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PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ação de Graças: Ecumenismo que Consola, Anima e Abre Perspectivas

Com fartas manifestações de ecumenismo, comemora-se na última quinta-feira de novembro o Dia Nacional de Ação de Graças.

Em todos os lugares do mundo onde essa data é comemorada e expressa por ações, as divergências existentes entre os diversos credos são deixadas de lado e seus mentores realizam conjuntamente cultos de Ação de Graças.

Essa união momentânea, em torno de um propósito comum, consola, anima e abre perspectivas, mesmo que ligeiras, se não de um perfeito entendimento, pelo menos de uma quebra de tensões. Pena que tal aconteça esporádicas vezes.

Ecumenismo é um belo vocábulo e uma ideia excitante. Entretanto, ainda não adquiriu aquela dinâmica própria do termo que ultrapassa os teóricos e inócuos limites do papel, para expressar-se na prática como um fato concreto.

De qualquer modo, para quem aspira à Fraternidade Universal, o ideal da Era de Aquário, essas manifestações já constituem um bom prenúncio. Frutos mais palpáveis por certo surgirão em tempos futuros, como consequência lógica desses esforços. O sentido mais profundo do ecumenismo não implica em, necessariamente, aceitar os princípios e dogmas alheios. Não! Configura-se no reconhecimento do direito de se abraçar qualquer credo ou filosofia e de respeitar toda e qualquer prática religiosa, desde que alicerçada na moral. É a compreensão dos vários estágios evolutivos em que se encontram os seres humanos.

“Os Anjos do Destino estão acima de todo erro e dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento”.

As Religiões e as Escolas filosóficas vêm atender as necessidades internas de determinados agrupamentos humanos. De tempos em tempos, a Humanidade, em sua escalada ascensional, recebe verdades mais profundas.

No passado, os mitos e as lendas foram os elementos dos quais as Hierarquias Criadoras projetaram conceitos básicos na Mente da Humanidade infantil.

Max Heindel ilustra, com muita propriedade, essa problemática com o exemplo da meta posicionada no cume da montanha e dos diversos serpenteantes caminhos que para ela convergem. A senda reta, porém, menos extensa e mais íngreme, simboliza o Caminho da Iniciação, preconizado pelas Escolas de Mistérios, dentre as quais destaca-se a Ordem Rosacruz.

O Cristianismo constitui uma notável ajuda, o grande impulso que recebemos. Cristo, todavia, em Seu ministério, ensinava a multidão por meio de parábolas, reservando a essência esotérica de Sua doutrina aos Discípulos, por pressuposto, Iniciados.

Ainda hoje, vemos a maioria da Cristandade limitada ao significado raramente exotérico da Religião. Notamos o comportamento humano ainda inculcado à Lei.

A ascensão espiritual realiza-se por etapas. Não é um processo repentino.

O próprio Cristo anteviu as dissidências e as lutas fratricidas que se fariam em Seu nome ao proclamar: “Não vos trago a Paz, mas uma espada“[1]. Sabia perfeitamente que o germe da separatividade medrava nos nossos corações. E que só depois de muito tempo as coisas tomariam um rumo diferente.

A ação do Cristo se faz sentir, paulatinamente, eliminando aos poucos os abismos cavados entre nós. E a Fraternidade Universal será rígida sobre as cinzas da separatividade, mesmo porque, na Era de Aquário, o Cristianismo Esotérico predominará como uma síntese completa e perfeita do pensamento religioso.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – novembro/1973–Fraternidade Rosacruz–SP)

[1] Mt 10:34

(*) Pintura: 1º Thanksgiving (Ação de Graças) at Plymouth 1914 – por Jennie Augusta Brownscombe

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Ação de Graças em Mount Ecclesia — O Levantamento da Bandeira

Estava um lindo dia e às onze horas todos nós nos reunimos em frente ao novo refeitório prontos para içar a bandeira da Fraternidade Rosacruz; Max Heindel então tomou a palavra:

“Embora numericamente sejamos poucos, os olhos que estão sobre este lugar nesta manhã são muitos e um evento que marcará época está prestes a acontecer. Seiscentos anos antes do início da era Cristã, uma onda de esforço espiritual foi iniciada nas costas orientais da Ásia; o Confucionismo começou então a lançar sua luz sobre os problemas das pessoas que viviam lá naquela época. Tornou-se para elas um trampolim para maiores realizações, pois era adequado àquela raça e de lá, em outra forma, foi para o oeste através do Índia e da Pérsia, até a Galileia, onde assumiu a atual roupagem da Religião Cristã e, como tal, foi promulgada em todo o mundo ocidental.”

“Mas, sempre houve um lado oculto em todas as Religiões: ‘leite para os bebês e carne para os fortes’ sempre foi a regra em todos os lugares, tanto nos tempos antigos como nos modernos, e os símbolos místicos que deram esse ensinamento mais profundo moveram-se junto à onda em seu caminho para o oeste. Seiscentos anos atrás, o avançado posto de mistérios ocidentais foi fixado na Alemanha e a Ordem Rosacruz começou a ensinar os poucos que estavam, então, prontos. Hoje, aquele posto quase completou seu trabalho, tanto quanto é possível naquele lugar. Está agora enviando outro posto avançado para as costas do Oceano Pacífico; aqui, na extremidade ocidental do nosso continente, a Fraternidade Rosacruz foi estabelecida como um centro Esotérico para preparar o caminho para a Ordem Rosacruz e algum dia, nós não sabemos quando, mas provavelmente na época em que o Sol entrar em Aquário, a própria Fraternidade Rosacruz surgirá e estará localizada em algum lugar nesta vizinhança.”

“Esta, então, é a última mudança nos continentes atuais e quaisquer futuros movimentos espirituais que possam surgir terão seu início em um novo ciclo em outros continentes, a ser elevado ao oeste e ao sul desta localização; portanto, estamos agora no final de um ciclo e no início de um novo. Estamos prestes a hastear a bandeira da Fraternidade Rosacruz, que é o símbolo espiritual mais elevado da Terra: a bela cruz branca com suas rosas vermelhas, a sua estrela dourada e um fundo azul-celeste. As cores primárias, em sua relação única e significando o Pai, o Filho e o Espírito Santo, flutuarão sobre este lugar doravante até que a sua missão esteja cumprida, possibilitando a criação de veículos mais elevados. Queira Deus que uma multidão possa se unirem torno desta bandeira para guerrear contra a natureza inferior, para exaltar a vida superior, para trazer luz e cura ao mundo que agora geme de dor e sofrimento.”

