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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Três Fatores fundamentais para se alcançar a Cura pelo Método Rosacruz

“Os três fatores são: 1) o Poder infinito curador que vem do nosso Deus Pai (o Poder de Cura do Pai), que está nos Céus; 2) o Curador, uma pessoa renascida aqui, como instrumento do Pai; 3) o Paciente com uma Mente fervorosa e confiante que, desse modo, pode usar o Poder Curador do Pai, por meio do Curador, com o objetivo de eliminar a doença ou a enfermidade que o aflige”.

Max Heindel

Se o leitor quiser comprovar o extraordinário efeito de uma verdade pela autossugestão, que experimente repetir fervorosamente esta frase: “Todo o Universo, e principalmente eu, está impregnado pelo Poder Curador do Pai, sempre acessível para a cura de todas as enfermidades e doenças, seja qual for a sua natureza”. Logo, uma calma indizível e um efeito harmonizador nos envolvem, após a repetição dessa profunda verdade, se o fizermos com fé, compreensão e receptividade.

Realmente, “em Deus nós vivemos, nós nos movemos e temos o nosso ser” (At 17:28). Quanto mais nos tornamos conscientes da proximidade desse Poder de Cura do Pai, sempre benéfico e presente, tanto mais aptos estaremos para receber e observar seus efeitos em nossa vida.

O Curador é o foco, o veículo por meio do qual o Poder Curador do Pai se manifesta e é comunicado ao Corpo Vital do irmão ou da irmã enfermo (a) ou doente. Se o Curador for um instrumento apropriado, consagrado, harmonioso e realmente sintonizado com o infinito, não haverá limites para o trabalho maravilhoso do Pai, que se processará por meio dele. Na Fraternidade Rosacruz, o Curador é um irmão ou irmã que chegou, no mínimo, ao grau de Probacionista (nem todo Probacionista é um Curador. O fato de estar no grau do Probacionismo o qualifica para tal, mas não o faz Curador automaticamente). O trabalho de Cura Rosacruz não se efetua pessoalmente; todo trabalho é executado na Região Etérica do Mundo Físico, e à noite, fora do Corpo Denso (tanto o Curador como o Paciente). Esse trabalho de Cura Rosacruz exige certa orientação e grande preparo. Em primeiro lugar, é necessário amor incondicional, desejo de ajudar, de servir amorosa e desinteressadamente, de aliviar os sofrimentos e as dores.

Complementando essa atividade noturna, há as atividades diurnas com participação ativa do Paciente com o irmão ou a irmã enfermo ou doente ( e isso depende da sua própria vontade, pois a liberdade é sagrada e é preciso que ele ou ela deseje ajuda para que o trabalho se realize bem) quando se inscreve no Departamento de Cura de um Centro Rosacruz que o tenha. Periodicamente é lhe passada orientações para que compreenda que a doença ou a enfermidade, pela qual está passando, é a manifestação da ignorância sobre as Leis que regem o Universo (as Leis de Deus), cuja transgressão traz, como consequência, o sofrimento e a dor. Também lhe é solicitado que oficie os Rituais do Serviço Devocional do Templo e de Cura (nas datas específicas) a fim de ele consiga criar uma egrégora no lugar que vive, o que garante um aumento das vibrações espirituais que muito beneficiará a ele e aos que vivem nesse lugar. Essa prática, também, promove a oportunidade para o Paciente também ajudar, porque sempre haverá irmãos ou irmãs que sofrem muito mais do que ele. A ajuda dele ocorre justamente nos momentos de concentração (ponto alto dos Rituais) diariamente, onde ele cria e transmite seus pensamentos, seus desejos e sentimentos de que a cura se processe para quem dela precisar, impessoal, desinteressada e amorosamente – todo material é enviado pelo Centro e, logicamente, tudo grátis. Desse modo, a Cura Rosacruz vai sendo preparada, mostrando a natureza espiritual do processo e tendo a cooperação do irmão ou da irmã enfermo ou doente que, ao mesmo tempo que vai alcançando a Cura, ajuda a promover a Cura para os outros que necessitam por meio da oficiação daqueles Rituais.

Aliás, o papel do irmão ou a irmã enfermo ou doente deve ser de uma pessoa que tenha uma “Mente adequadamente receptiva e obediente”, ou seja, deve ter fé tal como a anunciada por Cristo quando, ao curar, propunha uma condição: “sejam feita as coisas de acordo com a TUA fé”. Realmente, as dúvidas e descrenças obstruem a Força Curadora do Pai. É preciso que o irmão ou a irmã enfermo ou doente rompa os bloqueios de seu pessimismo, sua indiferença, descrença e outros fatores, como o medo, a impaciência, o desespero, etc. que lhe formam uma couraça na aura e impedem qualquer ajuda de fora. Entender a lógica do processo de Cura Rosacruz, baseado profundamente no Cristianismo Esotérico, ajuda ao irmão ou a irmã enfermo ou doente se predispor a abrir a sua Mente e acolher a ajuda que lhe está sendo oferecida, pronto a obedecer a perseverar o tempo que for necessário.

O tempo para o alcance da cura depende de pessoa para pessoa. Há vários pontos a serem considerados, mas um é vital: “o ensino só é suspenso quando a lição é aprendida”. E quem sabe se aprendeu a lição ou não é somente o irmão ou a irmã enfermo ou doente. A sua sinceridade, paciência e persistência indicam a quantidade de tempo necessário. Enquanto isso e enquanto estiver participando do processo de Cura Rosacruz – que ele informa por meio da assinatura semanal, com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA ou “pena mosquitinho” que você molha em um recipiente com tinta LÍQUIDA nanquim -, o Poder Curador do Pai e o Curador continuarão agindo, paciente e persistentemente, amorosa e desinteressadamente.

Durante o processo o irmão ou a irmã enfermo ou doente vai se imbuindo da necessidade de fazer uma reforma em sua vida, quer mudando a alimentação, para um regime equilibrado ao seu dia a dia; quer na parte moral e mental, buscando vigiar seus impulsos, evitando os maus sentimentos, desejos, emoções e pensamentos negativos, buscando apenas o bem em todas as coisas. Convidamo-lo (a) a estudar as Leis de Deus, às quais deve conformar sua vida, mostrando que tais Leis governam o Universo e ao nos sintonizar a elas, não só alcançaremos a saúde como nos manteremos sãos em todo o sentido, nessa e em futuras vidas.

A Fraternidade Rosacruz é muito discreta em tudo, em consonância com os Evangelhos (“não saiba a mão direita o que a esquerda fez” (Mt 6:3)), mas podemos afirmar que muitas curas já tem sido alcançadas, das quais não nos orgulhamos em absoluto, porque não somos nós que as realizamos, senão Deus Pai.

Se quiser mais informações é só acessar aqui: https://fraternidaderosacruz.com/como-funciona-e-como-solicitar-auxilio/

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de junho/1965-Fraternidade Rosacruz-São Paulo)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Servo de Todos

Em 23 de julho de 1865, a fria e loira Copenhagen via nascer um menino de nobre ascendência. Era um Von Grasshoff, nome cuja origem remontava à velha Prússia. No entanto, ele não viria desfrutar os privilégios inerentes à nobreza. Era um ser diferente dos demais. Não buscava o que a maioria almejava. Seus ideais, talvez para o vulgo, pareciam utópicos ou fantasiosos; mas constituíam sua força motriz. Em tenra idade deixou o lar e a terra natal: procurou a Escócia. Lá, sob as brisas gélidas do Mar do Norte, trabalhava num estaleiro e cursava a Faculdade de Engenharia Naval. Formou-se, trabalhando mais tarde como engenheiro-chefe em um navio, percorreu diversos países. Conheceu muitos povos. Observou os usos e costumes mais bizarros. Aumentou sensivelmente o seu já considerável cabedal de bens culturais. Sensibilizou-se diante do sofrimento humano. Isso lhe causava inquietação e pontilhava a alma de indagações: “Por que as pessoas sofrem? Como dissipar essas agruras?”. Procurava incessantemente respostas para tais dúvidas.

Mais tarde radicou-se nos Estados Unidos. Lá, movido pela ânsia de conhecimentos espirituais, ingressou em uma organização espiritualista da qual veio a se tornar mais tarde o vice-presidente. Sua atuação era destacada. Era um membro de escol. Contudo, ainda permanecia insatisfeito. A filosofia divulgada por essa Sociedade era a mescla de ensinamentos ocidentais e orientais, porém sem uma clara definição do que se ajustasse mais a uns ou aos outros. Max Heindel percebeu a diferença entre os ocidentais e os orientais. Admitia serem os primeiros eminentemente racionalistas, imediatistas, objetivos; dissemelhando, portanto, daqueles que habitavam a parte oposta do globo. Reconhecia conter o Cristianismo os ensinamentos mais apropriados à índole e natureza dos povos do ocidente. Mas como apresentar logicamente esses ensinamentos? Como projetar luz científica sobre a Bíblia? Como aqueles que não aceitavam o Cristo pela fé poderiam aceitá-lo pela razão?

Alguém lhe sugeriu procurar um grande ocultista na Alemanha, dando-lhe esperanças de dirimir suas dúvidas e aquietar sua alma, desejosa de respostas convincentes. Motivado pelo nobre desejo de servir ao gênero humano, Max Heindel não mediu esforços e na primeira oportunidade dirigiu-se às plagas germânicas. Lá, não vacilou em procurar a pessoa indicada. Localizou-a e entrevistou-se com ela; no entanto, longe de ficar satisfeito, decepcionou-se por completo.

Desiludido e frustrado, resolveu encetar a viagem de regresso ao Estados Unidos. Nesse ínterim, enquanto aguardava a chegada de um navio, passou por uma experiência que veio imprimir novos rumos à sua já tão sofrida existência. Recebeu em seus aposentos a visita de um ser misterioso homem que se intitulava membro de uma Ordem oculta possuidora de ensinamentos tão profundos que trariam as respostas tão ansiadas. Porém, tais conhecimentos lhe seriam franqueados sob a condição de serem mantidos em sigilo absoluto; isto é, de não serem revelados a quem quer que fosse, por motivo algum.

Max Heindel repeliu acerbamente essa proposta, afirmando que se algo semelhante lhe fosse benéfico, beneficiaria também aos outros. Reiteradas vezes ouviu a proposta e em todas manifestou sua absoluta desaprovação, até que a verdade veio à tona. Verificou, então, que durante esse tempo fora submetido a uma prova. Conseguindo superá-la com galhardia, credenciou-se a cumprir uma missão importante e nobilitante: divulgar publicamente os Ensinamentos Rosacruzes, até então acessíveis a uns poucos que, em virtude de méritos incontestes, constituíam-se a elite espiritual da humanidade. Mas dentre os ocidentais, muitos já se faziam dignos de receber tão profundos Ensinamentos. Além disso, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz sabiam que o ano de 1910 marcaria uma nova fase na história e que conhecimentos transcendentais deveriam ser levados a público. Max Heindel foi incumbido de realizar o trabalho. Entrou em contato com a Ordem Rosacruz e foi Iniciado em seus Mistérios, via as Iniciações Rosacruzes. Voltou aos Estados Unidos e condensou os Ensinamentos Rosacruzes que recebeu em um livro: Conceito Rosacruz do Cosmos. Embora estivesse em precaríssimo estado de saúde, não se furtou ao trabalho. Não obstante lutasse contra a carência de recursos materiais para imprimir o livro, jamais desanimou. Cônscio da importância de sua missão, não mediu esforços para concluir a obra até os fins de 1909. E ele conseguiu! Pronto o Conceito Rosacruz do Cosmos, novos horizontes se abriram, novas perspectivas de uma maior difusão da Filosofia Rosacruz foram surgindo. Mesmo acometido por uma séria moléstia cardíaca, Max Heindel intensificava suas atividades. Um espírito forte e indômito animava aquele corpo débil. Promovia conferências, escrevia, orientava a formação dos grupos de estudos Rosacruzes.

A década seguinte foi decisiva para o movimento. Max Heindel contraiu núpcias com Augusta Foss, sua companheira de ideal e, mais tarde, o seu braço direito. Juntos empreenderam uma viagem para a Califórnia à procura de um local que reunisse condições ideais para a instalação da Sede Central da Fraternidade Rosacruz. A missão logrou êxito! Foi adquirida uma gleba e pouco tempo depois era assentada a pedra fundamental com Max Heindel proferindo um discurso memorável[1]. Daí por diante, o lugar, chamado Mount Ecclesia, tornou-se o foco de irradiação dos Ensinamentos Rosacruzes para todo o mundo.

Max Heindel continuou trabalhando devotada, ininterrupta e incansavelmente até janeiro de 1919, quando seu corpo não mais resistiu aos constantes esforços. Esse grande espírito foi então para o Além, deixando uma obra de gigante.

Em síntese, eis alguns traços biográficos do insigne fundador da Fraternidade Rosacruz, um espírito devotado ao bem comum, um denotado buscador da verdade.

Que sua vida seja o nosso exemplo mais grato!

Que o imitemos em nossa luta pela difusão do Cristianismo Esotérico!

Mesmo enfrentando a incompreensão e a ingratidão, que tenhamos paciência e humildade para perseverar!

Que, diante das maiores dificuldades, tenhamos a fibra necessária para lutar a boa luta, oferecendo o incenso de nossa alma ao Cristo, o inspirador do movimento Rosacruz!

Que nossa querida Fraternidade Rosacruz possa contar sempre conosco, aconteça o que acontecer!

Que o nosso entusiasmo pelo ideal seja grandioso e contagiante!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de julho de 1970-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: O seguinte discurso foi proferido por Max Heindel aos nove irmãos presentes em Corpo Densos e a três Irmãos Maiores presentes nos seus Corpos Vitais, na ocasião da fundação da Fraternidade Rosacruz em Mount Ecclesia: Cristo disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles” e como tudo que Ele disse essa declaração era a expressão da mais profunda sabedoria divina. Ela se apoia sobre uma lei da natureza tão imutável como o próprio Deus. Quando os pensamentos de dois ou três focalizam-se sobre qualquer objeto ou pessoa determinada, gera-se uma forma poderosa de pensamento como uma expressão definida de suas Mentes imediatamente projetada para seu objetivo. Seus efeitos ulteriores dependerão da afinidade entre o pensamento e a quem ele é endereçado, pois para conseguir gerar uma correspondência vibratória, sobre a nota soada pelo diapasão, é necessário outro diapasão afinado no mesmo tom.

Se forem projetados pensamentos e orações de natureza inferior e egoísta, apenas criaturas inferiores e egoístas responderão a eles. Essa espécie de oração nunca chegará até Cristo, como a água não pode correr montanha acima. Gravita para os demônios ou Elementais, que são totalmente indiferentes às sublimes aspirações manifestadas pelos que estão reunidos em nome de Cristo.

Como estamos reunidos hoje neste lugar a fim de assentar a pedra fundamental para a construção da Sede de uma Associação Cristã Mística, estamos confiantes em que, tão certo como a gravidade atrai uma pedra em direção ao centro da Terra, o fervor de nossas aspirações unidas atrairá a atenção do Fundador de nossa fé (Cristo) que, assim, estará entre nós. Tão certamente como diapasões com a mesma afinação vibram em uníssono, também o augusto “Cabeça” da Ordem Rosacruz (Christian Rosecross) faz sentir sua presença nesta ocasião quando a sede da Fraternidade Rosacruz está tendo início. O Irmão Maior que inspirou este movimento está presente e visível, pelo menos para alguns de nós. Estão presentes nesta maravilhosa ocasião e diretamente interessados nos acontecimentos formando o número perfeito — 12. Isto é, há três seres humanos invisíveis que estão além do estágio da humanidade comum, e nove membros da Fraternidade Rosacruz. Nove é o número de Adão, ou ser humano. Destes, cinco — número ímpar masculino — são homens, e quatro — número par feminino — são mulheres. Por sua vez, o número dos seres humanos invisíveis, três, apropriadamente representa a Divindade assexuada. O número dos que atenderam ao convite não foi programado pelo orador. Os convites para tomar parte nesta cerimônia foram enviados a muitas pessoas, mas apenas nove aceitaram. E, como não acreditamos no acaso, o comparecimento deve ter sido conduzido de acordo com os desígnios de nossos líderes invisíveis. Pode ser entendido também como a expressão da força espiritual por trás deste movimento, e não é necessária maior prova do que observarmos a extraordinária expansão dos Ensinamentos Rosacruzes, que se disseminaram por todas as nações da Terra nos últimos anos, despertando aprovação, admiração e amor nos corações de todas as classes e condições de pessoas, especialmente entre os seres humanos.

Enfatizamos isso como um fato notável, pois enquanto todas as outras organizações religiosas compõem-se em sua maioria de mulheres, os homens são maioria entre os membros da Fraternidade Rosacruz. Também é significativo que nossos membros profissionais da saúde sejam mais numerosos que os de outras profissões e que, em seguida, estejam as pessoas que exercem alguma posição nas igrejas Cristãs. Isso prova que aqueles que têm a prerrogativa de cuidar do corpo enfermo estão conscientes que causas espirituais geram fraqueza física, e estão tentando compreendê-las para melhor ajudar os enfermos e doentes. Demonstra também que aqueles cujo trabalho é cuidar das pessoas doentes estão tentando socorrer Mentes inquisidoras com explicações razoáveis sobre os mistérios espirituais. Reforçam, assim, sua fé esmorecida e tentam firmar seus laços com a Igreja, em vez de responder com máximas e dogmas não sustentadas pela razão, o que abriria totalmente as comportas para o mar agitado do ceticismo, afastando aqueles que procuram a luz através do porto seguro da Igreja, e levando-os para a escuridão do desespero materialista.

É um abençoado privilégio da Fraternidade Rosacruz socorrer a muitos que buscam, sinceramente, a verdade e que, embora ansiosos, são incapazes de acreditar no que lhes parece contrário à razão. Recebendo explicações razoáveis sobre a fundamental harmonia entre os dogmas e doutrinas apresentadas pela Igreja e as leis da natureza, muitos retornaram à sua congregação, regozijando-se com os companheiros, tornando-se mais fortes e melhores membros do que antes de se afastarem.

