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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Perigo da Ausência da Dor

“Desde a infância essa menina havia sofrido numerosos acidentes, tais como, corte, queimaduras, lacerações, e até fratura das duas pernas, sem nunca haver-se queixado de dor alguma”.

“Ela podia pegar um prato fervendo ou tirar uma panela do fogo,comentando simplesmente: ‘Está morna’. Não era leprosa. Feria-se nas mãos ou nos joelhos, mas não se queixava nem sentia. Ela pode ser incluída naquele grupo de raros indivíduos que atravessam a vida sem dor. É congenitalmente insensível. Acaso podemos considerá-la felizarda? Ao contrário.  Será muito feliz se escapar à morte prematura. Jamais terá a bênção de uma dor ao lado, no ventre, para prevenir-lhe inflamação do apêndice.  Tampouco poderá contar com uma dor no braço, para avisá-la de um ataque de coração, ou uma enxaqueca, como sinal de hipertensão”.

“A dor é considerada como nossa persistente inimiga. No entanto, seu valor como prevenção compensa o seu aparente mal. Sem o aviso da dor iríamos ao encontro das piores enfermidade, sem percebê-la. Assim, ela se constitui, em verdade, em nossa mais preciosa premonitora. O grau de sensibilidade à dor varia de pessoa para pessoa. Depende do temperamento,  cultura, experiências passadas, a expectativa e pavor do perigo. A maioria dos seres humanos tem identica sensibilidade à dor. Mas a reação psicologica é que varia grandemente”.

“A dor tende a parecer maior durante a noite, quando temos mais tempo para nela pensar. Contráriamente, tende a diminuir quando outro incômodo desvia nossa atenção. Nesse raciocínio e observação, o barulho, que é uma forma de dor, foi usado para reduzir a dor. Movimentos enérgicos de braços, como mãos crispadas ou segurando fortemente uma barra metálica, ajudam a diminuir sensívelmente a dor”.

“A recreação aos soldados feridos durante a guerra, bem demostra o valor psicológio de desviar a atenção para  diminuir  a dor. Um pugilista continua a lutar, mesmo depois de haver fraturado o pulso, embora, no dia seguinte, se ressinta grandemente do abuso.”

(Publicado na Revista Science Digest, 8 de setembro de 1967)

No livro o “Conceito Rosacruz do Cosmos”, de Max Heindel, é nos ensinado que a dor não deve ser subestimada, porque nos serve como meio de proteção e alerta contra todos os males. O relato precedente é de conhecimento geral, mas de explicação incompleta. Os anais históricos registram que a sensibilidade à dor difere de indivíduo para indivíduo. Mas é provável que uma pessoa cruel seja menos sensível à dor física do que uma pessoa bem formada. Acredita-se que as civilizações mais altamente evoluídas são mais  sensíveis. Mas não temos evidência real para comprová-lo.  Parece-nos indispensável a existência da dor, como  alerta,  enquanto vivemos nestes Corpos Densos. Essa forma de aviso poderia ser indolor se o organismo fôsse mais altamente evoluído e a inteligência mais altamente alerta. De qualquer modo, pessoas há que podem controlar a dor em larga escala por meio de exercícios mentais e espirituais, podendo até neutralizá-1a inteiramente, em ocasiões de inescapáveis sofrimentos. Esses conhecimentos especializados de poucos constituirão uma promessa, para mais feliz alvorecer da humanidade, quando forem generalizados e praticados convenientemente.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP de outubro/1969)

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Pergunta: Um caso de Renascimento ou de Obsessão?

Pergunta: Jornais noruegueses noticiaram, certa vez, um fato considerado por muitos como uma prova evidente do renascimento. A pessoa envolvida no caso, uma jovem estudante de 18 anos de idade, foi vítima de uma acidente, permanecendo quatro dias em estado de coma, durante os quais temeu-se pela sua vida. Mas, ao voltar a si, após esse lapso de tempo, surpreendeu a todos, respondendo às perguntas formuladas, em idioma russo, língua que jamais havia aprendido. Não reconheceu seus familiares, ignorando inclusive como havia chegado àquela situação. Disse chamar-se Ninha Taskourysch, nascida em São Petersburgo em 17 de março de 1897, fato esse que intrigou o médico atendente.

Um jornalista norueguês interessou-se sobremaneira pelo caso. Procurou provas a respeito, constatando, após algum tempo, a existência do registro de nascimento de Nina Taskourysch em São Petersburgo, na data acima mencionada. Porém, suas pesquisas não pararam por aí. Localizou duas irmãs vivas de Nina, as quais, além de lhe informar que o passamento dela se dera em 1916, em virtude de uma pneumonia, mostraram-lhe uma fotografia da falecida, tirada em 1915.

Ao voltar à Noruega, o jornalista mostrou a foto à acidentada, que exclamou: “Sou eu mesma. Onde você obteve essa fotografia?”

Como resultado dos acontecimentos procedeu-se a uma reunião de psicólogos, médicos e teólogos, a fim de debater-se a possibilidade ou evidência de renascimento.

Não posso compreender como essa jovem, falecida aos 19 anos de idade, retornou tão cedo à existência terrena, após 29 anos. Tivesse ela 9 anos, renasceria para auxílio complementar (de acordo com os Ensinamentos Rosacruzes), assim sendo, também, como se explica uma mudança tão completa de personalidade?

Resposta: Parece-nos tratar-se mais de um caso de obsessão do que propriamente renascimento. Existem nos Éteres inúmeras entidades desencarnadas. Algumas, quando surge oportunidade, desalojam alguém do próprio Corpo Denso, apossando-se dele como fazem com os médiuns.

Essa jovem norueguesa, devido ao choque oriundo do acidente, provavelmente não conseguiu evitar que “Nina” mansamente penetrasse em seu Corpo Denso. Um Auxiliar Invisível altamente desenvolvido, treinado para esse tipo de trabalho, poderá ser de grande ajuda em casos dessa natureza.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross, traduzido e publicado na Revista Serviço Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo-SP em dezembro/1969)

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Pergunta: Quais foram os presentes dos Reis Magos?

Resposta: A Bíblia nos diz que eram ouro, mirra e incenso. O ouro sempre foi considerado o símbolo do Espírito nas antigas lendas e na simbologia. Na história do Anel dos Niebelungos, dramatizada por Wagner, nós observamos como as donzelas do Reno brincavam com o elemento aquoso no fundo do rio Reno. A água era iluminada pela chama do ouro. Essa lenda nos reporta ao tempo em que esses filhos da névoa viviam nas maravilhosas condições da primitiva Atlântida, onde formavam uma vasta fraternidade, inocentes e infantis, e o Espírito Universal ainda não havia interpenetrado nos corpos separados.

