Arquivo de tag Signos Fixos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Mente no Tema Natal ou no Horóscopo Natal

Quando vamos ponderar as qualidades mentais de uma pessoa, em um tema astrológico, a primeira coisa que devemos considerar é a posição de Mercúrio. Primeiramente, notemos em que Signo está ele colocado, depois a Casa e, finalmente, os Aspectos que mantém com os outros Astros.

Para não nos estendermos demasiadamente nesta explanação, remeteremos o caro leitor ao livro “Mensagem das Estrelas” para estudar e compreender os efeitos produzidos pelo Astro da razão, nos diferentes Signos do Zodíaco.

Lá encontrará, também, as qualidades básicas de Mercúrio nos doze Signos. Tais qualidades devem ser estudadas cuidadosamente pois do proveito desse estudo dependem os fundamentos em que basearemos depois nossas conclusões. O outro Astro a considerar, no estudo da razão ou mentalidade, é a Lua. Se há um bom Aspecto entre a Lua e Mercúrio, especialmente se esses dois Astros estão colocados nos ângulos do tema e em Signos que podem expressar suas melhores qualidades, podemos confiar que o paciente cooperará com o médico em sua cura.

Todavia, Mercúrio em Conjunção com Saturno proporciona a uma pessoa uma mentalidade obstinada, teimosa, lenta e propensa à melancolia. Mas, Mercúrio em Trígono ou Sextil com Saturno, proporciona a ela uma memória retentiva, uma Mente bem equilibrada possibilitando o desenvolvimento de boas qualidades de razoamento. Marte e Urano em Conjunção com Mercúrio, proporciona ao paciente uma mentalidade impressionável, sensitiva e emocional; também lhe proporciona tendências a ser um lunático, com pouco controle sobre a Mente. Mas, Marte e Urano em Sextil ou Trígono com Mercúrio, fornecerá a ela uma tendência à sensibilidade e à acuidade mental. Mercúrio ou a Lua em Aspecto adverso (Quadratura ou Oposição) à Netuno, proporciona a ela uma Mente inclinada às condições antinaturais e doentias; propenderá às manias e ao fanatismo na prática da Religião, da mediunidade, das bebidas alcoólicas e das drogas. Observe-se a Casa e o Signo em que estão colocados esses Astros, para conhecer o modo como tendem a se manifestar.

Sendo Netuno a oitava superior de Mercúrio, tem ele influência sobre a Mente superior. Netuno em Aspecto adverso com Urano ou com a Lua proporciona tendências para indesejáveis experiências de psiquismo. Afligido por Marte, especialmente em Conjunção com esse ígneo Planeta, o nativo se vê tentado a empregar amiúde o hipnotismo ou a magia negra sobre os demais, expondo-se, por si mesmo, a ser vítima dos que, faltos de quaisquer escrúpulos, usam essas horrendas práticas sobre os outros.

Quando as aflições mentais se verificam na oitava ou décima segunda Casa têm uma influência mais sutil do que em qualquer outra posição. As aflições ou Aspectos adversos ocorrentes na oitava Casa podem resultar à Mente tendências suicidas.

Desejamos imprimir firmemente na memória do leitor que nunca e por nenhuma razão baseie seu diagnóstico somente em um ou dois Aspectos, senão que deve julgar o horóscopo como um todo. Para ilustrar o perigo em que pode se incorrer pelo exame superficial, tomemos o tema de um homem com Mercúrio em Capricórnio e na sexta Casa, formando um só Aspecto, que era uma débil Quadratura com Netuno. Julgando o horóscopo à ligeira se poderia dizer que o nativo tem a tendência a ter uma mentalidade obtusa. No entanto, quando criança foi o primeiro aluno de sua classe. Em matemática e ortografia era verdadeiramente notável. Já homem, ocupou postos relevantes em suas posições e profissão, sendo depois um diretor de uma empresa que exigia muita habilidade executiva e aguda mentalidade. Para esclarecer isso passemos ao que indicavam os outros Astros de seu tema: tinha sete Astros em Signos de Ar, cinco Astros em Signos mentais, a Lua e Netuno com Aspectos benéficos entre si e nos ângulos, o Sol e a Lua em Signos Fixos. Ao resumir o horóscopo pode-se ver claramente por que tal pessoa alcançou tão elevada posição num trabalho mental, apesar de um débil Mercúrio.

Assim, pois, cremos necessário que o leitor tenha sempre em mira, sem esquecer jamais, o conjunto do tema astrológico – o horóscopo –, empregando bem o raciocínio antes de emitir juízo sobre um horóscopo, quer se trate de qualidades mentais, quer de morais, espirituais ou físicas.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1972 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Explicação Necessária: porque um mapa astrológico oferece, em geral, certas contradições

Muitas pessoas que pouco ou nada entendem da Astrologia Rosacruz ficam intrigadas e não compreendem por que um mapa astrológico – um horóscopo – oferece, em geral, certas contradições, chegando mesmo a duvidar da exatidão daquelas configurações. Porém, é preciso notar que todos possuímos características opostas de caráter, temperamento e ou outras que necessitam ser equilibradas para que se cumpra a nossa real finalidade de viver.

Para compreender essa aparente disparidade tem a considerar, antes de qualquer coisa, que os Astros (Signos, Sol, Lua, Planetas) predispõem, mas não impõem. Que existe sempre uma boa margem de livre arbítrio em que nós nos apoiamos para “dominar” os nossos Astros. Especialmente aqueles Aspectos que se processam em Signos Comuns ou Cardeais são as mais passíveis de transmutações, sendo, os Signos Fixos, em geral, indicadores das dívidas de destino, marcando, portanto, aqueles acontecimentos quase irremovíveis, enquadrados no Destino Maduro. São contas a saldar de erros anteriores, especialmente de reincidências e que nós mesmos escolhemos na nossa última estada no Terceiro Céu, quando escolhemos o panorama dessa vida aqui.

Cada Aspecto adverso – Quadratura, Oposição e algumas Conjunções e Paralelos – assinala uma experiência a viver para adquirir conhecimento das consequências de alguma falta cometida dentro daquelas direções, porém são passíveis de “cura”. Assim também, cada Aspecto benéfico – Sextil, Trígono e algumas Conjunções e Paralelos – marca os pontos básicos em que nós poderemos nos apoiar para desfrutar nossos merecimentos, encontrando neles, também, forças para sobrepor-se aos pontos não redimidos do nosso caráter, assinalados nos Aspectos adversos. Isso porque o propósito da vida não é a felicidade, como muita gente supõe, mas adquirir experiência. Tanto que quando negligenciamos na correção de algum erro assinalado nas Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções e Paralelos do nosso horóscopo, cedo ou tarde teremos que prestar contas ao certo, à Verdade, através da doença, da enfermidade e do sofrimento.

Com conhecimento de causa, podemos abrandar muito as consequências nefastas de um horóscopo com Aspectos adversos. Quando não, há ainda a possibilidade de “vencermos” nossos Astros por meio da compreensão aceitando a chamada “adversidade” que deles parece advir, como consequência natural de nossas próprias deficiências. Nesse particular, um gesto de abnegação, uma atitude de conformidade com aquilo que sabemos já não poder ser de outra maneira, será a solução para pagarmos a dívida de destino, aprendermos a lição, sublimá-la como bom hábito e se esforçar para criar a virtude, oposta ao vício, ao erro.

Um chamado “bom horóscopo” em que a maior parte das configurações apresenta-se em Sextis, Trígonos e algumas Conjunções e Paralelos, na verdade, sob o ponto de vista espiritual, dificilmente proporcionará o mesmo estímulo e as mesmas oportunidades para avançarmos em nossa própria evolução, ao contrário de um “horóscopo difícil”, pontilhado de Aspectos não redimidos, obrigando-nos a um maior esforço para vencer os nossos Aspectos adversos revelados pelas Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções e Paralelos, ou a sofrer quando nos negarmos a esse esforço, mesmo que seja por ignorância dos fatos. Então, teremos mais possibilidades de redimir nossos Astros, redimindo-se a nós mesmos!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Análise dos Três Horóscopos de Trigêmeos: Causas Ocultas de Desajustes

À primeira vista, é evidente que há algo de errado ou estranho com os horóscopos desses trigêmeos, porque seria natural ver o grau mais baixo de um Signo no Ascendente no momento em que o primeiro nasceu e, então, os outros dois deveriam nascer com graus gradualmente mais altos desse Signo no Ascendente; mas aqui é diferente. Leão, está no Ascendente, a 8 graus, quando o primeiro nasce; depois, temos Leão está no Ascendente, a 3 graus, para o segundo e Leão no Ascendente a 5 graus, no caso do terceiro. Isso dá uma rápida impressão de que quem calculou esses horóscopos deve ter cometido um erro grave, porque se eles estiverem certos, o primeiro trigêmeo deve ter nascido aproximadamente vinte e quatro horas antes dos outros dois, o que seria uma ocorrência bastante incomum, para dizer o mínimo.

O mistério se aprofunda quando olhamos para a Lua no horóscopo do primeiro trigêmeo e a comparamos com o lugar da Lua nos horóscopos dos outros dois. Nos dois últimos horóscopos, a Lua está até mais de 26 graus à frente quando comparada com o primeiro horóscopo e seriam necessários pelo menos dois dias para ela viajar essa distância.

Assim, é evidente que, se o horóscopo do primeiro trigêmeo estiver correto, ele deve ter nascido aproximadamente dois dias antes dos outros, uma condição quase inacreditável. No entanto, esse é o fato! O primeiro trigêmeo nasceu em 22 de setembro de 1915, às 1h50. O segundo nasceu em 24 de setembro de 1915, às 1h15 e o terceiro nasceu dez minutos mais tarde.

Assim, os horóscopos mostrados aqui são astronomicamente corretos e, como resultado, há uma diferença nos horóscopos. O primeiro tem todos os Signos Fixos nos ângulos, enquanto os outros apresentam uma mistura de Signos Fixos e Cardeais. No primeiro, Áries e Libra estão interceptados na 3ª e na 9ª Casas. No segundo, Gêmeos e Sagitário estão interceptados na 6ª e na 12ª Casas. No terceiro, Touro e Escorpião estão interceptados na 4ª e na 10ª Casas.

Isso proporcionará uma diferença muito considerável na vida dessas crianças, porque quando os Signos estão interceptados com Astros neles, os efeitos que de outra forma seriam significativos, em grande parte, permanecem latentes.

O segundo e o terceiro são prodígios musicais, porque o Sol, Vênus e Mercúrio estão no Signo da voz, que é Libra. Sol e Vênus fazem Sextil com Netuno. Esses dois Astros também fazem Sextil com Netuno no horóscopo do primeiro, mas como Vênus e Mercúrio estão interceptados aqui esse trigêmeo terá imensa dificuldade em expressar essa faculdade tão bem quanto seu irmão e sua irmã.

A posição e o Aspecto da Lua foram particularmente afetados pelo atraso de dois dias, no caso do segundo e terceiro trigêmeos; isso causa uma grande diferença na vida dos três. No caso do primeiro, a Lua está em Trígono com Saturno e Marte, mas nos outros a Lua está em Quadratura com Saturno. Isso proporcionará ao primeiro, que tem o Trígono, características em ser muito diplomático em relação ao seu ambiente, enquanto os outros poderão ser mais diretos e francos. Assim, o primeiro trigêmeo poderá discutir determinado assunto e suas observações serão muito bem recebidas; contudo, se o segundo disser a mesma coisa em outras palavras, a ofensa será tomada; mas por causa da interceptação de Saturno (no terceiro horóscopo) ele não criará tanta agitação como o terceiro trigêmeo, que provocará a inimizade secreta das pessoas com quem entrar em contato: irão se opor a ela por princípio. O Trígono entre a Lua e Saturno proporcionará ao primeiro uma popularidade e capacidade de ser bem-sucedido. Ele avançará no mundo, mas trabalhará muito para isso.

Não é um favoritismo imerecido que traz o primeiro trigêmeo para frente. Os outros, no entanto, podem trabalhar tão arduamente quanto ele, mas terão uma imensa dificuldade para serem tão bem-sucedido nesse particular, o que também será justo, pois eles serão muito mais egoístas e relutantes em obedecer aos outros do que o primeiro. Em dois outros departamentos da vida, a diferença de sexo será um fator determinante na maneira como esses Aspectos da Lua afetam nossos trigêmeos. A saber: a saúde e o casamento.

A Lua é o significador da saúde no horóscopo da mulher, regulando o fluxo menstrual etc., enquanto o Sol é o significador da saúde do homem. Por outro lado, no caso do casamento, a Lua feminina significa a esposa para o homem, enquanto o Sol masculino significa o marido para a mulher. Assim, nesses horóscopos, a Quadratura de Saturno com a Lua indica que o menino, o segundo trigêmeo, tende a ter uma grande dificuldade no casamento e a maioria dos seus problemas virão dessa fonte, se ele fizer alguma união conjugal.

Os mesmos Aspectos no horóscopo do terceiro trigêmeo, que é uma menina, nada têm a ver com casamento, mas afetarão gravemente a saúde, causando indigestão, dores de cabeça e problemas com o fluxo menstrual; enquanto o primeiro trigêmeo será fornecido um extremo benefício pelo Trígono da Lua com Saturno em seu horóscopo, no que diz respeito à saúde e à digestão.

O atraso de dois dias também mudou o Aspecto astrológico entre a Lua e Urano, dois Astros que formam Sextil no horóscopo do segundo e terceiro trigêmeos. Isso proporcionará a esses dois muito mais intuição e inspiração do que no outro. Provavelmente eles desenvolverão a faculdade da psicometria e no caso do menino (segundo trigêmeo), com certeza, proporcionará uma imensa facilidade em se especializar em eletricidade, por conta disso.

Não foi o nosso propósito aqui fazer uma leitura regular desses horóscopos, mas apenas ilustrar a diferença que o atraso incomum resultou, no caso do segundo e terceiro trigêmeos. Ela poderia facilmente ter sido muito maior, supondo que o primeiro tivesse nascido seis, doze ou dezoito horas antes do seu irmão e irmã; ou trinta, trinta e seis, quarenta e duas horas antes; então, a posição das Casas teria sido totalmente mudada e a vida dessas três crianças teria sido totalmente diferente.

No entanto, mesmo a diferença de sexo entre o segundo e o terceiro proporcionará a eles uma experiência variada, como parcialmente mostrado em nosso delineamento. Mas há algo mais a ser dito a esse respeito, do ponto de vista oculto, algo que deve ter a atenção dos médicos, pois tem uma influência enorme na vida das crianças, embora isso não seja totalmente compreendido.

Todos concordamos que seria absolutamente errado se um médico apressasse alguém, que estivesse prestes a morrer, a cruzar a soleira entre esse mundo e o outro. Um médico pego cometendo tal ato seria condenado ao ostracismo pela profissão, seu negócio seria arruinado e, provavelmente, ele seria indiciado por assassinato. No entanto, não é diferente quando um médico apressa o nascimento de uma criança, pois se deve entender que ninguém pode matar a vida. O médico que fornece a um moribundo uma dose excessiva de morfina, por exemplo, só o está levando mais rápido para o outro mundo – os Mundos invisíveis –; assim, do mesmo modo é o obstetra que usa instrumentos ou drogas para apressar o nascimento de uma criança, um Ego que vem dos Mundo invisíveis, para o nosso lugar de habitação atual.

Quando entendemos que a composição química da atmosfera muda a cada minuto; que as vibrações astrais, prevalecentes neste momento, não se repetirão por, em torno de, 25.868 anos (o tempo que o Sol leva para dar uma volta no Zodíaco, por Precessão dos Equinócios); que essa mistura, carregada com as vibrações astrais e peculiares ao momento em que a criança faz sua primeira respiração completa, automaticamente marca cada átomo do pequeno corpo sensível da criança e imprime nela o horóscopo, de modo que, em todos os anos após isso, a criança responderá ao raio de Marte, do Sol ou de qualquer outro Astro que estiver em determinada posição quando o horóscopo foi marcado, então nós poderemos enxergar a causa para o fato de que certas pessoas não parecem se encaixar em seus ambientes — elas foram trazidas às pressas para o mundo, sob uma vibração astral que não era de forma alguma destinada a elas.

No caso desses trigêmeos, a Sra. Lundstead, a mãe, foi atendida por sua tia, que atuava como enfermeira e parteira. Ela deixou a natureza seguir seu curso. Se esse método fosse seguido pelos obstetras, haveria menos desajustados no mundo. Algum dia, quando aprendermos a lei e a guardarmos em nosso coração, saberemos como fornecer o verdadeiro auxílio e a diminuir o sofrimento que tantos de nós causamos aos outros.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1916 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que há exceção no valor de órbita dos Planetas lentos que se encontram em Signos Fixos, para as Conjunções, Quadraturas e Oposições?

Resposta: Segundo a Astrologia Rosacruz, qualquer Astro em Signo Fixo quando está formando os Aspectos “angulares” (Conjunção – 0 graus; Quadratura – 90 graus; ou Oposição – 180 graus), aumenta sua influência de concentração em um único ponto. Já os Planetas lentos (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão) possuem órbitas enormes, e com uma velocidade de translação ao redor da Terra (e com referência à Terra) extremamente baixa (enquanto Marte demora, em torno de 50 dias em um Signo, Júpiter demora em torno de 164 dias, Saturno em torno de 257 dias, Urano em torno de 600 dias, Netuno em torno de 900 dias e Plutão em torno de 1200 dias). O efeito desses dois fenômenos astronômicos gera uma órbita de influência de 8 graus, em vez dos 6 graus, quando das demais condições (outros Signos, outros Aspectos).

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que, fisicamente, ocorre, tanto para a Lua quanto para os outros Astros, o fenômeno de terem suas potencialidades de influência aumentada quando eles transitam em Signos Cardeais, diferentemente do que ocorre quando transitam por Signos Fixos ou Comuns?

Resposta: Astronomicamente, quando qualquer Astro passa por um Signo Cardeal é um ponto crítico, em que ele é forçado a tomar outra direção (pois lembre-se: todas as órbitas de todos os Astros são elípticas, quase circunferenciais; e por serem assim, há 4 pontos em que há a necessidade de tomar outra direção, senão, escapa pela tangente e sai da órbita). Para isso, o Astro precisa de muita ação, muita iniciativa e muita disposição. E esse excesso é sentido por nós como um aumento de influência seja nos fenômenos físicos, como nos espirituais. Lembre-se que é nos Signos Cardeais que há as mudanças de estação. A característica do Signo Cardeal é a de estabelecer um novo movimento. Exemplo: agora não é mais frio – chegamos num ponto em que as coisas agora vão paulatinamente se aquecendo. Haverá, eventualmente, dias mais frios, outros dias mais quentes, mas o que predomina agora é a amenidade, é este o movimento trazido pelo Signo Cardeal de Libra. O que vem na sequência é o Signo Fixo, no caso da nossa primavera, é Escorpião. O Signo Fixo tem a função de estabelecer e fixar o que foi definido no Signo Cardeal: agora chegamos a um ponto em que a temperatura não é nem severamente quente, e nem fria, é amena, temperatura de meia estação. E na sequência do Signo Fixo, o que vem é o Signo Comum, Signo responsável por promover a dispersão, para que o Signo cardeal que virá depois dele tenha condições de atuar. O Signo Comum rompe as barreiras estabelecidas pelo Signo Fixo, e funciona como uma zona de transição entre o Signo Fixo e o Cardeal, subsequente.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que há exceção no valor de órbita dos Planetas lentos que se encontram em Signos Fixos, para as Conjunções, Quadraturas e Oposições?

Resposta: Segundo a Astrologia Rosacruz, qualquer Astro em Signo Fixo quando está formando os Aspectos “angulares” (Conjunção – 0 graus; Quadratura – 90 graus; ou Oposição – 180 graus), aumenta sua influência de concentração em um único ponto. Já os Planetas lentos (Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão) possuem órbitas enormes, e com uma velocidade de translação ao redor da Terra (e com referência à Terra) extremamente baixa (enquanto Marte demora, em torno de 50 dias em um Signo, Júpiter demora em torno de 164 dias, Saturno em torno de 257 dias, Urano em torno de 600 dias, Netuno em torno de 900 dias e Plutão em torno de 1200 dias). O efeito desses dois fenômenos astronômicos gera uma órbita de influência de 8 graus, em vez dos 6 graus, quando das demais condições (outros Signos, outros Aspectos).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Preparação – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

Vivemos no Mundo das Formas (Mundo Físico) que é de grande valor para a nossa evolução.  Serve como uma estação de experiência para nos capacitar a trabalhar corretamente nos Mundos Superiores.

Ao buscamos este caminho devemos compreender que “o caminho da Preparação precede ao caminho da Iniciação”.

Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, aprendemos que todo desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital, formado de material da Região Etérica do Mundo Físico e que ainda é invisível para a maioria de nós, devido à necessidade de desenvolvermos a visão etérica, para tal. Esta Região Etérica está dividida em quatro Éteres: Químico, de Vida, de Luz e Refletor.

O Éter Químico é o canal para assimilação e excreção.

O Éter de Vida é a avenida para propagação e crescimento.

O Éter de Luz (Luminoso) gera o calor do sangue e é também o veículo da percepção sensorial.

O Éter Refletor é um dos mais importantes em nosso presente estado evolutivo e é por onde o Ego controla o Corpo Denso. Nele se mantêm os registros ou arquivos da nossa memória.

1. Para fazer download ou imprimir:

O Caminho da Preparação – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

2. Para estudar no próprio site:

O Caminho da Preparação

Por

um Estudante

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

1ª Edição em Português, 1964, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

INSTRUÇÕES INICIAIS PARA O CAMINHO DA PREPARAÇÃO.. 4

INTRODUÇÃO.. 7

A PERSISTÊNCIA E O ÉTER QUÍMICO.. 15

A DEVOÇÃO E O ÉTER DE VIDA.. 19

o éter luminoso e a observação.. 23

o éter refletor e o discernimento.. 26

INSTRUÇÕES INICIAIS PARA O CAMINHO DA PREPARAÇÃO

Vivemos no Mundo das Formas (Mundo Físico) que é de grande valor para a nossa evolução.  Serve como uma estação de experiência para nos capacitar a trabalhar corretamente nos Mundos Superiores.

