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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Caminho da Perfeição: Desenvolvendo a Visão e os Poderes espirituais com segurança

No caminho da perfeição, que trilhamos quando estamos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, desenvolvemos a visão e os poderes espirituais. Da visão espiritual, fala-se muitas vezes, como sendo o sexto sentido. A Humanidade comum tem cinco sentidos, porém, todos temos o sexto sentido latente e alguns, na vanguarda, o têm desenvolvido. No passado, tínhamos só quatro sentidos desenvolvidos.

A primeira evidência do desenvolvimento do sexto sentido está na capacidade de sentir as vibrações de planos, além do físico. Quando chegamos a sentir essas vibrações, ainda que o sexto sentido não esteja desenvolvido ativamente, damo-nos conta da existência desses planos superiores e percebemos a verdade nos sistemas filosóficos que os descrevem.

Nesse caso, está a maioria dos Estudantes Rosacruzes ativos. O fato de serem Estudantes dessa filosofia já mostra que são capazes de sentir a verdade nela contida e que são, mais ou menos, sensitivos às vibrações suprafísicas.

O sexto sentido, ou visão espiritual, com que obtemos conhecimento direto dos planos superiores, é triplo. O grau mais baixo é a visão etérica que percebe a Região Etérica do Mundo Físico com as suas entidades tais como os Espíritos da Natureza. A visão etérica permite ver através de objetos físicos e observar as condições de qualquer de suas partes. Isso se aplica a todas as substâncias, exceto o vidro. O vidro não é condutor de eletricidade. Esse fato sugere uma conexão interessante entre os éteres, a visão etérea e a eletricidade. Vamos deixar esse tema à meditação dos estudantes, esperando que dela tirem proveito.

O segundo grau de visão espiritual é a Clarividência do Mundo do Desejo. Percebe o Mundo do Desejo e os Corpos de Desejos das entidades que vivem ali. Na Clarividência, um objeto aparece completo ante a nossa vista. A clariaudiência é outro meio de entrar em contato com o Mundo do Desejo, capacitando-nos a ouvir as vozes espirituais daqueles que vivem ali e compreender a misteriosa linguagem deles.

Pelo terceiro grau de visão espiritual, percebemos as realidades espirituais no Mundo do Pensamento. Aqui, entramos em contato com os Arquétipos de todas as coisas existentes. Esses Arquétipos sendo entidades vivas, falam e instruem-nos sobre eles mesmos. É difícil pôr em ordem lógica os conhecimentos obtidos desse modo, porque os percebemos como uma totalidade e não como apresentá-los em partes distintas, como no caso de nossa visão física.

A visão espiritual pode ser positiva ou negativa. A forma positiva é aquela que o estudante de uma escola oculta positiva há de desenvolver. O desenvolvimento se opera pelo despertar da Glândula Pineal e do Corpo Pituitário e, além isso, pela conservação da força criadora sexual, que deve ascender para o cérebro.

Certos exercícios fazem vibrar o Corpo Pituitário, de tal modo a desviar as linhas das forças sexuais ascendentes, fazendo-as passar pela Glândula Pineal e pelo Corpo Pituitário, formando, assim, uma ponte entre os dois. Desse modo, obtém-se a visão espiritual positiva, sob o domínio da vontade.

No Cristão Ocultista, a maior parte da corrente de força sexual flui para cima, pelo canal espinhal e pela laringe, até o cérebro e, dali, para baixo, ao coração. O Cristão Ocultista desenvolve a parte intelectual da sua natureza em maior proporção que a parte da corrente que flui para cima pelo coração e laringe, antes de chegar ao cérebro.

Já o Cristão Místico desenvolve a parte devocional da natureza, em grau maior que a parte intelectual. Ambas as formas pertencem ao desenvolvimento espiritual positivo e aumentam a visão espiritual.

O caminho negativo de desenvolvimento é o do Clarividente Involuntário ou negativo (por exemplo, o médium). Esse desenvolve sua faculdade por meio do plexo solar e do sistema nervoso simpático, em vez de fazê-lo pelo cérebro e pelo sistema cérebro-espinhal. A visão do Clarividente Involuntário ou negativo não está sob seu domínio, nem sujeita à sua vontade. Além disso, não a retém para as vidas futuras, enquanto a visão espiritual positiva, obtida pelo verdadeiro Cristão Ocultista ou Cristão Místico, retém-se para sempre.

O Cristão Ocultista e o Cristão Místico terão que obter o desenvolvimento nos dois sentidos: intelecto e coração.

O caminho negativo seguido pelo Clarividente Involuntário, ou negativo, há de ser, muitas vezes, entrar no desenvolvimento da visão espiritual positiva. Contudo não devemos, nunca, cultivar a mediunidade.

A visão espiritual e os poderes ocultos só podem ser desenvolvidos, de modo seguro, por uma vida do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade. Se desenvolvemos esses poderes, por qualquer outro motivo que não seja o da colaboração com esse grande Esquema de Evolução, estaremos em perigo. Se nosso objetivo é o desejo egoísta de obter poderes, para favorecer, exclusivamente, nossos propósitos e nossas vantagens individuais, abrimos nossa “aura” a entidades más, que nos servirão temporariamente. Breve seremos nós que teremos de servi-las. E, pior, exigirão o pagamento da dívida até ao extremo. Liquidada a dívida, o Aspirante à vida superior é ainda, muitas vezes, arrastado para baixo, aos abismos da degradação.

A vaidade, que alguém alimente por ter certo grau de desenvolvimento espiritual, pode ser a porta de entrada de Elementais na sua aura, o que, muitas vezes, produz a queda do indivíduo. Por essa razão, a Bíblia é cientificamente correta, quando nos previne contra o orgulho. Esse perigo apresenta-se de modo sério, quando trilhamos o caminho da perfeição. Os veículos do Aspirante à vida superior estão sensibilizados, quer pela vida pura, quer pelos Exercícios Esotéricos Rosacruzes que pratica. Tem que ser muito mais cuidadoso que as demais pessoas, para evitar o sensualismo de qualquer natureza, porque o arrastaria e o esmagaria com maior rapidez que a outros.

Entre os primeiros exercícios que o Estudante Rosacruz ao conhecimento direto deve praticar, está a aguda observação de detalhes, por meio do Exercício Esotérico de Observação. É verdade que a maioria tem olhos e não vê. O Estudante Rosacruz deve se exercitar na arte de observar tudo em volta, com grande minúcia, porque do outro modo, sobrevirá um conflito entre as recordações conscientes, na Mente, e as recordações subconscientes, no Corpo Vital, e isso produzirá desarmonia.

Passando pela rua, podemos melhorar nossa observação, notando, distintamente, todas as casas e seus detalhes, os jardins, o estilo da arquitetura etc. Mais tarde, deveríamos recordar esses detalhes.

O Exercício Esotérico de Observação junto com o Exercício Esotérico do Discernimento resulta em um poder enorme para o Estudante Rosacruz na prática do ensinamento Cristão: “ter olhos e ver…ter ouvidos e ouvir”.

A Concentração (aguçada pela prática dos dois tipos de Exercícios Esotéricos Rosacruzes) e os pensamentos positivos são os poderes mentais a desenvolver depois. Nessa prática há que fixar a Mente num só ponto e não permitir que se distraia. A distração destrói o poder do pensamento. A concentração cria-o e fortifica-o. O pensamento positivo alcançará sempre seu objetivo. O pensamento negativo é débil e nunca consegue grande coisa. O pensamento positivo facilitará uma Mente capaz de fazer milagres, em qualquer campo de ação, e nos concederá êxito. O pensamento negativo abre nossa aura às entidades de natureza indesejável.

O Exercício Esotérico mais importante para o Estudante Rosacruz e que deve ser praticado todas as noites é o Exercício Esotérico Rosacruz de Retrospecção.

Exercícios Esotéricos Rosacruzes superiores são a Meditação, a Contemplação e a Adoração (que dependem muito do grau em que o Estudante está no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz).

Lembrando sempre que a repetição sistemática de verdades espirituais faz com que elas se introduzam e se fixem no Corpo Vital (é por isso que o Estudante Rosacruz “estuda” constante e repetidamente o livro Conceito Rosacruz do Cosmos, ou seja: ele não só o lê). Gradualmente, farão parte do caráter, mormente se reforçados por obras. Desse modo, podemos formar o nosso caráter como quisermos, e caráter é destino.

O Estudante Rosacruz, amiúde, retarda seu progresso por alimentar ansiedade, uma forma de medo. Deve fazer as coisas que sabe serem boas; não deve ter medo do futuro. “O perfeito amor expulsa o medo” (IJo 4:18).

É necessária essa vitória sobre o medo, antes de desenvolvermos nossos poderes ocultos em geral. Se não o dominarmos, não teremos segurança para cruzar os planos invisíveis, e nem estaremos em condições para percorrer esses planos, longe da “proteção” de nossos Corpos Densos. Sentir medo é prova de que não estamos, ainda, completamente capacitados para dominar essas entidades, por conseguinte, é o primeiro grande inimigo que o Estudante Rosacruz tem de vencer.

Alguns Estudantes Rosacruzes caem no erro de desenvolver a vidência espiritual por meio de drogas, meios “disfarçados” de possessão de parte ou total do Corpo Denso por “espíritos que se dizem sábios” (ou não tanto), objetos os mais diversos possíveis e imagináveis (alguns até inimagináveis!) ou inadequados exercícios de respiração. Com o tempo, surgirão doenças ou enfermidades, muitos frutos de obsessões ou de possessão, resultado dessas práticas de caráter negativo. Desenvolvem a visão espiritual, certamente, mas com vibrações irregulares. Os que seguem essas práticas abrem sua natureza ao Mundo do Desejo inferior e às suas entidades viciosas. Os exercícios de respiração orientais não são apropriados aos ocidentais – são ótimas para os nossos irmãos e nossas irmãs que vivem no oriente desse Planeta. Algumas vezes, extraem o Corpo Vital do Corpo Denso, cortando o laço entre os centros sensoriais etéricos e as células cerebrais, produzindo a loucura. Em outros casos produzem ruptura entre o Éter de Vida e o Éter de Químico, causa frequente de tuberculose. Os Estudantes Rosacruzes devem desconfiar seriamente dessas práticas; nem sequer fazer o menor ensaio. A respiração higiênica, profunda, e boa, é recomendável.

Finalmente, o equilíbrio, em todos os planos, é o grande objetivo do Estudante Rosacruz. Esse objetivo é triplo: primeiramente, a concentração mental; em segundo lugar, o equilíbrio emocional e, por último, o poder espiritual. Todavia, ao obter tudo isso, tendo desenvolvido a visão superior e podendo abandonar seu Corpo Denso conscientemente, o Estudante Rosacruz não possui a onisciência. Está, somente, no ponto de começar sua educação nos Mundos espirituais. Ali, tem de aprender, num curso de trabalho paciente e de aplicação assídua aos problemas do novo ambiente.

Podemos nos dar conta, agora, como é tolice seguir os ensinamentos de qualquer mestre que desenvolveu, porventura, um dos três graus da visão espiritual e, talvez, de maneira imperfeita.

Tudo o que se obtém dos Mundos internos, por meio de qualquer grau de visão espiritual, tem de ser submetido à prova da lógica e do bom senso. Se não resistir a essa prova, devemos rejeitar e fazer novas investigações, antes de aceitar! Está aqui uma regra importantíssima que todo verdadeiro Estudante Rosacruz segue à risca.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de novembro/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Páscoa e a Unidade com Deus

Definimos como unidade o estado de formar uma coisa só, de estar em completa concordância e harmonia. A unidade pode ser mais bem definida como total integração.

Por causa de sua proficiência em três Exercícios Esotéricos Rosacruzes, ou três estados da Mente, Max Heindel obteve conhecimentos extraordinários e de primeira mão sobre o que realmente é a unidade. Os três estados da Mente são: a Concentração – sendo a Mente focalizada num só objeto, como através de uma lente, até que, em certo tempo, o objeto chega a ser um pensamento-forma vivo; a Meditação – precedida pela Concentração, permite a retrocessão até a origem do pensamento-forma; e a Imaginação que trabalha, dessa forma, sobre o resultado da Meditação.

