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A Eulogia do Amor – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

Muito já se escreveu sobre o amor, mas ninguém soube elevá-lo tanto, ninguém o revestiu de profunda clareza, e ao mesmo tempo de suprema transcendentalidade, como São Paulo no Capítulo XIII em sua Primeira Epístola aos Coríntios.

S. Paulo, longe de simplesmente tecer uma rebuscada apologia ao amor, como alguns podem julgar, procura apresentá-lo em suas reais dimensões. Suas palavras deixam transparecer uma clareza meridiana. Seus apelos são diretos e incisivos, dispensando concessões e ambiguidades.

Como Cristãos só nos resta empreender os maiores esforços por expressá-lo em nossas vidas diárias, buscando concomitantemente, compreendê-lo em suas raízes mais profundas.

1. Para fazer download ou imprimir:

A Eulogia do Amor – Por um Estudante – Fraternidade Rosacruz

2. Para estudar no próprio site:

A Eulogia do Amor

Por um Estudante

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido, Compilado e Revisado de acordo com:

Eulogy of Love

1ª Edição em Inglês, 1916, in The Rays from The Rose Cross – The Rosicrucian Fellowship

pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

INTRODUÇÃO.. 4

O Amor Não é Invejoso.. 7

O Amor Não se Ufana.. 8

O Amor Não se Ensoberbece.. 9

O Amor Não se Conduz Inconvenientemente.. 10

O Amor Não Busca os Seus Interesses. 11

O Amor Não se Exaspera.. 12

O Amor Não se Ressente do Mal.. 13

O Amor Não se Alegra com a Injustiça, mas se Regozija-se com a Verdade.. 14

O Amor Tudo Sofre.. 15

O Amor Espera Todas as Coisas. 18

O Amor Suporta Todas as Coisas. 19

O Amor Nunca Falha.. 20

O Amor que o Estudante Rosacruz deve valorizar.. 21

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INTRODUÇÃO

S. Paulo, o grande Iniciado, escreveu uma tese maravilhosa sobre o amor. Maravilhosa pela sua brevidade abrangente e pelo seu alcance todo-inclusivo. Abrange toda a gama do amor e o seu acorde dominante de altruísmo. Foi escrita para a Igreja de Corinto, uma cidade do sul da Grécia conhecida pelo seu abandono a todas as formas de luxo e sensualidade. Aplica-se ainda mais a nós, nesta época, pois começamos a responder às altas vibrações espirituais e podemos mais facilmente viver os seus profundos ensinamentos.

Este capítulo maravilhoso da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios é um epítome do amor altruísta, o amor ágape. É o ideal que devemos nos esforçar para alcançar. Sabiamente, nós o incorporamos no nosso Ritual do Serviço Devocional do Templo e o seu glorioso resumo diz o seguinte: “E agora permanecem a fé, a esperança e o amor; mas o maior destes é o amor”.

A fé é importante — a fé que pode remover montanhas. A esperança é necessária — a esperança que ilumina o horizonte distante, por mais escuro que seja o ambiente atual. Ambas são grandes auxiliares da vida superior e da Humanidade comum; mas o amor coroa tudo. O amor é o poder que move o universo. Não é meramente o poder sobre o Trono, mas o poder por trás do Trono.

No prefácio desse maravilhoso epítome do amor nos é dito que, sem ele, somos nada — apenas um “metal que soa ou um sino que tine”. O metal pode emitir sons melodiosos, pode expressar a perfeição da arte, mas lhe falta algo. Não é humano. Não soa os tons da Alma — a qualidade vibrante da vida.

Sem amor não temos expressão. Esse fato é ilustrado por todos os lados. Tomemos a arte, por exemplo. Sem a qualidade que designamos por “alma”, ela é apenas o que o seu nome indica, “arte”. Mas ponha amor nela e deixe que a Alma aquecida, ávida e brilhante se expresse por meio dele: assim a Alma vive.

A cultura tem pouco valor (exceto como um bem de boa criação) sem o amor animador que a inspira e vivifica. Quão vazias, quão artificiais são todas as tentativas de expressão, em qualquer linha, sem o ávido brilho da Alma que brota do amor! Grande parte da nossa arte moderna dá um testemunho lamentável da ausência desse fogo divino.

Trazido para a Personalidade, como emociona e encanta! Como ilumina um rosto humano! Como atrai! Como somos dolorosamente repelidos pela sua antítese e aborrecidos pela sua ausência! O rosto mais simples, com esse brilho interior que transparece nas suas feições, torna-se belo para nós. O rosto mais belo, de acordo com o padrão de contorno físico do mundo, torna-se repulsivo sem essa luz da Alma e nós nos afastamos dele com um estremecimento interior.

Essa bela luz da Alma não pode ser enganada, mas alguns dos seus efeitos podem ser simulados durante algum tempo. Alguns dos modernos ensinamentos de beleza podem permitir que se adquira um certo efeito do “metal que soa”. Pode tornar possível que alguém se torne um “sino que tine” muito melodioso, mas isso é tudo o que faz sem o belo amor espiritual por detrás dele — brilhando através dele.

É isso que esse amor faz por nós, no plano da nossa Personalidade. De fato, ele cria a Personalidade. Sem ele, não há encanto, não há poder de atração ou de agradar. Não há disfarce que tenha valor. A qualidade interior transparece através da máscara mais espessa. Não podemos simulá-la sem sermos detectados. Do amor emana algo, uma força que se faz conhecer e sentir. A imitação adquirida através da, assim chamada, cultura pode mostrar certos truques de vivacidade ou certas graças da sociedade, mas reconhecemos instintivamente a pose, a farsa, o fingimento. Conhecemos a diferença entre essa aparência de vida e o verdadeiro amor que anima, vivifica e inspira.

O amor de que falamos é Espírito-Vida, é Fogo. Ele transmuta todas as qualidades mais inferiores em ouro puro. É uma chama viva que irradia de um centro puro. Deve irradiar e deve irradiar para outras vidas. É esse o seu poder e a sua prerrogativa. Sentimos instantaneamente a sua presença. Alguns estão tão cheios dessa vibração, desse poder mágico, que sentimos quando nos aproximamos deles. Isso, queridos amigos e queridas amigas, é o que todos nós precisamos cultivar cada vez mais. Só isso fará com que o nosso centro de comunhão cresça e viva. Isso deve começar individualmente. Pode e deve manifestar-se coletivamente. Quando nós, como organização, pudermos expressar esse belo amor divino, não mais lamentaremos a falta de trabalhadores. Não precisaremos mais de propaganda ou tentativas de atrair as pessoas para nós. Elas não poderão se afastar de nós, se irradiarmos esse amor de Cristo.

Pelo teste dado na Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, analisemos este amor divino em manifestação. Vejamos como a nossa vida se ajusta a ele!

O Amor Não é Invejoso

Outro teste: o amor vê demasiado longe para invejar. Reconhece o estatuto real do “Eu pessoal”. Sabe que os “Eus separados” são uma ilusão e pertencem ao plano da ilusão. Sabe que, na realidade, todos partilhamos o mesmo “Eu” e todos bebemos da mesma Fonte espiritual de acordo com a nossa capacidade de receber. Em uma visão cósmica, sabe que a sua vida, em todas as suas expressões e correlações, pertence a mim tal como a minha lhe pertence. Nós, diferenciados por um tempo, somos apenas expressões de várias linhas da Vida Única — o Espírito Único. Suas capacidades, seus talentos, seus dons e graças, o encanto da sua Personalidade, a sua beleza e nobreza, tudo isso é meu e, na minha consciência ampla eu os abraço e amo. São uma parte da Vida Cósmica — uma expressão da Deidade e, assim, pertencem a mim e a você. Por outro lado, o que eu sou na fase atual de desenvolvimento é uma parte da Vida Única e universal e por isso pertence igualmente a você. Logo, não há lugar para a inveja e o Amor não inveja.

O Amor Não se Ufana

Porque vê o “Eu pessoal” como ele realmente é; conhece todas as falhas e fraquezas, todas as debilidades e loucuras desse “Eu” limitado e as reconhece como parte do animal que tem que treinar, transmutar e glorificar, unindo-o ao Divino. Por isso, não há lugar para o orgulho ou ufanismo tolo — para a autoglorificação. Tudo que nos pertence individualmente, que é do nosso “Eu pessoal”, é a nossa limitação, a nossa imperfeição. É o transitório, a parte temporária — aquilo que se desvanecerá com a morte, se não for fundido com o que realmente somos: Espírito. Não é algo de que nos devamos orgulhar, particularmente. Quanto mais a Personalidade absorve algo da verdadeira beleza e brilho interiores, menos ela se torna uma Personalidade distinta e separada. Tudo que revelamos desse carácter interior que enriquece a vida é apenas uma expressão mais plena da Divindade interior e pertence igualmente a todos; por isso, o amor não pode ser orgulhoso.

O Amor Não se Ensoberbece

Não se vangloria, porque vê o mundo com olhos de terna compaixão. Não encontra espaço para o orgulho próprio, porque o seu centro não é o “Eu pessoal”. Tendo desenvolvido algo de beleza ou de valor da vida universal, especializando-se em algumas graças espirituais, não vê razão para orgulho ou vanglória. Se o “Eu pessoal” e separado adquiriu algum encanto próprio, alguma beleza, virtude ou graça, o amor sabe que tudo isso deve ser extraído, absorvido pelo “Eu superior” e levado adiante para enriquecer a vida universal — tanto para um como para outro.

