Arquivo de tag Estudante Rosacruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Você: um Vegetariano por Convicção ou Modismo?

O Livro Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz nos oferece, em suas páginas, preciosos conhecimentos sobre a “Ciência da Nutrição” e “Lei de Assimilação”. Abordando esses temas de um ângulo eminentemente científico, Max Heindel demonstra como o corpo humano (o nosso Corpo Denso), habitualmente, passa por um processo de decaimento precoce. Esse processo tem como causa uma alimentação inadequada, incapaz de manter a boa qualidade do fluido sanguíneo, além da flexibilidade e desobstrução do sistema circulatório.

No tópico intitulado “Vivei e Deixai Viver”, o fundador da Fraternidade Rosacruz analisa o problema de um ponto-de-vista exclusivamente moral. É uma das mais belas páginas da literatura Rosacruz. Não há como duvidar de que a Humanidade viveria em condições mais saudáveis e felizes se observasse estes princípios enunciados no Conceito: “A primeira lei da Ciência Oculta é ‘não matarás’. O Aspirante à vida superior deve ter isto muito em conta. Não podendo criar sequer uma partícula de barro, não temos o direito de destruir nem a forma mais insignificante. Todas as formas são expressões da Vida Una, da Vida de Deus. Não temos o direito de destruir a forma pela qual a Vida está adquirindo experiência, e obrigá-la a construir um novo veículo”.

Quando esses ensinamentos foram publicados, no início do século XX, pouco se conhecia a respeito da importância da alimentação como fator de equilíbrio físico-orgânico. A alimentação vegetariana era outra ilustre desconhecida. Só mesmo pessoas ligadas a escolas Esotéricas (como a Fraternidade Rosacruz) é que a adotavam de fato e com motivos lógicos.

Com o decorrer do tempo, muitos passaram a compreender que seus problemas de saúde são, na maioria das vezes, criados por vícios ou dieta alimentar errada. Compreendem, mas não se aprofundam na questão. E quando se aprofundam, quase sempre lhes falta coragem e determinação para mudar. Consequentemente, veem-se obrigados a carregar um rosário de doenças e enfermidades pela vida afora.

No que diz respeito ao ser humano comum – aquele que não está nem aí com outras coisas, senão deixar a vida levar por meio de prazer e sempre fazer o que deseja, independente das consequências –, esse quadro não é de espantar. O que nos deixa pasmos é saber que aqueles que estudam o Esoterismo sério – e que querem alcançar o autodomínio e a realização espiritual Cristã, como preconizados, por exemplo, pela Fraternidade Rosacruz –, não obstante o conhecimento que têm, enfrentam esses problemas.

O Estudante Rosacruz sabe perfeitamente que somos, essencialmente, Espírito, um Ego humano (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui). Que o seu veículo físico – o Corpo Denso – é um meio de se expressar, aprender, adquirir experiências e expandir sua consciência. O Corpo Denso, portanto, é um Templo Divino – um Templo de Deus – e como tal deve ser preservado. A vida evolui através da forma. Quanto mais sensível a forma, maiores serão as possibilidades da vida expressar sua natureza divina.

É desejável, à luz dessa Verdade, viver o maior número de anos possível, com boa saúde, lucidez e disposição para trabalhar e aprender. É a única maneira de tornar um renascimento aqui proveitoso.

Certos conhecimentos básicos sobre alimentação são imprescindíveis, além de rudimentos de Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano.

O organismo humano requer, para o seu perfeito desenvolvimento e funcionamento, uma variedade balanceada de alimentos, diariamente. Sua estrutura deve ser, por conseguinte, reparada constantemente.

Um automóvel, mesmo tendo o seu tanque cheio de combustível, não poderá percorrer grandes distâncias se lhe faltar, por exemplo, óleo. Mesmo que suficientemente abastecido de óleo, gasolina ou álcool, se o radiador não contiver água, o motorista poderá ter uma surpresa desagradável.

Podemos, por analogia, comparar o Corpo Denso a um automóvel. A máquina humana resistirá por algum tempo desprovida de, por exemplo, vitaminas ou de sais minerais, mas essa carência não poderá se manter indefinidamente. Cedo ou tarde os resultados de uma dieta insuficiente ou desequilibrada surgirão em forma de doença ou enfermidade. Não é de se estranhar, portanto, que o item “saúde” absorva dotações cada vez maiores nos orçamentos das nações, dos países, dos governos.

O fator determinante de uma alimentação saudável é, sem dúvida alguma, seu teor qualitativo. O organismo não necessita de grandes quantidades de alimentos, mas de dietas balanceadas. Uma das causas da morte prematura é a alimentação irracional. Em geral, as pessoas que gozam de boa situação socioeconômica comem em demasia, mas não sabem escolher os alimentos. Acabam obesas e doentes.

Vivemos hoje em sociedades cada vez mais sofisticadas pelo aprimoramento tecnológico. Isso nos é benéfico à medida que nos traz conforto, racionalização de tempo, rapidez de comunicação e transporte, aquisição de conhecimentos e outros benefícios; contudo, esse processo avassalador de modernização também pode gerar distorções, se não for suficientemente compreendido. E essas distorções se evidenciam também na área alimentar.

Toda essa imensa gama de produtos alimentícios comercializados nos supermercados e no comércio em geral, geralmente, representam danos à saúde humana. A despeito das reiteradas advertências feitas por médicos, nutrólogos e nutricionistas conscienciosos, é alarmante o consumo de refrigerantes, carnes animais (mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis, frutos do mar e afins), alimentos enlatados (principalmente derivados de carne animal), ultraprocessados, refinados (açúcar, por exemplo), corantes, margarinas, alimentos ditos beneficiados (trigo e arroz brancos, por exemplo), estimulantes (chás, café, “energéticos”), bebidas alcoólicas, e tantos outros até “disfarçados” de saudáveis. Tudo isso, em maior ou menor grau, é prejudicial à saúde, mas é importante destacar a nocividade da carne animal, tanto orgânica como espiritualmente.

Não somos um ser naturalmente carnívoro, e isso já foi comprovado, anatômica e fisiologicamente pela Ciência. Não dispomos de garras e presas como alguns espécimes animais, para matar e esquartejar, nem seu aparelho digestivo permite digerir a carne animal com facilidade, eliminando rapidamente as toxinas.

Os animais que se alimentam de carne animal preferem-na ao natural, sem qualquer preocupação com seu sabor e odor. Já o ser humano procura dissimulá-la com temperos, para evitar a repugnância que causa (ainda que não admita de pronto!).

O fato da carne animal ser uma grande fonte de proteínas não quer dizer que seja imprescindível numa dieta alimentar. Há outras fontes de proteínas mais puras e baratas, cujo valor proteico nada lhe fica a dever.

A carne animal é muito mais excitante do que nutritiva. Quem ingere carne animal diariamente, em quantidade não moderada, e suprimi-la bruscamente um dia, mesmo que a substitua por alimentos mais saudáveis, padecerá nesse dia de uma sensação profunda de debilidade, como se estivesse em jejum prolongado. Essa sensação de fraqueza, entretanto, não é provocada por insuficiência alimentar, mas pela supressão do excitante. Fenômeno idêntico ocorre com outros excitantes, tais como o fumo, os “energéticos”, as drogas e o álcool.