O ouro que jazia sobre a rocha, no fundo da água, era o símbolo do Espírito Universal iluminando toda a Humanidade. Mais tarde, ele é roubado e fundido num anel por Alberico, o Niebelungo, que renega o amor para possuir esse ouro. Então, se torna o símbolo do Ego separado na presente Era sem amor e de egoísmo. O ser humano que se tornou sábio e percebe os males do egoísmo oferece ouro ao Cristo, como um símbolo de seu desejo de retornar ao Espírito Universal do Amor.

O segundo presente, a mirra, é uma planta aromática muito rara e escassa que cresce na Arábia. É o símbolo da Alma. Dizem as lendas dos santos que ao se santificarem eles exalavam um aroma. Isso é considerada uma fábula piedosa, mas é um fato real que um indivíduo pode se tornar tão santo que passe a exalar um aroma delicioso.

O terceiro presente, o incenso, é um símbolo do Corpo Denso, que foi eterizado por uma vida santa, pois o incenso é um vapor físico. O ministro do interior da Sérvia, um dos conspiradores que planejou o regicídio nesse país há menos de uma década, escreveu suas memórias. Parecia, segundo ele, que quando queimavam incenso no momento em que convidavam as pessoas para se juntar em sua conspiração, invariavelmente conseguiam convencê-los. Ele não sabia o porquê, simplesmente mencionou isso como uma curiosa coincidência. Mas, para o ocultista o assunto está claro.

Nenhum espírito pode trabalhar num determinado Mundo sem um veículo feito do material desse Mundo. Para funcionar no Mundo Físico, para ir e vir, necessitamos ter um Corpo Denso e um Corpo Vital; ambos feitos dos vários graus de matéria física – sólidos, líquidos, gás e Éter. Podemos obter tais veículos pelo método comum, passando pelo útero até o nascimento, ou podemos extrair o Éter do Corpo Vital de um médium e usá-lo temporariamente para se materializar, ou ainda usar a fumaça do incenso.

Assim, constatamos que os presentes dos Reis Magos são o Espírito, a Alma e o Corpo, dedicados ao serviço da Humanidade. Dar-se é imitar Cristo, e seguir Seus passos.

(Pergunta nº 95 do livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas, Vol. I” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Por que os Aspectos formados pelo Sol e a Lua admitem órbita de até 8º? Por que os Aspectos entre os Planetas admitem órbita de até 6º?

Resposta: Segundo a Astrologia Rosacruz, o motivo espiritual da órbita de influência: além do corpo visível, percebido por nossos sentidos, o ser humano também possui veículos invisíveis chamados por São Paulo de corpos espirituais, visto que o ser humano em si é espírito. Quando houvermos desenvolvido a visão espiritual, faculdade latente em todos, poderemos ver esses Corpos mais sutis sobressaindo do Corpo Denso e esse situando-se no centro dessa “aura”, do mesmo modo que a gema se situa no centro do ovo, rodeada de clara por todos os lados. Antes que dois seres humanos entrem em contato físico, suas auras se interpenetram. É a razão porque “sentimos a presença do outro”, às vezes, antes de o percebermos por meio de nossos sentidos comuns. Como é em cima, assim é embaixo. O ser humano é feito à imagem de Deus e de Seus Ministros: os Astros. Todo Astro tem um Corpo invisível que sobressai no espaço, além da esfera densa visível e perceptível pelo olho humano. Quando essas auras astrais entram em Aspecto, uma influência é sentida, mesmo que ainda faltem alguns graus para os Astros visíveis formarem Aspecto, ou mesmo que já tenham ultrapassado esses graus do Aspecto.

Também, segundo a Astrologia Rosacruz, o Sol e a Lua possuem uma órbita de influência de 8 graus em virtude da excentricidade da órbita do Sol “em torno” da Terra (lembrando que na Astrologia utilizamos o sistema geocêntrico), e da Lua em torno da Terra. Tal excentricidade é menor do que as órbitas dos outros Planetas, o que cria uma órbita de influência maior. Soma-se a isso a questão da proximidade desses dois Luminares em relação à Terra: são bem mais próximos do que os outros Astros. Faça um teste: coloque uma linha no chão e ponha um farolete a 1 metro de altura, com o foco de luz sobre a linha divisória, você terá uma ideia aproximada do que ocorre. A Luz irradia para os dois lados da linha divisória, e você nunca mais vai esquecer disso. Quanto mais próxima da linha divisória, maior a “órbita de influência”. Cálculos astronômicos, demonstram, 8 graus e 6 graus, respectivamente, para cada lado.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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Pergunta: Jesus não comia peixe? Por que então os Rosacruzes são vegetarianos?

Resposta: Após a Ressurreição, Cristo apareceu certa vez entre Seus Discípulos enquanto eles estavam em uma sala segura. Eles não O reconheceram de imediato e não acreditaram que o Seu corpo fosse um Corpo Denso. Mas, o veículo em que Ele apareceu foi o Corpo Vital de Jesus, e isso foi possível a Ele, como o é para qualquer outra pessoa capaz de funcionar nesse veículo, atrair matéria da Região Química existente ao redor de Si e construir, por algum tempo, um Corpo Denso perfeitamente tangível. Para convencê-los de que Ele era o mesmo de antes, pediu algo para comer e recebeu um pedaço de um favo de mel e alguns peixes. Afirma-se que ele comeu, mas não comeu peixe, pois, alguém que tivesse sido criado entre vegetarianos rigorosos, como os Essênios, não teria comido o peixe, da mesma forma não teria comido carne, se tivesse sido colocada diante dele.

Conta-se, também, um relato que Buda morreu após ter-se fartado de comer carne de javali, o que é altamente divertido para qualquer pessoa que tenha conhecimento do fato de que ele ensinou a seus discípulos uma vida simples e inofensiva – a sustentar o corpo com os alimentos mais puros e de melhor qualidade como aqueles que vieram diretamente do solo – e foi movido por uma enorme piedade diante da visão do sofrimento que envolvia tanto o ser humano como o animal. O Aspirante esotérico compreende que antigamente o javali era um símbolo do conhecimento esotérico. Uma pessoa pode transmitir seu conhecimento; pois, quanto mais damos, mais recebemos – mas, pelo menos a mesma quantidade de conhecimento sempre permanecerá. Essa verdade foi ensinada em um símbolo da Mitologia nórdica: no Valhalla, os guerreiros que haviam lutado o bom combate se sentavam ao redor de mesas banqueteando-se com a carne de um javali, que era constituída de maneira que, sempre que cortavam uma parte de sua carne, essa crescia outra vez, de modo que sempre havia o suficiente, não importando o quanto fosse cortada ou consumida. O Buda, durante a sua vida terrena, fartou-se desse conhecimento sagrado e, quando morreu, estava repleto dele.

