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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: Guardiões Invisíveis à Humanidade

Setembro de 1911

Você viu na lição sobre o Batismo como retrocedemos no tempo até os primórdios da evolução em nosso Planeta para descobrir o significado daquele Sacramento. Você deve ter notado também, naquela lição do mês passado, como o Sacramento da Comunhão tem suas raízes naqueles tempos remotos. Deste modo, é evidente que, a menos que sejamos capazes de investigar a história passada da Onda de Vida humana, não poderemos obter uma concepção clara a respeito de qualquer coisa relacionada com a Humanidade. Goethe falava de “das ewing werdende”, que quer dizer “sempre em transformação”. A mudança é a principal alavanca do progresso e se observarmos o ser humano tal como é agora, sem atentarmos para o que ele foi, as nossas deduções quanto ao seu futuro deverão ser, necessariamente, muito limitadas.

A última lição ilustra a Lei da Analogia, mostrando como o ser humano foi guiado pelos Divinos Guardiões[1], de maneira semelhante àquela em que a criança pequena é cuidada pelos pais ou responsáveis para prepará-la para a batalha da vida; e podemos ter a certeza de que, embora esses Divinos Guardiões se retiraram da liderança “visível”, eles ainda estão conosco e mantém um olhar atento sobre seus antigos protegidos, exatamente como os pais ou responsáveis continuam interessados no bem-estar de seus filhos, mesmo depois destes deixarem o lar dos pais ou responsáveis para travar a batalha da vida por seus próprios meios.

Quando tivermos nossos “olhos espirituais” abertos – ou seja: desenvolvido a nossa visão espiritual – e tivermos aprendido a distinguir as diversas classes de seres das regiões superiores, essa tutela será um dos fatos mais tranquilizadores para o observador; pois, ainda que ninguém possa interferir no livre arbítrio da Humanidade e, embora seja de alguma forma contrário ao plano divino coagir um ser humano a fazer aquilo que ele não quer fazer, não há nada que o impeça de se sugestionar e, assim, provavelmente escolher. E é devido à sabedoria e ao amor desses Grandes Seres que o progresso ao longo de linhas humanitárias é a palavra de ordem do dia.

No transcurso dos últimos tempos, nós que habitamos o mundo ocidental, sentimos particularmente a profunda angústia, o intenso sofrimento e a dor provocados pelas guerras e pelos conflitos. A luta pela existência se torna cada vez mais acirrada; é ditada pelo comportamento cruel que as pessoas demonstram umas com as outras – ou “a desumanidade do homem para com o homem”[2]. Contudo, há também outro fator desenvolvido pelos Senhores do Amor e da Compaixão, nomeadamente, os movimentos altruístas, que se multiplicam em números a um ritmo maravilhoso e ganham em eficiência, à medida que os anos passam. No entanto, é digno de nota que tanto a beneficência como as esmolas, que degradam quem as recebe, vão sendo substituídas pela ação de ajudar-se a si mesmo, que eleva tanto quem ajudamos como quem assim age, tornando os necessitados autossuficientes. Esse tipo de ajuda envolve pensamento e autossacrifício, que são promovidos pelos nossos Guardiões Invisíveis entre os mais fortes que são, agora, os guardiões dos seus irmãos e das suas irmãs mais fracos.

É motivo de considerável regozijo sabermos que vários membros da Fraternidade Rosacruz são trabalhadores em instituições onde a sistemática de ajuda é a de tornar o indivíduo capaz de se bastar a si mesmo e eu, sinceramente, espero ver o dia em que muitos outros estejam dispostos a assumir um trabalho dessa natureza, cada um no seu respectivo ambiente. Mas, comece no seu próprio lar, sendo gentil com todos com quem você entrar em contato cotidianamente e, assim, quando você for considerado fiel nessas pequenas coisas, oportunidades maiores não lhe faltarão.

