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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Artigos Publicados: Esquema, Caminho e Obra da Evolução

A Almejada Resposta: cultivar a parte espiritual e cuidar dos negócios desse mundo
A Ansiosa Solicitude pela Vida
A Base do Cristianismo: uma Conversa na Pro-Ecclesia
A Economia da Nova Era
A Elevação da Raça Humana via o Corpo-Alma
A Evolução pelo Alimento
A Fraternidade Rosacruz, a Ordem Rosacruz e a Iniciação
A Gloriosa Era: revistamos do áureo manto nupcial para a futura comunhão com Cristo
A Hora Presente e seu Significado: crise?
A Paciência e o que ela tem a haver com a Sabedoria
A Perfeita Paz do Eterno…para isso você deve saber quem é o seu mediador
A relação entre a Água e as Emoções
A Religião e a Ciência
A Senda: o Caminho Estreito e Direto para o seu Desenvolvimento Espiritual Rosacruz
Ao Alvorecer de um Novo Ano: rememoremos e analisemos os fatos
Arco Descendente da Evolução: “De Onde Viemos?
As Dificuldades no Caminho de Volta
As Mudanças Acentuadas que estamos Passando
Caminho da Iniciação: A Fuga para o Egito
Caminho da Iniciação: Anunciação
Caminho da Iniciação: Apresentação no Templo
Caminho da Iniciação: Imaculada Concepção
Caminho da Iniciação: O Batismo
Caminho da Iniciação: O Ensinamento no Templo
Caminho da Iniciação: Sagrado Nascimento
Como chegamos ao ponto de poder utilizar o pensamento aqui, no Mundo Físico
Conforme a Necessidade do Tempo e do Lugar, nós renascemos
Cristo: Sua Trajetória e Sua Missão para nos salvar
Críticas ao Cristianismo Popular, como se já estivessem acima dos seus ensinamentos Cristãos
Desenvolvimento Equilibrado: como está o seu?
É Tempo de Renovação Espiritual
Entre a Ilusão e a Realidade
Eu sou o Caminho
Extensão de Consciência
Faz sentido ter Temor às Provas quando no grau do Probacionismo?
Houve um Tempo para lançar luz sobre a mal-entendida Religião Cristã
Não Violência: a Única Saída
Nossa Jornada Cíclica
Nossa valorização individual: uma das grandes contribuições dada pelo Cristianismo
O Batismo da Consciência e a Iniciação
O Ciclo: o fim não existe, somente um contínuo eterno, uma existência eterna
O Cristo Cósmico: diferente de Cristo-Jesus – um Raio do Cristo Cósmico
O Espírito de Natal
O Evangelho de São João: o que mais aclara o ponto central da involução para a evolução
O Mandamento dos Ricos: a Deus ou a Mamon?
O Peregrino do Tempo
O Poder do Amor
O Processo de Redenção
O Propósito Renovado para Aprender o Melhor possível aquilo que é ensinado
O que está errado no Mundo?
O Seu Crescimento Espiritual na Fraternidade Rosacruz
O Significado da Morte
O Sol Místico da Meia Noite no Natal
O terceiro fator nesse Esquema de Evolução que quando não atua ou se torna inativa no indivíduo, na família, nação ou no povo começa a degeneração
O Tipo de Renúncia necessária para trilhar o Caminho de Preparação para a Iniciação Rosacruz
O Vinho, como bebida alcoólica, usado neste Esquema de Evolução – Parte 1
O “Vinho” como Fator da Evolução – Parte 2
O “Vinho” como Fator da Evolução – Parte 3
Onde você se encaixa: pisciano, ariano ou potencial aquariano – o Líder como Servidor de Todos
Os Bosques da Alegria
Os Cinco Panoramas da Vida
Os Mundos Visível e Invisíveis
Os Mundos: formação de um “Cosmos”
Os Pergaminhos do Mar Morto
Os Perigos no Caminho
Os Sete Dias da Criação – O Inconsciente e a Iniciação
Pelas Veredas do Nosso Esquema de Evolução atual
Por que sofremos? A dor é o estímulo para a perfeição?
Porque o Método Rosacruz de Desenvolvimento é Ocidental
Preparando-se para a Era de Aquário: como está a sua preparação?
Primeira Época, a Polar, do Período Terrestre
Qual é o conceito de felicidade que a Escola Rosacruz preconiza
Quando e para que foram nos dado: Arquitetura, Escultura, Pintura e Música
Quarta Época, a Atlante, do Período Terrestre
Quinta Época, a Ária, do Período Terrestre
Renovação: os 4 Princípios
Segunda Época, a Hiperbórea, do Período Terrestre
Sementes da Nova Era, ainda aqui na Era de Peixes
Sexta Época, a Nova Galileia, do Período Terrestre
Terceira Época, a Lemúrica, do Período Terrestre
Todos nós podemos e devemos decifrar a mensagem e resolver o mistério do Universo: eis um exemplo
Tudo o que for necessário para o seu crescimento e desenvolvimento sempre virá e na hora certa
Um Pouco de Culpa em Todos
Uma Conta Simples sobre Quantidade de Renascimentos aqui
Uma exposição elementar sobre o seu desenvolvimento e o da humanidade
Uma Renovada Disposição sempre Planejando para o Próximo Ano
Valorizar a Sua Vida aqui na Terra
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Uma Conta Simples sobre Quantidade de Renascimentos aqui

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nós, Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, em uma regra geral (pois há exceções), renascemos aqui, em média, duas vezes em cada Era Zodiacal, expressando-nos na Região Química do Mundo Físico, alternadamente como sexos masculino e sexo feminino, a fim de adquirirmos todas as espécies de experiência, posto que a experiência de um sexo difere amplamente da do outro. Ao mesmo tempo, como as condições externas não se alteram demais num milhar de anos, a entidade pode, por um lado, receber experiências em idêntico ambiente, tanto como homem quanto como mulher. E, por outro, cada Signo Zodiacal, ao interagir com o Sol, proporciona condições próprias e diferentes dos demais Signos.

Pelo fenômeno da Precessão dos Equinócios (um dos inúmeros movimentos do Planeta Terra), sabemos que uma Era Zodiacal dura, aproximadamente, 2.155 anos, o tempo que a intersecção entre a Eclíptica (o movimento aparente do Sol, visto da Terra) e o círculo do Zodíaco no atual mês de março (que marca o Equinócio de Março) demora para percorrer a distância angular de 30 graus, correspondente a um Signo.

Lembrando que só temos Eras e Épocas durante a nossa passagem pela metade da quarta Revolução deste Período Terrestre. E que cada Época tem 3 Eras. Exemplos: Época Atlante teve as Eras de Touro, Gêmeos e Câncer; Época Ária tem as Eras de Áries, Peixes e Aquário.

Pelas mesmas razões por que precisamos renascer duas vezes em cada Era Zodiacal, nós precisamos renascer, em média, 24 vezes em cada ciclo completo de Eras que são em número de 12 no total.

Por outro lado, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, conforme o Sol atravessa os diferentes Signos, no curso do ano, as mudanças climáticas e outras tais nos afetam como também impactam nossas atividades de várias maneiras. Semelhantemente, a passagem do Sol por Precessão dos Equinócios através dos doze Signos do Zodíaco, que é chamado Ano Mundial, produz na Terra as mais variadas condições. Assim, um Ano Mundial tem a duração de, aproximadamente, 25.860 anos (12 x 2.155). Consequentemente, durante um Ano Mundial nós renascemos aqui 24 vezes.

(Publicado na Revista Amizade Rosacruciana de Junho/1987 – Centro Rosacruz Max Heindel – Lisboa – Portugal)

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Primeira Época, a Polar, do Período Terrestre

As Épocas foram criadas para nos ajudar a atravessar a parte da matéria mais densa de todo o Esquema de Evolução, no caso quando nós, a Onda de Vida humana, passamos pelo Nadir da materialidade no Período Terrestre, mais exatamente pela quarta Revolução no Globo D. Foi justamente na metade dessa Revolução no Globo D que passamos pela parte mais densa que deveríamos passar neste atual Esquema de Evolução e, para facilitar a assimilação das lições que devemos aprender houve a necessidade da divisão em Épocas: da mais sutil para a mais densa e depois da mais densa para a mais sutil.

A Época Polar foi a primeira das sete Épocas que passamos e a primeira mais sutil. Esse é o nome dado a um período de tempo em que estávamos confinados à região polar do Sol. Portanto, a nossa Terra ainda fazia parte do Sol e se encontrava num estado ígneo, ou seja, as substâncias que hoje constituem o nosso mundo estavam em fusão e a atmosfera era gasosa. Repare: tudo formado por material da Região Química do Mundo Físico!

Dessa substância química, sutil do Sol, construímos o nosso primeiro Corpo Denso mineral, auxiliado pela Hierarquia Criadora Senhores da Forma.

E pelos Ensinamentos Rosacruzes sabemos que a nossa evolução é sempre espiral dentro de espiral; então a Época Polar foi uma Recapitulação do Período de Saturno. Pode-se dizer que durante esse tempo passamos através do estado mineral: tínhamos um Corpo Denso e a consciência semelhante à do estado de transe profundo.

Para entendermos melhor, em todas as Épocas sempre ocorre a Recapitulação do Período respectivo, pois podemos considerar com um intervalo antes de iniciar uma atividade entre qualquer Globo, Revolução, Período ou até Épocas. Veja que as Recapitulações são infinitas, dado a tudo que aconteceu anteriormente antes de iniciar uma nova atividade. E a cada Recapitulação nos elevamos a um grau superior, pois são sempre em níveis crescentes de perfeição, por isso são espirais dentro de espirais.

Só lembrando que à medida que evoluíamos, como nesta Época, sempre tivemos as Hierarquias Criadoras guiando os nossos passos e até mesmo o alimento era escolhido por Elas, pois só assim conseguíamos o material alimentício necessário para a construção dos veículos, uma vez que éramos inconscientes.

O versículo nono do primeiro Capítulo do Livro do Gênesis, na Bíblia, descreve o Período Terrestre, em sua quarta Revolução (onde começou o verdadeiro trabalho do Período Terrestre) e, também, descreve a formação do Reino Mineral e a Recapitulação, em estado mineral.

Encontramos na Bíblia que o símbolo do que éramos nessa Época se chama Adão, e se diz que foi feito da terra, referindo-se ao seu Corpo Denso. Mas não tínhamos um Corpo Denso como o de hoje: éramos criaturas imensas e gelatinosas.

E o alimento nessa Época vinha das forças solares, uma vez que éramos guiados por Hierarquias Criadoras e estávamos habitando o Sol.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz!

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Era de Aquário e a Nova Aliança

Abril de 1918

Depois de escrever a lição dos Estudantes Rosacruzes e pensar sobre as várias fases da Páscoa e os eventos que aconteceram naquela época de acordo com a história na Bíblia, ocorreu-me que a Bíblia é um livro selado para aqueles que não têm os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental e um conhecimento da Astrologia Rosacruz, que é esotérica. Então decidi usar essa carta para elucidar um dos pontos que se apresentaram diante da minha Mente.

Você, provavelmente, se lembra que, de acordo com o Evangelho Segundo S. Lucas (Capítulo 22[1]), Cristo enviou S. Pedro e S. João com instruções para procurar um homem que carregava um cântaro de água e entrar na casa para onde ele fosse, pois ali seria realizada a Páscoa. Mais tarde, naquele local, somos informados que Ele deu aos Apóstolos o pão e a água que constituíam a Nova Aliança, declarando que não beberia mais do fruto da videira. Isso é totalmente mal compreendido. Para a grande maioria, o homem com o cântaro de água não tem significado, nem o fato de que a Páscoa foi celebrada na casa dele e não em algum outro lugar. As pessoas também acreditam que Cristo deu vinho para beber aos Seus Discípulos, enquanto a Bíblia diz exatamente o contrário. Há um grande significado nessa história, quando a lemos tal como está escrita e a examinamos à luz do ensinamento esotérico.

Primeiro, lembremo-nos de como os líderes da Humanidade deram a cada nova Raça um certo alimento apropriado, conforme elucidado minuciosamente no livro Conceito Rosacruz do Cosmos. Resumidamente, o vegetal foi dado a Caim, o ser humano da Segunda Raça da Época Atlante[2], que era semelhante a uma planta e tinha um Corpo Vital. Para Abel, o ser humano da Terceira Raça, que tinha um Corpo de Desejos, o leite foi fornecido. Para Nimrod, o ser humano da Quarta Raça, que tinha uma Mente, foi dado carne animal.

O vinho foi fornecido para Noé, o ser humano da Quinta Raça[3]. Isso fez dele um egotista sem Deus, de modo que a “desumanidade do homem para com o homem” se tornou uma palavra de ordem; mas também o ajudou a atingir o nadir da materialidade de sua evolução material. Agora, porém, o foco na evolução espiritual é a palavra de ordem, e as ideias altruístas devem ser fomentadas, ou pelo menos começar a germinar, para que essas possam ser expressos pela última Raça que teremos na Sexta Época[4]. Isso, novamente, requer uma mudança na dieta.

Enquanto essas etapas da evolução foram ocorrendo o Sol, pelo movimento da Precessão dos Equinócios, circulou o Zodíaco muitas vezes. Mas cada etapa foi inaugurada sob um Signo específico, e cada uma foi precedida e sucedida por ciclos menores que eram réplicas das grandes Eras e Épocas evolutivas. Assim, os últimos seis ou sete mil anos – enquanto o Sol passava, por meio do movimento da Terra que conhecemos como Precessão dos Equinócios, por Touro, o Signo do touro, Áries, o Signo do carneiro, e Peixes, o Signo de Água e fluídico – testemunhamos Eras de desenvolvimento material, fomentadas “pela carne e pelo vinho”. Até mesmo Cristo, no início do Seu ministério, transformou a água em vinho, ratificando o seu uso contínuo durante a Era de Peixes. Mas no final de Sua primeira vinda aqui, Ele enviou Seus Discípulos para preparar a Páscoa na casa do Aguadeiro, e ali aboliu “a carne e o vinho”, dando “o pão e a água” como a Nova Aliança para o Reino de Deus, onde Ele reinará como o Príncipe da Paz.

Alguma coisa poderia ser mais clara? Cristo é o Espírito do Sol, e quando o Sol passar sobre o equador no Equinócio de Março no Signo do Aguadeiro, a Era de Aquário será inaugurada, na qual a dieta sem carne animal e sem bebidas alcoólicas da Nova Aliança estará em voga e uma Era de altruísmo irá nascer. Estamos começando a sentir essa influência benéfica agora, embora ainda esteja a séculos de distância, e estamos aqui para ajudar a nos preparar para aquele momento.

Portanto, cabe a nós purificar-nos fisicamente, moralmente, mentalmente e espiritualmente para que possamos ser um exemplo brilhante para os outros e, assim, conduzi-los à grande Luz que tivemos a sorte de ver. Lembremo-nos também de que quanto maior for o nosso conhecimento, maior será também a nossa responsabilidade pela sua correta utilização e, a menos que vivamos de acordo com estes ideais, mereceremos maior condenação.

(Carta nº 89 do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Lc 22:7-13: Veio o dia dos Ázimos, quando devia ser imolada a Páscoa. Cristo-Jesus então enviou Pedro e João, dizendo: “Ide preparar-nos a Páscoa para comermos”. Perguntaram-lhe: “Onde queres que a preparemos?”. Respondeu-lhes: “Logo que entrardes na cidade, encontrareis um homem levando uma bilha de água. Segui-o até à casa em que ele entrar. Direis ao dono da casa: ‘O Mestre te pergunta: onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?’ E ele vos mostrará, no andar superior, uma grande sala, provida de almofadas; preparai ali”. Eles foram, acharam tudo como dissera Cristo-Jesus, e prepararam a Páscoa.

[2] N.T.: as 7 Raças atlantes: Rmoahals foi a primeira Raça dos Atlantes; a segunda Raça atlante foi a dos Tlavatlis; os Toltecas formaram a terceira Raça atlante; os Turânios originais foram a quarta Raça atlante; os Semitas Originais foram a quinta e mais importante das sete Raças atlantes; os Acádios foram a sexta e os Mongóis a sétima das Raças atlantes.

[3] N.T. da Época Atlante: a Raça dos Semitas Originais.

[4] N.T.: As Raças são traços evanescentes da evolução. É ligada ao Deus de Raça, Jeová, o Espírito Santo. Ele é autor das Religiões de Raça. Estão com Jeová, nessa função, alguns Arcanjos que aqui são chamados de Espíritos de Raça. Antes do aparecimento de Jeová, quando a Terra era ainda parte do Sol, havia um Espírito-Grupo-comum, composto de todas as Hierarquias Criadoras, que governava toda a família humana. Porém, como se desejava fazer de cada corpo o templo e o instrumento flexível e adaptável de um espírito interno, isto se traduzia numa divisão infinita de guias. Jeová veio com seus Anjos e Arcanjos e fez a primeira grande divisão em Raças, tornando influente em cada grupo, como guia, um Espírito de Raça, um Arcanjo. Raças só ocorrem quando se passa pelo Nadir da Materialidade. Nesse Esquema de Evolução existirão 16 Raças: uma na Época Lemúrica, 7 na Época Atlante, 7 na Época Ária e 1 Época Nova Galileia. Não devemos no identificar com a Raça. Com a primeira vinda do Cristo foi inaugurada a “miscigenação das Raças”. Antes de terminar a Época Lemúrica houve um povo eleito, o antecessor das Raças atlantes, diferente da Humanidade comum daquele tempo. Da quinta Raça Atlante foi selecionado outro “povo escolhido”, de que descenderam as Raças árias (sete ao total). Cinco Raças árias já passaram (a Ariana, que se dirigiu para o sul da Índia; a Babilônica-Assíria-Caldaica; a Persa-Greco-Latina; a Céltica; a Teuto-Anglo-Saxônica) e haverá mais duas Raças que se desenvolverão na nossa Época atual (uma delas é a Eslava.). Antes do começo de uma nova Época, haverá “um novo Céu e uma nova Terra” (Ap 21:1), isto é, mudarão os caracteres físicos da Terra. Sua densidade diminuirá também. Da mescla das diferentes nações como, por exemplo, atualmente acontece nos Estados Unidos da América, virá a “semente” para a última Raça, no início da Sexta Época, a Época Nova Galileia. Depois, desaparecerá todo o pensamento ou sentimento de Raça. A Humanidade constituirá uma vasta fraternidade sem qualquer distinção. As Raças são simples degraus evolutivos pelos quais devemos passar; caso contrário não haveria progresso algum para os espíritos que nelas renascem. Porém, embora necessários, são degraus extremamente perigosos e obrigam os Líderes da Humanidade a agir com muito cuidado. Eles chamam a essas dezesseis Raças “os dezesseis caminhos da destruição”, porque nas Épocas precedentes, quando não havia Raças, as mudanças só se efetivavam depois de enormes intervalos, o que permitia à maioria das entidades prepararem-se com mais facilidade. Porém, as dezesseis Raças nascem e morrem em tempo tão relativamente curto que existe o perigo muito grave de adesão demasiada a condições que devem ser deixadas atrás. Ou seja, as Raças, comparativamente, são fugazes. Por isso, deve-se agir com muito cuidado a fim de impedir a aderência demasiada dos espíritos aos caracteres raciais. Cristo é o Grande Unificador da Sexta Época, a Época Nova Galileia, e anunciou esta lei quando pronunciou estas palavras pouco compreendidas: “Se alguém vem a mim e não abandona seu pai, sua mãe, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida, não pode ser meu Discípulo” (Mt 10:37). “Quem quiser ser meu Discípulo, que tome sobre si a sua cruz e siga-me” (Mt 16:24). “… quem não abandonar tudo o que tenha não pode ser meu Discípulo” (Lc 14:26). Isto não quer dizer que devemos deixar ou desprezar os laços familiares, mas que devemos elevar-nos acima deles. Pai e mãe são “Corpos” e todas as relações são questões da Raça, pertencentes à Forma. As Almas devem reconhecer que não são Corpos, nem Raças, mas sim Egos lutando pela perfeição. Se um ser humano se esquece disto e se identifica com a Raça – aderindo a ela com fanático patriotismo – é o mesmo que fossilizar-se, enquanto seus companheiros passam a outras alturas do Caminho da Realização.

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Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Períodos

Pergunta: O que é um Período?

Resposta: Um dos principais componentes deste Esquema de Evolução, criado por Deus. Esse Esquema de Evolução se manifesta em Períodos em que há alternação de atividade e repouso. Podemos dizer que são renascimentos sucessivos do nosso Campo de Evolução que chamamos de Terra.

Pergunta: No atual Esquema de Evolução quando iniciamos esses Períodos alternados?

Resposta: Começa sempre com um Grande Dia de Manifestação, em um Esquema de Evolução, baseado em Períodos, Globos, Revoluções, Recapitulações, Noites Cósmicas, Épocas e Eras.

Pergunta: O que compreende um Grande Dia de Manifestação?

Resposta: Um Grande Dia de Manifestação compreende 7 Períodos. Nesse primeiro estágio os Espíritos Virginais dão o primeiro passo na evolução da Consciência e da Forma.

Pergunta: Poderia citar quais são estes Períodos deste atual Esquema de Evolução?

Resposta: Na terminologia Rosacruz os sete Períodos são designados conforme abaixo. 

1. Período de Saturno

2. Período Solar

3. Período Lunar

4. Período Terrestre

5. Período de Júpiter

6. Período de Vênus

7. Período de Vulcano

Pergunta: Então podemos dizer que cada um desses Períodos apresenta um crescimento específico de desenvolvimento evolutivo no seu tempo?

Resposta: Sim, veremos adiante quando falarmos especificamente de cada um deles. O Esquema de Evolução é efetuado através de cinco Mundos em sete Períodos, durante os quais o Espírito Virginal ou vida, que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Janeiro de 2024

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS realizadas pelos Estudantes Rosacruzes, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos que foram objetos de exposições, publicações e em Reuniões públicas de Estudos durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital

clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Janeiro de 2024

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes Rosacruzes, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: ECOS.

SUMÁRIO

Informação.. 3

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Janeiro/2024: Reuniões de Estudos e Publicações. 4

Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes (fevereiro-março). 4

14/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.2 – Grandes Líderes da Humanidade – Épocas (nesse Esquema de Evolução). 5

21/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.3 – “Vinho” – bebidas alcoólicas – Esquema de Evolução.. 8

28/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.4 – Épocas e Eras – Eu Superior. 9

Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Janeiro: 14

O que é a Verdade?. 14

O que é Epifania?. 15

Espíritos humanos apegados à Terra.. 15

Personalidade e Individualidade humana: diferenças radicais. 16

A Filosofia Rosacruz está ultrapassada? Se não, para quem está?. 17

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes. 18

1.     Pergunta: Acompanho a Fraternidade há alguns anos. Estou fazendo o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz. Mas não sabia que a Fraternidade era contra a aquisição de riquezas no plano físico. Se temos o Pai mais rico de todos, que nos proporciona tudo, nada nos nega, não compreendo como pode ser assim tão errado trabalhar e colher os frutos de um trabalho virtuoso. Não são todos os ricos que são mesquinhos, assim como também nem todos os pobres serão generosos. Nunca podemos generalizar. Pessoas são diferentes, em qualquer cultura ou posição social. De todos os textos que leio, ouço e acompanho da Fraternidade, esse é o primeiro que preciso discordar. Espero que esses conceitos sejam revistos, pois a riquezas está em toda a parte, inclusive no conhecimento que a própria Fraternidade divulga?. 18

2.     Pergunta: Quando uma criança nasce de forma prematura ou pós-matura, isso aconteceu “por acaso” ou por destino? Se foi por destino, foi para que ela não se ajustasse à sua família? Pergunto isso porque Max Heindel esclareceu várias vezes que esse tipo de nascimento é ruim?. 19

3.     Pergunta: Antes do Corpo Censo existir, o Corpo Vital já existe e aquele é uma cópia deste. Então a genética dos pais é desnecessária às características do corpo físico. Por exemplo, se o Corpo Vital tem olhos de cor azul, o Corpo Denso terá, mesmo que a hereditariedade não possa fornecer. Isso está correto?. 20

4.     Pergunta: No segundo livro de perguntas e respostas, a resposta 92 essencialmente diz que Jesus Cristo é o Filho do Homem porque é filho de Seth, Adão e Jeová. Mas a resposta 93 diz, em essência, que Ele é o Filho do Homem porque é o filho de Aquário. Isso não é incompatível?. 21

5.     Pergunta: No livrinho “Apegados à Terra”, de Augusta Foss Heindel, lemos na parte II, no final do penúltimo §, que após a desintegração do arquétipo o suicida vai para o Primeiro Céu. Mas não é correto afirmar que depois dessa desintegração ele vai para o Purgatório?. 21

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 22

Datas de Cura: Fevereiro: 7-13-19-27. 22

Informação

As Reuniões de Estudos presenciais abertas ao público ocorrem na nossa Sede própria situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos as 17hs. Em seguida temos a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do dia.

Se você quiser participar presencialmente é só nos avisar antecipadamente pelo WhatsApp: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com

É uma oportunidade ímpar de você estar estudando com pessoas que têm o mesmo ideal Rosacruz!

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Janeiro/2024: Reuniões de Estudos e Publicações

-Dia 07/01 – 16 h – Reunião Reservada: Planejamento Anual

-Dia 14/01 – 16 h – Estudo de Astrologia Rosacruz – Reunião Reservada

-17 h – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.2 – Grandes Líderes da Humanidade – Épocas (nesse Esquema de Evolução)

-Dia 21/01 – 16 h – Reunião do Estudante Regular – Reunião Reservada

-17 h – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.3 – “Vinho” – bebidas alcoólicas – Esquema de Evolução

-Dia 28/01 – 16 h – Reunião do Probacionista – Reunião Reservada

-17 h – Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.4 – Épocas e Eras – Eu Superior – Ciclo de Nascimentos e Mortes

Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/

-Publicações de textos no nosso Site (www.fraternidaderosacruz.com) e nas nossas Redes Sociais:

https://www.facebook.com/fraternidaderosacruz/

https://business.facebook.com/FraternidadeRosacruzCampinas/

https://www.instagram.com/frc_max_heindel/ e

https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas

-Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) on line em andamento

-Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)

-Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)

Fevereiro – Sol transitando pelo Signo de Peixes (fevereiro-março)

Em fevereiro começa uma preparação especial para a estação Quaresmal, quando o Aspirante experimenta disciplinas específicas para ir tornando o espírito o elemento mais importante de cada pensamento, palavra e obra. A palavra fevereiro vem do latim Februaris, nome dado à festa romana da Purificação que se celebrava no décimo quinto dia do segundo mês do ano. Durante os primeiros dias de fevereiro a igreja celebra, igualmente, a Festa da Purificação como trabalho inicial da época da Quaresma. Um Discípulo místico Cristão a observa como tempo de tríplice purificação, tratando de purificar o seu Corpo Denso com alimentos mais puros; seu Corpo de Desejos por meio de atos virtuosos; e sua Mente por meio de pensamentos castos de palavras de verdade.

Essas disciplinas são uma orientação de preparação para a grande transmutação que é o momento culminante de cada observância anual. Tanto a Mente como o Corpo do Aspirante se sensibilizarão, se participar do derramamento extático dessa celebração cósmica. Por isso a igreja abençoa os círios que serão utilizados durante o ano seguinte. Para um Místico Cristão as velas simbolizam a “luz do mundo”, o bendito Cristo. Na Quaresma se consagra a si mesmo de novo ao serviço de Cristo e se esforça para ser portador da luz que, segundo São Pedro, está também no próprio Cristo.

14/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.2 – Grandes Líderes da Humanidade – Épocas (nesse Esquema de Evolução)

Os Grandes Líderes da Humanidade a tudo consideram, inclusive o alimento do ser humano, pois isto tem muito a ver com o seu desenvolvimento.

Quem são eles? O que fizeram em prol da Humanidade? O que ganharam com este trabalho altruísta? Qual o nosso agradecimento a Eles?

E infinitas são nossas dúvidas e só encontraremos as respostas se aprofundarmos no estudo do Esquema da Evolução e lograrmos com muito esforço e dedicação a busca do conhecimento em prol de um conhecimento aplicado, que nada mais é do que a Sabedoria.

E estudando e pensando neste imenso trabalho do Pai e dos demais Seres Maravilhosos, a quem devemos nossa imensa gratidão pelo acompanhamento e direcionamento neste caminho do Esquema de Evolução dado por Deus.

Fazendo uma analogia, podemos observar que estes Guardiões ou Líderes Divinos cuidam de nós de uma forma muito parecida como aquela pequena criança que é cuidada pelos seus pais a fim de prepará-la para a batalha da vida; e nós podemos estar certos que embora esses Guardiães se afastaram da liderança visível, eles ainda estão conosco e se mantêm atentos, da mesma forma que os pais continuam tendo um interesse no bem-estar de seus filhos após esses deixarem o lar para lutar na batalha da vida por si mesmos.

Esses exaltadores Seres, embora invisíveis aos nossos olhos físicos, constituem poderosos fatores em todos os assuntos da vida, dando aos diferentes grupos da Humanidade lições que promovem eficientemente o desenvolvimento dos seus poderes espirituais.

Temos que ter consciência que todos esses Líderes da Humanidade estão ansiosos para que desenvolvamos a nossa visão espiritual e aprendemos a distinguir as várias classes de seres nos reinos elevados e, essa tutela sobre nós é um dos fatos mais tranquilizadores que podemos sentir e observar. Mesmo sabendo que ninguém poderá interferir com o livre arbítrio da Humanidade, uma vez que esta atitude é contrária ao plano divino, isto é, coagir ou tentar induzir a fazer o que ele não quer fazer, mas, não há nada que proíba a estes grandes Líderes dar sugestões sobre qualquer coisa que, provavelmente, escolheríamos a seguir.

Pelos Ensinamentos Rosacruzes sabemos que o Cristo é nosso Ideal e aqueles que o seguem até o mais elevado objetivo, se libertam do ciclo de nascimento e morte. Seus débitos de destino maduro estão pagos e todos os seus vínculos terrestres são desfeitos. Hoje esses Seres humanos que atingiram este patamar são conhecidos como Seres Compassivos, que são os Irmãos Maiores da Onda de Vida humana que não mais necessitam de lições terrestres.

Vamos agora, falar sobre o Termo Rosacruz: Épocas.

Hoje estamos peregrinando pelo Período Terrestre pela quarta Revolução no Globo D e, além de todos os passos anteriores, aqui neste ponto tivemos mais divisões no nosso Caminho de Evolução. Tais divisões são conhecidas como Épocas.

Veja que as Épocas, por ser uma nova etapa, embora constituindo uma espiral menor dentro das grandes espirais traz sempre um novo ciclo de ideias e consequentemente uma gama enorme de transformações.

Como a natureza não abriga processos repentinos, as mudanças operam lentamente e têm seu início ao apagar das luzes da Época anterior. Portanto, o final de um ciclo e a aurora de outro ciclo (final de uma Época e nascer de outra Época), marcam uma fase de transição, em que a mescla de ideias e valores, uns decaindo, outros nascendo, cria uma atmosfera conturbada. Isto é tão verdade que estamos presenciando atualmente na Época Ária, com o final da Era de Peixes e a influência da órbita da Era de Aquário batendo a nossa porta. Há sempre espirais dentro de espirais: no átomo, no Globo, o melhor, em todas as outras fases da evolução.

1ª Época Polar – A primeira das sete Épocas que estamos passando, aqui na 4ª Revolução do Globo D do Período Terrestre. Este é o nome dado a um período de tempo em que a evolução humana estava confinada à região polar do Sol. A nossa Terra ainda fazia parte do Sol e estava num estado ígneo, ou seja, as substâncias que hoje constituem o nosso mundo estavam em fusão e a atmosfera era gasosa.

2ª Época Hiperbórea – Durante a primeira parte da Época Hiperbórea, enquanto a Terra ainda estava unida ao Sol, o ser humano ainda recebia o alimento necessário das forças solares. Inconscientemente, para fins de propagação, o excesso era irradiado. Nós ficamos entre o polo e o Equador solar. E ao final do qual a Terra se diferenciou e foi lançada e começou a girar em torno do Sol.

3ª Época Lemúrica – Nesse período, diversas Hierarquias Criadoras trabalharam sobre o ser humano, como os Arcanjos, Senhores da Mente e Senhores da Forma e que o ajudaram muito para que pudessem chegar à Individualidade.

4ª Época Atlante – A maior diferença nesta Época estava na constituição da sua atmosfera. Do norte vieram os blocos de gelo da região boreal. Do sul do Planeta Terra vinha o sopro ardente dos vulcões, que ainda estavam muito ativos. O continente atlante foi o ponto de encontro destas duas correntes e, consequentemente, a sua atmosfera esteve sempre sobrecarregada por um nevoeiro espesso e pesado. Nesse meio tempo o ser humano desceu mais profundamente na matéria. E quando o ser humano atingiu o Nadir da Materialidade, ele ainda estava muito conectado com os Mundos espirituais, e era necessário que ele focasse na sua existência concreta aqui no Mundo Físico, a fim de aprender e ganhar experiência, uma vez que ele estrava desperdiçava seu tempo.

5ª Época Ária – Chama-se assim porque foi o período em que surgiu na Ásia Central as raças arianas, descendente dos Semitas Originais, que aperfeiçoou a Mente e a razão à qual pertencemos. Nesta Época o ser humano conhecia o uso do fogo e de outras forças, que lhe foram intencionalmente ocultadas antes, para que pudesse usá-las livremente para os propósitos mais elevados do seu próprio desenvolvimento.

6ª Época Nova Galileia – Na Nova Galileia a Humanidade terá um corpo mais eterizado do que agora. A Terra será transparente também. Como resultado, esses corpos serão muito mais sensíveis aos impactos espirituais da intuição. Tal corpo nunca se cansará porque não haverá noite. A Nova Galileia será um lugar de paz (Jerusalém). A Fraternidade Universal unirá todos os seres da Terra através do amor. Não haverá morte porque a Árvore da Vida, a faculdade de gerar a força vital, se tornará possível por meio do órgão etérico que existirá na cabeça dos que se tiverem desenvolvido, os quais serão os pioneiros da Humanidade daquela época. Na Nova Galileia a Humanidade viverá no ar, em seus corpos luminosos, numa Terra feita de Éter. O Amor e a Fraternidade prevalecerão e o Cristo (que terá vindo pela segunda vez) reinará como Melquisedeque (Rei e Sacerdote).

7ª Época Reino de Deus – onde consolidaremos tudo que aprendemos nas outras Épocas e já trabalhando conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico nos preparemos para uma nova Noite Cósmica para depois começarmos a se desenvolver no Globo E, ainda na 4ª Revolução.

Para saber mais sobre esse assunto, você pode assistir esses vídeos das Reuniões de Estudos, no nosso canal de YouTube:

– 55ª Reunião Virtual Dominical: https://youtu.be/B_yY3suqvBY?si=M8QvKS_eF2jPzVeo

– 56ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/1y64B_YeODk?si=gXFhnWNG_h8ikoSf

– 57ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/o0wFPqw0qUI?si=bXcr7Ity5cfp7XZ7

– 67ª Reunião de Estudos Dominical:

https://youtu.be/nxx4wPOVRJo?si=Y8gRODLdyf35Ke9r

– 68ª Reunião de Estudos Dominical:

https://youtu.be/antaiblQAfQ?si=ohOnEG9dCSjrJTn8

– 70ª Reunião de Estudos Dominical:

https://youtu.be/GkoINuta5F0?si=AguMJGAFiSZm3cJr

21/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.3 – “Vinho” – bebidas alcoólicas – Esquema de Evolução

Vamos ver o que significa o Termo Rosacruz: “Vinho”.

As bebidas alcoólicas, simbolicamente chamada de “Vinho”, foram inseridas na nossa evolução nesse Período Terrestre. Mais precisamente na Época Ária, a Época presente. A necessidade de inserção delas foi com o objetivo de focarmos na Região Química do Mundo Físico, já que insistíamos em utilizar a nossa faculdade de inércia e continuar, no conforto, de vivermos focados nos Mundos espirituais.

Isso se deu porque na Época Atlante chegamos ao pináculo (ou nadir) da materialidade (ou seja, o ponto mais denso na Região Química do Mundo Físico) onde deveríamos, todos, conquistar essa Região. Mas, a grande maioria de nós não foi o que foi feito. Aproveitamos para destruir todo um continente (o Atlante) junto com todo o conhecimento que adquirimos (não focando na Região Química, usando da astúcia, do egoísmo, da magia negra, do abuso da força sexual criadora).

No entanto, o caminho de volta para Deus tinha que começar, de um modo para outro, e isso significava “começar a subir”, para viver em lugares na Região Química do Mundo Físico mais altas, em uma atmosfera mais rarefeita do que a densa neblina Atlante. Para isso precisávamos de um esqueleto formado de ossos (os nossos na Época Atlante se sustentava em cartilagens). Para tanto foi introduzido a alimentação à base de carne animal. Com a assimilação de materiais mais densos, especialmente o cálcio, fomos construindo Corpos Densos com estrutura esquelética como os de hoje. Só que para completar isso precisávamos focar na Região Química do Mundo Físico. E para “esquecer” os Mundos espirituais foi introduzido o “Vinho”. Dentre os vários efeitos naquele momento, um foi o esquecimento da nossa origem divina, com visões espirituais do modo passivo, como nossos corpos mais dominantes, formados mais de elementos químicos mais densos e Corpos Vitais com maiores quantidades de Éteres inferiores e muito pouco de Éteres superiores. Também o efeito do “Vinho” na nossa dieta nos ajudou a submeter as células mais individualizadas da Onda de Vida animal e, assim, tornou possível a sua assimilação para extrairmos os nutrientes necessários naquele momento evolutivo.

Resultado: focamos a nossa atenção na Região Química do Mundo Físico. Mas, mais uma vez, nos acomodamos na nossa inércia e chegamos ao ponto de muitos acharem que só existe isso, o Mundo material!

Para saber mais sobre esse assunto, você pode assistir esses vídeos das Reuniões de Estudos, no nosso canal de YouTube: – 32ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/9-LhgNRyJWE?si=y_ZK-ySetBXJHKUu

28/01 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. IV – Renascimento e Lei de Consequência – P.4 – Épocas e Eras – Eu Superior

Para entender melhor porque em cada Época foi acrescentado um novo elemento, precisamos saber: Qual é o objetivo do Ser Humano?

Terminar o que não foi feito, pela maioria, na Época Atlante: focar todo o seu desenvolvimento na conquista da Região Química do Mundo Físico.

Já vimos que a transição da Época Atlante para Ária foi necessária comer carne animal para endurecimento dos ossos. E as bebidas alcoólicas (“Vinho”) foram nos dadas dois motivos principais:

  1. Dominar as células da carne – para depois tirar nosso “sustento” dominar depois assimilar
  2. Dominar/conquistar a Região Química do Mundo Físico (ser humano estava em uma fase “cômoda” de “esperar as instruções dos Anjos, Senhores da Mente, de Mercúrio, etc.)

Só que a partir do Cristo já era necessário deixar de comer carne animal e consumir bebidas alcoólicas (para quem quer se desenvolver em uma Escola esotérica Cristã, como é a Fraternidade Rosacruz).

Por que a alimentação é importante para nossa evolução espiritual?

No atual momento do nosso processo evolutivo, a Terra vem passando por uma ação regeneradora, que vem purificando os veículos do Planeta. Consequentemente, a humanidade tem a oportunidade de prover seus veículos de material cada vez mais refinado. Futuramente viveremos em outras condições ambientais.

O globo terrestre, apesar da imperfeição de seus habitantes, está se eterizando. E os Egos, à medida que renascem, têm o privilégio de construir corpos cada vez mais sutis. Isso implica na necessidade de transformações e novas adaptações. Nossa dieta insere-se nesse contexto.

Ela deve ser mais pura, mais saudável, composta, preferencialmente, de alimentos superabundantes de Éter. Ganham especial destaque, nesse quadro, as frutas e hortaliças frescas.

Que razões devem realmente levar o Estudante Rosacruz a adotar a alimentação vegetariana?

-Alguns o fazem pela necessidade de gozar boa saúde.

-Outros inspiram-se em considerações de ordem ética ou princípios relativos ao respeito à vida.

MAS, as duas razões são importantes, mas a segunda é fundamental e mais relevante.

-Devemos ser vegetarianos por amor, por respeito à vida de outros seres. Não temos o direito de contribuir, direta ou indiretamente, para a matança de indefesos animais.

-A compaixão, acima de tudo, deve nortear nossos passos na decisão de mudar nosso regime alimentar.

-A firmeza de convicções é fator importante no crescimento anímico.

Tudo isso porque daqui para frente o nosso objetivo é:

 -Se renascemos no ocidente do Planeta, então: escolhemos evoluir por meio do Cristianismo Esotérico. Assim, escolhemos ter o Cristo como nosso único ideal. Trabalhamos para a sutilização dos nossos Corpos e a construção e atividades no nosso Corpo-Alma. E para isso se busca, desde o princípio, ser livre de todas as influências externas que nos dificulta a livre manifestação de nós aqui e agora. Com isso temos todos os meios de realização e deixa o nosso desenvolvimento na dependência exclusiva de nossa iniciativa, nosso esforço e nossa perseverança.

-Agora se renascemos no oriente do Planeta, então: ainda estamos na fase de dominar e funcionar conscientemente na Região Química do Mundo Físico. A alimentação à base de carne animal e “Vinho” ainda se faz necessária. Ainda há a necessidade de se subordinar a um guru (Mestre) e condicionar seu desenvolvimento à completa aceitação do que lhe é ensinado.

Vamos ver outro Termo muito importante para entendermos esse assunto: Era

Sua definição: Dá-se o nome de Era a passagem do Sol, ao “cruzar” o equador terrestre no sentido norte para o sul, a cada ano (uma vez por ano) por determinado Signo, devido a Precessão dos Equinócios.

Devido à Precessão dos Equinócios, o Sol move-se para trás através dos doze Signos do Zodíaco à razão aproximada de um grau de espaço a cada 72 anos; através de um Signo (30 graus de espaço) a cada 2.100 anos, aproximadamente, completando todo o círculo em cerca de 26.000 anos.

Isto é devido ao fato de que a Terra não gira em torno de um eixo estacionário. Seu eixo tem um movimento lento, oscilante, próprio, (semelhante ao de um pião que já perdeu parte da força) descrevendo assim um círculo no espaço, pelo que uma estrela após outra se converte em Estrela Polar.

Por causa desse movimento oscilante o Sol não cruza o Equador no mesmo ponto todos os anos, mas sempre um pouco antes, razão do termo “Precessão dos Equinócios”, isto é, o Equinócio “precede” – chega mais cedo.

Se a cada 1000 anos nascemos em sexos alternados (Mulher e Homem) temos a oportunidade de aprender em cada Era uma vez com Corpo Feminino (Imaginação) e outra com Corpo Masculino (Vontade)

Repare que na Época Atlante passamos por 3 Eras e estamos na Época Ária também passando por 3 Eras. Estamos nos últimos graus da Era de Peixes, já na “Órbita de Influência” da Era de Aquário.

E o que fazemos para viver de uma Era para outra?

Se estamos na Era de Peixes indo para Era de Aquário temos que aprender as lições do Signo oposto que é Virgem.

Se estamos na Era de Áries para passar para Era de Peixes temos que aprender as lições de Libra (Justiça, Equilíbrio, Harmonia, Parcimônia, capacidade de se relacionar por meio de associações, sociedades, grupos equipes cônjuges para entender como funciona o processo, saber até onde começa seu direito e até onde vai o direito do outro e por último: “Eu posso não concordar com seu ponto de vista, mas eu o defenderei até o final de minha vida”).

Todo fim de Era, últimos 8 graus de cada Signo, irmãos e irmãs atrasados aproveitam esta época/vibrações da próxima Era para acelerar seu desenvolvimento e recuperar e aprender as lições que não aprenderam nesta Era.

Veja, também, que o fato de estarmos na “Órbita de Influência” da Era de Aquário nos possibilita: adiantar lições, facilitar o conhecimento e ter muito mais material para evoluirmos!

Vamos ver outro Termo muito importante para entendermos esse assunto: Deus interior (“Eu superior”)

O “Eu superior” é o Tríplice Espírito: o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano – somos nós! –, mas não se deve conceber esses três como separados um do outro. O Espírito é indivisível, como a luz branca que vem do Sol através do espaço interplanetário, mas da mesma forma que a luz pode ser refratada em três cores primárias – azul, amarelo e vermelho – ao atravessar a atmosfera mais densa da Terra, o Espírito Virginal também aparece como sendo tríplice durante a manifestação, devido a estar rodeado por envoltórios de matéria de densidade variável.

Quando envolto apenas na substância do Mundo do Espírito Divino, é o Espírito Divino; quando o Espírito Divino recebe em acréscimo um envoltório de material oriundo do Mundo do Espírito de Vida, torna-se o Espírito de Vida; e quando, finalmente, é revestido na matéria da Região do Pensamento Abstrato, torna-se o Espírito Humano – o Ego. É por isso que o Espírito Virginal, enredado nessas três camadas de matéria, está apartado de toda consciência de seu Pai Divino e, estando tão encoberto pela matéria que não consegue mais ver as coisas do ponto de vista cósmico ao atingir o exterior, ele volta sua consciência para dentro e vê-se separado e isolado de todos os outros. Por isso, ele é um Ego – um indivíduo. Nesse ponto nasce o egoísmo, e começa a busca individual.

Quando o Espírito Humano atrai ao redor de si, para uma melhor expressão, os veículos inferiores e mais concretos – a Mente, o Corpo de Desejos, o Corpo Vital submergindo neles e mesmo descendo até o Mundo Físico, ele adquire novamente a consciência das coisas externas. A partir daquele momento, tendo perdido o conhecimento do Mundo de Deus, de onde veio originalmente, ele começa a conquistar o mundo físico e a dominá-lo para atingir seus próprios fins.

Assim, somente nós, em todos os Reinos de Vida em evolução na Terra, somos um Ego individualizado, e habitamos os nossos veículos que estão reunidos no Mundo Físico durante as horas de vigília do dia. Desse modo, atingimos a consciência desperta, e assim tornamo-nos totalmente cientes e despertos para todas as coisas pertencentes ao mundo no qual, então, atuamos e onde somos capazes de usar a nossa própria razão, expressar os nossos desejos e emoções, e agir segundo as diretrizes do nosso “Eu Superior” – o Espírito Interno, o Ego, nós!

Para saber mais sobre esse assunto, você pode assistir esses vídeos das Reuniões de Estudos, no nosso canal de YouTube:

– 13ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/R3_19B-wzr8?si=4mADgW2HnFfcCBr5

– 14ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/Pw1slyrUcGc?si=kJNi7bqJHadTYTv5

– 15ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/ZX4YyaIMzuU?si=cR5whqvdRCzR1x–

– 16ª Reunião Virtual Dominical:

https://youtu.be/9-AnwW79-30?si=7X-oS5uASJ-0iI9a

Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Janeiro:

O que é a Verdade?

No Evangelho Segundo São João, capítulo 18, versículos 37-38 temos a conversa entre Cristo Jesus e Pilatos:

“- Disse Cristo Jesus: Para isso nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que é da Verdade ouve a minha voz.

– Disse-lhe Pilatos: O que é a Verdade?”

E nós aqui perguntamos: O que é a Verdade?

Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses? Nossos recursos intelectuais, emocionais, sentimentais?

Não… Essas coisas são muito limitadas para serem a Verdade.

Essas explicações e outras que são demonstráveis material ou concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e seu meio só satisfazem o intelecto, a Mente.

Raciocinar nesse Mundo dos Fenômenos, dos Efeitos, em que vivemos buscando a verdade é ilusão.

O que temos aqui são os efeitos da Verdade que se expressa como causas nos Mundos superiores.

Como disse Cristo: “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.”

Contudo, como conheceremos a Verdade, estando aqui vivendo neste Mundo dos efeitos, dos fenômenos, onde tudo está obscurecido ou torcido, irreconhecível sob essas condições ilusórias?

À medida que deixemos de lado todas as nossas aspirações para aquisições materiais, buscando amontoar tesouros no céu, quanto mais servirmos amorosa e desinteressadamente tanto mais rapidamente conheceremos a Verdade e, então mesmo vivendo neste Mundo dos fenômenos, poderemos falar como um Iniciado: “Vivo neste Mundo, mas não sou deste Mundo”.

Portanto: para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto, e, como diz Max Heindel, compreendeu sua ignorância e, assim, deu o primeiro passo para o conhecimento desse assunto, sente internamente, que algo maior existe e aspira conhecer a Verdade, mesmo sabendo que dificilmente alcançará pelos próprios meios.

Todavia, o que é esse “sentir internamente”? Não é nada mais, nada menos do que o coração aspirando por esclarecimentos mais profundos.

Vamos a um exemplo: quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que fazemos não conseguimos chegar à conclusão alguma.

Aí, eis que um belo dia, sem mais nem menos, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos.

Nesse momento paramos para pensar no dito popular:

“O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

E mais: todo ato motivado por uma intuição pura raramente deixa de produzir um resultado positivo!

É difícil? Sim, é difícil, mas já sabemos que é uma luta árdua, constante, sem descanso. E uma vozinha lá dentro, baixinha, mas firme, a nos empurrar para cima e para frente, dizendo-nos, constantemente: “O único fracasso é deixar de lutar”.

O que é Epifania?

A palavra grega Epifania tem um significado de “manifestação”, “proclamação”.

A festa da Epifania do Senhor possui uma tamanha potência espiritual que sua influência se estende por um período de quatro semanas a partir de 6 de janeiro de todo ano.

A simbologia dos três homens sábios representa o Corpo, a Alma e o Espírito; seus presentes, a suprema dedicação ao Mestre.

A mirra significa a amargura da dor e da pena, antes de que a natureza inferior do Aspirante tenha sido transformada.

O incenso, o caminho da transmutação.

O ouro, o Espírito que refina a natureza inferior e, finalmente, a submete.

Lembrando sempre que os eventos na vida de Cristo (detalhados nos quatro Evangelhos) representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para o Aspirante à vida superior.

Para o Aspirante à vida superior é uma preparação para a manifestação ou proclamação do ser humano Crístico, o Cristo interno.

Espíritos humanos apegados à Terra

Há muitos Espíritos desencarnados que, infelizmente, se recusam entrar no Purgatório e seguir o seu novo caminho.

E segundo aprendemos na Fraternidade Rosacruz há nos Mundos invisíveis Espíritos apegados à Terra, ou seja, irmãos e irmãs que morreram aqui e que não quiseram entrar no Purgatório.

Esses Espíritos desencarnados ficam “rondando pela Terra”, às vezes “brincalhões”, ou mesmo maldosos, que desejam se manifestar e até aprendem como “possuir” um veículo denso de um irmão ou de uma irmã encarnada aqui, ou atuam sobre os centros cerebrais de um irmão ou de uma irmã, ou em certas circunstâncias, sobre o mecanismo coordenador do cerebelo.

Na existência de pessoas descuidadas, ou melhor, que não cuidam da parte espiritual, que têm desejos inferiores, usam muito a astúcia, são apegados a coisas materiais, ao dinheiro, viciados em bebidas alcoólicas ou drogas ou ao sexo de maneira desregrada e baixa são um alvo muito fácil para esses irmãos e essas irmãs “apegados à Terra”. Genericamente são conhecidos como “entidades” (apesar de sabermos, pelos Ensinamentos Rosacruzes que além de Espíritos humanos, há também os Elementais, uma Onda de Vida sub-humana que atuam de modo semelhante).

Colaboram também com essas entidades, pessoas que têm o hábito de queimar incensos específicos para “chamar a entidade” ou acender velas de cera pois tais odores podem estar em harmonia com essas classes de espíritos.

Afinal, se você tem a tendência de praticar o mal enquanto renascido aqui, quando você morre essa tendência se mantém, não é? A morte não transforma ninguém! Assim, se um irmão ou uma irmã desencarnada conseguir satisfazer seu desejo influenciando uma alma mais fraca ou alguma pessoa que participa de eventos onde se evoca justamente a possessão do Corpo (ou partes do Corpo) pelas entidades, através do qual possa alimentar sua natureza inferior, ele ou ela levará mais tempo para superar seus desejos, e permanecerá apegado à Terra até que esteja totalmente purgado. Se uma pessoa morrer antes de ter dominado sua natureza má, viverá entre seus semelhantes por algum tempo para satisfazer, por exemplo, seu gosto pelas bebidas alcoólicas, pelo tabaco, pelas drogas, por enganar os outros, por gostar de poder e fama e até por eventos sangrentos e violentos. Mesmo o sensualista poderá procurar e obter satisfação influenciando outros de maneira que, através deles, possa obter uma satisfação indireta.

Oremos por esses irmãos e essas irmãs, pois “os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente bem”. Algum dia, eles ou elas terão que pagar pelas desgraças e atrasos resultantes cometidos; algum dia, através do sofrimento e da aflição, deverão se purgarem de todos os pecados e encontrar seu Criador em seu Corpo espiritual purificado.

Personalidade e Individualidade humana: diferenças radicais

A Fraternidade Rosacruz, com seus ricos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental, nos ensina distinguir entre Personalidade e Individualidade.

Criamos uma Personalidade a cada novo renascimento aqui. A “persona”, o conjunto enganoso, provisório e em constante mudança formado pelas nossas sensações, emoções, sentimentos e modo de pensar. São os laços de sangue, as tradições, os elos do mundo, essas coisas mais fortes que algemas de aço, tudo a que o Cristo simbolicamente chamava de “o reino dos mortos”.

O mundo, a família, os bens, tudo são meios de aprendizagem, claro, indispensáveis ao Ego (nós), no presente estado evolutivo, mas devemos ter o devido cuidado de não pensar que pertencemos a eles, e eles a nós, de nos identificarmos com eles, esquecendo nossa origem celestial, nossa condição de espíritos livres, em peregrinação e grande aprendizagem aqui no Mundo Físico.

Não queremos dizer com isso que devemos abandoná-los, deixar nossos deveres, nossos afazeres, não é isso, pois o verdadeiro cristão sabe distinguir o que é do mundo, como também não ser do mundo.

Personalidade é a expressão do ser humano, é o amordaçamento do Espírito, que colore desordenadamente seu modo de ser.

A Individualidade não prescinde da bagagem de experiências anímicas; ao contrário, vale-se dela de um modo próprio, original, epigenético, criador. Porém, nós, o Espírito, é quem mandamos e orientamos.

Não é uma luta fácil, mas tem que ser travada; é uma luta constante da natureza inferior (hoje, a Personalidade) com a superior (nós, a Individualidade), das trevas e da luz dentro de cada um de nós.

Todo Aspirante à vida superior “ora e vigia”, para alcançar essa sublimação, para que sobressaia sempre a Individualidade, o “Eu Superior”.

A Filosofia Rosacruz está ultrapassada? Se não, para quem está?

Muitas pessoas dizem que a Filosofia Rosacruz, fundada por Max Heindel, está ultrapassada, que por seu fundador já ter falecido, por já surgirem novos e mais eficientes métodos espirituais. Puro engano!! Total desconhecimento do que é a Escola Fraternidade Rosacruz e, pior ainda, do que é a Ordem Rosacruz.

A Fraternidade Rosacruz foi fundada sob a orientação dos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz; ela é impessoal, atualíssima em seus ricos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental. Ela existe por si mesma, porque é essencialmente Cristã e preconizar o Cristianismo Esotérico.

Todos nós passaremos para os planos suprafísicos e ela continuará cada vez mais firme, mais forte; seu método foi dado como preparação para cada um de nós para a Era de Aquário, já que estamos na Órbita de Influência dessa Era.

Na Era de Aquário o Cristianismo Esotérico estará completamente manifestado entre nós. Isso dispensa a necessidade de novos mensageiros.

O que a Fraternidade Rosacruz precisa é tão somente de Estudantes, Aspirantes à vida superior, conscientes, sinceros, firmes no seu propósito, que não se iludam com promessas vãs. Que foquem o desenvolvimento no Corpo Vital (repetição sempre) e não no Corpo de Desejos (novas novidades sempre).

Aspirantes dinâmicos, que se perguntam todos os dias se estão sendo verdadeiros Cristãos, se estão seguindo os Ensinamentos Rosacruzes e aprendendo sempre (e há sim uma quantidade infinita de Ensinamentos a aprender e a colocar em prática!).

Aqui só precisa de pessoas comuns, humildes, mas sinceras, prudentes, tolerantes, desinteressadas e altruístas.

A Fraternidade Rosacruz só precisa de pessoas que trabalhem pela continuidade dessa maravilhosa Obra Rosacruz, não balizadas em pessoas (instrutor, “preferido”, “querido”, “anjo bom”, astrólogo, especialista, ótimo orador, “influencer”, intelectual, “formado” e coisas afins), sem pensar em cargos ou recompensas, a não ser no seu crescimento espiritual.

A Fraternidade Rosacruz só precisa de “qualidade”, e pessoas dedicadas em que realmente querem crescer espiritualmente trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Confiamos em que os frutos aqui serão cada vez mais promissores, que os meios materiais e espirituais nos serão dados, à medida que os vamos merecendo, quanto mais se vai crescendo espiritualmente e colocando em prática o que se aprendeu (com estudo sério e focado nos Ensinamentos Cristãos Rosacruzes).

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Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes

Pergunta: Acompanho a Fraternidade há alguns anos. Estou fazendo o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz. Mas não sabia que a Fraternidade era contra a aquisição de riquezas no plano físico. Se temos o Pai mais rico de todos, que nos proporciona tudo, nada nos nega, não compreendo como pode ser assim tão errado trabalhar e colher os frutos de um trabalho virtuoso. Não são todos os ricos que são mesquinhos, assim como também nem todos os pobres serão generosos. Nunca podemos generalizar. Pessoas são diferentes, em qualquer cultura ou posição social. De todos os textos que leio, ouço e acompanho da Fraternidade, esse é o primeiro que preciso discordar. Espero que esses conceitos sejam revistos, pois a riquezas está em toda a parte, inclusive no conhecimento que a própria Fraternidade divulga?

Resposta: Acho que está havendo algum entendimento equivocado. Por favor, nos informe em que livro da literatura da Fraternidade Rosacruz você leu que a “Fraternidade é contra a aquisição de riquezas no plano físico”. O que a Fraternidade Rosacruz nos ensina (e está muito claro inclusive no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos) é que não devemos focar a nossa vida na aquisição de bens materiais, tendo isso inclusive como “objetivo de vida”, “perspectiva de vida”, “realização de vida”. A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã e, portanto, segue os Ensinamentos do Cristo. E, nesse sentido, há muitos ensinamentos do próprio Cristo nos dizendo verdades sobre não focar em riquezas materiais, como por exemplo: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração.” (Mt 6:19-21) ou “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6:33) e muitas outras que os Estudos Bíblicos Rosacruzes nos mostram. Também, nos estudos dos Cursos de Filosofia Rosacruz aprendemos que até a segunda metade da Época Atlante (Era de Touro) o foco da nossa evolução nesses atual Esquema de Evolução era, sim, acumular bens materiais aqui, pois estávamos com o objetivo de conquistar a Região Química do Mundo Físico. Pois já passamos por esse ponto. Hoje estamos na Época Ária e com a primeira vinda do nosso Salvador e Redentor, o Cristo, no final da Era de Áries, fomos instruídos diretamente por ele para focarmos nossa vida aqui a conquistar o próximo degrau nesse Esquema de Evolução é que é: funcionarmos conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico (aqui está a causa da ênfase em cada um de nós desenvolver o Corpo-Alma). E não tem como fazer isso se continuarmos nos dirigindo exclusivamente para o acúmulo de bens materiais, ou como você colocou: “a aquisição de riquezas no plano físico”. O que precisamos de bens materiais para cada vida que vivemos aqui, temos e teremos, pois nunca Deus nos dá um fardo maior do que podemos carregar. Se temos facilidade para adquirir bens materiais, é sinal que já aprendemos como fazemos e temos o dever de utilizá-los para ajudar que tem dificuldade, usar para melhorar as condições que tantos necessitam. Se não temos tal facilidade é porque abusamos na época em que nós aprendemos e nos desleixamos. A Astrologia Rosacruz explica magistralmente cada caso desses. Além do que nunca esqueçamos: quando estamos no Terceiro Céu nos preparando para um novo nascimento aqui, escolhemos o Panorama dessa vida com os fatos principais (aqueles em que teremos as maiores lições a aprender). E para isso escolhemos as “facilidades” e as “dificuldades”. Sempre temos o livre arbítrio para fazermos o que quisermos (dificuldades não significam impossibilidades, mas sim exercício de força de vontade), mas temos o dever de colher os efeitos pela Lei de Consequência. Por fim, sugerimos que estude com cuidado, no livro o Conceito Rosacruz do Cosmos no CAPÍTULO XVII – MÉTODO PARA ADQUIRIR O CONHECIMENTO DIRETO, o assunto: A Oração do Senhor e você compreenderá os quatro grandes motivos de toda ação humana, incluindo aqui a “fortuna”, também conhecida como “riqueza”. Temos mais dúvidas ou querendo mais informações, não hesite em nos dizer. Sempre teremos o maior prazer em ajudá-la.

Pergunta: Quando uma criança nasce de forma prematura ou pós-matura, isso aconteceu “por acaso” ou por destino? Se foi por destino, foi para que ela não se ajustasse à sua família? Pergunto isso porque Max Heindel esclareceu várias vezes que esse tipo de nascimento é ruim?

Resposta: Todos os nascimentos nesse Mundo aqui dos seres humanos são dirigidos pelos Anjos do Destino, “que estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento” (sentença que repetimos todas as vezes que oficiamos o Serviço Devocional do Templo). Assim, a questão do “por acaso” já está eliminada, né?

E quando nascemos, já escolhemos o panorama da vida (com os eventos principais) e nesse sentido os principais relacionamentos que teremos ao longo da vida, sendo que a família entra nesse contexto. Assim, o “não se ajustasse à sua família” também está eliminado.

Agora…o processo natural, segundo as Leis da Natureza para o ser humano é uma gestação de mais ou menos 9 meses, tempo no qual tudo que deveria estar construído dentro do corpo da mãe está terminado e totalmente pronto para que o Ego comece uma nova vida por aqui. Assim, há sempre algo errado na vida quando se interferiu no período de gestação e a pessoa recebeu o seu batismo astral num período em que as configurações astrais não se adequavam ao seu caso e condição. Casos especiais são tratados de maneira especial, havendo uma razão para explicar o nascimento prematuro. E, sem dúvida, ligado a dívidas em vidas passadas que foram escolhidas para serem pagas nessa vida: dificuldades no desenvolvimento de algum órgão, sistema ou processo orgânico; necessária humildade, pois para “vingar o nascimento” haverá a necessidade desse Ego ser cercado de cuidados de muitas pessoas; e até os próprios pais envolvidos que em vidas passadas renegaram o filho ou a filha que agora vem ou, ainda, o inverso os pais de hoje terem sido o filho ou a filha renegada pelo Ego que agora se apresenta como filho ou filha. De qualquer modo, a observação demonstra que um Ego, quando nasce para essa vida prematuramente, tende a ter uma vontade de viver e uma disposição para cumprir o que prometeu no Terceiro Céu muito intensa, muito cuidadosa e com muita persistência.!

Pergunta: Antes do Corpo Censo existir, o Corpo Vital já existe e aquele é uma cópia deste. Então a genética dos pais é desnecessária às características do corpo físico. Por exemplo, se o Corpo Vital tem olhos de cor azul, o Corpo Denso terá, mesmo que a hereditariedade não possa fornecer. Isso está correto?

Resposta: O Corpo Denso sempre existiu e existirá ANTES do Corpo Vital. Quando estamos no Segundo Céu construindo os Arquétipos dos Corpos e da Mente, primeiro construímos o Arquétipo do Corpo Denso e a partir desse é que construímos o Arquétipo do Corpo Vital. Atualmente, para a imensa maioria das pessoas, não há como se ter um Corpo Vital sem se ter um Corpo Denso. Quando estamos para renascer, o Átomo-semente do Corpo Denso é colocado na cabeça do espermatozoide que irá fecundar o óvulo. E a matriz do Corpo Vital é colocado no óvulo. O material para formar o Corpo Denso nós pegamos do papai e da mamãe (atualmente, muito pouco – para quem não tem parte espiritual Cristã cultivada quase nada – de original se faz, ou seja: a Epigênese no Corpo Denso e Vital atuais tem uma baixa intensidade). Ainda que quase nada, nenhum Corpo Denso é mescla exata das características físicas dos pais, ainda que o Ego se veja restringido a usar os materiais tomados dos Corpos deles (pois o Ego renascente também executa certa soma de trabalho em seu Corpo Denso ao incorporar-lhe a quintessência das qualidades físicas do passado). Daí o músico renascer onde possa conseguir material para uma mão delicada e um ouvido apurado com Órgão de Corti suprassensíveis e esmerado ajuste dos três canais semicirculares.

Portanto, salvo no caso de um ser de muito elevado desenvolvimento, esse trabalho do Ego, no presente estágio evolutivo do ser humano, é quase insignificante. Maior margem lhe é dada na construção do Corpo de Desejos; muito pouca na do Corpo Vital e quase nenhuma na de seu Corpo Denso. Se bem que esse pouco seja suficiente para fazer cada indivíduo uma expressão do seu próprio Espírito e diferente dos pais.

Pergunta: No segundo livro de perguntas e respostas, a resposta 92 essencialmente diz que Jesus Cristo é o Filho do Homem porque é filho de Seth, Adão e Jeová. Mas a resposta 93 diz, em essência, que Ele é o Filho do Homem porque é o filho de Aquário. Isso não é incompatível?

Resposta: Pois é: Ele é os dois! Repare: Ele é um quando O chamam. Ele é outro quando Ele se intitula.

Quando O chamam: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”. Disseram: “Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas” (reparem: todos da Classe dos Filhos de Seth). A classe dos Filhos de Seth deu origem à longa linhagem de Reis que exerciam essa função pela “graça de Deus” e que culminou com Salomão, o Filho de Seth, que renasceu como Jesus. O batismo da água administrado por João como representante de Jeová, também o libertou. Naquele momento, Ele cedeu seu corpo para o Espírito Cristo que estava descendo e permaneceu ao lado do novo líder. Assim, quando na primeira vinda de Cristo, se manifestando aqui com os Corpos Denso e Vital de Jesus – um Filho de Seth – O chamavam justamente dessa classe de pessoa: um “filho do homem”. Salomão (Jesus) é um “filho do homem” (filhos de Seth). Já Hiram Abiff (Lázaro, Christian Rosenkreuz) é um “filho da viúva” (filhos de Caim).

Quando Ele se intitula: Veja nessa passagem da Bíblia: “…disse Cristo Jesus: Agora é glorificado o Filho do homem, e Deus é glorificado nele; se Deus é glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e logo o há de glorificar” (Jo 13:31-32).

Na realidade, <aqui> Ele não foi chamado assim. Ele chamou-se assim. Então, o Filho do Homem retomará. (…) O Sol, por precessão, está se aproximando da cúspide de Aquário, o grande signo intelectual. Deixará brevemente o signo da devoção, Peixes, em que as pessoas viveram uma fé cega. Aproximamo-nos do de Aquário e já começamos a sentir sua influência, o grande Signo intelectual do Filho do Homem. Se lermos a Bíblia corretamente e sem opiniões preconcebidas, verificaremos que Seu primeiro milagre foi à transformação de água em vinho, nas bodas de Caná. Não obstante, ao chegar ao término do Seu ministério, revogou a antiga aliança, enviando Seus Discípulos a um local onde pudessem comer a refeição pascal. “Ele disse-lhes:” Logo que entrardes na cidade, sair-vos-á ao encontro um homem que levará uma bilha de água (símbolo de Aquário); segui-o até a casa em que entrar; nessa casa (a casa de Aquário) comerei conosco esta Páscoa “. Eles seguiram as Suas instruções, Ele veio, partiu o pão e deu graças. Depois, passou a taça e disse: “Tomai e bebei este é o sacramento da Nova Dispensação, porque vos digo que não tornarei a beber do fruto da videira “. Eis aí a questão. Ele disse que procurassem um homem com uma bilha de água – o Signo de Aquário. Há somente um Signo em todo o Zodíaco em que aparece um homem, e Aquário está sentado ali, com uma bilha que despeja água. Cristo Jesus intitulou-Se o Filho do Homem porque Ele trouxe a Religião da Era Aquariana.

Pergunta: No livrinho “Apegados à Terra”, de Augusta Foss Heindel, lemos na parte II, no final do penúltimo §, que após a desintegração do arquétipo o suicida vai para o Primeiro Céu. Mas não é correto afirmar que depois dessa desintegração ele vai para o Purgatório?

Resposta: Leia com atenção o parágrafo todo: “…a existência do Ego nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo <onde está o Purgatório> é muito desagradável. Ele <o suicida> fugiu do sofrimento, mas encontrou-o mais perto de si. E deve suportá-lo até a hora marcada para a morte natural do Corpo Denso. Somente aí <ou seja: quando chega o tempo de morte natural que deveria ocorrer do Corpo Denso>, o Arquétipo se desintegra e o Espírito é libertado, para passar para o Primeiro Céu.

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, às 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.

Você precisa de auxílio para tratar uma doença ou enfermidade? Então que tal se inscrever no Departamento de Cura e ter um tratamento com base no Método Rosacruz de Cura, preconizado pelos Irmãos Maiores? Se quiser, entre aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/formulario-para-solicitacao-de-auxilio-de-cura-fraternidade-rosacruz/ e siga as instruções.

Datas de Cura: Fevereiro: 7-13-19-27

“Tenho me colocado com fé, com espírito obediente, receptivo e feito a minha parte para que a Panaceia Espiritual atue em mim?”

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Palavra-Chave dos Ensinamentos Rosacruzes

Maio de 1912

O tema central da lição do mês passado foi que é nosso dever transmitir os frutos do nosso estudo, em um esforço para beneficiar o mundo. Mas, geralmente, os místicos se mantêm afastados dos seus semelhantes e, por isso, o mundo duvida deles e de suas crenças. Isso não deveria ser assim, e a análise provará que os ensinamentos contestados são relativamente insignificantes, e que a parte mais vital dos ensinamentos encontrarão pronta aceitação e prepararão o caminho para futuras instruções.

O valor de qualquer ensinamento depende do seu poder em tornar as pessoas melhores aqui e agora; fazê-las amáveis, gentis, atenciosas e ponderadas em seus lares, meticulosas e cuidadosas nos negócios, leais com os amigos, dispostos e capazes de perdoar seus inimigos; e qualquer ensinamento assim que é facilmente aplicado e que conduzirá a semelhantes resultados, não precisará de maiores recomendações.

Onde devemos procurar por tal ensinamento? Temos uma monumental cosmogonia que descreve os Períodos do mundo, as Revoluções, as Épocas e as Raças. O estudo dela tornará as pessoas mais bondosas? Ou, se pudéssemos induzi-las a esquadrinhar os mistérios dos números e dos nomes contidos na Cabala, se tornarão mais conscienciosas? Certamente que não; portanto, tal conhecimento é de menor importância. As pessoas terão mais moralidade se nós as ensinássemos sobre a Involução e a Evolução, ou se lhes descrevêssemos a jornada cíclica da alma através do Purgatório e do Céu? Isto não necessariamente, pelo menos até tê-las convencidas de que sob Lei de Consequência estamos sujeitos ao Renascimento e a colher o que semeamos. Mesmo uma simples sugestão de tal crença poderia afastar de nós muitas pessoas.

Mas, você perguntará, então o que sobrou dos nossos ensinamentos? O maior ensinamento de todos e o mais prático. Aquele que não despertará antagonismos em nenhum devoto de qualquer Religião, nem sequer em um agnóstico, pois não é preciso rotulá-lo de ensinamento religioso. Produzirá resultados mais benéficos desde o dia em que for aplicado, e afetará também as vidas futuras sem ter em conta se a pessoa que a pratica ouviu ou não a palavra “Rosacruz”, ou aprendeu alguma coisa dos nossos ensinamentos.

Se realmente você quer trabalhar na “vinha do Senhor” – o mundo – não se isole. O estudo abstrato pode ocupar uma agradável parte do tempo, mas você deve sair para o mundo; deve ganhar a confiança das pessoas na igreja, no clube, no emprego, no serviço, no lazer. Se você der um bom exemplo, lhes perguntarão qual é o seu segredo, e você terá o privilégio de lhes fornecer o maior de todos os ensinamentos jamais conhecido, que é: O Segredo do Crescimento da Alma.

Você poderá falar com eles algo como o seguinte:

“Todas as noites, depois de me deitar, revejo os acontecimentos do dia, em sentido inverso. Eu tento me julgar imparcialmente. Eu me culpo onde a culpa é devida, me arrependo e tomo a decisão de me emendar, de me reformar. Eu me elogio, se o elogio é meritório, e decido ser melhor no dia seguinte. Com frequência, falho em meus bons propósitos, mas continuo com as minhas tentativas e, pouco a pouco, vou obtendo êxito nesse propósito.”

Essa é a propaganda diferenciada.

(Carta nº 18 – do Livro “Cartas aos Estudantes” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Conceito Rosacruz do Cosmos: SEGUNDA PARTE – COSMOGÊNESE E ANTROPOGÊNESE

SEGUNDA PARTE – COSMOGÊNESE E ANTROPOGÊNESE

CAPÍTULO V – A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM DEUS

CAPÍTULO VI – O ESQUEMA DA EVOLUÇÃO

O Princípio

Os Sete Mundos

Os Sete Períodos

CAPÍTULO VII – O CAMINHO DA EVOLUÇÃO

Revoluções e Noites Cósmicas

CAPÍTULO VIII – A OBRA DA EVOLUÇÃO

O Período de Saturno

Recapitulação

O Período Solar

O Período Lunar

CAPÍTULO IX – ATRASADOS E RECÉM-CHEGADOS

CAPÍTULO X – O PERÍODO TERRESTRE

A Revolução de Saturno do Período Terrestre

A Revolução Solar do Período Terrestre

A Revolução Lunar do Período Terrestre

Período de Repouso entre Revoluções

A Quarta Revolução do Período Terrestre

CAPÍTULO XI – GÊNESE E EVOLUÇÃO DO NOSSO SISTEMA SOLAR

Caos

O Nascimento dos Planetas

CAPÍTULO XII – EVOLUÇÃO DA TERRA

A Época Polar

A Época Hiperbórea

A Lua – A Oitava Esfera

A Época Lemúrica

Nascimento do Indivíduo

Separação dos Sexos

Influência de Marte

As Raças e Seus Líderes

Influência de Mercúrio

A Raça Lemúrica

A “Queda do Homem

Os Espíritos Lucíferos

A Época Atlante

A Época Ária

Os Dezesseis Caminhos para a Destruição

CAPÍTULO XIII – RETORNO À BÍBLIA

CAPÍTULO XIV – ANÁLISE OCULTA DO GÊNESIS

Limitações da Bíblia

No Princípio

A Teoria Nebular

As Hierarquias Criadoras

O Período De Saturno

O Período Solar

O Período Lunar

O Período Terrestre

Jeová e Sua Missão

Involução, Evolução e Epigênese

Uma Alma Vivente?

A Costela de Adão

Os Anjos da Guarda

A Mescla de Sangue no Casamento

A “Queda do Homem

SEGUNDA PARTECOSMOGÊNESE E ANTROPOGÊNESE

CAPÍTULO V – A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM DEUS

Nos Capítulos precedentes consideramos as relações do ser humano com três dos cinco Mundos que formam o campo de sua evolução. Descrevemos parcialmente esses Mundos e assinalamos os diferentes veículos de consciência por meio dos quais se relaciona com eles. Estudamos também sua relação com os outros três Reinos: Mineral, Vegetal e Animal assinalando as diferenças nos veículos e nos graus de consciência entre o ser humano e cada um desses Reinos. Seguimos o ser humano através de um ciclo de vida nos três Mundos e examinamos a atuação das leis gêmeas de Consequência e Renascimento, relacionadas com a evolução humana.

Para compreender maiores detalhes do progresso humano, torna-se necessário estudar a relação do ser humano com o Grande Arquiteto do Universo, Deus, e com as Hierarquias de Seres Celestiais que se acham nos diferentes degraus da escada de Jacó, que vai do ser humano a Deus e mais além.

