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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Mistério de Melquisedec

Creio que um dos mais misteriosos personagens da Bíblia seja Melquisedeque:

  • Rei de Salém no tempo de Abraão. Quando este voltava de sua vitória contra os reis, saiu-lhe ao encontro o rei Melquisedeque que era também sacerdote e ofereceu um sacrifício de ação de graças e abençoou o patriarca.
  • Aquele ser que não teve pai, nem mãe, nem nenhum parente e que era ao mesmo tempo Sacerdote (aquele que zelava pelo bem-estar espiritual do povo) e Rei (chefe temporal do povo), como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus, 7:3: “Sem pai, nem mãe, sem genealogia, seus dias não tem começo, sua vida não tem fim”.

Para entendermos tal mistério, seria muitíssimo interessante entender o plano evolutivo divino, o Plano da Evolução, no qual todos nós estamos inseridos, e do qual muita coisa já fez história.

Estamos num Período do nosso esquema evolutivo conhecido, na terminologia Rosacruz, por Período Terrestre. Nesse Período temos a divisão por Épocas. Essas Épocas são descritas na Bíblia, no Livro do Gênesis. Até agora passaram 4 Épocas: Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante.

Durante a Época Hiperbórea, nós, seres humanos, nos manifestávamos aqui, quando renascidos, como seres bissexuais (masculino e feminino). E com características de apatia e falta de aspiração, como hoje é a maioria das plantas, que fazem parte do Reino vegetal. Na Bíblia temos uma descrição detalhada quando vivíamos no Jardim do Éden. Éramos guiados em tudo pelas Hierarquias Divinas como um doce infante que começa uma longa jornada. A Bíblia trata as Hierarquias dessa Época como Reis de Edom, como pode ser verificado no Livro dos Números (20:14-21).

Na próxima Época, conhecida como Época Lemúrica, começamos a se manifestar, quando renascidos aqui, nos dois sexos que hoje conhecemos como masculino e feminino. O motivo foi a utilização de metade da força sexual criadora para a construção de órgãos que pudessem fazer-nos criar nessa Região Química do Mundo Físico, quais sejam: o cérebro e a laringe. Entretanto, apesar da separação dos sexos, não nos tornamos conscientes de imediato dessa separação. Isso porque estávamos muito mais voltados para os Mundos espirituais. Pouca consciência tínhamos do Mundo Físico, e, portanto, pouca atenção dávamos para tudo que nele se passava. Não conhecíamos nem o nascimento e nem a morte. Não tínhamos a consciência da geração de um novo corpo, da mesma forma que hoje não temos a consciência do ato da digestão. Outra distinção desta Época foi que todos nós formávamos uma única raça, a Raça Lemúrica. Éramos guiados pelas Hierarquias Divinas. Obedecíamos cegamente, pois tínhamos toda a confiança em sua sabedoria. Por estarmos enfocados nos Mundos espirituais sabíamos que a sua orientação era a mais correta.

Toda orientação espiritual que precisávamos era provida por essas Hierarquias. Nelas estavam todos os ensinamentos espirituais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eram os nossos confiáveis Sacerdotes, que nos guiavam espiritualmente. Toda orientação de como devíamos nos conduzir nesse novo Mundo Físico, até então muito obscuro para nós, era provida também por essas Hierarquias.

Nelas estavam todos os ensinamentos temporais do qual necessitávamos e tínhamos confiança nisso. Eles eram os nossos sábios Reis, que nos guiavam temporalmente.

Melquisedeque, então, era o nome simbólico dessas divinas Hierarquias que desempenhavam o duplo ofício de Sacerdote e Rei. O nome Melquisedeque, Rei de Salém, significa Paz e naquele tempo tudo reinava sobre um perfeito clima de Paz e de Fraternidade Universal.

Perceba que os papéis de Líder Espiritual e Líder Temporal estavam concentrados em uma única pessoa, as Hierarquias Divinas. Entretanto, o tempo foi passando e nós procuramos nos tornar mais e mais conscientes do Mundo Físico. Afinal esse é o Mundo onde devemos nos desenvolver, conhecer e aprender; em outras palavras: aqui é o baluarte da nossa evolução.

Por meio da inestimável ajuda dos Espíritos Lucíferos, os Anjos atrasados vindos do guerreiro Planeta Marte, nós tivemos a sensação da existência desse Corpo Físico durante o ato gerador. Encontramos esse maravilhoso momento de descoberta na Bíblia, quando lemos que: “Adão conheceu a Eva” ou quando lemos que comemos da “árvore do conhecimento” a partir de onde conhecemos a morte, a dor e o sofrimento nessa Região Química do Mundo Físico.

Com esse passo importante dado, fomos, aos poucos, conhecendo esse Mundo Físico, ao mesmo tempo em que fomos perdendo a consciência dos Mundos espirituais e, consequentemente, perdendo o contato consciente com as Hierarquias Divinas, até então, nosso líder seguríssimo nessa evolução.

Somente alguns de nós conservamos tal visão espiritual que nos conferia um perfeito relacionamento com tais Hierarquias. Estes poucos foram os profetas que lemos na Bíblia e que, por um bom tempo, atuaram como mensageiros entre aqueles Líderes Divinos e nós.

Nesse momento, já estávamos próximos da nova Época de nosso esquema evolutivo, a chamada Época Atlante. Fomos, então, diferenciando-nos devido à facilidade que uns tinham de assimilar o conhecimento desse Mundo Físico em relação aos outros. A diferenciação começou a ficar tão grande que houve a necessidade de nos dividirmos em Raças.

Com isso, tornou-se mais fácil cada Raça ter as lições específicas que necessitariam aprender. Contudo, com isso, também, nós começamos a sentir falta de governantes no Mundo Físico, onde todos nós pudéssemos vê-los, pois nem todos nós tínhamos a segurança da orientação das Hierarquias Divinas, das quais já não podíamos ver. E começamos a desejar que pudéssemos escolher nossos próprios guias e exigimos reis visíveis. Veja na Bíblia em I Samuel 7:15-17, 9:5 e 10:1, a exigência de se ter Saul como rei, enquanto Samuel era o sacerdote. Foi então que surgiram os Reis e os Sacerdotes. Veja, Moisés, um guia temporal e regente do povo judeu, e Aarão, sacerdote que cuidava do bem-estar espiritual, no mesmo momento.

Ao sacerdote cabia oferecer cada dia vítimas (animais), primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Perceba que o duplo papel de Sacerdote e Rei que as Hierarquias Divinas desempenharam no passado e que trazia coesão entre essas duas funções de evolução proporcionando toda a paz para o desenvolvimento, foi, então, dividido para 2 seres humanos.

Isso ocorreu porque não se encontrou ser humano suficientemente versado nos negócios do Mundo Físico para exercer o ofício de Rei e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento dos negócios espirituais para desempenhar o ofício de Sacerdote.

Também não se encontrou um ser humano suficientemente capaz de guiar espiritualmente o povo, como Sacerdote e, que, ao mesmo tempo, tivesse o conhecimento para dirigir os interesses materiais de um governo temporal, como um Rei.

Daí originou-se a classe sacerdotal, por exemplo, dos Levitas entre os Judeus, dos Brâmanes entre os hindus. Concentravam os poderes eclesiásticos. Eram batizados pela água, onde se consideravam Iniciados no ofício de Sacerdote.

