Arquivo de categoria Estudos Bíblicos

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Estação da Alegria

No seu sermão no Dia de Pentecostes S. Pedro proferiu: “Fizeste-me conhecidos os caminhos da vida, com a Tua face me encherás de júbilo.” (At 2:28), quando Cristo apareceu com a descida do Espírito Santo em cumprimento da promessa do Cristo, e os Apóstolos anunciavam uma alegria espiritual de felicidade futura. Foi seguindo o conhecimento da vida conforme Cristo ensinou que S. Pedro conseguiu a intensa alegria dessa vida. S. Pedro foi, sem dúvida, a figura principal na formação do Cristianismo do primeiro século, pois ele foi a pedra sobre a qual Cristo construiria a Religião Cristã manifestada aqui e a ele foram fornecidas as simbólicas “chaves” do Reino do Céus. Crê-se que S. Pedro foi martirizado durante o reinado de Nero no ano 65, aproximadamente.

S. Pedro, um pescador galileu, na organização do Cristianismo recebeu ajuda e assistência do douto e missionário S. Paulo. A Religião Cristã se desenvolveu como uma instituição promotora de uma fé e de uma teologia.

A alegria de S. Pedro se baseava na prova e na fé de sua crença na Ressurreição, fortalecida pela vinda do Confortador ou Espírito Santo no Dia de Pentecostes. Esse é o ponto crucial de toda Religião Cristã: não existe a morte: “Creio na Ressurreição do Corpo e na Vida Eterna”.

Como isto é verdadeiro nesta estação do ano! Tempo de prazer e de alegria, com a natureza ornada ao máximo. Este tempo de beleza é o trabalho d’Ele, que deseja nos confortar e trazer Alegria ao Mundo, radiante e expressiva. O canto de alegria surge dos pássaros, dos animais e das plantas que dão tudo em troca do amor que lhes deu o Cristo que partiu. Descem sobre o Místico, vibrações de consciência que podem enchê-lo de alegria à sua aproximação, como sucedeu com S. Pedro.

Este período de júbilo, esta harmonia de formas, é o triunfo do Espírito sobre a Terra, e a manifestação do ritmo do amor. O Senhor nos mostrou Sua face e foi benigno conosco. Com o Espírito Santo ou, como ensina a Filosofia Rosacruz, com o Espírito Humano assumindo o trabalho do Cristo nesta estação lembremo-nos do primeiro dos três passos a dar, isto é, que pela união com o “Eu Superior” nos sobrepomos a nossa natureza interior.

Este primeiro passo é o que mais nos interessa atualmente. O primeiro auxílio que nos foi dado para consegui-lo foram as Religiões de Raça que nos ajudaram a conquistar o Corpo de Desejos, preparando-nos para a nossa união com o Espírito Santo a fim de ser extraída a Alma Emocional. O efeito total deste auxílio se viu no Dia de Pentecostes, pois o Espírito Santo é o Deus de Raça e todas as línguas são Sua expressão. Quando os Apóstolos ficaram cheios do Espírito Santo, falaram várias línguas. Seus Corpos de Desejos haviam sido suficientemente purificados para produzir a união necessária e isto nos mostra o que o Discípulo conseguirá algum dia: o poder de falar todas as línguas, pois, então, a diferenciação em Raças separadas terá terminado.

As Religiões do Espírito Santo, as Religiões de Raça, se destinam a elevação da Onda de Vida humana por meio do sentimento de parentesco limitado a um grupo, família, tribo ou nação, e é este Deus de Raça que recebe as preces pelas vitórias nas batalhas, pelas chuvas, pelo aumento material dos rebanhos e pela repleção dos celeiros. Como essas preces são feitas pelo Corpo de Desejos por coisas temporais, não são puras como deveriam ser para conseguirem nosso desenvolvimento espiritual.  Bem diferente da parte da Oração do Senhor (O Pai-Nosso) que pede pelo Corpo de Desejos é: “Não nos deixes cair em Tentação” – a tentação de desejar as coisas dos outros seres humanos.

Esta alegre estação do ano fornece expressão a sua vibração em palavras para exprimir o pensamento, que é o nosso mais elevado privilégio. Para podermos fazer isso precisamos de uma laringe vertical que nos permita falar. Foi quando nós, o Ego, entramos na posse dos nossos veículos que se tornou necessário usar parte da nossa força sexual criadora para a construção do cérebro e da laringe. A laringe foi construída enquanto o Corpo Denso estava curvado, do mesmo modo que fica o embrião humano, quando em gestação. À medida que o Corpo Denso se endireitava e ficava em pé, parte do órgão criador permaneceu com a parte superior do Corpo Denso e mais tarde se transformou em laringe e cérebro. Dessa forma obtivemos a consciência cerebral do Mundo externo a custa da metade do nosso poder criador, que antes era usado, integralmente, para exteriorizar outro ser.

Agora temos o poder de criar e exprimir o pensamento aqui. A laringe é mantida pelo poder da força sexual criadora que, quando purificada, se torna o poder anímico que, a seu tempo, invalidará os órgãos sexuais e nós, então, falaremos o Verbo criador.

No Simbolismo Rosacruz achamos a Rosa de brancura imaculada colocada no centro da Cruz, representando o lugar da laringe, pois aí está o poder criador puro que gera a magia da cura.

Durante este mês o Sol está passando pelo segundo Signo da Trindade Criadora, o Signo do princípio criador materno, Touro, regido pela senhora do amor, Vênus, e assistido pela Rainha da Noite, a Lua. A riqueza da Mãe Terra se espalha diante de nós para nosso júbilo e felicidade.

Acabamos de passar pelo mês apaixonado de Marte, introdutor, no início do Ano Novo, do princípio gerador masculino, no qual dominaram as atividades materiais, e estamos agora gozando o produto feminino da Senhora da Graça, Vênus, no qual o crescimento espiritual é manifestado na beleza da vida na forma.

