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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Uma Breve Síntese Astrológica

Parece-nos conveniente fazer uma síntese da mensagem estelar, pois a falta desse conhecimento ocasiona, com frequência, alguma confusão ao Estudante Rosacruz, especialmente àquele que não estuda a Astrologia Rosacruz.

Sabe-se que os novos astrólogos se impressionam com as contradições. Quanto mais brilhante seja a sua inteligência, tanto mais profundo é o seu sentimento de mal-estar e de impotência diante delas.

Algumas vezes, na impossibilidade de conciliar uma influência indicada no horóscopo com outra diametralmente oposta, eles se tornam sarcásticos e céticos. Por exemplo: o Sol está em Leão, em Conjunção com Vênus; ao mesmo tempo Saturno se encontra na 5ª Casa. Segundo a Conjunção do Sol com Vênus, o nativo deveria ter a tendência em ser de uma natureza ardente e apaixonada, com grande magnetismo para atrair o afeto das pessoas do sexo oposto. Ao mesmo tempo, a presença de Saturno na 5ª Casa prevê tendências a desenganos no amor. À primeira vista essas indicações parecem contraditórias.

Outro exemplo: se Vênus está fortificado por um Trígono com Urano, fornece à pessoa a pureza de um Anjo. Mas, se, simultaneamente, Vênus está em Quadratura com Marte, ficamos desconcertados com a tendência a um extremo sensualismo.

A Filosofia Rosacruz nos fornece a chave desses prognósticos contraditórios (aqui está a importância de se conhecer o básico da Filosofia Rosacruz, assim como o motivo pelo qual o Estudante Rosacruz deve primeiro fazer o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz!), e a arte da síntese astrológica nos ensina a avaliar e a extrair o que há de verdade no simbolismo horoscópico. Se fosse possível achar um horóscopo sem indicações contraditórias, isso significaria que a pessoa nascida sob tal gênero de influência perseguiria durante sua vida inteira um certo modo de agir, inteiramente bom ou inteiramente mau, sem possibilidade de se desviar dessas influências. Se os Astros o impulsionassem ao caminho da retidão, sua integridade seria tão forte que nem sequer por um instante a tentação para agir mal teria guarida em seu consciente. Mas, pelo contrário, se os Astros o impelissem a vis ideais, as aspirações elevadas nunca poderiam penetrar em sua alma tenebrosa.

Os terrores da horrível teoria da escolha e da predestinação, por certo, nada seriam comparados com essa condição. Se ela realmente existisse, o desenvolvimento da Alma (produto do trabalho do Ego nos Corpos e que alimenta justamente o Tríplice Espírito, o próprio Ego) se tornaria impossível, pois, nesse caso, não havendo tentações para cometer o mal, não se adquiriria mérito algum manter-se numa vida de retidão; igualmente, se fôssemos irresistivelmente empurrados para o mal, ninguém teria direito de censurar-nos.

A faculdade de livre arbítrio, o poder escolher livremente, é uma condição essencial no desenvolvimento da Alma. Essa faculdade provém, justamente, das influências contraditórias inscritas no horóscopo. Graças a esse fator desconcertante e à vontade (do Ego, o primeiro princípio da Deidade) que nos sobrepõe ao horóscopo, é que existe um raio de esperança de vencermos as configurações, por mais aflitivas que sejam.

O bem está sempre pronto para lutar contra o mal. A vitória conquistada contra as tentações, comunica um mérito maior ao bem.

Assim, a Quadratura de Vênus com Marte nos incita à prática do mal, porém, o Trígono de Urano com Vênus nos provê da força necessária para dominar as paixões e adquirir a pureza.

Oxalá possamos utilizar as Quadraturas e Oposições que nos afligem, como alavancas de progresso que nos ergam à formação dos Trígonos, cujo valor saberemos, então, apreciar.

(Por Max Heindel, Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1978-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Exercícios para Adquirir o Conhecimento Direto – Discernimento

O que é o Discernimento?

É a faculdade que nos permite distinguir aquilo que é essencial daquilo que não tem importância.

É aquilo que nos ajuda a separar a realidade da ilusão.

É aquilo que nos ajuda a separar o que é duradouro do que é eterno.

Influenciados pelas opiniões da sociedade materialista em que vivemos, somos levados a avaliar as coisas segundo suas aparências.

O discernimento nos ajuda a entender que as formas são pensamentos cristalizados, que este Mundo Físico é o Mundo dos efeitos e que a causa de tudo está nos Mundos espirituais, de onde provém todo o conhecimento.

Por exemplo: muito do nosso sofrimento cotidiano advém de pensarmos que somos somente corpos. O discernimento ensina-nos que somos espíritos e que nossos corpos não são nada mais do que moradas provisórias, instrumentos do nosso uso, veículos que utilizamos para nos expressar nos mundos e, mais ainda: ensina-nos que através do nosso trabalho sobre esses nossos corpos é que construímos a nossa Tríplice Alma.

Por meio do discernimento geramos a Alma Intelectual que nada mais é que a quinta essência do nosso Corpo Vital.

Tal prática nos ajuda a descobrir que somos capazes de fazer, com facilidade, muitas coisas que até então julgávamos impossível realizar.

Sem dúvida, o discernimento nos imprime o primeiro impulso em direção à vida superior!