O Amor Não se Conduz Inconvenientemente

É indecoroso brincar com coisas sagradas, ter pensamentos impuros, manter uma sugestão impura na Mente ou transmitir essa sugestão a outra pessoa. Todas as insinuações secretas, os duplos sentidos, as piadas tolas que sugerem sensualidade, tudo aquilo que rebaixa a vida e arrasta a Alma para baixo é inconveniente e o Amor não pode permitir ou suportar isso. O amor é castidade, é pureza, é brilho, beleza, serenidade — mas energia radiante. Sendo puro, não pode se afiliar à impureza; mas queridos amigos e queridas amigas, aqui está uma verdade oculta que, às vezes, não conseguimos descobrir: o amor brilha e transmite sua própria pureza mística às manchas mais sombrias da Alma de outra pessoa. Pode, pelo seu poder absorvente, transformar a vida que toca. O amor nunca toma atitudes de superioridade. O amor não se afasta do pecador penitente com um sentimento de autogratificação por suas próprias virtudes. Não pode comportar-se de forma contrária à sua natureza interior, mas pode e deve se aproximar de outras vidas — mesmo aquelas que chamamos de degradadas, a fim de irradiar o seu poder que abençoa e ajuda. A energia radiante do amor destrói o mal.

O Amor Não Busca os Seus Interesses

Porque o Cristo-Amor não reivindica nada para si mesmo. Suas correntes divinas fluem através da vida, trazendo bênçãos para todas as outras vidas que toca. Procura não guardar, acumular ou reter para si mesmo. Quando isso acontece, deixa de ser amor — mistura-se com a liga do desejo. Desejo é a vontade de possuir algo para si ou para outro “eu” que amamos. Está tudo bem em um determinado estágio do nosso crescimento, porque precisamos do estímulo que ele transmite. Quando manifestado em suas fases mais elevadas, acelera, inspira e leva aos impulsos mais elevados. Refinado até à essência, manifesta-se no mais terno amor materno, amor que deseja apenas para o filho o seu amor. Este amor está muito próximo da fronteira do divino, mas ainda é humano e limitado, pois está misturado com a liga do “eu”. Somente quando amamos aquilo que não nos pertence em qualquer sentido especial — aquilo sobre o qual não temos direito e que nunca nos beneficiará de forma alguma — é que realmente amamos com o amor divino. O amor é a energia radiante que se derrama em todas as formas. Seu poder restritivo é a devoção altruísta. Não busca o que é seu, não busca qualquer bem ou ganho para si mesmo. Em algum ponto da escala, a energia emitida e representada pelo desejo pode ser direcionada para dentro e usada como força espiritual. Então ela se funde com o amor.

Existem inúmeros graus de amor, porém mantendo continuamente o ideal mais elevado no pensamento o estágio sublime do perfeito amor de Cristo pode ser alcançado. Quando essa chama pura brilhar dentro de nós, enviaremos um poder vivificante, um calor, uma energia radiante que todos sentirão no mais breve contato. Nós o vemos brilhar nos olhos e sentimos seu hálito perfumado de vez em quando em alguns raros momentos. É a bênção mais rica do mundo — este poder de amar — e é um poder porque não procura o que é seu. Nem sequer pede que seja devolvido. É como a luz do Sol espalhando bênçãos e inspirando vida: só porque é amor!

O Amor Não se Exaspera

Nunca se ofende, nunca se exaspera — mesmo quando a intenção é ofender. Todos os ataques de língua afiada, as calúnias venenosas, os significados desvirtuados que os insensíveis, os mal-intencionados, os invejosos e os cruéis lançam contra a Alma consagrada caem inofensivamente. Eles caem dessa forma porque o amor verdadeiro consagrado aos fins mais elevados e não pode parar no caminho para considerar o mal; ele não tem tempo de se sentir magoado nem inclinação para se sentir ofendido. Conhece a Lei de Deus: “que tudo se reverterá para o remetente do mal” e tem compaixão da Alma ignorante e tola que pratica esses crimes contra o amor. O amor não é facilmente provocado.

O Amor Não se Ressente do Mal

Porque a sua própria essência é pura. O Cristo-Amor não poderia pensar mal do outro, porque não há mal dentro dele. Quando falamos mal de outra pessoa, traímos a nós mesmos — a qualidade interior de nossas Almas. Podemos ser forçados a reconhecer o mal ou a falha no outro, mas instantaneamente direcionamos o fluxo de amor radiante sobre ele e nos esforçamos para transmutá-lo ou consumi-lo. Apenas criticar é totalmente mal e não tem lugar em uma organização como essa. Os puros de coração, e não apenas os exteriormente puros, nunca procuram o mal. Quando o encontram, eles ficam tristes com isso e tentam com sua própria força maior ajudar o coração em dificuldades do irmão ou irmã a superá-lo. Todos os pensamentos malignos que permitimos vagar em nossos cérebros vêm de um plano inferior onde todos os acréscimos imundos de eras se acumularam. A corrente passa por nós continuamente através dos Éteres; mas lembre-se de que só nos apropriamos daquilo com que temos afinidade. Portanto, a qualidade do nosso pensamento mostra a nossa natureza interior. Nós nos autocondenamos quando pensamos o mal de outra pessoa; quando pensamos o mal em nós mesmos, revelamos a qualidade interior de nossa natureza.

O Amor Não se Alegra com a Injustiça, mas se Regozija-se com a Verdade

Ele não poderia se alegrar com a injustiça, porque o seu propósito é o desenvolvimento, a expansão, a manifestação da unidade na diversidade e o seu ser é a harmonia, a vida. Alegrar-se com a injustiça seria alegrar-se com aquilo que perturba, desintegra, destrói! Ele se alegra com a verdade e busca continuamente. Ele conduz à verdade e é a própria verdade, quando manifesta sua expressão última e plena.

O Amor Tudo Sofre

Se imaginarmos, por um momento, que o amor pode andar à deriva por jardins de rosas, escapando das tempestades da vida e dos seus males, não conseguiremos perceber a sua verdadeira natureza. O amor tem que sofrer, quando está aprisionado na forma. A sua própria natureza — energia radiante que procura expressão no plano físico, no meio de todos os “tipos e condições de servidão” — necessita de dor e tristeza.

A própria natureza do amor encontra em um verdadeiro Centro da Fraternidade Rosacruz (onde há um Templo onde se oficia os Rituais, onde há um Departamento de Cura e onde há Reuniões de Estudos focados em estudar fielmente e tão somente os Ensinamentos Rosacruzes) um campo para essa expressão. As diferentes Personalidades dos Estudantes Rosacruzes daquele Centro — muitas vezes desarmoniosas e, infelizmente, por vezes discordantes ao ponto do antagonismo —, as diferentes opiniões e ideias deles, os preconceitos e desejos deles, as várias formas de vaidade e egoísmo deles, tudo isso fornece um campo rico para a plena frutificação do amor através da provação e da dor. O amor idealiza-se quando é exposto por meio da Personalidade e, quando se desilude, surge o sofrimento. Isso é exemplificado não apenas nos nossos amores individuais, mas no coletivo, em nossas uniões para: o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã, focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade, o estudo e a expressão, por exemplo.

Ora, se o amor pode suportar este processo de desilusão, então é amor. A imitação, que é apenas uma forma de desejo pessoal, desaparece e morre sob o estresse e a tensão da experiência. Por exemplo, somos atraídos pela Fraternidade Rosacruz. Formamos uma concepção ideal da mesma e realizamos suas atividades com um entusiasmo fulgurante. Mas nada do que encontra expressão física é ideal e, por isso, logo nos deparamos com a decepção! Na expressão das diferentes Personalidades, que ainda não estão totalmente dominadas por nós, o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, encontramos muita coisa que entra em conflito com os nossos ideais e, na repentina oposição de sentimentos que se segue, ficamos doentes do coração e somos levados a nos afastar. Mas aqui está a prova do amor. Se ele não pode resistir a um teste tão pequeno, como trilharemos o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz?

O amor sofre por muito tempo. Não há limite de tempo para ele. O amor pode produzir muitas eras ou vidas de provação e carga, porque nos tornamos vencedores quando suportamos todos os testes. Os portões do Templo se abrem apenas para aqueles que se tornaram fortes por meio do amor e do sofrimento. A verdadeira grandeza é demonstrada pelo domínio de todas as situações e o amor se prova pelo seu poder de suportar. O amor é bondoso.

Amigos e Amigas, há um mundo de significado nessa pequena palavra: bondade. É dito que ela siga o sofrimento como um efeito. O amor nunca retalia quando lhe é feita uma injúria. Nunca imagina que uma ofensa foi feita. Nunca é ingrato quando lhe é feita uma gentileza. Nunca é invejoso. Nunca diz coisas rancorosas e maldosas. É bondoso no sentido mais completo da palavra. Nós nos magoamos tanto uns com os outros, quando não amamos verdadeiramente. Mas esse amor que estamos considerando agora ministra de mil maneiras ternas e belas ao Amado, seja ele individual ou reunido em um corpo como a nossa Fraternidade Rosacruz. O amor, que é o ideal pelo qual nos esforçamos, é bondoso.

Podemos imaginar situações em que o “amor” pode ser orgulhoso no seu sofrimento. Ele pode se afastar em um distanciamento ofendido e recusar a ser bondoso. Mas isso, caros amigos e caras amigas, é o amor fictício! O verdadeiro amor sofre muito e é bondoso. Mais do que tudo, ele teme causar dor ao outro. Prefere sofrer a magoar o outro, mesmo que tenha sido gravemente prejudicado. Nunca se vinga quando recebe uma injúria. Nunca imagina que uma ofensa foi feita. Nunca é ingrato quando recebe uma gentileza. Nunca é invejoso. Nunca diz coisas rancorosas e maldosas. É bondoso no sentido mais completo da palavra. Nós nos magoamos muito quando não amamos verdadeiramente. Mas esse amor que estamos considerando agora trata o Amado de mil maneiras ternas e belas, seja ele individual ou coletivo como um corpo igual à nossa Fraternidade Rosacruz. O amor, que é o ideal pelo qual nos esforçamos, é bondoso.

O Amor Espera Todas as Coisas

A esperança brota de fato e perene no seio humano, quando este amor de que falamos a inspira. O desespero não consegue encontrar um lugar onde seu veneno nocivo possa se alojar, quando esta chama do Amor Divino arde continuamente. Nas cavernas mais sombrias da Terra nunca poderá apagar este fogo e a sua luz. Ele destrói os gases venenosos e a esperança brilha como um farol, pois ela está inclusa no amor.