Qualquer movimento para perdurar deve possuir três qualidades divinas: Sabedoria, Beleza e Força. Ciência, Arte e Religião, cada uma possui, de certa forma, uma dessas qualidades. O objetivo da Fraternidade Rosacruz é unir e harmonizar umas com as outras, ensinando uma Religião que é tanto cientifica como artística, e reunir todas as Igrejas numa só grande Irmandade Cristã. Presentemente, o relógio do destino marca um momento auspicioso para o início das atividades da construção, erigindo um centro visível de onde os Ensinamentos Rosacruzes possam irradiar sua benéfica influência para aumentar o bem-estar de todos que estão fisicamente, mentalmente ou moralmente enfermos ou doentes.

Portanto, agora ergamos a primeira pá de terra no local da construção com uma prece pela Sabedoria, para guiar esta grande escola no caminho certo. Cavemos o solo, uma segunda vez, com uma súplica ao Mestre Artista pelo direito de introduzir aqui a Beleza da vida superior, de tal maneira a torná-la atrativa para a humanidade. Cavemos, pela terceira e última vez, com relação a esta cerimônia, murmurando uma prece pela Força, para que, paciente e diligentemente, possamos continuar o bom trabalho em perseverar e tornar este lugar um maior fator de elevação espiritual do que qualquer dos que nos antecederam.

Cavado o local do primeiro prédio, continuaremos, agora, plantando o símbolo maravilhoso da vida e do ser, o emblema da Escola de Mistérios ocidentais. O emblema consiste na cruz, representando a matéria, e nas rosas, que envolvem e rodeiam o tronco, representando a vida em evolução subindo cada vez mais alto pela crucificação. Cada um de nós, os nove membros, participará deste trabalho de escavação para este primeiro e maior ornamento de Mount Ecclesia. Vamos fixá-lo numa posição em que os braços apontem um para Leste e outro para Oeste, enquanto o Sol do meridiano projeta-o inteiramente em direção ao Norte. Assim, ele estará diretamente no caminho das correntes espirituais que vitalizam as formas dos quatro Reinos da vida: Mineral, Vegetal, Animal e Humano.

Sobre os braços e a parte superior desta cruz podemos ver três letras douradas, “C.R.C”, Christian Rosenkreuz, ou Christian Rosecross, as iniciais do Líder Augusto da Ordem. O simbolismo desta cruz está parcialmente explicado aqui e, também, em nossa literatura, mas seriam necessários volumes para dar uma explicação completa. Vamos olhar um pouco mais longe sobre o significado da lição que nos oferece este maravilhoso emblema.

Quando vivíamos na densa atmosfera aquosa da antiga Atlântida, estávamos sob leis completamente diferentes das que nos regem hoje. Quando deixávamos o corpo, não o percebíamos, pois nossa consciência estava focalizada mais nos Mundos espirituais do que nas densas condições da matéria. Nossa vida era uma existência contínua; não percebíamos nem o nascimento nem a morte.

Ao emergirmos para as condições aéreas da Época Ária, o mundo de hoje, nossa consciência dos Mundos espirituais desvaneceu-se e a forma tornou-se mais proeminente. Então, começou uma existência dupla, cada fase definidamente diferenciada da outra pelos eventos do nascimento e da morte. Uma dessas fases é a vida do espírito livre no reino celestial: a outra, um aprisionamento num corpo terrestre, que é virtualmente a “morte do espírito”, como está simbolizado na mitologia grega de Castor e Pólux, os gêmeos celestiais.

Já foi elucidado, em diversos pontos de nossa literatura, como o espírito livre ficou emaranhado na matéria pelas maquinações dos espíritos de Lúcifer, aos quais, Cristo se referiu como as falsas luzes. Isso ocorreu na ígnea Lemúria. Portanto, Lúcifer pode ser chamado o Gênio da Lemúria.

O efeito de seu erro não ficou totalmente aparente até a Época de Noé, compreendendo o período final Atlante e o início da nossa presente Época Ária. O arco-íris, que não poderia existir sob as condições atmosféricas anteriores, pairou com suas cores sobre as nuvens como uma inscrição mística quando a humanidade entrou na Época de Noé, onde a lei dos ciclos alternantes trouxe enchente e vazante, verão e inverno, nascimento e morte. Durante essa Época, o espírito não pôde fugir permanentemente do corpo mortal gerado pela paixão satânica primeiramente inculcada por Lúcifer. Suas repetidas tentativas de fugir para seu lar celestial são frustradas pela lei da periodicidade, pois, ao livrar-se de um corpo pela morte, será trazido para renascer quando o ciclo se completar.

Engano e ilusão não podem perdurar eternamente. Surgiu, portanto, o Redentor para purificar o sangue cheio de paixão, para pregar a verdade que nos libertará deste corpo de morte. Surgiu para inaugurar a Imaculada Concepção ao longo das linhas grosseiramente indicadas na ciência da eugenia, para profetizar uma nova Era, ‘um novo céu e uma nova terra’, onde Ele, a verdadeira Luz, será o Gênio; uma era em que florescerão a virtude e o amor, pelos quais toda a humanidade suspira e procura.

Tudo isso e a maneira de evoluir estão simbolizados na cruz de rosas que temos em frente. A rosa, na qual a seiva da vida está inativa no inverno e ativa no verão, ilustra com clareza o efeito da lei dos ciclos alternantes. A tonalidade da flor e seus órgãos reprodutores lembram o nosso sangue. No entanto, a seiva que flui é pura, e a semente é gerada imaculadamente, sem paixão.

Quando alcançarmos a pureza de vida assim simbolizada, estaremos libertos da cruz da matéria, e as condições etéricas do milênio estarão presentes. A aspiração da Fraternidade Rosacruz é apressar esse dia feliz, quando a tristeza, a dor, o pecado e a morte desapareçam e nós sejamos redimidos das fascinantes, mas escravizantes ilusões da matéria, e despertados para a suprema verdade da realidade do Espírito. Que Deus apresse e frutifique nossos esforços.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Não precisamos de uma nova Religião nem de uma nova Filosofia

De fato: não precisamos de uma nova Religião nem de uma nova Filosofia. Precisamos, isto sim, é de RE-ligião, de FILO-sofia, quer dizer, necessitamos buscar, dentro de nós, o nosso Deus, o Cristo Interno, com Quem devemos Re-atar, conscientemente, as relações. Uma vez que o encontremos e o ouçamos, seremos FILÓ-sofo, amigo da sabedoria. Essa é a verdadeira sabedoria, perfeitamente individualizada às nossas necessidades. Ninguém melhor do que nosso Verdadeiro Eu para compreender-nos e intuir-nos a melhor forma de viver.

É útil o estudo dos Evangelhos se pudermos pôr de lado as formas convencionais de interpretação e se pudermos neutralizar as induções materialistas dos nossos sentidos. Para isso, basta que leiamos e meditemos calmamente ficando, depois, em silêncio, para que a Deidade interna nos instrua. Mas, precisamos de calma e de concentração. O nervosismo e a preocupação movimentam o nosso Corpo de Desejos e comprometem a recepção mental. Se estivermos preocupados ou nervosos, respiremos profunda e calmamente e peçamos que o Cristo se levante do fundo da barca do nosso corpo-templo e, estendendo Seus poderosos braços, acalme as ondas das emoções e os ventos dos pensamentos errantes. De toda maneira, o acalmar e concentrar são preâmbulos indispensáveis ao contato com o Cristo. Pode suceder, também, que hajamos estado a conversar frivolidades e ouvindo até coisas maliciosas. Limpemos a Mente e as emoções. Isso representa tirar as sandálias, para pisar um solo santo, de encontro com o Senhor. Aí podemos ler, meditar e silenciar, pedindo ao Cristo que nos instrua.

Realmente, os Evangelhos continuam sendo atualíssimos, continuam a desafiar-nos que os vivamos, para sermos realmente felizes. Quando tivermos atingido esse ponto, aí sim, virão ensinamentos mais altos; será quando o Cristo entregar seu Reino ao Pai, a fim de que recebamos d’Ele orientação mais elevada. Mas, quem chegou a esse ponto? Os sofrimentos internos e sociais, as guerras, as doenças, são macabros atestados de como projetamos, de dentro de nós, as sombras de nossas discórdias às Leis da Natureza.

A Filosofia Rosacruz apareceu, no começo deste século, para orientar, pela razão, os Egos ocidentais que não aceitam o Cristo simplesmente pela fé. É uma Filosofia de ação Cristã, racional, atualizadíssima, que vai preparar a humanidade para uma forma de Religião mais alta, o Cristianismo Esotérico, para a próxima Era de Aquário. Ela pode servir-nos de segura orientação, porque os Irmãos Maiores que a estruturaram são Elevados Iniciados que já passaram pelas nove Iniciações Menores e pelas quatro Iniciações Maiores ou Cristãs.

Precursores que já foram até o fim do caminho desse Esquema de Evolução e pensando naqueles que ficaram para trás, amorosamente voltaram para ajudá-los, prevenindo-os da melhor forma para vencer os obstáculos da jornada. Eles podem olhar lá de cima do grande monte e vislumbrar claramente os caminhos que levam ao cume. Daí Eles serem muito tolerantes com todas as formas religiosas e filosóficas que se criaram para ajudar a humanidade. No entanto, eles indicam um caminho mais curto, um caminho do MEIO, para os que tenham coragem de vencer a si mesmos e de renunciar ao ilusório, como o “atleta que fica com o mínimo de roupas, para melhor vencer a corrida”.

A Fraternidade Rosacruz não é uma nova filosofia. É Sabedoria antiquíssima que surge para a NOVA criatura. À medida que nos renovamos, nos aparecem meios mais elevados de orientação. Simplesmente isso! A Sabedoria nada tem de nova. O método sim é adequado às necessidades internas do povo a quem se dirige. Eis a razão de ser da Fraternidade Rosacruz, que busca livrar o Aspirante das ilusões e miragens do Caminho no deserto, mostrando-lhe, seguramente, as vias de chegar à Terra Prometida, dentro dele mesmo.

Ela não manda “matar os desejos” nem se sentar em meditação ou fazer longos retiros e jejuns, negligenciando os deveres familiares e fugindo aos desafios da vida social. Não! Dá condições de nós, Aspirante à vida superior, haurirmos o alimento anímico no próprio ambiente em que vivemos e lutamos e, nos momentos que nos sobram, buscar a Deus, estudar as verdades espirituais que foram mantidas pela Ordem Rosacruz, livres da conspurcação materialista, de modo que estabeleça no íntimo um Templo. Se nós, Estudantes Rosacruzes, recebemos a oportunidade desse contato com a Fraternidade Rosacruz e a aproveitamos, consideramos isso uma graça de Deus. Mas, se nós temos a oportunidade e não reconhecemos nada de superior nos ensinamentos da Fraternidade Rosacruz e não sentimos vibrar o íntimo à Mensagem dela, é porque não chegou a nossa hora. Ainda estamos verdes; ainda precisamos de “viver e sofrer” até que “encontremos” tempo para o cultivo da Alma, por julgar que isso é a coisa mais importante do mundo.

Então podemos começar a escalada. Aí compreendemos o que é “AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.

Compreendem isso, meu Amigo e minha Amiga?

(por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de julho/1972-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Março de 2023

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS de um Centro, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos estudados durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital, clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Março de 2023 

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Filosofia Cristã, que tem por finalidade divulgar a filosofia dos Rosacruzes, tal como ela foi transmitida ao mundo por Max Heindel. Exercitando nosso papel de Estudantes da Filosofia Rosacruz, o Centro Rosacruz de Campinas-SP-Brasil, edita o informativo: Ecos.

Informação

As reuniões presenciais abertas ao público, ocorrem na nossa sede situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP, aos domingos às 17hs.

É necessário que os interessados em participar, avisem antecipadamente pelo fone: (19 ) 9 9185 4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com

Sumário

Informação. 1

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de março/2023: 2

Abril – Sol transitando pelo Signo de Touro. 3

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Interpretação da Capa do Conceito Rosacruz do Cosmos: 4

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Credo ou Cristo. 5

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Advertência: Uma Palavra ao Sábio. 7

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Introdução. 8

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Março: 9

Doutrina da Trindade Divina. 9

O Método De Desenvolvimento Espiritual da Fraternidade Rosacruz. 10

Tempo. 11

Está Difícil Viver Neste Mundo?. 12

Cristianismo Esotérico. 13

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes. 15

1)         Pergunta: Sobre “as mulheres que são exploradas sexualmente em uma relação que teve início com o “sexo casual” sofrem por mero “acaso”, sem que tenham planejado isso no 3° Céu”?. 15

2)         Pergunta: Em “Filosofia Rosacruz em perguntas e respostas”, na resposta à pergunta 23, “Nossa dívida de destino”, Max Heindel escreve que “merecemos tudo o que nos acontece”, no último §. Então, tudo o que nos acontece é predestinado? Como separar o que nos foi causado pela nossa liberdade de escolha daquilo que veio até nós pelo destino maduro?. 15

3)         Pergunta: Os acontecimentos do sonho estão apenas na minha Mente, de modo que todos os personagens, paisagens e detalhes do sonho sejam um efeito da minha criatividade mental e, portanto, eu mesmo, ou são eventos que ocorrem objetivamente em algum lugar além do mundo material?. 16

4)         Pergunta: Afinal de contas, temos ou não temos um Anjo da Guarda?. 16

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA. 17

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de março/2023:

Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/

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Abril – Sol transitando pelo Signo de Touro

 Quando o Sol passa pelo Signo de Touro no mês de Maio a força de Cristo ascende mais e mais até a aura espiritual da Terra. Os Senhores de Touro guardam o arquétipo cósmico de um órgão maravilhoso, destinado a se converter em uma parte do futuro Corpo humano. Esse novo órgão, semelhante a uma rosa dourada, estará situado na garganta e será o centro por meio do qual o ser humano da Nova Era pronunciará a Palavra Criadora. Mediante o seu poder, a geração se converterá em regeneração e o ser humano será capaz de modelar a substância à sua vontade. No plano onde as forças de Touro são mais ativas e luminosas, pode-se vislumbrar essa perfeição e meditar sobre ela. Então se percebe o glorioso desenvolvimento que lhe espera no futuro e compreende o sentido das palavras do salmista: “Tu o fez um pouco inferior aos Anjos e o corou de glória e honra.” (Sl 8:6).

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Interpretação da Capa do Conceito Rosacruz do Cosmos:

  1. Flores-de-lís: No lado inferior da capa tem duas flores-de-lis, simbolizando a Trindade Divina: Pai, Filho e Espírito Santo; mas como na Época aqui apresentada somente o Pai e o Espírito Santo estavam ativos, temos apenas duas pétalas da flor pintadas de vermelho e, portanto, indicando energia.
  2. Dois fluxos subindo: Vemos os seres criados como dois fluxos subindo, por um tempo, com dois Corpos ativos, o Corpo Denso e o Corpo Vital; mas depois de um tempo o Corpo de Desejos é acrescentado e isso é representado pelo vermelho aparecendo nos fluxos ascendentes. Embora os dois fluxos pareçam iguais, eles são totalmente diferentes.
  3. Fluxo do lado esquerdo e a Lamparina: Os que seguem o fluxo pelo lado esquerdo, são conhecidos, em nossa literatura, como os Filhos de Caim. Eles estão repletos de energia positiva e são os artesãos no mundo, os phree-messen, que abrem o seu caminho através da vida ultrapassando os obstáculos, pois sabem que isso fortalece o caráter. Eles trabalham por meio do intelecto, demonstrado pela lamparina que tem nove raios saindo da chama, mostrando o caminho positivo escolhido pelo Estudante esoterista.
  4. Fluxo do lado direito e o Coração: Os que seguem o fluxo pelo lado direito, são conhecidos como os Filhos de Seth em nossa literatura, e desenvolvem o lado devocional da vida, o do Coração. A chama divina tem apenas oito raios, um caminho negativo (passivo); os que seguem esse caminho querem um líder, alguém para seguir, alguém para adorar. Eles são os devotos, normalmente espalhados pelas igrejas do mundo, e que obedecem aos ensinamentos fornecidos pelos seus líderes.
  5. Impulso para a União dos dois fluxos: Os dois fluxos de vida seguem para cima, lado a lado, até chegar o momento em que os sábios e os amorosos que lideram a nossa evolução decidem que, para acelerar a evolução, é necessário que os dois fluxos se unam, e planejam que isso será realizado por meio da construção de um Templo pelos artesãos para os adoradores e que os dois fluxos se uniriam em um Místico Mar Fundido. Podemos ver o impulso maravilhoso pelo cálice erguido de cada lado e preenchido com o vermelho do “vinho da vida”. Pode se ler essa história na construção do Templo do Rei Salomão. Esse plano foi frustrado pela traição dos Filhos de Seth, que ficam do lado direito. E depois disso cada um dos fluxos se afastou mais do que em qualquer tempo antes. Uma condição grave é demonstrada pelo fato de alguns caírem inteiramente no materialismo. Mas, ainda assim, a Onda de Vida Humana continua vivendo e progredindo, o devoto e o cientista, o místico e o ocultista, cada um seguindo seu próprio caminho, independente do outro, até que foi atingido um estado tal de materialismo que os líderes espirituais viram um grande perigo para o futuro. Para impedir que o plano de evolução fosse frustrado, foi permitido a destruição em massa de corpos dos seres humanos que, por um tempo, parecia que varreria a humanidade da Terra. Veja a ruptura em ambos os lados. Mas essa calamidade tem o efeito desejado.
  6. Força de ambos os lados caminhando para a união: vemos, agora, uma grande força e ambos os lados se viram novamente voltado em direção um do outro, onde eles podem se unir em breve como um único fluxo.
  7. União Coração e Cabeça: Na parte inferior da página vemos mais um símbolo, tão pequeno que pode ser negligenciado facilmente. Aqui está uma pequena cruz preta, que representa o Corpo Denso. Numa ampliação da cabeça da cruz vemos um coração. Coração e Cabeça se uniram, e a consequência pode ser vista no feixe de propagação – o Corpo-Alma resultante.
  8. Símbolo Rosacruz: Ainda há outro símbolo no meio da página, o Símbolo Rosacruz. A parte inferior da cruz branca trilobada representa a vida vegetal, que extrai seu sustento de usas raízes. Em algum momento da nossa existência fomos semelhantes às plantas. A parte horizontal da cruz branca trilobada é o símbolo da nossa passagem pelo estágio animal, com sua espinha horizontal. A parte superior da cruz branca trilobada representa a Mente, que é a característica do ser humano, e a estrela radiante representa o Dourado Manto Nupcial que nos tornará divinos.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias RosacruzesCredo ou Cristo