A prática do importante Exercício Esotérico do Discernimento advém de construirmos bons hábitos (por meio da repetição consciente e buscando melhorar continuamente nesse quesito) baseados nas seguintes atividades:

1)Cultivar o raciocínio lógico (a lógica é o melhor instrutor no Mundo Físico e o guia seguríssimo em qualquer mundo) – assim, todo raciocínio que não tenha uma base lógica deve ser evitado pelo Aspirante à vida superior e jamais servir de argumento, tanto para se convencer, como para convencer aos outros. Nesse contexto, o Aspirante à vida superior deve evitar participar de qualquer tipo de conversas, debates e colocações em que o raciocínio lógico não tenha seu assento garantido.

2)Exercitar a crítica construtiva (assinala os defeitos e o modo de remediá-los) – assim, ao criticar uma determinada posição, ação, atividade ou ponto de vista, deve sempre ser seguido pelo modo de remediar a situação, fornecendo sugestões totalmente isentas de paixões, interesse próprio, condições que colocarão o próximo em situação difícil etc. Jamais deve ser proferida pelo Aspirante algo que tenha como único objetivo a destruição vandálica, ou mesmo a participação em conversas maldosas, fofocas, blasfêmias, mexericos e “jogar conversa fora”. Como parâmetro relembre, na Bíblia, a Parábola do argueiro e da trave.

3)Procurar o bem em tudo que está oculto – quanto poder tem esse princípio para reprimir o mal! Reforçar o bem onde encontrarmos mal é a chave para respeitar o livre arbítrio de qualquer um e um instrumento dos mais importantes na execução do exercício de discernimento. Afinal, o “mal não passa do bem em gestação”. Assim, se procurarmos o bem no mal, com o tempo, o mal se transformará em bem! Em outras palavras: “não se alcança o sucesso lutando contra o mal, nem o negando ou mentindo, mas sim procurando o bem.”.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

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O Valor da Sinceridade para o Aspirante à Vida Superior

A sinceridade é qualidade de quem é sincero. Ser sincero é ser coerente consigo mesmo. Para o Aspirante à Vida Superior, é qualidade fundamental. Sua atuação sincera, aqui no Mundo Físico, produz substanciosa repercussão nos Mundos internos. Lembremo-nos da sinceridade de nosso amigo Max Heindel. Recordemos, também, a sinceridade dos Apóstolos do Cristo. Poderíamos continuar enumerando seres que alcançaram o cume da espiritualidade, mas, todos foram sinceros.

A sinceridade, como vem sendo demonstrado, é qualidade básica para que o Aspirante à vida superior se sintonize com as forças superiores. Ela o aproxima do Cristo, também, de maneira efetiva. Feliz, pois, de quem cultiva, assiduamente, essa luminosa qualidade!

O oposto dessa qualidade é aquela coisa que levou o Apóstolo Judas Iscariotes a trair Cristo-Jesus. É produto do “eu inferior”, da Personalidade, assim como a sinceridade é resultante do “Eu Superior”, da Individualidade, também chamado Deus Interno.

Viver sinceramente, embora o mundo não compreenda nem mesmo certas pessoas intelectualizadas, essa é a verdade, é ter conformado a vida às Leis Divinas. O ser que assim procede, apesar de não ter vaidade alguma e, nada ostentar, trata-se de um ser superior, a partir de si mesmo. Tem sólida estrutura em seu comportamento e conquistou o domínio das forças inferiores. Deixou de ser um joguete delas, para ser o seu controlador. Tornou-se, então, conscientemente, um filho de Deus e o artífice de seu destino, porque usa só com acerto o seu livre arbítrio.

(por: Hélio de Paula Coimbra – Publicado na Revista Serviço Rosacruz – de novembro/1966-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Aforismos Rosacruzes: sobre o nosso Treinamento Esotérico

