Pergunta: Você acredita em conversão?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Você acredita em conversão?

Resposta: Certamente, mas há conversões e conversões. Há a conversão que ocorre numa reunião de avivamento ao soar de tambores, ao bater de palmas, ao cantar de hinos evangélicos e o insistente chamado do revivalismo[1] para “vir antes que seja tarde demais”. Todas essas assistências à conversão produzem uma intensa influência hipnótica, que atua sobre a natureza emocional de muitas pessoas e, de tal maneira que esses chamados “pecadores”, não conseguem mais permanecer em seus lugares, pois, no sentido literal, são forçados a obedecer ao comando e se apresentar ao “banco dos enlutados”[2]. Geralmente, esse tipo de conversão é de pouquíssimo valor. Os revivalistas descobrem que é extremamente fácil converter as pessoas dessa maneira. O problema exasperadamente difícil é, como um deles expressou, “fazer com que isso perdure, que a pessoa volte”, pois quando a vítima do revivalista hipnótico deixa a reunião, a influência desaparece gradualmente e, mais cedo ou mais tarde, ele recai em sua atitude original. E embora esses “desviados” possam não sentir nenhuma angústia ao retroceder, a próxima reunião de avivamento os atrai para o banco dos enlutados novamente, com a mesma certeza de que um ímã atrai uma agulha. Eles são convertidos repetidamente e retrocedem regularmente todas as vezes que há uma reunião de avivamento, para o desgosto do revivalista e para a diversão da comunidade, que não sabe que é um simples caso de hipnotismo moderado.

No entanto, há outra conversão, porém, sempre acompanhada por influências astrais (Sol, Lua e Planetas) e conforme a força e intensidade dessas influências a conversão ou mudança na vida, será mais ou menos radical. Isso mostra, então, que a alma atingiu um certo ponto em sua peregrinação, em que sentirá uma atração pela vida superior. A causa imediata da conversão pode ser um sermão, uma palestra, um livro, um versículo da Bíblia ou algo dessa natureza, mas, na verdade, essa é apenas a causa física de algo que já era um fato espiritual. A partir desse momento, o homem ou a mulher começará a considerar uma nova visão da vida, deixará de lado os velhos vícios, seguirá novas linhas de pensamento e de realizações. Pode mudar toda a sua atitude em relação à vida e, também, em relação ao seu ambiente. De fato, muito frequentemente uma viagem o (a) tirou momentaneamente do ambiente habitual, para lhe proporcionar a condição apropriada para o plantio da nova semente.

(Pergunta nº 114 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: O avivamento ou revivalismo é um conjunto de práticas religiosas que produzem uma atmosfera de intensidade espiritual com dois objetivos em mente: convencer os não-cristãos a se converterem ao cristianismo e convencer os cristãos a revitalizar sua fé. O avivamento centra-se na pregação vigorosa e na plateia cantando canções religiosas populares. A pregação e o canto visam provocar respostas racionais e emocionais do público. O revivalismo protestante desenvolveu-se a partir de dois movimentos europeus do final do século XVII — o puritanismo inglês e o pietismo continental. Os puritanos contribuíram com ênfase na conversão visível. Esperava-se que adultos ou crianças mais velhas fossem capazes de contar a história de como se conscientizaram de sua pecaminosidade e de sua consequência final – a morte – e como se tornaram cristãos como resultado. Os puritanos frequentemente descreviam o evento de se tornar um cristão como o “Novo Nascimento”. Em outros momentos e lugares, tem sido descrito como “confiar em Cristo”, “experimentar a salvação”, tomar uma “decisão por Cristo” ou “nascer de novo”.

[2] N.T.: O banco dos enlutados, também conhecido como propiciatório ou banco da ansiedade, nas igrejas metodistas e outras igrejas cristãs evangélicas, é um banco localizado em frente à capela-mor. A prática foi instituída por John Wesley, o fundador da Igreja Metodista. Indivíduos se ajoelham no banco dos enlutados para experimentar o Novo Nascimento e alguns dos que já tiveram o Novo Nascimento vão lá para receber a inteira santificação, enquanto outros, especialmente apóstatas, usam o banco dos enlutados para confessar seus pecados e receber o perdão, em para continuar o processo de santificação. No banco dos enlutados, os indivíduos recebem conselhos espirituais de um ministro. De acordo com a doutrina da mortificação da carne, os penitentes não se ajoelham em almofadas de joelhos, mas sim no chão. Hoje, muitas, mas não todas, as igrejas metodistas suplantam o banco dos enlutados com trilhos da capela-mor, onde os metodistas (assim como outros cristãos evangélicos) recebem a Sagrada Comunhão, além de experimentar o novo nascimento, arrepender-se de seus pecados e orar.

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