A Concentração e a Meditação têm a ver, geralmente, com objetos, ou coisas externas. Após bastante prática, se atinge um grau de proficiência e estaremos então prontos a partir para o Exercício Esotérico da Contemplação, no qual a “alma vivente” do objeto nos fala. Na contemplação não há nosso esforço para “conseguir” como o caso dos dois Exercícios Esotéricos acima mencionados, e sim, a vida compreendida no objeto se nos manifesta.

Estudamos no livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” que o investigador bastante hábil no Exercício Esotérico da Contemplação fica consciente “do fato supremo de que só há uma Vida – a Vida Universal de Deus – em quem de fato e mui realmente, vivemos e temos o nosso ser”; o mineral, a planta, o animal e o ser humano, sem exceção, são manifestações de Deus.

A afirmação “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser (existimos)” aparece na Bíblia, no Livro Atos dos Apóstolos 17:28 onde o Apóstolo São Paulo argumentava com os “homens” de Atenas que gostavam demais de discutir filosofia.

Acharam a doutrina de São Paulo estranha e o chamaram de “pregador de deuses estranhos”, “homem de muitas palavras”, escarnecendo aquele que os queria ajudar “E enquanto São Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue a idolatria” (At 17:16).

São Paulo defendeu sua posição sem vacilar, proferindo esse maravilhoso discurso sobre a unidade: “Deus, que fez o mundo, sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em templos feitos por mãos de homens, dando ao homem de Sua vida, já que n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser.” (At 17:24-31).

A ideia da unidade com Deus não era tão estranha aos “homens de Atenas”, pois no século VI A.C. o profeta de Creta, Epimenides já havia dito: “n’Ele vivemos, nos movemos e existimos”. Vemos por aqui que a ideia era comum na doutrina dos Cristãos Primitivos, na antiga filosofia grega, cretense, etc.

A Filosofia Rosacruz nos propicia, porém, uma interpretação científica e clara dessa unidade. Sabemos do grande Ser que conhecemos como Cristo, que vem até nós provindo do Mundo do Espírito de Vida, e nos traz essa maravilhosa influência unificadora de planos extremamente elevados.

Antes de Cristo, não estávamos bastante adiantados para seguir a Sua voz interna, necessitando da orientação dos Espíritos de Raça, que nos conduzia a partir do nosso exterior.

Tínhamos, naqueles longínquos tempos, pouquíssimo controle sobre os nossos desejos. Assim, devemos, sem dúvida alguma, muita gratidão aos Espíritos de Raça pelo seu trabalho dedicado. Porém, tal influência é separatista, resultando em conflitos, guerras e contendas infinitas e pouco “humanas” entre nações, tribos e indivíduos. Pelo visto, muitos de nós nos encontramos, ainda hoje, de baixo da direção dos Espíritos de Raça.

Antes do advento de Cristo, as influências espirituais, que nos vinham do Sol, só nos atingiam indiretamente, via a Lua, através de Jeová e dos seus Espíritos de Raça.

O mais avançado membro da família humana, Jesus de Nazaré, preparou seus veículos inferiores (Corpo Denso e Corpo Vital) para ficar à disposição do Cristo, na Sua missão terrestre, ensejando-se um primeiro impulso espiritual direto à Onda de Vida humana. O Cristo tomou posse dos Corpos Denso e Vital de Jesus no Batismo (com total consentimento de Jesus) e, durante poucos anos ensinou, curou e, pela sua própria presença literalmente, elevou a humanidade.

Na Páscoa, morrendo na Cruz, o sangue de Cristo-Jesus conduziu o próprio Espírito de Cristo para o interior da Terra. Durante o evento, como todos sabem, a luz era tão intensa que, temporariamente, cegou a humanidade, como cegou São Paulo no caminho de Damasco, promovendo uma grande purificação do Corpo de Desejos do Planeta Terra (o Mundo do Desejo). Como resultado desse grande sacrifício, na Páscoa, o Cristo passou a ser o Espírito Planetário da Terra, trabalhando diretamente com os seres humanos. Esse trabalho de dentro para fora, cujo propósito é a unificação, liberta o ser humano, a tribo e a nação da influência separatista e ainda egoísta dos Espíritos de Raça, que até agora tanto nos ajudaram para lograrmos o desenvolvimento material de hoje.

O trabalho do Cristo, porém, realiza-se em ciclos contínuos de descida ao centro da Terra, do Natal até a Páscoa, e Ascensão para os Mundos superiores nos quais Ele renova Sua força, com a qual deverá rejuvenescer e descristalizar a Terra e todas as Ondas de Vida que aqui habitam. Esse sacrifício continuará ano após ano, até a humanidade ficar liberta das forças tendentes a dividi-las. Quando isto acontecer, seremos guiados pelo Cristo Interno e estaremos formando, através de vidas de serviço e pureza, os nossos Dourados Mantos Nupciais, compostos dos dois Éteres Superiores, o Corpo-Alma

Quando, finalmente, um suficiente número de membros da Onda de Vida humana tenha se purificado ao ponto de poder levitar a Terra, nós O encontraremos nos Éteres. Ali habitaremos conscientes da unidade com o Espírito Divino, que interpenetra não somente o nosso Sistema Solar, mas também o espaço interestelar e muitos outros Sistemas Solares.

O museu astronômico de Mount Wilson, em Los Angeles, California, EUA parece-se com uma igreja. E é isso mesmo que poderia ser. As reproduções do Sol, das estrelas e as galáxias mais distantes, inspiram reverência. Há a possibilidade de se sentir a presença do Espírito Divino, quando admirando e meditando sobre a beleza magnífica dos corpos estelares.

Considerando esses pensamentos ocorre-nos a real grandeza do macrocosmo, Deus, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

Somos expressões em miniatura desse Ser Divino! “Como é em cima, assim é em baixo”. “Como em baixo, assim em cima”. Não é o microcosmo, ser humano, um tipo, em miniatura do macrocosmo Deus? Não há a mesma qualidade divina tanto em Deus como no ser humano? Consideremos a relação entre a semente que temos em nossa mão e uma árvore. Seguramente, nós temos uma árvore em potencial. Essa é a mesma relação entre o ser humano e Deus: o potencial está latente. Que unidade maravilhosa temos, realmente com Ele, no qual “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz Março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

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Calendário: Fraternidade Rosacruz em Campinas/SP/Brasil–2021–Agosto

Para saber qual é o Trabalho Cósmico do Cristo em cada parte do ano, clique aqui
Para esse Mês Solar tome como material para os seus Exercícios Esotéricos: Senhor Cristo reconstrói o Seu Corpo Espírito de Vida
Para saber que Signo a Lua está em cada dia desse mês, e daí saber as partes do Corpo, clique aqui
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Os Preceitos do Estudante da Fraternidade Rosacruz, o Estudante Rosacruz

  1. Cristo-Jesus será seu ideal;
  2. Recordando a exortação de Cristo: “que o maior entre vós seja o servo de todos”, então se esforçará diariamente por servir seu semelhante, em qualquer oportunidade que se apresente, com amor, simplicidade e humildade;
  3. Tendo fé inquebrantável na Sabedoria e Bondade de Deus, então trabalhará de acordo com a Lei de Evolução, procurando falar, atuar e ver somente o Bem nas relações diárias com os seus semelhantes e com tudo que o rodeia;
  4. Sendo a Verdade, a Honestidade e a Justiça qualidades fundamentais da Divindade Interior, então procurará expressá-las em todos os pensamentos, palavras e ações;
  5. Sabendo que suas condições atuais são o resultado das ações que praticou no passado e que pode construir o seu futuro destino, melhorando-o por meio de uma atuação reta no presente, então não deverá invejar ninguém, dedicando, pelo contrário, suas aspirações a exercitar a prerrogativa divina do Livre Arbítrio que possui, lançando desde já boas sementes para o amanhã;
  6. Considerando que o silêncio, em verdade, é um dos maiores auxiliares para o crescimento da alma, então procurará sempre que, no ambiente onde se encontra, predomine a paz, a harmonia e a calma;
  7. Sendo a autossuficiência uma virtude fundamental para o Aspirante Espiritual, então fará o possível por praticá-la tanto por meio de seus pensamentos como de seus atos;
  8. Sabendo que a Divindade Interior é o único Tribunal Real da Verdade, então se esforçará para estabelecê-lo, submetendo todos os assuntos ao seu veredicto final;
  9. Reservará, todos os dias, um certo período à Meditação e à Oração procurando se elevar nas asas do Amor e da Sublime Aspiração ao próprio Trono do Pai;
  10. Sabendo que o fracasso reside apenas em deixar de lutar ante qualquer obstáculo, então procurará paciente e persistentemente atingir o alvo proposto, procurando realizar os elevados ideais ensinados por Cristo por meio da sua vivência diária.
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Vivendo uma Vida Espiritual: Exercícios Importantes e Necessários

Vivendo uma Vida Espiritual: Exercícios Importantes e Necessários

O que devemos fazer para viver uma vida espiritual? Neste artigo consideraremos alguns dos exercícios que são importantes para o indivíduo que deseja viver uma vida espiritual. Na introdução do livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” lemos: “O ser humano que percebe a sua ignorância deu o primeiro passo na direção da sabedoria. O caminho que leva ao conhecimento de primeira mão, não é fácil. Nada realmente valioso se consegue sem esforço persistente. Nunca é demais repetir que não existem tais coisas como especiais dons naturais ou “sorte”. Tudo o que qualquer pessoa é ou tem é o resultado de esforço. O que a alguém falta em comparação com outros está latente dentro de si mesmo e susceptível de desenvolvimento por métodos apropriados”.

“Se o leitor, tendo compreendido esta ideia completamente, se interrogasse sobre o que deveria fazer para obter o aludido conhecimento de primeira mão, a história a seguir pode servir para imprimir essa ideia, que é a ideia central em ocultismo: “Um jovem, certa vez, procurou um sábio e perguntou-lhe, “Senhor o que devo fazer para me tornar sábio? O sábio não se dignou dar resposta. O jovem depois de repetir esta pergunta algumas vezes, com o mesmo resultado, foi-se embora, por fim, para voltar no dia seguinte com a mesma pergunta. Novamente nenhuma resposta recebeu e o jovem retornou no terceiro dia, ainda repetindo a sua interrogação, “Senhor, o que devo fazer para me tornar sábio?”.

“Finalmente o sábio voltou-se e desceu na direção dum rio próximo. Entrou na água e convidou o jovem a segui-lo. Após ter chegado a uma determinada profundidade, o sábio segurou o jovem pelos ombros e empurrou-o para debaixo da água a despeito de seus esforços para se libertar. Não obstante, após certo tempo deixou-o vir à tona e quando o jovem já tinha recobrado a respiração, o sábio perguntou-lhe: “Filho, quando estavas debaixo da água o que é que anelava mais intensamente? “O jovem respondeu sem hesitação: “Ar, ar! Eu queria ar.”

“Você não preferiria antes ter tido riqueza, prazer, poder ou amores, meu filho? Não pensou em nada disto? Inquiriu o sábio.

“Não, Senhor! Eu queria ar e só pensava em ar”, veio a resposta imediata. “Então”, disse o sábio, “para se tornar sábio você deve desejar Sabedoria com tão grande intensidade como agora desejou ar. Deve lutar por ela com exclusão de qualquer outra finalidade na vida. Ela deve ser sua única aspiração dia e noite. Se procurar ser sábio com tal fervor, meu filho garanto-lhe que o será.”

Aqueles que querem viver uma vida espiritual devem procurá-la da mesma maneira que o pobre rapaz procurava ar. Devemos querê-la com toda a nossa vontade.

Há algumas coisas que devemos conservar em mente em relação com os exercícios espirituais e com a prática duma vida espiritual. Nós estamos desejando integrar-nos numa escola Cristã de ocultismo. Uma das mais importantes virtudes do ocultismo ocidental é a confiança em si próprio. Existe, todavia, um paradoxo. Somos instados a cultivar a confiança em nós próprios, e, no entanto, ao mesmo tempo, dizem-nos que Cristo é o poder por detrás de tudo que fazemos. Muitas pessoas, na realidade, nunca pensaram sobre isto. Contudo, temos que pensar acerca desse paradoxo se quisermos viver uma vida espiritual: vamos tentar fazer tudo que nos for possível por nós próprios, mas ao mesmo tempo não podemos fazê-lo sozinhos.