No entanto, o investigador tem uma ideia errada. Os Rosacruzes não ensinam que todos devem ser vegetarianos imediatamente. Na verdade, eles ensinam que a alimentação vegetariana gera uma abundante energia, muito mais do que alimentos carnívoros. Essa energia não é apenas física, mas espiritual, de forma que, se o ser humano levar uma vida sedentária e tem uma predisposição voltada ao material, comprometido, talvez, em transações comerciais sórdidas ou em outras ocupações de esforço estritamente material, essa energia espiritual não encontra ventilação e será capaz de causar distúrbios sistêmicos. Somente aqueles que levam uma vida ativa ao ar livre, onde a abundante energia gerada pela alimentação vegetariana pode se exteriorizar, ou que transmutam essa energia em esforços espirituais, podem prosperar numa dieta vegetariana. Além disso, reconhecemos que a hereditariedade de muitas gerações tornou o ser humano parcialmente carnívoro, de modo que, para a maioria das pessoas, a mudança de uma dieta mista para uma dieta vegetariana deverá ser gradual. A dieta adequada para uma pessoa não é a mesma indicada para outra pessoa; vide o velho provérbio de que “o que é alimento para um pode ser veneno para outro”, e não podem ser estabelecidas regras rígidas, que se aplicarão igualmente a todas as pessoas. Portanto, tudo o que comemos, e tudo o mais que se relacione à nossa Personalidade deveria ser determinado por nós mesmos, individualmente.

A Bíblia diz verdadeiramente que não é o que entra pela boca que nos contamina. Se desejamos nos sustentar com alimentos repugnantes, é o intenso, urgente e anormal desejo que é o pecado, e não o alimento em si. Se uma pessoa está em um lugar onde não pode obter os alimentos puros que deseja e anseia, ela deve ingerir o alimento que pode ser obtido, mesmo que seja a carne, sem repugnância, com a mesma gratidão, com que ele fosse ingerir um alimento puro. Não será contaminado, devido à sua atitude mental.

(Pergunta nº 106 do Livro “Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas” – Vol. I – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)

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Algumas Reflexões Sobre Alimentação

Torna-se evidente, nos nossos dias, que o vegetarianismo e o veganismo têm aumentado consideravelmente no mundo inteiro. O número crescente de adeptos a esses regimes alimentares clama por informações cada vez mais completas e sustentadas em pesquisas responsáveis dos especialistas dedicados à nutrição racional e humana. Isso nos enche de alegria. E mesmo que saibamos que as razões que levam a uns e a outros a seguir essa tendência sejam inicialmente personalistas ou ainda egoístas, essa atitude está colaborando com a diminuição do sofrimento dos nossos irmãos menores, e chegará o dia em que a maioria compreenderá e adotará a inofensividade e o respeito na hora de escolher o alimento.

Essa atitude, por si, já é um ato ético de valor moral que trará saúde, alimentando assim não somente nosso Corpo Denso, mas também quem realmente somos – um Ego da Onda de Vida Humana –, promovendo sentimentos altruístas e amorosos para com nossos semelhantes.

No entanto, não devemos esperar que a mudança de hábitos alimentares tenha de ser imediata, ou que devamos eliminar, do dia para a noite, nossos equívocos e vícios em relação à forma de nos alimentarmos, não! Toda mudança deve partir do nosso foro íntimo para se tornar atitude inquebrantável e duradoura.

A adoção de novos hábitos precisa ser um ato de amor a nós mesmos para que esses possam substituir gradualmente aqueles que nos mantêm escravizados e doentes.

Costumamos pensar que uma alimentação sem carnes (de mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios e afins) e o deixar de utilizar quaisquer coisas que precisam de quaisquer partes de animais seriam difíceis, monótonas e desagradáveis ao nosso paladar e ainda nos deixariam pouco sociáveis (não sendo convidados e nem bem-vistos em festas e atividades em que haja esses materiais de animais mortos), o que nos levaria a fraqueza ou a estados de fome contínua ou ao desprezo e solidão. Ledo engano!

Uma alimentação vegetariana, preparada com agradecimento e respeito para aqueles que participaram da corrente que fez possível esse alimento estar na nossa mesa, e a persistência em não utilizar nada que proveem do sacrifício dos nossos irmãos menores nos fará sentir plenos e vitalizados porque somos Cristificados com esses sentimentos.

E no ato de preparar os alimentos, lembre-se sempre que o Espírito de Cristo permeia, colore e dá aroma a cada fruta, legume, verdura ou cereal que comemos porque Ele vitaliza anualmente a Terra de onde foram extraídos. Esses pensamentos farão crescer o potencial nutritivo de cada alimento, tornando-o perfeito para nosso crescimento espiritual.

(Publicado no ECOS da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP – 1999)

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Os Elementais, a Obsessão e a Duração da Vida

Quando alguém morre durante uma discussão ou com um sentimento de raiva e vingança no coração, permanecerá durante algum tempo unido àquele ou àquela contra quem era dirigida sua raiva. Com frequência, tal Espírito desencarnado influencia uma alma negativa que ainda se encontre no Corpo Denso e que é impelida a executar uma vingança e a cometer um crime que a alma desencarnada deseja.

No futuro, quando a humanidade estiver mais iluminada e os juízes, advogados e jurados tiverem mais fé e conhecimento a respeito da vida após a morte, não condenarão um criminoso à morte, mas compreenderão que o assassino que é executado, sem um ambiente apropriado para rever o panorama da vida e a subsequente gravação no Átomo-semente, é arremessado sem preparo no Mundo do Desejo e aí poderá ser uma ameaça maior para a sociedade do que quando ainda no Corpo Denso, porque, então, será como uma fera selvagem solta de sua jaula. Terá mais liberdade para prosseguir sua vida de crime, embora invisível àqueles que “têm olhos, mas não veem”.

Se as autoridades, em vez de abrirem a jaula e libertarem o animal, procurassem domá-lo (se o colocassem em uma instituição onde pudesse ser ensinado a viver uma vida melhor), estariam livrando outros de cometerem crimes enquanto estivessem sob a influência do ódio desses espíritos invisíveis, apegados à Terra e ainda cheios de desejos. A pena capital, em vez de impedir, na realidade, promove o crime.

A humanidade está atualmente horrorizada com a onda de crimes que se espalha pelo mundo. Nenhum país está livre dessa realidade e a violência é encontrada principalmente nas grandes cidades. As autoridades estão tomando as maiores precauções para proteger os cidadãos, mas pouco têm conseguido. Nunca o crime foi cometido com tanta audácia, com tanta ganância, mulheres são violentadas, jovens desaparecem e ninguém mais ouve falar deles e o mundo encontra-se desorientado sem saber o que fazer para evitar essas coisas.