Daí originou-se os Reis, que no princípio eram Iniciados, Filhos da Luz. Concentravam os poderes temporais.

Eram batizados pelo fogo, onde se consideravam Iniciados no ofício de Rei.

Com a separação dessas duas funções, uma orientando para o desenvolvimento material e outra para o desenvolvimento espiritual, criou-se uma área de atrito.

Senão vejamos: o Rei tinha a seu cargo o desenvolvimento material do povo. No seu mais alto conceito, procurava governar o povo atendendo tão somente a prosperidade material. Já o Sacerdote tinha a seu cargo o desenvolvimento espiritual do povo. No seu mais alto conceito, aspirava, tão somente, o progresso espiritual do povo.

Forçoso, então, que tal separação de governos criasse conflitos, mesmo que Reis e Sacerdotes trabalhassem com intenções as mais elevadas e nobres possíveis. E é o que sempre estamos até hoje vendo: com a separação do poder espiritual da Igreja (Sacerdote) e do poder temporal do Estado (Rei) produzimos guerras, lutas, opressão, escravidão e derramamentos de sangue, porque se trata de duas funções que aparentam ter interesses diametralmente opostos.

Porque cada um desses poderes luta para ter supremacia: o Estado abraça a causa da Paternidade e do homem, mantendo o alto ideal das Artes, Ofícios, Indústrias, construtores no Mundo Físico, tendo como ideal masculino Hiram Abiff, depois renascido como Lázaro – no tempo de Cristo Jesus – depois Christian Rosenkreuz, da linhagem de Caim e disposto a servir ao Cristo.

A Igreja abraça a causa da Maternidade e da mulher, mantendo o alto ideal do amor e do lar, tendo como ideal feminino a Virgem Maria, também Salomão, depois renascido como Jesus, da linhagem de Seth e disposta a servir ao Cristo.

Já não há aquela paz que havia na época de Melquisedeque, o Rei de Salém, onde só havia paz. Todo esse sofrimento ocorre porque nós não entendemos que nenhum que não seja tão espiritual como um Sacerdote está preparado para governar como Rei e, ninguém que não tenha a sabedoria e a justiça de um Rei pode estar preparado para ser o guia espiritual de humanidade, como Sacerdote.

Agora, já estamos na Época Ária, a 5° Época. Vivemos tal divisão de poderes e muitos são testemunhas de quanto sofrimento isso nos tem causado. Contudo, é importante termos uma ideia de quanto aprendemos com tudo isso. Desenvolvemo-nos até o máximo grau possível nessa Região Química do Mundo Físico, transformando-o num paraíso para o nosso desenvolvimento e para o desenvolvimento de muitas outras ondas de vida. Todas as formas de criação que já imaginamos fazem parte da história do nosso Planeta Terra, sim, o baluarte da nossa evolução.

A parte espiritual alternou em ocasiões de obscuridade e de iluminação. Caminhamos muito pelo dogmatismo, pela fé ingênua, pelo medo do desconhecido, pela iluminação, e agora, pela consciência divina da certeza para onde vamos, pela religião esotérica, pelo desvendamento dos mistérios ocultos.

Entretanto, todo esse sofrimento causado pela separação dessas duas funções só terá fim quando essas qualidades se combinarem num só ser novamente, então o reino da paz e da fraternidade universal voltará.

Por causa dessa necessidade de aparecer tal ser, é muito significativo que o relato bíblico comece, no primeiro capítulo do Gêneses, no Jardim do Éden, onde a humanidade se manifestava bissexual, quando aqui renascida, e inocente, além de inconsciente desse Mundo Físico. Depois, no segundo capítulo, lemos sobre o processo da separação dos sexos, da desobediência ao comer o fruto da Árvore do Conhecimento e do consequente castigo ao “parir seus filhos com dor e ao estar sujeito à morte”, ou seja, a consciência da existência do seu Corpo Denso, o físico, e do Mundo Físico que o cerca. A partir daí o Antigo Testamento nos relata as guerras e as lutas e, no seu último capítulo profetiza a aparição de um Sol de justiça com a solução para todo esse sofrimento.

Já, no Novo Testamento, começa com o relato do nascimento de Cristo, que proclamou o futuro estabelecimento do Reino dos Céus. Como lemos na Epístola de São Paulo aos Hebreus 1:1-2:

Muitas vezes e de modos diversos, falou Deus outrora a nossos pais pelos profetas. Nos últimos dias nos falou pelo Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem criou também o mundo”.

Naquele tempo todos os Sacerdotes do povo judeu vinham de uma ordem chamada Tribo de Levi. Entretanto, era uma ordem fundada na descendência carnal de “homens mortais”, sob a Lei que os fazia sacerdotes pecadores.

Jesus nasceu da Tribo de Judá que não tinha tradição de sacerdócio. Como lemos em Hebreus 7:13-14:

Pois bem: aquele a quem se aplicam estas palavras é de outra tribo, da qual ninguém se consagrou ao serviço do altar. Pois é notório que Nosso Senhor nasceu de Judá, a cuja tribo Moisés nada disse a respeito do sacerdócio”.

Ainda assim, Jesus Cristo foi tido como “Sumo Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque” como lemos em Hebreus 6:20. Essa ordem de sacerdócio é superior à de Levi, como lemos em Hebreus 7:1-10. O anúncio dessa ordem foi necessário porque a ordem de Levi fora incapaz de levar à perfeição.

A ordem de Melquisedeque se baseia na vida imortal de Cristo glorioso, como lemos também em Hebreus 7:15-17: “Isto se torna ainda mais evidente, se à semelhança de Melquisedeque se levanta outro sacerdote, instituído não segundo a norma de uma lei que baseia na carne, mas segundo a força de vida indestrutível”.

Sendo a ordem de Melquisedeque mais perfeita, o que era imperfeita e provisória fica abolida como lemos em Hebreus 7:18-19: “Com isso está abolida a antiga legislação devido à sua ineficácia e inutilidade”.

Esse novo sacerdócio substitui o grande número de sacerdotes por um único e eterno sacerdote: Cristo. E ele é o Sacerdote que nos faltava, pois em Hebreus 7:26-28, lemos: “Tal é o efeito o Sumo Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, sem mácula, separado dos pecadores e mais alto do que os céus. Pois não necessita, como o sumo sacerdote, oferecer cada dia vítimas, primeiro por seus próprios pecados e depois pelos pecados do povo. Ele o fez uma única vez, oferecendo-se a si mesmo. É porque a Lei fez sumos sacerdotes homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que sucedeu à Lei, constituiu o Filho eternamente perfeito.”

Assim as qualidades de Rei e de Sacerdote se combinam no Cristo, num só Ser novamente, então é ele que nos traz o reino da paz e da fraternidade universal.

Na sua primeira vinda ele inaugurou essa nova fase de busca a esse Reino da Paz e da Fraternidade Universal, limpando os Pecados do Mundo e nos dando a Doutrina Cristã. Somente o Cristo é capaz de unir a Igreja e o Estado como Rei e Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, Rei de Salém.

Na sua segunda vinda inaugurará a idade de paz e alegria em que a simbólica “Nova Jer-u-salém” (onde mora a Paz) reinará sobre as nações, novamente unidas numa única raça, em uma Fraternidade Universal.

