais são guiados e dirigidos pelo Criador do nosso Sistema Solar. É por essa razão que a música é um fator de grande poder no desenvolvimento das potencialidades do ser humano. Sem isso, não poderia haver manifestação e, portanto, nenhum progresso. Aqui encontramos a razão oculta para a admoestação dos iluminados: “Homem, conhece a si mesmo”. Assim que cada indivíduo chegar à compreensão consciente de sua verdadeira natureza, ele possuirá a chave de todo o progresso futuro.

Quando a Luz sua face radiante revelou,

E, em seu abraço o mundo acalentou,

Quando no espaço os Planetas a girar,

Esta canção o coro celestial cantou:

“Oh sagrada vibração! Oh divina lei!

Todo propósito e todo o poder é vosso,

A vida para sempre vai continuar”.[69]

FIM

[1] N.T.: No Mundo do Pensamento

[2] N.T.: Ludwig van Beethoven (1770-1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.

[3] N.T.: Wolfgang Amadeus Mozart, batizado Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart (1756-1791) foi um prolífico e influente compositor austríaco do período clássico.

[4] N.T.: Wilhelm Richard Wagner (1813-1883) – maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta alemão

[5] N.T.: Franz Liszt (1811-1886) foi um compositor, pianista, maestro e professor e terciário franciscano húngaro do século XIX. Seu nome em húngaro é Liszt Ferenc.

[6] N.T.: Frédéric François Chopin, também chamado Fryderyk Franciszek Chopin (1810-1849), foi um pianista polonês-francês radicado na França e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história.

[7]N.T.: É um gênero musical norte-americano que teve seu pico de popularidade entre os anos 1897 e 1918.

[8] N.T.: gênero e forma musical originado por afro-americanos no extremo sul dos Estados Unidos em torno do fim do século XIX. O gênero se desenvolveu a partir de raízes das tradições musicais africanas, canções de trabalho afro-americanas, spirituals e música tradicional. O blues incorporou spirituals, canções de trabalho, canto de campo, ring shout, chant e baladas narrativas simples e rimadas.

[9] N.T.: uma manifestação artístico-musical originária de comunidades de Nova Orleans, nos Estados Unidos. Tal manifestação teria surgido por volta do final do século XIX na região de Nova Orleans, tendo origem na cultura popular e na criatividade das comunidades negras que ali viviam, um de seus espaços de desenvolvimento mais importantes.

[10] N.T.: é um estilo de jazz que foi muito popular na década de 1930, usualmente arranjado para grande orquestra dançante, caracterizado por uma batida menos acentuada que a do estilo tradicional do Sul dos EUA, e menos complexo, rítmica e harmonicamente falando, do que o jazz moderno.

[11] N.T.: um tipo de dança popularizado nos Estados Unidos no início do século XX, e está associado a vários tipos de danças do balanço, como o Lindy Hop, Jive e Leste Coast Swing.

[12] N.T.: representa uma das correntes mais influentes do Jazz.

[13] N.T.: Benjamin “Benny” David Goodman (1909-1986) foi um clarinetista e músico de jazz norte-americano.

[14] N.T.: Coreia reumática de Sydenham (do grego khorea, dança) ou a dança de São Vito é um distúrbio neurológico que afeta a coordenação motora de 20 a 40% dos portadores de febre reumática; mais frequente entre meninas e/ou crianças e adolescentes.

[15] N.T.: Harry Aaron Finkelman (1914-1968), mais conhecido pelo nome artístico Ziggy Elman, era um trompetista de jazz americano, associado a Benny Goodman, embora também liderasse seu próprio grupo conhecido como Ziggy Elman e Sua Orquestra.

[16] N.T.: Gene Krupa (1909-1973) foi um influente baterista de jazz e compositor estadunidense, famoso por seu estilo enérgico e extravagante.

[17] N.T.: Localizada nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo.

[18] N.T.: Também conhecido como: Bulbo raquidiano, bolbo raquidiano, medula oblongata, medula oblonga ou simplesmente bulbo é a porção inferior do tronco encefálico, juntamente com outros órgãos como o mesencéfalo e a ponte, que estabelece comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. A forma do bulbo lembra um cone cortado, no qual a substância branca é externa e a cinzenta, interna. É um órgão condutor de impulsos nervosos.

[19] N.T.: brancas: teclas brancas do piano; pretas: teclas pretas do piano

[20] N.T.: Ou telencéfalo: conhecido informalmente como o cérebro, que envolve todo o córtex cerebral (fina capa de tecido cinzento, arrugado em estrias e dobras), o hipocampo e os gânglios basais.