Pergunta-se com frequência: “Qual é a causa dessa degeneração?”. O ocultista pode dar a razão. Ele vê a condição no Mundo do Desejo. Sabe que a parte inferior desse Mundo está cheia de Espíritos apegados à Terra, presos ao plano físico, pessoas que perderam suas vidas durante situações em que estavam possuídos de ódio, raiva, cólera e/ou vingança (seja qual situação em que se encontravam, achando que tinham razão para tal ou não). Essas pessoas indignas estavam cheias de ódio e concupiscências quando, subitamente, foram arrebatadas para a outra vida. Tais almas ainda se apegam a seus desejos inferiores, procurando satisfazê-los.

Neste Mundo do Desejo estão também muitos Espíritos puros que compreendem essas condições, que permanecem nessas Regiões inferiores (enquanto puderem) com o propósito expresso de trabalharem com os mais fracos, ensinando-os e procurando guiá-los por caminhos mais puros. Mas, da mesma forma como, por exemplo, os que trabalham nas favelas, comunidades e outros locais onde há grandes necessidades materiais de uma grande cidade, no mundo material, só podem atingir determinado número de pessoas, assim também os Auxiliares Invisíveis só podem alcançar um número limitado de Espíritos. Muitas almas puras e altruístas, que ainda se encontram no Corpo Denso, também estão trabalhando amorosamente e ajudam esses trabalhadores invisíveis, enquanto estão fora do corpo adormecido. Esse é o campo de trabalho no qual os Probacionistas da Fraternidade Rosacruz são muito ativos. Eles fazem trabalhos filantrópicos nessas três Regiões inferiores do Mundo do Desejo. Não permanecem até altas horas da noite em divertimentos ou leituras levianas, mas deitam-se cedo, não desperdiçam seu tempo com “sonhos inúteis” enquanto adormecem, mas estão ativamente empenhados em ajudar os que necessitam.

No entanto, se um Espírito com más intenções conseguir satisfazer seu desejo influenciando uma alma mais fraca ou alguém que, aqui, era um Clarividente involuntário, através do qual possa alimentar sua natureza inferior, ele levará mais tempo para superar seus desejos, e permanecerá apegado à Terra até que esteja totalmente purgado. Se uma pessoa morrer antes de ter dominado sua natureza inferior (cheia de materiais das Regiões inferiores do Mundo do Desejo), viverá entre seus semelhantes por algum tempo para satisfazer seu gosto pela bebida, pelo fumo, pelo dinheiro, pelo apego às coisas materiais e até por sangue. Mesmo o sensualista poderá procurar e obter satisfação influenciando outros, de maneira que, através deles, possa obter uma satisfação indireta.

Da mesma forma que o Espírito se desprende do seu Corpo Denso terreno naquilo que se chama morte, ele também se descarta de um envoltório mais fino chamado Corpo de Desejos, quando tiver concluído sua experiência no Mundo do Desejo. Então, passa para o Segundo Céu.

A “concha” do desejo descartada do assassino ou do sensualista, leva mais tempo para se desintegrar do que o da alma adiantada. A concha ou Corpo de Desejos descartado, dentro do qual ele construiu uma consciência separada, é atraída para aqueles com quem o Ego estabeleceu laços, aqueles com quem se associou, enquanto se encontrava no Corpo Denso. Essas “conchas” podem ser usadas por elementais que se prenderão a um Clarividente involuntário e se apresentarão como Lincoln, Gladstone, ou alguma pessoa famosa que, sem dúvida, já terá passado para o Segundo Céu há muitos anos. Para ilustrar melhor como esses elementais iludem o Clarividente involuntário, sem que esse suspeite disso, vamos relatar um fato. Max Heindel, enquanto vivia em seu Corpo Denso, alertava constantemente seus leitores contra a Clarividência involuntária ou negativa, indicando seus perigos, mas, desde que passou para a vida mais elevada, muitos Clarividentes involuntários alegaram ter recebido mensagens dele em inúmeras ocasiões. Não há dúvida que mensagens foram recebidas, cujos remetentes alegavam ser Max Heindel, mas eram, certamente, de entidades inferiores e não de um Espírito puro que tão fortemente se opôs à Clarividência involuntária ou negativa.

Falando dos elementais, devemos mencionar uma outra classe de entidades que se apossam de um Corpo Denso quando a oportunidade se apresenta. Encontram suas vítimas entre estudantes inexperientes de ocultismo, que tentam deixar o Corpo Denso. Enquanto se encontram fora, e talvez a alguma distância do corpo, se deixados sem proteção de um ser espiritual, muitas vezes são possuídos por uma dessas criaturas vis. Nossos manicômios estão cheios desses pobres infelizes.

Nos últimos anos, os jornais relataram muitos casos em que pessoas vagaram longe de casa e, após meses e até anos, foram encontrados usando outro nome, em um país longínquo, aparentemente vivendo uma vida dupla. Durante esse período esqueceram-se totalmente de sua vida anterior. Esse é um outro caso de obsessão, em que um Espírito apegado à Terra fica tão determinado a voltar à vida terrena, que usa a primeira oportunidade que se apresente para tomar posse do corpo de outra pessoa, expulsando-a de seu veículo. Muitos casos desse tipo de obsessão são encontrados entre os assim chamados loucos ou insanos.

Em casos desse tipo, o Ego, o proprietário real, segue seu Corpo Denso e permanece com ele, embora invisível aos olhos físicos, esperando a primeira oportunidade para recuperar o que lhe foi roubado. Quando é bem-sucedido, imediatamente lembra sua Personalidade perdida, mas o intervalo entre a hora em que saiu de seu lar e seu retorno a ele, é um vazio. Não traz consigo qualquer recordação daquele período.

O leitor pode perguntar: O que podemos fazer para proteger-nos contra a obsessão? Simplesmente manter uma atitude positiva da Mente, pois temer alguma coisa é atraí-la. Não devemos participar de grupos que promovam a Clarividência involuntária ou negativa buscando desenvolvimento e nunca procurar esse desenvolvimento usando exercícios respiratórios fornecidos por escolas orientais ou cristalomancia.

Os passatempos mais perigosos e sutis, entre todos os que atraem essas entidades invisíveis são a mesa que gira, a prancheta e a escrita automática, quando as pessoas que se sentam à espera de mensagens ignoram as condições existentes no Mundo do Desejo. O Clarividente involuntário tem, por vezes, algum conhecimento de seus visitantes desencarnados, muito embora não suspeite da má natureza dos que, através dele, se comunicam, acreditando serem amigos queridos, Anjos, a quem de boa vontade cede seu corpo para o trabalho negativo. Mas, a jovem sensível e emotiva que se diverte e a seus amigos, em total ignorância dos perigos envolvidos nessas experiências, atrai prontamente essas entidades indesejáveis, porque abriu a porta e convidou-as a entrar.

O suicida, a pobre alma que, através do desânimo, destrói seu Corpo Denso, é um dos mais aflitos espíritos apegados à Terra. Destruiu o templo que era o lugar de morada do Deus vivo.