  1. Herói não é o que realiza façanhas sensacionais, num lance de denodo. Herói é o que aceita o desafio das pequenas dificuldades diárias e as leva de vencida, uma a uma, mediante o conhecimento e domínio próprio. Cada vitória alcançada, cada pouco caso ou insulto perdoado, cada pensamento e sentimento de mágoa substituído por ato de boa vontade, manifestado em circunstância difícil, é um expressivo passo à frente, na direção de uma vida harmoniosa, feliz e cheia de paz.
  2. Ter fome e sede de justiça é aspirar ardentemente por essa condição ideal: de pensar, sentir e agir segundo a Vontade de Deus. Nessa aspiração, reza o Estudante Rosacruz: “Faze que as palavras de meus lábios e as meditações do meu coração sejam sempre agradáveis à Tua presença, ó Senhor, minha Força e meu Redentor”.
  3. Os Ensinamentos Rosacruzes dão uma ideia clara e lógica do mundo e do ser humano; convidam à discussão em lugar de evitá-la, para que aqueles que buscam a verdade espiritual possam satisfazer amplamente seu intelecto e as explicações que recebam sejam tão embasadas na ciência, como reverentemente devocionais. Esses Ensinamentos organizam e explicam os problemas da vida segundo um conjunto de leis tão imutáveis em sua esfera de ação, como imutável é a Estrela Polar no céu.
  4. Não somos forçados a agir em determinada direção por estarmos num determinado ambiente ou porque toda a nossa existência anterior nos deu uma tendência para uma exata finalidade. Com a divina prerrogativa do livre-arbítrio, o ser humano tem o poder da Epigênese ou iniciativa, de forma que pode adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queira. Não poderá separar-se instantaneamente de toda a sua vida passada – isto requer muito tempo, talvez várias vidas – mas, gradualmente, pode ir cultivando o ideal que uma vez semeou.
  5. Há melhores meios que a dor, para quem deseja viver retamente. A dor é inevitável apenas para os que continuam a usar mal a liberdade.
  6. O livre arbítrio é um sagrado direito individual, e Deus, como Pai e pedagogo incomparável, sabe que precisamos de aprender a usá-lo, para um dia exercermos os deveres e direitos de cidadãos espirituais.
  7. Quanto mais comprometidos estamos com o passado, tanto menos livre arbítrio, e vice-versa. Nossa vida é como um quadro de luz e sombras, uma mescla de tristezas e alegrias, uma sinfonia ainda cheia de dissonâncias. Se queremos alcançar a felicidade futura, é importante não assumirmos novos e pesados encargos e ao mesmo tempo nos aplicarmos diligentemente a um bem orientado esforço da regeneração.
  8. A cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. Esta é a espinha dorsal da evolução – a única realidade que lhe dá sentido e a converte em algo mais que a simples expansão de qualidades latentes. É a “Epigênese” – o livre arbítrio, a liberdade para inaugurar algo inteiramente novo e não uma simples escolha entre dois cursos de ação. Este importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos.
  9. Até certo ponto podemos modificar e até frustrar certas causas já posta em movimento, mas uma vez começadas, se outras medidas não forem tomadas, ficarão fora do nosso controle. Chama-se a isso destino “maduro” e os Senhores do Destino impedem quaisquer tentativas de fugir a tal classe de destino.
  10. Quando o ser humano começa a emancipar-se, deixa também de pensar em si como “a semente de Abraão”, ou como da “Família X”, ou “Família Y” e aprende a ver-se como um “eu”. Quanto mais cultivar esse “Eu”, mais libertará o sangue do Espírito de Família ou Nacional e mais se bastará como habitante do mundo.
  11. Enquanto amarmos somente a própria família ou nação, seremos incapazes de amar aos demais. Rompamos os laços do sangue, ainda limitados pelos laços de parentesco e da pátria, afirmemo-nos e bastemo-nos, e poderemos converter-nos em servidores desinteressados da humanidade. Quando o ser humano chega a tal cume, descobre que, em vez de perder a própria família, obteve todas as famílias do mundo. Todos serão para ele seus irmãos, seus pais, suas mães, de quem deve cuidar e a quem deve ajudar.
  12. O destino de um indivíduo gerado sob a Lei de Consequência é de grande complexidade, e envolve associação com outros Egos, encarnados e desencarnados, de todos os tempos. Igualmente, os encarnados em um determinado tempo podem não estar vivendo na mesma localidade, o que torna impossível cumprir o destino de um indivíduo em uma só vida ou em um só lugar. Por isso o Ego é trazido a um ambiente e a uma família com que esteja de algum modo relacionado.
  13. Um ideal é tão grande, quão grandes são os seus membros. Na medida em que, internamente, crescemos, elevamos nosso ideal por todos os meios ao nosso alcance. Ao mesmo tempo, o impulso de dar gera o efeito inevitável de receber. Não que ajamos com esse propósito de receber, senão que a Lei cósmica se incumbe de processar a mutualidade que nos eleva pelo SERVIR.
  14. Ninguém pode viver bem sem equilíbrio, portanto, se caíres antes as provas, não te desesperes. Tu és parcela de Deus e forças novas te reerguerão novamente. Enquanto permaneceres convicto de que és espírito, nada poderá derrubar-te, porém, se te limitares ao sentido efêmero desta vida material serás sempre presa fácil da tristeza, do desânimo, do ódio e de uma infinidade de sentimentos mesquinhos.
  15. Somos ofendidos quando e na medida em que admitimos a ofensa. Em última análise, pois, somos nós mesmos quem nos ofendemos.
  16. O ressentimento deixa cicatrizes na alma; o perdão restaura a epiderme do impacto recebido; a não-resistência é como a borracha: não resiste e nem se magoa ao impacto.
  17. O mal é como um raio: sai de “baixo” para ferir o céu; mas esse o devolve, para ferir o ventre que o gerou.
  18. O sábio extrai de cada experiência a lição que ela encerra e a transpõe. O ignorante não a enxerga e tem de novamente enfrenta-la, sob novos disfarces, em outras circunstâncias.
  19. Ninguém se ilude, a menos que se tenha iludido. Mas o se iludir é compreensível, no curso da ação humana. A desilusão é o desvelar das falhas, quebrando a magia da ignorância e nos despertando para níveis mais altos.
  20. Uma boa memória é aquela que esquece as falhas dos outros, mas lembra as lições.
