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Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 2 – Versículos de 1 a 23

O Estudo Bíblico Rosacruz é fundamental para o Estudante Rosacruz a fim de ajudá-lo a equilibrar cabeça-coração, intelecto-coração, razão-devoção, ocultista-místico Cristão.

Sabemos que os eventos na vida de Cristo representam etapas sucessivas no Caminho da Iniciação para os Cristãos (Místicos e Ocultistas) que estão trilhando esse caminho, que na Fraternidade Rosacruz é o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Nesse Capítulo 2, vamos conhecer algumas significâncias esotéricas para os eventos da vida de Cristo Jesus: a visita dos magos, a fuga para o Egito e o retorno do Egito com o estabelecimento em Nazaré.

Para saber mais sobre esses assuntos é só clicar aqui: Estudos Bíblicos Rosacruzes: Significância Esotérica de alguns pontos – Evangelho Segundo S. Mateus: Capítulo 2 – Versículos de 1 a 23

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A Astrologia e os Evangelhos

Há muitos Estudantes Rosacruzes que ainda não vislumbraram a sublime analogia existente entre os ensinamentos da Astrologia Rosacruz fornecidos pela Fraternidade Rosacruz, a história nos Evangelhos e o Treinamento Esotérico que direcionará adequadamente as nossas forças no Corpo Denso, o qual, segundo a máxima oculta Hermética de “Como é em cima, assim é embaixo”, é um reflexo do ser humano Cósmico. Esse esquema é dado como alimento para o pensamento; há muitas relações não mencionadas que, não obstante, serão reveladas na meditação.

O primeiro grande caráter na históriado Evangelho é a Virgem Maria. É pura e imaculada, mas dá Nascimento ao Redentor. Na Astrologia celestial vemos o Signo de Virgem, a virgem, sempre pura e, não obstante, a “Mãe de todas as coisas criadas”. A Hierarquia Criadora (Elohim) relacionada com esse Signo Zodiacal é a dos Senhores da Sabedoria. O seu reflexo terrestre é a Terra, como produtora de sementes e cachos de uvas, que o ser humano, com o seu engenho, transforma em “pão e vinho”. O ser humano cria com o que Deus deu e pode instrumentalizar ou tornar essa criação mais eficiente, pelo uso do poder de Mercúrio, o “pensador”. Mercúrio, “o mensageiro de Deus”, rege a Mente Concreta; esse é o refletor entre o Espírito, a Alma e o Corpo. Mercúrio é o Regente de Virgem.

No microcosmo, reflexo do macrocosmo, Virgem rege a região abdominal. Virgem governa o baço, o qual é a porta de entrada da energia solar, que pela alquimia de Mercúrio é transformada no rosado fluído vital. Virgem, assim como as vísceras, é o alambique no qual o alimento, que tomamos, é transmutado dentro do Corpo Denso em células renovadas, a fim de que os nossos veículos não morram de inanição. A Terra Mãe provê a substância necessária.

Pois bem, o nascimento de Jesus aconteceu desta maneira: um Anjo (Gabriel) anuncia a Maria, que é uma virgem casada com José (Tekton), da casa de Davi: “Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu o chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo.[1]. Maria era clarividente e podia perceber o Ministério dos Anjos nas concepções.

“O pai de Jesus, José, era um Iniciado de elevado grau, que uma única vez na sua vida deixou o caminho do celibato. Em anteriores renascimentos tinha esgotado o tempo de ser pai de Família” (Livro: Conceito Rosacruz do Cosmos – Max Heindel). Somente um Mestre pode ser pai do Corpo de outro Mestre. José era um Iniciado e podia discernir o Mistério dos Anjos.

Jesus nasceu em Belém, quando José e Maria ali foram pagar os seus tributos. Belém (de Bethlem) significa “um lugar de pão” (Virgem). Mas, a hospedaria estava tão cheia e o nascimento teve lugar na “cova de Davi” que desde remotos anos tinha sido usada como estábulo. E “o menino foi colocado num presépio”.

Surpreende a muitos de nós que o nascimento do Redentor fosse rodeado de tal ambiente. Mas, devemos aprender que o simbolismo da história dos Evangelhos tem um significado para todos da educação esotérica.

Herodes, o mundano governante da Terra, procurou matar o pequeno porque lhe tinham dito que o menino seria maior do que ele e que governaria em seu lugar.

Os “três reis magos” advertiram José e Maria e esses levaram o menino e fugiram para o Egito. Quando Herodes morreu, voltaram à Terra e subiram a Jerusalém (a cidade da Paz). Ali Jesus ensinou no Templo e mais tarde expulsou dele os agiotas e aqueles que vendiam animais para os sacrifícios.

O grande capítulo da analogia evangélica que se segue refere-se ao grande trabalho, o “Caminho da Cruz”, aos trabalhos desde Jerusalém ao Gólgota, a Crucificação, Ressureição e Pentecostes.

Na Astrologia Rosacruz é-nos ensinado que há três grandes correntes de fogo espiritual simbolizado pelo Signo de Fogo de Áries (a cabeça, regente da triplicidade intelectual), de Leão (o coração; regente da Triplicidade Maternal) e de Sagitário (regente da Triplicidade Reprodutora). Estão relacionados com a Trindade de Deus, com as três grandes Hierarquias e com três centros espirituais do ser humano.

Áries significa o Fogo Intelectual, Leão, o Fogo Vital Funcional e Sagitário, o Fogo Reprodutor. Têm os seus grandes centros, respectivamente, na cabeça e no cérebro; no coração e no Plexo Celíaco; na região sacra e no órgãos sexuais. O grande trabalho da evolução é o de aumentar e equilibrar a ação dessas três grandes correntes de Fogo Espiritual Único.

Aprendemos que antes que o ser humano desenvolvesse o cérebro e a inteligência, os fogos reprodutores e funcionais eram mais poderosos e durante algum tempo tivemos duplo sexo, as fases positiva e negativa do fogo reprodutor aparente nas gerações. O grande trabalho de equilibrar esses três fogos mencionados não está ainda cumprido e é nos mistérios do Redentor, em que achamos escondida a indicação dos processos conducentes a esse objetivo. Esses processos estão relacionados com os grandes Mistérios Solares e com a Transmutação. Têm relação com o Mistério do Tabernáculo no Deserto. Esses processos estão indicados nos ensinamentos esotéricos de todas as Religiões, ali colocados para aqueles que “têm olhos para ver”.

Nos tempos atuais são os Mistérios desvendados e o ser humano é posto sobre a sua própria responsabilidade, como Deus do Templo. À humanidade é ensinada a natureza das suas forças e os efeitos do pensamento, da emoção e das ações sobre o seu Corpo Denso; seu ambiente e a sua evolução espiritual. Não há nada oculto que não possa ser revelado.

Quando compreendermos a Individualidade e a relacionarmos com esta lição, veremos como os frutos da transmutação são incorporados ao Ser Imortal, esse “Eu Sou” que foi antes de Abraão: o Espírito Humano.

O veículo Espírito Humano é o terceiro aspeto do Trino Espírito Virginal. Funciona na Região do Pensamento Abstrato, o “lar” do Espírito Humano e Ego.

O Espírito Humano atua na eterna realização de princípios e poderes abstratos, tendo acesso a toda a sabedoria acumulada durante as duas grandes partes desse Esquema de Evolução: a Involução e a Evolução, veículo do Tríplice Espírito e da Tríplice Alma.

Todas as ordens de inerências espirituais agem na região do Pensamento Abstrato. As Hierarquias Criadoras não têm pensamento concreto. O seu trabalho está em harmonia com uma perfeita unidade espiritual e cumprindo a Vontade de Deus. Elas não conhecem o mal. As ordens criadoras conscientes de si mesmas, como a humanidade, especializam-se como Egos e recolhem experiências das relações do bem e do mal.

Do ponto de vista do Evangelho, José representa o iluminado Ego. Doponto de vista astrológico, Mercúrio, desenvolvendo-se por meio dos poderes de Gêmeos, Libra e Aquário, simboliza José.

