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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Forte Aperto da Pata do Leão

Um correspondente deseja saber o que determina a época da Páscoa a cada ano e, sendo maçom, também deseja saber qual a conexão entre a ressurreição de Cristo na Páscoa e a ressurreição de Hiram Abiff na simbologia maçônica.

Terminada a nossa série sobre a Iniciação Cristã Mística, continuaremos o assunto com outro artigo que trata da Iniciação e se chama “Maçonaria e Catolicismo”. Nesses artigos, o assunto mencionado por nosso correspondente será amplamente debatido. Enquanto isso, esboçaremos brevemente a lenda maçônica que é necessário conhecer para compreender o assunto a que se refere.

A lenda maçônica diz que no início Iahweh criou Eva e o espírito de Lúcifer, Samael, uniu-se a ela; dessa união nasceu Caim. Então Samael deixou Eva e ela se tornou virtualmente uma viúva; assim, Caim era filho de uma viúva e dele descenderam todos os artesãos do mundo, incluindo Hiram Abiff, o grande mestre-de-obras do templo de Salomão, a quem Iahweh revelou o projeto para o Seu templo; mas, Salomão foi incapaz de executar o projeto e, portanto, compelido a contratar Hiram Abiff, um artesão exímio, filho de Caim e, portanto, filho de uma viúva.

Os elevados maçons místicos reconhecem o fato de que, do ponto de vista cósmico, Hiram Abiff é simbolizado pelo Sol. Enquanto o Sol (Hiram) está nos Signos do norte — Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem — ele está entre amigos e seguidores fiéis, mas quando, no decorrer do ano, ele entra nos Signos do sul — Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes — ele é atacado pelos três conspiradores, conforme registrado na lenda maçônica, e finalmente morto no Solstício de Dezembro, para ser novamente ressuscitado enquanto sobe em direção ao equador, que ele cruza no Equinócio de Março.

A lenda maçônica relata que a Rainha de Sabá viajou de longe para ver o sábio Salomão de quem ela tanto ouvira falar. Ela também viu o belo templo e quis ver o exímio artesão, o mestre-de-obras e seus operários, que haviam forjado tal maravilha. Mas, sempre houve inimizade entre os filhos de Caim e os filhos de Seth. Mesmo quando eles cooperaram, nunca confiaram totalmente um no outro e Salomão temia que sua bela noiva pudesse se apaixonar por Hiram Abiff; portanto, ele se esforçou para chamar os trabalhadores pessoalmente, mas nenhum respondeu. Eles “conheciam a voz do seu pastor”, Hiram Abiff (o Sol em Áries, o Signo do cordeiro). Eles foram treinados para obedecer ao seu chamado e não atenderiam a outra voz. Portanto, Salomão foi finalmente forçado a mandar chamar Hiram Abiff e pedir que ele chamasse seus artesãos; no momento em que ergueu o seu martelo (1 grau de Áries, que é o Signo de sua autoridade e exaltação), eles vieram em uma multidão que não poderia ser contada, cada um ansioso para fazer a sua vontade.

Em meados de março o Sol (Hiram) ingressa em Áries a 1 grau, Signo de sua Exaltação. Esse Signo tem a forma do martelo que Hiram ergueu e todos os trabalhadores do templo (o Universo) correm para cumprir suas ordens e continuar seu trabalho, quando ele ascender ao trono de sua dignidade e autoridade nos céus do Norte. Ele é o seu pastor porque no Equinócio de Março ele entra no 1° grau de Áries, o Signo do carneiro ou cordeiro. Eles o ouvem, mas essas forças da natureza assumem o comando de ninguém menos que o Sol em Áries, o Sol da Páscoa.

Essa é a interpretação cósmica, mas de acordo com a Lei da Analogia, Hiram, o filho de Caim, também deve ser elevado a um grau superior de Iniciação e somente o Espírito-Sol, prestes a subir aos céus, poderia realizar a façanha. Portanto, Hiram renasceu como Lázaro e foi levantado pelo forte aperto da pata do Leão. Ele havia sido um líder dos artífices durante o regime de Iahweh e Seu filho Salomão. Por essa Iniciação ele foi elevado com o propósito de ser um líder no Reino de Cristo e ajudar as mesmas pessoas em uma fase superior de sua evolução. Portanto, ele se tornou Cristão, encarregado de explicar os mistérios da Cruz e como símbolo desse mistério a Rosa foi adicionada a ele; essa missão foi incorporada em seu nome simbólico, Christian Rosenkreuz.

Em geral, a rosa é chamada de emblema do mistério; mas, a maioria das pessoas não sabe que essa adição da rosa à cruz foi a origem desse significado simbólico. A rosa é o emblema do mistério da cruz porque explica o caminho da castidade, a transmutação do sangue da paixão em amor. Lázaro, portanto, tornou-se Cristão Rosa-Cruz e os Rosacruzes são os mensageiros especiais de Cristo para os filhos de Caim, como Jesus é para os filhos de Abel.

Os fariseus sabiam muito sobre a origem oculta dessas duas classes da humanidade e, portanto, o milagre de Lázaro foi para eles o grande crime do Cristo. Eles ficaram seriamente alarmados com o fato de que sua Religião nacional seria substituída por outra, se mais sinais fossem realizados, pois eles sentiram que fosse uma Iniciação de natureza mais elevada do que eles conheciam e um presságio da entrada em um ciclo superior. Antes de Cristo, todas as Religiões eram Religiões de Raça, adequadas às pessoas a quem foram dadas e apenas a elas. Todas essas Religiões eram Religiões de Iahweh, pois assim como o Pai foi o mais elevado Iniciado do Período de Saturno e Cristo, o Filho, foi o mais elevado Iniciado do Período Solar, Iahweh, o Espírito Santo, foi o mais elevado Iniciado do Período Lunar. De Iahweh, então, vêm as Religiões de Raça, que se empenham em preparar a humanidade no caminho da evolução por meio da lei. Essas Religiões de Raça serão substituídas pela Religião universal do Espírito-Sol Cristo, que unirá todos os seres humanos em uma fraternidade. A mudança de uma para outra e o fato de que a Religião do Deus lunar Iahweh deve preceder a Religião do Espírito-Sol Cristo é simbolizada pela maneira como a Páscoa é determinada.

A regra em uso atual para determinar o tempo da Páscoa é que ela aconteça no primeiro domingo após a Lua Cheia pascal. Isso foi adotado pelos primeiros Cristãos, que tinham conhecimento e consideração pelo significado oculto, mas logo pessoas ignorantes começaram cismas e fixaram-na em diferentes épocas. Isso ocasionou grande controvérsia. No segundo século surgiu uma disputa sobre esse ponto entre as Igrejas orientais e ocidentais. Os Cristãos orientais celebravam a Páscoa no 14º dia do primeiro mês ou Lua judaica, considerando-a equivalente à Páscoa judaica. Os Cristãos ocidentais celebravam no domingo, após o 14º dia, sustentando que fosse a comemoração da ressurreição de Jesus.

O Primeiro Concílio de Nicéia, 325 d.C., decidiu a favor do uso ocidental, marcando a prática oriental com o nome de heresia. Isso, no entanto, apenas estabeleceu a norma de que a Páscoa não deveria ser celebrada em um determinado dia do mês ou da Lua, mas em um domingo. O ciclo astronômico adequado para calcular a ocorrência da Lua da Páscoa ainda não tinha sido determinado, mas eles finalmente adotaram o antigo método de fixar o festival pela Lua e, assim, o antigo costume original foi finalmente revivido. Dessa forma, a Páscoa, agora, é celebrada no mesmo dia exigido pela tradição oculta e necessária para simbolizar adequadamente o significado cósmico do evento. A esse respeito, tanto o Sol quanto a Lua são fatores necessários, porque a Páscoa não é meramente uma festa solar. O Sol não deve apenas ultrapassar o Equador, como acontece em 21 de março, mas também a Lua Cheia após o Equinócio de Março, e então o domingo seguinte é a Páscoa, o dia da Ressurreição. A luz do Sol de Março ou Abril deve ser refletida por uma Lua Cheia antes que esse dia possa raiar na Terra e há, como foi dito, um profundo significado oculto por trás desse método de determinar a Páscoa; a saber, que a humanidade não está suficientemente evoluída para ter a Religião do Sol, a Religião Cristã da fraternidade universal, até que ela tenha sido totalmente preparada através das Religiões da Lua, que segregaram e separaram a humanidade em grupos, nações e raças; isso é simbolizado pela ascensão anual do Espírito do Sol na Páscoa, sendo adiada até que a Lua Jeovística tenha refletido completamente a luz do Sol da Páscoa.

Todos os fundadores das Religiões de Raça — Hermes, Buda, Moisés, etc. — foram Iniciados nos mistérios jeovistas. Eles eram Filhos de Seth. Em sua Iniciação, eles foram animados por seu Espírito de Raça particular e Ele, falando pela boca de tal Iniciado, deu leis a seu povo, como, por exemplo, o Decálogo de Moisés, as leis de Manu ou as nobres verdades de Buda. Essas leis manifestavam pecado porque o povo não as guardava e não podia mantê-las em seu estágio de evolução. Em consequência disso os povos fizeram uma certa dívida de destino. Esse destino, o Iniciado humano fundador da Religião teve que assumir e então precisou nascer de novo e de novo para ajudar seu povo. Assim, Buda nasceu como Shankaracharya e teve vários outros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e João Batista; mas Cristo, por outro lado, não precisava nascer, em primeiro lugar. Ele o fez de livre e espontânea vontade para ajudar a humanidade, para revogar a lei que traz o pecado e emancipar a humanidade da lei do pecado e da morte.

As Religiões de Raça do Deus lunar Iahweh transmitiam a vontade de Deus à humanidade de maneira indireta por meio de videntes e profetas, que eram apenas instrumentos imperfeitos como os raios lunares que refletem a luz do Sol. A missão dessas Religiões é preparar a humanidade para a Religião universal do Cristo Sol-Espírito, que Se manifestou entre nós sem intermediário, como a luz que vem direto do Sol, e “vimos a Sua glória como o unigênito do Pai”, quando ensinou o Evangelho do Amor. A Religião Cristã não oferece leis, mas prega o Amor como o cumprimento da lei; portanto, nenhuma dívida de destino é gerada sob ela e assim, o Cristo, que não teve necessidade de nascer, não será atraído para o renascimento sob a Lei de Consequência, como foram os fundadores das Religiões lunares da Raça, que devem carregar de vez em quando os pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer, será em um corpo feito dos dois Éteres superiores — o Éter de Luz e o Éter Refletor — o Dourado Manto Nupcial, chamado de soma psuchicon ou Corpo-Alma por São Paulo, que é muito enfático em sua afirmação de que “carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Ele afirma que seremos transformados e seremos semelhantes a Cristo; ora, se não podemos entrar no Reino em um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória usaria uma roupa tão grosseira e pesada!

O Sacerdócio, do qual Iahweh tirou Seus representantes, os profetas, os fundadores de Religiões e os construtores de templos espirituais, são os Filhos de Seth. Os Filhos de Caim ainda sentem no peito a natureza divina do seu ancestral; eles repudiam o método indireto de salvação pela fé da Igreja e insistem em encontrar a luz da Sabedoria eles mesmos pelos métodos diretos do trabalho, aperfeiçoando-se nas artes e ofícios e construindo o templo da civilização material pela indústria e estadismo, de acordo com o plano de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, sendo Cristo “a principal Pedra Angular” e cada maçom místico uma “pedra viva”.

Com o tempo, porém, essas duas grandes correntes dos Filhos de Seth e dos Filhos de Caim devem se unir para alcançar os portais do Reino de Cristo. Antes do Seu tempo, não havia como tal amálgama ocorrer, mas quando Cristo, o grande Espírito do Sol, veio, Salomão renasceu como Jesus, em quem o Cristo-Espírito entrou no Batismo e Hiram Abiff renasceu como Lázaro. Quando Lázaro foi levantado pelo forte aperto da pata do Leão de Judá, Hiram e Salomão, os antigos antagonistas, apagaram suas diferenças, conforme solicitado pelo Espírito de Cristo, e ambos estão trabalhando agora para o estabelecimento do Reino de Cristo. Foi isso que os fariseus, de alguma forma, sentiram ou presumiram e daí seus temores de que esse Jesus iniciaria muitas pessoas e as retiraria da Religião de Raça com a qual eles (os fariseus) estavam fiéis seguidores.

(por Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio/1917 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Janeiro de 2023

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Janeiro de 2023

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras):

A Fraternidade Rosacruz é uma escola de filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.

Sumário

Informação.

Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Antigas Verdades em Novas Roupagens – Parte 2.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Iniciação.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – A Fraternidade Rosacruz.

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de janeiro:

Ano Novo – Momento de aspirarmos as coisas espirituais.

Responsabilidade.

A Dor e a doença.

Perdoar assegura novos começos!

Gratidão.

Clarividência Voluntária.

Escola Fraternidade Rosacruz.

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes.

1.    Pergunta: Devemos usar a Prece decorada ou a Prece feita de Coração?.

2.    Pergunta: Por que muitas vezes há, na mesma família, muitos solteiros que morrem sem ter qualquer relacionamento? Eles devem ou precisam aprender com a solidão a valorizar um relacionamento que em vidas anteriores desrespeitaram?.

3.    Pergunta: As pessoas assassinadas ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu?.

4.    Pergunta: As pessoas assassinadas ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu?.

5.    Pergunta: Se o Corpo de Desejos nasce aos 14 anos, então de onde surgem os desejos anteriores a essa idade?.

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.

Informação

As atividades presenciais continuam suspensas em nossa sede em Campinas-SP por tempo indeterminado, devido a pandemia da COVID-19. Nossas reuniões semanais estão ocorrendo virtualmente.

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de janeiro/2023:

https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/

https://business.facebook.com/FraternidadeRosacruzCampinas/

https://www.instagram.com/frc_max_heindel/ e

https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas

  • Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) on line em andamento
  • Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)
  • Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)

Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes

Nesse mês de fevereiro é quando o Sol entra no Signo de Peixes. A Hierarquia de Peixes é o lar dos Espíritos Virginais, a Onda de Vida da qual fazemos parte.

O modelo cósmico que prevalece sobre a Terra por essa Hierarquia é o do ser humano perfeito, criado à imagem e semelhança de Deus e manifestando a divindade de seu interior.

O ser humano feito a semelhança de Deus é a nota chave de Peixes.

De fato, o aperfeiçoamento do ser humano é e tem sido o divino trabalho de todas as Doze Hierarquias Criadoras desde o começo da evolução humana.

Quando chegue a seu término, será sob o ministério da Hierarquia de Peixes.

A constelação de Peixes será a morada da Onda de Vida humana, quando todos os seus indivíduos hajam alcançado a perfeição.

Os que aprenderam a caminhar na Trilha da Santidade e seguir a Cristo até esse último e elevado objetivo concluíram seus ciclos terrestres de renascimentos.

Suas dívidas de Destino Maduro foram saldadas e todos os laços terrenos, cortados.

Tais seres humanos são conhecidos como “os Compassivos”, os “Irmãos Maiores”, que já não necessitam das lições terrenas.

São livres para passar a uma existência gloriosa na constelação de Peixes.

No entanto, esses grandes seres podem voltar, por vontade própria, na obediência ao preceito espiritual de que aquele que mais ame é aquele que melhor serve.

Frequentemente renunciam aos privilégios e às oportunidades daquele plano, com o objetivo de servir aos membros menos adiantados da Onda de Vida humana, nós. Humildade, obediência e serviço são as notas-chaves das suas vidas.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Antigas Verdades em Novas Roupagens – Parte 2

  1. Em que Região e de que Mundo está localizada a Fraternidade Rosacruz atualmente?

Região Química do Mundo Físico

  • Em que ano foi fundada Fraternidade Rosacruz?

No começo do século XX, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz reconhecem a necessidade de serem divulgados publicamente alguns ensinamentos da Escola. Depois de vencer várias provas Max Heindel é o escolhido.

Em 1909, a Fraternidade Rosacruz é constituída por de Max Heindel, após vencer várias provas. Ela tem a missão de divulgar publicamente alguns ensinamentos da Escola aqui no Mundo Físico

  • Qual é o nome da Era anterior à Era de Áries?

Era de Touro

  • Qual a Época pertencente a Era de Touro?

Época Atlante

  • Dê um exemplo de um movimento eXotérico e um exemplo de um movimento eSotérico.

Movimento Exotérico: Religião Católica ou Protestante

Movimento Esotérico: Fraternidade Rosacruz

Nenhuma

Passou por uma (pelo menos a 1ª) ou mais Iniciações de Ministérios Menores

Graduado nas Iniciações de Mistérios Menores e, também, já passou pela primeira das quatro Iniciações Maiores.

  • Porque na Fraternidade Rosacruz não há gurus, instrutores, mestres, governadores, tutores, caciques, mentores, chefes, “responsáveis pela espiritualidade do Estudante” ou outros títulos afins?

Porque a Fraternidade Rosacruz é uma Escola Preparatória para a Ordem Rosacruz, que é uma Escola de Iniciação ocidental e, como tal, busca desde o início (desde os primeiros passos do Estudante) emancipar gradativamente de toda e qualquer dependência dos outros até atingir o mais alto grau de confiança em si mesmo, o que lhe possibilita permanecer só, não importando as circunstâncias e más condições para lutar.

Quais foram as Iniciações que Christian Rosenkreuz alcançou?

Todas as existentes: 9 Iniciações Menores, 4 Iniciações Maiores e a do Libertador

Quem foi o mesmo ser humano de elevado grau de espiritualidade estava renascido no tempo em que Christian Rosenkreuz renasceu como Hiran Abiff e depois quando renasceu foi Lázaro?

O ser humano Jesus, que na época em que Christian Rosenkreuz renasceu como Hiram Abiff, Jesus estava renascido como Salomão.

Jesus é, provavelmente, o Ego mais avançado de nossa humanidade. É um Irmão Maior.

Com seu alto nível de desenvolvimento espiritual, ele foi capaz de construir um Corpo Denso e um Corpo Vital suficientemente puro para que eles pudessem ser usados pelo Arcanjo Cristo.

Com isso, o Grande Espírito Solar pode se manifestar entre os seres humanos e penetrar dentro da nossa Terra, após os acontecimentos do Gólgota.

