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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Hoje a Palavra Proferida por Nós é Morta e Não tem Poder

Sabemos que, atualmente, a nossa força sexual criadora, quando nos manifestamos aqui na Região Química do Mundo Físico, está dividida: metade flui para cima para manter um cérebro e uma laringe, por meio dos quais nós podemos controlar esses instrumentos e nos expressar em pensamentos e palavras; e a outra metade é impelida para baixo, para os nossos órgãos criadores, para reprodução.

Hoje a palavra que então aprendemos a falar é morta e destituída de poder. Na próxima Época, a Época Nova Galileia (não a confundir com a Era de Aquário) teremos desenvolvido um órgão etérico, construído no interior da cabeça e da garganta pela força sexual economizada (o qual órgão é visto pelos Clarividentes voluntários como a haste de uma flor que ascende da parte inferior do tronco). Esse órgão é, verdadeiramente, um órgão criador capaz de emitir a palavra, a vida e o poder. Notemos que a palavra atual é produzida por movimentos musculares rudimentares que combinam laringe, língua, lábios e outras partes do nosso Corpo Denso, de tal modo que a passagem do ar saído dos pulmões gera determinados sons. No entanto, o ar é um veículo pesado, difícil de se mover, comparado as forças mais sutis da Natureza como a eletricidade, que se propaga no Éter, de modo que, quando aquele órgão tiver alcançado pleno desenvolvimento, teremos o poder de falar a “palavra da vida” e infundir vitalidade nas substâncias que até ali estiverem inertes. O alimento principal para a construção desse órgão para falar a “palavra da vida” é a prática constante do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível), focado na divina essência oculta que há em cada um de nós, aos nossos irmãos e a nossas irmãs que estão no nosso entorno.

Atualmente, as pessoas que se esforçam e praticam o serviço desta forma e fielmente executam o Exercício Esotérico noturno Rosacruz de Retrospecção estão construindo aquele órgão. Elas estão aprendendo a usá-lo aos poucos, como Auxiliares Invisíveis, quando fora de seus Corpos Densos à noite e usando o Corpo-Alma (que naturalmente é construído pelas práticas acima), enquanto dormem aqui, precisam emitir a “palavra de poder” para eliminar as doenças e enfermidades de irmãos e irmãs doentes.

Vamos dar um exemplo da força das palavras por meio de uma pequena sentença, fornecida pelo inspirado Apóstolo S. João quando ele escreveu: “Deus é Luz”. Essas três palavras são tão esclarecedoras para a Mente, quanto outras tantas palavras são confusas. Qualquer pessoa que utilize essa passagem como assunto para os Exercícios Esotéricos Rosacruzes (como, p. exe., o de Concentração ou o de Meditação) encontrará, seguramente, uma recompensa maravilhosa a sua espera. Afinal, não importa quantas vezes tomemos essas palavras repetindo-as nesse contexto de Exercício Esotérico, nosso próprio desenvolvimento, conforme os anos passam, nos assegura uma compreensão cada vez mais completa e melhor. Cada vez que mergulhamos nessas três palavras, nos sentimos preenchidos por uma fonte espiritual de profundidade inesgotável e, a cada vez, alcançamos mais minuciosamente as profundezas divinas e nos aproximamos mais do nosso Deus-Pai celestial.

Como um verdadeiro Aspirante à vida superior buscamos espiritualizar todo o nosso ser, e quando estivermos sob a influência da verdadeira Religião Cristã Esotérica, teremos aprendido o autodomínio e nos tornaremos um auxiliar altruísta do nosso irmão ou da nossa irmã ao nosso lado. Poderemos, então, ser um firme guardião do poder mental, pelo qual seremos capazes de formar ideias exatas e prontas para serem cristalizadas de imediato em coisas úteis. Tudo isso se efetuará por meio da laringe, que emitirá a Palavra Criadora.

Afinal, todas as coisas da Natureza vieram à existência pelo “Verbo que se fez carne” (Jo 1:14). O som, ou pensamento falado, é a nossa próxima força a se manifestar, uma força que nos fará criadores quando, mediante nosso atual aprendizado, nos tivermos capacitados para o uso de tão grande poder para o bem de todos, a despeito dos nossos próprios interesses.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando, de acordo com a Filosofia Rosacruz, podemos esperar a Segunda Vinda de Cristo?

Resposta: A Filosofia Rosacruz afirma que Cristo nunca retornará em Corpo Denso. Em vez disso, a Segunda Vinda d’Ele ocorrerá em um Corpo Vital, e somente aqueles que desenvolveram seus Corpos Vitais, ao ponto de serem capazes de funcionar neles conscientemente (ou seja, funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico) estarão cientes da Sua presença, quando Ele vier. O momento do retorno será quando um número suficiente de seres humanos for capaz de manter esse Campo de Evolução, o Planeta Terra. Somente Deus-Pai sabe disso. Mas mesmo agora Cristo está conosco seis meses por ano, como Espírito Planetário residente na Terra, embora não num corpo tangível que possamos ver.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março/1923 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Símbolo Rosacruz: uma Maravilhosa Fonte de Inspiração para a Meditação

O simbolismo é o meio pelo qual o Espírito tenta se expressar na Mente em que ele está se manifestando. É o nosso meio de comunicação com os outros. A palavra é o símbolo de uma ideia e, assim, toda a literatura, a música, a arte, a dança, todo o drama ou muitas outras coisas simbolizam a ideia que uma Mente deseja transmitir a outra.

Em épocas passadas, as Mentes mais altamente evoluídas transformaram a ideia de Deus em imagem ou outra forma para os menos evoluídos. Muitas vezes as pessoas menos desenvolvidas espiritualmente adoravam o símbolo, não sendo capaz de aprender sobre o que é Espírito e o que é Forma.

Hoje, a palavra “Deus” significa muito para alguns de nós; contudo, não sentimos ou expressamos reverência e adoração a palavra, mas o ideal que ela traz à Mente. Até a meditação sobre a palavra “Deus” pode fornecer muito alimento ao Espírito. Então, imagine quanto mais podemos obter como alimento ao Espírito a partir de um Símbolo tão rico como o Símbolo Rosacruz! Ele é fornecido a nós como alimento espiritual. Não há transubstanciação, para acharmos que a coisa em si seja santa, embora saibamos que um Símbolo utilizado há anos gradualmente absorva algumas das vibrações do Serviço para que é usado. Ele, também, exterioriza novamente para todos os que o utilizam, de modo que uma pessoa sensível às vibrações espirituais pode senti-las. O ideal por trás de um Símbolo pode ser de grande valor espiritual nas vidas daqueles que o utilizam de maneira compreensivamente.

