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As Nove Sinfonias de Beethoven – Correlacionadas com as Nove Iniciações Menores – Nona Sinfonia

Por Corinne Heline

CAPÍTULO IX – NONA SINFONIA – RÉ MENOR – OPUS 125

(Com Coro Final “Ode à Alegria” – poema de Schiller)

A música é a entrada não corpórea no mundo superior do conhecimento que abrange a humanidade, mas que a humanidade não pode compreender. Por sua transparente beleza de ideia, há pouco no mundo da música que possa se aproximar desta obra prima em beleza melódica. Suas ideias são tão ricas em variedade, tão delicadas em orquestração e, também, tão profundamente simpáticas, que deve ser um ouvinte endurecido de fato aquele que escuta este movimento sem alguma percepção de uma visão dos céus se abrindo e um olhar distante no mundo além deste. Aqui, temos Beethoven como um expoente do sublime … Ninguém pode negar que aqui está uma obra prima inigualável na tremenda vastidão de sua concepção e inigualável por sua originalidade, poder e belezas prodigamente espalhadas.

Autor Desconhecido

Mais de dez anos se passaram depois da performance inicial da Oitava Sinfonia antes que Beethoven trouxesse à luz sua sucessora, a Nona e última, em 7 de maio de 1824. Durante esse intervalo houve, evidentemente, uma profunda preparação em seu interior para poder criar o glorioso clímax que é a Nona Sinfonia.

Quando os Senhores do Destino procuram um mensageiro cuja missão beneficiará o mundo e elevará a humanidade, muito tempo e cuidado são dedicados à sua escolha. Precauções especiais são tomadas para que o escolhido não se transforme em uma presa das seduções do mundo material. Beethoven foi um mensageiro escolhido. Ele nasceu na pobreza e se criou sob as mais adversas circunstâncias. Todos os anos de sua vida foram cheios de solidão, desapontamento e desilusão com as coisas do mundo exterior.

Um mensageiro assim escolhido para uma grande missão no mundo raramente conhece as alegrias do companheirismo humano, que é privilégio da maioria dos mortais. Ele tem necessariamente que viver uma vida mais ou menos isolada. Muito tempo tem que ser gasto sozinho para que possa alcançar aquelas alturas inspiradas que o capacitará a se tornar um canal claro e livre para seu objetivo.

No funeral de Beethoven foi dito: “ele não tinha esposa para chorar por ele, filho, filha – mas o mundo todo lamenta junto ao seu ataúde”. A vida de uma pessoa como ele não está centrada em um, mas em muitos. Então, quando Beethoven chegou ao apogeu da vida, chegou para ele, de acordo com a compreensão humana, a maior desgraça que pode acontecer a um músico – a perda da audição. No entanto, do ponto de vista espiritual, talvez isso foi sua maior bênção. Ele era um mensageiro da gloriosa música celestial das Hierarquias Criadoras. Essa música é tão sublime e etérea que os sons dissonantes e desarmônicos da Terra não podiam obstruir e prejudicar sua pureza e beleza. E, assim, quando Beethoven perdeu sua audição física, ele se tornou cada vez mais sensível às harmonias dos planos internos e, por isso, um transmissor mais perfeito para essa música celeste. Muito embora o espírito possa estar ciente de seu elevado destino, enquanto ele está confinado dentro do corpo humano, terá que lutar com as limitações de seu instrumento mortal. E, assim, havia momentos em que Beethoven dava espaço à melancolia e ao desespero, às vezes, voltando-se contra o destino.

O verdadeiro propósito do sofrimento é servir de agente purificador e redentor. No livro “Luz no Caminho” lê-se que “antes que os olhos possam ver, eles devem ter perdido seu senso de separatividade, e que antes que os ouvidos possam ouvir, eles devem ter perdido sua sensibilidade, e que antes que os pés possam estar na presença dos Mestres, eles devem ser lavados no sangue do coração”.

Como Edward Carpenter[1] escreve sobre Beethoven em seu livro Angel´s Wings:“Embora sua vida exterior, pela surdez, doença, pelas preocupações financeiras e pela pobreza fosse despedaçada em mil miseráveis fragmentos, em seu grande coração ele abraçou toda a humanidade; penetrou intelectualmente em todas as falsidades até atingir a verdade e, em seu trabalho artístico, deu um esboço aos religiosos, aos humanos, aos democráticos, aos amores, ao companheirismo, às individualidades ousadas e a todos os altos e baixos do sentimento, o esboço de uma nova era da sociedade. Ele foi de fato e deu expressão a um novo tipo de ser humano. O que essa luta deve ter sido entre suas condições internas e externas – de seu “eu real” com os solitários e pobres arredores nos quais estava encarnado – nós só sabemos através de sua música. Quando nós a ouvimos, compreendemos a tradição antiga de que, de vez em quando, uma criatura divina dos céus distantes toma uma forma mortal e sofre para que isso possa abraçar e redimir a humanidade”.

A nota-chave espiritual da Nona Sinfonia é Consumação. Nove é o mais importante número relacionado com o presente estágio de evolução da humanidade. É o número da humanidade. É, também, o número da Iniciação, aquele reto e estreito caminho pelo qual o ser humano retorna à união com Deus.

Notou-se previamente que as Sinfonias de Beethoven retratam uma variedade de experiências. Essas experiências são recapituladas nos passos sempre ascendentes ao caminho espiritual da realização, cada repetição proporcionando força aumentada e glória de desdobramento da alma, até a consumação alcançada na divina unidade tão magnificamente interpretada pela Nona Sinfonia.

Como foi dito anteriormente, as Sinfonias ímpares corporificam os atributos masculinos e as pares, os femininos, enquanto a última, ou a Nona, os dois atributos são trazidos em perfeito equilíbrio, um estado de unidade que, em linguagem esotérica, é chamada de Matrimônio Místico. Essa união marca o supremo alcance do ser humano sobre as coisas terrenas. Beethoven captou o lindo coro do Querubim na glória da Nona Sinfonia para que os ouvidos humanos pudessem sentir a poderosa efusão de seu poder espiritual.

O escritor John Naglee Burk[2], em seu livro “Life and Works of Beethoven”, se refere a esses ecos celestiais como “murmúrios misteriosos”; então, é como se os murmúrios do mundo celestial que Beethoven interiormente percebia se tornaram cada vez mais claros e mais fortes; enquanto o tema inicial se desenvolvia, há “um crescendo de suspense até que o tema em si é revelado… e proclamado fortíssimo pela orquestra toda em uníssono. “Ninguém”, ele acrescenta, “igualou esse poderoso efeito – nem mesmo Wagner que teve por essa página em particular uma mística admiração e que, sem dúvida, lembrou-a quando descreveu a serenidade elementar do Reno de maneira muito parecida na abertura de O Anel dos Nibelungos”.

“A Nona Sinfonia”, escreve Ralph Hill[3] em seu trabalho intitulado The Symphony, “é comparável aos vigorosos trabalhos como a Eroica e a Quinta Sinfonia, num plano psicológico tonalmente diferente que levanta questões mais amplas do que nas composições sinfônicas anteriores de Beethoven. Cada um de seus movimentos é incomparável em poder construtivo e na extensão e magnitude de suas ideias musicais. A abertura é de um mistério e intensidade. De uma região na qual tudo parece nebuloso e mal definido emerge o primeiro tênue prenúncio de um tema que é presentemente atirado violentamente com a força dos raios de Júpiter. Essa abertura portentosa é em seguida reformulada… e o tema todo é transferido, ainda fortíssimo, para o tom de Si Bemol. Por enquanto, é a terminação desse tema gigante que temos e esse, em sequências que se elevam, marcha para frente sem remorso até encontrarmos a transição para o segundo tema que se supõe conter leve semelhança com a Alegria, tema do Finale”.

“É difícil se encontrar algo mais requintado em toda a música”, escreve E. Markham Lee[4] no livro “The Story of the Symphony”, “do que o movimento de abertura, tão serenamente simples e ao mesmo tempo tão majestoso em suas ideias. Tecnicamente, sua complexa manipulação do material é maravilhosa e suas qualidades expressivas… são excelentes”.

O segundo movimento, um Scherzo, embora realmente não rotulado assim, foi considerado por muitos críticos musicais como uma das mais notáveis realizações de Beethoven. Um escritor se referiu a seu “ágil modo de andar” como “fortemente misturado com uma mística veia, um pouco como uma dança”. Berlioz o comparou ao ar puro e claro que acompanha o nascer do Sol numa manhã brilhante de maio.

“As palavras nos faltam”, escreve Markham Lee, “para comentar adequadamente o Adagio (terceiro movimento), uma das mais perfeitas e lindas peças de música orquestral que já foram escritas”. Bernard Shore[5], falando desse terceiro movimento em seu trabalho “Sixteen Symphonies”, afirma que é música que “deve estar nos céus” e nota como o incomparável Toscanini[6] ao apresentar essa parte “fez todo o esforço para transferir o toque de brilhante e incisiva vitalidade para a mais silenciosa e suave ternura. ‘No Paraíso!’, ele exclamava. As cordas acariciam particularmente sua música e nunca foi permitido que se tornassem apaixonadas – só etéreas.

Os três primeiros movimentos da Nona Sinfonia estão no mais alto plano de toda a música. O tema de abertura do primeiro movimento é grandioso em inspiração, vigoroso em poder. O Scherzo é talvez o melhor de Beethoven. O Adagio começa com uma melodia de extrema nobreza – perfeito em curva e de uma serenidade maravilhosa. O sentimento de misticismo devoto e admiração aumenta até o coro final”.