A bandeira foi então hasteada e o Max Heindel continuou:

“Mas, enquanto tivermos fé, no devido tempo as trevas, a tristeza e o sofrimento cessarão e o glorioso Milênio, o Reino de Cristo mencionado na Bíblia, vai se tornar uma realidade; a ‘fé sem obras é morta’ e cabe a todos os verdadeiros construtores de Templos fazer o seu trabalho para que possamos tornar realidade esses ideais que esperamos. Portanto, nos reunimos hoje com o importante propósito de colocar a pedra fundamental, o primeiro bloco de concreto para o último Templo material a ser erguido no continente agora habitado por seres humanos. Notem, eu digo ‘o último Templo material’, pois é necessário para a nossa presente condição subdesenvolvida ter o edifício de concreto, antes de podermos construir sobre ele o verdadeiro Templo feito de corações humanos, do qual já falamos tantas vezes.”

“Em algum momento, como foi afirmado anteriormente, numa data futura, provavelmente quando o Sol entrar em Aquário, a Ordem Rosacruz se manifestará em toda a sua plenitude. Seus membros também construirão um Templo aqui, um Templo de potência muito maior do que jamais poderemos esperar para o nosso Templo ‘de concreto’; e nele será continuado o trabalho agora realizado no Templo da Ordem Rosacruz que hoje se encontra na Região Etérica do Mundo Físico, na posição referencial onde hoje está a Alemanha; talvez esse Templo possa inclusive ser transferido de lá. O autor não sabe ao certo, mas essa estrutura é inteiramente etérica. Nós, que somos incapazes de ver o Templo tal como ele aparece à visão espiritual, somos, naturalmente, obrigados a primeiro construir uma estrutura física como um tipo de esqueleto de um edifício verdadeiramente espiritual, que então se torna uma força no mundo. E se tornarmos este edifício material concreto bonito e inspirador, a inspiração que obtemos deste edifício visível se refletirá no nosso Templo espiritual invisível. Assim, a estrutura concreta é a ‘serva’ do trabalho espiritual.”

“Se compreendêssemos as linhas da força Cósmica, se pudéssemos ver como os Irmãos Maiores são, não teríamos a necessidade de construir assim uma estrutura de ‘concreto’, também não teríamos a necessidade de esperar muito tempo até que os materiais fossem colocados em suas devidas posições, mas nós poderíamos começar o trabalho de construção imediatamente; seríamos de uma vez por toda uma força para um grande bem no mundo, para a rápida libertação de Cristo; agora, porém, que não somos, devemos fazer o melhor que pudermos, isto é, criar uma estrutura material, incorporando linhas e princípios cósmicos, para que todos que entrarem em seus portais possam ser inspirados, e assim poderemos ajudar a todos para construir o Templo vivo invisível, que é a verdadeira assembleia de Cristãos, ligada pelos mesmos laços de doutrina de fé e sob a liderança de Cristo.”

“Esta manhã nos reunimos com o propósito de colocar a primeira pedra, a pedra que conterá todas as cartas e todos os documentos, juntamente com os escritos e a literatura tal como os temos atualmente na Fraternidade Rosacruz; isto proporcionará as idades futuras a razão sobre o motivo da construção desta estrutura e porque ela perdurou. Que Deus conceda que esta primeira pedra possa ser rapidamente seguida por outras pedras e que em breve possamos iniciar o trabalho e estar prontos para estabelecer a verdadeira Sede em Mount Ecclesia.”

“A Bíblia relata a visita dos Reis Magos no nascimento do nosso Salvador e a lenda completa a história contando-nos que Gaspar, Melchior e Baltazar, que eram os nomes destes sábios, pertenciam às três Raças na Terra, naquela época. É muito peculiar, para dizer o mínimo, que nesta importante ocasião também estejam presentes em Mount Ecclesia os representantes das Raças da Época Lemúrica, da Época Atlante e da Época Ária. Para uma Mente aberta, a presença de representantes das diferentes Raças no nascimento de Cristo esclarece o fato de que a Religião que Ele veio estabelecer é universal. Da mesma forma, a presença presente, inesperada e até o momento despercebida, de representantes das três grandes Raças em Mount Ecclesia parece um augúrio de que este grande movimento irá, também, se tornar um veículo universal de boas novas, de compreensão mais profunda e de um verdadeiro sentimento de companheirismo para todos os que vivem na Terra.”

Os presentes se dirigiram, então, para o local onde haviam sido empilhados areia e cimento e cada um, senhoras e senhores, participou da mistura do cimento, do transporte até a sala de espera decorada com folhas de palmeira e da confecção da pedra que formará o canto da Ecclesia, quando esta for iniciada.

(Publicado na Revista Rays from the Rosecross de dezembro de 1914 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Renascimento: Verdadeiro em Todos os Sentidos

O renascimento é a única explicação lógica da existência física. Não só nos fornece uma concepção lúcida das várias discrepâncias da vida, mas, também, fornece um objetivo ou um propósito para nós, sem o qual todo o Esquema de Evolução se tornaria inútil e irrisório. Ninguém que, testemunhando as gloriosas maravilhas da natureza, poderia imaginar que um Criador com uma visão de amplitude e magnitude em projetar um universo tão vasto, o povoaria com pequenas marionetes, cuja única percepção d’Ele seria o medo, e o único tempo de vivência na terra seria meros, mais ou menos, setenta anos; na verdade, na maioria dos casos consideravelmente menos tempo ainda. E tão pouco Sua única “Palavra” poderia ser um registro que está inserido na Bíblia. É certo, não obstante, que encerra muitos conhecimentos ocultos inestimáveis. Esses conhecimentos se acham, em grande extensão ocultos, devido às interpolações e interpretações “tendenciosas”. As traduções da Bíblia não podem ter escapado do duvidoso reconhecimento da mutilação nas mãos da Religião e do Estado; embora, essas traduções foram e são agora pregadas literalmente pelos irmãos devotos de inúmeras seitas, e que são consideradas inquestionavelmente autênticas pelas multidões, que não têm a inclinação de estudá-las por vontade própria. É de admirar que o objetivo dessa existência física seja perdido no pântano do mal-entendido? E que o credo de que só o mais forte e o que teve mais sucesso se salvará é o fator dominante da civilização moderna? Afinal, para aprendermos o real significado do que está na Bíblia é indispensável estudarmos e aplicar o Cristianismo Esotérico, tal como preconizado pela Fraternidade Rosacruz.

Como podemos esperar que milhões de pobres trabalhadores, labutando seu dia dentro e fora de casa por um salário insignificante, que mal dá para cobrir suas necessidades corporais, desgastadas pelas doenças e enfermidades, possa amar e reverenciar um Deus que, por intermédio de suas “religiões”, não dá uma resposta satisfatória ao seu grito eterno de “Por quê”?

