Pergunta: O ser humano sempre foi uno e não se dividiu ou foi uno e se dividiu em duas partes?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O ser humano sempre foi uno e não se dividiu ou foi uno e se dividiu em duas partes?

Pergunta: Gostaria que me fosse esclarecida a aparente contradição encontrada no livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas: “O ser humano inicialmente era semelhante aos deuses, feito à sua imagem macho-fêmea, um hermafrodita e, posteriormente, um lado foi-lhe tirado para que ele se dividisse em dois sexos”. “Cada Espírito é completo em si mesmo. Ele assume um corpo masculino ou feminino em épocas diferentes a fim de aprender as lições da vida, e é somente no atual estágio de desenvolvimento que existe uma função tal como a do sexo”. A primeira citação parece afirmar que o ser humano era uno e dividiu-se em duas partes, enquanto a última citação implica que o ser humano sempre foi uno e não se dividiu em duas partes.

Resposta: Ambas as citações estão corretas, mas a primeira refere-se àquilo que consideramos atualmente como o corpo físico. Durante o estágio de cristalização na Época Hiperbórea, quando o ser humano em formação era semelhante aos vegetais, o corpo físico tinha características das várias plantas, pois era capaz de frutificar a si mesmo e criar um novo corpo, mas, posteriormente, na Época Lemúrica, quando se tornou necessário para a evolução do ser humano que ele tivesse um instrumento para pensar, falar e expressar-se, uma metade da força sexual foi desviada com a finalidade- de construir uma laringe e um cérebro. Consequentemente, o corpo físico de um grupo da humanidade retém a polaridade negativa ou feminina para a procriação, enquanto outra parte da humanidade tem o sexo positivo ou masculino desenvolvido no corpo físico.

Não obstante, devemos também compreender que teria sido impossível dividir a humanidade em sexos, mesmo por pouco tempo, se a energia criadora do Espírito não fosse bipolar. Essa força dual criadora é usada em todo o seu poder mágico, e expressa-se como Vontade e Imaginação, masculino e feminino, positivo e negativo. Seja ela ativada por Deus, o Arquiteto de todo o universo solar, ou por um Iniciado de qualquer grau, o processo é o mesmo. Ele requer, primeiro, o exercício da qualidade feminina da imaginação, com a qual o elemento a ser criado é imaginado e moldado na matéria mental em seus mínimos detalhes para formar o arquétipo do elemento a ser criado; segundo, quando esta tarefa tiver sido realizada, é necessário um esforço poderoso da força criadora masculina, a vontade concentrada, para reunir e construir nesse arquétipo criado pela imaginação, o material necessário à sua manifestação no mundo ao qual pertence e no qual deverá atuar.

O mesmo processo ocorre quando um Iniciado deve moldar um veículo no qual possa atuar e materializar-se, ou quando um mágico de ordem inferior deseja criar uma flor ou um objeto similar para uma demonstração.
Cada um deve ser capaz de exercer a função feminina da imaginação a fim de moldar, no mundo invisível, o objeto a ser concretizado. O aroma e tudo que se relaciona a ele deve ser completo – cor, nuance, etc. Em seguida, o esforço poderoso da vontade ordena os átomos físicos na matriz e o objeto manifesta-se no Mundo Físico.

Um processo similar ocorre também na criação de um novo corpo no sistema atual. A potente imaginação feminina da mãe é necessária para moldar o embrião numa forma humana durante o período de gestação, e é a vontade concentrada do pai durante o momento da cópula que fornece tanto o impulso necessário como a força motriz até que o Ego seja capaz de executar o seu próprio trabalho.

Não devemos esquecer que a humanidade é ainda bissexual no que se refere ao corpo físico, pois embora um órgão sexual esteja completamente desenvolvido, o outro permanece latente e, por assim dizer, em estado embrionário. Sendo assim, não há contradição entre as duas citações, pois uma refere-se particularmente ao corpo físico e a outra ao Espírito.

(Perg. 84 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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