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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual a Simbologia Esotérica sobre o profeta Jonas ter passado três dias e três noites no ventre de um peixe?

Resposta: “Então alguns dos escribas e fariseus tomaram a palavra: ‘Mestre quiséramos ver-te fazer um milagre'”. (Mt 15:1)

Respondeu-lhes Cristo Jesus:

“Esta geração adúltera e perversa pede um sinal; mas não lhe será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas. Do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o Filho do homem ficará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta raça e a condenarão, porque fizeram penitência à voz de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está quem é mais do que Salomão”. (Mt 12:38-42)

Cristo afirmou aos escribas e fariseus que “uma geração má e adúltera buscava um sinal, porém, nenhum lhe seria dado, senão o do profeta Jonas“.

Muita especulação tem sido feita e muitas controvérsias têm surgido em consequência dessa afirmação do Mestre; contudo, nos registros ocultos encontramos uma interpretação razoável.

Jonas significa pomba, o bem reconhecido símbolo do Espírito Santo. Durante três dias, correspondendo às Revoluções de Saturno, Solar e Lunar do Período Terrestre, bem como às “noites” que entre elas se intercalam, o Espírito Santo e todas as Hierarquias Criadoras trabalharam na “grande profundidade”, isto é, aprimoraram as partes internas da Terra e do ser humano.

Daí então a Terra emergiu de seu estado aquoso de desenvolvimento, durante a Época Atlante, para um estado gradativamente mais seco, mais luminoso, na atual Época Ária. Dessa forma “Jonas, a Pomba Espírito” consumou a salvação da maior parte do gênero humano.

Entretanto, houve uma época em que a natureza passional do ser humano tornou-se tão descontrolada, a ponto de engendrar sérias dívidas ante a Lei de Consequência, e que fatalmente incorreria num perigo quanto à estabilidade e equilíbrio do próprio Planeta. Por esta razão, Cristo iniciou um trabalho de auxílio à carente humanidade. Quando do Batismo desceu “como uma pomba” (não na forma de pomba) sobre o homem Jesus.

Como Jonas (a pomba do Espírito Santo) permaneceu três dias e três noites no Grande Peixe (a Terra aquosa), assim, o Cristo penetra anualmente no coração da Terra, atingindo-o no Solstício de Dezembro, todos os anos e permanecendo lá por três dias, proporcionando-nos o impulso necessário à jornada que abrangerá outras três revoluções no Período Terrestre. Ele está nos ajudando a eterizar a Terra, nos preparando para as futuras condições do Período de Júpiter.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – julho/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Cristo: Sua Trajetória e Sua Missão para nos salvar

Há milhões de anos atrás, um grandioso Ser solar que havia cumprido as Leis da sua esfera de ação com a máxima perfeição, tornou-se o Iniciado mais elevado da Onda de Vida dos Arcanjos. Esse Ser, chamado o Cristo Cósmico, funciona, normalmente, num veículo feito de substância do Mundo do Espírito de Vida, Mundo esse onde cessa toda a separatividade. Seu trabalho também se harmoniza e se relaciona com outros dois Grandes Elevados Iniciados de outras Ondas de Vida que também colabora com Deus na evolução criadora do Sistema Solar no Mundo de Deus.

No início da nossa jornada no Período de Saturno (o primeiro Período de um total de sete, que compõe o nosso atual Esquema da Evolução) foi fornecido o Átomo-semente do Corpo Denso, a nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana. Nessa jornada ou Esquema de Evolução, depois desse Período, passamos pelos Períodos Solar e Lunar e chegando ao início do Período Terrestre (o quarto Período). Lembramos, aqui, que cada Período é composto de 7 Globos e de 7 Revoluções em torno desses Globos de densidades diferentes. Nesse momento, nosso Campo de Evolução ainda estava no Sol. Com o tempo, verificou-se que o desenvolvimento desses Espíritos Virginais da Onda de Vida humana não acompanhava, com a mesma rapidez, os demais, atrasando a evolução do conjunto todo. Assim, os Planetas: Urano, Saturno, Júpiter, Terra, Marte, Vênus e Mercúrio foram expelidos do Sol, um a um, de forma a servirem de campo de atividades e evolução dos Espíritos Virginais em seus diferentes estados de desenvolvimento; cada um a distância exata necessária e com o tamanho e composições ideais para ser o melhor Campo de Evolução para cada grupo de Espíritos Virginais. Assim é que se formou o nosso Planeta, a Terra, separada do Sol, Campo de Evolução da nossa Onda de Vida humana.

A um certo tempo de evolução, já aqui no Planeta Terra, passamos a ser guiados e orientados pela terceira manifestação da Divindade ou o terceiro aspecto de Deus, nosso criador – o Espírito Santo, Jeová, o Iniciado mais avançado da Onda de Vida Angélica. É dele a autoria de todas as Religiões de Raça que serviu (e ainda serve, em algumas circunstâncias específicas) para nos conduzir a humanidade do Período Terrestre. Esse auxílio, prestado a toda humanidade nesta fase de desenvolvimento, teve a participação ativa de hostes de Arcanjos (como Espíritos de Raça) e Anjos (como Mensageiros e Anjos da Guarda) e foi prestado a partir de fora da Terra. Ou seja, foi necessário que as orientações para as nossas atividades na Região Química do Mundo Físico nessa época fossem dirigidas através de fontes exteriores.

Quando chegamos à metade quarta Revolução desse Período Terrestre, houve a necessidade de haver mais segmentações no nosso Campo de Evolução, a fim de facilitar a aprendizagem das lições que estavam reservadas para nós. Essas segmentações são chamadas de Épocas. Durante a Época Lemúrica e Atlante (a terceira e quarta das 7 Épocas, respectivamente) foi acrescentado um novo veículo em nossa evolução: a Mente. Também, foi na Época Atlante que surgiram, para nós, os seres atrasados da Onda de Vida dos Anjos, chamados Espíritos Lucíferos (ou Anjos Lucíferos ou, ainda, Anjos caídos). Eram atrasados porque não conseguiam evoluir no Esquema de Evolução dos Anjos sem a necessidade de um cérebro – tal como os Anjos que nunca precisaram de um – mas também não conseguiam construir um, já que, originalmente, os Anjos não necessitam. Naquela Época a nossa consciência ainda estava ligada aos planos superiores (ou seja: não estamos com a nossa consciência de vigília, focada na Região Química do Mundo Físico, como temos hoje). Os Espíritos Lucíferos sugeriram para nós que o cérebro era uma estrutura física, capaz de auxiliar-nos a entender como criar outros Corpos Densos, aqui nesse Mundo Físico, sem se sujeitar a direção de Jeová e dos Anjos (que era como era feito até então) e, assim, seríamos dono de nós mesmos e conheceríamos o bem e o mal.

Consequentemente, a grande maioria de nós (e não todos!) aceitou a sugestão e passou a viver dessa maneira: usando e abusando da força sexual criadora. Logo, derivando para ambições egoístas, aprendendo a mentir, a praticar a astúcia desenfreadamente, a desenvolver a vontade do “eu inferior”, a se revoltar contra os preceitos de Jeová. Sob a Lei de Consequência (ou Lei de Causa e Efeito) tivemos castigos severos por desobediência a essa Lei. Fomos divididos em Raças e essas em nações. A fim de entender que o “caminho do transgressor é sofrido” e nos dar a oportunidade da escolha, sempre que preciso, uma Raça era utilizada para guerrear contra outra: uma que obedecia aos preceitos do seu Senhor (Jeová) contra outra que insistia em não obedecer. E o objetivo aqui era que cada um controlasse o seu Corpo de Desejos.

Como quando o Átomo-semente da Mente foi dado a nós, estávamos acostumados a caminhar somente pelo desejo inferior (satisfazendo-o a qualquer custo e preço), então associamos a Mente juvenil um instrumento da natureza de desejos. Conclusão: facilmente a Mente se tornou um meio de justificar e arquitetar pensamentos que evidenciasse o nosso “eu inferior” (a Personalidade) e deixou de servir o “Eu Superior” (a Individualidade). Renascimentos e renascimentos aqui praticando o abuso da força sexual criadora, por meio de ondas de paixões, desejos inferiores, sensualidades, astúcias e mentiras nos assolou e criamos dívidas e mais dívidas de Destino Maduro (aquele que só há uma maneira de pagar: expiando). Até que a cristalização do nosso Corpo Denso (e a incapacidade do nosso Corpo Vital em vivificá-lo) se tornou de tal grau que quase não era possível evoluir nele; assim como a própria Terra – o nosso Campo de Evolução – foi-se cristalizando em grande intensidade até que surgiu o perigo de que toda a nossa evolução humana poderia chegar a um grau tão alto de cristalização que poderia surgir à segunda Lua da Terra!

Para evitar esta calamidade foi necessário um novo nível de ajuda espiritual que viesse até nós. Cristo, o Espírito do Sol, era o único que poderia nos ajudar, porque ele trabalha e domina totalmente a substância do Mundo do Espírito de Vida, o primeiro Mundo debaixo para cima onde cessa toda a separatividade, onde a fraternidade é um cotidiano, a partir do amor ágape – o amor verdadeiramente desinteressado e focado na divina essência do ser a que amamos. E isso foi feito por meio de um grande sacrifício cósmico. Ele, como qualquer outro Arcanjo, só conseguia construir, como veículo mais inferior, o Corpo de Desejos. Mas Ele precisava estar entre nós (viver o nosso dia a dia, para mostrar como a partir do nosso interior poderíamos sair dessa situação que nós mesmos nos colocamos), para sentir a dificuldade que estávamos sentindo e, assim, nos prescrever exatamente o que devíamos fazer para sair desse estágio perigoso. Assim, precisava se adaptar à existência material. Para isto teve que recorrer aos Corpos Vital e Denso de um ser humano. O mais indicado, pelo seu grau de evolução, foi o ser humano de Jesus. Ele cedeu, voluntariamente nesse renascimento, o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital à Cristo.

