Arquivo de tag Casas astrológicas

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Filosofia da Astrologia Rosacruz

“É assunto de conhecimento comum entre os místicos que o caminhar evolucionário da Humanidade está indissoluvelmente ligado às Hierarquias Divinas que regem os Astros e os Signos do Zodíaco e que a passagem do Sol e dos Planetas através dos doze Signos assinala o progresso do ser humano no espaço e no tempo.”

Max Heindel

Há um prazer mesclado a uma profunda gratidão, em poder citar o que Max Heindel disse em seu Livro “A Mensagem das Estrelas”. Em minha juventude, quando me debatia em meio às dificuldades Religiosas, seus livros estiveram entre aqueles que ofereceram grande conforto, liberdade e iluminação. Todos aqueles que pertencem à nossa geração e que se perturbam com as dúvidas suscitadas pela Religião ortodoxa ou estão sedentos de uma compreensão espiritual que possa satisfazer tanto o coração como o intelecto, todos reconhecem nele uma das luzes direcionais pela contribuição dada à decifração da mensagem celestial e à solução do enigma do universo.

Entre todas as artes e ciências que se propõem a revelar a nós a nossa natureza interna e explicar a nós as Leis da Natureza, não há mais bem qualificada para assim proceder do que a mais velha de todas as Ciências — a Ciência da Astrologia Rosacruz. Seu estudo vem exercendo irresistível atração aos verdadeiros Estudantes Rosacruzes; em todos os tempos, as pessoas que aceitam implicitamente as descobertas e luz reveladora dela têm inspirado inúmeras gerações, desde o mais remoto passado ao presente. Provavelmente, nenhuma outra Ciência no mundo registrou uma história mais completa e interessante do desenvolvimento da Terra e da evolução da Humanidade. A relação dela com todas as grandes Religiões, incluindo a Religião Cristã, é demonstrada não somente pelas alegorias astrológicas e referências feitas nos livros sagrados e na mitologia, mas também por inscrições e ilustrações de símbolos nos antigos Templos. Referências à Lua Nova e Lua Cheia, aos Eclipses Solares e Lunares, aos Solstícios e Equinócios e às Conjunções dos maiores Astros, mostrando sua importante influência sobre nós e sobre a Terra, têm sido registradas pelas grandes civilizações, não importando quando ou onde tenham existido. Os antigos sábios, por repetidas observações, estavam capacitados a descobrir todos aqueles fenômenos naturais e a determinar a influência que os corpos celestes exercem sobre as pessoas. Assim, eles nos deram um sistema filosófico que tem desempenhado importante papel na moral, na Religião, na ciência e na evolução espiritual da Humanidade.

A Astrologia Rosacruz, a sua aplicação por meio da Astrodiagnose e a Filosofia Rosacruz sempre tiveram um lugar no nosso pensamento e nos nossos sentimentos, embora fossem muito obscurecidas em certas épocas. Que assim tenha sido não é de causar surpresa, ao considerarmos que a Astrologia Rosacruz é o maior sistema de pensamentos organizados que já concebido. As interpretações dela sobre a origem do cosmos e sobre a nossa origem são o mais antigo sistema de Filosofia Religiosa. Muito antes do Cristianismo e de outras grandes Religiões, a Astrologia já era conhecida e estudada (infelizmente, ao longo do tempo, muitos a difamaram, deturpando o seu uso). Assim, foi-nos transmitida como Religião e Filosofia. A Astrologia Rosacruz é uma fase da Religião, em virtude da santa e exaltada concepção dos corpos celestes, do Seu Criador, pelo profundo sentimento religioso e pela reverência que vem inspirando em cada Estudante Rosacruz sincero que pesquisa seus segredos. É uma Filosofia, considerando-se que não pretende proporcionar poderes mágicos e conhecimentos sobrenaturais, mas chegar a conclusões por raciocínio, provindo da causa ao efeito.

Desde muito tempo, observamos que o Sol, em seu trajeto anual ao redor dos doze Signos do Zodíaco, determina as estações do ano: primavera, verão, outono, inverno. Observamos o movimento dos Astros e notamos que suas influências estão na dependência de suas naturezas intrínsecas, verificando-se as poderosas tendências que projetam sobre nós, tanto para o bem como para o mal, desde o nascimento até a morte. Por meio da interpretação desses fenômenos podemos explicar as diferenças inerentes em pessoas e, especialmente, a causa das suas doenças e enfermidades nessa vida, resultado das más ações geradas pelas próprias pessoas. Assim, no curso do tempo, nos tornamos aptos a prever, por meio do símbolo dos Astros, o destino que está reservado as pessoas e aos assuntos nos quais estão inseridos.

A Astrologia Rosacruz oferece, de forma completa e viva, maravilhosos e interessantes lampejos de eventos pré-históricos que fizeram a história do nosso Planeta e de seus habitantes.

A Astrologia Rosacruz é uma ciência que proporciona um discernimento sobre a verdade, em sua concepção de realidade universal em todos os aspectos e em todas as particularidades.

Na parte básica da Astrologia Rosacruz aprendemos que em ambos os lados do caminho solar há um número de estrelas fixas que se agrupavam em doze constelações. A partir daí definimos o que chamamos de Signos astrológicos. Para entendermos um pouco sobre esse assunto imaginemos uma faixa circular projetada a partir da Terra e dividida em doze setores iguais. Isso é o que astrologicamente chamamos de Signos Astrológicos ou Zodiacais. Observemos que algumas constelações celestes levam o mesmo nome dos Signos astrológicos e é por isso que muita gente confunde e acha que Signos e constelações são a mesma coisa. Cada Signo exerce influências, tem características similares e peculiaridades expressas por diferentes animais. Ainda observamos que, quando o Sol, a Lua ou os Astros, em seu percurso, entra em um desses Signos, os raios sutis e invisíveis do Signo reagem sobre a vibração astral e se fazia sentir na natureza e em milhares de seres humanos distanciados entre si. Essas projeções dos corpos celestes influenciam o destino de cada um de nós e, dessa forma, de todos os assuntos que fazem parte da vida terrestre. Assim, a arte horoscópica é uma realidade. O horóscopo, originário do instante em que a criança inala a primeira golfada de oxigênio, indica, pela posição dos Astros nos Zodíaco e pelos Aspectos que formam entre si, o caráter da pessoa e o destino dela.

A Astrologia Rosacruz deve ser utilizada com o propósito de auxiliar à cura das doenças e enfermidades (físicas, emocionais, mentais). E para isso qualquer assunto (detalhado pelas Casas astrológicas) pode ser o motivo de se manter uma doença ou enfermidade latente ou de ativá-la e causar o sofrimento, a dor e as tristezas da pessoa nessa vida.

De todas as contribuições para o conhecimento, duas descobertas são de suma importância: a primeira é a correlação das várias partes do Corpo Denso com os vários Astros e Signos; a segunda, a com­preensão adquirida da Precessão dos Equinócios.

A regência das partes do Corpo Denso pelos Astros é uma parte importantíssima no relacionamento da Astrologia Rosacruz com o estudo das doenças e enfer­midades. O horóscopo, levantado por meio da Astrologia Rosacruz mostra as doenças e enfermidades incipientes desde o nascimento até a morte de uma pessoa e, desse modo, ter tempo suficiente para aplicar uma dose de prevenção e, talvez, escapar de uma doença ou enfermidade ou, pelo menos, minimizar sua severidade, quando ela tiver tomado conta da pessoa. A Astrologia Rosacruz indica o dia em que as crises vão se manifestar e, assim avisada, a pessoa pode tomar medidas extras de precaução para superar o ponto crítico. Ela indica quando as influências adversas estão diminuindo, e fortalece a pessoa para que suporte os sofrimentos presentes com a força nascida do conhecimento de que a recuperação é certa em determinado momento. Assim, a Astrologia Rosacruz oferece ajuda e esperança de uma maneira impossível de se obter por outro método, pois seu campo é mais amplo do que o de todos os outros sistemas e penetra na própria alma do Ser.

Todas as influências causadoras de desordens mentais, morais e físicas ou as indicações de como um medicamento deva ser administrado, bem como o tempo favorável para tal, foram investigados e estudados nos tempos de Ptolomeu, Paracelso e, modernamente, por Max Heindel e Augusta Foss Heindel.

Usando como base a Astrologia Rosacruz obtemos por meio da Astrodiagnose – que é a arte de se obter conhecimento científico sobre doenças e suas causas, bem como os meios de superá-las, através de indicações dos Astros. Logicamente, a Astrodiagnose não é uma ciência que despreze as escolas de medicina e diagnose tradicionais, mas sim é um acréscimo às mesmas. É claro que qualquer pessoa com Mente aberta está pronta a aceitar um novo e avançado método de diagnose, desde que a confiabilidade desse seja comprovada.

É um fato que a dependência total de sintomas externos para identificar as doenças ou enfermidades e a confiança unicamente na ação de remédios já custaram e custam a vida de muitas pessoas. Mas conforme nos tornamos mais esclarecidos, com uma mentalidade bastante ampla vamos nos libertando de velhos métodos que provaram, por meio de muitos erros e sacrifícios de muitas vidas, serem inadequados. A ciência médica tradicional, sem dúvida, com seus instrumentos e procedimentos aperfeiçoados, deu grandes passos em direção a melhores métodos de diagnose. Mas não está longe o tempo em que se admitirá, publicamente, que o melhor caminho a seguir é saber, previamente, onde está o elo humano mais fraco para entender, por meio da Astrologia Rosacruz, onde o praticante pode encontrar o problema. Então, os profissionais de saúde poderão chegar mais rápido às causas das doenças e enfermidades (físicas, emocionais e mentais) e, também, poderão conhecer quais os melhores métodos de cura. Quando tais profissionais de saúde forem capazes de usar o horóscopo, levantado por meio da Astrologia Rosacruz, poderão descobrir o tratamento mais adequado que cada pessoa doente ou enferma poderá melhor responder. Ainda mais, tais profissionais de saúde conhecerão o caráter pessoa doente ou enferma; se a vontade dessa é fraca e se é de natureza negativa ou emocional. Então, de acordo com as informações obtidas, tais profissionais de saúde serão guiados em seus métodos de tratamentos. As doenças e enfermidades podem ser classificadas em dois tipos: latentes e ativas. Os “sintomas” fornecem indicação que a doença ou enfermidade está em processo de materialização. As tendências latentes para doenças e enfermidades são mostradas pelos Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e Conjunções adversas) nos Astros, verificadas no horóscopo natal. Em alguns casos, essas tendências são capazes de permanecer latentes por toda a vida, porque a pessoa pode viver de tal modo que nenhuma tensão seja aplicada ao Corpo Denso, tensão essa que daria aos Astros oportunidade de desenvolver suas fraquezas latentes. Pois se há um elo fraco em uma corrente, mas nenhuma pressão se faz sobre este, ela continuará inteira. A mesma coisa ocorre com os Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e Conjunções adversas) entre os Astros: elas continuarão latentes. Mas tão logo a pessoa abuse do Corpo Denso dela, esses pontos fracos poderão se manifestar. Isto nos proporciona a segunda classe de doenças: as do tipo ativas. Quando os Aspectos entre os Astros são ativados e a doença ou enfermidade aparece, as posições dos Astros progredidos fornecem a chave para o diagnóstico. Quando profissionais da saúde, cientistas, pessoas que trilham o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e Astrólogos Rosacruzes verdadeiros chegarem a um entendimento amigável; quando recentes descobertas e pensamentos mais tolerantes das pessoas deixarem de divergir tanto uns dos outros, então saberemos que o terror e a dor da sala de cirurgias serão coisas do passado. Uma saúde radiante será desfrutada universalmente, pois seremos ensinados a viver de modo que evitaremos sofrimentos. Os profissionais de saúde viverão tão ansiosos por manter as pessoas sadias como estão agora para ajudá-las a se recuperarem de doenças e enfermidades.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1973-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Influências da Cabeça e da Cauda do Dragão

Onde quer que caia a Cabeça do Dragão, nos Signos e Casas do Tema, seu efeito sobre os assuntos daquele departamento será como os do Sol em Áries (quando o Sol está em Exaltação): adianta e acelera os negócios pessoais, tal como faria Júpiter. Ela lubrifica a máquina da manifestação onde quer que esteja colocada, aumentando a força dos Astros benéficos, com os quais entre em Conjunção. Ao mesmo tempo ameniza a influência dos Astros adversos, com os quais esteja em Conjunção.

Em Oposição exata à Cabeça do Dragão sempre está a Cauda do Dragão, procurando anular os benefícios da Cabeça. Assim, a Cabeça e a Cauda do Dragão se assemelham às naturezas espiritual e material, constantemente em luta em nosso íntimo. A Cauda do Dragão tem efeito restritor semelhante ao de Saturno. Quando associado a algum Aspecto Adverso (algumas Conjunções, Quadratura e Oposição), aumenta-lhe o prejuízo. Quando em Conjunção com qualquer Astro benéfico (Sol, Júpiter, Vênus) rouba-lhes o benefício como a fúria de um dragão.

A Cabeça do Dragão é o ponto espiritual mais sensível no horóscopo, enquanto que a Cauda indica o ponto de maior limitação. A Cabeça mostra a linha de maior desenvolvimento do nativo; a Cauda revela o ponto em que ele é mais falto de espiritualidade.

A Cabeça do Dragão é benevolente — uma força ígnea, masculina. Ela confere a determinação para que o nativo se sobreponha ao horóscopo, firme sua própria divindade e crie seu próprio destino. Representa as virtudes conquistadas em vidas anteriores, ao seu dispor agora.

A Cauda do Dragão é adversa, aquosa, feminina e induz o nativo a continuar transgredindo e retrocedendo. Representa as falhas de caráter não regeneradas, de outras vidas, que agora tentam à repetição.

Cabeça e Cauda do Dragão figuram a batalha do céu, até que o Dragão seja vencido e cai aos pés da Alma Aspirante, como bem simboliza a figura de S. Jorge, com o cavalo branco (um corpo puro), armadura (da virtude) e uma lança (o poder espiritual), dominando o Dragão escuro (a natureza inferior).

Consideremos, agora, suas manifestações no mapa natal ou no tema progredido:

Na lª e 7ª Casas: A Cabeça do Dragão inclina o nativo a receber favores e honras. Proporciona mais atrativo e poder ao nativo. Mas, nessa posição terá a Oposição da Cauda do Dragão na 7ª Casa, que procura proporcionar tendências negativas e tornar o nativo mal reconhecido ou ingrato aos favores recebidos. Indica inimigos declarados e competidores, buscando antagonizá-lo através de demandas com sócios, desentendimentos com a esposa, forçando-o de todos os modos para libertá-lo das associações. Saturno está em Exaltação em Libra e na 7ª Casa e na época das provas é um coletor das más qualidades de caráter. Ora, Saturno é relacionado com a Cauda do Dragão. Pelo contrário, a Cabeça do Dragão na 7ª Casa tende a diminuir o número de inimigos, proporciona êxito em todas as uniões ou associações, apesar de, a Cauda, na lª Casa, opôr tribulações, escândalos, falta de magnetismo pessoal e buscando inclinar o nativo a uma vida curta e sem proveito.

Na 2ª e 8ª Casas: A Cabeça do Dragão na 2ª Casa ajuda o afluxo de recursos, elimina as ansiedades. A Cauda em Oposição na 8ª Casa procura varrer os lucros através de decepções e pode provocar morte violenta e repentina. Se a posição é invertida, a Cabeça na 8ª e a Cauda na 2ª Casa, a saúde do nativo tende a ser duradoura e tende a ter uma longa vida, com dádivas e heranças legítimas de parentes, pelos benefícios da Cabeça na 8ª Casa. Mas a Cauda, na 2ª Casa, tende a trazer perdas e danos nos negócios, adversidade nas finanças, ansiedades e medos nos assuntos de dinheiro e posses.

Na 3ª e 9ª Casas: a Cabeça na 3ª Casa tende a trazer lucros, através dos irmãos e íntimos, viagens, facilidade de expressão, Mente progressista e facilidade nos assuntos educacionais. A Cauda, na 9ª Casa procurará varrer a fé, indica viagens miseráveis, conclusões desafortunadas, sonhos com previsões falsas. A Cabeça do Dragão na 9ª Casa tende a aumentar a fé, inclina aos assuntos religiosos e espirituais, favorece as viagens e residência em lugares estrangeiros, adiciona veracidade aos sonhos e visões, aumenta a intuição profética. A Cauda na 3ª Casa tende a trazer ansiedade mental, dificuldades com irmãos e com pessoas íntimas e rouba disposição à expressão verbal e escrita.

Na 4ª e 10ª Casas: a Cabeça na 4ª Casa augura boa sorte para a mãe. A velhice tende a ser feliz para o nativo e sua mãe. A 10ª Casa terá a Cauda indicando prejuízos para o pai, perda de empregos, honras e favores para o nativo. A Cabeça na 10ª Casa proporciona benefícios ao pai, honras e postos elevados ao nativo. Já a Cauda na 4ª Casa rouba a alegria e paz da mãe, provoca distúrbios entre o nativo e a genitora, na infância. Na velhice, o nativo pode ver sua carreira abalada em confusão.

Na 5ª e 11ª Casas: a Cabeça na 5ª Casa liberta o nativo de muitas dificuldades, lhe proporcionando alegrias e ocupações alegres e felizes, filhos afortunados e muita satisfação em seus afazeres. A oposição da Cauda na 11ª Casa atrai amizades indesejáveis e a morte dos mais caros ideais e esperanças. Pelo contrário, a Cabeça na 11ª Casa atrai amizades meritórias que vão colaborar com o nativo na realização de seus anelos. A Oposição da Cauda na 5ª Casa nega os filhos ou os destrói, não permitindo nenhuma alegria com eles. Também traz sofrimentos, pela indulgência em prazeres prejudiciais.

Na 6ª e 12ª Casas: a Cabeça na 6ª Casa promete um corpo forte e são. A Cauda, oposta na 12ª Casa inclina a perseguições de inimigos secretos, com possibilidade de ser preso e inclinando à própria ruína. Inversamente, a Cabeça na 12ª Casa tende a trazer lucros por meio de empresas secretas e êxito em assuntos ocultistas, ainda que a Cauda, na 6ª Casa, lhe roube a saúde, provoque lutas, desgastes físicos prolongados e duros, dificultando cada atividade pelas debilidades do corpo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As razões para não menosprezarmos a Astrologia Rosacruz, nem como uma Ciência, nem como uma fase da Religião

Para a razão humana é loucura tudo o que escapa a seu controle. Ela não pode admitir que os corpos siderais, aos quais demos o nome de “deuses imaginários”, possam exercer sobre nós uma influência de acordo com o caráter atribuído a ditos deuses.

Concordemos: os astrólogos divagam, mas fazem-no em boa companhia, se é que consideramos insensato admitir o irracional. É lógico que um pinto, que só pode viver respirando, desenvolva-se inteiramente dentro de um ovo, onde deveria sufocar-se, antes de quebrar a casca? A natureza contradiz a razão nesta circunstância, como em muitas outras.

A natureza é maga e nos abandona no meio da nossa incompreensão.  O que nós comprovamos impõe-se, apesar de todos os absurdos, contra os quais se rebela nossa apreciação teórica. Desde os tempos antigos, a Astrologia era ridicularizada: pareceu definitivamente condenada no século XIX, devido à ilógica evidência dos seus fundamentos. Mas espíritos positivos tiveram a curiosidade de comprovar os resultados de sua prática. Traçaram horóscopos de nascimento, rigorosamente exatos sob o ponto de vista astronômico, e tiveram a surpresa de reconhecer sua concordância com o caráter, as disposições e as grandes linhas de vida do indivíduo. Renunciando a discutir a filosofia da Astrologia, deram crédito à tradição e só tiveram que felicitar-se por isso.

Os resultados falam. Demonstram que o imaginário não é forçosamente ilusório. A imaginação humana não se exerce no vazio: é criadora de imagens que ganham vida a seu modo. Imaginando com persistência que os Astros exercem influência sobre nós, determinamos, alimentamos e fortificamos essa influência, que age no terreno imaginativo ou psíquico. A crença na Astrologia é geradora de correntes com as quais é conveniente contar. É preciso não ter nenhuma perspicácia para negar a influência das crenças, sejam elas quais forem, bem como a força das imagens fictícias que conseguimos fazer aceitar pela imaginação. Não é isso que fazem os demagogos religiosos ou políticos?

É desconcertante que os corpos celestes da Astronomia possam converter-se em espelhos que nos devolvam o que sobre eles imaginamos. Não obstante, é necessário que seja assim para que o horóscopo corresponda à realidade humana, à qual se aplicam os símbolos astrológicos.

Somos aparentemente indiferentes à natureza que nos rodeia e, com mais razão, às estrelas longínquas que gravitam longe de nós. Mas, se nos pomos imaginativamente em contato com elas, que se passará? Criaremos um vínculo imaginário, claro está, mas eficaz a nosso respeito.

A Astrologia propõe um enigma formidável, de ordem mágico-psicológico. Isto assegura seu porvir e justifica seu inesperado renascimento.

Estudemos a Astrologia Rosacruz sem tomar partido, com um ceticismo de boa índole, e não confundidos por um excesso de entusiasmo. Não queiramos pedir-lhe mais do que ela razoavelmente pode dar-nos. Deixemos o futuro e sondemos os mistérios do presente. Interroguemos o horóscopo acerca de tendências inatas, das disposições e particularidades do caráter do indivíduo: mesmo que a Astrologia não pudesse revelar-nos outra coisa, só isso bastaria para que fosse estudada profundamente sob o ponto de vista do conhecimento do ser humano.

Como podem corresponder os símbolos astrológicos às realidades de ordem humana? Mistério! O certo é que o horóscopo ajuda a resolver o enigma da Personalidade humana, com sua complexidade, pela combinação dos Signos Zodiacais, das Casas e dos Astros (Sol, Lua e Planetas). Um indivíduo se comporta de maneira desconcertante, ilógica, contraditória, sua psicologia se extravia e ninguém sabe como julgá-lo. Levantemos seu horóscopo natal: tudo se explica!

Aplicada às relações humanas, a Astrologia Rosacruz é preciosa: mostra os erros que devemos evitar e revela as cordas sensíveis que convém fazer vibrar, auxiliando-nos a não converter as doenças latentes em ativas! Ajudando a compreender os outros, prega indiretamente a indulgência dentro das exigências, assinalando os recursos individuais ocultos e, com isso, ajudamos na Cura Rosacruz.

O exame de um horóscopo (tema astrológico) permite esclarecer os pais sobre a orientação que devem dar à educação dos seus filhos, bem como a ajudá-los a não converter suas doenças latentes em ativas. Os símbolos falam, enquanto o indivíduo ignora.

Fazendo abstração das aplicações práticas, a Astrologia merece sobreviver em razão da filosofia que se depreende do seu simbolismo.

Assim devem pensar que veem na Astrologia Rosacruz apenas o lado científico; mas, é preciso não nos esquecermos que toda verdade científica repousa em fatos ocultos que o místico — aquele que deixa falar o coração — vê antes que a ciência o descubra e comprove.

Dessa forma, nós que nos dizemos Estudantes Rosacruzes, que pretendemos assimilar os conhecimentos que nos fornece a sublime Filosofia Rosacruz, não podemos, de nenhuma forma, menosprezar a Astrologia Rosacruz como ciência nem como uma fase da Religião. Procuremos estudá-la conscienciosamente e veremos que o primeiro astrólogo com que deparamos é o Ser que nós designamos com o nome de Deus, pois, quando Deus sente vontade de criar, isola-se a Si mesmo em uma porção limitada de espaço e dá nascimento a um Sistema Solar! Eis aí, Amigos meus, a origem da Astrologia: é a própria Divindade.

Saibamos, pois, apreciar uma herança que remonta ao princípio da Criação. Estudemo-la com o piedoso respeito que lhe devemos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Audiobook – Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz

A Mensagem das Estrelas-Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz – Introdução
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.1-A Evolução Segundo o Zodíaco
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.2-O Grau de Suscetibilidade às Vibrações Astrais
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.3-Você nasceu sob uma estrela da sorte
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.4-A Leitura do Horóscopo
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.5-A Influência dos Doze Signos quando Ascendentes
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.6-A Natureza Intrínseca dos Astros
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.7-As Crianças dos Doze Signos do Zodíaco
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.8-Sol, o Doador da Vida
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.9-Vênus, o Planeta do Amor
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.10-Mercúrio-O Planeta da Razão
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.11-A Lua-Fecundação
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.12-Saturno, o Planeta da Dor
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.13-Júpiter, o Planeta da Benevolência
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.14-Marte, o Planeta da Ação
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.15-As Oitavas Planetárias
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.16-Urano, o Planeta do Altruísmo
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.17-Netuno, o Planeta da Divindade
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.18-A Doutrina da Delineação em Poucas Palavras
A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel-FRC em Campinas-SP-Brasil-C.19-A Mente a o Astro Regente

Em Publicação…

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

A base da Teologia Cósmica é que os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.

A Teologia Cósmica abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.

1. Para fazer download ou imprimir (e ter acesso as figuras, que muito ajudam na compreensão):

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Introdução

Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Ideia Teísta

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Quem é Deus?

Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano

Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Ser Humano é Intimamente Semelhante a Toda Vida Abaixo dele e a Toda Vida Acima Dele

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Qual é a fonte dos elétrons, ou substância espiritual, e dos vários planos de consciência?

Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Sol e o Deus Pai-Mãe

Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Dia de Saturno

Teologia Cósmica – Por um Estudante – O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal

Teologia Cósmica – Por um Estudante – A Involução, a Evolução e a Epigênese

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Os Ciclos e os Planos de Consciência

Teologia Cósmica – Por um Estudante – Encarnações Divinas

Em publicação…

2. Para estudar no próprio site:

INTRODUÇÃO

O Sistema Solar, como o próprio nome indica, é uma combinação de partes que formam uma unidade, um todo: um ajuste ordenado de acordo com uma lei comum, um grupo de Planetas ou Mundos tão relacionados entre si que indicam método em sua formação e movimentos. Como Sistema Solar, é completo em si mesmo, embora possa estar relacionado a outros Sistemas Solares em harmonia consigo próprio e apesar de todos os seus subsistemas, combinados, constituírem um Sistema maior. Sendo um Sistema de mundos, é cientificamente organizado e forma a base da Ciência da Astronomia. Ou seja, não sofre variabilidade, de modo que, se suas leis forem descobertas, poderemos saber exatamente o que procurar e nunca ficaremos desapontados com as expectativas.

A palavra “solar” designa o caráter do sistema e como esse adjetivo se refere ao Sol, indica que o Sistema Solar é dominado pelo Sol. A ciência afirma que o Sol originou e controla o Sistema Solar. Se o Sol puder ser visto como pai, este seria o nome da família: a família Solar.

O Sistema Solar está repleto de vida e movimento, eternamente em movimento, e a pergunta que devemos responder é esta: qual é sua causa? Três respostas são dadas. O ateísmo sustenta que esse processo é totalmente fortuito, o resultado de um mero acaso. Os teístas da escola exotérica consideram que os Planetas são compostos de matéria inerte, impulsionados e guiados em seus movimentos por um Ser inteligente e todo-poderoso que chamam de Deus, assim como o motor controlado pelo engenheiro impulsiona o maquinário da fábrica. Os teístas esotéricos afirmam que cada Planeta é um organismo vivo e possui alma inteligente, ela mesma a criadora ou geradora da forma, guiando-a em todos os seus movimentos, do mesmo jeito que o ser humano é uma alma viva que originou seu corpo e controla suas atividades. Essa última ideia é a base da Teologia Cósmica: os Planetas são constituídos por uma Hierarquia de divindades subordinadas, cada uma com seu próprio Espírito inerente, e o Sol é o Pai Divino de todos.

Contudo, a Teologia Cósmica vai mais longe e abarca nesse Sistema Solar todos os organismos vivos que habitam os Planetas, cada um dos quais sendo uma imagem microscópica ou semelhança do Todo, o que é especialmente verdadeiro para a humanidade. O pensamento é o seguinte: todo o sistema, visto como unidade, é a Deidade em sua totalidade, no sentido cósmico, chamado macrocosmo ou ordem cósmica e universal, o todo-abrangente; e o ser humano, uma miniatura do todo, é um microcosmo.

Então, se o ser humano é uma miniatura de todo o Sistema Solar, ele é o Sol, a Lua e os Planetas, tudo dentro de sua composição. Isso está de acordo com a Lei da Correspondência, reconhecida por todas as grandes Religiões do mundo e expressa nos Livros sagrados delas. Nossa Bíblia declara que Deus criou o ser humano à Sua própria imagem e semelhança. Se o ser humano é uma miniatura do todo, seu corpo inteiro pode ser adequadamente comparado ao espaço ocupado por todo o sistema, em miniatura, dividido em doze Signos ou Casas, desde Áries, na cabeça, até Peixes, nos pés. Ele é, então, uma Deidade em miniatura, em si própria, superior e inferior, com todo o seu corpo como o parque dos deuses, sendo o mundo em que vivemos o campo de operação, expressão e o teatro da experiência e evolução.

Como uma divindade minúscula, cada um de nós é um deus cósmico em formação; portanto, a missão que nos foi dada é desenvolver nossa individualidade para adorar em casa o deus centralizado em seu próprio ser; isto é, amar a Deus em espírito e verdade como somos ordenados pelo grande Mestre. Isso significa idealizar o Eu divino, o Ego, pela adoração, em tudo o que Ele representa, elevando o ser humano inteiro a esse ideal.

A humanidade nunca poderá ser o seu melhor nem atingir suas altas ambições em nenhuma esfera, submetendo sua vontade à de outro e isso é uma característica tanto na Religião quanto no mundo prático. Assim, a Bíblia nos proíbe de adorar o exército celestial, não porque não seja feito de divindades cósmicas, mas porque adorar qualquer ser externo é idolatria, mesmo que seja Jesus Cristo, que proibiu seus Discípulos de adorá-Lo. Todos os deuses lá fora são apenas símbolos, incluindo o Cristo, cujo ofício é ajudar, mas não controlar. Ceder à vontade de Deus, então, significa obedecer ao melhor de nós mesmos.

Todo esse assunto é um grande mistério. Os religiosos comuns descartam o místico e seguem a letra, principalmente porque não são suficientemente desenvolvidos para compreender a verdade interior e mais profunda. Eles são educadores de jardim de infância, em sua Religião: puramente elementares; contudo, não devem ser desprezados ou combatidos mais do que as crianças devem ser pelos graduados das universidades. A Lei é esta: primeiro, o natural; depois, o espiritual. No entanto, a adoração em espírito e verdade abraça o místico. São Paulo, o principal místico entre os Apóstolos, declarou que “Grande é o mistério da piedade, Deus Se manifestou em carne.[1]. Mais de uma vez ele disse que o grande mistério, escondido desde a fundação do mundo, fora-lhe revelado, que era “Cristo em vós, a esperança da glória[2].

Já foi dito que “um ser humano honesto é a obra mais nobre de Deus[3]; no entanto, Robert Ingersoll[4], invertendo o ditado, disse que “um Deus honesto é a obra mais nobre do ser humano”. Isso implica um conceito idealizado sobre a Divindade. Essa é a maneira usual de se pensar em Deus, o processo indutivo de argumentar que parte do efeito para chegar à causa. E não estaria incorreta, se o ser humano soubesse completamente e se controlasse perfeitamente. Entretanto, o procedimento a ser seguido é fazer o pensamento macrocósmico crescer, o que, como foi mostrado, é uma ciência e, portanto, absolutamente correto tanto em sua natureza quanto influência, para depois aplicá-lo ao microcosmo. As divindades cósmicas serão consideradas símbolos a serem seguidos, como aqueles que em outras épocas venceram a corrida, alcançaram seus destinos e, agora, como Irmãos Maiores, estão nos ajudando na corrida para alcançar um destino semelhante.


[1] N.T.: ITm 3:16

[2] N.T.: Cl 1:27

[3] N.T.: Alexander Pope (1688-1744) foi um dos maiores poetas britânicos do século XVIII. Famoso por sua tradução de Homero, da obra An Essay on Man (Ensaio sobre o Homem), Epistle IV, line 248 (1733-1734)

[4] N.T.: Robert G. Ingersoll (1833-1899) foi um livre pensador, orador e líder político estadunidense do século XIX, notável por sua cultura e defesa do agnosticismo.

A Ideia Teísta

A palavra Religião, de religare, ligar de novo, ligar de volta ou ligar rapidamente, significa ser ligado de novo ou ligado firmemente a Deus; e Teologia, a palavra de Deus, ou um tratado sobre Deus, indica que a concepção teísta está no fundamento da Religião e da Teologia. Quem é, o que é e onde está Deus são questões que têm interessado nossa raça mais profundamente do que qualquer uma outra ou do que todas as outras.

Existem duas ideias principais relativas a esse assunto: a antropomórfica e a cósmica. A antropomórfica também pode ser cósmica, mas de acordo com aqueles que afirmam essa ideia, ele não é. Deus é pensado como um grande Ser semelhante ao ser humano tanto em forma quanto em características, possuindo todas as paixões e desejos do ser humano, como raiva, ciúme, etc. Essa é uma concepção muito grosseira e indigna. Acredita-se que ele possua, no entanto, todos os atributos naturais e geralmente atribuídos à Deidade, como onipotência, onisciência e tudo mais, de modo que seja capaz de criar o universo, ou a ordem cósmica, de forma espontânea e sustentá-lo em seus movimentos.

O universo é pensado como matéria química e inerte — órgãos e não organismos; e todas as coisas que existem foram feitas do nada, imagina-se. Entre os antropomórficos existem duas ideias sobre onde Deus está. A classe teísta sustenta que Deus está dentro da Sua obra, fazendo com que Seu universo execute seus movimentos, em estreita analogia com o princípio do relógio cuja mola, que mantém as peças em movimento, está dentro e faz parte do mecanismo.

A classe deísta sustenta que Deus está distante dos mundos, fora do universo cósmico, assim como um oleiro está distante dos vasos que suas mãos criaram. Em ambos os casos, Deus é pensado como tendo, de alguma forma misteriosa, dado corda à maquinaria depois de tê-la feito e colocado em funcionamento; então caiu em um estado de transe, acordando apenas periodicamente para rebobinar as molas, por assim dizer. Essa é uma concepção extremamente mecânica e materialista, desprovida de qualquer ideia de vitalidade inerente à ordem cósmica.

Segundo os teístas exotéricos, o ser humano é considerado puramente humano, como um ser caído, perdido e indefeso, dependendo inteiramente de agentes estranhos, salvo pelo método vicário e imortalizado apenas como uma dádiva de Deus.

A outra ideia principal da Deidade é a concepção cósmica: a ideia de que o próprio cosmos é a expressão externa de Deus, assim como o corpo humano é a expressão externa do indivíduo, o ser espiritual; que todas as coisas foram geradas em vez de criadas e que, portanto, consistem de substância divina, sendo cada átomo dela permeado pelo Princípio da vida e que, de fato, não há inércia em parte alguma. Essa concepção cósmica de Deus implica a proximidade, ou omnipresença em todo o espaço, com todos os outros atributos, tanto naturais como morais e espirituais, inerentes ao cosmos.

Tem-se afirmado que essa ideia nos veio dos adoradores da Natureza, que concebiam que todo objeto na natureza possuísse alma, e de escritores como John Fisk ou outros. A adoração da natureza era pura superstição. O próprio Fisk é um defensor do teísmo cósmico, mas não no sentido puro e esotérico, nem no verdadeiro sentido cósmico. Fisk viveu e escreveu antes da descoberta do rádio, essa descoberta maravilhosa que revolucionou a ciência e a aproximou do misticismo.

Esses antigos adoradores da natureza, embora muito simplistas no que diz respeito à vida objetiva e, portanto, à civilização moderna e ao pensamento concreto, foram pensadores muito profundos no contexto da vida subjetiva e, de certa forma, perceberam a sabedoria que hoje harmoniza a ciência com as verdades divinas.

