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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Oração do Senhor: o Pai-Nosso

A Oração do Senhor: o Pai-Nosso

Portanto, orai deste modo:

Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o Vosso Nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como nos Céus.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoai as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Porque Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.

Amém.’

Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; porém se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas.

Mt 6:9-15

Esse modelo de oração dado à humanidade por Jesus Cristo é uma fórmula abstrata e algébrica para a elevação e purificação de todos os veículos do homem.

Contém três partes de oração e uma súplica. Cada uma das três partes refere-se às necessidades de um dos aspectos do Tríplice Espírito e sua contraparte no Tríplice Corpo.

Quando o ser humano, que é um Tríplice Espírito e possui uma Mente pela qual governa um Tríplice Corpo e o transmuta em Tríplice Alma, ora, isto acontece.

O Espírito Humano ergue-Se nas asas da devoção até sua origem, o Espírito Santo, na Sagrada Trindade, e entoa o canto iniciai, “Santificado seja o Vosso nome”.

O Espírito de Vida eleva-Se nas asas do amor e dirige-se à origem de seu Ser, o Filho: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino sobe, junto do conhecimento superior, até o manancial onde nasceu, na aurora dos tempos, o Pai, e manifesta Sua confiança naquela Inteligência total pelas palavras “Seja feita a Vossa vontade”.

Tendo assim alcançado o Trono da Graça, o Tríplice Espírito do homem apresenta seus pedidos relativos à personalidade, o Tríplice Corpo.

O Espírito Divino ora ao Pai pela sua contraparte, o Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”.

O Espírito de Vida ora ao Filho pela sua contraparte, o Corpo Vital: “perdoai as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores”.

No Corpo Vital estão armazenados os registros subconscientes de todos os acontecimentos passados de nossa vida. Se, mediante a oração contínua, obtivermos o perdão (o arrependimento) pelos males causados aos outros; se fizermos todas as reparações possíveis e se eliminarmos todos os ressentimentos, livramo-nos de muito sofrimento após a morte, além de prepararmos o caminho para a Fraternidade Universal, que está particularmente sujeita à vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. Sob a forma de memória, o Corpo de Desejos imprime no Corpo Vital a ideia de vingança. Por isso o Aspirante à vida superior deve cultivar o controle emocional, porque assim estará agindo sobre os dois corpos.

O Espírito Humano enuncia a súplica pelo Corpo de Desejos com estas palavras: “E não nos deixeis cair em tentação”.

Então todos, em coro, fazem um apelo geral pela Mente: “Livrai-nos do mal”.

O acréscimo: “Porque Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre” não foi dado por Cristo; mas representa um expressivo arremate.

(Tradução da Revista: Rays From The Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de fevereiro/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Um novo Corpo: alterações produzidas com a proximidade da Nova Era

É fato que tanto o altruísmo impulsionado por Cristo, ano após ano, quanto a gradual expansão de consciência, promove alterações na dinâmica do funcionamento biológico de partes do Corpo Denso do ser humano. Tais mudanças são efeitos de alterações na composição de outros Corpos mais sutis e das alterações da composição atmosférica da Terra. O presente artigo busca descrever parte destas mudanças graduais, que está estreitamente relacionada à promoção de maior longevidade e até mesmo a tão mal compreendida vida eterna.

Para fins didáticos, o texto é divido em três partes:

  • Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico;
  • Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo;
  • Parte III – O que ele deve fazer para acompanhar as mudanças biológicas que necessariamente devem ocorrer.

Parte I – Recapitulação do modo como o ser humano tornou-se consciente no Mundo Físico 

A recapitulação do modo pelo qual ser humano tornou-se consciente do Mundo Físico se faz necessária para traçar uma linha de referência de seu desenvolvimento. Conforme bem explorado pela Filosofia Rosacruz, o Espírito Virginal desceu dos mundos superiores na involução. Com o propósito de desenvolver os três princípios divinos (Espírito Divino, Espírito de Vida e Espírito Humano) que herdou de Deus (pois tal como Deus, quando se manifesta, o faz de forma tríplice – Pai, Filho, Espírito Santo), o ser humano, criado a Sua imagem e semelhança, por ação recíproca constituiu três Corpos compostos por materiais correspondentes aos Mundos pelos quais passava – o Corpo Denso, oitava inferior do Espírito Divino (Pai); o Corpo Vital, oitava inferior do Espírito de Vida (Filho); e o Corpo de Desejos, oitava inferior do Espírito Humano (Espírito Santo).