Aquilo que fora paixão, agora foi transformado em amor por intermédio do Cristo, o Confortador, inundando a Terra com alegria e felicidade, à medida que a Voz da Natureza se faz ouvir pela Música das Esferas. Os trabalhadores foram convocados, o Fiat Criador foi proferido e a restauração do Templo na Terra está em andamento. Coalisão e unidade sob o vínculo da Deusa do Amor reflete a vida do Cristo.

Neste tempo, em que a aquisição das necessidades físicas é soberana para a preservação, é bom para nós lembrarmos que nós, o Ego, assim como o nosso Corpo, também precisamos de alimento para nosso crescimento e evolução. Nosso alimento consiste em atos e feitos de bondade, de consideração para com os outros e no esquecimento de nós mesmos.

A canção de júbilo em nossos corações, por aquilo que nos tem sido feito, deve encontrar seu eco nos outros quando, por nossa parte, fizermos algo por eles, pois, o Crescimento da Alma depende das Ações. Nossa Alma enfraquecerá se só a alimentá-la com livros, pois isso não acrescentar um átomo ao nosso Corpo-Alma. A menos que ponhamos em prática o que aprendemos, o conhecimento não produzirá dano considerável, pois somos responsáveis pelo que conhecemos e devemos pôr em bom uso os nossos talentos.

No juízo final será perguntado o que fizemos e não o que sabemos. “E, se Deus assim veste a erva que está no campo e amanhã é lançada ao forno, quanta mais a vós, homens de pouca fé” (Mt 6: 30).

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – maio/1980 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Os Céus Proclamam a Glória de Deus: conheça isso e utilize no seu dia a dia

Por toda a parte, à nossa volta, vemos como ao se levantar o Sol se esparge a luz e à vida; logo sobe até ao mais alto do céu para se pôr depois, ao final do dia, no horizonte ocidental, em luminosas labaredas com infinita variação de tons de indescritível beleza, que nenhum pincel é capaz de reproduzir na tela, de modo perfeito.

Então a Lua, luminar da noite, se levanta sobre os cerros do leste trazendo consigo para o zênite as inumeráveis estrelas e constelações, seguindo o Sol na sua ininterrupta dança circular. A escritura estelar descreve assim no mapa do céu a evolução passada, presente e futura do ser humano dentro do marco das constantes mudanças do mundo concreto, sem descanso, nem tranquilidade, enquanto o mundo existir.

Quando estamos no hemisfério norte do Planeta Terra, percebemos que nesse sempre variável caleidoscópio dos céus há uma estrela, apenas uma, que permanece tão relativamente estacionária que, sob o ponto de vista da nossa vida efêmera de 50, 60 ou 100 anos, é um ponto fixo — a Estrela do Norte (Estrela Polar é a estrela mais brilhante da constelação da Ursa Menor, e situa-se aproximadamente no polo norte celeste, daí recebendo seu nome. Por este motivo, ela permanece praticamente fixa no céu noturno, enquanto todas as outras estrelas parecem girar ao seu redor. A Estrela Polar tem sido usada, há séculos, como referência para orientação, tendo sido crucial, por exemplo, na navegação).

Quando o marinheiro vai no seu navio sobre a imensidade dos mares, está certo de chegar são e salvo ao porto desejado, desde que se oriente pela estrela polar. Nem mesmo quando nuvens escuras escondem esse guia ele se atemoriza, porque tem uma agulha magnetizada por um poder misterioso, que em tempo claro, de chuva ou treva, aponta sempre, invariavelmente, para aquela estrela imóvel, permitindo ao navegante se orientar na solidão do mar com tanta segurança como se visse a própria estrela.

Na verdade, os céus proclamam as maravilhas do Senhor, como estudamos nessa passagem dito pelo salmista: “Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento mostra a Sua obra. Dia após dia se exterioriza pelas palavras e, noite após noite, revela o Seu conhecimento. Não há discurso nem linguagem onde a Sua voz não seja ouvida. A Sua linha cruza toda a Terra e as Suas palavras vão até aos confins do Mundo. Neles pôs um tabernáculo para o Sol, o qual é como um noivo saindo da sua câmara ou um atleta regozijando-se ante a perspectiva de entrar numa corrida.” (Sl 19).

O que sucede no macrocosmo, o grande mundo fora de nós as repete no pequeno círculo das nossas próprias vidas, o microcosmo. Quando nascemos, o “sol da vida” se levanta e começamos a ascensão para a meninice, juventude até ao zênite da idade madura.

O mundo, na sua constante mudança, forma o ambiente em torno de nós incluindo pais, irmãos e tudo o que nos rodeia. Com amigos, conhecidos e inimigos temos de fazer frente a batalha da vida e de a sustentar com a força adquirida em vidas passadas pagando, assim, as dívidas contraídas e levando as cargas dessa vida ou talvez aumentando o seu peso, segundo a nossa sabedoria ou ignorância.

Mas no meio de todas as circunstâncias da vida e das vicissitudes da existência há sempre um grande guia que, como a Estrela Polar, nunca nos falta à vista, tal como a imóvel Estrela do Norte, um guia sempre disposto a nos ajudar a dirigir a nave da nossa vida para o porto de salvação: Deus. É significativo ler na Bíblia que os Sábios ou Magos, na sua busca do Cristo – nosso grande Instrutor Espiritual — seguiram também uma estrela que os conduziu a essa grande luz.

Que diríamos do capitão de um barco que abandonasse o leme e deixasse o barco ser arrastado pela correnteza, expondo-o assim ao azar dos ventos? Estranharíamos que esse barco se esfacelasse contra as rochas e ele perdesse a sua vida no naufrágio? Certamente que não. O chocante seria que chegasse ao porto, são e salvo.

No céu está inscrita, em caracteres cósmicos, uma maravilhosa alegoria. Igualmente está escrita em nossas vidas e nos induz a renunciar à vida sempre flutuante da matéria, para seguir a vida eterna de Deus. Não nos deixaram sem guia, ainda que o céu da carne, o orgulho da vida e as paixões nos ceguem durante algum tempo. Porque, tal como a agulha magnética do marinheiro aponta para a Estrela Polar, assim nós, o Ego – um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui – somos impelidos para a nossa origem, com um desejo e um anseio que nunca poderão ser totalmente suprimidos, por muito que tombemos nas profundidades do materialismo.