A carne animal também é tóxica. Alguns venenos que ela contém são ensejados pela sua toxidez e outros porque são ácidos. E esse quadro se agrava quando a carne animal é obtida de animais doentes ou fatigados. E tem mais: no momento do abate, quando o animal se desespera ao perceber seu fim, seu organismo segrega várias substâncias que impregnam a carne, conferindo-lhe nocividade.

Felizmente, os princípios da alimentação vegetariana, natural, encontram receptividade cada vez maior, principalmente entre os jovens. Cresce, notavelmente, o número de publicações defendendo essa dieta alimentar. Em qualquer cidade de porte médio é comum encontrarmos pelo menos um restaurante vegetariano ou produtos vegetarianos para aquisição, além das feiras com produtos orgânicos e até “direto da horta”. O vegetarianismo deixou de ser sinônimo de excentricidade. Os vegetarianos, hoje, são pessoas respeitadas e admiradas.

A alimentação vegetariana, além de purificar e fortalecer o organismo, plasma um caráter mais elevado. Se tomarmos como amostragem um grupo de pessoas convictamente vegetarianas, verificaremos, com raríssimas exceções, que:

  1. Não são dominadas por vícios, isto é, não bebem, não fumam, não usam drogas. Algumas talvez ainda tomem refrigerantes, mas estão conscientes de que isso é prejudicial à saúde;
  2. Raramente se enfermam. Conservam permanentemente boa disposição para o trabalho, para a prática de esportes e de exercício de atividades intelectuais;
  3. São pessoas dotadas de grande acuidade mental. São muito sensíveis, apreciadoras de música erudita, de artes plásticas, de literatura, de poesia, de teatro e de outras formas elevadas de expressão do espírito;
  4. Entre os vegetarianos encontramos grande número de espiritualistas, das mais variadas correntes, todos preocupados com o autoaperfeiçoamento e com os destinos da Humanidade;
  5. São pessoas calmas, equilibradas, pacíficas e pacifistas. Gostam da natureza e da vida ao ar livre. Quando os meios de comunicação noticiam a descoberta de pessoas extremamente longevas, centenárias, habitualmente evidenciam-se como causas dessa sobrevivência uma vida tranquila, alimentação natural, isenta de carnes.

Há alguns anos, uma entidade britânica, a London Vegetarian Association, realizou uma interessante experiência: submeteu 10.000 crianças ao regime vegetariano simultaneamente, outra organização, a London Country Council, manteve outras 10.000 crianças no carnivorismo, regime alimentar do qual a carne é um dos componentes. Decorridos seis meses as 20.000 crianças passaram por rigorosos exames médicos. Constatou-se que o estado geral de saúde dos vegetarianos era bem melhor. Adquiriram peso maior e músculos mais fortes.

A London Vegetarian Association ficou incumbida, então, pelo Conselho Municipal de Londres, de alimentar igual número de crianças pobres daquela cidade, às expensas da Prefeitura.

Apesar de grandes avanços e mais amplas informações sobre a alimentação vegetariana, ainda predominam preconceitos intensamente arraigados numa sociedade tradicionalista como a nossa. Muita gente rejeita a alimentação vegetariana imputando-lhe falta de sabor. Outros afirmam que é “fraca”, desprovida de elementos nutritivos, tornando as pessoas igualmente “fracas” e desnutridas. Isso é puro preconceito e desinformação. Ora, todo alimento cárneo deve ser bem condimentado, pois na realidade o que não tem sabor algum é a carne animal em seu estado natural, ou seja, crua.

Para tornarmos um vegetal saboroso basta adicionarmos-lhe um tempero leve, isto quando se trata de legumes e verduras. Eis porque os carnívoros acham os vegetais insonsos. A diferença está na condimentação.

Quanto ao argumento de que o vegetarianismo enfraquece as pessoas, nada é mais irreal. São muitos os exemplos de esportistas consagrados, campeões, verdadeiros mitos que adotavam ou adotam uma dieta vegetariana. São igualmente numerosos os casos de pessoas longevas que atribuem seu excelente estado de saúde a uma dieta à base de vegetais.

Para ilustrar essas considerações, vamos a mais um exemplo concreto.

Numa daquelas regiões quase inacessíveis do Himalaia, vive um povo meio primitivo chamado hunza. Em 1947, um médico e fisiólogo inglês, Sir Robert McCarrison, esteve naquelas paragens, designado que foi pelo Serviço Sanitário da Índia Britânica, para verificar o estado geral de saúde daquela gente. Qual não foi seu espanto ao constatar a longevidade daquelas pessoas e a quase inexistência de enfermidades em seu meio.

Meticulosos estudos realizados pelo Dr. McCarrison, abrangendo condições climáticas, ambientais, hereditárias, culturais, alimentares, levaram-no a concluir que a dieta comum àquele povo continha o segredo da longevidade.

Os hunza alimentavam-se de cereais, frutas, legumes, leite, queijo e outros produtos naturais. Não conheciam as maravilhas da sociedade de consumo, tais como o açúcar refinado, o café, refrigerantes, bebidas alcoólicas, conservas e carne.

Além de todos esses dados registrados pelo Dr. McCarrison, algo mais despertou-lhe a atenção: a relação entre os hábitos alimentares, o caráter e a vida moral daquele povo. Os hunza são sóbrios em tudo, ativos, resistentes à fadiga, alegres, pacíficos, tolerantes e fraternais.

Poderíamos ainda enriquecer este nosso trabalho com grande e variado número de exemplos, capazes de comprovar as excelências da alimentação vegetariana. Preferimos, entretanto, não o fazer por razões de ordem prática, além do que outros aspectos da questão merecem ser abordados.

A Fraternidade Rosacruz, divulgadora autorizada dos Ensinamentos Rosacruzes, afirma convictamente que o regime alimentar ideal é o vegetariano, sob todos os aspectos. Respaldando essas afirmações encontramos ensinamentos nas obras de Max Heindel, nas revistas Rays From The Rose Cross, nas Revistas Serviço Rosacruz e outras publicações editadas pelos Grupos e Centros Rosacruzes no mundo. Há, ainda a mencionar, a facilidade crescente na aquisição de produtos naturais, pois além das lojas especializadas na comercialização desses artigos, podemos encontrá-los também nos supermercados.

Há casos de Estudantes Rosacruzes que, tendo adotado a dieta vegetariana, tempos após, retornam à dieta carnívora, alegando sentirem-se debilitados e enfermos. Dois aspectos na questão merecem uma análise acurada:

1.O Estudante Rosacruz pode não ter efetuado a transição de uma dieta para outra de uma forma racional e equilibrada. Talvez tenha passado de uma forma repentina para o regime vegetariano, sem balancear devidamente sua ração alimentar diária. Não esqueçamos um ensinamento elementar: a natureza não dá saltos. Não admite processos repentinos. A carne animal deve ser abandonada aos poucos.