Estaremos na 6° Época, a próxima, conhecida como a da Nova Galileia. Estaremos, novamente, sob o comando de um Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, só que, então:

  • Não mais inocentes e nem ingênuos, mas conscientes do Mundo Físico;
  • Não mais passivos, mas criadores dinâmicos nesse Esquema de Evolução;
  • Não mais auxiliares inconscientes, mas auxiliares conscientes de Deus no seu plano divino;
  • Não mais somente consumidores da forma física dos outros reinos de vida, mas colaboradores assíduos para a evolução de todos os reinos de vida que nos competir ajudar;
  • Não mais egoístas preocupados somente com a nossa própria evolução, mas altruístas preocupados principalmente com a evolução dos nossos irmãos.

                                                 Que As Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Como posso entender a diferença entre a Clarividência voluntária e o Espírito de Controle? Qual é a sensação que cada um desses dois tipos produz?

Resposta: A Clarividência voluntária é uma forma positiva de desenvolvimento espiritual por meio da qual a pessoa desenvolve seus veículos internos em uma maneira positiva de modo que ela se torna capaz de perceber as realidades dos Mundos invisíveis (invisíveis à visão física). A visão do Clarividente positivo é obtida mediante o desenvolvimento da sua Glândula Pineal e do seu Corpo Pituitário (duas Glândulas endócrinas), por meio da construção de uma “ponte” entre elas. É essa ponte vibratória que permite a expressão do poder da Clarividência. Na Clarividência voluntária ou positiva todos os átomos que formam todos os veículos da pessoa estão vibrando no sentido do ponteiro de um relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da esquerda para a direita).

No caso da mediunidade e dos Espíritos de Controle, a conexão com os Mundos invisíveis é feita por meio do Plexo Celíaco e do sistema nervoso involuntário. A mediunidade envolve a vibração daqueles átomos, citados acima, no sentido contrário ao ponteiro do relógio relógio analógico (com o relógio na sua frente, gira da direita para a esquerda) que é, atualmente, contrário aos processos de desenvolvimento da Natureza (dizemos atualmente, porque no passado longínquo, em uma Época que conhecemos como Época Lemúrica e no começo da subsequente, que foi a Época Atlante, esse processo estava adequado à Natureza humana. Na Época atual, Ária, e nas próximas, não). Quando alguém possui a Clarividência voluntária ou positiva, ele está completamente consciente do fato. A mediunidade e os Espíritos de Controle podem ser desenvolvidos até mais facilmente, no entanto, sempre os Espíritos de Controle estarão no comando, anunciando o fato que eles são entidades externas e que a informação que eles dão não são resultados das faculdades internas próprias da pessoa.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1978 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Carta de Max Heindel: A Guerra: uma Operação para remover a Catarata Espiritual

Novembro de 1915

Você já deve ter estudado no livro Conceito Rosacruz do Cosmos, que houve uma Raça no final da Época Lemúrica, sete Raças na Época Atlante, sete Raças na Época Ária e haverá uma na vindoura Época Nova Galileia, totalizando dezesseis Raças. Você também se lembra que essas dezesseis Raças são chamadas pelos Irmãos Maiores de “os dezesseis caminhos para a destruição”, porque o risco de se enredar nos corpos de qualquer Raça é tão alto, que o Espírito ficará incapaz de seguir os outros Espíritos ao longo do Caminho da Evolução. Durante os Períodos e as Épocas sempre há tempo suficiente para que os Líderes da humanidade possam reunir e ordenar da forma mais adequada e eficaz os que estão sob as suas responsabilidades. Contudo, os judeus são o exemplo do que pode acontecer a um povo que se tornou tão intensamente imbuído do espírito racial, que eles se recusam totalmente a abandonar tal espírito racial. Eles continuam como uma anomalia entre o restante da humanidade, um povo sem uma pátria, um rei ou outro qualquer dos fatores que impulsionam a evolução racial.

Essa foi a tendência entre as nações da Europa até a guerra atual[1]. Assim, o patriotismo e o ideal de Raça são fomentados, o que as conduz para longe de Deus. As inúmeras descobertas científicas foram precedidas por uma era de dúvida e de ceticismo, e as Raças pioneiras no mundo ocidental foram levadas muito próximas à beira da destruição. Por conseguinte, se tornou necessário que os Irmãos Maiores concebessem medidas para que a humanidade abandonasse o caminho do prazer e cultivasse o caminho da devoção, e isso só poderia ser feito removendo a catarata espiritual de um número suficientemente grande de pessoas para que, então, superar a dúvida e o ceticismo do restante da humanidade.

Quando nós habitávamos sob as águas na primitiva Época Atlante, éramos, como você sabe, incapazes de ver o Corpo Denso ou até mesmo senti-lo, porque a nossa consciência estava focada nos reinos espirituais. Víamo-nos uns aos outros, alma a alma. Estávamos inconscientes tanto do nascimento como da morte, e não sentíamos a separação daqueles que amávamos. Mas, quando nós, gradualmente, nos tornamos conscientes dos nossos Corpos Densos, e a nossa consciência foi focada no Mundo Físico desde ao nascimento até a morte aqui, e nos Mundos espirituais da morte até o nascimento lá, houve uma separação e o consequente pesar devido ao advento da morte. No entanto, em tempos passados, havia muitos seres humanos que eram capazes ver em ambos os mundos; eles formavam um número considerável entre toda a população humana. Os testemunhos desses seres humanos sobre a continuidade da vida foram um grande conforto para aqueles que ficavam desolados com a morte, pois eles acreditavam plenamente que aqueles que haviam morrido ainda estavam vivos e felizes, embora incapazes de se dar a conhecer. Mas, gradualmente, o mundo se tornou cada vez mais materialista; a fé na realidade da vida após a morte aqui se desvaneceu, e tornando-se mais intensa e profunda a angústia, a tristeza e até o arrependimento pela perda dos entes queridos, e ainda hoje muitos acreditam que a separação é definitiva. Para esses, a palavra “renascimento” é uma palavra vazia de sentido e, portanto, a angústia profunda e pungente é imensa.

Mas essa angústia profunda e pungente é o remédio da natureza para a catarata espiritual. Tão certo como o desejo de crescimento construiu o complicado canal alimentar desde o começo mais simples para que o anseio de crescimento pudesse ser satisfeito; tão certamente quanto o desejo de movimento desenvolveu as maravilhosas articulações, os tendões e ligamentos com os quais isso é realizado; com a mesma certeza, o intenso anseio de continuar os relacionamentos rompidos pela morte construirá o órgão para sua gratificação – o olho espiritual. Portanto, essa matança em massa de milhões de seres humanos ajudou e está ajudando mais a preencher o abismo entre os Mundos invisíveis e o Mundo visível do que mil anos de pregação poderiam fazer. Ao longo da história do mundo, foi registrado que os guerreiros (das batalhas e guerras) viram as chamadas manifestações sobrenaturais, e há muitos testemunhos de que estas visões também foram vistas na guerra atual. O choque da ferida, os sofrimentos nos hospitais, as lágrimas das viúvas, dos viúvos e dos órfãos, tudo isso está abrindo os olhos espirituais da Europa, e os tempos da dúvida e do ceticismo, aos poucos, desaparecerá. Em lugar de ficar envergonhado por ter fé em Deus, o mundo honrará o ser humano mais por sua devoção do que por suas proezas, e isso num futuro não muito distante. Elevemos uma prece para este dia chegar.

