Pergunta: Existe ou não a Era Aquariana?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Existe ou não a Era Aquariana?

Pergunta: Um consulente envia-nos um recorte de jornal no qual alguém pergunta ao editor o que é realmente a Era Aquariana, e a pergunta foi assim respondida: “Não há Era Aquariana; esta INVENÇÃO foi lançada por IMPOSTORES profissionais que ensinam que o Sistema Solar entrou recentemente em Aquário. Nenhum dentre eles diz quando, e eles escrevem-se perguntando a data real. O Sistema Solar esta afastando-se de Aquário numa velocidade, em torno, de 19 quilômetros por segundo. O Sistema Solar nunca esteve e nunca poderá aproximar-se de Aquário. Ainda assim, panfletos e revistas mensais estão constantemente emitindo artigos dizendo a mesma velha história, que o Sistema Solar acaba de entrar em Aquário e que grandes mudanças irão acontecer a raça humana, sendo tudo isso inteiramente falso”.

Resposta: O nosso correspondente quer a nossa opinião sobre o assunto, visto que acreditamos e advogamos o ponto de vista de que a Era Aquariana está próxima. Estamos, portanto, incluídos na classe dos editores denunciados por este redator como “impostores”, mas não hesitamos em atender ao pedido do nosso consulente, ou seja, lançar mais luz sobre o assunto da Era Aquariana. Não nos perturbamos pelo ataque quando consideramos a fonte.

A pergunta depende do ponto de vista pela qual foi formulada em um de seus aspectos. É verdade, como diz o editor, que o Sistema Solar nunca esteve em Aquário e nunca estará. Realmente, ele se afasta da constelação de Aquário. Também é verdade que o Sol nunca “se elevou” e nunca “se elevará”, embora não chamemos de impostor o homem que usar essa expressão. Entendemos que, do ponto de vista de um observador da Terra, parece que o Sol se eleva; e o ocultista tem a mesma intenção ao dizer que estamos entrando em Aquário por Precessão dos Equinócios. Não perderemos tempo dizendo que, devido à rotação da Terra em torno do seu eixo, o Sol torna-se visível às sete horas. Dizemos simplesmente que o Sol se eleva às sete horas. Por razões similares, não dizemos que “devido à Precessão dos Equinócios, parece que o Sol, quando visto da Terra, está se aproximando da constelação de Aquário quando cruza o Equador no Equinócio de Março”. Se o fizéssemos, todos os astrônomos concordariam conosco a respeito do fenômeno observado no firmamento, embora discordassem quanto a nossa alegação de que isto tem uma influência sobre tudo que diz respeito à humanidade. Ao invés de usar esta longa explicação, dizemos simplesmente que o “Sol se aproxima de Aquário”, e as pessoas devem abster-se de emitir críticas até que aprendam o verdadeiro sentido dessa expressão, da mesma forma que entendem o que queremos dizer quando falamos que o Sol se eleva.

Enquanto isso, os estudantes das filosofias ocultas devem familiarizar-se com os fatos relativos à astronomia para poderem comprovar suas crenças de forma inteligente. Não se pode negar que os estudantes, que estudaram a filosofia superior adquirindo com isso um certo conhecimento sobre fatos suprafísicos, revelam uma lacuna em seu conhecimento a respeito dos fatos mais comuns, como aqueles transmitidos pela astronomia e fisiologia que não impressionam muito os ouvintes. Quando somos versados sobre os veículos mais sutis do ser humano, devemos também saber, pelo menos, o essencial a respeito do Corpo Denso que todos veem e, quando falamos sobre a influência dos Astros, devemos também conhecer algo a respeito dos movimentos mecânicos do firmamento e como são entendidos e conhecidos pelos astrônomos. A fim de que os estudantes não familiarizados com esses elementos possam adquirir uma compreensão maior do assunto, daremos uma breve explicação. Para entender ainda melhor, o estudante deve reportar-se a nosso Livro “Astrologia Científica Simplificada”.

O assunto é tratado na Enciclopédia Filosófica sob o título “O Zodíaco Intelectual”. Quando a Terra gira ao redor do Sol em sua orbita anual, o observador tem a impressão que o Sol percorre o céu dentro de uma faixa estreita constituída de doze constelações ou grupos de estrelas que receberam determinados nomes: Áries, Touro, Gêmeos etc.