    A afirmação, muito comum por sinal, de que a carne animal deve ser “substituída” encerra uma visão equivocada do problema. Para “substituir” a carne animal há quem ingira quantidades exageradas de alimentos ricos em proteínas, tais como soja, ovos, laticínios. O organismo humano requer uma certa quantidade diária de proteínas, mas não um superprovimento. O superprovimento gerará problemas, sem dúvida alguma.

    A carne animal não deve ser “substituída”. Deve ser abolida gradativamente. O Estudante Rosacruz simplesmente deve adotar uma dieta equilibrada, provendo-se de dosagens corretas de sais minerais, vitaminas, hidratos de carbono, proteínas e calorias adequadas ao tipo de atividade que exerce;

    2.Este é o aspecto mais delicado do tema. De início queremos propor uma questão: que razões devem realmente levar o Estudante Rosacruz a adotar a alimentação vegetariana?

      Alguns o fazem pela necessidade de gozar boa saúde.

      Outros inspiram-se em considerações de ordem ética ou princípios relativos ao respeito à vida.

      Na realidade, as duas razões são importantes, mas a segunda é fundamental e mais relevante.

      Devemos ser vegetarianos por amor, por respeito à vida de outros seres. Não temos o direito de contribuir, direta ou indiretamente, para a matança de indefesos animais.

      A compaixão, acima de tudo, deve nortear nossos passos na decisão de mudar nosso regime alimentar.

      Do Estudante Rosacruz não se pode esperar atitudes dúbias ou pusilânimes. A firmeza de convicções é fator importante no crescimento anímico.

      Se esses argumentos ainda não são convincentes, que o Estudante Rosacruz tome a iniciativa de visitar um matadouro. Seguramente ficará estarrecido com o que lhe será dado a observar. As más vibrações, o odor nauseabundo, as cenas de horror que por certo notará naquela casa da morte deverão incomodá-lo bastante. Mas, se tudo isso ainda não for suficiente, então que assista ao abate. Impossível a uma pessoa dotada de um mínimo de sensibilidade não ficar chocada com o desespero, a dor e agonia do animal na hora da morte. Há quem diga que os olhos de um carneiro chegam a verter lágrimas ao perceber o que o aguarda.

      Não! Absolutamente não! Não podemos concordar com essa violência. Essa agressão às leis da vida só pode implicar sofrimento para o ser humano.

      A evolução é fundamentalmente uma questão de consciência. Nosso estado de consciência determina o que somos e manifestamos, nossa sensibilidade e pensamentos. Determina principalmente nosso estado de saúde.

      Se, em nossa consciência, admitimos a necessidade de conservar limpos e puros nossos corpos; se, intransigentemente, defendemos o direito à vida e a não-violência, podemos estar certos de que tudo isso repercutirá positivamente no corpo físico. Nossa consciência projetará equilíbrio e harmonia sobre nosso organismo, em forma de boa saúde.

      Portanto, se o Estudante Rosacruz se tornar vegetariano por convicção, não haverá o que temer. E o que é mais importante: sua atitude constituirá um sólido exemplo para outros. A redenção da Onda de Vida humana começa por aí.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1988 – Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Pergunta: Sou um Estudante Rosacruz. Qual o curso que deverei seguir inicialmente e como poderei concomitantemente ajudar ao próximo e difundir os ensinamentos da Fraternidade Rosacruz?

      Resposta: O Aspirante ao caminho espiritual deverá, primeiramente, fazer um inventário de si mesmo, relacionando os seus “débitos” e “créditos”, isto é, reconhecer e analisar os defeitos que possui, no sentido de gradativamente poder sublimá-los, e racionalmente procurar fortalecer as virtudes de que é possuidor. Desde que a sua habilidade para servir seja determinada pela sua espiritualidade e respectivas aptidões para executar certos tipos de trabalho, é mister então levar avante um regime de automelhoramento, bem como procurar, mediante a prática, tornar-se um perito no serviço que deseja realizar. Autopurificação é o primeiro passo no caminho. Isso compreende purificação ou limpeza dos veículos utilizados pelo Ego para a sua expressão. Asseio, ar fresco, alimentação pura e exercícios adequados são meios necessários para manter o Corpo Denso em boas condições (pois será por meio desse Corpo que você praticará o serviço amoroso e desinteressado, portanto o mais anônimo possível, ao seu irmão e a sua irmã que está próximo de você, sempre esquecendo os defeitos deles e focando na divina essência oculta em cada um de nós, pois essa é a base da Fraternidade). Similarmente, para mantermos o nosso Corpo de Desejos e a nossa Mente em condições ideais, nossos sentimentos, desejos e nossas emoções e nossos pensamentos deverão também ser portadores das mesmas características (desejos, sentimentos e emoções criados a partir de materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo; e os que forem criados a partir de materiais das três Regiões inferiores do Mundo do Desejo devo me esforçar para sublimá-los promovendo o seu oposto nas três Regiões superiores do Mundo do Desejo). Exemplos: cultivar um espírito de bondade, sentimentos de alegria, humildade, paciência, calma, tolerância e disposição sempre em servir. Um período regular de oração diária serve como meio de purificação das emoçõese e dos desejos e os Exercícios Esotéricos noturno de Retrospecção e matutino de Concentração são indispensáveis e a parte mais importante a se praticar (como se deve e não como se pensa que é) especificamente com o propósito de desenvolvimento da alma.

      Cada Estudante Rosacruz deverá compreender perfeitamente que o conjunto que designamos sob o nome de Fraternidade Rosacruz implica  união de todos aqueles que estão integrados ao movimento. Cada pensamento, desejo, emoção, sentimento, palavra, obra, ação e ato reflete sobre o todo. Cada vez que sentimentos e desejos de amor Crístico e compaixão são estimulados, intensificam a vibração do todo, seja executado na aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. Toda expressão de qualquer sentimento contrário à harmonia refletirá negativamente sobre o conjunto da Fraternidade Rosacruz. A todo momento estamos auxiliando ou dificultando o trabalho dos Irmãos Maiores e todas as Hierarquias Criadoras que nos ajudam.

      Os Estudantes da Fraternidade Rosacruzes são como uma cidade situada no cimo de uma colina, cujas luzes não poderão estar ocultas. A tarefa deles é de se harmonizarem de maneira que emitam apenas uma nota verdadeira.

      Quando ocorrer o contrário, isto é, quando agirem de maneira dissonante em relação a tudo aquilo que representa o lado espiritual das coisas, algo de indesejável se constatará dentro da Fraternidade Rosacruz. Então, cada um deverá indagar a si mesmo o que fez para criar tal situação indesejável. Cada um, diante da barra do tribunal da consciência deverá se acusar, porque ninguém está livre de transgredir as Leis de Deus.

