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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder do Amor

“O Amor nasce do Pai eternamente, dia a dia, hora a hora, impregnando constantemente o Universo Solar para nos redimir do mundo da matéria que nos mantém presos à morte. É impelido do Sol, onda a onda para todos os Planetas, estimulando ritmicamente todas as criaturas que neles evoluem” (Livro “Coletâneas de um Místico” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)).

Tal é a natureza do Amor Cósmico que nos faz estremecer, e que um dia, eventualmente, todos nós seremos capazes de emanar também; temos plena consciência desse Amor Cósmico, a mais sublime das emoções, que nos é oferecida por meio do Cristo recém-nascido no Natal de cada ano.

O nascimento místico de Cristo, repleto da nova vida e do Amor do Pai, é nos dados para nos salvar da fome física e espiritual que nos destruiria se não fosse essa dádiva anual de Amor.

O Amor que faz pulsar os corações de todos os sistemas religiosos, independentemente das divergências que possam aparentar, é a pedra de toque de toda a criação.

A maneira como cada um de nós, participante do processo evolutivo, é receptivo e responde ao Amor, e aprende eventualmente a transmiti-lo, determina o nosso grau e nível de ascensão na escada do desenvolvimento (desde a completa ignorância até a total consciência; depende de nós). A maioria de nós conhece o que considera “amor” sob três formas.

Primeiro, a paixão marciana, a luxúria que não tem nada a ver com a faceta espiritual do Amor.

Segundo, o amor pessoal de Vênus, a que a maior parte de nós responde. É uma forma de amor egoísta, separatista e exclusivista.

Finalmente, o altruísmo uraniano – o amor que engloba todos os seres igualmente e que Cristo veio nos ensinar, como a palavra-chave do Seu reino, que ultrapassa a concepção ou os limites da compreensão de grande parte de nós.

O amor ao nosso “semelhante”, ou seja, o amor a todos os nossos irmãos e nossas irmãs, é o mandamento supremo e ultrapassa todas as leis do passado. Cristo-Jesus foi claro ao nos deixar a mensagem de que as Leis da Religião de Raça haviam servido a seu objetivo, mas que, a partir de então, todas as Leis passariam a ser subordinadas ao Amor. Atingimos um ponto da sua evolução em que nos foi pedido que aprendêssemos a fazer o bem por amor ao bem, e não por receio das consequências dos nossos erros. “O Amor perfeito elimina todo o medo.” (IJo 4:18) – quando aprendermos a irradiá-lo, de nós próprios, fará bem a nós e ao nosso semelhante, automaticamente.

O Amor é a força criadora que emanamos a fim de criar outro ser. Os Anjos projetam todo o seu amor, sem desejo ou egoísmo, e são banhados em troca pela corrente da Sabedoria Cósmica. Projetamos apenas uma parte do nosso amor e guardamos o resto, utilizando-o na construção dos nossos órgãos de expressão interno e no nosso próprio aperfeiçoamento. Desse modo o amor que conseguimos expressar se tornou egoísta e sensual. Usando parte do poder criador da nossa alma, amamos egoisticamente, porque necessitamos de outra pessoa para colaborar no processo de propagação da espécie humana (se todos resolvessem não ter mais filhos – o que é impossível, pois “os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o necessitam para o seu desenvolvimento” – não teríamos mais a espécie humana nesse Planeta.). E com a outra parte do poder criador usamos para expressar nossos pensamentos aqui na Região Química do Mundo Físico, embora também por razões egoístas, pois a nossa ambição é obter mais conhecimentos.

Temos agora a responsabilidade de nos purificar do pecado, do egoísmo. Só quando o fizermos é que compreenderemos e seremos capazes de exprimir o Amor Altruísta e Espiritual – o Amor Crístico.

