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A Luz Além da Morte

Não importa que saibamos ser a morte uma benção e libertação, nem o quão preparados estamos, para nos alegrar pelo fato de aquele que se foi estar livre dos grilhões do Corpo Denso; isso tudo geralmente não ajuda, porém pode ser um recurso para nós quando uma pessoa querida passa para o além.

Sabemos que nosso amigo ou nossa amiga está bem e ficamos contentes com isso, mesmo que não possamos ajudá-lo ou ajudá-la e sentimos saudades dele ou dela. Deparamo-nos ouvindo os seus passos na escada ou a sua voz na porta e, como isso não se confirma, inevitável será que a nossa natureza egoísta vá se erguer até o ponto em que nos encontramos lutando contra a solidão. A menos que nos encontremos entre aqueles afortunados, os quais são relativamente poucos, que podem ver e se comunicar com os Egos do outro lado. Muitos de nós somos ainda humanos o suficiente para sentir saudade em certas circunstâncias, mesmo quando olhamos a morte de um ente querido com o positivismo implícito nos Ensinamentos Rosacruzes dados pelos Irmãos Maiores.

Então, é muito bom para cada um de nós saber como tudo isso funciona: vida aqui, morte lá; morte aqui, vida lá.

Quer entender mais sobre esse evento e o que acontece antes e depois, bem como sob circunstâncias particulares? É só acessar aqui: A Luz Além da Morte

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Exercícios para Adquirir Conhecimento Direto – o Exercício Esotérico de Meditação

Devemos iniciar a meditação somente após termos praticado por um bom tempo o Exercício Esotérica de Concentração, tanto a cotidiana, como a do Exercício matutino Esotérico de Concentração.

Esse tempo não se refere ao momento em que nos tornamos aptos para visualizar o Mundo do Desejo, mas, ao menos, até conseguirmos focar a Mente sobre um assunto que escolhemos, sem pensar em mais nada.

Guardar segredo sobre aquilo que acontece durante o Exercício Esotérico de Meditação é fundamental.

Isso porque se tagarelarmos sobre, ou contarmos a alguém, as experiências de nossos momentos durante o Exercício Esotérico de Meditação se perderão, pois antes de extrairmos delas pleno conhecimento das Leis Cósmicas subjacentes, tais experiências podem reduzir-se a nada, uma vez que esse tipo de experiência não pode suportar a transmissão oral. É por meio delas que aprenderemos tudo o que se refere ao assunto que usamos no nosso Exercício Esotérico de Concentração. Isso porque, ao persistirmos em fazer bem o Exercício Esotérico de Concentração criamos um pensamento-forma vivente por meio da nossa faculdade imaginativa.

Se, por exemplo, evocamos o:

  • Símbolo Rosacruz – é muito fácil reproduzir, meditativamente, cada parte dele e o correspondente real significado, cada significado aparecendo de modo vivo e falando por si.
  • A lembrança do Cristo – é muito fácil reproduzir, meditativamente, todos os incidentes de Sua Vida, Seus sofrimentos e Sua ressurreição.
  •  O desenvolvimento de uma rosa, de uma flor ou de qualquer objeto – é muito fácil reproduzir, meditativamente, todo o seu desenvolvimento, e todo o seu significado de pureza e castidade como exemplo de se dar sem restrições a serviço de Deus.
  • Os cinco primeiros versículos do primeiro capítulo do Evangelho Segundo São João – é muito fácil reproduzir, meditativamente, uma admirável compreensão do princípio do nosso universo e do método da criação, compreensão que está muito longe de ser alcançada em livros.

E assim por diante.

De qualquer modo, um conhecimento jamais sonhado fluirá na nossa Alma, enchendo-a de gloriosa luz, muito além de tudo que se possa aprender no Exercício Esotérico de Concentração.

É através do Exercício Esotérico de Meditação que aprendemos a história de um objeto, pois ela refere-se ao lado da forma, da construção dessa e da sua manifestação.

Vamos, agora, expor algumas práticas de como acelerar Exercício Esotérico de Meditação.

Primeiro, procuremos objetivar um assunto que não nos envolva tanto emocionalmente.

Por exemplo:

•    o desenvolvimento de uma flor,

•    a fabricação de uma cadeira,

•    de um alfinete, etc…

Suponhamos que escolhemos um chinelo. Pensemos na fabricação da matéria prima – látex – feita pela árvore seringueira. Depois imaginemos a extração feita por um seringueiro. Mais adiante, a defumação para se tornar um rolo macio de látex. O transporte até a fábrica. E, assim por diante até a compra, por você, em uma loja.

Por aqui já dá para se ter uma ideia de que tudo que nos rodeia tem uma história muito interessante para nos contar e que vale a pena aprender. Ou seja: aprendemos que atrás de toda a aparência, por simples que seja, há uma história do mais alto interesse.

Como o Exercício Esotérico de Concentração, o Exercício Esotérico de Meditação pode ser praticado em qualquer lugar: na condução, na fila, em casa, em uma espera qualquer. É importante que o Estudante Rosacruz reserve diariamente um período para essa prática, caso contrário, nenhum progresso ocorrerá.

Para que utilizaremos o resultado do Exercício Esotérico de Concentração? Para podermos funcionar consciente e eficientemente nos Mundos suprafísicos, pois lá as condições são instáveis, voláteis e, sem uma concentração adequada é impossível tirar qualquer proveito de uma passagem por lá.

Qual a importância de utilizarmos o resultado do Exercício Esotérico de Meditação? Para podermos construir melhores formas quando da nossa passagem pelo Segundo Céu, que ocorre entre os intervalos de existências físicas e, aqui nos nossos trabalhos noturnos de cura e de reconstrução dos Corpos Densos dos nossos irmãos e das nossas irmãs que sofrem.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Todas as crianças são Clarividentes até uma determinada idade?

