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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hierarquias Zodiacais – Leão: A Força Vital do Universo

Todo ser vivo é uma demonstração da força mágica da vida. Quando o ser humano adquirir a compreensão da verdade e o conhecimento de como controlar esta força da vida e quando aprender a trabalhar conscientemente em harmonia com ela, ele se tornará um verdadeiro criador e controlará o processo da vida em seu próprio corpo.

O ensinamento esotérico anseia por sabedoria profunda e, à medida que o ser humano evolui ele se torna cada vez mais ciente de que conhecimento é força. A apresentação pública de trabalhos profundos, intelectuais e filosóficos de um tipo capaz de treinar um intelecto já bastante desenvolvido não precisa, necessariamente, trazer maldade ou injúrias a ninguém. A filosofia que pode ganhar a fidelidade de uma Mente elevada, precisa, também, combinar princípios de utilidade cósmica com a força racional do intelecto.

Uma filosofia, não importa o quanto possa ser intelectual, que seja dedicada ao Espírito de Serviço, pode ser pregada sem hesitação, pois não atrai o egoísta ou o ignorante que a repelirá como sendo monótona, árida e desinteressante. Estudo e trabalho deste tipo tornarão o ser humano livre e abrirão uma avenida de expressão (Câncer) para a força universal da vida (Áries), a força da criação (Touro) e para a vontade (Gêmeos) de Deus, o Ser Supremo.

O Controle das Energias Naturais

O treinamento esotérico traz o controle sobre as energias naturais. O conhecimento adquirido no Caminho da Iniciação cresce e, gradualmente, se dispersa até que a limitação e a cristalização autocriada sejam reconhecidas e transformadas em realização pelo Ego aspirante. O homem ou a mulher que possuam esta compreensão de vida podem dirigir as forças naturais para fins valiosos. Tais conhecimentos são úteis para o intelecto altamente desenvolvido e aumentam muito a força de servir a raça.

Se tais conhecimentos forem colocados nas mãos de gigantes intelectuais egoístas, eles se tornarão uma ameaça para a sociedade. Na Atlântida, o conhecimento da verdade esotérica foi dado a todos aqueles intelectualmente qualificados. Com o intelecto desenvolvido além da capacidade da alma, o resultado foi que os seres humanos se tornaram gigantes em conhecimento, mas também no mal. Seguiu-se a destruição de Atlântida. Enquanto a civilização de Atlântida alcançava um novo ápice no desenvolvimento das faculdades latentes, a negação obstinada dos princípios cósmicos levava à desintegração de um continente inteiro. É interessante notar que os selvagens de hoje não são nossos tipos ancestrais; são descendentes degenerados de grandes civilizações do passado (tanto da Lemúria quanto da Atlântida).

Assim, qualquer pessoa que divulgue o conhecimento ocultista precisa discriminar cuidadosamente e, se necessário, negar certas instruções àqueles que, moral e espiritualmente, ainda não estão prontos para recebê-las. Palavras revestidas pela língua do Espírito e alusões dadas para desenvolvimentos futuros permanecerão, para sempre, como uma porta escura àqueles que transformam o conhecimento em força para satisfação própria.

O ocultista, simbolicamente, é encontrado nos Signos masculinos, especialmente no primeiro dos Signos do fogo, Áries, a grande Hierarquia Criadora que se manifesta como a Força Vital do Universo. Dentro do Coração do ser humano e do centro da luz do universo existe uma força ainda mais potente que une o Coração e a Mente na elevada e iluminada força de Leão. Essa Hierarquia Criadora deu ao ser humano o impulso embrionário da forma física, o Corpo Denso.

O verdadeiro ocultista é aquele que dominou intelectualmente as teorias fundamentais da constituição do ser humano e do universo e desenvolveu, dentro dele, as forças de vida latente em todos. Uma vez que essas forças estejam universalmente reconhecidas, as bases da vida se alargam para além da concepção e os princípios físicos gerais da vida cotidiana se tornam ínfimos na imensidão do todo.

Todo aspecto da criação considerado em relação a essas Forças Criadoras, as Hierarquias Zodiacais, pode ser desenvolvido por qualquer pessoa que treine e discipline as faculdades do Espírito. A força da alma é continuamente gerada na vida de Deus e do ser humano e quando o fogo da vida (Áries) se combina com sua parceira feminina (Touro), o ser humano aprende a andar ereto, dedicado a seu posto superior, como um criador autoconsciente.

Não é o ser humano “Deus em formação”? É verdade quando se diz: “O que deve ser, será”, e a utilização da força do princípio vital na vida – Leão, a força vital do Universo – caracterizará o fluxo cada vez maior da força criadora do Espírito desperto.

Leão é o princípio criador na manifestação. Essa Hierarquia Criadora pode ser comparada a um grande Coração palpitante que se movimenta como um canal ardente de amor e criação. Em todas as ações Leão apresenta uma força e um poder semelhantes à dignidade e à capacidade de um rei. Leão é o governante de tudo, pois domina os mais exaltados, uma vez que esses se curvam diante de seu trono.

O Espírito imortal do ser humano desce sobre a matéria e passa da fonte de sua identidade, completamente consciente de Deus, às esferas sucessivas de densidade cada vez maior. A entrada para o ciclo do renascimento é feita por meio do seio de Câncer, a Mãe Cósmica, onde a semente da vida é alimentada e semeada para ser levada, mais tarde, em manifestações através da ajuda dos Senhores da Chama – a Hierarquia Criadora de Leão.

O reino de Leão é o mundo – não o mundo confinado à compreensão física limitada do ser humano, mas o mundo da vida, dentro e ao redor de nosso completo Esquema de Evolução. Leão dá sua maior dádiva para o ser humano usar e abusar: a dádiva da criação pelo Coração. Porém, poucos reconhecem a força, em potencial, contida no Coração de cada pessoa. Daí poucos a usarem e poucos a conhecerem. Contudo, dentro do Coração do ser humano está a chama imortal da vida espiritual que foi dada, pela primeira vez, à humanidade há muitas eras, quando a Hierarquia Criadora de Leão deu ao ser humano o Átomo-semente do Corpo Denso.

Em sucessivos Períodos de evolução o ser humano desenvolveu esse pequeno Átomo-semente em um veículo que está mais perto da perfeição do que todos os outros, do qual deveríamos, agora, fazer pleno uso. O Corpo Denso humano é o mais evoluído de todos os nossos veículos e contém os meios mais completos de individualização.

Como todo Ego se prepara para o renascimento através de Câncer, ele é primeiramente batizado com a força total de sua ação passada (ou destino), quando é reunida ao Átomo-semente permanente, seguro e preservado por Leão. É possível demonstrar o processo no qual esse pequeno Átomo-semente, um registro permanente de todo pensamento e toda ação na vida, é protegido dentro da estrutura interna do Coração humano.

Aqueles que podem usar essa grande força criadora podem dar vida e inspiração às Mentes insensíveis e áridas. Leão dá o poder para governar e a força para a vida. Leão é a chama vital que condensa a essência da alma, as experiências purificadas do ser humano, em ouro espiritual, no caminho da vida.

Leão rege o Coração no ser humano e no universo. O Coração de Leão pulsa para toda a natureza, pois ele está em todos e todos estão nele. Leão queimará e destruirá os infiéis, pois ele dá, para sempre, ao ser humano, o que o ser humano criou. A justiça desse Signo é rápida. Justiça e honestidade rigorosas, não vingança, são os prazeres de Leão. Leão é aquele princípio criador de esplendor no ser humano que se une com a força do Ser, em todas as suas particularidades. Todo aspecto da vida – todo pensamento, todo desejo, toda emoção, todo sentimento, toda palavra, ação, reação e todo ato – está registrado no Átomo-semente colocado no ventrículo esquerdo do Coração.

O diagrama que se segue é um esboço dos quatro compartimentos do Coração, uma designação das várias funções de cada um e a indicação do fluxo de sangue através dele todo. Reconhecemos a sabedoria de Deus na manifestação quando aprendemos como o objetivo da existência – experiência – está estampado no Átomo-semente, de maneira que o Espírito individual possa receber toda a atenção e oportunidades para progredir.

Há uma única parte do corpo humano que pertence ao ser humano: o sangue. Em outras partes do corpo, outros Seres (Hierarquias Criadoras) atuam, como o faz Leão no Coração. O ser humano se tornará senhor dessas outras partes em um futuro distante. O Ego controla o Corpo Denso por meio do sangue; esse é seu único meio individual de expressão. O Ego regula o sangue, e o sangue está marcado com impressões definidas de acordo com emanações particulares trazidas ao ser humano através dos pulmões (Gêmeos) e do ar que respiramos (Mercúrio).

A – Veia cava superior

B – Veia cava inferior

C – Artérias Pulmonares para os Pulmões

D – Ápice

E – Átomo-semente

F – Válvula Mitral

G – 4 Veias Pulmonares dos Pulmões

H – Aorta (para o corpo inteiro)

Compreendendo isto podemos nos deter no diagrama e descobrir que o Coração está dividido em 4 compartimentos: 2 aurículas e 2 ventrículos. O lado esquerdo fornece o sangue arterial purificado (regido por Júpiter) e o lado direito governa o sangue venal impuro (regido por Vênus).

O sangue impuro vai do corpo para a aurícula direita (A.D.) da parte superior do corpo acima do diafragma, através da veia cava superior e da parte inferior do corpo, abaixo do diafragma, para a aurícula direita através da veia cava inferior. O sangue é bombeado da aurícula direita para o ventrículo direito (V. D.), e do ventrículo direito o sangue vai para os pulmões (Gêmeos) via artérias pulmonares, para oxigenação. Aqui o ar respirado (regido por Mercúrio e Gêmeos) carregado de sutis emanações espirituais daquele momento, traz mais e mais experiências para o ser humano e essas impressões são levadas pelo sangue diretamente para o Coração. A medida que o ar respirado é levado aos pulmões, os princípios criadores dessas Hierarquias Zodiacais são misturados e usados de acordo com a habilidade do Espírito para responder às forças existentes.

Dos pulmões, o sangue purificado entra na aurícula esquerda (A.E.), por meio das 4 veias pulmonares e, então, através da válvula mitral, vai para o ventrículo esquerdo (V. E.) onde as impressões de todos os pensamentos e ações estão registradas no Átomo-semente como uma tinta indelével. Do ventrículo esquerdo, o sangue purificado é bombeado através da aorta para todo o corpo. A vida do corpo depende da função contínua do princípio vital no Coração (Leão). O Átomo-semente permanente, originalmente dado ao ser humano quando ele começou sua descida para a matéria, está localizado no ventrículo esquerdo do Coração. Esse permanente Átomo-semente é como um monumento para o progresso do Espírito. É importante notar-se que não existe um caminho, uma avenida exterior de entrada para o ventrículo esquerdo e para o Átomo-semente. Esta essência concentrada do Espírito está totalmente protegida no ápice do ventrículo esquerdo e nenhuma perturbação poderá penetrar neste compartimento isolado. A organização da natureza e a sabedoria de Deus protegem completamente este registro sagrado da viagem do Espírito, através da eternidade.