(Carta nº 60 do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


[1] N.T.: Refere-se à Primeira Grande Guerra Mundial.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Câncer

Câncer é um dos Signos do Elemento Água. O trânsito do Sol, devido ao movimento de Precessão dos Equinócios, pelo Signo aquoso de Câncer com seu oposto, Capricórnio, designa a primeira parte da Época Atlante, que decorreu quase em estado aquoso, posto que a totalidade da Terra estava coberta por densa neblina, abrumadora. Os Niebelungos ou “filhos da névoa” viviam então, nas concavidades da Terra. Nessa época Câncer não tinha a mesma simbologia atual. Nos tempos antigos tinha a figura de um escaravelho, que era o símbolo da alma para os ocultistas. De fato, nesse estágio, a humanidade era muito mais alma que corpo.

A parte “peixe” do símbolo de Capricórnio, oposto do Signo de Câncer, também contribui para reafirmar a circunstância de ambos se referirem àquele estado, sob as águas.

A Lua, Regente de Câncer, o Astro da fecundação, nos indica misticamente esse período de germinação, quando a humanidade começou a exercer ignorantemente a função sexual criadora, sob a influência dos desejos infundidos pelos Espíritos de Lúcifer. Deste modo a humanidade abriu a porta da vida física, por influência de Câncer. Mas no Signo oposto, Capricórnio, regido por Saturno, o Planeta da morte, encontrou a gadanha, para ceifar a vida que se encurtava pelo abuso da força sexual criadora, como também achou o sofrimento, a experiência amarga da liberdade mal-usada, pois o “salário do pecado é a morte” (Rm 6:23) e a dor.

Mas, por outro lado, Capricórnio, a cabra que sobe os montes, inspira a Câncer o ideal de redenção. Mostra, igualmente, a transição pela qual passou a humanidade quando deixou os vales da Terra, da Época Atlante para viver nas mesetas e planaltos do globo terrestre.

As pessoas com Ascendente em Câncer, genericamente, gostam muito do lar e de suas comodidades. Mas são indolentes, instáveis e sonhadoras. Com o passar dos anos, amantes que são de boa comida ficam com o ventre avantajado e, por pouco afeitos a exercícios, passam a ter grandes prejuízos sobre a digestão.

Todavia, é necessário examinar o tema no conjunto para determinar as tendências individuais e a força de cada tendência nos diversos departamentos da vida, para uma orientação segura de como prevenir-se e de como corrigi-las, usando as qualidades positivas.

(Publicada na Revista Serviço Rosacruz – junho/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Superando a Morte

Por Max Heindel

Algum tempo atrás eu tive o privilégio de falar com vocês sobre o assunto “a nota-chave do Cristianismo” e no decorrer dessa palestra trouxemos à nossa Mente o encontro de Pilatos com Cristo, em que a grande e importante pergunta foi feita: “O que é a verdade?”. Vamos olhar para essa imagem mais uma vez. Lá está Pilatos, o representante de César e, em virtude desse fato, uma encarnação do mais alto poder temporal, um governante de todo o mundo com poder sobre a vida e a morte, um homem diante de quem todos tremem. Diante dele está o Cristo, manso e humilde, mas muito maior, pois enquanto esse homem, Pilatos, tem poder sobre o mundo presente, que é evanescente e temporal, ele mesmo está sujeito à morte. Mas Cristo é o Senhor da Vida, o Príncipe de um Reino espiritual que não passa. Ele não responde à pergunta de Pilatos, “O que é a verdade?”, mas em outra ocasião, ele disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida[1]; e “A Verdade vos libertará[2].

Não se pode negar que estamos agora sob a lei do pecado e sujeitos à morte. A grande questão é, portanto: como encontrar a verdade que nos libertará real e verdadeiramente? Com o propósito de encontrar o caminho, vamos dar uma olhada na aurora dos tempos, quando a humanidade infantil veio pela primeira vez à Terra. De acordo com a Bíblia, uma névoa subiu da Terra quando a crosta do Planeta, que esfriava, secou; quando olhamos para essa Época na Memória da Natureza, encontramos um maravilhoso crescimento tropical de tamanho gigantesco cobrindo a bacia da Terra onde agora está o Oceano Atlântico. Realmente, era um verdadeiro jardim, mas a névoa era tão densa que a luz do Sol nunca poderia penetrá-la; então a humanidade infantil vivia nesse paraíso como filhos do Grande Pai. Eles tinham corpos nessa Época como têm agora, mas não tinham consciência deles, embora pudessem usá-los, assim como usamos nosso aparelho digestivo sem estarmos conscientes disso. E embora eles fossem incapazes de ver fisicamente, a visão espiritual era uma faculdade ainda possuída por todos. Assim eles se viam alma-a-alma; não havia malícia nem hipocrisia, mas a verdade estava com todos.

Gradualmente, no entanto, a névoa clareou e se tornou uma enorme nuvem, envolvendo o Planeta. Simultaneamente, esses “filhos da névoa”, os Niebelungos, começaram a se ver vagamente; tornaram-se cada vez mais “internalizados” em seus Corpos Densos e perceberam finalmente que esse veículo é uma parte do ser humano. Contudo, ao mesmo tempo, eles gradualmente perderam contato com os Mundos espirituais; já não viam a alma com clareza e até mesmo a voz das Hierarquias espirituais, que antes os guiavam como um pai guia seus filhos, tornou-se fraca e vaga. Com o passar do tempo, a nuvem que pairava sobre esse vale havia se condensado o suficiente na atmosfera fria, de um tão denso que se liquefez e caiu sobre a Terra em diversos dilúvios que levou esses “filhos da névoa” até as terras altas, onde, na atmosfera clara e sob arco-íris, eles se viram cara-a-cara pela primeira vez. Gradualmente a grande ilusão de que “somos corpos” tomou conta de tudo; a alma não era mais vista, nem podiam eles ouvir a voz do Grande Pai que cuidou deles durante sua infância, naquele estado paradisíaco. A humanidade ficou órfã, à deriva no deserto do mundo. A vida tornou-se uma luta contra a Morte.

Logo, a maioria da humanidade parecia esquecer que havia um estado tão feliz, embora a história vivesse em canções, em lendas, e houvesse, como ainda há, em cada peito humano um profundo e inerente reconhecimento dessa verdade, uma memória de algo que se perdeu, algo mais precioso do que qualquer coisa que o mundo possa dar. E há, portanto, em cada peito humano um profundo anseio por aquela companhia espiritual que perdemos pela identificação com nossas naturezas inferiores. Encontramos uma encarnação desse anseio no Tannhauser[3], que entrou no Monte de Vênus para satisfazer seu desejo inferior. Depois de algum tempo, ele anseia pelo mundo que deixou e implora a Vênus que permita que ele parta para que possa desfrutar novamente do sofrimento, das torturas de um amor não correspondido, pois ele se cansou do que ela lhe deu gratuitamente. Como ele diz:

Um Deus pode amar sem cessar,

Mas sob as leis do alternar,

Nós, mortais, precisamos em medida ter

Nossa parcela de dor, assim como de prazer.