      Quando uma pessoa renuncia ao “modus vivendi” mundano, e resolve trilhar o caminho que conduz para o alto, todos os olhos se dirigem para ela. Os Anjos se regozijam e o auxiliam, ao passo que as forças do mal lhe armam ciladas na esperança de contemplar sua queda. Muitas vezes tropeçará e por certo também cairá, porém, cada vez que reiniciar a jornada, estará ajudando o conjunto total da Fraternidade Rosacruz. Portanto, cada um deve se esforçar, jamais esmorecendo ante os obstáculos que surgirem, procurando seguir, tão identicamente como possa, a vida de Cristo-Jesus.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1967-Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Os Deveres de um Aspirante à Vida Superior

      Estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz que “em nosso presente estágio de desenvolvimento, os Sentimentos gêmeos Interesse e Indiferença – que trabalham na quarta Região do Mundo do Desejo – proporcionam o incentivo para a ação e são as molas que movem o mundo. Em estágio ulterior de desenvolvimento esses Sentimentos deixarão de ter importância. Então, o fator determinante será o dever”. A tarefa mais importante enfrentada por todo Estudante Rosacruz é a execução consciente de seus deveres, sejam eles quais forem e onde quer que estejam. Antes que possamos ter responsabilidades espirituais maiores no nosso crescimento precisamos provar o nosso valor no cumprimento consciente do nosso dever aqui na Terra.

      De uma forma geral, o nosso dever é aquele que está mais próximo de nós e não o que está distante. E nem buscar formas astronômicas de realizar o trabalho que pode ficar apenas na ilusão e se perder no caminho. Lembremos do que disse Goethe: “O dever é a exigência do momento!”. Precisamos desenvolver nossa observação para saber que o dever assume muitas formas e devemos ser capazes de determinar a prioridade adequada de cada uma delas.

      O nosso dever para com nossas famílias é o mais urgente de todos. A responsabilidade de cuidar dos nossos filhos pequenos e dos nossos familiares idosos e doentes é óbvia. Apoio moral a um marido ou uma esposa que esteja passando por uma crise pessoal; a manutenção de um ambiente familiar harmonioso e amoroso; paciência com os adolescentes “rebeldes”, compreendendo-os e orientando-os; preparando refeições saudáveis ​​com uma atitude alegre e amorosa. Procuremos fazer o nosso melhor, seja no trabalho ou com vizinhos, conhecidos ou estranhos que possam precisar de nossa ajuda. Não esquecendo da nossa responsabilidade e dever para com os Reinos de Vida animal, vegetal e mineral.

      Por outro lado, há também o dever para com nós mesmos. Temos um dever para com a vida superior que não podemos esquecer, portanto, quando as nossas tarefas mundanas estiverem temporariamente concluídas e pudermos, com tranquilidade nos afastarmos delas por um tempo, devemos direcionar nossos pensamentos para os assuntos espirituais, para o Divino. Max Heindel nos lembra com a seguinte frase: “pratiquemos o hábito de direcionar os nossos pensamentos para Deus, enquanto estivermos nos momentos de folga. Se praticarmos isso fielmente, nos encontraremos muito mais avançados no caminho do crescimento anímico” (Carta nº 86 : Deus – A Fonte e a Meta da Existência do Livro Carta aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz).

      Todo este autossacrifício que empregamos nestas tarefas diárias deve ter uma conotação de execução voluntária e alegre dos nossos deveres. Veja que a quantidade de empatia e amor, que só pode ser expressa através da doação, e que levamos quando realizamos nossas tarefas, é que determinará o grau de sucesso e de extensão do nosso progresso espiritual.

      ‘O verdadeiro Aspirante à vida superior, que é um Estudante Rosacruz, ativo é autêntico, simples, humilde, e tudo refere a Deus dentro de si; é o que ocupa o último lugar e o que busca mais servir, sem pretensões ulteriores’.

      Que as rosas floresçam em vossa cruz

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      O Exemplo do Pequeno Zaqueu

      Vivemos, atualmente, uma fase de intensos conflitos. Em todos os campos de atividade nota-se o aparecimento ou o recrudescimento de crises. Embora a ciência acadêmica tenha alcançado um grande estágio de desenvolvimento, muitos problemas aí estão a desafiá-la, como se nada lhes pudesse fazer frente. De um modo geral, ela tem logrado combater apenas os efeitos, na maior parte dos casos, mostrando-se impotente para eliminar ou até mesmo detectar as causas. Poucas foram as soluções definitivas encontradas até hoje.

      Nos meios intelectuais, encontramos homens e mulheres brilhantes, eruditos, dotados de um nível de inteligência notáveis. Poucos, entretanto, alcançaram essa grande verdade: as origens dos problemas que enfrentamos se encontram sempre em nosso interior, no mais recôndito do nosso ser!

      Projetamos aquilo que somos intimamente. Nossos medos, nossas frustrações, neuroses, preocupações (pré-ocupações) e muitos outros desses tipos de desejos, emoções e sentimentos formam o quadro geral que conhecemos.

      Lamentavelmente, muitas pessoas sofrem as pressões do meio em que vivem. Como as sociedades modernas são hedonistas, competitivas e materialistas, compelem seus membros a agirem dessa forma. Caso contrário, ficarão deslocados, marginalizados.

      É comum depararmos com jovens idealistas e desinteressados cursando universidades, onde acalentam sonhos de construir um mundo melhor. E com tristeza verificamos que a maioria acaba, na vida profissional, abandonando suas puras aspirações. Deixam-se influenciar pela falsa necessidade de adquirir “status”, prestígio, poder consumista, ao invés de servirem altruisticamente aos seus semelhantes.

      É bom frisar, todavia, que esse processo diabólico tem suas raízes nos primeiros anos de vida quando, no lar, o ser humano cresce carente de bons exemplos. O ser humano “moderno” recebe uma educação distorcida, quando a recebe. Talvez nem mereça o nome de “educação”, mas sim “deseducação”.

      Muitos de nós somos condicionados, desde tenra idade, a procurar “vencer na vida”, indiferentes aos meios conducentes a essa situação. Na vida adulta isso se torna uma obsessão e fator capaz de gerar muito sofrimento.

      As escolas e as igrejas têm obtido pouquíssimo êxito no mister de formar caracteres equilibrados. Aquelas primam por oferecer aos jovens uma orientação materialista e superficial. As instituições religiosas, por seu lado, embora cumprindo uma missão moralizante, falham quando impõem uma visão sectarista e limitada a seus membros.

      Todo esse processo acaba por rebaixar e escravizar o ser humano, tornando-o presa fácil da natureza inferior. Embota-lhe a Mente, animaliza seus sentimentos, desejos e suas emoções, reduz-lhe a sensibilidade para com as verdades espirituais (que são as reais, as eternas, as fundamentais).

      Como, então, despertar-lhe a consciência para as realidades espirituais?

      Lembramos sempre que a Fraternidade Rosacruz oferece a todos um programa de regeneração e libertação. Inspirada na mais pura moral Cristã Esotérica, procura nos tornar melhor em todos os sentidos. Essa educação integral, equilibrada, ampla, consubstancia-se no lema: “Um Coração nobre, uma Mente pura, um Corpo são”. Essa é a meta de todos os Estudantes Rosacruzes ativos e sinceros.

      Não se pense, porém, que ideal tão elevado possa ser atingido apenas pela aquisição de conhecimento. Requer-se, sobretudo, uma autodisciplina vigorosa, séria, sem concessões à natureza inferior. Não é tarefa fácil nem agradável. Sacrifício, renúncia e, às vezes, radicais transformações, não fazem o gênero da maioria. Poucos ainda se dão ao trabalho de uma destemida autocrítica, para em seguida iniciarem um denodado esforço de auto-regeneração.