A vida é o que temos de mais precioso, pois “Não há Amor maior do que o do ser humano que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15:13). Ao cultivarmos o altruísmo, aprendemos, figurativamente, a dar a nossa vida, a sacrificar o “Eu pessoal” – “eu inferior” – pelo nosso semelhante, atingindo o estado do Amor Crístico.

Atualmente, a razão nos controla, aliando-se à causa da natureza de desejos, emoções e sentimentos. Essa soberania terá de ser sucedida pela do amor que, presentemente, age independentemente (e por vezes, contrariamente) aos ditames da razão. Na Sexta Época (a próxima), na Nova Galileia, o que chamamos de Amor não será egoísta e a razão servirá à causa da Fraternidade Universal, e aprovará o que o Amor lhe ditar. Todos trabalharão para o bem comum, pois o interesse egoísta terá desaparecido para sempre.

Assim, o Estudante Rosacruz que procura acelerar a sua evolução deve aprender, desde agora, a ambicionar apenas aquele amor “que é da alma e que envolve todos os seres vivos, superiores e inferiores, e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe” (como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz). O amor de indivíduos, que exclui outros, terá pouco a pouco de ser substituído pelo amor do todo. Os ensinamentos espirituais do passado requeriam que amássemos nossos familiares e, embora essa exortação continue sendo válida ainda hoje, os ensinamentos mais recentes nos dizem que ampliemos esse amor partilhando-o com toda a “família humana”.

Infelizmente, é vulgar que a Mente humana confunda o “amor” com a “paixão”. O primeiro, porém, nada tem a ver com a segunda, como se pode claramente depreender da ópera “Parsifal” (ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, muito estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz), em que esse diz a Kundry que representa o Corpo Denso: “perderíamos a eternidade se cedesse a ti, nem que fosse só por uma hora… assim, vou salvar-te e libertar-te da maldição da paixão, pois a amor que te consome é sensual, apenas; entre ele e o amor verdadeiro dos corações puros existe um abismo tão grande como entre o céu e o inferno”.

Sabemos, também, que as crianças geradas num momento de paixão ardente e sem amor, ou sob a ira ou a embriaguez, têm probabilidades de nascer com veículos mais fracos e uma vida mais curta do que aquelas geradas em condições de harmonia e de verdadeiro amor. O Corpo Vital, que é o veículo do amor, determina o desenvolvimento e a formação do Corpo Denso.

É infinitamente melhor ser capaz de sentir e exprimir o amor do que o definir. Podemos pregar e exortar outros a amar, mas, enquanto não tivermos aprendido verdadeiramente a arte de amar como Cristo amou, não nos encontraremos mais perto de sua realização do que agora. Podemos fazer os nossos Exercícios Esotéricos Rosacruzes fielmente; podemos oficiar todos os Rituais Rosacruzes, mas os resultados serão nulos se não forem constantemente acompanhados de atos de amor Crístico! A expressão intensa do amor na sua forma de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade – aumenta a densidade fosforescente dos dois Éteres superiores do nosso Corpo Vital. Assim construímos o nosso Corpo-Alma.

A sabedoria, a expressão do princípio Crístico, só é possível quando o conhecimento estiver aliado ao amor. E só quando essa união for consumada é que teremos a certeza de que as nossas ações terão o único fim de promover o bem comum e não (muito embora apenas inadvertidamente) os nossos fins egoístas.

O Poder do Amor é bem conhecido de todos. Não se opõe nunca aos planos de Deus; e consegue inspirar pessoas a fazer esforços para os quais nunca se supuseram capazes. É uma força que age tão perfeitamente por meio da expressão de objetivos criadores humanos, como de criações cósmicas. É um agente de transformação que, quando encontra a sua forma de expressão adequada, ultrapassa todas as formas do mal e transmuta o próprio ódio em Amor.

Deus é Amor, e se amamos uns aos outros, Deus está em nós e nós n’Ele” (IJo 4:12).