Esse foi o propósito quando a humanidade foi conduzida da Atlântida[4] para a presente Era do arco-íris[5]; a Lei da Alternância foi dada para que possamos colher como semeamos (Gl 6:7), para que a tristeza e a alegria mudem conforme as estações se sucedem em uma sequência ininterrupta; e, assim, deve continuar até que o sofrimento gerado por nossas transgressões tenha demolido a crisálida que agora mantém a alma agrilhoada, enquanto a natureza inferior se alimenta das cascas da materialidade. A princípio, a humanidade se deleitou com o poder sobre o mundo e nasceu o orgulho da vida; a luxúria dos olhos era grande, mas, embora “os moinhos dos Deuses moam lentamente, eles moem extremamente bem”[6]; mesmo que possamos alcançar o poder, embora a saúde e a prosperidade possam ser nossos servos hoje, chegará um dia em que, como Fausto[7], sentiremos que a vida não tem valor. Então começa a luta de que Fausto fala a seu amigo Wagner com as seguintes palavras:

Tu, por um único impulso, és possuído;

Inconsciente do outro ainda permanece.

Duas almas estão lutando em meu peito

E batalham lá pelo reinado indiviso.

Uma pela terra, com desejo apaixonado,

E a roupa bem colada ainda adere;

Acima da névoa a outra aspira

Com ardor sagrado a esferas mais puras.

São Paulo também descobre que há dentro dele uma natureza inferior, “os desejos da carne[8], que luta contra as ânsias e os desejos do espírito, mas Goethe, com a maravilhosa penetração do Místico, resolve o grande problema para nós. À pergunta “O que devemos fazer para que possamos alcançar a libertação?”, ele responde:

De todo poder que mantém a alma acorrentada,

O homem se liberta quando o autocontrole ele ganha na sua Jornada.

Podemos, como Pilatos, ter autoridade, talvez não tão grande autoridade. Mas, mesmo supondo que fosse possível a qualquer um de nós se tornar um “governante do mundo” e exercer autoridade sobre a vida e a morte de toda a humanidade, de que isso nos serviria, se não fôssemos capazes de conquistar e controlar a nós mesmos? Por meio de agressão física, César, o mestre de Pilatos (a quem ele representa) conquistou o mundo e todos lhe prestaram homenagens; mesmo assim o seu reino durou apenas alguns anos. Então, o sombrio espectro da morte veio para acabar com sua vida e seu domínio no Mundo Físico. Olhe para o outro, o Cristo, que permaneceu manso e humilde, mas capaz de dizer: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; (…) todo aquele que crê em Mim não perecerá, mas terá a vida eterna[9]. O governante do mundo, apesar de todo o seu poder e pompa aparentes, ainda está sujeito à morte, mas Aquele que aprendeu a ter poder sobre si mesmo, Aquele que conquistou sua natureza inferior, o corpo de morte, assim se fez ele mesmo o Senhor da Vida, com um reino que é eterno nos Céus. E é dever de cada um de nós seguir Seus passos, pois Ele disse: “estas coisas que eu faço vós também as fareis e maiores[10]. Cada um de nós é um Cristo em formação, um vencedor no sinal da cruz.

E quando será isso? Quando o sentimento do egoísmo aprisionou o espírito no corpo, perdemos a alma de vista e a morte se tornou nossa porção. Assim que superarmos esse sentimento de egoísmo pelo altruísmo, assim que abandonarmos e esquecermos de nós mesmos e formos iluminados pelo Espírito Universal, teremos vencido o grande inimigo. Então, estaremos prontos para subir na cruz e voar para as esferas mais altas com aquele glorioso grito de triunfo: “Consummatum est” — foi realizado.

O Caminho é pelo Serviço. A verdade é que pelo serviço servimos a nós mesmos, pois todos somos um em Cristo. A Vida é a Vida do Pai, em Quem nós vivemos, nós nos movemos e existimos, e em Quem, consequentemente, não pode haver morte.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de agosto/1917 e traduzido pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Jo 14:6

[2] N.T.: Jo 8:32

[3] N.T.: Tannhäuser und der Sängerkrieg aus Wartburg (Tannhäuser e o torneio de trovadores de Wartburg, em alemão) é uma ópera em três atos com a música de Richard Wagner, e com o libreto do próprio compositor, de 1845. A ação decorre ao pé de Wartburg, terra de grandes cavaleiros trovadores, onde se realizavam pacíficos concursos de canto, no século XIII. Reza a lenda que ao pé de Wartburg existia o monte de Vênus onde a bela deusa atraía e mantinha cativos no puro deleite, os cavaleiros trovadores. Tannhäuser caiu na quentes garras de Vênus. Essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

[4] N.T.: na Época Atlante

[5] N.T.: a presente Época Ária

[6] N.T.: antigo provérbio alemão

[7] N.T.: Fausto (em alemão: Faust) é um poema trágico do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe, dividido em duas partes. Está redigido como uma peça de teatro com diálogos rimados, pensado mais para ser lido que para ser encenado. É considerado uma das grandes obras-primas da literatura alemã. Essa obra é estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz.

[8] N.T. Rm 13:14

[9] N.T.: Jo 14:6 e 11:25

[10] N.T.: Jo 14:12

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Gêmeos

O trânsito do Sol, em precessão, pelo Signo de Gêmeos, os gêmeos, ilustra a condição humana na segunda parte da Época Atlante. Por isso relacionam-se Gêmeos com a humanidade infantil e a Mente inferior. Durante aquela Época a divisão de alma para alma pelo véu da carne, que chamamos Corpo, se tornou mais significativa, pois a atmosfera já se havia aclarado um tanto e as faculdades do Espírito se fizeram mais patentes no instrumento físico. Com essa ilusão de ser pessoal, separado, veio imediatamente a ideia do “meu” e do “teu”. Nossos interesses individuais começaram a chocar com os interesses dos outros. Foi quando se tornou possível aquela tragédia entre Abel e Caim.

Gêmeos é um Signo Comum e sua natureza intrínseca se expressa pela palavra-chave “Flexibilidade”. Sua força é mental e espiritual, dando meios para a ação e incentivo para a nobreza da vida. Seu Regente é Mercúrio, do qual os geminianos recebem a tendência geral para a literatura. Mas são nervosos e inquietos, faltando-lhes perseverança para colher os frutos de suas inquirições mentais. Ficam, por isso, na superfície das coisas, sabendo um pouco de tudo e nada profundamente, salvo se outros Aspectos e influências estiverem presentes no horóscopo. Trazem, também, a habilidade mercuriana para o comércio e triunfam como intermediários, representantes e tudo o mais que vive de comissão.