  21. As invocações usadas para pedir coisas temporais são magia negra; pois temos a promessa de: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça e todas as outras coisas vos serão acrescentadas“.
  22. Ainda sobre “pedir coisas temporais”: Cristo nos indicou o limite a que podíamos aspirar no Pai Nosso, quando ensinou Seus discípulos a dizer: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje“.
  23. A oração é como a ativação do interruptor elétrico, que não cria a corrente, mas simplesmente fornece um canal através do qual a corrente elétrica pode fluir. Da mesma forma, a oração cria um canal através do qual a vida e a luz divinas se derramam em nós para nossa iluminação espiritual.
  24. A oração é um encantamento mágico, mas a menos que sua vida seja uma oração, você nunca receberá a resposta.
  25. A palavra perdida: você não pode proclamá-la, a menos que você tenha aprendido a vive-la em uma primeira vez.
  26. Quando você estabeleceu seu objetivo, nunca abrigue um pensamento de medo ou fracasso, mas cultive uma atitude de determinação invencível para alcançar seu objeto, apesar de todos os obstáculos, mantendo, constantemente, o pensamento de sucesso.
  27. Nenhuma lição é de valor real como princípio ativo de vida se a sua verdade for assimilada superficialmente.
  28. Quanto mais forte é a luz, mais forte a sombra projetada. Quanto mais alto os ideais, mais claramente podemos observar nossos defeitos.
  29. Se admitimos ser a Fraternidade Rosacruz inspirada desde os Planos Internos pelos Irmãos Maiores da Ordem do mesmo nome, não é menos verdade que ela, para sua manutenção e expansão, necessita de nosso apoio no plano físico. Portanto, colabore da forma que puder. Por favor, não se omita!
  30. Precisamos aprender a ficar sós em determinados momentos do dia, não para sentir a sensação de solidão, mas para nos unirmos a Deus, por meio da sua Essência em nós. Peçamo-Lhe ajudar-nos a manter abertos os canais de nossos veículos, a Sua manifestação. Isto nos inclina cada vez mais a identificação com os outros seres, a amá-los e servi-los apropriadamente.
  31. Tudo, em última análise, é presença ou ausência de Deus: bem e mal, alegria e tristeza, confiança e temor, luz e sombra, paz e intranquilidade. Só Deus é. Nossas transgressões as Leis da Natureza é que nos fizeram cientes do contraste desses extremos relativos, para que de novo e conscientemente agora, amemos e almejemos e busquemos a Deus, dentro e fora de nós.
  32. Quanto mais crescemos espiritualmente, menos as chamadas “influências maléficas” ou os Aspectos adversos nos afetarão. Eles são transmutados em bem.
  33. O Exercício Esotérico noturno de Retrospecção contribui para extirpar o panorama da vida no Purgatório e, também, sem esta capacidade para julgar corretamente, fica o neófito que entra nos Mundos invisíveis, sujeito aos enganos e ilusões de que o Mundo do Desejo está cheio.
  34. Há apenas uma lei: A Lei do Amor. É a lei básica do universo, alicerce das demais leis subsidiárias. Ela é que mantém coeso o universo. O amor é vida, mas o ódio é morte. Realmente, na medida em que pensamos e vivemos de acordo com a Lei do Amor, a harmonia, a beleza e a felicidade se manifestam em nossa vida. Contrariamente, “o salário do erro é a morte”.
  35. O Pai Nosso é, precisamente, um maravilhoso modelo de Oração, provendo as necessidades do Ser Humano, com nenhuma outra fórmula poderia fazê-lo. Em algumas frases curtas encerra todas as complexas relações de Deus com o ser humano.
  36. O ser humano perde na personalidade e na matéria a compreensão de seu ser espiritual. Sendo, porém, essencialmente divino, redime-se a si mesmo e a seu ambiente mediante a aspiração espiritual por meio da Luz de Cristo.
  37. O único e verdadeiro objetivo da verdadeira ciência e da verdadeira Religião deve ser ensinar ao ser humano a relação entre si e o infinito todo e a se elevar àquele exaltado plano de existência para que foi criado.
  38. O Exercício Esotérico noturno de Retrospecção contribui para extirpar o panorama da vida no Purgatório e, também, sem esta capacidade para julgar corretamente, fica o neófito, que entra nos Mundos invisíveis, sujeito aos enganos e ilusões de que o Mundo do Desejo está cheio.
  39. Devido a pureza de sua vida, o Corpo Vital se está desprendendo do Corpo Denso, exceto por cinco pontos saber, dois nas mãos, dois nos pés, e outro em alguma outra parte. Quando você tenha feito credor da instrução individual, o Mestre lhe dirá como pode se livrar de suas ligaduras.
  40. Quando você se tenha santificado e por esse motivo seja candidato a instrução individual, o Mestre lhe ensinará como arrancar os cravos, no entanto, terá que efetuar o trabalho.
  41. O que somos, o que temos, todas as boas qualidades são o resultado das próprias ações passadas. O que agora nos falta, mental, moral e fisicamente, pode ser nosso no futuro.
  42. Certamente, criamos agora as condições das futuras vidas, pelo que, em vez de lamentarmos a falta desta ou daquela faculdade desejada, empreguemos os meios necessários para adquiri-la
  43. Se uma criança, sem esforço aparente, com toda facilidade toca um instrumento musical, e outra toca com dificuldade, apesar de persistente esforço, isso demonstra, simplesmente, que a primeira se esforçou em alguma vida anterior e adquiriu eficiência na execução, enquanto que a outra, começando agora nesta existência, deve esforçar-se muito mais. Mas, se persistir, poderá na presente vida tornar-se superior à primeira, a menos que esta continue exercitando-se e aperfeiçoando-se
  44. A tendência natural evolutiva é de dentro para fora, de baixo para cima, sempre, e por isso a Filosofia Rosacruz – a escola de mistérios ocidentais – leva o Estudante Rosacruz a se redescobrir, a se conhecer e, tomando conhecimento de seu relativo estado de consciência, empreenda a tarefa de reeducação, de transmutação e libertação das sujeições da matéria.
  45. Os 3 grandes objetivos da evolução através da matéria são: 1) A espiritualização do caráter; 2) O desenvolvimento da vontade, para dirigir as faculdades obtidas pela experiência; 3) O desenvolvimento da Mente criadora para, em certo dia, podermos criar, direta e conscientemente.
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Uma Explicação Necessária: porque um mapa astrológico oferece, em geral, certas contradições