A pessoa, durante sua vida terrena, está preparando o material com o qual construirá a matriz ou o arquétipo do corpo que deverá usar em sua próxima vida. Órgão após órgão é fortalecido ou enfraquecido por seus atos na vida atual. Mal sabe que seus excessos e abusos se refletirão mais tarde, isto é, carregará consigo em vidas futuras um corpo enfraquecido como resultado disso, enquanto uma vida casta e simples construirá um corpo sadio. “O homem colherá aquilo que semear.”

O Ego, após ter assimilado todas as experiências obtidas na vida passada, estará mais uma vez pronto a descer à matéria. Construirá, então, o arquétipo com o material que tiver sido reunido, assim como o quadro mental de um edifício é preparado pelo arquiteto antes que comece a erguer a estrutura. Da mesma forma, o Ego constrói seu próximo templo formando seu Arquétipo criador no Segundo Céu ou na Região do Pensamento Concreto, com o auxílio das Hierarquias Criadoras. A duração da vida é determinada pela força que o Ego coloca nesse Arquétipo. Ele começa a vibrar mesmo antes que seja envolvido pelo Corpo Denso e instila nesse uma vida que irá durar um determinado número de anos. Como mencionado anteriormente, a duração da vida no Corpo Denso foi preestabelecida pelo Ego com o auxílio das Hierarquias Criadoras antes do nascimento, mas o Ego pode, por uma vida pura e simples, prolongar esse tempo, como pode, por uma vida só de sensações e oportunidades negligenciadas, encurtar essa duração. Só a morte, que ocorre quando expira o tempo de vida determinado, pode interromper o sonoro movimento vibratório do Arquétipo que foi construído. O suicida interferiu com o curso da natureza. Ele, por falta de força de vontade para aprender as duras lições da vida, procura esquivar-se e destrói seu veículo, mas descobre que, após entrar no estado além da morte, está tão vivo quanto antes e que não pode cessar aquela vibração sonora. O Arquétipo deve viver o tempo de vida que lhe foi destinado, mas, tendo sido igualmente destruídos sua expressão natural e a passagem para a energia instilada dentro dele, ainda assim continua reunindo material que o Ego agora é incapaz de assimilar ou gastar, desprovido que está de um Corpo Denso. Assim, a existência do Ego nas Regiões inferiores do Mundo do Desejo é muito desagradável. Ele fugiu do sofrimento, mas encontrou-o mais perto de si e deverá suportá-lo até a hora marcada para a morte natural do Corpo Denso. Somente aí, o Arquétipo se desintegra e o Espírito é libertado, para passar para o Primeiro Céu.

Podemos ver que a morte não transforma uma pessoa, da mesma forma que um pecador não se transforma em santo por despir sua veste exterior. O que a pessoa semeou durante sua vida terrena, deverá colher um dia, em algum lugar, mas tem a oportunidade de se arrepender e de purgar-se de seus pecados enquanto estiver na parte inferior do Mundo do Desejo. Ela pode até desejar permanecer naquelas Regiões após a morte, atormentando outros, voltando sempre aos lugares que o atraíam durante sua vida terrena. Pode ainda roubar alguma alma negativa de seu Corpo Denso mediante a obsessão, a fim de continuar sua vida de pecado e, assim, satisfazer seus desejos inferiores. “Os moinhos de Deus moem lentamente, mas moem extraordinariamente bem”. Algum dia, ela terá que pagar pelas ofensas cometidas, algum dia, por meio do sofrimento e da aflição, deverá purgar-se de todos os pecados e encontrar seu Criador em seu corpo espiritual purificado.

(Publicado no Ecos da Fraternidade Rosacruz de São Paulo-SP de julho-agosto-setembro 2008)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Jesus e Sua Sublime Missão

No Evangelho Segundo São Mateus em 1:21 lemos: “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados“.

Mas não a um menino comum, pois Jesus não era um indivíduo comum, como qualquer outro da humanidade. É certo que ele é um Espírito Virginal; pertence à nossa humanidade. Podemos estudar o homem Jesus de Nazaré lendo todos os seus renascimentos na Memória da Natureza. Sabemos, por exemplo, que num de seus renascimentos ele foi o Rei Salomão. Aquele rei que lemos em 1 Reis 3, 4-14, quando Jeová o apareceu em sonhos e lhe disse para pedir qualquer coisa que quisesse que Ele o daria. Quando, então, Salomão respondeu:

Tu foste grande amigo de teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade e a mim me tem posto como rei em seu lugar. Confirme-se, pois, agora, Oh Jeová Deus! Tua palavra dada a Davi, porque tu me colocaste como rei sobre um povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. Dá-me agora sabedoria e conhecimento para discernir entre o bem e o mal“.

Quando, então, Jeová replicou a Salomão: “Por quanto isso foi em teu coração, que não pediste riquezas, nem longos anos de vida, nem a vida dos teus inimigos, se não que tens pedido para ti sabedoria e conhecimento para julgar o meu povo, sobre o qual te pus por rei, sabedoria e conhecimento te são dados, e também o que não pedistes: riqueza e glória, em toda a sua vida, como jamais houve entre os reis“.
Esse é somente um dos exemplos de seus antigos renascimentos. Houve muitos outros, onde ele viveu sob diversas circunstâncias, sob vários nomes, do mesmo modo que qualquer um de nós, seres humanos. Com isso percorreu o Caminho da Santidade através de muitas vidas, vivendo a Vida Espiritual e preparando-se para a maior honra que poderia ter recebido um ser humano.

Na vida que apareceu como Jesus, esse nosso irmão alcançou:

  • um Corpo Denso que é o mais perfeito que já se construiu e se construirá por qualquer um de nós nesse Grande Dia de Manifestação;
  • um Corpo Vital que é o mais perfeito que já se construiu e se construirá por qualquer um de nós nesse Grande Dia de Manifestação;
  • um Corpo de Desejos isento totalmente de paixões, desejos inferiores; formado exclusivamente de materiais de desejos das Regiões Superiores do Mundo do Desejo;
  • uma Mente extremamente pura, muito superior a qualquer outra da humanidade.

Ou seja: ele possuía um Tríplice Corpo e uma Mente da espécie mais pura que qualquer um de nós já pode construir.

Logicamente, para construir o seu Corpo Denso teve que contar com materiais da mais fina pureza que existe. Pois o Ser Humano para construir seu Corpo Denso necessita utilizar os materiais tomados dos corpos do Pai e da Mãe. Por isso, seu pai, José era um elevado iniciado. Pertencia aos Essênios. E durante muitas vidas também percorreu o Caminho da Santidade. Ele era tão puro que poderia realizar o ato da fecundação como um Sacramento, sem nenhum desejo ou paixão pessoal. Ele tinha a capacidade de expressar a vontade — força masculina — da maneira mais perfeita no ato gerador.

Com isso garantiu o melhor material para a construção do Corpo Denso de Jesus.