Atualmente, temos uma pequena palavra de apenas uma letra e ela nos representa inteiramente: Corpo, Mente e Espírito. É usada por nós para representar qualquer uma das nossas partes ou o todo, de acordo com o nosso conhecimento. Esta “palavra”, ou Símbolo, foi usada para representar o nosso Corpo, quando nossa consciência começava a enxergar o fato de que nós tínhamos um Corpo Denso: a letra “I”. Esse é o braço inferior da cruz. Quando a nossa compreensão sobre nós mesmos foi além, adicionamos um braço ao topo e depois o outro, fazendo o “tau[1]” ou “T”. Essa é a Chave Egípcia da Vida. Essa linha horizontal simboliza a nossa vitalidade e nossa natureza emocional. Quando começamos a manifestar nossos pensamentos aqui, o topo foi adicionado, criando a verdadeira cruz romana. Isso completa o nosso quádruplo veículo – Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente. É nessa cruz de matéria que o Ego tem sido crucificado desde a fundação do mundo, e nós aí permaneceremos até os dias de libertação, quando conheceremos a “liberdade gloriosa dos Filhos de Deus[2]. Até agora, enquanto nossos ideais permanecem materialistas, a cruz é negra, símbolo da matéria; mas quando espiritualizarmos nossos ideais por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, tornaremos a cruz branca. Atualmente, a Humanidade é, em termos simbólicos, como uma cruz branca com uma linha preta contornando-a. Estamos reconhecendo os direitos dos outros, os ideais de fraternidade e o autossacrifício pelos outros estão crescendo. A cruz branca e pura simboliza a casta vida dedicada de um servo da Humanidade, um Auxiliar Invisível. A cruz do Símbolo Rosacruz possui três meios círculos no final de cada braço – por isso é uma cruz trilobada –, totalizando doze. Esse é o símbolo do ser humano cósmico, do qual o humano é o microcosmo. Representa as doze Hierarquias Criadoras que se manifestam como Signos do Zodíaco e nos ensina a governar esse veículo quádruplo, no qual trabalham junto conosco, o Ego. São necessárias doze esferas para cobrir uma esfera do mesmo tamanho; do mesmo jeito, os grandes mestres espirituais tiveram doze Discípulos e o Ego tem doze faculdades psíquicas que cobrem o ser humano espiritual.

Aparentemente, do centro da cruz irradia a estrela dourada de cinco pontas com uma ponta para cima. Este é o Símbolo do Manto Nupcial – Corpo-Alma – que um de nós está tecendo para nós próprios por meio do serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós. À medida que a cruz se torna mais branca, a estrela surge mais luminosa, até chamar a atenção de um dos Grandes e Compassivos Seres, que colocará a pessoa em contato com a Escola de Mistérios (Iniciações), a Ordem Rosacruz, onde ela terá um crescimento muito mais rápido em espiritualidade do que se estivesse sozinha na jornada para Deus. A estrela é dourada e está próxima da cor do amor de Cristo, que deve ser o motivo da ação. O amarelo é símbolo do segundo Aspecto da Deidade, o Filho ou Cristo; mas atualmente a Humanidade não pode manifestar o amarelo puro do amor de Cristo. Precisamos transformá-lo na cor laranja-avermelhada. Necessitamos desenvolver o Corpo-Alma ou, nas palavras de Cristo, o Manto Nupcial, antes que o Filho possa nascer em nós ou que possamos participar da festa do Casamento Místico. Atrás da estrela e da cruz está um campo infinito feito de azul celeste, que é o símbolo do puro Espírito do mesmo jeito que o céu azul simboliza o caos do qual surgiu a manifestação. Esse é o primeiro Aspecto da Divindade, o Deus-Pai. Cristo disse que Ele deve submeter todas as coisas a Si mesmo para, então, entregar o Reino ao Pai. Sabemos pouco sobre o que esse Reino deva ser ou sobre seus poderes e esse pouco chega a nós por intermédio dos ensinamentos do Filho. Portanto, o azul é tingido de amarelo e não é puro, sendo mais como a turquesa, muito translúcido e cheio de vida.

Pendurada na cruz está a coroa de sete rosas vermelhas, com sementes desprovidas de paixão, o símbolo da força sexual criadora e divina purificada e elevada a uma posição superior. O vermelho simboliza o terceiro Aspecto da Deidade, o Espírito Santo. Essa é a única cor pura mostrada no símbolo e, hoje, a Humanidade é capaz de manifestar o seu pensamento abstratamente, que é o poder do Espírito Santo. A nossa, do Ego, vida está no sangue e, portanto, devemos purificar e elevar a vibração do sangue mediante uma vida de serviço amoroso e desinteressado (portanto, o mais anônimo possível) focado na divina essência oculta em cada um de nós, antes que possamos manifestar a Estrela da Esperança e atrair o Mestre para nós. Assim como a rosa é o produto mais elevado do mundo das flores, também nós, que transmutamos as forças impuras da vida do sangue cheio de paixão na força criadora da vida pura do Espírito de Vida, alcançamos o mais elevado estado humano.

Assim, vemos que o Símbolo Rosacruz é um símbolo da nossa evolução passada, da nossa posição atual e dos ideais pelos quais devemos trabalhar no futuro. É uma maravilhosa fonte de inspiração para a Meditação.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross em 05/1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz – Campinas – SP – Brasil)


[1] N.T.: Tau (Τ ou τ; em grego: ταυ) é a décima nona letra do alfabeto grego.

[2] N.T.: Rm 8:21

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

As Asas da Cura

Vamos olhar para o passado, vamos ficar do lado de fora de uma cidade murada, acho que é o Portão Oeste, enquanto os raios do Sol poente brilham intensamente sobre esta parte do grande recinto, e as sombras das colinas ao redor estão se estendendo sobre o vale, alertando uma grande companhia ali da escuridão que se aproxima e fazendo com que eles se voltem para a cidade.

O dia foi um dia que não pode ser esquecido, pois eles testemunharam muitas coisas maravilhosas, feitas por alguém cujo nome é “Jesus” e esta pergunta parece estar em todos os lábios: “É este o Messias que os profetas disseram que viria? Poderia o homem fazer essas coisas maravilhosas que hoje vimos?”. Este é o único tema que todos eles discutem enquanto passam em direção à cidade.

Mas vamos nos aproximar mais e ouvir, pois há aqueles espalhados entre esta companhia que sentiram o toque e ouviram as palavras “Sê tu completo” ditas, e sabem que alguém maior que os profetas veio.