O antropomorfismo grosseiro, como referido acima, é o resultado lógico dos ensinamentos de Agostinho, o teólogo latino, que introduziu a cunha no esoterismo do Cristianismo primitivo, causando a degeneração do sistema cristão e lançando as bases do romanismo e do moderno Cristianismo ortodoxo. Essa heresia tem causado o conflito entre a ciência e o, assim chamado, Cristianismo. Esse aspecto da verdade se opôs diretamente a todas as descobertas da ciência moderna, como, por exemplo, àquela que revelou que o Sol seja o centro do nosso sistema solar, que a Terra gira em torno do Sol e descoberta newtoniana da lei da gravitação; além disso, à teoria da evolução e à do renascimento, como mantidas pelos místicos. E muito mais. O verdadeiro misticismo e a verdadeira ciência concordam absolutamente entre si; pois Deus, o autor de ambos, não pode Se contradizer.

Quem é Deus?

Tendo afirmado o fato de que Deus não é local, mas universal quanto à sua presença, tentaremos agora responder à pergunta: “quem é Deus?”.

Embora universal, Deus é centralizado, caso contrário Ele não poderia ser uma força dinâmica. Um organismo é essencial para a organização e para o poder dinâmico. A eletricidade, permeando o espaço, é apenas uma força estática; mas atrelada a um dínamo ou a uma nuvem de trovão, é uma força poderosa para a construção ou a destruição, para o bem ou para o mal. Todo organismo é um dínamo. A Divindade criativa ou operativa não é exceção a essa regra.

A forma do Deus criador é a do ser humano; pois de acordo com o relato bíblico da criação do ser humano, ele foi feito à imagem e semelhança de Deus. A esse respeito, Deus é antropomórfico. O que então, na natureza, responde a tudo o que foi dito sobre a imagem e a forma da Deidade em Seu sentido mais amplo e universal? Poderíamos dizer todo o céu estrelado, geralmente referido como o Zodíaco ou as constelações.

O astrônomo Herschel, após uma longa e cuidadosa investigação, declarou que o Zodíaco tinha a forma do ser humano. Todas as pessoas estão acostumadas a dizer que a ordem universal é uma manifestação de Deus; mas, para ser assim, ela deve ser o corpo em que Ele reside, pois o organismo físico do ser humano é a manifestação do ser humano interior. Não se poderia dizer que a ordem cósmica é uma manifestação da Divindade, considerada simplesmente obra de Sua mão, assim como não poderíamos dizer que qualquer mecanismo é a manifestação do mecânico que o inventou. Assim, o grande orbe central de todo o universo seria o coração da Deidade Cósmica Universal.

Em seu sentido mais restrito, como os místicos da Terra estão acostumados a pensar em Deus, Ele é o coração central do nosso Sistema Solar, o Sol. Todo o Sistema Solar, considerando-o como uma unidade, é a manifestação da Deidade, mas o Sol central é o coração e o princípio da vida. O salmista hebreu, Davi, declarou: “Jeová Elohim é um Sol e um escudo[1]. Esse pensamento corresponde à ideia sustentada por todos os antigos religiosos, abrangendo os hebreus e os primeiros Cristãos. E na moderna adoração ortodoxa do Filho de Deus, o Sol é reconhecido como a Divindade. O Cristo é reconhecido como o Logos ou Deus criador por Quem todas as coisas foram feitas; mas, como foi mostrado, criação é geração e tudo constitui a expressão externa do Logos, o Filho de Deus. A demonstração dessa concepção cósmica da Deidade vem a seguir.

O Sol

O Sol, como é conhecido pelos astrônomos modernos, é um imenso globo de matéria química, incandescente, quentíssimo; tão quente de fato, em sua superfície, que dissocia a substância que o compõe em Éter altamente atenuado, de modo que os vapores descendentes se tornam simples ou homogêneos; ascendendo da superfície, esse Éter torna-se diferenciado e complexo, uma massa concreta. É apenas nas regiões mais frias da sua atmosfera que os vapores, semelhantes aos da Terra, podem existir: quando estão mais próximos dos confins da coroa, esses vapores dão lugar a partículas e massas sólidas.

O diâmetro dessa vasta esfera é, em torno, de1.372.609,5 quilômetros e ela tem, em torno, de 4.023.360 de quilômetros de circunferência. É uma esfera perfeita, não achatada nos polos como a Terra (que não é esférica, mas geoide). Em volume excede a Terra 1.252.700 vezes. Sua densidade média é apenas um quarto da densidade da Terra; sua massa é, em torno, de 816.000 vezes a da Terra ou 700 vezes maior que a de todos os Planetas juntos.

Seu peso é, em torno, de 384.000 vezes maior que o do nosso Planeta natal. Como força elétrica dinâmica, estima-se que seja equivalente a 543 bilhões de motores a vapor de 400 cavalos de potência cada, ou 217 trilhões e 200 bilhões de cavalos de potência. Sua força principal é elétrica ou positiva, embora também tenha uma força negativa ou magnética. Seu campo magnético é apenas três milésimos tão intenso quanto o da Terra, de modo que, apesar de sua massa, possui um campo magnético comparativamente pequeno. Sua cor é branca; mas a luz que atinge a Terra tem um tom amarelado ou dourado que é causado por sua passagem pela nossa atmosfera.

Sua gravidade na superfície excede a da Terra em vinte e sete vezes e meia. Sua rotação axial, ou duração do dia, equivale a vinte e sete dos nossos dias mais dez horas e quatro minutos. Sua distância da Terra é, em torno, de 154.497.024 de quilômetros. Os maiores telescópios agora em uso o trazem para, em torno, de 160.934,4 quilômetros.

Um envelope vermelho e contínuo que envolve o Sol a uma extensão de três mil a quatro mil milhas (4.828,032 — 6.437,376 km), é chamado de “Sierra” ou cromosfera e é composta de gás hidrogênio. Além disso, externamente está a “coroa”, uma grande massa de matéria auto iluminada, estendendo-se para longe e tendo muitas vezes a extensão da cromosfera, irradiando-se em pontos de extensão indefinida.

Além da corona ou coroa, há um brilho fraco que se estende para longe no espaço e é chamado de luz zodiacal; ele pode ser considerado a aura do Sol. O Sol, visto pelo olho natural, limitado pela fotosfera, é então apenas uma pequena porção desse vasto luminar. A atmosfera do Sol consiste principalmente, se não totalmente, de vapores dos elementos químicos, como os que conhecemos, e geralmente se supõe que seja limitada pela cromosfera, mas alguns pensam que se estende até a coroa. Na atmosfera do Sol, como na da Terra, há uma absorção muito considerável de luz azul, de modo que o seu céu, como aquele acima de nós, é azul.

Alguns pensam que a aparência real do Sol seja azul ou azul-acinzentada e que, se a Terra não tivesse atmosfera alguma intervindo, sua luz apareceria nessa cor.


[1] N.T.: Sl 84:11

O Sol, a Criação e a Relação com o Ser Humano

Visto exotericamente, como todos os cientistas materialistas olham para as coisas, o Sol parece apenas uma vasta bola de substância química e os cientistas da escola acima afirmam que o Astro é isso e nada mais. Eles negam enfaticamente que seja um ser vivo e orgânico, afirmando que, se fosse, exigiria respiração, comida e tudo o mais de que tais seres precisam. Que é matéria química em sua manifestação externa, será prontamente admitido por todos.

Que é matéria viva é igualmente manifesto, pois todos os cientistas da atualidade admitem que toda substância química é viva. Que é organizado é igualmente evidente, pois possui forma definida. Mas, que possui um ser consciente, com tudo o que essa ideia implica, resta provar.

Sua matéria química e externa não se opõe à sua Personalidade consciente, pois a mesma coisa se aplica a todos os seres vivos e orgânicos. Cada partícula do Corpo Denso e grosseiro do ser humano é composta de matéria química. Isso também vale para o argumento negativo; mas, há muitas razões positivas que mostram que o Sol é conscientemente pessoal. O princípio básico da Personalidade é a consciência.

Potencialmente, a consciência existe na matéria inorgânica mais grosseira. Diz-se estar dormindo aí e na vida vegetal, sonhando; dizemos que está acordada na vida animal e é autoconsciente no ser humano. O princípio da Vida em todas as formas orgânicas, até na mais simples, o ser monocelular, é o elétron. Essa é a substância vital, ígnea e primordial, a quintessência da Deidade da qual todos os fenômenos vieram pelo processo de Involução. É o núcleo do átomo e o princípio vital da molécula, da célula e dos organismos mais complexos. Em seu estado primordial e indiferenciado, é a consciência total, a síntese de todos os planos da consciência.

Envolvida na matéria, é a consciência limitada nos vários planos de expressão, desde a mera consciência em potencial até o plano da superconsciência. Em seu plano inferior, este é o Corpo Vital, o princípio da vida na matéria grosseira. Não há, então, matéria inerte, porque a ausência de vida é impensável. E onde existe vida, a ausência absoluta de consciência é igualmente impensável. A partir dessa linha de raciocínio, fica evidente que o Sol é um ser vivo e consciente.

Esse raciocínio está em estrita harmonia com a ciência moderna, e o motivo pelo qual os cientistas materialistas negam isso é porque eles são governados pelo preconceito ou ainda não foram capazes de ajustar as descobertas modernas à chamada matéria inerte. O próximo ponto a determinar é o plano, ou planos, da consciência do Sol e, portanto, o caráter da sua Personalidade. Isso não pode ser demonstrado exotericamente, pois dependeria do testemunho dos sentidos e da Mente indutiva, ou concreta, e isso é uniformemente admitido como ilusório.

Na melhor das hipóteses, esse processo não passa de adivinhação e a conclusão alcançada dependerá do plano de consciência revelado pelo adivinhador. O método verdadeiramente científico é o esotérico, que observa o assunto do plano da Mente abstrata, em que apenas a verdade reside. Existe uma lei de correspondência manifestada em toda a natureza, em grande parte reconhecida pelos cientistas modernos, pelo menos em seu plano inferior, e conhecida pelos Místicos nos planos superiores durante muitas das eras passadas.

A fórmula hermética dessa lei é “Como em cima, assim é em baixo; como é embaixo, assim é acima”. Em sua relação com a humanidade, nossa Bíblia assim o expressa: “E disse Deus: façamos o homem à Nossa semelhança e imagem” (Gn 1:26); e está registrado que à Sua própria semelhança e imagem, Deus fez o ser humano, tanto masculino como feminino.

Se, portanto, pudermos analisar plenamente a complexidade do ser humano, não simplesmente como ele é encontrado hoje, mas em seu resultado como imagem e semelhança da Divindade, teremos definido Deus; e se, tendo definido Deus, puder ser demonstrado que o Sol possui todos os atributos da Divindade, teremos então mostrado que o Sol é a Deidade do nosso Sistema Solar e essa teologia é cósmica.

Nosso primeiro passo, então, será responder à pergunta proposta pelo rei Davi no Salmo VIII: “O que é o homem?” (Sl 8:4). A resposta de Davi a essa pergunta é: “Porque o fizeste um pouco menor do que a Ti” (Sl 8:5). A palavra traduzida como “Ti”, em hebraico, é Elohim, ou os deuses criadores; e a frase “um pouco menor”, de acordo com os melhores tradutores judeus, significa “por um pouco de tempo”.

O “homem” – ou o ser humano –, então, é potencialmente uma Deidade criativa, um Logos ou Cristo. Os Elohim são, também, os sete principais Planetas do nosso Sistema Solar; cada um, como o Sol, é um ser vivo, orgânico e consciente; cada um possui um espírito criador, ou melhor, é um espírito criador e isso é mostrado no Livro do Apocalipse 1:4 como “Os sete espíritos diante do trono”; cada um é o criador do seu próprio corpo e todos eles constituem sinteticamente o LOGOS, ou Palavra criadora de Deus.

São João, em sua Primeira Epístola, no capítulo terceiro, referindo-se ao ser humano em seu desenvolvimento último, diz: “seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é”. E Jesus, o Cristo, disse de Si mesmo depois da ressurreição: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28:18). Esse é o ser humano cuja análise do ser demonstrará o Sol como nossa Divindade. Ao analisar a constituição do ser humano como um microcosmo, nós o encontramos como um ser composto de sete veículos, um veículo dentro de outro veículo, mas não como muitas caixas uma dentro da outra, cada uma separada e distinta da outra, não; no entanto, cada uma permeando a outra, estando o todo entrelaçado como um ser inteiro.

Desses veículos, o mais externo, o mais grosseiro, aquele que se manifesta à natureza senciente, é o Corpo Denso. Como já foi dito, esse é composto de substância química, o resultado da evolução desde o plano do mineral ou da cristalização.

Ele teve sua origem durante o Primeiro Dia da Criação, ou Período de Saturno, quando, como pensamento-forma, brotou da Mente e do Coração da Deidade através do duplo processo de Involução e Evolução: primeiro descendo na matéria para o plano mais baixo e depois ascendendo desse plano através daquele maravilhoso processo de transmutação que chamamos de Evolução. Assim, temos o que encontramos hoje no ser humano em sua expressão mais externa.

Esse Corpo Denso e grosseiro é essencial como base da consciência desperta e um instrumento através do qual o Espírito Virginal manifestado aqui (o Ego, a Individualidade) residente, ou divindade interna, pode se manifestar, podendo adquirir experiência para posterior desenvolvimento. Imediatamente o envolvendo está o Corpo Vital, às vezes chamado de “o duplo”, pois é o molde no qual o Corpo Denso é formado; também o chamamos de Vital, referindo-nos à substância da sua composição; também é chamado de “fantasma”, porque, como visto por Clarividentes, ele paira sobre a sepultura do Corpo Denso por um tempo mais longo ou mais curto.

Esse Corpo Vital é o princípio da vida no plano físico, porque enquanto permanece envolvendo o Corpo Denso, esse último se une a ele e adquire consciência; em sua partida, a consciência no plano físico desaparece e o Corpo Denso se desintegra.

O Corpo Vital é composto de quatro Éteres, variando em sutileza entre si. O mais denso deles é o Éter Químico e é o meio para a assimilação da matéria grosseira introduzida no organismo para sustento físico; é, também, o meio para a excreção ou expulsão dos resíduos do Corpo Denso.

O Éter seguinte em sutileza é o Éter de Vida, o meio de propagação. O próximo Éter em sutileza é o Éter de Luz ou Luminoso, o meio da percepção sensorial. O último e mais refinado dos Éteres que compõem o Corpo Vital é o Éter Refletor e ele é o meio usado pela memória.

O Corpo Vital é essencial porque sem ele não poderíamos manifestar a vida nem exteriorizar os Corpos internos ainda mais elevados. Esse Corpo teve seu estágio incipiente durante o Segundo Dia da Criação, o Período Solar, em seu estágio arquetípico.

Esses dois planos constituem os dois veículos que temos no Mundo Físico. O próximo plano superior e mais refinado do nosso ser é chamado de Corpo de Desejos. Constitui a sede das emoções da Força de Repulsão, do Sentimento de Interesse e de Indiferença e da Força de Atração que representam três divisões gerais; mas, cada uma dessas divisões é subdividida em planos mais diminutos. O mais baixo desses planos, o da Força de Repulsão, é subdividido em três sub-planos. O mais baixo deles é a sede das Paixões e dos Desejos Sensuais ou inferiores; o sub-plano logo acima é a sede das impressões ou da Impressionabilidade; o mais alto desses sub-planos no plano da repulsão é a sede dos Desejos.

O plano do Sentimento é subdividido em dois sub-planos. Quanto mais baixo for o assento do Sentimento de Indiferença, maior será o registro do Sentimento do Interesse. O terceiro e mais elevado plano do Corpo de Desejos é o da Força de Atração, subdividido em três. O mais baixo desses sub-planos é o da vida da alma – Vida Anímica; o sub-plano logo acima é o da luz da alma – Luz Anímica; o sub-plano mais elevado no plano da Força de Atração é o do poder da alma – Poder Anímico.

O Corpo de Desejos, em seu sentido mais geral, é a sede das forças psíquicas e teve seu início durante o Terceiro Dia da Criação, ou Período Lunar; mas apenas como um pensamento-forma.

Os dois planos gerais que foram mencionados, o físico e o de desejo, constituem a Personalidade do ser humano, a chamada “natureza decaída”, e é aquela parte individual do ser humano que é mortal e condenada a se desintegrar. Indo ainda mais fundo na constituição do ser humano, chegamos à Mente.

Esse plano é subdividido em duas subdivisões gerais, a do Pensamento Concreto e a do Pensamento Abstrato, chamadas também de “Mente inferior” e “Mente superior”. A primeira dessas Mentes é o elo entre o divino e o humano; o imortal e o mortal estão subdivididos em quatro subdivisões. A mais baixa delas é a sede das Formas Arquetípicas, as concepções de forma.

A próxima superior é a sede dos Arquétipos da Vida Animal, ou a concepção do Corpo Vital. O próximo nível superior é a sede dos Arquétipos do Corpo de Desejos e da emoção. O sub-plano mais elevado da “Mente concreta” é a sede das Forças Arquetípicas e da Mente humana.

Sinteticamente, a “Mente concreta” é a sede do início do processo criador. É o ponto focal da “Mente superior” ou criadora, o ponto em que ela se espelha pela substância primordial no início da longa jornada através da matéria.

O plano superior da Mente é o do Pensamento Abstrato e é a esfera do Espírito Humano, o plano inferior do Ego. Esse veículo é dividido em três subdivisões, sendo a mais baixa a subdivisão que contém Ideias Germinais de Desejo e Emoção tanto no animal quanto no ser humano. O sub-plano dentro dele é aquele que contém a Ideia Germinal da Vida na planta, no animal e no ser humano. A mais interna dessas subdivisões da Mente abstrata é aquela que contém a noção germinal da forma no mineral, no vegetal, no animal e no humano. A Mente ou intelecto do ser humano teve sua origem durante o Quarto Dia da Criação, o Período Terrestre em que vivemos agora, porque antes dele a vida orgânica não tinha nem cérebro e nem Mente.

O Ser Humano é Intimamente Semelhante a Toda Vida abaixo dele e a Toda a Vida Acima Dele

Que todos os livros sagrados, tanto entre os orientalistas quanto entre os ocidentalistas, comecem com uma cosmogonia sempre foi um grande mistério para os teólogos ortodoxos. Eles estão acostumados a considerar isso como algo puramente arbitrário. Isso porque eles não têm a menor ideia da base cósmica da teologia e da Religião. Eles pensam na criação da ordem universal e na criação do ser humano como atos distintos, como duas criações separadas, sem conexão alguma entre si bem definida.

Sendo monoteístas, eles não têm uma concepção de “muitos deuses e muitos senhores”, como o grande Mestre afirma, ou que esses deuses e senhores já foram seres como você e eu somos. É essa ignorância que os levou a formar ideias únicas sobre a pessoa do Cristo, quanto à sua divindade essencial. Eles não pensam que Ele já atravessou um estágio evolutivo que denominamos “humanidade” no sentido que imaginam as pessoas comuns, mas é dito que Ele foi aperfeiçoado pelas coisas que sofreu, assim como todas as outras pessoas são aperfeiçoadas.

Eles confundem o Logos como Deus criador com o Absoluto, a Causa indiferenciada de todas as causas. Isso os levou a considerar o ser humano apenas como um humano que pode se tornar divino por um ato especial da Deidade, um presente imediato; mas, eles não podem dizer como. Assim, toda a teologia ortodoxa, de todas as escolas, é uma confusão, um enigma inextricável baseado em meros dogmas.

A conclusão lógica a ser retirada dos relatos da criação de todos os livros sagrados é palpável; mas, esses livros não são lidos logicamente e isso é um grande mistério que pode ser atribuído ao puro preconceito. Veja, por exemplo, o relato bíblico dessas criações. “No princípio Deus (os Elohim ou deuses criadores) criou os céus e a terra”. Então, mais tarde, “Deus disse: façamos o homem à nossa própria imagem e semelhança”. Claro, isso se refere ao ser humano em seu resultado como Elohim ou criadores de Mundo, porém mostra que intimamente o macrocosmo e o microcosmo são um, sendo o último um filho ou descendência do primeiro; isso também confere um fundamento cósmico a todas as coisas.

Os sete Mundos (Mundo de Deus, Mundo dos Espíritos Virginais, Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico) são realmente sete planos de existência; na esfera macrocósmica, sete planos dentro do espaço ocupado por nosso Sistema Solar; na esfera microcósmica, sete planos de existência dentro do ser humano. Esses são planos que estão acima ou dentro, planos cada um mais alto ou interno que o outro, expressando uma condição mais atenuada da substância que ocupa espaço. O Plano do Absoluto, que de fato não é um plano, mas o Todo-inclusivo, é a Fonte dos planos inferiores ou externos; e não é matéria diferenciada, mas uma contínua massa, o “manto sem costura”, por assim dizer. É uma substância espiritual absolutamente não-fenomenal. É o “Nada” (porque é totalmente vazia de objetos e fenômenos); é a Coroa que está à frente de tudo, que tudo produziu e a tudo governa. Nisso vemos a lei de correspondência entre o maior e o menor, o que está acima e o que está abaixo.

Costumava-se pensar que o espaço fosse um vácuo e os tradutores da versão bíblica do Rei Jaime o consideravam assim, pois declaravam que antes da criação a Terra era não apenas sem forma, mas também vazia e essa palavra, “vazia”, significa um vácuo.

Nessa suposição foi sustentado pelos teólogos que “do nada Deus criou todas as coisas”, uma ideia realmente impensável. Mas, com a descoberta da teoria ondulatória da luz, tornou-se necessário conceber uma substância de estrutura granulada e repleta de espaço; assim, surgiu o átomo como hipótese. Entre os místicos, o átomo sempre foi reconhecido, mas entre os cientistas materialistas é uma descoberta moderna. O átomo é o ponto geométrico repleto de vida e de tudo que a vida, em todos os planos, implica; nessa descoberta foi estabelecida a harmonia entre as esferas física e metafísica.

Essa substância criadora é chamada, pelos místicos, de elemento ígneo e, pelos cientistas modernos, de névoa ígnea; mas, em seu estado primordial, embora ainda indiferenciado, no estado absoluto, era o elemento aquoso, mas não a água comum como a conhecemos; porém sua quintessência, a água eterizada em seu mais alto estado de tenuidade. Isso está de acordo com a declaração da Bíblia: “E o Espírito de Deus movia-se (pensava profundamente) sobre a face das águas”. E assim foi dito que todas as coisas procederam da água. A primeira emanação do Absoluto foi a Luz: “E Deus disse: Haja luz, e houve luz”. O agente universal, ou a expressão da Deidade no plano do relativo, era a Luz, a primeira irradiação do Seu semblante, o princípio vivificante da Natureza. Em sua manifestação é o elemento ígneo.

O átomo, ou ponto geométrico, foi a primeira diferenciação do Absoluto, o primeiro passo no processo criador, sem o qual o fenomenal teria sido impossível. É o princípio vital do universo, bem como sua manifestação localizada. É, também, o princípio vital e a manifestação localizada do ser humano e de todos os outros seres vivos. Uma vida percorre tudo e essa vida é divina, embora Ela Se manifeste em planos abaixo do essencialmente Divino.

Todas as formas têm dimensões de extensão como comprimento, largura e espessura; mas o ponto, a base de tudo, não possui nenhuma dessas dimensões: é um mero ponto infinitesimal no espaço. E ainda, por ser a base de todas as formas, possui sinteticamente todas elas dentro de si, desde as massas nebulosas até as formas mais sólidas do plano concreto. Possui em possibilidade tudo o que existe nos Mundos metafísico e fenomenal, abrangendo tanto formas quanto forças, objetos e leis que os governam.

Na esfera microcósmica, refere-se ao ponto germinativo, a semente, a partir do qual o feto se torna criança antes de se desenvolver na matriz. Na esfera da Mente, representa o ponto de consciência produzido pela imagem na imaginação da Divindade criadora, seja Deus ou ser humano, referente à criação futura em qualquer um dos planos. É a estrutura arquetípica do Arquiteto divino.

Em relação à Divindade Cósmica, é a imagem de toda a criação e tudo o que ela abrange; no referente ao Ego humano, é a imagem do seu próprio corpo ainda a ser formado no plano concreto. O ponto, portanto, representa a esfera das formas arquetípicas, o Primeiro Dia criador, o Período de Saturno da Terra.

No processo criador, o espaço era necessário, mas não o espaço em sentido geral como o parquinho das formas ou o campo de suas operações, pois esse sempre foi apenas o interstício entre os átomos. O mais sutil dos átomos, aquele que permeia todo o espaço e é um ponto, está assim envolvido.

Possui espaço em escala muito reduzida como seu campo de ação individual, de modo que na primeira Onda de Vida do Absoluto as vibrações foram iniciadas entre os átomos e eles foram polarizados; assim, o movimento começou sendo o segundo passo na Criação, o segundo princípio da Criação. Dessa maneira, o ponto possui em si, estaticamente, todos os princípios criativos como poder, ou força, discernimento, ordem, coesão, fermentação, transmutação e desintegração. Nele estão todas as cores para a visão; todos os sons para o ouvido; todos os gostos para o paladar; todos os odores para o nariz; e toda sensação para o sentido do tato.

Toda a gama de Planos está sinteticamente abarcada no átomo, ou ponto. Isso novamente mostra a base cósmica de todas as coisas em todos os Planos. No processo de Involução do espírito na matéria há cinco Ondas de Vida, quatro além da primeira que forneceu o ponto e essas correspondem aos Quatro primeiros dias criadores. Essas Ondas de Vida, tomadas em conjunto, constituem a Grande Respiração tanto no macrocosmo quanto no microcosmo e dela são modificações.

Essa Grande Respiração é aquele movimento ondulatório que é a causa da Involução da matéria cósmica e indiferenciada no universo diferenciado. A cada Onda de Vida o Espírito desce cada vez mais fundo no vórtice da matéria concreta. Outras Ondas de Vida realizam o trabalho de Evolução pelo qual o Espírito envolvido na matéria grosseira é levado ao seu estado primário de indiferenciação; e assim, continuamente, dentro e fora, o trabalho criador continua para sempre.

Mas, Involução e Evolução são processos opostos: um sai do centro (força centrífuga) e o outro vai para o centro (força centrípeta), assim como é verdade na expiração humana, quando o ar sai, e na inspiração, quando entra. A Fonte da Grande Respiração, não a Sua origem, pois nunca Se originou e sempre esteve operante, é Deus no sentido absoluto, em Quem reside eternamente a autoconsciência absoluta, o autoconhecimento e a automaestria. “Meu Pai trabalha até agora e Eu trabalho”, disse o grande Mestre, e porque o Movimento primordial é incessante, as Ondas de Vida são uma necessidade e a criação é o seu resultado lógico.

Essas Ondas de Vida agem tanto positiva quanto negativamente, proporcionando um período de atividade criadora que é seguido por um período de descanso, de cessação do processo criador por algum tempo. Isso é ilustrado em todos os planos e em todos os ciclos. Nossa noite e nosso dia o ilustram; durante o dia há atividade e à noite há descanso, a recuperação para as atividades do dia seguinte. O inverno e o verão novamente manifestam essa dinâmica. A idade das trevas, seguida das idades de ouro, é outra expressão cíclica dessa grande verdade. Em todos os planos, a vida e a morte são ilustrações dessa grande lei; a vida é o período de atividade para o desenvolvimento da alma; a morte, o período de descanso e recuperação para um novo nascimento.

Assim, os vários planos são abarcados pelo processo de Evolução e Involução. Há um grande significado na declaração bíblica da Criação — “E houve uma noite e uma manhã, Primeiro Dia”. Nem as esferas macrocósmicas nem as microcósmicas descem ou sobem por movimento uniforme; mas, por ciclos e planos. Essa é uma grande lei dentro do plano do relativo. Como o Sol é o grande doador de vida e a Lua é considerada um Mundo morto pelos orientalistas, esses dois movimentos são chamados respectivamente de “a respiração do Sol” e “a respiração da Lua”.

Ambos os períodos, diurno e noturno, eternamente sucessivos, fundem-se em um estado de força que está prenhe de ambas as fases, positiva (ativa) e negativa (passiva), que é quando nenhuma força está ativa, embora ambas existam em estado estático, ou potencial, de suspensão. Essa também é uma grande lei do estado relativo e se manifesta tanto no universal quanto no particular, em todos os planos e em todos os ciclos. A obra de diferenciação não estava completa até que veio uma divisão da sexualidade, simbolizada por Eva sendo retirada de uma parte de Adão.

A relação sexual é apenas um arranjo provisório, instituído como meio de geração no grosseiro plano animal. Como as coisas são, foi uma necessidade à sua maneira, mas nunca deveria ter descido ao plano da luxúria, que é o plano do pecado, da ilegalidade, da morte, da doença e de todos os males aos quais a nossa Onda de Vida está sujeita. Expressa a “Queda do Homem”. A obra da redenção é realizada por meio de uma vida regeneradora, pelo cultivo da vida acima da luxúria, pela proficiência de superar todos os desejos inferiores, incluindo a “concupiscência da carne”.

O resultado do processo Regenerador é a restauração ao estado de equilíbrio, à unidade com o Pai, à vida de dois sexos, ao estado andrógino, quando Adão possuía Eva dentro de si. O grande Mestre disse: “No céu não se casam nem se dão em casamento, mas são como os Anjos”. Agora, o estado de sexo duplo, no qual o homem e a mulher estão separados, pode ser chamado de período diurno; morrer para todo desejo pode ser chamado de período noturno; o resultado da restauração do homem e da mulher ao estado andrógino, quando ambos os sexos se fundem em um, mas nenhum está ativo, é o período de repouso absoluto ou restauração absoluta.

Essa lei é válida tanto nos ciclos mais diminutos quanto nos maiores e em todos os planos da vida, do vegetal ao humano; é válida no macrocosmo e no microcosmo. O ser humano é intimamente semelhante a toda vida abaixo e toda vida acima dele; sua linha de desenvolvimento é sempre assim, primeiro para baixo e depois para cima, para dentro do vórtice e para cima na espiral: sempre e ciclicamente.

Qual é a fonte dos elétrons, ou substância espiritual, e dos vários planos de consciência?

É universalmente admitido que o Sol é a fonte de luz e calor, que está no plano químico ou no plano etérico. Agora, muitos cientistas admitem universalmente que o elétron, ou o Éter, que nos planos superiores é o alimento do nosso ser espiritual superior, é uma radiação do Sol. Em resumo, todos os fenômenos, toda luz, todo calor e toda vida em todos os planos emanam do grande orbe central do nosso Sistema Solar. Novamente, se a consciência existe na substância, mais desperta ou menos de acordo com o plano alcançado, então e logicamente a consciência em todos os planos existe no Sol. O Sol, assim e inquestionavelmente, é um ser vivo e consciente, a fonte de toda vida e consciência; como tal, é a Deidade do nosso Sistema Solar.

O que é verdade para o Sol também é verdade para todos os orbes planetários, pois os vários Planetas e asteroides que compõem o nosso Sistema Solar saíram do Sol através do processo nebular, que no departamento macrocósmico corresponde ao processo de gestação no departamento microcósmico da natureza. Todas as esferas cósmicas nasceram do Sol como um bebê nasce da sua mãe. Os Planetas são filhos do Sol como todos os seres humanos que têm filhos de fato são pais.

Não é mera fantasia poética chamar nossa Terra de mãe, pois ela o é nos planos inferiores do nosso ser. A vida inerente a ela produz toda a vegetação que, em infinita variedade, cresce na superfície dela e que é tão essencial para a alimentação animal e humana. Os vários gases constituem sua aura e produzem a água e a atmosfera tão essenciais para a existência contínua de todos os seres que bebem e respiram.

O que é verdade para o Sol e a Terra a esse respeito também é verdade para cada um dos sete Planetas e para os subplanetas e asteroides — porque cada um é uma personalidade viva, que respira e é consciente em vários planos de tenuidade e com graus variados de espiritualidade. O Sol, o pai de tudo, sinteticamente abraça todos, e os Planetas e asteroides permitem a análise do ser do Sol. O próprio Sol, em relação ao nosso Sistema Solar, é o Deus Pai-Mãe, possuindo polaridade dual.

Do ser mais íntimo desse grande centro recebemos a mais alta espiritualidade de que somos capazes, assim como do seu invólucro mais externo recebemos o nosso Corpo Vital.

O Planeta Mercúrio, que está muito perto do Sol e, portanto, dizemos que habite no seio do Pai, é o meio através do qual os vários outros Planetas ou divindades recebem suas várias características; pode-se dizer que, através dele, eles se aproximam do Pai.

Esse pequeno Planeta é, assim e em sentido cósmico, o mediador entre o grande Pai e seus filhos planetários, o logos de nosso Sistema Solar, o Cristianismo cósmico.

Por essa razão ele sempre foi considerado o Mensageiro dos Deuses e suas irradiações despertam e alimentam a consciência Crística dentro de nós, pelo menos no plano da Mente. Ele é, portanto, o “deus do intelecto”. Para as almas não desenvolvidas, cuja consciência não ascende acima da Mente concreta, ele é o “deus do conhecimento concreto”, o conhecimento comum pertencente apenas a esse Mundo perecível, o Mundo material; mas, para as almas bem desenvolvidas, nas quais a consciência Crística foi despertada, ele é o “deus da sabedoria divina”. Embora essa sabedoria seja produzida no Sol, ela não chega até nós diretamente do Sol, pois como elemento ígneo ele nos consumiria, pois Deus é fogo que consome. “Ninguém pode aproximar-se do Pai senão pelo Filho”. Mas Deus não é apenas um Sol, Ele também é um escudo; isto é, Ele protege Sua grande Glória, que tudo consome, através dos Planetas.

A próxima Deidade planetária situada a partir do Sol é Vênus, a deusa Vênus, a bela estrela matutina e vespertina. Ele representa o elemento Amor do Sol. Os raios do Sol, focalizados nele e irradiados para o nosso mundo, despertam em nós a emoção da afeição, de modo que, junto a Marte, ele é corregente do Corpo de Desejos, tanto em suas manifestações inferiores quanto superiores. O amor é o grande unificador tanto na Natureza como na natureza humana. No processo criativo, a força positiva ou centrífuga é, como Ismael, o grande desintegrador, movendo “a mão de um homem contra outros homens”; mas o amor, como o de Cristo, atrai tudo para tudo o mais.

A influência dos raios de Vênus une elétron a elétron e compõe o átomo; une átomo com átomo, construindo moléculas; une molécula a molécula, compondo as células; une células com células e cria tecidos e órgãos; une órgãos a órgãos, construindo organismos… Levando esse princípio mais longe, ele rompe a tendência dos micróbios de se oporem uns aos outros e, assim, tornarem-se mortais mutuamente, unindo-os em uma fraternidade amorosa e vivificante. Entrando no plano da vida humana, faz com que as pessoas comparem notas, afundem as diferenças e gravitem juntas em um todo unido, despertando aquela afeição sagrada e divina dos pais por seus filhos, o que os leva a fazer todo e qualquer sacrifício pelo bem-estar deles; além disso, ela desperta em toda a vida senciente — dos pássaros aos animais — o amor e cuidado pela sua progênie, algo que se aproxima do amor materno.

Em qualquer lugar que esteja posicionado em um horóscopo, o raio de Vênus tende a eliminar as dificuldades e a criar e manter a harmonia. Sem a influência de Vênus, toda a Natureza, toda a natureza humana e toda a natureza senciente desmoronariam e dariam lugar ao caos universal.

Sobre as almas que ainda estão apenas no plano da consciência mortal, a influência dessa “Deusa do amor” amortece o senso de harmonia e beleza, de modo que a pessoa se torna preguiçosa, desordenada e carente de autorrespeito, sendo incapaz de sentir amor verdadeiro, tornando-se uma pervertida e licenciosa. Mas, nas almas bem avançadas, indicadas tanto por suas condições de nascimento quanto por suas vidas, Vênus desperta e alimenta as emoções superiores e o amor altruísta.