Ao buscarmos este caminho devemos compreender que “o Caminho da Preparação precede ao Caminho da Iniciação”. Nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental aprendemos que todo desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital, formado de material da Região Etérica do Mundo Físico, e que ainda é invisível para a maioria de nós, devido à necessidade de desenvolvermos a visão etérica para tal. Essa Região Etérica está dividida em quatro Éteres: Químico, de Vida, de Luz e Refletor. O Éter Químico é o canal para assimilação e excreção. O Éter de Vida é a avenida para propagação e crescimento. O Éter de Luz (Luminoso) gera o calor do sangue e é também o veículo da percepção sensorial. O Éter Refletor é um dos mais importantes em nosso presente estado evolutivo e é por onde o Ego controla o Corpo Denso. Nele se mantêm os registros ou arquivos da nossa memória.

Os dois Éteres inferiores (Químico e de Vida) desta região são compostos de átomos etéricos prismáticos e estão conectados com os processos físicos do Corpo Denso. É nos dois Éteres superiores (Luminoso e Refletor) que formaremos o Corpo-Alma (composto, justamente, por esses dois Éteres). Quando renascemos neste Mundo, trazemos certas tendências boas e/ou más, construtivas e/ou destrutivas que foram adquiridas em várias vidas passadas. Se durante a nossa vida procurarmos fortalecer o bem e transmutar o mal construiremos melhores Corpos e melhor caráter em cada vida. “Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos”.

Sabemos que a nota chave do Corpo Vital é a REPETIÇÃO. Pois, a formação de nosso caráter é estabelecida por meio de repetidas ações sejam boas ou más. Além disso “caráter é destino”. É fundamental que as verdades espirituais sejam sempre repetidas e vivenciadas, para que a nossa alma cresça em luminosidade; assim, nosso Espírito de Vida assimilará a essência das boas ações na construção do nosso Corpo-Alma. Isso porque quando se recapitula uma antiga situação, ela é vivenciada diferentemente pelo Estudante, pois este caminhou algumas etapas na vida e possui maior vivência para aprofundar, ainda mais, na mesma lição e encontrar verdades que não tinha percebido na primeira vez que teve a oportunidade de estudá-la. E vale ressaltar a importância do alimento que ingerimos e no cuidado também no nosso Corpo Denso, de alimentar elevados sentimentos e do reto pensar, pois todos os nossos veículos (Denso, Vital, de Desejos e Mente) estão interligados neste trabalho.

Nesta escola experimental, que é a vida, é de suma importância que cada um de nós tenha suas próprias experiências e que tiremos delas o melhor proveito possível. Nenhuma outra pessoa poderá fazer nosso próprio trabalho; cada um deve resolver seus próprios problemas uma vez que todos eles foram criados e colocados em ação por nós mesmos. Agora temos a oportunidade de estarmos aqui para transmutar nossas falhas, mas a ajuda que devemos receber é de Seres Superiores como os Irmãos Maiores, que estão sempre nos colocando em estado elevado, otimista e não negativo. As ações devem vir de dentro e respaldadas por nossa vontade e, por isso, devemos estar capacitados para tomar nossas próprias decisões e escolher nossos próprios meios de ação.

Porque com boas ações e serviços amorosos, prestados desinteressadamente nesta vida, é que formaremos o Corpo-Alma, veículo da Nova Dispensação.

No Conceito Rosacruz do Cosmos encontramos duas correntes de desenvolvimento espiritual que a humanidade segue. Ambas estão tecendo o Corpo-Alma ou Traje Dourado Nupcial a seu modo. Com o tempo, elas serão unidas, o que estabelecerá o “Abre-te Sésamo” para os Mundos invisíveis. Quando houver esta união, teremos a certeza de estarmos sendo regidos pela Lei do Amor.

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

INTRODUÇÃO

Bem-disse o Cristoas minhas ovelhas conhecem a minha voz[1]. Todo Aspirante Rosacruz verdadeiro, quando se defronta pela primeira vez com um dos nossos livros de Filosofia Rosacruz ou após ler algum material da Fraternidade Rosacruz, diz: “É o que eu estava procurando há muito tempo. Finalmente achei!”. E se lhe perguntarmos de onde lhe vinha essa aspiração, responderá: “É uma questão interna; eu tinha a intuição de que devia ser assim; parece-me lógico”. Isso revela que trazemos conosco o desenvolvimento anímico preparatório que nos habilitará a etapas superiores de desenvolvimento nesta vida. Então um dia, um aparente acaso nos leva a um website ou a uma rede social da Fraternidade Rosacruz, vemos em uma vitrine alguma daquelas capas características da nossa literatura Rosacruz ou entramos em um grupo de estudos da Fraternidade Rosacruz e, então, dentro de nós algo crepita, uma vozinha atravessa o véu de carne e reconhece o que já tínhamos estudado. Assim, lembramos a frase do Mestre a Tomé: “Bendito o que não vê, mas crê[2]. Realmente, como disse São Paulo, “A fé é a substância das coisas esperadas[3].

É muito natural que o Aspirante à vida superior almeje a Iniciação para conquistar maior capacidade de serviço ao próximo. No entanto, isso pressupõe esforço e perseverança. Assim também faz o indivíduo que estuda anos a fio e com afinco para se tornar médico e se habilitar a cuidar dos irmãos e irmãs doentes ou enfermos. Aqueles que buscam a Iniciação por mera curiosidade sobre coisas diferentes e fantásticas ou com intuitos interesseiros não têm fibra para conquistá-la. Podem, então, procurá-la pelo caminho fácil dos exercícios de respiração ou de espelho e, nesse caso, acabam dentro de um hospício ou hospital, ou no mínimo perturbados pelo resto da vida; também podem buscar um falso mestre que os “inicie” em determinado período e por certa quantia de dinheiro. Em todos os casos, arruínam-se ou se desiludem e concluem: “É uma farsa”. Ora, o verdadeiro mestre não se revela, senão no devido tempo, nem cobra qualquer valor!

As Leis da Natureza (as Leis de Deus) são bem fundamentadas. A Natureza não dá saltos. Todo desenvolvimento harmonioso é gradativo. Quando é conquistado mais rapidamente, como no Método Rosacruz, exige renúncia e dedicação; como no caso de alguém que se submeta a exames supletivos para ganhar tempo.

É muito lógico: se um médico precisa estudar dezoito anos (isso quando não é reprovado em alguma disciplina) para dominar regularmente a especialidade que abraçou, que é uma ciência material, como poderíamos abarcar a ciência da alma, que é muito mais complexa, em pouco tempo? Só mesmo uma alma velha e amadurecida poderia; mas nesse caso seu esforço foi feito anteriormente e ela dependia de um simples despertar, um esforço menor, para revelar-se nesta vida.

Já transcrevemos em vários livros e artigos um claríssimo trabalho de Max Heindel sobre o que é a Iniciação. Em resumo, podemos repetir: é algo interno e não será por exercícios materiais que vamos conquistá-la. O Corpo Denso influi sobre os veículos superiores e estes sobre o Corpo Denso, mas esta é uma parcela do assunto. A Iniciação abrange o desenvolvimento simultâneo dos diferentes veículos do ser humano, um atuando sobre os outros.

Podemos dizer que “o desenvolvimento espiritual começa pelo Corpo Vital”, o veículo dos hábitos e que os hábitos se formam pela REPETIÇÃO. Falamos aqui, é claro, de hábitos elevados, pois a repetição de atos degradantes, pensamentos baixos e sentimentos instintivos levam a costumes escravizadores que embrutecem o ser humano e lhe retardam a evolução. Nossos cursos por correspondência e por e-mail dão uma ideia global e pormenorizada de tudo o que convém à alma Aspirante. Com tais dados, qualquer pessoa poderá compreender em que sentido dirigir seus esforços e quais os novos hábitos que deva formar. Se somos insinceros ou dúbios, enganamos a nós mesmos. A água não se mistura com azeite. Se não temos decisão para renunciar a antigos hábitos errôneos, que nossa natureza inferior reclama, e procuramos acender uma “vela para Deus e outra para o Diabo”, nada conseguiremos. “Vinho novo não se põe em odre velho, porque rasga[4]; “nem se põe remendo novo em roupa velha[5], diz o Evangelho e muito judiciosamente. O novo “homem”, indicado por São Paulo, tem de ser NOVO mesmo, coerente.

Quando começamos novos e edificantes hábitos, físicos, morais e mentais, partimos ao encontro do ser humano ideal em nós que, segundo Platão, deve ser atleta, sábio e santo, ou, conforme nosso lema Rosacruz, “Corpo são; Coração nobre; Mente pura”. E o método para atingir esse ser humano ideal? Max Heindel o expôs de forma magistral na Conferência n° 11 do livro “O Cristianismo Rosacruz”. É a amorosa contribuição genérica de quem já foi muito adiante no caminho e volta para nos prevenir dos desvios retardantes, ensinando como chegar mais depressa ao cimo. Por isso, é uma orientação genérica. A Iniciação é muito pessoal e não pode ser dada por correspondência ou classe, segundo afirmam algumas escolas que inclusive e indevidamente têm o nome de Rosacruz. Indicado o Caminho, cada um se esforça em percorrê-lo.

E depois de certo ponto terá ajuda individual do Mestre, um Mestre verdadeiro, um Irmão Maior da Ordem Rosacruz que lhe respeitará a Epigênese. Essa etapa, na Escola Rosacruz, é o Discipulado, o quarto de sete graus. Até aí ele será preparado pela Fraternidade Rosacruz através dos cursos epistolares e orais, além de outras ajudas acessórias que você encontra nessa Escola, a Fraternidade Rosacruz.

OS ÉTERES

O Caminho da Preparação necessariamente deve preceder ao Caminho da Iniciação. O trabalho iniciático é preparado através do Corpo Vital, de um lado por ser ele o veículo dos hábitos para a formação do “novo homem” e, de outro, porque é indispensável ao Ego para funcionar fora do Corpo Denso com plena consciência nos Mundos suprafísicos. Particularizando a questão, dizemos que o Corpo de Desejos, que ganhamos como germe no terceiro Período, o Lunar, é relativamente novo e ainda não está organizado com órgãos, como o Corpo Vital e o Corpo Denso, mais antigos e mais próximos da perfeição. Desse modo, se o Corpo Vital não registrasse as impressões da vida para transmiti-las, durante os primeiros três dias e meio após a morte, ao Corpo de Desejos, não poderíamos ter atividade no Mundo do Desejo e, consequentemente, não poderíamos adquirir consciência e desenvolvê-la.

Todavia, como veículo de consciência a serviço do Ego, o Corpo Vital deve ser purificado de modo a permitir a natural divisão entre os dois Éteres superiores, o Refletor e o Luminoso, e os inferiores, o Vital e o Químico. Só a partir de então os dois Éteres superiores, formando o Corpo-Alma, o dourado manto nupcial das bodas do eu inferior com o eu superior, o “soma-psuchicon” citado por São Paulo, poderão ser retirados do corpo com o Corpo de Desejos e a Mente para formar o veículo de percepção e memória do Espírito.

No entanto, isso não é obtido de forma rápida, mas pela espiritualizarão dos Éteres e pelo domínio de suas funções. Nesse trabalho de preparação há quatro palavras-chave que mostram as qualidades a serem cultivadas, simultaneamente:

Esses são os meios de realização, as qualidades que sensibilizam o Corpo Vital. Mediante a persistência e a devoção os Éteres Químico e de Vida se capacitam para cuidar das funções que lhes estão afetas: o Químico, assimilação e excreção; o de Vida, o fornecimento do material que cimenta a assimilação e a condução da energia solar especializada pelo baço. São as funções vitais conservadoras do equilíbrio corporal durante o sono.

Explicando melhor, podemos dizer que a persistência consiste na repetição de hábitos sadios como o alimentar e o higiênico; e a devoção, no exercício de uma vida pura e idealista. É por isso que se aconselha os Aspirantes à vida superior (aconselhamos, não obrigamos) a adotar a alimentação vegetariana e racional, com todos os elementos necessários (vitaminas, sais minerais, proteínas), facilitando-lhes receitas e promovendo de tempos em tempos cursos práticos; fazemos exposições mensais sobre os “princípios ocultos de saúde e cura”; falamos sobre as razões científicas e ocultas dos benefícios da castidade progressiva, começando pelo “orar e vigiar”; abordamos o abandono de tóxicos e outros estímulos sensoriais e muito mais, até que o Aspirante à vida superior desfrute de um equilíbrio interno que lhe permita a divisão etérica mencionada. Quando a pureza de vida eleva a força criadora sexual que não é usada, gerada pelo Éter de Vida, até o coração, tal força passa a manter, durante o sono, a limitada e necessária circulação sanguínea, para assegurar a normalidade das funções vitais, enquanto trabalhamos fora do corpo.

Os dois Éteres inferiores são corporais e os superiores, espirituais. O desenvolvimento de ambos os grupos é paralelo e o de um se comunica com o outro. O Químico, que é o primeiro, atua sobre o terceiro, o Luminoso; e o segundo, o de Vida, sobre o Refletor. É fácil compreender a correlação: a agudeza e agilidade sensorial dependem do perfeito funcionamento vital; a robustez cerebral e da memória dependem do crescimento anímico, que nos permite maior assimilação do fósforo e, além disso, lembremos que o cérebro e a laringe foram construídos com metade da força criadora.

Com o aperfeiçoamento dos dois Éteres inferiores, por meio da persistência e da devoção bem entendidas, produz-se a desconexão entre eles e os superiores. Estes são espiritualizados pela observação e pelo discernimento até que, atraindo o Mestre pelo brilho da aura, o Aspirante é ensinado por ele mediante um esforço de vontade, como quem tira um fruto maduro da árvore, e sai do corpo levando esses Éteres, o Luminoso (sensorial) para ver e o Refletor (de memória) para recordar-se de seus conhecimentos na Terra, quando está no Mundo do Desejo, e registrar, trazendo de lá, a recordação de sua viagem e observações.

Resumindo o exposto, dizemos que os dois meios de desenvolvimento dos Éteres inferiores, a persistência e a devoção, incluem-se no exercício noturno de Retrospeção, que tem por finalidade desenvolver nossa natureza emocional e vibrar o vórtice correspondente à Glândula Pituitária, que é regida por Urano, oitava superior de Vênus. É o lado místico da nossa natureza. Quem tem esse lado preponderante nota que seja mais fácil o esforço nesse sentido. Os dois meios de desenvolvimento dos Éteres superiores, a Observação e o Discernimento, dizem respeito ao exercício matinal, de Concentração e Meditação, cuja finalidade é ativar o vórtice correspondente à Glândula Pineal, regida por Netuno, oitava superior de Mercúrio. É o lado ocultista ou intelectual da nossa natureza, mais facilmente executado pelos que desenvolveram essa tendência.

Os dois lados devem seguir paralelamente equilibrados para conseguirmos alcançar o casamento do homem e da mulher dentro de nós; ou seja, da Mente e do Coração.

Aos que têm mais facilidade em um lado, aconselhamos esforçarem-se mais diligentemente no outro, até conseguir o equilíbrio.

Dessa maneira e ao mesmo tempo, o Aspirante desenvolve sua Tríplice Alma: a Emocional com o cultivo dos Éteres inferiores; a Consciente pela observação bem orientada; e a Intelectual pelo discernimento.

A PERSISTÊNCIA E O ÉTER QUÍMICO

Como dissemos, a chave particular da sublimação do Éter Químico é a persistência. Mas como a persistência está intimamente relacionada com a repetição, que por sua vez é a chave geral do Corpo Vital, podemos dizer que a sublimação dos quatro Éteres se fundamenta na persistência em um caminho superior.

A maior sensibilidade corporal e, consequentemente, a facilidade de transubstanciação, do ponto de vista astrológico-científico, depende de Urano, que rege o Éter e de seus Aspectos benéficos, principalmente com o Ascendente, porque essa indicação mostra que já se armazenaram conquistas anteriores nesse campo.

Contudo, a persistência depende da boa vontade desenvolvida positivamente. Essa qualidade é revelada num horóscopo pelos Signos Fixos em seus ângulos e pelos Aspectos benéficos de Saturno (que rege o esqueleto, as cartilagens, a cristalização, a inércia, o “status quo”) com Marte (o Planeta do dinamismo), com o Sol (o Astro da vitalidade e do misticismo) ou com Júpiter (o Planeta do idealismo).

O idealismo pode estar presente num horóscopo sem a valiosa companhia da persistência. Isso sucede a muitos Aspirantes do espiritualismo. Veem-se atraídos pela beleza da filosofia oculta, mas não têm perseverança. Seus horóscopos revelam que essa conquista não foi feita em vida anterior e, portanto, deve ser feita agora. Porém muitos não se detêm o suficiente para examinar a questão e se encher de suficiente convicção para realizar essa tarefa. Vão de uma à outra escola, não terminam coisa nenhuma, não realizam os Exercícios Esotéricos matinal (de Concentração) e noturno (de Retrospecção), recomendados pela Fraternidade Rosacruz e, por fim, o resultado é pequeno. É como se alguém fosse aprender um ofício e ficasse cada dia em uma especialidade. Ao fim, torna-se uma colcha de retalhos. Entende um pouquinho de cada coisa e nada profundamente. Que seria de nossa ciência, se todos agíssemos assim? Ninguém seria médico ou engenheiro. E no campo ocultista, em que trabalhamos com a alma, bem mais complexa, que resultado podemos esperar, sem a persistência?

No entanto, é mera questão de persistir em um rumo que saibamos ser certo. O Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” nos explica muito bem, de um modo que nem mesmo a moderna psicologia poderia fazê-lo: o germe de uma ideia vem da Mente abstrata, imbuído da vontade espiritual (o atributo do Pai dentro de nós). Essa vontade atrai matéria mental concreta e toma forma: é já um pensamento-forma, imaginação (atributo do Filho). Desce à quarta região (a dos Sentimentos), para o Corpo de Desejos e ali é atraída para alguma sub-região segundo a sua natureza, em nosso caso para a superior (a do altruísmo, da filantropia e todas as demais qualidades superiores da vida da alma), onde, se a vontade é suficientemente forte, sujeita a matéria emocional e com ela se envolve para acionar os centros etéricos e agir sobre o cérebro, culminando na ação física (atividade, aspecto do Espírito Santo). Tudo isso em uma fração de segundos. No entanto, se a vontade é débil, não chega ao campo físico, por falta de impulso. Então fica registrado o esforço, ainda que fraco, na Memória (ou Mente) subconsciente. Quando fizer novo esforço, no mesmo sentido, ainda que novamente débil, por afinidade ele será atraído e somado ao esforço anterior e, assim, pela persistência, chegará um dia em que aquele intuito alcançará força suficiente para abrir caminho até a ação física. Então, assim, completamos o ideal, já que a “fé sem obras é morta.” (Tg 2:26).

Vejam, pois, a vantagem da persistência rumo ao caminho superior. É uma questão de repetição que forma o hábito e esse, como segunda natureza, leva-nos a agir automaticamente na direção tomada. Isso explica a força de nossos maus hábitos. Porém como o inverso também é verdadeiro, se VIGIARMOS e ORARMOS, deixando de fazer o que é inconveniente e concentrando forças em novos e bons hábitos, teremos a transubstanciação. Não lutamos contra o mal, porque isso traria recalques. Simplesmente, devemos nos concentrar no que é benéfico. O pensamento não pode manter no foco da consciência senão uma coisa de cada vez. Pois que seja ela o bem; o mal, pelo esquecimento, morrerá de inanição. Sabemos que os hábitos antigos são muito fortes e, vez por outra, somos arrastados à sua repetição. Contudo, persistamos no bem sem perder tempo em pensar nessas quedas. O que interessa é o bem. “A função faz o órgão”, o exercício faz o músculo e, portanto, nossa energia deve ser concentrada agora, à vontade do nosso entendimento, na busca de uma meta superior. E justamente esse conhecimento nos traz maiores responsabilidades. A quem mais se dá, mais se lhe exige. Quem sabe o que é o bem e não o pratica, erra duas vezes; por não fazer e por saber que seja bom.

No tocante ao Éter Químico, que disciplina a assimilação e a excreção, a persistência deve ser desenvolvida:

  1. – pelo exercício físico, que nos habilita a governar o Corpo Denso sem deixar acumular toxinas e gorduras ou desenvolver a preguiça. A atividade física ordenada conserva a atividade corporal e assegura boa circulação sanguínea para a perfeita eliminação dos resíduos internos
  2. – pela higiene, que deixa os poros abertos para um normal catabolismo
  3. – pela alimentação vegetariana, porque é de mais fácil assimilação, tem celulose para estimular os movimentos peristálticos dos intestinos na defecção, não está imbuída de instintos animais que não desejamos somar aos nossos e não supõe sacrifício de um irmão menos evoluído que sofre. Entretanto, a alimentação deve ser racional, contendo todos os elementos essenciais à normalidade orgânica. O Estudante recebe nossa orientação completa e
  4. – finalmente, pelo equilíbrio emocional, para que as Glândulas Endócrinas não fiquem prejudicadas na função conservadora do corpo.

A soma dessas realizações disciplina e sensibiliza o Corpo Denso de modo que suas células se põem a vibrar mais rapidamente, permitindo que os vórtices do Corpo de Desejos, que normalmente se paralisam em nosso estado de vigília, devido à condição atual de insensibilidade do Corpo Denso, comecem a girar, a princípio lentamente, até alcançar, com a continuidade da disciplina, maior rapidez. Então, vem o desabrochar das faculdades internas.