Desde então, Jesus trabalha com igrejas, a partir dos Mundos invisíveis; e ele se esforça para levar a Cristo aqueles que crescem na fé. Enquanto, Christian Rosenkreuz (o discípulo a quem Jesus amava) prossegue o mesmo objetivo com aqueles que se desenvolvem pelas obras.

Foi no Batismo que Cristo tomou posse do Corpo Denso e Corpo Vital de Jesus.

Se todos os instrutores da humanidade estão agrupados seguindo a regra 12+1, onde está o Décimo Terceiro nesse quadro que representa os 12 Apóstolos de Cristo?

Cristo Jesus que está no centro da mesa da Santa Ceia

Na Fraternidade Rosacruz e na Ordem Rosacruz quem é o que pode ser chamado de Rosacruz?

Quem atingiu o grau de Irmão Maior, ou seja, é graduado nas 9 Iniciações Menores e as 4 Iniciações Maiores.

E os demais, desde o Estudante Preliminar até o Adepto, como deve ser chamado ou se intitular?

Como Estudante Rosacruz.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – Iniciação

O que é Iniciação?

Quando uma pessoa tem uma vida de pureza e de serviço amoroso e desinteressado prestado considerando somente a divina essência oculta no irmão ou na irmã que está ao seu lado, ela acumula, dentro dela, algumas forças, as quais, ela mesmo, geralmente, desconhece, mas que podem ser transformadas, um dia, em forças dinâmicas.

É esta transformação, o desenvolvimento destas potências, que é a Iniciação.

Podemos conseguir a Iniciação através de alguém que se apresente como um mestre e peça algum tipo de pagamento?

Não. Nas Iniciações nos vários graus das verdadeiras Fraternidades Ocultas o que conta é o mérito. Exclusivamente o mérito. Portanto, não adianta procurar alguém que, rotulado de “mestre”, ofereça-nos a Iniciação mediante uma determinada quantia de dinheiro ou até mesmo de qualquer outro tipo de cobrança

Qual o papel desse Iniciador?

Mostrar ao candidato as faculdades latentes, os poderes adormecidos,

iniciá-lo no seu uso, explicando-lhe ou demonstrando-lhe, pela primeira vez, como o candidato pode despertar essa energia estática, convertendo-a em poder dinâmico.

Lembramos que nenhuma Iniciação pode efetuar-se até tenham sido acumulados internamente, pelo Aspirante à vida superior, os poderes latentes que a Iniciação ensina a empregar dinamicamente.

Como o Instrutor (Iniciador) sabe que a pessoa está pronta?

Porque toda ação boa e desinteressada vai aumentando a luminosidade e o poder vibratório da aura do candidato,

Quando a pessoa alcançou o desenvolvimento requerido, o brilho da aura luminosa estará tamanha, que atrairá o instrutor.

O que é que retarda o pro­gresso do Aspirante à vida superior?

A busca pela riqueza material, pelas satisfações dos desejos egoístas, dos prazeres, do orgulho e da sensualidade, o sofrimento, a doença física e a degradação moral. 

A vida é destinada ao aprendizado da renúncia material, ao esforço permanente do domínio das paixões e da elevação moral.

Quais as renúncias necessárias para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz?

Desprendimento progressivo dos laços que ligam o indivíduo à vida e à experiências mate­riais, para ampliar o do­mínio de sua vida moral e espiritual

Progressivamente, ir dirigindo as forças sexuais para cima, ao invés de desperdiçá-la para satisfazer suas paixões

O que significa a expressão “tomar a sua cruz” que aparece várias vezes na Bíblia?

Aceitar aprender aquilo que planejamos aprender nessa vida;

Aceitar nossas imperfeições – nós as escolhemos no Terceiro Céu;

Romper com as nossas fraquezas – a hipocrisia, a avareza, o egoísmo, a mentira, a astúcia, a ignorância;

Pararmos de dissimularmos, de utilizar a nossa Personalidade como máscara, achando que estamos enganando a todos;

Renunciar aos impulsos da personalidade;

Domi­nar as paixões e desejos inferiores.

Os antigos sistemas de Iniciação, diziam que o candidato era mergulhado em transe, durante um período de três dias e meio. O que isso queria dizer?

Não significa dias de 24 horas, como conhecemos aqui no Mundo Físico. Estamos falando aqui dos estágios passados:

Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo XIX – Christian Rosenkreuz e a Ordem dos Rosacruzes – A Fraternidade Rosacruz

Porque os eventos (tanto de inauguração, como de fundação e mesmo de reuniões, seminários, oficinas, etc.) na The Rosicrucian Fellowship, além do dia/mês e ano também tem o horário?

Porque é útil e importantíssimo utilizarmos a Astrologia Horária como preconizada por Max Heindel e Augusta Foss Heindel, que utilizamos por meio das tabelas das “horas planetárias”

Exemplo: Domingo, é regido pelo Sol, portanto: 1ª hora é regida pelo Sol; a 2ª hora é regida por Vênus, a 3ª hora é regida por Mercúrio, a 4ª hora é regida pela Lua, a 5ª hora é regida por Saturno, a  6ª hora é  regida por Júpiter, a 7ª hora é regida por Marte. Então, novamente voltam as horas regidas Sol, Vênus, Mercúrio, Lua, Saturno, Júpiter, Marte. Essa sucessão continua em sequência ininterrupta

Por que a busca de Max Heindel em fundar a The Rosicrucian Fellowship na costa oeste dos EUA?

Nas palavras de Max Heindel; “O sul da Califórnia oferece excepcionais oportunidades para crescimento espiritual porque o Éter contido em sua atmosfera é mais concentrado do que em qualquer outra parte do mundo”.

Ao entrar na Escola Fraternidade Rosacruz o que é orientado um Aspirante à vida superior fazer em relação a tudo que já aprendeu de ocultismo?

Esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomina o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa.

Por que é sugerido ao Aspirante à vida superior de que quando ele entrar na Escola Fraternidade Rosacruz ele se comportar como uma “criança”?

Porque a criança não está imbuída do sentimento dominador de superioridade, nem inclinada a tomar aparência de sábio ou ocultar, sob um sorriso ou um gracejo, sua ignorância em qualquer assunto. É ignorante com franqueza, não tem opiniões preconcebidas e nem julga antecipadamente, portanto é eminentemente ensinável.

Qual é o próximo grau que um Estudante Rosacruz deve ter como objetivo depois de alcançar o grau de Estudante Regular e por que se dá esse nome?

O Probacionismo. Porque diferente dos dois graus anteriores, no Probacionismo, o Estudante Regular é submetido as provas a fim de verificar se ele consegue, de fato, utilizar os Ensinamentos Rosacruzes para resolver os problemas que estão ao seu entorno e se ele não fracassa, desistindo de tudo.

Apesar de todo alerta sobre Aspirante à vida superior que se tornou um Estudante Rosacruz não ficar “pulando de galho em galho” atrás de “novidades ocultistas”, você acredita que existem esses irmãos e essas irmãs que têm esse comportamento? Se sim, o que deles se podem esperar? Se não, por que não existem?

Existem sim. Definitivamente não trilham o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, porque não vibram com a nota-chave da Fraternidade Rosacruz.

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de janeiro:

Ano Novo – Momento de aspirarmos as coisas espirituais

Inicia-se o “Ano Novo” e com ele estamos cheios de ideias, de vontade, pensando somente coisas boas, altruístas, desejando paz, saúde, amor, alegrias, etc., etc.,

Então este é o momento também de aspirarmos as coisas espirituais, com firme vontade de trabalharmos para o bem comum, prestando serviço aos demais, amorosa e desinteressadamente, vamos ser voluntários em nossa comunidade, compartilhando nossos talentos, de acordo com as necessidades, onde e quando for preciso, sejamos bondosos e corteses em nossos lares, conscientes no trabalho, leais aos amigos e perdoando nossos inimigos.

Vamos dar “Bom dia, boa tarde, boa noite”, de coração, a cada pessoa que encontramos, mesmo que ela não responda.

Estejamos sempre com Espírito de Amor em nosso interior, esforçando-nos pela elevação física, moral e espiritual de todos, à estatura de Cristo, o Senhor e a Luz do Mundo. Este é um grande momento para isso. 

Que o nosso propósito seja sempre o de viver com honestidade, sendo íntegros. Vamos nos esforçar cada dia mais para construir um caráter impecável, sendo exemplo em tudo, amando a todos os nossos semelhantes.

Procuremos ter um temperamento equilibrado, cultivando uma atitude otimista e positiva de ver sempre o Bem em tudo e em todos.

Vamos colaborar com os Irmãos Maiores, transmutando os pensamentos de gratificação sensual, cobiça, egoísmo, inveja, ciúmes, posse, materialismo, etc., em amor, benevolência, altruísmo e aspiração espiritual.

Aproveitemos este início de ano para nos libertar das armadilhas e ilusões do mundo material, pois: “estamos neste Mundo, mas não pertencemos a este Mundo”.

Saibamos fazer um excelente “Ano Novo” e não apenas desejar feliz ano novo!

Responsabilidade

Vamos então focar em “Responsabilidade”.

Vamos nos tornar autoconfiantes no mais alto grau; vamos aprender a permanecer só em todas as circunstâncias, enfrentando todas as condições, principalmente adversas. Vamos começar sem medo, firmes no nosso propósito de mudanças, de crescimento espiritual; firmes em procurar nossos talentos individuais internos, pesquisando como dominar nosso egoísmo, como transmutar nossos vícios em virtudes, acelerando nossa promoção à condição de Auxiliar Invisível Consciente. Vamos nos nutrir com coisas boas.

Cada pensamento, sentimento ou ação constrói a Alma, o veículo que será incorporado a nós, um Ego da Onda de Vida humana, daí a nossa responsabilidade em nos mantermos com bons pensamentos, boas emoções, bons desejos, sentimentos, boas palavras, obras, ações e bons atos.

Todas as provas nos chegam como lições nesta Escola da Vida. Elas nos ajudam a descobrir a ordem perfeita dos planos de Deus, onde estamos inseridos.

Procuremos colocar em prática o que conseguimos aprender dos Ensinamentos Rosacruzes, servindo com empatia e de coração os que buscam nossa ajuda, consolando e confortando, enfim: mostrando o caminho. Tenhamos compaixão, ensinemos o outro a se fortalecer também.

Sejamos exemplos vivos nas ações e não somente nas palavras, encorajando e inspirando os demais para tentarem melhorar suas vidas, entender: “de onde vieram, porque estão aqui e para onde irão”. Vamos promover o desenvolvimento anímico nos outros e em nós.

Ano novo é para nos renovarmos, darmos passos largos no nosso crescimento espiritual, nos ajudando e ajudando nossos irmãos e nossas irmãs, independentemente da cor, do credo, da raça, do partido político, etc.; vamos servir aqui e agora.

Que a nossa missão mais importante seja a de plantar o bem, amar o próximo e transmitir paz, com nossos corações cheios da Luz de Cristo. Tenhamos cada vez mais o CRISTO como nosso único Ideal a seguir.

Lembremos sempre: “Que seja feita a vontade de Deus em tudo”!

A Dor e a doença

Dor e doença são causadas pelas transgressões às Leis de Deus, transgressão das leis da vida – esse é um Ensinamento Rosacruz.

Muitas vezes aprendemos somente pela dor, pois pegamos o caminho errado; ou seja, não pegamos o caminho do amor, e optamos pelo caminho da dor.

Jamais seremos curados ou poderemos ajudar no processo de cura, de uma dor, de uma doença, se nós não estivermos com nossos Corpos limpos e puros, assim como a nossa Mente, limpa e pura. Um instrumento manchado com impurezas diluirá parte do poder inerente à força de Cura, do mesmo modo que uma lente suja não pode reproduzir uma imagem perfeita.

Precisamos evitar pensamentos de crítica, intolerância, ódio, vingança, e outros da mesma espécie: negativos e destrutivos, ou estaremos nos prejudicando e prejudicando a outros também.

Procuremos ajudar a quem esteja doente, seja qual for a doença, emitindo bons pensamentos (solidariedade, compaixão, misericórdia, compreensão, piedade, amor, altruísmo e outros da mesma espécie: positivos e construtivos), fazendo orações, oficiando os Rituais Rosacruzes e, ainda, terminar sempre as nossas preces com a frase: “Seja feita a Tua vontade (a de Deus) e não a minha”. Precisamos estar atentos aos efeitos dos nossos pensamentos, sentimentos, desejos nossas emoções, palavras, nossos atos, nossas obras e ações. Se não vamos ajudar a outrem ou a nós mesmos, fiquemos em silêncio. Oremos uns pelos outros, “sem cessar”.

Cristo nos disse por palavras e exemplos o que devemos fazer. Vamos olhar para a vida d’Ele aqui na Terra e fazer o esforço de viver de forma que nossas próprias vidas sejam preenchidas com o amor e a tolerância que Ele trouxe ao mundo.

Perdoar assegura novos começos!

Perdoar é um grande passo para termos boa saúde, vivermos alegres, termos uma vida correta, consertar o que foi quebrado, inovar de fato e verdadeiramente.

Difícil? Sim é lógico!! Se não fosse, não teria sido preciso vir o Filho, Cristo, nascer aqui (“homem entre os homens”), se sacrificando a um nível que nós nunca conseguiremos alcançar a completa compreensão, para ensinar como se faz, nos dando (pela graça de Deus, e por nenhum mérito nosso!) a doutrina Cristã do Perdão dos Pecados.

Significa que os problemas foram irrevogavelmente colocados de lado, que foram liquidadas velhas rusgas.

Perdoar é ficar livre de ressentimentos, mágoas, tristezas, que nos impedem de viver bem, em harmonia com as Leis de Deus. É ficar livres do passado, de episódios, às vezes, muito antigos (frutos de rancores, mágoas e ressentimentos), dos quais temos uma vaga lembrança, mas que nos perturbam.

Para perdoarmos completamente, precisamos nos livrar dos mínimos ressentimentos, eliminá-los de nossas Mentes, evitando, assim, ficarmos doentes ou enfermos. Vamos então descartar as lembranças desagradáveis e construir nossas relações com todos que “nos magoaram”, com base no amor e sabedoria, limpando nossas Mentes e nossos Corações. Se o “outro lado” não quer, não tem nenhum problema. Livre arbítrio serve para isso! O importante é que do “nosso lado” não sobrou nada a não ser compaixão e amor.

Mais uma vez: é fácil? Não, não é. Mas não é impossível. Peçamos a Deus nosso Pai, que nos ajude, oremos sem cessar, e mais: tenhamos uma grande vontade de que isso aconteça, de que sejamos puros de coração.

Deus é Luz. Busquemos essa Luz e tudo ficará mais fácil.

Perdoar é ser humilde, é deixar todo orgulho de lado. Dê o primeiro passo!!

Gratidão

A gratidão é uma palavra que deveria ser usada por nós a todo momento – durante o dia e durante a noite: “muito grato”, “grato”, “obrigado”, “obrigada”, “muito obrigado”, “muito obrigada”, “’brigado”, “’brigada”.

Estarmos vivos já é motivo de gratidão.

Abrir os olhos, andar, se movimentar, ler, ouvir, falar, tudo isso é maravilhoso. Não fazer nada disso também tem seu motivo; é só procurarmos sabê-lo, o que não quer dizer que não devemos ser gratos, tudo tem sua razão de ser.

Se formos gratos sem questionar, tudo se torna mais fácil.

Sejamos fiéis e gratos à vontade do Pai que nos criou. Ele conhece os nossos corações, nos acompanha a cada passo e sabe o que é melhor para cada um de nós. Ele nos dá exatamente aquilo que precisamos: nem mais, nem menos. Nós é que, na nossa ignorância, insistimos em achar que não!

Max Heindel, por meio dos Ensinamentos Rosacruzes, nos informa que toda a nossa vida deveria irradiar gratidão, toda condição e todo lugar em que estamos deveria ser um testemunho de nossa gratidão. Viver em determinadas famílias (por difícil que, na nossa ignorância, achamos), em determinadas comunidades, cidades, etc., tudo está certo com o que nos propomos fazer lá no Terceiro Céu. Aceitemos ou não, é uma escolha. Esta é uma grande verdade.

Tudo aqui é um grande aprendizado, então se formos gratos, se aceitarmos com alegria, passamos sem tantos sofrimentos. Lembrem-se: aqui é passagem, peregrinação, passageiro… “tudo passa!”.

Passar, viver, não tem escolha, então escolhamos passar sem questionar, vivendo da melhor maneira possível, com fé e sendo gratos.

Tem dificuldades em compreender tudo isso? Então se esforce e estude! A Fraternidade Rosacruz lhe dará as respostas que você precisa!

Clarividência Voluntária

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que o Clarividente Voluntário (a pessoa que domina seus próprios corpos e exerce a faculdade da clarividência à sua vontade) deve, antes de tudo, dar provas de desinteresse. O Clarividente Voluntário não tem “dias livres” nem, de nenhum modo, é como um espelho negativo, dependente dos reflexos que de qualquer forma o possam atingir. Em qualquer momento, pode olhar e ver os pensamentos e planos dos demais, sempre que dirija sua atenção especialmente para isso.

Já o Clarividente Voluntário e treinado, pelo voto mais solene, obriga-se a não empregar jamais esse poder para servir seus interesses individuais, sequer em grau mínimo, nem para salvar-se de qualquer dor ou tormento.

O Clarividente Voluntário e treinado, o que realmente tem algo a dar, não aceitará jamais nenhum donativo ou qualquer compensação para exercer sua faculdade. Mas, dará e dará desinteressadamente, tudo o que considere necessário ou compatível com o destino gerado ante a Lei de Consequência pela pessoa a quem vá ajudar. Usa a clarividência desenvolvida para investigar os fatos ocultos. É a única que serve realmente para esse objetivo. Portanto, o Clarividente Voluntário e treinado sente um desejo santo e desinteressado de ajudar a humanidade e não um desejo de satisfazer uma tola curiosidade. Enquanto esse desejo superior não exista, não se pode fazer progresso algum em direção à Clarividência Voluntária!

Escola Fraternidade Rosacruz

A Fraternidade Rosacruz, desde os seus primórdios, vem despontando como a precursora da Era Aquariana ou Era de Aquário, da mentalidade aquariana, oferecendo por meio das verdades que proclama uma nova alternativa de vivência.

Como Escola Filosófico Cristã, pois tem o Cristo como seu único Ideal a ser seguido, tem como mensagem e Missão: “Uma Mente Pura, Um Coração Nobre e Um Corpo São”.