  1. Credo – Repare o título do texto em interrogação: o que é proposto como pergunta é: o que você está procurando nesse livro de ESTUDOS (e não de leitura)? A definição de Credo envolve a confissão ou declaração de fé, ou seja: “creio por meio do meu coração”. Agora se você quando pegar para “ler” o livro Conceito Rosacruz do Cosmos está procurando pelo “Credo”, então sua postura tenderá mais para: “Muito interessante! Vou “estudar”! Darei uma chance a mim mesmo de ter “verdades prováveis” se converterem em “verdades provadas”.  Vou me capacitar, como ensinado, para compreender melhor tudo isso. Darei uma chance para me dar razão à minha fé!
  2. Cristo – o significado da palavra Cristo vem do grego Khristós, como ungido e do hebraico Mashiac como o Messias, o Salvador, o Redentor, um Ser Divino. Se é, entre aspas, o “Cristo”, então pode ser que seu interesse inicial é saber: “Quem foi? Que provas há que Ele existiu? Que roupas usava? Como se alimentava? Como Ele é?” Quero detalhes. Convença-me. Não concordo! A história “fala” diferente. Não acho que foi assim. Isso é dogma!
  3. Mente – A Hierarquia Criadora que chamamos de Senhores da Mente que são especialistas em construção de veículos de matéria do Mundo do Pensamento, no nosso caso, matéria mental que deram a cada um de nós, o germe que depois evoluiu para o Átomo-semente da Mente, ainda quando estávamos na Época Atlante. A Mente é o mais novo dos nossos veículos. Ela é o instrumento mais importante que possuímos e é o nosso instrumento especial no trabalho da criação.
  4. Religião – Primeiro de tudo, etimologicamente, a palavra significa “amarrar de volta”, o que sugere a função da Religião: ajudar a retornarmos à Deus, ou nos tornar convertido a Deus; redirecionar e elevar nossa consciência mundana ao objeto da nossa legítima contemplação. Geralmente, Religião significa teísmo ou crença em Deus. Daí já surge a primeira pergunta: A Fraternidade Rosacruz é uma Religião? A resposta é: Não! Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que foi fornecida a todos nós em antecipação às inadequações da Religião Cristã tradicional (como Religião Cristã exotérica denominada e professada pelo catolicismo, protestantismo e a ortodoxia) para lidar com o intelecto cada vez mais exigente e lógico da humanidade em evolução. Mesmo admitindo que a igreja Cristã tenha sido obscurecida pelo credo e pelo dogma, não devemos permitir que isto nos impeça de aceitar os ensinamentos que são bons, porque isso seria tão infrutífero como centralizar a nossa atenção sobre as manchas do Sol recusando ver a sua luz gloriosa.
  5. Mas quem é Cristo, segundo os Ensinamentos Rosacruzes? É um ser da Onda de Vida dos Arcanjos. Ele é o mais elevado Iniciado do Período Solar, ou seja, o Arcanjo que aprendeu no Período de Solar tudo que um Arcanjo deveria aprender até o final do Período de Vulcano. Ele é Deus-Filho, ou seja, conseguiu, por mérito, construir um corpo formado de matérias das Regiões do Mundo de Deus. Único ser que possui 12 veículos que liga nós, seres humanos, a Deus, ou seja, que formam uma ininterrupta cadeia desde o Mundo Físico até o próprio Trono de Deus. Portanto, Ele é o único Ser do Universo que está em contato, ao mesmo tempo, com Deus e com o ser humano.
  6. Pentecostes – Para entender esse conceito compreendamos que a nossa missão quando renascidos aqui é: adquirir experiências por meio dos nossos instrumentos, ferramentas, veículos e Corpos. O Espírito Santo é o Deus de Raça e todos os idiomas são expressões dele. Esta é a razão por que os Apóstolos, quando estavam plenamente unidos e submergidos no Espírito Santo, falavam diferentes línguas e podiam convencer os seus ouvintes. Como exemplo histórico moderno podemos citar o Conde de Saint Germain (uma das últimas encarnações de Christian Rosenkreuz, o fundador da nossa sagrada Ordem) que falava todos os idiomas. Todos aqueles a quem dirigia a palavra acreditavam que ele fosse de sua própria nacionalidade. Ele também realizou a união com o Espírito Santo.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Advertência: Uma Palavra ao Sábio

  1. Ocultista: É um buscador da verdade. É um analista profundo das causas geradoras de todos os efeitos. Acredita que os detonadores dos fenômenos que ocorrem conosco no Mundo Físico são de natureza divina.
  2. Fraternidade Rosacruz: A Fraternidade Rosacruz estuda não só o Mundo Físico, mas o conhecimento que nos é dado, engloba as investigações e estudos nos Mundos invisíveis. A Fraternidade Rosacruz trabalha para pregar o evangelho não apenas com palavras, mas pelo que emanamos de todos os nossos atos e pensamentos. O propósito da Fraternidade Rosacruz é fornecer uma explanação dos problemas da vida que satisfaça tanto a Mente como o Coração.
  3. Cristo-Jesus: o mais elevado de todos os Arcanjos; utilizou os Corpos Denso e Vital de um ser humano – Jesus. Cristo veio e fez o sacrifício supremo tornando-se o Espírito Planetário da Terra. Cristo lançou as primeiras bases da Fraternidade Universal em sua primeira vinda.
  4. Jesus: O Ego mais avançado de nossa humanidade. É um Irmão Maior. Com seu alto nível de desenvolvimento espiritual, ele foi capaz de construir um Corpo Denso e um Corpo Vital suficientemente puro para que eles pudessem ser usados pelo Arcanjo Cristo.
  5. Verdade absoluta e relativa: Toda a ciência do mundo se funda na hipótese de que as coisas são como parecem ser. Só alcançaremos a verdade quando elevar-nos a um nível superior ao do eu inferior e atingir mentalmente o lugar onde possamos contemplar o mundo sob um aspecto superior. O conhecimento espiritual, no ser humano, se realiza quando Deus nele expressa sua própria divindade – Luz, mais luz. No Período de Vulcano, a Mente será perfeita e aumentada, capaz de se propagar e criar formas vivas, móveis e pensantes para os atuais minerais que, então, serão a “humanidade”.
  6. Cordão Prateado: Unem os veículos superiores ao Corpo Denso. No rompimento do Cordão Prateado termina a conexão entre o Corpo Denso e o Corpo Vital, que lhe dá a vitalidade necessária para a ação. Em cada vida aqui nasce um novo Cordão Prateado.

Resumo: “Em todas as escolas ocultistas o aluno é primeiramente ensinado a esquecer de tudo o que aprendeu ao ser-lhe ministrado um novo ensinamento, a fim de que não predomine o juízo antecipado nem o da preferência, mas para que mantenha a Mente em estado de calma e de digna expectativa. “

Quando entramos na vida superior:

  • devemos esquecer tudo aquilo que sabíamos no mundo
  • Devemos começar a ver as coisas de uma maneira totalmente diferente
  • Devemos ser imparciais, não julgar
  • Não devemos aceitar, nem rejeitar de imediato
  • Devemos estar dispostos a examinar por novos pontos de vista
  • Estar aberto a fazer um exame minucioso e tirarmos as nossas conclusões e até retornarmos à nossa opinião anterior

Afinal:  Se somos incapazes de mudar… o nosso progresso cessa.

Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Introdução

  1. Mundo Ocidental: a vanguarda da Onda de Vida Humana
  2. Mundos Suprafísicos: vai desde o Mundo do Desejo até o Mundo de Deus
  3. Cristianismo Esotérico: será a Religião Mundial. Diferente do Cristianismo popular (fornecido pela Religião Católica, Protestante, Ortodoxa).
  4. Luz do Mundo: Cristo
  5. Cristo-Jesus: o mais elevado de todos os Arcanjos; utilizou os Corpos Denso e Vital de um ser humano – Jesus.

Jesus: O Ego mais avançado de nossa humanidade. É um Irmão Maior. Com seu alto nível de desenvolvimento espiritual, ele foi capaz de construir um Corpo Denso e um Corpo Vital suficientemente puro para que eles pudessem ser usados pelo Arcanjo Cristo.

6. Verdade: a verdade não é encontrada de uma vez e para sempre. A verdade é eterna e eterna deve ser a sua busca. O ocultismo desconhece qualquer “crença transmitida de uma vez e para sempre”. Há certas verdades básicas que permanecem, mas que podem ser encaradas sob diversos ângulos, cada um apresentando um aspecto diferente que complementa os anteriores. Portanto, naquilo que até o presente podemos saber, não há meio possível de chegar-se a última verdade.

Alguns Artigos Publicados nas redes sociais no mês de Março:

Doutrina da Trindade Divina

Aprendemos nos Ensinamentos Rosacruzes que a Doutrina da Trindade Divina é um fato. Deus é “Um”, mas ao mesmo tempo Ele é Trino, manifestado como Pai, Filho e Espírito Santo, ou seja, os princípios da Vontade, Amor-Sabedoria e Atividade. Todos são um Poder Espiritual definido, intimamente relacionados, funcionando como uma Unidade.

São João nos dá uma maravilhosa definição da Deidade quando diz: “Deus é Luz”. Daí o termo “Luz” ser usado para ilustrar a Natureza do Divino, especialmente no que concerne ao mistério da Trindade na Unidade.

Na Bíblia também vemos que Deus é Uno e Indivisível.

Ao mesmo tempo, sabemos que a Luz se refratando divide nas três cores primárias: o vermelho, o amarelo e o azul. Assim Deus aparece em um Tríplice papel durante a manifestação, por meio do exercício das três funções divinas: a criação, a preservação e a dissolução.

Quando Ele exerce seu tributo de criação, aparece como Jeová, o Espírito Santo. Nessas condições, Ele é o Senhor da Lei e da geração, projetando o princípio solar fertilizante indiretamente através dos Satélites Lunares de todos os Planetas, quando se trata de fornecer Corpos para os seres que estão evoluindo e que necessitam deles.

Quando Ele exerce o Seu atributo de preservação, com o propósito de sustentar os Corpos gerados por Jeová, sob o domínio das Leis da Natureza, surge como o Redentor, o Cristo, irradiando os princípios do Amor, da Sabedoria e da Regeneração diretamente para qualquer Planeta onde as criaturas necessitam desse auxílio, livrando-as das malhas da mortalidade e do egoísmo, induzindo-as a praticar o altruísmo e a obter a vida infinita (sem começo e sem fim).

Quando Ele exercita o Seu atributo divino de dissolução, surge como o “Pai”, que nos chama assim, de volta ao lar celestial, a fim de que sejam assimilados os frutos da experiência e do crescimento anímico por nós entesourados durante o Dia de Manifestação. Este Solvente Universal, o Raio do Pai é emanado do Sol Espiritual Invisível.

Esse processo divino de criação e nascimento, de preservação e de vida, de dissolução e morte, e volta ao Autor do nosso Ser, pode ser observado em todas as partes, fazendo-nos reconhecer o fato de que são atividades do Deus Trino em manifestação.

O Método De Desenvolvimento Espiritual da Fraternidade Rosacruz

O método de desenvolvimento espiritual Cristão preconizado pela Fraternidade Rosacruz difere dos outros num quesito onde procura, desde o começo dos estudos, emancipar o Estudante de toda dependência, ou seja, ele aprende a ficar só em todas as situações.

Nessa Escola não há mestres, gurus, professores, guias, etc., ninguém deve obediência a ninguém, não se torna escravo de ninguém.

Entre as Almas do Ocidente que aspiram crescer espiritualmente não deve haver guia, amo, mestre, guru, ou o nome que o valha.

 O “Mestre Ocidental” vem a ser o que é o pássaro pai aos seus filhotes; impelindo-os para o espaço fora do ninho, se estes não se atrevem a voar por si mesmos. Podem até assustar, lastimar, mas aprendem a voar. Afinal, o crescimento é individual.

Max Heindel por exemplo foi “deixado” no mundo com os Ensinamentos Rosacruzes, incumbido de difundi-los, e várias vezes escreveu que, às vezes, sentia que lhe faltava o fôlego diante de tão gigantesca tarefa. Sempre que se sentia sufocado, orava pedindo auxílio.

Vejam hoje suas obras magníficas!!

Quando vemos métodos orientais onde jovens têm o seu mestre, muitas vezes um déspota, a quem devem obrigação, obediência, servem como escravos, a pessoa não tem direito de escolha, nem prerrogativa alguma, mas também não têm responsabilidades. Isso os torna dependentes e não crescem espiritualmente. Muitas pessoas gostam por não terem responsabilidades.

Além do que devemos lembrar: “métodos ocidentais para povos ocidentais”.

Pessoas do ocidente não devem se submeter a métodos orientais visando seu crescimento espiritual.

Aqui na Fraternidade Rosacruz o Estudante, aspirante, vai subindo degraus, confiantes em si mesmos, exercitando suas próprias asas.

Cada um deve andar com suas próprias pernas, aprender as lições por seu próprio esforço.

Cada Estudante deve ser guiado pelo Espírito do Amor interno, visando o bem comum, aprendendo as lições e como servir amorosa e desinteressadamente. Deve esforçar-se pela sua elevação física, moral e espiritual, à altura do Cristo, que deve ser seu Ideal, pois Cristo é o Senhor e a Luz do Mundo.

Tempo

Pensemos na questão do tempo e da brevidade da nossa vida, enquanto renascidos aqui.

O que é o tempo? Quanto tempo de vida ainda temos?

Todos os dias temos que agradecer a Deus por mais um dia de vida aqui nessa grande Escola da Vida, neste Mundo Físico.

Devemos pensar no hoje, vivendo-o da melhor maneira possível, isso nos ajudará quando deixarmos esse mundo e passarmos para o lado de lá.

Vamos lembrar na parábola no Evangelho Segundo São Lucas (16:19-31), onde fica óbvio o abismo que separava o homem rico de Lázaro.

O rico se regalava em comidas, bebidas, roupas finas, luxo, muitos bens, dinheiro, empregados, etc.

Lázaro por sua vez, sofria na indigência, desejando comer as migalhas da mesa do rico.

Aí vem a “morte” para ambos e o abismo imediatamente deixa de existir; afinal, enterrados ou cremados, irão para o mesmo Purgatório, (nós também).

Será que eles haviam pensado na brevidade da vida? Imaginavam que daqui (do Mundo Físico) seriam retirados? E agora que se encontram na mesma situação? O que afinal mudou?

Tudo, absolutamente tudo, muda em questão de segundos, e o que era essencial, passa a ser obsoleto, pois deixamos tudo para trás.

Nós não temos o controle do tempo, nem de nada nesta vida.

O que fazemos no dia de hoje, o agora, isso sim importa e será decisivo quando partirmos.

Pensem nisso: – chegaremos no Purgatório (ricos e pobres) sem nenhum diploma, sem cartões de crédito ou débito, fama, poder, nada de luxo, bebidas caras, boas comidas, sem o meu marido, sem a minha esposa, meus filhos, meu carro, minhas casas, etc.

Lá, seremos apenas nós mesmos, cada um respondendo por si mesmo, revendo nossos erros, nossas maldades, nosso egoísmo, nossa estupidez, nossa falta de amor, levando e revendo apenas o que vivemos aqui.

Feliz de quem viveu bem, teve muitas e boas experiências, amou sem medidas e sem interesse, viu no outro o seu irmão, a sua irmã, fez boas obras, etc.

Feliz de quem como Lázaro, viveu aqui por amor à Deus, teve Cristo como seu único Ideal, o modelo a ser seguido.

Infeliz do “homem rico”, materialista, egoísta, que só amou a si mesmo e a seus bens, que até esposa e filhos chamava de “seus”.

Pensemos bem em como vivemos e gastamos nossos dias. Não deixemos nada para amanhã, pois o amanhã pode não existir, pode não chegar.

Está Difícil Viver Neste Mundo?

É muito triste , principalmente nesta época da Quaresma (onde o Aspirante à vida superior se prepara para receber o influxo dos Mistérios Pascoais, da mesma forma que ele na Estação de Advento se prepara para a recepção dos Mistérios Natalinos), nos depararmos com pessoas mal humoradas, sem amor à vida, não conseguindo ver a beleza do sol – que independente de quem olha para ele – continua a brilhar, acham ruim a chuva (ela é extremamente necessária, se faz estragos, tem uma razão para isso também), alguns se irritam com o canto dos pássaros (principalmente as maritacas, bem-te-vis, araras que cantam alto, fazem barulho e até o sabiá!), pessoas têm preguiça de se levantarem para irem aos seus trabalhos (que triste), não acham graça em nada, estão sempre preocupadas, cansadas, sem vontade para nada.

 Se você perguntar, respondem: “está difícil viver neste mundo”.

Está difícil sim, as lutas, as batalhas do dia a dia, os tropeços, mas escolhemos lá no Terceiro Céu passar por essas experiências, por essas provas.

Cristo também foi tentado; foi Lhe mostrado as glórias deste mundo: a fama, o poder, o status, o sucesso, a idolatria, etc., mas Ele não aceitou, passou estas provas e sobreviveu. Disse que esse não é o Reino de Seu Pai.

Hoje, Ele, o Cristo, nos mostra a Glória de Deus, que não escraviza, que não nos humilha, que mostra o caminho a ser seguido, sabendo passar por todas as provas, diminuindo nosso tempo no Purgatório, quando morremos aqui e nascemos nos Mundos Celestiais.

Cristo nos mostra que “estamos no mundo, mas não somos deste mundo”; que não perdemos nada desdenhando a glória e o poder desse mundo.

Não devemos ter medo, mas sim ser corajosos, firmes, fortes.

Maior do que toda a “loucura” que este mundo pareça ser, maior do que as nossas dores, os nossos problemas, é a bondade e a Glória de Deus. “Deus sem nós, continua Deus”; Ele nos respeita, respeita nosso livre arbítrio, mas pensemos bem: – “nós sem Deus, não somos nada”!

Cristianismo Esotérico

O Cristianismo Esotérico, que aprendemos e promulgamos por meio da Fraternidade Rosacruz, nos ensina que no começo de Esquema de Evolução setenário de manifestação, Deus diferenciou dentro de Si mesmo – e não de si mesmo – uma hoste de Espíritos Virginais, cada um possuindo potencialmente os poderes de seu Criador, a fim de que, por meio do Caminho de Evolução desse Esquema de Evolução, esses poderes se convertessem em faculdades dinâmicas. E aqui estamos todos nós!