E enquanto observamos, um se aproxima, um homem que age estranhamente às vezes, enquanto fala com seus companheiros. Ele move um braço para cima e para baixo, abrindo e fechando os dedos, sentindo as cordas e os músculos, beliscando com os dedos da outra mão, aqui e ali, pois ele sente uma nova vida no velho membro murcho, e a pergunta vem aos lábios daqueles, ao seu redor, “Não é este que estava sentado no Portão Oriental, perguntando um pouco daqueles que passavam indo ou vindo da cidade?” Sim, é ele, mas outros se aproximam.

Aqui está uma mãe que, com um amigo, conduz uma criança que, pela primeira vez, fica de pé e se move desajeitadamente como alguém que está aprendendo a andar, e a mãe sempre vigilante guardando (para que ele não caia) segura sua mão; mas ele se solta da mãe e fica sozinho, gritando: “Veja, mãe, como sou forte!” e no momento seguinte ele está enrolado nos braços de sua mãe e a comporta longamente reprimida da alma daquela mãe se abre, pois ela sabe que o toque do Mestre curou.

Outros seguem, e agora uma se aproxima, que parece ter acabado de acordar de um longo sono. Ela fala pouco, mas os grandes olhos estão se movendo e bebendo as belezas do mundo iluminado pelo Sol. Em seus braços estão as flores colhidas na beira da estrada e, enquanto ela levanta o rosto, pressiona uma linda flor em seus lábios. Neste momento, um pássaro passa por seu campo de visão, ela para maravilhada ao ver um corpo passando e se pergunta se este é o som que ela ouve de manhã cedo no jardim. Oh, como ela chora de alegria, enquanto a luz do Sol flui pelas janelas de sua alma, pois apenas algumas horas se passaram desde que a escuridão deu lugar à luz pelo toque deste Grande Curador.

Mas outros estão chegando, e um está com grande pressa. Ele levanta as mãos acima da cabeça e as palavras nos são transmitidas no ar parado: “Limpo, Limpo”. Este não é um daqueles que vieram ao anoitecer perto do Portão da Cidade para obter comida? Sim, queridos amigos, mas então seu grito foi: “Imundo, imundo!”, pois nenhum leproso pode se aproximar sem dar aquele aviso terrível. Ele agora corre para a cidade para se mostrar diante das autoridades para exame, pois este “Jesus de Nazaré” falou a palavra mágica; “Sê limpo” saiu dos lábios do Mestre, e como uma onda elétrica passou por cada fibra de seu Corpo.

E ali está a figura de um homem com os braços cruzados; ele está olhando para a cidade, e o ar suave da noite ainda está reverberando com as Palavras de Vida que Ele falou para a multidão, palavras tão suaves e sutis que você parecia sentir, em vez de ouvi-las: “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra. Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois foi assim que perseguiram os profetas, que vieram antes de vós. Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa. Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento, porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só ‘i’, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado. Aquele, portanto, que violar um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo, será chamado o menor no Reino dos Céus. Aquele, porém, que os praticar e os ensinar, esse será chamado grande no Reino dos Céus. Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus. (Mt 5:1-20)

Guardai-vos de praticar a vossa justiça diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não recebereis recompensa junto ao vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não te ponhas a trombetear em público, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, com o propósito de serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. E quando orardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de fazer oração pondo-se em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechando tua porta, ora ao teu Pai que está lá, no segredo; e o teu Pai, que vê no segredo, te recompensará. (Mt 6:1-6)

E por qual poder Ele fez todas as suas obras poderosas, qual era o seu segredo? Ele disse: “Por mim mesmo, nada posso fazer: eu julgo segundo o que ouço, e meu julgamento é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” (Jo 5:30). E Ele também disse: “Em verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que faço e fará até maiores do que elas.” (Jo 14:12). Há, portanto, um poder de cura latente dentro de cada um de nós, e quando fazemos como Ele ensinou e entramos dentro de nós mesmos, para orar a Deus-Pai, que é o Grande Médico, também sentiremos a vibração rítmica de Suas grandes asas de cura (“Mas para vós que temeis o meu nome, brilhará o sol de justiça, que tem a cura em seus raios.” (Ml 3:20)), enquanto a voz silenciosa do Consolador fala palavras de facilidade e paz: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei descanso” (Mt 11:28).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de junho de 1916 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Simbolismo de Natal e como devemos aproveitar esse momento único no ano

Bem no fundo do nosso coração existe o anseio místico que foi implantado no primeiro Natal, quando a luz de Cristo fixou um lugar definido dentro e sobre este denso Planeta Terra.

A história do nascimento de Cristo quer seja entendida literal, mística ou simbolicamente, traz a cada um de nós uma verdade fundamental que eleva todo o nosso ser a uma altura não alcançada até então, à medida que nossas faculdades espirituais evoluem e funcionem para perceber e aceitar tal verdade.

Para o Aspirante à vida superior, as palavras de Cristo, “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14:6) carregam um significado transcendente. Parsifal pergunta: “Quem é o Graal?”. E a resposta indica uma elevada percepção espiritual:

Se tu foste por Ele convidado,

De ti o fato não será afastado…

À terra para Ele nenhum caminho conduz,

E a busca só nos afasta mais d’Ele, até,

Quando Ele próprio o Guia não é.

Uma verdadeira interpretação da lenda do Natal requer, antes de tudo, um entendimento. Por mais obscuro que ela seja no início, o nascimento do menino Jesus na manjedoura, no estábulo entre os animais, simboliza o primeiro e tênue nascimento da consciência de Cristo dentro de nós.

A minúscula chama interior, que é a chama de Cristo, está adormecida dentro de nós. Ela agora recebe um estímulo suficiente para crescer e se ampliar até que, afinal, nos tornemos um fator poderoso na nossa própria e o primeiro passo em direção a Deus-Pai, por meio do Cristo, o Deus-Filho.

Já alcançamos um estágio nesse Esquema de Evolução que percebemos o nosso veículo de expressão, um conjunto de Corpos e uma Mente, já o vivificamos, de modo que, entre os “animais” da nossa natureza inferior, na manjedoura ou no local de alimentação das nossas faculdades animais, o “bebê” da Consciência Crística nasce. A manjedoura, o berço do Menino Jesus, é um lugar de santuário.

Uma grande manifestação solar se concretiza no Natal. Os grupos de forças que compõem essa manifestação foram personalizados ao longo dos tempos. A história bíblica, quando interpretada corretamente, contém uma aproximação da verdade real. Toda a história do Natal é um símbolo universalmente aplicável.