Muitas pessoas que pouco ou nada entendem da Astrologia Rosacruz ficam intrigadas e não compreendem por que um mapa astrológico – um horóscopo – oferece, em geral, certas contradições, chegando mesmo a duvidar da exatidão daquelas configurações. Porém, é preciso notar que todos possuímos características opostas de caráter, temperamento e ou outras que necessitam ser equilibradas para que se cumpra a nossa real finalidade de viver.

Para compreender essa aparente disparidade tem a considerar, antes de qualquer coisa, que os Astros (Signos, Sol, Lua, Planetas) predispõem, mas não impõem. Que existe sempre uma boa margem de livre arbítrio em que nós nos apoiamos para “dominar” os nossos Astros. Especialmente aqueles Aspectos que se processam em Signos Comuns ou Cardeais são as mais passíveis de transmutações, sendo, os Signos Fixos, em geral, indicadores das dívidas de destino, marcando, portanto, aqueles acontecimentos quase irremovíveis, enquadrados no Destino Maduro. São contas a saldar de erros anteriores, especialmente de reincidências e que nós mesmos escolhemos na nossa última estada no Terceiro Céu, quando escolhemos o panorama dessa vida aqui.

Cada Aspecto adverso – Quadratura, Oposição e algumas Conjunções e Paralelos – assinala uma experiência a viver para adquirir conhecimento das consequências de alguma falta cometida dentro daquelas direções, porém são passíveis de “cura”. Assim também, cada Aspecto benéfico – Sextil, Trígono e algumas Conjunções e Paralelos – marca os pontos básicos em que nós poderemos nos apoiar para desfrutar nossos merecimentos, encontrando neles, também, forças para sobrepor-se aos pontos não redimidos do nosso caráter, assinalados nos Aspectos adversos. Isso porque o propósito da vida não é a felicidade, como muita gente supõe, mas adquirir experiência. Tanto que quando negligenciamos na correção de algum erro assinalado nas Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções e Paralelos do nosso horóscopo, cedo ou tarde teremos que prestar contas ao certo, à Verdade, através da doença, da enfermidade e do sofrimento.

Com conhecimento de causa, podemos abrandar muito as consequências nefastas de um horóscopo com Aspectos adversos. Quando não, há ainda a possibilidade de “vencermos” nossos Astros por meio da compreensão aceitando a chamada “adversidade” que deles parece advir, como consequência natural de nossas próprias deficiências. Nesse particular, um gesto de abnegação, uma atitude de conformidade com aquilo que sabemos já não poder ser de outra maneira, será a solução para pagarmos a dívida de destino, aprendermos a lição, sublimá-la como bom hábito e se esforçar para criar a virtude, oposta ao vício, ao erro.

Um chamado “bom horóscopo” em que a maior parte das configurações apresenta-se em Sextis, Trígonos e algumas Conjunções e Paralelos, na verdade, sob o ponto de vista espiritual, dificilmente proporcionará o mesmo estímulo e as mesmas oportunidades para avançarmos em nossa própria evolução, ao contrário de um “horóscopo difícil”, pontilhado de Aspectos não redimidos, obrigando-nos a um maior esforço para vencer os nossos Aspectos adversos revelados pelas Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções e Paralelos, ou a sofrer quando nos negarmos a esse esforço, mesmo que seja por ignorância dos fatos. Então, teremos mais possibilidades de redimir nossos Astros, redimindo-se a nós mesmos!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – agosto/1976 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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As maravilhas do uso do livre arbítrio e o risco de se perder no abuso do próprio livre arbítrio

Uma das primeiras perguntas que nós podemos nos fazer já no começo de nossa caminhada espiritual Cristã-Rosacruz é esta do livre arbítrio e do determinismo; em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano? A fé determina os graus de influência destes fatores do destino. A definição mais simples é dada pelas religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mal; esta escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata imediatamente que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino da mesma. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Portanto, não somos forçados a agir em determinada direção por estarmos num determinado ambiente ou porque toda a nossa existência anterior nos deu uma tendência para uma exata finalidade.

Com a divina prerrogativa do livre arbítrio, o ser humano tem o poder da Epigênese ou iniciativa, de forma que pode adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queira. Não poderá separar-se instantaneamente de toda a sua vida passada – isto requer muito tempo, talvez várias vidas – mas, gradualmente, pode ir cultivando o ideal que uma vez semeou.

Como vemos, a vida progride não só pela Involução e Evolução, mas especialmente pela Epigênese. Cada um de nós, ainda que sujeito aos dias passados, é livre no que diz respeito ao amanhã. Nossa vida atual é, em parte, resultado das anteriores, ficando uma margem variável, ao livre arbítrio. Quanto mais comprometidos estamos com o passado, tanto menos livre arbítrio, e vice-versa.

