“Os Anjos do Destino dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para seu desenvolvimento.”
(Ritual do Serviço Devocional – Serviço do Templo da Fraternidade Rosacruz)
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”.
(IICor 5:10)
A compreensão das Leis justas e imutáveis que regem nossas vidas constitui um dos primeiros passos para realização espiritual. Somente aqueles que conseguem ir além da teoria e encaram a vida como uma experiência científica, governada por essas Leis, podem caminhar na senda da preparação para, depois, começar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Estes não mais duvidam que todas as ações sempre gerarão resultados e, desse modo, se souberem direcionar seus atos, colherão frutos valorosos para seu desenvolvimento.
Mas é evidente que novas práticas baseadas na aplicação de um novo ensinamento dependem do quanto um Estudante Rosacruz compreendeu e sentiu da verdade contida no mesmo. Além disso, pré-conceitos incontroláveis e despercebidos pelo Estudante Rosacruz (de seu “eu inferior”) contribuem para que não haja pleno acesso ao real significado de um novo ensinamento.
Vamos ver os aspectos importantes relacionados à Lei de Consequência, de como podemos trabalhar com a mesma e de alguns desses aspectos não percebidos que funcionam como bloqueadores do caminho da realização espiritual.
Sempre que ocorrer uma ação de desequilíbrio na natureza, a Lei de Consequência necessariamente, produzirá uma reação futura que objetiva reestabelecer o equilíbrio natural das coisas. É exatamente essa homeostase (essa propriedade que vemos em todo sistema aberto que possibilitam a seres vivos, especialmente, de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados) universal que fundamenta o destino de cada ser humano e determina seu atual estado biológico, psicológico, emocional, mental, econômico, educacional, laboral, ambiental e de relações em geral (sua Teia do Destino). O estudo da Lei de Consequência nos mostra que não há espaço para a infantil ideia sobre “graça ou desgraça” na vida, distribuídos gratuitamente pelo Plano Divino, mas sim, resultado de ações passadas que determinam as condições presentes e ações presentes que determinarão o futuro.
A força que busca harmonizar a natureza é manifestada em nossas vidas como: positiva ou credora (exe.: dar e receber) e como negativa ou devedora (exe.: pecado e doença). A condição presente de evolução do ser humano revela que a maior parte de suas ações ainda está presa às forças do seu “eu inferior” (composto pelo seu veículo Mente que está atrelada à parte inferior do Corpo de Desejos). Assim, poucos são os trabalhos realizados diretamente pela vontade do Ego, os quais deveriam ser à base de todas as suas ações. Essa condição faz com que colecione muito mais dívidas do que créditos.
A menos que aprendamos a não mais gerar desequilíbrios negativos e assumamos a responsabilidade das ações desarmônicas do passado, jamais ficaremos livres dos efeitos de cativeiro da Lei de Consequência. Parar de gerar esses desequilíbrios significa decidirmos entrar de vez no processo de autoconhecimento das ciladas da Personalidade (“eu inferior”) e, haja o que houver, encontrar meios de cada vez mais concretizar a vontade do Ego.
A compreensão gradativa sobre os efeitos da Lei de Consequência permite ao Estudante Rosacruz tomar consciência do emaranhado de linhas que limitam suas ações presentes. Neste ponto, despertará a possibilidade de sofrer uma tentação básica que é importante ao seu desenvolvimento espiritual, que normalmente, produz dois tipos de reações: a de acreditar estar sendo vítima de forças que o limitam injustamente; ou de incorporar em si a atitude de que os efeitos limitantes atuais são frutos das desarmonias geradas no passado. A primeira atitude o leva a tomar a decisão dissimulada de fuga, o que contribui para que seu desenvolvimento consciente, que visa a um determinado fim manifestada por intenção e decisão, praticamente cesse. Já a segunda atitude, possibilitará ao Estudante Rosacruz assumir a responsabilidade de viver suas limitações justas e poderá garantir o surgimento de novas situações futuras harmônicas ou em sintonia com a natureza.
Como nos advertiu Max Heindel: “Apesar de procurarmos a luz sob o estudo das Leis que regem nossas vidas, não devemos ter a ideia equivocada de que tudo que nos acontece é a consequência de alguma causa ou ação passada, geralmente numa existência prévia. Além do destino trazido por nós de outras vidas para redimi-lo nesta existência, estamos todos os dias exercendo uma influência causal com nossos atos. (…) Não obstante, nas ações há uma larga margem de livre-arbítrio, que dá lugar ao exercício da Epigênese (ação original), a divina atividade criadora que a base da evolução.” (veja mais detalhes na Carta nº 84 do Livro “Carta aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).
Sabemos que as provas não têm o papel único de ajustar os desequilíbrios que geramos no passado, mas também são importantes para que ocorra o desenvolvimento da moral e da força interior espiritual, assim também como o exercício físico e o trabalho desenvolvem a saúde, os músculos e a força do Corpo Denso. O problema é que a maior parte das pessoas se acovarda neste ponto crucial no caminho inicial da santidade.
Esquecendo do funcionamento da Lei de Consequência e respondendo ao seu eu inferior, o Estudante Rosacruz pode exortar as mesmas palavras e sentimentos que a mulher de Jó teve quando viu que seu marido sem nada e acometido por grande enfermidade: “Ainda reténs a tua sinceridade (na Lei de Deus)? Amaldiçoa a Deus, e morre” (Jó 2:9). No entanto, aquele que de fato compreendeu o significado da Lei de Consequência, não responderá a esse impulso expressado pela esposa de Jó, mas firmemente exortará: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o SENHOR o deu, e o SENHOR o tomou: bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1:21).
Outro maravilhoso exemplo de como devemos encarar nossas responsabilidades com a Lei de Consequência, sem cairmos na armadilha da fraqueza da carne, é nos fornecido por S. Paulo (na Segunda Epístola aos Coríntios, 6:4-10): “Antes, como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo; na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias, nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza, na ciência, na longanimidade, na benignidade, no Espírito Santo, no amor não fingido, na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça, à direita e à esquerda, por honra e por desonra, por infâmia e por boa fama; como enganadores, e sendo verdadeiros; como desconhecidos, mas sendo bem conhecidos; como morrendo, e eis que vivemos; como castigados, e não mortos; como contristados, mas sempre alegres; como pobres, mas enriquecendo a muitos; como nada tendo, e possuindo tudo”.
No final de cada vida, uma grande ajuda nos é dada para evitarmos gerar desequilíbrios negativos futuros e vivermos como ministros de Deus. Como é sabido, atualmente somos o produto final no melhor que conseguimos alcançar na realização espiritual. Todos os erros cometidos foram expurgados em cada vida purgatorial passada. Assim, em cada morte, dissipamos todo o mal que causamos pertencente àquela vida. Mas tal processo de dissipação é extremamente doloroso. O resultado deste doloroso processo será uma presente emoção de repulsão, bem como um discernimento incorporado no Ego, que servirá de guia no futuro quando ele entrar em contato com uma determinada ideia, situação, pensamento ou objeto. Esse guia o acompanhará para todo o sempre em sua Memória Supraconsciente, revelando para ele se aquilo que contatou é ruim ou bom.
Entretanto, é importante compreendermos que a mencionada consciência constitui uma preciosa dádiva divina, pois o Ego jamais foi capaz de adquirir essa consciência por esforço próprio. Ele não expressou ações retas sobre determinado assunto que costumava tentá-lo em prévios renascimentos (única maneira de poderes latentes se tornarem dinâmicos). Em outras palavras, ele desenvolveu sua consciência moral pela purgação nos planos internos. Assim, ele deverá ser tentado a cometer os mesmos erros do passado, MAS com a dádiva gratuita de estar armado moralmente para superar suas provas. Cabe a cada um identificar essa dádiva e utilizar seus talentos para ouvir a voz silenciosa da consciência que impulsiona em nossos corações.
A vantagem de conhecermos uma escola de pensamento de Filosofia Cristã ocidental, como a Fraternidade Rosacruz, é que é fornecido ao Estudante Rosacruz ferramentas para que possa produzir e reforçar ainda mais a mencionada consciência moral durante a vida objetiva, antes da chegada da morte e do Purgatório. Isso é feito pelo Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção (Veja mais detalhes no livro Conceito Rosacruz do Cosmos).