      O “homem-velho” deve dar lugar ao “homem-novo” (Ef 4:22-24) em novidade de Espírito. “Não se podem colocar vinho novo em odres velhos, … nem remendo novo em pano velho” (Mt 9:16-17). Cada um, sincera e corajosamente, deve libertar-se de suas falhas procurando a expressão do Cristo em si mesmo. Este ato de decisão e vontade encontra, nos Evangelhos, seu grande exemplo na figura de Zaqueu.

      O pequeno Zaqueu elevou-se acima do comum dos “homens”, quando subiu no sicômoro para ver o Cristo. Assim, o Estudante Rosacruz ativo deve se elevar em dignidade e retidão para merecer, do Cristo Interno, aquele convite maravilhoso: “Desce depressa Zaqueu. Está noite irei cear contigo” (Lc 19:2-5).

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1980 – Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      O Foco do Estudante Rosacruz Ativo nos Seus Objetivos

      O Estudante Rosacruz ativo busca alcançar o grau do Probacionismo no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

      Para tal deverá então, estar consciente de que o único, mas grande privilégio que adquire é a maior possibilidade de receber mais luz espiritual. Isto, porém, lhe advirá tão somente em consequência proporcional ao cumprimento consciente e correto dos Ensinamentos Rosacruzes na sua vida cotidiana. É um privilégio, sim, o despertar para as obrigações inerentes a todo ser desejoso de evoluir espiritualmente. Deverá ser a meta daquele que recebeu o chamado Rosacruz, o chamado de Cristo.

      O Estudante Rosacruz ativo – aquele que cumpre com suas obrigações segundo os Ensinamentos Rosacruzes – sabe que doravante os erros cometidos pesarão em dobro de responsabilidade, pois comprometeu-se a dedicar sua vida para o serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade – a cada irmão e irmã ao seu lado. Isto pressupõe “orar e vigiar”, “viver no mundo e não ser do mundo”, desfazer-se a pouco e pouco de todo o sentimento de egoísmo até automatizar os hábitos do seu Corpo Vital na direção dos aspectos superiores da vida, sublimar seus desejos, sentimentos e suas emoções inferiores para os superiores, não perder as oportunidades de exprimir bons pensamentos, desejos, sentimentos e boas emoções, de realizar os pequenos e grandes serviços ao próximo com o mesmo entusiasmo e sem nenhum “segundos interesses”.

      Ora, o serviço não é só trabalho, atividade física senão também atitude mental, emocional, moral, ou seja, principalmente atividade interna. É domínio próprio, é humildade, é buscar e exaltar o lado bom de tudo, enfim, é amor, que nos reverte em paz de consciência. E uma vez que haja buscado, encontrado e desenvolvido em certa extensão as virtudes de caráter, cumpre-lhe exemplificá-las e predicá-las humildemente aos que lhas pedirem. A menos que exercite o que aprendeu e conquistou pelo serviço aos demais, sua conquista é avara e fatalmente atrofiará, por contrariar as Leis da Natureza. Conhecer meramente a Filosofia Rosacruz ou realizar superficialmente trabalhos de “assistência”, não avançam o Estudante Rosacruz (nem a ninguém!) no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, pois a convicção apenas, o conhecimento, o trabalho de “fachada” sem o amor, é como “o metal que soa ou o sino que tine”, como nos ensinou S. Paulo (e como lemos todas as vezes que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional do Templo.

      O Estudante Rosacruz consciente e ativo sabe o que é amar ao próximo (com o amor Crístico), considerando a transitoriedade da existência terrena e sobretudo, seus efeitos físicos, morais e mentais. As ações de cada pessoa, via de regra, correspondem às causas e hábitos gerados anteriormente, pelos quais é responsável. Não cabem, pois, as críticas, as intromissões, as malquerenças. Em vez de agir negativamente como as pessoas comuns, o Estudante Rosacruz consciente e ativo ajuda com orações e pensamentos positivos. Com isso não atrai as reações das leis naturais, respeita o livre arbítrio de seu semelhante e exercita o domínio próprio, caso a desinteligência o procure envolver.

      O Estudante Rosacruz consciente e ativo recebe os desafios da vida como oportunidades de exercitamento anímico: serenidade, reconhecimento de erros próprios, esforço sincero de arrependimento e emenda, superação das falhas, cultivo do bem e da verdade. Ele sabe que do Alto só lhe vêm oportunidades de elevação e as forças necessárias para a ascensão. 

      Esse desejo constante de progresso anímico, de forma equilibrada, através da autossuperação e do serviço, é o verdadeiro caráter do Estudante Rosacruz consciente e ativo, é o reflexo natural da Filosofia Rosacruz superior que abraçou, cuja luz dele emanará onde estiver, credenciando-o cada vez mais à confiança e a serviços de esferas progressivamente mais largas, no mundo. É disto que o Cristo necessita em sua “Vinha”: auxiliares reais, ativos, fiéis e persistentes. Quando haja um número suficiente de seres humanos desse caráter, o mundo estará efetivamente salvo e Sua missão terminará. E seremos a força ascensora e levitadora do Globo Terrestre, participando realmente da Obra e da Evolução Divina.

      Até lá, oremos e vigiemos para não perdermos a sintonia com o alto, de onde nos vem o Poder, a Sabedoria, o Amor e a Força Motora de realização. Até lá, oremos para não nos deixarmos vencer pelas ciladas da vaidade, do personalismo, que cegam e desviam muitas vezes, de sua meta, os escolhidos!

      (Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – maio/1970 – Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Carta de Max Heindel: Os Esforços Extenuantes da Alma Aspirante diante das Dificuldades

      Agosto de 1916

      De tempos em tempos, em Mount Ecclesia são recebidas cartas contando os desânimos, a falta de entusiasmo e de desencorajamento, procedentes de pessoas profundamente afetadas ou atingidas pela própria consciência por não se sentirem capazes de viver conforme os elevados ideais delas mesmas, e sentem que seria mais honesto abandonar a fé e viver como vivem os outros que não fizeram profissão de fé alguma. Asseveram que, enquanto leem, estudam ou ouvem passagens que os exortam a amar seus inimigos, a abençoar aqueles que os amaldiçoam e orar por aqueles que as maltratam, estão de acordo, em alma e coração, com esses sentimentos, e estão dispostos a seguir e cumprir alegremente estes preceitos; mas, ao deparar com tais condições no mundo, não conseguem cumprir ao mandamento bíblico e, portanto, sentem que são hipócritas.

      Se o ser humano fosse um todo homogêneo, se o Espírito, a Alma e o Corpo fossem “um” e indivisíveis, seria uma verdade que essas pessoas são hipócritas. Mas o Espírito, a Alma e o Corpo não são “um”, pois isso descobrimos, para a nossa profunda angústia e tristeza, desde o primeiro dia que sentimos o desejo de trilhar o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. E nesse fato está a solução do problema. Há duas naturezas distintas em cada um de nós. Nos dias em que não alimentamos aspirações superiores, a natureza espiritual permanece adormecida e o “eu inferior”[1] é o senhor indiscutível de todas as nossas ações. Então, há paz e serenidade. Mas, no momento em que a natureza espiritual desperta, a guerra começa. À medida que crescemos na espiritualidade, os esforços extenuantes diante das dificuldades se intensificam até que, em algum momento no futuro, a Personalidade sucumbirá e alcançaremos a paz que excede todo o entendimento e compreensão.

