Pergunta: A cremação do Corpo Denso após a morte afeta o Espírito de algum modo?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: A cremação do Corpo Denso após a morte afeta o Espírito de algum modo?

Resposta: Durante a vida, no estado de vigília da consciência, os veículos do Ego permanecem juntos, concentricamente. Contudo, na morte o Ego, provido da Mente e do Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso. Visto que as funções vitais terminam, o Corpo Vital também é retirado do Corpo Denso, e esse fica inanimado sobre a cama. Um pequeno átomo é retirado do coração e o resto do corpo desintegra-se no devido tempo. Mas, nesse período, há um processo extremamente importante ocorrendo, e aqueles que cuidam da pessoa agonizante deveriam tomar todo o cuidado para que o máximo silêncio reinasse ao seu redor e em toda a casa. As imagens da vida passada, que foram gravadas no Corpo Vital, estão sendo desenroladas neste momento diante da visão do espírito, numa progressão lenta e sistemática, em ordem inversa, partindo da morte e retrocedendo até o nascimento. Esse panorama da vida passada dura de algumas horas até três dias e meio. O tempo depende da força do Corpo Vital, que determina o quanto um ser humano pode manter-se desperto sob máxima tensão. Algumas pessoas podem trabalhar cinquenta, sessenta e setenta horas antes de caírem exaustas, enquanto outras, só conseguem manter-se despertas algumas horas. A razão pela qual é importante que haja calma e silêncio na casa durante os três dias e meio subsequentes à morte é a seguinte: durante esse tempo, o panorama da vida passada está sendo gravado no Corpo de Desejos, que será o veículo do ser humano enquanto permanecer no Purgatório e no Primeiro Céu, onde colherá o bem ou o mal que semeou, de acordo com os atos praticados no corpo.

Se a vida foi repleta de acontecimentos e o Corpo Vital da pessoa for vigoroso, ser-lhe-á dado para essa gravação um prazo maior do que o seria se o Corpo Vital fosse débil. Mas, durante todo esse tempo o Corpo Denso está ligado aos veículos superiores pelo Cordão Prateado e qualquer mal causado a esse veículo será, até certo ponto, percebido pelo espírito. Portanto, o embalsamamento, a autópsia e a cremação são todos processos sentidos. Por essa razão, deveriam ser evitados durante os primeiros três dias e meio após a morte, pois quando o panorama estiver gravado integralmente no Corpo de Desejos, o Cordão Prateado rompe-se, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo Denso e não há mais conexão com o espírito, que está livre para ingressar na vida superior.

Quando o corpo é sepultado, o Corpo Vital desintegra-se lentamente ao mesmo tempo que o veículo denso, de forma que, por exemplo, quando um braço se decompõe no túmulo, o braço etérico do Corpo Vital, que paira sobre o túmulo, também desaparece, e assim sucessivamente até que o último vestígio desapareça. Mas, quando a cremação é realizada, o Corpo Vital desintegra-se imediatamente, e como este é o depósito das imagens da vida passada, gravadas no Corpo de Desejos para formar a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu, seria uma grande calamidade que fosse realizada antes que decorressem os três dias e meio. A menos que lhe fosse conferido algum auxílio, o espírito não poderia manter o corpo unido. Essa é uma parte do trabalho realizado pelos Auxiliares Invisíveis da humanidade. Muitas vezes, são assistidos pelos Espíritos da Natureza e outros destacados pelas Hierarquias Criadoras ou Guias da humanidade. Há também uma perda quando alguém é cremado antes de romper-se o Cordão Prateado. A impressão sobre o Corpo de Desejos nunca é tão profunda como deveria ser, e isso traz consequências para as futuras vidas. Quanto mais profunda for a impressão da vida passada sobre o Corpo de Desejos, mais intensos serão os sofrimentos no Purgatório pelo mal cometido, e o prazer no Primeiro Céu pelas boas ações. Esses sofrimentos e prazeres das nossas vidas anteriores formam o que chamamos consciência. Ao perdermos a oportunidade desse sofrimento, também perdemos as lições decorrentes do reconhecimento do erro, o que evitaria, em futuras vidas, que cometêssemos as mesmas faltas. Por conseguinte, os efeitos da cremação prematura são prejudiciais ao espírito. É triste admitir que, embora tenhamos uma ciência especializada em nascimentos, com obstetras, enfermeiras treinadas, medicamentos e tudo que é necessário para o conforto e bem-estar de um recém-nascido, infelizmente, carecemos de uma ciência sobre a morte que nos permita cuidar dos amigos que partem desta vida.

(Pergunta nº 53, do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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