O próximo Planeta ou Deus é a Terra, o Planeta que representa nosso lar, o teatro de nossas atividades, a escola na qual recebemos nossa educação, a teórica e a prática, a esfera da nossa evolução e desenvolvimento. Este Mundo Físico constitui o plano de tudo o que é da Terra, terrestre, o invólucro externo do próprio Mundo e de todos os seres orgânicos sobre a face do globo. Assim, a Terra expressa o elemento terrestre do Sol. Nela, o Sol, focalizando seus raios, desperta em nós e alimenta a porção perecível da nossa complexa natureza. Como o Sol, cada um dos Planetas possui polaridade, a positiva, ou ativa, e a negativa, ou passiva, e ambas as expressões da vida terrena são assim manifestadas aqui. Ela é nossa Deusa Pai-Mãe e eleva essa relação dual até nós. O físico e denso, mesmo no plano de cristalização, tanto no macrocosmo quanto no microcosmo, é essencial para o processo de evolução.

Começamos a crescer no nível mais baixo, e a quintessência desse plano, expressa em termos de Espírito, é necessária como elemento constitutivo desse puro estado espiritual ao qual todos nós tendemos. Almas subdesenvolvidas no plano terrestre são intensamente terrenas, rudes, ignorantes, feias em forma e caráter, precisando de muitos renascimentos para trazê-las ao padrão de santidade. Mas, aquelas que estão no caminho reto e estreito para cima são esotéricas em pensamento, consciência e vida, apresentando muito da divindade do ser para a qual todo o sistema planetário se esforça para nos levar.

A Lua, o satélite da Terra, é geralmente classificada entre os Astros influentes em sua relação com a Terra. O elemento negativo, ou passivo, domina a Lua de modo que ela é considerada, assim como a Terra, um Astro mãe ou Deusa. Na relação da Terra com o Sol a Lua é um meio e no plano terrestre é a esposa ou deusa do Sol. Como esposa do Sol ela recebe o ofuscamento dele, ou fertilização, e seu principal atributo é o da fecundação. Ela constitui a matriz para o Pai-Sol depositar Sua semente para a geração de todas as gestações e nascimentos. Segundo o relato bíblico, foi Gabriel, o Anjo, quem anunciou a Isabel o vindouro nascimento de João, o Batista, e a Maria, o vindouro nascimento do Cristo na pessoa de Jesus, o Nazareno.

Marte, a Deidade avermelhada e ruiva, é o próximo Planeta que se estende da Terra e do Sol. Sua expressão especial do Sol é o vigor ou energia dinâmica. Ele rege a cabeça, positivamente, e as partes íntimas, negativamente, e essas são as sedes da força: uma força ligada aos arquétipos do cérebro ou da Mente e a outra às formas concretas que são geradas pela Mente e alcançadas pela involução. Marte se projeta em Áries e gera formas de matéria grosseira em Escorpião.

A força dinâmica de Marte é vista em toda a Natureza e sem ela não poderia haver progresso. A eletricidade disseminada no espaço é apenas uma força estática, um gigante adormecido; mas, quando está sob a influência do Sol torna-se uma força dinâmica e serve à humanidade iluminando o mundo, transformando a noite em dia, levando suas mensagens através dos continentes e sob os mares, impulsionando máquinas e, assim, unindo nações, aniquilando distâncias, construindo uma civilização evoluída.

Os leitos de carvão da terra são conservadores do calor do Sol e neles uma poderosa energia jaz latente, em alguns casos durante eras; mas, quando finalmente essa poderosa energia é liberada pelo processo de consumo do carvão outro poderoso gigante é liberado e, estendendo-se à utilidade, ele se torna um poderoso poder dinâmico. O calor aquece nossas casas, cozinha nossa comida, dá nova vida a corpos resfriados pelo frio, gera vapor e move nossos carros, barcos e fábricas; consequentemente, é outro grande civilizador. Essas e todas as outras forças dinâmicas que são controladas e guiadas em canais de utilidade sob a influência desse ígneo deus Marte são o bem mais valioso que a humanidade possui no caminho da civilização e do desenvolvimento da Onda de Vida humana; embora às vezes esse poder possa parecer brutal, ele, de modo geral, representa o progresso.

No entanto, se esses poderes escapam do controle da masculinidade superior e os servos se tornam os senhores, eles se tornam destrutivos, como no caso da guerra que devasta grandes extensões de território e dizima grandes cidades, consumindo as finanças das nações e esgotando o agregado do elemento humano. O poder dinâmico pode se tornar um flagelo tão grande quanto possível ou ser uma bênção para nossa Onda de Vida humana. Pode se tornar um fogo destruidor que é mais mortal do que todos os explosivos existentes.

Marte também é o deus do desejo. Ele concentra a vida solar no desejo e na emoção, despertando os espíritos animais. Assim, ele intensifica o espírito de Vênus do Corpo de Desejos. Ele também intensifica a mentalidade Mercurial, seja para o bem ou para o mal. Os tabus do Oriente orientam a todos no caminho de “matar o desejo”. Mas, o mundo ocidental, com desejos energéticos bem direcionados, operou transformações maravilhosas na Terra, criando uma civilização muito além de qualquer outra que já a precedeu. E aqui é a razão que não devemos “matar o desejo” e sim dominá-lo.

A próxima divindade planetária a partir do Sol é Júpiter, o gigante do céu. Ele é o deus do idealismo e, portanto, da Religião; focalizando os raios do Sol, transmite aos habitantes da Terra o ímpeto religioso do Sol. Sua influência em todos os planos é a mais benéfica de todos os Planetas do nosso Sistema Solar. Ele é o deus das grandes oportunidades não apenas no desenvolvimento da alma e na realização espiritual, mas, também, nas coisas temporais. Saturno representa limitações e infortúnios; se estamos familiarizados com os dados astrológicos, estamos acostumados a culpar esse Planeta “malévolo” por todos os nossos infortúnios; mas, na verdade, nossas bênçãos sob Júpiter superam em muitos nossos infortúnios, assim chamados, sob Saturno. Posicionado na Casa da prosperidade, Júpiter dá riquezas; na Casa da honra ele confere popularidade e renome.

As crianças subdesenvolvidas de Júpiter são religiosas pela esperança de recompensa ou são capciosas, apenas desempenhando um papel pela esperança de ganho. No plano superior, os filhos e filhas dessa divindade são pessoas santas. Os subdesenvolvidos esbanjam seu dinheiro mal ganho em coisas pertencentes ao plano do real em vez do ideal; os mais avançados não apenas têm tudo o que o coração poderia desejar, mas também o usam com benevolência e sabedoria. A classe inferior ganha notoriedade, enquanto os sábios adquirem fama honrosa ao longo da vida.

Saturno, o deus das limitações, vem a seguir quando nos afastamos do Sol. Através dessa divindade os raios do Sol são especializados em obstruções. Na mitologia grega ele é chamado de Cronos, que significa o deus do tempo e o tempo é limitação. No desenvolvimento da alma, são necessários obstáculos e limitações para evitar que a pessoa mergulhe de cabeça em caminhos destrutivos. “Tão perto e tão longe”; os prazeres dissipadores são apresentados a nós e, tendo falhado repetidas vezes em superá-los, a alma conclui que deve se purificar desses desejos baixos e, assim, o processo de auto purgação continua. Isso pode se referir a prazeres comuns, à obtenção de dinheiro ou posições, a honras buscadas…

Saturno é também o Satã da Bíblia, o grande tentador e provador, como no caso de Cristo Jesus e Jó. Não que ele seja malévolo, desejando a nossa queda. A malevolência é apenas aparente, a visão superficial do sujeito; mas, ele nos testa para ver se somos capazes de suportar os testes de discipulado e domínio. Ele não se alegra com nossos fracassos, mas os lamenta como qualquer instrutor lamenta o fracasso de um aluno. Na verdade, ele é um aliado de Deus, não um inimigo. “Meu filho, não considere levianamente a correção do Senhor (Saturno), nem desanime quando for reprovado por ele, porque o Senhor corrige a quem ama e açoita todo filho a quem repreende”.

Como o deus do Tempo, Saturno produz decrepitude e decadência. Em nossa juventude, o Sol derrama um fluxo constante e resistente de vida através do nosso organismo, dando aparentemente a promessa de imortalidade na carne. Todo jovem possui um excesso de vitalidade. Isso continua até o zênite da vida; mas, então, quando o Sol começa sua queda, quando desce em direção ao horizonte ocidental, quando a Natureza parece estar cansada e nos aproximamos da morte, assim, depois que o vigor completo foi alcançado, a decrepitude e a decadência começam quando o poder de Saturno supera o do Sol e nos aproximamos das sombras da morte em Escorpião. Essa lei de Saturno, e todas as outras, de fato, percorrem todos os departamentos da vida e, também, a natureza.

Os castigos de Saturno não são agradáveis, mas dolorosos; no entanto, eles produzem em nós os frutos pacíficos da justiça. Foi afirmado por Cristo Jesus, o maior dos Mestres, e o que é válido para Ele é também para todos nós. As obstruções despertam a resistência e a resistência desenvolve a força, em todos os planos.

Os recém-descobertos Planetas-deuses Urano e Netuno estão ainda mais distantes do grande centro, sendo o último o mais distante. Cada um, como todo o resto, são especializações das forças solares. Foi dito que eles são o início de outra oitava de Espíritos Planetários e, como tal, estão em um plano superior aos outros Planetas.

Urano é considerado a oitava superior de Vênus e, portanto, expressa o elemento de amor da Deidade no plano divino, que é puro e altruísta. Essa é a esfera do coração puro, em que vemos apenas Deus ou o bem, pois desse ponto de vista tudo é bom. A alma que pulsa em resposta às vibrações uranianas é como Deus, pois O vê como Ele é.

Urano rege os Éteres superiores, de modo que aqueles que vivem no plano dos Mundos inferiores são os mais afligidos de todos e sofrem mais com seus castigos. Comunidades, nações e o mundo em geral, embora existam no plano inferior, também são afligidos, assim como os indivíduos, mas de maneiras diferentes, por cataclismos por exemplo. Todas as visitas dessa divindade são repentinas e inesperadas, como insuficiência cardíaca em indivíduos ou terremotos em países.

Netuno, o mais distante e o último descoberto, é a divindade dos mares, oceanos e do elemento aquoso em geral. Diz-se que ele é a oitava superior de Mercúrio e, como tal, é o deus da Mente superior, da sabedoria divina. Ele é a divindade mais espiritual de todas, até onde sabemos.

Assim como Mercúrio é o Portador da Luz do Sol externo ou físico, Netuno é o Portador da Luz do Sol interno ou espiritual, que é do deus Vulcano. É missão especial de Netuno nos elevar ao plano dos deuses, os membros da Hierarquia do céu.

Os místicos declaram que além de Netuno existem três Planetas, mas se três, por que não cinco, perfazendo ao todo uma segunda oitava? Esses três deuses planetários regem os três Signos mais complexos ou altamente desenvolvidos; primeiro Virgem, que se relaciona com o processo de refinamento da nossa Onda de Vida humana e com a purificação da alma individual; a seguir, Libra, o Signo do casamento da alma e do espírito, ou da unidade com Deus; finalmente, Escorpião, o Signo da morte, mas para a imortalidade da alma individual.

O Sol: o Deus Pai-Mãe

Dissemos que o Sol do nosso Sistema Solar é o Deus Pai-Mãe, e Mercúrio, o Cristo ou mediador; mas, na relação do nosso Sistema Solar com os maiores, o Sol é, Ele mesmo, o LOGOS, o Cristo Cósmico.

Entre as constelações, ou aglomerados de estrelas, Touro parece ser aquela com o qual estamos mais intimamente relacionados, se é que não fazemos parte dela. No pescoço de Touro existem sete estrelas brilhantes chamadas Plêiades, que dizem exercer uma influência muito agradável sobre nosso organismo: “Podes atar a doce influência das Plêiades?” ou “Podes amarrar as lindas Plêiades?”, ou ainda: “Podes afrouxar as cordas de Órion?” (Jó 38:31). O centro desse aglomerado é Alcyone, e é dito ser o grande Sol central em torno do qual todo o nosso Sistema Solar, com outros Sistemas Solares, gira uma vez a cada vinte e cinco mil anos, um ciclo chamado de Precessão dos Equinócios. Se isso estiver correto, então Alcyone é o maior Deus Pai-Mãe.

Seguindo esse processo, podemos avançar e penetrar na profundidade abismal do espaço até alcançar o maior de todos os centros e o maior de todos os sóis, que, por excelência, é a Divindade do espaço universal, de duração infinita, de todos os ciclos e todos os sistemas; assim como o nosso Sol especializa sua influência por meio dos Planetas, esse Deus universal especializa seu Ser absoluto por meio dos vários sóis e Sistemas de Mundos.

O Dia de Saturno

Os dias da semana têm, respectivamente, o nome dos vários Planetas do nosso Sistema Solar. Sábado é o dia de Saturno – Saturday em inglês. De acordo com o relato do Gênesis, o sábado foi o sétimo e o último dia da semana. E como era o dia seguinte à conclusão do processo criativo, foi reservado como o dia de descanso ou sábado do hebraico Shabat, descanso, e durante toda a história do povo hebraico, foi observado como tal.

Na medida em que os Dias da Criação não são mais considerados como sete dias e noites literais, mas longos períodos de tempo, exceto por um grupo relativamente pequeno de ultraliteralistas, o sétimo Período é considerado a longa Noite cósmica ou Período de descanso, fechando o processo criativo e apresentando a nova Criação. Por todos os místicos, esse sétimo Dia é dividido em duas partes.

A parte do dia eles chamam de Período de Vulcano e a metade da noite é geralmente entendida como o Período de Saturno. Isso o torna a Era introdutória do novo processo de Criação ou do primeiro Dia da Criação e, como a Criação está eternamente em andamento, todos os começos dos sistemas solares são vistos como o Período de Saturno.

No último artigo desta série, discutimos as limitações de Saturno como “Tempo, o Velho Pai” e mostramos que ele é o Planeta da obstrução e da destrutividade; no entanto, há outras lições a serem aprendidas com o profundo conhecimento desse Planeta e das coisas para as quais ele dá suporte. Para algumas dessas lições nós gostaríamos de direcionar a atenção dos leitores deste artigo.

A primeira lição é a da transição da escuridão para a luz. Saturno é uniformemente considerado o Planeta da escuridão. A própria ideia de descanso indica isso. A noite é o período de descanso e o dia, o de atividade. Mas, como devemos entender o significado dessa transição? A noite não é apenas o período de descanso, mas também de recuperação: um estado preliminar para um novo dia, uma nova vida, um novo nascimento; em suma, uma ressurreição. Porém, o novo dia deixa Saturno e seu trabalho para trás e é o começo de uma condição muito maior que a de descanso. Em um sentido muito profundo, o descanso implica não apenas a noite, a escuridão ou a recuperação; mas a própria morte.

A morte, devidamente entendida, é um período de escuridão no que diz respeito às formas, um período de inconsciência, de recuperação, de reunir os resultados das complexas experiências da vida anterior, que preparam a inauguração de uma nova e mais alta forma de vida. O novo dia, ou período, é chamado domingo ou o dia do SolSunday, em inglês. Como domingo, ou o dia do Sol, foi o Dia da Ressurreição de Jesus, o Cristo, esse dia simboliza a ressurreição, pois o Dia de Saturno representa a morte.

Há uma questão muito debatida hoje sobre qual dia deve ser observado como cumprimento da exigência de YahwehI – Jeováde “guardar meu sábado[1]. Ultrassabatistas afirmam que o sábado deve ser observado; mas o cristianismo ortodoxo defende a observância semanal do domingo. Para ser fiel ao significado dos símbolos, a primeira classe argumenta que descanso, recuperação, escuridão e morte são ideias mais elevadas do que ressurreição, dia, luz e uma nova vida. Aqueles, ao adorar o sábado, inconscientemente adoram Saturno ou o Satã da Bíblia, o grande destruidor, o tentador, o acusador; os outros adoram o Sol, o doador da vida, o sustentador, a luz e o fornecedor de calor; em suma, a verdadeira Deidade do nosso Sistema Solar.

Se for perguntado, então, como a ideia de Saturno foi usada e comandada pelo Deus do Antigo Testamento, a resposta será simples e palpável. A escuridão sempre precede a luz e, vindo primeiro, é naturalmente a primeira a ser usada. Mas, a escuridão é elementar, provisória, efêmera. Representa o começo das coisas, as etapas da infância; porém, de acordo com a lei do crescimento ou evolução, deve ser seguida pelas ideias mais elevadas da humanidade, da vida superior. O advento do Cristo foi a separação dos caminhos. Adão foi feito uma alma vivente; Cristo, ou “o segundo Adão”, tornou-se um espírito vivificador. A ressurreição seguiu a morte de acordo com a lei do crescimento e tão certamente quanto o dia segue a noite. Apegar-se ainda ao dia de Saturno como o ideal mais elevado é voltar ao antigo hebraísmo, ao estado da infância, é inverter os ponteiros do mostrador do tempo. Para a atual Era, a Era de Peixes, a próxima Era, a Era de Aquário,  vai melhorar a Humanidade, assim manter o dia de Saturno e respeitar na vida tudo o que isso implica retardar a evolução, impede o crescimento da Humanidade e faz da sepultura o lugar de descanso de tudo o que o ser humano é: Corpo, Alma e Espírito.

É verdade que os sabatistas esperam uma ressurreição futura, algo que ainda virá, e isso no sentido literal de ressurgir de sepulturas terrenas e de corpos físicos, de Corpos Densos. Mas, essa literalização é destrutiva para toda espiritualização da Humanidade. A ressurreição não é um evento futuro, mas está aqui e agora. “Se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima[2], são as palavras do inspirado São Paulo. Cada manhã é uma ressurreição; cada avanço feito em qualquer plano ou departamento do nosso ser maravilhosamente complexo é uma ressurreição. São Paulo buscou o poder da ressurreição e disse que ainda não o tinha alcançado, mas que estava lutando para alcançá-lo.

O poder da ressurreição foi expresso pelo grande Mestre quando, depois de ter saído do túmulo, declarou que todo poder ou autoridade Lhe havia sido dado[3]. Esse mesmo poder foi proporcionado ao ser humano no momento da sua criação. E os Elohim disseram: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre o gado, sobre toda a terra e sobre todo réptil que se arrasta na terra[4]. Esse domínio sobre o céu, a terra e todas as obras das mãos de Deus não foram realmente dados ao ser humano naquela época, nem ele ainda o alcançou; foi dado apenas como uma possível conquista e essa conquista virá como o resultado de uma vida ressurreta.

Ultrassabatistas alegam que as escrituras não defendem o respeito ao domingo e esse é o seu desafio. Hoje, porém, essa autoridade existe na observância do “Dia do Senhor” pela Igreja Apostólica (Católica ou Protestante); mas, na ausência disso a Natureza, que é o livro mais inspirado de Deus, prova essa transição de maneira mais conclusiva. Em toda parte da natureza isso é observado. A cópula, a concepção e a gestação, em todos os planos, vegetal, animal ou humano, representam o Período de Saturno da escuridão e da morte; enquanto o nascimento a seguir é o período do Sol de ressurreição em estágio mais elevado. São Paulo, ao discutir o princípio da ressurreição, usa essa mesma figura. Mas alguém dirá: “Como os mortos são ressuscitados e com que tipo de corpo?”. “Tu és um tolo; aquilo que tu semeias não produzirá a menos que morra; e aquilo que tu semeias não é o corpo que deve ser, mas um grão nu, pode ser acaso de trigo ou outro tipo; mas Deus dá o corpo como Lhe agrada e cada um semeia o próprio corpo.[5].

Nenhuma disputa deve ser oferecida contra o sábado ou o domingo. Os princípios envolvidos em ambos são essenciais: um representa a involução e o outro, a evolução; um é elementar, o outro é avançado. Existem vastas multidões de pessoas que ainda não estão suficientemente amadurecidas para superar o processo literalista. Elas precisam observar o sábado ou o dia de Saturno e encontrar sua Religião sobre as ideias envolvidas nesse caso; outras são mais avançadas e precisam situar sua Religião na concepção da ressurreição, mesmo que seja uma interpretação literal de ressurreição. Cada classe representa um estágio de desenvolvimento.

Os dois são necessários em sua relatividade: o mais elevado, para trabalhar internamente como Deus, desejando e atuando por seu próprio prazer, como um ímã espiritual que atrai para cima a parte inferior; o menos elevado, para ganhar experiência pelo toque com o mundo concreto e, assim, evoluir para o mais alto até que os dois se tornem um. KAPH, a décima primeira letra do alfabeto hebraico e a primeira da superior série simbólica, ilustra esse grande princípio adotado na dupla ideia da morte seguida pela vida. A palavra significa literalmente “a Palma da mão” e denota força.

Eva foi a primeira na transgressão e por seu poder de persuasão induziu Adão a seguir seu exemplo. Nisso ela demonstrou seu poder superior; mas, na queda resultante, o seu desejo se dirigia ao marido, de modo que ela se perdeu nele. A mente carnal luta contra a espiritual e a espiritual, contra o carnal e nos estágios elementares a mente carnal é vitoriosa sobre a mente espiritual. No estágio mais avançado, o Ego, ou Cristo interno, liberta a natureza caída, assim como o Cristo expulsou os “sete demônios de Madalena”[6]; é então que, o “homem natural”, purgado de todos os desejos, torna-se casado com o “homem espiritual”.

É assim que o sábado, tendo feito sua obra de morte e destruição, introduz o domingo com sua glória de ressurreição e absorve em si a quintessência do sábado, tornando-se assim mais rico. A criação, que é geração, incluindo tudo o que entendemos por esse termo, é a donzela prostituta, a trabalhadora do mal, porque os que praticam o mal o fazem à noite. É a morte das envolturas, a morte do corpo, “porque no dia em que dela comeres, morrendo tu morrerás[7]. Esse é o trabalho preparatório do primeiro Dia da Criação, mas a regeneração é a redenção da Criação, o novo nascimento ou nascimento de Deus (o Sol).

Essa transição da escuridão para a luz é o maior dos mistérios. “Grande é o mistério da piedade, Deus manifestou-Se em carne[8]. Saturno transmutado em Sol, engolido pelo Sol, as duas forças, masculina e feminina, nessa união andrógina, agindo e reagindo, dão origem aos Novos Céus e à Nova Terra, onde habita a retidão. Essa é a consumação do processo de expiação no cosmos; o princípio corre por toda parte, da Deidade à ameba e da ameba de volta a Deus.

Outra lição a ser aprendida dos princípios envolvidos na ideia de Saturno é a lição da Lei e sua transição para os princípios eternos que estão envolvidos no ser aperfeiçoado.

Muito está sendo dito por ministros, pastores e padres a partir de seus púlpitos em todo o mundo Cristão sobre o contraste que existe entre a Lei e o Evangelho ou entre os estados de estar sob a lei e estar sob a graça. Mas, pelas conclusões tiradas é evidente que eles têm apenas uma concepção muito superficial da verdade real. Essa nebulosidade decorre do fato de que eles não têm conhecimento da base cósmica da Religião e da Teologia, não entendem adequadamente as lições mais profundas da própria Bíblia, pois praticam o Cristianismo popular.

A lei se relaciona com o estado de limitação, de tempo, de localidade, de finito. Saturno, sendo o “deus da limitação”, é o “deus da lei”. Ele é referido pelo grande Mestre como o “deus deste mundo”. É o domínio de Satanás que torna a lei uma necessidade. Onde não há lei não há pecado. A lei é feita para os injustos, não para os justos. É um mero arranjo provisório para conter o mal, até que a iluminação divina nos eleve acima da lei, quando nos tornaremos uma lei para nós mesmos. Sendo restrição, uma força negativa, impede o crescimento e trabalha para a morte. “Porque a letra <lei> mata.[9]. Legalismo e literalismo são gêmeos e ambos são descendentes de Saturno. Os legalistas estão sob a lei e não sob o princípio envolvido no Evangelho; no entanto, muitos podem se imaginar convertidos a Cristo ou nascidos de Deus.


[1] N.T.: Ex 20:8

[2] N.T.: Col 3 :1

[3] N.T.: Mt 28:18

[4] N.T.: Gn 1:26-28

[5] N.T.: ICor 15:36

[6] N.T.: Lc 8:2

[7] N.T.: Gn 2:17

[8] N.T.: ITm 3:16

[9] N.T.: IICor 1:3

O Mal é uma Crença Fixa e Falsa da Mente Mortal

O processo de Involução (a parte do Esquema de Evolução que começa no Período de Saturno e vai até a metade da Época Atlante, nesse Período Terrestre) não implica necessariamente a queda da Humanidade (a “Queda do Homem”) em pecado, doença e morte reais — no cultivo e no domínio do espírito de luxúria. Mas, uma vez que o espírito de limitação foi instituído, havia a responsabilidade de descer ao plano e domínio da Mente concreta. Essa condição se impôs a nós durante a Época Atlante e cresceu a tal ponto e a um estado de tal virulência que se diz que Deus se arrependeu de ter feito o ser humano (Gn 6:6).

Existe uma escola de pensamento hoje que combate a ideia da “Queda do Homem”, afirmando que o ser humano surgiu da condição mais baixa de vida e de forma e que o processo tem sido um avanço contínuo. Rejeitando o processo de Involução, os adeptos dessa filosofia lutam por uma geração espontânea de formas de vida. Os chamados cientistas, entre eles, podem ser encontrados examinando a água em barris de chuva ou poços de lodo na esperança de descobrir o processo.

Outros fazem testes com substância protoplasmática no esforço de produzir vida e formas. Mas, esse esforço é uma luta para produzir algo do nada, o que obviamente é impossível. A única solução viável para a questão da origem das formas de vida é a da Involução, que explica as formas de vida como tendo irradiado do grande luminar central, que é o Deus do nosso Sistema Solar. Sob essa hipótese também havia a possibilidade da “Queda do Homem”.

Com uma Humanidade degenerada em Suas mãos, caída em um estado tão baixo em todos os sentidos, a grande obra da Deidade foi resgatar e redimir a Humanidade, uma tarefa estupenda mesmo para um Deus. A Lei, então, com suas severas penalidades, tornou-se uma necessidade; época em que os cataclismos foram introduzidos como assistências na obra de salvação humana. No desenvolvimento inicial de todos nós, antes que Urano fosse descoberto ou sua influência nefasta fosse sentida em grande extensão, Saturno era o “deus da lei e dos cataclismos”. Mesmo hoje, o reinado de Saturno como o “deus do mal” e da destruição não foi totalmente superado. Ele ainda é considerado, por muitos, o grande malévolo devido o reino da lei ainda ser dominante, na verdade, uma necessidade para muitas pessoas.

Os quatro Evangelhos, como um agente salvador, tem estado ativo desde a introdução do Cristianismo e cada vez mais no sempre crescente espírito de reavivamento e nos seus resultados. Mas, a mensagem do Evangelho para a igreja e o mundo hoje é baseada na concepção exotérica do Cristo Salvador. Ele é o Salvador que foi, e de um modo nebuloso ainda é, de uma forma comercializada, literalmente um pagador da nossa dívida com a Lei, por causa da nossa pecaminosidade, tanto a atual quanto a herdada de “nosso pai”, Adão. A graça é, portanto, um dom imediato e a imortalidade, que é o seu resultado, também.

De fato, não há mal, nem natural, nem cívico, nem moral. O mal é a ilusão da Mente mortal, uma condição mental que foi produzida por termos “comido” da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. O que a Humanidade considera o mal é, em grande parte, resultado da ignorância, se não totalmente. É verdade que dizem ser o resultado da ordem divina “Não comereis dela” e, assim, o pecado também é visto como a transgressão da Lei.

Distinguir entre o bem e o mal é uma base necessária para o crescimento moral; o crescimento moral é essencial para o desenvolvimento da alma e a experiência espiritual. Era bastante apropriado, portanto, que, como condição necessária para o desenvolvimento inicial, a cegueira fosse nosso guia. As crianças são assim educadas; elas são ensinadas, por exemplo, a acreditar em Papai Noel. Existe um verdadeiro Papai Noel, mas não como elas são instruídas a acreditar. Esse é uma ilusão que serve a um bom propósito no desenvolvimento educacional da criança. Mais tarde, ela descobre que o verdadeiro Papai Noel é seu pai ou seu responsável e, assim, capta o espírito (de gentileza) e cultiva a benevolência de um “Papai Noel” para seus filhos e para os infelizes que não têm pais ou têm pais pobres demais para dar presentes para seus filhos.

Na nossa ignorância, em seu estágio bruto, somos ensinados pela linhagem divina a acreditar na existência real do mal como sendo o antípoda do bem. Mais tarde, percebemos que isso é apenas um pouco de romance, mas tem um respaldo sólido e, pois, no desenvolvimento que se segue nós ganhamos uma experiência que só a lei e a letra poderiam dar. Acreditar no mal moral tem a sua sequência na crença no mal natural; então, somos instruídos a acreditar que no dia em que comermos do fruto proibido “morrendo morreremos”; assim, através da Mente iludida, nós nos tornamos vítimas da doença, de acidentes, de perdas e mortes.

Isso tudo é elementar. Deus não vê o mal. Seu “olho é puro demais para contemplar a iniquidade[1]. Ele está além da idade da ignorância e do romance e vê as coisas em sua verdadeira luz. O coração puro não vê o mal, mas vê Deus ou o bem, apenas. O ponto de vista tem muita relação com esse assunto do mal. “Para os puros todas as coisas são puras, mas para os impuros (ignorantes) nada é puro[2]; “Aquele que é nascido de Deus não peca e não pode pecar porque é nascido de Deus[3]. Ver o mal é ser mau e Deus é absolutamente puro. Essa ideia, embora horripilante para almas rudes, é verdadeira; é simplesmente o método de Deus para o desenvolvimento humano do estado juvenil para o estado superior.

Essa concepção é a quintessência do Evangelho como um poder para salvar ou elevar da ilusão do mal para a clara luz do Sol da verdade e da liberdade. A verdade enganosa, assim chamada, é escravidão; ela estreita, limita, produz uma consciência mórbida; mas, a Verdade liberta. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará[4]. A verdade é o objetivo ideal, mas a ilusão leva a ela e, então a ilusão é necessária. O real e o ideal andam de mãos dadas com o real dominando por um tempo, mas acabando por se tornar subserviente ao ideal. A lei, o domínio de Saturno, é universal em nosso mundo, abrangendo todos os departamentos da vida. A violação de seus mandatos na Natureza é a base de todo o mal natural: no governo artificial é o crime, a base das instituições e punições penais que vão das mais triviais até a prisão perpétua ou até mesmo a perda da própria vida; na esfera moral é a base de uma consciência acusadora e da concepção ilusória de uma Geena (o suposto inferno de fogo eterno aonde as almas são enviadas para sofrer), de um tormento sem fim como resultado de uma maldade incorrigível. Mas, com a crescente inteligência da Humanidade, particularmente ao longo da linha da verdadeira ciência e, mais especialmente, da ciência esotérica e cósmica, o “reino da lei” está relaxando e a graça a está, gradualmente, o substituindo.

A verdadeira ideia do Evangelho e o real significado da graça estão crescendo rapidamente. Quanto ao mal natural, a Mente está substituindo a terapêutica como agente de cura; quanto ao cívico, os tribunais de justiça estão estendendo o privilégio de liberdade condicional e os executivos estão mais frequentemente comutando sentenças e perdoando criminosos; quanto ao mal moral, os tormentos de um inferno sem fim como punição merecida para os culpados estão sendo substituídos por instituições purgatoriais e remediadoras, a Geena e o Hades da Bíblia, corretamente entendidos.

O mundo, incluindo todos os tipos literais de religiosos, ainda está sob o domínio da lei em todos os seus movimentos de reforma e propaganda. Desconhecendo as leis da vibração superior, ou da ajuda divina e superior, a igreja depende do “espírito do dinheiro” para sustentar o ministério, o missionário e todos os seus empreendimentos de organização, de respeitabilidade e de forças civis para inaugurar a temperança e as reformas para lidar com o mal social. Na verdade, Saturno rege todos os departamentos da igreja, bem como o estado.

Mas, os dias sagrados, os sábados e domingos, as leis em todos os departamentos, o pecado, a doença e a morte, Satanás, o Inferno e todos os outros inimigos da Humanidade, com todos os desejos desordenados, ambições baixas e motivos egoístas, serão gradualmente conquistados e abolidos para que “o novo Céu e a nova Terra[5] possam ser introduzidos. O processo de superação é o processo de elevação do inferior ao plano do superior, ou não seria redenção, mas morte e não daria início ao “dia do Sol”, mas permaneceria na sepultura durante um dia interminável de Saturno.

A mediação será então para sempre dispensada, não sendo mais necessária, pois cada alma se tornará como Deus, vendo-O como Ele é, será um Ego consciente de Cristo, um coerdeiro, junto ao Cristo, da herança do mais alto céu. Então, até mesmo o Cristo despojará Sua coroa diante do trono eterno para que “Deus seja tudo em todos[6].

Estando “mortos em delitos e pecados[7], o processo de redenção é pela morte, um morrer para a carne, para que possamos ressurgir em vida nova, a vida do Espírito. O pecado mata e para morrer para o pecado é preciso morrer para si mesmo. O décimo segundo termo do alfabeto hebraico ilustra isso de forma impressionante, a letra LAMED. A palavra significa literalmente um “aguilhão” e significa uma surra ou castigo. Dessa palavra surgiu o termo “lamm”, que significa bater com força. Essa ideia é expressa em todos os planos, em processos multiformes e nos mitos e lendas de todos os religiosos, tanto orientais quanto ocidentais. Uma das primeiras lendas da Bíblia é a de LAMECH, que matou um jovem que o feriu — a morte precedendo uma vida mais elevada e divina.

Caim matou Abel e Abel renasceu como Set; Sansão matou o Leão e da sua carcaça foi extraída doçura; o Cristo foi crucificado por Seus inimigos… Isto é Satanás, que morre para a carne a fim de alcançar uma gloriosa ressurreição, a elevação da alma à unidade com o Ego ou o Pai interior. Em todos os lugares, onde uma semente viva tenha sido plantada adequadamente, ela morre ou permaneceria sozinha; mas na morte do seu invólucro, o germe ou divindade interior brota e produz uma nova e mais elevada forma de ser.

Essa é a Lei da Graça, ou o favor imerecido, devidamente compreendida. Assim, o “dia de Saturno” se funde naturalmente com o “dia do Sol” como a noite se funde com o dia e a morte, com o renascimento.


[1] N.T.: Hab 1:12

[2] N.T.: Tit 1:15

[3] N.T.: IJo 3:9

[4] N.T.: Jo 8:32

[5] N.T.: Apo 21:21

[6] N.T.: ICor 15:28

[7] N.T.: Ef 2:1

Involução, Evolução e Epigênese

Cientistas modernos adotaram a teoria da Espiral para as formas, os ciclos, os movimentos e tantos outros fenômenos como hipótese de trabalho. Essa ideia tem sido conhecida não como teoria, mas como verdade científica pelos místicos de todas as eras passadas. A evolução não ocorre em círculos, muito menos em linha reta. O círculo nunca nos faria avançar; a linha reta nos levaria a qualquer lugar, ou melhor, a lugar nenhum. Todas as formas são espirais.

A vegetação, da menor à maior, cresce em espiral. Todas as frutas são em forma de espiral; o mesmo se aplica a ovos de todas as variedades. Todos os organismos que possuem o Corpo de Desejos — insetos, peixes, animais e seres humanos — são moldados dessa forma. No ser humano há uma relação espiral entre o quadril, o ombro e a mandíbula; em alguns casos, esse fenômeno é bastante acentuado. Os Astros também apresentam características espirais.

Todos os movimentos são em espiral, seja uma bala projetada de uma arma, um ciclone se movendo sobre a terra, um redemoinho no riacho, a rebentação do oceano ou os movimentos das esferas umas sobre as outras.

Todos os ciclos são espirais, do mais minucioso ao maior possível. O período da Criação, tomado como um todo, é uma vasta espiral. Os sete Períodos criadores são, cada um, uma espiral e cada um faz sete voltas em sua ascensão em direção ao ápice. Cada uma das Eras precessionais é uma espiral; os séculos também, assim como os anos, meses, dias, horas, minutos e assim por diante, até o menor ponto infinitesimal de tempo. Esse é o processo universal de gestação e nascimento, pois ambos são movimentos, forças e formas. A vida, a morte e o renascimento, que se repetem continuamente, seja do ser humano ou dos mundos, expressam o movimento espiral.