O verdadeiro Amor é divino e descreve a solidariedade de “Espíritos livres”. A paixão é diabólica e o que a ela cede se torna escravo do pecado. Eis o princípio em que se baseia a exortação de amar segundo o Espírito (o Ego) e não segundo a “carne”.

Temos, pois, de aprender a elevar o amor do âmbito passional ao Reino Espiritual, a fim de permitir a igualdade entre o homem e a mulher. Embora a “supremacia masculina” não represente o peso social que foi no passado (apesar de ainda existir e em muitos lugares e situações com a tal supremacia do passado), é necessário que nos lembremos de que os opressores de uma época serão os oprimidos da época seguinte (pois renascemos alternadamente: uma vez homem, outra vez mulher) e que, portanto, só nos elevaremos quando a igualdade total dos sexos deixar de ser um conceito hipotético e se tornar um fato real e concreto.

Atualmente, a ciência médica considera o coração como um músculo involuntário, constituído ao longo do comprimento, pelas fibras que se encontram geralmente nesse tipo de músculo. Contudo, o aparecimento de fibras horizontais tem deixado os cientistas perplexos, pois desconhecem que elas significam o controle que o Ego eventualmente terá sobre o coração. Ao manifestar-se cada vez mais o princípio do amor altruísta essas fibras horizontais se tornarão mais numerosas e nós, Ego, poderemos, então, atingir a soberania do coração com maior facilidade, e um dia saberemos regular a quantidade de sangue necessária ao cérebro, alimentando o lado dedicado a atividades altruístas e filantrópicas e deixando “à mingua” o outro, que se dedica a fins meramente egoístas. Assim, a circulação sanguínea passará eventualmente a ser controlada unicamente pelo unificante Espírito de Vida – um dos nossos três veículos superiores –, o Espírito do Amor, enquanto os centros de expressões dos pensamentos egoístas, que usamos hoje, serão atrofiados.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Vara de Aarão e a sua Significância Oculta dentro da Arca da Aliança do Tabernáculo no Deserto e a sua Significância Oculta

Para entendermos o significado da Vara de Aarão (também conhecido como o Bastão que floriu) que floresceu, vamos rever o Esquema de Evolução em que estamos inseridos: esse esquema é efetuado através dos 5 Mundos (Mundo do Espírito Divino, Mundo do Espírito de Vida, Mundo do Pensamento, Mundo do Desejo e Mundo Físico) em 7 grandes Períodos de Manifestação. Estamos, atualmente no quarto desses Períodos, conhecido como Período Terrestre. Nesse Período estamos restritos a trabalhar em 3 Mundos: Pensamento, do Desejo e Físico. Cada Período é composto de 7 Globos: A, B, C, D, E, F e G. Estes Globos são renascimentos sucessivos da nossa Terra. Atualmente estamos no Globo mais denso, o D, nossa Terra atual.

Nesse Período Terrestre, uma parte da evolução se realiza no Globo A, situado na Região do Pensamento Concreto.

Gradualmente, a vida evolucionante é transferida ao Globo B, que se situa no Mundo do Desejo, algo mais denso, onde ela passa por outro estágio evolutivo. No devido tempo a vida evolucionante está pronta para entrar na arena do Globo C, composto da substância ainda mais densa da Região Etérica do Mundo Físico, onde está situado. Depois de aprender as lições correspondentes a esse estado de existência, a Onda de Vida segue até o Globo D, formado da substância da Região Química do Mundo Físico, onde também está situado. Este é o grau mais denso de matéria alcançado pela Onda de Vida durante esse Período. Esse é o estágio involucionário de modo que a substância dos mundos se faz cada vez mais densa. Ao longo do tempo tudo tende a fazer-se cada vez mais denso e mais sólido. Mas como o caminho evolutivo é uma espiral, é claro que, ainda que se passe pelos mesmos pontos, nunca mais se apresentam as mesmas condições, mas outras em plano superior e mais avançado. No estágio evolucionário (do Globo D para o G), os Mundos se tornam menos densos.