Em uma data, que hoje chamamos de 25 de dezembro, nasceu o Irmão Maior Jesus, o ser humano que teve a benção de ceder seu Corpo Denso e o seu Corpo Vital – depois, quando tinha 30 anos de idade – ao Cristo, a Luz do Mundo, o portador da Luz espiritual para todos nós. Desde a antiguidade, muitos mitos dizem respeito ao nascimento do “Cristo místico”. Quer tenha nascido em uma caverna, um estábulo ou em outro lugar, esse nascimento tem dois grandes significados simbólicos:

1. O nascimento da “paz na terra aos homens de boa vontade”. A entrega de uma nova Lei a nós, expressa aqui: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13:34).

2. O nascimento da consciência Crística para aqueles que, verdadeiramente, aspiram às alturas da verdade espiritual. Nenhuma contradição pode contrariar essa verdade universal.

Em sentido Cósmico, o Natal celebra a descida da Luz Divina, o Espírito penetrando e permeando a matéria. No sentido humano, é a descida do Filho de Deus, a Luz Espiritual, à matéria, a entrada do “Ego no Corpo Denso”.

A Véspera de Natal, entre 24 e 25 de dezembro, é considerada a noite mais sagrada do ano, porque nessa meia-noite as influências espirituais são as mais fortes. Na Iniciação, o candidato, por meio da visão espiritual, vê a mística Estrela de Belém, o Sol espiritual que brilhou na Noite Santa, que o conduz ao Cristo interior. Em seu coração ecoa uma canção profética e imortal: “Paz na terra e boa vontade para os homens. (Lc 2:14). Alegrai-vos, filhos da Terra, porque hoje vos nasceu um Rei” (Lc 2:11), os Serafins cantaram naquela Noite Santa, muito tempo atrás.

Presentes foram trazidos para o nascimento de Jesus no casebre do pastor — preciosas dádivas de ouro, incenso e mirra: poder espiritual, sabedoria e movimento foram derramados sobre a criança recém-nascida, a Luz Crística no coração humano, o bebê nos braços de sua mãe, a grande mãe Terra que carrega, nutre e preserva o minúsculo veículo vital. Esses dons, ou qualidades, foram derramados pelos gloriosos Magos dos reinos Cósmicos, que abençoam e enriquecem cada nascimento espiritual e individual.

Esses poderes, em relação à e irradiados pela luz prateada da esplêndida Estrela Crística, derramam sobre nós, ainda que fracos e sofredores, sua influência e força estimulantes, sem as quais o curso nesse Esquema de Evolução seria, para cada um de nós, muito mais difícil e prolongado.

Os Magos, elevados Iniciados, foram atraídos para o lugar sagrado por sua percepção interior e pelo conhecimento do evento cósmico que aconteceria: o nascimento do “Salvador do mundo”. Os três Reis Magos representam aqueles Egos avançados que foram reunidos em propósito comum das três Raças primárias. Seus dons significam as várias faculdades ou invólucros humanos que entram no processo de manifestação. Eles são conduzidos pela gloriosa Estrela ao “Salvador do Mundo”, cujo objetivo da forma física era fornecer um veículo material e etérico para um Espírito universal, o Cristo.

Um dos Reis Magos trouxe ouro, designado simbolicamente como o emblema do Tríplice Espírito.

O outro trouxe o incenso, que é uma substância física de natureza muito leve, frequentemente usada em serviços religiosos, simbolizando o nosso Tríplice Corpo.

E o outro trouxe mirra. É o extrato de uma planta aromática muito rara. Simboliza aquilo que nós (por meio do nosso Tríplice Espírito), trabalhando sobre o nosso Tríplice Corpo, extraímos por meio da experiência no Mundo Físico: a Tríplice Alma.

Maria, a mãe, era o foco da luz, o sagrado crisol etérico onde acontecia a transmutação dos elementos. Ela representa o ideal da pureza, devoção e humildade que torna possível o renascimento do mais evoluído dos Egos humanos.

Os pastores que viram a Estrela caracterizam a visão interior do Fogo Divino, conforme esse Fogo vem para aqueles no plano terrestre, cuja piedade abriu a janela da alma e ativou a Clarividência. O discernimento deles lhes permitiu ver a glória nos Céus e sentir os impulsos espirituais irradiando da Estrela maravilhosa.

A Estrela que simboliza a chama de forças concentradas para trazer à expressão material uma apresentação física do Logos, o “Salvador do mundo”.

Naquele dia o ar estava reverentemente silenciado, como se prendesse a respiração, pois naquele momento estava arrebatadoramente focado em Belém (que significa nascimento). Silêncio, solidão e adoração desenvolvem o olho perspicaz, o ouvido interno e o Espírito sensível.

Especialmente neste Natal não devemos centralizar nosso pensamento nessas verdades? Não devemos meditar sobre a verdadeira interpretação da sublime narrativa do Natal, aprofundando nosso conhecimento e avivando nossa compreensão sobre esse evento místico? Não devemos centrar nossos esforços na expansão de nossa capacidade de servir?

Celebremos este Natal prestando ao Menino Jesus o amor e a homenagem que Lhe são devidos, além dos nossos dons e bênçãos.

Regozijemo-nos com os pastores: “Porque vimos a Sua Estrela no oriente e viemos adorá-Lo” (Mt 2:2). Ele, que ilumina a cada um de nós que viemos ao mundo, permanecendo iluminando o nosso Caminho (querendo a gente ou não).

Afinal, como símbolo da Verdade e da Vida, a Estrela de Belém revela o caminho que conduz a Deus-Pai. Pois foi Cristo que nos ensinou: “Para onde Eu vou, vós também ireis” (Jo 14:2).

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross novembro/dezembro/1995 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Canais da Ação Divina: Não Procurar fazer Valer a sua Vontade, mas sim a Vontade de Deus

No encerramento do Ritual do Serviço Devocional do Templo da Fraternidade Rosacruz há uma exortação que a seguinte: “nos tornemos melhores homens e mulheres e mais dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes na obra benfeitora dos Irmãos Maiores, a serviço da Humanidade.”.

Os excelsos seres mentores do nosso Esquema de Evolução necessitam de pontos de apoio aqui no Mundo material – que é a Região Química do Mundo Físico – para realizarem seu trabalho de regeneração (parte do Plano de Salvação inaugurado por Cristo, na Sua primeira vinda). Não fosse assim, pouco ou nada conseguiriam. A face do Planeta Terra se tornaria uma verdadeira desolação, em virtude das nossas falhas e, muitas vezes, insistências em querer destruir esse Campo de Evolução.

Cooperar com seres humanos elevados espiritualmente e com todas as Hierarquias Criadoras, além de um inigualável privilégio, é um dever. Todos aqueles ligados aos movimentos espiritualistas têm colhido grandes bênçãos, como resultado de seu esforço em procurar se aperfeiçoar espiritual e moralmente. Como muito recebem, cabe-lhes, em contrapartida, a responsabilidade de dar, fazendo, assim, cumprir a Lei de Deus.