Como mostrado no artigo anterior, os fenômenos não ocorrem apenas em espiral, mas em ciclos de atividade e de repouso: dias e noites, vida e morte; avanços e aparentes retrocessos; fluxo e refluxo; verão e inverno; e durante os períodos de descanso, os frutos dos períodos de atividade são reunidos e guardados com o propósito de enriquecer o ser e intensificar a autoconsciência.

Hierarquia Celestial

O trabalho de envolvimento da vida e o desdobramento dos órgãos, tanto internos quanto externos, superiores e inferiores, é realizado não apenas pela Deidade Suprema de maneira geral, mas Deus é auxiliado pelas Hierarquias Criadoras, Seres que avançaram do estágio humano para o estágio de glória e todos incorporados no Absoluto. Cada um tem o seu próprio trabalho designado para realizar, um trabalho exatamente adequado ao seu estágio de progresso. Todos esses Seres, por mais gloriosos, por mais avançados que sejam como Divindades ou Criadores de Mundos, são frutos de ciclos criadores anteriores e avançaram do estágio mais baixo possível das formas de vida.

Esses seres angélicos estão em vários estágios de desenvolvimento, desde aqueles que atingiram o estágio mais elevado até aqueles que possuem menos consciência do que a Humanidade comum; todos são ajudantes de uma forma ou de outra e por meio da ajuda prestada estão ajudando a si mesmos a avançar para alturas mais elevadas, assim como avançamos nesta vida ao contribuir com o progresso dos outros. Eles não são apenas ajudantes dos desdobramentos iniciais da vida, mas ajudam uns aos outros, auxiliando os seres angélicos superiores nos planos inferiores. Nem todos ajudam em todos os momentos, mas cada classe aguarda o seu tempo até que haja trabalho adaptado a ela.

No Reino de Deus a ajuda mútua é um dos grandes princípios, mas em nosso estágio de desenvolvimento pouco é praticado nessa direção, pois cada um está muito ocupado com seus próprios assuntos para dar um pensamento útil a seu irmão ou a sua irmã; mas, à medida que a Onda de Vida humana avança, o altruísmo também avança e o egoísmo gradualmente se dissipa.

O crescimento da alma, na melhor das hipóteses, é extremamente lento; começou na manhã da criação e prossegue Era após Era através de muitas vidas, até o fim dos tempos. Existem, no entanto, almas avançadas e retardatárias; aquelas que avançaram ao longo do “caminho reto e estreito” por meio de exercícios especiais, auxiliadas pelos seres angélicos, e que venceram a corrida muitas Eras antes dos soldados rasos e esses, que, nada sabendo da possibilidade de tal vantagem, e talvez não se importando, elaboram seu destino na forma ampla da vida comum; os retardatários são aquelas almas que retrocedem na corrida, ficando para trás de Era em Era, e que têm até a quinta Revolução desse Período Terrestre para alcançar o ritmo nesse Esquema de Evolução; caso contrário perderam as condições de continuarem evoluindo nesse Esquema de Evolução. Desses alguns ainda estão no estado da Onda de Vida animal, mas deveriam estar no plano humano. Entre os pioneiros do antigo Ciclo Criador, que assumem sua tarefa neste ciclo, como se retomassem o trabalho de um dia anterior, exatamente de onde pararam, alguns ultrapassaram os novos iniciantes e se tornaram os Irmãos Maiores do nosso ciclo, sendo uns mais avançados do que outros.

Ao longo do caminho há todos os estágios de desenvolvimento, desde a alma vegetal e mais baixa, ainda inconsciente ou cuja consciência está no estado de sonho, até o Senhor da Mente mais elevado que, como luz celestial e brilhante, permanece diante do Trono Eterno. Existem todos os graus de seres humanos nesta vida, desde o recém-nascido ao centenário; dos mais estúpidos e ignorantes aos Mestres de Sabedoria; e o que é verdadeiro para a vida orgânica e microcósmica é igualmente verdadeiro para os organismos macrocósmicos ou esferas.

Esse trabalho de ajuda externa, feito pelos vários planos de Espíritos angélicos, prossegue de plano em plano como Espíritos grupais que sempre carregam suas cargas cada vez mais altas, até que o plano do humano seja alcançado e o ser humano se torna uma individualização autoconsciente do Ser Espiritual, ganhando independência à medida que a Vontade se torna cada vez mais livre do domínio da carne, quando ele não precisa mais de ajuda externa e se torna uma lei para si mesmo. Nesse estágio, a experiência, transmutada em Sabedoria é o seu instrutor e ele, como as “filhas do Rei”, torna-se então “todo glorioso por dentro” e rapidamente desenvolve poder e autoridade semelhantes aos dos deuses.

Essa consumação é o resultado de um processo duplo: o primeiro consiste na construção gradual dos vários invólucros ou corpos do espírito inerente, por meio dos quais ele deve se manifestar nos vários planos de consciência correspondentes ao veículo. Esse processo costuma ser chamado de período de Involução e significa o envolvimento do Espírito na matéria, em vários graus de tenuidade.

No ser humano, é o trabalho de preparação para a experiência humana em todos os vários planos do Ser, porque sem um corpo a experiência e a consciência são inviáveis. O último processo, o período de existência consciente, consiste em utilizar os veículos para a aquisição de experiência, sabedoria e poder: é a transmutação do ser humano em Deus. Este processo é chamado de Evolução, o que significa a evolução de todos os invólucros de volta ao Espírito puro.

O ser humano, sendo uma individuação da Deidade e possuindo uma vontade independente, é uma Individualidade, de modo que, não apenas não há dois iguais, mas também não há dois que agem da mesma forma sob as mesmas circunstâncias ou situações semelhantes. Os animais são controlados por um Espírito-Grupo; eles não possuem independência de vontade e ação. Eles são governados pelo instinto, não pela intuição. Às vezes, mostram feitos maravilhosos, como a abelha na construção dos alvéolos no favo; mas, todas as abelhas agem exatamente da mesma forma em seu trabalho e produzem de maneira igual as mesmas formas.

O mesmo comportamento se aplica ao castor, à formiga e a muitos outros insetos e animais construtivos. Eles nunca fazem qualquer melhoria em seu trabalho; o tempo passa e ele permanece o mesmo. O Divino ainda não foi individualizado neles. Não há gênio entre eles, pois o gênio é a expressão de uma Mente divina e, em conexão com a imaginação, faz do ser humano um criador dentro de si mesmo. O castor é um construtor sob controle; o ser humano é um construtor independente, de modo que é capaz de uma variedade infinita em todas as suas realizações. O instinto não é engenhoso, mas o gênio é.

Se algo acontecer e estragar as células do favo de mel, as abelhas o descartam e começam a construir de novo; mas, o ser humano, sendo um criador, é capaz de converter a derrota em sucesso. O ser humano, assim, não apenas evolui, pois, evolução significa mero desdobramento de possibilidades latentes, o simples crescimento ou desenvolvimento, como a evolução de um pássaro a partir de um ovo. Todas as formas inferiores de vida evoluem, mas o ser humano procede pelo processo de Epigênese.

A força dentro dele, que faz com que sua evolução seja mais do que um mero desdobramento de poderes latentes, que faz a evolução de cada indivíduo ser radicalmente diferente da de todos os outros, que fornece o elemento de originalidade e dá escopo à potência criativa que o ser em evolução deve cultivar por seus próprios recursos independentes para eventualmente se tornar um Logos ou uma Deidade criativa — essa força é o Gênio, o elemento desperto em nós por Deus.

Muitos cientistas avançados de hoje consideram a Epigênese um fato demonstrável; mas, os cientistas em geral, lidando apenas com os fenômenos, com a forma, reconhecem apenas a Evolução.

Muitos dos filósofos avançados do nosso tempo reconhecem tanto a involução quanto a evolução. Mas, os místicos combinam todos os três em sua filosofia — Involução, Evolução e Epigênese. A Epigênese não entra em conflito com a evolução, como alguns supõem. Max Heindel, no “Conceito Rosacruz do Cosmos, mostra que sem a Involução é impossível compreender a origem da Humanidade; sem a Evolução não podemos entender o constante desenvolvimento da Onda de Vida humana; e sem a Epigênese não podemos conceber porque o ser humano se desenvolve como o faz.

Os Ciclos

Como foi observado anteriormente, há em um vasto ciclo criador sete ciclos menores de duração uniforme, constituindo, cada um deles, uma noite e um dia criadores. Cada um desses ciclos é subdividido em sete ciclos menores de duração uniforme e possuem, também, respectivamente, sua noite e seu dia de igual duração; como o tempo nunca cessa, esses sete ciclos internos constituem uma espiral com o tempo sempre se movendo para cima em direção ao ápice. Também observamos que cada uma dessas noites e dias criadores recebe o nome de um dos Planetas do nosso Sistema Solar e que o Período de Saturno inicia o Tempo. Isso nos dá sete Mundos, bem como sete ciclos e cada Mundo corresponde a um ciclo. Cada um desses Mundos corresponde ao Planeta que lhe dá nome e possui um grau diferente de vibração, o que significa um estágio diferente de densidade que vai da pura substância espiritual até a matéria densa.

Embora nos refiramos a sete Mundos, deve-se entender que esses não são Mundos separados ou distintos, mas Mundos dentro de Mundos e, como no caso de nosso organismo, existem Corpos dentro de Corpos, desde o Corpo Denso até o Espírito Virginal. Eles correspondem exatamente, sendo o último a miniatura do primeiro e estando envolvido nele. O Sistema Solar é, portanto, uma unidade composta de um número infinito de unidades menores ou Sistemas Solares, desde o átomo até o Sol universal; como Deus é o Sol, tudo isso está contido em Deus e, de acordo com essa visão, “Deus é tudo em todos”. A separação, ou diferenciação dos Mundos, um do outro, ocorreu depois do Período de Saturno, cada um tendo nascido em sua estação de acordo com o surgimento de novas condições no Esquema de Evolução.

Os Mundos mais elevados, ou mais espirituais, muito naturalmente foram os primeiros a nascer e são os últimos a desaparecer, porque saíram diretamente do puro Espírito e ao mesmo retornarão. Com o passar do tempo, à medida que a Involução continuou, Mundos mais densos surgiram como veículos para a experiência, até que finalmente todo o sistema foi concluído, inclusive os três Mundos mais densos nos quais nossa atual evolução está sendo consumada e o elo de conexão entre os Mundos espirituais e superiores e o Mundo material, inferior, Região Química do Mundo Físico. À medida que esses Mundos servem, cada um, a seu propósito particular, como uma célula desgastada do nosso Corpo Denso que percorreu o seu curso, sua existência termina e, assim, com o tempo, todo o sistema é reabsorvido no centro cósmico Uno e Universal, quando outra longa Noite se segue, preparatória de um novo Ciclo criador. Assim, o processo de criação continua incessantemente, dia após noite, sistema após sistema.

Planos de Consciência

Antes do início da longa jornada do Espírito individualizado através da matéria, como Espírito Virginal, virgem porque não se encontrava contaminado pela matéria, ele estava no Mundo ou esfera do Espírito Virginal – o Mundo dos Espíritos Virginais –, que está próximo ao mais elevado dos sete Mundos, sendo o mais elevado o Mundo de Deus, onde não há diferenças, mas a eterna imutabilidade e, no entanto, é a Fonte eterna de toda a Criação.

Nessa época, possuía consciência divina e universal, mas não autoconsciência. Para obtê-la, era necessário que ele se envolvesse em um Corpo Denso e grosseiro; ou seja, que se tornasse humano, como conhecemos hoje o humano. Sem essa condição, ele não poderia associar-se a uma Alma, ou invólucro espiritual, nem poderia ter o Poder da Alma, o Poder anímico, fruto do seu trabalho no Tríplice Corpo. Finalmente, sem se manifestar na carne, jamais poderia se tornar um Logos ou uma Mente criadora. Teria, portanto, permanecido para sempre em sua morada nativa, possuindo apenas potencialmente essas vastas possibilidades, e Deus, o Pai-Mãe, teria sido para sempre um “Pai sem filhos”. Assim, a majestade do sexo não teria ganhado expressão. A ideia de uma Deidade eternamente inativa e de um espaço eternamente perdido e vazio é dificilmente concebível.

Deus anseia eternamente por Sua prole e os filhos cósmicos e microcósmicos são o resultado. O Espírito Virginal desceu primeiro ao plano do puramente humano e depois ascendeu de volta a Deus; na sua descida e ascensão Ele se tornou uma Deidade Criativa.

De acordo com o livro “Conceito Rosacruz do Cosmos, no início da Manifestação, Deus diferenciou dentro de Si esses Espíritos Virginais (que se tornaram seres humanos) como centelhas de uma Chama (Radiações) da mesma natureza e capazes de serem transformadas em Chamas ou Deuses.

A Evolução é o processo de abertura que deve atingir esse fim. Nos Espíritos Virginais estão encerradas todas as possibilidades do seu Pai Divino, inclusive o germe da Vontade independente que os torna capazes de dar origem a novas fases. As possibilidades latentes na Vontade são transformadas em poderes dinâmicos e faculdades disponíveis durante a Evolução, tais como são expressas em todas as formas vivas que se situam abaixo do ser humano em todos os planos inferiores, enquanto a Vontade independente institui projetos novos e originais, como expressam os seres humanos que se expressam como gênio, e são incorporadas na Epigênese.

Quando o Espírito Virginal se envolve no Plano imediatamente abaixo daquele do Espírito Divino e assim começa sua longa peregrinação, sua consciência, que vimos ser divina, torna-se totalmente cega, de modo que se torna completamente alheia às condições externas, como é o ser humano no mais profundo transe. Esse estado de inconsciência continua ao longo deste Plano e do Período que envolve.

Esse Período, como será mostrado mais tarde, é o Período de Saturno. No segundo, ou Período Solar, correspondente ao Plano do Espírito de Vida, a consciência se eleva ao estado de sono profundo ou sem sonhos. Durante o terceiro, ou Período Lunar, que é o terceiro degrau descendente na matéria e corresponde ao Mundo ou Plano do Pensamento, a consciência eleva-se ao estado de sono com sonhos. No meio do quarto Período, o Plano Terrestre, ao qual agora chegamos como Onda de Vida humana, a consciência alcançou o estado de totalmente desperta, a consciência de vigília.

Essa é uma consciência pertencente apenas ao mais baixo dos sete Mundos. Durante a metade restante deste Período, a Metade Mercurial, e todos os Períodos restantes — de Júpiter, de Vênus e de Vulcano —, a consciência, tendo sido totalmente despertada, continuará a se expandir à medida que a Alma avança para frente e para cima de volta para Deus, de modo que incluirá todos os seis Mundos acima do plano Físico, Mundos pelos quais anteriormente desceu através da Involução.

Enquanto o Espírito Virginal descia, assim, à matéria para formar para si os invólucros essenciais pelos quais poderia se expressar no plano do físico e do mental, as energias vitais inerentes a ele eram dirigidas por Seres superiores que ajudavam a voltar sua energia inconsciente para dentro, de modo a lhe permitir construir os seus próprios veículos. Durante todo esse tempo, o Espírito Virginal foi um feto indefeso e inconsciente sendo gestado no ventre da Natureza.

Mas, depois, quando veio o nascimento no Mundo objetivo, no plano do humano, e o Espírito Virginal avançou suficientemente e se equipou com o Tríplice Corpo, os olhos da sua consciência foram abertos e agora, como ser humano, seu olhar foi invertido: do Mundo interior para o Mundo exterior, para que as suas energias o conquistem.

Como ser humano, tornou-se agora potencialmente um Elohim, um construtor de Mundos: “Pois tu o fizeste um pouco menor do que os Elohim”. Para alcançar essa exaltada possibilidade, o ser humano deve necessariamente avançar pela Região Química do Mundo Físico, pelo Mundo do Desejo e, mais tarde, pelo Mundo Mental até atingir o plano do Ego, despertando sua consciência à medida que avança, ganhando total experiência e poder, conquistando a onisciência, a onipotência e todos os outros atributos divinos.

Assim, foi dado um esboço do Esquema da Evolução, de acordo com a Filosofia Rosacruz. Embora seja obscuro, é compreensível, especialmente por aqueles que avançaram o suficiente ao longo do caminho para se interessar profundamente pelos grandes problemas envolvidos. Que o conhecimento desse Esquema de Evolução, especialmente o seu domínio, é altamente importante, ficará evidente quando considerarmos que quanto melhor conhecermos os segredos ocultos da Natureza, com cujas leis e princípios temos de lidar, mais perfeito será o nosso poder sobre a Natureza.

Ignorar as forças ocultas é ser tão indefeso quanto um bebê nos braços de sua ama. Pouco a pouco essas Forças da Natureza estão sendo dominadas, como se vê na energia a vapor, no telégrafo elétrico, na energia elétrica, na luz elétrica, no telefone, na telegrafia sem fio, na telefonia e em muitos outros aparelhos da descoberta moderna no mundo prático. Mas, nos planos superiores, essas forças ocultas aparecem em possibilidades maravilhosas como na Clarividência, Clariaudiência, telepatia e forças espirituais afins. Conhecer e ser capaz de trabalhar com essas forças é tornar-se um colaborador da Deidade, usando possibilidades e poderes amplamente divinos.

Além disso, essas forças ocultas têm um lado sombrio e um lado positivo, trabalhando para a destruição e para a construção; elas se manifestam tanto na força satânica quanto na Divina. O raio não apenas opera ou pode controlar a maquinaria do Mundo, mas, na ignorância sobre o seu poder destrutivo ou sobre os seus modos de operação, alguém pode ser vítima de sua corrente mortal e o mesmo é válido para todas essas forças. A magia branca, ao elevar a Humanidade, eleva o mago; a outro, ao afligir sua vítima, aflige a si mesmo, criando material mortal para agoniar tanto esta vida quanto as futuras; é importante, assim, conhecer o uso de uma e se proteger da outra.

Encarnações Divinas

Tudo o que foi dito sobre a criação do Mundo e expressa o assunto em seus termos mais gerais também pode ser dito sobre a Involução e Evolução dos germes que ocorreram na humanidade, pois os dois foram concebidos, gerados e nascidos juntos.

É verdade que nossa Bíblia se refere ao ser humano, criado à semelhança e imagem de Deus, como a “obra-prima” da Deidade e o produto do sexto dia da criação, mas essa referência destina-se ao ser humano não como é hoje, muito menos como tem sido, mas como ele será em seu pleno desenvolvimento.

Como os Mundos, a vida microcósmica primeiro desceu por Involução ao plano de cristalização e depois ascendeu por Evolução, através dos planos do vegetal, do animal e do humano bruto, até o plano que agora ocupa, que, em seu estado normal, é ainda um humano puro, mas está avançando do humano para o divino. O Espírito dentro dos Corpos já esteve envolto em mineral, quando, como no caso da terra, a consciência estava em estado de transe profundo. Em seguida, avançou para o plano de vegetal, onde possuía um Corpo Vital e a consciência estava no estado de sono sem sonhos.

Ele então ascendeu ao estado animal, abrangendo toda aquela vida orgânica possuída por um Corpo de Desejos, em que a consciência foi despertada, mas não era autoconsciência, pois o Espírito ainda não estava individualizado, mas era governado de fora, de maneira parecida como os Espíritos-Grupo fazem hoje com a Onda de Vida animal. Finalmente, o espírito residente foi revestido de corpos humanos de carne e sangue, que são apenas transmutações da essência da vida mineral, vegetal e animal.

Dias de Criação

No desenvolvimento da vida orgânica e do ser espiritual são necessários sete vastos Períodos, como afirmado anteriormente, geralmente chamados de dias criadores, abrangendo em sua totalidade todo o Ciclo Criador. Cada um desses Dias é seguido por uma Noite de duração proporcional durante a qual as experiências do Dia anterior são revisadas e sua essência é reunida ao enriquecimento da alma.

Esses dias criadores recebem o nome dos Astros do nosso sistema solar na ordem do processo criador. A segunda metade do último dia criador, de acordo com o relato bíblico, é o sábado, cujo nome vem do Planeta Saturno; mas, de acordo com os místicos esse é o primeiro Dia, pois introduz o Tempo. O segundo Dia, o domingo, recebe o nome do Sol; o terceiro Dia, ou segunda-feira, o da Lua; o quarto Dia, ou a primeira metade do Dia terrestre, o de Marte; a segunda metade recebe o nome de Mercúrio; o quinto Dia, o de Júpiter, chamado pelos nórdicos de Thor, refere-se à quinta-feira; o sexto Dia, ou sexta-feira, tem o nome de Vênus; e o último Dia, que é a primeira metade do sábado, o de Vulcano, o deus do submundo.

Esses Astros específicos regem os vários dias da semana correspondentes. Embora os dias da semana recebam o nome dos Astros, os Períodos criadores mencionados não têm referência a eles, exceto no sentido mais amplo; mas, todos se referem à Terra, como o Período de Saturno da Terra, o Período Solar da Terra e assim por diante. O trabalho geral a ser realizado é indicado pelo Astro nomeado, pois o trabalho de Saturno deve ser realizado durante o Período de Saturno na Terra; o trabalho do Sol durante o Período Solar da Terra, etc.

Cada um dos Dias criadores é subdividido em sete períodos menores chamados de Revoluções e correspondem ao trabalho que deve ser feito durante todo o Dia criador, sendo o trabalho a ser feito durante a Revolução correspondente. Assim, como o trabalho de Saturno é realizado durante o longo Período de Saturno, um trabalho similar deve ser feito na Terra durante o subperíodo de Saturno do longo Dia terrestre e assim por diante.

Ao mostrar o trabalho a ser feito, então, durante o longo Dia de Saturno, que é um trabalho geral, mostramos de maneira específica o trabalho especial a ser realizado durante cada Revolução.

O que é indicado aqui sobre o Período de Saturno e as sete Revoluções de Saturno é verdadeiro para cada um dos outros Períodos e Subperíodos, como por exemplo o Período Solar, ou segundo Dia criador, está ligado de maneira geral ao trabalho do Sol, enquanto a primeira ronda do Sol tem relação com o trabalho específico do Sol e a da Lua, com o trabalho específico da Lua durante o segundo Dia criador…

Durante os sete longos Dias criadores e os quarenta e nove Revolução criadores, todo o trabalho de construção do Mundo e construção do ser humano — nos detalhes mais minuciosos, começando dos Espíritos Virginais que são inexperientes e não estão desenvolvidos, descendo e subindo, primeiro ao plano mineral e então, de volta, ao plano dos Espíritos Virginais, mas agora totalmente desenvolvidos e totalmente conscientes como Deidades criadoras — será completo.

Os literalistas de hoje têm muito a dizer e escrever sobre o “Plano das Eras de Deus”, mas o período abrangido e a obra a ser realizada, segundo eles, são tão insignificantes que parecem apenas uma gota em um balde, em comparação com o verdadeiro plano de Deus, apenas um instante de tempo dentro de uma época inteira, quando comparado à duração de um Ciclo criador. É tão vasto que está além da nossa capacidade de compreensão.

O Primeiro Dia da Criação

Esse, conforme explicado acima, é o Dia de Saturno, ou a segunda metade desse Dia. Entre os antigos hebreus, o sábado é uniformemente ensinado como sendo o sétimo ou último Dia criador, o Dia em que Deus terminou todas as Suas obras e entrou em descanso, o longo período de descanso do povo de Deus quando, eles completaram sua longa jornada através da matéria. Mas, como mostrado em artigo anterior, essa Noite deve preceder o Dia e a morte deve introduzir a vida; como Saturno é o deus da noite e da morte, ele deve ser o introdutor do primeiro Dia.

Assim, ele é representado na mitologia grega como o “Velho Pai-Tempo”, o deus que introduziu o tempo, o plano do limitado dentro do ilimitado, de modo que podemos ver prontamente que ele representa o Primeiro Dia Criador. Ele geralmente é representado como um homem velho, cheio de anos e maduro para se reunir com o grande depósito da eternidade.

Ele está sentado ao lado de uma mesa sobre a qual se vê uma ampulheta cujo objetivo é medir o tempo. Sobre o seu ombro está uma foice, indicando que o tempo ceifa todas as coisas para a eternidade. Nisso ele representa sinteticamente, como de fato ele controla, todo o tempo e, portanto, é o “Deus deste Mundo”. Sendo o deus do tempo, é sua missão construir e destruir todas as formas com o propósito de reconstruí-las em um plano superior da grande espiral. Esse trabalho reconstrutivo, no sentido mais geral, é o trabalho de construção de seres humanos e Mundos, como vimos acima, trabalho trazido de um Ciclo criador anterior.

De acordo com o relato bíblico, o trabalho geral feito durante o Período de Saturno foi um mero trabalho de concepção, um processo de reflexão introdutório à produção de luz. De acordo com a tradução do rei James, no início dos tempos “a terra estava vazia e vaga[1]. Em certo sentido, isso era verdade, pois não havia formas ou organismos de natureza concreta como os que conhecemos; e ainda havia uma forma bem definida, uma vasta massa nebulosa que estava situada dentro do “grande abismo” do espaço. Antes que a criação realmente começasse, o espaço estava preenchido com a substância que compunha essa vasta nebulosa, mas em uma condição sem forma. Sendo sem forma, essa substância era fria e elétrica, um zero absoluto, de fato.

Mas, com o início da forma, o estado magnético da eletricidade foi introduzido e, assim, o calor permeou a forma. O Espírito, que é elétrico, é informe e imutável, portanto, eterno e sempre existente; mas, assim que assume a forma, por mais etérea que ela possa ser, Ele é trazido para dentro do alcance do Tempo, perde Sua espiritualidade essencial e é transmutado da condição de frio intenso à de calor incandescente. Antes do processo criador “as trevas cobriam o abismo[2]; isso porque sem forma o espaço fica cheio de escuridão, pois fica em estado negativo.

A escuridão não é uma entidade como a luz, mas é a ausência de luz e na ausência de forma não pode haver luz. A luz é radiante ou refletida, seja a luz do Sol ou da Lua, mas em ambos os casos deve haver forma. Mas, com a gestação da nebulosa, a luz começou — luz e calor implicam-se mutuamente. Assim, no primeiro passo do processo gestativo, a forma bruta e a luz passaram a existir juntas. “Deus disse: “Haja luz” e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas[3].

Deus chamou à luz “dia” e às trevas “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia[4]. A escuridão pertence ao estado indiferenciado; a luz pertence à criação; é, portanto, uma medida do tempo assim como medimos por dias e noites. O primeiro Dia criador, então, foi a introdução do tempo, a transição da escuridão, da morte e frieza de Saturno para a luz cósmica que é vida e calor.

E, no entanto, a escuridão no estado indiferenciado é luz indiferenciada, pois o estado indiferenciado é o estado do indizível; é o estado do Espírito em Sua absoluta pureza. É escuridão apenas para o nosso sentido limitado da visão que, por causa de sua limitação, é incapaz de perceber a luz no plano do Espírito; “O homem psíquico não aceita o que vem do Espírito de Deus. É loucura para ele; não pode compreender, pois isso deve ser julgado espiritualmente.[5], assim diz o inspirado S. Paulo.


[1] N.T.: Gn 1:2

[2] N.T.: Gn 1:2

[3] N.T.: Gn 1:3-4

[4] N.T.: Gn 1:5

[5] N.T. 1Cor 2:14

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia ao Longo do nosso Tempo aqui – Parte 5: A Astrologia dos Séculos V a I a.C.

O famoso Hipócrates (460-377 a.C.) especifica a ação dos Astros em relação às doenças e enfermidades e fundamenta sua doutrina dos dias críticos com base nas fases da Lua.

Ele escreve: “O melhor médico é aquele que sabe prever”.

Ainda hoje devemos aplicar mais e mais esse preceito…

Destaquemos um fato importante datado desse período: encontramos, na Mesopotâmia, em uma tabuleta datada de 419 a.C. um Zodíaco com 12 Signos de 30° cada.

No entanto, vimos que as constelações do Zodíaco não fazem exatamente 30° e a diferença é grande demais para que os astrólogos caldeus não a tenham notado.

É claro, portanto, que eles não confundiam os Signos e as constelações, embora a diferença entre os dois Zodíacos fosse menos importante do que hoje.

Voltaremos a esse assunto mais adiante.

Em 333 a.C., Alexandre, o Grande, rei da Macedônia, que nasceu em 356 a.C., toma o Egito onde funda a cidade de Alexandria. Em seguida, cruzando o Tigre e o Eufrates, ele derrotou os persas em Arbeles em 331 a.C. e se estabeleceu na Babilônia (onde morreu em 323 a.C.).

Alexandre foi aluno de Aristóteles (384-322 a,C.) que afirmou: “Este mundo está necessariamente ligado aos movimentos do mundo superior. Todo o poder em nosso mundo é governado por esses movimentos.

Além disso, quando Alexandre descobriu as riquezas da civilização babilônica e, em particular, o grau de avanço da Astrologia, ele enviou um astrólogo babilônico, chamado Berossus, à Grécia para ensinar lá.

Berossus fundou uma escola de Astrologia em Cos, na ilha de Ala.

Plínio relata que os atenienses o recompensaram por suas realizações erguendo uma estátua dele cuja língua era de ouro. Um provérbio diz: “A fala é de prata, mas o silêncio é de ouro”. No caso de Berossus, os gregos consideravam sua “palavra de ouro”…

Ao mesmo tempo, no Egito, chegou um governador macedônio, chamado Ptolemais (360-283 a.C.) que se tornou rei sob o nome de Ptolomeu Soter I. Seus descendentes (11 outras gerações) terão todos o mesmo nome que deu a esse período o nome de Egito ptolomaico.

Esse período durou até a conquista do Egito em 27 a.C., pelo imperador romano Augusto, sobrinho-neto de Júlio César.

Foi Ptolomeu I quem criou a famosa Biblioteca de Alexandria, que tinha dezenas de milhares de livros, alguns dos quais continham conhecimentos muito valiosos. Foi destruída em 47 a.C. pelo incêndio que Júlio César iniciou para evitar que sua frota, abandonada no grande porto, fosse tomada pelos egípcios.

Mas, vamos voltar ao século IV a.C., quando uma hipótese prodigiosa foi apresentada por um sucessor de Aristóteles e Platão na Escola de Atenas, Héraclide du Pont (388-315 a.C.). Para explicar os movimentos dos Planetas, ele afirma que a Terra é uma esfera que gira em torno de seu eixo e que Mercúrio e Vênus giram em torno do Sol.

Essa hipótese é retomada na Escola de Alexandria, por Aristarco de Samos (310-230 a.C.), que adota o ponto de vista heliocêntrico também para os outros Planetas, incluindo a Terra. Estamos longe da Terra fixa e plana da Idade Média

Mas, como a humanidade provavelmente ainda não estava pronta, esse ponto de vista será rejeitado pelos estudiosos da época e será necessário esperar 17 séculos antes de ser aceito novamente (Copérnico).

Íamos então lançar as bases para uma primitiva Astrologia, ainda com a antiga mecânica celeste, como veremos adiante.

Voltemos ao Egito, durante o período ptolomaico, para constatar que o teto de uma das salas do famoso templo de Dendera, situado a 50 km a noroeste de Luxor, cujas origens remontam ao Império Antigo (2800 a.C.), foi decorado com representações Astronômicas e em particular por um Zodíaco.

Max Heindel nos fala sobre isso: “No famoso Zodíaco do Templo de Denderah[1], Câncer não está representado como agora, nos dias modernos. Lá, ele é um besouro, um escaravelho. Esse era o emblema da alma, e Câncer sempre foi conhecido, tanto nos tempos antigos quanto entre os místicos modernos, como sendo a esfera da alma, o portal da vida no Zodíaco, por onde os espíritos renascentes entravam em nossas condições sublunares. Ele é, portanto, regido apropriadamente pela Lua, o luminar da fecundação.” (Livro A Mensagem das Estrelas – Max Heindel e Augusta Foss Heindel – Fraternidade Rosacruz).

Dissemos que, segundo os documentos de que dispomos, parece que os babilônios não praticaram a Astrologia individual até três séculos depois dos egípcios.

Vamos agora dar um exemplo de horóscopos de nascimento, encontrados em tabuletas de argila babilônicas, datadas de 235 a.C.:

“A posição de Júpiter significa que sua vida será regular e tranquila, você ficará rico, envelhecerá, viverá até uma idade avançada. Vênus estava a 4° de Touro; a posição de Vênus significa que onde quer que você vá, as coisas vão acabar bem para você; terá filhos e filhas. A posição do Sol e Mercúrio significa que será corajoso”.

Podemos notar a clara evolução da interpretação Astrológica em comparação com os presságios feitos 400 anos antes…

Por volta do século II a.C., os babilônios atribuem cada um dos 7 dias da semana a um Planeta, cujos nomes latinos davam os nomes dos dias da nossa semana: segunda-feira – Lua, terça-feira – Marte, quarta-feira – Mercúrio, quinta-feira – Júpiter, Sexta-feira – Vênus, sábado – Saturno. Quanto à palavra “domingo”, vem de “dominica dies” = “dia de Deus”, mas corresponde a “dia do Sol” em inglês, alemão, holandês, dinamarquês etc.

Deve-se notar que alguns nomes para os dias da semana nos países anglo-saxões e escandinavos têm sua origem nos deuses nórdicos e que a mitologia associada se aproxima da mitologia do sul em alguns desses aspectos.

Por exemplo:

• Quarta-feira = o deus Wotan = quarta-feira – cujo cavalo de 8 patas Sleipnir simboliza a velocidade do movimento = Mercúrio

• Quinta-feira = Donnerstag = quinta-feira – o Deus Thor = Donner (trovão) = Júpiter

• Sexta-feira = Freitag = sexta-feira – a deusa da juventude e do amor é Freya = Vênus.

Por outro lado, não parece que saibamos se esses deuses estavam associados aos Planetas correspondentes.

De fato, a escrita nos países nórdicos remonta apenas ao século II d.C. e, como nos países celtas, foi proibida como meio de transmissão de conhecimento; apenas a fala sendo considerada suficientemente viva para isso.

Mas, voltemos à Grécia, no século II a.C. onde uma descoberta fundamental seria feita. O astrônomo Hiparco (190-120 a.C.) que, segundo Plínio, acreditava firmemente “no parentesco das estrelas com o ser humano e que nossas almas fazem parte do céu”, procede a comparações de dados ao longo de 150 anos e constata que o ponto do Equinócio, hoje de março, rebaixou 2° em relação às constelações: é a descoberta da Precessão dos Equinócios.

A partir dessa descoberta da Precessão dos Equinócios, o Zodíaco sideral formado pelas constelações não será mais utilizado pela maioria dos astrólogos, exceto para a consideração das Eras zodiacais, se é que antes o era.

Vimos, de fato, que um Zodíaco de 12 Signos de 30° já era usado no século V a.C. e, talvez, até muito antes. Afinal, talvez Hiparco só tenha feito uma redescoberta, como Copérnico mais tarde com o sistema heliocêntrico?

É bem possível que os babilônios, entre o início do segundo milênio e meados do primeiro milênio a.C., perceberam esse fenômeno, pois houve nesse período um deslocamento da ordem de 20° do ponto do Equinócio, hoje de março, com a passagem da Era de Touro para a Era de Áries, por volta de 1660 a.C.

Chegamos ao primeiro século a. C. Naquela época, os astrólogos tinham tabelas que permitiam saber as posições dos Planetas.

Sob a influência da escola pitagórica que incluía, recordemos, os Iniciados, passa-se a considerar os Aspectos de Sextil, Quadratura, Trígono e Oposição entre os Planetas, enquanto antes apenas a Conjunção intervinha na interpretação de um tema.

Já não consideramos apenas o nascer e o pôr dos Planetas (eixo Ascendente-Descendente), mas também as culminâncias superiores e inferiores (eixo Meio do Céu – Fundo do Céu).