Esse é preparado para a Matrimônio Místico. Maria é unida a José pelo Sumo Sacerdote. O Sumo Sacerdote é o Espírito Humano. Esse é representado astrologicamente por Júpiter e Sagitário e a nona Casa astrológica.

Recorde-se que o Sumo Sacerdote oficiava no Santo dos Santos e via a Glória de Sekinah. Recebia instruções para o povo, da Gloriosa Trindade, na Arca da Aliança. Do ponto de vista esotérico, o Ego, consciente de si mesmo como Personalidade com um nome definido, demasiado identificado com o organismo, pode despertar na sua real dignidade pelo Espírito Humano. Isso pode alcançar-se guiando-nos pelos ditames superiores antes que pelas atrações externas. E dessa forma instruídos com essas asas emancipadoras, chegaremos a amar e apreciar Maria, que é o fruto espiritual da vida pessoal.

Desta união da “Cabeça com o Coração”, consumada pela inteligência abstrata, nasce dentro de nós o Redentor, enquanto trabalhamos na senda do dever. Jesus nasce enquanto José e Maria estão em Belém para “pagar tributo”. Mas, as pousadas estavam cheias e o nascimento ocorre num estábulo onde dormiam animais e Jesus foi colocado num presépio. Esotericamente, o poder unido da inteligência iluminada e do coração purificado pode alcançar o fogo sexual e transmutar parte dele pela região sacra (Sagitário). José e Maria pegam o Menino Jesus e fogem para o Egito (Sagitário, um país estrangeiro). Fogem para o Egito para escaparem da perseguição de Herodes, que procura o menino para matar. Herodes representa Marte, o desejo, o eu inferior, a paixão e todos os vícios.

Neste estado do nosso estudo esotérico, o nosso egoísmo luta contra o ameaçador triunfo do “Eu Superior”. O Sol, todavia, governa Leão, onde Cristo é Rei. Paralelamente Herodes governa em Jerusalém. Judas (Marte e Escorpião) trai Cristo “com um beijo” (Vênus e Touro). Paixão que delata o Amor, enquanto o Redentor (o Sol em Leão) chega ao seu próprio lugar.

Quando Herodes morreu e o seu país foi governado por outro, José e Maria voltam a Israel e vão a Jerusalém. Jesus é encontrado ensinando no Templo, donde mais tarde Ele expulsa os mercadores e todos aqueles que vendiam animais para o sacrifício.

Pela nossa lealdade à “Luz que está diante de nós” e o sagrado “Trabalho do Templo”, os Probacionistas e aqueles que se esforçam em ser Discípulos, estão ajudando a trazer Jesus do Egito a Jerusalém. Nessa analogia física e espiritual, o fogo reprodutor é, primeiramente, desviado do sexo (em alguma extensão) e centralizado na região sacra, além de vivificar o Plexo Celíaco. Esse, por sua vez, estimula a atividade harmoniosa das glândulas endócrinas das suprarrenais e do baço e o ritmo do sistema nervoso.

Paralelamente com esse trabalho, é subjugado o materialismo, abolida a alimentação carnívora (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, répteis, anfíbios, frutos do mar e afins), assim como as paixões e o egoísmo. O ritmo amoroso do coração é mudado parcialmente desde a paixão egoísta do amor possessivo (Marte em Escorpião) até ao amor de Cristo (Sol em Leão). Jesus, em Jerusalém, afirma ser um Filho de Deus. Faz milagres provendo o que se necessita e curando os enfermos e doentes. Além disso, passa pelo “Caminho da Cruz” de Jerusalém ao Gólgota. Esforça-se por salvar “aos que estavam perdidos”, a consciência espiritual da multidão. “Ressuscita os mortos”, aqueles que acreditavam ser somente organismos físicos. Ajuda outros a chegarem a ser “Filhos de Deus”. “Segue-me e deixa que os mortos enterrem seus mortos[2], reprende os Seus Discípulos. Ele ensina e cura, expulsa os demônios e fala com o poder da Palavra.

Do ponto de vista esotérico, o Redentor depois de purificar o “Templo” (o Corpo Denso), mudada a natureza do sangue e depois de ter dominado a “natureza inferior”, cumpre o seu ministério em prol da humanidade. Ensinando, curando, liberando com o poder da verdade, o Discípulo serve o Mestre. Mas, Jesus pode ser conduzido perante Pilatos. E o Grande Uno é julgado por um inferior. Pilatos representa a Mente Concreta, com grande desenvolvimento de faculdades; síntese do mentalismo não iluminado, não subjugado pelo Espírito Humano nem pela Sabedoria do Coração.

O “Tribunal de Pilatos” é a cabeça, o cérebro, a Mente pessoal. Pilatos representa esse último inimigo da consciência espiritual, enquanto luta para se estabelecer dentro de si mesmo e manifestar a sua divindade. Pilatos representa o Ego forte em poderes pessoais, mas ainda não preparado para se entregar ao “Eu impessoal”, e reconhecer a Cristo.

Muitos filósofos e mestres bem conhecidos passaram por essa prova ou julgamento de suas obras. Grandes dirigentes nacionais chegaram ao zênite da glória, do poder mundano, mas tendo sempre na sua Mente martelando a interrogação interna: “o que é a Verdade?[3].

Devemos recordar aquelas palavras de Jesus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Se me conheceis, também conhecereis a meu Pai[4]. Recordemos a acusação de um mestre a Napoleão: “E agora que alcançaste o máximo do poder mundano a quem és útil: a Napoleão ou a França?”. O Egoísmo provocou a sua ruína. Esse “Eu Sou” chamado Napoleão abandonou o “Eu Sou Impessoal”, que era “antes de Abraão”.

Muitos Mestres espirituais passaram por essa prova. Depois de anos dedicados ao trabalho, autossacrifício e desinteressado serviço, veem acusada ou desafiada a sua autoridade e em vez de permanecerem fiéis ao Doce Nazareno, rebelam-se defendendo o seu direito e razão, entrando num período de megalomania ou supremacia egoística, até que, novamente, encontram a Luz. Cristo Jesus foi fiel à definição do amor espiritual que demonstrou com a Sua obra na Sua morte serena sobre a cruz. Nós, como Cristãos, passamos pelo Caminho da Cruz percorrendo uma parte dele, até que o Pai nos recolha em seu seio para nos fazer descansar e preparar-nos para outro dia na Escola da Vida Terrestre.

Aprendamos novas lições no “grande laboratório alquimista” seguido de outro passo de transmutação, até alcançar a meta. Pequeno menino em Cristo: “Sê de bom ânimo e perfeita inclinação para que conheça quem te enviou e para que estejas aqui. Segue a Luz, Nosso Senhor, que é o Caminho, a Verdade e a Vida. Até que Cristo seja formado em ti, nós te ajudaremos”.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz – abril/1969-Fraternidade Rosacruz-SP)


[1] N.R.: Lc 1:30-32

[2] N.T.: Mt 8:22

[3] N.R.: Jo 18:38

[4] N.R.: Jo 14:6-7

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Irmão Maior Jesus e a continuação do Seu trabalho entre nós

Durante os últimos 2000 anos o Mundo Ocidental vem celebrando o nascimento do “Cristo Menino”, o nascimento do Menino Jesus. Anualmente, inúmeros seres humanos relembram esse maravilhoso acontecimento que marcou a aurora de uma nova era, o fim de uma velha ordem de coisas, o começo de um novo regime.

Desde o início, observada à luz da sabedoria material, essa nova Religião foi vítima de perseguições. Nem o próprio nascimento pôde ter um lugar num ambiente humano normal. Esse espírito brilhante; essa joia da coroa da humanidade ao entrar no cenário de sua provação e agonia, não teve sequer os menores confortos de um modesto lar camponês.

O perigo rondou sua vida infantil. Herodes tentou matá-lo. Mas, apesar de todos os obstáculos, esse Ego escolhido levou avante, resolutamente, o trabalho que devia executar.