Mas para que houvesse união e comunicação entre os princípios herdados e seus instrumentos, um veículo mental teve de ser construído. A partir daqui o Espírito se torna um Ego: um Espírito Virginal manifestado em forma sétupla (Tríplice Espírito, Tríplice Corpo e a Mente). Neste ponto do desenvolvimento, a dual força criadora (pólo masculino ou vontade e pólo feminino ou imaginação) ainda era direcionada para baixo, isto é, ambos os pólos, fluíam para o mesmo sentido e conferia ao ser humano a capacidade de ser hermafrodita.

No entanto, para que as vivências exteriores pudessem ser capturadas e para que as ideias concebidas pela Mente pudessem ser transmitidas, adaptações nos Corpos deveriam ocorrer. Especialmente para o Corpo Denso e Vital, deveria ser construído um encéfalo que fosse capaz de processar as informações provenientes do meio e enviar tais códigos para que o Espírito trabalhe sobre as mesmas, e, por fim, transmitir estas conclusões de volta ao meio. Também uma laringe para facilitar a comunicação das conclusões que foram produzidas pelo processamento das informações provenientes do meio.

Concomitante a essas necessidades, a matéria que hoje constitui nosso planeta Terra foi arrojada do Sol e, posteriormente, a matéria que forma a Lua foi arrojada da Terra. Tais separações promoveram expressões separadas de forças (força do Sol e força da Lua). Deste modo, alguns Corpos passaram a serem melhores condutores das forças solares e outros lunares. Um dos pólos da dual força criadora foi internalizado e direcionado para cima, a fim de construir o cérebro e a laringe. No caso do Corpo masculino (condutor da influência do Sol), o pólo feminino foi internalizado para este fim. Já o Corpo feminino (condutor da influência da Lua), o oposto. A condição de ser hermafrodita cessou e a necessidade da cooperação do sexo oposto para procriar se fez necessária. Além disso, um meio físico que suportasse as altas vibrações do Espírito individualizado era necessário para sua manifestação no Mundo Físico e para governo de seus Corpos. O sangue vermelho e quente constitui tal veículo.

O metal marciano conhecido como ferro é o elemento essencial para a produção deste sangue vermelho e quente. Já é bem consolidado pela ciência atual que durante a realização de uma tarefa, grande quantidade de sangue é direcionada a determinadas regiões do Corpo Denso necessárias para realização da mesma. O ocultista sabe que tal fenômeno significa o Ego utilizando sua ferramenta corporal para governar o Corpo e adquirir experiências.

Foi somente na Época Lemúrica – uma das Épocas que atravessamos nesse Período Terrestre desse atual esquema de evolução – que o ferro pode ser livremente utilizado (após a eliminação da influência marciana sobre a Terra) e, assim, o sangue tornar-se mais quente no interior do Corpo Denso em relação à temperatura ambiente.  Com o sangue quente e vermelho e com um cérebro e uma laringe bem formados, o ser humano pôde alcançar o estado de consciência de vigília, parecido com o que temos atualmente.

O plano inicial era o seguinte: quando o Ego renasce em um corpo feminino (mulher) era exposto a estímulos ambientais extremamente fortes* (tempestades gigantescas, ventos, explosões vulcânicas): o objetivo era despertar a consciência das mulheres para fora, e, por meio desta exposição a acontecimentos alheios, a atenção seria direcionada também para isso. Isto iniciou um processo de construção de representações mentais das coisas externas (criação de códigos para que o Espírito pudesse interpretar o meio externo). A neurociência atual comprovou este fenômeno, pois mostra que tudo aquilo que o cérebro interpreta é, em realidade, representações mentais subjetivas que servem como código ou referência. Não se enxerga as coisas como são, mas se enxerga as representações mentais que se criou para interpretar tais coisas. O meio pelo qual as representações foram criadas ocorreu pela imaginação (pólo feminino da força criadora).

Porém, quando o Ego renasce em um corpo masculino (homem), estímulos corporais de dor e de estados de prisões eram determinados. Os estados de prisões eram realizados de modo que o, então homem, pudesse, com um pouco de força de vontade, se libertar. Já a dor, fazia com que um movimento para que a mesma cessasse fosse realizado. Ambos tinham o objetivo de despertar a vontade (força masculina).

Vemos, deste modo, as duas polaridades sexuais agindo separadamente, e métodos de aprendizagem adaptados a cada um eram necessários. Juntamente com esses estímulos, os Arcanjos – seres que estão a dois graus de evolução acima dos seres humanos – neutralizavam o Corpo de Desejos do ser humano, e este só era libertado em épocas propícias para a procriação. A procriação era orientada pelos Anjos – seres que estão a um grau de evolução acima dos seres humanos.