      Enquanto isso, temos a condição da qual nossos Estudantes reclamam (a exemplo de S. Paulo, de Fausto e todas as demais almas Aspirantes à vida superior): é fácil querer ou desejar, mas “não fazemos o bem que queremos e fazemos o mal que não deveríamos fazer”[2]. Este que lhe escreve tem sentido e sente mais intensamente, todos os dias dessa vida, essa discrepância entre os Ensinamentos e as próprias ações. Uma parte do seu ser aspira com um ardor que é doloroso em sua intensidade a todas as coisas mais elevadas e nobres, enquanto, por outro lado, uma Personalidade forte, extremamente difícil de dominar, é uma fonte de um contínuo sofrimento, de uma contínua aflição profunda e pungente. Mas ele sente que, enquanto não “posar de santo”, enquanto admitir, honestamente, suas deficiências e professar sua profunda angústia e tristeza por causa delas, e enquanto usar a palavra “nós” inclusivo em todas as suas exortações, ele não enganará ninguém e não será um hipócrita. Tudo o que ele diz, ele leva para si mesmo em primeiro lugar e, por mais malsucedido que seja, ele se esforça para seguir os Ensinamentos Rosacruzes. Se todos os outros Estudantes se sentem incomodados, da mesma forma que os correspondentes que inspiraram essa Carta, esperamos que isso possa ajudá-los a não desistir.

      Além disso, o que mais podemos fazer senão continuar? Uma vez despertada a natureza superior, ela não pode ser silenciada permanentemente, sem correr o risco de se sofrer a miséria do arrependimento e do remorso, se abandonarmos o esforço. Já chamamos a atenção, diversas vezes, para a maneira como um marinheiro conduz seu navio através da imensidão do oceano, guiando-se por uma estrela. Ele nunca chegará a alcançá-la, mesmo assim, ela o conduzirá em segurança, desviando dos bancos de areia e das rochas, ao porto destinado. Da mesma forma, se os nossos ideais são tão elevados, a ponto de percebermos que nunca os alcançaremos nessa vida, lembremo-nos que dispomos de um tempo ilimitado ou infinito pela frente e que o que não pudermos realizar hoje, faremos amanhã e depois e nas próximas vidas. Sigamos o exemplo de S. Paulo, e pela paciente “persistência em fazer o bem”, continuemos “buscando a glória espiritual, a honra e a imortalidade[3].

      (Cartas aos Estudantes – nº 69 – do Livro Cartas aos Estudantes – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)


      [1] N.T.: nosso Tríplice Corpo, agindo como tendo uma “vontade própria” – especialmente a parte inferior do nosso Corpo de Desejos que comanda a nossa Mente concreta –, independente de nós, o Tríplice Espírito.

      [2] N.T.: “Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço.” (Rm 7:19)

      [3] N.T.: Rm 12:12

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Pergunta: Cada nascimento é uma nova vida? Que acontece com a vida dessa forma? Não há resposta para esses mistérios ou segredos? Quais as pessoas aptas a conhecer esses mistérios? São necessários dons especiais?

      Resposta: À primeira vista, cada coisa ou ser que nasce parece uma vida nova desabrochando entre nós. Se prestarmos atenção, vamos vendo como essa forma cresce e vive, convertendo-se pouco a pouco em um fator nas nossas vidas durante dias, meses e, muitas vezes, anos. Mas sempre chega um momento em que a forma definha, morre e se decompõe. Para quem presta atenção fica a observação: a vida que vem, não sabemos de onde, passou ao invisível além e com tristeza perguntamos: De onde veio? Por que esteve aqui? Para onde foi?

      Uma coisa é fato: a morte aqui é uma coisa certa, óbvia e… necessária! Velhos ou jovens, sãos ou enfermos, ricos ou pobres, todos, todos nós passamos através da sombra da morte aqui e em todas as idades paira a pergunta angustiosa sobre o “segredo da vida” ou o “segredo da morte”.

      Infelizmente a maioria das pessoas tem a opinião de que nada podemos conhecer sobre assuntos tão obscuros como a morte, de onde viemos, porque estamos aqui e, muito menos, para onde vamos. Logicamente, não é bem assim, não é?

      Toda pessoa, sem exceção – e aqui exceção quer dizer: posição social, econômica, financeira, escolar, intelectual, espiritual, idade, ou qualquer outra que se invente –, pode se tornar apta para obter informações diretas (sem nenhum intermediário, seja isso outras pessoas ou coisas) e definidas sobre tais assuntos tão obscuros. Toda pessoa pode investigar o estado de outra pessoa antes do nascimento aqui e depois da morte aqui.

      Reforçamos: nunca houve e nunca haverá favoritismo e nem a exigência de “dons especiais”. Toda pessoa tem, inerente, a faculdade de conhecer tudo isso, mas… há um grande “mas” e um “mas” notável: essa faculdade está para todas as pessoas, se bem que na maioria delas tal faculdade está em estado latente; assim, para despertá-la é necessário um esforço persistente da própria pessoa e isso parece assim como um poderoso dissuasivo, ou seja, uma desculpa para se convencer a desistir; no entanto, não é não! O que ocorre é que são muito poucas pessoas se prestam a “viver a vida” (ou seja: a cumprir com o que ela mesma decidiu quando escolheu essa vida – nas suas condições atuais – ainda no Terceiro Céu, na fase de Preparativos para esse Renascimento nesse processo do Ciclo de Nascimentos e Mortes aqui, quando escolheu um dos Panoramas da Vida que estavam a sua disposição) e isso: “viver a vida” é a condição básica para despertar essa faculdade. Não se pode comprá-la e para alcançá-la não há caminhos fáceis. Difícil? Sim, difícil, mas nunca impossível a ninguém!

      Assim, qual é o primeiro requisito? Ele é o fundamental: todo o Aspirante a esse conhecimento oculto deve possuir uma vontade ardente, uma sede abrasadora de conhecimento oculto, que consiga sobrepassar quaisquer justificativa que ela tenha para não se aplicar a conquista desse conhecimento por meio do estudo e da prática constante. Só que o resultado somente aparecerá à pessoa se junto (ao mesmo tempo, desde o início) à vontade intensa de aprender, tenha a mesma vontade intensa de ajudar ao irmão e à irmã que estão ao seu lado por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focando esse serviço na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade. É perigosa e frustrante a tentativa de obter esse conhecimento oculto a pessoa não for levada por esse motivo. O Estudante Rosacruz, trilhando o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, vai aprendendo a obter tal conhecimento oculto, de um modo seguro, direto, crescente e desenvolvendo seu autodomínio, indispensável para seguir para frente e para cima.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1972 – Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      As Qualidades do verdadeiro Aspirante Rosacruz

      O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo promove a sua Individualidade, não a sua Personalidade. Sim, existe diferença entre o que busca promover a sua Individualidade, e o que vive na sua Personalidade. O verdadeiro Aspirante Rosacruz busca continuamente se ligar-se ao seu Cristo Interno – expressão da sua Individualidade – e se expressar superiormente em servir amorosa e desinteressadamente (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão no seu entorno, esquecendo os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta deles e dele, que é a base da Fraternidade. É coerente, no sentido de que age segundo a consciência. Embora imperfeito ainda, cônscio das ciladas de sua natureza inferior (expressão da sua Personalidade), ele “ora e vigia” constantemente.