Nossa vida é como um quadro de luz e sombras, uma mescla de tristezas e alegrias, uma sinfonia ainda cheia de dissonâncias. Se queremos alcançar a felicidade futura, é importante não assumirmos novos e pesados encargos e ao mesmo tempo nos aplicarmos diligentemente a um bem orientado esforço da regeneração.

A Parábola do Argueiro e da Trave é muito interessante nesse contexto:

Por que olhas o cisco no olho de teu irmão, e não percebes a trave que há no teu? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando não vês a trave em teu próprio olho? Hipócrita, tira primeiro a trave de teu olho, e então verás bem para tirar o cisco do olho de teu irmão.  Não há árvore boa que dê fruto mau, e nem árvore má que dê fruto bom; com efeito, uma árvore é conhecida por seu próprio fruto; não se colhem figos de espinheiros, nem se vindimam uvas de sarças. O homem bom, do bom tesouro do coração tira o que é bom, mas o mau, de seu mal tira o que é mau; porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração.” (Lc 6:41-45).

Assim, voltemos nossa impiedosa crítica contra nós mesmos! Ninguém é tão perfeito que não necessite melhorar. Quanto mais impecável é o ser humano menos se inclina a encontrar faltas nos demais e atirar a primeira pedra nos outros. Ao assinalarmos alguma falta e indicarmos o meio de corrigi-la, devemos fazer isso impessoalmente. Procuremos sempre o bem que se acha oculto em tudo. O cultivo desta atitude de discernimento é especialmente importante.

 Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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A Prática do Hipnotismo

A prática do hipnotismo traz sérias consequências tanto para o praticante como para suas vítimas.

Envolve interferência com o livre arbítrio do Ego.

O hipnotizador projeta-se no cérebro de outra pessoa e torna-a sujeita à sua vontade.

Mesmo quando isso é feito com o propósito altruísta de libertar uma pessoa de um hábito que a escraviza, como drogas ou bebidas alcoólicas, não é justificável.         

A cura não é permanente até que o próprio sofredor tenha vencido o vício por si mesmo. Portanto, quando um hipnotizador cura o corpo, ao expulsar a vontade do Ego, usando-o e suplantando-o com seu próprio poder de vontade, ele simplesmente priva o Ego da oportunidade de aprender a lição que algum dia deverá dominar.

O ganho aparente imediato é realmente uma perda.

A lição a ser aprendida foi adiada; também, o poder da vontade da vítima foi enfraquecido pelo processo.

O livre arbítrio é a herança mais valiosa de um Ego, durante esta peregrinação terrestre.

Uma pessoa que trabalha para suplantar a vontade de outra, mesmo quando os motivos possam ser definidos como bons, traz para si consequências desastrosas.

Pelo poder da vontade, o Ego monta a escada da evolução que conduz à divindade.

Essa vontade é enfraquecida no indivíduo que se submete ao hipnotismo, no qual o estado da vontade do hipnotizador suplanta a vontade dos hipnotizados, que estão completamente sob domínio dele.

No entanto, uma pessoa não pode ser colocada “sob o feitiço” se sua própria vontade for mais positiva do que a do hipnotizador.

Quando o controle sobre outro é para fins de diversão ociosa ou para ganhar alguma vantagem egoísta, as consequências do erro são ainda mais graves.

Aqueles que entregam sua vontade a outro têm a tarefa de recuperar o poder de vontade que se perdeu.

Aqueles que tenham vitimado outros serão convocados, sob a Lei da Justiça, para ajudar suas vítimas a recuperar seus poderes enfraquecidos.

Eles também estão sujeitos a graves enfermidades físicas em futuros renascimentos.

Tal é o destino frequente de um hipnotizador profissional. Através de um corpo deformado e inútil, o Espírito aprenderá a enormidade do erro em usar o corpo de outra pessoa indefesa, substituindo sua própria vontade pela de seu legítimo ocupante.

A prática generalizada do hipnotismo em nosso tempo, juntamente com o fluxo de literatura favorável ao assunto, é outra evidência das forças desintegradoras que ameaçam retardar nossa civilização e causar o colapso.

A integridade no pleno significado dessa palavra é a grande necessidade do nosso tempo – integridade em nossa vida pessoal e pública, integridade na vida comercial, profissional e governamental.

O ser humano deve se tornar um ser atuante harmonioso e único, antes de poder construir uma vida bem-sucedida e tornar-se uma unidade sintonizada com a construção de uma comunidade saudável, uma cultura saudável e uma civilização duradoura.

Assim, todos os nossos vícios, defeitos, falhas, erros, problemas e os outros desejos inferiores estão no Corpo de Desejos e é nosso dever dominá-los pelo poder da vontade. 

Essa é a razão pela qual estamos na escola da experiência chamada vida, e nenhum outro ser pode crescer moralmente por nós, como, também, ninguém pode digerir o alimento por nós. 

A Natureza não pode ser ludibriada.

O único caminho permanente, para se vencer qualquer vício, é pela própria vontade.

É nosso dever nos proteger de quaisquer tentativas de nos dominar por algo externo.

Por esse motivo é melhor não nos expormos desnecessariamente tomando parte como espectadores em demonstrações de hipnotismo, porque a atitude negativa que a pessoa adote pode conduzir facilmente à obsessão.

Deveríamos seguir sempre o conselho de São Paulo e revestir-nos com a armadura de Deus.