O Corpo Denso e o Corpo Vital de Jesus foram aperfeiçoados e sutilizados em sua juventude e até aos 30 anos de idade pelos Essênios, de forma a sintonizarem-se com as vibrações elevadíssimas para que mais tarde esses veículos pudessem ser cedidos por Jesus, no Batismo, a Cristo, quando as ligações entre o Corpo de Desejos de Cristo e os Corpos Denso e Vital de Jesus foram feitas. Esse foi o Seu primeiro passo do sacrifício cósmico: entrar nesses veículos (Vital e Denso). A dualidade deste maravilhoso “Ser” conhecido por Cristo-Jesus tornou-se única entre todos os Seres dos sete Mundos que compõe o universo. Só Ele possui os doze veículos que unem diretamente o ser humano no Corpo Denso a Deus. Ninguém melhor do que Ele podia compreender, com maior compaixão, a nossa posição e as nossas necessidades e nos trazer alívio total.

Nos três anos de seu ministério, Cristo-Jesus ensinou a verdadeira Religião Cristã Esotérica: a unificação futura de todos nós. O amor impessoal, focado na divina essência de um ser, e a Fraternidade Universal são os dois grandes mandamentos de Amor que constituem o alicerce imediatamente necessário à nossa evolução espiritual.

A Crucificação ocorreu no momento em que Cristo-Jesus deu o passo final e se tornou o Espírito Planetário da Terra. O sangue que jorrou da coroa de espinhos e dos ferimentos do seu Corpo Denso penetrou no Planeta Terra libertando Cristo dos veículos de Jesus e tornando-O o Espírito Interno da Terra. Nesse instante a Terra foi permeada com o Seu Corpo de Desejos que lavou os pecados do mundo, não do indivíduo. Assim, purificou o Corpo de Desejos que estava contaminado da Terra – o Mundo do Desejo –, libertando-a das influências negativas, inferiores e cristalizantes que se haviam acumulado e sendo tão nefastas para a humanidade. A partir deste momento, todos nós, com vontade e esforço, temos condições de purificar os nossos veículos e acelerar o nosso desenvolvimento espiritual – se quisermos –, pois foi possível o acesso a esta substância espiritual pura.

Devido a este extraordinário sacrifício, Cristo agora vive parte do ano limitado e oprimido na nossa Terra, aguardando o Dia de Sua Libertação. Esse tempo é marcado pelo Equinócio de Setembro quando Cristo toca a atmosfera da Terra e termina no Equinócio de Março, que marca o fim do trabalho na Terra voltando ao seio do Pai, para preparar o seu retorno no próximo ano.

Cristo sente todo ódio, raiva, egoísmo, astúcia, discórdia e todos os outros desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo, que nós geramos todos os dias. Mas, Ele recebe também uma extraordinária ajuda dos Irmãos Maiores que trabalha, diariamente, para transmutar todo o mal em forma de pensamentos, sentimentos, palavras, atos, obras e ações em fatores positivos através de Sua força de vida. Mesmo sabendo que a maioria de nós não está ciente deste trabalho, nós como Estudantes Rosacruzes devemos procurar não expressar estes desejos, sentimentos e outras emoções, tomando os materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Se não o fizermos aliviaremos o sofrimento do nosso Salvador Cristo e apressaremos a Sua libertação.

A nossa dívida com o Cristo é imensa, e se quisermos começar a saldá-la, mesmo que muito modestamente, comecemos a praticar na nossa vida diária o serviço amoroso e desinteressado, servindo a divina essência do irmão e da irmã que vive ao nosso lado, no nosso cotidiano, seja quem for. Assim teceremos o Corpo-Alma, o veículo que encontraremos com Ele na Sua segunda vinda e nos possibilitará dar o próximo passo para frente e para cima nesse Esquema de Evolução. A decisão é nossa!

“Que as rosas floresçam em vossa cruz”

 

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Pergunta: Como o Cristianismo Esotérico explica o fenômeno ocorrido no Dia de Pentecostes?

Resposta: O evento que aconteceu no Dia de Pentecostes é uma das experiências mais gloriosas registradas na Bíblia. Foi uma Iniciação em grupo. Foi um Batismo pelo Fogo. Foi a efusão do Espírito Santo que eleva a consciência para um Plano de exaltada iluminação.

Os Discípulos encontravam-se em total harmonia. E a harmonia existente contribuiu para que a capacidade deles elevasse suas consciências a um Plano superior de unidade. É nessa fase da existência que se percebe como toda a vida é, ao mesmo tempo, inter-relacionada e interdependente. Cada um está em tudo e tudo está em cada um. Consequentemente, nessa fase são transcendidas todas as limitações de idioma. E assim é que os Discípulos falaram em outras línguas; isto é, línguas universais, pois o Espírito Santo lhes deu esse dom de expressão vocal.

O que Jesus experimentou na hora do batismo realizado por São João Batista, quando foi ungido pelo Espírito Santo, e o que Maria, a mãe de Jesus, experimentou nas horas de sua vigília de Páscoa foi o mesmo que os Discípulos atingiram no Dia de Pentecostes. Quando tal nível de Iniciação é alcançado, já não é mais necessário o renascimento, uma vez que as lições tão necessárias providas pela existência terrestre foram totalmente aprendidas.

(*) Pintura: The Pentecost – c. 1600 – El Greco (1541–1614)

(Do livro “Questions and Answers on the Bible” – Corinne Heline)

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Sete Razões ou Motivos para a necessidade da vinda de Cristo pela Primeira Vez entre Nós

  1. Sair do separatismo (necessário em um momento e nos fornecido pelas Religiões de Raça) para a unidade (por meio do veículo unificante Espírito de Vida do Cristo); as Religiões separatistas do Espírito Santo devem dar lugar à unificante Religião do Filho, a Religião Cristã. Para isso, também, inaugurou a doutrina do Perdão dos Pecados.
  2. Alterar a direção da nossa aprendizagem que era de fora para dentro (Lei Jeovística) para de dentro para fora (Lei do amor e do serviço à quintessência do ser humano); a lei deve ceder lugar ao Amor, e as raças e nações separadas devem unir-se numa Fraternidade Universal.
  3. Durante o estado de individualização, o pináculo da separatividade ilusória, a humanidade necessita de ajuda extra, mas os atrasados necessitam ainda de um auxílio especial. Para conferir esse auxílio especial, a fim de redimi-los, foi preparada a missão de Cristo. Ele disse que tinha vindo buscar e salvar os que estavam perdidos.
  4. Possibilitar a todos os seres humanos o direito de buscar as Iniciações; abriu o caminho da Iniciação para todos os que quisessem alcançá-lo.
  5. Fornecer aos seres humanos as 4 Iniciações Maiores (além das 9 Iniciações Menores que já eram possíveis) ou Iniciações Cristãs.
  6. Ensinar como curar um ser humano de problemas como a obsessão, pois na época em que Ele veio a obsessão era prevalecente e de crescimento marcante no mundo, o que provocava um atraso substancial tanto para o obsessor (quando era ser humano) como para quem estava sendo obsediado.
  7. Purificar o Corpo de Desejos do Planeta (o Mundo do Desejo) a fim de que pudéssemos, como já ocorre atualmente, ter material mais abundante das regiões superiores do Mundo do Desejo, único modo de termos desejos, sentimentos e emoções como filantropia, idealismo, altruísmo, fraternidade, cooperação, servir amorosa e desinteressadamente, etc.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Explique o que significa pecar contra o Espírito Santo.

Resposta: Em termos gerais, o Espírito Santo é o poder criador de Deus. Como uma das confirmações, lembremos da passagem do credo “Concebido pelo Espírito Santo[1], em que Gabriel disse a Maria que o Espírito Santo viria sobre ela. Por esse motivo é que foi trazido à existência e é um raio daquele atributo de Deus que é utilizado pela humanidade para a perpetuação da Onda de Vida Humana aqui. Quando isso é praticado abusivamente, ou seja, para a gratificação dos sentidos, seja por meio da masturbação ou em parceria, com ou sem o casamento legal, constitui, então, essa prática, o pecado contra o Espírito Santo. Disseram-nos que esse pecado não é perdoado; deverá ser expiado. A humanidade, como um todo, está sofrendo por causa desse pecado. Os corpos debilitados, as doenças que vemos ao nosso redor, foram causadas ​​por séculos de abusos, e até que aprendamos a subjugar as nossas paixões, não poderá haver verdadeira saúde entre a Onda de Vida Humana. Nascemos de pais que julgavam ser normal satisfazer as suas paixões a qualquer momento. E, em consequência disso, agora sofremos e, por nossa atitude em relação ao sexo, a maioria de nós está atualmente transferindo as mesmas doenças a nossos filhos. Assim, os pecados dos pais estão recaindo sobre os filhos, de geração em geração, e continuarão a trazer de que toda criança tem o direito de nascer em condições satisfatórias e de receber cuidados físicos apropriados durante o período de vida pré-natal.