Diferentemente dos Anjos, que direcionam toda sua energia criadora para fora de si e, em troca, recebem sabedoria, o ser humano internalizou metade de sua força criadora para construção de uma laringe e um cérebro. A internalização para autosserviço determina uma característica de individualismo genuíno para ele. Se o estudante meditar sobre este caminho, compreenderá que o processo era demasiadamente lento, mas garantia o despertar seguro da vontade e da imaginação humana. Isto é, naquela época, a Personalidade e o temperamento não agiam como um fator de dificuldade tal como ocorre nos dias de hoje. Pelo menos até o ponto em que este plano pôde perdurar.

Mesmo que a morte do Corpo Denso ocorresse naquela época, a longevidade era muito maior do que atualmente, pois não se conhecia o pecado (transgressões das leis). A mulher, pela imaginação, já conseguia identificar muitas coisas que ocorria fora de si mesma. Mas ela também conservava a visão etérica das coisas. Por isso, quando ela percebia a morte do Corpo Denso e, ao mesmo tempo, também percebia a permanência do Corpo Vital (isto é, a pessoa que morreu no Mundo Físico permanecia viva nos planos internos), esse fato a deixava extremamente confusa.

Para acelerar o processo de evolução, os Espíritos Lucíferos – uma parte da onda de vida Angélica que se atrasou – entraram em contato com a mulher pela coluna espinhal, relatando que poderia gerar um novo Corpo Físico que morria. Para isso, deveria realizar o ato sexual (“comer o fruto da Árvore do Conhecimento”) sem esperar o comando dos Anjos. Isso a tornaria, juntamente com o homem, semelhante aos deuses (com capacidade de “criar”). Esse ato também favoreceria a libertação do Corpo de Desejos, pois haveria motivação para procriação sem a presença dos Arcanjos.

Por isso a Bíblia relata que Lúcifer era uma serpente sábia (coluna espinhal) que apareceu para Eva em uma árvore. Lúcifer (portador da luz) tentou adiantar o processo, ensinando ao ser humano como se libertar da influência dos Anjos e dos Arcanjos, assumindo sua própria evolução e geração de novos Corpos. Isto é relatado na Bíblia como a expulsão da humanidade do Jardim do Éden, que a obrigou a “comer poeira todos os dias de tua vida” e “com o suor de teu rosto, comer teu pão, até que retornes ao solo” (Gn 3:14 e 19). O problema é que o Corpo de Desejos estava em situação muito rudimentar, composto, praticamente, apenas de materiais das regiões inferiores do Mundo do Desejo. A Mente também estava em situação similar, sendo muito fraca para refrear os desejos e direcioná-los para motivação de propósitos do Ego. Tal condição precária somada a genuína condição de individualismo, o egoísmo e as paixões predominaram e uma série de desequilíbrios deu início.

O ser humano deve, pois, a Lúcifer e a seus “Anjos caídos”, à capacidade de ser autômato e da possibilidade de se desenvolver ao ponto de se tornar semelhante aos deuses – por isso, a ideia de que Lúcifer é mau e que deve ser abominado está incutido no inconsciente humano, isto é, foi ele que ensinou a humanidade a desobedecer aos deuses e lhe abriu o caminho para ser semelhantes aos mesmos (superiores aos Anjos). Essa desobediência não deve ser confundida com emancipação de Deus, mas como um novo caminho autômato em Deus (pois nele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser).

O problema é que tal estado só será alcançado quando a Personalidade for dominada (estado ainda sonhado pela maioria das pessoas que já despertaram para a vida espiritual).  O individualismo genuíno, transformado agora em egoísmo e orgulho pela Personalidade, fez com que cada ato do ser humano fosse direcionado para benefício próprio e quase nenhuma cooperação era conseguida. A sabedoria divina incutindo determinadas motivações no âmago da Personalidade, fez com que a evolução não fosse totalmente frustrada. As motivações foram: Amor, Fortuna, Poder e Fama. O desejo de alguma ou várias destas coisas é o motivo pelo qual se faz ou deixa de fazer algo. Isso promove alguma experiência e aprendizado. O livro O Conceito Rosacruz do Cosmos já explorou todos os fatos mencionados até o momento com extraordinária maestria. Convidamos o leitor para estudar este livro, a fim de que tenha uma ideia melhor de tudo isso.

Parte II – Mudanças físicas que estão ocorrendo devido à correspondência ao altruísmo

Agora que foi recapitulado o processo de aquisição do estado de consciência vigília e esclarecido o modo pelo qual deixamos o plano inicial de evolução e iniciamos o processo de evolução “por nossa própria conta e risco”, o segundo objetivo do presente artigo pode ser trabalhado. Isto é, que mudanças físicas estão ocorrendo devido ao aumento da consciência e altruísmo no mundo?