A DEVOÇÃO E O ÉTER DE VIDA

Entendamos que a trilogia ideal (MENTE PURA, CORAÇÃO NOBRE e CORPO SÃO), que constitui o lema Rosacruz, fundamenta-se sobretudo na disciplina e na espiritualização dos Éteres, sendo que o Químico afeta o corpo, o de Vida afeta a emoção e os dois superiores, o Luminoso e Refletor, afetam os sentidos e a Mente; ou seja, o intelecto. No entanto, frisamos sua interrelação e mútua influência. O primeiro, o Químico, tem relação com o terceiro, o Luminoso, influindo ambos sobre o Corpo Denso, pois a observação e a ação geram a Alma Consciente, que é o extrato das experiências do Corpo Denso, absorvidas pelo mais elevado aspecto espiritual do ser humano, o Espírito Divino. O segundo Éter, o de Vida, tem relação com o quarto, o Refletor, pois a disciplina do sexo pelas asas da devoção a ideais superiores eleva a força criadora não utilizada, através do coração, ao centro espiritual da Glândula Pituitária, ao mesmo tempo que desenvolve a capacidade de assimilar mais fósforo, fortificando as funções da memória e do discernimento para mais fiel interpretação mental do espírito. A elevação da força criadora acende o fogo espinhal de Netuno e faz vibrar o centro espiritual da Glândula Pineal. Aí temos, então, o equilíbrio perfeito entre a Mente e o Coração, estabelecendo uma ponte vibratória entre ambos os centros da cabeça para o abrir dos olhos espirituais.

Como sabem os Estudantes Rosacruzes, os dois polos são regidos pelos opostos zodiacais, Touro e Escorpião, sendo o primeiro a palavra e o segundo, o sexo. O segundo, para formar a Águia, que voa em busca das alturas, depende da força impulsora da energia criadora e sublimada. A força criadora desperdiçada é morte em todos os sentidos, pois retarda a evolução e enlaça cada vez mais o Ego às consequências dolorosas provocadas pelo embrutecimento do corpo, o que é contrário aos desígnios evolutivos. Por isso, Escorpião é o oitavo Signo, correspondente à oitava Casa, a Casa da morte. Conforme diz a Bíblia: “O salário do pecado é a morte[6]. Além disso, lembremos que com a metade da força criadora formamos o cérebro e a laringe para criar superiormente no futuro, como hermafroditas espirituais, e não temos outro caminho, senão o da sublimação da força criadora em benefício do órgão etérico que está sendo formado dentro do cérebro do ser humano, como uma flor cuja haste se apoia na laringe. Então a criação do Verbo será de um poder inimaginável, tendo em vista as rudimentares possibilidades da nossa laringe material. A força instintiva do rastejante Escorpião não é coisa desprezível que deva ser objeto de tabus, de repulsa ou considerada inferior. Essa interpretação errônea de falsos puritanos, de religiosos recalcados e de doutrinas orientais deve, necessariamente, dar lugar ao lógico discernimento. Para isso concorre a psicologia moderna, que supera a de Freud, explicando o mecanismo da emoção e a necessidade da catarse. Todavia, a Filosofia Rosacruz vai além: mostra como e por que sublimar essa força; que toda força é, em si, divina e boa e o erro está no seu mau uso, iniciado pela ignorante transgressão às Leis, com a decorrente perda de nosso estado de pureza e decretação de posteriores sofrimentos, “Comerás o pão com o suor do teu rosto”, desde o simbólico paraíso ou Éden. Agora, com a chave da razão, a meta evolutiva da presente Época Ária, vamos sublimar essa força.

Os prejuízos espirituais e físicos provenientes do recalque estão bem expressos no mito “Parsifal”, musicado por Wagner na ópera de mesmo nome. Ali, Amfortas (símbolo do ser humano) tenta destruir Klingsor (natureza inferior, instintos) com a lança do poder espiritual (o fogo de Netuno). De fato, Klingsor mutilou-se, mas como a paixão está no Corpo de Desejos e não no Corpo Denso, os instintos se manifestaram pela imaginação libidinosa, criando um castelo com jovens-flores que tentavam e desviavam para o mal os Cavaleiros do Graal (os sentimentos nobres). Com isso Amfortas foi ferido (recalque) e sofria cada vez, quando devia realizar a cerimônia para descobrir a lança e a taça, que correspondem à dor da consciência despertada perante o seu Cristo interno.

A questão é a de sublimar, à maneira de Parsifal (a pureza dentro de nós), que defrontando Klingsor e suas tentadoras flores (imaginações libidinosas) sentiu, por simpatia, o sofrimento de Amfortas e, fazendo o sinal da cruz com a espada (usando o bem, a oração), desfez o reino do mal; posteriormente, em peregrinação pelo mundo, no desenvolvimento da consciência e discernimento, jamais usou a lança para benefício próprio ou defesa de si mesmo. Essa mesma ideia está expressa na formosa lenda dos Maniqueus, em que os Filhos da Luz (altruísmo) vencem os Filhos das Trevas (instintos); mas, não desejando destruí-los, porque eram bons, dividem seu reino (a parte superior do Corpo de Desejos) com os vencidos. A mesma lenda estava presente entre os Essênios e constituiu um dos mais importantes rolos encontrados em 1947, no soterrado mosteiro de Qumran, às margens do Mar Morto.

Com isso não queremos induzir alguém à castidade absoluta. Ela é somente exigida nas Iniciações Maiores e, portanto, por poucos indivíduos. Atualmente, a união sexual é o método de procriação. Não há outra forma de fornecer corpos aos Egos que precisam renascer e é dever de todo aquele que seja são mental, moral e fisicamente facilitar o veículo e ambiente apropriado aos muitos espíritos em busca de novas experiências; isso, conforme os recursos e as oportunidades lhe permitam. Deveríamos realizar o ato da procriação como se fosse um sacramento e não para gratificar os sentidos; como se fosse uma oração espiritual. Isso é um ideal a ser alcançado aos poucos, na sublimação do Éter de Vida pela devoção a ideais superiores, pois assim usada, a força criadora seria necessária pouquíssimas vezes e sem o prejuízo do desenvolvimento espiritual, como sucedeu a José e Maria, pais de Jesus.

Por ser um tema muito delicado e profundo, cuja solução é fundamental aos que buscam o desenvolvimento espiritual, sua solução fica na dependência de cada Aspirante à vida superior, que deve estudá-la e resolvê-la por seu próprio discernimento, ajudado por nossa formosa filosofia, pela astrologia oculta e incentivado pelas maravilhosas promessas contidas na Bíblia e nas obras ocultistas.

“Ao que vencer, eu o farei coluna do Templo do meu Deus e dali jamais sairá.” (Apo 3:12)

O ÉTER LUMINOSO E A OBSERVAÇÃO

A observação é o emprego dos sentidos como meio de obter informações a respeito dos fenômenos que ocorrem ao nosso redor. Como dissemos, a observação e a ação geram a alma consciente, que representa a colheita de experiência do Espírito Divino, o mais elevado aspecto da nossa Trindade interna, através da sua contraparte, o Corpo Denso. É, pois, da maior importância para o nosso desenvolvimento espiritual que observemos fielmente tudo o que ocorre em nossa volta. Se não gravamos corretamente os eventos observados, provocamos uma discordância entre as imagens formadas na memória consciente, pela observação, e as recordações automáticas feitas fielmente através do Éter do ar, pela respiração, e que constitui a memória subconsciente. Essa memória é mais importante que a consciente e forma a maior parte da nossa atividade interna. A moderna psicologia está levando na devida conta esses registros. A filosofia Rosacruz, que alia ciência, arte e religião, explica logicamente essas coisas e possibilita a seus Estudantes alcançar o equilíbrio interno pela coerência entre essas duas memórias.

O ritmo e a harmonia do Corpo Denso se perturbam proporcionalmente às inexatidões das nossas observações durante o dia. É muito comum, ao Aspirante sincero e sensível, sentir uma desagradável sensação de mal-estar interno, quando diz alguma mentira, exagera uma verdade ou fornece uma versão maliciosa sobre algo. Quando chega a noite e ele faz seu exercício de Retrospecção, encontra a causa, isso quando não a percebe de imediato, como é comum. Quando não desfazemos essa desarmonia pelo arrependimento sincero e consciente, nossas atividades durante o sono a desfazem, mas apenas parcialmente. Porém a luta de vibrações, dia após dia, ano após anos, gradualmente destrói e endurece o nosso organismo até que ele se torne impróprio para o emprego do espírito neste mundo. Temos então de abandoná-lo e buscar novas experiências, mais tarde, em um novo e melhor corpo. Contudo, o Aspirante à vida superior dedicado pode amenizar esses transtornos e alongar sua estada nesta escola, pois é desejável que aprenda mais, quando já está no caminho. Na proporção direta à exatidão com que aprendemos a observar, obteremos paz interna, saúde e longevidade. Outro ponto importantíssimo: necessitaremos de menos horas de sono para restaurar as perdas corporais e psíquicas. O tempo de que necessita o Corpo de Desejos para restaurar e restabelecer o ritmo dos corpos depende da maneira como tenhamos empregado o Corpo Denso durante o dia. Se permitirmos que o Corpo Denso se agite entre emoções descontroladas ou desarmonia de observações, o Corpo de Desejos levará mais tempo, durante a noite, para restaurar a harmonia e o ritmo do Corpo Denso. Assim, vemos que o ser humano, o Ego, fica ligado ao seu corpo dia e noite. Contudo, quando aprendemos a descansar na ação e controlamos nossas energias durante o dia, evitando desperdiçá-las com palavras ou atos desnecessários; quando começamos a dominar nossos impulsos, a moldar nosso caráter e impedir desarmonia nas observações, então o Corpo de Desejos não precisa trabalhar durante a noite para restaurar o Corpo Denso. Grande parte da noite poderá, então, ser empregada para trabalharmos fora do corpo, livres como Auxiliares Invisíveis; isso ocorre quando os centros do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos, como na maioria dos seres humanos inteligentes e equilibrados, de modo a permitir ao Ego estirar o cordão prateado e viajar no Mundo do Desejo, onde verá e ouvirá coisas de que geralmente não recordará até que haja efetuado a desconexão entre as partes inferior e superior do Corpo Vital, segundo já explicamos. É por isso que a maioria dos Probacionistas ainda é Auxiliar Invisível de forma inconsciente.

Do exposto pode o leitor avaliar a grande importância da observação correta, aliada à devoção a elevados ideais, alimentação pura, etc. Também, a persistência, sobretudo para chegarmos a um resultado superior pelo caminho mais curto, o caminho do meio, representado pelo cetro do símbolo do Caduceu de Mercúrio.

Para arrematar, podemos lembrar que a capacidade maior ou menor de observação está indicada no horóscopo científico, de modo a permitir que nos eduquemos e orientemos nossos filhos nesse importante ponto. Leia-se no Livro “A Mensagem das Estrelas” o seguinte trecho, sobre o assunto: “É um fato científico bem conhecido que a sensação depende da habilidade de sentir e interpretar a vibração do Éter e do ar, de acordo com o sentido correspondente (visão, olfato, paladar, tato ou audição). Os videntes antigos tomaram o báculo de Mercúrio como o símbolo de seus efeitos e entre outros segredos espirituais incorporados nas formas ondulantes das duas serpentes, branca e preta, enroscadas no báculo, há também este: Mercúrio é o originador de todo movimento vibratório, sendo, pois, um fator primordial no produto da sensação e no processo mental que dela depende. Portanto, a elevação de nossa consciência, como resultado dos processos mentais, conscientes, depende de Mercúrio, que rege nossa mente, nosso raciocínio. Daí vemos que um Mercúrio elevado (no Meio do Céu), forte e bem aspectado, agudiza nossos sentidos e torna a mente mais engenhosa e penetrante. Ao contrário, estando Mercúrio com Aspectos adversos, produz embotamento dos sentidos e torna a pessoa hipersensitiva, nervosa”. E como os Astros indicam o que nós construímos anteriormente, aceitamos com isso nossa responsabilidade no caso e tratamos de destecer o mal e tecer o bem, pois, se o destino foi construído por nós, também por nós pode ser modificado. E de fato está sendo, continuamente: “Os Astros impelem, mas não obrigam”. Podemos e devemos mudar o horóscopo, indicativo de nosso caráter. E a maneira científica e racional de fazer isso é a indicada por Max Heindel, neste trabalho, o livro “A Mensagem das Estrelas”.

O ÉTER REFLETOR E O DISCERNIMENTO

Dissemos que o discernimento é a chave particular de desenvolvimento do Éter Refletor, por meio do qual o espírito colhe as experiências que nutrem e formam a Alma Intelectual, para o enriquecimento do segundo aspecto da nossa divindade interna, o Espírito de Vida.

O discernimento é a faculdade que nos permite distinguir entre o essencial e o supérfluo, separando a realidade da ilusão, o permanente do transitório.

Na materializada vida de nossos dias somos impelidos a pensar que nós somos o Corpo Denso. Contudo, o discernimento nos ensina que somos Egos humanos (Espíritos Virginais da onda de vida humana manifestados), enquanto nossos Corpos (Denso, Vital, de Desejos) e o nosso veículo Mente são apenas prisões temporais, instrumentos à nossa disposição. O carpinteiro usa martelos e serrotes que lhe são instrumentos utilíssimos; no entanto, nunca lhe ocorre crer que ele seja tais ferramentas. Assim também, não devemos nos identificar demasiado com o Corpo, mas, com ajuda do discernimento, considerá-lo um valioso servidor, quando obedece fielmente aos nossos (Ego) ditames.

Considerando-o desse modo veremos que nos é possível realizar muitas coisas anteriormente inviáveis. É por isso que o discernimento gera a Alma Intelectual e nos fornece o primeiro impulso rumo à vida espiritual, porque nos mostra em que estado se encontram nossos Corpos Denso, Vital, de Desejos e a Mente, ensinando-nos a ver quais pontos nos estão obstaculizando a marcha ascendente.

Contudo, esse desenvolvimento sozinho é parcial. O ocultista se desenvolve assim, por linhas intelectuais, buscando a verdade pela observação e discernimento. Observa e raciocina sobre o que vê, obtendo, desse modo, o conhecimento. Contudo, São Paulo advertiu que o conhecimento incha, enquanto o amor constrói, edifica e, antes que o conhecimento seja utilizado no desenvolvimento espiritual, é necessário aprendermos a senti-lo. Caso contrário, não poderemos vivê-lo. Portanto, o caminho completo é o ensinado pela Fraternidade Rosacruz, o da lanterna e do coração, o da Mente e do Coração, o do ocultismo e do misticismo, juntos, paralelamente. Assim, enquanto o discernimento nos mostra os pontos falhos, a devoção à vida superior nos ajuda a ser humildes, a reconhecer as próprias faltas, a eliminar os hábitos errôneos e os indesejáveis traços de caráter, sobrepondo-nos aos desejos inferiores e impulsos instintivos.

Nesse assunto de ver ou discernir há um ponto importantíssimo: os pensamentos de crítica devem ser evitados. É um péssimo hábito, muito prejudicial ao Aspirante. Devemos abster-nos da crítica, tanto quanto nos seja possível. O verdadeiro discernimento nos ensinará a ver, impessoalmente e de modo genérico, o que é bom e o que é mau. Mas não nos produzirá um sentimento em relação à causa, acontecimento ou pessoa observada. Esse é o ponto importante. O exame de um fato, uma ideia ou um objeto é necessário para que saibamos do seu valor. Olhar e discernir é legítimo e importante para que não nos suceda como àquele homem que, levando a extremo a recomendação bíblica de “não julgar para não ser julgado[7], acabou tornando-se um idiota, incapaz de saber o que era conveniente ou não. O que se deve evitar são os pensamentos agressivos, que ferem ou degradam, pois sabemos como são gerados os pensamentos-forma e como agem fora de nós, contra as pessoas a quem os dirigimos. Sabemos que eles voltam e depois agem sobre nós próprios. Por outro lado, o estado de crítica, de contínua insatisfação, obstrui a aura e impede o fluxo de pensamentos nobres e incentivadores que os Irmãos Maiores dirigem a todos.

A capacidade maior ou menor de discernimento é revelada, no horóscopo cientificamente levantado: por Mercúrio, que rege a vibração do Éter e permite a observação; por Saturno, o Planeta da consciência e da moral; por Júpiter, a Mente superior; e pela Lua, a Mente subconsciente. É uma qualidade mental a ser desenvolvida por quem a tendência a ser mais místico, sentimental, de se deixar levar pelo primeiro impulso. A preguiça mental é um grande mal. Devemos aprender a discernir. Igualmente triste é a cultura periférica dos que vivem a citar ideias alheias que não chegam sequer a compreender profundamente. Recomendaríamos, porém, que memorizemos e sempre recordemos a seguinte frase: “Os melhores mestres são esses: Quem? Por quê? Como? Quando? Onde?”, pois ela nos orienta em direção ao amor inato ao próximo e nos ajuda a aproveitar melhor nossos esforços sociais, muitas vezes malbaratados com coisas vãs.

F I M


[1] N.R.: Jo 10:27

[2] N.R.: Jo 20:29

[3] N.R.: Hb 11:1

[4] N.R.: Lc 5:33

[5] N.R.: Mt 9:16

[6] N.R.: Rm 6:23

[7] N.R.: Mt 7:1

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Polaridade dos Signos Zodiacais

A Polaridade dos Signos Zodiacais

No Universo em que vivemos, tudo é duplo; isso significa que existe a atuação de duas forças que, se colocadas em equilíbrio, alcançarão seu objetivo.

Na Astrologia essa característica também existe, ou seja, há Signos positivos e Signos negativos de modo que a bipolaridade também aí se manifesta. Então temos que os Signos, vistos sob o aspecto de sua quadruplicidade, são positivos e  negativos, dois a dois. Notemos, por conseguinte, que os Signos Cardeais (ou Cardinais) de Áries e Libra são positivos; os também Signos Cardeais (ou Cardinais) de Câncer e Capricórnio são negativos. Semelhantemente, os Signos Fixos de Touro e Escorpião são negativos; por sua vez, os Signos Fixos de Leão e Aquário são positivos. Finalmente, os Signos Comuns de Gêmeos e Sagitário são positivos; os de Virgem e Peixes, negativos.

Olhemos o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo grupo de quatro formam, entre si, ângulos de cento e oitenta graus, a que chamamos de Oposição em Astrologia; assim, também os negativos do mesmo grupo de quatro Signos formam Oposições entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de noventa graus com um negativo do mesmo grupo de quatro: a Quadratura em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma uma Quadratura com Câncer, Câncer com Libra, Libra com Capricórnio e Capricórnio com Áries. Com referência aos Signos Fixos e Comuns ocorre o mesmo fato.

Se considerarmos os Signos segundo seus elementos, perceberemos que os pertencentes ao mesmo elemento também têm a mesma polaridade. Observemo-lo no Zodíaco: os Signos do elemento Fogo, ou sejam, Áries, Leão e Sagitário, assim também os Signos do elemento Ar, Gêmeos, Libra e Aquário são todos positivos. Por outro lado, tanto os do elemento Terra – Touro, Virgem e Capricórnio – bem como os do elemento Água – Câncer, Peixes e Escorpião – são todos negativos.

Concluindo, olhemos mais uma vez o Zodíaco e veremos que os Signos estão dispostos na seguinte ordem: Fogo, Terra, Ar e Água, todos alternadamente; um positivo e um negativo, para que a bipolaridade e o equilíbrio no Universo fiquem em evidência, objetivando a evolução da humanidade.

Olhemos, novamente, o Zodíaco e perceberemos que os Signos positivos do mesmo elemento de três formam, entre si, ângulos de cento e vinte graus, a que chamamos de Trígonos em Astrologia; assim também os negativos do mesmo elemento de três Signos formam Trígonos entre si. Diferentemente, sempre, um Signo positivo forma ângulo de sessnta graus com um positivo do outro elmento de três: o Sextil em Astrologia. Assim, por exemplo, veremos que Áries forma um Sextil com Gêmeos, Gêmeos com Leão, Leão com Libra, Libra com Sagitário, Sagitário com Aquário, Aquário com Áries. Com referência aos Signos de Terra e de Ar ocorre o mesmo fato.

Vejamos, agora, como essa polaridade também ocorre nas Casas Zodiacais.

“Os grãos de trigo ofertados por Deus e contidos nos doze pães representam as oportunidades para o crescimento da alma, através dos doze departamentos da vida, representados pelas doze Casas do horóscopo sob a soberania das doze Hierarquias Divinas, Criadoras, conhecidas como os Signos do Zodíaco…” – Max Heindel.

As Casas Zodiacais também são chamadas de Casas terrestres, pois se referem à divisão dos céus com relação ao lugar de nascimento. Elas têm relação com o mundo material e as circunstâncias da vida. Constituem os chamados doze departamentos da vida.

Elas são agrupadas de acordo com a influência que exercem em nossas vidas. A hora de nascimento é que determina a ordem na qual os Signos do Zodíaco são colocados nas Casas (a partir da 1ª). As Casas “guardam” uma relação com os Signos do horóscopo natural (que é o horóscopo com Áries na 1ª Casa, Touro na 2ª Casa etc., sem nenhum Signo interceptado).

Vejamos, a seguir, os assuntos tratados por cada Casa na nossa vida:

1ª Casa: também conhecida como Ascendente, governa o corpo físico, sua constituição e aparência, a personalidade.

2ª Casa: governa as posses materiais (dinheiro, propriedades), bens materiais.

3ª Casa: a relação com familiares, irmãos e irmãs, meios de comunicação (fala/escrita), viagens curtas.

4ª Casa: o lar, a mãe, o instinto maternal, as condições da última parte de nossa vida.

5ª Casa: o namoro, os filhos e/ou crianças, manifestações artísticas, bem como publicações, esporte e diversão, a criatividade, nossa natureza amorosa.

6ª Casa: o serviço a ser prestado, a saúde e a doença, a relação empregador/empregado.

7ª Casa: a sociedade, os relacionamentos (emocionais/comerciais), a outra pessoa.

8ª Casa: nossa saída do cenário da vida; a morte (física e a morte de nossos defeitos).

9ª Casa: nossas aspirações religiosas, sonhos e visões, as viagens longas, as leis.

10ª Casa: a posição social, o prestígio popular e social.

11ª Casa: amigos, altruísmo, objetivos da vida, idealismo.

12ª Casa: confinamentos, dívidas do destino, inimigos ocultos.

Essas Casas Zodiacais podem ser divididas em Casas Pessoais, Materiais, Sociais e Espirituais, todas bem polarizadas.

As Casas Pessoais (1ª, 5ª e 9ª Casas) nos falam da pessoa em seus três aspetos: o Corpo, a Alma e a Mente.

As Casas Materiais (2ª, 6ª e 10ª Casas) nos mostram as condições materiais, ou seja, a obtenção dos bens, os meios para essa obtenção e a gratificação que a vida mundana pode nos dar.