(Pergunta nº 110 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Mt 1:20

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O Aborto

O aborto é um assunto em evidência, tema de permanente discussão entre pessoas através de todos os veículos de comunicação e discutido até na justiça. É necessário que os estudantes das verdades mais profundas da vida sintam-se inteiramente conscientes da necessidade imperativa de uma maior compreensão dos fatores e das deploráveis consequências dessa prática não cristã.

Em alguns países, o aborto foi legalmente permitido somente se o bem-estar da mãe assim exigisse. É do conhecimento de todos que o aborto foi e é, muitas vezes, executado ilegalmente e de maneira não científica, sendo esse, sem dúvida, um dos fatores que levou ao movimento de legalização do aborto nos Estados Unidos da América do Norte. Mas, tornando-o “legal”, de forma alguma diminuem as implicações morais, embora possa reduzir a proporção de casos em que ocorram danos e perigos físicos à mãe.

Uma vez que este assunto é de importância vital para toda a Onda de Vida Humana, tanto para a presente quanto para a futura, e como suas consequências são tão ilimitadamente deploráveis e contrárias ao desenvolvimento espiritual, todo indivíduo adulto certamente se beneficiaria se considerasse o assunto de maneira aberta, em todos os seus aspectos físicos e espirituais. Além dos esclarecimentos das leis dos seres humanos, sobressaem-se, entre as verdades dos Ensinamentos Cristãos Esotéricos, a teoria do Renascimento e a Lei de Consequência. A teoria do Renascimento ensina que cada Ego é uma parte integrante de Deus e está desenvolvendo todas as possibilidades divinas, assim como a semente desenvolve-se numa planta e que, através de repetidas existências em corpos cada vez mais desenvolvidos, essas possibilidades latentes vão-se expandindo em poderes dinâmicos.

Ninguém se perde nesse processo e toda a humanidade alcançará a meta da perfeição e da religação com Deus. O que somos, o que temos, todas as nossas boas qualidades são o resultado das nossas ações passadas. O que nos falta ainda é uma superioridade física, mental e moral que poderá ser nossa no futuro. O que fornece experiências essenciais para nosso progresso. Se não nos é permitido renascer em um corpo físico, não temos experiências.

Outro ponto muito útil que deve ser considerado em conexão com a prática do aborto é a santidade do poder criador no ser humano. Esse poder é o Espírito Santo de Deus e do ser humano, a que se refere a Bíblia em vários lugares (Mt 1:18; Mc 1:8; Lc 1:15; Jo 14:26; At 2:4, etc.), poder que é usado para criar não só corpos físicos, mas também, em grau mais elevado, talentos em literatura, poesia, arte, música, ciências, etc. O mau uso desse poder santo para a gratificação dos sentidos é a “grande transgressão” mencionada no Salmo 19:13. Esse é o “pecado” (ação contrária à lei Espiritual), que não é perdoado, mas precisa ser reparado mediante o sofrimento em Corpos e Mentes doentes e incapacitadas. Como Cristo-Jesus disse explicitamente: “todo pecado e blasfêmia serão perdoados ao homem; mas a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada ao homem.” (Mt 12:31).

Quando acontece a impregnação do óvulo, o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele por um período de dezoito a vinte e um dias, sendo que o Ego permanece fora da matriz, em seu Corpo de Desejo e sua Mente, sempre em íntimo contato com a mãe. Após esse período, o Ego entra no útero da mãe. Os veículos, em forma de “campânula” juntam-se sobre a cabeça do Corpo Vital e a “campânula” fecha-se na base, tomando uma forma ovoide.

Realizado isso, o Ego encontra-se definitivamente ligado e envolvido pela carne e já não à mãe até o momento do nascimento. No atual grau do nosso desenvolvimento, o Espírito influencia, conscientemente, muito pouco seu futuro veículo, mas está presente todo o tempo e ajuda inconscientemente na formação de seu instrumento. Começa, para o Ego, a nova vida terrestre dentro do útero da mãe, e não somente no momento do seu nascimento.

A Fraternidade Rosacruz é, veementemente, contra o aborto pelo respeito sacrossanto à vida e crê que o aborto é um atentado contra essa própria vida.

Crê que o aborto é uma interferência de caráter destrutivo, é uma violação às leis naturais, às leis da Natureza. E quando se refere à Natureza, refere-se a Deus.

Crê que tudo no Universo é planejado e tem um propósito, portanto, o nascimento, a vida e a morte obedecem às necessidades de cada ser em evolução, visando ao seu progresso, ao seu crescimento anímico, à dilatação de sua consciência e ao seu bem final.

Crê que cada vez que o Espírito renasce para mais um dia de aprendizado na Escola da Experiência, que é a vida física, tem ano, mês, dia, hora e local para cumprir o seu destino. Para aprender as lições que precisa e dar mais um passo no caminho em espiral, evolutivo, rumo à perfeição. E crê que a evolução é a história do progresso do Espírito no tempo e só se consegue essa história através das várias experiências na Terra, vivendo a vida.

Crê que uma vida é concebida e preparada muito antes da sua formação no ventre materno.

Crê que o corpo físico – o Corpo Denso-, que se forma durante os meses de gestação, é o instrumento de trabalho para o Ego que o guia.

Crê que interromper o processo da gestação é:

  • Contrariar os planos de Deus;
  • Rebelar-se contra o Criador;
  • Violar uma lei básica da Natureza;
  • Atentar contra a vida e a trajetória de um ser;
  • Repudiar um Espírito que desceu ao ventre materno para o renascimento; e
  • Sujeitar-se à Lei de Consequência.

Crê na imortalidade do Espírito. Portanto, a Fraternidade Rosacruz é contra o aborto que considera um assassinato, da mesma forma que é contra a pena de morte, a eutanásia e o suicídio. Todas essas atitudes causam um sofrimento lamentável e um rompimento desastroso na trajetória eterna de um ser humano.

Crê que, quando os Ensinamentos Cristãos relativos à verdadeira natureza do nascimento forem mais conhecidos, quando houver maior conhecimento e consciência do trabalho de cada Ego antes de renascer, e quando houver um entendimento mais elevado da finalidade de um renascimento, então, cada pessoa esclarecida sobre este assunto será totalmente CONTRA O ABORTO.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo – SP de janeiro-fevereiro/1998)

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Diagrama 16 – O Pai Nosso

A oração abre um canal pelo qual a Vida e a Luz divinas podem fluir sobre nós, do mesmo modo que o acionar de uma chave elétrica abre o caminho que possibilita à corrente fluir da usina geradora para a nossa casa.

A fé na oração é a força que aciona a chave. Sem força muscular, não podemos ligar a chave para obter a luz física, e sem fé não podemos orar de maneira a conseguir iluminação espiritual segura.

Se oramos por objetivos mundanos, para fins que contrariam as leis do amor e do bem universal, nossas orações serão tão inúteis quanto uma chave de vidro num circuito elétrico. O vidro é isolante elétrico, portanto, representa uma barreira ao fluxo da corrente.  Analogamente, a oração egoísta representa uma barreira aos propósitos divinos devendo, portanto, ficar sem resposta. Devemos, pois, orar corretamente e, no “Pai Nosso” temos o mais admirável modelo de oração, porque atende as nossas necessidades a tal ponto que nenhuma outra fórmula consegue igualá-la. Com umas poucas e curtas sentenças, ela abarca toda a complexidade do relacionamento entre Deus e nós.

A fim de compreendermos devidamente essa sublime oração e nos capacitar a proferi-la inteligível, consciente e eficazmente, recordemos, de modo rápido, alguns conceitos Rosacruzes aqui envolvidos:

O Pai é o mais elevado Iniciado do Período de Saturno.

O Filho é o mais elevado Iniciado do Período Solar.

O Espírito Santo é o mais elevado Iniciado do Período Lunar.

O Espírito Divino e o nosso Corpo Denso iniciaram sua evolução no Período de Saturno estando, por isso, sob os cuidados do Pai.

O Espírito de Vida e o nosso Corpo Vital iniciaram sua evolução no Período Solar ficando, consequentemente, a cargo do Filho.

O Espírito Humano e o nosso Corpo de Desejos começaram a evoluir no Período Lunar; portanto, ficaram especialmente sob os cuidados do Espírito Santo.

A Mente foi acrescentada no Período Terrestre e não ficou a cargo de nenhum Ser externo, mas apenas sob o nosso governo, sem qualquer outra ajuda de fora.

Aliás, dentre as ajudas espirituais, que recebemos para que possamos avançar no nosso progresso, temos a Oração do Senhor (Pai Nosso), conforme Cristo nos ensinou no Evangelho Segundo São Mateus (6:9-13):

Pai nosso que estás nos céus,

santificado seja o teu Nome,

venha o teu Reino,

seja feita a tua Vontade assim na terra, como no céu.

O pão nosso de cada dia dai-nos hoje.

Perdoai as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores.

E não nos deixeis cair em tentação,

mas livrai-nos do mal.

No Pai Nosso há sete orações, ou melhor, há três grupos de duas orações e uma súplica simples. Cada grupo faz referência às necessidades de um dos nossos aspectos, Tríplice Espírito, e de sua contraparte no Tríplice Corpo.

Essa oração é uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os nossos veículos.

Cada aspecto do Tríplice Espírito, começando pelo inferior, expressa adoração ao aspecto correspondente da Divindade. Quando os três aspectos do espírito estão colocados ante o Trono da Graça, cada um emite uma oração apropriada às necessidades da sua contraparte material. No fim os três unem-se para proferir a oração da Mente.

O Espírito Humano se ergue nas asas da devoção e se eleva à sua contraparte na Santíssima Trindade, o Espírito Santo (Jeová), dizendo: “Santificado seja o Vosso Nome”.