Nesse plano original não existia previsão em relação ao pecado e à morte.

Durante a Época Lemúrica, do nosso presente Período Terrestre, houve um tempo em que “um cérebro” tornou-se necessário para expressar o pensamento (criado por cada um de nós, o Ego, o Espírito Virginal manifestado) aqui e da laringe para a expressão verbal. Para isso, então, a metade da força sexual criadora foi dirigida para cima, a fim de que formássemos esses órgãos.

Foi assim que nós, até então hermafroditas, nos tonamos unissexuados – quando renascemos aqui, pois durante a nossa vida celeste continuamos bissexuais – e forçado a procurar um ser do outro polo ou sexo, um complemento, necessário quando queremos criar um novo corpo, para gerar um novo instrumento que sirva a um irmão ou a uma irmã que necessita renascer aqui para uma fase mais elevada da evolução. E olhem que a fila é enorme!

Enquanto o “ato criador” era amorosamente realizado sob a sábia orientação dos Anjos (que, entre outras coisas, consideravam a harmonia das forças astrais para os dois seres), a nossa existência estava livre da tristeza, da dor, do sofrimento e da morte. Mas, quando tomamos a decisão de realizar o “ato criador” quando quiséssemos, sem levar em conta a influência das linhas de forças astrais – além, é lógico, de satisfazer os sentidos com o abuso da força sexual criadora –, transgredindo a Lei de Deus, e os nossos corpos se cristalizaram  cada vez mais, até o ponto de nos tirar a percepção espiritual (pois uma das consequências foi o foco total nas coisas da Região Química do Mundo Físico), nos sujeitando à morte, de maneira muito mais notória do que se processava até então.

Dessa forma, fomos forçados a criar novos corpos mais frequentemente, em proporção à diminuição do tempo de vida terrestre e, portanto, de experiências necessárias à evolução espiritual.

Ao nos tornarmos responsáveis pelos nossos atos, perante a Lei de Causa e Efeito – ou seja, ao estarmos conscientes da existência dessa Lei e, a partir de então estarmos sujeitos a ela – que governa todo o Universo, fomos a infringindo, a ponto de nos retrogradarmos em uma situação tão dramática que quase foi necessária a formação de uma nova Lua para abrigar os seres humanos (que necessitavam de um Campo de Evolução com vibrações mais baixas) que estavam atrapalhando outros seres humanos que continuavam necessitando de um Campo de Evolução com vibrações que até então existiam.

E é por isso que houve a necessidade da vinda de Cristo (que deveria vir somente na Era de Aquário), o Arcanjo mais elevado Iniciado do Período Solar – o Deus Filho -, voluntariamente, à Terra, iniciando um trabalho ininterrupto de fornecer um Plano de Salvação que ajudasse àqueles que estavam (e estão) se cristalizando a ter a possibilidade (se quisessem) de construir Corpos que atendessem as vibrações mais elevadas. Dentre muitos ensinamentos que Ele trouxe, o maior deles foi a capacidade de sentirmos e respondermos ao Amor verdadeiro, por meio dos princípios da Sabedoria, ou seja o conhecimento temperado com amor.

Dentre as consequências que esse trabalho provocou está a purificação do Mundo do Desejo; TODOS os anos, de modo a garantir a cada um e a todos as possibilidades de se ter material abundante das três Regiões superiores do Mundo do Desejo.

Cristo tornou possível a cada um de nós nos impregnarmos com o Seu altruístico Amor e, também, a transcendermos a Lei ou “temperar a Lei”, com o amor. Essa “dádiva benéfica” de Deus, e Seu Filho, o Cristo, acena, chama ou está pronta para todos aqueles que se dispõem a abraçar uma vida de pureza, de serviço amoroso e desinteressado (o mais anônimo possível) aos seus semelhantes e alcançarem a libertação das restrições da “queda”, ou seja, alcançar a salvação proposta por Ele.

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudantes Rosacruzes

    1) Pergunta: Sobre “as mulheres que são exploradas sexualmente em uma relação que teve início com o “sexo casual” sofrem por mero “acaso”, sem que tenham planejado isso no 3° Céu”?

    Resposta: Nada ocorre por acaso. Tudo é questão de tendência, possibilidade, probabilidade. Agora, o livre arbítrio de cada um de nós é que atua como potencializar para transformar essas possibilidades em fatos e atos. Com certeza essas irmãs têm a tendência a se deixar levar por essas situações ou resistir a elas. E mesmo que caiam ainda há a possibilidade de se redimirem e se voltarem para a parte espiritual. Difícil? Sim, e muito, mas nunca impossível. Quanto ao Terceiro Céu: eis aí um evento que não faz parte do panorama que é visto.

    2) Pergunta: Em “Filosofia Rosacruz em perguntas e respostas”, na resposta à pergunta 23, “Nossa dívida de destino”, Max Heindel escreve que “merecemos tudo o que nos acontece”, no último §. Então, tudo o que nos acontece é predestinado? Como separar o que nos foi causado pela nossa liberdade de escolha daquilo que veio até nós pelo destino maduro?

    Resposta: Sem dúvida “merecemos tudo o que nos acontece” pois tudo o que nos acontece é resultado de causas que nós mesmos colocamos em ação e que geram os efeitos que chamamos “tudo o que nos acontece”.

    “Então, tudo o que nos acontece é predestinado?” Logicamente que não. Tudo que vemos em um horóscopo, ou até mesmo via visão espiritual, são tendências, possibilidades que podemos ou não colocar em ação. O que colocamos em ação, colheremos o resultado. “Como separar o que nos foi causado pela nossa liberdade de escolha daquilo que veio até nós pelo destino maduro?” Mas destino maduro, também foi causado pela “nossa liberdade” de escolha! O problema de uma lição que devemos aprender pelo látego do “destino maduro” é porque por muitas vidas anteriores tentamos nos esquivar dessa lição a ser aprendida justamente porque temos a liberdade de escolha. Devido a nossa insistência em se esquivar da aprendizagem em cada vida causamos muito mal às pessoas no nosso entorno (por omissão ou por comissão). Só que tal lição tem que ser aprendida (até porque sem ela não conseguimos evoluir). Esgotadas as possibilidades de aprendê-la por livre vontade, é nos fornecida circunstâncias que traduzimos como dor e sofrimento, limitações e dificuldades, para focarmos na aprendizagem da lição…e sempre funciona! Aprendemos e a partir daí o ensino é suspenso.

    Pergunta: Os acontecimentos do sonho estão apenas na minha Mente, de modo que todos os personagens, paisagens e detalhes do sonho sejam um efeito da minha criatividade mental e, portanto, eu mesmo, ou são eventos que ocorrem objetivamente em algum lugar além do mundo material?
    Resposta: Todos eles estão na porção do material do Mundo do Pensamento que você especializa para você e que você utiliza a Mente como veículo para nele funcionar. Como é em cima, é embaixo ou macrocosmo e microcosmo, é o seu “Mundo do Pensamento individual”. Quando você precisa, você busca mais material no Mundo do Pensamento “externo” ao seu. Como tudo está interpenetrado e no Mundo do Pensamento não existe lugar, tempo, espaço, temperatura, distância, tudo está “aqui e agora”, dentro de você.
    4) Pergunta: Afinal de contas, temos ou não temos um Anjo da Guarda?
    Resposta: Depende do conceito que você tem desse nome. Enquanto estávamos sob a égide das Religiões de Raça, fornecidas pelo Deus de RaçaJeová, o Espírito Santo, o Anjo que é mais elevado Iniciado do Período Lunar, que instituiu a Religião do Espírito Santo – tínhamos uma individualidade e uma personalidade incipientes – “o espírito individual era muito débil, impotente, completamente incapaz de guiar seu veículo denso” (Conceito) – e, a fim de que pudéssemos nos proteger dos riscos em perder nossos Corpos Densos (e, portanto, mais uma vida aqui tendo que renascer, como o fazemos agora), Jeová destacou um Anjo da Guarda para cada ser humano que estava renascido aqui (“E destinou um Anjo a cada Ego para que agisse como guardião, até que o espírito individual fosse suficientemente forte e pudesse emancipar-se de toda influência externa.” (Conceito).
    Isso aconteceu entre a Época Lemúrica até a Era de Áries na Época Ária quando Cristo veio pela primeira vez e instituiu a nova Religião, a Religião do Filho. A partir daí não temos mais um ser da Onda de Vida angélica, um Anjo, destacado para cada um de nós como um Anjo da Guarda. Pois, a partir do Cristo, o “véu do Templo foi rasgado”, fornecendo a mesma oportunidade para cada Ego humano, com uma individualidade e personalidade forte o suficiente para guiar, não somente o seu veículo denso (o Corpo Denso), mas todos os outros veículos (Corpo Vital, Corpo de Desejos e a Mente). A partir da vinda do Cristo temos um único “guarda”, o nosso Salvador, o nosso Redentor, o Regente da Terra que está sempre conosco, 24 horas por dia, e nos estimula e nos fornece tudo que precisamos para desenvolver, em cada um de nós o Cristo interno, de “dentro para fora”, como ele ensinou por meio da sua Religião Cristã, a Religião do FilhoReligião essa que a maioria de nós ainda não conseguiu vivenciar em toda a sua plenitude.
    Com isso, também incorporamos o conceito do “Anjo da Guarda” em nosso ser interior, como lemos no Conceito: “…bem podemos ver quanto é importante o nosso sentimento em relação às coisas, porque dele depende a natureza do ambiente que criamos para nós mesmos. Se amarmos o bem, resguardaremos e alimentaremos tudo o que é bom em volta de nós quais anjos da guarda.”
    Há várias passagens nos Livros da Literatura Rosacruz, escritos por Max Heindel, que elucida esse conceito do nosso “Anjo da Guarda” atualmente. Citamos um que é a Resposta a uma Pergunta no Livro Filosofia Rosacruz em Perguntas e Respostas Volume 1, Pergunta nº 65: “…há também outro Guardião que é a incorporação de todas as nossas boas ações, e podemos afirmar que ele é o nosso Anjo da Guarda.”

    SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

    Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

    Nessas datas, as 18h30, os Estudantes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.

    Datas de Cura:

    Abril: 05, 12, 18, 25

    “Tudo é possível ao que crê” (Marcos 9, 23)

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    A Dádiva da Graça

    Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo — pela graça fostes salvos! — e com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, em Cristo Jesus, a fim de mostrar nos tempos vindouros a extraordinária riqueza da sua graça, pela sua bondade para conosco, em Cristo Jesus. Pela graça fostes salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós, é o dom de Deus: não vem das obras, para que ninguém se encha de orgulho. Pois somos criaturas dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras que Deus já antes tinha preparado para que nelas andássemos.” (Ef 2:4-10).

    A beleza e o poder transcendentes da Religião Cristã baseiam-se no fato de dar a seus seguidores uma oportunidade para renunciar à vida comum, circunscrita pela lei e penetrar numa vida anímica, na qual há mais amor, misericórdia e graça. Esses atributos manifestam-se particularmente pela influência de Cristo, o segundo Aspecto do Deus Trino – nosso Criador.

    O Cristianismo Esotérico nos ensina que no começo da nossa evolução setenária de manifestação, Deus diferenciou dentro de Si mesmo uma hoste de Espíritos Virginais, cada um possuindo potencialmente os poderes de seu Criador, a fim de que, pela evolução, esses poderes se convertessem em faculdades dinâmicas. Nesse plano original não existia previsão em relação ao pecado e à morte.

    Durante a Época Lemúrica do nosso presente Período Terrestre, houve um tempo em que “um cérebro tornou-se necessário ao desenvolvimento do pensamento e da laringe para sua expressão verbal. Para isso, então, a metade da força criadora foi dirigida para cima, a fim de que o ser humano formasse esses órgãos”. Foi assim que o ser humano, até então hermafrodita, tornou-se unissexuado e forçado a procurar um ser do outro polo ou sexo, um complemento, necessário quando desejava criar um corpo, para gerar um novo instrumento que servisse a um espírito irmão para uma fase mais elevada de evolução.

    Enquanto o ato criador era amorosamente realizado sob a sábia orientação dos Anjos, a existência do ser humano estava livre da tristeza, da pena e da morte. Mas, ao ficar sob a tutela dos Espíritos Lucíferos, depois de ter “comido o fruto da Árvore do Conhecimento”, passou a perpetuar a raça humana, sem levar em conta a influência das linhas de força astrológicas, transgredindo a Lei de Deus e seus corpos se cristalizaram cada vez mais até o ponto de tirar-lhe a percepção espiritual, sujeitando-o à morte de maneira muito mais notória do que então se processava. Dessa forma, foi forçado a criar corpos mais frequentemente, em proporção à diminuição do período de vida terrestre e, portanto, de experiências necessárias à evolução espiritual. Os guardiões celestiais levaram-no para fora do “jardim do amor” (do Éden), para o deserto do mundo. Então a humanidade se tornou responsável perante a Lei de Causa e Efeito, que governa o Universo, por suas ações.

    Ao tempo da vinda de Cristo, a maioria da humanidade tinha se tornado tão cristalizada, que se encontrava a ponto de retrogradar. Uma ajuda teria que ser dada. Daí, Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, voluntariamente, veio à Terra; penetrou no nosso globo por meio do sangue de Jesus, vertido na crucifixão e, desde então, irradia do centro do nosso Planeta as tremendas vibrações do poder unificante de seu Amor-Sabedoria. O Mundo do Desejo e a Região Etérica do Mundo Físico da Terra foram, então, purificados, tornando-se mais utilizável para os Corpos de Desejos individuais dos seres humanos, formados ao voltarmos a cada renascimento aqui.

    Esse grande sacrifício (ainda em desenvolvimento, pois Ele, o Cristo, “estará conosco até a consumação dos séculos” ou destes tempos de materialidade), tornou possível aos seres humanos impregnarem-se com o altruístico amor de Cristo e transcenderem a Lei ou temperar a Lei com o amor; a fim de penetrar na esfera de vida abençoada pelo tesouro adicional de “Sua Graça“.

    Essa “dádiva benéfica de Deus” acena para todos aqueles que se dispõem a abraçar a vida de pureza, de serviço e alcançar a libertação das restrições da queda, ou seja, a salvação.

    (Publicado na Revista Serviço Rosacruz – outubro/1965 – Fraternidade Rosacruz – SP)

     

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    São João Batista, o Precursor

    São João, durante as viagens que realizava de Juta a Jerusalém, presenciava os atos de extrema crueldade dos soldados romanos e a afrontosa cobrança de impostos. Os serviços do Templo se revestiam de um caráter mundano e o povo vivia debaixo de uma execrável opressão. São João indignou-se contra esse estado de coisas e sua índole, totalmente avessa a tais injustiças, impeliu-o mais tarde a censurar acerbamente o Estado e a Igreja.

    Desde a infância mostrava-se diferente dos de sua geração. As outras crianças olhavam-no como se ele pertencesse a outro mundo. O convívio com seus elevados pais, e as instruções que recebia, tornavam-no apto a cumprir uma missão de destaque.

    Embora tivesse passado pelas provas que o habilitavam ao noviciado no Templo, seu Espírito encontrava-se além. Não lhe estava destinada uma vida de mera rotina. Uma grande missão o esperava.

    Depois da morte de seus pais, São João defrontou-se com o problema comum a todos os Aspirantes que procuram se dedicar de corpo e alma à Vida espiritual, isto é, manter-se equilibrado entre as coisas do Espírito e as do mundo. Como sacerdote teria pela frente uma Vida relativamente tranquila. Seus deveres para com o Templo restringiam-se a umas poucas semanas durante o ano. Isso lhe desagradava profundamente. Jamais se conformaria em servir a uma Religião formal, em que os ritos purificadores eram celebrados por pessoas devotas ao “príncipe do mundo”. Tudo ao seu redor lembrava os rogos das viúvas e os choros dos órfãos, enquanto os publicanos ofereciam as suas infindáveis orações, sem vestígio algum de espiritualidade.

    São João ponderou sobre essas coisas e acabou retirando-se para o deserto. Viveu durante quase vinte anos na solidão, a que já se habituara desde sua existência passada quando renasceu como o rude profeta Elias. Nesse isolamento, encontrou todas as condições para preparar-se devidamente como o precursor da Nova Dispensação.

    A Galileia, no tempo de São João, era a encruzilhada do mundo, povoada por uma mistura de raças de natureza arrojada, movidas pelo espírito de aventura. Esse trecho do território palestiniano caracterizava-se pela sua grande densidade demográfica, e pela sua população cosmopolita. Fenícios, gregos e pessoas do extremo leste eram figuras familiares nas cidades da Galileia. São João, em contato com esses povos, adquiriu um sentimento de liberalismo, desprendendo-se das convenções tão naturais ao seu povo. Os galileus eram detestados de forma particular pelos saduceus, a mais ortodoxa das castas sacerdotais. Ponderavam sobre o atroz sofrimento em que viviam sob o jugo romano e alimentavam sólidas esperanças quanto à vinda do Messias profetizada pelos livros ocultos. Ressalte-se que todos os Apóstolos, com exceção de Judas Iscariotes, eram originários da Galileia.

    Depois de longo período de provas no deserto, São João iniciou a grande missão de arauto da Era de Peixes. O íntimo contato travado com a natureza e com seres superiores facultou-lhe distinguir instantaneamente o falso do verdadeiro, o real do irreal. Sua voz desafiadora e vibrante marcou-o realmente como a “Voz que Clama no Deserto”. Organizou uma escola preparatória em que seus Discípulos recebiam profunda orientação e ensinamentos alusivos à vinda do Messias (o Cristo). Um dos passos iniciáticos dessa Escola era o Batismo que, no Cristianismo Esotérico não consiste apenas na imersão, mas trata-se de um ritual conferindo poderes de Clarividência.

    Cristo dirigiu-se a São João para submeter-se ao ritual do Batismo às margens do Jordão, inaugurando, assim, o seu Ministério.

    São João preparou-se durante anos para uma missão que, embora durasse apenas seis meses, revestiu-se de grande importância como movimento preparatório à vinda d’Aquele a quem a seu devido tempo “todo joelho se dobrará e toda língua confessará”.