[21] N.T.: o piano é o instrumento que preenche quase todo o espectro de frequência, e é um dos únicos!

[22] N.T.: 5+2=7

[23] N.T..: 1+2+4=7

[24] N.T.: 7+2=9

[25] N.T.: Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano

[26] N.T.: As notas musicais são: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI; que na notação inglesa é C – D – E – F – G – A – B, respectivamente.

[27] N.T.: Dó sustenido, Do# ou C#.

[28] N.T.: Dó bemol, Dob ou Cb.

[29] N.T.: Alma Emocional, Alma Intelectual e Alma Consciente, respectivamente.

[30] N.T.: Dó, Réb, Ré, Mib, Mi, Fá, Solb, Sol, Láb, Lá, Sib, Si

[31] N.T.: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si

[32] N.T.: também chamados de Senhores da Chama.

[33] N.T.: de autoria desconhecida, datada de cerca de 1372.

[34] N.T.: de autoria de Edward Perronet (1726-1792), compositor inglês.

[35] N.T. de autoria de Robert Grant (1779-1838) que foi um advogado e político inglês.

[36] N.T.: referindo-se ao hemisfério norte.

[37] N.T.: Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy conhecido como Felix Mendelssohn (1809-1847) foi um compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Algumas das suas mais conhecidas obras são a suíte Sonho de uma Noite de Verão (que inclui a famosa marcha nupcial), dois concertos para piano, o concerto para violino, cerca de 100 Lieder, e os oratórios São Paulo e Elijah entre outros.

[38] N.T. Cantam anjos harmonias (Hark! The herald angels sing). Famosa em português: Eis dos anjos, a harmonia! / Cantam glória ao Rei Jesus. / Paz aos homens! Que alegria! / Paz com Deus em plena luz.

[39] N.T.: na notação inglesa: C – D – E – F – G – A – B; e na alemã: C – D – E – F – G – A – H

[40] N.T.: Atlas é a primeira vértebra cervical e também a primeira das 33 vértebras da coluna vertebral.

[41] N.T.: em inglês G sharp major e A flat major, respectivamente

[42] N.T.: em inglês A sharp major e B flat, respectivamente

[43] N.T.: em inglês: C

[44] N.T.: é um termo antigo que já não é usado nos nossos dias, mas que enaltece o médico e cientista que a estudou e descreveu pela primeira vez, Richard Bright. Hoje falamos de insuficiência renal crónica (IRC).

[45] N.T.: em inglês: D major

[46] N.T.: em inglês: E major

[47] N.T.: em inglês: F major

[48] N.T.: em inglês: G major

[49] N.T.: Em inglês: A major

[50] N.T.: Em inglês: B major

[51] N.T.: um hino escrito em Fá maior: Letra de Anna Louisa Walker Coghill (1836-1907) e música de Lowell Mason (1792-1872)

[52] N.T.: um hino escrito por: Ernest W. Blandy, 1890

[53] N.T.: Também conhecida como conarium, Epífise cerebral ou simplesmente pineal.

[54] N.T.: Também é conhecida como Corpo Pituitário, Hipófise e Glândula mestra.

[55] N.T.: um hino cristão do século 19, composto por Sarah Flower Adams, baseado em Gn 28:11-19, a história do sonho de Jacó.

[56] N.T.: um hino cristão de DeWitt Clinton Huntington, de 1873.

[57] N.T.: é o hino nacional dos Estados Unidos. A letra da canção foi escrita em 1814 por Francis Scott Key.

[58] N.T.: um hino cristão escrito por John R. Sweney, 1897.

[59] N.T.: um hino cristão escrito por DeWitt Clinton Huntington, 1873.

[60] N.T.: um hino cristão atribuído a John Francis Wade.

[61] N.T.; também chamado de nervo vago, nervo vagal ou nervo parassimpático. Trata-se de um nervo muito longo e localizado de cada lado do organismo, percorrendo do crânio até o abdômen.

[62] N.T.: Jo 3:20-21

[63] N.T.: do Esquema de Evolução, detalhados no Livro O Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.

[64] N.T.: onda de vida sub-humana.

[65] N.T.: um hino cristão criado pelo escocês anglicano Henry Francis Lyte, em 1847.

[66] N.T.: um hino inglês do século XIX, escrito por Sabine Baring-Gould e música de Arthur Sullivan, em 1865.

[67] N.T.: um hino cristão criado por Mrs. Harry Coghill, escrito em 1854.

[68] N.T.: um hino cristão criado por Samuel Francis Smith, escrito em 1832.

[69] N.T.: do poema Song of Life de Edson B. Russell.

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