Portanto, sem dúvida, Leão é o indicador do destino; esse Signo e essa Casa no horóscopo representam condições acumuladas originadas do passado. Estas condições, indelevelmente estampadas no Átomo-semente, formam a força da vida ou, se não forem reconhecidas e compreendidas, a barreira para o progresso. Leão junta tudo que foi experiência no passado e com esta base estrutural de poder espiritual ornece ao Ego, em cada volta da roda do renascimento, uma força e consciência cada vez maior, autoconsciência de seu próprio sentido integral de unidade com o Criador.

A Armadura de Leão

Ouro puro é a armadura de Leão. A radiação fundida do Sol encobre este Signo como um manto, apresentando sempre os símbolos todo-poderosos de sua majestade. Leão ou o Sol dá liberdade à todas as coisas em crescimento. Nascimento e morte têm valores iguais.

Vida é a recompensa em ambos os casos:  uma física e a outra espiritual.

Leão nos diz que sua luz e sua força foram sacrificadas no altar do eu pessoal e exige que nos elevemos à altura de nossa glória plena e nos unamos ao fogo da vida. Somente quando Leão dá é que sua força cura, cria e faz todas as coisas novas; quando o poder é forçado, torna os seres humanos loucos. A vontade de criar precisa vir do Coração, assim como a força para reinar e para viver, que não podem ser tiradas só do corpo. Se o ser humano pudesse, simplesmente, escutar e entender a honra e a retidão das súplicas de Leão, não haveria destruição nem sacrifícios; mas a vida por uma vida é a lei da terra (Jeová) e uma contrabalança a outra. Estar ligado ao passado significa pagar pelo passado, portanto, compreenda e deixe que o futuro amor da humanidade seguirá os princípios do Coração.

Leão é o símbolo do fogo puro e radiante que brilha no Coração de todos os seres humanos bons e puros. Este é o caminho que glorifica Deus através da honra, justiça e integridade para todos. Todo aspecto da divindade tece a veste dourada do amor e da devoção; todo ponto bordado no Dourado Manto Nupcial (o Corpo-Alma) aumenta o fortalecimento do Espírito e o poder de Deus no Universo.

(de Thomas G. Hansen – com prefácio da Fraternidade Rosacruz de Campinas – SP – Traduzido do original inglês: Zodiacal Hierarchies de Thomas G. Hansen e publicado na revista Rays from the Rose Cross da The Rosicrucian Fellowship, no período de abril de 1980 a março de 1981 – publicada na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em junho de 1982)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mistério de Melquisedec

Creio que um dos mais misteriosos personagens da Bíblia seja Melquisedeque:

  • Rei de Salém no tempo de Abraão. Quando este voltava de sua vitória contra os reis, saiu-lhe ao encontro o rei Melquisedeque que era também sacerdote e ofereceu um sacrifício de ação de graças e abençoou o patriarca.
  • Aquele ser que não teve pai, nem mãe, nem nenhum parente e que era ao mesmo tempo Sacerdote (aquele que zelava pelo bem-estar espiritual do povo) e Rei (chefe temporal do povo), como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus, 7:3: “Sem pai, nem mãe, sem genealogia, seus dias não tem começo, sua vida não tem fim”.

Para entendermos tal mistério, seria muitíssimo interessante entender o plano evolutivo divino, o Plano da Evolução, no qual todos nós estamos inseridos, e do qual muita coisa já fez história.

Estamos num Período do nosso esquema evolutivo conhecido, na terminologia Rosacruz, por Período Terrestre. Nesse Período temos a divisão por Épocas. Essas Épocas são descritas na Bíblia, no Livro do Gênesis. Até agora passaram 4 Épocas: Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante.

Durante a Época Hiperbórea, nós, seres humanos, nos manifestávamos aqui, quando renascidos, como seres bissexuais (masculino e feminino). E com características de apatia e falta de aspiração, como hoje é a maioria das plantas, que fazem parte do Reino vegetal. Na Bíblia temos uma descrição detalhada quando vivíamos no Jardim do Éden. Éramos guiados em tudo pelas Hierarquias Divinas como um doce infante que começa uma longa jornada. A Bíblia trata as Hierarquias dessa Época como Reis de Edom, como pode ser verificado no Livro dos Números (20:14-21).

Na próxima Época, conhecida como Época Lemúrica, começamos a se manifestar, quando renascidos aqui, nos dois sexos que hoje conhecemos como masculino e feminino. O motivo foi a utilização de metade da força sexual criadora para a construção de órgãos que pudessem fazer-nos criar nessa Região Química do Mundo Físico, quais sejam: o cérebro e a laringe. Entretanto, apesar da separação dos sexos, não nos tornamos conscientes de imediato dessa separação. Isso porque estávamos muito mais voltados para os Mundos espirituais. Pouca consciência tínhamos do Mundo Físico, e, portanto, pouca atenção dávamos para tudo que nele se passava. Não conhecíamos nem o nascimento e nem a morte. Não tínhamos a consciência da geração de um novo corpo, da mesma forma que hoje não temos a consciência do ato da digestão. Outra distinção desta Época foi que todos nós formávamos uma única raça, a Raça Lemúrica. Éramos guiados pelas Hierarquias Divinas. Obedecíamos cegamente, pois tínhamos toda a confiança em sua sabedoria. Por estarmos enfocados nos Mundos espirituais sabíamos que a sua orientação era a mais correta.

Toda orientação espiritual que precisávamos era provida por essas Hierarquias. Nelas estavam todos os ensinamentos espirituais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eram os nossos confiáveis Sacerdotes, que nos guiavam espiritualmente. Toda orientação de como devíamos nos conduzir nesse novo Mundo Físico, até então muito obscuro para nós, era provida também por essas Hierarquias.

Nelas estavam todos os ensinamentos temporais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eles eram os nossos sábios Reis, que nos guiavam temporalmente.

Melquisedeque, então, era o nome simbólico dessas divinas Hierarquias que desempenhavam o duplo ofício de Sacerdote e Rei. O nome Melquisedeque, Rei de Salém, significa Paz e naquele tempo tudo reinava sobre um perfeito clima de Paz e de Fraternidade Universal.

Perceba que os papéis de Líder Espiritual e Líder Temporal estavam concentrados em uma única pessoa, as Hierarquias Divinas. Entretanto, o tempo foi passando e nós procuramos nos tornar mais e mais conscientes do Mundo Físico. Afinal esse é o Mundo onde devemos nos desenvolver, conhecer e aprender; em outras palavras: aqui é o baluarte da nossa evolução.

Por meio da inestimável ajuda dos Espíritos Lucíferos, os Anjos atrasados vindos do guerreiro Planeta Marte, nós tivemos a sensação da existência desse Corpo Físico durante o ato gerador. Encontramos esse maravilhoso momento de descoberta na Bíblia, quando lemos que: “Adão conheceu a Eva” ou quando lemos que comemos da “árvore do conhecimento” a partir de onde conhecemos a morte, a dor e o sofrimento nessa Região Química do Mundo Físico.

Com esse passo importante dado, fomos, aos poucos, conhecendo esse Mundo Físico, ao mesmo tempo em que fomos perdendo a consciência dos Mundos espirituais e, consequentemente, perdendo o contato consciente com as Hierarquias Divinas, até então, nosso líder seguríssimo nessa evolução.

Somente alguns de nós conservamos tal visão espiritual que nos conferia um perfeito relacionamento com tais Hierarquias. Estes poucos foram os profetas que lemos na Bíblia e que, por um bom tempo, atuaram como mensageiros entre aqueles Líderes Divinos e nós.

Nesse momento, já estávamos próximos da nova Época de nosso esquema evolutivo, a chamada Época Atlante. Fomos, então, diferenciando-nos devido à facilidade que uns tinham de assimilar o conhecimento desse Mundo Físico em relação aos outros. A diferenciação começou a ficar tão grande que houve a necessidade de nos dividirmos em Raças.

Com isso, tornou-se mais fácil cada Raça ter as lições específicas que necessitariam aprender. Contudo, com isso, também, nós começamos a sentir falta de governantes no Mundo Físico, onde todos nós pudéssemos vê-los, pois nem todos nós tínhamos a segurança da orientação das Hierarquias Divinas, das quais já não podíamos ver. E começamos a desejar que pudéssemos escolher nossos próprios guias e exigimos reis visíveis. Veja na Bíblia em I Samuel 7:15-17, 9:5 e 10:1, a exigência de se ter Saul como rei, enquanto Samuel era o sacerdote. Foi então que surgiram os Reis e os Sacerdotes. Veja, Moisés, um guia temporal e regente do povo judeu, e Aarão, sacerdote que cuidava do bem-estar espiritual, no mesmo momento.

Ao sacerdote cabia oferecer cada dia vítimas (animais), primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Perceba que o duplo papel de Sacerdote e Rei que as Hierarquias Divinas desempenharam no passado e que trazia coesão entre essas duas funções de evolução proporcionando toda a paz para o desenvolvimento, foi, então, dividido para 2 seres humanos.

Isso ocorreu porque não se encontrou ser humano suficientemente versado nos negócios do Mundo Físico para exercer o ofício de Rei e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento dos negócios espirituais para desempenhar o ofício de Sacerdote.

Também não se encontrou um ser humano suficientemente capaz de guiar espiritualmente o povo, como Sacerdote e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento para dirigir os interesses materiais de um governo temporal, como um Rei.

Daí originou-se a classe sacerdotal, por exemplo, dos Levitas entre os Judeus, dos Brâmanes entre os hindus. Concentravam os poderes eclesiásticos. Eram batizados pela água, onde se consideravam Iniciados no ofício de Sacerdote.

Daí originou-se os Reis, que no princípio eram Iniciados, Filhos da Luz. Concentravam os poderes temporais.

Eram batizados pelo fogo, onde se consideravam Iniciados no ofício de Rei.

Com a separação dessas duas funções, uma orientando para o desenvolvimento material e outra para o desenvolvimento espiritual, criou-se uma área de atrito.

Senão vejamos: o Rei tinha a seu cargo o desenvolvimento material do povo. No seu mais alto conceito, procurava governar o povo atendendo tão somente a prosperidade material. Já o Sacerdote tinha a seu cargo o desenvolvimento espiritual do povo. No seu mais alto conceito, aspirava, tão somente, o progresso espiritual do povo.