O Corpo Denso é um instrumento que, atualmente, possui duração pré-determinada de utilidade para servir ao propósito do Ego que é: extrair a quintessência das experiências vividas. Com o passar do tempo, suas funções vão declinando (devido à incompetência do ser humano em não deixá-lo cristalizar), até que a morte (a incapacidade do ser humano em se manter encarnado nesse Corpo Denso) sobrevém.

Dois fatores importantes atrapalham o desenvolvimento dos poderes do Ego: 1) a busca da satisfação pessoal imposta pela Personalidade que inclui o gasto demasiado da força sexual, a gula, os vícios, os maus hábitos, as omissões, as preguiças e irresponsabilidades com a saúde, entre outros, todos constituem maiores prazeres físicos e encurtamento da vida; 2) a influência da Lei de Consequência, pois muitos desequilíbrios foram gerados a partir da falsa iluminação lucífera. As doenças limitam, consideravelmente, a qualidade da produção anímica pelo Ego.

Presença de doença não significa ausência de possibilidades para geração de produção anímica. A Graça Divina é tamanha que há espaço para o desenrolar concomitante de produção anímica e o reequilíbrio das Leis transgredidas. Esse plano só pôde ser concretizado a partir do trabalho misericordioso de Nosso Senhor (o Cristo), que anualmente “retira o pecado do mundo”, isto é, purifica o Mundo do Desejo da Terra com seu Altruísmo. Com isso, disponibiliza materiais para que a humanidade possa avançar no caminho, mesmo que ainda tenha muitos pecados.

O tema astrológico natal revela as tendências de pontos fracos, cuja ciência material compreende como de origem genética e ambiental. Tais tendências são determinadas a partir dos desequilíbrios praticados em vidas precedentes e de desequilíbrios que tenderemos a realizar na presente vida. Por meio da progressão pode-se saber o momento em que tais tendências estarão ativas e fortes.

Independente do tipo de doença e do tratamento que o doente e seus cuidadores devem buscar, duas são as fontes de energia que, se deficitárias, acelerarão o desenvolvimento de qualquer patologia: 1) a energia vital que vem diretamente do Sol e é absorvida através do baço; e 2) a energia proveniente dos alimentos físicos, produto da respiração celular realizada, principalmente, pelas mitocôndrias. “É a fusão dessas duas correntes que produz o poder latente que está armazenado em nosso Corpo Vital até converter-se em energia dinâmica pelo desejo marciano natural” (veja mais detalhes no livro O Mistério das Glândulas Endócrinas), e, assim, o ser humano pode utilizar essa energia para produzir crescimento anímico.

Com foco na corrente de energia proveniente do consumo de alimentos, Max Heindel descreve: “o sangue que entra em contato com o ar, todas as vezes que respiramos, passa pelos pulmões e, da mesma maneira que uma agulha é atraída para um imã, o oxigênio do ar inspirado se mistura com o ferro no sangue. Realiza-se, então, um processo de combustão que é semelhante à ferrugem ou oxidação que observamos no ferro exposto ao ar”. Continua: “a experiência ensinou-nos que o material combustível pode ser colocado em uma fornalha com todas as condições necessárias para a combustão, porém, até que se use o fósforo, os materiais não serão consumidos. Aqueles que estudaram as leis de combustão sabem que uma corrente de ar bem forte leva consigo grande quantidade de oxigênio, que é necessário para se obter calor do combustível que contém muito mineral”. Assim, oxigênio é o acelerador deste processo. “Um processo similar ocorre dentro do corpo, que é o templo do espírito” (veja mais detalhes no livro Maçonaria e Catolicismo).

O processo de combustão que ocorre dentro do Corpo é um pouco diferente da combustão verificada, por exemplo, quando se queima gasolina, madeira ou papel. Neste último, o processo de retirada de energia ocorre em grande quantidade e de uma única vez. Por outro lado, a respiração celular promove quebra das cadeias de carbono (processo químico necessário para a retirada de energia das moléculas) de modo gradativo e em pequenas parcelas. Isto é necessário para a preservação da estrutura das células, pois se a combustão ocorresse como no primeiro exemplo, as células pereceriam pelo excesso de energia. Além disso, a energia retirada pelas mitocôndrias não é consumida rapidamente, mas permanece dissolvida na célula e, gradativamente, é utilizada no metabolismo.

