Arquivo anual 2024

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Maternidade

Apesar das tentativas em menosprezar a maternidade é caracterizada como algo enfadonho; essa quando analisada sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes é um dos atos mais nobres a que uma mulher pode aspirar além de ser um dos mais importantes a que possa se submeter.

As responsabilidades e os privilégios da maternidade, se encarada com reverência e seriedade, pode ser uma das experiências mais gratificantes no plano físico, além de proporcionar grande crescimento anímico, crescimento da alma da pessoa.

A mãe providencia o veículo inicial que irá ser utilizado pelo Ego que está a caminho do renascimento. Ela, mais do que qualquer outra pessoa, está em condição de determinar o ambiente no qual a criança cresce e as influências a que está sujeita durante os seus anos de desenvolvimento. Os veículos em formação da criança se desenvolverão de acordo com o tratamento e as atitudes que a mãe teve para com os seus próprios veículos físico, emocional e mental (Corpo Denso, Corpo de Desejos e Mente, respectivamente).

Sob a luz dos Ensinamentos Rosacruzes, tentativas de conceber somente deveria ser feita quando as linhas de forças astrais (Sol, Lua e Planetas) estiverem favoráveis. A energia criadora deve ser canalizada para a atividade mental.

Jamais utilizada para se obter prazer. Do ponto de vista astrológico, existem duas condições importantes a serem consideradas se desejamos que um Ego renasça sob condições harmoniosas. Em primeiro lugar os pais devem possuir afinidades, e em segundo a concepção deve ocorrer quando as forças astrais estiverem em relação harmoniosa indicada no horóscopo dos pais. Por “relação harmoniosa”, não queremos dizer presença de Trígonos, Sextis ou Conjunções benéficas, mas também equilíbrio entre as dissonâncias.

Apesar de ser verdade que a “Queda do Homem” teve como causa a má utilização do ato criador, não devemos esperar que este ato seja retificado somente pela concepção sob condições astrais favoráveis. A Humanidade tem se desenvolvido consideravelmente desde aquela época, sendo que as necessidades do ser humano moderno são maiores.

Existe uma verdade na Astrologia Rosacruz que infelizmente é ignorada por muitas pessoas: um horóscopo não pode prometer mais do que é inerente a sua natureza. Consequentemente devemos nos perguntar: qual é o valor de verificarmos condições astrais favoráveis se ao mesmo tempo não avaliamos o nosso estágio físico, mental e espiritual? Se tais atributos são pobres independente da natureza das condições astrais, os resultados não são satisfatórios. Dessa forma se desejamos conceber crianças saudáveis, não devemos atentar somente para as condições astrais, mas também nos purificarmos o melhor que pudermos. Assim, quando as condições internas indicadas pelas posições astrais sejam favoráveis, podemos esperar a concepção de Egos qualificados. Como a maior parte da Humanidade não alcançou um estágio evolutivo considerável, é óbvio que uma vida de celibato é algo difícil de se esperar. Como consequência, a maioria das crianças continua sendo concebida em momentos indevidos.

Uma vez ocorrida a concepção – deliberadamente ou não – a primeira obrigação dos pais é para com a criança. Ambos são responsáveis pelo Ego que está a caminho do renascimento. Conveniente ou não os pais devem procurar desempenhar tal tarefa da melhor maneira possível, não somente por causa do Ego que está para renascer, mas também por seus próprios futuros. A tranquilidade com a qual a gravidez é muitas vezes interrompida, por conveniência, é repreensível, e os envolvidos incorrerão em pesados débitos do destino.

A síntese da maternidade se encontra em Maria, a mãe de Jesus. No Cristianismo Popular, ela é reverenciada como uma Virgem Imaculada de pureza inviolável. O Cristianismo Esotérico também a reverencia pela sua pureza e espiritualidade, porém relata que a “concepção imaculada” se refere ao fato de que Maria e José, dois seres que possuem elevadas Iniciações, foram capazes de realizar o ato criador sem paixão, somente com o propósito de fazer com que um Ego conhecido como Jesus, renascesse na Terra. Jesus, cuja missão era desenvolver o seu Corpo Denso e seu Corpo Vital para ser usado por Cristo, foi sem dúvida o ser humano mais puro e desenvolvido espiritualmente. A mãe dele também teve que se purificar, pois somente assim seria capaz de gerar um ser tão nobre. Assim sendo, uma vida pura, vivida sob os ditames das Leis de Deus, é o melhor preparo para a maternidade. Quanto mais experiência a mãe adquire ao procurar dar o melhor tratamento possível aos seus veículos, mais capaz ela será de trabalhar com a criança. Certamente, não importa que direção a vida tenha tido nos anos anteriores à concepção; tão logo uma mulher tome consciência de que está grávida, é de sua responsabilidade se esforçar para ter bons pensamentos e praticar atos que beneficiem seu futuro filho.

Hábitos Nocivos

Estudos científicos têm revelado que os maus hábitos como fumar tabaco ou afins, tomar bebidas alcoólicas e utilizar drogas causam danos consideráveis ao feto em desenvolvimento. Felizmente a ciência material está ajudando a convencer as mulheres que desejam ser mães, a mudar seus comportamentos. Parece que o bom senso é o suficiente para mostrar que esses hábitos são perigosos tanto para o feto quanto para a mãe.

A mesma coisa vale para os alimentos que a mãe consome, particularmente no período da gestação. Uma dieta rica em nutrientes ajuda a realizar o seu trabalho de forma eficaz, além de fornecer um melhor material para a construção dos veículos do Ego que está a caminho.

Ao contrário, uma dieta pobre formada basicamente de produtos refinados, doces, carnes, embutidos e outros elementos nocivos, prejudica ambos os Egos.

Ambiente Harmonioso

Igualmente importante são os pensamentos que a mãe dirige para a criança. O tempo de retorno à Terra é, particularmente, difícil para um Ego. Ele deixa a segurança e a harmonia dos Mundos espirituais e retorna ao tumultuado e doloroso Mundo Físico. Não importa quanto ansioso esteja por vivenciar as experiências terrestres; o “se envolver na matéria” não pode ser indeciso. Qualquer ajuda que o Ego receba nesse momento, que o faça se sentir amado e desejado, será de um valor incalculável. Se ele sente que a família em que irá nascer e, particularmente, os seus pais estão preparados para recebê-lo de braços abertos, as vicissitudes da vida futura tendem a se tornar mais amenas. Talvez até, seja mais verídico para um Ego que está para renascer do que para aquele que tenha estado de algum modo preso à Terra, que a presença do amor diminua o peso do destino, enquanto a sua ausência aumenta até mesmo os aborrecimentos mais triviais. Importante, também, é a atmosfera em que a mãe se situa. Se a vida da mãe no lar é calma, se ela é rodeada de amor e carinho pelo marido, pela família e pelos conhecidos, se dá valor às questões espirituais, se aprecia a boa música, a natureza, leituras elevadas, e coisas afins, tudo isto se refletirá, não somente em seu estado mental, como também na criança que traz dentro de si. Desarmonia, amoralidade e atividades de gosto questionáveis, penetram na consciência da mãe e perturbam não só a sua serenidade, como também a da criança.

O Ego e as Leis

A Fraternidade Rosacruz evidencia que tanto a Lei de Consequência quanto a Lei de Atração determinam o lugar em que o Ego irá renascer, assim como a família e o ambiente em que irá viver.

Relacionamentos inimigos em vidas passadas perduram até o momento em que estes sejam solucionados com amor. Isso explica os antagonismos tão comuns entre membros de uma família. Às vezes há o antagonismo entre mãe e filho, desde o começo. Esse é o caso de dois Egos que estão tendo a oportunidade de reconciliarem-se. Tal situação requer sabedoria e boa vontade por parte da mãe, sentimentos que se refletem na criança que ela educa.

Por outro lado, relações harmoniosas entre membros de uma família, é o resultado da boa conduta que os envolvidos tiveram em vidas passadas. A Lei de Consequência irá determinar de que forma o Ego, que está para renascer, irá viver. A falta de cuidado que teve com os seus veículos em vidas passadas resulta em veículos fracos na atual existência. Os débitos do destino indicam que o Ego irá ser privado de algo.

As Leis de Deus não podem ser infringidas e as lições têm que ser aprendidas, muitas vezes, sem a ajuda da mãe, que se verá impossibilitada de aliviar o sofrimento que a criança tem que enfrentar.

Se, o Ego tem que passar a sua existência em um veículo debilitado, a mãe tem a prerrogativa e até mesmo o dever de lhe ensinar as regras de higiene e alimentação, que o capacitarão a utilizar, da melhor maneira possível, o veículo que possui atualmente. Os pais podem não dispor de recursos materiais suficientes para oferecer à criança, porém devem se doar, lhe transmitindo amor e confiança. Agindo dessa forma, moldarão a criança aos mais elevados padrões morais, além de fazer com que se torne um ser humano autossuficiente e confiável.

A Astrologia Rosacruz como um recurso

Uma vez que a criança nasceu, convém que a mãe verifique o horóscopo natal da criança o quanto antes. Será bom que procure adquirir conhecimentos suficientes de Astrologia Rosacruz a fim de que possa interpretar o horóscopo. Caso contrário, a interpretação do horóscopo da criança, feita por um verdadeiro Astrólogo Rosacruz qualificado, poderá ser devidamente estudada. As configurações astrais, quando a criança respira pela primeira vez, revelam as debilidades ou fortalezas com que o Ego está retornando à Terra, características que são determinadas conforme os atos praticados nas últimas existências.

Conhecendo os pontos fortes e fracos a que sua criança está sujeita, a mãe deve orientá-la devidamente nos seus primeiros anos de vida a fim de que o Ego evolua. Caso perceba que a criança é propensa à indulgência sensual, uma ênfase na moderação é fator importante. Porém se tende a ser hostil para com os demais, a mãe poderá fazer com que a criança conviva com os seus amigos, auxiliando-os quando necessário.

Se há uma inclinação para a supremacia material ou prestígio intelectual, deve-se procurar explicar à criança a sua natureza espiritual, sendo que tal entendimento é de extrema importância.

Educação

Cabe lembrar que o conhecimento adquirido pelas crianças nos planos superiores ainda está latente e que o ceticismo, cinismo e ilusão do Mundo Físico estão desconhecidos.

Uma educação baseada nos conhecimentos da Filosofia Rosacruz, que é Cristã Esotérica, será de incomensurável valor, fazendo com que as crianças se tornem adultos capazes de conduzir suas próprias vidas.

Os preceitos básicos da Filosofia Rosacruz e particularmente o conceito de Fraternidade Universal e Amor podem ser ministrados desde a mais tenra idade. Como as crianças não são críticas, mas muito imitativas, as atitudes e hábitos dos que estão próximos, em particular da mãe, exercem nelas uma influência considerável.

Assim sendo a mãe deve ser cuidadosa a respeito da sua própria expressão, mesmo quando perceba que a criança não a está observando. Não deve ter medo de expor suas experiências de vida, procurando sempre demonstrar confiança e otimismo frente a criança. Também deve se esforçar por viver uma vida de pureza, procurando transmutar os impulsos de sua natureza inferior. É óbvio que a paciência é um fator de extrema importância a cultivar, caso a mãe ainda não a tenha adotado.

Até no ambiente familiar mais afável, os problemas para manter um lar, uma família, cuidar dos filhos e demais afazeres, estressam a mulher. Porém é nessa hora, que o seu desenvolvimento e compreensão a ajudam, pois as forças superiores estão sempre prontas para auxiliar a quem pede orientação e proteção.

O desenvolvimento dos veículos

O Corpo Denso da criança se desenvolve principalmente nos primeiros sete anos de vida, sendo que nesse período a criança é muito curiosa. A mãe pode canalizar esta energia de modo que contribua para o desenvolvimento da criança, bem como para o seu futuro autocontrole e autoconfiança.

É certo que é difícil ser razoável com a criança nessa idade; caso não responda favoravelmente às sugestões de comportamento alternativo, a disciplina se faz necessária, sendo muito mais eficiente do que dizer muitos “nãos”. O tipo de disciplina que a mãe fornece para a criança, mais uma vez, demonstra o seu nível de desenvolvimento. O castigo corporal, a ira, a raiva, os gritos e coisas afins servem apenas para reprimir emoções ou reforçar o senso de superioridade sobre a criança. O efeito é totalmente negativo!

Se a disciplina se faz necessária, a negação de favores e a não concessão de privilégios, se torna mais eficiente. Tal política irá conscientizar a criança a respeito de sua conduta, com toda certeza.

Outra responsabilidade da mãe durante esse período é submeter a criança ao som e ritmo da boa música (com melodia, harmonia e ritmos elevados). Tudo o que existe no Universo é criação do Mundo Cósmico. Apesar de não podermos ouvir a música das esferas, podemos trabalhar os Corpos (Denso, Vital de Desejos) e a Mente da criança através da música terrena.

As cantigas de ninar possuem um ritmo maravilhoso. Quanto mais uma criança aprende a falar e a cantar, e quanto mais música é incorporada ao seu dia a dia, mais fortes e sadios serão os seus veículos nos anos futuros.

Crianças que possuem menos de 14 anos, ainda são uma parte de seus pais, pois na Glândula Timo está armazenada a essência do sangue dos pais, que a criança utiliza para gerar o seu próprio sangue no período da infância. A Glândula Timo é maior antes do nascimento, sendo que diminui à medida que a criança cresce.

Por volta dos 14 anos o Ego já está apto a gerar o seu próprio sangue. Aqui começa a ter identidade própria.

A Visão Etérica

É uma pena que a maioria das mães, atualmente, não possuam habilidade e nem condições de entender as brincadeiras de suas crianças com seus “amigos invisíveis”. É muito comum as crianças terem visões etéricas, verem Gnomos, Duendes, Ondinas, Fadas e Anjos e insistirem que o seu companheiro invisível a acompanhem. Elas não estão inventando estórias. “Amigos invisíveis” são entidades reais e fazem parte das brincadeiras das crianças. A mãe, que é compreensível, entende isso, mesmo não estando consciente da presença de tais entidades. A imaginação ocupa um lugar importante na vida da criança. Da imaginação surge a criatividade, e sem imaginação uma vida criativa não é possível. A mãe que permite que a criança passe horas em frente de uma televisão, de um computador, de um celular, de um jogo eletrônico, que lhe oferece uma grande quantidade de brinquedos (especialmente os que estão prontos, elétricos ou eletrônicos) sem lhe dar oportunidades de criar suas próprias brincadeiras, está fazendo com que a criança não adquira capacidade suficiente para lidar com os problemas que venham ocorrer no futuro. Mães que incentivam a criatividade em seus filhos, jamais ouvem deles frases do tipo: “estou aborrecido” ou “não tenho nada para fazer”.

A Segurança do Amor

Em tudo o que a mãe faça, o objetivo principal deve ser o amor, a compaixão e a compreensão o que, com certeza, será muito benéfico para a criança em formação. Não é fácil ser criança. As restrições a perseguem e tudo parece estar contra ela. Existem mais coisas que precisam ser disputadas e aprendidas do que aquelas que ofereçam satisfação. Logo, a certeza de que está segura no amor materno, a paciência e a compreensão tornarão o processo educativo da criança muito mais fácil, além de transmitir a autoconfiança que será de grande valor nos anos posteriores.

Que as Rosas Floresçam em Vossa Cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

A Teia do Destino – como Tece e Destece

Para compreender como se tece e destece a “Teia do Destino” será necessário que partamos do seu início; para perceber que os primeiros fatos fundamentais da existência são a continuidade da vida e que a ação é a expressão desta mesma vida em manifestação.

No momento exato em que o espírito executa sua primeira ação ele gera uma causa que, forçosamente, há de produzir um efeito correspondente.

Isso é uma absoluta necessidade a fim de que o equilíbrio do Universo possa ser mantido.

Para que se possa efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a “Teia do Destino”, é necessário possuir a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do Corpo físico e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente.

Vamos ver, nesse livro, como isso se dá e como há outras condições na teia do destino.

Há 4 meios de você acessar esse Livro:

1. Em formato PDF (para download):

A Teia do Destino – Max Heindel – como se Tece e Destece

2. Em forma audiobook ou audiolivro:

A Teia do Destino – Como se Tece e Destece – Max Heindel – audiobook

3. Em forma de videobook ou videolivro no nosso canal do Youtube: https://www.youtube.com/c/TutoriaisEstudosFraternidadeRosacruzCampinas/featured

aqui:

A Teia do Destino – Como se Tece e Destece – Max Heindel – videobook

4. Para estudar no próprio site:

Como se tece e destece

Também:

O Efeito Oculto das Nossas Emoções

A Oração – uma Invocação Mágica

Métodos Práticos de se Alcançar o Sucesso

Por

Max Heindel

(1865-1919)

Uma Série de Lições sobre o Lado Oculto da Vida, Mostrando as Forças Ocultas que Moldam o Nosso Destino

Fraternidade Rosacruz

Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

Avenida Francisco Glicério, 1326 – conj. 82

Centro – 13012-100 – Campinas – SP – Brasil

Traduzido e Revisado de acordo com:

1ª Edição em Inglês, editada por Augusta Foss Heindel, em 1920

1ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz Rio de Janeiro – Guanabara – Brasil

2ª Edição em Português, editada pela Fraternidade Rosacruz São Paulo – SP – Brasil

Pelos Irmãos e Irmãs da Fraternidade Rosacruz – Centro Rosacruz de Campinas – SP – Brasil

www.fraternidaderosacruz.com

contato@fraternidaderosacruz.com

fraternidade@fraternidaderosacruz.com

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO

A série de dezessete lições impressas nesse volume é parte das noventa e nove lições mensais enviadas pelo autor a seus Estudantes, durante os últimos anos de sua vida no corpo. Elas são, agora, publicadas pela primeira vez em forma de livro.

Uma série já foi publicada sob o título “Maçonaria e Catolicismo”, como é visto por trás do cenário.

Esses livros contêm os tesouros inestimáveis das últimas investigações desse grande místico, e levam uma mensagem de amor Cristão impregnada de sabedoria divina, que somente um Iniciado nos mais profundos mistérios poderia nos transmitir.

Esperamos que essas lições sejam o meio de reintegrar muitas pessoas de volta à Deus e de fortalecer sua reverência e seu amor por Cristo.

Os Santos Sacramentos, Cristo e Sua Missão, A Significância Oculta das Óperas de Wagner e outros assuntos muito interessantes serão publicados mais tarde.

Augusta Foss Heindel

ÍNDICE

PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO DE 1920. 3

A TEIA DO DESTINO.. 6

PARTE I – INVESTIGAÇÃO ESPIRITUAL – O CORPO-ALMA.. 6

PARTE II – CRISTO INTERNO – A MEMÓRIA DA NATUREZA.. 12

PARTE III – “O GUARDIÃO DO UMBRAL” – ESPÍRITOS APEGADOS À TERRA.. 19

PARTE IV – “O CORPO DO PECADO” – POSSESSÃO POR DEMÔNIOS AUTOCRIADOS – ELEMENTAIS. 27

PARTE V – OBSESSÃO DO SER HUMANO E DOS ANIMAIS. 32

PARTE VI – A CRIAÇÃO DO AMBIENTE – GÊNESE DAS DEFICIÊNCIAS MENTAIS E FÍSICAS. 37

PARTE VII – A CAUSA DA ENFERMIDADE – ESFORÇOS DO EGO PARA ESCAPAR DO CORPO – EFEITOS DA LASCÍVIA.. 42

PARTE VIII – OS RAIOS DE CRISTO CONSTITUEM O “IMPULSO INTERNO” – VISÃO ETÉRICA – DESTINO COLETIVO.. 47

OS EFEITOS OCULTOS DAS NOSSAS EMOÇÕES. 52

PARTE I – A FUNÇÃO DO DESEJO.. 52

PARTE II – OS EFEITOS DA COR DA EMOÇÃO NAS REUNIÕES DAS PESSOAS – O EFEITO ISOLANTE DA PREOCUPAÇÃO.. 57

PARTE III – EFEITOS DA GUERRA SOBRE O CORPO DE DESEJOS – O CORPO VITAL AFETADO PELAS DETONAÇÕES DOS GRANDES CANHÕES. 62

PARTE IV – A NATUREZA DOS ÁTOMOS ETÉRICOS – A NECESSIDADE DA ESTABILIDADE.. 68

PARTE V – OS EFEITOS DO REMORSO OS PERIGOS DO EXCESSO DE BANHOS. 73

A ORAÇÃO: UMA INVOCAÇÃO MÁGICA.. 79

PARTE I – A NATUREZA DA ORAÇÃO E A PREPARAÇÃO PARA A ORAR.. 79

Preparação para a Oração – Ora et Labora. 80

PARTE II – AS ASAS E O PODER – A INVOCAÇÃO – O CLÍMAX.. 85

As Asas e o Poder 86

A Posição do Corpo. 86

A Invocação. 87

O Clímax Final 88

MÉTODOS PRÁTICOS PARA ALCANÇAR O SUCESSO BASEADOS NA CONSERVAÇÃO DA FORÇA SEXUAL.. 90

A TEIA DO DESTINO

PARTE I – INVESTIGAÇÃO ESPIRITUAL – O CORPO-ALMA

Embora muitos esclarecimentos e muita informação foram fornecidos sobre esse assunto no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em outras nossas obras, temos recebido muitas cartas de Estudantes nos pedindo mais esclarecimentos sobre alguns pontos, tais como obsessão, mediunidade, insanidade, condições anormais do caráter, etc. Isso tem dado ao autor uma motivação para investigar o assunto mais profundamente que antes. A máxima que diz que “a prática leva à perfeição” pode se aplicar, com a mesma propriedade, tanto aos reinos espirituais como para as coisas físicas. Assim, esperamos que a luz derramada sobre estes assuntos, nas páginas que se seguem, possa ajudar o Estudante a perceber, com mais clareza, as causas que produzem os efeitos observados nessa vida.

A fim de que possamos compreender perfeitamente o problema, será necessário que partamos do seu início; para perceber que os primeiros fatos fundamentais da existência são a continuidade da vida e que a ação é a expressão desta mesma vida em manifestação. No momento exato em que o Espírito executa sua primeira ação ele gera uma causa que, forçosamente, há de produzir um efeito correspondente. Isso é uma absoluta necessidade a fim de que o equilíbrio do Universo possa ser mantido. Se esta ação for física, isto é, realizada pelo Espírito em um Corpo Denso, a reação deverá ser, forçosamente, também física. Se é assim de fato, é evidente que devemos renascer neste Mundo, de tempos em tempos, pois é um fato comprovado que, quando geramos causas nesse Mundo, na existência diária, e essas causas não apresentam uma reação adequada, e, também, quando não nos é possível colher o que tivermos semeado, devemos necessariamente voltar em um Corpo novo; do contrário, a lei seria invalidada. Se a Lei de Causa e Efeito é verdadeira, então o renascimento periódico é uma consequência lógica de absoluta necessidade. Assim, pois, tanto se o compreendermos ou não, tanto se nos agrade ou não, estamos encerrados dentro de um círculo e, devido as nossas próprias ações do passado, constrangidos a que estas ajam e reajam sobre nós, até que desenvolvamos uma força superior à que agora nos subjuga. O que é esta força, Goethe, o grande místico alemão, nos revela em poucas palavras:

“De todas as forças que encadeiam o mundo,

 o ser humano se liberta quando adquire o domínio de si mesmo”.

E, como o conhecimento é poder, é evidente que quanto mais completo seja o nosso conhecimento, em relação a cada detalhe e não superficial ou parcial, de como operam as leis gêmeas de Consequência e do Renascimento, mais facilmente encontraremos o caminho da libertação, mais facilmente nós encontraremos o caminho da libertação, e também melhor saberemos como ajudar aos demais.

A ciência deve ser muito elogiada pelo talento, pela paciência e a persistência que ela exibe na invenção de instrumentos para descobrir os segredos da natureza. Porém, enquanto isso se consegue com êxito no que concerne à matéria, os segredos da vida e do Espírito são um livro fechado para o sábio, segundo diz Mefistófeles, com fina ironia ao Estudante que bate à porta de Fausto, solicitando admissão a sua escola:

“Qualquer pessoa que quiser conhecer e tratar com alguma coisa viva,

Busque, primeiro, o Espírito vital que a anima.

Pois tem somente em suas mãos fragmentos inertes,

A ele falta, ai!, o alento do Espírito vital”.

Há somente um instrumento adequado para investigar as coisas do Espírito, e este, é o próprio Espírito. Assim como é necessário preparar um ser humano para a pesquisa científica aqui no mundo material, também é necessário um longo e lento processo para adaptá-lo às investigações do Mundo espiritual. Do mesmo modo como o cientista deve pagar o preço de seu conhecimento com meses e anos de trabalho constante e tenaz, o investigador místico também deve sacrificar muitos anos de sua vida para compreender e se capacitar a respeito das suas investigações espirituais.

Como você sabe, o que agora é o nosso Corpo Denso foi o primeiro veículo que o ser humano adquiriu como pensamento-forma, tendo sobre si um imenso período de evolução e organização até chegar ao que é agora, ou seja, o esplêndido instrumento que tão bem lhe serve conquanto seja pesado, difíci1 de governar e de agir com ele. O veículo adquirido logo após, foi o Corpo Vital, que também atravessou um longo período de desenvo1vimento, até se condensar e tomar consistência etérica. O terceiro veículo, o Corpo de Desejos, foi adquirido, relativamente, muito mais tarde, achando-se ainda em estado fluídico. Por último, o ser humano tomou posse da Mente, que é apenas uma nuvem informe e não merece ainda o nome de veículo, servindo, entretanto, de união ou de laço entre os três veículos mencionados e o Espírito.

Estes três veículos, o Corpo Denso (o físico), o Corpo Vital e o de Desejos ligados à Mente, são os instrumentos do Espírito em sua evolução. E, ao contrário da crença geral, a habilidade do Espírito para investigar os planos superiores, não depende tanto dos Corpos mais sutis, como depende do mais denso de todos. A prova dessa asserção é evidente e está ao alcance de nossas mãos, e, sem dúvida alguma, todo aquele que quiser tentar com seriedade, poderá confirmá-la por si mesmo. E terá resultados imediatos se seguir certas determinações para mudar as condições de sua Mente. Suponhamos que uma pessoa formou certos hábitos de pensamento que ele não gosta. Talvez, após uma experiência religiosa, ele percebe que, a despeito de todos seus desejos, esses hábitos de pensamentos não o deixam. Porém, se ele decidir limpar completamente a Mente de forma que só contenha pensamentos bons e puros, ele poderá conseguir o que pretende simplesmente recusando admitir pensamentos impuros. Notará então que, depois de uma ou duas semanas de esforços, sua Mente está, notadamente, mais pura do que quando começou tal esforço; que isso se mantém se preferir e procurar gerar pensamentos de caráter religioso nela. Até uma Mente a mais anormal ou degenerada pode ser totalmente purificada em poucos meses de esforço. Este resultado já foi comprovado por muitos que fizeram isso, e, qualquer pessoa que o deseja e seja suficientemente tenaz para tentá-lo pode ter a mesma experiência e gozará de uma Mente pura e limpa, em muito pouco tempo.

Entretanto, enquanto os nossos pensamentos purificados nos fazem avançar consideravelmente no caminho da perfeição, as emoções e os desejos do nosso Corpo de Desejos não são dominados com tanta facilidade, por ser este veículo muito mais desenvolvido do que a Mente. Enquanto a Mente regenerada está pronta a aceitar a ideia de que devemos amar a nossos inimigos, a natureza passional e emocional do Corpo de Desejos anseia pela vingança, com todas as suas forças, aferrando-se ao “olho por olho e dente por dente”. Algumas vezes até depois de anos e anos de luta, quando supomos que a serpente adormecida foi realmente dominada e que nós temos, finalmente, obtido o domínio sobre isso e, que isso não poderá mais transtornar a nossa paz, inesperadamente ela desperta, desvanecendo as nossas esperanças; e, arrebatada por um acesso de raiva, pode morder-nos, clamando vingança por qualquer agravo real ou imaginário. Então, será necessário empregar todo o poder da natureza superior para dominar esta parte rebelde do nosso ser. Isso, acha o escritor, é o espinho da carne sobre o qual São Paulo suplicou ao Senhor três vezes e recebeu a resposta: “Minha graça é suficiente para ti”[1]. Certamente se necessita toda a graça que se possa conceber, para vencer e, como uma vigilância permanente é o preço da segurança, vamos “vigiar e orar”[2].

O Corpo de Desejos é o responsável por todas as nossas ações, quer sejam boas, más ou indiferentes. Por esta razão, os filósofos orientais prescreveram algumas instruções a seus discípulos com o objetivo de matar o desejo, ensinando-os a se absterem de agir, bem ou mal, dentro do possível, com o objetivo de se libertarem da lei do nascimento e da morte. Porém, esses mesmos arroubos que constituem tão séria ameaça quando nos dominam, podem ser muito eficazes para o serviço, se forem conduzidos sob nossa própria orientação. Jamais pensaríamos em tirar o gume de uma faca, pois ela nada cortaria. O temperamento do Corpo de Desejos deve ser controlado, mas nunca, de nenhum modo, ser morto. O poder dinâmico do movimento e da ação nos Mundos invisíveis está armazenado no Corpo de Desejos e, a menos que este permaneça intacto não podemos nos controlar, do mesmo modo que um transatlântico, cujas máquinas estiverem funcionando mal, não poderia enfrentar os embates numa tempestade. Existem certas sociedades que ensinam métodos negativos de desenvolvimento, e uma de suas primeiras instruções para o aluno é afrouxar o maxilar e se tornar perfeitamente negativo. Qualquer pessoa que se dirigir do Mundo material ao Mundo espiritual equipada com tais métodos estará como uma tábua abandonada em pleno oceano, ao sabor das ondas, joguete de toda a espécie de correntes. E, como acontece aqui, existem, nos Mundos internos, seres que nada tem de bondosos e que estão dispostos a se aproveitarem de quem se aventure ao seu Mundo sem estar devidamente preparado para se proteger deles. Vemos, assim, que é de primordial importância sujeitar nossos desejos ao domínio do Espírito aqui nesse mundo e reforçar o Corpo de Desejos antes de tentarmos penetrar nos Mundos internos. Aqui está, em grande medida, mantido sob controle pelo fato de que ele é interpolado dentro do Corpo Denso e, portanto, não pode nos jogar de um lado para outro, da mesma forma quando se liberta da prisão física.

Porém, ainda assim, o governo do Corpo de Desejos, mesmo sendo difícil de conseguir, não servirá para tornar o ser humano consciente nos Mundos invisíveis. Isso porque o Corpo de Desejos ainda não evoluiu até o ponto em que possa servir como um instrumento de consciência. Na grande maioria dos seres humanos se encontra, ainda, em estado informe e nebuloso. Existem nele somente uma quantidade de vórtices como centros de sentidos ou centros de consciência; esses não estão suficientemente desenvolvidos para que possam servir a um propósito, sem qualquer ajuda extra. Portanto, é necessário trabalhar sobre e educar o Corpo Vital para que possa ser utilizado nos voos da alma. Este veículo, como já sabemos, é composto de quatro Éteres. É pela ação deste Corpo que podemos manipular o mais denso dos nossos veículos, o Corpo Denso, que geralmente supomos constituir o ser humano, como um todo. Os Éteres Químico e de Vida formam a matriz dos nossos Corpos físicos. Cada molécula do Corpo Denso está submersa numa rede de Éter que a interpenetra e lhe infunde vida. É por meio destes Éteres que as funções do corpo, tais como a respiração e outras, se realizam, e, a consistência e densidade destas matrizes de Éter determinam o estado da nossa saúde. Porém, a parte do Corpo Vital formada pelos dois Éteres Superiores, o Éter Luminoso e o Refletor, constituem o que em nossa doutrina denominamos de CORPO-ALMA; isto é: é mais intimamente ligado com o Corpo de Desejos e com a Mente e é mais sensível ao contato espiritual do que os dois Éteres inferiores. É o veículo do intelecto, responsável por tudo o que faz o ser humano verdadeiramente um ser humano. Nossas observações, aspirações, caráter, etc., são devidos ao trabalho do Espírito sobre os Éteres Superiores que se tornam mais ou menos luminosos de acordo com a natureza de nosso caráter e de nossos hábitos. Assim como o Corpo Denso assimila partículas de alimento, ganhando sustância física, os Éteres Superiores também assimilam as boas ações durante a vida, aumentando, consequentemente, de volume. Desta forma, em harmonia com os nossos atos durante a vida terrestre, aumentamos ou diminuímos a bagagem que trazemos ao nascer. Se tivermos nascido com um caráter doce, expressado pelos Éteres Superiores, não nos será fácil mudar esta condição, porque o Corpo Vital já se consolidou durante os milhares de anos em que tem durado a sua evolução. Por outro lado, se temos sido preguiçosos e negligentes, se fomos muito indulgentes com os hábitos considerados prejudiciais, se formamos um mau caráter em nossas vidas passadas, também nos será muito difícil dominar devido à natureza do Corpo Vital, e serão necessários vários anos de esforço constante. Para mudar a sua estrutura. Esta é a razão dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental afirmarem que todo desenvolvimento místico começa com o Corpo Vital.