As Casas Sociais (3ª, 7ª e 11ª Casas) nos mostram a natureza dos nossos relacionamentos em três aspectos: físico, afetivo e ideológico.

Nas Casas Espirituais (4ª, 8ª e 12ª Casas) se encontram os mistérios da vida antenatal do Espírito e as imediatas experiências após a morte.

Pelo exposto acima, temos que:

A tríade das Casas Pessoais “reflete” a natureza dos três Signos de Fogo – Áries, Leão e Sagitário;

A tríade das Casas Materiais “reflete” a natureza dos Signos de Terra – Touro, Virgem e Capricórnio;

A tríade das Casas Sociais “reflete” a natureza dos Signos de Ar – Gêmeos, Libra e Aquário;

A tríade das Casas espirituais “reflete” a natureza dos Signos de Água – Câncer, Escorpião e Peixes.

Um ou mais Astros colocados em uma Casa, em particular na carta natal, afeta (de forma mais direta) a área ou o departamento da vida representado por aquela Casa. Contudo, se uma Casa está vazia de Astro, deve ser analisada de acordo com o Signo que está na cúspide (ponto de partida da Casa).

“Em nossa viagem do berço ao túmulo, levamos conosco as doze Casas na atmosfera áurica que nos cerca, como o ar envolve a terra que flutua. Cada Casa espelha parte da vida; cada uma contém algumas de nossas lições; cada uma representa o modo como cumprimos ou negligenciamos as tarefas da vida inerentes a determinado setor. No momento apropriado, colhemos de cada Casa o que semeamos em vidas passadas, isto é, salvo se nos prevenimos dessa colheita a tempo.” – Max Heindel

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Astrologia e o Nosso Destino

Muitos Estudantes, após um pequeno estudo de astrologia, têm a impressão de que tudo esteja predestinado. Eles começam a acreditar que a vida, com seus muitos eventos e experiências, seja traçada do berço ao túmulo e que sejamos irresistivelmente levados por ela, seja uma vida boa ou má. Essa é uma ideia errada. É verdade que a maioria de nós tem um certo Destino Maduro do qual não podemos escapar, mas não podemos dizer que toda a nossa vida esteja predeterminada. Os principais acontecimentos, conforme chegam até nós do Mundo Físico, são arranjados antes de nascermos, porém isso é feito por nós mesmos, auxiliados pelos grandes Senhores do Destino (ou Anjos do Destino). Existem muitas lacunas que preenchemos à medida que avançamos.

A maneira como enfrentamos essas experiências, como as assimilamos e construímos suas lições em nós mesmos em forma de caráter não está predefinida. Não está predestinado, por exemplo, que um ser humano acabe na sarjeta como resultado de uma prova para superar sua tendência a beber álcool. Certamente ele nasceu com essa tendência de uma vida passada porque não a superou nela; no entanto, isso não o condenou a terminar seus dias no caminho descendente. Ele poderia ter acabado no caminho ascendente, caso tivesse usado a força de vontade dele e lutado para superar a fraqueza. Dependia dele o fracasso ou a conquista.

Certos traços e características acompanhados por várias experiências são definitivamente mostrados no horóscopo: contudo, o resultado final é determinado pelo eu interior e não pode ser conhecido exatamente de antemão. Podemos julgar se o progresso de uma vida será trabalhado ao longo de linhas espirituais ou materiais, observando qual destes se move mais rápido: o Meio do Céu ou o Ascendente. Se o Meio do Céu se mover mais rápido, o progresso da pessoa será realizado por meio de esforços espirituais; se o Ascendente se mover mais rápido, o trabalho da vida tenderá a ser realizado por meio de esforços materiais. O progresso quase igual dos dois significa desenvolvimento uniforme. A vida física de um indivíduo pode terminar na prisão ou na pobreza e, ainda assim, essa pessoa pode ganhar uma riqueza de experiência que a beneficiará espiritualmente e desenvolverá muito seu caráter. O mundo exterior diria: “Que pena, terminar seus dias na cadeia”. Entretanto, o Estudante de ocultismo, sabendo que uma vida seja apenas um curto espaço de tempo no intervalo de muitas vidas, consideraria aquela em particular como uma experiência passageira a ser vivida — mais uma no caminho da evolução.

As triplicidades dos Signos do Zodíaco mostram que tipo de destino está reservado para o indivíduo ou que destino ele reservou para si mesmo ao longo de muitas vidas. A palavra destino aqui é usada de maneira muito geral, abrangendo não apenas as experiências de vida, mas também o caráter. As experiências a serem enfrentadas, que são indicadas por planetas em Signos Cardinais (ou Cardeais) — Áries, Câncer, Libra e Capricórnio — são dívidas do destino que concordamos em pagar nesta vida. Ao Ego, antes de nascer, é mostrado o panorama de sua vida futura com seus vários eventos. No caso dos Signos Cardinais, o Ego concordou de boa vontade em aceitar as experiências delineadas. Mesmo pensando que elas trazem infelicidade e dor, ele sabe que ajudou a selecioná-las no Terceiro Céu, onde tudo estava claro e ele não estava cego pela matéria. Portanto, ele aceita voluntariamente esse destino.

As experiências a serem encontradas e que são provenientes de Signos Fixos — Touro, Leão, Aquário e Escorpião — são, como seu termo indica, fixas. Isso significa que sejam algo que não possa ser evitado pelo esforço do indivíduo. As aflições de Signos Fixos devem ser e serão enfrentadas em algum momento durante cada vida particular. Características de Signos Fixos são aquelas que foram expressas durante um período de vidas e se tornaram muito fortes. Naturalmente, qualquer característica prejudicial proveniente de um Signo Fixo é muito mais difícil de superar do que uma proveniente de um Signo Cardinal ou Comum. Por exemplo, Netuno rege as drogas: portanto, um viciado em drogas com um Netuno sob tensão no Signo Fixo de Touro certamente vai considerar o hábito mais difícil de superar do que um viciado com Netuno no Signo Cardinal de Áries ou no Signo Comum de Gêmeos. Com o conhecimento do renascimento para nos guiar, podemos ver prontamente que o indivíduo Netuno-Touro evidentemente se entregou ao vício das drogas por um período de várias vidas e será muito difícil abandonar o hábito. Facilmente, muitas coisas poderiam se enquadrar nessa categoria, como bebida, mau humor, dissipação de todos os tipos, comer demais etc. Aflições de Signos Fixos indicam tendências prejudiciais que são muito fortes; mas os Aspectos benéficos dos Signos Fixos dão a estabilidade necessária ao caráter para trazer à tona suas melhores qualidades.

Sob os Signos Comuns — Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes — qualquer qualidade negativa indicada pode, geralmente, ser facilmente superada. Qualquer característica de Signo Comum está realmente em formação, seja ela boa ou ruim. No entanto, se falharmos em corrigir um hábito ruim de um Signo Comum em uma vida, na próxima vida ele pode ligar-se a um Signo Cardinal e se tornar um pouco mais difícil de corrigir. Contudo, se continuarmos sem fazer esforço para mudar, depois de várias vidas ele virá sob um Signo Fixo e a mais difícil de todas as batalhas acontecerá.

Das triplicidades, os Aspectos dos Signos Comuns são os mais fáceis de tratar. Depende de nós, se colhemos toda a aflição desses Signos ou não. Nos Signos Comuns, temos alguma margem para mitigar muito do destino indicado, se vencermos o mal dentro de nós. É claro que, se seguirmos o caminho mais fácil e sem resistência, certamente colheremos um destino infeliz. Esse é o principal problema com as pessoas de Signos Comuns. Elas podem ser volúveis e carecer de determinação ou desejo de tentar refrear as tendências ou características negativas que vêm de Signos Fixos e Cardinais.

Deve-se perceber que um mapa não seja revestido de ferro: geralmente é flexível. Não importa quantas dívidas do destino um mapa indique ou quão alto seus obstáculos pareçam assomar, sempre há pontos positivos em algum lugar. Ninguém é enviado a este mundo de mãos e pés amarrados, falando figurativamente. Nos horóscopos mais afetados há sempre algum Aspecto ou combinação que seja útil para a pessoa. É aí que entra o dever do astrólogo — apontar tal característica positiva, mostrando ao nativo como ele pode trabalhar com ela ou até mesmo usá-la para dominar suas aflições. O astrólogo deve estudar cuidadosamente o mapa, analisando e pesando cada fator contra os demais. Um indivíduo pode superar todas as aflições ou infortúnios que a experiência da Terra contém, mas deve ser um Espírito forte — aquele que esteja disposto a morrer lutando.

Alguns de nós, seja por fraqueza de caráter ou por hábito, aprendemos lentamente as lições. Pagamos uma penalidade por um erro ou transgressão e, deliberadamente, cometemos de novo. Cada vez que caímos ou cedemos a essas coisas, recebemos uma lição mais difícil; a tarefa é aumentada. Se pudermos reconhecer nossos pontos fracos, tendências adversas e trabalhar para corrigi-los, será muito mais fácil para nós do que esperar que o futuro comece. Entre o agora e o futuro, nossas falhas podem se tornar tão fixas que será necessário muito mais esforço para superá-las. A energia que teríamos de usar para corrigir essas falhas no futuro, nós podemos usar agora para construir um caráter novo e melhor.

A natureza humana é fraca. O ditado “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca” é muito verdadeiro. Vamos tentar esquecer a carne e nos concentrar no Espírito, para que ele surja e domine tudo o mais.

Não culpe os Astros pela infelicidade ou infortúnio que chegam até você, ou pelo mal que pode estar dentro de você. É fácil dizer: “Bem, eu tenho o Sol em Quadratura com Marte; é por isso que tenho um temperamento horrível”. Esqueça suas estrelas, olhe para dentro de si mesmo e perceba que a fraqueza seja algo dentro de você — algo a ser dominado. Pense nos Astros não como portadores de boa ou má fortuna, mas como os corpos de grandes Seres espirituais que o estão voluntariamente ajudando em sua evolução. Pense neles com a reverência que lhes é devida. Então, à luz desse conhecimento mais amplo, você será grato pelo destino que seu horóscopo prenuncia. Saiba que toda experiência, provação ou infortúnio o esteja ajudando a fortalecer seu caráter. Medite nas palavras do grande filósofo Confúcio, que disse: “A gema não pode ser polida sem fricção, nem o homem aperfeiçoado sem provações”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1984 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Livro: A Era de Aquário – Elsa Margaret Glover

A Era de Aquário é uma era astrológica que está chegando em torno de 2638, onde os seres humanos terão a capacidade de ler Mentes por ressonância e terão visão de raios-x, não processando o reflexo da imagem na retina, mas realmente olhando e vendo a coisa em si.

Isso não é ficção científica, mas predito por uma PhD em física que dedicou sua vida ao estudo de Astrologia e espiritualidade. Ela mostra como a Era de Aquário ajudará as pessoas a romper com a ignorância, a falta de auto-estima e o medo, para que possam se tornar, pela primeira vez na história, verdadeiramente livres.

À medida que as pessoas se tornem livres para explorar suas próprias naturezas interiores, o mundo a sua volta e outros povos, avanços sem precedentes serão feitos na auto-atualização, compreensão científica, invenção e amor universal.

1. Para fazer download ou imprimir:

Livro: A Era de Aquário – Elsa Margaret Glover

2. Para estudar no próprio site:

A ERA DE AQUÁRIO

por

Elsa M. Glover

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

The Aquarian Age – Elsa M. Glover

1ª Edição em Inglês, 1987

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

I- A NATUREZA DAS INFLUÊNCIAS ASTROLÓGICAS

II – A ERA DE AQUÁRIO

III – VALORES AQUARIANOS

IV – A IDEIA AQUARIANA DO EU

V – A LIBERDADE VERSUS AS LEIS

VI – IMITAR OU EXPLORAR?

VII – A INICIATIVA PESSOAL NA ERA DE AQUÁRIO

VIII – A CRIATIVIDADE

IX – A RESSONÂNCIA

X – A AMIZADE UNIVERSAL

XI – A CIÊNCIA E RELIGIÃO NA ERA DE AQUÁRIO

XII – A VISÃO ETÉRICA  

XIII – A SOLUÇÃO DE CONFLITOS COM MÉTODOS AQUARIANOS

XIV – MÉTODOS DE ENSINO AQUARIANOS

XV – O GOVERNO AQUARIANO

XVI – A POLÍTICA NA ERA DE AQUÁRIO

XVII – A JUSTIÇA NA ERA DE AQUÁRIO

XVIII – MÉTODOS AQUARIANOS DE CURA

XIX – EXERCÍCIOS MENTAIS PARA A ERA DE AQUÁRIO

XX – AUTOCONTROLE NA ERA DE AQUÁRIO

XXI – ALEGORIAS PARA A ERA DE AQUÁRIO       

I- A NATUREZA DAS INFLUÊNCIAS ASTROLÓGICAS

Deus é luz… se andamos na luz, como Ele está na luz, seremos fraternais uns com os outros…”

(IJo 1:5-7)

“Um é o brilho do sol, outro o brilho da Lua, e outro o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela há diferença de brilho.”

 (ICor 15:41)

Quando falamos ou cantamos geramos ondas sonoras que viajam em todas as direções a partir de nossos corpos e que podem produzir um efeito naqueles que as ouvem. Nossos corpos geram calor e o irradiam para o ar e os corpos físicos próximos, aquecendo-os consequentemente. Nossos corpos também geram ondas mais sutis (ondas etéricas, emocionais e de pensamento) que igualmente saem de nossos corpos e podem produzir um efeito sobre aqueles que nos rodeiam se estiverem “sintonizados” com elas. O tipo de ondas etéricas, emocionais e mentais que irradiamos depende de nosso caráter. Se somos gananciosos, irradiamos ganância. Se somos generosos, irradiamos generosidade. Se somos amorosos, irradiamos amor.

O Sol, os Astros que giram no seu entorno e as Luas nas órbitas desses Astros são os corpos de exaltados seres espirituais. Assim como nós irradiamos diferentes ondas de nossos corpos, também esses exaltados seres espirituais irradiam ondas de diferentes tipos. Da mesma forma como as ondas que irradiamos dependem da natureza da nossa personalidade, a natureza das ondas do Sol, dos Astros e das Luas dependem da natureza dos seres que trabalham nesses corpos cósmicos. Os astrólogos observam que os Astros irradiam ondas que tendem a estimular os seguintes aspectos no ser humano:

AstrosQualidades estimuladas
SolIndependência, emprego do poder da vontade
MercúrioPensamento lógico, autoexpressão
VênusHarmonia, beleza e amor próprio
LuaMemória, imaginação
MarteDesejo
JúpiterDevoção, generosidade, entrega
SaturnoRetrospeção, previsão, persistência
UranoSuperação, altruísmo, independência, criatividade
NetunoIntuição
PlutãoRegeneração, perdão. transformação

Assim como o ângulo dos raios solares determina quando a Terra experimentará o verão e o inverno, igualmente os diferentes ângulos dos raios emitidos pelos Astros afetam a natureza da influência das radiações astrais. Para determinar os diversos ângulos e seus efeitos, o céu, visto da posição de uma pessoa na Terra, é dividido em doze seções chamadas Signos do Zodíaco. A primeira Casa começa no horizonte oriental. O primeiro Signo, Áries, começa no ponto do céu onde o Sol se encontra no meio do mês de março.

Os astrólogos observaram que a Casa ocupada por um Astro indica a área da vida na qual as radiações planetárias tendem a se concentrar.

Número da CasaÁrea da Vida
1Personalidade
2Posses materiais
3Mente Concreta
4Casa
5Liderança
6Serviço
7Parcerias
8Desejo
9Mente Abstrata
10Fama
11Amigos
12Isolamento

Os astrólogos observaram ainda que o Signo em que se encontra um Astro determina a parte do corpo humano onde os raios planetários se concentrarão e o nível do Ser e de Consciência no qual estarão focados:

ÁriesParte superior da cabeçaFogo – Cardeal
TouroMandíbula inferior, pescoçoTerra – Fixo
GêmeosBraços, pulmãoAr – Comum
CâncerEstômagoÁgua – Cardeal
LeãoCoraçãoFogo – Fixo
VirgemIntestinosTerra – Comum
LibraRinsAr – Cardeal
EscorpiãoGenitaisÁgua – Fixo
SagitárioQuadris, coxasFogo – Comum
CapricórnioJoelhosTerra – Cardeal
AquárioTornozelosAr – Fixo
PeixesPésÁgua – Comum

Os Signos Cardeais estimulam a atividade do corpo físico; os Signos Fixos, a tenacidade na natureza emocional; os Signos Comuns, a investigação através da Mente. Os Signos de Fogo focam na consciência e na vitalidade, os Signos de Terra, na consciência na Mente; os de Água, na consciência dos sentimentos.

Quando uma criança nasce, o momento exato em que é tomada a primeira respiração é que servirá de base para levantar seu tema natal. A razão disso é que o primeiro sopro de ar (inspiração) carrega consigo a vibração da atmosfera naquele instante.

Essa vibração é transmitida dos pulmões para o sangue e depois para todas as partes do corpo, colocando cada átomo físico em uma determinada vibração. Assim o corpo está em sintonia com os padrões astrológicos de vibração do momento em que a criança tomou sua primeira respiração. Essa sintonização persiste durante toda a vida. À medida que os Astros se movem no céu durante a vida da pessoa, eles estimulam um aspecto ou outro do padrão vibratório natal. A pessoa sente então um impulso ou uma energia dentro dela que a leva a querer fazer algo, dependendo dos Astros específicos envolvidos e seus respectivos ângulos. Um dos objetivos da evolução é ser plenamente capaz de responder aos estímulos de todos os Astros. Todas nossas energias vêm dos Astros e das estrelas e somente quando nos tornamos capazes de recebê-las, elas estarão disponíveis para nosso uso. Outro objetivo da evolução é ter controle consciente sobre o uso das energias. Ter a energia necessária para fazer algo não significa que isso seja apropriado para fazer. Nem todas as energias se combinam harmoniosamente. Necessitamos aprender quando e como empregar as energias disponíveis e quando simplesmente as deixar passar através de nós.

II – A ERA DE AQUÁRIO

A Terra gira sobre seu eixo, dando uma volta completa a cada 24 horas. À medida que move suas diferentes partes até o Sol, a vida na Terra experimenta alternadamente o dia e a noite. As criaturas da Terra ajustam suas atividades de forma a, durante o dia, desenvolver atividades que são favorecidas pela luz e pelo calor e, à noite, desempenhar as que requerem condições mais escuras e frias.

Imagine que vejamos o Sistema Solar a partir de uma espaçonave espacial em pleno voo, de maneira que o centro da Terra nos parece imóvel. Visto a partir da nave, o Sol parece se mover em um círculo ao redor da Terra. Sua rota é inclinada de forma que parte dele fica acima do Equador na Terra. Quando a rota do Sol está acima do Equador (de 21 de março a 21 de setembro), os dias são mais longos que as noites no Hemisfério Norte, que experimenta a primavera e o verão. Quando a rota do Sol está abaixo do Equador (de 21 de setembro a 21 de março), os dias são mais curtos que as noites no Hemisfério Norte, que experimenta então o outono e o inverno. Na Terra, toda a vida ajusta seu ritmo às mudanças de estações, empregando a primavera e o verão para procriação e crescimento e o outono e o inverno para a colheita e a hibernação.

O momento em que a rota do Sol cruza a linha do Equador para o Norte (próximo de 21 de março) se denomina Equinócio de Março. A partir da posição do Sol neste preciso período, o caminho solar se divide em doze seções, chamadas Signos do Zodíaco. Assim como o átomo parece ter uma estrutura similar à do Sistema Solar, também a estrutura dessas doze seções aparece em vários níveis no universo. O corpo humano pode se dividir em doze partes, cada uma delas com uma sensibilidade especial às radiações solares que procedem da parte correspondente da rota solar. Além das doze partes do corpo humano e das doze partes do caminho solar (os Signos do Zodíaco) existem doze formações de estrelas fixas, denominadas constelações.                      

Devido a um lento movimento de oscilação no eixo de rotação da Terra, a linha do Equador muda sua orientação gradualmente. Isso faz que o Equinócio de Março mude sua posição em relação às constelações. Visto a partir da Terra, o Equinócio de Março ocorreu na constelação de Touro entre 3700 A.C e 1.600 A. C. aproximadamente. Dizia-se que a Terra estava na Era de Touro e a adoração ao touro se destacava em várias religiões.  Na época do Equinócio de Março, tudo na Terra está impregnado de vida, de modo que quando ele estava na constelação de Touro, o Sol enfocava uma influência taurina em todas as plantas e criaturas, no seu momento de renovação, a cada conjunto dos meses referentes a março, abril, maio e junho.

O Equinócio de Março aconteceu na constelação de Áries entre 1600 A. C. e 498 D. C. aproximadamente. Então se iniciou o culto ao cordeiro. O sangue do cordeiro foi empregado para proteger os semitas originais quando tentaram escapar da terra do Touro, chamada de “Egito” nos relatos bíblicos. Cristo denominou a si mesmo o Cordeiro de Deus. O Equinócio de Março entrou na constelação de Peixes por volta de 498 D.C. e continuará nela até aproximadamente 2638 D.C. Cristo chamou seus Discípulos para serem “pescadores de homens” e a mitra dos bispos tem a forma de uma cabeça de peixe. O Equinócio de Março permanecerá na constelação de Aquário a partir de 2638 D.C. até o ano 4700 D.C.

Uma vez que o Equinócio de Março ainda não atingiu a constelação de Aquário, podemos nos perguntar por que temos de pensar sobre a Era de Aquário no tempo presente. Uma razão para olhar para frente é que é bom ter em mente a meta em direção a qual seguimos e avançar diretamente para ela. Outra razão é que, apesar do equinócio não entrar na constelação de Aquário até 2638 D.C., o Sol não focaliza apenas as influências de um ponto específico do céu, mas de uma faixa que ultrapassa seus limites físicos. Mesmo agora, a influência aquariana começa a ser sentida por algumas pessoas.