Os Anjos do Destino trabalham diretamente com a Lei de Consequência. Em cada novo renascimento, os arquivos registrados em cada Átomo-semente são lidos por aqueles Seres que cuidam para estabelecer as condições e o momento adequado para que o Ego renasça aqui, na Terra, com exatamente o que necessita para seu desenvolvimento. Estes mesmos exaltados seres também forneceram a Bíblia ao Mundo Ocidental e sabemos que ao procurarmos a Luz, encontraremos na Bíblia. Conforme já ilustrado em dois exemplos acima (Jó e S. Paulo), a compreensão dos conteúdos da Bíblia constitui o bálsamo que nos indica como suportar os efeitos do mal praticado no passado, sem gerar mais desequilíbrios para o futuro. Nada na natureza é maléfico ou vingativo. Assim, há muitas maneiras da harmonia ser estabelecida, sem que para isso tenhamos que pagar do pior modo possível as nossas faltas.
Mas para modificarmos o curso natural de pagamento de dívidas passadas, é preciso muito esforço de prática da doutrina do arrependimento e perdão dos pecados, fornecida no ministério de Cristo. Esse é um grande conforto e um precioso convite para trabalharmos no sentido de compreendermos a Luz que está na Bíblia e, pela expressão na vida diária dessa luz, tornar possível disparar novas reações benéficas na natureza para modificação nossa condição de devedores.
Ao aprendermos o mecanismo de como a Lei de Consequência opera, raramente iniciamos uma vida pura e de altruísmo. Mas mudamos nossas vidas pelo medo de gerar novos pecados, sofrimentos, limitações e corpo de morte. Aqueles que já percorrem o Caminho da Preparação para a Iniciação Rosacruz sabem que tal atitude está longe de ser uma consagração de uma vida altruísta que garante o disparo das forças benéficas da Lei de Consequência. Isso porque os pré-conceitos não conscientes estão fundamentados na forte tendência de egoísmo, de medo e de astúcia que direcionam ou determinam nossa capacidade de praticar esses ensinamentos.
O que de fato a Lei de Consequência computa é o resultado das ações que são os produtos da guerra entre as forças espiritual (vontade do “eu superior”) e corporal (vontade do “eu inferior”) e a classificação moral e pessoal de todas as ações resultantes dessa guerra. Pois é esse extrato dos acontecimentos que formam a voz interior ou poderes anímicos que as pessoas acumulam em cada vida. Esse é o motivo pelo qual devemos, durante o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção, examinar se transmitimos o real significado daquilo que tentamos transmitir (seja em palavras ou ações) para nossos ouvintes-observadores. Quanto mais próxima for à ação da intenção (vontade do Ego) da ação, mais congruentes e usufruidores da Lei de Consequência seremos.
O Estudante Rosacruz deve redobrar sua observação para com suas tendências enviesadas, pois uma atitude aparentemente santa pode ter uma base fortemente egoísta, e essa sutileza é pouco percebida pela maior parte das pessoas. Por exemplo, o sentimento de alívio quando se deixa de pecar ou cometer erros pode ser fruto de um egoísmo disfarçado de bondade. O aparente auxílio alheio também pode estar fundamentado na vontade de escapar da própria consciência que nos “aponta um dedo invisível” caso não o façamos. No fundo, essas ações não estavam direcionadas para o próximo, mas para nós mesmos, que não desejamos sofrer o fogo quente da consciência que queima sem a presença de chamas. A garantia de um futuro glorioso não pode ser fruto de ações justificadas, mas de uma vida de consagração. O jovem rico, na Parábola que lemos na Bíblia, que se aproximou de Cristo Jesus lhe mostrou que guardava todos os mandamentos. Mas quando o Mestre o convidou para consagrar sua vida, deixando toda sua fortuna, não foi capaz de fazê-lo.
A Fraternidade Rosacruz que é uma Escola Cristã da Sabedoria Ocidental também promulga a Epigênese, que é exatamente a capacidade que todo ser humano possui de responder de modo original às situações presentes, determinadas no passado pela Lei de Consequência. Jó, quando perdeu tudo o que tinha, quando sua honra desvaneceu e grave enfermidade acometeu sua carne, foi capaz de dar uma resposta NOVA que lhe garantiu a salvação. Já sua esposa, respondeu como a maioria das pessoas normalmente responderia, amaldiçoando a Deus e implorando para que Jó morresse.
O estudo da Lei de Consequência pode gerar a ideia equivocada de que estamos presos às ações negativas do passado. Apesar de sua influência, devemos enfatizar a realidade da Epigênese. Se nos esforçarmos inteligentemente em considerar os problemas da vida, aprendendo pela observação das ações dos que nos rodeiam assim como as nossas próprias experiências, encontraremos oportunidades para exercer iniciativas que se abrem ante nós, como nunca poderíamos julgar possível se considerarmos apenas a Lei de Consequência. Esse é o modo pelo qual o Estudante Rosacruz que venceu o teste acima mencionado passa a viver cotidianamente.
Tenhamos sempre em mente a larga margem de livre arbítrio mencionado por Max Heindel, a fidelidade de Jó, os ensinamentos vivos contidos nas Epístolas de S. Paulo aos Coríntios e a voz silenciosa que nos dita qual caminho devemos seguir frente a uma situação, para que possamos por em movimento novas causas que garantirão destinos futuros mais santos e propícios para a união com nosso Cristo Interno, o Casamento Místico.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz
O trabalho Rosacruz de Cura é exercido pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz por meio dos Auxiliares Invisíveis.
O trabalho está orientado de acordo com o mandamento de Cristo Jesus: “Pregar o Evangelho e Curar o Enfermo” (Lc 9:2).
Nos tempos atuais os nossos irmãos e as nossas irmãs profissionais de saúde sabem muito bem que nosso estado emocional tem significativa influência sobre nossa saúde física. Poucos médicos ou poucas médicas desestimam a importância que tem a atmosfera de alegria no quarto de um enfermo ou de uma enferma ou a de abster de aflições a um paciente, evitando relatos de dor e outros problemas. O poder de cura do otimismo e da alegria já se demonstrou muitas vezes. Isto, no entanto, concerne somente a uma fase dessa coisa muito complexa que é a nossa forma de ser emocional – o remédio depois da tensão e do estresse que já tem tomado conta – por que esperar até que estejamos enfermos para fazer algo a respeito dos temores, das apreensões, das aversões ou ataques de mau humor que podem aumentar nossas doenças físicas? Quando aprendemos a controlar nossas emoções, nossos sentimentos e desejos e construir, por nós mesmos, as bases da harmonia interior, do equilíbrio e da estabilidade que garanta calma na presença de crise, muitas de nossas impotências físicas desaparecerão.
A ciência médica reconhece que os medos, as preocupações e as raivas podem transtornar a digestão, interferir com os processos metabólicos e a evacuação e, em resumo, desajustar completamente nosso organismo. “Não eleve sua pressão sanguínea!”, mesmo que muitas vezes lhe digam em tom de brincadeira, é um conselho muito bom a seguir. Somos sábios para manter a calma sem fazer caso da provocação e não permitir emoções que afetem o nosso Corpo Denso!
As úlceras deveriam ser chamadas de uma “enfermidade emocional” como, também, muitos casos de “indigestão simples”. Não é sempre só o tipo de comida o que causa um problema intestinal; às vezes é a condição emocional da pessoa, quando está comendo. A comida mais saudável, se é consumida sobre estresse, não proporcionará toda a nutrição esperada. Excitações extremas podem precipitar um ataque de dispepsia, resultando em que os elementos nutritivos passem a ser impropriamente distribuídos pelo aparato digestivo e, assim, malgastados ou transformados em componentes daninhos.
As “farras” emocionais estão deteriorando o funcionamento do Corpo de Desejos, o veículo que nos impulsiona à ação. Em geral as correntes de desejos que compreendem o Corpo de Desejos, que tem uma forma oval, correm continuamente ao exterior em linhas curvas desde o fígado – seu grande vórtice – até cada ponto da periferia do ovoide e logo retornam ao fígado através de um certo número de vórtices.