Quem aceita, voluntariamente, a missão de servir se põe em sintonia com a Fonte Suprema de todas as coisas: Deus. Quanto mais ajuda, percebe como crescem suas qualidades, seus talentos e suas possibilidades de colaborar em esferas cada vez mais amplas. Converte-se em um canal por onde fluem todas as dádivas divinas.

É essa a condição de meio de expressão das forças espirituais: não esqueçamos que “amém” significa “assim seja”. Terminemos sempre nossas preces com esta poderosa expressão de fé e confiança no Poder Divino, na presença luminosa e sábia que é Cristo, o Ser sublime que nos fornece vida, e que habita em nós, no coração de cada um, saibamos ou não. Assim nos compenetraremos, cada vez mais, da verdade de que Cristo, não age por nós, mas sim por meio de nós. Os Seus ‘milagres’ são a maneira d’Ele de utilizar sabiamente as Leis de Deus. Quando deixamos que a nossa vontade se apoie, firmemente, nas Leis de Deus, vemos que Cristo pode criar tudo através de nós e fazer, assim, todos os milagres.

O requisito fundamental para servirmos de canais de ajuda e cura é estarmos sintonizados com o Cristo em nós mesmos. Por isso constitui valioso exercício, uma ou duas vezes ao dia, recolhermo-nos por alguns minutos, procurando nos conscientizar da Divina Presença e de nossa unidade com Deus-Pai – para isso é mister fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, durante o dia, de Concentração e Meditação. Isso é muito importante porque além de nos ensejar proteção contra os maus pensamentos ou sentimentos desejos e/ou más emoções – tão comuns, principalmente nos ambientes de trabalho, do lar e até de alguns outros lugares – poderá nos converter em meios de manutenção de equilíbrio e bem-estar.

Para muitos, essa prática pode parecer inédita ou até surpreendente. Mas não é verdade. Se consultarmos a Bíblia verificaremos inúmeros casos em que alguém ou algumas pessoas serviram de instrumento ou de canal para que se operassem “prodígios” ou “milagres”.

No capítulo 5 do Evangelho Segundo S. Lucas, por exemplo, vemos como um grupo de homens, pela intensidade de sua fé no poder curador do Cristo, se tornou o instrumento para a realização da cura[1]. E assim, em várias passagens encontramos fatos idênticos.

Tudo isso sempre foi uma realidade. Apenas agora que um número cada vez maior de pessoas começa a se sensibilizar a essa verdade. Como disse Salomão, no Livro de Eclesiastes: “O que foi, será, o que se fez, se tornará a fazer: nada há de novo debaixo do sol!” (Ecl 1:9).

Assim, consciente dessa responsabilidade, o Aspirante à vida superior deve se manter sempre calmo, paciente, humilde, simples, esperançoso, confiante e equilibrado diante de todas as circunstâncias. Não deve permitir que a dúvida ou a preocupação ofusquem sua visão interior, ou que alguma condição adversa venha a perturbá-lo. Sabe que o amor divino é expresso no mundo através dos canais humanos. Não procura, entretanto, fazer valer a sua vontade, mas sim a de Deus-Pai (“Pai, faça-se sempre a Sua vontade, e não a minha”).

Não é o que realizamos, nem a extensão de nossa influência, que nos torna importantes a Deus, mas, quão desejosos estamos por deixar que Seu amor encontre expressão, por meio de nós, exatamente onde estamos. Dessa forma, Ele pode, realmente, criar tudo através de nós, e realizar os assim chamados “milagres”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)


[1] N.R.: 1Certa vez em que a multidão se comprimia ao redor dele para ouvir a palavra de Deus, à margem do lago de Genesaré, 2viu dois pequenos barcos parados à margem do lago; os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo num dos barcos, o de Simão, pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra; depois, sentando-se ensinava do barco às multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo; lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas, lançarei as redes”. 6Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam. 7Fizeram então sinais aos sócios do outro barco para virem em seu auxílio. Eles vieram e encheram os dois barcos, a ponto de quase afundarem. 8À vista disso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!”. 9O espanto, com efeito, se apoderara dele e de todos os que estavam em sua companhia, por causa da pesca que haviam acabado de fazer; 10e, também, de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão”. Jesus, porém, disse a Simão: “Não tenhas medo! Doravante serás pescador de homens”. 11Então, reconduzindo os barcos à terra e deixando tudo, eles o seguiram.

Cura de um leproso — 12Estava ele numa cidade, quando apareceu um homem cheio de lepra. Vendo a Jesus, caiu com o rosto por terra e suplicou-lhe: “Senhor, se queres, tens poder para purificar-me”. 13Ele estendeu a mão e, tocando-o, disse: “Eu quero. Sê purificado!”. E imediatamente a lepra o deixou. 14E ordenou-lhe que a ninguém o dissesse: “Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote, e oferece por tua purificação conforme prescreveu Moisés, para que lhes sirva de prova”. 15A notícia a seu respeito, porém, difundia-se cada vez mais, e acorriam numerosas multidões para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, permanecia, retirado em lugares desertos e orava.

Cura de um paralítico — 17Certo dia, enquanto ensinava, achavam-se ali sentados fariseus e doutores da Lei, vindos de todos os povoados da Galileia, da Judéia e de Jerusalém; e ele tinha um poder do Senhor para operar curas. 18Vieram então alguns homens carregando um paralítico numa maca; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante dele. 19E como não encontravam um jeito de introduzi-lo, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com a maca no meio dos assistentes, diante de Jesus. 20Vendo-lhes a fé, ele disse: “Homem, teus pecados estão perdoados”. 21Os escribas e os fariseus começaram a raciocinar: “Quem é este que diz blasfêmias? Não é só Deus que pode perdoar pecados?”. 22Jesus, porém, percebeu seus raciocínios e respondeu-lhes: “Por que raciocinais em vossos corações? 23Que é mais fácil dizer: Teus pecados estão perdoados, ou: Levanta-te e anda? 24Pois bem! Para que saibais que o Filho do Homem tem o poder de perdoar pecados na terra, eu te ordeno — disse ao paralítico — levanta-te, toma tua maca e vai para tua casa”. 25E no mesmo instante, levantando-se diante deles, tomou a maca onde estivera deitado e foi para casa, glorificando a Deus. 26O espanto apoderou-se de todos e glorificavam a Deus. Ficaram cheios de medo e diziam: “Hoje vimos coisas estranhas!”

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Qual o significado de nossa dívida ou dos nossos débitos do destino tão mencionados na literatura oculta?

