O Exemplo do Pequeno Zaqueu

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Exemplo do Pequeno Zaqueu

A humanidade vive atualmente uma fase de intensos conflitos. Em todos os campos de atividade nota-se o aparecimento ou o recrudescimento de crises. Embora a ciência acadêmica tenha alcançado um grande estágio de desenvolvimento, muitos problemas aí estão a desafiá-la, como se nada lhes pudesse fazer frente. De um modo geral ela tem logrado combater apenas os efeitos, na maior parte dos casos, mostrando-se impotente para eliminar ou, até mesmo, detectar as causas. Poucas foram as soluções definitivas encontradas até hoje.

Nos meios intelectuais encontramos pessoas brilhantes, eruditas, dotadas de QIs notáveis. Poucos, entretanto, alcançaram esta grande verdade: as origens dos problemas que enfrentamos encontram-se sempre em nosso interior, no mais recôndito do nosso ser.

O ser humano projeta aquilo que ele é intimamente. Seus medos, frustrações, neuroses, etc., formam o quadro geral que conhecemos.

Lamentavelmente as pessoas sofrem as pressões do meio em que vivem. Como as sociedades modernas são hedonistas, competitivas e materialistas, compelem seus membros a agirem dessa forma. Caso contrário, ficarão deslocados, marginalizados.

É comum depararmos com jovens idealistas e desinteressados cursando universidades, onde acalentam sonhos de construir um mundo melhor. E com tristeza verificamos que a maioria acaba, na vida profissional, abandonando suas puras aspirações. Deixam-se influenciar pela falsa necessidade de adquirir “status”, prestígio, poder consumista, ao invés de servirem altruisticamente aos seus semelhantes.

É bom frisar, todavia, que esse processo diabólico tem suas raízes nos primeiros anos de vida, quando, no lar, o ser humano cresce carente de bons exemplos. O indivíduo moderno recebe uma educação distorcida, quando a recebe. Talvez nem mereça o nome de educação, mas sim deseducação.

Somos condicionados desde tenra idade a procurar “vencer na vida”, indiferentes aos meios conducentes a essa situação. Na vida adulta isso se torna uma obsessão e fator capaz de gerar muito sofrimento.

As escolas e as igrejas têm obtido pouquíssimo êxito no mister de formar caracteres equilibrados. Aquelas primam por oferecer aos jovens uma orientação materialista e superficial. As instituições religiosas, por seu lado, embora cumprindo uma missão moralizante, falham quando impõem uma visão sectarista e limitada a seus membros.

Todo esse processo acaba por rebaixar e escravizar o ser humano tornando-o presa fácil da natureza inferior. Embota-Ihe a mente, animaliza seus sentimentos e reduz-lhe a sensibilidade para com as verdades cósmicas.

Como, então, despertar-lhe a consciência para as realidades espirituais?

Lembramos sempre que a Fraternidade Rosacruz oferece a todos um programa de regeneração e libertação. Inspirada na mais pura moral cristã procura tornar o ser humano melhor em todos os sentidos. Essa educação integral, equilibrada, ampla, consubstancia-se no lema: “Um Coração nobre, uma Mente pura, um Corpo são”. Esta é a meta de todos os Estudantes Rosacruzes sinceros.

Não pense, porém, que ideal tão elevado possa ser atingido apenas pela aquisição de conhecimento. Requer-se, sobretudo, uma autodisciplina vigorosa, séria, sem concessões à natureza inferior. Não é tarefa fácil nem agradável. Sacrifício, renúncia e, às vezes, radicais transformações não fazem o gênero da maioria. Poucos ainda se dão ao trabalho de uma destemida autocrítica, para em seguida iniciarem um denodado esforço de auto-regeneração.

O homem-velho deve dar lugar ao ser homem-novo em novidade de espírito. Não se podem colocar vinho novo em odres velhos, nem remendo novo em pano velho. Cada um, sincera e corajosamente, deve libertar-se de suas falhas procurando a expressão do Cristo em si mesmo. Este ato de decisão e vontade encontra, nos Evangelhos, seu grande exemplo na figura de Zaqueu.

O pequeno Zaqueu elevou-se acima do comum dos seres humanos quando subiu no sicômoro para ver o Cristo. Assim, o aspirante deve se elevar em dignidade e retidão para merecer do Cristo Interno aquele convite maravilhoso: “Desce depressa Zaqueu. Está noite irei cear contigo“.

(Gilberto A V Sillos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de 4/80 – Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP)

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