Se o eixo da Terra fosse estacionário como o eixo de uma roda, o Sol seria sempre visto no mesmo ponto da constelação em que estava no mesmo dia do ano anterior. No entanto, o eixo da Terra tem um movimento de oscilação semelhante a um pião que diminui de velocidade. Isso faz com que a aparente posição do Sol varie quando observado da Terra, de tal forma que o Sol atinge uma determinada posição um pouco mais cedo cada ano. Ele precede, e é essa a razão pela qual os astrônomos falam de “Precessão dos Equinócios”, isso é, anualmente o Sol parece cruzar o Equador por ocasião do Equinócio de Março, uma pequena distância antes do ponto em que o cruzara no ano anterior. Assim, se em um ano ele cruzou o Equador na altura do primeiro grau de Áries, no ano seguinte cruzará ligeiramente dentro dos limites da constelação Peixes. No ano seguinte, ele estará ainda em Peixes, mas mais afastado do primeiro grau de Áries, e assim por diante. Contudo, esse movimento retrógrado é tão lento que o Sol leva quase vinte e seis mil anos para percorrer, em sentido inverso, os doze Signos, ou dois mil e cem anos para atravessar um Signo, ou setenta anos para percorrer um grau.

Os astrônomos falam de “graus de ascensão reta”, pelos quais eles dividem o círculo dos céus no número habitual de trezentos e sessenta graus, começando no ponto em que o Sol cruza o Equador no subsequente Equinócio de Março. Eles chamam de Áries aos primeiros trinta graus a contar daquele ponto. Touro aos trinta graus seguintes etc., da mesma forma que os astrólogos. Assim, há o Zodíaco natural composto das doze constelações ou grupos reais de estrelas no firmamento, que mudam tão pouco que esse movimento é imperceptível durante o período de uma vida humana ou até mesmo em várias centenas de anos; e o Zodíaco intelectual, que começa do ponto do Equinócio de Março para qualquer ano determinado.

Considerando que, pelo movimento de precessão, o Sol caminha para trás através dos Signos do Zodíaco, percebemos que chegará um momento em que o Equinócio de Março ocorrerá no primeiro ponto de Aries, portanto, nesse ano, os Zodíacos intelectual e o natural coincidirão. Na última vez que isso ocorreu, foi aproximadamente no ano 500 D.C., e como o Sol retrocedeu na sua costumeira média de mais ou menos um grau a cada setenta anos, é óbvio que, atualmente, o Equinócio de Março ocorrerá aproximadamente a dez graus de Peixes.

Consequentemente, será por perto do ano 2.600 ou daqui a setecentos anos, que ele entrará realmente na constelação de Aquário. Ou melhor, para concordar com os fatos científicos digamos que parecerá, para quem observar da Terra, que o Sol estará cruzando o Equador na altura da constelação de Aquário. Durante os dois mil e cem anos a partir desse período, o Sol parecerá estar na constelação de Aquário a cada ano sempre que cruzar o Equinócio de Março. Desse modo, podemos dizer que a Era Aquariana compreende os dois mil e cem anos contados, a partir do ano 2.600, durante os quais o Sol, por precessão, parecerá estar na constelação Aquário quando cruzar o Equador no Equinócio de Março.

O leitor certamente já passou pela experiência de estar sentado tranquilamente, absorto na leitura de um livro, talvez escrevendo ou empenhado em qualquer outra tarefa, e sentir, subitamente, a presença de alguém ao seu lado ou atrás, cuja aproximação não detectara devido à concentração no livro ou no trabalho. Essa pessoa não falou nem fez qualquer ruído, e, contudo, sua presença foi sentida cada vez mais intensamente até o leitor ser obrigado a voltar-se. Essa experiência é muito comum e, certamente, todos já passaram por ela, mas qual a sua explicação? É simples: além do Corpo Denso visível a todos, o ser humano possui certos veículos invisíveis à visão comum. Esses invólucros sutis estendem-se além do Corpo Denso, de maneira que quando ficamos perto de outra pessoa, os corpos etéricos interpenetram-se e, às vezes, quando estamos muito tranquilos e passivos, essas influências sutis são sentidas ainda mais facilmente do que em outras ocasiões, embora elas existam sempre e sejam fatores poderosos em nossas vidas em todos os momentos.