    (Publicado na Revista Rosacruz – agosto/1968-Fraternidade Rosacruz-SP)

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    Propósito e Condições Favoráveis para o Desenvolvimento Espiritual Rosacruz

    Mais revelações espirituais são oferecidas ao Estudante Rosacruz, conforme ele gradativamente fornece provas de que está, fortemente, percorrendo o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz. Caberá a ele estar atento para observar e compreender os Ensinamentos Rosacruzes oferecidos.

    Qualquer comportamento humano consciente e direcionado necessita de um propósito subjacente que guie ou forneça sentido para as ações. Por exemplo, um empresário que objetiva tornar seus negócios bem-sucedidos poderá permanecer meses, anos, até mesmo a vida toda, com esse objetivo que fornece sentido para todas as demais ações. O fato desse empresário ficar todos os dias até tarde no escritório, passar finais de semana planejando e executar ações para melhorar os rendimentos da empresa, terá sua explicação se conseguirmos enxergar o propósito que ele acredita ser o correto de buscar. Outro exemplo seria a pessoa que deseja fazer uma aquisição material qualquer, mas não possui o dinheiro imediato para comprar.  Ela procurará um segundo emprego ou realizará horas extras no trabalho para conseguir o dinheiro. Com o tempo e sacrifício, conseguirá acumular o dinheiro e concretizará seu desejo.

    Desse modo, verifica-se que é o propósito subjacente que faz uma pessoa elaborar diversas estratégias e ações para concretização dele. Sem o propósito, não haverá sentido para as ações. Caso o propósito esteja ausente na consciência, não haverá motivação necessária para a pessoa agir em uma determinada direção, mas apenas respostas automáticas a estímulos ambientais.

    O maior propósito que um Aspirante sincero à vida superior, um Estudante Rosacruz, tem é aquele de cumprir os preceitos do Cristianismo Esotérico em sua vida diária. É exatamente esse propósito que fornece sentido às ações que normalmente pratica em seu cotidiano. Dentre as ações, destacamos aquelas relacionadas a sacrifício do “eu inferior”, a retidão, ao perdão, ao serviço amoroso e desinteressado focado na divina essência do próximo, a vigília e a oração. Ele não se preocupa com a redenção particular ou seu desenvolvimento pessoal, pois seu objetivo prioritário é o auxílio ao alheio, aos que estão em torno dele. Se um terceiro conseguir enxergar esse propósito subjacente, compreenderá o sentido pelo qual um Estudante Rosacruz realiza todos esses atos tão “sem sentidos”, de acordo com os parâmetros materialistas e individualistas comumente observados no atual contexto que vivemos.

    É exatamente a não observação ou compreensão desse propósito, pelas pessoas que não estão percorrendo Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, que gera o julgamento equivocado e que contribui para o Estudante Rosacruz caminhar cada vez mais sozinho. Apesar de aparentemente sozinho, conforme se torna uma “fonte de água da vida” (que jorra sem parar, não importando quem se aproxima para dela beber), novos horizontes e novas companhias de propósito lhe aparecem automaticamente.

    Cada evento vivenciado é, então, observado cuidadosamente sob a direção dos propósitos espirituais que escolheu para sua vida. O Estudante Rosacruz deverá, então, utilizar suas faculdades tais como: percepção, atenção, inteligência, aprendizado vicário (aprendizado por observação) e sua experiência prévia, para praticar e realizar o Exercício Esotérico de Discernimento necessário para agir. Além disso, deve também contar com sua força de vontade para conseguir concretizar, no Mundo Físico, aquilo que julga ser correto. Desse processo, ocorre a evolução ou a transformação de seus poderes anímicos latentes em dinâmicos.

    Além de sua vontade e do seu propósito espiritual, há, durante o todo o ano, condições propícias para que o Estudante Rosacruz consiga amalgamar poderes dinâmicos ao seu Espírito.

    De modo a concentrar forças e ter uma maior eficácia no processo de produção de poderes anímicos, os Estudantes Rosacruzes de todo o mundo da Fraternidade Rosacruz se reúnem, todos os dias, atendendo suas aspirações espirituais e oficiam o Ritual Devocional do Serviço do Templo. Essa reunião tem o objetivo de gerar pensamentos-formas de amor, de fraternidade e de cura. Os pensamentos-formas gerados são concomitantemente envolvidos com sentimentos de igual natureza, que fornecem a força necessária para que os pensamentos-formas cheguem ao seu propósito. Essa é a primeira condição favorável que o Estudante Rosacruz pode unir aos seus propósitos espirituais, para conseguir maior eficácia em seu trabalho no mundo.

    Uma segunda condição favorável ocorre quando a órbita da Lua atravessa o raio de vibração de uma Hierarquia Criadora Cardinal (Signos Zodiacais Cardinais ou Cardeais). Nessa situação, há favorecimento de produção de pensamentos-formas e sentimentos direcionados à Cura Rosacruz e é o dia para oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura. É como se houvesse um forte vento a favor, e se aproveitarmos esse vento que sopra para a direção da cura, nossas orações serão muito mais eficazes e, consequentemente, a produção anímica também. Todo aquele que quiser contribuir para esse serviço, automaticamente também recebe a cura que necessita, seja física ou mental. Mas a recompensa particular desse trabalho não deve ser prioridade para o Estudante Rosacruz, mas sim, a certeza de que irmãos e irmãs que buscam esse auxílio estão recebendo essas bênçãos.

    Juntamente a esses serviços, o Estudante Rosacruz busca, onde quer que esteja, ser útil como uma canal de amor e de trabalho. Por mais trabalhoso e árduo que esse tipo de vida parece ser, ele o faz porque compreendeu que os demais propósitos oferecidos pela vida material são estéreis – “…Senhor, para quem iremos? Só tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6:68). Cada trabalho que consegue realizar nesse sentido produz materiais invisíveis que alimentam três pessoas diferentes: a (as) pessoa (as) envolvida (as) que recebeu (eram) o produto desse trabalho; a si próprio (pois esse material invisível para seus olhos fará parte do radiante Dourado Manto Nupcial, seu Corpo-Alma) e, finalmente, o Cristo, que aguarda pelo dia de Sua Libertação (Segunda Vinda) – “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes.” (Mt  25:40).

    Como sabemos, o Exercício Esotérico noturno de Retrospecção representa o momento do dia em que realizamos nosso Purgatório e Primeiro Céu. Esse Exercício Esotérico é mais valioso do que qualquer outro método para adiantar o Estudante Rosacruz no Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz. Seu efeito é tão profundo que capacita a quem o pratica a aprender presentemente, não apenas as lições dessa vida, mas também lições que normalmente lhe estariam reservadas para vidas futuras.

    Já o Exercício Esotérico matutino da Concentração oferece ao Estudante Rosacruz, depois de algum tempo, quando ele tenha aprendido a manter diante de si por uns cinco minutos ininterruptos o assunto em que se concentra, a visão do Mundo do Desejo.

    Se o Estudante Rosacruz for fiel, disciplinado e criar o hábito de fazer os Exercícios Esotéricos diários propostos que estão ao seu alcance (Concentração, Meditação, Observação e Discernimento), evitando considerá-los como uma tarefa enfadonha e os reputando em seu verdadeiro valor – afinal eles são os nossos mais elevados privilégios – deles colherá os mais amplos benefícios que o ajudará a dar passos largos no Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz.

    Vê-se, portanto, que há muitas oportunidades dadas para que o Estudante Rosacruz possa se desenvolver com maior eficácia. Mas, como já mencionado no início, deve estar atento para observar e compreender os ensinamentos oferecidos e as condições mais favoráveis.

    Possa o Estudante Rosacruz aproveitar todas essas oportunidades que lhe são constantemente apresentadas.

    Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    Os Quatro Graus para Chegarmos a Deus

    Nesse Esquema de Evolução traçado para todos, nós, os Espíritos Virginais, passamos por quatro grandes etapas de educação e de percepção de Deus, nosso criador:

    A primeira, Seres muito mais evoluídos (chamados de Hierarquias Criadoras ou Hierarquias Divinas ou, ainda, Hierarquias Zodiacais) agem sobre nós, de fora, dando-nos auxílio externo, ajudando-nos a construirmos nossos corpos: o Denso, o Vital, o de Desejos e o veículo Mente (os nossos veículos de evolução) – enquanto permanecemos inconscientes do Mundo Físico ao nosso redor. Nessa etapa, adorávamos a Deus por meio do medo, a Quem começamos a perceber a existência. Fazíamos sacrifícios para agradá-lo. Passamos a fase do fetichismo.

    A segunda etapa, com os veículos já construídos, somos colocados sob a direção dos chamados Mensageiros Divinos e Reis, a quem nós vemos, e a cujas ordens tínhamos que obedecer. Esses Mensageiros Divinos ficaram conhecidos como:

    • Senhores de Vênus” – que num tempo bem longínquo nos iniciaram na Arte da forma, através da música, pintura, escultura e arquitetura e do domínio da palavra como forma de criação nesse Mundo Físico;
    • Senhores de Mercúrio” – que, também num tempo bem longínquo, começaram a nos ensinar como nos dominar, como alcançar o domínio próprio, a utilizar esse Corpo Denso como mais um veículo, por meio do qual pudéssemos sair e voltar nele à vontade e a funcionar nos veículos superiores independentemente do Corpo Denso.

    Quase no final desta etapa, após o trabalho destes Mensageiros Divinos, com quem convivíamos no cotidiano, e o chamávamos de deuses, fomos ensinados a adorar somente um único Deus invisível, criador de todas as coisas.

    Assim, nessa etapa, aprendemos a olhar a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre. Fazíamos sacrifícios externos por avareza, esperando que Deus nos dê cem por um, ou para livrar-nos do castigo imediato, como: pragas, guerras, doenças, etc.

    A terceira etapa somos ensinados a reverenciar as ordens de um Deus a Quem não vemos. Aprendemos a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro no Inferno.

    A quarta e última etapa, aprendemos – e muitos ainda aprenderão – a elevar-nos sobre toda a ordem, a converter-nos em uma lei em nós mesmos. Conquistamo-nos a nós mesmos, aprendemos a viver voluntariamente, em harmonia com a Ordem da Natureza, que é a Lei de Deus. Nessa etapa chegamos a um ponto em que podemos agir bem sem pensar na recompensa ou no castigo, simplesmente porque “é justo agir retamente”. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com este princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

    Durante a nossa evolução passamos por todas essas etapas. Ainda hoje, todos nós, seres humanos, estamos distribuídos por elas. Alguns ainda permaneceram na primeira etapa, outros na segunda, na terceira e na quarta. Isso ocorre devido ao grau de evolução da pessoa.

    Considerando a nossa história aqui na Terra, experimentamos pela primeira vez a primeira etapa há muito tempo atrás, numa Época chamada Lemúrica. Nessa Época fomos treinados a ver e gerar fenômenos físicos.

    Práticas de como fazer acontecer e aparecer coisas nesse Mundo Físico. Isso porque estávamos muito focados nos Mundos espirituais, os Mundos invisíveis aos olhos físicos. Não víamos com clareza o Mundo Físico. Então tudo que fazíamos acontecer nesse Mundo nos impressionava.

    Adorávamos o desconhecido por meio de qualquer peça constituída de matéria física. Buscávamos “ver” a Deus nesse Mundo Físico associando-O a alguma peça material. O fetichismo era necessário e próprio para essa etapa de evolução. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

    Assim, tudo que se relaciona com fenômenos expressos nesse Mundo Físico, e obviamente o fetichismo, são reminiscências da nossa passagem na Época Lemúrica, há muito tempo atrás. Se hoje, alguém utiliza, é porque está revivendo a reminiscência daquela longínqua Época. Assim, os que praticam atualmente o fetichismo estão muito atrasados e como que vivendo ainda naquela longínqua Época.

    Àqueles a quem o fenômeno no Mundo Físico ainda o impressiona, o faz temer e o fascina, possui fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que os ajudarão a se libertarem dessas reminiscências, a fim de poderem aprender lições mais avançadas.

    Já na segunda etapa experimentamos nossas lições pela primeira vez, também há muito tempo, numa Época chamada Atlante. Mais especificamente, quando fizemos parte de uma das sete Raças que construímos lá, uma Raça conhecida como Semitas Originais. Então, fomos ensinados a esquecer dos fenômenos e fetiches – afinal, já estávamos suficientemente voltados para o Mundo Físico! Então, fomos ensinados a adorar um Deus invisível e a esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores. Os seres humanos, naquela Época, que conseguiam praticar tais intentos eram os seres humanos mais adiantados.

    Temos muitos exemplos de ensinamentos dessa fase lendo o Antigo Testamento. Como passagem que mostra a nova orientação de adoração de vários deuses para adoração de um único Deus vemos no Livro do Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses além de mim“.

    E ainda, no Livro do Êxodo 20:5-6: “Eu sou um Deus ciumento que puno a iniquidade dos pais sobre os filhos até a terceira geração dos que me odeiam, mas que também ajo com amor até a milésima geração para aqueles que me amam e guardam os meus mandamentos“.

    Com esse recado, fomos ensinados a: se seguíssemos o preceito de Deus, seríamos abençoados e cobertos de bens materiais, no entanto, se nos afastássemos dos caminhos orientados por Ele, sofreríamos todos os males. A escolha era nossa. Éramos livres para escolher, mas sofreríamos as consequências dos nossos próprios atos.

    Nasciam as Religiões de Raça, a Religião do Espírito Santo, as Religiões de Jeová, que muito nos ensinaram, e o livre arbítrio, que muito nos ensina. Assim, os que ainda vivem olhando a Deus como um doador de todas as coisas e a esperar d’Ele benefícios materiais, agora e sempre; os que ainda vivem sacrificando por avareza, esperando que Deus lhe dê cem por um, ou para livrar-se do castigo imediato, como doenças, guerras, pragas, pobreza, estão atrasados e vivendo como ainda estivessem naquela longínqua Época.

    Àqueles a quem de Deus deve-se esperar recompensas em benefícios materiais ou castigos em aflições e dores possuem fortes reminiscências daquela Época longínqua. Por meio do destino, terão lições que o ajudarão a se libertar dessas reminiscências a fim de poderem aprender lições mais atuais.

    Já a terceira etapa, experimentamos, pela primeira vez, somente nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Popular através da Religião Cristã, a Religião do Filho.

    Por meio dele, foi nos dada a Doutrina Cristã: a vinda do Cristo, a Trindade, a Imaculada Concepção, a Crucificação, a Salvação, a Condenação Eterna, a Conversão, a Confissão e Absolvição, o Perdão dos Pecados, à espera da segunda vinda do Cristo.

    Aqui somos ensinados a adorar a Deus com orações e a viver em boa vida, a cultivar a fé num Céu onde obteremos recompensa no futuro, e a abster-nos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro do Inferno. Todo o Novo Testamento nos orienta para o Cristianismo. Indica como não devemos ser hipócritas, nem idólatras, nem buscar recompensas em benefícios materiais quando adoramos a Deus. Por exemplo, lemos no Evangelho Segundo São Mateus 6:1: “Evitai praticar a justiça diante dos homens para serdes vistos. Do contrário, não tereis recompensa do Pai, que estás nos céus“. Quando orarmos a Deus, temos a seguinte orientação, no Evangelho Segundo São Mateus 6:5-8: “E quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas das praças para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a recompensa (a recompensa humana de serem cortejados). Mas quando rezares, entra no quarto, fecha a porta e reza ao Pai que vê no oculto. E o Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa. E nas orações não faleis muitas palavras como os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa das muitas palavras. Não os imiteis; pois o Pai já sabe de vossas necessidades antes mesmo de pedirdes“.

    Várias são as passagens em que Cristo nos ensina que não é mais para ofereceremos sacrifícios externos: Eis uma no Evangelho Segundo São Mateus: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício.” (Mt 6:13).

    O modelo de oração que o Cristão deve fazer é dado no Evangelho Segundo São Mateus: 6:7-13, conhecida como a Oração do Senhor ou “Pai Nosso”: “Nas vossas orações não useis de vãs repetições, como os gentios, porque imaginam que é pelo palavreado excessivo que serão ouvidos. Não sejais como eles, porque o vosso Pai sabe do que tendes necessidade antes de lho pedirdes. Portanto, orai desta maneira: ‘Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a vossa Vontade, assim na Terra, como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’”.

    Há nela sete orações distintas e separadas, uma para cada um dos sete princípios do Ser Humano: o Tríplice Corpo, o Tríplice Espírito e o para o veículo Mente. Nessa etapa, já não devemos mais nos preocupar em acumular bens aqui na Terra. Afinal, o trabalho que tínhamos que fazer aqui já bem o fizemos!

    Conquistamos a Região Química do Mundo Físico, transformando-a num paraíso para a evolução. Agora, nosso propósito é somente fornecer condições para utilizarmos as oportunidades para construir o Corpo que utilizaremos na próxima fase da nossa evolução: o Corpo-Alma. Assim, todo trabalho que envolve a conquista dessa Região Química deve ser substituído por tarefas que ajudem na conquista da próxima Região, ou seja: a Região Etérica do Mundo Físico.

    Por isso que no Evangelho Segundo São Mateus 6:19-21, lemos: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus, onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não arrombam nem roubam; pois onde está o teu tesouro aí estará também teu coração“.
    E, complementando, no versículo 24: “Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro“.

    E para aqueles que vivem apenas se preocupando com as aparências, com o supérfluo, com o que um se veste ou outro deveria vestir, com o que os que estão ao seu redor fazem ou não fazem, ou com os prazeres da vida, quem sabe se lessem, compreendessem e vivessem o que o Evangelho Segundo São Mateus nos fala em 6:25-30 acordariam dessa ilusão e aproveitariam melhor a sua curta passagem nessa Terra:
    Por isso vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de comer, nem com o vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a roupa, por que andais preocupados? Aprendei dos lírios do campo, como crescem, e não trabalham e nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, homens fracos na fé?“.

    Finalmente, a última etapa de educação e de percepção de Deus, nosso criador, é a etapa que representa o ponto em que podemos agir bem e sem pensar em recompensas ou em castigos, mas simplesmente porque “é justo agir retamente”.

    Fazemos o bem pelo simples prazer de fazer o bem. Amamos o bem por ser o bem e procuramos ordenar nossa conduta de acordo com esse princípio, sem ter em conta seu benefício ou desgraça presente, ou os resultados dolorosos em algum tempo futuro.