Devemos ser sempre positivos em nossa luta pelo bem contra o mal e nunca perder a ocasião de colaborar com os Irmãos Maiores em palavras ou atos, na Grande Guerra que se efetua pela supremacia espiritual.

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Nossa Maior Capacidade de Realizar qualquer coisa Via o Livre Arbítrio

Livre arbítrio e determinismo: em quais proporções cada um destes elementos entra no destino do ser humano?

A definição mais simples é dada pelas Religiões que admitem que Deus criou uma alma virginal à cada nascimento; a partir do momento em que ela é criada, esta alma é livre para escolher entre o bem e o mau; essa escolha determina a vida da alma por toda a eternidade.

Aquele que raciocina constata, imediatamente, que os seres humanos não são iguais desde o nascimento; o meio onde a criança nasceu age profundamente sobre o destino dela. Como consequência, todas as crianças não partem do mesmo ponto; a fortuna dos pais, o ambiente no qual aquela criança cresceu, e outras considerações ainda fazem com que o meio tenha uma influência considerável; a luta pela vida não é a mesma para todos; alguns parecem favorecidos e outros parecem sacrificados.

Nós estimamos que haja uma causa para tal diferença, dado que a ciência materialista admite que isso esteja ligado à evolução da vida nas formas, que é um efeito biológico dado ao acaso.

O Princípio da Causa e Efeito indica que a sorte não é nada além de um nome dado à uma lei pouco conhecida.

A Lei de Causa e Efeito é absoluta; ela é aplicada em tudo. É necessário refletir frequentemente, meditá-la por bastante tempo e admiti-la completamente. Nada escapa a essa Lei. Aplicando o princípio de tal Lei, nós consideramos o nascimento como um Efeito; nós concluímos que deve haver uma Causa pré-existente e que o acaso – inexistente por si só – não pode ser levado em conta.

No entanto, a cadeia de causas e efeitos não é uma repetição monótona. Há sempre um influxo contínuo de causas novas e originais. Esta é a espinha dorsal da evolução – a única realidade que lhe dá sentido e a converte em algo mais que a simples expansão de qualidades latentes. Este importante fator é o único que pode explicar de modo satisfatório o sistema a que pertencemos.

Com a divina prerrogativa do livre-arbítrio, temos o poder da iniciativa, de forma que podemos adotar uma nova linha de conduta a qualquer momento que queiramos!

Lembremo-nos que por muito degradado que seja um ser humano, tem sempre o poder de semear o bem, mas deve esperar até que essa semente possa florescer num ambiente propício. Cada um de nós, ainda que sujeito aos dias passados, é livre no que diz respeito ao amanhã. 

Há uma Parábola na Bíblia que nos auxilia a compreender e a aplicar melhor esse conceito:

Pois será como um homem que, viajando para o estrangeiro, chamou os seus próprios servos e entregou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois, a outro um. A cada um de acordo com a sua capacidade. E partiu. Imediatamente, o que recebera cinco talentos saiu a trabalhar com eles e ganhou outros cinco. Da mesma maneira, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas aquele que recebera um só o tomou e foi abrir uma cova no chão. E enterrou o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e pôs-se a ajustar contas com eles. Chegando aquele que recebera cinco talentos, entregou-lhe outros cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me confiaste cinco talentos. Aqui estão outros cinco que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ “Chegando também o dos dois talentos, disse: ‘Senhor, tu me confiaste dois talentos. Aqui estão outros dois talentos que ganhei’. Disse-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu senhor!’ Por fim, chegando o que recebera um talento, disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste. Assim, amedrontado, fui enterrar o teu talento no chão. Aqui tens o que é teu’. A isso respondeu-lhe o senhor: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei e que ajunto onde não espalhei? Pois então devias ter depositado o meu dinheiro com os banqueiros e, ao voltar, eu receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento que tem e dai-o àquele que tem dez, porque a todo aquele que tem será dado e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o fora nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes!‘”  (Mt 25:14-30).

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Fator Destino na Enfermidade

Para termos uma justa compreensão de como o fator destino existe em nossa saúde e em nossa recuperação é preciso que, em primeiro lugar, compreendamos que o nosso destino foi criado por nós mesmos. Desde que os nós vivemos no passado em uma raça chamada de Semitas Originais – Época Atlante –, onde tivemos, pela primeira vez, consciência do livre arbítrio e passamos a praticá-lo, vivemos continuamente colocando em ação forças que elaboraram as nossas condições presentes.

Assim, nós mesmos podemos modificar o nosso destino.

A Astrologia, frequentemente, é mal interpretada por aqueles que afirmam ser  os Aspectos adversos (Quadraturas, Oposição e parte das Conjunções) e em particular o Planeta Saturno no horócopo natal indicadoras de sofrimentos inevitáveis. Apesar da maioria atuar com o que os Astros indicam, é uma verdade inexorável que: “Os Astros impelem, mas não obrigam”…”…sugerem, mas não compelem”.

A pessoa espiritualmente desperta, que se esforça por mudar seus hábitos mentais, emocionais e físicos, para que se harmonizem com as Leis de Deus, começa a governar as “suas estrelas” e, consequentemente, se torna mestre de seu próprio destino.

Assim, o destino prova ser um fator de recuperação e realmente o é, até o ponto em que o deixamos ser.

Cada um de nós é um ser divino possuindo, em potencial, os poderes de Deus, nosso criador, e pode, por um adequado desenvolvimento deles mesmos, progredir a elevadas alturas espirituais.