Um dos problemas é que durante a extração de energia, moléculas incompletas de oxigênio também são geradas: incompletas por conterem um número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. Este elétron ímpar, que se estabelece após cada quebra das cadeias de carbono, pode não ser pareado com o restante dos elétrons do átomo em questão. Em outras palavras, sua órbita segue uma rota diferente da órbita dos demais elétrons. Tal característica confere-lhe grande capacidade de reagir com outras biomoléculas que existem na célula, contra as quais colidem. Essa reação forçará a retirada de elétrons de outras moléculas que já são completas e possuem função importante dentro do sistema biológico (principalmente lipídios e proteínas das membranas celulares e, até mesmo, o DNA). Essa retirada de elétrons modificará suas adequadas estruturas e funções. Os exemplos mais comuns de radicais de oxigênio altamente reativos são: radicais superóxido (O2-), hidroxila (OH-), peroxila (RO2), alkoxila (RO) e hidroperoxila (HO2). O óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO2) são espécies reativas de nitrogênio.

O organismo normalmente consegue equilibrar os efeitos desses radicais de oxigênio reativos (radicais livres). Porém, há casos em que ocorrem desequilíbrios a favor do sistema pró-oxidantes em detrimento do sistema antioxidantes. Isto é denominado estresse oxidativo. O acúmulo dos efeitos do estresse oxidativo promove danos nas células e acelera o surgimento de doenças e envelhecimento (principalmente se ocorrer em órgãos do corpo relacionados a vulnerabilidades que acumulamos em outras vidas), fatores estes que limitam as oportunidades do Ego de gerar experiências e crescimento anímico.

Dentre as doenças já comprovadas pela ciência física que estão relacionadas aos efeitos dos radicais livres, somados a outros fatores estão: demência de Alzheimer, doença de Parkinson, aterosclerose, complicações da diabetes mellitus, câncer, doenças cardiovasculares, catarata, declínio do sistema imunológico, disfunções cerebrais, o envelhecimento precoce, enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, entre outras.

Sobre a respiração celular e oxigênio dentro do Corpo Denso, Max Heindel continua: “É a chama que acende o fogo interior e gera o produto espiritual que se exterioriza de todas as criaturas de sangue quente, da mesma maneira que o calor se irradia de uma estufa. Estas linhas radiantes de força que emanam de nossos Corpos Densos de maneira invisível à visão física, são nossa aura, como já foi dito, e, não obstante a cor da aura de cada indivíduo diferir da dos outros, existe uma cor básica ou fundamental que mostra sua posição na escala da evolução. Nas raças inferiores esta cor básica é um vermelho fraco, semelhante ao vermelho de um fogo que queima lentamente, que indica sua natureza passional e emocional (isso indica que a pessoa ainda responde a Lúcifer e a Jeová). Ao examinarmos as pessoas que estão em grau mais elevado na escala da evolução, a cor básica ou a vibração irradiada por elas parece ser de uma tonalidade alaranjada, que é o amarelo do intelecto misturado com o vermelho da paixão”.

O uso de antioxidantes, pela alimentação, naturalmente pode evitar os danos corrosivos dos radicais livres de oxigênio. O problema é que as transgressões das Leis Divinas e a natureza passional, em muitos casos, são tamanhas, que o uso de oxidantes nem sempre é suficiente, e os danos ainda permanecem. A produção de radicais livres constitui um fator natural do Corpo Físico e sempre foi programada por nós mesmos. Afinal, o propósito da existência física é o acúmulo de experiências e não devemos permanecer na Terra para “todo o sempre”. Naturalmente, processos que facilitam a morte e o desgaste do Corpo Físico devem ocorrer. O comer da árvore da vida, provavelmente, implicaria em também solucionar o problema dos efeitos dos radicais livres, dentre outros relacionados a doenças e morte do Corpo Físico.

“A auréola dourada ao redor dos santos, pintada por artistas dotados de visão espiritual, é a representação física de uma promessa espiritual que se aplica à humanidade como um todo, embora isto tenha sido compreendido apenas por alguns poucos, que são chamados Santos. Após vidas de luta com suas paixões, perseverança no fazer o bem, cultivando nobres aspirações e depois de aderir firmemente a propósitos superiores, estas pessoas elevaram-se acima do raio vermelho e estão agora totalmente imbuídas com o raio dourado de Cristo e sua vibração.” Max Heindel continua: “A cor dourada natural é o raio de Cristo, que encontra sua expressão química no oxigênio, um elemento solar”.