UM ARAUTO MUSICAL DA NOVA ERA

Beethoven experimentou uma grande liberdade interior de espírito, um grande estado enlevado de alma. Consequentemente, ele foi capaz de transcrever para a audição humana a mais sublime música que esse mundo já conheceu. Sigmund Spaeth[7] em seu livro “A Guide to Great Orchestral Music” exprimiu perfeitamente: “A Sinfonia alcançou em Beethoven o seu apogeu. Durante o século que veio após o dele, grandes músicos compuseram muita música bonita na forma, mas nós temos só que contemplar Beethoven para compreender que o zênite está ultrapassado e que toda a música daí por diante é música numa longa tarde”.

Ludwig Von Beethoven foi um dos mais importantes evangelhos da Nova Era que vieram à Terra. Em cada uma e em todas as suas composições magníficas soa a nota da liberdade, da emancipação, da igualdade e da eventual e permanente conquista do bem sobre o mal.

Beethoven também mostrou sua completa harmonia com os impulsos da Nova Era em seu ideal de feminilidade e no profundo respeito e reverência que ele dedicou ao sexo feminino. Ele nunca pôde entender como Mozart pôde usar seu grande gênio retratando tantas mulheres superficiais e frívolas. Beethoven deu ao mundo só uma ópera, Fidélio[8], o fiel. Em sua heroína, Leonora, ele dá um quadro perfeito da mulher da Nova Era. Na última das três aberturas de Leonora, que é ouvida no ato final da ópera, está uma rapsódia descritiva da exaltação do Divino Feminino que tem que ser despertado em toda a humanidade antes que as verdades gloriosas que pertencem à Nova Era possam se tornar realidade sobre a Terra. A ópera Fidélio conclui com um triunfante Coral retratando o alegre dia em que a liberdade e a fraternidade se tornarão universais. São essas mesmas notas de Liberdade, Fraternidade e Universalidade que são ouvidas no coral com o qual ele conclui seu trabalho final e supremo, a Nona Sinfonia.

O CORAL DA NONA SINFONIA

O cantor está traduzindo sua canção em canto, sua alegria em formas e o ouvinte tem que traduzir o canto de volta em alegria original; então, a comunhão entre o cantor e o ouvinte é completa. A alegria infinita está manifestando-se em múltiplas formas, levando em si a servidão da lei e preenche nosso destino quando voltamos da forma para a alegria, da lei para o amor, quando desatamos o nó do finito e voltamos para o infinito.

Rabindranath Tagore[9]

Como mencionado anteriormente, Beethoven foi um mensageiro selecionado para transcrever a música cósmica para a audição humana. Essa “pressão interna levou-o a escolher uma vida de autoabnegação e retidão. Ele via através, por cima e além das ilusões e tentações do mundo numa época, e entre pessoas amplamente entregues à busca do prazer”.

Por música cósmica, queremos dizer música das Hierarquias Celestes. Foi a música triunfal soada pelos Querubins e Serafins na celebração dos Ritos do Matrimônio Místico da nona Iniciação que Beethoven gravou no magnífico Coral da Nona Sinfonia.

A humanidade não poderá vivenciar a alta exaltação espiritual desse Rito até que tenha aprendido a construir e a viver em um Mundo Unificado – um mundo em que a Paternidade de Deus e a Irmandade dos Homens se tornará realidade. Promover o ideal da fraternidade universal foi seu supremo objetivo; para esse fim, seu grande gênio estava completamente dedicado.

Para o Coral, Beethoven usou o poema de Schiller[10], Ode à Alegria. Esse poema, que foi escrito durante a Revolução Francesa, apresenta em seu tema a Fraternidade Universal.

Ó, amigos, mudemos de tom!

Entoemos algo mais prazeroso

E mais alegre!

Alegria, formosa centelha divina,

Filha do Elíseo,

Ébrios de fogo entramos

Em teu santuário celeste!

Tua magia volta a unir

O que o costume rigorosamente dividiu.

Todos os homens se irmanam

Ali onde teu doce voo se detém.

Quem já conseguiu o maior tesouro

De ser o amigo de um amigo,

Quem já conquistou uma mulher amável

Rejubile-se conosco!

Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,

Uma única em todo o mundo.

Mas aquele que falhou nisso

Que fique chorando sozinho!

Alegria bebem todos os seres

No seio da Natureza:

Todos os bons, todos os maus,

Seguem seu rastro de rosas.

Ela nos deu beijos e vinho e

Um amigo leal até a morte;

Deu força para a vida aos mais humildes

E ao querubim que se ergue diante de Deus!

Alegremente, como seus sóis voem

Através do esplêndido espaço celeste

Se expressem, irmãos, em seus caminhos,

Alegremente como o herói diante da vitória.

Abracem-se milhões!

Enviem este beijo para todo o mundo!

Irmãos, além do céu estrelado

Mora um Pai Amado.

Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?

Mundo, você percebe seu Criador?

Procure-o mais acima do Céu estrelado!

Sobre as estrelas onde Ele mora! [11]

Por razões políticas, Schiller não usa a palavra “Liberdade” e a substitui pela palavra alegria. Beethoven entendeu assim. Para ele, o poema era sua expressão de liberdade espiritual. Queria dizer a emancipação da alma; a liberdade do espírito de todas as limitações físicas e materiais. Significava liberdade para perambular à vontade através dos planos espirituais superiores, para contatar seres celestes que habitam aqueles planos e ouvir a gloriosa música das esferas.

No primeiro movimento, os céus emitem poderosos sons de evocação através do profundo misticismo do Ré Menor que é proclamado pela orquestra toda em uníssono. Mais tarde, o tema é repetido e a orquestra toca a mesma nota de triunfo em Ré Maior que nos diz musicalmente que as proclamações do coro celeste desceram ao plano terrestre.

O segundo movimento, Berlioz descreve em toda a sua inata beleza como parecendo com o “efeito do ar fresco da manhã e os primeiros raios do sol nascente de maio”.

O Adagio se expressa em variações de crescente complexidade e ornamentação melódica daquela rara e indescritível beleza que caracteriza Beethoven no seu apogeu. Cada movimento de suas Sinfonias é uma divina aventura em espírito. O Espírito, quando despertado (iluminado), não pode estar completamente satisfeito com apenas as dádivas que este plano físico tem para oferecer.

O Finale nos fala sobre isso. Ele questiona e procura avidamente por mais luz. Uma sugestão dessa alta realização cantada pelo tema coral ecoa suavemente nas madeiras de sopro. O tema é então gradualmente desdobrado em Ré Maior (ainda uma experiência no plano terrestre).

No quarto movimento, Beethoven, pela primeira vez, introduz palavras numa Sinfonia. A “Ode à Alegria” de Schiller é a base do Finale cantada por solo, quarteto e pelo coro. Beethoven usou essa Ode para expressar solidariedade humana. Esse coro sublime eleva a Terra para perto do Céu e aproxima os seres celestiais em comunhão mais íntima com os mortais. Ela soa a mais alta nota-chave da realização humana que é a emancipação própria.

A Nona Iniciação

A nona Iniciação conduz ao coração da Terra. Nesse centro, está refletido o plano espiritual mais elevado, o Mundo de Deus. Esse é um plano onde reside o Absoluto. Aqui, o Espírito se une com a matéria, o finito funde-se com o Infinito e Deus e o ser humano se encontram face a face.

É aqui que os Deuses de outros Sistemas Planetários comungam com o Deus deste Sistema. É aqui que os sagrados Mistérios da Criação são revelados. Nenhuma música que tenha sido dada a este Planeta pode traduzir a maravilha e a glória dessa sublime experiência, excetuando o magnífico Coral com o qual o mestre Beethoven conclui a Nona Sinfonia.

O diagrama 18 do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” mostra a escada de ascensão celestial. Poucos existem sobre a Terra que tenham alcançado seus mais altos degraus. Somente aqueles que trocaram o pessoal pelo impessoal, o terrestre pelo celeste, o humano pelo divino e que se tornaram verdadeiramente indivíduos Cristianizados alcançando as mais elevadas esferas da consciência. Porém, esse é o alto e glorioso destino que está esperando por toda a humanidade até que ela se faça merecedora da ascensão divina.

Na Noite Santa, quando a nona Iniciação é celebrada, inumeráveis hostes angélicas enchem o ar com sua canção de êxtase. Os ecos dessa gloriosa música dos céus foram captados por Beethoven e dados ao mundo no sublime Coral de sua grande Nona Sinfonia.

No coração da Terra, há três centros de poder que se relacionam com os três centros principais no corpo-templo humano, que são a cabeça, o coração e os órgãos reprodutivos. Entre a cabeça e os centros reprodutores há uma íntima relação. Entre esses dois pontos focais das energias criadoras, há uma constante corrente de força vital sagrada. Ela toma a forma de lemniscata, o ponto de junção sendo o coração. Um modelo igual de energias criadoras divinas está em ação dentro do coração da Terra.

A participação na nona Iniciação é possível somente depois que as correntes acima descritas alcançaram um estado de perfeito equilíbrio, com a Mente espiritualmente iluminada, o Coração um transmissor da ainda pequena voz interna e o centro reprodutor um assento da força vital regenerada. Essa realização alcança o clímax se encontrando face a face com o supremo Senhor deste mundo, o Abençoado Cristo. É essa a gloriosa experiência que espera a alma que alcança o nono degrau da escada da vida, a nona Iniciação.