O Espírito de Vida alça-se nas asas do amor e se reverencia ante sua contraparte, o Filho (Cristo), dizendo: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino eleva-se com superior entendimento até a matriz da fonte de onde emergiu na aurora dos tempos e se ajoelha ante sua contraparte, o Pai, e diz: “Seja feita a Vossa Vontade”.

Tendo assim alcançado o Trono da Graça, nós, o Tríplice Espírito, apresenta seus pedidos para a personalidade, o Tríplice Corpo.

Então, o mais elevado, o Espírito Divino, pede ao mais elevado aspecto da Divindade, o Pai, para a sua contraparte, o cuidado a prestar ao Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”.

O próximo aspecto, em elevação, o Espírito de Vida, roga ao Filho, pela sua contraparte em natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

O aspecto inferior do espírito, o Espírito-Humano, dirige o seu pedido ao aspecto mais inferior da Divindade para o mais elevado do tríplice Corpo, o de Desejos: “Não nos deixeis cair em tentação”.

Por último, os três aspectos do Tríplice Espírito se juntam para a mais importante das orações, a súplica pela Mente, dizendo em uníssono: “Livrai-nos do mal”.

A introdução, “Pai nosso que estais no Céu” é somente um indicativo de direção.

A adição: “Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém” não foi dada por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito por encerrar a diretriz correta para a Divindade.

O Diagrama 16 ilustra a explicação antecedente de forma fácil e simples, mostrando a relação entre as diferentes orações, em suas respectivas cores e os veículos correspondentes.

Algumas notas importantes para compreendermos o quão é abrangente a Oração do Pai-Nosso:

  1. Notem que encarando a oração acima sob o ponto de vista analítico, vemos que três são os ensinamentos religiosos a serem nos dados para nos ajudar a alcançar a perfeição, a saber: o da Religião do Espírito Santo; a seguir, o da Religião do Filho; e, por último, o da Religião do Pai.
  2. No Aspirante à vida superior, a união entre as naturezas superior e inferior é realizada pela Meditação sobre assuntos elevados, pela Contemplação que consolida essa união e, depois, pela Adoração que, transcendendo os estados anteriores, eleva o espírito ao Trono. No “Pai Nosso”, geralmente usado na igreja, a adoração está colocada em primeiro lugar, o que tem por fim alcançar a exaltação espiritual necessária para proferir uma petição que represente as necessidades dos veículos inferiores.
  3. Note que o “Pai Nosso” ensina a doutrina da remissão dos pecados na palavra “perdoai-nos” como também afirma a Lei de Consequência nas palavras “assim como nós perdoamos”, fazendo da nossa atitude para com os outros, a medida de nossa emancipação.

Afinal, o Corpo Vital é a sede da memória. Nele estão arquivadas, subconscientemente, as lembranças de todos os acontecimentos passados, bons ou maus, isto é, tanto a injúria como os benefícios feitos ou recebidos. Lembremos que, ao morrer, as recordações da vida são tomadas desses arquivos imediatamente depois de abandonar-se o Corpo Denso e que todos os sofrimentos da existência pós-morte são resultado dos acontecimentos aí registrados como imagens. Se pela oração contínua obtemos o perdão ou esquecimento das injúrias que tenhamos praticado e procuramos prestar toda compensação possível, purificamos nossos Corpos Vitais. Esquecer e perdoar àqueles que agiram mal contra nós elimina todos os maus sentimentos e nos salva dos sofrimentos pós-morte. Além disso, prepara o caminho para a Fraternidade Universal, que depende mui especialmente da vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. As ideias de vingança são impressas pelo Corpo de Desejos, em forma de memória, sobre o Corpo Vital. A vitória sobre isso é indicada por um temperamento equânime em meio dos incômodos e sofrimentos da vida. O Aspirante deve cultivar o domínio próprio, porque tem ação benéfica sobre os dois Corpos. A Oração do Senhor exerce o mesmo efeito porque ao fazer-nos ver que estamos injuriando os outros voltamo-nos para nós mesmos e resolvemo-nos a descobrir as causas. Uma dessas causas é a perda do domínio próprio, originada no Corpo de Desejos. Ao desencarnar, a maioria dos seres humanos deixa a vida física com o mesmo temperamento que trouxe ao nascer. O Aspirante deve conquistar, sistematicamente, todos os arrebatamentos do Corpo de Desejos e assumir o próprio domínio. Isto se efetua pela concentração sobre elevados ideais, que vigoriza o Corpo Vital. É um meio muito mais eficaz do que as orações da igreja. O ocultista cientista prefere empregar a concentração à oração porque a primeira realiza-se com o auxílio da Mente, que é fria e insensível, enquanto a oração, geralmente, é ditada pela emoção. Feita com devoção pura e impessoal, dirigida a elevados ideais, a oração é muito superior à fria concentração. Aliás, nunca poderá ser fria, porque voa para Divindade sobre as asas do Amor, a exaltação do místico.

  • Não nos deixeis cair em tentação” é a súplica para o Corpo de Desejos, o repositório de nossas energias e o que incentiva nossas ações através do desejo. Diz, em resumo, uma máxima oriental: “Mate-se o desejo”. A indolência resultante da tentativa de seguir esse axioma é um exemplo que o próprio do oriente pode dar. “Mate seu entusiasmo” é o tolo conselho dado, às vezes, por aqueles que perdem o autocontrole. O desejo ou entusiasmo é predicado valioso, demasiado valioso, para ser sufocado ou destruído, posto que nós sem o entusiasmo somos como o aço sem têmpera: para nada serve. No Apocalipse, seis igrejas são louvadas, mas a sétima é severamente anatematizada por “não ser quente nem fria”, por ser uma congregação inexpressiva. “Quanto maior o pecador, maior o santo” é um adágio verdadeiro porque para pecar precisa-se de energia e quando essa energia é canalizada para a direção certa, então é tanto mais poderosa para o bem, quanto o foi anteriormente para o mal. Um indivíduo pode ser bom apenas porque não consegue reunir suficiente energia para ser mau, então é tão bom que não serve para nada. Enquanto somos fracos, a natureza de desejos nos domina e pode nos fazer sucumbir às tentações, mas quando aprendemos a controlar essa natureza, o nosso temperamento, podemos então prosseguir em harmonia com as “Leis de Deus e dos Homens”.
  • A força capaz de dirigir a energia da natureza de desejos se encontra na Mente, daí a sétima súplica – “Livrai-nos do mal” – ser feita tendo ela como objetivo.
  • Os animais seguem seus desejos cegamente e não cometem pecado. Para eles, o mal não existe. O mal chega ao nosso conhecimento só através da Mente discriminatória que nos capacita a distinguir diversas alternativas de ação e optar por uma entre tantas. Se escolhemos agir em harmonia com o bem universal, cultivamos a virtude; se escolhemos o contrário, nos corrompemos. Note-se que a tão decantada “inocência infantil” não é virtude. Absolutamente. A criança ainda não foi tentada nem provada, por isso é inocente. No devido tempo, as tentações da natureza de desejos porão sua índole à prova. Então, o seguir pelo caminho reto ou o se desviar para trilha sinuosa ficará na dependência da supremacia de sua Mente sobre o seu Corpo de Desejos. Se a Mente é bastante forte para “livrar-nos do mal”, nos tornaremos virtuosos de modo positivo e mesmo se cedermos à tentação por algum tempo, antes de perceber nosso erro, adquiriremos virtude tão logo nos arrependamos e nos reformemos. Aí, trocamos a inocência negativa pela virtude, que é uma qualidade positiva.

Por fim repare que a Oração do Senhor ou a Oração do Pai-Nosso satisfaz as várias partes que nos constitui e indica as necessidades reais de cada uma, mostrando a maravilhosa sabedoria contida em fórmula tão simples.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Diagrama 14 – O Pai, o Filho e o Espírito Santo

Diagrama 14 – O Pai, o Filho e o Espírito Santo

O “Pai” é o mais elevado Iniciado da humanidade do Período de Saturno. À humanidade ordinária daquele Período pertenciam os que são agora os Senhores da Mente.

O “Filho” (Cristo) é o mais elevado Iniciado do Período Solar. A humanidade comum desse Período pertencia os que são agora os Arcanjos.

O “Espírito Santo” (Jeová) é o mais elevado Iniciado do Período Lunar. À humanidade comum desse Período pertenciam os que são agora os Anjos.

Esse Diagrama 14 mostra também quais eram os veículos dessas diferentes ordens de Seres. Comparando com o Diagrama 8, se verá que seus Corpos ou veículos (indicados por retângulos em negro no Diagrama 14) correspondem aos Globos do Período em que foram humanos. É sempre assim, pelo menos no relativo às humanidades ordinárias. Ao fim do Período em que uma onda de vida se individualiza em seres humanos, esses seres retêm Corpos correspondentes aos Globos nos quais funcionaram.

Diagrama 8 – Os 7 Mundos, os 7 Globos e os 7 Períodos

Por outra parte, os Iniciados desenvolvem veículos superiores, para eles mesmos. Deixam de usar os veículos inferiores quando obtém a capacidade de empregar um veículo novo e superior.

No Período de Saturno os Senhores da Mente eram, então, humanos. Trabalharam sobre o ser humano que, nesse Período, era mineral. Agora, nada tem a fazer com os Reinos inferiores, estão relacionados somente com o desenvolvimento humano.