    Esta etapa experimentamos, pela primeira vez, também nessa Época conhecida como Época Ária. Mais especificamente com o advindo do Cristianismo Esotérico, trazido por Cristo, também pela Religião Cristã, a Religião do Filho.

    Em particular, todos os Estudantes de todas as Escolas de Mistérios ocidentais – que preparam o Aspirante à vida superior para se desenvolver a fim de se candidatar às Iniciações Menores e as Iniciações Maiores ou Cristãs –, como o é a Fraternidade Rosacruz, estão procurando alcançar essa etapa. De modo geral, será alcançada na Sexta Época, a Nova Galileia, quando a Religião Cristã unificadora abrirá os corações dos seres humanos que estiverem aptos para isso.

    Então, os seres humanos formarão novamente uma fraternidade, tendo Cristo como o Grande Guia Unificador.

    A ideia de Raça será sobrepassada e a lei de unificação dada por Cristo no Novo Testamento e pouco compreendida: “Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não vem após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lc 14:26-27), que agora tentamos viver um pouquinho – muitas vezes a vivemos empurrados pelas lições do destino – será o nosso cotidiano e viveremos felizes, porque formaremos uma grande fraternidade, independente da raça, nação, família, posição social, sexo, simpatia, tamanho, aparência e de todas as ilusões impostas pela nossa Personalidade.

    Por enquanto, tentemos colocar em prática os Ensinamentos Rosacruzes – conhecidos como Ensinamentos da Sabedoria Ocidental – que não são nada mais, nada menos do que os ensinamentos Cristãos e bíblicos trocados em miúdos, adiantando-nos para a próxima etapa a fim de sermos os vanguardeiros, os indicadores do caminho, os servidores para os nossos irmãos e para as nossas irmãs que vem atrás, no trabalho de ajudá-los a chegarem lá e, juntos, formarmos a Fraternidade Universal que é o grande destino coletivo de todos nós.

    Enquanto isso, a fim de aproveitarmos cada pequeno momento de mais uma passagem aqui na Terra, retirando a quintessência de cada pequena lição que passamos, gravemos os versículos 33 a 34 do capítulo 6 do Evangelho Segundo São Mateus: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o seu fardo.“.

    Que as rosas floresçam em vossa cruz

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    Dois Métodos Diferentes: só devemos seguir a um; não um pouco de cada

    A Filosofia Rosacruz é o Cristianismo Esotérico. Na literatura rosacruciana é fácil notar a preocupação em ressaltar a Fraternidade Rosacruz como a escola preparatória aos Mistérios (ou Iniciações) ocidentais, uma Escola preparatória para a Ordem Rosacruz. Isso não contradiz o sentido de universalização para que tende o Cristianismo Esotérico.

    Tal como o Sol aparenta caminhar de leste a oeste, a luz da espiritualidade percorre o mesmo caminho, ao longo da evolução humana. Confúcio na China, Buda na Índia, Pitágoras na Grécia constituíram marcos da trajetória brilhante do Sol da espiritualidade, dirigindo a evolução cada vez mais para oeste.

    Há dois mil anos surgiu o Cristo, trazendo um novo ideal, abrindo amplas perspectivas de progresso anímico para a humanidade. Sua influência, contudo, ainda predomina apenas no Ocidente. Mas, tempo virá em que os demais seres se universalizarão, libertando-se dos restritivos laços da tradição, dos costumes arraigados desde milênios, engendrados pelos Espíritos de Raça por meio das Religiões de Raça. Haverá, então, um consenso quanto à aceitação do Cristianismo, mormente do Cristianismo Esotérico.

    No momento, todavia, por circunstâncias evolutivas, isso não ocorre. No Ocidente encontram-se renascidos os seres mais evoluídos da Terra, em sentido geral. Em outras existências já viveram no Oriente. Agora, renascem nessa parte do globo, a fim de receber ensinamentos correspondentes aos seus presentes estágios evolutivos.

    Pode parecer, aos menos avisados, que o Oriente, em questão espiritual, esteja na vanguarda da evolução. Aliás, os orientais, valendo-se de uma imensa variedade de obras à venda por aí, deixam transparecer semelhante ideia. Puro engano. A maior parte dos Egos que ocupam os corpos orientais encontra-se na curva descendente desse Esquema de Evolução (cuja denominação rosacruciana para essa parte do Esquema de Evolução é chamada de Involução), prestes a atingir o nadir da materialidade, pelo que já passaram os ocidentais.

    Os povos do Oriente não têm a mesma sensibilidade dos seres que vivem do outro lado do globo. Suas pretensas faculdades espirituais são, muitas vezes, um psiquismo negativo.

    Os Ocidentais, subindo o arco evolutivo ascendente desse Esquema de Evolução (cuja denominação rosacruciana para essa parte do Esquema de Evolução é chamada de Evolução), estão alcançando condições cada vez mais espirituais: Corpos Densos mais refinados e Mentes mais dinâmicas.

    E, como não poderia deixar de ser, os métodos de desenvolvimento, para um e outro povo, apresentam radicais diferenças, se bem tenham em comum alguns princípios doutrinários, como a Teoria do Renascimento, Lei de Consequência etc.

    No método oriental, o neófito submete-se ao arbítrio do guru, mestre, instrutor, condicionando seu desenvolvimento à total aceitação do que lhe é ensinado. Trocando em miúdos: o neófito deve obedecer sem vacilar às determinações de seu “mestre”, transferindo-lhe toda a responsabilidade. Deve praticar certos exercícios e adotar determinadas posturas físicas para lograr domínio sobre seu corpo. Alguns desses exercícios – respiratórios, por sinal – são completamente inadequados à constituição do ser humano ocidental, podendo levá-lo, se praticados, a mais lamentável ruína física e mental.

    O método indicado para o neófito do Ocidente respeita-lhe o acervo individual de experiências passadas que lhe formaram a natureza, a índole etc. Procura, desde o início, libertá-lo de toda influência externa (seja de outras pessoas, seja por meio de instrumentos físicos como: pêndulo, bola de cristal, tarô, cartas de baralho, runas, búzios e outros afins que estão sempre sendo apresentados com “nomes modernizados”), tornando-o confiante em si mesmo no mais alto grau. Propicia-lhe os meios de realização, deixando seu desenvolvimento na dependência exclusiva de sua iniciativa, do seus esforço e da sua perseverança.

    Reconhecemos e respeitamos o valor do método oriental, porém, com uma importante ressalva: serve apenas e tão somente aos neófitos do Oriente, aos irmãos e irmãs que renascem naquela parte do globo terrestre.

    É importante que saibamos distinguir, para nossa orientação e dos demais, os dois métodos de desenvolvimento. Como afirmou Max Heindel: “Buda pode ter sido a luz da Ásia, mas Cristo é a luz do mundo. Assim como a luz do Sol ofusca o brilho das mais radiantes estrelas, tempo chegará em que o verdadeiro Cristianismo, o Cristianismo Esotérico, ofuscará e anulará todas as demais Religiões, para inteiro benefício da humanidade”.

    (Por Gilberto A V Silos – Editorial da Revista Serviço Rosacruz de janeiro/1976)

    PorFraternidade Rosacruz de Campinas

    Os Nove Degraus na Iniciação Cristã Mística

    Há nove degraus definidos na Iniciação Cristã Mística, começando com o Batismo, que é introdutório. A Anunciação e a Imaculada Concepção precedem como temas de curso por razões que serão dadas posteriormente.

    Vamos considerar, resumidamente, cada estágio separadamente, nesse glorioso processo de desenvolvimento espiritual, afinal a vida de Cristo, como está delineada nos Evangelhos, corresponde ao padrão cósmico para todos os processos que abrangem a evolução espiritual.

    O primeiro grau é o Batismo. Só que quando dizemos Batismo, necessariamente, não estamos nos referindo ao Batismo físico, onde o candidato é aspergido ou imerso e onde ele faz certas promessas àquele que o batiza. O Batismo Místico pode ocorrer tanto em um deserto quanto facilmente em uma ilha, porque é um processo espiritual com o objetivo de atingir um propósito espiritual. Pode ocorrer a qualquer hora da noite ou do dia, no verão ou no inverno; assim, ele ocorre no momento em que o candidato sente, com suficiente intensidade, um intenso desejo, quase uma ansiedade, de conhecer a causa da angústia profunda, tristeza ou do arrependimento alheio e aliviá-la. Então, o Espírito é conduzido sob as águas da Atlântida, onde vê a condição primordial do amor fraternal e da afeição; onde percebe Deus como o grande Pai de Seus filhos, que estão ali envolvidos por Seu maravilhoso amor. E, pelo retorno consciente a esse Oceano de Amor, o candidato se torna tão completamente imbuído com o sentimento de natureza ou caráter semelhante, que o espírito de egoísmo é banido dele para sempre. É por causa dessa saturação com o Espírito Universal que ele, mais tarde, é capaz de dizer: “àquele que quer pleitear contigo, para tomar-te a túnica, deixa-lhe também a veste; e se alguém te obriga a andar uma milha, caminha com ele duas.” (Mt 5:40-41). Sentindo-se um com todos, o candidato nem mesmo considera o seu assassinato como maus-tratos, mas pode dizer: “Pai, perdoai-os[1]. Eles são idênticos a si mesmo, que sofrem com sua ação; ele é tanto o agressor quanto a vítima. Esse é o verdadeiro Batismo Espiritual do Cristão Místico, e qualquer outro batismo que não produza esse sentimento fraterno universal não é digno de ter esse nome.

    Ainda estamos na Era do Arco-Íris, sujeitos à sua lei, então podemos perceber que como o “Batismo” do Cristão Místico ocorre num momento de exaltação espiritual, esse deve ser necessariamente seguido por uma reação. A enorme magnitude da revelação o sobrepõe, e ele não pode percebê-la ou contê-la em seu veículo carnal, então, ele foge frequentemente de lugares onde há pessoas e se refugia na solidão, alegoricamente representada como um deserto. Ele fica tão arrebatado em sua sublime descoberta que, durante o tempo em que está em seu êxtase, ele vê o Tear da Vida, em que são construídos todos os corpos de todos os que vivem, do menor ao maior, do rato e do ser humano, do caçador e de sua presa, do guerreiro e de sua vítima. Mas, para ele, eles não estão separados e à parte, pois, também contempla o único divino halo dourado da luz da vida “que atravessa tudo e que a todos une.” (Lc 23:34). Mais ainda, ele ouve em cada um a nota-chave flamejante soando suas aspirações e expressando suas esperanças e seus temores, e ele percebe esse som composto de cores cromáticas como uma canção ou hino de louvor ou alegria mundial de Deus que se fez carne. A princípio, tudo isso está além de sua compreensão, a enorme magnitude da descoberta esconde isso dele, e não pode conceber o que vê e o que sente, pois não há palavras para descrevê-lo e nenhum conceito pode explicá-lo. Mas, aos poucos, se dá conta que está na própria Fonte da Vida, não mais contemplando-a, mas com o SENTIMENTO de cada pulsação dela, e com essa compreensão atinge o clímax de seu êxtase.

    Pelos processos místicos do verdadeiro Batismo Espiritual, o Aspirante se torna tão completamente saturado com o Espírito Universal que, de fato, pelo sentimento e pela experiência, ele se torna um com tudo o que vive, o que se move e tem o seu ser, um com a pulsante Vida divina que surge em uma cadência rítmica, através do menor e do maior; e tendo captado a nota-chave da canção celestial, ele então é dotado de um poder de tremenda magnitude, que poderá ser usado para o bem ou para o mal. Devemos compreender e recordar que, embora a pólvora e a dinamite possam ser utilizada para fazer o bem na agricultura, quando usadas para explodir tocos de árvores que, de outra forma, exigiriam grande trabalho manual para serem extraídos, também podem ser usadas para fazer o mal, como na Primeira Guerra Mundial. Os poderes espirituais também podem ser usados ​​para o bem ou para o mal, dependendo do motivo e do caráter de quem os exerce. Entretanto, aquele que passou com êxito pelo ritual do Batismo e, assim, adquiriu o poder espiritual é imediatamente tentado para que possa decidir definitivamente se ele ficará do lado do bem ou do mal. Nesse ponto, ele se tornará um futuro “Parsifal”, um “Cristo”, um “Herodes” ou um “Klingsor”, que combateu os Cavaleiros do Santo Graal com todos os poderes e recursos da Fraternidade das Trevas.

    O segundo grau é a Tentação. Tão arrebatado fica o Cristão Místico em sua belíssima aventura, que as necessidades físicas são completamente esquecidas, enquanto durar o êxtase e, portanto, é natural que a sensação de fome seja sua primeira necessidade consciente ao retornar ao estado normal de consciência de vigília e, naturalmente, também chega a voz da tentação: “manda que estas pedras se transformem em pães.” (Mt 4:3).

    Poucas passagens das Sagradas Escrituras são mais sombrias do que os versículos iniciais do Evangelho Segundo São João: “No princípio era o Verbo. . .  e nada do que foi feito, foi feito sem Ele”. Um pequeno estudo da ciência do som nos familiariza com o fato de que som é vibração e que os diferentes sons moldarão a areia ou outros materiais leves em figuras de variadas formas. O Cristão Místico pode ignorar completamente esse fato, do ponto de vista científico, mas ele aprendeu na Fonte da Vida a cantar a Canção do Ser, que impulsiona de modo protetor e intimamente para uma criação tudo o que um mestre na arte musical deseja. Há uma nota-chave para a pedra mineral indigesta, porém, uma modificação irá transformá-la em ouro, com o que irá adquirir os meios de subsistência, e outra nota-chave peculiar ao reino vegetal a transformará em alimento, um fato conhecido por todos os ocultistas avançados que praticam legitimamente encantamentos para propósitos espirituais, porém, nunca por ganho material.

    Mas o Cristão Místico, que acabou de emergir de seu Batismo na Fonte da Vida, imediatamente se contorce horrorizado com a sugestão de usar seu poder recém-descoberto para um propósito egoísta. Foi a própria qualidade altruística da alma que o conduziu às águas da consagração na Fonte da Vida, e ele preferiria sacrificar tudo, até a própria Vida, do que usar esse poder recém-descoberto para se poupar de um sofrimento doloroso. Ele não viu também a condição de profundo sofrimento por infortúnios, aflições e tristezas do mundo? E não sente isso em seu Grandioso Coração, com tal intensidade que a fome imediatamente desaparece e é esquecida? Ele pode, deseja e usa livremente esse maravilhoso poder para saciar os milhares que se reúnem para ouvi-lo, contudo, nunca para propósitos egoístas, pois, se assim o fizer, ele perturbaria o equilíbrio do mundo.

    Entretanto, o Cristão Místico não raciocina assim. Conforme escrito acima, ele não tem nenhuma razão, pois, existe uma orientação muito mais segura, uma voz interior que sempre lhe fala, nos momentos em que se deve tomar uma decisão. “…Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4) – outro mistério. Não há nenhuma necessidade de partilhar o Pão terreno, quando se tem acesso à Fonte da Vida. Quanto mais nossos pensamentos estiverem centrados em Deus, menos procuraremos os chamados “prazeres da mesa”, e alimentando o nosso Corpo Denso com moderação e alimentos simples e selecionados, adquiriremos uma iluminação espiritual impossível àqueles que se deleitem a uma dieta excessiva de alimentos grosseiros que nutrem a natureza inferior. Alguns santos usaram o jejum e a flagelação como meio de crescimento da alma, mas esse é um método incorreto por razões explicadas em um artigo sobre “Jejum como um fator no crescimento anímico” publicado na Revista “Rays from the Rose Cross de dezembro de 1915”. Os Irmãos Maiores da humanidade, que compreendem a Lei e vivem de acordo com ela, utilizam os alimentos apenas em intervalos calculados durante o ano. A palavra de Deus é para eles um “pão vivo”. A mesma coisa é válida para o Cristão Místico e a tentação, ao invés de trabalhar para sua queda, o leva a alturas cada vez mais elevadas.

    É uma força maravilhosa que está centrada no Cristão Místico no momento do seu Batismo, devido ao processo descendente e de concentração em si mesmo do Espírito Universal, e quando ele recusa durante o período de tentação, a profaná-lo em proveito próprio ou poder para si mesmo, ele tem que, necessariamente aspirar por outra direção, pois está impelido por um estímulo interior irresistível que não permitirá que ele se acomode numa vida sem a disposição para até se mover e inativa de oração e meditação. O poder de Deus está sobre ele para que pregue as boas novas à humanidade para ajudar e curar. Sabemos que uma lareira que está cheia, queimando lenha, não pode deixar de aquecer o ambiente ao redor; do mesmo modo o Cristão Místico não pode deixar de ajudar a irradiar a compaixão divina que transborda de seu Coração, não tendo dúvidas sobre a quem amar, a quem servir ou onde buscar a oportunidade para tal. Assim como o fogão cheio aceso irradia calor para todos os que estão dentro de sua esfera de radiação, da mesma forma o Cristão Místico sente o amor de Deus queimando em seu Coração e o irradia continuamente para todos com quem se põe em contato. Assim como a fogão aquecido atrai para si com seu calor aconchegante aqueles que sofrem com o frio físico, também os raios calorosos do amor do Cristão Místico são um ímã para todos aqueles corações que estejam gelados pela crueldade do mundo, ou seja, pela desumanidade do ser humano para com o ser humano.

    Se o fogão estivesse vazio, mas dotado da faculdade da fala, poderia pregar para sempre o evangelho caloroso àqueles que se sentem fisicamente frios, mas, mesmo a melhor oratória jamais satisfaria seu público. Quando se está cheio de conteúdo e irradiando calor, o sermão se torna desnecessário. Todos se aproximarão e ficarão satisfeitos. Da mesma forma, um sermão sobre fraternidade feito por alguém que não tenha se banhado na “Fonte da Vida” parecerá sem valor real, sem substância e insincero. O verdadeiro Místico não precisa pregar. Cada ato seu, mesmo com sua presença silenciosa, é mais poderoso do que todos os mais profundos discursos elaborados por doutores em filosofia.

    O terceiro grau é a Transfiguração. O verdadeiro Cristão Místico é facilmente distinguido. Ele jamais ocupa os seis dias da semana para se preparar para uma grande alocução para emocionar seus ouvintes no domingo, mas gasta, igualmente, todos os dias num humilde esforço de cumprir a vontade do Mestre, independentemente dos aplausos externos. Assim, inconscientemente, ele trabalha sempre em direção ao grande clímax que, na história dos mais nobres de todos os que percorreram esse caminho, é conhecido como “Transfiguração”.