A única música que pode adequadamente descrever o êxtase da alma dessa experiência é a magia que Beethoven teve o sucesso de tecer na Nona Sinfonia. É só por meio dessa música celestial que sua importância espiritual pode ser entoada. É música que pode vir somente da mais profunda experiência espiritual da qual o ser humano é capaz de registrar em sua presente e limitada existência. É a principal dádiva sem preço de um mágico à humanidade para ajudar em sua realização consciente e inconsciente para cima, para recapturar algo mais do seu puro estado divino.

Com a composição da Nona Sinfonia, o trabalho de Beethoven estava completo; seu destino se cumpriu. Esse é o seu canto do cisne, sua mais magnífica realização. Essa composição incomparável, como foi dito anteriormente, foi dada ao mundo em 1824. Três anos mais tarde, em 1827, ele recebeu a chamada para subir. Então, sem dúvida, ele também se tornou capaz de estar diante da divina presença e ouvir as palavras benignas que têm soado através dos tempos, “Muito bem, servo bom e fiel! Vem alegrar-te com o teu Senhor![12].


[1] N.T.: Edward Carpenter (1844-1929) foi um poeta inglês, socialista, filósofo, antologista e um dos primeiros ativistas políticos.

[2] N.T.: (1891-1967) escritor estadunidense.

[3] N.T.: (1900-1950) foi um escritor sobre música inglês.

[4] N.T.: Ernest Markham Lee (1874-1956) foi um compositor, autor, conferencista, pianista e organista inglês.

[5] N.T.: (1896-1985) foi um violista e autor inglês.

[6] N.T.: Arturo Toscanini (1867-1957) foi um maestro italiano. Um dos mais aclamados músicos do século XIX e XX, ele foi renomado pela sua brilhante intensidade, seu inquieto perfeccionismo, seu fenomenal ouvido para detalhes e sonoridade da orquestra e sua memória fotográfica. Ele é especialmente considerado um competente intérprete das obras de Giuseppe Verdi, Ludwig van Beethoven, Johannes Brahms e Richard Wagner.

[7] N.T.: Sigmund Gottfried Spaeth (1885-1965) foi um musicólogo americano.

[8] N.T.: Fidelio (em português Fidélio), Op. 72b, é um Singspiel em dois atos, de Ludwig van Beethoven, com libretto de Joseph Sonnleithner e Georg Friedrich Treitschke baseado no libreto de Léonore ou L’Amour Conjugal (1798), peça em “prosa entremeada de canto”, de Jean-Nicolas Bouilly, baseada nas memórias do autor sobre os acontecimentos da França durante o Terror, quando ele era promotor público do Tribunal Revolucionário de Tours.

[9] N.T.: (1861-1941) foi um polímata bengali que trabalhou como poeta, escritor, dramaturgo, compositor, filósofo, reformador social e pintor.

[10] N.T.: Johann Christoph Friedrich von Schiller (1759-1805), mais conhecido como Friedrich Schiller, foi um poeta, filósofo, médico e historiador alemão. Schiller foi um dos grandes homens de letras da Alemanha do século XVIII e, assim como Goethe, Wieland e Herder, é um dos principais representantes do Classicismo de Weimar, e é tido como um dos precursores do Romantismo alemão. Sua amizade com Goethe rendeu uma longa troca de cartas que se tornou famosa na literatura alemã.

[11] N.T.: o original em alemão:

O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!

Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!

Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer’s nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!

Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.

Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt’gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.

Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über’m Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such’ ihn über’m Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.

[12] N.T.: Mt 25:23

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Amor Casto e Virginal

Jamais foram escritas palavras tão expressivas sobre o amor como aquelas de que trata a 1ª Epístola do Evangelista São João: “Quem vive em amor vive em Deus e Deus nele” (IJo 4:16).

Logo, reconhecemos ser o amor um fator espiritual, um potencial de Deus que foi demonstrado pela primeira vez na Terra por Cristo, na Última Ceia, em união com Seus Discípulos. O que encontramos de mais extraordinário na Última Ceia, além da distribuição do Corpo de Deus em forma de “pão e vinho”, é o que Cristo, no auge da Sua exaltação, ofereceu a Seus alunos nas seguintes palavras: “comei, este é o Meu corpo; bebei, este é o Meu sangue”. É a manifestação da sua imensa ternura.

Um singular acontecimento ocorre ao encontrarmos São João, o mais jovem Discípulo do Mestre, inclinando a sua cabeça no coração de Cristo-Jesus, recebendo, assim, toda a bondade expressa do Salvador; sentindo, também, o latejar do Seu coração, o palpitar da Vida de Deus no Corpo do Messias. Se a todos os seres humanos cabe o direito de tomar parte no amor de Deus, qual deve ser nosso comportamento para o merecermos?

Se desejamos confirmar o Cristo em nós mesmos, o Verbo amor deve ser escrito dentro de nossos corações e não no papel, pois esse desaparece, enquanto aquele permanece até que a ternura divina o tenha envolvido.

Em nossas meditações, associando o cérebro ao coração, nós estamos imitando São João, quando inclinava a sua cabeça sobre o próprio coração de Cristo. Esse é o segredo que nos transforma de seres humanos comuns em “Filhos do Homem”. “Filhos do Homem” espiritualizado e não terreno. Aninhemo-nos no peito do Senhor, pois a nossa vida e o nosso amor são a Sua Vida e o Seu Arnor. Ele nos ama e cria na castidade do coração, porque o ninho em que nasce o Cristo é o nosso próprio coração, a flor branca ou dourada, a flor virginal, a Maria Rosa, o coração da nossa Rosa Maria em que, após uma gestação por imaculada concepção, nasce o Cristo. O Espírito Santo que, com a sua Santa Luz, invade o coração do Discípulo torna-se o portador do unigênito, o Salvador do seu Ego, ressuscitando-o da morte.

Se alguém disser que Cristo não está presente em si, podemos afirmar que esse alguém não o procurou em seu coração. Assim, como São João o encontrou, também nós o encontraremos, quando libertarmos o nosso pensamento durante a meditação e formos envolvidos naquela magnificente atmosfera áurica em que se encontrara São João, após recostar-se no coração do Salvador. Durante a oração ou meditação não há limites que possam impedir que, com a nossa ternura, atinjamos os mais elevados sentimentos. É necessária a imaginação para esse fim, porque ela mesma nos leva ao ambiente cristalino da vida espiritual do amor divino.

O principal é que encontremos o nosso coração unido ao Coração Espiritual do Deus Cósmico, o qual não só lateja em todo o Universo, mas também em toda e qualquer criatura que tenha recebido um coração. Portanto, Deus é Amor e onde Deus cria um coração, ali está, também, o amor de Deus e Deus n’Ele.

Note-se que todo espiritualista que se prepara, visando à Iniciação para o conhecimento da Sua existência no Absoluto, já reconheceu antes o Amor de Deus existente em todo o Universo, em todos os seres, e só mediante esse reconhecimento ele se tornou apto para estar firme no Templo Interior, a divina Catedral amorosa do Cristo Universal.

Abençoado é aquele que reconhece ter o coração do ser humano a faculdade de poder recostar no peito de Cristo.

(de Francisco Phelipp Preuss – Publicado na Revista Rosacruz, nº 242 e 243 de 1965 – Fraternidade Rosacruz de Portugal)

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Correlações entre Quadruplicidades, Triplicidades, Aspectos da Divindade e Casas Astrológicas

Quando uma pessoa, pela primeira vez, toma contato com o estudo da Astrologia Rosacruz defronta-se com o problema da aprendizagem das características dos diferentes Signos do Zodíaco. O processo comum, usual, é começar com o estudo do primeiro Signo, Áries, seguindo-se o estudo de Touro, Gêmeos, Câncer, etc., seguindo a ordem até o décimo segundo Signo, Peixes. O Estudante Rosacruz segue essa ordem porque esse é o método adotado pelos autores modernos. O Estudante Rosacruz aprende que Áries é um Signo entusiasta, enérgico e que a ele se segue Touro, um Signo tranquilo, fleumático. O Estudante Rosacruz poderia então perguntar a si mesmo: “Por que essa influência muda tão radicalmente? Que relação existe entre um Signo e outro?”.

O Estudante Rosacruz aprende, ainda, que os Signos são classificados em Signos de Fogo, Terra, Ar e Água, mas muito tempo se passará antes de compreender a diferença entre dois Signos de Fogo, por exemplo. Esse método pode, com o tempo, dar ao Estudante Rosacruz uma ideia clara da relação existente entre os Signos, mas até lá, quase sempre se faz grande confusão das influências, ficando na completa dependência da memória para aprender a natureza intrínseca dos Signos. Por essa razão vamos ver a relação entre os Signos. Para o cético, esse método dá uma razão satisfatória para se crer que os Signos exercem influência real, pois, mostra que as forças em ação nos Signos são as mesmas, em caráter, que observamos no nosso globo físico. Mostra a razão de muitos fatos inexplicáveis e conduz a uma compreensão apropriada da relação entre os Signos, bem como sobre a natureza da força que se expressa por seu intermédio. Uma das classificações que utilizamos na Astrologia Rosacruz são: Cardeais, Fixos, Comuns, Fogo, Terra, Ar e Água.