Eles são orientados a orar, mas eles são ensinados como orar? Não; e a única resposta dos responsáveis pela direção desses tipos de movimentos espirituais aos buscadores sinceros é: “É a vontade de Deus; não devemos questionar isso”. Assim, podemos imaginar que as pessoas se voltem apenas aos prazeres materialistas para se consolar, e se submergem nas alegrias superficiais que as invenções modernas os podem oferecer? No entanto, a explicação é tão simples: as leis gêmeas de Causa e Efeito que até mesmo a mentalidade mais infantil pode entender, e a seguindo pode ganhar paz mental e quietude. Essa verdade irá sufocar os rebeldes dissabores que assediam nossas Mentes e nos conduzem silenciosa, mas seguramente ao longo do caminho rumo à perfeição.

A vida não é mais do que uma escola na qual nós, os Egos, nos manifestamos por meio de um conjunto de veículos, aprendendo lições que, com o tempo, nos tornam dignos de pertencer ao Deus-Pai, nosso Criador. É somente renascendo e renascendo novamente nesta esfera física que podemos acumular experiências empíricas que resultam em um completo desenvolvimento físico, mental e espiritual. Seria possível prever que um indivíduo fizesse isto num corpo de 60 anos? Não seria razoável que ele esperasse e levando em consideração as limitações do ambiente, potencialidades mentais, etc., é impossível. Contudo, aqui é onde a verdade do renascimento é capaz de provar, conclusivamente, sua argumentação de autenticidade. Como estudamos na Bíblia: “Como semeastes, assim colhereis[1], e é exatamente isso que significa a Lei de Causa e Efeito. Nenhum de nós pode receber da vida nada mais além daquilo que depositamos, e assim, todos nós descansamos inteiramente nas condições e circunstâncias que deveremos reencarnar aqui: como semeamos nessa vida, assim colheremos na próxima.

Quando herdamos um Corpo Denso defeituoso, não é necessário culpar nossos antepassados, pois só podemos criar seu habitat em um corpo que nós mesmos aprendemos a construir e controlar. Os pais fornecem os materiais que nós precisamos e os utilizamos da melhor maneira possível. Se construímos um Corpo Denso com um mecanismo defeituoso para esta vida, podemos concluir que os erros de uma vida anterior nos limitaram a isso, de uma mentalidade pobre, físico fraco ou é mostrada qualquer que seja a falta. Nada é feito sem uma causa justa, pois essa Lei é muito precisa e não conseguiremos ludibriá-la. Qualquer esforço colocado em determinada coisa, colheremos sua recompensa; agora ou mais tarde; portanto, hábitos vividos e pensados erroneamente também terão sua avaliação a semelhantes casos.

Assim, podemos ver do que foi exposto, que as condições do mundo de hoje são o resultado de nossos esforços coletivos passados, e o que está por vir, está sendo criado agora por nós. Nós, e somente nós, somos os únicos culpados pelas circunstâncias angustiantes pelas quais todos nós estamos passando, e quando percebermos esse fato, mesmo que por razões egoístas, o incentivo virá como segurança coletiva no futuro.

Eu sou um Deus justo[2], afirma a Bíblia, e o renascimento é visto a partir da concepção, sendo ela verdadeira em todos os sentidos. A culpa recai sobre nós, cujo ponto de vista é tão estreito que requer uma ideia restrita do grande plano, e vendo somente uma parte dele, erroneamente concluímos que não há justificativa para as nossas provações e tribulações, ou mesmo aceitar nossas misérias ou alegrias sem questionar.

Esse é apenas um breve esboço dessa grande verdade, concluindo que até que o conhecimento do renascimento seja compreendido e aceito, a Fraternidade Universal só pode ser um ideal abstrato, em vez de uma realidade concreta.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro/1940 – traduzida pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Mt 13:3-9

[2] N.T.: ‎Rm 1:17, ‎Sl 103:6,  ‎Dt 32:4

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Céu dentro de Nós

A Fraternidade Rosacruz é uma Escola de Cristianismo Esotérico, isto é, diferente do Cristianismo Exotérico ou Popular. Ela procura transferir as realidades do Cristianismo para o interior de cada indivíduo, visando convertê-lo no centro de uma realidade espiritual, num microcosmo, feito à imagem e semelhança de Deus em realidade. Afinal: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?[1].

Esse reino interno de Cristo é concebido por Virgem, a Virgem Celestial, em cooperação com José. Virgem é o símbolo da pureza e do serviço e mostra que o Cristo se forma pela pureza e serviço amoroso e desinteressado, mediante o esforço bem orientado da vontade humana consciente (José).

A história de Cristo Jesus é a nossa. Jesus nasceu em Bethlehem (“casa do pão”), o Corpo Denso. Somos nós, o Espírito interno, que aguardamos a nossa purificação ou o nosso batismo, a fim de que comecemos, de fato, a dirigir nosso destino. Depois é tentado, transfigurado e, finalmente, entra em Jerusalém (Jer-u-salém, “onde haverá paz”), e ali Seu primeiro ato foi expulsar os mercadores do Templo, mostrando que para haver paz dentro do Templo do nosso Corpo é preciso limpá-lo dos desejos, sentimentos e das emoções inferiores.

Nessa trajetória, Cristo Jesus pregou e curou, vivendo os mandamentos básicos da Sua mensagem e mostrando os meios de elevação para cada um de nós: autoaperfeiçoamento e serviço amoroso e desinteressado ao próximo, esquecendo os defeitos desse e focando na divina essência oculta nele, que é a base da Fraternidade. Por isso chamou os hipócritas fariseus de “túmulos caiados de branco por fora e podre por dentro[2].

Para nós, Estudantes Rosacruzes, Cristo é o ideal que buscamos atingir, ajudados pelos Ensinamentos Rosacruzes, tal como foram fornecidos pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz, conhecedores da natureza humana e que nos previnem racional e devocionalmente como realizar essa gigantesca tarefa.

Não é uma Escola para a maioria, compreendemos, mas para verdadeiros Aspirantes à vida superior que buscam a realização pelo Cristianismo Esotérico, escolhidos por seus valores morais, pela sinceridade de propósito, provados na prática do trabalho coletivo. Não é certo que “pelos frutos se conhecem árvores[3]?

O Cristianismo Popular (Exotérico) ainda não compreendeu esse sentido ativo que ele deve imprimir a cada seguidor. “Ajuda-te que Deus te ajudará[4]. “Tome o Reino de Deus por assalto[5].

No Evangelho segundo S. Lucas (6:45) estudamos: “O homem bom, do bom tesouro do coração, tira o bem; e o mau, do mau tesouro tira o mal porque a boca fala do que está cheio o coração”. O que presenciamos atualmente que amostra nos dá dos corações dos seres humanos?