Forçoso, então, que tal separação de governos criasse conflitos, mesmo que Reis e Sacerdotes trabalhassem com intenções as mais elevadas e nobres possíveis. E é o que sempre estamos até hoje vendo: com a separação do poder espiritual da Igreja (Sacerdote) e do poder temporal do Estado (Rei) produzimos guerras, lutas, opressão, escravidão e derramamentos de sangue, porque se trata de duas funções que aparentam ter interesses diametralmente opostos.

Porque cada um desses poderes luta para ter supremacia: o Estado abraça a causa da Paternidade e do homem, mantendo o alto ideal das Artes, Ofícios, Indústrias, construtores no Mundo Físico, tendo como ideal masculino Hiram Abiff, depois renascido como Lázaro – no tempo de Cristo Jesus – depois Christian Rosenkreuz, da linhagem de Caim e disposto a servir ao Cristo.

A Igreja abraça a causa da Maternidade e da mulher, mantendo o alto ideal do amor e do lar, tendo como ideal feminino a Virgem Maria, também Salomão, depois renascido como Jesus, da linhagem de Seth e disposta a servir ao Cristo.

Já não há aquela paz que havia na época de Melquisedeque, o Rei de Salém, onde só havia paz. Todo esse sofrimento ocorre porque nós não entendemos que nenhum que não seja tão espiritual como um Sacerdote está preparado para governar como Rei e, ninguém que não tenha a sabedoria e a justiça de um Rei pode estar preparado para ser o guia espiritual de humanidade, como Sacerdote.

Agora, já estamos na Época Ária, a 5° Época. Vivemos tal divisão de poderes e muitos são testemunhas de quanto sofrimento isso nos tem causado. Contudo, é importante termos uma ideia de quanto aprendemos com tudo isso. Desenvolvemo-nos até o máximo grau possível nessa Região Química do Mundo Físico, transformando-o num paraíso para o nosso desenvolvimento e para o desenvolvimento de muitas outras ondas de vida. Todas as formas de criação que já imaginamos fazem parte da história do nosso Planeta Terra, sim, o baluarte da nossa evolução.

A parte espiritual alternou em ocasiões de obscuridade e de iluminação. Caminhamos muito pelo dogmatismo, pela fé ingênua, pelo medo do desconhecido, pela iluminação, e agora, pela consciência divina da certeza para onde vamos, pela religião esotérica, pelo desvendamento dos mistérios ocultos.

Entretanto, todo esse sofrimento causado pela separação dessas duas funções só terá fim quando essas qualidades se combinarem num só ser novamente, então o reino da paz e da fraternidade universal voltará.

Por causa dessa necessidade de aparecer tal ser, é muito significativo que o relato bíblico comece, no primeiro capítulo do Gêneses, no Jardim do Éden, onde a humanidade se manifestava bissexual, quando aqui renascida, e inocente, além de inconsciente desse Mundo Físico. Depois, no segundo capítulo, lemos sobre o processo da separação dos sexos, da desobediência ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento e do consequente castigo ao “parir seus filhos com dor e ao estar sujeito à morte”, ou seja, a consciência da existência do seu Corpo Denso, o físico, e do Mundo Físico que o cerca. A partir daí o Antigo Testamento nos relata as guerras e as lutas e, no seu último capítulo profetiza a aparição de um Sol de justiça com a solução para todo esse sofrimento.

Já, no Novo Testamento, começa com o relato do nascimento de Cristo, que proclamou o futuro estabelecimento do Reino dos Céus. Como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus 1:1-2:

Muitas vezes e de modos diversos, falou Deus outrora a nossos pais pelos profetas. Nos últimos dias nos falou pelo Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem criou também o mundo”.

Naquele tempo todos os Sacerdotes do povo judeu vinham de uma ordem chamada Tribo de Levi. Entretanto, era uma ordem fundada na descendência carnal de “homens mortais”, sob a Lei que os fazia sacerdotes pecadores.

Jesus nasceu da Tribo de Judá que não tinha tradição de sacerdócio. Como lemos em Hebreus 7:13-14:

Pois bem: aquele a quem se aplicam estas palavras é de outra tribo, da qual ninguém se consagrou ao serviço do altar. Pois é notório que Nosso Senhor nasceu de Judá, a cuja tribo Moisés nada disse a respeito do sacerdócio”.

Ainda assim, Jesus Cristo foi tido como “Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque” como lemos em Hebreus 6:20. Essa ordem de sacerdócio é superior à de Levi, como lemos em Hebreus 7:1-10. O anúncio dessa ordem foi necessário porque a ordem de Levi fora incapaz de levar à perfeição.

A ordem de Melquisedeque se baseia na vida imortal de Cristo glorioso, como lemos também em Hebreus 7:15-17: “Isto se torna ainda mais evidente, se à semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote, instituído não segundo a norma de uma lei que baseia na carne, mas segundo a força de vida indestrutível”.

Sendo a ordem de Melquisedeque mais perfeita, o que era imperfeita e provisória fica abolida como lemos em Hebreus 7:18-19: “Com isso está abolida a antiga legislação devido à sua ineficácia e inutilidade”.

Esse novo sacerdócio substitui o grande número de sacerdotes por um único e eterno sacerdote: Cristo. E ele é o Sacerdote que nos faltava, pois em Hebreus 7:26-28, lemos: “Tal é o efeito o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mácula, separado dos pecadores e mais alto do que os céus. Pois não necessita, como o sumo sacerdote, oferecer cada dia vítimas, primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Ele o fez uma única vez, oferecendo-se a si mesmo. É porque a Lei fez sumos sacerdotes homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que sucedeu à Lei, constituiu o Filho eternamente perfeito.”

Assim as qualidades de Rei e de Sacerdote se combinam no Cristo, num só Ser novamente, então é ele que nos traz o reino da paz e da fraternidade universal.

Na sua primeira vinda ele inaugurou essa nova fase de busca a esse Reino da Paz e da Fraternidade Universal, limpando os Pecados do Mundo e nos dando a Doutrina Cristã. Somente o Cristo é capaz de unir a Igreja e o Estado como Rei e Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, Rei de Salém.

Na sua segunda vinda inaugurará a idade de paz e alegria em que a simbólica “Nova Jer-u-salém” (onde mora a Paz) reinará sobre as nações, novamente unidas numa única raça, em uma Fraternidade Universal.

Estaremos na 6° Época, a próxima, conhecida como a da Nova Galileia. Estaremos, novamente, sob o comando de um Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, só que, então:

  • Não mais inocentes e nem ingênuos, mas conscientes do Mundo Físico;
  • Não mais passivos, mas criadores dinâmicos nesse Esquema de Evolução;
  • Não mais auxiliares inconscientes, mas auxiliares conscientes de Deus no seu plano divino;
  • Não mais somente consumidores da forma física dos outros reinos de vida, mas colaboradores assíduos para a evolução de todos os reinos de vida que nos competir ajudar;
  • Não mais egoístas preocupados somente com a nossa própria evolução, mas altruístas preocupados principalmente com a evolução dos nossos irmãos.

                                                 Que As Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como posso entender a diferença entre a Clarividência voluntária e o Espírito de Controle? Qual é a sensação que cada um desses dois tipos produz?

Resposta: A Clarividência voluntária é uma forma positiva de desenvolvimento espiritual por meio da qual a pessoa desenvolve seus veículos internos em uma maneira positiva de modo que ela se torna capaz de perceber as realidades dos Mundos invisíveis (invisíveis à visão física). A visão do Clarividente positivo é obtida mediante o desenvolvimento da sua Glândula Pineal e do seu Corpo Pituitário (duas Glândulas endócrinas), por meio da construção de uma “ponte” entre elas. É essa ponte vibratória que permite a expressão do poder da Clarividência. Na Clarividência voluntária ou positiva todos os átomos que formam todos os veículos da pessoa estão vibrando no sentido do ponteiro de um relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da esquerda para a direita).

No caso da mediunidade e dos Espíritos de Controle, a conexão com os Mundos invisíveis é feita por meio do Plexo Celíaco e do sistema nervoso involuntário. A mediunidade envolve a vibração daqueles átomos, citados acima, no sentido contrário ao ponteiro do relógio relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da direita para a esquerda) que é, atualmente, contrário aos processos de desenvolvimento da Natureza (dizemos atualmente, porque no passado longínquo, em uma Época que conhecemos como Época Lemúrica e no começo da subsequente, que foi a Época Atlante, esse processo estava adequado à Natureza humana. Na Época atual, Ária, e nas próximas, não). Quando alguém possui a Clarividência voluntária ou positiva, ele está completamente consciente do fato. A mediunidade e os Espíritos de Controle podem ser desenvolvidos até mais facilmente, no entanto, sempre os Espíritos de Controle estarão no comando, anunciando o fato que eles são entidades externas e que a informação que eles dão não são resultados das faculdades internas próprias da pessoa.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Guerra: uma Operação para remover a Catarata Espiritual

Novembro de 1915

Você já deve ter estudado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.

Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.

Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.

Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisíveis e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.

(Carta nº 60 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O que são os conceitos de Polaridades, Vibrações e Oitavas aplicados durante a nossa Evolução aqui

Sabemos que há milhões de anos atrás, na Época Lemúrica desse Período Terrestre, metade da nossa força sexual criadora foi dirigida, pelos Anjos, para cima, para o lugar onde fica agora a nossa cabeça, para construirmos o nosso cérebro e a nossa laringe. Eles utilizaram a medula espinhal para transportar essa metade da força sexual criadora.

O objetivo disso foi transformar o nosso estado antigo de criadores divinos passivos, orientados em tudo por seres superiores, para criadores dinâmicos, conscientes e verdadeiros auxiliares de Deus no Seu atual Plano Divino. Portanto, através do uso do cérebro e da laringe podemos, agora, criar nesse Mundo Físico.

Assim, como o cérebro e a laringe foram criados a partir da metade da nossa força sexual, há uma forte relação deles com essa força sexual. Podemos perceber isso: no desenvolvimento pré-natal do feto, na mudança de voz que ocorre quando o menino alcança a puberdade e em alterações da capacidade mental consciente que se segue quando há abuso desenfreado da função geradora.

O ser humano é impelido a gerar filhos físicos pelo raio de amor de Vênus. Também, o ser humano é impelido a gerar filhos mentais e a expressá-los através da fala, pela laringe, pelo raio da razão de Mercúrio.

Portanto, Mercúrio e Vênus são criadores em suas funções: Vênus no plano físico e Mercúrio no plano mental. Ambos relacionados com os nossos Corpo Denso (ou físico) e Mente presentes.