Compreendamos, primeiramente, a natureza da Divindade para chegarmos a uma correta compreensão do Deus do nosso Sistema Solar. Isso não é assunto novo, pois já estudamos isso no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Mas, vale a pena recapitular. Vamos começar com o que na terminologia Rosacruz é chamado de o Absoluto, a Raiz da Existência. O Absoluto é, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, uma expressão do polo negativo do Espírito Universal. O que seja o polo positivo não pode ser conhecido do não Iniciado. Todavia, podemos concluir que se há um polo negativo do Espírito Universal, forçosamente haverá também um polo positivo, pois, em toda a natureza encontramos essa polaridade dupla. O Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina que no alvorecer ou no começo da Manifestação ativa, o Ser Supremo é emanado do Absoluto (Veja o Diagrama 6 do Conceito).

Essa grande inteligência espiritual possui três forças ou energias miraculosas que se manifestam como Poder, Verbo e Movimento. O primeiro aspecto, o Poder, contém em si a habilidade de criar algo original e inteiramente novo. O segundo aspecto, o Verbo, recebe o germe original criado pelo primeiro aspecto, imagina seu modo de desenvolvimento, desenvolve-o e alimenta-o ou o mantêm. O terceiro aspecto, o Movimento, lhe fornece o poder de crescimento. Com esse processo, Sete Grandes Logos vêm à existência e o sétimo desses Seres diferenciou em Si o Deus do nosso Sistema Solar. O Deus do nosso Sistema Solar tem, portanto, em Si, os três poderes primários correspondentes aos do Ser Supremo. Tais poderes são designados como: Vontade (correspondendo ao Poder), Sabedoria (correspondendo ao Verbo) e Atividade (correspondendo ao Movimento) e se manifestam exatamente da mesma maneira, embora em menor escala, que os três grandes poderes possuídos pelo Ser Supremo. Ora, o Espírito de cada ser humano, o Eu Real individual, foi diferenciado por esse grande Ser em Si mesmo e como Ele cada um de nós está imbuído, potencialmente, com Seus três grandes poderes primários, que são designados como Espírito Divino (correspondendo ao Poder, Vontade), Espírito de Vida (o Verbo, Sabedoria) e o Espírito Humano (Movimento, Atividade). Estes três poderes primários da Divindade são as forças que agem por meio dos 12 Signos do Zodíaco, expressando-se, cada uma, através de quatro Signos em estreita relação, como descrevemos a seguir.

O primeiro aspecto ou aspecto Poder da Divindade, se expressa nos quatro Signos Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário). O segundo aspecto, Sabedoria, se expressa no plano mental por meio dos quatro Signos Comuns (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) e o terceiro aspecto, Atividade, se expressa no plano físico por meio dos Signos Cardeais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio). Portanto, cada um dos aspectos, se expressa através de quatro Signos que, no Zodíaco, estão colocados em cruz. Essa cruz Zodiacal, na Astrologia Rosacruz, se chama “quadruplicidade”.

Estudaremos separadamente cada quadruplicidade focando, cuidadosamente, o caráter das forças que agem nos Signos, para mostrar que as forças que agem em cada quadruplicidade são idênticas as que observamos nos fenômenos elétricos. Cada quadruplicidade é uma unidade eletromagnética e é para as leis de manifestação eletromagnéticos nessas quadruplicidades que vamos considerar. Primeiramente, vamos ver o que é “unidade eletromagnética”. Para quem está afeito às coisas da eletricidade, isso não é novidade. Se uma corrente passar por um fio condutor, a resistência oferecida pelo metal do fio à passagem da corrente dá nascimento a linhas de força magnética que fluem em ângulo reto com a direção seguida pela corrente elétrica. Essas linhas de força magnética, de modo idêntico à força elétrica de que a originaram, manifestam dois polos: um positivo e outro negativo, ou melhor, um polo de atração e um polo de repulsão. Os dois polos da corrente elétrica e os dois polos da corrente magnética constituem o que chamamos de “unidade eletromagnética”. Verificaremos que os Signos de cada quadruplicidade manifestam forças que podem ser comparadas às de uma unidade eletromagnética. Se os Astrólogos Rosacruzes estivessem familiarizados com esta maneira de considerar os Signo muito os ajudariam na interpretação astrológica. Considerando isso veremos, primeiramente, a quadruplicidade dos Signos Fixos que é uma expressão do aspecto Poder ou Vontade da divindade, pois aqui, a analogia entre as forças em jogo numa unidade eletromagnética e as da quadruplicidade, podem ser vista mais plenamente, especialmente se considerarmos os Astros Regentes dos Signos.

Depois de estudarmos os Signos Fixos, voltaremos nossa atenção para os Signos Comuns e para os Signos Cardeais. Max Heindel nos ensinou que os Astros são as forças impulsoras do tema ou horóscopo e que o Signo dá cor ou modifica a influência dos Astros. Todavia, temos três Signos que manifestam o que chamamos de força impulsora ou força criadora. Tais Signos são os Signos de Fogo e a força ou poder desses três Signos é análogo à da corrente elétrica, que é uma força impulsora, fluente. Leão é o Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos e representa a fonte ou o gerador da nossa corrente elétrica. É regido pelo Sol, cuja tônica é: vida. Leão é, portanto, a usina, a casa de força da nossa analogia. Ele fornece uma força fluente ou impulsora. O Signo ou polo oposto a Leão é Aquário e aqui ele representa o canal, o condutor, as condições ou os meios necessários para a expressão, condução ou manifestação da corrente elétrica. Do material que ele tem à mão Aquário seleciona e determina o caminho de menor resistência, o caminho por onde vai fluir à força de Leão. A força de Aquário é, portanto, uma força seletiva. Os Regentes de Aquário são Urano e Saturno. A palavra-chave de Saturno é “obstrução” e a de Urano “intuição”. Intuição é uma faculdade seletiva, discriminadora e exprime, perfeitamente, o caráter da força em ação. Sabemos que a “obstrução”, ou melhor, a resistência do fio condutor seleciona ou “impede” certas vibrações da corrente elétrica e são essas vibrações impedidas de circular que vão formar as linhas de força magnética que sempre fluem em ângulo reto com a direção da corrente elétrica. Examinando os Signos que estão em ângulo reto com a linha Leão-Aquário encontramos: num lado Touro e no ponto oposto Escorpião. Touro, o Signo da Terra da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Vênus, um Planeta de “atração”. No polo oposto, Escorpião, um Signo da Água da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Marte, um Planeta de “repulsão”. Estes dois últimos Signos representam os dois polos opostos das linhas de força magnética. Os quatro Signos, tomados em conjunto, representam aquilo que denominamos unidade eletromagnética. Pelos dois, Leão e Aquário, passa a corrente elétrica que vai gerar entre os outros dois, Touro e Escorpião, o campo magnético. A quadruplicidade dos Signos Fixos é, portanto, uma expressão do aspecto Poder e se manifesta, principalmente, no plano de vida emocional.

O Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos é Leão; podemos, portanto, esperar que essa força elétrica, criadora, se manifeste como força impulsora no plano emocional. O plano emocional é o reino dos motivos, das causas, é o reino da vital causa primeira doadora da vida. O resultado disso é que qualquer que seja a característica demonstrada por um nativo de Leão, ela será devida, em grande parte, a essa força diretora, quer ele a mostre em seu verdadeiro caráter ou de maneira pervertida.

Uma breve descrição de cada Signo mostrará como se manifesta a força impulsora. O verdadeiro Leão mostra uma natureza amorosa ou emocional forte; seus motivos são elevados e sente abundante fé em Deus. Sente-se naturalmente impelido a comunicar essa fé aos outros e emprega muito do seu tempo com esse propósito. Sente-se capaz de conduzir outros e tem grande confiança em sua própria força. Estende esta fé e confiança à humanidade e está convencido de que aqueles que trabalham por si sempre fazem o melhor que podem. Sua fé na natureza humana, geralmente, redunda em afeições mal empregadas e em ingratidões. Suas falhas são todas devidas a essa fé em si mesmo que o conduz a assumir ares de grande importância, de domínio sobre os que lhe são inferiores ou a procurar posições de mando que não é capaz de desempenhar com sucesso. Há uma força de soerguimento em sua comunidade, cheio de vitalidade e de força de vontade. Como sua força se expressa no plano emocional; seu grande amor por Deus e pela humanidade leva-o, em geral, a ser um curador ou um pregador, ou então a expressar suas emoções como ator ou comediante. Encontra sucesso em qualquer esfera, onde brilha aos olhos dos outros. Muitos destes traços de caráter são comuns aos outros Signos de Fogo, porque todos eles têm em si essa força impulsora. Todos a manifestam, mas como cada Signo de Fogo pertence a uma unidade diferente, cada um se manifesta em plano diferente, seja mental, emocional ou físico. Mas a coragem, a confiança em si, a generosidade, a agressividade, o otimismo, o entusiasmo, a previdência, idealismo, etc. são comuns a todos. Tem muita dignidade, todos são francos, falam bem, porém em demasia. Em Aquário, o Signo ou polo oposto, temos uma força que também se manifesta no plano emocional, mas em vez de ser uma força impulsora, agora vemos uma força seletiva, discriminadora. Enquanto que o nativo de Leão é dirigido pelos motivos, o de Aquário dirige, observa, compara, julga e controla esses mesmos motivos.