 Seus Ensinamentos são totalmente gratuitos, abertos ao público e, como toda Escola de Mistérios ou Escola preparatória para Iniciações, tem um passo a passo, onde todo Aspirante à vida superior, com determinação, sobe degraus, avançando na sua espiritualidade, pela sua dedicação e persistência.

O que a Fraternidade Rosacruz deixa sempre claro é que nada acontece da noite para o dia, mas todo aquele que quiser, obterá uma expansão maior de consciência, do que essa de vigília que possui, de um modo seguro, ocidental e direto, sem aparatos sejam humanos ou físicos entre o Aspirante e os Mundos espirituais.

Outro dado importante é que por meio dos Ensinamentos da Fraternidade Rosacruz buscamos o equilíbrio “cabeça-coração”, imprescindível hoje!

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola preparatória para a Ordem Rosacruz, sabendo que essa se encontra na Região Etérica do Mundo Físico, e é uma Escola de Iniciação ocidental.

É uma Escola que está sempre difundindo as verdades dessa nova Era Aquariana que se aproxima (pois já estamos na Órbita de Influência de Aquário, por Precessão), com clareza de detalhes a serem comprovados.

Aqui também, através de Cursos, Livros, Site, Redes Sociais, etc., aos poucos vamos descobrindo: “De onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos”.

Não é maravilhoso sabermos tudo isso? E, também, não é uma dádiva podermos nos preparar para a nova Era que se aproxima?

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes

Pergunta: Devemos usar a Prece decorada ou a Prece feita de Coração?

Resposta: Depende do conceito da palavra “decorada”. Se quer dizer poder repetir uma oração “de cor” sem compreender e internalizar cada palavra da oração, repetindo como faz um papagaio ou como muita gente faz (rezando e pensando em outras coisas, e até em afazeres que se dedicará assim que “acabar isso”), ela não surtirá nenhum efeito, será perda de tempo e a pessoa digna de compaixão por utilizar aqui a famosa astúcia, reminiscência trazida da Época Atlante, e que tanto nos atrapalha atualmente.

Agora…se o conceito aqui é repetir a mesma oração sempre, compreendendo o significado de cada palavra emitida e a internalizando no seu objetivo, aí a oração “decorada” produz o seu efeito maravilhoso! Lembremos sempre que a repetição é a chave do desenvolvimento do nosso Corpo Vital, veículo esse que temos e de onde tiramos os insumos básicos para a construção do Corpo-Alma, o que estamos construindo (consciente ou inconscientemente) para dar o nosso próximo passo nesse Caminho da Evolução. Como exemplo para entendermos o que é uma oração “decorada” “bem-feita”, veja a Oração do Pai-Nosso: a Oração do Senhor é uma fórmula abstrata de melhoramento e purificação de todos os nossos veículos. Cada aspecto do Tríplice Espírito, começando pelo inferior, expressa adoração ao aspecto correspondente da Divindade. Quando os três aspectos do espírito estão colocados ante o Trono da Graça, cada um emite uma oração apropriada às necessidades da sua contraparte material. No fim os três unem-se para proferir a oração da Mente. O Espírito Humano se eleva à sua contraparte, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”. O Espírito de Vida reverencia-se ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino ajoelha-se ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade…”.

Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”. O cuidado a prestar ao Corpo Denso está expresso nas palavras: “o pão nosso de cada dia dai-nos hoje”.

O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. O Corpo Vital é a sede da memória. Nele estão arquivadas subconscientemente as lembranças de todos os acontecimentos passados, bons ou maus, isto é, tanto a injúria como os benefícios feitos ou recebidos. Lembremos que, ao morrer, as recordações da vida são tomadas desses arquivos imediatamente depois de abandonar-se o Corpo Denso e que todos os sofrimentos da existência pós-morte são resultado dos acontecimentos aí registrados como imagens.

Se pela oração contínua obtemos o perdão ou esquecimento das injúrias que tenhamos praticado e procuramos prestar toda compensação possível, purificamos nossos Corpos Vitais.

O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice Corpo, o de Desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”. O desejo, o grande tentador da humanidade, é o grande incentivo para a ação. É bom quando cumpre os propósitos do espírito, mas quando se inclina para algo degradante, para algo que rebaixa a Natureza, certamente devemos rogar para não cair em tentação.

Por último, os três aspectos do Tríplice Espírito juntam-se para a mais importante das orações, o pedido pela Mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”. A Mente é a ligação entre as naturezas superiores e inferiores. Admite-se que os animais sigam os seus desejos sem nenhuma restrição. Nisso nada há de bom nem de mau porque lhes falta a Mente, a faculdade de discernir. Os meios de proteção empregados para com os animais que roubam e matam são muito diferentes do empregado em relação aos seres humanos que fazem tais coisas. Mesmo quando um ser humano de Mente anormal faz isso não se considera da mesma forma que ao animal. Agiu mal, mas porque não sabia o que fazia é isolado.

O ser humano conheceu o bem e o mal quando seus olhos mentais se abriram. Aquele que realiza a ligação da Mente ao Eu superior permanentemente, é pessoa de elevado entendimento. Se, pelo contrário, a Mente está ligada à natureza emocional inferior, a pessoa tem mentalidade inferior.

Por tais razões, a oração para a Mente traduz a aspiração de nos libertarmos das experiências resultantes da aliança da Mente com o Corpo de Desejos e de tudo quanto tal aliança origina.

No aspirante à vida superior, a união entre as naturezas superior e inferior é realizada pela Meditação sobre assuntos elevados, pela Contemplação que consolida essa união e, depois, pela Adoração que, transcendendo os estados anteriores, eleva o espírito ao Trono.

A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção. A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.

Pergunta: Por que muitas vezes há, na mesma família, muitos solteiros que morrem sem ter qualquer relacionamento? Eles devem ou precisam aprender com a solidão a valorizar um relacionamento que em vidas anteriores desrespeitaram?

Resposta: Quem disse que o objetivo de uma vida está em se casar? Se o irmão ou irmã tem plenas condições financeiras, emocionais, sociais, espirituais e de saúde deve fazer o sacrifício de ajudar a disponibilizar um Corpo para o irmão e a irmã que está na fila para renascer (e a fila é enorme!). No entanto, não há necessidade de se casar! Basta um relacionamento fraterno, de bem-querer, responsável e com amor ágape para a situação estar bem encaminhada! A amizade cultivada com as pessoas que estão a sua volta deve ser sempre fundamentada no mesmo amor entre um casal. Afinal somos todos irmãos e como tal é que devemos nos relacionar, e não se limitar em padrões externos: marido e esposa, pai e filho, mãe e filha, vizinho e vizinha, etc. Valorize a amizade e verá que maravilha!

Muitas vezes a solidão existe porque insistimos em querer nos relacionar com as pessoas que queremos e não as que estão a nossa volta! E pasme: fomos nós mesmos que escolhemos TODAS as pessoas a nossa volta!! Então, por que a rejeição agora? Semelhante sempre atrai semelhante!

Pergunta: As pessoas assassinadas ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu?

Resposta: Não ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu. Morrem e seguem o seu caminho naturalmente. Se tiver que passar pelo Purgatório, passará e depois pelo Primeiro Céu e assim por diante. O motivo? É porque no horóscopo do assassino e do assassinado estava a tendência de tal ocorrência. Se o assassino comete, caiu na tentação (não aprendendo a lição, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassinado (a)); agora se o assassinado perdoar o assassino (durante o tempo em que rompe o seu Cordão Prateado e a sua entrada no Purgatório/Primeiro Céu) ao invés de ficar “apegado à Terra” promovendo a vingança no assassinado, então ele aprendeu a lição e não passará por ela novamente. Se não perdoar, então, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassino (a) que será lhe apresentado como potencial assassinado (a).

Pergunta: As pessoas assassinadas ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu?

Resposta: Não ficam em coma até o instante em que sua vida devesse acabar naturalmente, conforme programado no Terceiro Céu. Morrem e seguem o seu caminho naturalmente. Se tiver que passar pelo Purgatório, passará e depois pelo Primeiro Céu e assim por diante. O motivo? É porque no horóscopo do assassino e do assassinado estava a tendência de tal ocorrência. Se o assassino comete, caiu na tentação (não aprendendo a lição, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassinado (a)); agora se o assassinado perdoar o assassino (durante o tempo em que rompe o seu Cordão Prateado e a sua entrada no Purgatório/Primeiro Céu) ao invés de ficar “apegado à Terra” promovendo a vingança no assassinado, então ele aprendeu a lição e não passará por ela novamente. Se não perdoar, então, o ensino não será suspenso e em uma próxima vida será lhe apresentada novamente a lição, com um grau a mais de dificuldade e não necessariamente tendo o outro lado esse mesmo irmão (ã) assassino (a) que será lhe apresentado como potencial assassinado (a).

Pergunta: Se o Corpo de Desejos nasce aos 14 anos, então de onde surgem os desejos anteriores a essa idade?

Resposta: O Mundo do Desejo é o Corpo de Desejos planetário, ou o Corpo de Desejos da Terra. Do momento do nascimento até próximo dos 14 anos, os desejos, sentimentos e emoções de um ser humano advém do Corpo de Desejos Planetário. Por isso que as emoções das crianças são de pequena duração e superficiais. Próximo aos catorzes anos, o Corpo de Desejos individual nasce da matriz do Corpo de Desejos macrocósmico, ficando então livre para trabalhar no seu Corpo Denso. O crescimento excessivo é controlado e a força, até aí utilizada para tal propósito, pode ser agora empregada na propagação, no florescimento e na frutificação da planta humana. Por isso o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Daí em diante começa a atração pelo sexo oposto, especialmente desenfreada e ativa nesse terceiro período setenário da vida – de catorze aos vinte e um anos – por não ter nascido, ainda, a Mente refreadora. Veja mais sobre isso no livro O Corpo de Desejos, aqui: https://fraternidaderosacruz.com/livro-o-corpo-de-desejos-max-heindel/

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o serviço de cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.
Datas de Cura:

Fevereiro: 02, 10, 16, 22

Jesus ia passando por todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando as boas-novas do Reino e curando todas as enfermidades e doenças. – Mateus 9:35

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Frutos da União entre os nossos Polos Masculino e Feminino

A Sabedoria descrita nesse versículo dos Provérbios (“Obtenha sabedoria e compreensão” (Pr 1:2)) representa o princípio feminino de Deus, o fluir da revelação cósmica, enquanto a Compreensão representa o princípio masculino, que é alcançado pelo emprego da Vontade e da Razão (Logos). A temática do presente artigo aborda esses dois polos básicos que fundamentam qualquer desenvolvimento humano – até mesmo o desenvolvimento inconsciente que, mesmo sendo respeitado, não é sugerido aos Estudantes Rosacruzes, pois somente pelo emprego correto desses polos é que coisas originais podem ocorrer, de fato. Lembrando que a originalidade aqui mencionada, sempre será fundamentada no Amor, que também é o propósito de toda Ação, de todo o Poder e de toda a Sabedoria. Qualquer criação fundamentada fora do Amor é vaidade.

Duas figuras representam, em seu mais elevado grau, os polos feminino e masculino: a Virgem Maria que personifica o polo feminino e Hiram Abiff – o Construtor do Templo de Salomão – que representa o polo masculino. Lázaro, por sua vez, representa o fruto dessa união, ou o ser andrógeno ressuscitado pelo Leão de Judá, o Cristo. Ele, junto a Jesus, alcançou a vida eterna pela união dos dois polos. Essa androgenia foi majestosamente representada por Leonardo da Vinci na obra ‘A Última Ceia’, em que São João Evangelista é representado como um ser andrógeno.

Originalmente, o mundo foi concebido em equilíbrio e cooperação perfeita entre os polos masculino e feminino. Aqui todos os elementos da Natureza operam em consonância para a benignidade e para a vida. Condição conhecida na Bíblia como Jardim do Éden. Com o evento conhecido por “Queda do Homem” tanto o ser humano como a Natureza passaram a ser divididos: ao mesmo tempo em que a Natureza nos fornece a vida e o alimento de cada dia, há vírus, micróbios, vermes, infectuosos, animais e plantas que sugam, parasitam, lutam e matam. Catástrofes e desgraças provindos da Natureza, passaram a ocorrer após a “Queda do Homem”. Esse fenômeno é ilustrado por Ezequiel no Capítulo 31, versículos 16-17: “Ao som da sua queda fiz tremer as nações, quando o fiz descer ao inferno, com os que descem à cova; e todas as árvores do Éden, a flor e o melhor do Líbano, todas as árvores que bebem águas, se consolavam nas partes mais baixas da terra. Também estes com ele descerão ao inferno a juntar-se aos que foram traspassados à espada, sim, aos que foram seu braço, e que habitavam à sombra no meio dos gentios”.

Do mesmo modo, passamos a ter duas Naturezas pós-queda: uma superior (Imagem de Deus) e outra inferior (que atualmente é dessemelhante a Deus). A busca pelo reestabelecimento da condição antiga é meta do Aspirante a vida superior – o Estudante Rosacruz – e a Nova Jerusalém só poderá ser uma verdade quando essa condição for alcançada por nós.

O principal motivo pelo qual não atingimos esse estágio ocorre pelo fato de não compreendermos o Mistério do Divino Feminino e da não aplicação desse saber em nossa vida. A pureza é o elemento fundamental que transcende a experiência humana para além da representação ou do conhecimento cerebral (sombra da real essência pensante do Ego). Ao se buscar a pureza, alimenta-se a Virgem Maria interior, que desperta um saber acima do intelecto e permite a experiência da verdadeira Vida.

A quinta essência do polo masculino, conhecida na Fraternidade Rosacruz como quintessência da linhagem de Caim, se alimentada isoladamente, deslocada da pureza, seduzirá a pessoa ao ponto de acreditar ser detentora de grande poder e que pode bastar em si mesma.

O polo masculino isolado, então, jamais produzirá um poder epigenético (originalidade) colaborativo à Grande Obra. A originalidade sem pureza é muito perigosa, sendo sua expressão máxima manifestada em alguns sistemas econômicos atuais. Por exemplo, o capitalismo, que tem foco na produção e no lucro, induz seus adeptos (ainda que inconscientes em sua maioria) para a necessidade de ambição e originalidade. Estabelece, assim, a competição entre as pessoas. Pelo modo como esse sistema é aplicado hoje (sem pureza), aquele que tiver a melhor ideia (ou a ideia mais lucrativa) ganhará sua promoção ou recompensa. Por ser unilateral, possui efeitos colaterais como a exacerbação do individualismo, da vaidade e a periferia econômica-social.

Obviamente que os conceitos de: dinheiro, poder, amor e fama são os elementos colocados pelos Grandes Líderes da humanidade como fonte motivacional para que saíamos da inércia e dinamizamos nossos poderes latentes, por meio da obtenção de experiências e aprendizagem (ainda que isso pareça um absurdo quando se contempla a miséria que um sistema unilateral, como o acima mencionado, promove).

Lembrando o que estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos: “O Amor, a Fortuna, o Poder, a Fama! Eis os quatro grandes motivos de toda ação humana. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo por que o ser humano faz ou deixa de fazer algo. Os grandes Líderes da humanidade agiram sabiamente quando lhe deram tais incentivos para a ação, a fim de obter experiências e aprender. O Aspirante à vida superior deve continuar usando-os como motivos de ação, firmemente, mas deve transmutá-los em algo superior. Por meio de nobres aspirações, deve saber transcender o amor egoísta que busca a posse de outro Corpo, e todos os desejos de fortuna, poder e fama fundamentados em razões pessoais egoísticas. O Amor pelo qual se deve aspirar é unicamente o da Alma; que abarca todos os seres, elevados e inferiores e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe. A Fortuna pela qual se deve lutar é somente a abundância de oportunidades para servir os semelhantes. O Poder que se deve desejar é o que atua melhorando a humanidade. A Fama pela qual se deve aspirar é a que possa aumentar nossa capacidade de transmitir a boa nova, a fim de os sofredores poderem encontrar o descanso para a dor do seu coração.”

No entanto, a questão que fica é o modo como utilizar os conceitos de fortuna, poder, amor e fama: se houver correspondência aos raios inferiores de Marte e Vênus, tem-se uma vida comum e materialista; por e outro lado, se houver preenchimento destes conceitos com coragem, bravura, intrepidez, simetria, simpatia e Amor, pode-se despertar o raio universal de Urano e concretizar, aqui e agora, a Nova Jerusalém.

Atualmente, o polo masculino impera de modo invertido na grande maioria das pessoas, principalmente nas pessoas que possuem Mentes com poder material e que determinam aquilo que seguramente as massas aderirão. Aqui existem dois problemas:

O foco unilateral no polo feminino (linhagem de Água) também possui seus efeitos colaterais: mesmo que promova a experiência de fidelidade e pureza, induz o ser humano a mergulhar no “Eu verdadeiro” – o Ego, a Individualidade – e suspender todas as suas faculdades pessoais. Quem busca o “Eu verdadeiro” suprimirá o centro falso que é o “Eu inferior” (alimentado isoladamente pelo polo masculino isolado). Nessa libertação radical se atinge o estado de consciência sem sopro e sem reflexão. Aqui se alcança a transcendência do fenômeno de existir no “Eu inferior”; de qualquer senso de consciência do tempo, espaço e causa. Chega-se na dissolução do senso do ser individual. Em outras palavras, mata-se a Personalidade!

Entretanto, o método inaugurado por Cristo-Jesus – o Cristianismo – é o mais eficaz no propósito de reequilibrar a Natureza e o ser humano. Nele, o Fogo se encontra com o Água e nada se extingue na Personalidade humana. Ao contrário, tudo nela se abrasa. Esta é, de fato, a experiência do binário legítimo ou a união das duas substâncias separadas na essência única (Deus). Em outras palavras, as substâncias continuam separadas (Espírito e Corpo – Binário) para não serem privadas daquilo que é o mais precioso em toda a existência: a aliança livre no amor. Por isso no Cristianismo se diz sobre o dom das lágrimas, pois a Personalidade permanece. O próprio Cristo Jesus chorou na ressureição de Lázaro, que é a personificação da união perfeita entre os polos masculino e feminino.