Netuno é a oitava superior de Mercúrio. Porque é de sua mesma natureza. Só que Mercúrio é o portador da luz para o Sol físico, enquanto Netuno é o portador da luz para o Sol espiritual, chamado Vulcano entre os ocultistas, o qual é visível atrás do Sol visível. Por isso, poucos seres humanos atuais são capazes em absoluto de poder responder a ele.

Mercúrio é associado à razão e inteligência humana. Ele rege o sistema nervoso cérebro-espinhal – a bem da verdade, no cérebro, somente o hemisfério direito – meio de comunicação entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.

Netuno é associado à razão e inteligência sub e super-humana. Ele rege o canal espinhal ou medula espinhal, meio de comunicação entre o espírito e os mundos superiores.

Enquanto Mercúrio rege o hemisfério cerebral direito, Netuno rege sua oitava superior: a Glândula Pineal.

Enquanto Mercúrio rege o sistema nervoso cérebro-espinhal, Netuno rege sua oitava superior: a medula espinhal.

A intelectualidade, regida por Mercúrio, elevou-nos acima do animal e nos fez seres humanos.

A espiritualidade, regida por Netuno, a seu tempo, nos elevará acima do estado humano, fazendo-nos divinos.

É através de Netuno, que nós, com o nosso Espírito Divino, expressamos a luz e a vida do nosso Deus Pai como Vontade.

É essa Vontade que nós focalizamos no nosso Sistema Nervoso Voluntário do nosso Corpo Denso, governado por Mercúrio, e que, agindo através do cérebro, estimula o nosso corpo para a palavra e para a ação.

Assim expressamos a nossa vontade nesse Corpo Denso que agora habitamos.

Urano é a oitava superior de Vênus. Porque é de sua mesma natureza em um grau muito mais sutil, pois suas atrações são tão espirituais que não podem ser sentidas pelo ser humano comum de maneira completa. Por isso que o ser humano comum responde mais o lado negativo de Urano.

Vênus é associado às ligações amorosas e às relações consanguíneas. Ele rege a laringe meio de expressão entre o espírito incorporado e a Região Química do Mundo Físico.

Urano é associado a um amor mais abrangente, o altruísmo. Ele rege a segunda medula espinhal, meio de transmutação de todo o amor pessoal e inferior de Vênus em altruísmo, aquele sentimento que não exige correspondência no amor concedido aos outros.

Enquanto Vênus rege a laringe, Urano rege sua oitava superior: a Corpo Pituitário.

É através de Urano, que nós, com o nosso Espírito de Vida, expressamos o amor do Cristo. É esse amor que nós focalizamos no nosso Corpo Vital, onde Vênus estimula o nosso corpo a buscar a propagação da espécie e seu crescimento.

Assim expressamos o nosso amor e imaginação nesse Corpo Denso que agora habitamos.

O objetivo da construção dessa segunda medula espinhal, através da transmutação do amor de Vênus pelo altruísmo de Urano, é conquistar o domínio sobre o segmento simpático da atual medula espinhal e sobre o hemisfério cerebral esquerdo.

Assim, através da dupla medula espinhal tornamo-nos uma unidade criadora completa tanto no plano físico como no plano espiritual, pois voltamos totalmente a força sexual criadora para cima através dessa dupla medula, iluminada e elevada em energia potencial pelos fogos espirituais da espinha provenientes de: Netuno (vontade) e Urano (amor e imaginação).

“Quanto mais inferior seja o grau de consciência ocupado por um ser humano, na escala de evolução, tanto mais responderá aos raios astrais. Contrariamente, quanto mais elevado seja esse grau de consciência na subida da realização, mais o ser humano controlará e sobreporá as vibrações referidas, libertando-se das rédeas das Hierarquias Divinas” – Augusta Foss e Max Heindel.

As Hierarquias Zodiacais nos vigiam, similarmente a vigilância exercida amorosamente, tal como os pais responsáveis para impedir que seus filhos pequenos, em sua ignorância, cometam tolices que poderiam prejudicá-los ou invalidá-los para o resto da vida. Só que no caso das Hierarquias Divinas, são utilizados os Aspectos astrais (Sol, Lua e Planetas).

Na Época Lemúrica recebemos o que atualmente conhecemos como Átomo-semente do nosso Corpo de Desejos e o domínio do nosso Corpo Denso tornou-se um pouco maior com o desenvolvimento do sangue vermelho.

Houve a separação dos sexos e começamos a construir o cérebro e a laringe. A partir daqui temos seres humanos do sexo masculino e do sexo feminino e a necessidade da união entre eles para a procriação da espécie humana no Planeta Terra. O Mundo do Desejo era real para nós. Víamos o Mundo do Desejo tão nítido como vemos hoje o Mundo Físico. Nesse último tudo era novidade.

Corríamos perigo permanentemente porque pouco conhecíamos desse Mundo Físico. Perigo de destruir nossos veículos (Corpo Denso, Vital e de Desejos). Com o objetivo de nos ajudar a aprender utilizar esses nossos corpos, fomos colocados sob regras, leis e mandamentos.

O temor era a nota-chave daquela dispensação, pois: “o temor a Deus é o princípio da sabedoria.” (Pb 9:10).

A fim de que pudéssemos ter todas as gradações evolutivas individuais necessárias para o nosso desenvolvimento – e assim, aprender – foi adotada a influência dos Astros como instrumento. A vantagem disso é manter o livre arbítrio – pois “as estrelas compelem, mas não impelem” – e garantir todo tipo de gradação possível, como uma escada contínua de aprendizagem.

Nessa primeira etapa vieram as influências de Marte e da Lua. O regime era de disciplina. De Marte tínhamos a disposição em conquistar, em ganhar, em acumular, em garantir a sobrevivência aqui nesse Planeta com os nossos veículos. Isso nos ajudou muito a focar toda a nossa atenção aqui na Região Química do Mundo Físico. Através de suas influências inferiores buscávamos apenas a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores, nas relações com os nossos semelhantes e, mais praticamente, com o sexo oposto.

Da Lua tínhamos a disposição em procurar o sexo oposto para procriar, garantindo a espécie humana no Planeta Terra e a focalização da nossa atenção na nossa incipiente personalidade: Corpo Denso, Vital e parte inferior do Corpo de Desejos. Para frear esse ímpeto descontrolado, o que poria em risco as pessoas em sua volta, já que incitava o egoísmo na conquista desse Mundo, veio a influência de Saturno.

A disciplina foi o preço pago pela liberdade ignorante de ação. Através de Saturno veio o látego da necessidade. As enérgicas manifestações se revelavam como: raios, trovões, terremotos e epidemias.

Já na Época Atlante, terminamos de construir o cérebro e a laringe e recebemos o, que hoje conhecemos como, Átomo-semente da Mente. Precisávamos desenvolvê-la e aprender a usá-la. Saturno muito ajudou nisso.

A disciplina individual feita por meio de: mandamentos, ordens e leis, de tributos a serem pagos aos Guias Divinos, os sacrifícios dos melhores bens materiais que cada um possuía, conforme a ofensa que houvesse cometido contra a lei, foi ajudando-nos a entender como tudo funcionava nesse Mundo Físico.

Gradualmente, o construtivo Marte e o sagaz Saturno fertilizaram o cérebro lunar em aprimoramento e, com o tempo, aprendemos a construir instrumentos físicos que nos ajudaram a realizar nossas primitivas ambições, a utilizar a astúcia e a se comunicar uns com os outros.

Ainda hoje em dia, uma boa parte da humanidade não evoluiu muito a esse respeito. Responde quase só à natureza inferior e às paixões animalescas. Seus prazeres são grosseiros e sensuais. Seu lema é: “vamos comer, beber e se divertir”. Seus prazeres se encaminham principalmente às bebidas alcoólicas e à prática do sexo. Para um homem assim, a mulher é um objeto de prazer egoísta e um animal de carga, e para a mulher, em relação ao homem, o mesmo raciocínio vale. Nesse caso, só o látego da necessidade, expresso por Saturno, o fará adiantar na senda da evolução.

Conforme fomos evoluindo, respondendo e aprendendo com as influências da Lua, de Marte e Saturno, adquirimos a oportunidade de aprendermos mais lições de como melhor utilizar nossos veículos aqui na Região Química do Mundo Físico.

Foi então que apareceram as influências de Mercúrio e Vênus.

Mercúrio para nos dar novo impulso ao nosso desenvolvimento mental e moral e elevar a bestial imaginação lunar a fim de respondermos ao mais inteligente e lógico raciocínio de Mercúrio.

Vênus para refinar as nossas emoções e elevar a bestial paixão marciana, a fim de respondermos ao mais formoso e terno amor de Vênus.

Vênus, ou como se expressaram, os Senhores de Vênus ensinaram-nos as artes plásticas, a pintura e a escultura (isso explica o mistério dos antigos monumentos). Ajudaram a colocar: beleza, leveza e harmonia nas nossas formas físicas, no nosso Corpo Denso. Ou seja: os ensinamentos de Vênus eram dados para serem inculcados e tornarem-se parte da nossa vida, do nosso corpo e da nossa alma.

Mercúrio, ou como se expressaram, os Senhores de Mercúrio ensinaram-nos a como utilizar o pensamento para o nosso proveito e proveito do próximo. Ajudaram-nos a pensar, raciocinar antes de sair agindo.

Naturalmente, na mulher predomina a faculdade da imaginação de Vênus, em razão da sua função maternal, cuja faculdade modela o Corpo. Daí que a compleição feminina apresente as graciosas linhas de uma beleza natural, ao passo que o homem predomina o intelecto, patrocinado por Mercúrio, tornando-se expoente da razão.

Também, nesse momento, aos poucos, o Sol começou a iluminar o nosso ponto de vista sobre a vida. Ajudando-nos a trabalhar com a nossa Individualidade (Tríplice Espírito), vamos dissipando parcialmente as nuvens de Saturno.

De Vênus aprendemos a dar tudo de nós aos que nos amamos, mas somente aos que nos amamos. Bem diferente de Marte, que sempre quer que retenhamos tudo para nós mesmos. Para chegar a isso tivemos que aprender a nos dominar até certo ponto, pelo menos para convertermos em um ser civilizado e participar da família dos tempos modernos.

Agora não faz mais sentido admirar as proezas típicas de Marte, e que considerávamos virtude, a valentia de atacar os outros e arrebatar-lhes as propriedades.

Triste é ver que ainda hoje esse impulso primitivo se impõe nas guerras econômicas e de conquista. A esperança é que os vislumbres que presenciamos do amor de Vênus substituindo os traços egoístas de Marte se tornem cada vez mais frequentes.