Resposta: Nos renascimentos, todos pelos quais nós já passamos, na Terra, muitas vezes violamos as Leis do Universo, que são as Leis de Deus. Na maior parte das vezes tais transgressões foram praticadas por ignorância, voluntariamente ou pelo desejo de autogratificação de qualquer natureza. Todas as violações das Leis Cósmicas ou Leis de Deus devem ser liquidadas ou transmutadas por pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e/ou ações que obedeçam às Leis de Deus, bem como a consequente transformação do caráter, a fim de que se torne impossível à continuação de tais atos (afinal, caráter é destino!).

A liquidação dos pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e/ou ações ditos como “maus” – porque violam as Leis de Deus – constitui o “débito do destino”, imposto como consequência por cada um de nós, a nós mesmos, segundo as causas geradas em vidas anteriores. Se as causas são “boas” – estão de acordo com as Leis de Deus –, as consequências também serão, e se as causas não são “boas” – não estão de acordo com as Leis de Deus –, as consequências também não serão. Isso é que na Fraternidade Rosacruz são chamados de efeitos de causas postas em atividades no passado. Esses efeitos podem ser “bons” (qualidades) ou “maus” (dívidas ou débitos do destino), se bem que no fundo é sempre “bom”, mesmo quando doloroso. Dizemos que pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e/ou ações “bons” produzem bom destino e, ao contrário, pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e/ou ações “maus” produzem mal destino. Porém, o propósito das Leis de Deus, por suas relações, é nos incentivar a virtude ou “endireitar-nos as veredas nos casos de desvios”. Dessa forma o conjunto de uma vida é um misto de ambos, porque estamos aprendendo, pelas aquiescências ou negativas de Deus-Pai celestial, a conhecer-lhe os altos desígnios para a Onda de Vida humana, para extrair da Escola da Vida nesse Planeta Terra as lições programadas. Ora, o conhecimento dessas coisas leva o Aspirante à vida superior a compreender e aceitar, sem revolta, a responsabilidade de seu destino e empreender esforços no sentido de assimilar a mensagem de cada experiência e avançar mais rapidamente para frente e para cima.

Quantos e quantos renascimentos anteriores nos manifestamos aqui como enormes egoístas, cruéis, sem escrúpulos e, por isso, cometemos toda sorte de atrocidades. Veja-se a história antiga. Fomos nós quem as escrevemos. Comparemo-la com os tempos atuais. Por exemplo: a história dos Persas, dos Gregos e Romanos antigos, bem como das tribos Teutônicas, é uma narrativa de crimes, derramamento de sangue, infelicidades e assassínios. Antes da vinda de Cristo à Terra, para se tornar o Espírito Interno do nosso Planeta – Espírito Planetário – e mesmo até algumas centenas de anos depois, o egoísmo e o regime de crimes foi coisa comum. Todos esses pensamentos, desejos, emoções, sentimentos, palavras, atos, obras e/ou ações correspondentes produziram volumoso e doloroso destino, que não nos é possível pagar rapidamente porque não suportaríamos; ele vai sendo resgatado em parcelas, segundo a misericórdia e orientação dos Anjos do Destino, que “dão o fardo conforme as forças” e a fim de que aprendamos melhor, já que sua finalidade não é castigar, senão nos levar a resgatar as dívidas – a aprender as lições como um ser divino em formação que somos – sempre com o propósito do nosso avanço nessa Escola da Vida.

Meditemos nisso muito bem. Os quatro Evangelhos nos figuram como administradores das coisas de Deus. Realmente o somos. Não somos esse Corpo Denso somente. Ele é composto de sólidos, líquidos e gases, emprestados ao Reino mineral. Não somos esse Corpo Vital, embora utilizemos os Éteres em nossa oficina. Não somos esse Corpo de Desejos e muito menos essa Mente; eles são formas de expressão que vão sendo modificadas para melhor, matérias mais sutis, experimentais, do Pensador, do Ego, do Eu superior e verdadeiro, da Individualidade.

E pensando nos erros que, posteriormente àquelas épocas, cometemos também, será conveniente pormos mais atenção à nossa contabilidade individual, deixando de incorrer em novos débitos e trabalhando bastante na realização do bem, a fim de chegarmos a desfrutar melhor situação interior e exterior. Isso depende do reto uso que fizermos do que temos ao nosso dispor: tempo, dinheiro, energia, talentos, dedicação, disciplina, persistência, espiritualidade.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1968 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quando, segundo a Filosofia Rosacruz, podemos esperar a Segunda Vinda de Cristo?

Resposta: A Filosofia Rosacruz afirma que Cristo nunca retornará em um Corpo Denso.

Em vez disso, a Segunda Vinda será em um Corpo Vital e somente aqueles que desenvolverem seus Corpos-Almas o bastante para serem capazes de funcionar neles conscientemente estarão cientes da Sua presença, quando Ele vier.

O tempo do retorno d’Ele nenhum ser sabe, a não ser Deus-Pai. Mas mesmo agora Cristo – como um raio do Cristo Cósmico – está conosco durante seis meses, todo ano, como Espírito Planetário que reside na Terra, mas não em um corpo tangível que possa ser visto, como veio na Sua primeira vinda.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de março/1926 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Sol e o Zodíaco

A reverência pela Vida, pelo Amor e pela Luz, perfeitamente compreendida em toda intensidade do significado dessas três poderosas palavras, só pode ser conseguida depois que o significado transcendente do sagrado Sol se torne parte do nosso conhecimento interior como Sabedoria e Amor.

Os êxtases divinos que vêm, como recompensa aos “puros de coração”, trazem consigo um conhecimento de Deus e esse conhecimento encerra em si a majestade do nosso Deus Solar, cujos poderes estão por trás do Sol físico, visível.

A glória do nosso Deus Solar é muito pouco avaliada por nós. Não somos agradecidos pelo Seu enorme sacrifício.

Por trás do Sol físico há o Sol Espiritual, invisível aos nossos olhos mortais. Este Sol Espiritual é, na realidade, nosso Pai que está nos céus. “N’Ele vivemos, nos movemos e temos a nosso ser[1].

Não nos maravilha que os antigos Caldeus, com sua sabedoria divina que era parte inerente de sua consciência, consciência essa muita diferente da nossa atual, adorassem o Sol. Pois eles conheciam diretamente, em primeira mão, que esse grande Espírito Solar era, na realidade, seu Pai e que a Vida, o Poder e a Luz de todo o nosso Sistema Solar eram Seus.