PARTE II – CRISTO INTERNO – A MEMÓRIA DA NATUREZA

Há muitas pessoas que associam espiritualidade com um grande show de emocionalismo, mas, como vimos no capítulo anterior, esta ideia não tem nenhum fundamento; ao contrário, o tipo de espiritualidade que é desenvolvida e associada à natureza emocional do Corpo de Desejos é extremamente enganadora; esse é um dos tipos que é gerada em reuniões de revivificação, onde o emocionalismo é elevado ao seu mais alto grau, provocando em uma pessoa grande fervor religioso, que logo se desfaz e a deixa exatamente como era antes, para desconsolo dos revivalistas e outras pessoas empenhadas nos trabalhos evangélicos. Mas, o que mais podiam esperar? Eles se propõem a salvar as almas ao som de tambores e cornetas, com cânticos rítmicos revivificantes, com invocações feitas em um tom de voz que se eleva e abaixa em ondas harmônicas, e que têm sobre o Corpo de Desejos o mesmo poder efetivo das tormentas que encrespam o mar e depois se acalmam. O Corpo Vital é muito mais consistente, e ele é afetado somente quando a conversão se firma e permanece no homem ou na mulher durante toda a vida. Aqueles que possuem verdadeira espiritualidade não se consideram salvos em um só dia, nem se sentem no sétimo céu de êxtase, para, em seguida, se sentirem deprimidos e miseráveis pecadores incapazes de serem perdoados; isso porque a sua religião não está apoiada sobre a natureza emocional que provoca tais reações, mas sim enraizada no Corpo Vital, que é o veículo da razão, sempre firme e persistente no caminho escolhido. Assim como as formas novas são propagadas por meio do segundo Éter do Corpo Vital, o “EU SUPERIOR”, o CRISTO INTERNO é formado por intermédio desse mesmo veículo de geração, o Corpo Vital, em seus aspectos mais elevados, incorporados nos dois Éteres superiores.

No entanto, da mesma forma que uma criança necessita de nutrição ao nascer neste mundo, assim também o Cristo, que nasce internamente, é como uma bebê e precisa ser nutrido para que alcance o desenvolvimento característico de adulto. E como o Corpo Denso cresce mediante a assimilação contínua de matérias pertencentes à Região Química – sólidos, líquidos e gases – assim também, à medida que o Cristo cresce, os dois Éteres superiores aumentam em volume e formam uma nuvem luminosa em torno do homem ou da mulher suficientemente esclarecidos, que olham em direção do céu; isso revestirá o peregrino com uma luz tão brilhante, que ele, na verdade, “caminha na luz”. Por meio dos exercícios dados pela Escola Ocidental de Mistérios dos Rosacruzes, se torna possível, com o tempo, separar os dois Éteres superiores e, então, o ser humano poderá sair de seu Corpo Denso, deixando-o momentaneamente revestido e vitalizado somente pelos dois Éteres inferiores; ele é, então, o que nós chamamos de um Auxiliar Invisível.

Há vários graus de visão espiritual. Um deles habilita o ser humano a ver o Éter, normalmente invisível, com as miríades de seres que habitam esse reino. Outros e mais elevados graus lhe proporcionam a faculdade de ver o Mundo do Desejo e até o Mundo do Pensamento, permanecendo, não obstante, no seu Corpo Denso. Entretanto, essas faculdades, ainda que valiosas quando se exercem sob o controle da vontade humana, não são suficientes para se ler na “Memória da Natureza” com absoluta exatidão. Para que isto seja possível e, também, para que se possa efetuar investigações necessárias com o objetivo de compreender como se tece e destece a “Teia do Destino”, é necessário possuir a faculdade de sair, por livre e espontânea vontade própria, do Corpo Denso e funcionar fora dele, no Corpo-Alma, o qual já dissemos é formado pelos dois Éteres superiores, estando também revestido pelo Corpo de Desejos e pela Mente. Desse modo, o investigador se achará na posse total de suas faculdades; ele sabe tudo que conheceu no Mundo Físico e tem a habilidade de trazer novamente à consciência física, as coisas que aprendeu fora. Quando ele obtém essa capacidade, deve aprender também a se examinar, para compreender as coisas que vê do lado de fora, para que fica claro o seguinte: não é suficiente ser capaz de abandonar o Corpo para entrar em outro mundo e ver o que lá existe; nós não nos tornamos oniscientes por esse fato, nem sabemos o uso de tudo, ou como tudo funciona aqui nesse mundo físico, só porque vivemos aqui, dia após dia, ano após ano. Necessita-se de muito estudo e aplicação para se familiarizar com os fatos dos Mundos invisíveis, da mesma maneira que com os fatos do mundo em que estamos vivendo com nossos Corpos físicos. Por isso, o livro, a “Memória da Natureza”, não é fácil de ser lido à primeira ou à segunda tentativa, porque, da mesma forma que uma criança necessita empregar muito tempo para aprender a ler nos livros escolares, muito esforço e tempo são necessários para aprender a decifrar essa maravilhosa película.

É um fato conhecido, por todos Estudantes de ciência, que a história da Terra está escrita em caracteres inconfundíveis sobre as rochas e geleiras; sobre cada pedra se encontra algum sinal que guia o investigador treinado a decifrar sua mensagem concernente ao desenvolvimento da Terra nas épocas passadas e é maravilhoso ler nos livros que tratam deste assunto, o modo como os investigadores científicos são capazes de reconstruir a história, se valendo desses muitos indícios. Da mesma forma, é sabido que cada movimento individual que fazemos, deixamos, atrás de nós, vestígios que podem ser reconhecidos, ainda que sejam invisíveis a nós mesmos. A grande capacidade dos índios em perseguir e descobrir amigos ou inimigos através da selva virgem, guiados por arbustos quebrados etc., segundo citações de Fenimore Cooper[3] e de outros, é superada extraordinariamente pelos cientistas atuais, os quais são capazes de identificar criminosos pelas impressões digitais. As façanhas aparentemente fantásticas de Sherlock Holmes estão comprovadas mediante as atuais experiências de averiguação criminal. Os movimentos da humanidade de hoje podem ser reproduzidos, graças à câmara cinematográfica, mesmo depois que se tenham transcorridos muitos anos da morte de seus verdadeiros atores; e, assim, iluminados pelas últimas descobertas, podemos preparar nossas Mentes para aceitar a ideia de que existe um registro automático de cada vida humana e também das vidas de comunidades, preservado, no que podemos chamar, por falta de melhor denominação, na Memória da Natureza. Essa nos mostra os estados de evolução alcançados por todos os seres viventes e proporciona aos ministros de Deus, os Anjos Relatores, a perspectiva necessária de nos ajudar no esforço para alcançarmos a sabedoria, o conhecimento e o poder; eis os motivos pelos quais estas lições são necessárias para nosso avanço no Caminho. No que se refere ao indivíduo, este registro começa no momento exato em que ele emite sua primeira respiração, prosseguindo até que o último sopro de vida tenha esvaziado as artérias do sangue. Nós sabemos que todo o universo vibra com vida, que cada objeto emite, constantemente, ondas vibratórias que revelam sua natureza e sua presença. Também sabemos que, quando um recém-nascido efetua sua primeira respiração, as condições fisiológicas do coração se modificam, o forame oval é fechado e o sangue é forçado a circular através do coração e dos pulmões. Dessa forma, entra em contato com o ar que tem a imagem do ambiente que o cerca. Então, o sangue, que é o veículo do Ego, absorve pelos pulmões essa imagem completa do mundo exterior. Quando passa através do ventrículo esquerdo do coração, imprime os acontecimentos sobre o diminuto Átomo-semente situado no ápice, o que corresponde a um filme da câmera fotográfica. Não devemos duvidar de ser possível se imprimir tão grande quantidade de imagens sobre uma superfície tão pequena. Quando consideramos que a imagem da Lua, que vemos em nossa retina, é menor do que cinco centésimas partes de cada centímetro de diâmetro, concluímos que uma pequena imagem pode ser muito clara, pois mesmo dentro desse pequeno espaço notamos na Lua, a olho nu, grande número de montanhas e vales. A imagem de um homem, à distância de trinta e um metros, segundo fonte autorizada, não chega à centésima parte de um centímetro e, no entanto, nessa diminuta imagem podemos distinguir a expressão do rosto, o traje do homem, etc. Analogamente, existe sobre esse pequeno Átomo-semente uma imagem de todas as ações realizadas, de todas as cenas em que tomamos parte durante a nossa vida, desde o nascimento até a morte. George du Maurier[4] e Jack London[5] descrevem em “Peter Ibbetson” e em “The Star Rover”, como um prisioneiro pode reviver as ocorrências de sua infância, se vendo a si mesmo, a seus companheiros de brinquedo, a seus pais, a todo o seu ambiente pela reprodução do registro etérico de sua vida infantil, e até de vidas passadas. Qualquer um que conheça o segredo de como se colocar em contato com tais imagens, pode encontrar e ler a vida das pessoas com as quais mantém contato, como está provado pelos médiuns. Porém, enquanto se pode ler os acontecimentos recentes e atuais com relativa facilidade, se torna, gradualmente, mais difícil fazê-lo à medida que retrocedem. Isso porque os registros gravados no Éter são pouco nítidos, quando comparados com os que se encontram nos planos superiores, e, por isso, se desvanecem gradualmente.

Quando um vidente observa uma pessoa que está para adoecer, percebe que o Corpo Vital vai se tornando mais tênue, e quando este atinge um ponto de fragilidade em que já não é possível sustentar o Corpo Denso, os sintomas da enfermidade começam a se manifestar. Da mesma forma, antes de se constatar o restabelecimento físico, o Corpo Vital começa a adquirir mais densidade, e aí começa o período de convalescença. Sabemos que as vítimas de acidentes não sofrem tanto quando acabam de ser acidentadas, como vão sofrer logo depois; isso acontece porque o Corpo Vital, no momento do acidente, permanece ileso e, portanto, o efeito total não se nota até que esse veículo se tenha tornado mais tênue e incapaz de manter o processo vital. Assim, podemos ver que existem mudanças no Éter de um ser humano e, de acordo com o axioma místico “Como é em cima, assim é embaixo” e vice-versa, existem também mudanças no Éter planetário, que constitui o Corpo Vital do Espírito Terrestre. Como a Memória consciente dos acontecimentos recentes, que é intensa no ser humano, esmaece gradualmente, assim também o registro etérico, que é o aspecto mais inferior da Memória da Natureza, esmaece com o tempo.

Na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto, justamente na linha divisória entre o Espírito puro e a matéria, se efetua uma impressão das coisas e dos acontecimentos deste mundo mais límpida e duradoura que a do registro etérico; porque, enquanto as ocorrências inscritas nesse registro etérico se desvanecem em manchas no decurso de algumas centenas de anos, e até os acontecimentos importantes podem durar somente mil ou dois mil anos, o registro impresso na subdivisão mais elevada da Região do Pensamento Concreto permanece durante o Período Terrestre. Enquanto as imagens gravadas no Éter Refletor podem ser lidas por alguém destituído de treinamento, mas que possui um pouco de visão espiritual, é necessário passar por várias Iniciações antes que seja possível, a quem quer que seja, ler as imagens conservadas na elevada Região citada acima. Compreenderemos facilmente a relação que existe entre este registro e o impresso no Éter e, também, entre as recordações absolutamente permanentes inscritas no Mundo do Espírito de Vida, se examinarmos o Diagrama N° 1 do “Conceito Rosacruz do Cosmos[6].

Paracelso chama o registro feito no Éter de Luz Sideral, e Eliphas Levi, o grande cabalista, fala dessas gravações como as que estão conservadas na Luz Astral. Esta é uma definição verídica, pois, mesmo que não tenha nada a ver com as estrelas, como se poderia interpretar pelo seu nome, as impressões se acham na Região Etérica, fora da atmosfera da Terra. O médium ou a vítima hipnótica, que abandona o corpo por um método negativo sob controle alheio, levita por essas regiões tão naturalmente como nosso Corpo Denso gravita na Terra.

Como já dissemos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” com referência à constituição de nosso Planeta, o caminho da Iniciação passa através da Terra, da periferia ao centro, um estrato de cada vez, e, mesmo que nossos Corpos físicos sejam impelidos naquela direção pela força de gravidade, sua densidade evita que a trespassemos, assim como eficazmente faz a força de levitação que repele a classe despreparada, citada acima, dos recintos sagrados. Somente quando, pelo poder de nosso próprio Espírito, nós tenhamos deixado o nosso Corpo Denso, instruídos por, e em consequência da reta maneira de viver, seremos capazes de ler o registro etérico com proveito. Em um ponto mais avançado do progresso, o “estrato aquoso” da Terra será aberto ao Iniciado, que se colocará num estado conveniente para ler o registro dos acontecimentos passados, impressos permanentemente na substância vivente da Região das Forças Arquetípicas[7], onde o tempo e espaço praticamente não existem, e onde tudo é um eterno Aqui e Agora.

PARTE III – “O GUARDIÃO DO UMBRAL” – ESPÍRITOS APEGADOS À TERRA

Enquanto estivermos estudando este Livro “A Teia do Destino, Como se Tece e Destece”, será conveniente dedicarmos alguma atenção ao misterioso “Guardião do Umbral”, um assunto que é tão mal compreendido. Nossas investigações sobre as vidas passadas de um grupo de pessoas que solicitaram auxílio da Fraternidade Rosacruz para se livrar da assim chamada obsessão, provaram que seus problemas são devidos a uma fase que foi chamada, equivocadamente por investigadores anteriores, de “O Guardião do Umbral”. Quando esses casos são examinados simplesmente por meio da visão espiritual ou pela leitura dos registros etéricos, se pode cair, facilmente, em semelhante erro, ou seja, confundir tal aparição com o verdadeiro Guardião do Umbral. Porém, assim que analisamos esses casos nos registros imperecíveis que se encontram na Região das Forças Arquetípicas[8], o assunto se esclarece imediatamente, e as conclusões tiradas dessas investigações podem ser assim resumidas:

No momento da morte, quando o Átomo-semente no coração é interrompido, e que contém todas as experiências da vida que acaba de findar em um quadro panorâmico, o Espírito abandona o Corpo Denso, levando consigo os veículos mais sutis. Ele flutua, então, sobre o Corpo Denso, que agora está morto, como assim dizemos, por um período de tempo que varia de algumas horas até três dias e meio. O fator determinante desta variação de tempo é o vigor do Corpo Vital, o veículo que constitui o Corpo-Alma[9] de que fala a Bíblia. Há, em seguida, uma reprodução pictórica da vida, um panorama em ordem inversa, desde a morte até o nascimento, e as imagens são impressas sobre o Corpo de Desejos, por meio do Éter Refletor neste Corpo Vital. Durante esse tempo a consciência do Espírito está concentrada no Corpo Vital, ou pelo menos deveria ser assim, e por isso nada sente deste processo. A imagem que foi impressa sobre o veículo do sentimento e da emoção, o Corpo de Desejos, é a base do subsequente sofrimento no Purgatório, em consequência das más ações, e também a base do regozijo que sentiremos no Primeiro Céu, em virtude do bem praticado na vida passada.

Esses foram os pontos principais que o autor pôde observar pessoalmente acerca da morte, na época em que lhe foi dado conhecer os primeiros ensinamentos, e quando foi levado, com a ajuda do Mestre, a presenciar as reproduções panorâmicas das vidas de pessoas que estavam atravessando as portas da morte, mas investigações posteriores vieram revelar um fato adicional, isto é, que existe outro processo em ação nos dias importantes que se seguem à morte. Uma divisão se realiza no Corpo Vital, semelhante à do processo de Iniciação. Uma grande parte deste veículo, que pode ser chamado “alma”, se une aos veículos superiores e forma a base da consciência nos Mundos invisíveis, depois da morte. A parte inferior, que é descartada, volta ao Corpo Denso e flutua sobre a tumba, na maioria dos casos, como já foi explicado no “Conceito Rosacruz do Cosmos”. Essa separação do Corpo Vital não é a mesma em todas as pessoas, mas depende da natureza da vida vivida e do caráter de quem estiver passando para o além. Em casos extremos, essa divisão varia muitíssimo dos considerados casos normais. Esse ponto importante nos levou a pensar, em muitos casos que foram investigados pela Sede Mundial, em suposta obsessão de Espíritos; de fato, foram esses casos que desenvolveram descobertas assombrosas e de alcance extraordinário, efetuadas em nossas investigações mais recentes, relativas à natureza da obsessão sofrida pelas pessoas que nos procuraram. Como seria esperado, logicamente, a divisão, em tais casos, indicou uma preponderância do mal; efetuaram-se, então, grandes esforços para descobrir se havia outra classe de pessoas com uma divisão diferente, em que se manifestasse a preponderância do bem. É uma satisfação reconhecer que assim acontece e, depois de analisarmos os casos descobertos e confrontá-los uns com os outros, podemos fazer uma descrição correta das condições observadas e suas razões:

O Corpo Vital procura sempre construir o Corpo Denso, ao passo que os nossos desejos e emoções o destroem. É a luta entre o Corpo Vital e o Corpo de Desejos que produz a consciência no Mundo Físico e que endurece os tecidos, de modo que o Corpo tenro da criança vai se tornando, com os anos, cada vez mais rígido e encolhe na velhice, seguindo-se a morte. A moralidade ou imoralidade dos nossos desejos e emoções atuam de maneira semelhante sobre o Corpo Vital. Quando a devoção aos ideais elevados é a mola principal de ação, onde a natureza devocional pôde se manifestar durante anos, livre e frequentemente, e, sobretudo, quando isso foi acompanhado dos exercícios científicos indicados aos Probacionistas da Fraternidade Rosacruz, há uma diminuição gradual da quantidade dos Éteres Químicos e de Vida, à medida que os apetites animais desaparecem, e se manifesta um aumento progressivo dos Éteres Luminoso e Refletor. Como consequência, a saúde física não é tão robusta entre os que seguem o caminho superior, como entre aqueles em que a satisfação das paixões inferiores atrai os Éteres Químico e o de Vida, conforme a extensão e a natureza dos vícios, com exclusão parcial ou total dos dois Éteres superiores.

Várias consequências muito importantes relacionadas com a morte acompanham esse acontecimento. Como é o Éter Químico que consolida as moléculas do Corpo Denso, para que permaneçam em seus respectivos lugares e as conservam nele durante toda a vida, quando existe somente um mínimo desse material, a desintegração do veículo físico, depois da morte, com certeza é muito rápida. Isso o autor não pôde comprovar porque foi muito difícil encontrar seres humanos de vocação espiritual elevada que tivessem falecido na ocasião, mas parece que deve ser assim pelo fato registrado na Bíblia referente ao Corpo de Cristo, que não foi achado na tumba quando o povo foi buscá-Lo. Como já dissemos em relação a este assunto, Cristo espiritualizou o Corpo de Jesus tão altamente, tornando-o tão vibrante, que lhe era quase impossível conservar as partículas no lugar durante o seu ministério. Esse fato já era do conhecimento do autor por meio dos ensinamentos dos Irmãos Maiores e das investigações feitas, por ele mesmo, na Memória da Natureza, porém, a conexão desse fato sobre a morte e a existência “post-mortem”, não era, até então, do seu conhecimento, até recentemente.

O verdadeiro “Guardião do Umbral” é uma entidade elemental criada nos planos invisíveis por todos os maus pensamentos e obras que não se transmutaram durante todo o período passado de nossa evolução. Este “guardião” está guardando a entrada dos Mundos invisíveis e desafia nosso direito para neles penetrar. Esta entidade deve ser, finalmente, redimida ou transmutada. De nossa parte, devemos gerar equilíbrio e força de vontade suficientes para enfrentá-lo, antes que possamos entrar, conscientemente, nos Mundos suprafísicos.

Como já dissemos, uma vida mundana aumenta a proporção dos Éteres inferiores do Corpo Vital, em prejuízo dos mais elevados. Da mesma forma, uma pessoa que leva unicamente uma assim chamada “vida pura” e sem excessos, tem uma saúde melhor do que a do Aspirante à vida superior, pois as atitudes do último constroem um Corpo Vital composto, principalmente, dos Éteres superiores. Ele ama o “pão da vida” mais do que o sustento físico e, portanto, o seu instrumento se torna cada vez mais flexível, nervoso e delicado, uma condição sensível que, gradualmente, impulsiona para as coisas do Espírito, mas que se torna uma tarefa difícil, do ponto de vista físico.

Na maior parte das pessoas há uma tal preponderância de egoísmo e um desejo de extrair o máximo da vida que, ou estão empenhados em afastar as adversidades de sua porta ou se acham acumulando posses e cuidando delas, e assim elas têm muito pouco tempo ou inclinação para se dedicarem à cultura da alma, tão necessária ao verdadeiro sucesso na vida. Muitas vezes, o autor as ouvia dizerem que se elas pagassem o ministro para estudar a Bíblia durante os seis dias e no sétimo dia lhes fazer um resumo, então teriam tudo que é necessário para adquirirem um bilhete para o céu. Elas se filiam às igrejas, fazem as coisas normalmente consideradas nobres e retas; no resto do tempo se divertem. Consequentemente, é tão pouco os que persistem, em cada vida, e a evolução é tão desesperadamente lenta que, até que possam ver o ato da morte das regiões superiores do Mundo do Pensamento Concreto e, por assim dizer, olhar para baixo, parece que nada se salva do Corpo Vital. Esse Corpo parece que retorna completo ao Corpo Denso, flutuando sobre a tumba até se desintegrar simultaneamente com o último. Na verdade, uma grande parte adere aos veículos superiores e segue com eles até o Mundo do Desejo, onde formará a base da consciência, durante a passagem pelo Purgatório e pelo Primeiro Céu, geralmente permanecendo aí até que o ser humano entre no Segundo Céu e se una às forças da natureza, no esforço de criar, para si mesmo, um novo ambiente. Nessa ocasião, já foi absorvido ou quase totalmente absorvido pelo Espírito, e qualquer coisa que ali permaneça, de natureza material, desaparecerá rapidamente. Desse modo, a personalidade da vida passada se desvanece e o Espírito não voltará a encontrá-la em suas vidas futuras nessa Terra.

Entretanto, existem pessoas de natureza tão perversa que apreciam a vida gasta em vícios e práticas degeneradas, vidas brutais, e até se deleitam em fazer sofrer. Algumas vezes, chegam a cultivar artes ocultas com propósitos malignos, para poderem ter maior domínio sobre suas vítimas. Suas artes demoníacas, suas práticas imorais resultam no endurecimento do seu Corpo Vital.

Em tais casos extremos, em que a vida animal predominou; quando na vida terrena precedente não houve expressão de alma, a divisão do Corpo Vital, de que falamos antes, não pode ocorrer com a morte, uma vez que não existe linha divisória. Assim, se o Corpo Vital gravitasse de volta ao Corpo Denso e ali se desintegrasse gradualmente, o efeito de uma vida perversa não teria consequências tão sérias, mas, infelizmente, em tais casos existe uma algema interna entre os Corpos Vital e o de Desejos, que evita a separação. Temos observado que quando um ser humano vive quase exclusivamente uma vida superior, seus veículos espirituais são alimentados em detrimento do inferior. Pelo contrário, quando sua consciência está enfocada nos veículos inferiores, ele os fortalece imensamente. Devíamos entender que a vida do Corpo de Desejos não se acaba com a partida do Espírito, pois permanece um resíduo de vida e de consciência. O Corpo Vital também é capaz de sentir levemente as coisas durante alguns dias após a morte (daí o sofrimento causado pelo embalsamento, pelas autópsias etc. logo após a morte), porém, quando uma vida grosseira o endureceu e o robusteceu grandemente, ele possui uma tenacidade para se aferrar à vida, e uma habilidade para se nutrir dos odores dos alimentos e das bebidas alcoólicas. Algumas vezes, tal como um parasita, se alimenta das pessoas com quem se põe em contato, como se fosse um vampiro.

Assim, um ser humano que é mau pode viver, invisivelmente, entre nós durante muitos e muitos anos, e tão junto que estará mais perto do que nossas mãos e nossos pés. Ele é muito mais perigoso do que um criminoso em Corpo Denso, porque tem meios para impelir outras pessoas a praticarem atos puníveis, degenerados e criminosos, sem que tenha medo de ser detido e castigado pela lei.

Semelhantes seres são, portanto, uma das maiores ameaças para a sociedade. São culpados de terem causado a prisão de muitos, de dissolver muitos lares e do haver provocado uma quantidade incrível de infelicidades. Sempre abandonam as suas vítimas quando estas caem nas garras da justiça. Saboreiam a dor e a desgraça delas, constituindo isso parte do seu esquema diabólico. Há outras classes que se deleitam em adotar uma postura “angélica” nas sessões espíritas. Eles também encontram vítimas lá e ensinam a elas práticas imorais. Os denominados “Poltergeist”[10], que se comprazem em quebrar pratos, derrubar mesas, levantar os chapéus das cabeças de uma plateia que se deleita, e fazer outras brincadeiras dessa natureza, também estão incluídos nesta classe. A força e a densidade do Corpo Vital de tais seres lhes facilitam essas manifestações físicas muito mais do que para aqueles que ultrapassaram o Mundo do Desejo; de fato, os Corpos Vitais desta classe de Espíritos são tão densos que quase se aproximam do estado físico, e constitui um mistério para o autor que as pessoas que foram enganadas por tais entidades não as tenham visto. Se pudessem ver seus rostos perversos e assustadores, a ilusão de que fossem anjos logo se dissiparia.

Existe ainda outra classe de Espíritos que pertencem a esta mesma categoria e que se apegam às pessoas que procuram desenvolvimento espiritual fora da linha espiritualista, sugerindo serem mestres individuais, e dão às suas vítimas uma série de ensinamentos tolos e sem sentido. Eles jogam com a credulidade de suas vítimas de uma maneira inacreditável e, mesmo que guardem suas intenções secretas durante anos, algum dia se mostrarão com sua verdadeira aparência. Por conseguinte, nunca será demais repetir que não devemos aceitar de ninguém, seja visível ou invisível, ensinamentos que não se amoldem, ainda que no grau mais sutil, à nossa mais elevada concepção de ética. É muito perigoso confiarmos em pessoas deste mundo e lhes dar nossa total confiança; nós sabemos disso por experiência e agimos de acordo com nossos princípios. Portanto, nós devemos ser mais cuidadosos quando a questão se refere aos assuntos da alma e não confiar tão importante matéria, como é o nosso bem-estar espiritual, às mãos de alguém que não podemos, pelo menor, ver ou julgar, adequadamente. Há muitos Espíritos que não têm aptidão para fazer grande mal às suas vítimas, se contentando em rondá-las durante anos, sem resultados particularmente nefastos. Contudo, a autoconfiança é a virtude essencial a ser cultivada neste estágio de nossa evolução; a máxima mística: “Se és Cristo, ajuda-te”, deve ressoar constantemente nos ouvidos daqueles que desejam encontrar e seguir o verdadeiro caminho. Por isso, devemos conduzir sempre a nossa vida sem medo e sem ajuda de qualquer Espírito.

Quando se pesquisa o passado na Memória da Natureza é espantoso encontrar o quanto tem prevalecido, através de séculos e de milênios, esta ligação dos Corpos Vital e o de Desejos. Nós percebemos, logicamente, de uma forma abstrata, que quanto mais regredimos na história dos seres humanos, mais selvagens os encontramos, contudo, na própria história atual, a selvageria tem sido tão comum e tão brutal que seu poder tem representado a medida indiscutível do que seja o certo, e essa verificação constitui para o autor uma experiência chocante. Já disse que o egoísmo e o desejo foram decididamente estimulados, sob o regime de Jeová, para dar incentivo à ação. Isso com o transcurso do tempo endureceu de tal modo o Corpo de Desejos que, quando o advento de Cristo aconteceu, não existia quase ideia da vida celestial no seio da humanidade daquela época, mas o autor, pessoalmente, não havia percebido o significado desse fato, até que deu início às recentes investigações da “A Teia do Destino”.

Os povos antigos não se contentavam em fazer somente todo o mal possível na vida e seguir adiante, mas eles tinham também que matar seus cavalos de guerra, colocar suas armas em seus esquifes, fazendo tudo para que se conservassem ali, porque o Éter desses instrumentos de guerra que lhes havia pertencido durante a vida, exercia uma atração sobre eles e era um meio de mantê-los presos à esfera terrestre. Isso os permitia assombrar, porque, na verdade, eles vagavam pelos castelos por muitos e muitos anos e, logicamente, essas entidades não pertenciam somente à classe dos ricos ou de guerreiros, mas de outras classes também. Em caso de brigas sangrentas, nas quais as pessoas se matavam uns aos outros, os fantasmas incitavam seus familiares vivos para que os vingassem, permanecendo a seu lado e os ajudando a finalizar os feitos sangrentos. Dessa forma, se perpetuava a maldade, e o mundo permanecia em constante agitação, com sangue e luta; ainda essa condição não se dissipou, inteiramente, em nossos dias, no chamado tempo moderno. Quando morre uma pessoa que manteve em seu coração ódio e maldade, estes sentimentos entrelaçam os Corpos de Desejos e o Vital, a convertendo numa séria ameaça para a comunidade que ninguém que não investigou pode imaginar. Portanto, mesmo que não houvesse outras razões, a pena de morte devia ser abolida, para que não se mantivessem sobre a comunidade essas entidades de características tão perigosas, capazes de incitar os seres humanos moralmente fracos, a seguir as suas pegadas.

PARTE IV – “O CORPO DE PECADO” – POSSESSÃO POR DEMÔNIOS AUTOCRIADOS – ELEMENTAIS

Os Espíritos apegados à Terra, como já foi dito, gravitam nas regiões inferiores do Mundo do Desejo, o qual interpenetra o Éter, e ficam em constante e estreito contato com pessoas da Terra que estão em situação mais semelhantes para ajudá-los nos seus maus desígnios. Permanecem nessa situação durante cinquenta, sessenta ou setenta e cinco anos, porém, têm-se visto casos extremos em que tais pessoas permanecem assim durante séculos. Com referência às descobertas do autor até o presente, parece que não há limite para o que eles possam fazer, ou quando deixarão de fazê-lo. Porém, vão amontoando sobre si uma carga horrorosa de pecados, a qual não poderão escapar sem sofrimento, pois o Corpo Vital reflete e grava profundamente no Corpo de Desejos um registro de tais maldades, e quando, finalmente, abandonam a vida errática e entram na existência purgatorial, eles encontram a retribuição e o castigo que merecem. O seu sofrimento será, naturalmente, de uma duração proporcional ao tempo em que permaneceram em suas práticas perniciosas depois da morte do Corpo Denso – o que vem provar mais uma vez que, “os moinhos de Deus moem devagar, mas moem extraordinariamente bem”.

Quando o Espírito abandonou o Corpo de Pecado, como chamaremos este veículo para contrastá-lo com o Corpo-Alma, a fim de ascender ao Segundo Céu, ele não se desintegra tão rapidamente como acontece com o invólucro deixado para trás, como acontece, normalmente, com as pessoas; isso porque, nele, a consciência se acha aumentada por uma dupla composição, isto é, sendo composto de um Corpo Vital e de um Corpo de Desejos tem uma consciência individual ou pessoal muito marcante. Não pode raciocinar, mas existe uma astúcia inferior que faz com que pareça ter o aspecto de um Espírito, um Ego, e isso lhe facilita viver uma vida separada por muitos séculos. Entretanto, o Espírito que partiu entra no Segundo Céu, porém, não tendo efetuado nenhum trabalho na Terra que o faça merecer uma prolongada estada ali ou no Terceiro Céu, permanece nesses lugares somente o tempo suficiente para criar um novo ambiente para si e, então, renasce muito antes do tempo normal, para satisfazer seu desejo de coisas materiais que tão intensamente o atraem.

Quando o Espírito retorna à Terra, seu Corpo de Pecado é atraído, naturalmente, para ele e, geralmente, permanece a seu lado toda a sua vida, como um demônio. As investigações demonstraram que esta classe de criaturas sem alma existiu em abundância nos tempos bíblicos e foi a elas que o nosso Salvador se referia como demônios, sendo a causa de diversas obsessões e enfermidades corporais a que se refere a Bíblia. A palavra grega “daimon” os descreve com precisão. Ainda hoje, numa parte do sul da Europa e do Oriente, eles perturbam, sendo que esta situação aflitiva se encontra mais agravada na Sicília, Córsega e Sardenha. Tribos inteiras da África, nas quais prevalece a prática da magia Vodu, têm esses espectros horrorosos; os indígenas dos Estados Unidos da América e os negros do Sul desse país estão, também, sujeitos a eles.

Infelizmente, o mal não está só confinado a essas chamadas raças inferiores ou atrasadas. Mesmo aqui, entre os habitantes que chamamos de países civilizados, no norte da Europa e nas Américas do Norte e do Sul, vemos que possessões demoníacas estão longes de não ser frequentes, mesmo que, logicamente, sua forma não seja de natureza tão miserável como nos casos acima citados, em que a ação demoníaca é acompanhada, frequentemente, de práticas abomináveis e repulsivas.

Em certa época, o autor esteve muito apreensivo com o efeito que a guerra poderia ter no entrelaçamento do Corpo Vital e o de Desejos, pensando que pudesse produzir o nascimento de legiões de monstros que afligiriam as futuras gerações. No entanto, é com grande alegria que reafirmo que não devemos temer por isso. Somente quando o ser humano é, premeditadamente, mau e vingativo, e persistentemente nutrem esse desejo, sentimento e propósito focado em alguém; somente quando tais desejos e emoções são cultivados, estimulados e mantidos é que produzem o endurecimento do Corpo Vital e criam uma ligação interna entre esses veículos. Sabemos, pelos registros da grande guerra, que as tropas não alimentam tais sentimentos umas contra as outras, contudo os adversários se relacionam como amigos, entrando, muitas vezes, em contato e se confraternizando. Ainda que a guerra seja responsável por uma tremenda mortalidade, e, em consequência, acarretando uma deplorável mortalidade infantil em idade futura, não pode ser acusada pelas doenças terríveis engendradas pela obsessão, nem pelos crimes sugeridos por esses demoníacos Corpos de Pecado.