      Ao contrário do que parece, a promoção da Individualidade, bem entendida, une e valoriza a Fraternidade, da mesma forma que cidadãos conscientes formam um povo e não massa.

      Atende-se bem no que, sobre o assunto, escreveu Max Heindel, no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos”, a obra básica da Filosofia Rosacruz: “O método de realização espiritual Rosacruz difere de outros sistemas num ponto especial: procura, desde o princípio, emancipar o discípulo de toda dependência dos outros, tornando-o confiante em si, no mais alto grau, de maneira a poder permanecer só em todas as circunstâncias e lutar em todas as condições. Somente aquele que for bem equilibrado, pode ajudar ao débil”.

      Há um perigo de se interpretar mal essa independência. Julgamos, rigorosamente, como dependência externa, inclusive a que se pode ter a nossa Personalidade, que não faz parte real de nosso “Eu Superior”. Isto quer dizer que o verdadeiro Aspirante Rosacruz não procura mestres, guias, instrutores, ídolos, “preferidos”, “seguidores” externos; que em nossa Fraternidade não há estres ou instrutores, senão orientadores no reto sentido de quem procura ajudar cada Estudante Rosacruz a se ajudar, a se libertar, a se independer, a se confiar para ser um valioso servidor na obra de Cristo na Terra. Aquele que gosta de proteção não pode ser um Aspirante Rosacruz, um Estudante Rosacruz de fato. Aquele que vive buscando novos autores, novos livros, “novas tendências”, novos conferencistas ou oradores da vez e correndo de uma a outra conferência, exposições, “retiros”, encontros, simpósios, seminários de oradores ilustres ou da “moda”, que se empolga, que vive repetindo ideias alheias e, afinal de contas, continua sendo o mesmo indivíduo, não pode ser um Aspirante Rosacruz, um Estudante Rosacruz de fato.

      Perscrute-se letra a letra, linha a linha, página a página, no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e as demais obras de Max Heindel e veja-se que todas elas são libertadoras. Os Irmãos Maiores não gostam de dependências. Temos de gravar com letras de fogo em nossa consciência anestesiada pela escravidão do mundo, que somos “príncipes”, filhos de Deus, centelhas de seu Fogo, Espíritos feitos à Sua Imagem e Semelhança tendo dentro de nós todos os divinos atributos, latentes, à espera de desenvolvimento e potencialização. Somos criadores em formação, Cristos em desenvolvimento. “Não sabeis que sois templo do Altíssimo e o Espírito Santo habita em vós?” (ICor 3:16). “O Reino dos Céus está dentro de vós” (Lc 17:21). Ensinou-nos o próprio Cristo: “Aquilo que eu faço vós o fareis e obras maiores ainda” (Jo 14:12). São promessas bíblicas, são reconhecimento de nossa divindade em formação.

      Mas para que essa Individualidade se forme harmoniosamente é necessário que se a oriente honestamente em humildade, em amor, em serviço, em entendimento. Não conhecemos outra Escola que o faça melhor, do que a Fraternidade Rosacruz! Ela não é obra de mestres terrenos, de literaturas rendadas, de promessas fantasiosas, de pretensas Iniciações. Os Irmãos Maiores que a ditaram, são elevados Iniciados, conhecidos por seus frutos. Ela é simples e profunda como a própria natureza; racional e lógica como a própria nudez simbólica da verdade. Ela reúne a que há de mais atual e conveniente às necessidades internas de cada um de nós, Egos ocidentais; é uma fase mais elevada do Cristianismo, aquilo que o Cristo ainda não podia ensinar em seu tempo, porque não podíamos suportar; é o alimento sólido do “adulto espiritual”.

      Respeitamos o “leite das criancinhas”; a necessidade de dependência de muitas pessoas a outras; compreendemos a curiosidade dos que buscam coisas novas, porque se encantaram com as “vestes coloridas e não podem avaliar, ainda, a essência”. Mas a Escola Fraternidade Rosacruz se destina aos simples, aos essencialistas, aos sinceros, aos realizadores, aos servidores, aos humildes, aos corajosos que podem renunciar aos acenos do passado e “buscam alcançar o Reino dos Céus por assalto” (Lc 16:16), por seu próprio esforço e orientação esclarecida da Fraternidade. Não é uma dependência; é o reconhecimento de um método melhor, mais apropriado. O Irmão Maior leva em conta as possibilidades do verdadeiro Aspirante Rosacruz e, tendo já percorrido o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, previne os desvios retardantes e o prepara para vencer as dificuldades que defrontará.

      A Escola Fraternidade Rosacruz (dizemos “de Max Heindel” só porque já andam deturpando o nome “Rosacruz”) é uma compilação atualizada de todos os mistérios antigos, conciliados com os mistérios Cristãos, de modo a dar a mentalidade inquiridora e dinâmica do povo ocidental, uma explicação lógica e simples do ser humano, do universo e de sua missão no mundo. Daí chamar-se “Escola Ocidental de Mistérios, preparatória para uma Nova Era – a de Aquário –, em que seus ensinamentos constituirão a futura Religião, o Cristianismo Esotérico”.

      Compreende-se, então, que ela não pode ainda atrair grande número de pessoas, porque pressupõe qualidade, porque ensina primeiro a dar, a primeiro “buscar o Reino de Deus e Sua justiça”, e por mérito, como consequência natural o desenvolvimento interno lhe venha “como acréscimo”.

      Essa é a Iniciação: um processo natural de desenvolvimento interno, como decorrência do mérito que se conquista pelo domínio de si mesmo e pelo serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) ao seu irmão e a sua irmã que estão no seu entorno, esquecendo os defeitos deles e focando exclusivamente na divina essência oculta deles e dele, que é a base da Fraternidade. O resto é fantasia.

      A Fraternidade Rosacruz é desinteresseira e sincera, desmascara ilusões e artificialismo pela simples apresentação de seus princípios racionais.

      O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo que nela se inspira e forma se liberta de sua natureza inferior e concomitantemente, de todas as dependências externas. Não mais se desilude porque não se ilude. Sabe que seus poderes internos serão proporcionais a capacidade moral que ele desenvolve, para usá-los retamente. Não fala de si como um Mestre ou Instrutor, não conta suas “experiências”, não exibe seus recursos curadores – porque sabe que atrás de tudo isso está a Personalidade a reclamar preço, glória, reputação, que o distinga dos demais.

      O verdadeiro Aspirante à vida superior que é um Estudante Rosacruz ativo é autêntico, simples, humilde, e tudo refere a Deus dentro de si; é o que ocupa o último lugar e o que busca mais servir, sem pretensões ulteriores.

      Quão necessário e oportuno se compreender isto para avançar no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz!