Outra razão é que, entre os milhões de pessoas na escola da vida chamada Terra, existem algumas delas suficientemente precoces para avançar mais rapidamente que outras e preparadas para entrar em uma nova era antes do tempo definido para a humanidade como um todo. Da mesma forma, algumas pessoas podem precisar permanecer em uma era antiga mesmo depois que a maior parte da humanidade as tenha ultrapassado.

A natureza encerra ciclos dentro de outros ciclos. No ciclo dia-noite, a temperatura é mais quente durante o dia e mais fresca à noite. No ciclo verão-inverno, a temperatura é mais cálida no verão e mais fria no inverno. Como o ciclo verão-inverno se sobrepõe ao ciclo dia-noite, os dias de verão tendem a ser mais quentes que os do inverno e as noites de verão mais suaves que as do inverno.

Similarmente, durante uma Era, as características que lhe são próprias se sobrepõe às dos ciclos menores que estão ocorrendo. Na Era de Peixes, o Sol viaja pelos doze Signos do zodíaco anualmente, projetando as influências de cada um, mas a influência de Peixes se sobrepõe a todo momento. Na Era de Aquário, o Sol se moverá através dos doze Signos anualmente, mas a influência aquariana se sobreporá a cada instante.

Os astrólogos observaram que a influência de Peixes estimula as pessoas a respeitarem a autoridade, a acreditarem no que as autoridades lhes dizem para fazer e obedecerem às leis promulgadas por elas. As “autoridades” de Peixes podem obter seu lugar por herança (reis e outros indivíduos de “bom berço” ou classe social alta), pelo uso do poder físico (líderes militares e ditadores), ou por uma dispensação divina (sacerdotes e clérigos). Tradições e costumes são tidos como “autoridades” e se tornam guias de conduta.

Uma influência aquariana, por outro lado, estimula o desejo de romper com a tradição e com regras autoritárias, impulsionando a ânsia de exercer livremente a própria iniciativa. Aquário é regido pelo Planeta Urano e uma das características principais de Urano é a independência. Outra característica básica desse Planeta é a superação. À medida que as pessoas são incentivadas a desenvolver novas ideias, se envolvem em pesquisas científicas e desenvolvem sua própria criatividade. Se superam a incompreensão em relação a pessoas de outros grupos, religiões, raças e nações, o amor universal se desenvolverá. Aquário também é governado pelo Planeta Saturno, cuja característica principal é o estabelecimento de conexões entre passado, presente e futuro. Na Era de Aquário, portanto, as pessoas serão incentivadas a entender melhor a relação causa-efeito e usá-la para obter autocontrole.

A vida é uma escola. As diferentes Eras podem ser comparadas com cursos escolares.  Em uma escola comum, há certas coisas que os Estudantes devem aprender em cada série, assim como em cada Era existem certas coisas que a humanidade deve aprender. Muitos aprendem inconscientemente. Todavia, ao ignorar seu objetivo, vagueiam e dão muitos passos desnecessários que não os levam diretamente até a sua meta. Se, pelo contrário, estudarmos o plano da evolução, tal como ensinado pelas estrelas, poderemos conhecer as lições que deveríamos estar  aprendendo e nos mover diretamente e com segurança até a meta, sem desperdiçar esforços.

III – VALORES AQUARIANOS

“É a virtude e não o nascimento o que nos faz nobres. Os atos valiosos falam de Mentes grandes, aquelas que nos deveriam governar.”

John Fletcher

À medida que o mundo fizer a transição da Era de Peixes para a Era de Aquário, a avaliação sobre o que realmente tem valor também mudará.

Na Era de Peixes se dá grande importância a se relacionar com personalidades importantes. Se alguém tem uma árvore genealógica impressionante, ou é convidado para festas da alta sociedade ou se atribui relacionamento com a realeza ou com alguma autoridade religiosa, se torna objeto de admiração e inveja.  Na Era de Aquário, o que contará não será com quem a pessoa se relaciona, mas o que ela pode fazer por si mesma. As habilidades pessoais, o aprendizado e o caráter terão grande valia. Qualquer pessoa, independente do seu nascimento ou relações, poderá desenvolver suas habilidades.

Na Era de Peixes a aprovação das autoridades dá às pessoas um sentimento de valor. Por consequência, as pessoas se curvam ao poder, concordam com ele e seguem as leis ditadas pela autoridade. Não se questiona se as determinações da autoridade são sábias ou não.  Na Era de Peixes, por sua vez, a aprovação dos semelhantes dará às pessoas o mesmo sentimento de valorização.

Como os semelhantes só possuem a visão física na Era de Peixes, baseiam seus julgamentos nas aparências. Portanto, para conseguir a aprovação de seus semelhantes, as pessoas se cercam de posses ostensivas de materiais, preenchem suas Mentes com qualquer assunto para conversas ou com fofocas sobre a atualidade, aprendem a seguir todos os costumes e regras da etiqueta. Não se discute o real valor das posses materiais, da conversação trivial ou dos modismos.

Na Era de Aquário as pessoas fortalecerão sua autoestima mediante a auto aprovação. Cada um será consciente de sua própria divindade. Cada um estabelecerá suas próprias metas de autodesenvolvimento e serviço. Cada um julgará a si mesmo e se louvará ou criticará de acordo com suas ações. Como uma pessoa capaz de julgar a si mesma já não está presa ao que pensam os demais, a análise de si mesmo promoverá liberdade e a criatividade.

Na Era de Peixes se dá muita importância à segurança e ao conforto. Na Era de Aquário, o espírito de investigação, o valor e a coragem serão as aspirações comuns, mesmo que a segurança e o conforto tenham de ser sacrificados em algum grau.

Se desejamos ajudar o mundo a adotar um sistema de valores aquariano, eis aqui algumas coisas que podemos fazer:

  1. Deixar de prestar mais atenção às pessoas que tem ancestrais famosos, relacionamentos importantes, riqueza ou popularidade do que àquelas que tem uma posição social diferente; 
  2. Respeitar conquistas pessoais, coragem e criatividade;
  3. Nos habituar a julgar nossos atos, mas evitar julgar as ações das outras pessoas.

IV – A IDEIA AQUARIANA DO EU

“É difícil fazer um homem infeliz se ele se sentir digno de si mesmo e filho do grande Deus que o criou.”

Abraham Lincoln

A influência aquariana estimulará a consciência de si mesmo, nos levará a afirmações do tipo “Eu sou filho de Deus”, “Sou valioso e tenho potencial”, “Posso fazer qualquer coisa se trabalho o tempo necessário com a dedicação suficiente”, “Posso pensar por mim mesmo e tomar decisões”.

Depois que tomarmos consciência de nosso valor intrínseco, já não poderemos ser silenciados ou subjugados por outros. Não desejaremos fazer por mais tempo o papel de capacho, peão ou escravo. Se tomarmos consciência de nossa capacidade de raciocinar e tomar decisões, descobriremos que podemos tomar decisões tão boas como as de qualquer outra pessoa, já não ficaremos felizes se outros decidirem por nós. Desejaremos ser livres para determinar o que pensamos, em que acreditamos, para onde iremos e o que faremos.

Uma vez que descobrirmos nosso potencial, vamos querer ter liberdade para desenvolvê-lo. Sermos livres para realizar novas tarefas que nunca tentamos antes (talvez nem outra pessoa), mesmo que isso envolva assumir riscos, cometer eventualmente erros, e, às vezes, fracassar e ter de começar de novo.

Como compartilhamos a Terra com outras pessoas, é lógico que as tratemos como gostaríamos que nos tratassem. Como esperamos que os outros nos respeitem, devemos respeitar o próximo. Devemos ter em mente que toda pessoa é filha de Deus e tem um valor e um potencial intrínsecos. Assim como queremos ter liberdade para tomar decisões, deveremos igualmente permitir que as outras pessoas vivam suas próprias vidas. Assim como queremos ser livres para tomar iniciativa, deveremos permitir que os outros façam o mesmo.

V – A LIBERDADE VERSUS AS LEIS

“Mas se o Espírito o guia, já não estais sob o domínio da Lei.”

(Gl 5:18)

A promulgação de leis para o governo do povo é um conceito de Peixes. A liberdade individual é o ideal de Aquário. À medida que fizermos a transição da Era de Peixes para a de Aquário, necessitamos reconsiderar o papel que as leis representam na sociedade e pensar seriamente em que grau estamos preparados para avançar sem leis.

As leis podem salvar as pessoas da obrigação de pensar. Talvez seja por essa razão que as pessoas consultam livros sobre regras de etiqueta para aprender a celebrar uma festa de casamento ou batizado ou como se comportar em um funeral. Evitar que as pessoas pensem equivale a paralisar seu crescimento intelectual. Da mesma forma como os músculos e ossos de um indivíduo se deteriorariam se ele estiver preso em um molde de gesso, o poder criativo, o raciocínio e a capacidade de resolver problemas se deterioram se nosso comportamento for constantemente restringido pelas leis.

Outro problema com as leis é que são promulgadas para governar sob certas condições e, se a situação mudar, as leis deixam de ser apropriadas. A história de Epaminondas ilustra este ponto.

Um dia enviaram Epaminondas para comprar manteiga no mercado. Estava muito quente e, a caminho de casa, a manteiga derreteu. Quando chegou em casa, sua mãe lhe disse: “Quando trouxer manteiga do mercado, embrulhe-a em folhas frescas e, ao atravessar o rio, coloque a manteiga na corrente de água para esfriá-la”.

Na semana seguinte, sua mãe o enviou ao mercado para comprar um cachorro. Ele comprou, enrolou o animal em folhas frescas e quando chegou ao riacho, quase o afogou ao mergulhá-lo na água. Quando chegou em casa, sua mãe disse: “Não é assim que se trata um filhote. Você deveria ter amarrado uma corda no pescoço dele para trazê-lo para casa”.

Na outra semana, ela o enviou para comprar um pedaço de pão.  Epaminondas comprou o pão, o amarrou em uma corda e arrastou até sua casa.

Se uma criança só recebe normas e não é ensinada a pensar por si mesma, o que fará quando crescer e se encontrar em um mundo em constante mudança? Como enfrentará   situações e problemas que seus pais e professores nunca sonharam?

Outro problema com as leis é que, às vezes, quem as cria pode estar equivocado.  Tennyson[1] refletiu uma dessas situações em seu poema “A Carga da Brigada Ligeira”[2]. As duas primeiras estrofes dizem o seguinte:

“Meia légua, meia légua,

meia légua em frente,

todos no Vale da Morte

cavalgaram com os seis centos.

“Para a frente a Brigada Ligeira!

Carreguem contra as armas!”, disse ele.

Para o Vale da Morte

cavalgaram os seiscentos

Para a frente a Brigada Ligeira!

Havia algum homem desanimado?

Todavia, o soldado não sabia

De algum que tivesse disparatado.

Eles não têm de responder,

eles não têm de se perguntar,

Apenas vencer ou morrer

No Vale da Morte

Cavalgaram os seiscentos.”

Se uma pessoa comanda seiscentos homens e comete um erro, esse erro se repete seiscentas vezes. Se cada pessoa pensa por si mesma, ao menos cada erro se comete uma só vez.

As leis podem guiar o ignorante. Se uma criança não compreende os perigos de um fogão quente, é possível lhe dar a ordem “Não toque” para que não se queime. No entanto, ao dissipar sua ignorância, a lei deixa de ser necessária. Uma vez que a criança compreenda o efeito que o calor excessivo exerce sobre o tecido humano, já não é necessária ordem alguma para se manter longe do fogão quente. Na Era de Aquário se espera que as pessoas tenham desenvolvido a luz dentro de si de modo que não sejam mais necessárias leis para guiá-las.

Outro problema com as leis é que elas podem produzir uma ação correta, mas não podem gerar sentimentos retos.  Um gerente de loja pode exigir que seus funcionários tratem os clientes com amabilidade, mas não consegue forçá-los a colocar amor e sentimento em suas palavras. Ordens podem obrigar os seres humanos a firmar contratos, mas não que se entreguem ao trabalho. As regras podem fazer com que as pessoas se comportem adequadamente em circunstâncias em que temem punição, mas não os faz responsáveis por suas ações.

As leis podem impedir que as pessoas roubem umas às outras e podem até forçá-las a dar dinheiro para outros por meio de impostos e programas de assistência social, mas não conseguem – de forma alguma – forçar as pessoas a amar, respeitar e cuidar umas das outras. De fato, as leis impedem o desenvolvimento de sentimentos retos. Se nossa atenção está focada em obedecer às leis, talvez não permitamos ao nosso coração percorrer seu caminho.

Se leis nos obrigam a contribuir com uma boa causa, talvez o coração não se preocupe em desenvolver empatia ou real interesse pela causa. “Uma Mente que se adapta a qualquer padrão de autoridade, interna ou externa, não pode ser sensível”[3].

Uma criança não pode aprender a caminhar se for mantida presa à cama pelo medo de cair. Para a criança aprender a caminhar precisa praticar e a prática inclui esforços vacilantes e muitas quedas. Na Era de Aquário se espera que todos desenvolvam a Luz interna que guiará suas vidas. As pessoas só conseguem aprender a dirigir suas vidas se forem livres para fazer suas próprias escolhas, se puderem ver as consequências das mesmas e consequentemente, aprender com suas experiências.

Quando tem liberdade, as pessoas podem cometer erros. Todavia, esse é o único caminho para aprender a exercitar a livre escolha e crescer. Somente à medida que os indivíduos de uma sociedade crescem, a sociedade como um todo cresce. “Aceito sinceramente o lema ‘O melhor governo é o que menos governa’, e gostaria de vê-lo em prática de forma mais rápida e sistemática. Bem desenvolvido, acabará por levar a algo em que também acredito: ‘O melhor governo é aquele que não governa em absoluto’. Quando os seres humanos estiverem prontos para isso, esse será o tipo de governo que eles terão”.[4]

VI – Imitar ou Explorar?

“Amarre dois pássaros juntos. Eles não serão capazes de voar, embora agora tenham quatro asas.”

Jalaludin Rumi

Na Era de Peixes, as pessoas tendem a copiar o que os outros fizeram. Seguem tradições e costumes. Uma vez estabelecido um determinado padrão de comportamento, ele se perpetua pelo hábito. Na Era de Aquário, as pessoas se afastarão do passado e explorarão novos campos. Ao nos aproximarmos dessa nova Era, precisamos considerar quando devemos imitar os outros, quando repetir o que já fizemos ou quando romper com o passado e encontrar novas maneiras para fazer as coisas.

Uma situação em que as pessoas, às vezes, imitam outras é aquela em que se sentem subordinadas e tentam ganhar favores com seus superiores. Shakespeare ilustrou isso em sua peça teatral Hamlet, na qual acontece esta conversa:

Hamlet: Vês aquela nuvem cuja forma se assemelha um camelo?

Polônio: Pela massa! Realmente parece um camelo!

Hamlet: Isso me lembra uma doninha.

Polônio: Tem as costas de uma doninha.

Hamlet: Ou de uma baleia.

Polônio: Exato, parece uma baleia!

Hamlet era o príncipe da Dinamarca e Polônio sem dúvida pensou que poderia ganhar seus favores lhe sendo agradável. À medida que se aproxima a Era de Aquário, as pessoas se tornam menos inclinadas ao jogo de subordinado e superior, pois conhecerão seu próprio valor e o dos outros. Na Era de Aquário, as pessoas não sentirão mais necessidade de concordar com algo para se dar bem e todos buscarão ouvir novas ideias e obter novas perspectivas.

Outra situação em que as pessoas tendem a imitar os outros é aquela em que não entendem o que está acontecendo e carecem de base para decidir por si mesmas o que fazer. Copiar às cegas é certamente perigoso. O estudante que não compreende uma matéria determinada copia a resposta escrita por outro colega, apenas para descobrir mais tarde que o parceiro estava respondendo outra pergunta. Pessoas distintas passam por situações diferentes na vida e o que é apropriado a um pode não ser para o outro. Com frequência, descobrimos na vida que aqueles a quem decidimos copiar não têm realmente compreensão maior que a nossa da situação, de modo que, no final, um cego guia outro cego. O único caminho seguro para definir uma linha de ação é, em primeiro lugar, compreender a situação e depois decidir por conta própria o que fazer.

Se apenas copiarmos, nunca poderemos ir aonde os outros não tenham chegado. Não poderemos nos tornar líderes que exploram novos campos e mostram aos outros o caminho, a menos que estejamos dispostos a nos separar da multidão ou tentar novas coisas, trilhar caminhos desconhecidos. Se apenas repetimos o que os outros fizeram no passado, não poderemos evoluir ou alcançar novos objetivos.

Se paramos de imitar e começamos a experimentar o novo, devemos estar prontos para uma aventura. No livro “O Hobbit”, de Tolkien, o mago Gandalf diz a Bilbo que tinha dificuldades em encontrar alguém que gostaria de empreender uma aventura e ele responde: “Acredito, aqui somos pessoas bastante tranquilas e não temos o hábito de nos aventurar. Aventuras são histórias desagradáveis e incômodas que mudam tudo! As aventuras fazem você chegar atrasado no jantar! Não entendo o que as pessoas veem nelas”. No devido tempo, Bilbo é convencido a empreender uma aventura. Algo que ajudou a convencê-lo foi uma música dos anões, com um trecho assim:

Longe, das geladas e enevoadas montanhas

Para masmorras profundas e cavernas antigas

Devemos ir, antes do romper do dia,

Buscar o pálido e encantado ouro.

Isso é, em geral, o que move as pessoas para empreender aventuras: buscar algo que não tem ou não pode ser encontrado na loja da esquina ou nos caminhos muito trilhados.

Além de nos atrasar para o jantar, as aventuras podem nos fazer sentir desconfortáveis e inseguros. Um ditado sufi, retirado de Idries Shah, na obra “El sendero del sufi” (“O Caminho Sufi”), diz:

Nas profundezas do mar existem

riquezas incomparáveis.

Mas se o que busca é segurança,

você a encontrará na praia.

Alguém que reconhece a bondade e a onipresença de Deus estará mais disposto a entrar em regiões desconhecidas do que alguém sem esta compreensão. Cristo encorajou seus discípulos quando começaram a pregar o Evangelho em um mundo hostil: “Não temais aqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma.” (Mt 10:28). São Paulo escreveu em sua Epístolas aos Gálatas: “Não tenha ilusões: ninguém zomba de Deus. Aquilo que cada um semeia, colherá” (Gl 6:7). Se nos alinharmos com as forças da Luz e servimos a Luz, então as forças do mal não podem nos prejudicar. Onde quer que formos, mesmo que façamos nossa cama no Sheol (mundo dos mortos) ou “nas asas do amanhecer, vamos habitar na parte mais distante do mar” (Sl 139:9), Deus está presente e seu amor, justiça e caridade prevalecem.

VII – A INICIATIVA PESSOAL NA ERA DE AQUÁRIO

 “No largo campo de batalha no mundo, no acampamento da vida, não seja um cordeiro submisso. Seja um herói na luta.

Longfellow

Às vezes, forças externas podem nos induzir a atuar de determinado modo. Outras pessoas podem nos dizer ou pedir para fazermos algo, ou esperar ou implorar por algo e até mesmo nos culpar por fazermos determinadas coisas. O Tempo ou as vibrações astrológicas podem nos estimular a fazer algumas coisas antes de outras. As pessoas, no entanto, necessitam não se deixar levar pelos ventos.  Não devem se mover na direção que as forças externas as pressionam, mas decidir se e como vão responder às forças externas. As pessoas podem, inclusive, decidir agir quando nenhuma força externa está presente. Sempre que alguém inicia uma ação que não é uma resposta a uma força externa, se diz que a pessoa mostra iniciativa.

Na Era de Peixes, não se espera e nem se incentiva que as pessoas tenham iniciativa. Os líderes dizem o que devem fazer e o povo age de acordo com as instruções, sem discutir.  Na Era de Aquário, no entanto, a iniciativa deverá ser desenvolvida. Aquário é regido pelo Planeta Urano, que tem como uma de suas características o autoaperfeiçoamento, a superação. À medida que as pessoas se abrirem para novas ideias, encontrarão formas diferentes de fazer as coisas e, consequentemente, empreenderão novas ações.

Em qualquer época, a constelação oposta à regra mostra os ideais esotéricos que serão combatidos naquele momento. Assim, Leão, Signo oposto a Aquário, nos mostra os ideais esotéricos para a Era de Aquário. O Sol governa Leão, o qual incentiva as pessoas a desenvolverem o poder da vontade. Na Era de Aquário, a constelação de Leão despertará o Espírito interno do ser humano até o ponto em que exerça o poder da vontade, para que as pessoas tenham suas próprias motivações.

Se quisermos responder às irradiações de Aquário, devemos nos esforçar para desenvolver iniciativa. Ao fazermos isso, precisamos ter em mente certas coisas:

  1. Quando pararmos de imitar amigos, seguir líderes e aceitar costumes para começar a tomar nossas próprias decisões, necessitaremos que alguma Luz interior nos guie. Devemos despertar a Luz da Verdade e o Amor dentro de nós para poder distinguir entre o verdadeiro e o falso, entre o correto e o equivocado;
  2. Deveremos pensar sempre antes de agir. Independentemente do que os outros digam ou façam, ou o que nos apeteça fazer (devido a nossos hábitos ou as influências astrológicas), devemos ter razões bem pensadas para qualquer coisa que façamos;
  3. Deveremos nos dedicar a busca de caminhos para servir e estar a serviço do outro quando a oportunidade surgir.

Max Heindel escreve em “Carta aos Estudantes” (Carta nº 20) que devemos aprender a trabalhar sem liderança, cada um impulsionado internamente pelo Espírito do Amor para lutar pela elevação física, moral e espiritual do mundo. Adicionalmente, no livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. 2, pergunta nº 70, afirma que os Irmãos Maiores, que guiam os Discípulos das Escolas de Mistérios do Ocidente em seu crescimento espiritual, “… nunca pedem, nunca elogiam, nunca censuram. O desejo deve vir de dentro do discípulo e eles lhe ensinam, a julgar a si mesmo. Em todo o sentido, o educam para se defender, sem o apoio deles ou de qualquer outro.”

Necessitamos examinar continuamente as circunstâncias em que nos encontramos, decidir o que fazer e logo iniciar ações que nos levem aos objetivos desejados.