Esses dois eixos raramente são perpendiculares (Isso só acontece quando o ponto do Equinócio, hoje de março, coincide com o Ascendente ou Descendente – horário sideral: 6h ou 18h).

Obtemos, assim, quatro setores, dois a dois opostos. Cada um deles é dividido em três partes iguais, ou seja, doze setores chamados de doze “lugares” ou Casas que fornecem informações sobre a experiência do sujeito cujo tema está sendo criado, nas diferentes áreas de sua vida.

Seus nomes latinos são:

• Horoscopus ou Vita (local de nascimento – Casa I)

• Porta Inferna (portão inferior – Casa II)

• Frates (fraternidade – Casa III), Genitor (parentes – Casa IV)

• Bona Fortuna (boa sorte – Casa V), Valetudo (servidão – Casa VI)

• Uxor (Casamento – Casa VII), Porta Superna (portão superior – Casa VIII)

• Pietas (piedade – Casa IX), Medium Coeli (meio do céu – Casa X)

• Agathos Daïmon (gênio – Casa XI), Carcer (prisão – Casa XII).

Na Antiguidade, também se usava outro sistema de Casas mais simples: todas as Casas têm 30° e o Ascendente é colocado no centro da Casa I e não na ponta. Veremos mais adiante que outros sistemas de Casas foram desenvolvidos ao longo da história.

(de: Introduction: L’Astrologie Selon Les Enseignements Rosicruciens : L’Astrologie Rosicrucien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix – Traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: ou Dendera, foi um antigo templo na pequena cidade de Dendera no Egito.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mente no Tema Natal ou no Horóscopo Natal

Quando vamos ponderar as qualidades mentais de uma pessoa, em um tema astrológico, a primeira coisa que devemos considerar é a posição de Mercúrio. Primeiramente, notemos em que Signo está ele colocado, depois a Casa e, finalmente, os Aspectos que mantém com os outros Astros.

Para não nos estendermos demasiadamente nesta explanação, remeteremos o caro leitor ao livro “Mensagem das Estrelas” para estudar e compreender os efeitos produzidos pelo Astro da razão, nos diferentes Signos do Zodíaco.

Lá encontrará, também, as qualidades básicas de Mercúrio nos doze Signos. Tais qualidades devem ser estudadas cuidadosamente pois do proveito desse estudo dependem os fundamentos em que basearemos depois nossas conclusões. O outro Astro a considerar, no estudo da razão ou mentalidade, é a Lua. Se há um bom Aspecto entre a Lua e Mercúrio, especialmente se esses dois Astros estão colocados nos ângulos do tema e em Signos que podem expressar suas melhores qualidades, podemos confiar que o paciente cooperará com o médico em sua cura.

Todavia, Mercúrio em Conjunção com Saturno proporciona a uma pessoa uma mentalidade obstinada, teimosa, lenta e propensa à melancolia. Mas, Mercúrio em Trígono ou Sextil com Saturno, proporciona a ela uma memória retentiva, uma Mente bem equilibrada possibilitando o desenvolvimento de boas qualidades de razoamento. Marte e Urano em Conjunção com Mercúrio, proporciona ao paciente uma mentalidade impressionável, sensitiva e emocional; também lhe proporciona tendências a ser um lunático, com pouco controle sobre a Mente. Mas, Marte e Urano em Sextil ou Trígono com Mercúrio, fornecerá a ela uma tendência à sensibilidade e à acuidade mental. Mercúrio ou a Lua em Aspecto adverso (Quadratura ou Oposição) à Netuno, proporciona a ela uma Mente inclinada às condições antinaturais e doentias; propenderá às manias e ao fanatismo na prática da Religião, da mediunidade, das bebidas alcoólicas e das drogas. Observe-se a Casa e o Signo em que estão colocados esses Astros, para conhecer o modo como tendem a se manifestar.

Sendo Netuno a oitava superior de Mercúrio, tem ele influência sobre a Mente superior. Netuno em Aspecto adverso com Urano ou com a Lua proporciona tendências para indesejáveis experiências de psiquismo. Afligido por Marte, especialmente em Conjunção com esse ígneo Planeta, o nativo se vê tentado a empregar amiúde o hipnotismo ou a magia negra sobre os demais, expondo-se, por si mesmo, a ser vítima dos que, faltos de quaisquer escrúpulos, usam essas horrendas práticas sobre os outros.

Quando as aflições mentais se verificam na oitava ou décima segunda Casa têm uma influência mais sutil do que em qualquer outra posição. As aflições ou Aspectos adversos ocorrentes na oitava Casa podem resultar à Mente tendências suicidas.

Desejamos imprimir firmemente na memória do leitor que nunca e por nenhuma razão baseie seu diagnóstico somente em um ou dois Aspectos, senão que deve julgar o horóscopo como um todo. Para ilustrar o perigo em que pode se incorrer pelo exame superficial, tomemos o tema de um homem com Mercúrio em Capricórnio e na sexta Casa, formando um só Aspecto, que era uma débil Quadratura com Netuno. Julgando o horóscopo à ligeira se poderia dizer que o nativo tem a tendência a ter uma mentalidade obtusa. No entanto, quando criança foi o primeiro aluno de sua classe. Em matemática e ortografia era verdadeiramente notável. Já homem, ocupou postos relevantes em suas posições e profissão, sendo depois um diretor de uma empresa que exigia muita habilidade executiva e aguda mentalidade. Para esclarecer isso passemos ao que indicavam os outros Astros de seu tema: tinha sete Astros em Signos de Ar, cinco Astros em Signos mentais, a Lua e Netuno com Aspectos benéficos entre si e nos ângulos, o Sol e a Lua em Signos Fixos. Ao resumir o horóscopo pode-se ver claramente por que tal pessoa alcançou tão elevada posição num trabalho mental, apesar de um débil Mercúrio.

Assim, pois, cremos necessário que o leitor tenha sempre em mira, sem esquecer jamais, o conjunto do tema astrológico – o horóscopo –, empregando bem o raciocínio antes de emitir juízo sobre um horóscopo, quer se trate de qualidades mentais, quer de morais, espirituais ou físicas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Astrologia Científica e Simplificada – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

Max Heindel, considerado por alguns o maior espiritualista ocidental do século XX, oferece um método simples e prático de levantar horóscopo utilizando a Astrologia Rosacruz, que traz a arte e o ofício para o domínio de qualquer pessoa que saiba fazer matemática básica. Você vai aprender a interpretar as Casas do Zodíaco, a lidar com fusos horários, a entender os Signos Ascendentes, a calcular as posições dos Astros, etc.

Há 2 meios de você acessar esse Livro:

1.Em formato PDF (para download):

Astrologia Científica e Simplificada – Introdução – O Valor Prático da Astrologia 

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo I – Os Planetas – Os Sete Espíritos diante do Trono – Parte 1 

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo I – Os Planetas – Os Sete Espíritos diante do Trono – Parte 2 

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo II – O Tempo e o Lugar como Fatores no Cálculo do Horóscopo – Parte 1 

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo II – O Tempo e o Lugar como Fatores no Cálculo do Horóscopo – Parte 2 

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo III – Os Signos e as Casas – Parte 1

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo III – Os Signos e as Casas – Parte 2

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 1

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 2

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo IV – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 3

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 1

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 2

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 3

Astrologia Científica e Simplificada – Capítulo V – O Signo Ascendente e as Doze Casas – Parte 4

2.Para ler no próprio site:

************************************************************************

Para ler e estudar no próprio site:

INTRODUÇÃO – O VALOR PRÁTICO DA ASTROLOGIA

Há um lado da Lua que nunca vemos; contudo, essa metade oculta é um fator tão poderoso em causar o fluxo e refluxo das marés da Terra, tanto quanto o é a parte visível da Lua. De maneira análoga, há uma parte invisível do ser humano que exerce uma poderosa influência na vida, e como as marés são medidas pelo movimento do Sol e da Lua, assim também, as possibilidades da existência são medidas pelos Astros que circulam, podendo, portanto, serem chamados de “Relógio do Destino”, e a importância desse conhecimento é de um poder imenso, pois para o astrólogo competente o horóscopo revela todos os segredos da vida.

Por conseguinte, quando você entrega a um astrólogo a data do seu nascimento, você deu a ele a chave do mais íntimo da sua alma, e não há segredo que ele não possa desvendar, pesquisando cuidadosamente. Esse conhecimento pode ser usado tanto para o bem como para o mal, tanto para ajudar como para prejudicar, de acordo com a natureza do astrólogo. Somente a um amigo considerado bom, fiel e experimentado deve ser confiado essa chave da sua alma, e nunca deve ser entregue a alguém que tenha condições suficientes para prostituir uma ciência espiritual por meio de ganhos materiais.

Para um ou uma profissional de saúde, a Astrologia Rosacruz é de valor inestimável no diagnóstico de doenças ou enfermidades e na prescrição de remédios, pois, ela revela a causa oculta de todos os distúrbios do corpo ou de todas as doenças e enfermidades. Essa fase da ciência é abordada no livro “A Mensagem das Estrelas”, que fornece muitos horóscopos para demonstrar como as indicações de várias doenças e enfermidades aparecem na escrita astral. O autor diagnostica, infalivelmente, por esse método, os distúrbios do corpo, as doenças e enfermidades dos pacientes de várias partes do mundo e o amor também iluminará o caminho para todos aqueles que almejam seguir os passos de Cristo como curadores dos enfermos e dos doentes.

Se você é um pai, uma mãe ou um responsável por uma criança, o horóscopo irá lhe ajudar a identificar o mal latente na criança e lhe ensinar a aplicar as medidas preventivas. Também lhe mostrará os aspectos bons, para que você possa ajudar essa criança, que foi confiada aos seus cuidados, a ser uma pessoa melhor. Revelará as fraquezas do organismo dela e habilitará você a preservar a saúde da criança; mostrará que talentos ela possui e como a vida pode ser vivida em sua plenitude. Portanto, a mensagem dos Astros em movimento é de máxima importância e, pelo que temos demonstrado sobre o grande perigo de se fornecer os dados de nascimento a qualquer pessoa, só nos resta uma saída: cada um de nós estudar pessoalmente essa ciência.

Esse livro e o método simplificado que ele contém para levantar um horóscopo, de maneira completamente científica, é publicado para possibilitar que qualquer pessoa que saiba somar e subtrair possa fazer todos os cálculos e atividades sozinha, em vez de confiá-los a outra pessoa. Desse modo, a pessoa obterá um conhecimento mais profundo das causas que atuam em sua vida, ao invés de confiar naquilo que qualquer astrólogo profissional desconhecido possa lhe oferecer.

CAPÍTULO I

OS PLANETAS:  OS SETE ESPÍRITOS DIANTE DO TRONO

A Teoria Nebular explica com uma maravilhosa engenhosidade, do ponto de vista material, de como um Sistema Solar constituído do Sol e dos Astros pode ser formado a partir de uma névoa ígnea central, desde que essa névoa ígnea seja posta em movimento. Para alguém que não conhece sobre a névoa ígnea, pode julgá-la desnecessária como início de tudo, no entanto, como demonstrado por Herbert Spencer, que rejeitou a teoria nebular porque implica um Argumento da causa primeira[1], porém, não foi capaz de enunciar uma hipótese além dessa que é uma imperfeição questionável que reduz ou dificulta o convencimento, segundo ele. Assim, a teoria científica da origem de um Sistema Solar coincide com o ensino religioso de um Argumento da causa primeira, chame-a de Deus ou de qualquer outro nome, que é a inteligência superior que ordena o caminho das esferas em movimento, visando um fim e um objetivo definido. Talvez, nós não sejamos ainda capazes de perceber totalmente esse fim, mas em nosso planeta e a nossa volta, se observarmos não podemos deixar de notar que um desenvolvimento ordenado de todas as coisas rumo à perfeição, e pode se inferir que um processo semelhante de evolução deve estar em andamento em todos os demais Planetas, naturalmente variando em consonância com as diversas condições existentes em cada um deles.

O ensinamento místico sobre a formação de um Sistema Solar está de acordo com a Teoria Nebular que afirma que os anéis foram lançados da massa central do Sol formando, em sucessão, os vários Planetas, sendo que os mais distantes do Sol foram os primeiros a serem formados, enquanto Vênus e Mercúrio, os mais próximos do Sol, foram formados por último.

Por trás de cada ato existe um pensamento, e por trás de cada fenômeno visível há uma causa invisível. Portanto, na formação dos Planetas em um Sistema Solar, há uma razão espiritual para formação deles, bem como uma explicação material.

Podemos considerar a névoa ígnea central como a primeira manifestação visível do Deus Trino, o Senhor dos Exércitos[2], em Quem contém dentro de Seu Ser uma multidão de outros seres em diferentes estágios de desenvolvimento. As diversas necessidades desses seres exigem diferentes ambientes externos. Com a finalidade de proporcionar as condições apropriadas, vários Planetas foram lançados da massa central, sendo cada um diferentemente constituído e cada um tendo uma condição climática diferente dos demais. Contudo, eles estão todos no Reino de Deus, o Sistema Solar. “N’Ele vivem, se movem e têm o seu ser” no sentido mais literal, pois todo o Sistema Solar pode ser considerado como o corpo de Deus e os Planetas como os órgãos naquele corpo, animados por Sua Vida, movendo-se em Sua Força e de acordo com Sua Vontade.

Cada Planeta visível é a incorporação de uma grande e exaltada inteligência espiritual; essa é o ministro de Deus naquele departamento de Seu Reino, se esforçando para cumprir a Sua Vontade, focando no bem supremo[3], apesar do mal temporário.

Esses Espíritos Planetários exercem uma influência particular sobre os seres que evoluem no Planeta, que é a incorporação d’Eles, mas também exercem uma influência sobre os seres em evolução em outros Planetas, de acordo com o desenvolvimento alcançado por tais seres. Quanto mais baixo um ser se encontra na escala evolutiva, mais poderosos são os efeitos das influências planetárias; e quanto mais elevado, mais sábio e mais individualizado for um ser, mais capacitado estará em moldar o seu próprio curso e estará menos sujeitos às vibrações astrais. É por isso que a Astrologia Rosacruz nos ajuda, quando aplicada diariamente a nossa vida. Ela nos fornece um conhecimento das nossas fraquezas e as tendências para o mal em nossa natureza; ela nos mostra forças nossas qualidades ou nosso estado de ser forte, seja na capacidade de esforço ou na resistência e os momentos na nossa vida aqui mais propícios para o desenvolvimento de maior potência para o bem. Em todas as Religiões ouvimos falar dos Sete Gênios Planetários: o Hindu fala de Sete Rishi, a Persia de Sete Ameshapentas, o Maometano de Sete Arcanjos e a nossa Religião Cristã tem os seus Sete Espíritos diante do Trono.


[1] N.T.: O Argumento da causa primeira ou Argumento cosmológico é um raciocínio filosófico que visa buscar uma causa primeira (ou uma causa sem causa) para o Universo. Por extensão, esse argumento é frequentemente utilizado para a existência de um ser incondicionado e supremo, identificado como Deus.

A premissa básica é que, já que há um universo em vez de nenhum, ele deve ter sido causado por algo ou alguém além dele mesmo. E essa primeira causa deve ser Deus. Esse raciocínio baseia-se na lei da causalidade, que diz que toda coisa finita ou contingente é causada agora por algo além de si mesma.

Esse argumento é tradicionalmente conhecido como argumento a partir da causalidade universal, argumento da causa primeira, argumento causal ou o argumento da existência. Qualquer que seja o termo empregado, há três variantes básicas do argumento cosmológico, cada uma com distinções sutis, mas importantes: os argumentos da causa (causalidade), da essência (essencialidade), do devir (tornando-se), além do argumento da contingência. Esse raciocínio tem sido utilizado por vários teólogos e filósofos ao longo dos séculos, desde a Grécia Antiga com Platão e Aristóteles, passando pela Idade Média com São Tomás de Aquino.

[2] N.T.: Designação de Deus no Antigo Testamento (por exemplo em ISm 1:3)

[3] N.T.: o único bem que é desejável por si mesmo (como um fim em si mesmo) e não por causa de outra coisa (como um meio para algum outro fim).

O astrônomo moderno separa o aspecto espiritual da ciência celestial, a Astrologia, que ele expressa o seu desprezo como “uma superstição notória”, da fase material, a Astronomia, considerando oito Planetas iniciais[1] em nosso Sistema Solar – Netuno, Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus, Mercúrio. Ele demostra, por meio do telescópio, que os Planetas existem e com isso ele pensa que conseguiu provar que a Religião nada sabe a esse respeito quando afirma que existem sete Planetas no Sistema Solar. No entanto, o Místico ressalta a Lei de Bode[2] como que justificando a sua afirmação de que Netuno não pertence realmente ao nosso Sistema Solar[3].

A Lei é a seguinte: se escrevermos uma série de 4 e somamos 3 ao segundo, 6 ao terceiro, 12 ao quarto, etc., toda vez sempre dobrando o número adicionado, a série de números resultante será uma aproximação bem próxima às distâncias relativas dos Planetas ao Sol, com exceção de Netuno[4]. Assim, segue a ilustração:

MERCÚRIOVÊNUSTERRAMARTEASTERÓIDESJÚPITERSATURNOURANONETUNO
444444444
3612244896192384
4710162852100196388

Se dividirmos essa série por 10 (dez) obtemos “1” para a distância da Terra ao Sol e, os outros números representam as distâncias dos outros Planetas em termos da distância da Terra. A proximidade com que essa lei simples estabelece a distância é mostrada da seguinte forma: sendo a coluna intitulada “Bode”, mostra as distâncias de acordo com essa Lei, enquanto a coluna intitulada “Distância” fornece os valores exatos em termos de distâncias da Terra.

BodeDistância BodeDistância
Mercúrio0,40,4Júpiter5,25,2
Vênus0,70,7Saturno10,09,5
Terra1,01,0Urano19,619,2
Marte1,61,5Netuno38,830,0
Asteroides2,82,6Plutão40,077,2

Assim, podemos ver que, com exceção dos valores encontrados para o caso de Netuno[5], os números representam, muito próximos, as distâncias proporcionais relativas do Sol, dos sete Planetas e até da camada de asteroides[6] que estão dentro de nosso Sistema Solar, mas falham definidamente quando aplicados a Netuno[7], sendo esse a externalização de um Grande Espírito das Hierarquias Criadoras que normalmente nos influenciam a partir do Zodíaco. Esse gênio planetário trabalha, especificamente, com aqueles que estão se preparando para a Iniciação[8] e, parcialmente, com aqueles que estudam Astrologia e a praticam em suas vidas diariamente, pois estes também estão se preparando para o caminho da realização espiritual. As cintilações das estrelas fixas que estão fora do nosso Sistema Solar são as pulsações dos impulsos espirituais enviados pelos guardiões dos Mistérios Maiores[9]; e os Mercurianos, os Deuses da Sabedoria, enviam impulsos similares referentes aos Mistérios Menores[10], razão pela qual, Mercúrio cintila como uma estrela fixa.

Os Planetas orbitam em torno do Sol[11] em variadas taxas de velocidades, os Planetas menores, que são os mais próximos do Sol, movem-se muito mais rapidamente do que os maiores que, além disso, descrevem círculos mais amplos.

Mercúrio faz um período orbital[12] em torno do Sol em88 dias
Vênus faz um período orbital em torno do Sol em224,5 dias
Terra faz um período orbital em torno do Sol em365,25 dias
Marte faz um período orbital em torno do Sol em1 ano/322 dias
Júpiter faz um período orbital em torno do Sol em12 anos
Saturno faz um período orbital em torno do Sol em29,5 anos
Urano faz um período orbital em torno do Sol em84 anos
Netuno faz um período orbital em torno do Sol em165 anos
Plutão faz um período orbital em torno do Sol em248 anos

A velocidade horária dos Planetas em suas órbitas é a seguinte:

quilômetros por hora
Mercúrio172.000
Vênus124.000
Terra105.000
Marte85.000
Júpiter47.000
Saturno34.000
Urano24.000
Netuno19.000
Plutão17.000

Além de girarem em suas órbitas ao redor do Sol, os Planetas também giram sobre seus eixos na mesma direção em que giram em suas órbitas; isto é, de Oeste para Leste. Esse movimento é chamado de rotação diurna[13].

O tempo estimado pela rotação diurna dos Planetas é o seguinte:

Horas
Mercúrio24,25
Vênus23,5
Terra24,0
Marte24,5
Júpiter10,0
Saturno10,5
Urano11,0*[14]
Netuno16,0*[15]

O Sol também gira em torno de um eixo, mas requer cerca de 608 horas ou 25 dias e 1/3 do dia para completar uma rotação.

O eixo de um Planeta pode ser perpendicular ou oblíquo à sua órbita. As atuais inclinações aproximadas dos eixos são as seguintes:[16]

Graus
Júpiter3,0
Terra23,5
Marte25,0
Saturno27,0
Vênus177,0
Mercúrio0,1
Urano98,0
Netuno30,0
Plutão120,0

A inclinação do eixo do Sol ao plano da eclíptica é de cerca de 7,5 graus.

As inclinações dos eixos acima não coincidem em todos os casos com os números determinados pela ciência física, nem endossamos seu ponto de vista de que essas inclinações permanecem praticamente inalteradas, salvo por um leve movimento oscilatório chamado Nutação[17]. Há um terceiro movimento extremamente lento dos Planetas, pelo qual, o atual Polo Norte da Terra, no futuro, como fez no passado, apontará diretamente para o Sol. Mais tarde estará na posição onde agora está o Polo Sul, e no devido tempo alcançará novamente a sua posição atual. Assim, o clima tropical e as épocas glaciais se sucedem em todos os pontos de cada Planeta.

Além disso, esse movimento gradual de, aproximadamente, de 50 segundos de espaço por século, pelo qual uma volta ao eixo da Terra se completa em, aproximadamente, dois milhões e meio de anos, também ocorreram mudanças repentinas numa época em que o que é agora o Polo Norte apontava diretamente para o Sol. O hemisfério sul se encontrava, então, continuamente na escuridão e frio.

As condições resultantes causaram, na última vez, uma melhoria muito grande e súbita em todo o nosso globo. Entretanto, desde essa época o Espírito, que anteriormente guiava a Terra de fora, penetrou dentro de sua esfera e tal acontecimento será impossível no futuro.

O Sr. Pierre Bezian, um mecânico francês, construiu um aparelho que demonstrava esse terceiro movimento. Ele disse ter recebido essa ideia de um estudo dos ensinamentos promulgados entre vários povos antigos, por meio de sacerdotes, que eram dotados de conhecimento místico, particularmente os Egípcios. Ele demonstrou como esse terceiro movimento explicava a flora e a fauna tropicais encontradas no gelado do norte, que não podem ser explicados de outra forma. Ele, também, demonstrou que durante o curso desse terceiro movimento, a inclinação do eixo de um Planeta se torna maior que os 90 graus e seu Polo Norte começa a apontar em direção ao sul, os satélites desse Planeta parecerão girar na direção oposta à dos satélites de outros Planetas, como é o caso dos satélites de Urano e Netuno; um fato que deixa os astrônomos perplexos e em busca de uma explicação.

Em relação a Urano e Netuno, o Sol também nasce no oeste e se põe no leste pela mesma razão: a inversão de seus polos.

Como uma última diferença entre os ensinamentos da ciência moderna e os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental dos Rosacruzes, podemos observar que os astrônomos de hoje falam de Vênus e Mercúrio como Planetas inferiores, porque aparecem sempre próximos ao Sol; Vênus é visto apenas como uma “estrela da manhã ou da tarde”; Mercúrio raramente é visto, pois está muito próximo do Sol.

Os outros Planetas são chamados superiores, porque são vistos de todas as distâncias do Sol, mesmo se posicionando no ponto oposto do horizonte do Sol.

Essa denominação de inferior e superior, o místico teria um ponto de vista oposto, pois para ele é evidente que o Sol é a externalização da mais alta inteligência espiritual em nosso Sistema Solar. No início de nossa atual fase evolutiva, tudo o que está agora fora do Sol, estava dentro, mas nem todos os seres podiam continuar vibrar na elevadíssima taxa de vibração  que era estabelecida ali; alguns ficaram para trás, cristalizaram-se e, com o tempo, tornaram-se um empecilho para outras classes. Com a cristalização, eles se dirigiram para os polos, onde o movimento é lento, mas gradualmente com o aumento da densidade deles, foram impelidos para o equador, onde o movimento é mais rápido e, consequentemente, foram expelidos do Sol pela força centrífuga.

Mais tarde, outros seres também não conseguiram se manter nesse movimento vibratório, ficando para trás e foram expelidos a uma distância apropriada para que as vibrações solares pudessem lhes fornecer a rapidez necessária ao desenvolvimento deles.

Os Espíritos mais avançados permaneceram mais tempo no Sol e, consequentemente, se a denominação inferior e superior é para ser  aplicada, deveria ser usada de maneira inversa.

A fim de evitar qualquer mal-entendido, pode-se dizer que Júpiter foi expelido com um enorme volume de substância ígnea, porque os jupiterianos alcançaram um grau elevadíssimo de desenvolvimento, onde precisavam tanto de altas vibrações como de autonomia. Júpiter é, portanto, em alguns aspectos, uma exceção à regra; um caso em que uma lei superior prevalece sobre uma inferior.

Concluindo, nós reiteramos que os Planetas do nosso Sistema Solar são externalizações visíveis dos Sete Espíritos diante do Trono de Deus, o Sol, e assim como nos é possível transmitir por telégrafo sem fio a força que move a chave do telégrafo, que acende uma lâmpada, que puxa uma alavanca, etc., assim também esses Grandes Espíritos exercem uma influência sobre os seres humanos, numa proporção ao nosso grau de individualidade. Se almejamos agir em harmonia com as Leis do Deus, nos elevemos acima de todas as leis e nos tornemos uma lei em nós mesmo; colaboradores de Deus e auxiliares na natureza. Isso é nosso privilégio, mas se deixarmos de viver de acordo com nossas mais elevadas possibilidades, isso será o nosso fracasso.

Esforcemo-nos, portanto, em saber o que podemos fazer e, acima de tudo, tomemos cuidado para não prostituir a Ciência dos Astros, colocando-a como mera adivinhação. O Ouro de Mamon[18] pode ser nosso se lutarmos por isto, mas a “paz de Deus que excede todo o entendimento[19] nos trará um regozijo duradouro, se usarmos nosso conhecimento no serviço altruísta aos outros.


[1] N.T.: e Plutão depois de 1930.

[2] N.T.: A lei de Titius-Bode (às vezes denominado de Lei de Bode) é uma lei matemática que define, muito aproximadamente, as distâncias planetárias. Foi desenvolvida em 1766 por Johan Daniel Tietz (1729–1796), mais conhecido por seu nome latinizado Titius (pronuncia-se Tícius) e muito divulgada pelo astrônomo alemão Johann Elert Bode (1747–1826), diretor do Observatório de Berlim, que acabou definindo a sequência final, que hoje conhecemos como Lei de Titius-Bode.

[3] N.T.: e nem Plutão, depois de descoberto em 1930

[4] N.T.: e, também, de Plutão, depois de 1930.

[5] N.T.: e Plutão, depois de 1930.

[6] N.T.: situados entre a órbita do Planeta Marte e do Planeta Júpiter.

[7] N.T..: e a Plutão, depois de 1930.

[8] N.T.: no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz são os Estudantes Rosacruzes que estão, no mínimo, no grau de Discípulo.

[9] N.T.: Também denominadas Iniciações Maiores ou Iniciações Cristãs.

[10] N.T.: Também denominadas Iniciações Menores.

[11] N.T.: Conhecido como movimento de translação em torno do Sol.

[12] N.T.: O período orbital (também conhecido como período de revolução) é o tempo que um determinado objeto astronômico leva para completar uma órbita em torno de outro objeto e se aplica em astronomia geralmente a Planetas ou asteroides orbitando o Sol, para o nosso Sistema Solar. Depois de 1930, consideremos Plutão que faz um período orbital em torno do Sol de 248 anos.

[13] N.T.: O movimento diurno (ou rotação diurna) é um termo astronômico que se refere ao movimento aparente do Sol ao redor de um Planeta – no nosso Sistema Solar -, ou mais precisamente, movimento em torno dos dois polos celestes, ao longo de um dia. É causado pela rotação do Planeta em torno de seu eixo. Isso também resulta em observarmos que quase todas as estrelas parecem seguir um caminho de arco circular chamado círculo diurno.

[14] N.T.: Últimas observações científicas feitas através dos satélites artificiais na década de 90, pela NASA

[15] N.T.: Últimas observações científicas feitas através dos satélites artificiais na década de 90, pela NASA

[16] N.T.:

[17] N.T.: A Nutação é, na astronomia, uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação da Terra com um ciclo de 18,6 anos, sendo causada pela força gravitacional da Lua sobre a Terra.

[18] N.T.: Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade.

[19] N.T.: Fp 4:7

CAPÍTULO II

O TEMPO E O LUGAR COMO FATORES NO CÁLCULO DO HORÓSCOPO

Parte 1

Um horóscopo é simplesmente um mapa dos céus mostrando uma determinada posição dos Astros[1] e Signos Zodiacais em relação entre si e em relação à Terra. As constelações permanecem na mesma posição uma em relação à outra e, portanto, são chamadas de “estrelas fixas”, mas a Terra e os outros Astros mudam suas posições constantemente. Eles não retornam à mesma posição relativa antes de decorridos, aproximadamente, vinte e seis mil anos. Assim, todo horóscopo calculado de forma cientifica é absolutamente individual e mostra uma influência astral diferente daquela experimentada em qualquer outra vida iniciada numa época diferente. Por causa da rotação da Terra sobre o seu próprio eixo é acrescido um novo grau ao Zodíaco, a cada quatro minutos percorridos, assim mesmo os horóscopos de gêmeos podem diferir consideravelmente. Por isso, o Estudante Rosacruz deve perceber a importância da Hora como um fator preponderante em um horóscopo. Há, contudo, vários métodos para determinar a hora e erigir um horóscopo correto para quem não sabe a hora exata de seu nascimento, mas esse assunto pertence a um nível mais avançado deste estudo.

No entanto, a hora não é a mesma em todo o mundo. Quando o Sol nasce onde vivemos, ele se põe em outro lugar, e isso estabelece outra diferença nos horóscopos mesmo se calculados para crianças nascidas no mesmo horário, mas em lugares opostos do globo, pois se for meio-dia no local de nascimento de uma delas, o Sol estará elevado nos céus acima no globo terrestre, e no local de nascimento de outra criança seria meia-noite, mas com o Sol diretamente abaixo no globo terrestre. Sabemos que o efeito químico do raio solar tem variação de acordo com sua posição, de maneira que, quando a mudança é fisicamente perceptível, o efeito espiritual também deve diferir. Portanto, é evidente que a hora e o lugar são fatores básicos no cálculo de um horóscopo. Mas, primeiro mostraremos como determinar o lugar de nascimento e depois abordaremos a questão da hora.

O LUGAR

Geograficamente, a Terra está dividida por dois conjuntos imaginários de círculos. Um círculo que corre de leste para o oeste, a meio caminho entre os polos norte e sul, como ilustrado nos gráficos abaixo, é chamado de Equador.

Outros círculos, chamados Paralelos de Latitude, são imaginados, estendendo-se paralelamente ao Equador, sendo utilizados para medir a distância de qualquer lugar ao Norte ou ao Sul do Equador. Agora tomemos um atlas e olhemos o mapa da América do Norte. Ao longo das bordas direita e esquerda, você verá ver alguns números. Note que uma linha curva se estende desde o número 50 à direita até o número 50 à esquerda no mapa. Esse é o Paralelo 50 graus de latitude. Todas as cidades situadas ao longo dessa linha, na América, Europa ou Ásia estão equidistantes do Equador e, assim, podemos dizer que estão localizadas na “Latitude 50 graus Norte”.

Outra linha se estende do número 40 do lado esquerdo até o número 40 do lado direito. Podemos observar algumas das principais cidades sobre essa linha ou próximas a ela. São Francisco está um pouco mais ao sul; Denver está em cima da linha; Chicago e Nova York um pouco ao norte. Agora, tomemos o mapa da Europa. Há os números da direita e da esquerda, cujos círculos de conexão também são latitudes, e no número 40 você verá Lisboa (um pouco para baixo) e Madri (quase em cima). Prosseguindo para leste, Roma e Istambul aparecem um pouco ao norte (ou para cima) dessa linha.

Pode-se dizer, para fins de ensino elementar, que esses lugares estão no mesmo grau de latitude e, portanto, outro determinador deve ser usado para diferenciar a localização de cada um dos lugares.

Isso é feito dividindo a Terra longitudinalmente, de polo a polo, por outro conjunto de círculos imaginários chamados Meridianos de Longitude e que são mostrados na figura abaixo.

Todos os lugares ao longo desses círculos têm o meio-dia igual para todos, independentemente de quão distantes possam estar do Equador, ou de quão perto estejam do Polo Norte ou Sul.

Agora, olhemos novamente para o mapa da Europa. Lá você verá linhas numeradas traçadas da parte superior até a parte inferior do mapa. Essas são as linhas de longitude. Uma é numerada como “0”. Se você seguir essa linha, encontrará Londres e, perto dela, um lugar chamado Greenwich. Essa é a localização do maior observatório do mundo[2] e, para fins de cálculo astronômico, todos os pontos da Terra são considerados como sendo tantos graus a oeste ou a leste de Greenwich[3].

Assim, por Latitude obtemos a localização de um determinado lugar ao norte ou ao sul do Equador.

Por Longitude, designamos sua posição se é a leste ou a oeste de Greenwich.

Quando a localização de um ponto é estabelecida em termos de latitude e longitude, isso estabelece um determinado ponto fora de qualquer possibilidade de confusão com qualquer outro lugar e fornece ao astrólogo um dos fatores primordiais que são necessários para calcular um horóscopo científico: o lugar[4].

A latitude é o principal fator na localização dos Signos do Zodíaco por meio das “Tabelas das Casas”[5], as quais se aplicam a todos os lugares em um determinado grau de latitude. Essas tabelas são praticamente imutáveis como o são as estrelas fixas às quais se aplicam; elas permanecem as mesmas de ano para ano, e sua alteração é tão pequena que não é significativa no decorrer de toda uma vida.

A longitude é o fator principal em todos os cálculos relacionados aos Astros móveis. Para calcular suas posições no momento do nascimento de uma pessoa é necessário ter um almanaque astronômico do ano de nascimento. Esse recebe o nome de Efemérides pois registra a posição efêmera ou transitória dos Astros, conforme vistos pelo observatório de Greenwich diariamente ao meio-dia[6].


[1] N.T.: Sol, Lua e os Planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão)

[2] N.T.: O autor se refere no início do século XX.

[3] N.T.: a oeste (ou seja, à sua esquerda – olhando o mapa de frente para você) ou a leste (ou seja, à sua direita)

[4] N.T.: Por exemplo: um lugar situado à 38º53’ de Latitude Norte e 77º de Longitude Oeste. Atualmente é mais fácil consultar na internet. É só pesquisar no seu navegador (Google Chrome, Mozilla Firefox, Safari e Microsoft Edge) colocando: o nome da cidade, estado e/ou país e acrescentar as palavras: latitude e longitude (para a Astrologia Rosacruz escolha sempre os valores expressos em graus, minutos e segundos – exe: 23º32’19” – e não expressos em pontos decimais depois dos graus – exe: 23,0256).

[5] N.T.: Aqui já há muitas cidades com suas respectivas latitudes e longitudes: Tabelas das Casas Científica e Simplificada – Latitude 1 a 66 Graus – The Rosicrucian Fellowship

[6] N.T.: para facilitar temos as Efemérides Rosacruzes, já levantadas para serem utilizadas na Astrologia Rosacruz. Aqui alguns exemplos: Efemérides Científica e Simplificada – Calculada para Meio-dia (Noon) Greenwich

A HORA

Um Dia Solar é o período de tempo que o Sol leva para se mover de um determinado Meridiano de longitude até retornar ao mesmo Meridiano no dia seguinte. Devido ao movimento variável da Terra em sua órbita e da obliquidade da eclíptica, o caminho do Sol, os dias solares não tem todos a mesma duração, mas como o propósito da vida social e civil necessitam de uma divisão uniforme, uma média foi adotada para todos os dias solares do ano, e isso leva o nome de Dia Solar Médio. Esse começa à meia-noite, quando o Sol está no nadir. Os relógios são regulados para mostrar seu início, seu fim e, também, suas divisões em 24 horas diárias. Há, portanto, uma diferença entre a hora Solar e a hora do relógio[1].

