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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Tentações no Deserto e como correlacionamos com as nossas do dia a dia

Hoje podemos agrupar as tentações (provas, testes) que passamos em três grupos que também fazem parte dos motivos que nos foram fornecidos pelos responsáveis atuais em nos ajudar a caminhar neste Esquema de Evolução (as Hierarquias Criadoras), os quais são: Fama, Fortuna e Poder. Exercite agrupando as tentações em um desses grupos. Ajuda muito identificar quando se trata de uma tentação (prova, teste) e o que falar para si mesmo para não cair na tentação, que aí sim é o pecado!

O objetivo de nos ensinar como devemos agir aqui renascidos é para obtermos experiências e aprendermos com elas, mas hoje o que vemos é que estamos as usando erroneamente, quando não astutamente.

A Fama que muitos buscam envolve a vaidade exacerbada, esforços até irracionais cada vez mais para ser “popular”, bem-sucedidos focando só nos bens materiais, buscando o topo, insistindo em mostrar um conhecimento que não se tem (que nem esforço se fez para tentar consegui-lo), e por aí vai.

Logicamente gera muita inveja, cobiça, raiva, ciúmes, traições e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.

Para os verdadeiros Cristãos a única Fama que se deveria buscar é: sendo um exemplo de como viver a vida, uma seta no Caminho de Evolução, um servo de todos, um servidor amoroso, sendo verdadeiros amigos (as), sendo pessoas justas, humildes, deveriam ser anônimas, usando a capacidade de transmitir a boa nova, de transmitir os Ensinamentos Cristãos Rosacruzes.

Já a Fortuna que muitos estão buscando é o acúmulo de bens materiais (posses, dinheiro, recursos financeiros e tudo o que representa grandes quantidades de coisas da Região Química do Mundo Físico, muitas vezes, ilógicas e até irracionais): “muito dinheiro no bolso e saúde para dar e vender”.

Logicamente isso gera muita preocupação, angústia, medo, avareza, cristalização, raiva, ódio, inveja, insatisfação contínua e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.

Para os verdadeiros Cristãos a única Fortuna que se deveria buscar é aquela que “não tem dinheiro que pague”; a que nos leva a adorar somente a Deus (acima de tudo e unicamente Ele), pois o Reino de Deus é Celeste (aqui somos peregrinos, viajantes, temporários e daqui nada de bem material levamos), não terrestre; é  uma maior quantidade de oportunidades para aprendermos a servir amorosa e desinteressadamente (e, portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que estão ao nosso lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que há em cada um de nós (e que é a base da Fraternidade); ou seja, uma maior quantidade de experiências vividas, usando bem os recursos e talentos que temos.

E o Poder que muitos buscam envolve o querer ser melhor que o outro ou a outra, o tratar mal uns aos outros (para mostrar o que “você sabe com quem está falando?”, o desprezo (por omissão ou por comissão) por aqueles que a pessoa entende que estão “abaixo dela” (seja em qualquer dimensão) ou porque não “interessa nada daquela pessoa”, o mostrar por meio de posses materiais (que nunca se sacia) o quanto é poderoso (a), pessoas onde chegam querem ser notadas (conhecidas popularmente como: peruas, pavões), gostam de fazer os outros sofrer (exercendo o poder sobre elas), e há muitas relações tóxicas e por aí vai.

Logicamente gera muito orgulho falso, arrogância, autocracia, crueldade, ostentação, vaidade, despotismo, tirania, inveja, cobiça, raiva, e outros sentimentos, emoções e desejos afins. E, consequentemente, afeta o Corpo Denso ativando doenças e enfermidades que estavam latentes.

Para os verdadeiros Cristãos o único Poder que se deveria buscar é: aquele que nos ajuda a discernir onde se deve e como se deve servir amorosa e desinteressadamente (e, portanto, o mais anônimo possível) o irmão e a irmã que estão ao nosso lado, esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta que há em cada um de nós (e que é a base da Fraternidade); e nesse sentido como devemos utilizar as qualidades expressas pelo conceito de palavras como fraternidade, autoridade, lealdade, dignidade, nobreza, generosidade e emoções, desejos e sentimentos afins.

No Evangelho Segundo São Mateus nós vemos que o Cristo foi tentado por três vezes (na Fama, Fortuna e Poder) e não cedeu à nenhuma, Ele não caiu nessas terríveis tentações e ainda nos deixou ensinamentos de como combatê-las (desde que saibamos agrupá-las):

– SE a tentação for do agrupamento FAMA, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Não tentarás ao Senhor teu Deus.’.