Estas correntes contínuas de movimento de desejos, sentimentos e emoções nos induz a tomar ação ao longo de qualquer uma das linhas representadas. As emoções, os desejos e sentimentos, tais como a preocupação ou o temor e todos os demais que colhemos materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo – usando justamente o nosso Corpo de Desejos -, no entanto, interrompem o movimento, resultando em inatividade de nossa parte.
No Livro “A Teia do Destino-Max Heindel- Fraternidade Rosacruz”, lemos: “A preocupação é uma condição na qual as correntes de desejos não circulam em grandes linhas curvas em alguma parte do Corpo de Desejos, porque o veículo está cheio de redemoinhos – só redemoinhos, em casos extremos. A pessoa assim afetada não se esforça por atuar em coisa alguma; vê calamidades onde não existem e, em vez de gerar correntes que a levem à ação para evitar o que lhe produz medo, alimenta pensamentos inquietantes que produzem um redemoinho em seu Corpo de Desejos e, em consequência, ela nada faz. Essa condição de preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparada à água que está próxima do congelamento sob uma temperatura baixa; o medo, que se expressa como ceticismo, cinismo e pessimismo, pode ser comparado a esta mesma água quando já congelada, porque o Corpo de Desejos dessas pessoas está quase sem movimento e nada do que se possa dizer ou fazer terá poder de alterar essa condição….”.
A inatividade, também, muitas vezes, resulta na enfermidade ou doença. A pessoa propensa a “se sentar e não fazer nada” parece muito mais facilmente pronta para se ver presa de indefinidas “dores e penas” do que as pessoas que se mantem ocupadas. A inatividade física também freia o exercício necessário para a manutenção da saúde, e não é raro ouvir de uma pessoa, acostumada à inatividade, queixar-se de que “se eu não estava no ar livre, ou no vento ou desagasalhada, como pude me resfriar?”.
Desta maneira, desde ambos os pontos de vistas, o puramente físico e o oculto, o controle emocional é necessário para uma boa saúde. O Estudante Rosacruz sabe que permitindo ser governado por suas paixões, ou “vivendo para o prazer”, resultará, sob a Lei de Consequência, em enfermidades ou doenças na atual e na vida futura. Ele sabe, também, que nenhuma emoção negativa ou sentimento ou desejo negativo, desde o medo, que gera inatividade, a ira, que gera muita atividade de um tipo prejudicial, terá efeitos nocivos sobre todos os seus veículos, mas, notavelmente, no Corpo Denso.
O cultivo do equilíbrio, sem o qual não podemos ir longe no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz ou alcançar a “paz que sobrepassa todo o entendimento” (Fp 4:7), é tão essencial para a saúde física, como para o progresso espiritual.
(Traduzido da Revista: Artículos de Rayos de la Rosa Cruz – Dezembro/1984 – Fraternidad Rosacruz Max Heindel – Córdoba – Argentina pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)
A maior parte das pessoas pensam que uma refeição sem carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) está incompleta, pois, desde tempos imemoráveis, considera-se axiomático ser a carne animal o alimento mais revigorante que possuímos. Todos os outros alimentos são considerados como simples acessórios de um ou mais pratos de carne animal no cardápio. Nada é mais errado, porque a ciência demonstrou experimentalmente, que a nutrição obtida dos vegetais tem maior poder alimentício, e a razão não é difícil de ver quando observamos o assunto do ponto de vista oculto.
A Lei da Assimilação nos ensina que que nenhuma partícula do alimento pode vir a formar parte do nosso Corpo Denso, a menos que suas forças tenham sido absorvidas por nós, o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui -, porque devemos ser o regente absoluto e incontestável do nosso Corpo Denso, dominando a vida das células, como um perfeito autocrata, pois, do contrário, cada uma delas seria independente, como ocorre quando abandonamos o nosso Corpo Denso por ocasião da nossa morte aqui.
É evidente que quanto mais próximo do nível de inconsciência seja a consciência de uma célula, tanto mais fácil é se sobrepor a ela e tanto mais tempo permanecerá sujeita. Os diferentes Reinos de Vida (Mineral, Vegetal e Animal) têm distintos veículos e, por conseguinte, níveis de consciências diferente[1]. O Reino Mineral só tem o Corpo Denso e sua consciência é semelhante à do transe profundo. Por isso é mais fácil assimilar os alimentos do Reino Mineral, porque suas células permaneceriam no nosso Corpo Denso por mais tempo, evitando a necessidade de comer frequentemente. Mas, infelizmente, o nosso organismo humano vibra com uma intensidade tão superior que não pode assimilar diretamente as inertes substâncias minerais. O sal e outras substâncias semelhantes saem logo do nosso organismo sem ser assimilados. O ar está cheio de nitrogênio de que necessitamos para reparar os desgastes e o aspiramos continuamente no nosso organismo, mas não podemos assimilá-lo, nem a nenhum outro mineral, enquanto não for primeiramente transmutado no laboratório da Natureza por intermédio dos vegetais. Os vegetais (ou as plantas) têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, o que lhes permite realizar este trabalho, sendo sua consciência como sono profundo, sem sonhos. Desta maneira é fácil para nós absorver as células vegetais e conservá-las por longo tempo; daí o grande poder alimentício dos vegetais!
Nos alimentos baseados em carnes animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), as células se individualizaram mais e como o animal tem, além do Corpo Denso e do Corpo Vital, um Corpo de Desejos o que lhe fornece uma natureza passional, é fácil compreender que, comendo carne animal é muito mais difícil vencer essas células, cuja consciência animal é idêntica à do sono com sonhos e, além disso, essas partículas não permanecerão muito tempo em sujeição. Por esse motivo a dieta carnívora exige maior quantidade de comida e refeições mais frequentes do que a dieta vegetal. Se déssemos um passo a mais e comêssemos a carne dos animais carnívoros, estaríamos continuamente famintos, porque nesses animais as células alcançaram um alto grau de individualização e tratariam de obter sua liberdade muito mais depressa. Que isto é verdade, o demonstra bem o caso do lobo, do abutre e do canibal, cuja fome é proverbial, e como o fígado humano é pequeno até para cuidar adequadamente das comidas advindas da carne animal usuais, é evidente que se o canibal vivesse somente de carne humana em vez de usá-la como ocasional “guloseima”, logo sucumbiria, porque embora o excesso de carboidratos, açúcares, amido e gorduras causem pouco dano ao organismo, sendo exalados pelos pulmões sob a forma de gás carbônico, ou saindo em forma líquida pelos rins e pela pele, um excesso de carne animal também é queimado, porém deixa o venenoso ácido úrico. Portanto, já se reconhece que quanto menos carne animal comer tanto melhor para o nosso bem-estar.
É natural que desejemos o melhor como alimento, mas todos os animais têm em si os venenos da putrefação. O sangue venoso está cheio de substâncias venenosas que ele vai adquirindo no seu caminho através de todo o organismo e que, normalmente, deveriam ser expelidas através da urina e da transpiração. Estas substâncias repugnantes se encontram em todas as partes da carne animal, e quando comemos esses alimentos enchemos nosso Corpo Denso com essas toxinas venenosas. Muitas doenças e enfermidades são devidas ao emprego da carne animal como alimento.
Existem provas abundantes de que a dieta carnívora estimula ferocidade. Podemos mencionar a conhecida ferocidade das bestas-feras e a crueldade de muitos povos, que comem muito mais carne animal do que outros alimentos, como exemplos típicos. Por outro lado, a força e a docilidade prodigiosa do boi, do elefante e do cavalo, mostram os efeitos da alimentação herbívora nos animais. As nações vegetarianas do Oriente são um argumento incontestável contra os que defendem a dieta carnívora.
