“O Amor nasce do Pai eternamente, dia a dia, hora a hora, impregnando constantemente o Universo Solar para nos redimir do mundo da matéria que nos mantém presos à morte. É impelido do Sol, onda a onda para todos os Planetas, estimulando ritmicamente todas as criaturas que neles evoluem” (Livro “Coletâneas de um Místico” – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz)).
Tal é a natureza do Amor Cósmico que nos faz estremecer, e que um dia, eventualmente, todos nós seremos capazes de emanar também; temos plena consciência desse Amor Cósmico, a mais sublime das emoções, que nos é oferecida por meio do Cristo recém-nascido no Natal de cada ano.
O nascimento místico de Cristo, repleto da nova vida e do Amor do Pai, é nos dados para nos salvar da fome física e espiritual que nos destruiria se não fosse essa dádiva anual de Amor.
O Amor que faz pulsar os corações de todos os sistemas religiosos, independentemente das divergências que possam aparentar, é a pedra de toque de toda a criação.
A maneira como cada um de nós, participante do processo evolutivo, é receptivo e responde ao Amor, e aprende eventualmente a transmiti-lo, determina o nosso grau e nível de ascensão na escada do desenvolvimento (desde a completa ignorância até a total consciência; depende de nós). A maioria de nós conhece o que considera “amor” sob três formas.
Primeiro, a paixão marciana, a luxúria que não tem nada a ver com a faceta espiritual do Amor.
Segundo, o amor pessoal de Vênus, a que a maior parte de nós responde. É uma forma de amor egoísta, separatista e exclusivista.
Finalmente, o altruísmo uraniano – o amor que engloba todos os seres igualmente e que Cristo veio nos ensinar, como a palavra-chave do Seu reino, que ultrapassa a concepção ou os limites da compreensão de grande parte de nós.
O amor ao nosso “semelhante”, ou seja, o amor a todos os nossos irmãos e nossas irmãs, é o mandamento supremo e ultrapassa todas as leis do passado. Cristo-Jesus foi claro ao nos deixar a mensagem de que as Leis da Religião de Raça haviam servido a seu objetivo, mas que, a partir de então, todas as Leis passariam a ser subordinadas ao Amor. Atingimos um ponto da sua evolução em que nos foi pedido que aprendêssemos a fazer o bem por amor ao bem, e não por receio das consequências dos nossos erros. “O Amor perfeito elimina todo o medo.” (IJo 4:18) – quando aprendermos a irradiá-lo, de nós próprios, fará bem a nós e ao nosso semelhante, automaticamente.
O Amor é a força criadora que emanamos a fim de criar outro ser. Os Anjos projetam todo o seu amor, sem desejo ou egoísmo, e são banhados em troca pela corrente da Sabedoria Cósmica. Projetamos apenas uma parte do nosso amor e guardamos o resto, utilizando-o na construção dos nossos órgãos de expressão interno e no nosso próprio aperfeiçoamento. Desse modo o amor que conseguimos expressar se tornou egoísta e sensual. Usando parte do poder criador da nossa alma, amamos egoisticamente, porque necessitamos de outra pessoa para colaborar no processo de propagação da espécie humana (se todos resolvessem não ter mais filhos – o que é impossível, pois “os Anjos do Destino estão acima de todos os erros e dão a cada um e a todos exatamente o necessitam para o seu desenvolvimento” – não teríamos mais a espécie humana nesse Planeta.). E com a outra parte do poder criador usamos para expressar nossos pensamentos aqui na Região Química do Mundo Físico, embora também por razões egoístas, pois a nossa ambição é obter mais conhecimentos.
Temos agora a responsabilidade de nos purificar do pecado, do egoísmo. Só quando o fizermos é que compreenderemos e seremos capazes de exprimir o Amor Altruísta e Espiritual – o Amor Crístico.
A vida é o que temos de mais precioso, pois “Não há Amor maior do que o do ser humano que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15:13). Ao cultivarmos o altruísmo, aprendemos, figurativamente, a dar a nossa vida, a sacrificar o “Eu pessoal” – “eu inferior” – pelo nosso semelhante, atingindo o estado do Amor Crístico.
Atualmente, a razão nos controla, aliando-se à causa da natureza de desejos, emoções e sentimentos. Essa soberania terá de ser sucedida pela do amor que, presentemente, age independentemente (e por vezes, contrariamente) aos ditames da razão. Na Sexta Época (a próxima), na Nova Galileia, o que chamamos de Amor não será egoísta e a razão servirá à causa da Fraternidade Universal, e aprovará o que o Amor lhe ditar. Todos trabalharão para o bem comum, pois o interesse egoísta terá desaparecido para sempre.
Assim, o Estudante Rosacruz que procura acelerar a sua evolução deve aprender, desde agora, a ambicionar apenas aquele amor “que é da alma e que envolve todos os seres vivos, superiores e inferiores, e que aumenta em proporção direta às necessidades daquele que recebe” (como estudamos no Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel-Fraternidade Rosacruz). O amor de indivíduos, que exclui outros, terá pouco a pouco de ser substituído pelo amor do todo. Os ensinamentos espirituais do passado requeriam que amássemos nossos familiares e, embora essa exortação continue sendo válida ainda hoje, os ensinamentos mais recentes nos dizem que ampliemos esse amor partilhando-o com toda a “família humana”.
Infelizmente, é vulgar que a Mente humana confunda o “amor” com a “paixão”. O primeiro, porém, nada tem a ver com a segunda, como se pode claramente depreender da ópera “Parsifal” (ópera de três atos do com a música e libreto do compositor alemão Richard Wagner, muito estudada no Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz), em que esse diz a Kundry que representa o Corpo Denso: “perderíamos a eternidade se cedesse a ti, nem que fosse só por uma hora… assim, vou salvar-te e libertar-te da maldição da paixão, pois a amor que te consome é sensual, apenas; entre ele e o amor verdadeiro dos corações puros existe um abismo tão grande como entre o céu e o inferno”.
Sabemos, também, que as crianças geradas num momento de paixão ardente e sem amor, ou sob a ira ou a embriaguez, têm probabilidades de nascer com veículos mais fracos e uma vida mais curta do que aquelas geradas em condições de harmonia e de verdadeiro amor. O Corpo Vital, que é o veículo do amor, determina o desenvolvimento e a formação do Corpo Denso.
É infinitamente melhor ser capaz de sentir e exprimir o amor do que o definir. Podemos pregar e exortar outros a amar, mas, enquanto não tivermos aprendido verdadeiramente a arte de amar como Cristo amou, não nos encontraremos mais perto de sua realização do que agora. Podemos fazer os nossos Exercícios Esotéricos Rosacruzes fielmente; podemos oficiar todos os Rituais Rosacruzes, mas os resultados serão nulos se não forem constantemente acompanhados de atos de amor Crístico! A expressão intensa do amor na sua forma de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), esquecendo os defeitos dos outros, e focando na divina essência oculta – que é a base da Fraternidade – aumenta a densidade fosforescente dos dois Éteres superiores do nosso Corpo Vital. Assim construímos o nosso Corpo-Alma.
A sabedoria, a expressão do princípio Crístico, só é possível quando o conhecimento estiver aliado ao amor. E só quando essa união for consumada é que teremos a certeza de que as nossas ações terão o único fim de promover o bem comum e não (muito embora apenas inadvertidamente) os nossos fins egoístas.
O Poder do Amor é bem conhecido de todos. Não se opõe nunca aos planos de Deus; e consegue inspirar pessoas a fazer esforços para os quais nunca se supuseram capazes. É uma força que age tão perfeitamente por meio da expressão de objetivos criadores humanos, como de criações cósmicas. É um agente de transformação que, quando encontra a sua forma de expressão adequada, ultrapassa todas as formas do mal e transmuta o próprio ódio em Amor.
“Deus é Amor, e se amamos uns aos outros, Deus está em nós e nós n’Ele” (IJo 4:12).
O verdadeiro Amor é divino e descreve a solidariedade de “Espíritos livres”. A paixão é diabólica e o que a ela cede se torna escravo do pecado. Eis o princípio em que se baseia a exortação de amar segundo o Espírito (o Ego) e não segundo a “carne”.
Temos, pois, de aprender a elevar o amor do âmbito passional ao Reino Espiritual, a fim de permitir a igualdade entre o homem e a mulher. Embora a “supremacia masculina” já não represente o peso social que foi no passado (apesar de ainda existir e em muitos lugares e situações com a tal supremacia do passado), é necessário que nos lembremos de que os opressores de uma época serão os oprimidos da época seguinte (pois renascemos alternadamente: uma vez homem, outra vez mulher) e que, portanto, só nos elevaremos quando a igualdade total dos sexos deixar de ser um conceito hipotético e se tornar um fato real e concreto.
Atualmente, a ciência médica considera o coração como um músculo involuntário, constituído ao longo do comprimento, pelas fibras que se encontram geralmente nesse tipo de músculo. Contudo, o aparecimento de fibras horizontais tem deixado os cientistas perplexos, pois desconhecem que elas significam o controle que o Ego eventualmente terá sobre o coração. Ao manifestar-se cada vez mais o princípio do amor altruísta essas fibras horizontais se tornarão mais numerosas e nós, Ego, poderemos, então, atingir a soberania do coração com maior facilidade, e um dia saberemos regular a quantidade de sangue necessária ao cérebro, alimentando o lado dedicado a atividades altruístas e filantrópicas e deixando “à mingua” o outro, que se dedica a fins meramente egoístas. Assim, a circulação sanguínea passará eventualmente a ser controlada unicamente pelo unificante Espírito de Vida – um dos nossos três veículos superiores –, o Espírito do Amor, enquanto os centros de expressões dos pensamentos egoístas, que usamos hoje, serão atrofiados.