Muitos estão buscando atualmente um remédio para esse impulso interior, parece que algo os impele, sem que saibam em que consiste; algo que os leva sempre para diante, buscando o espiritual para chegar a maiores alturas: a nosso Pai que está no Céu.

Aprendemos com Davi: “Se subir ao céu, Tu lá estás; e se eu fizer no inferno a minha cama, Tu estarás ali também”. “Se eu tomar as asas da Alva; se habitar na extremidade do mar, ainda lá me guiará a Tua mão, e me susterá a Tua direita.” (Sl 139:8-10).

E no Salmo 8:4-6: “Quando eu vejo os Teus Céus, obra dos Teus dedos; a Lua, e as estrelas, que Tu estabelecestes: Que é o homem para Tu te lembrares dele? Ou o filho do homem, para Tu o visitares? E que Tu o fizeste pouco menor que os Anjos; que o coroaste de glória e de honra?

Tudo isto não é novo para os que buscam a Luz e que tem feito o que podem para viver a vida reta, voltada para as coisas espirituais e não voltada para as coisas materiais. Mas o perigo está em que mesmo esses podem se tornar indiferentes ou espiritualmente estacionários.

Por esta razão, como o timoneiro está sempre de sobreaviso, observando a bússola que o guia, assim é da maior importância que vigiemos continuamente porque, de outro modo, adormeceremos e o navio da nossa vida sairá fora do seu rumo e se perderá.

Olhemos, pois, com firmeza para essa Estrela de Esperança, essa grande Luz Espiritual, e única coisa que merece a pena viver: a VIDA DE DEUS.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – maio/1979 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Na primeira igreja que tivemos, Tabernáculo no Deserto, por que o incenso era usado se é prejudicial? Como poderia ser ofertado ao Senhor simbolizando o aroma do serviço?

Resposta: Na época em que o Tabernáculo no Deserto era a única igreja que tínhamos para praticar a incipiente Religião (onde buscávamos religarmos à Deus, depois de termos alcançarmos o pináculo da materialidade), o incenso não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto deste com outras espécies doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que a nenhum ser humano era possível manipular essa composição para uso comum. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro [1], isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada.

Atualmente, o uso do incenso é totalmente diferente. Afinal, é uma verdade, evidente por si mesma, que “não se colhem uvas de espinheiros” e porque um Espírito não tem Corpo Denso não quer dizer que ele seja um filantropo. Há no Mundo Físico mais ervas daninhas do que flores e há nos Mundos invisíveis mais Espíritos nocivos, por serem pouco desenvolvidos, do que Espíritos bons e nobres. Quando alguém queima incenso em uma sala, a fumaça que vemos e o odor que sentimos constituem material de tal densidade que pode ser usado por certas classes de Espíritos que estão afinados a frequência vibratória do incenso que está sendo queimado. Quando Espíritos desencarnados desejam influenciar aqueles que ainda estão emaranhados na espiral dos mortais, é necessário que tenham um veículo de densidade suficiente para invadir os centros cerebrais ou, sob certas circunstâncias, os mecanismos de coordenação no cerebelo. Adquirindo tal veículo, os Espíritos podem, e o fazem, impressionar suas vítimas: física, moral ou mentalmente de acordo com sua disposição. Quando um Estudante Rosacruz, ocultista sério, tenha desenvolvido a visão espiritual e se encontre apto a ver as várias entidades nos Mundos invisíveis, aí sim pode produzir um incenso capaz de oferecer um veículo somente para Espíritos de natureza benéfica, os quais possibilitam a elevação das vibrações daqueles que inalam o incenso e os Espíritos junto dele; ou, então, a queima do incenso poderá se constituir em ajuda durante as orações para elevar a consciência dos devotos até a união com o Divino.

Porém, se por outro lado o incenso tiver sido produzido por alguém ignorante em ocultismo, talvez por alguém com motivações egoístas, então esse incenso irá se constituir em veículo para os Espíritos de natureza similar os quais, revestidos pela fumaça e odor, entram nos Corpos Densos daqueles que estão presentes onde o incenso está queimando, incitando-os a atos de libertinagem e sensualidade. As hastes chinesas são um bom exemplo dessa variedade.

Também é possível que quando esta prática tenha sido satisfeita, por algum tempo, os Espíritos obsessores podem obter tal controle sobre suas vítimas, que eles incitam até o delírio fazendo com que apresentem os sintomas de epilepsia – espuma pela boca e outros efeitos – ou que possam interferir com os movimentos corporais de maneira similar àquela exibida na assim chamada dança de São Vito. Consequentemente, a prática de queimar incenso é muito perigosa e deve ser vigorosamente desencorajada.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1975-Fraternidade Rosacruz-SP)

[1] O Altar do Incenso ou Altar de Ouro era o terceiro objeto do mobiliário da Sala Leste do Templo no Tabernáculo no Deserto. Ficava no centro da sala, isto é, a meio caminho entre as paredes norte e sul, em frente ao segundo véu. Nenhuma carne jamais foi queimada nesse altar e nenhum sangue jamais fora derramado sobre ele, exceto em ocasiões muito solenes, e apenas os seus chifres eram marcados com a mancha vermelha. A fumaça que era vista no topo, nunca foi outra senão a fumaça do incenso queimado. Isso acontecia todas as manhãs e todas as noites, preenchendo o Santuário com uma nuvem de fragrância agradável que impregnava todo o ambiente interior e que se estendia por todo o país de todos os lados por milhas ao redor. Pelo fato de o incenso ser queimado todos os dias foi chamado: “um perpétuo incenso diante do Senhor”. Não era simplesmente um incenso comum queimado, mas um composto disso com outras especiarias doces, elaborado sob a direção de Jeová para este fim especial e por isso considerado santo, de modo que nenhum ser humano poderia fazer uso dessa composição para si. O sacerdote era encarregado de zelar para que nenhum incenso estranho fosse oferecido no Altar de Ouro, isto é, nenhum outro que não tivesse a composição sagrada. Esse Altar estava colocado diretamente diante do véu, do lado de fora, mas diante do Propiciatório, que estava dentro da sala do segundo véu. Por isso, quem ministrasse no Altar do Incenso não podia ver o Propiciatório por causa do véu interposto, mas devia olhar nessa direção e para ela orientar o fluxo do incenso. Era costume, quando a nuvem fragrante do incenso se erguia por cima do templo, que todas as pessoas que estivessem no Átrio do Santuário enviassem suas preces a Deus, cada uma silenciosamente dentro de si.