Neste sentido, o Amor, que é a base do ensinamento do Cristo, só pode se manifestar se houver um binário; se houver um Amante e um Amado; se houver um “Eu” e um “Tu”; se houver Sopro (Espírito, Fogo) e Reflexão (Corpos, Água). Este é o motivo pelo qual Cristo sempre dizia, “Em verdade, em verdade”, referenciando a consonância entre o Espírito (primeiro “em verdade”) e o Corpo (segundo “em verdade”), e que dessa fecundação, nascerá a Alma, que são os poderes anímicos, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, que é a Tríplice Alma: Alma Consciente, Alma Intelectual e Alma Emocional. Também este é o verdadeiro motivo pelo qual Ele curou um doente (fruto do círculo fechado) num Sábado, reabrindo a espiral em que Deus vem até o ser humano e o ser humano vai até Deus.

O principal meio para alcançarmos a união verdadeira entre os polos masculino e feminino (Originalidade-Pureza) é o Amor. Não é possível amar unilateralmente. Para o Amor se manifestar, deve haver os dois polos, em relação. Um alimenta o outro, sendo a Cristificação o fruto deste casamento. Somente assim a Nova Jerusalém se tornará uma realidade.

Do ponto de vista prático ou do cotidiano, dois são os meios que se pode atingir da união de complementares (Masculino-Feminino; Eu-Tu; Hiram-Rainha de Sabá; Espírito-Corpo; Sopro-Reflexão; Originalidade-Pureza): no nível pessoal (regeneração da Personalidade) e no nível coletivo (serviço amoroso e desinteressado aos outros), sendo que um aprimoramento não pode existir sem o outro. Isso está de acordo com a lógica de “espirais dentro de espirais” ou “de como é em cima, é embaixo”. Em ambos os níveis, a Imaculada Concepção e a Glória de Shekinah são alcançadas.

Os alquimistas revelaram uma grande verdade quando declararam que a Pedra Viva (o corpo da Nova Era) era formada pela união do Sol (polo masculino) e da Lua (polo feminino), e o percurso dos Astros no Sistema Solar, o Corpo-Templo de Deus, possui um correlato similar do Corpo-Templo do ser humano. Este é um dos maiores simbolismos do Corpo Humano.

A Semente Sol e a Semente Lua, conforme o Estudante Rosacruz se torna dedicado na busca espiritual, a cada ano, imediatamente após o Solstício de Junho, a Semente-Sol, ou semente masculina, inicia seu circuito anual através do corpo, simulando o caminho do Sol em seu curso pelo céu. As correntes vitais no ser humano e na Natureza estão sempre em sincronia, a menos que atrapalhemos esta harmonia. No Equinócio de Setembro a Semente-Sol alcança o centro do coração e no Solstício de Dezembro, o Sol alcança sua maior declinação, no Sul. Na humanidade comum, este ponto é onde fica o Plexo Celíaco. No Equinócio de Março, toca novamente o coração e, finalmente, no Solstício de Junho a semente-Sol toca a sua “Casa” que é a Glândula Pineal. Mas neste caso, temos as correntes vitais de um Adepto (um ser humano que já possui as Nove Iniciações Menores e uma Maior). Podemos utilizar a figura de uma lemniscata para ilustrar esse ponto: aqui, o ponto de maior declinação sul é na base do coração, enquanto em nós, humanidade comum, o ponto mais baixo é na região do Plexo Celíaco. Do mesmo modo, o ponto onde há o cruzamento do fluxo da energia vital, no Adepto ocorre na Laringe, seu novo órgão criador, enquanto em nós, ocorre no coração. Concomitante ao ciclo do Sol ocorre o ciclo da Lua.

A Semente-Lua (princípio feminino) segue o caminho da Lua. Na Lua Cheia, temos a ativação do centro da geração (Plexo Celíaco) – se a força sexual permanecer na pessoa, então ela subirá: “Qualquer um que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus.” (1Jo: 3-9). Quando ocorre a Lua Cheia, a ativação da força de vida é sempre abundante, mas, a maior parte de nós acaba por derramá-la no robustecimento da incongruência entre Espírito, Alma e Corpo. Para aqueles que buscam uma vida casta, que é o esforço consciente para manter a sincronia entre Espírito (Céu), Alma (Purgatório) e Corpo (Terra), a semente permanecerá nele. Assim, o fluxo de energia de vida seguirá sua ascensão, a cada mês e, na Lua Nova, tem-se a ativação da Glândula Pituitária ou Corpo Pituitário. Se o Estudante Rosacruz for capaz de, a cada mês, trilhar o caminho da santidade, que é a mais solene preparação e com a maior reverência e devoção, então a semente permanecerá nele (12 sementes a cada ano, uma a cada ciclo da Lua em um Signo do Zodíaco). Assim, quando ocorrer o Solstício de Junho, as 12 sementes Lunares (polo feminino) serão unificadas a uma semente Solar (polo masculino). A fusão entre as sementes ocorre no terceiro ventrículo cerebral, que é a ponte entre as Glândulas Pituitária e Pineal. Por isso o terceiro ventrículo chamado de a cama da lua de mel, em que a Criança Santa (a união entre as sementes Lunar e Solar) é concebida e nascida. Também é chamado de “manjedoura” e as Glândulas Pituitária e Pineal denominadas: Pai e Mãe. O desequilíbrio desse processo, fruto da “Queda do Homem” no Jardim do Éden, causou a perturbação da sincronia entre as correntes de força cósmica e as correntes de força humana, que têm a mesma origem (“como em cima, é embaixo”). Este foi o nosso pecado, quando vivemos na antiga Lemúria (na Época Lemúrica), desperdiçamos nossas sementes sem levar em conta a lei e sem considerar o amor. Mas é nosso privilégio, enquanto Cristãos, nos redimir, pela pureza de nossa vida, em memória do Senhor. São João diz: “Sua semente permanece n’Ele” e este é o significado oculto “do pão e do vinho”. Vale lembrar que santidade é algo muito maior do que ter ou não ter relação sexual. “Não é o uso, mas o abuso que produz todas as perturbações e que interfere com a vida espiritual. Não há necessidade alguma de abandonar a vida superior quando não se possa ser casto, nem é necessário ser estritamente casto para passar pelas Iniciações Menores” (Max Heindel). A força sexual deve ser direcionada para outros propósitos, de modo a, gradativamente, sublimarmos a tendência passional e egoísta de satisfação pessoal, e a empregarmos em fins espirituais. Astrologicamente, isso é feito pela transmutação da paixão de Marte e do amor de Vênus (sensual e pessoal) no altruísmo de Urano exaltado em Escorpião, o Signo da regeneração.

“A Sala Oeste do Tabernáculo era tão escura como os céus o são quando a luz menor – a Lua – encontra-se na parte oeste do céu em oposição ao Sol, isto é, na Lua Nova, quando começa um novo ciclo num novo Signo do Zodíaco. Na parte mais ocidental deste escuro santuário ficava a Arca da Aliança com os Querubins pairando acima dela, e, também, a ardente Glória de Shekinah, da qual saía a Luz do Pai que comungava com Seus adoradores, mas que para a visão física era invisível, portanto, escura” (Max Heindel em Iniciação Antiga e Moderna). Para a compreensão do que é a Glória de Shekinah, devemos ter em mente que o elemento Fogo está presente em todo o universo. Não há nada que exista que não esteja envolvido por tal elemento. Talvez seja difícil compreendermos este fato, pois associamos fogo com chama. Mas bem sabemos que o fogo guarda a mesma relação com a chama que o Espírito tem com o Corpo; o Espírito é invisível assim como o fogo, e o corpo representa a chama, que é o fogo manifestado. Assim como a Árvore da Vida possui seu correlato no corpo do ser humano, assim também as partes do Tabernáculo do Deserto possuem correlatos anatômicos e funcionais com nosso Corpo-Templo. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (ICor 3:16). A cabeça é o correlato anatômico da Sala Oeste do Tabernáculo do Deserto. Essa Sala é também conhecida como o Santo dos Santos ou Sanctum Sanctorum. Nenhum mortal poderia passar o véu que separava a Sala Leste da Sala Oeste, somente o Sumo Sacerdote em uma ocasião especial do ano, chamado Yom Kippur, o Dia da Expiação, é que podia ali adentrar. O Tabernáculo inteiro era o santuário de Deus, mas, neste lugar, sentia-se o imponente poder de Sua presença, a morada excepcional da Glória de Shekinah, e qualquer mortal tremeria dentro deste recinto sagrado, como devia acontecer ao Sumo Sacerdote no dia da Expiação (Max Heindel). Mesmo assim, essa entrada pelo Sumo Sacerdote, era feita após a mais solene preparação e com a maior reverência e devoção. É justamente sobre esta preparação que a Imaculada Concepção possui sua importância, pois somente “os puros verão a Deus”. No mundo existe matéria-prima dada por Deus, que é simbolizada pelo trigo. Ora, do mesmo modo que o trigo é a matéria-prima para elaboração e consumo do pão, os eventos de cada dia se apresentam como oportunidades de trabalho (originalidade) com a matéria-prima (gratidão, devoção e pureza), dadas por Deus, para elaboramos o “Pão da Vida”, que alimenta o Espírito. Note que a cada evento que nos deparamos, todos os dias, podemos enfocar nossa Mente sobre ele, e aqui trabalharemos com a matéria-prima do Mundo do Pensamento. Transformando o trigo em pão pelo emprego da duplicidade Originalidade-Pureza. O mesmo para os sentimentos que são despertados em nós na vivência dos fatos da vida. Se deixarmos que a nossa Natureza emocional degenerada sempre permaneça, sairemos da vida com o mesmo temperamento que entramos. Isso significa que não trabalhamos com a matéria-prima (trigo) do Mundo do Desejo que nos foi dada e, por isso, não produzimos nenhum pão. “Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” (Mt 25:29). O mesmo para os hábitos que são o resultado que fazemos com o Corpo Vital. Se adquirirmos vícios e maus hábitos nesta vida, significa que estamos destruindo nosso Corpo-Templo que Deus habita e, nas próximas vidas, teremos mais doenças e morte. Finalmente, se não cuidamos de nosso Corpo Denso e do ambiente que vivemos (nossos lares e todos os locais que passamos), também deixamos de construir o “Pão da Vida”. Aqueles que já desenvolveram suas capacidades estão envolvidos nos sistemas acadêmicos, religiosos, políticos e artísticos, promovendo melhorias em nível coletivo, alcançaram consciência e capacidade que permitiram que seu círculo de ação fosse expandido. Veja que a vida se torna muito mais do que ter de trabalhar, comer, beber, nos momentos livres dedicar-se as distrações, prazeres e descansar. Se não criarmos vias originais para que a energia sexual floresça, com certeza ela fluirá para os órgãos sexuais e jamais a Imaculada Concepção permitirá a abertura dos olhos para ver o Fogo Invisível ou a Glória de Shekinah. O contato com o Altíssimo jamais ocorrerá, pois “somente os puros verão a Deus”. Com os “olhos abertos”, vendo face a face, um maior alcance de serviço amoroso nos será inaugurado e poderemos servir lá, como aqui procuramos servir. A Nova Jerusalém será, então, uma verdade. “E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus. Nunca mais te chamarão: Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais: Assolada; mas chamar-te-ão: O meu prazer está nela, e à tua terra: A casada; porque o Senhor se agrada de ti, e a tua terra se casará. Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62:3-5).

(Trecho do Livro The Life and Mission of the Blessed Virgin – Corinne Heline – traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz-Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva”

Lemos na Bíblia, em Gênesis, 1:27 que os Elohim formaram o “homem à sua semelhança”, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). Ali temos a descrição da nossa Época Atlante.

Quem eram esses Elohim? Eram, nada mais nada menos, que as Hierarquias Criadoras que, nesse primeiro capítulo do Gênesis, foram chamados de Elohim: “Eloh”, um nome feminino em que a letra “h” indica o gênero e “Im”, a desinência de plural masculino.

Portanto, trata-se de uma hoste de seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia dual criadora, positivo-negativa. Pois Deus é um ser composto.

Jeová era e é uma dessas Hierarquias Criadoras, portanto, um Elohim. Sua presença aparece mais explícita a partir do segundo capítulo do Gênesis no texto hebraico. E não poderia ser de outra maneira, pois sua parte especial no trabalho da Criação começa efetivamente a partir dali. Jeová é o Guia dos Anjos, a Onda de Vida que atingiu o “grau de humanidade” do Período Lunar, e é o regente da Lua atual. O trabalho de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecidas. Seu trabalho é multiplicar o que existe sobre o nosso Planeta Terra. Portanto, Ele é o dador de crianças e os Anjos são os mensageiros nesta obra. Jeová também não é somente o “Deus dos Judeus”. Ele é também o autor de todas as Religiões de Raça que nos conduzem ao Cristianismo. Como Deus de Raça, tem características que o faz ser um Deus ciumento e zeloso, como um feitor que nos obriga a fazer isto ou aquilo, ou nos proíbe de fazer outras coisas.

Pela sua Lei, quem não obedece é expulso, sofre e é abandonado. É a Lei do “Olho por Olho, Dente por Dente”. Assim, no Velho Testamento temos a história de toda a nossa descida até a esse Mundo Físico: nossa transgressão as leis de Jeová, como Jeová nos guiou no passado e como nos guiará no futuro até que alcancemos o Reino dos Céus; e é justamente aqui que vamos buscar a origem das duas tendências que operam atualmente no mundo: de um lado, a de buscar compreender tudo e do outro, a de aceitar tudo como é.

Vamos começar dizendo que o relato bíblico tem pontos coincidentes e pontos discrepantes com respeito à Lenda Maçônica.

No capítulo 1 de Gênesis, 22, diz-se que Deus criou Eva, o ser feminino. A Lenda Maçônica diz que Jeová criou Eva. E que o Espírito Lucífero Samael se uniu a ela. Mas este foi expulso por Jeová e forçado a deixá-la antes do nascimento do fruto dessa união, Caim. Ora, Samael é um dos espíritos marcianos que, liderados por Lucífer, ajudou a humanidade incipiente a comer da Árvore do Conhecimento.

Aquele ensinamento relatado na Bíblia em Gênesis 3:1-8, nada mais era do que chamar a atenção da humanidade que ela poderia procriar sozinha, sem a ajuda dos Anjos ou de Jeová. Motivo pelo qual foram expulsos do paraíso.

Voltando a Lenda Maçônica, temos que depois Jeová criou Adão para ser companheiro de Eva. E dessa união nasceu Abel. Assim, Caim ficou sendo filho de natureza semidivina, fruto da união de um espírito de Lúcifer, Samael, com um ser humano, Eva. Abel ficou sendo filho da união de dois seres humanos: Adão e Eva.

Pelo fato de Samael ter que abandonar Eva, mesmo antes do nascimento de Caim, este, então, ficou conhecido como “Filho da Viúva”. Afinal, Samael nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.

Já como Adão permaneceu com Eva mesmo após o nascimento de Abel, este ficou conhecido como “Filho do Homem”. Afinal, Adão assumiu sua função de marido e de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho do homem.

Essa diferença desses dois seres tornou o principal diferencial de toda a nossa evolução. Caim, por ser um produto semidivino, tinha o impulso divino da criação. Abel, por ser um produto totalmente humano, contentava em aceitar tudo como estava.

Como lemos na Bíblia, Gênesis 4:2: “Abel tornou-se pastor e Caim lavrador“. Abel contentava-se em guardar rebanhos, criados também por Jeová. Abel e esses rebanhos se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente, sem esforço nenhum de Abel, ou seja, uma dádiva dos deuses. Caim, não. Tinha o desejo dominante de criar algo. Não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele: plantou as sementes que achou, fez crescer o grão e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos.

Mas, como lemos em Gênesis 4:3-5: “… ofereceu Caim frutos da Terra em oblação ao Senhor. Abel, de seu lado, ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras dele; e o Senhor olhou, com agrado, para Abel e sua oblação, mas não olhou para Caim, nem os seus dons“.

Ora, Abel fazia tudo que Jeová dizia. Era obediente e, portanto, harmonioso num regime de Leis. Estava satisfeito em aceitar o seu modo de vida, cônscio de sua descendência divina, gerada sem esforço e iniciativa própria.

Por outro lado, Caim não era obediente e, portanto, desarmonioso num regime de Leis. Imbuído com a dinâmica energia marcial herdada de seu divino antecessor, era agressivo, progressista e possuidor de grande iniciativa, mas impaciente à repressão ou autoridade, tanto humana como divina. Reluta em aceitar ideias pela fé e inclina-se a provar tudo à luz da razão.

Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e como lemos em Gênesis 4:8: “Caim disse então a Abel, seu irmão: ‘Vamos ao campo’. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre seu irmão e matou-o“.

Ao saber do que Caim tinha feito Jeová o amaldiçoou, como lemos em Gênesis 4:11: “De ora em diante, serás maldito e expulso da Terra… E tu serás peregrino e errante sobre a Terra… E o Senhor pôs em Caim um sinal na sua fronte“.

Assim, Caim perdeu sua visão espiritual e foi aprisionado no Corpo Denso, através do sinal em sua fronte, lugar onde se diz que Caim foi marcado. Ele vagou como filho pródigo na relativa escuridão do mundo material, esquecido do seu estado divino.

Então, Adão conheceu outra vez Eva e ela deu à luz a Seth, como lemos em Gênesis 4:25: “Deus deu-me uma posteridade para substituir Abel, que Caim matou“. Seth tinha as mesmas características de Abel, e as transmitiu aos seus descendentes, os Filhos de Seth, que continuavam a confiar inteiramente em Jeová e viviam pela fé e não pelo trabalho.

Por outro lado, os descendentes de Caim, os Filhos de Caim, através da árdua e enérgica diligência nos trabalhos do mundo, adquiriram: a sabedoria mundana e o poder temporal. Tornaram-se mestres na arte da política, governantes temporais. Enquanto os Filhos de Seth, tomando o Senhor por guia, tornaram-se canais para a sabedoria divina e poder espiritual. Tornaram-se mestres na arte do sacerdócio, guias espirituais.

A animosidade entre Caim e Abel perpetuou-se de geração a geração entre seus respectivos descendentes. E não poderia ser de outro modo, pois essas gerações deram origem a duas correntes de ações no mundo: uma classe, como governantes temporais, aspirava elevar o bem-estar físico da humanidade através da conquista do mundo material; enquanto a outra classe, como sacerdotes ou guia espiritual, estimulava seus seguidores a abandonar o mundo perverso e a buscar consolo em Deus.

Assim, formaram-se duas escolas: uma visa formar mestres trabalhadores, peritos no uso de ferramentas com as quais possam tirar seu sustento da terra, e a outra produz mestres mágicos, hábeis no uso da palavra para fazer invocações e, dessa forma, ganham aqui o apoio daqueles que trabalham e rezam para que eles alcancem o céu.