De qualquer modo, até agora, falamos do nosso desenvolvimento buscando somente o interesse pelas coisas que temos direito de propriedade: meu dinheiro, a minha família, os meus bens, os meus filhos, etc.

Os outros não nos importa. Somente importa a nós e a aqueles a quem amamos. Orgulhamo-nos das qualidades morais – orgulho de Vênus – e das qualidades intelectuais – orgulho de Mercúrio – dos nossos entes queridos. Dos outros chega a até ser difícil reconhecer se há alguma qualidade.

Ora, para evoluirmos, precisamos substituir o desejo de apropriação e aquisição egoísta de bens pelo impulso de beneficiar o nosso semelhante. Ou devemos substituir esse nosso egoísmo pelo altruísmo. Mas, como?

Através do advento da influência de Júpiter. Tal influência assinala aquele proeminente estado de altruísmo. Assim, para que possamos responder prontamente à influência de Júpiter devemos cultivar o altruísmo e vencer o egoísmo proveniente do poder raciocinador de Mercúrio, da valentia e paixão instintiva da Lua e de Marte.

O amor de Júpiter reconhece a essência e não leva em conta o Corpo. Responder a influência de Júpiter significa ter um grande coração e o manifestar em qualquer assunto ou momento relacionado com suas emoções ou com as coisas do mundo.

Nesse ponto a nossa natureza emocional terá, necessariamente, de ser elevada. E para isso, a influência de Urano inicia. Urano nos confere uma sabedoria intuitiva, independente do raciocínio. No mesmo instante ele transforma o amor que fixa num só objeto ou ser em compaixão, que se expande e incluí tudo o que vive, tudo o que se move e existe.

Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:

  • Marte, Vênus e Urano representam três gradações no nosso desenvolvimento emocional.
  • Marte, nós respondemos como paixão animal e buscamos somente a gratificação ilimitada dos nossos desejos inferiores em todas as nossas relações.
  • Vênus, nós respondemos amenizando a brutalidade dos nossos desejos e paixões através do amor aos nossos entes e posses, estando prontos a fazer qualquer sacrifício por eles.
  • Urano, nós respondemos transformando a paixão marciana em compaixão e em faculdade da intuição, o amor venusiano que se dirige a um ente determinado, para todos os seres; é o amor divino, sobreposto às considerações materiais de toda espécie; sobreposto a Personalidade.

Sob a influência da Lua éramos dóceis e aceitávamos tudo sem questionar. Gostávamos de sermos guiados e orientados em tudo. Tínhamos uma mentalidade parecida com as das crianças, isto é, facilmente controlável, de modo a estar sempre pronto a ceder. Vivíamos num mundo de ilusões e sonhos, completamente autômatos.

Quando estávamos prontos, veio Mercúrio e nos ajudou a formar ideias e pensamentos. A utilizar a Mente como veículo poderoso para vivermos aqui nesse Planeta. Aprendemos a raciocinar. Mas é o frio poder raciocinador de Mercúrio que nos ajuda a alimentar o nosso egoísmo e como levar vantagens sobre os nossos semelhantes.

Aprendemos a raciocinar logicamente e chegar a conclusões através dessa sequência. Aprendemos a deduzir. Ou seja, aprendemos a ser frios e calculistas, a ter uma atitude mental constante.

Entretanto, não podemos explicar a razão do porquê a resposta que sempre encontramos é adequada e correta. Mas deve existir um modo de conseguir isso. Mas, como? Através da influência de Netuno. Só através dele é que podemos obter a resposta a qualquer pergunta, com a vantagem de poder explicar a razão por que aquela resposta é adequada e correta.

Aqui, então, podemos fazer o seguinte resumo:

  • Lua, Mercúrio e Netuno representam três gradações no nosso desenvolvimento mental.
  • Lua, nós respondemos sendo autômato, guiado em tudo, facilmente controlável, sem opinião própria, levado ao sabor do vento.
  • Mercúrio, nós respondemos questionando tudo, raciocinando; tendo ideias de tudo o que ocorre a nossa volta, procurando respostas sem ter a certeza de que ela é completa e certa.
  • Netuno, nós respondemos pelo poder da ideação, um poder criador que, mais do que qualquer outra qualidade, mostra a nossa semelhança com Deus: a Epigênese. Sob sua influência encontramos respostas adequadas e corretas para todos os nossos questionamentos.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Filosofia de Cura, os papéis dos Auxiliares Invisíveis e Visíveis

Para considerar plenamente os princípios básicos relacionados com a arte de curar, deve-se olhar tanto do ponto de vista do curador como do paciente, o instrumento para o poder curativo, assim como, os que recebem as ministrações curativas. Deve-se entender, também, que quando se usa a palavra “cura”, se refere a algo mais que uma mera cura ou alívio temporal.

A verdadeira cura (a Cura Rosacruz) requer uma mudança definitiva na consciência do paciente, posto em ação seja por seus próprios esforços, pelos esforços do curador ou pelo de ambos. O curador deve possuir, também, um grau adequado de espiritualidade, a fim de transmitir o poder curativo de uma maneira positiva.

O ocultista pensa no ser humano como um espírito essencial, uma chispa diferenciada da grande Chama emanada através de uma grande peregrinação por meio da matéria, para desenvolver as divinas potencialidades inerentes a cada indivíduo. O plano original para a Onda de Vida Humana era que nele não haveria tristezas nem sofrimentos, mas na última parte da Época Lemúrica os Espíritos de Lúcifer penetraram na consciência da humanidade (quando o ser humano renascia com o sexo feminino, já no processo de alternância de sexos durante os renascimentos), impregnando o Corpo de Desejos com o princípio da paixão. Como resultado, o ser humano, abusando ignorantemente da força criadora sexual, que é divina, desenvolveu um desequilíbrio em sua natureza, e se escravizou a inumeráveis padecimentos, doenças e enfermidades.

A correção desse desiquilíbrio, a restauração da harmonia dentro da natureza do indivíduo, requer uma mudança da consciência ou a transmutação das propensões baixas e egoístas, em qualidades da mais elevada espiritualidade. Jesus Cristo ordenou à mulher pecadora: “Vai, e de agora em diante não peques mais.” (Jo 8: 11), indicando-lhe, com isso, a necessidade de uma mudança em seu modo de viver, se é que queria que a sua cura fosse permanente. Desse modo encontramos que a chave para a cura está encerrada nesta palavra: Regeneração, e isso há que se aplicar tanto a quem cura como a quem é curado.

Falando em termos gerais, podemos dizer que o primeiro passo para a regeneração, ou processo curativo, tem que vir com a purificação dos veículos humanos (Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos) e da Mente, aplicando-se, primordialmente, ao Corpo Denso os métodos mais usuais. O Estudante Rosacruz, compreendendo a importância da parte física do ser humano, tanto como a parte suprafísica, crê que a fim de conseguir uma cura permanente, ou uma regeneração do indivíduo, se deve trabalhar em conformidade com as Leis da Natureza, em todos os planos: o físico e os suprafísicos. Consequentemente, reconhece devidamente as leis fundamentais que determinam as reações que resultam do uso de certas propriedades físicas, reconhecendo, ao mesmo tempo, que tais reações são modificadas indevidamente ou afetadas pelas condições existentes aonde são aplicadas. Assim, ocorre complementar as leis básicas que afetam o Corpo Denso, tais como as que governam as dietas, tendo em conta a variedade para responder a essas Leis que existem em diversos indivíduos e que afetam o resultado final do remédio físico.

Os naturalistas, os médicos que usam os métodos naturais para ajudar aos doentes e enfermos, estão fazendo um serviço valioso à humanidade, ensinando-a a cooperar com as Leis fundamentais da Natureza, para recuperar ou manter a saúde; começando por desfrutar de uma grande quantidade de ar fresco e de Sol, fazer exercícios e alimentar-se corretamente, desistir de envenenar o Corpo com drogas e medicinas, que só podem dar alívio temporário; viver alegremente e de uma maneira não egoísta. Esses pioneiros estão em completa harmonia com as Leis da Natureza quando nos incitam a comer livremente frutas frescas e vegetais, o menos cozidos possíveis, para que toda quantidade de energias, vitaminas, minerais, etc. possam ser assimilados pelo Corpo Denso.

Assim é que eles demonstram a eficácia dessas simples ajudas, o valor de certas frutas e vegetais para a saúde do corpo, e limpá-lo de cristalizações que vão sendo formadas por uma dieta e uma vida incorretas.

Os teopatas e quiropratas estão contribuindo com muito valor, a arte de cura com seus ajustes espirituais, cirurgias sem sangue, etc., e os médicos mais avançados de todos os países estão reconhecendo a luz, a cor e a música, como fatores importantes para a manifestação da harmonia em todos os veículos do ser humano. Junto à mudança do Corpo Denso se produzem também as mudanças nos outros Corpos; devido à íntima compenetração de todos os veículos se necessitam uma resposta de todos os Corpos para desfrutar da uniformidade.

Do modo como o paciente usa sua vontade para cooperar com a Cura Rosacruz, assim progredirá na batalha do “Eu superior” na subjugação do “eu inferior”.

Sendo a Mente um ponto de encontro entre o Espírito e o Mundo material, naturalmente que ocupa uma situação estratégica na arte de curar, e ainda aqueles que não são conscientes nos assuntos de ocultismo, devem admitir a necessidade de cultivar uma atitude serena, mental e emocional, se desejam recuperar ou reter a saúde. Os resultados de amplas investigações e experiências, fala muito do dano que causam os efeitos venenosos do ódio, da cólera, do ressentimento, etc., sendo suas tendências obstruir o desenvolvimento normal do Espírito, algo essencial para a saúde. Tem que haver uma purificação da Mente, uma direção definida de suas atividades em canais construtivos, se quiser manter um estado saudável.

No trabalho de Cura Rosacruz da Fraternidade Rosacruz existe um ponto que é único, mas que será usado universalmente, à medida que nos aproximemos da Era de Aquário. Esse ponto é a faixa de Auxiliares Invisíveis ou pessoas que desenvolveram o Corpo-Alma o suficiente para funcionar neles nos planos internos, e prestar ali um serviço humanitário sob a direção daqueles treinados na arte de curar.

A cargo desses trabalhos estão aqueles seres altamente evoluídos, de quem nós chamamos de Irmãos Maiores. Os Auxiliares Invisíveis são ensinados a dirigir a força curadora de Deus Pai para onde se necessite, assim como, ajustar partes do Corpo Denso e Vital, materializando, às vezes, mãos para trabalhar nas partes afetadas de um modo efetivo. Somente aqueles que vivem uma vida pura e de serviço podem participar nesse amplo trabalho, já que é necessário que ele ame e sirva no plano físico (trabalhando como Auxiliares Visíveis) para atrair os dois Éteres Superiores e formar o Corpo-Alma, gozando do privilégio de servir nos planos internos. O Auxiliar Invisível é aquele ser humano que definitivamente trata de viver a vida regenerada.