É uma tarefa das mais difíceis, tendo em vista os conceitos mal definidos sobre Deus e que existe na Mente da maioria dos leitores da literatura que trata desse assunto. É certo que os nomes em si mesmos não têm maior importância, mas importa muito que saibamos o que pretendemos significar com um nome, caso contrário os mal-entendidos continuarão. Se escritores e instrutores não empregarem uma nomenclatura comum, a atual confusão tornar-se-á maior. Quando empregada a palavra “Deus” seu significado é sempre incerto; trata-se do Absoluto ou Existência Una; do Ser Supremo, que é o Grande Arquiteto do Universo; ou de Deus, que é o Arquiteto do nosso Sistema Solar?

A divisão da Divindade em “Pai”, “Filho” e “Espírito Santo” é também confusa. Ainda que os Seres designados por tais nomes estejam incomensuravelmente além do ser humano e mereçam toda reverência e adoração que sejamos capazes de prestar ao mais elevado conceito de Divindade. Eles, contudo, são na realidade diferentes uns dos outros.

Os Diagramas 6 e 11 talvez esclareçam melhor o assunto. Tenha-se, porém em mente que os Mundos e Planos Cósmicos não estão acima uns dos outros, no espaço, mas que os sete Planos Cósmicos se interpenetram uns aos outros e todos eles interpenetram os sete mundos. São estados de espírito-matéria compenetrando-se uns aos outros, pelo que Deus e os outros Grandes Seres mencionados não se encontram distantes no espaço. Eles permeiam cada parte dos seus próprios Reinos e até Reinos de maior densidade do que os seus próprios. Todos estão presentes em nosso mundo, e de fato “mais próximos de nós do que os nossos pés e mãos”. É uma verdade literal que “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”, porque nenhum de nós pode existir fora das Grandes Inteligências que, com Sua Vida, interpenetram e sustentam o nosso mundo.

Conforme exposto, a Região Etérica estende-se além da atmosfera da nossa Terra densa; o Mundo do Desejo prolonga-se no espaço para além da Região Etérica; e o Mundo do Pensamento estende-se no espaço interplanetário ainda mais que os outros. Naturalmente os mundos de substâncias mais rarefeitas ocupam maior espaço do que os mundos mais densos, que se condensaram e cristalizaram.

O mesmo princípio atua nos Planos Cósmicos. O mais denso deles é o sétimo (contando de cima para baixo). E representado no Diagrama como o maior de todos por ser o plano com que estamos mais relacionados, e também para indicar suas principais subdivisões. Contudo, na realidade ocupa menos espaço do que qualquer um dos outros Planos Cósmicos. Entretanto, apesar disso, devemos ter em mente que é incomensuravelmente vasto, para além de quanto a Mente humana possa conceber. Sua amplitude abarca milhões de Sistemas Solares semelhantes ao nosso, campos de evolução de muitas categorias de seres cujas condições são aproximadamente idênticas às nossas.

Diagrama 6 – O Ser Supremo, os Planos Cósmicos e Deus

Nada sabemos dos seis planos cósmicos superiores ao nosso. Diz-se que são os campos de atividade de grandes Hierarquias de Seres de indescritível esplendor.

Subindo do nosso Mundo Físico para os mundos internos e mais sutis e através dos Planos Cósmicos, vemos que Deus, o Arquiteto do nosso Sistema Solar, Fonte e Meta da nossa existência, encontra-se na mais elevada divisão do sétimo Plano Cósmico. É o Seu Mundo.

Seu Reino inclui os sistemas de evolução que se processam em todos os Planetas do nosso sistema – Urano, Saturno, Júpiter, Marte, Terra, Vênus e Mercúrio, bem como seus satélites.

As grandes Inteligências Espirituais designadas Espíritos Planetários, que guiam essas evoluções, são também chamadas “os Sete Espíritos diante do Trono”. São Ministros de Deus, cada qual presidindo um determinado departamento do Reino de Deus – o nosso Sistema Solar. O Sol é também o campo de evolução dos mais exaltados Seres do nosso Cosmos. Unicamente eles podem suportar as tremendas vibrações solares, e por meio delas progredir. O Sol é o mais aproximado símbolo visível de Deus de que dispomos, ainda que não seja senão um véu para Aquele que está por trás. O que seja esse “Aquele”, publicamente não se pode dizê-lo.

Para tentar descobrir a origem do Arquiteto do nosso Sistema Solar é preciso considerar o mais elevado dos sete Planos Cósmicos. Estamos, então, nos domínios do Ser Supremo, emanado do Absoluto.

O Absoluto está além de toda a compreensão. Nenhuma expressão ou símile daquilo que somos capazes de conceber pode dar uma ideia adequada. Manifestação implica limitação. Portanto, o melhor modo de podermos caracterizar o Absoluto é como Ser Ilimitado, ou Raiz da Existência.

Dessa Raiz da Existência – o Absoluto – procede o Ser Supremo, na aurora da Manifestação. Esse é o UNO.

No primeiro Capítulo de São João, esse grande Ser é chamado Deus. Desse Ser Supremo emanou o Verbo, o Fiat Criador, “sem o qual nada do que foi feito se fez”. Esse Verbo é o Filho unigênito nascido do Pai (o Ser Supremo) antes de todos os mundos, mas positivamente não é o Cristo. Grande e glorioso como Cristo é, elevando-se muito acima da mera natureza humana, Ele não é esse Exaltado Ser. Certamente o “Verbo se fez carne”, não no sentido limitado da carne de um Corpo, mas carne de tudo quanto existe nesse e em milhões de outros Sistemas Solares.

O primeiro aspecto do Ser Supremo pode ser caracterizado como PODER. Desse procede o segundo aspecto, o VERBO, e de ambos procede o terceiro aspecto, o MOVIMENTO.

Desse tríplice Ser Supremo procedem os Sete Grandes Logos. Estes contêm, em si mesmos, todas as grandes Hierarquias, as quais se diferenciam mais e mais conforme vão se difundindo através dos vários planos cósmicos. (Veja-se o Diagrama 6). Há quarenta e nove Hierarquias no Segundo Plano cósmico; no terceiro há trezentas e quarenta e três Hierarquias. Cada uma destas é, por sua vez, capaz de divisões e subdivisões setenárias. Desse modo, no Plano Cósmico inferior, em que se manifestam os Sistemas Solares, o número de divisões e subdivisões é quase infinito.

No Mundo mais elevado do sétimo Plano Cósmico habita o Deus do nosso Sistema Solar e os Deuses de todos os outros Sistemas Solares do Universo. Estes grandes Seres também são de manifestação tríplice, semelhantemente ao Ser Supremo. Seus três aspectos são: Vontade, Sabedoria e Atividade.

Cada um dos sete Espíritos Planetários que procedem de Deus e têm a seu cargo a evolução da vida em um dos sete Planetas, é também tríplice e diferencia em si mesmo Hierarquias Criadoras que seguem uma evolução setenária. O processo evolutivo originado por um dos Espíritos Planetários difere dos métodos de desenvolvimento empregados pelos outros.

Pode-se acrescentar que, pelo menos no particular esquema planetário ao qual pertencemos, as entidades mais evoluídas nos primeiros estágios, as que alcançaram elevado grau de perfeição em evoluções anteriores, assumem as funções do Espírito Planetário original e continuam a evolução.

O Espírito Planetário original retira-se de toda participação ativa, mas continua guiando os seus Regentes.

Os ensinamentos que se seguem referem-se a todos os Sistemas Solares, porém atendo-nos especialmente ao Sistema Solar particular a que pertencemos, o que vem a seguir o vidente suficientemente treinado pode comprovar por si mesmo mediante investigação pessoal na Memória da Natureza.

CAPÍTULO VI – O ESQUEMA DA EVOLUÇÃO

O Princípio

De acordo com o axioma Hermético “como em cima, assim é embaixo” e vice-versa, os Sistemas Solares nascem, morrem e tornam a nascer, em ciclos de atividade e repouso, tal como acontece ao ser humano.

Há uma constante alternação de atividades em todos os domínios da Natureza, correspondentes às alternâncias do fluxo e refluxo do dia e da noite, do verão e do inverno, da vida e da morte.

No princípio de um Dia de Manifestação é ensinado que um Grande Ser (designado no Mundo Ocidental pelo nome de Deus e com outros nomes em outras partes da terra), limita-se a Si Mesmo em certa porção do espaço no qual Ele decide criar um Sistema Solar para evoluir e dilatar a Sua própria consciência (veja-se o Diagrama 6).

Ele inclui em seu próprio Ser hostes de gloriosas Hierarquias, para nós, de incomensurável poder e esplendor espirituais. Elas são o fruto de passadas manifestações desse mesmo Ser e também de outras Inteligências, em graus decrescentes de desenvolvimento que chega a incluir as que não alcançaram um estado de consciência tão elevado como o de nossa humanidade atual. Estas últimas, portanto, não serão capazes de terminar sua evolução nesse Sistema. Em Deus, esse grande Ser coletivo, estão contidos seres menores de todo grau de inteligência e estado de consciência, desde a onisciência até uma inconsciência mais profunda, ainda, que a condição do transe mais profundo.

Durante o período de manifestação com o qual estamos relacionados, esses vários graus de seres trabalham para adquirir mais experiência do que a que possuíam no começo desse período de existência. Aqueles que, em manifestações anteriores alcançaram um grau de desenvolvimento maior, ajudam os que ainda não desenvolveram consciência alguma, induzindo-lhes um estado de consciência própria a partir do qual podem estes, por si mesmos, dar prosseguimento à obra. Quanto aos que principiaram sua evolução num anterior Dia de Manifestação, mas não tinham avançado bastante quando esse Dia findou, prosseguem agora a tarefa, do mesmo modo que continuamos com o nosso trabalho, a cada manhã, a partir do ponto em que o deixamos na noite anterior.

Todavia, nem todos esses diferentes Seres continuam sua evolução no início de uma nova manifestação. Alguns precisam esperar até que tenham sido criadas, pelos que os precederam, as condições necessárias ao seu progresso ulterior.

Não há nenhum processo instantâneo na Natureza. Tudo se desenvolve com extraordinária lentidão. Contudo, embora lentíssimo, esse progresso é absolutamente seguro e alcançará a suprema perfeição. Tal como existem estágios progressivos na vida humana – infância, adolescência, virilidade e velhice – assim também existem no macrocosmo diferentes estágios correspondentes a diversos períodos da vida microcósmica.

Uma criança não pode tomar a cargo os deveres da paternidade ou da maternidade. Suas pouco desenvolvidas condições físicas e mentais incapacitam-na para tal mister. O mesmo acontece com os seres menos desenvolvidos no princípio de manifestação. Precisam esperar até que os mais evoluídos criem para eles as condições apropriadas. Quanto menor o grau de inteligência de um ser que está evoluindo tanto maior a dependência de ajuda externa.

No princípio os seres mais avançados – aqueles que mais evoluíram – atuam sobre aqueles que estão num grau de menor consciência. Mais tarde entregam-nos a entidades menos evoluídas, que então podem levar esse trabalho um pouco mais adiante. Por último, a consciência própria é despertada, e a vida que está evoluindo se converte em Ser Humano.

A partir do momento em que o Ego individualizado manifesta consciência própria, deve ele prosseguir expandindo essa consciência sem ajuda externa. A experiência e o pensamento devem então tomar o lugar dos mestres externos. E a glória, o poder e o esplendor que pode alcançar são ilimitados.

O período de tempo dedicado à aquisição de consciência do Eu, e à construção dos veículos por cujo intermédio se manifesta o espírito do ser humano, é denominado “Involução”.

O período subsequente de existência, durante a qual o ser humano individual desenvolve consciência própria até convertê-la em divina onisciência, é chamada “Evolução”.

A força interna do ser que está evoluindo que faz com que a evolução seja o que é, não apenas um mero desenvolvimento de possibilidades germinais latentes; que faz com que a evolução de cada indivíduo difira da de qualquer outro; que prove o elemento de originalidade e dá lugar à habilidade criadora que o ser que esteja evoluindo cultive para que possa se tornar um Deus. Essa força é chamada “Gênio” e, conforme já exposto, sua manifestação é a “Epigênese”.

Muitas das filosofias avançadas dos tempos modernos reconhecem a involução e a evolução. A ciência só reconhece a última porque se dedica unicamente à Forma, a sua manifestação. A involução pertence à Vida. Os cientistas mais avançados, porém, consideram a Epigênese fato demonstrável. O Conceito Rosacruz do Cosmos combina as três, necessárias que são para compreender-se plenamente o desenvolvimento passado, presente e futuro do Sistema a que pertencemos.

Os Sete Mundos

Podemos empregar um exemplo familiar para ilustrar a formação de um Cosmos. Suponhamos que um ser humano deseja construir uma casa para nela morar. Primeiramente escolherá um lugar apropriado. Depois procederá a construção, dividindo a casa em vários cômodos de finalidades específicas: cozinha, sala, dormitórios e banheiro, e mobília-os de maneira que sirvam ao particular propósito a que se destinam.

Quando Deus deseja criar, escolhe um lugar apropriado do espaço, que Ele preenche com Sua aura, permeando cada átomo da Substância-Raiz-Cósmica dessa porção particular do espaço com Sua Vida, despertando, desse modo, as atividades latentes em cada átomo não diferenciado.

Essa Substância-Raiz-Cósmica é uma expressão do polo negativo do Espírito Universal, enquanto que o grande Ser Criador que nós chamamos Deus (do qual, como espíritos, somos partes) é uma expressão da energia positiva do mesmo Espírito Universal Absoluto. Tudo o que vemos em torno de nós no Mundo Físico é resultado da ação mútua desses dois polos. Os oceanos, a Terra, tudo quanto vemos manifestando-se como formas minerais, vegetais, animais e humanas é espaço cristalizado, emanado dessa Substância Espiritual negativa, que era a única existente na aurora do Ser. Tão seguramente como a concha dura e empedernida do caracol é formada pelos sucos solidificados do seu brando Corpo, assim também todas as formas são cristalizações em torno do polo negativo do Espírito.

Deus atrai da Substância-Raiz-Cósmica externa a Sua esfera imediata. Desse modo, a substância compreendida pelo nascente Cosmos se torna mais densa do que a do espaço Universal, entre os Sistemas Solares.

Depois que Deus preparou o material para Sua Habitação, Ele o colocou em ordem. Cada parte do Sistema foi compenetrada por Sua consciência, mas com uma modificação: a consciência difere em cada parte ou divisão. A Substância-Raiz-Cósmica é posta diferentes taxas de vibração e, portanto, diferentemente constituída em suas várias divisões ou regiões.

O que vimos acima é o modo pelo qual os Mundos vêm à existência e são adaptados para servir aos diferentes propósitos no esquema evolutivo, da mesma maneira como os diferentes cômodos numa casa são equipados para servir os propósitos da vida diária no Mundo Físico.

Conforme vimos, existem sete Mundos. Cada um deles tem um grau, uma “medida” diferente, de vibração. No mundo mais denso (o Físico) a medida vibratória, incluindo as ondas luminosas que vibram centenas de milhões de vezes por segundo, é, não obstante, infinitesimal quando comparada à rapidíssima vibração do Mundo do Desejo, o mais próximo do Físico. Para ter-se uma ideia acerca do sentido e da rapidez vibratória, talvez o mais fácil seja observar as vibrações caloríficas que irradiam de uma estufa muito quente ou de um radiador de vapor próximo de uma janela.

Tenha-se sempre em mente que estes Mundos não estão separados pelo espaço ou pela distância, como está a Terra dos demais Planetas. São estados de matéria, de distinta densidade e vibração, tal como são os sólidos, os líquidos e os gases do nosso Mundo Físico. Estes Mundos não são criados instantaneamente, no princípio de um Dia de Manifestação, nem duram até o fim dele, mas assim como a aranha tece sua teia fio por fio, Deus também vai diferenciando um Mundo após outro, dentro de Si Mesmo, conforme as necessidades exijam novas condições no esquema de evolução em que Ele está empenhado. Desse modo diferenciaram-se gradualmente todos os sete Mundos, conforme se encontram atualmente.

Os mundos superiores são criados em primeiro lugar, e como a involução objetiva infundir a vida em matéria de crescente densidade para a construção das formas, os mundos mais sutis condensam-se gradualmente e novos Mundos são diferenciados em Deus para estabelecer o elo entre Ele mesmo e os Mundos que se consolidam. No devido tempo o ponto de maior densidade, o nadir da materialidade, é atingido. Desse ponto começa a vida a ascender para os Mundos superiores, no decorrer da evolução. Isto vai deixando despovoados os Mundos mais densos, um a um. Quando um Mundo realizou o objetivo para o qual foi criado, Deus põe fim à sua existência, então supérflua, fazendo parar dentro de Si a atividade particular que trouxe à existência e sustentou esse Mundo.

Os Mundos superiores (mais sutis, mais etéreos, mais perfeitos) são os primeiros a serem criados e os últimos a serem eliminados, enquanto os três Mundos mais densos em que se efetua nossa atual fase evolutiva são, comparativamente falando, fenômenos fugazes, inerentes à imersão do Espírito na matéria.

Os Sete Períodos

O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.

No princípio da manifestação Deus diferencia dentro de Si Mesmo (não de Si mesmo) esses Espíritos Virginais, como chispas de uma Chama da mesma natureza, capazes de se expandirem até se converterem, eles também, em Chamas. A Evolução é o processo fomentador que conduz a tal fim. Nos Espíritos Virginais estão contidas todas as possibilidades do seu Divino Pai, inclusive o germe da Vontade independente, que os torna capazes de originar novas fases, não latentes neles. As possibilidades latentes são transformadas em poderes dinâmicos e faculdades utilizáveis durante a evolução, enquanto que a Vontade independente estabelece novas e originais orientações – ou Epigênese.

Antes do início de sua peregrinação através da matéria, o Espírito Virginal encontra-se no Mundo dos Espíritos Virginais, o mais próximo ao mais elevado dos sete mundos. Possui Consciência Divina, mas não consciência de si. Esta, o Poder Anímico e a Mente Criadora, são faculdades que se adquirem pela evolução.

Quando o Espírito Virginal ainda se encontra imerso no Mundo do Espírito Divino, está cego e totalmente inconsciente desse estado. Está tão alheio às condições exteriores como o ser humano quando em transe profundo. Esse estado de inconsciência prevalece durante o Primeiro Período.

No Segundo Período adquire a consciência do sono sem sonhos; no Terceiro alcança o estado de sonho e na metade do Quarto Período, a que agora chegamos, o ser humano adquire a plena consciência de vigília. Esta consciência é pertinente unicamente ao mais inferior dos sete mundos. Durante a metade restante desse Período e os três Períodos completos subsequentes, o ser humano deverá expandir sua consciência a ponto de envolver ou abarcar todos os seis mundos acima desse Mundo Físico.

Quando o ser humano passou através desses mundos na sua descida, suas energias eram dirigidas por Seres Superiores que o assistiram a dirigir sua energia inconsciente para dentro, a fim de construir os veículos apropriados. Por último, quando avançou suficientemente, e já na posse do Tríplice Corpo como instrumento necessário, esses elevados Seres “abriram-lhe os olhos” e fizeram-no olhar para fora, para a Região Química do Mundo Físico, cujas energias poderia conquistar.

Um dia, quando tenha terminado seu trabalho da Região Química, seu próximo passo na senda do progresso será a expansão de sua consciência até incluir a Região Etérica; depois, o Mundo do Desejo, e assim por diante.

Na terminologia Rosacruz os nomes dos sete Períodos são os seguintes:

  1. Período de Saturno
  2. Período Solar
  3.  
Estes Períodos são Renascimentos sucessivos da nossa Terra.
  1. Período Terrestre
  2. Período de Júpiter
  3. Período de Vênus
  4. Período de Vulcano

Não se deve pensar que os Períodos acima tenham algo a ver com os Planetas que se movem em suas órbitas em torno do Sol, juntamente com a Terra. De fato, nunca se repetirá suficientemente que não há relação alguma entre esses Planetas e esses Períodos. Os Períodos são, simplesmente, encarnações passadas, presentes ou futuras da nossa Terra, “condições” através das quais ela passou, está agora passando ou passará no futuro.

Os três primeiros Períodos mencionados (de Saturno, Solar e Lunar) pertencem ao passado. Nós estamos, agora, no quarto ou Período Terrestre. Quando esse Período Terrestre do nosso Globo se completar, a Terra e nós passaremos, sucessivamente, às condições de Júpiter, de Vênus e de Vulcano, até que finde o grande Dia de Manifestação setenário, momento então, em que tudo o que agora existe imergirá mais uma vez no Absoluto, para um período de descanso e assimilação dos frutos da evolução e, reemergirá para um posterior e mais elevado desenvolvimento, na aurora de outro Grande Dia.

Os três Períodos e meio já passados foram empregados na aquisição dos nossos atuais veículos e da consciência atual. Os três Períodos e meio restantes serão dedicados ao aperfeiçoamento desses diferentes veículos e à expansão da nossa consciência em algo semelhante à onisciência.

A peregrinação dos Espíritos Virginais desde a inconsciência até a onisciência, convertendo suas possibilidades latentes em energia cinética, é um processo de maravilhosa complexidade, de modo que, somente um esboço rudimentar pode ser dado aqui. Todavia, conforme progredirmos em nosso estudo, iremos acrescentando maiores detalhes, até que a descrição seja tão completa quanto o autor for capaz de fazê-la. Chamamos a atenção do Estudante para as definições dos termos empregados, pedimos que as fixe bem porque estamos apresentando ideias novas. E rogamos também que se familiarize com estas ideias, já que nossa intenção é simplificar o assunto, empregando nomes ou palavras simples e familiares para designar a mesma ideia em toda a obra. Os nomes descreverão tanto quanto possível estritamente a ideia encerrada, esperando assim poder evitar muitas das confusões que as múltiplas terminologias têm produzido. Dedicando estrita atenção à definição dos termos não será muito difícil, mesmo às pessoas de mediana inteligência, conhecer ao menos em linhas gerais o esquema da evolução.

Que tal conhecimento é da maior importância cremos que qualquer indivíduo inteligente pode admitir. Esse mundo em que vivemos é governado por Leis da Natureza. Sob essas leis devemos viver e trabalhar, e somos impotentes para modificá-las. Por conseguinte, se as conhecermos bem e cooperarmos inteligentemente com elas, essas forças-naturais tornar-se-ão nossas servidoras mais valiosas, como acontece, por exemplo, com a eletricidade ou a força expansiva do vapor. Se, pelo contrário, não as compreendermos, e em nossa ignorância agirmos contrariamente a elas, podem as mesmas converter-se nas mais perigosas inimigas nossas, capazes de destruições terríveis.

Assim sendo, quanto mais conhecermos com os métodos de trabalho da natureza, que nada mais é do que o símbolo visível do Deus invisível, tanto mais seremos capazes em aproveitar as oportunidades que se oferecem para o crescimento e poder; para a emancipação das limitações e para a elevação ao entendimento completo de tudo.

CAPÍTULO VII – O CAMINHO DA EVOLUÇÃO

Não será demais fazer aqui uma recomendação relativa aos diagramas empregados para ilustração. O Estudante deve recordar que nunca pode ser exato o que é reduzido das suas reais dimensões. O desenho de uma casa significaria pouco ou nada se nunca tivéssemos visto uma casa. Nada mais veríamos no desenho do que linhas e manchas, e não teria para nós significado algum. Os diagramas empregados para ilustrar assuntos suprafísicos são representações da realidade, muito menos verdadeiros pela simples razão de que, no caso do desenho, as três dimensões da casa foram reduzidas somente a duas, enquanto que no caso de diagramas de Períodos, Mundos e Globos as realidades possuem de quatro a sete dimensões. Logo, os diagramas de duas dimensões, com que se intenta representá-los, estão muito longe de retratá-los corretamente. Tenhamos sempre em mente que esses mundos se interpenetram que os Globos se interpenetram, e que o modo como aparecem nos diagramas é análogo ao retirar todas as engrenagens de um relógio, e dispô-las umas ao lado das outras para mostrar como ele indica as horas. Para que tais diagramas sejam de alguma utilidade para o Estudante, é necessário que esse tenha deles uma concepção espiritual. Caso contrário, servirão mais para confundir do que para iluminar.

Revoluções e Noites Cósmicas

O Período de Saturno é o primeiro dos sete Períodos. Nesse primeiro estágio os Espíritos Virginais dão o primeiro passo na evolução da Consciência e da Forma. Conforme mostra o Diagrama 7, esse impulso evolutivo dá sete voltas ao redor dos sete Globos, A, B, C, D, E, F e G, na direção indicada pelas setas.

Diagrama 7 – O Período de Saturno

Primeiramente uma parte da evolução se realiza no Globo A, situado no Mundo do Espírito Divino, o mais sutil dos cinco mundos que formam o nosso campo de evolução. Então, gradualmente, a vida que está evoluindo é transferida ao Globo B, que se situa no Mundo do Espírito de Vida, algo mais denso, onde ela passa por outro estágio evolutivo. No devido tempo, a vida que está evoluindo está pronta para entrar na arena do Globo C, composto da substância ainda mais densa da Região do Pensamento Abstrato, onde está situado. Depois de aprender as lições correspondentes a esse estado de existência, a onda de vida segue até o Globo D, formado da substância da Região do Pensamento Concreto, onde também está situado. Esse é o grau mais denso de matéria alcançado pela onda de vida durante o Período de Saturno.

Desse ponto a onda de vida é levada para cima novamente, ao Globo E, situado na Região do Pensamento Abstrato tal como o Globo C, embora as condições não sejam as mesmas. Esse é o estágio involucionário de modo que a substância dos mundos se faz cada vez mais densa. Ao longo do tempo tudo tende a fazer-se cada vez mais denso e mais sólido. Entretanto, como o caminho evolutivo é uma espiral, é claro que, ainda que se passe pelos mesmos pontos, nunca mais se apresentam as mesmas condições, mas outras em plano superior e mais avançado.

Completado o trabalho no Globo E, efetua-se o passo seguinte para o Globo F, situado no Mundo do Espírito de Vida como o Globo B, dali subindo ao Globo G. Quando se efetuou esse trabalho, a onda de vida deu uma volta em torno dos sete Globos; uma vez para baixo e outra para cima, através dos quatro mundos, respectivamente. Esta jornada da onda de vida denomina-se uma Revolução, e sete Revoluções formam um Período. Durante um Período a onda de vida dá sete voltas descendo e subindo através de quatro Mundos.

Quando a onda de vida deu sete voltas em torno dos sete Globos, completando as sete Revoluções, terminou o primeiro Dia da Criação. Seguiu-se uma Noite Cósmica de repouso e assimilação, depois da qual teve início o Período Solar.

Diagrama 8 – Os 7 Mundos, os 7 Globos e os 7 Períodos

Como a noite de sono entre dois dias da vida humana e o intervalo de repouso entre duas vidas terrestres, esta Noite Cósmica, de repouso, depois de completado o Período de Saturno, não foi um tempo de inatividade, mas uma fase de preparação para a atividade a ser desenvolvida no próximo Período Solar, em que o ser humano em formação precisava submergir mais profundamente na matéria. Portanto, fizeram-se necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes das ocupadas pelos Mundos do Período de Saturno. A preparação desses Globos novos e as demais atividades subjetivas estiveram a cargo dos espíritos que estão evoluindo durante o intervalo entre os Períodos – a Noite Cósmica. Como isso se processa podemos ver a seguir:

Quando a onda de vida deixou o Globo A, no Período de Saturno, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se lentamente. As forças que o criaram foram transferidas do Mundo do Espírito Divino (em que se encontrava o Globo A no Período de Saturno) ao Mundo do Espírito de Vida (em que se encontrava o Globo A no Período Solar). Isto é mostrado no Diagrama 8.

Quando a onda de vida deixou o Globo B, no Período de Saturno, pela última vez, também começou ele a desintegrar-se. Então suas forças, tal como acontece ao Átomo-semente de um veículo humano, foram empregadas no Período Solar como núcleo para o Globo B, passando esse Globo a situar-se na Região do Pensamento Abstrato.

Da mesma maneira, as forças do Globo C foram transferidas para a Região do Pensamento Concreto, atraindo dessa Região a substância necessária para a construção de um novo Globo C no próximo Período Solar. O Globo D foi semelhantemente transmutado e colocado no Mundo do Desejo. Os Globos E, F e G, na ordem indicada, foram transferidos analogamente. Como resultado (como mostra o Diagrama 8) no Período Solar todos os Globos estavam localizados um grau mais abaixo na matéria densa do que estavam no Período de Saturno, pelo que a onda de Vida, depois de emergir da Noite Cósmica de repouso, entre a última atividade no Globo G do Período de Saturno e a nova atividade do Globo A do Período Solar, achou-se em novo ambiente, com oportunidade para novas experiências.

A onda de vida agora circula sete vezes em torno dos sete Globos durante o Período Solar, descendo e subindo sete vezes através dos quatro Mundos ou Regiões em que esses Globos estão situados. Efetua sete Revoluções no Período Solar, da mesma forma que no de Saturno.

Quando a onda de vida abandonou o Globo A, no Período Solar, pela última vez, esse Globo começou a desintegrar-se. Suas forças foram transferidas à Região do Pensamento Abstrato, mais densa, onde formaram um Planeta para ser utilizado no Período Lunar. Da mesma maneira as forças dos demais Globos foram transferidas e serviram de núcleo para os Globos do Período Lunar, como mostra o Diagrama 8, sendo o processo exatamente o mesmo que se observou quando os Globos passaram dos lugares ocupados no Período de Saturno para as posições ocupadas no Período Solar. Desta maneira os Globos do Período Lunar ficaram um grau mais abaixo na matéria do que estavam no Período Solar, situando-se o mais inferior (o Globo D) na Região Etérica do Mundo Físico.

Depois do intervalo da Noite Cósmica entre o Período Solar e o Período Lunar, a onda de vida começou seu curso no Globo A desse último, completando no devido tempo suas sete Revoluções, como anteriormente. Então, durante outra Noite Cósmica, os Globos foram novamente transferidos a um grau mais abaixo, ficando o Globo mais denso situado na Região Química do Mundo Físico, como mostra o Diagrama 8.

Esse é o Período Terrestre e o Globo inferior e mais denso (o Globo D) é nossa Terra atual.

A onda de vida aqui, como de costume, parte também do Globo A, depois da Noite Cósmica que se seguiu ao Período Lunar. No atual Período Terrestre já circulou três vezes em torno dos sete Globos e está agora no Globo D, em sua quarta Revolução.

Aqui na Terra, na atual quarta Revolução, há alguns milhões de anos atrás, alcançou-se a maior densidade de matéria – o nadir da materialidade. Daqui para diante a tendência é elevar-se para uma substância mais rarefeita. Durante as três Revoluções e meia que faltam para completar esse Período, as condições da Terra tornar-se-ão gradualmente mais etéreas, de forma que no próximo Período – o de Júpiter – o Globo D voltará, de novo, a localizar-se na Região Etérica, conforme estava no Período Lunar, elevando-se os demais Globos de modo correspondente.

No Período de Vênus estarão situados nos mesmos Mundos em que os Globos estavam no Período Solar. Os Globos do Período de Vulcano terão a mesma densidade e estarão situados nos mesmos Mundos em que estavam os Globos do Período de Saturno. Tudo isso é mostrado no Diagrama 8.

Quando a onda de vida completar sua obra no Período Terrestre e a Noite Cósmica que se seguirá tenha passado, fará suas sete Revoluções em torno dos Globos do Período de Júpiter. Seguir-se-á então a costumeira Noite Cósmica com suas atividades subjetivas; depois virão as sete Revoluções do Período de Vênus seguidos de outro repouso, e finalmente o último dos Períodos do nosso esquema atual de evolução – o Período de Vulcano. A onda de vida também fará suas sete Revoluções aqui, e no fim da última Revolução todos os Globos dissolver-se-ão. A onda de vida será reabsorvida por Deus durante um período de tempo igual ao empregado por todos os sete Períodos de atividade. Deus mesmo imergirá então no Absoluto durante a Noite Universal de assimilação e preparação para outro Grande Dia.

Outras evoluções maiores seguir-se-ão, mas só podemos tratar dos sete Períodos mencionados.

CAPÍTULO VIII – A OBRA DA EVOLUÇÃO

O Fio de Ariadne

Tendo nos familiarizado com os Mundos, os Globos e as Revoluções que constituem o caminho da evolução durante os sete Períodos, estamos agora em condições de considerar a obra efetuada em cada Período e os métodos empregados para realizá-la.

O “Fio de Ariadne” que nos guiará através desse labirinto de Globos, Mundos, Revoluções e Períodos, será encontrado quando recordarmos e fixarmos na Mente que os Espíritos Virginais – a onda de vida que está evoluindo – tornaram-se completamente inconscientes quando começaram sua peregrinação evolutiva através dos cinco Mundos de substância mais densa que a do Mundo dos Espíritos Virginais. O propósito da evolução é torná-los completamente conscientes e capazes de dominar a matéria de todos os mundos, por isso as condições estabelecidas nos Globos, Mundos, Revoluções e Períodos estão ordenadas, tendo em vista tal finalidade.

Durante os Períodos de Saturno, Solar e Lunar e na metade passada do atual Período Terrestre, os Espíritos Virginais construíram inconscientemente seus diferentes veículos sob a direção de exaltados Seres, os quais guiaram seu progresso, despertando-os gradualmente até adquirirem seu estado atual de consciência de vigília. Esse período é chamado “Involução”.

Desde o tempo presente até o fim do Período de Vulcano, os Espíritos Virginais, que agora são a nossa humanidade, aperfeiçoarão seus veículos e expandirão suas consciências nos cinco Mundos por seu próprio esforço e gênio. Esse período é chamado “Evolução”.

O que foi dito anteriormente é a chave para a compreensão do que segue.

A perfeita compreensão do esquema da evolução planetária bosquejado nas páginas precedentes é de imenso valor para o Estudante. Ainda que alguns crentes nas leis de Consequência e Renascimento julguem que a posse de tais conhecimentos não é essencial e seja até de pouca utilidade, todavia eles são da maior importância para quem estuda seriamente essas duas leis. Exercita a Mente em pensamentos abstratos e eleva-a acima das coisas sórdidas da existência concreta, ajudando a imaginação a alçar-se sobre as traiçoeiras malhas do interesse próprio. Como já indicado no estudo do Mundo do Desejo, o Interesse é a mola da ação, se bem que no presente grau de desenvolvimento o Interesse é geralmente despertado pelo egoísmo. Algumas vezes é de natureza mui sutil, mas incita à ação de várias maneiras. Toda ação inspirada pelo Interesse gera certos efeitos que atuam sobre nós e, em consequência, estamos limitados pelas ações que se relacionam com os mundos concretos. Entretanto, se ocuparmos as nossas Mentes com assuntos tais como a matemática, ou com esse estudo das fases planetárias da evolução, nós estamos laborando na Região do Pensamento puramente Abstrato, que fica além da influência do Sentimento, dirigindo-se para o alto, rumo aos Reinos espirituais e à libertação. Extrair raízes cúbicas, multiplicar algarismos, ou meditar sobre Períodos, Revoluções, etc., não gera Sentimentos a tal respeito. Não brigamos para que duas vezes dois sejam quatro. Se envolvêssemos nisso os nossos sentimentos, talvez pretendêssemos que o produto fosse cinco, e questionaríamos com quem, por razões pessoais, quisesse talvez que fosse três. Contudo, em matemática a Verdade é clara, aparente, e o sentimento está eliminado. Por isso, ao comum dos seres humanos, desejosos de viver seus sentimentos, a matemática é árida e sem interesse. Pitágoras ensinava aos seus discípulos que vivessem no Mundo do Espírito Eterno, e exigia primeiramente dos que desejavam instrução, o estudo da matemática. Uma Mente capaz de compreender a matemática coloca-se acima da mentalidade comum, e é capaz de elevar-se ao Mundo do Espírito porque não está presa ao Mundo do sentimento e do Desejo. Quanto mais nos acostumamos a pensar em termos dos Mundos Espirituais, tanto mais facilmente poderemos sobrepor-nos às ilusões que nos rodeiam nesta existência concreta, onde os sentimentos gêmeos de Interesse e Indiferença obscurecem a Verdade e nos sugestionam, assim como a refração de luz dos raios luminosos através da atmosfera da Terra nos dá uma ideia errônea sobre a posição ocupada pelo luminar que os emite.

Portanto, o Estudante que deseja conhecer a Verdade; que almeja penetrar e investigar os Reinos do Espírito; que anela libertar-se das preocupações da carne tão rapidamente quanto seja possível fazê-lo com segurança e para o seu próprio crescimento, deve estudar o que segue com o máximo cuidado, a fim de assimilar e fixar bem as concepções mentais desses Mundos, Globos e Períodos. Se deseja progredir nesse caminho, o estudo da matemática e “A Quarta Dimensão” de Hinton[1] são, também, admiráveis exercícios de pensamento abstrato. Essa obra de Hinton (ainda que basicamente incorreta, visto que o Mundo do Desejo, de quatro dimensões, não pode realmente ser determinado por métodos tridimensionais) tem aberto os olhos de muitas pessoas que a tem estudado, levando-as à clarividência. Além disso, recordando que a lógica é o melhor mestre em qualquer Mundo, certamente o indivíduo que consiga entrar nos Mundos suprafísicos por meio de tais estudos, por meio do pensamento abstrato, não ficará confuso, mas, antes, poderá permanecer em perfeito domínio próprio sob quaisquer circunstâncias.

Um estupendo esquema está aqui desenvolvido e, à medida que se lhe acrescentem mais e mais detalhes, sua complexidade far-se-á quase inconcebível. Quem for capaz de compreendê-lo será bem recompensado, por maior que seja o esforço feito. Portanto, o Estudante deverá ler lentamente, repetir a leitura com frequência, meditar muito e profundamente.

Esse livro, especialmente esse capítulo, não pode ser lido de maneira casual. Cada sentença tem seu valor e é o sustentáculo de tudo o que se segue, ao mesmo tempo em que pressupõe o conhecimento do que antecede. Se o livro não for estudado profunda e sistematicamente, tornar-se-á a cada página mais incompreensível e confuso. Por outro lado, se ao longo da leitura estuda-se e medita-se bem, cada página será iluminada pelo acréscimo do conhecimento adquirido no estudo das precedentes.

Nenhuma obra desta classe, que trate dos aspectos mais profundos do Grande Mistério do Mundo e dirigida à compreensão da Mente humana em seu atual estado de desenvolvimento, pode ser escrita de maneira a ser assimilada numa ligeira leitura. Contudo, as fases mais profundas que possamos compreender no momento nada mais são do que o “abc” do esquema, o que nos será revelado quando nossas Mentes forem capazes de melhor compreender em posteriores estados de desenvolvimento, como super-homens.

O Período de Saturno

Os Globos do Período de Saturno eram formados de substância muito mais rarefeita e sutil que a da nossa Terra, como se tornará evidente pelo estudo dos Diagramas 7 e 8, que o Estudante deverá ter à mão para referência, enquanto estuda esse assunto. O Globo mais denso desse Período estava situado na mesma parte do Mundo do Pensamento ocupada pelos Globos mais sutis do Período atual – a Região do Pensamento Concreto. Estes Globos não tinham consistência, no sentido atual da palavra. “Calor” é a única palavra que mais se aproxima da ideia do que era o antigo Período de Saturno. De tão escuro, uma pessoa que conseguisse entrar no seu espaço nada poderia ver. Tudo em torno dela seria escuridão, mas poderia sentir o seu calor.

Para o materialista, naturalmente, será loucura chamar tal condição um “Globo”, como também afirmar que se tratava de um campo de evolução da Vida e da Forma. Contudo, se considerarmos a Teoria Nebular podemos compreender que a nebulosa deveria ter sido escura antes de iluminar-se, e ter sido quente antes de ser ígnea. Esse calor deve ter-se produzido pelo movimento, e movimento é vida.

Poderíamos dizer que os Espíritos Virginais, a fim de desenvolver consciência e forma, foram incrustados nesse Globo. Melhor dizendo: todo o Globo era composto de Espíritos Virginais, assim como a framboesa é composta de um grande número de pequenas framboesas. Foram incorporados ao Globo, assim como a vida que anima o mineral está incorporada à Terra. Portanto, se diz entre os cientistas ocultistas que no Período de Saturno o ser humano passou pelo estágio mineral.

Fora desse “Globo-calor” – em sua atmosfera, por assim dizer – estavam as grandes Hierarquias Criadoras que ajudavam os Espíritos Virginais a desenvolverem forma e consciência. Havia muitas Hierarquias, mas por enquanto ater-nos-emos só às principais, àquelas que realizaram o trabalho mais importante do Período de Saturno.

Na terminologia Rosacruz essas Hierarquias são denominadas Senhores da Chama, devido à brilhante luminosidade dos seus Corpos e aos seus grandes poderes espirituais. Na Bíblia são chamados “Tronos”, e ocuparam-se com o ser humano por sua livre vontade. Eram tão avançados que esta manifestação evolutiva não podia proporcionar-lhes novas experiências, portanto nenhuma sabedoria mais. O mesmo poder-se-ia dizer de duas Hierarquias de ordem ainda mais elevada, que mais tarde mencionaremos. As restantes Hierarquias Criadoras, com o objetivo de completar sua própria evolução, foram impelidas a trabalhar no ser humano, e com o ser humano.

Esses Senhores da Chama estavam fora do escuro Globo de Saturno. Emitindo de seus Corpos uma forte luz, eles projetaram, por assim dizer, suas imagens sobre a superfície desse antigo Globo, tão pouco impressionável que refletia, como eco, muitas vezes em imagens multiplicadas, tudo o que se punha em contato com ele. É isto que o mito grego quer significar quando diz que Saturno devorava os próprios filhos.

Entretanto, por repetidos esforços durante a primeira Revolução, os Senhores da Chama conseguiram implantar na vida que está evoluindo o germe do nosso atual Corpo físico[2]. Esse germe expandiu-se um tanto durante o resto das seis primeiras Revoluções, obtendo a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos, especialmente o ouvido. Portanto, o ouvido é o órgão mais altamente desenvolvido que possuímos. É o instrumento que conduz à consciência, com maior exatidão, todas as impressões que recebe do exterior. Está menos sujeito às ilusões do Mundo Físico do que qualquer outro órgão sensorial.

A consciência da vida que estava evoluindo nesse Período era semelhante à do mineral atual – um estado de inconsciência análogo ao dos médiuns no transe mais profundo – se bem que, durante as primeiras seis Revoluções, a vida que estava evoluindo trabalhasse no germe do Corpo Denso sob a direção e com ajuda das diferentes Hierarquias Criadoras. Na metade da sétima Revolução os Senhores da Chama, que estiveram inativos desde o momento em que proporcionaram o germe do Corpo Denso na primeira Revolução, tornaram-se novamente ativos, desta vez com o objetivo de despertar no ser humano o princípio espiritual mais elevado. Assim, despertaram a atividade inicial do Espírito Divino no ser humano.

Portanto o ser humano deve o mais elevado e o mais inferior dos seus veículos – o Espírito Divino e o Corpo Denso – à evolução do Período de Saturno. Os Senhores da Chama prestaram a essa manifestação auxílio voluntário, sem que nada os obrigasse a fazê-lo.

A obra das várias Hierarquias Criadoras não começa no Globo A, no princípio de uma Revolução ou de um Período. Principia na metade de uma Revolução, crescendo em força e alcançando sua maior eficácia na metade da Noite Cósmica – que tem lugar tanto entre as Revoluções como entre os Períodos. Depois sua ação declina gradualmente, conforme a onda de vida alcança a metade da Revolução seguinte.

Assim, a obra dos Senhores da Chama, com objetivo de despertar a consciência germinal, foi mais ativa e eficiente durante o Período de repouso entre os Períodos de Saturno e Solar.

Reafirmamos que uma Noite Cósmica não deve ser considerada um período de inatividade. Não é uma existência inerte, conforme vimos no caso de um indivíduo desde sua morte até o novo nascimento. O mesmo acontece na grande morte de todos os Globos de um Período: há uma cessação da manifestação ativa, a fim de que se possa desenvolver proporcionalmente uma atividade subjetiva e mais intensa.

Talvez a melhor ideia da natureza dessa atividade subjetiva, nos seja proporcionada pela observação do que ocorre quando uma fruta madura é enterrada. Fermenta e desintegra-se, mas de todo esse caos brota a nova planta, que se eleva para o ar e para a luz do Sol. Assim também, ao fim de um Período, tudo se resume num conglomerado caos aparentemente impossível de ser ordenado. Contudo, no devido tempo, formam-se os Globos de um novo Período, que se convertem em Mundos habitáveis pelo ser humano. Depois a vida que está evoluindo transfere-se dos cinco Globos escuros, nos quais atravessa a Noite Cósmica, para começar as atividades em um novo dia criador, em ambiente modificado, preparado e exteriorizado durante as atividades na Noite Cósmica. Assim como as forças produzidas pela fermentação da fruta estimulam a semente e fertilizam a terra em que ela cresce, assim também os Senhores da Chama estimularam o germe do Espírito Divino, especialmente durante a Noite Cósmica entre os Períodos de Saturno e Solar, continuando suas atividades até a metade da primeira Revolução do Período Solar.

Recapitulação

Antes de iniciar-se a atividade em qualquer Período, é feita uma recapitulação de tudo o que antes foi feito. Devido à espiral do caminho evolutivo, esta atividade processa-se, cada vez, em um grau superior daquele estado de progresso que se recapitula. Esta necessidade tornar-se-á evidente ao descrevermos o trabalho dessa recapitulação.

A primeira Revolução de qualquer período é uma recapitulação do trabalho efetuado sobre o Corpo Denso no Período de Saturno. Entre os Rosacruzes é denominada “Revolução de Saturno”.

O segundo Período é o Período Solar e, portanto, a segunda Revolução de qualquer período subsequente ao Período Solar deve ser a “Revolução Solar”.

O terceiro Período é o Período Lunar, por isso a terceira Revolução de qualquer Período seguinte deve ser uma recapitulação da obra efetuada no Período Lunar, chamando-se, pois, “Revolução Lunar”.

A atividade própria do Período só começa quando termina o trabalho de recapitulação das respectivas Revoluções. Por exemplo, no atual Período Terrestre, já se efetuaram três Revoluções e meia. Isto significa que na primeira, ou Revolução de Saturno do Período Terrestre, repetiu-se o trabalho efetuado no Período de Saturno, porém em grau superior. Na segunda, ou Revolução Solar, repassou-se a obra executada no Período Solar. Na terceira, ou Revolução Lunar, repetiu-se o trabalho efetuado no Período Lunar, e unicamente na quarta – a Revolução atual – começou o verdadeiro trabalho do Período Terrestre.

No último dos sete Períodos – o Período de Vulcano – somente a última Revolução será dedicada à obra real desse Período. Nas seis Revoluções anteriores será recapitulado o trabalho efetuado nos seis Períodos precedentes.

Além disso, (e isto ajudará a memória do Estudante de modo especial) a Revolução de Saturno em qualquer Período se refere sempre ao desenvolvimento de alguma nova parte do Corpo Denso, por ter esse começado seu desenvolvimento numa primeira Revolução. Também qualquer sétima Revolução, ou Revolução de Vulcano, desenvolve especialmente alguma atividade relacionada com o Espírito Divino, porque o seu desenvolvimento iniciou-se numa sétima Revolução. De igual modo veremos que há uma relação entre as diferentes Revoluções e todos os veículos humanos.

O Período Solar

As condições durante o Período Solar diferiam radicalmente das do Período de Saturno. Em lugar dos “Globos-Calor” do último, os Globos do Período Solar eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Estas grandes esferas gasosas continham tudo que havia sido desenvolvido no Período de Saturno e, analogamente, as Hierarquias Criadoras permaneciam em sua atmosfera.

Em vez da qualidade refletora, semelhante ao eco, do Período de Saturno, esses Globos tinham, até certo ponto, a qualidade de absorver e trabalhar sobre qualquer imagem ou som que se projetasse sobre suas superfícies. Pode-se dizer que eles eram coisas “captáveis”. A Terra sente, embora não o pareça, e o materialista poderá zombar de semelhante ideia, mas o ocultista sabe que a Terra sente tudo o que está em cima e dentro dela. Esse Globo luminoso era muito mais sensitivo que a Terra, porque não estava limitado e sujeitado por condições materiais tão duras e tão densas como as da nossa habitação atual.

A vida, naturalmente, era diferente, porque formas tais como as que conhecemos não podiam existir ali. A vida, porém, pode expressar-se em formas gasosas ígneas tão bem, ou ainda melhor, do que em formas compostas por matéria química dura, tais como são, presentemente, os Corpos Densos do mineral, vegetal, animal e ser humano.

Quando a vida que está evoluindo apareceu no Globo A na Primeira ou Revolução de Saturno do Período Solar, estava, ainda, a cargo dos Senhores da Chama, que em meados da última Revolução do Período de Saturno tinham despertado no ser humano o germe do Espírito Divino.

Eles tinham dado anteriormente o germe do Corpo Denso e na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar se incumbiram de fazer, nele, alguns melhoramentos.

No Período Solar iniciou-se a formação do Corpo Vital, implícitas todas as possibilidades para assimilação, crescimento, propagação, glândulas, etc.

Os Senhores da Chama incorporaram no germe do Corpo Denso, unicamente, a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos. No tempo que estamos considerando foi necessário alterar o germe de maneira a permitir sua interpenetração por um Corpo Vital e também a capacidade de desenvolver glândulas e o tubo digestivo. Esta alteração efetuou-se graças à ação conjunta dos Senhores da Chama, que deram o germe original, e dos Senhores da Sabedoria, que tomaram a seu cargo a evolução material no Período Solar.

Os Senhores da Sabedoria, menos evoluídos que os Senhores da Chama, trabalharam para completar sua própria evolução. Por isso receberam ajuda de uma ordem de exaltados Seres que, como os Senhores da Chama, agiram voluntária e livremente. Na linguagem esotérica são chamados “Querubins”. Estes exaltados Seres, porém, não começaram sua atividade enquanto não foi necessário despertar o germe do segundo princípio espiritual do ser humano em formação, já que os Senhores da Sabedoria eram capazes de executar o trabalho relacionado com o Corpo Vital, que tinha de ser agregado à constituição do ser humano no Período Solar, mas não podiam despertar o segundo princípio espiritual.

Quando os Senhores da Chama e os Senhores da Sabedoria reconstruíram, conjuntamente, o Corpo Denso germinal na Revolução de Saturno do Período Solar, os Senhores da Sabedoria, na segunda Revolução, iniciaram o trabalho correspondente ao Período Solar: irradiaram de seus próprios Corpos o germe do Corpo Vital, tornando-se capaz de interpenetrar o Corpo Denso e dando-lhe a capacidade de ulterior crescimento, propagação e excitamento do centro dos sentidos do Corpo Denso para que esse se movimentasse. Em suma, proporcionaram ao Corpo Vital, em germe, todas as faculdades que estão agora se desenvolvendo a fim de convertê-lo num perfeito e maleável instrumento para o uso do espírito.

Esse trabalho ocupou as segunda, terceira, quarta e quinta Revoluções do Período Solar. Na sexta Revolução os Querubins entraram em ação e despertaram no ser humano o germe do segundo aspecto do Tríplice Espírito – o Espírito de Vida. Na sétima e última Revolução o recém-despertado germe do Espírito de Vida foi ligado ao Espírito Divino germinal, processo que se completou depois.

Recordemos que no Período de Saturno nossa consciência era semelhante à condição de transe. Por meio das atividades desenvolvidas no Período Solar, esta foi modificada até converter-se em consciência análoga à do sono sem sonhos.

A evolução no Período Solar agregou à constituição do que está evoluindo ser humano embrionário, o imediatamente superior e o imediatamente inferior dos seus veículos atuais. Ao fim do Período de Saturno o ser humano possuía, em germe, um Corpo Denso e um Espírito Divino. Ao terminar o Período Solar possuía, em germe, o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Espírito Divino e o Espírito de Vida, isto é, um duplo espírito e um duplo Corpo.

Notemos também que, estando a primeira Revolução de qualquer Período – ou Revolução de Saturno – relacionada com o trabalho feito no Corpo Denso (porque esse teve início em uma primeira Revolução), assim também a segunda de qualquer Período – ou Revolução Solar – relaciona-se com o melhoramento do Corpo Vital, porque esse começou em uma segunda Revolução. De maneira análoga a sexta Revolução de qualquer Período é dedicada ao trabalho sobre o Espírito de Vida, e qualquer sétima Revolução diz respeito particularmente aos assuntos inerentes ao Espírito Divino.

No Período de Saturno o ser humano em formação atravessou a existência num estado equivalente ao mineral. Isto é, teve um Corpo Denso somente no sentido em que o tem o mineral. Sua consciência era também parecida à dos minerais atuais.

Da mesma maneira, e por análogas razões, pode-se dizer que no Período Solar o ser humano atravessou a existência vegetal. Tinha um Corpo Denso e um Corpo Vital, identicamente às plantas. Sua consciência, como a destas, era a de sono sem sonhos. O Estudante compreenderá plenamente esta analogia estudando o Diagrama 4, no Capítulo intitulado “Os Quatro Reinos”. Nele se mostram, esquematicamente, os veículos de consciência que possuem os minerais, as plantas, os animais e o ser humano, e a consciência particular que resulta de sua posse em cada caso.

Quando terminou o Período Solar houve outra Noite Cósmica de assimilação, juntamente com a atividade subjetiva necessária, antes de iniciar-se o Período Lunar. Foi de igual duração à do Período de manifestação objetiva que a precedeu.

O Período Lunar

Assim como a característica principal dos escuros Globos do Período de Saturno foi descrita pelo termo “Calor”, e a dos Globos do Período Solar como “Luz”, ou calor resplandecente, assim a característica principal dos Globos do Período Lunar pode ser descrita como “Umidade”. O ar, tal como o conhecemos, não existia então. No centro estava o núcleo ígneo, ardente. Próximo a ele e em consequência de contato com o frio do espaço exterior, havia umidade densa. Pelo contato com o núcleo ígneo central essa umidade densa transformava-se em vapor quente, que se lançava para a periferia, esfriava e tornava ao centro novamente. Por isso os cientistas ocultistas chamam “Água” aos Globos do Período Lunar, e descrevem a atmosfera daquele tempo como “Névoa Ígnea”. Esse foi o cenário do novo passo da vida que está evoluindo.

No Período Lunar o objetivo era adquirir o germe do Corpo de Desejos e iniciar a atividade germinal do terceiro aspecto do Tríplice Espírito no ser humano – o Espírito Humano – o Ego.

Em meados da sétima Revolução do Período Solar os Senhores da Sabedoria encarregaram-se do Espírito de Vida germinal, dado pelos Querubins na sexta Revolução do Período Solar. Fizeram isso com o objetivo de vinculá-lo ao Espírito Divino. Seu maior grau de atividade nessa obra foi alcançado na Noite Cósmica entre os Períodos Solar e Lunar. Ao iniciar-se o Período Lunar, quando a onda de vida partia para sua nova peregrinação, reapareceram os Senhores da Sabedoria, trazendo consigo os veículos germinais do ser humano em evolução. Na primeira Revolução ou de Saturno, do Período Lunar, eles cooperaram com os “Senhores da Individualidade”, que se encarregaram especialmente da evolução material do Período Lunar. Juntos reconstruíram o germe do Corpo Denso, trazido do Período Solar. Esse germe havia desenvolvido órgãos sensoriais, digestivos, glândulas etc., em estado embrionário, e estava interpenetrado por um Corpo Vital germinal que difundia certo grau de vida no Corpo Denso embrionário. Evidentemente não era sólido e visível tal como é agora, ainda que, até certo ponto, estivesse um tanto organizado, porém sendo perfeitamente visível e distinto para a clarividência desenvolvida do investigador competente, o qual esquadrinha a Memória da Natureza com o objetivo de conhecer esse remoto passado.

No Período Lunar foi necessário reconstruir o Corpo Denso para capacitá-lo a ser interpenetrado por um Corpo de Desejos, e também ser capaz de desenvolver um Sistema Nervoso, músculos, cartilagens e um esqueleto rudimentar. Esta obra de reconstrução foi efetuada na Revolução de Saturno do Período Lunar.

Na segunda, ou Revolução Solar, o Corpo Vital foi também modificado para capacitá-lo a ser interpenetrado por um Corpo de Desejos, bem como para acomodá-lo ao Sistema Nervoso, músculos, esqueleto etc. Os Senhores da Sabedoria, que foram os originadores do Corpo Vital, ajudaram também aos Senhores da Individualidade nesse trabalho.

Na terceira Revolução começou o trabalho próprio do Período Lunar. Os Senhores da Individualidade irradiaram de si a substância com que ajudaram o inconsciente ser humano que está evoluindo a construir e adaptar-se a um Corpo de Desejos germinal. Ajudaram-no também a incorporar esse Corpo de Desejos germinal ao conjunto Corpo VitalCorpo Denso que já possuía. Esse trabalho foi todo efetuado durante a terceira e quarta Revoluções do Período Lunar.

Como antes os Senhores da Sabedoria procederam, assim agiram os Senhores da Individualidade: se bem que muito superiores ao ser humano, trabalharam nele e sobre ele, a fim de completarem sua própria evolução. Ainda que fossem capazes de lidar com o veículo inferior, eram impotentes em relação ao superior. Não podiam dar o impulso espiritual necessário para despertar o terceiro aspecto do Tríplice Espírito no ser humano. Por isso outra classe de Seres, que estava além da necessidade de se desenvolver numa evolução tal como a nossa – e que também agiu voluntária e livremente, como a dos Senhores da Chama e a dos Querubins – veio ajudar o ser humano durante a quinta Revolução do Período Lunar. São chamados “Serafins”, e despertaram o germe do terceiro aspecto do espírito – o Espírito Humano.

Na sexta Revolução do Período Lunar reapareceram os Querubins, os quais cooperaram com os Senhores da Individualidade para vincular o recém-adquirido germe do Espírito Humano ao Espírito de Vida.

Na sétima Revolução do Período Lunar os Senhores da Chama voltaram a ajudar o ser humano, cooperando com os Senhores da Individualidade para vincular o Espírito Humano ao Espírito Divino. Dessa forma o Ego separado – o Tríplice Espírito – veio à existência.

Antes do princípio do Período de Saturno, os Espíritos Virginais, atualmente seres humanos, estavam no Mundo dos Espíritos Virginais. Eram “Todo-Conscientes” como Deus, em Quem (não de Quem), se diferenciavam. Contudo não eram autoconscientes. A aquisição dessa faculdade é, em parte, o objetivo da evolução, que submerge os Espíritos Virginais num oceano de matéria de crescente densidade, o que os priva por fim da consciência do Todo.

Dessa maneira, no Período de Saturno os Espíritos Virginais foram submersos no Mundo do Espírito Divino e encerrados em tênue envoltura da substância desse Mundo, no qual penetraram parcialmente por meio da ajuda dos Senhores da Chama.

No Período Solar os Espíritos Virginais foram submersos no Mundo do Espírito de Vida, ainda mais denso, ficando assim mais cegos para a consciência do Todo, envolvidos, como estavam, por um segundo véu da substância desse Mundo. E nesse segundo véu penetraram parcialmente ainda com a ajuda dos Querubins. O sentimento de Unidade com o Todo também não foi perdido porque o Mundo do Espírito de Vida é um mundo universal, interpenetrando e sendo comum a todos os Astros de um Sistema Solar.

No Período Lunar, porém, os Espíritos Virginais aprofundando-se mais em matéria ainda mais densa, entraram na Região do Pensamento Abstrato, onde se lhes agregou o mais opaco dos seus véus, o Espírito Humano. Daí em diante o Espírito Virginal perdeu a consciência do Todo. Não mais podendo descerrar seus véus para observar as coisas exteriores e perceber os outros, viu-se forçado a dirigir sua consciência para o centro, ali encontrando a si próprio como Ego, separado e à parte de todos dos outros.

E assim o Espírito Virginal viu-se encerrado num tríplice véu, sendo o véu externo, o Espírito Humano, o que efetivamente o cegou a unidade da Vida, convertendo-o em um Ego e mantendo a ilusão de separatividade adquirida durante a Involução. A Evolução dissolverá gradualmente essa ilusão, trazendo de volta a consciência do todo, enriquecida pela consciência de si mesmo.

Vemos, pois, que ao terminar o Período Lunar o ser humano possuía um Tríplice Corpo em vários estágios de desenvolvimento, e também o germe do Tríplice Espírito. Tinha os Corpos: Denso, Vital e de Desejos, e os Espíritos: Divino, de Vida e Humano. Tudo o que faltava era um elo que os unisse.

Já foi dito que o ser humano atravessou o estado mineral no Período de Saturno, e o do vegetal no Período Solar. Sua peregrinação através das condições do Período Lunar corresponde à fase de existência animal, pelas mesmas razões aplicáveis aos dois símiles anteriores. Portanto nesse Período ele tinha os Corpos: Denso, Vital e de Desejos, como os têm os nossos animais atuais, e sua consciência era uma consciência pictórica interna, análoga à dos animais inferiores de hoje. Era semelhante a uma consciência de sonhos do ser humano, salvo que era perfeitamente racional por ser dirigida pelo Espírito-Grupo dos animais. Chamamos novamente a atenção do Estudante para o Diagrama 4 no Capítulo sobre os Quatro Reinos, onde isso é mostrado.

Esses seres Lunares já não eram tão simplesmente germinais, como nos Períodos anteriores. Para o clarividente desenvolvido aparecem como que suspensos por cordões na atmosfera de névoa ígnea, assim como o embrião está preso à placenta pelo cordão umbilical. As correntes (comuns a todos eles), que forneciam certa espécie de nutrição, fluíam para dentro e para fora da atmosfera através desses cordões. De certa forma, essas correntes eram similares em suas funções ao sangue atual. Se aplicarmos o nome de “sangue” a tais correntes é unicamente com o objetivo de sugerir uma analogia, porque os Seres do Período Lunar não possuíam nada semelhante ao nosso atual sangue vermelho, que é uma das mais recentes aquisições do ser humano.

Pelo final do Período Lunar houve uma divisão no Globo que era o campo da nossa e de outras evoluções, que não mencionamos antes para não confundir, mas com as quais nos familiarizaremos agora.

Parte desse grande Globo foi cristalizada pelo ser humano, dada a sua incapacidade de conservar a parte que habitava no elevado grau de vibração sustentada pelos demais seres dali. Quando essa parte alcançou certo grau de inércia, a força centrífuga do Globo em rotação arrojou-a ao espaço em rodopios, onde começou a circular em torno do brilhante e incandescente núcleo central.

A causa espiritual da expulsão dessa cristalização é que os mais elevados seres de tal Globo requerem, para sua evolução, as extremamente rápidas vibrações do fogo. A condensação, ainda que necessária à evolução de outros e menos avançados seres que necessitam de um grau mais baixo de intensidade vibratória, tolhe esses elevados seres. Por isso, quando parte de qualquer Globo se consolida pela atuação de um grupo de seres em detrimento de outros, essa parte é expelida à distância exatamente necessária para que circule em torno da massa central como um satélite. As vibrações caloríficas que alcançam esse satélite têm exatamente o grau e a intensidade convenientes às necessidades peculiares dos seres que estão evoluindo sobre o mesmo. É claro que a lei de gravitação explica perfeitamente esse fenômeno sob o ponto de vista físico. Contudo, sempre existe uma causa mais profunda, que proporciona uma explicação mais completa. É o que podemos descobrir quando consideramos as coisas sob o aspecto espiritual. Assim como ação física não é mais do que a manifestação visível de um pensamento invisível que a precede, do mesmo modo a expulsão de um Planeta de um Sol central não é mais do que o efeito visível e inevitável de condições espirituais invisíveis.

O menor Planeta que foi arrojado no Período Lunar condensou-se com relativa rapidez e formou o campo de nossa evolução até o fim desse Período. Era como uma lua girando em torno do seu Planeta-pai, da mesma forma que a Lua gira em torno da Terra, porém não mostrava fases como a nossa Lua. Girava de tal maneira que uma metade estava sempre iluminada e a outra sempre obscura, como sucede com Vênus. Um de seus polos apontava diretamente para o imenso Globo ígneo, tal como um dos polos de Vênus aponta diretamente para o Sol.

Nesse satélite do Período Lunar havia correntes que circulavam em torno do mesmo como as correntes dos Espíritos-Grupo circulam em torno da Terra. Os seres Lunares seguiam essas correntes instintivamente, do lado luminoso para o lado obscuro dessa antiga Lua. Em certas épocas do ano, quando se encontravam no lado luminoso, realizava-se uma espécie de propagação. Temos resíduos atávicos dessas viagens lunares de propagação nas migrações das aves, que até hoje seguem as correntes dos Espíritos-Grupo em torno da Terra em certas estações do ano, com propósitos idênticos. Mesmo as viagens de lua de mel dos seres humanos demonstram que o próprio ser humano não se libertou totalmente daquele impulso migratório relacionado com o acasalamento.

Os seres lunares naquele último estágio eram também capazes de emitir sons ou gritos. Eram sons cósmicos e não expressões individuais de alegria ou de dor, porque nesta época o indivíduo ainda não existia. O desenvolvimento da individualidade veio depois – no Período Terrestre.

Ao final do Período Lunar houve de novo um intervalo de repouso, a Noite Cósmica. As partes divididas foram dissolvidas e submergidas no Caos geral que precedeu a reorganização do Globo para o Período Terrestre.

Os Senhores da Sabedoria, então evoluíram tanto que se tornaram capazes de encarregar-se da evolução, já que era a Hierarquia criadora mais elevada. Foram encarregados especialmente do Espírito Divino no ser humano, durante o Período Terrestre.

Os Senhores da Individualidade estavam, também, suficientemente desenvolvidos para poderem agir sobre o espírito no ser humano e por isso encarregaram-se do Espírito de Vida.

Outra Hierarquia Criadora cuidou especialmente dos três germes dos Corpos: Denso, Vital e de Desejos, conforme evoluíam. Foram eles que, sob a direção de ordens mais elevadas, fizeram o principal trabalho nesses Corpos, empregando a vida que está evoluindo como uma espécie de instrumento. Essa Hierarquia é chamada “Senhores da Forma”. Tinham evoluído tanto que puderam encarregar-se do terceiro aspecto do espírito no ser humano – o Espírito Humano – no seguinte Período Terrestre.

Havia doze grandes Hierarquias Criadoras ativas no trabalho da evolução ao princípio do Período de Saturno. Duas dessas Hierarquias executaram, no início, alguns trabalhos. Não há informação sobre o que fizeram nem se fala coisa alguma sobre elas, salvo que agiram livre e voluntariamente, retirando-se depois da existência limitada para a libertação.

Mais três Hierarquias Criadoras seguiram-nas no princípio do Período Terrestre: os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins, permanecendo sete Hierarquias em serviço ativo, quando começou o Período Terrestre. O Diagrama 9 dá uma ideia clara das doze Hierarquias Criadoras e de seus estados.

Diagrama 9 – As Doze Hierarquias Criadoras

Os Senhores da Mente tornaram-se peritos na construção de Corpos de “matéria mental”, assim como nós estamos nos especializando na construção de Corpos de matéria química, e por uma razão similar: a Região do Pensamento Concreto era a mais densa condição de matéria alcançada no Período de Saturno, quando eles eram humanos, assim como a Região Química é o estado mais denso alcançado pela nossa humanidade.

No Período Terrestre os Senhores da Mente alcançaram o estado Criador e emitiram de si, dentro do nosso ser, o núcleo do material com o qual estamos procurando agora construir uma Mente organizada. “Poderes das Trevas” foi o nome que lhes deu São Paulo, por terem surgido do escuro Período de Saturno. São considerados maus devido à tendência separatista, pertinente ao plano da razão, em contraste com a força unificadora do Mundo do Espírito de Vida, o Reino do Amor. Os Senhores da Mente trabalham com a humanidade. Não atuam nos três Reinos inferiores.

Os Arcanjos tornaram-se peritos na construção de um Corpo de matéria de desejos, a mais densa do Período Solar. Portanto, são capazes de ensinar seres menos evoluídos, como o ser humano e o animal, ensinando-os a modelar e utilizar-se do Corpo de Desejos.

Os Anjos são perfeitamente aptos a construir o Corpo Vital porque no Período Lunar, quando eram humanos, o Éter era o estado mais denso da matéria. Esta capacidade habilita-os a serem Líderes apropriados do ser humano, dos animais e dos vegetais, relativamente às funções vitais de propagação, nutrição, etc.

CAPÍTULO IX – ATRASADOS E RECÉM-CHEGADOS

Ao acompanhar, no capítulo anterior, a evolução da vida, da consciência e da forma – tríplice fase de manifestação do Espírito Virginal que é a vida juntando-se à forma para, por seu intermédio, obter consciência expusemos o assunto como se houvesse apenas uma só classe de Espíritos Virginais, ou que estes, sem exceção, tivessem feito um progresso constante e uniforme.

Fizemos assim para simplificar o assunto, porque em realidade houve atrasados, como há em qualquer grande Corporação ou coletividade.

Nas escolas, todos os anos, alguns alunos não conseguem alcançar a média necessária para promoção a um grau superior. Analogamente a cada Período de Evolução, há os que se atrasam porque não atingem a média necessária para passar ao próximo grau superior.

Já no Período de Saturno houve alguns que falharam em alcançar o desenvolvimento suficiente para mais um passo. Naquele estágio os Seres Superiores trabalharam com a vida que era inconsciente de si mesma, mas essa inconsciência não impedia o retardamento de alguns dos Espíritos Virginais menos flexíveis, menos adaptáveis que os demais.

Nessa única palavra: “Adaptabilidade”, temos o grande segredo do atraso ou do progresso. Todo adiantamento depende da flexibilidade e adaptabilidade do ser que está evoluindo, de ser capaz de acomodar-se, por si, a novas condições ou estacionar e cristalizar-se, tornando-se incapaz de toda transformação. A adaptação é qualidade que faz progredir, esteja a entidade num grau superior ou inferior de evolução. A falta de adaptação é causa de atraso para o espírito e de retrocesso para a forma. Isto se aplica ao passado, ao presente e ao futuro, e a qualificação ou desqualificação é feita exata e impessoalmente, com toda justiça, pela Lei de Consequência. Nunca houve nem haverá uma distinção arbitrária entre as “ovelhas” e as “cabras”.

A endurecida receptividade, em alguns dos seres de Saturno, impediu o despertar do Espírito Divino, do que resultou permanecerem como simples minerais, pois só tinham o Corpo Denso, em germe.

No Período Solar houve duas classes ou Reinos: os atrasados do Período de Saturno, ainda minerais, e os pioneiros do mesmo período aptos a receberem o germe do Corpo Vital e tornarem-se análogos às plantas.

Além destes, houve, ainda, um terceiro Reino, uma nova onda de vida. Começou sua atividade no princípio do Período Solar. É a onda de vida que atualmente anima nossos animais.

A matéria na qual entrou a nova onda de vida, junto com os atrasados do Período de Saturno, compôs o Reino Mineral do Período Solar. Havia, entretanto, uma grande diferença entre essas duas classes ou subdivisões do segundo Reino. É possível aos atrasados tomarem um “impulso” e alcançarem os pioneiros (que formam nossa atual humanidade), porém, é impossível para a nova onda de vida do Período Solar fazer o mesmo. Alcançará um estado correspondente ao humano, mas sob condições muito diferentes.

A divisão entre atrasados e pioneiros ocorreu na sétima Revolução do Período de Saturno, quando os Senhores da Chama despertaram o Espírito Divino e verificaram que algumas entidades, que estão evoluindo, encontravam-se em tais condições de insensibilidade, que era impossível despertá-las. Tiveram de continuar sem a chispa espiritual de que dependia seu progresso e viram-se obrigadas a permanecer no mesmo nível incapazes de seguir as que tiveram a chispa espiritual despertada. É bem verdadeiro: tudo o que somos ou deixamos de ser é o resultado de nosso próprio esforço ou de nossa própria inação.

Esses atrasados e a vida recém-chegada formaram manchas obscuras na brilhante esfera gasosa do Globo mais denso do Período Solar. As manchas solares atuais são um resíduo atávico daquele fato.

Na sexta Revolução do Período Solar, os Querubins despertaram o Espírito de Vida. Novamente, fracassaram alguns dos que haviam ultrapassado o ponto crítico do Período de Saturno, mas ficaram incapazes de receber a vivificação do segundo aspecto do espírito, no Período Solar. Constituíram outra classe de atrasados que ficou para trás da crista da onda evolutiva.

Na sétima Revolução do Período Solar, os Senhores da Chama reapareceram para despertar o Espírito Divino nos que, tendo fracassado ao final do Período de Saturno, mas tinham atingido o ponto onde podiam receber o impulso espiritual no Período Solar. Os Senhores da Chama despertaram o germe do Espírito Divino nas entidades aptas da nova onda de vida, mas também houve atrasados.

No princípio do Período Lunar existiam as seguintes classes:

  1. Os Pioneiros que passaram com êxito através dos Períodos de Saturno e Solar. Tinham os Corpos Vital e Denso, Espíritos de Vida e Divino, germinalmente ativos.
  2. Os Atrasados do Período Solar que tinham Corpos Denso e Vital e, também, Espírito Divino, todos germinais.
  3. Os Atrasados do Período de Saturno que tinham sido promovidos na sétima Revolução do Período Solar. Possuíam os germes do Corpo Denso e do Espírito Divino.
  4. Os Pioneiros da nova Onda de Vida Solar que tinham os mesmos veículos que os da classe 3, mas pertenciam a um esquema de evolução diferente do nosso.
  5. Os Atrasados da nova Onda de Vida Solar que tinham somente o germe do Corpo Denso.
  6. Uma nova Onda de Vida que começou sua evolução ao princípio do Período Lunar e é a vida que anima atualmente as nossas plantas.

É bom recordar que a Natureza caminha muito devagar, não muda as formas subitamente. Para ela o tempo nada significa, o seu único objetivo é alcançar a perfeição. O mineral não chega ao estado vegetal de um salto, mas por gradações quase imperceptíveis. Uma planta não se converte em animal em uma noite. Milhões de anos são necessários para produzir a mudança. Em todos os tempos poderemos encontrar toda classe de estados e gradações na Natureza. A escala do ser eleva-se, sem descontinuidade, desde o protoplasma até Deus.

Não vamos considerar seis Reinos diferentes por corresponderem às seis classes que entraram na arena da evolução ao princípio do Período Lunar. Trataremos somente de três Reinos: o Mineral, o Vegetal e o Animal.

A nova onda de vida do Período Lunar era constituída da classe inferior. Era a parte mais densa, o mineral, devendo ficar entendido que não era tão dura como os minerais atuais; sua densidade era análoga à da madeira.

Essa afirmação não contradiz as anteriores, que descreviam a Lua como aquosa, nem está em conflito com o Diagrama 8, que mostra o Globo mais denso do Período Lunar como um Globo etérico, situado na Região Etérica. Como se indicou anteriormente, a espiral do caminho da evolução impede a sucessão de condições idênticas. Haverá analogias ou semelhanças, mas nunca se reproduzirão condições iguais. Nem sempre é possível descrever em termos exatos. O melhor termo disponível é usado para expressar uma ideia sobre as condições existentes, na época que estamos considerando.

A classe 5 da nossa lista era mineral, mas por ter passado além do mineral durante o Período Solar, possuía algumas características vegetais.

A classe 4 era quase vegetal, evoluía para planta antes do término do Período Lunar. Todavia, pertencia mais ao Reino Mineral que as duas classes imediatas, que formavam o Reino superior. Podemos agrupar as classes 4 e 5 e formar um Reino de grau intermediário, um Reino “vegetal-mineral”, constituinte da superfície do antigo Planeta do Período Lunar. Era algo semelhante à turfa, um estado intermediário entre o vegetal e o mineral, e muito úmido o que concorda com a afirmação já feita de que o Período Lunar era aquoso.

Assim, as classes sexta, quinta e quarta formavam as diversas gradações do Reino Mineral no Período Lunar, estando a mais elevada próxima do vegetal e a inferior da substância mineral mais densa daquele tempo.

As classes terceira e segunda formavam o Reino Vegetal. Elas eram, realmente, algo mais do que plantas, mas não eram de todo animais. Cresciam sobre o solo mineral-vegetal e eram estacionárias como as plantas. Não teriam podido crescer nem se desenvolver sobre terreno puramente mineral, como fazem nossas plantas atuais. Podemos encontrar uma boa semelhança nas plantas parasitas: não podendo desenvolver-se sobre um terreno puramente mineral procuram o alimento já especializado por um arbusto ou árvore.

