Pergunta: Poderiam dizer-nos algo a respeito de Christian Rosenkreuz, de sua pessoa, habitação, meio ambiente ou em que parte do mundo se encontra?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Poderiam dizer-nos algo a respeito de Christian Rosenkreuz, de sua pessoa, habitação, meio ambiente ou em que parte do mundo se encontra?

Pergunta: Poderiam dizer-nos algo a respeito de Christian Rosenkreuz, de sua pessoa, habitação, meio ambiente ou em que parte do mundo se encontra? Dizem que ele está na costa ocidental. Informem-nos, se for permitido.

Resposta: Não, não é permitido. O paradeiro e os movimentos do augusto chefe da Ordem Rosacruz são sempre protegidos pelo mistério. Se lerem a respeito da Iniciação Rosacruz, como está explicada no Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” – o “Conceito” – constatarão que ele nem aparece fisicamente nos serviços do Templo, de acordo com o testemunho dos Irmãos Leigos, pois, embora o Templo seja construído de Éter e os doze Irmãos Maiores, juntamente com os Irmãos Leigos, atuem em seus Corpos-Alma durante os serviços do Templo, a maioria dentre nós é capaz de ver um Corpo formado até mesmo por uma substância tão tênue quanto a matéria mental.

Assim, torna-se evidente que a presença do chefe da Ordem é totalmente espiritual, e diz-se que ele se manifesta exclusivamente aos doze que, como ele, são capazes de atuar nos veículos superiores.

Não obstante, como também foi explicado no “Conceito”, o chefe da nossa augusta Ordem está sempre ativo no que se refere aos negócios mundiais, trabalhando com os governos das nações do mundo ocidental, dirigindo-os pelo caminho apropriado a sua evolução. Para esse fim, ele aparece fisicamente no mundo, pelo menos uma certa parte do tempo e, se a memória não nos falha, uma Irmã Leiga aventurou-se a fazer uma pergunta sobre esse assunto a um dos Irmãos Maiores, logo após a deflagração da guerra . Todos nós ficamos com a respiração suspensa admirados diante de sua indiscrição. Ela desejava saber se Christian Rosenkreuz ocupava o trono de uma das nações em guerra. O Irmão Maior pareceu muito surpreso diante da pergunta, mas respondeu que tais assuntos não podiam ser discutidos, visto que a mais leve suspeita sobre a sua identidade poderia destruir a sua atuação. Todavia, ele respondeu à pergunta dizendo que Christian Rosenkreuz não ocupava o trono de nenhuma nação e, ao mesmo tempo, insinuou que ele era o poder por detrás do trono. Não obstante, não deu nenhum indício que pudesse apontar numa direção particular. Assim, fomos deixados livres para entregar-nos às nossas próprias especulações, e o autor pensou na Rússia, onde um monge obscuro parecia exercer uma influência estranha que se iniciara desde o fim do ano de 1905, quando Saturno e Marte estavam em Conjunção no Signo de Aquário, que rege a Rússia. Desde aquele ano, em que houve grandes revoltas, esse monge obteve uma estranha influência no Império. Nunca falamos disso a ninguém antes, mas agora que soubemos por meio de um jornal que a sua carreira terminou, provavelmente não prejudicará ninguém que nossa conjetura seja correta. Nesse caso, predizemos que devemos aguardar acontecimentos posteriores e que ouviremos falar novamente no monge de Tomsk. Se estivermos enganados, a especulação não prejudicará ninguém, nós a daremos e a notícia no jornal considerará somente o que for importante divulgar.

Esse monge foi caluniado ao extremo e acusado de todos os crimes registrados, fatos que tornam difícil acreditar que ele fosse realmente o nosso santo Irmão C.R.C., mas, se refletirmos um pouco, logo perceberemos que uma má reputação pode ser imputada até mesmo ao ser mais espiritual. Cristo não foi chamado de beberrão?

Não se disse d’Ele: “Ele está possuído pelo demônio? “. E não foi Ele crucificado como um criminoso? Não é de surpreender que o monge de Tomsk fosse acusado de ser beberrão e dissoluto? Por que estranhar que ele tenha sido assassinado pela suposta razão de estar influenciando o Czar para que concluísse a paz em separado com a Alemanha?

Há milhões de pessoas na Rússia que o veneram como santo. Ele era o amigo dos pobres. Há outros que procuram taxá-lo de bajulador, hipócrita e impostor, mas uma coisa é totalmente certa, ele era um homem dotado de um poder extraordinário, pois, de outra forma, não o temeriam.