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Quem foram os Pastores que estavam no momento do nascimento de Jesus?

Resposta: Grande fonte econômica daqueles tempos era a criação de caprinos (em particular carneiros, ovelhas, cabras) e, por essa razão, centenas de pastores viviam pelas colinas da Judéia sem que, entretanto, a maioria notasse algo de extraordinário naquela noite. O Estudante Rosacruz sabe que esses pastores, a quem o Anjo do Senhor apareceu, eram os Iniciados da Religião de Áries (o Carneiro) e como seres humanos de elevada espiritualidade que eram, puderam, clarividentemente, perceber o Anjo mensageiro e, clariaudientemente, ouviram os cantos celestiais proclamando a Nova Era que se inaugurava naquela noite (já que entrávamos na “Órbita de Influência” da Era de Peixes). Foi, na verdade, uma Noite Santa para a Humanidade; foi a abertura do novo caminho que eventualmente nos livrará da roda do nascimento e da morte, possibilitando, a todos aqueles que desejarem, “beber da Água da Vida” (Jo 4:14).

O nome Davi significa “bem-amado”; Belém, a “casa do pão” ou o “princípio coração”, feminino, manifestando-se em todas as coisas, do átomo a Deus. O desejo natural deve ser purificado e esse amor ou princípio coração deve ser expandido antes de Cristo poder nascer dentro de nós, pois as passagens da Bíblia se correlacionam intimamente com nossas próprias vidas. Assim, embora José e Maria vivessem em Nazaré, em torno de 100 quilômetros além, era necessária, de acordo com a lei, que eles se deslocassem para Belém na ocasião em que se deu o nascimento da criança.

Similarmente, o grande princípio redentor do amor não poderá nascer em nenhum outro lugar, a não ser em Belém, que é a representação da vida purificada. Jesus nasceu em uma manjedoura, onde os animais se alimentavam. Esse lugar representa a natureza de desejo inferior, que deve ser regenerada antes que o Poder do Cristo possa nascer na estalagem, a qual simboliza a cabeça. Assim, cada neófito no Caminho da Iniciação deve também deixar Nazaré, a vida material, e iniciar a jornada a Belém, a vida impessoal purificada. Cada um verificará, a princípio, que não há acomodações na estalagem e que o renascimento deve ter lugar numa manjedoura, onde os animais alimentam-se. Esse é, realmente, o significado do Natal.

Pouco significa para Jesus que reverenciemos o seu nascimento na Santa Noite, pois o importante é que possamos aprender a seguir o Cristo, encontrando o caminho que nos conduzirá à realização da nossa Noite Santa individual.

Escreveu, nos ensinando, Angelus Silesius:

“Embora Cristo nasça mil vezes

em Belém, se não nascer em teu coração,

tua alma segue extraviada”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz março/1967 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Vitória que vence o Mundo: a Nossa Fé!

Sabemos da luta que muitos estão sustentando para desenraizar as faltas e os maus hábitos que, estamos convencidos, prejudicam a saúde e destroem a felicidade.

Deus não nos livra da tentação porque nunca desenvolveremos força, a menos que aprendamos a usar o poder que já possuímos, e assim o aumentemos.

Se pelo menos confiássemos em nós mesmos, e se, resolutamente, nos opuséssemos ao mal, nos surpreenderíamos com os resultados.

Até poderíamos triunfar sobre qualquer circunstância adversa se nos esforçássemos em fazer hoje as coisas difíceis pela FÉ, fortalecida na oração, quando experimentaríamos uma alegria incalculável.  Mesmo as pequenas coisas que fizermos, ou qualquer ato de abnegação, nos infundiriam um gosto e um gozo na vida, antes desconhecidos. Enquanto nos esforçamos em vencer as dificuldades e em servir aos demais, a saúde melhorará notavelmente, pelo contentamento e as boas obras.

Esta é uma Lei Cósmica da vida: que a bondade e o serviço atraem para nós a saúde e a prosperidade.

O mundo é de Deus, e em conformidade com Suas Leis encontraremos paz e felicidade. Experimente!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de março/1982-Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Embora Cristo tenha nascido mil vezes…

Estava escurecendo na noite de Natal e a vovó estava sentada perto da lareira. Os membros mais jovens da família estavam ficando cansados e aproximaram-se dela, quando ela começou a cantar baixinho.

Uma vez, na cidade real de Davi,

Havia um humilde galpão de gado

Onde uma mãe colocou seu bebê

Em uma manjedoura como cama;

Maria era aquela mãe gentil,

Jesus Cristo, seu filhinho.

Então os pequenos juntaram-se a ela porque todos conheciam os hinos de Natal.

“Vovó”, disse Charles, que tinha doze anos e já era bastante “crescido”, “não creio que a nossa professora da Escola Dominical saiba muito, pois no domingo passado ela disse que Cristo deve nascer dentro de nós. Apenas imagine isso! Um dos meninos lhe perguntou algo sobre isso e ela respondeu: ‘Ainda que Cristo nasça mil vezes em Belém e não dentro de você, na verdade você está desamparado’”.

“Certamente parece muito estranho, Charles, se você não tem a explicação”.