Os Corpos de Pecado abandonados, a que nos referimos anteriormente, habitam, de preferência, as regiões mais inferiores do Éter e se condensam muito próximo à linha da visão física. Algumas vezes, podem fazer uso de alguns constituintes do ar, tornando-se perfeitamente visíveis para as pessoas a quem costumam molestar, embora suas vítimas tenham sempre muito cuidado para evitar que alguém perceba essa presença demoníaca à sua volta, isto é, pelo menos no mundo ocidental; parece não haver tal sutileza na parte sul da Europa.

Seguindo investigações anteriores, o autor tentou várias experiências com Espíritos que se encontravam nos reinos superiores do Éter e que acabavam de morrer e, também com pessoas que haviam estado no Mundo do Desejo, por um tempo curto ou longo, e que estavam quase prontos para passar para o Primeiro Céu. Muitos Espíritos que haviam partido desta vida procuraram cooperar, bondosamente, sobre o assunto. O objetivo destas experiências era determinar até que ponto lhes seria possível se revestirem nos materiais das regiões etéricas inferiores e mesmo das regiões gasosas. Foi comprovado que aqueles que acabavam de morrer podiam aguentar facilmente as vibrações etéricas inferiores, e, embora sendo seres de bom caráter, não se sentiam satisfeitos em lá permanecer mais tempo do que o necessário, pois aquela situação lhes era desconfortável. Porém, ao fazer a experiência com Espíritos vindos das sucessivas regiões superiores do Mundo de Desejo e do Primeiro Céu, notamos que se tornou cada vez mais difícil para eles se envolverem no Éter ou penetrar nele. A opinião geral foi que sentiram uma sensação semelhante a descida ao interior de um poço profundo, chegando até à asfixia. Também se comprovou que foi absolutamente impossível às pessoas do Mundo Físico avistá-los. Tentamos, por todos os meios de sugestão, dar uma sensação da nossa presença às pessoas congregadas em salões que visitávamos, mas não percebemos resposta às nossas manifestações, embora, em alguns casos, as formas que condensamos parecessem ao autor tão escuras como as das pessoas físicas cuja atenção desejávamos atrair. Colocamos nossos elementos experimentais entre as pessoas físicas e a luz, mas, mesmo assim, não obtivemos nenhum êxito, tanto com aqueles que procediam das regiões superiores, como com os que acabavam de morrer e podiam permanecer, durante um tempo considerável, na posição e na densidade que lhes foram dadas.

Além disso, entre as entidades já mencionadas anteriormente, e que moram em um Corpo de Pecado construído por elas mesmas e, por isso, sofrem intensamente durante o período de expiação, encontramos duas classes que, em certo sentido, são iguais entre si, embora, em outros, sejam completamente diferentes. Além das Hierarquias Divinas e das quatro ondas de vida dos Espíritos que se acham agora evoluindo no Mundo Físico, por meio dos reinos mineral, vegetal, animal e humano, existem outras ondas de vida que se manifestam nos vários Mundos invisíveis. Entre elas há certa classe de Espíritos sub-humanos que são chamados elementais. Ocorre, algumas vezes, que um desses elementais se apossa do Corpo de Pecado de alguém de uma tribo selvagem, e, deste modo, acrescenta a tal ser, uma inteligência extra. No renascimento daquele Espírito que gerou esse Corpo de Pecado, a atração natural os une; porém, devido ao elemental que anima o Corpo de Pecado, o Espírito se torna diferente dos outros membros da tribo e daí o vermos atuando entre os seus como curandeiro ou outras ocupações semelhantes. Estes Espíritos elementais que animam os Corpos de Pecado dos indígenas, também atuam como Espíritos de controle sobre o médium e, alcançando poder sobre ele durante a vida, quando este morre, estes Espíritos de controle elementais expulsam-no dos veículos que contém a sua experiência de vida e, como consequência, o Espírito do médium pode se atrasar em sua evolução durante eras, porque não há poder capaz de obrigar os elementais a abandonar suas presas sobre quem obtiveram total controle. Portanto, mesmo que a mediunidade não produza efeito maléfico visível no curso de uma vida, existe um grande perigo, depois da morte, para a pessoa que permitiu que seu corpo fosse assim possuído. O espiritismo prestou ao mundo um serviço necessário. Foi provavelmente o principal meio para provar o materialismo absoluto da ciência, e trouxe consolo a milhares de almas sofredoras que lamentavam a perda de seus entes queridos; fez, também, com que muitos céticos acreditassem numa existência superior. Não temos intenção de menosprezar os militantes deste credo, mas não podemos deixar de emitir nossa advertência, pois acreditamos ser um dever apontar o enorme perigo em que se encontram aqueles que, habitualmente, permitem ser controlados por Espíritos que não podem ver e de quem absolutamente nada sabem.

PARTE V – OBSESSÃO DO SER HUMANO E DOS ANIMAIS

É um fato curioso como os elementais sub-humanos, algumas vezes, agregam-se a determinadas pessoas, a uma família ou até as sociedades religiosas; mas em tais casos, tem-se visto que os veículos usados por eles não consistem em um Corpo de Pecado endurecido, composto pela ligação dos Corpos Vital e de Desejos, mas tais veículos são obtidos por meio da mediunidade praticada por uma pessoa normalmente de bom caráter, e o Éter desse veículo estava em estado de desintegração. Para preservar e prolongar o seu domínio sobre tal veículo, pedem àquele a quem servem, que lhes ofereçam regularmente alimento e lhes queimem incenso; ainda que não possam, naturalmente, assimilar o alimento físico, podem e vivem dos vapores e do cheiro que eles exalam, assim como da fumaça do incenso.

Essa é mais uma ilustração de que os motivos, por mais puros que sejam, não nos protegerão quando agimos contra as leis de Deus, assim como não podemos deixar de queimar as mãos se as pusermos no fogo, não importa a razão porque o fizemos. Entretanto, temos observado que quando um médium se deixa dominar por motivos puros ou por uma elevada devoção religiosa, é muito difícil a essas entidades malignas sustentarem a possessão do Corpo Vital por muito tempo; cansam-se depressa do esforço e vão procurar outra vítima mais de acordo com a sua natureza. Sabe-se que no sul da Europa e no Oriente distante existem elementais que se apossam dos Corpos Vitais de uma família por gerações seguidas, deixando um Corpo por outro, realizando certos serviços para a família, como compensação pelo alimento que lhes é dado regularmente. Alguns desses elementais são demasiado malignos para se satisfazerem com simples alimentos e exigem sangue, até sangue humano, sendo responsáveis por tribos como as dos caçadores de cabeças das Filipinas e a dos estranguladores da Índia, que cometem assassinatos como um rito religioso. Isso, também, é a base do Culto aos Antepassados no Oriente.

Estes elementais, assim como os corpos de pecado que não são animados por uma inteligência externa, são denominados “OS GUARDIÃES DO UMBRAL”, devido ao fato de que quando a pessoa, por quem este demônio foi originalmente gerado, renasce esse demônio se agrega a ela e se torna um tentador e um Espírito do mal para ele em toda sua vida. Frequentemente se verifica que uma pessoa, que em uma vida gerou tal demônio, mas aprendeu as lições na existência purgatorial, e quando renasce se esforça com o máximo empenho para viver uma vida pura, honesta e decente, ainda assim encontrará ao seu lado esse Corpo de Pecado para atrapalhá-la. Muitas pessoas torturadas desse modo eram tão sinceras em seus desejos de reforma que entraram para mosteiros e praticaram mortificações severas em seus Corpos, acreditando que o demônio que as rodeava e de cuja presença estavam conscientes, era o próprio diabo ou um dos seus emissários.

Diz-se, na verdade, que o menino é o pai do homem. Similarmente, nossas existências anteriores são progenitoras de nossa vida presente e futura. E é muito certo que, pelo menos nesse sentido, “os pecados dos pais recaiam sobre os filhos”. Não podemos negar a justiça desse fato, pois, as crueldades praticadas pelas pessoas que deram origem a formação dos corpos de pecado foram, geralmente, da natureza mais atroz que se possa imaginar.

Você, provavelmente, já ouviu falar que quando um cachorro buldogue prende uma vítima com seus dentes, não quer largá-la. Isso implica em dizer que o animal tem o poder de fazer o que quiser. O mesmo não acontece com uma cobra; seus dentes são virados para o fundo da boca e, uma vez que os tenha enterrado na carne de sua vítima, não pode desprendê-los e terá, forçosamente, que engolir a presa. Por curioso que nos pareça, acontece algo semelhante com a obsessão.

Lembram-se que o autor tem dito sempre que os Espíritos de controle estão do lado de fora do Corpo de sua vítima e por detrás dela, manipulando o órgão da voz ou todo o Corpo, segundo o caso, através do cerebelo e da medula oblongada, onde a chama da vida arde com um som duplo e sibilante, composto de dois tons que indicam a resistência do Corpo às manipulações do intruso. Nossas últimas investigações, entretanto, revelaram o fato de que o Espírito de controle que atua pelo lado de fora da vítima, é da classe dos argutos que se acautelam para não serem apanhados numa armadilha. Enquanto estão fora podem abandonar a presa a qualquer momento, e permitem que suas vítimas sigam a própria vida como desejarem, como eles também o fazem. Porém, existem outros Espíritos que não são tão sagazes, que são talvez mais arrojados ou que estão ansiosos por penetrar no mundo material e por isso põem de lado qualquer precaução. Penetrando no Corpo de suas vítimas, acham-se quase na mesma situação de uma presa nos dentes de uma cobra; o Corpo de suas vítimas os mantêm firmemente presos e não podem se livrar em circunstâncias normais. Nesses casos, a obsessão se torna permanente e a personalidade da vítima se transforma totalmente.

Se o Espírito obsessor for uma entidade elemental ou sub-humana, que não é capaz de usar a Mente ou a laringe, uma vez que esses órgãos foram as últimas aquisições humanas, a pessoa assim obsidiado se converte num lunático irremediável, não raro de natureza perversa, cuja faculdade de linguagem frequentemente se torna danificada. É quase impossível desalojar tal entidade, uma vez que ela tenha entrado. Investigações de vidas anteriores indicam que tal aflição é geralmente o resultado de um desejo de fugir às experiências da vida, pois, aqueles que estão obsidiados, frequentemente, foram suicidas em uma existência anterior. Tiveram um Corpo que desprezaram e, em uma vida posterior, a mentalidade se debilitou como resultado de alguma doença física, de um grande choque ou mesmo de uma obsessão. Em quaisquer desses casos, o Espírito foi expulso do seu Corpo, pairando à sua volta ansioso por possuí-lo, mas incapaz de fazê-lo devido à falta da Mente, por meio da qual poderia focar o pensamento sobre o cérebro, ou devido à obsessão de uma entidade alheia.

A dor e o desapontamento são causas frequentes do suicídio, e, muitas vezes, uma grande tristeza foi o motivo para arruinar a Mente; entretanto, o Espírito é capaz de compreender e enfrentar a situação, ainda que não seja capaz de usar seus veículos devido ao escasso foco da Mente. Porém, no caso que se tenha desejado fugir da situação pelo suicídio, o indivíduo aprende, pela maneira já descrita, a conhecer o valor de um Corpo e de suas ligações, não havendo no futuro causa suficiente para decidi-lo a romper o Cordão Prateado. Algumas vezes, a dor vem para tentar uma pessoa que cometeu suicídio em vida anterior; e, quando ele resiste à prova, mostra que já está imune à tentação. Sob o mesmo princípio, o alcoólatra de vidas anteriores é tentado a beber para testar sua estabilidade de caráter, ao rejeitar conscientemente a bebida.

É curioso como a perpetração do suicídio em uma vida e consequente sofrimento post-mortem ao tempo em que ainda existe o arquétipo, frequentemente gera no suicida um medo mórbido da morte na próxima vida, assim, quando a morte chega, no decurso normal, os suicidas parecem frenéticos depois de abandonar o Corpo e tão ansiosos de voltar ao mundo material que, com frequência, cometem o crime da obsessão da forma mais tola e irrefletida. Entretanto, como nem sempre há pessoas negativas sujeitas à obsessão (e ainda que as houvesse, não é fácil à pessoa que acaba de morrer, e que procura uma oportunidade de voltar, encontrar alguém que a possa abrigar), uma coisa estranha e horrível acontece: o Espírito expulsa o verdadeiro possuidor de um Corpo animal e passa a animar este veículo. Acha-se, assim, na horrorosa contingência de viver uma existência pura e simplesmente animal. Se o animal está sujeito a crueldades por parte do dono, o Espírito humano obsessor sofre como sofreria o Espírito animal; se o animal é sacrificado para prover alimento, o ser humano, dentro dele, vê e compreende os preparativos para o abate, vendo-se obrigado a passar pelas horrorosas experiências relacionadas com isso. Casos dessa natureza não são tão raros como se poderia supor; ao contrário, ocorrem frequentemente, como uma visita a alguns dos grandes matadouros da América do Norte, onde o autor tomou conhecimento disso; e compreendeu a situação, chegando à mais dolorosa convicção da necessidade de educar o ser humano com respeito à grande verdade de que a morte, assim como o nascimento, é somente um acontecimento frequente na vida eterna do Espírito imortal.

Uma fé total nessa doutrina eliminaria incontáveis misérias da humanidade, e devemos fazer tudo que esteja ao nosso alcance para ajudar a divulgar este Evangelho de Vida.

Algumas vezes, também, um ser humano perverso incorpora um animal feroz e sente um prazer diabólico em aterrorizar uma comunidade. Quando Cristo andou na Terra, casos de obsessão animal por Espíritos humanos aconteciam diariamente, e os exemplos registrados na Bíblia não são, em absoluto, mitos ou loucuras para aqueles que são dotados de visão espiritual e capazes de ler na Memória da Natureza, pois veem que essas coisas ocorreram realmente; com efeito, os antigos videntes que observaram essa entrada de pessoas de caráter baixo e vil nos Corpos de animais, ao abandonarem seu próprio Corpo na morte, pensavam que isso era o curso normal da natureza, ao invés de ser uma condição anormal. Daí terem formulado a doutrina da Transmigração.

PARTE VI – A CRIAÇÃO DO AMBIENTE – GÊNESE DAS DEFICIÊNCIAS MENTAIS E FÍSICAS

É um fato evidente, depois de uma simples observação, que enquanto os animais atuam de modo semelhante, sob as mesmas circunstâncias, por estarem sendo guiados por um Espírito-Grupo, o ser humano não age assim. Na humanidade há tantas espécies quantos são os indivíduos, sendo que cada um é uma lei em si mesmo; e ninguém pode predizer as ações de um ser humano, ou como um outro agirá em circunstâncias análogas; o mesmo indivíduo pode agir distintamente, e provavelmente o fará, diante de condições idênticas e em ocasiões diferentes. Por essa razão, é muito difícil tratar ou elucidar devidamente um assunto como o da “A Teia do Destino”, quando nós, seres humanos, ainda possuímos Mentes presentemente com capacidade reduzida. Para compreender totalmente esse assunto precisaríamos da sabedoria de grandes seres como são os Anjos do Destino, que têm a seu cargo este intrincado departamento da vida.

No entanto, não se deve pensar que o autor esteja dando, nesse livro, uma ideia superficial de como se faz ou desfaz o destino. Cada ato de cada indivíduo produz uma determinada vibração no universo, que incide sobre ele e sobre os outros ao seu redor; e simples Mente humana não pode ver ou calcular os resultados dessas ações e reações que se produzem em poucos meses, anos ou vidas. Tivemos a oportunidade de ver, graças ao quadro geral impresso em nossa Mente quando desenvolvíamos este tema, o modo de classificar as causas geradas no passado, segundo se nos apresentam, e seus efeitos na vida atual. No decurso desse estudo investigamos centenas de pessoas e, em alguns casos, retrocedemos três, quatro e até mais vidas, com o objetivo de chegar à raiz da questão e determinar como as ações do passado reagem para criar as atuais condições de nossas vidas presentes. Embora tenhamos feito o melhor possível, pedimos aos Estudantes que não considerem isso como uma conclusão definitiva sobre o assunto, mas antes como um início, que confiamos possa ajudá-los a resolver determinados problemas.

No que concerne ao ambiente, parece-nos que as pessoas que são de natureza difícil de conviver com outras e que têm diante de si uma vida árdua, nascem frequentemente entre estranhos, dos quais não receberão simpatia e onde seus sofrimentos não despertarão, nas pessoas do mesmo sangue, nenhum sentimento de apoio apreciável; às vezes, ficam órfãs, ou são abandonadas pelos pais, ou fogem de casa na tenra idade. Quando é esse o caso, essa alma, muitas vezes, anseia pelo afeto que ela recusou dar aos outros em vidas anteriores. Também vimos casos em que determinados indivíduos cometeram atrocidades no passado e levaram a desonra e a vergonha a seus familiares, os quais sofreram muito devido ao grande amor que dedicavam a esses depravados. Quando tal alma errante se dispõe a se emendar e purgar os erros do passado, encontrar-se-á em um ambiente totalmente hostil, com fome e sede por um amor que desprezou anteriormente; então isso lhe causa agora uma vida tão difícil. Se o ser humano não aprendeu a lição em uma só vida, muitas outras vidas com experiências semelhantes lhe ensinarão a ser amável com aqueles que o amam, bem como a agir correta e honestamente com os outros.

Também observamos que, muitas vezes, uma alma que viveu erradamente em vidas passadas, não teve uma assistência bondosa por parte de sua família, que lhe devia ter dado atenção, apoio e amor. Naturalmente, a falta deste ambiente afetivo não foi uma justificativa para os seus erros perante a lei, e a pessoa foi obrigada a expiá-los em vidas posteriores. No entanto, em tais casos, os papéis foram, normalmente, trocados; a família, que em vidas passadas a repudiou, agora a amou profundamente e, então, sentiu intensamente toda a mágoa e todo sofrimento que ela teve que passar por conta de seu passado. Assim, a família também expiou suas ações do passado dando a pessoa o que faltou em simpatia e bondade.

Esses são casos extremos, e, naturalmente, não podemos tirar conclusões definitivas de casos pouco nítidos, pois quanto mais nebulosos eles forem, mais fácil será tabulá-los. A lei aplicada nos casos extremos também se aplica aos de menor importância, com as modificações necessárias às diferenças de ambiente.

Os fatos relatados acima indicam, de forma clara, que somos realmente os guardiães de nossos irmãos e que convém que todos nós exteriorizemos muita simpatia e bondade aos desafortunados, tanto da nossa família como aos demais. Mesmo que vendo as coisas superficialmente e olhando a vida somente sob o ponto de vista da nossa encarnação atual, pode parecer que não temos responsabilidade alguma pelas ações de nossos infelizes familiares; no entanto, se pudéssemos ver mais amplamente o sentido da vida, ver por trás do véu, provavelmente descobriríamos que nós mesmos os ajudamos a se afundarem na degradação.

Frequentemente ouvimos a expressão que uma pessoa é o “pesadelo” em uma certa família; e nós podemos, muito de perto, sempre considerarmos que essa pobre alma é uma estranha entre gente estranha, devendo estar ali por algum desajuste praticado no passado. O “sangue é mais espesso que a água”, diz um velho provérbio; na verdade, o laço de sangue não traz consequências, a menos que as pessoas de uma família estejam unidas entre si pelo amor ou pelo ódio do passado, os quais determinam as verdadeiras relações da vida atual. Uma alma pode nascer em determinada família, pode se sentar à sua mesa, ter o direito legítimo de herança e ser, entretanto, tão estranha a ela como qualquer mendigo que lhe chegue à porta pedindo um prato de comida. Recordemos que Cristo disse: “Eu estava faminto e vós Me destes de comer; Eu estava sedento e Me destes de beber; Eu era um estranho e Me admitistes ao vosso lado”[11]. Depois: “Tudo o que fizestes em favor do menor de meus irmãos, a Mim mesmo o fizestes”[12]. Quando nós encontrarmos tal tipo de alma, “estranha”, solitária e estrangeira em seu meio ambiente, é nosso dever, como cristãos, imitar o exemplo de nosso Senhor; nós devemos nos esforçar para que essa alma estrangeira se sinta em casa e aplique seus conhecimentos pelo amor de Cristo, sem tomar em conta suas excentricidades.

As deficiências que afetam a humanidade podem ser divididas em duas grandes classes: mentais e físicas. As perturbações mentais, quando congênitas, são especialmente consequências do abuso da força criadora, com uma só exceção que veremos depois. Pode-se incluir no caso as debilidades dos órgãos vocais. Isso é lógico e compreensível. O cérebro e a laringe foram construídos com a metade da força criadora pelos Anjos, assim, o ser humano, que antes da aquisição desses órgãos era bissexual e capaz de criar por si mesmo, sozinho, perdeu essa faculdade quando esses órgãos foram criados e, agora, depende da cooperação de alguém do outro sexo ou polaridade oposta, a fim de gerar um veículo novo para um Espírito que renasce.

Quando usamos a visão espiritual para observar um ser humano na Memória da Natureza, durante a época em que ainda estava em formação, vemos que, onde quer que agora exista um nervo, existia antes uma corrente de desejos; que pelo próprio cérebro foi feito, de início, de substância de desejos, bem como a laringe. Foi o desejo que primeiramente enviou um impulso motivador por meio do cérebro e criou tais correntes nervosas para que o Corpo pudesse se mover e dar ao Espírito qualquer gratificação que fosse indicada pelo desejo. A linguagem, da mesma forma, é utilizada com o propósito de obter um objeto ou alcançar uma finalidade desejada. Por meio dessas faculdades, o ser humano alcançou certo domínio sobre o mundo e, se pudesse voar de um Corpo a outro, não teria fim o abuso de seu poder para satisfazer qualquer capricho ou desejo. Porém, sob a Lei de Consequência, ele leva com ele, em um Corpo novo, as faculdades e órgãos semelhantes àqueles que utilizou em Corpos precedentes.

Quando a paixão arruinou o Corpo em uma vida, isso fica gravado no Átomo-semente. Na descida para o próximo renascimento é impossível para este Espírito juntar material puro com o qual possa organizar um cérebro de construção estável. Nesse caso, renasce geralmente sob um dos Signos Comuns[13] e, muitas vezes, os quatro Signos Comuns se acham nos ângulos; porque, através de tais Signos, o desejo passional encontra dificuldade para se manifestar. Em consequência, este poderoso impulso que anteriormente regeu seu cérebro e que poderia ser usado agora com o propósito de renovação, acha-se ausente; ele tem falta de incentivo na vida e, com isso, se converte em um inútil, uma tábua sobre o oceano da vida, e, frequentemente, um insano.

Porém, o Espírito não é insano; ele vê, conhece e tem um desejo veemente de utilizar seu Corpo, embora ser uma impossibilidade, pois, muitas vezes, não pode nem sequer enviar um impulso adequado aos seus nervos. Os músculos do rosto e do corpo não estão sob o controle de sua vontade. Isso é devido à falta de coordenação que faz com que o maníaco tenha tão lamentável aspecto. Assim, o Espírito aprende uma das mais duras lições da vida, pois é muito pior do que a morte se achar sujeito a um Corpo vivo e ser incapaz de se expressar por meio dele. Isso porque a força de desejos necessária para realizar o pensar, o falar e o se mover, foi arruinada em uma vida de depravação no passado, deixando o Espírito sem a energia necessária para manipular seu atual instrumento.

PARTE VII – A CAUSA DA ENFERMIDADE – ESFORÇOS DO EGO PARA ESCAPAR DO CORPO – EFEITOS DA LASCÍVIA

Ainda que as incapacidades mentais, quando congênitas, sejam em geral produzidas pelo abuso da função criadora em vidas passadas, há uma notável exceção a essa regra, como nos casos mencionados no “Conceito Rosacruz do Cosmos” e em outras partes de nossa literatura, e descritos a seguir: quando um Espírito que tem diante de si uma vida particularmente penosa está prestes a renascer, e sente, no momento de entrar no útero materno, que o panorama da vida futura que lhe é exibido naquele momento marca uma existência dura e infeliz demais para ser suportada, algumas vezes tenta fugir à escola da vida. Nessa ocasião, os Anjos do Destino, ou seus agentes, já fizeram no feto em formação as conexões necessárias entre o Corpo Vital e os centros sensoriais do cérebro; portanto, o esforço do Espírito para fugir do útero materno é frustrado, mas, o deslocamento produzido pela torção dada pelo Ego, altera a conexão entre os centros sensoriais etéricos e físicos, daí o Corpo Vital não ficar em posição concêntrica com o físico, fazendo com que a cabeça etérica sobressaia do crânio físico. Resulta disto a impossibilidade do Espírito usar seu veículo denso, achando-se ligado a um corpo sem Mente que não poderá utilizar, e o renascimento será inútil.

Temos casos em que uma grande comoção durante a vida faz com que o Espírito tente escapar do Corpo com os veículos invisíveis. Como consequência da torção, se produzem emoções iguais nos centros sensoriais etéricos do cérebro e esse choque desorganiza a expressão mental. Provavelmente todos já devem ter experimentado uma sensação semelhante ao receber um susto; há uma agitação como se algo se esforçasse para escapar do Corpo Denso; se trata do Corpo de Desejos e do Corpo Vital, que são tão velozes em seus movimentos, que um trem expresso comparado a eles pareceria uma lesma. Estes Corpos sentem o perigo e se enchem de temor antes que o medo se transmita ao inerte e lento Corpo Denso, ao qual estão ligados e do qual não podem fugir em condições normais.

Às vezes, como já dissemos, o susto e o choque são suficientemente fortes e podem atuar com tal impulso que os centros sensoriais etéricos se desorganizam. Isso ocorre mais frequentemente com as pessoas que nasceram sob Signos Comuns, que são os mais fracos do Zodíaco. Tal como um ligamento que foi distendido e rompido pode recuperar gradualmente uma relativa elasticidade, assim também é mais fácil restaurar as faculdades mentais nesses casos do que naqueles onde a insanidade congênita, acarretada por vidas passadas, ocasionou uma conexão indevida.

Comprovou-se que a histeria, a epilepsia, a tuberculose e o câncer são o resultado de tendências errôneas de uma vida passada. Observou-se que muitos indivíduos, que haviam sido quase maníacos na satisfação de sua lascívia em vidas anteriores, possuíam ao mesmo tempo uma natureza altamente devota e religiosa; e em tais casos, parece que o Corpo Denso gerado na vida presente era de saúde normal, havendo unicamente incapacidade mental; enquanto que em outros casos onde a indulgência com a natureza passional estava unida a um caráter maligno e a um grande desrespeito aos semelhantes, a epilepsia, o raquitismo, a histeria e uma deformação corporal foram os resultados desses erros, assim como o câncer, em especial no fígado e no seio.

Nessa conexão, entretanto, sentimos o dever de advertir os Estudantes que não tirem conclusões apressadas de que as manifestações citadas anteriormente representem regras fixas e inflexíveis. As muitas investigações levadas a efeito, embora tenham sido árduas para um só investigador, são ainda escassas para que sejam conclusivas e onde estão envolvidos milhões de seres humanos. De qualquer modo, estão em harmonia com os ensinamentos contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos” ministrados pelos Irmãos Maiores, que exemplificaram os efeitos do materialismo como produtor do raquitismo, isto é, o amolecimento de uma parte do corpo que deveria ser dura e da tuberculose que endurece tecidos que deviam permanecer moles e flexíveis. O câncer é essencialmente semelhante em seus efeitos; e quando consideramos que o signo de Câncer é regido pela Lua, o Astro da geração, estando a esfera lunar sob o controle de Jeová, o Deus da reprodução, cujos Anjos anunciam e presidem o nascimento, como nos casos de Isaac, Samuel, João Batista e Jesus, nós compreendemos facilmente que o abuso das funções geradoras pode causar tanto o câncer como a insanidade nas mais variadas formas.

Portanto, com respeito às anormalidades e deformidades físicas, parece ser regra geral que, assim como a indulgência física com as paixões atua sobre o estado mental, os abusos dos poderes mentais em uma vida conduzem à incapacidade física em existências posteriores. Uma máxima oculta diz que “uma mentira é ao mesmo tempo assassina e suicida no Mundo do Desejo”. Os ensinamentos dos Irmãos Maiores, contidos no “Conceito Rosacruz do Cosmos”, explicam que sempre que um incidente ocorre, um determinado pensamento-forma gerado no Mundos invisíveis registra o acontecimento. Cada vez que se fala e se comenta o caso, cria-se uma nova forma de pensamento que se funde com o original e o robustece, desde que ambos possuam a mesma vibração. Se não se diz a verdade acerca do sucedido, então as vibrações do original e da reprodução não serão idênticas e o resultado é que investem uma contra a outra, destruindo-se mutuamente. Se o pensamento-forma verdadeiro e bom for suficientemente forte, conseguirá o domínio da situação e aniquilará os pensamentos-forma baseados na mentira; consequentemente, o bem vencerá o mal. Ao contrário, se os mais fortes forem os pensamentos mentirosos e maliciosos, estes podem vencer o pensamento-forma verdadeiro, destruindo-o. Depois haverá discórdia entre eles e, um a um, todos serão aniquilados.

Deste modo, a pessoa que leva uma vida pura, se esforçando por obedecer às leis de Deus e lutando ardentemente pela verdade e pela justiça criará pensamentos-forma de natureza semelhante; sua Mente trilhará caminhos em harmonia com a verdade; e quando chegar o momento de criar seu próprio arquétipo para a vida futura, essa pessoa, pela força do hábito adquirido em sua vida terrestre anterior, estará pronta, e, intuitivamente, colocar-se-á com as forças da retidão e da verdade. Tais linhas, uma vez somadas ao seu Corpo, criarão harmonia nos novos veículos e a saúde será a consequência natural em sua próxima vida. Por outro lado, aqueles que formaram uma visão distorcida das coisas em suas vidas anteriores, que desprezaram a verdade, exercitando a astúcia, o egoísmo exagerado e a desconsideração pelo bem-estar dos outros, se acham impelidos, no Segundo Céu, a ver também as coisas de modo oblíquo, já que este é o seu habitual modo de pensar. Consequentemente, o arquétipo construído por eles incorporará linhas de erro e de falsidade; e, consequentemente, ao renascer, vários órgãos de seu Corpo serão fracos, quando não todo o seu organismo.

Novamente advertimos aos leitores que não tirem conclusões apressadas destas regras experimentais. Não é nossa intenção insinuar que todo aquele que possua um Corpo aparentemente sadio tenha sido um exemplo de virtude em sua vida passada, nem que aquele que sofre alguma anomalia ou incapacidade física foi um crápula ou um inútil. Nenhum de nós está capacitado atualmente para dizer “a verdade completa e nada mais que a verdade”. Podemos nos enganar porque nossos sentidos são ilusórios. Uma rua longa aparenta ser mais estreita à distância, quando em realidade tem a mesma largura, tanto no lugar onde estamos colocados como a um quilômetro de distância. O Sol e a Lua parecem muito maiores quando estão próximos do horizonte do que quando se encontram no zênite, porém, nós sabemos que, na realidade, não aumentam de tamanho ao descer no horizonte, nem diminuem chegar no zênite. Na verdade, estamos sempre retificando e corrigindo a ilusão de nossos sentidos e também em referência a muitas outras coisas do mundo. O que nos parece certo nem sempre o será, e o que hoje é verdade com respeito às condições da vida, poderá mudar amanhã. É impossível conhecermos a verdade final sob as condições evanescentes e ilusórias da existência física.

Somente quando entramos nos reinos superiores, especialmente na Região do Pensamento Concreto, é que nos apercebemos das verdades eternas; eis porque é natural que uma ou outra vez nos equivoquemos, apesar de nossos mais sinceros esforços em colocar-nos sempre em condições de conhecer e dizer só a verdade. Por tal razão, nos é impossível construir um veículo totalmente harmonioso. Se fosse possível, tal Corpo seria realmente imortal, e nós sabemos que a imortalidade na carne não é o desígnio de Deus, pois segundo São Paulo: “A carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus[14].

Contudo, nós sabemos que, atualmente, apenas um número muito reduzido de pessoas está disposto a viver em harmonia com a verdade, a confessá-la e professá-la diante dos outros, por meio do serviço e de uma vida inofensiva e reta. Nós, também, entendemos que isso aconteceu com muito poucos ao retrocedermos na história, quando o ser humano não havia ainda desenvolvido o altruísmo iniciado em nosso Planeta com o advento de nosso Senhor e Salvador, Cristo Jesus. Nesse tempo, os padrões de moralidade eram muito inferiores e o amor à verdade quase insignificante, para a maior parte da humanidade, a qual estava focada em acumular riquezas e adquirir tanto poder e prestígio quanto fosse possível. Eles desconsideravam os interesses dos demais e dizer uma mentira não parecia um ato censurável, pelo contrário, muitas vezes era admitida como meritória. Consequentemente, os arquétipos estavam cheios de fraquezas, e as funções orgânicas do Corpo atual estão prejudicadas em um grau bastante elevado, porque, particularmente, os Corpos ocidentais estão se tornando mais sensíveis à dor devido ao crescimento da consciência do Espírito.

PARTE VIII – OS RAIOS DE CRISTO CONSTITUEM O “IMPULSO INTERNO” – VISÃO ETÉRICA – DESTINO COLETIVO

A assimilação dos frutos de cada vida passada acontece antes que o Espírito renasça e, consequentemente, o caráter gerado é totalmente formado e se expressa de imediato na sutil e móvel matéria mental da Região do Pensamento Concreto, onde o arquétipo do Corpo Denso é construído. Se o Espírito que procura renascer é amante da música, tentará construir um ouvido perfeito, com os canais semicirculares devidamente situados e com o tímpano mais delgado e sensível à vibração; tentará construir dedos compridos e finos com os quais possa executar os acordes celestes captados por seus ouvidos. Se não aprecia a música, e, em sua vida anterior fechou os ouvidos aos acordes da alegria ou ao pranto da dor, e desejou se afastar da companhia dos demais, isto fará com que se esqueça de construir o arquétipo de seu ouvido e, como consequência, esse órgão será defeituoso em proporção ao grau de negligência exercida em sua existência anterior.