Há dois tipos distintos de geminianos: um é o que gosta de literatura e costuma cultivar um pensamento independente, em lugar de repetir ou imitar as ideias e maneiras dos outros e o outro tipo é científico, bem equilibrado e reservado, um modelo para qualquer pessoa.
Os geminianos devem ser orientados, desde a infância, a terminarem o que iniciam; a ter equilíbrio emocional e nervoso; a dominarem a inconstância e o desejo de mudar; a não se excederem no trabalho; alimentar-se e repousar bem; tratarem-se bem nos resfriados; a não serem prolixos, senão precisos no falar e jamais desencorajar-se diante dos obstáculos.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Simbologia e Qualidades de Touro

Na última parte da Época Atlante o egoísmo havia se desenvolvido ao grau muito maior que antes. A visão espiritual estava quase apagada na maioria dos seres humanos, que então viviam inteiramente no plano material e se satisfaziam especialmente nas paixões materiais.

O animal touro (símbolo do Signo de Touro) foi, então, mui apropriadamente adorado, como emblema da força necessária para conquistar o mundo material. Esse animal, devido a sua fortaleza, foi muito útil ao ser humano em todas as lutas e trabalhos. O privilégio sobre as “orlas de carne do Egito” diz respeito ao enorme consumo de carne bovina naquela época para desenvolvimento do instinto e ajudar na formação dos pulmões, que seriam necessários depois (na atual Época Ária). Quando o Sol percorreu pela última vez, no movimento de Precessão dos Equinócios, o Signo de Touro, e entrou no Signo do Cordeiro, Áries, inauguraram-se as Religiões árias. A Religião ária deve permanecer durante um grande Ano Sideral, enquanto o Sol, por Precessão dos Equinócios, cruzar os doze Signos do Zodíaco (cerca de 25.920 anos comuns). Fatos subjacentes na história nos contam de uma multidão de pessoas que deixou a terra em que a Touro era adorado (a Atlântida ou Egito Antigo) que submergiu junto com uma nação pagã. Tal multidão, guiada por Noé, na história do dilúvio, são os precursores atlantes, os Semitas Originais, que formariam as atuais Raças Árias. Mas uma parte dela foi novamente atraída ao passado, casando-se com Raças inferiores e voltando à adoração do Touro, compuseram as dez tribos perdidas, os atuais judeus, que ainda conservam traços atlantes e se conduzem pela ambição e astúcia. O dilúvio e o Êxodo, em que Moisés conduziu o povo prometido através do Mar Vermelho (Áries) para fora do Egito são o mesmo fato evolutivo. Os atlantes submersos e o exército do Faraó que foi engolido pelo Mar Vermelho aludem ao mesmo povo que não quis adiantar-se e permaneceu na adoração do Touro, contrariando os desígnios evolutivos das Hierarquias Criadoras. O moderno Egito nada tem a ver com o antigo, a Atlântida. Os atuais judeus guardam vividamente a consciência de seu desvio, pelo que se apegam de unhas e dentes à ideia de não misturar-se com outros povos, apesar dos esforços dos Senhores do Destino, que os espalharam pelo mundo, em repetidos desterros, para salvá-los na amalgamação com Raças superiores. Perderam-se ao se “casarem com as filhas dos homens” e terão de salvar-se pela mistura com as Raças superiores. Os filhos de judeus nas Américas estão perdendo essa obsessão e aos poucos se vão misturando.

Como Signo Fixo, Touro tem por palavra-chave: estabilidade. É lento, porém persistente.

Uma pessoa com Signos Fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário) nos Ângulos não conhece esmorecimentos e obstáculos. Em compensação, para mudar são tardos. Só mudam quando reconhecem a melhoria, mas demoram a adotar as medidas convenientes à transição. Em outras palavras, são pessoas que “observam antes de saltar”, examinam antes de agir, mas uma vez determinada a meta, seguem-na até o fim. Por sua convicção e firmeza, tanto no lado mau como no bom, são fiéis. Daí a necessidade de receberem o melhor exemplo durante a infância e juventude e serem encaminhadas em sadios preceitos de moral e compreensão, pois essa base assegurará um futuro feliz.

Touro tem por Regente Vênus, que fornece a seus nativos doçura no olhar, sentimentalismo, habilidade artística e inspiração musical. Tem a tendência de exceder-se no trabalho e exercícios e nos prazeres da mesa, podendo provocar moléstias digestivas e renais, como esgotamento, principalmente em idade avançada, com os ventres avantajados. Desde crianças devem ser habituados a vencer a indolência, mas também não exorbitar para os extremos, nem abusar de alimentos ricos.

(Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – abril/1964 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Dieta Vegetariana versus a razão de nos terem dado Carne Animal e Bebidas Alcoólicas para nossa Evolução

Deus disse: “Eu vos dou todas as ervas que dão semente, que estão sobre toda a superfície da terra, e todas as árvores que dão frutos que dão semente: isso será vosso alimento.” (Gn 1:29). Essa foi o primeiro tipo de alimentação que nos foi dado para a nossa evolução.

Entretanto, a nossa alimentação foi adaptada pouco a pouco em nossa evolução. Quando fomos dotados de intelecto, ao curso da Época Atlante, a carne animal (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios e afins) foi incorporada à nossa alimentação a fim de nos auxiliar no reparo de tecidos destruídos pela expressão do pensamento aqui, enquanto renascidos, principalmente em se tratando de pensamentos grosseiros e materialistas. Mas o que era necessário e suficiente, naqueles tempos em que estávamos aprendendo como lidar com o nosso Corpo Vital na sua função de reparo do Corpo Denso, não é mais desejável nos dias atuais. Pois já aprendemos a um nível de eficácia tal que tal reparo é executado sem a necessidade de envenenarmos nosso Corpo Denso.

Porque os animais são nossos jovens irmãos e, como nós, eles constroem formas no intuito de adquirir experiência no mundo material. Privando-os de seu Corpo Denso, nós atrapalhamos o seu progresso.

É verdade, entretanto, que certos animais matam para se alimentar. Mas tal luta pela vida entre diferentes espécies tem por objetivo despertar a consciência ainda obscura dos seus participantes. E ela não pode ser comparada à caça praticada pelo ser humano moderno, nem à matança sistemática organizada nos abatedouros.

A despeito do aspecto moral da morte dos animais, não se deve esquecer que a carne de cadáveres contém os venenos da putrefação. O sangue venoso contém igualmente substâncias tóxicas que são a origem de diferentes doenças.

Os animais que nós comemos são mais avançados que os vegetais e as células das quais eles são constituídos possuem uma certa individualidade que nós, o Ego humano, deve dominar antes de poder assimilá-las. Como resultados, tem-se uma fadiga do organismo e uma fraqueza prematura do Corpo Denso.

Além disso, no momento em que um animal é morto bruscamente, suas paixões ficam na carne que nós comemos, assim como os desejos recorrentes do Espírito-Grupo que incita à reprodução, porque o principal objetivo de um Espírito-Grupo é o de perpetuar sua espécie. Se juntamos a isso a influência dos Espíritos Lucíferos, que excitam os instintos baixos da natureza humana, nós compreendemos facilmente por que o ser humano é tão fortemente impulsionado a desperdiçar sua força sexual criadora.

Por todas essas razões a comida carnívora, que encorajou a agressividade e astúcia do ser humano primitivo indolente, deve agora ser abandonada. Porque os comedores de carne são necessariamente assassinos. Se eles não matam eles mesmos os animais que comem, eles o fazem para os outros, evitando assim de “sujarem as mãos”.