Resposta: Sim, todas são Clarividentes, pelo menos durante o primeiro ano das vidas delas. O período de tempo em que elas conservarão essa faculdade dependerá, em grande parte, da espiritualidade e, também, do ambiente em que vivem, pois, a maioria das crianças comunica tudo o que veem para as pessoas com mais idade e a faculdade da Clarividência acaba sendo afetada pela atitude dessas pessoas. Muitas vezes, as crianças são ridicularizadas, mas nada disso afeta a natureza sensível desses pequeninos. Pois, logo aprendem a excluir as cenas que provocam a reprovação das pessoas com mais idade ou, pelo menos, aprendem a guardar essas experiências só para si. Quando são ouvidas, muitas vezes, revelam coisas maravilhosas e, assim, é possível traçar como foi uma vida anterior delas por meio dessas informações. Isso acontece, particularmente e com mais facilidade, se a criança morreu na vida anterior dela ainda criança, uma vez que o tempo de estada dela nos Mundos invisíveis foi de um a vinte anos, de modo que é possível verificar esta informação. Crianças que, em suas vidas anteriores, morreram na infância são muito mais aptas a lembrar do passado e a serem Clarividentes do que aquelas que, em vidas anteriores, não morreram como crianças, porque o Corpo Vital e o Corpo de Desejos não nascem na mesma época em que ocorre o nascimento do Corpo Denso da criança, mas nascem aos sete e aos quatorze anos de idade, respectivamente, e o que não foi vivificado não pode morrer, de forma que, se uma criança falece antes do nascimento do Corpo Vital ou do Corpo de Desejos, não irá para o Segundo e Terceiro Céus, mas permanecerá no Mundo do Desejo e, assim, renascerá com o mesmo Corpo de Desejos e a mesma Mente que possuía em sua vida anterior, estando, consequentemente, muito mais apta a se lembrar de tudo que aconteceu. O autor se deparou com um desses exemplos anos atrás no sul da Califórnia.

Um dia em Santa Bárbara, Califórnia, um homem chamado Roberts procurou um Clarividente treinado e teósofo e, também, conferencista, para pedir-lhe ajuda num caso muito invulgar. O Sr. Roberts passeava pela rua no dia anterior, quando uma menina de uns três anos correu para ele, abraçou-lhe os joelhos, chamando-o “papai”. O Sr. Roberts indignou-se, julgando que alguém procurava atribuir-lhe a paternidade da criança. Entretanto, a mãe da criança chegou rapidamente e, tão surpresa quanto o Sr. Roberts, tentou levá-la. Contudo, a menina não queria largá-lo, insistindo em que o Sr. Roberts era seu pai. Devido a circunstâncias que depois mencionaremos, o Sr. Roberts não pôde afastar essa cena do pensamento, resolvendo procurar o Clarividente, que o acompanhou até a casa dos pais da menina. Esta, ao vê-lo, correu novamente para ele, chamando-o outra vez de papai. O Clarividente, a quem chamaremos “X”, primeiramente conduziu a menina para perto da janela a fim de verificar se a íris do seu olho se dilatava e contraia-se conforme se afastasse ou se aproximasse da luz. Isso comprovaria se alguma outra entidade que não fosse a legítima dona estava de posse do Corpo da menina, posto que o olho é a janela da Alma e nenhuma entidade “obsessora” pode controlar essa parte do Corpo. Concluindo que a menina era normal, o Clarividente passou cuidadosamente a inquirir a pequena. Depois de paciente trabalho efetuado durante a tarde, e com intermitência para não a cansar, eis, abaixo, o que ela contou.

Vivera com seu pai, o Sr. Roberts, e outra mamãe numa casinha solitária, de onde não se via nenhuma outra casa. Próximo havia um riacho, em cuja margem cresciam algumas flores (nesse momento a menina correu para fora, trazendo na volta umas pequenas flores de salgueiro) e havia uma tábua sobre esse riacho, tendo sido advertida para não o cruzar, pois havia o perigo de cair nele. Um dia o pai abandonou-as, a ela e à mãe, para não mais voltar. Quando acabaram os alimentos sua mãe deitou-se na cama, onde ficou muito quieta. Por fim, disse singularmente: “então eu também morri, mas não morri. Eu vim para cá”.

Era a vez de o Sr. Roberts contar a sua história: há dezoito anos vivera em Londres, onde o pai era cervejeiro. Apaixonando-se pela jovem criada da casa, o pai se opôs, mas ele se casou e fugiu com ela para a Austrália. Ali rumaram para o campo, construíram uma pequena granja e edificaram uma casinha junto a um riacho, exatamente como dissera a menina. Então, eles tiveram uma filha. Um dia, quando ela tinha perto de dois anos, o pai saiu cedo com destino a uma clareira, algo distante da casa. Ali um homem armado lhe deu voz de prisão, alegando que ele fora o autor do roubo de um banco justamente na noite em que deixara a Inglaterra. O Sr. Roberts pediu, então, que lhe fosse permitido ver sua mulher e filhinha. O guarda recusou, julgando se tratar de uma armadilha para fazê-lo cair nas mãos dos confederados, e obrigou-o, de arma apontada, a caminhar até a costa. Dali foi enviado à Inglaterra e submetido a julgamento, quando pôde provar sua inocência.

Muito tempo se passou até que as autoridades atendessem seus constantes rogos para que fossem buscar sua esposa e filha, as quais já presumia quase mortas de fome naquele país selvagem e isolado. Mais tarde, uma expedição foi enviada à cabana e não encontraram mais que os esqueletos de ambas. Entrementes, o pai do Sr. Roberts havia morrido e, embora o houvesse deserdado, seus irmãos dividiram com ele a herança. Então, completamente aniquilado, viajou para a América.

O Sr. Roberts exibiu na ocasião algumas fotos suas, de sua esposa e da filha. Por sugestão do Sr. “X” foram elas misturadas com certo número de outras e mostradas à menina, que sem vacilar assinalou as fotografias de seus antigos pais, mesmo tendo o Sr. Roberts mudado bastante em seu aspecto físico.

(Pergunta 139 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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A Canção do Ser

A música é a “canção do ser”, cantada por Deus, o Mestre Supremo, através do tempo e do espaço. O primeiro versículo do Evangelho Segundo São João revela a importância do tom ou música em nossa criação ou evolução espiritual, pois as palavras: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus”, podem ser interpretadas desta forma: “No princípio era a Música e a Música estava com Deus e a Música era Deus”, pois São João ao usar o termo o ‘Verbo’, sugere tom ou vibração harmoniosa e toda vibração ou tom harmonioso pode se chamar de música. Esse foi o Fiat Criador que fez com que tudo existisse.

O Deus de nosso Sistema Solar se manifesta em três aspectos: Vontade, Sabedoria e Atividade.