De maneira similar ocorre com os outros sentidos; aquele que bebe de uma fonte de conhecimento e se esforça em compartilhar seu saber com os que o rodeiam, estabelece as bases para adquirir a faculdade da oratória em sua vida futura, porque o desejo de comunicar seu conhecimento vai induzi-lo a prestar atenção especial à formação e fortalecimento de seu órgão vocal, quando estiver construindo o arquétipo de seu futuro corpo. Por outro lado, aqueles que se esforçam para ganhar acesso aos mistérios da vida por simples curiosidade ou para satisfazer o orgulho de seu próprio intelecto, deixam de construir o órgão adequado para sua expressão e ficam sujeitos a debilidades na voz ou a impedimentos da palavra. Deste modo, vem-lhes o reconhecimento de que a expressão é um bem valioso. Embora o cérebro de um indivíduo, assim afligido, não possa compreender a lição, o Espírito aprende que somos considerados somente pelo uso que fazemos de nossos talentos e que devemos pagar a dívida, algum dia, em algum lugar, se descuidarmos de transmitir a palavra de Vida para iluminar nossos irmãos e irmãs no caminho, sempre que estivermos, pelo conhecimento, qualificados para isso.

Com respeito à cegueira ou distúrbios do órgão da visão, é de longa data que os investigadores sabem que é o efeito de extrema crueldade praticada em vidas passadas. Investigações recentes vieram demonstrar que muitas afecções dos olhos, agora comum entre os seres humanos, são devidas ao fato de que nossos olhos estão mudando; esses órgãos, de fato, estão se tornando mais sensíveis a uma oitava superior da visão, porque o Éter que rodeia a Terra está se tornando mais denso e o ar mais rarefeito. Isto é verdade principalmente como o sul da Califórnia e outros certos lugares do mundo. É digno de nota saber que a Aurora Boreal está se tornando cada vez mais frequente e seus efeitos mais poderosos sobre a Terra. Nos primórdios da Era Cristã, esse fenômeno era quase desconhecido, mas, com o decorrer do tempo, com a onda de Cristo descendo para o interior da Terra durante uma parte do ano, infundindo mais e mais Sua própria vida na amortecida e pesada massa terrestre, os Raios Etéricos Vitais vão se tornando cada vez mais visíveis. Posteriormente, eles se tornaram mais e mais numerosos e, agora, já começam a interferir com as atividades elétricas, especialmente com o telégrafo que, por vezes, não funciona bem, devido a essas correntes de irradiação.

É, também, digno de se observar que tais distúrbios estão limitados aos fios que vão para leste e oeste. Se o leitor quiser recorrer ao “Conceito Rosacruz do Cosmos”, no capítulo II – Os Quatro Reinos[15], poderá entender que existem raios ou linhas de força dos Espíritos-Grupo dos vegetais que irradiam em todas as direções desde o centro da Terra até a periferia e depois para fora, passando através das plantas ou árvores, subindo até suas copas.

Já as correntes de força dos Espíritos-Grupo animais, por outro lado, rodeiam a Terra. As correntes relativamente fracas e invisíveis geradas pelos Espíritos-Grupo dos vegetais e os poderosos raios de força gerados pelo Espírito de Cristo, agora se tornando visíveis como a Aurora Boreal, têm sido até aqui quase da mesma natureza que a eletricidade estática, enquanto as correntes, geradas pelos Espíritos-Grupo animais que circundam a Terra, podem ser comparadas à eletricidade dinâmica que deu à Terra seu poder de movimento em épocas passadas. Atualmente, as correntes de Cristo estão se tornando cada vez mais poderosas e sua eletricidade estática está sendo liberada. O impulso etérico que elas dão inaugurará uma nova era, e os órgãos dos sentidos que o ser humano possui hoje deverão se adaptar à tal mudança. Em lugar dos raios etéricos que emanam de um objeto trazerem à retina a imagem refletida, o chamado “ponto cego” será sensibilizado e veremos através do olho diretamente sobre a própria imagem, em vez desta se refletir sobre a nossa retina. Assim, não somente veremos a superfície do objeto, como também seremos capazes de ver através dele, da mesma forma que fazem os que já têm cultivada a visão etérica.

À medida que o tempo passa e Cristo, com Seus benéficos ensinamentos, atrai cada vez mais e mais Éter interplanetário para a Terra, tornando o Corpo Vital da Terra mais luminoso, nós estaremos caminhando como se andássemos sobre um mar de luz e quando aprendermos a abandonar nossos modos egoístas e egotistas, por meio do constante contato com estas vibrações benéficas de Cristo, também nós nos tornaremos luminosos. Então, o olho, tal como está constituído atualmente, não nos será de utilidade alguma, assim é que está começando a mudar e estamos experimentando os incômodos inerentes a toda reconstrução. Com referência à Aurora e aos seus efeitos sobre nós, podemos dizer que estes raios são irradiados para todas as partes da Terra, a qual é o Corpo de Cristo, desde o centro a periferia, mas, nos pontos povoados do mundo, tais raios são absorvidos pela humanidade, da mesma forma que os raios dos Espíritos-Grupo dos vegetais são absorvidos pela flor. Estes raios constituem o “impulso interno”, que está lenta, mas seguramente impelindo a humanidade a adotar uma atitude altruísta. São os raios fecundantes que fertilizam a nossa alma e, algum dia, se manifestará a Imaculada Concepção e o Cristo nascerá dentro de cada um de nós. Quando todos estivermos perfeitamente impregnados por esses raios, a luz de Cristo começará a se irradiar de nós. Então, caminharemos na luz como Ele na Luz está, e seremos fraternais uns com os outros.

Para terminar estas lições, diremos algumas palavras sobre o destino coletivo:

Além do destino individual gerado por nós mesmos em cada vida, existe também um destino coletivo, ao qual estamos sujeitos por sermos membros de uma comunidade ou nação. É bem sabido que as comunidades, algumas vezes, atuam como um todo, tanto para o bem como para o mal, e é compreensível que estas ações coletivas tenham também um efeito coletivo em vidas futuras sobre os membros de tais comunidades ou nações que tomaram parte nelas. Observou-se que, quando tais atos são maus, a dívida assim contraída é geralmente liquidada no curso dos chamados acidentes de grandes proporções. Também já se explicou que não existem acidentes, salvo nos casos em que o ser humano, que tem prerrogativa divina de iniciar causas novas, intervenha na vida de outros, produzindo mudanças em suas condições, ou quando, por negligência, tira a vida de um semelhante. Isso sim, em muitos casos, constitui um acidente. Porém, os grandes cataclismos como os que presenciamos na Sicília, o terremoto em São Francisco, a Grande Guerra Europeia, etc. não são acidentes, mas atos causais da comunidade envolvida ou o resultado de tais atos em vidas anteriores. Conhecendo a lei de mortalidade infantil, podemos compreender por que centenas de milhares de pessoas, vítimas da Grande Guerra, ao passarem dos campos de batalha para o além, não puderam gravar o panorama da vida que findou e, por isso, precisam morrer durante a infância na próxima existência, e como poderá acontecer esta espantosa mortalidade de crianças no futuro, senão por meio de alguma epidemia ou algum cataclismo? Baseados em tal hipótese, podemos ver no terremoto da Sicília, na destruição de São Francisco, na “epidemia” de fome da Irlanda e da Índia e em outras catástrofes nacionais similares a ação do destino vinda do passado, trazendo, à cada nação, os frutos de suas vidas ações passadas, como uma comunidade.

O que foi dito é simplesmente uma indicação de como se faz e desfaz o destino. Por favor, lembremos que as poucas centenas de casos examinados não podem dar base adequada para um ponto de vista geral da ação da Lei, e o Estudante está exposto a encontrar incongruências em casos individuais acerca do que foi dito. Algumas questões indubitavelmente se apresentarão em relação a esse, àquele ou a outro caso específico, e enquanto é relativamente fácil investigar casos individuais e especificar que causas em uma vida produziram certos efeitos em outra vida da mesma pessoa, é diferente quando procuramos estabelecer uma lei geral, como vimos tentando fazer nessa obra. Para desempenhar essa missão de forma perfeita, são necessários conhecimentos e sabedoria super-humanos, e o presente esforço pode talvez ser considerado um caso de ímpeto tolo, onde até os Anjos teriam medo de pôr as mãos. Pessoalmente, o autor conquistou mais conhecimentos do que tem sido capaz de comunicar e confia que estas revelações possam servir de alguma utilidade ao Estudante, no que se refere ao grande mistério da vida.

Que esses estudos na “Teia do Destino” possam suscitar em cada Estudante um intenso desejo de viver, dia após dia, de modo a contribuir para que haja mais paz na Terra e boa vontade entre os seres humanos.

OS EFEITOS OCULTOS DAS NOSSAS EMOÇÕES

PARTE I – A FUNÇÃO DO DESEJO

Aqueles que estão familiarizados com o estudo deste assunto, conhecem os desastrosos efeitos que um sentimento agudo de medo ou de ansiedade que produz sobre o Corpo Denso. Sabemos como essas emoções alteram a digestão, interferem no metabolismo, na eliminação dos detritos e, em suma, transtornam todo o sistema, com o resultado que, em alguns casos, a pessoa se vê forçada a ficar de cama por maior ou menor espaço de tempo, conforme a importância da crise e do poder de resistência de sua constituição. Contudo, existe um efeito oculto que pode ser tão sério ou até pior, e que geralmente não é compreendido, e, portanto, pode ser um benefício considerável estudar o efeito oculto do equilíbrio e da paixão, da ira e do amor, do pessimismo e otimismo.

Do estudo do “Conceito Rosacruz do Cosmos”, aprendemos que nosso Corpo de Desejos foi gerado no Período Lunar. Se você deseja obter uma imagem mental do modo que as coisas se pareciam, veja a figura do feto, como mostrado em qualquer livro de anatomia. Nele há três partes principais: a placenta, que está cheia do sangue da mãe; o cordão umbilical, que conduz esta corrente vital, e o feto, que é nutrido, desde o estado embrionário até o amadurecimento, por aquela corrente. Imagine, agora, naqueles tempos idos, o firmamento com uma imensa placenta da qual pendiam bilhões de cordões umbilicais, cada um com seu apêndice fetal. Por toda a família humana, então em formação, circulava a única essência universal do desejo e da emoção, gerando em todos, os impulsos necessários para a ação, que agora se manifesta em todas as fases do trabalho do mundo. Estes cordões umbilicais e apêndices fetais eram moldados de uma úmida substância de desejos pelas emoções dos Anjos Lunares, enquanto as correntes ígneas de desejos que se esforçavam em animar a vida latente da humanidade, então em formação, eram geradas pelos ígneos e marcianos Espíritos Lucíferos. A cor da primeira e lenta vibração que eles puseram em movimento, naquela matéria emocional de desejos, foi o vermelho.

Enquanto aquela coloração de movimento (pois assim é realmente esta corrente constante, esta eterna intranquilidade que, sem pausa e sem paz, impulsiona os seres humanos) se achava circulando em nosso interior, o Planeta em que nós habitávamos também circundava um sol, que não deve ser confundido com o atual dador da luz, mas compreendido como uma passada encarnação da substância que compõe nosso atual universo solar, e nós, por sua vez, circundávamos o globo sobre o qual morávamos, da luz às trevas, do calor ao frio. Deste modo, éramos trabalhados por fora e por dentro, num esforço para excitar nossa consciência adormecida. E houve uma resposta, pois, ainda que nenhum dos Espíritos parcialmente separados, habitando uma bolsa fetal individual, pudessem sentir aqueles impactos, apesar de serem muito fortes, as sensações acumuladas de bilhões de Espíritos semelhantes eram sentidas como um som do universo, um grito cósmico – a primeira nota da harmonia das esferas – tocada em uma única corda. Entretanto, foi bastante expressiva e adequada aos impulsos latentes e às aspirações da incipiente raça humana daqueles dias distantes.

Desde então, esta natureza de desejos tem evoluído; o ígneo e marciano substrato de paixão e as bases aquosas lunares da emoção se tornaram capazes de numerosas combinações. Da mesma forma que o pensamento sulca o cérebro com circunvoluções e o rosto com linhas, também as paixões, os desejos e as emoções vêm mudando a matéria móvel de desejos em linhas curvas, em espirais, redemoinhos, corredeiras e vórtices que parecem uma torrente no momento em que essa se acha na maior agitação – sendo muito raro ficarem num descanso relativo. Essa matéria de desejos, em sucessivos períodos de sua evolução, foi respondendo a cada uma das sete vibrações astrais emanadas do Sol, de Vênus, de Mercúrio, da Lua, de Saturno, de Júpiter e Marte. Durante aquele tempo, cada Corpo de Desejos individual tem sido tecido sob um único modelo e, como a lançadeira do tempo corre incessantemente de um lado para outro sobre o tear do destino, este modelo está sendo aumentado, embelezado e melhorado, mesmo que não possamos percebê-lo. Assim como o tecelão realiza seu trabalho no avesso do tapete, estamos também tecendo o desenho supremo, sem compreender realmente e sem ver a sublime beleza do mesmo, porque ainda se encontra oposto a nós o lado oculto da natureza.

Porém, para que possamos compreender melhor, tomemos alguns destes emaranhados fios de paixão e emoção para vermos o efeito que têm neste modelo que Deus, o Mestre Fiandeiro, deseja que teçamos.

Os mitos antigos sempre espalham um brilho luminoso sobre os problemas da alma e nós podemos, com proveito, levar em consideração certa parte da lenda maçônica. Os maçons são uma sociedade de construtores, “tektons” em grego – a mesma sociedade a que pertenciam José e Jesus, pois a eles a Bíblia grega chamava de “tektons” – construtores – e não carpinteiros, segundo a versão ortodoxa. Os maçons, sob Salomão, foram os construtores deste templo místico projetado por Deus, o Grande Archetekton ou Mestre Construtor, construído sem ruído de martelo, a respeito do qual o personagem Manson fala na maravilhosa peça “O Servente da Casa”[16]. Este nos diz que “o templo não é um monte de pedras mortas e vigas insignificantes, mas é uma coisa vivente. Quando você entra nele, ouve um som, um som como o de um vigoroso poema cantado, isto é, se você tem ouvidos; se você tem olhos, poderá agora ver o próprio templo, um mistério de formas e sombras indistintas, projetando-se verticalmente do solo à cúpula. Ele está ainda sendo construído e reconstruído; às vezes, a obra segue sob escuridão profunda, outras vezes, sob luz ofuscante”. Todo verdadeiro maçom sabe o que significa esse templo e se esforça por construí-lo. A antiga lenda maçônica nos conta que quando Hiram Abiff, o mestre de obras encarregado da construção do templo de Salomão, um edifício de Deus construído sem ruído de martelo, estava terminando os preparativos para executar sua obra mestra, o “mar fundido”, ele reuniu material de todos os recantos da Terra, pondo-os em um forno ardente, porque era um descendente de Caim, um filho do fogo, o qual, por sua vez, era um filho de Lúcifer, o Espírito do fogo. Hiram se propunha a fazer uma liga de metais de claridade cristalina, capaz de refletir toda a sabedoria do mundo. Porém, segundo diz a história, houve entre os trabalhadores alguns traidores – espiões do Filhos de Seth – os quais, por meio de Adão e Eva, eram descendentes do Deus lunar Jeová, que tinha afinidade pela água e odiava o fogo. Esses traidores jogaram água na matriz no qual o mar fundido, a Pedra Filosofal, ia ser moldado. No momento do encontro do fogo com a água se produziu uma grande explosão. Hiram Abiff, o mestre de obras, sendo incapaz de harmonizar os elementos em luta, assistiu com indescritível aflição a erupção destruidora de sua obra mestra. Enquanto se achava observando a luta dos Espíritos da água e do fogo, Tubal Caim, seu antecessor, apareceu e o convidou a se atirar na massa fervente. Foi, então, levado ao centro da Terra, onde encontrou seu primeiro antecessor, Caim, que lhe deu uma palavra nova e um novo martelo que o tornariam capaz, uma vez que se tornasse proficiente no seu uso, de misturar os elementos antagônicos e extrair deles a Pedra Filosofal, a mais alta aquisição humana possível.

Há nessa história simbólica mais sabedoria do que a que podemos obter em livros que dizem respeito ao desenvolvimento da alma humana. Se o Estudante ler nas entrelinhas e meditar sobre as diversas expressões simbólicas, ganhará muito mais do que podemos dizer, uma vez que a verdadeira sabedoria é gerada interiormente e a missão dos livros é apenas dar um indício.

Desde aqueles dias distantes, os Anjos lunares se encarregaram, principalmente, do aquoso e úmido Corpo Vital, composto dos quatro Éteres e que se relaciona com a propagação e nutrição das espécies, enquanto os Espíritos de Lúcifer se encarregaram, especialmente, do seco e ígneo veículo de desejos. A função do Corpo Vital é a de construir e manter o Corpo Denso, enquanto que a do Corpo de Desejos envolve a destruição dos tecidos. Assim, há uma guerra constante entre os Corpos de Desejos e Vital, e é essa guerra no céu que produz a nossa consciência física na Terra. Durante inumeráveis vidas temos atuado em todos os tipos de climas e de lugares e, de cada vida, extraímos certa quantidade de experiência, reunida e armazenada como força vibratória nos Átomos-sementes de nossos diversos veículos. Por conseguinte, cada um de nós é um construtor, construindo o templo do Espírito imortal sem ruído de martelo; cada um de nós é um Hiram Abiff reunindo material para o desenvolvimento da alma e jogando-o no forno da experiência de nossa própria vida, para ali manipulá-lo mediante o fogo da paixão e do desejo. Devagar, mas seguramente bem feito, todo o material está sendo expurgado em cada existência purgatorial e a quintessência do crescimento da alma está sendo extraída através de muitas vidas. Dessa maneira, cada um de nós está se preparando para a Iniciação – nos preparando, quer o saibamos ou não, a aprender a amalgamar as paixões do fogo com as mais suaves e gentis emoções. O novo martelo, com o qual o mestre trabalhador dirige seus subordinados, é agora uma cruz de sofrimento e a nova palavra é o autocontrole.

PARTE II – OS EFEITOS DA COR DA EMOÇÃO NAS REUNIÕES DAS PESSOAS – O EFEITO ISOLANTE DA PREOCUPAÇÃO

Vejamos agora como o Corpo de Desejos se modifica sob a ação de variados sentimentos, desejos, paixões e emoções, para que possamos aprender a construir, sabiamente e bem, o templo místico que vamos habitar.

Ao estudarmos uma das ciências físicas, seja anatomia ou arquitetura, que tratam de coisas tangíveis, nossa tarefa é facilitada pelo fato de termos palavras com que descrever as coisas de que tratamos, mas ainda assim, o quadro mental que envolve o significado de uma palavra é diferente para cada indivíduo. Ao falar de uma “ponte”, alguém pode mentalizar uma ponte construída em ferro no valor de um milhão de dólares e outra pessoa pensará numa simples prancha atravessando um córrego. A dificuldade que sentimos em produzir impressões adequadas do que queremos dizer, aumenta logo que tentamos exprimir ideias referentes às forças intangíveis da natureza, tal como a eletricidade. Medimos a intensidade da corrente em volts, o volume em ampères e a resistência dos condutores em ohms, porém, na realidade, tais termos servem somente para encobrir a nossa ignorância sobre a matéria. Todos sabemos o que é um quilo de café, porém, os maiores cientistas do mundo não têm uma concepção mais acurada do que sejam os volts, ampères e ohms – sobre os quais tão sabiamente discorrem – do que a de um Estudante de uma escola que escuta esses termos pela primeira vez.

Não nos surpreendemos quando os assuntos suprafísicos são frequentemente descritos em termos vagos e desorientadores, pois não possuímos palavras, em qualquer linguagem física, para descrever claramente esses assuntos, e temos de confessar a nossa impotência e perplexidade por não encontrarmos termos adequados para expressar-nos a respeito deles. Se fosse possível projetar sobre uma tela cinematográfica, os quadros em cores do Corpo de Desejos e mostrar como esse incansável veículo muda de contorno e de cor conforme as emoções, nem assim seria compreensível para aquele que não é capaz de ver essas coisas por si mesmo. Isso porque os veículos de qualquer ser humano diferem dos demais na medida em que respondem a certas emoções. Aquilo que induz alguém a sentir um intenso amor, ódio, raiva, medo ou qualquer outra emoção, pode deixar um outro absolutamente insensível.

Inúmeras vezes, o autor observou as multidões para estabelecer comparações a este respeito, e encontrou sempre algo surpreendentemente novo e diferente do que havia observado antes. Certa ocasião, um demagogo se esforçava em incitar um sindicato de trabalhadores à greve; ele mesmo se achava vivamente exaltado e, ainda que a cor básica laranja escuro fosse perceptível naquele momento, estava quase obscurecida por uma cor escarlate de matiz mais brilhante e o contorno de seu Corpo de Desejos era quase como o de um porco-espinho com as pontas eriçadas. Existia um potente elemento de oposição naquela reunião e, à medida que falava, podia-se distinguir claramente as duas facções pelas cores de suas respectivas auras. Um grupo de homens mostrava o escarlate da raiva, porém, no outro grupo, esta cor estava mesclada com o cinza, a cor do medo. Era também digno de nota o fato de que, ainda que os homens da cor cinza estivessem em maioria, os outros eram ressaltados, porque cada medroso se acreditava sozinho ou pelo menos com poucos defensores e, por conseguinte, temia defender sua própria opinião. Se alguém que pudesse perceber esta condição estivesse presente, e tivesse se dirigido a cada um que manifestava em sua aura os sinais de dissensão, e assegurado que eles eram a maioria, o curso das coisas caminharia em direção oposta. Muitas vezes isso acontece nos assuntos humanos, já que, atualmente, a maioria das pessoas é incapaz de ver além da superfície do Corpo Denso e, desta maneira, perceber a verdadeira condição de pensamentos e de sentimentos dos demais.

Noutra ocasião, o autor foi a uma reunião de revivificação, onde milhares de espectadores estavam presentes para ouvir um orador de reputação nacional. No princípio da reunião era evidente, pelo estado das auras das pessoas, que a maior parte delas tinha vindo com o único propósito de passar alguns momentos agradáveis e ver algo divertido. Os pensamentos, sentimentos e emoções da vida comum de cada um eram plenamente visíveis, se bem que, em alguns, a cor azul escuro revelasse uma atitude de preocupação; era como se tivessem sofrido alguma desilusão na vida e estivessem muito apreensivos. Ao aparecer o orador, deu-se um curioso fenômeno: sabemos que os Corpos de Desejos estão usualmente num estado de movimento constante, porém, naquele momento, toda aquela vasta audiência reteve a respiração em atitude de expectativa, e as cores variadas dos Corpos de Desejos individuais cessaram, e uma cor básica, laranja, foi perfeitamente perceptível, por alguns momentos; logo depois, cada um voltou às suas atividades emocionais anteriores, enquanto o prelúdio estava sendo tocado. Em seguida, começou o cântico de hinos e esse fato revelou o valor e o efeito da música, pois todos se uniram, cantando as mesmas palavras e no mesmo tom, e pareciam ser envolvidos pelas mesmas vibrações rítmicas em seus Corpos de Desejos, tornando-os, momentaneamente, quase um ser único. Um bom número deles estava sentado em atitude céptica, se recusando a cantar e a se unir aos demais. À visão espiritual pareciam como homens de aço, vestindo uma armadura daquela cor, e, de cada um deles, sem exceção, desprendia-se uma vibração que expressava mais do que poderiam dizer por palavras: “Deixem-me em paz, vocês não me comoverão”. Algo interior os havia arrastado até ali, porém sentiam-se mortalmente amedrontados de entregar-se e, por conseguinte, toda a sua aura expressava a cor acinzentada do medo, que é uma armadura da alma contra interferências externas.

Terminado o primeiro canto, a unidade de cor e a vibração desapareceram quase imediatamente e cada um revestiu-se de sua atmosfera habitual de pensamentos e, se nada mais tivesse sido feito, cada pessoa teria voltado à sua vida interior habitual. Porém, o evangelista, ainda que incapaz de ver isso, por experiência sabia que seu auditório ainda não estava preparado, e, por conseguinte, uma sucessão de cânticos se elevaram com acompanhamento de palmas, bater tambores e gesticulações do líder, ajudado por um coral treinado. Isso reuniu outra vez as almas dispersas em um laço de harmonia; gradualmente, as pessoas foram dominadas pelo fervor religioso e se estabeleceu a unidade necessária para o trabalho seguinte. Pela música, pelas palmas do regente e pelo apelo dos cânticos, aquela vasta audiência se havia transformado em uma só. Os homens de aço, os céticos de tom cinzento, que se acreditavam demasiado sábios para serem enganados (quando, em realidade, sua emoção era realmente medo) eram agora uma parte insignificante naquela vasta congregação. Todos os outros estavam afinados, da mesma forma que as diversas cordas de um grande instrumento, e o evangelista que se erguia diante deles era um soberbo artista tocando com as emoções. Incitava-os do riso às lágrimas, do pesar à vergonha. Grandes ondas de cores correspondentes pareciam cobrir toda a assistência em um quadro magnífico e assombroso. Vieram, a seguir, as invocações de costume: “Levantai para receber Jesus”; a solicitação para os “que se lamentam”, etc., e cada um desses chamados extraía de toda a audiência uma resposta emocional determinada, mostrada plenamente nas cores dourada e azul. Seguiram-se mais cânticos, mais palmas e gesticulações que, momentaneamente, trouxeram a unidade e deram àquela assembleia uma experiência parecida com o sentimento de fraternidade universal e a realidade da Paternidade de Deus. As únicas pessoas sobre quem a música não surtiu efeito foram os indivíduos revestidos da armadura azul de aço do medo. Esta cor parece ser impenetrável a qualquer emoção e, ainda que o sentimento experimentado pela grande maioria fosse relativamente fugaz, as pessoas se beneficiaram com a revivificação, excetuando aqueles homens de aço.

Pelo que o autor pôde aprender, a sensação interna do medo de se render à emoção – o medo é saturnino em seus efeitos e irmão gêmeo da preocupação – parece exigir um choque, o qual afastará de seu ambiente aquela pessoa que o experimentar e o transportará para um novo lugar, em novas condições, antes que as antigas condições possam ser dominadas.

A preocupação é uma condição na qual as correntes de desejos não circulam em grandes linhas curvas em alguma parte do Corpo de Desejos, porque o veículo está cheio de redemoinhos – só redemoinhos, em casos extremos. A pessoa assim afetada não se esforça por atuar em coisa alguma; vê calamidades onde não existem e, em vez de gerar correntes que a levem à ação para evitar o que lhe produz medo, alimenta pensamentos inquietantes que produzem um redemoinho em seu Corpo de Desejos e, em consequência, ela nada faz. Essa condição de preocupação no Corpo de Desejos pode ser comparada à água que está próxima do congelamento sob uma temperatura baixa; o medo, que se expressa como ceticismo, cinismo e pessimismo, pode ser comparado a esta mesma água quando já congelada, porque o Corpo de Desejos dessas pessoas está quase sem movimento e nada do que se possa dizer ou fazer terá poder de alterar essa condição. Para usar uma expressão comum que traduz exatamente essa condição, diremos que estão “presos em uma concha” e essa concha saturnina deverá ser rompida antes que se possa chegar a esses indivíduos e ajudá-los em seu deplorável estado.

Essas emoções saturninas de medo e de preocupação são comumente causadas pela apreensão dos que sofrem dificuldades econômicas ou sociais. “Talvez tenha prejuízo nesse investimento que acabo de fazer, pois pode baixar a cotação ou até desvalorizar-se totalmente; posso perder meu emprego e me encontrar subitamente na miséria; tudo o que empreendo parece dar errado; meus vizinhos falam mal de mim e tratam de prejudicar minha posição social; meu marido (ou esposa) não se preocupa mais comigo; meus filhos se mostram displicentes comigo”; e uma centenas de outras sugestões parecidas se apresentam sempre à sua Mente. Ele deveria se lembrar que, cada vez que um desses pensamentos é gerado e introduzido em seu interior, estará ajudando a congelar as correntes de seu Corpo de Desejos e a construir ao seu redor, uma concha de aço de cor azul em que pessoa, que habitualmente alimenta o medo e a preocupação, se encontrará, algum dia, encerrada e isolada do amor, da simpatia e da ajuda de todos. Por conseguinte, devemos nos esforçar por ser alegres, ainda que em circunstâncias adversas, a menos que queiramos correr o risco de permanecer em tristes condições aqui e na vida futura.

“É muito fácil estar contente

Quando a vida flui como uma canção,

Mas o ser humano digno e valente

É aquele que sorri,

Quando tudo é provação”[17].

PARTE III – EFEITOS DA GUERRA SOBRE O CORPO DE DESEJOS – O CORPO VITAL AFETADO PELAS DETONAÇÕES DOS GRANDES CANHÕES

No início da Grande Guerra[18] as emoções na Europa foram se tornando horríveis, primeiro entre os chamados “vivos” e depois entre os que foram mortos – quando despertavam. Esse despertar levava muito tempo devido às detonações dos grandes canhões e, conforme a Guerra corria, mais tempo ainda. Toda a atmosfera dos países envolvidos fervia em correntes de ira e ódio, igual a uma nuvem vermelha-escura que pairasse sobre os seres humanos e sobre a região. Depois, apareceram faixas negras semelhantes a mortalhas, que parecem se gerar sempre em crises de desastres súbitos, quando a razão não trabalha e o desespero domina o coração. Isso, sem dúvida, ocorreu quando os povos envolvidos perceberam que aquela catástrofe era de tal magnitude, que eles não eram capazes de compreender o que estava acontecendo. Os Corpos de Desejos da maioria giravam em alta velocidade, em grandes ondas de pulsações rítmicas que falavam mais alto do que as palavras: “Matar, matar, matar”. Quando dois ou três indivíduos ou uma multidão se encontravam e começavam a discutir sobre a guerra, as pulsações rítmicas, indicando o firme propósito de agir e desafiar, cessavam e os pensamentos e sensações de excitação gerados pela discussão ou conversa tomavam a forma de projeções cônicas, que rapidamente cresciam a uma altura de quinze a vinte centímetros, então, estouravam e emitiam uma língua de fogo. Alguns indivíduos geravam grande número dessas estruturas vulcânicas de uma só vez, outros geravam uma ou duas ao mesmo tempo. Enquanto prosseguia a discussão e quando uma dessas bolhas estourava, aparecia outra em alguma parte do Corpo de Desejos, e as chamas que delas emergiam iam colorir de escarlate a nuvem sobre a região entorno. Quando uma multidão se desagregava ou os amigos se separavam, depois de uma discussão, o borbulhar e as erupções diminuíam e se tornavam menos frequentes, cessando, finalmente, para dar lugar de novo às grandes pulsações rítmicas acima mencionadas.

Essas condições são agora muito raras, se é que são vistas ainda; a ira explosiva para com o inimigo, conforme foi demonstrado, já é uma coisa do passado, pelo menos no que concerne à grande maioria. A cor alaranjada básica da aura dos povos ocidentais é novamente visível, e tanto os oficiais como os seres humanos parecem que se fixaram na guerra como se fosse um jogo; cada um anseia superar o outro e excedê-lo em astúcia. A guerra não é mais do que um canal para a sua habilidade; porém, alguns dos Irmãos Leigos da Ordem Rosacruz creem que a condição de ira voltará a aparecer em uma forma modificada, quando cessarem as hostilidades ativas e começarem as negociações de paz.

A esta forma de emoção podemos chamar de ira abstrata e difere amplamente do que se observa no caso de duas pessoas que se enraivecem entre si, na vida privada, quer comecem a brigar fisicamente ou não. Vistas do lado oculto da natureza, há hostilidades antes que os golpes sejam desferidos. Formas de desejos, em formatos de adagas pontudas, se projetam umas contra as outras como lanças, até que a fúria que as gerou se esgote. Nos casos de ira envolvendo o patriotismo não existem um inimigo pessoal e, por conseguinte, as formas de desejos são mais bruscas e explodem sem abandonar o indivíduo que as gerou.

Os “homens de aço”, tão comuns na vida privada, onde a preocupação por mil e uma coisas, que nunca ocorrem, cristalizam uma armadura ao seu redor, permitindo que o velho Saturno os aprisione, estavam e estão totalmente ausentes. No entanto, o autor crê na hipótese de que a tensão de seu meio-ambiente os forçou a se alistarem e o choque deve ter rompido a concha; então, a familiaridade com o perigo chegou a agradá-los. É certo que essas pessoas se beneficiaram grandemente com a guerra, pois nenhum estado é tão obstrutor para o desenvolvimento da alma do que o medo e a preocupação constante. É um fato igualmente notável que, embora os seres humanos arrastados pela guerra sofram pavorosas privações, a maior parte deles está cultivando um matiz azul celeste pálido que significa esperança, otimismo e um nascente sentimento religioso, dando um toque altruísta ao caráter. Isso vem indicar que aquele sentimento de fraternidade universal, que não reconhece distinção de credo, cor ou nação, está crescendo no coração humano.