Existe uma solução simples para esse paradoxo. Muitas pessoas encaram Cristo só como uma pessoa fora de nós. Quando estudamos ocultismo ocidental, porém, nós descobrimos que há algo mais poderoso do que simplesmente o Cristo externo. É verdade que Ele existe em todo o mundo. Como está escrito no Evangelho de S. João: “Eu sou a videira e vós os ramos”. A mesma seiva que corre através da videira corre também pelos ramos.

As pessoas que aspiram a viver uma vida espiritual descobrem que despertaram dentro de si mesmo, exatamente o ideal a que aspiram. Cristo disse: “Procurai primeiro o Reino dos Céus,” e Ele disse que o Reino dos Céus está dentro de nós. Do mesmo modo, Cristo está dentro de todos e cada um de nós. O Poder e a Força com os quais cada indivíduo pode obter confiança em si próprio vêm de Cristo.

Aquilo a que estamos aspirando com a ajuda da confiança em nós próprios é a mesma coisa que nos ajudará a obter a autoconfiança. Cristo é a força e o poder por detrás de nossas atividades espirituais. Os indivíduos que aspiram à compreensão do Cristo dentro de suas próprias almas terão o amparo, o apoio e a força necessários para obter essa autoconfiança e serem os indivíduos que querem ser — e não aquilo que o mundo tenta fazer deles.

O que podemos então fazer para nos tornarmos mais espirituais?

Podemos começar com três passos, o primeiro dos quais é o pensamento. A nossa capacidade de pensamento é a ponte entre os mundos espiritual e material. Através de nosso pensamento podemos pôr em contato tanto a parte interna como externa do ser humano. Assim devemos começar por compreender Cristo em nossos pensamentos. Nós estudamos, vemos, escutamos. Obtemos e criamos ideias. Estudamos o Conceito e tentamos compreender o Cristo como um poder cósmico espiritual.

Começamos a compreendê-lo em pensamento. Compreendemos que Ele é um Ser cósmico. Ele veio à terra para fazer algo pela humanidade. Quando o compreendermos mentalmente, daremos um grande passo na vivência duma vida espiritual.

Todavia, isto não é suficiente. Devemos também sentir. Nossos pensamentos, em certo sentido, atingem o cosmos e atraem as coisas para baixo na nossa direção, ou penetram no mundo e extraem as coisas para nós. Nossos sentimentos vêm de nossos corações, de dentro de nós. Então consideramos nossos pensamentos — nossas ideias sobre o que Cristo representa, nossas ideias sobre o que significa viver uma vida espiritual — e tentamos impregná-los com os nossos próprios sentimentos. “Como o ser humano pensa assim é no seu coração”.

Max Heindel nos diz que o desejo é a mola propulsora da ação. O próximo passo, portanto, é a ação. Quando pensamos a respeito de algo e impregnamo-lo com nossos sentimentos, estamos prontos a pô-lo em ação. De que nos vale demonstrar amor se não o sentimos? Essas coisas, então, são as molas mestras da atividade humana: o modo como pensamos; o modo como sentimos; o modo como agimos. Se vamos compreender o que Cristo significa para nós sob o ponto de vista espiritual, temos que pensar nele, senti-lo e temos que agir como Ele agiu.

A capacidade do ser humano para viver uma vida espiritual é proveniente do sacrifício de Cristo, a dois mil anos atrás. Em virtude do poder que Ele infundiu no mundo, o ser humano tem-se tornado cada vez mais forte em sua individualidade. Em virtude de sua individualidade espiritualizada, ele pode, como Cristo disse: “Alegrai-vos, porque Eu venci o mundo”. Cristo deu-nos o poder com que podemos vencer o mundo: não deixar o mundo, mas vencê-lo e espiritualizá-lo — para o transformar.

Daqui damos outro passo para compreender e crescer na vida espiritual. Este exercício deve ser feito ao mesmo tempo em que se intentam os outros. Chama-se Retrospecção. Os alquimistas aqueciam os metais no fogo do cadinho e de todas as vezes tiravam as escórias. Isto era um processo de purificação. Os metais eram então muito puros. O nosso corpo é um cadinho e o fogo que ateamos sob ele é a consciência. A Retrospecção, que fortalece a consciência, é parte de nosso processo de purificação.

Para que os indivíduos possam tornar-se canais efetivos para as forças espirituais, devem ser purificados. A Retrospecção é um exercício que cada pessoa pode usar para tornar seus pensamentos, sentimentos e ações mais puros. A Retrospecção é um exercício sugerido à Max Heindel pelos Irmãos Maiores, mas não pode ser considerado, de maneira nenhuma, um exercício novo. Era usado na Escola Pitagórica como um guia seguro para a autocompreensão. A Igreja Católica tem-no praticado há longo tempo sob o nome de “Confissão”. A Retrospecção, na Escola Rosacruz é, porém, um pouco mais científico.

É feito à noite, antes de dormir. O indivíduo relembra os acontecimentos do dia em ordem inversa, desde a hora em que se deitou até à hora em que acordou de manhã.

Nós devemos, como São Paulo disse, “morrer diariamente”. A Retrospecção é um método de morrer diariamente. Se morrermos diariamente, sob o ponto de vista do Espírito, adquiriremos a capacidade de viver. Cristo morreu e Ele viveu. Ele foi ressuscitado através do poder da morte e ficou mais forte em virtude dele. Com isto queremos dizer que através de Sua capacidade em aceitar a morte e fazê-lo voluntariamente, Ele foi capaz de usar as forças criadas pelo morrer e transmutá-las no poder de viver, só que em grau mais elevado. Cada vez que nos deixamos morrer para um velho hábito que seja de natureza negativa e o vencemos, o poder que tinha sobre nós é transformado no poder de fazer o Bem, de forma ainda melhor. Através do morrer, transmutamos o velho poder em novo poder que é vida. Tal como São Paulo fazia quando morria diariamente.

A seguinte citação do livro de George McDonald “A Chave de Ouro” é uma excelente ilustração desse ponto.

“Vós que sentistes o gosto da morte”, disse o ancião, “como é ele?”

“É bom”, disse Mossy “, é melhor do que a vida”.

“Não”, disse o ancião; “é só mais vida”.

Quando revisamos os acontecimentos em ordem inversa, estamos seguindo um padrão cósmico. Após a morte, o indivíduo revê o panorama de sua vida em ordem oposta, desde que morreu até a data de seu nascimento. Este desenrolar tem um efeito poderoso sobre seus veículos espirituais. Se ele revê os acontecimentos do dia em ordem oposta, como no panorama da vida, liberta forças internas e purifica seus veículos. É verdade que “um vaso sujo não pode conter água pura e saudável”. Nós devemos, no fim de contas, purgar-nos de tudo que for negativo, lenta, mas seguramente.

Se fizermos a Retrospecção corretamente, aprendemos a sentir em nossos corações o perdão aos nossos inimigos. Do mesmo modo, aprendemos a reconhecer o que fizemos de mal. Isto é um dos mais poderosos argumentos a favor da Retrospecção. Nós não sentimos somente dor pelas coisas erradas que fizemos. Também tentamos sentir o que a outra pessoa sentiu. Além disso, tentamos sentir o bem que fizemos, por pouco que tenha sido. Se fizermos algo que possa ter dado a alguém felicidade, tentamos senti-la. Nós experimentamos como ela se sentiu em sua satisfação.

O fato importante é que o exercício é impessoal. Quando estamos sentindo o que outra pessoa sentiu, estamos pensando em outrem e não em nós próprios. Eis uma das razões porque o exercício é importante. Quando pensamos no próximo, começamos a compreendê-lo.

A Retrospecção é um exercício para uma vida inteira. Quanto mais fazemos este exercício, mais desenvolvemos a nossa capacidade de conhecer as pessoas que nos rodeiam. Quanto mais puros nos tornemos, mais claras veremos as coisas.

Além da purificação, este exercício traz-nos muitos benefícios. A falta de Concentração é, talvez, para qualquer de nós, a coisa mais difícil de dominar. A despeito das dimensões de nossos corpos físicos, nossas mentes ainda flutuam lá longe nas nuvens. A Concentração, no mundo ocidental, é uma das coisas mais difíceis de conseguir. Por quê? Sabê-lo-emos se olharmos à roda de nós próprios. Na televisão, por exemplo, de instante a instante surge um comercial. Os jornais com os seus muitos artigos superficiais em suas páginas — na escola somos obrigados a aprender inúmeros pequenos fatos e informações.

Esse tipo de dispersão vai insidiosamente enfraquecendo a capacidade do ser humano se concentrar. Devemos fazer tudo que nos seja possível para combater isso. A ideia dos exercícios espirituais é que obtenhamos controle sobre nós próprios, que aprendamos a não permitir que circunstâncias exteriores controlem nossas vidas. Quando seguimos os acontecimentos do dia em ordem inversa, durante a Retrospecção, tal prática exige Concentração. A mente torna-se mais perspicaz. A Concentração, então, é um dos benefícios paralelos da Retrospecção. É difícil no início, mas quanto mais uma pessoa persiste, mais capaz se tornará. A palavra-chave de todo o exercício espiritual é a persistência.

Quantas pessoas têm uma memória fraca? As nossas memórias também estão sendo seriamente enfraquecidas. Estamos tão imbuídos com a ideia de que devemos ser como gravadores e computadores que nos esquecemos de nossa própria humanidade. Em consequência, nossas memórias tornam-se gradualmente enfraquecidas. A memória não é uma fita de gravação. A memória é uma coisa viva.

A Retrospecção trabalha sutilmente na memória. Esta não é mais simplesmente um repositório de conceitos intelectuais. Devemos também lembrar os sentimentos que circundam nossas ações. Devemos lembrar as ações em si e os pensamentos por detrás delas. No pensamento temos a razão por que fazemos alguma coisa. No sentimento, temos o incentivo para a ação que cometemos. Então, finalmente, temos a ação. A pessoa que persistir no exercício da Retrospecção, verificará como sua memória se torna mais aguda e clara. Ele não mais verá o mundo em esboços vagos e nebulosos ou com a consciência normalmente confusa, ao contrário, o mundo físico começará a ter mais sentido, a ser mais claro. Nós só vemos o mundo claramente, quando é claro o nosso interior.

Um outro benefício paralelo é a organização — algo que, frequentemente, achamos muito difícil. Nos negócios pode ser que seja fácil nos organizarmos, mas para organizar nossas vidas requer-se uma grande faxina. Na Retrospecção também aprendemos organização porque, novamente, também temos de seguir uma sequência.

A Retrospecção ajuda a organizar a memória consciente em relação à memória subconsciente.

Se começarmos conscientemente a controlar nossas vidas e tentar ver tão claramente quanto possível aquilo em que o nosso procedimento foi correto e não mais tentar justificar-nos relativamente às coisas erradas que fizemos, a verdadeira memória que faz parte de nosso Corpo Vital, começará a organizar-se com a consciência. Nós, afinal, teremos mais controle sobre nossos impulsos subconscientes. Muito de nossas vidas é controlado por pensamentos reprimidos e indisciplinados. Purificando-nos, lenta mas seguramente, desses pensamentos e organizando a nossa maneira de pensar, podemos começar a viver melhores vidas espirituais. Podemos, também, fazer a Retrospecção de acontecimentos de dias e anos passados, encará-los e saber o que significam exatamente. Isso também nos ajudará a purificar-nos, permitindo que Cristo faça em nós sua morada.

O próximo exercício a considerar é a Meditação, uma palavra não muito usada nos dias atuais a não ser combinada com uma moldura oriental de referência. Todavia, os verdadeiros fundamentos do Cristianismo têm a sua base na Meditação. A Meditação e a oração são as duas coisas que ajudaram os monges a obter o discernimento espiritual que lhes era peculiar. Mas, agora, fora da Meditação transcendental e de alguns exercícios de ioga, a Meditação, sob o ponto de vista ocidental é quase inexistente.

