Pergunta: Por que se diz que as provações são grandes bênçãos?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Por que se diz que as provações são grandes bênçãos?

Pergunta: Por que se diz que as provações são grandes bênçãos?

Resposta: As adversidades são mais benéficas que os fatos agradáveis que nos sucedem. O indivíduo comum dificilmente aceitará ou compreenderá esta afirmação, mas o estudante esotérico, por certo, reconhecerá a verdade subjacente nestas palavras.

Em uma de suas “Cartas aos Estudantes”, Max Heindel afirma categoricamente: “As provas constituem um indício de progresso e devem ser motivo de regozijo”. E segue explicando que, uma vez alguém reconheça suas responsabilidades espirituais e enverede pelo caminho da espiritualidade, passa a receber contínuas oportunidades de expiar as dívidas morais contraídas em vidas passadas sob a Lei de Causa e Efeito.

Todo ato perverso cometido e todo pensamento desarmonioso emitido devem ser compensados. Deve haver restituição, seja diretamente a pessoa atingida, seja por meio de serviço altruísta prestado a outrem. Se o indivíduo sofre é porque violou as Leis da Natureza e não pela vontade de um “Deus caprichoso”.

As adversidades que se manifestam como privações e sofrimento em realidade, oportunidades de aprendermos nossas lições e, consequentemente, crescer moral, mental e espiritualmente. Devemos expiar, aprender e crescer. Cabe-nos superar todos os resíduos de destino. Isso é imprescindível se desejamos ser suficientemente puros para conquistar o elevado grau de espiritualidade, exigível na culminação de nossos esforços para o despertamento do Cristo interno. Naturalmente, quanto mais rápido isso acontecer, mais aptos estaremos para assumir nossa responsabilidade de servir à humanidade.

Mais capacitados, ainda, estaremos para ajudar nossos semelhantes a trilharem o mesmo caminho que agora estamos percorrendo.

Cada prova a nos atormentar, cada dilema a nos confundir, cada sensação de dor ou conflito – seja existencial ou espiritual – a nos abalar, representam oportunidades de crescimento. O recebimento dessas oportunidades é, em si mesmo, um sinal de progresso.

As Potestades Superiores estão conscientes de nossos primeiros esforços no Caminho. Reconhecendo nosso empenho sincero, imediatamente fazem com que as provas se interponham em nossa caminhada.

Entendidos dessa forma, esses obstáculos são, inquestionavelmente, grandes bênçãos em nossas vidas.

Os benefícios que as provações trazem-nos dependem de nossa atitude em relação a elas. Se deploremos nosso destino, só nos preocupamos; só de alguma forma reagimos negativamente fazendo concessões à natureza inferior, perderemos a oportunidade de progredir. Se não aprendermos a lição da primeira vez, podemos estar seguros de que outra oportunidade se oferecerá, e, provavelmente bem mais desagradável.

Não podemos fugir indefinidamente. O fracasso da primeira vez significa uma segunda prova ou quantas mais forem necessárias. Pode, até, chegar o momento em que a adversidade deixa de ser uma benção para converter-se num obstáculo ao nosso progresso.

Se reconhecermos em cada prova a sua verdadeira natureza; se encararmos o problema de frente, com alegria e otimismo, convictos de que no final tudo se resolverá satisfatoriamente, então, veremos como as coisas não são tão amargas como imaginávamos. Se reagirmos a cada dificuldade, inspirados nos ensinamentos cristãos, cuidando-nos de, sob a mais extrema provação, agir compassivamente, fazendo o possível para promover a harmonia, daremos um grande passo em direção a nossa meta espiritual. Aprenderemos importantes lições de uma forma menos dolorosa e seremos beneficiados com um crescimento anímico inimaginável. Então, certamente, a adversidade terá sido um privilégio.

As provas, como bem o sabemos, assumem formas diversas. Vão desde o mais evidente até o incrivelmente sutil. Chegam a nos desafiar em assuntos de bem-estar físico e estabilidade emocional. Entram em nossas relações com a família, os amigos e conhecidos. Importuna-nos no trabalho e perturbam nosso descanso. Frustram nossos planos e interferem com nossas esperanças e ideais.