No começo da guerra, os Corpos de Desejos dos combatentes giravam a uma espantosa velocidade, e se notava que, enquanto as pessoas que morriam por enfermidade, velhice ou acidentes comuns recobravam sua consciência em curto lapso de tempo, variando de poucos minutos a alguns dias, os mortos na guerra permaneciam na inconsciência por várias semanas e, ainda que pareça estranho, os que foram estraçalhados despertavam muito mais depressa do que os milhares que sofreram somente ferimentos insignificantes. Esse enigma não foi decifrado por muitos meses. Antes de estudarmos as causas que motivavam esse fenômeno, devemos nos recordar que nos primeiros tempos de guerra, quando as pessoas que morriam cheias de ira e despertavam nos Mundos invisíveis, queriam reiniciar suas pelejas com o inimigo, e até que o grande trabalho educativo iniciado pelos Irmãos Maiores e seus Auxiliares Invisíveis produzisse frutos, essas pessoas peregrinavam errantes pelo espaço com seus corpos mutilados e cheios de amargura, sentindo a falta dos seres queridos deixados para trás. Agora, tais acontecimentos são extremamente raros e prontamente solucionados, pois todos aprenderam que o pensamento criará um novo braço, membro ou rosto; o ódio patriótico desapareceu e os “inimigos” que sabem falar a língua do outro, frequentemente, se confraternizam, com proveito para ambos. A nuvem vermelha de ódio está desaparecendo, o véu negro do desespero acabou; não há explosões vulcânicas de paixão, nem nos vivos nem nos mortos, e, até onde o autor pôde ler os sinais dos tempos na aura das nações, existe um propósito determinado por fim a esse jogo. Mesmo nos lares despojados de vários membros, isso parece ser aceito. Existe uma saudade profunda pelos amigos que foram para o além, mas não há ódio pelos inimigos terrenos. Essa saudade é compartilhada pelos amigos invisíveis, e muitos estão atravessando o véu, pois a intensidade de sua saudade desperta no “morto” o poder de se manifestar, atraindo uma quantidade de Éter e gás que, frequentemente, é extraída do Corpo Vital de um amigo “sensitivo”, da mesma maneira que os Espíritos materializantes usam o Corpo Vital de um médium em transe. Deste modo, os olhos cegos pelas lágrimas são, muitas vezes, abertos por um coração saudoso, de maneira que os seres queridos, agora no Mundo espiritual, são vistos novamente face a face, coração a coração. Este é um método da natureza para cultivar o sexto sentido que, futuramente, capacitará todos a saber que o ser humano é um Espírito imortal e que a continuidade da vida é um fato na natureza.

Para compreender a lentidão com que os mortos durante a guerra recobravam a consciência no Mundo espiritual, devemos antes de tudo empreender um estudo mais apurado dos quatro Éteres, como descrito no “Conceito Rosacruz do Cosmos”.

Os átomos dos Éteres Químico e de Vida, reunidos em torno do núcleo do Átomo-semente[19], situado no Plexo Celíaco, têm a forma de prismas. Todos estão situados de tal maneira que, quando a energia solar penetra em nosso Corpo, através do baço, o raio refratado é vermelho. Essa é a cor do aspecto criador da Trindade, chamado Jeová, o Espírito Santo, que rege a Lua, o Astro da fecundação. Por conseguinte, o fluido vital que vem do Sol e que penetra no corpo humano por meio do baço, toma a cor rosa pálida, frequentemente notado pelos videntes, quando o fluído corre ao longo dos nervos, como a eletricidade corre pelos fios de um sistema elétrico. Assim carregados, os Éteres Químico e de Vida são as avenidas da assimilação, que preservam o indivíduo, e da fecundação, que perpetuam a raça.

Durante a vida, cada átomo vital prismático penetra em um átomo físico e o faz vibrar. Para se ter uma ideia dessa combinação, imaginemos um cesto de arame em forma de pera, cujas paredes de arame torcido em espiral correm obliquamente de polo a polo. Esse é o átomo físico; sua forma é aproximadamente a da nossa Terra; e o átomo vital prismático se introduz por cima, o qual é a parte mais larga e corresponde ao polo norte da Terra. Desta maneira, a ponta do prisma penetra no átomo físico pelo seu ponto mais estreito, que corresponde ao polo Sul de nossa Terra, e o todo se parece a um pião girando, balançando e vibrando. Desse modo, nosso Corpo adquire vida e é capaz de se movimentar (É conveniente notar que nossa Terra é, de modo semelhante, permeada por um corpo cósmico de Éter, e que aquelas manifestações a que chamamos Aurora Boreal e Aurora Austral são correntes etéricas circundando a Terra, do polo ao Equador, como fazem as correntes dos átomos físicos).

Os Éteres de Luz e Refletor são avenidas de consciência e de memória. São um pouco atenuados nos indivíduos comuns e ainda não tomaram uma forma definida; interpenetram o átomo como o ar interpenetra uma esponja, e formam uma ligeira atmosfera áurica no exterior de cada átomo.

Com a morte acontece uma separação; o Átomo-semente[20] se retira do ápice do coração ao longo do nervo saturnino pneumogástrico, através dos ventrículos, saindo pelo crânio (Gólgota). Todos átomos do Corpo Vital ficam libertos da cruz do Corpo Denso, pelo mesmo movimento em espiral que desprende cada átomo prismático de Éter do seu envoltório físico.

Esse processo se verifica com maior ou menor violência, conforme a causa da morte. Uma pessoa de idade, cuja vitalidade declinou lentamente, pode dormir e, ao despertar se achar do outro lado do véu sem a menor consciência de como ocorreu a mudança; uma pessoa devota e religiosa, que se preparou pela oração e meditação para ingressar no além, poderá se desligar facilmente; aqueles que morrem de frio encontram o que o autor acredita ser a mais fácil das mortes por acidente, seguindo-se à do afogado.

Porém, quando um indivíduo é jovem e saudável, especialmente se inclinado ao ateísmo e irreligiosidade, o átomo etérico prismático se acha tão estreitamente envolvido pelo átomo físico, que requer um puxão considerável para se separar do Corpo Vital. Quando a separação do Corpo Denso dos veículos superiores foi efetuada e o indivíduo morre, como dissemos, os Éteres de Luz e Refletor são separados dos átomos prismáticos. É essa matéria, como se descreve no “Conceito”, que molda as imagens da vida passada e as grava no Corpo de Desejos, o qual, então, começa a sentir tudo que havia de dor ou prazer na vida. A parte do Corpo Vital composta de átomos prismáticos dos Éteres Químico e de Vida retorna ao Corpo Denso, flutuando sobre a sepultura e se desintegrando sincronicamente com ele.

Agora chegamos ao âmago da nossa explanação. O Éter é matéria física e enquanto os que morreram por armas menores em combates de menor importância podem, algumas vezes, serem vistos perambulando, aturdidos, mas conscientes, as aterradoras detonações dos grandes canhões, tão extensamente usados, têm o efeito de transformar inteiramente os átomos etéricos prismáticos e destroçar (não esparramar) o invólucro áurico dos Éteres de Luz e Refletor, que são a base do sentido da percepção e da memória. Até que isto seja explicado dentro da sua relatividade original, o ser humano permanece aturdido, numa condição comatosa que perdura, muitas vezes, por semanas. Sob tais condições, essa matéria sutil etérica não pode ser utilizada para a formação das imagens da vida passada – em sua grande parte está congelada.

PARTE IV – A NATUREZA DOS ÁTOMOS ETÉRICOS – A NECESSIDADE DA ESTABILIDADE

Quando o Ego caminha para o renascimento através da Região do Pensamento Concreto, do Mundo do Desejo e da Região Etérica, toma certa quantidade de material de cada uma delas. A qualidade desse material é determinada pelo Átomo-semente, baseado no princípio de que o “semelhante atrai o semelhante”. A quantidade depende do volume da matéria necessária pelo arquétipo construído por nós mesmos no Segundo Céu. Os Anjos do Destino e seus agentes constroem uma forma etérica utilizando a quantidade de átomos etéricos prismáticos apropriados por um determinado Espírito, que, então, é colocada no útero da mãe e, gradualmente, envolvida de matéria física, formando o Corpo visível da criança recém-nascida.

Somente uma pequena porção de Éter apropriado para um determinado Ego é assim utilizada, e o restante do Corpo Vital da criança, ou melhor dizendo, o material com o qual este veículo será posteriormente feito, fica fora do Corpo Denso. Por esta razão, o Corpo Vital de uma criança sobressai da periferia do Corpo Denso muito mais do que o do adulto. Durante o período do crescimento, essa reserva de átomos etéricos é aplicada para vitalizar os acréscimos dentro do Corpo, até que, quando for atingida a idade adulta, o Corpo Vital sobressai somente 2,5 a 4 centímetros da periferia do Corpo Denso.

A ciência física confirmou que os átomos em nosso Corpo Denso estão mudando constantemente, de maneira que todo o material que compõe nosso veículo no presente desaparecerá dentro de poucos anos; contudo, é um fato conhecido que as cicatrizes e outras manchas de nascença se mantêm da infância à velhice. A razão disso é que os átomos etéricos prismáticos, que compõem nosso Corpo Vital, permanecem imutáveis do berço ao túmulo. Estão sempre na mesma posição relativa – isto é, os átomos etéricos prismáticos que fazem vibrar os átomos físicos nos dedos dos pés ou das mãos nunca chegam às mãos, às pernas ou a qualquer outra parte do Corpo, pois permanecem exatamente no mesmo lugar em que foram colocados a princípio. Uma lesão nos átomos físicos implica numa impressão idêntica nos átomos etéricos prismáticos. A nova matéria física, modelada sobre eles, continua a tomar forma e textura semelhantes à que possuíam originalmente.

As observações precedentes se aplicam somente aos átomos etéricos prismáticos, que correspondem aos sólidos e aos líquidos no Mundo Físico, pelo fato de adotarem uma certa forma definida que eles preservam. Além disso, cada ser humano nesse estado de evolução possui também determinada quantidade de Éteres de Luz e Refletor, que são os veículos dos sentidos da percepção e da memória, mesclados em seu Corpo Vital. Podemos dizer que o Éter de Luz corresponde aos gases de nosso Mundo Físico; talvez a melhor descrição que podemos fazer do Éter Refletor é lhe dar o nome de hiper-etérico. É uma substância vazia, de cor azulada, semelhante em aparência ao núcleo azul de uma chama de gás. Parece transparente, como se revelasse tudo o que contém dentro dele, entretanto, esconde todos os segredos da natureza e da humanidade. Nele está contido um registro da Memória da Natureza. Os Éteres de Luz e Refletor são de natureza exatamente opostas aos estacionários átomos etéricos prismáticos. São voláteis e migratórios. Uma pessoa pode possuir pouco ou muito desse material, no entanto, ele constituirá sempre um fator de crescimento, como resultado de suas experiências na vida. Dentro do Corpo se mistura com a corrente sanguínea e, à medida que cresce por meio do serviço e do sacrifício da pessoa na escola da vida, e já não pode quase ser contido no Corpo, é visto do lado de fora como um Corpo-Alma azul e dourado. O azul revela o tipo mais elevado de espiritualidade e, por conseguinte, é o menor em volume e pode ser comparado ao núcleo azul de uma chama de gás, enquanto que a matiz dourada forma a maior parte e corresponde à luz amarela que circunda o núcleo da chama de gás. A cor azul não aparece no exterior do Corpo Denso, salvo nos casos dos maiores santos – somente o amarelo é geralmente observado nele. Com a morte essa parte do Corpo Vital é gravada no Corpo de Desejos com o panorama da vida que ela contém. A quintessência de toda a nossa experiência de vida se imprime, então, no Átomo-semente como consciência ou virtude, que nos levará a evitar o mal e a fazer o bem na próxima vida terrestre. É assim que se altera a qualidade do Átomo-semente de uma vida a outra. A quintessência do bem, extraída da parte migratória do Corpo Vital numa vida, determina a qualidade dos átomos etéricos prismáticos estacionários na próxima vida terrestre. O mais elevado em uma vida será o mais baixo na seguinte e, assim, gradualmente, nós nos elevamos pela escada da evolução até a divindade.

Do que foi dito, se torna evidente que o Corpo Vital é um veículo de hábitos; todos os pais deveriam saber que durante os sete primeiros anos da infância, quando esse veículo está sendo gestado, é que as crianças adquirem um hábito atrás do outro. A repetição é a nota-chave do Corpo Vital, assim como os hábitos dependem dessa repetição. Isto é diferente em relação ao Corpo de Desejos, pois ele é o veículo dos sentimentos e das emoções que estão variando constantemente; mesmo que se diga que o Éter que forma nosso Corpo-Alma está em constante movimento e se mistura com a corrente sanguínea, esse movimento é relativamente lento comparado com a rapidez das correntes do Corpo de Desejos; podemos até afirmar que o Éter se move como um caracol, comparado com a luz.

O que dissemos anteriormente pode ser assim resumido:

  • A matéria de desejos se move com rapidez inconcebível, comparável somente com a luz.
  • Os dois Éteres superiores viajam também com grande velocidade, embora mais lentamente do que a matéria de desejos.
  • Os átomos etéricos prismáticos que entram na composição dos Éteres inferiores são estacionários, mas possuem um alto grau de movimento vibratório.
  • Os átomos densos permanecem tão estacionários como o cristal na rocha.

Não importa o que as pessoas falem de nós ou para nós; suas palavras carecem de poder intrínseco para ferir – é nossa própria atitude mental com relação ao que elas disseram que determina o efeito de suas palavras sobre nós, para o bem ou para o mal. São Paulo, ao se defrontar com a perseguição e calúnia, afirmou que “nenhuma destas coisas me comove”. Todos que esperam avançar espiritualmente, devem cultivar um estado de equilíbrio, pois, sem ele, o Corpo de Desejos correrá desenfreado ou se congelará, conforme a natureza das emoções geradas pelas relações com os demais, seja preocupação, raiva ou medo. Sabemos que o Corpo Denso é o nosso veículo de ação, que o Corpo Vital dá a ele o poder para agir, que o Corpo de Desejos fornece o incentivo para a ação e que a Mente foi dada como um freio para os impulsos. Aprendemos no Livro “O Conceito Rosacruz do Cosmos” que os pensamentos-forma, dentro e fora do nosso Corpo, estão sendo projetados continuamente sobre o Corpo de Desejos, em um esforço para despertar o sentimento que conduzirá à ação, e que a razão deve reger a natureza inferior, deixando que o Ego superior alcance a expressão de suas tendências divinas. Sabemos igualmente que um pensamento habitual tem o poder de modelar inclusive a matéria física, pois a natureza do sensualista é tão facilmente perceptível em seus aspectos vulgares e grosseiros, como são delicados e finos os de uma Mente espiritualizada. O poder do pensamento é ainda maior em sua potência para modelar as vestimentas mais sutis. Acabamos de ver como os pensamentos de medo e preocupação congelam o Corpo de Desejos da pessoa que seja indulgente com esse hábito, e é igualmente certo que cultivando um estado mental otimista, sob qualquer circunstância, podemos sintonizar nossos Corpos de Desejos a qualquer posição que quisermos. Depois de um tempo isto se tornará um hábito. Admitimos que é difícil sujeitar o Corpo de Desejos sob uma linha definida, porém, pode ser conseguido e essa tentativa deve ser feita por todos os que aspirem o avanço espiritual.

Quanto ao efeito dessa polarização, sob o ponto de vista oculto, podemos aprender muito sobre certos costumes das chamadas sociedades secretas. Como sabemos, tais organizações colocam sempre à porta um guardião com instruções para proibir a entrada daquele que não saiba a palavra-passe e os sinais, e isto surte muito bom efeito até com as pessoas que funcionam unicamente em seus Corpos físicos. No entanto, os chamados segredos dessas organizações não são, em hipótese alguma, segredos para aqueles que são capazes de entrar nesses lugares de reunião em seus Corpos Vitais. De forma muito diversa ocorre numa verdadeira ordem esotérica como, por exemplo, a dos Rosacruzes. Nenhum guardião impede a entrada ao Templo quando é celebrada a Missa Mística da Meia-noite, todas as noites da semana. A porta está escancarada para todos aqueles que aprenderam a pronunciar o “abre-te-sésamo”. Porém, esta não é uma senha falada; o Iniciado que deseja comparecer deve saber como sintonizar seu Corpo-Alma ao grau de vibração particular mantido naquela noite. No entanto, essa vibração difere todas as noites da semana, de maneira que aqueles que aprenderam a se harmonizar com a vibração mantida aos sábados à noite, quando se reúne o primeiro grau, tem sua entrada efetivamente barrada ao Templo quando se reúnem aqueles que executam seu trabalho aos domingos, na segunda-feira, na terça-feira etc., como qualquer outra pessoa comum.

A lei cósmica, sob a qual atua o que foi dito, tem também sua aplicação para o controle e efeito de nossos pensamentos, sentimentos e emoções. Bem disse São Paulo quando manifestou que nós somos o templo do Deus vivo (nosso “Eu Superior”). Também criamos uma aura sutil em torno de nós sob a salvaguarda das Divinas Hierarquias que regem os sete Astros: Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Saturno e Júpiter. O Universo, ou o grande mundo, é chamado misticamente a lira de sete cordas de Apolo. Nosso organismo individual, ou microcosmo, é uma réplica ou imagem de Deus, e devemos despertar em nós um eco dessa música das esferas. Muitos de nós aprendemos a responder bastante às vibrações saturninas de pesar, tristeza, medo e preocupação que congelam nossos Corpos de Desejos e seria um benefício duradouro se tratássemos de cultivar as vibrações espirituais do Sol, enchendo nossas vidas de otimismo e de luz solar que dissipariam a tristeza e o desalento saturninos, impedindo que tais pensamentos penetrassem em nossa aura no futuro.

A primeira necessidade para o adiantamento é o estado de equilíbrio. Todos os que aspiram devem adotar o lema de São Paulo: “Nenhuma dessas coisas me comove”.

PARTE V – OS EFEITOS DO REMORSO OS PERIGOS DO EXCESSO DE BANHOS

Como existem muitos Estudantes Rosacruzes que praticam os exercícios aconselhados pelos Irmãos Maiores para o desenvolvimento progressivo da alma, mas que ainda não se sentiram inclinados a penetrar no Caminho, nos parece conveniente considerar o efeito oculto das emoções geradas por esses exercícios.

No exercício de Retrospecção quando o Aspirante à vida superior revê os acontecimentos do dia em ordem inversa e chega a um incidente no qual injuriou alguém, deixou de ajudar outro ou não se comportou como crê ser o ideal de conduta, ele aprende a cultivar um intenso remorso pelo que fez de mal, com o objetivo de erradicar esse registro do Átomo-semente do coração, onde ficou impresso aquele ato e onde permanecerá até ser apagado pelo sofrimento no Purgatório, a menos que, previamente, tenha sido eliminado por outros meios, sendo um desses meios esse exercício de Retrospecção.

No Purgatório, o processo de purificação é efetuado pela força centrífuga da repulsão que arrasta e destroça a matéria de desejos, na qual o quadro é formado por cima de sua matriz de Éter, fora do Corpo de Desejos. Nessa ocasião, a alma sofre como fez sofrer os outros, por causa da condição própria das regiões inferiores do Mundo do Desejo, onde está localizado o Purgatório. Alguns videntes, incapazes de contatar as regiões superiores, falam do Mundo do Desejo como ilusório, e estão certos no tocante às regiões inferiores, porque ali todas as coisas aparecem invertidas como nós as vemos em um espelho. Essa particularidade não foi feita sem propósito – nada no Reino de Deus o é; todas as coisas servem a um fim sábio. Essa inversão coloca a alma daquele que errou na posição de sua vítima, de maneira que, quando se desenrola na tela uma cena da sua vida passada, em que fez mal a alguém, a alma não permanece apenas como simples espectadora contemplando a cena representada, mas se torna, naquele momento, a vítima do erro, sentindo a dor do injuriado, já que a força centrífuga de repulsão exercida para destruir o quadro do Corpo de Desejos do pecador, deve, ao menos, igualar ao ódio e à raiva da vítima que imprimiu a cena sobre o Átomo-semente no momento da ocorrência.

Durante a Retrospecção, o Aspirante se esforça por reproduzir essas condições; experimenta visualizar as cenas em que fez algo de errado, e o remorso que procura sentir deve, pelo menos, se igualar ao ressentimento sofrido por aquele que prejudicou. Produz-se, então, o mesmo efeito do apagar o registro da ofensa, como o faz a força centrífuga de repulsão que efetua a erradicação do mal no Purgatório, com o propósito de extrair dali a qualidade de alma que conhecemos com o nome de Consciência, e que age como um dissuasivo na hora da tentação. Assim usada, a emoção do remorso limpa profundamente e purifica o Corpo de Desejos das ervas daninhas e do joio, deixando livre o terreno e favorecendo o desenvolvimento de todas as virtudes que florescem no avanço espiritual e oferecem as maiores oportunidades para o serviço na vinha do Senhor.

Contudo, assim como a força latente da pólvora e substâncias explosivas similares podem ser utilizadas para impulsionar os maiores objetivos da civilização ou para levar a efeito os piores atos de barbarismo, também a emoção do remorso pode ser utilizada de tal maneira que passa a ser um obstáculo e um prejuízo para a alma, em vez de constituir um auxílio. Quando nos entregamos ao remorso diariamente e de hora em hora, estamos desperdiçando um poder imenso que pode ser utilizado para os mais nobres objetivos da vida, já que uma constante mania de se lastimar afeta o Corpo de Desejos, em uma maneira similar à que causam os banhos excessivos no Corpo Denso, como já descrevemos em “Vício de Excessiva Limpeza”, um artigo publicado em nossa revista “Rays from the Rose Cross”. Afirmou-se nesse artigo que a água tem grande afinidade com o Éter, absorvendo-o avidamente como se demonstrou em vários exemplos; afirmou-se também que ao tomar um banho em condições normais, expulsamos boa quantidade de Éteres venenosos e miasmáticos de nosso Corpo Vital, desde que permaneçamos na água por pouco tempo. Depois de um banho, o Corpo Vital enfraquece ligeiramente e, por conseguinte, sentimos uma sensação de fraqueza, mas, se gozamos de boa saúde e não permanecemos demasiado tempo na água, aquela deficiência se modifica imediatamente em uma corrente de força que flui para o nosso Corpo por meio do baço. Quando esse influxo de Éter fresco tiver substituído a substância prejudicial levada pela água, sentimos novo vigor que atribuímos ao banho, sem nos darmos conta dos fatos como são detalhados aqui.

Entretanto, quando uma pessoa que não goze de perfeita saúde e adquire o hábito de se banhar todos os dias, inclusive duas ou três vezes por dia, extrai de seu Corpo Vital um excesso de Éter. A provisão que entra pelo baço diminui igualmente pela falta de tonificação do Átomo-semente colocado no plexo solar e pelo enfraquecimento do Corpo Vital. Dessa maneira, é impossível a tal pessoa se recuperar entre tão repetidas abluções e, em consequência, a saúde do Corpo Denso sofre; perde continuamente as forças e se predispõe a ser um inválido.

“Como é em cima assim é em baixo, e como é em baixo assim é em cima”, diz o aforismo hermético, explicando a grande lei da analogia que é a chave mestra de todos os mistérios. Ao utilizar a força centrífuga do remorso, durante o exercício noturno de Retrospecção, para erradicar de nossos corações as faltas cometidas, o efeito é semelhante à ação da água que remove o venenoso Éter miasmático de nossos Corpos Vitais durante o banho, deixando lugar para um influxo de Éter puro e saudável. Depois de queimarmos os erros cometidos no sacrifício do fogo do remorso, a substância tóxica assim extirpada deixa lugar para um influxo de matéria de desejos, que moralmente é mais saudável, e deixa terreno mais propício para praticarmos as ações nobres. Quanto mais exaustivamente nos purguemos pelo remorso, tanto maior será o vazio produzido e melhor será o grau de material novo que atrairemos para os nossos veículos mais sutis.

Contudo, por outro lado, se nos entregarmos ao remorso e aos pesares durante as horas de vigília, como fazem alguns, excederemos o nosso Purgatório e, ainda que esse tempo seja dedicado à extirpação do mal, a consciência de cada quadro volta, e este já foi extirpado pela força de repulsão. Aqui, devido a conexão entre os Corpos de Desejos e Vital, podemos reviver o quadro mentalmente tantas vezes quanto o desejarmos e, enquanto o Corpo de Desejos se dissolve gradualmente no Purgatório pela expurgação do panorama da vida, uma porção determinada é acrescida durante a existência no Mundo Físico para substituir a que se expulsou por meio do remorso. Quando nos entregamos ao remorso e ao pesar excessivos, se produz o mesmo efeito sobre o Corpo de Desejos que o banho excessivo sobre o Corpo Vital. Ambos os veículos ficam destituídos de força devido a excessiva limpeza profunda e, por esta razão, é tão perigoso para a saúde moral e espiritual se entregar, indiscriminadamente, aos sentimentos de pesar e remorso, como é fatal ao bem-estar físico o se banhar demasiado. O discernimento deve imperar em ambos os casos. 

Quando nós praticamos o exercício de Retrospecção, devemos nos entregar ao sentimento de pesar e remorso com toda a nossa alma; devemos procurar verter lágrimas de fogo que queimem até o mais íntimo de nosso ser; devemos fazer o processo purificador da maneira mais profunda e completa possível, com o objetivo de poder crescer em graça até ao máximo possível. Porém, uma vez terminado o exercício, devemos fazer o mesmo que se faz no Purgatório – considerar os incidentes do dia liquidados e esquecê-los completamente, salvo em casos que necessitem restituição, desculpas ou atos subsequentes que a consciência nos aponte. Resgatada assim a dívida, nossa atitude deve ser de um inquebrantável otimismo. “Ainda que vossos pecados sejam escarlates, tornar-se-ão tão brancos como a neve[21]. “Se Deus está conosco, quem estará contra nós?[22]. Por aquela atitude morremos diariamente para a vida passada, para renascer a cada dia para caminhar em uma nova vida espiritual, já que nossos Corpos de Desejos são assim renovados e preparados para servir a um fim mais elevado na vida, do que o do dia anterior.

E porquanto nós discutimos sobre o pesar e o remorso aplicados ao problema do crescimento da alma, com seu efeito sobre os nossos Corpos sutis, podemos, vantajosamente, também mencionar o efeito do pesar voltado para outras direções. Há pessoas que vivem com o pesar como um companheiro agradável, levam-no para a cama a noite e despertam com ele pela manhã; levam-no ao trabalho, às compras ou à igreja; sentam-se com ele à mesa e tratam-no com cuidado como se fosse a coisa mais preciosa que possuíssem, e deixariam até de viver, mas não de manifestar seu pesar por essa, aquela ou outra coisa.

Como um vampiro que suga o Éter do Corpo Vital de sua vítima e se alimenta dele, os pensamentos perpétuos de pesar e de remorso, concernentes a determinados fatos, se tornam um elemental de desejo que age como um vampiro e extrai a vida da pobre alma a quem deu forma, e, em virtude da atração do semelhante pelo semelhante, alimenta a continuidade desse mórbido hábito de pesar.

Não será com nossos remorsos que ajudaremos os seres queridos que partiram dessa vida e, embora pensemos que os ajudamos com nossa fidelidade, na verdade, estamos prejudicando-os. Eles abandonaram a esfera atual de experiência e seguem adiante para outros reinos, onde existem outras lições a aprender, e nós os detemos em seu caminho com nossos pensamentos, porque eles nos sentem mais profundamente depois que passaram para o além, e nós temos que considerar um dever lhes dirigir pensamentos de carinho e amor, em lugar do pesar egoísta que os prejudica tanto quanto a nós. O pesar é destrutivo para o desenvolvimento espiritual, porque, enquanto o assim criado pensamento elemental permanece agarrado a nós como um vampiro, não podemos nos elevar pelo escarpado caminho.

Repugnantes como o abutre, que se alimenta de restos decompostos e hediondos dos mortos, são os vãos remorsos que vivem na mórbida contemplação do passado e de seus erros. É nosso dever expulsá-los de nosso ambiente mental como expulsaríamos de nosso lar o primeiro abutre que nele tentasse penetrar.

Ao invés disso, cultivemos sempre e em tudo, uma atitude de otimismo, pois todas as coisas trabalham juntas para o bem – Deus está no leme e nada pode sair realmente errado, e tudo sairá certo, dentro do tempo de Deus.

A ORAÇÃO: UMA INVOCAÇÃO MÁGICA

PARTE I – A NATUREZA DA ORAÇÃO E A PREPARAÇÃO PARA A ORAR

O assunto Oração deve merecer uma profunda atenção e estudo por todos aqueles que aspiram à espiritualidade, e confiamos que as explicações que se seguem possam ajudar nossos estudantes em seus esforços neste sentido.

Há uma só força no Universo, nomeada o Poder de Deus, que Ele enviou através do espaço em forma de uma Palavra; não uma simples palavra, mas o fiat criador, cuja vibração sonora amalgamou milhões de átomos caóticos em uma infinidade de figuras e de formas, desde a estrela do mar à estrela do firmamento, do micróbio ao ser humano, tudo o que constitui e habita o Universo. À medida que as sílabas e os sons dessa Palavra Criadora foram sendo emitidos, uns após outros no transcurso dos tempos, espécies foram sendo criadas e as mais antigas desenvolvidas, tudo de acordo com o pensamento e o plano concebido pela Mente Divina, antes que a força dinâmica da energia criadora fosse enviada para fora, para o abismo do espaço.

Isso, então, é a única fonte de poder na qual real, verdadeira e literalmente vivemos, nos movemos e temos o nosso ser, tão certo como os peixes vivem na água. Não podemos escapar ou nos afastar de Deus, do mesmo modo que o peixe não pode viver e nadar na terra seca. Não era um mero sentimento poético quando o salmista disse: “Para onde ir, longe do teu sopro? Para onde fugir, longe da tua presença? Se subo aos céus, tu lá estás; se me deito no túmulo, aí te encontro. Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão direita me sustenta.”[23].

Deus é Luz, e nem mesmo o mais potente telescópio moderno, que pode alcançar milhões de quilômetros no espaço, conseguiu descobrir os limites da luz. Contudo, nós sabemos que, se não tivéssemos olhos para perceber a luz e ouvidos que registrassem as vibrações do som, caminharíamos pela Terra em eterna escuridão e silêncio; similarmente, para perceber a Luz Divina, que sozinha pode iluminar nossa escuridão espiritual, e para ouvir a voz do silêncio, que é a única voz que poderá nos guiar, devemos cultivar nossa visão e audição espirituais; e a oração, a verdadeira oração científica, é um dos métodos mais poderosos e eficazes para encontrar graça diante de nosso Pai, e receber a imersão na luz espiritual, que transforma alquimicamente o pecador em santo e o envolve com o Dourado Manto Nupcial de Luz, o luminoso Corpo-Alma.

Preparação para a Oração – Ora et Labora

Devemos estar cientes de que a oração por si só não pode efetuar essa transformação. A menos que nossa vida inteira, tanto despertos como em sono, seja uma oração para a iluminação e santificação, nossas preces jamais penetrarão na Divina Presença, e nem trarão até nós um batismo do Seu Poder. “Ora et labora” – ora e trabalha – é um preceito oculto a que todos os aspirantes devem obedecer ou terão sucesso muito pequeno. Nesse sentido, uma antiga lenda de São Francisco de Assis confirmará o que dissemos. Ela demonstra a luz derramada sobre alguém cuja vida foi inteiramente consagrada ao serviço de Deus.

Um dia, São Francisco se aproximou de um jovem monge no mosteiro, com o convite: “Vem, irmão, vamos à cidade e a pregar ao povo”. O jovem monge aceitou o convite com entusiasmo, radiante com a perspectiva de um passeio com o santo padre, pois sabia que fonte de elevação espiritual isto seria. Caminharam para a vila, subindo e descendo por várias ruas e praças, absorvidos o tempo todo em uma interessante conversa espiritual, e finalmente regressaram ao mosteiro. Só então o jovem monge percebeu que haviam estado tão profundamente absorvidos na conversa que esqueceram por completo o objetivo de sua ida à vila. Delicadamente lembrou a omissão a São Francisco, ao que esse respondeu:  “Filho, enquanto estávamos caminhando pelas ruas da vila, as pessoas nos observavam, ouvindo trechos da nossa conversa e constatando que falávamos do Amor de Deus e de Seu Filho querido, nosso Salvador; eles notaram nossas carinhosas saudações e as palavras de ânimo e de consolo aos aflitos que encontrávamos, e até o nosso traje lhes falava a linguagem e o chamado à religião; assim, estivemos pregando durante todo o tempo de nossa presença entre eles, de um modo mais efetivo do que se lhes tivéssemos discursado horas e horas em praça pública”. São Francisco não tinha outro pensamento senão Deus e fazer o bem em Seu nome, portanto, estava em grande harmonia com a vibração divina, e não nos devemos surpreender que quando ele fazia suas orações regulares se tornava um poderoso ímã para a Vida e Luz divinas, que se difundiam por todo o seu ser.

Nós que estamos empenhados no trabalho secular do mundo e forçados a fazer coisas que nos parecem mesquinhas, muitas vezes sentimos que estamos afastados e impedidos de sentir a Luz Divina; porém, se “fizermos todas as coisas como se fossem para o Senhor” e “formos fiéis nas coisas pequenas” veremos que, com o tempo, se apresentarão oportunidades como jamais havíamos sonhado. Assim como a agulha magnética, momentaneamente afastada do Norte por uma pressão externa, volta instantaneamente e ansiosamente à sua posição natural quando se liberta da pressão, também nós devemos cultivar tal anseio por nosso Pai, que fará com que nossos pensamentos se voltem imediatamente para Ele ao terminarmos nosso trabalho diário no mundo e ficarmos livres para agir segundo nossa própria inclinação. Devemos cultivar um sentimento similar ao que anima os jovens enamorados quando, depois de uma ausência, voltam a se encontrar e correm para se abraçarem em um êxtase de felicidade. Essa é uma preparação absolutamente essencial para a oração e, se voarmos em direção ao nosso Pai da maneira indicada, a Luz de Sua presença e a doçura de Sua voz nos ensinarão e nos animarão muito além de nossas mais ardentes esperanças.