(Carta nº 9 do Livro “Cartas aos Estudantes” – de Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: as Hierarquias Criadoras

[2] N.T.: de “Man’s inhumanity to man”, expressão cunhada pelo poeta escocês Robert Burn, publicado em 1784 na primeira edição da obra Poems, Chiefly in the Scottish Dialect em 1786.

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Considerações sobre o Ideário Aquariano

À medida que nos aproximamos da Era de Aquário mais e mais se acentua sua influência.  E os mais evoluídos da Onda de Vida humana são os primeiros, como não poderia deixar de ser, a responder a seus elevados ideais. Essa projeção aquariana faz-se sentir em todos os campos.

Ao Estudante Rosacruz não causa estranheza certas mudanças notadas no mundo. Ele, mercê de seu conhecimento e formação interna, não se choca com certas excentricidades, radicalismos ou exageros, embora não os adote como parte de sua conduta. Sabe que vivemos uma fase de transição, e como toda transição é suscetível de gerar inseguranças e incertezas, procura, serena e conscientemente, manter-se equilibrado. É a forma de agir mais compatível com as Leis Divinas.

Dentro desse novo contexto, o Aspirante à vida superior diferencia as legitimas expressões uranianas dos produtos efêmeros da conturbação reinante.

Uma das mais notáveis manifestações da idade vindoura é o trabalho de equipe ou em grupo. Uma nova mentalidade parece reger os negócios humanos, enfatizando a necessidade de desenvolvimento do espírito comunitário. As coisas tomam esse rumo porque os líderes tendem a desaparecer e estão desaparecendo.

Em lugar da liderança brotam os esforços coletivos, imprimindo uma nova tônica aos agrupamentos humanos.

Mas, ainda não podemos afirmar que essa ideia goze de consenso geral.

Muitos ainda relutam em aceitá-la. Lamentam nostalgicamente o estertor da liderança. Movidos por um sentimento de inconformismo, proclamam, equivocadamente, a falência da capacidade e inteligência humanas.

Não podemos voltar ao passado. Dele devemos conservar apenas o valor educativo das lições. Recordemos a narrativa bíblica: a mulher de Ló converteu-se em uma estátua de sal porque olhou para trás, não resistindo à contemplação de Sodoma e Gomorra pela última vez. É um símbolo da cristalização.

Certos condicionamentos emperram a vontade humana no sentido de desbravar o futuro. Há, como já dissemos, uma tendência nostálgica em permanecer em “status quo”, em uma cômoda posição de imobilismo, porque o esforço é sempre desagradável para quem não exercita sua capacidade de adaptar-se a novas circunstâncias. Essa predisposição é indispensável para quem deseja evoluir conscientemente. Evoluir é aprender; é aplicar o conhecimento; é assimilar novos conceitos (obviamente construtivos); é revisá-los, quando o bom senso assim o exigir, ou mesmo conservá-los, quando à luz da razão, ponderar-se sobre sua atualidade. Evoluir, também, é saber ouvir críticas, sem, contudo, temê-las. Para tanto, requer-se um arejamento mental a toda prova  . Max Heindel, na “Uma Palavra ao Sábio” do livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” recomenda mantermos a Mente em estado fluídico, de calma e digna expectativa. É uma questão de discernimento, quando não de maturidade espiritual.

O trabalho grupal é uma forma superior de aplicação de talentos e conhecimentos em torno de um objetivo comum. Exige um redobrado entendimento, porque as responsabilidades são bem divididas. Implica autossuperação, porquanto as falhas de caráter como o egocentrismo, a vaidade e o orgulho, frustram qualquer tentativa de esforço conjunto.

Compreendemos que nem todos se qualificaram ainda para essa classe de serviço, mas seus princípios merecem ser disseminados, a fim de que os seres humanos se conscientizem de seu caráter superior.

Cremos no ideário aquariano e na sua vitória final.