Por isso, a sua mãe, a Virgem Maria, era também da mais elevada pureza humana; por isso foi escolhida para ser a mãe de Jesus de Nazaré. Ela tinha a capacidade de expressar a imaginação — força feminina — da maneira mais perfeita no ato gerador. Só ela poderia fornecer o material mais puro para a construção de um Corpo Denso perfeito, como foi o de Jesus. Ela expressa a máxima pureza que um ser humano pode alcançar no ato gerador.

Mas, como pôde ocorrer uma concepção tão pura e isenta de dor, sofrimento e tristeza num ambiente tão impróprio como nós mesmos criamos aqui na Terra?

Então vejamos: Jeová, o Espírito Santo, o guia dos Anjos, aparece em várias partes da Bíblia como o dador de filhos. Seus mensageiros foram: 

  • a Sarah anunciar-lhe o nascimento de Isaac;
  • para Hannah anunciaram o nascimento de Samuel;
  • para Maria anunciaram o advento de Jesus, como lemos em Lucas 1:26-32: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus (…) e disse-lhe o anjo: ‘ Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo! ‘ (…) ‘Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás em teu seio e darás à luz um filho e lhe darás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo”.

O poder do Espírito Santo fecunda tanto o óvulo humano como a semente do grão na terra.

Antes do Pecado Original, nós procriávamos sob a orientação dos Anjos, em épocas propícias. Não tínhamos paixões, porque éramos guiados em tudo, até no ato gerador. Inocentes e inconscientes de tudo.

O Pecado Original se deu quando tomamos as rédeas da nossa evolução, inclusive do ato gerador. Essa transgressão utilizando da força sexual criadora sagrada, a nosso bel prazer, sem levar em conta corpos puros e condições estelares propícias, é o que, até hoje, nos traz sofrimentos, tristezas e dores.

Entretanto, quando uma vida santa purifica os desejos, o Ser Humano inunda-se com esse espírito puro e pode efetuar a função procriadora sem paixão. A concepção se torna imaculada. A criança que nasce sob tais condições é naturalmente superior, porque a concepção realizou-se como um rito sagrado de auto-sacrifício e não como um ato de auto-satisfação.

Nesse caso, criamos exatamente as mesmas condições que tínhamos quando procriávamos sob a orientação dos Anjos, só que com uma crucial diferença: o fazemos conscientes e sob a nossa responsabilidade.

De onde concluímos: que todo indivíduo vil tem que nascer de uma mãe vil e antes que nasça um Salvador é necessário encontrar uma virgem puríssima para que seja sua mãe.

Quando dizemos “virgem” não queremos falar de virgindade em sentido físico. Todos nós possuímos a virgindade física nos primeiros anos de nossas vidas, mas a virgindade do espírito é uma qualidade da alma (ou espírito), adquirida mediante vidas de pensamentos puros e aspirações elevadas. Não depende do estado do corpo.

Uma virgem verdadeira pode dar a luz a vários filhos e permanecer sempre “virgem”.

O que determina um Ser Humano ser concebido em pecado ou imaculadamente depende de sua própria alma, de suas qualidades anímicas. Porque se um Ser Humano que vai nascer for puro, casto ele também nascerá, e, naturalmente, de uma mãe também pura e de natureza formosa. E, nessa situação, o ato físico, que na maioria se realiza para gratificar a paixão e o desejo sensual, se efetua como uma oração, um sacramento, como um sacrifício.

Note a extrema oposição de sentimento: gratificação e sacrifício.

De modo que, a criança é concebida sem pecado nem paixão, ou seja, imaculadamente. Tal acontecimento não é um fato acidental. A vinda de uma criança por esses meios de pureza é previamente anunciada e a espera antecipada é marcada com impaciência e alegria.

Atualmente, há muitos casos de geração que se aproximam muito dessa Imaculada Concepção.

Aqui, realizam-se o ato gerador com puríssimo amor, e a mãe permanece tranquila, sem que seja perturbada durante o período de gestação e, assim, a criança nasce tão pura como numa imaculada concepção.

Com um Corpo Denso imaculadamente concebido, Jesus pode se dedicar ao objetivo específico da sua vinda como Jesus, ou seja: cuidar e desenvolver os seus Corpos Denso e Vital até o maior grau de eficiência possível para o grande propósito a que deveria servir: fornecer o seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital para a imensa tarefa do Cristo.

Nesse intuito, imensa ajuda foi lhe prestada pela terceira seita que existia na Palestina: os Essênios. Eles formavam uma ordem extremamente devota, muito diferente das outras duas seitas, então existentes: os materialistas saduceus e os hipócritas e vaidosos fariseus.

Pouco se sabe sobre eles, pois evitavam o máximo possível toda menção de si ou de seus métodos de estudo ou de adoração. Mas, foram os Essênios que educaram Jesus e cuidaram do seu desenvolvimento espiritual. Esse seu desenvolvimento espiritual foi elevando-se de grau durante os trinta anos de utilização de seus Corpos. Jesus tinha passado por várias iniciações. Como o objetivo das primeiras iniciações e do exercitamento esotérico é trabalhar sobre o Corpo Vital, a fim de construir e organizar o Espírito de Vida, vemos que, com isso, Jesus tinha alcançado as mais elevadas vibrações do Espírito de Vida. O seu Espírito de Vida tornou-se o seu veículo superior mais evoluído.

Cristo, por seu lado, sendo um Arcanjo, funcionava muito bem no seu Corpo de Desejos, Mas como todo Arcanjo, era incapaz de construir um Corpo Denso ou um Corpo Vital para si. Agora, como Ele é o mais desenvolvido de todos os Arcanjos, ou em outras palavras, o mais elevado iniciado dos Arcanjos, estava acostumado em trabalhar no seu veículo mais inferior sendo o Espírito de Vida.

Ou seja: ele sabia construir um Corpo de Desejos, uma Mente e um Espírito Humano, mas vivia comumentemente no seu veículo Espírito de Vida.

Onde ele expressava facilmente os atributos desse veículo, quais sejam: altruísmo, fraternidade, união, amor, perdão, graça e gratidão.

Tudo o que nós precisávamos (e ainda muito precisamos) aprender para seguirmos na nossa evolução para frente e para cima. Assim, para ensinar-nos tudo isso, nos dar materiais de desejos para termos desejos nesse sentido, fundar a Religião Unificante do Filho, e com isso elevar-nos a mais um grau e para nos tirarmos das condições cristalizantes que estávamos, Ele precisou aparecer como um Ser Humano entre nós e, entrando num Corpo Denso, conquistar, de dentro, a Religião de Raça que nos afeta por fora.
Em outras palavras, acabar com a divisão entre os filhos de Seth e os filhos de Caim e uni-los numa única Fraternidade constituída do Reino dos Céus. Para isso usou de todos os veículos próprios e só tomou de Jesus os Corpos Denso e Vital.