O aquariano adiantado é, de todos os Signos, o mais apurado juiz da natureza humana. Tem sede de luz e de conhecer as “causas primeiras” ou os princípios fundamentais do mistério da manifestação que, no tipo avançado, em geral conduz ao campo do ocultismo e da astrologia. É severo juiz da verdade ou da falsidade; de uma doutrina religiosa sente intuitivamente o que é fato e o que é imaginação. Em todos os casos, a religiosidade dos aquarianos mostra suas tendências discriminadoras. Seu interesse pelo ritual e pelas cerimônias é para examiná-los e compará-los com os outros. As escrituras e os ensinos dos grandes fundadores de correntes religiosas são tratados da mesma maneira: não aceita nada que não tenha sido submetido ao seu julgamento discriminador. Vê ambos os lados de qualquer controvérsia; sente a unidade de toda humanidade e compreende o coração de todos. É um verdadeiro pesquisador. A comparação entre os nativos de Aquário e de Leão mostra algo do caráter das forças em ação. O de Leão é eloquente, fala bem, ao passo que o de Aquário é de poucas palavras. O de Leão tem confiança nos seus companheiros; o de Aquário pesquisa suas ações, palavras e pensamentos, inquire os motivos determinantes das suas ações. Ambos são afetivos e bondosos e sua vida no lar é quase ideal, mas embora os de Leão vivam harmoniosamente com sua família, devido à bondade de seu coração, é não obstante, o chefe, o cabeça da família; já os de Aquário tendem mais a acatar a opinião da pessoa amada e abre mão da sua opinião para o bem da harmonia. Leão é destemido e confiante; Aquário é reservado e modesto. Estes dois Signos, juntamente com Touro e Escorpião, são a fonte das forças das causas que se ocultam em todos os esforços humanos; constituem a força principal da ação na humanidade: o amor e afeição de Leão, o desejo de conhecimento e de amizade de Aquário, o desejo físico ardente de Touro e a excitação sexual de Escorpião. Os filósofos gastaram muita tinta no exame dessas forças, tão básicas no comportamento humano. Os antigos egípcios tentavam mostrar as forças da quadruplicidade por meio da esfinge que tinha o corpo de um touro (Touro), asas de uma águia (Escorpião), patas de um leão (Leão) e cabeça de homem (Aquário).

O Querubim visto por Ezequiel e por ele descrito no capítulo I, versículos 5 a 10 do seu livro, é o símbolo desses quatro Signos. Disse Ezequiel: “E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem, e do lado direito todos quatro tinham rostos de Leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rostos de boi; e também rostos de águia todos os quatro“. A visão de São João do Trono de Deus, dada no Livro do Apocalipse 4:7, também, os descreve: “E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando“.

Antes de considerarmos os Signos que representam as linhas de força magnética da quadruplicidade dos Signos Fixos, examinemos a corrente elétrica nos Signos de Fogo e de Ar e das outras quadruplicidades. Na quadruplicidade dos Signos Comuns o Signo de Fogo é Sagitário, que nos fornece as mesmas forças diretoras que encontramos em Leão, mas sendo os Signos Comuns expressões do segundo aspecto da Divindade, a Sabedoria que, como dissemos, visualiza, extrai e desenvolve a ideia original, as forças de Sagitário se manifestam no plano mental. Essa é a região da lei da vida e do desenvolvimento; é a região para o desenvolvimento das ideias. Sagitário é regido por Júpiter que representa a Mente superior, e sua influência é expansiva, desenvolvedora. Conhecendo o plano no qual essa força dirigente está em ação, podemos, com segurança, dizer que a característica principal do verdadeiro sagitariano adiantado é seu extraordinário poder de atividade mental. Ele é sempre uma fonte de auxilio e de iluminação para os outros. Ele se interessa na relação entre a causa e o efeito e sabe como desenvolver uma ideia a exercer o poder de concentração. Comparando-o com Leão, vemos que é um vidente, um profeta, um filósofo, um idealista, legislador, porém, melhor orador do que curador, acredita mais na justiça do que no perdão, tem mais amor à lei e à ordem do que à humanidade. Ele não sente tão profundamente como o de Leão, mas tem sede de sabedoria e possui determinação para procurá-la por meio da razão e para dá-la aos outros. Naturalmente essa tendência faz do ensino da filosofia ou da religião a ocupação ideal para o sagitariano, embora a profissão da advocacia seja também um campo de atividade conveniente. A literatura e o jornalismo também são atração para o sagitariano, já o estudo da medicina raramente é procurado por ele, mas quando o faz especializa-se no que diz respeito ao cérebro. Se a nossa analogia for correta, devemos encontrar uma força seletiva ou discriminadora em ação no polo ou Signo oposto a Sagitário, como meio de expressão ou de condução, julgando ou criticando nesse plano. Gêmeos é o Signo oposto e Mercúrio, o seu Regente. De acordo com a mitologia, Mercúrio é o mensageiro de Júpiter, regente de Sagitário, Signo que acabamos de analisar. O mensageiro é um meio de expressão ou de manifestação. As histórias mitológicas ligadas a Mercúrio são cheias de exemplos de sua habilidade em adaptar os meios para a obtenção dos fins e, também, da sua capacidade de adaptar as faculdades (meios) de outras pessoas aos seus próprios fins. Sendo essa a região das ideias e das leis, os meios de expressão são as palavras e os escritos. Pode-se ver prontamente que o nativo desse Signo terá habilidade de expressar-se bem por palavras ou por correspondência. Aprende com facilidade e está, normalmente, bem informado em vários assuntos. Suas principais características são a: versatilidade e adaptabilidade, agilidade intelectual e destreza física. Notamos como a força discriminadora agindo no plano mental nos fornece aquele que pesquisa e que separa os fatos e as notícias, o lexicógrafo, o crítico literário, o inventor.

Na quadruplicidade dos Signos Cardeais o Signo de Fogo nos fornece o Signo de Áries como força impulsora. Como essa quadruplicidade pertence ao aspecto Atividade da Divindade, expressando-se no plano físico da vida, encontramos, antes, o que executa do que o que fica vendo, o trabalhador de vontade, o pioneiro e o indivíduo de ação. O ariano conhece apenas sua própria força; por isso é cheio de si. Raramente descansa. Tem orgulho de ser tão ativo e, geralmente, superestima sua própria fortaleza. A força impulsora desse Signo lhe fornece muita confiança em si e ele está sempre fazendo algo ou começando alguma coisa que é incapaz de terminar. O polo oposto dessa corrente elétrica é o Signo de Ar de Libra. Este nos fornece aquele que pesquisa e separa as coisas físicas mais do que as causas, como encontramos em Aquário e Gêmeos. O senso discriminador dos de Libra faz com que dê grande importância ao ambiente harmonioso. Seus esforços são dirigidos para o ajustamento do seu ambiente e para o aformoseamento da vida por meio de uma das artes criadoras. É, particularmente, sensível as mais elevadas vibrações da música. Mostra grande tato e gosto na escolha das vestes e da linguagem. É o juiz das formas, sons e cores, o artista, o músico, o pintor, o urbanista, o juiz de qualquer competição de beleza, seja de flores, cães ou cavalos. É o avalista, o cambista, etc., o negociante de objetos de fantasia e de enfeite, o livreiro, o lexicógrafo, o perito em eficiência comercial. São traços de caráter comuns a todos os Signos de Ar, devido a essa força discriminadora: o desejo de conhecimento, de requinte, interesse na cultura intelectual, prazer na troca de ideias. Todos são bons na comparação, veem os lados de qualquer problema e estão sempre imaginando novos esquemas e novas ideias. São dados à pesquisa e investigação. Tem discernimento na escolha entre o que presta e o que não presta. São menos precipitados na ação e, portanto, menos sujeitos aos acidentes do que os Signos de Fogo. Fornece, também, aos seus nativos, o mais elevado tipo de beleza, mas há o mesmo vigor no caráter dos Signos de Ar como nos Signos de Fogo. Quando há muitos Astros nos Signos de Ar, especialmente se estão afligidos, há o perigo de estagnação, de ter atitude de “paz a qualquer preço”, de submissão àquilo que deveria ser combatido. São “mornos”, via de regra. Assim como o aquariano pouco desenvolvido fornece vazão às suas emoções, não as conduzindo pelos canais apropriados, também o geminiano pouco desenvolvido mostra seus esquemas e artifícios, mente e rouba e vive de suas habilidades. Não é difícil para o Estudante Rosacruz ver que os pouco desenvolvidos de Libra não terão a força necessária para dominar as circunstâncias adversas e podem se tornar vítimas delas.

Até agora só estudamos seis Signos: os que representam os dois polos da nossa “corrente elétrica” nos três grupos de Signos ou quadruplicidades. Se, por um momento, observarmos as Casas que correspondem a esses Signos, podemos ainda ver o caráter das forças em ação. A 5ª Casa, que corresponde a Leão, está relacionada com a irradiação e distribuição do poder vital criador do Amor. Fornece o entusiasmo ou a incitação que impele à expressão. É conhecida como sendo a Casa dos assuntos amorosos, dos filhos, dos prazeres, etc. A 11ª casa, correspondente a Aquário, mostra os meios de expressão. É conhecida pelos Astrólogos Rosacruzes como a casa dos amigos, das ambições, dos desejos e das esperanças. Sabemos que problemas com filhos podem ser resolvidos considerando a 5ª e 11ª Casas. A 11ª Casa é a 5ª Casa do companheiro do matrimônio, o que é o outro modo de dizer que o companheiro de matrimônio é um fator ou meio de expressão necessário. Estamos, com isso, declarando aos Estudantes Rosacruzes que o poder vital para criar filhos é mostrado pela 5ª Casa, mas que os filhos, em si, devem ser julgados pela 11ª Casa, pois eles são como os nossos amigos, o caminho para a expressão da nossa natureza amorosa. A 9ª Casa, que corresponde a Sagitário, é a Casa da Mente superior e está relacionada com o desenvolvimento do poder do pensamento, por meio de influências tais como as viagens que estimulam o pensamento, as filosofias, etc. A 3ª Casa é seu meio de expressão, isto é, é a Mente inferior; é a casa dos escritos e dos outros meios de comunicação. A 1ª Casa, correspondente a Áries, rege a Personalidade que encontra seu meio de expressão na 7ª Casa. Isto explica porque a 7ª Casa rege assuntos tão diferentes como o público, associações e inimigos, pois, todos os fatores necessários à expressão da Personalidade.

