Pergunta: Qual o posicionamento sobre o controle da natalidade do ponto de vista do ocultismo?

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual o posicionamento sobre o controle da natalidade do ponto de vista do ocultismo?

Pergunta: Percebo que devemos aprender a conservar a força criadora e transmutá-la em serviço e compaixão. Contudo, Max Heindel indica, em lugares diversos de suas obras, que quaisquer obrigações materiais já contraídas devem ser completamente realizadas, antes que tenhamos o direito de tentarmos começar uma vida inteiramente espiritual. Caso já tenhamos contraído essas obrigações com pessoas que ainda não estejam interessadas na vida espiritual e não possam permitir-se proporcionar o material para o veículo Denso de um Ego vindouro, tanto financeira como em saúde e entendimento a cada ano ou coisa parecida, qual deverá ser a nossa atitude?

Resposta: Como esta pergunta surgiu muitas vezes, de uns tempos para cá, talvez primeiro devamos mencionar as afirmações de Max Heindel que abranjam todo assunto do controle da natalidade. No livro “Perguntas e Respostas” – volume II – pergunta nº 37, ele discute o assunto por completo sendo que, de sua explanação, mencionamos algumas citações: “A questão da população, então, não está inteiramente controlada pelos indivíduos, ou por leis humanas. As Hierarquias Divinas que guiam a nossa evolução encarregaram-se da questão para que ela se reverta em maior benefício de todos os envolvidos, e o número da população concerne mais a eles do que nós. Isso não significa que não podemos ou não devemos exercer o controle da natalidade, como sugerido por aqueles que são responsáveis por esse movimento. Também é verdade que devemos ajudar as pessoas no lugar onde estão e não onde deveriam estar. Os Ensinamentos Rosacruzes ressaltam o fato de que o semelhante atrai semelhante, portanto, é um dever daqueles que estejam bem desenvolvidos físicos, moral e mentalmente promover um ambiente adequado para tantos Espíritos quantos desejam renascer, na medida em que o permitam suas circunstâncias físicas e financeiras. Este dever incide ainda mais para aqueles que estão também espiritualmente desenvolvidos, pois, uma entidade altamente espiritualizada não pode entrar na existência física através de pais impuros. Mas, quando um casal conclui que a gravidez seria prejudicial para a saúde da mãe, ou quando a carga financeira estaria acima de suas possibilidades, então, eles deveriam viver uma vida de continência. É evidente que isso requer um considerável desenvolvimento espiritual e autocontrole. São poucos os capazes de viver tal vida…. Por esta razão, é necessário ensinar a tais pessoas o controlar a natalidade através do meio científico. Contudo, reiteramos que, embora as pessoas sejam incapazes de entender a razão pela qual a abstinência deveria ser praticada, os ensinamentos espirituais deveriam ser administrados repetidamente, pois, da mesma forma que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, as gerações vindouras aprenderão a considerar sua própria força de vontade para conseguir dominar a sua natureza inferior. Sem um programa educacional visando à emancipação espiritual, as informações a respeito dos métodos físicos de limitar a natalidade nos lares sobrecarregados são muito perigosos”.

No “Conceito Rosacruz do Cosmos encontramos as seguintes afirmações: “Se o desejo de castidade nasce numa pessoa que mantém relações matrimoniais com outra, as obrigações de tais relações não podem ser esquecidas. Seria um grave erro viver castamente debaixo de tais circunstâncias procurando fugir do apropriado cumprimento do dever. A respeito deste dever, há uma linha de conduta para os aspirantes à vida superior diferente da do ser humano comum. Para a maioria da humanidade o matrimônio é como que a aprovação de uma licença para gratificação desenfreada dos seus desejos sexuais. Talvez seja assim aos olhos das leis humanas, mas à luz da verdadeira Lei não, porque nenhuma lei feita pelos seres humanos pode reger este assunto. A ciência oculta afirma que a função sexual nunca deve ser exercida para gratificar os sentidos, mas somente para a propagação. Portanto, é justo que o aspirante a vida superior se negue ao ato com seu cônjuge, a menos que seu objetivo seja conseguir um filho (a). Mesmo assim, devem ambos gozar de perfeita saúde física, moral e mental. Em caso contrário, a união produziria um corpo débil ou degenerado. Sendo cada pessoa dona do próprio corpo, é responsável, ante a Lei de Consequência, por qualquer mau uso resultante do abandono do corpo a outrem por falta de vontade”.

Em Maçonaria e Catolicismo, Max Heindel explica claramente como está de acordo com a evolução que o fogo espiritual espinhal suba dos órgãos geradores inferiores até os superiores (cérebro e laringe).Isso pode ser feito somente através de uma vida pura e com o uso das próprias faculdades em esforços mentais, emocionais e físicos construtivos, inclusive o serviço altruísta. Transcrevemos do livro Maçonaria e Catolicismo: “No seu presente estado,encontra-se o ser humano sob o domínio da paixão infundida pelos espíritos de Lúcifer; por isso, para deleitar os sentidos, dirige para baixo,contrariamente à luz, a metade da sua força criadora. Em sua alma profunda percebe que isso está errado;daí ele passa a ocultar o seu instinto criador num manto de vergonha e sente-se ultrajado quando o mesmo é arrastado para a luz. Essa condição deve ser alterada para que se possa realizar um progresso espiritual… Deve-se aprender a elevar toda a energia criadora a fim de ser utilizada inteiramente sob a direção da inteligência”.

Fica bastante claro, por essas explanações, que a única solução real deste problema é o autodomínio. O atual emprego disseminado de contraceptivos a fim de permitir uma licença sexual ilimitada, é perigoso, de fato, para se dizer o mínimo a este respeito. É bom recordar que a destruição da Lemúrica e da Atlântida ocorreu, em boa medida, devido ao fato da maioria das pessoas dessas Épocas abusarem flagrantemente da função criadora. A presente humanidade estaria seguindo o mesmo caminho? Os que conhecem as verdades devem fazer tudo oque possam no sentido de divulgá-las. Como nos exortou Max Heindel, a solução está na educação. Os jovens precisam ser educados quanto às verdades reais no que concerne ao sexo. Certamente isso é assunto bastante vital, a base da evolução humana.

Agora, respondendo mais especificamente a pergunta: devemos sem dúvida, tentar desempenhar todas as obrigações a que nos comprometemos com outras pessoas. Entretanto, em que medida isso deva ser aplicado em relação ao sexo é assunto a ser decidido pelo indivíduo de per si, à luz de suas circunstâncias e natureza particulares. O que para um seria o melhor, para outro não o seria. A discriminação, o julgamento e um ponto de vista impessoal são todos necessários para tomar-se uma decisão sábia. A oração, também, poderá ser de muito valia, especialmente quando estiver aspirando de todo o coração.

Quanto a “o que possam ser alguns dos outros efeitos” de se tomaras pílulas anticoncepcionais, podemos apenas assinalar que algo tão contrário às leis da Natureza deve ter alguns efeitos indesejáveis no Corpo Físico. De fato, cremos que alguns já foram referidos por cientistas médicos. Não nos esqueçamos, sobretudo, que os efeitos espirituais– incluindo-se o mental, o emocional e o moral – podem até mesmo ser mais deploráveis e perigosos do que os efeitos físicos.

(Revista Serviço Rosacruz – 04/73- traduzido da Revista “Rays from the Rose Cross”)

Sobre o autor

Fraternidade Rosacruz de Campinas administrator

Deixe uma resposta

Idiomas