O Amor Suporta Todas as Coisas

Pode carregar fardos pesados e nunca vacilar. Pode suportar os fardos dos outros e nunca hesitar. Sua força de Alma brilhante lhe confere muito poder.

Aprende através do sofrimento a suportar pacientemente. Permite que os corações humanos perseverem. É a inspiração da vida. Suporta o sofrimento com sua energia radiante que anima. Pode tornar a Alma grande e elevada, permitindo-lhe, como tão belamente foi expresso, “navegar com um vento favorável através de muitas tempestades e no meio das ondas desfrutar de uma bela calma”[1].

O Amor Nunca Falha

Quando deixamos de aprender algumas das nossas lições da vida, é porque ainda não conhecemos este amor na sua plenitude. Quando ficamos fracos e cedemos a alguma tentação sutil, é porque ainda não nos tornamos um canal para essa força extraordinária. Quando falhamos em algum dever, é porque as correntes de amor são desviadas e não atingem nossas almas com seu poder animador e vivificante. Quando nos desviamos e desanimamos diante das tarefas desesperadoras, é porque ainda não conhecemos esse amor de que falamos. Nunca poderemos falhar enquanto ele brilhar dentro de nós e irradiar, a partir de nós, correntes de força viva. É a própria vida e sem ela somos meras sombras ou autômatos mecânicos.

O Amor que o Estudante Rosacruz deve valorizar

De acordo com este padrão podemos ver que muito do nosso assim-chamado amor é desejo. Pode ser um desejo que foi refinado até sua essência, mas ainda assim é um desejo, em última análise.

Talvez aqui surja uma questão: se o desejo é movimento, como se diz, como pode o amor maior estar separado do desejo? Quando Deus, que é Amor, começa a Se manifestar, Ele não deseja expressão? Ele flui por todo o universo e Se manifesta através dessas inúmeras formas. O que faz com que Ele Se manifeste? Não é desejo? Mas há uma diferença fundamental entre o desejo que move o Amor Divino em Sua missão benéfica e aquele que leva nossos corações humanos a agirem. O amor de Deus circula pelo Universo como as correntes arteriais em nosso microcosmo, trazendo vida, energia vital e cura; além disso, ele reúne em seu retorno, através de outros canais, todos os acréscimos, impurezas e manchas da nossa Personalidade e os transmuta, purifica e envia de novo em forma de corrente de amor para abençoar e rejuvenescer.

Quando amamos com o Amor Divino, não desejamos para nós mesmos, mas para o outro. Quando desejamos para nós mesmos, poluímos a pura corrente do amor e a enviamos carregada de veneno. Há um trabalho muito bonito que alguns dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz fazem pela Humanidade — e do qual todos nós podemos participar, se quisermos. À meia-noite, eles reúnem todos os maus pensamentos e forças que foram enviados durante o dia e, através da alquimia divina do amor, transmutam em forças para o bem. Algum trabalho poderia ser mais bonito? Vejamos se algo neste trabalho precisa ser feito por nós.

Nós podemos nos transformar em canais de bênçãos para a Humanidade, usando a força do nosso pensamento para os fins mais puros e elevados. No nosso Ritual do Serviço Devocional do Templo, falamos em sermos usados como “canais conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores à serviço da Humanidade”. Também usamos o Amor como tema da nossa meditação. Este amor é o poder que devemos usar em nossa vida superior. Nós o pervertemos em nosso desenvolvimento passado. Nós o usamos para atrair coisas para nós mesmos. Muitos dos nossos cultos e das nossas sociedades religiosas fazem isso agora em um grau alarmante. Podemos pensar em bens materiais ou tesouros emocionais, desejos e vontades do coração. Ele pode ser usado para atrair amor humano ou graças espirituais para nós. Seja o que for que procuremos ou desejemos para enriquecer nosso “Eu pessoal” de alguma forma, é uma perversão da força que chamamos de amor. Em um estágio do nosso avanço, isso se torna mau, se houver excesso.

Precisamente aqui, eu gostaria de falar sobre uma tendência entre as “escolas de pensamento superior” de ignorar o chamado amor humano (o amor filia) ou de refiná-lo até que mal seja uma essência. Para muitos ainda é difícil traçar uma linha entre o amor filia e o amor ágape. Quantos de nós, ao iniciar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, ficamos extremamente intrigados ao saber até que ponto podemos manter, guardar ou valorizar os nossos amores humanos? De alguma forma, talvez lendo superficialmente essas linhas, adquirimos a noção de que todo amor entre homem e mulher ou pais e filhos pertença a um plano inferior e deva ser renunciado. Na verdade, ele deve ser transcendido em algum estágio futuro, mas deve ser mantido e valorizado até que tenha servido ao seu propósito mais completo. O ponto de vista faz toda a diferença. Se o mantivermos para fins egoístas, ele se tornará um erro. Se o nosso amor se estende para abençoar o outro coração; se a alegria que sentimos em ser amados tem o seu centro no ser amado, então ele está de acordo com a Lei de Deus. E algum dia, amando assim, nossa consciência será estendida para abranger toda a Humanidade. Então conheceremos o verdadeiro significado e valor do amor, o amor ágape.

A razão pela qual o Estudante Rosacruz aprende que deva valorizar apenas o amor ágape é porque grande parte do nosso amor filia está misturado com o desejo egoísta. No entanto, até mesmo esse desejo tem a sua parte no grande plano cósmico; ele é a força dinâmica que nos faz agir. Marte representa a energia dinâmica e rege a natureza de desejo. Essa força, às vezes, atua de maneira muito sutil, quando misturada com os acréscimos da nossa Personalidade. Trabalhando através do raio de Marte, ele deseja e envia energia para cá e para lá, sem propósito, razão ou método. Mas Mercúrio, o símbolo da razão, está agora intervindo para ensinar como essa força de desejo deve ser usada. Então o raio de Vênus entra e nos inspira com um amor mais puro e impulsos mais nobres. Ele reúne e prende com um cinto de ouro os corações que toca. Além disso, acelera com sua radiante energia as almas que unifica. O raio de Vênus, na melhor das hipóteses, não busca o que é seu. Ele olha com seu lindo e terno amor para a outra Alma e abençoa com seu poder conquistador. Ele atrai para si todas as forças em conflito e as harmoniza, une e mantém. É o raio de Vênus que nos dá os amores humanos (que é o amor filia) que são ideais, a nossa rica música emocional, a vida artística, os interesses e laços pessoais, o encanto de Personalidades fascinantes que conquistam e atraem todos para si. É uma influência muito bonita e bastante benéfica. Ela mantém as vidas humanas unidas por um vínculo poderoso: ela dá vida, cor e charme.

A existência pareceria muito vazia e monótona sem o raio de Vênus. Não deve ser sufocado ou descartado, mas, isto sim, tomado e usado como um grande propulsor para o nosso progresso ascendente. O poder de amar e de atrair amor é um dom elevado, deve ser valorizado como tal e usados para os fins mais nobres. Mas o raio de Vênus, por mais bonito que seja, não é tudo; ele também serve a um propósito e deve desaparecer. Existe um Poder maior, uma Força superior que está entrando em nossa evolução. Foi Isso que começou a tocar a Humanidade entre as colinas da Judéia, quando o Mestre dos mestres as pisou com Seus pés sagrados. Isso nós chamamos de raio de Urano. É ele que os mais avançados da Humanidade estão começando a enfrentar agora. Esse Amor combina as influências de Marte e Vênus. É o amor ágape! É, ao mesmo tempo, extrovertido e introvertido. Possui toda a doçura e encanto, toda a beleza e harmonia do raio de Vênus. Possui toda a energia dinâmica e força do raio de Marte. É Espírito, fogo, vida, luz. É tudo que o amor expressa — é amor ágape. É a Divindade interior em manifestação. É o Deus-Amor.

O “Eu pessoal” não é o centro desse amor. Ele flui e transmuta tudo dentro do “Eu pessoal” em propósitos mais elevados, em ideais mais puros. Ele forma os nossos ideais e se eleva das terras baixas e dos vales da vida até às alturas onde a nossa visão pode abranger horizontes distantes.

Vemos, então, o significado e o propósito do amor. Sabemos que é uma parte da Chama universal e de forma alguma deve ser confinada dentro de formas — limitada, condicionada, restringida. Quando esse amor ágape nos possui, vemos todos como um e reconhecemos a Divina Essência oculta em cada um de nós. Afinal, nossas Personalidades são meras máscaras e quando adoramos a Personalidade, adoramos uma mera aparência — uma quimera que serve a um propósito temporário, mas que se dissolverá como a névoa diante do Sol na luz maior para a qual iremos. Tudo o que é belo e verdadeiro, tudo que é valioso em nossa Personalidade brilhará com uma juventude imortal e resplandecerá no grande Deus-Luz. Tudo o que é belo, doce e puro na máscara que usamos em cada vida terrena perdurará, pois faz parte do Deus interior. Aquilo que está ligado ao animal perecerá ou se dissolverá. Na verdade, nada perece, mas certas manifestações se desintegram e retornam a suas partes componentes. Só continua aquilo que é mantido unido pela Vida – o que tem coerência e unidade. A vida é Deus e Deus é Amor. Portanto, o Amor é o poder, a força que vence a morte e que incorpora na Alma a vida imortal. Este Amor de Cristo é como a radioatividade e flui do seu centro brilhante no Espírito, abençoando todos na periferia do seu Poder mágico.