VIII – A CRIATIVIDADE

         A opinião pública é uma tirana vulgar e impertinente que faz a vida deliberadamente difícil para quem não concorda em ser uma pessoa comum.”

 Deán W.R. Inge

As irradiações aquarianas estimularão a criatividade. Portanto, responderemos mais eficientemente se realizarmos um esforço consciente nesse sentido. Prestemos atenção, consequentemente, às atitudes e técnicas que facilitam a criatividade. A pessoa criativa tem a coragem de ser diferente e tentar algo novo. Enquanto alguém sentir que deve pensar ou agir como os demais, não será criativo.

Enquanto alguém tiver medo de fazer algo diferente porque outros poderiam rir dele, não será criativo. A pessoa criativa geralmente tem senso de humor e se diverte em relacionar ideias de um modo lúdico e pouco usual e frequentemente ri junto com os outros do curioso de suas criações.

O criativo observa os acontecimentos comuns sob perspectivas novas, faz perguntas que aos outros não ocorreria formular e busca respostas a essas perguntas. Afasta de sua Mente as velhas ideias e enxerga o mundo com os olhos de uma criança. Se permite esquecer que lhe disseram que sapatos são para os pés e se pergunta o que aconteceria se os colocasse nas mãos. Se permite esquecer que, ao escrever, a caneta se move e o papel permanece fixo. Ela não está satisfeita com o que aprendeu na escola, que “A gravidade atrai os objetos para a Terra”, e começa a se perguntar o que é gravidade e como essa atração realmente acontece. Já viu as roupas penduradas para secar muitas vezes, mas ainda consegue contemplá-las com admiração e se perguntando como faz a água para sair das roupas.

A pessoa criativa consegue imaginar algo que não viu ou viu parcialmente. Pode imaginar a aparência do quarto se os móveis mudarem de lugar, ou de que maneira uma nova ferramenta facilitaria o trabalho, ou o que uma cadeia de acontecimentos pode ter originado determinados resultados.

O criativo tem um pensamento flexível. Está ansioso para mudar seus pensamentos à medida que a situação exija. Ele anseia por considerar muitas soluções diferentes para um problema específico. Quando uma das soluções proposta se mostra ineficaz, está disposto a tentar outra. A pessoa criativa julga suas criações por seus próprios critérios, não pelo que os outros pensam. Ela é guiada por sua visão interior, não por elogios ou críticas do exterior.

IX – A RESSONÂNCIA

As vibrações da Mente podem ser acalmadas e a consciência retirada completamente dela. Dessa forma, um impacto externo formará uma imagem exatamente igual à original.”

Annie Besant

“Ressonância” é um termo empregado para descrever o que acontece quando um sistema emite ondas que viajam para outro sistema e se põe em vibração com ele. Para haver ressonância, ambos os sistemas devem ter a mesma frequência natural de vibração. Dessa forma, um diapasão em vibração pode emitir notas que coloquem em vibração outro diapasão similar. Uma emissora de rádio envia ondas que podem fazer um receptor funcionar se estiver sintonizado na mesma frequência da estação.

As pessoas também emitem ondas. Quando se forma um pensamento, ele cria ondas mentais, emocionais e etéricas que partem da pessoa que o criou.  Se essas ondas são claras e potentes, e se alguém é capaz de se sintonizar e ressoar com elas, o receptor se torna consciente dos pensamentos e sentimentos do emissor. No plano emocional, a ressonância produz empatia no receptor. No plano intelectual, a ressonância provoca compreensão no receptor.

As irradiações de Aquário estimulam o desenvolvimento da ressonância entre as pessoas. Se quisermos acelerar o progresso até a Era de Aquário, deveríamos tentar conscientemente aumentar nossa habilidade para ressoar com os outros. Para obter esta ressonância, o receptor deve ser capaz de se sintonizar com o emissor. Se o receptor tem suas próprias opiniões sobre o que o emissor deveria estar pensando ou sentindo, ou se o receptor estiver inclinado sobre o que o emissor poderia pensar ou sentir, o receptor sintonizará sua Mente com suas próprias ideias preconcebidas e a ressonância não terá lugar. Se o receptor quiser mesmo se sintonizar com o emissor, deve limpar sua Mente de suas próprias ideias e permanecer aberto à chegada de qualquer pensamento que o emissor envie, seja lá o que for. Os pensamentos de superlatividade, tais como orgulho, superioridade, desgosto ou ira, tendem a diminuir a ressonância. Praticando, aprenderemos a ressoar com uma variedade de tipos humanos.

A ressonância pode se estender igualmente a animais, plantas e objetos. No devido tempo, aprenderemos a ter empatia com os animais e a ver os objetos a partir do seu próprio ponto de vista, a sintonizar o ser interior das plantas e a entender a vida que as anima, incluindo a compreensão dos minerais e as construções feitas com a matéria desse reino. As obras de arte (escritos, pinturas, esculturas e composições musicais) têm incorporados os sentimentos e os pensamentos de seus criadores e apenas podem ser apreciadas adequadamente se o observador for capaz de se sintonizar com a obra e permitir que esses sentimentos e pensamentos internos ressoem dentro dele, em sua alma.

Na Era de Aquário se espera que as pessoas sejam seus próprios guias. Para guiarem a si mesmas, as pessoas necessitarão uma Luz interior. Para obtê-la, os indivíduos precisarão desenvolver a capacidade de se sintonizar e ressonar com os outros, com o mundo ao seu entorno e com a Consciência Cósmica, que é Deus. Quando ressoamos com os outros, simpatizamos com eles, os entendemos e, portanto, podemos resolver os conflitos que enfrentam. Quando ressoamos com o entorno, podemos aprender a viver em harmonia como ele. Quando ressoarmos com a Consciência Cósmica, seremos capazes de compreender a Lei e o Plano Divinos, bem como o que precisamos fazer para avançar no esquema evolutivo.

X – A AMIZADE UNIVERSAL

“O mundo é minha pátria e fazer o bem minha religião.”

Thomas Paine

As vibrações espirituais de Aquário promoverão descobertas científicas e pessoais, assim como o desejo de compreender outras pessoas cujas origens são diferentes das nossas.  À medida que as pessoas aprenderem a responder as vibrações aquarianas, a mostrar iniciativa e tomar decisões por si mesmas, escaparão aos Espíritos Nacionais. “Cada nação da Terra, com exceção dos Estados Unidos, tem recebido um arcanjo que guia este povo no desenvolvimento da linguagem, costumes e religião, e que impulsiona o patriotismo e um sentimento de unidade entre as pessoas daquele país. Tal arcanjo se denomina “Espírito Nacional”.  Os Espíritos Nacionais não serão mais capazes de dirigir os indivíduos de uma nação como um único corpo, pois cada cidadão decidirá por si mesmo o que é certo e o que é errado.

Como as vibrações aquarianas promovem a pesquisa científica, facilitam a comunicação entre as pessoas. Os telefones, as rádios, as televisões e satélites já fazem com que falar, ver e escutar uma pessoa do outro lado do mundo seja quase tão fácil como o contato próximo com um vizinho; automóveis, ônibus, trens e aviões nos permitem viajar para qualquer lugar do globo em algumas horas.

Como as vibrações aquarianas promovem o desejo de compreender pessoas de diferentes origens, os indivíduos aprenderão a abrir suas mentes para entender como os outros pensam ou sentem. Quando as pessoas compreenderem como pensam e sentem os membros de uma nação, surgirá a empatia e o sofrimento de um será sentido por todos. Então chegará a Amizade Universal, e toda a Humanidade se unirá em uma Fraternidade. Todos poderão dizer como Thomas Paine: “O mundo é minha pátria e fazer o bem minha religião.”.

Se desejamos ajudar o mundo a caminhar para a Era de Aquário, faremos tudo ao nosso alcance para promover a Amizade Universal. O que podemos fazer especificamente?

Em primeiro lugar, podemos aprender sobre as pessoas de outros países. Podemos tentar compreender suas necessidades, suas esperanças e medos, o que consideram importante, o que lhes agrada e desagrada. A rádio, a televisão, os jornais, livros e filmes podem ser fontes de informação. Viagens nos fornecem informações em primeira mão. Aprender outros idiomas igualmente pode nos ajudar a ver as coisas de outro ponto de vista e estabelecer laços de simpatia.

Em segundo lugar, podemos aprender a considerar os problemas do mundo de um ponto de vista universal. Ao considerar o comércio internacional, não devemos nos preocupar com a pergunta “O que é mais vantajoso para meu país?”, pelo contrário, devemos buscar o maior benefício para o mundo como um todo. Ao considerar conflitos internacionais, a pergunta deveria ser “O que é justo e correto neste caso?”.

Em terceiro lugar, quando desastres atingirem diferentes partes do mundo, outras nações podem ajudar a reconstruir as vidas de suas vítimas. Quando qualquer pessoa está sofrendo por qualquer motivo, outros podem ajudar os que sofrem a retornar para o caminho do bem-estar e da prosperidade.

Por último, podemos evitar mencionar ou reconhecer as diferenças de raça ou nacionalidade. Ao lidar com pessoas, devemos nos esforçar para ignorar sua aparência externa (características físicas, roupas, costumes e idioma) e dirigir nossa atenção para a essência divina que escondem, a qual não pertence a nenhuma raça ou nação.

XI – A CIÊNCIA E RELIGIÃO NA ERA DE AQUÁRIO

“Experimente tudo.”

 ITes 5:21

Aquário é uma constelação do Ar. Portanto a Era de Aquário se caracterizará pelo desenvolvimento intelectual. Na Era Aquariana, as pessoas buscarão razões para suas crenças e tentarão, tanto quanto possível, adquirir conhecimento por si próprias, em primeira mão. O ponto de partida para adquirir conhecimento em primeira mão implica uma postura observadora. Para se chegar à verdade, é necessário observar com precisão. As coisas devem ser vistas e ouvidas com clareza. Os sentimentos pessoais não devem interferir na observação. As pessoas não devem confundir o que veem ou ouvem com o que pensam que deveriam escutar ou com o que gostariam de escutar.

Se você quer chegar à verdade, suas observações devem ser tão completas quanto possível. Com a chegada da Era de Aquário, as pessoas expandirão o alcance e o tipo de observações. Elas empregarão sua criatividade para inventar máquinas que possam detectar ondas com frequências além do espectro da visão e audição humana, que possam ajudar a humanidade a conseguir informações de lugares onde não poderiam chegar de outra forma. As pessoas também aumentarão a sensibilidade de seus corpos às vibrações do entorno, de modo a perceber as ondas etéricas e detectar outras vibrações, inclusive as mais sutis.

Aquário é regido por Urano, que também governa as ondas etéricas. Max Heindel escreve no Livro: “Ensinamentos de um Iniciado”:

“Quando o Sol entrar em Aquário por precessão, o resto da umidade do ar será eliminada e as vibrações visuais, que são melhor transmitidas em uma atmosfera seca e etérica, se tornarão mais intensas, de modo que as condições sejam particularmente favoráveis para que se produza a ligeira extensão da nossa visão física atual necessária para abrir nossos olhos à Região Etérica. (…) A visão etérica é semelhante aos Raios-X, pois permite a quem a possui ver através dos objetos, só que é muito mais potente e apresenta todas as coisas de forma tão translúcida como o vidro”.

À medida que as pessoas aumentarem sua capacidade de ressoar, serão mais capazes de conhecer os sentimentos e pensamentos de outras pessoas.

A Era de Aquário será uma época da razão. Portanto, as pessoas na Era de Aquário não se contentarão em deixar suas observações em forma de fatos sem sentido ou sem relação entre eles. Elas tentarão ordenar suas observações, encontrar padrões e finalmente, tirar conclusões. As pessoas usarão o raciocínio lógico para estabelecer relações de causa e efeito.

O acima exposto indica um crescimento e expansão da ciência na Era de Aquário. A religião também experimentará mudanças. Uma religião baseada em um conjunto de crenças que devam ser aceitas por meio da fé, sem questionamentos, já não satisfará as pessoas.  Elas pedirão razões para suas crenças e que tudo se encaixe em uma estrutura lógica. Serão pedidas explicações lógicas sobre nossa origem, porque estamos aqui, porque alguns sofrem muito e outros pouco. Max Heindel, no Conceito Rosacruz do Cosmos afirma: “Nada que não seja lógico pode existir no universo e (…) a lógica é o guia mais seguro em qualquer mundo”. Na Era de Aquário cada pessoa desenvolverá o amor em seu coração, que lhe proporcionará orientações muito mais confiáveis para sua conduta do que as normas externas. A ideia de Peixes era que a revelação divina viria apenas para alguns poucos. A atitude aquariana é que todos podem, igualmente, despertar a Luz interior.

XII – A VISÃO ETÉRICA

“O espanto apoderou-se de todos e glorificavam a Deus. Ficaram cheios de medo e diziam: ‘Hoje vimos coisas estranhas!’.”.

Lc 5:26

A matéria do mundo existe em sete estados, que recebem os seguintes nomes: Sólidos, Líquidos, Gases, Éter Químico, Éter de Vida, Éter Luminoso (ou Éter de Luz) e Éter Refletor. A matéria adquire uma taxa vibratória crescente, conforme passa de um estado para outro. As partículas da matéria sólida possuem uma taxa vibratória mais baixa. Ao aquecer um sólido, as moléculas recebem energia que aceleram sua taxa de vibração e rompe suas ligações de moléculas sólidas, o que faz o sólido virar líquido. Ao aquecer um líquido, as moléculas aceleram sua taxa vibratória e adquirem energia suficiente para saltar do líquido e flutuar livremente, formando-se assim um gás.  Similarmente, as taxas vibratórias das moléculas gasosas podem ser aumentadas com o resultado da sua decomposição em átomos, e em seguida, em partículas elementares: prótons, nêutrons, elétrons, fótons, grávitons etc. A matéria se encontra então no estado de Éter Químico. Aumentos posteriores na taxa vibratória levarão a matéria aos estados de Éter de Vida, Éter Luminoso e Éter Refletor. No curso da evolução, o ser humano desenvolveu a habilidade de ver sólidos e líquidos. Os raios de luz visíveis (que são raios do Éter Químico), se refletem nos objetos, atingem o olho e formam uma imagem dentro dele, na retina.

À medida que nos aproximamos da Era de Aquário, a atmosfera da Terra vem mudando. Cristo, com seu ministério benéfico, atrai cada vez mais Éter interplanetário para a Terra, de modo que o Éter que a rodeia está se tornando mais denso e luminoso. Nossos olhos estão sendo modificados para se acomodarem a essas novas condições. O chamado “ponto cego” do olho se tornará sensível e olharemos através do olho e veremos diretamente o objeto em vez da imagem formada na retina. Perceberemos uma frequência vibratória maior que a atual e o reino etérico se fará visível. A abertura da visão etérica trará um número grande de mudanças no que as pessoas pensam e fazem:

  1. A visão etérica é semelhante aos Raios-X na medida que permite a quem possui ver através de qualquer objeto, mas de forma mais potente e apresenta tudo transparente como vidro. Quando as pessoas tiverem a visão etérica, não se poderá ocultar algo atrás de um muro. Nem poderão manter em segredo seus atos passados já que todos os fatos recentes na Terra se encontram armazenados no Éter Refletor e podem ser vistos por qualquer pessoa que possua a visão etérica.

Esta incapacidade para ocultar ações e os objetos pode atuar como prevenção ao crime. Também exigirá que as pessoas desenvolvam: força interior suficiente para se mostrar frente aos demais como realmente são, sem aparências nem máscaras, e compaixão para aceitar os outros como realmente são, seja qual for sua fragilidade.

  • A visão etérica permitirá observar o funcionamento interno do seu próprio corpo e o dos outros. Será fácil identificar um processo tumoral, uma fratura ou condição patológica do corpo. Isso facilitará enormemente o diagnóstico de enfermidades.
  • Junto a um Corpo Denso, composto por sólidos, líquidos e gases, todos temos um Corpo Vital composto de Éter. Com a visão etérica, as pessoas adquirirão a capacidade de ver os Corpos Vitais.

As pessoas poderão observar que o Corpo Vital necessita de alimento para trabalhar e que frutas e legumes frescos, assim como o leite, possuem fluido vital (Éteres Químico e de Vida) que favorecem a nutrição do Corpo Vital, enquanto as refeições cozidas têm pouco fluido vital. As pessoas poderão apreciar como o fluido vital solar entra no Corpo Denso (o físico) pelo baço, circula pelos nervos do corpo e em seguida, sai através dos poros da pele, arrastando venenos e impedindo, com sua corrente centrífuga, a entrada de micróbios no corpo. Poderemos observar quando o fluxo do fluido vital se debilita, devido a alterações tóxicas ou psicológicas, e seremos capazes de agir para eliminar a obstrução.

As pessoas poderão observar que o sono é um meio de reparar e limpar o Corpo Vital. Outro meio é o banho. A água absorve o fluído vital, de modo que durante o banho seja eliminado o fluido vital utilizado e impuro, que é substituído por fluido vital limpo. As pessoas poderão ver por si mesmas que um curador extrai fluido vital impuro de um paciente impondo as mãos úmidas. O curador pode, por um ato de vontade, impedir que o fluído suba até acima dos cotovelos e depois, lavar suas mãos em água corrente para se livrar dele.

As pessoas serão capazes de ver como os doentes podem absorver fluido vital de quem os rodeia e podem usar este fato para aliviar os enfermos, embora devam ser tomadas precauções no sentido de assegurar que os que proporcionam fluido vital passem tempo suficiente afastados dos doentes para repor sua própria fonte de fluido vital.

Ter a capacidade de ver o fluido vital ajudará as pessoas a dirigir seu fluxo mediante o poder do pensamento. A capacidade de dirigir esse fluxo facilitará a cura.

  • Quando as pessoas dispuserem de visão etérica serão capazes de ver o estado evolutivo de seus Corpos Vitais e poderão apreciar diretamente como diferentes pensamentos, sentimentos e ações promovem ou entorpecem o crescimento do Corpo Vital. Será semelhante a disponibilidade atual de estudos sobre o que afeta a beleza ou capacidade do Corpo Denso, o físico. Dessa forma, as pessoas poderão prestar mais atenção ao desenvolvimento da alma.
  • Quando as pessoas dispuserem de visão etérica, serão capazes de ver os mortos e apreciar como o Corpo Vital deixa o Corpo Denso, quando o coração para de bater. À medida que o Corpo Denso decai, decaem também as partes do Éter Químico e de Vida do Corpo Vital. Se o Corpo Denso é incinerado, os Éteres Químico e de Vida se desagregam no momento da incineração. A incineração não deveria ser praticada durante os três dias e meio que seguem a parada do coração (ver Max Heindel, Livro: Cristianismo Rosacruz).

A parte do Corpo Vital formada pelos Éteres de Luz e Refletor é retida, no entanto, durante mais tempo. Assim, quando a visão etérica for desenvolvida, os fisicamente mortos se tornarão visíveis para os vivos e poderemos nos comunicar com eles durante um tempo depois da sua morte. A morte deixará de ser tão terrível para os falecidos ou tão penosa para os que ficam na Terra como quando não conseguimos ver os mortos.

  • Quando as pessoas tiverem visão etérica, poderão ver a miríade de seres que habitam a Região Etérica. Os Espíritos da Natureza tais como Gnomos, Elfos, Fadas, Ondinas, Silfos e Salamandras, assim como Anjos, se farão visíveis. Uma vez que os Espíritos da Natureza são inferiores aos humanos na cadeia evolutiva, quando os humanos os comandarem, eles devem obedecer. Assim, os humanos poderão fazer que os Espíritos da Natureza os sirvam. Os Anjos estão acima de nós na cadeia evolutiva e não podem ser comandados pela humanidade, mas é possível estabelecer uma comunicação e cooperação em alguns aspectos. Os Anjos trabalham para facilitar a propagação e crescimento das plantas, dos animais e dos seres humanos sobre a Terra. Assim, os agricultores e outros, que cultivam plantas ou que criam animais, poderão se beneficiar com a comunicação com os Anjos.

XIII – A SOLUÇÃO DE CONFLITOS COM MÉTODOS AQUARIANOS

Dentro de cada ser humano mora um rei. Fale com o rei e o rei se manifestará”.

Provérbio escandinavo

Na Era de Peixes, as pessoas vivem sob o domínio de ditadores como reis, sacerdotes e outros, que estabelecem leis e proclamam o que é verdadeiro e justo. Como todos em uma mesma sociedade seguem o ditador, o conflito interno é mínimo. Se duas pessoas tiverem diferenças, podem ir até o ditador e ele diz quem tem razão e quem não e o que se deve fazer para resolver o conflito. Dessa forma, tudo transcorre em paz e harmonia.

Na Era de Aquário não existirá uma cabeça que tome todas as decisões e pense em tudo. Em vez disso, cada um pensará por si mesmo. Quando muitas pessoas têm ideias de forma independente, partindo de perspectivas distintas e exercendo sua criatividade de diferentes formas, surge uma grande variedade de opiniões, algumas das quais podem entrar em conflito. O grande problema que surge é como resolver esses conflitos. Não haverá mais autoridade a quem recorrer e que forneça aos indivíduos uma solução definitiva para os conflitos. De alguma maneira, deveremos trabalhar juntos para resolver nossos conflitos.

A Era de Aquário será uma época de raciocínio. Assim, a razão será usada para resolver os conflitos. Veremos as causas e soluções para os conflitos à luz da razão. As pessoas têm necessidades e desejos de ordem física (comida, roupa, moradia), de segurança, de companhia, estima e autorrealização (criatividade, independência, alcance de objetivos pessoais). Se as necessidades e desejos de uma pessoa chocam com os da outra, surgirá um conflito.

Uma situação em que os desejos e necessidades entram em conflito é a superpopulação: pessoas demais; comida, roupas e moradias insuficientes. A solução para este tipo de conflito será diminuir o número de pessoas em uma região ou zona determinada e/ou trabalhar para aumentar o volume de comida, roupas e moradias disponíveis.