No entanto, os erros dos outros não justificam os nossos. Dizer que somos compelidos a errar por força das circunstâncias ou do meio em que vivemos é uma desculpa irrazoável. Afinal, a “ocasião não faz o ladrão”, mas, simplesmente, mostra o que a pessoa realmente é. Afinal, a ocasião faz o ladrão só quando há uma decisão para ser um ladrão; assim, não é a ocasião, mas o possível ladrão que decide. Portanto, a decisão continua a ser determinada pela pessoa e nunca pela circunstância. Uma pessoa pode e deve ser um Cristão consciente em qualquer meio, embora pareça difícil manter a coerência interna e externa. É uma questão de prudência e de boa compreensão do Cristianismo Esotérico.

Por outro lado, a elevação da pessoa não é tarefa impossível. Muitas a realizaram e nós também podemos levá-la a efeito. Uma história para ilustrar essa possibilidade: contam que certo embaixador, na antiguidade, visitou o rei de Esparta, que lhe mostrou toda a cidade. No fim da excursão o visitante estranhou: “Mas, onde estão as famosas muralhas de Esparta? O rei lhe respondeu: “Volte amanhã que lhe mostrarei”. No dia seguinte o rei levou o visitante às planícies fora da cidade, onde os Espartanos faziam exercícios, com escudos e lanças reluzindo ao Sol. Mostrando os soldados, disse o rei: “Eis as muralhas de Esparta. Cada homem é um tijolo”. E nós dizemos: “orai e vigiai[6], agindo como um real Cristão, no próprio aprimoramento interno e na prestação do serviço amoroso e desinteressado ao irmão e a irmã que estão ao seu lado, sempre focando na divina essência oculta em cada um de nós – que é a base da Fraternidade –, o melhor possível cada dia que passa e verá como se forma um “homem novo[7] de pequenos esforços, constantemente alinhados num plano de regeneração. Ao mesmo tempo passaremos a constituir, cada um de nós, um tijolo na obra de reerguimento do mundo, de que a pedra angular é o Cristo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1963-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: (ICor. 3:16)

[2] N.R.: Mt 23:27

[3] N.R.: Lc 6:44

[4] N.R.: Mt 7,7-8

[5] N.R.: Mt 11:12

[6] N.R.: Mt 26:41 e Mc 13:33

[7] N.R.: Ef 4:22-24 e Cl 3:10-11

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Vida Bem-sucedida

Todos querem o sucesso, mas isso tem um significado diferente para cada um. Certos padrões gerais que são aceitos em várias épocas são alterados à medida que evoluímos.

Na antiga Lemúria, os mais precoces eram instruídos nas ciências físicas, nas artes e nos ofícios. Esse ensinamento floresceu na nossa civilização ocidental. Antes dessa época, éramos Espíritos livres, livres do tempo e do espaço. Mas, quando o Ego entrou no Corpo Denso e se tornou o seu espírito residente, ficamos aprisionados. Durante toda a Época Atlante e grande parte da atual Época Ária eram necessários meses para percorrer distâncias comparativamente curtas na superfície da Terra. Agora (em 1912), praticamente conquistamos o espaço mediante o domínio das Forças da Natureza; o telégrafo, por exemplo, quase aniquila o espaço e o tempo.

Nessas épocas passadas, o padrão de sucesso era diferente do padrão atual e, no futuro, haverá ainda outro critério. Se é verdade que a produção nunca foi tão vasta como atualmente, também é geralmente aceito que as condições ideais da época medieval foram sacrificadas, pois naquele período o artesão trabalhava pelo puro prazer de criar. Tal como o herói da obra “Uma Estranha História” de Bulwer[1], cuja atividade era curar e para quem os honorários eram apenas casuais; ele não trabalhava apenas por causa de outra pessoa, mas em cada obra infundia algo da sua Individualidade, que fazia parte de si próprio. Trabalhava muitas horas, mas nunca resmungava, porque o dia passava rápido enquanto o seu canto alegre rivalizava com o canto do martelo na bigorna ou o seu assobio procurava abafar o assobio da serra ou da lima. Não controlava o tempo que demorava para cumprir a sua tarefa.

A única preocupação dele era que, quando terminado, o seu trabalho estivesse bem-feito. Por isso, as obras de um mestre de qualquer ofício eram justamente admiradas pelos seus concidadãos e eram objeto de disputa por parte dos seus aprendizes e operários. Atingiam um nível de excelência que ainda hoje nos faz admirar.

Hoje em dia nos afastamos muito desse antigo critério de sucesso; a saber, a “eficiência criativa”, e estabelecemos um novo padrão — a “eficiência acumulativa”. Crescemos desprezando o trabalhador e bajulando o ser humano que pode ganhar um milhão em um dia, controlando o abastecimento alimentar do mundo. E o trabalhador enlouqueceu com a mesma doença; não se preocupa com o seu trabalho e o considera uma maldição. Trabalha por dinheiro, contra o tempo e é tão miserável à sua maneira como o ser humano cujas riquezas estão penduradas na balança da bolsa de valores. Ele odeia os ricos, os ricos o odeiam e ambos olham com pena ou desprezo para os artistas e inventores idealistas que ainda trabalham muito tempo por amor e independentemente do dinheiro.

Assim, é evidente que o atual padrão de sucesso não é satisfatório. Também é evidente que não podemos voltar às condições antigas, por isso a questão das questões para o mundo resolver é: de que forma podemos alcançar o sucesso permanente? Quando tivermos encontrado um novo e melhor critério de sucesso e começarmos a vivenciá-lo, então haverá uma nova era. O Cristo estabeleceu o padrão de grandeza para essa nova era quando disse: “Aquele que quiser ser o maior entre vós, que seja o servo de todos[2]; nessa era os seres humanos competirão entre si para serem úteis, como agora procuram rivalizar entre si na aquisição de riquezas. É, portanto, a razão pela qual esse princípio de serviço se tornou o ponto crucial do ritual usado pela Fraternidade Rosacruz, porque se queremos ser os pioneiros de uma ordem mais elevada de coisas, devemos começar a praticar seus princípios básicos pelo menos em alguma medida.

É um fato bem conhecido de todos nós que, em qualquer ramo de atividade, precisamos ter experiência antes de podermos ser úteis. Por conseguinte, é pertinente perguntar: que qualificações são necessárias para ser útil ao nosso semelhante?

Em primeiro lugar, devemos compreender que não é necessário ir ao estrangeiro para procurar a quem podemos servir entre os estrangeiros. Toda a nossa procura será em vão enquanto não tivermos cumprido o dever mais próximo.