A atenção de todos os que respondem aos Raios do Cristo tem sido concentrada sobre os incidentes da infância de Jesus. E particularmente pelo Natal, tais incidentes tornam-se profunda realidade na consciência do Mundo Ocidental. Tal consciência é retrospectiva. É uma realização, por meio do estudo da vida do nosso grande Irmão Maior Jesus e de Cristo-Jesus da distante mudança que deverá ter lugar antes de que qualquer progresso real possa ser feito durante Seu regime. Mais ainda, por esse estudo temos um vislumbre do que vem sendo feito por Jesus atualmente para auxiliar-nos, de Sua atividade nos negócios da complicada vida e evolução humanas.

Poucos Egos existem no Plano Terrestre que estão além da massa humana. Esses poucos desenvolveram poderes e faculdades além da compreensão da maioria não desenvolvida. À frente desse grupo de pioneiros está nosso Irmão Maior Jesus. O exemplo da nossa Onda de Vida. E esses pioneiros, com seus poderes e faculdades adquiridos pela aplicação ao serviço, podem atingir os planos nos quais Jesus age. Devido a esse contato, eles conhecem o trabalho levado a efeito e, obedientemente, transmitem seus conhecimentos aos Estudantes Rosacruzes sinceros e fiéis aos Ensinamentos Rosacruzes que trilham o Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz.

Desde o sacrifício do Gólgota, Jesus tem continuado o ministério de curar os doentes e de ensinar a humanidade pecadora. Seu auxílio nunca foi negado.

Muitas pessoas conhecem o quadro intitulado “O Companheiro Branco”. Descreve um campo de combate de Flandres durante a guerra de 1914 pejado de cadáveres. Um soldado ajuda um companheiro ferido. A seu lado está Jesus, com vestes brancas e glorioso, olhando com sublime compaixão para a vítima do ódio humano. Realmente o artista mostrou conhecer algo do serviço realizado por nosso Irmão Maior.

Jesus visita os hospitais e irradia amor e compaixão a todas as almas que sofrem. Ele sente a dor que as abate, pois estão pagando as dívidas que contraíram pela violação das Leis de Deus, e Seu compassivo coração pulsa forte ao testemunhar tanta agonia. Na verdade, está onde a necessidade é maior. Mas passa sem ser visto.

O Natal é a ocasião especial para Jesus entrar em contato com Seus fiéis seguidores. Como a Noite Santa veste-se de paz e os seres humanos e Anjos cantam “Paz na Terra e boa vontade entre os homens” lá, no ambiente do primeiro aniversário do Cristianismo abre-se aos nossos olhos uma visão gloriosa se realmente pudermos “ver”.

Ele é uma forma radiante que ultrapassa qualquer descrição terrestre; Sua voz soa com o tom da música das esferas e ressoa nos Éteres do espaço, e o grupo de almas enlevadas em adoração experimenta viva alegria e harmonia.

Aos corações ansiosos, Ele envia uma mensagem:

Bem-aventurados vós que trilhais os caminhos das penas e misérias terrenas; vós que estais engajados na batalha entre o bem e o mal; vós que tendes combatido na luta aparentemente desigual, por vezes permanecendo eretos, e outras vezes caídos no pó da humilhação e do fracasso, mas que levantais de novo e travais o combate interminável pelo vosso objetivo. O caminho que agora trilhais, Eu o percorri há muitos anos. Conheço vossas tristezas e sofro convosco.”

Vossa paciência foi provada ao máximo, mas permanecestes firmes, firmes até a morte. Mas, agora, o tempo de provações passou. A vitória das Hostes de Deus desponta no horizonte. Coragem e paciência são as palavras de passe. Os Poderes da Luz juntam-se para a destruição final daquilo que impede a vinda do Reino de Cristo. Sede calmos e equilibrados para que as sutilezas do inimigo não vos confundam. Esperai em prontidão para quando vier o chamado estejais prontos para responder.

As infalíveis leis de retidão e de justiça dirigirão o curso de todos os acontecimentos, e desta escuridão, desta tristeza surgirá a aurora de um NOVO DIA.

Que as bênçãos de Deus e a paz do Natal possam renovar em vós a força para ganhardes a batalha.

(Traduzido da Revista Rays from the Rose Cross e publicado na Revista Serviço Rosacruz de dezembro de 1969 e de 1971 – da Fraternidade Rosacruz em São Paulo – SP)

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Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa – como oficiar e como participar

O Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa é oficiado na véspera do Natal, dia 24 de Dezembro nos Centros da Fraternidade Rosacruz espalhados pelo mundo.

O irmão ou a irmã que não possa ir a um Centro Rosacruz poderá oficiá-lo em seu lar com familiares e amigos, preferencialmente, no horário indicado e sempre no mesmo local.

Perceba que o Ritual é dividido em três partes bem distintas:

1ª – Preparação – composto por músicas e textos que visam preparar o ambiente, separando o ambiente externo (de onde vem o Estudante) do interno (para o interior do Estudante).

2ª – Concentração – é o clímax do Ritual, onde o Estudante se dedica a se concentrar com toda a sua dedicação, foco, disposição e vontade no Serviço amoroso e desinteressado voltado exclusivamente para a divina essência do irmão e da irmã “que sofre, que chora, que ri” utilizando todos os meios disponíveis: pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações.

3ª – Saída – composto por uma admoestação de saída e música que visam preparar o Estudante para internalizar tudo o que aqui falou, ouviu, participou e se concentrou, recebendo toda a força espiritual gerada durante a oficiação do Ritual, a fim de aplicá-la no seu dia a dia, se esforçando para o cumprir no tema concentrado: servir amorosa e desinteressadamente exclusivamente a divina essência do irmão e da irmã “que sofre, que chora, que ri” utilizando todos os meios disponíveis: pensamentos, sentimentos, desejos, emoções, palavras, atos, obras e ações.

a) Se você quiser saber exatamente como oficiar, assista o vídeo do nosso canal no Youtube: Tutorias, Dicas e Detalhes dos Ensinamentos Rosacruzes clicando aqui: Como Oficiar o Exercício Esotérico Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa

b) Se você quiser oficiar o Ritual, então acesse o texto aqui: Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa

c) Se você quiser “participar” da oficiação como um ouvinte, então é só clicar no áudio abaixo, seguindo as seguintes observações:

  1. se puder prepare o ambiente ouvindo o Adágio da 9ª Sinfonia de Beethoven. Se não a tiver, clique aqui para acessá-la: Adágio Molto e Cantabile – da Sinfonia nº 9 em Ré Menor de L. V. Beethoven
  2. atente para os momentos:
  • de ficar em pé – do início até o oficiante dizer a saudação Rosacruz (“que as rosas floresçam em vossa cruz”) e você responder: “e na vossa também”, quando então você se senta e se concentra na audição do texto do Ritual
  • você se levanta quando terminada a Concentração e o oficiante vai começar a cantar/falar o Hino Rosacruz de Encerramento
  • no final quando o oficiante dizer a saudação Rosacruz (“que as rosas floresçam em vossa cruz”) e você responde: “e na vossa também”.
  1. Agora, é só clicar em um dos dois áudios abaixo:
Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa –
Hinos de Abertura e Fechamento Rosacruz Falados
Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa –
Hinos de Abertura e Fechamento Rosacruz Cantados

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O Natal e Nós

O Natal e Nós

Novamente o Natal. Sempre os mesmos enfeites coloridos, as músicas, o movimento de compras, os presentes, as ceias, os sinos, os cumprimentos…

Porém, jamais nos encontramos iguais. O desenvolvimento e os frutos da última colheita nos acrescentaram “algo” ao íntimo, tornaram-nos um pouco mais amadurecidos animicamente. Portanto, o íntimo que vê, que discerne, que sente, que avalia, concebe um Natal um pouco mais profundo e ora até às lágrimas para que o doloroso parto se complete: o nascimento do Cristo Interno.

Quanta resistência ainda existe no mundo exterior e interior para o Reino prometido!

Herodes reage enciumado. Ele compreende que o Reino do Príncipe Salvador não é deste mundo, mas também não ignora que não pode servir e ser servido. Um será o regente e o outro, o servidor. E como São Paulo, nos embates da Iniciação, sente aumentar o conflito entre a matéria e o espírito, entre as trevas e a luz.