O próximo ponto que requer consideração se refere ao lugar da oração, e isso é de vital importância por uma razão geralmente desconhecida, até mesmo pelos estudantes de ocultismo. Toda oração, quer falada ou não, todo canto de louvor e toda leitura das passagens da Sagrada Escritura que ensinam ou exortam, se são feitas por um leitor cuidadosamente preparado, que ama e vive o que lê, derrama e difunde a graça do Espírito tanto sobre aquele que ora, quanto sobre o lugar da oração. Desse modo, com o tempo, se constrói uma igreja invisível em torno da estrutura física, a qual, no caso de uma congregação de devotos se torna tão bela que transcende toda imaginação e dispensa descrição. O personagem Manson no livro “Servente da Casa”[24] nos dá um sutil vislumbre do que é isso, quando ele diz ao velho Bispo:

“Eu receio que você não considere esse templo de grande importância. Ele deve ser visto de certo modo e sob determinadas condições. Algumas pessoas nunca o veem na sua totalidade. Você deve compreender que ele não é um monte de pedras mortas e vigas insignificantes, mas é uma Coisa Vivente. Quando você entra nele, ouve um som, um som como o de um vigoroso poema cantado. Escute-o bem, e você aprenderá que esse som é feito pelo palpitar de corações humanos, de música não nominadas das almas dos seres humanos, isto é, se você tem ouvidos para ouvir. Se você tem olhos, logo verá o próprio templo, um enorme mistério de muitas formas e imagens, projetando-se verticalmente do solo à cúpula, a obra de um extraordinário construtor. Suas colunas se levantam como vigorosos troncos de heróis; a delicada matéria humana de homens e mulheres é modelada em torno de seus fortes e inexpugnáveis baluartes. Em cada pedra fundamental, rostos sorridentes de crianças; seus espantosos vãos e arcos são as mãos unidas dos companheiros e; em cima, nas alturas e espaços, acham-se inscritas as inumeráveis meditações de todos os idealistas do mundo. Ele se acha ainda em construção e a construção continua. Às vezes, a obra segue sob escuridão profunda – outras vezes, sob luz ofuscante – ora, sob o peso de indizível angústia, ora, com a música de sonoras risadas e aclamações heroicas como o ribombar do trovão. Às vezes, no silêncio da noite, se pode ouvir o suave martelar dos companheiros trabalhando na cúpula, os companheiros que chegaram no alto”.

Contudo, esse edifício invisível não é um lugar meramente fascinante como um castelo de fadas no sonho de um poeta; é, como disse Manson, uma coisa vivente, vibrante com a força divina de imensa ajuda para os fiéis, porque os auxilia no ajuste das caóticas vibrações do mundo que permeiam sua aura quando eles entram em uma verdadeira “Casa de Deus”, em atitude apropriada de oração. Desse modo, são ajudados a se elevarem em aspiração ao trono da graça divina, para oferecer ali seu louvor e adoração, solicitando do Pai uma nova efusão espiritual e recebendo a amorosa resposta: “Este é meu Filho amado em quem Me comprazo”[25].

Tal lugar de adoração é essencial ao crescimento espiritual pela oração científica, e aqueles que são tão afortunados para ter acesso a tal templo deveriam sempre ocupar o mesmo lugar nele, porque este fica impregnado com suas vibrações individuais e eles se adaptam àquele ambiente mais facilmente do que em qualquer outra parte e, consequentemente, lograrão melhores resultados.

No entanto, tais lugares são raros, porque para a oração científica é necessário um verdadeiro santuário. Não deve haver nele, nem em suas proximidades, qualquer rumor ou conversa profana, porque esses fatos alteram as vibrações; as vozes devem ser contidas e as atitudes reverentes; cada um deve ter em mente que está em um lugar sagrado e agir de acordo com ele. Por esta razão, nenhum lugar aberto ao público será apropriado.

Além disso, o poder da oração aumenta imensamente com cada nova pessoa que ali ora. O crescimento pode ser comparado a uma progressão geométrica, se os que ali oram estiverem devidamente harmonizados e habituados à oração coletiva; acontecendo exatamente o contrário se não o estiverem.

Talvez o seguinte exemplo esclareça esse princípio. Suponhamos que um certo número de músicos que jamais tenham tocado com juntos e que não possuam ainda domínio suficiente do seu instrumento fossem solicitados para tocar em um concerto; não é necessária uma imaginação perspicaz para compreender que seu primeiro esforço seria marcado por muita desarmonia, e o mesmo aconteceria se um amador se dispusesse a tocar com eles, ou mesmo com uma orquestra já formada, não importando quão sério e intenso fosse seu desejo, ele, inevitavelmente, estragaria a música. Idênticas condições científicas governam a prece coletiva; para que seja eficaz, os participantes devem estar igualmente preparados, como já explicamos no capítulo anterior; devem ter as mesmas influências harmoniosas em seus horóscopos. Quando um aspecto adverso em um tema astrológico se encontra no Ascendente do outro, estes dois seres não poderão tirar nenhum proveito da oração em comum; eles devem dominar seus Astros e viver em paz, se são almas evoluídas, mas carecem da harmonia básica, que é absolutamente essencial para a oração coletiva. Só a Iniciação remove esse obstáculo.

PARTE II – AS ASAS E O PODER – A INVOCAÇÃO – O CLÍMAX

Ficou claro na primeira parte eu há determinadas razões ocultas que não aconselham a oração coletiva, exceto em circunstâncias especiais.

O conhecimento dessas dificuldades foi que levou Cristo a advertir seus Discípulos para que não fizessem suas preces diante de outras pessoas e os aconselhou que, quando necessitassem ou quisessem orar, se recolhessem a seus aposentos. Não podemos ter, individualmente, um edifício bonito e grande para as nossas devoções, nem o necessitamos; com muita frequência, a pompa e a exibição fazem com que afastemos os nossos corações de Deus. Porém, a maioria de nós pode, perfeitamente, dedicar uma pequena parte de nosso aposento para a devoção, o separando com uma cortina ou com um biombo do resto da habitação, ou ainda podemos transformar um cômodo em um santuário completo. Não importa o tipo das paredes que o separem; é a separação e a invisível Casa de Deus que construímos com nossas orações, e a graça divina que recebemos como resposta de nosso Pai que são importantes. Pode-se colocar na parede uma imagem de Cristo e o símbolo da Rosacruz, se o desejarmos, porém isso não é o essencial. O Olho que Tudo Vê é o preferido por alguns ocultistas avançados que conhecemos, como um símbolo do Pai. Porém, recordemos as palavras de Cristo: “O Pai e Eu somos um”, e mesmo não tendo uma imagem autêntica de Cristo, podemos utilizar a que tivermos, já que sabemos que os nossos pensamentos não se perderão por falta de autenticidade. Cristo é o Senhor dessa era; mais tarde, naturalmente, o Pai tomará este lugar, mas agora Cristo é o mediador dos povos.

Cremos ser desnecessário dizer que não importam as dimensões do lugar de oração, pois qualquer cômodo ou habitação do aspirante fiel acha-se compenetrado por uma atmosfera de santidade, pois todos os pensamentos que ele gerou legitimamente, depois de haver cumprido religiosamente suas obrigações com o mundo, provêm do Pai Celestial, assim que o lugar reservado ao santuário logo se encherá de supremas vibrações espirituais; entretanto, qualquer aspirante que pretenda seguir o método científico de oração deve procurar, antes de tudo, um lugar permanente de residência, porque, se se mudar de um lugar para outro, sofrerá uma perda importante e terá que voltar a formar as mesmas vibrações. O templo invisível que ele constrói se desintegra gradualmente quando a adoração cessa.

As Asas e o Poder

É uma máxima mística que “todo o desenvolvimento espiritual começa no Corpo Vital”. Esse é o mais próximo em densidade ao nosso Corpo Denso, sua nota-chave é a repetição, e é o veículo dos hábitos, sendo assim difícil de modificá-lo ou influenciá-lo, mas, uma vez que alguma mudança se tenha operado e um hábito tenha sido adquirido pela repetição, sua atuação se torna, até certo ponto, automática. Essa característica é boa e má com respeito a oração, porque a impressão registrada nos Éteres desse veículo impulsionará o aspirante ao fiel cumprimento de suas devoções nas datas marcadas, ainda que possa ter perdido o interesse no exercício e suas preces sejam meras fórmulas. Se não fosse por esse hábito formando tendências no Corpo Vital, os aspirantes não se fariam conscientes do perigo no momento exato em que o verdadeiro amor começasse a diminuir e não seria fácil recuperar a perda e permanecer no Caminho. Portanto, o aspirante deve se examinar cuidadosamente, de tempos em tempos, para ver se ainda possui as asas e o poder com os quais possa se elevar segura e rapidamente ao nosso Pai que está nos Céus. As asas são duas: Amor e Aspiração são seus nomes, e a força irresistível que as move é um intenso anseio. Sem eles e uma compreensão inteligente para dirigir a invocação, a prece é uma tagarelice, enquanto que bem realizada é o mais poderoso método conhecido para o crescimento da alma.

A Posição do Corpo

A posição do corpo importa pouco para a oração individual; a melhor é aquela que nos proporciona a concentração mais completa; mas, na oração coletiva, os ocultistas experientes têm o costume de permanecerem com a cabeça inclinada e as mãos enlaçadas de maneira apropriada. Isso forma um circuito magnético que une todos espiritualmente, desde o princípio dos exercícios. Em comunidades não tão avançadas, se observa que o canto de hinos feitos de pé, da maneira acima mencionada, produz um grande benefício, desde que todos participem.

A Invocação

Oração é uma palavra da qual se tem abusado tanto, que já não expressa, realmente, o exercício espiritual a que nos referimos. Como já dissemos, sempre que formos ao nosso santuário devemos ir como o amante que vai ao encontro de sua amada; nosso Espírito deve voar à frente de nosso lento corpo, em ansiosa antecipação das delícias que nos estão reservadas, e devemos esquecer tudo o mais para só dar lugar aos pensamentos de adoração que nos ocorrem no caminho. Isso é literalmente verdadeiro; o sentimento necessário para alcançar bons resultados é unicamente comparável àquele que impele o amante para a sua amada. “Como a corça bramindo por águas correntes, assim minha alma está bramindo por ti, ó meu Deus!”[26] é uma experiência real daquele que verdadeiramente é amante de Deus. Se não tivermos esse Espírito, podemos cultivá-lo por meio da oração, e uma das mais autênticas orações que deveríamos pronunciar constantemente, é a seguinte: “Aumenta meu amor por Ti, ó Deus, para que eu possa servir-Te melhor cada dia que passa. Faze que as palavras da minha boca e as meditações do meu coração sejam agradáveis à Tua presença, ó Senhor, minha Força e meu Redentor”[27].

As invocações usadas para pedir coisas temporais são magia negra; pois temos a promessa de: “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”[28]. Cristo nos indicou o limite a que podíamos aspirar no Pai Nosso, quando ensinou Seus discípulos a dizer: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Tanto no que diz respeito a nós mesmos como aos demais, devemos nos resguardar de ultrapassar esse limite na invocação científica. Mesmo quando oramos por bênçãos espirituais, devemos evitar que se manifeste qualquer sentimento egoísta, o que destruiria o nosso crescimento anímico. Todos os santos nos testemunharam seus dias de obscuridade, e a consequente depressão, quando o divino Amante oculta a Sua face. Isso depende da natureza e da força da nossa devoção: amamos a Deus por Ele mesmo ou O amamos pelas alegrias que experimentamos na doce comunhão com Ele? Se for somente por este último motivo, nosso afeto é essencialmente tão egoísta como os sentimentos da multidão que O seguia pelo alimento que Ele havia fornecido, e agora, como naquele tempo, é necessário que Ele oculte de nós a manifestação de Seu terno amor e solicitude para que nos ajoelhemos envergonhados e arrependidos. Felizes somos nós se vencermos os defeitos de nosso caráter e aprendermos a lição de uma fidelidade firme, tal como a agulha magnética que aponta para o Norte sem vacilar, embora chova, haja tormenta ou o céu esteja coberto de nuvens negras que ocultam a visão da sua amada estrela.

Dissemos que não devemos orar por coisas temporais e que devemos ter muito cuidado até em nossas orações por dádivas espirituais; portanto, é autêntica esta pergunta: Qual deve ser o objetivo da nossa invocação? E a resposta é, geralmente, louvar e adorar. Devemos abandonar a ideia de que toda vez que nos dirigimos a nosso Pai Celestial devemos Lhe pedir alguma coisa. Não ficaríamos contrariados se os nossos filhos estivessem a todo momento nos pedindo coisas? Entretanto, não podemos imaginar que Deus se desgoste por nossas importunas petições, nem devemos esperar que Ele nos conceda tudo o que pedimos porque, muitas vezes, nos prejudicaria. Por outro lado, quando oferecemos ações de graças e orações, estamos nos colocando em situação favorável com a Lei de Atração, estamos em um estado receptivo no qual poderemos receber uma nova descida do Espírito do Amor e da Luz e, deste modo, ficaremos mais perto do nosso ideal adorado.

O Clímax Final

Não é necessário que a invocação, audível ou não, seja mantida durante todo o tempo da oração. Quando nas asas do Amor e da Aspiração, impelidos pela intensidade de nosso zelo, aproximamo-nos do Trono do nosso Pai, chegará o momento da doce, mas silenciosa comunhão, mais deliciosa do que qualquer outro estado ou condição; é algo análogo ao contentamento dos enamorados que ficam sentados horas e horas, um ao lado do outro, sem romper o silêncio, pois se acham em um estado que transcende, em muito, o estágio onde precisam da fala para se entreterem. Assim também é no clímax final, quando a alma descansa em Deus, com todos os desejos satisfeitos pela sensação de comunhão expressa pelas palavras de Cristo: “Meu Pai e Eu somos Um”[29]. Quando atingimos este clímax, a alma terá provado a quintessência da alegria, e não importa quão sórdido possa parecer o mundo ou quão triste seja o destino que tenhamos de enfrentar, o amor de Deus, que sobrepassa toda a compreensão, é uma panaceia para tudo.

Entretanto, este clímax final só é obtido em toda a sua plenitude em intervalos muito raros. Pressupõe não somente a intensidade de propósito, para se elevar ao divino, como também um fundo de reserva para permanecer fixo naquele ponto, o que a maioria de nós nem sempre consegue. É muito conhecido o ditado de que nada de valor se alcança sem esforço. Tudo o que o ser humano fez, o ser humano poderá fazer, e se começarmos a cultivar o poder da invocação ao longo de linhas científicas aqui especificadas, dia chegará em que colheremos resultados com os quais nem sequer sonhamos.

Que Deus nos Céus abençoe os nossos esforços!

MÉTODOS PRÁTICOS PARA ALCANÇAR O SUCESSO BASEADOS NA CONSERVAÇÃO DA FORÇA SEXUAL

É tão impossível alcançar um sucesso verdadeiro e duradouro sem viver em harmonia com as leis da vida, como é para o criminoso viver em paz na sociedade cujas leis ele desrespeitou. E, da mesma forma que ele é castigado, encarcerado e reprimido devido a seus hábitos predatórios, a natureza também nos castiga, encarcera e restringe quando desobedecemos às suas leis. Essa restrição se chama doença e é inimiga da felicidade, pois ninguém pode ser feliz, não importa quão rico seja ou que posição ocupe no mundo, quando se encontra fisicamente enfermo. Então, é preciso termos em conta que uma das condições vitais que deve ser adquirida pelo homem ou pela mulher que aspira a felicidade e o êxito na vida, em sua plenitude, é a saúde, incluindo o vigor, pois somente com boa saúde poderemos ser, suficientemente, otimistas, alegres e vigorosos para alcançar o sucesso que procuramos.

A Bíblia nos diz que a morte e a enfermidade vieram ao mundo por termos comido da “Árvore do Conhecimento” e ainda que, sob o ponto de vista materialista, isso possa parecer pueril, não desprezemos a história sem a estudarmos profundamente. Poderemos comprovar que se acha em perfeita harmonia com os fatos científicos mostrados atualmente. Consideremos, em primeiro lugar, o significado da Árvore do Conhecimento, por meio dos seguintes princípios: “Adão conheceu sua esposa e essa deu à luz a Abel”; “Adão conheceu sua esposa e essa deu à luz a Seth”, e as palavras de Maria ao Anjo: “Como poderei conceber, se não conheço nenhum homem?”. Por essas e por muitas outras observações semelhantes, se conclui evidentemente que a Árvore do Conhecimento era uma expressão simbólica do ato gerador. A humanidade foi, como diz a Bíblia, concebida em pecado e, portanto, sujeita à morte da qual não haveria maneira de escapar.

Devemos relembrar que a evolução é uma realidade na natureza; que o ser humano atual é o resultado de um passado distante e que o presente estado não é o ponto final de uma meta de perfeição, mas que existem maiores alturas à nossa frente. Assim, todos estamos em um estado de desenvolvimento perpétuo; não existem paradas ou descansos, pois o caminho é tão ilimitado como a idade do Espírito. O que somos hoje é o resultado do que fomos ontem, portanto, o que seremos amanhã, dependerá do modo como utilizarmos, atualmente, as nossas faculdades. Examinemos, pois, o passado, para que, ao conhecermos o que temos sido, alcancemos um vislumbre do que haveremos de ser.

De acordo com a Bíblia, a humanidade foi hermafrodita antes de ser separada em dois sexos distintos como homem e mulher. Ainda temos entre nós hermafroditas que, como pensamos atualmente, têm essa formação anormal para provar a verdade dessa afirmação Bíblica; e fisiologicamente, o órgão do sexo oposto se acha latente em todos nós. Durante o período em que o ser humano esteve assim constituído, a fecundação devia ocorrer dentro de si mesmo; isto não difere muito do que sucede com muitas plantas hoje em dia.

Vejamos, segundo nos diz a Bíblia, qual o efeito da autofecundação nos dias primitivos. Existem dois fatos principais que são muito significativos: o primeiro, havia gigantes na Terra naqueles dias; o segundo, os patriarcas viveram centenas de anos; e essas duas características, grande desenvolvimento físico e longevidade, muitas plantas as possuem atualmente. O tamanho das árvores e a duração de suas vidas são fatos maravilhosos; elas vivem séculos, enquanto o ser humano vive um número reduzido de anos. Daí nos ocorre perguntar:  qual a razão da vida efêmera do ser humano e qual o remédio? Examinemos primeiro os motivos desta razão, e o remédio aparecerá.

É bem sabido pelos horticultores que as plantas param de crescer durante um florescimento muito prolífero. Uma roseira, ao florescer intensamente, pode morrer; por essa razão, o jardineiro sábio poda os brotos da planta para que a força se manifeste, parcialmente, em crescimento, em vez de dar somente flores. Desse modo, conservando a semente dentro de si mesma, guarda a força necessária para o crescimento e a longevidade. Esse é o segredo da altura e da longa vida das raças primitivas, como também é o segredo do tamanho e da longevidade das plantas atuais.

Que a essência criadora na semente é uma substância espiritual é evidente, quando comparamos a intrepidez e impetuosidade do touro e do garanhão, com a docilidade do boi e dos animais castrados. Além disso, sabemos que os libertinos e os degenerados se convertem em estéreis e fracos. Quando esses fatos se fixam em nossa consciência, não nos é difícil entender a verdade da Bíblia quando diz que o fruto da carne, que nos põe sob a lei do pecado e da morte, é antes de tudo e principalmente a fornicação, enquanto os frutos do Espírito, que conduzem à imortalidade, ainda segundo a Bíblia, são especialmente a continência e a castidade.

Consideremos também a criança e como a força criadora empregada internamente e para ela própria, produz um extraordinário desenvolvimento durante os primeiros anos, mas, na puberdade, o nascimento da paixão começa a dominar o desenvolvimento; então a força vital produz a semente com objetivo de alcançar o desenvolvimento e a expressão em outra direção, sendo que, desde aquele momento, termina o crescimento. Se continuássemos crescendo, como acontece na infância, seríamos gigantes, como o foram os divinos hermafroditas do passado.

A força espiritual gerada desde a puberdade e através da vida, pode ser usada com três propósitos: geração, degeneração ou regeneração. Depende de nós qual dos três métodos escolheremos; mas a escolha que fizermos terá uma influência importante sobre toda nossa vida, porque o uso dessa força não está confinado ao momento ou à ocasião em que é empregada. Abrange todos os momentos de nossa existência e determina a nossa atitude em cada uma das fases da vida entre nossos semelhantes; com a forma de como enfrentaremos os problemas da vida; se seremos capazes de agarrar as oportunidades ou as deixarmos escapar; se seremos saudáveis ou doentes; e se nós vivemos nossa vida com um propósito satisfatório; tudo isso depende da forma de usar nossa força vital. Esta força é a fonte de toda a existência, o elixir da vida.

A parte da força criadora que é legitimamente sacrificada, sobre o altar da paternidade e maternidade, é tão pequena que pode ser completamente desprezada nessas considerações. Não há razão, sob o ponto de vista espiritual ou físico, para que deva ser imposto o celibato em uma ordem religiosa, e nem essa imposição se encontra em qualquer passagem da Bíblia. A mera supressão da atração sexual não é virtude em si mesma; de fato pode até ser um vício muito sério, pois não há dúvida que milhares de pessoas que foram proibidas ou impedidas de buscar a satisfação natural, acabem caindo nos vícios mais inconfessáveis. Ainda que se abstenham do ato sexual, seus pensamentos serão de tal índole que as converterão em sepulcros caiados, horríveis por dentro, mesmo que externamente possam parecer puros e brancos. O próprio São Paulo, embora não na condição mencionada, disse: “É preferível se casar do que se abrasar”; essa expressão natural é, de longe, preferível ao estado acima descrito.

Embora existam poucas pessoas que defendam o abuso da função geradora, existem muitos indivíduos que, mesmo seguindo os preceitos espirituais em outros aspectos, mantém a crença de que a frequente satisfação dos desejos nos prazeres sexuais não é prejudicial; e existem outros que julgam que esse ato é tão necessário como qualquer outra função orgânica. Isso está errado por duas razões: primeiro, cada ato criador exige e consome uma certa dose de força e o organismo deve ser reabastecido com uma quantidade extra de alimento. Isso fortalece e aumenta o Éter Químico. Segundo, como a força propagadora atua por meio do Éter de Vida, esse constituinte do Corpo Vital também aumenta a cada gratificação dos sentidos. Deste modo, os dois Éteres inferiores do Corpo Vital se fortificam dirigindo a força criadora para baixo, para satisfazer o nosso prazer; e as ligações assim formadas e que oprimem os dois Éteres superiores que formam o Corpo-Alma, vão se tornando mais compactas e mais poderosas com o tempo. Como a evolução dos poderes anímicos e a faculdade de viajar em nossos veículos mais sutis dependem da separação que se efetua entre os Éteres inferiores e o Corpo-Alma, é evidente que frustramos o objetivo que temos em vista, retardando o desenvolvimento pela satisfação da natureza inferior.

Se dirigirmos novamente nossa atenção para o jardim, obteremos uma demonstração palpável e luminosa dos resultados em seguir o conselho do Apóstolo, quando disse: “guardai a semente dentro”, considerando as qualidades das diversas variedades de frutas sem semente. As frutas sem semente são maiores e de um sabor mais agradável do que as que possuem sementes, porque naquelas toda a seiva é empregada com o único propósito de tornar a fruta deliciosa e suculenta. Similarmente, se nós, em vez de desperdiçarmos nossa substância, vivermos castamente e dirigirmos a nossa força criadora para a regeneração, refinaremos e eterizaremos nossos Corpos físicos, ao mesmo tempo que fortaleceremos nosso Corpo-Alma. Desse modo, poderemos materialmente prolongar a nossa vida e, como consequência, aumentar nossas oportunidades para o crescimento anímico e avançar no Caminho de forma mais marcante.

Quando tivermos compreendido que o sucesso não consiste em acumulação de riquezas, mas no desenvolvimento anímico, se tornará evidente que a continência é um fator importante para o êxito na vida.

F I M


[1] N.T.: IICor 12:9

[2] N.T.: Mt 26:41

[3] N.T.: James Fenimore Cooper (1789-1851) foi um político e popular escritor dos Estados Unidos do início do século XIX.

[4] N.T.: George du Maurier (1834-1896) – cartunista e autor franco-britânico.

[5] N.T.: Jack London foi o pseudônimo de John Griffith Chaney (1876-1916), autor, jornalista e ativista social norte-americano, pioneiro no que era, então, o novo mundo das revistas comerciais de ficção.

[6] N.T.:

Diagrama 1 – O Mundo Material: um reflexo reverso dos Mundos Espirituais

[7] N.T.: nome da quarta divisão ou Região do Pensamento Concreto.

[8] N.T.: Quarta Região do Mundo do Pensamento

[9] N.T.: Também chamado de: Vestes de Bodas; Vestidos de Bodas, Veste Nupcial, Traje Nupcial. São Paulo chama de soma psuchicon (ICor 15:44).

[10] N.T.: do alemão: poltern (barulho), e geist (fantasma), também chamado por alguns parapsicólogos como Psicocinesia Recorrente Espontânea (em inglês: Recurrent Spontaneous Psychokinesis, RSPK), é um tipo de evento paranormal que se manifesta em um ambiente no qual existem ocorrências físicas, tais quais, chuva de pedras, movimentação, aparecimento e desaparecimento de objetos, sons, pirogenia, luzes, entre outras. Pode envolver até ataques físicos.

[11] N.T.: Mt 25:25

[12] N.T.: Mt 25:40

[13] N.T.: Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes

[14] N.T.: ICor 15:50

[15] N.T.: Leia a partir da seguinte sentença: “As relações das plantas, dos animais e do ser humano com as correntes de vida na atmosfera terrestre são representadas simbolicamente pela cruz…”

[16] N.T.: de Charles Rann Kennedy (1871-1950): foi um escritor anglo-americano.

[17] N.T.: do poema: Worth While de Ella Wheeler Wilcox (1850-1919), escritora e poeta estadunidense.

[18] N.T.: Refere-se à Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

[19] N.T.: Átomo-semente do Corpo Vital.

[20] N.T.: Átomo-semente do Corpo Denso.

[21] N.T.: Is 1:18

[22] N.T.: Rm 8:31

[23] N.T.: Sl 139:7-10

[24] N.T.: do livro: The Servant in the House por Charles Rann Kennedy

[25] Mt 3:17

[26] N.T.: Sl 42:2

[27] N.T.: Oração do Estudante Rosacruz

[28] N.T.: Mt 6:33

[29] N.T.: Jo 10:30

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Uma Conta Simples sobre Quantidade de Renascimentos aqui

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nós, Espírito Virginal da Onda de Vida humana manifestado aqui, em uma regra geral (pois há exceções), renascemos aqui, em média, duas vezes em cada Era Zodiacal, expressando-nos na Região Química do Mundo Físico, alternadamente como sexos masculino e sexo feminino, a fim de adquirirmos todas as espécies de experiência, posto que a experiência de um sexo difere amplamente da do outro. Ao mesmo tempo, como as condições externas não se alteram demais num milhar de anos, a entidade pode, por um lado, receber experiências em idêntico ambiente, tanto como homem quanto como mulher. E, por outro, cada Signo Zodiacal, ao interagir com o Sol, proporciona condições próprias e diferentes dos demais Signos.

Pelo fenômeno da Precessão dos Equinócios (um dos inúmeros movimentos do Planeta Terra), sabemos que uma Era Zodiacal dura, aproximadamente, 2.155 anos, o tempo que a intersecção entre a Eclíptica (o movimento aparente do Sol, visto da Terra) e o círculo do Zodíaco no atual mês de março (que marca o Equinócio de Março) demora para percorrer a distância angular de 30 graus, correspondente a um Signo.

Lembrando que só temos Eras e Épocas durante a nossa passagem pela metade da quarta Revolução deste Período Terrestre. E que cada Época tem 3 Eras. Exemplos: Época Atlante teve as Eras de Touro, Gêmeos e Câncer; Época Ária tem as Eras de Áries, Peixes e Aquário.

Pelas mesmas razões por que precisamos renascer duas vezes em cada Era Zodiacal, nós precisamos renascer, em média, 24 vezes em cada ciclo completo de Eras que são em número de 12 no total.

Por outro lado, como aprendemos na Fraternidade Rosacruz, conforme o Sol atravessa os diferentes Signos, no curso do ano, as mudanças climáticas e outras tais nos afetam como também impactam nossas atividades de várias maneiras. Semelhantemente, a passagem do Sol por Precessão dos Equinócios através dos doze Signos do Zodíaco, que é chamado Ano Mundial, produz na Terra as mais variadas condições. Assim, um Ano Mundial tem a duração de, aproximadamente, 25.860 anos (12 x 2.155). Consequentemente, durante um Ano Mundial nós renascemos aqui 24 vezes.

(Publicado na Revista Amizade Rosacruciana de Junho/1987 – Centro Rosacruz Max Heindel – Lisboa – Portugal)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: O que Significa dizer que a Filosofia Rosacruz é o Cristianismo Esotérico?

Como o leitor afirma, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental estão compreendidos na Filosofia Rosacruz que, adicionalmente, inclui grande quantidade de informações sobre os planos invisíveis e suas leis, onde nós, entre renascimentos, vivemos.

O Cristianismo Esotérico fornece, sem sombra de dúvida, significado oculto ou esotérico à doutrina Cristã. Os fatos esotéricos são verdades eternas, cuja interpretação varia segundo os diversos movimentos Cristãos.

O Cristianismo popular, na sua forma de uma casca de noz, diz que Cristo, o Filho de Deus, veio à Terra há quase dois mil anos, para se tornar o salvador espiritual da Onda de Vida humana, por meio da crença das doutrinas que enunciou e por viver uma vida de acordo com elas. Também afirma que os nossos pecados contra as leis de Cristo são perdoados e apagados sob certas condições as quais são promulgadas desde tempo considerável, sob diferentes denominações.

A interpretação esotérica do Cristianismo, em seu aspecto global, não contradiz as doutrinas básicas preconizadas pelo Cristianismo popular, porém mostra mais exatamente o que realmente sucede. Cristo é um grande Ser, de elevado desenvolvimento espiritual, a mais alta expressão arcangélica, isto é, o mais elevado iniciado da Onda de Vida que evolucionava como a “humanidade” no longínquo Período Solar, há muitos e muitos milhões de anos. Cristo veio à Terra a fim de nos influenciar espiritualmente, irradiando Suas vibrações de luz e de amor, do interior do Globo terrestre. Desde então, continuamente nos envolve das mais altas influências espirituais.

Esse constante influxo da espiritualidade de Cristo à Terra e a nós está transmutando pouco e pouco, o nosso caráter. Nós já não somos tão bárbaros e cruéis como há dois ou três milênios atrás. O objetivo mais elevado e derradeiro de Cristo é o de nos espiritualizar a tal grau, que adquiramos o senso de unidade de cada um com todos, nos tornando uma família mundial, onde cada um de nós se identifique perfeitamente com o nosso semelhante, com eliminação de toda separatividade, preconceito e egoísmo, geradores de conflitos, guerras e crimes. Assim poderemos admitir que o bem-estar de um, será o bem-estar de todos, uma vez que somos parte integrante e sentida, do todo. Qual uma dura vida escolar, teremos que passar muitas vezes por este Mundo material, até que possamos compreender e empreender esforços no sentido de sublimar nosso caráter egoísta e brutal, nos tornando em virtudes Cristas conducentes a confraternização universal. Porém, a felicidade e alegria que experimentaremos no futuro, quando a influência de Cristo haja colimado seus objetivos, serão tão grandes, tão profundas, que Sua vivência jamais poderia ser avaliada em nossas condições atuais, tão grande é o contraste com nossa forma de sentir de hoje!

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz janeiro/1971 – Fraternidade Rosacruz-SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

O “Vinho” como Fator da Evolução – Parte 3

Épocas – Eras

Vejamos, agora, os elementos adicionados em nossa Evolução em cada Época do Período Terrestre

Relembrando que estamos na 3ª Revolução e meia ou na metade da 4ª Revolução do Período Terrestre, denominada também como Revolução Terrestre. Precisamente no Globo D, nesta 4ª Revolução ou Revolução Terrestre a qual está dividida em 7 Épocas, Épocas essas perfeitamente correlacionadas com os Períodos mencionados na Bíblia.

No quadro a seguir apresentamos as 7 Épocas supramencionadas, vinculadas a um Elemento que as correlacionam, respectivamente, com os Ensinamentos Bíblicos e com o trabalho específico processado em cada Corpo até os dias atuais e futuros

Revolução Período TerrestreElementoSimbologia BíbliaTrabalho
Época PolarMineralAdão foi feito da TerraCorpo Denso
Época HiperbóreaVegetaisCaim era um agricultorCorpo Vital
Época LemúricaLeiteAbel era pastor de ovelhasCorpo de Desejos
Época AtlanteCarneNimrod era um caçadorVeículo Mente
Época ÁriaÁlcool   Sem carne Sem álcool1ª parte: “Noé se embriagou”   2ª parte: Dias atuais  1ª focar na Região Química 2ª sutilizar os Desejos / Altruísmo – Construção do Corpo-Alma
Época Nova Galileia – Nova JerusalémÉtera carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus” – S. Paulo apóstolo. Cristo voltará e emitirá a nota-chave para viverem no Corpo-Alma.Corpo-Alma
Época Reino de DeusÉterCorpo-Alma

Observemos que para garantir nosso sucesso na transição da Época Atlante para a Época Ária fez-se necessário a ingestão da carne animal para endurecimento dos ossos, formação de tendões, de músculos e construção do  esqueleto para podermos funcionar na Região Química do Mundo Físico com a atmosfera que temos agora; indispensável também se tornou o consumo de bebidas alcoólicas para focarmos na Região Química do Mundo Físico e para auxiliar na transformação interna da carne animal como alimento.