Tal consecução requer um esforço persistente numa autoeducação, pois enquanto a maioria consentir em ser governada por seus desejos inferiores, estará sujeita a várias enfermidades.

Todavia, o nosso poder é ilimitado, e segundo a harmonia que criamos com esse poder, vivendo em conformidade com as imutáveis e divinas leis do amor, nos livramos das cristalizações que se traduzem em aborrecimentos, ressentimentos, desconfianças, etc., e, assim, viveremos uma verdadeira e abundante saúde.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – maio-junho/2000)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Cartas de Max Heindel: A Epigênese e a Lei de Causa e Efeito

Novembro de 1917

Alguns erros são tão frequentemente cometidos pelos Estudantes que se precisa chamar a atenção deles de tempos em tempos. O erro mais frequente é a ideia equivocada de que tudo o que nos acontece é o resultado ou efeito de alguma causa ou ação que nós mesmos fizemos no passado, geralmente, em alguma vida anterior a esta. Teoricamente, os Estudantes sabem que essa atitude é errada. Eles estão conscientes que, além do destino trazido conosco de existências anteriores, para liquidá-lo nesta vida, todos os dias estamos exercendo uma influência causal pelos nossos atos. Uma parte considerável dos atos praticados neste Corpo Denso irá resultar em efeitos antes que a morte termine com nossa permanência no nosso ambiente atual, ao passo que os atos que não forem liquidados serão retidos e formarão a base do destino de uma existência futura, em que poderemos colher o que tenhamos semeados. Esse destino transferido de uma vida para outra é mostrado em nosso horóscopo e nos fornece certas características, tendências ou linhas de menor resistência. No entanto não podemos ignorar que esse destino do passado nos fornece certo viés ou certa tendência para uma determinada linha de ação. Entretanto, há um relativo livre arbítrio em uma grande porcentagem das nossas ações, deixando espaço para o exercício da Epigênese, a atividade divina criadora que é a base da evolução.

Como dissemos, teoricamente todos os Estudantes conhecem isso perfeitamente bem. Mas, ao nos relacionar com os problemas práticos da vida cotidiana parecem que, persistentemente, tomam a atitude de que tudo o que acontece é o desdobramento de algo que já existiu. Isso é particularmente verdadeiro para aqueles que estudaram as Religiões orientais antes de dedicarem-se aos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Com essa atitude mental de ignorar a Epigênese, eles retardam o crescimento da alma deles alheios ao elevado grau de prejuízo que estão ocasionando ao seu próprio desenvolvimento anímico. Na verdade, está acontecendo com eles algo muito parecido ao que acontece com o materialista durante sua existência post-mortem, quando ele permanece na Região Limítrofe[1] entre o Purgatório e o Primeiro Céu, numa monotonia terrível de se contemplar. A Região Limítrofe é, por assim dizer, um redemoinho fora do fluxo da vida, onde o progresso está com todas as suas atividades ou movimentos cessados. O materialista está ali por causa de sua negação da existência post-mortem, o que o colocou fora de contato das correntes espirituais que geram movimento e ação durante esta existência.

Da mesma forma, quando enfatizamos, constantemente, a Lei da Causa e Efeito e de forma consistente e persistentemente ignoramos a Lei da Epigênese, nos colocamos fora dessa última linha de ação, e nossas oportunidades para exercer a iniciativa da Epigênese são negligenciadas na maioria das vezes, o que resulta em nos tornamos cada vez mais estéreis, à medida que os anos passam. Contrariamente, se nos esforçarmos, inteligentemente, quando considerarmos os problemas da vida, exemplificados nas ações daqueles que nos rodeiam, assim como nas nossas próprias ações, procurando o princípio da Epigênese e observando funcionamento dela, com certeza encontraremos oportunidades para ações de iniciativas que se abrem ante nós, em uma quantidade que nunca seria possível crer. Observando a maneira como a Epigênese se aplica em outras vidas, podemos aprender o modo de aplicá-la na nossa própria.

Espero que você mantenha sempre esse pensamento bem perto de você e que, com isso, possa colher muitos benefícios por meio da prática persistente desse princípio.

 (Carta nº 84 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Ela está localizada na quarta Região do Mundo do Desejo, entre o Purgatório (localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo) e o Primeiro Céu (localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo); uma espécie de fronteira – nem céu nem inferno. Aqui estão as pessoas honestas e corretas, incluindo o materialista; que não causaram danos a ninguém, mas que estiveram tão intensamente imersos nos seus negócios materiais que não tiveram tempo de pensar na vida superior, na vida espiritual. Para essas pessoas, o Mundo do Desejo é um estado indescritível de monotonia. O suicida também permanece nessa região até completar o tempo de vida que tinha programado no seu arquétipo. Nessa Região, as pessoas geralmente estão fora do alcance de qualquer ajuda e sofrem muito mais do que qualquer outra pessoa. Até quando? Até ela chegar à conclusão de que há vida espiritual, se arrepender sinceramente de não ter considerado isso durante o seu último renascimento e desejar intensamente reformar essa sua posição. Ou seja: só depende dela e de mais ninguém. Uma vez isso alcançado, pelo seu próprio esforço e força de vontade, ela parte para o Purgatório e segue no Ciclo de Vidas e Mortes, como qualquer outro ser humano.

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