(Por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de maio/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Cuidados básicos do nosso Corpo Denso que, muitas vezes, relaxamos

Se, começando pelo veículo denso – o nosso Corpo Denso -, examinarmos os meios físicos para melhorá-lo e convertê-lo no nosso melhor instrumento e, depois, estudarmos os meios espirituais conducentes ao mesmo fim, os demais veículos ficarão incluídos nesse estudo. Esse é o método que a Fraternidade Rosacruz preconiza: tudo que fazemos de bom em um dos nossos veículos reflete, simultaneamente e automaticamente e todos os outros; assim como tudo que não fazemos de bom em um dos nossos veículos reflete, simultaneamente e automaticamente e todos os outros. A escolha é nossa, mas as consequências também são.

Aprenda aqui cuidados básicos e simples no Corpo mais fácil em se fazer, o Corpo DensoCuidados básicos do nosso Corpo Denso que, muitas vezes, relaxamos

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Esclarecendo a atração pela Filosofia Rosacruz

Um dos trechos mais esclarecedores do Ritual Devocional do Serviço do Templo Rosacruz diz o seguinte: “Os Anjos do Destino dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”. Isto nos faz lembrar que as sublimes Hierarquias Criadoras não descuram de nossa evolução, se bem que tenhamos o privilégio do livre-arbítrio, é bom ressaltar os limites do mesmo, face, ainda, ao desconhecimento que temos, em boa parte, das Leis Divinas. Não é difícil, portanto, chegar a esta conclusão: a medida de nossa liberdade de ação corresponde ao grau do nosso desenvolvimento interno. O ser humano, pelo uso distorcido e abusivo da sua liberdade, não deixou outro caminho às Grandes Hierarquias, senão o de intervir quando a integridade humana se vê ameaçada.

Não obstante as limitações naturais, temos a prerrogativa da liberdade e por ela estamos trabalhando, aprendendo a nos dirigir e a credenciarmo-nos a serviços mais elevados dentro do nosso meio-ambiente. Aliás, somos colocados no ambiente mais adequado ao nosso desenvolvimento e nele encontramos as oportunidades para fazer uso da prerrogativa em questão. Cada um está no lugar certo e as mudanças para melhor ou pior dependem das novas causas postas em ação.

Consideramos um privilégio conhecer a Filosofia Rosacruz. A maior honra ainda é trabalhar pela sua disseminação, tornando-a fator vivente na existência dos seres humanos. Não se veja nesse esforço uma intenção ou pretensão de proselitismo. Não, Max Heindel desaconselhou agir dessa maneira, porquanto configura uma tentativa de violentar o livre-arbítrio e as tendências naturais de cada pessoa.

Muitos caminhos conduzem a Roma e cada ser humano segue aquele que lhe é afim. Todos, considerando o estágio evolutivo de cada membro da Onda de Vida humana, são dignos de respeito.

Notamos, todavia, nos dias de hoje, uma crescente procura de esclarecimentos sobre as causas dos problemas humanos. Muitas pessoas não se mostram satisfeitas com as explicações ensejadas pelas escolas e pelo Cristianismo popular. No afã de encontrar aquilo de que necessitam, não vacilam em procurar obras esotéricas. Com o tempo podem sentir atraídas pelas Escolas Filosóficas promulgadoras dos ensinamentos contidos nos livros.

Dessa forma, muitas pessoas acercaram-se da Fraternidade Rosacruz. Houve quem ficasse apenas nos primeiros contatos. Outros se inscreveram no Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, trilharam a senda até certa altura e acabaram por desistir. Uns encontraram-se no Movimento Rosacruz, ou melhor, encontraram o seu ideal no glorioso caminho inspirado pelos Irmãos Maiores. Os primeiros não pertenciam ao “raio” particular da Rosacruz, ou não se encontravam aptos a ingressar em suas fileiras. De qualquer maneira, cada um procura saciar sua fome espiritual e essa “busca da verdade” valoriza qualquer esforço. Por isso não temos o direito de censurar ninguém, nem tecer críticas a outros movimentos filosóficos ou religiosos. Max Heindel exemplificou, jamais denegrindo ou subestimando a quem quer que fosse. Ele soube compreender que ninguém é dono da verdade.