    A Transfiguração é um processo alquímico pelo qual o Corpo Denso, formado pela química dos processos fisiológicos, se converte na pedra viva, tal como é mencionado na Bíblia. Os alquimistas medievais, que buscavam a Pedra Filosofal, não estavam preocupados na transmutação de tais impurezas em ouro significativo, mas visavam o objetivo maior conforme narramos acima.

    A umidade concentrada nas nuvens cai na terra em forma de chuva, quando suficientemente condensada e é novamente evaporada pelo calor do Sol em novas nuvens. Essa é a fórmula cósmica original.

    O espírito também se condensa em matéria e se torna mineral, mas, embora seja cristalizado numa forma tão dura quanto a pedra, a vida ainda permanece, e pela alquimia da natureza, trabalhando por meio de outra corrente de vida, os constituintes minerais densos do solo são transmutados numa estrutura mais flexível no vegetal, que serve como alimento ao animal e ao ser humano. Essas substâncias se tornam corpos sencientes pela alquimia da assimilação. Quando notamos as mudanças na estrutura do corpo humano, evidenciadas pela comparação dos sãs (ou bushmen são membros de várias etnias de caçadores-coletores da África Austral, cujos territórios abrangem Botsuana, Namíbia, Angola, Zâmbia, Zimbábue e África do Sul), chineses, indianos, latinos, celtas e anglo-saxões, evidentemente está claro que o Corpo Denso do ser humano está, atualmente, passando por um processo de refinamento com a erradicação das substâncias mais rudimentares e grosseiras. Com o tempo, pela evolução, esse processo de espiritualização tornará nosso corpo radiante e transparente pela Luz que brilhará internamente, radiante como o rosto de Moisés, como o corpo de Buda e o de Cristo na Transfiguração. Presentemente, a luz do Espírito interno residente está efetivamente obscurecida por nosso Corpo Denso, mas podemos ter esperanças advindas da ciência da química. Não há nada na terra tão raro e precioso quanto o elemento químico rádio, o extrato luminoso do denso mineral negro chamado pechblenda; e nada há mais precioso e tão raro como o extrato do corpo humano, o Cristo radiante. Presentemente, estamos trabalhando para desenvolver o Cristo interno, mas quando o Cristo dentro de nós estiver plenamente desenvolvido, Ele brilhará através do corpo transparente como a Luz do Mundo.

    É um fato anatômico, comumente conhecido, que a medula espinhal está dividida em três seções, através das quais os nervos motor, sensorial e simpático são controlados. Astrologicamente, são regidos por Marte, Mercúrio e a Lua, respectivamente, que são Hierarquias divinas que desempenham papel importante na evolução humana através dos sistemas nervosos citados. Entre os antigos alquimistas, esses eram designados pelos três elementos alquímicos: sal, enxofre e mercúrio. Entre eles, e acima deles, está colocado o Fogo Espiritual espinhal de Netuno. Ele ascende na coluna serpentina através da medula espinhal até os ventrículos do cérebro. Na grande maioria da humanidade, o Fogo Espiritual ainda é extremamente fraco. Porém, quando ocorre um despertar espiritual em alguém é como uma conversão genuína, ou melhor ainda, pelo Batismo do Cristão Místico, como uma queda constante e  intensa do Espírito vindo dos céus, que é um fato real, intensifica o Fogo Espiritual espinhal numa extensão quase inacreditável e, imediatamente, inicia um processo de regeneração, em que as substâncias grosseiras do Tríplice Corpo do ser humano são gradualmente eliminadas, tornando os veículos mais permeáveis ​​e prontamente adaptáveis aos impulsos espirituais. Quanto mais desenvolvido o processo, mais eficientes eles se tornam na “vinha do Mestre”.

    O despertar espiritual que inicia esse processo de regeneração no Cristão Místico, que se purifica pela oração e pelo serviço, evidentemente, chega também para aqueles que buscam Deus por meio do conhecimento e do serviço, mas atua de forma diferente, o que é observado pelo investigador espiritual. No Cristão Místico, o Fogo Espiritual espinhal regenerador está concentrado, principalmente, no segmento lunar da medula espinhal, que governa os nervos simpáticos sob a regência de Jeová. Portanto, seu crescimento espiritual é alcançado pela fé, tão simples, infantil e inquestionável como nos dias da primitiva Atlântida, quando os seres humanos ainda não tinham Mentes. Assim, ele atrai a grande Luz da Deidade branca refletida por meio de Jeová, o Espírito Santo, e adquire toda a sabedoria do mundo, sem necessidade de trabalhar por ela intelectualmente. Isso, gradualmente, transmuta seu corpo na branca Pedra Filosofal, a Alma Diamante.

    Por outro lado, aqueles cujas Mentes são fortes e insistentes em saber a razão do porquê de cada sentença e dogma, o Fogo Espinhal da regeneração atuará sobre os segmentos do vermelho Marte e do incolor Mercúrio, buscando infundir o desejo com a razão para purificar a antiga paixão primordial, para que se torne casta como a rosa e, assim, transmuta o corpo na Alma Rubi, a vermelha Pedra Filosofal, provada pelo Fogo, purificada, uma individualidade criativa em desenvolvimento.

    Todos os que estão buscando o Caminho, seja pelo caminho do ocultista ou pelo do misticismo, estão tecendo o “Dourado Manto Nupcial” por esse trabalho por dentro e por fora. Em alguns, o ouro é extremamente pálido e em outros é profundamente vermelho. Mas, finalmente, quando o processo da Transfiguração tiver sido concluído, ou melhor, quando estiver próximo a isso, os extremos se fundirão e os corpos transfigurados terão uma cor equilibrada, pois o ocultista deve aprender a lição com profunda devoção, e o Cristão Místico deve aprender como adquirir conhecimento por seus próprios esforços, sem a necessidade de recorrer à fonte universal de toda a sabedoria.

    Essa perspectiva nos fornece uma visão mais profunda da Transfiguração relatada nos Evangelhos. Devemos nos lembrar claramente que os veículos de Jesus foram transfigurados, temporariamente, pelo residente Espírito de Cristo. Mas, mesmo considerando a enorme potencialidade do Espírito de Cristo em efetuar a Transfiguração, é evidente que Jesus devia ser de um sublime caráter, sem igual. A Transfiguração como é vista na Memória da Natureza revela o Seu corpo com uma brancura deslumbrante, assim evidenciando a sua comunhão com o Pai, o Espírito Universal. Há uma grande diversidade em como tais resultados atualmente são alcançados, porém, no reino de Cristo, essas diferenças desaparecerão gradualmente, e uma cor uniforme, indicando tanto o conhecimento como a devoção, será alcançada por todos. Essa cor corresponderá à cor rosa, vista pelos ocultistas como o Sol Espiritual, o veículo do Pai. Quando isso for alcançado, a Transfiguração da humanidade estará completa. Então, seremos um com nosso Pai, e Seu reino terá chegado.

    O quarto grau é a Última Ceia e o Lavapés.  Lemos nos Evangelhos, que relatam a história da Iniciação Cristã Mística, como na noite quando Cristo compartilhou da experiência na Última Ceia com Seus Discípulos, foi mostrando que seu ministério estava terminando naquele momento, e como Ele se levantou da mesa, se cingiu com uma toalha e, em seguida, despejou água numa bacia e começou a lavar os pés de Seus Discípulos, um ato do mais humilde serviço, mas, motivado por uma importante consideração oculta.

    Quando ascendemos na escala da evolução, comparativamente, poucos percebem que fazemos isso pisando, ferindo e até destruindo os corpos de nossos irmãos e imãs mais fracos, consciente ou inconscientemente, esmagando-os e usando-os como degraus para atingir nossos próprios objetivos. Essa afirmação é válida para todos os Reinos da natureza. Quando uma onda de vida é conduzida ao nadir da involução e encrustada na forma mineral, é imediatamente aproveitada por outra onda de vida ligeiramente superior, que recebe o desintegrante cristal mineral, adequando-o a seus próprios objetivos como cristaloide e assimila-o como parte de uma forma vegetal. Se não houvesse minerais desintegrados que pudessem ser aproveitados e transformados, a vida vegetal não seria possível. Da mesma maneira, as formas dos vegetais são absorvidas por várias classes de animais, quando são devoradas e trituradas até virar uma pasta e servidas de nutrição para esse reino superior. Se não houvesse plantas, os animais não existiriam e o mesmo princípio é válido na evolução espiritual, pois se não houvesse aspirantes no degrau mais baixo da escada do conhecimento em busca de instrução, não haveria necessidade de um professor. Todavia, existe uma diferença importantíssima. O professor cresce ao doar aos seus alunos e servindo-os. Ascende, dos ombros deles, um degrau mais alto na escada do conhecimento. Ele ascende elevando os demais, no entanto, tem uma dívida de gratidão para com eles, que é simbolicamente reconhecida e extinta com o Lavapés – um ato de serviço humilde com aqueles que o serviram.

    Quando percebemos que a natureza, que é a expressão de Deus, está continuamente se esforçando ao máximo para criar e produzir, também devemos compreender que quem mate alguma coisa, mesmo que seja tão pequena e aparentemente insignificante, está frustrando e se opondo ao propósito de Deus. Isso se aplica particularmente ao Aspirante à vida superior e, para tanto, o Cristo exortou os Seus Discípulos a “serem prudentes como as serpentes, mas sem malícia como as pombas.” (Mt 10:16). Porém, não importa o quão sério e intenso é o nosso desejo de seguir o preceito de não ferir, não machucar ou não destruir, as nossas tendências e necessidades relacionadas com a constituição dos nossos Corpos e veículos nos obrigam a matar em determinados momentos de nossas vidas, e não são somente nos grandes feitos que, constantemente, cometemos assassinatos. Era comparativamente fácil para a alma que busca o desenvolvimento espiritual, simbolizada por Parsifal, quebrar o arco com o qual ele havia atirado uma flecha no cisne dos cavaleiros do Graal, quando lhe explicaram do erro que ele havia cometido. A partir daquele momento, Parsifal estava comprometido com uma vida sem ferir, machucar ou destruir, no que diz respeito aos grandes feitos. Todos os Aspirantes sinceros concordam piamente com ele nesse quesito, uma vez que tenham compreendido quão subversiva é, para o crescimento da alma, essa prática de compartilhar alimentos que requerem a morte de um animal.

    Contudo, mesmo a pessoa mais nobre e gentil entre a humanidade está, em cada respiração, envenenando aqueles ao seu redor e, que por sua vez, está sendo envenenada por eles, uma vez que todos exalam o dióxido de carbono e, por isso, somos uma ameaça uns aos outros. Não se trata de uma ideia improvável, porém, é um perigo real que se tornará muito mais manifesto no decorrer do tempo, quando a humanidade se tornar mais sensível.

    O mesmo princípio é demonstrado no antigo Templo de Mistérios Atlante, o Tabernáculo no Deserto, onde encontramos um odor nauseante e uma fumaça sufocante subindo do Altar dos Sacrifícios, onde os corpos carregados de veneno das vítimas involuntariamente sacrificadas para pagar os pecados foram consumidos, e onde a luz brilhava fracamente através da fumaça envolvente. Isso nós podemos contrastar com a luz clara e brilhante emanada do Candelabro de Sete Braços, alimentado com o puro azeite extraído a partir da planta casta e onde o incenso, simbolizado pelo serviço voluntário de sacerdotes devotados, elevava-se ao céu como um suave aroma. Como já dito em outras ocasiões, isso era agradável à Divindade, enquanto o sangue das vítimas relutantes, os bovinos e os caprinos, eram uma fonte de dor e pesar para Deus, que se deleita mais com o sacrifício da oração, que auxilia o devoto e a ninguém prejudica.

    Tem sido explicitamente declarado sobre o fato de alguns dos santos exalarem um suave odor e, como muitas vezes tivemos a oportunidade de dizer, essa não é uma mera história fantasiosa – é um fato oculto. A grande maioria da humanidade inala, durante toda a vida aqui, o oxigênio vitalizante contido na atmosfera circundante. A cada expiração exalamos uma carga de dióxido de carbono que é um veneno mortal e que, certamente e com o tempo, contaminaria todo o ar, se a planta pura e casta não inalasse esse veneno, usando parte dele para construir corpos que, algumas vezes, permanecem por séculos ou até milênios, como exemplificado nas sequoias da Califórnia, devolvendo-nos o restante em forma do oxigênio puro que necessitamos para a nossa vida aqui. Esses corpos carboníferos das plantas, por processos contínuos da natureza, se tornaram mineralizados no passado e se transformaram nas pedras, ao invés de se desintegrarem. Hoje nós os encontramos como carvão, a Pedra Filosofal perecível elaborada por meios naturais no laboratório da natureza. Mas, a Pedra Filosofal também pode ser construída artificialmente pelo ser humano a partir do seu próprio corpo. Isso deve ser compreendido definitivamente: a Pedra Filosofal não é elaborada num laboratório químico externo, mas que o próprio corpo é o laboratório do Espírito, que contém todos os elementos necessários para produzir esse Elixir da Vida, e que a Pedra Filosofal não está fora do corpo, mas ele é o próprio alquimista que se torna a Pedra Filosofal. O sal, o enxofre e o mercúrio, emblematicamente contidos nos três segmentos da coluna espinhal e que controlam os nervos simpático, motor e sensorial são acionados pelo Fogo Espiritual Netuniano espinhal, e constituem os elementos essenciais no processo alquímico.

    Não há necessidade alguma de argumentos para demostrar que a indulgência com a sensualidade, a brutalidade e a bestialidade tornam o corpo não refinado em gostos, maneiras e linguagem. Por outro lado, a devoção à Deidade, uma atitude constante de prece, um sentimento de amor e compaixão por tudo que vive e se move, pensamentos de amor enviados a todos os seres e aqueles, inevitavelmente, recebidos em troca, invariavelmente todos têm o efeito de purificar e espiritualizar a nossa natureza. Referimo-nos a uma pessoa desse tipo como respirando ou irradiando amor, uma expressão que descreve muito mais próximo o fato do que a maioria das pessoas imaginam, pois, é uma questão real de se observar que a quantidade de veneno contida na respiração de um indivíduo está na proporção exata do mal existente na sua natureza, na sua vida interior e nos pensamentos que emite. A ioga hindu consiste em uma prática de encerrar o candidato a um certo grau de Iniciação em uma caverna que tem o tamanho não muito maior do que o corpo dele. Lá deverá viver por várias semanas respirando, repetidamente, o mesmo ar para demonstrar na prática que ele cessou de exalar o mortífero dióxido de carbono e que, assim, está começando a construir seu corpo. Então, esse não é um corpo da mesma natureza da planta, embora seja puro e casto, mas é um corpo celestial, como aquele de que São Paulo se refere na Segunda Epístola aos Coríntios, capítulo 5, um corpo que se torna imortal como um diamante ou uma pedra de rubi. Não é duro e inflexível como o mineral; é um diamante macio (ou rubi) e por cada ato executado na natureza, o Cristão Místico está construindo esse corpo, embora provavelmente ele esteja inconsciente disso por um longo tempo. Quando ele atinge esse grau de Santidade, não é necessário para ele executar o ritual do Lavapés, como o é para o aluno que ainda não construiu tal corpo e que o auxilia a se elevar, porém, terá sempre o sentimento de gratidão, simbolizado por aquele ato, para com aqueles a quem teve o privilégio de atrair para si como Discípulos e a quem pode dar o pão vivo que nutre até à imortalidade.

    Os Estudantes perceberão que isso é parte do processo que culmina na Transfiguração, mas também devem perceber que na Iniciação Cristã Mística não há graus fixados e definidos. O candidato vê o Cristo como o autor e finalizador da sua fé, procurando imitá-Lo e seguir os Seus passos em todos os momentos de sua existência. Assim, os vários estágios que estamos considerando são alcançados por processos de crescimento da alma que, simultaneamente, o levam a aspectos mais elevados de todas essas etapas que agora estamos analisando. A esse respeito, a Iniciação Cristã Mística difere radicalmente dos processos em voga dos Rosacruzes, em que a compreensão por parte do candidato do que está para acontecer é considerada indispensável. Mas chega o momento em que o Cristão Místico precisa percorrer o caminho que tem pela frente, e é isso que constitui o Getsemani.

    O quinto grau é o Getsemani. Na narrativa do Evangelho sobre o Getsemani (Mc 14:26-38) temos uma das mais tristes e difíceis experiências do Cristão Místico, delineada de forma espiritual. Durante toda a sua experiência anterior, ele vagueou cegamente, isto é, cego para o fato de que ele está no caminho, que se consistentemente seguido, o conduzirá a um objetivo definido, embora também se sinta intensamente prevenido ao menor suspiro de cada alma sofredora. Ele concentrou todos os seus esforços em aliviar a dor física, moral ou mental de cada alma sofredora. Ele serviu a cada alma sofredora com toda a sua capacidade e ensinou a cada uma o evangelho do amor: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Lc 1:27)”; e ele foi sempre um exemplo vivo para todos por meio da sua prática. Por isso, atraiu para si um pequeno grupo de amigos, aos quais amou com a mais terna afeição. A eles também ensinou e serviu sem restrições, até mesmo no lava-pés. Entretanto, durante esse período de serviço, ele ficou tão exaurido com as aflições e tristezas profundas do mundo, que ele de fato se tornou um Homem das Aflições e Tristezas Profundas e familiarizado tanto com a aflição, mais do que qualquer outra pessoa.

    Essa é uma experiência muito definida do Cristão Místico, e é o fator mais importante para intensificar o seu progresso espiritual. Enquanto nos sentirmos entediados quando as pessoas que vêm até nós e nos contam seus problemas, enquanto fugirmos delas e procurarmos escapar de ouvir suas histórias de tristezas, arrependimentos e angústias, estaremos bem longe do Caminho. Mesmo quando as ouvimos e nos disciplinamos para não demonstrar que estamos entediados, mesmo quando verbalizamos algumas poucas palavras simpáticas que chegam ao ouvido do sofredor, nada ganharemos em crescimento espiritual. É absolutamente essencial para o Cristão Místico que se torne tão sintonizado com os sofrimentos, as aflições e as tristezas do mundo, que sinta cada ataque agudo de dor ou ansiedade extrema como se fosse o seu próprio e o guarde dentro do seu Coração.

