Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Pergunta: Como pode ser conquistada a Clarividência Voluntária?

Resposta: Tudo o que podemos dizer aqui é indicar os primeiros passos conducentes à aquisição dessa faculdade. O primeiro exercício desenvolve a concentração mental e a ocasião mais indicada para iniciar e desenvolver essa prática é pela manhã logo ao despertar. Antes que os cuidados do dia nos assoberbem, pomo-nos relaxados e cômodos, apenas a Mente vigilante é enfocada no exercício. Nessa ocasião, recém-chegados dos mundos internos, mais facilmente poderemos trazer à Mente as impressões e imagens que lá tivemos.

A técnica é a seguinte: não se movimente. Relaxado e cômodo focalize mentalmente o exercício. O estado relaxado do Corpo não apenas objetiva a confortável posição, mas principalmente a permitir a cada músculo do corpo não ficar em estado de tensa expectativa. A tensão muscular frustra os objetivos do exercício. Ao se por tenso, o estudante desperta e dá ênfase ao Corpo de Desejos, que se expressa pelos músculos estriados (ou voluntários) e tendões do corpo, o qual impede a calma necessária à concentração mental. Primeiramente, devemos fixar nosso pensamento firmemente num ideal ou em algo elevado, sem desviar-se. Alguns exemplos são o Símbolo Rosacruz, uma rosa, os cinco primeiros versículos do Evangelho de São João, entre outros. É tarefa difícil, mas devemos persistir com entusiasmo, sem esmorecimentos, até que a possamos realizar bem, o esforço compensa, pois leva seguramente a resultados maravilhosos.  Veja: qualquer objeto poderá ser utilizado, de acordo com o temperamento e a capacidade mental do Aspirante, contanto que puro e edificante. A lembrança do Cristo poderá ser um motivo de concentração. As flores, particularmente, poderão servir a este propósito. Se é a figura de Cristo-Jesus devemos imaginá-lo como um Cristo real, dotado de expressão. Assim, deve tudo ser construído como ideal vivente e não estático e morto. Se escolhermos uma flor devemos, em imaginação, tomar a semente, enterrá-la no solo e fixarmo-nos neste quadro. No momento veremos a semente brotar, estendendo suas raízes que penetram na terra em forma espiralada. Dos seus principais ramos percebemos inúmeras radículas projetarem-se em todas as direções. Depois vemos a haste se projetar para cima rompendo a superfície da terra, surgindo como um diminuto pedúnculo. Um diminuto raminho surge da haste principal. Depois outro raminho. E mais outros, até o despontar de alguns botões. Presentemente, o que desperta mais a atenção são inúmeras folhas. Surge depois um botão no topo. Este botão cresce até que as pétalas de uma rosa vermelha surjam ao lado das folhas verdes, impregnando o ar com perfume dulcíssimo.

Veja: a concentração é um processo gradual. O primeiro quadro que o Aspirante constrói será, naturalmente, obscuro e pobre. A pouco e pouco, através do exercitamento, poderá sobrepujar essas limitações, construindo, então, uma imagem real e viva.

Quando o Aspirante tornar-se apto a formar tais quadros e sobre eles mantiver a Mente enfocada, poderá retirá-los rapidamente do campo mental, conservando-se alheio a qualquer pensamento, na expectativa do que surgirá em lugar da imagem. Durante algum tempo, talvez, nada venha a ocorrer. Contudo, exercitando-se fiel e pacientemente todas as manhãs, tempo virá em que, ao afastar o quadro que tenha imaginado, o Mundo do Desejo abrir-se-á a seus olhos internos. A princípio poderá ser uma rápida visão, porém será uma mensagem daquilo que virá oportunamente.

Afinal o pensamento foi conquistado pelo emprego de metade de nossa força criadora. Portanto, é também criador. Ele representa o poder de formar imagens, quadros, formas, mentais, segundo as ideias que internamente suscitamos. O pensamento é nosso principal poder. Nosso destino de seres racionais e de obter sobre ele absoluto domínio. Qualquer um, devidamente orientado, pode antecipar essa meta gloriosa e descortinar possibilidades inacreditáveis. O controle sobre a Mente permite a manifestação de imaginações reais, geradas por nosso espírito e não simples ilusões induzidas inconscientemente por condições exteriores.

O pensamento é o mais poderoso meio de obtenção do conhecimento. Se o concentrarmos sobre um assunto, ele abrirá caminho através dos obstáculos e resolverá o problema.

Nada está além da humana compreensão, quando chegamos a controlar e utilizar a força do pensamento. Geralmente dissipamos, dispersamos e enfraquecemos o pensamento-forma e em tal caso será de pouca utilidade por que não atrai nem suscita no plano mental os dados necessários à global compreensão do assunto em foco. Todavia, uma vez estejamos devidamente preparados para o reto uso do poder mental, todo o conhecimento estará a nossa disposição. A importância disso só o avaliará devidamente o que tenha vislumbrado os resultados da Concentração. O Aspirante à Vida Superior não pode furtar-se a essa meta. A princípio ficará aborrecido porque, ao tentar concentrar, a Mente foge e notará que pensa em tudo a que se encontra sob o Sol, em vez de fixar no ideal ou objeto proposto. Mas não deve desanimar. Com o tempo e perseverança o domínio se tornará menos difícil e os seus sentidos vão se disciplinando, até conseguir relativa concentração do foco mental.

O principal fator de êxito para lograrmos concentrar bem é a persistência; seguido de perto pela perseverança, obstinação, repetição, até vencer a luta. O que é mais difícil traz frutos mais valiosos. Sem persistência resultado algum poderá ser obtido. É inútil fazermos o exercício em uma, duas ou três manhãs ou mesmo semanas, para, depois negligenciá-los, falhando, interrompendo, reiniciando. Para ser efetivo, o exercício deverá ser feito fielmente todas as manhãs, sem nenhuma falha. Melhor ainda se for à mesma hora e lugar porque se irá formando uma força vital que auxiliará e abreviará a meta. E uma vez conquistado um bom resultado, devemos continuar o exercício, pois a natureza não admite inação. “O exercício assegura o resultado, como a função faz o órgão”. Toda função que só interrompe, vai retrocedendo e se atrofiando. O exercício metódico e constante mantém em ascensão e evolução todas as coisas.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz mai/68 – Fraternidade Rosacruz SP)

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