Mas, como afirmamos, existe uma procura insaciável de conhecimentos. E a ninguém é lícito esconder a luz. Devemos prosseguir e intensificar a divulgação dos Ensinamentos Rosacruzes, sem, contudo, forçar o íntimo das pessoas.

Tudo o que for dito sobre a Filosofia Rosacruz deve ser com intuito de esclarecer. E essas oportunidades não devem ser desperdiçadas porque carregam a luz em si mesma. Falemos sobre estes sublimes ensinamentos com convicção e entusiasmo, equilibrados, entretanto, por uma sincera humildade. Se nosso ou nossos interlocutores têm seus pontos-de-vista, saibamos conversar respeitando-lhes a liberdade de pensamento. Disponhamo-nos também a ouvir: eles podem nos ensinar muita coisa.

(Gilberto A. V. Silos – Editorial da Revista Rosacruz – outubro/1975 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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Poder psíquico versus Poder Anímico

O poder psíquico, como é comumente entendido, é a capacidade de participar de fenômenos paranormais como a habilidade da Clarividência ou Clariaudiência, comunicar-se com os “mortos”, materializar pensamentos, ler Mentes, comunicar-se telepaticamente, adivinhar o futuro, receber premonições etc.

Aqueles que despertaram para a realidade dos poderes sobrenaturais e que desejam desenvolvê-los devem tomar uma decisão de grande importância: para que propósito esses poderes devem ser usados? A aquisição de poder psíquico sem o entendimento espiritual de como usá-lo é potencialmente um dos maiores perigos para a humanidade e muito mais para o indivíduo em questão.

Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz recomendam que os Aspirantes desenvolvam o Poder Anímico ou o Poder de Alma, em vez disso. O Poder de Alma é nutrido por uma vida de amor, devoção a altos ideais, de oração e serviço Cristão. Uma vez adquirido, esse tipo de poder confere, a quem o merece, uma sabedoria espiritual pela qual experimenta a verdade como uma realidade interior. Fornece-lhe um discernimento afiado que lhe permite sentir infalivelmente dentro das forças vitais do seu próprio corpo a diferença entre certo e errado. Tal sabedoria espiritual confere uma autoconsciência da unidade de toda a vida e o capacita de tal maneira a compreender o significado da comunhão espiritual. Fornece-lhe o poder de agir de acordo com seus sentimentos de retidão e se tornar uma força positiva para o bem. Além disso, essa sabedoria espiritual o atrai para seu Pai Celestial.

Em outras palavras, o Poder de Alma abrange as considerações morais e éticas envolvidas no relacionamento do indivíduo com o Cosmos. Quando o Poder de Alma é desenvolvido até certo ponto externo, habilidades supernormais aparecerão como um resultado natural. No entanto, quando tais habilidades supernormais vierem, o indivíduo previamente terá assimilado os princípios morais e éticos necessários para usar esses poderes recém-despertos de forma adequada e segura.

O desenvolvimento do Poder Anímico é um bem inestimável para o progresso do indivíduo, bem como um fator potente na elevação da Onda de Vida humana. Deve ser ativamente perseguido por todos os Cristãos esotéricos. No entanto, lembremos que aqueles que buscam os poderes do Cristo também devem compartilhar os ensinamentos do Cristo – os Ensinamentos Cristãos – e estar dispostos a fazer o mesmo sacrifício de Cristo.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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A Interpretação da Capa do Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”

No lado inferior da capa tem duas flores-de-lis, simbolizando a Trindade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo; mas, como na Época aqui apresentada somente o Pai e o Espírito Santo estavam ativos, temos apenas duas pétalas da flor pintadas de vermelho e, portanto, indicando energia.

Vemos os seres criados como dois fluxos subindo, por um tempo, com dois Corpos ativos, o Corpo Denso e o Corpo Vital; mas, depois de um tempo o Corpo de Desejos é acrescentado e isso é representado pelo vermelho aparecendo nos fluxos ascendentes.