Da progênie semidivina de Caim descendem várias gerações de filhos que originaram todas as artes e ofícios e as cidades e a habilidade para se trabalhar com fogo. Deve-se a eles: essa nossa indomável coragem de ousar; essa nossa inquebrantável vontade de fazer e esse nosso diplomático discernimento de saber calar.

Vejamos na Bíblia, em Gênesis 4:19-22: “Ada deu à luz a Jabel e Jubal. Jabel foi construtor das tendas. Jubal foi o pai de todos aqueles que tocam a cítara e os instrumentos de sopro. Sela deu à luz Tubal-Caim, o pai de todos aqueles que trabalham o cobre e o ferro“.

Já da progênie humana de Abel descendem várias gerações de filhos que originaram todo tipo de sacerdócio e de guia espiritual, tais como: Noé, Abraão, Isaac, Jacó, Davi, Salomão, Jesus.

Em Gênesis 4:26, lemos: “Seth também teve um filho a quem chamou de Enós. Foi então que se começou a invocar o nome do Senhor“. Enós é considerado o Iniciador da Religião ou do culto a Deus.

Um exemplo da união dessas duas forças para a construção de algo extremamente elevado e espiritual podemos achar na construção do Templo do Rei Salomão (em IReis 5:9-32 e 6:1-38).

O Rei Salomão era descendente dos Filhos de Seth, “Filho do Homem”. Salomão era o ser humano mais sábio que existia no mundo. Nele concentrava toda a sabedoria divina de todos os Filhos de Seth que o precederam. Como descendente dos filhos de Seth, Salomão não era especialista na construção concreta do Templo. O seu papel foi o de instrumento realizador do plano divino revelado a Davi por Jeová. Por isso, Salomão buscou a cooperação do Rei Hiram de Tyro, descendente dos filhos de Caim, “Filho da Viúva”.

Esse por sua vez escolheu Hiram Abiff para ser o mestre de todos que trabalhavam na construção. Hiram Abiff era o mais habilidoso artífice no trabalho do mundo. Nele se concentrava toda a arte e ofício de todos os Filhos de Caim que o precederam. Assim, a habilidade material dos Filhos de Caim foi tão necessária para a construção deste Templo como o era a concepção espiritual dos Filhos de Seth.

E, portanto, durante o período de construção, as duas classes uniram forças, esqueceram a inimizade latente.

Essa foi de fato a primeira tentativa de unir os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Se essa união tivesse alcançado sucesso, nossa história teria sido provavelmente alterada substancialmente. E por que não deu certo?

Porque quando Hiram Abiff, descendente dos Filhos de Caim, “Filho da Viúva”, estava perto de acabar a obra prima do Templo, que seria o Mar Fundido, os Filhos de Seth, “Filho do Homem”, tentaram apagar o fogo utilizado por Hiram Abiff, jogando água e por pouco não conseguiram. Com isso frustrou o plano divino de reconciliação entre essas duas classes.

 Mas esses dois personagens, expoentes maiores das duas classes hoje existentes – “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva” – continuaram trabalhando nesse objetivo de reconciliação, renascendo de tempos em tempos, trabalhando tanto de um lado como do outro.

Salomão renasceu como Jesus de Nazaré, o “Filho do Homem”.

Hiram Abiff renasceu, nos tempos de Jesus de Nazaré, como Lázaro e, depois como Christian Rosenkreuz.

Jesus, o “Filho do Homem”, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas, onde a Religião é cultivada e o ser humano é conduzido de volta a Deus por meio do caminho sincero da devoção.

Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva”, trabalha com todas as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporais e espirituais, a “cabeça e o coração”, que deve ser realizada antes que o Cristo, Filho de Deus, possa vir novamente.

Pois, na época que isso ocorrer, no Reino do Cristo, só haverá um regente. Cristo será ambos: Rei e Sacerdote ou como fala São Paulo na sua Epístola aos Hebreus 5:6-10 e 7:1-18: Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque, desempenhando o duplo ofício de cabeça espiritual e temporal.

Enquanto isso, nós estamos sendo educados para alcançar essa união. Nossos dirigentes devem se aproximar cada vez mais desse ideal: sendo sábios o suficiente para governar um estado e bons o bastante para guiar o coração dos seres humanos.

E é essa a condição que Christian Rosenkreuz, o “Filho da Viúva” e Jesus, o “Filho do Homem”, se esforçam por trazer ao estado e as igrejas atuais.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

(*) Pintura: The Body of Abel Found by Adam and Eve-1826-William Blake

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diagrama: As Funções de “Reis e Sacerdotes” ao longo da nossa Evolução

O Diagrama (seguinte) mostra os três momentos que são detalhados no texto abaixo:

Primeiro Momento (Época Lemúrica): quando cada ser humano era uma unidade criadora completa, macho-fêmea, bissexual e regida por um Hierarca, Melquisedeque, que exercia o duplo cargo de Rei e Sacerdote.

Segundo Momento (Época Atlante e Época Ária): quando a divisão da raça em homens e mulheres, e a divisão de governo em Estado e Igreja, causaram guerras e lutas. Estado abraça a causa da “Paternidade e do Homem” e eleva o ideal masculino das Artes, Ofícios e Indústria, encarnado em Hiram Abiff. A Igreja abraça a causa da Maternidade e da Mulher e mantém erguido o ideal feminino do amor e do lar, encarnado na Madona e seu filho. São os interesses conflitantes entre o homem e a mulher, o lar e o trabalho, a Igreja e o Estado, que causam as lutas econômicas, a guerra e as disputas com as quais a humanidade é atormentada e faz com que todos desejemos e oremos pelo reino da paz.

Terceiro Momento (Época Nova Galileia): quando um Cristo divino que, como Melquisedeque, exercerá o cargo duplo de Rei e Sacerdote e reinará sobre uma humanidade purificada e glorificada que se elevou do amor-sexo ao amor-alma.

Agora, vamos detalhar cada Momento a fim de entendermos como isso se deu e como se dará daqui para frente.

Entre todos os personagens mencionados na Bíblia, nenhum é mais misterioso do que Melquisedeque (ou Melchizedek). Não teve pai, mãe ou outro parente terrestre e mantinha o duplo cargo de rei e sacerdote. São Paulo, em sua Epístola aos Hebreus, nos fornece muita informação a respeito, mostrando a ligação entre Cristo e Melquisedeque, ambos Reis e Sumo-Sacerdotes, ainda que de dispensações diferentes:

Deus, tendo falado outrora muitas vezes e de várias maneiras aos nossos pais, pelos profetas, a nós falou nestes últimos dias pelo Seu Filho, a quem Ele constituiu herdeiro de todas as coisas, por quem Ele fez também os mundos *** Nenhum homem toma para si esta honra, senão aquele que é chamado por Deus, como foi Arão. Assim também Cristo não Se glorificou para se tornar Sumo Sacerdote, mas Aquele que Lhe disse: `Tu és meu Filho, hoje Te gerei.’ Como Ele também diz em outro lugar Tu és um Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque, o qual nos dias de Sua carne, quando Ele ofereceu, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que O podia salvar da morte e foi ouvido quanto ao que temia, e, embora fosse o Filho, ainda aprendeu a obediência pelas coisas que padeceu; e, tornando-se perfeito, tornou-se a causa de eterna salvação para todos que O obedecem; chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação. * * * Porque este Melquisedeque, que era rei de Salem, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava de destroçar os reis, e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salem, que quer dizer rei de paz; sem pai nem mãe, sem genealogia, sem princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. *** E aqui certamente recebem dízimos os homens que morrem (os Levitas); ali, porém, Ele acolhe aquele de quem se afirma que vive. *** De sorte que, se a perfeição tivesse podido ser realizada pela lei e seu sacerdócio, que necessidade havia de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão? *** Porque é manifesto que nosso Senhor procedeu da tribo de Judá, tribo da qual Moisés nunca atribuiu o sacerdócio. E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar outro sacerdote que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo o poder da vida eterna, porque dele assim se testifica; `Tu és sacerdote através dos séculos, segundo a ordem de Melquisedeque.’ *** Jesus tornou-se, por isso mesmo, o fiador de uma aliança melhor: *** mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo; *** porque a lei constituiu sumos sacerdotes a homens débeis, mas a Palavra de Deus que era desde a lei, constituiu o Filho, consagrado para sempre. A suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote que está assentado nos céus à direita do trono da majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor erigiu, e não o homem: *** E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue, e sem derramamento de sangue não há remissão; de sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as mesmas coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes, porque Cristo não entrou num santuário feito por mão de homem, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós diante de Deus; *** Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais elevado, quanto é mediador da melhor aliança, que está confirmada em melhores promessas; porque se aquela primeira aliança fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança. Não como a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão para tirá-los da terra do Egito; como não permaneceram na minha aliança, eu para eles não atentei, diz o Senhor. *** Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor: “porei as minhas leis no seu entendimento, e em seus corações as escreverei; e Eu lhes serei por Deus, e eles Me serão por povo; e não ensinará cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conheça o Senhor: porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior”.

É necessário juntar inteligentemente a narrativa da Bíblia, para que possamos obter um esboço do futuro desenvolvimento que foi delineado pelas Divinas Hierarquias para constituir nossa evolução. A compreensão deste plano é nossa evolução. A compreensão deste plano é essencial para o completo entendimento da relação Cósmica entre a Maçonaria e o Catolicismo; é também necessário entender integralmente a finalidade do Mar Fundido e aprender como fazer, com discernimento, esta maravilhosa liga. Como diz São Paulo, estas coisas são difíceis de dizer, mas tentaremos apresentar em linguagem simples, o mistério de Melquisedeque e do Mar Fundido, para que possamos, como foi expresso na Bíblia, ajudar a iluminar do menor ao maior dos homens, para que todos conheçam o objetivo da evolução e tenham a oportunidade de alinharem-se com os acontecimentos Cósmicos.

Para compreendermos o mistério de Melquisedeque devemos retroceder à Época relacionada com a existência do ser humano na Terra, a Época Hiperbórea. A Terra estava, então, em uma condição extremamente aquecida. O ser humano em formação era bissexual, masculino-feminino, como muitas das nossas plantas atuais, com as quais se parecia por ser inerte e por faltar-lhe desejo e aspiração. Naquele tempo, o ser humano era o tutelado dócil das Hierarquias Divinas que o guiavam fisicamente, sendo isto veladamente referido na Bíblia como “Reis de Edom”. Mais tarde, na Época Lemúrica, quando o corpo do ser humano se cristalizou e condensou um pouco mais, a humanidade foi dividida fisicamente em sexos. Porém, como a consciência dos homens ainda estava focalizada no mundo espiritual, eles eram inconscientes do ato físico da geração, como somos agora da digestão. Não conheciam nascimento nem morte e eram totalmente inconscientes da posse de um veículo físico, mas, com o tempo, sentiram-no no processo gerador. Então, foi dito que “Adão conheceu Eva”. Nessa época, os Espíritos Lucíferos, os Anjos caídos e habitantes do belicoso Planeta Marte, ensinaram os seres humanos a comer da Árvore do Conhecimento, nome simbólico do ato gerador. Assim, gradativamente, seus olhos abriram-se e tornaram-se conscientes do Mundo Físico, mas perderam o contato com o mundo espiritual e com os Anjos guardiães, que tinham sido, anteriormente, seus guias benevolentes. Somente alguns dos mais espiritualizados conservaram sua visão superior e a comunhão com as Hierarquias Criadoras. Eram os profetas, que agiam como mensageiros entre os divinos guias invisíveis e seus respectivos povos. Porém, com o decorrer do tempo, a humanidade desejou escolher seus próprias guias e exigiu reis visíveis; sabemos que os Israelitas repudiaram a divina liderança e exigiram um rei e daí Saul ter sido designado. A seguir, o duplo cargo de Governante e Sacerdote, abrangendo a liderança temporal e espiritual, foi também dividido, pois nenhum ser humano que estivesse capacitado em problemas do mundo para exercer com eficiência o cargo de Rei, era bastante santo para também exercer a liderança espiritual de seus irmãos e vice-versa. Um verdadeiro sacerdote, capaz de guiar espiritualmente seu rebanho, não pode controlar, ao mesmo tempo e bem, riquezas materiais como governante de um domínio temporal. Assim como a Política, no seu aspecto mais elevado, visa dirigir as massas focalizando somente seu bem-estar físico, o Sacerdócio, exercido benevolentemente, procura guiá-las unicamente para o progresso da alma. Portanto, é natural que o conflito aconteça após essa separação, mesmo que ambos, governantes espirituais e temporais, sejam movidos pelos motivos mais elevados e altruístas. Melquisedeque era o nome simbólico das Hierarquias Criadoras que desempenharam o duplo cargo de sacerdote e rei na orientação dos seus tutelados bissexuais, e enquanto eles reinaram houve paz sobre a Terra. Mas logo que os cargos de Rei e Sacerdote foram separados e os sexos divididos, é fácil compreender pela razão acima apresentada, que o reino cheio de paz de Melquisedeque foi seguido por uma era de guerras e conflitos, tal como acontece na atual dispensação. Antigamente, os fatores unificantes de um cargo duplo no governo e o sexo duplo do seu povo, impediam o conflito de interesses que agora existe, e que continuará até que um outro regente divino se apresente para incorporar as qualidades do duplo cargo de Rei e Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque e até que a geração pelo sexo seja abolida. É significativo observar-se que a narrativa bíblica começa no Jardim do Éden, onde a humanidade era macho-fêmea e inocente. No capítulo seguinte, falam-nos da divisão dos sexos, da transgressão à ordem de não comerem da Árvore do Conhecimento e dos castigos impostos – o parto doloroso e a morte. Daí por diante, o Antigo Testamento fala de guerras, lutas e contendas, e, no último capítulo, faz a profecia de que um Sol de justiça surgirá trazendo a cura em suas asas. O Novo Testamento começa com um relato sobre o nascimento do Cristo, que proclamou um Reino do céu que está para ser estabelecido. Posteriormente, Ele é chamado de Rei e Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, unindo em si o cargo duplo. Também é dito que no céu não haverá matrimônio, ninguém será dado em casamento, pois a soma psuchicon, ou corpo-alma, que São Paulo disse ser o veículo que usaremos no Reino do Céus (Icor 15), não está sujeito à morte nem à desintegração. Assim, não haverá morte, e o nascimento dos corpos gerados pelo casamento será dispensável, pois São Paulo nos diz que “a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus”. Portanto, o casamento será desnecessário e o choque de interesses, devido à luxúria do sexo e do amor ao poder, desaparecerá e o amor das almas será santificado pelo espírito da paz.

Este é o plano que os Filhos de Caim, os Artífices, e os Filhos de Seth, os Sacerdotes, e seus respectivos seguidores devem amalgamar para ficar unidos no Reino de Cristo. Já vimos como Hiram Abiff, o Filho da Viúva, deixou seu pai, o espírito Lucífero Samael, depois do batismo de fogo no Mar Fundido e como recebeu a missão de preparar o caminho do reino para seus irmãos, os Filhos de Caim, pelo desenvolvimento de suas artes e ofícios como construtores do templo – Maçons – ensinando-os a preparação da Pedra Filosofal, ou Mar Fundido. Assim, os fisicamente negativos Filhos de Seth devem aprender a deixar seu pai Jeová e é natural que o primeiro a dar este passo seja uma grande alma.

Como a suprema habilidade dos Filhos de Caim foi focalizada em Hiram Abiff na ocasião do seu batismo de fogo, assim também a sublime espiritualidade dos Filhos de Seth foi centralizada em Jesus na ocasião de Seu batismo nas águas do Jordão. Quando Ele se ergueu dessa água, estava na mesma situação que Hiram ao emergir do fogo; cada um tinha deixado seu pai, respectivamente Jeová e Samael, e cada um estava pronto para servir o Cristo. Por isso, o Espírito Cristo foi visto no Batismo descendo sobre o corpo de Jesus, o qual foi habitado e usado por Cristo durante Seu ministério. Jesus, o Espírito, deixou aquele corpo e foi-lhe dada a missão de servir as igrejas enquanto seu corpo estava sendo usado por Cristo para divulgar os novos ensinamentos e seu sangue estava sendo preparado como um “Abre-te-Sésamo” para o Reino de Deus, uma Panaceia para ser usada pelos Seus irmãos, os Filhos de Seth, do mesmo modo que o Mar Fundido serve os Filhos de Caim.

Na Epístola aos Hebreus, São Paulo deu-nos algumas alusões acerca do Mistério de Melquisedeque na qualidade de Sumo Sacerdote, e enfatizou a necessidade absoluta do sangue como um complemento para o Serviço do Templo. Mostrou que era exigido que o Sumo Sacerdote oferecesse primeiro sangue pelos seus próprios pecados, antes de oferecer sacrifício pelos pecados do povo, e que este sacrifício duplo devia ser efetuado ano após ano. Ele indicou o sacrifício no Gólgota como o que representou isto, uma vez e para sempre, proporcionando um caminho de redenção por meio do sangue de Jesus. Durante o regime de Jeová, o sangue da humanidade tornou-se impregnado de egoísmo, que é o fator separativo nesta era. O sangue deve ser purificado deste pecado antes que a humanidade seja unida e entre no Reino de Cristo. Esta foi uma tarefa gigantesca, pois a humanidade estava tão impregnada de egoísmo, que raramente alguém fazia um favor a outro. Por esta razão, o panorama “post-mortem” da vida, na época de Cristo, nada continha que pudesse impulsionar uma vida no Primeiro Céu ou dar-lhe progresso espiritual. Quase toda existência “post-mortem” das pessoas era consumida na expiação purgatorial de suas más ações, e mesmo suas vidas no Segundo Céu, onde o ser humano aprende a fazer trabalho criativo, era infrutífera. Então, o Rei Salomão foi chamado novamente à arena da vida para cumprir uma missão em benefício e bem-estar dos seus irmãos, os Filhos de Seth. Estava qualificado para este trabalho porque era realmente generoso, como foi revelado pelo pedido que fez quando Jeová apareceu-lhe em um sonho e perguntou-lhe o que ele queria receber, como presente, quando subisse ao trono. Salomão respondeu a Deus: “Tu mostraste grande misericórdia com David meu pai e me colocaste para reinar em seu lugar; agora, Oh! Senhor, confirma Tua promessa dada a David meu pai, porque me fizeste rei de um povo que é como o pó da terra em multidão. Dá-me agora sabedoria e conhecimento para que eu possa sair e estar diante deste povo, pois quem pode julgar Teu povo tão numeroso?” E Deus disse a Salomão: “Porque isto estava no teu coração e não pediste riquezas, opulência, poder ou glória, nem a vida dos teus inimigos, nem ainda pediste vida longa, mas pediste sabedoria e conhecimento para ti, para que possas julgar o meu povo sobre o qual Eu te fiz rei; sabedoria e conhecimento te serão dados e Eu te darei riqueza, opulência e glória como ninguém dos reis possuiu antes de ti, nem haverá ninguém semelhante depois de ti”.