Não percamos o nosso tempo ansiando por mundos longínquos e brilhantes para conquistar. O nosso trabalho é onde estamos. Se pudermos ajudar a tornar os seres humanos melhores, eles, por sua vez, tornarão as condições melhores. Para esse efeito, consideremos as ferramentas com que temos de trabalhar — os nossos Tríplices Corpos. Certos corpos, como as ferramentas, devem ser “afiados” pelo cuidado que lhes damos. O Corpo Denso é feito de substância química (sólidos, líquidos e gases) e a sua palavra-chave é a inércia. O Corpo Vital é feito de Éter e a sua palavra-chave é o ritmo. O Corpo de Desejos é feito de matéria de desejo e a sua palavra-chave é a emoção. Para vencer a inércia do Corpo Denso, devemos espiritualizá-lo e construí-lo com o melhor e mais leve material. É verdade que não é o que entra na boca que contamina, mas o estado de espírito que exige alimentos grosseiros é que contamina.

Para acentuar o ritmo do Corpo Vital devemos usar o princípio da repetição e orar sem cessar.

Depois, vem o Corpo de Desejos, o armazém da energia que move o mundo. Quando escapa do controle, surge aquele estado de sentimento ou estado de espírito em um determinado momento, geralmente dominado por uma única emoção forte, por vezes destrutivo e além da medida. No entanto, não devemos matar este sentimento, mas, isso sim, transmutá-lo e direcionar a sua energia para um esforço válido.

Olhamos para o mundo através da nossa própria atmosfera, que dá cor a tudo o que vemos. Se os nossos vizinhos nos parecem pequenos e mesquinhos, vejamos se não há alguma mesquinhez em nós e, segundo o princípio do diapasão, o mal em nós pode ter originado o mal correspondente neles. Esse é realmente o segredo do nosso sucesso ou fracasso na vida: recebemos o que damos.

O ser humano que é pequeno e mau encontra esse mesmo aspecto nos outros. Considera-se um ser humano muito maltratado e o mundo inteiro mau, quando é ele que tem a culpa. Por outro lado, o ser humano com uma disposição solar olha através da sua aura de Sol e de alegria; ele irradia alegria e a chama em todos os que encontra; assim, ele é uma fonte de alegria e de boa vontade, um fator de elevação em todos os Mundos. O Corpo de Desejos pode ser limpo e o estado de sentimento ensolarado pode ser cultivado. Não critiquem nem encontrem defeitos, não se preocupem nem tenham medo. Contemos as nossas bênçãos e sejamos gratos; assim vamos aumentá-las.

As nossas vidas estão nas nossas próprias mãos; podemos fazer delas o que quisermos. Mas, a maneira de começar é nos esforçarmos para que nunca deixemos passar por nós um dia em que não tenhamos ajudado alguém; à medida que ajudamos, descobriremos que as nossas oportunidades de serviço aumentarão; a nossa capacidade também vai aumentar e as nossas vidas serão, assim, um sucesso.

Assim, podemos dizer que uma vida bem-sucedido é uma vida de serviço a todos e na medida em que vivemos de acordo com esse padrão, estamos vivendo uma vida bem-sucedida.

(de Notas não Publicadas de Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de janeiro/fevereiro de 1999 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: de Edward  Bulwer-Lytton. Bulwer-Lytton sempre acalentou o projeto de abordar o tema da imortalidade, junto com outras questões metafísicas e filosóficas, numa obra mais profunda. O seu Conto de Kosem Kesamim, como ele mesmo revelou, deveria ser posteriormente reelaborado numa obra mais pretensiosa, e para o autor a principal dificuldade deste projeto seria “evitar que se tornasse uma mera imitação do Fausto”. Tudo leva a crer que este projeto resultou nesta Uma Estranha História, obra que junta ficção científica, romance, mistério de assassinato, introspecção sobre o sentido da vida e espiritualidade, intercalada com preocupação social. Escrita vividamente no contexto filosófico histórico da era vitoriana, trata do tema espiritualidade, da busca alquímica da imortalidade, sem cair nos clichês das novelas góticas da época. Este romance, por ocasião de sua publicação em partes na revista norte americana Harper’s Weekly em 1861, recebeu elogios de Charles Dickens, que escreveu a Bulwer Lytton em uma carta de 18 de dezembro de 1861: “E eu digo: o mais magistral e o mais admirável! (…) Não pode haver dúvida da beleza, poder e excelência artística de todo o romance. Sua carreira mostra que mesmo a riqueza e o nascimento elevado nem sempre sufocam o gênio” (Harper’s Weekly, 10 de agosto de 1861, vol. V., n. 241). No transcorrer da trama, há referências aos Rosacruzes, alquimistas, sábios e adeptos que eram “versados nos mistérios da natureza”, levando o leitor a se perguntar se eles estão entrelaçados na história porque talvez estariam historicamente conectados através de um propósito benevolente maior para a humanidade. O livro “Uma Estranha História” foi descrito como “‘um romance baseado em alguns reflexos da realidade’”, com “alguns grãos de verdade” entre “as porções de mistério, suspense e romance inseridas para dar efeitos dramáticos”, elementos que o tornaram um escritor de sucesso com histó­rias que encantaram seus leitores e se tornaram best-sellers. Em certo trecho da obra, o herói Allen Fenwick se pergunta: “Existem em mim sentidos mais refinados do que aqueles que cultivei ou sem perspectivas de conhecimento que instiga, além de meus sentidos, o divino?” A história põe em discussão o desenvolvimento da ciência além da filosofia e da religião, espiritualidade — com referências à ciência do raciocínio indutivo de Francis Bacon.

[2] N.T.: Mc 10:43; Mt 20:26; Lc 22:24

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As Nossas Glândulas de Secreção Interna

Muita ajuda vem sendo fornecida à nós pelas Hierarquias Criadoras por meio das Glândulas Endócrinas. As Glândulas Endócrinas não têm aberturas, tubos, nem condutos para excretar suas secreções. Descarregam nas diretamente no sangue e nos vasos linfáticos que as permeiam. As Glândulas de Secreção Interna são chamadas Glândulas Endócrinas ou glândulas produtoras de hormônio.

As glândulas e o sangue são manifestações especiais do Corpo Vital. Embora cada uma das glândulas tenha um trabalho específico a realizar, todas elas trabalham em perfeita harmonia quando normais e em boa saúde. As Glândulas de Secreção Interna são de interesse particular para os Estudantes do ocultismo, porque podem ser chamadas em certo sentido, “as sete Rosas” na cruz do corpo e por estarem intimamente relacionadas com o desenvolvimento oculto da Humanidade.

Quer saber mais e como usar esse conhecimento? Acesse aqui: As Nossas Glândulas de Secreção Interna

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Por que os Homens comem mais do que as Mulheres?

Investigações da quantidade de alimentos habitualmente ingeridos por homens e mulheres, respetivamente, mostraram que os homens comem mais do que as mulheres; as tentativas feitas para regular esse fato, na suposição de que fosse um desejo anormal de alimentos por parte dos homens que causava essa discrepância, mostraram que os homens geralmente necessitam de mais alimentos do que as mulheres; os cientistas esforçaram-se para descobrir a razão disso, mas, até agora, não obtiveram sucesso e apenas podem registrar o fato.