Naturalmente, o aspirante pode concluir que conforme a correspondência às vibrações Crísticas e o estabelecimento de uma vida com propósitos superiores, tanto a eficiência das mitocôndrias no processo de respiração celular quanto fatores que neutralizam os radicais livres aumentarão, promovendo menores danos às células e maior longevidade saudável. Porém, tal conclusão parece ser equivocada. Lembre-se: o propósito do Ego não é permanecer na Região Química do Mundo Físico, mas retornar ao Pai com sua herança divina despertada e totalmente desenvolvida (Parábola dos Talentos).  A compreensão de como ocorre a longevidade é fator chave para a terceira etapa (conclusão) deste artigo.

Parte III – Que se deve fazer para acompanhar as mudanças que necessariamente devem ocorrer

Qual a diferença de desempenho de uma pessoa experiente e de outra iniciante, em uma dada tarefa em comum? A diferença básica é que a pessoa experiente já aprendeu todos os mecanismos e as técnicas necessárias para desempenhar, com segurança, cada etapa de uma tarefa. Por isso, aplica de modo direcionado, com paciência e observação, a quantidade ideal de energia (vontade) e estratégias para cumprir o propósito com eficiência. Já o inexperiente, por não conhecer os mecanismos e nem as técnicas, necessita muito tempo para aprender e tirar conclusões. Além disso, mesmo que realize todo este movimento, se realmente não se dedicar na extração da experiência, pouca memória formará. Isso significa que “viveu as cegas”, e continuará a gastar bastante energia todas as vezes que se deparar com a mesma situação, sendo um eterno aprendiz das mesmas coisas.

O acúmulo de experiência permite o menor gasto de energia e assim, menor necessidade das funções das mitocôndrias para gerar energia. Isso não significa que há menos atividades ou produção anímica. Inversamente, se faz muito mais com muito menos! Conforme a correspondência de vida vai gradativamente se afinando com as lições Cristãs, o uso dos Corpos pelo Ego ocorre mais adequadamente. Isto é, o Eu Superior domina a Personalidade e a espiritualiza. Este domínio pode ser ilustrado da seguinte maneira:

  1. uma determinada ideia é concebida pela Mente;
  2. a força de vontade do Ego utilizará a Mente (foco mental) para direcionar essa ideia e concretizá-la no Mundo Físico;
  3. com este foco mental sob o domínio da vontade, haverá o despertar da motivação (Corpo de Desejos) e energia física (Corpo Vital e trabalho das mitocôndrias) para concretização física da ideia;
  4. o movimento voluntário observado será o produto final de uma tentativa de concretização da ideia concebida;
  5. a experiência da tentativa (quintessência) deverá ser observada em termos de eficiência do foco mental; motivação necessária para tal; e energia física para ação. Se houver falha em alguma destas etapas, a eficiência será abalada. Se houver sucesso total, significa que o domínio da situação já é uma verdade;
  6. Várias memórias são formadas neste processo e servirão de base para ações futuras e aumento da eficácia. Para estas formações, necessitamos dos Éteres de Luz e Refletor (Corpo-Alma).

Vemos, pois, que uma vida bem vivida está pautada no acúmulo de sabedoria e firmada a propósitos superiores. Não há outro propósito maior do que estes. A fé, o amor universal, o propósito de contribuir com a evolução da humanidade e a convivência com verdades espirituais, revelam caminhos tão sublimes e infinitos que tornam cada ato da vida uma nota musical afinada à grande sinfonia divina. Não haverá mais espaços para desequilíbrios ou transgressões das leis, mas sim ações que nos aproximam de Deus.

A lógica do menor esforço e maior eficiência é o padrão de ouro para a vida espiritual, mas ela exige o emprego constante da observação e do aprendizado. Com o tempo, passaremos a evocar as experiências de modo tão eficiente que não mais necessitaremos dos arquivos do cérebro denso para nos fornecer referência de como agir, mas iremos acessar diretamente o éter refletor, não mais necessitando de energia física. Consequentemente haverá menos necessidade de mitocôndrias e menos radicais livres. Passaremos a utilizar o éter, um material com vibração superior aos elementos químicos do sangue, para manifestação do estado de vigília (já o fazemos atualmente, mas a quantidade será muito maior), pois o poder do Ego será tamanho que necessitará de materiais mais vibrantes para dar conta de sua expressão. Neste estado de Corpo de Vida, não mais conheceremos a morte e a vida eterna será, então, uma realidade.

Para finalizar, é importante considerar que um dos pólos da dual força criadora foi internalizada e direcionada para cima, a fim de construir um cérebro e uma laringe (mencionado na primeira parte deste artigo). Antes, ambas eram direcionadas para baixo com o propósito de gerar Corpos Físicos. Com o novo Corpo de Vida, não mais haverá mortes e desnecessária a geração de Corpos Densos, sendo o ser humano Cristificado isento da paixão lucífera.