(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – março/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)
Pergunta: Por que houve a necessidade de passarmos pelo Período Solar?
Resposta: Porque precisávamos continuar nesse Esquema de Evolução submergindo mais profundamente na matéria. Daí avançarmos para mais um passo: o Período Solar.
Pergunta: Então foram criados novos Globos?
Resposta: Sim, foram necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes daquelas ocupadas pelos Globos do Período de Saturno.
Pergunta: Como assim?
Resposta: No Período de Saturno o Mundo mais denso estava situado na Região Concreta do Mundo do Pensamento, e no Período Solar o mais inferior dos Globos encontrava-se no Mundo do Desejo.
Pergunta: Quem preparou todos os Globos do Período Solar?
Resposta: Toda a preparação desses novos Globos e as demais atividades subjetivas estiveram a cargo das Hierarquias Criadoras. E esse trabalho foi feito durante o intervalo entre Períodos, que se chama Noite Cósmica, com a ajuda da Hierarquia Criadora Senhores da Chama.
Pergunta: E o que aconteceu com o Período de Saturno e seus Globos?
Resposta: Tenhamos sempre em mente que na criação de Deus nada se perde. O Espírito Virginal passa por cada Globo sete vezes, então, quando passou pela sétima vez no Globo A, este já começou a se desintegrar lentamente, pois não havia mais utilidade e assim aconteceu com os demais. O mesmo acontecerá com o Período Solar.
Pergunta: No Período Solar existia outro elemento que predominou em todos os Globos?
Resposta: No Período Solar os Globos eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Portanto, existiam dois elementos, o Fogo e o Ar.
Pergunta: Qual era a Onda de Vida que estava atravessando o estágio “humanidade” no Período Solar?
Resposta: Era a Onda de Vida dos Arcanjos.
Pergunta: Na Onda de Vida dos Arcanjos algum ser se destacou na evolução?
Resposta: Sim, o mais elevado Iniciado desse Período foi Cristo, o “Filho”, que é um Arcanjo, isto é, o mais elevado de todos os Arcanjos.
Pergunta: Então, nesse caso, Cristo, o “Filho”, alcançou o segundo aspecto de Deus?
Resposta: Cristo foi o Arcanjo que aprendeu, no Período Solar, tudo que um Arcanjo deve aprender até o Período de Vulcano e, com isso, conseguiu criar um corpo com material formado de matérias do Mundo de Deus. Desse modo alcançou o mérito de exercer o segundo atributo de Deus, o de Sabedoria, que é o papel do Deus-Filho.
Pergunta: Então, qual é o veículo mais inferior de um Arcanjo?
Resposta: Normalmente, o veículo inferior de um Arcanjo é o Corpo de Desejos. Mas, o Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, emprega geralmente o Espírito de Vida como veículo inferior. Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o Corpo de Desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais.
Pergunta: A Hierarquia Criadora Senhores da Chama também era responsável pela evolução do Período Solar?
Resposta: Quando a vida em evolução apareceu no Globo A na Primeira ou Revolução de Saturno do Período Solar, estava ainda a cargo dos Senhores da Chama, mas foram os Senhores da Sabedoria que tomaram a seu cargo a evolução material no Período Solar.
Pergunta: E qual foi a ajuda que os Espíritos Virginais receberam nesse Período dos Senhores da Sabedoria?
Resposta: Nesse Período os Senhores da Sabedoria (uma das 12 Hierarquias Criadoras ou Zodiacais) irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Vital.
Pergunta: Nesse Período também houve o despertar de algum veículo nosso espiritual?
Resposta: Sim, na sexta Revolução desse Período a Hierarquia Criadora dos Querubins despertou em nós o nosso veículo espiritual Espírito de Vida.
Pergunta: Cite um dos trabalhos efetivos realizado nesse Período por essas duas Hierarquias.
Resposta: As duas Hierarquias (Senhores da Chama e Senhores da Sabedoria), na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar, em ação conjunta, se ocuparam em realizar certas melhoras no germe do Corpo Denso. Mudanças essas indispensáveis para que ele pudesse ser interpenetrado por um Corpo Vital, dando-lhe ao mesmo tempo a capacidade de desenvolver as glândulas e um canal alimentar.
Pergunta: Qual era o nível de desenvolvimento de consciência dos Espíritos Virginais no Período Solar?
Resposta: Nós, como Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, passamos pela nossa existência parecida com a Onda de Vida vegetal atual e tínhamos a consciência que hoje nomeamos de sono sem sonhos.
Pergunta: No Período Solar iniciou a Evolução um outra Onda de Vida, além da nossa?
Resposta: Nesse Período teve início a evolução da Onda de Vida animal.
Pergunta: E como era a consciência dessa Onda de Vida animal no Período Solar?
Resposta: Era semelhante ao que hoje é a Onda de Vida mineral: transe profundo.
Pergunta: Em qual Mundo iniciou o Período Solar nesse Esquema de Evolução?
Resposta: O Globo A, o primeiro de quaisquer Períodos, estava situado no Mundo do Espírito de Vida.
Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz!
A oração atua sobre a nossa natureza espiritual e sobre os nossos Corpos e veículos de uma forma que parece depender da sua qualidade, da sua intensidade e da sua frequência.
É fácil conhecer qual a frequência da oração e, numa certa medida, sua intensidade.
Quanto à qualidade, mantém-se desconhecida, visto não possuirmos meios de medir a fé e a capacidade de amor de outrem. No entanto, a maneira como vive a pessoa que ora pode nos esclarecer sobre a qualidade das invocações que ela dirige a Deus. Mesmo quando a oração é de fraco valor inconsciente, principalmente na recitação de fórmulas, exerce um efeito sobre o comportamento da pessoa: fortifica, ao mesmo tempo, o sentido do sagrado e o senso moral.
Os meios onde se ora se caracterizam por certa persistência do sentimento do dever e da responsabilidade, por menos inveja e maldade, e por certa bondade para com os outros.
Parece estar demonstrado que, em igualdade de desenvolvimento intelectual, o caráter e o valor moral são mais elevados entre as pessoas que oram, mesmo de forma medíocre, do que entre as que não oram.
Quando a oração é habitual e verdadeiramente fervorosa, sua influência se torna mais manifesta e podemos compará-la à de uma glândula de secreção interna – Glândula Endócrina –, como, por exemplo, a Tiroide ou as Suprarrenais. Consiste numa espécie de transformação mental ou orgânica, transformação essa que se opera de modo progressivo. É dito que que no mais profundo da consciência se acende uma chama. A pessoa se vê tal qual é. Põe a descoberto seu egoísmo, sua cupidez, seus juízos errados e seu orgulho. E, então, verga-se ao cumprimento do dever moral, procurando adquirir a humildade intelectual. Assim, abre-se perante ela o reino da graça. Pouco a pouco, vai-se produzindo um apaziguamento interior, uma harmonia das atividades nervosas e morais, uma resignação maior perante a pobreza, a calúnia e a canseira, bem como a capacidade de suportar, sem enfraquecimento, a perda dos seus, a dor, a doença e a morte.
Por esse motivo, o profissional de saúde que vê seu doente orar deve se regozijar com isso, pois a calma, proveniente da oração, é uma poderosa ajuda para a terapêutica.
No entanto, não devemos assemelhar a oração à morfina, visto que a prece origina, ao mesmo tempo que acalma, uma integração das atividades mentais e uma espécie de floração da Personalidade. Por vezes, produz até mesmo o heroísmo e marca os seus fiéis com um selo particular. A pureza do olhar, a tranquilidade do porte, a alegria serena da expressão, a virilidade do comportamento e, se for necessário, a simples aceitação da morte de uma pessoa querida ou do mártir traduzem a presença do tesouro que se oculta no íntimo dos órgãos e do Espírito.
Sob essa influência, mesmo os ignorantes, os retardados, os fracos e os maus dotados utilizam melhor as suas forças intelectuais e morais.
A oração, segundo parece, nos eleva acima da estatura mental que nos pertence em harmonia com a sua hereditariedade e sua educação. Esse contato com Deus nos impregna de paz. E a paz irradia de nós. E levamos a paz para toda parte aonde vamos.
Infelizmente, não há, hoje em dia, senão um número ínfimo de pessoas que saibam orar de uma maneira eficiente.
A oração é um dos meios que, cultivada, espiritualiza os nossos veículos Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino. Os outros meios que também resultam nessa espiritualização dos veículos são o cultivo das faculdades da observação, do discernimento e da memória, da devoção a ideais elevados, da concentração, da persistência e do reto emprego das forças vitais.
Há que se cuidar para não orar para o Deus da Tribo ou Nacional, o Espírito de Raça!