Gostaríamos, agora, de chamar a atenção dos amigos para a influência sutil dos órgãos do corpo regidos por esses Signos. O coração, junto com o sangue, impede que os fluídos do corpo fiquem estagnados; os pulmões purificam pela oxigenação e eliminação do óxido de carbono; os rins purificam pela eliminação dos ácidos, etc.; o cérebro sutiliza o indivíduo como um todo. Outro fato interessante é que parece que esses Signos formam os órgãos em duplicata: há duas câmaras no coração; dois pulmões, dois rins, dois hemisférios cerebrais. Os Signos de Terra e de Água regem os órgãos de função vegetativa, desde Touro (boca, garganta), o ponto de entrada, até Escorpião (reto) o ponto de saída. Alguns costumam dizer que no processo da refinação o fogo e o ar são os que produzem o fogo purificador, ao passo que no processo de cultivação a terra e a água fazem fértil o solo. A influência refinadora dos Signos de Fogo e de Ar é claramente vista em temas como o de Max Heindel, no qual muitos Astros se encontram nesses Signos, havendo poucos nos Signos de Terra e de Água. Embora isso não seja evidência conclusiva, quando considerado sem levar em conta os Aspectos dos Astros, etc., a influência pode, não obstante, ser vista. Os quatro Signos Comuns e os quatro Signos Cardeais podem ser considerados de maneira semelhante. Em cada quadruplicidade o Signo de Fogo representa a força ou a fonte da corrente elétrica. O Signo de Ar, que lhe é oposto, é o canal ou meio de expressão (fio ou condutor) ou fator necessário para a manifestação da força do Signo de Fogo (corrente elétrica). A energia criadora dos Signos Leão e Aquário está relacionada com o primeiro aspecto da Divindade, fornecendo a possibilidade de criação de algo novo e original: a Epigênese, em última análise. Leão fornece a força, e a intuição de Aquário possibilita os meios de criação de ideias originais. Assim verificamos que a principal característica dos Signos de Fogo é a força impulsora e que a força seletiva ou discriminadora é a que age por meio dos Signos de Ar. Sua ação combinada constitui o campo elétrico. Os Signos de Terra e dos de Água representam o campo magnético, em cada caso. Essa analogia entre as forças dos Signos e as leis dos fenômenos elétricos são muito importantes para o aprendizado do Estudante Rosacruz. Assim, se usarmos essa analogia no nosso estudo dos Signos e conhecendo a unidade eletromagnética a que ele pertence, bem como o lugar que ocupa nessa unidade, verificamos que, com facilidade, podemos predizer algo das características do Signo. Cada quadruplicidade se manifesta, é claro, no plano do ser ao qual está relacionada.

Assim é que o primeiro aspecto, o aspecto Poder, agindo por intermédio dos Signos Fixos, se manifesta no plano emocional. O segundo aspecto, o Verbo, agindo nos Signos Comuns, se manifesta no plano mental e o terceiro aspecto, o Movimento, agindo pelos Signos Cardeais, se manifesta no plano físico.

Chegamos, agora, à vez da descrição dos demais Signos, também de força magnética. Note-se que tais Signos são os de Água e de Terra. Os cientistas não sabem ainda o que seja o magnetismo, como também não sabem o que seja a eletricidade; sabem apenas como essas forças se comportam. As linhas de força magnética são o resultado do movimento da eletricidade, dizem os cientistas, e nós podemos dizer que os Signos, analogamente a essas linhas, estão relacionados com resultados e recompensas, devido à atividade dos Signos elétricos. Os Signos elétricos mostram o que semeamos; os Signos magnéticos mostram o que colhemos. Emocionalmente será harmonia (Touro) ou discórdia (Escorpião); mentalmente serão oportunidades para servir e trabalhar (Virgem) ou prisões, limitações (Peixes). Fisicamente, colheremos honra e adiantamento (Capricórnio) ou restrições nas condições do lar, rasgos hereditários, etc., (Câncer).

Se pudermos dizer que as linhas de força magnética são derivadas do fluxo de uma corrente elétrica também podemos afirmar que as forças dos Signos de Terra e de Água podem ser consideradas como derivadas dos Signos de Fogo e de Ar, isso explicará por que os Signos de Fogo e de Ar são considerados mais espirituais do que os de Terra e de Água; eles representam mais a fonte da vida e do ser, enquanto que os Signos da Terra e de Água representam as formas ou manifestações materiais.

O magnetismo apresenta um polo positivo e um polo negativo. Um desses polos pode ser descrito em linguagem simples como uma força não satisfeita, que tende a buscar seu equilíbrio no seu oposto polar. Os Signos de Água representam essa força insatisfeita; os Signos de Terra representam os polos opostos, que satisfazem e completam o circuito.

Os Signos de Água têm sido chamados de emocionais, mas esse não é o termo apropriado para usar, porque causa confusão. Os únicos Signos emocionais são os Fixos. Mas se por emocional queremos significar impressionável, que muda ou é afetado facilmente, podemos designá-los assim. O que devemos compreender é que com pessoas impressionáveis, as ideias e as sensações são prontamente transmutadas em emoções. Mas, em honra à clareza, digamos que apenas os Signos Fixos são emocionais. Os Signos de Água são instáveis, sem equilíbrio, insatisfeitos; são sujeitos as impressões e, como um magneto, tudo aquilo com que entram em contato, muda a sua polaridade.

Se as linhas de força magnéticas derivam da corrente elétrica, assim o amor filial de Touro deriva do amor universal de Urano. A vontade de Leão se expressa como desejo. Touro representa o polo de atração do nosso grupo de Signos Fixos. Os amigos podem ver, facilmente, estabilidade de propósito e de caráter, paciência e perseverança. Devemos lembrar, todavia, que a força é antes objetiva e concreta do que subjetiva e ideal. Disposição para adquirir é sua principal característica. A pessoa de Touro é muito material em seus propósitos e pode estimar, demasiadamente, as posses concretas. Seu hábito mental é contemplativo e introspectivo. Examina tudo o que vem a ele, mas nunca vai. Nunca se eleva aos planos superiores. Liga a si cada pensamento ou experiência e tem inclinação a sofrer de qualquer doença que sua Mente imaginar. Está limitado à família, é muito poupado e tem inclinação a ser avarento e ensimesmado. Geralmente é incapaz de aceitar outro ponto de vista que não o seu. É muito leal nas amizades e no amor; nunca se apaixona por heróis nem por ideais abstratos, estes devem ser sempre realidades materiais. Às vezes, as tendências religiosas estão completamente ausentes. A sensualidade é quase sempre bem desenvolvida. O taurino é um construtor, um produtor, agricultor e, às vezes, banqueiro. Seus rasgos de caráter são o resultado de uma força atrativa, de uma força magnética.

Todos os Signos da Terra representam aquilo que fornece satisfação; aquilo que equilibra e estabiliza. Os nativos desses Signos não são dados a entusiasmos, nem aos extremos; são práticos e submissos quando se trata de suprir uma necessidade. No agrupamento dos Signos Fixos, o polo oposto das linhas de força magnéticas é Escorpião e representa um estado emocional insatisfeito. Se soubéssemos mais sobre magnetismo talvez conhecêssemos mais sobre as forças em ação nesses Signos. Em certos aspectos, este polo das linhas de força magnética age como uma sobrecarga de energia.

O nativo de Escorpião parece cheio de uma força que tem de ter uma saída de qualquer forma e em qualquer lugar. Parece estar sempre lutando para conquistar e tudo o que necessitar de esforço vigoroso, “está para ele”, como se diz na gíria. Está sempre pronto para argumentar ou para combater; o fracasso da oposição lhe fornece muita satisfação. A palavra-chave deste Signo é “discórdia” e, muitas vezes, a força vital de Leão é consumida em excessos de sensualismo. O que é vontade e desejo latente em Touro se torna energia manifestada em Escorpião. Esse polo das linhas de força magnética sempre procura igualar tudo que está em sua constituição. Os nativos mais altamente desenvolvidos têm paixão pela investigação e pela experiência e possuem grande força para abrir e explorar as regiões superiores. Escorpião expressa um estado emocional insatisfeito, sempre procurando seu equilíbrio. Fornece incentivo para o nativo entrar em contato com os planos emocionais superiores. Sua meta é um estado emocional equilibrado, um estado emocional perfeito, o domínio da paixão ou sua satisfação, dependendo isto de desenvolvimento do nativo. Está relacionado com a geração e a regeneração. O desinteresse, a natureza flexível, a disposição distraída, são rasgos de caráter comuns a todos os Signos de Água. São dados à mediunidade, são impressionáveis, compassivos. Diferentes dos Signos de Terra, são extremistas. Na quadruplicidade de Signos Comuns, o polo de atração é Virgem. Desde que sua força se exprime no plano mental, o nativo desse Signo tem sucesso como compilador de fatos, mas tem pouco poder de criação. Ele é o ceifeiro do saber, equilibrando e pondo em ordem, absorvendo o conhecimento com tranquilidade. O temperamento é passivo e conservador, amante do conforto material. Seu horizonte é limitado pelo círculo dos seus deveres. Em alguns casos, suas vistas não são apenas limitadas; são, antes, microscópicas, podendo ver em um grão de areia em uma montanha. Como polo atrativo do grupo anterior, Touro tem possibilidade de ser egoísta e sensível à opinião pública. É sigiloso acerca dos seus negócios e fastidioso no vestir. É bom nos detalhes, mas inclinado a conservar para si suas descobertas. Não tem a força criadora necessária ao sucesso geral. A relação desse Signo com o segundo aspecto da Divindade está evidente no seu interesse pela alimentação e saúde.

