Quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude de circunstâncias fatídicas, tais como incêndio, desastre, subitamente pela queda de um edifício ou de uma montanha, numa batalha, ou quando em certos níveis de lamentações dos parentes ao redor de um morto recente se tornam impossível a pessoa recém-falecida se concentrar no Panorama da Vida recém-finda, então a fixação dos eventos nesse Panorama nos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, e a gravação desse Panorama no Átomo-semente no Corpo de Desejos não se efetua ou se efetua em uma qualidade tão baixa que não servirá para nada. Nesses casos a pessoa não perde a consciência. A colheita da vida perdeu-se.
Bem diferente de quando uma pessoa passa ao outro Mundo em circunstâncias comuns. Nesses casos o Átomo-semente do Corpo Denso é removido do coração e o Cordão Prateado rompido, e vem um período de inconsciência que dura até três dias e meio, e durante esse período o Panorama da Vida recém-findada é gravado totalmente e com ótima qualidade no Átomo-semente do Corpo de Desejos.
Na imensa maioria das vezes, quando uma pessoa passa ao outro Mundo em virtude das circunstâncias fatídicas detalhadas acima, não houve fixação dos eventos do Panorama da Vida recém-finda nos veículos mais sutis, como acontece normalmente; assim a pessoa não passa pelo Purgatório; isto é, não colhe o que semeou, não há sofrimento em consequência de seus erros, e não há sentimentos de alegria e amor em vista do bem que praticou, no Primeiro Céu. Repetindo: a colheita da vida perdeu-se!
Para contrabalançar este grande desastre, o Ego, ao entrar em sua próxima vida terrena, é forçado a morrer na infância (no que se refere ao Corpo Denso) – eis aqui uma das razões da mortalidade infantil. Porém, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente (que normalmente não nascem senão quando o Corpo Denso tem sete, quatorze e vinte e um anos, respectivamente) permanecem com o Ego em transição, pois, o que não foi vivificado não pode morrer; o Ego permanece então no Segundo Céu de um a vinte anos, recebendo instruções e lições objetivas tais como lhes seriam ensinadas pelo Panorama de sua Vida passada, se não tivesse sido interrompido por uma circunstância fatídica. Desse modo renasce pronto a tomar seu lugar correto no Caminho de Evolução.
Há nessas considerações grandes soma de alimento espiritual. A grande percentagem de mortalidade infantil de nossos dias tem suas raízes, por exemplo, nas guerras de épocas anteriores. As perdas de vida foram relativamente pequenas, embora as mortes decorrentes de guerras patrióticas tivessem seu número bastante aumentado por duelos, rixas e querelas comuns, onde armas mortais foram usadas naqueles tempos. Não obstante a soma total dessas ocorrências parece insignificante, quando comparada à espantosa carnificina de nossos dias. E se isso tiver de ser corrigido da mesma maneira, as futuras gerações terão uma colheita de lágrimas. Mas, como já deixamos bem claro em outras ocasiões, cada lágrima derramada por alguém a quem amamos, está dissolvendo a crosta que recobre nossos olhos, até o dia em que possamos ver com bastante clareza a fim de penetrar o véu que agora nos separa daqueles a quem chamamos erradamente de mortos. Virá então a vitória sobre a morte, e estaremos aptos a exclamar: “Ó, Morte, onde está teu aguilhão? Ó Túmulo, onde está tua vitória?”[1].
(Publicado na Revista “Rays from the Rose Cross” de fevereiro/1918 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: ICor 15:55
INTRODUÇÃO
Vamos conceituar, primeiro, o que é um Audiobook ou Audiolivro: nada mais é do que a transcrição em áudio de um livro impresso digital ou fisicamente.
Basicamente, é a gravação de um narrador lendo o livro de forma pausada e o arquivo é disponibilizado para o público por meio de sites. Assim, ao invés de ler, o interessado pode escolher ouvi-lo.
Um audiobook que obedece ao conceito de “livro-falado” tenta ser uma versão a mais aproximada possível do “livro em tinta” (livro impresso), a chamada “leitura branca”, que, mesmo desprovida de recursos artísticos e de sonoplastia, obedece às regras da boa impostação de voz e pontuação, pois parte do princípio de que quem tem de construir o sentido do que está sendo lido é o leitor e não o ledor (pessoas que utilizam a voz para mediar o acesso ao texto impresso em tinta para pessoas visualmente limitadas).
Para que serve audiolivro?
O audiolivro é um importante recurso, na inserção do no ecossistema da leitura, para:
O audiolivro é apreciado por um público de diversas idades, que ouve tanto para aprendizado como para entretenimento.
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Em publicação…
Resposta: O uso da morfina e de outros narcóticos em doses muito pequenas, como as que são geralmente tomadas pelo viciado em drogas, tem um efeito mortal sobre os nervos, tornando a pessoa (o Ego, que é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) menos sensível no corpo e mais parecido a situação de quando o Ego abandona o veículo físico. Sob tais condições, as faculdades mentais melhoram, e a pessoa sente tal bem-estar mental e físico que lhe parece estar no próprio paraíso, até que a reação começa a se manifestar; então, ela passa a sofrer coisas parecidas com: se sentir separada de Deus – como se rejeitado do amor e da misericórdia de Deus –, como se um fogo estivesse penetrando na alma sem destruí-la, um remorso perpétuo em uma constante roedura da consciência, sofrimento psicológico intenso com frustração, desespero, arrependimento e autoaversão e outras coisas afins; consequentemente, ingere doses maiores para recuperar a sensação anterior de bem-estar.