Embora os dois fluxos pareçam iguais, eles são totalmente diferentes. O do lado esquerdo corresponde ao seres criados que são conhecidos, em nossa literatura, como os Filhos de Caim. Eles estão repletos de energia positiva e são os artesãos no mundo, os phree-messen[1], que abrem o seu caminho através da vida ultrapassando os obstáculos, pois sabem que isso fortalece o caráter. Eles trabalham por meio do intelecto, demonstrado pela lamparina que tem nove raios saindo da chama, mostrando o caminho positivo escolhido pelo Estudante esoterista.

O do outro lado, o direito, corresponde aos seres criados que são conhecidos, em nossa literatura como os Filhos de Seth, desenvolvem o lado devocional da vida, o do Coração. A chama divina tem apenas oito raios, um caminho negativo (passivo); os que seguem esse caminho querem um líder, alguém para seguir, alguém para adorar. Eles são os devotos, normalmente espalhados pelas igrejas do mundo, e que obedecem aos ensinamentos fornecidos pelos seus líderes.

Os dois fluxos de vida seguem para cima, lado a lado, até chegar o momento em que os sábios e os amorosos que lideram a nossa evolução decidem que, para acelerar a evolução, é necessário que os dois fluxos se unam e planejam que isso será realizado por meio da construção de um Templo pelos artesãos para os adoradores e que os dois fluxos se uniriam em um Místico Mar Fundido. Podemos ver o impulso maravilhoso pelo cálice erguido de cada lado e preenchido com o vermelho do “vinho da vida”. Pode se ler essa história na construção do Templo do Rei Salomão. Esse plano foi frustrado pela traição dos Filhos de Seth, que ficam do lado direito. E depois disso cada um dos fluxos se afastou mais do que em qualquer tempo antes.

Um condição grave é demonstrada pelo fato de alguns caírem inteiramente no materialismo. Mas, ainda assim, a Onda de Vida humana continua vivendo e progredindo, o devoto e o cientista, o místico e o ocultista, cada um seguindo seu próprio caminho, independente do outro, até que foi atingido um estado tal de materialismo que os líderes espirituais viram um grande perigo para o futuro. Para impedir que o plano de evolução fosse frustrado, foi permitido a destruição em massa de corpos dos seres humanos que, por um tempo, parecia que varreria a humanidade da Terra. Veja a ruptura em ambos os lados. Mas, essa calamidade tem o efeito desejado: vemos, agora, uma grande força e ambos os lados se viram novamente voltados em direção um do outro, em que eles podem se unir em breve como um único fluxo.

Na parte inferior da página vemos mais um símbolo, tão pequeno que pode ser negligenciado facilmente. Aqui está uma pequena cruz preta, que representa o Corpo Denso. Numa ampliação da cabeça da cruz vemos um coração. Coração e Cabeça se uniram, e a consequência pode ser vista no feixe de propagação – o Corpo-Alma resultante.

Ainda há outro símbolo no meio da página, o Símbolo Rosacruz. A parte inferior da cruz branca trilobada representa a vida vegetal, que extrai seu sustento de suas raízes. Em algum momento da nossa existência fomos semelhantes às plantas. A parte horizontal da cruz branca trilobada é o símbolo da nossa passagem pelo estágio animal, com sua espinha horizontal. A parte superior da cruz branca trilobada representa a Mente, que é a característica do ser humano, e a estrela radiante representa o Dourado Manto Nupcial que nos tornará divinos.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/1919 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