Ou seja, a inclusão da bebida alcoólica teve dois motivos principais:

1-Dominar as células da carne animal – para depois tirar nosso “sustento”; dominar depois assimilar;

2-Dominar/conquistar a Região Química do Mundo Físico (estávamos em uma fase “cômoda” de “esperar as instruções dos Anjos, Senhores da Mente, de Mercúrio etc.)

Relembremos, também, que nesta atual Época Ária quem nasceu no ocidente tem como objetivos: construir o Corpo-Alma para poder funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico, devendo, para isso, vivenciar o Cristianismo Esotérico, ter “Cristo como ideal” e sutilizar os Corpos.

Já quem nasceu no oriente tem como objetivos: conquistar, ainda, a Região Química do Mundo Físico.

O método de desenvolvimento espiritual da Fraternidade Rosacruz é ocidental porque é Cristão e é para todas as pessoas que compreendem a necessidade de funcionar conscientemente na Região Etérica do Mundo Físico, começando já a trabalhar como um Auxiliar Invisível ainda que inconsciente. O caminho dos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental é o mais seguro, porque ensina o neófito como limpar seu Corpo de Desejos, diariamente. Dessa maneira, vive, aqui e agora, suas experiências do Primeiro Céu e Purgatório.

Abordemos, agora, o assunto Era. Dá-se o nome de Era à passagem do Sol, ao “cruzar” o equador terrestre no sentido norte para o sul, a cada ano (uma vez por ano) por determinado Signo, em virtude da Precessão dos Equinócios.Estamos no final da Era de Peixes, já em transição e influência da Era de Aquário.

As Eras estão ligadas à Precessão dos Equinócios – fenômeno que ocorre quando o Sol percorre todo o Zodíaco e o período de tempo é de 25.868 anos. A cada ano o Sol cruza o Equador da Terra por volta de 21 de março (data em que os dias e as Noites registram a mesma duração). Em decorrência da Precessão dos Equinócios, o Sol move-se para trás através dos doze Signos do Zodíaco à razão aproximada de um grau de espaço a cada 72 anos; através de um Signo (30 graus de espaço) a cada 2.100 anos, aproximadamente, completando todo o círculo em cerca de 26.000 anos.

Deve-se isso ao fato de a Terra não girar em torno de um eixo estacionário. O   eixo dela tem um movimento lento, oscilante, próprio (semelhante ao de um pião que já perdeu parte da força), descrevendo, assim, um círculo no espaço, pelo que uma estrela após outra se converte em Estrela Polar.

Por causa desse movimento oscilante o Sol não cruza o Equador no mesmo ponto todos os anos, mas sempre um pouco antes, razão do termo “Precessão dos Equinócios”, isso é, o equinócio “precede” – chega mais cedo.

Se a cada 1000 anos nascemos em sexos alternados (Mulher e Homem) temos a oportunidade de aprender em cada Era uma vez com Corpo Feminino (Imaginação) e outra com Corpo Masculino (Vontade)

Todo fim de uma Era, nos últimos 8 graus de cada Signo, irmãos e irmãs atrasados aproveitam essa época – vibrações da próxima Era – para acelerar seu desenvolvimento e recuperar e aprender as lições que negligenciaram na Era que ora finda. Quando Cristo apareceu aqui estávamos a 8 graus do Signo de Áries, assim o que devemos fazer para vivenciar os ensinamentos da Era de Peixes é fornecido pela seguinte lógica: se estamos em uma Era para passar para outra Era temos que vivenciar e aprender as lições proporcionadas pelo Signo oposto ou Era anterior. Assim, se estamos na Era de Peixes indo para Era de Aquário temos que aprender as lições do Signo oposto que é Virgem.

Se estamos na Era de Áries para passar para Era de Peixes temos que aprender as lições de Libra (Justiça, Equilíbrio, Harmonia, Parcimônia, capacidade de se relacionar por meio de associações, sociedades, grupos equipes cônjuges para entender como funciona o processo, saber até onde começa seu direito e até onde vai o direito do outro e por último: Eu posso não concordar com seu ponto de vista, mas eu o defenderei até o final de minha vida).

Vamos ver o que aconteceu na transição da Época Atlante para a Época Ária. Recordemos que a Época Atlante foi a quarta das sete Épocas que estamos passando, aqui na 4ª Revolução do Globo D do Período Terrestre. Uma Mente foi acrescentada a nós em evolução, que ficou com o estado atual: um Tríplice Corpo e a MenteNimrod ou Nemrod, descrito como um caçador na Bíblia, simboliza o ser humano da Época Atlante: matava para comer. Esse é o significado da frase bíblica: “Nimrod era um caçador poderoso “. Uso da astúcia no cotidiano. Tínhamos percepção espiritual, mas nos portávamos como um Clarividente involuntário atualmente. Nós, o Ego, éramos muito fracos na condução e no domínio dos nossos Corpos e a natureza de desejos era muito forte. É mencionada na Bíblia (Gn 1:24-27). Sexto dia da criação na Bíblia. Passamos por sete Raças, em que a quinta Raça foi a que mais evoluiu. Obtivemos a Consciência de Vigília. O calor interno do Globo e o frio exterior produziram uma atmosfera de névoa.

Já na quinta Época, a Ária – a Época atual –, das sete Épocas que estamos passando, aqui na 4ª Revolução do Globo D do Período Terrestre. Nossos Corpos se tornaram concêntricos: total consciência de vigília. O pensamento e a razão foram desenvolvidos por nós para nos manifestarmos aqui. Aqui começou, de fato, o nosso trabalho neste Período. Tudo foi feito para que focássemos no nosso desenvolvimento aqui na Região Química do Mundo Físico. Foi acrescentado o vinho na nossa alimentação (Noé). É mencionada na Bíblia (Gn 1:28). É o sétimo dia da criação na Bíblia. Os vanguardeiros ou pioneiros da Onda de Vida humana foram Iniciados na Época Ária. Passamos pelas sete Raças da Época Ária. Virão mais duas Raças ainda nesta Época.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Abril de 2024

O Ecos de um Centro Rosacruz tem como objetivo informar as ATIVIDADES PÚBLICAS realizadas pelos Estudantes Rosacruzes, bem como fornecer material de estudo sobre os assuntos que foram objetos de exposições, publicações e em Reuniões públicas de Estudos durante o mês anterior.

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1.Para acessar a Edição digital (com a formatação e as figuras em melhor qualidade)

clique aqui: Ecos da Fraternidade Rosacruz em Campinas – SP – Brasil – Abril de 2024

2. Para acessar somente os textos (sem a formatação e as figuras) é só ler aqui:

SUMÁRIO

Informação. 3

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Março/2024: Reuniões de Estudos e Publicações 3

Maio – Sol transitando pelo Signo de Gêmeos (maio/junho) 4

3/03 Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 5, 17-19 – Parte 5. 5

7/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: Recapitulação. 7

14/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VI – O Caminho da Evolução: Revoluções e Noites Cósmicas 9

21/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: O Período Lunar 12

28/04 Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Solar – Parte 1. 14

Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Abril: 17

É tempo de adotarmos uma postura altruísta. 17

A Verdade dentro de nós. 18

A Morte e a Teoria do Renascimento. 19

Os Ensinamentos Rosacruzes na nossa Evolução. 20

Deus é Luz. 22

Deixando de lado o que impede nosso crescimento espiritual 22

Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudante Rosacruzes 23

1.Pergunta: A apologia à pobreza não seria contrária a abundância que o Universo pode nos proporcionar sendo a prosperidade um dom de Deus??. 23

2.Pergunta: Por que a obtenção das experiências que Max Heindel se refere precisam estar associadas ao sofrimento físico e material?. 24

3.Pergunta: Por que existem animais carnívoros?. 24

4.Pergunta: Todos os humanos atuais pertencem à Raça Ária, menos os remanescentes de outras Raças?. 24

5.Pergunta: Vocês conseguem ler a Memória da Natureza? Vocês têm acesso direto ao conhecimento dos Mundos Sutis e acreditam por experiência própria ou, como eu, acreditam apenas de forma indireta e teórica no que os livros de Max Heindel afirmam?. 25

SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA.. 26

Datas de Cura: Maio: 05, 11, 19, 26. 26

 

Informação

As Reuniões de Estudos presenciais abertas ao público ocorrem na nossa Sede própria situada na Avenida Francisco Glicério, 1326 – Centro – Conj. 82 – Campinas – SP – Brasil, aos domingos às 16 h e/ou às 17 h. Em seguida temos a oficiação do Ritual do Serviço Devocional do dia.

Se você quiser participar presencialmente é só nos avisar antecipadamente pelo WhatsApp: 55 19 99185-4932 ou pelo e-mail: fraternidade@fraternidaderosacruz.com

É uma oportunidade ímpar de você estar estudando com pessoas que têm o mesmo ideal Rosacruz!

Atividades gerais ocorridas em nosso Centro, no mês de Março/2024: Reuniões de Estudos e Publicações

-Dia 07/04 – 16 h – Estudo Bíblico Estudos Bíblicos RosacruzesEvangelho Segundo São Mateus 5,17-19

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: Recapitulação

-Dia 14/04 – 16 h – Estudo de Astrologia Rosacruz – Reunião Reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VII – O Caminho da Evolução: Revoluções e Noites Cósmicas

-Dia 21/04 – 16 h – Reunião do Estudante Regular – Reunião reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Lunar

-Dia 28/04 – 16 h – Reunião do Probacionista – Reunião reservada

17 h – Estudos do Conceito Rosacruz do Cosmos – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Solar – P.1

Nota: Você pode obter uma cópia digital da Obra Básica Conceito Rosacruz do Cosmos da edição mais atualizada grátis aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/livros-digitalizados/o-conceito/

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  • Correção de lições dos Cursos (Filosofia, Bíblia e Astrologia) dos Estudantes Rosacruzes que fazem tais Cursos por esse Centro Rosacruz
  • Respostas às dúvidas dos leitores (via e-mail, no site, nas redes sociais)
  • Oficiação dos Rituais Devocionais (incluindo Hino de Abertura, do Signo do mês solar e Hino de Encerramento)
  • Continuação dos tratamentos de saúde para os irmãos e as irmãs inscritas no Departamento de Cura desse Centro Rosacruz

Maio – Sol transitando pelo Signo de Gêmeos (maio/junho)

A Hierarquia Criadora de Gêmeos projeta um modelo cósmico para o nosso Planeta Terra de uma grande paz, uma paz que sobre passa toda a compreensão e que será a herança da vindoura Humanidade Crística.

Esse conceito de paz – que ainda não compreendemos em sua plenitude – pode ser um pouco quando vemos que é a mesma paz e o mesmo equilíbrio que se refere S. Paulo e que lhe permitiram dizer: “Nenhuma dessas coisas (do mundo externo) me comovem, pois Deus mora em meu coração”.

E quando o Sol transita pelo Signo de Gêmeos, a constelação imprime no Corpo-templo humano uma dupla influência. Governa todas as dualidades do Corpo: Pulmões, ombros, baços e mãos, em particular. Contém, também, o arquétipo cósmico do perfeito andrógino, onde as potencialidades masculinas e femininas estão em equilíbrio. Essa é a consecução dos Iniciados nos Grandes Mistérios de Cristo. Essa aquisição produz a imunidade ante a enfermidade e a passagem do tempo. E como sua consciência não se interrompe, esteja ou não na carne, nunca experimentam a morte, tal como nós a concebemos, já que sua consciência está centrada na imortalidade ininterruptamente!

3/03 Estudos Bíblicos Rosacruzes – Novo Testamento – Evangelho Segundo São Mateus 5, 17-19 – Parte 5

Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento

-1ª Dispensação (Jeovística) – Ensinamentos para adorarmos a Deus por meio do medo, a Quem começamos a pressentir.

–O que fazemos: sacrifícios físicos – inclusive humanos, para agradá-lo; fetichismo.

-2ª Dispensação (Jeovística) – Ensinamentos para olharmos a Deus como doador de todas as coisas; esperar d’Ele benefícios materiais.

–O que fazemos: sacrifício do nosso melhor bem material, por avareza: esperamos que Deus nos dê cem por um. E para nos livrar do castigo imediato: pragas, guerras, etc. Ex.: peço um carro novo e prometo acender uma vela de 5 metros.

-3ª Dispensação (Cristã/ Cristianismo Popular) – Ensinamentos para adorarmos a Deus com orações e a vivermos em boa vida.

–O que fazemos: cultivamos a fé num Céu onde obteremos recompensar no futuro; abstemos do mal, para que possamos nos livrar do castigo futuro do inferno ou “coisa parecida”.

-4ª Dispensação (Cristã/ Cristianismo Esotérico) – Ensinamentos para agirmos bem sem pensar na recompensa ou no castigo: simplesmente porque “é justo agir retamente”.

–O que fazemos: amamos o bem por ser o bem. Procuramos ordenar nossa conduta de acordo com esse princípio. Não temos em conta o benefício ou desgraça presente.

“… porque em verdade vos digo que, até que passem o céu e a terra, não será omitido nem um só “i”, uma só vírgula da Lei, sem que tudo seja realizado”.

-Quando o céu e a Terra passarão?

Quando nós nos emanciparmos totalmente através do conceito Uraniano de Amor. O Amor de Urano, é o amor ágape, amor incondicional, amor de Cristo. Representa o amor superior, demonstrado através do altruísmo. O amor sem egoísmo pela humanidade e para com o próximo.

Portanto, quando nos emanciparmos completamente pelo Amor, nos elevaremos além da Lei e nos converteremos a nós mesmos numa Lei.

E quando conseguiremos nos emancipar através do amor, e nos convertemos, a nós mesmos em Lei?

Quando estivermos vivendo na Era de Aquário, e para isso precisaremos construir o Corpo Alma. Aí expressaremos o amor Uraniano (Amor Crístico, Ágape).

Ou pelo Caminho da Preparação e Iniciação Rosacruz, tivermos atingido o nível de

Adepto. Nesse momento, o estudante Rosacruz já libertou da roda de nascimentos e mortes, portanto ele já se tornou a lei em si.

“… será chamado o menor no Reino dos Céus (…) será chamado grande no Reino dos Céus

Reino dos Homens: é um conjunto de leis e procedimentos que nós criamos. Inclusive nós achamos que temos o direito de julgar os outros baseados nessas leis e procedimentos. É o reino que nós construímos.

-Reino de Deus: é o nosso Sistema Solar (Planetas, suas Luas, o Sol e todos os corpos celestes até o limite do Sistema Solar).

É a negação do Reino dos homens. É um conjunto das Leis da Natureza, Leis divinas e Leis de Deus. Temos as Leis de Deus que são dadas nos 10 mandamentos, no Sermão da Montanha. Temos todas as Leis de Deus para vivermos no Reino de Deus. Temos que ter todas essas leis internalizadas para vivermos no Reino de Deus.

-Reino dos Céus: é todo o Esquema, a Obra e Caminho de Evolução no qual estamos inseridos.

-Menor no Reino dos Céus: aqueles que violarem um só desses menores mandamentos e ensinar os homens a fazerem o mesmo:

–Lutam tenazmente para adquirir conhecimento

–Não hesitam em usar qualquer meio, inclusive violar tal conhecimento

–Juntam e recolhem para si mesmo vasto repertório intelectual

-Maior no Reino dos Céus: aqueles que praticarem os ensinamentos e ensinarem os outros a fazerem o mesmo:

–Compreenderam a responsabilidade de viver os Ensinamentos Cristãos

–Levam esses Ensinamentos aos outros por meio do exemplo nas suas vidas

–Compreendem e vivenciam diligentemente as oportunidades

Para saber mais, assista a 10ª Reunião Estudos Bíblicos Rosacruzes-FRC em Campinas no nosso Canal no YouTube aqui:

10-Reunião de Estudos Bíblicos Rosaruzes-7mabr24-5to Capítulo do Evangelho Segundo São Mateus P.5

7/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: Recapitulação

1.Recapitulação:

-É a atividade que é feita, nessa Obra de Evolução, antes que uma próxima atividade se inicie. Devido a “espirais dentro de espirais” a Recapitulação ocorre:

–Entre um Globo e o próximo,

–Entre uma Revolução e a próxima,

–Entre uma Época e a próxima,

–No nosso desenvolvimento intrauterino, etc.

-É quando extraímos o que é essencial de alguma atividade feita anteriormente num determinado período ou tempo.

-Essas atividades dentro dos Períodos se processa, cada vez, em um grau superior daquele estado de progresso que se recapitula.

2.Efeito das Espirais

-Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que Evolução é “a história do progresso do Espírito no Tempo”.

Por toda a parte, podemos observar os variados fenômenos do Universo, vemos que o Caminho de Evolução é uma espiral.

-Cada volta da espiral é um ciclo. Cada ciclo funde-se com o seguinte e, como as espirais são contínuas, cada ciclo é o produto melhorado do precedente e o criador de estados sucessivos de maior desenvolvimento.

–Quando observamos este Caminho de Evolução do ponto de vista físico, vemos uma espiral. Mas, quando observamos pelo caminho da Lemniscata conseguimos ver tanto no lado físico como no espiritual (diagrama do Caduceu de Mercúrio).

É importante ter em mente que a evolução se move numa espiral, mas, nunca se repete na mesma condição e segue sempre um aperfeiçoamento progressivo.

–Qual o efeito das espirais em nossas vidas?

São as oportunidades dadas pela Sabedoria Divina, mostrando que não devemos desanimar se cairmos pelas provas que nos são apresentadas, pois elas retornarão até que tenhamos aprendido a lição, ou seja, o ensino somente será suspenso, quando a lição for aprendida.

As espirais nos permitem repetir o mesmo acontecimento, mas em patamares diferentes, e se não aprendemos com ele, perdemos as oportunidades de crescimento e, podemos retroceder com sofrimento e dor.

Mas por outro lado, se erramos e nos corrigimos, elaboramos os passos seguintes com mais força, mais determinação e evoluímos e, podemos seguir em passos largos de crescimento, mas sempre, para frente e para cima.

O importante que precisamos saber é que: essas provas retornam cada vez mais difíceis quando insistimos em procrastinar ou postergar a aprendizagem das lições que nós mesmos escolhemos lá no Terceiro Céu.

Ressaltamos a importância dos exercícios de Retrospecção a noite e o de Concentração matutina que nos ajudam a tomarmos consciência das nossas quedas e tentarmos acertar na próxima vez dentro da próxima espiral que virá com certeza.

–Como entender o efeito de uma espiral? 

O efeito de uma espiral é apenas mais uma etapa preparatória para alcançarmos outro degrau na espiral evolutiva.

Sempre devemos ter em mente que novos modelos de desenvolvimento estão em processo de gestação e a evolução não estaciona. Não existe inércia no processo evolutivo.

Nós como seres humanos que só conseguimos funcionar com uma Consciência de vigília na Região Química do Mundo Físico, estamos atrasados neste Esquema de Evolução, mas, à medida que procuremos estar atentos com redobrado cuidado no aproveitamento das nossas oportunidades que surgem, e assim, aprendermos as lições de cada dia e extrair delas a experiências que nelas contêm, certamente, irão aparecer mais e mais.

3.Atividade Própria de Cada Período

-Sabemos que cada Período trás na sua caminhada evolutiva um desenvolvimento peculiar. Para que possamos entender as atividades ou o trabalho de cada Período, se faz necessário dizermos que qualquer atividade própria de um Período específico, só começa quando termina o trabalho de Recapitulação das respectivas Revoluções como já vimos anteriormente.

Revolução:

É uma volta completa pelos 7 Globos ou a passagem pela onda de vida que está evoluindo (a nossa, por exemplo), UMA VEZ passado por todos os 7 Globos, em 3 Mundos ou Regiões desses Mundos de diferentes densidades.

Detalhamos aqui as atividades da Onda de Vida humana nos Períodos:

–Primeira Revolução de qualquer Período é conhecida como Revolução de Saturno e o trabalho é sempre efetuado no Corpo Denso.

–Segunda Revolução, conhecida como Revolução Solar e o trabalho é efetuado no Corpo Vital.

–Terceira Revolução, conhecida como Revolução Lunar e o trabalho será efetuado no Corpo de Desejos.

–Quarta Revolução, conhecida como Revolução Terrestre será na quarta Revolução do Período de Júpiter e o trabalho será efetuado na Mente.

–Quinta Revolução de qualquer Período como Revolução de Júpiter” que acontecerá na quinta Revolução do Período de Vênus e o trabalho será no nosso Espírito Humano.

–Sexta Revolução de qualquer Período será a Revolução de Vênus que acontecerá somente no Período de Vulcano na sexta Revolução, e o trabalho a ser modificado será no nosso Espírito de Vida.

–Sétima Revolução, ou Revolução de Vulcano, desenvolve especialmente alguma atividade relacionada com o Espírito Divino, porque o seu desenvolvimento iniciou-se numa sétima Revolução.

Para saber mais, assista a 177ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- em:

14/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VI – O Caminho da Evolução: Revoluções e Noites Cósmicas

1.Caminho de Evolução:

O Caminho de Evolução é o modo como percorremos o Esquema de Evolução. Espirais dentro de espirais é um conceito aplicado aqui importantíssimo.

O esquema evolutivo é efetuado através destes cinco Mundos em sete grandes Períodos de Manifestação, durante os quais o Espírito Virginal ou vida que está evoluindo, se converte primeiramente em ser humano, depois em Deus.

Começamos no início da primeira Revolução do Período de Saturno, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução do Período de Saturno, passando pelos sete Globos que a compõe. E assim o fazemos até a sétima Revolução do Período de Saturno.

Ao terminar esse Período, mergulhamos nos cinco Globos da Noite Cósmica. Depois de passar pelo quinto Globo, começamos na primeira Revolução do Período Solar, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução do Período Solar, passando pelos sete Globos que a compõe. E assim o fazemos até a sétima Revolução do Período Solar. Ao terminar esse Período mergulhamos nos cinco Globos da Noite Cósmica. E assim vamos trilhando o Caminho da Evolução até o final da sétima Revolução do Período de Vulcano.

2.Revoluções:

Revolução: É uma volta completa pelos 7 Globos ou a passagem pela Onda de Vida que está evoluindo (a nossa, por exemplo) UMA VEZ por todos os 7 Globos, em 3 Mundos ou Regiões desses Mundos de diferentes densidades.

Revolução, passando pelos sete Globos que a compõe, depois de completar essa primeira Revolução vamos para uma Recapitulação dessa Revolução e depois vamos para a segunda Revolução, passando pelos sete Globos que a compõe.

3.Noites Cósmicas:

É um momento nesse Esquema de Evolução que tem lugar tanto entre as Revoluções como entre os Períodos, onde é um momento de repouso e assimilação. Reafirmamos que uma Noite Cósmica não deve ser considerada um período de inatividade. Não é uma existência inerte

Quando a onda da vida completou suas sete voltas ao redor dos sete Globos, ou sete Revoluções, o primeiro Dia da Criação termina, e então segue uma Noite Cósmica, de descanso e assimilação, após a qual o novo Período amanhece.

Quando falamos entre Períodos há seis Noites Cósmicas. Em cada Noite Cósmica entre Períodos há cinco Globos obscuros nos quais nós habitamos.

Nos 2 primeiros Globos obscuros de uma Noite Cósmica, as Ondas de Vida que estão evoluindo vão se transformando em uma massa homogênea, se liberando da “forma”. Mantém-se a Individualidade, mas todos se tornam “um”, como Deus o é.

No terceiro Globo obscuro de uma Noite Cósmica todos os indivíduos das Ondas de Vida que estão evoluindo, têm a oportunidade de obterem todo o conhecimento que deveria ter obtido no Período precedente. É a parte mais importante de uma Noite Cósmica.

Nos dois últimos Globos obscuros, todos os indivíduos das Ondas de Vida que estão evoluindo começam a preparação para mergulharem no próximo Período desse Esquema de Evolução.

É durante uma Noite Cósmica que os Globos são novamente transferidos a um grau mais abaixo (quando estamos evoluindo entre o Período de Saturno até o Período Terrestre) e a um grau mais acima (quando estamos evoluindo entre o Período Terrestre até o Período de Vulcano).

Quando chega a Noite Cósmica, todas as coisas manifestadas transformam-se numa massa homogênea, o Cosmos converte-se novamente em Caos, semelhante à noite de sono entre dois dias de vida humana, e o intervalo de descanso entre duas vidas terrestres. Esta Noite Cósmica de descanso não é um intervalo de descanso passivo, mas o tempo de preparação para a atividade que deve ser desenvolvida no próximo Período em que o ser humano deve mergulhar mais fundo na matéria.

Esse retorno periódico da matéria à substância primordial habilita o Espírito a evoluir. Se o processo cristalizante de manifestação ativa continuasse indefinidamente, ofereceria um insuperável obstáculo ao progresso do Espírito. Quando a matéria se cristaliza a ponto de se tornar demasiada pesada e dura, o Espírito, nela não podendo agir, se retira para recuperar a energia já exaurida. É como uma broca que vai furando metais duros: deve parar e ser guardada durante algum tempo para recuperar-se. As forças químicas na matéria, livres da energia cristalizante do Espírito em evolução, convertem o Cosmos em Caos, isto é, devolvem a matéria ao seu estado primordial, para que os Espíritos Virginais regenerados possam recomeçar o seu trabalho na aurora de um novo Dia de Manifestação.

As experiências obtidas nos Períodos e Revoluções capacitam o Espírito a reconstruir, com relativa rapidez, até o ponto ultimamente alcançado. Além disso, facilitam o progresso ulterior promovendo as alterações que as experiências acumuladas lhe ditam.

Para saber mais, assista a 174ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- em

21/04 Estudo do Conceito Rosacruz do Cosmos – Capítulo VIII – A Obra da Evolução: O Período Lunar

1.O Período Lunar

Refere-se ao 3º Período entre os 7 que compõem todo este Esquema de Evolução.

Nós, os Espíritos Virginais da Onda de Vida humana, iniciamos nosso processo de Evolução no Período de Saturno, e a cada Período, viemos caminhando em busca de adquirir nossos 3 Corpos, além de despertar nosso Tríplice Espírito, o que aconteceu até o fim do Período Lunar.

-O elemento que define o Período Lunar: A grande característica do Período Lunar era a “umidade”.

Um núcleo ardente, ao entrar em contato com o espaço exterior, gerava uma umidade densa; esta umidade, que transformada em vapor quente esfriava na periferia e voltava ao núcleo.

Era, na verdade, uma névoa ígnea, e os ocultistas chamam este cenário de “Água”.

-O Trabalho que o define: Neste Esquema de Evolução no Período Lunar, eram essencialmente dois os objetivos:

–Adquirir o germe do Corpo de Desejos,

–Iniciar a atividade germinal do 3°aspecto do Tríplice Espírito: O Espírito Humano.

-Ondas de Vidas evoluindo no Período Lunar: Onda de vida humana, animal e vegetal. Os vegetais iniciaram sua jornada evolutiva nesse Período, recebendo do germe do Corpo Denso.

No final do Período Lunar, antes de acessarmos o Período Terrestre, já tínhamos neste projeto evolutivo, 3 Reinos evoluindo juntos:

Onda de Vida Humana com os Corpos:  Denso, Vital e de Desejos; o Espírito Divino, o Espírito de Vida e o Espírito Humano.

Onda de Vida Animal com os Corpos: Denso e Vital.

Onda de Vida Vegetal com apenas o Corpo Denso.

-As 7 Revoluções

–A 1ª Revolução do Período Lunar:  refere-se ao Período de Saturno (sempre em todos os Períodos) e, consequentemente, ao Corpo Denso. Esse Corpo veio evoluindo deste a sua aquisição.

Nesta Revolução, os Senhores da Sabedoria cooperando com os Senhores da Individualidade, reconstruíram o germe do Corpo Denso, que havia desenvolvido os órgãos sensoriais, digestivos, as glândulas etc. (todos em estado embrionário).

A reconstrução do Corpo Denso foi necessária para que ele pudesse ser interpenetrado por um Corpo de Desejos e que também pudesse desenvolver-se nele, um sistema nervoso, músculos, cartilagens e um esqueleto rudimentar.

–2ª Revolução do Período Lunar: refere-se ao Período Solar.Nessa revolução o Corpo Vital foi modificado, para que pudesse ser interpenetrado por um Corpo de Desejos e, também, para acomodá-lo ao sistema nervoso, músculos, esqueleto etc.

Os Senhores da Sabedoria, ajudaram também os Senhores da Individualidade neste trabalho.

–As 3ª e 4ª Revoluções do Período Lunar: Apenas a partir da 3ª Revolução é que começa o trabalho específico do Período lunar.

Os Senhores da Individualidade, irradiaram a substância que ajudou a Humanidade (inconsciente) a construir e adaptar-se a um Corpo de Desejos germinal.

Também a auxiliaram a incorporar este Corpo de Desejos germinal, ao conjunto Corpo Vital, mais o Corpo Denso (que já possuía).

–A Quinta Revolução do Período Lunar: Os Senhores da Individualidade, eram superiores a Humanidade, e para completarem sua evolução, trabalharam com o veículo inferior (Corpo de Desejos), mas não tinham condições de fazê-lo com o veículo superior, e assim, aqui surgem voluntariamente os Serafins para despertar o germe do 3°Aspecto do Espírito: o Espírito Humano.

A Sexta Revolução do Período Lunar: Da mesma maneira que os Senhores da Individualidade foram ajudados pelos Serafins a despertar o germe do Espírito Humano, já na 6ª Revolução, os Querubins os auxiliaram a vincular o germe do Espírito humano ao Espírito de vida.

–A Sétima Revolução do Período Lunar: o Espírito Humano foi vinculado ao Espírito Divino, e desta vez, os Senhores da Individualidade contaram novamente os Senhores da Chama.

Assim, o Ego separado, (Tríplice Espírito) passou a existir.

Para saber mais, assista a 179ª Reunião Dominical-FRC – Campinas-SP em:

28/04 Conceito Rosacruz do Cosmos – Estudo das Terminologias Rosacruzes – Cap. VIII – A Obra da Evolução: O Período Solar – Parte 1

1.O Período Solar:

-Os Globos do Período Solar:

-Todas as Ondas de Vida evolutivas continuavam na massa ígnea central, da qual se formaram os Planetas do nosso atual sistema, inclusive a Terra;

-A massa ígnea central alcançou o estado de fogo brilhante e luminoso: assim, não havia necessidade de iluminação externa, a luz estava dentro;

-“Ar” é a que mais se aproxima da verdadeira ideia sobre as condições prevalecentes;

–Portanto, o segundo Elemento da Natureza que nos foi oferecido para o nosso desenvolvimento foi: AR;

–Assim: no Período Solar já contávamos com 2 elementos da natureza para evoluirmos: o FOGO e o AR.

–Os Globos do Período Solar, eram como esferas luminosas, brilhantes e de consistência análoga à dos gases atuais

–Com propriedade de absorver e utilizar qualquer imagem ou som que se projetasse sobre sua superfície

–Sensibilidade muito maior do que o nosso Planeta Terra atual: a sensibilidade não estava atenuada pelas condições duras e densas da Região Química do Mundo Físico atual

–A crosta do “Planeta” era formada pela Onda de Vida animal junto com os Atrasados da Nossa Onda de Vida, a humana

–Planeta Terra descrito aqui como: um nevoeiro incandescente de brilhante luminosidade

–O Período Solar se refere ao segundo dia da criação.

-As 7 Revoluções

–Primeira Revolução ou Revolução Saturno do Período Solar:

–Nós, Espíritos Virginais (divididos em 2 grupos):

2.Adiantados: Possuíam: Corpo Denso e Espírito Divino despertado

Estado de inconsciência análogo a de sono sem sonhos

 Consciência semelhante ao do Vegetal

3.Atrasados: Devido a cristalização, possuíam somente Corpo Denso

Estado de inconsciência análogo ao de transe mais profundo

Consciência semelhante à do Mineral

Senhores da Chama junto com os Senhores da Sabedoria:

Alteraram o nosso Corpo Denso para:

Permitir a sua interpenetração por um Corpo Vital;

Fornecer a capacidade do Corpo Denso desenvolver as glândulas e o tubo digestivo.

–Uma nova Onda de Vida começou sua atividade:

Atualmente conhecido como Animais, nossos Irmãos Menores;

Estado de inconsciência análogo ao dos médiuns no transe mais profundo;

Consciência semelhante à do Mineral

Arcanjos: Trabalharam com os Animais da mesma forma que nós, atualmente, trabalhamos com a onda de vida Mineral

Para saber mais, assista a 178ª Reunião Dominical-FRC – Campinas-SP em:

178ª Reunião Dominical-FRC em Campinas-SP- 28abr24-Termos Rosacruzes no Texto_C8_Período Solar-P.1

Alguns Artigos Publicados nas nossas redes sociais no mês de Abril:

É tempo de adotarmos uma postura altruísta

Hoje com a proximidade da Era de Aquário ainda nos deparamos com duas realidades aqui no Mundo Físico, infelizmente.

Por um lado, vemos pessoas deixando de lado aquele individualismo egocêntrico, alimentador da Personalidade, para assumirem uma postura mais altruísta diante dos problemas que afligem a sociedade.

Está se estabelecendo um consenso em torno da ideia nesta frase: “numa sociedade, o que não beneficia a todos, efetivamente não beneficia a ninguém”.

(*) Pintura: Bansky

Isso é muito claro nos Ensinamentos do Cristo, pois mais importante que fazer orações e adoração nas sinagogas, igrejas e templos, é amar ao próximo, é servir, é ajudar.

Esse hábito dava prestígio na sociedade judaica, era motivo de apreciação, porém a renúncia aos bens materiais, prestígio, autoridade, poder, fama, em benefício de outrem, constituía um penoso sacrifício. Mas isso ficou para trás.