Quando a morfina é ministrada em grandes doses, ela produz um estado parecido ao da pessoa que desmaia sob o efeito de um anestésico. O autor conheceu várias pessoas que se enquadram nesse último caso, mas nunca observou uma que tivesse morrido sob a ação da morfina; portanto, ele não pode dar as informações direta solicitada. Mas as pessoas que morreram sob o efeito de anestésicos estavam tão conscientes quanto o ser humano comum após a ruptura do Cordão Prateado. Elas assistiram o desenrolar do Panorama da Vida recém-finda aqui da mesma forma que a pessoa que falece normalmente, e não tiveram experiências diferentes. Portanto, diríamos que alguém que falece sob o efeito da morfina, provavelmente, não passa por experiências mais desagradáveis devido à droga que lhe foi administrada antes da transição; e o primeiro sentimento seria o de grande alívio por ter escapado ao sofrimento inerente a qualquer doença grave que precede a morte do Corpo Denso. Esse sentimento de alívio é comum a todos aqueles que sofreram, não importa se consciente ou inconscientemente. Sentem-se profundamente gratos por isso ter passado, e dificilmente compreendem que não existem doenças na Terra dos mortos que vivem, para a qual eles vão ao deixar esse mundo.
(Pergunta nº 39 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Repostas” – Volume 2 – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
Como já aprendemos através dos nossos estudos do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, o motor-mestre de todos os pensamentos, atos, todas as ações e obras, sejam bons ou maus, tem origem no desejo. O desejo de apaziguar a fome nos leva a comer; o desejo de companhia nos faz procurar os outros; e assim por diante. Antes de possuirmos um Corpo de Desejos (antes do Período Lunar), éramos imóveis e semelhantes a uma planta. A nossa forma tinha vida e capacidade de se mover, mas nenhum incentivo para fazer isso. Esse incentivo era fornecido pelas forças ativas no Mundo do Desejo que trabalhavam através do nosso Corpo de Desejos macrocósmico e nos impeliam a movimentar o nosso Corpo Denso nesta ou naquela direção.
Primeiro foi nos fornecido o germe do Corpo Denso; depois foi nos fornecido o germe do Corpo Vital, como meio de vitalizar o Corpo Denso. Depois foi acrescentado o germe do Corpo de Desejos, que pôs em ação o Corpo Denso e o Corpo Vital, resultando disso desejos, vontades, paixões, sentimentos e emoções. Em seguida, foi nos fornecido o germe da Mente, através do qual podemos ganhar experiências e, assim, aprender a controlar as atividades do nosso Tríplice Corpo. E agora nós, o Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui), estamos devidamente equipados para começar o nosso aprendizado na grande Escola da Vida de Deus.
Depois de cumprida uma certa quantidade de trabalho renascido, mais uma vez, aqui, aprendemos como se encerra o dia quando atravessamos o portal do que se chama de mais uma morte aqui. O caminho para o nosso verdadeiro lar, que é o Segundo Céu, nos leva primeiro ao Purgatório – que se situa nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo –, onde é purgado de cada partícula de mal, por menor que seja, e a memória do sofrimento resultante dessa purgação é incorporada na consciência; depois vem o Primeiro Céu, que se situa nas três Regiões mais elevadas, ou superiores, do Mundo do Desejo.
Os nomes dessas três Regiões superiores do Mundo do Desejo são: Região da Vida Anímica, Região da Luz Anímica e Região do Poder Anímico. Nelas residem todas as atividades da vida da Alma. E aqui, mais uma vez, a realidade é trazida até nós: o nosso grau de felicidade nos Mundos celestiais depende de quanto crescimento de Alma nós praticamos durante a vida no Mundo material.
Aqui, no Primeiro Céu, nos encontramos purificados novamente do panorama da nossa vida passada, que se desenrola de novo para trás; mas dessa vez os bons atos da vida são a base do sentimento. E agora, note bem isto, — assim como foi na passagem pelo Purgatório, assim é nos Mundos celestes — exatamente na proporção dos atos, das ações, e obras praticados por meio do nosso Corpo Denso que baseou a nossa existência purgatorial, acontece o mesmo em relação à bem-aventurança celeste no Primeiro Céu. Poucos, se é que alguém, da Humanidade da nossa fase atual de evolução são inteiramente bons para escapar apenas um pouco do fogo refinador que separa a escória do ouro puro que há no Purgatório. E poucos são os que não têm suficiente bem armazenado no registo do seu passado para lhes dar alguma porção de alegria nos Mundo celestiais, que há no Primeiro Céu.
À medida que o panorama do passado se desenrola no Primeiro Céu, quando nos deparamos com as cenas em que ajudamos os outros irmãos, percebemos de novo toda a alegria de ajudar que era nossa no momento em que o ato, a ação ou a obra de bondade foi praticado e, além disso, sentimos toda a gratidão que nos foi derramada pelo destinatário da nossa ajuda. Quando chega às cenas em que fomos ajudados por outros, sentimos toda a gratidão que, então, sentiu o nosso benfeitor. Vemos assim a importância realmente grande de apreciar os favores que nos são feitos pelos outros, porque a gratidão é um meio de crescimento de Alma e tal crescimento é a grande obra da nossa época. Aqui também está a chave para a nossa felicidade nos Mundos celestes, pois ela depende da alegria e do regozijo que damos aos outros irmãos (Serviço) e da valorização que damos ao que os outros fizeram por nós. O livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz ensina isso.