Vamos aplicar o teste a nós mesmos como Fraternidade Rosacruz – o teste do raio de Urano (o amor ágape). Nós amamos? Estamos interessados apenas no grande trabalho a ser realizado para elevar, ajudar e ensinar a Humanidade? Deixamos de lado nossos próprios sentimentos e interesses individuais em prol de uma vida maior, de um motivo mais elevado, da vida de serviço? Estamos consagrados à vida superior, ao Ideal de Cristo? Ou magnificamos nossas Personalidades, adorando cegamente em algum santuário de grandeza imaginária ou criticando de forma ignóbil os nossos irmãos e as nossas irmãs? Permitimos que nossas pequenas animosidades e preconceitos pessoais nos levem a retardar o trabalho que nos comprometemos a fazer? Temos inveja do mérito superior e procuramos menosprezar ou destruir a influência daqueles que podem ter captado uma visão da verdade mais clara do que a nossa? Em outras palavras, estamos vivendo de acordo com a definição de amor do Cristo, o amor ágape? Esse amor é a Chama pura que acende todas as nossas pequenas lâmpadas. Somos parte da Chama, parte da corrente que dá luz; mas muitas vezes nos fechamos em nosso pequeno mundo e pensamos que a luz que possuímos pertence exclusivamente a nós mesmos. Não consideramos os outros “Eus”. Ligamos nossa corrente e fechamos nossas cortinas, imaginando que estejamos isolados do mundo. Mas lá embaixo, na rua, há um poderoso arco de luz e por trás dele há uma corrente que atravessa os outros onde existem forças poderosas. No entanto, não se origina aí. Ainda mais atrás — mais profundamente onde a paixão cessa e as forças elementais nascem — a corrente começa e termina. Seu circuito está completo em Deus.

Queridos amigos e queridas amigas, as nossas pequenas Personalidades deveriam encolher e desaparecer no nada diante dessa Grande Luz. Não deveríamos ser meros colecionadores ocupando o cargo mercurial, mas forças, poderes, um centro muito radiante que difunde a nossa luz para todos ao nosso redor. Expressaríamos assim a oitava superior de Mercúrio que é Netuno e a oitava superior de Vênus, que é Urano Isso é o que deveríamos fazer, queridos amigos e queridas amigas, no nosso atual estágio de avanço. Se evoluímos o bastante no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz para nos unirmos aqui como um Centro da Fraternidade Rosacruz ao longo dessas linhas mais elevadas, certamente deveríamos ser capazes de deixar de lado o nosso amor-próprio, a nossa vaidade mesquinha, a nossa presunção, a nossa sensibilidade mórbida, nossas calúnias e críticas indelicadas — tudo que, na verdade, é falso, feio e discordante. Deveríamos ser capazes de nos unir no único objetivo da vida superior: o serviço à Humanidade, que é serviço a Deus. Que diferença faz se a Essência Divina se expressa como você ou eu? A forma específica através da qual funciona realmente não importa. É a Essência interior que nós servimos.

Se irradiamos amor, pouco importa o que mais nos falta. Se não expressarmos em nosso coração e em nossa vida a prova que Cristo nos deu, pouco importa quais outras qualificações tenhamos. Riqueza, cultura, mentalidade brilhante, realizações intelectuais — tudo aquilo a que o mundo se curva em homenagem servil — é nada sem amor.

“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos Anjos, se não tiver amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine”. “E ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e todo ciência; e ainda que eu tenha tamanha fé a ponto de remover montanhas, se não tiver amor, nada serei”. “E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”.

Portanto, queridos amigos e queridas irmãs, o amor é Deus e sem Ele nós somos meras conchas, unidades isoladas e sem vida, sem propósito, átomos à deriva no mar cósmico. Mas com esse amor preenchendo todo o nosso ser e brilhando através de nós, nós nos tornamos forças poderosas trabalhando com a vida cósmica.

FIM


[1] N.T.: Trecho do Livro St. Elmo de Augusta Jane Evans (1835-1909), escritora estadunidense.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Sou um Estudante Rosacruz. Qual o curso que deverei seguir inicialmente e como poderei concomitantemente ajudar ao próximo e difundir os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz?

Resposta: O Aspirante ao caminho espiritual deverá, primeiramente, fazer um inventário de si mesmo, relacionando os seus “débitos” e “créditos”, isto é, reconhecer e analisar os defeitos que possui, no sentido de gradativamente poder sublimá-los, e racionalmente procurar fortalecer as virtudes de que é possuidor. Desde que a sua habilidade para servir seja determinada pela sua espiritualidade e respectivas aptidões para executar certos tipos de trabalho, é mister então levar avante um regime de automelhoramento, bem como procurar, mediante a prática, tornar-se um perito no serviço que deseja realizar. Autopurificação é o primeiro passo no caminho. Isso compreende purificação ou limpeza dos veículos utilizados pelo Ego para a sua expressão. Asseio, ar fresco, alimentação pura e exercícios adequados são meios necessários para manter o Corpo Denso em boas condições (pois será por meio desse Corpo que você praticará o serviço amoroso e desinteressado, portanto o mais anônimo possível, ao seu irmão e a sua irmã que está próximo de você, sempre esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta em cada um de nós, pois essa é a base da Fraternidade). Similarmente, para mantermos o nosso Corpo de Desejos e a nossa Mente em condições ideais, nossos sentimentos, desejos e nossas emoções e nossos pensamentos deverão também ser portadores das mesmas características (desejos, sentimentos e emoções criados a partir de materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo; e os que forem criados a partir de materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo devo me esforçar para sublimá-los promovendo o seu oposto nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo). Exemplos: cultivar um espírito de bondade, sentimentos de alegria, humildade, paciência, calma, tolerância e disposição sempre em servir. Um período regular de oração diária serve como meio de purificação das emoçõese e dos desejos e os Exercícios Esotéricos noturno de Retrospecção e matutino de Concentração são indispensáveis e a parte mais importante a se praticar (como se deve e não como se pensa que é) especificamente com o propósito de desenvolvimento da alma.

Cada Estudante Rosacruz deverá compreender perfeitamente que o conjunto que designamos sob o nome de Fraternidade Rosacruz implica  união de todos aqueles que estão integrados ao movimento. Cada pensamento, desejo, emoção, sentimento, palavra, obra, ação e ato reflete sobre o todo. Cada vez que sentimentos e desejos de amor Crístico e compaixão são estimulados, intensificam a vibração do todo, seja executado na aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. Toda expressão de qualquer sentimento contrário à harmonia refletirá negativamente sobre o conjunto da Fraternidade Rosacruz. A todo momento estamos auxiliando ou dificultando o trabalho dos Irmãos Maiores e todas as Hierarquias Criadoras que nos ajudam.

Os Estudantes da Fraternidade Rosacruzes são como uma cidade situada no cimo de uma colina, cujas luzes não poderão estar ocultas. A tarefa deles é de se harmonizarem de maneira que emitam apenas uma nota verdadeira.

Quando ocorrer o contrário, isto é, quando agirem de maneira dissonante em relação a tudo aquilo que representa o lado espiritual das coisas, algo de indesejável se constatará dentro da Fraternidade Rosacruz. Então, cada um deverá indagar a si mesmo o que fez para criar tal situação indesejável. Cada um, diante da barra do tribunal da consciência deverá se acusar, porque ninguém está livre de transgredir as Leis de Deus.

Quando uma pessoa renuncia ao “modus vivendi” mundano, e resolve trilhar o caminho que conduz para o alto, todos os olhos se dirigem para ela. Os Anjos se regozijam e o auxiliam, ao passo que as forças do mal lhe armam ciladas na esperança de contemplar sua queda. Muitas vezes tropeçará e por certo também cairá, porém, cada vez que reiniciar a jornada, estará ajudando o conjunto total da Fraternidade Rosacruz. Portanto, cada um deve se esforçar, jamais esmorecendo ante os obstáculos que surgirem, procurando seguir, tão identicamente como possa, a vida de Cristo-Jesus.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Você pode nos contar algo sobre Christian Rosenkreuz, sua pessoa, habitação, ambiente ou em que parte do mundo ele se encontra? Dizem que ele está na costa oeste. Por favor, diga-me se é permitido saber.

Resposta: Não, não é permitido. O paradeiro e os movimentos do augusto líder da Ordem Rosacruz são sempre envoltos em mistério. Se você leu sobre a Iniciação Rosacruz, como está explicado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, você se lembrará de que ele nem aparece em Corpo nos serviços do Templo da Ordem Rosacruz, até onde os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas são capazes de perceber, pois, embora o Templo da Ordem Rosacruz seja construído de Éter e os doze Irmãos Maiores, juntamente com os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas, funcionem em seus Corpos-Alma durante os serviços do Templo da Ordem Rosacruz, a maioria dentre nós é capaz de ver um Corpo formado até mesmo por uma substância tão tênue quanto a matéria mental. Portanto, é evidente que a presença do líder da Ordem Rosacruz é totalmente espiritual, e é dito que ele se manifesta exclusivamente aos doze Irmãos Maiores que, como ele, são capazes de funcionar nos veículos superiores deles.

No entanto, como também foi explicado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, o líder da nossa augusta Ordem Rosacruz está sempre ativo no que se refere aos assuntos do mundo, trabalhando com os governos das nações do mundo ocidental, dirigindo-os pelo caminho apropriado a sua evolução. Para esse fim, ele aparece fisicamente, pelo menos uma certa parte do tempo e, se a memória não me falha, uma Irmã Leiga se aventurou a fazer uma pergunta sobre esse assunto a um dos Irmãos Maiores, logo após a deflagração da guerra[1]. Todos nós presentes ficamos com a respiração suspensa, admirados diante da indiscrição dela. Ela queria saber se Christian Rosenkreuz estava no trono de uma das nações em guerra. O Irmão Maior pareceu muito surpreso com a pergunta, mas disse a ela que tais assuntos não poderiam ser discutidos, pois o menor indício da identidade dele poderia destruir a própria atuação dele. Todavia, ele respondeu à pergunta dizendo que Christian Rosenkreuz não seria encontrado no trono de nenhuma nação e, ao mesmo tempo, insinuou que ele era o poder por detrás do trono. No entanto, não deu nenhum indício que pudesse apontar numa direção particular. É claro que fomos deixados livres para nos entregarmos às nossas próprias especulações, e o autor pensou na Rússia, onde um monge misterioso parecia exercer uma influência estranha que se iniciara por volta do final de 1905, quando Saturno e Marte estavam em Conjunção no Signo de Aquário, que rege a Rússia. Desde aquela época, em que houve grandes tumultos, esse monge obteve uma estranha influência no Império. Nunca falamos sobre isso a ninguém antes, mas agora que soubemos, por meio de um jornal, que a carreira dele terminou, provavelmente não prejudicará ninguém se a nossa conjectura estiver correta. Nesse caso, predizemos que devemos aguardar acontecimentos posteriores e que ouviremos falar novamente no monge de Tomsk. Se estivermos enganados, a especulação não prejudicará ninguém, e nós a daremos e a notícia no jornal apenas somente o que for importante divulgar.