– SE a tentação for do agrupamento FORTUNA, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto.’.

– SE a tentação for do agrupamento PODER, então a solução para quando chegar a tentação, não cairmos, é lembrar, repetir e orar com a seguinte frase: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.’.

Se somos verdadeiros Cristãos, se temos o Cristo como nosso Ideal, devemos prestar muita atenção para não cairmos também nessas tentações.

O mundo está cheio de armadilhas, portanto, devemos estar vigilantes, em oração sempre para não cairmos, não nos desviarmos do Caminho de nossa realização espiritual seguindo o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Figura: Mosaíco do Século XII na Basílica de S. Marcos, Veneza – autor: anônimo

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Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza

Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza

Chegado é o tempo de nós, seres humanos, já bem conscientes de nossos deveres e finalidades da nossa existência, verificarmos se realmente estamos vivendo como esperaria Deus, de quem somos filhos e partes integrantes, dentro do nível particular da nossa evolução.

Em tempos bastante remotos, nada conhecíamos de nós mesmos como indivíduos; nada sabíamos de nós próprios, nem física nem espiritualmente. Com o decorrer de milhões de anos, vida após vida, fomo-nos gradativamente elevando da inconsciência para a consciência, chegando hoje à possibilidade de saber muito a respeito do homem real, o tríplice espírito interior. Dessa grande realidade não são todos ainda conhecedores; mas nem por isso ela deixa de ser real. Como as estrelas, o oceano, a luz e todas as demais coisas que se revelam ao sentido da visão, existem em realidade, embora os cegos não as possam ver, assim também são as coisas espirituais, em relação ao ser humano materializado. Ora, assim como nós acreditamos nos altos postulados da ciência, embora pessoalmente não tenhamos recursos intelectuais para comprová-los, também as pessoas descrentes poderiam, por analogia, encontrar razões para confiar nas dezenas de testemunhos convergentes daqueles que relatam as coisas espirituais, como um homem normal a descrever para o cego as realidades da natureza física.

Basta aplicarmos a lógica para que tudo se torne mais coerente e simples. Dura é aquela verdade expressa nos Evangelhos: “Cego é o que, vendo, não vê”. Ao nosso redor a natureza fornece todos os elementos de correlação para avaliarmos a realidade da vida e dos mundos espirituais. Permito-me ainda lembrar ao caro leitor que, se antes não nos era possível conhecer a nós mesmos, por falta de consciência e razão, hoje não se justifica mais nossa ignorância em assunto tão vital. A graça que me foi dada, de mais profundamente conhecer o cristianismo e a realidade do meu ser, quero compartilhá-la com você, leitor e leitora, oferecendo-lhe a mais formosa filosofia que já foi dada ao mundo: a Filosofia Rosacruz.

Talvez você esteja bastante desiludido com tudo o que diga respeito à religião. Não há razão para isso: as falhas são dos seres humanos e não dos princípios Cristãos. Mais desiludido ainda talvez esteja com as chamadas coisas reais do mundo. Também não há razão para isso. Tudo é sagrado e bom. O mal está no mau uso que os seres humanos fazem de tudo, na pretensão de que possam possuí-las, quando em realidade são eles os possuídos pelas coisas e têm de abandoná-las, ao morrer.

Em verdade, você pode e deve ser feliz, porém isso depende da harmonia interna e de uma visão correta das coisas. Você é um estrangeiro, disse o Cristo; o seu reino, a sua pátria não é deste mundo. Sua felicidade, portanto, não reside na posse de artigos materiais, na fama que possa desfrutar entre seus semelhantes, no poder que possa exercer sobre os outros, nem no amor, esse amor comum e desvirtuado. Essas são as motivações da ação, os meios de atrair e fazer evoluir os seres humanos que ainda não encontraram interesse em coisas elevadas. Essas são fontes comuns de amargura, sofrimentos e desilusões. Não conduzem a algo efetivo ou real. São apenas meios e tentações terríveis onde o desprevenido amiúde afunda.