É um grande erro pensar que a capacidade de prestar serviço, de dar esteja investida principalmente em pessoas de posses. A doação indiscriminada de quaisquer tipos de recursos financeiros pode causar mal! Mas não há alguém tão pobre em bens mundanos que não possa fornecer um olhar bondoso, um sorriso, uma expressão de confiança amorosa e simpática (um “bom dia”, uma “boa tarde”, “boa noite”, um “Olá”, um “como vai”, um “muito obrigado”, um “com licença”), palavras animadoras de coragem e fé, um pensamento útil ou uma ótima risada. O que importa é o ato, a obra, a ação de ajudar o irmão ou a irmã de um modo desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós), seja mental, moral ou fisicamente, a se ajudar e não a torná-lo dependente nem de nós e nem dos outros, pois a dependência gera fraqueza, enquanto todo esforço produz força. Não é isso que repetimos todas as vezes que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional do Templo quando rezamos no final da Oração Rosacruz: “… E, com todo o nosso poder, possamos elevar todas as Almas, a fim de que vivam em harmonia e na luz de uma perfeita Liberdade.”.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz aprendemos que o Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem uma única gota de amargura. Lá, nós estamos além da influência das condições materiais ou terrenas e assimilamos todo o bem contido na nossa vida passada, enquanto a vivemos de novo. Aqui se realizam, em toda a sua plenitude, todas as aspirações enobrecedoras a que aspiramos. É um lugar de repouso e, quanto mais dura tiver sido a nossa vida aqui, tanto mais intensamente será desfrutado o repouso e o regozijo lá.
A doença, a tristeza e a dor são desconhecidas aqui. É no Primeiro Céu que os pensamentos do Cristão devoto construíram a Nova Jerusalém, a partir do material de desejos sutil de que esta região é composta. Belas casas, árvores e flores, para citar alguns exemplos, são a porção daqueles que as desejaram e, embora construídas com material sutil, são tão reais e tangíveis para eles, quanto as nossas são para nós. Todos obtêm aqui a satisfação que lhes faltou na vida terrena.
Este Céu é também um lugar de progressão para todos os que foram estudiosos, artísticos ou altruístas. Aqui o estudante e o filósofo têm acesso a todas as bibliotecas do mundo. O artista tem um prazer infinito nas combinações de cores em constante mudança, pois aprende rapidamente que os seus próprios pensamentos misturam e moldam essas cores à sua vontade. Suas criações brilham e cintilam com uma vida impossível de alcançar para quem trabalha com os pigmentos baços do mundo terreno, pois aqui ele está, por assim dizer, pintando com materiais vivos e brilhantes; assim, é capaz de executar os seus projetos com uma facilidade que enche a sua alma de prazer.
Tal como o Mundo Físico é o mundo da forma e por isso a forma é aqui mais acentuada, também a cor é particularmente acentuada no Mundo do Desejo. O músico ainda não alcançou o lugar onde sua arte se expressará em toda a sua extensão, pois a música pertence ao Mundo do Pensamento, onde estão localizados o Segundo Céu e o Terceiro Céu. O Mundo do Pensamento é a esfera do tom e a música celestial é um fato, não uma simples figura de linguagem. Embora o tom seja mais acentuado no Mundo do Pensamento, os ecos dessa música celestial chegam até nós, aqui, no Mundo Físico, e são os nossos bens mais preciosos, embora sejam tão excessivamente elusivos que não possam ser criados permanentemente como podem outras obras de arte — a escultura, a pintura ou a literatura. No Mundo Físico o tom desaparece no momento em que nasce, mas no Primeiro Céu os ecos são, naturalmente, muito mais belos e têm mais permanência; por isso o músico ouve sons mais doces do que já ouviu durante a sua vida terrena.
No livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz lemos sobre a bela vida celestial que as crianças têm no Primeiro Céu, e nos dizem que, se pudéssemos vê-las lá, a nossa dor cessaria rapidamente aqui. Quando uma criança morre antes do nascimento do Corpo de Desejos, que ocorre por volta do décimo quarto ano na vida aqui, ela não vai além do Primeiro Céu, porque não é responsável pelos seus atos, suas obras ou ações, assim como o recém-nascido não é responsável pela dor que causa à sua mãe, quando se movimenta no seu ventre. Portanto, a criança não tem existência purgatorial. O que não é vivificado não pode morrer e por isso o Corpo de Desejos de uma criança, junto da Mente, persistirá até um novo nascimento; por essa razão tais crianças são muito aptas a se lembrar da sua vida anterior, como no caso citado em outro lugar do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz.
Para essas crianças, o Primeiro Céu é um lugar de espera, onde permanecem de um a vinte anos até que uma oportunidade para um novo nascimento seja oferecida. No entanto, é mais do que um simples lugar de espera, porque há muito progresso feito durante esse tempo. Quando uma criança morre, há sempre um parente, um conhecido que a quer muito bem que a espera ou, na falta destes, há pessoas que amaram ser “mães” de crianças na vida terrena e que encontram prazer em cuidar de uma pequena solitária. A extrema plasticidade do material de desejo facilita a formação dos mais requintados brinquedos vivos para as crianças e a vida delas é um belo jogo; no entanto, a sua instrução não é negligenciada. São agrupadas em classes, de acordo com os seus temperamentos, mas independentemente da idade.
No Mundo do Desejo é fácil dar lições objetivas sobre a influência das paixões boas e más na conduta e na felicidade. Essas lições ficam indelevelmente impressas no sensível e emocional Corpo de Desejos da criança e permanecem com ela após o renascimento, de modo que muitos que vivem uma vida nobre devem muito disso ao fato de terem recebido esse treinamento. Muitas vezes, quando um Ego fraco nasce, os Seres Compassivos (os Líderes invisíveis que guiam a nossa evolução) fazem com que ele morra aqui no início da vida para que possa ter esse treinamento adicional lá, que o prepara para o que pode ser uma vida difícil. Este parece ser o caso, particularmente, quando a gravação no Átomo-semente do Corpo de Desejos foi fraca e prejudicada, em consequência de uma pessoa moribunda ter sido perturbada pelas lamentações dos seus parentes, ou porque encontrou a morte por acidente ou no campo de batalha ou seu Corpo Denso, depois que morreu, foi dissecado, cutucado, furado, cortado, embalsamado. Ela não experimentou, nessas circunstâncias, a intensidade apropriada de sentimento em sua existência post-mortem; logo, quando ela nasce e morre no início da vida, a perda é compensada.