Os Senhores da Mente tornaram-se peritos na construção de Corpos de “matéria mental”, assim como nós estamos nos especializando na construção de Corpos de matéria química, e por uma razão similar: a Região do Pensamento Concreto era a mais densa condição de matéria alcançada no Período de Saturno, quando eles eram humanos, assim como a Região Química é o estado mais denso alcançado pela nossa humanidade.

No Período Terrestre os Senhores da Mente alcançaram o estado Criador e emitiram de si, dentro do nosso ser, o núcleo do material com o qual estamos procurando agora construir uma Mente organizada. “Poderes das Trevas” foi o nome que lhes deu São Paulo (Col 1:13), por terem surgido do escuro Período de Saturno. São considerados maus devido à tendência separatista, pertinente ao plano da razão, em contraste com a força unificadora do Mundo do Espírito de Vida, o Reino do Amor.

No Período Lunar, Jeová foi o Iniciado mais elevado. O veículo inferior de Jeová é o Espírito Humano (veja-se o Diagrama 14) e sua contraparte é o Corpo de Desejos.

Jeová era e é um dos Elohim. É o Líder dos Anjos, a humanidade do Período Lunar e é o Regente da Lua atual. Remetemos o leitor ao Diagrama 14 para compreender facilmente a posição e natureza de Jeová.

Dirige os Anjos e, como Regente da Lua, Ele tem a seu cargo os seres degenerados e malignos que nela existem. Com Ele estão também alguns Arcanjos, que constituíram a humanidade do Período Solar. Estes são chamados “Espíritos de Raça”.

O trabalho a cargo de Jeová é a construção de Corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecedoras. Portanto, Ele é o dador de crianças, e os Anjos são seus mensageiros nesta obra. Os fisiólogos sabem muito bem que a Lua está relacionada com a gestação. Observam que dirige e governa os períodos de vida intrauterina e outras funções fisiológicas.

Jeová é o Altíssimo, o Deus de Raça. Tem, por assim dizer, domínio sobre todas as Formas. É o Legislador-Chefe, o Poder mais elevado na conservação da forma e no exercício de um governo ordenado.

Ordinariamente, o veículo inferior de um Arcanjo é o Corpo de Desejos. Cristo, o mais alto Iniciado do Período Solar, emprega geralmente o Espírito de Vida como veículo inferior. Funciona tão conscientemente no Mundo do Espírito de Vida como nós no Mundo Físico. Rogamos ao Estudante que note de modo particular esse ponto porque o Mundo do Espírito de Vida é o primeiro Mundo Universal, conforme explicamos no primeiro capítulo, sobre os Mundos. Nesse mundo cessa a diferenciação e começa a manifestar-se a unidade, pelo menos quanto ao nosso Sistema Solar.

Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o Corpo de Desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais. O significado disso será agora examinado.

Jesus pertence à nossa humanidade. Estudando o ser humano Jesus na Memória da Natureza, podemos segui-lo em suas vidas anteriores. Nelas viveu sob diversas circunstâncias, sob vários nomes, em diferentes encarnações, do mesmo modo que outro qualquer ser humano. Isto não sucede com o Ser Cristo. No Seu caso só pode encontrar-se uma única encarnação.

Todavia, não se imagine que Jesus tenha sido um indivíduo comum. Era de Mente singularmente pura, muito superior à grande maioria da nossa presente humanidade. Esteve percorrendo o Caminho da Santidade através de muitas vidas, preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.

Sua mãe, a Virgem Maria, possuía, também, a mais elevada pureza humana, por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus. O pai, José, era um elevado Iniciado, capaz de realizar o ato de fecundação como um sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal.

Em consequência, o formoso, puro e amoroso espírito conhecido pelo nome de Jesus de Nazaré veio ao mundo num Corpo puro e sem paixões. Esse Corpo era o melhor, o mais perfeito que se podia produzir na Terra. A tarefa de Jesus, nesta encarnação, era cuidar e desenvolver o seu Corpo até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que devia servir.

É lei do Cosmos: por mais elevado que seja nenhum ser pode funcionar em qualquer mundo sem um veículo construído do material desse mundo (Ver os Diagramas 8 e 14). Por esse motivo, o Corpo de Desejos era o veículo mais baixo do grupo de espíritos que alcançaram o estado humano no Período Solar.

Cristo, um desses espíritos, era incapaz de construir para Si um Corpo Vital e um Corpo Denso. Podia ter trabalhado sobre a humanidade com um Corpo de Desejos, do modo que fizeram como Espíritos de Raça, seus irmãos mais jovens, os Arcanjos. Jeová Lhe teria aberto o caminho para entrar no Corpo Denso do ser humano. Todas as Religiões de Raça foram religiões de leis, originadoras do pecado como consequência da desobediência a essas leis. Tais religiões estavam sob a direção de Jeová que, tendo por veículo inferior o Espírito Humano, está correlacionado ao Mundo do Pensamento Abstrato, onde se origina o separatismo, conducente ao benefício próprio. A unidade era impossível. Precisamente por esta razão, foi necessária a intervenção de Cristo que possuía como veículo inferior o unificante Espírito de Vida. Por esse motivo, devia aparecer como um ser humano entre os seres humanos. Devia entrar num Corpo humano denso, porque unicamente de dentro é possível conquistar a Religião de Raça, que afeta o ser humano de fora.

Cristo não podia nascer num Corpo Denso. Não tendo nunca passado por uma evolução semelhante à do Período Terrestre, teria de adquirir, primeiramente, a capacidade de construir um Corpo Denso como o nosso. Porém, ainda que tivesse essa capacidade, seria inconveniente para um Ser tão elevado empregar energia na construção do Corpo durante a vida pré-natal, a infância, a juventude, e levá-lo até a maturidade indispensável.

Ele deixara de empregar ordinariamente o Espírito Humano, o Corpo Mental e o de Desejos, embora tivesse aprendido a construí-los no Período Solar e retivesse a capacidade de construí-los e de neles funcionar quando fosse necessário.

Cristo usou todos esses veículos próprios e só tomou de Jesus os Corpos Vital e Denso. Quando Jesus atingiu trinta anos de idade, Cristo penetrou nesses Corpos e empregou-os até o final de Sua Missão, no Gólgota. Depois da destruição do Corpo Denso, Cristo apareceu entre os Discípulos em Corpo Vital, no qual funcionou ainda durante algum tempo. O Corpo Vital é o veículo que Ele empregará quando aparecer novamente. Nunca tomará outro Corpo Denso.

Jesus, quando Cristo tomou o seu Corpo, era um Discípulo de grau elevado e, por conseguinte, seu Espírito de Vida estava em organizado. Vemos, portanto, que o veículo inferior em que funcionou Cristo e o mais bem organizado dos veículos superiores de Jesus eram idênticos. Cristo, ao tomar os Corpo Vital e Denso de Jesus, encontrou-se com uma série completa de veículos, desde o Mundo do Espírito de Vida até o Mundo Físico.

Jesus já alcançara as mais elevadas vibrações do Espírito de Vida e passou por várias Iniciações para obter o necessário efeito sobre o Corpo Vital. O Corpo Vital de um ser humano comum ter-se-ia paralisado instantaneamente sob as intensíssimas vibrações do Grande Espírito que entrou no Corpo de Jesus. Até esse Corpo, puríssimo e ultrassensível como era, não podia suportar durante muitos anos os tremendos impactos vibratórios d’Aquele. Quando lemos que, em certa ocasião, Cristo se afastava dos seus Discípulos, ou caminhava sobre o mar em sua procura, o esoterista sabe que Cristo tinha abandonado momentaneamente os veículos de Jesus para dar-lhes descanso, deixando-os ao cuidado dos Irmãos Essênios que, melhor que Cristo, sabia como deviam cuidar de tais veículos.

Esta cessão foi consumada com pleno e livre consentimento de Jesus. Ele soube que, durante a encarnação inteira, estava preparando um veículo para Cristo. Submeteu-se alegremente, para que o desenvolvimento da humanidade pudesse receber o gigantesco impulso que lhe foi dado pelo misterioso sacrifício do Gólgota.

Como se vê no Diagrama 14, Cristo Jesus possuía os doze veículos que formam uma ininterrupta cadeia desde o Mundo Físico até o próprio Trono de Deus. Portanto, Ele é o único Ser do Universo que está em contato, ao mesmo tempo, com Deus e com o ser humano. É capaz desta mediação porque experimentou, pessoal e individualmente, todas as condições e conhece todas as limitações incidentais à existência física.

Cristo é único entre todos os Seres dos sete Mundos. Unicamente Ele possui os doze veículos. Ninguém, a não ser Ele, é capaz de sentir tão elevada compaixão e compreender tão amplamente a situação e as carências da humanidade. Ninguém, só Ele, está qualificado para trazer o remédio que satisfaça todas as nossas necessidades.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Luz: o Presente do Espírito Santo

Que o mundo de hoje está trabalhando de maneira nova com a luz é inquestionável. Continuamos a aprender como a ciência física está tendo uma tremenda experiência com o desenvolvimento do poder da luz, inclusive para as maravilhas LASER, que, embora capaz de projetar um feixe na lua distante, também pode ser usado para realizar a cura delicada de um órgão interno do corpo como, antes, só era possível por meio de cirurgia.