Tão logo adotemos a dieta vegetariana, escapamos a uma das mais sérias ameaças à saúde, isto é, a putrefação das partículas de carne animal incrustadas entre os dentes. Este não é dos menores argumentos para adotar a dieta vegetariana. As frutas, os cereais e demais vegetais, assim como os ovos, o mel, o leite e seus derivados, são de decomposição lenta e cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e fresca durante longo tempo, ao passo que o Éter que interpenetra a carne animal e compõe o Corpo Vital de um animal, desaparece conjuntamente com o Espírito que o animava, ao se produzir a morte. Logo, o perigo de infecção pelos alimentos vegetais é pequeno, sendo muitos deles antissépticos em alto grau, em vez de venenosos. Isto se aplica particularmente às frutas cítricas: laranjas, limões, toronjas, etc., para não falar do rei dos antissépticos, o abacaxi, que tem sido empregado frequentemente para curar uma das enfermidades mais mortais, a difteria, que não é senão outro nome para qualificar a dor de garganta séptica. Assim, pois em vez de envenenar o sistema digestivo com elementos putrefatos das carnes animais, as frutas limpam e purificam o organismo e o abacaxi é um dos melhores digestivos que conhecemos. É muito superior à pepsina e não há necessidade de se empregar nenhuma crueldade para obtê-lo.
Existem doze sais no nosso organismo que são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco[2]. Esses sais são indispensáveis para a formação do nosso Corpo Denso. Não são minerais como geralmente se supõe, mas vegetais. Não é possível assimilar diretamente os minerais, porque esses não possuem o Corpo Vital e este Corpo é indispensável para que uma substância possa ser incorporada ao nosso organismo. Assim sendo, só poderemos obter os sais minerais através do Reino vegetal que os contém.
Há médicos que mandam fazer isto, mas não percebem que o fogo que utilizamos no preparo dos alimentos expulsa e destrói o Corpo Vital das plantas, da mesma maneira que a cremação deixa, somente, as cinzas ou parte mineral dos nossos Corpos Densos. Portanto, se quisermos renovar o suprimento de qualquer sal em nosso Corpo Denso, é necessário que o obtenhamos das plantas ou vegetais crus. Assim é que deveriam ser administrados aos enfermos ou doentes.
Não devemos, todavia, chegar à conclusão de que cada um de nós teria que deixar de comer carne animal e se dedicar a comer vegetais crus. Em nosso estado atual de evolução são muito poucos os que podem fazê-lo (!). Temos que cuidar de não elevar muito rapidamente as vibrações dos nossos Corpos Densos, porque para continuarmos nosso trabalho nas condições atuais, precisamos ter um Corpo Denso apropriado para as tarefas que devemos realizar. É necessário conservarmos sempre presente este pensamento. O passar para uma dieta vegetariana é um processo e não um ato repentino. E esse processo é individual!
No crânio, na base do cérebro, existe uma chama. Arde continuamente na medula oblongada no extremo da medula espinhal e, como o fogo do Altar dos Sacrifícios[3], é de origem divina. Este fogo emite um som como o zumbido de uma abelha e constitui a nota-chave do Corpo Denso. É o Arquétipo[4] que o faz soar. É o construtor e unificador das massas de células que conhecemos como “nosso corpo”.
Esse fogo arde com chama alta ou baixa, clara ou opaca, conforme o alimentemos. O fogo existe em toda a natureza, com exceção do Reino Mineral. O mineral não tem Corpo Vital e carece, portanto, do condutor para o ingresso do Espírito de Vida, o fogo. Renovamos continuamente esse fogo sagrado parcialmente com as forças do Sol que penetram no Corpo Vital através da contraparte etérea do baço, passando daí ao plexo celíaco[5] onde toma cor de rosa pálido, dirigindo-se logo para cima pelo sangue. Também alimentamos esse fogo com o fogo vivente que absorvemos dos alimentos crus que comemos e assimilamos.
Observando o assunto do carnivorismo do ponto de vista ético, vemos que o fato de matar para comer carne animal é contra os nossos mais elevados sentimentos, como um verdadeiro Estudante Rosacruz que somos. Nos tempos antigos íamos caçar como qualquer animal de presa, insensível e rude. Atualmente os que comem carne animal, continuam “caçando”, mas “realiza” a sua caça no açougue, onde não tem que suportar as cenas repulsivas do matadouro. Se tivesse que ir a esses lugares sangrentos, onde todos os dias se cometem horrores para poder satisfazer os costumes anormais e daninhos, que causam muito mais vítimas que a sede de álcool; se tivesse que manejar o cutelo impiedoso e mergulhá-lo nas carnes palpitantes de suas vítimas, quanta carne animal comeria? Muito pouca! Mas para fugir desse trabalho repugnante, obriga-se nossos semelhantes a trabalhar nos sangrentos matadouros, matando milhares de animais dia após dia. Eles ficam tão brutalizados que a Lei – a da justiça humana – não permitem que tomem parte como jurados em casos sujeitos e pena capital, porque perderam todo sentimento a respeito da vida.
Os animais que matamos também elevam seu grito de protesto contra esse assassinato e forma-se uma nuvem de horror e de ódio sobre as grandes cidades onde existem matadouros. A lei protege os cães e os gatos contra as crueldades. Todos nos alegramos quando os pequenos esquilos, galinhas, galos, pacas, tatus, capivaras, coelhos, patos, gansos, marrecos e outros pequenos animais estão soltos nos parques das cidades, alguns até se aproximam de nós; mas desde que haja possibilidade de ganhar dinheiro com a carne animal ou com a pele de um animal, muitos de nós perdem todo o respeito pela vida desses animais e se convertem nos seres mais perigosos da Terra, alimentando-os e criando-os para ganhar dinheiro, impondo sofrimentos e tormentos a um ser com direito à vida, para amontoar recursos financeiros. Temos que pagar uma pesada dívida para com as criaturas inferiores das quais deveríamos ser mentores, mas ao contrário, nos convertemos em seus assassinos e a Lei Divina, que sempre age para corrigir os abusos, a seu devido tempo relegará o hábito de comer carne de animais mortos, como já relegou o canibalismo às práticas obsoletas.
É natural nos animais de presa comer qualquer outro animal que atravesse o seu caminho. Seus órgãos estão constituídos de tal forma que necessitam dessa espécie de alimento para sobreviver, mas tudo está em desenvolvimento, sempre mudando para algo superior. Nós, em nossas primeiras etapas de desenvolvimento, éramos também como os animais de presa, em muitos sentidos. Porém, devemos nos converter em um deus e, portanto, devemos deixar de destruir, em tempo oportuno, para começar a criar.
A alimentação carnívora estimulou o nosso engenho humano de ordem bem inferior no passado e, portanto, já serviu ao seu propósito na evolução; mas agora estamos no umbral de uma nova etapa evolutiva na qual, o serviço abnegado e o sacrifício de si mesmo produzirão o crescimento espiritual de cada um de nós. A evolução da Mente proporcionará uma sabedoria muito superior as nossas mais grandiosas concepções atuais, mas antes que nos seja conferida essa sabedoria, temos que nos tornar tão “inofensivos como as pombas”, pois, do contrário, existiria o perigo de que a utilizássemos com fins egoístas e destrutivos, o que seria grave ameaça para nossos semelhantes. Para evitar tal contingência, é necessário adotar uma dieta vegetariana.
Não existe outra vida no Universo além da vida de Deus; e “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”[6]. Sua Vida anima tudo que existe e por isso é fácil de compreender que quando tiramos uma vida estamos destruindo uma forma de vida que foi criada por Deus para Sua manifestação. Os animais inferiores são Espíritos em evolução (é a Onda de Vida dos animais) e têm sensibilidade. O desejo de experiência de cada um deles é que os faz construir suas várias formas; e quando as destruímos, privámo-los da oportunidade de obter essa experiência. Retardamos sua evolução, em vez de ajudá-lo, e chegará o dia em que sentiremos profunda repugnância ante o pensamento de converter nossos estômagos em cemitério de cadáveres dos animais assassinados. Todos os verdadeiros Cristãos se absterão de comer carne animal por pura compaixão e compreenderão que toda vida é a Vida de Deus e que é errado causar sofrimento a qualquer ser sensível.
Em muitos lugares da Bíblia fala-se da “carne”, mas é evidente que não faz referência à carne como alimento. No capítulo do Gênesis onde se determina pela primeira vez o alimento para o ser humano, é dito que comerá de toda árvore e de toda erva que tenha semente, “e será para ti como se fosse carne”. As pessoas mais evoluídas de todos os tempos se abstiveram de comer carne animal. Vemos, por exemplo, Daniel, que era um santo e um sábio, pedir para não ser forçado a comer carne animal solicitando que dessem legumes, a ele e a seus companheiros. Também se fala dos filhos de Israel no deserto, dizendo que sentiam falta de comer carne animal, e que seu Deus se irritou contra eles por esse motivo.