A Meditação inclui uma forma muito mais profunda de pensar e de sentir do que o que estamos habituados. Existem muitas experiências individuais de Meditação que não podem ser definidas, mas os seus benefícios rapidamente se tornam óbvios, nas vidas daqueles que a praticam.

A Meditação, podemos dizer, é a Concentração sobre uma ideia, em tal grau, que a sentimos como uma ideia externa e, simultaneamente, como uma realidade interna. Uma pessoa pode meditar numa frase como “Deus é Luz” ou “Deus é Amor”. Existe muito poder nessas frases que pode seguramente dar uma força interna para enfrentar a vida.

Uma pessoa pode meditar sobre uma frase elevada, como as que se encontram na Bíblia ou em livros devocionários. Essa não é a espécie de Meditação através da qual obtemos sabedoria. Em vez disso, ela é uma Meditação de suporte, de amparo, de apoio — a Meditação que nos dá o poder e a capacidade de viver no mundo físico ao mesmo tempo que estamos sintonizados com o mundo e a vida do Cristo.

A Meditação para ser eficiente, porém, não deve ser praticada irregularmente. A persistência é a chave. Devemos fazê-la todos os dias, se queremos tirar algum benefício.

Deve-se reservar uma determinada hora diariamente, de maneira disciplinada, para fazer a Meditação. A disciplina está na base duma vivência espiritual efetiva. Sem disciplina não teríamos arte ou música, nem roupas ou mobílias. Para adquirir disciplina na Meditação, devemos efetuá-la à mesma hora, diariamente. Uma vez de manhã e uma vez antes de deitar são boas horas para fazê-lo — mais particularmente de manhã, que é quando precisamos de mais força.

A visualização é também importante na compreensão de certos conceitos. Por exemplo, nós podemos imaginar uma rosa e visualizá-la. Isso pode ajudar no controle da imaginação, que é, também, muito descontrolada, atualmente. Quando meditamos, pela primeira vez, muitas figuras, imagens e ideias podem passar por nossas mentes como água por uma peneira. Se persistirmos, porém, podemos, gradualmente aprender como reter um pensamento particular. Para algumas pessoas as frases funcionam muito bem. Outras são mais visuais, portanto para elas as visualizações funcionam muito bem. Através da visualização, pode-se criar certos sentimentos e efeitos sutis. Quando meditamos sobre a rosa branca, por exemplo, começamos a ter consciência da pureza da planta e a alcançar o significado de nossa própria pureza potencial.

É claro que devemos meditar sobre coisas nobres. Podemos meditar sobre Cristo, visualizando-o curando os doentes, e sentindo dentro de nós essa Sua força curativa. Podemos visualizá-lo na ressurreição quando ele veio para junto de Seus discípulos e sentir que o poder que nos sustem está ali. O importante é que escolhamos assuntos que ajudem a elevar as nossas vidas e que chamem a nossa atenção, durante esses momentos, para o caminho que leva a Deus.

Com a Meditação, plantamos sementes para o futuro. O desenvolvimento do ser humano é muito sutil. Não mudamos de uma dia para o outro. As nossas vidas têm sido endurecidas através dos anos com muitas tendências cristalizantes. Vivemos num mundo físico que basicamente não compreende a alma do ser humano e frequentemente a nega. Vivemos num mundo onde a tecnologia, gradativamente, está tomando conta do desenvolvimento da consciência do ser humano. Agora existem máquinas que, nos dizem “vou ajudá-lo a se desenvolver espiritualmente”. É impossível que máquinas façam isso. Elas podem fazer algo por nossa natureza psicológica, mas não podem fazer-nos crescer espiritualmente. Espiritualidade é um assunto do Espírito manifestando-se através da consciência, e nenhuma máquina pode acordar o Espírito em quem quer que seja, a menos que o faça através do sofrimento. Então o Espírito clama.

Pela Meditação, vamo-nos lentamente afastando de todas as coisas artificiais que temos edificado através de nossas vidas. Pode ser que, por vezes, meditemos sobre algo durante meses e nada aconteça. Mas depositamos a semente e um ano mais tarde, ou mais ou menos talvez, subitamente nós podemos perceber e experimentar o sentimento que estávamos perseguindo.

A intenção dos exercícios espirituais, então, não é fazer-nos retirar do mundo, mas tornar-nos melhores pessoas. Que bem colhemos em fazer os nossos trabalhos no mundo se não há nenhuma força de espírito por traz de nossos esforços? A Meditação dá-nos a força para suportar o mundo físico — e nós devemos sofrê-lo. Estamos aqui para ficar muito tempo e temos muitas lições para aprender. Não podemos fazê-lo sozinhos. Devemos sintonizar-nos com as forças espirituais que nos deem a força para ser como Cristo. “Pois no mundo haveis de ter tribulações; mas alegrai-vos, pois eu venci o mundo”.

A Meditação, a Retrospecção e a atenção aos nossos pensamentos, sentimentos e ações são os meios pelos quais seremos amparados para vencer o mundo físico e quebrar as cadeias que nos sujeitam. Devemos fazer a Retrospecção antes que possamos colher os benefícios da Meditação. Precisamos de purificação porque, se meditamos sem estar purificados, chamamos a nós forças espirituais que só intensificarão nossa impureza. Assim, antes de nos dedicarmos francamente à Meditação, é aconselhável a prática de, pelo menos, seis meses de Retrospecção.

A nossa consciência é como um campo. As terras foram-nos dadas por Deus, mas depende de nós cultivá-las. Isto é o que estes exercícios fazem. Primeiro fazemos a Retrospecção e aramos o campo. Livramo-nos dos pedregulhos e das ervas daninhas. Preparamos um bom solo e regamo-lo. Então, através da Meditação, plantamos as sementes, fileira por fileira. E, lenta, mas seguramente as sementes começam a produzir fruto. É lento, mas seguro. Novamente, a persistência é a palavra-chave.

Em conclusão, devemos reiterar que as coisas espirituais não são uma fuga. A Meditação não é para ser algo com o qual se fuja do mundo. O mundo ocidental tem de fazer como Cristo fez: vencer o mundo e não deixá-lo, ou escapar dele. Assim, a Meditação, a Retrospecção e os outros exercícios espirituais são processos que usamos para fortalecer-nos, para nos amparar e dar-nos a força para vencer o mundo físico e ingressar no mundo espiritual.

 (Publicado na Revista Serviço Rosacruz de abril/1978 – Fraternidade Rosacruz – São Paulo – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por Ger Westenberg

A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.

Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado.

O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: “fazer convergir para um centro”. Outra definição, esta aplicável à química, é: “reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor”.

Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento.

Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos.

Há 4 meios de você acessar esse Livro:

1. Em formato PDF (para download):

Curso para Auxiliar o Exercício Concentração – Coletado por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil – audiobook

3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured

aqui:

Curso para Auxiliar o Exercício de Concentração – Coletado por por Ger Westenberg – Fraternidade Rosacruz Campinas – SP – Brasil – videobook

4. Para estudar no próprio site:

CURSO PARA AUXILIAR O EXERCÍCIO DE CONCENTRAÇÃO

Textos Organizados por

 Ger Westenberg

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

originais fornecidos e autorizados pelo próprio autor da Rosicrucian Fellowship Center de Amsterdam, Holanda, nos idos 1920, coletado por Ger Westenberg.

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

PREFÁCIO

PRIMEIRA LIÇÃO – Para a primeira semana

SEGUNDA LIÇÃO – Para a segunda, terça e quarta semanas 

TERCEIRA LIÇÃO – Para a quinta semana

QUARTA LIÇÃO – Para a sexta semana

QUINTA LIÇÃO – Para a sétima semana

SEXTA LIÇÃO – Para a oitava semana

SÉTIMA LIÇÃO – Para a nona semana

OITAVA LIÇÃO – Para a décima semana

NONA LIÇÃO – Para a décima-primeira e décima-segunda semanas

DÉCIMA LIÇÃO – Para a décima-terceira semana

DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO – Para a décima-quarta semana

DÉCIMA SEGUNDA LIÇÃO – Para a décima-quinta semana

DÉCIMA TERCEIRA LIÇÃO – Para a décima-sexta semana

DÉCIMA QUARTA LIÇÃO – Para a décima-sétima semana

PREFÁCIO

A concentração consiste em enfocar o pensamento num só objeto. É o meio pelo qual construímos uma imagem clara, objetiva e vivente da forma, acerca da qual desejamos adquirir conhecimento.

Concentração é uma palavra que confunde a muitos, e que só tem significado para poucos. Por isso tentaremos esclarecer o seu significado. O dicionário dá várias definições, todas aplicáveis à nossa ideia. Uma delas é: ‘fazer convergir para um centro’. Outra definição, esta aplicável à química, é: ‘reduzir à máxima pureza e intensidade, removendo os constituintes sem valor’. Aplicadas ao nosso problema, uma das definições acima nos diz que se fizermos convergir os nossos pensamentos para um centro, para um ponto, aumentamos o seu vigor, sob o mesmo princípio pelo qual o poder dos raios solares aumenta quando focalizados num ponto através de uma lente de aumento. Eliminando na ocasião todos os outros assuntos de nossa Mente, a força total do nosso pensamento fica disponível para ser usada em atingir o objetivo, ou para resolver o problema sobre o qual nos concentramos. Podemos, pois, ficar tão absorvidos em nosso tema que se um canhão fosse disparado acima de nossa cabeça não o ouviríamos. Há pessoas que ficam tão perdidas na leitura de um livro que se esquecem de tudo o mais. O Aspirante à visão espiritual deve adquirir a faculdade de se tornar igualmente tão absorvido na ideia sobre a qual se concentra que possa excluir o mundo dos sentidos da sua consciência, e assim dar toda a sua atenção ao mundo espiritual. Quando aprender a fazer isso, verá o lado espiritual de um objeto ou de uma ideia, iluminado pela luz espiritual, e assim obterá um conhecimento da natureza interna das coisas como jamais foi sonhado por um ser humano mundano.

Atingido esse ponto de abstração, os centros de percepção do Corpo de Desejos começam a girar lentamente dentro do Corpo Denso, tomando, portanto, seus próprios lugares. Com o tempo isto se tornará cada vez mais definido, necessitando cada vez menos esforço para pô-los em movimento.”

“Na vida corrente o Ego está dentro de seus Corpos, dirigindo suas forças para o exterior. Toda a vontade e energia humanas estão empenhadas na tarefa de dominar o mundo externo. Em nenhum momento ele é capaz de livrar-se das impressões do ambiente externo e trabalhar livremente sobre si mesmo nas horas de vigília. Porém durante o sono, quando se apresenta essa oportunidade, porque o Corpo Denso perde a consciência do mundo, o Ego fica fora dos seus Corpos. Se o ser humano tiver que agir sobre os seus veículos, há de ser quando esteja alheio ao mundo externo, como no sono, contanto que o espírito permaneça dentro e no pleno controle de suas faculdades, como sucede nas horas da vigília. Enquanto não obtiver esse estado é impossível ao Espírito atuar internamente e sensibilizar devidamente os seus veículos.

Tal estado é a concentração. Quando a pessoa nela se submerge, seus sentidos ficam inativos, aparentemente na mesma condição que no sono profundo, se bem que o espírito permanece dentro, plenamente consciente. A maioria das pessoas já experimentou esse estado, pelo menos em certo grau, quando absorvidas na leitura de algum livro. Em tais ocasiões vivem as cenas descritas pelo autor, e perdem toda noção do seu ambiente. São insensíveis a todo som, às palavras que lhes dirigem e a tudo que as rodeia. Contudo, estão plenamente conscientes do que leem do mundo invisível criado pelo autor, vivendo neles e sentindo o bater dos corações dos diferentes personagens da narrativa. Não estão independentes, mas sim ligados à vida que alguém criou para elas no livro.

O Aspirante à vida superior cultiva a faculdade de absorver-se à vontade em qualquer assunto que escolha, ou melhor, geralmente não num assunto, mas num simples objeto que ele mesmo imagine.”