Procura-nos o ponto sensível, o “calcanhar de Aquiles”, o ponto fraco nas costas de Siegfried, para que sucumbamos uma vez mais, anestesiados pelo ardil de Loges. A verdade, chorosa, adiará uma vez mais a ansiada união.

Enquanto os sinos tocam, parece que ouvimos um galo cantar, o que nos lança na consciência o apelo do Senhor rejeitado. Quantas aspirações mortas em pleno florescimento! Contudo, mesmo assim, graças elevamos porque, no silêncio do mais íntimo recôndito, ainda vive nosso Salvador, prudentemente aguardando que envelheça e morra nosso egoísmo e lhe suceda, pouco a pouco, algo menos ruim.

Natal! Quanto mais te compreendo, mais almejo que te realizes em mim!

Natal! Ainda temo falhar como São Pedro. Ainda urdo as manhas de Judas; ainda falho na resolução de São Paulo; ainda estou precisando de forças para renunciar às três tentações do meu deserto; ainda tenho de fazer esperar o meu Senhor!

Natal! O exterior canta em movimentos, em cores e sons; mas o interior chora no entendimento cada vez mais agudo de uma realização que se protela!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de 12/1968)

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Zaqueu, o Publicano

Zaqueu, o Publicano

No Evangelho Segundo São Lucas, Capítulo 19, lemos:

 “Entrando em Jericó, atravessava Jesus a cidade. Eis que um homem chamado Zaqueu, maioral dos publicanos e rico, procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de baixa estatura. Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-Lo, porque por ali havia de passar. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima, disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em sua casa. Ele desceu a toda pressa e o recebeu com alegria. Todos os que viram isto murmuravam, dizendo que Ele se hospedara com homem pecador. Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e se alguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”.

Amigo leitor, alguém já escreveu a sua biografia? Alguém já escreveu uma peça teatral baseada na sua realidade quotidiana, tendo você como protagonista? Provavelmente você dirá que não. Entretanto, sua história é bem antiga e já foi escrita. Ela se encontra na Bíblia. Aliás, à Bíblia contém sua história desde os primórdios de sua manifestação aqui na Terra. E já vai tempo, muito tempo. É um relato sem ficção ou fantasia. É a pura realidade abrangendo tudo a seu respeito: suas quedas, lutas, alegrias, tristezas, enfermidades, frustrações e vitórias. Os símbolos e alegorias bíblicos falam sobre esses momentos de suas existências. Um símbolo é um sinal de uma ideia. Não é a coisa em si, porém representa-a.

Tudo na Bíblia é significativo. Todos os personagens ilustram e dramatizam certos estados de espírito que podem acontecer e acontecem às pessoas nos dias de hoje, em qualquer lugar do mundo.

Todos os personagens das Sagradas Escrituras simbolizam um estado de nossa alma: Maria, Herodes, Pedro, O Filho Pródigo, Lázaro, Zaqueu, etc. Veja como Herodes se manifesta por meio do egoísmo. O desprendimento de alguém nos faz lembrar a viúva pobre e sua oferenda humilde, mas altruísta.

Contudo, os fatos bíblicos também significam alguma coisa ou algo que pode nos ocorrer: a peregrinação pelo deserto, a tentação, o Getsemani, São Paulo na estrada de Damasco. Por exemplo, veja como você já foi tentado em sua vida. Você nunca derrotou o Golias? Sim, o Golias, representação de sua natureza inferior, que aos olhos do mundo parece invencível.

Os nomes da Bíblia não fogem dessa regra. Indicam certas faculdades ou condições da alma humana, Moisés, para exemplificar, significa “salvo das águas”. As águas esotericamente simbolizam o Mundo do Desejo, a natureza emocional. Quem consegue dominar suas paixões é um “salvo das águas” e por certo se fará merecedor de cumprir uma elevada missão, tal como Moisés.

Na Bíblia, os rios, as montanhas, lagos e desertos representam certos estados de consciência. Cristo-Jesus foi tentado no deserto. Moisés recebeu o decálogo na montanha.

Fixemo-nos agora em um personagem da Bíblia: Zaqueu, o publicano. Analise-o. Observe-o. Veja como você tem algo a ver com ele. Veja se você se encontra nele.

Zaqueu tinha consciência de sua baixa estatura, mas almejava ver o Cristo. Para tanto deveria subir, elevar-se ao nível daquele Ser Superior. Procurou um meio de atingir seu objetivo, empenhou-se a fundo e encontrou um sicômoro. O Mestre é sempre atraído pela luz que o discípulo irradia. O Cristo observou Zaqueu no sicômoro e correspondeu àquela procura: ”Zaqueu desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.

Casa, templo, tabernáculo, tudo isso simboliza o próprio ser humano. A partir daquele momento decididamente o Cristo foi despertado no íntimo de Zaqueu.

“Hoje houve salvação nesta casa”. Salvação esotericamente quer dizer evolução. O esforço de Zaqueu em elevar-se à altura do Cristo representa um grande passo no caminho da evolução. Às vezes o indivíduo está pronto. Basta apenas a sintonia com o ideal, o encontro. O mesmo ocorre com todo estudante sincero. Quando estiver pronto e resolver subir no sicômoro, seguramente viverá a maior experiência de sua vida: o encontro com Cristo, o Cristo no seu íntimo.

(De Gilberto A V Silos – Publicado na Revista ‘Serviço Rosacruz’ – mar/abr./88 )

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Os Três Homens Sábios

Os Três Homens Sábios

1 Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram magos do Oriente a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus recém-nascido? Com efeito, vimos a sua estrela no céu surgir e viemos homenageá-lo”.

(…) 7Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e procurou certificar-se com eles a respeito do tempo em que a estrela tinha aparecido. 8E, enviando-os a Belém, disse-lhes: “Ide e procurai obter informações exatas a respeito do menino e, ao encontrá-lo, avisai-me, para que também eu vá homenageá-lo”. 9A essas palavras do rei, eles partiram.

E eis que a estrela que tinham visto no céu surgir ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino. 10Eles, revendo a estrela, alegraram- se imensamente. 11Ao entrar na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o homenagearam. Em seguida, abriram seus cofres e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. (Mt 2:1-2; 7-11)

O Evangelho de Mateus é denominado com muita propriedade de “Evangelho da Dedicação”, porque contém a relato da vinda dos três homens sábios desde o oriente.

Antigo comentário a respeito de Mateus diz que a Estrela na sua primeira aparição tinha a forma radiante de uma criança levando a cruz.

Os três Iniciados ou Homens Sábios, contemplando a Estrela, levantaram-se e jubilosos iniciaram a longa e perigosa jornada através do deserto, rumo a Jerusalém. Ao chegarem, indagaram ansiosamente: “Onde está Aquele que nasceu Rei dos Judeus?”.

Essa pergunta interessou a Herodes e a toda comunidade judaica. Perguntaram ao Superior dos Sacerdotes: “Onde está o jovem Rei que acaba de nascer?”. Os sacerdotes responderam: “Em Belém da Judeia”.

Primeiramente, seguindo a direção da Estrela, os três Homens Sábios atingiram a pequena cidade de Belém e lá encontraram não um principezinho real nascido num palácio, rodeado por um corpo de servidores, mas apenas uma graciosa criança, deitada na humilde manjedoura, onde o gado e outros animais se alimentavam.

A humildade, a fé e a reverência foram proclamadas realmente pelos Sábios Homens, os quais se prostraram diante da bela Criança, dedicando-se a si mesmos ao novo Rei do Mundo.

Os três Homens Sábios representam a dedicação integral do Espírito (ouro), da Alma (mirra) e do Corpo (incenso). Depois de o Cristo ter nascido internamente, o passo seguinte no processo de desenvolvimento espiritual deverá ser essa dedicação ao Mestre e ao Seu trabalho, para que o Cristo recém-nato deva crescer à estatura do adulto.

O Espírito é simbolizado pelo ouro, que é portador do mais elevado poder vibratório entre todos os metais.