No entanto, embora não possamos questionar que o mundo esteja experimentando uma vasta liberação de luz, podemos e questionamos a maneira como o ser humano responde a essa experiência, porque, ao enfrentarmos o grande poder dela, devemos também enfrentar o fato de que qualquer poder, incluindo o da luz, se canalizado incorretamente ou mal direcionado, será um desastre em potencial. Mesmo a própria luz do conhecimento muitas vezes conduz apenas ao desespero e à destrutividade, enquanto a luz do amor, por si só, frequentemente contribui apenas com a soma total da instabilidade emocional e da loucura humana. É evidente que até mesmo o poder da luz requer um agente direcionador seguro, se for para servir à intenção divina.

Essa direção segura está disponível através do Cristo que, como mediador entre a humanidade e o Mundo da Luz, libera a luz e dirige na extensão de onda do Amor-Sabedoria de tal maneira que ela pode ser verdadeiramente efetiva na vida espiritual da humanidade. Todo o Seu ensino durante Sua encarnação aponta nessa direção. Ele ensinou, sempre, que os Ritos da Páscoa, marcando a conclusão de um ciclo de objetividade no plano físico, nunca eram o fim, mas o início de uma experiência nova, especial e mais profunda, bem como de um relacionamento aprofundado com Ele, por meio de uma liberação divina conhecida em termos da Trindade como o Aspecto de Luz de Deus: Deus, o Espírito Santo.

Quando, por meio do uso correto do poderoso impulso do Amor, que é o poder transformador da vida humana, a humanidade tiver respondido a tudo que o Cristo trouxe à Terra e reconhecer esse poder como o aspecto do Amor de Deus, então será possível para o ser humano entrar no estado exaltado prometido por Cristo, a Iluminação de Fogo. Nas palavras da Bíblia, “Todos os livros do mundo não poderiam conter o que poderia ser dito…” sobre um verdadeiro contato da alma com a própria natureza de Deus como Luz. Para todos os que buscam essa iluminação divina com reverência e sinceridade, a Luz do Espírito Santo concede três grandes dons de consciência.

O primeiro desses três dons é o autoconhecimento. “Homem, conhece-te a ti mesmo” é um conselho antigo. Os Iniciados da antiguidade afirmavam que Deus, o Incognoscível, tornou-Se conhecível na medida em que o ser humano, uma criação à imagem e semelhança de Deus, tornou-se realmente conhecido por si mesmo. A Luz do Espírito Santo serve para aumentar esse conhecimento. Ela abre caminho para a Iluminação. Os estudantes da Bíblia reconhecem essa Luz como o Espírito interior da Verdade, o Santo Consolador, o paráclito predito por Cristo. Seja qual for o nome, todos podem reconhecê-lo como um aspecto do Ser interior que atua como professor e guia. Quando aquele guia interior é fervoroso e reverentemente chamado para iluminar o caminho e a resposta da “Voz do silêncio” é ouvida e amorosamente obedecida, a Luz do Espírito Santo torna-Se potentemente operativa na experiência diária do nível humano. Com a elevação da consciência acompanhando a percepção que surge desse conhecimento de primeira mão da atividade do Espírito Santo, segue-se a espiritualização progressiva, ou o Cristianismo, da mente humana, que é a meta suprema para a realização da atual humanidade.

O segundo grande dom da Luz do Espírito Santo é o entendimento. É a Luz que ilumina o caminho da experiência, revelando as leis que o governam e os propósitos por trás dele. É a Luz que nos mostra onde estamos, por que é o que devemos fazer a respeito. Esse ensino é a base da cena comovente do Novo Testamento na qual o Cristo chorou por Jerusalém. Sua tristeza não era só pela cidade que estava diante de Seus olhos físicos, mas pelo que Sua visão interior considerava o grande centro da humanidade. Foi a esse centro inclusivo, que chamamos de onda de vida humana, que Ele disse tristemente: “Não Me vereis mais até que abençoes todas as coisas que vêm em Meu nome”. Com efeito, Ele estava aqui dizendo: “A partir de agora, até que Eu volte, sua tarefa é usar a Luz para me encontrar nos fenômenos da existência do plano físico, para Me ver em cada experiência, para Me encontrar em todas essas coisas. Não posso voltar até que vocês façam isso, porque vocês não vão Me conhecer a menos que tenham aprendido a Me ver — na vida”. Sob a tutela do Espírito Santo, o ser humano aprende a abençoar todas as experiências vividas, percebendo que elas vêm em Nome do Cristo e para fins de desenvolvimento da alma. Então, ele não pede mais para ser aliviado da experiência, não importa o quanto ela seja dolorosa, mas aprende a dizer, como Jacó: “Não vou deixar você ir até que me abençoe com a sua bênção”. Então, também ele pode falar, igual a Jacó, no amanhecer do novo dia: “Eu vi Deus face a face nesta experiência e minha vida foi preservada”. Assim, poderemos falar quando da noite da alma.

O terceiro dom divino do Espírito Santo ao ser humano é o sentimento de totalidade. É a Luz que revela Deus, a Natureza e o Ser humano como o tecido perfeito da existência universal. É a Luz que abre visões para o Reino de Deus externado na Natureza e conscientemente cooperativo dentro do “Reino do Homem”. É a Luz na qual o ser humano experimenta sua divindade essencial: de fato e verdade, em Deus o ser humano “vive, move-se e tem o seu ser”.

O Espírito Santo é Deus em manifestação, é Deus em forma. A natureza constitui Seu corpo cósmico. Na temporada de verão, que representa o meio-dia da Sua atividade Criativa, a evidência da Sua obra está em toda parte. Todos os reinos da natureza estão soando Sua nota de criação e é especialmente nesse momento, quando a expansão da luz física tem sua maior potência, que, pela beleza terrena assim revelada, o ser humano também encontra dentro de si a capacidade de se expandir e entrar em uma unidade abrangente com o Cosmos.

Essas verdades foram provadas por grandes pessoas do passado. Foi assim com Moisés. Como o portador de luz para as mentes dos homens, o Espírito Santo falou a Moisés através da sarça ardente para revelar o plano de Deus à onda de vida humana e dar a lei que governaria o plano. No entanto, havia mais na revelação. As palavras “Moisés, tira os sapatos, pois o lugar em que estás é solo sagrado” foram usadas para indicar algum local sagrado; um antigo santuário, talvez. No entanto, tirar os sapatos, na linguagem dos Mistérios, significa remover as limitações do entendimento, feitas pelo ser humano, para que a Luz do Espírito revele a verdade. Aquele que experimentou a iluminação do Fogo espiritual obtém uma revelação, sobre a vivência da Terra e tudo que nela vive, que lhe permite saber que todo terreno, em todos os lugares, é o corpo de uma Entidade espiritual, sendo, portanto, sagrado, um santuário, a morada de Deus.

Foi assim com o profeta Esdras. Na época do Solstício de Junho, o profeta jazia de bruços no Campo de Ardath, um deserto rochoso “onde não cresciam flores”, e chorava por causa da esterilidade da existência terrena. Então o Arcanjo Uriel veio a ele como Mestre e Emissário do Espírito Santo, revelando a ele o propósito da vida e o significado da experiência de tal modo que o campo antes tão estéril se tornou um campo de flores. Esdras foi capaz de “comer das flores onde nenhuma flor crescia”. Ele foi capaz de colher o florescimento do espírito no terreno pedregoso da experiência. Contudo, novamente havia mais, porque Uriel ensinou a Esdras a vastidão da Sabedoria Antiga, a magnitude do plano para o ser humano e sua própria parte nele; Esdras foi transformado. Ele enxugou as lágrimas e começou a trabalhar — seu trabalho era transcrever os livros do Antigo Testamento, dando a ele, em grande parte, sua forma atual.

As verdades com as quais estamos lidando também se tornaram impulsos vivos e criativos na vida dos discípulos de Cristo. Reunidos em união com o Cristo místico e interior, Sua promessa foi cumprida. Em um batismo de fogo eles receberam do Espírito Santo. Então foram também transformados de mortais assustados em imortais que nada poderiam deter ou amedrontar. Também foram elevados acima da limitação humana para contemplar o passado, o presente e o futuro do plano. Eles viram, pela primeira vez, o propósito do Cristo e a parte que interiormente foram chamados a levar adiante.

Para alguém chegar a tal consciência, mesmo que em menor medida, é necessário olhar para a vida de maneira nova e diferente. A pessoa então fica entre todas as dualidades da experiência humana — noite e dia, dor e alegria… — mas, não escolhe qualquer uma, rejeita nenhuma, mas aprende, na Luz, a encontrar a base da realidade espiritual em ambas. E essa consciência da base espiritual da vida permite ao espírito humano colher seu próprio florescimento do seu próprio deserto rochoso de Ardath.

Em tal consciência, também, a Luz do Espírito Santo torna-Se uma luz LASER individual, cortando todas as barreiras em todos os mundos: as barreiras da ignorância, crueldade e medo, autocriadas entre os homens, grupos, nações e outros reinos do mundo de Deus. Só pode haver um resultado de tal conhecimento. Conhecer a unidade da vida só pode trazer a compreensão de que somos os “irmãos guardiões” e que não pode haver pensamento, impulso ou ação que não afete, para o bem ou para o mal, todos os seres vivos.

Viver com tal consciência é saber que, assim como o Fogo do Céu, emanando como o calor do verão, acelera o ventre da natureza e libera a vida em fruição, assim também, quando esse mesmo Fogo divino toca o coração do ser humano, ele é retirado de suas limitações anteriores para viver uma nova vida e liberdade por meio de uma compreensão mais profunda da beleza essencial da existência humana, em uma reverência mais profunda pela vida e um parentesco alegre com cada criatura viva. É então que sente, como o poeta que “a Terra está abarrotada de Céu e cada feixe de luz está em chamas junto a Deus”.