“A primeira prática a efetuar-se é a fixação do pensamento em um ideal e assim mantê-lo, sem permitir que se desvie. Tarefa sumamente difícil, ela deve ser realizada regularmente pelo menos até que se possa alcançar algum progresso. O pensamento é o poder que empregamos na formação de imagens, cenas, pensamentos-formas, de acordo com as ideias internas. É o nosso poder principal, e temos de aprender a mantê-lo sob nosso absoluto controle de modo a produzirmos não absurdas ilusões induzidas pelas circunstâncias exteriores, mas sim imaginações verdadeiras geradas pelo espírito, internamente.

Os céticos dirão que tudo é imaginação, mas, como já vimos antes, se o inventor não imaginasse o telefone, etc., não possuiríamos tais coisas. De modo geral suas imaginações não foram corretas ou certas no início. Se o tivessem sido, os inventos teriam funcionado com todo o êxito desde o princípio, sem aqueles muitos fracassos e experiências aparentemente inúteis que quase sempre precedem o aparecimento de um instrumento ou máquina utilitária e prática. Tampouco é correta a princípio a imaginação do ocultista novato. A única maneira de imaginar-se corretamente é conseguida pela prática ininterrupta, dia após dia, exercitando-se o pensamento, pela vontade, a manter-se enfocado sobre um assunto, objeto ou ideia, excluindo tudo o mais. O pensamento é um grande poder que costumamos desperdiçar. Permitimo-lo fluir sem qualquer objetivo, do mesmo modo que a água se despeja no precipício sem aproveitamento na movimentação de uma turbina.

Os raios do Sol difundidos sobre a superfície da Terra produzem apenas um calor moderado. Contudo, se alguns poucos forem concentrados através de uma lente, serão capazes de produzir fogo no ponto focal.

A força do pensamento é o meio mais poderoso para obter-se conhecimento. Se for concentrada sobre um assunto, abrirá caminho através de qualquer obstáculo e resolverá o problema. Possuindo-se quantidade necessária de energia mental, nada existe que esteja além do poder da compreensão humana. Enquanto a desperdiçamos, é uma força de pouca utilidade, mas tão logo estejamos prontos a enfrentar as dificuldades para dominá-la, todo conhecimento poderá ser nosso.

Ouvimos com frequência pessoas exclamarem petulantemente: “Oh! Não posso pensar em cem coisas ao mesmo tempo! “. Na realidade era exatamente isso o que estavam fazendo e que lhes causou o aborrecimento de que se queixam. As pessoas vivem pensando constantemente em cem coisas diferentes daquela que têm em mãos. Todo êxito é alcançado através da concentração persistente no objetivo desejado.

Isto é algo que o Aspirante à vida superior deve aprender positivamente. Não há outro caminho. A princípio se achará pensando em tudo quanto há debaixo do Sol, ao invés de pensar no Ideal sobre o qual tenha decidido concentrar-se, mas isso não deve desanimá-lo. Com o tempo verá que já é mais fácil cerrar os sentidos e manter firmemente os pensamentos. Persistência, persistência, sempre PERSISTÊNCIA e vencerá por fim. Sem ela, entretanto, não pode esperar resultado algum. Não será de nenhuma utilidade fazer os exercícios duas ou três manhãs ou semanas, e deixar de fazê-los por outro tanto tempo. Para serem eficazes devem ser praticados fiel e ininterruptamente todas as manhãs.

As imagens produzidas pelo Aspirante serão a princípio obscuras e de fraca semelhança, mas depois, pela concentração, poderá evocar imagens mais reais e viventes do que as coisas do Mundo Físico.”

“Quando o Aspirante estiver apto a formar tais imagens, e já conseguindo manter a Mente sobre as imagens assim criadas, poderá tentar o desaparecimento súbito da imagem, mantendo a Mente firme, sem pensamento algum, esperando o que possa surgir nesse vazio.

Talvez nada apareça durante muito tempo, mas o Aspirante deve ter o cuidado de não criar visões por si mesmo. Se a prática for seguida fiel e pacientemente todas as manhãs, chegará o dia em que no momento que faça desaparecer a imagem, o Mundo do Desejo que o rodeia abrir-se-á aos seus olhos internos como num relâmpago. A princípio pode não ser mais do que um mero vislumbre, contudo não deixa de ser um sinal daquilo que virá mais tarde, sempre que o deseje.”

Só depois de ter praticado a Concentração durante algum tempo, enfocando a Mente sobre um objeto simples, construindo um pensamento-forma vivente por meio da faculdade imaginativa, o Aspirante pode aprender pela Meditação tudo o que se refere ao objeto assim criado. Se assim não o fizer, será infrutífero tentar executar o exercício de Meditação!

Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil

PRIMEIRA LIÇÃO – Para a primeira semana

Selecione um lugar adequado onde possa ficar sem ser perturbado por 15 minutos. Sente-se calmamente e foque sua Mente em um pensamento agradável. Deixe um relógio, um bloco de notas e uma caneta perto de você. Anote exatamente o momento que iniciar. Feche seus olhos, pense sobre o assunto escolhido e tente não se esquecer dele. Você irá observar no menor tempo que pensará em outra coisa.

Faça três colunas verticais no papel e escreva na primeira coluna o assunto no qual está concentrado, na segunda coluna o tempo decorrido, e na terceira coluna o que você pensou quando descobriu que estava pensando em algo diferente.

O assunto da ConcentraçãoTempo decorridoPensamento diferente do assunto
InícioFinal
Árvore8h208h21Sapato

Você deverá repetir esse exercício várias vezes, no entanto quando tiver uma dor de cabeça deverá parar por um tempo.

Para essa primeira experiência, o assunto no qual irá se concentrar deve ser simples e insignificante, por exemplo uma moeda, uma caneta, uma folha ou uma simples flor. Você deve mudar o assunto de tempo em tempo.

Avalie sua anotação no final da semana, e você irá chegar à conclusão de que sua concentração sempre foi limitada por uma das seguintes razões: impaciência, medo de alguma coisa, falta de clareza, inquietação física, dor de cabeça, clareamento do seu pensamento, distúrbios externos, etc.

Você, então, perceberá que seus pensamentos são inquietos e reagem rapidamente a cada distúrbio do exterior e de seu corpo, de forma que eles (os pensamentos) deixam o assunto da concentração e chamam a atenção para outras coisas.

É normal o principiante fazer um esforço para manter o assunto da concentração com todas as forças, trazendo o pensamento sobre o assunto novamente sempre que o pensamento vagar.

ISTO NÃO É BOM!

O caminho correto é: escolher o assunto da concentração e então passar todos os tipos de outros pensamentos em revista e não os remover, entretanto não perder o contato com ele.

Na próxima lição veremos as diretrizes de como você consegue trazer seu pensamento de volta a um assunto que desaparece.

SEGUNDA LIÇÃO – Para a segunda, terceira e quarta semanas

Antes de se sentar para o exercício, para trazer de volta o assunto que estava fora de seus pensamentos, primeiramente você deve decidir, definitivamente, qual será o assunto do seu exercício de concentração e por quanto tempo deverá durar. Algumas pessoas se sentam primeiro e depois começam a escolher o assunto e depois de decidido por algo eles mudam para algo diferente, porque o anterior não era importante o suficiente e, no final, descobrem que o tempo que separaram para fazer o exercício já se passou e não produziram nada. É melhor primeiro definir exatamente qual será o assunto, e depois dizer a si mesmo: “Vou focar meus pensamentos por 15 minutos nisso ou naquilo e eu não vou fazer nada com outros assuntos durante este tempo.”.

É de grande importância que você forme uma imagem do que você vai fazer. Faça na sua fantasia uma representação clara disso.

Pratique a seguinte lição todos os dias, durante três semanas, antes de seguir adiante. Não importa qual assunto escolheu, mas, temporariamente, não use imagens ou símbolos complicados. O assunto deverá ser modificado a cada dois dias, pelo menos.

Vamos a um exemplo: suponha que você escolheu como assunto de concentração uma vaca. Comece a pensar sobre todos os tipos de coisas, sem perder a imagem da vaca. Significa que você está pensando em todas as coisas conectadas com a vaca, por meio de uma das quatro linhas de pensamento que foram anexadas. Assim, feche seus olhos, faça, em pensamento, a imagem da vaca e siga as seguintes etapas:

1ª:  Objeto e classe ou categoria e outros objetos da mesma classe. Pense que a vaca é um animal, um animal de quatro patas, um mamífero como um cachorro, um gato, etc. Continue, até que tenha esgotado todas as possibilidades em sua Mente. Não se satisfaça até que tenha colocado tudo a sua frente.

2ª: Inteira ou parcialmente. Pense, cuidadosamente, sobre as partes da vaca; o nariz, os olhos, a orelha, os joelhos, os cascos, etc. e até nos órgãos internos.

3ª: Objeto e qualidade. Você, primeiramente, pensa sobre as qualidades físicas da vaca, as proporções, a altura, cor, forma, agilidade, os hábitos. Depois sobre as qualidades de pensamento e desejo, tanto quanto eles têm a ver com o assunto.

4ª: Experiências. Por exemplo: vacas, como você se lembra delas. Suas experiências com vacas que estejam em sua memória. Nessa classe também ocorre coisas que tenham conexão com o assunto, como leite, queijo, manteiga, fazendas e prados.

Somente, então, tudo o que poderia ser trazido à sua memória, que tenha conexão com o assunto, foi colocado à sua frente. Não faça este trabalho de uma forma distraída, porque irá notar que seus pensamentos tentaram, por centenas de vezes, seguir seu próprio caminho sobre um dos assuntos trazidos por você, entretanto sempre foram trazidos de volta ao assunto da concentração – a vaca.

Portanto, essa lição nos ensina a trazer os pensamentos de volta ao assunto, ao invés do antigo hábito de perambular, a fim de que exista o hábito de fazer os pensamentos retornarem ao ponto original até que se tenha o poder de manter o pensamento fixo, em um ponto por um longo tempo. O resultado é: pensar mais correta cuidadosamente.

TERCEIRA LIÇÃO – Para a quinta semana

Exercite seu pensamento, foque em certo ponto da seguinte forma. Abra um livro qualquer, numa tentativa aleatória e anote a primeira palavra de um assunto no qual seus olhos fixarem. Este assunto deve ser seu ponto de partida. Pegue outra página e então anote a primeira palavra. Este deve ser o destino. Inicie agora sucessivamente do ponto de partida até seu destino. Por exemplo: primeiro você viu a palavra “tribunal de justiça” e depois a palavra “portal”. Você deve pensar, iniciando com “tribunal de justiça” e finalizar com “portal”. Isto se prova ser fácil porque você pensa num tribunal da justiça em particular que você sabe que tem um grande salão notável.

Segundo caso. A primeira palavra “casaco” a segunda palavra “brilhar”. Fácil, novamente, se você pensar em um casaco noturno, bordado com azeviche. Suponha que ao invés da palavra ser “brilhar” seja “fruta”. Você não pensa agora em um casaco noturno, mas, ainda pensando, você tem uma cobertura/revestimento, uma casca de laranja/casca, então “fruta”.

Um terceiro exemplo. A primeira palavra “confusão” e a segunda palavra “parede”. Você pode agora pensar em conexão com “confusão” em muitas palavras, no entanto, neste caso você pensa numa luta na Idade Média, contra uma parede de um antigo castelo.

Esses exercícios ajudam a aprender a entender como o pensamento, direcionado pela vontade, funciona de fato. Estes exercícios irão te ajudar a fixar seus pensamentos em um certo objeto/alvo.

Você encontrará força na vida para suprimir de modo mais fácil as depressões, sendo capaz de mudar seu pensamento diretamente de um assunto para outro.

QUARTA LIÇÃO – Para a sexta semana

Sente-se em seu quarto e olhe cuidadosamente em sua volta; observe bem todos os pequenos objetos que contém neste aposento.

Feche seus olhos agora e deixe todos os pensamentos passarem novamente por seus pensamentos e sua imaginação até que tenha passado tudo novamente.

Pegue agora o alfabeto e deixe todas as letras passarem, em ordem sucessiva, em seu pensamento, de A até Z, inclusive.

Não tolere outros pensamentos durante o exercício. Se isso acontecer, inicie novamente, até ser bem-sucedido.

QUINTA LIÇÃO – Para a sétima semana

Sente-se novamente e faça uma caminhada em pensamento por uma estrada ou rua bem conhecida, observando todos os pequenos detalhes que você possa se lembrar quando passa devagar. Volte (ainda na sua imaginação) pelo mesmo caminho, novamente, até ser bem-sucedido.