A classe primeira era composta pelos pioneiros da onda de vida dos Espíritos Virginais. No Período Lunar passaram uma existência análoga à do animal. Assemelhavam-se aos animais dos nossos tempos por terem os mesmos veículos e por estarem sob a direção de um Espírito-Grupo, que abrangia toda a família humana. Sua aparência era muito diferente da dos animais atuais, conforme se viu pela descrição parcialmente dada no capítulo anterior. Não pousavam na superfície do Planeta, flutuavam suspensos por uma espécie de cordões umbilicais. Em vez de pulmões tinham brânquias e por elas respiravam o vapor quente da neblina ígnea. Tais condições de existência lunar ainda são recapituladas na atualidade, durante o período de gestação. Em certa altura do desenvolvimento, o embrião possui brânquias. Os seres lunares desse tempo tinham, como os animais, a espinha dorsal horizontal.

Durante o Período Lunar subdividiram-se diversas classes, mais do que nos períodos precedentes, porque, como é de supor, houve também atrasados, fracassados, os que não puderam manter-se na vanguarda da onda evolutiva. Resultado: ao principiar o Período Terrestre havia cinco classes, contendo algumas delas várias divisões, como mostra o Diagrama 10. Essas divisões sucederam-se nas seguintes épocas e pelas razões expostas.

Diagrama 10 – Classes no início do Período Terrestre

Em meados da quinta Revolução do Período Lunar, os Serafins forneceram o germe do Espírito Humano aos que se adaptaram para seguir avante, os pioneiros. Alguns não puderam receber o impulso espiritual que despertasse neles o Tríplice Espírito.

Na sexta Revolução do Período Lunar, os Querubins reapareceram e vivificaram o Espírito de Vida dos que tinham ficado atrás no Período Solar, aqueles que tinham alcançado o grau de desenvolvimento necessário para isso (a classe 2 da nossa lista anterior). Fizeram o mesmo nos atrasados do Período Solar que não desenvolveram o Corpo Vital durante a existência vegetal no Período Lunar. Estão representados na terceira classe da lista mencionada.

A quarta classe dessa lista atravessou um grau inferior de existência vegetal, mas a maioria desenvolveu suficientemente o Corpo Vital, de modo a permitir o despertar do Espírito de Vida.

Assim, as três últimas classes possuíam os mesmos veículos no princípio do Período Terrestre. Somente as duas primeiras (classes 3a e 3b do Diagrama 10 pertencem à nossa onda de vida e têm possibilidades de alcançar-nos, se vencerem o ponto crítico da próxima Revolução do Período Terrestre. Os que não puderam passar esse ponto ficarão apartados, até poderem entrar em alguma evolução futura e prosseguir seu desenvolvimento em novo período humano. Excluídos, não poderão seguir com a nossa humanidade, porque esta ter-se-ia desenvolvido deixando-os distantes. Seria um verdadeiro obstáculo ao nosso progresso se tivéssemos de rebocá-los. Não serão destruídos, isso não, mas ficarão à espera de outro período evolutivo.

Progredir na onda evolutiva atual é o que se pretende significar quando, na Religião Cristã, se fala em “salvação”. Tal salvação deve ser procurada com toda diligência. A “condenação eterna” não significa destruição ou sofrimento sem fim. Entretanto, é algo muito sério encontrar-se algum espírito num estado de inércia durante inconcebíveis milhares de anos, até que, numa nova evolução, chegue ao estado de unir-se a ela e prosseguir sua tarefa. O espírito não é consciente desse lapso de tempo, mas nem por isso a perda é menos séria. Ao entrar na nova evolução, terá um sentimento inexplicável de desambientação, de não estar em seu lugar.

No que diz respeito à humanidade atual, tal possibilidade é tão pequena que está quase fora de cogitação. Entretanto, diz-se que unicamente três quintas partes do número total de Espíritos Virginais que começaram a evolução no Período de Saturno passarão o ponto crítico da próxima Revolução e continuarão até o fim.

A maior apreensão dos ocultistas é o materialismo. Se for demasiadamente longe, não somente impedirá todo o progresso; chegará até a destruir os sete veículos do Espírito Virginal, deixando-o completamente nu. Quem se encontra em semelhante caso terá de recomeçar a evolução desde o princípio. Todo trabalho efetuado desde o princípio do Período de Saturno será uma perda completa. Por tais razões, o presente período é, para nossa humanidade, o mais crítico de todos. Os cientistas-ocultistas falam das dezesseis raças (das quais a germano-anglo-saxônica é uma delas), como de “dezesseis possibilidades de destruição”. Possa o leitor sobrepassar todas, porque não conseguir seria muito pior do que se atrasar na próxima Revolução.

Falando de modo geral, a quinta classe anteriormente mencionada, obteve o germe do Espírito Divino na sétima Revolução do Período Lunar, quando reapareceram os Senhores da Chama. Portanto, foram os pioneiros da última onda de vida, a que entrou em evolução no Período Lunar. Ali passaram sua existência mineral. Os atrasados dessa onda de vida ficaram somente com o germe do Corpo Denso.

Além das nomeadas, houve também uma nova onda de vida (o atual Reino Mineral) que entrou na evolução ao princípio do Período Terrestre.

Ao final do Período Lunar, essas classes possuíam os veículos indicados no Diagrama 10, com eles passando para as condições do Período Terrestre.

Durante o tempo transcorrido desde o princípio do Período Terrestre, o Reino Humano vem desenvolvendo o elo da Mente, despertando para a plena consciência de vigília. Os animais obtiveram um Corpo de Desejos. As plantas um Corpo Vital. Os atrasados da onda de vida evolutiva começada no Período Lunar escaparam à dura e pesada condição pétrea, e, agora, seus Corpos Densos formam nossas terras brandas. Finalmente, a onda de vida que começou a evolução no Período Terrestre forma as rochas e pedras mais duras.

Foi assim que as diferentes classes adquiriram os veículos indicados no Diagrama 3, ao qual remetemos novamente o leitor.

CAPÍTULO X – O PERÍODO TERRESTRE

Os Globos do Período Terrestre estão situados nos quatro estados mais densos de matéria: a Região do Pensamento Concreto, o Mundo do Desejo e as Regiões Química e Etérica do Mundo Físico (veja-se o Diagrama 8). O Globo mais denso, o D, é nossa Terra atual.

Quando falamos de “mundos mais densos” ou de “estados mais densos de matéria”, deve-se tomar o termo em sentido relativo. Em caso contrário implicará numa limitação do Absoluto, o que seria um absurdo. Densidade e subtilidade, acima e abaixo, lesse e oeste são palavras de significação relativa ao nosso próprio estado ou posição. Assim como a nossa onda de vida se manifesta em mundos superiores e sutis, assim também há estados mais densos de matérias que formam o campo de evolução de outras classes de seres. Não vamos imaginar estes mundos mais densos em outras partes do espaço. Estão interpenetrados por nossos mundos, analogamente como os mundos superiores interpenetram a Terra. A solidez aparente da Terra e das formas nela existentes não pode impedir a passagem de um Corpo menos denso. O mais sólido muro não pode evitar a passagem de um ser humano que viaje em seu Corpo de Desejos. Aliás, a solidez não é sinônimo de densidade, como bem exemplifica o alumínio, sólido muito pouco denso. O fluido mercúrio tem bastante densidade, mas não impede que se evapore e escape através de muitos sólidos.

Nesse quarto Período temos, atualmente, quatro elementos. No Período de Saturno não havia mais do que um elemento: o Fogo, isto é, calor, o fogo incipiente. No segundo Período, o Solar, havia dois elementos, o Fogo e o Ar. No terceiro Período, o Lunar, com a Água que se acrescentou, havia três. No quarto, o Terrestre, juntou-se um quarto elemento: a Terra. Portanto, em cada Período houve um elemento adicionado.

No Período de Júpiter será agregado um elemento de natureza espiritual. Unir-se-á com a linguagem, fazendo que as palavras levem consigo o verdadeiro significado. Não haverá equívocos ou ambiguidades como acontecem tão frequentemente agora. Por exemplo, quando alguém diz “casa” pode querer significar uma simples residência, mas um interlocutor pode entender que se trata de um compartimento, e outro de um grande edifício.

As classes mencionadas no Diagrama 10 foram trazidas a esse ambiente de quatro elementos pelas Hierarquias que as tinham a seu cargo. Recordemos que, no Período Lunar, estas classes formavam três Reinos: Animal, Animal-vegetal e Vegetal-mineral. Aqui, na Terra, as condições existentes já não permitem classe intermediária. Só podem existir quatro Reinos distintos e diferentes. Nesta fase de existência cristalizada das formas, torna-se muito mais definida a diferença entre os Reinos, o que não acontecia nos primeiros Períodos, em que cada Reino imergia gradualmente no seguinte. Portanto, algumas das classes citadas no Diagrama 10 avançaram meia etapa, enquanto outras retrocederam outro tanto.

Alguns dos minerais-vegetais avançaram completamente para o Reino Vegetal e formaram a verdura dos campos. Outros retrocederam e converteram-se no solo puramente mineral em que crescem as plantas. Alguns dos vegetais-animais desenvolveram-se até o Reino Animal. Suas espécies têm ainda o sangue incolor dos vegetais, e outras, como as estrelas do mar, conservam ainda as cinco pontas semelhantes às pétalas de uma flor.

Os da classe 2, cujos Corpos de Desejos estavam em condições de serem divididos em duas partes (nesse caso, todos os da classe 1) e que podiam atuar em veículos humanos, avançaram para o grupo humano.

Convém reparar cuidadosamente que, nos parágrafos anteriores, faz-se referência às formas, não à vida, que anima as formas. O instrumento está graduado para servir à vida que o anima.

Os da classe 2, em quem se podia efetuar a divisão mencionada, elevaram-se ao Reino Humano, mas o espírito interno foi-lhes dado um pouco mais tarde do que aos da classe 1. Por consequência, não estão tão desenvolvidos como os da classe 1, e formam as raças humanas inferiores.

Os que tinham seus Corpos de Desejos incapazes de divisão foram colocados nas mesmas condições das classes 3a e 3b; constituem os presentes antropoides. Entretanto, se alcançarem o suficiente grau de desenvolvimento antes do ponto crítico já mencionado, que virá a meados da quinta Revolução, poderão seguir com a nossa evolução. Caso não consigam, perderão todo contato com ela.

Como dissemos, nos três primeiros Períodos o ser humano construiu seu Tríplice Corpo com a ajuda que lhe prestaram outros seres superiores, mas não havia poder coordenador, pois o Tríplice Espírito, o Ego, estava separado dos seus veículos. Agora chegou o tempo próprio para unir o espírito e Corpo.

Feita a divisão do Corpo de Desejos, a parte superior, de certo modo, tornou-se senhora, não só da parte inferior como dos Corpos Vital e Denso. Formou algo como uma alma-animal, à qual o espírito podia unir-se por meio do elo da Mente. Onde não houve divisão do Corpo de Desejos, o veículo entregava-se desenfreadamente a paixões e desejos e não podia ser empregado como veículo interno capaz de ser usado para a morada do espírito. Por isso, ficou sob a direção de um Espírito-Grupo que o guiava de fora. Essa classe animal degenerou e converteu-se nos antropoides.

Ao mesmo tempo em que o Corpo de Desejos se dividia, o Corpo Denso adquiria gradualmente a posição vertical, tirando a espinha dorsal do alcance das correntes do Mundo do Desejo, no qual o Espírito-Grupo age sobre o animal através da espinha dorsal horizontal. O Ego podia agora entrar, agir e expressar-se por meio da espinha dorsal vertical, construir a laringe vertical bem como o cérebro, para sua expressão adequada no Corpo Denso. A laringe horizontal está também sob o domínio do Espírito-Grupo. Se for certo, como já mencionamos, que alguns animais, tais como os estorninhos, os periquitos, os papagaios, etc., podem emitir palavras, por possuírem laringe vertical, não podem pronunciá-las inteligentemente. Empregar palavras para expressar o pensamento é o mais alto privilégio da humanidade e só pode ser efetuado por uma entidade que pense e raciocine como o ser humano. Se o Estudante fixar bem isso em sua Mente, ser-lhe-á fácil seguir as diferentes etapas do progresso humano no Período Terrestre.

A Revolução de Saturno do Período Terrestre

Nesta Revolução, em qualquer período, reconstrói-se o Corpo Denso. Desta vez, deu-lhe a possibilidade de formação de um cérebro, que se converteu em meio de expressão do germe mental, dado posteriormente. Com esta reconstrução final o Corpo Denso adquiriu capacidade e alcançou maior eficiência.

É impossível exprimir em palavras a maravilhosa sabedoria empregada na construção do Corpo Denso. Nunca ao Estudante se inculcarão suficientemente as incomensuráveis facilidades desse instrumento para adquirir conhecimentos, a grandeza do benefício que representa para o ser humano, o quanto deve estimá-lo, e quão agradecido deve sentir-se por possuí-lo.

Já foram expostos alguns exemplos da perfeição de construção e de inteligente adaptabilidade nesse instrumento. Para tornar mais evidente esta grande verdade, vamos ilustrar essa sabedoria, mostrando o trabalho do Ego no sangue.

É geralmente sabido que o suco gástrico atua sobre o alimento para colaborar na assimilação. Contudo, muitos poucos, salvo os médicos, sabem da existência de muitos outros diferentes sucos gástricos, cada um deles apropriados a cada classe de alimentos. As investigações de Pavlov demonstraram além de toda a dúvida, que há uma classe de suco para a digestão da carne, outra para a do leite, outra para a das frutas ácidas, etc. Isso explica por que nem todas as misturas de alimento fazem bem. O leite, por exemplo, necessita de um suco gástrico completamente diferente daquele necessário para qualquer outro alimento, com exceção dos amidos que não podem ser digeridos com facilidade se forem misturados com outros alimentos além dos cereais. Bastaria isso para mostrar uma sabedoria maravilhosa. É o Ego que age subconscientemente e seleciona os diferentes sucos, cada qual apropriado a um ou diversos alimentos que se introduzem no estômago, e dotados da quantidade de energia necessária à digestão. Porém, ainda mais maravilhoso é o suco gástrico filtrar-se no estômago antes do alimento ali chegar.

O mesclar dos sucos não é processo consciente. A grande maioria das pessoas nada sabe do metabolismo ou de qualquer outra fase da química. Logo, não é suficiente explicação dizer que, ao provarmos o que comemos, estamos realizando o processo digestivo por meio de influxos do Sistema Nervoso.

Quando se descobriu a seleção dos sucos gástricos, as pessoas que se dedicam à ciência ficaram embaraçadas para compreender ou explicar como era selecionado o suco necessário, e como esse se filtrava no estômago antes do alimento. Creram primeiramente que o impulso era dado através do Sistema Nervoso, mas, depois, demonstrou-se afastando toda dúvida, que o suco apropriado se filtrava no estômago ainda que o Sistema Nervoso estivesse inibido.

Por último, Starling[3] e Bayliss[4], em uma série de brilhantes experiências, provaram que o sangue tomava partes infinitesimais do alimento que penetrava pela boca e, levando-as diretamente às glândulas digestivas, originava a secreção do suco gástrico requerido.

Porém, isto é somente o aspecto físico do fenômeno. Para compreendê-lo por completo, devemos recorrer à ciência oculta. Unicamente ela explica por que o sangue transporta esse sinal.

O sangue é uma das mais elevadas expressões do Corpo Vital. O Ego guia e controla o instrumento denso por meio do sangue, portanto, é também o meio empregado para agir sobre o Sistema Nervoso. Durante parte da digestão, atua parcialmente através do Sistema Nervoso, mas, especialmente ao começar o processo digestivo, atua diretamente sobre o estômago. Quando, nas experiências científicas citadas, os nervos foram inibidos, foi através do sangue que permaneceu aberto o caminho direto e, por esse modo, o Ego recebeu a informação necessária.

Outrossim, o sangue é dirigido a qualquer parte do organismo em que o Ego esteja desenvolvendo maior atividade. Quando em certa situação, é preciso pensar e agir rapidamente, o sangue dirige-se rápido ao cérebro. Se temos de digerir uma comida copiosa, o sangue abandona a cabeça e outras partes do Corpo para concentrar-se nos órgãos digestivos. O Ego concentra esforços para livrar o Corpo de todo excesso ou alimento inútil. Por isso, não é possível pensar bem depois de ter comido muito. Vem a sonolência, porque a maior parte do sangue é afastada do cérebro, e a que permanece é insuficiente para produzir as funções necessárias à plena consciência de vigília. Além disso, quase todo o fluido vital, energia solar especializada pelo baço, é absorvida pelo sangue que, depois das refeições, passa através desse órgão em maior volume. O resto do sistema também fica privado de fluido vital, em grande extensão, durante o processo digestivo.

É o Ego que impele o sangue para o cérebro. Toda vez que o Corpo vai adormecer, o sangue abandona o cérebro, como se pode provar colocando um ser humano sobre um plano horizontal em equilíbrio. Ao adormecer, baixará do lado dos pés e levantar-se-á do lado da cabeça. Durante o ato sexual o sangue concentra-se nos órgãos respectivos, etc.

Estes exemplos tendem a provar que, durante as horas de vigília, o Ego controla o Corpo Denso por meio do sangue. A maior quantidade dirige-se sempre ao ponto do Corpo em que, num determinado momento, o Ego desenvolve sua principal atividade.

A reconstrução do Corpo Denso, na Revolução de Saturno do Período Terrestre, teve a finalidade de torná-lo apto para ser interpenetrado pela Mente. Recebeu o primeiro impulso para construção do Sistema Nervoso. Desde então, começaram a objetivar-se o Sistema Nervoso Voluntário[5] e o Simpático[6]. Esse último, o Sistema Nervoso Simpático, já fora obtido no Período Lunar, mas o Sistema Nervoso Voluntário não se obteve senão no atual Período Terrestre. Por intermédio do Sistema Nervoso Voluntário, o Corpo Denso, que era um mero autônomo agindo somente em função de estímulos exteriores, transformou-se num instrumento extraordinariamente adaptável, capaz de ser guiado e governado pelo Ego, de dentro.

O trabalho principal de tal reconstrução foi executado pelos Senhores da Forma. Esta Hierarquia é a mais ativa no atual Período Terrestre, assim como as mais ativas do Período de Saturno foram os Senhores da Chama; no Período Solar os Senhores da Sabedoria e no Período Lunar os Senhores da Individualidade.

O Período Terrestre é, eminentemente, o Período da Forma. Aqui, a parte material da evolução está em seu grau mais elevado, ou mais pronunciado. Em contrapartida, o espírito está mais abandonado e coibido. A forma é o fator mais dominante, daí o predomínio dos Senhores da Forma.

A Revolução Solar do Período Terrestre

Durante esta Revolução reconstruiu-se o Corpo Vital, a fim de acomodá-lo à Mente germinal. O Corpo Vital tomou forma parecida à do Corpo Denso, do qual assimila as condições necessárias para ser empregado como veículo mais denso durante o Período de Júpiter. Nesse período o Corpo Denso se espiritualizará.

Os Anjos, a humanidade do Período Lunar, foram ajudados pelos Senhores da Forma na reconstrução. A organização do Corpo Vital é a mais perfeita depois da do Corpo Denso. Alguns têm escrito sobre esse assunto e afirmado que não é um veículo separado, que é somente uma ligação e que não passa de uma modelo do Corpo Denso.

Não desejando criticá-los, admitimos que essa afirmação parece ser justificada pelo fato do ser humano, em seu estado atual de evolução, não poder ordinariamente empregar o Corpo Vital como veículo separado. Na maioria dos seres humanos permanece unido ao Corpo Denso e separá-lo totalmente causaria a morte desse Corpo.

Todavia, como veremos adiante, noutro tempo não estava tão firmemente incorporado ao Corpo Denso.

Nas Épocas da história da Terra chamadas Lemúrica e Atlante, o ser humano era um clarividente involuntário, fenômeno esse produzido pela frouxa conexão entre o Corpo Denso e o Vital. Os iniciadores ajudavam o candidato a diminuir ainda mais essa conexão, como marcadamente acontece com o clarividente voluntário.

Desde essa época, o Corpo Vital ligou-se muito firmemente com o Corpo Denso na maioria das pessoas, porém não tanto nas chamadas sensitivas. Nessa débil conexão está a diferença entre a pessoa psíquica e a comum, inconsciente de tudo que não sejam as impressões dos cinco sentidos. Todos os seres humanos passam através desse período de íntima conexão dos seus veículos para experimentarem a consequente limitação de consciência.

Portanto, há duas classes de sensitivos: os que ainda não se submergiram firmemente na matéria, por exemplo, a maioria dos peles-vermelhas, dos hindus, etc., que possuem certo grau de clarividência ou são sensíveis aos sons da Natureza, e aqueles outros que seguem na vanguarda da evolução. Os vanguardeiros estão surgindo do pináculo da materialidade e podem ser divididos em duas classes: a primeira, que se desenvolve de maneira passiva, sem energia, por meio da ajuda de outros. Voltam a despertar o “Plexo Solar” ou outros órgãos relacionados com o Sistema Nervoso involuntário, tornam-se clarividentes involuntários ou médiuns, sem domínio algum sobre a sua faculdade. Retrocedem. A outra classe é formada pelos que voluntariamente desenvolvem os poderes vibratórios dos órgãos relacionados atualmente com o Sistema Nervoso voluntário. Convertem-se em ocultistas treinados, dominam seus próprios Corpos e exercem a faculdade da clarividência à sua vontade. Por isso são denominados clarividentes voluntários.

No Período de Júpiter, o ser humano funcionará em Corpo Vital, como funciona agora em Corpo Denso. Nenhum desenvolvimento é súbito na Natureza. O processo de separação dos dois Corpos já começou e o Corpo Vital alcançará um elevado grau de eficiência maior do que tem agora o Corpo Denso. Veículo muito mais flexível, o espírito poderá usá-lo de maneira atualmente impossível com o veículo denso.

A Revolução Lunar do Período Terrestre

Nela se recapitulou o Período Lunar e muitas de suas condições prevaleceram idênticas às do Globo D daquele Período, porém em grau superior. Houve uma atmosfera da mesma neblina ígnea, o mesmo centro ardente, a mesma divisão do Globo em duas partes, para que os seres mais altamente evolucionados tivessem oportunidade de progredir em ritmo e enriquecimento tais, que seres como nossa humanidade não teriam podido igualar.

Nessa Revolução, os Arcanjos (a humanidade do Período Solar) e os Senhores da Forma encarregaram-se da reconstrução do Corpo de Desejos, mas não estavam sozinhos nesta tarefa. Quando se deu a separação do Globo em duas partes, houve uma divisão similar nos Corpos de Desejos de alguns dos seres que estão evoluindo. Já indicamos que, ao dar-se essa divisão, a forma estava pronta para converter-se em veículo de um espírito interno. Com o objetivo de levar mais adiante esse propósito, os Senhores da Mente (a humanidade do Período de Saturno) cuidaram da parte mais elevada do Corpo de Desejos e nela implantaram o “eu” separado, sem o qual o ser humano do presente nunca poderia existir, com suas gloriosas possibilidades.

Assim, na última parte da Revolução Lunar, o primeiro germe da personalidade separada foi implantado na parte superior do Corpo de Desejos pelos Senhores da Mente.

Os Arcanjos foram ativos na parte inferior do Corpo de Desejos, dando-lhe desejos puramente animais. Também trabalharam sobre o Corpo de Desejos dos que não estavam divididos. Alguns destes Arcanjos converteram-se em Espíritos-Grupo dos animais, e agem sobre eles, de fora, nunca penetrando totalmente nas formas animais, como o espírito separado o faz de dentro do Corpo humano.

Durante o Período Terrestre foi reconstruído o Corpo de Desejos, a fim de torná-lo apto para ser interpenetrado pela Mente germinal. Esse trabalho efetuou-se em todos os Corpos de Desejos que admitiram a divisão já mencionada.

Como se explicou anteriormente, o Corpo de Desejos é um ovoide desorganizado, tendo no centro o Corpo Denso qual uma mancha obscura, como a clara de ovo envolvendo a gema. Há certo número de centros sensoriais no ovoide, que foram aparecendo desde o princípio do Período Terrestre. Na média dos seres humanos, tais centros assemelham-se a redemoinhos em uma corrente e não estão despertados. É, portanto, um Corpo de Desejos que não tem utilidade para ele como veículo de consciência independente, ou separado; mas quando esses órgãos sensoriais são despertados, parecem vórtices em rapidíssima rotação.

Período de Repouso entre Revoluções

Anteriormente falamos das Noites Cósmicas entre os Períodos. Vimos que houve uma Noite Cósmica, intervalo de repouso e assimilação, entre os Períodos de Saturno e Solar, outra entre os Períodos Solar e Lunar, etc. Porém, além dessas, existem também intervalos de repouso entre as Revoluções.

Podemos comparar: os Períodos a diferentes encarnações do ser humano; a Noite Cósmica aos intervalos entre a morte e o novo nascimento e o intervalo de repouso entre Revoluções ao período de repouso, do sono de cada noite, isto é, entre dois dias.

Quando chega a Noite Cósmica, todas as coisas manifestadas transformam-se numa massa homogênea. O Cosmos converte-se novamente em Caos.

Esse retorno periódico da matéria à substância primordial habilita o espírito a evoluir. Se o processo cristalizante de manifestação ativa continuasse indefinidamente, ofereceria um insuperável obstáculo ao progresso do espírito. Quando a matéria se cristaliza a ponto de tornar-se demasiada pesada e dura, o espírito, nela não podendo agir, retira-se para recuperar a energia já exaurida. É como uma broca que vai furando metais duros: deve parar e ser guardada durante algum tempo para recuperar-se.

As forças químicas na matéria, livres da energia cristalizante do espírito em evolução, convertem o Cosmos em Caos, isto é, devolvem a matéria ao seu estado primordial, para que os Espíritos Virginais regenerados possam recomeçar o seu trabalho na aurora de um novo Dia de Manifestação. As experiências obtidas nos Períodos e Revoluções capacitam o espírito a reconstruir, com relativa rapidez, até o ponto ultimamente alcançado. Além disso, facilitam o progresso ulterior promovendo as alterações que as experiências acumuladas lhe ditam.

Desse modo, no final da Revolução Lunar do Período Terrestre, todos os Globos e toda a vida voltaram ao Caos, reemergindo ao começar a Quarta Revolução.

A Quarta Revolução do Período Terrestre

Na sempre crescente complexidade do esquema evolutivo, há sempre espirais dentro de espirais, ad infinitum. Portanto, não deve causar surpresa sabermos que em cada Revolução o trabalho de recapitulação e repouso se aplica aos diferentes Globos. Quando a onda de vida reapareceu no Globo A, nesta Revolução, recapitulou o desenvolvimento do Período de Saturno; depois de um repouso que, entretanto, não implicou na desintegração do Globo, mas tão-só uma alteração do mesmo, apareceu no Globo B, onde recapitulou a obra do Período Solar. Depois de outro repouso, a onda de vida passou ao Globo C e repetiu o trabalho do Período Lunar. Finalmente, a onda de vida chegou ao Globo D, nossa Terra atual, e aí começou realmente o verdadeiro trabalho do Período Terrestre.

Contudo, as espirais dentro de espirais impediram que esse trabalho principiasse imediatamente depois da chegada da onda de vida do Globo C, porque o germe da Mente só foi obtido na quarta Época. Nas três primeiras Épocas foram recapitulados os Períodos de Saturno, Solar e Lunar.

CAPÍTULO XI – GÊNESE E EVOLUÇÃO DO NOSSO SISTEMA SOLAR

Caos

Nas páginas anteriores nada dissemos sobre o nosso Sistema Solar nem sobre os diferentes Planetas que o compõem porque, antes de chegar o Período Terrestre, não havia a diferenciação atual. O Período Terrestre é o pináculo da diferenciação.

Ainda que não tenhamos falado senão de uma classe de Espíritos Virginais – daqueles que, no sentido mais estrito e limitado, estão relacionados com a evolução terrestre – há, na realidade, sete “Raios” ou correntes de vida. Seguem, todos, evoluções diferentes, embora pertencendo à mesma classe original de Espíritos Virginais de que faz parte a nossa humanidade.

Nos Períodos anteriores, todas essas diferentes subclasses ou raios encontraram um ambiente apropriado para sua evolução no mesmo Planeta. Porém, no Período Terrestre as condições tornaram-se tais que, para facilitar a cada classe o grau de calor e de vibração necessários à sua fase particular de evolução, foram segregados em diferentes Planetas, a diferentes distâncias do manancial central da Vida, o Sol. Esta é a razão de ser do nosso Sistema e de todos os outros Sistemas Solares do Universo.

Antes de descrever a evolução da nossa humanidade na Terra, depois de sua separação do Sol central, é necessário, para manter a devida ordem, explicar a causa do lançamento ao espaço dos Planetas de nosso Sistema.

A manifestação ativa, particularmente no Mundo Físico, depende da separatividade, da limitação da vida pela forma. Porém, durante o intervalo entre Períodos e Revoluções, cessa a distinção entre a vida e a forma. Isto se aplica não somente ao ser humano e aos Reinos inferiores, mas também aos Mundos e Globos, as bases da forma para a vida que está evoluindo. Nesse noturno intervalo, subsistem somente os Átomos-sementes e o núcleo ou centro dos Mundos-Globos – tudo mais é uma substância homogênea. Um só Espírito compenetra todo o espaço. Vida e Forma, seus polos positivo e negativo, são indivisíveis.

A esse estado a mitologia grega chamou “Caos”. A antiga mitologia escandinava e teutônica chamava-lhe “Ginnungagap”, limitado ao norte pelo frio e nebuloso “Niflheim”, a terra da umidade e da neblina, e ao sul, pelo ardente “Muspelheim”. Quando o calor e o frio penetraram no espaço que ocupava o “Caos” ou “Ginnungagap”, eles produziram a cristalização do universo visível.

A Bíblia também emite essa ideia do espaço infinito, como predecessor da atividade do Espírito.

Em nossos atuais tempos de materialismo, lamentavelmente, perdemos a ideia de todo o significado dessa palavra espaço. Acostumamo-nos a falar de espaço “vazio” ou do “grande nada” do espaço, e perdemos completamente o imenso e santo significado daquela palavra. Em consequência, somos incapazes de sentir o respeito que essa ideia de espaço e Caos deveria fazer brotar em nossos corações.

Para os Rosacruzes, tal como para qualquer outra escola de ocultismo, não existe nada semelhante a esse vazio ou nada do espaço. Para eles o espaço é Espírito em atenuada forma, enquanto a matéria é o espaço ou Espírito cristalizado. O Espírito manifestado é dual: a Forma é a manifestação negativa do Espírito, cristalizado e inerte. O polo positivo manifesta-se como Vida que galvaniza a forma negativa e a leva à ação, porém, ambos, Vida e Forma originada em: Espírito, espaço e Caos!

Para termos uma ideia esclarecedora, tomemos da vida diária o exemplo da eclosão de um ovo. O ovo é cheio de um fluido moderadamente viscoso. Submetido esse fluido ao calor, à incubação, dessa substância fluídica e branda, sai um pintinho vivo, com ossos duros e carne, relativamente, dura, coberto de peninhas, até certo ponto, rígidas, etc.

Pois bem, se um pintinho vivo pode surgir de um fluido inerte, de um ovo, sem que se lhe junte substância exterior, será absurdo pretender que o universo seja espaço ou Espírito cristalizado? Não há dúvida alguma, apesar desta afirmação poder parecer absurda a muitas pessoas, mas esta obra não foi escrita para convencer o mundo em geral de que estas coisas são assim. Foi escrita para os que, intuitivamente, sentem que essas coisas devem ser assim e para ajudá-los a ver a luz, como ao autor foi permitido, nesse grande Mundo-mistério. O objetivo especial do momento é demonstrar que o Espírito é ativo em todo tempo – de uma forma durante a Manifestação e de outra durante o Caos.

A ciência moderna sorriria ante a ideia de que a vida pudesse existir num Globo em formação. Isto é devido à ciência não poder dissociar a Vida da Forma, e só poder conceber a Forma quando se apresenta sólida, perceptível por algum dos nossos cinco sentidos.

O ocultista-cientista, de acordo com as definições dadas acima sobre a Vida e a Forma, afirma que a Vida pode existir independentemente da Forma concreta. Podem existir formas não perceptíveis aos nossos atuais sentidos limitados, e não sujeitas a nenhuma das leis que regem o estado atual, concreto, da matéria.

É verdade que a Teoria Nebular sustenta que toda existência (quer dizer: todas as formas, mundos no espaço e quaisquer formas que possam haver neles) surgiu da nebulosa ígnea, mas não reconhece o fato ulterior sustentado pela ciência oculta: a nebulosa ígnea é Espírito. Também não reconhece que toda a atmosfera que nos rodeia e o espaço entre Mundos, é Espírito, e que existe um intercâmbio constante entre a Forma dissolvendo-se em espaço e o espaço cristalizando-se em Forma.

O Caos não é um estado que, tendo existido no passado, agora tenha desaparecido completamente. É tudo que atualmente nos rodeia. Não poderia haver progresso se as formas velhas, que já prestaram toda sua utilidade, não estivessem sendo dissolvidos constantemente no Caos, e se esse não desse nascimento também, continuamente, a novas formas. A obra da evolução cessaria e a estagnação impediria toda possibilidade de desenvolvimento.

É um axioma: “quanto mais nós morremos, melhor vivemos”. Goethe, o poeta iniciado, disse:

“Morra e nasça, sem cessar”: enquanto

Não cumpres esse destino,

És sobre a terra sombria

Qual sombrio peregrino.[7]

E São Paulo disse: “Eu morro todos os dias”[8].

Como Estudantes de ciência oculta, precisamos compreender que, mesmo durante a manifestação ativa, o Caos é a base de todo progresso. Nossa atividade durante o caos decorre de nossa atuação na manifestação ativa. Vice-versa, tudo quanto somos capazes de realizar e de progredir durante a manifestação ativa é resultado da existência no Caos. A existência nos intervalos entre Períodos e Revoluções é muito mais importante para o crescimento da alma do que a existência concreta, se bem que, sendo esta última a base da primeira, não poderíamos passar sem ela. A importância do intervalo Caótico advém, durante esse período, das entidades que estão evoluindo de todas as classes estarem tão estreitamente unidas que em realidade se unificam. Em consequência, estando em estreito contato com os seres mais altamente desenvolvidos, as classes que alcançaram pouco desenvolvimento durante a manifestação experimentam e beneficiam-se de uma vibração superior à sua. Isto lhes permite reviver e assimilar as passadas experiências, o que era impossível enquanto estavam limitadas pela forma.

Já conhecemos os benefícios que traz ao espírito do ser humano o intervalo entre a morte e o novo nascimento. Nesse intervalo, depois da morte, continua-se a empregar uma forma, mas muito mais atenuada do que o Corpo Denso. Nas Noites Cósmicas, nos intervalos de repouso entre Períodos e Revoluções há inteira libertação de toda forma, donde resulta que o benefício extraído de todas as experiências pode ser assimilado muito mais eficazmente.

Uma palavra foi empregada originalmente para expressar o estado das coisas entre manifestações. Entretanto, tem sido tão usada em sentido material que perdeu seu primitivo significado. Dita palavra é Gás.

Alguém julgará que esta palavra é muito antiga e tenha sido usada quase sempre como sinônimo de um estado de matéria mais sutil do que os líquidos. Não, esta palavra foi empregada pela primeira vez em “Physica”[9], obra que apareceu em 1663, escrita por Comenius[10], um Rosacruz.

Comenius não se intitulava a si mesmo Rosacruz; nenhum verdadeiro Irmão o faz publicamente. Só o Rosacruz conhece o irmão Rosacruz. Nem ainda os mais íntimos amigos ou a própria família conhecem as relações de um ser humano com a Ordem. Os Iniciados, e só eles, conhecem os escritores do passado que foram Rosacruzes porque, por meio de suas obras, brilham as inconfundíveis palavras, frases e sinais indicativos da significação profunda, oculta para os não Iniciados. A Fraternidade Rosacruz é composta de Estudantes dos ensinamentos da Ordem, os quais são agora fornecidos publicamente, porque a inteligência do mundo está crescendo a um ponto necessário para compreende-los. Essa obra é um dos primeiros fragmentos públicos dos conhecimentos Rosacruzes. Tudo o que tem sido publicado como tal nos últimos anos, é obra de charlatões ou traidores.

Os Rosacruzes, tais como Paracelso[11], Comenius, Bacon[12], Helmont[13] e outros, deram vislumbres em suas obras e influenciaram a outros. A grande controvérsia sobre as obras de Shakespeare (que fez sujar tantas penas de ganso e gastar tanta tinta, muito melhor empregadas em outros propósitos) nunca teria vindo a lume se fosse conhecido que a semelhança entre Shakespeare e Bacon é efeito da influência exercida sobre ambos, por um mesmo Iniciado. Esse Iniciado também influenciou Jacob Böehme[14] e um pastor de Ingolstadt[15], Jacob Baldus, que viveu posteriormente à morte do “Bardo de Avon”[16] e escreveu versos líricos em latim. Lendo o primeiro poema de Jacob Baldus com certa chave, de baixo para cima, aparecerá a seguinte sentença: “Anteriormente falei do outro lado do mar, por meio do drama; agora me expressarei liricamente”.

Em sua “Physica”, o Rosacruz Helmont escreveu: “Ad huc spiritus incognitum Gas voco”, isto é: “A esse espírito desconhecido eu chamo Gás”. Mais adiante, diz na mesma obra: “Esse vapor a que chamo Gás, não faz muito tempo, foi tirado do Caos de que falavam os antigos”.

Devemos aprender a pensar no Caos como o Espírito de Deus que compenetra todo o infinito. Segundo a máxima oculta, ver-se-á que, em sua verdadeira luz, “o Caos é a sementeira do Cosmos”. E não mais nos perturbaremos ante a assertiva de que “se possa tirar alguma coisa do nada”, porque espaço não é sinônimo de “nada”. Mantém em si os germes de tudo quanto existe durante a manifestação física, embora não contenha tudo completamente. Da fusão do Caos com o Cosmos há sempre e de cada vez, algo novo que antes não existia, que não se percebia, que permanecia latente. O nome desse algo é: Gênio, a causa da Epigênese.

Aparece em todos os Reinos e é a expressão do espírito progressivo no ser humano, no animal e na planta.

O Caos, portanto, é um nome santo, um nome que significa a causa de tudo o que vemos na Natureza. Inspira um grande sentimento de devoção a todo o ocultista experiente, verdadeiro e treinado, que contempla o mundo visível dos sentidos como uma revelação das potencialidades ocultas do Caos.

O Nascimento dos Planetas

Para o ser humano poder expressar-se no Mundo Físico denso era necessário desenvolver um Corpo apropriado. Esse Corpo deve ter órgãos diversos, membros, um sistema muscular que lhe permita mover-se, um cérebro que dirija e coordene os movimentos. Se as condições tivessem sido diferentes, o Corpo seria modificado em harmonia com elas.

Todos os seres na escala da existência, elevados ou inferiores, necessitam possuir veículos quando desejam expressar-se em qualquer Mundo. Até os Sete Espíritos ante o Trono devem possuir apropriados veículos, aliás, diferentes para cada um deles. Coletivamente, Eles são Deus, formam a Trindade Divina, que, por meio de cada um, manifesta-se de maneiras diferentes.

Não existe contradição alguma em atribuir multiplicidade a Deus. Não pecamos contra a “unidade” da luz por distinguirmos as três cores primárias em que se divide. A luz branca do Sol contém as sete cores do espectro.

O ocultista distingue até doze cores no espectro visível. Há cinco entre o vermelho e o violeta – fechando o círculo – além do vermelho, laranja, amarelo, verde, etc., de espectro visível. Quatro dessas cores são indescritíveis, mas a quinta, que está no meio dessas cinco, tem um tom parecido ao da flor de pessegueiro recém-aberta. É a cor do Corpo Vital. Os clarividentes treinados, descrevendo-a como “cinza-azulado” ou “cinza-avermelhado”, procuram descrever uma cor que não tem equivalente no Mundo Físico, vendo-se, por conseguinte, obrigados a empregar os termos mais aproximados que lhes proporciona a linguagem comum.

A cor talvez nos permita conceber, melhor do que por outro modo qualquer, a unidade de Deus e dos Sete Espíritos ante o Trono. Veja-se o Diagrama 11, abaixo:

Diagrama 11 – os 1, 3, 7 e 10 Aspectos de Deus e do Ser Humano

O branco de um triângulo surge de um fundo negro. O branco é uma síntese, contém todas as cores, como Deus contém em Si todas as coisas do nosso Sistema Solar.

Dentro do triângulo branco há três círculos: azul, vermelho e amarelo. Todas as outras cores são simples combinações dessas três cores primárias. Esses círculos correspondem aos três aspectos de Deus, que não tem princípio e que terminam em Deus, se bem que só se exteriorizam durante a manifestação ativa.

 

Tabela das VibraçõesCujos efeitos são reconhecidos e estudados pela Ciência[17]

Quando se misturam essas três cores, conforme se vê no Diagrama 11, aparecem quatro cores adicionais: três cores secundárias, mistura de duas primárias, e uma cor, o índigo, que contém toda a gama de cores, formada das sete cores do espectro. Essas diferentes cores representam os Sete Espíritos ante o Trono. Diferentes são também os Sete Espíritos, que têm diferentes missões no Reino de Deus, o nosso Sistema Solar.

Os sete Planetas que gravitam em torno do Sol são os Corpos Densos dos Sete gênios Planetários. Seus nomes são: Urano, com um satélite; Saturno com oito luas; Júpiter, com quatro; Marte com duas; a Terra com uma Lua; Vênus e Mercúrio.

Como os Corpos são sempre ajustados ao propósito de servir, os Corpos Densos dos Sete Espíritos Planetários são esféricos. É a forma que melhor se adapta à enorme velocidade de sua viagem pelo espaço. A Terra, por exemplo, caminha na sua órbita à razão de 66.000 milhas[18] por hora.

O Corpo humano, no passado, teve formas diferentes da que tem atualmente. A do futuro será também distinta da forma presente. Durante a involução era aproximadamente esférico, como ainda é durante a vida pré-natal. O desenvolvimento intrauterino é uma recapitulação dos passados estados evolutivos. Nesse estado, o organismo desenvolve-se em forma esférica porque, durante a involução, as energias do ser humano eram dirigidas para dentro, para construção dos próprios veículos, assim como o embrião se desenvolve dentro da esfera do útero.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano tornaram-se eretos, mas os outros veículos superiores mantêm ainda a forma ovoide. No Corpo Denso, o cérebro – diretor e coordenador – está situado numa extremidade. É a posição menos favorável para tal órgão. Requer demasiado tempo para que os impulsos, percorrendo de uma extremidade a outra, dos pés à cabeça, cheguem ao cérebro. Em casos de queimadura, a ciência tem demonstrado que se perde bastante tempo para a sensação ir da parte afetada ao cérebro e voltar de novo, o que origina o aumento das lesões da pele.

Os prejuízos desta imperfeição ficariam grandemente diminuídos se o cérebro estivesse no centro do Corpo. As sensações e correspondentes respostas poderiam ser recebidas e transmitidas com muito maior rapidez. Nos Planetas esféricos, o Espírito Planetário dirige os movimentos de seu veículo a partir do centro. O ser humano do futuro se arredondará novamente, como se vê no Diagrama 12. Converter-se-á em esfera, o que lhe proporcionará muitas facilidades para mover-se em todas as direções, e, também, para combinar movimentos simultâneos.

Diagrama 12 – Forma Corporal do Ser Humano no Passado, Presente e Futuro

O Conceito Rosacruz do Cosmos ensina que está reservada aos Planetas uma evolução ulterior. Quando os seres de um Planeta se desenvolvem até certo grau, o Planeta converte-se em Sol, o centro fixo de um Sistema Solar. Se esses seres evoluem em maior grau ainda, aquele Sol alcança o máximo de esplendor, transforma-se em zodíaco, convertendo-se, por assim dizer, em matriz de um novo Sistema Solar.

Dessa maneira, as grandes Hostes de Seres Divinos confinadas no Sol adquirem liberdade de ação sobre um número maior de estrelas, podendo afetar, de diversas maneiras, o sistema que está crescendo dentro da sua própria esfera de influência.

Os Planetas, mundos portadores de seres humanos, dentro do Zodíaco, estão, constantemente, sendo trabalhados por essas forças, de várias maneiras, de acordo com o grau de evolução alcançado.

O nosso Sol não pôde converter-se no que atualmente é enquanto não expulsou todos os seres insuficientemente evoluídos, incapazes de suportar o elevado grau de vibração e a grande luminosidade dos qualificados para aquela evolução. Todos os seres que se encontram nos diversos Planetas ter-se-iam consumidos se tivessem permanecido no Sol.

O Sol visível é o campo de evolução de seres muito superiores ao ser humano, porém, seguramente, não é o Pai dos outros Planetas, como supõe a ciência material. Ao contrário, é uma emanação do Sol Central que é a fonte invisível de tudo que é no nosso Sistema Solar. O nosso Sol visível é como um espelho em que se refletem os raios de energia do Sol Espiritual. O Sol real é tão invisível como o “ser humano real”.

Urano foi o primeiro Planeta arrojado da nebulosa, quando começou a diferenciação no Caos, ao alvorecer do Período Terrestre. Não havia luz alguma, exceto a luz difusa do Zodíaco. A vida que partiu com Urano é de caráter moroso. Por isso, diz-se, evoluciona mui lentamente.

Saturno foi o Planeta expulso depois. É o campo de evolução da vida no estado evolutivo correspondente ao Período de Saturno. Diferenciou-se antes da ignição da nebulosa e, como todas as nebulosas que passam através do Período de Saturno evolutivo, não era fonte de luz, mas somente um refletor.

Pouco depois se diferenciou Júpiter, quando a nebulosa estava já em ignição. O calor de Júpiter não é tão grande como o do Sol, Vênus ou Mercúrio. Seu imenso volume permite-lhe reter muito calor e, por isso, é um campo de evolução conveniente para seres muito desenvolvidos. Corresponde ao estado que a Terra alcançará no Período de Júpiter.

Marte é um mistério. Somente ligeiras informações podem ser dadas a seu respeito. Podemos dizer que a vida de Marte é de natureza pouco desenvolvida e que os chamados “canais” não são escavações na superfície do Planeta, mas correntes semelhantes à que passavam sobre o nosso Planeta da Época Atlante cujos resíduos podem ser observados nas Auroras Boreais e Austrais. Fica assim explicada a mutabilidade observada pelos astrônomos nos canais de Marte. Fossem realmente “canais” e não poderiam estar mudando, porém, como são correntes que emanam dos polos de Marte, estão sujeitos a tais desvios.

A Terra, incluindo a Lua, foi depois arrojada do Sol e, por último, aconteceu o mesmo a Vênus e a Mercúrio. A estes e a Marte nos referiremos mais tarde, ao falar da evolução do ser humano sobre a Terra. No momento não são necessárias maiores considerações.

A existência de luas em um Planeta indica que na onda de vida que está evoluindo naquele Planeta existem alguns seres demasiado atrasados para poderem continuar na evolução da onda de vida principal, e eles tiveram que ser afastados do Planeta para evitar que eles atrapalhassem o progresso dos pioneiros. Estão nesse caso os seres que habitam a nossa Lua. Quanto a Júpiter, é provável que os habitantes de três de suas luas possam reunir-se à vida do Planeta-pai. Admite-se que uma delas, no mínimo, é uma oitava esfera, análoga à nossa própria Lua, onde se processa o retrocesso e a desintegração dos veículos adquiridos. É o resultado da demasiada aderência à existência material por parte de seres que estão evoluindo que chegaram a tão deplorável fim.

Netuno e seus satélites não pertencem propriamente ao nosso Sistema Solar. Os demais Planetas ou, melhor dito, seus Espíritos, exercem influência sobre toda a humanidade. A influência de Netuno está restrita a uma classe especial, os astrólogos. O autor, por exemplo, tem sentido sua influência várias vezes, de maneira acentuada.

Quando os atrasados que, desterrados, evoluem em alguma lua alcançam seu posto e voltam ao Planeta paterno, ou quando um retrocesso continuado origina a completa desintegração dos seus veículos, a Lua abandonada começa a dissolver-se. O impulso espiritual inicial que a lançou a uma órbita fixa durante milênios pode, igualmente, durar milênios depois de abandonada a lua.

Do ponto de vista físico, girando ao redor do Planeta, a Lua abandonada pode parecer ainda um satélite. Não obstante, no transcurso do tempo, conforme diminua a força de atração exercida pelo nosso Sistema Solar. Então, será lançada no espaço interplanetário, dissolvendo-se no Caos. Tais mundos mortos são como escória, e a expulsão é análoga à de um Corpo estranho e duro que, introduzido no sistema humano, caminha e passa através da carne em direção à pele. Os asteroides ilustram esse ponto. São fragmentos de luas que um dia rodearam Vênus e Mercúrio. Os seres nelas confinados no passado são conhecidos esotericamente pelos nomes de “Senhores de Vênus” e de “Senhores de Mercúrio”. Alcançaram seu perdido desenvolvimento, na maior parte, graças ao serviço prestado à nossa humanidade, como adiante será descrito. Agora, salvos, estão no Planeta progenitor, enquanto as luas em que habitaram desintegraram-se parcialmente, achando-se já além da órbita da Terra. Há outras luas “aparentes” no nosso sistema, porém o Conceito não as considera por estarem além do campo de evolução.

CAPÍTULO XII – EVOLUÇÃO DA TERRA

A Época Polar

Enquanto a matéria que forma a Terra ainda fazia parte do Sol, encontrava-se em estado ígneo, ardente. Como o fogo não queima o espírito, a evolução humana começou naquele tempo, confinada especialmente à região polar do Sol.

Os primeiros a aparecer foram os mais desenvolvidos os que deviam converter-se em humanos. As substâncias que agora compõem a Terra estavam em fusão e a atmosfera era gasosa. O ser humano recapitulou seu estado mineral.

Dessa substância química, atenuada, do Sol, o ser humano construiu seu primeiro Corpo mineral, auxiliado pelos Senhores da Forma. Alguém poderia objetar que o ser humano não pode construir nada inconscientemente. A resposta estaria no exemplo da maternidade: a mãe é consciente da construção do Corpo da criança em seu ventre? Entretanto, ninguém se atreveria a dizer que não intervém. Só há uma diferença: a mãe constrói o Corpo para a criança, enquanto o ser humano construía inconscientemente para si mesmo.

O primeiro Corpo Denso do ser humano não se parecia, nem remotamente, com o atual veículo, tão esplendidamente organizado. Tal perfeição foi conseguida ao cabo de miríades de anos. O primeiro Corpo Denso era um objeto enorme e pesado. Por uma abertura na parte superior saía ou projetava-se um órgão. Era uma espécie de órgão de orientação e direção. No transcurso do tempo, o Corpo Denso e o órgão uniram-se mais estreitamente e esse se condensou um tanto. Quando o ser humano se aproximava de lugares onde não podia suportar o calor, o seu Corpo se desintegrava. Com o tempo, o órgão se tornou sensitivo e assinalava o perigo. O Corpo Denso, automaticamente, movia-se para um lugar mais seguro.

Esse órgão degenerou-se, transformando-se no que agora conhecemos por Glândula Pineal[19]. Algumas vezes, essa Glândula é chamada o “terceiro olho”, mas é uma denominação imprópria, porque nunca foi um olho, mas sim, o órgão em que se localizava a percepção do calor e do frio, faculdade atualmente distribuída por todo o Corpo. Durante a Época Polar esse sentido estava localizado nesse órgão, assim como a visão está hoje localizada nos olhos e o sentido da audição nos ouvidos. A extensão da sensação do tato a todo Corpo, desde aquele tempo até hoje, indica a maneira como todo o Corpo Denso se desenvolverá. Os sentidos especializados indicam limitação, mas tempo chegará que qualquer parte do Corpo poderá perceber todas as coisas. Os sentidos da vista e da audição se estenderão por todo o Corpo, como acontece atualmente com o tato. O ser humano será “todo olhos e ouvidos”. Todavia, a percepção sensorial de todo o Corpo terá uma percepção relativa.

Nos primeiros estágios de que estamos falando havia uma espécie de propagação. Aquelas imensas e saciformes criaturas dividiam-se pela metade, em forma muito semelhante à divisão das células por cissiparidade, porém as porções separadas não cresciam; cada metade permanecia no tamanho original.

A Época Hiperbórea

No transcurso do tempo, em diferentes pontos do Globo incandescente, começaram a formarem-se crostas ou ilhas, no meio do mar de fogo.

Surgiram, então, os Senhores da Forma e os Anjos (a humanidade do Período Lunar) que envolveram a forma densa do ser humano num Corpo Vital. Os dilatados Corpos cresceram ainda mais, incorporando por osmose, digamos assim, materiais do exterior. Quando se propagavam, já não se dividiam em duas metades, mas em duas partes desiguais. Ambas cresciam até adquirir o tamanho original do Corpo progenitor.

Como a Época Polar foi uma recapitulação do Período de Saturno, pode-se dizer que durante esse tempo o ser humano passou através do estado mineral: tinha o Corpo Denso e a consciência semelhante à do estado de transe. Por razões análogas, o ser humano atravessou o estado vegetal na Época Hiperbórea, durante a qual dispunha de Corpo Denso, de Corpo Vital e de consciência semelhante à do sono sem sonhos.

A evolução do ser humano na Terra começou depois de Marte ser arrojado da massa central. O que agora é a Terra ainda não se desprendera do Sol. Ao final da Época Hiperbórea, a incrustação tinha aumentado tanto que se converteu num verdadeiro obstáculo ao progresso de alguns dos mais elevados seres solares. Por outro lado, o estado incandescente era um obstáculo à evolução de algumas criaturas de grau inferior, tais como o ser humano. Nesse estado, precisavam de um mundo mais denso para seu futuro desenvolvimento. Por isso, a parte do Sol que agora é a Terra foi arrojada ao terminar a Época Hiperbórea e começou a girar em torno do Corpo do progenitor, seguindo uma órbita um tanto diferente da atual. Pouco depois, por razões análogas, foram expulsos Vênus e Mercúrio.

A cristalização sempre começa nos polos do Planeta onde o movimento é lento. A parte solidificada vai sendo arrastada aos poucos para o Equador. Se a força centrífuga da rotação planetária é mais forte que a tendência coesiva, a massa solidificada é arrojada ao espaço.

Quando o Globo terrestre foi separado da massa central incluía o que atualmente é a nossa Lua. Nesse grande Globo estava evolucionando a onda de vida que, tendo começado a evolução no Período de Saturno, agora anima o Reino Humano, assim como as ondas de vida que começaram sua evolução nos Períodos Solar, Lunar e Terrestre e atualmente estão evolucionando, através dos Reinos Animal, Vegetal e Mineral, respectivamente.

Já fizemos referência a alguns seres, os atrasados dos vários períodos que, ao final dos mesmos, não podendo dar um passo mais na evolução, foram deixados cada vez mais para trás. Tendo chegado a ponto de converterem-se em pesado obstáculo e empecilho, foi necessário expulsá-los, para não retardar a evolução dos demais.

Ao princípio da Época Lemúrica, esses “fracassados” (note-se que eram fracassados e não simplesmente atrasados), cristalizaram a parte da Terra por eles ocupada, a tal ponto que formava, digamos, uma imensa escória sobre a Terra branda e ígnea. Constituindo, pois, obstáculo e obstrução aos demais, foram arrojados ao espaço juntamente com a parte da Terra que tinham cristalizado. Essa é a gênese da Lua.

A Lua – A Oitava Esfera

Os sete Globos, de “A” a “G”, são o campo da evolução. A Lua é o campo de desintegração.

A rapidez das vibrações do Globo original que é agora o Sol teria rapidamente desagregado os veículos humanos se a Terra não se desprendesse. Cresceriam com grande rapidez, comparado com a qual seria lentíssimo o crescimento dos cogumelos. Isto é, seriam velhos o tempo em que deveriam ser jovens.

Esse efeito de excessivo Sol observa-se na rapidez de crescimento nos trópicos. Alcança-se a maturidade e a decrepitude muito antes do que nas zonas temperadas. Quanto à Lua, se tivesse ficado ligado à Terra, o ser humano ter-se-ia cristalizado até converter-se numa estátua. A enorme distância percorrida pelos raios do Sol até a Terra permite, ao ser humano, viver no grau de vibração apropriado e desenvolver-se lentamente. As forças lunares, por sua vez, chegam da distância necessária para que o Corpo seja construído com a densidade conveniente. Estas últimas forças são ativas na construção da forma. A continuidade da sua ação acaba por cristalizar os tecidos orgânicos e, até, por ocasionar a morte.

O Sol age sobre o Corpo Vital. É força que trabalha pela vida, e luta contra as forças lunares que trabalham para a morte.

A Época Lemúrica

Nesta época apareceram os Arcanjos (a humanidade do Período Solar) e os Senhores da Mente (a humanidade do Período de Saturno). Os Senhores da Forma, que tinham a seu cargo o Período Terrestre, ajudaram aquelas Hierarquias. Os primeiros ajudaram o ser humano a construir o Corpo de Desejos, e os Senhores da Mente deram o germe mental à maior parte dos pioneiros, que formavam a classe 1 na classificação do Diagrama 10.

Os Senhores da Forma vivificaram o Espírito Humano em todos os atrasados do Período Lunar que tinham progredido o necessário nas três Revoluções e meia, transcorridas desde o começo do Período Terrestre. Nesse tempo, os Senhores da Mente não puderam dar-lhes o germe mental. Desta forma, uma grande parte da humanidade nascente ficou sem esse laço de união entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo.

Os Senhores da Mente tomaram a seu cargo as partes superiores do Corpo de Desejos e da Mente germinal, impregnando-as do sentimento da personalidade separada, sem a qual não poderiam existir seres separados, tal como hoje conhecemos.

Devemos aos Senhores da Mente a personalidade individual e todas as possibilidades de experiência e crescimento que ela pode proporcionar-nos. Esse ponto marca o nascimento do Indivíduo.

Nascimento do Indivíduo

O Diagrama 1 mostra que a personalidade é a imagem refletida do Espírito, e a Mente é o espelho ou foco.

Assim como em um lago as imagens das árvores se invertem parecendo que a folhagem está no mais profundo das águas, assim também o aspecto mais elevado do espírito (o Espírito Divino) encontra sua contraparte no mais inferior dos três Corpos (o Corpo Denso). O seguinte espírito mais elevado (o Espírito de Vida) reflete-se no Corpo imediato (o Corpo Vital). O terceiro espírito (o Espírito Humano) e seu reflexo, o terceiro Corpo (o de Desejos), aparece mais próximo ao espelho refletor, a Mente, correspondendo esta à superfície do lago, o meio refletor em nossa analogia.

O espírito desceu dos mundos superiores durante a involução e, por ação recíproca, no mesmo período os Corpos se elevaram. O encontro destas duas correntes no foco, ou Mente, marca o momento em que nasce o indivíduo, o ser humano, o Ego, quando o Espírito toma posse dos seus veículos.

Contudo, não imaginemos que, ao alcançar esse ponto, o ser humano se tornou consciente, pensante, tal como é hoje, no estado atual de sua evolução. Para alcançá-lo teve de percorrer um longo e penoso caminho. Os órgãos estavam, ainda, em estado rudimentar, não havia cérebro para empregar como instrumento de expressão e, por isso, a consciência era a menor que se possa imaginar. Numa palavra, o ser humano daquele tempo estava longe de ser tão inteligente como os animais atuais. O primeiro passo para melhorar foi a construção do cérebro, destinado a ser o instrumento da Mente no Mundo Físico. Isto se realizou separando a humanidade em sexos.

Separação dos Sexos

Ao contrário da ideia geralmente aceita, o Ego é bissexual. Se o Ego fosse assexual, o Corpo seria necessariamente assexual também, por ser o símbolo externo do espírito interno. Nos mundos internos, o Ego manifesta os sexos diferentemente, como duas qualidades distintas: Vontade e Imaginação. A Vontade é a força masculina, aliada às forças solares. A Imaginação é o poder feminino, sempre unido às forças lunares. Isto explica o predomínio da Imaginação na mulher e o poder especial que a Lua exerce sobre o organismo feminino.

Quando na Época Hiperbórea, a matéria que depois formou a Terra e a Lua fazia ainda parte do Sol, o Corpo do ser humano nascente era plástico. As forças da parte que permaneceu como Sol e da parte que agora constitui a Lua agiam facilmente em todos os Corpos. O ser humano era hermafrodita, capaz de exteriorizar de si outro ser sem intervenção de qualquer outro.

Separada a Terra do Sol e, pouco depois, arrojada a Lua, as forças dos dois luminares não encontraram modo de expressar-se como anteriormente. Alguns Corpos tornaram-se melhores condutores de umas forças e outros de outras.

Influência de Marte

Na parte do Período Terrestre que precedeu à separação dos sexos, durante as três Revoluções e meia entre a diferenciação de Marte e o começo da Época Lemúrica, Marte seguia uma órbita distinta da que agora percorre. Sua aura (essa parte dos veículos sutis que se estende para fora do Planeta denso) compenetrou o Corpo do Planeta central polarizando internamente o ferro.

Antes disso, como o ferro é essencial para a produção do sangue vermelho e quente, todas as criaturas eram de sangue frio, melhor dito, a parte fluídica dos seus Corpos não era mais quente que a atmosfera que as rodeava.

Quando a Terra foi arrojada do Sol central, modificaram-se as órbitas dos Planetas, pelo que diminuiu a influência de Marte sobre o ferro. O Espírito Planetário de Marte retirou o resto desta influência e, embora os Corpos de Desejos da Terra e de Marte ainda se compenetrassem, cessou o poder dinâmico de Marte sobre o ferro, um metal marciano, então utilizável em nosso Planeta.

Em realidade, o ferro é a base de toda existência separada. Sem o ferro, não seria possível o sangue vermelho, produtor do calor. O Ego não teria governo algum no Corpo. Quando se desenvolveu o sangue vermelho, na última parte da Época Lemúrica, o Corpo tornou-se ereto. O Ego pôde, então, penetrar no seu Corpo e governá-lo.

Porém, o fim e o objetivo da evolução não é somente entrar no Corpo. Isso é um meio e o fim é a melhor expressão do Ego no Mundo Físico, por meio do seu instrumento. Para consegui-lo teve de construir órgãos dos sentidos, tal como a laringe e, sobretudo, o cérebro, que depois aperfeiçoou.

Durante a primeira parte da Época Hiperbórea, enquanto a Terra estava ainda unida ao Sol, o ser humano recebia das forças solares o sustento de que necessitava. Inconscientemente, para fins de propagação, o excesso era irradiado.

Quando o Ego entrou na posse dos seus veículos, foi necessário empregar parte dessa força na construção do cérebro e da laringe, originariamente partes do órgão criador. A laringe formou-se enquanto o Corpo Denso tinha a forma de saco dilatado, já descrita, forma ainda mantida no embrião humano. Conforme o Corpo Denso se verticalizou, parte do órgão criador permaneceu com a parte superior do Corpo Denso, convertendo-se em laringe.

Desta forma, a dual força criadora que, no objetivo de criar outro ser, trabalhara anteriormente em uma só direção, dividiu-se. Uma parte dirigiu-se para cima, para construção do cérebro e da laringe, o meio para o Ego pensar e comunicar pensamentos aos demais seres.

Resultados desta modificação: só uma parte da força essencial para a criação de outro ser era eficaz em cada indivíduo. Por isso, cada ser individual teve de procurar a cooperação de outro que possuísse a parte da força procriadora que lhe faltava.

Assim, a entidade que está evoluindo obteve a consciência cerebral do mundo externo à custa da metade do seu poder criador. Antes disso, ao empregar, em si, as duas partes desse poder para exteriorizar outro ser, o indivíduo era criador somente no Mundo Físico. Depois da modificação, adquiriu o poder de criar e de expressar pensamentos e a capacidade de criar nos três Mundos.

As Raças e Seus Líderes

Antes de considerar em detalhes a evolução dos lemurianos, será conveniente dar uma vista geral às Raças e seus Líderes.

Algumas obras sobre Ocultismo, muito estimadas, trouxeram a público os ensinamentos da Sabedoria Oriental. Não obstante, contém certos erros, devidos à má interpretação dos que tiveram a felicidade de recebê-los e transmiti-los. Todos os livros não escritos diretamente pelos Irmãos Maiores estão sujeitos a tais erros. Todavia, considerando a extrema complexidade do assunto, são de admirar que os erros cometidos tenham sido tão poucos. Por isso, o autor não tem a menor intenção de criticar, reconhecendo que mais numerosos e mais graves erros podem ter sido incorporados nesta obra, devidos à errônea concepção do ensino recebido. O autor simplesmente indica, nos seguintes parágrafos, o que recebeu, e mostra como podem conciliar-se os diferentes ensinamentos, aparentemente contraditórios, de obras tão preciosas como “A Doutrina Secreta”, de H. P. Blavatsky[20], e o “Budismo Esotérico” de A. P. Sinnett[21].

A parte da evolução humana a ser realizada durante a jornada atual da onda de vida na Terra estende-se por sete grandes estados ou Épocas. Esses estados de evolução não podem ser chamados propriamente raças. Até próximo do final da Época Lemúrica, nada apareceu a que se possa propriamente aplicar esse nome. Desde aquele tempo, sucederam-se diferentes raças através das Épocas Atlante e Ária, e prolongar-se-ão ligeiramente na grande Sexta Época.

O número total de raças em nosso esquema evolutivo – passadas, presentes e futuras – é de dezesseis: uma ao final da Época Lemúrica; sete, durante a Época Atlante; mais sete em nossa atual Época Ária, e outra mais, ao começar a Sexta Época. Depois disso nada mais haverá que possamos denominar propriamente de raça.

As raças não existiram nos períodos que precederam o Período Terrestre, nem existirão nos períodos subsequentes. Unicamente aqui, no nadir da existência material, podem existir diferenças tão grandes entre os seres humanos e produzir distinções de raças.

Além das Hierarquias Criadoras que deram aos seres humanos seus veículos durante a Involução e ajudaram-nos a dar os primeiros passos na Evolução, a humanidade teve também, como Líderes da Humanidade imediatos, seres muito mais desenvolvidos. Para realizar essa obra de amor, esses Líderes vieram dos Planetas situados entre a Terra e o Sol: Vênus e Mercúrio.

Os seres que habitam Vênus e Mercúrio não estão tão avançados como os que têm por atual campo de evolução o Sol, mas estão muito mais desenvolvidos do que a nossa humanidade. Portanto, permaneceram algum tempo mais na massa central do que os habitantes da Terra. Em certa altura do seu desenvolvimento, havendo necessidade de campos de evolução separados, foram arrojados esses dois Planetas: Vênus, primeiro, depois Mercúrio. Cada um ficou à necessária distância para assegurar a intensidade vibratória conveniente à sua evolução. Os habitantes de Mercúrio, mais próximos do Sol, são os mais avançados.

Alguns habitantes destes Planetas foram enviados à Terra para auxiliar a nascente humanidade. Os ocultistas conhecem-nos pelos nomes de “Senhores de Vênus” e de “Senhores de Mercúrio”.

Os Senhores de Vênus foram os Líderes da massa do nosso povo. Eram seres inferiores da evolução de Vênus. Ao aparecerem entre os seres humanos foram conhecidos como “Mensageiros dos Deuses”. Para o bem da humanidade, eles a guiou e a conduziu, passo a passo. Não houve rebelião alguma contra sua autoridade porque o ser humano ainda não tinha desenvolvido vontade independente. A fim de elevá-lo ao grau em que pudesse manifestar vontade e razão, guiaram-no até poder dirigir-se a si próprio.

Reconhecendo que esses mensageiros se comunicavam com os Deuses, foram reverenciados profundamente e suas ordens obedecidas sem discussão.

Quando a humanidade, sob a direção destes Seres, chegou a certo grau de progresso, os humanos mais avançados foram colocados sob a direção dos Senhores de Mercúrio. Iniciaram-nos nas verdades mais elevadas, a fim de convertê-los em Líderes ou chefes do povo. Estes iniciados, guinados à dignidade de reis, foram os fundadores das dinastias dos Legisladores Divinos. Certamente, eram reis “pela graça de Deus”, isto é, pela graça dos Senhores de Vênus e de Mercúrio que, para a infantil humanidade, eram como deuses. Guiaram e instruíram os reis para benefício do povo, não para se engrandecer e arrogarem-se direitos a expensas deste.

Nesse tempo, um regente tinha o dever sagrado de educar e ajudar o seu povo, pacificar e promover a equidade e o bem-estar. Tinha a luz de Deus, que lhe dava sabedoria e guiava o seu julgamento. Enquanto reinaram esses Reis tudo prosperou, viveu-se, certamente, uma Idade de Ouro. Seguindo em detalhe a evolução do ser humano, veremos que a fase ou período presente de desenvolvimento não será uma idade de ouro, senão talvez no sentido material, mas é uma fase necessária para conduzir o ser humano a ponto de guiar-se a si mesmo. O domínio próprio é o fim e objetivo de toda disciplina. Nenhum ser humano sem governo pode subsistir seguro e salvo se não aprendeu a dominar-se. No atual grau de desenvolvimento esta tarefa é a mais difícil que se lhe pode proporcionar. É muito fácil dar ordens a outros ou dominá-los, difícil é impor obediência a si próprio.

Influência de Mercúrio

O propósito dos Senhores de Mercúrio, em todo esse tempo, assim como o objetivo dos Hierofantes dos Mistérios, desde esse tempo, e o de todas as escolas de ocultismo, em nossos dias, era e é ensinar ao candidato a arte de se dominar. O ser humano estará qualificado para governar os outros na proporção, unicamente na proporção, em que seja capaz de domínio próprio. Se os nossos atuais legisladores ou dirigentes das massas pudessem dominar-se a si próprios, teríamos novamente o Milênio, ou Idade de Ouro.

Em idades antiquíssimas, os Senhores de Vênus agiram sobre as massas. Atualmente, os Senhores de Mercúrio estão trabalhando sobre o Indivíduo, capacitando-o para o domínio próprio (incidentalmente, não propriamente), para o domínio dos demais. Esse seu trabalho é somente o início da crescente influência mercuriana que ocorrerá nas três e meia Revoluções restantes do Período Terrestre.

Nas primeiras três e meia Revoluções, Marte polarizou o ferro, o que evitou a formação do sangue vermelho e impediu a entrada do Ego no Corpo até adquirir o conveniente grau de desenvolvimento.

Nas últimas três Revoluções e meia, Mercúrio agirá para libertar o Ego dos veículos densos, por meio da Iniciação.

É interessante notar que assim como Marte polarizou o ferro também Mercúrio polarizou o metal do mesmo nome. A ação desse metal demonstra muito bem essa tendência de retirar o espírito do Corpo.

Um exemplo é essa terrível enfermidade, a sífilis, em que o Ego fica demasiadamente aprisionado ao Corpo. Mercúrio, em doses convenientes, alivia essa condição, reduz a aderência do Corpo ao Ego, e permite a esse a liberdade que goza as pessoas sem essa doença. Em contrapartida, uma dose exagerada de mercúrio provoca paralisia, por libertar o Ego do Corpo Denso de uma maneira imprópria.

Os Senhores de Mercúrio ensinaram o ser humano a sair do e a voltar ao Corpo à vontade, e a funcionar nos veículos superiores independentemente do Corpo Denso. Assim, esse último se converteu numa casa confortável e alegre, em vez de uma prisão obscura – um instrumento útil, em vez de um cárcere.

A Ciência Oculta fala do Período Terrestre como de Marte-Mercúrio. Realmente, pode-se dizer, temos estado em Marte e vamos para Mercúrio, conforme diz uma das obras ocultistas mencionadas anteriormente. Entretanto, diga-se também, nunca habitamos o Planeta Marte, nem estamos vivendo na Terra para, futuramente, ir viver no Planeta Mercúrio, como outra das obras mencionadas indica, na intenção de corrigir um erro da primeira.

Na Época atual, Mercúrio está emergindo do período de repouso planetário. Exerce muita pouca influência no ser humano, mas conforme for passando o tempo, sua influência será mais preponderante na nossa evolução. As raças futuras obterão muito maior ajuda dos mercurianos, e os povos das Épocas e Revoluções posteriores obterão ainda mais.

A Raça Lemúrica

Encontramo-nos agora em condições de compreender as informações seguintes, referentes às entidades humanas que viveram na última parte da Época Lemúrica.

A atmosfera da Lemúria era ainda muito densa, parecida à névoa ígnea do Período Lunar, porém mais densa. A crosta terrestre começava a adquirir dureza e solidez em algumas partes, mas noutras estava ainda em fusão. Entre essas ilhas de crosta dura havia um mar de água em ebulição, erupções ardentes lutavam contra a formação da crosta que progredia e, rodeando, os aprisionava.

O ser humano vivia sobre as partes mais duras e relativamente resfriadas, entre bosques gigantescos e animais de enorme tamanho. As formas dos animais e dos seres humanos eram muito plásticas. Já se formava o esqueleto, mas havia no ser humano um grande poder de modelar a carne do seu Corpo e dos animais. Ao nascer podia ouvir e tinha sensibilidade tátil, mas a percepção da luz só veio mais tarde. Atualmente, há casos análogos em animais; os filhotes de cães e gatos recebem o sentido da visão algum tempo depois de nascer. Os lemurianos não tinham olhos. Eram dois pontos, duas manchas pequenas, sensíveis à luz solar que difusa e vagamente atravessava a atmosfera de fogo da antiga Lemúria. Desde então, a construção dos olhos progrediu, mas, até o final da Época Atlante, não havia o sentido da visão, como hoje o conhecemos.

Enquanto o Sol era interno e a Terra era parte do grande Globo luminoso o ser humano não precisava de nenhuma iluminação externa; ele era luminoso. Quando a Terra obscura foi separada do Sol, tornou-se necessário poder perceber a luz e o ser humano a percebia quando os raios incidiam sobre ele.

A Natureza construiu os olhos para receberam a luz, em resposta à função já existente, segundo princípio invariável, demonstrado habilmente pelo professor Huxley. A ameba não tem estômago e, entretanto, digere. Ela é todo estômago. A necessidade de digerir o alimento formou o estômago no transcurso do tempo, porém, a digestão existiu antes da formação do canal digestivo. De maneira análoga, a percepção da luz produziu os olhos. A luz criou e mantém o olho. Onde não há luz alguma não podem existir olhos. Em experiências com alguns animais que, metidos em cavernas, foram privados de toda luz, os olhos degeneraram a até se atrofiaram por não haver luz alguma para sustentá-los, já que os olhos são desnecessários em cavernas escuras. Os lemurianos necessitavam de olhos, tinham percepção da luz, e a luz começou a construir os olhos, como resposta àquela exigência.

A linguagem era de sons análogos aos da Natureza. O murmúrio do vento nos bosques imensos, que cresciam luxuriantes naquele clima super-tropical, o ulular da tempestade, o ruído das cataratas, o rugido dos vulcões, todos esses sons eram para o ser humano de então como vozes dos Deuses, de quem sabia ter descendido.

Do nascimento do seu Corpo nada sabia. Não podia vê-lo, nem ver outras coisas, mas percebia os seus semelhantes. Era uma percepção interna, um tanto semelhante à quando percebemos pessoas ou coisas em sonhos. Todavia, com uma diferença importantíssima: estas percepções internas eram claras e racionais.

Nada conhecia, portanto, sobre o Corpo e nem sequer sabia que tinha um Corpo, do mesmo modo que não sentimos que temos estômago quando em boa saúde. Só nos lembramos da sua existência quando os abusos provocam dores. Em condições normais, não nos lembramos do estômago e somos completamente inconscientes dos seus processos. O mesmo se dava com os lemurianos: os Corpos prestavam-lhes excelentes serviços, embora inconscientes da sua existência. Foi a dor o meio de fazer-lhes sentir o Corpo e o mundo externo.

