Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza

Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza

Chegado é o tempo de nós, seres humanos, já bem conscientes de nossos deveres e finalidades da nossa existência, verificarmos se realmente estamos vivendo como esperaria Deus, de quem somos filhos e partes integrantes, dentro do nível particular da nossa evolução.

Em tempos bastante remotos, nada conhecíamos de nós mesmos como indivíduos; nada sabíamos de nós próprios, nem física nem espiritualmente. Com o decorrer de milhões de anos, vida após vida, fomo-nos gradativamente elevando da inconsciência para a consciência, chegando hoje à possibilidade de saber muito a respeito do homem real, o tríplice espírito interior. Dessa grande realidade não são todos ainda conhecedores; mas nem por isso ela deixa de ser real. Como as estrelas, o oceano, a luz e todas as demais coisas que se revelam ao sentido da visão, existem em realidade, embora os cegos não as possam ver, assim também são as coisas espirituais, em relação ao ser humano materializado. Ora, assim como nós acreditamos nos altos postulados da ciência, embora pessoalmente não tenhamos recursos intelectuais para comprová-los, também as pessoas descrentes poderiam, por analogia, encontrar razões para confiar nas dezenas de testemunhos convergentes daqueles que relatam as coisas espirituais, como um homem normal a descrever para o cego as realidades da natureza física.

Basta aplicarmos a lógica para que tudo se torne mais coerente e simples. Dura é aquela verdade expressa nos Evangelhos: “Cego é o que, vendo, não vê”. Ao nosso redor a natureza fornece todos os elementos de correlação para avaliarmos a realidade da vida e dos mundos espirituais. Permito-me ainda lembrar ao caro leitor que, se antes não nos era possível conhecer a nós mesmos, por falta de consciência e razão, hoje não se justifica mais nossa ignorância em assunto tão vital. A graça que me foi dada, de mais profundamente conhecer o cristianismo e a realidade do meu ser, quero compartilhá-la com você, leitor e leitora, oferecendo-lhe a mais formosa filosofia que já foi dada ao mundo: a Filosofia Rosacruz.

Talvez você esteja bastante desiludido com tudo o que diga respeito à religião. Não há razão para isso: as falhas são dos seres humanos e não dos princípios Cristãos. Mais desiludido ainda talvez esteja com as chamadas coisas reais do mundo. Também não há razão para isso. Tudo é sagrado e bom. O mal está no mau uso que os seres humanos fazem de tudo, na pretensão de que possam possuí-las, quando em realidade são eles os possuídos pelas coisas e têm de abandoná-las, ao morrer.

Em verdade, você pode e deve ser feliz, porém isso depende da harmonia interna e de uma visão correta das coisas. Você é um estrangeiro, disse o Cristo; o seu reino, a sua pátria não é deste mundo. Sua felicidade, portanto, não reside na posse de artigos materiais, na fama que possa desfrutar entre seus semelhantes, no poder que possa exercer sobre os outros, nem no amor, esse amor comum e desvirtuado. Essas são as motivações da ação, os meios de atrair e fazer evoluir os seres humanos que ainda não encontraram interesse em coisas elevadas. Essas são fontes comuns de amargura, sofrimentos e desilusões. Não conduzem a algo efetivo ou real. São apenas meios e tentações terríveis onde o desprevenido amiúde afunda.

Veja por si mesmo: os resultados dessa dolorosa e sombria felicidade que sempre termina em dor ou enfermidade. Devemos culpar o mundo, as coisas ou nós mesmos? Seguramente, isso depende de nós. A real felicidade, escrita com letra maiúscula, de que estamos tratando está à sua espera como já esteve à espera dos que hoje vivem uma vida diferente. E estará esperando enquanto houver uma ovelha transviada, porque escrito está que haverá “um só rebanho e um só Pastor”. Essa felicidade jamais deixará de ser sentida, buscada ou vivida. Ela é o próprio fluir da harmonia cósmica que, por reflexo, escorre no microcosmo, no “homem real”, o espiritual, que nunca nasceu e jamais morrerá: você.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1966)

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