O Corpo, representado pelo incenso, é um símbolo bem adequado ao menos duradouro veículo do Espírito.

A Alma, representada pela mirra (planta natural da Arábia, difícil de ser encontrada, apresentando um gosto extremamente amargo, possuindo porém uma fragrância primorosa e incomum) simboliza o extrato anímico das experiências que o Espírito entesoura no corpo, e que constitui o propósito integral da vida no plano físico, sendo na verdade o sinônimo  do caminho do discipulado, porque de fato o Corpo-Alma de um santo emite uma fragrância delicada que tem dado origem a belíssimas lendas da Igreja.

A tradição afirma que Gaspar era muito idoso, usava uma barba branca, era rei de Tarsus, a terra dos mercadores e sua dádiva à Criança foi ouro. Melchior, de meia idade, rei da Arábia, deu incenso; ao passo que Baltazar, o rei negro e o mais moço, nascido em Seba ou Sheba, a terra das especiarias e da rezina, apresentou como dádiva a mirra.

O Caminho da Transmutação do neófito algumas vezes é chamado de Transfiguração, e ocorre sempre na jornada dos Homens Sábios, pois por esse processo todos se tornam Homens Sábios.

Na catedral de Colônia existe um altar onde estão três crânios com os nomes dos três Homens Sábios, nomes esses formados por rubis. O rubi designa-se como a pedra do Cristianismo, porque simboliza a purificação da natureza de desejos e a espiritualização da mente, o trabalho primordial da Dispensação Cristã.

Segundo a lenda, Maria entregou as faixas de linho que envolviam o puro corpo da sublime Criança aos Homens Sábios, os quais agradeceram com humildade e alegria, colocando a preciosa dádiva entre os seus maiores tesouros. Após regressarem às suas pátrias, imitaram a pobreza e humildade d’Aquele que reverenciaram em Belém, distribuindo seus bens entre os necessitados e pregando o novo ideal recém-inaugurado.

A lenda ainda nos diz que os Homens Sábios, quando morreram, receberam a coroa da vida imortal, em troca dos bens terrenos que renunciaram. Seus despojos foram encontrados muito tempo depois pela Imperatriz Helena, mãe de Constantino, que os trasladou para Constantinopla, donde posteriormente foram levados para Milão e ulteriormente depositados na catedral de Colônia.

Retribuindo as dádivas que Lhes foram ofertadas, o Mestre outorgou-Lhes posses de valor transcendental a qualquer bem material: pela taça de ouro deu a caridade e os bens espirituais; pelo incenso, a fé perfeita; e pela mirra, a verdade e a brandura, qualidades que representam as virtudes indispensáveis para aqueles que aspiram à iniciação. Ele também poderá nos conceder essas dádivas, desde que nos dediquemos de Corpo, de Alma e de Espírito à missão de preparar a vinda futura de Seu Reino sobre a Terra.

Analisando-se profundamente os fatos mencionados, relatados através de várias lendas, evidencia-se que os Magos eram Iniciados. A palavra Mago significa aquele que se dedica à Magia, que possui a consciência da vida noturna ou de sonho. Foi durante esse período noturno que os Homens Sábios receberam esclarecimentos referentes à vinda do Salvador. O Santo Nascimento foi saudado em muitos lugares com profundo regozijo, porquanto os Homens Sábios de todas as nações já vinham sendo preparados há muito tempo para esse extraordinário acontecimento, o que por sua vez incitou a animosidade de Herodes, advindo então o decreto alusivo à matança dos inocentes.

Os Homens Sábios viajavam tanto de dia como à noite sob a Luz da Estrela Misteriosa, guardados pelo glorioso Arcanjo, o Cristo. É dito que durante a jornada, os Homens Sábios observaram as maravilhas da Virgem e da Criança. Isto é, leram o sublime acontecimento na Memória da Natureza, e depois, ao entrarem no estábulo, obtiveram a confirmação material do fato, contemplando a beleza celestial da Divina Mãe e da Criança, rodeados por uma luz deslumbrante, de maneira idêntica aos que haviam observado nos Eternos Registros da Natureza.

 (de Corinne Heline – Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 04/1967)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Vimos a sua Estrela: a causa oculta da recepção do “Filho de Deus” não ser feita pelos “homens”

Vimos a sua Estrela: a causa oculta da recepção do “Filho de Deus” não ser feita pelos “homens”

Tendo nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do Rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém dizendo: “Onde está Aquele que é nascido rei dos judeus”? Porque vimos a Sua estrela no Oriente, e viemos adorá-Lo”.

Os magos do Oriente eram filósofos. Faziam parte de uma grande e influente classe que incluía homens de nobre nascimento, bem como muitos ricos e sábios de sua nação. Eram sábios ocultistas. Entre estes se achavam muitos que abusavam da credulidade do povo. Outros eram homens justos, que estudavam e conheciam profundamente a Astrologia, sendo honrados por sua integridade e sabedoria. Desses eram os magos que foram em busca de Jesus.
A luz de Deus está sempre brilhando entre as trevas do paganismo. Ao estudarem esses magos o céu estrelado, procurando sondar os mistérios ocultos em seus luminosos caminhos, viram a glória do Criador. Buscando mais claro entendimento, voltaram-se para as Escrituras dos hebreus. Guardados como tesouro haviam, em sua própria terra, escritos proféticos, que prediziam a vinda de um mestre divino. Balaão pertencia aos magos, enquanto fosse em tempos profeta de Deus, pelo Espírito Santo predissera a prosperidade de Israel e o aparecimento do Messias, e suas profecias haviam sido conservadas, de século em século, pela tradição. No Velho Testamento, porém, a vinda do Salvador era mais claramente revelada. Os magos souberam, com alegria, que Seu advento estava próximo, e que todo o mundo se encheria do conhecimento da glória do Senhor.

Viram os magos uma espantosa Conjunção de Astros nos céus, naquela noite em que a glória de Deus inundara as colinas de Belém. A isso deram o nome de estrela. Não era uma estrela fixa, nem um Planeta, mas um Aspecto entre Astros que excitou o mais vivo interesse. Aquela estrela tinha grande significação, e para eles um significado especial. Consultaram sacerdotes e filósofos, e examinaram os rolos dos antigos registros. A profecia de Balaão declarara: “Uma estrela procederá de Jacó e um cedro subirá Israel (Nr 24:17). Teria acaso sido enviada essa singular estrela como precursora do Prometido? Os magos acolheram com agrado a luz da verdade enviada pelo céu; agora era sobre eles derramada em mais luminosos raios. Foram instruídos em sonhos a ir em busca do recém-nascido Príncipe.

Como Abraão, pela fé, saíra em obediência ao chamado de Deus, “sem saber para onde ia” (Hb 11:8); como pela fé, Israel seguira a coluna de fumo até a terra prometida, assim esses gentios saíram em procura do prometido Salvador. Esse país oriental abundava em coisas preciosas, e os magos não se puseram a caminho de mãos vazias. Em costume, a príncipes ou outras personagens de categoria, oferecer presentes como ato de homenagem, e os mais ricos dons proporcionados por aquela região foram levados em oferta àquele em que haviam de ser benditas todas as famílias da Terra. Os presentes levados tinham, além disso, um sentido profundamente oculto.

Era necessário jornadear de noite, a fim de não perderem a oportunidade de encontrarem o Menino. Se bem que longa, a viagem foi feita com alegria.

Chegaram à terra de Israel, e descem o Monte das Oliveiras, tendo à vista Jerusalém. Ansiosos começam a busca, esperando confiantemente que o nascimento do Messias fosse o jubiloso assunto de todas as bocas. São, porém, vãs suas pesquisas. Entretanto, na Santa Cidade, dirigem-se ao templo. Para seu espanto, não encontraram ninguém que parecesse saber do recém-nascido Rei. Suas perguntas não despertaram expressões de alegrias, mas antes de surpresa e temor, não isentos de desprezo.