No poderoso movimento que agora sacode a Terra com a finalidade de nela fermentar o amor e a inteligência espiritual, no movimento da Fraternidade Rosacruz, mais uma vez a Astrologia Rosacruz encontra seu lugar, lugar sagrado que conservou durante muito tempo nas civilizações passadas. Em vista desse fato, é aconselhável mostrar qual o propósito real do Sol na Astrologia Rosacruz, isto é, seu propósito como veículo de Deus e como o horóscopo de nascimento é um mapa sagrado; é uma assinatura nossa – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui – escrita nos céus.

O Sol é o centro do nosso Sistema Solar. É a Luz, o Amor e a Vida que alimentam nosso Sistema Solar. A Luz Espiritual é o Pai, o aspecto Vontade; o Amor é o Filho (Cristo), o aspecto Sabedoria, e a Vida é o Espírito Santo (Jeová), o aspecto Atividade. Essa Trindade Divina forma o Deus Trino e Seu Poder é representado na Astrologia Rosacruz pelo Sol que alimenta e serve nosso organismo como um todo.

Conhecendo esses fatos é nosso dever auxiliar, prestar assistência e servir aqueles que necessitam. Tanto isso é verdadeiro que na Era de Aquário aqueles que fizeram mau uso dos seus conhecimentos da Astrologia Rosacruz para fins egoístas, como meio de obter ganho (seja financeiro ou de fama ou de poder), perderão o seu conhecimento. A Astrologia Rosacruz será conhecida somente por aqueles que olham essa Ciência Divina e Sagrada com santa intenção.

À luz dos fatos precedentes, consideremos o lugar e a força do Sol num horóscopo. O Sol, como centro de toda vida e de todo ser, é a nota-chave de qualquer horóscopo. A força básica, inerente ao motivo, é determinada pela força e posição do Sol, completada pela da Lua. Os Planetas são os distribuidores de destino, e o Ascendente significa o ser humano físico.

A força do Sol pode, é logico, ser modificada pelo Signo que o contenha. Os Signos Fixos lhe dão mais força, seguindo dos Signos Cardeais (ou Cardinais) e depois os Signos Comuns. Um Sol numa Casa Angular também mostra a força com a qual somos fortalecidos para enfrentarmos as adversidades da vida psicofísica.

A 1ª Casa é um angulo feliz para o Sol. É um lugar de força e fornece abundância de vitalidade, quando ele não está afligido por Aspectos adversos (Quadratura, Oposição e algumas Conjunções adversas). Reconhece-se facilmente uma pessoa com o Sol na 1ª Casa, porque tem Personalidade que ela consegue comandar. É o que pode ser chamado de “Dignidade Solar”. As “almas mais velhas” é que têm o Sol na 1ª Casa e são caracteres esplendidos. Dessas, temos exemplo notável em Max Heindel que tinha o Sol nos primeiros graus de Leão. Nesses indivíduos, se vê o Sol em seus rostos, pois possuem o que chamamos de expressão solar. Tais indivíduos conseguem grande desenvolvimento espirituais com Aspectos benéficos ou adversos. Uma pessoa já despertada, mesmo com um horóscopo cheio de Aspectos adversos, transmuta os obstáculos e os egoísmos, fazendo-os de degraus para o altruísmo, dependendo da força e do modo de aplicação da vontade despertada.

Contrariando a opinião popular a respeito, vemos que a 4ª Casa é uma posição muito forte para o Sol. Podemos chamar a 4ª Casa de ângulo magnético-psíquico. Em geral, como se passa nessa Casa como real, espiritual, esse ângulo é o mais forte dos quatro. O Sol na 4ª Casa fornece a maior parte dos obstáculos e impedimentos durante a vida física. Contudo, quando o Sol está fortalecido, proporciona à pessoa coragem e habilidade ativa para se sobrepor aos obstáculos e se ela tiver força de vontade já desenvolvida, ganhará grande crescimento anímico com isso. Seu estado evolucionário se elevará, conforme a quantidade de trabalho progressista que tenha feito durante esse renascimento. Com o Sol nessa posição há abundância de possibilidades espirituais latentes, trazidas dessa vida ou de vidas passadas. Todavia, essas possibilidades serão, por certo, cerceadas e incapazes de terem expressão completa. O nadir é um ponto psíquico e oculto, e traz abundantes dificuldades; mas também fornece força suficiente para que a pessoa se sustenha em todas as situações difíceis. O “teste supremo da alma” vem, em geral, àqueles que têm o Sol na 4ª Casa.

O Sol na 7ª Casa fornece um esplêndido campo de ação para os sentimentos mais nobres e para as emoções mais elevadas. De acordo com o estado e Destino Maduro da pessoa, assim serão as experiências que terá com o púbico e suas relações. Na Era de Aquário, agora próxima, as pessoas com o Sol na 7ª Casa serão procuradas para serem elevadas a posições em que muito beneficiarão a Humanidade. Esse ângulo, portanto, é um ponto estratégico para a alma sábia se expressar em suas relações com os companheiros de viagem do porto do Nascimento ao porto da Morte.

O Sol na 10ª Casa está em posição idêntica à da primeira. No entanto, a 10ª Casa lhe aumenta o poder. Habilita a pessoa para os lugares de autoridade e da dignidade. Essa posição proporciona às pessoas força e propósito e não importa a esfera em que vivam, serão bem conhecidas, tanto no bem como no mal.

Todos os Aspectos, benéficos ou adversos, deverão ser cuidadosamente considerados. Os Aspectos adversos fornecem incentivo e força para melhorar no caminho espiritual. Proporcionam desejos de transmutar o que é inferior no que é mais elevado. Os Aspectos adversos do Sol impelem as almas despertadas para a sua realização e se elas possuírem a coragem necessária, obterão vitórias genuínas, que lhes fornecerão simetria anímica, isto é, “a cabeça e o coração” unidos em perfeito equilíbrio, como é o ideal Rosacruz.

Há horóscopos com Aspectos benéficos cujos possuidores são pessoas indolentes, preguiçosas e que não tem inclinação para tomarem os negócios de Deus-Pai; por outro lado, há horóscopos com Aspectos adversos, cujas pessoas são impelidas por uma fome anímica enorme que as fazem ativas, determinadas, que tudo fazem para se sobreporem a vida material, grosseira. Quando um horóscopo está com muitos Aspectos adversos há, em geral, uma grande necessidade interna de luz, quer isso se manifeste ou não, o que depende da Vontade espiritual.