O casamento místico, conforme bem expressado por Salomão em seu “Cântico dos Cânticos”, mostra a reunião dos polos da força criadora, mas agora com parte que permaneceu para baixo também direcionada para cima. “O homem deve se casar com a mulher que possui dentro de si mesmo, e a mulher com seu homem interno”. O mito denominava cada polo como Anima (feminino) e Animus (masculino). Com esta “re-união” dos polos criadores, mas direcionados para cima, a palavra fornecerá o molde (o verbo se fará carne) para gerar obras tão grandiosas como as obras dos deuses.  

*note que as condições da Terra nesta época era bem diferentes das condições atuais.

Que as Rosas Floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Trabalho Individual do Espírito: você, de fato!

Não nos foi possível desenvolver nossos poderes, enquanto não construímos os nossos três veículos inferiores os Corpos: Denso, Vital e de Desejos. É deles que nós obtemos o alimento com o qual nutrimos e desenvolvemos nossos poderes potenciais.

Esse alimento-essência é chamado de Alma. Do Corpo Denso nós extraímos, automaticamente, a Alma Consciente, mediante a prática da ação reta em relação aos impactos externos, pelas experiências e observações. Esse pábulo ou alimento transmuta os poderes latentes do Espírito Divino (o veículo espiritual mais elevado em que nós nos manifestamos) em forças dinâmicas que se manifestam como vontade, inteligência, sabedoria, o princípio “Pai”, o poder de “fazer”, a força positiva do ser.

Do Corpo Vital extraímos o alimento-essência que chamamos de Alma Intelectual, também automaticamente, por meio do discernimento entre as coisas importantes, essenciais, reais da vida e as irreais, sem importância, não essenciais.

O que se chama de Alma Intelectual alimenta e transmuta em poderes dinâmicos as forças do Espírito de Vida (o segundo mais elevado veículo espiritual em que nós nos manifestamos), que são a imaginação, a intuição, o poder receptor, o poder de assimilar a natureza amorosa, o princípio “Mãe”.

Finalmente, pelo refreamento dos instintos animais, pela devoção aos sentimentos e desejos elevados e sublimes, pelas emoções geradas através da ação reta e por experiências purificadoras, nós, automaticamente, extraímos do Corpo de Desejos o alimento-essência conhecido como Alma Emocional. Com ele alimentamos e desenvolvemos as potencialidades do Espírito Humano (o terceiro mais elevado veículo espiritual em que nós nos manifestamos; note: manifestação tríplice, como Deus que nos criou): o poder criador (físico e mental), a fecundação, a expansão, a germinação e o crescimento; transformando-os em forças dinâmicas sob o domínio da nossa vontade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de maio/1975)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Relação dos Tríplices Espíritos, Almas e Corpos em cada um de nós

A Relação dos Tríplices Espíritos, Almas e Corpos em cada um de nós

O ser humano é um tríplice Espírito que possui uma Mente, governando com ela um Tríplice Corpo que emanou de si mesmo para adquirir experiência. Esse Tríplice Corpo se transforma em Tríplice Alma, da qual se nutre, elevando-se assim da impotência à onipotência.

O Espírito Divino emanou de si Corpo Denso extraindo como fruto a Alma Consciente.

O Espírito de Vida emanou de si o Corpo Vital extraindo como fruto a Alma Intelectual.

O Espírito Humano emanou de si o Corpo de Desejos extraindo como fruto a Alma Emocional.

O Tríplice Espírito lançou uma tríplice sombra sobre o reino da matéria e desse modo o Corpo Denso foi evoluindo como contraparte do Espírito Divino, o Corpo Vital como réplica do Espírito de Vida, e o Corpo de Desejos como imagem do Espírito Humano.

Finalmente, e o mais importante de tudo, formou-se o degrau da Mente como enlace entre o Tríplice Espírito e seu Tríplice Corpo. Esse foi o começo da consciência individual e marca o ponto onde acaba a Involução do espírito na matéria e onde começa o processo evolutivo pelo qual o espírito é extraído da matéria. A Involução significa a cristalização do espírito em corpos distintos, mas a evolução depende da dissolução dos Corpos, da extração da substância da Alma deles e da amálgama alquímica dessa Alma com o espírito.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro de 1970)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Branca de Neve e os Sete Anões”

O Esotérico: Branca de Neve e os Sete Anões

O branco é o resumo de todas as cores: símbolo da unidade do espírito. Deus é Luz. Somos feitos a Sua imagem e semelhança e, portanto, somos Luz também. Quando a luz se refrata, em manifestação, se bem conserve sua unidade de origem, aparece como as cores primárias: vermelho (expressão do Espírito Humano), amarelo (expressão do Espírito de Vida) e Azul (expressão do Espírito Divino) a Trindade em Um. Estas cores, entre si combinadas, produzem as secundárias: alaranjado, verde, índigo e violeta; ao todas as sete cores do espectro.