Esse monge foi difamado ao extremo e acusado de todos os crimes registrados, fatos que tornam difícil acreditar que ele era realmente o nosso santo Irmão C.R.C., mas, se refletirmos um pouco, logo perceberemos que uma má reputação pode ser imputada até mesmo ao ser mais espiritual. Cristo Jesus não foi chamado de beberrão (Mt 11:19)? Não se disse d’Ele: “Ele está possuído pelo demônio e está louco.” (Jo 10:20). E Ele não foi crucificado como um criminoso? Não é de surpreender que o monge de Tomsk fosse acusado de ser beberrão e dissoluto? Por que estranhar que ele tenha sido assassinado pela suposta razão de estar influenciando o Czar para que concluísse a paz em separado com a Alemanha?

Há milhões de pessoas na Rússia que o veneram como santo. Ele era o amigo dos pobres. Há outros que procuram taxá-lo de bajulador, hipócrita e impostor, mas uma coisa é absolutamente certa, ele era um homem dotado de um poder extraordinário, pois, de outra forma, não o temeriam.

A citação seguinte, publicada em um jornal enviado por um correspondente, é um dos vários relatos que apareceram em diversos lugares: “um reinado incrível acaba de terminar em Petrogrado. Foi o reinado de um monge. Um simples camponês, Grigori Rasputin, apareceu na capital da Rússia há alguns anos. Veio da Rússia Oriental – a Rússia que penetra na Ásia e compartilha de seu misticismo. Esse monge trilhou o caminho da vitória até alcançar o poder. Jamais saberemos quão grande foi esse poder sobre as vidas de 180.000.000 de pessoas”.

“Sabe-se, contudo, que Grigori Rasputin – agora o chamam de “São Grigori” – enviava ordens explícitas aos ministros, e essas ordens eram obedecidas. Sabe-se que suas recepções no palácio, outrora ocupado pelo Grão-Duque Alexis, eram frequentadas pela nobreza da Rússia – damas de alta linhagem do palácio, por generais em uniformes cintilantes, todos que ocupavam cargos elevados e todos os poderosos do império. Os mais pobres também compareciam com súplicas e petições, que eram atendidas, mediante ordem rubricada de Rasputin e endereçada aos chefes do governo”.

“Diz, também, que esse santo oriundo da Ásia exerceu um misterioso poder sobre a consciência do Czar; que a Czarina curvava sua cabeça imperial diante dos seus decretos; que governantes eram elevados ao céu ou rebaixados ao pó por uma simples palavra sua”.

“E a estranha história desse monge, que trouxe consigo as trevas da Idade Média, não está baseada em boatos. Desde 1912, os representantes do povo russo têm lutado para libertar a Rússia da influência desse Richelieu que mal sabia ler e escrever”.

“O Duma[2] denunciou, repetidamente, as ‘forças obscuras’ que dominavam o palácio. Entretanto, tão poderoso era esse exaltado camponês de Tomsk que ele pôde desafiar os votos unânimes do Duma, exigindo a sua exclusão da vida da Rússia. Tão fortemente ele estava entrincheirado no trono dos poderosos, que pôde emitir um decreto ordenando à imprensa russa que parasse com seus protestos – e pôde impor seu comando”.

“Não há paralelo ao sombrio domínio deste monge, exceto na Idade Média ou na ‘Cidade Proibida’ de Pequim. Na Cidade Proibida, a fortaleza cercada de muralhas dos Manchus, uma concubina viúva, em nossa época, se tornou imperatriz, reinando sobre 400.000.000 de pessoas chinesas. Seu domínio era absoluto. A vaga figura do imperador, nominalmente reinante, foi suplantada pelo poder real da imperatriz-viúva. Tzu-Hsi[3], com o seu rosto de porcelana e seus deslumbrantes trajes, pronunciava as palavras que iriam determinar a vida ou a morte de cortesãos, governadores e vice-reis”.

“O que ocorria por detrás dos muros da Cidade Proibida, ninguém sabia. Uma ou duas mulheres europeias foram admitidas nesse domínio de escravos e eunucos. O relato delas foi extremamente interessante. Essas descrições permitiram vislumbrar um mundo em que os europeus acreditavam ter desaparecido para sempre com o advento da pólvora, das ferrovias e do telégrafo. Mas o mecanismo que movia esse governo de mulheres e escravos permaneceu um mistério. O poder que controlava a vida de 400.000.000 de pessoas permaneceu uma sombra”.

“A história de Rasputin é mais surpreendente do que a história da imperatriz-viúva Tzu-Hsi. O santo homem de Tomsk não dominava um harém oriental estereotipado cercado por elevados muros de tijolos e tradição, mas uma das cortes mais brilhantes da Europa que está presenciando fatos tão trágicos. O império que Rasputin fez estremecer, com suas estranhas pretensões a uma missão divina e poder divino é um dos fatores determinantes de um período decisivo na história da civilização. O seu anacronismo pode muito bem ser considerado incrível”.

“E ainda assim, sem dúvida, esse homem desempenhou, ou tentou desempenhar, um papel dominante, não apenas na Rússia, mas na Europa. Toda a Rússia acredita que há oito anos atrás Rasputin, graças aos seus poderes misteriosos, evitou a deflagração da guerra entre a Rússia e a Áustria-Hungria, no momento em que a questão da Bósnia-Herzegovina atiçou as chamas do ódio e da suspeita ao nível internacional”.

“Na atual crise, em meio ao ambiente solene do Parlamento russo, Rasputin foi acusado de planejar a venda de seu país ao inimigo, por meio da tentativa de uma paz em separado sob condições humilhantes entre a Rússia e os Poderes Centrais. O crime que pôs fim ao seu domínio místico absoluto sobre a Mente e a consciência imperiais foi saudado no Duma e pela imprensa russa como um ato de libertação nacional”.

(Pergunta 157 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas vol. II, de Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)


[1] N.R.: Refere-se à Primeira Guerra Mundial, 1914-1918

[2] N.T.: Assembleia Nacional Russa

[3] N.T.: ou Tseu-Hi (1835-1908), também conhecida como Imperatriz Viúva Cixi ou Imperatriz Viúva Tzu-hsi, foi uma poderosa e carismática mulher que de fato, embora não oficialmente, governou a China da Dinastia Qing durante 47 anos, de 1861 até à sua morte em 1908. Ela era uma das concubinas de status inferior do Imperador Xianfeng quando, em 1856, deu à luz aquele que viria a ser seu único filho, Imperador Tongzhi. Quando o garoto tinha seis anos de idade o pai morreu e ele tornou-se Imperador, mas poucos meses depois um golpe de estado levou Cixi a assumir o poder de fato. Seu governo a princípio tentou combater a corrupção endêmica no país, mas foi marcado pela ocorrência de grandes levantes populares, que devastaram províncias tanto do norte como do sul e foram sufocados com grande brutalidade.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Auxiliares Invisíveis Conscientes: cidadãos de dois Mundos

Há uma classe de sensitivos com caracteres fortes positivos por seu poder interno, de acordo com os ditados de sua própria vontade. Esses caracteres podem ser treinados para se converter em Clarividentes voluntários e serem seus próprios senhores em lugar de serem escravos de um Espírito desencarnado (de um irmão ou de uma irmã que morreu e não entrou no Purgatório, ou seja: um “Espírito apegado à Terra”, vivendo nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo por meio do seu Corpo de Desejos).

Em alguns sensitivos é possível extrair parte do Éter que forma o Corpo Vital. Quando um Espírito desencarnado obtém acesso a um sujeito de tal natureza, desenvolve esse sensitivo como um Clarividente involuntário, chamado de “médium materializante”.

O ser humano que é capaz de extrair os dois Éteres superiores do seu Corpo Vital por um ato volitivo se converte em um cidadão de dois Mundos, consciente, independente e livre. São conhecidos, geralmente, como Auxiliares Invisíveis Conscientes. Por meio dos Exercícios Esotéricos fornecidos pela Escola dos Ensinamentos Ocidentais, a Fraternidade Rosacruz, pode-se lograr, com o tempo, separar os dois Éteres Superiores do dois Éteres inferiores do Corpo Vital – que chamamos de Corpo-Alma –, então, pode sair de seu Corpo Denso, o físico, deixando-o abandonado momentaneamente, rodeado e vitalizado somente pelos dois Éteres Inferiores do seu Corpo Vital. Com esse Corpo-Alma ele pode sair levando o seu Corpo de Desejos e a sua Mente para quaisquer distâncias, mantendo-se ligado ao Corpo Denso por meio do Cordão Prateado.

Os Auxiliares Invisíveis são seres humanos que chegaram a um grau de evolução tal, que, ao mesmo tempo que observam durante o dia, em seu Corpo Denso, uma vida consagrada ao serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade, têm merecido o privilégio de ser, durante a noite, os colaboradores assíduos dos Irmãos Maiores. Os Auxiliares Invisíveis podem dirigir correntes de força vital solar para fins de cura para os irmãos e as irmãs doentes e, também, podem materializar mãos para manipular a parte enferma do Corpo Vital desses irmãos e dessas irmãs. Todos eles trabalham sob a direção dos Irmãos Maiores, que são os geradores da Panaceia Espiritual Curativa.