Há um significado esotérico no que seja alimentar a multidão com peixe; mas se nos limitamos ao ponto de vista estritamente material, podemos resumir tudo que dissemos reiterando que chegará o tempo em que nos será impossível comer carne animal, da mesma maneira que já passamos da etapa do canibalismo.
Sejam quais forem às tolerâncias que se tenham permitido no bárbaro passado, todas elas desaparecerão no futuro altruísta, quando uma sensibilidade mais refinada despertará em nós um sentido mais profundo dos horrores que implicam na gratificação dos nossos gostos carnívoros.
(“Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.R.: Veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/diagrama-4-a-consciencia-dos-quatro-reinos/
[2] N.R.: Veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/os-sais-celulares-por-um-estudante/
[3] N.R.: que havia no Tabernáculo no Deserto. Veja mais aqui: https://fraternidaderosacruz.com/glossary/altar-dos-sacrificios/
[4] N.R.: Veja mais aqui: https://fraternidaderosacruz.com/arquetipos/
[5] N.R.: Também conhecido como Plexo Solar, um local popularmente conhecido como “boca do estômago”, onde há uma concentração de nervos que irradiam para várias partes do nosso Corpo Denso, daí a comparação com os raios do Sol e o nome de “Plexo Solar”.
[6] N.R. At 17:28
O Mundo do Desejo é o Mundo em que buscamos material para criar e expressar os nossos desejos, sentimentos e as nossas emoções superiores e inferiores. Para sermos capazes de fazer isso precisamos de um veículo apropriado, denominado Corpo de Desejos, formado com material desse Mundo. O Mundo do Desejo é especialmente o Mundo da Cor.
O desenvolvimento das cores sempre esteve em harmonia com a evolução humana. O mais primitivo dos povos não tinha senso de cor; ele estava ciente apenas das cores preta e branca, respectivamente. Hoje é possível ao ser humano comum ver muitas cores, só que, graças ao desenvolvimento de certas faculdades espirituais. Aqueles irmãos ou irmãs que possuem capacidade de explorar reinos internos veem neles muitas cores bonitas que são, atualmente, invisíveis para os nossos olhos físicos comuns, algumas delas apresentando-se muito requintadas para a sua descrição.
Por isso, sabemos que a cor tem uma grande importância na vida do Aspirante à vida superior porque ela é necessária vista em todo este ambiente material que nos rodeia.
Poucas pessoas, no entanto, sabem que à medida que a visão humana se sensibiliza e se desenvolvem instrumentos mais refinados para a investigação, uma escala de cores de doze tons será revelada. Tanto é verdade que, o ocultista consegue distinguir até doze cores, além do vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta no espectro visível. Isto é, cinco cores a mais, além das sete cores que conseguimos ver; quatro dessas cinco cores são indescritíveis, porém, a quinta, que está no meio dessas cinco cores vista pelo ocultista, tem um tom parecido ao da flor de pessegueiro recém-aberta. Que, pela Filosofia Rosacruz, nós conhecemos como a cor predominante de um Corpo Vital normal. É a nossa cegueira espiritual que nos impede de ver a luz e as cores além do espectro visível.
Na Filosofia Rosacruz aprendemos que no Mundo do Desejo, a luz e a cor são muito cambiantes, sendo bem diferente do estado de cores que encontramos aqui, na Região Química do Mundo Físico.
Nós temos uma maior propensão a nos sentirmos bem espiritualmente e até fisicamente confortável quando estamos num local de belas cores ou diante de uma bela decoração de flores, do que quando estamos diante de um local onde reina a desordem e o caos estético. Um ambiente assim, nos incomoda.
Para o esoterista, a visão de cores significa que o olho espiritual da Clarividência se tornou consciente das cores vivas, que são um fenômeno básico do Mundo do Desejo. No Mundo do Desejo – emoções, sentimentos e desejos são visíveis em formações objetivas —, nuvens de cores exibem as qualidades da vida da alma de toda a raça humana. Aqui também são vistas as formações de cores criadas pelas emoções cósmicas de Anjos, Arcanjos e outros seres cósmicos, bem como pelos animais e pelos Espíritos da Natureza que trabalham nos reinos vegetal e mineral.
Todas as manifestações de cores que ocorrem nos reinos interno e externo desse Planeta Terra estão sob a supervisão e direção das três grandes Hierarquias Criadoras e Zodiacais, a saber: Sagitário, os Senhores da Mente; Capricórnio, os Arcanjos; Aquário, os Anjos.
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Conta uma antiga lenda que a verdade estava certo dia se banhando num rio. Apareceu, então, a mentira que, sorrateiramente, se despiu, deixou sua roupa ali nas proximidades, vestiu a da verdade e foi embora. A verdade, saindo do banho, viu os trajes da mentira, mas se recusou a vesti-los. Dirigiu-se, nua, à cidade e lá tentaram apedrejá-la. Amedrontada, retornou ao rio e vestiu a roupa da mentira. Desde então, anda pelo mundo disfarçada de mentira e está camuflada da verdade.
O que é a Verdade? Cristo disse: “A Verdade vos libertará“. Sabendo do ilusório em que nos envolvemos na questão da verdade, Cristo disse no Evangelho Segundo São João 18:37: “Para isso eu nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz“.
Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses, nossos recursos: intelectuais, emocionais ou sentimentais? Não. Essas coisas são muito limitadas para ser a verdade.
Essas explicações e outras que são demonstráveis material e concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e o seu meio só satisfazem ao intelecto, à Mente, pequena parte do todo e, por somente satisfazer tal parte, logo, por desespero, cai-se em: orgulho intelectual, intolerância e impaciência, se se insiste em tentar romper as limitações e restrições inerentes à parte intelectual acima mencionada.
Agora, para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto – o que é a Verdade – e, portanto, já começou a compreender a sua ignorância, sente internamente que algo maior existe e aspira a conhecer a Verdade, mesmo sabendo a dificuldade para alcançar apenas com os próprios meios.
Esse “sentir internamente” não é nada mais, nada menos do que o Coração aspirando por esclarecimentos mais profundos. E é aqui que se sente a profundeza do propósito dos Ensinamentos Rosacruzes.
Afinal, é de suprema importância para todo o ser humano que tem a fortuna – ou outro nome que se dê – em possuir uma Mente esquadrinhadora receber todas as informações que deseje, a fim de que o “Coração possa falar quando a Cabeça esteja satisfeita”.
Daqui, já podemos deduzir que o conhecimento intelectual é um meio para se chegar a um fim e não o fim em si mesmo. Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que façamos não conseguimos chegar à conclusão alguma. Então, um belo dia, quando menos se espera, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos. Nesse momento, nos salta à frente o dito popular: “O Coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Contudo, podemos entender essa “razão” do Coração. Vamos lá; com certeza afirmamos: todo ato motivado por uma pura intuição raramente deixa de produzir um resultado positivo
Agora, o que é a intuição? Quanto de Verdade ela sempre nos traz? Sem dúvida, ela nos traz a Verdade, senão a intuição falharia.
Para tentarmos entender isso, vamos esclarecer o que é a Memória. Podemos dividir nossa Memória em três partes distintas:
A nossa Memória Consciente, também conhecida como Memória ou Mente voluntária, está relacionada com as experiências desta vida e, basicamente, é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos cinco sentidos físicos, manifestações do nosso Corpo Denso utilizados para transferir impressões para a nossa Personalidade.
Quando pensamos estamos trabalhando na Região Abstrata do Mundo do Pensamento.
Estamos criando a ideia. Logo essa ideia toma uma forma mental, e passa a ser um pensamento-forma. Aqui, já estamos trabalhando na Região Concreta do Mundo do Pensamento. Imbuindo esse pensamento-forma de desejos, utilizando o nosso Corpo de Desejos, podemos dar curso à ação de colocar essa ideia em prática. Então vitalizamos um (ou mais) dos nossos cinco sentidos através da força do nosso Corpo Vital e colocamos em prática utilizando os cinco sentidos do nosso Corpo Denso.