A Vontade de Deus trouxe à existência a melodia ou o tom: depois, em Sua Sabedoria, harmonizou esta melodia em forma e depois, por Sua Atividade, fez que esta forma do tom se fizesse movimento ou ritmo, pulsando com rítmica cadência a tudo o que vive e se move.

De modo que através da Criação tudo canta, tudo é música, ou foi criado por ela. Assim sucede com o compositor quando toma uma melodia, harmoniza-a e lhe dá ritmo, fazendo que sua composição seja uma reprodução infinitesimal de criação do arquétipo todo poderoso de Deus.

O livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” diz que as formas que vemos ao nosso redor são sons-figuras cristalizadas das forças arquetípicas que trabalham nos Mundos Celestes. Quão ignorante encontra-se a humanidade, em sua quase totalidade, sobre o fato de que o mesmo veículo em que cada qual funciona e vive neste Mundo Físico, foi construído por meio da música na Região do Pensamento Concreto! Sem essa música nós não teríamos um Corpo Denso no qual funcionar neste Mundo Físico, ainda que a maior parte das pessoas sejam ignorantes desta realidade e pensem que a música seleta é somente para os poucos escolhidos que a compreendem. Algum dia, em algum renascimento, cada um de nós teremos que despertar as vibrações dessa música, teremos que nos fazer conscientes de seu poder etéreo e espiritual. Antes de que tenhamos terminado de viver na Terra através de seus diferentes períodos, teremos que nos tornar músicos, pois teremos em nosso Esquema de Evolução que nos converter em criadores de verdade por meio do som e da palavra para podermos emanar o tom do Fiat Criador. Isto teremos que fazer para complementar nosso destino.

Existem três classes de seres humanos que não são músicos, mas ocupam uma escala diferente dentro desta possibilidade.

Primeiro: os que manifestam abertamente que a música não lhes interessa para nada; em seu estado presente, esses seres ficam fora de nossa consideração por enquanto.

Segundo: aqueles que manifestam certa inclinação e a escutam com agrado, mas dizem que não a entendem; para estes há uma esperança de que cheguem a ser músicos num futuro próximo.

Terceiro: os que ainda sem ser músicos, todavia, mostram uma grande ansiedade por ela e frequentam os lugares de concerto para escutar com verdadeira devoção; estas pessoas acham-se muito próximas de alcançar o talento musical. Elas despertaram em vidas passadas algum interesse musical, aumentando-o até certo grau e convertendo-se em amantes intensos de sua sublime beleza. Estes seres, através da sublimada essência acumulada, poderão tocar repentinamente algum instrumento musical, ou faculdade para cantar. Desenvolverão assim este talento por várias vidas até converterem-se em criadores de música, isto é, em compositores. Então, começam a penetrar mais além do físico, afinando-se às vibrações musicais do Segundo Céu, a Região do Pensamento Concreto, especialmente durante a vida que existe entre os renascimentos.

Existe um regozijo na criação da música que é somente comparável com uma coisa: a Iniciação Mística. Ela é, em sua própria expressão, um grau menor desta Iniciação, quando o compositor se torna o suficientemente avançado para compor grandes obras; chega, então, às vibrações cósmicas mais elevadas que as que alcança o compositor ordinário e neste exaltado estado, encontra-se mais perto de Deus, assim como o Iniciado Místico está mais perto de Deus que o ser humano ordinário. Quando o compositor penetra nestas elevadas vibrações do Segundo Céu, está escutando realmente a palavra de Deus. A verdade está ainda a uma grande distância, mas já se encontra em grande adiantamento em sua evolução, uma posição conquistada com o esforço de muitas vidas; não um privilégio como muitos creem, mas uma recompensa ao trabalho empreendido.

É certo que o escultor, o poeta e o pintor também se afinam às vibrações celestiais, mas as vibrações que eles empregam situam-se na Região mais elevada do Mundo do Desejo, conhecida como Primeiro Céu, enquanto os músicos vão mais alto, ou seja, à Região do Pensamento Concreto, no Segundo Céu, onde o tom é o originador da cor e da forma. Assim, de todas as artes e credos em questões de arte, a música e o músico são os que chegaram mais alto e, portanto, é a mais elevada expressão da vida da alma que temos em nossa existência e é lógico pensar que tem uma mais refinada influência sobre o Corpo de Desejos que qualquer outra das partes. Como diz Max Heindel: “Não há outra classe superior à do músico. A ele corresponde a mais alta missão, porque como um modo de expressão para a vida da alma, a música reina suprema”. Também diz: “Somente na Região do Pensamento Concreto, onde os arquétipos de todas as coisas se unem no grande coro celeste de que falou Pitágoras: a harmonia das esferas, encontramos a verdade revelada em toda sua beleza”. Vemos, portanto, que é ali, naquela Região da Verdade em toda sua beleza, onde se acha o lugar da música.

Pergunta-se por que, se a música é tão bom estímulo para o crescimento espiritual, frequentemente encontramos músicos cujas vidas, no sentido moral e ético, não estão de acordo com suas habilidades artísticas. Acredita-se que um músico devesse se encontrar, em todos os aspectos, ao nível de seu gênio criador, mas não é assim. A razão disto é que os gênios dedicaram o melhor de suas vidas passadas ao desenvolvimento da música exclusivamente, abandonando outras fases morais da vida e outros detalhes importantes. Assim, gravando constantemente essa devoção nos Átomos-semente dos seus Corpos e os desenvolvendo mais e mais em cada vida, fica tão profundamente impressa que a pode expressar nos planos superiores musicalmente, apesar de suas deficiências gerais em muitos outros aspectos humanos.

Na vida que segue à morte finaliza sua existência nas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde o ser purga seus erros da vida passada, e depois ascende ao Primeiro Céu – localizado nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo – para receber a recompensa das ações de sua vida anterior. Então, purifica-se e está pronto para gozar do descanso que existe entre renascimentos.

Ao deixar o Primeiro Céu, encontra-se envolto em uma beatífica quietude, uma paz absoluta, tão perfeita e completa que é difícil explicar.

Pela primeira vez, desde que começou seu último renascimento, goza a plenitude desta paz, que o absorve todo.

Todos conhecemos a paz que pode existir neste Mundo Físico, até certo ponto, mas quando o Ego chega a este Segundo Céu percebe pela primeira vez o verdadeiro sentido do termo “paz”, ainda que sem nenhum de seus sentidos, pois já não os necessita.