Diz-se que não há Signo que produza tanto nativo que se eleva a fama por habilidade intelectual do que Virgem. Em geral, o nativo de Virgem escolhe carreiras em que se dedica como pesquisador, como a química, farmácia ou outros assuntos ligados à saúde. Quando trabalhando nessa direção, destaca-se como humanista e encontra muito interesse em seu próprio trabalho o que redundará em forma e sucesso material. Peixes, o polo oposto, representa o campo pelo qual a Mente atinge o desenvolvimento mental e espiritual, a unidade com os poderes espirituais, a consciência cósmica, a satisfação intelectual. Peixes exprime suas forças em seu desprendimento; o nativo é generoso, dando até o que lhe é necessário para viver aos parentes e amigos, nada pedindo em troca. Gosta de falar e, como escritor, é fluente, embora prolixo. A força desse Signo está, antes, nos seus ideais e aspirações do que nas suas ações. Tem pouca ambição mundana, não cuidando de obter dignidades nem poderes. Raramente consegue enriquecer. Seu poder de atingir os mais elevados planos mentais o conduz à aspiração e sua capacidade de trazer de lá as mensagens, fazem-no clarividente e místico. O tipo menos avançado pode lançar mão de drogas e artifícios para atingir esses planos elevados.

Capricórnio, como os outros Signos de Terra, é também muito consciente de si e apresenta o mesmo perigo de perder-se nos detalhes; o objetivo torna-se muito limitado. Como sua força se manifesta no plano físico, o nativo é muito poupado; poupa tudo o que pode ser de utilidade, desde pregos usados até sacos de papel. Fornece, também, muita importância à exterioridade, à forma exterior e ao vestuário. É hábil e aproveita as oportunidades quando elas se apresentam. A capacidade de embaraçar-se com trabalho físico pesado é característica. O nativo de Câncer tem também seu interesse centralizado no físico. O estimulo é para o perfeito ambiente físico; é o construtor do lar, gosta de fazer seu ninho. É muito influenciado pelo seu ambiente. Suas sensações são vividas e facilmente é presa das emoções. É um extremista, inclinado a afastar seus amigos dos sentimentos mórbidos de depressão. O tipo menos evoluído é inclinado a vagar sem desígnio, fugindo das responsabilidades, provando ser incapaz de construir um lar. Suas sensações vividas deixam imagens claras do passado, da infância e dos velhos laços de amizade. Essas sensações são devidas à constituição física instável, impressionável.

Vejamos, agora, as casas que correspondem aos Signos que compõem as chamadas linhas de força magnéticas. A 2ª Casa, correspondente a Touro, é a Casa das posses, das finanças relacionadas com o poder de aquisição; a 8ª Casa correspondente a Escorpião é a Casa do progresso e evolução, o campo da regeneração e da liberação ou da degeneração e morte. Estas Casas são relacionadas com o Poder criador do primeiro aspecto da Divindade. A 2ª Casa mostra o que vem ao nativo como resultado compensador dos seus esforços criadores; a 8ª Casa mostra o fim das coisas, vitalmente. A 6ª Casa, correspondente a Virgem, e a 12ª Casa, correspondente a Peixes, estão relacionadas com a Sabedoria, ou seja, com o segundo aspecto da Divindade. A 6ª Casa diz respeito à saúde do nativo, à alimentação, ao conforto pessoal, vestes, etc. Mostra o trabalho que o nativo está destinado a fazer ou a que é compelido pela lei de consequência; rege, também, os que estão ligados ao nativo como servidores ou empregados. A 12ª Casa mostra o fim das coisas, mental e legitimamente; a aquisição da consciência cósmica, a obtenção espiritual da limitação cósmica. A 10ª Casa, correspondente a Capricórnio, e a 4ª Casa, correspondente a Câncer, estão relacionadas com o Movimento, terceiro aspecto da Divindade, e com o plano físico. A 10ª Casa mostra nossa posição social e as honras recebidas, ao passo que a 4ª Casa mostra o fim das coisas, fisicamente. As Casas 8ª, 12ª e 4ª constituem as Casas chamadas “finais”. A morte pode ser mostrada por qualquer delas.

Assim, acabamos de completar o estudo dos 12 Signos e suas correlações com a Divindade e com as Casas astrológicas. Agora é só colocar em prática, se exercitar e chegar a conclusões mais profundas do que essas. Bons estudos!

(Artigo publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz, de São Paulo-SP de janeiro/1979)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diagrama 8 – Os 7 Mundos, os 7 Globos e os 7 Períodos

Depois que Deus preparou o material para Sua Habitação, Ele o colocou em ordem. Cada parte do Sistema foi compenetrada por Sua consciência, mas com uma modificação: a consciência difere em cada parte ou divisão. A Substância-Raiz-Cósmica é posta diferentes taxas de vibração e, portanto, diferentemente constituída em suas várias divisões ou regiões.

O que vimos acima é o modo pelo qual os Mundos vêm à existência:

  1. Mundo de Deus
  2. Mundo dos Espíritos Virginais
  3. Mundo do Espírito Divino
  4. Mundo do Espírito de Vida
  5. Mundo do Pensamento
  6. Mundo do Desejo
  7. Mundo Físico

Eles são adaptados para servir aos diferentes propósitos no esquema evolutivo, da mesma maneira como os diferentes cômodos numa casa são equipados para servir os propósitos da vida diária no Mundo Físico.

Conforme vimos, existem sete Mundos. Cada um deles tem um grau, uma “medida” diferente, de vibração. No Mundo mais denso (o Físico) a medida vibratória, incluindo as ondas luminosas que vibram centenas de milhões de vezes por segundo, não obstante é infinitesimal quando comparada à rapidíssima vibração do Mundo do Desejo, o mais próximo do Físico. Para se ter uma ideia sobre o sentido e a rapidez vibratória talvez o mais fácil seja observar as vibrações caloríficas que irradiam de uma estufa muito quente ou de um radiador de vapor próximo de uma janela.

Tenha-se sempre em mente que esses Mundos não estão separados pelo espaço ou pela distância, como está a Terra dos demais Planetas. São estados de matéria, de distinta densidade e vibração, tal como são os sólidos, os líquidos e os gases do nosso Mundo Físico. Esses Mundos não são criados instantaneamente, no princípio de um Dia de Manifestação, nem duram até o fim dele, mas assim como a aranha tece sua teia fio por fio, Deus também vai diferenciando um Mundo após outro, dentro de Si Mesmo, conforme as necessidades exijam novas condições no esquema de evolução em que Ele está empenhado. Desse modo se diferenciaram, gradualmente, todos os sete Mundos, conforme se encontram atualmente.

O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.

No princípio da manifestação Deus diferencia dentro de Si Mesmo (não de Si mesmo) esses Espíritos Virginais, como chispas de uma Chama da mesma natureza, capazes de se expandirem até se converterem, eles também, em Chamas. A Evolução é o processo fomentador que conduz a tal fim.

Antes do início de sua peregrinação através da matéria, o Espírito Virginal encontra-se no Mundo dos Espíritos Virginais, o mais próximo ao mais elevado dos sete mundos. Possui Consciência Divina, mas não consciência de si. Esta, o Poder Anímico e a Mente Criadora, são faculdades que se adquirem pela evolução.

Na terminologia Rosacruz os nomes dos sete Períodos são os seguintes:

  1. Período de Saturno
  2. Período Solar
  3. Período Lunar
  4. Período Terrestre
  5. Período de Júpiter
  6. Período de Vênus
  7. Período de Vulcano

Não se deve pensar que os Períodos acima tenham algo a ver com os Planetas que se movem em suas órbitas em torno do Sol, juntamente com a Terra. De fato, nunca se repetirá suficientemente que não há relação alguma entre esses Planetas e esses Períodos. Os Períodos são, simplesmente, encarnações passadas, presentes ou futuras da nossa Terra, “condições” através das quais ela passou, está agora passando ou passará no futuro.

O Período de Saturno é o primeiro dos sete Períodos. Nesse primeiro estágio os Espíritos Virginais dão o primeiro passo na evolução da Consciência e da Forma. Esse impulso evolutivo dá sete voltas ao redor dos sete Globos, A, B, C, D, E, F e G, na direção indicada pelas setas.

Os Globos do Período de Saturno eram formados de substância muito mais rarefeita e sutil que a da nossa Terra. O Globo mais denso desse Período estava situado na mesma parte do Mundo do Pensamento ocupada pelos Globos mais sutis do Período atual – a Região do Pensamento Concreto. Estes Globos não tinham consistência, no sentido atual da palavra. “Calor” é a única palavra que mais se aproxima da ideia do que era o antigo Período de Saturno. De tão escuro, uma pessoa que conseguisse entrar no seu espaço nada poderia ver. Tudo em torno dela seria escuridão, mas poderia sentir o seu calor.