Nota: Como a Fraternidade Rosacruz recebeu algumas perguntas referentes ao motivo pelo qual a rosa branca não está desenhada na versão do Símbolo da Fraternidade que aparece nos livros, cartas, envelopes etc., foi explicado na edição do Echoes de julho de 1985: “A rosa branca simboliza pureza de coração e, também, a laringe com a qual o ser humano, quando estiver puro, falará a palavra criadora; é a parte mais sagrada do Símbolo. Ela atrai e emite uma força que deve ser admirada com muito respeito. Por essa razão consideramos inadequado imprimir a rosa branca na versão do Símbolo que é utilizado em produtos materiais, comerciais e anexos dos trabalhos da Fraternidade. O Símbolo que permanece na Capela e no Templo em Mount Ecclesia, que contém a rosa branca, é coberto por uma cortina que a tira da vista, e apenas durante algumas ocasiões como nos rituais do templo e de cura. O Símbolo na Capela do Departamento de Cura, que, também, contém uma rosa branca, está constantemente descoberto. Contudo, essa capela é visitada apenas por pessoas que sinceramente e conscientemente rezam pela cura, ou por aqueles que urgentemente pedem por auxílio espiritual”.


[1] N.T.: que é um termo egípcio que significa “Filhos da Luz”.

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Pergunta: Por que os Estudantes Rosacruzes saúdam uns aos outros com a saudação Rosacruz: “que as Rosas floresçam em vossa Cruz”?

Resposta: Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que “a seu devido tempo, o atual modo passional de geração será substituído por um método mais puro e mais eficiente que o atual. Isto também está indicado no Símbolo Rosacruz”, em que a rosa banca se situa no centro, entre os quatro braços da cruz branca trilobada. “O madeiro mais comprido representa o Corpo; os dois horizontais, os dois braços; e o madeiro curto superior representa a cabeça. A rosa está colocada no lugar da laringe.

“Como qualquer outra flor, a rosa é o órgão gerador da planta. Seu caule verde leva o sangue vegetal, incolor e sem paixão. A rosa de cor vermelho-sangue mostra a paixão que inunda o sangue” da Onda de Vida humana, “embora na rosa propriamente dita o fluido vital não seja sensual, mas sim casto e puro. Ela é, por conseguinte, excelente símbolo dos órgãos geradores em seu estado puríssimo e santo”, estado que nós alcançaremos quando purificarmos e limparmos o nosso sangue de todo desejo, quando nos tenhamos tornado castos e puros, análogo a Cristo.

Afinal, as sete rosas vermelho-sangue sobre a cruz branca trilobada simbolizam determinadas consecuções espirituais, tais como a Clarividência, Clariaudiência, o dom da profecia, a capacidade de abandonar o Corpo Denso à vontade – funcionando conscientemente no Corpo-Alma – e para pronunciar a palavra criadora divina.

Por isso os Rosacruzes – ou seja: os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz – esperam, ardentemente, o dia em que as “rosas floresçam na cruz da humanidade.

É por isso que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz saúdam a Alma Aspirante com as palavras de saudação Rosacruz: “Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz”; e é por esse motivo que essa saudação é usada nas reuniões dos Núcleos da Fraternidade pelo oficiante do Ritual do dia, ocasião em que os Estudantes, Probacionistas e Discípulos presentes respondem à saudação dizendo: “E na vossa também”.

Assim, a formosa saudação Rosacruz: “Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz” é a oração mais amada pelo Aspirante à vida superior – o Estudante Rosacruz -, para que todos conheçam a glória dessa realização.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

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Carta de Max Heindel: A Próxima Época no Ar

Janeiro de 1912

Revendo a lição do mês passado, há a surpreendente afirmação de que na próxima Época nós vamos abandonar a nossa atual terra seca e firme e vamos viver no ar revestidos de um sem a substância ou solidez que hoje conhecemos. Outro escritor, nessa mesma linha, provocou muita diversão com uma série de artigos tão descontroladamente imaginários que as opiniões expressas que ouvimos, unanimemente, o consideraram o campeão entre os contadores de histórias. No entanto, ele ainda permanece nessa Terra; seus templos são tão sólidos como uma rocha; e eu hesitei muito antes de publicar os ensinamentos acima mencionados, mas decidi que o dever me obrigava a falar, ainda que alguns Estudantes Rosacruzes me classifiquem como um visionário.