Desse ponto a Onda de Vida é levada para cima novamente, ao Globo E, situado na Região Etérica do Mundo Físico, tal como o Globo C, embora as condições não sejam as mesmas. Completado o trabalho no Globo E, efetua-se o passo seguinte para o Globo F, situado no Mundo do Desejo como o Globo B, dali subindo ao Globo G. Quando se efetuou esse trabalho, a Onda de Vida deu uma volta em torno dos 7 Globos; uma vez para baixo e outra para cima, através dos 3 mundos, respectivamente. Esta jornada da Onda de Vida denomina-se uma Revolução, e 7 Revoluções formam um Período. Durante um Período a Onda de Vida dá 7 voltas descendo e subindo através dos 3 mundos. Já demos 3 voltas e estamos na metade da 4° volta.

Nesse ponto, já construímos nossos 3 Corpos, temos a Mente, o elo que nos liga aos nossos Corpos e estamos agindo e nos expressando no Mundo Físico com a total consciência de vigília. Aqui, no ponto de maior materialidade, também estamos no ponto de maior separatividade ilusória. Assim, foi necessário evoluirmos em Épocas. A primeira que vivemos foi a Época Polar, depois a Hiperbórea, Lemúrica, Atlante e estamos na Ária. O nosso estudo se insere entre o final da Época Atlante e início da Ária.

Continuando a nossa revisão sobre o Esquema de Evolução, vemos que desde a separação dos sexos até a primeira parte da Época Atlante éramos guiados em tudo pelos Anjos e por outras Hierarquias Criadoras.

Nesse sentido, em particular, os Anjos eram os responsáveis pela nossa procriação, enquanto encarnados aqui na Região Química do Mundo Físico.

Isso porque até na primeira metade da Época Atlante nossa consciência não estava enfocada no Mundo Físico, estávamos inconscientes da propagação, do nascimento e da morte.

Os Anjos trabalhavam no Corpo Vital (o meio de propagação), regulavam a função procriadora e juntavam os sexos em certas ocasiões do ano.

Empregavam as forças solares e lunares, nos momentos e condições mais propícias para a fecundação.

A gestação decorria sem incômodo algum e o parto realizava-se sem dor.

As condições propícias para a fecundação significa que, além dos pais terem configurações estelares favoráveis (combinações favoráveis estelares benéficas na quinta e/ou décima primeira casa, signos férteis ou duplos na cúspide da quinta e/ou décima primeira casa), essas configurações deveriam ser mutuamente benéficas entre o homem e a mulher e nos momentos mais propícios, marcados nas progressões (lunações) – que ativavam essas configurações mútuas. Além disso, ainda, para se ter as mais perfeitas condições, o casal teria que estar na longitude ideal. Daí serem levados para determinados lugares. As viagens de lua de mel é uma reminiscência daquele impulso migratório relacionado com o acasalamento.

Os Anjos são os Espíritos Grupos das Plantas, a onda de vida vegetal. A planta é inconsciente de toda paixão, desejo, e inocente do mal. Desconhece a paixão, e realiza a fecundação da maneira mais pura e casta, isto é, ela projeta seus órgãos geradores, a flor, para o Sol, um espetáculo de rara beleza. Portanto, ela gera e perpetua sua espécie de modo tão puro, tão casto, que propriamente compreendida é um exemplo para a decaída e luxuriosa humanidade, a qual deveria venerá-la como um ideal.

Como vimos, a geração efetuava-se sob a direção dos Anjos que, em certas épocas do ano, nos agrupavam, homens e mulheres, em grandes templos onde se realizava o ato criador, mas nós não tínhamos a consciência de vigília disso. Nossos olhos ainda não tinham sido abertos, embora fosse necessária a colaboração de um ser que tivesse o outro polo, ou metade da força criadora necessária para a geração.

A princípio um homem não conhecia uma mulher e vice-versa.