Tudo quanto se relacionava com a propagação da raça e com o nascimento era executado sob a direção dos Anjos, por sua vez, guiados por Jeová, o Regente da Lua. A função procriadora era exercitada em determinadas épocas do ano, quando as linhas de força de Planeta para Planeta formavam ângulo apropriado. Como a força criadora não encontrava obstáculo algum, o parto realizava-se sem dor. O ser humano era inconsciente do nascimento, porque sua inconsciência do Mundo Físico era análoga à nossa, agora, durante o sono. Só mediante o íntimo contato das relações sexuais o espírito sentiu a carne, e o ser humano “conheceu” sua esposa. A isto se referem várias passagens da Bíblia, por exemplo: “Adão conheceu Eva e ela concebeu Seth”[22]; “Elkanah conheceu Hanah e ela concebeu Samuel”[23]; e a pergunta de Maria: “Como poderia conceber se não conheço homem algum? “[24]. Está aqui, também, a chave para o significado da “Árvore do Conhecimento[25], o fruto, que abriu os olhos de Adão e Eva, a fim de poderem conhecer o bem e o mal. Anteriormente, conheciam somente o bem, mas, quando começaram a exercer a função criadora independentemente, sem o conhecimento das influências Astrais, como tem sido característica dos seus descendentes, conheceram o sofrimento e o mal. A suposta maldição de Jeová não foi maldição, de maneira alguma. Foi uma clara indicação do efeito que, inevitavelmente, produziria a força criadora quando empregada na geração de um novo ser, sem tomar em conta as determinantes dos Astros.

Assim, o emprego ignorante da força geradora é o principal responsável pela dor, enfermidade e a tristeza.

O lemuriano não conhecia a morte porque, no transcurso de longas eras, quando o Corpo se tornava inútil, entrava noutro, completamente inconsciente da mudança. Como a consciência não estava focada no Mundo Físico, para ele, abandonar seu Corpo para tomar outro Corpo era como a queda de uma folha seca de árvore, logo substituída por novo broto.

A linguagem era algo santo, não, como a nossa, uma linguagem morta, um simples arranjo de sons. Cada som emitido pelos lemurianos tinha poder sobre os semelhantes, sobre os animais e sobre a Natureza circundante. Portanto, sob a orientação dos Senhores de Vênus, que foram os mensageiros de Deus – os agentes das Hierarquias Criadoras – o poder de expressão foi usado com grande reverência, como algo mais sagrado.

A educação dos meninos diferia muito da educação das meninas. Os métodos educativos dos lemurianos seriam chocantes para nossa mais refinada sensibilidade. Para não ferir os sentimentos do leitor, falaremos unicamente do menos cruel de todos eles. Cumpre recordar que não estando os Corpos dos lemurianos tão altamente sensibilizados como os Corpos humanos dos nossos dias, só mediante práticas duríssimas, por extremamente desumanas que pareçam, se podia compelir sua consciência extremamente obscura e pesada para que ela se voltasse ao mundo exterior.

A educação dos meninos era especialmente encaminhada ao desenvolvimento da Vontade. Faziam-nos lutar uns contra os outros, em lutas extremamente brutais. Eram empalados em espetos, mas deixados de maneira que pudessem desempalar-se à vontade. Para exercitarem o poder da vontade, deveriam permanecer assim, apesar da dor. No mesmo sentido, aprendiam a manter seus músculos em tensão e a transportar imensas cargas.

A educação das meninas encaminhava-se ao desenvolvimento da faculdade imaginativa. Eram também sujeitas a práticas desumanas e severas: deixadas em bosques imensos para que o som do vento nas folhagens lhes falasse, abandonadas em meio à fúria das tempestades e de inundações. Dessa forma aprendiam a não temer os paroxismos da Natureza e a perceber, unicamente, a grandeza dos elementos em luta. A frequência das erupções vulcânicas era, também, de grande valor como meio educativo, especialmente para despertar a memória.

No transcurso do tempo, a consciência foi se despertando, e essas práticas cruéis abandonadas por se tornarem desnecessárias, porém, naqueles tempos, foram indispensáveis para despertar as adormecidas forças do espírito à consciência do mundo externo.

Tais métodos educativos, que estavam completamente fora de sentido em nossos dias, não chocavam os lemurianos, desprovidos de memória. Não importava quão dolorosas ou aterrorizantes fossem as experiências suportadas. Uma vez passadas, eram imediatamente esquecidas. As terríveis experiências citadas acima imprimiam, no cérebro, impactos violentos e constantemente repetidos e tinham por objetivo despertar a memória, a necessária memória que, hoje, emprega as experiências do passado como guia da ação.

A educação das meninas desenvolvia a memória germinal, ainda débil. A primeira ideia de bem e do mal foi formulada por elas. As experiências agiram fortemente sobre sua imaginação: as que produziam o resultado esperado eram consideradas “boas”, enquanto as que apresentavam desfecho inesperado eram consideradas “más”.

Assim, a mulher foi a precursora da cultura e a primeira a desenvolver a ideia de uma “boa vida”. Por isso, a mulher tornou-se um expoente mui estimado entre os antigos e a tal respeito tem, nobremente, estado na vanguarda desde aquela época. Certamente, encarnando os Egos alternadamente como homens e como mulheres, não há realmente superioridade alguma. Simplesmente os que encarnam em Corpos Densos do sexo feminino tem Corpos Vitais positivos e, portanto, são mais sensíveis aos impactos espirituais do que os varões, que têm Corpos Vitais negativos.

O lemuriano era um mago de nascimento, reconhecia-se como um descendente dos Deuses, um ser espiritual. Sua linha de desenvolvimento, portanto, não era orientada para obtenção de conhecimentos espirituais, mas sim materiais. Para os mais avançados não era preciso revelar aos seres humanos essa elevada origem, nem educá-los para a realização de coisas mágicas, ou instruí-los, nos Templos de Iniciação, para funcionarem no Mundo do Desejo ou nos Reinos superiores. Tais instruções são necessárias ao ser humano atual porque não tem conhecimento do mundo espiritual, nem pode funcionar nos Reinos suprafísicos. O lemuriano, possuía esse conhecimento e podia exercer essas faculdades. Contudo ignorava as Leis do Cosmos e os fatos relacionados com o Mundo Físico, coisas e conhecimentos, hoje, comuns a todos. Nas Escolas Iniciáticas ensinavam-se a arte, as leis da Natureza e os fatos relacionados com o universo físico, fortalecia-se a vontade, despertava-se a imaginação e a memória, de maneira a correlacionar as experiências, e inventar meios de ação, quando as experiências do passado não indicavam o procedimento apropriado. Os Templos de Iniciação dos tempos lemúricos eram, por conseguinte, escolas superiores de desenvolvimento do poder da vontade e da imaginação, com graduados cursos posteriores sobre Arte e Ciência.

Embora o lemuriano fosse um mago nato, nunca empregou mal seus poderes, porque se sentia relacionado com os Deuses. Sob a direção dos Mensageiros de Deus, dos quais já falamos, suas forças foram dirigidas à construção de formas nos Reinos vegetal e animal. Para o materialista, pode ser mui difícil compreender como poderiam efetuar essa obra sem verem o mundo ambiente. É certo, eles não podiam ver, tal como compreendemos essa palavra ou como vemos atualmente os objetos exteriores com nossos olhos físicos. Não obstante, assim como as crianças, nos dias de hoje, são clarividentes enquanto permanecem em inocência imaculada, sem pecado, assim também os lemurianos, que eram puros e inocentes, possuíam uma percepção interna que lhes proporcionava uma vaga ideia da forma externa de qualquer objeto, muito iluminada internamente, como qualidade anímica, por uma percepção espiritual nascida da pureza e da inocência.

Entretanto, Inocência não é sinônimo de Virtude. Inocência é filha da Ignorância e essa não pode se conservar num universo que tem como propósito evolutivo a aquisição da Sabedoria. Para chegar a esse fim, é essencial conhecer o bem e o mal, o certo e o errado e também ter a liberdade de agir. Se o ser humano, possuindo o conhecimento e a liberdade de agir, defende o Bem e o Justo, cultiva a Virtude e a Sabedoria. Se cai na tentação e, conscientemente, faz o mal, desenvolve o vício.

O plano de Deus não pode ser reduzido a nada. Cada ato é uma semente para a Lei de Consequência. Nós colhemos o que semeamos. As ervas daninhas das más ações trazem em si tristeza e sofrimento; e quando as sementes delas caírem no coração castigado e forem umedecidas pelas lágrimas do arrependimento, a Virtude florescerá, definitivamente. Se no Reino do nosso Pai só o Bem pode perdurar, não é uma verdadeira bênção a certeza de que apesar do mal que façamos, o Bem triunfará por fim?

A “Queda” e a consequente dor e sofrimento são um estado temporário, durante o qual vemos as coisas como através de um vidro embaciado. Depois, encontrar-nos-emos frente a frente com Deus, a quem os puros de coração percebem dentro e fora de si.

A “Queda do Homem

Cabalisticamente descrita, é a experiência de um casal que, certamente, representa a humanidade. A chave encontra-se nos versículos da Bíblia em que o Mensageiro dos Deuses, anuncia à mulher “conceberá teus filhos com dor”. Aqui está, também, implícita a sentença de morte que foi pronunciada, nesse mesmo contexto.

Antes da Queda, a consciência não estava enfocada no Mundo Físico. O ser humano estava inconsciente da propagação, do nascimento e da morte. Os Anjos, como se disse, trabalhavam no Corpo Vital (o meio de propagação), regulavam a função procriadora e juntavam os sexos em certas ocasiões do ano, empregando as forças solares e lunares, nos momentos e condições mais propícias para a fecundação. A união dos participantes, ao princípio, era inconsciente, porém, mais tarde, produziu-se um conhecimento físico momentâneo. A gestação decorria sem incômodo algum e o parto realizava-se sem dor. Estando os pais submersos em sono profundo, o nascimento e a morte não implicavam solução de continuidade da consciência, isto é, não existiam para os lemurianos.

A consciência era dirigida para dentro. Percebiam as coisas físicas de maneira espiritual, como quando as percebemos em sonhos, momentos em que tudo que vemos está dentro de nós.

Quando seus olhos foram abertos e a consciência foi dirigida para fora, para os fatos do Mundo Físico, alteraram-se as condições. A propagação foi dirigida não pelos Anjos, mas pelos seres humanos. Ignoravam a operação das forças solares e lunares e abusaram da função sexual, empregando-a para gratificar os sentidos. Daí resultou a dor que passou a acompanhar o processo da gestação e nascimento. A consciência focalizou-se no Mundo Físico, se bem que as coisas não apareceram com nitidez até a última parte da Época Atlante. Só então começou a conhecer a morte como solução de continuidade que se produzia na consciência, ao passar para os mundos superiores depois de morrer, e quando retrocedia ao Mundo Físico para renascer.

Recordemos como se processou a “abertura de seus olhos”. Quando os sexos foram separados, o macho converteu-se em expressão da Vontade, uma parte da dual força anímica e a fêmea, por seu lado, expressou a Imaginação. Se a mulher não fosse imaginativa, não poderia construir o novo Corpo na matriz, e se os espermatozoides não fossem a ativa concentração da vontade humana, não seria possível realizar a impregnação e começar a germinação, resultante da continuada segmentação do óvulo.

Essas forças gêmeas, Vontade e Imaginação, são necessárias à propagação dos Corpos. Uma dessas duas forças exalta-se em cada sexo e é essa parte a utilizável para a propagação. Daí a necessidade do ser que expressa uma só classe de força anímica, unissexual, unir-se a outro que expresse a força anímica complementar. Isto já foi explicado anteriormente. Além disso, a parte da força anímica não utilizada na propagação é utilizável no crescimento interno. Enquanto o ser humano empregava totalmente a dual força sexual na geração, não podia realizar nada no sentido do próprio crescimento anímico. Depois, a parte não empregada através dos órgãos sexuais foi apropriada pelo espírito para construir o cérebro e a laringe, meios de expressão.

O cérebro e a laringe foram construídos durante a última parte da Época Lemúrica e os primeiros dois terços da Época Atlante, até que o ser humano se converteu em um ser pensante, que raciocina: completamente consciente.

No ser humano, o cérebro é o elo entre o espírito e o mundo externo. Ele nada pode saber sobre o mundo externo a não ser por meio do cérebro. Os órgãos dos sentidos são, meramente, condutores que levam ao cérebro os impactos do exterior, e o cérebro é o instrumento que interpreta e coordena esses impactos. Os Anjos pertencem à uma evolução diferente e nunca foram aprisionados em um veículo denso e lento como o nosso. Eles aprenderam a obter conhecimento sem necessidade de um cérebro físico. Seu veículo inferior é o Corpo Vital. A Sabedoria lhes foi concedida como uma dádiva, sem a necessidade de pensar laboriosamente por meio de um cérebro físico.

O ser humano, ao “cair na geração”, teve que trabalhar para obter o conhecimento. Por meio de uma parte da força sexual dirigida para dentro, o espírito construiu o cérebro, para ganhar o conhecimento do Mundo Físico. Essa mesma força continua a ser empregada para alimentar e construir o cérebro atual. A força é subvertida de seu próprio curso, considerando que deveria ser empregada para procriação. O ser humano a retém com propósitos egoístas. Os Anjos não experimentaram divisão alguma dos seus poderes anímicos e podem, portanto, exteriorizar sua dual força anímica sem reservar nada egoisticamente.

A força exteriorizada com o propósito de criar outro ser é Amor. Os Anjos exteriorizam todo o seu amor, sem egoísmo nem desejo e, em troca, a Sabedoria Cósmica flui neles.

O ser humano exterioriza unicamente parte do seu amor; guarda o restante egoisticamente e emprega-o para construir seus órgãos internos de expressão, para melhorar a si mesmo; de sorte que o seu amor é egoísta e sensual. Com uma parte do poder anímico criador ama egoisticamente a outro ser, porque deseja a cooperação na propagação, e com a outra parte pensa (também por razões egoístas), porque deseja conhecimento.

Os Anjos amam sem desejo, mas o ser humano teve de passar pelo egoísmo. Deve desejar e trabalhar para adquirir sabedoria egoisticamente, a fim de poder alcançá-la desinteressadamente, em estágio mais elevado.

Os Anjos ajudaram-no a propagar-se ainda depois da subversão de parte da força anímica. Ajudaram-no, também, a construir o cérebro físico, mas não tinham conhecimento algum que pudesse ser transmitido por seu intermédio. Não sabendo como usar tal instrumento, não podiam falar diretamente a um ser com cérebro. Tudo o que eles podiam fazer era controlar a expressão física do amor do ser humano e guiá-lo, através das emoções, de um modo amoroso e inocente, para o salvarem da dor e do sofrimento decorrentes do exercício incorreto das funções sexuais.

Contudo, se esse regime tivesse permanecido o ser humano continuaria sendo um autômato guiado por Deus, e nunca se teria convertido numa personalidade, num indivíduo.

A conversão em indivíduo deve-se a uma classe, muito criticada pelo próprio ser humano, de entidades angélicas, chamada Espíritos Lucíferos[26].

Os Espíritos Lucíferos

Esses espíritos eram uma classe de atrasados da onda de vida dos Anjos. No Período Lunar estavam muito além da grande massa que atualmente constitui os mais avançados da nossa humanidade. Não progrediram tanto como os Anjos, que eram a humanidade pioneira do Período Lunar, entretanto, estavam tão avançados do que a nossa humanidade atual que era impossível para eles tomar um Corpo Denso como nós fizemos; ainda mais, eles não poderiam obter conhecimento sem o uso de um órgão interno, um cérebro físico. Estavam a meio caminho entre o ser humano, que tem cérebro, e os Anjos que não necessitam dele – em uma palavra, eram semideuses

Eles estavam, assim, em uma situação muito séria. O único caminho que puderam encontrar para se expressarem e adquirir conhecimento foi usar o cérebro físico do ser humano. Através dele podiam fazer-se compreender por um ser físico dotado de cérebro, o que os Anjos não podiam fazer.

Como dissemos, o ser humano, na última parte da Época Lemúrica, não podia ver o Mundo Físico, tal como nós o vemos atualmente, pois estava inconsciente do mundo exterior. O Mundo do Desejo lhe era muito mais real. Tinha a consciência do sono com sonhos do Período Lunar, uma consciência pictórica interna. Os Lucíferos não encontraram dificuldade alguma em manifestarem-se a essa consciência interna e chamar-lhe a atenção para a forma exterior, que antes o ser humano não tinha percebido. Ensinaram-lhe como podia deixar de ser simplesmente o escravo dos poderes exteriores e como poderia converter-se em seu próprio dono e senhor, parecendo-se aos deuses, “conhecendo o bem e o mal”.

Outrossim, fizeram compreender que não devia ter apreensão quanto à morte do Corpo; que possuía em si a capacidade de formar novos Corpos, sem necessidade da intervenção dos Anjos. Todas essas coisas os Lucíferos disseram com o único propósito de que o ser humano dirigisse sua consciência ao exterior, para que eles aproveitassem e adquirissem conhecimentos conforme o ser humano os fosse obtendo.

Estas experiências resultaram em dor e sofrimento, o que, antes, o ser humano não conhecia, mas deram também a inestimável bênção da emancipação das influências e direção alheias e o ser humano iniciou a evolução de seus poderes espirituais. Essa evolução, um dia, permitir-lhe-á construir por si próprio, com tanta sabedoria como os Anjos e os outros Seres que o guiaram antes de exercitar sua vontade.

Antes dos seres humanos serem iluminados pelos Espíritos Lucíferos não conheciam enfermidades, nem dor, nem morte. Essas coisas foram o resultado do emprego ignorante da faculdade propagadora e de seu abuso na gratificação dos sentidos. Os animais em estado selvagem são livres de enfermidades e dores, porque se propagam sob o cuidado e direção dos sábios Espíritos-grupo, nas épocas do ano propícias a tal objetivo. A função sexual tem por única finalidade a perpetuação das espécies e não a gratificação dos desejos sensuais, seja qual for o prisma pelo qual se examine a questão.

Se o ser humano continuasse sendo um autômato guiado por Deus, não teria conhecido, até hoje, nem a enfermidade, nem a dor, nem a morte, mas também não teria obtido a consciência cerebral e a independência resultante da iluminação proporcionada pelos Espíritos Lucíferos, os “dadores da luz”. Eles abriram o entendimento e ensinaram a empregar a obscura visão para obter conhecimento do Mundo Físico, o qual estavam destinados a conquistar.

Desde esse tempo, duas forças agem no ser humano. Uma, a dos Anjos, se dirige para baixo, para a propagação e, por meio do Amor, forma novos seres na matriz. Os Anjos são, portanto, os perpetuadores da raça. A outra força é a dos Espíritos Lucíferos, os investigadores de todas as atividades mentais. Dirige para cima, para o trabalho cerebral, a outra parte da força sexual.

Os Lucíferos são também chamados “serpentes”. Diversas mitologias assim os representam. Diremos mais sobre eles quando chegarmos à análise do Gênese. No momento já dissemos o bastante para encaminhar a investigação para o progresso evolutivo que trouxe o ser humano desde os tempos remotos, através das Épocas Atlante e Ária, até nossos dias.

O que temos dito acerca da iluminação dos lemurianos aplica-se somente à minoria daqueles que viveram na última parte daquela época, e foram a semente das sete raças Atlantes. A maior parte dos lemurianos era análoga aos animais, e as formas ocupadas por eles degeneraram para as dos selvagens e antropoides atuais.

Recomendamos ao Estudante gravar cuidadosamente que as formas é que degeneram. Devemos sempre recordar que há uma distinção importantíssima entre os Corpos (ou formas) de uma raça, e os Egos (ou vidas) renascentes nesses Corpos de raça.

Quando nasce uma raça, as formas, animadas por certo grupo de espíritos têm a inerente capacidade de evoluir somente até certo grau. Na Natureza nada pode parar. Quando uma raça atinge o limite de sua evolução, os Corpos ou formas dessa raça começam a degenerar, caindo de forma para forma até a raça extinguir-se.

A razão disso não se encontra longe. Novos Corpos de raça aparecem flexíveis e plásticos, que proporcionam, aos Egos neles renascentes, grande margem de condições para melhorar esses veículos e, por consequência, eles mesmos progredirem. Os Egos mais avançados nascem nesses Corpos e melhoram-nos o mais que podem. Contudo, sendo esses Egos unicamente aprendizes, não podem evitar que esses veículos se cristalizem lentamente, até chegar ao limite mínimo de eficiência que esse Corpo seja capaz de proporcionar. Então, criam-se novas formas, para proporcionar aos Egos de uma nova raça maior margem de experiência e desenvolvimento. Os Corpos descartados convertem-se em habitações de Egos menos avançados, que os aproveitam como degraus do largo caminho do progresso. Desta sorte, os antigos Corpos de uma raça vão sendo empregados por Egos de crescente inferioridade, e degeneram gradualmente, até que já não haja Egos suficientemente inferiores que possam obter algum proveito do renascimento em tais Corpos. As mulheres tornam-se estéreis e os Corpos da raça morrem.

Podemos facilmente mostrar esse processo por meio de certos exemplos. A raça teutônica-anglo-saxônica (especialmente o ramo americano) tem um Corpo mais brando e flexível e um Sistema Nervoso mais sensível do que qualquer outra raça dos tempos atuais. Os indianos e os negros, por terem Corpos muito mais endurecidos e Sistema Nervoso mais rude, são muito menos sensíveis aos ferimentos. Um indiano continua lutando depois de receber ferimentos, cujo choque bastaria para derrubar ou matar um branco, enquanto que o indiano se restabelece imediatamente. Os aborígines australianos (Bushmen[27]) são um exemplo palpável da morte de uma raça, devido à esterilidade, apesar de todos os esforços que o governo britânico vem fazendo para perpetuá-los.

Diz-se que onde entra a raça branca as outras raças desaparecem. Os brancos têm sido acusados de terríveis opressões sobre as outras raças, tendo massacrado multidões de nativos indefesos e desprevenidos, como prova a conduta dos espanhóis com os antigos peruanos e mexicanos, se temos que apontar um entre tantos exemplos. As obrigações resultantes de tais abusos de confiança, de inteligência e de poder serão pagas até o último centavo, por aqueles que neles incorreram. Todavia, ainda que os brancos não tivessem massacrado, escravizado, martirizado e maltratado as antigas raças, elas desapareceriam, sem bem que mais lentamente. Tal é a Lei da Evolução, a ordem da Natureza. No futuro, quando os Corpos das raças brancas forem habitados por Egos que atualmente ocupam Corpos das raças vermelha, negra, amarela ou parda, terão degenerado tanto que também desaparecerão, para serem substituídos por outros e melhores veículos.

A Ciência fala unicamente de evolução. Porém, não considera as linhas de degeneração que, lenta, mas seguramente, estão destruindo os Corpos, levando-os a tal extremo de cristalização que já não podem ser utilizados.

A Época Atlante

Os cataclismos vulcânicos destruíram a maior parte do continente da Lemúria e, em seu lugar, surgiu o continente Atlante, onde está atualmente o Oceano Atlântico.

A ciência materialista, intrigada pela história de Platão, fez investigações relativas à Atlântida. Ficou plenamente demonstrado que há base séria nessa história e que dito continente realmente existiu. Os cientistas ocultistas sabem dessa existência e conhecem sua história, que agora descreveremos.

A antiga Atlântida diferia do mundo atual em muitas coisas; a maior diferença estava na constituição da atmosfera e da água daquela época.

Da parte sul do Planeta vinha o alento ardente dos vulcões, ainda muito ativos. Do norte chegavam rajadas de ventos gelados da região polar. No continente Atlante juntavam-se essas duas correntes, pelo que a atmosfera sempre estava sobrecarregada de uma neblina espessa e pesada. A água não era tão densa como agora, continha maior proporção de ar. A atmosfera da Atlântida, nebulosa e pesada, tinha muita água em suspensão.

Através dessa atmosfera nunca brilhava o Sol com claridade. Aparecia como que rodeado de uma aura de luz vaga, como acontece com as luzes das ruas, em tempo de neblina. O Atlante só podia ver a uma distância de poucos metros em qualquer direção, e os contornos de todos os objetos próximos pareciam indefinidos e incertos. O ser humano guiava-se mais pela percepção interna do que pela visão externa.

Não somente a Terra, também os seres humanos eram muito diferentes dos atuais. Tinham cabeça, mas quase nada de testa, o cérebro não tinha desenvolvimento frontal. A cabeça era inclinada para trás, desde acima dos olhos.

Comparados com a atual humanidade, eram gigantes. Em proporções aos Corpos, tinham braços e pernas muito maiores do que os nossos. Em vez de caminhar, avançavam por pequenos saltos, semelhantes aos do canguru. Os olhos eram pequenos e pestanejantes. Seu cabelo era reto, negro, de secção redonda, enquanto que os da Época Ária, se bem que possa diferir na cor, tem sempre a secção oval. Está última particularidade, a secção redonda dos cabelos, define, além de outras, os descendentes de Atlantes atualmente existentes. As orelhas dos Atlantes estavam muito mais para cima e para trás da cabeça do que as orelhas dos da Época Ária.

Os veículos superiores dos Atlantes primitivos não estavam, em relação ao Corpo Denso, na posição concêntrica dos nossos. O espírito não era um espírito interno porque estava parcialmente fora, então, em virtude disso, não podia exercer um controle de seus veículos, e dominá-los tão facilmente como se estivesse inteiramente dentro. A cabeça do Corpo Vital estava fora, mais acima do que a do Corpo físico[28].

Há um ponto, colocado na “raiz do nariz”, entre os arcos supraciliares, a um centímetro e meio abaixo da pele, que tem um correspondente no Corpo Vital. Esse ponto não é o Corpo Pituitário[29], que está muito mais para dentro da cabeça do Corpo Denso. Quando esses dois pontos, do Corpo Vital e do Denso se põem em correspondência, como acontece no ser humano atual, o clarividente treinado pode ver ali uma mancha preta, ou, em outras palavras, um como que espaço vazio, semelhante ao núcleo invisível da chama de gás. É o assento do espírito interno do ser humano, o Santo dos Santos no Templo do Corpo humano, fechado para todos menos para o espírito interno do ser humano, o Ego, que nele habita. O clarividente treinado pode ver, com maior ou menor acuidade segundo sua capacidade e treinamento, todos os diferentes Corpos que formam a aura humana, mas esse ponto, esse lugar, está oculto para ele. É a “Isis”, cujo véu ninguém pode levantar. O ser mais evoluído não pode erguer o véu do Ego, nem mesmo da mais humilde e menos desenvolvida criatura. Sobre a Terra, isso e somente isso, é tão sagrado que está completamente a salvo de toda e qualquer intromissão.

Os dois pontos de que acabamos de tratar, um no Corpo Denso e outro na contraparte do Corpo Vital, estavam muito separados no ser humano dos primitivos tempos da Atlântida. Assim estão, atualmente, nos animais de nossos dias. A cabeça do Corpo Vital do cavalo está muito separada da cabeça de seu Corpo Denso. No cachorro estão mais próximos do que em qualquer outro animal, salvo talvez no elefante. Se chegarem a juntar-se, dão os casos de animais prodígios, que podem aprender a contar, reconhecer letras e palavras, etc.

A separação desses dois pontos dava à percepção do Atlante poder muito mais agudo nos mundos internos do que no Mundo Físico, ainda obscurecido por essa atmosfera de neblina densa e pesada. Com o decorrer do tempo, a atmosfera foi-se tornando mais clara, e os pontos citados aproximaram-se pouco a pouco. No mesmo ritmo, o ser humano perdeu o contato com os mundos internos, que lhe pareciam mais obscuros à medida que o Corpo físico[30] se delineava. Finalmente no último terço da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital uniu-se ao ponto correspondente do Corpo Denso. Desde esse momento obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico. A maioria perdeu gradualmente a capacidade de perceber os mundos superiores.

Nos primeiros tempos, o Atlante não percebia claramente as linhas de um objeto ou pessoa, mas via sua alma e de uma vez percebia seus atributos, fossem ou não benéficos para ele. Sabia logo das disposições, amigáveis ou agressivas, do ser humano ou animal que o observava; tornou-se conhecedor pela percepção espiritual; como devia tratar os demais e como podia escapar aos perigos. Portanto, quando o mundo espiritual gradualmente desvaneceu-se de sua consciência, grande foi sua tristeza e o seu embaraço pela perda da visão dos mundos espirituais.

A Rmoahals foi a primeira raça dos Atlantes. Tinham muita pouca memória, unicamente relacionada com a sensação. Recordavam-se das cores e dos sons e com isso desenvolveram, até certo ponto, o sentimento. Os lemurianos não tinham sentimento algum, na mais sutil expressão da palavra. Possuíam o sentido do tato, podiam sentir as sensações físicas de dor, de comodidade e conforto, mas não as sensações espirituais ou mentais, como a alegria, a tristeza, a simpatia ou antipatia.

Com a memória, obtiveram os Atlantes os primeiros rudimentos da linguagem. Criaram palavras, deixando de usar os simples sons emitidos pelos lemurianos. Os Rmoahals começaram a dar nomes às coisas. Eram, ainda, uma raça espiritual, com poderes anímicos análogos aos das forças da Natureza. Não somente davam nomes às coisas que os rodeavam, mas por intermédio das palavras tinham poder sobre as coisas denominadas. Sentiam, como os últimos lemurianos, que eram espíritos. Nunca causaram o menor dano uns aos outros. Para eles a linguagem era santificada, pois a consideravam a mais elevada expressão direta do espírito. Nunca abusaram ou degradaram esse poder em palavras ociosas e vãs. Pelo emprego da linguagem, a alma dessa raça pôde, pela primeira vez, pôr-se em contato com a alma das coisas do mundo externo.

A segunda raça atlante foi a dos Tlavatlis. Começaram a sentir seu valor como seres humanos separados. Tornaram-se ambiciosos, pediam recompensa pelas suas obras. A memória tornou-se um importante fator na vida da comunidade. A recordação das proezas de alguns fez o povo eleger, para Guia, o que tivesse realizado feitos mais importantes. Foi o germe da realeza.

A lembrança das obras meritórias de algum grande ser humano permanecia depois da morte. A memória dos antepassados começou a ser honrada. Não só os antepassados, também outros que tivessem alcançado algum grande mérito foram honrados e adorados. Foi o princípio de certa forma de adoração, ainda hoje praticada por alguns asiáticos.

Os Toltecas formaram a terceira raça atlante. Levaram mais adiante essas ideias dos predecessores, inaugurando a monarquia e a sucessão hereditária. Nos Toltecas originou-se o costume de honrar os homens em atenção às proezas de seus antecessores. Havia muito boas razões para isso porque, devido ao treinamento peculiar daqueles tempos, o pai tinha o poder de transmitir suas qualidades ao filho, de maneira impossível para a humanidade atual.

A educação efetuava-se evocando, ante a alma do menino, os quadros de diversas fases da vida. A consciência dos primitivos Atlantes era predominantemente uma consciência interna pictórica. O poder do educador era preponderante para evocar esses quadros ante a alma do menino. Dele dependiam as qualidades anímicas que possuíam o ser humano já maduro. Despertava-se o instinto e não a razão; por esse método de educação, o filho absorvia realmente as qualidades do pai. Portanto, se os filhos sempre herdavam a maior parte das boas qualidades de seus pais, havia fortes razões, naqueles tempos, para prestar honras aos descendentes de grandes homens. Infelizmente, não sucede isso nos tempos atuais, embora continuemos com o mesmo costume de honrar os filhos dos grandes homens. Agora não temos razão para fazê-lo.

Entre os Toltecas, a experiência era considerada de grande valor. O ser humano que obtivesse as mais variadas experiências era o mais honrado e procurado. A memória era tão grande e exata que a da humanidade atual em comparação nada é. Em qualquer emergência, um Tolteca de grande experiência e prática recordar-se-ia provavelmente de casos semelhantes ocorridos no passado, deduzindo imediatamente o que fazer. Tornava-se um inestimável conselheiro para a comunidade.

Quando, em alguma situação, não tinham experiência anterior, ficavam incapazes de pensar ou deduzir por analogia o que deveriam fazer na emergência. E quando na comunidade não havia indivíduos daquela estirpe, viam-se obrigados a experimentar para encontrarem a melhor solução.

Em meados do último terço da Época Atlante, começavam a surgir as nações separadas. Grupos de pessoas entre si notavam gostos e costumes semelhantes, abandonavam os antigos lugares e fundavam uma nova colônia. Porém, recordavam os antigos costumes e, no possível, seguiam-nos em seus novos lugares, criando ao mesmo tempo outros novos, em harmonia com novas ideias e necessidades particulares.

Os Líderes da humanidade prepararam grandes Reis para o povo, revestidos de grande poder. As massas honravam esses reis com toda a reverência devida aos que, na verdade, eram reis “pela graça de Deus”. Tão feliz estado de coisas, entretanto, levava o germe da desintegração, porque os reis, com o decorrer do tempo, tornaram-se soberbos. Esqueceram que o poder tinha sido posto em suas mãos pela graça de Deus, como coisa sagrada. Olvidaram que foram feitos reis para agir com justiça e ajudar o povo. Ao contrário, em vez de usarem os poderes para o bem comum, usaram-no para corrupção, com fins egoístas, para engrandecimento pessoal. Arrogavam-se privilégios e autoridade que nunca lhes tinham sido concedidos. À ambição e ao egoísmo sujeitaram-se. Abusaram dos poderes concedidos pela divindade, oprimindo e vingando-se. Assim procederam não só os reis, mas também os nobres e as classes mais elevadas.

É fácil compreender que tais abusos tinham de produzir terríveis condições, considerando a magnitude dos poderes que uns e outros possuíam sobre os seus súditos.

Os Turânios originais foram a quarta raça Atlante. Seu abominável egoísmo fazia-os caracteristicamente vis. Oprimiam muitíssimo as classes inferiores desamparadas, e levantaram templos onde os reis eram adorados como deuses. Florescia a magia negra, da pior classe e a mais nauseabunda. Todos os esforços eram encaminhados à gratificação da vaidade e da ostentação externa.

Os Semitas Originais foram a quinta e mais importantes das sete raças Atlantes. Nela encontramos o primeiro germe dessa qualidade corretiva, o pensamento. Por isso, a raça Semítica original converteu-se na “semente de raça” das sete raças de nossa atual Época Ária.

Na Época Polar o ser humano adquiriu o Corpo Denso como instrumento de ação. Na Época Hiperbórea foi agregado a ele o Corpo Vital, que lhe deu a força de movimento necessária para a ação e, na Época Lemúrica, o Corpo de Desejos que forneceu incentivo para agir.

Finalmente, na Época Atlante foi-lhe dada a Mente, para que tivesse propósito na ação. Como o domínio do Ego era excessivamente débil e a natureza passional (de desejos) muito forte, a Mente nascente uniu-se ao Corpo de Desejos, originando a astúcia, causa de todas as debilidades dos meados do último terço da Época Atlante.

Na Época Ária começou a aperfeiçoar-se o pensamento e a razão, como resultado do trabalho do Ego sobre a Mente, a fim de conduzir o desejo a canais que conduzem à perfeição espiritual, o objetivo da evolução. A faculdade de pensar e formar ideias conseguiu-a o ser humano à custa da perda das forças vitais, isto é, poder sobre a Natureza.

Com o pensamento e a Mente, o ser humano exerce, presentemente, o seu poder, apenas sobre os minerais e as substâncias químicas porque sua Mente está ainda no primeiro estado de evolução, o mineral, estado em que se encontrava seu Corpo Denso no Período de Saturno. Não pode exercer o menor poder sobre a vida animal ou vegetal. Utilizam nas indústrias, madeiras, diversas substâncias vegetais, e certas partes do animal, substâncias que, em última análise, são todas matérias químicas animadas pela vida mineral, da qual se compõem todos os Corpos, conforme já se explicou. Atualmente, o ser humano pode ter domínio sobre todas essas variedades de combinações químico-minerais. Só quando chegar ao Período de Júpiter poderá estender seu domínio à vida. Nesse Período, terá o poder de agir e trabalhar com a vida vegetal, como fazem os Anjos atualmente, nesse Período Terrestre.

Há largos anos que os cientistas materialistas vêm trabalhando para “criar” vida. Não obterão o menor êxito enquanto não aprenderem a aproximar-se da mesa do laboratório com a mais profunda reverência, como se estivessem diante do altar de um Templo, com pureza de coração e com as mãos santificadas, livres de todo egoísmo e ambição.

Tal é a sábia decisão dos Irmãos Maiores: guardam esse e outros profundos segredos da Natureza até que o ser humano se encontre em condições de empregá-los para melhoramento da raça, para glória de Deus, e não para aproveitamento ou engrandecimento pessoal.

A perda do poder dos Atlantes sobre as forças vitais condicionou a continuidade da evolução do ser humano. Limitado esse poder, não importava a grandeza do seu egoísmo, porque já não podia destruir-se e nem à Natureza, como teria sido o caso se o crescente egoísmo fosse acompanhado do grande poder que possuía no primitivo estado de inocência. O pensamento que age somente no ser humano não tem poder algum sobre a Natureza e nunca pode pôr em perigo a humanidade, como teria sido possível se as forças da Natureza estivessem sob o domínio do ser humano.

Os Semitas Originais, por meio da Mente, regulavam até certo ponto seus desejos. Aliás, em vez de simples desejos, mostravam astúcia e malícia, pelos quais esse povo procurava atingir seus fins egoístas. Apesar de turbulentos, aprenderam a refrear as paixões em grande extensão e a realizar seus propósitos por meio da astúcia, mais sutil e mais potente do que a simples força bruta. Descobriam, pela primeira vez, que o cérebro é superior ao músculo.

No transcurso da existência dessa raça, a atmosfera da Atlântida começou a clarear-se definitivamente, e o ponto já mencionado do Corpo Vital pôs-se em correspondência com o seu companheiro do Corpo Denso. A combinação dos acontecimentos deu a habilidade de ver os objetos com claridade e nitidez, com contornos bem definidos, porém, isto também se obteve com a perda da visão dos mundos internos.

Assim, podemos comprovar, e é bom enunciar, a seguinte lei: nunca se pode fazer o menor progresso senão à custa de alguma faculdade que previamente se possuía, a qual se readquire em forma mais elevada, posteriormente.

O ser humano construiu o cérebro a expensas de perda temporária do seu poder de gerar sozinho (sem ajuda de uma outra parte). Para adquirir o instrumento com o qual pudesse guiar o seu Corpo Denso, sujeitou-se a todas as dificuldades, tristezas e dores oriundas da cooperação no perpetuar da raça, o mesmo acontecendo com o poder de raciocínio, que foi obtido à custa da perda temporária da visão espiritual.

Se é certo que a razão trouxe muitos benefícios, ela também lhe afastou a visão da alma das coisas, que antes lhe falava. O crescimento do intelecto, agora a mais preciosa possessão do ser humano, era considerado com tristeza pelos Atlantes. Lamentavam a perda da sua visão e poderes espirituais que desapareciam na medida em que o intelecto se robustecia.

Entretanto, era necessária a troca dos poderes espirituais por faculdades físicas, para que o ser humano pudesse funcionar independentemente de guia externo, no Mundo Físico que devia conquistar. Em devido tempo, esses poderes serão readquiridos: quando, por meio das experiências, na jornada através do Mundo Físico mais denso, aprenda a usá-lo apropriadamente. Quando estavam em sua posse não tinha conhecimento sobre o seu emprego e eram muito preciosos e demasiado perigosos para serem usados como brinquedos, ou fazer experiências.

Sob a direção de uma grande Entidade, a raça semita original foi levada para Lesse do continente Atlante, através da Europa, para a grande extensão das estepes da Ásia Central, atualmente denominada Deserto de Gobi. Ali ela foi preparada para converter-se na semente das sete raças da Época Ária, dando a ela, potencialmente, as qualidades que deviam ser desenvolvidas por seus descendentes.

Durante as idades anteriores (desde o começo do Período de Saturno e através dos Períodos Solar e Lunar, até as passadas três Revoluções e meia do Período Terrestre, Épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e a primeira parte da Atlante) o ser humano foi guiado por Seres Superiores, sem que pudesse fazer a menor escolha. Isso porque, nesses tempos, era incapaz de dirigir-se, não tinha ainda desenvolvido Mente própria. Por fim, chegou o tempo de começar a guiar-se por si, a fim de prosseguir no desenvolvimento futuro. Devia aprender a ser independente e assumir a responsabilidade dos seus próprios atos. Anteriormente, era obrigado a obedecer às ordens do seu Senhor ou Regente; agora, devia separar seus pensamentos dos visíveis Líderes, os Senhores de Vênus, a quem adorou como mensageiros de Deus e dirigi-los à ideia do verdadeiro Deus, Criador invisível do Sistema. O ser humano devia aprender a adorar e a obedecer às ordens de um Deus a Quem não podia ver.

O Guia chamou o povo. Reunindo, dirigiu-lhe a palavra de forma que assim podemos expressar:

“Anteriormente, vistes Aqueles que vos guiavam. Sabeis, porém, que há Líderes de maiores graus de esplendor, superiores aos primeiros, que nunca vistes, mas que vos guiaram sempre, grau a grau, na evolução da consciência. Exaltado e acima de todos esses Seres gloriosos está o Deus invisível, criador do céu e da terra sobre a qual estais. Ele quis dar-vos domínio sobre toda a terra, para que possais frutificar e multiplicar-vos nela. Deveis adorar a esse Deus invisível, mas adorá-Lo em Espírito e Verdade, e não fazer nenhuma imagem d’Ele, nem procurar pintá-Lo semelhante a vós, porque ele está presente em todas as partes e além de toda comparação ou semelhança. Se seguirdes os Seus preceitos Ele vos abençoará abundantemente e vos cumulará de bens. Se vos afastardes dos Seus caminhos, os males virão sobre vós. A escolha é vossa. Sois livres, mas devereis sofrer as consequências de vossos próprios atos”.

A educação do ser humano efetua-se em quatro grandes etapas. Na primeira age-se sobre ele, de fora, enquanto permanece inconsciente. Depois, é colocado sob a direção dos Mensageiros Divinos e Reis, a quem vê, e a cujas ordens devem obedecer. Em terceira etapa ensina-se a ele a reverenciar as ordens de um Deus a Quem não vê. Finalmente, aprende a elevar-se sobre toda ordem, a converter-se em uma lei em si mesmo. Conquistando-se a si, aprende a viver voluntariamente, em harmonia com a Ordem da Natureza, que é a Lei de Deus.

Quatro são também os graus que o ser humano segue até chegar a Deus.

No primeiro, por meio do temor, adora a Deus a Quem começa a pressentir, fazendo sacrifícios para agradá-Lo, como fazem os fetichistas.

Depois, aprende a olhar a Deus como um Doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre. Sacrifica por avareza, esperando que o Senhor lhe dê cem por um, ou para livrar-se do castigo imediato, como pragas, guerras, etc.

Logo, ensina-se ao ser humano a adorar a Deus com orações e a viver a vida em bondade; a cultivar a fé num Céu onde obterá recompensas no futuro, e a abster-se do mal, para que possa livrar-se do castigo futuro do Inferno.

Por último, chega a um ponto em que pode agir bem sem pensar na recompensa ou no castigo, simplesmente porque “é justo agir retamente”. Ama o bem por ser o bem e procura ordenar sua conduta de acordo com esse princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

Os Semitas Originais chegaram ao segundo destes graus. Foram ensinados a adorar um Deus invisível e a esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores.

O Cristianismo Popular é o terceiro grau. Por último grau, o Cristianismo Esotérico e os alunos de todas as escolas de ocultismo estão procurando alcançar o grau superior. De modo geral, esse será alcançado na Sexta Época, a Nova Galileia, quando a Religião Cristã unificadora abra os corações dos seres humanos, assim como o entendimento está agora sendo aberto.

Os Acádios foram a sexta e os Mongóis a sétima das raças Atlantes. Estes desenvolveram ainda mais a faculdade de pensar, mas seguiram linhas de raciocínio que os desviaram mais e mais da corrente principal da vida em desenvolvimento. Os Sino-Mongóis sustentam até hoje que esses meios antiquados são os melhores. O progresso requer constantemente novos métodos e adaptabilidade para conservar as ideias em estado fluídico. Em consequência dessa falta, essas raças decaíram e degeneraram, junto com o restante das raças atlantes.

Conforme as pesadas neblinas da Atlântida se condensavam cada vez mais, a crescente quantidade de água foi inundando gradualmente esse continente, destruindo a maior parte da população e os vestígios da sua civilização.

Um grande número de Atlantes salvou-se. Afastando-se do continente que submergia nas inundações, alcançou a Europa. As raças mongólicas são as descendentes desses refugiados Atlantes. Os negros e as raças selvagens de cabelo duro e encarapinhado são os últimos descendentes dos lemurianos.

A Época Ária

A Ásia Central foi o berço das raças árias. Todas derivaram dos Semitas Originais. É desnecessário descrevê-las aqui. Suas características já são conhecidas através das investigações da história.

Na Época presente (a quinta, ou Ária) o ser humano conheceu o uso do fogo e de outras forças. A divina origem destas forças tem permanecido intencionalmente oculta, a fim de que só possa empregá-la quando for livre e para os mais elevados propósitos do próprio desenvolvimento. Há na atual época duas classes de pessoas: uma que olha a Terra e o ser humano como sendo de origem divina; outra, a que vê todas as coisas do ponto de vista puramente utilitarista.

Os mais avançados de nossa humanidade obtiveram as Iniciações superiores ao princípio da Época Ária, para que pudessem ocupar o lugar dos Mensageiros de Deus, os Senhores de Vênus. Desde esse tempo tais Iniciados humanos têm sido os únicos mediadores entre o ser humano e Deus. Embora não apareçam publicamente nem mostrem sinais ou maravilhas, são líderes e Mestres. O ser humano ficou em completa liberdade de procurá-los ou não, conforme quisesse.

No final de nossa Época atual, o mais elevado Iniciado aparecerá publicamente, quando suficiente número de pessoas da humanidade comum desejar submeter-se voluntariamente a um Líder. Constituirão assim dessa forma, o núcleo para a última raça, que aparecerá no princípio da Sexta Época. Depois disso as raças e nações, deixarão de existir, a humanidade formará uma Fraternidade Espiritual, como antes do fim da Época Lemúrica.

Os nomes das raças que apareceram sobre a Terra durante a Quinta Época, até agora, são os seguintes:

  • A Ária, que se dirigiu para o sul da Índia
  • A Babilônio-Assírio-Caldaica
  • A Persa-Greco-Latina
  • A Céltica
  • A Teuto-Anglo-Saxônica à qual pertencem os norte-americanos

Da mescla das diferentes nacionalidades, como atualmente se desenvolve nos Estados Unidos, virá a “semente” para a última raça, ao começar a Sexta Época.

Duas raças mais se desenvolverão na nossa Época atual, uma delas a Eslava. Quando, no transcurso de algumas centenas de anos, o Sol, pela Precessão dos Equinócios, tenha entrado no Signo de Aquário, o povo russo e as raças eslavas em geral alcançarão um grau de desenvolvimento espiritual que os levará muito além de sua condição atual. Será a música o fator principal para atingir esse objetivo porque, nas asas da música, a alma por ela exaltada pode voar até o próprio Trono de Deus, onde o intelecto não pode chegar. O desenvolvimento assim obtido não é permanente, por ser unilateral e não estar em harmonia com a lei da evolução. Para ser permanente, o desenvolvimento baseado na lei de evolução deve ser equilibrado. Por outras palavras, a espiritualização deve expandir-se através ou, pelo menos, ao mesmo tempo que o intelecto. Por esse motivo, a civilização eslava será de vida curta, mas grande e feliz enquanto durar, porque terá nascido da dor e do sofrimento sem conta. A lei de Compensação lhe levará ao oposto a seu devido tempo.

Dos eslavos descenderá um povo que formará a última das sete raças da Época Ária. Do povo dos Estados Unidos descenderá a última de todas as raças desse esquema evolutivo, que começará seu curso ao princípio da Sexta Época.

Os Dezesseis Caminhos para a Destruição

As dezesseis raças são chamadas os “dezesseis caminhos para a destruição”, devido ao perigo das almas se aderirem demasiadamente às características de cada uma delas, a ponto de se tornarem incapazes de sobre passar a ideia de raça e obstar seu progresso. Há também o perigo das almas se cristalizarem tanto na raça, até que se aprisionem aos Corpos de raça, mesmo quando estes comecem a degenerar, como sucedeu aos judeus.

Nos Períodos, Revoluções e Épocas em que não há raças, há mais tempo, a probabilidade de fossilizar-se não é tão grande nem tão frequente. Porém, as dezesseis raças nascem e morrem em tempo tão relativamente curto que existe o perigo muito grave de adesão demasiada a condições que devem ser deixadas atrás.

Cristo é o Grande Unificador da Sexta Época e anunciou esta lei quando pronunciou estas palavras pouco compreendidas: “Se alguém vem a mim e não abandona seu pai, sua mãe, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida, não pode ser meu discípulo”[31].

“Quem quiser ser meu discípulo, que tome sobre si a sua cruz e siga-me”[32].

“… quem não abandonar tudo o que tenha não pode ser meu discípulo”[33].

Isto não quer dizer que devemos deixar ou desprezar os laços familiares, mas que devemos elevar-nos acima deles. Pai e mãe são “Corpos” e todas as relações são questões da raça, pertencentes à Forma. As almas devem reconhecer que não são Corpos, nem raças, mas sim Egos lutando pela perfeição. Se um ser humano se esquece disto e se identifica com a raça – aderindo a ela com fanático patriotismo – é o mesmo que fossilizar-se, enquanto seus companheiros passam a outras alturas do Caminho da Realização.

CAPÍTULO XIII – RETORNO À BÍBLIA

Em nossos tempos, o espírito missionário é muito forte. As igrejas ocidentais enviam continuamente missionários ao mundo inteiro para converter aos seus credos os povos de todas as nações. Nesses esforços de proselitismo não estão sós; o Oriente iniciou também uma forte invasão dos campos ocidentais. Muitos cristãos, descontentes com os credos e dogmas clericais, em busca da verdade que satisfizesse aos anseios de sua inteligência e de uma explicação adequada dos problemas da vida, familiarizaram-se com os ensinamentos orientais do Budismo, Hinduísmo, etc., e muitos os aceitaram.

Do ponto de vista oculto, os esforços missionários, sejam do Oriente ou do Ocidente ou vice-versa, não são desejáveis. São contrários ao plano da evolução. Os grandes Líderes da humanidade encarregados do nosso desenvolvimento prestam-nos a necessária ajuda nesse sentido. A religião é um desses auxílios. Há muito boas razões para que a Bíblia – que contém não uma, mas duas religiões, a Cristã e a Judaica – fosse dada ao Ocidente. Se procurarmos a luz diligentemente veremos a Suprema Sabedoria oferecida por esta dupla religião, apropriada como nenhuma outra religião atual, às nossas necessidades especiais. Esclarecendo melhor esse assunto tratemos, nesse capítulo, de alguns pontos já examinados em outras partes desse livro.

Durante as Épocas Polar, Hiperbórea e Lemúrica o ser humano ainda não possuía Mente. Era tarefa fácil guiar a humanidade, comparativamente à Época atual. Quando essa perturbadora faculdade foi obtida, durante a primeira parte da Época Atlante, a astúcia foi desenvolvida, produto da Mente não governada pelo espírito. A astúcia une-se ao desejo sem ter em conta se esse é bom ou mau, ou se pode trazer alegria ou dor.

Na metade da Época Atlante, o espírito penetrou completamente nos seus veículos e começou a trabalhar na Mente, produzindo o Pensamento e a Razão: a habilidade de deduzir uma causa pelo efeito da atividade do próprio pensamento. A faculdade de raciocínio ou lógica se desenvolveu mais completamente na Época Ária. Os Semitas Originais (a quinta raça da Época Atlante) constituíram um “povo escolhido”, destinado a levar essa faculdade germinal a tal ponto de maturação que impregnasse completamente seus descendentes, para se converterem em uma Nova Raça.

A transmutação da astúcia em razão não foi tarefa fácil. As primeiras transformações na natureza humana, sim, efetuaram-se facilmente. A humanidade podia ser guiada sem dificuldades porque não tinha desejos conscientes nem a Mente para se dirigir. Contudo, os Semitas Originais tornaram-se suficientemente astutos para sentir as limitações de sua liberdade e para escapar, repetidas vezes, das medidas tomadas para mantê-los na linha evolutiva. A tarefa tornou-se sumamente difícil por ser necessário que tivessem alguma liberdade de escolha a fim de, em devido tempo, poderem aprender a dominar-se. Nesse sentido, foi decretada uma lei de recompensa imediata para a obediência e de castigo instantâneo para a violação dela. Desse modo, o ser humano foi ensinado a raciocinar e a compreender, embora de limitada maneira, que “o caminho do transgressor é muito duro” e que devia “temer a Deus” ou ao Guia condutor.

De todos os escolhidos como “semente” da nova raça só uns poucos permaneceram fiéis. A maioria rebelou-se e, pelo que lhes tocava, frustraram completamente o propósito do Líder ao se casar com membros de outras raças Atlantes e ao transmitir, assim, sangue inferior aos seus descendentes. Isto é o que pretende significar a passagem da Bíblia, ao referir-se aos filhos de Deus que se casaram com as filhas dos homens.

Em consequência dessa desobediência, foram abandonados e “perdidos”. Os que permaneceram fiéis também morreram, no que respeita ao Corpo, no Deserto de Gobi (o Deserto) na Ásia Central, o berço de nossa raça atual e, renascendo como descendentes de si próprios, herdaram a “terra prometida”[34], a Terra, tal como é agora. Constituem as raças árias, nas quais a razão se desenvolve para a perfeição.

Os rebeldes abandonados foram os judeus, cuja maioria ainda é governada mais pela faculdade atlante da astúcia do que pela razão. Nesse, o sentimento de raça é tão forte que só distinguem duas classes de povos: judeus e gentios. Desprezam as demais nações que, por sua vez, em vista da sua astúcia, egoísmo e avareza os desprezam também. Não se nega caridade, mas fazem-na, principalmente, se não exclusivamente, entre seu próprio povo, e poucas vezes internacionalmente, como aconteceu no caso dos desastres ocorridos na Itália em consequência dos terremotos, em cuja ocasião todas as barreiras de credos, raças e nacionalidades foram esquecidas ante o sentimento de simpatia humana.

Perante tais casos, como no desastre de São Francisco[35], evidencia-se a natureza espiritual interna do ser humano, mais do que em quaisquer outras circunstâncias. O observador atento pode, então, discernir a tendência evolutiva. O coração sente e reconhece a grande verdade de que somos todos irmãos, e de que a desgraça de um é realmente sentida por todos, embora nos esqueçamos disso em meio das lutas de nossa vida diária. Tais incidentes são indicativos da direção evolutiva. Depois da razão o ser humano será dominado pelo amor que, atualmente, ainda age independentemente, e, às vezes, até contrariando os ditados da razão. Essa anomalia ocorre porque atualmente, o amor é raras vezes altruísta e nem sempre nossa razão é certa. Na “Nova Galileia”, a próxima Sexta Época, o amor far-se-á altruísta e a razão aprovará seus ditames. A Fraternidade Universal realizar-se-á plenamente e cada um trabalhará para o bem de todos. O egoísmo será coisa do passado.

Para alcançar esse esperado fim, será necessário selecionar outro “povo escolhido” nas atuais linhagens de reserva. Será o núcleo donde possa surgir a nova raça. Tal escolha não se fará contra a vontade dos escolhidos, cada ser humano deve eleger-se e entrar voluntariamente nas fileiras.

As raças são traços evanescentes da evolução. Antes de terminar a Época Lemúrica houve um povo eleito, o antecessor das raças atlantes, diferente da humanidade comum daquele tempo. Da quinta raça Atlante foi selecionado outro “povo escolhido”, de que descenderam as raças árias. Cinco já passaram e haverá duas mais. Antes do começo de uma nova época, haverá “um novo céu e uma nova terra”[36], isto é, mudar-se-ão os caracteres físicos da Terra. Sua densidade diminuirá também. Haverá uma raça no princípio da próxima época. Depois, desaparecerá todo o pensamento ou sentimento de raça. A humanidade constituirá uma vasta fraternidade sem qualquer distinção. As raças são simples degraus evolutivos pelos quais devemos passar; caso contrário não haveria progresso algum para os espíritos que nelas renascem. Porém, embora necessários, são degraus extremamente perigosos e obrigam os Líderes da humanidade a agir com muito cuidado. Eles chamam a essas dezesseis raças “os dezesseis caminhos da destruição”, porque nas Épocas precedentes, quando não havia raças, as mudanças só se efetivavam depois de enormes intervalos, o que permitia à maioria das entidades prepararem-se com mais facilidade. As raças, comparativamente, são fugazes. Por isso, deve-se agir com muito cuidado a fim de impedir a aderência demasiada dos espíritos aos caracteres raciais.

Foi exatamente o que aconteceu com os espíritos renascidos nos Corpos da raça judia. Ligaram-se a ela de modo tão firme que nela sempre renascem. “Uma vez judeu sempre judeu” é o seu lema. Esqueceram-se completamente de sua natureza espiritual e gloriam-se do fato material de serem “sementes de Abraão”. Portanto, “não são carne nem peixe”. Não tomaram parte alguma do desenvolvimento da raça ária. Entretanto, são mais avançados do que os remanescentes dos povos Atlantes e Lemúricos, que ainda temos entre nós. Converteram-se num povo sem pátria, uma anomalia na humanidade.

Limitados nessa ideia de raça, o Líder do seu tempo viu-se obrigado a abandoná-los e “perderam-se”. Para que pudessem cessar de considerarem-se separados de outros povos, os Líderes dirigiram outras nações contra eles em diversas ocasiões e foram levados como escravos, arrancados do país em que se tinham localizado. Tudo foi em vão, negaram-se abertamente a mesclarem-se com os outros e outras vezes voltavam como um só ser humano a suas áridas terras. Surgiram profetas de sua própria raça que, por amor, os exortavam predizendo o desastre, mas sem resultado.

Como tentativa final para persuadi-los a pôr de lado a aderência à raça, encarnou entre eles, parecendo uma anomalia, o Guia da Raça seguinte, o Grande instrutor Cristo. Isto mostra também a compaixão e a sabedoria dos Grandes Seres que guiam a evolução. Entre todas as raças da Terra não havia nenhuma outra “perdida” no mesmo sentido que os judeus, e nenhuma outra necessitava de tanta ajuda. Enviar-lhes um estrangeiro, alguém que não fosse de sua própria raça, teria sido manifestamente inútil. Antecipadamente se concluiria que o rejeitariam. Assim como o grande espírito conhecido com o nome de Booker T. Washington[37] encarnou entre os negros e estes o receberam como um dos seus, habilitando-o a iluminá-los de maneira tal como nenhum branco poderia tê-lo feito, assim também os grandes Líderes esperavam que a aparição de Cristo entre os judeus, como um de sua própria raça, pudesse fazê-los aceitar Seus ensinamentos e sair de sua adesão aos Corpos de raça. Contudo, é muito triste ver como prevalecem os preconceitos humanos! “Ele veio através do seu próprio sangue” e eles escolheram a Barrabás[38]. Não glorificou Abraão nem nenhuma das antigas tradições. Falou-lhes de “outro mundo”, de uma nova Terra de Amor e Perdão, e repudiou a doutrina do “olho por olho”[39]. Não os incitou a se armarem contra César; se o tivesse feito talvez fosse aclamado como um libertador. A esse respeito, até seus discípulos mal O compreenderam quando, dominados pelos romanos, lamentavam a perdida esperança de um Reino terrestre.

A rejeição de Cristo pelos judeus foi a prova suprema da sua aderência à raça. Daí por diante, todos os esforços para salvá-los em conjunto, dando-lhes profetas especiais e instrutores, foram abandonados. Provada a inutilidade de mantê-los em bloco, foram, como último expediente, misturados entre todas as nações da terra. Apesar de tudo, a extrema tenacidade desse povo prevaleceu até nossos dias e a maioria continua a ser ortodoxa. Na América vão perdendo ligeiramente esses sentimentos. As gerações mais novas estão começando a casarem-se fora da raça. Com o decorrer do tempo, prover-se-á um número sempre crescente de Corpos, com menores características de raça, para os espíritos judeus que renasçam. Desta maneira salvar-se-ão, apesar deles mesmo. “Perderam-se” ao casarem com raças inferiores e serão salvos ao se amalgamarem com as raças mais avançadas.

Como as atuais raças árias são formadas de seres humanos racionais, capazes de se aproveitarem da experiência do passado, o meio mais lógico de ajudá-las é falar-lhes dos estados de crescimento passados e do destino que recaiu sobre os desobedientes judeus. Esses rebeldes têm um memorial escrito de como trataram seus Líderes. Nele se conta como foram escolhidos, como se rebelaram e foram castigados, mas ainda estão cheios de esperança numa última redenção. Esses escritos podem ser aproveitados por nós, para aprendermos como não devemos agir. Não importa que no transcurso de idades tenham sido mutilados, e que os judeus de hoje tenham ainda a ilusão de ser um “povo escolhido”; a lição que podemos tirar de suas experiências não é por isso menos estimável. Podemos aprender como um “povo escolhido” pode desobedecer a seu Líder, frustrar seus planos e limitar-se a uma raça durante idades. Sua experiência deve ser uma boa recomendação para qualquer futuro “povo escolhido”. São Paulo diz isso em termos inequívocos: “Porque se a palavra dos anjos era firme e cada transgressão e desobediência recebia uma justa recompensa, como escaparemos dela se descuidarmos de tão grande salvação? “ (Hb 2: 3-4). São Paulo falava aos cristãos. Se os hebreus, para os quais tinha escrito isso, tivessem aceitado Cristo, poderiam ter alguma esperança de que, em alguma encarnação futura, se encontrariam entre o “novo povo escolhido”, aquele que acompanhará seu Líder voluntariamente, desenvolverá a percepção espiritual, o Amor é o sucedâneo da investigação e da razão, o poder intuitivo.

Os ensinamentos cristãos do Novo Testamento pertencem particularmente às raças pioneiras do mundo ocidental. Estão sendo implantados especialmente entre o povo dos Estados Unidos porque, sendo objetivo da nova raça da Sexta Época a unificação de todas as raças, os Estados Unidos estão se convertendo em um lugar onde tudo se mescla, onde todas as nações da Terra se misturam, e desta mistura sairá o próximo “povo escolhido”.

Os espíritos de todos os países da Terra que se esforçam em seguir os ensinamentos de Cristo, conscientemente ou não, renascem ali, no propósito de que as condições apropriadas ao seu desenvolvimento lhes serem dadas. Daí decorre a diferença entre os judeus nascidos na América dos judeus de outros países. Já o nascer no mundo ocidental prova que estão a se emanciparem do Espírito de Raça e se adiantaram aos judeus ortodoxos do velho mundo cristalizado, como eram seus pais. Caso contrário, não teriam admitido a ideia de romper seus laços antigos e virem para a América. Assim, o judeu nascido na América é o pioneiro e preparará o caminho que, mais tarde, seguirão seus compatriotas.

A Bíblia, portanto, contém os ensinamentos de que necessitam, especialmente, os povos ocidentais. No terrível exemplo da raça judia podem aprender uma lição, tal como se relata no Antigo Testamento. Podem aprender também a viver os ensinamentos de Cristo fornecidos no Novo Testamento, oferecendo voluntariamente seus Corpos como um sacrifício vivo sobre o altar da Fraternidade e do Amor.

CAPÍTULO XIV – ANÁLISE OCULTA DO GÊNESIS

Limitações da Bíblia

Em nosso estudo, na parte anterior ao capítulo XIII, fizemos, relativamente, poucas referências à Bíblia. Agora, dedicar-lhe-emos nossa atenção por algum tempo. Não pretendemos defendê-la (na forma atual comumente conhecida) como a única, verdadeira e inspirada palavra de Deus. É certo, não obstante, que encerra muitos conhecimentos ocultos inestimáveis. Estes conhecimentos se acham, em grande extensão ocultos, devido às interpolações, e obscurecidos pela supressão arbitrária de certas partes julgadas “apócrifas”. O ocultista cientista que sabe o que se quis expressar pode ver facilmente quais as partes originais e quais as que foram interpoladas. Apesar disso, se examinarmos o primeiro capítulo do Gênesis, tal como aparece nas melhores traduções que possuímos, veremos que expõe o mesmo esquema evolutivo explicado na parte anterior desta obra, esquema que se harmoniza perfeitamente com os ensinos ocultistas relativos aos Períodos, Revoluções, Raças, etc. O resumo que se encontra nesse capítulo é, necessariamente, condensado e brevíssimo, mencionando-se um Período numas poucas palavras. Não obstante, o bosquejo subsiste.

Antes de proceder à análise, é necessário dizer que as palavras da linguagem hebraica, especialmente no estilo antigo, sucedem-se umas às outras sem a separação ou a divisão que é de uso em nossa linguagem. Acrescentando a isso o costume que existia de retirar as vogais da escrita, de maneira que sua leitura dependia muito donde fossem colocadas, ver-se-á quão grandes são as dificuldades a vencer para acertar com o significado original. Uma ligeiríssima mudança pode alterar quase completamente o significado de qualquer sentença.

Além dessas grandes dificuldades, devemos também saber que dos quarenta e sete tradutores da versão do Rei Jaime[40] (a mais comumente usada na Inglaterra e América) unicamente três conheciam bem o hebraico e, desses três, dois morreram antes da tradução dos Salmos. A ata que autorizava a tradução, tenhamos também em atenção, proibia aos tradutores todo o parágrafo que pudesse desviar grandemente ou perturbar as crenças já existentes. É evidente, portanto, que as probabilidades de se conseguir uma tradução correta eram bem escassas.

Tampouco foram mais favoráveis as condições na Alemanha. Lá, Martin Lutero[41], o único tradutor, mesmo ele não a traduziu do texto original hebraico, mas tão só de um texto latino. A maioria das versões empregadas pelos protestantes dos diversos países é simples traduções em diferentes idiomas da tradução de Lutero.

Certamente tem havido revisões, mas não tem melhorado grandemente a matéria. Além disso, há grande número de pessoas nesse país (EUA) que insiste em considerar o texto inglês da tradução do Rei Jaime como absolutamente exata, da primeira à última letra, como se a Bíblia tivesse sido escrita originalmente em inglês e a versão do Rei Jaime fosse uma cópia fidedigna do manuscrito original. Assim, os erros subsistem apesar dos esforços que se têm feito para eliminá-los.

Deve-se também notar que os que originalmente escreveram a Bíblia não pretenderam dar a verdade de maneira a poder tê-la quem quisesse. Nada estava mais distante de sua Mente do que a ideia de escrever “um livro aberto de Deus”. Os grandes ocultistas que escreveram o Zohar[42] são muito categóricos nesse ponto. Os segredos do Thorah não podem ser compreendidos por todos, como provará a citação seguinte:

“Ai do ser humano que vê no Thorah[43] (a lei) só um simples recitativo de palavras comuns! Porque, em verdade, se fosse só isso, poderíamos escrever, ainda hoje, um Thorah muito mais digno de admiração. Contudo, não é assim. Cada palavra do Thorah tem um elevado significado e um mistério sublime…. Os versos do Thorah são como as vestes do Thorah. Ai daquele que toma essas vestes do Thorah pelo próprio Thorah! Os simples só notam os ornamentos e os versos do Thorah. Nada mais percebem. Não veem o que está encerrado nessas vestiduras. O ser humano mais esclarecido não presta atenção alguma às vestes, mas sim ao Corpo que encerram”.

As palavras anteriores dão a entender claramente a significação alegórica. São Paulo também diz, inequivocamente, que a lenda de Abraão e dos dois filhos (de Sara e Hagar) são puramente alegóricos (Gal 4: 22-26). Muitas passagens estão veladas; outras devem ser entendidas ao pé da letra; e ninguém, que não possua a chave oculta, pode decifrar as profundas verdades encobertas em coisas que amiúde aparentam feíssimas vestiduras.

Nas práticas de Cristo está também patente o segredo relacionado a essas matérias profundas e o invariável uso de alegorias que permitiam às massas pôr-se em contato com verdades ocultas. Sempre se dirigiu às multidões em parábolas e depois explicava reservadamente aos discípulos o profundo significado nelas contido. Em várias ocasiões Ele impôs segredo sobre esses ensinos reservados.

Os métodos de São Paulo também se harmonizam com isso, ao dar leite, os ensinamentos mais elementares, às crianças na fé, reservando a carne, os ensinamentos mais profundos, para os fortes, isto é, para aqueles que se capacitaram para compreendê-los e recebê-los (ICor 3:1-3).

Originalmente, a Bíblia Judaica foi escrita em hebraico, mas não possuímos nem uma só linha da escritura original. No ano 280 antes de Cristo fez-se uma tradução para o grego, a “Septuaginta”. Ainda em tempos de Cristo, havia já uma confusão tremenda e diversidade de opiniões relativas ao que se devia admitir como original e ao que tinha sido interpolado.

Só depois da volta do desterro da Babilônia, começaram os escribas a compendiar as diferentes escrituras. Pelo ano 500 D.C. apareceu o Talmud[44], com o primeiro texto semelhante ao atual. Em vista dos fatos mencionados, não pode ser perfeito.

O Talmud esteve em mãos da escola Massorética[45] que, desde o ano 590 até 800 D.C., permaneceu, principalmente, em Tiberíades[46]. Depois de enorme e pacientíssimo trabalho, escreveu-se um Antigo Testamento Hebreu, o mais próximo ao original que temos atualmente.

No Princípio

A primeira sentença do Gênesis é um bom exemplo do que já indicamos a respeito da interpolação do texto hebraico, interpretação que pode mudar-se colocando diferentemente as vogais e dividindo as palavras de outra maneira.

Há dois métodos bem conhecidos para ler essa sentença. Por um deles, a tradução é: “No princípio criou Deus os céus e a terra”; pelo outro é: “Tomando da sempre existente essência (do espaço) a dupla energia formou o duplo céu”.

Para saber qual destas duas interpretações é correta muito se disse e escreveu. A dificuldade está na necessidade de algo concreto e definido para o povo. Diz-se que sendo uma explicação verdadeira todas as demais têm de ser falsas. Evidentemente, não é esse o caminho para chegar à verdade. Tendo muitos e múltiplos aspectos, cada verdade oculta requer exame de mui diferentes pontos de vista; cada um deles apresenta certa fase da verdade, e todos eles são necessários para chegar-se a uma concepção completa e definida daquilo que se está considerando.

Esta sentença do Thorah, como muitas outras, poderá ter muitos significados e confundir o não esclarecido. Para o que tem a chave é iluminadora porque, por seu intermédio, vê-se a sabedoria transcendental e a maravilhosa inteligência dos que inspiraram o Thorah.

Se tivessem sido colocadas as vogais e fossem divididas as palavras, haveria unicamente uma maneira de lê-las. Estes grandes e sublimes mistérios não poderiam ter sido ocultos nessas mesmas palavras. Essa teria sido a forma mais natural de redigir, se os autores tivessem resolvido escrever um livro “aberto” sobre Deus. Contudo, não foi esse o seu propósito, foi escrito unicamente para os iniciados, e somente por eles pode ser bem compreendido. Muito menos habilidade seria necessária para escrever um livro claro do que para encobrir o seu significado. Porém, nenhum trabalho é mal-empregado para dar informações, em devido tempo, aos capazes de recebê-las, ao mesmo tempo em que permanecem ocultas para os que não alcançaram o direito de possuí-las.

A Teoria Nebular

Considerando a gênese e a evolução do nosso sistema sob esse novo prisma, é bem claro serem ambas as interpretações da primeira sentença do Livro do Gênesis necessárias à compreensão do assunto. A primeira diz que a evolução teve um começo, quando foram criados os céus; a outra, completando a primeira, acrescenta que os céus e a terra foram criados da “sempre existente essência”, não tirados do “nada”, como afirma zombeteiramente o materialista. A Substância-Raiz-Cósmica mantém-se unida e é posta em movimento. Os anéis formados pela inércia das massas em Revolução separam-se da massa central, formando Planetas, etc., tal como a ciência moderna imaginava. A ciência oculta e a ciência moderna estão completamente de acordo no que diz respeito ao modus operandi. Nestas afirmações não há nada em desacordo com as duas teorias, como se demonstrará. A ciência oculta ensina que Deus foi a origem do processo de formação e, constantemente, guia o Sistema por um caminho definido. A ciência moderna, para refutar o que chama de ideia absurda, e para demonstrar que Deus não é necessário, toma um vaso com água e sobre ela coloca um pouco de azeite. A água e o azeite representam, respectivamente o espaço e a massa ígnea. Depois, por meio de uma agulha, começa a fazer girar o azeite até que tome a forma de uma esfera. Isto explica ele ser o Sol central. O azeite, girando cada vez mais rápido, curva-se mais pelo equador e lança um anel que se rompe em fragmentos. Estes se reagrupam e formam um pequeno Globo que gira em torno da massa central, assim como um Planeta gira em torno do Sol. Então, ironicamente, o cientista diz ao ocultista: vê como se faz? Não há a menor necessidade de Deus, nem de qualquer força sobrenatural!

Perfeitamente, concorda o ocultista, um Sistema Solar pode formar-se, aproximadamente, da maneira ilustrada. E estranha muito que um ser humano na posse de tão clara intuição que lhe permite perceber corretamente a operação do processo cósmico, e tão inteligentemente no conceber a operação dessa brilhante demonstração de sua teoria monumental, seja ao mesmo tempo incapaz de perceber, na demonstração, que ele mesmo fez o papel de Deus. Com efeito, dele foi o poder externo que colocou o azeite na água; a ele pertencia a força necessária para pô-lo em movimento, força que tirou o azeite da inércia em que permaneceria por toda a eternidade e o obrigou a tomar forma e a representar o Sol e os Planetas; finalmente, do cientista foi o pensamento que concebeu a experiência e empregou o azeite, a água e a força. O exemplo ilustra esplendidamente a Trindade Divina que trabalha com a substância cósmica para formar um Sistema Solar.

Ora, os atributos de Deus são: Vontade, Sabedoria e Atividade. (Veja o Diagrama 6 e note cuidadosamente o que o nome de Deus significa nessa terminologia). O cientista teve Vontade de fazer a experiência e a oportunidade de encontrar maneiras e meios para a demonstração. Esta oportunidade corresponde à Sabedoria, o segundo atributo de Deus. Teve também a força muscular necessária para realizar a ação, que corresponde à Atividade, o terceiro atributo de Deus.

Além disso, o Universo não é uma máquina que, uma vez posta em marcha, continua em perpétuo movimento, sem causa alguma interna ou sem força diretriz. Também isto é provado na experiência do cientista: desde o momento em que deixar de fazer girar o azeite, também cessa a marcha ordenada dos seus Planetas em miniatura e volta a ser a massa informe de azeite flutuando na água. Da mesma maneira, o Universo dissolver-se-ia imediatamente em “sutilíssimo espaço” se Deus deixasse, por um momento, de exercer Sua atividade e cuidado.

A segunda interpretação do Gênesis é maravilhosamente exata ao descrever uma formadora energia dupla. Não indica especificamente que Deus é trino, mas o conhecimento do leitor é aqui tomado como garantia. Aponta exatamente a verdade quando diz que, na formação do universo, há só duas forças ativas.

Quando o primeiro aspecto do Deus Trino se manifesta como Vontade de criar, desperta o segundo aspecto, a Sabedoria, para planejar o futuro universo. Esta primeira manifestação da Força é Imaginação. Depois que essa força primária de Imaginação concebeu a ideia de um universo, o terceiro aspecto, a Atividade, agindo sobre a substância cósmica, produz o movimento. Esta é a segunda manifestação da Força. O movimento, por si só, não é suficiente para formar um sistema de mundos, há de haver um movimento ordenado. A Sabedoria é necessária para dirigir o movimento, de maneira a produzir inteligentemente resultados definidos.

Portanto, a primeira sentença do livro do Gênesis diz que, no princípio, o movimento ordenado, rítmico, na Substância-Raiz-Cósmica, formou o Universo.

As Hierarquias Criadoras

A segunda interpretação da primeira sentença dá uma ideia mais completa de Deus, quando fala da “dupla energia”. Indica as fases positiva e negativa do Espírito Uno de Deus em manifestação. De acordo com os ensinamentos da ciência oculta, representa-se Deus como um Ser composto. Isto se acentua ainda mais nos versículos seguintes do capítulo.