Quando seu Espírito se banha nesta profunda tranquilidade e absorve da mesma tudo o que é capaz, segundo seu alcance espiritual, encontra-se pronto para as atividades do Segundo Céu. O fato de ter desenvolvido, no passado, sua capacidade musical o recompensará grandemente, porque suas experiências neste reino estão todas relacionadas com sua capacidade para compreendê-la.

A partir daí começa a preparação para seu próximo renascimento por meio da absorção espiritual.

No umbral do Segundo Céu é despertado o estado de paz e quietude, no qual está submerso por meio do som da música perfeita. Conforme cruza este umbral, entra no lugar de trabalho de Deus, envolto neste maravilhoso som da música. Para o músico, principalmente, este é o paraíso perfeito.

O Segundo Céu está situado na Região do Pensamento Concreto; todo pensamento aqui é uma expressão do som. Tudo o que existe chega à existência por meio do som. É a vibração de vida, ritmo pulsante, melodioso e harmonioso.

Este reino molda todas as coisas e lhes dá forma: as rochas, areias, flores, aves, animais e o ser humano. Aqui o Ego é recebido pela música mais sublime que possa experimentar, algo que transcende a tudo que tenha escutado na Terra. Este é o paraíso dos compositores, onde podem se entregar ao sonho do som vívido, como sonhava na Terra sem o lograr.

Se deseja renascer como músico, prepara-se para isto enquanto está neste reino. Aprende a desenvolver o sentido do ouvido, mãos e nervos que sejam super sensitivos. Para isto, é ajudado pelas mais elevadas Hierarquias Criadoras.

Max Heindel nos diz que a habilidade musical depende do ajuste dos canais semicirculares do ouvido e que é necessário não só ter o ajuste apropriado destes canais, mas que também há que ter extremadamente delicadas as “fibras de Corti”, das quais existem umas dez mil no ouvido humano, sendo cada uma capaz de interpretar umas vinte e cinco gradações de tom.

Estas fibras no ouvido da maioria das pessoas não respondem a mais de três ou dez das possíveis gradações. Um músico ordinário não possui mais de quinze sons em cada fibra, mas o mestre musical requer uma categoria superior. Portanto, é fácil compreender o porquê os mestres das mais elevadas Hierarquias Criadoras ajudam o músico, especialmente o compositor, durante o tempo em que se encontra construindo seu arquétipo para seu próximo Corpo Denso, como diz Max Heindel: “o mais alto grau de seu desenvolvimento, torna-o merecedor, além de requerer ajuda, e o instrumento por meio do qual o ser humano se faz sensível à música é o órgão mais perfeito do corpo humano”.

O ouvido do ser humano começou seu desenvolvimento no Período de Saturno, de modo que é o mais desenvolvido do tempo presente de todos os sentidos físicos.

Enquanto pode compor esta música perfeita quando se encontra no Segundo Céu, o compositor não pode expressá-la com a mesma pureza neste plano físico, pois se encontra impelido pelas baixas vibrações do Corpo Denso e a Mente não pode alcançar até as mais altas regiões do som.

Não obstante, com o tempo chegaremos tão alto em nossa evolução que poderemos vibrar facilmente com esse Mundo e expressar seus sons em nossas vidas diárias. É a música a que faz o Arquétipo individual e quanto mais desenvolvemos esse sentido, mais glorioso é o tom e a harmonia que o criam.

A nota-chave individual do corpo humano situada na parte de trás da cabeça é um tom, um definido tom musical, que constrói e mantém unida a massa de células que compõem nosso Corpo Denso.

Quando nos submergimos na música, ela permanece entre nós e as coisas desagradáveis da vida, a sordidez do materialismo, que geralmente oprime nosso coração, diminui por meio do toque gentil da música.

É um grande tônico para os nervos. Se alguém se sente cansado e esgotado e deixa seu corpo em repouso para escutar música clássica (ou erudita) seleta, as vibrações do corpo podem, em uns poucos momentos, elevar-se e desfazer a fadiga.

Quando aprendermos a usar a música em sua relação apropriada como nossos distintos veículos: Mente, Corpo de Desejos, Corpo Vital, por meio do Corpo Denso não necessitaremos mais de medicinas para nos curar.

Em Deus tudo é Melodia, Harmonia e Ritmo, porque os pensamentos de Deus são todos Melodia; as criações de Deus são Harmonia e os movimentos (ou gestos) de Deus são Ritmos. Se Deus emprega a música como meio criador, porque não havemos de imitá-Lo, empregando-a para formar nosso “Eu Superior”?

Max Heindel diz: “Sobre as asas da música a alma podo voar para o trono do Deus, onde o mero intelecto não pode chegar”.

Temos estas inspiradas mensagens que nos foram dadas para nossos corações e para nosso estímulo, sem ter em conta qual seja o grau de interesse presente pela música.

A música é sempre um aliciante para a alma e para apressar a formação de uma maior consciência.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – janeiro-fevereiro/1988-Fratrernidade Rosacruz-SP)

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Audiobook: O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – Introdução
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Falecimento
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Cordão Prateado
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Panorama da Vida
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Purgatório
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – A Missão no Purgatório – Retrospecção – O Valor do Arrependimento e da Reforma Íntima
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – Vida no Mundo do Desejo, depois da Morte Aqui
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Mundo do Desejo: a Região Limítrofe
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Primeiro Céu
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Mundo do Pensamento – O Segundo Céu na Região do Pensamento Concreto
O Falecimento e a Vida depois dele – Max Heindel – O Mundo do Pensamento – O Terceiro Céu na Região do Pensamento Abstrato
  • FIM
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“Morro Todos os Dias!”

Meus dias, cada um é toda uma existência. Na manhã de cada um vivo para mundo; pela tarde sou Siegfried, o Buscador; à noite esforço-me por ser ocultista e místico. E ao dormir estou entre um renascimento e outro.

De manhã cuido de mim e do intelecto; à tarde cuido da família e do espírito; à noite cuido do meu semelhante e morro. Pois a manhã é minha juventude insensata e egoísta — quando focalizo apenas mundanismo; a tarde é meu amadurecimento físico-mental e despertar espiritual — quando ergo meus olhos para o céu e me volto para os seres que estão mais próximos; a noite é meu amadurecimento espiritual, minha velhice — quando, reconhecendo que “viver é servir”, passo a existir mais para os outros do que para mim mesmo. E no afã do serviço amoroso findo os meus dias na Escola da Experiência.