Devemos admitir que os cientistas são muito engenhosos e meticulosos em seus esforços para chegar à verdade do seu ponto de vista com os meios de que dispõem. Nessa investigação, tiveram o cuidado de excluir todos os atletas e de selecionar homens e mulheres com aproximadamente a mesma altura e peso, de modo que a superfície corporal fosse presumivelmente a mesma. Os seus sujeitos estavam com boa saúde e, em todos os aspectos, o caso de um parecia uniforme com o do outro.

Observou-se que as mulheres geravam 1355 unidades de calor em vinte e quatro horas, contra 1638 unidades de calor produzidas pelos homens, ou cerca de dois por cento a mais para esses últimos, por quilo de peso corporal. Os homens produziram aproximadamente doze por cento mais calor do que as mulheres e, embora os investigadores não estejam preparados para fazer quaisquer declarações muito decisivas ou enfáticas sobre o resultado das suas investigações, a opinião deles parece estar baseada no aparente fato de que a diferença no consumo de alimentos possa estar ligada ao fato de os homens serem mais ativos do que as mulheres, terem mais tecidos ativos no seu corpo e menos gordura.

Esse é apenas mais um caso em que os cientistas estejam condenados ao fracasso, porque levam em consideração apenas o Corpo Denso que podem ver, sentir e medir. O ser humano, porém e decisivamente, não é esse corpo, o qual é apenas uma vestimenta para ele. Além disso, é o seu veículo mais denso e mais inerte. Se não fosse interpenetrado pelo Corpo Vital, composto dos quatro Éteres, seria tão inerte quanto uma pedra. De fato, sabemos e notamos a diferença entre o peso morto e o peso vivo; como é mais fácil carregar um fardo vivo de um determinado peso do que um material morto com o mesmo peso, porque o primeiro tem um Corpo Vital composto de Éter.

É claro que os investigadores científicos têm razão quando falam da inércia dos tecidos adiposos, mas não há fundamento para a afirmação de que as mulheres estejam mais sujeitas a isso do que os homens. A explicação da diferença no consumo de alimentos reside no fato de a mulher ter o Corpo Denso negativo e o Corpo Vital positivo e, por isso, assimilar melhor os alimentos do que o homem, necessitando, consequentemente, de uma menor quantidade; enquanto o homem, cujo Corpo Denso é positivo, tem um Corpo Vital negativo e, por isso, não é capaz de assimilar tão bem como a mulher. Além disso, as unidades de calor que ele absorve com a maior quantidade de alimento são rapidamente irradiadas por ele, enquanto são retidas por mais tempo pela mulher. Por isso, o homem, como já foi dito, gera 12% mais calor em 24 horas do que a mulher. Mas, o homem desperdiça, enquanto a mulher utiliza na sua economia e, por isso, consegue sobreviver com menos comida.

No livro Conceito Rosacruz do Cosmos, em que abordamos esse e outros pontos relacionados à nutrição, demos uma série de exemplos que mostram a diferença entre a ação de um Corpo Vital positivo e a de um Corpo Vital negativo, tal como possuído pelos sexos feminino e masculino, respectivamente. Só tendo em conta o Corpo Vital positivo da mulher é que podemos explicar o fato de ela se manter quente com menos roupa do que o homem, enquanto o homem, devido ao seu Corpo Vital negativo que permite a radiação do calor em maior medida do que o Corpo Vital positivo, necessita de roupas mais quentes.

É um truísmo que vivemos não pelo que comemos, mas pelo que assimilamos e, por causa do Corpo Vital positivo, a mulher tem certamente a vantagem nesse aspecto. Verifiquemos, no entanto, que os homens de inclinações espirituais e devocionais, homens que estão realmente vivendo a vida espiritual, estão, assim e em certa medida, mudando a polaridade do seu Corpo Vital, de modo que ele se torne gradualmente mais e mais positivo. Isso não se realiza em uma só vida, mas em uma sucessão de vidas; finalmente chegará uma fase em que a distinção que foi notada pelos investigadores científicos desaparecerá.

Acredito, ou melhor, se sabe que se essas investigações científicas tivessem sido efetuadas há alguns milhares de anos, a diferença teria sido muito mais acentuada. Porque, se a mulher ainda não tinha atingido o seu nível atual, o homem também não e estava muito mais atrasado.

Os últimos dois mil anos de altruísmo crescente sob a Religião Cristã fizeram maravilhas para tornar os homens menos brutos e as mulheres mais refinadas; dentro de algumas centenas de anos, quando chegarmos, por Precessão dos Equinócios, à cúspide de Aquário (o “Filho do Homem”) essa distinção terá, provavelmente, cessado e o homem e a mulher estarão em pé de igualdade no que diz respeito à finura dos seus veículos.

Lembrem-se, porém, de que “o homem não vive só de pão[1]. Quanto mais elevados forem os pensamentos que tivermos, menos grosseiros e materiais seremos. Por isso, podemos pegar o tempo pelo antebraço e, através de pensamentos puros, refinar os nossos veículos; à medida que o fizermos, precisaremos de menos alimentos terrenos. Essa é a linha de aperfeiçoamento tanto para homens como para mulheres.

(de Max Heindel – Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de julho de 1915 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)


[1] N.T.: Mt 4:4

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Um Método Mental para Regular os Intestinos

O seguinte método para estabelecer a regularidade normal dos intestinos provou ser infalível no meu caso. Descobri isso através de um processo de dedução baseado em certos fatos científicos. Descobri que a irregularidade dos intestinos se deve principalmente a pensamentos negativos. Algum tempo antes disso, comecei a estudar Astrologia. Então descobri que os intestinos são regidos por Virgem e que Mercúrio, o Planeta mental, é o Regente de Virgem. Por conseguinte, as funções dos intestinos são regidas por Mercúrio e a sua atividade depende da atividade mental.

O que se seguiu foi a aplicação prática desses conhecimentos. Após análise, descobri que tinha por hábito ter pensamentos negativos de manhã e, muitas vezes, durante a tarde. O problema era acabar com essa condição mental negativa. Consegui através de um exercício mental realizado todas as manhãs depois do café da manhã. Eu colocava uma série de objetos, em número de dez a vinte e cinco, em uma prateleira ou mesa, depois eu os observava bem rapidamente e me afastava para tentar recordá-los por ordem. Mais tarde, substitui esses objetos por uma série de cartões e por um sistema de memorização que tinha aprendido.