A partir do momento que o Sol se encontra mais perto da Terra (Periélio) – por volta de catorze dias após o Solstício de Dezembro (próximo do dia 4 de janeiro –, até o momento em que se encontra o mais distante da Terra (Afélio) – por volta do dia 4 de julho –, a hora do relógio está adiantada em relação à hora Solar. De 21 de junho a 24 de dezembro, o Sol está adiantado em relação ao relógio, ocorrendo a diferença maior, de 16 minutos, no início de novembro.

Quando o movimento desigual da Terra em sua órbita e a obliquidade da eclíptica atuam juntas, a diferença entre a hora Solar e a hora do relógio é a maior; mas, quatro vezes ao ano elas se igualam: 15 de abril, 15 de junho, 1º de setembro e 24 de dezembro.

Um Dia Sideral é o tempo que decorre entre a saída de uma estrela fixa, a um certo grau de longitude, até que ela retorne ao mesmo ponto no dia seguinte. Esse é o tempo exato de uma revolução[2] completa da Terra sobre seu eixo; e é o único movimento absolutamente uniforme observado nos céus, não tendo sofrido nenhuma alteração desde as primeiras observações registradas.

Devido ao movimento da Terra em sua órbita[3] em torno do Sol, um Dia Solar é mais longo do que um Dia Sideral, pois como o Sol se adianta mais para o leste durante o período de rotação diária da Terra sobre seu eixo, a Terra precisa girar um pouco mais em seu eixo para que um certo Meridiano se alinhe com o Sol. O Dia Solar é, portanto, cerca de quatro minutos mais longo que o Dia Sideral, porém, devido ao movimento variável da Terra em sua órbita e à obliquidade da eclíptica mencionada anteriormente, essa diferença também varia a cada dia.

Antigamente, a hora dos relógios de cada cidade ou cada pequena vila se diferenciavam das horas dos relógios de todos os outros lugares, uma vez que todos eles eram ajustados para a Hora Local, porém, isso causava muita confusão para as pessoas que viajavam; portanto, em 18 de novembro de 1883, a América adotou o que conhecemos por Hora Padrão[4]. Para as pessoas nascidas após aquela data é necessário se fazer uma correção, em que se converte a hora indicada pelos relógios em Hora Local Exata, pois essa é a hora utilizada para calcular um horóscopo. O diagrama ajudará os Estudantes Rosacruzes a entenderem o que é a Hora Padrão, como desfazer quaisquer confusões e como é elaborada a correção mencionada anteriormente.

Foi sugerido que, se o país fosse dividido em zonas horárias[5], em que cada uma teria cerca 15 graus de longitude de largura (por ser essa a distância que o Sol viaja em uma hora), e sendo todos os relógios de cada divisão acertados para uma hora uniforme, estabelecido por um Meridiano localizado no centro da zona horária correspondente, a confusão para os viajantes seria evitada.

Consequentemente, os Estados Unidos da América foi dividido em quatro dessas zonas por três linhas imaginárias, conforme está ilustrado no diagrama.

Na Zona Horária do Leste, os relógios são ajustados seguindo o Meridiano 75 graus, com 5 horas a menos da Hora de Greenwich.

Na Zona Horária Central, a hora é regulado pelo Meridiano 90 graus, que é 6 horas a menos da Hora de Greenwich.

Na Zona Horária das Montanhas, os relógios são regulados de acordo com o Meridiano 105 graus, que é 7 horas a menos da Hora de Greenwich.

Na Zona Horária do Pacífico, o horário é regulado para o Meridiano 120 graus, que é 8 horas a menos da Hora de Greenwich.

(Há uma quinta zona no extremo leste, compreendendo Maine, Nova Escócia, etc. Essa zona foi omitida para que nosso diagrama pudesse abranger um espaço maior.).[6]

Em todas as cidades localizadas no mesmo Meridiano padrão (veja o diagrama), tais como Filadélfia e Denver, a Hora Padrão é também a Hora Local Exata e nenhuma correção de horário é necessária para o cálculo dos horóscopos. Mas Detroit[7], que está posicionado na linha divisória entre a Zona Leste e a Zona Central, e que está a 7 graus a leste do Meridiano 90º e, portanto, seus relógios estão 28 minutos atrasados, pois quando assinalam meio-dia, de acordo com o Meridiano Padrão de 90º, a Hora Local Exata é de 28 minutos depois do meio-dia (12h28 P.M.[8]). Você verá que Chicago está um pouco a leste do Meridiano de 90 graus (em torno de 2 graus). Quando os relógios assinalam meio-dia, na verdade são 12h08 P.M. Os relógios de São Francisco assinalam meio-dia quando a Hora Local Exata é ainda 11h50 A.M., porque essa cidade está 2 graus e 30 minutos (2º30’) a oeste do Meridiano Padrão 120º. Assim, a correção se faz necessária.

A regra para obter a Hora Local Exata é a seguinte:

Para o Horário do Meridiano Padrão mais próximo:

  • some quatro minutos para cada grau quando o lugar de nascimento estiver a leste do Meridiano correspondente àquele horário.
  • se o lugar de nascimento estiver a oeste daquele Meridiano, subtraia quatro minutos para cada grau.

Quando uma criança nasce, deve-se notar o momento exato em que ela respira pela primeira vez, já que este momento, e não a hora do parto, é a hora do nascimento do ponto de vista do astrólogo.

A razão pela qual se toma a hora da primeira inspiração que vem, geralmente, acompanhada de um choro, como o momento do nascimento se deve à condição química da atmosfera que muda a cada momento à medida que mudam as vibrações astrais. Notamos tal mudança na atmosfera de acordo com a posição do Sol no céu durante as diferentes horas do dia ou da noite. O ar noturno é diferente da atmosfera ao meio-dia. Essas não são mudanças repentinas, mas são provocadas por e para nós em níveis imperceptíveis. Nós, que somos mais insensíveis às mudanças contínuas, não as sentimos, mas a forma pouco sensível de uma criança recém-nascida é eminentemente suscetível à irrupção dessa primeira carga de ar em seus pulmões e, à medida que o oxigênio contido nessa carga se espalha por todo o corpo, em virtude  da mistura com o sangue, cada átomo recebe uma impressão peculiar que se mantém ao longo da vida, embora os átomos mudem, da mesma forma que uma cicatriz se perpetua no corpo, apesar da mudança de átomos. Essa primeira impressão é a base física das idiossincrasias e características instáveis que fazem com que cada um de nós aja diferentemente sob as mesmas condições astrais; é a base das tendências da nossa natureza física e está em harmonia com nosso estágio de realização, conforme estabelecido pela Lei de Causa e Efeito, que nos proporciona em cada vida as faculdades desenvolvidas durante todas as nossas existências anteriores. Assim, não temos um determinado destino porque nascemos em um determinado momento, mas nascemos no momento em que os raios astrais nos fornecem as tendências para cumprir o destino gerado em vidas passadas.

Essa distinção é muito importante, pois marca a diferença entre o ponto de vista do astrólogo materialista e o conceito religioso da Astrologia.

Em março de 1918, o governo dos EUA aprovou o “Daylight Saving Act” (“horário de verão”), pelo qual todos os relógios deveriam ser adiantados uma hora à meia-noite anterior ao último domingo do mês de março, e depois atrasados uma hora à meia-noite anterior ao último domingo do mês de outubro. Esse Ato vigorou somente em 1918 e 1919. Portanto, todas as datas de nascimento registradas nesse período devem ter uma hora subtraída para obter a Hora Padrão.


[1] N.T.: a hora do relógio é também chamada de hora legal.

[2] N.T.: também chamada de rotação: cada giro da Terra em torno do seu próprio eixo define um dia.

[3] N.T.: Movimento de Translação

[4] N.T.: Embora se use também a expressão “Hora Padrão”, a denominação mais consagrada aqui no Brasil é “Hora Legal”.

[5] N.T.: As zonas horárias ou fusos horários são cada uma das vinte e quatro áreas em que se divide a Terra e que seguem a mesma definição de tempo

[6] N.T.: Note com bastante atenção, então, que os Meridianos padrões para o Estados Unidos são: 60o, 75o, 90o, 105o e 120o

Já no Brasil os Meridianos padrões são: 30o, 45o, 60o e 75o

[7] N.T.: Detroit adotou a Hora Padrão Leste a 15 de maio de 1915.

[8] N.T.: Em grande parte dos países de língua inglesa é costume especificar as horas do dia de um a doze, seguidas de AM ou PM conforme o período. Nesses países é necessário informar sempre o período a que se refere a hora indicada. Por exemplo, 15h corresponde a 3:00 PM.

AM e PM (podendo ser escrita em maiúsculas ou minúsculas, com ou sem pontos a seguir às letras) são duas siglas com origem no latim utilizadas para referir cada um dos dois períodos de 12 horas em que está dividido o dia: AM (Ante Meridiem) significa “antes do meio-dia” e PM (Post Meridiem) significa “após o meio-dia”.

AM é o período com início à meia-noite (00:00) e término às 11:59; PM é o período com início ao meio-dia (12:00) e término às 23:59. Assim, meio-dia se escreve como 12:00 PM e meia-noite se escreve como 12:00 AM.

CAPÍTULO 3 – OS SIGNOS E AS CASAS – PARTE 1

Embora estejamos muitos milhões de quilômetros mais próximos do Sol[1] durante os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, seus raios transmitem menos calor do que nos meses de junho, julho, agosto e setembro, quando nos encontramos mais afastados dele[2] ; por conseguinte, é evidente que a distância não influência na transmissão dos raios de calor, mas à medida que o Sol se eleva ao nascer em direção ao zênite, seja no verão ou no inverno, o calor aumenta, sendo o máximo alcançado no meio do verão, quando os raios solares estão mais próximos do ângulo perpendicular, ocasião em que, consequentemente, se registram as temperaturas mais elevadas. Por isso, é evidente que o ângulo do raio[3] é o único fator determinante de sua influência.

A Astrologia trata com ângulos astrais e os efeitos deles observados na humanidade; e para determinar esses ângulos e tabular essas considerações, as estrelas fixas, ao longo da trajetória do Sol, foram divididas em grupos ou constelações, e a Terra, como vista a partir do lugar do nascimento de uma criança foi dividida em Casas. A grande maioria dos novos Estudantes Rosacruzes muitas vezes se confundem em diferenciar o que são Signos e o que são Casas, mas se memorizarem que os Signos são divisões dos Céus, e as Casas são divisões da Terra, não haverá nenhuma dificuldade. Os Signos influenciam determinadas partes do Corpo Denso; as Casas governam as condições da vida.

Como em qualquer outro círculo[4], o Zodíaco é dividido em 360 graus, de modo que cada um dos doze Signos tem 30 graus[5]. Os nomes e os símbolos deles são mostrados no diagrama acima. As partes do Corpo Denso governadas por esses Signos são as seguintes[6]:

SignoParte do Corpo Denso
ÁriesCabeça
TouroCerebelo e Pescoço
GêmeosBraços e Pulmões
CâncerEstômago
LeãoCoração e Medula Espinhal
VirgemIntestinos
LibraRins
EscorpiãoÓrgãos Sexuais e Reto
SagitárioQuadris e Coxas
CapricórnioJoelhos
AquárioTornozelos
PeixesPés

Essas doze constelações constituem o Zodíaco Natural e estão sempre nas mesmas posições relativas, mas devido ao movimento dos polos da Terra, o Sol cruza o equador num ponto ligeiramente diferente a cada ano no Equinócio de Março, e esse ponto de mudança é considerado na Astrologia como sendo o primeiro grau de Áries, o início do que chamamos de Zodíaco Intelectual. Esse Zodíaco muda a uma taxa, em média, de 50,1 segundos de ano para ano, 1 grau em 72 anos, 1 Signo em 2.156 anos, completando o círculo de 12 Signos em, aproximadamente, 25.868 anos. Esse movimento retrógrado é chamado de “Precessão dos Equinócios”.

Do ponto de vista materialista, parece não haver razão para essa alteração do Zodíaco, mas do ponto de vista do místico não é de modo algum arbitrária, ao contrário, é necessária e está em harmonia com o caminho espiral da evolução, seguido tanto pela estrela fixa quanto pela estrela do mar, observável em toda a natureza. Após a conclusão de cada ciclo, os Zodíacos Intelectual e Natural se ajustam (a última vez aconteceu em 498 d.C.), então começa um novo período mundial, uma nova fase de evolução, um ciclo da espiral mais elevado em que estamos sempre caminhando em direção a Deus. Mesmo sob o ponto de vista material é evidente que o caminho em espiral do Sistema Solar, observado pelos astrônomos, deve mudar o ângulo de incidência dos raios luminosos das estrelas fixas, e como o ângulo de incidência dos raios do Sol sobre nossa Terra possui o efeito de produzir as mudanças climáticas de verão e inverno, é razoável que uma mudança semelhante deve suceder-se à nossa mudança de posição em relação às estrelas fixas, o que pode ser responsável por mudanças graduais de condições, tais como estações de inverno menos frios e estações de verão menos quentes em algumas partes do mundo.


[1] N.T.: em torno de 147,1 milhões de quilômetros, atingindo o periélio por volta de catorze dias após o solstício de dezembro, próximo do dia 4 de janeiro.

[2] N.T.: em torno de 152,1 milhões de quilômetros, atingindo o afélio por volta de catorze dias após o solstício de junho, próximo do dia 4 de julho.

[3] N.T.: inclinação do eixo da Terra em relação ao Sol – 23,5 graus. Graças a ela, os raios solares incidem de forma diferente ao longo do ano.

[4] N.T.: como estudamos na geometria

[5] N.T.: invariavelmente

[6] N.T.: aqui são listadas somente a parte principal regida por cada Signo. Para uma lista completa consultar o Livro Astrodiagnose e Astroterapia.

CAPÍTULO 3 – OS SIGNOS E AS CASAS – PARTE 2

Além do mais, observou-se que as condições climáticas dispõem de um impacto nítido em nossas características ou inclinações habituais ou, ainda, no nosso modo de responder às emoções – nos sentimos de maneira diferente tanto no verão como no inverno – e não pode essa mudança lenta em relação às estrelas fixas ser a causa dessa mudança na humanidade, que conhecemos por evolução? O místico afirma que sim. Assim como os raios do Sol, pela mudança do ângulo de incidência, suscitam as folhas e flores da planta em determinado momento, e em outro as fazem murchar, assim também os raios das estrelas fixas suscitam e produzem as maiores mudanças na flora e fauna; eles são responsáveis pela ascensão e queda das nações e pela mudança marcada pela sensibilidade excessiva e alterações de humor impulsivas que chamamos de civilização.

Indo mais longe com a analogia, o Zodíaco Natural é composto pelas constelações que são vistas nos céus, e o Zodíaco Intelectual começa sua mudança no exato ponto onde o Sol cruza o Equador no Equinócio de Março. Essa é a época em que a Natureza faz nascer tudo aquilo que ela germinou no ventre dela no inverno anterior. Assim, o horóscopo do mundo muda de ano para ano. “Como em cima, assim embaixo”, é a Lei da Analogia e os mesmos pontos salientes são observáveis na evolução do ser humano, do micróbio, da estrela do céu e da estrela do mar.

No mapa natal do ser humano temos, também, o que pode ser chamado de horóscopo natural, que é o mapa levantado e calculado segundo as regras da Astrologia, em que qualquer Signo pode estar no Ascendente ou na Primeira Casa. A mudança do Equinócio de Março corresponde ao primeiro grau de Áries, no Zodíaco Intelectual, assim, o Ascendente no horóscopo de qualquer ser humano também tem uma influência correspondente a esse grau. A Segunda Casa corresponde a Touro, a Terceira Casa a Gêmeos, e assim por diante, formando a contraparte do Zodíaco Intelectual no horóscopo do ser humano.

Assim como os raios do Sol se intensificam quando focalizados através de uma lente, do mesmo modo ocorre com a vida espiritual do Sol quando focalizada através das duas Casas de Marte[1] para trazer uma vida a partir dos Mundos invisíveis.

Câncer, o primeiro dos Signos de Água, era representado como um escaravelho (besouro) entre os antigos Egípcios, que era o emblema deles da alma, e os ocultistas sabem que o Átomo-semente do Corpo é implantado[2] quando o Sol da Vida (o Ego) está em Câncer, a esfera da Lua, o Astro da fecundação.

Quatro meses depois, quando o Sol da Vida passa pelo segundo Signos de Água, Escorpião, que está sob a regência de Marte, o Planeta da paixão e da emoção, o Cordão Prateado está vinculado, ligando o Corpo de Desejos aos veículos inferiores[3], e temos a ‘vivificação’ quando o feto principia a mostrar vida senciente. A essa altura, o Ego já dissolveu os corpúsculos sanguíneos nucleados através dos quais a vida da mãe já se manifestou naquele organismo crescente, e então pode começar a funcionar no fluido vital e manifestar sinais de vida separada no Corpo até que o Sol da Vida tenha completado o ciclo de vida dele e, novamente, alcance a mística Oitava Casa.

Oito meses depois que o Átomo-semente foi introduzido naquele ambiente apropriado, o Sol da Vida, o Espírito, entra em Peixes, o último dos Signos de Água do Zodíaco místico, o qual está sob o expansivo e benéfico raio de Júpiter. Sob essa benévola influência, as águas do parto se avolumam e rompem as paredes distendidas do útero, quando se completam, mais ou menos, os nove meses de gestação, lançando a alma recém-nascida no Oceano da Vida ao primeiro ponto de Áries, onde é aquecida e animada pela combinação dos raios de Marte, como Regente do Signo de Áries, e do Sol no Signo de Áries, onde o Sol está em Exaltação. Assim, ele é preparado para a batalha da existência pelo energético deus da guerra, e sua fonte de vida, seja ela grande ou pequena, é totalmente preenchida pelo Sol, do grande reservatório cósmico de energia vital.

AS CASAS

Num horóscopo o lugar do nascimento é sempre suposto estar no ponto mais alto da Terra. Ele é indicado por uma seta na figura abaixo e o ponto bem acima dele no céu é chamado de Meio-do-Céu. Como um observador no hemisfério norte precisa sempre olhar na direção sul para ver o Sol do meio-dia, segue que o leste fica à sua esquerda e o oeste à sua direita. Os astrólogos chamam o horizonte oriental de Ascendente, porque nesse ponto as estrelas nascem ou ascendem em direção ao Meio-do-Céu, e pela razão inversa chamam o horizonte ocidental de Descendente. Os raios de estrelas localizadas nesses pontos extremos incidem no lugar do nascimento em diferentes ângulos, portanto, a influência deles pode variar e, também, pode haver uma diferença considerável do efeito nos pontos intermediários entre o horizonte e o Meio-do-Céu, além do que, os Astros posicionados abaixo da Terra também exercem a capacidade de influenciar, embora não na mesma proporção de quando posicionados acima do lugar do nascimento. A influência dos Astros nos vários departamentos da vida tem sido observada como se segue:

1ª Casaa condição física do Corpo como um todo ou das suas partes; a forma física do Corpo; o ambiente durante a infância; o lar na infância
2ª Casaas finanças
3ª Casaa literatura; as habilidades e os métodos de assuntos práticos (tecnologia, manufatura e artesanato); a inteligência prática (a capacidade de aplicar, usar e implementar o que a pessoa sabe); as jornadas de curta duração (viagens, processos curtos de aprendizagem ou de autodescoberta); irmãos e irmãs
4ª Casao lar e as condições na fase de senilidade (quando estamos experimentando o processo patológico de envelhecimento) dessa vida
5ª Casaos meios de se divertir ou se entreter; os namoros; os filhos; as especulações (formar uma teoria ou conjectura sem evidência firme)
6ª Casaa saúde; empregados (as) ou funcionários (as); o trabalho que produz valor de uso (servir) e não somente valor de troca
7ª Casaas parcerias e sociedades; os casamentos e as uniões conjugais; as belas-artes (como pintura, escultura ou música) focadas, principalmente, com a criação de belos objetos; o público
8ª Casaas heranças (de coisas tangíveis: recursos financeiros, bens físicos, propriedades e coisas afins); a morte
9ª Casaa Religião; a filantropia; o idealismo; a justiça; as jornadas de longa duração (viagens, processos longos de aprendizagem ou de autodescoberta)
10ª Casaa profissão; a posição social (a posição da pessoa em uma dada sociedade ou cultura); a ambição (o desejo de alcançar um determinado fim e que requer determinação e árduo trabalho)
11ª Casaos amigos; as esperanças; os desejos
12ª Casaas prisões e os aprisionamentos; os hospitais; as angústias profundas, as tristezas, os arrependimentos; os problemas, as dificuldades

[1] N.T.: que são a Primeira Casa (Áries) e Oitava Casa (Escorpião) num horóscopo natural.

[2] N.T.: O Átomo-semente do Corpo Denso é colocado na cabeça do espermatozoide do papai que irá fecundar o óvulo e o Átomo-semente do Corpo Vital é colocado no útero da futura mamãe.

[3] N.T.: Corpo Denso e Corpo Vital.

CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS – PARTE 1

Para ilustrar como se levanta um horóscopo, nós, primeiro, levantaremos quatro horóscopos de quatro pessoas nascidas na cidade de Chicago – Estado de Illinois, EUA – em 2 de agosto de 1909, uma às 2h15 A.M., outra às 8h15 A.M., outra às 2h15 P.M e a última às 8h15 P.M., até o ponto de encontrarmos e inserirmos os Signos nas Cúspides das Casas. As Cúspides são as linhas divisórias entre duas Casas.

Localizando a cidade de Chicago no mapa[1], notamos que ela está situada próximo aos 42 graus de latitude norte e próximo dos 88 graus de longitude oeste de Greenwich.

Nosso primeiro passo é calcular a Hora Local Exata do Nascimento. Primeiramente, retornemos à  regra fornecida no Capítulo 2 que diz: “para o Horário do Meridiano Padrão mais próximo, some quatro minutos para cada grau quando o lugar de nascimento estiver a leste do Meridiano correspondente a esse horário.

Se o lugar de nascimento estiver a oeste desse Meridiano, subtraia quatro minutos para cada grau em que estiver a oeste dele”.

A Hora do Meridiano Padrão mais próxima é a Hora Central aferida pelo meridiano 90 graus. Chicago localizada a 88 graus de longitude oeste, se encontra a 2 graus a leste do Meridiano 90 graus. Portanto, somamos duas vezes quatro, ou oito minutos, ao horário mostrado pelo relógio a fim de encontrar a Hora Local Exata. No caso do primeiro horário do nascimento, quando o relógio marcava 2h15 A.M., em 2 de agosto, a Hora Local Exata é, portanto, 2h23 A.M. Essa Hora Local Exata do Nascimento será usada em todos os cálculos subsequentes do horóscopo. Observe, no entanto, que essa correção da Hora Padrão para a Hora Local se aplica aos Estados Unidos da América para datas posteriores a 18 de novembro de 1883, quando a Hora Padrão foi adotada[2].

Agora procederemos para encontrar a Hora Sideral (abreviatura: H.S.[3]) do lugar e da hora do nascimento. Como ponto de partida para nossos cálculos tomemos a H.S. (Hora Sideral) de Greenwich ao meio-dia. A partir disso, podemos calcular a Hora Sideral no lugar e na hora de nascimento pela seguinte regra:

À Hora Sideral (H.S.) do meio-dia anterior à Hora Local Exata do nascimento (encontrado nas Efemérides) some:

Primeiro: 10 segundos de correção para cada 15 graus de longitude, se o lugar de nascimento ficar a oeste de Greenwich.

Segundo: intervalo entre o meio-dia anterior e o nascimento.

Terceiro: correção de 10 segundos para cada hora desse intervalo.

Seguindo a regra acima, consultemos novamente a Efemérides do ano de 1909, em que encontraremos a coluna intitulada Sideral Time (S.T. ou Hora Sideral). Como nossa primeira hora de nascimento é 2 de agosto com a Hora Local Exata de 2:23 A.M., notamos que o meio-dia anterior é 1º de agosto. Ao lado dessa data, encontramos a Hora Sideral (S.T.), como sendo 8 horas e 37 minutos, que colocamos assim:

HORA SIDERAL – H.S.HH MM SS
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento08:37:00
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste do Lugar de nascimento (SOMAR)00:00:59
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a Hora Local Exata do nascimento (2 de agosto às 2:23 A.M.)14:23:00
Correção de 10 segundos por hora de intervalo entre o meio-dia anterior e a H.L.E. (2:23 A.M.) que é igual a 144 segundos ou 2 minutos e 24 segundos00:02:24
Hora Sideral (H.S.) no lugar e hora do nascimento23:03:23

Quando o lugar de nascimento se encontra na longitude leste, a correção da longitude é subtraída. Se a criança tivesse nascido em 2 de agosto às 2:15 A.M., nos 42 graus de latitude norte, mas à 88 graus de longitude leste, a Hora Sideral seria calculada da seguinte forma:

HORA SIDERAL – H.S.HH MM SS
H.S em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento08:37:00
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Leste do Lugar de nascimento (SUBTRAIR)00:00:59
Resultado parcial08:36:01
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a Hora Local Exata do nascimento (2 de agosto às 2:23 A.M.)14:23:00
Correção de 10 segundos por hora de intervalo entre o meio-dia anterior e a H.L.E. (2:23 A.M.) que é igual a 144 segundos ou 2 minutos e 24 segundos00:02:24
Hora Sideral (H.S.) no lugar e hora do nascimento23:01:25

Como as Casas são regulamentadas pela latitude, usa-se a mesma Tabela de Casas para a criança que nasce em Chicago.

Com o cálculo dessa Hora Sideral, voltamos à Tabela de Casas e procuremos a latitude do lugar de nascimento, 42 graus. Lá encontraremos uma coluna com o título SIDERAL TIME que é a nossa Hora Sideral (H.S.) para o nascimento de 23:03:23. E o mais próximo dessa hora é 23:04:46. De acordo com essa Hora Sideral encontraremos os vários graus dos Signos a serem colocados em nosso horóscopo.

Na primeira coluna sob a latitude 42º N acompanhamos até encontrar o número 15 que se encontra na mesma linha que corresponde à Hora Sideral que encontramos de 23:04:46s; e no topo da coluna encontramos o Signo de Peixes, e acima dele o número 10, significando que os 15º graus de Peixes devem ser colocados na Cúspide da 10ª Casa, conforme mostra o horóscopo abaixo:

Na coluna seguinte, seguindo a mesma linha da nossa Hora Sideral (Sideral Time), encontramos o número 20, seguindo a coluna para cima encontramos o Signo de Áries, e no topo está o número 11, significando que os 20 graus de Áries devem ser colocados na Cúspide da 11ª Casa.

Na terceira coluna, de acordo com a nossa Hora Sideral (Sideral Time), está o número 1, seguindo a coluna para cima encontramos o Signo de Gêmeos, e no topo está o número 12, significando que o 1º grau de Gêmeos deve ser colocado na Cúspide da 12ª Casa.

A coluna mais larga, que vem a seguir marca o Ascendente (ASC). Nela encontramos os algarismos 8:10 alinhados com a nossa Hora Sideral (H.S.), e o Signo de Gêmeos no topo, mas desconsideramos esse Signo porque o Signo de Câncer está colocado entre nossa linha e o topo e sempre pegamos o primeiro Signo acima de nossa linha. Assim, colocamos os 8 graus e 10 minutos de Câncer no Ascendente.

Prosseguindo em nossa linha, vemos o próximo número 27 na primeira coluna logo depois da coluna do ASC. No topo está o Signo de Câncer, novamente, e o número 2. Assim, colocamos os 27 graus de Câncer na Cúspide da 2ª Casa.

Na coluna da extrema direita encontramos o número 19, o Signo de Leão e o número 3 no topo da coluna. Portanto, vamos colocar os 19 graus de Leão na Cúspide da 3ª Casa.

Obtivemos, assim, números para seis de nossas Casas; agora nas seis Casas opostas colocamos os Signos e graus opostos das seis já encontradas.

Tendo os 15 graus de Peixes na 10ª Casa, colocamos os mesmos 15 graus no Signo oposto de Virgem, na Cúspide da 4ª Casa, que é oposta à 10ª Casa.

Áries nos 20 graus na 11ª Casa é o oposto de Libra nos 20 graus colocado na Cúspide da 5ª Casa.

Sagitário no 1º grau colocado na Cúspide da 6ª Casa, forma exatamente o oposto de Gêmeos em 1º grau da 12ª Casa.

O Ascendente é sempre oposto à 7ª Casa e Capricórnio colocado no Ascendente é o oposto de Câncer a 8º10’ na 7ª Casa.

Os 27 graus de Câncer na 2ª Casa serão apropriadamente opostos aos 27 graus de Capricórnio na 8ª Casa, e os 19 graus de Aquário colocado na 9ª Casa está em oposição aos 19 graus de Leão na 3ª Casa.

Assim, todas as cúspides das Casas estão preenchidas, mas devido à inclinação do eixo da Terra, alguns dos Signos podem estar Interceptados entre duas Cúspides, portanto, é necessário verificar se todos os doze Signos estão em nosso horóscopo antes de prosseguirmos. Começando por Áries, depois vemos Gêmeos a seguir. Notamos que Touro está ausente e, portanto, o colocamos em sua devida posição entre Áries e Gêmeos.

Quando um determinado Signo é interceptado, seu oposto também estará ausente. Portanto, podemos de imediato colocar Escorpião em sua devida posição entre Libra e Sagitário.

Constatamos, agora, que todos os doze Signos estão colocados em nosso horóscopo, dos quais Câncer e Capricórnio estão ocupando, cada um, duas Cúspides. Ao colocarmos, assim, os Signos em suas devidas posições em relação às Casas, aqui finalizamos essa parte, completando-a, e deixemo-la de lado, por enquanto, uma vez que este é o ponto até onde pretendíamos tratar do assunto no momento.


[1] N.T.: atualmente é mais fácil encontrar diretamente tanto a latitude como a longitude de uma localidade na internet, por meio de uma simples pesquisa.

[2] N.T.: Para os outros países há que consultar a partir de que data a Hora Padrão foi adotada. Por exemplo, no Brasil a Hora Padrão foi adotada em 1º de janeiro de 1914.

[3] N.T.: em inglês S.T. ou ST.

CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS – PARTE 2

Calcularemos, agora, outro para uma pessoa nascida no mesmo dia e lugar, porém, seis horas mais tarde: em Chicago, na data de 2 de agosto, às 8h15 da manhã (A.M.).

Primeiro, nós precisamos calcular a Hora Local Exata do Nascimento (H.L.E.). Conforme visto acima, acrescentamos oito minutos à hora indicada pelo relógio, ou seja, 8h15 A.M. Isso resulta em 8h23, que é a Hora Local Exata do Nascimento.

Nossa regra para encontrar a Hora Sideral (H.S.) na hora e local do nascimento requer que observemos o seguinte:

HORA SIDERAL – H.S.HHMMSS
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (1º de agosto), conforme indicado nas Efemérides08:37:00
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento (Chicago, 88º O)00:00:59
Intervalo entre o meio-dia anterior (1º de agosto) e a hora do nascimento (2 de agosto as 8:23 A.M.)20:23:00
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo (20:23) que é igual a 204 segundos ou 3 minutos e 24 segundos00:03:24
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento29:04:23
Subtrair um ciclo de 24 horas-24:00:00
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento05:04:23

Como um dia só pode ter 24 horas, então devemos subtrair 24 quando necessário e trabalhamos com o restante, nesse caso 05:04:23 que é a Hora Sideral em Chicago na data do nascimento. Procuremos no livro Tabela de Casas para a latitude de Chicago, que é 42º N, essa hora encontrada ou a mais próxima dela.

A hora mais próxima é 05:03:30, e seguindo a mesma linha encontramos os graus para as várias cúspides das nossas Casas. Na primeira coluna da latitude de 42º N seguindo a linha da Hora Sideral (H.S.) está o número 17. No topo da coluna está o Signo de Touro e o número 10. Mas, veja que entre o número 17 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Gêmeos. Assim, colocamos os 17 graus de Gêmeos na cúspide da 10ª Casa.

Na próxima coluna à direita está o número 21. No topo da coluna, o Signo de Gêmeos e o número 11. Mas, veja que entre o número 21 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Câncer, então colocamos os 21 graus de Câncer na cúspide da 11ª Casa.

A próxima coluna da direita tem o número 22. Logo no topo encontramos o Signo de Câncer e o número 12. Mas, veja que entre o número 22 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Leão, assim, colocamos os 22 graus de Leão na cúspide da 12ª Casa.

A grande coluna marcada com Ascendente (ASC) tem o Signo de Leão no topo e na linha da Hora Sideral o número 18:56, então colocamos 18 graus e 56 minutos (18:56). Mas, veja que entre o número 18:56 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Virgem; assim colocamos no Ascendente ou na 1ª Casa os 18:56 de Virgem do nosso horóscopo.

Ao lado da coluna do Ascendente na sua direita, veremos o número 14. Logo no topo encontramos o Signo de Virgem e o número 2. Mas, veja que entre o número 14 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Libra, assim, colocamos os 14 graus de Libra na cúspide da 2ª Casa.

Na coluna da extrema direita encontramos o número 13. Logo no topo encontramos o Signo de Libra e o número 3. Mas, veja que entre o número 13 e o topo da coluna temos o símbolo do Signo de Escorpião, assim, colocamos os 13 graus de Escorpião na cúspide da 3ª Casa.

Já colocamos os seis Signos em suas respectivas Casas, agora podemos colocar os seis Signos opostos nas Casas opostas restantes como fizemos antes: veja que na cúspide da 10ª Casa temos Gêmeos a 17 graus, portanto, seu oposto é a 4ª Casa em Sagitário, onde colocaremos também os 17 graus. Seguindo, na cúspide da 11ª Casa temos Câncer a 21 graus, em seu oposto está a 5ª Casa em Capricórnio a 21 graus. Na cúspide da 12ª Casa está Leão a 22 graus e no seu oposto colocamos Aquário a 22 graus na 6ª Casa. Na próxima temos no Ascendente o Signo de Virgem a 18:56 e no seu oposto colocamos Peixes a 18:56 na cúspide da 7ª Casa. Na cúspide da 2ª Casa está Libra a 14 graus e em seu oposto na 8ª Casa vamos colocar Áries a 14 graus e, na cúspide da 3ª Casa temos Escorpião a 13 graus, portanto, no seu oposto vamos colocar Touro a 13 graus na 9ª Casa.

Agora todas as cúspides do horóscopo estão preenchidas e, a seguir contemos os Signos para sabermos se todos estão presentes ou se é necessário colocar algum que pode estar interceptado. Começamos por Áries e descobrimos que todos os doze Signos estão representados. Portanto, estando esta parte concluída, deixamo-la de lado, por enquanto.

Vamos, agora, erigir o horóscopo de uma pessoa nascida em Chicago em 2 de agosto às 2:15 P.M. A Hora Local Exata do nascimento é 8 minutos mais tarde, ou seja, 2:23 P.M. Vemos que o meio-dia anterior é de 2 de agosto e, assim, começamos nossos cálculos da seguinte forma:

HORA SIDERAL – H.S.HHMMSS
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (2 de agosto)08:4:00
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento (88º O)00:00:59
Intervalo entre o meio-dia anterior e a hora do nascimento (meio-dia às 2:23 P.M.)02:23:00
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo00:00:24
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento11:05:23

Voltando à nossa Tabela de Casas para a latitude 42ºNorte, verificando a H.S. mais próxima de 11:05:23 será de 11:04:45.