Faça uma nova caminhada da mesma forma todos os dias, e quando seus pensamentos tentarem divagar, recomece.

Desta forma você treina seus pensamentos a seguirem uma linha fixa, ou em outras palavras, a focarem em uma série de pensamentos particulares determinados por você mesmo.

SEXTA LIÇÃO – Para a oitava semana

Ao invés de ir por uma determinada estrada ou rua em seus pensamentos, tentemos lembrar de algum acontecimento e reviver isto em nosso pensamento novamente.

Suponha, por exemplo, que você se levantou em uma certa manhã, tomou seu café da manhã, entrou no ônibus, conversou no ônibus com o Sr. ou a Sra. X, chegou no seu trabalho, fez suas obrigações/trabalho, etc. Continue neste caminho relembrando todos os acontecimentos do dia.

Se seus pensamentos tentarem divagar, recomece.

SÉTIMA LIÇÃO – Para a nona semana

Vamos seguir, agora, para a terceira parte desse exercício no qual você tenta manter seu pensamento sob controle.

Fixe seu pensamento em um determinado som, por exemplo o tique-taque do relógio. Pergunte-se a si mesmo qual é a causa disso. O ir e vir do pêndulo e o movimento da correia dentada causa isso.

Tente voltar em seu pensamento a uma série de imagens, seguindo o relógio em vários percursos. Veja como o relógio estava pendurado (na parede), como veio para sua casa, de onde veio, como as partes foram feitas. Com outras palavras, veja, em pensamento, tudo como foi a causa desde o início até o presente momento.

Naturalmente não faz diferença se as imagens estão certas ou erradas. O ponto principal é que seus pensamentos vão ao longo de uma série de componentes/constituintes da imagem, sem esquecer algo ou qualquer coisa.

Siga esse caminho, todo dia dessa semana, na sua imaginação, o curso dos acontecimentos de um objeto em seu ambiente, cuidando para que seus pensamentos não se dispersem para outros objetos.

OITAVA LIÇÃO – Para a décima semana

Sente-se, e faça, novamente, na sua imaginação, uma caminhada na estrada bem conhecida e chegando a um prédio que você goste, pare e olhe para ele. Tente retratá-lo em detalhes, sem desviar sua atenção.

É realmente uma tarefa difícil fazer isso da primeira vez. Se observar que seus pensamentos querem divagar desse assunto a todo custo, tente ver esse prédio de outro ângulo então, de outro lugar/ponto, por exemplo do outro lado/oposto da rua e, também, escolha outro lugar de partida. Você notará/observará que você sabe muito pouco dos detalhes do prédio do qual você deveria ser bem familiar.

Deixe seu pensamento, em calma total, descansar sobre esse assunto (o prédio) que você ainda está tentando segurar, como se lembrasse de um sonho nebuloso.

Nesse exercício não é o sucesso em recordar o objeto, mas o desenvolvimento de seu pensamento-forma (trabalhando com o pensamento), que é o objetivo.

NONA LIÇÃO – Para a décima-primeira e décima-segunda semanas

Sente-se diante de uma parede do quarto que você normalmente utiliza. Observe tudo muito bem: os objetos que estão pendurados lá e as formas de todas estas coisas.

Feche seus olhos agora e tente retratar/expressar tudo de repente/num flash. Você ainda pensa/acha que a figura não está clara e incompleta.

Tente agora sucessivamente retratar as diferentes partes e você verá que as figuras irão se tornar mais claras.

Prossiga. Retrate para você mesmo a forma de uma pessoa/indivíduo. Sem dúvida irá parecer muito indefinido para você, entretanto se você começar com uma parte pequena da figura, essa parte será muito mais clara, enquanto o resto começa a desaparecer.

Independentemente do tipo de figura você irá escolher para treinar desta forma, uma parte continuará a escapar. Pratique, portanto, o seguinte método regularmente e pense/mentalize a descrição/delineação durante 2 semanas.

Selecione a figura/imagem de certa pessoa que você honra sinceramente como, por exemplo, o Cristo e estude uma pequena parte de seu rosto. Foque em um dos olhos da figura/imagem. Feche seus olhos agora e pense sobre essa parte e repita várias vezes até que você veja diretamente/de vez com mais clareza. Foque no outro olho da figura/imagem e faça-o ficar forte/claro também em sua figura de pensamento.

Depois disto, faça uma figura com os dois olhos da figura/imagem, ao mesmo tempo. Prossiga da mesma forma com o nariz. Primeiro, separadamente, só o nariz; depois junto com os olhos. Compare sua figura de pensamento com o original, juntando parte a parte ao todo até que você tenha a face completa claramente em seu pensamento, e você possa retratar “o todo” sem dificuldade.

Esse trabalho, eu imagino, levará 14 dias, até que você seja bem-sucedido. Você finalmente estará capacitado a usar seu poder de pensamento muito mais facilmente com um resultado positivo.

DÉCIMA LIÇÃO – Para a décima-terceira semana

Existe uma gravura de Jesus, sentado perto de um poço e ensinando. Tente formar uma imagem/figura e a segure/mantenha.

Comece agora a fazer a imagem mais nítida ignorando algumas partes do entorno, como a multidão/massa de pessoas, o poço, etc. Você observará como o todo (imagem) ficará mais nítido quando você reduz/deixa de fora os entornos.

Continue dessa forma até que fique com a imagem do Mestre. Ainda continuando, você exclui mais, até o corpo, até que só sobre com a cabeça e até somente a face.

Mantenha-se firme nessa cena e comece lentamente a estender a cena/quadro até que a figura inteira esteja intacta novamente.

DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO – Para a décima-quarta semana

Coloque no centro da sala, a aproximadamente meio metro de sua cadeira, um objeto muito conhecido de seu ambiente diário, por exemplo uma pequena estátua.

Feche seus olhos após ter dado uma olhada de perto e imagine, em seu pensamento, como se estivesse olhando para ela. Suponha agora que você está olhando para ela do lado inverso, de tal forma que pareça estar sentado do outro lado do objeto. Forme, portanto, uma boa imagem do lado de trás.

Quando isso foi bem-sucedido também, tente fazer as duas imagens ao mesmo tempo como se estivesse olhando ambos os lados ao mesmo tempo.

Tente ver o objeto de cima, imagine a si mesmo que está olhando para baixo do teto. Faça a mesma coisa vendo o objeto do chão, assim veja o objeto de todos os lados.

Tente agora sumarizar todos em um pensamento-visão e veja o objeto totalmente como é.

Logicamente isso é muito difícil, entretanto perfeição não é exigido, apenas que você, em seu grande exercício/esforço, dê o seu melhor.

DÉCIMA SEGUNDA LIÇÃO – Para a décima-quinta semana

Pegue um objeto, por exemplo, uma caixa de fósforos. Olhe-a mais de perto, abra-a e olhe bem seu conteúdo. Coloque-a agora na sua frente e feche seus olhos e tente visualizá-la de todos os lados e, também, seu conteúdo.

Tente agora manter todas as ideias e imagens sobre isto, e manter em seu pensamento, ao mesmo tempo.

Projete sua atenção agora no meio dessas imagens unidas e veja tudo de fora. Agora lentamente estendendo sua esfera, de tal forma que esteja tudo dentro de você, e você forme/constitua o todo.

Faça isto com vários objetos, como uma flor, fruta, um copo de água, sua cabeça e por último seu coração.

DÉCIMA TERCEIRA LIÇÃO – Para a décima-sexta semana

Você descobrirá que é capaz de criar imagens de uma forma muito mais fácil do que anteriormente e que seu pensamento não vague tão facilmente.

O passo seguinte consiste numa série de experimentos em criar imagens.

Feche seus olhos e veja um espaço vazio.

Pronuncie em pensamento, o nome de Cristo, repetindo constantemente e tente agora distinguir a forma. De repente a forma irá aparecer/surgir em seu pensamento.

DÉCIMA QUARTA LIÇÃO – Para a décima-sétima semana

Agora você deve começar regularmente pensando em imagens sem usar palavras. Tente lembrar as coisas dessa maneira em seu pensamento. Quando você chegar mais longe, pode ocorrer a ausência de palavras e nós tenhamos que pensar nas realidades, de modo que, no final, o pensamento e a experiência não mais se dividam uns dos outros.

Tente agora pensar nas seguintes imagens, sem usar palavras, por exemplo em sucessão: cavalo, vaca, leite, luar, Lua, etc. Quando você tiver expressado o cavalo, e ver bem todas as partes, mude/transfira no segundo objeto, mas assim, que a imagem do cavalo desaparece lentamente surge uma vaca.

Então, o leite vem da vaca e, à imagem de um fluxo de leite, a imagem da vaca desaparece da vista. Continuando, você vê o fluxo de leite se transformar lentamente em um feixe/linha de luz da lua em uma área (superfície) de água escura, etc.

F I M

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que é a oração? Ela é equivalente à concentração e meditação, ou é apenas uma súplica a Deus?

Resposta: Infelizmente, da maneira como é praticada na maioria das vezes, a oração torna-se somente uma súplica para que Deus interfira a favor do suplicante e permita que ele possa atingir um objetivo egoísta. É, sem dúvida, uma calamidade que as pessoas se empenham em violar o mandamento de Deus “não matarás”, e rezem pela vitória sobre seus inimigos. Se medirmos a maioria das orações comparando-as ao padrão estabelecido por Cristo na Oração do Senhor, elas certamente não merecem o nome de oração. São blasfêmias, e seria mil vezes melhor que nunca tivessem sido proferidas.

A Oração do Senhor foi-nos dada como modelo, e faremos bem em analisá-la se quisermos chegar a uma conclusão adequada. Se o fizermos, veremos que três das sete orações que a compõem referem-se à adoração da Divindade. “Santificado seja o Vosso Nome. Venha a nós o Vosso Reino. Seja feita a Vossa Vontade”. Em seguida, vem a petição pelo pão diário, necessário para conservar vivo o nosso organismo, e as outras três orações são para livrar-nos do mal e perdoar as nossas ofensas. Esses fatos tornam evidente que toda oração, digna desse nome, deve conter uma quantidade preponderante de adoração, louvor e reconhecimento dos nossos poucos méritos, isso aliado a uma firme resolução de esforçar-nos para sermos agradáveis ao nosso Pai que está no Céu. Portanto, o principal objetivo da oração é estabelecer, tanto quanto possível, uma estreita comunicação com Deus, para que a Vida e a Luz Divina possam fluir para dentro de nós, iluminar-nos e fazer com que cresçamos à Sua imagem e semelhança.

Este é um ponto de vista diametralmente oposto à ideia comum sobre a oração, segundo a qual sendo Deus o nosso Pai, podemos ir a Ele em oração e Ele tem que nos conceder o que o nosso coração deseja. Se não formos atendidos da primeira vez, devemos continuar a rezar, pois importunando-O e insistindo, nosso desejo será atendido. Tal visão repugna o místico iluminado e, se colocarmos o assunto numa base mais prática, veremos ser evidente que um pai sábio, que tem um filho capaz de sustentar-se sozinho, ressentir-se-ia se esse filho aparecesse diante dele várias vezes ao dia, importunando-o com variadíssimos pedidos, coisas que poderia facilmente obter se trabalhasse para merecê-las. A oração, não importa quão fervorosa e sincera seja, nunca pode substituir o trabalho. Se trabalharmos por uma boa finalidade com todo o coração, alma e corpo e, ao mesmo tempo, orarmos para que Deus abençoe o nosso trabalho, não há dúvida que essa petição será sempre atendida.

No entanto, a menos que nos esforcemos, não temos o direito de pedir o auxílio de Deus.