Não devemos nos esquecer que as Hierarquias Criadoras que nos ajudam nesse Esquema de Evolução, desejando nos prestar uma ajuda inconsciente por meio de certos exercícios, nos forneceram a oração como um meio de produzir pensamentos puros e nobres que agem sobre o Corpo Vital. Eis o motivo pelo qual eles nos recomendaram que “orássemos sem cessar”. Muitas pessoas que não compreendem essa ajuda zombam dessa recomendação perguntam, ironicamente e com frequência: “porque será necessário estar sempre orando, afinal se Deus é onisciente Ele deve conhecer todas as nossas necessidades e se Ele não é, Ele não é onipotente e, nesse caso, não poderia atender as orações. Aliás, se não for onipotente também não poderá, sequer, responder às orações!”. Muitos Cristãos sérios e fiéis podem, também, pensarem que é errado estar, continuamente, importunando o Trono da Graça.
Isso tudo faz parte em um mal-entendido dos fatos. Deus é, verdadeiramente, onisciente e não necessita que ninguém Lhe recorde das nossas necessidades; no entanto, se nós oramos corretamente, nós mesmos é que nos elevamos à Ele e, assim, aperfeiçoamos e purificarmos os nossos Corpos Vitais.
Agora, isso só ocorre se orarmos como devemos – aí está o grande problema! Geralmente, nos interessam muito mais as coisas temporais do que nos elevarmos espiritualmente. Várias Religiões celebraram reuniões especiais para orar pedindo chuva e até para que as forças armadas de um país ganhem da outra em guerra. Estas são orações ao Deus de Raça, “que aumenta seus rebanhos, enche os seus depósitos”, enfim, cuida de suas necessidades materiais. Tais orações não são Cristãs e não purificam em nada a pessoa. Tais orações provêm do Corpo de Desejos, e podem ser resumidas assim: “Senhor, agora estou guardando todos os teus mandamentos da melhor maneira que posso e eu quero que Você, em troca, faça a Sua parte.”.
Lembremo-nos que Cristo nos deu uma oração que, tal como Ele mesmo, é a única e universal. Há nela sete orações distintas e separadas, uma para cada um dos nossos sete princípios: o Tríplice Corpo, o Tríplice Espírito e a Mente. Cada oração está particularmente adaptada para nos promover o progresso da parte a que é dirigida. É o Pai-Nosso ou a “Oração do Senhor”. Ela é uma fórmula abstrata ao melhoramento e purificação de todos os nossos veículos!
A “Oração do Senhor” exerce o efeito do cultivo do domínio próprio, porque ao nos fazer ver que estamos injuriando os outros nos voltamos para nós mesmos e nos resolvemos a descobrir as causas. Uma dessas causas é a perda do domínio próprio, originada no Corpo de Desejos.
Vamos sempre nos recordar que a oração, feita com devoção pura e impessoal, dirigida a elevados ideais, é muito superior à fria concentração, porque voa para Divindade sobre as asas do Amor, a exaltação do Místico.
Pai nosso que estais no Céus
“Santificado seja o Vosso Nome”
“Venha a nós o Vosso Reino”
“Seja feita a Vossa Vontade…”
Assim na Terra como nos Céus
“O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje”
“Perdoai as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”
“Não nos deixeis cair em tentação”
Mas, “Livrai-nos do mal”
Porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre, Amém
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de outubro/1970 – Fraternidade Rosacruz-SP)
Os assuntos sobre alimentação e saúde tem tão grande importância em nossa evolução que nunca relegamos a plano secundário tais assuntos tão correlatos. Perceba que até propomos algumas receitas vegetarianas, no intuito de colaborar com os Estudantes Rosacruzes, por certo, sequiosos de ampliar seu receituário naturista.
Assim, vejamos mais detalhes sobre a importância da alimentação em nosso esforço para bem evoluir, especialmente quando estamos aqui renascidos. O Estudante Rosacruz deve encarar esse problema com muita seriedade. Afinal, um trabalho de Treinamento Esotérico depende também da manutenção das boas condições do nosso Corpo Denso. Esse esforço repercute na sensibilização dos nossos outros veículos: Corpo Vital, Corpo de Desejos, Mente, Espírito Humano, Espírito de Vida e Espírito Divino, pois como aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes: um trabalho sobre um determinado veículo repercute (para melhorar ou piorar) todos os outros veículos!
A sabedoria popular afirma que “o ser humano morre pela boca”. E é verdade. Constituições físicas vigorosas, às vezes, são debilitadas por dietas inadequadas e empíricas constituídas de substâncias tóxicas e/ou desprovidas de elementos nutrientes.
O vegetarianismo ainda é novidade para muita gente, por incrível que pareça. Muitas pessoas até vão a restaurantes vegetarianos simplesmente para “ver como é que é”. Para alguns o vegetarianismo é até sinônimo de exotismo. Felizmente, muitos se surpreendem quando dão uma olhada no cardápio: encontram uma gama imensa de pratos deliciosos (com os mais diversos ingredientes que vão de verduras, legumes, sementes, cereais, ovo, leite, mel, frutas, raízes, pranks e afins. Até empolgam-se com a variedade de quitutes à base de soja e outros cereais! Muitos ignoram o emprego tão diversificado desse saudável alimento vegetal ou produto do trabalho amoroso dos nossos irmãos menores, os animais (ovos, leite, mel). Ficam surpresos ao verem tantas verduras, legumes e frutas que nem sabem bem o nome, pois, para muitos, ainda rege a piada sem graça: “mas o que vocês comem? Capim?”.
Graças à Deus, atualmente, estamos ouvindo relatos de grata surpresa partindo de pessoas habituadas à uma dieta à base de carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), desvinculadas de qualquer movimento espiritualista. Isso deve nos deixar muito satisfeitos.
Lembremo-nos Sempre que surgir uma oportunidade podemos fazer a apologia da dieta vegetariana, porém, de uma forma discreta e simpática. Por certo, não contaremos com a adesão de todo mundo. Mas alguém ouvirá com interesse e talvez se disponha a fazer uma experiência. Vale a pena lançar uma sementezinha.
(Publicada na ‘Revista Rosacruz’ em fevereiro/1979-Fraternidade Rosacruz-SP)
A maior parte das pessoas pensam que uma refeição sem carne animal (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins) está incompleta, pois, desde tempos imemoráveis, considera-se axiomático ser a carne animal o alimento mais revigorante que possuímos. Todos os outros alimentos são considerados como simples acessórios de um ou mais pratos de carne animal no cardápio. Nada é mais errado, porque a ciência demonstrou experimentalmente, que a nutrição obtida dos vegetais tem maior poder alimentício, e a razão não é difícil de ver quando observamos o assunto do ponto de vista oculto.
A Lei da Assimilação nos ensina que que nenhuma partícula do alimento pode vir a formar parte do nosso Corpo Denso, a menos que suas forças tenham sido absorvidas por nós, o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui -, porque devemos ser o regente absoluto e incontestável do nosso Corpo Denso, dominando a vida das células, como um perfeito autocrata, pois, do contrário, cada uma delas seria independente, como ocorre quando abandonamos o nosso Corpo Denso por ocasião da nossa morte aqui.
É evidente que quanto mais próximo do nível de inconsciência seja a consciência de uma célula, tanto mais fácil é se sobrepor a ela e tanto mais tempo permanecerá sujeita. Os diferentes Reinos de Vida (Mineral, Vegetal e Animal) têm distintos veículos e, por conseguinte, níveis de consciências diferente[1]. O Reino Mineral só tem o Corpo Denso e sua consciência é semelhante à do transe profundo. Por isso é mais fácil assimilar os alimentos do Reino Mineral, porque suas células permaneceriam no nosso Corpo Denso por mais tempo, evitando a necessidade de comer frequentemente. Mas, infelizmente, o nosso organismo humano vibra com uma intensidade tão superior que não pode assimilar diretamente as inertes substâncias minerais. O sal e outras substâncias semelhantes saem logo do nosso organismo sem ser assimilados. O ar está cheio de nitrogênio de que necessitamos para reparar os desgastes e o aspiramos continuamente no nosso organismo, mas não podemos assimilá-lo, nem a nenhum outro mineral, enquanto não for primeiramente transmutado no laboratório da Natureza por intermédio dos vegetais. Os vegetais (ou as plantas) têm um Corpo Denso e um Corpo Vital, o que lhes permite realizar este trabalho, sendo sua consciência como sono profundo, sem sonhos. Desta maneira é fácil para nós absorver as células vegetais e conservá-las por longo tempo; daí o grande poder alimentício dos vegetais!
Nos alimentos baseados em carnes animais (mamíferos, aves, peixes, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), as células se individualizaram mais e como o animal tem, além do Corpo Denso e do Corpo Vital, um Corpo de Desejos o que lhe fornece uma natureza passional, é fácil compreender que, comendo carne animal é muito mais difícil vencer essas células, cuja consciência animal é idêntica à do sono com sonhos e, além disso, essas partículas não permanecerão muito tempo em sujeição. Por esse motivo a dieta carnívora exige maior quantidade de comida e refeições mais frequentes do que a dieta vegetal. Se déssemos um passo a mais e comêssemos a carne dos animais carnívoros, estaríamos continuamente famintos, porque nesses animais as células alcançaram um alto grau de individualização e tratariam de obter sua liberdade muito mais depressa. Que isto é verdade, o demonstra bem o caso do lobo, do abutre e do canibal, cuja fome é proverbial, e como o fígado humano é pequeno até para cuidar adequadamente das comidas advindas da carne animal usuais, é evidente que se o canibal vivesse somente de carne humana em vez de usá-la como ocasional “guloseima”, logo sucumbiria, porque embora o excesso de carboidratos, açúcares, amido e gorduras causem pouco dano ao organismo, sendo exalados pelos pulmões sob a forma de gás carbônico, ou saindo em forma líquida pelos rins e pela pele, um excesso de carne animal também é queimado, porém deixa o venenoso ácido úrico. Portanto, já se reconhece que quanto menos carne animal comer tanto melhor para o nosso bem-estar.
