Eu sou o Caminho

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Eu sou o Caminho

Eu sou o Caminho

Antes que o Cristo tenha se manifestado em Corpo Físico em nosso Planeta no corpo de Jesus de Nazaré, as grandes religiões como o Hinduísmo, Budismo, os cultos de mistérios Egípcios e Gregos já indicavam uma crescente influência e revelação ao mundo do Logos solar. O Velho Testamento também é profético do advento do Filho de Deus em forma humana. A última revelação divina para o ser humano está contida nos Evangelhos, contando o cumprimento de todas essas profecias.

Assim sendo, o aspirante moderno não precisa defender hoje essa ou aquela religião oriental pré-cristã. Ao máximo, pode tomar conhecimento, de forma comparada, a todo esse cabedal de sabedoria, em forma de uma recapitulação da sua própria herança espiritual. Pode então, avaliar melhor a sua situação evolutiva presente, e Max Heindel são dois expoentes dessa curta recapitulação.

Até certo ponto, na época pós-Atlante podia se dar, espiritualmente falando, um passo evolutivo para trás num esforço de restaurar uma condição prévia, em que a alma humana podia entrar de maneira negativa em contato com seres espirituais. Geofisicamente, podia orientar-se para o Oriente. Dirigia os seus “orisons” ou orações matutinas ao horizonte oriental, em que a Iuz aparecia primeiramente. O gesto era simbólico e literal. O gesto literal era baseado numa ilusão referente à revolução da Terra no seu próprio eixo, que dava e dá a impressão de que a fonte de luz (Espírito) vem do Oriente.

O aspirante nos dias de hoje, imita o movimento cósmico do Sol que também é ilusório em sua aparência de viajar do Leste para o Oeste, se tratando novamente da rotação axial da Terra. Porém, a identificação do aspirante com o movimento solar já significa progresso.

O Ser solar, Cristo, se encarnou no Planeta Terra em Nazaré, no corpo de Jesus e subsequentemente, no próprio corpo do Planeta Terra por meio do sangue precioso de Jesus. Iluminado pelo seu Cristo interno, o aspirante pode vislumbrar hoje o que ele será amanhã, enquanto que o ser humano pré-cristão fitava nostalgicamente uma condição que ele tinha, em sua infância evolutiva. O ser humano contemporâneo engatinha para o autodomínio e, gradualmente assume a sua real dimensão, saindo das alvoradas de sua inocência infantil. Ele enfrenta em plena consciência, as experiências do mundo material, na clareza ofuscante da luz do meio-dia, e procede para o Oeste acompanhando o pôr do Sol. O acompanha para a sua segunda morada; vida após a morte. As alvoradas da infância humana, o meio-dia de luz ofuscante de luta consciente, com a experiência material e o pôr do Sol, vida após a morte, eis as etapas da caminhada humana.

O peregrino, depois do Gólgota, aprecia o supremo valor da existência encarnada, que Cristo-Jesus glorificou abrindo Caminho. Houve um ponto na história da evolução humana, quando ficou proibido ao ser humano negar a existência de seu Corpo Físico, procurando se refugiar nos Mundos espirituais, para fugir da cruel luta da experiência material. Esse ponto foi atingido no Gólgota. Com a exceção de videntes involuntários anacrônicos, a atenção do ser humano devia se voltar para a caminhada na matéria. As Iniciações pré-cristã e os rituais de mistérios se tornaram obsoletos. Antes, quando esse sistema era usado normalmente, o Corpo Físico se tornava como morto, já que o invólucro etérico e os Corpos mais sutis acompanhavam o Ego, se separando do veículo físico, completamente.

Na nova Iniciação, o Corpo fica vivo, vital. A consciência pode ao mesmo tempo penetrar nos reinos mais elevados, e não perder o contato com a sua parte mineral, já que a forma e a função vital foram revitalizadas por Cristo enquanto andou na Terra como homem, Jesus.

A descida do Cristo solar se processou pelo mesmo modo do Ego encarnante, que desce pelos Mundos do Pensamento e de Desejos. Gravitou para o Mundo do Desejo e foi identificado como “Senhor da Luz” pelos sacerdotes de Zoroastro, os chamados Reis Magos, ao qual o Cristo era conhecido como Ahura Mazdao. Em sua descida para a Terra, Cristo foi percebido pelos Egípcios e nomeado Osíris. Quando entrou na Região Etérica Lunar, a cultura Hebraica percebeu o Cristo como a deidade lunar Jeová (que significa eu era, sou e serei), e que se apresentou à Moisés como EU SOU. Quando Cristo quase alcançou o Mundo Físico, os Gregos e os Hebreus tiveram a premonição do nascimento de um ser especial – Deus no homem. Finalmente, Cristo se encarnou em Jesus. O EU SOU de Abrão, se revestiu de carne. Com a Ressurreição, a humanidade recebeu um novo ímpeto evolutivo, não podendo voltar a uma condição de feliz inocência e negar o Mundo Físico em que ela deve ser ativa, nos moldes evolutivos a ela ensinados pelo Mestre. Não nega o mundo. O abraça. Progride na espiral evolutiva e cresce.

As religiões pré-cristãs ainda indicam que na liberação da roda da vida, o ser humano volta à mesma felicidade Edênica. Sai do Nirvana e volta para o Nirvana. Vidas e vidas de ilusão. Ironicamente, muitas igrejas convencionais Cristãs têm os seus altares voltados para o Leste. Porém, na realidade, o Tabernáculo do Deserto (descrito em grande detalhe no Velho Testamento) era profeticamente alinhado a um eixo cuja entrada era a Leste, e seu santuário mais recôndito era à OESTE. A ênfase direcional mostra a espiritualização e despojamento do ser humano pela encarnação, pelo trabalho e pelo serviço no Mundo material. E, dessa forma, o Filho oferecerá ao Pai, na sua volta aos reinos celestiais, o ouro espiritual do sofrimento, transmutado, às raras essências de suas experiências, e as pedras preciosas de suas lágrimas. Esse será o seu presente ao Pai: o seu próprio ser.

(Revista ‘Serviço Rosacruz – 07/82 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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