Como dissemos anteriormente, a essência das nossas orações deveria consistir em louvar a Deus “de Quem dimanam todas as bênçãos”, pois os nossos Corpos de Desejos são formados de matéria proveniente de todas as sete regiões do Mundo do Desejo na proporção das nossas exigências, as quais são determinadas pela natureza dos nossos pensamentos. Cada pensamento reveste-se de matéria de desejos análoga à sua natureza. Isto se aplica aos pensamentos formados e expressos na oração. Se forem egoístas, atrairão para si um envoltório composto da substância existente nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, mas se forem nobres, altruístas e desinteressados, eles vibrarão no grau mais elevado das regiões de luz anímica, vida anímica e poder anímico. Eles irão revestir-se desse material, conferindo mais vida e luz à nossa natureza espiritual. Mesmo quando oramos por outros, é prejudicial pedir algo material ou mundano. É admissível pedir saúde, mas não prosperidade econômica.

“Buscai primeiro o Reino de Deus e Sua justiça” é o mandamento. Ao obedecer essa ordem, podemos ficar seguros que “ tudo o mais” ser-nos-á dado também. Portanto, ao rezarmos por um amigo, ponhamos todo o nosso coração e alma na súplica para que ele permanentemente busque o Caminho, a Verdade e a Vida, pois tendo encontrado uma vez esse tesouro maior, nenhuma necessidade real ser-lhe-á jamais negada.

Isto não é uma teoria, absolutamente. Milhares de pessoas, incluindo o autor, descobriram que “Nosso Pai no Céu” cuida das nossas necessidades materiais quando nos esforçamos por viver uma vida espiritual. Contudo, numa análise final, verificamos que não é a oração falada que ajuda. Há pessoas que podem dirigir uma congregação numa prece que se revela perfeita tanto em termos de linguagem quanto em sentimento poético. Eles podem até amoldar suas orações aos princípios estabelecidos pelo Senhor, como mencionados nos parágrafos iniciais, e ainda assim essa oração pode representar uma abominação por ser destituída da única condição essencial. A menos que toda a nossa vida seja uma oração, não podemos agradar a Deus, não importa quão maravilhosas sejam as nossas petições. Por outro lado, se lutarmos dia após dia e ano após ano para viver de acordo com a Sua vontade, então, mesmo que saibamos o quanto estamos longe de atingir o nosso ideal, e embora, a exemplo do publicano no Templo, sejamos de poucas palavras e possamos apenas bater em nosso peito, dizendo: “Deus, tende piedade de mim, um pecador”, veremos que o Espírito, conhecedor das nossas necessidades, intercederá por nós murmurando palavras sentidas, e a nossa modesta súplica diante do Trono da Graça será mais eficaz do que todos os discursos floreados que poderíamos pronunciar.

Nosso correspondente também pergunta: A oração é equivalente à concentração e à meditação?

A concentração consiste em focalizar o pensamento sobre um único ponto, tal como os raios do Sol são focalizados através de uma lente. Quando difusos sobre a superfície da Terra, eles produzem apenas um calor moderado, mas bastam alguns raios solares, focalizados por meio de uma lupa comum de leitura, para atear fogo a qualquer material inflamável sobre o qual são focalizados. Da mesma forma, o pensamento, ao passar rapidamente através do cérebro, como a água através de uma peneira, é de pouco valor, mas quando concentrado sobre um determinado objetivo, ele aumenta de intensidade e realizará o propósito desejado, seja para o bem ou para o mal. Membros de uma certa ordem concentraram-se sobre seus inimigos durante séculos, e verificou-se que a desgraça ou morte sempre alcançaram o objeto de sua inimizade. Ouvimos falar hoje, entre determinados grupos, em “magnetismo maléfico” aplicado por meio da concentração do pensamento. Por outro lado, o poder da concentração do pensamento pode, também, ser usado para curar e ajudar, e não faltam exemplos para comprovar essa afirmação. Portanto, podemos dizer que a concentração é a aplicação direta do poder do pensamento para a consecução de um objetivo definido, que pode ser bom ou mau, de acordo com o caráter da pessoa que o pratica e o propósito para o qual ela deseja empregá-la.

A oração assemelha-se à concentração em certos pontos, mas difere radicalmente em outros. Embora a eficiência da oração dependa da intensidade da concentração atingida pelo devoto, ela é acompanhada por um sentimento de amor e devoção de intensidade igual à profundidade da concentração, o que torna a oração bem mais eficaz do que uma concentração fria. Além disso, é extremamente difícil à maioria das pessoas concentrar seus pensamentos de uma maneira serena, calma, sem a menor emoção, excluindo todas as outras considerações da sua consciência. A atitude devota é mais facilmente cultivada, pois a mente centraliza-se, então, na Divindade.

A meditação é o método de obter, pelo poder espiritual, conhecimento sobre coisas com as quais não estamos geralmente familiarizados.

Há, no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, um capítulo que trata de forma bem abrangente do método de adquirir o conhecimento direto, elucidando minuciosamente esses pontos, e aconselharíamos um estudo completo desse capítulo.

(Pergunta nº 135 do Livro Filosofia Rosacruz por Perguntas e Respostas Vol. II-Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Como fazer as coisas: nossos afazeres, deveres e trabalhos

Como Fazer as Coisas

Você já reparou como se formam as grossas raízes de uma árvore? À medida que elas mergulham no solo, vão se ramificando cada vez mais, até que, por fim, encontramos raizinhas finíssimas. Estas extremidades radiculadas são importantíssimas no metabolismo da árvore. Quem admira e exalta a árvore que se ergue do solo, não se lembra muitas vezes que ela depende dessas radicelas!

Você já pensou em como se formam os grandes rios? Acompanhe, mentalmente, um de seus afluentes; depois tome um afluente daquele e, assim, busque chegar ao início de uma das inúmeras correntes d’água. Lá você encontrará uma fontezinha, modesta, alegremente a cantar! Quem se lembra das fontezinhas quando contemplam e viajam pelo grande rio, obscuras e distantes, elas constituem as origens desse rio.

Você já reparou nos desenhos da circulação do sangue? O Corpo não poderia ser alimentado integralmente sem os finíssimos vasos sanguíneos.

Nem poderia, sem eles, processar a eliminação. Eles são essenciais no metabolismo.

A ideia e o desenho das bacias fluviais, das raízes e da circulação, em essência são iguais. Eles nos fazem pensar nas pequenas coisas de nossa vida. A humanidade deveria atentar mais para os pequeninos pensamentos, para os impulsos emocionais pequenos ou para os atos chamados insignificantes. Eles são as causas, as fontes, as radículas, os vasos dos atos maiores que aparecem como efeitos nesta Vida e se no livro “A Teia do Destino”, de Max Heindel, aprendemos: “Todo ato de cada indivíduo, manifesta no universo uma certa vibração. Segundo sua vibração, ele reagirá benéfica ou maleficamente sobre seu criador e seu ambiente. Você já pensou na contribuição de seus pequenos atos à harmonia ou desarmonia de seu lar ou de seu trabalho? Uma simples mente humana é incapaz de imaginar os reflexos todos e as incontáveis consequências de seus pequenos atos, no espaço de uns meses, anos e vidas! ”

Meditemos no significado dessa afirmação! Cada espírito, numa vida apenas, acumula milhões de pequeninos atos. 

Cada um deles vai reclamar uma resposta universal.

Sua essência continua reagindo sobre seu criador, a partir do momento em que se tornou “carne” não apenas na presente existência, como na seguinte e ainda mais longe, até que se esgote pela correção do caráter. Em outras palavras, o que fazemos agora terá uma conexão substancial com o que desejamos realizar, com a capacidade de realização, milhares de anos a partir deste momento. Veja que este pensamento é muito sério!

Muitas pessoas podem acreditar e asseverar que as pequenas ações não sejam importantes. Acham que apenas os atos mais importantes joguem um papel de destino maduro, principalmente os que envolvem outras pessoas (e, espiritualmente, pouquíssimos atos não atingem nossos semelhantes).

No entanto, quando olhamos a vida de um ponto de vista global – tal como a visão de uma bacia fluvial vemos claramente que nenhuma ação é insignificante, por mais trivial ou ociosa que pareça. Uma corrente tem a fortaleza de seus elos.

Isto é certo para uma corrente de metal como para uma corrente de ações individuais ou coletivas. No fundo de um gênio, de um campeão olímpico, de um artista, encontramos milhares de pequenos esforços, persistentemente dirigidos a um objetivo. Igualmente num líder que facilmente vence os desafios. E da mesma forma num fracassado ou num ladrão.

Naturalmente acumulamos muitos pequeninos esforços bons e maus. Ninguém é inteiramente bom ou mau. Assim, o bem final que poderíamos obter dos bons esforços, ficam debilitados pelos pequeninos atos maus. Isso nos serve de advertência para vigiar as pequeninas coisas de nossa vida.

Acompanhando o fio de uma vida individual, vemos aqui e acolá surgirem os momentos críticos de desafio, que vão exigir o melhor da pessoa. Mas, se descuidamos da formação de nossa moral, se negligenciamos depositar no “Banco interno” os pequeninos esforços diários de autocontrole e amor desinteressado, então, ao chegarem os desafios, buscamos ansiosamente os recursos e não os encontrarmos. Aí vêm os infartos, as diabetes, os derrames, os desequilíbrios nervosos, tão comuns do mundo moderno. É uma vergonha para nossa cultura e avanço científico não compreendermos essas coisas elementares. E se compreendemos e as negligenciamos, então erramos duas vezes. Infelizmente, as pessoas estão muito ansiosas para usufruir as coisas materiais e não têm tempo. Querem resolver tudo no mais curto prazo de tempo possível, atacam os efeitos. Buscam livrar-se da advertência da dor e continuam agindo do mesmo modo que ocasionou o mal.

Um dia chega a crise, que é também um acúmulo de pequenos abusos. E quando essa crise não se desfecha nesta vida há de vir em outra, a menos que a pessoa tome outros rumos. Alguns raros indivíduos persistem tanto no mau caminho que seus pequeninos atos o acabam levando a constante “azar” como se costuma dizer. Mas a sorte e azar são consequências justas de nossos atos passados.

Um ponto importante é a intenção com que realizamos nossas atividades rotineiras. A dona de casa que faz alegre e amorosamente suas tarefas, que enche de harmonia seu lar beneficia os que nele estão e recolhe para si crescentes benefícios futuros.

Além disso, o trabalho se vai aperfeiçoando pela dedicação. Contrariamente, aquela que vive se queixando “de seus fardos e monotonia” realiza de má vontade as tarefas. Elas ficam malfeitas, a casa se enche de aborrecimento e desarmonia e essa atmosfera afetará desfavoravelmente a todos que nela residem ou entrem. Mais que isso, essa dona de casa estará acumulando maiores dificuldades futuras.

São Paulo apóstolo nos exorta “a fazer todas as coisas para a glória de Deus”. Se realizamos nossos afazeres com tal intenção, aí eles se tornam importantes, belos e agradáveis, por mais humildes e desagradáveis que pareçam.

Não é a importância ou humildade da ação que propriamente conta. Vale mais a intenção com que é feita e o sacrifício de si mesmo, tal como nos ilustra o “óbolo da Viúva”, nos evangelhos, mas se o ato é grande e amoroso, naturalmente é maior.

Em favor da rotina, podemos acrescentar: quando ela é feita com amor e atenção, vamos adquirindo perícia e, ao mesmo tempo, planejando melhores formas de execução.

Essa é a base do aprimoramento, que economiza trabalho, tempo e gasto além de enriquecer nossa capacidade epigenética. Precisamos de compreender que, do ponto de vista evolutivo, mais vale fazer bem as pequenas coisas rotineiras do que pular de uma a outra grande realização, sem dominar nenhuma. Que isto sirva de meditação para os que se acham aborrecidos com o seu ramerrão. Por mais brilhante que seja o indivíduo, a inconstância o retarda.

Ela equivale ao amontoar tijolos esparsos, aqui e acolá, em vez de alinhá-los sob determinado plano, para edificação de um templo. A rotina é também importante nos assuntos espirituais. A repetição de um ritual de efeitos ocultos definidos acaba construindo o templo etérico. É o que sucede na Fraternidade Rosacruz. Aprendemos que a nota-chave do Corpo Vital é a repetição. O Corpo Vital tem o poder de movimentar o inerte Corpo Denso, mas só o consegue por meio da repetição, da prática. Qualquer profissão ou habilidade pressupõe a repetição sistemática.

Devido a isso se costuma dizer que:” “todo desenvolvimento oculto começa pelo exercitamento do Corpo Vital”.