Outra situação em que o conflito aparece é aquela em que alguém excede o que seriam suas necessidades legítimas e interfere com as necessidades e desejos do outro. Isso acontece quando alguém rouba, ameaça ou atinge o outro sem motivo, quando alguém impõe sua presença ou suas ideias, quando alguém tenta ficar por cima ou dominar outros. Quando aparecer este tipo de conflito, as pessoas deverão ser colocadas em posição de ver a partir do ponto de vista do outro e deste modo, poder reconhecer que todos têm desejos e necessidades, de modo que, para viver em paz e harmonia, ninguém pode satisfazer suas necessidades e desejos às custas do outro.

Alguns que excedem seus desejos e necessidades legítimas podem desconhecer outros caminhos para satisfazê-las. Seria inútil explicar a um ser humano faminto que não é certo roubar. Em tais casos, o único meio de solucionar o problema seria ajudar a pessoa necessitada a encontrar uma forma de satisfazer suas necessidades. Dê algo para comer ou um emprego para o faminto e, provavelmente, ele não roubará mais. Se alguém sente a necessidade de ser escutado e incomoda todo mundo com sua conversa, o problema não será resolvido com um “cale-se”. Em vez disso, alguém deveria escutar o que a pessoa fala até que sua necessidade de ser escutado seja satisfeita. Se alguém necessita de reconhecimento e, consequentemente, alardeia suas faculdades, o problema não se soluciona lhe dizendo que não realizou nem metade dos méritos que afirma ter. A questão seria melhor resolvida satisfazendo sua necessidade de reconhecimento, elogiando a pessoa até certo ponto para que comece a se sentir apreciado.

Às vezes, as necessidades e desejos das pessoas podem entrar em conflito porque uma delas está se excedendo em seus direitos, embora a pessoa que está sendo escravizada poderia evitar o conflito renunciando a seus desejos. Esta técnica é especialmente útil em assuntos triviais que não merecem os esforços de uma confrontação. Também se pode recorrer a essa solução quando uma pessoa ama a outra e está disposta a assumir cargas com a finalidade de tornar as coisas mais fáceis para a outra pessoa. É perigoso agir assim a menos que uma das pessoas realmente renuncie a seus desejos. De outra forma, aparecem tensões internas.

John Powell cita no livro “Why Am I Afraid to Tell You Who I Am?” (“Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?”): “ficarei tentado acreditar que é melhor não mencionar isso. Nossa relação será mais pacífica…. Então, guardo para mim e cada vez que você faz isso de novo meu estômago acumula tensões… 2… 3… 4… 5… 6… 7… 8… até que um dia você faz o que sempre fez e o inferno se abre. Durante todo tempo que você estava me irritando, eu guardava isso dentro de mim e, secretamente, aprendia a odiar você. Meus bons pensamentos se transformaram em bílis. Quando, finalmente, tudo veio à luz, numa grande explosão emocional, você não entendia. Pensava que esse tipo de reação era totalmente injustificado”.

Algumas pessoas sofrem necessidades e desejos conflitantes em seu interior. Querem duas coisas que não se pode ter simultaneamente. Querem sair para a rua e ficar em casa também. Comer de tudo e ao mesmo tempo, permanecer magras. Fazer o trabalho e jogar ao mesmo momento. Essas pessoas tendem a estar em conflito com seu entorno porque tudo que é feito por elas está de alguma forma equivocado. Tais conflitos só podem ser resolvidos ajudando a pessoa a entender que não pode estar na missa e também no celular, e a incentivando a aclarar seus objetivos e o que deve fazer para alcançá-los.

Outra situação na qual aparecem conflitos é quando alguém pensa que suas necessidades e desejos estão em conflito devido a mal-entendidos. Observe-se que as necessidades e conflitos não estão realmente em conflito, de modo que ao se esclarecer o mal-entendido, o conflito desaparece. Os mal-entendidos podem se dissolver por meio da comunicação.  A comunicação deve ser contínua, aberta e bidirecional. Ambas as partes necessitam escutar o outro, livres de preconceitos para que possa existir ressonância e se produzir empatia e compreensão entre as duas partes. Cada um deve ser capaz de ver o ponto de vista do outro. As pessoas precisam aprender a ver o pensamento atrás das palavras utilizadas para expressar esse pensamento, de modo que duas pessoas com a mesma ideia não discutam mais devido às palavras.

Muitas pessoas estão em conflito não por um enfrentamento de suas necessidades e desejos presentes, senão por um enfrentamento antigo, persistindo aquele fato na memória. Tais conflitos desapareceriam com facilidade e deixariam de esmagar as pessoas, se elas desapegassem de suas memórias dolorosas e perdoassem a seus devedores. Alguns não querem perdoar seus devedores, pois sentem que não foi feito justiça. O ser humano, no entanto, é um péssimo juiz, pois pode observar alguns incidentes, mas não é capaz de formar um quadro completo com todos os débitos e créditos, alguns que tiveram lugar em vidas anteriores na Terra. Assim, o ser humano faria melhor se deixasse a justiça nas mãos de Deus. São Paulo escreveu em “Carta aos Romanos” (12,19): “Não façais justiça por vossa conta, caríssimos, mas dai lugar à ira, pois está escrito: A mim pertence a vingança, eu é que retribuirei, diz o Senhor”.

Se os conflitos devem ser resolvidos, devem ser enfrentados com atitude adequada. É importante compreender que as pessoas podem discordar e seguir sendo amigos. Os desacordos devem ser mantidos no nível intelectual e não degenerar em ataques emocionais de uma pessoa contra a outra. Os insultos nunca resolveram uma disputa. É possível resolver um desacordo se cada parte explica a outra, com calma, as razões de suas crenças. Se uma das partes considera um erro o raciocínio da outra, pode indicar cordialmente o que considera um equívoco e por quê. Se a outra parte aceita a correção, pode mudar de opinião. Se vê um erro na argumentação pode replicar cordialmente. Em tal discussão é de maior importância que ambas as partes escutem o que o outro tem a dizer, permaneçam abertos às ideias novas, flexíveis e capazes de mudar uma opinião que se mostre insustentável.

Da mesma forma, ao tentar resolver conflitos, as pessoas devem tentar ver a situação em seu conjunto e determinar o melhor para todos os implicados e não apenas procurar obter a maior vantagem para si. Os princípios da justiça deveriam ser aplicados igualitariamente para todos os envolvidos, em vez de para alguns e outros não. Os direitos humanos de todos deveriam ser respeitados.

Finalmente, os conflitos deveriam ser enfrentados com a atitude mental de que podem ser resolvidos. Nada se consegue quando duas pessoas perderam a esperança. As pessoas podem fazer tudo o que pensam que podem fazer.

XIV – MÉTODOS DE ENSINO AQUARIANOS

O objetivo primordial da educação é a manifestação das faculdades potenciais e não a imposição de ideias externas.

Geoffrey Hodson

Na Era de Peixes, os indivíduos de qualquer sociedade são geralmente de origem e crenças semelhantes e se ensina às crianças as crenças compartilhadas pelos outros membros da sociedade para que as adotem. Na Era de Aquário, ao contrário, as crianças estarão expostas a um amplo número de crenças por meio da televisão, do rádio, do cinema e das viagens.

Assim, as crianças aquarianas provavelmente questionarão a validade de qualquer sistema de valores, porque saberão que outras pessoas possuem outras crenças. Elas resistirão à tentativa de simplesmente lhes impor um sistema de valores.

Na Era de Peixes, o volume de conhecimento disponível é relativamente escasso. O conhecimento se encontra em livros, nos quais as crianças devem aprender. A Era de Aquário será uma época de investigação e à medida que se avança nesse sentido, o campo de conhecimento cresce. Chegará um momento em que o volume de conhecimento será tão extenso que – nem mesmo em um só campo – será possível uma pessoa conhecer tudo. Portanto, o objetivo da educação na Era de Aquário já não poderá ser ensinar aos jovens tudo o que se conhece. Não é possível prever que tipo de conhecimento uma determinada criança necessitará no futuro.

Na Era de Peixes, a maioria dos trabalhos exige a repetição de certas tarefas predefinidas. Ao preparar os jovens para o mercado de trabalho, seus professores ensinam a lembrar o que foi dito e seguir as instruções. Com a chegada da Era de Aquário muitas tarefas repetitivas e predefinidas serão realizadas por máquinas (gravadores, câmeras, maquinário industrial, computadores e robôs). Assim, o jovem que aprendeu a fazer apenas o que lhe disseram, não encontrará trabalho com facilidade. Na Era de Peixes as condições são relativamente estáveis. Os usos, tradições e maneiras de lidar com os problemas humanos são bastante semelhantes, geração após geração. Consequentemente, as crianças são instruídas nos mesmos usos, tradições e formas de lidar com os problemas humanos herdados de seus pais, de modo que o aprendizado da infância seja útil na idade adulta. Elas recebem respostas a cada uma das situações que podem encontrar pela vida. Na Era de Aquário, a vida já não será tão simples. Pessoas de terras distantes carregam consigo novos modos de fazer as coisas. As estruturas sociais mudam. São inventadas novas máquinas que transformam radicalmente os sistemas de produção, os tipos de trabalho e os estilos de vida. A mudança será tão rápida e imprevisível que é quase impossível dar soluções predeterminadas para os problemas da vida.

Se na Era de Aquário será inútil tentar impor um sistema de valores aos jovens (pois eles não vão acreditar em nós), se será impossível tentar ensinar a eles umas realidades ou técnicas (já que as realidades e as técnicas que realmente precisarão conhecer após sua graduação podem ser diferentes), se será inútil tentar dar soluções para os problemas da vida (uma vez que os problemas reais que encontrarão no futuro podem ser diferentes), qual será então a função das escolas?

As crianças na era aquariana necessitarão ter a oportunidade de observar o mundo. Elas vão acreditar no que virem por si mesmas. Elas necessitam que lhes ensinem a realizar experimentos controlados, nos quais as variáveis são controladas de forma que o efeito produzido ao modificar uma única variável por vez possa ser observado, para que possam estabelecer relações de causa e efeito. Necessitam que as incentivem a se formular perguntas e em seguida, fazer as observações e pesquisas necessárias para obter a informação que responda às suas questões. Precisam que lhes ensinem a analisar dados, a encontrar relações lógicas nesses dados e extrair suas conclusões. Necessitam que lhes ensinem técnicas para solucionar problemas para que gerem por si próprias tanto soluções para novos problemas como novos modos para fazer as coisas.

Na sala de aula de Peixes, as duas principais técnicas são leitura e repetição. Na aula aquariana, a leitura e a repetição serão reduzidas ao mínimo. O professor incentivará muito o pensamento individual nos alunos, lhes fazendo perguntas e estimulando todos a participarem no debate de ideias. Quando o professor quiser que os alunos considerem um determinado conceito, formulará uma série de perguntas que os incentivarão a emitir comentários relevantes e raciocinar de modo a chegar a uma conclusão a partir desses comentários. Esse é o método socrático.

Na escola de Peixes se coloca ênfase em copiar e memorizar. Na escola aquariana, a ênfase se deslocará da memorização de fatos para raciocinar sobre ideias. A ênfase nas escolas mudará de copiar os outros para criar a si mesmo. Na escola de Peixes, se espera que os alunos se encaixem em um ou vários moldes. Na escola aquariana, os alunos poderão pensar e agir de forma diferente entre si, desenvolver tendências individuais e seguir processos de aprendizagem distintos.

Na escola de Peixes, o professor deve controlar os alunos, estabelecer normas e ordens. Na escola aquariana, o aluno terá mais responsabilidade sobre sua conduta. As próprias crianças poderão planejar o que farão, quando e como.

Na escola de Peixes os conflitos são “solucionados” mediante o uso da força. Os professores obrigam as crianças a obedecer, espancando ou castigando de outras formas aqueles que não obedecem. Na Era de Aquário, a razão será usada para resolver os conflitos. Quando um conflito surgir entre professores e alunos, a questão será debatida. Cada parte tentará compreender o ponto de vista da outra e se buscará uma solução satisfatória para todos.

O treinamento da empatia será tópico relevante na educação dos alunos aquarianos. Se ensinará aos estudantes evitar o preconceito, que impede o surgimento da empatia. Eles aprenderão sobre astrologia, o que poderá ajudar a entender os pontos de vistas alheios. Estudarão literatura, belas artes e música, que exigem empatia para serem realmente compreendidas. Se ensinará ainda a desenvolver um sentimento de paz e tranquilidade interior, assim como a reverenciar todos os seres viventes e a Deus, atitudes tão necessárias para que exista uma verdadeira empatia.

XV – O GOVERNO AQUARIANO

“Sustentamos que as seguintes verdades são evidentes por si mesmas:  que todos os homens são criados iguais e que lhes são outorgados por seu criador certos direitos inalienáveis, entre eles se encontram a vida, a liberdade e a busca da felicidade.”

Thomas Jefferson

Na Era de Peixes, as pessoas frequentemente carecem de educação e de informação sobre os assuntos da atualidade. Os governantes, tanto reis como personalidades nobres, se rodeiam de conselheiros e sábios que lhes assessoraram, cabendo a responsabilidade de guiar o povo exclusivamente ao governante. Na Era de Aquário, no entanto, a informação e as oportunidades educativas estarão igualmente disponíveis para todos. Qualquer pessoa terá acesso a bibliotecas, rádio, televisão e bancos de dados digitais. Por meio dos sistemas de comunicação eletrônica, os sábios compartilharão seus pensamentos com todos tão facilmente como fazem antes com uma única pessoa. Assim, o governo da Era de Aquário já não poderá reclamar a exclusividade da sabedoria. Já não haverá razão alguma para acreditar que o governo tenha maior capacidade que o povo para julgar o que é correto e o que não é. A crença de Peixes sobre a decomposição da sociedade se o governo deixar de dizer ao povo o que é correto e o que não é, ou não os forçar a fazer o que é correto, será substituída gradualmente pelo ponto de vista aquariano de que as pessoas têm tanta capacidade moral para eleger e tomar decisões como o próprio governo.

Na Era de Aquário se supõe que as pessoas estejam desenvolvendo a Luz dentro delas e aprendendo a dirigir suas vidas. As pessoas só poderão aprender a dirigir sua vida se tiverem liberdade para tomar decisões, se experimentarem as consequências dessas decisões e se, em seguida, empregarem suas mentes para estabelecer relações entre as escolhas (causas) e os efeitos resultantes, de modo que no futuro possam escolher melhor. Em seu livro “Liberty and Consciousness” (“Liberdade e Consciência”), Michael Newbrough escreve: “O crescimento não pode surgir da repressão… De forma que quanto antes aceitarmos os riscos e erros da vida, antes aprenderemos o que funciona e o que não funciona, onde reside a felicidade e a realização e onde não. Para começar a conhecer a virtude e a excelência, devemos pagar o preço de enfrentar o autodestrutivo e o indigno. Não sabemos quando tivemos o suficiente de uma experiência até chegarmos ao excesso… A paz interna não será apreciada até nos cansarmos de perseguir as ilusões do mundo material relativo e sujeito à tirania do tempo…A experiência é o mestre supremo.”

Na Era de Aquário, o governo deverá evitar interferir no processo de desenvolvimento. Permitir ao povo escolher livremente desde que não violem os direitos que todos têm de escolher com idêntica liberdade seus próprios caminhos. O governo deverá permitir que as pessoas decidam suas crenças, seus sistemas de valores, seu estilo de vida, o que dirão e o que farão, como votarão, etc., contanto que as pessoas não interfiram no direito de liberdade que tem igualmente os outros de fazer escolhas.

Os governos deverão permitir às pessoas experimentar as consequências de seus atos. Se as pessoas estão convencidas de que o governo se ocupará delas, façam o que fizerem, deixam de se sentir responsáveis por evitar problemas ou cuidar de suas próprias necessidades.

 Se o governo não tenta controlar as pessoas e tampouco tomar decisões por elas, nem as protege dos efeitos de suas decisões, para que existe o governo então? O governo pode atuar como uma organização centralizada para ajudar as pessoas a intercambiar informações, estimular os diferentes setores sociais a se relacionar melhor, facilitar acordos ou tomada de decisões conjuntas.

Na Era de Aquário, as pessoas que compartilham valores similares poderão se unir em grupos pequenos e pouco estruturados para se apoiar, enriquecer umas às outras, compartilhar e cooperar. Esses pequenos grupos poderão ter autonomia para se criar, organizar e dissolver. O acesso a tais grupos habitualmente estará aberto a todo aquele que desejar. A liderança poderia passar de uma pessoa a outra, segundo as necessidades do momento. Um grupo poderia mudar suas atividades ao longo do tempo, de acordo com as necessidades e interesses dos seus membros. As associações de grupos formariam redes, embora em tal situação os grupos de base seguiriam sendo autossuficientes.

XVI – A POLÍTICA NA ERA DE AQUÁRIO

“O homem que só pode se gabar de seus antepassados ilustres

é como uma batata, o único bem que

lhe pertence está enterrado.”

Sir Thomas Overbury

Na Era de Peixes, os regimes monárquicos dirigem os países.  Na Era de Aquário, os países serão governados democraticamente por presidentes eleitos. Como alguém se torna rei é significativamente diferente de como alguém chega a ser presidente. Algumas pessoas chegam a reis por inspiração divina. Todo aquele que seja considerado emissário ungido por Deus tem a liderança assegurada na Era de Peixes. Na Era de Peixes, algumas pessoas se tornam reis por seu nascimento. Se as leis estabelecem que o primogênito do rei reinante serás o futuro rei, então o Ego nascido nessa circunstância assume a tarefa de governante, a menos que alguém o impeça à força. Outro caminho para se tornar rei na Era de Peixes é a riqueza material. Alguém com grande riqueza pode comprar o apoio do povo e contratar um exército para defender sua posição. Na Era de Peixes, algumas pessoas chegam a reis graças a sua força física ou coragem. O guerreiro com mais valor pode chegar a ter o comando das tropas e, portanto, do país. Na Era de Aquário, a pessoa que aspire a governar empregará sua inteligência para identificar o que o país necessita, para convencer intelectualmente as pessoas de que pode liderá-las para alcançar esses objetivos e, consequentemente, será eleito pelos cidadãos para o cargo de presidente.

Na Era de Peixes, a responsabilidade das massas é ser fiel ao chefe. Independentemente de quem sigam, enquanto todos seguem o líder, há paz no país. Na Era de Aquário, a responsabilidade do povo será estar informado e votar com sabedoria. O cidadão aquariano deverá evitar ser influenciado por subornos, falsidades, nomes ressoantes, poderio militar, pelo que outros pensem ou votem ou por pressões sociais. Deverá exercer de modo independente suas faculdades de raciocínio.

O líder de Peixes costuma ser colocado em um pedestal sobre as massas, reverenciado e admirado. As pessoas não precisam entender o que ele enxerga a partir de seu elevado ponto de vista ou o que ele fazia. O líder aquariano, por sua vez, não deverá estar em um pedestal sobre as massas, as pessoas deverão compreender o que faz e por que faz, se manter informadas sobre suas ações. Elas serão livres para criticar o líder aquariano e ele deverá acolher essas críticas, explicar satisfatoriamente o que faz e estar disposto a mudar sua conduta. Cristo nos deu o exemplo quando disse aos seus discípulos: “Já não vos chamo de servos, pois o servo não sabe o que faz seu senhor, mas digo amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.” (Jo 15:15).

             XVII – A JUSTIÇA NA ERA DE AQUÁRIO

“Todo santo tem um passado. Todo pecador tem um futuro.”

Oscar Wilde

A Era de Aquário será uma época de liberdade individual e de responsabilidade. O governo aquariano não fará leis para tentar controlar as vidas das pessoas individualmente. Não haverá leis coercitivas desse tipo. Se as pessoas estiverem treinadas em ressonância, de modo a compreender e sentir empatia uns pelos outros, e na lógica, será necessário apenas uma lei para reger as relações interpessoais, a saber, “Faz aos outros o que gostaria que fizessem a ti”. Na era aquariana, as pessoas compreenderão que, assim como não gostam que outros interfiram em sua liberdade pessoal, igualmente não devem interferir na liberdade dos demais. Reconhecerão que, da mesma forma que não apreciam que seus bens materiais sejam roubados, tampouco devem roubar, agredir ou julgar o próximo. Quando surgirem conflitos entre pessoas, elas deverão se reunir, discutir suas diferenças, aprender a compreender o ponto de vista alheio e considerar a situação objetivamente, de modo que possam chegar por si mesmos a uma solução satisfatória para seus problemas.

Se alguns membros da sociedade persistirem em interferir na liberdade dos outros e se as negociações entre os envolvidos não resolverem o problema, então o governo será obrigado a prender o acusado, promover seu julgamento e detê-lo, se sua culpa for provada. Nos julgamentos, a reconstituição dos fatos será facilitada pelo desenvolvimento da visão etérica a qual capacita as pessoas a lerem os registros do passado acumulados no Éter Refletor. O método socrático poderá ser empregado para induzir o culpado a sentir o dano que causou a outros, a reconhecer as consequências de seus atos, o que o levou a cometer o crime e que caminhos poderia ter seguido para manejar a situação apropriadamente. O culpado também poderá, voluntariamente, decidir o que fazer para restituir os danos causados e ser incentivado a cumprir sua restituição.

As pessoas cometem crimes devido a desejos egoístas tais como avareza, ira, luxúria, desejo de experiências intensas, etc., que assumem o controle. Se com o método socrático elas puderam ser levadas a considerar as situações intelectualmente e a considerar os sentimentos e direitos dos outros, assim como as consequências de suas ações, então suas mentes e seus Egos podem tomar o controle de suas vidas e o crime nunca mais será atrativo.

XVIII – MÉTODOS AQUARIANOS DE CURA

“Aquilo em que a mente se ocupa constantemente será,

de forma inevitável, o que o homem se converterá”.

Annie Besant, “In the Outer Court”.

Na Era de Peixes, a doença é aceita como um designo de Deus ou um acidente da natureza. Na Era de Aquário, as pessoas reconhecerão como certas ações, sentimentos e pensamentos conduzem à enfermidade e identificam quais as condutas concretas produzem cada doença. À medida que a Era de Aquário se aproxima, começarão a ser determinados os efeitos de certos alimentos sobre o corpo, do estresse emocional no organismo e a necessidade física de certas doses de exercício e de repouso, assim como de higiene.