Os Aspectos adversos, especialmente entre o Sol (Espírito) e Marte (os sentidos), invariavelmente oferecem os melhores caminhos para o nosso avanço espiritual, se soubermos escolhê-los. Tais Aspectos proporcionam a nós excelente oportunidade para muito desenvolvimento espiritual. De fato, estando despertados espiritualmente quase sempre mudamos o nosso temperamento e a nossa Personalidade pelo uso correto das forças dinâmicas ativas entre o Sol e Marte. Além disso, é axiomático que todas as pessoas ativas têm, indubitavelmente, algum Aspecto entre Marte e o Sol, pois, onde há Aspecto, seja ele benéfico ou não, há ação! Onde não há, dificilmente há ação.

Os que são espiritualmente “vivos” sabem como pôr sua força anímica (a Lua) como mediadora entre as forças de Marte e as altas vibrações do Sol. Dessa alquimia mística, dessa divina sublimação surgirá uma essência que confere poder e liberdade espiritual.

O segredo do Sol é o segredo da vida. Aquele que ordena sua vida sabiamente, com inteligência aquariana, será purificado e transmutado por meio do caminho do Sol constituído pelos doze símbolos divinos, os doze Signos de Zodíaco.

Pelo estudo reverente da Astrologia Rosacruz pode-se chegar à união espiritual com a consciência do Cristo.

O poder do Sol vitaliza todo o Cosmos, rico em diversidade, embora esplêndido na unidade. A variedade unitária da natureza é espantosa em sua glória, estupenda em sua magnificente beleza. Tempo virá em que as pessoas que estão imersas em pompa e nos desejos físicos, deverão sair da escuridão em busca da Luz.

Aqueles que vibram com a força do Sol estão, agora, tentando destruir as condições cristalizadas do mundo; está fornecendo verdades que fermentarão toda a Terra no futuro, verdades que darão maior incentivo a nós para viver a Vida de Cristo, verdades que terão de ser praticadas e compreendidas antes que a Era de Aquário chegue.

A avareza, a luxúria, o ódio, a ignorância e todas as outras limitações que nos mantêm presos devem ser afastadas, devem ser repelidas pelos processos de limpeza promulgados pelos vanguardeiros. Estamos num dia de transição, num dia de purificação. A força do Cristo está cada vez mais se fortificando na Terra e saiba a maioria ou não, creia ou não, o regime de Cristo está se estabelecendo, apesar da aparente contradição das atuais condições do mundo. A harmonia, a cooperação, o altruísmo se tornarão realidade e substituirão os mitos que hoje são ensinados e que são discutidos por aqueles que menos os praticam no mundo.

Deste fervente caldeirão da idade moderna surgirá, todavia, a democracia de Aquário, a Democracia de Cristo, um estado de vida agradável e harmonioso que vem sendo previsto. A simpatia, a compreensão, a tolerância, a amizade, a compaixão e a fraternidade humana serão fatos e não teorias. Pois, acreditemos ou não, somos os guardiões dos nossos irmãos e das nossas irmãs, e os verdadeiros aquarianos serão aqueles que farão a Sua Vontade, a Vontade d’Aquele que os enviou a Sua “Vinha”.

E em cada horóscopo do ser humano, o Sol nos fornece a conhecer seu estado aquariano, se tivermos conhecimento bastante para ler essa mensagem mística.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – setembro/1960 – Fraternidade Rosacruz – SP – Traduzido de “Rays from the Rose Cross” pela Fraternidade Rosacruz do Rio de Janeiro em 1935)


[1] N.T.: At 17:28

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Oração do Senhor: o Pai-Nosso

Portanto, orai deste modo:

Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o Vosso Nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como nos Céus.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoai as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Porque Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre.

Amém.’”.

Mt 6:9-15

Esse modelo de oração fornecido à Humanidade por Cristo-Jesus é uma fórmula abstrata e algébrica para a elevação e purificação de todos os nossos veículos (Corpo Denso, Corpo Vital, Corpo de Desejos, Mente, Espírito Humano, Espírito de Vida, Espírito Divino).

Contém três partes de Oração e uma Súplica. Cada uma das três partes se refere às necessidades de um dos aspectos do Tríplice Espírito e sua contraparte no Tríplice Corpo.

Quando nós, que somos um Tríplice Espírito (um Ego humano que é um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui) e possuímos, também, um veículo que é a Mente pela qual governamos o nosso Tríplice Corpo, trabalhamos sobre esse Tríplice Corpo e o transmutamos em Tríplice Alma (que é a maneira como aumentamos a consciência de cada um dos nossos veículos espirituais (Espírito Humano, Espírito de Vida, Espírito Divino).

O Espírito Humano ergue-Se nas asas da devoção até sua origem, o Deus-Espírito Santo, na Sagrada Trindade, e entoa o canto iniciai, “Santificado seja o Vosso nome”.

O Espírito de Vida eleva-Se nas asas do amor e dirige-se à origem de seu Ser, o Deus-Filho: “Venha a nós o Vosso Reino”.

O Espírito Divino sobe, junto do conhecimento superior, até o manancial onde nasceu, na aurora dos tempos, Deus-Pai, e manifesta Sua confiança naquela Inteligência total pelas palavras “Seja feita a Vossa vontade”.

Tendo assim alcançado o Trono da Graça, nosso Tríplice Espírito apresenta seus pedidos relativos à Personalidade, o Tríplice Corpo.

O Espírito Divino ora a Deus-Pai pela sua contraparte, o Corpo Denso: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”.

O Espírito de Vida ora a Deus-Filho pela sua contraparte, o Corpo Vital: “perdoai as nossas dívidas, assim como também perdoamos aos nossos devedores”.

No Corpo Vital estão armazenados os registros subconscientes de todos os acontecimentos passados de nossa vida. Se, mediante a oração contínua, obtivermos o perdão (o arrependimento) pelos males causados aos outros; se fizermos todas as reparações possíveis e se eliminarmos todos os ressentimentos, livramo-nos de muito sofrimento após a morte, além de prepararmos o caminho para a Fraternidade Universal, que está particularmente sujeita à vitória do Corpo Vital sobre o Corpo de Desejos. Sob a forma de memória, o Corpo de Desejos imprime no Corpo Vital a ideia de vingança. Por isso o Aspirante à vida superior deve cultivar o controle emocional, porque assim estará agindo sobre os dois corpos.

O Espírito Humano ora a Deus-Espírito Santo pelo Corpo de Desejos com estas palavras: “E não nos deixeis cair em tentação”.

Então o Tríplice Espírito, em coro, fazem a súplica pela Mente: “Livrai-nos do mal”.

A introdução, “Pai nosso que estais no Céus” é somente um indicativo de direção.

O acréscimo: “Porque Vosso é o reino, o poder e a glória para sempre” não foi dado por Cristo, mas é muito apropriada como adoração final do Tríplice Espírito, por encerrar a diretriz correta para a Divindade.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

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