Descanso, durmo e sonho.

Sonho com o Purgatório e com as coisas do Primeiro Céu, do Segundo e do Terceiro, onde estiveram “sonhando acordados” vários companheiros de jornada que seguem a estrada muitos passos à minha frente. Inclusive São Paulo e meu Iluminado amigo Max Heindel, aos quais devoto particular estima e admiração. Aliás, foi o primeiro deles quem me levou a essas reflexões, pois foi quem disse há dois mil anos: “Morro todos os dias...”

Após sonhar, desperto e me levanto para um novo dia. Um dia, sem dúvida, melhor que o anterior, pois desperto mais forte, mais saudável, mais bondoso, mais sábio, enfim, mais próximo da perfeição. E até mais bonito…

Antes de despertar, contudo, tudo vi. Em sonhos. Contemplei todo o dia que tenho pela frente, embora de nada me recorde agora que me acordo. E só por não me poder recordar do panorama, agora, é que, às vezes, ainda me aborreço com os percalços da jornada. E em certas horas até me esqueço de louvar a Sabedoria e exaltar o Amor de Deus, que me soube planejar mais este dia!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Dormir e Acordar Cientificamente

Nas escalas cíclicas, a primeira hora do sono noturno equivale ao estágio do Purgatório. E tudo o que se passa nos momentos que antecedem a esse sono é mais bem assimilado pelo Espírito. Daí a grande importância de evitarmos maus pensamentos, sentimentos e ações ao nos deitar, porque tudo com que nos ocuparmos nesses momentos — quer de bom quer de mau — será incorporado à nossa natureza para atuar em nossa vida nas seguintes 24 horas. O segredo do inestimável valor do Exercício Esotérico noturno de Retrospecção reside nesse fato.

Assim, se formos para a cama impregnados do bem, no dia seguinte estaremos mais inclinados para as boas coisas. Pelo contrário, se nos deitarmos impregnados do mal, nossa natureza tenderá para as coisas más no outro dia. Eis por que Cristo recomendou-nos que nos reconciliássemos com os nossos inimigos “antes do pôr-do-Sol”. Tomada tanto ao pé da letra (eliminando os ressentimentos contra o próximo) quanto figuradamente (harmonizando nossos veículos por uma atitude amorosa e superior) a admoestação é permanentemente válida.

Os bons pensamentos e sentimentos, portanto, devem ocupar nossa Mente e nosso Coração nessa hora do dia, pois, tão certo quanto o Sol se põe e se levanta diariamente, esses preciosos tesouros serão acumulados (assimilados) pelo Ego durante à noite.

De modo idêntico, o momento de acordar pela manhã equivale aos dois primeiros anos de nossa vida, quando todas as impressões percebidas ou captadas são indelevelmente gravadas em nosso ser para constituir a nossa vida subconsciente ou condicionada. Dessa forma, os bons pensamentos, as boas decisões, os bons propósitos, as boas intenções, no momento de acordar, ficam melhor e mais firmemente impressos em nosso Éter Refletor do que em qualquer outro momento, passando a ser, portanto, os padrões mais decisivos de nosso comportamento por todo o dia que teremos pela frente. Daí também o valor do Exercício Esotérico matutino de Concentração com base em assunto de elevado teor espiritual. Tais coisas são, na realidade, pábulos espirituais, e se constituem em alimento do Espírito por todo o período.

Assim, alimentar o Ego com orações, pensamentos superiores, meditações, pureza de propósitos e decisões para o bem ao acordarmos, é o mesmo que preparar um melhor dia para nós, pois tais coisas o governarão, da mesma forma que as impressões de infância gravadas no subconsciente governam nossa vida adulta.

Os dias seguindo-se às noites não sendo mais que ciclos dentro de ciclos — espirais menores dentro de espirais maiores —, considerando-se que as espirais maiores são os períodos de morte e renascimento, podemos compreender sem muito esforço o que São Paulo quis significar quando disse: “Morro todos os dias”. Baseados nessa verdade, podemos também, sem muito esforço, compreender que sendo nós os próprios autores de nossos destinos em vidas anteriores, somos igualmente os autores de nossos “dias seguintes”, em “dias anteriores”. É uma lógica que obedece à Lei de Analogia. Isso nos leva a concluir que do mesmo modo que temos, ao morrer, um Purgatório, Primeiro, Segundo e Terceiro Céus, temos também ao dormir passagem inconsciente por esses quatro estágios, nos três primeiros dos quais o Espírito desfruta a oportunidade de trabalhar em e sobre os seus veículos — como o faz entre a morte e o renascimento — de maneira a nos tornar possível levantar de manhã sempre um pouco melhor do que éramos ao deitar-se na véspera.

Se conservarmos esse mecanismo científico sempre em mente, seremos mais cuidadosos com nossos pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, obras, ações e atos nos momentos de se deitar e de levantar todos os dias. E progrediremos a passos largos no processo de transmutação, da maneira mais científico-esotérica.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1977-Fraternidade Rosacruz-SP)

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A Obsessão

A obsessão é um estado na qual um Espírito desencarnado toma possessão permanente do Corpo Denso e Vital de uma pessoa, depois de haver expulsado seu dono. Porém, algumas vezes ocorre que um indivíduo que tem algum vício, como o de embriagar-se, apresenta como desculpa que estampa obsidiado. Quando isso acontece, quase sempre se pode ter a certeza de que não é mais que um pretexto. Um ladrão que rouba algo aqui no Mundo Físico não vai divulgar seu furto; nem uma entidade obsessora vai proclamar esse feito. A essas entidades não importa absolutamente o que se pense da pessoa, cujo corpo tenham roubado, nem têm motivos para divulgar sua condição e arriscar um exorcismo.