Contudo, para se converter em um Auxiliar Invisível é necessário, primeiramente, ser um Auxiliar Visível, ou seja, levar uma vida durante o dia voltada: a ajudar os nossos irmãos e as nossas irmãs; a fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes; a oficiar diariamente os Rituais dos Serviços Devocionais; a trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz e, importantíssimo voltada a prática do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão ao seu lado, focando na divina essência oculta que há dentro de nós – e que é a base da Fraternidade.

(Publicado no O Encontro Rosacruz – Fraternidade Rosacruz de Santo André – SP – abril/1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Irmãos Maiores e o que devemos fazer para sermos colaboradores conscientes na obra d’Eles à serviço da Humanidade

A Ordem Rosacruz consiste de doze Irmãos Maiores em torno de Christian Rosenkreuz e um desses Irmãos está especificamente ligado à Fraternidade Rosacruz, porque ela é uma Escola Preparatória para a Ordem Rosacruz, nos planos internos, especificamente, na Região Etérica do Mundo Físico.

É por isso que o Irmão Maior promove o desenvolvimento de “uma Mente Sã, um Coração Nobre e um Corpo São”, bem como um completo Treinamento Esotérico (ou Educação Esotérica) diário e o desenvolvimento de um Traje Dourado de Bodas, um Dourado Manto de Bodas, uma Vestimenta Dourada para o Casamento Místico entre o “Eu superior” e o “eu inferior”, o Soma psuchicon, que são os nomes para designar o Corpo-Alma, que é necessário à transição para uma vida consciente nos Mundos invisíveis. Por analogia, imaginem o Corpo-Alma como o “traje espacial do astronauta”. O seu corpo é utilizado para viajar em um campo diferente, um mar invisível de energia que nos rodeia, mas do qual temos pouca, ou até nenhuma, percepção.

Depois da Época Lemúrica (a terceira das sete Épocas do Período Terrestre), na Época Atlante (a quarta), quando a atmosfera tinha muita névoa e nós respirávamos com alguns órgãos que se assemelhavam às guelras como dos peixes, nós precisávamos construir os pulmões para nos preparar para a Época Ária (a atual, a quinta). A água da atmosfera, por meio de inundações, foi transformada em oceanos e assim começamos a respirar o ar fresco da nova atmosfera seca. As inundações ocorreram em série; não houve apenas uma inundação, mas um grande número delas durante um período de tempo excecionalmente longo. O último dilúvio ocorreu aproximadamente há de 10.000 anos, quando o Sol atravessava, por Precessão dos Equinócios, o Signo de Câncer.

Assim, os seres humanos que conseguiram construir os pulmões para respirar na nova atmosfera da Época Ária foram os pioneiros dessa Época. Eles se reuniam e subiam para as terras altas, acima das brumas e da água, e já tinham desenvolvido pulmões e podiam respirar o ar rarefeito. Mas os seres humanos que viviam nas terras baixas ainda estavam na atmosfera aquosa e tinham que aprender a construir pulmões, porque ainda respiravam por meio daqueles órgãos semelhantes às guelras. Quando as várias séries de cheias se tornaram pouco frequentes, aqueles que não tinham pulmões não conseguiram sobreviver e ficaram atrasados, conseguindo construir os pulmões muito tempo depois. Atualmente, ainda temos 85% de água nos nossos Corpos Densos, mas quando entrarmos na Era de Aquário, daqui a uns 500 anos, aproximadamente, a água vai evaporar e será substituída por Éteres. Aqueles que não treinaram seus Corpos Vitais não serão capazes de sobreviver na atmosfera etérica mais elevada da Era de Aquário. Portanto, é importante que desenvolvamos nossos Corpos-Alma agora!

Os Irmãos Maiores fornecem Treinamento Esotérico (ou Educação Esotérica) para cada geração de Aspirantes à vida superior que já compreenderam a necessidade urgente de desenvolver, treinar e funcionar consciente em um Corpo-Alma. Os Irmãos Maiores trabalham muito para superar os efeitos destrutivos do materialismo, da nacionalidade, do racismo, da ganância, do poder mundano, da fama mundana, do foco somente nas coisas materiais, do egoísmo e do pensamento negativo. Todas as noites, à meia-noite, eles realizam um serviço no Templo da Ordem Rosacruz que fica na Região Etérica do Mundo Físico. Atraem todo o tipo de energia negativa para transmutar em amor puro, benevolência, altruísmo, positivismo e elevada aspiração espiritual, que depois enviam de volta ao mundo para elevar e encorajar todo tipo de bem. Se não fossem as suas poderosas vibrações espirituais, as forças do materialismo já teriam esmagado os esforços espirituais.

Por isso é imperativo que nós, Estudantes Rosacruzes e Aspirantes à vida superior, os ajudemos, aprendendo a fazer este trabalho, ou seja, praticando no nosso dia-a-dia os Ensinamentos Rosacruzes que eles disponibilizaram para quem quiser. Por isso, sempre que notarmos um pensamento negativo em nós, temos que parar e pensar sobre isso. Precisamos fazer uma retrospectiva e ver como podemos agir de maneira diferente, dando ênfase ao que é mais construtivo. Quando nos deparamos com situações em que as pessoas nos causam mal e começamos a nutrir ressentimentos e sentimentos negativos, temos que olhar para isso também, porque, de qualquer forma, isso nos deixa doentes ou enfermos. Não só destrói os nossos Éteres, como também queima a nossa energia interior; por isso é importante aprender a perdoar, aprender a praticar os princípios de Cristo, porque todos esses são princípios alquímicos que transformam as energias internas e externas. Tudo que fazemos tem efeito. Se temos um pensamento, ele afeta nossas funções internas e, também, o nosso ambiente. Afeta a nossa aura, claro, mas também o solo e as energias à nossa volta; além disso, afeta as outras pessoas.

O mesmo acontece com os nossos sentimentos. Se temos sentimentos negativos em relação a coisas com as quais temos dificuldade em lidar emocionalmente, temos que nos concentrar nelas para tentar encontrar uma solução, uma forma de transmutar esses sentimentos negativos em algo mais construtivo. É o trabalho da alquimia, um processo consciente que exige certa dose de esforço.

Isso também é válido para nossas intenções, os nossos motivos. Quais são os nossos motivos? São universais? Estamos tentando fazer algo de bom para o todo? Ou apenas nos limitando a nós próprios, querendo unicamente nos ajudar? Se for esse o caso, temos que analisar a nossa conduta, porque estamos todos no mesmo barco — aqui, neste Planeta – e tudo que fazemos afeta todos os outros.

Se começarmos a gerar pensamentos positivos, emoções, sentimentos e desejos positivos, intenções positivas e, consequentemente, gerarmos ações e obras positivas, mudaremos o nosso Planeta e vamos torná-lo um mundo melhor para todos. Não só precisamos nos esforçar para praticar essa filosofia positiva, mas também temos que ensiná-la ao mundo.

Ao contrário de muitos que vemos por aí, nós da Fraternidade Rosacruz não fazemos proselitismo. Tudo que fazemos e temos que fazer é ser um exemplo daquilo em que acreditamos. Quando mostramos, pelas nossas próprias obras, os princípios da nossa Filosofia Rosacruz, estamos de fato ensinando. Devemos ser os exemplos vivos daquilo em que acreditamos. Devemos educar o mundo sobre como viver a vida, um modo de vida positivo que a ninguém prejudica, que respeita toda forma de vida, que nutre o nosso Planeta, que protege os nossos recursos e que ama e respeita os nossos irmãos e as nossas irmãs. Quando digo irmãos e irmãs, não me refiro apenas aos irmãos e às irmãs humanos. Eu me refiro também aos nossos irmãos menores, os animais, ao nosso respeito pelo Reino de Vida vegetal e pela própria crosta e atmosfera da Terra, o Reino de Vida mineral. Temos que pôr em prática o princípio cósmico do amor e da compaixão universais que Cristo nos deu há mais de dois mil anos. À medida que a Era de Aquário desponta na Terra, uma Era Dourada de vida consciente e luz espiritual, aboliremos todas as guerras e eliminaremos as doenças enfermidades. As pessoas de boa vontade partilharão o amor e a paz duradoura.

É nossa responsabilidade cuidar do Planeta e dos seus habitantes; somos os guardiões dos nossos irmãos e das nossas irmãs. Devemos praticar o amor tal como ensinado por Cristo Jesus, de fato e em verdade, e não apenas em palavras: devemos lutar pela Fraternidade Universal.

(de uma exposição na Pró-Ecclesia em novembro/2009 – The Rosicrucian Fellowship e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP- Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Nossa Dívida com a Humanidade

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz afirma-se que no momento da crucificação o grande Espírito Solar, Cristo, entrou no Planeta Terra, difundindo Seu Corpo de Desejos por todo o Mundo do Desejo, purificando e limpando esse Mundo do Desejo, assim, em grande medida; dessa maneira Ele passou a nos fornecer material mais puro e melhor para construir nossos veículos superiores, nos ajudando nesse Esquema de Evolução.

Desde então, como Espírito Planetário da Terra, Ele tem trabalhado constantemente para purificar e elevar o nosso Planeta, acelerando gradualmente suas vibrações e o preparando para o dia em que esse mesmo Planeta Terra se tornará etérico. “Mas sobre aquele dia e hora ninguém sabe, nem o Filho; mas somente o Pai que está nos Céus” (Mt 24:36). No entanto, somos ensinados, muito claramente, que o tempo depende de quão rapidamente um número suficiente de pessoas se torne semelhante a Cristo e seja capaz de responder a Suas vibrações. Portanto, é evidente que esteja no poder da Humanidade ajudar a acelerar ou retardar a chegada do Grande Dia.