Esta característica de altruísmo desenvolvida em vidas anteriores, preparou o espírito de Salomão, que habitou o corpo de Jesus, para a alta missão a que foi destinado, isto é, servir como um veículo para o generoso e unificante Espírito Cristo, com o propósito de acabar com a divisão entre os Filhos de Seth e os Filhos de Caim, unindo-os na Fraternidade, formando o reino do Céu.

Quando Fausto fez o pacto com Mefistófeles, como é lembrado no antigo mito-alma daquele nome, ele estava prestes a assiná-lo com tinta, quando Mefisto disse: “Não, assina em sangue”. Quando Fausto perguntou a razão disso, Mefistófeles disse esperta e astutamente: “O sangue é uma essência muitíssimo peculiar!.A Bíblia diz que o sangue dos touros e bezerros não tirará os pecados e isso é compreensível, mas qual a explicação para o sangue de Jesus que é exaltado como uma panaceia? Para compreender esse grande mistério do Gólgota é necessário estudar a composição e função do sangue, do ponto de vista oculto.

Quando o sangue é examinado em um microscópio, parece ter um número de minúsculos glóbulos ou discos, porém, quando um clarividente treinado pode vê-lo enquanto circula através de um corpo vivo, constata que o sangue é um gás, uma essência espiritual. O calor é causado pelo Ego que está dentro deste sangue, pois, como diz a Bíblia, a vida está no sangue. Mefistófeles estava certo quando disse que o sangue é uma essência muitíssimo peculiar, pois contém o Ego e todo aquele que quiser obter um poder sobre o Ego, tem que possuir o seu sangue.

O Ego humano é mais poderoso que o Espírito-Grupo do animal, como podemos ver quando aplicamos o teste científico conhecido como hemólise. Sangue estranho de um animal superior, se inoculado nas veias de um de espécie inferior, causará a morte deste. Se tomarmos sangue humano e o injetarmos em um animal, este será incapaz de suportar as altas vibrações que estão no sangue do ser humano e morrerá. Por outro lado, um ser humano poderá ser inoculado com o sangue de um animal inferior sem sofrer danos. Nos tempos primitivos era rigorosamente proibido alguém pertencente a uma tribo casar-se dentro de uma outra tribo, pois era sabido, então, pelos guias da humanidade, que o sangue estranho mataria alguma coisa; sempre o faz. Lemos que Adão e Matusalém viveram vários séculos; naquele tempo era costume casarem-se em família, casar-se tão próximo quanto possível, para que os laços de sangue ficassem cada vez mais fortes. Assim, o sangue que circulava nas veias das pessoas naquela família continha as imagens de todos os acontecimentos referentes aos seus ancestrais; esses quadros eram guardados na mente, que é agora o subconsciente. Naquela época, eram conscientes e estavam sempre diante da visão interior das pessoas e cada família estava unida por este sangue comum, onde as imagens dos seus ancestrais permaneciam. Os filhos viam a vida dos seus pais e, em consequência, os pais viviam nos filhos; e, uma vez que as consciências de Adão, de Matusalém e de outros Patriarcas viveram durante séculos em seus descendentes, diz-se que viveram pessoalmente essa longevidade.

O matrimônio forada família era considerado um crime, como agora casar-se dentro dela é considerado um mal. Sabemos que entre os primitivos escandinavos, se alguém quisesse se casar em uma família estranha, era obrigado primeiro a misturar o sangue, que devia ser testado para ver se esse sangue se misturaria com o da família na qual desejava entrar. Desta forma, a hemólise foi sentida por muitos, pelo menos em algumas de suas fases. Se o sangue não se misturasse podia trazer “confusão de casta”, como diz o Hinduísmo; uma linha pura de descendência devia ser mantida, pois, de outra maneira, aquelas imagens ou visão interna se misturariam e se tornariam confusas. Este matrimônio na família ou tribo foi o que engendrou o egoísmo, o espírito de clã, o conflito e a luta no mundo. Para acabar com isso, a prática devia ser interrompida, e quando Cristo veio à Terra, Ele advogou a interrupção desse hábito, quando disse: “Antes que Abraão fosse, Eu sou”. De fato, Ele disse: “Eu não me importo pelo pai da raça, mas Eu me glorifico no Eu Sou, o Ego que era há muito tempo antes que ele fosse”. E Ele também disse: “Quem não deixa pai e mãe não pode seguir-Me”. Enquanto estivermos amarrados à família, à nação ou tribo, estamos ligados ao velho sangue, aos velhos caminhos e não podemos fundir-nos em uma fraternidade universal. Isto poderá ser alcançado quando as pessoas se casarem além das fronteiras, porque quando existem tantas nações, a maneira de uni-las é através do casamento. Deixemos Abraão, o pai da raça e da tribo morrer; deixemos o “Eu Sou” viver. Cristo tinha conhecimento do fato oculto de que a mistura do sangue em casamento entre diversas raças e famílias sempre mata algo; quando não mata o corpo, mata alguma outra coisa. Se cruzarmos um cavalo e um burro, teremos um híbrido, a mula; nela alguma coisa está faltando devido à mistura de sangue estranho, a saber, a faculdade da propagação que está faltando em todos os híbridos. De forma análoga, quando os casamentos ocorrem fora do círculo da raça ou família, alguma coisa é destruída, e, neste caso, são os quadros da visão interna. Os diferentes quadros de diferentes famílias se chocam e, em consequência, a clarividência, o contato com o mundo espiritual e com a memória da Natureza foi desaparecendo desde que a prática do casamento dentro do mesmo grupo cessou. Somente os escoceses das montanhas que se casam na clã, e os ciganos, retêm, de certa forma, esta segunda visão. Assim, vemos que o sangue é agora constituído diferentemente do que era nas idades primitivas da evolução humana. O corpo de Jesus era um veículo pioneiro, de máxima pureza, quando o Espírito Cristo entrou nele como um meio de ingressar no centro da Terra pelo idêntico caminho que, previamente, tinha sido percorrido por Hiram Abiff quando se lançou no Mar Fundido e foi conduzido pelo caminho da Iniciação para o centro da Terra, onde Caim, seu antepassado, habitava.

Essa viagem de Cristo é citada na Primeira Epístola de São Pedro 3:18-19, depois de Cristo ter-se libertado da carne pela morte violenta no Gólgota. Quando alguém morre, o sangue venoso com suas impurezas adere firmemente à carne e, portanto, o sangue arterial que corre fica visivelmente mais limpo do que em outras circunstâncias; está mais livre de paixão e de desejo. Sendo eterizado pelo grande Espírito Cristo, o sangue limpo de Jesus inundou o mundo, purificou grandemente a região etérica do egoísmo, e deu ao ser humano uma melhor oportunidade para atrair para si materiais que lhe permitirão formar propósitos e desejos altruísticos. A era do altruísmo foi aí inaugurada. Pela fé neste sangue e pela imitação da vida de Cristo, os Filhos de Seth foram preparados para eliminar de si a maldição do egoísmo; enquanto aos Filhos de Caim foi-lhes dado o emblema da Rosa e da Cruz, para ensinar-lhes como trabalhar fielmente no preparo do Mar Fundido, a Pedra Filosofal, e encontrar a Nova Palavra que os admitirá no reino, pois eles acreditam mais no trabalho do que na fé.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestão para o seu Exercício Esotérico de Meditação nesse período: A Parábola do Banquete de Bodas do Filho do Rei

A parábola relativa à Leão é a do banquete de bodas do filho do rei.

ou Parábola do Banquete de Casamento ou Parábola do Grande Banquete ou Parábola da Festa de Casamento ou Parábola do Casamento do Filho do Rei

A festa de bodas é, naturalmente, a Iniciação. Não há estação na qual os portais do céu se abram mais ou na qual a luz brilha com maior intensidade que durante o tempo em que as forças de Leão estão focadas sobre a Terra. O leão, símbolo do Signo de Leão, representa o fogo cósmico no interior do ser humano. Quando esse fogo é elevado à cabeça, esse órgão se converte no centro regenerador do Corpo-Templo. Esse é o significado mais elevado do leão rampante (ou seja, apoiado sobre as patas traseiras), que simboliza o mais elevado aspecto da Iniciação. Na magnífica cerimônia da loja maçônica, o leão, em pé, e com uma garra estendida, era o que elevava o herói maçônico Hiram Abiff (O construtor Mestre do Templo de Salomão, era Filho de uma Viúva, um artífice habilidoso. Uma das encarnações de Christian Rosenkreuz) das trevas da morte até a glória da vida imortal.

A Iniciação, tal e como existia antes da vinda de Cristo, era um processo bem diferente da atual. A Iniciação antiga era chamada de A Trilha dos Mistérios Iluminados e consistia em uma solene cerimônia que representava importantes acontecimentos na vida dos grandes Mestres do mundo, desde o nascimento até a sua Ressurreição. Com a vinda do Cristo, a Iniciação experimentou uma mudança e agora é chamada de A Trilha dos Mistérios Solares. A Iniciação Cristã ainda representa importantes acontecimentos da vida do Senhor: Nascimento, Batismo, Transfiguração, Ressurreição e Ascensão. Contudo, agora são experiências realizáveis e vitais no interior da consciência e do Corpo do Discípulo. Daí que agora, sob Cristo, seja muito mais difícil a Iniciação do que era antes da Sua vinda. Por isso São Paulo, um dos maiores expoentes dos Mistérios Cristãos, deu a seus Discípulos um tipo de mantra, aplicável a todos no tempo moderno, quando lhes disse: “Que Cristo seja formado em vós”. As diversas escolas de metafísicos como o Novo Pensamento, a Ciência Cristã e outras, que preconizam a manifestação do Cristo Interno, são etapas preparatórias que conduzem à realização suprema na vida do ser humano: a Iniciação nos Mistérios trazidos à Terra por Cristo.

Outra importante diferença entre os Mistérios pré-Cristãos e os ensinados por Cristo consiste em que nos tempos antigos cada cidade tinha seu próprio Templo de Iniciações onde se observavam os Mistérios. Durante a Idade de Ouro da Grécia não se permitia ocupar um cargo público a nenhum homem que não fosse iniciado nos Mistérios. Todos esses Templos terrenos foram fechados e os verdadeiros Templos de Mistérios estão, agora, situados na Região Etérica do Mundo Físico. Por isso, cada Aspirante há de tecer, antes, seu próprio “traje de bodas” para poder entrar, já que em seu Corpo Denso não é mais possível entrar lá.

Os Éteres estão divididos em quatro graus de densidade. Como já foi dito, enquanto o ser humano pertencer à terra, é terreno, e vive para comer, beber e ser feliz, seu Corpo Vital se compõe, principalmente, dos dois Éteres inferiores. Quando começa a renunciar ao caminho da carne e a aspirar às coisas do espírito, então, atrai cada dia em maior quantidade os dois Éteres superiores.

Em nossos dias, o elevado e sagrado significado da Iniciação foi perdido, para a maioria das pessoas. Consequentemente, o reconhecimento do profundo significado espiritual dos antigos Templos de Mistérios é muito pequeno ou completamente nulo. Não se tratava de cerimônias ao alcance de qualquer um, como irrefletidamente se crê. Eram acessíveis só aos que tinham se qualificado devidamente para participar neles. Essa é a verdade expressa na parábola do Banquete de Bodas do Filho do Rei. Só podiam entrar nele os revestidos com o “dourado vestido de bodas”. Esse traje não pode ser dado por ninguém. Há de ser tecido por si mesmo. E isso só se consegue fazer “vivendo a vida”, por meio da sublimação dos desejos inferiores em poderes do espírito e mediante à prestação de serviços amorosos e desinteressados a todos os demais seres humanos e a todos os seres viventes. Essa é a verdade destacada pela Cristandade esotérica. Enquanto que a ortodoxa põe todo o peso da salvação do ser humano sobre os ombros do Cristo, a Cristandade esotérica põe tal salvação onde deve estar: sobre os ombros do próprio ser humano.

É durante o tempo em que a Hierarquia de Leão está derramando suas forças sobre a Terra, que é mais fácil para o Aspirante se dedicar, novamente, a prosseguir na trilha para tecer a luminosa vestimenta que lhe há de abrir a essas correntes de luz e a essas radiações de amor. Quando esse traje for totalmente tecido, será considerado digno de participar do banquete do matrimônio místico e de ser contado entre os filhos do Rei. Quando a alguém é permitida essa assistência, pode estar em Sua presença, olhando-O face a face e o conhecendo tal qual Ele é.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Relações Humanas e o Estudante Rosacruz

As Relações Humanas e o Estudante Rosacruz

Desde meados do século passado, com a entrada do Sol na órbita de influência de Aquário, pelo movimento da Precessão dos Equinócios, iniciou-se o evento da Nova Era, do elemento Ar, do intelectual e renovador Aquário. A par das conquistas de tudo que se relaciona com o ar, com o Éter (eletricidade, máquina a vapor, aviação, rádio, televisão, desintegração atômica, conquista e aparelhos espaciais), há em tudo e em todos um anseio de renovação, de autoafirmação, da revisão de todas as normas sociais à luz da razão e do direito humano. A isso muitos chamam de crise; mas nós, de renovação prevista pelos Astros. Pouco a pouco impõe-se o reconhecimento de que somos Espíritos, filhos de um Pai comum, Deus; portanto, irmãos em realidade e essência.

Os Irmãos Maiores prepararam a valorização do ser humano com a Revolução Francesa. Hoje, em várias partes do mundo vemos movimentações, manifestações, conquistas, leis e outros processos que demonstram a necessidade da eliminação do preconceito racial (seja de conceito de raça – branca, negra, amarela, vermelha – se entende) e muito já se conseguiu. Todos lutam pela igualdade humana, em bases democráticas nas relações humanas. Todos sabem que a base foi firmada pela pedra angular da nossa construção individual e social, o Cristo, quando disse: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. Sem essa prática, nada é satisfatório nas relações humanas.

O egoísmo, em suas múltiplas manifestações, como a Hidra de cem cabeças da mitologia, bloqueia e limita a natureza espiritual do ser humano para tirar-lhe preciosa porcentagem de experiência na escola do mundo. É preciso que o Estudante Rosacruz reconheça e comece a trabalhar pelo altruísmo, pela renúncia de si mesmo em favor dos outros, a fim de eliminar o egoísmo limitador.

A compreensão das próprias limitações é o primeiro passo para a libertação, o caminho à tolerância e à verdadeira renúncia Cristã. É uma questão de apenas desviar o olhar crítico para dentro de nós próprios e passar a observarmos sincera e imparcialmente como pensamos e sentimos a cada reação exterior, fazendo o balancete diário no exercício noturno de Retrospecção.

Ora, o maravilhoso do tapete humano são justamente as diferenças de cor e forma de seus fios humanos; essa heterogeneidade de indivíduos, com seus defeitos e virtudes; aí é que está a escola com todas as espécies de provas e incentivos. E os Anjos (também chamados de Senhores) do Destino, junto a Seus auxiliares, incumbem-Se de entrelaçar as coisas para atender a necessidade de cada indivíduo ou grupo social. Quem poderia pretender um tapete branco? É puro e é bonito; mas por enquanto nos cansa, se olhamos muito tempo. A harmonia musical e constante enfada. A cor e a desarmonia precisam aparecer para movimentar e nos exercitar a alma em formação. Olhemo-nos, pois, como indivíduos separados; vejamos nossa esposa e filhos, cada qual como um indivíduo, tendo algo de si mesmo. Não pretendamos nessa Era impor aos outros nosso ponto de vista. A orientação deve ser racional para ser eficaz.

O ser humano está ligado ao meio social de diferentes maneiras, porque essencialmente, por nossa natureza crística, coesora (Vênus e Urano), saímos juntos do Pai e não podemos nos separar, tendo necessidade um do outro. Pode-se dizer que é a busca da natureza biológica e de uma necessidade evolutiva, em todos os sentidos. Que seja. O fato é que, no transcurso de sua evolução cada Espírito foi desenvolvendo seu próprio modo de ser, foi potencializando os atributos divinos e herdados (vontade e poder, amor e sabedoria, atividade) diferentemente, segundo as experiências por que passava, sempre diferentes das de seus irmãos e de suas irmãs em alguma coisa. Isso lhe foi formando uma individualidade.

Assim, hoje temos uma sociedade maravilhosamente formada com indivíduos de profissões, tendências e habilidades variadas, em que aprendemos pela prática e observação o que jamais seria possível numa linha puramente individual. Essa sociedade nos proporciona conforto, alimento, experiência, provas e tudo o mais de que necessitamos como Espíritos peregrinos.

Todos nós somos devedores e credores uns dos outros; devedores pelo que recebemos todos os dias, até o amargor (pois a Lei de Consequência é justa e até o aparente mal é um bem em gestação) e credores pelo que damos de nossa deidade inimitável. O ser humano precisa do próximo. É o único ser desamparado, quando pequeno (e, às vezes, até mesmo grande), pois os animais irracionais têm a orientação de seu Espírito-Grupo, que a ciência chama de instinto.

Desde que nasce, o ser humano precisa de proteção e orientação dos pais, dos professores, dos amigos… Por isso, formamos, no transcurso da história humana, os diferentes grupos sociais: a família, a escola, a Igreja, o Estado, etc. A família é agrupada pelos Anjos; os Anjos Arquivistas (também chamados de Anjos ou Senhores do Destino) reúnem os Egos cuja relação prévia (em vidas anteriores) atraem de novo uns aos outros.

Os cônjuges ficam ligados toda a vida pelo Éter de Vida que trocam no abraço matrimonial. Por isso, a Bíblia diz que “o que Deus une não o desuna o ser humano”. É fato. Só pela morte de um dos cônjuges essa ligação é desfeita, por mais que fisicamente não estejam mais juntos.