Existe uma maneira infalível para determinar se uma pessoa está possessa por meio do diagnóstico do olho. “Os olhos são as janelas da alma[1]. Somente o dono verdadeiro é capaz de contrair e dilatar a íris do olho. Se um indivíduo realmente está possesso, a íris dos seus olhos não se dilatará quando entrar num quarto escuro ou quando se fixar em um objeto distante. Também não se contrairá quando sair ao sol ou quando se fixar em letras pequenas. Em resumo, a íris dos seus olhos não responde nem à luz nem à distância, quando e pessoa está possessa. Não obstante, existe uma enfermidade chamada “ataxia locomotriz” na qual a íris não responde à distância, porém responde à luz. Os Espíritos apegados à Terra sentem atração pelas Regiões inferiores do Mundo do Desejo, a qual interpenetra os Éteres do Mundo Físico. Esses Espíritos estão em estreito contato com as pessoas terrestres que se encontram em melhores condições para a execução de seus projetos infames. Normalmente, permanecem nesse estado apegados à Terra por cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos, porém, sabe-se de casos muitos raros em que tais espíritos permaneceram assim por séculos. As investigações de Max Heindel indicam que não há limite às suas ações ou ao tempo em que podem ficar apegados à Terra. Porém, durante esse período estão acumulando muitos pecados, sofrimento pelo qual não podem escapar, porque seu Corpo Vital imprime em seu Corpo de Desejos um arquivo das suas más ações. Quando se desprendem da Terra e entram na existência purgatorial – no Purgatório que se localiza especificamente nas três Regiões inferiores –, enfrentam-se com a justa recompensa que bem merecem. Naturalmente esse sofrimento aumenta conforme o tempo que permaneceram em suas práticas nefandas depois da morte do Corpo Denso, que é outra prova de que “mesmo que os moinhos de Deus moam muito lentamente, o fazem com precisão”.

Quando o Espírito, por fim, abandona o Corpo de Pecado e sobe ao Segundo Céu, este Corpo de Pecado não se desintegra tão rápido como o faz normalmente o cascão de pessoas normais.

Isto acontece porque o elo dos Corpos Vital e de Desejos dão ao Corpo de Pecado uma consciência que é notável. O cascão não pode raciocinar, porém tem uma astúcia tal que dá a impressão de estar animado por um Espírito, por um Ego, e isso o capacita a levar uma vida individual por muitos séculos. O Espírito liberto entra no Segundo Céu, mas por não ter feito nada na Terra para merecer uma longa permanência ali ou no Terceiro Céu, fica somente o tempo suficiente para criar um novo ambiente para si, e logo volta a renascer muito mais breve do que o normal, a fim de satisfazer suas ânsias pela vida material que tanto o atrai.

Quando este Ego retorna à Terra é natural que o cascão da sua vida anterior se adira a ele e permaneça assim durante a vida inteira como um demônio. As investigações a esse respeito provaram que esta classe de entidades sem alma era muito comum nos tempos bíblicos. Foi a eles a que se referiu nosso Salvador quando falou dos demônios, que eram a causa das possessões e enfermidades descritas na Bíblia. A palavra grega “daimon” os descreve com precisão.

No Conceito Rosacruz do Cosmos vemos que o Ego, o ser humano verdadeiro, é um Tríplice Espírito que funciona em um Tríplice Corpo, contando com a Mente como o elo, e que somente um, o Corpo Denso, pode-se ver com os olhos físicos. São Paulo cita no ICor 15:40: “... e há corpos celestiais e corpos terrestres…”. E no capítulo 15:44, “Há corpo animal e há corpo espiritual“. Os Ensinamentos Rosacruzes reconhecem os corpos natural e espiritual, mencionados por São Paulo, mas também afirmam que estes dois corpos são interpenetrados por um corpo invisível chamado de Corpo Vital, o qual mantém a saúde do Corpo Denso, restaurando e recompondo o que ser humano destrói com seus desejos durante o dia. Além disso, coloca que cada corpo do ser humano corresponde a certo Mundo invisível que o rodeia e que o Mundo e o corpo correspondente estão compostos do mesmo tipo de matéria. Os diferentes planos de existência – o químico, o etérico e o de desejos – são de diferentes densidades e se interpenetram. Por exemplo, no Mundo do Desejo a densidade da matéria a faz atuar de uma forma similar ao fumo; o mais pesado se adere às regiões baixas da Terra, enquanto que o mais puro e rápido ascende ao ar.

Durante a vida física, o ser humano desenvolve seus corpos invisíveis constantemente por seus pensamentos, sentimentos, desejos e emoções. Caso seus desejos se fundem numa vida de sensações, se passa seu tempo com prazeres inúteis, para sua própria satisfação, se não aspira a outra coisa que não seja o dinheiro, então seu Corpo de Desejos pode ser comparado ao fumo negro e pesado. Depois de passar à vida de além-túmulo, será atraído para uma região chamada Purgatório, a mais próxima do Mundo Físico. Neste lugar tem que purgar-se de todos os seus desejos impuros; tem que limpar o Corpo de Desejos antes de poder subir à região superior chamada Primeiro Céu.

Se conduzíssemos um ser humano culto e sensível, que tenha levado uma vida pura e decente, para os guetos de uma cidade e o obrigássemos a viver em tal ambiente, sofreria, adoeceria e voltaria com seus afins na primeira oportunidade. Igualmente, se a um ser humano inferior e degradado que sempre viveu num ambiente de imundície, entre pessoas desonestas, o obrigássemos a viver num palácio entre pessoas cultas, ficaria deslocado e voltaria à sua antiga guarida, tão logo quanto possível.

As condições são semelhantes no Mundo do Desejo. O ser humano que levou uma vida pura e espiritual, ao morrer, fica nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo (onde se localiza o Purgatório) por muito pouco tempo. Tão rápido como se desprende de seu Corpo Denso, sobre à matéria mais sútil desse Mundo. Porém, aquele que não conheceu a pureza, que não pensou no mais além, é como o vapor negro e pesado: se adere ao plano físico. Prefere frequentar os antigos lugares, principalmente se guardou rancor contra alguém e quer se vingar. Ficará apegado à Terra até que consiga seu intento, frequentará o mesmo lugar onde vive seu inimigo, ou onde houver reuniões que se evoca os Espíritos desencarnados (e, muitas vezes, até por desconhecimento, os Elementais[2]), até conseguir influenciar alguma pessoa débil e negativa e levar a termo seu plano de vingança. Muitas vezes se lê no relato de um ladrão a alegação, ante o juiz, de que lhe sobreveio uma sensação repentina e não pode mais evitar o delito, alguma força o obrigou a fazê-lo. Os Espíritos desencarnados, frequentemente, incitam um alcoólatra a beber porque, dessa forma, os degenerados do Mundo do Desejo recebem certa satisfação.