Os sacerdotes repetem as tradições. Exaltam sua própria religião e piedade, ao passo que acusam os gregos e romanos como maiores pagãos e pecadores que todos os outros. Os magos não são idólatras, e aos olhos de Deus ocupam lugar muito acima desses. Seus professos adoradores, todavia, são considerados pelos judeus como gentios. Mesmo entre os designados depositários dos Santos Oráculos, suas ansiosas perguntas não fazem vibrar nenhuma corda de simpatia.

A chegada dos magos foi prontamente divulgada por toda Jerusalém. Sua estranha mensagem criou entre o povo uma excitação que penetrou no palácio do rei Herodes. O astuto edomita foi despertado ante a notícia de um possível rival. Inúmeros assassínios lhe haviam manchado o caminho ao trono. Sendo de sangue estrangeiro, era odiado pelo povo sobre quem governava. Sua única segurança era o favor de Roma. Esse novo Príncipe, no entanto, tinha mais elevado título. Nascera para o reino.

Herodes suspeitou que os sacerdotes estivessem tramando com os estrangeiros para excitar um tumulto popular, destronando-o. Ocultou, no entanto, sua desconfiança, decidido a malograr-lhes os planos por maior astúcia.

Convocando os principais dos sacerdotes e os escribas. Interrogou-os quanto aos ensinos dos livros sagrados com relação ao lugar do nascimento do Messias.

Essa indagação do usurpador do trono, e o ser feita a instâncias de estrangeiros, espicaçou o orgulho dos mestres judeus. A indiferença com que se voltaram para os rolos da profecia, irritou o ciumento tirano. Julgou que estavam buscando ocultar seu conhecimento do assunto. Com uma autoridade que não ousaram desatender, ordenou-lhes que fizessem atenta investigação e declarassem o lugar do nascimento do esperado Rei. “E eles lhe disseram: Em Belém de Judeia; porque assim está escrito pelo profeta:

“E tu Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar Meu povo de Israel” (Mt 2:6).

Herodes convidou então os magos a uma entrevista particular. Rugia-lhe no coração uma tempestade de ira e temor, mas manteve um exterior sereno, e recebeu cortesmente os estrangeiros. Indagou em que tempo aparecera a estrela, e professou saudar com alegria a notícia do nascimento de Cristo. Pediu a seus hóspedes: “Perguntai diligentemente pelo Menino, e, quando O achardes participa-me, para que também eu vá e O adore”. Assim falando, despediu-os para que seguissem seu caminho a Belém.

Os sacerdotes e anciãos de Jerusalém não eram tão ignorantes a respeito do nascimento de Cristo como se faziam. A notícia da visita dos anjos aos pastores fora levada a Jerusalém, mas os rabis a tinham recebido como pouco digna de atenção. Eles próprios poderiam haver encontrado Jesus e estariam preparados para conduzir os magos ao lugar em que nascera; ao invés disso, porém, foram eles que lhes vieram chamar a atenção para o nascimento do Messias. “Onde está Aquele que é nascido Rei dos Judeus?” – Perguntaram – “porque vimos a Sua estrela no Oriente, e viemos adorá-Lo”.

Então o orgulho e a inveja cerraram a porta à luz. Fossem acreditadas as notícias trazidas pelos pastores e os magos, e teriam colocado os sacerdotes e rabinos numa posição nada invejável, destituindo-os de suas pretensões a exponentes da verdade de Deus. Estes doutos mestres não desceriam a ser instruídos por aqueles a quem classificavam de gentios. Não poderia ser, diziam, que Deus os passasse por alto, para Se comunicar com pastores ignorantes ou incircuncisos pagãos. Resolveram mostrar desprezo pelas notícias que estavam agitando o rei Herodes e toda Jerusalém. Nem mesmo iriam a Belém, a ver se essas coisas eram assim. E levaram o povo a considerar o interesse em Jesus como excitação fanática. Aí começou a rejeição de Cristo pelos sacerdotes e rabis.

Daí cresceu seu orgulho e obstinação até se tornar em decidido ódio contra o Salvador. Enquanto Deus abria a porta aos gentios, estavam os chefes judeus fechando-a a si mesmos.

Sozinhos partiram os magos de Jerusalém. Caíam as sombras da noite quando saíram pelas portas, mas, para sua grande alegria sabiam estar perto do Messias. Não tinham, como os pastores, recebido comunicação quanto ao humilde estado da Criança. Depois da longa jornada, ficaram decepcionados com a indiferença dos chefes judeus, e deixaram Jerusalém menos confiantes do que quando nela penetraram. Em Belém, não encontraram nenhuma guarda real a proteger o recém-nascido Rei. Não havia a assisti-Lo nenhum dos grandes da Terra. Jesus estava deitado numa manjedoura. Os pais eram Seus únicos guardas.

“E, entrando na casa, encontraram o Menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, O adoraram”. Através da humilde aparência exterior de Jesus, reconheceram a presença da Divindade. Deram-Lhe o coração como a seu Salvador, apresentando então suas dádivas: “ouro, incenso e mirra”. Que fé a sua! Como do centurião romano, mais tarde, poder-se-ia haver dito dos magos do Oriente: “Nem mesmo em Israel encontrei tanta fé” (Mateus 8:10).

Os magos não haviam penetrado os desígnios de Herodes para com Jesus. Satisfeito o objetivo de sua viagem, prepararam-se para regressar a Jerusalém, na intenção de pô-lo ao fato do êxito que haviam tido. Em sonho, porém, recebem a divina mensagem de não ter mais comunicações com ele. E, desviando-se de Jerusalém partem para sua terra por outro caminho.

De igual maneira, recebeu José aviso de fugir para o Egito com Maria e a criança. E o Anjo disse: “E demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar”. José obedeceu sem demora, pondo-se de viagem à noite, para maior segurança.

Por meio dos magos, Deus chamara a atenção da nação judaica para o nascimento de Seu Filho. Suas indagações em Jerusalém, a excitação do interesse popular, e o próprio ciúme de Herodes, que forçou a atenção dos sacerdotes e rabis, dirigiu os espíritos para as profecias relativas ao Messias, e ao grande acontecimento que acabava de ter lugar.

Os magos estiveram entre os primeiros a saudar o Redentor. Foi sua a primeira dádiva a lhe ser posta aos pés. E por meio daquela dádiva que privilégio em servir tiveram eles! Deus Se deleita em honrar a oferta de um coração que ama, dando-lhe a mais alta eficiência em Seu serviço. Se dermos o coração a Jesus, trar-Lhe-emos também as nossas dádivas.

Nosso ouro e prata, nossas mais preciosas posses terrestres, nossos mais elevados dotes mentais e espirituais ser-lhe-ão inteiramente consagrados, a Ele que nos amou e se entregou a Si mesmo por nós.

Em Jerusalém, Herodes aguardava impaciente a volta dos magos. Como passasse o tempo, e não aparecessem, despertaram-se nele suspeitas. A má vontade dos rabis em indicar o lugar, do nascimento do Messias, parecia mostrar que lhe haviam penetrado o desígnio e que os magos se tinham propositadamente esquivado. Esse pensamento o enraiveceu. Falhara a astúcia, mas restava-lhe o recurso da força. Faria desse Rei-criança um exemplo. Aqueles insolentes judeus haviam de ver o que podiam esperar de suas tentativas de colocar um monarca no trono.

Imediatamente foram enviados soldados a Belém, com ordem de matar todas as crianças de dois anos para abaixo.

Os sossegados lares da cidade de Davi presenciaram aquelas cenas de horror que, seiscentos anos antes, haviam sido reveladas ao profeta. “Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto; Raquel chorando os seus filhos, e não querendo ser consolada, porque já não existem”.