É natural que desejemos o melhor como alimento, mas todos os animais têm em si os venenos da putrefação. O sangue venoso está cheio de substâncias venenosas que ele vai adquirindo no seu caminho através de todo o organismo e que, normalmente, deveriam ser expelidas através da urina e da transpiração. Estas substâncias repugnantes se encontram em todas as partes da carne animal, e quando comemos esses alimentos enchemos nosso Corpo Denso com essas toxinas venenosas. Muitas doenças e enfermidades são devidas ao emprego da carne animal como alimento.
Existem provas abundantes de que a dieta carnívora estimula ferocidade. Podemos mencionar a conhecida ferocidade das bestas-feras e a crueldade de muitos povos, que comem muito mais carne animal do que outros alimentos, como exemplos típicos. Por outro lado, a força e a docilidade prodigiosa do boi, do elefante e do cavalo, mostram os efeitos da alimentação herbívora nos animais. As nações vegetarianas do Oriente são um argumento incontestável contra os que defendem a dieta carnívora.
Tão logo adotemos a dieta vegetariana, escapamos a uma das mais sérias ameaças à saúde, isto é, a putrefação das partículas de carne animal incrustadas entre os dentes. Este não é dos menores argumentos para adotar a dieta vegetariana. As frutas, os cereais e demais vegetais, assim como os ovos, o mel, o leite e seus derivados, são de decomposição lenta e cada partícula contém uma enorme quantidade de Éter que a mantém viva e fresca durante longo tempo, ao passo que o Éter que interpenetra a carne animal e compõe o Corpo Vital de um animal, desaparece conjuntamente com o Espírito que o animava, ao se produzir a morte. Logo, o perigo de infecção pelos alimentos vegetais é pequeno, sendo muitos deles antissépticos em alto grau, em vez de venenosos. Isto se aplica particularmente às frutas cítricas: laranjas, limões, toronjas, etc., para não falar do rei dos antissépticos, o abacaxi, que tem sido empregado frequentemente para curar uma das enfermidades mais mortais, a difteria, que não é senão outro nome para qualificar a dor de garganta séptica. Assim, pois em vez de envenenar o sistema digestivo com elementos putrefatos das carnes animais, as frutas limpam e purificam o organismo e o abacaxi é um dos melhores digestivos que conhecemos. É muito superior à pepsina e não há necessidade de se empregar nenhuma crueldade para obtê-lo.
Existem doze sais no nosso organismo que são vitais e representam os doze Signos do Zodíaco[2]. Esses sais são indispensáveis para a formação do nosso Corpo Denso. Não são minerais como geralmente se supõe, mas vegetais. Não é possível assimilar diretamente os minerais, porque esses não possuem o Corpo Vital e este Corpo é indispensável para que uma substância possa ser incorporada ao nosso organismo. Assim sendo, só poderemos obter os sais minerais através do Reino vegetal que os contém.
Há médicos que mandam fazer isto, mas não percebem que o fogo que utilizamos no preparo dos alimentos expulsa e destrói o Corpo Vital das plantas, da mesma maneira que a cremação deixa, somente, as cinzas ou parte mineral dos nossos Corpos Densos. Portanto, se quisermos renovar o suprimento de qualquer sal em nosso Corpo Denso, é necessário que o obtenhamos das plantas ou vegetais crus. Assim é que deveriam ser administrados aos enfermos ou doentes.
Não devemos, todavia, chegar à conclusão de que cada um de nós teria que deixar de comer carne animal e se dedicar a comer vegetais crus. Em nosso estado atual de evolução são muito poucos os que podem fazê-lo (!). Temos que cuidar de não elevar muito rapidamente as vibrações dos nossos Corpos Densos, porque para continuarmos nosso trabalho nas condições atuais, precisamos ter um Corpo Denso apropriado para as tarefas que devemos realizar. É necessário conservarmos sempre presente este pensamento. O passar para uma dieta vegetariana é um processo e não um ato repentino. E esse processo é individual!
No crânio, na base do cérebro, existe uma chama. Arde continuamente na medula oblongada no extremo da medula espinhal e, como o fogo do Altar dos Sacrifícios[3], é de origem divina. Este fogo emite um som como o zumbido de uma abelha e constitui a nota-chave do Corpo Denso. É o Arquétipo[4] que o faz soar. É o construtor e unificador das massas de células que conhecemos como “nosso corpo”.
Esse fogo arde com chama alta ou baixa, clara ou opaca, conforme o alimentemos. O fogo existe em toda a natureza, com exceção do Reino Mineral. O mineral não tem Corpo Vital e carece, portanto, do condutor para o ingresso do Espírito de Vida, o fogo. Renovamos continuamente esse fogo sagrado parcialmente com as forças do Sol que penetram no Corpo Vital através da contraparte etérea do baço, passando daí ao plexo celíaco[5] onde toma cor de rosa pálido, dirigindo-se logo para cima pelo sangue. Também alimentamos esse fogo com o fogo vivente que absorvemos dos alimentos crus que comemos e assimilamos.
Observando o assunto do carnivorismo do ponto de vista ético, vemos que o fato de matar para comer carne animal é contra os nossos mais elevados sentimentos, como um verdadeiro Estudante Rosacruz que somos. Nos tempos antigos íamos caçar como qualquer animal de presa, insensível e rude. Atualmente os que comem carne animal, continuam “caçando”, mas “realiza” a sua caça no açougue, onde não tem que suportar as cenas repulsivas do matadouro. Se tivesse que ir a esses lugares sangrentos, onde todos os dias se cometem horrores para poder satisfazer os costumes anormais e daninhos, que causam muito mais vítimas que a sede de álcool; se tivesse que manejar o cutelo impiedoso e mergulhá-lo nas carnes palpitantes de suas vítimas, quanta carne animal comeria? Muito pouca! Mas para fugir desse trabalho repugnante, obriga-se nossos semelhantes a trabalhar nos sangrentos matadouros, matando milhares de animais dia após dia. Eles ficam tão brutalizados que a Lei – a da justiça humana – não permitem que tomem parte como jurados em casos sujeitos e pena capital, porque perderam todo sentimento a respeito da vida.
Os animais que matamos também elevam seu grito de protesto contra esse assassinato e forma-se uma nuvem de horror e de ódio sobre as grandes cidades onde existem matadouros. A lei protege os cães e os gatos contra as crueldades. Todos nos alegramos quando os pequenos esquilos, galinhas, galos, pacas, tatus, capivaras, coelhos, patos, gansos, marrecos e outros pequenos animais estão soltos nos parques das cidades, alguns até se aproximam de nós; mas desde que haja possibilidade de ganhar dinheiro com a carne animal ou com a pele de um animal, muitos de nós perdem todo o respeito pela vida desses animais e se convertem nos seres mais perigosos da Terra, alimentando-os e criando-os para ganhar dinheiro, impondo sofrimentos e tormentos a um ser com direito à vida, para amontoar recursos financeiros. Temos que pagar uma pesada dívida para com as criaturas inferiores das quais deveríamos ser mentores, mas ao contrário, nos convertemos em seus assassinos e a Lei Divina, que sempre age para corrigir os abusos, a seu devido tempo relegará o hábito de comer carne de animais mortos, como já relegou o canibalismo às práticas obsoletas.
É natural nos animais de presa comer qualquer outro animal que atravesse o seu caminho. Seus órgãos estão constituídos de tal forma que necessitam dessa espécie de alimento para sobreviver, mas tudo está em desenvolvimento, sempre mudando para algo superior. Nós, em nossas primeiras etapas de desenvolvimento, éramos também como os animais de presa, em muitos sentidos. Porém, devemos nos converter em um deus e, portanto, devemos deixar de destruir, em tempo oportuno, para começar a criar.
A alimentação carnívora estimulou o nosso engenho humano de ordem bem inferior no passado e, portanto, já serviu ao seu propósito na evolução; mas agora estamos no umbral de uma nova etapa evolutiva na qual, o serviço abnegado e o sacrifício de si mesmo produzirão o crescimento espiritual de cada um de nós. A evolução da Mente proporcionará uma sabedoria muito superior as nossas mais grandiosas concepções atuais, mas antes que nos seja conferida essa sabedoria, temos que nos tornar tão “inofensivos como as pombas”, pois, do contrário, existiria o perigo de que a utilizássemos com fins egoístas e destrutivos, o que seria grave ameaça para nossos semelhantes. Para evitar tal contingência, é necessário adotar uma dieta vegetariana.
Não existe outra vida no Universo além da vida de Deus; e “n’Ele vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”[6]. Sua Vida anima tudo que existe e por isso é fácil de compreender que quando tiramos uma vida estamos destruindo uma forma de vida que foi criada por Deus para Sua manifestação. Os animais inferiores são Espíritos em evolução (é a Onda de Vida dos animais) e têm sensibilidade. O desejo de experiência de cada um deles é que os faz construir suas várias formas; e quando as destruímos, privámo-los da oportunidade de obter essa experiência. Retardamos sua evolução, em vez de ajudá-lo, e chegará o dia em que sentiremos profunda repugnância ante o pensamento de converter nossos estômagos em cemitério de cadáveres dos animais assassinados. Todos os verdadeiros Cristãos se absterão de comer carne animal por pura compaixão e compreenderão que toda vida é a Vida de Deus e que é errado causar sofrimento a qualquer ser sensível.