Voltando aos nossos dias, verificamos como muitos fatores ainda tendem a impedir pessoas de fazerem coisas sagradas, fazerem o bem, se desprenderem de suas posses materiais (como se fossem “suas” e não bens a administrar), do poder, da fama, do materialismo.

Muitas pessoas, por mais sensíveis que pareçam ser diante do sofrimento alheio, muitas vezes cai na tentação de não sacrificar seus interesses pessoais, sua comodidade, para prestarem ajuda a alguém. Isso é muito triste.

A renúncia ainda é um pesado fardo para muita gente.

Muitas pessoas não querem renunciar a pontos de vista, suportar idiossincrasias de seus companheiros, ser humilde, bondoso, altruísta.

Enquanto houver Cristãos verdadeiros, fiéis ao Cristo nos Seus Ensinamentos, há esperança de materialistas, egocentristas, vencerem o egoísmo, dispondo-se a trabalharem em grupo pelo bem comum.

Hoje as máscaras estão caindo e cada vez mais mostra-se o caráter do ser humano, as coisas estão vindo à tona, mostrando a verdade.

Quem não quiser ver, quem não quiser ouvir, ajudar, servir, “pagará para ver” no Purgatório, com certeza. E com muita tristeza!

Fazer o bem é aqui, é agora!

A Verdade dentro de nós

A maioria das pessoas no mundo não conhece a verdade sobre as coisas espirituais, e acham difícil quebrar as crenças e ações convencionais.

Se queremos achar a Verdade, precisamos quebrar as crenças comuns e procurar a Verdade dentro de cada um de nós.

A maioria não quer negar a si mesmo, pegar sua cruz e seguir o Cristo.

As dificuldades são necessárias, afinal escolhemos no Terceiro Céu, com a ajuda dos Anjos do Destino, os Anjos Relatores. Eles dão a cada um e a todos exatamente o que necessitam para o seu desenvolvimento, então não há erro.

Quando procuramos a verdade e trilhamos o Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz, encontramos forças das quais não devemos fugir para que possamos nos fortalecer e encarar as batalhas, sozinhos, mas confiantes.

Encontrar oposição e críticas é importante também; nos obriga a nos julgar e aprender, se temos a certeza do bem, do correto, críticas não devem nos preocupar, devemos ser firmes e seguir em frente.

Cristo enviou Seus Discípulos e os preveniu: “Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos; portanto sedes prudentes como as serpentes e simples como as pombas.” (Mt 10:16).

Assim devemos fazer também, seguir os passos de Cristo e favorecer o que é verdadeiro, belo, bom e justo, e crescendo espiritualmente.

Somos confortados nas realizações e nas provas; Deus está conosco!

Permanecendo em qualquer circunstância por tudo o que é correto e verdadeiro, desenvolvemos forças internas que muito nos capacitarão.

Precisamos desenvolver a Luz dentro de nós, fazer crescer o Cristo interno!

A Morte e a Teoria do Renascimento

Para os nossos irmãos e as nossas irmãs materialistas, a morte é o fim de tudo. Para os nossos irmãos e as nossas irmãs que vivenciam o Cristianismo popular é um passo no caminho que leva ao céu ou ao inferno, ao Purgatório ou ao limbo. Para alguns de nossos irmãos e nossas irmãs a morte é “apenas a passagem para outro tipo de vida, outra dimensão, outro ‘universo paralelo’”.

Há os que afirmam que viemos do além, vivemos aqui alguns anos, passamos pelo portal da morte e voltamos para esse além, permanecendo então lá para sempre; que nossa felicidade ou desgraça é ali determinada para toda a eternidade, pelas ações que tenhamos praticados aqui, no curto espaço de tempo da vida terrestre. 

Na Fraternidade Rosacruz estudamos a Teoria do Renascimento – onde vimos que cada um de nós é uma parte integrante de Deus, contendo em nós todas as potencialidades divinas, do mesmo modo que a semente contém a planta; que por meio de repetidas existências em Corpos terrestres de qualidade gradualmente melhor, as possibilidades latentes se convertem lentamente em poderes dinâmicos; que ninguém se perde nesse processo, mas que todos nós alcançaremos,  por fim, a meta da perfeição e a união, novamente, com Deus, nosso Criador. Há, portanto, a necessidade de repetidos renascimentos aqui para que possamos aprender a trabalhar conscientemente no Mundo Físico (Região Química e Etérica) e dominar totalmente os materiais da Região Química do Mundo Físico, a fim de nos tornarmos especialistas em Matéria Química (como os Anjos são especialistas em Matéria Etérica, os Arcanjos em Matéria de Desejos e os Senhores da Mente em Matéria Mental).

Nada na Natureza foi criado para se perder. Deus criou tudo e viu que era bom.

Na Bíblia vemos todo o processo da criação (no Livro do Gênesis).

Deus é Onisciente e, portanto, desenvolveu um plano perfeito para todas as Ondas de Vida

Olhando a Natureza ao nosso redor, vemos por toda a parte o esforço lento e perseverante para atingir a perfeição.

Não vemos nenhum processo súbito de criação ou mesmo de destruição.

O que vemos sempre é Evolução.

Temos, como Egos, Espíritos Virginais da Onda de Vida Humana, um Tríplice Corpo, um Tríplice Espírito e um veículo Mente, todos muito bem-organizados e suficientes, sempre evoluindo.

A vida aqui é espiral dentro de espiral e sempre para frente e para cima.

Tudo ao nosso redor é movimento, é vida!

Todas as atividades visam produzir vida nova por toda a parte.

Todas as coisas se movem em ciclos progressivos para que possam aproveitar plenamente todas as oportunidades de progresso oferecidas pelo Universo.

Cada vez aqui renascidos, evoluímos em conjunto, trazemos nossos defeitos para corrigirmos e nossas virtudes para ajudar. Estamos sempre a evoluir.

A mesma lei que desperta a vida na planta para que cresça outra vez, traz o ser humano de volta para adquirir novas experiências e avançar ainda mais para a meta da perfeição.

A Teoria do Renascimento que ensina a necessidade de repetidas incorporações em veículos de crescente perfeição, está em perfeito acordo com a evolução e com os fenômenos da Natureza, bem diferente do que explanam os materialistas, os teólogos, os cientistas, os religiosos que vivem o Cristianismo popular.

O que somos, o que temos e todas as boas qualidades são o resultado das nossas próprias ações passadas. O que agora nos falta física, moral ou mentalmente, pode ser nosso no futuro.

A Lei de Deus é para todos os Reinos, para todas as Ondas de Vida.

Vejamos os ciclos alternantes, nas modestas plantinhas, nas sequoias gigantes, na abóbada celeste, nas nebulosas ígneas, nos Sistemas Solares. O Sol que se levanta a cada manhã, mas a cada dia progride em sua jornada anual, tudo é movimento, tudo caminha, tudo é progresso, nada se perde!

Deus é Pai, é criador, jamais criaria qualquer coisa ou seres para se perder no Caminho da Evolução.

Os Ensinamentos Rosacruzes na nossa Evolução

A nossa vida é feita de etapas como também mudamos nos períodos setenários, muito importantes para nossa evolução.

Aqui na Fraternidade Rosacruz, para quem é assíduo, persistente nos estudos, nos Cursos de formação, nos Exercícios Esotéricos Espirituais, essas etapas são visíveis.

A primeira etapa é com o Curso Preliminar de Filosofia Rosacruz, composto de 12 lições, que deverá ser muito bem-feito, pois é a base para os outros (Curso de Ensinamentos Bíblicos, Curso Suplementar de Filosofia Rosacruz e de Astrologia Rosacruz). Muitos Estudantes acham que é um Curso simples, querem fazer rapidamente, mas não é assim.

Há que se ter muita dedicação, hoje com as redes sociais temos muitas e rápidas informações (no site, no YouTube, Facebook, Instagram, Pinterest).

Devemos em paralelo, estudar (não é só ler) o livro: “O Conceito Rosacruz do Cosmos” que é a obra básica dos Ensinamentos Rosacruzes, observar os Termos Rosacruzes (bem diferente de palavras com o mesmo conceito). Não é nada simples!

O Estudante Rosacruz, que é um Aspirante à vida superior, deve também ir investigando o que estuda, deve ir se aprofundando cada vez mais, pois nossa caminhada deve ser paralela à nossa aplicação na vida diária. Ninguém deve ficar somente na teoria.

O Mundo é uma grande Escola. Devemos ter entusiasmo, desejo de saber, curiosidade em aplicar os Ensinamentos Rosacruzes e ter paciência com nossos irmãos e nossas irmãs, nossos familiares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho.

Estamos nos aproximando da Era de Aquário e devemos, portanto, transformar o “homem velho”, no “homem novo”, de que falava S. Paulo.

A transformação pode ser lenta, mas deve ocorrer, como na mudança de hábitos, persistente e insistentemente.

Há que se fazer os Exercícios Esotéricos Rosacruzes, pois eles constroem a musculatura espiritual necessária para o Estudante.

A oficiação dos Rituais dos Serviços Devocionais ajuda na formação dos hábitos de concentração, oração e foco no objetivo.

Há que ter muita persistência e muita força de vontade.

Nesses períodos setenários, devemos ir fazendo uma revisão nas nossas vidas, ver as mudanças já ocorridas (com o nosso Corpo Denso (o corpo físico), nossas atitudes, nossa paciência, como estamos servindo e tratando os nossos semelhantes, os degraus que já subimos).

 Uma pessoa dotada de senso moral, com hábitos sadios, despida de todo egoísmo, todo materialismo, sensualidade, desejo de fama, poder, posses, caminhará a passos largos no Caminho de Preparação e Iniciação Rosacruz.

Muitas pessoas já trazem uma bagagem espiritual de outras vidas, o que as ajudará num crescimento rápido, e até chegarem à Iniciação.

Para os que acham o processo lento, lembrem-se: “Os moinhos de Deus moem devagar, mas moem muito fino”.

 Deus é Luz

Aprendemos na Fraternidade Rosacruz que nada nos pode revelar a natureza de Deus tão claramente como esse símbolo: “Deus é Luz”, uma linda inspiração divina de incomensurável valor nos ensinada por S. João Evangelista.

Todo local reverenciado pela prece, amor, pensamentos de Cura, paz, adoração, em que se oficia os Rituais do Serviço Devocional da Fraternidade Rosacruz é um local sagrado, e a elevamos com certeza para “procurar a Luz”.

Se tomarmos essas três palavras como tema de meditação, com certeza, encontraremos uma rica recompensa, ali nos banhamos numa fonte espiritual de inesgotável profundidade, e nos aproximamos do nosso Pai Celestial. Podemos perguntar: “De onde vem a luz?”. No primeiro capítulo do Gênesis vemos: “O Espírito de Deus movia-se sobre as águas. E Deus disse: Faça-se a Luz, e a Luz se fez. Deus viu a Luz e que era boa. Deus chamou à luz dia, e a escuridão, noite”.

Também ao buscarmos a Luz na Escola de Sabedoria Ocidental, sabemos que Amor e Serviço devem ser o nosso lema, pois foi isso que nos deixou o Cristo.

Amando e servindo aos nossos semelhantes, atraímos mais Éteres superiores (mais elevados), o de Luz e o Refletor, substâncias imprescindíveis para construirmos o Corpo-Alma, o radiante traje de Luz, que usamos para viver conscientemente nos Mundos espirituais.

Todos sabemos o que pode fazer em nossas vidas o poder da luz espiritual e o amor sincero, puro, real e verdadeiro.

Amar e servir erradica de nossas Mentes todos os pensamentos de medo, egoísmo, cobiça, poder, ódio, vingança, pois só vemos e vivemos na luz, afinal “se andarmos na Luz como Deus está na Luz, seremos fraternais uns com os outros”!! Essa sentença faz parte do Ritual do Serviço Devocional – O Serviço do Templo, realizado diariamente por todos os Estudantes Rosacruzes.

Se usarmos a nossa força de vontade repetidas vezes, em buscar a Luz, em viver na Luz, uma modificação alquímica se realizará em nós.

Sempre repita para si: “Deus é Luz”. E em quaisquer circunstâncias, procure vislumbrar a Luz, pois “se andamos na luz, como Ele na luz está, seremos fraternais uns com os outros. Aquele que ama a seu Irmão está na luz, mas aquele que odeia a seu irmão está em trevas e não sabe por onde caminha, porque as trevas lhe cegaram os olhos!

Deixando de lado o que impede nosso crescimento espiritual

Cristo nos recomendou “Orar sem cessar”. Isso não significa que vamos nos ater a fazer somente isso, nos recolhendo, nos ausentando. Não, não é isso.

Cristo nos ensinou que o nosso modo de viver, de pensar, os nossos hábitos, nossas palavras e ações devem ser sempre puras, cheias de bondade, que devemos ser fraternos, amigos para todas as horas e ocasiões.

Nosso viver deve ser a expressão verdadeira de uma Oração bem-feita.

Devemos eliminar de nós tudo o que não nos convém; crenças equivocadas, emoções negativas, pensamentos impuros, hábitos perniciosos.

Entremos dentro de nós, periodicamente, façamos uma bela faxina, nos livremos de medos, eliminemos justificativas desnecessárias (deixando, portanto, de servir, de ajudar), fazer-se de humilde (ser falso), usar a timidez como desculpa para não fazer o que tem que ser feito ou falado.

Precisamos deixar sair tudo o que impede nosso crescimento espiritual.

Procuremos colocar nesse lugar, agora limpo, somente o que for bom, belo, verdadeiro, altruísta, elevado e que ajudará qualquer irmão ou irmã.

 Vamos nos fechar para tudo o que for negativo, impuro, imoral, sensual, tanto no nosso modo de falar, de pensar e de agir.

A partir dessa limpeza no nosso interior, no nosso cérebro, no nosso coração, virão bons hábitos, seremos sempre corretos, verdadeiros, veremos o bem em tudo e em todos, aí faremos aos nossos semelhantes somente o que gostaríamos que também nos fizessem.

Parece uma tarefa difícil, mas não é. Basta querermos, e é importante.

Lembrem-se que temos as Hierarquias Criadoras ou Hierarquias Zodiacais nos ajudando o tempo todo, nos encorajando, nos fortalecendo no Caminho do bem.

Usemos toda nossa força de vontade possível nessa tarefa, afinal, Deus, nosso Pai e criador, está a nos observar e a nos ajudar, sempre!

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Fraternidade Rosacruz – Algumas das perguntas que recebemos e que talvez possam ser dúvidas de mais Estudante Rosacruzes

1.Pergunta: A apologia à pobreza não seria contrária a abundância que o Universo pode nos proporcionar sendo a prosperidade um dom de Deus??

Resposta:  O irmão e a irmã que se desenvolvem espiritualmente nunca serão pobres, pois sempre terão o que precisam para bem-viver enquanto estão renascidos aqui. Exercem as suas funções no Mundo aqui, e sempre serão remunerados com o que precisam, nem mais, nem menos, afinal “o operário é digno do seu salário’. A prosperidade que Deus nos dá é e sempre será a espiritual; jamais a material. A material deixou de ser a milhões de anos atrás quando acabou a Época Atlante e começou a Época Ária, a que aqui estamos. É só estudar com atenção o que o Cristo ensinou. Cristo pregou a riqueza material? E justamente não pregou porque ele sabe que essa fase já passou. Para conquistamos a Região Etérica do Mundo Físico é necessário prosperidade espiritual, abundância em qualidades espirituais desenvolvidas por cada um de nós.

2.Pergunta: Por que a obtenção das experiências que Max Heindel se refere precisam estar associadas ao sofrimento físico e material?

Resposta: Não deveria, mas nós, em nossos renascimentos anteriores, criamos tantas dívidas com o destino – se negando a aprender o que deveríamos, atrapalhando a evolução de muitos irmãos e irmãs, procrastinando lições que nós mesmos escolhemos lá no Terceiro Céu e, depois, aqui fizemos de tudo para não as aprender – que para a grande maioria de nós só restou aprender essas lições por meio do sofrimento. Ele é físico e material, porque é por meio desses “efeitos”, aqui na Região Química do Mundo Físico, que enxergamos as “causas” que são espirituais – e sempre são! Exemplo: se hoje tenho dificuldades financeiras é porque em alguma das minhas vidas anteriores “usei e abusei e mal usei” os recursos financeiros que eu tinha facilidade em obter. Gerei uma dívida, pois há outra máxima Cristã que nos ensina: “a quem muito é dado, muito é exigido”. Então, nessa vida, quando estou escolhendo o panorama dela no Terceiro Céu, se tenho a chance, escolho as condições que me ajuda a ter as dificuldades financeiras a fim de que pelo “sofrimento material” eu consiga aprender a lição de que a “vida do transgressor é dura” e gere a consciência suficiente e necessária que aprenderei em como ser eficaz e utilizar os recursos financeiros somente para servir amorosa e desinteressadamente o irmão e a irmã que estão no nosso entorno. Infinitos exemplos como esses podem ser dados. Reflita!

3.Pergunta: Por que existem animais carnívoros?

Resposta: Os nossos irmãos menores que chamamos de “animais” são Espíritos Virginais também, só que da Onda de Vida animal. Existem animais carnívoros pela mesma razão que nós, seres humanos, até a Época Atlante também tínhamos que ser carnívoros. E o objetivo deles serem carnívoros, também é o mesmo objetivo de ter sido necessário nós, seres humanos, até a Época Atlante também termos sido carnívoros: a conquista da Região Química do Mundo Físico, ou seja, aprender todas as lições que são próprias dessa Região, utilizando o melhor Corpo Denso que se pode para tal.

4.Pergunta: Todos os humanos atuais pertencem à Raça Ária, menos os remanescentes de outras Raças?

Resposta: Todos os seres humanos atualmente têm a capacidade de construir um Corpo Denso com as características descritas pelo Conceito Rosacruz do Cosmos, do que chamamos “Raças Árias”, que teve como berço a Ásia Central (todas elas são derivadas da Raça Semitas Originais, a quinta e mais importante das 7 Raças Atlantes). Mas também são capazes de construir um Corpo Denso com as características descritas pelo conceito do que chamamos Raça Babilônio-Assírio-Caldaica, Persa-Greco-Latina, Céltica e Teuto-Anglo-Saxônica e, graças à vinda do Cristo que promoveu – e promove – a miscigenação das Raças, pode construir um Corpo Denso com traços de quaisquer uma dessas Raças, bem como de reminiscências das Raças Atlantes e da Raça Lemúrica.

5.Pergunta: Vocês conseguem ler a Memória da Natureza? Vocês têm acesso direto ao conhecimento dos Mundos Sutis e acreditam por experiência própria ou, como eu, acreditam apenas de forma indireta e teórica no que os livros de Max Heindel afirmam?

Resposta: Como podemos ler ainda no Conceito Rosacruz do Cosmos o primeiro voto do Iniciado é o silêncio. Assim, “quem fala, não é Iniciado; é um charlatão”. Além disso, veja o que Max Heindel nos orienta, também no Conceito: “Diz uma antiga lenda que a procura de um tesouro deve ser feita no sossego da noite e em perfeito silêncio. Pronunciar uma só palavra enquanto o tesouro não estiver completamente escavado causaria, inevitavelmente, o seu desaparecimento. É uma parábola mística que se refere à procura da iluminação espiritual. Se bisbilhotarmos ou contarmos aos outros as experiências de nossas horas de concentração perdê-las-emos. Elas não podem suportar a transmissão oral, por isso dissolver-se-ão em nada. Precisamos, pela meditação, extrair delas o pleno conhecimento das leis cósmicas ocultas. Portanto, a experiência própria não deve ser comentada, haja vista que ela é apenas o invólucro que esconde a semente que contém. A lei é de valor universal, como vai ficar evidente, porque pode explicar os fatos e ensinar-nos como aproveitar oportunidades de determinadas condições e a evitar outras. A critério do seu descobridor, e para benefício da humanidade, ela pode ser revelada livremente. A experiência que revelou a lei aparece, então, em sua verdadeira luz como sendo apenas de interesse passageiro, não mais digna de nota. Por isso o Estudante Rosacruz precisa considerar tudo o que acontece como sagrado, e deve conservá-lo rigorosamente para si”.

A partir do Grau: Discípulo – ainda na Fraternidade Rosacruz -, somente quem é, sabe se o outro também é um Discípulo, mas não sabe quem é Irmão Leigo, Irmã Leiga, Adepto ou Irmão Maior. O mesmo ocorre entre os Irmãos Leigos ou Irmãs Leigas (que sabem que são os Irmãos Leigos ou as irmãs leigas e os Discípulos, mas não sabem quem é um Adepto ou Irmão Maior). E, também, o mesmo ocorre entre os Adeptos (que sabem que são os Adeptos, Irmãos Leigos ou Irmãs leigas e os Discípulos, mas não sabem quem é Irmão Maior).  Por isso que você pode viver a vida inteira tendo ao lado alguém que já esteja a partir do Discipulado e nunca saberá que ele é um, a não ser que você alcance o Grau que ele está.

No Caminho Rosacruz, conforme você vai avançando e seja um Estudante Rosacruz praticante (pasme, mas muito não o são!), é natural você ter acesso a informações que quem não está no Caminho não tem. E esse acesso vai aumentando conforme o Grau que você vai, por mérito, aumentando. Assim, um Discípulo tem muito mais acesso que um Probacionista que, por sua vez, tem muito que o Estudante Regular, sendo o Estudante Preliminar reservado somente o acesso pelo meio escrito. Isso porque, conforme você vai aceitando as “verdades prováveis” fornecidos pelos Ensinamentos Rosacruzes e as colocam em prática no seu dia a dia (aqui está o segredo que muitos não fazem, ou fazem tentando barganhar ou adquirir “coisas materiais” ou, ainda, fazem um certo tempo depois desistem ou caem em um mesmismo cristalizante), tais “verdades” começam a ser provadas pelo Estudante Rosacruz atuante e começa um círculo virtuoso para frente e para cima que dura o tempo que o Estudante Rosacruz se mantém atuante.

 SERVIÇO DE AUXÍLIO E CURA

Todas as semanas, quando a Lua se encontra num Signo Cardeal ou Cardinal (Áries, Câncer, Libra ou Capricórnio), reunimo-nos com o propósito de gerar a Força Curadora por meio de fervorosas preces e concentrações. Esta força pode depois ser utilizada pelos AUXILIARES INVISÍVEIS, que trabalham sob a direção dos IRMÃOS MAIORES com o propósito de curar os doentes e confortar os aflitos.

Nessas datas, às 18h30, os Estudante Rosacruzes podem contribuir com esse serviço de ajuda, conforto e cura, sentando-se e relaxando-se na quietude do seu lar ou onde quer que se encontre, fechando os olhos e fazendo uma imagem mental da Rosa Branca e Pura situada no centro do Símbolo Rosacruz. Em seguida leia o Serviço de Cura e concentre-se intensamente sobre AMOR DIVINO e CURA, pois só assim, você poderá fazer de si um canal vivo por onde flui o Poder Divino Curador que vem diretamente do Pai. Após o Serviço de Cura, emita os sentimentos mais profundos do amor e gratidão ao Grande Médico para as bênçãos passadas e futuras da cura.

Datas de Cura: Maio: 05, 11, 19, 26

Iahweh o guarda, dá-lhe vida e felicidade na terra, e não o entrega à vontade dos seus inimigos! Iahweh o sustenta no seu leito de dor, tu afofas a cama em que ele definha.” (Sl 42:3-4))

*Se você está doente e entende que precisa de ajuda, recorra ao Método de Cura Rosacruz, já utilizado por milhares de pessoas. O processo começa com o preenchimento de um Formulário que deve ser preenchido com caneta à base de tinta nanquim LÍQUIDA. As instruções detalhadas se encontram aqui: https://fraternidaderosacruz.com/category/cura/formulario-para-solicitacao-de-auxilio-de-cura-fraternidade-rosacruz/

**Se você conhece alguém que esteja doente e quer ajudá-la começa por oficiar o Ritual Devocional do Serviço de Cura nas Datas de Cura.

As instruções detalhadas se encontram aqui:

https://fraternidaderosacruz.com/category/treinamento-esoterico/rituais-diario-e-semanal/ritual-de-cura

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Auxílio para Utilizar na Cura – Melhores e Adversos Períodos e Dias para Tratamentos e Cirurgias – Julho de 2024

INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA UTILIZAR MELHOR ESSAS INFORMAÇÕES:

  1. Fornece muitas informações importantes para que você possa escolher os melhores períodos, dias e até horas para tratar as doenças ou enfermidades que lhe acometem.
  2. Logicamente, uma doença ou enfermidade que está latente e se torna ativa leva em conta outros fatores, como por exemplo o Destino Maduro da pessoa. No entanto, ela se esforçando para ajudar a si mesma no tratamento, já demonstrará que está a fim de aprender à lição que a doença ou a enfermidade lhe está “informando”.
  3. O horário: está no fuso horário de São Paulo-SP-Brasil. Assim, você deve ajustar para a hora padrão de onde você está.
  4. Essas informações combinadas com o tratamento via Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil produzirão um efeito muito mais eficaz. Mais informações? É só clicar AQUI
  5. Tem dúvidas? É só nos escrever: cura_rosacruz@fraternidaderosacruz.com
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Auxílio para ser Utilizado na Cura – Partes do Corpo que Não Se Deve Mexer – Julho de 2024

INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA UTILIZAR MELHOR ESSAS INFORMAÇÕES:

  1. Descreve as partes principais do nosso Corpo Denso. Repare que detalhes da parte são subconjunto da parte. Exemplo: músculos de uma determinada parte, considere o nome da parte. Músculos que estão no estômago, considere o estômago.
  2. O conceito de “não se deve mexer” significa: cirurgia, tratamento invasivo, operação. Massagens, colocação de medicamento e outros tratamentos não invasivos podem ser feitos.
  3. O horário: está no fuso horário de São Paulo-SP-Brasil. Assim, você deve ajustar para a hora padrão de onde você está.
  4. Essas informações combinadas com o tratamento via Departamento de Cura da Fraternidade Rosacruz em Campinas-SP-Brasil produzirão um efeito muito mais eficaz. Mais informações? É só clicar AQUI
  5. Tem dúvidas? É só nos escrever: cura_rosacruz@fraternidaderosacruz.com
PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Pergunta: Visto que o progresso exige, periodicamente, mudança na alimentação humana poderia eu saber algumas características do alimento do futuro?

Atualmente, o alimento que recebemos internamente desfaz-se e decompõe-se devido ao calor interno do corpo, permitindo, desse modo, que o Éter Químico, com qual estão impregnadas todas as partículas alimentares, combine-se com o Éter Químico do nosso Corpo Vital. O alimento que está magnetizado pela ação do Sol sobre as plantas é então assimilado, e permanece conosco até que se esgote o magnetismo. Quanto mais diretamente os alimentos vierem do Sol até nós, tanto mais magnetismo solar eles conterão. Constantemente, eles permanecerão conosco durante um tempo maior se forem comidos crus. Quando um alimento sofre o processo de cocção, uma parte do Éter nele contido perde-se, em virtude da decomposição, pelo calor, das partículas respectivas, deixando impregnado o ar da cozinha pelo odor do alimento do qual provém. Portanto, as células do alimento cozido e os alimentos que já foram assimilados pelos outros animais têm muito pouco Éter Químico em si, exceto o leite, que é obtido através de um processo vital e contém uma quantidade maior de Éter que qualquer outro alimento.

No que se refere à carne dos animais (mamíferos, aves, peixes, crustáceos, anfíbios, frutos do mar e afins), podemos dizer que a maior parte do Éter Químico das suas rações foi absorvida pelo Corpo Vital antes da morte do animal; ao ocorrer a morte, o Corpo Vital deixa a carcaça. Portanto, a carne animal apodrece muito mais depressa que os vegetais e permanece conosco somente por pouco tempo após a termos ingerido.

A morte e a doença são motivadas, acentuadamente, pelo fato de insistirmos em ingerir alimentos compostos de células desprovidas do respectivo Éter Químico individual obtido durante a assimilação vegetal. Esse Éter é diferente e não deve ser confundido com o Éter Químico planetário que impregna os minerais, as plantas, os animais e ser humano. A alimentação carnívora, pois, privada pela morte, do Corpo Vital individual que envolve o animal durante a vida, fica reduzida realmente a sua forma química mineral que tem pouco valor nos processos vitais; de fato, é prejudicial a eles, e deve ser eliminada do sistema tão rapidamente quando possível, pois sendo minerais, essas partículas de carne estão mortas ou são de movimento difícil. Portanto, elas, gradualmente, vão se acumulando. Mesmo a parte dos vegetais que é composta de cinzas e minerais permanece em nosso sistema, de maneira que há um processo gradual de obstrução que consideramos como sendo o crescimento.

Isto acontece porque privamos os vegetais e outros alimentos de seu Éter Químico. Se fôssemos semelhantes às plantas e capazes de impregnar os minerais com Éter, seríamos, provavelmente, capazes de assimilá-los e desenvolver nossa estatura de um modo gigantesco; mas, tal como somos, o material morto acumula-se cada vez mais até que finalmente o crescimento cessa em virtude de nossos poderes de assimilação tornarem-se, progressivamente, menos eficientes.

Futuramente não digeriremos os alimentos no interior do corpo, mas extrairemos o Éter Químico e o inalaremos pelo nariz onde ele entrará em contacto com a Glândula Endócrina Corpo Pituitário ou Hipófise. Esse é o órgão geral de assimilação e agente de crescimento. Nosso Corpo Denso se tornará, então, cada vez mais etéreo, os processos vitais não serão embaraçados pelos resíduos obstrutores, e, consequentemente, a moléstia desaparecerá e a vida aumentará em extensão. É significativo, em relação a esse fato, que muitos cozinheiros não sentem apetite, pois os aromas picantes dos pratos que eles preparam os satisfazem bastante. A ciência está aprendendo, gradualmente, as verdades anteriormente ensinadas pela ciência oculta, e a atenção dela está sendo voltada para as glândulas endócrinas, que lhes darão a solução de muitos mistérios. Eles, contudo, não parecem estar inteirados ainda de que há uma ligação física entre o Corpo Pituitário, o principal órgão de assimilação e, portanto, do crescimento, e as Glândulas Suprarrenais, que eliminam os resíduos e assimilam as proteínas. Elas também estão ligadas fisicamente com outras Glândulas: Baço, Timo e as Tiroides. Nessa ligação é significativo, do ponto de vista astrológico, que o Corpo Pituitário é regido por Urano, que é a oitava superior de Vênus, o regulador do plexo celíaco ou plexo solar, onde está localizado o Átomo-semente do Corpo Vital. Desse modo, Vênus aguarda a entrada do fluido vital que nos vem diretamente do Sol através do baço etérico e Urano é o guardião da porta de entrada do alimento físico. É a função dessas duas correntes que produz poder latente armazenado em nosso Corpo Vital, até que seja convertido em energia dinâmica pela natureza marcial do desejo.

(Publicado na Revista Serviço Rosacruz de agosto/1980 – Fraternidade Rosacruz SP)

PorFraternidade Rosacruz de Campinas

Sexta Época, a Nova Galileia, do Período Terrestre

Na Nova Galileia teremos um corpo mais eterizado do que agora; viveremos no que hoje chamamos de ar em corpos luminosos, numa Terra feita de Éter. Pois viveremos na Região Etérica do Mundo Físico. Como resultado, esses corpos serão muito mais sensíveis aos impactos espirituais da intuição. Tal corpo nunca se cansará porque não haverá dia e nem noite. E a Terra, comparada com a que é hoje, será transparente também.

Para trabalharmos conscientemente nessa Época, já teremos desenvolvido e treinado uma vestimenta chamada Corpo-Alma (vestes luminosas) que será comum aos habitantes da Nova Galileia, o Reino do Cristo.

A Nova Galileia será um lugar de paz (Jerusalém), onde a Fraternidade Universal unirá todos os seres da Terra por meio do amor. Não haverá morte porque a Árvore da Vida, que é a faculdade de gerar a força vital, se tornará possível por meio do órgão etérico que existirá na cabeça daqueles que tiverem se desenvolvido, os quais serão os pioneiros da Humanidade daquela Época.

Na “Nova Galileia”, a próxima Sexta Época, o amor se fará altruísta e a razão aprovará seus ditames. A Fraternidade Universal se realizará plenamente e cada um trabalhará para o bem de todos. O egoísmo será coisa do passado.

O Amor e a Fraternidade prevalecerão e o Cristo (que terá vindo pela segunda vez) se apresentará, mas aparecerá somente em Corpo Vital. Será o Grande Unificador da Sexta Época e reinará como Melquisedeque (Rei e Sacerdote). Cristo anunciou um ensinamento sobre como isso ocorrerá, quando pronunciou estas palavras atualmente pouco compreendidas: “Se alguém vem a mim e não abandona seu pai, sua mãe, seus filhos, seus irmãos e suas irmãs, e até sua própria vida, não pode ser meu Discípulo”.

Mas, o dia e a hora da volta de Cristo ninguém sabe. Ainda não foi fixado. O sinal da nova Dispensação depende do tempo em que um número suficiente de nós tenhamos começado a viver uma vida de Fraternidade e de Amor.

Não devemos confundir a Era de Aquário com o Reino de Cristo. Tampouco devemos confundir a Era Aquariana com a Sexta Época (Galileia), pois, para citar as palavras de Cristo: “aquele dia e àquela hora, porém (em que Ele virá) ninguém sabe, nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mt 24:36).

No início da Sexta Época ocorrerá a mescla das diferentes nações e dessa mistura sairá o próximo “povo escolhido”, virá a “semente” para a última Raça. Teremos uma só Raça, a Raça Dourada, que sairá de todo esse processo de miscigenação das Raças e da nossa evolução. Depois disso nada mais haverá que possamos denominar propriamente de Raça.

Que as rosas floresçam em vossa cruz

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