Primeiramente uma parte da evolução se realiza no Globo A, situado no Mundo do Espírito Divino, o mais sutil dos cinco mundos que formam o nosso campo de evolução. Então, gradualmente, a vida que está evoluindo é transferida ao Globo B, que se situa no Mundo do Espírito de Vida, algo mais denso, onde ela passa por outro estágio evolutivo. No devido tempo, a vida que está evoluindo está pronta para entrar na arena do Globo C, composto da substância ainda mais densa da Região do Pensamento Abstrato, onde está situado. Depois de aprender as lições correspondentes a esse estado de existência, a onda de vida segue até o Globo D, formado da substância da Região do Pensamento Concreto, onde também está situado. Esse é o grau mais denso de matéria alcançado pela onda de vida durante o Período de Saturno.

Desse ponto a onda de vida é levada para cima novamente, ao Globo E, situado na Região do Pensamento Abstrato tal como o Globo C, embora as condições não sejam as mesmas. Esse é o estágio involucionário de modo que a substância dos mundos se faz cada vez mais densa. Ao longo do tempo tudo tende a fazer-se cada vez mais denso e mais sólido. Entretanto, como o caminho evolutivo é uma espiral, é claro que, ainda que se passe pelos mesmos pontos, nunca mais se apresentam as mesmas condições, mas outras em plano superior e mais avançado.

Completado o trabalho no Globo E, efetua-se o passo seguinte para o Globo F, situado no Mundo do Espírito de Vida como o Globo B, dali subindo ao Globo G. Quando se efetuou esse trabalho, a onda de vida deu uma volta em torno dos sete Globos; uma vez para baixo e outra para cima, através dos quatro Mundos, respectivamente. Esta jornada da onda de vida denomina-se uma Revolução, e sete Revoluções formam um Período. Durante um Período a onda de vida dá sete voltas descendo e subindo através de quatro Mundos.

Quando a onda de vida deu sete voltas em torno dos sete Globos, completando as sete Revoluções, terminou o primeiro Dia da Criação. Seguiu-se uma Noite Cósmica de repouso e assimilação, depois da qual teve início o Período Solar.

Como a noite de sono entre dois dias da vida humana e o intervalo de repouso entre duas vidas terrestres, esta Noite Cósmica, de repouso, depois de completado o Período de Saturno, não foi um tempo de inatividade, mas uma fase de preparação para a atividade a ser desenvolvida no próximo Período Solar, em que o ser humano em formação precisava submergir mais profundamente na matéria. Portanto, fizeram-se necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes das ocupadas pelos Mundos do Período de Saturno. A preparação desses Globos novos e as demais atividades subjetivas estiveram a cargo dos espíritos que estão evoluindo durante o intervalo entre os Períodos – a Noite Cósmica. Como isso se processa podemos ver a seguir:

Quando a onda de vida deixou o Globo A, no Período de Saturno, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se lentamente. As forças que o criaram foram transferidas do Mundo do Espírito Divino (em que se encontrava o Globo A no Período de Saturno) ao Mundo do Espírito de Vida (em que se encontrava o Globo A no Período Solar). Isto é mostrado no Diagrama 8.

Quando a onda de vida deixou o Globo B, no Período de Saturno, pela última vez, também começou ele a desintegrar-se. Então suas forças, tal como acontece ao Átomo-semente de um veículo humano, foram empregadas no Período Solar como núcleo para o Globo B, passando esse Globo a situar-se na Região do Pensamento Abstrato.

Da mesma maneira, as forças do Globo C foram transferidas para a Região do Pensamento Concreto, atraindo dessa Região a substância necessária para a construção de um novo Globo C no próximo Período Solar. O Globo D foi semelhantemente transmutado e colocado no Mundo do Desejo. Os Globos E, F e G, na ordem indicada, foram transferidos analogamente. Como resultado (como mostra o Diagrama 8) no Período Solar todos os Globos estavam localizados um grau mais abaixo na matéria densa do que estavam no Período de Saturno, pelo que a onda de Vida, depois de emergir da Noite Cósmica de repouso, entre a última atividade no Globo G do Período de Saturno e a nova atividade do Globo A do Período Solar, achou-se em novo ambiente, com oportunidade para novas experiências.

As condições durante o Período Solar diferiam radicalmente das do Período de Saturno. Em lugar dos “Globos-Calor” do último, os Globos do Período Solar eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Estas grandes esferas gasosas continham tudo que havia sido desenvolvido no Período de Saturno e, analogamente, as Hierarquias Criadoras permaneciam em sua atmosfera. Em vez da qualidade refletora, semelhante ao eco, do Período de Saturno, esses Globos tinham, até certo ponto, a qualidade de absorver e trabalhar sobre qualquer imagem ou som que se projetasse sobre suas superfícies. Pode-se dizer que eles eram coisas “captáveis”.

A onda de vida agora circula sete vezes em torno dos sete Globos durante o Período Solar, descendo e subindo sete vezes através dos quatro Mundos ou Regiões em que esses Globos estão situados. Efetua sete Revoluções no Período Solar, da mesma forma que no de Saturno.

Quando a onda de vida abandonou o Globo A, no Período Solar, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se. Suas forças foram transferidas à Região do Pensamento Abstrato, mais densa, onde formaram um Planeta para ser utilizado no Período Lunar. Da mesma maneira as forças dos demais Globos foram transferidas e serviram de núcleo para os Globos do Período Lunar, como mostra o Diagrama 8, sendo o processo exatamente o mesmo que se observou quando os Globos passaram dos lugares ocupados no Período de Saturno para as posições ocupadas no Período Solar. Desta maneira os Globos do Período Lunar ficaram um grau mais abaixo na matéria do que estavam no Período Solar, situando-se o mais inferior (o Globo D) na Região Etérica do Mundo Físico.

Depois do intervalo da Noite Cósmica entre o Período Solar e o Período Lunar, a onda de vida começou seu curso no Globo A desse último, completando no devido tempo suas sete Revoluções, como anteriormente.

Assim como a característica principal dos escuros Globos do Período de Saturno foi descrita pelo termo “Calor”, e a dos Globos do Período Solar como “Luz”, ou calor resplandecente, assim a característica principal dos Globos do Período Lunar pode ser descrita como “Umidade”. O ar, tal como o conhecemos, não existia então. No centro estava o núcleo ígneo, ardente. Próximo a ele e em consequência de contato com o frio do espaço exterior, havia umidade densa. Pelo contato com o núcleo ígneo central essa umidade densa transformava-se em vapor quente, que se lançava para a periferia, esfriava e tornava ao centro novamente. Por isso os cientistas ocultistas chamam “Água” aos Globos do Período Lunar, e descrevem a atmosfera daquele tempo como “Névoa Ígnea”. Esse foi o cenário do novo passo da vida que está evoluindo.

Então, durante outra Noite Cósmica, os Globos foram novamente transferidos a um grau mais abaixo, ficando o Globo mais denso situado na Região Química do Mundo Físico, como mostra o Diagrama 8.

Esse é o Período Terrestre e o Globo inferior e mais denso (o Globo D) é nossa Terra atual.

Os Globos do Período Terrestre estão situados nos quatro estados mais densos de matéria: a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo e as Regiões Química e Etérica do Mundo Físico (veja-se o Diagrama 8). O Globo mais denso, o D, é nossa Terra atual.

Quando falamos de “mundos mais densos” ou de “estados mais densos de matéria”, deve-se tomar o termo em sentido relativo. Em caso contrário implicará numa limitação do Absoluto, o que seria um absurdo. Densidade e subtilidade, acima e abaixo, lesse e oeste são palavras de significação relativa ao nosso próprio estado ou posição.

A onda de vida aqui, como de costume, parte também do Globo A, depois da Noite Cósmica que se seguiu ao Período Lunar. No atual Período Terrestre já circulou três vezes em torno dos sete Globos e está agora no Globo D, em sua quarta Revolução.

Aqui na Terra, na atual quarta Revolução, há alguns milhões de anos atrás, alcançou-se a maior densidade de matéria – o nadir da materialidade. Daqui para diante a tendência é elevar-se para uma substância mais rarefeita. Durante as três Revoluções e meia que faltam para completar esse Período, as condições da Terra tornar-se-ão gradualmente mais etéreas, de forma que no próximo Período – o de Júpiter – o Globo D voltará, de novo, a localizar-se na Região Etérica, conforme estava no Período Lunar, elevando-se os demais Globos de modo correspondente.

No Período de Vênus estarão situados nos mesmos Mundos em que os Globos estavam no Período Solar. Os Globos do Período de Vulcano terão a mesma densidade e estarão situados nos mesmos Mundos em que estavam os Globos do Período de Saturno. Tudo isso é mostrado no Diagrama 8.

Quando a onda de vida completar sua obra no Período Terrestre e a Noite Cósmica que se seguirá tenha passado, fará suas sete Revoluções em torno dos Globos do Período de Júpiter. Seguir-se-á então a costumeira Noite Cósmica com suas atividades subjetivas; depois virão as sete Revoluções do Período de Vênus seguidos de outro repouso, e finalmente o último dos Períodos do nosso esquema atual de evolução – o Período de Vulcano. A onda de vida também fará suas sete Revoluções aqui, e no fim da última Revolução todos os Globos dissolver-se-ão. A onda de vida será reabsorvida por Deus durante um período igual ao empregado por todos os sete Períodos de atividade. Deus mesmo imergirá então no Absoluto durante a Noite Universal de assimilação e preparação para outro Grande Dia.

Outras evoluções maiores seguir-se-ão, mas só podemos tratar dos sete Períodos mencionados.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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