Seguindo a linha da Hora Sideral, na coluna da latitude 42º N. está o número 15, colocando o dedo em cima desse número e correndo o dedo para cima veremos o Signo de Virgem e no topo da coluna está o número 10. Portanto, os 15 graus de Virgem vamos colocar na cúspide da 10ª Casa.

Na segunda coluna temos o número 16, colocando o dedo em cima desse número e correndo o dedo para cima veremos o Signo de Libra e no topo o número 11, assim, os 16 graus de Libra devem ser colocados na cúspide da 11ª Casa.

O número 10 está na terceira coluna, e logo acima o Signo de Escorpião e chegando ao topo observamos o número 12e colocamos os 10 graus de Escorpião na cúspide da 12ª Casa.

Na coluna mais larga vemos o número 29:16, e no topo encontramos o Ascendente (ASC) e, assim, colocamos no Ascendente o Signo de Escorpião.

Na coluna à direita da do Ascendente vemos o número 1 e acima dele está o Signo de Capricórnio e, no topo vemos o número 2. Portanto, colocamos 1 grau do Signo de Capricórnio na cúspide da 2ª Casa.

A coluna da extrema direita mostra o número 8 e um pouco acima encontramos o Signo de Aquário e no topo da coluna o número 3. Assim, colocamos 8 graus de Aquário na cúspide da 3ª Casa.

Agora, com as seis das nossas cúspides preenchidas, passemos a colocação dos Signos opostos e graus nas outras seis cúspides, conforme demonstrado detalhadamente nos dois primeiros horóscopos. Quando isso tenha sido feito, contamos os nossos Signos a partir de Áries para ver se todos estão representados dentro do horóscopo. Notamos o fato da ausência de Gêmeos e Sagitário, portanto, vamos inseri-los em seus devidos lugares – Gêmeos entre Touro e Câncer, Sagitário entre Escorpião e Capricórnio. Assim, completamos nosso horóscopo no que tange aos Signos e Casas, mas vamos parar por aqui para erigir a última de nossas quatro datas de exemplos para uma pessoa nascida em Chicago, 2 de agosto de 1909, às 8:15 P.M. A Hora Local Exata do lugar de nascimento é de 8 minutos mais tarde ao horário de nascimento, ou 8:23 P.M.

   Como antes, notamos o:

HORA SIDERAL – H.S.HHMMSS
H.S. em Greenwich ao meio-dia anterior ao nascimento (2 de agosto)08:41:00
Correção de 10 segundos para cada 15 graus de longitude Oeste no local de nascimento00:00:59
Intervalo entre o meio-dia anterior e a hora do nascimento08:23:00
Correção de 10 segundos para cada hora de intervalo entre o meio-dia anterior e o nascimento00:01:24
Hora Sideral (H.S.) no local e hora do nascimento17:06:00

Com esta Hora Sideral, voltamos às Tabelas de Casas para a latitude do local de nascimento, 42º N, e encontramos a H.S..S.H. mais próxima de 17:06:00 que é 17:07:49.

Na primeira coluna sob latitude 42º N, encontramos o número 18. No topo dessa coluna está Sagitário e o número 10, portanto, vamos colocar os 18 graus de Sagitário na Cúspide da 10ª Casa.

Na segunda coluna encontramos o número 9. Capricórnio está logo acima e no topo da coluna está o número 11, dessa maneira, colocamos os 9 graus de Capricórnio na Cúspide da 11ª Casa.

A terceira coluna estreita tem o número 2 com o Signo de Aquário logo acima e no topo da coluna temos o número 12, assim, encontramos os 2 graus de Aquário que pode ser colocado na cúspide da 12ª Casa.

Na coluna mais larga está o número 7:8 do Signo de Peixes acima e no topo está o ASC (Ascendente), então colocamos 7:8 (7/8 sete graus e oito minutos) de Peixes na cúspide do Ascendente.

À direita da coluna larga encontramos o número 25; logo acima está Áries e no topo da coluna está o número 2, assim, podemos colocar 25 graus de Áries na cúspide da 2ª Casa.

A coluna da extrema direita tem o número 26 e o Signo de Touro está logo acima na coluna e no topo encontramos o número 3. Dessa maneira, vamos completar colocando os 26 graus de Touro na cúspide da 3ª Casa.

Havendo completado as seis cúspides, passemos ao preenchimento das seis cúspides opostas com os seus respectivos Signos.

Assim, temos 18 graus de Gêmeos na 4ª Casa em oposição a 18 graus de Sagitário na 10ª Casa. Temos 9 graus de Câncer na 5ª Casa em oposição a 9 graus de Capricórnio na 11ª Casa, e assim por diante. Quando todas as cúspides estiverem preenchidas, contamos os Signos para ver se todos os doze estão presentes; dessa maneira, verificamos que nosso horóscopo alcançou o mesmo estágio que o dos demais calculados anteriormente. 

CAPÍTULO 4 – O SIGNO ASCENDENTE E AS DOZE CASAS – PARTE 3

Esses horóscopos das quatro crianças nascidas na mesma cidade (Chicago), no mesmo dia e no mesmo ano (2 de agosto de 1909), mas, em horas diferentes, mostram graficamente que as pessoas podem nascer e nascem, sob a influência de todos os doze Signos em qualquer lugar, dia e ano.

Quando nós comparamos os quatro horóscopos que levantamos, podemos aprender várias lições importantes. Em primeiro lugar, podemos ver a inutilidade das afirmações que tantas vezes ouvimos: “Nasci no Signo de Touro” ou “Nasci no Signo de Escorpião”, o que simplesmente significa que a pessoa nasceu em maio ou novembro, quando o Sol transitava nesses Signos. Tal declaração expõe, ao mesmo tempo, que a pessoa se mostra ignorante da ciência da Astrologia e revela o fato de que, se ela tem o seu horóscopo em mãos, esse foi levantado por um astrólogo incompetente. Essas são, às vezes, as propagandas para atrair a atenção de quem quer ter um horóscopo seu: “adivinhamos tudo desde o seu berço até o seu túmulo” por uma quantia muito pequena. Mas, um Astrólogo consciencioso não pode dar um simples delineamento de caráter sem gastar, pelo menos, uma hora em cálculo e concentração focada e, fazer previsões que abrangem uma vida inteira exigiria vários dias de trabalho árduo. O Astrólogo científico pode afirmar que uma pessoa tem Touro ou Escorpião no Ascendente e, essa afirmação imediatamente mostra que foram feitos cálculos levando em consideração ano, mês, dia, hora e local do nascimento, o que torna o horóscopo absolutamente individual; enquanto o outro tipo de horóscopo (?) é determinado unicamente pelo mês em que a pessoa nasceu, sem levar em conta o dia, a hora ou até mesmo o ano.

Se um horóscopo pudesse ser levantado por tal método, ou melhor, sem nenhum método, certamente haveria na Terra somente doze tipos de pessoas e todas as nascidas no mesmo mês teriam o mesmo destino. Tal coisa, definitivamente, não é o caso; de fato, não há duas pessoas cujas experiências sejam exatamente iguais, e uma Astrologia que não faça tal distinção não pode ser uma ciência verdadeira.

O astrólogo científico solicita primeiro o ano de nascimento porque sabe que os Astros não entram nas mesmas posições relativas mais de uma vez em um Grande Ano Sideral[1]; assim, o horóscopo de uma criança levantado para 1909 não poderá ser duplicado por 25868 anos. Depois disso, ele pergunta o mês, porque disso dependerá a posição do Sol, que está em um Signo diferente a cada mês do ano.

O dia determina, particularmente, a posição da Lua, que transita de um Signo para outro a cada dois dias e meio; e a hora também é algo necessário para fixar a posição da Lua, já que ela se move, aproximadamente, 12 graus por dia.

Mesmo com todos esses dados, o horóscopo careceria de individualidade, pois se uma criança nascesse a cada segundo, isso significaria que 3600 pessoas nasceriam na mesma hora. Se pudermos reduzir esses dados para caber em dez minutos da hora real do nascimento, teríamos meios para calcular as posições relativa dos Astros, de tal modo que caberia apenas 600 das pessoas na Terra. Se acrescentarmos o último dado, o lugar de nascimento, que nos permite calcular o Signo Ascendente e o grau dele, então, teremos um horóscopo absolutamente individual, pois, de fato, raramente duas pessoas nascem no mesmo lugar, na mesma hora e no mesmo minuto. Mesmo os gêmeos nascem com intervalos de vinte minutos a várias horas e, podemos, prontamente, compreender que um dos gêmeos teria um grau diferente em seu Ascendente. E quando o final de um Signo é Ascendente para um dos gêmeos, geralmente, o outro nascerá sob o Signo seguinte como Ascendente. Como o Signo Ascendente é um dos principais significadores na moldagem do Corpo Denso, a aparência do segundo gêmeo pode ser totalmente diferente da do primeiro gêmeo.

Uma comparação dos Signos Ascendentes mostra uma aparente falta de uniformidade no movimento diurno da Terra. Às 2h15 A.M., o Signo de Câncer está ascendendo a 8º10’, enquanto, doze horas depois temos Escorpião no Ascendente a 29º16’, mostrando que o local de nascimento avançou apenas cerca de 141 graus nessas doze horas. Porém, para completar a volta toda no círculo ele deve percorrer 219 graus nas doze horas restantes. Mas, como a rotação diurna da Terra em seu eixo é uniforme, a falta de uniformidade no movimento observado acima se deve ao fato de que esse não é um movimento diurno verdadeiro. Essa condição é causada pela obliquidade da Eclíptica e a consequente divisão desigual destes últimos pelos planos que separam as Casas, sendo esses planos o do horizonte e do meridiano e quatro intermediários em intervalos de 30 graus. Por essa razão, certos Signos ascendem mais lentamente do que outros e, portanto, são chamados de Signos de Ascensão Longa, enquanto seus opostos são chamados de Signos de Ascensão Curta. Ficará evidente que a maioria das pessoas nascem sob os Signos de Ascensão Longa – Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião e Sagitário no Hemisfério Norte, e seus opostos no Hemisfério Sul.


[1] N.T: Ano Sideral é contado por meio do aparente movimento do Sol na abóbada celeste, em relação às 12 constelações zodiacais. O Sol percorre todo o Zodíaco em cerca de 25.868 anos.

CAPÍTULO 5 – COMO CALCULAR A POSIÇÃO DOS ASTROS

Como as Efemérides Rosacruzes são calculadas para Greenwich e para o momento em que o relógio do Observatório de Greenwich marca 12 horas (meio-dia), é necessário fazer correções para outros horários e lugares a leste ou oeste daquele ponto quando se deseja calcular os dados de um horóscopo.

Acrescentando-se à Hora Local Exata do nascimento quatro minutos por cada grau de longitude, se o local do nascimento fica a oeste de Greenwich, nós obtemos a Hora Média de Greenwich, como marcada pelo relógio do Observatório. Esse horário se escreve apenas pelas suas iniciais: H.M.G.

Podemos aplicar essa regra para calcular a H.M.G. para o horóscopo de 2 de agosto, às 8:15 A.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste:

 HH MM SS 
Hora Local Exata do nascimento (como calculamos anteriormente)08:23:00 AMDe 2 de agosto
Correção de 4 minutos que vezes 88 graus é igual a 352 minutos05:52:00 
Hora Média de Greenwich (H.M.G.)02:15:00 PMDe 2 de agosto

Observe: multiplicando-se os graus de longitude oeste de Chicago (88 graus) por 4 minutos temos 352 minutos, que dividimos por 60, porque cada hora tem 60 minutos. Obtemos assim 5 horas e 52 minutos, que somamos à Hora Local Exata do nascimento, 8 horas e 23 minutos da manhã, e o resultado é 2 horas e 15 minutos da tarde, a qual é a H.M.G.

Isto quer dizer que no mesmo momento em que a criança nascia e os relógios de Chicago marcavam 8:15 da manhã (AM), o relógio do Observatório de Greenwich marcava 2:15 da tarde (PM).

Esse último horário é o que se deve usar para calcular as posições dos Astros (Sol, Lua e Planetas) e, para que se tenha em mente tão somente o mínimo indispensável de fatores, sugerimos que o principiante esqueça a Hora Local do nascimento, uma vez calculada a H.M.G.

Nas longitudes ocidentais a H.M.G. pode avançar no dia seguinte ao do nascimento, em virtude da soma dos 4 minutos por cada grau de longitude. Nos casos em que a longitude do lugar do nascimento é a leste de Greenwich, os 4 minutos por cada grau de longitude são subtraídos e, portanto, a H.M.G. pode retroceder para o dia que antecede ao do nascimento. Desse modo não falemos de data ou horário de nascimento, mas de data e horário H.M.G. [1]

O que precisamos fazer agora é achar o movimento dos Astros no dia H.M.G., que vai do meio-dia anterior à H.M.G. até ao meio-dia posterior à H.M.G. As posições dos Astros são fornecidas pelas Efemérides Rosacruzes[2].

Como a nossa H.M.G. é 2:15 A.M. do dia 2 de agosto de 1909, se queremos calcular o percurso diário do Sol anotamos a longitude dele ao meio-dia de 2 de agosto (meio-dia anterior à H.M.G.) e a do dia 3 de agosto (meio-dia posterior à H.M.G.). Como vamos subtrair, escrevamos em cima a posição do Astro no meio-dia seguinte, pois isso facilita a operação.

 HH MM SS
A longitude do Sol ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)10:28
A longitude do Sol ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)09:31
Percurso do Sol no dia da H.M.G.00:57

O passo seguinte é achar o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, pois isto também é uma base para a nossa correção. No horóscopo que estamos utilizando a H.M.G. é 2:15 P.M. de 2 de agosto. O meio-dia mais próximo é, obviamente, às 12 horas A.M. do mesmo dia 2 de agosto, e o intervalo entre as 12:00 A.M. e as 2:15 P.M. é, assim, 2 horas e 15 minutos[3].

Tendo encontrado o percurso do Astro no dia H.M.G. e o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, nosso problema pode ser posto assim:

Se o Sol percorre 57 minutos de espaço em 24 horas, quanto ele percorre em 2 horas e 15 minutos? A resposta é: 5 minutos[4].

Esse método de trabalhar com correções pela simples proporção pode ser utilizado com vantagem quando o percurso do Astro é menor que 1 grau; nos casos de Vênus, Mercúrio e, particularmente, no caso da Lua, é muito mais rápido, muito mais seguro e muito mais exato fazer as correções por meio dos logaritmos. Nas últimas páginas das Efemérides Rosacruzes de qualquer ano se encontra uma Tabela de Logaritmos, que também pode ser encontrada no apêndice desse livro e seu uso é extremamente simples.

No alto dessa Tabela há uma sequência de números, de 0 a 23. Esses números tanto são para nos fornecer as horas como para nos fornecer os graus (já que ambos são divididos em 60 minutos); no lado esquerdo há uma coluna que nos fornecem os minutos (tanto para as horas como para os graus) com números de 0 a 59.

Se queremos achar o logaritmo de certo número que está em horas e minutos (ou em graus e minutos), simplesmente pomos nosso dedo indicador no número correspondente ao de horas (ou graus) desejados, daí descendo pela coluna até alcançarmos a linha correspondente aos minutos dados. No ponto em que a linha de minutos intercepta a coluna de horas (ou graus) temos o valor do logaritmo procurado.

Por exemplo, o percurso diário do Sol no horóscopo que estamos calculando é de 0 grau e 57 minutos. Pomos nosso indicador na coluna com o “0” no topo. Corremos o dedo página abaixo até alcançarmos a linha com o número “57” que representa os minutos. No ponto em que essa linha intercepta ou encontra a coluna do “0” vemos o número 1.4025, que é o logaritmo do percurso do Sol no dia H.M.G., que vai do meio-dia de 2 de agosto ao meio-dia de 3 de agosto.

De modo semelhante podemos achar o logaritmo do intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo. Neste caso, como calculamos acima, o intervalo é de 2 horas e 15 minutos. Corremos nosso indicador de cima para baixo na coluna encabeçada pelo número “2” e achamos o número 1.0280 na linha com o número “15”, na coluna dos minutos. Este é o logaritmo do intervalo: 1.0280.

O movimento diário de cada Astro difere do movimento diário de todos os outros Astros. Portanto, o percurso de cada um deles precisa ser calculado separadamente e o respectivo logaritmo precisa ser encontrado, mas o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo se aplica igualmente no cálculo de todos os Astros, de forma que, uma vez determinado o intervalo, seu logaritmo pode ser usado no cálculo das posições de todos os Astros.


[1] N.T.: Exemplo: 1) uma pessoa que nasceu na data de 2 de agosto de 1909, às 8:15 P.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste. Calculando veremos que a HLE será 8:23 PM. E a HMG será 8:23 PM + 5:52 = 2:15 AM do dia 3 de agosto de 1909.

2) uma pessoa que nasceu na data de 31 de dezembro de 1909, às 8:15 P.M. em Chicago (EUA), que se situa nos 88 graus de longitude oeste. Calculando veremos que a HLE será 8:23 PM. E a HMG será 8:23 PM + 5:52 = 2:15 AM do dia 1 de janeiro de 1910.

[2] N.T.: Aqui a página com as Efemérides para o mês de agosto de 1909 com as longitudes dos Astros:

[3] N.T.: já que 02:15 PM é o mesmo que 14:15, pensemos assim, talvez facilite: 14:15 – 12:00 = 02:15.

[4] N.T.: é só aplicar a “regra de 3 simples”: 57 -> 60 então 5 -> x; x = 5,2 ou arredondando 5 minutos.

Continuando nossos cálculos:

 LOGARÍTMOS
Logaritmo do Percurso do Sol no dia da H.M.G. (00:57)1.4025
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo1.0280
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pelo Sol durante o Intervalo2.4305

O valor desse logaritmo em graus e minutos é determinado ao achar o mesmo valor na Tabela dos Logaritmos Proporcionais, ou o que seja mais próximo do Logaritmo da Distância Percorrida pelo Sol durante o Intervalo, calculado acima. No exemplo acima o logaritmo mais próximo é 2,4594[1]. Esse número está na coluna encabeçada pelo grau 0, e na mesma linha que tem o número 5 na coluna dos minutos, que é a primeira da esquerda. Por conseguinte, o valor correspondente do logaritmo é 0 grau e 5 minutos que é o Incremento de Correção. E assim obtemos o mesmo resultado para o nosso problema (Quando o Sol percorre 57 minutos em 24 horas, quanto percorrerá em 2 horas e 15 minutos?), tanto usando logaritmos quanto o método proporcional. Esse último pode parecer mais fácil ao principiante, mas uma vez determinado o Logaritmo do Intervalo, o método logarítmico será considerado mais fácil, rápido e mais preciso, pois as respostas obtidas pelos dois métodos nem sempre coincidem perfeitamente e, particularmente, no caso da Lua o método logarítmico deve ser usado.

Tendo encontrado a distância percorrida pelo Astro durante o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo, para achar a posição do Astro na H.M.G. (que é o fim e objetivo de todos os nossos cálculos) devemos somar esse Incremento de Correção à longitude do Astro no meio-dia mais próximo ao dia H.M.G. Se essa H.M.G. for P.M., é porque neste caso o Astro foi além da posição mostrada nas Efemérides Rosacruzes.

Se, por outro lado, a H.M.G. for anterior ao meio-dia (A.M.) o Astro ainda não alcançou a posição indicada pelas Efemérides ao meio-dia, pelo que se faz necessário subtrair a distância percorrida no intervalo – o Incremento de Correção – da longitude do Astro dado pelas Efemérides no meio-dia mais próximo à H.M.G.

No caso presente a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), portanto, nós somamos:

 SIGNOGG MM
Longitude do Sol no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909Leão09:31
SOMA-SE ao Incremento de Correção 00:05
Resultado é a Longitude do Sol à H.M.G.Leão09:36

Essa é a posição do Sol que deve ser inserida no horóscopo.

Para conveniência do Estudante nós, agora, enunciaremos os passos da regra para encontrar as posições dos Astros, na devida ordem de cálculo:

  1. Determine a H.M.G. somando à Hora Local Exata do nascimento o produto de 4 minutos para cada grau de longitude do lugar do nascimento, se este ficar a oeste de Greenwich (se a longitude do lugar de nascimento for leste, então subtraia).[2]
  2. Determine o intervalo entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo (em horas e minutos); com esse valor entre na Tabela de Logaritmos Proporcionais e ache o Logaritmo do Intervalo.[3]
  3. Determine o percurso do Astro no dia H.M.G., desde o meio-dia anterior à H.M.G. até ao meio-dia seguinte à H.M.G.; entre na Tabela de Logaritmos Proporcionais e ache o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Dia H.M.G.[4].
  4. Some o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Dia H.M.G. ao Logaritmo do Intervalo. O resultado dessa soma é o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo[5].
  5. Determine o valor do Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo em graus e minutos. Esse é o Incremento de Correção[6].

6.a) Quando a H.M.G. é anterior ao meio-dia (A.M.), subtraia o Incremento de Correção da Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.

6.b) Quando a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), some o Incremento de Correção à Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.

NOTA IMPORTANTE: Quando o Astro está Retrógrado, inverta-se as condições do item 6[7].

O resultado, em qualquer um dos casos acima, será a posição exata do Astro na H.M.G, e deve ser inserido no horóscopo, no seu devido lugar.

Essas regras são aplicadas no cálculo da posição de um Astro – o Sol –, mas como a H.M.G. (no caso, 2:15 P.M. de 2 de agosto) e o Logaritmo do Intervalo (1.0280) são os mesmos para todos os Astros, nós não precisamos calculá-los (nem a H.M.G e nem o Logaritmo do Intervalo), como vimos nos itens 1) e 2) acima.  Assim, vamos começar nossos cálculos sobre a Lua e outros Planetas a partir do item 3) acima:

 SIGNOHH MM SS
A longitude da Lua ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Peixes02:39
A longitude da Lua ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Aquário17:55
Percurso da Lua no dia da H.M.G. 14:44

O Estudante deve se lembrar que cada Signo tem 30 graus e que cada grau tem 60 minutos. Na subtração acima foi necessário tomar emprestado 1 grau[8] e somar seus 60 minutos aos 39, pois somente assim podemos tirar 55 do total de 99 minutos, conforme exigia a operação, sobrando ainda 44 minutos[9]. De modo semelhante, tomamos emprestado um Signo inteiro (30 graus) para acrescentá-lo ao 1 grau que sobrou de Peixes após tomar dele 1 grau para efetuar a subtração de minutos[10]. Portanto, subtraímos 31 de 17 graus, o que deixa um resto de 14 graus.

De acordo com o item 4) da nossa regra, fazemos:

 HH MM SS
Logaritmo do Percurso da Lua no dia da H.M.G. (14:44)0.2119
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo1.0280
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida pela Lua durante o Intervalo1.2399

Aplicando a regra no seu item 5) que nos diz como achar o valor desse logaritmo, e em nossa Tabela de Logaritmos Proporcionais podemos verificar como o valor mais próximo o 1.2393. Acima dele, no topo da coluna, vemos o número 1, na extremidade esquerda está o número 23, significando isso que a Lua se deslocou 1 grau e 23 minutos durante o intervalo (entre a H.M.G. e o meio-dia mais próximo). Esse é, pois, o Incremento de Correção.

O item 6.b acima diz que devemos somar esse Incremento de Correção à Longitude da Luz no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides de agosto de 1909:

 SIGNOGG MM
Longitude da Lua no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909Aquário17:55
SOMA-SE ao Incremento de Correção 01:23
Resultado é a Longitude do Sol à H.M.G.Aquário19:18

[1] N.T.: pois 2.4594 – 2.4305 = 0.0289 e 2.4305 – 2.3802 = 0.1503; assim 2.4594 está mais próximo de 2.4305 e esse que deve ser utilizado.

[2] N.T.: suponhamos que a longitude do lugar de nascimento é 88 graus oeste e a H.L.E. é 8:23 AM de 2 de agosto: Então, façamos 4 x 88 = 352 minutos ou 05:52. Como a longitude do lugar de nascimento é oeste, então somemos: 8:23 + 5:52 = 2:15 P.M de 2 de agosto. Esse é o valor da H.M.G.

[3] N.T.: se a H.M.G. é 2:15, então o valor do Logaritmo do Intervalo será, consultando a Tabela, de 1.0280.

[4] N.T.: Por exemplo, se o percurso do Astro no dia H.M.G. foi de 0 grau e 57 minutos, então vamos à Tabela de Logaritmos Proporcionais com esse valor e encontramos: 1.405 que é o Logaritmo do Percurso do Astro durante o dia H.M.G.

[5] N.T.: Se o Logaritmo do Percurso do Astro durante o dia H.M.G. é 1.405 e o Logaritmo do Intervalo é 1.0280, então o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo é 2.4305.

[6] N.T.: Se o Logaritmo do Percurso do Astro durante o Intervalo é de 2.4305, então, vamos à Tabela de Logaritmos Proporcionais com esse valor e encontramos: 0 grau e 5 minutos (00:05).

[7] N.T.: 6.a) Quando a H.M.G. é anterior ao meio-dia (A.M.), SOME o Incremento de Correção da Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.

6.b) Quando a H.M.G. é posterior ao meio-dia (P.M.), SUBTRAIA o Incremento de Correção à Longitude do Astro no meio-dia mais próximo à H.M.G., como lido das Efemérides do mês e do ano de nascimento.

[8] N.T. …do valor 02:39 e, assim, os 2 graus viraram 1 grau e os 39 minutos viraram 60 + 39 = 99 minutos. Com isso podemos escrever os 02:39 como 01:99.

[9] N.T.: fizemos a primeira parte da conta, começando pelos minutos: 99 – 55 = 44 minutos.

[10] N.T.: pois após a operação com os minutos, ao invés de 2 graus de Peixes, ficamos com 1 grau de Peixes. Tomando 30 graus emprestados, ficamos com 31 graus.

O movimento de Netuno, Urano, Saturno e Júpiter no dia H.M.G. do meio-dia de 2 de agosto ao meio-dia de 3 de agosto pode se ver numa consulta às Efemérides de agosto de 1909[1], em poucos minutos. Consequentemente, a distância que eles percorreram no intervalo é insignificante, pelo que se escreve no horóscopo as posições que eles têm no meio-dia mais próximo à H.M.G. de 2 agosto. Marte se moveu 15 minutos no dia H.M.G., portanto, podemos acrescentar 1 minuto para o deslocamento durante o intervalo à longitude (ou posição) dele em 2 de agosto, como mostrado nas Efemérides; assim, anotamos no horóscopo a posição de Marte como estando em Áries 03:58 (ou 3º58’).

Vênus precisará da correção logarítmica[2]:

 SIGNOHH MM SS
A longitude de Vênus ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Virgem06:21
A longitude de Vênus ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Virgem05:09
Percurso de Vênus no dia da H.M.G. 01:12
 LOGARÍTMOS
Logaritmo do Percurso de Vênus no dia da H.M.G. (01:12)1.3010
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo1.0280
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Vênus durante o Intervalo2.3290

O Incremento de Correção (o valor do logaritmo 2.3290 ou do valor mais próximo encontrado na Tabela de Logaritmos Proporcionais, que neste caso é 2.3133) é 00:07 (ou 00º07’).

 SIGNOGG MM
Longitude de Vênus no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909Virgem05:09
SOMA-SE ao Incremento de Correção 00:07
Resultado é a Longitude de Vênus à H.M.G. (e que será inserido no horóscopo)Virgem05:16

Mercúrio também se moveu o suficiente para exigir cálculo de sua posição exata na H.M.G. do nascimento por meio da correção logarítmica:

 SIGNOHH MM SS
A longitude de Mercúrio ao meio-dia de 3 de agosto de 1909 – após a H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Leão09:22
A longitude de Mercúrio ao meio-dia de 2 de agosto de 1909 – antes da H.M.G. (como fornecido pelas Efemérides Rosacruzes de 1909)Leão07:17
Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. 02:05
 LOGARÍTMOS
Logaritmo do Percurso de Mercúrio no dia da H.M.G. (02:05)1.0614
SOMA-SE ao Logaritmo do Intervalo1.0280
Resultado é o Logaritmo da Distância Percorrida por Mercúrio durante o Intervalo2.0894

O Incremento de Correção (o valor do logaritmo 2.0894 ou do valor mais próximo encontrado na Tabela de Logaritmos Proporcionais, que neste caso é 2.0792) é 00:12 (ou 00º12’).

 SIGNOGG MM
Longitude de Mercúrio no meio-dia mais próximo à H.M.G., 2 de agosto, como lido das Efemérides de agosto de 1909Leão07:17
SOMA-SE ao Incremento de Correção 00:12
Resultado é a Longitude de Mercúrio à H.M.G. (e que será inserido no horóscopo)Leão07:29

[1] N.T.: Efemérides de agosto de 1909, para o meio-dia, com as longitudes dos Astros:

[2] N.T.: A Tabela de Logaritmos Proporcionais:

Agora, vamos encontrar as posições da Cabeça do Dragão, ou Nodo Lunar, e da Cauda do Dragão. A longitude da Cabeça do Dragão em 2 de agosto, ao meio-dia mais próximo da H.M.G., encontrada na Efemérides de agosto de 1909, está em Gêmeos 13:47 (ou 13º47’). A Cauda do Dragão ocupa o ponto oposto, ou seja: Sagitário 13:47 (ou 13º47’). Essas posições devem ser anotadas no horóscopo.

Ainda resta outro fator para completar o horóscopo: a Parte da Fortuna[1],um ponto imaginário calculado a partir das longitudes do Sol, da Lua e do Ascendente. A conceituação da Parte da Fortuna está em saber que o corpo humano é produzido pelas forças lunares. No momento da concepção[2] pode ser matematicamente demonstrado que a Lua se encontrava no mesmo grau do Ascendente no nascimento, ainda que na ocasião do nascimento ela esteja numa longitude diferente. Pode-se dizer que numa dessas posições a Lua magnetizou o polo positivo, e em outra, magnetizou o polo negativo do Átomo-semente[3], o qual, à semelhança de um ímã, atrai para si as substâncias químicas que formam o Corpo Denso. As forças solares vitalizam o Corpo Denso, mas como esse sofre um processo constante de deterioramento, se faz necessário uma suspensão ou solução de nutrientes em estado adequado para absorção – um pábulo – a fim de reparar as perdas. Esse tipo de associação de nutrientes e todas as posses materiais são, portanto, astrologicamente falando, derivadas das influências combinadas do Sol e das duas posições da Lua mencionadas acima. Quando os Aspectos relativos à Parte da Fortuna com os outros Astros são benéficos, o sucesso e a prosperidade materiais são favorecidos; quando são adversos, podem ser esperadas dificuldades ao lidar com assuntos materiais. A natureza do Astro que está com algum Aspecto com a Parte da Fortuna, bem como o Signo e a Casa em que a Parte da Fortuna se encontra, são as fontes das quais podemos esperar uma coisa ou outra, nos mostrando, assim, para onde direcionar as nossas energias ou o que devemos evitar.

Os Signos do Zodíaco são contados a partir de Áries, que é o primeiro Signo, e são assim numerados:

NomeNúmero Equivalente NomeNúmero Equivalente
Áries1 Libra7
Touro2 Escorpião8
Gêmeos3 Sagitário9
Câncer4 Capricórnio10
Leão5 Aquário11
Virgem6 Peixes12

Para encontrarmos a posição da Parte de Fortuna:

Some: a longitude do Ascendente (Signo, Grau e Minutos) com a longitude da Lua (Signo, Grau e Minutos);

Dessa soma, subtraia a longitude do Sol (Signo, Grau e Minutos);

O resultado é a longitude de Parte da Fortuna (Signo, Grau e Minutos).

Aplicando essa regra ao horóscopo que estamos levantando, anotamos os fatores envolvidos no cálculo da seguinte forma:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
A longitude do AscendenteVirgem618:56
A longitude do SolLeão509:36
A longitude da LuaAquário1119:18

Seguindo as regras acima, somamos:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
A longitude da LuaAquário1119:18
A longitude do AscendenteVirgem618:56
RESULTADO DA SOMA 1808:14

E, em seguida, subtrair:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
RESULTADO DA SOMA 1808:14
A longitude do SolLeão509:36
Longitude da Parte da FortunaPeixes1228:38

O 12º Signo é Peixes, portanto, a longitude da Parte da Fortuna no horóscopo é: Peixes em 28:38 (ou 28º38’).

No exemplo acima, o Estudante perceberá que quando somamos os graus da Lua e do Ascendente: 19 + 18 e mais 1 grau, tomado da soma dos minutos, o resultado foi “38”, mas como só existem 30 graus num Signo, então um Signo foi levado e somados aos outros Signos, do mesmo modo como somamos 60 minutos aos graus ou às horas.

Se, depois da subtração da longitude do Sol, houver mais que 12 signos, subtraímos o círculo total de 12 e ficamos com o que sobrar.

Também pode acontecer que a longitude do Signo onde está o Sol exceda as longitudes da Lua e a do Ascendente, sendo impossível se efetuar a subtração. Por exemplo, se a:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
A longitude do AscendenteÁries125:55
A longitude da LuaÁries125:50
RESULTADO DA SOMA 321:45

Se o Sol está em Capricórnio, o 10º Signo, não podemos subtrair 10 de 3, portanto, somamos um ciclo de 12 Signos:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
RESULTADO DA SOMA321:45
Ciclo de 12 Signos1200:00
RESULTADO DA SOMA 1521:45

Então, podemos subtrair da Longitude do Sol:

 SIGNONúmero EquivalenteHH MM SS
RESULTADO DA SOMA 1521:45
A longitude do SolCapricórnio1029:55
Longitude da Parte da FortunaCâncer421:50

Assim, o 4º Signo é Câncer, portanto, a longitude da Parte da Fortuna no horóscopo seria: Câncer em 21:50 (ou 21º50’).

Na subtração acima: 45 minutos menos 55, tomamos “emprestado” 1 grau, ou 60 minutos, e adicionamos aos 45 minutos e, então, dessa soma, 105 minutos, subtraímos os 55, restando, portanto, 50 minutos.

Vamos continuar a operação: repare que depois da operação acima não temos mais 21 graus (do RESULTADO DA SOMA), mas sim 20 graus, pois tomamos “emprestado” 1 grau para a subtração dos minutos. Assim, para subtrairmos 29 graus dos 20 graus, também tomamos “emprestado” 1 Signo dos 15 (do RESULTADO DA SOMA). Os 30 graus desse Signo somamos aos 20 graus, o que totaliza 50 graus. Agora sim, destes 50 graus subtraímos os 29 graus, restando 21 graus. Como dos 15 tomamos “emprestado” 1 Signo, sobraram 14 e, assim, subtraindo 10 desses 14 restaram 4. O 4º Signo é Câncer, por conseguinte, a longitude da Parte da Fortuna é Câncer 21:50 (ou 21º50’).


[1] N.T.: ou Roda da Fortuna

[2] N.T.: Na concepção, o óvulo maduro é fertilizado por um espermatozoide. A fertilização acontece quando o espermatozoide atinge o óvulo e consegue perfurar com sucesso a membrana externa dele.

[3] N.T.: Átomo-semente do Corpo Denso.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e a Arte de Curar Nós Mesmos

O verdadeiro Aspirante a uma vida superior tem, como responsabilidade primária, velar pelo equilíbrio e bem-estar dos seus veículos. Seu estado de saúde é fundamental para o bom desempenho dos seus serviços.

A Astrologia Rosacruz nos proporciona as ferramentas necessárias para aproximar-nos de maneira consciente do conhecimento das causas que geraram desarmonias e, consequentemente, doenças e enfermidades (efeitos).

Sabermos de que maneira somos afetados pelo curso dos Astros, a localização deles nos distintos Signos e Casas, é um primeiro passo para conhecermos as tendências nos diversos departamentos da nossa vida, principalmente no que se refere a saúde e cura. Esses temas são expressos no nosso horóscopo todo, especialmente pelas 6ª e 12ª Casas que regem, respectivamente, nossos hábitos cotidianos, as possibilidades de doenças agudas, as dívidas contraídas anteriormente e as tendências para doenças crônicas e agudas.