Ademais, além da ajuda prestada pelos Auxiliares Invisíveis, também se dá ajuda, no plano físico, por uma pessoa em harmonia astrológica com o paciente, o curador. Quando a solicitação de cura chega ao Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que possui um (para solicitar a cura é só clicar aqui, imprimir o formulário, preenchê-lo com caneta tinteiro e enviá-lo para o endereço lá escrito), levanta-se o horóscopo do paciente, por meio da Astrologia Rosacruz, e do padrão de sua alma se pode julgar não só a natureza da enfermidade ou doença, e a parte do corpo afetada, como também se pode averiguar o desiquilíbrio espiritual que em sua natureza causou a afecção física. De modo que a é possível fornecer informações e orientá-lo apropriadamente, para que comece a viver em harmonia com as Leis de Deus, enquanto mantém seu contato com os Auxiliares Invisíveis, escrevendo mensalmente uma carta ao Departamento de Cura, resumindo seu estado, juntamente com o cartão assinado nas “Datas de Cura”. O valor da Astrologia Rosacruz está fortemente manifestado por Max Heindel quando diz: “Observando que o organismo terrestre, que cada um de nós habita, é moldado por meio de linhas vibratórias produzidas pela ‘Música das Esferas’, podemos nos dar conta que as desarmonias que se expressam como enfermidades ou doenças se produzem, em primeiro lugar, pela desarmonia espiritual interna. Ademais, é evidente que se podemos obter a devida sabedoria em relação com a causa direta da desarmonia, e remediá-la, as manifestações físicas da enfermidade ou doença desaparecerão logo. Essa informação está no horóscopo do momento do nascimento, porque nele cada Astro em sua Casa e Signo expressam a harmonia ou discórdia, a saúde ou a enfermidade. Portanto, o método de Cura Rosacruz é adequado na proporção de como se tomem em consideração as harmonias ou diversidades astrais, expressas na roda da vida: o horóscopo”.

No entanto, ainda que os Auxiliares Invisíveis tenham prestado sua ajuda em cada caso, e se lhes tenha comunicado ao paciente as sugestões e conselhos pela pessoa que se harmoniza com o tema do paciente, ainda fica a tarefa mais importante: a de o paciente compreender a necessidade de mudar o suficiente para lograr uma cura permanente.

Como a compreensão das Leis da Natureza é essencial para isso, e quando alguém tem essa compreensão, acompanhada pela segurança de que todas as enfermidades e doenças são os resultados das violações das Leis de Deus, normalmente, se terá o desejo de reformar o modo de vida, a fim de conseguir a finalidade do processo curativo. Quanto mais compreensão tenha o paciente desses princípios que governam a vida e o ser, estará mais capacitado para cooperar no funcionamento desses princípios e, por isso, é evidente que a obtenção da saúde duradoura deve ser acompanhada por certa educação do paciente, no conhecimento dos mistérios das leis imutáveis da vida. O desejo e adaptabilidade do paciente em cooperar com os Auxiliares Visíveis e Invisíveis determinarão a rapidez com que atrairá o processo regenerativo. Na Filosofia Rosacruz se nos ensina algo da natureza relativa ao Corpo Vital, e a necessidade que é mudar o Corpo Vital, antes que uma mudança duradoura se efetue em todo o organismo físico humano, seu Corpo Denso.

O Corpo Vital é o veículo dos hábitos, e a maioria das pessoas são filhos de seus hábitos. Para mudar esses hábitos, que temos formado no passado, se requer muita repetição, muita paciência no estabelecimento de novas linhas de pensamento e de ação. Nossos desejos têm um domínio excessivamente forte sobre nós, e aos poucos entendemos que é difícil ignorar a sutil persuasão da natureza de desejos, quando tratamos de romper velhos e daninhos hábitos, sejam eles físicos, emocionais ou mentais. No entanto, podemos mudá-los se quisermos, e aqui está o segredo da transmutação que estabelece a saúde permanente: o uso da nossa vontade. Atualmente, não há limites, no que se pode fazer pela cura, ou por qualquer outro esforço, se existe o desejo suficiente de fazê-lo, e um subsequente esforço da vontade em uma devida direção. Um exemplo interessante sobre isso aconteceu com um grupo de paralíticos em um hospital da América do Sul. Estes enfermos estavam todos confinados na cama. Oito deles estavam recolhidos em seu pavilhão quando certo dia surgiu uma terrível serpente não venenosa, que se colocou dentro do recinto por uma janela passando por um cano de água. Dez segundos depois que o réptil fez sua aparição, ele era o único ocupante do pavilhão. Um dos pacientes que estivera acamado por dois anos, saltou por uma janela que estava mais ou menos a 1,80 m de altura e dali fugiu. Todos os pacientes se restabeleceram em consequência do esforço realizado na fuga. Devemos estar convencidos, por vários exemplos dessa natureza, em que os podres do Espírito podem ser liberados por meio da vontade e do poder do pensamento. Nunca seria demais manifestar, portanto, que esse sublime processo, deve estar baseado sobre o “amor e o serviço desinteressado aos demais”, porque a vida regenerada deve ser a vida altruísta.

O ocultista familiarizado com as leis ocultas da natureza compreende como uma féintensa ou a mudança interior podem provocar assombrosas mudanças físicas, e desse modo é possível explicar as chamadas curas milagrosas de uma maneira sensível. Max Heindel, um Iniciado de quinto grau, nos diz que: “Cristo é uma encarnação do princípio da Sabedoria, e em proporção em como o Cristo está sendo formado em nós, obteremos saúde”. Podemos tomar essas palavras como uma chave que conduz ao caminho da regeneração e da saúde. O Cristo, o Princípio Amor-Sabedoria, é a expressão do segundo aspecto de Deus Trino, do qual o ser humano é um átomo diferenciado. Esse aspecto é o princípio da harmonia e do amor, justamente o oposto ao princípio discordante dos Espíritos de Lúcifer. À medida que cultivamos o amor de Cristo dentro de nós, e O manifestamos aos nossos semelhantes, automaticamente eliminamos as tendências ao egoísmo, à paixão, ao ódio, à inveja e a outras vibrações grosseiras que pertencem ao “eu inferior”, libertando os infinitos poderes do Espírito. Desse modo, a saúde vem simultaneamente com a transmutação das qualidades inferiores às mais elevadas; ainda que as mudanças necessárias nos corpos durante o processo de transmutação possam trazer, temporariamente, as moléstias.

Finalmente, um ajuste completo se fará por cada indivíduo que persista no caminho da espiritualidade, vivendo uma vida plena e dedicada ao serviço amoroso e desinteressado a cada irmão e a cada irmã que está a sua volta. Algum dia, a regeneração será obtida por toda a humanidade e prevalecerá a saúde.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Nossa Palavra

Max Heindel escreveu que o uso das palavras para expressar o pensamento é o mais alto privilégio humano. Podemos encontrar na Bíblia diversas passagens que expressam o poder da palavra.

Desde o início da criação em Gênesis 1:1 (“Deus disse: ‘Faça-se a luz’! E a luz se fez. ‘Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras’. E Deus fez o firmamento”) até no Novo Testamento com os ensinamentos de Cristo, como, por exemplo, quando Cristo-Jesus acalma a tempestade quando Ele e seus discípulos estavam num barco, em Mateus 8:24-27: “…Ele levantou-se e intimou aos ventos e ao mar e se fez grande bonança. E os homens se admiraram dizendo: ‘Quem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?’”. Ou em João 1:1: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Tudo o que feito, foi feito por ele e nada do que tem sido feito foi feito sem ele”, Onde se mostra o Segundo aspecto do Ser Supremo que, por meio da palavra, trouxe a existência tudo que há.

E assim é porque a palavra é criadora. Agora, por que ela é criadora? Porque ela advém de uma parte da nossa força sexual criadora.

Tudo começou ainda quando éramos todos, hermafroditas, capazes de nos reproduzir sozinhos, mas éramos inconscientes dos nossos Corpos e, portanto, incapazes de criar e de se expressar nesse Mundo Físico.

Quando tomamos posse desses nossos Corpos (ou veículos de expressão) foi necessário construir o cérebro e a laringe para podermos criar nesse Mundo Físico. Estávamos na Época Lemúrica. Por falar nela, vale lembrar aqui, que nessa Época considerávamos a palavra como algo santo. Era empregada sobre a orientação das Hierarquias Criadoras que nos guiavam. Cada som emitido por nós lá tinha poder: sobre os semelhantes, os animais e sobre a Natureza circundante. Oras, trata-se de dois órgãos físicos criadores, portanto, necessitaram de força criadora para serem construídos!

Assim, metade da nossa força criadora sexual foi utilizada para a construção desses dois importantes órgãos. A laringe se formou em nós, quando nossos Corpos Densos ainda tinham a forma de um saco dilatado. Podemos ter a ideia de como era observando um embrião humano, quando passamos pela fase Lemúrica da gestação.

Conforme o Corpo Denso foi tomando a posição vertical, como é hoje, parte dessa força sexual criadora permaneceu com a parte inferior do Corpo Denso, nos órgãos sexuais, e parte com a parte superior convertendo-se na laringe e no cérebro. Assim, o poder da palavra é criador!

Como lemos em Gênesis: 1:26: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança”. Ou seja: a habilidade criativa de Deus está refletida em nós. Nós somos deuses em formação e, toda vez que falamos nós estamos exercitando esse poder dado por Deus. Nós estamos aprendendo, por tentativa e erro e por meio da Lei de Causa e Efeito, de tudo que nós criamos. Cristo disse: “Toda palavra que o homem falar, ele deve dar conta dela no dia do seu julgamento. Pelas suas palavras será justificado e pelas suas palavras será condenado” (Mt 12:36). Isso está se referindo ao processo da criação do nosso pessoal “Livro da Vida”. O Éter que respiramos junto com o ar está carregado com uma precisa quantidade e qualidade de todas as nossas: pensamentos, sentimentos, emoções, desejos e palavras, ações, atos e obras. Esses são transmitidos dos pulmões para o sangue que circula pelo coração a cada instante da nossa vida. Na sua passagem pelo ápice no ventrículo esquerdo do coração é gravada toda essa imagem fidedigna no Átomo-semente do Corpo Denso que lá está, e que constitui o nosso “Livro da Vida” pelo qual seremos julgados após o término de cada existência aqui na Terra. Por isso é que devemos evitar o quanto pudermos o bulício dos seres humanos no nosso ambiente ao redor.