É um fato interessante que os espíritos Elementais, sub-humanos, às vezes se apegam a certos indivíduos, à uma família, ou mesmo a uma sociedade religiosa. Não obstante, os veículos desses Elementais não consistem de um Corpo de Pecado composto com um Corpo Vital e Corpo de Desejos entrelaçados, senão do Éter obtido de um médium de natureza moral inferior, uma vez que o Éter assim obtido está em decomposição e, por lhes ser difícil conservar seu veículo, obrigam a quem servem que os alimente com comidas e incenso. Como esses Elementais não podem assimilar os alimentos físicos, vivem das emanações e odores que estas pessoas emitem através do fumo e do incenso. Isto é uma prova de que um ideal nobre não nos protege quando violamos as Leis de Deus, assim como não podemos evitar uma queimadura se colocarmos as mãos numa estufa quente, seja qual for o nosso motivo. Mas quando um médium está movido por desejos nobres e por uma devoção religiosa intensa, é difícil que as entidades malévolas se apoderem do seu Corpo Vital por muito tempo; se cansam rapidamente do esforço e buscam outra vítima que seja mais de conformidade com sua natureza.

Na infância, o sangue costuma subir de temperatura até um nível anormal. Nos anos seguintes, durante o período de crescimento, frequentemente acontece o contrário, porém, durante a desenfreada e impetuosa adolescência, as paixões e a cólera quase sempre expulsam o Ego, devido ao superaquecimento do sangue. Com efeito, dizemos que ebulição da cólera faz a pessoa “perder a cabeça”, ou seja, incapacita-a para o raciocínio. Isto é precisamente o que acontece quando a paixão, a raiva ou a cólera esquentam o sangue, assim expulsando o Ego de seus corpos. É com acerto que se costuma dizer que um indivíduo em tal estado tenha “perdido o controle de si mesmo”. O Ego se encontra fora de seus veículos e eles estão privados da influência direta de seu pensamento, cuja função consiste, em parte, em frear os impulsos. O grande perigo de tais arranques é que algum Espírito desencarnado poderá tomar posse do corpo antes que seu dono volte a entrar nele. A isto se chama possessão. Somente o ser humano que é equânime e que não permite que seu sangue se aqueça, pode pensar corretamente.

Quando alguém morre durante uma briga, com ira ou desejos de vingança, seguirá apegado a seu inimigo por certo tempo. Às vezes, ocorre que um Espírito desencarnado incita uma pessoa negativa do Mundo Físico a executar a vingança que deseja realizar, levando-a a cometer o crime planejado por aquele Espírito.

Nos anos vindouros, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados possuírem mais conhecimentos em relação ao estado post-mortem, não condenarão o criminoso à morte, pois compreenderão que um assassino que passa ao além sem a necessária retrospecção e a quem se joga ao Mundo do Desejo sem preparação, é na verdade, um perigo maior para a sociedade do que o seria em carne e osso. Sem o Corpo Denso, o criminoso se assemelha a um animal selvagem fora de sua jaula. Tem um maior campo de atuação para levar sua vida de crimes, mesmo porque não poderão vê-lo os que “tem olhos de ver, mas não veem”. Se em vez de abrirem a jaula, as autoridades tentassem amansar o animal selvagem, o resultado seria muito melhor. Deveriam colocar o delituoso onde se pudesse lhe ensinar uma vida melhor, pois desse modo salvariam muitas pessoas dos crimes que poderiam cometer sob a influência deste tipo de espíritos invisíveis, ainda apegados à Terra e cheios de ódios e desejos.

É também por isso que a pena de morte, ao invés de servir de freio, na realidade fomenta ainda mais o crime.

A humanidade está escandalizada pela onda de crimes que percorre o mundo todo. Nenhum país está livre de sua influência, especialmente as cidades grandes.

Muitas vezes se pergunta: qual é a origem desta degeneração? O ocultista conhece as razões. Ele conhece as condições do Mundo do Desejo.

Sabe que as Regiões inferiores do Mundo do Desejo estão repletas de Espíritos apegados à Terra, em estreito contato com o Mundo Físico. Estes Espíritos nutriam ódio e desejos muito fortes quando foram arrojados a uma nova vida. Tais Espíritos guardam seus desejos inferiores e buscam sua satisfação.

No Mundo do Desejo existem também muitos Espíritos nobres que compreendem estas condições e permanecem nas Regiões inferiores com o objetivo de auxiliar aos débeis, ensinando-os e levando-os por vias mais retas. Porém, da mesma forma que os assistentes sociais das grandes cidades do Mundo Físico, esses auxiliares podem somente alcançar um número limitado. Há pessoas na Terra que são nobres e altruístas, e quando estão fora do Corpo Denso, enquanto dormem, prestam auxílio amoroso a estes, como Auxiliares Invisíveis. Nesse campo, estão muito ativos os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz. Eles também fazem trabalho social na região purgatorial.

Caso um Espírito malévolo obtenha satisfação de seus baixos desejos, influenciando a uma pessoa débil ou a um médium de quem possa alimentar sua natureza inferior, então será necessário a este Espírito muito mais tempo para superar seus desejos e ficaria apegado à Terra até que estivesse totalmente purgado. Se um indivíduo morre antes de superar sua natureza inferior, vive com gente parecida por algum tempo com o fim de satisfazer suas ânsias, seja pelo tabaco, licor ou o sangue, mesmo o luxurioso pode obter algum prazer influenciando outros a que executem atos sensuais, para que possa gozar da satisfação experimentada por eles. Assim como o Espírito abandona seu Corpo Denso ao morrer, da mesma forma descarta seu Corpo de Desejos quando termina suas experiências no Mundo do Desejo. Depois, passa ao Segundo Céu.

O cascão de desejos descartado pelo assassino requer muito mais tempo para desintegrar-se que o de uma alma avançada. O cascão, ou seja, o Corpo de Desejos descartado, o qual possui uma certa consciência individual, é atraído para junto daqueles a quem o Ego tinha formado laços, ou seja, com quem esteve em relação na vida terrestre. Estes cascões podem ser usados por Elementais, os quais por sua vez se apegam a algum médium e se fazem passar por Lincoln, Wagner ou outro personagem famoso que, sem dúvida, já passaram ao Segundo Céu há muito tempo.