Na vida comum estávamos encerrados dentro de nós mesmo, pelo menos no que dizia respeito ao Mundo Físico.

Nesse tempo vivíamos em um lugar simbolicamente conhecido como Jardim do Éden (reino etérico das forças espirituais).

A Bíblia fala-nos desse lugar, onde vivíamos em contato direto com Deus, puros e inocentes como as crianças. Obedecíamos, incondicionalmente, qualquer ordem que nos fosse dada pelos nossos guias divinos, como uma criança em seus primeiros anos faz o que seus pais desejam, porque ela não tem consciência de si. Faltava-nos individualidade.

Simbolicamente, havia 2 árvores: a do Conhecimento e a da Vida. Não devíamos comer o fruto de nenhuma das duas.

Entretanto, sob a custódia dos Espíritos Lucíferos, nós comemos da árvore do Conhecimento e começamos a perpetuar a nossa raça sem levar em conta as linhas de força interplanetárias. Transgredimos a lei, e os nossos corpos assim formados cristalizaram-se impropriamente e tornamo-nos sujeitos à morte, de maneira muito mais perceptível do que haviam estado até então. Por isso, fomos forçados a criar novos corpos com mais frequência à medida que o nosso período de vida se encurtava.

Os guardiães celestiais (conhecidos na terminologia Rosacruz como Querubins) da força criadora (simbolicamente, a Árvore da Vida) nos expulsaram do jardim do amor (o Jardim do Éden) para o deserto do mundo, e nos tornamos responsáveis por nossas ações sob a lei cósmica que governa o universo.

Desde então, e através das eras, estamos lutando para conseguir nossa própria salvação, e a Terra, em consequência, cristalizou-se cada vez mais.

Assim, tudo começou a mudar quando o ser humano foi posto em íntimo contato com outro ser, como no ato gerador, então, por um momento, o espírito rasgou o véu da carne e “Adão conheceu Eva”. Essa é a natureza daquela “Árvore”.

Deixando conhecer-se a si mesmo, perdeu, correspondentemente, sua percepção interna, quando a consciência cada vez mais se concentrou no mundo externo, a Região Química do Mundo Físico.

Não comer da Árvore da Vida foi realmente uma bênção.

Se tivemos comido, teríamos a capacidade de tornar imortal o nosso Corpo Denso.

Afinal quem de nós possui um Corpo Denso totalmente saudável e perfeito, segundo o nosso próprio julgamento, para poder viver nele para sempre?

Por isso, a morte é um benefício e uma benção, tanto quanto nos possa capacitar a regressar aos reinos espirituais periodicamente, para aí construirmos melhores corpos para cada retorno à vida terrestre.

Vimos, até aqui, que a Árvore da Vida significava como adquirir a imortalidade na Região Química do Mundo Físico e a aplicação da força criadora aqui nessa Região.

Uma vez feita essa revisão onde recordamos os conceitos das palavras utilizadas na terminologia Rosacruz para descrever o Esquema de Evolução que estamos inseridos, vamos ver qual foi a aplicação da Vara de Aarão naqueles tempos em que ela foi fornecida à Aarão, o irmão mais velho de Moisés (Ex 6:20), e um profeta do Deus de Israel servindo como o primeiro sumo sacerdote dos hebreus, e muito bem descrita na Bíblia:

Javé disse a Moisés e Aarão: ‘Se o Faraó pedir que vocês façam algum prodígio, você dirá a Aarão que pegue a vara de você e a jogue diante do Faraó; e ela se transformará em cobra’. Moisés e Aarão se apresentaram diante do Faraó e fizeram o que Javé lhes havia mandado. Aarão jogou a vara diante do Faraó e seus ministros, e ela se transformou em cobra. O Faraó, porém, mandou chamar os sábios e os encantadores de cobras e, também, eles, os magos do Egito, fizeram o mesmo com suas ciências ocultas: cada um jogou a sua vara e elas se transformaram em cobras. No entanto, a vara de Aarão devorou as varas deles. Javé disse a Moisés: ‘Diga a Aarão: ‘Estenda a vara e toque o pó do chão, e ele se transformará em mosquitos por todo o território egípcio’. Aarão estendeu a mão com a vara e tocou o pó do chão, que se transformou em mosquitos, que atacavam homens e animais. E todo o pó do chão se transformou em mosquitos por todo o país do Egito. Os magos do Egito tentaram fazer o mesmo, usando suas ciências ocultas para produzir mosquitos, mas não conseguiram. Os mosquitos atacavam homens e animais. Então os magos disseram ao Faraó: ‘Isso é o dedo de Deus’. (…) Javé disse a Moisés: ‘Diga a Aarão: ‘Tome a vara e estenda a mão sobre as águas do Egito, sobre os rios, canais, lagoas e sobre todos os reservatórios, para que se convertam em sangue. Haverá sangue em toda a terra do Egito, até nas vasilhas de madeira e de pedra’. Moisés e Aarão fizeram como Javé tinha mandado. Aarão ergueu a vara, tocou a água do rio diante do Faraó e de sua corte; e toda a água do Nilo se transformou em sangue. Os peixes do rio morreram, o rio ficou poluído, e os egípcios não podiam beber a água do rio. E houve sangue por todo o país do Egito. Os magos do Egito, porém, fizeram o mesmo com suas ciências ocultas.” (Ex 7:8-15 e 19-22).

Javé disse a Moisés: “Diga a Aarão: ‘Estenda a mão com a vara sobre os rios, canais e lagoas, e faça subir rãs sobre todo o território egípcio’. Aarão estendeu a mão sobre as águas do Egito, e fez subir rãs que infestaram todo o território egípcio. Os magos do Egito, porém, usaram suas ciências ocultas e fizeram o mesmo: fizeram subir rãs por todo o território egípcio.” (Ex 8:1-3).

Javé falou a Moisés: ‘Diga aos filhos de Israel que tragam varas, uma para cada chefe de família, no total de doze, e cada um escreva nela o próprio nome. Na vara de Levi, você deverá escrever o nome de Aarão, pois haverá uma vara para cada chefe de tribo. Coloque as varas na tenda da reunião, diante do documento da aliança que eu fiz com eles. A vara daquele que eu escolher, florescerá. Desse modo eu acabarei com os protestos dos filhos de Israel contra vocês’.  Moisés pediu que os filhos de Israel lhe trouxessem doze varas, uma para cada chefe de tribo, e entre elas a vara de Aarão. Moisés colocou as varas diante de Javé, na tenda da aliança. No dia seguinte, Moisés entrou na tenda da aliança, e viu que havia florescido a vara de Aarão, representante da tribo de Levi: estava cheia de brotos, tinha dado flores e produzido amêndoas. Moisés tirou as varas da presença de Javé e as levou aos filhos de Israel. Eles verificaram o fato e cada um recolheu a sua vara.” (Nm 17:17-24).

Uma antiga lenda relata que quando Adão foi expulso do Jardim do Éden, levou consigo três mudas da Árvore da Vida, que foram plantadas por Seth. Seth, o segundo filho de Adão, é de acordo com lenda Maçônica pai da hierarquia espiritual dos clérigos que trabalham com a humanidade através do Catolicismo, enquanto os filhos de Caim são os Artesões do mundo. Esses últimos estão ativos na Maçonaria, promovendo o progresso material e industrial, como deveriam ser os construtores do Templo de Salomão, o universo. As três mudas plantadas por Seth tiveram importantes missões no desenvolvimento espiritual da humanidade, e uma delas é a Vara de Aarão. No início da existência concreta, a geração era realizada sob a sábia direção dos Anjos, que assistiam para que o ato criador fosse realizado nos momentos em que os raios de força interplanetários eram propícios, e o ser humano também foi proibido de comer da Árvore do Conhecimento. A natureza dessa árvore foi prontamente determinada a partir de sentenças como “Adão conheceu sua esposa e ela deu à luz Caim”; “Adão conheceu sua esposa, e ela deu à luz Seth”. “Como posso dar à luz a uma criança visto que não conheço um homem?”, como foi dito por Maria ao Anjo Gabriel.

