Carregue Sua Cruz Com Classe

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carregue Sua Cruz Com Classe

Todos sempre dizemos que temos “uma cruz” para carregar, mas isso é apenas um ditado popular; o que temos são nossas dívidas – contraídas em vidas passadas, devido as nossas transgressões às Leis Divinas e, muitas vezes, a nossa insistência em atrapalhar esse perfeito Esquema de Evolução – que escolhemos pagar nessa vida (quando estamos nos preparativos para esse renascimento no Terceiro Céu e escolhemos dentre os Panoramas que nos são apresentados), nessa grande escola da vida, aqui renascidos nesse Mundo Físico.

Essa “cruz” é exatamente o que podemos suportar. Nunca nos é dado “um fardo maior do que podemos carregar”.

Então, arregacemos as mangas e com toda a disposição, toda vontade, vamos torná-la a menos pesada possível.

Carregue-a sem dureza, inteligentemente, mostrando a superioridade da boa vontade e a elegância do consentimento.

Carregue-a devagar, sem pressa nenhuma, sabendo que nunca lhe será fácil andar assim a dois: você e sua cruz.

Carregue sua cruz, em silêncio, sem espalhar pelos quatro ventos o tamanho do seu peso, a profundidade da sua chaga, a conta exata dos meses e anos, que tem cruz nos ombros.

Carregue sua cruz, sabendo que todos a têm e que a sua nem sempre é a mais pesada, mais dura e duradora.

Carregue sua cruz, elegantemente, sem aumentar a dos outros com a propaganda da sua como se todo mundo tivesse de ser seu Cirineu, outro ofício não tendo na vida, a não ser na sua cruz.

Carregue sua cruz, aceitando o grande ritmo da vida humana, que é o dia a dia, sem implicância com o amanhã, sem aderências com o ontem, firme, fiel, feliz, como o dia que nasce e a fonte que mana.

Carregue sua cruz, lado a lado com seu irmão, carregador de cruz também, sentindo-se bem em pertencer ao mesmo exército de luta.

Carregue sua cruz, indo contra alergias, deitando por terra antipatias surdas, chegando a dialogar com o madeiro carregado.

Carregue sua cruz, crendo que ela vale, que ela promove, descobrindo que só ela vale, na vida: só ela promove os vivos.

Carregue sua cruz, retomando-a, logo que acordam as primeiras barras do dia, antes que o desgosto traga suas alergias.

Carregue sua cruz, tomando parte na imensa procissão dos vivos, no mais idoso cerimonial da mais anciã das liturgias.

Carregue sua cruz, de rosto manso, de alma lisa, de coração inteligentemente alerta, como ofício de base, gesto natural.

Carregue sua cruz, mostrando que deu uma batalha e levantou a palma de uma vitória, uma das que mais importam na vida.

Carregue sua cruz na dificuldade que encontrou, purificando-se no fogo que tocou, pulando o abismo que viu.

Carregue sua cruz, acreditando nas vantagens que lhe trará, certo da promoção que esconde, buscando a lição que contém.

Carregue sua cruz, distraidamente sem passar os dias e as horas, na parada contemplação da dor, que lhe visita a vida.

Carregue sua cruz, como quem leva uma pedra fundamental de construção, finca um pilar de ponte, passa num exame, sobe um degrau.

Carregue sua cruz, de pé, como as árvores, como os faróis da barra, como os montes que peregrinam para cima.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1969-Fraternidade Rosacruz-SP)

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