“Ora, vovó, você acredita que haja algum sentido nisso? Alguns meninos riram disso”.

“Se quiser, direi o que penso que significa”, disse a vovó.

“Ah, eu sei”, Grace gritou do sofá onde acariciava o gatinho. “A Srta. Brown, que pega a aula das meninas mais velhas, disse na semana passada que Cristo e Jesus não eram os mesmos, embora muitas vezes nós confundimos um com outro. Jesus era o filho de Maria e José, e por serem o melhor homem e a melhor mulher daquela época, o Anjo lhes disse que deveriam receber um filho pequeno. Ele se tornaria um homem maravilhoso, mas nasceria em uma manjedoura”.

“Grace, isso não ajuda sequer um pouco”, interrompeu Charles, “você não está deixando isso mais claro”.

“Todos os Anjos cantaram ‘Paz na Terra’”, disse a pequena Ellen ao lado da avó.

Grace continuou — “Jesus foi o melhor e mais santo homem que já existiu e quando foi batizado por João no rio Jordão, ele tinha trinta anos. Ele sabia que tinha preparado seu corpo para Cristo e quando o povo ao redor viu uma linda pomba voar sobre a cabeça de Jesus, ele já havia partido e subido para os Mundos Celestiais”.

“Isso”, acrescentou Grace em voz baixa, “foi quando Cristo, o Filho do nosso Pai, tomou o corpo de Jesus e viveu nele durante três anos”.

“Grace, sua professora lhe contou todos os fatos com muita clareza”, disse a vovó, “mas isso não responde exatamente à pergunta de Charles sobre ‘como pode Cristo nascer em nós’. Quando tentamos, como Jesus fez desde pequeno, fazer apenas o que sabemos ser certo, quando nos mantemos alegres e positivos e não deixamos que as coisas ou pessoas nos perturbem, quando tentamos fazer tudo o que vemos e sabemos que devemos fazer, quando tentamos amar a todos, mesmo as pessoas mesquinhas e rabugentas, então somos como Jesus e estamos preparando nossos corpos para que o amor de Cristo nasça dentro de nós”.

“Nenhum de nós poderia conter todo o amor de Cristo, mas cada um pode ter uma pequena parte dele colocada dentro de si, que crescerá assim como um bebê se transforma em algo forte e belo. E quando estivermos prontos para parar de dizer ‘não quero’ ou ‘não vou’ e deixarmos Cristo vir e nos guiar, Ele entrará em nosso coração. Ele nascerá lá e nos ensinará a amar como Ele ama. Cristo, você sabe, não é uma pessoa, mas um Espírito e pode facilmente entrar neste templo que estamos construindo para Ele e que chamamos de nosso corpo, seja ele grande ou pequeno. Quando Ele nasce dentro de nós, ficamos muito felizes e procuramos amar a todos”.

“Assim como faz a vovó”, disse Charles, enquanto se aproximava e a beijava.

“Ah, eu queria tanto ser assim”, disse Graça, pensativa.

“Vamos cantar ‘Ouça os Anjos da Guarda’”, pede a pequena Ellen do seu lugar junto ao joelho da avó.

(Publicado na Revista Rays from the Rose Cross de outubro/1920 e traduzido pelos irmãos e pelas irmãs da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil)

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Artigos Publicados: Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento

“Deus é Luz”
“Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” – para quem serve essa sentença?
“Morro Todos os Dias!”
“Paz na Terra e Boa Vontade entre os Homens”
“Vós Sois Meus Amigos”: fomos ensinados a praticar essa frase no nosso cotidiano
A Água Viva lhe mostra: Você sofre porque quer, teme porque quer
A Astrologia e a Páscoa
A Bíblia na Nova Era – O Livro dos Atos
A Cada Dia Seus Cuidados
A Criança Prodigiosa
A Crucifixão: compreensão esotérica revela que essa experiência é uma consumação gloriosa do Caminho da Cruz
A Cura e o Perdão dos Pecados
A Dádiva da Graça
A Divina presença que existe dentro de você e o que fazer com ela
A Estação da Alegria
A Estação da Primavera
A Fé cega e a Razão Santa?
A Fé e o Mundo Material
A Fé sem Obras é Morta: o Exercitamento Incessante da Vontade
A Ilha de Patmos
A Imaculada Conceição
A importância de ver o bem repetindo a frase: “Tudo Posso n’Aquele que Me Fortalece”
A Iniciação Cristã Mística
A Interpretação Esotérica da Parábola do Semeador
A Língua: tenha cuidado com ela
A Luz do Mundo: onde, de fato, ela está?
A Misericórdia e a Piedade
A Misericórdia, a Piedade, a Paz e o Amor
A Missão de Maria
A Mulher Vestida de Sol
A Oração Necessária, mas Não Suficiente
A Oração: como devemos orar e para que devemos orar
A Origem do Tabernáculo: a primeira Igreja da humanidade
A Originalidade do Cristianismo
A Palavra Criadora
A Páscoa e a Unidade com Deus
A Religião Cristã e as outras Religiões
A Revelação de João, O Evangelista
A Revelação de São João, o Divino – A Visão de Patmos
A Revelação de São João, o Divino: a Besta que saiu do Mar
A Sagrada Família e as Três Classes Sociais que existiam naquele tempo
A Segunda Vinda de Cristo
A Significância Esotérica da “Parábola da Rede”
A Substituição dos Festivais que celebravam o Sol pela Celebração do Natal
A Tentação e a Sua Importância no Discernimento do Bem e do Mal
A Transfiguração e o Exorcismo
A Última Ceia e o Lavapés: o domínio dos poderes espirituais
A Unidade de Cada Um com Todos
A Virgem Maria e os Evangelhos
A Vitória que vence o Mundo: a Nossa Fé!
Almas perdidas ou atrasadas na evolução?
Amor a Deus
Análise do Pai Nosso, a Oração do Senhor
As Bem-aventuranças – Apresentação – Introdução
As Chaves do Reino dos Céus
As Manifestações da Luz de Cristo
As Núpcias do Cordeiro
As Raízes do Amor Segundo o Apóstolo
As Tentações no Deserto e como correlacionamos com as nossas do dia a dia
As Três Cidades Que Hospedaram o Cristo
Astrologia e Religião
Buscando a Verdade no Mundo dos Efeitos e das Causas
Cada um tem a sua Besta
Carregai os Fardos Uns dos Outros…
Carregue Sua Cruz Com Classe
Chamados a serem Santos
Como aumentar a nossa fé nos livrando do nosso espírito mercenário
Como Combater o Bom Combate
Companheirismo
Cristianismo: o que é e o que deixa de ser
Diferenças entre Exoterismo e Esoterismo
Domingo de Ressurreição – uma interpretação esotérica
Duas Formas de Caridade
Em Busca da Paz
Embora Cristo tenha nascido mil vezes…
Entendendo a Doutrina do Perdão dos Pecados
Entendendo a nossa situação antes e durante o tempo da primeira vinda de Cristo: o Povo Escolhido – Semelhanças com alguns aspectos atuais
Essênios – Os Precursores de Cristo
Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus
Evidências do Renascimento na Bíblia
Existe alguma citação na Bíblia que sustente a teoria do Renascimento?
Fatos Interessantes sobre a Bíblia
Fé: a confiança n’Ele
Jesus e Sua Sublime Missão
Jesus pertence à Nossa Humanidade
Levantar o Morto: o caso de Tabita que quer dizer Dorcas
Luz Mística: Maria a mãe de Jesus – o exemplo de um alto Iniciado que veio como mulher
Luz: o Presente do Espírito Santo
Maria e Marta
Maria, Mãe de Jesus: um Iniciado de alto grau
Milagres?
Na Busca de Cristo: quem você acha que Ele realmente é?
Não dê esmolas diante de outras pessoas
Não se detenha na Comemoração Histórica do Natal
O “Novo Homem”
O “Filho do Homem” e o “Filho da Viúva”
O “Pão e o Vinho” Místicos
O Apocalipse – Uma Introdução
O Apóstolo em Cada Ser Humano
O Bom Pastor e as Ovelhas desse e de Outros Apriscos
O Céu dentro de Nós
O Consolador: saber quem é para não fazermos confusões e não usar no nosso dia a dia
O Crescimento Espiritual por meio do servir ao irmão e à irmã
O Discípulo André se correlaciona com o Signo de Touro
O Discípulo Felipe se correlaciona com Signo de Sagitário
O Discípulo Mateus se correlaciona com o Signo de Aquário
O Discípulo Natanael se correlaciona com o Signo de Câncer
O Discípulo Pedro se correlaciona com o Signo de Peixes
O Discípulo Simão se correlaciona com o Signo de Capricórnio
O Discípulo Tiago, irmão de João, se correlaciona com o Signo de Áries
O Discípulo Tomé se correlaciona com o Signo de Gêmeos
O Equilíbrio entre os Dois Polos
O Evangelho de São João: os 5 primeiros versículos
O Filho Pródigo – uma Faceta Interpretativa
O Getsemani de Cada Um de Nós
O Grande Mistério do Gólgota
O Livro sem Prefácio
O Metal que soa ou o Sino que tine
O Milagre dos Peixes
O Mistério da Imaculada Conceição (Concepção)
O Natal e Nós
O Poder da Nossa Palavra
O Poder da Páscoa: você entende o que ocorre nesse momento todo o ano?
O Poder Que Flui Através de Nós
O Reino dos Céus: de que lado você está?
O Ser Humano, o Lírio, a Páscoa
O Significado da Ressurreição de Lázaro: um marco
O Significado da Sentença “Eu não vim trazer a Paz, mas uma Espada” proferida por Cristo
O Significado Esotérico de: “não a paz, mas sim a espada”
O Significado Esotérico do Tempo do Advento antes da Noite Santa
O Significado Oculto da Sexta-feira, conhecida como “da Paixão”
O Simbolismo de Natal
O Templo de Deus: o mais valioso instrumento do ser humano
O Uso da Oração do Estudante Rosacruz e as Obras
O Verbo: quando Deus envia Seu poder na forma de som
Observando os Sacramentos Cristãos atraímos o Raio do Cristo
Oitava e Nona Bem-Aventuranças
Onde encontro, na Bíblia, algum argumento ou passagem sobre a imperecibilidade da Alma?
Os Céus Proclamam a Glória de Deus: conheça isso e utilize no seu dia a dia
Os Dois Caminhos: a porta estreita e a porta larga – o que você escolhe?
Os Doze Poderes de uma Pessoa Crística
Os Fariseus e os Saduceus
Os Fogos de São João
Os Mistérios dos Céus: Sete Parábolas e suas Correlações com os Períodos Evolutivos
Os Pastores Iniciados
Os Quatro Evangelhos Segundo: São Mateus, São Marcos, São Lucas e São João
Os Quatro Graus para Chegarmos a Deus
Os Sacramentos Cristãos
Os Sacramentos Cristãos: Exercícios reais espirituais ou disciplinas de grande poder
Os Salvos dos Períodos de Tribulação
Os Três Graus do Discipulado – Parte I – Grau Mestre – São Tiago, São João e São Pedro
Os Três Graus do Discipulado – Parte II – Grau Fraternidade – Santo André
Os Três Graus do Discipulado – Parte II – Grau Fraternidade – São Felipe
Os Três Graus do Discipulado – Parte II – Grau Fraternidade – São Mateus
Os Três Graus do Discipulado – Parte II – Grau Fraternidade – São Natanael ou Bartolomeu
Os Três Graus do Discipulado – Parte II – Grau Fraternidade – São Tomé ou Tomás
Os Três Homens Sábios
Os Três Reis Magos
Os Verdadeiros Presentes de Natal, Seus Símbolos e o maior Presente de todos
Panorama da Bíblia: quem a escreveu e por quanto tempo
Páscoa: o Amanhecer de um Alegre Dia
Possessão Demoníaca
Pregar o Evangelho
Primeira Bem-Aventurança: “Felizes os mendigos de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”
Quarta Bem-Aventurança: “Felizes os famintos e sequiosos de perfeição, porque eles serão satisfeitos”
Quem é o “O cego vê e o surdo ouve” e quem não é
Quem eram os Saduceus e os Fariseus
Quinta Bem-Aventurança: “Felizes os misericordiosos, porque eles obterão misericórdia”
Recolhimento ao “Deserto”: você sabe onde está o seu?
Renovação e Consagração
Sabedoria Ocidental: a tomada de juramentos
Salvação – Quem são os Salvos?
São Francisco e os Estigmas ou Estigmatas
São João Batista, o Precursor
São Tiago e São João – Os filhos do trovão
Se nascemos em sexos alternados, porque a última encarnação de João Batista foi Elias?
Segunda Bem-Aventurança: “Felizes os que choram, porque serão consolados”
Sem Calvário não pode haver Ressurreição
Será que almejar ideais elevadíssimos é presunção?
Sete Razões ou Motivos para a necessidade da vinda de Cristo pela Primeira Vez entre Nós
Sétima Bem-Aventurança: “Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus”
Sexta Bem-Aventurança: “Felizes os limpos de coração, porque eles verão Deus”
Sigamos o Caminho de Cristo e não mais o dos Espíritos de Raça
Significância Esotérica da palavra “Amém” ou “Amén”
Terceira Bem-Aventurança: “Felizes os mansos, porque eles herdarão a Terra”
Todo o Cristão ora, mas nem todos sabem orar
Um Alerta sobre quando estudamos a Bíblia
Um Período de Depressão
Uma Delineação do Caminho Iniciático: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida – ninguém vem ao Pai senão por Mim”
Uma Interpretação do que é Verbo, expresso por São João
Uma Lenda Sobre a Fraternidade
Vigiar e Orar: você pratica no seu dia a dia?
Zaqueu, o Publicano
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Panorama da Bíblia: Quem a escreveu e por quanto tempo