Além das cinco Hierarquias Criadoras que voluntariamente nos ajudaram em nossa evolução, há outras sete que, pertencentes à nossa evolução, cooperaram com Deus na formação do Universo. No primeiro capítulo do Gênesis essas Hierarquias são chamadas Elohim. Esse nome significa uma hoste de Seres duplos ou bissexuais. A primeira parte do nome é Eloh, um nome feminino, em que a letra “h” indica o gênero. Se houvesse intenção de indicar um ser feminino ter-se-ia empregado a palavra Eloh. O feminino do plural é formado com o sufixo “oth”. Portanto, se houvesse intenção de indicar certo número de Deuses do gênero feminino, a palavra correta teria sido Elooth. Todavia, em vez de qualquer destas duas formas, encontramos o plural masculino terminado em “im”, acrescentado ao nome feminino “Eloh”, o que indica uma hoste de Seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia criadora dual, positiva-negativa.

Na última parte do capítulo alude-se novamente à pluralidade de Criadores, quando se atribuem as seguintes palavras aos Elohim: “Façamos o ser humano à nossa imagem”, depois do que é inconsistentemente acrescentado: “Ele os fez macho e fêmea”.

Os tradutores traduziram a embaraçante palavra Elohim (como vimos, não só uma palavra plural, mas também um nome masculino-feminino) fazendo-a equivaler à palavra no singular, neutra, Deus. Podiam ter traduzido doutra forma, mesmo que soubessem? Era-lhes proibido perturbar as ideias já existentes e o Rei Jaime não desejava a verdade a todo preço, mas a paz por qualquer preço. Seu único desejo era evitar toda controvérsia que lhe pudesse criar perturbações no Reino.

O plural “eles” também é usado quando se menciona a criação do ser humano, indicando claramente que a referência diz respeito à criação de ADM, a espécie humana, e não à de Adão, o indivíduo.

Como já assinalamos, seis Hierarquias Criadoras (além dos Senhores da Chama, dos Querubins, dos Serafins e das duas Hierarquias sem nome que passaram à libertação) estavam em atividade ajudando os Espíritos Virginais. Estes, em si mesmos, formam uma sétima Hierarquia.

Os Querubins e os Serafins nada têm a ver com a criação da Forma; por isso, não são mencionados no capítulo que estamos considerando, que trata especialmente do aspecto Forma da Criação. São mencionadas somente as sete Hierarquias Criadoras que, em efetivo trabalho, levaram o ser humano até onde pudesse adquirir uma forma física densa para, por seu intermédio, poder trabalhar o espírito interno.

Após descrever cada parte do trabalho da Criação, disse-se: “e Elohim viu que era bom”. Isto se diz sete vezes, a última vez no sexto dia, quando foi criada a forma humana.

Depois, indica-se que, no sétimo dia, “Elohim descansou”. Isto concorda perfeitamente com os ensinamentos ocultos sobre a parte de cada Hierarquia no trabalho da evolução até o Período atual. Também se diz que, na época atual, os Deuses e as Hierarquias Criadoras retiraram-se da participação ativa no trabalho de salvação do ser humano para que ele a faça por si, sob a necessária orientação dos “Irmãos Maiores”, atualmente os mediadores entre o ser humano e os Deuses.

O Período De Saturno

Como vimos, o princípio de nosso Sistema Solar e o trabalho das Hierarquias Criadoras descrito pela ciência oculta harmoniza-se com os ensinamentos da Bíblia. Examinando, doravante, os ensinamentos da Bíblia relativos aos diferentes “Dias da Criação”, veremos sua concordância com os ensinamentos ocultos relativos: aos Períodos de Saturno, Solar e Lunar; às três e meia Revoluções do Período Terrestre e às Épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante, anteriores à presente Época Ária.

Não é possível dar uma descrição detalhada em poucas linhas, todavia, os pontos principais estão ali em ordem sucessiva muito semelhante a uma fórmula algébrica da criação.

O segundo versículo do Gênesis diz: “A Terra era agreste e desabitada, e a obscuridade pairava sobre a face do abismo e os Espíritos dos Elohim flutuavam sobre o abismo”. Ao princípio da manifestação, o que atualmente é Terra estava no Período de Saturno, exatamente na condição descrita, como se pode ver na descrição feita sobre o Período. Não era “vazia e informe”, como diz a versão do Rei Jaime. Era quente, portanto, bem definida e separada do frio abismo do espaço. É certo que era obscura e ao mesmo tempo quente, porque o calor “obscuro” precede necessariamente o calor brilhante visível. Sobre esse Globo obscuro do Período de Saturno pairavam as Hierarquias Criadoras. Agiram sobre o Globo de fora e moldaram-no. A Bíblia referindo-se a Elas chama-lhes “Espíritos dos Elohim”.

O Período Solar

O Período Solar está bem descrito também no terceiro versículo, que diz: “E os Elohim disseram: ‘Faça-se a luz, e a luz foi feita’”. Esta passagem tem-se prestado a muitos gracejos, os mais ridículos e absurdos. Tem-se feito a seguinte pergunta: Como pôde haver luz na Terra se o Sol não foi criado senão no quarto dia? O narrador da Bíblia não fala somente da Terra, mas da massa ígnea central, da qual se formaram os Planetas do nosso Sistema Solar, inclusive a Terra. Quando a nebulosa alcançou o estado de fogo brilhante e luminoso, no Período Solar não havia a menor necessidade de iluminação externa: a Luz estava dentro. No quarto versículo se lê: “Os Elohim separaram a luz das trevas”, isto porque o espaço exterior era obscuro, distinguindo-se da brilhantíssima nebulosa que existiu no Período Solar.

O Período Lunar

O Período Lunar é descrito no sexto versículo, como segue: “e os Elohim disseram: haja uma expansão (traduzido como ‘firmamento’ em outras versões) nas águas, para que a água se separe da água”. Isto descreve exatamente as condições do Período Lunar, quando o calor da massa ígnea brilhante e o frio do espaço exterior formaram uma coberta de água em torno do centro ígneo. O contato do fogo com a água gerou o vapor, que é água em expansão, conforme descreve o versículo. Era diferente da água relativamente fria que constantemente gravitava para o centro ígneo, ardente, para substituir o vapor que surgia. Desta sorte, havia uma circulação constante da água em suspensão e também uma expansão, porque o vapor, arremessado do centro ígneo formava uma atmosfera de neblina ardente que se condensava ao pôr-se em contato com o espaço externo, volvendo novamente ao centro para tornar a esquentar-se e realizar outro ciclo. Assim, havia duas classes de água e uma divisão entre elas, como se descreve na Bíblia. A água mais densa estava mais próxima do centro incandescente; a água em expansão ou vapor estava fora.

Isto também concorda com a teoria científica dos tempos modernos: primeiramente calor obscuro; depois nebulosa brilhantíssima; por último, umidade externa e calor interno, e finalmente solidificação.

O Período Terrestre

O Período Terrestre é descrito a seguir. Antes de fazer essa descrição tratemos das recapitulações. Os versículos citados, assim como as descrições feitas, também correspondem aos Períodos que recapitulam. O que se diz do Período de Saturno descreve também as condições do Sistema Solar quando emerge de qualquer dos Períodos de Repouso. As descrições dos Períodos de Saturno, Solar e Lunar corresponderiam, portanto, às três primeiras Revoluções de nosso presente Período Terrestre, e o seguinte corresponderia às condições da Terra na presente Revolução.

No versículo nono, lemos: “E Elohim disse: ‘que as águas se separem da terra seca’… e Elohim chamou à terra seca, Terra”. Isto se refere à primeira solidificação. O calor e a umidade tinham formado o Corpo sólido de nosso atual Globo.

A Época Polar: o versículo nono, que descreve o Período Terrestre, a quarta Revolução (em que começou o verdadeiro trabalho do Período Terrestre), também descreve a formação do Reino Mineral e a recapitulação do ser humano, em estado mineral, na Época Polar. Cada Época é também uma recapitulação do estado anterior. Assim como há recapitulações de Globos, Revoluções e períodos, assim há também em cada Globo recapitulações do anteriormente feito. Estas recapitulações são infindas. Há sempre espirais dentro de espirais: no átomo, no Globo em todas as outras fases da evolução.

Por complicado e confuso que isso possa parecer, não é difícil de compreender. Há um método ordenado que tudo rege. Em devido tempo seremos capazes de percebê-lo e de acompanhar a obra desse método, como um fio que conduz através do labirinto. A analogia é um dos melhores auxiliares para compreender a evolução.

A Época Hiperbórea é descrita nos versículos 11 a 19, como trabalho efetuado no quarto dia. Diz-se ali que Elohim criou o Reino Vegetal, o Sol, a Lua e as estrelas.

A Bíblia concorda com a ciência moderna ao dizer que as plantas vieram depois dos minerais. A diferença entre os dois ensinamentos refere-se ao tempo em que a Terra foi expelida da massa central. A ciência afirma que foi expelida antes da formação da crosta sólida que pudesse chamar-se de mineral ou vegetal. Se queremos designar por tais minerais ou vegetais os que atualmente conhecemos, essa afirmação é verdadeira. Não havia substância material densa, todavia, a primeira incrustação ou solidificação que teve lugar no Globo era mineral. O narrador da Bíblia indica somente os incidentes principais. Não se diz que a crosta sólida se fundiu quando foi expelida da massa central, como um anel que se quebrou, reunindo-se depois os pedaços. Num Corpo tão pequeno como a Terra, o tempo preciso para a cristalização foi comparativamente curto. Por isso, o historiador não o menciona, assim como não relata o desmembramento que se produziu novamente quando a Lua foi expelida da Terra.

Procedeu assim, provavelmente, pensando que todo o capacitado para os ensinamentos ocultos deve estar familiarizado com os detalhes menores.

Na condensação da massa ígnea central, as plantas, por serem etéreas, não foram destruídas pelo processo de fusão. Assim como as linhas de força que orientam a cristalização do gelo, estão presentes na água, assim também, quando a Terra se cristalizou, as plantas etéreas estavam presentes. Eram os moldes que agruparam a matéria necessária para formar os Corpos vegetais da atualidade, e os do passado, enterrados nos estratos geológicos do Globo Terrestre.

A formação destas formas vegetais etéreas foi auxiliada pelo calor externo, depois da Terra separar-se do Sol e da Lua. Esse calor proporcionou-lhes a força vital para agrupar em sua volta uma substância mais densa.

A Época Lemúrica é descrita no trabalho do quinto dia. Como esta Época é a terceira, em certo sentido é uma recapitulação do Período Lunar. Na narração bíblica estão descritas as condições existentes no Período Lunar: água, neblina ardente e as primeiras tentativas de vida com movimento e respiração.

Os versículos 20 e 21 descrevem que os “Elohim disseram: ‘que as águas tenham coisas que respirem vida… e aves…’ e os Elohim formaram os grandes anfíbios e todas as coisas viventes de acordo com as suas espécies e todas as aves com asas”.

Isto também concorda com os ensinamentos da ciência material que diz: que os anfíbios precederam as aves.

Convidamos o Estudante a notar particularmente que as coisas formadas não eram Vida. Não se diz que se criou a Vida, mas “coisas” que respiravam e inalavam vida… A palavra hebraica para a substância que se inala é nephesh, e deve-se notar cuidadosamente isto, porque a encontraremos mais tarde sob uma nova roupagem.

A Época Atlante refere-se ao trabalho do sexto dia. No versículo 24 é mencionada a criação dos mamíferos e a palavra nephesh aparece outra vez explicando que os mamíferos “inalavam vida”. Os Elohim disseram: “Que a Terra produza coisas que respirem vida… mamíferos…” e no versículo 27 os Elohim formaram o Ser humano à sua semelhança, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). O historiador bíblico omitiu o estado humano assexual e hermafrodita e chega aos sexos separados tal como os conhecemos atualmente. Não podia ser doutra maneira porque está descrevendo aqui a Época Atlante, e no tempo desta época que se alcançou esse estado de evolução já não havia homens assexuais nem hermafroditas. A diferenciação dos sexos ocorrera antes, na Época Lemúrica. Nos seus primeiros graus de desenvolvimento, o que depois se converteu em ser humano, mal se podia considerar como tal, diferia muito pouco dos animais. Portanto, a Bíblia não contradiz os fatos, quando afirma que o ser humano foi formado na Época Atlante.

No versículo 28 (de todas as versões) encontramos um pequeno prefixo de uma muito grande significação: “Os Elohim disseram: ‘frutificai e RE-povoai a Terra’”. Isto mostra claramente que o escritor conhecia perfeitamente os ensinamentos ocultos de que a onda de vida tinha evolucionado no Globo D, o do Período Terrestre, nas Revoluções anteriores.

A Época Ária corresponde ao sétimo dia da Criação, quando os Elohim, como Criadores e Líderes, descansaram do seu trabalho e a humanidade foi deixada ao próprio cuidado.

Assim termina a história no que respeita à manifestação das formas. No capítulo seguinte conta-se a história sobre o ponto de vista relativo especialmente ao aspecto Vida da Criação.

Jeová e Sua Missão

Tem havido muitas discussões eruditas a respeito da autoria e principalmente da discrepância entre a história da criação dada no primeiro capítulo e o que se diz no quarto versículo do segundo capítulo. Afirma-se que as duas descrições foram escritas por diferentes pessoas, porque o Ser ou Seres aos quais os tradutores deram o nome de “Deus”, no primeiro e segundo capítulos da versão inglesa, denomina-se Elohim, no primeiro capítulo, e “Jeová” no segundo capítulo do texto hebraico. Argumenta-se, a esse respeito, que o mesmo narrador não teria nomeado Deus de duas maneiras diferentes.

Realmente, se quisesse referir-se ao mesmo Deus em ambos os casos, não o teria feito, mas o autor não era monoteísta. Sabia alguma coisa mais para pensar em Deus como um simples Ser humano “superior” que tivesse o céu como trono e a terra como escabelo. Quando escreveu de Jeová reportava-se ao Líder a quem estava a cargo esse trabalho particular da Criação que se descreve.

Jeová era e é um dos Elohim. É o Líder dos Anjos, a humanidade do Período Lunar e é o Regente da Lua atual. Remetemos o leitor ao Diagrama 14 para compreender facilmente a posição e natureza de Jeová.

Dirige os Anjos e, como Regente da Lua, Ele tem a seu cargo os seres degenerados e malignos que nela existem. Com Ele estão também alguns Arcanjos, que constituíram a humanidade do Período Solar. Estes são chamados “Espíritos de Raça”.

O trabalho a cargo de Jeová é a construção de Corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecedoras. Portanto, Ele é o dador de crianças, e os Anjos são seus mensageiros nesta obra. Os fisiólogos sabem muito bem que a Lua está relacionada com a gestação. Observam que dirige e governa os períodos de vida intrauterina e outras funções fisiológicas.

Sabe-se que os Arcanjos, como Espíritos e Líderes de uma Raça, lutam a favor ou contra algum povo, conforme as exigências da evolução dessa raça requererem. No livro de Daniel, 10-20, um Arcanjo falando com Daniel, diz: “Agora, voltarei a lutar com o príncipe da Pérsia; e quando eu for, vede que o príncipe da Grécia virá”.

O Arcanjo Miguel é o Espírito da Raça Judia (Daniel 12-1) e Jeová não é o Deus dos judeus somente, é também o Autor de todas as Religiões de Raça, que conduzem ao Cristianismo. É certo que tomou um interesse especial pelos progenitores dos atuais judeus degenerados, os Semitas Originais, a “semente de raça” para as sete raças da Época Ária. Jeová cuida especialmente de qualquer “semente de raça”, na qual inculca as faculdades embrionárias da humanidade de uma nova época. Por essa razão, esteve muito relacionado com os Semitas Originais, seu “povo eleito”, o escolhido para ser a semente de uma nova raça, a que devia herdar a “terra prometida”, não a simples e insignificante Palestina, mas sim toda a Terra, tal como é atualmente.

Ele não os guiou fora do Egito. Essa história, que posteriormente se originou entre os descendentes dos “Semitas Originais”, é um relato confuso da jornada para Leste, através das inundações e desastres que acabaram com a submergida Atlântida, até chegarem ao Deserto (de Gobi, na Ásia Central). Ali, esperaram os cabalísticos quarenta anos, antes de entrar na Terra Prometida. Há duplo e peculiar significado nessa palavra “prometida”. Chamou-se “terra prometida” porque, não existindo, naquele tempo, terra apropriada para ser ocupada pelos seres humanos, o povo eleito foi levado ao Deserto. Como parte da Terra estava submergida pelas inundações e outras partes deslocadas e modificadas pelas erupções vulcânicas, foi necessário esperar um período de tempo até que a nova Terra estivesse em condições de converter-se em possessão da raça Ária.

Os Semitas Originais foram isolados e proibidos de casarem com outras tribos ou povos, mas como povo teimoso e obstinado que se guiava quase exclusivamente pelo desejo e pela astúcia, desobedeceu à ordem. Sua Bíblia fala que os filhos de Deus casaram com as filhas dos homens, os compatriotas de grau inferior da Atlântida.

Porque frustraram os desígnios de Jeová, foram expulsos, e o fruto de tais cruzamentos tornado inútil como semente de nova raça.

Os nascidos desses cruzamentos, que agora falam de “tribos perdidas”, foram os progenitores dos judeus dos tempos atuais. Sabem que alguns dos componentes do núcleo original os abandonaram e foram para outra parte, mas desconhecem que foram esses precisamente, os que ficaram fiéis. A história das dez tribos perdidas é uma fábula. A maioria delas pereceu, mas os fiéis sobreviveram. Desse remanescente fiel descendem as atuais raças árias.

A ciência oculta concorda com a opinião que diz ser isso mera mutilação das escrituras originais da Bíblia. Assevera-se que muitas partes dela são completas invenções, mas não se faz a menor tentativa de provar, como conjunto, a autenticidade do livro sagrado, na forma em que atualmente o possuímos. Nosso esforço atual é uma simples tentativa para exumar alguns pedaços da verdade oculta, e extraí-los dessa massa de mal-entendidos e interpretações incorretas em que foram enterrados pelos diversos tradutores e revisores.

Involução, Evolução e Epigênese

Desemaranhadas, nos parágrafos anteriores, dentre a confusão geral, a identidade e a missão de Jeová, procuremos agora harmonizar os dois relatos aparentemente contraditórios sobre a criação do ser humano, segundo se narra no primeiro e segundo capítulos do Gênesis. No primeiro diz-se que ele foi o último a ser criado, enquanto no segundo se afirma que foi criado antes de todas as demais coisas viventes.

Conforme notamos, o primeiro capítulo trata unicamente da criação da forma, o segundo capítulo é dedicado ao exame da Vida, enquanto o quinto trata da Consciência. A chave para compreender isto, está em saber distinguir a Forma Física da Vida que constrói essa forma para sua expressão. Ainda que o relato da sequência da criação dos outros Reinos não esteja tão correto no segundo capítulo como no primeiro, é muito certo que o ser humano, considerado do ponto de vista da Vida, foi criado em primeiro lugar. Contudo, se o considerarmos do ponto de vista da Forma, como acontece no primeiro capítulo, foi criado por último.

Em todo o transcurso da evolução, através dos períodos, Globos, Revoluções e raças, aqueles que não melhoram, por não formarem novas características, ficam para trás e começam imediatamente a degenerar. Só os que permanecem plásticos, flexíveis e adaptáveis podem modelar novas formas, apropriadas à expressão da consciência que se expande. Só a vida capaz de cultivar as possibilidades de aperfeiçoamento, inerentes na forma que anima, pode evolucionar com os pioneiros de qualquer onda de vida. Todos os outros ficam atrasados.

É essa a medula do ensinamento ocultismo. O progresso não é um simples desenvolvimento nem, tampouco, Involução e Evolução. Há um terceiro fator, a Epigênese, que completa a tríade: Involução, Evolução e Epigênese.

As primeiras duas palavras são familiares a todos os que estudaram a Vida e a Forma. Admite-se, geralmente, que a involução do espírito na matéria tem o objetivo de construir a forma, mas não se reconhece tão comumente que a Involução do Espírito corre paralela à Evolução da Forma.

Desde o princípio do Período de Saturno até a Época Atlante, quando “os olhos do ser humano foram abertos”[47] pelos Espíritos Lucíferos, as atividades do ser humano (ou força-vital que se converteu em ser humano) eram dirigidas principalmente para dentro. Essa mesma força que o ser humano agora emprega ou irradia para construir estradas de ferro e vapores, empregava-se internamente para construir um veículo através do qual pudesse manifestar-se. Esse veículo é tríplice, analogamente ao espírito que o construiu. A forma evoluiu, construída pelo espírito. Durante essa construção, o espírito involuiu até que, nela penetrando, partiu para a própria evolução. Os melhoramentos ou aperfeiçoamentos da forma são resultado da Epigênese.

Logo, o poder que o ser humano agora emprega para melhorar as condições externas foi empregado durante a Involução com propósitos de crescimento interno.

Há forte tendência em considerar tudo o que existe como resultado de algo que foi. Olha-se a Evolução como simples desenvolvimento de perfectibilidades germinais. Tal concepção exclui a Epigênese do esquema das coisas, não sucede possibilidade alguma de construir-se algo novo, nenhuma margem para a originalidade.

O ocultista crê que o propósito da evolução é o desenvolvimento do ser humano desde um Deus estático a um Deus dinâmico, um Criador. Se o desenvolvimento que atualmente efetua constituísse a sua educação, e se o seu progresso representasse simplesmente a expansão de qualidades latentes, onde aprenderia a criar?

Se o desenvolvimento do ser humano consistisse unicamente em aprender a construir formas cada vez melhores, de acordo com os modelos já existentes na Mente do seu Criador, na melhor hipótese poderia converter-se num bom imitador, mas nunca num criador.

Para tornar-se um criador original e independente é necessário, no seu treinamento, que tenha suficiente margem de emprego de sua originalidade individual. É isso que distingue a criação da imitação. Conservam-se certas características da forma antiga necessária ao progresso, mas em cada novo renascimento, a Vida Evolucionante acrescenta tantos aperfeiçoamentos originais quantos sejam necessários para sua expressão ulterior.

A vanguarda da ciência encontra-se a cada momento frente à Epigênese, como um fato real em qualquer domínio da Natureza. Em 1759 Caspar Wolff[48] publicou sua “Theoria Generationis”, onde já demonstrava que no óvulo humano não há o menor traço do organismo em perspectiva, que sua evolução se traduz na adição de novas formações, enfim, na construção de algo que não está latente no óvulo.

Haeckel[49], grande e valoroso Estudante da Natureza, e que esteve muito próximo do conhecimento da verdade completa sobre a evolução, diz da “Theoria Generationis”: “Apesar do seu pequeno alcance e da difícil terminologia, é uma das mais valiosas obras da literatura biológica”.

Disse Haeckel em seu livro “Antropogênese”: “Em nossos dias é plenamente injustificado chamar-se à Epigênese uma hipótese; estamos plenamente convencidos de que é um fato, e podemos demonstrá-lo, a qualquer momento, com auxílio do microscópio”.

Um construtor seria um pobre expoente de sua habilidade se construísse casas limitando-se a seguir um determinado modelo aprendido do seu mestre, e não pudesse alterá-lo para satisfazer novas exigências. Para alcançar êxito, deve poder desenhar casas novas e melhores, aperfeiçoando o que a experiência mostre como inútil nos edifícios anteriormente construídos. A força que o construtor dirige agora para fora, para construir casas cada vez mais adaptadas às novas condições e exigências, nos Períodos passados, foi empregada na construção de veículos novos e melhores para evolução do Ego.

Partindo do mais simples organismo, a Vida, que é agora ser humano, construiu as Formas apropriadas às suas necessidades. Em devido tempo, à medida que as entidades progrediam, tornou-se evidente que novos aperfeiçoamentos deveriam ser acrescentados às formas. Estes melhoramentos tornaram-se incompatíveis com as linhas de construção anteriormente seguidas. Deveria ser iniciada a construção de novas formas, que não contivessem nenhum dos enganos anteriores. Conforme a experiência ensinou, tais enganos impediram o desenvolvimento posterior.

Dessa maneira, a vida que está evoluindo ficou apta a obter progressos posteriores em novas formas e por graus sucessivos vai aperfeiçoando seus veículos. Esse aprimoramento continua sem cessar, sempre adiante. Para estar na vanguarda do progresso, o ser humano construiu seus Corpos a partir de algo semelhante à ameba, daí até à forma humana do selvagem e, daí, através de sucessivos graus, até às raças mais avançadas, as que estão usando atualmente os Corpos mais elevadamente organizados na Terra. Entre as mortes e nascimentos estamos constantemente construindo Corpos para funcionar em nossas vidas. Alcançarão um grau de eficiência maior do que o que tem atualmente. Se cometermos erros de construção, durante os nascimentos, far-se-ão evidentes quando empreguemos o Corpo na próxima vida terrestre. É de suma importância perceber e compreender nossos erros, para evitá-los vida após vida.

Assim como o construtor de casas fracassaria comercialmente se não melhorasse continuamente seus métodos para corresponder às exigências do seu negócio, assim também os que aderem persistentemente às formas antigas fracassam, não podem se elevar com a onda de vida e são deixados para trás, como atrasados. Esses atrasados ocupam as formas abandonadas pelos pioneiros, como já se explicou anteriormente, e formam as raças e espécies inferiores de qualquer Reino em que estejam evolucionando. Como a Vida que agora é a humanidade passou através de estados análogos ao reino mineral, vegetal e animal e através das raças humanas inferiores, os atrasados foram deixados ao longo do caminho já que falharam em alcançar o tipo necessário para se conservarem na vanguarda da evolução. Tomaram as Formas abandonadas pelos pioneiros e, usando-as como graus intermediários, procuraram alcançar os primeiros, mas as Formas não estavam mais no mesmo grau. No progresso da Evolução não há lugares de espera. Na Vida que evoluciona, tal como no comércio, nada há que seja simplesmente ‘conservar o seu”. Processo ou Retrocesso é a Lei. A Forma que não é capaz de se aperfeiçoar deve Degenerar.

Portanto, há uma linha de formas que se aperfeiçoam, animadas pelos pioneiros da vida que está evoluindo, e outra, a das formas em degeneração, abandonadas pelos pioneiros, mas animadas pelos atrasados. Estes são os que permaneceram na onda de vida particular a que pertenceram originalmente essas formas.

Quando não haja mais atrasados, a espécie morre gradualmente. As formas cristalizam porque os possuidores, cada vez de menor capacidade, não têm possibilidade de melhorá-las. Portanto, voltam ao Reino Mineral, são fossilizadas, e amalgamam-se aos diferentes estratos da crosta terrestre.

A afirmação da ciência materialista que diz ter o ser humano subido gradualmente, através dos diferentes Reinos Vegetal e Animal, até chegar aos antropoides e depois ao ser humano, não é perfeitamente correta. O ser humano nunca habitou formas idênticas às dos animais atuais, nem às dos antropoides de hoje, mas habitou em formas que, sendo semelhantes, eram superiores às dos nossos presentes antropoides.

As pessoas que se dedicam à ciência observam que há semelhança anatômica entre o ser humano e o mono e, como o processo evolutivo sempre trabalha pela perfeição, deduz que o ser humano deve descender do mono. Porém, os esforços para encontrar “o elo perdido” entre ambos são baldados.

Os pioneiros da nossa onda de vida (as raças árias) progrediram desde que ocuparam formas parecidas com as dos nossos monos antropoides até o presente estado de desenvolvimento, enquanto as Formas (que eram “o elo perdido”) degeneraram e estão agora animadas pelos últimos atrasados do Período de Saturno.

Os monos[50] não são os progenitores das espécies superiores, são atrasados que ocupam os exemplares mais degenerados daquilo que foi antes forma humana. Não foi o ser humano que ascendeu dos antropoides; aconteceu o contrário: os antropoides são uma degeneração do ser humano. A ciência materialista, que trata só da forma, equivocou-se e tirou conclusões errôneas sobre o assunto.

As mesmas condições, relativamente, se encontram no Reino Animal. Os pioneiros da onda de vida que começou a evolução no Período Solar são os mamíferos atuais. Seus diferentes graus correspondem aos passos dados pelo ser humano, devendo notar-se que todas as formas, utilizadas pelos atrasados, estão degenerando. Semelhantemente, os pioneiros da onda de vida que entrou em evolução no Período Lunar encontram-se entre as árvores frutíferas, enquanto os atrasados dessa onda de vida animam todas as outras formas vegetais.

Cada onda de vida permanece, definidamente, confinada dentro de seus próprios limites. Os antropoides podem alcançar-nos e converterem-se em seres humanos. Dos outros animais nenhum poderá alcançar nosso estado de desenvolvimento particular. Alcançarão um estado análogo, sob condições diferentes, no Período de Júpiter. Os vegetais atuais serão a humanidade do Período de Vênus, sob condições ainda mais diferentes, e os minerais alcançarão o estado humano no Período de Vulcano.

Notar-se-á que a moderna teoria da evolução, especialmente a de Haeckel, se fosse completamente invertida, seria quase perfeita e estaria de acordo com os conhecimentos da ciência oculta.

O mono é um ser humano degenerado.

Os pólipos são as últimas degenerações deixada pelos mamíferos. Os musgos são as últimas degenerações do Reino Vegetal.

O Reino Mineral é a meta final das formas de todos os Reinos quando alcançam o máximo de degeneração. O carvão de pedra exemplifica isto: resulta de madeira petrificada ou de restos fossilizados de várias formas animais. O próprio granito, coisa que nenhuma pessoa que se dedica à ciência admitirá, é originalmente tão vegetal como o próprio carvão. O mineralogista erudito explicará que está composto de blenda, feldspato e mica, porém o clarividente desenvolvido, que pode ler a Memória da Natureza milhões de anos atrás, poderá completar esta afirmação dizendo: “Sim, e o que chamais de blenda e feldspato não são mais do que as folhas e pedúnculos de flores pré-históricas, e a mica é tudo quanto resta de suas pétalas”.

Os ensinamentos ocultos sobre a evolução estão corroborados pela ciência embriológica, que mostra a vida pré-natal como uma recapitulação de todos os estados passados de desenvolvimento. Não é possível distinguir a diferença entre o óvulo de um ser humano, o de alguns mamíferos superiores e, até, o dos vegetais mais elevados, nem mesmo ao microscópio. Não se pode dizer se o óvulo examinado é animal ou humano. Mesmo depois de se desenvolverem algumas fases iniciais do crescimento embrionário os especialistas não podem indicar a diferença entre um embrião animal e humano.

Estudando o óvulo do animal durante todo o período de gestação, observa-se que somente passa através dos estados mineral e vegetal e nasce quando chega ao estado animal. A Vida que anima esse óvulo passou através da evolução mineral do Período Solar, da vida vegetal no Período Lunar e, agora, vê-se forçada a deter-se no grau animal do Período Terrestre.

Quanto à Vida que emprega o óvulo humano, teve existência mineral no Período de Saturno, vegetal no Período Solar e passou pelo estado animal no Período Lunar. Como tem alguma margem para exercer a Epigênese, alcançado o estado animal segue adiante até chegar ao estado humano. O pai e a mãe dão, de seus Corpos, a substância de que se constrói o Corpo da criança, mas especialmente nas raças superiores, a Epigênese permite agregar algo, o que torna a criança diferente de seus pais.

Quando a Epigênese não atua, ou se torna inativa no indivíduo, na família, nação ou raça, cessa a evolução e começa a degeneração.

Uma Alma Vivente?

De sorte que as duas descrições bíblicas sobre a Criação se harmonizam perfeitamente.

Uma refere-se à Forma, construída através da experiência mineral, vegetal e animal até, por último, chegar ao ser humano. A outra diz que a Vida, agora animando as formas humanas, manifestou-se antes da Vida que anima as Formas dos demais Reinos.

Uma só das duas descrições sobre a Criação não teria sido suficiente. Há, no segundo capítulo, particularidades muito importantes, ocultas na narrativa da criação do ser humano: “Então, Jeová formou o ser humano do barro da Terra e soprou suas narinas o alento (nephesh) e o ser humano converteu-se em uma criatura que respirava (nephesh chayim) “[51].

Em outros pontos da versão do Rei Jaime, a palavra “nephesh” traduz-se por “vida”. Nesse exemplo particular (Gn 2:7) traduziu-se como “Alma Vivente”, para sugerir a ideia de que há uma distinção a fazer entre a vida que anima a forma humana e a que anima as criações inferiores. Não há autoridade alguma que sustente essa diferença de tradução, puramente arbitrária. O alento de vida (nephesh) é o mesmo no ser humano e no animal. Isto se pode demonstrar mesmo àqueles que se baseiam firmemente na autoridade da Bíblia. Com efeito, na versão do Rei Jaime ainda se diz claramente: “assim como morre um, morre o outro; todos têm um alento (nephesh); assim, o ser humano não tem superioridade alguma sobre o animal… todos vão para o mesmo lugar” (Ecl 3:19-20).

Os animais apenas são nossos “irmãos mais jovens”. Não estão atualmente tão sutilmente organizados, mas em devido tempo alcançarão um estado tão elevado como o nosso, e nós teremos seguido muito mais além.

Argumenta-se que o ser humano recebeu sua alma na forma descrita no versículo sétimo do segundo capítulo do Gênesis e que não poderia tê-la recebido doutra maneira. Vem a propósito perguntar: donde e quando recebeu a mulher a sua?

O significado do capítulo e da insuflação do alento de vida por Jeová, além de oferecer a imensa vantagem de ser lógico, é muito claro e simples quando se emprega uma chave oculta. O Regente da Lua (Jeová), seus Anjos e Arcanjos foram os principais nessa obra, o que define o tempo em que se efetuou essa criação: entre o princípio e a metade da Época Lemúrica, e, provavelmente, depois que a Lua foi arrojada da Terra, porque Jeová não tinha a seu cargo a geração dos Corpos antes da Lua ser expulsa. As formas eram mais etéreas. Não havia Corpos Densos e concretos. Só é possível fazer tais Corpos mediante as forças lunares endurecedoras e cristalizantes. Deve ter-se realizado na primeira metade da Época Lemúrica, repetimos, porque a posterior separação dos sexos teve lugar em meados dessa época.

Nesse tempo, o ser humano nascente não tinha começado a respirar por pulmões. Tinha um aparelho semelhante a brânquias, o que presentemente, ainda se encontra no embrião humano, quando passa pelos estados ante natais correspondentes a essa Época. Não tinha sangue vermelho e quente (porque nesse estado não havia espírito individual) e toda sua forma era branda e flexível. Mesmo o esqueleto era mole como as cartilagens. Quando foi necessário separar a humanidade em sexos, o esqueleto tornou-se firme e sólido.

A obra de Jeová foi construir ossos duros e densos dentro da substância branda dos Corpos já existentes. Antes desse tempo, isto é, durante as Épocas Polar e Hiperbórea, nem o ser humano nem o animal tinham ossos.

A Costela de Adão

A impossível e grotesca maneira de realizar a separação dos sexos (descrita nas versões comuns da Bíblia e, quanto a esse caso particular, no texto massorético também) é outro exemplo do que se pode fazer trocando as vogais no antigo texto hebraico. Lido de uma maneira, a palavra é “costela”, mas lido de outra, que merece mais cuidadosa atenção e tem a vantagem de apresentar um sentido comum, significa “lado”. Se a interpretação significar que o ser humano era macho-fêmea e que Jeová tornou latente um lado ou sexo de cada ser, não violaremos a razão nem estaremos aceitando a história da costela.

Os ensinamentos ocultos harmonizam-se com a Bíblia quanto a esta alteração e quanto ao tempo em que se efetuou. Ambos concordam com a doutrina da ciência moderna que diz ter sido o ser humano bissexual em outro tempo e até certo ponto do seu desenvolvimento. Depois, começou a predominar um sexo, enquanto o outro passou a subsistir em forma rudimentar. Assim, toda a humanidade tem, em forma germinal ou embrionária, os órgãos sexuais opostos. É realmente bissexual, como era o ser humano primitivo.

Aparentemente, nessa segunda descrição da obra criadora, o narrador da Bíblia não desejou dar uma ilustração simples do conjunto da evolução. Procurou, antes, particularizar um pouco mais sobre o que tinha dito no primeiro capítulo. Disse que o ser humano não respirou sempre como agora, que em certo tempo os sexos não estavam separados e que foi Jeová quem efetuou essa mudança, definindo assim, o tempo do acontecimento. Ao longo desse trabalho, encontraremos muitas outras informações.

Os Anjos da Guarda

Durante as primeiras Épocas e Períodos, enquanto a humanidade evolucionava inconscientemente, era dirigida pelas Grandes Hierarquias Criadoras. Havia, por assim dizer, uma consciência comum a todos os seres humanos, um Espírito-Grupo para toda a humanidade.

Na Época Lemúrica deu-se um novo passo. Os Corpos formavam-se definidamente, mas deviam ter sangue vermelho e quente para poderem conter uma alma e converterem-se em templos de espíritos internos.

A Natureza não age subitamente. Seria um equívoco imaginarmos que um simples alento soprado nas narinas pudesse introduzir uma alma num Corpo de barro e galvanizá-lo em um ser vivo que sente e pensa.

O espírito individual era muito débil, impotente, completamente incapaz de guiar seu veículo denso. Nem, ainda hoje, é muito forte. Mesmo no nosso estado atual de desenvolvimento, o Corpo de Desejos dirige a personalidade muito mais do que o espírito. Isto é evidente para qualquer observador qualificado. Em meados da Época Lemúrica, a personalidade inferior, o Tríplice Corpo, estava para receber o Ego. Se esse fosse abandonado a si mesmo, teria sido completamente impotente para dirigir seu instrumento.

Portanto, era necessário que alguém, muito mais evoluído, ajudasse o espírito individual e, gradualmente, preparasse o caminho para uni-lo completamente aos seus instrumentos. Foi algo semelhante ao que se dá com uma nação nova; enquanto por si mesma não é capaz de criar um governo estável, é protetorado de uma nação mais poderosa que a resguarda dos perigos exteriores e das dissensões internas. Idêntica proteção foi exercida por um Espírito de Raça sobre a humanidade nascente. Sobre os animais é exercida pelo Espírito-Grupo, mas de forma bastante diferente.

Jeová é o Altíssimo, o Deus de Raça. Tem, por assim dizer, domínio sobre todas as Formas. É o Legislador-Chefe, o Poder mais elevado na conservação da forma e no exercício de um governo ordenado. Os Espíritos de Raça são Arcanjos. Cada um deles tem domínio sobre grupos de pessoas, de povos, e sobre os animais, enquanto os Anjos têm-no sobre as plantas. Os Arcanjos exercem domínio sobre raças ou grupos de pessoas e também sobre animais, porque estes Reinos têm Corpos de Desejos.

Os Arcanjos são hábeis arquitetos da matéria de desejo porque, no Período Solar, o Globo mais denso era composto dessa matéria. Eram a humanidade desse Período, que aprendeu a construir seus veículos mais densos de matéria de desejos, como nós aprendemos agora a construir nossos Corpos com os elementos químicos que compõem o Globo Terrestre. Já podemos perfeitamente compreender que os Arcanjos estão qualificados para auxiliar especialmente as ondas de vida posteriores através do estado em que eles aprendem a construir e a dominar Corpos de Desejos.

Por razões análogas, os Anjos agem nos Corpos Vitais do ser humano, dos animais e das plantas. Seus Corpos mais densos são formados de Éter, pois dele estava composto o Globo D do Período Lunar, quando eles foram humanos.

Jeová e Seus Arcanjos assumem, portanto, em relação às raças, um papel semelhante ao do Espírito-Grupo em relação aos animais. Quando os membros individuais de uma raça desenvolvem completamente o domínio e governo de si, emancipam-se da influência dos Espíritos de Raça e seres afins.

Está no sangue o ponto de aderência ao Corpo Denso, tanto do Espírito-Grupo como de qualquer Ego. O texto massorético mostra que o autor do Levítico possuía esse conhecimento. No versículo décimo-quarto do capítulo décimo sétimo proíbe-se aos judeus comerem sangue, porque “… a alma de toda carne está no sangue…”. No versículo décimo-primeiro do mesmo capítulo, estas palavras: “… porque a alma da carne está no sangue, o mesmo é o mediador da alma” indicam que isto se aplica tanto ao ser humano como ao animal, porque a palavra empregada é neshamah, que significa “alma”, não “vida”, como se traduz na versão do Rei Jaime.

Para guiar as Raças, os Espíritos de Raça agem sobre o sangue, assim como o Espírito-Grupo dirige os animais de cada espécie por meio do sangue.

Também o Ego governa o seu veículo por meio do sangue, mas com uma diferença: o Ego age por meio do calor do sangue, enquanto o Espírito de Raça (isto é, de tribo ou família) age por meio do ar, conforme esse penetra nos pulmões. Está é a razão de Jeová ou Seus Mensageiros terem “soprado seu alento nas narinas do ser humano”, assegurando a admissão do Espírito de Raça, dos Espíritos de Comunidade, etc.

As diferentes classes de Espíritos de Raça dirigiram seus povos a vários climas e a diversas partes da Terra. O clarividente vê o Espírito de Tribo como uma nuvem que envolve e compenetra toda atmosfera da terra habitada pelo povo que está sob seu domínio. Assim se formam os diferentes povos e nações. São Paulo fala do “Príncipe do Poder do Ar”[52], de “principados e poderes”, etc., demonstrando conhecer os Espíritos das Raças. Todavia, ainda não se procura compreender o que eles significam, apesar de sentir-se fortemente a sua influência. O patriotismo é um dos sentimentos deles emanados. Seu poder sobre o povo já não é tanto como dantes. Algumas pessoas vão libertando-se do Espírito de Raça e podem dizer como Thomas Paine[53]: “O mundo é minha pátria”. Outros podem abandonar seu pai e sua mãe, considerando todos os seres humanos como irmãos. Estão a libertar-se do Espírito de Família, ou de Casta, que são entidades etéricas, diferentes do Espírito de Raça, uma entidade de desejos. Quem permanece fortemente subjugado à influência do Espírito de Raça ou de Família, sofre a mais terrível depressão quando abandona seu país ou respira o ar de outro Espírito de Raça ou Família.

Quando o Espírito de Raça entrou nos Corpos humanos do Ego individualizado, começou a exercer ligeiro domínio sobre os seus veículos. Cada entidade humana foi se tornando cada vez mais consciente de ser uma entidade separada e distinta de qualquer outro ser humano. Contudo, durante muito tempo não pensou de si como de um indivíduo. Em primeiro lugar, sentia-se como pertencente a uma tribo ou família. O sufixo inglês de muitos sobrenomes atuais, “son” (filho) é um resto desse sentimento. Um ser humano não era simplesmente “João” ou “Jaime”, mas sim João Robertson ou Jaime Williamson. Em alguns países, a mulher não era “Mary” ou “Martha”, sim Mary Marthasdaughter ou Marth Marydaughter (daughter, em inglês: filha). Esse costume continua em alguns países da Europa, de algumas gerações até agora. O sufixo “son” ainda permanece e o nome de família é ainda muito considerado.

Entre os judeus, no tempo de Cristo, o Espírito de Raça era mais forte do que o espírito individual. Cada judeu pensava de si mesmo primeiramente como pertencente a certa tribo ou família. Sua maior honra era ser “semente de Abraão”. Tudo isso era obra do Espírito de Raça.

Antes do aparecimento de Jeová, quando a Terra era ainda parte do Sol, havia um Espírito-Grupo-comum, composto de todas as Hierarquias Criadoras, que governava toda a família humana. Porém, como se desejava fazer de cada Corpo o templo e o instrumento flexível e adaptável de um espírito interno, isso se traduzia numa divisão infinita de líderes.

Jeová veio com seus Anjos e Arcanjos e fez a primeira grande divisão em Raças, tornando influente em cada grupo, como guia, um Espírito de Raça, um Arcanjo. E destinou um Anjo a cada Ego para que agisse como guardião, até que o espírito individual fosse suficientemente forte e pudesse emancipar-se de toda influência externa.

A Mescla de Sangue no Casamento

A vinda de Cristo preparou o caminho da emancipação da humanidade, para libertá-la da influência separatista dos Espíritos de Raça, ou de Família, para unir toda a família humana numa Fraternidade Universal.

Ele ensinou que a “semente de Abraão” se referia aos Corpos e afirmou que, antes que Abraão vivesse, “o EU” – o Ego, já existia. O espírito individual tríplice iniciou sua existência antes de todas as Tribos e Raças, subsistirá até que estas passem e, ainda mais, até quando não reste delas nem memória.

O Tríplice Espírito no ser humano, o Ego, é o Deus interno que o ser humano Corporal, pessoal, deve aprender a seguir. Por isso, Cristo disse que para ser seu discípulo o ser humano devia abandonar tudo o que tinha. Seu ensinamento é dirigido à emancipação do Deus interno. Incita o ser humano a exercer sua prerrogativa como indivíduo e a elevar-se sobre a família, a tribo e a nação. Não que deva menosprezar a família ou a pátria. O ser humano deve cumprir todos os seus deveres, mas reconhecendo seu parentesco com o resto do mundo, deve cessar de identificar-se com uma parte. Esse é o ideal dado à humanidade por Cristo.

Sob a direção do Espírito de Raça, tanto a nação, como a tribo ou a família prevaleciam, eram consideradas em primeiro lugar, e o indivíduo por último. A família devia ser conservada intacta. Se qualquer homem morresse sem sucessão que perpetuasse o seu nome, seu irmão devia “fecundar” a viúva, para que a família não morresse (Dt 25:5-10). Casar-se fora da família era, naqueles tempos, uma coisa horrorosa. Um membro de uma tribo não podia casar-se com alguém de outra, sem perder sua própria casta. Não era nada fácil fazer-se membro de outra família. Não somente entre os judeus e outras nações antigas insistia-se em conservar a integridade da família, também em tempos mais modernos. Até recentemente, como já se mencionou, os escoceses aderiam tenazmente ao seu clã. Os antigos escandinavos Vikings não admitiam ninguém em suas famílias se não tivesse feito com eles a “mescla de sangue”. Os efeitos espirituais da hemólise são desconhecidos para a ciência materialista, mas eram conhecidos dos antigos.

Todos estes costumes eram o resultado do trabalho do Espírito de Raça e dos Espíritos de Tribo sobre o sangue comum. Admitir como membro alguém que não tivesse o sangue comum, teria produzido uma confusão de casta. Quanto mais pura era a genealogia (nesse sentido) maior era o poder do Espírito de Raça e mais fortes eram os laços que ligavam o indivíduo à Tribo, porque a força vital do ser humano está no sangue. A memória está intimamente relacionada com o sangue, a mais alta expressão do Corpo Vital.

O cérebro e o sistema nervoso são as mais elevadas expressões do Corpo de Desejos. São receptores das cenas do mundo externo, mas para formar as imagens mentais dessas cenas, o sangue transporta o material. Por isso, quando o pensamento está em atividade, o sangue flui à cabeça.

Quando a mesma corrente de sangue sem mescla flui nas veias de uma família durante gerações, as mesmas imagens mentais feitas pelos avôs e pais são reproduzidas nos filhos pelo Espírito de Família, que vive na hemoglobina do sangue. O filho vê-se a si mesmo como a continuação de uma longa linha de antecessores que vivem nele. Vê todos os acontecimentos das vidas passadas da família como se ele mesmo estivesse presente aos fatos, não compreendendo a si mesmo como um Ego. Não é ele simplesmente “Davi”, mas sim “o filho de Abraão”; não “José”, mas “o filho de Davi”.

Por meio desse sangue comum se diz que os seres humanos viviam durante muitas gerações. Através do sangue, os descendentes tinham acesso à Memória da Natureza, em que se conservavam essas recordações. Razão de se dizer, no quinto capítulo do Gênesis, que os patriarcas viveram durante centenas de anos. Adão, Matusalém e outros patriarcas não alcançaram pessoalmente tão grandes idades. Vivendo os antecessores na consciência dos descendentes, estes viam as vidas daqueles como se tivessem vivido suas vidas. Depois do período indicado, os descendentes não pensaram mais de si como sendo Adão ou Matusalém. A memória desses antecessores apagou-se e por isso diz-se que morreram.

A “segunda vista” dos Escoceses Highlanders[54] demonstra que por meio da endogamia se retém a consciência dos mundos internos. Eles realizaram o casamento dentro do clã até tempos recentes, tal como os ciganos que sempre casam na tribo. Quanto menor é a tribo e mais pura a geração, mais pronunciada é a “vista”.

As raças primitivas não desobedeceram à ordem emanada do Deus de Tribo de não se casarem fora dela, nem tampouco tinham inclinação alguma para fazê-lo por não terem Mente própria.

Os Semitas Originais foram os primeiros a desenvolver a vontade. Depois, casaram-se com as filhas dos homens de outras tribos, frustrando temporariamente o desígnio do seu Espírito de Raça. Foram desprezados, como malfeitores que “adoraram deuses estranhos”, tornando-se incapazes de servir como “semente” das sete raças de nossa presente Época Ária. Os Semitas Originais foram, desde aquele tempo, a última raça que o Espírito de Raça manteve separada.

Mais tarde foi dado ao ser humano o livre arbítrio. Chegara o tempo de preparar-se para a individualização. A primitiva consciência “comum”, a clarividência involuntária, ou segunda vista, que constantemente mantinha ante os seres humanos da tribo os acontecimentos das vidas dos seus antecessores e os fazia sentirem-se intimamente identificados com sua tribo ou família, devia ser substituída por uma consciência estritamente individual, limitada ao mundo material, para desfazer as nações em indivíduos, para que a Fraternidade Humana pudesse estabelecer-se sem ter em conta as circunstâncias exteriores. Comparativamente é o mesmo que pretender construir um edifício muito maior a partir de certo número de edifícios: seria necessário derrubar aqueles, tijolo por tijolo, para construir o outro.

Para realizar esta divisão de nações em indivíduos, ditaram-se leis que proibiam a endogamia, ou matrimônio em família. Daí para diante, os casamentos incestuosos começaram a serem olhados com horror. Assim foi se introduzindo sangue estranho nas famílias da Terra, o que impediu gradualmente a clarividência involuntária, restringiu o sentimento de família e dividiu a humanidade em grupos. Como resultado dessa mescla de sangue, a aderência à família irá desaparecendo e o Altruísmo substituirá o patriotismo.

A ciência descobriu ultimamente que a hemólise resultante de inoculação do sangue de um indivíduo nas veias de outro de diferente espécie produz a morte do mais inferior dos dois. O animal no qual se inocule sangue de um ser humano morre. O sangue de um cachorro injetado nas veias de uma ave mata-a, mas não haverá dano algum no cão que receba sangue de ave. A ciência limita-se a expor o fato, mas o ocultista-cientista explica-o. O sangue é o agente do Espírito, como já foi indicado. O Ego humano age nos veículos por meio do calor do sangue; o Espírito de Raça, de Família, de comunidade, age no sangue por meio do ar que respiramos. Nos animais, o espírito separado de cada um e o Espírito-Grupo da espécie a que pertencem estão presentes, mas o espírito do animal nem está individualizado nem trabalha conscientemente em seus veículos como o Ego. Está ainda dominado pelo Espírito-Grupo que trabalha no sangue.

O espírito no sangue do animal superior é mais forte do que o espírito do menos desenvolvido. Por isso, quando se injeta sangue de um animal superior nas veias de outro de espécie inferior, aquele, procurando afirmar-se, mata a forma que o aprisiona e liberta-se. Pelo contrário, quando o sangue de um animal de espécie inferior é injetado nas veias de um de espécie superior, o espírito desse é capaz de expulsar o espírito menos evoluído e assimila o sangue estranho para seus próprios propósitos, não se produzindo prejuízo algum visível.

O Espírito-Grupo sempre procura manter seu completo domínio sobre o sangue da espécie a que pertence. Tal como o Deus de Raça do ser humano, o Espírito-Grupo se ressente quando seus súditos cruzam com outras espécies. Então, atira os pecados dos pais sobre os filhos, como vemos nos seres híbridos. Quando um cavalo e uma jumenta produzem uma mula, por exemplo, a mescla de sangue estranho destrói a faculdade propagadora, de modo que o híbrido não pode perpetuar-se. É uma abominação do ponto de vista do Espírito-Grupo, pois a mula não está definitivamente sob o domínio do Espírito-Grupo dos cavalos nem do dos jumentos, se bem que não esteja tão afastado de ambos que possa evitar sua influência. Se dois muares pudessem procriar, sua cria estaria ainda menos influenciada pelo domínio desses Espíritos-Grupo. Resultaria uma espécie nova, sem Espírito-Grupo, mas seria uma anomalia na Natureza, aliás, impossível enquanto os espíritos-animais não tiverem evoluído ao ponto de bastarem-se a si mesmos. Se tal espécie pudesse produzir-se, careceria do instinto guiador, o impulso que, em realidade, é do Espírito-Grupo. Encontrar-se-ia em situação análoga à de uma ninhada de gatinhos arrancada da matriz antes do tempo normal do nascimento. Indubitavelmente, não poderiam bastar-se e morreriam.

Portanto, quando se juntam dois animais de espécies muito diferentes, o Espírito-Grupo dos animais que os envia ao nascimento, impede que o Átomo-semente fertilizante possa fecundar. Porém, se nega a perpetuação dos híbridos, permite que alguns a seu cargo aproveitem uma oportunidade para encarnar-se quando se juntam dois animais de espécies análogas. Portanto, a infusão de sangue estranho debilita a influência do Espírito-Grupo, e este, em consequência, destrói a forma, ou a faculdade procriadora, que está sob seu domínio.

O espírito humano está individualizado, é um Ego desenvolvendo vontade livre e responsabilidade. Impelido a renascer pela irresistível Lei de Consequência, está além do poder do Espírito de Raça, de Comunidade ou de Família mantê-lo afastado da encarnação, no grau atual do desenvolvimento humano. Pela mistura de sangues obtida no matrimônio de indivíduos de diferentes tribos ou nações, os Líderes da humanidade vão ajudando o Ego a desprender-se gradualmente dos Espíritos de Família, de Tribo ou de Nação. Retirados esses espíritos do sangue, com Eles vai também a clarividência involuntária. Consequentemente, apagam-se as tradições das famílias que estavam a seu cargo. A mescla de sangue destruiu uma faculdade. Todavia, tal perda foi uma vantagem. Concentrou as energias do ser humano no mundo material, onde aprende muito melhor suas lições do que aprenderia se continuasse distraído pela visão dos Reinos superiores.

Quando o ser humano começa a emancipar-se, deixa também de pensar em si como “a semente de Abraão”, ou como da “Família de Stewart”, ou “Brahmin” ou “Levita” e aprende a ver-se como um “eu”. Quanto mais cultivar esse Eu mais libertará o sangue do Espírito de Família ou Nacional e mais se bastará como habitante do mundo. Muitas tolices e até coisas perigosas têm sido ditas a respeito de sacrificar o “eu” ao “não-eu”. Só quando tivermos cultivado um “eu” poderemos sacrificá-lo, dando-o ao todo. Enquanto amarmos somente a própria família ou nação, seremos incapazes de amar aos demais. Rompamos os laços do sangue, ainda limitados pelos laços de parentesco e da pátria, afirmemo-nos e bastemo-nos, e poderemos converter-nos em servidores desinteressados da humanidade. Quando o ser humano chega a tal cume, descobre que, em vez de perder a própria família, obteve todas as famílias do mundo. Todos serão para ele seus irmãos, seus pais, suas mães, de quem deve cuidar e a quem deve ajudar.

Então, voltará a adquirir a visão do mundo espiritual que perdeu com a mescla de sangues, porém acrescida de uma faculdade mais elevada, uma clarividência voluntária e inteligente, com a qual poderá ver o que quiser. Ela substituirá a faculdade negativa que, impressa em seu sangue pelo espírito de família, a esta o prendia e excluía de todas as demais famílias. Sua visão será universal e empregá-la-á para o bem de todos.

Pelas razões atrás mencionadas, os matrimônios entre tribos e entre nações passaram a serem considerados preferíveis aos matrimônios entre parentes.

Ao atravessar esses estados e perder gradualmente o contato com os mundos internos, o ser humano lamentou a perda e desejou a volta da visão “interna”, mas gradualmente, foi se esquecendo, e o mundo material tornou-se, antes seus olhos, a única coisa real. Tão real que chegou a formar ideia de que tais mundos internos não existiam, e a considerar a crença neles como uma estúpida superstição.

As quatro causas que contribuíram para isso foram:

  1. O clareamento da neblina atmosférica do continente Atlântico.
  2. A entrada do Corpo Vital no físico, pelo ajustamento do ponto da raiz do nariz com o mesmo ponto do Corpo Vital.
  3. A eliminação da endogamia e a consequente substituição pelo matrimônio entre tribos ou famílias.
  4. O emprego de estimulantes tóxicos.

Os Espíritos de Raça ainda existem e trabalham com o ser humano. Nos países em que o povo é mais atrasado o Espírito de Raça é forte. Quanto mais avançada é uma nação, mais liberdade tem o indivíduo. Quanto mais o ser humano está em harmonia com a lei do Amor, e mais elevados são os seus ideais, mais se liberta do Espírito de Raça. O patriotismo, se bem que bom em si, é uma cadeia do Espírito de Raça. O ideal da Fraternidade Universal, que não se identifica com nenhum país ou raça, é o único caminho que conduz à emancipação.

Cristo veio para reunir as diferentes raças em paz e boa vontade, de maneira que todos os seres humanos, voluntária e conscientemente, sigam a lei do Amor.

O Cristianismo atual, que permanecerá até apagar-se todo o sentimento de raça, não é, sequer, uma sombra da verdadeira religião de Cristo. Na Sexta Época haverá uma única Fraternidade Universal, sob a direção de Cristo que terá voltado. O dia e a hora da sua volta ninguém sabe. Ainda não foi fixado. O sinal da nova dispensação depende do tempo em que um número suficiente de seres humanos tenha começado a viver uma vida de fraternidade e de amor.

A “Queda do Homem

Ainda sobre a análise do Gênesis, podemos juntar mais algumas palavras sobre “a Queda”, à base do Cristianismo popular. Se não tivesse havido queda não haveria necessidade de “plano de salvação”.

Quando em meados da Época Lemúrica se efetuou a separação dos sexos (na qual trabalharam Jeová e seus Anjos), o Ego começou a agir ligeiramente em seu Corpo Denso, criando órgãos internos. Naquele tempo, o ser humano não tinha plena consciência de vigília, tal como possui hoje, mas com metade da força sexual, construiu o cérebro para expressão de pensamento, na forma já indicada. Estava mais desperto no Mundo Espiritual do que no Físico, mal podia ver seu Corpo e era inconsciente do ato de propagação. A afirmação da Bíblia de que Jeová adormeceu o ser humano, nesse ato é correta. Não havia nem dor nem perturbação alguma relacionada com o parto. Sua obscura consciência do ambiente não o inteirava, ao morrer, da perda do Corpo nem, ao renascer, da entrada noutro Corpo Denso.

Recorde-se: os Espíritos Lucíferos eram uma parte da humanidade do Período Lunar, os atrasados da onda de vida dos Anjos. Eram demasiado avançados para tomarem um Corpo Denso físico, mas necessitando de um “órgão interno” para aquisição de conhecimento podiam trabalhar por meio deum cérebro físico, coisa fora do poder dos Anjos ou de Jeová.

Esses espíritos entraram na coluna espinhal e no cérebro e falaram à mulher, cuja imaginação, conforme já se explicou, tinha sido despertada pelas práticas da Raça Lemúrica. Sendo a consciência predominantemente interna, pictórica, e porque tinham entrado em seu cérebro por meio da medula espinhal serpentina, a mulher viu aqueles espíritos como serpentes.

No preparo da mulher estava incluído assistir e observar as perigosas lutas e feitos dos seres humanos que se exercitavam no desenvolvimento da vontade. Muito frequentemente os Corpos morriam nas lutas.

A mulher surpreendia-se ao ver essas coisas tão raras e tinha obscura consciência de que algo estranho acontecia. Embora consciente dos espíritos que perdiam seus Corpos, a imperfeita percepção do Mundo Físico não lhe dava poder para revelar aos amigos que seus Corpos físicos tinham sido destruídos.

Os Espíritos Lucíferos resolveram o problema “abrindo-lhe os olhos”. Fizeram-na ciente dos Corpos, o seu e o do homem, e ensinaram-na como podiam conquistar a morte, criando novos Corpos. A morte não poderia mais dominá-los porque, como Jeová, teriam o poder de criar à vontade.

Assim, Lúcifer abriu os olhos da mulher, e ela, vendo, ajudou o homem a abrir o seu. Desta maneira, de forma real, se bem que obscura, começaram a “conhecer” ou a perceberem-se uns aos outros e também ao Mundo Físico. Fizeram-se conscientes da morte e da dor, aprendendo a diferenciar o ser humano interno da roupagem que usava e renovava cada vez que era preciso dar um novo passo na evolução. O ser humano deixou de ser um autômato. Converteu-se num ser que podia pensar livremente, à custa de sua imunidade à dor, às enfermidades e à morte.

Interpretar o comer do fruto como um símbolo do ato gerador não é uma ideia absurda, como demonstra a declaração de Jeová (que não é um capricho, mas a declaração formal das consequências que adviriam do ato): morreriam e a mulher teria seus filhos com dor e sofrimento. Jeová sabia que o ser humano, agora com a atenção fixada em sua roupagem física, perceberia a morte, e que, não tendo ainda sabedoria para refrear as paixões e regular a relação sexual pelas posições dos Astros, o abuso da função produziria o parto com dor.

Para comentadores da Bíblia sempre tem sido um enigma relacionar o comer de uma fruta com o nascimento de uma criança. A solução é bem fácil quando se compreende que o comer a fruta simboliza o ato gerador, ato pelo qual o ser humano se converte em algo “semelhante a Deus”, conhece sua espécie e capacita-se para gerar novos seres.

Na última parte da Época Lemúrica, quando o ser humano se arrogou o direito de praticar sem peias o ato gerador, foi sua poderosa vontade que lhe permitiu realizá-lo. “Comendo da árvore do conhecimento” quando quisesse, capacitou-se para livremente criar um novo Corpo ao perder o antigo veículo.

Geralmente, a morte é considerada algo temível. Se o ser humano também tivesse “comido da árvore da Vida” teria aprendido o segredo de vitalizar perpetuamente seu Corpo, o que teria sido ainda pior. Nossos Corpos atuais não são perfeitos, mas os desses tempos antiquíssimos eram excessivamente primitivos. Por isso, foi bem fundada a medida quando as Hierarquias Criadoras impediram o ser humano de “comer da árvore da vida”, impedindo de renovar o Corpo Vital. Se o tivesse conseguido ter-se-ia feito imortal, mas não poderia mais progredir. A evolução do Ego depende da evolução dos seus veículos. Se não pudesse obter novos e mais perfeitos veículos por meio de sucessivas mortes e renascimentos, ter-se-ia estagnado. É máxima oculta: quanto mais frequentemente morremos, melhor poderemos viver. Cada nascimento proporciona uma nova oportunidade.

Como vimos, o ser humano obteve o conhecimento por via cerebral, com o concomitante egoísmo, à custa do poder de criar sozinho, e a vontade livre à custa da dor e da morte. Quando aprender a empregar a inteligência para o bem da humanidade, adquirirá poder espiritual sobre a vida, e guiar-se-á por um conhecimento inato muito superior à atual consciência manifestada por via cerebral, tão superior a esta como a sua consciência de hoje é superior à consciência animal.

A queda na geração foi necessária à construção do cérebro, que é um meio indireto de adquirir conhecimento. Será sucedido pelo contato direto com a Sabedoria da Natureza. Então, sem cooperação alguma, o ser humano poderá utilizar esta Sabedoria na geração de novos Corpos. A laringe falará novamente a “Palavra perdida”, ou “Fiar Criador”, outrora empregada pelos antigos lemurianos sob a direção dos grandes instrutores, para criar vegetais e animais.

Será um criador de verdade e não na forma relativa e convencional do presente. Empregando a palavra apropriada ou a fórmula mágica poderá criar um novo Corpo.

Tudo que se manifestou durante a curva descendente da involução subsiste até alcançar o ponto correspondente do arco ascendente da evolução. Os atuais órgãos de geração degenerarão e atrofiar-se-ão. Os órgãos femininos foram os primeiros a existir como unidade separada. De acordo com a lei que diz que “o primeiro será o último”, serão os órgãos femininos os últimos a atrofiar-se. Os órgãos masculinos começaram a diferenciar-se depois e, já agora, começam a separar-se do Corpo. O Diagrama 13 ilustrará esse ponto.

[1] N.R.: Charles Howard Hinton (1853-1907) – matemático e escritor de ficção científica britânico

[2] N.R.: que é o Corpo Denso

[3] N.R.: Ernest Henry Starling (1866-1927) – fisiologista inglês

[4] N.R.: William Bayliss (1860-1924) – fisiologista inglês

[5] N.R.: é uma das duas partes do Sistema Nervoso Periférico – está relacionado com os movimentos voluntários; a outra parte é chamada de Sistema Nervoso Autônomo

[6] N.R.: é uma das duas partes do Sistema Nervoso Autônomo – está relacionado com os movimentos involuntários dos músculos como não-estriado e estriado cardíaco, sistema endócrino e respiratório; a outra parte é chamada de Sistema Nervoso Parassimpático

[7] N.R.: quinta estrofe do poema: Selige Sehnsucht (Anelo), de Johann Wolfgang von Goethe, in: West-Östlicher Diwan, 1814-1819. Com tradução de Manuel Bandeira, Poemas traduzidos. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1966, p. 25.

[8] N.R.: ICor 15: 31

[9] N.R.: Physicae Ad Lumen Divinum Reformatae Synopsis

[10] N.R.: John Amos Comenius ou Iohannes Amos Comenius (1592-1670) – bispo protestante da Igreja Moraviana, educador, cientista e escritor checo

[11] N.R.: ou Paracelsus – Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1521) – físico, botânico, alquimista, astrólogo e ocultista suíço-germânico

[12]  N.R.: Francis Bacon (1561-1626) – filósofo, estadista, cientista, jurista, orador, ensaísta e autor inglês

[13] N.R.: também escrito como Jan Baptista van Hellmond, Jan Baptista van Helmont (1579?-1644) – médico, químico e fisiologista belga. Na história da química ele é considerado o descobridor dos gases

[14]  N.R.: por vezes grafado como Jacob Boehme (1575-1624) – filósofo e místico luterano alemão

[15] N.R.: cidade ao sul da Alemanha atual

[16] N.R.: nome dado a Shakespeare em homenagem aonde ele nasceu: Stratford-on-Avon e o que mais fazia: Bard, quer dizer: escrever poesias e contador de estórias

[17] N.R.: William Crookes (1832-1919) foi um químico e físico britânico. Frequentou o Royal College of Chemistry em Londres, trabalhando em espectroscopia.

[18] N.R.: 106.194 quilômetros

[19] N.R.: também chamada de Epífise Neural

[20] Elena Petrovna Blavatskaya (1831-1891) – mais conhecida como Helena Blavatsky ou Madame Blavatsky, responsável pela sistematização da moderna Teosofia e cofundadora da Sociedade Teosófica

[21] Alfred Percy Sinnett (1840-1921) – escritor e teósofo britânico

[22] N.R.: Gn 4: 25

[23] N.R.: ISm 1: 19

[24] N.R.: Lc 1: 34

[25] N.R.: Gn 2: 9

[26] N.R.: a crítica que se faz a eles é exagerada, já que eles também possuem boas qualidades. Veja mais no livro: Cristianismo Rosacruz – Conferência 14: Lúcifer – tentador ou benfeitor?

[27] Ou bushman que vivem na região rural, inexplorada, conhecida como “bush” da Austrália

[28] N.R.: que é o Corpo Denso

[29] N.R.: também chamada de Hipófise

[30] N.R.: que é o Corpo Denso

[31] N.R.: Mt 10: 37

[32] N.R.: Mt 16: 24

[33] N.R: Lc 14: 26

[34] N.R.: Gn 12: 7

[35] Cidade de São Francisco na Califórnia, Estados Unidos. Refere-se ao terremoto nessa cidade em 1906

[36] N.R.: Ap 21: 1

[37] N.R.: Booker Taliaferro Washington (1856-1915) – educador, autor, orador e conselheiro americano

[38] N.R.: personagem bíblico identificado nos Evangelhos como “salteador” ou “assassino”

[39] N.R.: Ex 21: 24

[40] N.R: Também conhecida como Versão Autorizada do Rei Jaime, é uma tradução inglesa da bíblia realizada em benefício da Igreja Anglicana, sob ordens do rei Jaime I, no início do século XVII.

[41] N.R.: ou Martinho Lutero (1483-1546) foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico que se tornou uma das figuras centrais da Reforma Protestante.

[42] N.R.: é considerado como um dos trabalhos mais importantes da Cabalá, no misticismo judaico. E faz parte dos livros que seriam canônicos para os judeus.

[43] N.R.: Ou Torah, ou, ainda, Torá é o nome dado aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, o Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e que constituem o texto central do judaísmo.

[44] N.R.: ou Talmude é um livro sagrado dos judeus, um registro das discussões rabínicas que pertencem à lei, ética, costumes e história do judaísmo. É um texto central para o judaísmo rabínico.

[45] N.R.: dos massoretas ou massoréticos que eram escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras que, atualmente, constituem o Antigo Testamento.

[46] N.R.: Cidade ao norte de Israel.

[47] N.R.: Gn 3: 7

[48] N.R.: Caspar Friedrich Wolff (1733-1794) – biólogo e fisiologista alemão e um dos fundadores da embriologia

[49] N.R.: Ernst Heinrich Philipp August Haeckel (1834-1919) – biólogo, naturalista, filósofo, médico, professor e artista alemão

[50] N.R.: primatas antropoides, sem cauda e de braços longos, como chimpanzé, orangotango, gorila e bonobo.

[51] N.R.: Gn 2:7

[52] N.R.: Ef 2:2

[53] N.R.: Thomas Paine (1737-1809) – político britânico, além de panfletário, revolucionário, radical, inventor, intelectual.

[54] N.R.: Povo e Cultura das Terras Altas na Escócia (zona montanhosa do norte da Escócia). Caracterizavam-se até o século XVIII por um sistema feudal de famílias – os famosos clãs escoceses

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Entre a Ilusão e a Realidade

Entre a Ilusão e a Realidade

O progresso humano, desde a aurora da manifestação do espírito, desdobra-se em fases denominadas pela Filosofia Rosacruz de Períodos, Revoluções, Épocas e Idades. São etapas específicas na peregrinação do “ser real” em que determinadas e particulares condições implicam em experiências novas e transformações. Assim, a consciência gradualmente se expande, os veículos (corpos) são formados, desenvolvidos e, em um estágio superior, sensibilizados.

A necessidade de adaptar-se a novas situações, as decorrentes experiências, formam a alma, e conduzem o espírito da inconsciência à divina onisciência. Dessa forma, a vida literalmente é uma escola. Rica. Variada.
Uma nova Idade, embora constituindo uma espiral menor dentro das grandes espirais – os Períodos e as Épocas – traz sempre um novo ciclo de ideias e consequentemente uma gama de transformações. Como a natureza não abriga processos repentinos, as mudanças se operam lentamente e têm seu início ao apagar das luzes da Idade anterior. O estertor de um ciclo e a aurora de outro, marcam uma fase de transição, em que a mescla de ideias e valores, uns decaindo, outros nascendo, cria uma atmosfera conturbada. Isto ocorre atualmente.

Vivemos uma era de transição para a Idade Aquária. Entramos em sua órbita de influência, segundo a precessão dos equinócios, em meados do século passado. A conquista do ar e do éter – rádio, telefone, telégrafo, televisão, avião, viagens espaciais – marcam o desabrochar de novos tempos, sob o raio de originalidade e racionalidade de Urano.

Nem todos, porém, encontram-se preparados para as referidas transformações. A maioria permanece inconsciente do que verdadeiramente se passa ao seu redor. Daí esse clima de incerteza e insegurança.

Em meio a essa aparente confusão, só os mais amadurecidos espiritualmente encontram o seu foco, sentindo pisar em solo firme.

A moderna civilização, arraigadamente materialista e imediatista, já não oferece estabilidade ao ser humano, mormente a estabilidade emocional. A competição egoísta, a incompreensão do verdadeiro significado da vida e das mudanças nela ocorridas, geram neuroses. As pessoas buscam desesperadamente algo em que possam apoiar-se. Nem sempre o “apoio” encontrado é digno desse nome. Constituem, as mais das vezes, fugas. Simplesmente fugas. O “escapismo” acaba por atirar os seres humanos, mais cedo ou mais tarde, em um labirinto, de onde com muita dificuldade conseguem sair. Quando conseguem.

Nota-se, também, nos dias que correm, uma tendência à procura de segurança no “desconhecido”. Hoje, as editoras e livrarias, veem nas obras ocultistas, espíritas e orientalistas uma excelente perspectiva de lucro. Esta faixa de mercado livreiro alarga-se cada vez mais. Vivendo como vivemos, sob a comprometedora sombra do materialismo, é mais do que justo o anseio de cultivar o espiritualismo. Todavia, há espiritualismo e “espiritualismo”.

Muitos, movidos por boa-fé, deixam-se iludir, confundindo espiritualismo com psiquismo. Entregam-se à leitura afoita de toda e qualquer obra, praticam exercícios sem conhecer-lhes os fundamentos, frequentam várias Escolas Filosóficas ao mesmo tempo. Na realidade, deslumbra-os o psiquismo. Por este, entendemos a manifestação ou demonstração de faculdades, muitas vezes negativas, assim como a produção interesseira de fenômenos. Deve-se dizer, a bem da verdade, que esta espécie de “espiritualismo” é tão danosa à saúde física, mental e emocional – quando não à formação moral – de um indivíduo, quanto o materialismo crasso.

Nos tempos agitados em que vivemos é fácil alguém cair na cilada preparada pelos falsos “mestres” e “guias”.

Que ninguém se empolgue com a exibição de fenômenos supostamente sobrenaturais. Eles são parte da própria natureza, e não conferem a quem os produz a dignidade de MESTRE. Para ser um MESTRE ESPIRITUAL é necessário muito mais do que isto.

O espiritualismo divulgado pelas Escolas Filosóficas sérias, tais como a Fraternidade Rosacruz, constitui, antes de mais nada, uma orientação para o aperfeiçoamento do caráter. Não há interesse algum em demonstrações ou exterioridades. Explica-se a causa dos fenômenos psíquicos com intuito exclusivamente elucidativo.

Além disso, outro ponto merece ser enfatizado: toda Escola ou corrente espiritualista verdadeira deve divulgar um conjunto de ensinamentos cuja ação, essencialmente regeneradora, possa ser comprovada na prática.

Max Heindel afirmou que nenhum ensinamento terá valor real como lição de vida, se não promover uma transformação interior no ser humano. E essa mudança pode ser notada através de suas manifestações normais.

Em outras palavras: são os frutos que revelam o caráter do indivíduo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – Fraternidade Rosacruz – fev. /76)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel.

É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro.

Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o estudante avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.

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1. Em formato PDF (para download):

O Corpo Vital – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz

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4. Para ler no próprio site::

O CORPO VITAL

Por

Max Heindel

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Revisado de acordo com:

3ª Edição em Inglês, 2011, The Vital Body, editada por The Rosicrucian Fellowship

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

PREFÁCIO.. 4

INTRODUÇÃO.. 5

PARTE I – EVOLUÇÃO PASSADA DO CORPO VITAL DO SER HUMANO   7

Capítulo I – Durante Períodos e Revoluções. 7

Capítulo II – Durante as Épocas. 17

PARTE II – O CORPO VITAL DO SER HUMANO NA ATUAL ÉPOCA ÁRIA   24

Capítulo I – Natureza e Funções. 24

Capítulo II – Na Saúde e na Doença. 46

Capítulo III – No Sono e nos Sonhos. 66

Capítulo IV – Na Morte e nos Mundos Invisíveis. 75

Capítulo V – A Caminho do Renascimento. 99

Capítulo VI – As Crianças. 102

PARTE III – O CORPO VITAL DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS. 108

Capítulo I – Natureza e Funções. 108

PARTE IV – A RELAÇÃO DO CORPO VITAL COM O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL.. 116

Capítulo I – Um Fator Importante. 116

Capítulo II – O Efeito das Orações, Rituais e Exercícios. 129


PREFÁCIO

nota[1]

A Escola de Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que “todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital”, declara Max Heindel, um Iniciado da Ordem Rosacruz e fundador da Fraternidade Rosacruz. É por esse motivo e com o propósito de apresentar, numa forma concisa e de fácil compreensão, todas as informações importantes que Max Heindel escreveu em várias cartas, lições e livros a respeito do veículo etérico, que este material compilado se acha publicado em forma de livro. Para o leigo em estudos ocultos, assim como para o Estudante Rosacruz avançado, seu conteúdo é de enorme valor prático.