Sempre que olhamos ao nosso redor, podemos perceber certas coisas por meio dos sentidos. Essas impressões são gravadas nas células do nosso cérebro e somos capazes de recordá-las conscientemente. No entanto, tais recordações são deficientes em razão das imperfeições apresentadas por nossos sentidos, como, também, em função do mau desenvolvimento da nossa capacidade de observação. É a essa memória que temos acesso instantâneo.
Já a Memória Subconsciente, também conhecida como Memória ou Mente involuntária, tem em certo sentido, como veículo, o sangue. Tentemos entender o porquê: tudo em nossa volta está impregnado pelos quatro Éteres que compõem a Região Etérica do nosso Mundo Físico. O ar está impregnado pelos quatro Éteres. Estamos continuamente respirando ar, portanto, respirando também os quatro Éteres, especialmente o Éter Refletor. E é esse Éter Refletor que nos traz uma imagem fidedigna, com os mais profundos e mínimos detalhes de tudo que está à nossa volta: a cena física, a vitalidade da situação, a emoção do momento e a emanação espiritual do instante.
E, junto com o ar inspirado, chega aos nossos pulmões. E tudo isso é absorvido nos pulmões, pelo nosso sangue no processo físico conhecido como oxigenação. Dos pulmões, através das quatro veias pulmonares, tudo isso, agora tendo como veículo o sangue, chega até a aurícula esquerda do nosso Coração. E dessa aurícula passa através da válvula mitral, e tudo isso, com o sangue, chega até o ventrículo esquerdo do nosso Coração. Bem no ápice desse ventrículo esquerdo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Assim, o sangue, com tudo aquilo impregnado, ao passar por esse ápice, deixa gravado nesse Átomo-semente toda cena física, vitalidade da situação,
emoção do momento e emanação espiritual do instante.
Portanto, o nosso Átomo-semente do Corpo Denso contém as recordações de toda nossa vida, nos seus mais profundos e mínimos detalhes. Essa é a nossa Memória Subconsciente, base da nossa existência nos Mundos espirituais após a morte. Essa memória está fora do nosso controle. Não podemos acessá-la quando queremos.
Por fim, temos a Memória Superconsciente. Essa nossa Memória, simplesmente, contém todas as faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as nossas vidas anteriores. E essas faculdades e esses conhecimentos estão fielmente gravados no nosso veículo Espírito de Vida. Lembremos que o Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital. E que esse nosso veículo Espírito de Vida tem seu assento secundário no nosso Coração. Ou seja: está em estreito contato com o nosso Coração. E que esse nosso veículo Espírito de Vida é aquele que retrata o espírito do amor, da fraternidade, da unidade de nós com todos. Por isso é que o Coração é o foco do amor altruísta. Quando funcionamos no Mundo do Espírito de Vida, com esse nosso veículo, entendemos o porquê do Mundo do Espírito de Vida ser o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.
Logicamente, nós vemos mais claramente nesse Mundo quando utilizamos o nosso, não desenvolvido ainda, veículo Espírito de Vida. Por isso, que quando trazemos de lá as recordações gravadas na Memória da Natureza não conseguimos imprimi-las no cérebro, na área referente aos nossos sentidos físicos. O máximo que atualmente conseguimos é imprimi-las, via Éter Refletor, no nosso Coração. E esse Éter Refletor leva ao cérebro essa impressão trazida do Mundo do Espírito de Vida, através do nervo pneumogástrico. Ou seja: quando estamos com algum problema aparentemente insolúvel, podemos procurar tal solução no Mundo do Espírito de Vida. Ao encontrá-la, enviamos a solução ao Coração como orientação e iniciativa imprimindo-a no Éter Refletor e que, através do nervo pneumogástrico ou nervo vago, leva até ao cérebro. É essa a formação do impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. É essa a origem da intuição. O processo é rapidíssimo. O Coração elabora esse processo muito antes da Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como consciência e caráter ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a Mente e o desejo.
Perceba que para compelir a ação, esse impulso não precisa se envolver em matéria mental ou de desejos como ocorre com as nossas ideias, produtos das nossas impressões sobre o mundo.
Pena que na maioria dos casos, após esse rapidíssimo e verdadeiro impulso intuitivo, vem o nosso raciocínio e o nosso cérebro e acaba dominando o nosso Coração.
Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso verdadeiro objetivo e os nossos corpos sofrem as consequências. É certo que a Mente é o instrumento mais importante que nós possuímos e é o nosso instrumento especial no trabalho da criação. O problema é que estando a Mente ligada à natureza dos nossos desejos (parte inferior do Corpo de Desejos), nos traz grande tormento, pois se torna por definição egoísta, sectária e limitada.
Por outro lado, conhecemos a força do Coração na fé do Cristão Místico, aquele que busca Deus através da fé.
Contudo, também não podemos menosprezar a razão, em que a Mente predomina, em que o Cristão Ocultista busca Deus com a ajuda do conhecimento. Vê do exposto que tanto a fé como o conhecimento são meios para se chegar a um fim comum: Deus.
Ou ainda: nem fé (místico), nem conhecimento (ocultista) representam um fim em si mesmo.
É como lemos na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (13:2): “Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé (…) se não tiver amor, nada serei“.
Vemos, então que a união entre Cabeça e Coração abrirá o caminho para a verdade. E essa união se dará dentro de cada um de nós com o desenvolvimento do nosso Cristo Interno.
Afinal Cristo disse: “Eu sou a caminho, a Verdade e a Vida“. Essa união constitui os Ensinamentos Rosacruzes, ou seja: fazer com que o Coração e a Mente se unam para equilibrar a fé com as ações.
Quando as perguntas da Mente são respondidas, o Coração está livre para amar. E, ajudada pela intuição, a Mente pode penetrar nos mistérios do ser. Pois quando o Coração se unir a Mente, ele se tornará mais forte, e a Mente o defenderá do erro. E, assim, ambos satisfarão às suas aspirações.
É esse equilíbrio que é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais elevado e verdadeiro de cada um de nós e, portanto, de todo o mundo. E é com esse equilíbrio que vamos encontrar a Verdade que cada um de nós vai compreender. Esse equilíbrio nos remete a definir como entender a Verdade, pois, com ele podemos dizer o que é a Verdade, senão buscar viver a vida superior.
Despojar do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Se achamos difícil, mas não desistimos é porque já estamos pertos de conseguir o objetivo, pois isso mostra que já compreendemos a luta interna entre o nosso eu superior e o nosso eu inferior.
Chegamos à importante conclusão de que a Verdade não pode ser encontrada aqui no Mundo dos fenômenos, o Mundo dos efeitos, onde vivemos imersos em ilusões e percepções imperfeitas. Devemos buscar a Verdade nos Mundos das causas, nos Mundos suprafísicos.
Só isso nos dá coragem e coloca todas as nossas limitações de lado, pois essas limitações têm a ver com a nossa existência aqui no Mundo Físico e não nos Mundos suprafísicos.
E, assim, como um verdadeiro Aspirante à vida superior estamos prontos a buscar a Verdade, mas a Verdade eterna e estamos conscientes de que como ela é eterna, eterna também será a sua busca!
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Todo sincero Aspirante à vida espiritual considera que seu Corpo Denso, o físico, é o “Templo do Deus vivente” e, em consequência, observa que é seu sagrado dever aprender a comer para viver, no mais elevado sentido da palavra — prover o seu veículo físico daqueles alimentos que, em qualidade e quantidade, são capazes de lhe dar não só a possibilidade de funcionar com o máximo de eficiência no mais longo período de tempo, mas também para torná-lo mais refinado e sensível às solicitações do Espírito. Isso requer necessariamente um estudo de dietética sob os dois pontos de vista, o físico e o espiritual, e a efetivação da necessidade de se abster dos tóxicos, das bebidas alcoólicas, carnes de animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar) e de todos os alimentos muito temperados.
É de importância básica um conhecimento substancial dos fundamentos da dietética — dos alimentos, das quantidades necessárias ao corpo e dos alimentos que fornecem as necessárias proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais, todos sob a forma mais facilmente digerível e assimilável. Evidentemente, os vegetais, as frutas e as nozes são os que melhor proveem esses elementos nutritivos, mas uma vez que cada indivíduo é uma lei em si mesmo e reage aos alimentos de modo inteiramente peculiar, é necessário que cada um adapte os seus conhecimentos sobre dietética às suas próprias necessidades. Observação impessoal e intuição são os dois principais meios para aprender a fazê-lo e quanto mais a pessoa presta atenção à sua intuição, quer nesse, quer em qualquer outro assunto, tanto mais claramente essa intuição se manifesta.