    O Cristão Místico deve beber abundantemente do cálice da angústia e da tristeza profundas, ele deve bebê-lo até a última gota, de modo que pela dor cumulativa que ameaça explodir seu Coração, ele possa se derramar sem reservas e sem restrições para curar e auxiliar o mundo. Então Getsemani, o Horto da Aflição, se torna um lugar familiar para ele, regado com as lágrimas nascidas das angústias, das tristezas e dos sofrimentos da humanidade.

    Porém, durante todos os seus anos de autossacrifício, aquele pequeno grupo de amigos tinha sido seu consolo. Ele já havia aprendido a renunciar aos laços de sangue. “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? Aqueles que fazem a vontade de meu Pai.” (Mt 12:48-50). Embora nenhum verdadeiro Cristão negligencie suas obrigações sociais ou negue o amor a seus familiares, os laços espirituais são, entretanto, os mais fortes, e por meio deles vem a coroa das aflições e, através da deserção de seus amigos espirituais ele aprende a beber até a última gota do cálice das angústias e das tristezas profundas. Ele não os culpa pela deserção deles, mas desculpa-os com as palavras: “O Espírito realmente está pronto, mas a carne é fraca.” (Mt 26:41) pois sabe, por experiência própria, como isso é verdade. Mas ele descobre que na suprema angústia e tristeza profundas eles não podem confortá-lo e, portanto, se volta para a única fonte de conforto, o Pai Celestial. Ele chegou ao ponto em que a resistência humana parece ter atingido o seu limite e ora para ser poupado de uma provação maior, porém, com uma confiança cega no Pai, ele se curva à Sua vontade, oferecendo-se inteiramente, sem reservas.

    Esse é o momento da realização. Tendo bebido completamente do cálice da angústia e da tristeza profundas até a última gota e sendo abandonado por todos, ele experimenta o temporário temor terrível de estar absolutamente só, sendo essa uma das piores experiências, senão a mais terrível, que pode ocorrer na vida de um ser humano. O mundo todo parece envolvido em trevas. Ele sabe que, apesar de todo o bem que fez ou tentou fazer, os poderes das trevas estão tentando dizimá-lo. Ele sabe que a turba, que alguns dias antes o havia acenado com “Hosana”, amanhã estará pronta para gritar “Crucifica-o! Crucifica-o!”. Seus familiares e, agora, seus poucos amigos desapareceram e, também, estavam prontos a negá-lo.

    Entretanto, quando nos encontramos no pináculo da aflição, é que estamos mais próximos do trono da graça. A agonia, a aflição, a tristeza profunda e o sofrimento acolhidos no peito do Cristão Místico são mais valiosos e preciosos do que todo o dinheiro do mundo, pois quando ele perde toda a companhia humana e se entrega sem reservas ao Pai, uma transmutação ocorrerá: a aflição se transforma em compaixão, o único poder no mundo capaz de fortalecer o ser humano que está prestes a subir até o Gólgota e dar sua vida pela humanidade, não como um sacrifício mortal, mas como um sacrifício vivente, elevando-se na medida em que eleva os outros.

    O sexto grau é o Estigmata ou os Estigmas. Pela união da Mente e do Coração, o Cristão Místico está pronto para a próxima etapa, que envolve o desenvolvimento dos estigmas, uma preparação necessária para a morte e ressurreição místicas. A narrativa do Evangelho relata a história dos estigmas nas seguintes palavras, desenrolando-se a cena de abertura no Horto do Getsemani, que podemos encontrar nos Evangelhos.

    Temos aqui o relato de como os estigmas ou as punções foram produzidas no Herói dos Evangelhos, embora as suas localizações não estejam descritas corretamente, e o processo é representado em uma forma narrativa, diferindo amplamente da maneira como essas coisas realmente acontecem. Mas, nós estamos diante de um dos Mistérios que devem permanecer selados para o profano, embora os fatos místicos subsequentes sejam tão claros como o é a luz do dia para aqueles que os conhecem. O corpo físico não é de forma alguma o ser humano real. Tangível, sólido e pulsante de vida como o vemos é, na verdade, a parte mais morta do ser humano, cristalizado dentro de uma matriz de veículos mais sutis que são invisíveis à nossa visão física atual. Se colocarmos uma bacia de água numa temperatura suficientemente baixa, a água logo se converte em gelo, e quando examinamos esse gelo, descobrimos que ele é feito de inúmeros pequenos cristais com variadas formas geométricas e linhas de demarcação. Existem linhas etéricas de forças que estavam presentes na água antes de congelar. Assim como a água congelou e modelou ao longo dessas linhas, nossos corpos físicos se congelaram e se solidificaram ao longo das linhas etéricas de força do nosso Corpo Vital invisível, que está, portanto, no curso normal da vida inextricavelmente ligado ao Corpo Denso, ele esteja desperto ou adormecido, até que a morte traga a dissolução dessa ligação. Mas como a Iniciação implica na libertação do ser humano verdadeiro do corpo do pecado e da morte para que ele possa deslizar para as esferas mais sutis à vontade e retornar ao corpo quando desejar, é óbvio que antes que isso possa ser alcançado, antes que o objetivo da Iniciação se realize, o vigoroso entrelaçamento entre o corpo físico e o veículo etérico, que é acentuadamente mais forte e rígido na humanidade comum, deve ser desfeito. Como essa união é mais forte nas palmas das mãos, nos arcos dos pés e na cabeça, as escolas ocultas concentram seus esforços para romper a conexão em tais pontos e produzir os estigmas invisivelmente.

    O Cristão Místico necessita do conhecimento de como realizar o ato sem produzir uma manifestação exterior. Os estigmas se desenvolvem nele espontaneamente pela constante contemplação de Cristo e por seus esforços incessantes em imitá-Lo em todas os momentos. Esses estigmas exteriores não compreendem somente as chagas nas mãos, nos pés e aquela no lado do corpo, mas também as marcadas na cabeça pela coroa de espinhos e pela flagelação. O exemplo mais notável de estigmatização é aquele que ocorreu, em 1224, a São Francisco de Assis na montanha de Alverno. Absorto na contemplação da Paixão, viu um Serafim se aproximar, resplandecente em fogo e tendo entre as asas a figura do Crucificado. São Francisco percebeu que nas mãos, nos pés e no lado ele recebeu externamente as marcas da crucificação. Essas marcas permaneceram durante os dois anos até a sua morte, e muitas testemunhas oculares dizem que as viram, incluindo o Papa Alexandre IV.

    Os Dominicanos polemizaram o acontecimento, no entanto; fizeram a mesma reclamação de credibilidade em relação a Santa Catarina de Siena, cujos estigmas foram explicados, por ela mesma, como tendo se tornado invisíveis para os outros. Os Franciscanos apelaram a Sisto IV para que proibisse a apresentação em público dos estigmas de Santa Catarina de Siena. Ainda mais, o acontecimento dos estigmas consta no Gabinete do Breviário, e Benedito XIII concedeu aos Dominicanos uma Festa em homenagem à Santa Catarina de Siena para comemorar esse fato. Outras pessoas, especialmente mulheres, que têm Corpo Vital positivo, afirmam ter recebido alguns ou todos os estigmas. A última a ser canonizada pela Igreja Católica, por essa razão, foi Santa Veronica Giuliani (1831). Há casos mais recentes como os de Anna Catherine Emmerich, que se tornou uma freira em Agnetenberg; A “Extática” Maria Von Mörl de Kaltern; Anne-Louise Lateau, cujos estigmas sangravam todas as sextas-feiras; e a Sra. Girling da comunidade Newport Shaker.

    No entanto, sejam os estigmas visíveis ou invisíveis, o efeito é o mesmo. As correntes espirituais geradas no Corpo Vital da pessoa são tão poderosas que é como se o corpo fosse flagelado por elas, especialmente, na região da cabeça, em que elas produzem uma sensação essencialmente similar à da coroa de espinhos. Com isso, finalmente desperta na pessoa uma plena compreensão de que o corpo físico é uma cruz que ela suporta, uma prisão e não o ser humano real. Isso o conduz ao próximo passo da sua Iniciação, a saber, a crucificação, que é experimentada pelo desenvolvimento de outros centros em suas mãos e em seus pés, pontos em que o Corpo Vital é, então, separado do Corpo Denso.

    O sétimo grau é a Crucificação. Consta, na narração retirada do Evangelho, que Pilatos colocou um letreiro na cruz de Cristo com as palavras: “Jesus Nazarenus Rex Judaeorum” e isso é traduzido, na versão mais utilizada da Bíblia, como “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus”. Mas as iniciais INRI colocadas na cruz representam os nomes dos quatro elementos em hebraico: Iam, água; Nour, fogo; Ruach, espírito ou ar vital; e Iabeshah, terra. Essa é a chave oculta do mistério da crucificação, pois simboliza, em primeiro lugar, o sal, enxofre, mercúrio e azoth que foram usados ​​pelos antigos alquimistas para fazer a Pedra Filosofal, o solvente universal, o elixir-vitae. Os dois “Is” (Iam e Iabeshah) representam a água lunar salina: a) em um estado fluídico contendo sal em solução e b) o extrato coagulado dessa água, o “sal da terra”; em outras palavras, os veículos fluídicos mais sutis do ser humano e seu Corpo Denso, respectivamente. N (Nour) representa, em hebraico, o fogo e os elementos combustíveis, entre os principais o enxofre e o fósforo tão necessários à oxidação, sem os quais o sangue quente seria uma impossibilidade. O Ego sob essa condição não poderia funcionar no corpo, nem o pensamento poderia encontrar uma expressão material. R (Ruach) é o equivalente a espírito em hebraico, isto é, o Azoth, funcionando na Mente mercurial. Assim, as quatro letras -INRI – colocadas sobre a cruz de Cristo, de acordo com o relato na história do Evangelho, representam o ser humano composto, o Pensador, no ponto de seu desenvolvimento espiritual em que se prepara para a libertação da cruz de seu veículo denso.

    Prosseguindo na mesma linha de elucidação, podemos notar que INRI é o símbolo do candidato crucificado pelas seguintes razões adicionais:

    Iam é a palavra hebraica que significa água, o fluídico ou elemento lunar, que constitui a parte principal do corpo humano (cerca de 57 por cento). Essa palavra também é o símbolo dos veículos fluídicos mais sutis do desejo e da emoção.

    Nour, a palavra hebraica que significa fogo, é uma representação simbólica do sangue vermelho quente, carregado do ferro marcial, do fogo e da energia de Marte, que é visto pelo ocultista circulando como um gás nas veias e artérias do corpo humano, infundindo-lhe a energia e o desejo para agir, para se esforçar, sem os quais não poderia haver progresso, nem material nem espiritual. Também representa o enxofre e o fósforo necessários para a manifestação material do pensamento, conforme já mencionado. Ruach, a palavra hebraica para indicar espírito ou ar vital é um excelente símbolo do Ego revestido pela Mente mercurial, que torna o ser humano em um indivíduo e o capacita a controlar e dirigir seus veículos corporais e suas atividades de uma maneira racional.

    Iabeshah é a palavra hebraica para terra, representando a parte carnal sólida que constitui o corpo terrestre cruciforme, cristalizado dentro dos veículos mais sutis no nascimento e separado deles ao morrer, no curso normal das coisas, ou em um acontecimento extraordinário, pelo qual aprendemos a morrer misticamente e ascender às gloriosas esferas superiores, durante um curto período.

    Esse estágio do desenvolvimento espiritual do Cristão Místico envolve, portanto, uma reversão da força criadora de seu curso normal para baixo, onde é desperdiçada na geração para satisfazer as paixões, para um curso ascendente através da medula espinhal tripartida, cujos três segmentos são regidos pela Lua, por Marte e Mercúrio, respectivamente, e onde o raio de Netuno acende o fogo espiritual espinhal regenerativo. Essa ascensão provoca o início da vibração do Corpo Pituitário e da Glândula Pineal, abrindo a visão espiritual; e atingindo o seio frontal, ele inicia a coroa de espinhos latejando de dor, enquanto o vínculo com o corpo físico é queimado pelo Fogo Espiritual sagrado, que desperta esse centro de seu sono de letargia, para uma vida ritmicamente vibrante e pulsante que se estende para os outros centros na estrela estigmatizada de cinco pontas. Esses centros também são vitalizados, e todo o veículo se torna brilhante com uma glória dourada. Então, com um movimento final de torção, o grande vórtice do Corpo de Desejos, localizado no fígado, é liberado e a energia marciana contida nesse  veículo impulsiona para cima o veículo sideral (assim chamado, porque os estigmas na cabeça, nas mãos e nos pés estão localizados nas mesmas posições relativas entre si que as pontas de uma estrela de cinco pontas), que ascende através do crânio (Gólgota), enquanto o Cristão crucificado emite seu grito triunfante, “Consummatum est” (está consumado), e desliza para as esferas mais sutis ao encontro de Jesus, cuja vida ele imitou com pleno êxito e de quem, desde então, ele é inseparável. Ele é seu Mestre e seu guia para o Reino de Cristo, onde todos estaremos unidos em um só corpo para aprender e praticar a Religião do Pai, para quem o Reino acabará revertendo, para que Ele possa ser Tudo em Todos.

    O oitavo grau é a Ressurreição. Estudamos na Bíblia que o Corpo de Cristo ficou na tumba por toda a sexta-feira, durante todo o sábado e uma parte do domingo. Deste modo, delinearam-se os “três dias místicos” da grande fórmula iniciadora, segundo o qual, o Discípulo é anunciado como renascido, ou ressuscitado para uma nova vida, ou vida superior, o grau mais elevado de consciência e poder espiritual.

    Este sublime capítulo do Evangelho de São João pode ser mais bem denominado como a exaltação do feminino que aponta para o futuro, quando o grande trabalho estará completamente realizado.

    Saulo de Tarso e Maria Madalena podem ser considerados como exemplos idênticos no que se refere ao poder de transmutação que reside na consciência Crística. São João, entre os Discípulos, representa o poder feminino completo e desabrochado, misticamente indicado na gentileza e beleza de seu semblante.  Tais poderes fizeram-no o Discípulo mais espiritualizado de todos, como o Discípulo mais amado do Mestre e, foi natural o fato de ele ter sido o primeiro a compreender e aceitar a verdade sobre a Ressurreição.

    Toda a humanidade espera por este evento, a Ressurreição, que é a culminação da evolução na Terra. Para o neófito, a Ressurreição para os reinos elevados significa o poder de funcionar, conscientemente, fora do Corpo Denso, sem a presença da morte física. Todo Aspirante vitorioso, em que se produz a Ressurreição, ouve a proclamação do Anjo do Senhor (Lei Espiritual): “Ele não está aqui, pois ressuscitou” (Mt 28:6) (Mc 16:6) (Lc 24:6). 

    Tal como São Paulo disse, verdadeiramente: “Tu és o herdeiro e todos somos Seus co-herdeiros” (Rm 8:17). Mas a mais abençoada de todas as suas promessas é essa: “Não apenas essas coisas, mas coisas ainda maiores do que estas vocês poderão fazer” (Jo 14:12).

    Durante a experiência da Morte Mística, o Cristão Místico se conscientiza das ilusões da matéria e das limitações da vida finita. A consciência da Ressurreição produz a comprovação da unidade de toda a vida em Deus. A pedra da separação foi removida. Por isso, quem passou por essa sublime experiência sabe que nenhum dano pode afetar a uma parte sem ferir o todo, e que nada bom pode suceder a alguém sem que, ao mesmo tempo, beneficie a todos.

    Quem chega a conhecer a glória da Ressurreição não pode mais ferir e nem matar, nem sequer a seus irmãos menores do reino animal, posto que eles são expressões viventes da mesma vida que vive e se move e tem seu ser no ser humano. Com a consciência da Ressurreição a paixão do Corpo de Desejos não regenerado se converte na compaixão do espírito, que tudo abarca. O recém-nascido é banhado na dourada refulgência do Cristo Ressuscitado, e se faz um com Ele, na comprovação de que a morte se converteu na vitória da vida eterna.

    A meditação sobre a experiência transcendental da Ressurreição proporciona uma compreensão e reverência maiores pelo significado interno daquela saudação que os Cristãos esotéricos se dirigiam, durante a radiação do amanhecer da Páscoa, à luz de sua própria iluminação interior: “Cristo é nossa Luz”.

    O nono grau é a Ascensão. O Cristão Místico sabe que o Jardim da Aflição e da Crucificação deve sempre preceder a jubilosa hora do amanhecer da Ressurreição e a branca glória do dia da Ascensão.

    Estudamos na Bíblia que Cristo disse: “Todo o poder é dado para Mim no Céu e na Terra”(Mt 28:18), foram as palavras da Sua saudação aos seus Discípulos quando Ele estava no cenáculo superior sagrado, após a Ressurreição. Isto significa que por meio do Seu sacrifício no Calvário, Ele agora tinha se tornado o verdadeiro Senhor e Espírito Planetário da Terra.

    O Cristianismo Esotérico ensina que o Gólgota não foi o fim. Na verdade, foi o início do sacrifício redentor anual de Cristo para todo o nosso Planeta.

    Durante o intervalo sagrado que constitui os “quarenta dias” místicos entre a Ressurreição e a Ascensão, Cristo se ocupou de muitas obras relacionadas não somente com a raça humana, mas com todas as ondas de vida que vivem na Terra. Este trabalho incluiu as várias raças e Espíritos-Grupo que são os guias das várias ondas de vida em evolução. Para cada um, Ele deu um novo ímpeto de altruísmo e unidade, e Ele também acelerou o tom vibratório de cada um, que vibra no padrão cósmico ou arquétipo. Na realidade, com Sua vinda, toda a Terra canta uma nova canção.

    Vão para a Galileia e Eu encontrarei vocês lá”(Mt 28:16). Cada aparição aos Discípulos sustenta um significado profundo e uma promessa de maiores poderes espirituais.

    E, levantando as suas mãos, os abençoou, e quando Ele os abençoou, Ele estava à frente deles e foi levado para o céu”(At 1:10).

    Na “ressurreição dos mortos”, a cerimônia mística ensina que a morte não existe, e pela “Ascensão” ensina-se que a vida eterna é a herança do Iniciado. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Irei preparar um lugar para vocês” (Jo 14:2).

    Na Ascensão, o Cristo abriu o caminho, deste modo, qualquer pessoa pode ascender com Ele e compartilhar a elevada comunhão dos reinos espirituais.


     

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