Muitas vezes, o dever de cuidar dessa criança na vida celeste pertence àqueles que foram a causa da anomalia. Eles têm assim a possibilidade de compensar a sua falta e de aprender melhor. Ou talvez se tornem os pais da pessoa que prejudicaram e cuidem dela durante seus poucos anos de vida. Então não importa se lamentam histericamente a morte dessa criança, porque não haverá imagens de qualquer consequência no Éter Refletor do Corpo Vital da criança. E assim a “dívida é paga” e a “conta é liquidada” como sempre deve ser.
Nenhuma pessoa que passa por uma vida terrena egoísta, crítica, egocêntrica, censuradora e sem caridade, buscando seus principais prazeres nas coisas físicas, materiais — ou seja, no que pode ser obtido e desfrutado apenas por meio dos sentidos puramente físicos e, ainda assim, porque uma vez colocou seu nome em um registro de uma Igreja ou frequenta alguma “Religião exotérica” por motivo de dever ou como se fosse uma espécie de bálsamo para uma consciência ultrajada — deve esperar que lhe seja permitido ficar por muito tempo ou desfrutar muito a estada no Primeiro Céu. Porque o Primeiro Céu é, verdadeiramente, a Região da Alma e a Alma é a essência da simpatia e da ajuda feita e prestada aqui, que é a quintessência do serviço amoroso e desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós) – prestado durante a nossa vida terrestre, ou seja: aqui, especial e principalmente por meio de atos, obras e ações, usando o nosso Corpo Denso.
Ou seja, uma vida assim: egoísta, crítica, egocêntrica, censuradora e sem caridade, buscando seus principais prazeres nas coisas físicas, materiais – ou seja, no que pode ser obtido e desfrutado apenas por meio dos sentidos puramente físicos e, ainda assim, porque uma vez colocou seu nome em um registro de uma Igreja ou frequenta alguma “Religião exotérica” por motivo de dever ou como se fosse uma espécie de bálsamo para uma consciência ultrajada – não pode ser produtiva de grande quantidade de ambos. Porque nenhuma qualidade pode se tornar parte de nós até que a tenhamos incorporado na nossa natureza, vivendo-a no dia a dia. Podemos pensar em altruísmo, podemos falar sobre altruísmo e podemos acreditar em altruísmo, mas para realmente possuirmos o altruísmo temos que vivê-lo, colocá-lo em prática por meio de atos, obras e ações. Não há outro caminho! É exatamente assim que o crescimento anímico – o crescimento da Alma – funciona. A Alma não é um órgão físico nem um sentido físico, como a visão e o tato. Cada Alma é o resultado do nosso trabalho (o Ego) em cada um dos nossos três Corpos, a saber: a Alma Consciente, resultado do trabalho por meio de atos, obras e ações boas no nosso Corpo Denso; a Alma Emocional, resultado do trabalho por meio de desejos, emoções e sentimentos superiores no nosso Corpo de Desejos; a Alma Intelectual, resultado da memória dos atos, obras e ações boas, e desejos, emoções e sentimentos superiores gravados no nosso Corpo Vital. Assim, os nossos veículos devem se tornar o “servo” e não o “senhor”, porque são simplesmente os nossos instrumentos, nossas “ferramentas de trabalho”.
Você quer encurtar a sua permanência no Purgatório? Então tente não incorporar em seu Panorama de Vida – quando morrer mais uma vez aqui – as coisas das quais será purgado para se tornar puro. Quer ter uma ajuda que acelera a redução desses registros que levam a estada no Purgatório? Pratique o Exercício Esotérico Rosacruz noturno de Retrospecção.
Gostaria de saborear a sua estada no Primeiro Céu, essa região de alegria e regozijo, sem uma única gota de amargura, onde todas as suas aspirações mais elevadas se realizam em toda a sua extensão e você obtém a satisfação que a vida terrena não deu? Então procure ter uma vida que faça sua Alma crescer. Busque diligentemente os doze tipos de oportunidade que nos chegam todos os meses e, quando encontrar, seja atencioso no serviço amoroso e desinteressado (se possível, anonimamente) – sempre esquecendo os defeitos deles e, assim focando na divina essência oculta em cada um de nós) – prestado durante a nossa vida terrestre!
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross junho/1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Resposta: Essa pergunta revela uma atitude de espírito extremamente deplorável; seria a mesma coisa que perguntar se é correto tentar salvar a si mesmo em caso de afogamento, pois a queda na água também é um efeito de uma causa autogerada. Claro que é nosso dever tomar remédios, desde que administrado por uma pessoa apropriadamente qualificada, ou tentar curar as doenças ou enfermidades das quais sofremos da forma que mais nos aprouver. Estaríamos decididamente agindo errado se permitíssemos que o nosso instrumento físico – o nosso Corpo Denso – se deteriorasse por falta de cuidados e de uma atenção apropriada. É o instrumento mais valioso que possuímos e, a menos que o utilizemos apropriadamente e cuidemos dele, estamos sujeitos à Lei de Causa e Efeito devido a essa negligência.
Uma pergunta como essa revela uma concepção totalmente errônea da Lei de Causa e Efeito. É nosso dever tentar nos elevar acima das situações, ao invés de permitir que as circunstâncias dirijam nossas vidas. Há um lindo e pequeno poema que exprime essa ideia adequadamente:
“Um barco sai para Leste e para Oeste outro sai,
com o mesmo vento que sopra numa única direção.
É a posição certa das velas e não o sopro do vento
que determina, por certo, o caminho em que eles vão.
Os caminhos do destino são como os ventos do mar
conforme nós navegamos ao longo e através da vida.