Repetimos, todas as vezes que oficiamos o Ritual do Serviço Devocional Templo, que: “A Bíblia foi dada ao Mundo Ocidental pelos Anjos do Destino que, estando acima de todos os erros, dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento. Por conseguinte, se procurarmos a Luz, encontrá-la-emos na Bíblia.”.

Raramente um livro leva o nome de mais de um ou dois autores. A Bíblia, porém, foi escrita por cerca de 40 deles, durante um período de aproximadamente 1.600 anos. Moisés começou-a no deserto da Arábia e S. João Evangelista a completou na ilha de Patmos. Era, sem dúvida, impossível ter qualquer ideia do propósito do livro todo, ou saber qual parte dele deveriam escrever.

Os autores foram poetas e filósofos, sábios e cantores, príncipes e reis, pescadores e estadistas. Alguns deles eram versados em todas as artes dos egípcios. Outros sentaram-se aos pés dos maiores mestres daqueles dias. Ainda outros eram seres humanos iletrados e incultos.

Escrever em tais circunstâncias um livro que mostrasse unidades de pensamento, seria impossível! Todavia, temos o livro. Um livro impossível dos seres humanos escreverem e que, no entanto, foi escrito. Só existe uma explicação: o Livro foi escrito por um autor que usou muitos escritores (Leia IIPd 1:21; Mc 13:31).

Não é tudo isso prova de não ter sido escrito meramente por seres humanos? Nunca houve uma catedral construída, com um ser humano levantando uma parede, outro uma janela, outro um arco, uma porta, e ainda outro a torre, e assim por diante, através do sem número de partes da estrutura, sem que houvesse um plano comum ou um arquiteto para dirigir? O que diria a quem lhe dissesse ter acontecido isso com o Palácio da Alvorada ou com a Abadia de Westminster? Se não podemos admitir tal coisa quanto a um monumento de cimento e pedra, que dizer, então, dessa maior catedral da Verdade, erigida através de um mais longo período de tempo? Poderia a sua unidade ser obra do mero acaso?

Embora poucos escritores da Bíblia possuíssem bastante cultura para escrever uma obra, cada um deles escreveu um livro que se ajusta perfeitamente aos outros só da Bíblia. Por que é isso verdade? “Porque, nunca, jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo.” (IIPd 1:21). Desde que a Bíblia foi terminada, nada de novo foi descoberto através dos séculos, que precisa ser incluído na palavra, ou que a ela traga descredito. Somente da Bíblia – o Livro de Deus – pode ser dito, e o próprio Deus o diz: “Nada acrescentareis a palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor vosso Deus, que eu vos mando.” (Dt 4:2).

A palavra “Bíblia” vem do vocábulo grego “biblios” que quer dizer “Livro”. Cristo chamou-a “As Escrituras” (Jo 5:39; Mt 22:29).

S. Paulo designou-a “Palavra de Deus” ou “Sagradas Escrituras” (Rm 1:2).

É também chamada “A Lei e os Profetas” (Lc 16:16).

O termo “Testamento” significa “aliança”. No Antigo Testamento temos a aliança que Deus fez conosco a respeito da nossa salvação, antes de Cristo ter vindo. No Novo Testamento temos o pacto da graça, que é o acordo feito por Deus conosco, acerca da nossa salvação, depois de Cristo ter vindo.

(Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – fevereiro/1982 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Poder da Páscoa: você entende o que ocorre nesse momento todo o ano?

Há somente dois caminhos no labirinto que é a vida. Um leva ao abismo insondável onde os corpos e as almas se movem velozmente num mundo de trevas feito pelo ser humano.