Em muitos lugares da Bíblia fala-se da “carne”, mas é evidente que não faz referência à carne como alimento. No capítulo do Gênesis onde se determina pela primeira vez o alimento para o ser humano, é dito que comerá de toda árvore e de toda erva que tenha semente, “e será para ti como se fosse carne”. As pessoas mais evoluídas de todos os tempos se abstiveram de comer carne animal. Vemos, por exemplo, Daniel, que era um santo e um sábio, pedir para não ser forçado a comer carne animal solicitando que dessem legumes, a ele e a seus companheiros. Também se fala dos filhos de Israel no deserto, dizendo que sentiam falta de comer carne animal, e que seu Deus se irritou contra eles por esse motivo.
Há um significado esotérico no que seja alimentar a multidão com peixe; mas se nos limitamos ao ponto de vista estritamente material, podemos resumir tudo que dissemos reiterando que chegará o tempo em que nos será impossível comer carne animal, da mesma maneira que já passamos da etapa do canibalismo.
Sejam quais forem às tolerâncias que se tenham permitido no bárbaro passado, todas elas desaparecerão no futuro altruísta, quando uma sensibilidade mais refinada despertará em nós um sentido mais profundo dos horrores que implicam na gratificação dos nossos gostos carnívoros.
(“Extraído do livro: Princípios Ocultos de Saúde e Cura” – Max Heindel – Fraternidade Rosacruz)
[1] N.R.: Veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/diagrama-4-a-consciencia-dos-quatro-reinos/
[2] N.R.: Veja mais detalhes aqui: https://fraternidaderosacruz.com/os-sais-celulares-por-um-estudante/
[3] N.R.: que havia no Tabernáculo no Deserto. Veja mais aqui: https://fraternidaderosacruz.com/glossary/altar-dos-sacrificios/
[4] N.R.: Veja mais aqui: https://fraternidaderosacruz.com/arquetipos/
[5] N.R.: Também conhecido como Plexo Solar, um local popularmente conhecido como “boca do estômago”, onde há uma concentração de nervos que irradiam para várias partes do nosso Corpo Denso, daí a comparação com os raios do Sol e o nome de “Plexo Solar”.
[6] N.R. At 17:28
Conta uma antiga lenda que a verdade estava certo dia se banhando num rio. Apareceu, então, a mentira que, sorrateiramente, se despiu, deixou sua roupa ali nas proximidades, vestiu a da verdade e foi embora. A verdade, saindo do banho, viu os trajes da mentira, mas se recusou a vesti-los. Dirigiu-se, nua, à cidade e lá tentaram apedrejá-la. Amedrontada, retornou ao rio e vestiu a roupa da mentira. Desde então, anda pelo mundo disfarçada de mentira e está camuflada da verdade.
O que é a Verdade? Cristo disse: “A Verdade vos libertará“. Sabendo do ilusório em que nos envolvemos na questão da verdade, Cristo disse no Evangelho Segundo São João 18:37: “Para isso eu nasci, para isso vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz“.
Será que a Verdade é o que vemos com os nossos olhos físicos? O que sentimos? O que ouvimos? Será que são as nossas posses, nossos recursos: intelectuais, emocionais ou sentimentais? Não. Essas coisas são muito limitadas para ser a verdade.
Essas explicações e outras que são demonstráveis material e concretamente e que tencionam explicar tudo sobre o ser humano e o seu meio só satisfazem ao intelecto, à Mente, pequena parte do todo e, por somente satisfazer tal parte, logo, por desespero, cai-se em: orgulho intelectual, intolerância e impaciência, se se insiste em tentar romper as limitações e restrições inerentes à parte intelectual acima mencionada.
Agora, para uma pessoa que um dia parou para pensar e chegou à brilhante conclusão que não sabe nada sobre o assunto – o que é a Verdade – e, portanto, já começou a compreender a sua ignorância, sente internamente que algo maior existe e aspira a conhecer a Verdade, mesmo sabendo a dificuldade para alcançar apenas com os próprios meios.
Esse “sentir internamente” não é nada mais, nada menos do que o Coração aspirando por esclarecimentos mais profundos. E é aqui que se sente a profundeza do propósito dos Ensinamentos Rosacruzes.
Afinal, é de suprema importância para todo o ser humano que tem a fortuna – ou outro nome que se dê – em possuir uma Mente esquadrinhadora receber todas as informações que deseje, a fim de que o “Coração possa falar quando a Cabeça esteja satisfeita”.
Daqui, já podemos deduzir que o conhecimento intelectual é um meio para se chegar a um fim e não o fim em si mesmo. Quantas vezes estamos trabalhando afincadamente para resolver um problema e por mais que façamos não conseguimos chegar à conclusão alguma. Então, um belo dia, quando menos se espera, um fio de intuição nos dá a solução que satisfaz todos os requisitos. Nesse momento, nos salta à frente o dito popular: “O Coração tem razões que a própria razão desconhece”.
Contudo, podemos entender essa “razão” do Coração. Vamos lá; com certeza afirmamos: todo ato motivado por uma pura intuição raramente deixa de produzir um resultado positivo
Agora, o que é a intuição? Quanto de Verdade ela sempre nos traz? Sem dúvida, ela nos traz a Verdade, senão a intuição falharia.
Para tentarmos entender isso, vamos esclarecer o que é a Memória. Podemos dividir nossa Memória em três partes distintas:
A nossa Memória Consciente, também conhecida como Memória ou Mente voluntária, está relacionada com as experiências desta vida e, basicamente, é formada pelas ilusórias e imperfeitas percepções dos nossos cinco sentidos físicos, manifestações do nosso Corpo Denso utilizados para transferir impressões para a nossa Personalidade.
Quando pensamos estamos trabalhando na Região Abstrata do Mundo do Pensamento.
Estamos criando a ideia. Logo essa ideia toma uma forma mental, e passa a ser um pensamento-forma. Aqui, já estamos trabalhando na Região Concreta do Mundo do Pensamento. Imbuindo esse pensamento-forma de desejos, utilizando o nosso Corpo de Desejos, podemos dar curso à ação de colocar essa ideia em prática. Então vitalizamos um (ou mais) dos nossos cinco sentidos através da força do nosso Corpo Vital e colocamos em prática utilizando os cinco sentidos do nosso Corpo Denso.
Sempre que olhamos ao nosso redor, podemos perceber certas coisas por meio dos sentidos. Essas impressões são gravadas nas células do nosso cérebro e somos capazes de recordá-las conscientemente. No entanto, tais recordações são deficientes em razão das imperfeições apresentadas por nossos sentidos, como, também, em função do mau desenvolvimento da nossa capacidade de observação. É a essa memória que temos acesso instantâneo.
Já a Memória Subconsciente, também conhecida como Memória ou Mente involuntária, tem em certo sentido, como veículo, o sangue. Tentemos entender o porquê: tudo em nossa volta está impregnado pelos quatro Éteres que compõem a Região Etérica do nosso Mundo Físico. O ar está impregnado pelos quatro Éteres. Estamos continuamente respirando ar, portanto, respirando também os quatro Éteres, especialmente o Éter Refletor. E é esse Éter Refletor que nos traz uma imagem fidedigna, com os mais profundos e mínimos detalhes de tudo que está à nossa volta: a cena física, a vitalidade da situação, a emoção do momento e a emanação espiritual do instante.
E, junto com o ar inspirado, chega aos nossos pulmões. E tudo isso é absorvido nos pulmões, pelo nosso sangue no processo físico conhecido como oxigenação. Dos pulmões, através das quatro veias pulmonares, tudo isso, agora tendo como veículo o sangue, chega até a aurícula esquerda do nosso Coração. E dessa aurícula passa através da válvula mitral, e tudo isso, com o sangue, chega até o ventrículo esquerdo do nosso Coração. Bem no ápice desse ventrículo esquerdo está localizado o Átomo-semente do nosso Corpo Denso. Assim, o sangue, com tudo aquilo impregnado, ao passar por esse ápice, deixa gravado nesse Átomo-semente toda cena física, vitalidade da situação,
emoção do momento e emanação espiritual do instante.
Portanto, o nosso Átomo-semente do Corpo Denso contém as recordações de toda nossa vida, nos seus mais profundos e mínimos detalhes. Essa é a nossa Memória Subconsciente, base da nossa existência nos Mundos espirituais após a morte. Essa memória está fora do nosso controle. Não podemos acessá-la quando queremos.
Por fim, temos a Memória Superconsciente. Essa nossa Memória, simplesmente, contém todas as faculdades e conhecimentos adquiridos em todas as nossas vidas anteriores. E essas faculdades e esses conhecimentos estão fielmente gravados no nosso veículo Espírito de Vida. Lembremos que o Espírito de Vida é a contraparte superior do nosso Corpo Vital. E que esse nosso veículo Espírito de Vida tem seu assento secundário no nosso Coração. Ou seja: está em estreito contato com o nosso Coração. E que esse nosso veículo Espírito de Vida é aquele que retrata o espírito do amor, da fraternidade, da unidade de nós com todos. Por isso é que o Coração é o foco do amor altruísta. Quando funcionamos no Mundo do Espírito de Vida, com esse nosso veículo, entendemos o porquê do Mundo do Espírito de Vida ser o primeiro Mundo, de baixo para cima, onde cessa toda a separatividade e é onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza.