Essa calamidade trouxeram os judeus sobre si mesmos. Houvessem estado nos caminhos da fidelidade e da humildade perante Deus, e Ele haveria, de maneira assinalada, tornado sem efeito para eles a ira do rei. Mas separaram-se de Deus por seus pecados, e rejeitaram o Espírito Santo, que lhes era o único escudo. Não estudaram as Escrituras com o desejo de se conformarem com a vontade de Deus. Buscaram as profecias que podiam ser interpretadas para sua exaltação, e mostraram que o Senhor desprezava as outras nações. Jactavam-se orgulhosamente de que o Messias havia de vir como rei, conquistando seus inimigos e esmagando os gentios em sua indignação. Assim, haviam excitado o ódio dos governadores. Mediante a maneira por que desfiguravam a missão de Cristo, Satanás intentara tramar a destruição do Salvador; ao invés disso, porém, ela lhes caiu sobre a própria cabeça.

Este ato de crueldade foi um dos últimos que entenebreceu o reinado de Herodes. Pouco depois da matança dos inocentes, foi ele próprio obrigado a submeter-se àquela condenação que ninguém pode desviar. Teve morte terrível.

José, que ainda se achava no Egito foi então solicitado por um Anjo de Deus a voltar para a terra de Israel. Considerando Jesus como o herdeiro de Davi, José desejava estabelecer residência em Belém; ouvindo, porém, que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai, receou que o desígnio do pai contra Cristo pudesse ser executado pelo filho. De todos os filhos de Herodes, era Arquelau o que mais se assemelhava a ele em caráter. Já sua sucessão no governo fora assinalada por um tumulto em Jerusalém, e o morticínio de milhares de judeus pelas guardas romanas.

Novamente foi José encaminhado para um lugar de segurança. Voltou para Nazaré, sua residência anterior, e ali, por cerca de trinta anos viveu Jesus, “cumprindo-se deste modo o que tinha sido predito pelos profetas: Será chamado Nazareno”. A Galileia estava sob o domínio de um filho de Herodes, mas tinha uma mistura muito maior de habitantes estrangeiros do que a Judéia. Havia, assim, muito menos interesse nas questões que diziam respeito especialmente aos judeus, e os justos direitos de Jesus, corriam menos riscos de excitar os ciúmes dos que estavam no poder.

Tal foi a recepção feita ao Salvador ao vir à Terra. Parecia não haver nenhum lugar de repouso ou segurança para o infante Redentor. Deus não podia confiar Seu amado Filho aos homens, nem mesmo enquanto levava avante Sua obra em benefício da salvação deles. Comissionou Anjos para assisti-Lo e protegê-Lo até que cumprisse Sua missão na Terra, e morresse às mãos daqueles a quem viera salvar.

(Publicado na revista ‘Serviço Rosacruz’ – 12/79)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O Esotérico “Branca de Neve e os Sete Anões”

O Esotérico: Branca de Neve e os Sete Anões

O branco é o resumo de todas as cores: símbolo da unidade do espírito. Deus é Luz. Somos feitos a Sua imagem e semelhança e, portanto, somos Luz também. Quando a luz se refrata, em manifestação, se bem conserve sua unidade de origem, aparece como as cores primárias: vermelho (expressão do Espírito Humano), amarelo (expressão do Espírito de Vida) e Azul (expressão do Espírito Divino) a Trindade em Um. Estas cores, entre si combinadas, produzem as secundárias: alaranjado, verde, índigo e violeta; ao todas as sete cores do espectro.

Neve é símbolo de pureza. Branca de Neve, o do Espírito Virginal, puro.

Era filha de um Rei, porque o espírito é parte de Deus, herdeiro dos céus.

Quando o espirito humano chegou a meados da Época Atlante (sétimo dia da criação, em que Deus descansou, deixando ao ser humano, de posse da Mente, o livre arbítrio, para dirigir-se por si só), perdeu seus guardiões angelicais. Ao mesmo tempo, pelo desenvolvimento do egoísmo, da ideia de separatividade, da gradativa materialização, fomos nos ligando ao plano material. Foi quando perdemos nossa “mãe” e ganhamos uma “madrasta” egoísta e má.

O castelo é nosso corpo. Dele saía nossa natureza inferior (a madrasta), por baixo, em suas práticas de magia negra. Não se fala do Pai, não se vê o Pai. Embora Deus nos ame muito e nos assista sempre, é preciso que aprendamos a nos dirigir sozinhos. Além disso, nós é que, com a perda da visão espiritual não o vemos nem sentimos. Essa a razão da omissão.

Quando a natureza espiritual se foi desenvolvendo com as qualidades superiores da alma, e por um penoso esforço (lavar as escadarias do castelo é purificarmo-nos e, gradativamente, subir) sua beleza despertou ciúmes na madrasta rainha. Isto quer dizer que a natureza superior se deve desenvolver no silêncio, sem alarde, para não provocar ciúmes da natureza inferior. Como Herodes mandou matar todas as criancinhas que tivessem até dois anos, para eliminar Jesus, cujo poder temia, assim é a natureza inferior em nosso reino interno. O egoísmo quer reinar supremo.

Todavia, nossa consciência, algo despertada, reconhece a realidade do espírito e intuitivamente (como a mulher de Pôncio Pilatos) teme agir contra Ele. Assim, o caçador poupou-a mandando que ela fugisse. Como José conduzia Maria e o menino Jesus ao Egito (a terra do silêncio para fugir de Herodes), o egoísmo, Branca de Neve conduzida pelos passarinhos (intuição) se refugiou na casa dos sete anões, (símbolo dos sete princípios que agem dentro de nós, propiciando impulsos para evoluirmos). É nosso zodíaco, em cujas casas temos auxiliares. Descansamos em “suas camas”. Os anões caracterizam bem as naturezas planetárias: o Mestre é Saturno; Zangado é Marte; Dengoso é Vênus; Feliz é Júpiter; Atchim é Urano; Soneca é a Terra; e Dunga é Mercúrio. De fato Saturno é o provador das almas. Marte, passional, belicoso e maléfico em sua influência adversa é do contra. Vênus é amoroso e sentimental. Júpiter é benevolente e otimista. Urano é espasmódico. A Terra está mergulhada em “sono”, até que seja despertada. E Mercúrio, até a pouco em noite cósmica, não estava em manifestação (não se exprimia).

Mas a insidiosa influência dos espíritos lucíferos continuava. As religiões de raça nos acentuaram o egoísmo. Quer dizer: a madrasta nos atingiu. Mordemos a maçã “envenenada” (anestesia do erro, pois o salário do pecado é a morte) e mergulhamos no sono da inconsciência material, sendo encerrados num caixão de ouro e cristal no alto da montanha, até que sejamos despertados pelo primeiro beijo de amor. O caixão é nosso Corpo. De ouro porque é expressão do espírito; de cristal, porque cristalizado, densificado pelas transgressões às leis naturais. A montanha é nossa cabeça, onde estão os acentos do espírito do Ego. O príncipe é Cristo, em relação à humanidade, ou o principio crístico, o Cristo Interno em relação a cada um de nós.

Um dia chegará a nossa libertação pessoal, que depende de nosso esforço e ajuda das forças propulsoras de nossa evolução, principalmente de Cristo, nosso Salvador, que um dia já nos visitou no “castelo” e ainda voltará para as núpcias com nossa alma.

Então sairemos do nosso caixão de cristal, ao lado do cavalo branco do discernimento, vislumbrando, contra o horizonte um novo castelo, uma nova era, de amor fraternal entre todos os seres humanos, então reunidos num só rebanho, sob um só pastor.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de set/1966)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ritual do Serviço da Véspera de Natal – Noite Santa

FRATERNIDADE ROSACRUZ

Ritual do Serviço de Véspera de Natal – Noite Santa

  1. O Oficiante convida os presentes a cantarem, de pé, o Hino Rosacruz de Abertura.
  2. O Oficiante ilumina e descobre o Símbolo Rosacruz e apaga as luzes, exceto a que o ilumina o Símbolo e a que auxilia na leitura.
  3. Em seguida, fixa o olhar no Símbolo Rosacruz e fala a saudação Rosacruz:

“Queridos irmãos e irmãs:

Que as rosas floresçam em vossa cruz”

  1. Todos respondem: “E na vossa também.
  2. Todos se sentam, menos o Oficiante.
  3. Em seguida, o Oficiante começa a leitura do texto do Ritual:

Uma vez mais, no transcurso de um ano, encontramo-nos na véspera de Natal, o acontecimento mais importante para a humanidade. Evocando solenemente esta noite memorável, leiamos o relato da Anunciação e do Nascimento, tal como exposto no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas e no segundo capítulo do Evangelho de São Mateus, em nossa Bíblia Sagrada, que nos foram dadas pelos Anjos do Destino:

E foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da virgem era Maria. E, entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: ‘Deus te salve, cheia de graça, o Senhor é contigo: Bendita és tu entre as mulheres.’. Ela, tendo ouvido estas coisas, turbou-se com suas palavras e discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: ‘Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás a luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. E este será grande, e será chamado FILHO DO ALTÍSSIMO, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu Pai Davi, e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim’. E Maria disse ao Anjo: ‘Como se fará isso, pois, eu não conheço varão?’. E respondendo o Anjo disse-lhe: ‘O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra e por isso mesmo o Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus’.” (Lc 1:26-36).