Muitos Estudantes Rosacruzes zelosos dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental deram de modo desinteressado e amoroso, seu tempo e esforços no preparo desse material para publicação, e eles rogam que cada exemplar possa levar sua mensagem de luz e inspiração a todo Aspirante espiritual, que esteja se empenhando em seguir o Caminho de Cristo.

INTRODUÇÃO

A Filosofia Rosacruz ensina que o ser humano é um Espírito Tríplice, possuindo uma Mente através da qual ele governa o Tríplice Corpo, que ele emanou de si mesmo para adquirir experiência. Ele transmuta esse Tríplice Corpo numa Tríplice Alma, da qual ele avançada impotência à onipotência. O Espírito Divino emana de si mesmo o Corpo Denso extraindo, como alimento, a Alma Consciente; o Espírito de Vida emana de si mesmo o Corpo Vital, extraindo, como alimento, a Alma intelectual; o Espírito Humano emana de si mesmo o Corpo de Desejos, extraindo, como alimento, a Alma Emocional. O Corpo Vital é feito de Éter e permeia o corpo visível,[2] como o Éter permeia todas as demais formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma maior quantidade do Éter universal que as outras formas. Esse corpo etéreo é nosso instrumento para a especialização da energia vital do Sol.

Também é ensinado pela Filosofia Rosacruz que nosso esquema evolucionário é levado através de cinco dos sete Mundos ou estados de matéria (Físico, do Desejo, do Pensamento, do Espírito de Vida e do Espírito Divino) em sete grandes Períodos de Manifestação (Períodos de: Saturno, Solar, Lunar, Terrestre, Júpiter, Vênus e Vulcano) durante os quais o Espírito Virginal, ou vida evolucionante, torna-se primeiro, um ser humano e depois, um Deus. Estamos, agora, no quarto período, ou Período Terrestre, que se acha dividido em sete Revoluções, assim como as sete Épocas seguintes: a Polar, a Hiperbórea, a Lemúrica, a Atlante, a Ária, a Nova Galileia e o Reino de Deus, essas últimas duas ainda por vir[3]. No começo do Período de Saturno doze grandes Hierarquias Criadoras estavam ativas no trabalho da evolução. Duas dessas Hierarquias fizeram algum trabalho para ajudar bem no início….  E, então, retiraram-se da existência limitada para a liberação. Mais três Hierarquias Criadoras seguiram-nas no início do Período Terrestre: os Senhores da Chama, os Querubins e os Serafins, deixando sete Hierarquias em serviço ativo quando o Período Terrestre teve início: os Senhores da Sabedoria, os Senhores da Individualidade, os Senhores da Forma, os Senhores da Mente, os Arcanjos, os Anjos e os Espíritos Virginais.

PARTE I – EVOLUÇÃO PASSADA DO CORPO VITAL DO SER HUMANO

Capítulo I – Durante Períodos e Revoluções

A evolução do Corpo Vital e do Espírito de Vida, do qual é uma contraparte, se iniciou no segundo Período ou Período Solar dos sete Grandes Dias de Manifestação. Desde então, foi reconstruído e atingirá a perfeição no Período de Júpiter. Num estágio futuro a Humanidade não mais terá necessidade desse veículo, mesmo assim, sua quintessência será retida.

O Espírito de Vida e o Corpo Vital iniciaram sua evolução no Período Solar e, por conseguinte, são responsabilidades específicas do Filho.

Eles (os Senhores da Chama) forneceram, anteriormente, o germe do Corpo Denso e, na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar estavam ocupados com certos melhoramentos a serem feitos nele.

No Período Solar a formação do Corpo Vital estava para ter início, com todas as decorrentes implicações de capacidade para assimilação, crescimento, propagação, desenvolvimento das glândulas, etc.

Os Senhores da Chama incorporaram no germe do Corpo Denso apenas a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos. Na ocasião, agora em consideração, foi necessário mudar o germe de tal modo que permitisse a interpenetração do Corpo Vital, e, também a capacidade de desenvolver glândulas e um tubo digestivo. Isso foi feito pela ação conjunta dos Senhores da Chama, que forneceram o germe original, e os Senhores da Sabedoria, que se encarregaram da evolução material no Período Solar.

Quando os Senhores da Chama e os Senhores da Sabedoria tinham, na Revolução de Saturno do Período Solar, reconstruído conjuntamente o Corpo Denso germinal, os Senhores da Sabedoria, na Segunda Revolução, deram início ao trabalho propriamente dito, do Período Solar, irradiando de seus próprios corpos o germe do Corpo Vital, tornando-o capaz de interpenetrar o Corpo Denso e dando ao germe a capacidade de crescimento ulterior, de propagação e de sensibilização dos centros sensoriais do Corpo Denso e possibilitando-o a se mover. Em suma, eles deram, em germe ao Corpo Vital, todas as faculdades que ele está agora expandindo para tornar-se um instrumento perfeito e flexível para o uso do Espírito.

Notamos também que, como a Primeira Revolução ou Revolução de Saturno, de qualquer período, diz respeito ao trabalho no Corpo Denso (porque este teve início numa primeira Revolução), assim, a Segunda, ou Revolução Solar, de qualquer período se acha relacionada com melhorias no Corpo Vital, porque este teve início numa Segunda Revolução.

Pode-se dizer que o ser humano, no Período Solar, passou pela existência do vegetal. Ele tinha um Corpo Denso e um Corpo Vital, como têm as plantas. Sua consciência, tal como a dos vegetais, era a de um sono sem sonhos.

Então havia duas classes ou reinos no Período Solar, isto é, os atrasados do Período de Saturno, que ainda eram minerais, e os pioneiros do Período de Saturno, que foram capazes de receber o germe do Corpo Vital e tornaram-se semelhantes às plantas.

No meio da sétima Revolução do Período Solar, os Senhores da Sabedoria se encarregaram do Espírito de Vida germinal, dado pelos Querubins na Sexta Revolução do Período Solar. Eles assim o fizeram com o propósito de conectá-lo ao Espírito Divino. Sua maior atividade, nesse trabalho, foi alcançada na Noite Cósmica intermediária entre os Períodos Solar e Lunar. No primeiro despertar do Período Lunar, à medida que a Onda de Vida se pôs em marcha em sua nova peregrinação, os Senhores da Sabedoria reapareceram, trazendo com eles os veículos germinais do ser humano em evolução. Na Primeira Revolução, ou de Saturno do Período Lunar, eles cooperaram com os “Senhores da Individualidade”, que tinham como encargo especial a evolução material do Período Lunar. Juntos eles reconstruíram o germe do Corpo Denso trazido do Período Solar. Esse germe tinha desdobrado os órgãos embrionários dos sentidos, os órgãos da digestão, as glândulas, etc. e foi interpenetrado por um Corpo Vital germinal que difundiu certo grau de vida no Corpo Denso embrionário. Certamente, ele não era sólido e visível como é agora, embora numa certa forma já tivesse algo desenvolvido e era perfeitamente distinguível pela visão Clarividente treinada do investigador competente, que procure na Memória da Natureza por cenas desse distante passado.

Na Segunda, ou Revolução Solar do Período Lunar, o Corpo Vital foi modificado para tornar-se capaz de ser interpenetrado pelo Corpo de Desejos, e, também acomodar-se ao sistema nervoso, muscular, esqueleto, etc. Os Senhores da Sabedoria, que foram os criadores do Corpo Vital, ajudaram também os Senhores da Individualidade em seu trabalho.

Na Sexta Revolução do Período Lunar os Querubins reapareceram e vivificaram o Espírito de Vida daqueles atrasados do Período Solar, mas que desde então tinham alcançado o estágio necessário de desenvolvimento, e, também naqueles atrasados do Período Solar que tinham então desenvolvido o Corpo Vital durante sua existência vegetal no Período Lunar.

Os pioneiros da nova Onda de Vida passaram por um estágio inferior da existência vegetal; entretanto a maioria deles desenvolveu o Corpo Vital suficientemente para permitir o despertar do Espírito de Vida.

Portanto, todos os três últimos mencionados possuíam os mesmos veículos no início do Período Terrestre, embora só os dois primeiros mencionados pertençam à nossa Onda de Vida e têm a chance de até nos ultrapassarem se passarem pelo ponto crítico que virá na próxima Revolução do Período Terrestre. Os que não conseguirem ultrapassar esse ponto ficarão retidos, até que alguma evolução futura alcance um estágio onde eles possam ser incorporados e continuar com seu desenvolvimento em um novo período humano. Eles serão impedidos de prosseguir com a nossa Humanidade, porque esta terá avançado muito além de suas condições e seria um sério entrave ao nosso progresso arrastá-los conosco. Eles não serão destruídos, mas, simplesmente retidos esperando por outro período de evolução.

No fim do Período Lunar essas classes possuíam os veículos como estão classificados no Diagrama 10 e começaram com eles no início do Período Terrestre.

Diagrama 10 – Classes no início do Período Terrestre

Durante o tempo que transcorreu desde então, o reino humano vem desenvolvendo o elo mental, e tem desse modo logrado total consciência de vigília. Os animais obtiveram um Corpo de Desejos; as plantas um Corpo Vital; os atrasados da Onda de Vida, que entraram na evolução no Período Lunar, escaparam das duras e pesadas condições de formações de rochas e agora seus Corpos Densos compõem nossos solos mais macios; enquanto a Onda de Vida que entrou na evolução aqui no Período Terrestre forma as rochas mais duras e as pedras.

Vemos então, que ao término do Período Lunar o ser humano possuía um Tríplice Corpo em vários estágios de desenvolvimento; e, também o germe do Tríplice Espírito. O ser humano possuía Corpos: Denso, Vital e de Desejos, e o Espírito: Divino, de Vida e Humano. Só lhe faltava o elo para conectá-los.

Outra Hierarquia Criadora tinha encargo especial dos três germes dos Corpos: Denso, Vital e de Desejos, conforme estavam evoluindo. Eram aqueles que, sob a direção das mais elevadas ordens fizeram praticamente o trabalho inicial nesses Corpos, usando a vida evolucionante como uma espécie de instrumento. Essa Hierarquia chama-se “Senhores da Forma”.

Eles estavam, então, tão evoluídos que receberam o encargo do terceiro aspecto do Espírito no ser humano, o Espírito Humano, no Período Terrestre que se aproximava.

Vamos, portanto, analisar o assunto e ver o que temos direito de esperar de quem pretende ser um professor. Para fazê-lo temos que primeiro nos indagar: Qual o propósito da existência no universo da matéria? Podemos responder a isso dizendo que é a evolução da consciência. Durante o Período de Saturno, quando éramos como minerais em nossa constituição, nossa consciência era a de um médium afastado de seu corpo por espíritos em uma seção de materialização, onde uma grande parte dos Éteres que compõem o Corpo Vital tenha sido removida. O Corpo Denso fica então num transe bem profundo. No Período Solar, quando nossa constituição era similar a das plantas, nossa consciência era como a de um sono sem sonhos, quando o Corpo de Desejos, a Mente e o Espírito ficam fora do corpo, deixando os Corpos Físico e Vital sobre a cama. No Período Lunar tivemos um quadro de consciência como a que temos nos sonhos, quando o Corpo de Desejos se acha só parcialmente removido do veículo Denso e do Corpo Vital. Aqui, no Período Terrestre, nossa consciência se alargou para sentir os objetos fora de nós, colocando-se todos os veículos numa posição concêntrica, como quando estamos acordados.

O Período Terrestre é proeminentemente o Período da Forma, pois aqui a forma ou a parte material da evolução atinge seu maior e mais pronunciado estado. Aqui o Espírito está mais indefeso e subjugado e a Forma é o fator mais predominante; daí a proeminência dos Senhores da Forma.

Durante essa Revolução (a Segunda ou Revolução Solar do Período Terrestre) o Corpo Vital foi reconstruído para acomodar o germe da Mente. O Corpo Vital foi moldado para ficar mais semelhante ao Corpo Denso, de modo que pudesse tornar-se adequado para uso como o veículo mais denso durante o Período de Júpiter, quando o Corpo Denso terá se espiritualizado.

Os Anjos, a “Humanidade” do Período Lunar, foram ajudados nessa reconstrução pelos Senhores da Forma. A organização do Corpo Vital acha-se agora em uma eficiência próxima ao do Corpo Denso. Alguns escritores deste assunto chamam o Corpo Vital de um elo, e sustentam que ele é meramente um molde do Corpo Denso e não um veículo separado.

Embora não desejando criticar, e admitindo que essa controvérsia se acha justificada pelo fato de que o ser humano, no presente estágio da evolução, não pode habitualmente usar o Corpo Vital como um veículo separado, porque ele sempre permanece com o Corpo Denso, e retirá-lo totalmente iria causar a morte do Corpo Denso, sem dúvida houve uma época em que ele não estava tão firmemente incorporado a este último, como veremos mais adiante.

Durante essas Épocas da história de nossa Terra, que já foram mencionadas como a Lemúrica e a Atlante, o ser humano era involuntariamente Clarividente, e foi precisamente essa debilidade de conexão entre os Corpos Denso e Vital que tornava o ser humano assim (Os Iniciadores daquela época ajudavam o candidato a afrouxar ainda mais essa conexão, como no Clarividente voluntário).

Desde então o Corpo Vital tornou-se muito mais firmemente entretecido com o Corpo Denso na maioria das pessoas, mas em todos os sensitivos essa conexão está frouxa. É essa frouxidão que constitui a diferença entre o parapsíquico e a pessoa comum que é inconsciente de tudo, exceto das vibrações captadas pelos cinco sentidos. Todos os seres humanos tiveram que passar por esse período de estreita conexão dos veículos e experimentar a consequente limitação de consciência. Há, portanto, duas classes de sensitivos, aqueles que não se tenham firmemente enredado na matéria, como a maioria dos hindus, indianos, etc., que possuem certo e pequeno grau de clarividência, ou seja, sensíveis aos sons da natureza, e aqueles que se acham na vanguarda da evolução. Os últimos estão surgindo do nadir da materialidade, e estão também divididos em dois tipos, um dos quais se desenvolve de modo passivo e fraco de vontade. Pela ajuda de outros eles tornam a despertar o plexo solar e outros órgãos de conexão com o sistema nervoso involuntário. Esses são, portanto, Clarividentes involuntários, médiuns que não possuem controle de sua faculdade. Eles retrocederam. O outro tipo é formado por aqueles que, pela própria vontade, desenvolveram o poder vibratório dos órgãos atualmente conectados com o sistema nervoso voluntário e assim tornaram-se ocultistas treinados, controlando seus próprios corpos e exercendo a faculdade de clarividência como desejem. Eles são chamados de Clarividentes voluntários ou treinados.

No Período de Júpiter o ser humano vai funcionar em seu Corpo Vital como agora ele faz em seu Corpo Denso e como nenhum desenvolvimento é súbito na natureza, o processo de separar os dois Corpos já começou. O Corpo Vital irá no futuro alcançar um grau muito maior de eficiência que o que tem o Corpo Denso de hoje. Como ele é um veículo muito mais flexível, o espírito estará então capacitado a usá-lo de um modo impossível de imaginar com nosso atual veículo Denso.

O Corpo Vital começou na Segunda Revolução do Período Solar e foi reconstruído nos Períodos Lunar e Terrestre, e irá alcançar a perfeição no Período de Júpiter, que é o seu quarto estágio, assim como o Período Terrestre é o quarto estágio do Corpo Denso.

Nada é desperdiçado na natureza. No Período de Júpiter as forças do Corpo Denso irão se superpor ao Corpo Vital completado. Este veículo possuirá, então, os poderes do Corpo Denso além de suas próprias faculdades e será, por isso, um instrumento de muito mais valia para o Tríplice Espírito expressar-se do que se fosse construído a partir de suas próprias forças.

De modo similar, o Globo D do Período de Vênus estará localizado no Mundo do Desejo, e daí nem o Corpo Denso nem o Vital poderão ser usados como instrumentos conscientes. Por esse motivo as essências dos Corpos Denso e Vital aperfeiçoadas serão incorporadas ao Corpo de Desejos completo, tornando-se assim, este último, um veículo de qualidades transcendentais, maravilhosamente adaptado e assim sensível ao mais leve desejo do Espírito interno do que em nossas atuais limitações, o que se acha além de toda a concepção.

Até mesmo a eficiência desse esplêndido veículo estará superada quando no Período de Vulcano sua essência, junto com as essências dos Corpos Denso e Vital, agregarão a Mente, tornando-a o mais elevado dos veículos do ser humano, contendo dentro de si a quintessência do que houver de melhor em todos os veículos. Se o veículo do Período de Vênus está tão além de nosso atual poder de compreensão, que dirá aquele que estará a serviço dos seres divinos no Período de Vulcano!

Capítulo II – Durante as Épocas

As Épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante foram recapitulações das etapas que os Espíritos Virginais atravessaram. Consequentemente, o Corpo Vital sofreu modificações durante aquelas épocas.

Quando o ser humano apareceu na Terra, na Época Polar o Corpo Denso foi constituído e na Época Hiperbórea foi vitalizado pela interpenetração do Corpo Vital. Naquelas Épocas o ser humano era parecido com os Anjos, macho-fêmea, uma completa unidade criadora, capaz de criar por si mesmo projetando toda sua força criadora que é amor.

Quando a Terra surgiu do Caos, encontrava-se primeiramente na etapa vermelho escuro, que conhecemos como Época Polar. Então, a Humanidade desenvolveu primeiro, um Corpo Denso que não era, absolutamente, como nosso corpo atual. Quando o estado da Terra se fez ígneo, na Época Hiperbórea, o Corpo Vital foi agregado e o ser humano se converteu em algo similar às plantas, isto é, tinha os mesmos veículos que têm as plantas atualmente, e, também uma consciência similar, ou melhor, uma inconsciência parecida à que temos durante o sono sem sonhos, quando só os Corpos Denso e Vital ficam no leito.

Os Senhores da Forma apareceram na Época Hiperbórea, juntamente com os Anjos (“Humanidade” do Período Lunar), e envolveram a forma densa do ser humano com um Corpo Vital.

Como a Época Polar era realmente uma recapitulação do Período de Saturno, pode-se dizer que, durante este tempo, o ser humano passou através do estado mineral; tinha o mesmo veículo – o Corpo Denso – e uma consciência semelhante à do estado de transe. Por razões análogas, o estado vegetal foi atravessado durante a Época Hiperbórea, pois o ser humano tinha um Corpo Denso e um Vital, e sua consciência era semelhante à da de sono sem sonhos.

Absorvendo os cristaloides preparados pelos vegetais, o ser humano desenvolveu um Corpo Vital na Época Hiperbórea, e se converteu em algo semelhante às plantas, tanto por sua constituição como por sua natureza, pois vivia sem fazer esforço algum e tão inconscientemente quanto às plantas.

Na segunda época, a Hiperbórea, um Corpo Vital de Éter foi acrescentado, então, o ser humano, em desenvolvimento, já possuía um corpo constituído como o das plantas atuais. Ele não era uma planta, mas algo semelhante à planta.

Caim, o ser humano desta Época, é descrito como um agricultor; seus alimentos vinham unicamente dos vegetais, pois as plantas contêm mais Éter do que qualquer outra estrutura.

Descreve-se Caim como um agricultor. Ele simboliza o ser humano da Segunda Época. Tinha um Corpo Vital análogo ao das plantas, que o sustentava.

Na segunda Época, a Hiperbórea, Deus disse: “Faça-se a Luz”; o calor se converteu numa massa ígnea luminosa semelhante à do Período Solar, e o Corpo Denso humano foi vestido com um Corpo Vital, flutuando aqui e acolá sobre a Terra ígnea, como uma coisa grande em forma de saco ou bolsa. O ser humano era, então, análogo ao vegetal porque tinha os mesmos veículos que têm as plantas atuais, e os Anjos eram seus auxiliares na organização de seu Corpo Vital, e continuam sendo até os dias atuais.

Isto pode parecer uma anomalia, pois os Anjos são a “Humanidade” do Período Lunar, no qual o ser humano obteve seu Corpo de Desejos. Porém, não é assim, porque, só no Período Lunar, a Terra evolucionante se condensou em Éter, tal como o que agora forma nosso Corpo Vital e, lá a “Humanidade”, os Anjos atuais, aprenderam a construir seus corpos mais densos com matéria etérea, assim como, estamos aprendendo a formar os nossos com sólidos, líquidos e gases, da Região Química do Mundo Físico. Eles se tornaram especialistas na construção daqueles corpos, assim como nós o seremos na construção de um Corpo Denso, quando finalizar o Período Terrestre.

Na Época Polar, o ser humano tinha somente um Corpo Denso pobremente organizado; era inconsciente e imóvel como os minerais que agora são assim, constituídos. Na Época Hiperbórea, seu Corpo Denso ficou envolto em um Corpo Vital e o Espírito pairava fora. Os efeitos desta natureza podem ser observados nos vegetais, que agora estão constituídos analogamente.

Neles vemos repetição constante, construção de talos e folhas para cima em sucessão alternada, o que continuaria ‘ad infinitum’, se não houvesse outra influência. Porém, como a planta não tem Corpo de Desejos separado, o Corpo de Desejos da Terra, o Mundo do Desejo, endurece o vegetal e freia seu intenso crescimento na medida certa. A força criadora, que não consegue fazer uma determinada planta continuar a crescer, busca outra saída: forma a flor e se acumula na semente, para que possa crescer outra vez em uma nova planta.

Na Época Hiperbórea, na qual o ser humano se encontrava em condições parecidas, seu Corpo Vital o fazia crescer até alcançar um tamanho enorme. O Mundo do Desejo, agindo sobre ele, fazia com que ele produzisse umas sementes semelhantes a esporos, que ou eram apropriados por outros Egos humanos ou eram empregados pelos Espíritos da Natureza, para formar os corpos animais que começavam a emergir do Caos (a Onda de Vida superior começa primeiro, no princípio de um período, e é a última que vai ao Caos; as ondas de vida que se seguem – animal, vegetal e mineral – surgem mais tarde e se vão mais depressa).

Deste modo, na Época Hiperbórea, quando o ser humano era análogo aos vegetais, seu Corpo Vital formava vértebra, pós-vértebra, e teria continuado assim se não lhe tivesse sido dado um Corpo de Desejos na Época Lemúrica. Esse corpo começou a endurecer a estrutura e a dominar a tendência a crescer, e, como resultado, o crânio, a flor sobre o “talo” da coluna espinhal, foi incipientemente formado.

Impedida em seus esforços de construir uma forma mais alta, fez-se necessário que a força criadora do Corpo Vital buscasse outra saída, pela qual pudesse continuar crescendo para cima em outro ser humano. Então, o ser humano tornou-se hermafrodita, capaz de gerar um novo corpo de si mesmo.

Então chegamos à segunda época, a Hiperbórea, quando o ser humano possuía um Corpo Denso e um Corpo Vital; que era o seu estágio análogo ao vegetal. Alimentava-se de vegetais e se fala de Caim como de um agricultor. Imediatamente depois, temos a Época Lemúrica, quando o ser humano já tinha um Corpo de Desejos, isto é, possuía três veículos, igual aos animais.

Então chegamos à etapa em que o ser humano necessitava de alimentos para manter seus três Corpos. Ele os obtém de animais viventes e se diz que Abel era um pastor.

Quando o ser humano adquiriu seu Corpo Vital, na Época Hiperbórea, o Sol, a Lua e a Terra estavam ainda unidos e as forças solares-lunares penetravam em cada ser uniformemente, de modo que todos podiam perpetuar sua espécie através de brotos e esporos, como fazem as plantas atuais. Os esforços do Corpo Vital para abrandar o veículo denso e mantê-lo vivo, então, não sofriam intervenção, e esses corpos primitivos, parecidos com as plantas, viviam séculos. Porém, como o ser humano era inconsciente e imóvel como as plantas, não fazia nenhum esforço vigoroso. A inclusão de um Corpo de Desejos agregou estímulos e desejos, e a consciência surgiu como resultado do estado de guerra entre o Corpo Vital que constrói, e o Corpo de Desejos que destrói o Corpo Denso.

Então, a dissolução tornou-se só uma questão de tempo, especialmente porque a energia construtiva do Corpo Vital foi também necessariamente dividida, uma parte ou polo sendo usada nas funções vitais do corpo, e a outra para substituir o veículo perdido pela morte. Porém, como os dois polos de um magneto ou dínamo são requisitos para a manifestação, assim também dois seres de sexos diferentes são necessários para a geração; então, casamento e nascimento foram instituídos para compensar o efeito da morte. A morte, então, é o preço que pagamos pela consciência no mundo atual. O casamento e os nascimentos repetidos são nossas armas contra o maior terror da Humanidade, até que mude nossa constituição e nos tornemos seres semelhantes aos Anjos.

Os veículos superiores dos primitivos Atlantes não estavam em posição concêntrica com relação ao Corpo Denso como estão os nossos. O Espírito não era ainda um Espírito interno; estava parcialmente no exterior e, portanto, não podia controlá-los tão facilmente, como quando habita internamente. A cabeça do Corpo Vital estava fora e se mantinha muito mais acima que a do Corpo Denso. Há um ponto entre as sobrancelhas, a meia polegada[1] abaixo da pele, que tem um ponto correspondente no Corpo Vital. Esse ponto não é o Corpo Pituitário[2], que está muito mais dentro da cabeça do Corpo Denso. Pode chamar-se de “raiz do nariz”. Quando esses dois pontos, do Corpo Vital e do Físico se colocam em correspondência, como acontece com o ser humano atual, o Clarividente treinado os vê como uma pequena mancha negra, ou melhor dizendo, como um espaço vazio, semelhante à parte invisível da chama do gás. Este é o assento do Espírito interno do ser humano, o Santo dos Santos (Sanctum Sanctorum) do templo do corpo humano, fechado para tudo o que não seja o Espírito que habita aquele corpo, o Ego. O Clarividente desenvolvido pode ver com maior ou menor clareza, de acordo com sua capacidade e treinamento, todos os diferentes corpos que formam a aura humana. Esse ponto está oculto para ele. É a “Isis”, cujo véu ninguém pode se levantar. Nem mesmo o ser mais evoluído da Terra pode tirar o véu do Ego da mais humilde ou menos desenvolvida criatura. Isto, e unicamente isto, sobre a Terra, é tão sagrado que está completamente a salvo de toda intrusão.

Estes dois pontos que acabamos de citar – um no Corpo Denso e sua contraparte no Corpo Vital – estavam muito separados no ser humano dos primitivos tempos da Atlântida, como estão nos animais atuais. A cabeça do Corpo Vital do cavalo está muito separada da cabeça de seu Corpo Denso. Esses dois pontos estão mais próximos no cachorro do que em qualquer outro animal, com exceção talvez do elefante. Se chegar a juntar-se, acontece o caso dos animais prodígios que podem contar, soletrar, etc.

Devido à distância entre esses dois pontos, o poder de percepção do Atlante era muito mais agudo nos mundos internos do que no Mundo Físico, obscurecida pela atmosfera de neblina densa e pesada. Com o tempo, no entanto, a atmosfera foi ficando gradualmente mais clara, ao mesmo tempo, que o ponto citado no Corpo Vital foi-se aproximando, pouco a pouco, do correspondente no Corpo Denso. Conforme se iam aproximando, o ser humano ia perdendo seu contato com os mundos internos, que ficavam mais escuros à medida que o físico clareava. Finalmente, na terceira e última parte da Época Atlante, o ponto do Corpo Vital se uniu ao do Corpo Denso correspondente. Até esse momento, o ser humano não estava plenamente consciente do Mundo Físico, porém, ao mesmo tempo, que se obteve a plena visão e percepção do Mundo Físico, a maioria da Humanidade, perdeu gradualmente a capacidade de perceber os mundos superiores.

Durante a existência da Raça dos Semitas Originais a atmosfera da Atlântida começou a clarear definitivamente e o ponto, já mencionado, do Corpo Vital se colocou em correspondência com o respectivo ponto no Corpo Denso. A combinação dos acontecimentos deu ao ser humano a capacidade de ver os objetos com clareza e nitidez, com contornos bem definidos; porém, isto também provocou a perda de sua visão dos mundos internos.

Durante as idades que transcorreram desde a Época Lemúrica, a Humanidade desenvolveu, pouco a pouco, o sistema nervoso cérebro-espinhal, que está sob o controle da vontade. Na última parte da Época Atlante, tal sistema se desenvolveu bastante para permitir ao Ego tomar plena posse do Corpo Denso. Então, foi o momento (como já foi mencionado) em que o ponto no Corpo Vital e o ponto no Corpo Denso, se corresponderam na raiz do nariz, e o Espírito interno despertou no Mundo Físico, e a grande maioria da Humanidade perdeu a consciência dos mundos internos.

PARTE II – O CORPO VITAL DO SER HUMANO NA ATUAL ÉPOCA ÁRIA

Capítulo I – Natureza e Funções

A Humanidade está evoluindo atualmente na Época Ária. O Corpo Vital tem funções, cor, forma, estrutura atômica e polaridade. Sua existência pode ser provada.

Vimos que o ser humano é um ser complexo e se compõe de:

  • Corpo Denso, seu instrumento de ação;
  • Corpo Vital, condutor da “vitalidade” que faz possível a ação;
  • Corpo de Desejos, de onde vêm os desejos que compelem à ação;
  • Mente, que controla os impulsos, dando um propósito à ação;
  • Ego, que age e acumula experiência resultante da ação.

O objetivo da vida é transformar os poderes latentes do Ego em energia dinâmica, por meio da qual ele poderá controlar, perfeitamente, seus diferentes veículos e atuar como lhe pareça melhor. Sabemos que o Ego não tem domínio completo, pois, se assim fosse, não haveria guerra em nosso interior entre o Espírito e a carne, melhor dizendo, entre o Espírito e o Corpo de Desejos. É esta guerra que desenvolve o músculo espiritual, assim como a luta constrói o músculo físico. É fácil mandar que outros façam isso ou aquilo, mas impor obediência a si próprio é a tarefa mais difícil no mundo, e diz-se, com razão, que “o ser humano que conquista a si mesmo é maior do que o que conquista uma cidade”. Goethe, o grande poeta iniciado, nos dá razão quando diz:

“De todos os poderes que encadeiam o mundo, o ser humano se libertará quando adquirir autocontrole”.

Além do corpo visível do ser humano que vemos com nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que são invisíveis para a grande maioria da Humanidade. No entanto, não são acessórios inúteis do Corpo Denso; pelo contrário, são muito importantes pelo fato de serem impulsionadores de toda ação. Se não existissem esses veículos sutis, o Corpo Denso ficaria inerte, insensível e morto.

O primeiro desses veículos sutis, o qual chamamos de “Corpo Vital” por ser a avenida da vitalidade, e faz fermentar a massa morta de nossa envoltura mortal em seus anos de vida, e nos dá o poder de nos movermos.

Quando nosso corpo visível atual brotou, primeiramente no Espírito, era um pensamento-forma, porém, gradualmente, foi-se condensando e solidificando até se converter na cristalização química atual. O Corpo Vital foi o próximo emanado pelo Espírito, também como um pensamento-forma, e se encontra agora em seu terceiro grau de solidificação, que é o etéreo.

Além do Corpo Denso, que é visível aos nossos olhos físicos, há outros veículos mais sutis que interpenetra esse Corpo Denso e que impulsiona e vitaliza as atividades daquele. Um deles é o Corpo Vital, composto de Éter, o qual tomou a seu cargo a construção do Corpo Denso, por meio dos alimentos que ingerimos em nosso organismo. Ele controla todas as funções vitais, tais como a respiração, a digestão, a assimilação, etc., trabalhando por meio do sistema nervoso simpático. Outro veículo, ainda mais sutil, é o Corpo de Desejos; é o veículo de nossas emoções, sentimentos e desejos que gasta as energias acumuladas no Corpo Denso pelos processos vitais, graças ao controle que exerce sobre o sistema nervoso cérebro-espinhal ou voluntário. Durante sua atividade, o Corpo de Desejos está destruindo e rompendo continuamente os tecidos formados pelo Corpo Vital: é a guerra entre estes dois veículos que produz o que chamamos de consciência no Mundo Físico. As forças etéreas do Corpo Vital operam de tal maneira que convertem em sangue a maior parte possível dos alimentos, e o sangue é a mais alta expressão do Corpo Vital.

A propagação é uma faculdade do Corpo Vital, que é o reflexo do Espírito de Vida, o segundo aspecto do Espírito Tríplice do ser humano.

Conta-se que dois Querubins com espadas flamejantes se converteram em guardiões do Éden, quando o ser humano foi expulso dali, para que não comesse o fruto da Árvore da Vida, tornando-se imortal. Os Querubins são a grande Hierarquia Criadora que se encarregou da Terra no Período Solar, quando o Corpo Vital germinou e o Espírito de Vida foi despertado.

Em nossa Bíblia, há uma descrição dos primeiros seres humanos da Terra. São chamados de Adão e Eva, porém, interpretando corretamente, Adão e Eva querem dizer a raça humana, à qual pouco a pouco se arrogou a faculdade de procriar, convertendo-se assim em seres livres. Dessa maneira, a Humanidade obteve sua liberdade e se fez responsável perante a Lei de Consequência, pois, arrogando-se o direito de criar corpos, separou-se, então, da Árvore da Vida e de um estado que reconhecemos agora como etéreo. Quando aprendermos que temos um Corpo Vital feito de Éter, e que é a Árvore da Vida de cada ser humano, o qual nos proporciona a vitalidade necessária para nos movermos, então, compreenderemos porque o poder de recriar e regenerar nossos corpos nos foi tirado para que aprendêssemos como vitalizar nosso imperfeito Corpo Denso. E compreenderemos também porque, assim como está na Bíblia, havia Querubins com espadas flamejantes no portão do Jardim do Éden para proteger aquela região.

Foi para um bom propósito que esta faculdade nos foi tirada. Não por maldade, ou para que o ser humano sofresse aflições e dores, mas porque somente por meio de existências ou vidas repetidas em corpos inferiores podemos aprender a construir, para nós, um veículo adequado e bastante perfeito para ser imortalizado. Gradualmente, o ser humano saiu de sua condição etérea até alcançar sua condição sólida atual. Naquela época, podia viver em condições etéreas facilmente, como podemos viver hoje em dia nos três elementos do Mundo Físico. Na sua última etapa etérea estava em contato interno com as correntes de vida que agora contatamos inconscientemente.

Podia, então, centralizar em seu corpo a energia solar, absorvendo-a de uma maneira distinta da que emprega atualmente. Essa faculdade foi sendo retirada gradualmente, à medida que ia entrando na etapa sólida atual.

O Corpo Vital, assim chamado nas Escolas de Mistérios do Ocidente, como já vimos, é composto de quatro Éteres de diferentes densidades e o Éter é a via de ingresso da força vital, proveniente do Sol, e o campo de ação da natureza que promove as atividades de assimilação, crescimento e propagação.

Esse veículo é a contraparte exata de nosso corpo visível, molécula por molécula, órgão por órgão, com uma exceção, da qual falaremos mais tarde. Porém, é um pouco maior e se estende além da periferia de nosso Corpo Denso cerca de uns quatro centímetros.

O baço é a entrada particular das forças que vitalizam o Corpo Denso. Na contraparte etérea desse órgão a energia solar se transmuta em um fluido vital de cor rosa pálido. Daí se estende por todo o sistema nervoso e, uma vez cumprido o seu trabalho no corpo, sai, irradiando torrentes de luz que se eriçam parecidas com os pelos do porco espinho.

Durante o dia, o Corpo Vital especializa o fluido solar incolor que nos rodeia, por meio do órgão a que chamamos baço. Essa força vital permeia todo o organismo e os Clarividentes a veem como um fluido de cor rosa pálido, pois foi transmutada ao entrar no Corpo Denso. Flui por todos os nervos e, quando os centros cerebrais a enviam em quantidades particularmente grandes, aciona os músculos governados pelos nervos.

Durante o estado de vigília, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos. Os desejos e os impulsos do Corpo de Desejos golpeiam continuamente o Corpo Denso, obrigando-o à ação, sem olhar o dano que lhe possa ocasionar, sempre que seja satisfeito o desejo. É o Corpo de Desejos que incita o alcoólatra a encher-se de álcool para que a combustão química acelere as vibrações do Corpo Denso a um diapasão que fará dele um instrumento dócil a todo impulso desenfreado, gastando assim a energia acumulada com imprudente prodigalidade. O Corpo Vital, por outro lado, não tem outro interesse a não ser a conservação do Corpo Denso. Através do baço, especializa a energia solar incolor, que preenche o espaço, e, por meio de um processo químico misterioso, transforma-a em fluido vital em um lindíssimo rosa pálido, enviando-o, então, por todos os nervos e fibras do corpo. O Corpo Vital está sempre tratando de economizar a energia que acumulou no Corpo Denso e, portanto, está constantemente reparando os tecidos que foram destruídos pelos impactos do desenfreado Corpo de Desejos.

Quatro cores do Corpo Vital são indescritíveis, mas a quinta – que fica no meio das cinco – é similar ao matiz da flor de pessegueiro recém-aberta. Essa é realmente a cor do Corpo Vital.

Os Corpos Denso e Vital do ser humano possuem forma definida, mas seu Corpo de Desejos é, ainda, de forma ovoide.

Já foi demonstrado pela ciência que os átomos de nosso Corpo Denso estão mudando constantemente, de tal maneira que todo o material que atualmente compõe nosso veículo terá desaparecido em uns poucos anos. No entanto, é de conhecimento comum que as cicatrizes e outras manchas se conservem desde a infância à velhice. A razão disto é que os átomos etéreos prismáticos que compõem nosso Corpo Vital permanecem inalterados do berço ao túmulo.

Eles estão sempre nas mesmas posições relativas, isto é, os átomos etéreos prismáticos que fazem vibrar os átomos dos dedos dos pés ou das mãos não mudam de situação e não emigram para as mãos, pernas ou outras partes do corpo, senão que permanecem exatamente no mesmo lugar em que foram colocados no princípio. Uma lesão nos átomos físicos implica em uma impressão similar nos átomos etéreos prismáticos. A nova substância física que se modela sobre eles continua, então, tomando a forma e a textura similares aos que tinha originalmente.

Estas observações se aplicam exclusivamente aos átomos prismáticos que correspondem aos sólidos e aos líquidos no Mundo Físico, porque assumem certa forma definida os conservam. Porém, além disso, na atual etapa da Evolução, cada ser humano tem certa quantidade de Éteres Luminoso e Refletor, que são os veículos da percepção sensorial e da memória, entremesclados no seu Corpo Vital. Poderíamos dizer que o Éter Luminoso corresponde aos gases do Mundo Físico; talvez, a melhor descrição que poderíamos dar ao Éter Refletor é a de chamá-lo hiper-etérico. É uma substância vácua, de cor azulada, que se parece, por seu matiz, com o centro azul de uma chama de gás. Apresenta-se transparente e parece revelar tudo o que está em seu interior, mas, na realidade, oculta todos os segredos da natureza e da Humanidade. Nele se encontra um registro da Memória da Natureza.

Os Éteres Luminoso e Refletor são de característica exatamente oposta à dos átomos etéreos prismáticos e estacionários. São voláteis e migratórios. Seja qual for a quantidade que o ser humano possua desses Éteres, sempre são a frutificação das experiências da vida. Dentro do corpo, misturam-se com o sangue, e quando vão crescendo pelo serviço e sacrifício na escola da vida, de modo que já não podem ficar contidos dentro do corpo, pode-se observá-los fora deste como um corpo anímico matizado de ouro e azul. O azul é o que mostra o tipo mais elevado de espiritualidade, por ser o menor em volume e pode comparar-se ao núcleo azul da chama de gás, enquanto a cor dourada forma a parte maior e corresponderia à parte de luz amarela que rodeia o núcleo azul da citada chama de gás. A cor azul não aparece fora do corpo, salvo nas pessoas de extraordinária santidade e somente o amarelo é geralmente observado. Na hora da morte, esta parte do Corpo Vital se grava no Corpo de Desejos, com o panorama da vida que contém. Então, imprime-se no Átomo-semente a quintessência de toda nossa experiência na vida, como consciência ou virtude, que é o que nos induzirá a evitar o mal e a realizar o bem nas próximas vidas.

Quando analisamos o ser humano, vemos que os quatro Éteres são dinamicamente ativos no altamente organizado Corpo Vital. Graças às atividades do Éter Químico, o ser humano é capaz de assimilar os elementos e crescer; as forças que trabalham no Éter de Vida permitem-no propagar sua espécie; as forças do Éter Luminoso proveem o Corpo Denso com calor, trabalham sobre o sistema nervoso e sobre os músculos, abrindo assim as portas de comunicação com o mundo externo por meio dos sentidos; e o Éter Refletor permite ao Espírito governar seus veículos por meio do pensamento. Este Éter também guarda as experiências passadas como memória.

O Corpo Vital da planta, do animal e do ser humano se estende além da periferia do Corpo Denso, como acontece com a Região Etérea, que nada mais é do que o Corpo Vital do Planeta, que se estende além da sua parte densa, mostrando uma vez mais a veracidade do axioma hermético: “assim como é acima, é abaixo”. A extensão do Corpo Vital do ser humano além do Corpo Denso é mais ou menos de uma polegada e meia[3]. A parte que está fora do Corpo Denso é muito luminosa e tem uma cor parecida com a de uma flor de pessegueiro recém-aberta. É vista frequentemente por pessoas que possuem alguma clarividência involuntária. O autor, falando com essas pessoas, notou que geralmente elas não estão cientes de que veem algo incomum e não sabem o que se passa diante de sua visão.

O Corpo Denso é construído na matriz deste Corpo Vital, durante a vida pré-natal e com uma única exceção, é a cópia exata, molécula por molécula, do Corpo Vital. Assim como as linhas de força na água são os condutores para a formação dos cristais de gelo, assim também as linhas de força no Corpo Vital determinam a forma do Corpo Denso. Através da vida toda, o Corpo Vital é o construtor e restaurador das formas densas.

Se assim não fosse, se o coração etéreo não restaurasse o coração físico, logo este se romperia sob a tensão contínua com que o sobrecarregamos. Todos os abusos a que submetemos o Corpo Denso fazem o Corpo Vital reagir, no que está em seu poder, e ele está permanentemente lutando contra a morte do Corpo Denso.

A exceção anteriormente mencionada é que o Corpo Vital do homem é feminino ou negativo, enquanto o da mulher é masculino ou positivo.

Neste fato, temos a chave de numerosos problemas intrincados da vida. A mulher dá saída a suas emoções pela polaridade indicada, porque seu Corpo Vital positivo gera um excesso de sangue e a obriga a trabalhar sob uma pressão interna enorme, que romperia o Corpo Denso se não houvesse uma válvula de segurança, o fluxo periódico, e outra válvula, que são as lágrimas, e que limitam a pressão em ocasiões especiais, pois as lágrimas são realmente uma “hemorragia branca”.

O homem pode ter e tem emoções tão fortes quanto às das mulheres, porém, geralmente, pode suprimi-las sem lágrimas, porque seu Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode dominar com facilidade.

De modo contrário ao que sucede com os veículos superiores da Humanidade, o Corpo Vital não abandona regularmente o Corpo Denso até a morte deste último. Então, as forças químicas do Corpo Denso já não estão mais sob o domínio da vida evolucionante. Elas prosseguem com seu trabalho para restituir a matéria à sua condição primitiva, desintegrando-a e tornando-a apta para a formação de outros corpos na economia da natureza. A desintegração é, pois, devido à atividade das forças planetárias no Éter Químico.

A textura do Corpo Vital pode comparar-se, até certo ponto, com uma dessas figuras formadas por centenas de peças de madeira entrecruzadas e que apresentam inumeráveis pontos ao observador. O Corpo Vital também apresenta milhões de pontos ao observador. Estes pontos entram nos centros ocos dos átomos densos e, ao lhes imbuir força vital, vibram muito mais intensamente que os minerais da Terra que não foram ainda acelerados e vivificados.

Quando uma pessoa se afoga, ou cai de uma grande altura, ou fica congelada, o Corpo Vital abandona o Corpo Denso, cujos átomos ficam temporariamente inertes em consequência, mas, quando volta a si, os “pontos” tornam a penetrar nos átomos densos. A inércia dos átomos faz com que resistam um pouco a voltar a vibrar como antes, e esta é a causa dessa sensação de intensa dor e formigamento que se nota em tais ocasiões.

Há certos casos em que parte do Corpo Vital deixa o Corpo Denso, como acontece quando uma mão fica dormente, por exemplo. Então, a mão etérea do Corpo Vital pode ser vista flutuando sobre o braço denso, como uma luva, e os pontos produzem uma sensação especial de formigamento quando ela entra novamente na mão física. Em alguns casos de hipnose, a cabeça do Corpo Vital se divide e fica pendurada do lado de fora da cabeça densa, a metade cai sobre cada ombro, ou permanece em torno do pescoço como a gola de um suéter. A ausência de formigamento ao despertar em tais casos é devida a que, durante a hipnose, parte do Corpo Vital da vítima foi substituída pela do hipnotizador.

Os átomos do Éter Químico e de Vida reunidos em torno do núcleo do Átomo-semente, localizado no plexo solar, têm uma forma prismática. Estão todos situados de tal maneira que, quando a energia solar entra no corpo pelo baço, o raio que se refrata é vermelho. Esta é a cor do aspecto criador da Trindade, ou seja, Jeová, o Espírito Santo, regente da Lua, o Astro da fecundação. Por conseguinte, o fluido vital do Sol, que penetra no corpo humano pelo baço, se tinge com uma ligeira cor rosada, que muitas vezes os videntes podem observar circulando pelos nervos como se fosse a eletricidade passando pelos condutores de uma instalação elétrica. Assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são vias de assimilação, que preservam o indivíduo, e de fecundação, que perpetuam a raça.

Durante a vida, cada átomo prismático penetra um átomo físico e o faz vibrar. Para se ter uma ideia desta combinação, podemos imaginar uma cesta de arame, em forma de pera, que tivesse paredes de arame curvado espiralmente que fosse de um polo a outro obliquamente. Este é o átomo físico cuja forma é muito parecida com a nossa Terra, e o átomo prismático vital está inserido de cima para baixo, a partir do topo, que é mais amplo e que corresponderia ao polo norte de nossa Terra.

Assim, a ponta do prisma penetra o átomo físico no ponto mais estreito, que corresponde ao polo sul de nossa terra, e todo o conjunto parece com um pião que gira e bamboleia enquanto vibra intensamente. É desta maneira que nosso corpo se enche de vida e é capaz de se mover (É digno de nota que nossa Terra está compenetrada, de maneira similar, por um corpo cósmico de Éter e as manifestações da natureza que chamamos de Aurora Boreal e Aurora Austral são correntes etéreas que circundam a Terra do polo ao Equador como fazem as correntes do átomo físico).

Os Éteres Luminoso e Refletor são as avenidas da consciência e da memória. No indivíduo comum encontram-se um tanto atenuados e não tomaram ainda uma forma definida. Interpenetram o átomo da mesma forma que o ar interpenetra uma esponja e formam algo assim como uma ligeira atmosfera áurica por fora de cada átomo.

Se tivéssemos dito que o Corpo Vital está formado de prismas ao invés de pontos, teria sido mais exato, pois é pela refração através destes diminutos prismas que o fluido solar incolor se transforma em rosáceo, como foi indicado por outros escritores, além do autor.

Foram feitos outros descobrimentos novos e importantes, por exemplo: agora sabemos que nasce um Cordão Prateado novo a cada renascimento e que uma parte dele brota do Átomo-semente do Corpo de Desejos no grande vórtice do fígado; que a outra parte nasce do Átomo-semente do Corpo Denso no coração, que as duas partes se unem com o Átomo-semente do Corpo Vital no plexo solar e que esta união dos veículos superiores e inferiores produz o despertar do feto. O desenvolvimento posterior do Cordão entre o coração e o plexo solar durante os primeiros sete anos tem uma importante relação com o mistério da infância, assim como o seu desenvolvimento mais amplo do fígado ao plexo solar, que tem lugar no segundo período setenário da vida da criança, contribui para a adolescência.

A realização total do Cordão Prateado marca o final da vida infantil e, desde tal momento, a energia solar, que entra pelo baço e se tinge pela refração através do Átomo-semente prismático do Corpo Vital situado no plexo solar, começa a dar um colorido individual e distinto à aura que observamos nos adultos.

Assim como o Éter leva à placa sensível da câmera escura da máquina fotográfica uma impressão fiel da paisagem, em torno em seus menores detalhes, sem ter em conta se o fotógrafo os observou ou não, assim também, o Éter contido no ar que respiramos leva consigo uma imagem fiel e detalhada de tudo ao nosso redor e não somente das coisas materiais, como também das condições que existem em cada momento em nossa aura. O mais fugaz pensamento, sentimento ou emoção se transmite aos pulmões onde é injetado no sangue. O sangue é um dos produtos mais elevados do Corpo Vital porque é o agente que leva alimento a todas as partes do corpo e é também o veículo direto do Ego. As imagens que contém imprimem-se sobre os átomos negativos do Corpo Vital para servir como árbitros do destino do ser humano no estado post-mortem.

Em muitas mulheres, nas quais o Corpo Vital é positivo e nas pessoas mais evoluídas de ambos os sexos, cujos Corpos Vitais estão sensibilizados por uma vida pura e santa, pela oração e concentração, esta memória supra consciente, inerente ao Espírito de Vida, está, até certo ponto, além da necessidade de envolver-se em matéria mental ou de desejos para compelir à ação. Nem sempre necessita correr o risco de ver-se subjugada e até submetida pelo processo de raciocínio. Algumas vezes, em forma de intuição ou de ensinamento interno, imprime-se diretamente sobre o Éter Refletor do Corpo Vital. Quanto mais dispostos nos encontremos para reconhecer e seguir seus ditados, tanto mais amiúde falará, para nosso eterno benefício.

Por suas atividades durante as horas de vigília, o Corpo de Desejos e a Mente estão constantemente destruindo o veículo denso. Cada pensamento e movimento destroem tecidos. Por outro lado, o Corpo Vital se dedica totalmente a restaurar a harmonia e a reconstruir o que outros veículos estão destruindo. No entanto, não é capaz de sempre resistir completamente aos poderosos impactos dos impulsos e dos pensamentos.

Gradualmente, vai perdendo terreno e, por último, chega um momento em que sofre um colapso. Seus “pontos” enrugam-se, por assim dizer. O fluido vital cessa de circular pelos nervos em quantidade necessária; o corpo se torna sonolento; o Pensador se encontra tolhido por sua sonolência e se vê obrigado a sair dele, elevando-se o Corpo de Desejos consigo. Esta saída dos veículos superiores deixa o Corpo Denso, interpenetrado pelo Corpo Vital no estado a que chamamos sono.

Como um sábio general, o Ego segue uma conduta análoga. Não começa sua campanha adquirindo domínio sobre uma das glândulas, pois estas são expressões do Corpo Vital, nem seria possível adquirir domínio sobre os músculos voluntários, porque estão muito bem defendidos pelo inimigo. Essa parte do sistema muscular involuntário que está sob o domínio do sistema nervoso simpático seria também inútil para esse objetivo. O Ego deve conseguir um contato mais direto com o sistema nervoso cérebro-espinhal.

Para fazer isso e assegurar uma base de operações no mesmo campo inimigo, ele deve controlar um músculo que é involuntário e que, não obstante está relacionado com o sistema nervoso voluntário. Este músculo é o coração.

O sangue é a expressão mais elevada do Corpo Vital porque nutre todo o organismo físico. É também, em certo sentido, o veículo da memória subconsciente, e está em contato com a Memória da Natureza, situada na divisão mais elevada da Região Etérea. O sangue carrega as imagens da vida dos antepassados aos descendentes durante gerações quando é um sangue comum como o que se produz pela endogamia.

O amor e a unidade no Mundo do Espírito de Vida encontram sua contraparte ilusória na Região Etérea, à qual estamos relacionados pelo Corpo Vital, sendo este último o que produz o amor e a união sexual. O Espírito de Vida tem seu assento primeiramente no Corpo Pituitário e secundariamente no coração, por onde passa o sangue que nutre os músculos.

Olhando o assunto do ponto de vista oculto, toda consciência no Mundo Físico é o resultado da guerra constante entre os Corpos de Desejos e Vital.

A tendência do Corpo Vital é a de abrandar e construir. Sua expressão principal é o sangue e as glândulas, bem como o sistema nervoso simpático, havendo obtido ingresso na fortaleza do Corpo de Desejos (sistemas: muscular e nervoso voluntário) quando começou a converter o coração em músculo voluntário.

Nós mesmos, como Egos, funcionamos diretamente na sutil substância da Região do Pensamento Abstrato que especializamos dentro da periferia de nossa aura individual. Dali, obtemos as impressões de que nos produz o mundo externo sobre o Corpo Vital através dos sentidos, junto com os sentimentos e emoções gerados por eles no Corpo de Desejos e refletidos na Mente.

Todas as coisas estão em constante vibração. As vibrações dos objetos que nos rodeiam nos alcançam constantemente e levam, a nossos sentidos, o conhecimento do mundo externo. As vibrações do Éter atuam sobre nossos olhos de maneira a que possamos ver e as vibrações do ar transmitem os sons a nossos ouvidos.

O Sol trabalha no Corpo Vital e é a força que desperta a vida e luta contra as forças lunares relacionadas com a morte.

Assim como nas águas de um lago as árvores aparecem invertidas, parecendo que a folhagem se acha no mais profundo da água, assim também o aspecto mais elevado do Espírito (Espírito Divino) encontra sua contraparte no mais inferior dos três corpos (Corpo Denso). O Espírito imediatamente inferior (Espírito de Vida) se reflete no corpo imediatamente superior (Corpo Vital). O terceiro Espírito (Espírito Humano) e seu reflexo, o terceiro corpo (Corpo de Desejos), aparece como o mais próximo de todos ao espelho refletor, que é a Mente, correspondendo essa à superfície do lago, o meio refletor de nossa analogia.

Assim como os Corpos Vital e de Desejos planetários interpenetram a matéria densa da Terra, assim também os Corpos Vital e de Desejos interpenetram o Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano.

Um Corpo Vital de Éter compenetra o corpo visível, como o Éter permeia todas as outras formas, com a exceção de que os seres humanos especializam uma quantidade maior de Éter universal do que as outras formas. Este Corpo Etéreo é o instrumento que usamos para especializar a energia vital do Sol. O Corpo Vital, que finalmente se transforma e se espiritualiza convertendo-se em alma, é de polaridade oposta. Está formado, órgão por órgão, exatamente como o Corpo Denso com uma exceção, o que explica muitos fatos que de outra maneira seriam inexplicáveis. Como a mulher tem um Corpo Vital positivo, ela amadurece antes que o homem, e as partes do corpo que têm certa semelhança com as plantas, como o cabelo, crescem mais e são mais exuberantes. Naturalmente, um Corpo Vital positivo gera mais sangue do que um Corpo Vital negativo, como o que possui o homem, daí que exista na mulher uma pressão sanguínea maior, da qual tem necessidade de se livrar mediante o fluxo mensal, produzindo-se, ao cessar na menopausa, uma espécie de segundo crescimento na mulher a qual adquire os caracteres que chamamos “matrona”.

Os impulsos do Corpo de Desejos empurram o sangue através de todo o sistema com diferentes graus de velocidade, de acordo com a força das emoções. Como a mulher tem um excesso de sangue, ela atua sob uma pressão muito mais elevada que o homem, e, se bem que esta pressão diminua durante o fluxo menstrual, há momentos em que necessita de uma válvula de escape extra: são as lágrimas femininas que, em realidade, constituem uma hemorragia branca, que age como uma válvula de segurança para remover o fluido excessivo. O homem, ainda que seja capaz de sentir emoções talvez tão fortes quanto a mulher, não é tão propenso às lágrimas porque não tem mais sangue do que pode utilizar normalmente.

Em consequência de sua polarização positiva na Região Etérica do Mundo Físico, o campo de ação da mulher tem sido a casa e a igreja, onde está rodeada de amor e paz, enquanto o homem atua na luta dos fortes para que sobreviva o mais apto, uma luta sem quartel no denso Mundo Físico, onde seu corpo é positivo.

Desta forma, a mulher foi à precursora da cultura, sendo a primeira a desenvolver a ideia de uma “vida boa”, e graças a isso ela se tornou um expoente muito estimado entre os antigos e tem estado nobremente na vanguarda desde então. Como todos os Egos encarnam alternadamente como homens ou como mulheres, não há, na verdade, proeminência alguma. É simplesmente que os que encarnam num Corpo Denso do sexo feminino têm um Corpo Vital positivo e são, portanto, mais sensíveis às coisas espirituais do que quando o Corpo Vital é negativo como o do varão.

A mulher tem um Corpo Vital positivo e, portanto, está em contato intuitivo com as vibrações espirituais do universo. Ela tem mais ideais elevados e uma imaginação mais fértil que o homem. Em consequência, ela se interessa por todas as coisas que ajudam o desenvolvimento moral da raça. E, hoje em dia, é somente pelo crescimento moral e espiritual que a Humanidade pode se adiantar e a mulher é, realmente, fator primordial na evolução.

Seria de muito proveito para as raças se a mulher obtivesse direitos iguais aos dos homens, pois somente então poderemos esperar ver executadas as reformas que propugnam a união da Humanidade. Se, por analogia, olharmos dentro de uma casa, veremos que a mulher é o pilar central, em torno da qual se agrupam o marido e os filhos. De acordo com suas aptidões e habilidades, ela faz a casa à sua imagem e nota-se sua influência aglutinadora, pois é ela quem mantém a harmonia e a paz do lar. O pai pode abandonar a casa, seja por falecimento ou de outra maneira; os filhos também podem ir-se, mas enquanto a mãe está o lar permanece. No entanto, quando a morte leva a mãe, tudo se desmorona.

Já dissemos, anteriormente, que o Corpo Vital é a contraparte exata do Corpo Denso, com uma única exceção: é de sexo oposto, ou melhor dito, de polaridade oposta. Como sabemos que o Corpo Vital nutre o veículo denso podemos compreender que o sangue é sua mais alta expressão visível e, também que um Corpo Vital positivo deve gerar mais sangue que um corpo negativo. A mulher, fisicamente negativa, tem um Corpo Vital positivo, daí gerar um excesso de sangue que é aliviado pelo fluxo periódico. Está também mais propensa às lágrimas, uma hemorragia branca, que o homem, cujo Corpo Vital negativo não gera mais sangue do que pode normalmente utilizar. Portanto, não necessita ter as saídas que aliviam a mulher do excesso de sangue.

Os Anjos, a “humanidade” do Período Lunar, trabalham no ser humano, no animal e na planta, pois no Período Lunar o universo era de consistência etérea e os Corpos Vitais dos três reinos acima citados estão compostos por esta substância. Os Anjos são, portanto, verdadeiros auxiliares para as funções vitais tais como a assimilação, o crescimento e a propagação e em seu trabalho com a Humanidade, são espíritos familiares. São eles que aumentam a família, multiplicam os ganhos e dão boa colheita nos campos.

Desde os tempos antigos, os Anjos Lunares se colocaram particularmente a cargo dos Corpos Vitais aquáticos e úmidos formados pelos quatros Éteres, cuidando da propagação e alimentação das espécies, enquanto a atividade intensa dos Espíritos Lucíferes se desenvolvia nos secos e ígneos Corpos de Desejos. A função do Corpo Vital é construir e sustentar o Corpo Denso, enquanto a do Corpo de Desejos é a destruição dos tecidos. Deste modo, há uma guerra constante entre o Corpo Vital e o de Desejos, e esta guerra nos céus ocasiona nossa consciência física na Terra.

Por mais estranho que possa parecer nossa afirmação, é verdade que a grande maioria da Humanidade está parcialmente adormecida a maior parte do tempo, não obstante seus corpos físicos pareçam estar sumariamente ocupados, trabalhando ativamente. Sob condições ordinárias, o Corpo de Desejos da grande maioria é a parte mais desperta do complexo ser humano, o qual vive quase completamente de emoções e sentimentos, mas raramente pensa no problema da existência além daquilo que necessita para sobreviver. A maioria destes seres provavelmente nunca pensou seriamente nos três grandes problemas da vida: “De onde viemos, por que estamos aqui e para onde iremos?” de uma forma mais séria e consistente. Seus Corpos Vitais estão trabalhando para reparar os destroços feitos pelo Corpo de Desejos no Corpo Denso e subministrando a vitalidade que será logo malgastada na gratificação de seus desejos e emoções.

Este combate intenso entre o Corpo Vital e o de Desejos é que gera a consciência no Mundo Físico e faz homens e mulheres tão ativos que, do ponto de vista do Mundo Físico, nossa afirmação de que eles estão parcialmente adormecidos parece ser uma mentira. No entanto, examinando todos os fatos, chegamos à conclusão de que é assim e podemos acrescentar que este estado de coisas está de acordo com os desígnios das Grandes Hierarquias que estão a cargo de nossa evolução.

Essa destruição efetua-se constantemente e não é possível salvaguardar-se de todos esses destruidores, nem essa é a intenção. Se o Corpo Vital tivesse um poder ininterrupto, construiria cada vez mais, usando toda a energia com esse propósito. Não haveria consciência ou pensamento algum.

A consciência se desenvolve porque o Corpo de Desejos restringe e endurece as partes internas.

O Tríplice Espírito lançou uma Tríplice sombra sobre o mundo da matéria e assim se desenvolveu o Corpo Denso, como contraparte do Espírito Divino, seguido do Corpo Vital, réplica do Espírito de Vida e logo o Corpo de Desejos, imagem do Espírito Humano. Finalmente, formou-se o elo da Mente entre o Tríplice Espírito e o Tríplice Corpo. Este foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde termina a involução do Espírito na matéria e começa o processo evolutivo, através do qual a sua libertação se inicia. A involução envolve a cristalização do Espírito em corpos, porém, a evolução depende da dissolução dos corpos, a extração da substância anímica desses corpos e a alquímica amalgamação da Alma com o Espírito.

Há vários meios para demonstrar a realidade e a existência do Corpo Vital. Em primeiro lugar, existe uma máquina fotográfica. Talvez se possa encontrar entre os espíritas de sua cidade um capaz de tirar fotografia dos espíritos. Embora existam truques bem conhecidos dos fotógrafos para produzir retratos falsos, foi provado que, sob condições, onde a fraude é impossível foram tiradas fotos de pessoas que já haviam morrido. Estas pessoas puderam envolver-se em Éter, matéria com a qual o Corpo Vital é construído e que é visível para a lente fotográfica. Com o próprio autor aconteceu uma vez ser fotografado quando viajava em seu Corpo Vital de Los Angeles a São Pedro para despedir-se de um amigo, a bordo de um navio a vapor. Coincidentemente, ele estava entre aquele amigo e a máquina fotográfica de outro amigo que, naquele momento, fotografava o barco e a semelhança foi tanta que muitos o reconheceram.

Além disso, temos o fenômeno dos cachorros que seguem certas pessoas pelo cheiro de sua roupa usada a qual está impregnada de Éter do Corpo Vital, Éter que se estende mais ou menos uma polegada e meia[4] além do Corpo Denso. Portanto, a cada passo que damos este fluido invisível e radiante penetra a Terra. No entanto, comprovou-se que cães de caça que estavam perseguindo um criminoso em fuga ficaram desnorteados e perderam a pista quando o fugitivo calçou patins e continuou sua fuga sobre o gelo. Os patins o elevaram acima do solo e, então, o Corpo Vital, que se estendia por baixo de seus pés, não pôde impregnar o gelo e, então, ficando sem pista, os cachorros não puderam descobri-lo. Resultados similares foram obtidos com uma pessoa que usou pernas de pau para se afastar do lugar de seu crime.

Temos também o caso do magnetizador que extrai de seu paciente as partes enfermas do Corpo Vital, as quais são substituídas por Éter renovado, permitindo, assim, às forças vitais circularem pelo órgão físico enfermo, efetuando-se a cura. Se o magnetizador não tiver cuidado de tirar de si o fluido etéreo escuro e gelatinoso, isto é, os miasmas humanos que extraiu e absorvê-lo em seu próprio corpo, então, ficará enfermo. Se não houvesse aquele fluido invisível, o fenômeno da cura do enfermo e da enfermidade do magnetizador não se produziria.

Finalmente, poderíamos dizer que, se se reúnem as condições necessárias e não falta à decisão, existe uma possibilidade muito grande para que uma grande quantidade de pessoas veja por si mesma o Corpo Vital. É mais fácil nos países do Sul, onde os defuntos são enterrados logo após seu falecimento. Deve-se escolher um dia que seja o mais próximo da Lua Cheia. Então, deve-se ler os avisos fúnebres nos jornais e ir ao cemitério na noite que se segue ao funeral de alguém falecido nas últimas vinte e quatro horas. Provavelmente, veremos sobre o túmulo, oscilando ao clarão da lua, a forma membranácea do Corpo Vital que fica neste lugar e se desintegra sincronicamente com o corpo dentro da sepultura. O Clarividente pode ver esta forma em qualquer momento, mas, somente na primeira noite depois do funeral ela está bastante densa para ser visível à pessoa comum. Se a forma não aparece logo, pode-se andar em volta do túmulo, olhando fixamente de diferentes ângulos. Então, você conseguirá a prova ocular mais convincente.

Embora a ciência não tenha observado este Corpo Vital humano diretamente, em várias ocasiões ela postulou sua existência como necessária para explicar certos problemas da vida. Suas radiações foram captadas por vários cientistas em diferentes condições e em épocas distintas. Blondot[5] e Charpentier[6] chamaram a essas radiações raios “N”, nome dado por terem sido observados na cidade de Nantes[7]. Outros as chamaram de “Fluido Ódico”. Investigadores científicos, que conduziram pesquisas sobre fenômenos psíquicos, fotografaram o Corpo Vital quando era extraído através do baço por espíritos materializadores. Dr. Hotz, por exemplo, obteve duas fotografias de uma materialização, graças ao médium alemão Minna-Demmler. Sobre uma delas, vê-se uma nuvem de Éter sem forma saindo do lado esquerdo do médium. A segunda foto, tirada uns instantes mais tarde, mostra o espírito já materializado, de pé ao lado do médium.

Outras fotografias tiradas do médium italiano Eusápia Palladino[8] por cientistas mostram uma nuvem luminosa flutuando sobre seu lado esquerdo.

Capítulo II – Na Saúde e na Doença

O Corpo Vital tem um papel importante na saúde e na enfermidade. Ele é afetado por amputações, acidentes, anestésicos, afogamentos, choques, arrependimentos e remorsos. Quando não está em posição concêntrica com relação aos outros veículos do Ego, pode resultar em insanidade ou idiotice.

Se estivermos atentos à higiene e à dieta, o Corpo Denso é principalmente o mais beneficiado, porém, ao mesmo tempo, produz-se, também um efeito sobre os Corpos Vital e de Desejos, porque quanto mais puros e melhores forem os alimentos empregados na construção do Corpo Denso, as partículas ficam envoltas em Éter planetário e matéria de desejos mais puros. Desta forma, as partes planetárias do Corpo Vital e do Corpo de Desejos se tornam mais puras. Se se dedica atenção unicamente à higiene e ao alimento, os Corpos Vitais e de Desejos individuais, poderão permanecer quase tão impuros como antes, mas, no entanto, será mais fácil colocar-se em contato com o bem do que se tivessem sido empregados alimentos grosseiros.

Por outro lado, se apesar dos desgostos, cultivar-se um caráter equânime e, também interesses literários e artísticos, o Corpo Vital produzirá uma impressão de delicadeza e de refinamento nos assuntos físicos, e engendrará sentimentos e emoções mais nobres no Corpo de Desejos.

O cultivo das emoções também exerce uma reação sobre os outros veículos, e ajuda a melhorá-los.

As tendências positivas e construtivas do Corpo Vital – veículo do amor – não se prestam facilmente à observação. No entanto, pôde-se comprovar que o contentamento aumenta a vida de cada ser que o cultiva. Portanto, podemos dizer sem medo de enganar-nos, que a criança concebida num ambiente de harmonia e amor tem melhores possibilidades na vida do que aquela que foi concebida num ambiente de paixão, bebida e descontentamento.

O Corpo Vital nasce mais ou menos aos sete anos, isto é, na época da segunda dentição da criança.

Há problemas muito importantes que devem e podem ser tratados, somente durante certos períodos da infância e os pais devem saber quais são. Ainda que os órgãos já estejam formados quando a criatura nasce, as linhas de crescimento se determinam durante os sete primeiros anos e, se não estão bem delineadas, uma criança sadia pode converter-se em um homem ou mulher enferma.

Em tudo o que vive, o Corpo Vital irradia torrentes de luz da força que ele despendeu na construção do Corpo Denso. No estado de saúde, estas irradiações afastam todos os venenos do corpo e o mantêm limpo. Condições similares prevalecem no Corpo Vital da Terra, sendo este o veículo de Cristo. As forças venenosas e destrutivas geradas por nossas paixões são afastadas pelas forças vitais de Cristo, porém, cada pensamento ou ato maléfico traz para Ele uma porção de dor, que se torna parte da Sua Coroa de Espinhos – dizemos coroa porque sempre se considera a cabeça como assento da consciência. Devemos nos conscientizar de que cada má ação que praticamos, por menor que seja, tem um efeito sobre Cristo, como já foi citado, e acrescenta outro espinho de sofrimento em sua coroa.

Não podemos assimilar minerais, pois eles não possuem um Corpo Vital e, portanto, o ser humano não pode elevar as vibrações dos minerais ao seu grau de intensidade. As plantas têm um Corpo Vital, mas não são conscientes de si mesmas, portanto são assimiladas facilmente e permanecem no corpo mais tempo, do que as células dos alimentos animais, que são compenetradas por um Corpo de Desejos. Os corpos dos animais vibram intensamente e, portanto, necessita-se de muita energia para assimilar suas células que se escapam rapidamente. Daí que a dieta carnívora exige que a pessoa se alimente mais frequentemente.

A enfermidade aparece primeiramente no Corpo de Desejos e no Corpo Vital; eles ficam mais tênues em sua textura, e não especializam o fluido vitalizador na mesma proporção, como acontece no estado de saúde. Então, o Corpo Denso cai enfermo. Quando o doente se recupera, os veículos superiores denotam melhora antes que a saúde se manifeste no Mundo Físico.

Quando um vidente examina uma pessoa que está para ficar doente, nota-se que o Corpo Vital está atenuando-se e, quando fica tão tênue que já não pode sustentar o Corpo Denso, este começa a manifestar sinal de enfermidade. Por outro lado, um pouco antes da recuperação física, o Corpo Vital, pouco a pouco, fica mais denso em sua estrutura e logo começa o período de convalescença.

Durante a enfermidade, o Corpo Vital especializa muito pouca energia solar, então, por um período, o corpo visível parece alimentar-se do Corpo Vital e, assim, este veículo fica mais transparente e mais tênue, ao mesmo tempo em que o corpo visível demonstra sinais de extenuação. As radiações eliminadoras faltam quase completamente durante a enfermidade e, portanto, as complicações são frequentes.

O homem tendo um Corpo Denso positivo possui um Corpo Vital negativo, e, portanto, não pode resistir à enfermidade tão bem como a mulher, que tem um Corpo Denso negativo, mas seu Corpo Vital é positivo. Esta é a razão pela qual a mulher pode suportar tantas enfermidades, que matariam um homem que tivesse o dobro de seu peso e aparentasse ter muito mais vitalidade. A mulher sofre mais intensamente que o homem, porém, suporta a dor com mais coragem. Quando ela começa a se recuperar, seu Corpo Vital polarizado positivamente parece sugar a energia solar, como se tivesse milhões de bocas. Ele se incha e começa quase que imediatamente a irradiar as torrentes de luz, tão características da saúde e, como resultado, o Corpo Denso se recupera rapidamente.

Por outro lado, quando um homem se debilitou muito por causa de uma enfermidade, uma vez passada a crise, seu Corpo Vital polarizado negativamente, se parece com uma esponja. Absorverá toda a energia solar que possa, mas sem a avidez que caracteriza o Corpo Vital da mulher. Em consequência, demora-se largo tempo no umbral da morte, mas como é mais fácil desistir do que lutar, sucumbe mais frequentemente que a mulher.

Olhando uma pessoa enferma com a visão espiritual, nota-se que o Corpo Vital está muito debilitado e atenuado, em proporção aos desgastes feitos pela enfermidade. Não se vêm mais as irradiações em linhas retas como quando o corpo é são, e sim emanações débeis que se encurvam formando redemoinhos e espirais, em torno do Corpo Denso. A coloração não é rosada purpúrea, como deveria ser, senão cinzento-opaco na maioria das partes do corpo, e a região particularmente enferma está envolta em algo que se parece uma massa negra gelatinosa. Isto é, como poderíamos chamar a vibração de enfermidade, e, quando o enfermo recebe o tratamento magnético, esta venenosa massa negra é absorvida pelas mãos do curador. Quando ele a arremessa de si com um vigoroso movimento, a massa cai no chão e, se o paciente passar por esse lugar, vai absorvê-la. Portanto, o autor sempre teve o costume de jogar estes miasmas pela janela ou numa lareira, onde se queimam, e, então, não podem fazer mal.

Enquanto um órgão está enfermo, sempre gera esta massa venenosa que flutua a seu redor, e impede as correntes do Corpo Vital de penetrar nele. O trabalho do magnetizador consiste simplesmente em limpar o órgão enfermo e, assim, abrir caminho para o fluxo das correntes de vida e saúde. O alívio geralmente é só temporário, pois o órgão enfermo e debilitado continua gerando os miasmas venenosos, e então, em seguida, se necessita de outra “limpeza” por parte do magnetizador. Este estado de coisas subsiste até que as correntes vitais se fortaleçam o bastante para vencer e jogar fora os eflúvios daninhos, e limpar o órgão por seus próprios esforços. Então, a saúde retorna.

O osteopata vê a enfermidade por outro ângulo, e manipula os nervos que são as avenidas das correntes vitais. Estas massagens fortalecem as correntes e dispersam os miasmas que estão se formando na parte enferma do corpo. No entanto, geralmente, requer uma série de tratamentos da parte do osteopata antes que a saúde seja restaurada, pois o miasma venenoso obstrui outra vez os nervos pouco tempo depois das massagens. Portanto, na opinião do autor, embora ele não tenha experimentado, o melhor seria a combinação dos dois métodos: abrir caminho para as correntes nos nervos, e fortalecê-los por meio de tratamentos osteopáticos, extraindo, ao mesmo tempo, os miasmas envenenados por tratamentos magnéticos, e tendo o cuidado de queimá-los ou jogá-los fora. Estes dois métodos combinados poderiam facilitar extraordinariamente o tratamento da doença.

O baço é a entrada das forças solares, mas, a transmutação da energia solar em um fluido ligeiramente rosado acontece no plexo solar, onde o Átomo-semente prismático do Corpo Vital se localiza.

Com relação ao que ocorre quando o baço foi removido, devemos recordar que o Corpo Denso se acomoda da melhor maneira possível às condições alteradas. Se uma ferida em determinada parte do corpo impossibilita o sangue de fluir por vasos normais, ele encontra outra rede de veias pelas quais possa realizar seu circuito. Porém, um órgão nunca se atrofia enquanto possa servir a um propósito útil. O mesmo acontece com o Corpo Vital formado de Éteres. Quando um membro foi amputado, a parte etérea desse membro já não é necessária na economia do corpo, e gradualmente se dissolve. Porém, no caso de um órgão como o baço, em que a contraparte etérea tem uma função importante, como porta de acesso das energias solares, naturalmente não se produz semelhante desintegração.