Logicamente, nós vemos mais claramente nesse Mundo quando utilizamos o nosso, não desenvolvido ainda, veículo Espírito de Vida. Por isso, que quando trazemos de lá as recordações gravadas na Memória da Natureza não conseguimos imprimi-las no cérebro, na área referente aos nossos sentidos físicos. O máximo que atualmente conseguimos é imprimi-las, via Éter Refletor, no nosso Coração. E esse Éter Refletor leva ao cérebro essa impressão trazida do Mundo do Espírito de Vida, através do nervo pneumogástrico. Ou seja: quando estamos com algum problema aparentemente insolúvel, podemos procurar tal solução no Mundo do Espírito de Vida. Ao encontrá-la, enviamos a solução ao Coração como orientação e iniciativa imprimindo-a no Éter Refletor e que, através do nervo pneumogástrico ou nervo vago, leva até ao cérebro. É essa a formação do impulso emanado diretamente da fonte da sabedoria e do amor cósmico. É essa a origem da intuição. O processo é rapidíssimo. O Coração elabora esse processo muito antes da Mente, mais lenta, poder considerar a situação. Normalmente, esse impulso atua como consciência e caráter ou, ainda, compele a ação com uma força tão grande que chega até a contradizer a Mente e o desejo.
Perceba que para compelir a ação, esse impulso não precisa se envolver em matéria mental ou de desejos como ocorre com as nossas ideias, produtos das nossas impressões sobre o mundo.
Pena que na maioria dos casos, após esse rapidíssimo e verdadeiro impulso intuitivo, vem o nosso raciocínio e o nosso cérebro e acaba dominando o nosso Coração.
Em outras palavras: a nossa Mente e o nosso Corpo de Desejos frustram o nosso verdadeiro objetivo e os nossos corpos sofrem as consequências. É certo que a Mente é o instrumento mais importante que nós possuímos e é o nosso instrumento especial no trabalho da criação. O problema é que estando a Mente ligada à natureza dos nossos desejos (parte inferior do Corpo de Desejos), nos traz grande tormento, pois se torna por definição egoísta, sectária e limitada.
Por outro lado, conhecemos a força do Coração na fé do Cristão Místico, aquele que busca Deus através da fé.
Contudo, também não podemos menosprezar a razão, em que a Mente predomina, em que o Cristão Ocultista busca Deus com a ajuda do conhecimento. Vê do exposto que tanto a fé como o conhecimento são meios para se chegar a um fim comum: Deus.
Ou ainda: nem fé (místico), nem conhecimento (ocultista) representam um fim em si mesmo.
É como lemos na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (13:2): “Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tenha tamanha fé (…) se não tiver amor, nada serei“.
Vemos, então que a união entre Cabeça e Coração abrirá o caminho para a verdade. E essa união se dará dentro de cada um de nós com o desenvolvimento do nosso Cristo Interno.
Afinal Cristo disse: “Eu sou a caminho, a Verdade e a Vida“. Essa união constitui os Ensinamentos Rosacruzes, ou seja: fazer com que o Coração e a Mente se unam para equilibrar a fé com as ações.
Quando as perguntas da Mente são respondidas, o Coração está livre para amar. E, ajudada pela intuição, a Mente pode penetrar nos mistérios do ser. Pois quando o Coração se unir a Mente, ele se tornará mais forte, e a Mente o defenderá do erro. E, assim, ambos satisfarão às suas aspirações.
É esse equilíbrio que é fundamental para chegarmos a um conhecimento mais elevado e verdadeiro de cada um de nós e, portanto, de todo o mundo. E é com esse equilíbrio que vamos encontrar a Verdade que cada um de nós vai compreender. Esse equilíbrio nos remete a definir como entender a Verdade, pois, com ele podemos dizer o que é a Verdade, senão buscar viver a vida superior.
Despojar do nosso egoísmo e viver o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Se achamos difícil, mas não desistimos é porque já estamos pertos de conseguir o objetivo, pois isso mostra que já compreendemos a luta interna entre o nosso eu superior e o nosso eu inferior.
Chegamos à importante conclusão de que a Verdade não pode ser encontrada aqui no Mundo dos fenômenos, o Mundo dos efeitos, onde vivemos imersos em ilusões e percepções imperfeitas. Devemos buscar a Verdade nos Mundos das causas, nos Mundos suprafísicos.
Só isso nos dá coragem e coloca todas as nossas limitações de lado, pois essas limitações têm a ver com a nossa existência aqui no Mundo Físico e não nos Mundos suprafísicos.
E, assim, como um verdadeiro Aspirante à vida superior estamos prontos a buscar a Verdade, mas a Verdade eterna e estamos conscientes de que como ela é eterna, eterna também será a sua busca!
Que as rosas floresçam em vossa cruz
Resposta: Estudando a Filosofia Rosacruz aprendemos que no Mundo do Desejo a luz e a cor são cambiantes (diferente do estado que encontramos aqui, na Região Química do Mundo Físico), aprendemos também que é onde as forças dos nossos irmãos e nossas irmãs menores, os que chamamos de animais, e as nossas próprias forças se misturam com as forças de inumeráveis Hierarquias de seres espirituais, que não “aparecem” no Mundo Físico, mas que são tão ativas no Mundo do Desejo como nós o somos aqui. Aqui as Hierarquias se referem às Hierarquias Criadoras que trabalham no Mundo do Desejo, seja somente lá, seja parcialmente lá, durante o Ciclo de Nascimentos e Mortes. E aí já surge a dúvida: são todas as doze Hierarquias Criadoras? Se não, quais são?
Não são todas as doze! Vamos conhecê-las então (de uma forma bem resumida), já que devemos muito a elas graças ao trabalho que desenvolvem cotidianamente no Mundo do Desejo:
1) a Hierarquia Criadora Senhores da Individualidade, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Libra. Dominam totalmente todos os materiais do Mundo do Desejo. Ajudou-nos na nossa formação no longínquo Período Lunar nos fornecendo o germe do que é agora o nosso Corpo de Desejos. Atualmente, no Mundo do Desejo, trabalham para ensinar a manipular os materiais das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. E, agora, depois de formados e evoluindo para frente e para cima, Ela nos ajuda, neste Período Terrestre, ensinando-nos como desenvolver o nosso veículo Espírito de Vida.
2) a Hierarquia Criadora Senhores da Forma, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Escorpião. É a Hierarquia Criadora encarregada de tudo que evolui aqui no Período Terrestre e necessita de “formas”, seja pensamento-forma, formas do Mundo do Desejo, formas etéricas ou formas químicas. Ela, também, nos ajuda, neste Período Terrestre, ensinando-nos como desenvolver o nosso veículo Espírito Humano.
3) a Hierarquia Criadora dos Arcanjos, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Capricórnio. Neste atual Esquema de Evolução atingiram o seu estágio de “humanidade” no Período Solar, momento em que se tornaram especialistas em trabalhar com materiais do Mundo do Desejo. Neste Período Terrestre exercem várias funções, dentre as mais destacadas: Espírito-Grupo dos animais (em que são responsáveis pela evolução de cada ser animal existente), Espírito de Raça para nós, ainda que atualmente muitos poucos seres humanos ainda precisem desse tipo de segmentação para se desenvolver e exercem a liderança em cada Planeta e no Sol, quanto ao desenvolvimento dos desejos, sentimentos e das emoções que utilizam o material das três Regiões superiores do Mundo do Desejo. Lembrando que Cristo, o Deus-Filho é um Arcanjo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, o maior dos Arcanjos.
4) a Hierarquia Criadora dos Anjos, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Aquário. Neste atual Esquema de Evolução atingiram o seu estágio de “humanidade” no Período Lunar, momento em que se tornaram especialistas em trabalhar com materiais da Região Etérica do Mundo Físico. Neste Período Terrestre exercem várias funções, dentre as mais destacadas: Espírito-Grupo das plantas – vegetais (em que são responsáveis pela evolução de cada ser vegetal existente), Anjos do Destino – também chamados de Senhores do Destino ou Anjos Relatores – que nos ajudam a escolher entre os diversos Panoramas de Vida que temos à nossa disposição quando estamos nos preparando para renascer lá no Terceiro Céu, que depositam na cabeça do espermatozoide do pai o Átomo-semente do Corpo Denso e na matriz do útero da mãe, o Átomo-semente do Corpo Vital quando de uma relação sexual em que haverá fecundação, que ajuda nas conexões dos Átomos-sementes dos Corpos quando estamos trabalhando com a mãe para renascer, que auxilia a mãe nos momentos pré-natal, que trabalham com os Auxiliares Invisíveis humanos em certos momentos para a cura espiritual. O Deus-Espírito Santo é um Anjo, Jeová, o mais elevado Iniciado do Período Lunar, o maior dos Anjos.
5) a Hierarquia Criadora dos Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana – nós -, também chamada de Hierarquia Zodiacal de Peixes. Neste atual Esquema de Evolução atingimos o nosso estágio de “humanidade” neste Período Terrestre, momento em que começamos o trabalho para nos tornarmos especialistas em materiais da Região Química do Mundo Físico. Durante a nossa estada pelo Mundo do Desejo: quando estamos vivendo a nossa vida celestial – após a morte aqui – no Mundo do Desejo (Purgatório e Primeiro Céu); quando estamos “descendo” para mais um Renascimento aqui, coletando materiais para a construção de mais um Corpo de Desejos, seja quando temos a capacidade de trabalhar lá, mesmo renascido aqui, como fazem os Auxiliares Invisíveis conscientes, Irmãos Leigos, Irmãs Leigas, Adeptos e Irmãos Maiores, e seja renascidos aqui quando coletamos materiais para expressar, pelo nosso Corpo de Desejos, os desejos, sentimentos e as emoções do dia a dia.