Isso ocorreu quando Jesus tinha 30 anos de idade. Então, Cristo penetrou nesses corpos e empregou-os até o final de Sua missão, no Gólgota. Então, tornou-se a dupla figura que conhecemos como: Cristo-Jesus, nosso Salvador. O único ser que possuiu uma série completa de veículos desde o Mundo do Espírito de Vida, com o seu veículo Espírito de Vida, até o Mundo Físico, com o Corpo Denso de Jesus.

Nesses três anos, Jesus foi o que perdeu todo o crescimento anímico obtido durante os 30 anos terrestres, anteriores ao Batismo e contido no veículo cedido a Cristo.

Este foi e é o grande sacrifício feito para nós, mas, como todas as boas ações, esse sacrifício redundará em maior glória no futuro. Durante os três anos que duraram o trabalho de Cristo nos Corpos Denso e Vital de Jesus, ou seja: entre o Batismo e a Crucificação, Jesus adquiriu um veículo de éter, da mesma forma que um Auxiliar Invisível adquire matéria física sempre que for necessário materializar todo ou parte do corpo. Com ele seguia instruindo o núcleo da nova fé formado por Cristo.

Entretanto, um material que não combine com o Átomo-semente não pode adaptar-se definitivamente. Ele se desintegra tão logo se esgote a força de vontade nele reunida; portanto, isso foi apenas um paliativo, durante esses três anos.

Depois da morte do Corpo Denso de Cristo-Jesus, no Gólgota, os Átomos-sementes dos Corpos Denso e Vital foram devolvidos a Jesus de Nazaré. Exceto o seu Corpo Vital.

Por que esse não foi devolvido? Para que Cristo o utilize na sua segunda vinda.

E por que Cristo não poderia devolvê-lo? Não poderia Ele tomar de outro corpo vital de outro ser, mesmo de Jesus, quando necessitasse novamente? Certamente que não, pois existe uma Lei que determina que todo Ser deve sair de um lugar, pela mesma via por onde entrou. Cristo entrou na Terra, onde está agora confinado, através do Corpo Vital de Jesus. Deve sair também por este corpo. Se o Corpo Vital de Jesus fosse destruído, Cristo permaneceria neste ambiente tão limitado até que o Caos dissolvesse a Terra. É por isso que os Irmãos Maiores colocaram o Corpo Vital de Jesus num sarcófago de cristal para protegê-lo da vistas de curiosos e profanos. Eles conservam este receptáculo numa caverna nas profundezas da Terra, onde ninguém que não seja iniciado pode penetrar.

Então, Jesus de Nazaré construiu um novo Corpo Vital, trabalhando com as lojas esotéricas, sociedades secretas e igrejas. Os Cavaleiros da Távola Redonda, os Cavaleiros do Graal, os Druidas da Irlanda, os Trottes do Norte da Rússia são algumas das escolas esotéricas nas quais, Jesus trabalhou na Idade Média.
Note que a partir daqui nunca mais Jesus construiu para si um Corpo Denso, embora fosse capaz de fazê-lo. Isso porque o seu trabalho está totalmente dirigido na Região Etérica do Mundo Físico. Sem dúvida, Jesus é o mais elevado fruto que o Período Terrestre produziu, afinal: “Não há maior amor no homem do que aquele que dá a sua própria vida” e o fato de dar não somente o Corpo Denso, mas também o Corpo Vital é certamente o supremo sacrifício.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como trabalhar com as Nossas Casas Horoscópicas

Vamos ver, de forma sucinta, o modo como os Astros influem em nossa vida através das doze Casas.

Suponha o leitor que está passeando em seu automóvel, beirando a costa, a mais ou menos um ou dois quilômetros do mar. Uma suave brisa vem do lado do oceano e ao passar por você, traz-lhe nas asas invisíveis mensagens dessa terra que você cruza, provocando em seu íntimo uma impressão agradável ou desagradável. Por exemplo, ao cruzar uma planície verdejante, de pastagem, você se deleita com o aroma agradável de grama recém-cortada. Mas, digamos que um pouco além você passe por um lugar cheio de jasmim e sinta náuseas com o seu odor penetrante e enjoativo.  Suponha, ainda, que mais adiante você fique realmente enfermo, pelo efeito de nauseabundas e pestilentas emanações de um pântano próximo, mas que minutos mais tarde recupere a saúde, o bom humor e a disposição, ao penetrar num bosque e encher os pulmões com o perfume saudável e balsâmico dos pinheirais.

Durante sua peregrinação do berço ao túmulo, você leva na atmosfera áurica que lhe rodeia e envolve o corpo, as chamadas doze Casas. Elas estão gravadas, impregnadas em sua atmosfera, como estão na atmosfera que envolve a nossa Terra, acompanhando-o em sua órbita através do espaço sideral. Cada Casa reflete uma parte de sua vida; cada uma delas contém algumas das lições que você deve aprender nesta vida. Através de seus atos, e segundo as reações que você tenha – face a tais experiências – provará se aprendeu ou não essas lições; se assumiu e compreendeu ou deverá receber nova “explicação” do destino.

Chegando o momento próprio, marcado pelas configurações astrológicas, conforme os ângulos que vão se formando em seu movimento, você colherá, por intermédio da Casa correspondente, o que semeou nesse departamento em vidas anteriores. Para isso é necessário que você compreenda que cada Casa se refere a um departamento de sua vida: a primeira Casa diz respeito ao seu aspecto físico, natureza corporal e Personalidade. A segunda Casa se refere às finanças e, de modo geral, à sua conduta no dar e receber. A terceira Casa fala do que você já fez no uso de sua Mente inferior, no trato com os irmãos e vizinhos e como foram suas pequenas viagens. A quarta Casa o que foi sua conduta anterior no lar e relacionamento com sua mãe. A quinta Casa diz como você usou sua capacidade de transmitir o que sabe; o modo como tratou os seus filhos do passado e seus ideais, que são os filhos de sua alma. A sexta Casa mostra como se conduziu no trato com empregados e patrões; nos empregos, bem como, da forma como cuidou de sua saúde. A sétima Casa expressa o modo como você se portou no relacionamento com os cônjuges, no passado, e com os sócios. A oitava Casa exprime experiências com legados, heranças; mostra se você tem ou não capacidade de reformar sua vida e reconstruí-la em bases mais racionais. A nona Casa revela o que você já desenvolveu em assuntos de especulação filosófica no exercício da Mente superior; como foram suas grandes viagens; desenvolveu-se ou não o idealismo, a religiosidade. A décima Casa mostra como foi conduta nos meios sociais em que viveu; o modo como se relacionou com seus concidadãos e com seu pai. A décima primeira Casa fala de seu relacionamento anterior com amigos e movimentos idealistas. A décima segunda Casa fala de confinamentos, de restrições de toda ordem, duradouros e imutáveis por ora. Todas as Casas mostram, pois, segundo seus atos em vidas anteriores, o modo como você encara esses diversos assuntos e o que lhe cabe aprenderem para ter uma noção mais correta de tais departamentos da vida.