Veja por si mesmo: os resultados dessa dolorosa e sombria felicidade que sempre termina em dor ou enfermidade. Devemos culpar o mundo, as coisas ou nós mesmos? Seguramente, isso depende de nós. A real felicidade, escrita com letra maiúscula, de que estamos tratando está à sua espera como já esteve à espera dos que hoje vivem uma vida diferente. E estará esperando enquanto houver uma ovelha transviada, porque escrito está que haverá “um só rebanho e um só Pastor”. Essa felicidade jamais deixará de ser sentida, buscada ou vivida. Ela é o próprio fluir da harmonia cósmica que, por reflexo, escorre no microcosmo, no “homem real”, o espiritual, que nunca nasceu e jamais morrerá: você.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1966)

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O Poder Que Flui Através de Nós

O Poder Que Flui Através de Nós

Quando ligamos o ferro elétrico e ele não funciona, examinamos a resistência, o fio ou os fusíveis. Não desesperamos diante do ferro, exclamando: Ó eletricidade, por favor, desça ao meu ferro e faça-o funcionar.

Sabemos muito bem que embora o mundo todo esteja cheio daquela força misteriosa a que chamamos de eletricidade, somente aquela porção que flui ao encontro da resistência do ferro é que o faz funcionar.

O mesmo princípio se aplica à energia criativa de Deus. Todo o universo está cheio dela, mas apenas a porção que flui através de nosso ser realmente nos beneficia.

Muitas vezes tentamos fazer esse poder criador operar em nós por meio de preces e pedidos a Deus para que faça isto ou aquilo. E como Ele não faz nem uma coisa e nem outra, nós concluímos que não há valor na oração, uma vez que Deus age como entende, sem consultar aos nossos desejos. Em outras palavras, duvidamos da disposição ou da habilidade divina em realmente produzir em nossas vidas os resultados que desejamos. Não duvidamos de nossa própria habilidade em chegarmos à Sua Presença e enchermo-nos d’Ela, mas sim de Sua Disposição em chegar-se a nós e encher-nos d’Ele.

Deus está tanto dentro de nós como em nosso redor. Ele é a Fonte de toda a vida, o Criador do Universo com as inimagináveis profundidades interastrais. Mas Ele é também a vida que habita em nosso pequeno Ego. E, assim como todo o mundo cheio de eletricidade não iluminará uma casa a menos que a casa esteja preparada para receber eletricidade, assim a vida infinita e eterna de Deus não nos pode ajudar, a menos que estejamos preparados para receber aquela vida em nós mesmos. Somente a quantidade de Deus que pode caber em nós, a nosso proveito, operará.

“O Reino de Deus está dentro de vós”, disse Cristo Jesus. E a Luz Interna que em nós habita, o lugar secreto da Consciência do Altíssimo em nossos corações é que constituem o Reino de Deus em sua manifestação terrena. Aprender a viver no Reino dos Céus é aprender a acender a luz de dentro de nós.

Devemos aprender que Deus não é um soberano irracional e impulsivo, que quebra suas leis à vontade. Logo que aprendemos que Deus faz coisas por nosso intermédio e não para nós, o assunto se torna tão simples e impressivo como o nascer do Sol.

“Mas Deus é onipotente!”, dizem alguns. “Ele pode fazer o que quer!” Certamente, mas Ele criou um mundo que se rege por leis e Ele não gosta de quebrar essas leis.

Poucos de nós, no hemisfério setentrional, pediriam a Deus a produção de rosas viçosas no ar livre de janeiro. Mas Ele pode fazer isso mesmo se adaptarmos as nossas estufas às condições necessárias para o crescimento da rosa. Também Ele pode produzir viçosas respostas à oração, se nós adaptarmos os tabernáculos terrestres de nossa habitação às Suas Leis de Amor e , de forma que se estabeleçam os pré-requisitos da oração respondida.

Algum dia o mundo virá a entender esse fato da mesma forma que hoje entende o milagre das ondas sonoras, pois, os milagres de uma geração são os lugares comuns da geração seguinte.

Algum dia nós entenderemos os princípios científicos que subjazem aos poderes milagrosos de Deus, e aceitaremos Sua intervenção com tanta naturalidade como aceitamos o rádio.

O Dr. Alexis Carrell, médico e cientista, declara que já viu um câncer desaparecer diante do comando da fé. Isso não foi quebra das leis da Natureza. Foi a superimposição duma lei mais alta da vida sobre outra mais baixa. Foi, portanto, o cumprimento das leis da Natureza. Se se pensa sobre o milagre não como a quebra das leis de Deus, mas como o uso que Ele mesma faz de Suas leis, então o mundo está cheio de milagres.

Já vi pneumonias destruídas em quinze minutos, enquanto a temperatura do paciente caía de 103 ºF ao normal e a respiração exsudava de seu corpo encharcando os lençóis. Isso era quase tão grande milagre como o milagre da geada a desenhar cambiante.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1970)

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