É a ação da alma que à meta nos vai levar
E não a calmaria ou o constante lutar”[1]
Se nos esforçarmos em manejar as velas do barco da vida corretamente, seremos sempre capazes de modificar, senão mudar completamente, as suas condições, e fazer das nossas vidas o que quisermos, ao invés de acomodarmo-nos esperando as nuvens passarem, pois somos nós mesmos que as criamos. O próprio fato de as termos criado deveria ser uma inspiração para nós, para nos dar coragem e energia para desfazê-las ou rechaçá-las, o mais rapidamente possível.
(Pergunta nº 36 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.T.: de Ella Wheeler Wilcox (1850-1919), autora e poetisa estadunidense. Do poema “The Winds of Fate” (1913.
A morte é a passagem do indivíduo de um Mundo para outro, uma remoção para outro plano onde vivemos sem qualquer alteração, pois apenas o nosso ambiente e as condições exteriores são alterados. Essa ida de um Mundo para outro é, geralmente, acompanhada por mais inconsciência ou menos. Quando despertamos no Mundo do Desejo, nós somos, com uma exceção, a mesma pessoa com todos os aspectos que tínhamos antes da morte. Qualquer um que nos visse lá iria nos reconhecer, se nos conheceu aqui, na Região Química do Mundo Físico.
Não há poder transformador na morte; o nosso caráter não muda! O ser humano perverso e o bêbado continuam perverso e bêbado; o avarento ainda é um avarento; o ladrão é tão desonesto como antes. Mas há uma grande e importante mudança em todos eles: todos perderam seu Corpo Denso e isso faz toda a diferença em relação à satisfação de seus vários desejos. O bêbado não pode beber nada, pois ele não tem estômago (nem físico e nem vital) e embora tente de todas as maneiras possíveis satisfazer o seu desejo de bebida alcoólica, é estritamente impossível e em consequência disso ele sofre as torturas de Tântalo[1] até que, finalmente, o desejo se queima por falta de satisfação, como acontece com todos os desejos, sentimentos e emoções, inclusive na nossa vida física aqui.
Note que não é uma Divindade vingadora que mede o sofrimento no Purgatório, nem um demônio que executa o julgamento; mas os desejos, sentimentos e as emoções malignos, cultivados em cada vida terrena por nós e incapazes de gratificação no Mundo do Desejo, é que causam o sofrimento, até que, com o tempo, eles são dissipados. Assim, o sofrimento é estritamente proporcional à força de cada hábito maligno praticado na vida recém-finda.
Enquanto nossos maus hábitos são tratados dessa maneira geral, nossas ações más e específicas são tratadas da seguinte maneira: no momento da morte, antes que nós, o Espírito ou Ego humano, vestido com a bainha da Mente e do Corpo de Desejos, seja inteiramente retirado da forma física, um Panorama da Vida prestes a terminar é gravado no Corpo de Desejos e esse panorama começa a se desdobrar para trás da morte ao nascimento, após nossa entrada no Purgatório, que está localizado nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. No Corpo de Desejos de alguns existe uma preponderância de matéria de desejo grosseira ou inferior e, em outros, de matéria de desejo fina ou superior; isso faz a diferença no nosso ambiente e status quando entramos no Mundo do Desejo após a morte, pois então a matéria do Corpo de Desejos, enquanto assume o aspecto e a forma do Corpo Denso que foi descartado, ao mesmo tempo se organiza de modo que a matéria mais sutil e pertencente às Regiões superiores do Mundo do Desejo forma o centro do veículo, enquanto a matéria das três Regiões inferior fica na periferia desse Corpo.
Quando mais uma vida terrena nossa termina, nós exercemos uma força centrífuga para nos libertarmos do nossos Corpos. Seguindo a mesma lei que faz um Planeta lançar ao espaço a parte de si mesmo que é mais densa e cristalizada, primeiramente descartamos o nosso Corpo Denso. E isso nós chamamos de “morte”. Esse é o momento em que o Panorama da Vida é gravado no nosso Corpo de Desejos. Quando entramos no Mundo do Desejo, essa força centrífuga continua a agir de modo a lançar a matéria mais grosseira ou inferior desse Corpo de Desejos para fora; assim somos forçados a permanecer nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, o Purgatório, até ser purgado dos desejos, sentimentos e emoções mais grosseiros que foram incorporados à nossa matéria de desejo. A matéria de desejo mais grosseira ou inferior está, portanto, sempre na periferia do nosso Corpo de Desejos, enquanto passamos pelo Purgatório, sendo gradualmente eliminada pela força centrífuga.
Durante esse tempo, o Panorama da Vida é, gradualmente, desdobrado para trás, da morte ao nascimento, como dito acima, a uma taxa de, aproximadamente, três vezes a velocidade da nossa vida física, de modo que alguém que tivesse sessenta anos no momento da morte viveria sua vida no Mundo do Desejo em vinte anos. No Purgatório, enquanto o Panorama da Vida que acabou se desenvolve, o bem contido nele não causa qualquer impressão em nós, mas todo o mal reage sobre nós de tal forma que, nas cenas em que nós fizemos outro ser sofrer, nós próprios nos sentimos sofrendo como o ser que fizemos sofrer sofreu. Sofremos toda a dor e angústia que nossa vítima sentiu; como a velocidade da vida é triplicada aqui, o sofrimento também é! E ainda mais agudo, pois o Corpo Denso tem uma vibração tão lenta que diminui até mesmo o sofrimento, mas no Mundo do Desejo, quando estamos sem o veículo físico, o sofrimento é muito mais intenso e quanto mais nítida a impressão panorâmica da vida passada for gravada no Corpo de Desejos no momento da morte, mais sofreremos e mais claramente sentiremos em nossas vidas futuras que a transgressão deve ser evitada, ou que “vida do transgressor é dura e sofrida” (Pb 13:15).