(Publicado na Revista New Age Interpreter – do segundo trimestre de 1964)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Chamados a serem Santos

Chamados a serem Santos

No início, o Cristianismo se espalhou como fogo. Mesmo assim, não se esperaria que tantos santos Cristãos aparecessem assim como apareceram, pelo menos de acordo com o apóstolo São Paulo.

Você acha que os únicos santos são os santos que estão mortos? São Paulo estava interessado nos santos vivos. Alguns exemplos: “todos os santos que estão na Acaia”, aos quais dirigiu sua 2ª Epístola de São Paulo aos Coríntios; “Os santos que estão em Éfeso” (Ef 1:1); “Todos os santos em Cristo-Jesus que estão em Filipos” (Fp 1:1); “Os santos e irmãos fiéis em Cristo que estão em Colossos” (Col 1:2); “A todos os que estão em Roma, amados de Deus, chamados a serem santos” (Rm 1:7); “Para os que são santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos” (1Cor 1:2). Claramente, os santos abundavam nos dias de São Paulo.

O termo parece virtualmente sinônimo de “Cristão praticante”, denotando toda a união Cristã daqueles que acreditavam que o recém-ressuscitado Cristo-Jesus é o Filho de Deus. São Paulo frequentemente solicitava doações para os “santos pobres” em Jerusalém. Quem foram os doadores? Santos menos pobres na área do norte e leste do Mediterrâneo. Ele encarregou os romanos de receber Febe, a diaconisa, “para que a recebais no Senhor de modo digno, como convém a santos“.

Então, naturalmente, perguntamos: para onde foram todos os santos? Talvez eles ainda estejam conosco, e em números comparativamente grandes. Talvez seja a própria palavra que se tornou rara, muito exclusiva, muito seletiva.

Angelus Silesius é claro neste ponto: “Um santo você não será e ainda deseja que o céu ganhar! / Ó tolo, apenas os santos devem entrar pelos portões do céu“. Santo primeiro, depois o céu.

E se todos devem ser salvos, quem não é chamado a ser santo? Se alguém é santo, os doze Discípulos de Cristo certamente se qualificam. Contudo, todos eles O abandonaram e fugiram do Jardim do Getsemani quando os bandidos de Caifás prenderam o Senhor. São Pedro, o Discípulo que disse do Messias “Eu não o conheço”, foi anteriormente repreendido com as palavras “tu és uma ofensa para mim, porque tu não sabes o que é de Deus”. Fato claro em nossa revisão do estereótipo dos santos: os santos erram, os santos negam Aquele que os santificou, os santos duvidam.

A porta da santidade agora se abre mais? O termo se tornou mais amigável? A imagem popular de um santo é a de alguém que quase desapareceu da existência, que normalmente é velho, reverendo, talvez translúcido, exalando um aroma de santidade. Sendo assim, como é que tal visão alinha-se com nossa imagem de São Paulo, que como Saulo “destruiu a Igreja” (At 8:3)? “Muitos dos santos foram encerrados na prisão” (At 26:10).

Cristo-Jesus rejeita essa mesma ilusão santa ao falar de São João Batista: “O que fostes ver no deserto? Uma cana agitada pelo vento? “. São João Batista açoitou seus ouvintes com palavras. Ele foi veemente e intransigente. O mundo secular não está em posição de julgar quem é santo.

Etimologicamente, um santo é uma pessoa santa (latim, sanctus), alguém que é santificado pela fé em Cristo (At 26:18). Os Cristãos são inspirados a serem santos por meio do Espírito Santo, que primeiro foi dado pelo Cristo Ressuscitado quando soprou sobre Seus Discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20:22).

A esquiva usada pelos mornos e tímidos é que a santidade está reservada aos espíritos miticamente heroicos, os titãs morais. Contudo, São Paulo nos lembra que “Como está escrito, não há justo, não, nenhum … Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:10-23). Há muitos santos porque é Cristo quem santifica e santifica todo aquele que nele crê. Além disso, “se as primícias (Cristo) são sagradas, a massa (o Cristão praticante) é sagrada; e se a raiz é sagrada, também o são os ramos” (Rm 11:16).

Podemos dizer que santo é aquele que exagera o que o mundo negligencia. Deus pode ser exagerado? Aos olhos do mundo, sim. Então, novamente, o que é Deus aqui senão virtudes Cristãs encarnadas como ações vivas – misericórdia, ajuda espontânea não solicitada, compreensão transparente, serenidade poderosa, silêncio eloquente, obediência sem exceção, simplicidade libertadora, discrição silenciosa, humildade imperceptível. A simplicidade santa se baseia na obstinação.

Embora possamos estar fazendo muitas tarefas, abaixo da atividade há uma quietude, um espaço sagrado onde a oração segue, onde a chama da devoção arde continuamente, onde a vigília constante é mantida. Aqui está a pureza de coração porque a multiplicidade externa é subsumida pelo recolhimento interior, o repouso interno da alma santificada não é distraído por qualquer agitação passageira. Para conhecer a simplicidade, devemos saber como nos livrar das coisas e das relações. A espada de Cristo corta tudo o que nos conforma com o mundo ou com os bens menores, para que possamos escolher o que é necessário.

Afinal, onde acaba o apego às coisas, aí começa Deus. O que está diante do meu olho interno? A que minha Mente faz reverência – coisas criaturas ou o Criador? Onde está meu coração, aí também está meu tesouro. É um tesouro terreno, corruptível? A pobreza espiritual está relacionada à piedade. A purificação ou esvaziamento próprio precede a entrada do Santo Convidado.

Max Heindel deixa claro que o Estudante sério dos Ensinamentos Rosacruzes está embarcado no caminho da santidade, onde, “no início, há muitas coisas que podemos nos permitir. Mas, à medida que avançamos, essas digressões devem ser eliminadas uma após a outra e devemos nos dedicar cada vez mais exclusivamente ao serviço da santidade. Por fim, chega um ponto em que esse caminho é tão afiado quanto o fio de uma navalha, e então podemos apenas agarrar a cruz.” (do Livro “Iniciação Antiga e Moderna” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

A verdadeira santidade não se baseia no medo de querer evitar o inferno ou na ambição de entrar no céu, mas no desejo estrito de amar a Deus e fazer a Sua vontade. A história é contada sobre um homem caminhando por uma estrada que encontra um Anjo que carrega um balde de água em uma das mãos e uma tocha na outra. Questionado sobre o que ele está interessado, o Anjo responde: “Eu vou apagar o fogo do inferno e queimar as mansões do céu. Então, vamos descobrir quem realmente ama a Deus”. Santidade é uma colaboração entre Deus e Seus filhos e filhas pródigos, cuja essência divina, tendo sido coberta (ocultada) por túnicas de pele durante a involução, experimentam uma crise de compreensão que os reorienta e os impele a retornar ao Pai Celestial em autoconsciência santificada.

Embora a santidade não tenha alcançado seu objetivo, ela jura permanecer fixa no alvo. Nem parou de lutar. Em vez disso, é alguém despertado e casado com a santidade pelas dificuldades. É parteira de dúvidas e tentações. Portanto, lutamos contra o medo, a solidão e o orgulho e nos esforçamos para perceber que todas as batalhas externas são distrações e máscaras da única batalha real – aquela contra nossa própria natureza egoísta.

Santidade designa uma medida de luz interior formada em alguém, cuja alma se prepara para receber o Cristo. Para atingir esse estado e promovê-lo o eu pessoal será posto na prisão, será zombado e perseguido, perderá tudo, será abandonado, morrerá e se entregará de bom grado Àquele cujo ferrolho não é digno de soltar. E essa perda de tudo leva a ganhar tudo, a Cristo. Ela despertou poderes e virtudes que eram apenas vagas latências. Santidade é um assunto secreto entre Deus e o “eu interior”. Não é uma demonstração perante o mundo.

Nossas vidas estão “escondidas com Cristo em Deus” (Cl 3:3). Por tudo o que a santidade nos chama a fazer, não podemos nos tornar santos – somos feitos santos. Não decidimos ser santos, somos chamados a ser santos. Cristo diz: “Não me escolhestes, mas Eu te escolhi” (Jo 15:16). “Pois esta é a vontade de Deus, sim, a sua santificação.” Ele “nos chamou … para a santidade” (ITs 4:3-7). Deusnos chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu propósito e graça.” (IITim 1:9).

O chamado à santidade é o chamado para ser perfeito: “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:48). Mas não sabemos o que é isso e, se julgarmos nosso comportamento de uma posição que não podemos ocupar, somos vítimas de um perfeccionismo irritável, que é cheio de personalidade. Visto que Deus enriquece os pobres de espírito, que conhecem sua pequenez como criatura, melhor progresso é feito por aqueles que permitem que sua vida espiritual seja formada por seus deveres e pelas ações que são exigidas pelas circunstâncias diárias.

Pode-se dizer que a perfeição consiste em suportar a pobreza, a miséria, os desprezos, a adversidade e todas as adversidades que se abaterem, de boa vontade, com alegria, livremente, avidamente, calmo e impassível e persistindo até a morte sem um porquê. Essa descrição, talvez, expresse mais de perto nossa ideia de um santo. E ao viver dessa maneira completamente tolerante as respostas a todos aqueles porquês não perguntados aparecem como maná no coração. A santidade obtém sabedoria não porque a busca diretamente, mas porque vivendo em obediência, amor e humildade, ela a assume.