Mas, por que razão nos atraem as falas e conversas supérfluas, a imensa maioria calcada no inferior, na fofoca, no mal? Gostamos tanto de falar porque pretendemos, com essas conversas, sermos consolados uns pelos outros e desejamos aliviar o coração fatigado por preocupações diversas que se resumem na falta de fé em Deus.

E, assim, perdemos o nosso precioso tempo sentindo prazer em falar e pensar, ora nas coisas que muito amamos e desejamos, ora nas que nos contrariam. Mas que ilusão a nossa!

Em vão buscamos esse tipo de consolação exterior que decididamente afasta a verdadeira consolação que é a interior e divina. Cumpre, portanto, de nos vigiar e orar, para que não passemos o nosso tempo ociosamente. Se for lícito e oportuno falar, que seja de coisas edificantes!

É certo que o mau costume e o descuido do nosso progresso espiritual concorrem muito para o desenfreamento de nossa língua. E o descuido do nosso progresso espiritual está com a eterna desculpa de falta de tempo.

Se nos abstivermos de conversações supérfluas como também de ouvir novidades e boatos acharemos tempo suficiente e adequado para cuidarmos do nosso progresso espiritual.

Como disse Sêneca na Epístola n.7: “Sempre que estive entre os homens, menos homem voltei”. Isso experimentamos muitas vezes, quando falamos muito. Mas fácil é calar de todo, do que não tropeçar em alguma palavra. Portanto, utilizemos o uso da nossa palavra o mais santamente que possamos.

Sabemos que a Fraternidade Rosacruz simboliza o futuro desenvolvimento do ser humano. Quando ficamos de pé, com os braços estendidos de modo que formemos uma cruz, nós encontramos que a posição da laringe corresponde a posição da rosa branca do Símbolo Rosacruz. O sangue sem paixão da planta ascende através do seu caule até o seu órgão reprodutor, o cálice da planta. Assim também, quando dirigimos toda a nossa força sexual criadora para cima, a laringe se torna espiritualizada, tornando-se o receptáculo da purificada, conservada e transmutada força sexual criadora. A voz terá o poder: da benção, da cura e da criação. A mesma cura pela palavra que vemos feita por Cristo em diversas passagens na Bíblia, como por exemplo, na cura do paralítico em Jerusalém, em João 5:8: “Ordenou-lhe Cristo-Jesus: ‘levanta-te, toma o leito e anda’. No mesmo instante aquele homem ficou curado, tomou o leito e andou”. A mesma criação que vemos feita por Cristo em diversas passagens na Bíblia, como por exemplo, na multiplicação dos pães em João 6:10-13: “Disse André a Cristo-Jesus: ‘está aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes, mas o que é isso para tanta gente?’ Sentaram-se, pois, os homens em número de uns cinco mil. Cristo-Jesus, então, tomou os pães e, dando graças, deu aos que estavam sentados e, também, os peixes, tanto quanto quiseram. Depois de saciados, disse aos seus discípulos: ‘recolhei os pedaços que sobraram, para não se perderem’ Recolhendo, encheram doze cestos de pedaços que dos cinco pães de cevada sobraram”.

Ou seja: a laringe falará a Palavra Perdida, ou Fiat Criador no passado empregado por nós, sob a orientação das Hierarquias Criadoras na Época Lemúrica. Seremos um criador de verdade e não na forma relativa e convencional do presente. Empregando a palavra apropriada poderemos criar um corpo. Portanto, tratemos de expressar palavras unicamente quando houver oportunidades de serem construtivas. Caso contrário, guardemos em nosso silêncio. Como dizem, o silêncio é de ouro. Na verdade, através dele podemos guardar a nossa força sexual criadora expressa em nossas palavras a fim de ser utilizada quando realmente for necessário.

E como lemos nos Preceitos para o Estudante Rosacruz: “Considerando que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, procuremos sempre no ambiente onde se encontramos predominar: a paz, a harmonia e a calma”.

Vamos, então, fazer cada esforço para sermos guiados pelo nosso Cristo interno, contraparte do Cristo externo, nosso guia e salvador, falando somente o que é bom e nos esforçando para exercitar nossas habilidades criativas para a glória de Deus.

Que as Rosas floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como agimos no Mundo: a Importância das Pequenas Coisas – essas que fazemos no nosso dia a dia

Em razão de nossa dual natureza, espiritual e humana, não podemos ainda, infelizmente, manter um permanente contato com Deus, através de nossa Divina Centelha. Mas, nem por isso devemos cruzar os braços admitindo, antecipadamente, a derrota, sob a justificativa de que o caminho é muito longo e difícil. Temos orientação segura, amorosa e desinteressada na Fraternidade Rosacruz. Arregacemos as mangas e tratemos, sob tal orientação, de dispor os tijolinhos de nossos pequenos e continuados esforços, com a argamassa do amor, para a, pouco e pouco, edificarmos nosso templo interior.

Não importa que ao nosso redor muitos corram na louca ânsia de sorver os prazeres do mundo: a indigestão os fará retornar aos alimentos sadios. Deus não tem pressa. Ninguém se perderá. Através de sábias leis, lenta e seguramente, Ele promove a elevação de suas células espirituais. Todos os caminhos conduzem a Roma. Cabe-nos escolher.

Atendemos bem para isto: o segredo está no acúmulo persistente de pequenas conquistas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. Aspirar e não realizar é incompleto. Deus desejou criar o Universo; idealizou-o e depois o Verbo se fez carne. Fazer é crescer. A fé, sem obras, é morta. E quem cresce pode melhor servir. E quem melhor serve, mais recebe para dar.

O desenvolvimento espiritual se realiza assim. Devagar e sempre. Lembra Max Heindel: “é, comparativamente, mais fácil realizarmos uma grande proeza num impulso de heroísmo, do que vencermos as pequenas batalhas das dúvidas, das condescendências próprias, dos descuidos. Os que o conseguem são os verdadeiros heróis anônimos, reconhecidos por Deus”.

De fato! Podemos ter momentos de elevação e de contato com nossa Deidade Interna, nas reuniões de Fraternidade e nos exercícios e preces que realizamos em casa. Mas, e os intervalos? Quando deixamos o altar de nossas consciências, e voltamos ao trabalho do mundo, continuamos, na presença de nosso Cristo ou dele nos despedimos, furtando-nos a seus penetrantes olhos, por que somos obrigados a agir como homens e mulheres comuns?

Aqui está o segundo ponto, prolongamento do primeiro: para haver pequenos e continuados esforços espirituais, devemos vigiar e orar, ou seja, orar sem cessar, isto é, manter atitude mental, comportamento emocional e coerência em atos íntegros no mais puro sentido do termo, servos de Deus; expressão de Sua Vontade em nós. E se achamos que nossas atividades não nos permitem agir dessa maneira, oremos para que Deus nos inspire a encontrar outro caminho. Estamos nos justificando pelo desejo de lucro ilícito? Não temos convicção bastante para afirmar nossa lealdade espiritual, sem perder de vista a prudência com as fraquezas humanas? Temos receio de iniciar outra atividade mais afim a nosso ideal Cristão?

Mas nem sempre é esse o caso. A vida moderna reconhece cada vez mais a necessidade de lealdade e lisura nas relações humanas. Ao contrário, o ser humano correto e prudente é sempre respeitado e fatalmente guindado a postos de confiança.

O problema está nas negligências, nas condescendências, para sermos agradáveis aos outros. As palavras que falamos na vida diária, no lar, no trabalho, no lazer, nas rodas de piadas, quando estamos aborrecidos ou irados, são essas palavras que nos traem e comprometem muito mais do que pensamos, porque as palavras têm poder.

Stephen Vicent Benét nos exorta: “a vida não é perdida quando morre o corpo, senão nos minutos, dias e anos preenchidas de pequenas e descuidadas falhas”. No Livro dos Provérbios, Salomão admoesta: “a língua dos sábios produz a cura. Quem guarda a sua boca, conserva a vida. Mas a boca do tolo é sua destruição.” (Pb 12:18-19).

Na Época Lemúrica, pelo poder da palavra moldávamos os corpos dos animais e vegetais. Desde o mais remoto passado o ser humano temeu a maldição e desejou bênçãos. Os braceletes atuais são reminiscências de objetos que no passado as pessoas usavam no braço, no pulso, com inscrições de palavras edificantes e protetoras, tiradas de seus livros sagrados.

Não importa se os outros nos percebem: se pensamos, se sentimos erroneamente, já pusemos em ação uma força modeladora de algo desagradável. Foi isso que inspirou alguém a dizer: “Ó Deus, ajuda-me a tornar doces e edificantes os meus pensamentos, sentimentos e palavras, porque um dia terei de engoli-los…”.

Meditemos muito nisso. Fazer um pouco por dia, todos podemos! Vigiar e orar é buscar manter uma unidade ativa coerente com a vontade de nosso Cristo Interno.

Talvez na ausência dessa prática resida a explicação de nosso lento evoluir espiritual.

Nesse caso, comecemos agora mesmo, segundo o conselho de São Paulo Apóstolo: “Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências enganadoras. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, e revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4:22-24).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – junho/1969 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alterações produzidas com a proximidade da nova Era, a de Aquário

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promovem alterações na dinâmica do funcionamento biológico de diferentes partes do nosso Corpo Denso. Vamos ver parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo da tão mal compreendida vida eterna.

Primeiro de tudo vamos recapitular o modo como nos tornamos conscientes no Mundo Físico. Essa recapitulação se faz necessária para traçar uma linha de referência de nosso desenvolvimento. Conforme aprendemos na Filosofia Rosacruz, nós, um Espírito Virginal da Onda Humana, descemos dos Mundos superiores na parte desse Esquema de Evolução que denominamos Involução. Por ação recíproca, Corpos constituídos de materiais correspondentes aos Mundos que passávamos foram construídos. Ao todo, três Corpos foram desenvolvidos (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) com o propósito de desenvolver os três princípios divinos que o ser humano (a Onda de Vida Humana composta de Espíritos Virginais) herdou de Deus (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano); pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice (Pai, Filho, Espírito Santo), nós, criados a Sua imagem e semelhança, também o fazemos. Mas para que houvesse comunicação entre os princípios divinos e seus instrumentos um veículo mental teve de ser nos dado; assim a união entre os Corpos e os respectivos Espíritos foi estabelecida por meio desse veículo que chamamos de Mente. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (polo masculino ou vontade e polo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo. Isto é, ambos os polos, direcionados para o mesmo sentido, conferia a nós a capacidade de sermos hermafroditas.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações no Corpo Denso ocorreram. Para isso, um encéfalo, que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio, deveria ser construído. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso Planeta foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a ser melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos polos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (influência do Sol), o polo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária.

Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário, para que o Ego pudesse governar seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo. O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que grande quantidade de sangue é direcionada a regiões do Corpo Denso que participa da realização de tarefas. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual Esquema de Evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue se tornar mais quente no interior do Corpo Denso em relação a temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, pudemos alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renascia em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a nossa consciência quando renascíamos como mulher para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Esta atenção fez com que iniciássemos um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). Note que isso está de acordo com o que compreendemos hoje: mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não enxergamos as coisas como elas são, mas enxergamos as representações mentais que criamos para interpretar estas coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (força feminina).

Já quando renascíamos como homem, os estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima de nós – neutralizavam o nosso Corpo de Desejos, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima de nós.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, nós internalizamos metade de nossa força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para nós. Se meditarmos sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso também ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não conhecíamos o pecado (transgressões das leis). Quando renascíamos como mulher, pela imaginação, já conseguíamos identificar muitas coisas que ocorria fora de nós mesmos. Mas também conservávamos a visão etérica das coisas. Por isso, quando percebíamos a morte de um Corpo Denso,  ao mesmo tempo, também percebíamos a permanência do Corpo Vital;  isto é, a pessoa que morria no Mundo Físico permanecia viva, e esse fato nos deixava extremamente confusos.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da Onda de Vida Angélica que se atrasou – entraram em contato quando renascíamos como mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Denso que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“árvore do conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, nos ensinando a nos libertarmos da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo a própria evolução e geração de novos Corpos.

Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear o desejo e direcioná-lo aos propósitos do Ego. Somados a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

Devemos, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de desenvolvermos ao ponto de nos tornarmos semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que devemos abominá-lo está incutido no inconsciente humano, pois foi ele que nos abriu os olhos para utilizamos nossos poderes para sermos iguais aos deuses (superiores aos Anjos). O problema é que tal estado só será alcançado quando a personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).

O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela personalidade, fez com que cada ato nosso fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina, incutindo determinadas motivações no âmago da personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual fazemos ou deixamos de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor a estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, podemos ver que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e do altruísmo no mundo.

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas (experiência). Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido a nossa incompetência em não o deixar cristalizar), até que a morte (a nossa incapacidade em se manter renascido nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos nossos poderes: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida. Isso significa menores oportunidades de crescimento para nós. 2) Outro fator é a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da nossa produção anímica.

Entretanto, isso não significa ausência de possibilidades para geração produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que possamos avançar no caminho, mesmo que ainda tenhamos muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as nossas tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em nossas vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independentemente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas) e, assim, podemos utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode ser não pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estrutura e função. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as nossas oportunidades de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Denso e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Denso devem ocorrer. O comer da Árvore da Vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Denso.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, podemos concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (essa é a significância da Parábola dos Talentos que lemos na Bíblia).

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e, assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a personalidade. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira: 

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação e energia física (está última só existe devido ao trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. o resultado da tentativa (quintessência) deverá ser observado em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos éteres de luz e refletor.

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

Lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro químico para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o Éter Refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Como a aproximação da nova Era passaremos a utilizar o Éter, um material com vibração superior aos elementos químicos, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Um dos polos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe. Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Densos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera. O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta re-união dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Anjos, os Anjos Lucíferes e a Evolução

Os Anjos são a “humanidade” do Período Lunar, que antecedeu o Período Terrestre. Eles atuam em todos os Reinos onde haja vida e expressões importantes do Corpo Vital, especialistas que são no Éter, matéria componente do seu corpo mais denso. Desse modo, ajudam na formação e na manutenção da Onda de Vida Vegetal, Onda de Vida Animal e da Onda de Vida Humana.

Os Anjos Lucíferes (ou Lucíferos ou, ainda, Espíritos Lucíferos) pertencem à Onda de Vida Angélica, mas, em determinado ponto da evolução, eles se rebelaram contra Jeová – o Líder e Senhor dos Anjos – e essa rebeldia se transformou em um problema de dimensões cósmicas.

Um grande acontecimento macrocósmico ocorreu na evolução, envolvendo não só o ser humano como, também, os Anjos, os Arcanjos e todo o Sistema Solar. Uma rebelião se processou quando parte dos Anjos, liderados por Lúcifer, voltou-se contra a autoridade de Jeová, o Senhor dos Anjos, iniciando uma “guerra no céu”, que culminou com a expulsão dos Anjos rebeldes que seguiram, sobre a direção de Lúcifer, para seu exílio no recém-formado Planeta Marte.

A intensidade desse drama cósmico causou um deslocamento no eixo polar de todos os Planetas e uma mudança no ritmo planetário do Sistema Solar.

Em que momento da evolução os Lucíferes iniciam sua influência direta sobre os seres humanos? Estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos que foi na última parte da Época Lemúrica quando a consciência do ser humano estava voltada para dentro, sendo ele unicamente consciente dos Mundos espirituais. Sua visão do mundo material (a Região Química do Mundo Físico) era pictórica como temos hoje em um sono com sonhos. Nascimento e morte aqui eram, portanto, desconhecidos, do mesmo modo que o brotar, secar e cair de uma folha não é sentido pela planta. Utilizava o Corpo Denso plenamente, porém sem qualquer poder sobre ele, exatamente como hoje usamos inconscientemente nosso estômago, nossos pulmões e demais órgãos involuntários.

Naquela época, no momento da procriação, os Arcanjos suspendiam sua influência restritiva sobre os recém-formados Corpos de Desejos e os Anjos conduziam os seres humanos a grandes templos onde o ato gerador era realizado em certas épocas do ano, em que as forças cósmicas eram mais favoráveis. As viagens de lua-de-mel de nossos dias são reminiscências atávicas daquelas migrações.

Os seres humanos viviam, nesse estágio, sem preocupação, sem consciência, guiados e controlados independentemente da sua vontade por agentes externos. Se tais condições se perpetuassem, o ser humano jamais se tomaria uma inteligência criadora como está destinado a ser.

O processo do despertar dessa consciência se iniciou quando as correntes de desejo do ígneo Planeta Marte se mesclaram com as correntes de desejo do Planeta Terra, de um modo muito peculiar a esses dois corpos planetários. As influências luciferianas entraram na atmosfera da Terra e agiram sobre a vida do Planeta e dos seus habitantes, tendo como foco particularmente a sua expressão emocional.

Os Lucíferes, não possuindo cérebro, comunicaram-se e identificaram-se com o ser humano através do recém-formado cérebro humano, estimulando a atividade mental para sua própria evolução, para conhecimento próprio e futura recuperação espiritual.

Agindo sobre a Imaginação, quando renascíamos aqui como mulher, que é o polo espiritual e negativo passivo da força sexual criadora, nos incitaram ao conhecimento e à percepção do Corpo Denso e do mundo material que habitávamos. Dessa forma, éramos manipulados por dentro e por fora num esforço para despertar nossa consciência adormecida para o Mundo Físico.

A Bíblia nos fala da expulsão do ser humano do Jardim do Éden ou a “Queda do Homem”, cabalisticamente representada por Adão ter comido o fruto da Árvore do Conhecimento oferecido por “Eva e a serpente”. Insinuando-se pela medula espinhal quando renascíamos aqui como mulher, os Lucíferes apareciam ante a visão feminina como serpentes ou seres semelhantes.

Assim, Lúcifer, o gênio da Lemúria, o portador da falsa luz, ajudou o ser humano, quando renascia como mulher, a solucionar o enigma de como, com a cooperação, também, do ser humano, quando renascia como homem, poderia exercer a função criadora independentemente da intervenção de Jeová. Dessa forma, unindo a força da Vontade do polo masculino à Imaginação do polo feminino, o ser humano liberta o Corpo de Desejos e cai, refém de Lúcifer. O uso ignorante e descontrolado da função sexual criadora trouxe como consequência o parto com dor, a enfermidade e a morte.

Gradativamente, a humanidade se esqueceu dos Mundos superiores, chegando ao absurdo de descrer que, dentro de si, habita um Espírito imortal. No entanto, nessa total imersão na matéria física, o ser humano conquistou finalmente a condição de indivíduo: um Ego na evolução, determinado a conquistar o mundo material. Seu Corpo Denso tornou-se endurecido e ele aprendeu a lutar para protegê-lo da fome e do frio. Sob a influência luciferiana, aprendeu a dominar os minerais e a utilizar os elementos Água, Terra, Fogo e Ar, iniciando o processo de desenvolvimento científico.

Não devemos esquecer que, embora caídos, os Lucíferes são Anjos e os que têm “olhos para ver” declaram que eles têm a beleza radiante atribuída aos deuses. Não é sua intenção inflamar os pensamentos e as paixões do ser humano a fim de destruí-lo. O que eles desejam é criar condições vantajosas para sua atividade. Onde há sabedoria e força para dirigir as energias luciferianas para fins construtivos, eles contribuem para que haja respostas aguçadas, rápida criatividade e percepção aumentada.

Como resultado do seu trabalho, todo o mal que está oculto no ser humano é trazido à luz da consciência, podendo ser eliminado pela nossa perseverança, da mesma forma como o alquimista purifica o metal, removendo as impurezas que sobem à superfície do caldeirão fervente das suas experiências.

Os seres humanos mais espiritualizados, conhecedores desses fatos, não fazem da fraqueza do ser humano uma desculpa para desmerecer essa classe de Espíritos que, embora abaixo dos Anjos, está mais adiantada na evolução do que nós. Se o ser humano fosse capaz, por seu livre-arbítrio, de usar essa força só para construir, outros seriam os resultados.

Cristo, o Senhor Supremo dos Arcanjos, tomou para Si a responsabilidade da redenção dos seres humanos, dos Anjos caídos, da restauração definitiva da posição do eixo da Terra e do realinhamento do Sistema Solar à sua divina ordem e harmonia originais. Uma vez que os Lucíferes se coloquem ao lado de Cristo e cooperem com Ele em Seu trabalho redentor, as forças magnéticas e vibrantes serão transformadas em canais de cura. Toda a vida na Terra será abençoada por essa radiação de grande magnitude, que fará avançar a Onda de Vida dos Lucíferes em sua jornada de volta ao alto estágio em que estão destinados a ocupar no reino angélico.

As radiações dos Lucíferes se manifestarão sob o suavizante raio verde, que é a cor complementar do vermelho, e que já é perfeitamente perceptível nas auras dos seres semi-celestiais que voltaram sua face em direção à luz.

A vontade dos Ensinamentos Rosacruzes é apressar esse dia, quando a dor, o pecado e a morte desaparecerão e nós seremos redimidos das escravizantes ilusões da matéria e despertados para a realidade do Espírito.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz do Rio de Janeiro-RJ de março-abril-maio-1999)

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