Assim, somos purgados de todo tipo de mal, pois a missão do Purgatório é erradicar os nossos hábitos prejudiciais, tornando nossa gratificação impossível. É por causa do nosso sofrimento lá que aprendemos a agir gentilmente, honestamente e com tolerância para com os outros aqui. Quando nascemos de novo, estamos livres dos maus hábitos e nova obra, ação ou todo novo ato malignos que cometemos vem do livre-arbítrio. Às vezes, essas tendências nos tentam, proporcionando-nos uma oportunidade de nos posicionar do lado da misericórdia, da compaixão, da paciência e da virtude, contra o vício e a crueldade.
Mas para indicar o ato, a ação ou a obra correta e nos ajudar a resistir às armadilhas e artimanhas da tentação, temos o sentimento resultante da expurgação de hábitos malignos e da expiação dos atos errados de vidas passadas: a consciência moral produzida pelo sofrimento purgatorial. Se dermos atenção a esse sentimento e nos abstermos do mal a tentação cessará: nós nos libertaremos dela para sempre. Se cedermos, porém, experimentaremos um sofrimento mais agudo do que antes até que finalmente tenhamos aprendido a viver pela Regra de Ouro (Mt 7:12), porque o “caminho do transgressor é muito difícil”. Logo, o Purgatório tem influência fundamental no Crescimento da Alma.
Entretanto aprendemos na Fraternidade Rosacruz que há um benefício inestimável em conhecer o método e o objetivo dessa purgação, porque assim somos capazes de evitá-la, vivendo nosso Purgatório aqui e agora, dia a dia, avançando muito mais rápido do que seria possível de outra forma. Um exercício é fornecido na última parte do livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz, cuja intenção é a purificação como ajuda para o desenvolvimento da visão espiritual. Consiste em refletir sobre os acontecimentos do dia após se retirar para dormir, à noite, e julgar cada incidente para verificar se agimos corretamente ou não. Se dessa maneira superarmos conscientemente nossas fraquezas, também faremos um avanço muito objetivo na Escola da Evolução. Mesmo se falharmos em corrigir nossas ações, teremos um imenso benefício ao julgar a nós mesmos, gerando assim aspirações para o bem que, com o tempo, certamente darão frutos em forma de ações corretas.
Arrependimento e reforma íntima também são fatores poderosos para encurtar a existência purgatorial, pois a natureza nunca desperdiça esforços em processos inúteis. Quando percebemos o erro de certos hábitos ou atos em nossa vida e determinamos erradicar esse hábito e compensar o erro, nós drenamos suas imagens da Memória ou Mente Subconsciente e eles não estarão no Purgatório para nos julgar após a morte. Mesmo que não sejamos capazes de fazer a restituição por um erro cometido, a sinceridade do nosso arrependimento será suficiente. A indenização pode ser oferecida à nossa vítima de outras maneiras.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio de 1916, e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
[1] N.T.: Em sua história, conta-se que, ousando testar a omnisciência dos deuses, roubou os manjares divinos e serviu-lhes a carne do próprio filho Pélope num festim. Como castigo foi lançado ao Tártaro, onde, em um vale abundante em vegetação e água, foi sentenciado a não poder saciar sua fome e sede, visto que, ao aproximar-se da água essa escoava e ao erguer-se para colher os frutos das árvores, os ramos moviam-se para longe de seu alcance sob a força do vento. A expressão suplício de Tântalo refere-se ao sofrimento daquele que deseja algo aparentemente próximo, porém, inalcançável, a exemplo do ditado popular “Tão perto e, ainda assim, tão longe”.
Resposta. Não. A morte só será superada no Corpo Vital; a morte é meramente uma interrupção momentânea na consciência de alguém, enquanto ela é transferida de um mundo para outro: do Mundo Físico para o Mundo do Desejo. Quando tivermos desenvolvido nossos Corpos-Almas o suficiente para que nossa consciência se torne residente neles, então ela será contínua e não será interrompida pelo fim do Corpo Denso.
Para a maior parte da Humanidade isso não ocorrerá até a Sexta Época, que é chamada de Nova Galileia. Então a Humanidade estará em uma condição análoga àquela em que estava nos dias da Época Lemúrica primitiva, quando a consciência estava focada na Região Etérica do Mundo Físico e não estava consciente da morte do Corpo Denso. No entanto, na Sexta Época estaremos na fase ascendente desse Esquema de Evolução, em um estágio mais elevado do que estávamos nos dias da Época Lemúrica.
O Adepto já chegou a esse estágio. Ele aperfeiçoou seu Corpo Vital, na parte superior que é o Corpo-Alma, a tal ponto que ele pode funcionar nele conscientemente em todos os momentos; ele também adquiriu a habilidade de construir um novo Corpo Denso à vontade e entrar nele quando o velho Corpo Denso se desgastar ou quando ele desejar descartá-lo. Assim, o Adepto superou a morte. Mas note que isso não foi feito elevando as vibrações do Corpo Denso para imortalizá-lo.
Corpos Densos se desgastam, mesmo os dos Adeptos, e continuarão fazendo isso… Além do mais, não é desejável que eles sejam imortalizados. É muito melhor que, quando atingirmos um estágio mais elevado de evolução, transfiramos nossa consciência para Corpos Vitais, que são muito mais adequados para nossos propósitos do que Corpos Densos possam ser.
(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março/1926 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)
Abaixo, em forma de livreto, você encontrará:
(*) Lembre sempre de preparar o ambiente com uma música apropriada. A melhor é o Adágio Molto e Cantabile – da Sinfonia nº 9 em Ré Menor de L. V. Beethoven, que você encontra clicando aqui.
O objetivo do Livreto é você poder imprimir como um livreto.