O problema é que todos nós nos tornamos muito mais impregnados de materialismo do que imaginamos, e isso nos atrapalha em nossa busca. Como Estudantes de uma filosofia transcendental, nós nos acostumamos a considerar que a vida individual e intermitente em um Corpo etérico só é possível ser realizada por uns poucos, mas quando percebi, vi que a totalidade da Onda de Vida humana pode sim viver permanentemente no ar durante toda uma Época! – na verdade, fiquei sem fôlego quando percebi que a Bíblia quer dizer exatamente isso quando afirma que “encontraremos o Senhor no ar… estaremos com Ele para sempre”[1].

No entanto, olhando para o futuro, através da perspectiva do passado, a ideia realmente não nos deveria causar surpresa, pois está estritamente alinhada com o caminho por onde viemos até chegar ao nosso desenvolvimento atual. Outrora vivíamos como o mineral e estávamos imersos em uma Terra gasosa. Crescemos para fora do centro ígneo durante uma existência análoga ao vegetal. Nossa peregrinação começou, mais tarde, na fina crosta terrestre, longe do núcleo interno onde nossa evolução começou. A marcha da progressão foi sempre para fora, portanto, é evidente que o próximo passo deva ser para nos elevarmos acima do nível da Terra.

Eu estou divulgando esses ensinamentos para uma apreciação, porque a maioria dos nossos Estudantes Rosacruzes acredita no Renascimento e na Lei de Consequência, que são os árbitros principais do destino durante a presente Dispensação dos ciclos recorrentes. O conhecimento dessas Leis é de grande valor, pois nos permite ordenar nossa existência inteligentemente, construindo nessa vida as condições para o próximo renascimento.

A maioria dos Cristãos não têm essa grande vantagem, mas, eles vivem sofrendo totalmente as tribulações dessa Época – o “Reino dos Homens” – com a grande esperança de possam se qualificar para a admissão no Reino de Deusa próxima Época. A nossa visão da vida tem um foco mais curto do que o deles, que é mais longo. Eles vivem menos cientificamente do que aqueles entre nós que aplicam, mais apropriadamente, os conhecimentos atuais,mas, eles estão se preparando para a futura Época, se viverem de acordo com os ensinamentos da Bíblia. Suas informações podem ser vagas, mas eles vivem e morrem com a firme convicção da suprema e principal verdade, de que vão para os Céus e estarão com o Senhor para todo o sempre, se forem realmente Cristãos.

Se acreditarmos somente no Renascimento, não podemos esperar nada além de um retorno contínuo à Terra para batalhar com a Lei de Jeová; não termos parte no amor de Cristo. Para estar perfeitamente em sintonia com os fatos, para poder viver toda a verdade, devemos perceber que o nascimento e a morte são condições evanescentes dessa Época de existência concreta, mas a vida em si mesma é interminável. São Paulo[2] nos diz muito claramente que, embora não saibamos como será a nossa constituição, seremos transformados à semelhança de Cristo e permaneceremos imortais durante toda a Época; e cabe a nós manter essa esperança firmemente diante de nós e orar pela vinda do Reino, como Nosso Senhor ensinou.

(Carta nº 14 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: ITs 4:17

[2] N.T.: ICor 15:50-53

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Pergunta: É possível que a Onda de Vida humana seja destruída por ela mesma, através de uma guerra ou outra forma qualquer e, por causa disso, parar ou retardar o processo evolutivo?

Pergunta: É possível que a Raça humana seja destruída por ela mesma, através de uma guerra ou outra forma qualquer e, por causa disso, parar ou retardar o processo evolutivo?

Resposta: A Raça humana não pode se destruir a si mesma. A Raça humana, isto é, a Onda de Vida humana, é composta de Espíritos Virginais, todos diferenciados dentro de Deus – o criador de tudo –, no começo desse presente Grande Dia de Manifestação. Todos eles são partes permanentes de Deus e nunca poderão ser destruídos. É inconcebível que uma parte de Deus possa ser destruída. Portanto, é inconcebível, também, que mesmo um único Espírito, que é parte de Deus, possa ser destruído.