Podemos saber e estudar mais sobre as Hierarquias Criadoras no nosso site: https://fraternidaderosacruz.com/, no Glossário Dicionário Rosacruz, ou no livro: Conceito Rosacruz do Cosmos.
Que as rosas floresçam em vossa cruz!
“Levantai, ó, portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó, entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.”[1]. Essa passagem, tirada dos Salmos, o Livro dos Louvores, Canções de Sião, considerados como os primeiros dos “escritos” do Antigo Testamento, bem pode ser usada em conexão com o mistério do Cristo.
Os judeus, como outras nações, mostram em seus escritos religiosos que esperavam por um Salvador que viria, o Ungido, Cristo ou Messias. Nesse tempo, o adorado era o Deus Jeová, o Senhor dos Exércitos e Criador das Formas. Portanto, nesse tempo o Cristo devia ser um Deus pessoal, principalmente porque a Mente ainda estava em seu estado ou forma mineral. Eles não poderiam imaginar outra espécie de Deus. Ainda hoje nós O concebemos assim, mas aos poucos mudamos a ideia que temos sobre Ele, por meio da evolução do nosso veículo Mente. Coube àquele educado místico, São Paulo, revelar o segredo básico do Cristianismo, segundo o qual Cristo pode realmente ser formado em nós e, dessa forma, podemos antecipar prazerosamente o dia em que o Ungido irá Se tornar, e já é, nós mesmos.
Os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental acerca da evolução do ser humano explicam o nascimento, crescimento e desenvolvimento dos vários corpos com seus Átomos-sementes, bem como as várias forças que por eles agem, em uma sequência natural, lógica. Agora, estamos tentando, conscientemente ou não, construir um novo corpo feito de Éter no qual o Átomo-semente se tornará ativo. Estando pronto esse veículo, o Poder Crístico poderá nele penetrar; e quando ele despertar, nascerá em nós o Cristo Menino como o segundo aspecto de Deus — Cristo assume então o controle do nosso ser. Disse o místico Angelus Silesius: “Embora Cristo nascesse mil vezes em Belém, enquanto não nascer dentro de ti, tua alma continuará extraviada”.
Antes de podermos agir como verdadeiros Cristãos, como expressões do consciente Espírito de Vida interior, devemos construir tal corpo, o Dourado Manto Nupcial, composto dos dois Éteres superiores do Corpo Vital (Éter Luminoso e Éter Refletor). Por meio do Corpo-Alma nós, o Ego – o Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado –, podemos agir. Esse Corpo-Alma é, portanto, nosso primeiro objetivo. Ele se desenvolve e é nutrido pelo poder do amor que busca sua manifestação pelo serviço amoroso e desinteressado, focado na divina essência oculta no irmão ou na irmã, porque quando amamos, procuramos servir. Quer compreendamos, quer não, todas as coisas criadas servem a outrem; seu propósito é servir.
Quando o Sol passa pelo Signo de Câncer, onde a Lua está fortíssima – pois a Lua rege Câncer – é um ótimo momento para estudarmos o serviço amoroso e desinteressado, focado na divina essência oculta no irmão ou na irmã, ou: o Espírito – simbolizado pelo Sol – servindo a Alma (a quintessência dos nossos Corpos) – simbolizado pela Lua. Já quando o Sol passa pelo Signo de Leão, vemos exatamente o oposto: a Alma servindo ao Espírito, pois neste mês o Sol rege Leão e domina a influência lunar. Esse é o tempo da construção e melhorias do Corpo, da forma; devido às poderosas forças solares, o Espírito trabalha sobre o Corpo para obter posterior crescimento anímico, o Crescimento da Alma. O crescimento e o fortalecimento da manifestação física são necessários para conter um influxo de atividades maiores e mais refinadas do poder de Cristo, que volta no fim de cada ano. Por isso, é dado maior impulso à exibição material do poder físico do Sol, estando diminuídos seus poderes anímicos. O poder do Sol está agora em seu máximo de força, fisicamente, objetivamente; espiritualmente, contudo, está subjetivo, em preparação para o futuro crescimento anímico.
É, portanto, pela compreensão intelectual das coisas místicas que levantamos nossas cabeças e abrimos nossos corações às portas e entradas eternas para, por elas, deixarmos entrar o Cristo, o Rei da Glória, tornando-nos Cristãos no verdadeiro sentido.
O Signo de Leão é o do Rei e do coração, a fonte do amor e, por isso, nesse nosso período evolutivo, o grande poder do amor é, na verdade, o “rei” e reina supremo. O amor, como causa, produz como efeito o serviço e é essa causa e efeito que, quando demonstrados, tecem misteriosamente o precioso manto do Cristo (o Corpo-Alma), o Soma Psuchicon de que falou São Paulo, como um veículo independente, utilizável para os voos anímicos da vida superior. Esse Corpo-Alma não deve ser confundido com a Alma que o interpenetra. Ele é algo intangível, percebido pelo espírito de introspecção através do qual sentimos o Poder do Pai no Céu, a incitação íntima que todos os Aspirantes à vida superior conhecem tão bem. É o Poder do Pai que acende a luz, tornando o Corpo-Alma luminoso.
Lembremo-nos, entretanto: é o Sol, o Espírito, que é poder, força ou energia agindo no Corpo, o responsável pela Alma e, nessa ocasião, quando atinge sua máxima força, bem podemos aprender com suas atividades. O Livro “Conceito Rosacruz do Cosmos” informa-nos que no Período Solar, um renascimento anterior da nossa Terra, os Senhores da Sabedoria irradiaram de Si o germe do Corpo Vital, capaz de crescimento posterior, possuindo faculdades que agora estão latentes; que essas faculdades iniciaram sua manifestação na segunda Revolução desse Período e continuaram até a sexta Revolução. Nessa Revolução apareceram os Querubins e despertaram o germe do Espírito de Vida; ou seja, o Princípio Crístico do ser humano. No Período Lunar, os Senhores da Individualidade irradiaram de Si o Corpo de Desejos germinal, ligando-o ao Corpo Vital e mais tarde os Serafins despertaram no ser humano o germe do Espírito Humano. No Período Terrestre, no qual agora estamos, esse trabalho envolvendo os Éteres ficou sob a tutela dos Anjos, os mestres dos seres humanos nesse assunto, por serem peritos na construção do Corpo Vital, já que foram humanos quando o Éter era a condição mais densa da matéria.
Já atravessamos o arco descendente da Involução, nesse Esquema de Evolução, e agora iniciamos a porção ascendente da Evolução, armados com a faculdade da Epigênese; estamos passando das substâncias mais densas para as mais sutis, bem como espiritualizando nossas forças e poderes; em poucas palavras, estamos indo do reino puramente físico para o etérico e, por isso, a especialização que vem sofrendo o Corpo Vital, a Alma Intelectual e o Espírito de Vida ou o Ser Cristo. Essa é nossa primeira tarefa como seguidores do Cristo. O Corpo Vital está radicado na posição referencial do baço, por meio do qual especializa a energia solar e é o construtor e restaurador do Corpo Denso; mas enquanto esse Corpo Vital for o canal pelo qual as forças solares são introduzidas no Corpo Denso, ele não tem poder em si mesmo. Determina a direção em que uma dada força é usada; contudo, essa força é fornecida do exterior. Pelo poder do amor, levantamos portas e abrimos entradas eternas em nosso coração para possibilitar ao Cristo entrar e habitar em nós, permitindo assim que nossa Luz brilhe diante dos seres humanos para que possam ver nossas boas obras e glorificar nosso Pai, que está nos Céus.
Outrora, o Corpo de Desejos dos mais avançados da humanidade foi dividido em duas partes: a superior e a inferior, tornando-se capaz de conter um Ego humano. Hoje, estamos provocando a divisão do Corpo Vital também em duas partes: uma superior e outra inferior. A parte superior é conhecida como o Dourado Manto Nupcial (como vimos, o Corpo-Alma) que permitirá ao Cristo, o Rei da Glória, agir dentro de nós. Essa semente virá à vida e crescerá em força e beleza com o decorrer do tempo, se for alimentada e nutrida pelo poder do amor em seu mais elevado aspecto, o que quer significar isto: o sacrifício da carne pelo Espírito. Não podemos ter “Deus e servir ao Mammon[2]”. A lei da autopreservação deve ceder lugar à de viver para os outros.
A construção desse Dourado Corpo Solar do Espírito de Vida é mais bem conseguida por meio da experiência purgatorial obtida pelos Exercício Esotérico noturno de Retrospecção, por meio do qual se diz que “tomamos o céu de assalto”[3]. É pelos atos, pelas ações, obras de amor e bondade, ou melhor, pelo motivo que está por trás desses atos, dessas ações e obras que construímos o Veículo do Cristo com os Éteres Refletor e Luminoso do Corpo Vital, o Corpo-Alma. Não há outro jeito! O serviço amoroso e desinteressado, focado na divina essência oculta no irmão ou na irmã nos traz as melhores recompensas, pois nenhum exercício pode construir a Alma, porque é apenas um processo de amalgamação pelo qual as experiências da vida física são transmutadas em poder anímico, o poder da Alma.