Assim, imprima frente e verso em “virar na borda horizontal” em impressoras que imprimem frente e verso.
Ou, caso sua impressora não imprima frente e verso, então imprima primeiro as folhas ímpares e depois no verso as folhas pares.
O tamanho também você pode escolher: cada 2 páginas em uma folha A4 ou cada 4 páginas em uma folha A4.
Tenha acesso ao Livreto clicando aqui.
O Estudante Rosacruz oficia o Ritual do Serviço Devocional de Funeral quando um irmão ou uma irmã falece e está prestes a ser enterrado (a) ou cremado (a).
É uma oportunidade, se quisermos real e eficazmente, de ajudar o irmão ou a irmã que está para iniciar mais uma vida celeste.
Esse momento importantíssimo para o irmão ou a irmã. Afinal, temos a Ciência do Nascimento, com o concurso de médicos obstétricos, parteiras experimentadas, antissépticos e todo o necessário para o conforto e segurança da criança que vai nascer e de sua mãe, mas nos falta a Ciência da Morte que nos permita despedir, convenientemente, dos nossos amigos deste Mundo e nos preparar para mais um nascimento nos Mundos Celestes.
Na hora do funeral, enterro ou da cremação (mesmo você não estando FISICAMENTE presente), se retire para um cantinho e faça o Ritual do Serviço Devocional de Funeral da Fraternidade Rosacruz.
Perceba que o Ritual é dividido em três partes bem distintas:
1ª – Preparação – composto por músicas e textos que visam preparar o ambiente, separando o ambiente externo (de onde vem o Estudante) do interno (para o interior do Estudante);
2ª – Meditação silenciosa – um minuto para meditarmos silenciosamente sobre o Amor, a Paz e a tranquilidade;
3ª – Alocução do Oficiante – texto sobre como devemos proceder nesse momento importantíssimo para o irmão ou irmã falecido (a).
4ª – Saída – composto pelo canto (ou declamação) da última estrofe do Hino Rosacruz de Encerramento que visa preparar os presentes para internalizar tudo o que aqui foi lido, ouvido e se concentrado, recebendo toda a força espiritual gerada durante a oficiação do Ritual, a fim de enviar ao irmão ou irmã falecido (a).
5ª – Serviço no Crematório ou no Cemitério – para ser feito exatamente no momento que antecede a cremação ou o enterro do irmão ou irmã falecido (a).
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a) Aqui você tem acesso ao arquivo com o texto: Ritual do Serviço Devocional de Funeral
b) Aqui você tem acesso ao texto do Ritual do Serviço Devocional de Funeral:
“Deixa-me ver o caminho
Que ao céu me conduz;
Tudo o que Tu me dás
São dádivas de consolo.
Os Anjos chamam-me;
Mais perto quero estar,
Mais perto quero estar,
Meu Deus, de Ti!”
Queridas irmãs e irmãos:
“QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ”
Dediquemos um momento à meditação silenciosa sobre o Amor, a Paz e a tranquilidade.
Terminado um minuto o Oficiante faz a seguinte alocução:
“Não quero, porém, Irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não tem esperança”.
“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele.” (da Primeira Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses Capítulo 4, Versículos de 13 a 14).
“Mas alguém dirá: como ressuscitarão os mortos? E com que corpos virão?”
“Insensato! O que tu semeias não é vivificado, se primeiro não morrer!”
“E quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas simples grãos, como de trigo, ou outra semente qualquer”.
“Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente (ser humano) o seu próprio corpo”.
“Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos seres humanos, e outra é a carne dos animais, e outra a dos peixes, e outra é a das aves”.
“E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra dos terrestres”.
“Uma é a glória do Sol, e outra a glória da Lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela”.
“Assim, também, a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção: ressuscitará em incorrupção”.
“Semeia-se desprezível, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor”.
“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual.” (da Primeira Epístola de S. Paulo aos Coríntios, Capítulo 15, Versículos de 35 a 44).
Uma das provas do valor da Religião é o conforto que nos dá quando a dor e a tristeza põem à prova nossos corações. Para cumprir sua missão a Religião deve nos trazer conforto, particularmente por ocasião da separação final de nossos entes queridos. Quando a morte nos aflige, quando Deus quer terminar a vida terrena atual dos nossos parentes e amigos, quando nossos recursos humanos tenham sido esgotados, então procuramos na Religião a coragem e a fortaleza que nos permita suportar a carga da nossa grande perda e da nossa tristeza.
Como preenchem esses requisitos os Ensinamentos Rosacruzes? Em primeiro lugar, eles nos ensinam que a morte não é o fim e, também, como, sob a Lei de Consequência, o fruto de nossas ações nesta vida, sejam boas ou más, deve ser colhido em algum tempo futuro, pois a Bíblia nos diz: “Aquilo que o homem semear, isso mesmo colherá”.
Sabemos ser impossível cancelar nossos atos bons ou maus pelo simples fato de morrer, como também o é compensar nossos credores nos mudando para outra cidade. A dívida continua existindo e, algum dia e em algum lugar, deve ser liquidada.
Regozijamo-nos quando nasce uma alma, isto é, quando é encerrada em vestimento de barro; mas nos lamentamos quando ela abandona essa forma por ocasião a morte, porque não podemos perceber que essa conduta é exatamente o contrário do que deveria ser. Nós, o Espírito, somos aprisionados nessa camada de barro quando nascemos neste Mundo Físico para, durante muitos anos, nos sujeitarmos às dores, aos sofrimentos, às doenças e enfermidades que são a “herança da carne”. Porém, a vida física é necessária para que a alma possa aprender as lições na Escola da Vida.