Neve é símbolo de pureza. Branca de Neve, o do Espírito Virginal, puro.

Era filha de um Rei, porque o espírito é parte de Deus, herdeiro dos céus.

Quando o espirito humano chegou a meados da Época Atlante (sétimo dia da criação, em que Deus descansou, deixando ao ser humano, de posse da Mente, o livre arbítrio, para dirigir-se por si só), perdeu seus guardiões angelicais. Ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento do egoísmo, da ideia de separatividade, da gradativa materialização, fomos nos ligando ao plano material. Foi quando perdemos nossa “mãe” e ganhamos uma “madrasta” egoísta e má.

O castelo é nosso corpo. Dele saía nossa natureza inferior (a madrasta), por baixo, em suas práticas de magia negra. Não se fala do Pai, não se vê o Pai. Embora Deus nos ame muito e nos assista sempre, é preciso que aprendamos a nos dirigir sozinhos. Além disso, nós é que, com a perda da visão espiritual não o vemos nem sentimos. Essa a razão da omissão.

Quando a natureza espiritual se foi desenvolvendo com as qualidades superiores da alma, e por um penoso esforço (lavar as escadarias do castelo é purificarmo-nos e, gradativamente, subir) sua beleza despertou ciúmes na madrasta rainha. Isto quer dizer que a natureza superior se deve desenvolver no silêncio, sem alarde, para não provocar ciúmes da natureza inferior. Como Herodes mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos, para eliminar Jesus, cujo poder temia, assim é a natureza inferior em nosso reino interno. O egoísmo quer reinar supremo.

Todavia, nossa consciência, algo despertada, reconhece a realidade do espírito e intuitivamente (como a mulher de Pôncio Pilatos) teme agir contra Ele. Assim, o caçador poupou-a mandando que ela fugisse. Como José conduzia Maria e o menino Jesus ao Egito (a terra do silêncio para fugir de Herodes), o egoísmo, Branca de Neve conduzida pelos passarinhos (intuição) se refugiou na casa dos sete anões, (símbolo dos sete princípios que agem dentro de nós, propiciando impulsos para evoluirmos). É nosso zodíaco, em cujas casas temos auxiliares. Descansamos em “suas camas”. Os anões caracterizam bem as naturezas planetárias: o Mestre é Saturno; Zangado é Marte; Dengoso é Vênus; Feliz é Júpiter; Atchim é Urano; Soneca é a Terra; e Dunga é Mercúrio. De fato Saturno é o provador das almas. Marte, passional, belicoso e maléfico em sua influência adversa é do contra. Vênus é amoroso e sentimental. Júpiter é benevolente e otimista. Urano é espasmódico. A Terra está mergulhada em “sono”, até que seja despertada. E Mercúrio, até a pouco em noite cósmica, não estava em manifestação (não se exprimia).

Mas a insidiosa influência dos espíritos lucíferos continuava. As religiões de raça nos acentuaram o egoísmo. Quer dizer: a madrasta nos atingiu. Mordemos a maçã “envenenada” (anestesia do erro, pois o salário do pecado é a morte) e mergulhamos no sono da inconsciência material, sendo encerrados num caixão de ouro e cristal no alto da montanha, até que sejamos despertados pelo primeiro beijo de amor. O caixão é nosso Corpo. De ouro porque é expressão do espírito; de cristal, porque cristalizado, densificado pelas transgressões às leis naturais. A montanha é nossa cabeça, onde estão os acentos do espírito do Ego. O príncipe é Cristo, em relação à humanidade, ou o principio crístico, o Cristo Interno em relação a cada um de nós.

Um dia chegará a nossa libertação pessoal, que depende de nosso esforço e ajuda das forças propulsoras de nossa evolução, principalmente de Cristo, nosso Salvador, que um dia já nos visitou no “castelo” e ainda voltará para as núpcias com nossa alma.

Então sairemos do nosso caixão de cristal, ao lado do cavalo branco do discernimento, vislumbrando, contra o horizonte um novo castelo, uma nova era, de amor fraternal entre todos os seres humanos, então reunidos num só rebanho, sob um só pastor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1966)

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