A força solar, expressa por meio do polo masculino, é a responsável pelo poder da Vontade, um atributo do Princípio Paterno que cuida de Seus filhos, assim como a força lunar, expressa por meio do polo feminino, é a responsável pelo poder da Imaginação, um atributo do Princípio Maternal, que ama Seus filhos. Logo, temos durante todo mês de julho a expressão positiva da Lua, ou trindade fraternal, já que o Sol passa pelo Signo de Leão.
Leão é o Signo dos filhos que vêm ao nascimento pelo poder do amor e, sendo masculino, é natural que os Átomos-sementes dos nossos três Corpos e da Mente sejam depositados por meio do elemento positivo ou masculino e sob o cuidado amoroso das qualidades anímicas femininas para serem nutridos e sustentados.
“Senhor, ajuda-me a viver dia a dia
De tal maneira altruísta
Que mesmo quando me ajoelhe para orar
Minhas orações sejam pelos outros”.
“E a cidade não necessita de Sol nem de Lua para que nela resplandeçam, porque a Glória de Deus a tem alumiado e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21:23).
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho/1970-Fraternidade Rosacruz-SP)
[1] N.R.: Sl 24:7-10
[2] N.R.: a palavra siríaca (a língua da Síria antiga, um dialeto ocidental do aramaico no qual muitos textos Cristãos primitivos importantes são preservados e que ainda é usado pelos Cristãos sírios como língua litúrgica) para as riquezas desejadas pelas pessoas sem bom senso ou sem julgamento, imprudentes ou néscias. Contudo, uma pessoa pode manter-se em seus negócios e cuidar deles pelo bem de todos, não por seu próprio interesse ou ganância, mas fazendo o possível para ajudar os outros. Não servindo a “Mammon”, não importa quanta riqueza esteja administrando.
[3] N.R. Mt 11:12
Aprendemos com São Paulo na sua Primeira Epístola aos Coríntios, Capítulo 2 e versículos de 7 a 10 que: “Ensinamos a sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que Deus, antes dos séculos, de antemão destinou para a nossa glória. Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu, pois, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da Glória. Mas, como está escrito, o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam. A nós, porém, Deus o revelou pelo Espírito. Pois o Espírito sonda todas as coisas, até mesmo as profundidades de Deus.“.
O fato da “Sabedoria de Deus” se tornar oculta e ser um “mistério” para a Humanidade é devido ao evento conhecido como “A Queda do Homem”. Em determinado ponto de sua longa jornada evolutiva setenária, para passar da “consciência coletiva” para uma “consciência própria”, nós nos desviamos do plano divino original que nos fora reservado. Com isso nós nos cristalizamos tanto que perdemos o contato consciente com os Mundos e seres, agora invisíveis para nós. Ao mesmo tempo e do mesmo modo, perdemos a consciência das verdades espirituais relacionadas com a nossa origem e peregrinação na matéria. Anteriormente, em determinado tempo da Época Lemúrica, a nossa consciência estava focalizada nos Reinos espirituais. Nós éramos inconscientes do processo físico de propagação, do nascimento e da morte do Corpo Denso. Quando nossos “olhos se abriram”, a nossa consciência foi projetada para o exterior, em relação com os fatos dessa Região Química do Mundo Físico. As condições, então, se alteraram. Gradualmente, depois disso, nossa consciência interna, relacionada com os Mundos superiores, e os seres a eles pertencentes, foi desaparecendo.
Entretanto, o nadir da materialidade foi finalmente ultrapassado já na segunda metade da Época Atlante (lembrando: estamos na Época Ária); Cristo, o mais poderoso dos Arcanjos, veio ao mundo, foi crucificado e se tornou o Espírito Interno de nosso Planeta (o Espírito Planetário). Do centro da Terra Ele irradia seu poderoso amor, nos ajudando a atingir a perfeição do nosso Corpo Denso de modo que esse possa se fundir ao Corpo Vital (esse processo é chamado de eterificação do Corpo), expandir nossas faculdades espirituais e, assim, reaver nossa herança perdida. Desse modo a “sabedoria oculta” nos será revelada e penetraremos a essência, intuitivamente, das coisas que “Deus preparou para aqueles que O amam“.
A Filosofia Rosacruz descreve o processo intuitivo da seguinte maneira: “À medida que o sangue passa pelo coração, ciclo após ciclo, hora após hora, durante uma vida inteira, imprime as imagens que ele transporta, no Átomo-semente do Corpo Denso (situado no ápice do ventrículo esquerdo do coração), realizando um registro perfeito da vida. E isso sempre está em contato com o Espírito de Vida, o Espírito do Amor e da União”.
“Portanto, o coração é o lar do amor altruísta”. “Na proporção em que essas imagens passam internamente para o Mundo do Espírito de Vida, onde se encontra a verdadeira Memória da Natureza, para que se tornem conscientes, poderemos invocar tais imagens de experiências passadas, não pelo processo comum e lento dos sentidos, mas diretamente, por meio do quarto Éter, o Éter Refletor, contido no ar que respiramos”.
“No Mundo do Espírito de Vida, o nosso veículo Espírito de Vida vê muito mais claramente do que nos Mundos mais densos”. “Lá, (que é aqui também, porque os Mundos superiores interpenetram os inferiores) o Espírito de Vida, segundo aspecto de nossa Trindade interna (que é Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano), está em contato com a Sabedoria Divina e em qualquer situação sabe, imediatamente, o que fazer, transmitindo a mensagem da apropriada ação, diretamente ao coração que, por sua vez, a retransmite rapidamente ao cérebro, por intermédio do nervo pneumogástrico ou nervo vago. Assim é que surgem as “primeiras impressões” – o impulso intuitivo que sempre é bom, porque vem diretamente da fonte de Amor e Sabedoria Cósmica”.
Esse processo é instantâneo e tão rápido que o coração, mais sensível e havendo-o recebido de primeira mão, tem seu controle antes que a lenta razão tenha tido tempo para orientar-se. Este primeiro impulso, se realmente intuitivo, é verdadeiro. Segui-lo é um caminho de felicidade para nós. Mas, para a maioria de nós, pouco alerta, a Mente, o raciocínio, muitas vezes condena e sacrifica este primeiro impulso. Realmente “pensamos no que temos em nosso coração” e isso é sempre verdadeiro. Mas o “racionalista” que se apoia apenas em sua capacidade de análise, muitas vezes julga, em seu interior, que a verdade não é verdade!
Felizes dos que podem atingir este estado e unir a Mente ao Coração!
(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)
O Reino vegetal possui apenas o Corpo Denso e o Corpo Vital. Portanto, as plantas constroem caule e folha; depois outra pequena parte do caule e outra folha… A estrutura do ser humano construída durante o estágio vegetal também mostra um trabalho semelhante de repetição — vértebra após vértebra, até que a coluna esteja completa.
Assim, vemos que a base do Corpo Vital é a repetição e como ele é a contraparte material do Espírito de Vida ou Princípio Crístico no ser humano, é evidente que para alcançar o Espírito Crístico devemos trabalhar por meio do Corpo Vital, em harmonia com sua estrutura: a repetição. Isso se aplica a qualquer linha de estudo ou trabalho que empreendamos.
Portanto, ao iniciar um novo período de estudo, as mesmas linhas de pensamento que estabelecemos no início do período anterior devem ser enfatizadas. O primeiro e mais importante deles é este fato: estamos procurando trazer o Cristo de dentro de nós mesmos para que possamos fazer no mundo as coisas que Ele fez e está constantemente fazendo sem que possamos vê-lo, apressando assim o dia de Sua vinda.
Não devemos reconhecer outra liderança além do Cristo, nem mesmo a liderança dos Irmãos Maiores, pois eles não lideram ou guiam, mas vêm apenas como amigos para aconselhar; devemos ser particularmente cuidadosos para lembrar que todos estão na mesma base. Portanto, ninguém deve colocar Max Heindel e Augusta Foss Heindel em um pedestal; eles não pertencem a um e não têm preeminência sobre ninguém. Todos têm a mesma oportunidade de servir e servir é o único caminho verdadeiro para a grandeza. No entanto, não importa quão eficientemente possamos servir; se nos gloriarmos em nossos serviços, essa auto glória será nossa única recompensa.
Deve ser o nosso objetivo pensar pouco no que fazemos e nos considerarmos nada, pois por melhor que trabalhemos nenhum de nós é capaz de servir a Deus dignamente, mesmo por um único dia. Então a humildade no serviço deve ser o nosso principal objetivo e meta. Quanto mais profundamente pudermos atingir esse ideal, quanto menores formos aos nossos próprios olhos, tanto maior seremos aos olhos de Deus.
Outra coisa: se estamos dispostos a servir apenas no que gostamos, que mérito há nisso? Nenhum! Contudo, se fizermos o que estiver ao nosso alcance, se nos esforçarmos para realizar as tarefas desagradáveis da vida com equanimidade e nos encorajarmos para colocar zelo tanto no trabalho que não gostamos quanto naquele que amamos, se o fizermos para salvar alguém, então seremos dignos seguidores dos Irmãos Maiores e imitadores bem-sucedidos de Cristo, o nosso glorioso Ideal.
(por Max Heindel, publicado no Echoes nº 3 de Mount Ecclesia de 10 de agosto de 1913, traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)