Também, segundo livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, durante nossa permanência no Segundo Céu (entre um nascimento aqui e outro) trabalhamos com as Forças da Natureza, não apenas na construção do Arquétipo de nossos próprios próximos Corpos, mas também do ambiente (fauna, flora, condições atmosféricas e ambientais) em que vivemos; consequentemente, somos responsáveis, pelo menos em certa medida, pelas condições que existem hoje no mundo aqui. E quando olhamos ao nosso redor e vemos toda a tristeza, doença e todo o sofrimento que existem no mundo, não podemos deixar de perceber que essas condições estão muito longe de ser perfeitas e que a necessidade premente da Humanidade é de mais luz sobre os grandes problemas da vida.

As atuais condições vêm da ignorância da grande maioria das pessoas em relação a dois assuntos principais: o primeiro é às causas subjacentes que governam a vida humana e o segundo é o fim que deve ser alcançado por meio delas. Portanto, é evidente que, quanto mais se difundir o conhecimento desses dois assuntos (que nada mais são do que componentes das Leis de Deus), mais cedo advirá o Grande Dia e mais cedo o Cristo será libertado.

Essa é exatamente a missão que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz nos confiaram, dando-nos os belos Ensinamentos Rosacruzes. E quando percebermos que ajudamos a criar as condições presentes e estamos ajudando também a criar o futuro, reconheceremos essa missão, não apenas como um grande privilégio, mas também como uma dívida que temos para com a Humanidade, notando que, como parte da Humanidade, nós somos parcialmente responsáveis pelas condições atuais e percebendo que, devido ao nosso maior conhecimento, é nosso dever trabalhar seriamente para a elevação do mundo; assim, consagraremos nossas vidas mais e mais no Altar do Serviço e nos esforçaremos mais ardentemente para ajudar na grande obra dos nossos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. E devemos fazer isso com mais fidelidade e entusiasmo quando compreendermos claramente que, não apenas entre as vidas vividas aqui, mas também por meio de cada pensamento e cada ato da vida diária aqui e agora, pois vivendo assim estamos ajudando a apressar o grande “Dia do Senhor”, pois então já sabemos que se pensar ou agir de outro modo, enquanto estamos vivendo aqui, contribuiremos para atrasar o grande “Dia do Senhor”. Todo mau pensamento, todo desejo, sentimento ou toda emoção construída com materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo (tal como raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins) tem a propensão de afrouxar as rápidas vibrações dos Mundos superiores e, assim, produzir uma discórdia na Aura da Terra, o que tende a impedir a evolução. Essas vibrações discordantes também fazem com que o Espírito de Cristo que, reside em nosso Planeta, sinta dores e sofrimentos tão intensos como são tais pensamentos, desejos, emoções ou sentimentos.

Se meditarmos profundamente sobre a natureza do grande sacrifício feito pelo Cristo, que por nossa causa Se “limitou” à Terra, talvez possamos formar uma vaga concepção das dolorosas limitações suportadas por aquele Ser exaltado, devido às vibrações terrivelmente lentas do nosso denso Planeta. Se considerarmos, então, que Ele está consciente de todo mal e toda discórdia que existem no mundo e que todo mau pensamento (raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins) Lhe causa a dor mais aguda, compreenderemos melhor a nossa responsabilidade e a grande necessidade que obtermos o autodomínio ou autocontrole.

Se deixarmos que esse pensamento penetre profundamente na nossa consciência, meditando frequentemente sobre ele, encheremos os nossos corações de amor e reverência pelo Cristo e nos inspiraremos a trabalhar, persistente e ardentemente, para o estabelecimento do Seu Reino.

Esse pensamento também nos ajudará em nosso esforço de autodomínio ou autocontrole. A compreensão de que toda vez que cedemos a maus pensamentos, como raiva, ódio, egoísmo, cólera, inveja, ciúmes, preguiça, desgraça, medo, temor e afins, aumentamos o fardo de Cristo, isso se nós realmente O amamos, fará do autocontrole ou autodomínio um dever sagrado para nós, e se, em conexão com isso, mantivermos continuamente na nossa Mente o pensamento de que cada ato de bondade, pensamento de amor, cada sentimento, emoção ou desejo de reverência ou ação de serviço altruísta ajuda a libertá-Lo de Suas limitações, isso nos inspirará com devoção a trabalhar com maior persistência na tarefa de cultivar nossas naturezas superiores.

Considere, também, a agonia que o Cristo deve estar suportando com a presente crise da história do mundo e a nuvem negra das guerras pairando como um manto sombrio sobre a Terra, gerando um imenso volume de pensamentos terríveis sendo projetados com força inacreditável nos Mundos superiores. Imaginem os perversos assassinatos, os ódios implacáveis, as bestialidades inomináveis engendradas pelas guerras e compreenderemos a grandeza da nossa missão e a grande necessidade de trabalhadores na “Vinha do Senhor”.

Cristo disse: “Se alguém quer me servir, então me siga” (Mt 16:24). Segui-Lo é viver a vida que Ele viveu, consagrar todos os nossos pensamentos e atos a Deus e trabalhar incessantemente pela elevação do mundo. Toda vez que imitamos a Cristo e nos esforçamos para seguir os Seus ensinamentos, aceleramos o dia da Sua libertação. Portanto, estando conscientes como nossos atos O afetam e causam a Ele dor e sofrimento, procuremos servi-Lo seguindo Seu exemplo e consagrando nossas vidas no “Altar do Serviço”, tomando como ideal da nossa vida este lema: “Tudo por Cristo”.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Depois de Max Heindel, a Ordem Rosacruz, acaso, fez nova revelação ao Mundo?

Resposta: Há quatro Evangelhos escritos que se completam e nos oferecem tudo que precisamos aprender na primeira vinda de Cristo entre nós. Desses quatro, que compõem parte do Novo Testamento, três são chamados sinóticos (o Evangelho Segundo S. Mateus, o Evangelho Segundo S. Lucas e o Evangelho Segundo S. Marcos), porque são semelhantes, mas complementares. Depois que foram escritos, ninguém escreveu mais Evangelhos, porque não havia necessidade. Sabemos que os quatro Evangelhos são Fórmulas de Iniciações Cristãs, com chaves ocultas e muito simbolismo sob a roupagem da vida de Cristo-Jesus. A prova de que ainda não foram devidamente compreendidos é que nos dividimos em credos e seitas cada um explicando os Evangelhos a sua maneira. É compreensível e estava previsto pela evolução. Mas a Ciência, a Arte e a Religião passam por gradativa evolução, paralelamente ao descerrar da consciência humana, devendo atingir sua “re-UNIÃO” quando tivermos alcançado o Casamento Místico mencionado no Livro do Apocalipse. Só então havendo alcançado a unidade interna, veremos seu reflexo exteriormente na identidade com todas as coisas criadas, concebendo, então, fielmente, que tudo é “uno” e ao mesmo tempo Verdadeiro, Belo e Bom, respectivamente pela Ciência, Arte e Religião.

Mas, o que tem a ver isto com a Fraternidade Rosacruz?

Tem e muito. Constituímos o Cristianismo Esotérico ou Oculto – preconizado pela Fraternidade Rosacruz – e nosso fim, longe de somar mais uma facção no movimento Cristão, é justamente o de propiciar a quem quiser a oportunidade de alcançar essa unidade ou universalidade mencionada acima. Foi preparado, didaticamente transmitido na Região Química do Mundo Físico (onde vivemos enquanto estamos em mais uma vida terrestre) por meio de Max Heindel, o Mensageiro autorizado dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Eis a razão de ser da Fraternidade Rosacruz.

A Ordem Rosacruz já existia e trabalhava ocultamente desde sua fundação, no século XIII. A Fraternidade Rosacruz foi a oficialização dos ensinamentos elementares da Ordem Rosacruz par o Mundo Ocidental, no século XX, porque já havíamos atingido condições mentais para compreender mais profundamente o que S. Paulo chama de “Mistérios Cristãos”. Todavia ainda constituímos pequena e bem expressiva minoria. Ainda hoje, não é difícil perceber como a grande parte de nossa gente ainda prefere, negativamente, entregar a terceiros a salvação de suas almas, interessando-se pelo ocultismo apenas de forma curiosa, buscando “fenômenos”, “provas” e “manifestações”.

Agora nós é que perguntamos: “Estamos em condições de receber novas revelações públicas da Ordem Rosacruz, se tão pequena minoria ainda sequer atingiu a plena compreensão e vivência dos elementares princípios expostos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz“?

Individualmente podemos e recebemos ensinamentos mais elevados, conforme trilhamos o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Isso já é questão sabida por todos que conhecem um pouco da nossa Filosofia Rosacruz. Depois de certo ponto do desenvolvimento individual (pois a formação é estritamente individual) pode o Estudante Rosacruz receber algo mais. Como disse S. Paulo: “Às criancinhas espirituais damos leite e aos adultos, alimento mais sólido” (ICor 3:1-2). É logico. É uma máxima oculta de que: “quando o discípulo está preparado, o mestre aparece”!

Publicamente ainda temos de esperar bom tempo. A contribuição valiosa da Filosofia Rosacruz ao mundo tem a vigência de alguns séculos, segundo nosso entender.

Aconselhamos nossos perguntantes a estudarem mais a Filosofia Rosacruz para compreenderem isto. E depois compreenderão, também, que o argumento usado por certas “escolas de ocultismo”, algumas das quais se denominam também “rosacruzes”, de que estamos antiquados, saudosistas e vivemos de estudos ultrapassados, é muito inconsistente e ingênuo.

A lógica está ao dispor de todos os que estão em condições de usá-la.

