Pergunta: Por que as igrejas solicitam dinheiro e adquirem bens, e por que a Fraternidade Rosacruz está começando a fazer o mesmo?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que as igrejas solicitam dinheiro e adquirem bens, e por que a Fraternidade Rosacruz está começando a fazer o mesmo?

Pergunta: A Bíblia diz: “Bem-aventurados os pobres porque deles é o Reino do Céu”. Diz também que é mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino do Céu. Muitas outras passagens parecem mostrar que a pobreza é uma benção e a riqueza uma maldição. Então, por que as igrejas solicitam dinheiro e adquirem bens, e por que a Fraternidade Rosacruz está começando a fazer o mesmo?

Resposta: Estamos bem cientes de que uma leitura superficial da Bíblia pode proporcionar justificativas para ideias semelhantes as que foram apresentadas na pergunta acima, mas se aplicarmos o bom senso, mesmo não considerando a Bíblia, é evidente que a pobreza não pode ser considerada uma virtude em si. E nem a riqueza pode ser classificada como um defeito. A passagem citada de Lucas: “Bem-aventurados os pobres porque deles é o Reino do Céu”, requer uma ressalva que é fornecida por Mateus ao escrever: “Bem-aventurados os pobres de espírito (humildes): porque deles é o Reino do Céu”.

No início, a humanidade foi colocada na Terra para cultivá-la, torná-la fértil e ter domínio sobre todas as coisas lá existentes. Em outras palavras, os seres humanos deviam trabalhar e, naturalmente, os frutos de seu trabalho deveriam advir daí. A medida que o tempo passou, os bens acumularam-se e também o desejo do ser humano pelas posses. Em lugar do ser humano ter domínio sobre o mundo e as coisas ali existentes, aconteceu como disse Emerson: “Coisas estão sobre a sela e cavalgam a humanidade”. Muitos seres humanos pensam possuir uma loja, um negócio ou uma fábrica, mas se meditassem um pouco para analisar real e imparcialmente a verdadeira situação, descobririam que a fábrica e o negócio é que os possuem.

Eles tornaram-se escravos de suas posses, as quais exigem seu tempo e a alegria de viver que teriam se agissem de outra forma. O ser humano vive com medo constante de ser assaltado ou que um mau negócio possa levá-lo à falência. Nunca está em paz e sempre temeroso em função de suas riquezas. Tal situação é bem comum, sendo assim, a riqueza torna-se certamente uma maldição.

Esse ser humano, porém, não é pobre de espírito. Outro ser humano pode possuir legalmente uma fábrica, dando emprego a um grande número de pessoas, e pode sentir-se como um agente de Deus ao assumir uma parcela do trabalho a ser feito no mundo. Como não se considera proprietário pessoal das coisas que o cercam, é realmente pobre de espírito, embora possa ser rico num sentido legal. Além disso, se ele for coerente e conservar essa disposição de espírito até a hora da sua morte, ele terá certamente acumulado muitos tesouros no céu. Portanto, ele é rico nesse lugar e entrará triunfante, não importa quão microscópica seja a porta de entrada.

Similarmente, as igrejas podem adquirir grandes riquezas na Terra e acumular tesouros no céu, se as usarem convenientemente para o alívio dos sofrimentos. Isso não significa que devemos dar a todos indiscriminadamente. Discernimento é certamente um grande fator para o crescimento anímico, e temos todas as indicações e incentivos para usar com critério a faculdade de dar, saber usá-la tão bem como em todos os outros aspectos da vida. Muitas vezes, ao dar indiscriminadamente, tornamos indigentes às pessoas que, de outra forma, poderiam ter sido úteis. A Bíblia não seria tão ilógica para sustentar que a pobreza seja uma virtude em si, porque poderíamos todos ser estimulados a levar uma vida de ociosidade, atitude infelizmente por demais comum entre pessoas que alegam seguir a vida superior. Na realidade, muitas pessoas pobres poderão ter que prestar contas a respeito de sua pobreza. As oportunidades apresentam-se a cada um de nós, e se falhamos em aproveitá-las, se desperdiçamos o tempo e os pequenos recursos materiais evitando conseguir mais recursos que nos permitam fazer o bem, teremos certamente de prestar contas pelos nossos atos. Por outro lado, o ser humano rico que usou convenientemente as suas riquezas, será elogiado pelo modo com que conduziu os negócios do seu Pai.

Quanto à Fraternidade Rosacruz, quase não vale a pena responder, pois, naturalmente, aqueles que usam de discernimento sabem que a Fraternidade Rosacruz não solicitou fundos para a Ecclesia ou para qualquer outra coisa. Alguns membros na Fraternidade iniciaram um movimento para arrecadar fundos, e não há razões para que não prossigam nisso entre si. A parafernália para a realização do nosso trabalho deve ser obtida e se os membros sentem essa necessidade e querem supri-la, isso é certamente privilégio deles. O autor não tem absolutamente o direito de interferir. As cartas que são publicadas e as opiniões nelas expressas seguem a orientação recebida. Só estariam impróprias, só prejudicariam o trabalho da Fraternidade se fossem instigadas pelo autor, mas este, como já foi dito frequentemente, não está autorizado a solicitar contribuições para qualquer coisa que seja.

(do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I – Perg. Nº 74 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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