O fator dominante para a maioria, no aprendizado do comer para viver, é conduzir o Corpo de Desejos, objetivando a extirpação de hábitos alimentares inconvenientes e a implantação daqueles que sejam saudáveis. Verdadeiramente, nisso está a cruz do aprendizado, pois não importa a grande soma de conhecimento que se tem sobre dietética, se não for utilizado. Logo, aprender a comer para viver torna-se uma forma definitiva de treino espiritual. Ele pode solicitar muito exercício de vontade com o fim de dominar os clamores do apetite físico e de desejos, antes que o nosso paladar esteja exercitado na apreciação de alimentos adequados. Em todo caso, uma corajosa persistência sempre vence e a recompensa vale todo o esforço.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1965, traduzido da Revista Rays from the Rose Cross-Fraternidade Rosacruz-SP)
O Signo de Escorpião começou a exercer importante papel na evolução da Humanidade depois que o Planeta Marte foi diferenciado. Os Espíritos Lucíferos de Marte começaram sua atividade influenciando a Mente humana. Como consta no livro “Conceito Rosacruz do Cosmo”: “a Mente foi dada ao ser humano na Época Atlante para incentivá-lo à ação. Mas, sendo o Ego excessivamente fraco e a natureza de desejo, forte, a Mente uniu-se ao Corpo de Desejos. Dessa união resultou a faculdade da astúcia, causa de toda malícia do terço médio da Época Atlante”.
Notamos, também, que Escorpião simboliza a doutrina esotérica do sacerdócio Atlante, guardião dos Mistérios da Escola Atlante. Hoje, ele simboliza as forças secretas da Natureza em sentido astrológico.
Agora talvez possamos ver como a astúcia está ligada e profundamente enraizada no Corpo de Desejos regido por Marte-Lua. Podemos também observar como Escorpião age na Mente tanto quanto as emoções. Além disso, Marte rege o lado esquerdo do cérebro. Desde que a astúcia se tornou a auxiliar do desejo não tem sido fácil a tarefa de transmutá-la em razão.
A personalidade de Escorpião não se submete a imposições, permanecendo firme naquilo que considera seus direitos. Ao mesmo tempo pode ser rude para com seu antagonista. Tem em sua língua o ferrão do escorpião, possuindo também a bravura de um mártir no combate, sempre com a Mente fria e aguçada. A outra polaridade de Escorpião mostra a águia voando a grande altura, desejosa de se sacrificar em benefício dos outros. É o tipo perfeitamente representado pelo Dr. Jeckil e Mr. Hilde, (O médico e o monstro).
O corpo do nativo de Escorpião (nascido entre os 11º e 20º grau de Escorpião no Ascendente e sem nenhum Astro na 1ª Casa) tende a ser rude e pequeno, com um pescoço taurino. O nariz é grande; e recurvado como o bico da águia. Um queixo quadrado, indicando determinação; a face é angular e escura.
Se o Sol está neste Signo, o nativo poderá mostrar seu lado elevado e ter interesse pelos estudos místicos e ocultos. A natureza marciana quer ação e não apenas exercícios devocionais. Embora possa ir longe na metafísica, tende a ter dificuldades com o materialista Marte. A seu favor encontramos a honestidade, habilidade executiva e o trabalho em linhas construtivas. Todavia, depois de ter adquirido algum poder, pode, subitamente, usá-lo impropriamente. Seu temperamento é a força que proporciona destruição material, e a paixão e perversão sexual acompanham seu lado negativo.
O corpo do nativo de Escorpião suporta inúmeras contravenções, se não for destruído por acidente, pela guerra, pelo suicídio ou pelas bebidas alcoólicas. As partes do Corpo Denso mais suscetíveis à doença ou enfermidade são: o cólon, a bexiga, os órgãos genitais, uretra, próstata, flexura sigmoide (a última curva do cólon descendente antes de entrar no reto), púbis e a substância vermelha corante do sangue.
Quando Marte está ativo, pode haver problemas também com os nervos motores, os movimentos musculares, o hemisfério cerebral esquerdo e o reto. Os Aspectos de Marte indicam, em geral, a natureza exata e a extensão da aflição.
Vênus em Escorpião é uma vibração difícil de controlar, pois o raio amoroso de Vênus mistura-se com o fogo marciano da paixão, resultando em desejo sexual exagerado. Isso, em geral, tende a minar e debilitar a constituição do Corpo Denso; se não for controlado, segue-se a perda de vitalidade e a decadência do organismo. O amor à luxuria e uma disposição ciumenta tendem a prejudicar a saúde emocional, desequilibrando o Corpo Denso. Especificamente, Vênus em Escorpião proporciona a tendência à varicocele, doenças venéreas, tumores uterinos, menstruações dolorosas e por ação reflexa em Touro, afecções na garganta.
Mercúrio rege a Mente concreta e quando situado em Escorpião proporciona percepção rápida e língua afiada. Se está com Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e certas Conjunções), a natureza é propensa a brigas e ao ceticismo, rasgos que se manifestam em desequilíbrios no Corpo Denso. Mercúrio rege também o hemisfério cerebral direito, as cordas vocais e os nervos sensórios. Mercúrio com Aspectos adversos em Escorpião demonstra enfermidades na bexiga e nos órgãos genitais, dificuldades menstruais, e por ação reflexa em Touro, rouquidão, surdez ou gagueira.
A Lua, tendo regência sobre o estômago, os linfáticos, sistema nervoso simpático, o fluído sinovial, os ovários e o útero, quando com Aspectos adversos em Escorpião afetará o funcionamento desses órgãos. E, também, quando com Aspectos adversos em Escorpião a influência lunar pode se manifestar em perturbações da bexiga, hidrocele e distúrbios menstruais.
Saturno, o Planeta da obstrução, da cristalização e da atrofia, rege os dentes, a pele e a vesícula biliar. Com Aspectos adversos em Escorpião, Saturno pode obstruir o metabolismo e tende a indicar dificuldades com o companheiro de matrimônio, e consequente sofrimento do sistema nervoso. Também, com Aspectos adversos em Escorpião, Saturno indicará a tendência à esterilidade, às hemorroidas, a prisão de ventre, e por ação reflexa, poderá ocasionar gagueira, catarro nasal e outras afecções da garganta. Saturno com Aspectos benéficos (Sextil, Trígono e algumas Conjunções) em Escorpião contribui para a boa saúde, a vida longa e interesse pelo ocultismo.
O grande centro de atividade de Júpiter é o fígado. Na posição referencial desse órgão, o fígado, também está localizado o grande vórtice do Corpo de Desejos. Portanto, um fígado funcionando bem, facilita a pessoa amar a vida e estar pronta para servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e a irmã que estão ao seu lado em qualquer ocasião, mesmo com sacrifício próprio. Um Júpiter com Aspectos adversos em Escorpião fornece a tendência a tumores uterinos, hipertrofia da próstata, abcessos na uretra, hidremia e, por ação reflexa de Touro, hemorragias nasais e apoplexia. Também tende à necessidade de combater a indulgência própria, particularmente a ingestão de alimentos muito condimentados que requererão a ação do fígado para assimilá-lo apropriadamente.
O Planeta Urano, Regente do corpo pituitário ou Glândula Pituitária (Hipófise), tem papel preponderante no processo da assimilação. Quando com Aspectos adversos em Escorpião poderá resultar em condições assimilativas impróprias que se manifestarão nas partes do corpo regidas por esse Signo. E, também, tendência para abortos e doenças venéreas. Por ação reflexa em Touro, poderá haver espasmos, soluços, histeria ou doença de São Vito. Felizmente, Urano em Escorpião tende a fortalecer a vontade, e assim o nativo pode, se tentar, obter êxito no desenvolvimento espiritual.
Netuno, com Aspectos benéficos em Escorpião, inclina o nativo a se aprofundar nos segredos da Natureza fornecendo, também, uma percepção inspirada nos domínios da razão. Isso poderá ser de grande auxílio para evitar as enfermidades e doenças. Todavia, Netuno com Aspectos adversos em Escorpião tende ao sensualismo, à ira e ao grande desejo pelas bebidas alcoólicas ou pelas drogas. Netuno age no sistema nervoso e rege o canal espinhal e seus efeitos negativos são de natureza destrutiva.