Eu pegava as cartas e memorizava uma a uma até ter memorizado um determinado número. Depois invertia o processo e me lembrava delas, uma a uma, até ter memorizado todas. O resultado líquido dessa concentração mental era estabelecer um estado de pensamento positivo que, por sua vez, estabelecia subconscientemente as condições necessárias para induzir a ação normal dos intestinos. O tempo necessário para se dedicar ao exercício mental varia, dependendo do fato de estarmos mentalmente alerta ou não. Normalmente, memorizar quinze cartas é suficiente, embora no início ou quando nos sentimos particularmente aborrecidos ou deprimidos seja necessário até cinquenta. É claro que o sistema de memória é meramente uma conveniência da memorização e não uma parte essencial do processo.

O grande ponto a observar é que a vigilância mental é o elemento fundamental e tudo o que é necessário é estabelecer isso. No entanto, a vigilância mental e o pensamento positivo não devem ser confundidos com tensão ou excitação mental. A vigilância mental necessária é de um tipo calmo e estável. O tipo que prevalece em uma conversa animada ou discussão com outra pessoa não servirá de modo algum para estimular a atividade intestinal. Na verdade, produzirá o efeito oposto, porque envolve um certo grau de tensão mental ou excitação que é fatal para o objetivo pretendido. O relaxamento físico é uma ajuda e indica que não há tensão mental presente para interferir no processo.

Também é bom estabelecer uma condição mental e positiva logo após se levantar de manhã e não adiá-la até estarmos prontos para começar o exercício, pois esse adiamento exigirá que se dedique muito mais tempo a ele.

Recomendo muito este método de cura a todos os que se sentem incomodados com a eliminação defeituosa e o consequente auto-envenenamento. O princípio envolvido é fundamentalmente correto e o sucesso na sua aplicação depende apenas do rigor na execução do exercício. Outros métodos podem obter o mesmo resultado, mas, após análise, vamos verificar que eles incluem e, em última análise, dependem do princípio aqui exposto.

Não afirmo que este método seja necessariamente original da minha parte, mas apenas que nunca ouvi falar dele.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de fevereiro de 1919 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Período Solar

Pergunta: Por que houve a necessidade de passarmos pelo Período Solar?

Resposta: Porque precisávamos continuar nesse Esquema de Evolução submergindo mais profundamente na matéria. Daí avançarmos para mais um passo: o Período Solar.

Pergunta: Então foram criados novos Globos?

Resposta: Sim, foram necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes daquelas ocupadas pelos Globos do Período de Saturno.

Pergunta: Como assim?

Resposta: No Período de Saturno o Mundo mais denso estava situado na Região Concreta do Mundo do Pensamento, e no Período Solar o mais inferior dos Globos encontrava-se no Mundo do Desejo.

Pergunta: Quem preparou todos os Globos do Período Solar?

Resposta: Toda a preparação desses novos Globos e as demais atividades subjetivas estiveram a cargo das Hierarquias Criadoras. E esse trabalho foi feito durante o intervalo entre Períodos, que se chama Noite Cósmica, com a ajuda da Hierarquia Criadora Senhores da Chama.

Pergunta: E o que aconteceu com o Período de Saturno e seus Globos?

Resposta: Tenhamos sempre em mente que na criação de Deus nada se perde. O Espírito Virginal passa por cada Globo sete vezes, então, quando passou pela sétima vez no Globo A, este já começou a se desintegrar lentamente, pois não havia mais utilidade e assim aconteceu com os demais. O mesmo acontecerá com o Período Solar.

Pergunta: No Período Solar existia outro elemento que predominou em todos os Globos?

Resposta: No Período Solar os Globos eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Portanto, existiam dois elementos, o Fogo e o Ar.

Pergunta: Qual era a Onda de Vida que estava atravessando o estágio “humanidade” no Período Solar?

Resposta: Era a Onda de Vida dos Arcanjos.

Pergunta: Na Onda de Vida dos Arcanjos algum ser se destacou na evolução?

Resposta: Sim, o mais elevado Iniciado desse Período foi Cristo, o “Filho”, que é um Arcanjo, isto é, o mais elevado de todos os Arcanjos.

Pergunta: Então, nesse caso, Cristo, o “Filho”, alcançou o segundo aspecto de Deus?

Resposta: Cristo foi o Arcanjo que aprendeu, no Período Solar, tudo que um Arcanjo deve aprender até o Período de Vulcano e, com isso, conseguiu criar um corpo com material formado de matérias do Mundo de Deus. Desse modo alcançou o mérito de exercer o segundo atributo de Deus, o de Sabedoria, que é o papel do Deus-Filho.

Pergunta: Então, qual é o veículo mais inferior de um Arcanjo?

Resposta: Normalmente, o veículo inferior de um Arcanjo é o Corpo de Desejos. Mas, o Cristo, o mais elevado Iniciado do Período Solar, emprega geralmente o Espírito de Vida como veículo inferior. Cristo tem o poder de construir e funcionar num veículo tão inferior como o Corpo de Desejos, o veículo usado pelos Arcanjos, mas não pode descer mais.

Pergunta: A Hierarquia Criadora Senhores da Chama também era responsável pela evolução do Período Solar?

Resposta: Quando a vida em evolução apareceu no Globo A na Primeira ou Revolução de Saturno do Período Solar, estava ainda a cargo dos Senhores da Chama, mas foram os Senhores da Sabedoria que tomaram a seu cargo a evolução material no Período Solar.

Pergunta: E qual foi a ajuda que os Espíritos Virginais receberam nesse Período dos Senhores da Sabedoria?

Resposta: Nesse Período os Senhores da Sabedoria (uma das 12 Hierarquias Criadoras ou Zodiacais) irradiaram de si mesmo o germe do Corpo Vital.

Pergunta: Nesse Período também houve o despertar de algum veículo nosso espiritual?

Resposta: Sim, na sexta Revolução desse Período a Hierarquia Criadora dos Querubins despertou em nós o nosso veículo espiritual Espírito de Vida.

Pergunta: Cite um dos trabalhos efetivos realizado nesse Período por essas duas Hierarquias.

Resposta:  As duas Hierarquias (Senhores da Chama e Senhores da Sabedoria), na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar, em ação conjunta, se ocuparam em realizar certas melhoras no germe do Corpo Denso. Mudanças essas indispensáveis para que ele pudesse ser interpenetrado por um Corpo Vital, dando-lhe ao mesmo tempo a capacidade de desenvolver as glândulas e um canal alimentar.

Pergunta: Qual era o nível de desenvolvimento de consciência dos Espíritos Virginais no Período Solar?

Resposta: Nós, como Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, passamos pela nossa existência parecida com a Onda de Vida vegetal atual e tínhamos a consciência que hoje nomeamos de sono sem sonhos.

Pergunta: No Período Solar iniciou a Evolução um outra Onda de Vida, além da nossa?

Resposta: Nesse Período teve início a evolução da Onda de Vida animal.

Pergunta: E como era a consciência dessa Onda de Vida animal no Período Solar?

RespostaEra semelhante ao que hoje é a Onda de Vida mineral: transe profundo.