Tendo, pois, nascido Jesus em Belém de Judá, reinando o rei Herodes, eis que uns sábios chegaram do Oriente a Jerusalém, dizendo: ‘Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? Porque vimos a Sua Estrela no Oriente e viemos adora-lo’. E, ouvindo isto, o rei Herodes turbou-se e toda a cidade de Jerusalém com ele. E, convocando todos os príncipes dos sacerdotes, estes o disseram: ‘Em Belém de Judá, porque foi escrito pelo profeta: e tu, Belém, Terra de Judá, não és a mínima entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que há de comandar Israel, meu povo’. Então, Herodes, tendo chamado secretamente os sábios, inquiriu deles cuidadosamente que tempo havia que lhes tinham aparecido a estrela; e, enviando-os a Belém, disse: ‘Ide e informai-vos bem acerca do menino e, quando o encontrardes, comunicai-mo a fim de que eu também o vá adorar’. E eles, tendo ouvido estas palavras do rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que chegando sobre onde estava o menino, parou. Vendo a estrela ficaram possuídos de grandíssima alegria. E, entrando na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofereceram presentes de ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho a seu país.” (Mt 2:1-2; 12).

Aprendemos, através dos ensinamentos dos Irmãos Maiores da Rosacruz, que os Solstícios de Junho e Dezembro, juntamente com os Equinócios de Março e Setembro, formam os pontos de transição na vida do Grande Espírito da Terra, um Raio do Cristo Cósmico, que veio ajudar a humanidade a substituir a Lei pelo Amor. Ele tomou os Corpos Denso e Vital de Jesus e apareceu como homem entre os homens, para demonstrar que somente através de um trabalho interno é possível superar a separatista religião de raça e estabelecer a Fraternidade Universal.

Em Setembro ocorre uma mudança na atmosfera terrestre; uma luz começa a resplandecer nos céus e a se espalhar por todo o universo solar. Gradualmente, essa luz aumenta em intensidade, envolvendo totalmente o nosso globo. Pouco a pouco vai penetrando em nosso Planeta, até concentrar-se no centro da Terra. Na Noite Santa, quando o Signo zodiacal da Virgem Celestial Imaculada se coloca sobre o horizonte oriental, essa luz alcança seu menor comprimento e seu máximo de poder e resplendor. Começa a irradiar, então, seu concentrado raio luminoso, infundindo vida nova a Terra e assegurando, deste modo, as atividades da Natureza para o ano seguinte. Este é o princípio do grande drama cósmico que se realiza todos os anos, de Dezembro à Março.

Sendo assim, o Natal não é meramente a comemoração do nascimento de nosso amado Irmão Maior, Jesus de Nazaré, senão também o advento do influxo rejuvenescedor, de amor e de vida, de nosso Pai Celestial, enviado por Ele para redimir o mundo do jugo da morte invernal. Sem este novo influxo de vida e energia divinas, nós logo pereceríamos fisicamente e nosso processo de evolução atual seria frustrado, no que concerne a atual linha de desenvolvimento. Agora é quando a Terra se encontra mais próxima do Sol. Os raios espirituais caem em ângulo reto sobre a superfície da Terra no Hemisfério Norte, promovendo espiritualidade, ao mesmo tempo em que as atividades físicas se mantêm latentes, devido ao ângulo oblíquo com que os raios solares incidem na superfície da Terra, naquele Hemisfério. O decaimento das atividades físicas cede lugar a um poderoso fluxo das forças espirituais que alcançam o ponto máximo na noite de 24 para 25 de dezembro. Daí que a noite de Natal seja chamada “Noite mais Santa” do ano.

Por outro lado, não devemos esquecer que o nascimento de Cristo na Terra é ao mesmo tempo a morte de Cristo para a glória dos céus; este é o tempo que nós regozijamos pelo Seu retorno anual, onde Ele toma sobre si a pesada carga física, que nós cristalizamos sobre nós mesmos e que, presentemente, é a nossa morada: a Terra. Nesse corpo pesado Ele é incrustado e, ansiosamente, Ele espera pelo dia de Sua final libertação.

Qual deverá ser, pois, a maior aspiração do devoto e iluminado Aspirante, já consciente da grandiosidade do sacrifício de Cristo, da magnitude desta graça conferida por Deus à humanidade, na época presente do ano? Que percebe que este sacrifício de Cristo é por nossa causa, sujeitando-Se a uma morte virtual, para que possamos viver? Seu maravilhoso Amor está sendo derramado sobre a Terra inteira, nesse momento! Será, certamente, o anseio de imitar, embora dentro de suas limitadas proporções, as portentosas obras de Deus; a aspiração de converter-se, mais do que nunca, em servidor da Cruz; o de seguir mais de perto o Cristo em tudo se sacrificando pelas suas irmãs e irmãos, buscando elevar a todos os seus semelhantes em seu imediato círculo de relações, a fim de antecipar o dia da libertação final. Se trabalharmos sinceramente em nossa própria esfera, não importa onde ela possa estar, então veremos o maravilhoso crescimento anímico que poderá ser alcançado; e todos podem ver que a luz de Natal, a luz do Cristo recém-nascido, brilhando dentro de nossa esfera de ação.

As vibrações espirituais são mais intensas à meia noite da Noite Santa. Nessa noite é mais fácil obter um contato consciente com o Sol espiritual e a retrospecção e as resoluções para o novo ano são mais eficazes.

Vamos unir nossos esforços espirituais concentrados de aspiração e oração para o crescimento individual e coletivo da alma a fim de termos um ano espiritualmente produtivo.

Queridos Irmãs e Irmãos:

Esforcemo-nos por alcançar, durante o próximo ano, um maior grau de semelhança com Cristo, maior do que já alcançamos. Busquemos viver de tal modo que, ao transcorrer novo ano, vejamos a Luz do Natal e escutemos dentro de nós o tanger dos sinos evocando nossa presença ao Serviço da Noite Santa e sintamos que nossa vida tem realmente sido frutífera a serviço de Cristo.

Entremos agora em SILÊNCIO e, por alguns instantes concentremo-nos sobre este tema: NASCIMENTO ESPIRITUAL POR MEIO DO SERVIÇO A CRISTO.

  1. Em torno de 5 minutos
  2. Terminada a Concentração, o Oficiante cobre o Símbolo Rosacruz e acende as luzes
  3. O Oficiante convida todos a se levantarem e a cantarem o Hino Rosacruz de Encerramento
  4. O Oficiante profere a seguinte exortação de despedida:

E agora, queridas Irmãs e Irmãos, retiremo-nos silenciosamente, falando apenas o que seja absolutamente necessário, e de novo meditemos sobre estas coisas, consagrando nossas vidas e tomando resoluções para um novo ano espiritualmente produtivo de modo que a cada dia nós possamos, como indivíduos e como uma Fraternidade, tornarmo-nos dignos de sermos utilizados como colaboradores conscientes da obra benfeitora dos Irmãos Maiores a serviço da humanidade.

QUE AS ROSAS FLORESÇAM EM VOSSA CRUZ

  1. Apaga-se a luz do Templo

(todos devem se retirar do Templo em silêncio)

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