A questão não é de arranjar novas roupagens, mas de aprofundar, assimilar e apropriar-se do conteúdo. Afinal: “A letra mata; o espírito vivifica” (ICor 3:6).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Uma Mensagem aos que Relutam em Servir

A diretriz básica de todo Centro Rosacruz ou Grupo de Estudo Rosacruz da Fraternidade Rosacruz é: “Os nossos serviços se destinam a DAR e não a receber: a ajudar os outros através do poder espiritual. É claro que quem dá dessa maneira, também recebe. No entanto, a ideia principal deverá sempre ser a de servir, ao nível espiritual. Este é o princípio básico do Trabalho da Fraternidade Rosacruz e constitui uma das razões mais importantes para participarmos desses serviços, tanto nos Centros Rosacruzes como Grupos de Estudo Rosacruz.”

“Servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado é o desejo mais premente e elevado que se apresenta à consciência de um Estudante Rosacruz ativo e sincero, quando participa de um serviço ou medita a sós. A Luz e o Poder Espirituais irradiados de Mount Ecclesia e dos Centros Rosacruzes refletem a aspiração e as preces (que é uma concentração imbuída da força do amor) de todos os colaboradores nesses trabalhos.”.

Do acima exposto depreende-se que o grande objetivo da Escola – sim uma Escola e não uma Religião! – Fraternidade Rosacruz é ajudar a Humanidade em seus passos nesse Esquema de Evolução. O método de desenvolvimento preconizado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz conduz o Aspirante à vida superior, com toda segurança e à realização espiritual, ao reconhecimento e a vivência de sua própria divindade.

Sendo assim, somente aqueles homens e mulheres predispostos internamente a dar e não a receber, sintonizam-se harmoniosamente com a corrente espiritual da Fraternidade Rosacruz. Sabemos quão difícil é proceder dessa maneira, ainda mais na época em que vivemos. Entretanto, só há essa via de acesso ao portal da Iniciação na Ordem Rosacruz.

Muitos são os chamados, mas poucos dos escolhidos.” (Mt 22:14). Estas palavras de Cristo servem também “como uma luva” para os Estudantes Rosacruzes. Muitas pessoas, representando todas as camadas sociais e culturais da sociedade, já tiveram algum contato com os Ensinamentos Rosacruzes, tais como preconizados pela Fraternidade Rosacruz; alguns até se inscrevendo no Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, o primeiro nível como Estudante Preliminar no trilhar do Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Nesse sentido, vira e mexe surgem algumas perguntas bem curiosas: Por que alguns nem sequer chegam a quinta lição desse facílimo Curso? Outros, por que desistem, estando já bem adiantados no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz?

Isso intriga muita gente. Contudo, é possível encontrar uma ou várias das razões pelas quais isso ocorre. Se uma pessoa ingressa na Escola Fraternidade Rosacruz com intuito exclusivo de resolver seus problemas, ou seja, de receber apenas, por certo, com o passar do tempo deverá revisar sua atitude, passando também a dar. Se tal não ocorrer, encontrará dificuldades em prosseguir, porque não está devidamente harmonizado com a dinâmica da Grande Obra da Fraternidade Rosacruz. O próprio Aspirante à vida superior acabará por se excluir da Escola Fraternidade Rosacruz.

É certo que todos, ou quase todos, trazem suas cargas de problemas, carências ou limitações. São frutos de erros passados. Mas sempre é tempo de corrigir antigos desvios, de iniciar uma reforma interior.

Também é certo que essas dificuldades absorvem grande parte do tempo e dos esforços do Estudante Rosacruz, sendo justo procurar resolvê-las. Tenhamos sempre conosco, entretanto, que a realização espiritual implica, primeiramente, no sacrifício de interesses pessoais no Altar do Serviço. É condição sine qua non, pois é necessário grande desprendimento para trabalhar em prol de um ideal superior.

É conveniente esclarecer: essa atitude de abnegação não significa o abandono das obrigações familiares e profissionais. Pelo contrário, exige maior zelo no cumprimento de todos os deveres (afinal, nós mesmos os escolhemos lá no Terceiro Céu, na nossa última preparação para essa mais uma vida aqui!). Mas, e as horas que sobram, muitas vezes desperdiçadas em entretenimentos e conversas inúteis? Por que não as aproveitar, por escassas que sejam, em servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado?

Muitas pessoas afirmam não terem condição de ajudar a outrem, porquanto se veem as voltas com problemas insolúveis. Será verdade? Tomamos a liberdade de sugerir a você – se você está nesta condição – o seguinte:

  1. Façam um esforço no sentido de esquecer parte de suas dificuldades, pelo menos temporariamente;
  2. Preencham o tempo anteriormente despendido com algumas de suas preocupações, com a ocupação de se interessar pelos problemas alheios;
  3. Procurem servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível), focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado, no que for possível (sem a pretensão de milagres) com humildade e desinteresse, sem ferir o livre arbítrio de ninguém.

Passado algum tempo você acabará sentindo uma indescritível paz interior, uma satisfação íntima capaz de lhe infundi mais coragem e decisão diante dos desafios. E, ficará surpreso quando notarem que seus problemas, aqueles que o atormentavam e amarguravam, foram solucionados naturalmente!

Todo esforço empregado em benefício do semelhante, será ressarcido ao seu devido tempo pela Lei do Dar e Receber. Todavia, nem cogite em se esforçar na caridade com intuito de retribuição. Se o fizer, automaticamente se excluirá.

A Fraternidade Rosacruz e uma obra de Amor. É uma Associação de Serviço, ao nível espiritual. Ninguém se iluda julgando ser passível atingir a meta apenas pela aquisição de conhecimento. Este é apenas o passo inicial. O Estudante Rosacruz ativo há que se exercitar no amor, pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, ao nosso irmão e a nossa irmã que estão do nosso lado. Não há outra via de progresso espiritual pelo Método Rosacruz, como preconizado pela Fraternidade Rosacruz.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1979 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual é a diferença entre a Ordem Rosacruz e a Fraternidade Rosacruz? Usam o mesmo Templo?

Resposta: A Fraternidade Rosacruz prepara os interessados para o ingresso na Ordem Rosacruz. Por meio da Fraternidade Rosacruz é focalizada a atividade dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz no Mundo visível ou Mundo Físico. A Ordem Rosacruz trabalha na Região Etérica do Mundo Físico. A Ordem Rosacruz é formada por elevados Seres, membros da Onda de Vida humana, que já completaram as nove Iniciações (ou Mistérios) Menores e as quatro Iniciações (ou Mistérios) Maiores (ou Cristãs), e desejaram permanecer com os seus irmãos e suas mais jovens, por assim dizer, para assisti-los em sua evolução.

Há treze desses Irmãos Maiores, incluindo Christian Rosenkreuz, que é o “Líder” da Ordem Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz é a representante autorizada pela Ordem Rosacruz a funcionar aqui, na Região Química do Mundo Físico, no presente período, e é a sua mais recente manifestação física.

A Fraternidade Rosacruz possui um Templo para o processo de Cura Rosacruz, localizado em Mount Ecclesia, porém esse não é o Templo da Ordem Rosacruz, cuja localização se acha na Região Etérica do Mundo Físico. Portanto, a estrutura do Templo da Ordem Rosacruz é etérica e a estrutura do Templo da Fraternidade Rosacruz é química.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1976 – Fraternidade Rosacruz SP)

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Pergunta: Qual é a relação entre o “Cabeça” da Ordem Rosacruz e o Mundo externo e a relação dos Irmãos Maiores com os candidatos?

Resposta: O “Cabeça” da Ordem Rosacruz está oculto do Mundo exterior pelos doze Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Igualmente, os Estudantes da Escola Fraternidade Rosacruz nunca o veem, mas no Serviço Noturno – aberto para Probacionistas e Discípulos da Fraternidade Rosacruz e Irmãos Leigos, Irmãs Leigas e Adeptos da Ordem Rosacruz – no Templo da Fraternidade Rosacruz sua presença é sentida por todos. Sua entrada constitui o sinal para iniciar os trabalhos.

Podem estar presentes ao lado dos Irmãos nestes Serviços, como seus discípulos, os Irmãos Leigos e as Irmãs Leigas. Seu estado espiritual é como pessoas que vivem em várias partes do mundo ocidental, todavia, são capazes de deixar, conscientemente, seus corpos para atender a serviços e participar do trabalho espiritual realizado no Templo. Cada um e cada uma foi iniciado e iniciada por um dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz. Muitos deles são capazes de se recordar de todos os acontecimentos de suas experiências quando retornam a seus corpos. Há poucos casos, onde a faculdade de deixar o corpo foi adquirida em uma existência passada como resultado de boas obras, porém com o hábito de ingerir drogas ou alguma enfermidade contraída na vida presente, que incapacitou o cérebro de receber impressões do trabalho realizado quando nos planos invisíveis.

A ideia geral de Iniciação é a de uma simples cerimônia, convertendo alguém em membro de uma sociedade secreta, isto mediante pagamento, em muitos casos feitos a dinheiro. Embora isso suceda nas ordens fraternais e nas ordens pseudo-ocultas, constitui uma ideia errônea quando aplicada ao processo iniciático nas várias graduações das verdadeiras irmandades ocultistas.

Para ser um candidato a Iniciação, em primeiro lugar, não há chave de ouro para abrir a porta do Templo. Só o mérito conta. Nunca o dinheiro ou recursos financeiros de nenhum tipo, direto ou “disfarçado”. O merecimento não se adquire em um dia. É a somática dos bons atos passados. Normalmente o candidato a Iniciação não tem consciência disso. Ele vive sua vida na comunidade, servindo amorosamente seus concidadãos, durante anos e anos, até que um dia surge o Irmão Maior, um dos Hierofantes dos Mistérios Menores, em sua vida. Por todo este tempo, o candidato cultivou, interiormente, certas dificuldades, acumulando certos poderes pelo serviço e ajuda, poderes estes dos quais, geralmente, ele não tem consciência ou não sabe como utilizar adequadamente. Então, a tarefa do iniciador será simples. Ele revela ao candidato suas potencialidades latentes, iniciando-o em sua aplicação, demonstrando, também, como transformar sua energia estática em um poder dinâmico.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz junho/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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