A citação seguinte, publicada em um jornal enviado por um correspondente, é um dos vários relatos que apareceram em diversos lugares: “um reinado incrível acaba de terminar em Petrogrado. Foi o reinado de um monge. Um simples camponês, Grigori Rasputin, apareceu na capital da Rússia há alguns anos. Veio da Rússia Oriental – a Rússia que penetra na Ásia e compartilha de seu misticismo. Esse monge trilhou o caminho da vitória até alcançar o poder”.

“Jamais saberemos quão grande foi esse poder sobre as vidas de 180.000.000 de pessoas”.

“Sabe-se, contudo, que Grigori Rasputin – chamavam-no ‘São Grigori’ ao final – enviava ordens explícitas aos ministros, e essas ordens eram obedecidas. Sabe-se que suas recepções no palácio, outrora ocupado pelo Grão-Duque Alexis, eram frequentadas pela nobreza da Rússia – damas de alta linhagem do palácio, generais em uniformes cintilantes, todos que ocupavam cargos elevados e todos os poderosos do império. Os mais pobres também compareciam com súplicas e petições, que eram atendidas mediante ordem rubricada de Rasputin e endereçada aos auxiliares do governo”.

“Diz também que esse santo oriundo da Ásia exercia um misterioso poder sobre a consciência do Czar; que a Czarina curvava sua cabeça imperial diante de seus decretos; que governantes eram elevados ao céu ou rebaixados ao pó por uma simples palavra sua”.

“E a estranha história desse monge, que trouxe consigo as trevas da Idade Média, não está baseada em boatos.

Desde 1912, os representantes do povo russo lutaram para libertar a Rússia da influência desse Richelieu que mal sabia ler e escrever”.

“O Duma denunciou repetidamente as ‘forças obscuras’ que dominavam o palácio. Não obstante, esse exaltado camponês de Tomsk era tão poderoso que pôde desafiar os votos unânimes do Duma, exigindo a sua exclusão da vida da Rússia. Seu poder estava tão arraigado no trono dos poderosos, que pôde emitir um decreto ordenando à imprensa russa que parasse com seus protestos – e pôde obrigá-la a executar suas ordens”.

“Não há paralelo ao sombrio domínio deste monge, exceto na Idade Média ou na ‘Cidade Proibida’ de Pequim. Na Cidade Proibida, a fortaleza cercada de muralhas dos Manchus, uma concubina, em nossa época, tornou-se imperatriz, reinando sobre 400.000.000 de pessoas de raça amarela. Seu domínio era absoluto. A vaga figura do imperador, nominalmente reinante, foi suplantada pelo poder real da imperatriz-viúva. Tzu-Hsi, com o seu rosto de porcelana e seus deslumbrantes atavios, pronunciava as palavras que iriam determinar a vida ou a morte de cortesãos, governadores e vice-reis”.

“O que ocorria por detrás dos muros da Cidade Proibida, ninguém sabia. Uma ou duas mulheres europeias foram admitidas nesse domínio de escravos e eunucos. O relato delas foi extremamente interessante. Essas descrições permitiram vislumbrar um mundo que os europeus acreditavam ter desaparecido para sempre com o advento da pólvora, das ferrovias e do telégrafo. Mas o mecanismo que movia esse governo de mulheres e escravos permaneceu um mistério. O poder que controlava a vida de 400.000.000 de pessoas continuou na sombra”.

“A história de Rasputin é muito mais surpreendente do que a história da imperatriz-viúva Tzu-Hsi. O santo homem de Tomsk dominava, não um harém oriental estereotipado cercado por elevados muros de tijolos e tradição, mas uma das cortes mais brilhantes da Europa que está presenciando fatos tão trágicos. O império dominado por Rasputin, com suas estranhas pretensões a um poder e missão divinos, é um dos fatores determinantes de um período decisivo na história da civilização. O seu anacronismo pode muito bem ser considerado inacreditável”.

“Contudo, esse homem desempenhou ou tentou desempenhar um papel dominante, não apenas nos negócios da Rússia, mas de toda a Europa. Toda a Rússia acredita que, oito anos atrás, Rasputin, graças aos seus poderes misteriosos, evitou a deflagração da guerra entre a Rússia e a Áustria-Hungria, no momento em que a questão Bósnia-Herzegovina atiçava o fogo do ódio e da suspeita ao nível internacional”.

“Na atual crise, no ambiente solene do Parlamento russo, Rasputin foi acusado de planejar a venda de seu país ao inimigo, por meio da tentativa de uma paz em separado sob condições humilhantes entre a Rússia e os Poderes Centrais. O crime que pôs fim ao seu domínio místico absoluto sobre a mente e a consciência imperiais foi saudado no Duma e pela imprensa russa como um ato de libertação nacional”.

(Perg. 157 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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