Pergunta: Em qual Mundo iniciou o Período Solar nesse Esquema de Evolução?

Resposta: O Globo A, o primeiro de quaisquer Períodos, estava situado no Mundo do Espírito de Vida.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz!

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Filosofia Rosacruz pelo Método Socrático: Período Lunar

Pergunta: Por que houve a necessidade de passarmos pelo Período Lunar?

Resposta: Porque precisávamos continuar nesse Esquema de Evolução submergindo mais profundamente na matéria. Daí avançarmos para mais um passo: o Período Lunar.

Pergunta: Então foram criados novos Globos?

Resposta: Sim, foram necessários novos Globos, cujas posições nos sete Mundos tinham que ser diferentes daquelas ocupadas pelos Globos do Período de Saturno e do Período Solar.

Pergunta: Como assim?

Resposta: No Período de Saturno o Mundo mais denso estava situado na Região Concreta do Mundo do Pensamento; no Período Solar o mais inferior dos Globos encontrava-se no Mundo do Desejo. Já no Período Lunar o mais inferior dos Globos encontrava-se na Região Etérica do Mundo Físico.

Pergunta: E o que aconteceu com o Período Solar e seus Globos?

Resposta: Tenhamos sempre em mente que na criação de Deus nada se perde. O Espírito Virginal passa por cada Globo sete vezes, então, quando passou pela sétima vez no Globo A, este já começou a se desintegrar lentamente, pois não havia mais utilidade e assim aconteceu com os demais. O mesmo acontecerá com o Período Lunar.

Pergunta: Como era a atmosfera dos 7 Globos do Período Lunar?

Resposta: Os sete Globos desse Período eram aquosos e a atmosfera era uma névoa ígnea.

Pergunta: No Período Lunar existia outro elemento que predominou em todos os Globos?

Resposta: No Período Lunar os Globos eram esferas luminosas, brilhantes, de consistência análoga à dos gases. Portanto, existiam três elementos, o Fogo, Ar e a Água.

Pergunta: Qual era a Onda de Vida que estava atravessando o estágio “humanidade” no Período Lunar?

Resposta: Era a Onda de Vida dos Anjos.

Pergunta: Na Onda de Vida dos Anjos algum ser se destacou na evolução?

Resposta: Sim, o mais elevado Iniciado desse Período foi Jeová, o “Espírito Santo”, que é um Anjo, isto é, o mais elevado de todos os Anjos.

Pergunta: Então, nesse caso, Jeová, o “Espírito Santo”, alcançou o segundo aspecto de Deus?

Resposta: Ele conseguiu aprender tudo que precisava aprender até o Período de Vulcano, alcançado o mérito de construir um Corpo com material do Mundo de Deus. Assim, se tornou responsável pelas atribuições divinas do Espírito Santo.

Pergunta: Qual é o veículo inferior de um Anjo?

Resposta: O Corpo Vital é o veículo cotidiano dos Anjos e, portanto, são especialistas em matéria etérica.

Pergunta: Até que Região do Mundo Físico os Anjos trabalham?

Resposta: A Região mais densa que os Anjos desceram nesse Esquema de Evolução foi a Região Etérica do Mundo Físico, ou seja, é até nessa Região que os Anjos trabalham.

Pergunta: Qual era o nível da nossa consciência?

Resposta: No Período Lunar tínhamos a consciência do sono com sonhos, uma consciência pictórica interna. Era uma consciência pictórica interna das coisas externas, tipo uma representação interna dos objetos, das cores e dos sons externos. Não víamos as coisas concretas, mas as qualidades anímicas.

Pergunta: Havia uma Hierarquia Criadora responsável nesse terceiro Período pelo desenvolvimento dos Espíritos Virginais, que já tinha o germe do Corpo Denso e do Corpo Vital?

Resposta: Nesse Período os Senhores da Individualidade (uma das 12 Hierarquias Criadoras ou Zodiacais) irradiaram de si mesmo o germe do Corpo de Desejos e, também, ajudaram na reconstrução do Corpo Denso e Vital e começaram, em forma  germinal, a desenvolver o esqueleto, os músculos e os nervos.

Pergunta: E qual Hierarquia ficou responsável para despertar a contraparte espiritual do Corpo de Desejos?

Resposta: Os Serafins (outra das 12 Hierarquias Criadoras ou Zodiacais) despertaram em nós o nosso veículo Espírito Humano.

Pergunta: No Período de Saturno tivemos o desabrochar da Onda de Vida humana, no Período Solar, a Onda de Vida animal e no Período Lunar qual foi a Onda de Vida que iniciou sua evolução?

Resposta: Uma nova Onda de Vida que começou sua evolução ao princípio do Período Lunar é a vida que anima atualmente as nossas plantas – a Onda de Vida Vegetal – e, nesse Período, eram como hoje é a Onda de Vida mineral, ou seja, fazia a “crosta” ou a base onde evoluíam a Onda de Vida humana e a Onda de Vida animal.

Pergunta: Na Onda de Vida anterior do Período Solar houve seres que se atrasaram em sua evolução?

Resposta: Certamente. Em todos os Períodos sempre houve atrasados das Ondas de Vida.

Pergunta: Então, quais eram as classes de seres que iniciam no Período Lunar?

Resposta: a) Os Pioneiros dos Períodos de Saturno e Solar. Tinham os Corpos Vital e Denso, Espíritos de Vida e Divino, em forma germinal e ativos.

b) Os Atrasados do Período Solar que tinham Corpos Denso e Vital e, também, Espírito Divino, todos germinais.

c) Os Atrasados do Período de Saturno que tinham sido promovidos na sétima Revolução do Período Solar. Possuíam os germes do Corpo Denso e do Espírito Divino.

d) Os Pioneiros da nova Onda de Vida Solar que tinham os mesmos veículos que os da classe 3, mas pertenciam a um esquema de evolução diferente do nosso.

e) Os Atrasados da nova Onda de Vida Solar que tinham somente o germe do Corpo Denso.

f) Uma nova Onda de Vida que começou sua evolução ao princípio do Período Lunar e é a vida que anima atualmente as nossas plantas.

Pergunta: E na “humanidade” do Período Lunar houve atrasados na Hierarquia do Anjos?

Resposta: Os Espíritos Lucíferos foram os atrasados da Onda de Vida dos Anjos; eles não progrediram tanto quanto os Anjos, pois não conseguiam obter conhecimento sem um órgão interno, como faz um Anjo normalmente.

Pergunta: Se os Espíritos Lucíferos se atrasaram nesse Período, onde eles ficaram para evoluir?

Resposta: No final do Período Lunar houve uma divisão no Globo e a parte menor se tornou como um satélite para a evolução dos Espíritos Lucíferos. Algo parecido como a nossa Lua.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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