      (Publicado na Revista: Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Pergunta: Os Estudantes Rosacruzes, que praticam os Ensinamentos Rosacruzes, creem em uma vida depois da morte? Por quê?

      Resposta: Sim. Os Ensinamentos Rosacruzes “tiram”, da morte, o aguilhão da dor, porque eles preparam o Estudante Rosacruz para o que deve esperar na vida futura.

      Uma viagem para países estrangeiros se torna agradável quando estamos preparados e sabemos algo do país ao qual nos dirigimos. De modo semelhante, conforta muito conhecer as condições existentes naquelas paragens que se nos apresentam tão misteriosas, em virtude da sombra negra que tem pesado sobre muitas pessoas quando chegam a fase que conhecemos como “terceira idade” ou pessoas idosas, ou “melhor idade”, ou pessoas senis, incluindo aqui alguns casos de pessoas doentes ou enfermas de qualquer idade.

      O conhecimento da vida além da tumba conforta mais ainda aqueles que perderam seus entes queridos.

      Os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, com seu conhecimento superior dos Mundos espirituais, nos trazem a prova de uma existência desses sublimes Mundos. Muitos Estudantes Rosacruzes avançados também têm recebido provas positivas de uma vida depois da morte. Para eles, tal vida já não consiste apenas em uma teoria, mas, sim em uma verdade.

      É possível, com o desenvolvimento de um sentido mais sutil, experimentar e ver realmente as condições que existem nessa invisível “terra dos mortos que vivem”. Ela interpenetra nosso Mundo Físico, denso, embora não seja vista pelos que têm unicamente desenvolvido o sentido da vista física. Na Fraternidade Rosacruz o Estudante Rosacruz pratica Exercícios Esotéricos que o ajudam nesse desenvolvimento.

      John Mc Creery em seu belo poema diz:

      Eles não estão mortos.

      Eles apenas passaram além da névoa que aqui nos cega,

      para uma vida nova e maior,

      naquela esfera mais serena”.

      A morte é, para um Estudante Rosacruz, que pratica os Ensinamentos Rosacruzes, somente uma mudança de consciência. É tirar um vestido usado (o Corpo Denso) para funcionar somente com o Corpo de Desejos (que toma a forma do Corpo Denso) na nossa vida celeste e depois funcionar só com a Mente na nossa passagem pela Região do Pensamento Concreto e, por fim, vivenciarmos sem nenhum Corpo ou veículo, mas com toda a potência do Tríplice Espírito que é o que realmente somos: um Ego!

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – fevereiro/1978 – Fraternidade Rosacruz-SP)

      PorFraternidade Rosacruz de Campinas

      Pergunta: Na primeira igreja que tivemos, Tabernáculo no Deserto, por que o incenso era usado se é prejudicial? Como poderia ser ofertado ao Senhor simbolizando o aroma do serviço?

      Resposta: Na época em que o Tabernáculo no Deserto era a única igreja que tínhamos para praticar a incipiente Religião (onde buscávamos religarmos à Deus, depois de termos alcançarmos o pináculo da materialidade), o incenso não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto deste com outras espécies doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que a nenhum ser humano era possível manipular essa composição para uso comum. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro [1], isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada.

      Atualmente, o uso do incenso é totalmente diferente. Afinal, é uma verdade, evidente por si mesma, que “não se colhem uvas de espinheiros” e porque um Espírito não tem Corpo Denso não quer dizer que ele seja um filantropo. Há no Mundo Físico mais ervas daninhas do que flores e há nos Mundos invisíveis mais Espíritos nocivos, por serem pouco desenvolvidos, do que Espíritos bons e nobres. Quando alguém queima incenso em uma sala, a fumaça que vemos e o odor que sentimos constituem material de tal densidade que pode ser usado por certas classes de Espíritos que estão afinados a frequência vibratória do incenso que está sendo queimado. Quando Espíritos desencarnados desejam influenciar aqueles que ainda estão emaranhados na espiral dos mortais, é necessário que tenham um veículo de densidade suficiente para invadir os centros cerebrais ou, sob certas circunstâncias, os mecanismos de coordenação no cerebelo. Adquirindo tal veículo, os Espíritos podem, e o fazem, impressionar suas vítimas: física, moral ou mentalmente de acordo com sua disposição. Quando um Estudante Rosacruz, ocultista sério, tenha desenvolvido a visão espiritual e se encontre apto a ver as várias entidades nos Mundos invisíveis, aí sim pode produzir um incenso capaz de oferecer um veículo somente para Espíritos de natureza benéfica, os quais possibilitam a elevação das vibrações daqueles que inalam o incenso e os Espíritos junto dele; ou, então, a queima do incenso poderá se constituir em ajuda durante as orações para elevar a consciência dos devotos até a união com o Divino.

      Porém, se por outro lado o incenso tiver sido produzido por alguém ignorante em ocultismo, talvez por alguém com motivações egoístas, então esse incenso irá se constituir em veículo para os Espíritos de natureza similar os quais, revestidos pela fumaça e odor, entram nos Corpos Densos daqueles que estão presentes onde o incenso está queimando, incitando-os a atos de libertinagem e sensualidade. As hastes chinesas são um bom exemplo dessa variedade.

      Também é possível que quando esta prática tenha sido satisfeita, por algum tempo, os Espíritos obsessores podem obter tal controle sobre suas vítimas, que eles incitam até o delírio fazendo com que apresentem os sintomas de epilepsia – espuma pela boca e outros efeitos – ou que possam interferir com os movimentos corporais de maneira similar àquela exibida na assim chamada dança de São Vito. Consequentemente, a prática de queimar incenso é muito perigosa e deve ser vigorosamente desencorajada.

      (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

      [1] O Altar do Incenso ou Altar de Ouro era o terceiro objeto do mobiliário da Sala Leste do Templo no Tabernáculo no Deserto. Ficava no centro da sala, isto é, a meio caminho entre as paredes norte e sul, em frente ao segundo véu. Nenhuma carne jamais foi queimada nesse altar e nenhum sangue jamais fora derramado sobre ele, exceto em ocasiões muito solenes, e apenas os seus chifres eram marcados com a mancha vermelha. A fumaça que era vista no topo, nunca foi outra senão a fumaça do incenso queimado. Isso acontecia todas as manhãs e todas as noites, preenchendo o Santuário com uma nuvem de fragrância agradável que impregnava todo o ambiente interior e que se estendia por todo o país de todos os lados por milhas ao redor. Pelo fato de o incenso ser queimado todos os dias foi chamado: “um perpétuo incenso diante do Senhor”. Não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto disso com outras especiarias doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que nenhum ser humano poderia fazer uso dessa composição para si. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro, isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada. Esse Altar estava colocado diretamente diante do véu, do lado de fora, mas diante do Propiciatório, que estava dentro da sala do segundo véu. Por isso, quem ministrasse no Altar do Incenso não podia ver o Propiciatório por causa do véu interposto, mas devia olhar nessa direção e para ela orientar o fluxo do incenso. Era costume, quando a nuvem fragrante do incenso se erguia por cima do templo, que todas as pessoas que estivessem no Átrio do Santuário enviassem suas preces a Deus, cada uma silenciosamente dentro de si.

      Idiomas