À luz dessa interpretação, a afirmação do Anjo (não foi uma maldição), quando descobriu que seus preceitos foram desobedecidos, “morrendo morrerás”, também é compreensível, pois os corpos gerados independentemente das influências cósmicas não esperariam que persistisse.

Por isso, o ser humano foi exilado dos reinos etéricos da força espiritual (Éden), onde cresce a árvore do poder vital; exilado para a existência concreta em Corpos físicos Densos que ele gerou para si. Certamente foi uma bênção, pois quem de nós possui um corpo totalmente saudável e perfeito, segundo a nossa opinião e quem gostaria de viver nele para sempre?

Por isso, a morte é uma dádiva e uma bênção, na medida em que nos permite retornar aos reinos espirituais periodicamente e, assim, construirmos melhores veículos para cada retorno à vida terrena. Como disse Oliver Wendell Holmes[1]:

“Constrói alma minha, as mais belas mansões

Enquanto as estações se sucedem!

Deixa teu humilde passado!

Que cada novo templo, mais nobre que o anterior,

Te separe do céu com um domo mais amplo,

Até que, por fim, possas ficar livre,

Abandonando tua pequena concha no revolto mar da vida!”

No decorrer do tempo, quando aprendemos a evitar o orgulho da vida e a luxúria da carne, o ato gerador deixará de minar nossa vitalidade. Então, a energia vital será usada para a regeneração, e os poderes espirituais, simbolizados pela Vara de Aarão, serão desenvolvidos.      

A varinha do mágico, a lança sagrada de Parsifal, o Rei do Graal, e a Vara de Aarão que floresceu são símbolos (ou emblemas) dessa força criadora divina, que faz maravilhas as quais chamamos de milagres.

Contudo, que fique bem claro que ninguém que chegue a tal ponto na evolução, simbolizado pela Arca da Aliança na Sala Oeste do Tabernáculo, jamais usará esse poder para fins egoístas. Quando Parsifal, nome dado ao herói do mito da alma, tendo testemunhado a tentação de Kundry e provado estar emancipado do maior de todos os pecados, os da luxúria e a falta de castidade, ele recuperou a lança sagrada roubada pelo mago negro Klingsor, do rei do Graal caído e impuro, Amfortas. Então, viajou por muitos anos pelo mundo procurando novamente o Castelo do Graal, e disse: “Muitas vezes eu fui atormentado por inimigos e tentado a usar a lança em defesa própria, mas sabia que a lança sagrada nunca deveria ser usada para ferir, e tão somente para curar”.

E essa é a atitude de todo aquele que desenvolve, dentro de si, o florescimento da Vara de Aarão. Embora ele possa transformar essa faculdade espiritual em condições de prover pão para uma multidão, ele nunca pensaria em transformar uma pedra em pão para si mesmo, para aplacar a própria fome. Mesmo que ele tenha sido pregado à cruz para morrer, não se libertaria dela com o poder espiritual que havia exercido prontamente, para salvar os outros da sepultura. Apesar de ter sido insultado todos os dias de sua vida como impostor e charlatão, nunca utilizaria indevidamente seu poder espiritual para revelar qualquer sinal pelo qual o mundo pudesse conhecer, sem sombra de dúvida, que ele era regenerado ou nascido no céu. Essa foi a atitude de Cristo-Jesus, que tem sido e é imitada por todo aquele que é um Cristo em formação.

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Que as rosas floresçam em vossa cruz


[1] N.T.: (1809-1894) – médico americano, professor, palestrante e autor

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