Se devêssemos nos entregar à tristeza, isso deveria ser quando renascemos nesse Mundo, mas deveríamos nos regozijar quando a morte chega para nos libertar do sofrimento e dos incômodos da existência física. Se pudéssemos ver e sentir o alívio que sentem nossos entes queridos quando se libertam de um Corpo doente, em verdade ficaríamos felizes e não mais nos lamentaríamos. Imaginem uma pobre alma que esteja prisioneira num leito, doente, quando desperta nos Mundos invisíveis onde pode se mover à vontade, livre da dor e do sofrimento!
Não desejaríamos boa viagem a essa alma, em vez de nos lamentarmos?
Deus chamou nosso Amigo (a) <dizer o nome dele (a)> para cumprir maior tarefa, em campo maior, em outros Mundos, onde ele (a) não necessita de Corpo Físico (ou de Corpo Denso) e, por isso, ele (a) abandonou o que possuía.
<Faça um pequeno resumo das qualidades e atividades passadas do Amigo (a)>
Assim como uma criança comparece à escola dia após dia, para adquirir conhecimentos, tendo noites de descanso entre os dias de escola, enquanto desenvolve o seu corpo da infância até a estatura do adulto, assim também nós frequentamos a Escola da Vida durante uma sucessão de vidas habitando uma série de Corpos terrestres, de qualidade sempre melhorada, com os quais ganhamos experiência. É como disse o poeta Oliver Wendell Holmes:
“Constrói mansões mais duradouras, minha alma,
À medida que passam as velozes estações!
Abandona tua cripta anterior!
Que cada novo templo, melhor que o anterior,
Te separes do céu com cúpula maior,
Até que afinal te libertes,
Trocando tua concha por um oceano irrequieto de vida!”
Sabemos que nosso (a) Amigo (a) voltará algum dia, em algum lugar, com um Corpo melhor e mais aperfeiçoado do que o Corpo que agora abandonou. Sabemos que por ação da imutável Lei de Consequência, ele (a) deve voltar para que, por meio de vidas repetidas e de reiteradas amizades, seu amor natural possa aumentar e submergir num oceano de Amor.
A morte perdeu seu aguilhão no que diz respeito a nós, não porque tenhamos ficado endurecidos ou que amemos menos nossos parentes e amigos, mas porque estamos convencidos que temos provas absolutas de que a morte não existe. Não temos motivos para nos afligir, porque o Cordão Prateado se partiu e o Corpo Físico está para retornar ao pó de onde veio, pois sabemos que o nosso (a) Amigo (a), que é Espírito como todos nós, está mais vivo que nunca, e que está presente entre nós, embora invisível para muitos.
Entregamos à terra <ou fogo se for cremado>as vestimentas que esse Espírito habitou, para que seus elementos possam ser transferidos a outras formas pela alquimia da Natureza.
Como disse o poeta Arnold:
“O Espírito jamais nasceu!
O Espírito nunca deixará de ser!
Nunca houve tempo em que ele existisse;
O fim e o princípio são sonhos,
O Espírito permanece para sempre independente dos nascimentos e das mortes;
A morte não tem nenhuma influência sobre ele,
Embora pareça morta sua habitação”.
“Assim como tiramos uma roupa usada
E apanhamos outra, dizemos:
‘Hoje usarei esta!’
Assim também o Espírito abandona sua veste de carne
E parte para voltar a ocupar
Nova habitação, recém-construída”.
Elevemos uma prece pedindo ajuda de Deus para que nosso (a) Irmão (ã) que partiu possa logo receber seu novo serviço no outro lado.
Deus te guarde até retornar
Faze a vida virtuosa
No ideal da Cruz de Rosas
Até quando a voltes a saudar.
9. Segue o Serviço no Crematório ou no Cemitério
Agora, entregamos esta roupagem de carne já usada que se tornou muito pequena para o Espírito que conhecemos pelo nome de (dizer o nome do Amigo (a)) aos elementos dos quais veio.
Nosso Amigo (a) não foi para longe; ele (a) está entre nós embora invisível para aqueles a quem amou. Ele (a) está livre e revestido (a) do corpo apropriado para a vida superior a qual partiu; assim desejamos-lhe sucesso em seu novo ambiente.
A Morte Não Existe
A morte não existe. Os Astros escondem-se
para elevarem-se sobre novas terras.
E sempre brilhando no diadema celeste
espalham seu fulgor incessantemente.
A morte não existe. As folhas do bosque
converte em vida o ar invisível;
as rochas quebram-se para alimentar
o musgo faminto que nelas nascem.
A morte não existe. O chão que pisamos
converter-se-á, pelas chuvas do verão,
em grãos dourados ou doces frutos,
ou em flores com as cores do arco-íris.
A morte não existe. As folhas caem,
as flores murcham e secam;
esperam apenas, durante as horas do inverno,
pelo hálito morno e suave da primavera.
A morte não existe; embora lamentamos
quando as lindas formas familiares,
que aprendemos a amar, sejam afastadas
dos nossos braços
Embora com o coração partido,
vestido de luto e com passos silenciosos,
levemos seus restos a repousarem na terra,
e digamos que eles morreram.
Eles não morreram. Apenas partiram
para além da névoa que nos cega aqui,
para nova e maior vida
dessa esfera mais serena.
Apenas despiram suas vestes de barro,
para revestirem-se com traje mais brilhante;
não foram para longe,
não foram “perdidos”, nem partiram.
Embora invisível aos nossos olhos mortais,
continuam aqui e nos amando;
nunca se esquecem
dos seres amados que deixaram.
Por vezes sentimos sobre nossa fronte febril
sua carícia, um hálito balsâmico.
O Espírito os vê, e nossos corações
sentem conforto e calma.
Sim, sempre junto a nós, embora invisíveis
continuam nossos queridos Espíritos imortais
pois todo o universo infinito de Deus
É VIDA. – A MORTE NÃO EXISTE!
(John McCheery)