Também, deve ser lembrado que, quando uma enfermidade no veículo físico se manifesta, a parte correspondente do Corpo Vital se debilitou e atenuou previamente, ficou doente e foi sua a impossibilidade de suprir à quantidade necessária de energia vital, que provocou a manifestação dos sintomas físicos da doença. Inversamente, quando a saúde retorna, o Corpo Vital é o primeiro que se restabelece, e esta convalescença logo se manifesta no Corpo Denso. Portanto, se o baço físico fica enfermo, é evidente que a contraparte etérea não está bem e, então, é muito duvidoso que a extração do órgão seja útil. No entanto, se é feita, o corpo tratará de acomodar-se às novas condições, e a contraparte etérea do baço continuará funcionando como antes.

A tendência natural do Corpo de Desejos é endurecer e consolidar tudo quanto se põe em contato com ele. O pensamento materialista acentua esta tendência de tal modo que, geralmente, produz como resultado, em vidas futuras, a horrenda enfermidade chamada tuberculose, que é um endurecimento dos pulmões, os quais devem ser brandos e elásticos. Ocorre, algumas vezes, que o Corpo de Desejos comprime o Corpo Vital, de modo que este não pode conter o processo de endurecimento e, então, temos a tuberculose galopante. Em alguns casos, o materialismo torna o Corpo de Desejos frágil, por assim dizer, e, então, ele não pode realizar devidamente seu trabalho de endurecimento do Corpo Denso e, como resultado, produz o raquitismo ou enfraquecimento ósseo. Vemos, portanto, os perigos que corremos ao manter tendências materialistas, que dão origem ao endurecimento das partes brandas do corpo, como na tuberculose, ou o enfraquecimento das partes duras, ósseas, como no raquitismo. Naturalmente, nem todos os casos de tuberculose demonstram que a pessoa foi um materialista em vida anterior, porém, os ensinamentos das ciências ocultas afirmam que esse resultado geralmente é produzido pelo materialismo.

No caso da pessoa que está preparada para receber a Iniciação, a aceleração das vibrações é maior do que para o homem ou mulher comuns. Portanto, não requer exercícios para acelerar esta vibração, mas, necessita de determinados exercícios espirituais, ajustados individualmente para ele, que farão com que se adiante em seu próprio caminho.

Se essa pessoa, nesse período crítico, se encontrasse com um indivíduo que, por maldade ou ignorância, lhe desse exercícios respiratórios que o interessado cumprisse fielmente, com a esperança de obter resultados rápidos, esses resultados seriam obtidos, mas não da maneira que ele buscava. A vibração dos átomos do corpo, em um período muito curto, teria acelerado de tal maneira que pareceria como se estivesse caminhando sobre o ar. Também poderia produzir-se uma indevida separação do Corpo Vital com o Corpo Denso, o que traria a tuberculose ou insanidade como resultado.

Quando anestésicos são usados, o Corpo Vital é expulso parcialmente do Corpo Denso, junto com os demais veículos e, se a aplicação é demasiadamente forte, produz-se a morte. O mesmo fenômeno pode ser observado no caso dos médiuns materializadores. Na verdade, a diferença entre um médium dessa classe e um homem ou mulher comum é que, nestes últimos, o Corpo Vital e o Corpo Denso estão, no atual estado de evolução, estreitamente interligados, enquanto no médium esta relação é débil. Não foi sempre assim, e virá um tempo em que o Corpo Vital poderá abandonar normalmente o Corpo Denso, o que, no presente, não acontece. Quando um médium permite que seu Corpo Vital seja usado por entidades do Mundo do Desejo que querem materializar-se, o Corpo Vital sai pelo lado esquerdo através do baço, que é sua “porta” particular. Então, as forças vitais não podem fluir no organismo, como geralmente o fazem, e o médium fica exausto, e alguns deles se vêm obrigados a fazer uso de estimulantes, o que, com o tempo, faz com que se convertam em alcoólatras incuráveis.

A força vital do Sol que nos rodeia como um fluido incolor, é absorvida pelo Corpo Vital por meio da contraparte etérea do baço, onde sofre uma curiosa transformação de cor. Fica rosa pálido e circula pelos nervos através de todo o Corpo Denso. Com relação aos nervos, é o que a eletricidade é para o telégrafo. Ainda que haja fios, aparelhos e telegrafistas se falta a eletricidade, não se pode enviar as mensagens. O Ego, o cérebro e o sistema nervoso podem estar em perfeita ordem, mas se faltar a força vital que possa levar as mensagens do Ego através dos nervos e dos músculos, o Corpo Denso permanecerá inerte. Isto é precisamente o que acontece quando uma parte do corpo se paralisa; o Corpo Vital fica doente e a força vitalizadora já não pode mais fluir. Em tais casos, como na maioria das enfermidades, a perturbação é dos veículos invisíveis e sutis. O reconhecimento consciente ou inconsciente deste fato, faz com que os médicos mais afamados empreguem a sugestão que trabalha sobre os veículos superiores, como um auxiliar da medicina. Quanto mais fé e esperança possa o médico imbuir em seu paciente, tanto mais rápido se desvanecerá a enfermidade, dando lugar a uma perfeita saúde.

Durante a saúde, o Corpo Vital especializa uma superabundância de força vital a qual, depois de passar pelo Corpo Denso, se irradia em linhas retas em todas as direções desde a sua periferia, como os raios de um círculo irradiam desde o centro; porém, em casos de enfermidade, quando o Corpo Vital se atenua, não pode absorver a mesma quantidade de força e, além disso, o Corpo Denso dela se alimenta. Então, as linhas de fluido vital que se exteriorizam curvam-se e caem, mostrando a falta de força ou a debilidade que se produziu. No estado de saúde, estas irradiações expulsam os germes e micróbios inimigos da saúde do Corpo Denso, mas na enfermidade, quando a força vitalizadora é débil, essas emanações não eliminam tão facilmente os germes nocivos. Portanto, o perigo de contrair uma enfermidade é muito maior quando as forças vitais são escassas, do que quando se está com saúde perfeita.

Nos casos em que se amputam partes do corpo, o Éter planetário é o único que acompanha a parte separada. O Corpo Vital e o Corpo Denso se desintegram sincronicamente depois da morte, e o mesmo acontece com a contraparte etérea do membro ou parte amputada. Ela irá gradualmente se desintegrando na medida em que a parte densa se decompõe, porém, nesse meio tempo, o fato de que o ser humano possui o membro etéreo, faz com que ele afirme sentir os dedos e, também dor neles. Existe certa relação entre o membro amputado e a parte etérea, independente da distância. Sabe-se de um caso em que um ser humano sentiu uma forte dor, como se tivesse cravado um prego na perna que fora amputada, dor que persistiu até que o membro foi exumado, e soube-se que tinham cravado um prego quando o encaixotaram para enterrá-lo. O prego foi removido e a dor instantaneamente cessou. De acordo com este fato, estão todos os casos em que as pessoas sofrem dores nos membros amputados, durante dois ou três anos depois da operação. Depois a dor passa. Isto é devido a que a enfermidade ainda permanece na parte etérea do membro amputado, porém, quando a parte densa amputada se desintegra, desintegra-se, também a etérea e a dor cessa.

É de conhecimento geral entre aqueles que auxiliam os acidentados, que eles não sofrem tanto na hora do acidente quanto sofrem depois; isto é, devido a que o Corpo Vital está são no momento do acidente e, portanto, todo o efeito do acidente só será sentido quando este veículo se atenuar, e não estiver mais em condições de ajudar os processos vitais. Assim, vemos que se produzem mudanças no Éter do ser humano e, de acordo com o axioma místico, “como é acima, é abaixo” e vice-versa, produzem-se, também mudanças no Éter Planetário, que constitui o Corpo Vital do Espírito da Terra. Assim como a recordação consciente dos últimos acontecimentos que são, por algum tempo, muito vivos no ser humano se desvanecem pouco a pouco, assim também o registro etéreo, que é o aspecto inferior da Memória da Natureza, vai apagando-se.

Quando um corpo adquire certa velocidade em sua queda, os Éteres Superiores abandonam o Corpo Denso, deixando a pessoa acidentada insensível. Quando o corpo atinge o chão, ele fica muito machucado, porém, a pessoa pode recobrar a consciência quando os Éteres se organizarem outra vez. Então, começa a sofrer as consequências físicas da queda. Se a queda continua depois que os Éteres Superiores saíram do corpo, a crescente velocidade da queda acaba por desalojar também os Éteres Inferiores, e o Cordão Prateado é tudo o que fica ligado ao Corpo Denso. . . este cordão se rompe ao se produzir o impacto contra o chão e o Átomo-semente passa, então, ao ponto de ruptura, onde se mantém na forma usual.

Com base nestes fatos, chegamos à conclusão, de que é a pressão atmosférica normal que mantém o Corpo Vital dentro do Corpo Denso. Quando nos movemos com uma velocidade anormal, a pressão fica suspensa em algumas partes do corpo, formando-se assim um vazio parcial, resultando que os Éteres abandonem o corpo e penetrem nesse vazio. Os dois Éteres Superiores, que estão menos aderidos, são os primeiros que desaparecem e deixam a pessoa inconsciente depois de haver produzido, como em um relâmpago, o panorama de sua vida. Então, se a queda continua aumentando a pressão aérea diante do corpo e o vazio atrás, os Éteres Inferiores mais apegados ao corpo, também são impulsionados para o exterior, e então o corpo está realmente morto antes de chegar ao solo.

Examinando certo número de pessoas em estado de saúde normal, descobrimos que cada um dos átomos prismáticos que compõem os Éteres Inferiores, irradiavam de si linhas de força que faziam girar o átomo físico, no qual estavam inseridos, dotando todo o corpo com vida. A irradiação de todas estas unidades de força está em direção à periferia do corpo, e constitui o que se denomina “Fluido Ódio”, embora também designado com outros nomes. Quando a pressão atmosférica exterior diminui nas grandes altitudes, manifesta-se certo nervosismo, porque a força etérea é impelida de dentro para fora, sem controle, e, se o ser humano não pudesse conter esse fluxo de energia solar, ao menos parcialmente por um esforço da vontade, ninguém poderia viver nestes lugares.

Agora chegamos ao ponto crucial de nossa explicação. O Éter é uma matéria física e, enquanto os indivíduos feridos no campo de batalha por pequenas armas de fogo, possam às vezes caminhar um pouco atordoados, mas conscientes, as terríveis detonações dos grandes canhões empregados em grande escala, têm o efeito de dar volta aos átomos prismáticos e destroçar a envoltura áurica, formada pelos Éteres Luminoso e Refletor, Éteres que constituem a base da percepção sensorial e da memória. Até que com o tempo tudo volte ao normal, o ser humano fica em estado de choque e em coma, condição que pode demorar semanas. Sob semelhantes condições, a substância sutil etérea não se presta à formação de imagens da vida passada, pois, está congelada até certo grau.

Quando uma pessoa se asfixia ou se afoga, ela se sente muito tranquila e sossegada depois da primeira luta, embora se dê conta, em certa medida, do perigo, o Corpo Vital sai antes da ruptura do Cordão Prateado e, portanto, conserva a capacidade de atrair materiais do Mundo Físico. Por isso, houve casos de pessoas mortas por asfixia ou afogamento, que apareceram a seus parentes a milhares de quilômetros de distância, talvez só por um instante, porém, pareciam estar vivos. Talvez tenha sido o desejo que sentiram por muito tempo de ver seus   entes queridos, e voltar até eles, e o fato de que estavam agora livres de suas cadeias corporais, que os transportou ali imediatamente nas asas do desejo. Ao chegar onde queriam, o Corpo Vital atraiu quantidade suficiente de partículas da atmosfera para se fazer visível ao ser querido. Porém, talvez nesse momento, rompeu-se o Cordão Prateado, o Corpo Vital entrou em colapso e, então, a visão desapareceu.

Não é raro que se vejam fantasmas de seres vivos. Tudo o que é necessário é que o Corpo Denso esteja num sono muito profundo ou inconsciente, como normalmente ocorre quando uma pessoa está perto do umbral da morte. Pode ser que esteja se afogando ou sob o choque de uma queda de um cavalo, de um carro, ou condições similares, ou que haja recebido um golpe na cabeça, ou que esteja muito enferma sobre o leito, muito enfraquecida e extenuada, perto da morte. Então, a maior parte do Éter que constitui o Corpo Vital pode ser extraída do Corpo Denso, deixando este em estado de transe, estado que não se prolonga mais que alguns minutos, mas, como a distância não é uma barreira nos mundos invisíveis, então o desejo da pessoa assim momentaneamente liberado, pode levá-la ao fim do mundo, para aparecer ao ser querido a milhares de quilômetros do lugar onde seu corpo jaz.

É muito mais fácil para o Espírito do caso anterior se materializar, do que para os que já abandonaram seu corpo ao morrer, porque os primeiros têm o Cordão Prateado ainda intacto, subsistindo assim a conexão com o Átomo-Semente no coração.

Exercícios respiratórios indiscriminados não produzem o desdobramento, senão que tendem a desconectar o Corpo Vital do Denso. E, desta maneira, em alguns casos, as conexões entre os centros dos sentidos etéreos e as células cerebrais se rompem, ou se estiram, resultando na loucura. Em outros casos, a desconexão se verifica entre os Éteres Químico e de Vida e, como o Éter de Vida é o material básico da assimilação, e a avenida para a especialização da energia solar, essa ruptura produz a tuberculose.

Unicamente mediante os exercícios apropriados se verifica a separação requerida. Quando a pureza de vida levou a força sexual não usada, gerada no Éter de Vida, ao coração, esta força serve para manter a limitada circulação sanguínea necessária durante o sono. Desta maneira, as funções físicas e o desenvolvimento espiritual correm juntos, seguindo linhas harmoniosas.

O autor esteve muito receoso com relação às consequências que a guerra poderia trazer, quanto ao firme entrelaçamento dos Corpos de Desejo e Vital, dando assim, vida a legiões de monstros para aflição das gerações futuras. Porém, agora está muito satisfeito em poder dizer que não devemos ter este tipo de temor. Somente quando as pessoas são premeditadamente maliciosas ou vingativas, e persistentemente abrigam um desejo e um propósito de desforra, se esses pensamentos e sentimentos são fomentados e mantidos, eles endurecem o Corpo Vital, e o relacionam mais estreitamente com o Corpo de Desejos. Sabemos das lembranças, da grande guerra, que nas fileiras dos exércitos não havia mais sentimentos de ódio de um para o outro, e que os inimigos conversavam como amigos quando, por casualidade, se encontravam em condições propícias. Assim, embora a guerra seja responsável pela terrível mortalidade atual e será a causa de uma deplorável mortalidade infantil no futuro, não será culpada com relação aos terríveis males gerados pela obsessão, e os crimes instigados por Corpos de Pecado demoníacos.

Embora as desordens mentais, quando são congênitas, tenham por causa geral o abuso da função criadora em vidas passadas, existe pelo menos uma exceção notável a esta regra, mencionada no Conceito Rosacruz do Cosmos, e em outros escritos, que é a seguinte: quando um Espírito, que tem uma vida especialmente dura diante de si, desce para renascer e, ao entrar na matriz sente ou percebe o panorama da vida que vai começar,  e considera essa existência demasiadamente terrível para ser suportada, às vezes, tenta escapar da escola da vida. Naquele momento, os Anjos do Destino ou seus agentes, já tinham feito a conexão necessária entre o Corpo Vital e os centros sensoriais no cérebro do feto em formação, por isso, o esforço do Espírito para escapar da matriz de sua mãe é frustrado, mas, o arranco que o Ego dá, desajusta a conexão entre os centros sensoriais físicos e etéreos, de modo que o Corpo Vital não fica concêntrico com o Corpo Denso, fazendo com que a cabeça etérea saia do crânio físico. Então, é impossível que o Espírito possa usar seu veículo denso, encontrando-se atado a um corpo sem Mente, que não pode utilizar e a encarnação fica praticamente perdida.

Também acontecem casos que, mais tarde, na vida, um grande choque faz com que o Espírito tente escapar com os veículos invisíveis, resultando uma torção similar nos centros sensoriais do cérebro, causando desequilíbrio na expressão mental. Nós todos tivemos uma impressão parecida quando levamos um grande susto: uma sensação como se algo tentasse escapar do Corpo Denso, isto é, os Corpos Vital e de Desejos que são tão rápidos em sua ação, que mesmo um trem expresso parece com uma lesma quando comparado, vêm e sentem o perigo antes que o medo haja sido transmitido ao comparativamente inerte Corpo Denso, no qual estão ancorados, e que os impede de escapar em condições normais.

A insanidade é sempre causada pela ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Esta ruptura pode ocorrer entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, ou entre o Corpo de Desejos e a Mente, ou entre a Mente e o Ego. Além disso, a ruptura pode ser completa ou somente parcial.

Quando a ruptura se produz entre os centros cerebrais e o Corpo Vital, ou entre este e o Corpo de Desejos, temos os casos de idiotismo. Quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, então predomina o violento e impulsivo Corpo de Desejos, e se apresenta o caso dos maníacos desvairados. Quando a ruptura é entre o Ego e a Mente, a Mente é que governa os demais veículos, e este é o caso dos maníacos astutos que podem enganar seus guardiões, fazendo-os crer que são completamente inofensivos, enquanto tramam algum plano diabólico e malicioso. Então, podem demonstrar subitamente sua mentalidade insana e causam uma terrível catástrofe.

Existe uma causa de insanidade que convém explicar, porque, muitas vezes, é possível evitá-la. Quando o Ego regressa do mundo invisível para um novo renascimento, lhe são mostradas as diversas encarnações possíveis. Então, ele contempla sua próxima vida em suas grandes linhas e acontecimentos gerais, como se fosse uma fita cinematográfica passando diante de seus olhos. Geralmente, neste momento, ele pode escolher entre as diferentes vidas. Ele vê as lições que tem de aprender, o destino que criou por si mesmo em vidas passadas, e que parte deste destino pode liquidar em cada uma das reencarnações que lhe são oferecidas. Então, faz sua escolha e logo é guiado pelos Agentes dos Anjos do Destino, para o país e a família em que terá que viver em sua próxima existência.

Esta visão panorâmica lhe é apresentada no Terceiro Céu, onde o Ego está despido de seus veículos, e se sente espiritualmente por cima de toda sórdida consideração material. É muitíssimo mais sábio do que logo parece ser na Terra, onde se encontra fascinado pela carne numa medida quase inconcebível. Mais tarde, quando a concepção já aconteceu e o Ego penetra na matriz da mãe, em torno do décimo oitavo dia depois da concepção, põe-se em contato com o molde etéreo de seu novo Corpo Denso, que foi formado pelos Anjos do Destino, para estruturar o cérebro que dará ao Ego as tendências necessárias para a elaboração e liquidação de seu destino.

Ali, o Ego vê novamente os quadros panorâmicos de sua próxima vida, da mesma forma que a pessoa que se afoga vê o panorama de sua vida passada em um relâmpago. Nesse tempo, o Ego já está parcialmente cego com relação a sua natureza espiritual, de modo que sua próxima encarnação pode lhe parecer muito dura e, às vezes, tenta retroceder e não entrar na matriz, estabelecendo as conexões cerebrais adequadas. Pode tentar escapar em seguida e, então, ao invés dos Corpos Denso e Vital ficarem concêntricos, o Corpo Vital, formado de Éter, pode ficar parcialmente fora do crânio físico. Nesse caso, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Vital e do Corpo Denso fica desajustada e o resultado é o idiotismo, a epilepsia, a doença de San Vito ou outras afecções nervosas congênitas.

A insanidade é a ruptura na cadeia de veículos entre o Ego e o Corpo Denso. Essa desconexão pode ocorrer entre o Ego e a Mente, entre a Mente e o Corpo de Desejos, entre os Corpos de Desejos e o Vital e, também entre este último e o Corpo Denso. Se a ruptura se produziu entre o Corpo Denso e o Vital, ou entre o Corpo Vital e o de Desejos, o Ego estará perfeitamente são no Mundo do Desejo imediatamente após sua morte, porque já terá descartado os dois corpos afligidos.

Quando a ruptura ocorre entre o Corpo de Desejos e a Mente, o Corpo de Desejos está ainda desenfreado depois da morte, e é causa de muitas calamidades durante sua existência no Mundo do Desejo. O Ego, evidentemente nunca está insano. O que parece insanidade, provém do fato de que o Ego não tem nenhum domínio sobre seus veículos; o pior caso é, sem dúvida, quando a Mente está afetada e o Ego está atado à personalidade por muito tempo, até que os veículos se desintegrem.

Vimos que, no estado de vigília, os Corpos Denso e Vital estão rodeados e interpenetrados por uma nuvem ovoide, formada pelo Corpo de Desejos e a Mente. Todos esses veículos são concêntricos e formam como se fossem elos de uma corrente. É a interpolação de um com o outro, de maneira que os centros sensoriais se ajustem corretamente, o que permite que o Ego manipule este complexo organismo e efetue de uma maneira ordenada, os processos vitais a que chamamos de razão, palavra e ação. Se existe um desajuste em alguma parte, o Ego está obstruído em sua manifestação. Este equilíbrio perfeito é a saúde, o oposto da enfermidade.

A enfermidade tem várias formas e uma é a insanidade que, também é de diferentes tipos. Quando a conexão entre os centros sensoriais do Corpo Denso e do Corpo Vital é oblíqua e quando, às vezes, a cabeça do Corpo Vital eleva-se acima da cabeça do Corpo Denso ao invés de ficar concêntrica, o Corpo Vital está fora de ajuste com os veículos superiores e com o Corpo Denso. Então, nós temos um idiota dócil. Quando os Corpos Denso e Vital estão ajustados, mas a ruptura está entre o Corpo Vital e o de Desejos, a situação é a mesma, mas quando a ruptura é entre o Corpo de Desejos e a Mente, nós temos o maníaco delirante que é mais ingovernável que um animal selvagem, pois este último é controlado pelo Espírito Grupo, e neste caso, todas as tendências animais são seguidas cegamente.

Enquanto muito poucos defendem o abuso da função criadora, muitas pessoas que seguem os preceitos espirituais em outras coisas, ainda acham que a indulgência frequente do desejo de prazer sexual não faz mal. Alguns acham que é tão necessário quanto o exercício de uma função orgânica. Isto é errado por duas razões: a primeira é que cada ato criador requer uma quantidade de força que queima tecido, o qual deve ser reabastecido por uma quantidade extra de comida. Isto reforça e aumenta o Éter Químico; a segunda, como a força propagadora trabalha através do Éter de Vida, este elemento do Corpo Vital é também aumentado a cada indulgência. Consequentemente, os dois Éteres Inferiores, enviando a força criadora para baixo, para a gratificação de nosso desejo por prazer, aderem-se mais aos dois Éteres Superiores que formam o Corpo-Alma, e essa aderência se torna maior e mais poderosa à medida que o tempo passa. Como a evolução de nossas forças anímicas e a faculdade de viajar em nossos veículos mais sutis, dependem da separação entre os Éteres Inferiores e o Corpo-Alma, é evidente que frustramos o objetivo que temos em mente, e retardamos o desenvolvimento pela indulgência da natureza inferior.

Nos preparativos para o Renascimento, assim que o Corpo Vital é colocado, o Ego renascente, com sua envoltura em forma de sino, paira constantemente perto de sua futura mãe. Ela, sozinha, trabalha sobre o novo Corpo Denso nos primeiros dezoito a vinte e um dias depois da fertilização e, então, o Ego entra no corpo da mãe, dirigindo sua envoltura para baixo e envolvendo o feto. A abertura na parte de baixo fecha-se, e o Ego é uma vez mais encarcerado em seu Corpo Denso.

O momento da entrada no ventre da mãe é de grande importância na vida, pois, quando o Ego renascente primeiro contata a matriz do Corpo Vital, ele vê outra vez o panorama da vida que foi impresso pelos Anjos do Destino, na referida matriz, para dar a ele as tendências necessárias para trabalhar o destino maduro, que deve ser liquidado na vida que se vai iniciar.

Neste momento, o Ego está tão cego pelo véu da matéria que não distingue o benefício final, da mesma maneira imparcial quando fez sua escolha na Região do Pensamento Abstrato e, quando uma vida particularmente dura se revela diante de sua visão, no momento em que ele está entrando no ventre da mãe, acontece às vezes que ele fica tão apavorado que tenta escapar. A conexão não pode ser cortada, no entanto, pode ser forçada, de modo que, ao invés de ficar concêntrica, a cabeça do Corpo Vital pode ficar acima da cabeça do Corpo Denso. Então, nós temos um idiota congênito.

Assim como um vampiro suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, assim também, repetidos pensamentos de arrependimento e remorso se transformam em um elemental de desejo, que age como um vampiro e suga a vida da pobre alma que lhe deu forma e, como semelhante atrai semelhante, ele fomenta a continuidade deste hábito de arrependimento mórbido.

Se nos permitimos arrependimentos e remorsos durante as horas de vigília como certas pessoas o fazem, estamos sobrepujando o Purgatório, pois, embora o tempo que passamos lá seja gasto na erradicação do mal, a consciência surge de cada imagem na medida em que é arrancada pela força de repulsão. Lá, por causa da ligação do Corpo de Desejos com o Corpo Vital, estamos habilitados a dar vida a uma imagem em nossa memória quantas vezes desejamos e, enquanto o Corpo de Desejos é gradualmente dissolvido no Purgatório pela purgação do panorama da vida, certa quantidade foi acrescentada quando nós estávamos vivendo no Mundo Físico, tomando o lugar daquela matéria que foi expulsa pelo remorso. Concluindo, remorso e arrependimento quando continuamente repetidos em nosso interior, têm o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos que os banhos excessivos sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam exauridos por limpeza excessiva, e, por esta razão, é perigoso para a saúde moral e espiritual permitir sentimentos de arrependimento e remorso indiscriminadamente, assim como é fatal para o bem-estar físico tomar banhos demais. O discernimento deve prevalecer em ambos os casos.

Assim como a força latente na pólvora e em substâncias explosivas afins, podem ser usadas para promover os melhores objetivos da civilização, ou os mais selvagens atos de barbarismo, assim também essa emoção de remorso pode ser mal-usada, de modo a causar dano e obstáculo ao Ego ao invés de ajuda. Quando nos remoemos diariamente e a toda hora, nós estamos despendendo um grande poder que pode ser usado para a mais nobre finalidade da vida, pois, o constante arrependimento, afeta o Corpo de Desejos de maneira similar à dos banhos excessivos do Corpo Denso. A água tem uma grande afinidade pelo Éter e o absorve vorazmente. Quando tomamos banho em condições normais, ele remove uma grande quantidade de Éter venenoso e miasmático do nosso Corpo Vital, no caso de ficarmos de molho um espaço de tempo razoável. Depois de um banho, o Corpo Vital fica de certa forma, atenuado e consequentemente nos dá uma sensação de fraqueza, mas se estamos em boa forma e não ficamos no banho muito tempo, a deficiência é logo reparada pela corrente de força que flui para dentro do corpo através do baço. Quando o influxo de Éter fresco substituiu a substância envenenada carregada pela água, sentimos com renovado vigor que atribuímos ao banho, embora não soubéssemos nada do que foi dito anteriormente.

Porém, quando uma pessoa que não está em sua perfeita saúde tem o hábito de tomar banhos diários, duas ou três vezes, um excesso de Éter é retirado do Corpo Vital. O suprimento que entra pelo baço é também diminuído por causa da perda de vibração do Átomo-semente, localizado no plexo solar e do enfraquecimento do Corpo Vital. Daí ser impossível para tais pessoas recuperarem-se entre tais frequentes e repetidos esgotamentos e, como consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; elas perdem força continuamente e podem se tornar inválidas.

Capítulo III – No Sono e nos Sonhos

O Corpo Vital é tão ativo nas horas de sono quanto nas horas de vigília e pode ser influenciado pelo poder da sugestão. O sono pode ser induzido pela hipnose.

Nós temos, em nosso Corpo, dois sistemas nervosos, o voluntário e o involuntário. O primeiro é influenciado diretamente pelo Corpo de Desejos e controla os movimentos do Corpo e sua tendência é quebrar e destruir, só parcialmente restringido em sua tarefa cruel pela Mente. O sistema involuntário tem seu campo de ação específico no Corpo Vital. Ele governa os órgãos digestivos e respiratórios que reconstroem e restauram o Corpo Denso.

É esta guerra entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos que produz consciência no Mundo Físico, mas se a Mente não agisse como um freio sobre o Corpo de Desejos, nossas horas de vigília seriam muito curtas e, também nossa vida, pois o Corpo Vital seria logo esgotado em seu trabalho beneficente pelo imprudente Corpo de Desejos, como está evidenciado na exaustão que segue um ataque de nervos, pois a raiva é uma situação em que o ser humano “perde o controle e o Corpo de Desejos reina livremente”.

Apesar de todos os seus esforços, o Corpo Vital, pouco a pouco, perde terreno com o passar do dia, os tecidos envenenados e deteriorados se acumulam e impedem o fluxo do fluido vital e seus movimentos tornam-se cada vez mais lentos. Como consequência, o Corpo visível mostra sinais de exaustão. Finalmente, o Corpo Vital sofre um colapso, o fluido vital cessa de fluir nos nervos em quantidade suficiente para manter o equilíbrio do Corpo Denso e este se rende inconsciente e, portanto, inadequado para ser usado pelo Espírito. É o sono.

O mesmo acontece com o templo do Ego, nosso Corpo Denso, quando fica exausto. É, então, necessário que o Ego, a Mente e o Corpo de Desejos se afastem e deem amplos poderes ao Corpo Vital para que ele possa restaurar o tônus do Corpo Denso e, então, quando o Corpo Denso vai dormir, há uma separação. O Ego e a Mente, envolvidos pelo Corpo de Desejos, se separam do Corpo Vital e do Corpo Denso, estes dois permanecendo na cama, enquanto os veículos superiores pairam sobre ou perto do Corpo adormecido.

O processo de restauração começa agora. Numa luta no Mundo Físico, os ferimentos nunca são de um só lado; o vencedor também tem algumas lesões. Quanto mais violenta é a luta e mais nivelados são os combatentes, mais lesões sofre cada um. Assim acontece com o Corpo Vital e o de Desejos; o Corpo de Desejos vence sempre, embora sua vitória seja sempre uma derrota, pois ele é forçado a deixar o campo de batalha, e o prêmio, o Corpo Denso, nas mãos do derrotado Corpo Vital, retirando-se para reparar sua própria harmonia despedaçada.

Quando o Espírito se afasta do Corpo adormecido, ele entra no mar de força e harmonia chamado Mundo do Desejo. Lá ele repassa as cenas do dia em ordem inversa, dos efeitos para as causas, colocando em ordem o emaranhado do dia, formando imagens verdadeiras para substituir as impressões erradas, devido à limitação da vida no Corpo Denso e, assim como as harmonias do Mundo do Desejo o permeiam e a sabedoria e a verdade substituem o erro, ele readquire seu ritmo e tom. O tempo necessário para a restauração varia de acordo com o dia, se foi ilusório, impulsivo ou extenuante.

Então, e só então, o trabalho de restauração dos veículos deixados na cama começa, e o Corpo de Desejos, restaurado, começa a reavivar o Corpo Vital bombeando energia rítmica dentro dele, e este, por sua vez, começa a trabalhar sobre o Corpo Denso, eliminando os produtos deteriorados, principalmente por meio do sistema nervoso simpático. Como resultado, o Corpo Denso fica restaurado e repleto de vida. O Corpo de Desejos, a Mente e o Ego entram nele pela manhã, fazendo com que ele acorde.

No entanto, às vezes, acontece que nós ficamos tão absorvidos e interessados nas atividades de nossa existência mundana que, mesmo depois que o Corpo Vital entrou em colapso e deixou o Corpo Denso inconsciente, nós não conseguimos nos libertar para que o trabalho de restauração se inicie. O Corpo de Desejos fica aderido, é retirado só parcialmente pelo Ego e começa a ruminar os acontecimentos do dia naquela posição.

Durante o estado de vigília, quando o Ego está funcionando conscientemente no Mundo Físico, seus diferentes veículos são concêntricos – ocupam o mesmo espaço – mas à noite, quando o Corpo se deita para dormir, a separação acontece. O Ego, vestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, libera-se do Corpo Denso e do Corpo Vital que foram deixados na cama. Os veículos superiores pairam acima e perto. Eles estão conectados com os veículos inferiores pelo Cordão Prateado, um cordão fino e brilhante que tem a forma de dois números seis, com uma extremidade ligada ao Átomo-semente no coração e outra no vórtice central do Corpo de Desejos.

Durante o sono, o Ego também sai do Corpo Denso, mas o Corpo Vital permanece e o Cordão Prateado fica intacto.

O Mundo do Desejo é um oceano de sabedoria e harmonia. Quando os veículos inferiores adormecem, o Ego leva a Mente e o Corpo de Desejos para o Mundo do Desejo. Lá, o primeiro cuidado do Ego é a restauração do ritmo e da harmonia da Mente e do Corpo de Desejos. Esta restauração é realizada gradativamente enquanto as vibrações harmoniosas do Mundo do Desejo fluem através destes veículos. Há uma essência no Mundo do Desejo que corresponde ao fluido que permeia o Corpo Denso por meio do Corpo Vital. Os veículos superiores, por assim dizer, embebem-se neste elixir de vida. Quando fortalecidos, eles começam o trabalho sobre o Corpo Vital que foi deixado com o Corpo Denso. Então, o Corpo Vital começa a especializar a energia solar mais uma vez, reconstruindo o Corpo Denso, usando particularmente o Éter Químico como meio no processo de restauração.

No estado de vigília, os diferentes veículos do EgoMente, Corpo de Desejos, Corpo Vital e Corpo Denso – são todos concêntricos. Eles ocupam o mesmo espaço e o Ego se manifesta no Mundo Físico. Mas, à noite, durante o sono sem sonhos, o Ego revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente, se retira, deixando o Corpo Denso e o Vital sobre a cama, não havendo conexão entre os veículos superiores e os inferiores, salvo por um fino e brilhante cordão chamado de Cordão Prateado. Acontece, no entanto, que, às vezes, o Ego trabalhou tanto no Mundo Físico e o Corpo de Desejos ficou tão agitado que ele se recusa a deixar os veículos inferiores e só se retira parcialmente ou pela metade. Então, a conexão entre os centros sensoriais do Corpo de Desejos e os do cérebro físico ficam rompidos parcialmente. O Ego percebe as visões e as cenas do Mundo do Desejo que são extremamente fantásticas e ilusórias e elas são transmitidas aos centros cerebrais sem serem conectadas pela razão. Daí resulta todos os sonhos tolos e fantásticos que temos.

Acontece, no entanto, que, às vezes, o Corpo de Desejos não se retira completamente e, assim, parte dele permanece conectado ao Corpo Vital, o veículo de percepção sensorial e memória. O resultado é que a restauração é realizada somente em parte e as cenas e ações do Mundo do Desejo são trazidas para a consciência física como sonhos. Naturalmente, a maioria dos sonhos é confusa porque o eixo da percepção está distorcido por causa da relação imperfeita de um Corpo com o outro. A memória é também confusa pela relação incongruente dos veículos e, como resultado da perda da força restauradora, o sono cheio de sonhos não é reparador e o Corpo se sente cansado ao acordar.

O Corpo Vital, pode-se dizer que é formado de pontos que se estendem em todas as direções, para dentro, para fora, para cima e para baixo, através de todo o Corpo, e cada pequeno ponto passa através do centro de um dos átomos químicos, fazendo-o vibrar mais intensamente que sua velocidade natural. Este Corpo Vital interpenetra o Corpo Denso do nascimento à morte em todas as situações exceto quando, por exemplo, a circulação do sangue para num certo ponto, como quando descansamos a mão sobre a extremidade de uma mesa por algum tempo e ela “adormece”, por assim dizer. Então, se formos Clarividentes, poderemos ver a mão etérea do Corpo Vital pendurada sob a mão visível como se fosse uma luva, e os átomos químicos da mão recaída em seu natural e lento grau de vibração. Quando batemos na mão fazendo com que “acorde”, por assim dizer, a sensação peculiar de formigamento que temos é causada pelos pontos do Corpo Vital que, então, entram novamente nos átomos adormecidos da mão, iniciando uma vibração renovada.

O Corpo Vital deixa o Corpo Denso de modo semelhante à quando uma pessoa está morrendo. Afogados que foram ressuscitados experimentam uma intensa agonia causada pela entrada desses pontos que eles sentem como um formigamento.

Durante o dia, quando o fluido solar está sendo absorvido pelo ser humano em grande quantidade, estes pontos do Corpo Vital são estendidos ou expandidos, por assim dizer, pelo fluido vital, mas à medida que o dia passa e os venenos da deterioração obstruem o Corpo Denso cada vez mais, o fluido vital flui menos rapidamente; à noite, chega a hora em que os pontos no Corpo Vital não conseguem um suprimento completo do fluído vital, eles murcham e os átomos do Corpo movem-se mais vagarosamente em consequência. Então, o Ego sente o Corpo pesado e cansado. Finalmente, chega a hora em que, por assim dizer, o Corpo Vital entra em colapso e as vibrações dos átomos densos se tornam tão vagarosas que o Ego não pode mais mover o Corpo. É forçado a retirar-se para que o veículo possa se recuperar. Então dizemos que o Corpo foi dormir.

No entanto, o sono não é um estado inativo; se fosse, não haveria diferença de manhã e nenhum poder de restauração durante o sono. A própria palavra restauração implica em atividade.

Quando um edifício ficou arruinado após uso constante e é necessário renová-lo e restaurá-lo, os moradores têm que se mudar para dar aos trabalhadores liberdade de ação. Por razões semelhantes, o Ego sai da sua moradia à noite. Assim como os operários trabalham no prédio para que fique adequado à reocupação, assim também, o Ego tem que trabalhar sua moradia antes que ela esteja pronta para ser reocupada. E este trabalho é feito por nós durante a noite, embora não estejamos conscientes dele nas nossas horas de vigília. É esta atividade que remove o veneno do sistema e, como resultado, o Corpo está restaurado e vigoroso de manhã, quando o Ego entra na hora do despertar. Depende da maneira pela qual usamos nosso Corpo Denso durante o dia, o tempo que o Corpo de Desejos necessita para realizar o trabalho de restauração do ritmo do Corpo Vital e do Corpo Denso. Se usarmos nosso Corpo estrenuamente durante o dia, naturalmente as desarmonias serão proeminentes e o Corpo de Desejos levará a maior parte da noite para restaurar a harmonia e o ritmo. Em consequência, o ser humano estará atado ao seu Corpo dia e noite. Mas, quando ele aprende a agir inteligentemente, controla sua energia durante o dia e não gasta sua força com palavras e ações desnecessárias, quando ele começa a dominar seu temperamento e para com a desarmonia proveniente de observações incorretas, o Corpo de Desejos não fica ocupado durante todo o sono restaurando o Corpo Denso. Uma parte da noite pode ser usada para trabalhar fora. Se os centros sensoriais do Corpo de Desejos estão suficientemente desenvolvidos, como acontece com a maioria das pessoas inteligentes, o ser humano pode soltar as amarras e penetrar no Mundo do Desejo. Ele percebe as cenas, embora não se lembre delas até que tenha efetuado a separação entre a parte superior e a inferior do Corpo Vital, como foi previamente explicado.

No sono natural, o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, se retira do Corpo Denso e, geralmente, paira sobre o Corpo, ou pelo menos permanece perto dele, conectado pelo Cordão Prateado, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso estão descansando sobre a cama.

É, então, possível influenciar a pessoa, instilando no seu cérebro pensamentos e ideias que desejamos comunicar. No entanto, não podemos fazer com que ela faça qualquer coisa ou nutra qualquer ideia, exceto aquela que está de acordo com seu temperamento. É impossível dar ordens para que ela faça algo e forçar obediência, como acontece quando alguém foi tirado de seu estado consciente pelos passes de um hipnotizador, pois, é o cérebro que move os músculos; e, durante o sono natural seu cérebro está interpenetrado por seu próprio Corpo Vital e ele está em perfeito controle de si mesmo, enquanto que, durante o sono hipnótico, os passes do hipnotizador afastam o Éter do seu cérebro, em direção aos ombros da vítima; esse Éter fica em volta do pescoço, lembrando a gola de um suéter. O cérebro denso é, então, aberto ao Éter do Corpo Vital do hipnotizador, que substitui o Éter do próprio dono. Consequentemente, no sono hipnótico, a vítima não tem escolha quanto às ideias que tem, ou aos movimentos que faz com seu Corpo, enquanto, no sono comum, a pessoa é sempre um agente livre. De fato, este método de sugestão durante o sono é algo que as mães acharão extremamente benéfico no tratamento de crianças teimosas, pois se a mãe se sentar perto da cama da criança que dorme, segurar sua mão, conversar com ela como se ela estivesse acordada, instilar em seu cérebro ideias que gostaria que ela tivesse, ela verá que no estado de vigília muitas destas ideias criarão raízes. Também, ao lidar com uma pessoa que é doente ou viciada em bebida, se a mãe, enfermeira ou outra pessoa usar este método, será possível instilar esperança, cura e recuperação futura ou ajudar no seu autocontrole.

Este método pode, naturalmente, ser usado para o mal, mas não podemos deixar de publicá-lo, já que acreditamos que o bem que pode ser feito deste modo irá compensar mais do que os poucos casos em que pessoas, de má índole, possam usar o método com propósito errado.

Do ponto de vista de uma só vida, os métodos, como, por exemplo, aqueles empregados pelos curadores do movimento de Emmanuel[9], são indubitavelmente produtores de um imenso benefício. O paciente, sentado numa cadeira, é posto para dormir e, lá, ele recebe certas “sugestões”, como são chamadas. Ele se levanta e está curado de seu mau hábito. Se for um alcoólatra, ele se torna um cidadão respeitável que se preocupa com sua esposa e família e, sob esse aspecto, o benefício é inegável.

Porém, olhando mais profundamente pela ótica do ocultista, que vê essa vida como sendo uma em muitas, e observando o efeito que isso tem sobre os veículos invisíveis do ser humano, o caso é completamente diferente. Quando um ser humano entra num sono hipnótico, o hipnotizado faz passes sobre ele que têm o efeito de expelir o Éter da cabeça do seu Corpo Denso e substituí-lo pelo do hipnotizador. O ser humano fica então sob total domínio do outro. Não tem vontade própria e, por isso, as chamadas “sugestões” são na realidade comandos que a vítima não tem outra escolha senão obedecer. Além disso, quando o hipnotizador retira seu Éter e acorda a vítima, é incapaz de remover todo o Éter que ele colocou nela. Similarmente, assim como uma partícula do magnetismo infundida num dínamo elétrico, antes de ser ligado pela primeira vez, permanece como magnetismo residual para ativar os campos do dínamo toda vez que ele é ligado, assim também lá permanece uma partícula do Éter do Corpo Vital do hipnotizador na medula oblongada da vítima, que é um bastão que o hipnotizador mantém sobre ela em toda sua vida, e é devido a este fato que as sugestões a serem executadas num período subsequente ao despertar da vítima são invariavelmente seguidas.

Capítulo IV – Na Morte e nos Mundos Invisíveis

Na hora da morte, há uma separação no Corpo Vital e a parte superior entra nos Mundos invisíveis. Seu Átomo-semente é retido pelo Ego ao passar pelos Mundos celeste para ser usado como um núcleo para o Corpo Vital de um futuro renascimento.

Esta vida na Terra dura até que o ciclo de acontecimentos prenunciados na roda do destino, o horóscopo, tenha se completado. E quando o Espírito de novo alcança o reino de Samael, o Anjo da Morte, a mística oitava Casa, o Cordão Prateado se rompe e o Espírito retorna a Deus, até que a aurora de outro dia na Escola da Terra o chame a um novo nascimento para que adquira mais conhecimento nas artes e ofícios da construção do templo.

Por meio da morte foi possível para os Anjos ensinar a Humanidade, entre a morte e um novo nascimento, a construir um Corpo gradualmente melhor. Tivesse o ser humano aprendido, num passado longínquo, a renovar seu Corpo Vital como foi ensinado a gerar um veículo denso à sua vontade, então a morte teria sido de fato uma impossibilidade e o ser humano teria se tornado imortal como os deuses. Porém, ele teria imortalizado suas imperfeições e o progresso teria sido impossível. É a renovação deste Corpo Vital que está expressa na Bíblia como “comer da Árvore da Vida”. Quando o ser humano recebeu esclarecimento relativo à procriação, ele era um ser espiritual cujos olhos não estavam ainda cegos pelo mundo material e podia ter aprendido o segredo da vitalização de seu corpo segundo sua vontade, consequentemente frustrando a evolução. Daí vemos que a morte, quando ela vem naturalmente, não é uma maldição, mas nossa maior e melhor amiga, pois ela nos livra de um instrumento com o qual não mais podemos aprender; ela nos tira de um ambiente que não nos serve mais para que possamos aprender a construir um Corpo melhor em um ambiente de maior amplitude no qual poderemos fazer mais progresso em direção à meta da perfeição.

Durante a vida, o colapso do Corpo Vital à noite limita nossa visão do mundo em torno de nós, e nos perdemos na inconsciência do sono. Quando o Corpo Vital sofre um colapso logo após a morte e o panorama da vida está terminado, nós também perdemos a consciência por um tempo que varia de acordo com o indivíduo. Uma escuridão parece cair sobre o Espírito. Então, após algum tempo, ele acorda e começa indistintamente a perceber a luz do outro mundo, e só se acostuma às novas condições gradualmente. É uma experiência parecida com aquela que temos quando saímos de um quarto escuro para a luz do Sol, que nos cega com seu brilho, até que as pupilas de nossos olhos se contraem de modo a admitir a quantidade de luz suportável por nosso organismo.

Quando um ser humano passa pela morte, ele leva consigo a Mente, o Corpo de Desejos e o Corpo Vital, sendo este último o armazém das cenas de sua vida passada. E, durante três dias e meio após a morte estas cenas são gravadas no Corpo de Desejos para formar a base de sua vida no Purgatório e no Primeiro Céu, onde o mal é expurgado e o bem assimilado. A experiência da vida em si é esquecida, assim como esquecemos o processo de aprender a escrever, mas retemos a faculdade. Assim, o extrato cumulativo de todas as suas experiências, tanto das vidas passadas e das existências anteriores no Purgatório e nos vários Céus, é retido pelo ser humano e formam seu patrimônio no próximo nascimento. As dores que ele suportou falam-lhe como a voz da consciência, e o bem que ele fez lhe dá um caráter cada vez mais altruísta.

Não importa por quantos anos possamos evitar que o Espírito efetue sua passagem, pois, finalmente, chega a hora em que nenhum estimulante pode manter o corpo vivo e o último suspiro é dado. Então, o Cordão Prateado, do qual fala a Bíblia, que mantém os veículos superiores e inferiores juntos, rompe-se repentinamente no coração e faz com que este órgão pare. Sua ruptura liberta o Corpo Vital e ele, com o Corpo de Desejos e a Mente, flutua sobre o Corpo visível por um tempo que vai de um a três dias e meio, enquanto o Espírito está ocupado em rever a vida passada, uma parte excessivamente importante de sua experiência pós-morte. Desta recapitulação depende toda sua existência desde a morte até um novo nascimento.

Todos os povos antigos, tanto no Oriente como no Ocidente, sabiam muito sobre nascimento e morte, o que foi esquecido nos tempos modernos, porque uma segunda visão prevalecia entre eles naquela época. Até o presente (época em que o livro foi escrito), por exemplo, muitos camponeses na Noruega afirmam possuir a capacidade de ver o Espírito saindo do Corpo na morte, como uma nuvem branca e fina que é, naturalmente, o Corpo Vital; e o ensinamento Rosacruz que afirma que os mortos pairam em volta de sua morada terrena, por algum tempo depois da morte, adotam um corpo luminoso e são penosamente afligidos pela dor de seus entes queridos, foi um conhecimento comum entre os antigos que viviam no Norte. Quando o falecido Rei Helge da Dinamarca se materializou para aliviar a dor de sua esposa, e ela exclamou angustiada: “O orvalho da morte banhou teu corpo guerreiro”, ele respondeu:

És tu, Sigruna,

A única causa

De que Helge seja banhado

Pelo orvalho da tristeza.

Não queres pôr fim a teu pesar

Nem as amargas lágrimas secar.

Cada lágrima ensanguentada

Cai em meu peito gelada

Elas não me deixam descansar.

Quando a autora de “O Ministério dos Anjos[10] tinha seus dezoito anos, uma amiga chamada Maggie, de repente, ficou muito doente e morreu em seus braços. Imediatamente depois que seu coração parou de bater, ela diz, “E vi, distintamente, algo semelhante à fumaça ou vapor que sobe de uma chaleira, na qual a água está fervendo, ascender de seu corpo. A emanação subiu só até uma certa altura e lá tomou a forma de minha amiga que tinha acabado de falecer. Esta forma, indefinida a princípio, gradualmente se transformou até se tornar nítida e revestida por uma roupagem que parecia uma nuvem branco-perolada, embaixo da qual os contornos da pessoa eram distintamente visíveis. A face era a da minha amiga, mas glorificada sem nenhum traço de espasmo da dor que tinha se apoderado dela momentos antes de sua morte”.

Isto é exatamente o que temos ensinado: no momento da morte, quando o Cordão Prateado se rompe no coração, o Corpo Vital se retira através das suturas do crânio e paira alguns centímetros acima do Corpo.

Quando um Espírito está se desprendendo do Corpo, ele leva com ele o Corpo de Desejos, a Mente e o Corpo Vital, e este é, naquela hora, o armazém das cenas da vida que termina. Estas cenas são então gravadas no Corpo de Desejos durante três dias e meio imediatamente após a morte. Então, o Corpo de Desejos transforma-se no árbitro do destino do ser humano no Purgatório e no Primeiro Céu. Os sofrimentos causados pela purgação do mal e a alegria causada pela contemplação do bem são levados para a próxima vida como consciência, para deterem o ser humano da perpetuação dos erros das vidas anteriores e induzi-lo a fazer o que causou alegria na vida anterior de modo mais abundante.

No momento da morte, quando o Átomo-semente do coração que contém toda a experiência da vida passada em uma imagem panorâmica se rompe, o Espírito deixa seu Corpo Denso, levando consigo os Corpos mais sutis. Ele paira sobre o Corpo Denso que agora está morto, como se diz comumente, por um tempo que varia de algumas horas até três dias e meio. O fator determinante do tempo é a força do Corpo Vital, veículo que constitui o Corpo-Alma de que a Bíblia fala. Há então uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem inversa, da morte ao nascimento, e as cenas são gravadas sobre Corpo de Desejos por meio do Éter Refletor neste Corpo Vital. Durante este período, a consciência do Espírito está concentrada no Corpo Vital, ou pelo menos deveria estar, e não tem, por isso, nenhum sentimento a respeito. As cenas que são impressas sobre o veículo do sentimento e da emoção, o Corpo de Desejos, são a base do subsequente sofrimento da vida no Purgatório pelas más ações, e de satisfação no Primeiro Céu, devido ao que foi feito de bom na vida que passou.

Estes foram os principais fatos que o autor foi capaz de observar, pessoalmente, sobre a morte no período em que os Ensinamentos lhe foram dados e quando ele foi apresentado, por ajuda do Mestre, às reproduções panorâmicas da vida de pessoas que estavam passando pelo portal da morte; investigações de anos mais tarde revelaram o fato adicional de que há um outro processo em andamento durante estes dias importantes que seguem o da morte.

Uma separação acontece no Corpo Vital, semelhante àquela do processo de Iniciação. Grande parte deste veículo, que pode ser chamado de “alma”, une-se com os veículos superiores e é a base da consciência nos Mundos invisíveis depois da morte. A parte inferior, que é descartada, volta ao Corpo Denso e flutua sobre o túmulo, na maioria dos casos, como está declarado no Conceito Rosacruz do Cosmos. Esta separação no Corpo Vital não é a mesma em todas as pessoas, mas depende da natureza da vida vivida e do caráter da pessoa que se vai. Em casos extremos, esta divisão é muito diferente do normal. Este ponto importante foi descoberto em muitos casos de suposta obsessão que foram investigados pela Sede Central. De fato, foram estes casos que desenvolveram as extensas e estarrecedoras descobertas reveladas por nossas mais recentes pesquisas sobre a natureza da obsessão, que pessoas que apelaram para nós estavam sofrendo. Como era esperado, naturalmente, a divisão nestes casos mostrava uma preponderância do mal, e esforços foram então feitos para descobrir se não havia também uma outra classe de pessoas onde uma divisão diferente, com preponderância de bem, acontece. É um prazer registrar que isto realmente acontecia e, depois de pesar os fatos descobertos, comparando um com outro, o que segue parece ser a correta descrição das condições e suas razões:

O Corpo Vital tem o objetivo de construir o físico toda vez que nossos desejos e emoções o destroem. É a luta entre o Corpo Vital e o de Desejos que produz consciência no Mundo Físico e que endurece os tecidos, de forma que o corpo brando da criança se torna rijo e encolhido na idade avançada, seguido pela morte. A moralidade ou imoralidade de nossos desejos e emoções age de maneira similar no Corpo Vital. Quando a devoção a elevados ideais é a mola mestra da ação, quando se permite que a natureza devocional se expresse livremente e frequentemente por muitos anos e, particularmente, quando isto foi acompanhado pelos exercícios científicos[11] dados aos Probacionistas na Fraternidade Rosacruz, a quantidade de Éter Químico e de Vida gradualmente diminui, enquanto os apetites carnais se desvanecem e uma quantidade aumentada de Éter Luminoso e Refletor toma o lugar deles. Como consequência, a saúde física não é tão boa entre aqueles que seguem o caminho superior, como entre aqueles cuja indulgência com a natureza inferior atrai os Éteres: Químico e de Vida numa proporção tal que os leva à parcial ou total exclusão dos dois Éteres Superiores.

Várias consequências muito importantes conectadas com a morte seguem este fato. Como é o Éter Químico que cimenta as moléculas do corpo em seus lugares e as mantém lá durante a vida, quando somente uma mínima parte deste Éter está presente, a desintegração do veículo físico depois da morte é muito rápida.

Na morte, a separação acontece. O Átomo-semente é retirado do ápice do coração pelo saturnino nervo pneumogástrico através dos ventrículos e pelo crânio (Gólgota); todos os átomos do Corpo Vital são liberados da cruz do Corpo Denso pelo mesmo movimento espiral que desatarraxa cada átomo prismático de Éter de sua envoltura física.

Este processo se desenvolve com maior ou menor violência de acordo com a causa da morte. Uma pessoa de idade, cuja vitalidade foi vagarosamente diminuindo, pode dormir e acordar no outro lado do véu sem a menor consciência de como a mudança acontece; uma pessoa devota e religiosa, que se preparou pela prece e meditação sobre o além, também será capaz de fazer uma passagem fácil; pessoas que morrem congeladas encontram o que o autor acredita ser a mais fácil maneira de morrer por acidente, sendo que o afogamento é a segunda melhor situação.

Porém, quando uma pessoa é jovem e saudável, especialmente se tem uma maneira de pensar materialista ou não religiosa, o átomo etéreo prismático está tão fortemente entrelaçado pelo átomo físico que um puxão considerável é necessário para separar o Corpo Vital. Quando a separação entre o Corpo Denso e os veículos superiores foi concluída e a pessoa está morta, como normalmente se diz, os Éteres Luminoso e Refletor se separam do átomo prismático. É esta matéria, como está explicado no Conceito Rosacruz do Cosmos, que é modelada em imagens da última vida e gravada no Corpo de Desejos, que então começa a fazer sentir tudo o que houve de sofrimento ou de prazer na vida. A parte do Corpo Vital composta pelos átomos prismáticos Químico e de Vida então retornam ao Corpo Denso, pairando acima da sepultura e desintegrando-se sincronicamente com ele.

Os veículos superiores – Corpo Vital, de Desejos e Mente – são vistos deixando o Corpo Denso com um movimento em espiral, levando com eles a alma de um átomo denso. Não o átomo em si, mas as forças que trabalharam através dele. Os resultados das experiências passadas por meio do Corpo Denso durante a vida que terminou foram impressos neste átomo específico. Enquanto todos os outros átomos do Corpo Denso se renovaram de tempos em tempos, este átomo é permanente. Permanece estável não só durante uma vida, mas foi parte de todos os Corpos Densos usados pelo Ego. Ele é retirado na morte só para despertar na aurora de uma outra vida física para servir, outra vez, como núcleo em torno do qual é construído o novo Corpo Denso a ser usado pelo mesmo Ego. É, por isso, chamado de Átomo-semente. Durante a vida, o Átomo-semente está situado no ventrículo esquerdo do coração, perto do ápice. Na morte, ele sobe ao cérebro, passando pelo nervo pneumogástrico, deixando o Corpo Denso juntamente com os veículos superiores, pelo caminho da sutura entre os ossos parietal e occipital.

Quando os veículos superiores deixam o Corpo Denso, eles ficam ainda conectados por um fino, brilhante e prateado Cordão em forma muito parecida a dois seis invertidos, um na vertical e outro na horizontal, conectados nas extremidades do gancho.

Uma extremidade se liga ao coração por meio do Átomo-semente, e é a ruptura deste átomo que faz parar o coração. O Cordão não se rompe até que o panorama da vida, contido no Corpo Vital, tenha sido revisto.

Deve-se tomar cuidado, no entanto, para não cremar ou embalsamar o Corpo até pelo menos três dias após a morte, pois enquanto o Corpo Vital está com os veículos superiores e eles estão ainda conectados com o Corpo Denso por meio do Cordão Prateado, qualquer exame pós-morte ou ferimento praticado no Corpo Denso será sentido de certo modo pelo morto. A cremação deve ser particularmente evitada nos três primeiros dias depois da morte porque tende a desintegrar o Corpo Vital, o qual deve permanecer intacto até que o panorama da última tenha sido gravado no Corpo de Desejos.

O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os dois seis se unem, metade permanecendo com o Corpo Denso e a outra metade com os veículos superiores. No momento em que o cordão se rompe, o Corpo Denso está morto.

No início do ano de 1906 o Dr. Mc Dougall[12] fez uma série de experiências no Hospital Geral de Massachusetts para determinar, se possível, se alguma coisa invisível deixava o Corpo por ocasião da morte. Para este fim, ele construiu uma balança capaz de registrar diferenças de um décimo de uma onça[13].

A pessoa agonizante e sua cama foram colocadas numa das plataformas da balança que foi equilibrada por pesos colocados na plataforma oposta. No exato momento em que a pessoa deu seu último suspiro, a plataforma que continha os pesos, subitamente e surpreendentemente, desceu, elevando a cama e o corpo, mostrando que algo invisível, mas tendo peso, tinha deixado o corpo. Logo após, os jornais de todo o país anunciaram em brilhantes manchetes que o Dr. Mc Dougall tinha “pesado a alma”.

O ocultismo aclama com alegria as descobertas da ciência moderna, quando elas invariavelmente corroboram com o que a ciência oculta vem ensinando há muito tempo. As experiências do Dr. Mc Dougall mostraram conclusivamente que algo oculto para a visão comum deixou o Corpo na hora da morte, como os Clarividentes treinados têm visto e tem sido afirmado em palestras e literatura muitos anos antes da descoberta do Dr. Mc Dougall.

Mas esta “coisa” invisível não é a alma. Há uma grande diferença. Os repórteres tiraram conclusões erradas quando afirmaram que os cientistas tinham “pesado a alma”. A alma pertence aos planos superiores e não pode nunca ser pesada em balanças físicas, embora eles tenham registrado variações de um milionésimo de um grão em vez de um décimo de uma onça.

Foi o Corpo Vital que os cientistas pesaram. Ele é formado pelos quatro Éteres que pertencem ao Mundo Físico.

Como vimos, uma quantidade de Éter é adicionada ao Éter que envolve as partículas do corpo humano e é confinada lá durante a vida física, aumentando em pequeno grau o peso do Corpo Denso da planta, do animal e do ser humano. Na morte, ele escapa, daí a diminuição do peso notada pelo Dr. Mc Dougall quando as pessoas que ele observou expiraram.

Esta característica da vida após a morte é similar à que acontece quando alguém está se afogando ou caindo de grande altura. Nestes casos, o Corpo Vital também deixa o Corpo Denso e o ser humano vê sua vida num relance porque ele perde a consciência simultaneamente. É evidente que o Cordão Prateado não está rompido ou ele não voltaria à vida.

Quando a força do Corpo Vital atingiu seu limite, ele entra em colapso da forma descrita quando estávamos considerando o fenômeno do sono. Durante a vida física, quando o Ego controla seus veículos, este colapso interrompe com as horas de vigília; depois da morte, o colapso do Corpo Vital conclui o panorama da vida e força o ser humano a entrar no Mundo do Desejo. O Cordão Prateado se rompe no ponto em que os seis se unem e a mesma divisão que se processa durante o sono é feita, mas com uma importante diferença, a de que embora o Corpo Vital retorne ao Corpo Denso, ele não mais o interpreta, mas simplesmente paira sobre ele. Ele permanece flutuando sobre o túmulo, desintegrando-se sincronicamente com o veículo denso. Daí, para o Clarividente treinado ser o cemitério uma visão repugnante e, se mais pessoas pudessem ver, pouco seria preciso para induzir as mesmas a mudar o método não higiênico de acomodar os mortos para o método mais racional da cremação, que retorna os elementos à sua condição primordial sem as desagradáveis características inerentes ao processo de desintegração lenta.

O processo de abandono do Corpo Vital é muito parecido ao do Corpo Denso. As forças vitais de um átomo são levadas para serem usadas como núcleo do Corpo Vital do futuro renascimento. Assim, quando entra no Mundo do Desejo, o ser humano tem os Átomos-semente dos Corpos Denso e Vital além de seu Corpo de Desejos e da Mente.

Quando uma pessoa morre, parece que seu Corpo Vital se avoluma; ela tem a sensação de crescer em imensas proporções. Esta impressão não é devida ao fato de que o Corpo cresça realmente, mas de que as faculdades de percepção recebam tantas impressões de várias fontes, tudo parecendo estar perto e à mão.

Quando o ser humano morre e perde seus Corpos Denso e Vital, a situação é a mesma de quando alguém dorme. O Corpo de Desejos, como foi explicado, não tem órgãos prontos para serem usados. É agora transformado de um ovoide para uma figura que se parece com o Corpo Denso que ele abandonou. Podemos facilmente compreender que deve haver um intervalo de inconsciência parecida com o sono e, então, o ser humano acorda no Mundo do Desejo. No entanto, frequentemente acontece que estas pessoas ficam incapazes de entender o que lhes aconteceu por um longo período. Não compreendem que morreram. Elas sabem que são capazes de se mover e de pensar. É às vezes, muito difícil fazê-las acreditar que estão verdadeiramente “mortas”. Elas sabem que algo está diferente, mas não são capazes de entender o que é.

Quando o momento que marca o fim da vida no Mundo Físico chega, a utilidade do Corpo Denso termina e o Ego retira-se pela cabeça, levando consigo a Mente e o Corpo de Desejos, como acontece todas as noites durante o sono; mas, agora, o Corpo Vital está inútil e se retira também, e quando o “Cordão Prateado” que uniu os veículos superiores com os inferiores se rompe, não pode ser reparado.

Lembramos que o Corpo Vital é composto de Éter, sobreposto ao Corpo Denso da planta, animal e do ser humano durante a vida. Éter é matéria física e, por isso, tem peso. A única razão pela qual os cientistas não podem pesá-lo é porque são incapazes de juntar uma quantidade e colocá-lo numa balança. Mas quando ele deixa o Corpo Denso na morte, uma diminuição de peso acontece, mostrando que algo que tinha peso, embora invisível, deixou o Corpo Denso naquele momento.

O Cordão Prateado que une os veículos superiores e os inferiores termina no Átomo-semente no coração. Quando a vida material finda de maneira natural, as forças do Átomo-semente se desprendem, passam pelo nervo pneumogástrico atrás da cabeça e ao longo do Cordão Prateado, junto com os veículos superiores. É a ruptura no coração que marca a morte física, mas o Cordão Prateado não se rompe em certos casos por vários dias.

Na palestra nº 3, dissemos que o Corpo Vital é o armazém das memórias consciente e inconsciente; sobre o Corpo Vital, todos os atos e experiências da vida que passou são gravados indelevelmente como uma paisagem sobre uma placa fotográfica exposta. Quando o Ego se retira do Corpo Denso, toda a vida registrada na memória é exposta aos olhos da Mente. É o afrouxamento parcial do Corpo Vital que faz com que uma pessoa que está se afogando veja sua vida, mas só de relance, precedendo a inconsciência; o Cordão Prateado permanece intacto, ou não haveria volta à vida. No caso do Espírito passando pela morte, o movimento é mais lento; o ser humano é um espectador enquanto as imagens se sucedem na ordem inversa, da morte para o nascimento, de modo que ele vê primeiro os acontecimentos anteriores à morte e então os anos da vida adulta se desenrolam; juventude e infância seguem até terminar no nascimento. O ser humano, no entanto, não tem nenhum sentimento a respeito. O objetivo é meramente gravar o panorama no Corpo de Desejos, que é o assento do sentimento, e, dessa gravação, o sentimento será extraído quando o Ego entrar no Mundo do Desejo, mas podemos notar aqui que a intensidade do sentimento depende do tempo consumido no processo de gravação e da atenção dada a isso pelo ser humano. Se ele não for incomodado por longo período por barulho ou histeria, uma profunda e clara impressão será feita sobre o Corpo de Desejos. Ele sentirá o mal que fez mais agudamente no Purgatório e suas boas qualidades serão abundantemente reforçadas no Céu e, embora a experiência seja esquecida na vida futura, os sentimentos permanecerão como uma “voz silenciosa”. Quando os sentimentos penetram profundamente no Corpo de Desejos de um Ego, esta voz não falará com palavras vagas ou incertas. Isso, o impelirá, sem dúvida, forçando-o a desistir daquilo que causou sofrimento na vida anterior e compelindo-o a ceder ao que é bom. Por isso, o panorama passa em ordem inversa de modo que o Ego primeiro vê os efeitos e depois as respectivas causas.

No que diz respeito ao que determina a duração do panorama, lembramos que foi o colapso do Corpo Vital que forçou os veículos superiores a se retirarem; assim, depois da morte, quando o Corpo Vital entra em colapso, o Ego tem que se retirar e então o panorama chega ao fim. A duração do panorama depende, por isso, do tempo que a pessoa possa permanecer desperta. Algumas pessoas podem ficar despertas só umas poucas horas, outras aguentam alguns dias, dependendo da força de seu Corpo Vital.

Quando o Ego deixa o Corpo Vital, este gravita de volta ao Corpo Denso, pairando acima do túmulo, desintegrando-se com o Corpo Denso e é realmente uma visão repugnante ao Clarividente atravessar um cemitério e observar todos aqueles Corpos Vitais, cujo estado de decomposição claramente indicam o estado de deterioração do que está na sepultura. Se houvesse mais Clarividentes, a incineração seria logo adotada como medida de proteção aos nossos sentimentos, além das razões higiênicas.

Nossas últimas investigações indicam que, quando um ser humano espiritualiza seus veículos, a constituição do Corpo Vital, formado de Éter, é transformada. No ser humano comum há sempre uma preponderância dos dois Éteres Inferiores – o Éter Químico e o de Vida – que têm a ver com a construção e a propagação do Corpo Denso, e um mínimo de Éter Luminoso e Refletor, que têm relação com a percepção sensorial e com as elevadas qualidades espirituais. Após a morte, o Corpo do ser humano comum é colocado no túmulo e o Corpo Vital paira cerca de dois pés[14] acima do túmulo, gradualmente se desintegrando. O Corpo Denso se desintegra simultaneamente. No entanto, quando dizemos que ele se deteriora, realmente queremos dizer que ele se torna mais vivo do que era quando o ser humano o habitava, pois, cada pequena molécula se encarrega agora de uma vida individual separada. Ela começa a se associar com suas vizinhas e a unidade de uma vida individual é substituída por uma comunidade de muitas vidas.

Portanto, falamos de tais cadáveres em decomposição como estando vivos e cheios de vermes. Quanto mais denso e grosseiro este veículo for, mais tempo ele precisará para se decompor, porque o Corpo Vital pairando acima dele tem um domínio magnético tenaz que mantém as moléculas densas controladas. Os dois Éteres Superiores vibram numa frequência muito mais rápida que os Inferiores e, quando um ser humano, com pensamentos espirituais, reuniu em torno dele um grande volume deste Éteres que compõe seu Corpo Vital, as vibrações do Corpo Denso também se tornam mais intensas. Consequentemente, quando um ser humano deixa seu corpo na morte, há pouco ou nada do Corpo Vital deixado para trás para manter os componentes do Corpo Denso sob controle. A desintegração é, portanto, muito rápida. Isto não pode ser facilmente provado porque muito poucas pessoas são suficientemente espiritualizadas para que a diferença seja notada, mas você deve se lembrar de que na Bíblia está escrito que certos personagens foram trasladados. O corpo de Moisés era tão vibrante que brilhava e não foi encontrado, etc. Estes foram casos em que o corpo rapidamente retornou aos elementos e, quando o corpo de Cristo foi colocado no túmulo, sua desintegração foi quase instantânea.

No entanto, enquanto o arquétipo do Corpo Denso persiste, ele se esforça em atrair para si matéria física que ele modela de acordo com a forma do Corpo Vital. Assim é difícil para o Auxiliar Invisível que sai de seu Corpo abster-se de se materializar. No momento em que ele relaxa a sua vontade de manter longe de si todos os impedimentos físicos, matéria da atmosfera que o circunda se adere a ele, como as limalhas do ferro são atraídas para o ímã, e ele se torna visível e tangível quanto desejar. Consequentemente, ele é capaz de realizar um trabalho físico onde for necessário, não importa que esteja milhares de milhas longe de seu corpo. Por outro lado, o que realmente provoca a morte é o colapso do arquétipo do Corpo Denso. Portanto, os Espíritos que fazem a passagem desta vida terrena são incapazes de se materializar, salvo através de um médium quando eles extraem seu Corpo Vital, revestem-se com ele e, então, atraem as substâncias necessárias para fazê-los visíveis para os espectadores.

Durante a vida e no estado de consciência de vigília, os veículos do Ego estão todos juntos e concêntricos, mas, na morte o Ego, revestido pela Mente e pelo Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso e, como as funções vitais estão no fim, o Corpo Vital é também retirado do Corpo Denso, deixando-o inanimado sobre a cama. Um pequeno átomo no coração é retirado e o resto do corpo se desintegra a seu tempo. Mas, neste momento, há um processo extremamente importante se realizando e os que velam o Espírito, que se vai, devem ser muito cuidadosos para que a máxima quietude reine lá e em toda a casa, pois as imagens da vida que passou e que estão armazenadas no Corpo Vital estão passando diante dos olhos do Espírito numa lenta e ordenada progressão, em ordem inversa, desde a morte até o nascimento. Este panorama da vida dura de algumas horas até três dias e meio. O tempo depende da força do Corpo Vital, o que determina quanto tempo um ser humano pode ficar desperto sob o mais severo estresse. Algumas pessoas podem trabalhar cinquenta, sessenta ou setenta horas antes de caírem exaustos, enquanto outras são capazes de ficar despertas somente algumas poucas horas. A razão pela qual é importante que deva haver silêncio na casa durante os três dias e meio imediatamente seguintes à morte é: durante este tempo, o panorama da vida está sendo gravado no Corpo de Desejos, que será o veículo enquanto o ser humano permanecer no Purgatório e no Primeiro Céu, onde ele irá colher o bem e o mal que semeou, de acordo com suas ações praticadas quando estava em seu Corpo Denso.

Quando a vida está cheia de acontecimentos e o Corpo Vital do ser humano está forte, mais tempo será dedicado à esta gravação do que sob condições em que o Corpo Vital é fraco, mas durante todo este tempo o Corpo Denso está conectado com os veículos superiores pelo Cordão Prateado e qualquer ferimento no Corpo Denso é sentido de certa forma pelo Espírito; assim, embalsamamento, exames pós-morte e cremação são todos sentidos. Portanto, eles devem ser evitados durante os três dias e meio depois da morte, pois quando o panorama foi completamente gravado no Corpo de Desejos, então o Cordão Prateado se rompe, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo Denso e não há mais conexão com o Espírito que está livre para ir para sua vida superior.

Quando o Corpo é enterrado, o Corpo Vital se desintegra vagarosamente junto com o Corpo Denso de forma que, por exemplo, quando um braço se desintegra, o braço etéreo do Corpo Vital que paira sobre o túmulo também desaparece, e assim acontece com todo o Corpo até que o último vestígio desapareça. Mas, quando a cremação é feita, o Corpo Vital se desintegra imediatamente e, também as imagens armazenadas da vida que terminou. Estas imagens são gravadas no Corpo de Desejos e formam a base da vida no Purgatório e no Primeiro Céu; se elas forem destruídas pela cremação efetuada antes que três dias e meio tenham passado, será uma grande calamidade para o Espírito. A menos que uma ajuda seja dada, o Espírito não poderá manter o Corpo Vital íntegro. E isto é parte do trabalho que é feito pelos Auxiliares Invisíveis a favor da Humanidade. Às vezes, eles são ajudados pelos Espíritos da Natureza e outros indicados pelas Hierarquias Criadoras ou líderes da Humanidade. Há também uma perda quando a pessoa é cremada antes que o Cordão Prateado se rompa naturalmente, a impressão sobre o Corpo de Desejos não é tão profunda quanto deveria ser e isto tem um efeito sobre as vidas futuras, pois quanto mais profundas sejam as impressões da vida que passou sobre o Corpo de Desejos, mais agudo será o sofrimento no Purgatório pelo mal cometido e mais forte será o prazer no Primeiro Céu, resultante do bem que foi praticado em vida. É o sofrimento e o prazer de nossas vidas passadas que criam o que chamamos de consciência, de forma que, se deixamos de sofrer, perdemos a noção que nos impedirá, nas vidas futuras, de cometer os mesmos erros repetidamente. Por isso, os efeitos negativos da cremação prematura são incalculáveis.

Um fenômeno similar ao panorama da vida geralmente acontece quando uma pessoa está se afogando. Pessoas que voltaram à vida dizem que viram sua vida toda num relance. Isto é porque, sob tais condições, o Corpo Vital se afasta do Corpo Denso. Naturalmente, não há ruptura do Cordão Prateado, ou a vida não poderia ser restaurada. Nos casos de afogamento, a pessoa se torna inconsciente, enquanto, na revisão pós-morte, a consciência continua até que o Corpo Vital entra em colapso da mesma maneira como acontece quando vamos dormir. Então, a consciência cessa por um momento e o panorama está terminado.

Portanto, o tempo ocupado pelo panorama também varia de pessoa para pessoa; depende de que o Corpo Vital esteja forte e saudável, ou tenha se tornado fino e definhado por doença prolongada. Quando mais tempo for gasto na revisão e mais silencioso e cheio de paz for o ambiente, mais profunda será a gravação que é feita no Corpo de Desejos.

Como já foi dito, isto tem um efeito importante e incalculável, pois então o sofrimento que o Espírito experimentará no Purgatório, devido aos maus hábitos e más ações, será mais profundo do que se ele tivesse só uma impressão superficial, e, numa vida futura, a voz silenciosa da consciência o avisará mais insistentemente contra os erros que causaram sofrimento no passado.

Desde quando o mundo existe, nunca houve tanto sofrimento universal quanto no presente (1914). E, além disso, não devemos esquecer que estamos armazenando para nós mesmos uma grande quantidade de sofrimento futuro, pois, como foi explicado na literatura Rosacruz, é impossível para estas pessoas que são agora tão cruéis e de repente são afastadas de seu corpo, reverem sua vida que passou porque a gravação do panorama da vida não se processa como deveria. Portanto, estes Egos não colherão o fruto de sua presente existência como deveriam fazê-lo no Purgatório e no Primeiro Céu. Eles voltarão em vida futura com esta experiência a menos e será necessário, para que possam recuperar o que perderam, morrer na infância de modo a terem seu novo Corpo de Desejos e Vital impressos com a essência de sua vida presente.

Vimos que, quando o Ego terminou seu dia na escola da vida, a Força centrífuga de Repulsão expulsou seu Corpo Denso na morte e depois seu Corpo Vital, que é o próximo em densidade. Depois, no Purgatório, a matéria de desejo mais densa acumulada pelo Ego como roupagem pelos seus desejos mais inferiores é purgada por esta força centrífuga. Nos planos mais elevados, só a Força de Atração domina e mantém o bem com ação centrípeta que tende a atrair tudo da periferia para o centro.