“Assim como é em cima, assim é embaixo”, e vice-versa. Essa é a lei da analogia, a chave-mestra para os mistérios. O homem é o microcosmo e as estrelas, o macrocosmo. Logo, podemos concluir que essas grandes estrelas que se deslocam nos céus são corpos de Espíritos, possuem veículos sutis semelhantes à atmosfera áurica da nossa Terra. Por isso, quando o Sol se aproxima da constelação de Aquário por ocasião do Equinócio de Março, ele transmite essas influências a Terra juntamente com os raios solares. Assim, como a primavera é o período específico em que tudo na Terra está impregnado de vida, assim também podemos concluir que o Raio de Aquário ao ser transmitido far-se-á sentir entre as pessoas da Terra, independentemente delas acreditarem nisso ou não. Se percebermos qual a influência de Aquário, seremos capazes de responder à pergunta: “O que é a Era Aquariana?” Partindo de outro ponto de vista, a astrologia fornece-nos essas informações baseadas na experiência e na observação.

Aquário possui uma influência intelectual, original, engenhosa, mística, cientifica, altruísta e religiosa. Se aplicarmos a norma bíblica: “Pelos seus frutos conhecê-los-eis”, supomos que a Era Aquariana será precedida por empreendimentos originais em todas as áreas ligadas à ciência, à religião, ao misticismo e ao altruísmo, e podemos agora olhar para trás, para os setenta anos anteriores em que o Sol, por precessão, percorreu um grau em sua órbita em direção a Aquário. Durante esse tempo, verificamos que houve uma mudança muito marcante em todas as linhas de pensamento e de esforço, bem superior ao que a história registrou ao longo dos dois milênios passados. Quase todas as invenções que fazem da nossa vida o que ela é atualmente, foram feitas durante esse tempo. O telégrafo, o telefone, o uso da eletricidade, a conquista do ar e do vapor, o motor a gás que está superando o vapor, e outras invenções muito numerosas para serem mencionadas, estão marcando o progresso Aquariano do Mundo Físico.

Notamos, também, o ritmo intenso no qual todos os movimentos de pensamentos liberais em religião estão substituindo as condições restritivas do credo antigo, e o número crescente dos que desenvolveram a visão espiritual e que estão pesquisando as tendências da evolução nos planos superiores. Notemos a rapidez com que a ciência da astrologia está ganhando terreno e, em relação a isso, comunicamos que uma empresa, que trabalha com efemérides astrológicas para uso exclusivo em cálculos astrológicos, anunciou estar vendendo cerca de meio milhão de exemplares por ano.

Tudo isso demonstra ou dá uma indicação do que podemos esperar durante a Era Aquariana. Se progressos tão grandes já foram realizados nesses setenta anos em que o Sol está apenas começando a transmitir as influências das cercanias de Aquário, como imaginar o que acontecerá quando ele entrar realmente nesse Signo? Tanto as possibilidades como as probabilidades estão muito além do alcance da mais arrojada imaginação, e isso se aplica a ambos os aspectos físicos e psíquicos da vida. É nossa opinião que a visão etérica será desenvolvida pela maior parte da humanidade, senão por toda, de forma a remover, pelo menos parcialmente, o aguilhão da morte por meio do companheirismo que passará a existir com nossos amigos e parentes que deixaram o corpo físico.

Continuaremos a vê-los durante um certo tempo, e por isso saberemos e aceitaremos a ideia de que eles foram para reinos superiores. Não lamentaremos pelas criancinhas que morrem e retém seus corpos vitais, pois elas, provavelmente, permanecerão com seus pais até que tenham de reencarnar; isso ocorre, frequentemente, na mesma família. Nesses casos, não haveria nenhuma sensação de perda.

Quando esse ponto evolutivo for alcançado, a humanidade estará também muito mais iluminada de maneira a evitar muitas das armadilhas que a atormentam hoje. Isso favorecerá uma existência muito mais feliz do que o tem sido até o presente estágio. O intelecto mais desenvolvido ajudar-nos-á a resolver os problemas sociais de uma forma equitativa a todos, e o uso de instrumentos e aparelhos constantemente aperfeiçoados emancipará o género humano de grande parte de seu trabalho físico, oferecendo mais oportunidades e espaço para o aprimoramento intelectual e espiritual.

(Perg. 111 do Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. II – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz SP)

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