O mundo material precisa encapsular a santidade, precisa ser capaz de apontá-la, visto que o mundo está lá fora. Os escribas e fariseus aparentavam serem justos e literalmente desgastaram a santidade deles (e toda a sua intelectualidade) usando-a como talismã. Mas sua recompensa veio do mundo, que eles deveriam impressionar, visto que eram homens “santos profissionais”, contratados e pagos para serem santos. No entanto, a entrada no Reino dos Céus é mais exigente, mais cara. Fazer não é suficiente. Deve-se ser santo – e se alguém aceitar e se revestir de Cristo, será batizado n’Ele.

Boas ações costumam ser o efeito de ser bom, mas não sua prova, visto que fazer, como efeito, pode ser simulado.

Perto do final do Período Terrestre, nossas almas serão “conhecidas, como nós também conheceremos”, “veremos face a face”. A dissimulação será impossível. Então, ao pensarmos em nossos corações, seremos vistos.

Embora sejamos chamados para ser santos, somos livres para aceitar ou recusar o chamado. O Apóstolo São Pedro nos lembra: “Assim como aquele que vos chamou é santo, sede vós também santos.” (IPe 1:15). Assim vivemos nossa santificação.

Santificação é o processo contínuo de nossa vida de forma consciente e combinada, momento a momento, no amor e poder transformador de Cristo. Santificação não é minha ideia do que eu quero que Deus faça por mim. É a ideia de Deus do que Ele quer fazer comigo e por mim. Portanto, ele me castiga. Não nos ofendamos quando nós, como São Pedro, somos “repreendidos por ele” (Hb 12: 5). Pois assim somos separados do pecado e tornados santos. A contenção é uma bênção. Portanto, nos é ordenado: “Não extingais o espírito.” (1Tes 5:19). Os Discípulos, chamados para serem santos, são disciplinados.

A mais importante entre as virtudes da santificação é a obediência. Obediência a quê? À vontade do Pai.

O que nós fazemos? Ele diz: “Fiqueis quietos e sabeis que Eu Sou Deus.”. Levamos “todo pensamento cativo à obediência de Cristo.” (IICor 10:5), até que Deus seja tudo em todos. Obediência é fazer todas as coisas como ao Senhor. Ele nos permite lançar “argumentos e todas as pretensões que se erguem contra o conhecimento de Deus”. A espinha dorsal da obediência é santa vontade. Portanto, é dito que aquele que é “lento para se irar é melhor do que o mais poderoso; e aquele que governa seu espírito, do que aquele que toma uma cidade”.

A santificação conclui nossa luta contra o mal, a falsidade, a tentação? Em vez disso, nossa luta é intensificada. A vida de Jesus foi sagrada desde o nascimento, mas ele conheceu os testes e o conflito desde o início.

Ainda mais depois de receber o Cristo. É a Sua santidade supercarregada que atrai o tentador a ele.

Sem Cristo, a santidade seria uma raridade. Seu sacrifício planetário torna possível uma vida mais espiritual, mais moral, mais vital, mais sã fisicamente, quer a pessoa conheça ou não a de Cristo, seja um humanista secular, um praticante aderente ao islamismo sufista ou teosofista.

A santificação envolve tanto uma retirada (saída) quanto uma colocação (entrada), um esvaziamento e, também, um enchimento. A santa investidura é precedida e simultânea a uma alienação mundana. Na santidade vivida, cada um se torna eucaristia, torna-se pão partido e vinho derramado onde e para quem o Espírito Santo designar. Pois, como diz São Paulo, “é o mesmo espírito de Deus que nos santifica.” (ICor 6:11).

O chamado para a santidade envolve um despojamento para a condição zero, para o lugar da morte. Envolve a eliminação de pretensões, afiliações, julgamentos, expectativas. Somos de Cristo e não de nós mesmos. Deus nos deu a Ele (Jo 17: 6). Declaramos falência mundana. Tornamo-nos pobres para Deus. Nós sabemos que um homem não pode receber nada exceto que seja dado a ele do céu. Se Cristo disser “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma.” (Jo 5:30), o que um santo pode fazer? Nada. E ele sabe disso. Aqui está a honestidade, humildade e obediência que atendem à vontade daquele por quem tudo é possível. É esse vazio que o torna poderoso em santidade e pessoa – mas é a pessoa de Cristo nele, vencida por uma batalha campal.

O santo, como aquele que é chamado para ser santo, talvez seja mais completamente caracterizado pela obediência. O santo Cristão é “obediente até a morte.” (Fp 2: 8).

A obediência floresce no amor. O que a princípio pode ser uma conformidade grosseira às leis impostas externamente torna-se a ação alegre impelida pelo consentimento interior. Da mesma forma, o amor cumpre a lei e o santificado retribui a todo o seu valor (Rm 13: 7) e, por causa de sua benevolência graciosa, alcança uma espécie de anonimato, desviando a atenção de sua pessoa, seguindo as coisas que fazem para a paz.

Não se busca diretamente a santidade; em vez disso, a pessoa emula a Cristo em todas as coisas, contribuindo assim para a santidade. Santidade é um subproduto. A vida sagrada envolve sacrifício. Sacrifício é o que fazemos para conformar nossas vidas ao nosso chamado Cristão. Santificação é o que Deus faz por nós. Quando estamos prontos para segui-Lo daquela mesa festiva onde Ele era o honrado entre os amigos, para o Jardim de Getsemani onde ele estava sozinho e lutou com o grande problema diante Dele enquanto Seus amigos dormiam, então estamos fazendo um sacrifício vivo. O Cristão é chamado a apresentar seu corpo como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, que é seu “serviço razoável.” (Rm 12:1).

A verdadeira substância da santidade, vista por clarividentes e seres superiores, é o que Max Heindel chama de “a vestimenta luminosa da chama“, o Corpo-Alma. Aumenta-se a luminosidade dessa vestimenta etérica por meio de um rigoroso e cotidiano exercício esotérico de Retrospecção noturna, entre cujos frutos está uma purificação da natureza do desejo.

Sem a vida pura”, escreve Max Heindel no livro “Ensinamentos de um Iniciado”, “não pode haver avanço espiritual”.

O desafio, a proibição da santidade, está no compromisso implícito. Pareceria uma aventura de tudo ou nada. Mas quando é a Cristo a quem buscamos como nossas identidades individuais seria contrário, ao nosso objetivo declarado, renegar a santidade, que é a demonstração incessante de nossa santificação.

O caminho de Cristo é o caminho da imersão no comum. A espiritualidade baseada no renascimento permeia a matéria com vontade espiritual, com pensamento amoroso. A Divindade desce às profundezas da finitude corporificada e suporta toda a sua fixidez maçante.

Somente fazendo isso, indo ao limite, bebendo o cálice da mortalidade de sua última gota, a paz final, a liberdade perfeita e a transcendência permanente podem ser conquistadas.

Por causa do Renascimento, o mais baixo é atingido por completo com o mais alto. Agora a santidade de Cristo flutua na Terra. Com o tempo, será nossa santidade. A luz e o amor do santo ajudam a fazer da Terra uma estrela. Longe? Possivelmente. Mas, como santos, somos visionários. Trazemos o distante para o presente. Nós o alimentamos, tornamo-nos amigos e íntimos dele. Abrimos espaço para a graça e continuamos com a base do amanhã plantando boas ações no solo de hoje.

Se o resplandecente Soberano do Sol, o Cristo, pode caminhar entre mortais, incompreendidos, duvidosos e humilhados, nossa experiência semelhante deve ser considerada uma bênção e honra, não uma ocasião para amargura e desespero.

O Renascimento deu um valor incomensurável ao estar diário no Corpo Denso, ela mesma se tornou redentora, potencialmente transformadora de todas as nossas pequenezas e superficialidades – se dedicarmos nossas atividades e engajarmos nossas Mentes em Seu serviço.

Tudo o que chega até nós, neste contexto, tem um efeito santificador. Como Cristo fez, nós também devemos fazer. Ele não foi salvo da adversidade. Ele foi entregue n’Ele e por meio d’Ele. Um santo pode “ter bom ânimo“, mesmo quando aparentemente derrotado pelas adversidades, porque a vitória é impossível para qualquer um, exceto para Deus. Graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.

Nós somos os guardiões da chama. Está santificado em nossas almas. A centelha da divindade acende o holocausto sagrado da oferta pelo pecado. Meu Deus é um fogo consumidor. Consumindo o quê? Tudo desprezível. No fogo do remorso aceso pelo espírito são incinerados todas as nossas mesquinharias, nossa vaidade, nossas tendências egoístas. A pira do sofrimento terreno separa a escória da mera preocupação mundana do ouro da doação e da ação de graças.

A energia que mais promove a integridade é o elogio. Nosso chamado mais nobre é adorar a Deus, pois isso alinha cada átomo nosso com a harmonia da Mente perfeita de Deus e Sua criação desejada.

Em conclusão, fomos santificados por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo. Somos feitos santos pela contínua ministração do Espírito Santo e por nossa fé no amor de Cristo, conforme demonstrado em nossa pessoa e em nossos atos. Podemos, compreensivelmente, recusar o uso das palavras santo e divino, mas não que seja por falta de esforço para ser e fazer tudo o que essas palavras implicam. Pois agora somos filhos e filhas de Deus e, embora ainda não pareça o que seremos, sabemos que nosso bendito chamado e destino é ser como Ele (IJo 3:2), porque somos moldados à Sua semelhança e carregará como nosso próprio Seu Filho Cristo. Portanto, saibamos que o nosso chamado é para cuidar do fazer e do ser.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de maio-junho/1997 e traduzido pela Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

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