No Segundo Céu, tanto quanto no Corpo Vital o Espírito de Vida trabalhou, transformou, espiritualizou, e, portanto, salvou da decomposição a que o resto do Corpo Vital está sujeito, será amalgamado com o Espírito de Vida para garantir um Corpo Vital e um temperamento melhor nas vidas seguintes.

Quando o Ego, em sua peregrinação através dos Mundos invisíveis, chega ao ponto em que alcança o Terceiro Céu, depois de descartar o Corpo Denso na morte, o Corpo Vital logo depois, o Corpo de Desejos ao deixar o Purgatório e o Primeiro Céu e, finalmente, antes de deixar o Segundo Céu, ele, também deixa o revestimento da Mente para trás e, então, entra no Terceiro Céu completamente livre de empecilhos. Todos os veículos descartados se desintegram, só o Espírito persiste, banhando-se no grande reservatório de força espiritual a que chamamos de Terceiro Céu, a fim de se fortalecer para o próximo renascimento na Terra.

O Corpo Vital é composto de quatro Éteres. Os dois Éteres Inferiores são avenidas de crescimento e propagação. No Corpo Vital de uma pessoa cuja preocupação principal é a vida física, que vive inteiramente para o prazer sensual, estes dois Éteres predominam, enquanto numa pessoa que é bastante indiferente à satisfação material e procura avançar espiritualmente, os dois Éteres Superiores formam a parte mais volumosa do Corpo Vital. Eles são o que São Paulo chama de soma psuchicon ou Corpo-Alma que permanece com o ser humano durante suas experiências no Purgatório e no Primeiro Céu, onde a essência da vida é extraída. Este extrato é a alma, cujas principais qualidades são consciência e virtude. A consciência é o fruto dos erros das vidas passadas que, no futuro, guiará o Espírito corretamente e o ensinará como evitar passos errados semelhantes. Virtude é a essência de tudo o que foi bom nas vidas anteriores e age como um incentivo para manter o Espírito se esforçando ardentemente no caminho da aspiração. No Terceiro Céu a virtude é amalgamada e se torna parte do Espírito. Consequentemente, no curso de suas vidas, o ser humano se torna mais espiritualizado e as qualidades anímicas, consciência e virtude, tornam-se mais fortemente operantes guiando os princípios de conduta.

Porém, há pessoas de natureza tão inferior que levam uma vida de vícios e práticas degeneradas, uma vida brutal, tendo prazer em produzir sofrimento. Às vezes, elas cultivam as artes ocultas por propósitos de maldade para que possam ter mais poder sobre suas vítimas. Então, sua perversidade e práticas imorais resultam em um endurecimento do Corpo Vital.

Em tais casos extremos, quando a natureza animal foi predominante, onde não houve expressão de alma na última vida terrena, a divisão no Corpo Vital a que nos referimos antes não acontece na morte, pois não há linha divisória. Neste caso, se o Corpo Vital pudesse gravitar de volta ao Corpo Denso e lá gradualmente se desintegrar, o efeito da vida demoníaca não seria tão grande, mas, infelizmente, há, nestes casos, um entrelaçamento do Corpo Vital e do Corpo de Desejos que evita a separação. Vimos que, quando um ser humano vive mais sua natureza superior, seus veículos espirituais são alimentados em detrimento dos inferiores. Inversamente, quando sua consciência está centrada nos veículos inferiores, ele os fortalece imensamente. Deve-se compreender que a vida do Corpo de Desejos não termina pela partida do Espírito; ele tem uma vida residual e consciência. O Corpo Vital é também capaz de sentir, de certo modo, por alguns dias depois da morte nos casos comuns (daí o sofrimento causado pelo embalsamamento, exames pós-morte, etc., imediatamente depois da morte), mas quando uma vida inferior o endureceu e o alimentou com grande força, ele tem um tenaz apelo à vida e uma habilidade de se alimentar de odores e bebidas. Às vezes, como um parasita, ele age como um vampiro em pessoas com as quais entra em contato.

Estes seres, são, portanto, uma das grandes ameaças à sociedade. Eles já mandaram incontáveis vítimas para a prisão, destruíram lares e causaram uma quantidade inimaginável de infelicidade. Sempre abandonam suas vítimas quando elas são apanhadas pelas garras da lei. Regozijam-se com o sofrimento e a desgraça de suas vítimas, sendo isso uma parte de seu esquema diabólico. Há outras classes de seres que de deleitam em fazer-se passar por “anjos” nas sessões espíritas. Eles também encontram vítimas lá e ensinam-lhes práticas imorais. O chamado “Poltergeist”, que se diverte quebrando pratos, levantando mesas, fazendo voar chapéus sobre as cabeças de um público que vibra com estas brincadeiras, está também incluído neste grupo. A força e a densidade do Corpo Vital de tais seres facilitam mais as manifestações físicas do que naqueles que entram no Mundo do Desejo; de fato, o Corpo Vital deste grupo de Espíritos é tão denso que eles são quase físicos e tem sido um mistério para o autor que pessoas que são incorporadas por tais entidades não as possam ver. Fossem elas descobertas, a visão de suas faces demoníacas e zombeteiras apagariam a ilusão de que são anjos.

Toda vez que morre uma pessoa que abrigou malícia e ódio em seu coração, estes sentimentos entrelaçam o Corpo Vital e o de Desejos, e ela se transforma numa ameaça mais séria para a comunidade do que se pode imaginar.

Espíritos apegados à Terra são atraídos para as regiões inferiores do Mundo do Desejo que interpenetram o Éter e estão em constante contato com pessoas encarnadas mais favoráveis a ajudá-los em seus desejos maléficos. Em geral, eles ficam apegados à Terra por 50, 60 ou 75 anos, mas casos extremos foram encontrados em que tais seres permaneceram por séculos. Segundo o que o autor foi capaz de pesquisar até o presente, parece que não há limite para o que possam fazer ou por quanto tempo permanecerão. Porém, eles estão amontoando para si próprios uma terrível carga de pecado da qual não escaparão sem sofrer, pois, o Corpo Vital reflete e grava profundamente no Corpo de Desejos todas as suas más ações. E quando finalmente entrarem na existência purgatorial, encontrarão a retribuição que merecem. Este sofrimento é naturalmente longo, na proporção ao tempo em que eles continuaram suas práticas nefastas depois da morte do Corpo Denso – outra prova de que “Embora os moinhos de Deus moam vagarosamente, eles não deixam nada sem moer”.

A nuvem vermelha do ódio[15] está se desvanecendo, o véu negro do desespero se foi, não há explosões vulcânicas de paixão nem nos vivos nem nos mortos, mas de acordo com os sinais dos tempos, que o autor é capaz de ler na aura das nações, há um propósito definido de levar o processo até o fim. Mesmo nos lares privados de muitos membros, isto parece ser válido. Há uma intensa saudade dos amigos que estão no além, mas não há ódio pelo adversário na Terra. Esta saudade é compartilhada pelos amigos no Mundo invisível e muitos estão penetrando o véu, pois a intensidade da sua saudade está despertando nos “mortos” o poder de se manifestar, atraindo o Éter e o gás que frequentemente é tirado do Corpo Vital de um amigo “sensível”, da mesma forma como os Espíritos que se materializam usam o Corpo Vital de um médium incorporador. Assim, os olhos cegos pelas lágrimas são frequentemente abertos por um coração terno, de modo que pessoas queridas, agora no mundo do espírito, encontram-se outra vez face a face, coração a coração. Este é o método que a Natureza usa para cultivar o sexto sentido que, finalmente, capacita todos saber que o ser humano é um Espírito imortal e a continuidade da vida é uma realidade na natureza.

Em toda morte, as lágrimas derramadas servem para dissolver o véu que esconde o Mundo invisível de nossa contemplação saudosa. O sentimento de profunda saudade e a dor na partida de pessoas que se amam, tanto as que ficam como as que se vão, estão rasgando o véu e, num dia não muito distante, o efeito acumulado de tudo isto revelará o fato de que a morte não existe, e que aqueles que passaram além deste véu estão mais vivos do que nós. A potência destas lágrimas, desta dor e desta saudade não é igual em todos os casos. Os efeitos diferem muito, de acordo com o despertar do Corpo Vital de pessoas por atos de altruísmo e serviço, e de acordo com a máxima de que todo desenvolvimento ao longo das linhas espirituais começa no Corpo Vital. Ele é a base e nenhuma estrutura pode ser construída sem que esta fundação tenha sido colocada.

Capítulo V – A Caminho do Renascimento

Quando um Ego está no caminho para o seu renascimento o Átomo-semente do Corpo Vital reúne novo material. A polaridade deste material determina seu sexo na próxima vida.

O Átomo-semente do Corpo Vital é o próximo a entrar em atividade, mas o seu processo de formação não é tão simples como no caso no caso da Mente e do Corpo de Desejos, pois é preciso lembrar que estes veículos estavam comparativamente não organizados, enquanto o Corpo Vital e o Corpo Denso são mais organizados e muito complexos. O material de quantidade e qualidade determinadas, é atraído de mesma maneira e sob a obediência da mesma lei como no caso dos corpos superiores, mas a construção do novo corpo e sua colocação no ambiente adequado são feitas por quatro grandes Seres de incomensurável sabedoria, que são os Anjos do Destino, os “Senhores do Destino”. Eles impressionam o Éter Refletor do Corpo Vital de tal maneira que nele se refletem os quadros da próxima vida. Ele (o Corpo Vital) é construído pelos habitantes do mundo celestial e os espíritos elementais de tal modo a formar um tipo particular de cérebro. Mas note que, o Ego que retorna, ele próprio, incorpora então a quintessência de seus Corpos Vitais anteriores e, além disso, ainda realiza um pequeno trabalho original. Isso é feito de modo que na próxima vida possa haver lugar para expressão original e individual, não predeterminada por ações passadas.

O Corpo Vital, tendo sido moldado pelos Senhores do Destino, dará forma ao Corpo Denso, órgão por órgão. A matriz ou molde é então colocada no útero da futura mãe. O Átomo-semente do Corpo Denso está na cabeça triangular de um dos espermatozoides no sêmen do pai. Só isso torna a fertilização possível e aqui está a explicação para o fato de tantas vezes as uniões sexuais serem infrutíferas. Os componentes químicos do fluído seminal e dos óvulos são os mesmos todo o tempo e se fossem só esses os requisitos, a explicação do fenômeno da infertilidade, se procurada só no mundo material visível, não seria encontrada. Quando compreendemos que assim como as moléculas d’ água se congelam segundo as linhas de força na água e se manifestam como cristais de gelo em vez de se congelarem numa massa homogênea, torna-se evidente, portanto, como seria o caso se não existissem as linhas de força previamente à coagulação, não poderia assim existir a construção do Corpo Denso enquanto não houvesse um Corpo Vital no qual se construir o material; além do mais precisa haver um Átomo-semente para o Corpo Denso agir como padrão de qualidade e quantidade do material que será moldado naquele Corpo Denso. Também, no atual estágio do desenvolvimento nunca há total harmonia nos materiais do corpo, porque aquele que a tivesse seria um corpo perfeito, porém a desarmonia não pode ser tão grande a ponto de ser destruidora do organismo. Uma vez realizada a impregnação do óvulo, o Corpo de Desejos da mãe trabalha sobre ele de dezoito a vinte-e-um dias, o Ego permanece fora em seu invólucro do Corpo de Desejos e da Mente, embora sempre em estreito contato com a mãe. Após a expiração desse tempo o Ego entra no corpo da mãe. Os veículos em forma de sino dirigem-se para sobre a cabeça do Corpo Vital e o sino fecha-se em baixo. Dessa hora em diante o Ego paira sobre o seu futuro instrumento até o nascimento da criança e a nova vida terrena do Ego, que retorna, começa.

Acha-se escrito no Conceito Rosacruz do Cosmos que o Corpo Vital da mulher é positivo e que o Corpo Vital do ser humano é negativo. Quando os agentes dos Anjos do Destino estão assistindo um Ego que vai renascer, o tipo do sexo já foi determinado, tanto pela lei de alternação como por uma modificação dessa lei por circunstâncias específicas na vida individual do Espírito, e o Ego é então ajudado a captar para si quantidade suficiente de diferentes tipos de Éteres exigidos pelo seu desenvolvimento. Esses materiais são de uma certa polaridade, seja positiva ou negativa. Quando a matriz feita apenas de átomos etéricos positivos é colocada no útero da futura mãe, estes átomos irão infalivelmente atrair para si átomos físicos negativos, e o corpo resultante da criança, torna-se, em consequência, feminino. Se, de outro modo, a matriz que for colocada no útero da mãe for composta de átomos etéricos negativos, irá atrair os átomos densos positivos e o resultado é que os órgãos sexuais masculinos são mais desenvolvidos e, portanto, o sexo é masculino. A vida, como a eletricidade, necessita ambas as expressões positiva e negativa, de outro modo não se pode manifestar.

Quando o Ego no seu caminho para renascer passa pela Região do Pensamento Concreto, o Mundo de Desejo, e a Região Etérica, ele atrai uma certa quantidade de material de cada uma delas. A qualidade desse material é determinada pelo Átomo-semente, pelo princípio de que semelhante atrai semelhante. A quantidade depende da quantidade de matéria requerida pelo arquétipo por nós mesmos construído no Segundo Céu. Da quantidade dos átomos etéricos prismáticos que são apropriados para um certo Espírito, os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica que é então colocada no útero da mãe e gradualmente revestida com matéria física que depois forma o corpo visível do recém-nascido.

O Cordão Prateado que cresceu do Átomo-semente do Corpo Denso (localizado no coração) desde a concepção, é preso à parte que brotou do vórtice central do Corpo de Desejos, (localizado no fígado), e quando o Cordão Prateado é preso pelo Átomo-semente ao Corpo Vital, (localizado no plexo solar), o Espírito morre para a vida no mundo supersensível e anima o corpo que vai usar em sua futura vida na Terra.

Capítulo VI – As Crianças

O Corpo Vital de uma criança ao nascer não se acha organizado. Daí, até aproximadamente a idade de sete anos, quando o Corpo Vital individual nasce, ela se abastece do Corpo Vital macrocósmico.

No período logo após o nascimento os diferentes veículos se interpenetram entre si, como, em exemplo anterior, a areia penetra na esponja e a água penetra tanto a areia quanto a esponja. Mas, embora eles estejam todos presentes, como na vida adulta, acham-se meramente presentes. Nenhuma de suas faculdades positivas acha-se presente. O Corpo Vital não pode usar as forças que operam pelo polo positivo dos Éteres. A assimilação, que trabalha pelo polo positivo do Éter Químico, é muito delicada durante a infância, e o que dela existe é devido ao Corpo Vital macrocósmico, cujos Éteres atuam como um útero para o Corpo Vital da criança até aos sete anos, amadurecendo gradualmente durante esse período. A faculdade de propagação, que funciona pelo polo positivo do Éter de Vida, também está latente. O aquecimento do corpo, que é efetuado através do polo positivo do Éter Luminoso, e a circulação sanguínea são devidos ao Corpo Vital macrocósmico, os Éteres agindo na criança e desenvolvendo-a lentamente até o ponto em que ela possa controlar, por si mesma, essas funções. As forças, operando pelo polo negativo dos Éteres, são sem dúvida as mais ativas. A excreção de sólidos efetuada pelo polo negativo do Éter Químico (correspondendo à subdivisão sólida da Região Química) é muito desenfreada, como é também a excreção de fluidos, que é executada pelo polo negativo do Éter de Vida (correspondendo à Segunda ou divisão fluida da Região Química). O sentido passivo da percepção, que é devido às forças negativas do Éter de Luz, é também excessivamente proeminente. A criança é muito impressionável e é “toda olhos e ouvidos”.

Embora o Corpo Vital de uma criança esteja ainda comparativamente não organizado pela ocasião do nascimento, o Éter que deverá ser usado para o seu completamente está dentro da aura pronto para ser assimilado; e se alguém a sua volta acontecer de estar fraco ou anêmico, um vampiro inconsciente, ele ou ela retira do armazenamento não assimilado de Éter do recém-nascido muito mais facilmente do que do de um adulto, cujo Corpo Vital está totalmente organizado. Naturalmente a pessoa fraca retira mais facilmente Éter que está negativamente polarizado, como no corpo de um bebê do sexo masculino, do que Éter positivo de uma menina recém-nascida… Massagem do baço e estímulo dos nervos esplênicos, cuidadosa e conservadoramente praticada, irá ajudar a contraparte etérea deste órgão, em suas atividades de especialização da energia solar da qual os processos vitais são tão dependentes quanto os pulmões são de ar.

Normalmente pensamos que quando uma criança nasce, ela nasce e isso é tudo; mas, assim como durante o período de gestação o Corpo Denso acha-se protegido do impacto do mundo externo, por estar situado dentro do útero protetor da mãe até chegar à maturidade suficiente para enfrentar as condições externas, assim também estão o Corpo Vital, o Corpo de Desejos e a Mente num estado de gestação e nascem em ocasiões posteriores, porque eles ainda não têm atrás de si uma evolução tão longa quanto a do Corpo Denso e, portanto, para eles chegarem a um estado suficiente de maturidade, para tornarem-se individualizados, leva mais tempo. O Corpo Vital nasce no sétimo ano, quando o período de excessivo crescimento marca a sua vinda.

Apenas uma pequena porção do Éter adequada para um determinado Ego é, então, usada e o Corpo Vital remanescente da criança, ou melhor o material do qual esse veículo será feito, fica então fora do Corpo Denso. Por esse motivo, o Corpo Vital de uma criança projeta-se para muito além da periferia do Corpo Denso do que o do adulto. Durante o período de crescimento esse armazenamento de átomos de Éter é retirado para vitalizar os crescimentos dentro do corpo até que ao atingir a idade adulta, o Corpo Vital se projeta apenas de uma a uma-e-meia polegada[16] além da periferia do Corpo Denso.

Do primeiro ao sétimo ano o Corpo Vital cresce e, vagarosamente, amadurece dentro do útero do Corpo Vital macrocósmico e devido à superior sabedoria desse veículo do macrocósmico o corpo da criança é mais roliço e bem construído, que posteriormente na vida.

Enquanto o Corpo Vital macrocósmico guiar o crescimento do corpo da criança ela é resguardada dos perigos que mais tarde a ameaçam quando a insensato Corpo Vital individual descontrola desenfreado. Isso acontece no sétimo ano quando tem início o perigoso período de excessivo crescimento que continua pelos próximos sete anos. Durante esse período o Corpo de Desejos macrocósmico realiza a função de útero para o Corpo de Desejos individual.

Tivesse o Corpo Vital preponderância contínua e irrestrita no reino humano, como tem no vegetal, o ser humano cresceria a um tamanho enorme. Houve ocasião, num passado distante, em que o ser humano tinha a constituição semelhante à de um vegetal, e possuía apenas o Corpo Denso e o Corpo Vital. As tradições da mitologia e folclore em todo o mundo, com respeito a existência de gigantes em tempos remotos, são absolutamente verdadeiras, porque então os seres humanos eram tão altos quanto as árvores, e pelos mesmos motivos.

O Corpo Vital da planta constrói folha após folha, levando o tronco a ficar cada vez mais alto. Não fosse pelo Corpo de Desejos macrocósmico, o crescimento continuaria assim indefinidamente, mas o Corpo de Desejos macrocósmico interfere num ponto determinado e restringe a continuação do crescimento. A força não mais necessária para o crescimento fica disponível então para outros propósitos e é usada para construir a flor e a semente. De igual modo o Corpo Vital do ser humano, quando o Corpo Denso fica sob sua preponderância, após os sete anos, faz o Corpo Denso crescer muito rapidamente, mas por volta dos quatorze anos o Corpo de Desejos individual nasce do útero do Corpo de Desejos macrocósmico e fica, então, livre para trabalhar sobre o Corpo Denso. O crescimento excessivo é, então, restringido e a força, anteriormente usada para este propósito, torna-se disponível para a propagação, para que a planta humana floresça e se multiplique. Portanto o nascimento do Corpo de Desejos pessoal marca o período da puberdade. Desse período em diante é sentida a atração pelo sexo oposto, sendo especialmente ativa e desenfreada no terceiro período setenário da vida: dos quatorze aos vinte e um anos, porque a Mente controladora ainda não nasceu. Vale lembrar que a assimilação e o crescimento dependem das forças operando pelo polo positivo do Éter Químico do Corpo Vital. Este é libertado no sétimo ano, junto com o equilíbrio do Corpo Vital. Só o Éter Químico está totalmente maduro por essa época; as outras partes necessitam de mais amadurecimento. No décimo quarto ano o Éter de Vida do Corpo Vital, que tem a ver com a propagação, acha-se completamente amadurecido. Durante o período dos sete aos quatorze anos de idade a excessiva assimilação armazenou uma quantidade de força que vai para aos órgãos sexuais e está pronta, na ocasião em que o Corpo de Desejos é libertado.

Por volta do sétimo ano o Corpo Vital da criança alcançou suficiente perfeição para lhe permitir receber impactos do mundo exterior. Ela perde sua camada protetora de Éter e começa uma vida livre. E agora tem início a época em que o educador pode trabalhar sobre o Corpo Vital e ajudá-lo na formação da memória, da consciência, dos bons hábitos e um temperamento harmonioso.

Autoridade e Discipulado são os lemas dessa época, quando a criança deve aprender o significado das coisas. Na primeira fase ela aprende como as coisas são, mas não deve ser incomodada sobre os seus significados, exceto naquilo que ela capta por livre vontade; mas na segunda fase, dos sete aos quatorze anos, é essencial que a criança aprenda o significado das coisas, mas deverá aprender a apanhá-las sob a autoridade dos pais e professores, memorizando as explicações, em vez de raciocinando por elas mesmas, pois raciocínio pertence a um desenvolvimento posterior, e pois deve fazê-lo de livre vontade, com proveito. É prejudicial nessa fase forçá-la a pensar.

Não se deve imaginar, entretanto, que quando o pequeno corpo de uma criança nasceu está completo o processo do nascimento. O denso Corpo Denso tem a evolução mais longa, e como um sapateiro que trabalhou no seu ofício por muitos anos é mais especializado que um aprendiz e pode fazer melhores sapatos e mais rápido, assim também o Espírito que construiu muitos Corpos físicos os produz com mais rapidez, mas o Corpo Vital é uma aquisição mais tardia do ser humano. Portanto, não estamos tão especializados na construção deste veículo. Consequentemente demora mais construí-lo a partir de materiais não consumidos na confecção do revestimento do arquétipo, e assim o Corpo Vital não nasce antes do sétimo ano.

Quando o Corpo Vital nasce, na idade de sete anos, um período de crescimento tem início e um novo lema, ou uma relação preferencial, é estabelecida entre os pais e a criança. Isso tem que ser expresso em duas palavras Autoridade e Discipulado. Nesse período é ensinada a criança certas lições que a faz ter fé na autoridade de seus educadores, quer em casa ou na escola e como a memória é uma faculdade do Corpo Vital ele pode, agora, memorizar o que aprendeu.

É, portanto, eminentemente suscetível ao aprendizado, particularmente porque ela é sem preconceito às opiniões preconcebidas que são um obstáculo para que muitos de nós aceitemos novos pontos de vista. No final desse segundo período, por cerca dos doze aos quatorze anos, o Corpo Vital está tão bem desenvolvido que a puberdade é alcançada.

As crianças que morrem antes dos sete anos só nascem no que diz respeito ao Corpo Denso e ao Corpo Vital e não são responsáveis ante a Lei de Consequência. Mesmo depois dos doze ou quatorze anos o Corpo de Desejos acha-se em processo de gestação, como será mais bem explicado noutra ocasião. E, como o que ainda não despertou, não pode morrer, apenas os Corpos Denso e Vital entram em decomposição quando uma criança morre. Ela retém seu Corpo de Desejos e a Mente para o próximo nascimento. Portanto, ela não percorre todo o caminho que o Ego normalmente faz num ciclo de vida, mas apenas ascende ao Primeiro Céu para aprender lições necessárias, e depois de esperar de um a vinte anos ela renasce, frequentemente, na mesma família como um filho mais novo.

PARTE III – O CORPO VITAL DOS ANIMAIS E DAS PLANTAS

Capítulo I – Natureza e Funções

Os animais e as plantas também possuem um Corpo Vital. Embora esse veículo falte ao mineral, a desintegração de duras rochas, etc. afeta o Corpo Vital da Terra.

Quando consideramos a planta, o animal e o ser humano, em relação à Região Etérica, notamos que cada um tem um Corpo Vital separado além de serem penetrados pelo Éter planetário que forma a Região Etérica. Há, entretanto, uma diferença entre os Corpos Vitais das plantas e os Corpos Vitais do animal e do ser humano. No Corpo Vital da planta só os Éteres Químico e de Vida estão completamente ativos. Por isso a planta pode crescer pela ação do Éter Químico e propagar suas espécies através da atividade do Éter de Vida do Corpo Vital separado que ela possui. O Éter Luminoso acha-se presente, mas está parcialmente latente ou adormecido e o Éter Refletor está faltando. Então é evidente que as faculdades de percepção sensorial e memória, que são as qualidades desses Éteres, não podem ser expressas pelo reino vegetal.

Dirigindo nossa atenção para o Corpo Vital do animal vemos que nele os Éteres Químico, Vital e Luminoso acham-se dinamicamente ativos. Portanto, o animal tem as faculdades de assimilação e crescimento, proporcionadas pelas atividades do Éter Químico e a faculdade de propagação por meio do Éter de Vida, sendo estas de igual modo que nas plantas. Além disso, em relação à ação do terceiro Éter, o Luminoso, ele tem a faculdade de gerar calor interior e gerar o sentido da percepção. O quarto Éter, entretanto, acha-se inativo no animal, por isso ele não pode pensar, nem possuir memória. O que aparece como tal, mais tarde, será mostrado ser de uma natureza diferente.

O Ego separado está definitivamente segregado dentro do Espírito Universal na Região do Pensamento Abstrato. Isso demonstra que só o ser humano possui a cadeia completa de veículos correlacionando-o a todas as divisões dos três Mundos. Ao animal falta um elo da cadeia: a Mente; à planta faltam dois elos: a Mente e o Corpo de Desejos; e ao mineral faltam três elos na cadeia de veículos necessários para que funcione de modo autoconsciente no Mundo Físico: a Mente, e os Corpos Vital e de Desejos.

Quando um animal está para nascer, o Espírito-Grupo, ajudado pelos espíritos da natureza e os Anjos, moldam o Corpo Vital do animal que vai nascer, que é então depositado no útero da mãe e os Átomos-sementes são depositados no sêmen do macho; então ocorre a gestação e um animal nasce. Sem a presença do Átomo-semente e a matriz do Corpo Vital, o Corpo Denso do animal não pode ser formado. Condições similares governam a fecundação no caso de um ovo, ou de uma semente. Eles são como o óvulo da fêmea: eles são inúmeras oportunidades. Se um ovo é colocado numa incubadora ou sob uma galinha, o Espírito-Grupo envia a vida indispensável, aceitando a oportunidade de Corporificação. Se uma semente é jogada no solo, é também fertilizada, quando as condições adequadas forem conseguidas para o seu desenvolvimento, nunca. Quando um ovo é quebrado ou cozido ou de algum modo desqualificado para a sua designação primordial, ou quando uma semente é armazenada por anos talvez, não há vida, e consequentemente não agimos mal ao usarmos estes produtos como alimento. É até um benefício para as plantas quando os seus frutos maduros são arrancados, porque assim eles deixam de retirar desnecessariamente a seiva da árvore.

O animal ainda não possui Espírito “individual”, mas possui o chamado Espírito-Grupo, que passa informação a todos os membros de uma espécie. Os animais em separado têm três Corpos: um Denso, um Vital e um de Desejos; mas não têm um elo da cadeia: a Mente. Em consequência, os animais normalmente não pensam, mas do mesmo modo que “induzimos” eletricidade num fio colocando-o junto a outro que se acha carregado, assim de forma análoga, quando em contato com o ser humano, algo semelhante ao pensamento está sendo “induzido” nos animais domésticos superiores como o cachorro, o cavalo e o elefante. Os outros animais obedecem ao estímulo (ao que chamamos de instinto) do Espírito-Grupo animal. Eles não vêm os objetos claramente delineados como o ser humano. Nas espécies inferiores, a consciência animal se expressa cada vez mais numa “consciência pictórica” interna, semelhante ao estado de sono do ser humano, exceto que seus quadros não são confusos, mas transmitem perfeitamente para o animal os estímulos do Espírito-Grupo.

O Espírito animal atingiu, na sua descida, apenas o Mundo de Desejo. Ainda não evoluiu ao ponto de poder “entrar” num Corpo Denso. Por esse motivo o animal não tem um Espírito individual, mas um Espírito-Grupo, que o dirige de fora. O animal tem o Corpo Denso, o Corpo Vital, o Corpo de Desejos, mas o Espírito-Grupo que o dirige está de fora. O Corpo Vital e o Corpo de Desejos de um animal não se acham inteiramente dentro do Corpo Denso, especialmente no que se diz respeito à cabeça. Por exemplo, a cabeça etérea de um cavalo se projeta bem além e acima da cabeça do Corpo Denso.

Quando, como acontece em casos raros, a cabeça etérea de um cavalo entra na cabeça do Corpo Denso, esse cavalo pode aprender a ler, contar e resolver exemplos de aritmética elementar. Essa peculiaridade é também devida ao fato de que cavalos, cães, gatos e outros animais domesticados sentem o Mundo do Desejo, embora nem sempre percebendo a diferença entre este e o Mundo Físico. O cavalo se assustará com a visão de uma figura invisível para o cocheiro; um gato fará movimentos de se esfregar em pernas invisíveis. O gato vê o espírito, entretanto, sem perceber que não existem pernas densas disponíveis para o atrito. O cão, mais esperto que o gato e o cavalo, frequentemente perceberá que há algo que ele não compreende na aparência de um dono morto, cujas mãos ele não pode lamber. Vai latir num lamento e retirar-se para um canto com seu rabo entre as pernas.

Dr. McDougall[17] também pesou em suas balanças animais morrendo. Nesse caso não houve diminuição, embora um dos animais fosse um enorme cão São Bernardo. Isso foi feito para demonstrar que os animais não possuem almas. Pouco tempo depois, entretanto, o Professor La V. Twining, chefe do Departamento de Ciência da Escola Politécnica de Los Angeles, fez experiências com ratos e gatinhos que ele encarcerou em vidros hermeticamente fechados. Suas balanças eram as mais sensíveis conseguidas e foram colocadas dentro de uma caixa de vidro da qual foi removida toda a umidade. Descobriu-se que todos os animais estudados perderam peso ao morrer. Um rato bem grande pesando 12,886 gramas, subitamente perdeu 3,1 miligramas ao morrer.

Um gatinho usado em outra experiência perdeu 100 miligramas ao agonizar, e quando exalou seu último alento perdeu mais 60 miligramas. A seguir foi perdendo peso lentamente, devido â evaporação.

Deste modo os ensinamentos da Ciência Oculta relativos aos Corpos Vitais dos animais foram também comprovados quando se empregaram balanças suficientemente sensíveis. O caso mencionado – o das balanças que não acusaram qualquer diminuição de peso quando morreu o cão São Bernardo – deve-se ao fato de que o Corpo Vital dos animais é proporcionalmente mais leve que o do ser humano.

Os Anjos são particularmente ativos nos Corpos Vitais das plantas, porque o sopro de vida vivificando este reino começou sua evolução no Período Lunar, quando os Anjos eram humanos, e trabalhavam com as plantas como hoje trabalhamos com os nossos minerais. Há, portanto, uma afinidade específica entre os Anjos e o Espírito-Grupo das plantas. Assim podemos explicar a enorme assimilação, crescimento e fecundidade das plantas. O ser humano também ficou enorme na Segunda Época, ou Hiperbórea, quando os Anjos tiveram então responsabilidade especial. Assim é com a criança em sua segunda setenária época de vida, porque é quando os Anjos têm total influência, e no final dessa época, aos quatorze, a criança alcança a puberdade e está apta a reproduzir sua espécie; também devido ao trabalho dos Anjos.

Eles foram os modelos que extraíram de si mesmos o material denso para formar os Corpos das plantas atuais e, também as formas das plantas do passado, que estão incrustadas nas camadas geológicas de nosso Globo Terrestre.

Essas formas etéreas vegetais foram ajudadas em suas formações quando o calor veio do exterior, após a separação da Terra do Sol e da Lua. Esse calor deu-lhes a força vital para extraírem para elas próprias a substância mais densa. O Corpo Vital é o princípio mais importante da planta é ele que faz a planta crescer o caule e as folhas em sucessão alternada, fazendo a planta crescer mais e mais; mas não há variedade, a planta segue repetindo o tempo todo. Caule, folha e galho: sempre a mesma coisa.

As plantas têm apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital; daí não poderem sentir, nem pensar. Elas não têm Corpo de Desejos nem Mente, e assim um maior distanciamento existe entre a planta e seu Espírito-Grupo do que entre o animal e seu Espírito-Grupo; daí a consciência das plantas ser correspondentemente mais fraca, assemelhando-se ao nosso estado de sono sem sonho.

O mineral possui apenas o Corpo Denso. Faltam-lhe três ligações para conectá-lo com seu Espírito-Grupo. Portanto, ele é inerte e sua inconsciência assemelha-se a do Corpo Denso humano no estado de “transe”, quando o Espírito humano, o Ego, passou correspondentemente além dele.

Como conclusão, notemos que os três Mundos no qual vivemos não se acham separados pelo espaço. Estão todos por aí, como a luz e a cor, encravados na matéria física, como as linhas de clivagem no mineral. Se deixarmos congelar um prato de água, e examiná-lo num microscópio, veremos os cristais de gelo divididos uns dos outros por linhas. Elas estavam presentes na água embora sem serem vistas como linhas de força, invisíveis até que condições adequadas fizeram-nas aparecer. Então um Mundo acha-se encerrado no próximo-superior, sem ser visto por nós até provermos as condições apropriadas; mas quando nos tivermos adaptados, a Natureza, que está sempre pronta a nos revelar suas maravilhas, expressa ardente alegria por todos aqueles que, como auxiliares na evolução, dessa forma alcançam a cidadania nos reinos invisíveis.

Como vimos na Conferência no. 3[18], as plantas têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, que as capacitam a executar os seus trabalhos; vimos, também, que suas consciências eram tão profundas como sonhos sem sonhos. Assim é fácil para o Ego dominar as células vegetais e subjugá-las por longo tempo; daí o grande poder nutritivo dos vegetais. Para funcionar em qualquer dos Mundos e expressar as qualidades peculiares a cada um, precisamos primeiro possuir um veículo feito do material de cada Mundo. Para funcionarmos no denso Mundo Físico precisamos possuir um Corpo Denso adaptado ao nosso meio ambiente. De outro modo seriamos fantasmas, como comumente são chamados os invisíveis para a maioria dos seres físicos. Portanto, temos primeiro que ter um Corpo Vital para que possamos expressar vida, crescimento ou exteriorizar as demais qualidades da Região Etérea.

Quando examinamos os quatro reinos em relação à Região Etérica, vemos que o mineral não possui um Corpo Vital separado, e logo constatamos a razão dele não poder crescer, propagar-se ou mostrar vida consciente. Como uma hipótese necessária para justificar outros fatos conhecidos, a ciência material sustenta que no sólido mais denso, assim como no gás mais rarefeito e tênue, não há dois átomos que se toquem; que há um invólucro de Éter em cada átomo; e que os átomos no universo flutuam num oceano de Éter[19].

Assim como a sensação nos animais e no ser humano é devida a seus Corpos Vitais serem separados, assim também a sensibilidade da Terra é particularmente ativa em sua sexta camada, que corresponde ao Mundo do Espírito de Vida. Para compreender o prazer que ela sente quando a rocha dura é desintegrada por processos de mineração, e a dor quando jazidas se acumulam, precisamos lembrar que a Terra é o Corpo Denso de um Grande Espírito, e para nos fornecer um ambiente no qual possamos viver e adquirir experiências, ela teve que cristalizar seu Corpo na atual condição sólida.

O Corpo Vital da planta é composto por apenas dois Éteres mais densos: o Éter Químico e o Éter de Vida, que possibilitam à planta crescer e propagar-se, mas faltam-lhe, os dois Éteres Superiores: o Éter Luminoso e o Éter Refletor. Por isso ela não tem sensação ou memória do que se passa à sua volta. Por esse motivo, a amputação de um ramo não será sentida pela planta, e no caso do rochedo que é dinamitado, só o Éter Químico se acha presente, por isso os cristais nada sentem. Ainda estaria errado inferir que não há sentimento em ambos os casos; já que plantas e minerais não possuem veículos individuais de sentido, eles acham-se envoltos e interpenetrados pelos Éteres e o Mundo do Desejo do Planeta, e o Espírito Planetário sente tudo pelo mesmo princípio de que nosso dedo não pode sentir, por não possuir Corpo de Desejos individual, mas nós, os Espíritos internos que habitamos o Corpo sentimos qualquer corte sofrido pelo dedo.

PARTE IV – A RELAÇÃO DO CORPO VITAL COM O DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL

Capítulo I – Um Fator Importante

Para progredir espiritualmente o ser humano precisa desenvolver mais ainda o seu Corpo Vital.

Estamos agora nos preparando para a rápida aproximação da Era de Aquário com seu grande desenvolvimento intelectual e espiritual. Isso requer um despertar do adormecido Corpo Vital, cuja palavra-chave é Repetição.

O Ego tem vários instrumentos: um Corpo Denso, um Corpo Vital, um Corpo de Desejos e uma Mente. Estas são as suas ferramentas e da qualidade e condição delas depende o quanto, para mais ou para menos, o Ego poderá realizar seu trabalho de colher experiência em cada vida. Se os instrumentos são pobres e apáticos vai haver pouco crescimento espiritual e a vida será improdutiva, no que diz respeito ao Espírito.

A vida superior (Iniciação) não começa, entretanto, até que o trabalho no Corpo Vital tenha início. O meio usado para dar início a essa atividade é o amor, ou melhor, o altruísmo. A palavra Amor tem sido tão deturpada que não tem mais o significado requerido aqui.

A segunda ajuda que agora a Humanidade possui é a Religião do Filho, a Religião Cristã, cujo objetivo é a união com o Cristo, pela purificação e o controle do Corpo Vital.

Enquanto os veículos invisíveis, especialmente o Corpo Vital, estiverem adormecidos, o ser humano poderá seguir numa carreira materialista; mas uma vez que esses veículos sejam despertados e provem do pão da vida, é como o Corpo Denso: fica sujeito à fome, fome da alma, e seus anseios não serão negados, a não ser após uma luta extremamente dura.

Tem sido dito aqui que a Humanidade, pelo menos a maior parte dela, está trabalhando hoje em dia sobre seus Corpos de Desejos, e tentando refrear seus desejos por meio da lei. Quando o desenvolvimento oculto ocorrer, quando o ser humano se tornar um pioneiro, será no Corpo Vital que se irá trabalhar. O Corpo Vital é particular e peculiarmente desenvolvido pela repetição.

É necessário educar e trabalhar o Corpo Vital de tal modo que ele possa ser usado em voos da alma. Este veículo, como sabemos, é composto de quatro Éteres. É por meio deste corpo que manipulamos o mais denso de todos os nossos veículos, o Corpo Denso, o qual normalmente imaginamos ser o ser humano completo. O Éter Químico e de Vida formam uma matriz para os nossos Corpos físicos. Cada molécula do Corpo Denso acha-se encerrada numa rede de Éter que o permeia e o impregna de vida.

Através desses Éteres as funções corporais, tais como respiração, etc., são executadas e a densidade e consistência dessas matrizes de Éter determinam o estado de saúde. Mas a parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Éter Refletor, é a que podemos chamar de Corpo-Alma; quer dizer, ela é a que está mais intimamente ligada ao Corpo de Desejos e a Mente e, também a mais receptiva ao toque do Espírito do que se acha a parte formada pelos dois Éteres Inferiores. O Corpo-Alma é o veículo do intelecto, e responsável por tudo que faz do indivíduo, um ser humano. Nossas observações, nossas aspirações, nosso caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito nesses dois Éteres Superiores, que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e hábitos. Outrossim, do mesmo modo que o Corpo Denso assimila partículas de alimento e assim adquire carne, os dois Éteres Superiores assimilam nosso bem agir durante a vida e assim também crescem em volume.

De acordo com nossos feitos nessa vida atual, aumentamos ou diminuímos desse modo à bagagem que trouxemos ao nascer. Se nascermos com um bom caráter, expresso nesses dois Éteres Superiores, não nos será fácil mudá-lo porque o Corpo Vital tornou-se muito, muito firme durante as miríades de anos em que o desenvolvemos. Por outro lado, se fomos frouxos, negligentes e indulgentes em relação aos hábitos que consideramos maus, se formamos um mau caráter em vidas anteriores, aí vai ser difícil superá-los porque isso estabeleceu a natureza do Corpo Vital, e anos de constante esforço serão precisos para mudar sua estrutura. É por isso que os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmam que todo desenvolvimento místico tem início no Corpo Vital.

Cada vez que prestamos serviço a alguém nós aumentamos o brilho de nosso Corpo-Alma, que é construído de Éter. É o Éter de Cristo que atualmente movimenta o nosso Globo, e é bom lembrar que se desejamos um dia trabalhar pela Sua libertação, precisamos que um número suficiente desenvolva seus Corpos Alma ao ponto em que eles possam fazer a Terra flutuar. Então, poderemos carregar Seu fardo e libertá-Lo da dor da existência física.

Além do fato de que a Escola Oriental de Ocultismo baseia seus ensinamentos no Hinduísmo, enquanto, a Escola de Sabedoria Ocidental promulga o Cristianismo, a Religião do Ocidente, há uma grande, fundamental, irreconciliável discrepância entre os ensinamentos dos modernos representantes do Leste e o dos Rosacruzes. De acordo com a versão do Ocultismo Oriental o Corpo Vital, que é chamado Linga Sharira, é comparativamente pouco importante, por ser ele incapaz de se desenvolver como um veículo de consciência. Serve somente como um canal para a força solar “prama”, e como uma ligação entre o Corpo Denso e o Corpo de Desejos, que é chamado Kama Rupa e, também, de “corpo astral”. Este, eles dizem, é o veículo do Auxiliar Invisível.

A Escola da Sabedoria Ocidental ensina, como sua máxima fundamental, que todo desenvolvimento oculto começa com o Corpo Vital, e o autor, como seu representante público, tem estado, por esse motivo, muito ocupado desde o início do nosso movimento tentando reunir e disseminar o conhecimento sobre os quatro Éteres e o Corpo Vital. Muita informação foi dada no Conceito Rosacruz do Cosmos e nos livros que o sucederam, mas as lições e cartas mensais transmitem os resultados de nossas atuais pesquisas. Estamos constantemente exibindo este Corpo Vital (vital em um duplo sentido) para as Mentes dos estudantes para que aprendendo e pensando sobre ele, assim como, lendo e observando os agradáveis “pequenos sermões” que usamos para veicular essa informação, eles possam, consciente e inconscientemente, tecer o Dourado Manto Nupcial. Advertiremos a todos que estudem essas lições cuidadosamente ano após ano; pode haver muito refugo, mas há ouro entre elas.

Temos aqui a descrição de como os estigmas ou perfurações foram produzidas no Herói dos Evangelhos, embora as localizações não estejam perfeitamente descritas, e o processo esteja representando em forma de narrativa diferindo amplamente da maneira pela qual esses fatos realmente ocorreram. Mas deparamos aqui com um mistério que deve continuar secreto para o profano, embora os fatos místicos fundamentais estejam claros como o dia para aqueles que têm o conhecimento. O Corpo Denso não é de modo algum o ser humano verdadeiro. Tangível, sólido e pulsante de vida como o vemos, é realmente a parte mais morta do ser humano, cristalizado numa matriz de veículos superiores que são invisíveis à nossa visão física comum. Se colocarmos uma bacia com água numa temperatura de congelamento, a água em pouco tempo vira gelo, e quando examinamos o gelo, descobrimos que é feito de inúmeros pequenos cristais em variadas formas geométricas e linhas de demarcação. Há linhas etéreas de forças que estão presentes na água antes dela congelar.

Assim como a água endureceu e moldou-se entre essas linhas, assim também os nossos Corpos Físicos congelaram e solidificaram em meio às linhas etéricas de força de nosso invisível Corpo Vital, que está assim no curso normal da vida, indissoluvelmente vinculado ao Corpo Denso, acordado ou adormecido, até que a morte traga a dissolução dessa amarra. Mas como a Iniciação acarreta a libertação do ser humano real do Corpo do Pecado e da morte, de modo a que ele possa se elevar às esferas mais sutis e retornar ao Corpo se desejar, é óbvio que antes que isso aconteça, antes que o propósito da Iniciação seja alcançado, o tenaz entrelaçamento entre o Corpo Denso e o veículo etéreo, que é muito forte e rígido na Humanidade comum, tem que ser dissolvido. Como eles estão mais fortemente unidos nas palmas das mãos, nos arcos dos pés e na cabeça, as escolas ocultas concentram seus esforços em romper a conexão nesses três pontos, e produzir os estigmas de modo invisível.

A Maçonaria Esotérica, que é apenas a capa da Ordem Mística formada pelos Filhos de Caim, tem nos tempos modernos atraído o elemento masculino e seus veículos físicos positivamente polarizados, e os educados na indústria e nas funções de Estado, controlando assim o desenvolvimento material do mundo. Os Filhos de Seth, que constituem o clero, têm lançado seus encantos sobre os Corpos Vitais positivos do elemento feminino para dominarem o desenvolvimento espiritual. E, enquanto os Filhos de Caim, trabalhando através da Franco-Maçonaria e movimentos congêneres, têm brigado abertamente pelo poder temporal, o clero tem brigado arduamente, e talvez de modo mais efetivo sub-repticiamente, para reter seu domínio sobre o desenvolvimento espiritual do elemento feminino.

À medida que a Humanidade avança na evolução, o Corpo Vital se torna mais permanentemente polarizado de maneira positiva, dando a ambos os sexos uma maior aspiração de espiritualidade e, embora mudemos do masculino para o feminino, em encarnações alternativas, a polaridade positiva do Corpo Vital está se tornando mais pronunciada, independente do sexo. Isso explica a crescente tendência ao Altruísmo que ainda está vindo à luz pelo sofrimento vinculado à grande guerra que estamos lutando agora (1918), pois todos concordam que as nações estão buscando obter uma paz duradoura, onde as espadas possam ser transformadas em relhas de arado e as lanças em podões.

Sabemos que nosso Corpo Denso gravita na direção do centro da Terra, portanto, uma mudança precisa acontecer; além disso, São Paulo nos diz que carne e sangue não podem herdar o Reino dos Céus. Mas ele, também chama a atenção de que temos um “soma psuchicon” (traduzido incorretamente por corpo natural), um Corpo-Alma, e este é feito de Éter, o qual é mais leve que o ar e por isso capaz de levitar. Isto é o Manto Dourado de Bodas, a Pedra Filosofal, ou a Pedra da Vida, mencionado em algumas filosofias antigas como a Alma de Diamante, por sua luminosidade, brilho e resplendor – uma gema de valor incalculável. Era também chamado de corpo astral pelos alquimistas medievais, por causa da habilidade por ele conferida, ao que o possuía, de poder transpor as regiões estreladas. Mas não se deve confundi-lo com o Corpo de Desejos que alguns pseudo-ocultistas modernos, erroneamente, chamam de corpo astral. Esse veículo, o Corpo-Alma, irá posteriormente ser desenvolvido pelo total da Humanidade, mas durante a mudança da Época Ariana para as condições etéreas da Nossa Galileia, haverá pioneiros que antecederão seus irmãos, assim como os Semitas Originais foram os precursores durante a mudança da Época Atlântica para a Ariana. Cristo mencionou esse grupo no Evangelho segundo São Mateus, Capítulo XI, versículo 12, quando disse: “O Reino dos Céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.”. Esta não é uma tradução correta.

Deveria ser, “O Reino dos Céus foi invadido” (em grego está biaxetai) e os invasores apoderaram-se dele. Os homens e as mulheres já aprenderam, por meio de uma vida santa e útil, a abandonarem os seus Corpos de carne e sangue, intermitente ou permanentemente, e a caminharem nos céus com pés alados, atentos aos trabalhos do seu Senhor, vestidos pelo manto etéreo de bodas da nova dispensação.

Repetição é a palavra-chave do Corpo Vital e o extrato do Corpo Vital é a Alma Intelectual, que é o alimento do Espírito de Vida, o verdadeiro Princípio Crístico no ser humano. Como o trabalho particular do Mundo Ocidental é desenvolver esse Princípio Crístico, para formar o Cristo interno que poderá brilhar através da escuridão material atual, é absolutamente essencial à reiteração de ideias.

Um impacto muito pequeno é feito sobre o Corpo Vital quando ideias e ideais nele penetram através do invólucro da aura, mas o que ele recebe de estudos, sermões, conferências ou leituras é de natureza mais duradoura, e muitos impactos na mesma direção criam impressões poderosas para o bem ou para o mal, segundo sua natureza.

Não podem ser obtidas informações dos Anjos; eles trabalham com o Corpo Denso, mas não diretamente; eles usam o Corpo Vital como transmissor, e não podem se fazer compreendidos por seres que raciocinam por meio de um cérebro. Eles obtêm conhecimento sem raciocinar, pois, irradiam todo o seu amor em sua obra e a sabedoria cósmica flui de volta. O ser humano também cria por meio do amor, mas seu amor é egoísta; ele ama porque deseja cooperação na reprodução; pois ele usa apenas metade de sua força criadora para a procriação, a outra metade ele guarda egoisticamente para construir seu próprio órgão de raciocínio, o cérebro, e, também usa essa metade de forma egoísta para pensar, porque deseja conhecimento. Por conseguinte, ele tem que trabalhar e raciocinar para obter sabedoria, mas com o tempo ele atingirá um estágio muito mais elevado que os Anjos ou Arcanjos. Terá então superado a necessidade dos órgãos de procriação inferiores; ele criará por meio da laringe, e será capaz de “fazer da palavra, carne”.

A razão é o produto do egoísmo. É criada pela Mente recebida pelos “Poderes das Trevas”, num cérebro construído pelo egoísmo, guardando metade da força sexual, e impelido pelos Lucíferos egoístas, pois ela é “o fruto da serpente”, e embora transmutada em sabedoria por meio da dor e o sofrimento, ela precisa dar lugar a algo mais elevado: a intuição, que significa ensinamento brotado de dentro. Esta é uma faculdade espiritual, também presente em todos os Espíritos, que embora funcionando no momento presente, tanto em homens como em mulheres, se expressa de maneira mais marcante nos encarnados em corpos femininos, pois neles a contraparte do Espírito de Vida, o Corpo Vital, é masculino e positivo. Intuição, a faculdade do Espírito de Vida, pode, portanto, ser chamada apropriadamente de “semente da mulher”, de onde todas as tendências altruísticas brotam, e por meio da qual todas as nações estão sendo lentamente, mas firmemente, trazidas juntas numa Fraternidade Universal do amor, não importando a raça, o sexo ou a cor.

O que é agora o Corpo Denso foi o primeiro veículo adquirido pelo ser humano como uma forma de pensamento; tem passado por um imenso período de evolução e organização até ter se tornando no esplendido instrumento que é agora, servindo-o tão bem aqui; mas é resistente, rígido e difícil de ser trabalhado. O veículo adquirido em seguida foi o Corpo Vital, que, também passou por um longo período de desenvolvimento e foi condensado à consistência de Éter. O terceiro veículo, o Corpo de Desejos, foi comparativamente adquirido mais recentemente e acha-se num estado comparativo de fluxo. Por fim, vem a Mente, que é apenas como uma nuvem sem forma, não merecendo ser chamada de veículo, sendo ainda apenas uma ligação entre os três veículos do ser humano e o Espírito.

Esses três veículos, o Corpo Denso, o Corpo Vital e o Corpo de Desejos, juntos com o vínculo da Mente, são as ferramentas do Espírito em sua evolução, e, contrariamente à ideia comum, a habilidade do Espírito para investigar os reinos superiores não depende dos mais sutis desses corpos tanto quanto do mais denso. A prova dessa afirmação não está muito longe do alcance de qualquer um, e certamente, alguém que já tenha tentado seriamente, já obteve essa prova por si mesmo. Senão ele vai tê-la dentro em breve simplesmente mudando as condições de sua Mente. Digamos que uma pessoa adquiriu certos hábitos de pensamento dos quais ela não goste. Talvez, após uma experiência religiosa, ela descubra que apesar de toda a sua vontade, esses hábitos de pensamento não vão abandoná-la. Mas, se ela decide limpar sua Mente de maneira que ela só tenha puros e bons pensamentos, ela pode fazer isso simplesmente se recusando a admitir pensamentos impuros. Ela vai descobrir que após uma ou duas semanas sua Mente está notadamente mais limpa que no começo de seu esforço; que sua Mente guarda de preferência os pensamentos religiosos que a pessoa vem buscando gerar em sua Mente. Até a Mente mais anormalmente degenerada pode ser totalmente limpa dentro de poucos meses. Isto é conhecimento verdadeiro para os muitos que já o tentaram, e alguém que queira e for suficientemente persistente pode passar pela mesma experiência e apreciar uma Mente limpa em bem pouco tempo.

A parte do Corpo Vital que tenha sido trabalhada pelo Espírito de Vida, converte-se na Alma Intelectual, e esta constrói o Espírito de Vida, porque aquele aspecto do Tríplice Espírito tem sua contraparte no Corpo Vital.

Na vida comum muitas pessoas vivem para comer, elas bebem, gratificam a paixão sexual de modo desenfreado, e se descontrolam à menor provocação. Embora aparentemente essas pessoas possam ser bem “respeitáveis”, elas estão quase todos os dias de suas vidas, causando uma confusão quase que ilimitada em sua estrutura. Todo o período que passam dormindo é gasto pelos Corpos de Desejos e Vital na reparação do dano causado durante o dia, não sobrando, de nenhum modo, tempo para o trabalho exterior. Mas se o indivíduo começa a sentir a necessidade de uma vida superior, controla a força sexual e o temperamento, e cultiva uma disposição serena, assim menos perturbação é causada nos veículos durante as horas que passa acordado; consequentemente menos tempo é requerido durante o sono, para reparar os danos. Assim torna-se possível deixar o Corpo Denso por longos períodos durante as horas de sono, e funcionar nos Mundos internos por meio dos veículos superiores. Como o Corpo de Desejos e a Mente não se acham ainda organizados, eles não são de utilidade como veículos separados da consciência. Nem pode o Corpo Vital deixar o Corpo Denso, pois isso causaria a morte. É evidente que medidas precisam ser tomadas para se proporcionar um veículo organizado, que seja fluído e construído de modo a preencher as necessidades do Ego nos Mundos internos, como assim faz o Corpo Denso no Mundo Físico.

O Corpo Vital é um veículo tão organizado que se de algum modo puder vir a ser separado do Corpo Denso, sem provocar a morte, o problema poderá ser resolvido. Além disso, o Corpo Vital é à base da memória, sem a qual seria impossível trazer de volta à nossa consciência física as lembranças das experiências suprafísicas e delas obterem, assim, total benefício.

Lembremos que os Hierofantes dos antigos Mistérios dos Templos segregaram algumas pessoas em castas e tribos como os Brâmanes e Levitas, com o propósito de fornecer Corpos para o uso desses Egos que já estavam avançados o bastante para a Iniciação. Isso foi feito de tal modo que o Corpo Vital ficou separado em duas partes, como eram os Corpos de Desejos de toda a Humanidade no princípio do Período Terrestre. Quando os Hierofantes tiravam os alunos para fora de seus Corpos, eles deixavam uma parte do Corpo Vital, correspondente ao primeiro e segundo Éteres, para exercer as funções puramente animais (elas são as únicas ativas durante o sono); os alunos levavam consigo um veículo capaz de percepção, por causa de sua conexão com os centros sensoriais do Corpo Denso; e, também, com o poder de memória. Ele possuía essas capacidades porque era composto pelo terceiro e quarto Éteres, que são os meios de percepção sensorial e memória.

Essa é, de fato, a parte do Corpo Vital que o Aspirante retém vida após vida, e imortaliza como a Alma Intelectual.

Desde que Cristo veio e “levou embora o pecado do mundo” (não o individual), purificando o Corpo de Desejos de nosso Planeta, a conexão entre todos os Corpos Densos e Vitais dos humanos tem se afrouxado de tal maneira que, pelo treinamento, eles são capazes de separação como acima descrita. Portanto a Iniciação é possível a todos.

A parte mais sutil do Corpo de Desejos, que constitui a Alma Emocional, é capaz de separação na maioria das pessoas (de fato, elas possuíam esta capacidade antes mesmo da vinda de Cristo). É então, quando, pela concentração e o uso da fórmula apropriada, as partes mais sutis dos veículos terem sido segregadas para uso durante o sono, ou em qualquer outra ocasião, as partes inferiores dos Corpos de Desejos e Vital são, ainda, deixadas para executar o processo de restauração no veículo denso, uma parte meramente animal.

Essa parte do Corpo Vital que se retira é altamente organizada, como vimos. Ela é uma perfeita contraparte do Corpo Denso. O Corpo de Desejos e a Mente, não sendo organizados, são de uso apenas por estarem conectados com o Corpo Denso, altamente organizado. Quando estão separados dele são apenas pobres instrumentos. Portanto, antes que o ser humano possa retirar-se do Corpo Denso, os centros sensoriais do Corpo de Desejos precisam ser acordados.

O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de se absorver, quando desejar, qualquer assunto de sua escolha, ou melhor, não a um assunto normalmente, mas a um simples objeto, que ele imagine. Então, quando as condições apropriadas ou o ponto de absorção tenham sido alcançados com seus sentidos completamente serenos, ele concentra seu pensamento sobre os diferentes centros sensoriais do Corpo de Desejos e eles começam a girar.

Deveríamos ser muito agradecidos pelo instrumento material que temos, pois é o mais útil de todos os nossos veículos. Enquanto, que é perfeitamente verdade que nosso Corpo Denso é o mais inferior de nossos veículos, é também um fato que esse veículo é o mais completo de nossos instrumentos, e sem ele os demais veículos seriam de pouco uso para nós no momento. Pois, enquanto este esplendidamente bem-organizado instrumento nos possibilita enfrentar mil e uma condições na Terra, nossos veículos superiores acham-se praticamente não organizados. O Corpo Vital é formado órgão a órgão como o nosso Corpo Denso, mas até estar treinado pelos Exercícios Esotéricos ele não é um instrumento adequado para funcionar sozinho. O Corpo de Desejos tem apenas certo número de centros sensoriais que não são realmente ativos na grande maioria das pessoas, e quanto a Mente, ela é uma nuvem sem forma para a grande maioria. No momento devemos ter como objetivo espiritualizar o instrumento físico, e deveríamos compreender que temos que treinar nossos veículos superiores antes que possam ser de utilidade. Para o maior número de pessoas isso vai levar muito, muito tempo. Portanto, o melhor é cumprirmos com as obrigações que estão ao nosso alcance. Assim apressamos o dia em que estaremos capacitados a usar os veículos superiores, pois, esse dia depende de nós.

Todos nós nos tornamos muito mais impregnados de materialismo mais do que percebemos, e isso é um obstáculo em nossa conquista. Como Estudantes Rosacruzes da Filosofia Rosacruz, nos acostumamos a considerar a vida individual e intermitente num Corpo Vital como uma conquista possível para poucos, mas o total da Humanidade poderá viver permanentemente por toda uma época no ar! Verdadeiramente, isso me faz prender o fôlego quando percebo que a Bíblia significa exatamente o que diz quando afirma que encontraremos o Senhor no ar e com Ele ficaremos por toda essa Época.

Quando o Cristianismo tiver completamente espiritualizado o Corpo Vital, um degrau ainda mais alto será a Religião do Pai, que como o mais alto Iniciado do Período de Saturno vai ajudar o ser humano a espiritualizar o Corpo Denso que foi iniciado no Período de Saturno. Então até a Fraternidade será ultrapassada; não haverá nem eu nem vós, pois todos serão Unos em Deus conscientemente, e o ser humano terá se emancipado pela ajuda dos Anjos, Arcanjos e Poderes Superiores.

Capítulo II – O Efeito das Orações, dos Rituais e Exercícios

As Orações, os Rituais e Exercícios são importantes na espiritualização do Corpo Vital.

Se, pelas orações frequentes, obtivermos o perdão pelas injúrias que fizemos aos outros e se fizermos toda reparação possível, purificando nossos Corpos Vitais perdoando aqueles que erraram contra nós, e eliminarmos todo mal sentimento, nos livraremos de muitos infortúnios post-mortem, além de prepararmos o lugar para a Irmandade Universal, que depende em particular da vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. Em forma de memória, o Corpo de Desejos impressiona no Corpo Vital a ideia de vingança. Um temperamento sereno diante dos vários aborrecimentos da vida diária significa vitória, por isso o Aspirante deve procurar controlar o seu temperamento, pois isso inclui trabalho em ambos os corpos. A Oração do Senhor inclui isso também, pois quando vemos que estamos fazendo alguém sofrer, nós observamos e procuramos encontrar a causa. Perda de controle é uma dessas causas com origem no Corpo de Desejos.

Muitas pessoas abandonam a vida física com o mesmo temperamento que trouxeram, mas o Aspirante tem que sistematicamente subjugar todas as tentativas do Corpo de Desejos de assumir o comando. Isso pode ser feito concentrando-se em ideais elevados, que fortalecem o Corpo Vital, sendo muito mais eficaz que as orações comuns da igreja. Os cientistas ocultos usam concentração em vez da oração, porque aquela está acompanhada da ajuda da Mente, que é fria e sem sentimento, enquanto a oração é normalmente ditada pela emoção. Quando ditada por uma devoção pura e altruísta a elevados ideais, a oração é muito superior a uma fria concentração. A oração nunca pode ser fria e sim deve apoiar-se nas asas do Amor para levar os eflúvios do místico para a Divindade.

O Espírito de Vida, na oração do Pai Nosso, roga à sua contraparte, o Filho, pela sua contraparte na natureza inferior, o Corpo Vital: “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.

A oração que trata das necessidades do Corpo Vital é “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”.

O Corpo Vital é o assento da memória. Nela estão armazenados os registros subconscientes de todos os acontecimentos passados de nossa vida, bons ou maus, incluindo todos os sofrimentos infligidos ou sofridos, e os benefícios recebidos, ou os dados. Lembramos que o registro da vida é feito a partir dessas imagens logo após a saída do Corpo Denso por ocasião da morte, e que todos os sofrimentos da existência post-mortem são os resultados dos acontecimentos registrados nessas imagens.

O Corpo Vital sendo o depósito do panorama de nossas vidas, nossos próprios pecados e os erros que sofremos nas mãos dos outros lá estão gravados, daí que a quinta oração, “Perdoa as nossas ofensas assim como nós perdoamos quem nos tenha ofendido”, anuncia as necessidades do Corpo Vital. Ressalta-se que essa oração ensina a doutrina da remissão dos pecados nas palavras ‘perdoa-nos’, e a Lei de Consequência nas palavras ‘assim como nós perdoamos’, fazendo da nossa própria atitude para com os outros a medida de nossa emancipação.

Essa (a Oração Rosacruz) é o modelo de oração que eleva, que enobrece o ser humano, e quanto mais o ser humano cultive essa atitude mental, e alimente essas elevadas aspirações, mais ele elevará os dois Éteres Superiores para fora do Corpo Vital. As igrejas dizem “ore, ore, ore”, e elas estão bem em sintonia com o ensinamento oculto, pois desse modo o Corpo Vital está sendo trabalhado pela constante repetição das elevadas aspirações.

É desse modo que age tudo aquilo que tem Corpo Vital; então quando queremos atuar sobre o Corpo Vital devemos fazê-lo pelo método da repetição. Temos os quatro Éteres presentes no Corpo Vital, e os dois Éteres Inferiores cuidam das funções físicas, como nos lembramos em particular da conferência sobre Visão e Introvisão Espiritual. Vimos nela que os dois Éteres Superiores tinham que ser levados conosco quando queríamos funcionar nos Mundos superiores; e é esse repetido impacto que torna a divisão entre os dois Éteres Inferiores e os dois superiores possível. É nesse aspecto que as igrejas são ainda fatores do desenvolvimento espiritual, porque elas dizem para os devotos que eles têm que orar sem cessar. Mas não devemos orar de modo egoísta, temos que orar altruisticamente, e em harmonia com o Bem Universal. Quando rezamos para chover e nosso vizinho reza pela estiagem, tem que prevalecer o caos, se as orações forem atendidas. Nem devemos supor que seja para se negociar com Deus, como parece ser a concepção daqueles que bradam mais alto nas reuniões de oração. Existe certa atitude espiritual a ser alcançada que o místico conhece muito bem quando ele entra em seus aposentos.

A lei é um freio para a natureza de desejos, mas quando o progresso oculto, ou melhor, dizendo, o espiritual é almejado, a espiritualização do Corpo Vital deve ser também realizada. E isso é conseguido por meio da arte da Religião, em impactos repetidos com frequência, pois a nota chave do Corpo Vital é Repetição, como podemos ver, observando as plantas que possuem apenas um Corpo Denso e um Corpo Vital. Seus galhos e folhas seguem uns aos outros em sucessão contínua; as plantas os fazem crescer alternadamente. Foi o Corpo Vital que construiu as vértebras da coluna espinhal dos seres humanos, uma após a outra em constante repetição. E a memória, por exemplo, que é uma das faculdades do Corpo Vital, é fortalecida e desenvolvida pela iteração e reiteração constantes.

Quando os Protestantes saíram da Igreja Católica, eles em verdade deixaram muitos abusos para trás, mas também abandonaram quase tudo de valor. Eles abandonaram o ritual que todos deviam conhecer e compreender, apesar da má enunciação por parte do padre. Conhecendo o ritual, o leigo poderia enviar seus pensamentos na mesma direção do pensamento do padre que estivesse lendo, e assim uma enorme quantidade de pensamentos espirituais idênticos seriam reunidos juntos e projetados sobre a comunidade para bem ou para mal.

Aqueles que vão a uma igreja Católica compreendendo o ritual são, ainda hoje, capazes de unir seus pensamentos em conclave espiritual e guardar na memória o que se passou. Então, eles estão a todo o momento adicionando um pouco mais à espiritualização de seus Corpos Vitais, enquanto os membros da igreja Protestante foram afetados apenas em suas naturezas emocionais cujo efeito é logo perdido. A Bíblia nos diz para orarmos sem cessar, e muitos escarneceram dizendo que se Deus é omnisciente e Ele sabe do que necessitamos sem orarmos, e se Ele não o é, provavelmente não é onipotente, e por esse motivo nossas orações não serão atendidas, sendo então inútil orar. Mas, aquele mandamento foi estabelecido a partir do conhecimento da natureza do Corpo Vital, que necessita daquela repetição para que seja espiritualizado.

Antes de um ritual atingir seu efeito máximo, entretanto, aqueles que desse modo se destinam a crescer, precisam tornar-se afinados com ele. Isso envolve trabalho em seus Corpos Vitais, enquanto esses veículos estão ainda em formação.

É assunto de conhecimento oculto que o nascimento é um feito quádruplo, e que o nascimento do Corpo Denso é apenas um passo no processo. O Corpo Vital também passa por um desenvolvimento análogo ao do crescimento intrauterino do Corpo Denso. Ele nasce em torno do sétimo ano de vida.

Durante os sete anos seguintes o Corpo de Desejos amadurece e nasce em torno do décimo quarto ano, quando se atinge a adolescência, e a Mente nasce aos vinte e um, quando tem início à idade adulta.

Esses fatos ocultos são bem conhecidos pela Hierarquia Católica, e enquanto os ministros Protestantes trabalham sobre a natureza emocional, que está sempre procurando algo novo e sensacional sem perceber a inutilidade da luta e o fato de que é esse seu veículo mais exuberante que leva as pessoas das igrejas em busca de algo novo e mais sensacional, a Hierarquia Católica ocultamente informada concentra seus esforços nas crianças. “Dê-nos as crianças até sete anos e serão nossas para sempre”, eles dizem, e eles estão certos. Durante esses importantes sete anos eles impregnam os plásticos Corpos Vitais, de que estão encarregados nesse propósito, através da repetição. As orações repetidas, a duração e o tom dos vários cantos, e o incenso, tudo tem um poderoso efeito sobre o Corpo Vital em crescimento.

Então, todos os esforços para elevar a Humanidade trabalhando-se sobre o instável Corpo de Desejos são e sempre serão inúteis. Isso foi reconhecido por todas as escolas ocultas em todos os tempos e elas têm, portanto, se dirigido para a mudança do Corpo Vital, trabalhando com sua nota chave que é a repetição. Para esse propósito, elas escreveram vários rituais adequados à Humanidade nos diferentes estágios de seu desenvolvimento e desse modo elas têm favorecido o crescimento anímico, lenta, mas firmemente, sem se importar se o ser humano estava ou não ciente de estar sendo influenciado desse modo. O Antigo Templo de Mistério Atlante, do qual falamos no Tabernáculo no Deserto, tinha certos ritos prescritos no Monte pela divina Hierarquia que foi seu Mestre particular. Alguns rituais eram realizados durante os dias úteis. Outros ritos eram usados no Sábado, e ainda outros nas épocas de Lua Nova e nos grandes festivais solares. Ninguém abaixo do mais alto sacerdote tinha poder de alterar o ritual, sob pena de punição por morte.

Durante o sono as correntes do Corpo de Desejos fluem, e seus vórtices movem-se e giram com enorme rapidez. Mas logo que entra no Corpo Denso suas correntes e vórtices quase que são parados pela matéria densa e pelas correntes nervosas do Corpo Vital que levam e trazem as mensagens do cérebro. É o objetivo do exercício de retrospecção aquietar o Corpo Denso no mesmo grau de inércia e insensibilidade que prevalece durante o sono, embora o Espírito interno esteja perfeitamente desperto, alerta e consciente. Por isso estabelecemos uma condição em que os centros sensoriais do Corpo de Desejos podem começar a girar, enquanto permanece dentro do Corpo Denso.

Esses exercícios (Concentração e Retrospecção) serão improdutivos em resultados se não forem acompanhados por atos de amor, pois o amor será a nota-chave da idade que se aproxima, assim como a lei é a norma atual. A intensa expressão da primeira qualidade aumenta a luminosidade fosforescente e a densidade dos Éteres em nossos Corpos Vitais, as correntes de fogo rompem a ligação com o traje mortal e o ser humano, uma vez nascido da água ao emergir da Atlântida, agora nasce do espírito no Reino de Deus. A força dinâmica de seu amor abriu um caminho para a terra do amor, e indescritível é o júbilo entre os que já se encontram quando chegam novos invasores, pois cada um que chega apressa a vinda do Senhor e o estabelecimento definitivo do Reino dos Céus.

É uma máxima mística que “todo desenvolvimento espiritual começa com o Corpo Vital”. Esse Corpo é o mais próximo ao Corpo Denso em densidade. Sua nota-chave é a Repetição, e é o veículo dos hábitos sendo isso de certo modo difícil mudá-lo ou influenciá-lo, mas uma vez que a mudança tenha sido feita e um hábito adquirido pela repetição, seu desempenho torna-se automático de algum modo. Essa característica tanto é boa quanto má em relação à oração, pois a impressão gravada nos Éteres desse veículo vai impelir o Estudante Rosacruz a ser fiel à sua devoção em ocasiões estabelecidas, mesmo que ele tenha perdido o interesse no exercício e suas orações se tornado meras fórmulas. Se não fosse por essa tendência do Corpo Vital de formar hábitos, os Aspirantes acordariam para o perigo logo que o verdadeiro amor começasse a diminuir e seria, então, mais fácil reparar a perda e permanecer no Caminho. Por esse motivo o Aspirante deveria se examinar cuidadosamente de tempos em tempos para ver se ele ainda tem asas e poder com os quais sem hesitação e com firmeza possa se elevar ao Pai no Céu. As asas são em número de duas. Amor e Aspiração são seus nomes, e o poder irresistível que as impele é intensa ânsia. Sem esses e uma compreensão inteligente para direcionar a invocação, a oração é apenas um murmúrio; se realizada apropriadamente é o método mais poderoso de crescimento da alma.

Os átomos nos Corpos dos menos evoluídos vibram num ritmo extremamente lento, e quando no decorrer do tempo, uma dessas pessoas se desenvolve ao ponto em que seja possível favorecê-la no caminho da realização, é necessário aumentar essa frequência vibratória do átomo de modo que o Corpo Vital, que é o meio do crescimento oculto, possa de algum modo ser liberado das forças enfraquecedoras do átomo físico. Esse resultado é obtido por meio de exercícios respiratórios, que com o tempo aceleram as vibrações do átomo, e possibilita o crescimento espiritual necessário para o indivíduo realizar-se.

Anos atrás, quando o autor se iniciou no Caminho e estava imbuído da impaciência comum aos buscadores ardentes do conhecimento ele leu sobre os exercícios respiratórios publicados por Swami Vivekananda[20] e começou a seguir as instruções, e o resultado foi que depois de dois dias o Corpo Vital foi expulso do Corpo Denso. Isso produziu uma sensação de andar no ar, de ser incapaz de pôr os pés no chão duro; o Corpo todo parecia estar vibrando em enorme frequência. O bom senso veio em seu auxílio. Os exercícios foram interrompidos, mas foram necessárias duas semanas inteiras até a recuperação da condição normal de andar no chão com passo firme, e até o cessar das vibrações anormais.

O Corpo Vital é como um espelho, ou melhor, como a película de um filme; ele retrata as imagens do mundo externo segundo nossa faculdade de observação, e as ideias internas do Espírito que o habita segundo a clareza e o treino da Mente. Devoção e discernimento, ou ainda emoção e intelecto, determinam a nossa atitude para com essas imagens, e sua ação equilibrada leva a um desenvolvimento harmonioso. Quando suficientemente desenvolvidos, eles inevitavelmente trazem à tona o processo de purificação. O ser humano compreenderá que para alcançar o objetivo ele precisa abandonar tudo o que entrava as rodas do progresso. Um bom mecânico almeja ter as melhores ferramentas e mantê-las em perfeita ordem, pois ele sabe o valor delas na execução de um bom trabalho. Nossos corpos são ferramentas do Espírito e dependendo de como estejam desajustadas, impedem sua manifestação. O discernimento nos ensina o que está entravando o progresso e a devoção a uma vida superior ajuda a eliminar os hábitos os traços de caráter indesejáveis, suplantando o mero desejo.

FIM


[1] N.T.: Em torno de 1,3 cm

[2] N.T.: Ou Glândula Pituitária ou Hipófise: pequena glândula situada na cabeça

[3] N.T.: Aproximadamente 4 cm.

[4] N.T.: Aproximadamente 4 cm.

[5] N.T.: Prosper-René Blondlot foi um físico francês

[6] N.T.: Augustin Charpentier foi um físico francês

[7] N.T.: Uma cidade francesa

[8] N.T.: Eusápia Palladino (1854 – 1918) foi uma médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época.

[9] N.T.: O movimento Immanuel ou Emmanuel é uma abordagem baseada na psicológica para a cura religiosa introduzida em 1906, como uma extensão da igreja Emmanuel em Boston, Massachusetts.

[10] N.T.: Mrs. Joy Snell

[11] N.T.: os chamados Exercícios Esotéricos Rosacruzes, bem detalhado no Livro Conceito Rosacruz do Cosmos

[12] N.T.: Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano

[13] N.T.: Medida de peso inglesa equivalente a 28,349 g.

[14] N.T.: aproximadamente 60 cm

[15] N.T.: da 1ª Guerra Mundial

[16] N.T.: 2,54 cm a 3,8 cm, aproximadamente

[17] N.T.:  Dr. Duncan “Om” MacDougall (c.1866-1920) – médico americano

[18] N.T. do Livro Cristianismo Rosacruz – Max Heindel

[19] N.T.: Esse conceito de Éter prevaleceu na ciência oficial no início do século XX.

[20] N.T.: foi o principal discípulo do místico do século XIX Sri Ramakrishna Paramahamsa e fundador da Ordem Ramakrishna. É considerado uma figura chave na introdução da Vedanta e da Yoga no Ocidente, sobretudo na Europa e América.

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