Os filhos ficam ligados aos pais pelo sangue, pela essência dos pais na glândula timo, até a puberdade. Depois começam a se individualizar, pois esse vínculo domina, em certa extensão maior ou menor, os rasgos individuais. A família é a célula máter da sociedade.

A Escola pública e coletiva foi estabelecida com o tempo para repartir os conhecimentos humanos que foram acumulados e sistematizados mediante as experiências do nosso passado, a fim de atualizar nossos filhos em todas as conquistas humanas.

Na Atlântida, em virtude da maior sujeição do Ego ao sangue de seus ascendentes, porque só havia casamento dentro da mesma família (endogamia), bastava evocar à imaginação vívida e sensível da criança as experiências de seus ascendentes e dos heróis nacionais para atualizá-la nos conhecimentos. Esse hábito de veneração aos heróis e ascendentes foi conservado mesmo depois de abolida a endogamia e constituiu o método dos romanos, já sem fundamento.

Hoje, pelas conquistas modernas que aproximaram os seres humanos (rádio, literatura, televisão, navios, aviões, telégrafo, automóveis, etc.) podemos dar quase que em iguais condições programas de ensino às crianças do mundo inteiro. E o respeito aos pais e aos dirigentes do município, do estado, do país e outros líderes se funda em bases racionais, pelo que de Cristão podem realizar. Daí a desilusão a muitos de nossos líderes.

A Religião correspondeu a um anseio do ser humano que, após a chamada queda, sentiu o afastamento de seus antigos guardiães, obscurecida que lhe foi a visão, com o clareamento da atmosfera pós-atlante, com a bebida alcoólica, o abuso sexual e a eliminação da endogamia. Sempre sentiu a evidência de algo superior a que se identifica e a que tem necessidade de reunir-se. Por isso a Religião (religação). Quem ensinou o primitivo a adorar o Sol, a Lua, o fogo, senão esse chamado interior? À medida que evoluiu, foi conscientemente se apropriando de concepções mais altas de Deus e tornando sua religião mais racional. Respeitamos, pois, todos os estágios religiosos, que passaram da adoração de fetiches e elementos naturais para, entre os Semitas Originais, o Tabernáculo do Deserto e, mais tarde, por Hiram Abiff, para o Templo de Salomão, o Cristianismo Popular e, finalmente, hoje se expressa no Cristianismo Esotérico muito bem demonstrado no Símbolo Rosacruz até que tenhamos encontrado o Cristo em nós mesmos e por meio d’Ele possamos adorar a Deus em Espírito e Verdade.

O Estado surgiu das necessidades do agrupamento humano. Cada grupo, segundo seu estágio evolutivo, concebeu suas normas de conduta, suas escolas, seus serviços públicos, etc. Na Época Atlante, os líderes dos povos eram Reis preparados e formados pelos Senhores de Vênus (os dirigentes sociais) e pelos Senhores de Mercúrio (que eram os seus Iniciadores). Eram, pois, Reis e Sacerdotes, Sábios e Santos a dirigir com justiça seus povos. Contudo, depois se tornaram soberbos e déspotas, quando deixados por esses mensageiros divinos e entregues a seus próprios recursos. Isso começou a ocorrer no meio da segunda fase da Época Atlante, quando o povo sofreu muito com trabalhos forçados e escravidão até que aprendeu a defender seus direitos. Todos conhecem a história antiga, o feudalismo, a história moderna e o que sucedeu a cada povo; como viviam, como eram explorados para pagar impostos altíssimos e quão pequena a retribuição em benefícios que o povo recebia. Hoje caminhamos vertiginosamente por uma intervenção evidente dos Senhores do Destino e pela ação dos Irmãos Maiores em todos os campos, por inúmeras inovações rumo à Era de Aquário, em que teremos uma sociedade ideal e fraternal. Nós, Estudantes Rosacruzes, temos serena e absoluta confiança no futuro da humanidade e fazemos nossa parte o melhor que podemos, certos de que ela tem sua valia e função.

Todavia, o importante não é apenas conhecer tudo isso e, sim, a reforma de cada Aspirante Rosacruz. Ele precisa ataviar-se para esse estado futuro. Ele precisa rever tudo o que tem dentro de si, reformular sua vida, reformar o que está errado, à luz dos conhecimentos Cristãos esotéricos, expostos pela Filosofia Rosacruz. É preciso lembrar: a quem mais se dá, mais se lhe exige. O conhecimento é dado para que cada um comece a viver uma vida mais digna. Se não procuramos ser melhores para nos convertermos em canais conscientes de ajuda do alto, para auxílio ao próximo e reforma do meio social, pelo método silencioso do exemplo sadio, da convicção irremovível que não se abala com os rumores e pessimistas previsões, se não se tem esse sincero propósito, é melhor não continuar, porque a Lei de Consequência cobra na medida da consciência.

No entanto, a questão não é apenas pessoal. Começa por nós, de dentro para fora, sim; mas, por reflexo natural e lógico, nosso progresso tem de expressar-se no modo como tratamos nossa esposa, nosso marido, como orientamos nossos filhos, como agimos no trabalho e no meio social tratando os nossos irmãos e irmãs do nosso entorno. A vida e a evolução nos pedem novos métodos, atualização constante em todos os sentidos. Eis porque São Paulo, o Apóstolo, dizia que morria todos os dias: algo de inferior morria e algo de novo e melhor nascia, numa renovação constante, caminho à incorruptibilidade.

Contudo, voltamos a afirmar, essa evolução tem de ser firmada de maneira cristã; isto é, em humildade e amor, pois pode ocorrer que nos julguemos santos, superiores e nos consideremos deslocados em um meio de pecadores… Max Heindel afirmou que a adaptabilidade é a chave da evolução em todos os tempos, desde o início do Período de Saturno. Adaptar-se não é macular-se do que há de errado no meio social, não é fazer o que os outros fazem para agradá-los. Adaptar-se é identificar-se com o que há de bom em tudo. Isso pressupõe discernimento elevado, vontade de compreender os outros, procurar o que há de bom, esquecer o que há de mal e prudentemente defender-se. Lembram-se daquele exemplo do Cristo e dos Discípulos diante do cadáver em putrefação de um cachorro? Ele procurou e achou algo bonito em que tudo parecia feio, porque sabia dos benéficos efeitos em nossos Corpos e no Mundo do Desejo, quando criamos algo bom, pensamos no bem, sentimos nobremente e, sobretudo, agimos coerentemente com esses impulsos internos, porque os pensamentos e emoções não expressos em atos são estéreis.

Isso não é tão difícil como parece. O perigo é olhar para trás — lembrar-se e desejar o que seus antigos vícios suscitam. Quem toma o arado não deve olhar para trás. Deixem que os mortos enterrem seus mortos.

A natureza divina em nós reclama alimento puro. Basta que tenhamos vontade de desejar melhorar e as forças da luz nos encaminharão à fonte, como a agulha magnética da bússola em busca do norte. É uma questão de vibração uníssona. Basta desejar mesmo, persistentemente. “Buscai e acharás; pede e ser-te-á dado; bate e ser-te-á aberta a porta”. Não são promessas vãs. É o Cristo quem as profere, ontem, hoje e sempre, dentro de nossas consciências. E ao achar o caminho, nós, que nele estamos e ainda não avaliamos bem a bênção que isso representa, a importância da oportunidade que nos está sendo dada, basta usar a vontade e adquirir o preparo. Cristo em nós, a vontade de melhorar, sempre, o preparo e, pronto, estamos munidos para o trabalho: ação, experiência, humildade e fé para continuar serenos, apesar das provas, que são reflexos de nossas falhas e da resistência do meio. Quem não reconhece energia nas vibrações da luz que penetra as trevas?

Preparo significa abrir as barreiras da nossa personalidade, eliminar o egoísmo, o que não é fácil, porque ele se disfarça muito bem de saudosismo ou sentimentos que julgamos desculpáveis. Enquanto não estamos limpos, agradeçamos as experiências, porque elas vêm para limpar; se você não tem coragem, então não venha! Ninguém pode seguir o Cristo, se não tomar sobre si a própria cruz de cada dia. Essa limpeza nos permitirá ver compreensiva e humildemente cada qual como Ele é e recebê-lO assim, não lhe exigindo mais do que pode dar. Ninguém pode exigir amor, se não sabe amar; nem perdão, se não sabe perdoar. O mais claro indício de nossos defeitos está nas provas que recebemos. Não sabendo amar, encontramos muitas pessoas que nos desamam. É um aviso. Para vencer a prova temos de aprender a amar.

A limitação individual está em ordem inversa ao preparo interno. Quando amamos e crescemos em conhecimento, o coração dá intuição à sabedoria para penetrar as pessoas e avaliar-lhe o grau interno, de modo a assegurar em nossa mútua relação um perfeito entendimento, porque sabemos como devemos tratá-las e como ajudar. O conhecimento, sozinho, torna-nos vaidosos e intolerantes. É muito comum entre nós julgar alguma coisa pelo que já sabemos e, em vez de melhorar a vida, arranjamos discordância no lar, exigindo da mulher e dos filhos o que não podem dar. Acabam, então, os familiares, antipatizando-se com a Fraternidade Rosacruz, julgando ser ela um obstáculo à felicidade do lar. Não é! É falha do Estudante; isto, sim! É-nos ensinado o equilíbrio entre a Mente e o Coração. Atentem bem a isto, enquanto é tempo de conquistar os seus no seu entorno; primeiramente, ao estudo; depois, exemplificando pacientemente e esclarecendo para que possam amar e seguir o que, sendo bom para nós, desejamos para os outros, principalmente para os próximos de nós.

O desenvolvimento unilateral é falho. Vejam as doutrinas sociais que sobem e caem, porque atendem apenas a uma coisa, sem levar em conta que o ser humano é um ser complexo que exige, para total satisfação, desenvolvimento moral, intelectual, liberdade e justiça, sobretudo amor e cuidados físicos. Temos necessidade de conhecimentos, de vivência moral, senso de ética, carência de boa alimentação e higiene; mas, para entender precisamente tudo isso em nós, precisamos primeiro nos conhecer. Por isso, nos antigos templos de mistério havia aquela frase: “Ser humano, conhece-te a ti mesmo”. E o Cristo reitera: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”, em um sentido mais amplo. Estamos na Fraternidade Rosacruz. Sabem o que isso representa, o que devemos fazer para nós e para os outros, o esforço que isso exige, a renúncia que reclama, a decisão que devemos tomar? Renovação! Regeneração! Sinceridade! Altruísmo! Pensem muito nisso e ajam, se estão dispostos a honrar as heranças sociais e o chamado espiritual do Cristo dentro de nós.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho de 1965 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

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Pergunta: Se Cristo era divino, um Arcanjo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, conforme você diz, por que foi Ele chamado “O Filho do Homem”?

Pergunta: Se Cristo era divino, um Arcanjo, o Iniciado mais elevado do Período Solar, conforme você diz, por que foi Ele chamado “O Filho do Homem”?

Resposta: Para entender convenientemente o título “O Filho do Homem”, é necessário conhecer a lenda Maçônica sobre a criação do mundo e do ser humano que nele habita, e também a história bíblica. Visto que nem todos os Estudantes leram as lições contidas no livro “A Maçonaria e o Catolicismo”, repetiremos esta lenda, ou melhor, os seus pontos essenciais.

No princípio, o Elohim Jeová criou Eva, e o Elohim Samael, que é o embaixador de Marte na Terra, uniu-se a ela. Caim foi o fruto dessa união. Depois, o Elohim Jeová criou também Adão, e Adão uniu-se a Eva, e Abel foi o produto dessa união. Abel era, portanto, filho de pais humanos, ambos criaturas de Jeová, era dócil e receptivo às ordens de Deus que ele considerava seu Criador; ao passo que Caim era o produto semidivino de uma mãe humana e de um pai divino. Por essa razão, ele tinha o impulso divino da criação. Abel contentava-se em guardar os rebanhos, criados também por Jeová, os quais, como ele, se alimentavam do alimento vegetal que crescia naturalmente sem esforço de sua parte, uma dádiva dos deuses. Caim era diferente. Tinha o desejo dominante de criar algo, esse impulso divino de fazer crescer duas folhas de grama onde antes só havia uma, era uma força dominante irresistível, e ele não se sentia satisfeito enquanto não realizasse algo por iniciativa própria. Portanto, ele plantou as sementes que achou, fez crescer o grão, e ofereceu a Jeová o fruto do trabalho de suas mãos, Não obstante, suas oferendas não agradaram ao Deus Jeová, que via nele um possível rival — alguém que não seria completamente dominado. Em consequência, criou-se uma animosidade entre Caim e Abel, e o sangue desse foi derramado. Adão uniu-se novamente a Eva, e dessa união nasceu Seth. Desde então, sempre houve no mundo duas classes de pessoas, os Filhos de Caim e os Filhos de Seth. Um deu origem à longa linhagem de reis, que exerciam essa função “pela graça de Deus” e que culminou com Salomão. Essa linhagem é a do filho dos homens, isto é, nasceram de pai e de mãe humanos, a saber, Adão e Eva, ambos criados por Deus e obedientes às Suas ordens — ambos total e inteiramente humanos.

Quanto a isto, os Filhos de Seth diferem radicalmente dos Filhos de Caim. Caim era virtualmente o filho de uma viúva, porque Eva foi abandonada por seu divino esposo, Samael, no momento em que se consumou a fecundação. Ele nunca assumiu sua função de marido ou de pai, portanto, o seu filho era, como já foi dito, o filho de uma viúva.

Dessa progênie semidivina, Caim, descendem várias gerações de filhos que originaram todas as indústrias, como poderão verificar consultando a Bíblia. Eles inventaram todas as artes e todas as ciências. Deve-se a eles todo o progresso material do mundo, e sua estirpe culminou na época em que Salomão, o filho do homem, ocupava o trono de Israel, e o nascimento de um filho de uma viúva, chamado Hiram Abiff está também registrado na Bíblia. Não confundir Hiram de Tiro com Hiram, o mestre-artífice, que foi enviado pelo Rei Hiram de Tiro para construir o Templo de Salomão. Vemos que ele era “o filho da viúva”, e Salomão o “filho do homem”. Posteriormente, esses dois personagens do drama mundial renasceram. Salomão tornou-se Jesus de Nazaré, o Filho do Homem. Hiram Abiff tornou-se Lázaro. Ele foi também o Filho da Viúva de Naim, e as duas ressurreições registradas são um acontecimento referentes à Iniciação.

Desde então, esses dois personagens, o Filho do Homem e o Filho de uma Viúva, têm trabalhado para os mesmos objetivos, embora em esferas diferentes. Jesus, o Filho do Homem, trabalhou e trabalha até hoje entre as igrejas. Christian Rosenkreuz é o último nome de Hiram Abiff e de Lázaro, o Filho de uma Viúva. Jesus, o Filho do Homem, é o gênio protetor de todas as igrejas onde a religião seja cultivada e o ser humano seja conduzido de volta a Deus através do caminho sincero da Devoção.

Christian Rosenkreuz, o Filho da Viúva, trabalha com as potências do mundo, as indústrias e a ciência, a fim de efetuar a união das forças temporal e espiritual, a cabeça e o coração, que deve ser realizada antes que Cristo o Filho de Deus, possa vir novamente.

Com referência a essa união, lemos no “Conceito” que a segunda vinda de Cristo ocorrerá numa época em que o Estado e a Igreja estiverem unidos, mas reconhecemos que essa não foi uma expressão feliz. Queremos lembrar que recebemos nossos ensinamentos na Alemanha, e em tal quantidade que era muito difícil encontrar imediatamente uma expressão inglesa adequada para cada termo. Muitas vezes, fizemos uma tradução por demais literal. As palavras estado e igreja, da forma usada pelo Mestre, queriam transmitir a ideia de que em algum tempo, os poderes temporal e o clerical deverão trabalhar de mãos dadas e unir-se cada vez mais; pois, na época em que isso acontecer e que aguardamos, o Reino de Cristo, só haverá um regente. Ele será ambos, Rei e Sacerdote e, por essa razão, a raça humana deve ser educada de forma tal que os seus dirigentes humanos se aproximem cada vez mais desse ideal, sendo sábios o bastante para governar um estado, e bons o bastante para guiar os corações dos homens. Assim e somente assim, poderemos aproximar-nos do Reino de Deus, portanto, essa é a condição que Christian Rosenkreuz e Jesus esforçam-se por trazer à Igreja e ao Estado.

(Pergunta nº 92 do livro A Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas”, Vol. II)

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Uma Interpretação do que é Verbo, expresso por São João

Uma Interpretação do que é Verbo

“No Princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Tudo foi feito por Ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele. Nele estava a Vida, e a Vida era a Luz dos homens. A Luz resplandece nas trevas, encontra Ela as trevas não prevaleceram… O Verbo se fez carne e habitou em nós, cheio de Graça e de Verdade, e vimos a Sua Glória, Glória como no Unigênito do Pai”.

Eis a história toda da involução ou envolvimento do Ser, como Espírito Virginal, na matéria, até à idade mais densa e grosseira, até a perda total da consciência do Espírito e das coisas do Espírito.

São João nos conta nesses versículos de inestimável valor Espiritual, a peregrinação, a Grande e Extraordinária Aventura Cósmica do Espírito, em aquisição após aquisição, dos corpos e veículos de manifestação, até atingir a condensação no Corpo Denso e cristalizado.

“No Princípio…” reporta-nos a um estágio anterior ao que nossos olhos físicos percebem e nosso tato apalpa. “No Princípio, era o Verbo…” O Único Ser Gerado. Um dos Três Atributos do Ser Supremo. Pelo Verbo tudo o mais foi criado. “Faça-se..”. É a Palavra, o mistério do som. Tudo no Universo é vibração, é som, é melodia.

Quando o Iniciado atinge um certo grau no seu desenvolvimento, recebeu o batismo de fogo, estando sob a direção do Mestre Oculto. É-lhe ensinado o Segredo dos Segredos… aquele Segredo que os maçons procuram; “A PALAVRA PERDIDA!”. O maçom, quando em estágios superiores, sabe que a Palavra de Poder foi perdida, quando, na traição do Templo, os três renegados mataram o Sublime Mestre Hiram Abiff, o único que possuía o “Segredo da Palavra”. Tudo na Maçonaria é simbólico, por ser ela o receptáculo, a guarda do Simbolismo.