Na Era de Peixes, a natureza da enfermidade de uma pessoa, com frequência, permanece desconhecida. Ao nos aproximar da Era de Aquário, serão desenvolvidos instrumentos científicos que servem para observar as diferentes partes do corpo e para identificar anormalidades em seu funcionamento. Como a Era de Aquário estimulará a visão etérica e a visão etérica permite ver através da matéria sólida, as pessoas serão capazes de detectar, de relance, os órgãos doentes e as dificuldades nas correntes de energia etérica que vitalizam os diferentes órgãos do corpo. Na Era de Aquário se empregará a Astrologia como um meio de investigar as causas subjacentes à doença.

Na Era de Peixes, as pessoas tendem a ter fé em seu médico e nos medicamentos que ministra; às vezes sua fé é o fator determinante mais importante em sua cura. Na Era de Aquário, as pessoas vão querer entender por si mesmas a natureza e as causas de sua enfermidade de modo que possam decidir o que necessitam para se recuperar.

Na Era de Peixes, as pessoas tendem a se abandonar passivamente nas mãos do médico e a esperar que promova a cura.  O médico continua administrando medicamentos que controlam partes do corpo, à margem do Ego, e forçam o corpo a realizar certas funções. Ou o médico pode sugerir massagens ou manipulações que geram novamente certos efeitos corporais. Na Era aquariana, no entanto, as pessoas buscarão o autocontrole. As pessoas aprenderão a usar o poder da vontade para dominarem suas Mentes e, portanto, donos de suas ações. As pessoas aprenderão a controlar mentalmente seus sentimentos e a dissolver as tensões internas. As pessoas aprenderão a controlar sua Mente subconsciente, a qual influi no funcionamento dos diferentes órgãos corporais. As pessoas aprenderão a dirigir o fluxo das forças etéricas em seus corpos e empregá-las para tarefas curativas.

XIX – Exercícios Mentais para a Era de Aquário

Para aqueles desejosos de adiantar seu aprendizado das lições de Aquário foram dados dois exercícios. Um deles se denomina Retrospecção e o outro, Concentração.

O exercício de Retrospecção é feito à noite quando o Aspirante se deita para dormir. Ele relaxa seu corpo e, em seguida, revisa os acontecimentos do dia, em ordem inversa, começando com os noturnos e em seguida, gradualmente, prosseguindo em ordem inversa, os da tarde, os que aconteceram pela manhã até chegar no momento do despertar. Ao trazer cada cena a sua Mente, tenta sentir os efeitos que suas ações tiveram sobre outras pessoas. Se seus atos causaram dor a alguém, tenta sentir essa dor. Se alegraram alguém, tenta sentir essa alegria. Ao tentar ver as relações de causa e efeito, quando observa que certas ações tiveram efeitos indesejáveis, ele decide reformar sua vida. É importante que o corpo esteja relaxado ao praticar esse exercício de Retrospecção, porque quando está tenso os desejos pessoais ainda se mantêm firmes e dificultam a obtenção de uma visão objetiva, impessoal e superior dos acontecimentos do dia. A razão para reviver os acontecimentos do dia em ordem inversa é que desse modo vemos primeiros os efeitos e em seguida, as causas, facilitando o julgamento de que ações produzem efeitos desejáveis.

O exercício da Retrospecção nos ajuda a desenvolver a habilidade aquariana de autoanálise e, portanto, de autocontrole. Proporciona uma compreensão crescente das relações de causa e efeito e ajuda a desenvolver a Luz interior. A tentativa de sentir como os outros se sentiram aumenta nossa habilidade de ressonar com os outros e ajuda a resolução de conflitos. Como Aquário é regido por Urano, que influencia o sistema nervoso, um dos problemas que as pessoas vão enfrentar na era aquariana será a tensão nervosa. A liberdade, a iniciativa e a exploração que a Era de Aquário promoverá estão associadas a uma certa tensão. O exercício de Retrospecção, se realizado com o corpo relaxado, ajudará a superar a tensão nervosa progressivamente.

O exercício de Concentração se realiza pela manhã, tão logo o Aspirante tenha despertado. Se o corpo estiver confortável, ele deve relaxar e iniciar logo a Concentração. Caso contrário, o Aspirante pode se levantar para solucionar o desconforto antes de se concentrar, mas muito da eficácia da Concentração pode se perder com esse atraso. O Aspirante foca seus pensamentos em um objeto, tema, imagem ou citação e tenta manter sua Mente sem distração alguma durante, aproximadamente, cinco minutos.

O exercício de Concentração ajuda a desenvolver a ressonância, se um objeto ou uma citação forem escolhidas para a Concentração. Criar uma imagem mental ou observar um tema, incentiva a criatividade.

XX – AUTOCONTROLE NA ERA DE AQUÁRIO

“De todas as amarras que mantém o mundo acorrentado, o homem se liberta quando consegue o controle sobre si mesmo.”

Goethe

A Era de Aquário será uma época de liberdade individual. As vidas das pessoas estarão libertas do domínio de reis, sacerdotes, mestres, opinião pública, arcanjos (Espíritos de Raça) e influências astrológicas. Cada pessoa deverá aprender a dirigir sua própria vida. Vamos examinar o que significa ter controle sobre nossas próprias vidas.

A Bíblia afirma que “Deus é espírito” (Jo 4:24) e que “Deus criou o homem à sua imagem” (Gn 1:27). Portanto, o ser humano é um espírito. Cada espírito humano construiu para si mesmo, com alguma ajuda externa, uma Mente, um Corpo de Desejos, um Corpo Vital e um Corpo Denso, o físico. A Mente pode ser usada para raciocinar e criar planos. No Corpo de Desejos tomam forma os desejos, aspirações e emoções da pessoa. O Corpo Vital recebe as percepções sensoriais e ali se gravam os hábitos e as lembranças. O Corpo Denso é o instrumento através do qual o Espírito pode interagir com os sólidos, líquidos e gases do mundo físico. Aprender a controlar seus veículos é responsabilidade do Espírito. Ao tentar controlar seus veículos, um problema que o Espírito encontra são as suas limitações. Um Espírito não pode fazer voar um Corpo Denso se este carecer de asas e outras estruturas apropriadas. Para resolver esses problemas, o Espírito precisa reestruturar o arquétipo do corpo, trabalho que efetua habitualmente entre duas vidas terrestres, quando a consciência do Espírito está focada nos mundos superiores.

Outro problema que encontra o Espírito ao tentar controlar seus veículos é que eles podem ser insensíveis às ordens do Espírito. Por exemplo, mesmo que os veículos tenham as estruturas exigidas para tocar uma música formosa e inspiradora no piano, o Espírito pode ter dificuldades para se fazer obedecer em seu impulso de tocar música. É necessária prática para superar esse tipo de dificuldade.

Outro problema que encontra o Espírito é que os veículos com a organização e sensibilidade necessárias podem deixar de funcionar apropriadamente, a menos que recebam os cuidados adequados. Quando os veículos deixam de funcionar adequadamente, o Espírito já não consegue conduzir com facilidade. Esse problema se resolve ao se conhecer o que os veículos necessitam para se manter saudáveis e em seguida, exercitar o poder da vontade para realizar o que se sabe ser o correto.

Os veículos são também difíceis de governar porque têm desejos próprios que são contrários à vontade do Espírito. Os veículos se deleitam em atos, sentimentos e pensamentos selvagens e descontrolados. A Mente vagueia antes de se concentrar em resolver um problema que o Espírito colocou frente a ela. Os desejos preferem reagir ao ódio com ódio, em vez de se submeter ao autocontrole e transformar o ódio em amor. O Corpo Vital e o físico se sentem mais confortáveis fazendo o que estão acostumados a fazer, em vez de se sujeitarem ao tipo de controle necessário para mudar seus padrões de comportamento. Os veículos desfrutam os prazeres sensuais que se podem obter do álcool e outras drogas, embora estas lhes arrebatem o controle do Espírito.  Os veículos querem estímulos sexuais, mesmo às custas da força criadora que o Espírito quer empregar para construir a Mente e fazê-la operar criativamente. Os veículos buscam conforto e descanso, enquanto o Espírito quer obter experiência. Os veículos querem satisfazer suas necessidades e desejos egoístas, enquanto o Espírito cresce servindo os outros.

Paulo estava consciente dessas coisas quando escreveu: “Andai em Espírito, e não deis satisfação à concupiscência da carne. Porque a carne tem tendências contra o Espírito, e o Espírito contra a carne… Porque as obras da carne são manifestas, a saber: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdias, emulações, iras, brigas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, embriaguez, orgias e outras como essas…Os frutos do Espírito são: caridade, alegria, paz, paciência, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gl 5:16-23)

O que necessita o Espírito para que prevaleça sua vontade sobre as tendências dos veículos? O ponto de partida para conseguir é o controle da Mente. Quando os veículos inferiores tomam o controle, levam a Mente a racionalizar e fornecer razões para que as coisas sejam como dizem. O Espírito deve insistir para que a Mente pense de forma objetiva e lógica, parando com racionalizações. O Espírito necessita que a Mente aprenda a distinguir entre desejos dos veículos inferiores e objetivos do Espírito. Uma vez que essa distinção se estabeleça, o Espírito pode obter o compromisso da Mente de planejar apenas aquilo que conduz às metas do Espírito. Assim, os desejos e atos podem ser alinhados com a decisão da Mente. Quando a Mente toma uma determinação sob a direção do Espírito, então essa determinação deve ser mantida a menos que se prove que é um erro. Se a decisão for alcançar um determinado objetivo, adiamentos, atrasos e fracassos repetidos não deveriam enfraquecer a determinação inicial. Se a determinação era realizar uma tarefa em benefício da sociedade ou de uma pessoa, a gratidão ou ingratidão recebidas não devem influenciar suas ações.

Uma vez que uma pessoa já desenvolveu autocontrole, pode decidir por si mesma aonde irá e o que fará.  Será capaz de afirmar como William Henley:

“Sou o amo do meu destino. Sou o capitão da minha alma”.

XXI – ALEGORIAS PARA A ERA DE AQUÁRIO

Una alegoria é um conjunto de ideias sobre um assunto familiar, material ou concreto, que ilustra por comparação outro tema menos familiar, de natureza abstrata ou espiritual. As alegorias interessam ao ser humano aquariano porque o ajudarão a colocar em atividade e desenvolver seu próprio raciocínio com a finalidade de obter mais compreensão das realidades espirituais. Apresentamos a seguir algumas alegorias para consideração do leitor.

O carvalho que não queria crescer

Em certa ocasião, uma pequena semente caiu na terra. Era tão pequena que nem sequer olhava para o mundo ao seu redor, apenas permanecia enrolada em sua forma. Pouco a pouco, as folhas a cobriram, assim como os outros detritos trazidos pelo vento. Logo, o solo abaixo dela cedeu com as chuvas e deu lugar à semente, que se afundou nele. Ao passar do tempo, a semente se tornava vagamente consciente de si mesma. Também começou a perceber que seu entorno era escuro e sem ventilação. Começou a sentir necessidade, mais inconsciente do que consciente, de luz e de liberdade. Começou a brotar. Ela mesma não sabia bem em que direção crescer, mas enquanto se esforçava, espíritos da natureza estavam ali a guiá-la para a direção correta.

Finalmente, ela brotou da terra. Olhou ao seu redor e ficou encantada pela luz e beleza que a rodeavam. “Ah”, disse, “agora estou iluminada. Agora posso ver tudo. Que glorioso e magnífico estado de existência. Agora alcancei o propósito da minha vida.” “Não”, replicaram os espíritos da natureza, “Observa essa grande árvore ali adiante. Deves crescer tanto como ela!” “Mas isso é impossível”, disse o pequeno carvalho. “Nunca poderei ser tão alto. Uma só folha é maior que eu. Observe seu tronco largo, a casca tão grossa e seus grandes ramos. Olha, mesmo que eu cresça tudo o que puder neste verão, nunca alcançarei este tamanho”.

Assim o pequeno carvalho se deixou desanimar, sem fazer nenhum esforço para alcançar uma meta considerada por ele impossível e suas pequenas folhas começaram a amarelar e cair. “Deves tentar”, o animaram os espíritos da natureza. “O Deus que está no céu não lhe teria designado uma tarefa impossível. Com certeza, ele ajudará”. – “Bem, não me sinto nada bem quando minhas folhas ficam fracas. Talvez deva tentar”, disse o pequeno carvalho.

Logo que se reanimou, Deus enviou chuva quando o pequeno carvalho necessitava, e igualmente, Ele enviou ventos fortalecedores e exaltados raios de Sol. Assim, o pequeno carvalho foi crescendo durante todo o verão. Estava tão ocupado crescendo que teve pouco tempo para se preocupar se chegaria ou não a ser tão grande como o velho carvalho.

O outono chegou e o pequeno carvalho começou a perder suas folhas. Isso o entristeceu muito. “Trabalhei duramente para fazer crescer estas folhas”, dizia, “Como posso chegar a ser algo se mesmo o que consegui me foi tirado de mim?  -“Não se apresse”, disseram os espíritos da natureza.” Você não perderá nada que seja essencial para o seu progresso”.

Assim, o pequeno carvalho foi dormir e dormiu o inverno todo. Na primavera, quando despertou e olhou ao seu redor, observou um carvalho muito menor que ele, recém surgido do solo. “Olha como sou grande comparado com esse menino”, disse o pequeno carvalho. “É ele que precisa se esforçar em crescer e não eu”. Assim novamente cessou seus esforços para crescer e deixou amarelarem e caírem suas novas folhas, que ainda estavam brotando. “Mas olha o velho carvalho”, disseram os espíritos da natureza. “Não deves se dar por satisfeito até alcançar seu tamanho e mesmo assim não deves se contentar, até mesmo ele tem crescimento a frente”.

O pequeno carvalho continuou crescendo, verão após verão. E chegou a ser tão alto que podia ver a uma grande distância os campos. O pequeno carvalho ficou grande e forte e adquiriu a capacidade de produzir numerosas sementes e de dar sombra e proteção a inúmeras plantas e animais menores sob seus amplos e firmes ramos.

Lenha e casacos

Existiam há algum tempo duas ilhas separadas por um oceano. A ilha do sul foi chamada de País do Sul. Desfrutava de um clima ameno e era a mais habitada. A ilha do norte se chamava País do Norte. Seu clima era verdadeiramente frio e as pessoas só iam lá se tivessem uma boa razão. E certamente havia uma boa razão para ir ao País do Norte pois lá se encontravam pedras preciosas impossíveis de encontrar em outros lugares.

Quando as pessoas tinham de viajar do País do Sul para o País do Norte, compravam bilhetes de ida e volta no barco que as transportava. No bilhete figurava tanto a data da ida como a do retorno. Durante a viagem, elas recebiam um casaco grande e pesado, um chapéu quente e botas. Bebiam vinho durante a travessia na crença de que manteriam seu sangue quente no País do Norte. Infelizmente, o vinho as fazia esquecer o que tinham vindo buscar no País do Norte. Às vezes, acontecia de passaram o tempo brincando umas com as outras ou recolhendo lenha, geralmente muito mais do que necessitavam em toda a sua estadia ali. Quando lhes sugeriam que buscassem pedras preciosas, as pessoas riam e respondiam “As joias não aquecem! Por que alguém iria querer essas pequenas pedras?”.

O vinho também fazia que esquecessem a aparência que seus companheiros tinham antes de vestir os casacos, chapéus e botas para a viagem e então começavam a os identificar pelas roupas que vestiam. Quando um dos companheiros partia em regresso no barco, com frequência encontravam seu casaco na praia e choravam, pois, ele não mais iria brincar com eles ou os ajudaria a recolher lenha.

Finalmente chegava o momento de regressar e tentavam carregar no barco toda a lenha que tinham reunido. O capitão do barco nunca permitia isso. Era um barco pequeno e não havia espaço para transportar lenha em vez de pessoas. Além disso, o capitão sabia bem que não necessitariam dessa lenha no País do Sul, embora não tentasse discutir esse ponto com os passageiros, limitando-se a dizer que era contra lei levar esse tipo de bagagem no barco. 

Quando esses passageiros desorientados chegavam de volta ao País do Sul e se dissipavam os efeitos do vinho, recordavam com amargura que partiram em busca de pedras preciosas e não as haviam trazido com eles. Então começavam a se preparar para uma nova jornada.

Uma ilha enevoada

Em   algum lugar, no meio do oceano, se encontra uma grande ilha. Uma montanha se eleva no seu centro. Ao redor dela, uma grande quantidade de colinas obriga o viajante a subir e descer, uma e outra vez, se quiserem se aproximar da montanha. O clima é tal que a maior parte do tempo uma neblina espessa cobre a costa e também boa parte da terra em seu redor. À medida que se aproxima da montanha, a atmosfera se aclara mais e mais. O motivo pelo qual a ilha interessa para muitas pessoas é que no alto da montanha há um castelo mágico e quem entra nele tem visões maravilhosas e adquire sabedoria acerca de tudo o que foi criado.

Em qualquer momento, é possível encontrar com numerosos viajantes na ilha, todos com o propósito de alcançar o topo da montanha. Eles vêm navegando de todos os países, desembarcam em algum ponto da costa e em seguida, adentram a pé na ilha.

O maior problema é que os viajantes se perdem facilmente devido à neblina. Alguns deles não são conscientes de que o castelo mágico se encontra no topo da montanha. Tendem a vagar sem rumo, confiando que algum dia atingirão acidentalmente com o castelo. Como costumam transitar pelas trilhas mais confortáveis, caminham por vales entre as colinas que rodeiam a montanha. Os vales estão dispostos em círculos e, portanto, nunca conseguem ir longe. Se diz, no entanto, que os que caminham pelos vales gradualmente se aproximam da montanha, da mesma forma que um micróbio que seguir os sulcos de um disco de vinil se acerca gradualmente do centro do disco. Essa trilha é tão longa que, mesmo entre os que chegaram primeiro na ilha e percorreram esse caminho, ninguém alcançou o castelo ainda. Outros viajantes sabem que o castelo está no alto da montanha, mas não são conscientes das colinas que o rodeiam.  Pensam que para chegar lá em cima é suficiente caminhar sempre para cima. Seu problema é que quando chegam no alto de uma colina, às vezes, pensam que estão em cima da própria montanha e param ali. Depois contam a todos os que podem ouvir que chegaram lá em cima e que já são sábios, se sentindo cheios de superioridade com relação aos que andam atrás deles naquele vale e com aqueles que estão em um vale próximo da montanha.

Ocasionalmente, o vento dissipa a neblina e se faz um clarão no céu. Se alguém estiver alerta nesse momento, pode divisar a colina seguinte e inclusive excepcionalmente, a própria montanha. Se segue avançando com determinação em direção de sua visão, pode fazer um progresso considerável antes de perder novamente a orientação e com ela a direção em que deveria caminhar.

Quando alguém tem um vislumbre desse tipo, talvez possa dar orientações aos que o possam ouvir, de modo que eles sejam também capazes de se encaminhar para a montanha. Quando isso acontece, alguns de seus companheiros não prestam atenção porque pensam que se eles não podem ver através da neblina, então ninguém pode fazer isso e quem afirme o contrário não é digno de confiança. Outros seguem as orientações que escutam com a atitude de “vamos tentar e ver o que acontece”. Se caminham até a montanha e são observadores, comprovarão que a neblina se tornou menos densa. Um problema que experimentam os que tentam seguir instruções de outros é que não se encontram no lugar preciso de quem está dando as orientações e descobrem que o que essa pessoa disse nem sempre se aplica a eles, podendo acabar perdidos.

Às vezes, alguém pode ter um vislumbre da montanha e do caminho que leva até ela e deixar instruções por escrito de como alcançá-la, que podem ser transmitidas de pessoa para outra e inclusive terminar no lado oposto da montanha de origem. Então, as pessoas que seguem as instruções, com grande surpresa, se encontram de novo na costa, em vez de ter chegado na montanha.

Os viajantes que alcançaram o topo da montanha frequentemente acendem luzes ali com a esperança que brilhem e sirvam de guia para o resto dos caminhantes. Quanto mais viajantes alcançarem o cume e acenderem luzes, mais brilhante será a luz e mais profundamente a luz atravessará a neblina. Mas a luz tende a se tornar difusa e dispersa na neblina, de modo que os caminhantes têm grande dificuldade em determinar em que direção devem avançar para alcançar a fonte da luz.

Algumas pessoas idealizaram um outro método, que pode ajudar todos os viajantes que ainda não alcançaram o topo da montanha. Sugerem que todos eles se encontrem na costa, juntem suas mãos e formem um círculo imenso que rodeie completamente a ilha.  Depois poderiam diminuir o círculo gradualmente, unindo suas mãos e de quando em quando, um deles se soltar dentro do círculo, com os demais unindo de novo suas mãos atrás dele. Assim, o círculo seria cada vez menor e todos se aproximariam necessariamente do topo. Algumas tentativas foram feitas nesse sentido, mas até agora não tiveram êxito porque os viajantes não têm a paciência de permanecer em seu lugar enquanto o círculo vai se formando. Inclusive, suspeito que se o círculo se formasse, alguns diriam que os mais próximos se movem com muita lentidão e sairiam do círculo para avançar cegamente. Bom, não devemos perder a esperança. Algum dia, depois de vagarem o suficiente, podem estar enfim desejosos de formar um círculo e permanecer nele até alcançar a montanha.

FIM


[1] N.T.: Alfred Tennyson (1809-1892) foi um poeta inglês. Estudou no Trinity College, em Cambridge. Viveu longos anos com sua esposa na ilha de Wight por seu amor à vida sossegada do campo.

[2] N.T.: “A Carga da Brigada Ligeira” é um 1854 poema narrativo por Alfred, Lord Tennyson sobre a Carga da Brigada Ligeira na batalha de Balaclava durante a Guerra da Criméia. Ele escreveu em 2 de dezembro de 1854, e foi publicado em 9 de Dezembro de 1854 em The Examiner. Ele era o poeta laureado do Reino Unido no momento.

[3] N.A.: J. Krishnamurti, na obra “The First and The Last Freedom” (“A primeira e última liberdade”).

[4] N.A.: Henry David Thoreau se alinhou com o ideal aquariano quando escreveu (“Desobediência Civil”, 1849).

Idiomas