Resumindo, as características básicas de Escorpião são: as forças secretas da natureza, a cirurgia, o poder curador, a magia, as profissões que exigem forte disciplina e respeito à hierarquia e ao sexo. O nativo de Escorpião, polarizado positivamente, se empregar seus talentos latentes (mostrados pelos Aspectos benéficos) alcançará gradativamente a regeneração. Tende a ter a habilidade natural para fazer investigações secretas. O tipo menos desenvolvido tende a causar muita discórdia, tanto interna como externa, e a usar mal sua força sexual criadora. Tende à vingança, ao ciúme, à perversidade e à cólera. A cólera ou explosão emocional de qualquer espécie, faz com que se formem corpúsculos brancos no baço. Os corpúsculos brancos se avolumam no sangue, seguindo-se a anemia, e o Corpo Denso se torna mais sujeito às doenças.
A afinidade metálica de Escorpião é pelo ferro; a pedra afim é o topázio ou a malaquita; a cor afim é a vermelha. A nota musical básica é Mi maior, cujos acordes têm quatro sustenidos e quando Escorpião está no Signo Ascendente, músicas com tom em Mi maior poderão trazer harmonia ao Corpos.
As regras básicas para os nativos de Escorpião melhorarem e manter a saúde são: higiene, alimento integral e natural (de preferência vegetariano), controle emocional e atividade física construtiva.
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1971-Fraternidade Rosacruz-SP)
“Vai, porque é para os gentios, para longe, que quero enviar-te.” (At 23:21)
Sete são as Escolas de Mistérios Menores Ocidentais responsáveis por fornecer um caminho seguro de desenvolvimento espiritual para todos que desejarem e que possuem requisitos mínimos quanto à organização e funcionamento de seus Corpos e dos seus veículos. Tais requisitos são:
Esses quatro requisitos devem estar presentes. Se, por exemplo, houver frouxidão entre o Corpo Vital e o Corpo Denso, sem que o Ego tenha passado pelo nadir da materialidade, como é o caso, por exemplo, dos nossos irmãos e nossas irmãs que vivem no oriente, não há como o método produzir grandes resultados. Deve ocorrer, previamente, o desenvolvimento necessário para que esse Ego possa corresponder ao método. Em verdade, os métodos orientais verdadeiros objetivam exatamente a promoção do desabrochar dos quatro requisitos, acima mencionados.
Atingir tal status é uma meta para todos os irmãos e todas as irmãs que vivem no ocidente. Assim, os irmãos e as irmãs que vivem no ocidente possuem esse “talento”, pois já percorreu o caminho necessário para desenvolver esses requisitos. O mesmo para pessoas que nasceram em outras regiões do mundo, mas que migraram para o ocidente e aqui constituíram suas vidas. Um novo passo na constituição dos corpos e dos veículos deve ser realizado, que é tornar a pré-condição de separação dos Éteres em condição verdadeira. Isso é feito de uma única maneira: doar a si mesmo como “pão e água” para todos aqueles que necessitam; imitar o Cristo dentro de seu círculo de ação; servir amorosa e desinteressadamente (e, portanto, o mais anônimo possível) ao irmão e à irmã que está ao seu lado, focando na divina essência oculta em cada um deles – que é a base da Fraternidade – não importa a quem nem onde estiver.
Vamos ao exemplo de S. Paulo que ficou conhecido como o Apóstolo dos Gentios. Isso porque ele realizou a divina missão de levar o Cristianismo para outros povos do mundo, mas povos que já estavam preparados para receber as novas instruções. Veja que S. Paulo não viajou para a África, para a China ou outros países do oriente. Mas, para a Grécia, a Ásia menor, a Síria e a Europa. Lugares esses em que já havia povos que possuíam os quatro requisitos mencionados no início. Lá chegando, os mais avançados desses povos encontravam o método novo que lhes faltava. Assim, aderiam ao Cristianismo.
Por outro lado, os judeus que se convertem ao Cristianismo em Jerusalém, lugar onde o próprio Cristo viveu fisicamente, exigiram que todos os gentios fossem primeiramente circuncidados para depois aderirem aos métodos Cristãos. Exigiam que se assim não procedessem, os gentios estariam profanando a Lei. Eles entendiam que, primeiramente, todos deveriam passar a praticar e respeitar a Lei de Moisés e os profetas, para depois chegarem até o Cristo. Não estavam suficientemente livres do apego a sua Religião – que é uma Religião de Raça –, para enxergarem o que realmente importa: atingir um nível de desenvolvimento espiritual suficiente que os levarão até o portador da Luz verdadeira, o Espírito Solar, o Cristo, não importa por qual Religião precedente.
Assim, S. Paulo promoveu o primeiro vislumbre da Religião Cristã: a união entre diversos povos tendo como critério a percepção interna ou espiritual, independentemente da forma ou aspecto exterior, a Fraternidade Universal. Obviamente que sofreu muito com essa promoção. Até S. Pedro ficou confuso em relação a isso, como podemos ler nessa passagem bíblica: “E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação. Mas, quando vi que não andavam bem e diretamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus. Nós somos judeus por natureza, e não pecadores dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.” (Gl 2:11-19).
Correspondendo ao universalismo, que a cada dia se faz mais presente, a Fraternidade Rosacruz tem a finalidade de divulgar a admirável Filosofia da Ordem Rosacruz. Essa última constitui uma dessas Sete Escolas de Iniciações Menores Ocidentais e seu Templo está estabelecido na Região Etérica do Mundo Físico, ou seja, não existe nada dela manifestada na Região Química do Mundo Físico (constituído de materiais sólidos, líquidos e gasosos).
Seus fundamentos foram constituídos de modo a seguir esse mesmo poder conciliador que une todas as partes que estão atualmente separadas umas das outras. Assim, ela busca construir pontes ou fórmulas químicas capazes de unir componentes que não coexistem num mesmo espaço. Por exemplo, unir o Fogo e a Água, unir a Ciência e a Religião, unir o Intelecto e o Coração. Por isso, seus métodos de ensino são tão amplos e incluem, basicamente, Filosofia, Bíblia, Astrologia Rosacruzes. Mas, apesar da forma ser aparentemente tão discrepante, o Estudante Rosacruz dedicado logo percebe que essas três facetas constituem um único espírito. Mas, deve ser assim, para que o intelectualista possa desenvolver sua devoção e o devoto, sua parte intelectual, para então, ambos completarem a parte que lhes falta, ou seja o equilíbrio cabeça-coração, razão-devoção.
Há, no entanto, dois perigos presentes em nosso cotidiano:
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Além do Corpo Denso, que é visível aos nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que interpenetra esse Corpo Denso e que impulsiona e vitaliza as atividades daquele. Um deles é o Corpo Vital, outro é o Corpo de Desejos. Esse é composto de materiais do Mundo do Desejo (desde materiais das três Regiões inferiores, como das três superiores), ou seja: desejos, emoções e sentimentos. É por meio dele que expressamos os nossos desejos, emoções e sentimentos. Sem ele não tem como expressar isso. Controlar o Corpo de Desejos é uma das árduas tarefas do Estudante Rosacruz. A Fraternidade Rosacruz possuem técnicas para isso.
Se quiser saber mais, acesse aqui o audiobook que lhe ajudará a compreender o que é o Corpo de Desejos e como trabalhar com ele de forma construtiva e que nos ajude a trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, pois é por meio dele que, hoje, temos o impulso para a ação: Audiobook: O Corpo de Desejos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz
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Os Arquétipos são criados por forças arquetípicas que trabalham nas quatro Regiões inferiores do Mundo do Pensamento Concreto. Arquétipos vivem, movem-se e criam, como a qualquer coisa mecânica feita pelo ser humano – mas sem racionalidade. Quando o Arquétipo é construído e colocado em vibração, e enquanto a forma continuar vibrando, a vida é sustentada. Quando o Arquétipo cessa de vibrar, a forma se desintegra.
Se quiser saber mais sobre esse interessante assunto é só acessar aqui: Arquétipos