Mas devemos estar alertas e ativos para que, através desse meio, possamos promover o desenvolvimento intelectual e espiritual, em grande potencial, para a Idade de Aquário que se aproxima.

A própria rotina de nossa vida material foi prevista pela evolução para que, por meio da repetição possamos despertar plenamente nossos Corpos Vitais, precisamos de corrigir nosso atual conceito de “dever” como algo odioso. Se nos rebelamos contra o que chamamos de “monotonia”, acabamos retardando nossa evolução. O brasileiro e demais latinos devem compreender muito bem esse ponto. Que isso os estimule a lutar contra o desejo de mudanças e novidades e aproveitem as oportunidades para tornar a rotina numa alavanca de evolução. No começo não será fácil, mas depois acabarão fazendo com amor suas tarefas materiais e os deveres espirituais (preces, exercícios de concentração e meditação matinais e o de retrospecção noturna). A prática fiel desses exercícios constitui dificuldades para nossos estudantes, porque não aprenderam a gostar da rotina e nem a executar como recomendamos aqui. Entendamos bem seu alcance para que possamos amá-la. Disse Max Heindel a respeito dos exercícios: “persistência e mais persistência; ela é que nos traz resultados, quer no plano material, quer no plano espiritual”.

Nossas ações devem ser levadas a cabo com uma atitude de devoção, discernimento e determinação, para que se tornem realmente valiosas, para nós e para os demais, agora e num futuro distante. Quando desejamos servir a Deus em tudo que fazemos, aí infundimos humildade, reverência, previsão e criatividade nas tarefas. Procuraremos expressar a vontade de Deus e não a nossa.

Desse modo, nossos propósitos vão se aproximando e coincidindo com os de Deus. Ademais, quando compreendemos que o amar a Deus depende de amar e servir nossos semelhantes, passamos a cumprir as tarefas mais monótonas com espírito de amor, considerando mais o modo de realizá-la do que sua importância ou natureza intrínseca.

Tudo isto nos conduz ao discernimento. Se algo é digno de ser feito, vale a pena fazê-lo bem. O “prefácio” para qualquer ação deveria ser: É digna de ser feita? Qual o seu objetivo? A quem beneficiará? Ela é compatível ou contrária à Lei natural? Nossas motivações, ao executá-la, são egoístas ou altruístas? Se a nossa intuição e conhecimento oculto aprovam as respostas, é o sinal de que o trabalho merece realização.

Nosso tempo é limitado. Portanto escolhamos bem o que fazer e o melhor modo de fazê-lo. Algumas pessoas têm mais capacidade de previsão, mas ela pode ser desenvolvida pela prática. Se cada ação, por menor que seja, conta, seja bem pensada e altamente motivada.

Eis outro fator igualmente importante no reto agir: a determinação. Está intimamente ligada com o primeiro passo: a repetição racional. Uma vez que decidamos realizar algumas coisas, é mister evitar a indiferença e desânimo ante os fracassos ou desafios de sua execução, mormente na etapa inicial. Talvez seja necessário mudar alguma coisa ou simplesmente continuar fazendo e aprimorarmo-nos com isso. A obra é digna de ser feita. Devemos alcançá-la com êxito. Também é possível que nosso plano inicial, por honesto que seja, resulte deficiente no curso da ação.

Nesse caso, não nos resta outra alternativa senão a de pensar novamente no assunto, à luz da experiência; consultar alguém que saiba melhor que nós; e continuar tentando, sem nos arrefecermos ante os malogros.

Aprendemos mais com os fracassos do que com os êxitos.

Finalmente advertimos contra o terrível anestésico da vontade e da realização: a preguiça. A ociosidade e indiferença que nascem da indolência são mais danosas que o mau planejamento e egoísmo para a evolução física e espiritual. O propósito da vida sobre a Terra é a experiência e só podemos obter pela firme vontade de realizar, de fazer as coisas. Mais vale um grama de realidade do que um quilo de sonhos. “A fé sem obras, é morta”.

As faculdades e propensões que armazenamos, para uso futuro, nascem das reações e experiências suscitadas pelos atos. Se nos permitimos desperdiçar o tempo na preguiça, recolheremos poucas experiências. Em tal caso, é lógico esperar que o aguilhão de Saturno, através da necessidade, nos venha espicaçar. A inatividade temporária é muitas vezes prudente, para refazer a saúde e recomeçar com mais método; ou então deixar que as coisas se aclarem. Mas isso não deve ser confundido com a indolência que muitos, infelizmente, se permitem por ignorância dos assuntos espirituais.

A atividade é a essência da vida. A natureza não conserva nada inútil: ou se ativa, e vive e cresce; ou se atrofia e morre. Mas a atividade deve ser planejada, estudada segundo a reta conduta que temos o privilégio de conhecer, por meio da Fraternidade Rosacruz.

(Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/73 – Fraternidade Rosacruz –SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sugestões para Meditação e Concentração

Sugestões para Meditação e Concentração

Todos nós sentimos por vezes a necessidade urgente de enviar pensamentos de ajuda a alguém; contudo, por muito grande que seja o nosso desejo, só os pensamentos concentrados têm a força suficiente para atingir o seu destino. Devem ser dirigidos numa única direção para que, como os raios do sol concentrados numa lente de aumento, possam acender o fogo do seu objetivo. O candidato à vida superior deve aprender a controlar e a canalizar os seus pensamentos; por meio dum esforço persistente conseguirá concentrar perfeita e voluntariamente a sua Mente, em qualquer altura desejada.

Mas como o método de concentração é frio e intelectual, o aspirante dos Ensinamentos Ocidentais tem que o desenvolver utilizando simultaneamente a meditação e oração. No “Conceito Rosacruz do Cosmos” Max Heindel diz-nos que o ‘candidato à vida espiritual realiza a união da natureza superior e inferior através da meditação’ cujos temas elevados lhe mostram a natureza dos mundos superiores e descobrem a realidade do Bom, do Verdadeiro e do Belo. A sua ambição torna-se a seguir constantemente a inspiração do seu Eu Crístico.

A concentração intensa constrói uma forma de pensamento viva, uma imagem clara e verdadeira. A meditação, por sua vez, ensina-nos muito sobre essa forma de pensamento e permite-nos encontrar a maneira de a relacionar com o mundo. Na concentração localizamos toda a nossa atenção num só tema ou ideia donde a meditação extrai depois todo o conhecimento possível.

Como introdução aos exercícios de concentração e meditação, o Estudante pode utilizar a ‘Oração’ que Max Heindel nos deixou no livro Véu do Destino: “AUMENTA O MEU AMOR POR TI SENHOR, PARA QUE EU POSSA SERVIR-TE MELHOR A CADA DIA QUE PASSA. FAZE COM QUE AS PALAVRAS DOS MEUS LÁBIOS E AS MEDITAÇÕES DO MEU CORAÇÃO SEJAM SEMPRE AGRADÁVEIS A TUA PRESENÇA, Ó SENHOR, MINHA FORÇA E MEU REDENTOR”.

Repita-a várias vezes, devagar, destacando a primeira ideia na primeira vez, depois a segunda na segunda vez, a terceira na terceira, e assim sucessivamente, durante alguns minutos. Termine-a então com o método de concentração que tenha vindo a praticar. Gradualmente verificará muito maior facilidade nos exercícios de concentração e meditação, sem dúvida difíceis de executar.

Pode variar este método com qualquer outro que se coadune mais consigo. Tome por exemplo, a frase: “DEUS É LUZ. SE ANDARMOS NA LUZ, COMO ELE ESTÁ NA LUZ, HAVERÁ FRATERNIDADE ENTRE NÓS”. Repita essa ideia várias vezes, sempre devagar, como expusemos acima. Um dos métodos sugeridos por Max Heindel é a repetição pausada dos primeiros cinco versos de São João.

Este plano não é mais do que uma sugestão para aqueles que sentem dificuldade em concentrar-se e permite o desenvolvimento gradual, e uma maior eficiência na realização destes exercícios.

‘Que as rosas floresçam em vossa cruz’

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Qual o exercício que se segue após a Concentração?


Qual o Exercício que se segue após o Exercício Esotérico da Concentração?

Pergunta: Sabemos que o primeiro exercício a ser praticado tendo como finalidade a organização dos veículos internos é a Concentração. Qual o exercício que se segue após a Concentração?

Resposta: Praticando o exercício de Concentração o Aspirante à vida superior habituar-se-á a focalizar a Mente em um determinado objeto, construindo uma forma de pensamento vivente por meio de faculdade de imaginação. Aprenderá tudo a respeito do Objeto enfocado, por meio da Meditação.

Pergunta: Qual o objeto mais indicado para a prática da Meditação?

Resposta: Suponhamos que o Aspirante à vida superior tenha por intermédio da Concentração fixado sua Mente na figura de Cristo. Torna-se fácil a Meditação, relembrando os incidentes de Sua vida, Seus sofrimentos, Sua ressurreição etc., porém, a Meditação levará o Aspirante à vida superior a alcançar conhecimentos jamais imaginados, inundando sua alma, com inefável luz. Mesmo algo que não desperte muito interesse ou suscite quadros maravilhosos poderá ser objeto de Meditação. Pode-se escolher, por exemplo, uma mesa comum.

Pergunta: O que poderá alguém imaginar a respeito de uma mesa?

Resposta: Inicialmente devemos formar uma imagem clara de uma mesa. Depois pensemos na espécie de madeira de que é feita e de onde veio. Volvamos até ao tempo em que, como pequena e delicada semente, caiu na terra do bosque, desenvolvendo depois a árvore de cuja madeira a mesa foi construída. Observe-se a arvorezinha, ano após ano, coberta pelas neves do inverno ou acalentada pelo Sol estival, crescendo continuamente, enquanto as raízes constantemente penetram na terra. No princípio era um tenro broto. Depois tornou-se um arbusto, crescendo gradativamente, dirigindo sua copa ao ar e aos raios do Sol. Com o passar dos anos a fronde e o tronco tornam-se cada vez maiores. Por fim chega o lenhador e a derruba com seu machado.

Pergunta: Quais os detalhes a serem evidenciados e desenvolvidos?

Resposta: A nossa árvore encontra-se tombada e despojada de sua ramagem. Tendo sido descarregada de um caminho, foi arrastada até a margem do rio, a fim de aguardar a primavera e o consequente degelo das correntes fluviais. Então nossa árvore, juntamente com outras que se encontram à margem do rio, será transformada em uma grande balsa e a correnteza levá-la-á ao seu destino.

Pergunta: Como reconheceremos a nossa árvore?

Resposta: Conhecedores de todas as suas pequenas particularidades, reconhecê-la-emos imediatamente entre milhares de outras. Temos a observado tão clara e minuciosamente, seguimos o curso da balsa pela corrente, observamos as paisagens e familiarizamo-nos com os homens que cuidam da balsa ou jangada e dormem dentro de pequenas cabanas construída sobre a carga flutuante.

Finalmente chegamos à serraria. Uma a uma as toras são retiradas da água, e encaminhadas à grandes serras circulares.

Pergunta: Devemos apenas observar em tais circunstâncias ou também “ouvir”?

Resposta: Sim, devemos “ouvir” também o chiar da serra sobre a madeira. A imagem deve ser vivente em todos os seus detalhes.

Pergunta: Os detalhes alusivos à fabricação devem ser considerados?

Resposta: Exatamente. Observemos os dentes penetrando na madeira, dividindo-a em tábuas e pranchas. As melhores são enviadas a uma fábrica de móveis onde são cortadas e aplainadas. Pedaços de diversos tamanhos são colados para formar os tabuleiros das mesas, sendo as pernas feitas com os restos mais finos. Todo o móvel é lixado, envernizado e polido. Assim acabada em todos os seus pormenores, a mesa é enviada à loja para ser vendida.

Dessa maneira, por meio da Meditação familiarizamo-nos com os vários ramos da indústria que convertem uma árvore do bosque em uma peça de mobiliário.

Observamos todas as máquinas, os homens e as peculiaridades dos diferentes lugares visitados. Vimos também o processo da vida que fez surgir a árvore da delicada semente, e aprendemos que atrás de toda aparência, por simples que seja, há sempre uma história do mais alto interesse.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – 10/68 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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