Vamos a um exemplo: digamos que sua décima primeira Casa, no horóscopo levantado ao seu nascimento, apresente Aspectos adversos (Quadraturas, Oposições e algumas Conjunções). Neste caso estão indicadas nesta vida, para você, algumas experiências desagradáveis com amigos, não por falta de sorte sua, mas porque havendo você plantado uma forma errônea de relacionamento em vidas passadas, terá de aprender agora, por experiência própria, por meio de consequências justas e correspondentes às causas postas em ação, que essa forma de agir não está certa. Se for assim, examine e analise bem seu horóscopo, pois ele lhe revela os segredos de sua atmosfera áurica, o arquivo de seu passado. Você concebe as amizades e encara seus amigos, segundo a lente de sua décima primeira Casa. E cada um de seus amigos também, por suas décimas primeiras Casas. E a raiz talvez esteja no desejo de você procurar algum proveito nos amigos, julgando que os bons amigos sãos que lhe servem às conveniências, em vez de buscar sentir por eles afeição sincera e desinteressada, como verdadeiro amigo.

Sobre o significado das Casas, devemos nos ater, ainda, para o seguinte: elas também regem partes determinadas de nosso Corpo Denso, cujo bem-estar e normalidade dependem, por reflexo, anormalidade dos aspectos morais e mentais. Eis porque, do ponto de vista Rosacruz, a saúde, em seu amplo sentido, deve abranger toda a instrumentação do complexo ser humano: a parte física e a parte espiritual.

De todo modo, a conclusão inevitável e lógica é que, usando bem nossa razão e domínio próprio, poderemos evitar sermos o inconveniente jasmim e, muito menos, o pestilento e prejudicial pântano para as pessoas com quem convivemos, tratando de nos converter em autênticos seres fraternais, como o puro odor da relva recém-cortada e, mais ainda, se possível, no benfeitor odor dos pinheiros, cuja presença anima, eleva, purifica, ergue, causa bem-estar e é por todos desejado.

Essa é a forma de libertarmos as diversas aflições de nossas Casas horoscópicas, transmutando-as em benéficas, mudando-as em “azuis” para um mundo melhor, que depende de todos. E essa transformação, em contraste com a triste condição do ser humano sofredor e transgressor, corresponde, no mito grego, às duas fases do ser humano interno: Prometeu e Hércules, sendo este o grande herói que realizou os doze trabalhos propostos (transmutação das doze Casas).

(Publicado na Revista Serviço de fevereiro/1968 da Rosacruz da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Causa-raiz das Nossas Deficiências Físicas

Uma vez que o exterior reflete o interior, é nesse último que devemos procurar a causa- raiz de qualquer manifestação no Corpo Denso. Essas causas não são verificáveis por um exame apenas no Corpo Denso, mas podem ser discernidas por alguém capaz de investigar as condições dos Corpos mais sutis. Para saber as causas, encontradas nesses corpos sutis, dos efeitos manifestados no Corpo Denso é preciso possuir poderes espirituais para ler a Memória da Natureza, onde é gravado tudo desde o início dos tempos.

As pesquisas feitas no lado oculto da saúde e da doença fornecem uma luz surpreendente sobre a ciência da cura. Dos inúmeros fatos revelados, alguns podem ser citados, a título ilustrativo. Vejam no Livro Astrodiagnose – Um Guia para a Cura Definitiva vários exemplos.

As linhas da causa alcançam o passado distante e unem as forças de vida de cada uma das nossas palavras e transferem para dentro a substância cristalizada na nossa habitação e ambiente corporais presentes.

Se, portanto, não estamos satisfeitos com a nossa condição presente, faremos bem em lembrar que temos, por nosso próprio pensamento e ação no passado, nos tornado o que somos hoje; e que um pensamento e uma ação mais inteligentes hoje produzirão para nós um futuro melhor.

Nenhuma influência externa é responsável por nossas limitações; ninguém pode influir no nosso progresso em direção à perfeição, se nós não quisermos.

O Espírito interior é o único monitor do destino do ser humano. Nele reside todo o poder. A regeneração da sua natureza e a iluminação do Espírito prosseguem juntos. O pensamento é o grande poder regenerador: “transformai-vos, renovando a vossa Mente“, admoestou São Paulo. E novamente: “glorificai, portanto, a Deus em vosso corpo“. Aqui temos as duas afirmações fundamentais de cura definitiva fornecidas por um dos médicos supremos de todos os tempos.

Para conhecer a saúde contínua e radiante é necessário viver em constante comunhão com a divindade interior. Nessa relação, a liberdade de todos os laços da causalidade passada. Esse foi o ensinamento do Cristo e de todos os iluminados que vieram após Ele, independentemente do tempo, lugar ou credo.

Afinal, sabemos que o ser humano não é um Corpo, mas um espírito interno, um Ego que utiliza o Corpo com crescente facilidade conforme evolui.

E, também, não há dúvida alguma: a lei para o Corpo é a “sobrevivência do mais apto”. Mas, para o Espírito a lei de evolução pede “Sacrifício”.

É claro e manifesto: quando o ser humano se inclina para uma diretriz de conduta mais elevada no trato com os demais, o impulso deve vir de dentro, de uma fonte não idêntica à do Corpo.

Do contrário não lutaria contra este, para fazer prevalecer esse impulso sobre os interesses mais óbvios do Corpo. Além disso, essa força tem que ser mais forte que a do Corpo, para triunfar e sobrepor-se aos desejos, impelindo ao sacrifício em benefício dos fisicamente mais débeis. 

Quanto mais forte é a luz, tanto mais profunda é a sombra que projeta. Quanto mais altos os ideais, mais claramente podemos ver nossos defeitos e nossas deficiências e compreendê-los de um modo fraterno, paciente e compassivo.

Enquanto renascidos aqui, é certo que “aprendemos mais com os nossos erros do que com os nossos êxitos”. Devemos, pois contemplar o Mundo Físico através da luz apropriada; considerá-lo uma valiosa escola de experiências, onde aprendemos lições da mais alta importância.

E é por isso que, em certo sentido, o Mundo Físico é uma espécie de Escola-Modelo ou um laboratório experimental, onde se aprende a trabalhar corretamente nos outros Mundos, conheçamos ou não a sua existência, o que prova a grande sabedoria dos criadores do plano.

Se apenas conhecêssemos os Mundos superiores, cometeríamos muitos erros que só se revelariam quando as condições físicas fossem utilizadas como critério.

Lembre-se: o nosso papel neste atual Esquema de Evolução é conquistar e aprender a criar a partir da Região Química do Mundo Físico; ou seja: o baluarte da evolução é aqui!

Que as Rosas floresçam em vossa cruz

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