Todas as verdadeiras Ordens Iniciáticas sabem que a palavra é sagrada, e que o Iniciado deve ser comedido no falar. O Iniciado é submetido ao silêncio absoluto, à meditação, à contemplação muda das coisas da natureza. No silêncio, ele aprende, no secreto da alma, a palavra sem articulação. Até no Catolicismo Romano, o neófito, e mais tarde o clérigo, na leitura diária do breviário, leitura obrigatória, submete-se ao silêncio e à meditação. Na Ordem dos Trapistas a palavra articulada é proibida, através do juramento dos seus adeptos.

É longa a série dos investigadores da “Palavra Perdida”, a Palavra de Poder, que pronunciada com o conhecimento da ciência oculta, após recebida nos Arcanos do Silêncio, pode causar a vida ou a morte.

“No Princípio era o Verbo…” O Verbo é a Palavra que se manifesta no ser humano via laringe. Mas ela só será readquirida pelo mortal, quando ele, através a evolução e iniciação nos mistérios, tornar-se digno de possuí-la.

“O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no Princípio com Deus. Tudo foi feito por Ele e nada do que tem sido feito foi feito sem Ele”. É o segredo da palavra. Faça-se, faça-se sempre, com a Palavra. Os Períodos, os Mundos, as coisas todas manifestadas e por se manifestar foram e são feitas pela Palavra e com a Palavra. O Círculo com um ponto em seu centro, é o Supremo Poder do Verbo manifestando continuamente de si mesmo, novos sóis, novos mundos e novas manifestações de vida gloriosa. O Supremo Ser “pode ser caracterizado como PODER. Desse, procede o Segundo Aspecto, o VERBO. E de ambos esses Aspectos, procede o Terceiro, o MOVIMENTO. Desse triplo Supremo Ser procedem os sete Grandes Logos”. Eles contêm neles mesmos todas as Grandes Hierarquias que se diferenciam cada vez mais, à medida que se difundem pelos vários Planos Cósmicos. “Verbo é o Único Ser gerado pelo Supremo. À Palavra é, portanto, uma Entidade e essa Entidade Sagrada criou tudo o mais, pelo “Fiat” criador. Faça-se… e as coisas foram se projetando no Cosmos.

“Nele estava a Vida e a Vida era a Luz dos homens…”. Esse versículo toma força e poder incomensuráveis. A Vida é una e indivisível. “Ai daquele que tentar separar o Corpo de Deus”. Tudo no Universo é o Corpo de Deus. O ser humano é o pequeno corpo divino, o Microcosmos. Nele está, como sempre esteve e estará, a Luz de Deus. É a Vida não criada, indestrutível.

“A luz resplandece nas trevas, e contra Ela as trevas não prevaleceram”… O Verbo se fez carne e habitou em nós, cheio de Graça de Verdade, e vimos a sua Glória, Glória como no Unigênito do Pai”.

Quem tiver olhos para ver e ouvidos para ouvir, e entendimento para entender, compreenderá, pela percepção interna, o sentido sublime deste versículo. Apesar da cristalização interna, o sentido sublime desse versículo. Apesar da cristalização, a Luz permanece e brilha como seu fulgor deslumbrante e incandescente. Cristo ressuscitou e advertiu a mulher que montava guarda ao seu sepulcro, e que primeiro o avistou. “Não vos aproximeis, pois Eu acabo de ressuscitar!”. Se a mulher o tocasse, seria fulminada, pois, naquele momento estava carregado de milhões de volts de eletricidade puríssima. Assim será o ser humano, quando “ressuscitar” dentre os mortos.

“E o Verbo se fez carne” e habitou em nós cheio de Graça… Não é possível maior clareza. Ele está dentro de cada um, pois o ser humano é partícula de Deus cristalizada. Aqui está consubstanciado todo o mistério do Ser. Aquele que se encontrar, verá a Deus face a face. Passado, presente, futuro são termos relativos, que nada expressam ante a sempiterna realidade que se manifesta acima e fora das “ALTERNÂNCIAS”. Períodos, Revoluções, Recapitulações, Épocas estão expressas no MACRO como no MICROCOSMOS. A entidade cristalizada como ser humano é a pequena Bíblia ou Livro da Lei, que contém em si toda a grandiosidade do COSMOS.

Na sua subida deve Ele aprender a ler na Memória da Natureza, as fases, passagens, vidas vividas, a fim de se reencontrar e adquirir CAPACIDADE e MALEABILIDADE. Com esses atributos Ele poderá levitar e voar ao cume da Eternidade e criar, também, já como criadora, com o Poder do Verbo, a “PALAVRA REENCONTRADA!”.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 05/70)

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Pergunta: Gostaria de saber o que determina a época da Páscoa a cada ano. E qual é a relação entre a Ressurreição de Cristo na Páscoa e a ressurreição de Hiram Abiff no ritual Maçônico?

Pergunta: Sou um Maçom, e gostaria de saber o que determina a época da Páscoa a cada ano. E qual é a relação entre a ressurreição de Cristo na Páscoa e a ressurreição de Hiram Abiff no ritual Maçônico?

Resposta: Segundo a lenda maçônica, no princípio Jeová criou Eva, e o Espírito Lucífero, Samael, uniu-se a ela, e dessa união nasceu Caim. Mais tarde, Samael deixou Eva, que se tornou virtualmente uma viúva. Caim era assim o filho de uma viúva, e dele descenderam todos os artífices do mundo, incluindo Hiram Abiff, o grande mestre-artesão do Templo de Salomão, que é, por essa razão, também chamado de “filho de uma viúva”, da mesma forma que o são todos os Franco-Maçons até hoje. Depois de Samael ter abandonado Eva, Jeová criou Adão, o qual se uniu a Eva, gerando assim Abel.

Portanto, Caim era semidivino, inspirado pelo seu próprio gênio criador inerente, que se manifesta através de seus filhos, até hoje, na política e em todas as invenções industriais que fazem o mundo civilizado, enquanto Abel foi o filho de dois seres humanos. Ele não sabia criar, mas apenas cuidava docilmente do rebanho já criado para ele pelo autor de seu ser, Jeová.

Jeová menosprezou o sacrifício de Caim, que havia feito crescer duas folhas de grama onde antes só havia uma. Ele preferia um autômato dócil como Abel, que obedecia implicitamente a Suas ordens, sendo indiferente ao pensador original como era Caim. Criou-se assim uma inimizade entre Caim e Abel, que resultou no assassinato desse último. Seth nasceu em seguida, e dele descendem todos os que seguem cegamente os ditames do seu criador, e que são conhecidos como a classe sacerdotal e seus seguidores. Entre eles estava o Rei Salomão.

Jeová mostrou-lhe o projeto de seu Templo, mas Salomão revelou-se incapaz de executá-lo, portanto, foi forçado a contratar Hiram Abiff, um hábil artífice, um filho de Caim, por conseguinte, o filho de uma viúva.

Maçons místicos de um grau elevado reconhecem que, do ponto de vista cósmico, Hiram Abiff é simbolizado pelo Sol. Enquanto o Sol (Hiram) encontra-se nos Signos setentrionais de Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem, ele está entre amigos e seguidores fiéis, mas, quando no decorrer do ano, ele entra nos Signos meridionais de Libra, Escorpião e Sagitário, ele é atacado pelos três conspiradores tal como registra a lenda maçônica, e finalmente morto no Solstício de Dezembro para ressurgir novamente à medida que ascende em direção ao Equador, que ele cruza no Equinócio de Março. A lenda maçônica relata que a Rainha de Sabá viajou, vindo de muito longe, para ver o sábio Salomão de quem ela ouvira falar tanto. Foi-lhe mostrado, também, o magnífico templo, e ela quis conhecer o hábil artífice, o mestre-artesão e seus operários que haviam realizado tal maravilha.

Contudo, sempre houve inimizade entre os filhos de Caim e os filhos de Seth. Mesmo quando cooperavam juntos, jamais confiavam uns nos outros, e Salomão temia que a sua bela noiva se apaixonasse por Hiram Abiff. Por essa razão, ele mesmo empenhou-se em convocar os operários, mas nenhum deles respondeu à chamada. Eles “conheciam a voz do seu pastor”, Hiram Abiff (o Sol em Áries, o Signo do Cordeiro). Eles foram treinados a obedecer ao seu chamado e não atenderiam a nenhuma outra voz. Salomão viu-se finalmente forçado a mandar buscar Hiram Abiff e pediu-lhe para chamar seus artesãos, e quando ele ergueu o seu martelo (Áries, que é o Signo da autoridade e da Exaltação), eles acorreram em massa, cada qual mais ansioso em cumprir as suas ordens.

Em março, o Sol (Hiram) entra em Áries, o Signo de sua Exaltação. Esse Signo tem a forma do martelo que Hiram ergueu, e todos os trabalhadores do templo (o universo) acorrem para cumprir suas ordens e realizar o seu trabalho quando ele ascende ao trono de sua dignidade e autoridade nos céus setentrionais. Ele é seu pastor porque no Equinócio de Março ele entra em Áries, o Signo do carneiro ou cordeiro. Eles obedecem-no e essas forças da natureza não aceitam ordens de ninguém a não ser do Sol em Áries, o Sol Oriental.

Essa é a interpretação cósmica, mas, de acordo com a Lei de Analogia, Hiram, o filho de Caim, deve também ser elevado a um grau superior de Iniciação. Somente o Espírito Solar, prestes a elevar-se ao firmamento, poderia realizar esse feito. Por isso, Hiram renasceu como Lázaro e foi elevado pela enérgica pata do Leão. Ele havia liderado os artífices durante o regime de Jeová e de Seu pupilo Salomão. Através dessa Iniciação, ele foi elevado com a finalidade de tornar-se um líder no Reino de Cristo, para que ele ajudasse as mesmas pessoas a penetrar numa fase mais elevada de sua evolução. Ele tornou-se, então, um Cristão encarregado de explicar os mistérios da Cruz e, como um símbolo desse mistério, a Rosa foi acrescentada, e essa missão foi incorporada em seu nome simbólico, Christian Rosenkreuz.

A rosa é considerada, em geral, o emblema do mistério, mas a maioria das pessoas não sabe que o acréscimo da rosa à cruz foi a origem desse significado simbólico.

A rosa é o emblema do mistério da cruz porque explica o caminho da castidade, a transmutação do sangue passional em amor. Portanto, Lázaro tornou-se Cristão Rosa Cruz (Christian Rose Cross), e os Rosacruzes são os mensageiros especiais de Cristo para os filhos de Caim, como Jesus o é para os filhos de Abel.

Os fariseus sabiam muito a respeito da origem oculta dessas duas classes da humanidade, portanto, o milagre de Lázaro foi para eles o maior crime de Cristo. Eles ficaram seriamente alarmados pela perspectiva de que sua religião nacional pudesse ser suplantada por outra se quaisquer outros milagres fossem realizados, pois perceberam que era uma Iniciação de uma natureza mais elevada daquela que conheciam, e que indicava a entrada em um ciclo superior. Antes de Cristo, todas as religiões foram raciais, adequadas ao povo a quem tinham sido dadas e convenientes apenas para esse povo. Todas essas religiões foram religiões de Jeová. Da mesma forma que o Pai foi o mais alto Iniciado do Período de Saturno, também Cristo, o filho, foi o mais alto Iniciado do Período Solar, e Jeová, o Espírito Santo, foi o mais alto Iniciado do Período Lunar. De Jeová provieram todas as religiões de raça, que procuravam preparar o gênero humano no caminho da evolução por meio da lei. Essas religiões de raça devem ser suplantadas pela religião universal do Espírito Solar, Cristo, que unirá todos os seres humanos numa única fraternidade. A mudança de uma religião para outra e o fato de que a religião do Deus Lunar Jeová devia preceder a religião do Espírito Solar, Cristo, é simbolizada pela maneira em que a Páscoa é determinada.

A regra atualmente em uso para determinar a época da Páscoa é que ela se realize no primeiro Domingo seguinte à Lua Cheia Pascal. Essa era a época original adotada pelos primeiros Cristãos que tinham conhecimento e consideração de seu significado oculto, mas logo pessoas ignorantes começaram a ter cismas e fixaram-na em épocas diferentes. Isso ocasionou bastante controvérsia. No segundo século surgiu uma disputa a respeito desse ponto entre as Igrejas Oriental e Ocidental. Os Cristãos Orientais celebravam a Páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês Judeu ou Lunar, considerando-a equivalente à Páscoa Judaica. Os Cristãos Ocidentais celebraram-na no Domingo seguinte ao décimo quarto dia, sustentando que era a comemoração da ressurreição de Jesus. O Concílio de Niceia, em 325 D.C., decidiu a favor do costume ocidental, condenando a prática oriental como heresia.

Isso, contudo, somente estabeleceu que a Páscoa deveria ser comemorada não em um dia determinado do mês ou da Lua, mas num Domingo. O ciclo astronômico correto para calcular a ocorrência da Lua Oriental não havia sido ainda determinado, mas eles finalmente concordaram com o antigo método de fixar a festa baseada na Lua, assim, o costume original antigo foi finalmente restabelecido.

Deste modo, a Páscoa é hoje comemorada no mesmo dia requerido pela tradição oculta para simbolizar apropriadamente o significado cósmico desse acontecimento e, sob esse aspecto, tanto o Sol como a Lua são fatores necessários, já que a Páscoa não é exclusivamente uma festa solar. O Sol não só deve ultrapassar o Equador, como o faz a 21 de março, mas deve também ultrapassar a Lua Cheia após o Equinócio de Março (Hemisfério Norte). Então, o domingo seguinte é a Páscoa, o diz da Ressurreição. A luz do Sol primaveril deve ser refletida por uma Lua Cheia antes que amanheça o dia na Terra, e há, como já foi dito, um significado profundo atrás desse método de determinar a Páscoa, isto é, que a humanidade não estava suficientemente evoluída para seguir a religião do Sol, a religião Cristã da fraternidade universal, até que estivesse inteiramente preparada por meio das religiões da Lua que segregaram e separaram a humanidade em grupos, nações e raças. Isso é simbolizado pelo retardamento da elevação anual do Espírito Solar por ocasião da Páscoa, até que a Lua Jeovística tenha projetado de volta e refletido plenamente a luz do Sol Pascal.

Todos os fundadores de religiões raciais, Hermes, Buda, Moisés, etc., foram iniciados nos mistérios Jeovísticos. Eles eram filhos de Seth. Quando de sua Iniciação, eles ficaram imbuídos pelo seu Espírito de Raça particular, e esse Espírito, falando através da boca de tal iniciado, ditava as leis ao seu povo, como, por exemplo, o Decálogo de Moisés, as leis de Manu, as nobres verdades de Buda, etc. Essas leis declaravam a existência do pecado, porque os povos não observavam as leis nesse estágio da evolução. Em consequência, eles incorreram numa certa dívida de destino. O Iniciado humano, fundador da religião, devia assumir esse destino, portanto, devia renascer repetidas vezes a fim de ajudar seu povo.

Assim, Buda nasceu como Shankaracharya e teve vários outros renascimentos. Moisés renasceu como Elias e João, o Batista, mas Cristo não teve necessidade de nascer antes.

Ele o fez de sua própria e livre vontade para ajudar a humanidade, revogar a lei portadora do pecado, e emancipar a humanidade da lei do pecado e da morte.

As Religiões de Raça do Deus lunar, Jeová, transmitiram a vontade de Deus à humanidade de uma forma indireta, através de videntes e profetas que eram apenas instrumentos imperfeitos, como os raios lunares que simplesmente refletem a luz do Sol.

A missão dessas religiões consistia em preparar a humanidade para a religião universal do Espírito Solar, Cristo, que se manifestou entre nós sem intermediários, como a luz que nos chega direto do Sol, e “nós contemplamos a Sua glória como o único gerado do Pai”, quando Ele pregou o evangelho do Amor. A Religião Cristã não dita leis, mas prega o amor como sendo o cumprimento da lei. Portanto, nenhuma dívida de destino é gerada sob ela, e Cristo, que não teve necessidade de nascer antes, não renascerá sob a Lei de Consequência como tiveram que fazê-lo os fundadores das religiões raciais lunares, que devem, de tempos em tempos, carregar o fardo dos pecados de seus seguidores. Quando Ele aparecer, será em um corpo composto de dois Éteres superiores: o Luminoso e o Refletor, o Dourado Manto Nupcial chamado soma psuchicon ou Corpo-Alma por São Paulo, que é muito enfático em sua asserção de que “a carne e o sangue não poderão herdar o Reino de Deus”. Ele afirma que nós mudaremos, tornando-nos iguais a Cristo, e visto não podermos entrar no reino com um corpo carnal, seria absurdo supor que o Rei da Glória use semelhante traje grosseiro e incômodo.

O sacerdócio de onde Jeová retirou Seus representantes, os profetas e os fundadores das religiões e os construtores do templo espiritual, é constituído pelos Filhos de Seth. Os Filhos de Caim sentem ainda em seu íntimo a natureza divina de seu ancestral. Eles repudiam o método indireto de salvação pela fé pregada pela Igreja, e insistem em encontrar por si mesmos a luz da sabedoria através dos métodos diretos de trabalho, aperfeiçoando-se nas artes e nos ofícios, construindo o templo da civilização material por meio da indústria e da política de acordo com o plano de Deus, o Grande Arquiteto do Universo, sendo Cristo “a Pedra Angular Principal” e cada Maçom místico uma “pedra viva”.

No entanto, no seu devido tempo, essas duas grandes correntes, os Filhos de Seth e os filhos de Caim, unir-se-ão a fim de atingir os portais do Reino de Cristo. Antes de Sua época não havia um meio para que tal amalgamação ocorresse; mas quando Cristo, o grande Espírito Solar, chegou, Salomão renasceu como Jesus, em cujos veículos inferiores penetrou o Espírito por ocasião do Batismo; e Hiram Abiff renasceu como Lázaro. Quando Lázaro foi levantado pela enérgica garra do Leão de Judá, Hiram e Salomão, os antigos rivais, esqueceram suas diferenças impelidos pelo Espírito de Cristo, e ambos trabalham atualmente para o estabelecimento do Reino de Cristo.

Foi isso que os Fariseus, de certo modo, perceberam ou presumiram, o que originou seus temores de que esse Jesus iniciasse muitas pessoas subvertendo-as da religião racial a que eles (os Fariseus) pertenciam.

(Pergunta nº 142 do Livro “Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II”, de Max Heindel)

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