É possível, teoricamente, que a Raça humana possa destruir as formas densas que, presentemente, manifestam-se no Mundo Físico. É certo que as guerras modernas são responsáveis pelas imensas destruições que presenciamos, numa escala sem precedentes.

Por outro lado, é impossível, mesmo havendo um holocausto nuclear ou qualquer outra tragédia de proporções mundiais, provocada pela mão do ser humano, que toda forma física seja destruída. Por alguma razão, algumas formas ficarão, como um núcleo para a perpetuação da Raça humana, numa incorporação física, porque a fase física da evolução humana, como todas as outras formas, deve continuar mesmo se interrompida por um cataclisma provocado pelo próprio ser humano.

Além disso, desde que seres humanos estão em diferentes estágios de evolução e desenvolvimento, e tem diferentes lições a aprender e experiências a passar, é improvável que, não obstante a loucura do ser humano, as Hierarquias Criadoras responsáveis por esse Esquema de Evolução permitam que todos as seres humanos sejam submetidos a uma total destruição da forma.

O ser humano tem inteligência e livre opção para usar os seus poderes de uma forma sábia ou insensata. Certamente uma grande responsabilidade pesa nos ombros dele, no que diz respeito ao princípio de uma guerra nuclear, por exemplo. Não há a menor dúvida que, no caso de uma guerra de extensão mundial, a evolução humana nesta Terra poderá ser seriamente retardada, mesmo que a total destruição da forma humana não venha a ocorrer. Mas, com certeza, não será para todos os seres humanos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)

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Pergunta: Podemos relacionar os peixes com o elemento Água, os pássaros com o elemento Ar, os mamíferos, em sua maioria, com o elemento Terra? Quais os animais que podemos relacionar com o elemento Fogo?

Resposta: É uma questão de natureza especulativa. Em primeiro lugar, depende do modo de classificar os animais. Ha inúmeras maneiras de se estabelecer uma classificação. Usando uma classificação anatômica, o ser humano é um animal (lembrando, naturalmente, que do ponto-de-vista espiritual o ser humano faz parte de outra Onda de Vida). Diríamos que o animal relacionado com o elemento Fogo é o ser humano.

O elemento Fogo é uma manifestação do Espírito. O ser humano se diferencia do animal por possuir um Espírito individual que o guia de dentro para fora. Os membros da Onda de Vida animal são dirigidos pelos respectivos Espíritos-Grupos. O ser humano é o único “animal” capaz de usar a contraparte do Fogo divino, ou Espírito, para cumprir seus propósitos no Mundo material.

O Fogo Espinhal espiritual no ser humano é o elemento essencial na alquimia espiritual, o elixir da vida. Transforma o ser humano comum em um Pedra Filosofal, formada quando o Cristo interno cresceu a sua estatura completa.

É conhecimento comum da anatomia que o cordão espinhal é dividido em três secções pelas quais são controladas as funções motoras, sensoriais e simpáticas. Astrologicamente são governadas respectivamente por Marte, pela Lua e Mercúrio.

Alquimicamente os elementos foram designados como enxofre, sal e mercúrio. Ao redor desses vibra o Fogo espiritual de Netuno, elevando-se em coluna serpentina através do cordão espinhal até a cabeça. Na maioria das pessoas esse Fogo espiritual é extremamente tênue. Quando, porém, ocorre o despertamento espiritual, a pessoa recebe enorme energia anímica, aumentando o Fogo espinhal em intensidades incríveis. Começa, então, um processo de regeneração, pelo qual todas as substâncias grosseiras do Tríplice Corpo são gradualmente eliminadas, crescendo, assim, sua sensibilidade às vibrações suprafísicas. Paulatinamente o corpo do Estudante Rosacruz se converte na Pedra Filosofal. Quando essa meta for atingida por todos os seres humanos, se logrará a Transfiguração da humanidade.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1977 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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