O suicida, aquela alma que por desalento destrói o Corpo Denso, é um dos mais desgraçados dos Espíritos apegados à Terra. Ele destrói o templo que é a morada do Deus vivente. O ser humano durante sua vida terrestre prepara o material com o qual constrói a matriz, ou seja, o arquétipo do corpo que irá usar em sua próxima vida. Cada órgão está fortificado ou debilitado segundo seus aspectos na presente vida. Ignora que seus excessos ou abusos produzirão reações e o deixarão com um corpo debilitado em uma vida futura. Uma vida casta e singela constrói um corpo são. “Aquilo que o homem plantar, isto mesmo ele colherá[3]. Vemos que o ser humano não se transforma pela morte; um pecador não se converte em santo pelo fato de trocar de roupa. Aquilo que o indivíduo semeou em sua vida, deve colher algum dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de arrepender-se e purgar-se de seus pecados enquanto se encontra nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo.

Também, pode optar por estacionar nesta região depois da morte, vampirizando os demais e frequentando os lugares que o atraíram durante a vida terrestre. Pode roubar o corpo de alguma alma débil, para continuar com sua vida libertina e satisfazer seus desejos inferiores. No entanto, algum dia terá que pagar pelas faltas cometidas, cedo ou tarde, por sofrimentos ou tristezas, terá que limpar-se de todos seus pecados e aproximar-se de Deus em corpo purificado e espiritualizado.

Ninguém que mantenha uma atitude mental positiva pode chegar a ser possuído por um Espírito desencarnado ou por um Elemental, porque enquanto se faz valer sua Individualidade, isto é suficiente para impedir que venha algum intruso. Mas sempre há grande perigo onde houver reuniões que se evoca os Espíritos desencarnados (e, muitas vezes, até por desconhecimento, os Elementais), onde os assistentes se colocam em estado negativo. A melhor maneira para evitar a possessão é a de sempre manter uma atitude positiva. Alguém que tenha inclinações negativas não deveria jamais assistir a àquelas reuniões, servir-se de bolas de cristal e outros instrumentos que sempre aparecem com nomes “modernos”, mas que tem a mesma intenção: evocar os Espíritos desencarnados. Isso é prejudicial em todos os casos, pois os que passaram ao além possuem trabalho a fazer e não se deveria fazê-los voltar para cá.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – maio/1986-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.T.: Lc 11:34

[2] N.R.: Além das Hierarquias Divinas e das quatro Ondas de Vida de Espíritos Virginais que se acham evolucionando agora no Mundo Físico por meio dos Reinos Mineral, Vegetal, Animal e Humano, existem ainda outras Ondas de Vida que se manifestam nos Mundos invisíveis. Entre elas existem certas classes de espíritos sub-humanos que são chamados Elementais. Ocorre algumas vezes de um desses Elementais tomarem posse de um Corpo de Pecado ou de algum outro e deste modo confere uma inteligência extra a tal ser.

[3] N.R.: Gl 6:7

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Há algum limite de tempo estabelecido para a vida terrena antes de nós nascermos aqui?

Resposta: Sim, o Ego, quando está para renascer, molda o Arquétipo criador da sua forma física no Segundo Céu, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. Esse Arquétipo é uma coisa sonora, vibrante, que é posta em vibração pelo Ego com uma certa força proporcional à duração da vida a ser vivida na Terra; e até que esse Arquétipo cesse de vibrar, a forma, que é construída pelos componentes químicos da Terra, continuará a viver.

No entanto, a Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como a vida é para ser vivida, e certas oportunidades de crescimento espiritual são apresentadas ao Ego em vários momentos da sua vida terrena. Se essas oportunidades forem aproveitadas, a vida prossegue normalmente, caso contrário será desviada, por assim dizer, para um beco sem saída, em que lhe será dado um fim pelas Hierarquias Criadoras, que destroem o Arquétipo no Mundo Celeste. Por isso, podemos afirmar que a duração de uma vida terrena é determinada antes do nascimento físico, mas poderá ser abreviada se negligenciarmos certas oportunidades. Há, também, a possibilidade, em poucos casos, quando a vida foi plenamente vivida e proveitosa, em que a pessoa se esforçou totalmente para viver de acordo com as oportunidades que lhe foram dadas, de mais vida ser infundida no Arquétipo e, assim, a existência terrena poderá ser prolongada; mas, como foi dito, isso ocorre em casos excepcionais.

(Pergunta nº 47 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas – Volume I” –Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que acontece com cada um de nós quando morremos?

Resposta: A morte é ocasionada pela ruptura da união entre o Átomo-Semente e o coração. Nesse processo, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente abandonam o Corpo Denso, pelo alto da cabeça. Contudo, na morte o Ego e os veículos superiores permanecem em contato com o Corpo Denso, por meio do Cordão Prateado, por três dias e meio aproximadamente, período em que ocorre a retrospecção do panorama da vida recém-finda. Todas as imagens contidas nesse panorama são gravadas no Corpo de Desejos que, posteriormente, serão impressas no Corpo Vital, através do sangue, e se tornarão a base da experiência post-mortem. Só depois dessa gravação é que se rompe o Cordão Prateado no seu segmento entre o Coração e o Plexo Celíaco.

Ao morrer, a pessoa pode ficar presa ao Mundo Físico ou se endereçar para o Purgatório, local em que os nossos maus atos e hábitos deverão ser purgados. Aqui sofremos intensamente toda a dor causada a outros. É a Lei de Causa e Efeito agindo e dando a cada um aquilo que necessita.

Quando termina a existência no Purgatório, o Ego ascende ao Primeiro Céu, que está situado nas três Regiões mais elevadas do Mundo do Desejo. Aqui o indivíduo verá o panorama das boas obras da vida e voltará a sentir toda a gratidão que recebeu por sua benfeitoria. O Primeiro Céu é um lugar de alegria, sem vestígios sequer para a amargura.

A próxima etapa é o Segundo Céu; aqui a quintessência dos três Corpos é assimilada pelo Tríplice Espírito. O Segundo Céu é o verdadeiro lar do Ego humano; aqui ele permanece durante séculos assimilando o fruto da última vida e preparando as condições terrenas mais apropriadas para o seu próximo passo no progresso.

No Terceiro Céu o Ego se fortifica para a próxima imersão na matéria. Com a ajuda dos Anjos do Destino ele escolherá, dentre os panoramas de vida, como será sua próxima vida na Terra.

Para saber mais, Leia o Capítulo 3 do Conceito Rosacruz do Cosmos.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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