Sermos conscientes das nossas tendências, nos permite o uso do livre arbítrio, no sentido de substituir hábitos inadequados, por atitudes que tendam a fortalecer nosso Corpo Vital, possibilitando a harmonização dos nossos veículos para alcançarmos a tão almejada saúde.

Colheremos aquilo que plantarmos. Portanto, tornemo-nos mais conscientes no serviço que realizarmos, para podermos merecer melhores situações de aprendizado, nas quais o sofrimento seja transmutado pelo serviço amoroso e desinteressado, pois é evidente que ao assimilar o fundamento essencial do amor se nos permita o acesso a maiores ensinamentos.

Se pela mudança dos nossos hábitos conseguirmos mudar nosso caráter, estaremos alterando conscientemente nosso destino pela graça da fé e do trabalho realizado. Cultivemos boas a vontade e a coragem. Tudo, depende de nós.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de janeiro-fevereiro/1999)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Correlações entre Quadruplicidades, Triplicidades, Aspectos da Divindade e Casas Astrológicas

Quando uma pessoa, pela primeira vez, toma contato com o estudo da Astrologia Rosacruz defronta-se com o problema da aprendizagem das características dos diferentes Signos do Zodíaco. O processo comum, usual, é começar com o estudo do primeiro Signo, Áries, seguindo-se o estudo de Touro, Gêmeos, Câncer, etc., seguindo a ordem até o décimo segundo Signo, Peixes. O Estudante Rosacruz segue essa ordem porque esse é o método adotado pelos autores modernos. O Estudante Rosacruz aprende que Áries é um Signo entusiasta, enérgico e que a ele se segue Touro, um Signo tranquilo, fleumático. O Estudante Rosacruz poderia então perguntar a si mesmo: “Por que essa influência muda tão radicalmente? Que relação existe entre um Signo e outro?”.

O Estudante Rosacruz aprende, ainda, que os Signos são classificados em Signos de Fogo, Terra, Ar e Água, mas muito tempo se passará antes de compreender a diferença entre dois Signos de Fogo, por exemplo. Esse método pode, com o tempo, dar ao Estudante Rosacruz uma ideia clara da relação existente entre os Signos, mas até lá, quase sempre se faz grande confusão das influências, ficando na completa dependência da memória para aprender a natureza intrínseca dos Signos. Por essa razão vamos ver a relação entre os Signos. Para o cético, esse método dá uma razão satisfatória para se crer que os Signos exercem influência real, pois, mostra que as forças em ação nos Signos são as mesmas, em caráter, que observamos no nosso globo físico. Mostra a razão de muitos fatos inexplicáveis e conduz a uma compreensão apropriada da relação entre os Signos, bem como sobre a natureza da força que se expressa por seu intermédio. Uma das classificações que utilizamos na Astrologia Rosacruz são: Cardeais, Fixos, Comuns, Fogo, Terra, Ar e Água.

Compreendamos, primeiramente, a natureza da Divindade para chegarmos a uma correta compreensão do Deus do nosso Sistema Solar. Isso não é assunto novo, pois já estudamos isso no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Mas, vale a pena recapitular. Vamos começar com o que na terminologia Rosacruz é chamado de o Absoluto, a Raiz da Existência. O Absoluto é, de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes, uma expressão do polo negativo do Espírito Universal. O que seja o polo positivo não pode ser conhecido do não Iniciado. Todavia, podemos concluir que se há um polo negativo do Espírito Universal, forçosamente haverá também um polo positivo, pois, em toda a natureza encontramos essa polaridade dupla. O Conceito Rosacruz do Cosmos nos ensina que no alvorecer ou no começo da Manifestação ativa, o Ser Supremo é emanado do Absoluto (Veja o Diagrama 6 do Conceito).

Essa grande inteligência espiritual possui três forças ou energias miraculosas que se manifestam como Poder, Verbo e Movimento. O primeiro aspecto, o Poder, contém em si a habilidade de criar algo original e inteiramente novo. O segundo aspecto, o Verbo, recebe o germe original criado pelo primeiro aspecto, imagina seu modo de desenvolvimento, desenvolve-o e alimenta-o ou o mantêm. O terceiro aspecto, o Movimento, lhe fornece o poder de crescimento. Com esse processo, Sete Grandes Logos vêm à existência e o sétimo desses Seres diferenciou em Si o Deus do nosso Sistema Solar. O Deus do nosso Sistema Solar tem, portanto, em Si, os três poderes primários correspondentes aos do Ser Supremo. Tais poderes são designados como: Vontade (correspondendo ao Poder), Sabedoria (correspondendo ao Verbo) e Atividade (correspondendo ao Movimento) e se manifestam exatamente da mesma maneira, embora em menor escala, que os três grandes poderes possuídos pelo Ser Supremo. Ora, o Espírito de cada ser humano, o Eu Real individual, foi diferenciado por esse grande Ser em Si mesmo e como Ele cada um de nós está imbuído, potencialmente, com Seus três grandes poderes primários, que são designados como Espírito Divino (correspondendo ao Poder, Vontade), Espírito de Vida (o Verbo, Sabedoria) e o Espírito Humano (Movimento, Atividade). Estes três poderes primários da Divindade são as forças que agem por meio dos 12 Signos do Zodíaco, expressando-se, cada uma, através de quatro Signos em estreita relação, como descrevemos a seguir.

O primeiro aspecto ou aspecto Poder da Divindade, se expressa nos quatro Signos Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário). O segundo aspecto, Sabedoria, se expressa no plano mental por meio dos quatro Signos Comuns (Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes) e o terceiro aspecto, Atividade, se expressa no plano físico por meio dos Signos Cardeais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio). Portanto, cada um dos aspectos, se expressa através de quatro Signos que, no Zodíaco, estão colocados em cruz. Essa cruz Zodiacal, na Astrologia Rosacruz, se chama “quadruplicidade”.

Estudaremos separadamente cada quadruplicidade focando, cuidadosamente, o caráter das forças que agem nos Signos, para mostrar que as forças que agem em cada quadruplicidade são idênticas as que observamos nos fenômenos elétricos. Cada quadruplicidade é uma unidade eletromagnética e é para as leis de manifestação eletromagnéticos nessas quadruplicidades que vamos considerar. Primeiramente, vamos ver o que é “unidade eletromagnética”. Para quem está afeito às coisas da eletricidade, isso não é novidade. Se uma corrente passar por um fio condutor, a resistência oferecida pelo metal do fio à passagem da corrente dá nascimento a linhas de força magnética que fluem em ângulo reto com a direção seguida pela corrente elétrica. Essas linhas de força magnética, de modo idêntico à força elétrica de que a originaram, manifestam dois polos: um positivo e outro negativo, ou melhor, um polo de atração e um polo de repulsão. Os dois polos da corrente elétrica e os dois polos da corrente magnética constituem o que chamamos de “unidade eletromagnética”. Verificaremos que os Signos de cada quadruplicidade manifestam forças que podem ser comparadas às de uma unidade eletromagnética. Se os Astrólogos Rosacruzes estivessem familiarizados com esta maneira de considerar os Signo muito os ajudariam na interpretação astrológica. Considerando isso veremos, primeiramente, a quadruplicidade dos Signos Fixos que é uma expressão do aspecto Poder ou Vontade da divindade, pois aqui, a analogia entre as forças em jogo numa unidade eletromagnética e as da quadruplicidade, podem ser vista mais plenamente, especialmente se considerarmos os Astros Regentes dos Signos.

Depois de estudarmos os Signos Fixos, voltaremos nossa atenção para os Signos Comuns e para os Signos Cardeais. Max Heindel nos ensinou que os Astros são as forças impulsoras do tema ou horóscopo e que o Signo dá cor ou modifica a influência dos Astros. Todavia, temos três Signos que manifestam o que chamamos de força impulsora ou força criadora. Tais Signos são os Signos de Fogo e a força ou poder desses três Signos é análogo à da corrente elétrica, que é uma força impulsora, fluente. Leão é o Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos e representa a fonte ou o gerador da nossa corrente elétrica. É regido pelo Sol, cuja tônica é: vida. Leão é, portanto, a usina, a casa de força da nossa analogia. Ele fornece uma força fluente ou impulsora. O Signo ou polo oposto a Leão é Aquário e aqui ele representa o canal, o condutor, as condições ou os meios necessários para a expressão, condução ou manifestação da corrente elétrica. Do material que ele tem à mão Aquário seleciona e determina o caminho de menor resistência, o caminho por onde vai fluir à força de Leão. A força de Aquário é, portanto, uma força seletiva. Os Regentes de Aquário são Urano e Saturno. A palavra-chave de Saturno é “obstrução” e a de Urano “intuição”. Intuição é uma faculdade seletiva, discriminadora e exprime, perfeitamente, o caráter da força em ação. Sabemos que a “obstrução”, ou melhor, a resistência do fio condutor seleciona ou “impede” certas vibrações da corrente elétrica e são essas vibrações impedidas de circular que vão formar as linhas de força magnética que sempre fluem em ângulo reto com a direção da corrente elétrica. Examinando os Signos que estão em ângulo reto com a linha Leão-Aquário encontramos: num lado Touro e no ponto oposto Escorpião. Touro, o Signo da Terra da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Vênus, um Planeta de “atração”. No polo oposto, Escorpião, um Signo da Água da quadruplicidade dos Signos Fixos, é regido por Marte, um Planeta de “repulsão”. Estes dois últimos Signos representam os dois polos opostos das linhas de força magnética. Os quatro Signos, tomados em conjunto, representam aquilo que denominamos unidade eletromagnética. Pelos dois, Leão e Aquário, passa a corrente elétrica que vai gerar entre os outros dois, Touro e Escorpião, o campo magnético. A quadruplicidade dos Signos Fixos é, portanto, uma expressão do aspecto Poder e se manifesta, principalmente, no plano de vida emocional.

O Signo de Fogo da quadruplicidade dos Signos Fixos é Leão; podemos, portanto, esperar que essa força elétrica, criadora, se manifeste como força impulsora no plano emocional. O plano emocional é o reino dos motivos, das causas, é o reino da vital causa primeira doadora da vida. O resultado disso é que qualquer que seja a característica demonstrada por um nativo de Leão, ela será devida, em grande parte, a essa força diretora, quer ele a mostre em seu verdadeiro caráter ou de maneira pervertida.

Uma breve descrição de cada Signo mostrará como se manifesta a força impulsora. O verdadeiro Leão mostra uma natureza amorosa ou emocional forte; seus motivos são elevados e sente abundante fé em Deus. Sente-se naturalmente impelido a comunicar essa fé aos outros e emprega muito do seu tempo com esse propósito. Sente-se capaz de conduzir outros e tem grande confiança em sua própria força. Estende esta fé e confiança à humanidade e está convencido de que aqueles que trabalham por si sempre fazem o melhor que podem. Sua fé na natureza humana, geralmente, redunda em afeições mal empregadas e em ingratidões. Suas falhas são todas devidas a essa fé em si mesmo que o conduz a assumir ares de grande importância, de domínio sobre os que lhe são inferiores ou a procurar posições de mando que não é capaz de desempenhar com sucesso. Há uma força de soerguimento em sua comunidade, cheio de vitalidade e de força de vontade. Como sua força se expressa no plano emocional; seu grande amor por Deus e pela humanidade leva-o, em geral, a ser um curador ou um pregador, ou então a expressar suas emoções como ator ou comediante. Encontra sucesso em qualquer esfera, onde brilha aos olhos dos outros. Muitos destes traços de caráter são comuns aos outros Signos de Fogo, porque todos eles têm em si essa força impulsora. Todos a manifestam, mas como cada Signo de Fogo pertence a uma unidade diferente, cada um se manifesta em plano diferente, seja mental, emocional ou físico. Mas a coragem, a confiança em si, a generosidade, a agressividade, o otimismo, o entusiasmo, a previdência, idealismo, etc. são comuns a todos. Tem muita dignidade, todos são francos, falam bem, porém em demasia. Em Aquário, o Signo ou polo oposto, temos uma força que também se manifesta no plano emocional, mas em vez de ser uma força impulsora, agora vemos uma força seletiva, discriminadora. Enquanto que o nativo de Leão é dirigido pelos motivos, o de Aquário dirige, observa, compara, julga e controla esses mesmos motivos.

O aquariano adiantado é, de todos os Signos, o mais apurado juiz da natureza humana. Tem sede de luz e de conhecer as “causas primeiras” ou os princípios fundamentais do mistério da manifestação que, no tipo avançado, em geral conduz ao campo do ocultismo e da astrologia. É severo juiz da verdade ou da falsidade; de uma doutrina religiosa sente intuitivamente o que é fato e o que é imaginação. Em todos os casos, a religiosidade dos aquarianos mostra suas tendências discriminadoras. Seu interesse pelo ritual e pelas cerimônias é para examiná-los e compará-los com os outros. As escrituras e os ensinos dos grandes fundadores de correntes religiosas são tratados da mesma maneira: não aceita nada que não tenha sido submetido ao seu julgamento discriminador. Vê ambos os lados de qualquer controvérsia; sente a unidade de toda humanidade e compreende o coração de todos. É um verdadeiro pesquisador. A comparação entre os nativos de Aquário e de Leão mostra algo do caráter das forças em ação. O de Leão é eloquente, fala bem, ao passo que o de Aquário é de poucas palavras. O de Leão tem confiança nos seus companheiros; o de Aquário pesquisa suas ações, palavras e pensamentos, inquire os motivos determinantes das suas ações. Ambos são afetivos e bondosos e sua vida no lar é quase ideal, mas embora os de Leão vivam harmoniosamente com sua família, devido à bondade de seu coração, é não obstante, o chefe, o cabeça da família; já os de Aquário tendem mais a acatar a opinião da pessoa amada e abre mão da sua opinião para o bem da harmonia. Leão é destemido e confiante; Aquário é reservado e modesto. Estes dois Signos, juntamente com Touro e Escorpião, são a fonte das forças das causas que se ocultam em todos os esforços humanos; constituem a força principal da ação na humanidade: o amor e afeição de Leão, o desejo de conhecimento e de amizade de Aquário, o desejo físico ardente de Touro e a excitação sexual de Escorpião. Os filósofos gastaram muita tinta no exame dessas forças, tão básicas no comportamento humano. Os antigos egípcios tentavam mostrar as forças da quadruplicidade por meio da esfinge que tinha o corpo de um touro (Touro), asas de uma águia (Escorpião), patas de um leão (Leão) e cabeça de homem (Aquário).

O Querubim visto por Ezequiel e por ele descrito no capítulo I, versículos 5 a 10 do seu livro, é o símbolo desses quatro Signos. Disse Ezequiel: “E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem, e do lado direito todos quatro tinham rostos de Leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rostos de boi; e também rostos de águia todos os quatro“. A visão de São João do Trono de Deus, dada no Livro do Apocalipse 4:7, também, os descreve: “E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando“.

Antes de considerarmos os Signos que representam as linhas de força magnética da quadruplicidade dos Signos Fixos, examinemos a corrente elétrica nos Signos de Fogo e de Ar e das outras quadruplicidades. Na quadruplicidade dos Signos Comuns o Signo de Fogo é Sagitário, que nos fornece as mesmas forças diretoras que encontramos em Leão, mas sendo os Signos Comuns expressões do segundo aspecto da Divindade, a Sabedoria que, como dissemos, visualiza, extrai e desenvolve a ideia original, as forças de Sagitário se manifestam no plano mental. Essa é a região da lei da vida e do desenvolvimento; é a região para o desenvolvimento das ideias. Sagitário é regido por Júpiter que representa a Mente superior, e sua influência é expansiva, desenvolvedora. Conhecendo o plano no qual essa força dirigente está em ação, podemos, com segurança, dizer que a característica principal do verdadeiro sagitariano adiantado é seu extraordinário poder de atividade mental. Ele é sempre uma fonte de auxilio e de iluminação para os outros. Ele se interessa na relação entre a causa e o efeito e sabe como desenvolver uma ideia a exercer o poder de concentração. Comparando-o com Leão, vemos que é um vidente, um profeta, um filósofo, um idealista, legislador, porém, melhor orador do que curador, acredita mais na justiça do que no perdão, tem mais amor à lei e à ordem do que à humanidade. Ele não sente tão profundamente como o de Leão, mas tem sede de sabedoria e possui determinação para procurá-la por meio da razão e para dá-la aos outros. Naturalmente essa tendência faz do ensino da filosofia ou da religião a ocupação ideal para o sagitariano, embora a profissão da advocacia seja também um campo de atividade conveniente. A literatura e o jornalismo também são atração para o sagitariano, já o estudo da medicina raramente é procurado por ele, mas quando o faz especializa-se no que diz respeito ao cérebro. Se a nossa analogia for correta, devemos encontrar uma força seletiva ou discriminadora em ação no polo ou Signo oposto a Sagitário, como meio de expressão ou de condução, julgando ou criticando nesse plano. Gêmeos é o Signo oposto e Mercúrio, o seu Regente. De acordo com a mitologia, Mercúrio é o mensageiro de Júpiter, regente de Sagitário, Signo que acabamos de analisar. O mensageiro é um meio de expressão ou de manifestação. As histórias mitológicas ligadas a Mercúrio são cheias de exemplos de sua habilidade em adaptar os meios para a obtenção dos fins e, também, da sua capacidade de adaptar as faculdades (meios) de outras pessoas aos seus próprios fins. Sendo essa a região das ideias e das leis, os meios de expressão são as palavras e os escritos. Pode-se ver prontamente que o nativo desse Signo terá habilidade de expressar-se bem por palavras ou por correspondência. Aprende com facilidade e está, normalmente, bem informado em vários assuntos. Suas principais características são a: versatilidade e adaptabilidade, agilidade intelectual e destreza física. Notamos como a força discriminadora agindo no plano mental nos fornece aquele que pesquisa e que separa os fatos e as notícias, o lexicógrafo, o crítico literário, o inventor.

Na quadruplicidade dos Signos Cardeais o Signo de Fogo nos fornece o Signo de Áries como força impulsora. Como essa quadruplicidade pertence ao aspecto Atividade da Divindade, expressando-se no plano físico da vida, encontramos, antes, o que executa do que o que fica vendo, o trabalhador de vontade, o pioneiro e o indivíduo de ação. O ariano conhece apenas sua própria força; por isso é cheio de si. Raramente descansa. Tem orgulho de ser tão ativo e, geralmente, superestima sua própria fortaleza. A força impulsora desse Signo lhe fornece muita confiança em si e ele está sempre fazendo algo ou começando alguma coisa que é incapaz de terminar. O polo oposto dessa corrente elétrica é o Signo de Ar de Libra. Este nos fornece aquele que pesquisa e separa as coisas físicas mais do que as causas, como encontramos em Aquário e Gêmeos. O senso discriminador dos de Libra faz com que dê grande importância ao ambiente harmonioso. Seus esforços são dirigidos para o ajustamento do seu ambiente e para o aformoseamento da vida por meio de uma das artes criadoras. É, particularmente, sensível as mais elevadas vibrações da música. Mostra grande tato e gosto na escolha das vestes e da linguagem. É o juiz das formas, sons e cores, o artista, o músico, o pintor, o urbanista, o juiz de qualquer competição de beleza, seja de flores, cães ou cavalos. É o avalista, o cambista, etc., o negociante de objetos de fantasia e de enfeite, o livreiro, o lexicógrafo, o perito em eficiência comercial. São traços de caráter comuns a todos os Signos de Ar, devido a essa força discriminadora: o desejo de conhecimento, de requinte, interesse na cultura intelectual, prazer na troca de ideias. Todos são bons na comparação, veem os lados de qualquer problema e estão sempre imaginando novos esquemas e novas ideias. São dados à pesquisa e investigação. Tem discernimento na escolha entre o que presta e o que não presta. São menos precipitados na ação e, portanto, menos sujeitos aos acidentes do que os Signos de Fogo. Fornece, também, aos seus nativos, o mais elevado tipo de beleza, mas há o mesmo vigor no caráter dos Signos de Ar como nos Signos de Fogo. Quando há muitos Astros nos Signos de Ar, especialmente se estão afligidos, há o perigo de estagnação, de ter atitude de “paz a qualquer preço”, de submissão àquilo que deveria ser combatido. São “mornos”, via de regra. Assim como o aquariano pouco desenvolvido fornece vazão às suas emoções, não as conduzindo pelos canais apropriados, também o geminiano pouco desenvolvido mostra seus esquemas e artifícios, mente e rouba e vive de suas habilidades. Não é difícil para o Estudante Rosacruz ver que os pouco desenvolvidos de Libra não terão a força necessária para dominar as circunstâncias adversas e podem se tornar vítimas delas.

Até agora só estudamos seis Signos: os que representam os dois polos da nossa “corrente elétrica” nos três grupos de Signos ou quadruplicidades. Se, por um momento, observarmos as Casas que correspondem a esses Signos, podemos ainda ver o caráter das forças em ação. A 5ª Casa, que corresponde a Leão, está relacionada com a irradiação e distribuição do poder vital criador do Amor. Fornece o entusiasmo ou a incitação que impele à expressão. É conhecida como sendo a Casa dos assuntos amorosos, dos filhos, dos prazeres, etc. A 11ª casa, correspondente a Aquário, mostra os meios de expressão. É conhecida pelos Astrólogos Rosacruzes como a casa dos amigos, das ambições, dos desejos e das esperanças. Sabemos que problemas com filhos podem ser resolvidos considerando a 5ª e 11ª Casas. A 11ª Casa é a 5ª Casa do companheiro do matrimônio, o que é o outro modo de dizer que o companheiro de matrimônio é um fator ou meio de expressão necessário. Estamos, com isso, declarando aos Estudantes Rosacruzes que o poder vital para criar filhos é mostrado pela 5ª Casa, mas que os filhos, em si, devem ser julgados pela 11ª Casa, pois eles são como os nossos amigos, o caminho para a expressão da nossa natureza amorosa. A 9ª Casa, que corresponde a Sagitário, é a Casa da Mente superior e está relacionada com o desenvolvimento do poder do pensamento, por meio de influências tais como as viagens que estimulam o pensamento, as filosofias, etc. A 3ª Casa é seu meio de expressão, isto é, é a Mente inferior; é a casa dos escritos e dos outros meios de comunicação. A 1ª Casa, correspondente a Áries, rege a Personalidade que encontra seu meio de expressão na 7ª Casa. Isto explica porque a 7ª Casa rege assuntos tão diferentes como o público, associações e inimigos, pois, todos os fatores necessários à expressão da Personalidade.

Gostaríamos, agora, de chamar a atenção dos amigos para a influência sutil dos órgãos do corpo regidos por esses Signos. O coração, junto com o sangue, impede que os fluídos do corpo fiquem estagnados; os pulmões purificam pela oxigenação e eliminação do óxido de carbono; os rins purificam pela eliminação dos ácidos, etc.; o cérebro sutiliza o indivíduo como um todo. Outro fato interessante é que parece que esses Signos formam os órgãos em duplicata: há duas câmaras no coração; dois pulmões, dois rins, dois hemisférios cerebrais. Os Signos de Terra e de Água regem os órgãos de função vegetativa, desde Touro (boca, garganta), o ponto de entrada, até Escorpião (reto) o ponto de saída. Alguns costumam dizer que no processo da refinação o fogo e o ar são os que produzem o fogo purificador, ao passo que no processo de cultivação a terra e a água fazem fértil o solo. A influência refinadora dos Signos de Fogo e de Ar é claramente vista em temas como o de Max Heindel, no qual muitos Astros se encontram nesses Signos, havendo poucos nos Signos de Terra e de Água. Embora isso não seja evidência conclusiva, quando considerado sem levar em conta os Aspectos dos Astros, etc., a influência pode, não obstante, ser vista. Os quatro Signos Comuns e os quatro Signos Cardeais podem ser considerados de maneira semelhante. Em cada quadruplicidade o Signo de Fogo representa a força ou a fonte da corrente elétrica. O Signo de Ar, que lhe é oposto, é o canal ou meio de expressão (fio ou condutor) ou fator necessário para a manifestação da força do Signo de Fogo (corrente elétrica). A energia criadora dos Signos Leão e Aquário está relacionada com o primeiro aspecto da Divindade, fornecendo a possibilidade de criação de algo novo e original: a Epigênese, em última análise. Leão fornece a força, e a intuição de Aquário possibilita os meios de criação de ideias originais. Assim verificamos que a principal característica dos Signos de Fogo é a força impulsora e que a força seletiva ou discriminadora é a que age por meio dos Signos de Ar. Sua ação combinada constitui o campo elétrico. Os Signos de Terra e dos de Água representam o campo magnético, em cada caso. Essa analogia entre as forças dos Signos e as leis dos fenômenos elétricos são muito importantes para o aprendizado do Estudante Rosacruz. Assim, se usarmos essa analogia no nosso estudo dos Signos e conhecendo a unidade eletromagnética a que ele pertence, bem como o lugar que ocupa nessa unidade, verificamos que, com facilidade, podemos predizer algo das características do Signo. Cada quadruplicidade se manifesta, é claro, no plano do ser ao qual está relacionada.

Assim é que o primeiro aspecto, o aspecto Poder, agindo por intermédio dos Signos Fixos, se manifesta no plano emocional. O segundo aspecto, o Verbo, agindo nos Signos Comuns, se manifesta no plano mental e o terceiro aspecto, o Movimento, agindo pelos Signos Cardeais, se manifesta no plano físico.

Chegamos, agora, à vez da descrição dos demais Signos, também de força magnética. Note-se que tais Signos são os de Água e de Terra. Os cientistas não sabem ainda o que seja o magnetismo, como também não sabem o que seja a eletricidade; sabem apenas como essas forças se comportam. As linhas de força magnética são o resultado do movimento da eletricidade, dizem os cientistas, e nós podemos dizer que os Signos, analogamente a essas linhas, estão relacionados com resultados e recompensas, devido à atividade dos Signos elétricos. Os Signos elétricos mostram o que semeamos; os Signos magnéticos mostram o que colhemos. Emocionalmente será harmonia (Touro) ou discórdia (Escorpião); mentalmente serão oportunidades para servir e trabalhar (Virgem) ou prisões, limitações (Peixes). Fisicamente, colheremos honra e adiantamento (Capricórnio) ou restrições nas condições do lar, rasgos hereditários, etc., (Câncer).

Se pudermos dizer que as linhas de força magnética são derivadas do fluxo de uma corrente elétrica também podemos afirmar que as forças dos Signos de Terra e de Água podem ser consideradas como derivadas dos Signos de Fogo e de Ar, isso explicará por que os Signos de Fogo e de Ar são considerados mais espirituais do que os de Terra e de Água; eles representam mais a fonte da vida e do ser, enquanto que os Signos da Terra e de Água representam as formas ou manifestações materiais.

O magnetismo apresenta um polo positivo e um polo negativo. Um desses polos pode ser descrito em linguagem simples como uma força não satisfeita, que tende a buscar seu equilíbrio no seu oposto polar. Os Signos de Água representam essa força insatisfeita; os Signos de Terra representam os polos opostos, que satisfazem e completam o circuito.

Os Signos de Água têm sido chamados de emocionais, mas esse não é o termo apropriado para usar, porque causa confusão. Os únicos Signos emocionais são os Fixos. Mas se por emocional queremos significar impressionável, que muda ou é afetado facilmente, podemos designá-los assim. O que devemos compreender é que com pessoas impressionáveis, as ideias e as sensações são prontamente transmutadas em emoções. Mas, em honra à clareza, digamos que apenas os Signos Fixos são emocionais. Os Signos de Água são instáveis, sem equilíbrio, insatisfeitos; são sujeitos as impressões e, como um magneto, tudo aquilo com que entram em contato, muda a sua polaridade.

Se as linhas de força magnéticas derivam da corrente elétrica, assim o amor filial de Touro deriva do amor universal de Urano. A vontade de Leão se expressa como desejo. Touro representa o polo de atração do nosso grupo de Signos Fixos. Os amigos podem ver, facilmente, estabilidade de propósito e de caráter, paciência e perseverança. Devemos lembrar, todavia, que a força é antes objetiva e concreta do que subjetiva e ideal. Disposição para adquirir é sua principal característica. A pessoa de Touro é muito material em seus propósitos e pode estimar, demasiadamente, as posses concretas. Seu hábito mental é contemplativo e introspectivo. Examina tudo o que vem a ele, mas nunca vai. Nunca se eleva aos planos superiores. Liga a si cada pensamento ou experiência e tem inclinação a sofrer de qualquer doença que sua Mente imaginar. Está limitado à família, é muito poupado e tem inclinação a ser avarento e ensimesmado. Geralmente é incapaz de aceitar outro ponto de vista que não o seu. É muito leal nas amizades e no amor; nunca se apaixona por heróis nem por ideais abstratos, estes devem ser sempre realidades materiais. Às vezes, as tendências religiosas estão completamente ausentes. A sensualidade é quase sempre bem desenvolvida. O taurino é um construtor, um produtor, agricultor e, às vezes, banqueiro. Seus rasgos de caráter são o resultado de uma força atrativa, de uma força magnética.

Todos os Signos da Terra representam aquilo que fornece satisfação; aquilo que equilibra e estabiliza. Os nativos desses Signos não são dados a entusiasmos, nem aos extremos; são práticos e submissos quando se trata de suprir uma necessidade. No agrupamento dos Signos Fixos, o polo oposto das linhas de força magnéticas é Escorpião e representa um estado emocional insatisfeito. Se soubéssemos mais sobre magnetismo talvez conhecêssemos mais sobre as forças em ação nesses Signos. Em certos aspectos, este polo das linhas de força magnética age como uma sobrecarga de energia.

O nativo de Escorpião parece cheio de uma força que tem de ter uma saída de qualquer forma e em qualquer lugar. Parece estar sempre lutando para conquistar e tudo o que necessitar de esforço vigoroso, “está para ele”, como se diz na gíria. Está sempre pronto para argumentar ou para combater; o fracasso da oposição lhe fornece muita satisfação. A palavra-chave deste Signo é “discórdia” e, muitas vezes, a força vital de Leão é consumida em excessos de sensualismo. O que é vontade e desejo latente em Touro se torna energia manifestada em Escorpião. Esse polo das linhas de força magnética sempre procura igualar tudo que está em sua constituição. Os nativos mais altamente desenvolvidos têm paixão pela investigação e pela experiência e possuem grande força para abrir e explorar as regiões superiores. Escorpião expressa um estado emocional insatisfeito, sempre procurando seu equilíbrio. Fornece incentivo para o nativo entrar em contato com os planos emocionais superiores. Sua meta é um estado emocional equilibrado, um estado emocional perfeito, o domínio da paixão ou sua satisfação, dependendo isto de desenvolvimento do nativo. Está relacionado com a geração e a regeneração. O desinteresse, a natureza flexível, a disposição distraída, são rasgos de caráter comuns a todos os Signos de Água. São dados à mediunidade, são impressionáveis, compassivos. Diferentes dos Signos de Terra, são extremistas. Na quadruplicidade de Signos Comuns, o polo de atração é Virgem. Desde que sua força se exprime no plano mental, o nativo desse Signo tem sucesso como compilador de fatos, mas tem pouco poder de criação. Ele é o ceifeiro do saber, equilibrando e pondo em ordem, absorvendo o conhecimento com tranquilidade. O temperamento é passivo e conservador, amante do conforto material. Seu horizonte é limitado pelo círculo dos seus deveres. Em alguns casos, suas vistas não são apenas limitadas; são, antes, microscópicas, podendo ver em um grão de areia em uma montanha. Como polo atrativo do grupo anterior, Touro tem possibilidade de ser egoísta e sensível à opinião pública. É sigiloso acerca dos seus negócios e fastidioso no vestir. É bom nos detalhes, mas inclinado a conservar para si suas descobertas. Não tem a força criadora necessária ao sucesso geral. A relação desse Signo com o segundo aspecto da Divindade está evidente no seu interesse pela alimentação e saúde.

Diz-se que não há Signo que produza tanto nativo que se eleva a fama por habilidade intelectual do que Virgem. Em geral, o nativo de Virgem escolhe carreiras em que se dedica como pesquisador, como a química, farmácia ou outros assuntos ligados à saúde. Quando trabalhando nessa direção, destaca-se como humanista e encontra muito interesse em seu próprio trabalho o que redundará em forma e sucesso material. Peixes, o polo oposto, representa o campo pelo qual a Mente atinge o desenvolvimento mental e espiritual, a unidade com os poderes espirituais, a consciência cósmica, a satisfação intelectual. Peixes exprime suas forças em seu desprendimento; o nativo é generoso, dando até o que lhe é necessário para viver aos parentes e amigos, nada pedindo em troca. Gosta de falar e, como escritor, é fluente, embora prolixo. A força desse Signo está, antes, nos seus ideais e aspirações do que nas suas ações. Tem pouca ambição mundana, não cuidando de obter dignidades nem poderes. Raramente consegue enriquecer. Seu poder de atingir os mais elevados planos mentais o conduz à aspiração e sua capacidade de trazer de lá as mensagens, fazem-no clarividente e místico. O tipo menos avançado pode lançar mão de drogas e artifícios para atingir esses planos elevados.

Capricórnio, como os outros Signos de Terra, é também muito consciente de si e apresenta o mesmo perigo de perder-se nos detalhes; o objetivo torna-se muito limitado. Como sua força se manifesta no plano físico, o nativo é muito poupado; poupa tudo o que pode ser de utilidade, desde pregos usados até sacos de papel. Fornece, também, muita importância à exterioridade, à forma exterior e ao vestuário. É hábil e aproveita as oportunidades quando elas se apresentam. A capacidade de embaraçar-se com trabalho físico pesado é característica. O nativo de Câncer tem também seu interesse centralizado no físico. O estimulo é para o perfeito ambiente físico; é o construtor do lar, gosta de fazer seu ninho. É muito influenciado pelo seu ambiente. Suas sensações são vividas e facilmente é presa das emoções. É um extremista, inclinado a afastar seus amigos dos sentimentos mórbidos de depressão. O tipo menos evoluído é inclinado a vagar sem desígnio, fugindo das responsabilidades, provando ser incapaz de construir um lar. Suas sensações vividas deixam imagens claras do passado, da infância e dos velhos laços de amizade. Essas sensações são devidas à constituição física instável, impressionável.

Vejamos, agora, as casas que correspondem aos Signos que compõem as chamadas linhas de força magnéticas. A 2ª Casa, correspondente a Touro, é a Casa das posses, das finanças relacionadas com o poder de aquisição; a 8ª Casa correspondente a Escorpião é a Casa do progresso e evolução, o campo da regeneração e da liberação ou da degeneração e morte. Estas Casas são relacionadas com o Poder criador do primeiro aspecto da Divindade. A 2ª Casa mostra o que vem ao nativo como resultado compensador dos seus esforços criadores; a 8ª Casa mostra o fim das coisas, vitalmente. A 6ª Casa, correspondente a Virgem, e a 12ª Casa, correspondente a Peixes, estão relacionadas com a Sabedoria, ou seja, com o segundo aspecto da Divindade. A 6ª Casa diz respeito à saúde do nativo, à alimentação, ao conforto pessoal, vestes, etc. Mostra o trabalho que o nativo está destinado a fazer ou a que é compelido pela lei de consequência; rege, também, os que estão ligados ao nativo como servidores ou empregados. A 12ª Casa mostra o fim das coisas, mental e legitimamente; a aquisição da consciência cósmica, a obtenção espiritual da limitação cósmica. A 10ª Casa, correspondente a Capricórnio, e a 4ª Casa, correspondente a Câncer, estão relacionadas com o Movimento, terceiro aspecto da Divindade, e com o plano físico. A 10ª Casa mostra nossa posição social e as honras recebidas, ao passo que a 4ª Casa mostra o fim das coisas, fisicamente. As Casas 8ª, 12ª e 4ª constituem as Casas chamadas “finais”. A morte pode ser mostrada por qualquer delas.

Assim, acabamos de completar o estudo dos 12 Signos e suas correlações com a Divindade e com as Casas astrológicas. Agora é só colocar em prática, se exercitar e chegar a conclusões mais profundas do que essas. Bons estudos!

(Artigo publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz, de São Paulo-SP de janeiro/1979)

Idiomas