Na lenda do Santo Graal, no começo da narrativa, Parsifal mata um ganso. Mas, quando ele toma consciência da gravidade desta ação maldosa, ele se arrepende de seu gesto, quebra seu arco e se torna “inofensivo”. Todos aqueles que querem progredir no sentido espiritual devem possuir essa qualidade e se abster de comer carne animal. Eles devem igualmente se abster de tomar bebidas alcoólicas.

Assim que a humanidade tomou plena consciência do Mundo Físico, após o dilúvio e a dissipação da névoa espessa que recobria Atlântida, o vinho (aqui símbolo das bebidas alcoólicas) foi, ele também, incorporado à sua alimentação. A Bíblia nos diz que isto começou no momento em que “Noé planta a vinha”.

O álcool tem como efeito entorpecer, adormecer o Ego humano e de neutralizar a atividade da Hipófise (Corpo Pituitário) e da Glândula Pineal (Epífise Neural), que são os órgãos da percepção espiritual. Estes se tornam incapazes de vibrar em harmonia com os Mundos superiores e, assim nós perdemos pouco a pouco consciência de tudo o que não pertencia ao Mundo material (necessário naquele momento da evolução para dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química, assim como os Anjos são especialistas na matéria Etérica e os Arcanjos na matéria de Desejos).

Quando tínhamos o conhecimento dos Mundos espirituais – naquele momento desse Esquema de Evolução –, não levávamos suficientemente a sério a nossa passagem pelo Mundo Físico. E, assim, para fazermos esquecer, durante alguns renascimentos, nossa verdadeira natureza e nossa estadia nos Mundos celestes o vinho (as bebidas alcoólicas) foram incorporado a nossa alimentação. Além desse efeito adormecedor, as bebidas alcoólicas desempenharam um importante papel para dominar as células da carne animal, pois possuem uma certa individualidade, antes de assimilá-las como alimentos para nós.

Imaginando que possuíamos apenas uma única e curta vida, concentramos nossos esforços no desenvolvimento do Mundo material e aprende, assim, as lições que só podem lhe ser ensinadas nesse Mundo Físico. Desenvolvemos, em particular, nossas faculdades intelectuais aplicadas aqui, nos esforçando para descobrir e utilizar as Leis da Natureza a fim de melhorar nossas condições de existência ou de satisfazer o alcance do nosso objetivo que, como já dissemos acima, era de dominarmos a Região Química do Mundo Físico e, assim, tornarmo-nos especialistas na matéria química.

Aprendemos, igualmente – mesmo que não nos demos conta disso –, a nos conformar às Leis da moral Divina, cuja transgressão é, também, perigosa assim como aquela das leis físicas, porque tal transgressão tem como consequência os sofrimentos do Purgatório e seus eventos infelizes do destino.

O consumo de bebidas alcoólicas apresenta, entretanto, inúmeros inconvenientes. O Ego humano não tem o poder de dominar as vibrações muito rápidas do álcool e não pode assimilar tal substância. Nos casos de embriaguez, o álcool toma perigosamente o controle da Personalidade. Não obstante, muitas pessoas apreciam seus efeitos eufóricos e abusam dessa bebida no detrimento de sua saúde.

Na interpretação literal das “Bodas de Caná”[1] – que lemos na Bíblia –, nós consideramos que o “Cristo transformou a água em vinho”.

Na verdade, o significado profundo destas “Bodas” é o “Casamento Místico”, no qual a realização é completamente incompatível com o consumo de álcool. Mas se nós nos apegamos à explicação corriqueira, nós podemos dizer que o Cristo ratificou o uso do vinho no que concerne à humanidade comum. E são por essas razões que nós acabamos de explicar tal questão.

Entretanto, nós assistimos agora ao fim da Era do vinho, porque o momento é chegado para tomarmos conhecimento da nossa verdadeira natureza. Não é mais concebível que passemos nossa vida toda sem saber de onde viemos, para onde vamos e o que temos a fazer na Terra. É por isso que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz deram todas as explicações necessárias que concernem a condição humana na Cosmogonia dos Rosacruzes (relatada no livro Conceito Rosacruz do Cosmos).

Não seria, todavia, necessário imaginar que é suficiente parar de comer carne animal e de tomar bebidas alcoólicas para obter os poderes espirituais. Esses são desenvolvidos apenas pela santidade da vida e das ações caridosas e desinteressadas – ou seja: serviço amoroso e desinteressado aos nossos irmãos e as nossas irmãs, com que temos a nossa rede de relacionamentos durante toda uma vida aqui –, mas uma alimentação apropriada, sem o consumo da carne animal e sem tomar bebidas alcoólicas é um acompanhamento indispensável. Ademais, os nossos Corpos Densos foram impregnados destas substâncias durante inúmeras gerações e um certo tempo se faz necessário para eliminar completamente os efeitos delas na construção dos nossos Arquétipos e, consequentemente, dos nossos Corpos aqui. Até para uma pessoa deixar de se alimentar usando carnes animais o processo pode não ser imediato, mas aos poucos.

De qualquer forma, como o consumo da carne animal e das bebidas alcoólicas atrapalham esse processo, nenhum “comedor de carne animal” ou “tomador de bebidas alcoólicas” pode adquirir a consciência pessoal dos Mundos espirituais.


[1] N.T.: “No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus foi convidado para o casamento e os seus discípulos também. Ora, não havia mais vinho, pois o vinho do casamento tinha-se acabado. Então a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Que queres de mim, mulher? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes disse: “Enchei as talhas de água”. Eles as encheram até à borda. Então lhes disse: “Tirai agora e levai ao mestre-sala”. Eles levaram. Quando o mestre-sala provou a água transformada em vinho — ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirado a água — chamou o noivo e lhe disse: “Todo homem serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já estão embriagados serve o inferior. Tu guardaste o vinho bom até agora!”. Esse princípio dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.” (Jo 2:1-11).

(Traduzido do: Un Régime Végétarien, da Association Rosicrucienne Max Heindel, Centre de Paris – Texte inspiré de l’enseignement rosicrucien légué à Max Heindel par les Frères Aînés de la Rose-Croix, pelos irmãos e irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Alterações produzidas com a proximidade da nova Era, a de Aquário

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promovem alterações na dinâmica do funcionamento biológico de diferentes partes do nosso Corpo Denso. Vamos ver parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo da tão mal compreendida vida eterna.

Primeiro de tudo vamos recapitular o modo como nos tornamos conscientes no Mundo Físico. Essa recapitulação se faz necessária para traçar uma linha de referência de nosso desenvolvimento. Conforme aprendemos na Filosofia Rosacruz, nós, um Espírito Virginal da Onda Humana, descemos dos Mundos superiores na parte desse Esquema de Evolução que denominamos Involução. Por ação recíproca, Corpos constituídos de materiais correspondentes aos Mundos que passávamos foram construídos. Ao todo, três Corpos foram desenvolvidos (Corpo Denso, Corpo Vital e Corpo de Desejos) com o propósito de desenvolver os três princípios divinos que o ser humano (a Onda de Vida Humana composta de Espíritos Virginais) herdou de Deus (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano); pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice (Pai, Filho, Espírito Santo), nós, criados a Sua imagem e semelhança, também o fazemos. Mas para que houvesse comunicação entre os princípios divinos e seus instrumentos um veículo mental teve de ser nos dado; assim a união entre os Corpos e os respectivos Espíritos foi estabelecida por meio desse veículo que chamamos de Mente. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (polo masculino ou vontade e polo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo. Isto é, ambos os polos, direcionados para o mesmo sentido, conferia a nós a capacidade de sermos hermafroditas.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações no Corpo Denso ocorreram. Para isso, um encéfalo, que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio, deveria ser construído. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso Planeta foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a ser melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos polos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (influência do Sol), o polo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária.

Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário, para que o Ego pudesse governar seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo. O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que grande quantidade de sangue é direcionada a regiões do Corpo Denso que participa da realização de tarefas. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual Esquema de Evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue se tornar mais quente no interior do Corpo Denso em relação a temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, pudemos alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renascia em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a nossa consciência quando renascíamos como mulher para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Esta atenção fez com que iniciássemos um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). Note que isso está de acordo com o que compreendemos hoje: mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não enxergamos as coisas como elas são, mas enxergamos as representações mentais que criamos para interpretar estas coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (força feminina).

Já quando renascíamos como homem, os estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima de nós – neutralizavam o nosso Corpo de Desejos, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima de nós.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, nós internalizamos metade de nossa força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para nós. Se meditarmos sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso também ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não conhecíamos o pecado (transgressões das leis). Quando renascíamos como mulher, pela imaginação, já conseguíamos identificar muitas coisas que ocorria fora de nós mesmos. Mas também conservávamos a visão etérica das coisas. Por isso, quando percebíamos a morte de um Corpo Denso,  ao mesmo tempo, também percebíamos a permanência do Corpo Vital;  isto é, a pessoa que morria no Mundo Físico permanecia viva, e esse fato nos deixava extremamente confusos.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da Onda de Vida Angélica que se atrasou – entraram em contato quando renascíamos como mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Denso que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“árvore do conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, nos ensinando a nos libertarmos da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo a própria evolução e geração de novos Corpos.

Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear o desejo e direcioná-lo aos propósitos do Ego. Somados a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

Devemos, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de desenvolvermos ao ponto de nos tornarmos semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que devemos abominá-lo está incutido no inconsciente humano, pois foi ele que nos abriu os olhos para utilizamos nossos poderes para sermos iguais aos deuses (superiores aos Anjos). O problema é que tal estado só será alcançado quando a personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).

O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela personalidade, fez com que cada ato nosso fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina, incutindo determinadas motivações no âmago da personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual fazemos ou deixamos de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor a estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, podemos ver que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e do altruísmo no mundo.

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas (experiência). Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido a nossa incompetência em não o deixar cristalizar), até que a morte (a nossa incapacidade em se manter renascido nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos nossos poderes: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida. Isso significa menores oportunidades de crescimento para nós. 2) Outro fator é a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da nossa produção anímica.

Entretanto, isso não significa ausência de possibilidades para geração produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que possamos avançar no caminho, mesmo que ainda tenhamos muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as nossas tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em nossas vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independentemente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas) e, assim, podemos utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode ser não pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estrutura e função. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as nossas oportunidades de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Denso e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Denso devem ocorrer. O comer da Árvore da Vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Denso.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, podemos concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (essa é a significância da Parábola dos Talentos que lemos na Bíblia).

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e, assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a personalidade. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira: 

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação e energia física (está última só existe devido ao trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. o resultado da tentativa (quintessência) deverá ser observado em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos éteres de luz e refletor.

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

Lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro químico para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o Éter Refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Como a aproximação da nova Era passaremos a utilizar o Éter, um material com vibração superior aos elementos químicos, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Um dos polos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe. Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Densos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera. O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta re-união dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Átrio do Tabernáculo no Deserto

O Átrio era um recinto que rodeava o Tabernáculo no Deserto. Seu comprimento era o dobro da sua largura e o portão ficava no extremo leste. Esse portão era coberto por uma cortina de linho fino torcido de cores azul, escarlate e roxo, e essas cores nos demonstram, de bate e pronto, o nível desse Tabernáculo no Deserto.

 “Farás o átrio para o tabernáculo. Do lado meridional, ao sul do átrio, haverá cortinas de linho fino retorcido, numa extensão de cem côvados, … Também para o norte haverá cortinas, numa extensão de cem côvados” (Ex 27:9-11).

 “Do lado do ocidente a largura do átrio comportará cinqüenta côvados de cortinas…Na frente, do lado oriental, a largura do átrio será de cinqüenta côvados… O comprimento do átrio será de cem côvados, sua largura de cinqüenta, e sua altura de cinco côvados” (Ex 27; 12-18).

Na porta do átrio haverá uma cortina bordada, de vinte côvados, em jacinto, púrpura violeta e escarlate, em carmesim e em linho fino retorcido, com quatro colunas e quatro pedestais.” (Ex 27; 16).

No Evangelho Segundo de São João somos ensinados que “Deus é luz”, e nenhuma descrição ou semelhança poderia transmitir uma melhor concepção ou maior iluminação para a Mente espiritual do que essas palavras. Quando consideramos que mesmo o maior dos telescópios modernos não conseguiu determinar as fronteiras da luz, embora eles penetrem no espaço por milhões e milhões de quilômetros, isso nos fornece uma fraca ideia, porém abrangente, da infinitude de Deus.

Sabemos que essa luz, que é Deus, é refratada nas três cores primárias pela atmosfera que circunda nossa Terra, a saber: o azul, o amarelo e o vermelho. É um fato bem conhecido, por todo ocultista, que o raio do Pai é azul, enquanto o do Filho é amarelo e a cor do raio do Espírito Santo é vermelha. Somente o raio mais forte e mais espiritual tem a possibilidade de penetrar no assento da consciência da onda de vida que anima o nosso Reino Mineral e, dessa forma, encontramos sobre as cordilheiras de montanhas o raio azul do Pai refletindo em volta das encostas áridas e pairando como uma névoa sobre desfiladeiros e barrancos. O raio amarelo do Filho, mesclado ao azul do Pai, fornece vida e vitalidade ao mundo das plantas, que, dessa forma, refletem de volta uma cor verde por incapacidade de reter o raio dentro de si. Porém, no Reino Animal, ao qual, anatomicamente, o ser humano não regenerado pertence, os três raios são absorvidos e o raio do Espírito Santo fornece a cor vermelha da carne e do sangue do ser humano. A mescla do azul e do vermelho evidencia a cor púrpura do sangue, envenenado devido ao pecador. Contudo, o amarelo nunca se evidenciará até que se manifeste como um Corpo-Alma, o “traje nupcial” da Noiva mística do Cristo místico desenvolvido desde o interior.

Desse modo, as cores dos véus do Templo, tanto no portão como na entrada do Tabernáculo, mostravam que essa estrutura foi projetada para um período anterior ao tempo do Cristo, pois possuía somente as cores azul e escarlate do Pai e do Espírito Santo, respectivamente, que juntas formavam a cor púrpura. Porém, o branco é a síntese de todas as cores e, portanto, o raio amarelo de Cristo estava oculto nessa parte do véu, até que, no seu devido tempo, Cristo deveria aparecer para nos emancipar das leis, como eram fornecidas, que nos limitam e nos iniciar na plena liberdade dos Filhos de Deus.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz

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