Em certo sentido, é correto afirmar-se que estamos sendo constantemente provados. E se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos, então, passaremos todas as nossas provas gloriosamente.

Considere por um momento o significado desta afirmação: “Se vivermos cada minuto de nossas vidas como sabemos que Cristo desejaria que o vivêssemos”. Há, dentro de nós, uma pequena voz chamada consciência, dizendo como portar-nos em qualquer eventualidade.

Devemos responder com paciência e amor, não importa que injustamente pareçamos ser tratados por outro Indivíduo. Sabemos que se alguém necessita de ajuda, devemos prestá-la, deixando de lado nossos interesses pessoais. Sabemos, também, que em momentos de dificuldades econômicas, aparentemente sem solução, apresentam-se, por si mesmas, saídas alternativas, quando recorremos à meditação e oração. E sabemos, ainda, que nossas aparentes tribulações perdem importância quando, observando o mundo ao redor, constatamos a situação muito mais desesperadora de outras pessoas. Ai, então, sentimo-nos impelidos a aliviar seus sofrimentos.

Se, depois de estudarmos os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, perguntarmo-nos como agiria o Cristo em uma determinada situação, logo o saberíamos. O Cristo em todas as circunstâncias seria compassivo, paciente, compreensivo e amoroso. E nós podemos agir dessa forma… se o quisermos. Afirmar tudo isso é fácil, e crer também. Difícil é fazê-lo. Mas, podemos manifestar essas elevadas virtudes… se o quisermos. Isso, por suposto, é difícil, porque via de regra “não o queremos”. Nossa natureza de desejos predomina sobre a razão e obtém o melhor do nosso Eu Superior. Os sentimentos de altruísmo sucumbem ante a tirania da personalidade e o amor fraternal é vencido pela satisfação de si mesmo.

Quando fracassamos em uma de nossas provas podemos estar certos de que isso aconteceu por uma razão egoísta. É muito mais cômodo retribuir com a mesma moeda e tratar com agressividade alguém que nos tenha acusado injustamente, ou agido de má fé.  Requer-se um caráter altamente evoluído para “caminhar a outra milha”, procurar a “divina essência dentro” de tal pessoa e sobrepor-se as suas palavras vilipendiosas.

É egoísmo fugir de uma situação, porque a fuga, naquele momento parece ser o caminho mais fácil, uma forma de alívio ou a saída para não encarar o problema de frente.

É egoísmo preocupar-nos, impacientar-nos, alimentar temores, porque isso é desperdiçar tempo valioso que melhor seria empregado em propósitos construtivos.

Em realidade, é egoísmo fazer coisa que nos impeça de passar por uma prova, porquanto consiste numa recusa em progredir. O crescimento de um indivíduo acrescenta muito à evolução da raça humana. Caso uma só pessoa relute em fazer sua parte, estará impedindo que nossa onda de vida avance um pouco mais.

Se alguém considera exagerada esta afirmação lembre-se de que “uma corrente é tão forte como seu elo mais fraco”. Qualquer pessoa incapaz de assumir sua responsabilidade e empenhar-se no seu fortalecimento mental, moral e espiritual, está debilitando a corrente que é a nossa onda de vida.

Não esqueçamos: esta mesma onda de vida está destinada a evoluir até o ponto de, vestida com o Dourado Traje de Bodas, tornar-se capaz de fazer a terra levitar no espaço, liberando o Espírito de Cristo dos grilhões que o prendem ao nosso planeta.

Se pensarmos como fracasso em passar por uma prova constitui um obstáculo à consumação desse glorioso dia, talvez sejamos mais persistentes e escrupulosos em nossos esforços.

Então, aprendamos a aceitar nossas adversidades como bênçãos, recordando que procedendo assim estaremos ajudando a nós mesmos, a nossos semelhantes e ao Espírito de Cristo.

(P&R da Revista Serviço Rosacruz fev/86 – Fraternidade Rosacruz SP)

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