O outro leva às regiões elevadas onde Deus, o Bem, a Verdade e a Beleza reinam para sempre, onde as Mentes e as almas se fortalecem, vivem e crescem eternamente. É isso que Cristo nos ensinou aqui: “Vinde a mim todos os que trabalhais e vos achais carregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 9:28). Aqui há flores de variados perfumes e fragrâncias, ouve-se o canto dos pássaros, o céu é mais azul e o ar mais limpo. A visão é fortalecida e é capacitada para penetrar mais profundamente nesse céu azul. Aqui a luz segue iluminando mesmo depois que o Sol se põe, as estrelas se movem mais rapidamente e o mistério da Páscoa da Ressurreição é revelado ao feliz mortal. O Espírito de Amor, o Cristo, luta ano após ano, no coração da Natureza; as aves, os rios, as flores, cada fibra de uma planta se entregam alegre e graciosamente para receberem em seu seio a carícia desse presente de amor, no dia de Páscoa – o presente do Pai, que nos dá seu Próprio Filho, ano após ano, para que tenhamos vida e a tenhamos abundantemente.

A Páscoa traz consigo um tão grande Poder Cósmico que pode romper todas as cadeias do sofrimento e da dor criadas pelas fraquezas e os erros dos seres humanos. Todo aquele que crucificar o corpo de pecado de seu interior por um esforço de vontade, poderá receber durante essa época, essa infusão de vida, que vem de Cristo, que se dá a nós, sem limites.

Pode ser um Jacó que, praticando a astúcia e o engano que lhe trazem prosperidade material, aprenda que isso lhe tira a paz da Mente e da Alma. E quando o tumulto do mundo cessa e o Espírito fala quietamente ao Espírito no silêncio da noite, sua alma clama e a luz se faz nela.

Pode ser uma Madalena que, desiludida e penitente se afasta do mundo em que tudo é engano, miragem, ilusão e sem piedade, para crucificar-se, a si mesma, na solidão e no desamparo. Mas, quando a tranquilidade e o sossego são mais intensos, maior é a eloquência do Espírito, porque aí o Espírito é chamado pelo próprio Espírito e pode ouvir a sua voz. O coração que se inclinar sincera e humildemente é elevado, sua alma recebe a palavra de Perdão, a graça tão esperada. Com lágrimas de felicidade prosseguirá seu caminho, confiantemente, enquanto repete alegremente: “Uma Nova Vida”, “Vai e não Voltes a Pecar”. O Cristo de Amor que tudo perdoa, nasceu dentro de si.

Pode ser um José, lutando por perdoar, consciente da miséria que seu ressentimento acarreta. Ou um Tomé que, desejoso de vida abundante, se agarra ao invólucro da dúvida e do ceticismo, que lhe roubam a doçura e o poder da fé que redime. “Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos“, disse-lhe Cristo. Depois de convencê-lo disse novamente: “Tu crestes, Tomé, porque me viste, bem-aventurados os que não viram e creram.” (Jo 20: 27-28).

Na Páscoa, os braços universais do engrandecimento espiritual estão estendidos, prontos para elevar, todo aquele que o mereça, ao Reino dos Céus. Não podemos seguir dois caminhos – temos que escolher um e nos afastar do outro. Os Anjos se regozijam cada vez que um Aspirante à vida superior escolhe o caminho reto! Na Páscoa, legiões desses seres elevados esperam-nos ansiosos, com os braços estendidos para nos ajudar.

Que esta Páscoa seja para você, realmente, o Domingo da Ressurreição!

(Publicado na Revista “Serviço Rosacruz” – fevereiro/1985 – Fraternidade Rosacruz – SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sem Calvário não pode haver Ressurreição

O caminho até o Calvário há de passar, necessariamente, pelo Getsemani, o Jardim da Agonia, cenário em que experimentamos o grande conflito interno diante da dor que temos de finalmente aceitar. Aqui tem lugar a batalha final. Se temos suficiente valor, tomamos então nossa cruz de sofrimento expressamente aceito, para seguir o Mestre até a Ressurreição, através do Calvário. Muitas vezes já estivemos no Horto da Agonia, clamando desesperadamente a ouvidos surdos: “Afasta de mim este cálice!” (Mt 26:39), mas o terror mortal não se afastará de nós e tampouco se filtrará em nosso interior a bendita segurança do céu, enquanto não adquirirmos valor e não elevarmos nossas consciências para dizer como Ele: “Não se faça, Pai, a minha vontade, senão a vossa.” (Lc 22:42).

Quando chegarmos a este ponto, então poderemos triunfalmente enfrentar qualquer prova, na firme convicção de que isto é apenas um meio que nos conduzirá a um glorioso fim; um processo regenerativo que nos irá emancipando, cada vez mais, de todos os males das heranças da “carne”; a crucifixão da nossa Personalidade que libertará, gradualmente, o que somos de fato: a Individualidade, um Ego (um Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui).

Na verdade, em cada prova saboreamos o Calvário; em cada vitória nos aproximamos da Ressurreição.

Por meio de incontáveis existências terrestres, nos mais profundos mistérios de nosso Ser, o Cristo de nossa própria divindade vem sendo sepultado, amarrado, esquecido em nosso interior, enquanto nos inclinamos às solicitações materiais.

Hoje, alguns, felizmente, já vão se tornando abatidos com as migalhas pouco satisfatórias de seu modo material de vida e se dispõem a tomar a Cruz das passadas dívidas para crucificar a Personalidade e tornar o “Eu superior”, seu Cristo Interno, mais dignificado, que se eleve em esplendor e poder dentro de suas almas.

Atualmente muitos acreditam firmemente que se podem tornar novas criaturas, vitoriosos sobre as condições transitórias do mundo e herdeiros das ocultas riquezas do céu. Esses podem chegar a ser participantes conscientes da maravilhosa experiência do Domingo da Ressurreição, dessa grande libertação, desse avassalador poder espiritual que nos inunda de paz. E só nessa condição nos unimos conscientemente a Ele, Aquele que perdoa todas as nossas iniquidades, que cura todas as nossas doenças e enfermidades e nos infunde na alma um descanso indizível.

Seja triunfante o vosso Domingo da Ressurreição!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – março/1966 – Fraternidade Rosacruz – SP)

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