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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Atividade, a Essência da Saúde

Indolência é uma palavra feia. Está intimamente associada à estagnação e à decadência e essas são palavras repulsivas para a Mente saudável. A indolência é a precursora da decadência e da morte. A atividade é o promotor do crescimento, do desenvolvimento e da força. Isso é verdade para o sistema muscular, para todos os órgãos do Corpo Denso e para o sangue, que é a vida. Também é verdade para o cérebro; um cérebro não pode ser alimentado com sono e ser saudável e forte; para triunfar, requer ainda mais exercício do que o Corpo Denso. A inatividade causa a degeneração do Ego e do Corpo Denso.

O Corpo Denso foi feito para ser ativo e o bem-estar do corpo exige isso. A natureza é o melhor exemplo de atividade. A natureza nunca adormece no sentido de desperdício ou improdutividade. Nos meses frios, ela está ocupada armazenando energia para os meses produtivos.

As grandes e pequenas criaturas vivem vidas ativas, ensinando a nós o valor do tempo e a brevidade da vida. Quem não observou os pássaros quando chegam a primavera? Começam a construir os seus ninhos, porque a Terra continua a se mover, sem perder um único segundo de tempo e, assim, e em breve, chegarão os dias em que terão de procurar climas mais quentes. A abelha há muito que é vista nós como uma criatura de atividade e indústria. A abelha é a própria encarnação da atividade e não tolera a indolência. Ela segue o ditado bíblico: “Quem não trabalhar também não comerá”; mas, no caso da abelha temos: “Quem não trabalhar também não viverá”.

Mas, há outro lado da vida ativa e completa. Tal como a saúde do Corpo Denso e do Ego não pode ser saboreada na ausência de uma vida ativa, também a felicidade e o contentamento não podem existir num ambiente de ociosidade. Parece que a inatividade enche o Corpo Denso com uma matéria estranha que envenena a felicidade, pois se somos ociosos não podemos ser felizes. Vemos outro exemplo disso novamente na Natureza. As aves na época do acasalamento, quando estão mais ativas, são felizes e cheias de canto. A miséria e a ociosidade caminham juntas, enquanto a felicidade e o contentamento acompanham uma vida ativa. Se todos os que estão cansados da monotonia da existência saíssem da luxuosa ociosidade, a vida teria um encanto e os dias seriam muito curtos em vez de ser muito longos.

A ociosidade tem sanções que afetam a nossa própria existência. A ação é a lei do nosso ser, é a lei do crescimento. A ociosidade é fraqueza; a ação é tão favorável ao crescimento físico e mental como o simples fato de dormir em um ginásio o é para a força de um atleta. O trabalho gera força, enquanto a ociosidade é perda de força. Até o menor talento se desvanecerá se não for utilizado. O poder de fazer as coisas deserda a pessoa, quando ela não age. Quando a energia é desligada, a máquina para; quando ficamos ociosos e nos esquivamos da nossa responsabilidade de trabalhar, a energia nos abandona. Nunca se deve permitir que o poder mental diminua. A perda de energia, a falta de confiança e uma capacidade executiva deficiente são os castigos.

O ocioso é um inadaptado, porque fica estacionário em um mundo ativo e se torna impotente, porque a Natureza lhe retira o talento que possuía. Aquele que abandona a vida ativa pela aposentadoria – por exemplo – apresenta um triste espetáculo, porque a infelicidade e não o prazer é o resultado inevitável. A classe ociosa apresenta uma vista infeliz. O trabalhador pode ser pobre, mas feliz; o ocioso pode ser rico, mas miserável. Ele não se encaixa na Natureza; está fora de harmonia com Deus e com o ser humano. O segredo da saúde e da felicidade é a atividade.

Todo o nosso ambiente, ao nosso redor, fala de atividade, de desenvolvimento, de utilidade; ensina-nos que devemos utilizar o tempo, devemos prestar atenção e respondermos aos monitores e às sirenes da atividade que nos rodeiam. A indolência é um crime que a Natureza não perdoa. Devemos trazer no nosso Corpo Denso as marcas da inatividade. Porque, com isso, rouba o nosso Corpo Denso e o nosso cérebro; nosso Corpo Denso não pode ser forte e saudável nem o nosso cérebro, desenvolvido. O Corpo Denso se fortalece com exercício, assim como o cérebro se fortalece e expande com a expressão do pensamento que criamos, como Egos.

Será que a Natureza perdoa esse crime de indolência? Não! Temos que confessar os nossos pecados; temos que ser obedientes; temos que limpar o nosso “Templo de Deus”, porque a Doutora Natureza sabe o que é melhor. A Natureza é o único “médico” verdadeiro; devemos então obedecê-la e começar a trabalhar.

O exercício mantém o Corpo Denso jovem ao promover a flexibilidade de todos os músculos e articulações. O exercício mantém o Corpo Denso saudável ao evitar a estagnação e expulsar as matérias estranhas do Corpo. Para saborear o maior grau de saúde, todos os órgãos, músculos e ligamentos do Corpo Denso devem ser exercitados, não só os membros, mas também a maquinaria interna. É aqui que o verdadeiro exercício tem valor. Quando deixamos de nos exercitar, a “idade se faz sentir”: músculos flácidos e articulações rígidas são alguns dos resultados e dos castigos.

O cérebro deve ser exercitado regularmente para se desenvolver e se manter jovem. Em pouco tempo o Corpo Denso e o cérebro enfraquecem, se forem negligenciados. Certamente é um crime matar o cérebro de fome, enfraquecer esse órgão maravilhoso com o qual Deus tanto nos abençoou. Tal como o Corpo Denso enfraquece sem exercício, também o cérebro enfraquece, caso não seja mantido ativo. Tão importante é o exercício e o uso adequado do cérebro, que cada um de nós deve prestar contas no grande julgamento pelo uso do tempo e do talento. Seremos obrigados a prestar contas rigorosas pela condição do “Templo de Deus”, o Corpo. Uma recompensa só pode ser concedida a um Templo limpo, incluindo o Corpo Denso e o cérebro.

O caminho que leva para cima é difícil de escalar. Significa trabalho árduo; mas, na escalada, ganha-se força, energia, coragem, persistência e consistência; o sucesso nos espera e o prazer na escalada é o companheiro diário. “Tudo que a tua mão encontrar para fazer, faça com a tua força” (Ecl 9:10). Há poder no trabalho. Aquele que não trabalha com o coração no seu trabalho não trabalha bem nem age bem.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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